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ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
Salvador
2016
ANDRÉ HENRIQUE LARANJEIRA DOS SANTOS
Salvador
2016
AGRADECIMENTOS
Ao professor orientador, Prof. Dr. Carlos Augusto de Moraes Pires, pela oportunidade de
aprendizado, dedicação e atenção na minha orientação.
Ao grupo de fotocatálise por proporcionar um bom ambiente de aprendizado, pela
disponibilidade e disposição para que fosse feito o melhor trabalho possível.
Aos demais professores do curso de graduação de Engenharia Química da UFBA pelos
conhecimentos adquiridos que foram fundamentais em minha formação.
Aos colegas do curso de graduação de Engenharia Química da UFBA pelo apoio e por todo
amadurecimento que conquistamos ao longo dos anos de graduação.
À família e aos amigos pelo suporte e incentivos prestados que fizeram com que todas as
dificuldades fossem superadas.
“A mente que se abre para uma nova ideia jamais
voltará ao seu tamanho original.”
Subscritos
A – Antraceno
Act – Actinômetro
ads - Adsorvido
BC – Banda de Condução
BV – Banda de Valência
exp – Experimental
FC-H2O – Fibra de Coco tratada com água quente
FS – H2O – Fibra de Sisal tratada com água quente
surv – Cargas Remanescentes
Letras Gregas
ϕ - Rendimento Quântico Total do Actinômetro
∆ - Calor
λ - Comprimento de Onda
Ω – Direção de Propagação
Φ – Rendimento Quântico
ε – Eficiência Fotônica
η – Eficiência Quântica
θ - Fração de Cobertura
ν – Freqüência
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 3
2.1 FOTOCATÁLISE ........................................................................................................... 3
2.2 OS FOTOCATALISADORES ....................................................................................... 4
2.3 ENERGIA DO “BANDGAP” ........................................................................................ 6
2.4 POLUENTES ORGÂNICOS ........................................................................................ 7
2.4.1 ANTRACENO ............................................................................................................. 7
2.5 ANÁLISE CINÉTICA ................................................................................................... 8
2.6 FATORES QUE AFETAM A TAXA DE DEGRADAÇÃO FOTOCATALÍTICA . 10
2.6.1 CONCENTRAÇÃO E DEGRADABILIDADE DO SOLUTO ............................. 10
2.6.2 TEMPERATURA ...................................................................................................... 11
2.6.3 INTENSIDADE E COMPRIMENTO DE ONDA DA LUZ .................................. 11
2.6.4 CONCENTRAÇÃO DE OXIGÊNIO ...................................................................... 12
2.6.5 CONCENTRAÇÃO DE FOTOCATALISADOR E PROPRIEDADES DA
SUPERFÍCIE .......................................................................................................................... 13
2.6.6 EFEITO DO “PH” .................................................................................................... 13
2.6.7 PRESENÇA DE AGENTES OXIDANTES ............................................................ 13
2.7 EFICIÊNCIA FOTÔNICA, EFICIÊNCIA QUÂNTICA E RENDIMENTO
QUÂNTICO ............................................................................................................................ 14
2.8 MODELAGEM DE FOTORREATORES ................................................................. 15
2.9 COMPORTAMENTO DINÂMICO DO SISTEMA ................................................. 15
2.10 MODELAGEM DA RADIAÇÃO ............................................................................... 16
2.11 ACTINOMETRIA ........................................................................................................ 18
3. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................ 19
3.1 SISTEMA REACIONAL ............................................................................................. 19
3.2 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE DEGRADAÇÃO DO ANTRACENO . 19
3.3 CONDIÇÕES OPERACIONAIS APLICADAS PARA A DEGRADAÇÃO........... 20
3.4 TRATAMENTO DAS FIBRAS E PREPARAÇÃO DOS CATALISADORES....... 20
3.5 BALANÇO DE MASSA PARA O ANTRACENO..................................................... 21
3.6 LINEARIZAÇÃO DAS ISOTERMAS....................................................................... 22
3.6.1 CÁLCULO DA TAXA DE DEGRADAÇÃO .......................................................... 22
3.6.2 ISOTERMA DE LANGMUIR ................................................................................. 22
3.6.3 ISOTERMA DE FREUNDLICH ............................................................................. 23
3.7 AJUSTE NÃO LINEAR DAS ISOTERMAS DE LANGMUIR E FREUNDLICH
24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 27
4.1 CONSIDERAÇÕES INCIAIS ..................................................................................... 27
4.1.1 ETAPA LIMITANTE: REAÇÃO NA SUPERFÍCIE............................................. 27
4.1.2 ISOTERMA DE LANGMUIR ................................................................................. 29
4.1.3 ISOTERMA DE FREUNDLICH ............................................................................. 30
4.2 ENSAIOS PARA O FOTOCATALISADOR EM SUSPENSÃO .............................. 31
4.2.1 AJUSTE LINEAR DAS CURVAS DE LANGMUIR E FREUNDLICH ............. 32
4.2.2.1 DEGRADAÇÃO DE ANTRACENO COM TIO2 EM SUSPENSÃO .................. 32
4.2.2.3 COMENTÁRIOS SOBRE OS AJUSTES LINEARES REALIZADOS .............. 36
4.2.3 AJUSTE NÃO LINEAR DAS CURVAS DE LANGMUIR E FREUNDLICH ... 37
4.3 ENSAIOS PARA O FOTOCATALISADOR SUPORTADO EM FIBRAS DE
COCO E SISAL ...................................................................................................................... 41
4.3.1 AJUSTE LINEAR DAS CURVAS DE LANGMUIR E FREUNDLICH ............. 42
4.3.1.1 DEGRADAÇÃO DE ANTRACENO COM AG-TIO2 SUPORTADO EM
FIBRAS DE COCO ................................................................................................................ 42
4.3.1.2 DEGRADAÇÃO DE ANTRACENO COM AG-TIO2 SUPORTADO EM
FIBRAS DE SISAL ................................................................................................................ 44
4.3.1.3 COMENTÁRIOS SOBRE OS AJUSTES LINEARES REALIZADOS .............. 46
4.3.2 AJUSTE NÃO LINEAR DAS CURVAS DE LANGMUIR E FREUNDLICH ... 47
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 51
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 53
1
1. INTRODUÇÃO
As ações humanas, tais como a exploração de petróleo e queima de combustíveis fósseis,
vêm causando alterações em ecossistemas, por conta de dejetos industriais que são lançados
ao meio ambiente sem tratamento prévio adequado (Nogueira, 1998), e contêm poluentes
tóxicos aos seres vivos. Dentre estes poluentes está o antraceno, um hidrocarboneto
policíclico aromático, encontrado em efluentes líquidos de poços produtores de petróleo
(Bourcereau, 2011) e que possui certa dificuldade de ser degradado por meio de tratamentos
de efluentes convencionais.
Existe hoje a necessidade de desenvolvimento de novos projetos para tratamento de
efluentes industriais que assegurem a redução da concentração de contaminantes expostos ao
meio ambiente a níveis muito baixos. Entre estes novos processos de descontaminação
ambiental estão os “Processos Oxidativos Avançados” (POA). Tais processos são baseados na
formação de radical hidroxila, agente altamente oxidante, capaz de reagir com grande
variedade de compostos promovendo sua total oxidação para compostos inócuos como água e
dióxido de carbono (Nogueira, 1998).
A tecnologia de fotocatálise, que é um Processo Oxidativo Avançado, está em crescente
utilização por ser um método eficaz para oxidação de compostos orgânicos em efluentes
líquidos e em emissões atmosféricas (Tôrres, 2007). Um dos pontos interessantes da
fotocatálise é a possibilidade de aproveitamento da energia solar como fonte de radiação do
processo (Nogueira, 1998). Entretanto, ainda há alguns pontos a serem estudados, entre eles a
modelagem dos fenômenos envolvidos no processo de fotocatálise em relação à modelagem
dos fotorreatores e a ampliação no conhecimento das correlações da taxa de degradação de
poluentes com parâmetros como pH, temperatura, intensidade da radiação e fotocatalisadores
para diversos tipos de contaminantes (Pichat, 2013).
Este trabalho tem como objetivo avaliar e modelar a cinética de fotodegradação de
antraceno em um fotorreator do tipo batelada com reciclo, utilizado em laboratório, com
temperatura constante e como fonte de radiação uma lâmpada de vapor de mercúrio. A
cinética de reação foi modelada baseando-se no princípio de equilíbrio de adsorção do
antraceno na superfície do fotocatalisador. Com isso, neste trabalho foram comparados os
modelos de isoterma de Langmuir e Freundlich para a modelagem dos dados experimentais.
Estes modelos abrangem conceitos diferentes, e os fundamentos teóricos destes modelos são
cruciais para a interpretação das equações obtidas a partir da modelagem realizada. Tal análise
2
é determinante para a avaliação da influência das condições operacionais, em que a reação foi
submetida, na cinética da reação.
A parte inicial deste trabalho é a revisão bibliográfica que tem como objetivo introduzir
conceitos fundamentais para o entendimento da fotocatálise e a importância deste processo na
degradação de poluentes, explicar alguns fatores que influenciam diretamente na cinética da
reação, assim como expor a relevância do estudo da cinética da reação para a modelagem e
dimensionamento de fotorreatores.
Na seção “Materiais e Métodos” está explicitado as condições operacionais em que ocorreu
a reação de degradação fotocatalítica do antraceno, as dimensões e caracterísitcas do
fotorreator, o processo de síntese dos fotocatalisadores empregados na reação, o processo de
tratamento das fibras em que os fotocatalisadores foram suportados, o método utilizado para
impregnação dos fotocatalisadores nas fibras, e também todos os métodos necessários para a
modelagem cinética da reação de fotodegradação.
A seção “Resultados e Discussão” apresenta todas as hipóteses consideradas no tratamento
dos dados experimentais e as devidas justificativas necessárias para fundamentar tais
hipóteses, com base em aspectos teóricos da fotocatálise e operacionais da reação. A primeira
tentativa de modelagem consiste no ajuste linear das isotermas de Langmuir e Freundlich,
pois é a forma mais simples e fácil para se obter os parâmetros de cada equação.
Seguidamente, é realizado o ajuste não linear com o objetivo de se obter os parâmetros com o
mínimo de resíduos possíveis, e também com intuito de comparar os resultados obtidos pelo
ajuste linear e pelo ajuste não linear. Por fim, é feito simplificações da modelagem para
equações de taxa de pseudo-ordem zero e pseudo-primeira ordem com objetivo de comparar
os modelos mais robustos baseados nas isotermas de Langmuir e Freundlich com os modelos
mais simples de taxa de reação.
Posteriormente, os resultados obtidos neste trabalho podem ser usados como referência para
outros estudos relacionados à fotodegradação de antraceno tanto em escala laboratorial quanto
em escala real e poderá contribuir com o desenvolvimento e otimização dos processos de
fotocatálise, minimizando seus custos e maximizando seu desempenho.
3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 FOTOCATÁLISE
O estudo da fotocatálise foi relatado pela primeira vez na comunidade científica por
Brealey & Uri (1952) que observaram a oxidação de etanol com o íon FeCl4- agindo com
fotocatalisador sob radiação UV. Desde então, há um crescimento no número de trabalhos
divulgados relacionados com o tema devido a sua importância e aplicabilidade em diversas
situações (Li, 2010).
A fotocatálise é o ramo da química que estuda as reações químicas catalisadas sob o efeito
da luz. É também definida como catálise de reações da fotoquímica, fotoativação de
catalisadores, ativação química de processos catalíticos etc (dos Santos, 2010). As reações
fotocatalíticas são classificadas como um Processo Oxidativo Avançado (POA), por conta da
formação do radical hidroxila (OH.) no processo (Nogueira, 1998).
Os Processos Oxidativos Avançados (POAs) são processos empregados na descontaminação
ambiental que podem ou não ser combinados com a radiação ultravioleta e são fundamentados
na formação de radicais hidroxila que são agentes altamente oxidantes e reativos (Eo=2,8 V).
Por conta de sua reatividade, os radicais hidroxila reagem com uma grande variedade de
compostos promovendo sua total oxidação para dióxido de carbono e água. Dentre os POA
podem-se citar processos que utilizam ozônio, peróxido de hidrogênio, decomposição
catalítica de peróxido de hidrogênio em meio ácido e semicondutores como dióxido de titânio
(fotocatálise heterogênea) (Nogueira, 1998).
O princípio da fotocatálise heterogênea na descontaminação da água é baseado na ativação
de um semicondutor através de luz solar ou artificial. O semicondutor, que é o catalisador do
sistema, tem por sua característica bandas de valência (BV) e bandas de condução (BC),
sendo que a região entre as duas bandas é chamada de “bandgap” (Figura 1). A absorção de
fótons com a energia superior à energia do “bandgap” promove o deslocamento de um elétron
da banda de valência para a banda de condução resultando em uma lacuna (h+) na banda de
valência (Equações 1-3). Estas lacunas devem possuir um potencial suficientemente positivo
para formar radicais OH. a partir das moléculas de água adsorvidas na superfície do
semicondutor, os quais podem oxidar o contaminante orgânico (Nogueira, 1998).
4
2.2 OS FOTOCATALISADORES
Os fotocatalisadores são sólidos semicondutores capazes de acelerar reações químicas
quando expostos a luz, se caracterizam por transformar a energia contida em fótons (luz) em
energia eletroquímica disponível em um sistema químico, tanto para a oxidação, como para a
redução de compostos ou espécies químicas (íons) (Torres, 2007).
O dióxido de titânio (TiO2) é o sólido semicondutor mais utilizado e com maior atividade
fotocatalítica, que tem sido testado com diversas classes de substâncias poluentes, atingindo
degradação eficiente que pode ser estendida até a completa mineralização da molécula em
questão (Hoffmann et al, 1995).
A utilização de fotocatalisadores de TiO2 mássicos, predominantemente compostos pela
5
Sendo h a constante de Planck (6,626 × 10-34 Js) e c a velocidade da luz (2,998 × 108 m/s)
Substituindo os valores das constantes na equação tem-se:
9:,; × 9=>?@
E7 (J) = [9]
Pode ser apropriado definir o parâmetro E’ o qual se refere à energia (em J/mol) por
Einstein (6,022 × 1023 fotóns).
J K
EI = [11]
7
2.4.1 ANTRACENO
O antraceno, também conhecido como paranaftaleno, é um composto formado por três anéis
benzênicos, sua formula molecular é C4H10, possui 178 g/mol de peso molecular e uma
solubilidade em água de 0,0450 mg/L.
Muitas pesquisas foram desenvolvidas tratando da degradação fotocatalítica de HPAs em
água. Woo et al (2009) investigaram a oxidação fotocatalítica usando TiO2 de cinco
compostos, dentre eles o antraceno. Theurich et al (1997) reportaram o mecanismo da
transformação fotocatalítica de naftaleno e antraceno qualitativamente em suspensão aquosa
de dióxido de titânio.
Karam et al (2014) realizaram experimentos em escala laboratorial visando discutir efeitos
de diversos parâmetros, como temperatura, intensidade da luz etc na fotodegradação do
antraceno. Esses parâmetros foram ajustados em pH 6,8 na presença do semicondutor TiO2
como fotocatalisador e sob a radiação UV. O principal produto identificado na fotodegradação
do antraceno foi o composto 9, 10 – Antraquinona. Os ensaios realizados avaliaram a
concentração inicial de antraceno variando de 1 ppm a 25 ppm, a temperatura entre 278,15 K
8
tais como alguns intermediários e o oxigênio são interpretados como espécies que competem
com o substrato. O oxigênio é geralmente abundante e, por isso, sua concentração pode ser
considerada constante durante o processo de fotocatálise.
Embora a expressão de taxa de Langmuir-Hinshelwood seja amplamente usada em
fotocatálise, pesquisas recentes mostram discordância com essa equação. O primeiro ponto é
que não há correspondência entre o valor de K obtido a partir do ajuste de dados cinéticos e as
medições de absorção de calor na abstenção da luz. O segundo ponto é que os parâmetros da
expressão de Langmuir-Hinshelwood kLH e K são sempre correlações positivas. E o terceiro
ponto está na influência da concentração do reagente C e a intensidade da luz I na velocidade
de reação, pois tanto a constante da taxa kLH quanto a constante aparente de adsorção K
dependem também da intensidade da luz (Lin, 2005).
Alternativamente, Ollis (2005) apresentou uma análise pseudo-estacionária baseada na
hipótese de estado estacionário para as reações intermediárias. Na aproximação pseudo-
estacionária, é considerado que o equilíbrio adsorção/dessorção dos reagentes não é atingido
durante a reação desde que a reatividade substancial de um sítio ativo cause um deslocamento
contínuo da concentração de reagente adsorvido da cobertura correspondente ao equilíbrio
líquido – superfície. A aproximação pseudo-estacionária é dada pelas seguintes equações:
Y[[ Y[[
RXYZ U\]^^
−MW = UY[[ [13]
\]^^
( $_
2.6.2 TEMPERATURA
A primeira equação que descreveu com sucesso a relação entre temperatura e taxa de reação
foi proposta por Arrhenius. Essa equação prediz que há uma dependência exponencial entre a
taxa de reação e a temperatura.
r∗
k = Ae tu [17]
As reações fotocatalíticas exibem baixas energias de ativação, quando são conduzidas pelo
processo de transferência rápida de elétrons. Aparentemente as energias de ativação de
processos de degradação fotocatalíticas reportados em trabalhos científicos foram baixas,
entre -8 e 11 kJ/mol abaixo de 80oC. Entretanto, em condições de alta temperatura os valores
estudados para a energia de ativação foram maiores (Gaya, 2014).
A intensidade da irradiação da luz também pode variar de acordo com a fonte e com o
caminho percorrido, logo afetando a constante da taxa da reação.
Embora a natureza ou forma da luz não afete o mecanismo de reação, uma mudança no
comprimento de onda pode afetar a taxa de oxidação inicial e isso pode afetar o mecanismo
12
O oxigênio é o mais seguro, barato e disponível aceptor de elétrons para se usar na reação
de degradação fotocatalítica. O oxigênio pode influenciar a taxa de reação de forma positiva
por receber elétrons na forma de superóxido. Além da função de receptor de elétrons a
presença de oxigênio é crucial na oxidação de compostos intermediários.
v + ,+ → wMxyz{x| [18]
.[W]
M = − .}
= NQ,+ QW = N′QW [19]
Se a atividade do oxigênio for medida pela sua pressão parcial, então o θO2 pode ser
expresso por:
UY\^(•€ ) ‚•€
Q•€ = 9( U [21]
Y\^(•€ ) ‚•€
O inverso da taxa inicial pode ser plotado contra a pressão parcial para se obter os valores
das constantes na equação a partir da inclinação e interseção com o eixo das ordenadas,
13
A adição de outras espécies oxidantes poderosas em suspensões com o TiO2, tais como
H2O2, K2S2O8 e KBrO3 é um procedimento conhecido e em muitos casos leva a um aumento
na taxa de fotodegradação.
14
O efeito de espécies oxidantes na fotodegradação foi estudado por Polis & Aetopoulo
(1999), eles observaram que o K2S2O8 pode prender elétrons fotogerados na banda de
condução, produzindo o radical sulfato, um forte oxidante (potencial de redução de 2,6 eV),
que pode participar do processo de degradação.
Outro oxidante muito conhecido é o peróxido de hidrogênio, que possui duas funções
diferentes no processo de degradação fotocatalítica. É um aceptor de elétrons fotogerados na
banda de condução e assim promove a separação das cargas e também forma radicais OH.,
conforme representado nas equações.
*+ ,+ + " → ,* + ,* . [24]
*+ ,+ + ,+. → ,* + ,* . + ,+ [25]
.[W]
‹=™ š g 9
[29]
.}
O fluxo de fótons pode ser determinado por actinometria, mas nem toda radiação emitida
pela fonte de radiação e incidida sobre o fotocatalisador é absorvida por ele para o
desenvolvimento da reação fotocatalítica. Então surge o conceito de eficiência fotônica que é
a relação entre a taxa de reação fotoinduzida e a radiação incidida (Gaya, 2014).
}-•- .Ž •Ž-çã’ “’}’ah.”•a.-
Œ= “–”•’ .Ž •-.a-çã’ ah4a.a.-
[30]
A eficiência fotônica sempre terá valores menores do que o rendimento quântico e do que a
eficiência quântica, pois nem toda radiação incidida será absorvida para a reação.
Outra forma de representar o sistema através do balanço de massa é dado pela Equação 28,
ou seja, equação do reator batelada (dos Santos, 2010):
Onde ·W4} é o rendimento quântico total do actinômetro (mol Einstein-1), o qual varia com o
comprimento de onda λ. Zalazar et al (2005) relacionou quantitativamente o rendimento
quântico com o comprimento de onda, e os valores foram tabelados em seu trabalho.
2.11 ACTINOMETRIA
Os actinômetros mais difundidos na faixa de comprimento de onda que vai até o 436 nm
são: oxalato de uranila e ferrioxalato de potássio. O número de fótons incidentes pode ser
determinado a partir da medida da taxa de reação (dos Santos, 2010). A determinação da
conversão ou degradação de uma substância química permite calcular a radiação absorvida, o
rendimento quântico, a eficiência quântica e a eficiência fotônica.
19
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O sistema reacional utilizado por Rodrigues (2014) para avaliação dos leitos catalíticos para
a degradação de antraceno está apresentado na Figura 4. O sistema consiste de um fotorreator
A, com área útil para circulação da mistura reacional de 250 mL, um tanque de reciclo de 750
mL B (ambos confeccionados em Pyrex), uma bomba centrífuga C (marca Invensys), uma
lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão D (marca GE) e um banho termostático (Marca
nova Ética – modelo 521/3 DE. Esse conjunto completo forma um sistema de batelada, com
agitação por recirculação. Todo o sistema está recoberto com lâminas de alumínio a fim de
evitar interferências da radiação externa, e ao mesmo tempo, refletir a radiação emitida pela
lâmpada, e que seria perdida para o ambiente, de volta para a mistura reacional.
A espessura da região anular do reator foi dimensionada de forma que não haja pontos
20
distantes da entrada óptica que não sejam iluminados. No tanque de reciclo foi adicionada a
mistura reacional, assim como a vazão de ar para o fornecimento de oxigênio ao sistema. Na
Tabela 1, encontram-se os dados geométricos do sistema reacional.
No trabalho de Rodrigues (2014), as fibras foram lavadas com água quente ou com CTBA,
surfactante utilizado para limpar materiais sem modificar a estrutura do mesmo. O
procedimento com água quente foi feito lavando 0,005 kg fibras de sisal e coco com água
deionizada em abundância e depois, em um béquer de 100 mL com água deionizada, foi
mantido em uma estufa por 30 minutos com 100°C. O procedimento com CTBA foi feito
21
utilizando 5 g de fibras de sisal e coco, sendo lavados sob agitação por 30 minutos em uma
solução com 2 g de CTBA e 100 mL de água destilada, após esta lavagem as fibras foram
lavadas com água destilada e secadas em uma estufa por 1 hora a 110°C.
O »W• representa a taxa de mols que entra no sistema, »W representa a taxa de mols que sai
.½_
do sistema, MW ¼ representa a taxa de geração por reação química dentro do sistema e
.}
Sendo o sistema em batelada, a taxa molar de antraceno que entra e sai do sistema é nula, e
considerando uma mistura homogênea no meio reacional, não há variação de velocidade de
reação dentro do volume do reator. O balanço de massa para o antraceno no sistema
empregado é representado pela equação 32.
.[W]
.}
= −MW [32]
das isotermas de adsorção de Langmuir e Freundlich pode-se escrever QW como nas equações
34 e 35 respectivamente:
UY\^(_) [W]
QW = [34]
9(UY\^(_) [W]
9¿
QW = `¾ [v] h [35]
A fórmula de diferenças finitas aplicada está escrita nas equações 36, para o primeiro ponto,
37, para pontos internos, e 38, para o último ponto.
.[W] [W]? [W]V
.}
= [36]
}? }V
A equação de taxa escrita em função da isoterma de Langmuir é expressa pela Equação 39:
U [W]
−MW = N 9(UY\^(_) [39]
Y\^(_) [W]
9 9 9
= + [40]
•_ R UY\^(_) [W] R
(−MW ) 9
= Ã [v] 9
+ Ä [41]
O coeficiente angular da reta está representado por b e o coeficiente linear da reta está
representado por a.
9
N = - [42]
9
`-./(W) = —×R [43]
Figura 5:: Procedimento para obtenção das constantes de Langmuir por linearização
A Figura 5 apresenta um esquema simplificado que mostra de forma resumida o
procedimento para a obtenção das constantes de Langmuir por linearização.
linearização
O coeficiente angular da reta está representado por ª e o coeficiente linear da reta está
representado por É.
1¿ = ª
Ç [47]
`¾ = " Ê [48]
O ajuste não linear das isotermas de Langmuir e Freundlich foi feito para minimizar a soma
do quadrado dos resíduos. O tratamento matemático para se obter a equação das curvas em
25
função da concentração e tempo foi feito a partir da integração das equações de taxa de
reação.
[W] 9 }
− ®[W] Ë ? Ì y[v] = ®} y{ [53]
V UÐ [W] ¿e V
O ajuste não linear foi feito com as equações 51 e 54 a fim de se obter a menor soma do
quadrado dos resíduos (SQR) variando os valores das constantes N e `-./[W] , no caso para o
O método utilizado para o ajuste não linear é o Gradiente Reduzido Generalizado (Solver).
A idéia presente nessa metodologia é resolver um problema não linear por um processo
parecido com o método simplex de problemas lineares. De forma geral, deve se iniciar o
processo com uma estimativa para a solução inicial e a partir desta solução, o método segue
iterativamente calculando valores para as variáveis do modelo e verificando o comportamento
da função objetivo, o método consiste em aproximar as derivadas numericamente,
adicionando um pequeno valor a cada variável e observando a taxa de alteração nas restrições
26
A aplicação do GRG para as soluções encontradas pela integração das equações de taxa
( `-./[W] , `¾ e 1¿Ç), calcular
consiste em estimar valores para os parâmetros (N, calcula o SQR e variar
os valores dos parâmetros utilizando o GRG para minimizar o valor de SQR.
ѯ = ∑aÓ½
aÓ9 ({a Ž•b − {a )
+
[55]
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
M = NB QW Q# [62]
Onde QW e Q# são as partes da superfície coberta pelo substrato A e pela espécie oxidante
ativa B. A adsorção paralela de espécies oxidantes B pode ser representada pela equação
química:
Os termos que representam a taxa dos intermediários podem variar e ser desprezível quando
comparado com `-./(W) [v] ou 1 ≫ ∑½Ó½
½Ó# `-./(½) [ç]. Portanto, em tais casos pode-se
Uma consideração geralmente usada para descrição real do processo de adsorção físico-
química é que os sitos na superfície são diferentes, o que pode ser chamado de não
uniformidade (Murzin & Salmi, 2005). A equação de Freundlich foi proposta por bases
empíricas e trata-se de um caso especial para energias superficiais heterogêneas (Shaw,
1994). A equação é derivada pela aplicação da isoterma de Langmuir para uma distribuição de
energias entre os sítios de tal modo que o calor de adsorção decresce logaritmicamente com a
cobertura (Satterfield, 1980). A relação proposta por Freundlich é descrita por:
31
9¿
QW = `¾ [v] h [67]
nm (região visível) e também uma longa banda de absorção da luz visível entre 466 e 789 nm
(Rodrigues, 2014). Em resumo, o dióxido de titânio modificado com prata possui a vantagem
de absorver a luz em uma faixa maior no espectro eletromagnético quando comparado com o
dióxido de titânio comercial, além de possuir a capacidade de minimizar a recombinação do
par elétron/lacuna.
O ajuste linear das isotermas de Langmuir e Freundlich tem por objetivo a obtenção dos
valores das constantes de cada equação da forma mais simples possível.
9
`-./[W] = +,9C=×R = −0,884
884 íxÈ 9
íB [68]
Os valores das constantes obtidas por meio da linearização da curva de Langmuir também
não satisfazem, já que para o caso real era esperado que N > 0 e `-./[W] > 0.
O valor do parâmetro 1¿Ç por meio da linearização da curva de Freundlich também não
satisfaz,, já que para o caso real era esperado que 0 < 1¿Ç < 1.
A Figura 11 mostra o ajuste linear da isoterma de Langmuir a partir dos dados experimentais
da reação de degradação de antraceno utilizando o Ag-TiO
Ag 2 em suspensão.
9
`-./[W] = 9,CDC×R
= −0,138
138 íxÈ 9
íB [74]
O valor da constante
te de adsorção obtida por meio da linearização da curva de Langmuir
também não satisfaz, já que para o caso real era esperado que `-./[W] > 0.
A regressão linear apresentou um R² = 0,828, dentre os outros ajustes feitos este foi o que se
linear Os parâmetros `¾ e 1¿Ç podem ser obtidos a partir da
obteve melhor tendência linear.
equação da reta calculada pela regressão linear.
9
h = 0,998 [76]
`¾ = " =,B+C
= 0,721 (mol m-3)0,002 h-1 [77]
O valor calculado de 1¿Ç aponta para uma tendência homogênea dos sítios ativos, com alta
intensidade de adsorção fazendo com que as moléculas adsorvidas
adsorvidas não se repilam, pois
quando 1¿Ç → 1 os sítios ativos do catalisador são homogêneos e apresentam alta intensidade
de adsorção.
De forma geral os ajustes lineares realizados não foram satisfatórios, pois a maioria dos
dados experimentais plotados não apresentou tendência linear.
Uma desvantagem no ajuste linear feito neste trabalho está no cálculo da taxa de reação. A
taxa de reação é a derivada da concentração de antraceno por tempo e pode ser calculada por
diversos métodos: diferenciação gráfica, fórmulas de diferenciação numérica e diferenciação
de um polinômio ajustado aos dados. Neste trabalho, a taxa de reação foi calculada usando um
método numérico de diferenças finitas de dois pontos. A qualidade do ajuste linear depende do
37
Em alguns casos, as constantes obtidas através dos ajustes lineares não tiveram um
significado físico. Não é possível submeter os ajustes lineares a restrições como, por exemplo,
N > 0, `-./[W] > 0 e 0 < 1¿Ç < 1. Este é outro aspecto desvantajoso ao se utilizar
linearização das isotermas de Langmuir e Freundlich. Para tal, os coeficientes angular e linear
da linearização da isoterma de Langmuir deveriam assumir valores positivos, enquanto que o
coeficiente angular da linearização da isoterma de Freundlich deveria assumir valores entre
zero e um, o coeficiente linear da linearização da isoterma de Freundlich pode assumir
quaisquer valores, pois a exponencial de um número sempre terá valores positivos.
O ajuste não linear foi feito utilizando método de Gradiente Reduzido Generalizado
(Solver) buscando valores para as incógnitas (constantes das isotermas) a fim de minimizar a
soma do quadrado dos resíduos (SQR).
Tabela 6: Resultados do ajuste não linear para isoterma de Langmuir a 26°C com
catalisadores em suspensão
ð / mol m-3 h-1 ñòóô[õ] / mol-1 m3 SQR / mol2 m-6
TiO2 0,914 0,59 0,294
Ag-TiO2 53,4 0,015 0,957
Tabela 7: Resultados do ajuste não linear para isoterma de Freundlich a 26°C com
catalisadores em suspensão
¿ ñ÷ / (mol m-3)1-1/n h-1 SQR / mol2 m-6
ö
TiO2 0,001 0,795 0,251
Ag-TiO2 0,999 0,753 0,914
que o catalisador possui energias superficiais homogêneas, isso se deve ao fato que os sítios
ativos se encontram mais livres para a adsorção do antraceno que rapidamente reage, pois este
catalisador é mais eficiente.
Figura 13:: Concentração de antraceno por tempo de reação com TiO2 em suspensão
A comparação entre os modelos propostos com base nos desvios relativos de cada ponto
mostram que não há diferença significativa entre eles. Podendo ser simplificados como
41
Tabela 8: Desvios Relativos dos modelos em relação aos dados experimentais da reação
com o TiO2 em suspensão a 26°C
Pontos DR - Langmuir DR - Freundlich DR – Pseudo Ordem Zero
1 0% 0% -4%
2 5% 5% 2%
3 10% 9% 7%
4 -2% -2% -4%
5 -7% -5% -5%
Tabela 9: Desvios Relativos dos modelos em relação aos dados experimentais da reação
com o Ag-TiO2 em suspensão a 26°C
Pontos DR - Langmuir DR - Freundlich DR – Pseudo 1ª Ordem
1 0% 0% 0%
2 -55% -51% -55%
3 11% 21% 19%
4 -17% -16% -21%
5 19% 18% 13%
Tabela 10: Dados experimentais da reação com o Ag-TiO2 suportado em fibras de coco a
26°C
Tempo / h Conversão Concentração / mol m-³ Taxa / mol m-³ h-¹
0 0,00 5,610 -0,318
1 0,06 5,292 -0,274
2 0,10 5,062 -0,600
3 0,27 4,093 -0,749
4 0,36 3,565 -0,528
fibras de coco.
Figura 17:: Ajuste linear da equação de Langmuir para o catalisador suportado em fibra
de coco
A partir da linearização foi obtida a equação:
43
9 9‰,;ø
= − 5,576 [80]
• [W]
9
`-./[W] = 9‰,;ø×R = −0,375
375 íxÈ 9
íB [82]
Os valores das constantes obtidas por meio da linearização da curva de Langmuir também
não satisfazem, já que para o caso real era esperado que N > 0 e `-./[W] > 0.
O valor do parâmetro 1¿Ç por meio da linearização da curva de Freundlich também não
satisfaz, já que para o caso real era esperado que 0 < 1¿Ç < 1.
DE SISAL
Figura 19: Ajuste linear da equação de Langmuir para o catalisador suportado em fibra
de sisal
A partir da linearização foi obtida a equação:
9 9,:øD
= − 2,037 [86]
• [W]
9
`-./[W] = = −1,174
174 íxÈ 9
íB [88]
9,:øD×R
Os valores das constantes obtidas por meio da linearização da curva de Langmuir também
não satisfazem, já que para o caso real era esperado que N > 0 e `-./[W] > 0.
`¾ = " =,BB;
= 0,714 (mol
mol m-3)1,181 h-1 [91]
O valor do parâmetro 1¿Ç por meio da linearização da curva de Freundlich também não
satisfaz, já que para o caso real era esperado que 0 < 1¿Ç < 1.
46
Os ajustes lineares realizados não foram satisfatórios, pois os dados experimentais plotados
não apresentaram tendência linear.
A mesma desvantagem observada para o ajuste linear para o caso dos catalisadores em
suspensão pode ser verificada para o caso dos catalisadores suportados em fibras de coco e
sisal, pois o método adotado para o cálculo da taxa de reação, que é a derivada da
concentração pelo tempo, pode influenciar significativamente na qualidade dos ajustes
lineares. Para o tratamento de dados da reação com os catalisadores suportados foi mantido o
mesmo método para calcular a taxa de reação que foi o método numérico de diferenças finitas
de dois pontos.
Em alguns casos, as constantes obtidas através dos ajustes lineares não tiveram um
significado físico. Não é possível submeter os ajustes lineares a restrições como, por exemplo,
N > 0, `-./[W] > 0 e 0 < 1¿Ç < 1. Este é outro aspecto desvantajoso ao se utilizar
linearização das isotermas de Langmuir e Freundlich. Para tal, os coeficientes angular e linear
da linearização da isoterma de Langmuir deveriam assumir valores positivos, enquanto que o
coeficiente angular da linearização da isoterma de Freundlich deveria assumir valores entre
zero e um, o coeficiente linear da linearização da isoterma de Freundlich pode assumir
quaisquer valores, pois a exponencial de um número sempre terá valores positivos.
Tabela 12: Resultados do ajuste linear para isoterma de Langmuir a 26°C com
catalisadores suportados
ð / mol m-3 h-1 ñòóô[õ] / mol-1 m3 R²
Ag-TiO2-FC -0,179 -0,375 0,408
Ag-TiO2-FS -0,433 -1,174 0,066
47
Tabela 13: Resultados do ajuste linear para isoterma de Langmuir a 26°C com
catalisadores suportados
¿ ñ÷ / (mol m-3)1-1/n h-1
ö R²
Ag-TiO2-FC -1,455 4,319 0,423
Ag-TiO2-FS -0,181 0,714 0,038
Tabela 14: Resultados do ajuste não linear para isoterma de Langmuir a 26°C com
catalisadores suportados
ð / mol m-3 h-1 ñòóô[õ] / mol-1 m3 SQR / mol2 m-6
Ag-TiO2-FC 0,541 1,738 0,231
Ag-TiO2-FS 0,609 1,261 0,041
Tabela 15: Resultados do ajuste não linear para isoterma de Freundlich a 26°C com
catalisadores suportados
¿ ñ÷ / (mol m-3)1-1/n h-1 SQR / mol2 m-6
ö
Ag-TiO2-FC 0,001 0,486 0,224
Ag-TiO2-FS 0,001 0,522 0,039
Ao analisar as constantes encontradas pelo ajuste não linear, pode-se observar que não há
diferença significativa entre os valores assumidos pelas constantes para as reações com os
catalisadores suportados em fibra de coco e para as reações com os catalisadores suportados
em fibras de sisal.
A constante da taxa de reação N teve seu valor drasticamente reduzido em comparação com o
valor encontrado para a reação com Ag-TiO2, tal fato pode ser explicado por uma redução na
eficiência do processo fotocatalítico quando se usa o catalisador impregnado nas fibras, pois
os catalisadores em suspensão estão sujeitos a receber mais radiação do que os catalisadores
suportados em fibras.
48
Figura 21:: Concentração de antraceno por tempo de reação com catalisador suportado
em fibra de coco
Figura 22:: Concentração de antraceno por tempo de reação com catalisador suportado
em fibra de sisal
49
A comparação entre os modelos propostos com base nos desvios relativos de cada ponto
pont
mostram que não há diferença significativa entre eles. Podendo ser simplificados como
modelos de pseudo-ordem
ordem zero nas condições operacionais estudadas.
estudadas
50
Tabela 16: Desvios Relativos dos modelos em relação aos dados experimentais da reação
com o Ag-TiO2 suportado em fibras de coco a 26°C
Pontos DR - Langmuir DR - Freundlich DR – Pseudo Ordem Zero
1 0% 0% -3%
2 3% 3% 1%
3 8% 8% 7%
4 -2% -1% -3%
5 -3% -3% -3%
Tabela 17: Desvios Relativos dos modelos em relação aos dados experimentais da reação
com o Ag-TiO2 suportado em fibras de sisal a 26°C
Pontos DR - Langmuir DR - Freundlich DR – Pseudo 1ª Ordem
1 0% 0% 0%
2 -2% -2% -2%
3 3% 3% 3%
4 0% 0% 0%
5 -2% -1% -2%
51
CONCLUSÃO
Com os resultados obtidos neste trabalho foi possível concluir que tanto o modelo da
isoterma de adsorção Langmuir quanto o modelo da isoterma de adsorção de Freundlich são
capazes de se ajustar aos dados experimentais das reações de degradação fotocatalítica do
antraceno, realizado por Rodrigues (2014) em sua dissertação de mestrado, com os
catalisadores em suspensão e com os catalisadores suportados em fibras de coco e sisal.
De modo geral, o ajuste linear das isotermas de Langmuir e Freundlich não foi satisfatório,
pois não se observou uma tendência linear nos gráficos obtidos após o tratamento dos dados
experimentais. Uma das desvantagens observadas para o ajuste linear está no método adotado
para o cálculo da taxa de reação, pois a escolha do método pode influenciar significativamente
na qualidade dos ajustes lineares. Outro aspecto desvantajoso é a impossibilidade de submeter
os ajustes lineares a restrições como, por exemplo, N > 0, `-./[W] > 0 e 0 < 1¿Ç < 1. Para
tal, os coeficientes angular e linear da linearização da isoterma de Langmuir deveriam assumir
sempre valores positivos, enquanto que o coeficiente angular da linearização da isoterma de
Freundlich deveria assumir valores entre zero e um.
Os resultados obtidos a partir do ajuste não linear das isotermas de Langmuir e Freundlich
foram satisfatórios. Foi possível obter bons ajustes com base na soma dos quadrados dos
resíduos tanto para a isoterma de Langmuir quanto para a isoterma de Freundlich, e com os
gráficos de concentração por tempo de reação foi possível observar que as curvas obtidas a
partir dos dois modelos ficaram praticamente sobrepostas. Os gráficos de concentração de
antraceno por tempo de reação apontaram uma tendência exponencial para a reação realizada
com o catalisador Ag-TiO2 em suspensão, podendo a taxa de reação ser aproximada para uma
taxa de pseudo-primeira ordem. Para as reações realizadas com o catalisador TiO2 e com o
catalisador Ag-TiO2 suportado em fibras de coco e sisal, os gráficos de concentração de
antraceno por tempo de reação apontaram uma tendência linear, podendo as taxas de reação
serem aproximadas para taxas de reação de pseudo-ordem zero.
Ao final deste trabalho, foi possível constatar que os dados cinéticos podem ser
aproximados de taxa de reação de pseudo-ordem zero e pseudo-primeira ordem e que as
curvas de Langmuir e Freundlich se ajustam para ambas as situações. Tal fato é importante,
pois futuros trabalhos podem ser realizados sem algumas simplificações feitas neste trabalho e
seria muito proveitoso realizar um trabalho variando as concentrações iniciais de antraceno
para conhecer qual seria a concentração inicial de antraceno que correspondesse à velocidade
mais rápida de reação. A concentração inicial poderia variar em pontos próximos de 3 mol/m³,
pois foi visto que o comportamento de decaimento da concentrção de antraceno muda de uma
tendência linear para uma tendência exponencial em tal ponto.
53
REFERÊNCIAS
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