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Ano em que tomou posse, como primeiro Presidente dos Estados Unidos da América, George Washington.
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Promulgada no Brasil por meio do Decreto nº 56.435, de 8 de julho de 1965.
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Cf.: https://abcnews.go.com/Politics/career-diplomats-worried-influx-political-appointees-state-
department/story?id=26605856 Acessado em 12 de agosto de 2019.
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Cf: https://www.businessinsider.com/trump-might-nominate-ivanka-for-un-ambassador-2018-10.
Acessado em 12 de agosto de 2019.
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III. Casuística
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GIALDINO, Carlo Curti. Lineamenti di Diritto Diplomatico e Consolare. Torino: G. Giappichelli Editore,
2015, p. 87.
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Cf.: https://www.newsweek.com/who-prince-khalid-bin-salman-saudi-arabia-1173246. Acessado em 12
de agosto de 2019.
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Cf.: https://www.lemonde.fr/afrique/article/2019/07/23/au-tchad-la-survie-politique-d-idriss-deby-
depend-de-plus-en-plus-de-ses-allies-du-golfe_5492599_3212.html. Acessado em 12 de agosto de 2019.
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Para uma comparação com outros países, cf. os Global State of Democracy Indices, disponíveis em
https://www.idea.int/gsod-indices/#/indices/countries-regions-profile. Acessado em 12 de agosto de 2019.
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Cf.: https://elpais.com/elpais/2010/01/21/actualidad/1264065426_850215.html. Acessado em 12 de
agosto de 2019.
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QUINCY, Josiah. Memoir of the life of John Quincy Adams, Boston: Phillips, Sampson and Company,
1858.
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Disponível em: https://www.huffpost.com/entry/nepotism-in-the-white-house-its-all-
relative_b_58eb5edce4b0acd784ca5a11. Acessado em 12 de agosto de 2019.
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Cf.: https://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-43900293. Acessado em 12 de agosto de 2019.
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Para citar apenas três exemplos, Rodrigues Alves Filho exerceu, durante o mandato presidencial de seu
pai, o cargo de Secretário da Presidência. Artur Bernardes Filho foi secretário de seu pai, no período em
que este esteve à frente do Poder Executivo Federal. E Luciana Cardoso foi nomeada para exercer cargo
em comissão na Secretaria-Geral da Presidência da República durante o mandato de seu pai, Fernando
Henrique Cardoso. Informações extraídas de: https://www.conjur.com.br/2009-mai-19/stj-nao-analisa-
nomeacao-filha-govermo-fhc-foi-regular, https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-
republica/ALVES%20FILHO,%20Rodrigues.pdf e http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-
biografico/artur-da-silva-bernardes-filho. Acessado em 12 de agosto de 2019.
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Cf.: https://tvuol.uol.com.br/video/bolsonaro-diz-que-pretende-beneficiar-o-filho-com-embaixada-nos-
eua-04028D98376ADCB16326 Acessado em 12 de agosto de 2019.
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O Instituto Rio Branco, fundado em 1945 e responsável pela formação dos aprovados no concurso público
para a carreira diplomática, é a terceira academia desse tipo mais antiga do mundo, perdendo para a
Academia de Viena e Pontifícia Academia Eclesiástica do Vaticano. Sobre o processo de racionalização e
profissionalização da carreira diplomática no Brasil e a adoção do modelo meritocrático de seleção de
quadros do Ministério das Relações Exteriores, cf.: CHEIBUB, Zairo Borges. A carreira diplomática no
Brasil: o processo de burocratização do Itamaraty. In: Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro,
vol. 23, n. 2, abr. 1989, p. 97-128. Do mesmo autor: Diplomacia e construção institucional: o Itamaraty em
uma perspectiva histórica. In: Dados, Rio de Janeiro, vol. 28, n. 1, 1985, p. 113-131. Neste último artigo,
Cheibub traça uma história do Ministério das Relações Exteriores segundo os tipos ideais weberianos,
dividindo-a nos períodos: patrimonial (da independência até o fim do séc. XIX), carismático (durante o
período em que esteve à frente o Barão do Rio Branco) e burocrático-racional (a partir da década de 1910).
Sobre a primeira fase, atenta para a livre seleção, pelo soberano, do pessoal diplomático. Acrescenta: o
patrimonialismo desse período, porém, não se limita a essa política de recrutamento em que está presente
a noção do tratamento da administração pública como propriedade senhorial. Outra característica é a
distinção pouco clara entre os interesses pessoais do administrador e os interesses públicos ligados ao
cargo que ele ocupava. Os cargos eram tratados quase como uma espécie de prebenda que cabia ao Estado
distribuir. E conclui: predominaram, durante todo o período, os traços patrimoniais, o baixo grau de
profissionalização do serviço exterior, o filhotismo e o empreguismo. O segundo período é marcado pela
figura do Barão do Rio Branco, que logra conferir maior prestígio ao Ministério e desenvolver o esprit de
corps dos integrantes do serviço diplomático, mas não promove ruptura nos métodos de recrutamento do
pessoal. Cheibub menciona trecho das memórias de um diplomata que serviu à época, no qual este
registrava que o critério de admissão obedecia, sobretudo, às condições sociais dos candidatos, muitos dos
quais descendentes das velhas famílias do Império, filhos, netos ou bisnetos de antigos Ministros, ou
Presidentes do Conselho da Monarquia. Por fim, no terceiro período são implantadas reformas no sentido
da maior profissionalização e seleção meritocrática dos quadros do serviço diplomático. Essas são
mudanças que também ocorrem em outros setores do Estado, com a adoção do concurso público na
admissão de pessoal e a criação do DASP. O modelo atinge sua maturidade com a criação, em 1945, do
Instituto Rio Branco.
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Ernani do Amaral Peixoto era genro do ex-Presidente Getúlio Vargas. Sua nomeação como Embaixador,
no entanto, se deu, como mencionado, no Governo Juscelino Kubitschek, após o suicídio de Vargas.
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Lei nº 11.440, de 2006. Mais remotamente, a matéria era regulada pelo art.
23, § 1º, da Lei nº 3.917, de 14 de julho de 1961, que também considerava
excepcional a nomeação, como Embaixador, de pessoa estranha à carreira
diplomática, além de exigir que fosse brasileiro, maior de 35 anos, com
reconhecido mérito e relevantes serviços prestados ao Brasil.
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Se, por exemplo, o Senado Federal fosse chamado a aprovar uma indicação para determinado cargo com
base no exame do mérito científico do indicado, avaliação que ignorasse solenemente as posições da
comunidade científica a respeito do trabalho do avaliado tornaria vazio de sentido o critério.
21
Para uma discussão do assunto, cf.: RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Saraiva, 2000, p.
344-5. DWORKIN, Ronald. A virtude soberana. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 460-3.
22
Cf.: CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2014,
p. 132.
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E a vinculação, nesse caso, deve ser entendida simplesmente a partir da possibilidade de ser anulada a
nomeação, no caso de não serem atendidos os requisitos, assim como qualquer ato administrativo pode ser
anulado pelo Poder Judiciário, no caso de ilegalidade, ou como as leis aprovadas pelo Poder Legislativo
podem ser declaradas inválidas, se contrariarem a Constituição.
24
Disponível em.: http://www.cgu.gov.br/assuntos/etica-e-integridade/setor-publico/nepotismo/perguntas-
e-respostas#nepo1. Acessado em 12 de agosto de 2019.
25
Sobre o assunto, confiram-se os clássicos Coronelismo, enxada e voto, de Victor Nunes Leal, Raízes do
Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, e Os donos do poder, de Raimundo Faoro.
26
Nepotismo em cargos político-administrativos. In: Revista Eletrônica de Direito do Estado (REDE),
Salvador, Instituto Brasileiro de Direito Público, nº 32, out/dez 2012, p. 7, 15. Disponível em
http://www.direitodoestado.com.br/artigo/paulo-modesto/nepotismo-em-cargos-politico-administrativos.
Acessado em 12 de agosto de 2019.
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A análise a seguir empreendida passa ao largo da discussão que pode ser feita quanto ao adequado uso,
pelo STF, da competência que lhe foi atribuída pelo art. 103-A da Constituição, ao editar a Súmula
Vinculante nº 13. Em outras palavras, utiliza como parâmetro para avaliar a higidez da indicação do
Deputado Federal Eduardo Bolsonaro para o cargo de Embaixador do Brasil em Washington a interpretação
dada ao caput do art. 37 da Constituição pelo STF e plasmada na referida Súmula, bem como em julgados
posteriores. Sobre o assunto, cf.: RAMOS, Elival da Silva. Ativismo judicial – parâmetros dogmáticos. São
Paulo: Saraiva, 2010, Cap. II, n. 26.
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O que, de resto, não suprime, dentro daquele universo de servidores públicos, a liberdade de escolha do
Presidente da República.
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A rigor, como assinalado, desde as primeiras decisões que excepcionaram os cargos políticos, colhiam-
se, nos votos de alguns Ministros, manifestações no sentido de temperar esse posicionamento.
30
No mesmo sentido: Agravo Regimental na Reclamação nº 19.529 (julgada em 15 de março de 2016) e
Reclamação nº 18.564 (julgada em 23 de fevereiro de 2016).
21
33
Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 208.
34
Direito Administrativo Moderno. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, p. 280.
35
Regime constitucional dos servidores públicos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1990, p. 14.
36
Curso de Direito Administrativo Positivo. Belo Horizonte: Fórum, 2015, p. 114-5.
37
Op. cit., p. 594-5.
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Até mesmo do ponto de vista etimológico, o termo embaixador está longe de se vincular à ideia de um
agente autônomo ou independente. A palavra em português vai buscar origem no francês ambassadeur,
que, por sua vez, provém do italiano ambasciatore, o qual radica no latim tardio ambactus, que está
associado à noção de servidor ou escravo. Sobre o assunto, bem como interpretações alternativas do sentido
originário da palavra, cf.: POUMARÈDE, Géraud. Ambassade et Ambassadeur dans les dictionnaires
français et italiens (XVIe-XIXe siècle). In: Mélanges de l'école française de Rome, tomo 119, n. 1, 2007, p.
7-16.
39
Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, item 14.8.1, ebook. Esse autor
tem uma visão ainda mais restritiva do que a doutrina majoritária, quanto ao universo dos agentes políticos.
Para Justen Filho, no âmbito do Poder Executivo, somente o Chefe do Poder e seu Vice deveriam, a rigor,
ser considerados agentes políticos. A inclusão dos seus auxiliares diretos naquele rol, na visão do autor, é
fruto de influência estrangeira, mais precisamente dos regimes parlamentaristas europeus. Apenas como
concessão à “forte tradição pátria” nessa matéria, o jurista admite, em sua classificação, o enquadramento
de Ministros e Secretários entre os agentes políticos. Filia-se, portanto, em termos práticos, à corrente
capitaneada por Celso Antônio Bandeira de Mello. E acrescenta, quanto aos agentes administrativos: É
inquestionável que os agentes não políticos exercem uma função que também apresenta alguma natureza
política, no sentido de que todo sujeito que atua como órgão estatal, sob vínculo de direito público, é um
representante do povo. Mas a natureza das atribuições desses agentes é mais acentuadamente vinculada à
aplicação do direito e à promoção de atividades necessárias à satisfação dos direitos fundamentais. Sua
função essencial não consiste em identificar e traduzir a vontade do povo, nem em formular as decisões
fundamentais inerentes à soberania.
40
Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2015, p. 79-80.
26
42
Curso de Direito Administrativo. Belo Horizonte: Fórum, 2013, p. 748.
28
43
MEIRELLES, Hely Lopes, op. cit., p. 618-9.
29
44
Op. cit., p. 73-4.
30
45
Nas edições posteriores ao falecimento do autor, houve pequena adaptação dos exemplos citados de
órgãos autônomos. Em versões anteriores, o jurista mencionava os Ministérios, as Secretarias de Estado e
de Município, o Departamento de Administração do Serviço Público - DASP, a Secretaria de Planejamento,
o Serviço Nacional de Informações - SNI, a Consultoria-Geral da República, mas não as embaixadas.
46
Op. cit., p. 12.
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Sobre o que se deve entender por missões diplomáticas temporárias e permanentes, o Senado Federal se
manifestou, em resposta à Indicação nº 5, de 1951, no seguinte sentido: Não pode o senador, sem perder o
mandato, exercer, ainda que a título interino, missão ordinária ou permanente, isto é, missão que tenha
“por objeto manter relações normais e correntes entre os Estados. Pode, entretanto, com licença prévia
da respectiva Câmara, desempenhar missões transitórias, de caráter especial, com as que tenham por
objeto uma ou mais negociações determinadas ou a representação do País, quer em congressos ou
conferências internacionais, quer em certas cerimônias ou etiquetas, como a coroação de monarca, a posse
de chefe de Estado, comemorações etc”(cf.: FIGUEIREDO, Sara Ramos. Incompatibilidades. In: Revista
de Informação Legislativa, Brasília, v. 6, n. 23, jul/set 1969, p. 300).
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São eles: Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de
Território, de Prefeitura de Capital e chefe de missão diplomática temporária.
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49
Na vigência da Constituição de 1934, que continha preceitos semelhantes (art. 33, 2 e § 1º, 2), Pontes de
Miranda assinalava: “o art. 33, 2, fala de aceitar e exercer, e não de ocupar, como o art. 33, § 1º, 2. O que
não tem cargo, comissão ou emprego, remunerados, não pode, expedido o diploma, vir a tê-lo. Pode, a
contrario sensu, aceitar o cargo gratuito. O que já tem, ao ser expedido o diploma, não mais poderá exercê-
lo: ocupa-o, porém não o exerce”. (Comentários à Constituição dos Estados Unidos do Brasil. Rio de
Janeiro: Guanabara, 1936, vol. I, p. 495).
50
MELLO, op. cit., p. 314.
35
51
AGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2014, Cap. XXIII,
item 23.5.3, ebook. Ou, como sustentava Pontes de Miranda, as incompatibilidades fundam-se em razões
de ordem moral, que libertem os representantes do povo dos tentáculos do Poder Executivo e das sugestões
subornantes (Comentários à Constituição de 1946. Rio de Janeiro: Henrique Cahen Editor, 1947, vol. II,
p. 40).
36
52
A posse de San Tiago Dantas como representante brasileiro na ONU não se concretizou, tendo em vista
a renúncia do Presidente João Goulart, ocorrida em 25 de agosto de 1961. Tampouco pôde retornar ao
mandato parlamentar, uma vez que já havia renunciado a ele. Sem embargo, tomou posse como Ministro
das Relações Exteriores em 11 de setembro de 1961, quando já vigente o regime parlamentarista.
53
Cf: FIGUEIREDO, op. cit., p. 308-9.
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54
Cf.: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/53774 Acessado em 12 de
agosto de 2019.
55
Cf.: http://imagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD17JAN2003.pdf Acessado em 12 de agosto
de 2019.
56
Cf.: DUARTE, José. A Constituição de 1946 – exegese dos textos à luz dos trabalhos da Assembleia
Constituinte. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1947, vol. 2, p. 60.
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V. Conclusões
XII. à luz do tratamento dado pelo Direito Positivo aos Chefes de Missão
Diplomática Permanente, a posição de Hely Lopes Meirelles, no
sentido de incluir os representantes diplomáticos entre os agentes
políticos é isolada e mesmo contraditória com a própria definição
dada pelo autor a agentes políticos, órgãos independentes e
autônomos, o que se reflete na omissão de referência aos
representantes diplomáticos, ao tratar dos agentes políticos em outro
trecho de sua mesma obra;
XXI. por fim, quanto à situação concreta colocada, considerando que (a)
embaixadores não são agentes políticos, (b) é comissionado o cargo
de Chefe de Missão Diplomática Permanente, (c) as indicações para
esse cargo (e as próprias nomeações) são feitas pelo Presidente da
República, (d) o Deputado Eduardo Bolsonaro é filho (parente em
primeiro grau) do Presidente da República, concluímos ser aplicável
ao caso a Súmula Vinculante nº 13, restando configurada, na
hipótese de a indicação vir a ser formalizada, a prática de
nepotismo.