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51 Título dramático

Texto do capítulo

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O que você vai aprender
O que você vai aprender
ƒƒ A formação do Universo
ƒƒ Características principais do texto dramático
ƒƒ A formação da Terra
ƒƒ Elementos do texto dramático
ƒƒ A estrutura geral da Terra e suas esferas
ƒƒ Vozes verbais e agente da passiva
ƒƒ Como se dá a relação entre as esferas do planeta
ƒƒ Grafia de verbos abundantes
ƒƒ A formação da Terra

Pense nisto
1 Que elementos podemos identificar na imagem
Podemos identificar um grande palco todo iluminado, com um
ao lado? cenário grandioso ao fundo e vários atores caracterizados. Em
primeiro plano, vemos o fosso de uma orquestra.
2 A presença desses elementos sugere que tipo de
espaço? Acênico
presença desses elementos sugere um espaço
onde um espetáculo está acontecendo.

3 Em que posição o observador da imagem está em


relação à cena que vê? Odoobservador da imagem está diante
palco, na posição de espectador.

4 Que tipo de atmosfera o cenário, a caracteriza-


ção das personagens e a iluminação do palco su-
Resposta pessoal. Professor: espera-se que os alunos indiquem uma at-
gerem? mosfera de tensão e mistério, associada a um enredo histórico, levando
em conta a suntuosidade do local e a caracterização das personagens.
5 Que tipo de espetáculo parece estar sendo re-
presentado? Pela grandiosidade da cena, pelas cores dramáticas do cenário, pela
iluminação, pela quantidade de atores no palco e pela presença de
músicos, pode-se supor que está sendo representada uma ópera.
6 Imagine que você fosse assistir a um espetácu-
lo em um espaço semelhante ao apresentado na
imagem ao lado.
a) A que tipo de espetáculo você gostaria de assis-
tir: comédia, drama ou tragédia? Resposta pessoal.
b) Quais seriam as personagens desse espetáculo?
Resposta pessoal.
7 Você já teve oportunidade de assistir a uma peça
em um teatro? Resposta pessoal.
8 Que outros locais podem abrigar um espetáculo
teatral?
Resposta pessoal. Sugestão: um teatro infantil, uma biblioteca, um circo, um
teatro de arena ou um teatro ao ar livre. Também podem ser mencionados
ambientes informais: como praças, quadras, etc.

Já na Grécia antiga o teatro enlaçava atores e público em um


pacto de cumplicidade, permitindo um estreitamento entre os
limites da realidade e da ficção e possibilitando que, pela arte da
representação, os espectadores experimentassem enorme gama
de sentimentos. Desde então, as artes cênicas vêm sendo usadas
para divertir, emocionar, denunciar algo e provocar reflexão. Neste
capítulo, serão estudadas as principais características do texto
dramático, aquele que estrutura todo o espetáculo teatral.

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Leitura 1 Romance
Texto dramático
de aventura

O que vOcê vai Ler

O texto que você vai ler faz parte da peça O pagador de promessas, escrita pelo
dramaturgo baiano Dias Gomes. Essa peça conta a história de Zé-do-Burro, roceiro
do interior da Bahia que faz uma promessa: caminhar sessenta léguas com uma
grande cruz nas costas até a igreja de Santa Bárbara, em Salvador, caso alcançasse
uma graça. A persistência de Zé-do-Burro em cumprir a sua promessa atrai a aten-
ção do povo, e a praça que fica em frente da igreja se enche de curiosos. Da intera-
ção entre essas personagens, surge o tratamento de um assunto universal: o drama
do ser humano diante da tirania e da incompreensão.
Dias Gomes A peça está dividida em três atos. Toda a ação acontece em um só dia (o dia de
(1922-1999), Santa Bárbara) e em um só local (a praça na frente da igreja). O trecho a seguir per-
um dos maiores tence ao segundo quadro do primeiro ato. Zé-do-Burro chegou de madrugada e está
dramaturgos
brasileiros. adormecido, esperando a porta da igreja se abrir para conversar com o padre.

O pagador de promessas
Personagens:
Beata Zé-do-Burro
Sacristão Padre

Local: Salvador Época: Atual

Primeiro ato
Segundo quadro
[...] Um ou outro buzinar, foguetes estouram saudando Iansã, a
Santa Bárbara nagô, e o sino da igreja começa a chamar para a
missa das seis. Mas nada disso acorda Zé-do-Burro. Entra, pela
ladeira, a Beata. [...] Passa por Zé-do-Burro e a cruz sem notá-
los. Para diante da escada e resmunga.
BeAttA — Porta fechada. É sempre assim. A gente corre, com
AtA
At
medo de chegar atrasada, e quando chega aqui a porta
está fechada. […] (Para de resmungar ao ver a cruz.
[…] Sua expressão é da maior estranheza). Virgem San-
tíssima!
Neste momento abre-se a porta da igreja e surge o Sacristão.
[…]
tA — [...] (Aponta para a cruz.) Que é isso?
BeAt
AtA
At
SAcriStão — isso o quê?
tA — está vendo não? Uma cruz enorme no meio da praça…
BeAt
AtA
At
SAcriStão — (Apura a vista.) Ah, sim… agora percebo… É uma
cruz de madeira… e parece que há um homem dor-
mindo junto dela.
[…]
O Sacristão aproxima-se de Zé-do-Burro, curioso. […]
ZÉ — (Desperta.) oh, já é dia… (Levanta-se com dificuldade, os
músculos adormecidos e doloridos.)
[...]

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Padre Olavo surge na porta da igreja.
SAcriStão — (Como se tivesse sido surpreendido em falta.) Padre olavo!...
ZÉ — Preciso falar com ele.
[...]
ZÉ — (Adianta-se.) Sou eu, padre. (Inclina-se, respeitoso, e beija-lhe a mão.)
P dre
PA — Agora está na hora da missa. Mais tarde, se quiser…
ZÉ — É que eu vim de muito longe, padre. Andei sessenta léguas. GLOssáriO
P dre
PA — Sessenta léguas? Para falar comigo? Légua: antiga
ZÉ — Não, pra trazer esta cruz. medida de
distância
P dre
PA — (Olha a cruz, detidamente.) e como a trouxe, num caminhão?
que equivale
ZÉ — Não, padre, nas costas. aproximadamente
SAcriStão — (Expandindo infantilmente a sua admiração.) Menino! a 4 km.
[…] Nagô: relativo
ao povo que fala
P dre
PA — […] Promessa?
a língua africana
ZÉ — (Balança afirmativamente a cabeça.) Pra Santa Bárbara. estava espe- ioruba.
rando abrir a igreja…
S AcriStão — deve ter recebido dela uma graça muito grande! […]
ZÉ — Graças a Santa Bárbara a morte não levou o meu melhor amigo. […]
Quando Nicolau adoeceu, o senhor não calcula como eu fiquei.
P dre
PA — Foi por causa desse… Nicolau que você fez a promessa?
ZÉ — Foi. Nicolau foi ferido, seu padre, por uma árvore que caiu, num dia de
tempestade.
SAcriStão — Santa Bárbara! A árvore caiu em cima dele?!
ZÉ — Só um galho, que bateu de raspão na cabeça. ele le chegou em casa escor
escor-
rendo sangue de meter medo! […] Bem, o sangue estancou. Mas Nicolau
começou a tremer de febre e no dia seguinte aconteceu uma coisa que
nunca tinha acontecido: eu saí de casa e Nicolau ficou.
Não pôde se levantar. Foi a primeira vez que isso
aconteceu, em seis anos: eu saí, fui fazer compras na
cidade, entrei no Bar do Jacob pra tomar uma cacha-
cinha, passei na farmácia do seu Zequinha pra saber
das novidades — tudo isso sem Nicolau. t todo mundo
reparou, porque quem quisesse saber onde eu estava,
era só procurar Nicolau. Se eu ia na missa, ele ficava
esperando na porta da igreja…
P dre
PA — Na porta? Por que ele não entrava? Não é católico?
ZÉ —t tendo uma alma tão boa, Nicolau não pode deixar de
ser católico. Mas não é por isso que ele não entra na
igreja. É porque o vigário não deixa. (Com grande
tristeza.) Nicolau teve o azar de nascer burro, de
quatro patas.
P dre
PA — Burro?! então esse… que você chama de
Nicolau é um burro? Um animal?!
ZÉ — Meu burro, sim senhor.
P dre
PA — e foi por ele, por um burro, que fez
essa promessa?
ZÉ — Foi. É bem verdade que eu não sabia
que era tão difícil achar uma igreja de
Santa Bárbara, que ia precisar andar sessenta
léguas pra encontrar uma, aqui na Bahia.
ACERVO
dias Gomes. O pagador de promessas. rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. p. 51-61. PNBe

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Estudo do texto

Para entender o texto


1 Você acabou de ler um texto dramático. No início, há algumas indicações
sobre os elementos da narrativa a ser desenvolvida.
a) Que tipo de informação é apresentada ao leitor?
Apresentam-se ao leitor informações sobre onde e quando se passa a história e sobre as personagens em cena.
b) Em que época se passa a história?
Segundo o texto, nos dias atuais, ou seja, na época em que o texto foi escrito e teve sua primeira encenação (década de 1960).
c) Quais são as personagens em cena?
A Beata, o Sacristão, Zé-do-Burro e o Padre.
d) Quem é a personagem principal dessa ação dramática? Onde e como
ela está quando a cena começa? Ameça, personagem principal é Zé-do-Burro. Quando a cena co-
ele está na praça que fica em frente da igreja, dor-
mindo profundamente, junto a uma cruz de madeira.
2c Sugestões: “Graças a aNOte
Santa Bárbara a morte
não levou o meu melhor A ação dramática é composta pela sucessão dos acontecimentos vividos
amigo.” / “Quando Ni-
colau adoeceu, o senhor pelas personagens. Ela mostra o andamento dos fatos desde o início da tra-
não calcula como eu fi-
quei.” / “Ele chegou em
ma até o seu desenlace.
casa escorrendo sangue
de meter medo.” / “[...]
eu saí, fui fazer compras
na cidade, entrei no Bar 2 Volte ao texto e releia o diálogo entre Zé-do-Burro e o Padre.
do Jacob pra tomar uma
cachacinha, passei na far-
M
a) No trecho lido, há um elemento de suspense que rodeia a história con-
mácia do seu Zequinha O elemento de suspense é a identidade
para saber das novidades
tada por Zé-do-Burro. Que elemento é esse? de Nicolau, o fato de ele ser um animal.
— tudo isso sem Nicolau.”
b) O espectador também participa desse suspense? Explique.
2d Não. Ele, provavelmente, Sim. O espectador — ou leitor — encontra-se na mesma posição do Padre, ouvindo – ou lendo – a narrativa de Zé-do-Burro.
não deixou claro que Ni- c) A fala de Zé-do-Burro apresenta uma ambiguidade. Identifique os tre-
colau era um burro por
tratá-lo de fato como um chos em que ela se manifesta e explique como contribui para a existên-
amigo, um companheiro.
Ao ser questionado sobre cia do suspense na história. 2c
o porquê de Nicolau não
entrar na igreja, Zé reve- d) Foi intenção de Zé-do-Burro criar esse suspense? Explique. 2d
lou sem hesitar a iden-
tidade de Nicolau. Se o e) Como você imagina que o Padre reagirá depois de saber que a promes-
suspense fosse intencio-
nal, ele tentaria ocultá-la.
sa foi feita para um burro? Resposta pessoal.
3a Zé-do-Burro costuma fa-
zer compras na cidade, ir 3 Nesse trecho de O pagador de promessas, Zé-do-Burro descreve de modo
ao bar do Jacob, saber
das novidades na farmá-
pitoresco seu cotidiano numa pequena cidade do interior.
cia do seu Zequinha, ir à a) Quais são as ações habituais de Zé-do-
missa — sempre acompa-
nhado de Nicolau. -Burro? Ele costuma fazê-las sozinho
ou acompanhado? 3a
b) Há uma fala de Zé-do-Burro que de-
monstra que a amizade entre ele e
Nicolau era conhecida por todos da ci-
dadezinha onde moravam. Reproduza
“[…] quem quisesse saber onde eu
essa fala. estava, era só procurar Nicolau.”
c) Além de levar a ação dramática adian-
te, essas observações têm uma função
adicional nesse texto dramático. Que
função é essa? Elas retratam hábitos e
costumes populares.

Elementos do texto dramático

1 Observa-se no texto de O pagador de promessas que a história se passa


M diante do leitor/espectador.
a) Não há um narrador para contar a história. Como os fatos são apresen-
tados ao leitor? Por meio da fala das personagens.
b) Como o leitor identifica a personagem que está falando?
O nome de cada personagem aparece antes da fala respectiva.

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Anote

No texto dramático, não contamos com a presença de um narrador. O tex-


to é construído pelas personagens e elas se expressam por meio de diálogos,
monólogos e apartes.
••Diálogo é a conversa entre duas ou mais personagens.
••Monólogo é a fala de uma personagem sem a presença de um interlocutor.
••Aparte é o comentário que a personagem faz diretamente para o público.

2 Geralmente, o texto dramático é dividido em atos, quadros e cenas.


M
a) Em que parte da obra situa-se o trecho que lemos de O pagador de
promessas? No segundo quadro do primeiro ato.
b) Levando em conta o contexto, o que você supõe que tenha sido mostra-
do na parte anterior? Provavelmente, o primeiro quadro do primeiro ato mostrou a etapa final da cansativa viagem de Zé-do-
Burro, viagem que deve ter tido seu término durante a madrugada, já que no início da manhã ele está
exausto, dormindo diante da igreja.
Anote

Ato é cada uma das partes em que se divide uma peça teatral e corresponde
a um ciclo de ação completo. Um ato separa-se dos outros por um intervalo
e é subdividido em quadros e cenas.
Quadro é uma das divisões da peça de teatro, menor que o ato. Geralmente
apresenta uma alteração de cenário ou de ambiente.
Cena é a menor divisão de uma peça de teatro.

3 Ao longo do texto aparecem indicações que não fazem parte da fala das per-
Elas orientam os atores e o diretor sobre o que
sonagens. Qual é a função dessas indicações? deve ser feito em momentos específicos da
peça, além de possibilitar que o leitor (não-es-
4 Observe as indicações a seguir. pectador) do texto consiga visualizar as cenas.

“(Para de resmungar ao ver a cruz. [...])”


“(Levanta-se com dificuldade, os músculos adormecidos e doloridos.)”
“(Inclina-se, respeitoso, e beija-lhe a mão.)”
“(Expandindo infantilmente a sua admiração.)”

a) Qual é a função das frases entre parênteses? Têm a função de orientar


atores e diretores.
b) Quais são as palavras ou expressões utilizadas para indicar aos atores
o que eles devem fazer em cena? Levanta-se / inclina-se e beija-lhe a
mão / expandindo a sua admiração.
c) Quais são as palavras ou expressões utilizadas para indicar aos atores
como eles devem realizar essas ações? Com dificuldade / respeitoso / infantilmente.
d) A que classe de palavras pertencem as palavras usadas para indicar as
ações e os modos dos atores? Verbos e advérbios, respectivamente.

Anote

O texto dramático é escrito não só para ser lido, mas também — e princi-
palmente — para ser representado.
A fim de orientar a representação é que existem as rubricas. Elas indi-
cam aos atores e ao diretor a expressão corporal, a entonação e a emoção das
personagens durante a encenação. Além disso, trazem informações sobre a
sonoplastia, a iluminação, o cenário e o figurino que devem ser utilizados no
momento da encenação do texto dramático.

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Estudo do texto

O contexto de produção
1 Leia o comentário sobre a obra de Dias Gomes, feito pelo pro-
M fessor Lauro Góes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Dias Gomes foi e é muito importante para a dramaturgia bra-


sileira, pois sua obra tem uma unidade fundamental, que é o
empenho na crítica dos valores nacionais, ou seja, a vontade de
falar desse país, das mazelas e de suas peculiaridades. Essa era
a mais notória característica de sua produção artística, e o que
o aproximava do público.
Lauro Góes. Disponível em: <http://www.jornal.ufrj.br>. Acesso em: 12 abr. 2008.

a) Segundo esse comentário, qual o principal tema presen-


te na obra de Dias Gomes? A crítica aos valores nacionais.
b) Como esse tema é apresentado no trecho de O pagador
de promessas que você leu? Por meio dos valores relacionados à fé e
à religiosidade de um homem simples.
c) Por que a obra de Dias Gomes o aproximava do público?
Ao falar do Brasil, sobre suas mazelas e peculiaridades, ele se
aproximava de seu público. Isso ocorria, possivelmente, por cau-
2 Releia. sa da identificação do público com as personagens e os temas.

“Um ou outro buzinar, foguetes estouram


saudando Iansã, a Santa Bárbara nagô, e o
sino da igreja começa a chamar para a missa
das seis. Mas nada disso acorda Zé-do-Burro.
Entra, pela ladeira, a Beata.”

a) Nessas breves linhas, o dramaturgo indica os sons, a luz


História de sucesso
e o cenário necessários para esse quadro. Em seu cader-
no, copie e preencha a tabela abaixo, indicando cada um
desses elementos. Sons: buzinas, foguetes, sino. Luz: luz esmaecida característica
do início do dia (seis horas da manhã). Cenário: ladeira, igreja.

sons

Luz

cenário

M b) Quando o texto dramático é lido, esses elementos são


imaginados pelo leitor. Já quando o texto é representado,
eles são efetivamente executados. Quem você supõe que
os realize? O sonoplasta, o iluminador e o cenógrafo, respectivamente.

A peça O pagador de
A linguagem do texto
promessas estreou em 1960,
1 O drama de O pagador de promessas tem como protagonis-
dirigida por Flávio Rangel, e
logo tornou-se um clássico ta um homem humilde do Nordeste brasileiro.
do teatro brasileiro. Em a) Cite alguns fatores do texto que indicam essa realidade
A origem rural de Zé-do-Burro, sua ingenuidade, o apego ao animal, os hábitos
pouco tempo virou filme, regional. típicos das pequenas cidades, a convivência com tipos populares (o farmacêu-
tico, o homem do bar), a religiosidade, etc.
dirigido por Anselmo Duarte, b) A linguagem adotada pelas personagens traz marcas do
e ganhou o prêmio principal ambiente humilde e do ambiente nordestino? Explique.
no Festival de Cannes, na
França, em 1962. c) Em sua opinião, por que o dramaturgo optou por fazer
esse tipo de uso da linguagem? Resposta pessoal.
1b Não. A linguagem não diferencia Zé-do-Burro (rural e supostamente pouco escolarizado) do Padre, da Beata e do Sacristão (urbanos e, ao menos no caso
do padre, supostamente mais escolarizados). Da mesma forma, a linguagem não caracteriza nenhuma das quatro personagens como nordestina, ou mais
especificamente baiana. O mesmo texto poderia ser utilizado por personagens do Sul ou Sudeste do Brasil, com manutenção da verossimilhança.
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aNOte 2 A fala das personagens aproxima-se da
linguagem informal, mas não reproduz
exatamente o modo real de falar das pes-
O texto dramático pode valer-se de gírias, de regionalismos soas. As quebras, a respiração, a entona-
e de outras marcas linguísticas para caracterizar a idade, a ção serão expressas apenas quando o tex-
to for, de fato, representado por atores.
situação socioeconômica ou a origem das personagens. Esses
artifícios são mais frequentes na comédia do que na tragédia.
Muitas vezes, a caracterização exagerada das personagens é
um recurso para provocar o humor.

2 O desenvolvimento de um texto dramático depende das


falas das personagens e das rubricas. O diálogo entre as PersONaGeNs
personagens de O pagador de promessas reproduz exata- POPuLares
mente o modo como as pessoas falam na vida real? 2
3 O emprego dos sinais de pontuação é um recurso impor-
tante na linguagem do texto dramático.
a) Copie a fala que reproduz a reação do Padre quando ele
descobre a verdade sobre Nicolau.
“Burro?! Então esse… que você chama de Nicolau é um burro? Um animal?!”
b) A pontuação indica a emoção e os sentimentos da perso-
nagem. O que a pontuação revela sobre o Padre?
Revela surpresa e indignação.
4 Releia.

“SAcriStão — Santa Bárbara! A árvore caiu em cima dele?!”

Sinhozinho Malta (Lima Duarte)


a) O que a interjeição “Santa Bárbara!” exprime na fala acima? e Viúva Porcina (Regina Duarte),
Espanto, surpresa.
b) O que expressa a pontuação empregada na frase seguinte? personagens da novela
Espanto e dúvida. Roque Santeiro.
5 Além da linguagem verbal, os ele- Dias Gomes criou
mentos visuais também contri- personagens para novelas
buem para a construção de sen- de televisão que ficaram
tidos em uma encenação. Assim muito famosas, como a
que a cena lida de O pagador de Viúva Porcina e Sinhozinho
promessas se abre, Zé-do-Burro Malta, da novela Roque
aparece ao lado de uma cruz. Santeiro, apresentada entre
1985 e 1986.
a) Qual a importância desse ele-
mento cênico para a ação dra-
5a A cruz que aparece ao lado de Zé-do-Bur-
mática? 5a ro causa grande impacto para o leitor/es-
pectador e, também, para as demais per-
b) A cruz tem uma carga simbólica muito forte. Por quê? sonagens, como se pode observar a partir
Porque lembra a cruz carregada por Jesus Cristo e está associada ao sofrimento e à dor. da reação da Beata e do Sacristão.

teatro e cultura popular


t
O texto de O pagador de promessas coloca o leitor em contato
com traços da cultura popular brasileira.
As promessas são uma expressão da religiosidade popular. Muitas
pessoas fazem promessas em momentos de dificuldade, como forma
de pedir a Deus uma graça, geralmente por intermédio de um santo.
Há muitas maneiras de o povo expressar sua fé e devoção.
Discuta com seus colegas e o(a) professor(a) as seguintes questões.
ƒ•Você conhece outras manifestações da religiosidade popular?
ƒ•Por que é importante conhecer as diferentes manifestações
populares?

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PrODuçãO
De textO Texto dramático

aqueciMeNtO

O primeiro quadro de O pagador de promessas, que não foi reproduzido no capí-


tulo e que é anterior ao fragmento que você leu, mostra a chegada de Zé-do-Burro
à Igreja de Santa Bárbara, às quatro e meia da manhã. Ele vem acompanhado de
Resposta pessoal. Professor: os alunos devem estar atentos ao horário da chegada de Zé-do-
sua esposa, Rosa. burro e sua esposa e ao fato de a igreja localizar-se em uma praça de Salvador. As indicações
do cenário devem ser coerentes com o texto dramático.
ƒ Que indicações você faria para a representação do cenário no momento da
chegada de Zé-do-Burro?

como é a rua onde se situa a igreja?

Há comércio ou residências por perto?


cenário
estão abertos ou fechados a essa hora?

Há transeuntes na rua? eles interagem com o casal?

Proposta
Junto com um colega, você vai escrever a cena que poderia ter iniciado
O pagador de promessas. Após a produção do texto, vocês farão uma leitura
dramática para a classe.
Para desenvolver essa cena, que mostra o diálogo entre Zé-do-Burro
e Rosa, vocês darão continuidade ao trecho transcrito abaixo, retirado do
texto da peça original.

Primeiro Ato
Primeiro quadro
[...]
ZÉ — (Olhando a igreja.) É essa. Só pode ser
essa.
(Rosa para também, junto aos degraus, can-
sada, enfastiada e deixando já entrever uma
revolta que se avoluma.)
roSA — e agora? está fechada.
ZÉ — É cedo ainda. Vamos esperar que abra.
roSA — esperar? Aqui?
ZÉ — Não tem outro jeito.
roSA — (Olha-o com raiva e vai sentar-se num
dos degraus. Tira o sapato.) estou com
cada bolha d’água no pé que dá medo.
ZÉ — eu também. (Num rito de dor, despe
uma das mangas do paletó) Acho que
meus ombros estão em carne viva.
[...]
O ator Leonardo Villar em filme dias Gomes. O pagador de promessas. rio de Janeiro: Bertrand
dirigido por Anselmo Duarte (1962). Brasil, 2006. p. 21-22.

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Planejamento e elaboração do texto
1 Antes de escrever o diálogo, discutam e planejem as características das
personagens e a ação que se desenvolverá. Lembrem que elas deverão
ser coerentes com o que foi apresentado no texto da peça original.
2 Copiem esta tabela no caderno, preenchendo-a com as ideias da dupla.
Está eufórico por ter chegado, ansioso para que a
Zé igreja abra ou simplesmente exausto?
Rosa Como se sente em relação ao marido e à viagem?
O que acontece com o casal? É de comum acordo
Resumo que eles resolvem cochilar em frente da igreja até
da ação sua abertura?

3 Depois do planejamento inicial, vocês devem decidir como o conflito entre


Zé e Rosa chegará a um clímax e como este se resolverá.
4 Nas falas, utilizem linguagem informal e adequada às personagens.
5 Insiram rubricas para indicar movimentos e emoções quando houver ne-
cessidade.

Avaliação e reescrita do texto


1 Leiam em voz alta a cena que vocês criaram, cada um assumindo a voz de
uma personagem.
2 Em seguida, copiem o quadro abaixo no caderno e respondam às questões.
Sim Não
O diálogo explora um conflito, com seu clímax e seu desfecho?

As personagens e suas ações são coerentes com o texto original?

Há rubricas?

Havendo rubricas, elas ajudam a identificar as ações e intenções


das personagens?

A linguagem das falas está adequada às personagens?

3 Releiam o segundo quadro de O pagador de promessas, no início deste


capítulo. O primeiro quadro que vocês criaram poderia tê-lo como con-
tinuação ou é necessário fazer algum ajuste para que as duas partes se
encaixem harmonicamente?
4 Reescrevam a cena aperfeiçoando-a no que for preciso.

Dicas de como fazer a leitura dramática


Leia a cena em voz alta com o seu colega, cada um representando um papel.
ƒƒ

Leia-a novamente, mas trocando de papel com ele.


ƒƒ

A interpretação de seu colega ensinou a você algo a respeito das possibilidades de


ƒƒ

sua personagem? Como você pode aperfeiçoar o volume, o tom e as inflexões de


voz? De que maneira as pausas, olhares e gestos podem também contribuir?
Leia uma terceira vez o texto em voz alta, retomando o seu papel original e dando-
ƒƒ

-lhe vida com base no estudo que você realizou.


Em data agendada com o(a) professor(a), leia para a classe a cena criada.
ƒƒ

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refLexãO
LiNGuística Vozes verbais

1 Releia este trecho da peça de Dias Gomes.

“PAdre — Foi por causa desse… Nicolau que você


fez a promessa?
ZÉ — Foi. Nicolau foi ferido, seu padre, por uma
árvore que caiu, num dia de tempestade.
SAcriStão — Santa Bárbara! A árvore caiu em
cima dele?!”

a) Que fala de Zé-do-Burro explica o que aconteceu com o animal?


“Nicolau foi ferido, seu Padre, por uma árvore que caiu, num dia de tempestade.”
b) Qual o sujeito dessa oração?
Nicolau.
c) Que fala do Sacristão faz referência ao mesmo acontecimento?
“A árvore caiu em cima dele?!”
d) Qual o sujeito dessa oração?
A árvore.
2 Tanto o Sacristão quanto Zé-do-Burro falam sobre o mesmo fato. Qual a
M diferença de sentido entre as duas falas?
Cada fala destaca um elemento. A primeira destaca o que aconteceu com Nicolau, a segunda, o que aconteceu com a árvore.

A maneira como as palavras estão organizadas nas frases indica a ação


praticada pelo sujeito ou recebida por ele.
aNOte

Os verbos relacionam-se com o sujeito de diferentes maneiras. Os tipos de


relações estabelecidas entre eles recebem o nome de vozes verbais.
As vozes verbais são: ativa, passiva e reflexiva.

Voz ativa
Na voz ativa, a forma verbal indica que o sujeito da oração é agente e
autor da ação.

dias Gomes escreveu a peça O pagador de promessas.

Zé-do-Burro levou a cruz até a igreja.

Voz passiva
Na voz passiva, o sujeito da oração é paciente. Essa voz desvia a aten-
ção do sujeito, concentrando-a no resultado da ação.

A peça O pagador de promessas foi escrita por dias Gomes.

Escreveu-se a peça O pagador de promessas.

Há dois tipos de voz passiva: analítica e sintética.

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aNOte

A voz passiva analítica é formada pelo verbo ser mais o particípio do


verbo principal.
Ex.: A cruz foi levada por Zé-do-Burro até a igreja.
A voz passiva sintética ou pronominal é formada por um verbo acompa-
nhado do pronome oblíquo se, que recebe o nome de pronome apassivador.
Ex.: Levou-se a cruz até a igreja.

A construção da voz passiva analítica


Observe no exemplo a seguir que há uma correspondên-
cia entre a voz ativa e a voz passiva.
Zé carrega uma cruz.
sujeito objeto direto

Uma cruz é carregada por Zé.


sujeito agente da passiva

Para construirmos uma oração na voz passiva, precisamos


de um verbo transitivo direto. Quando a forma verbal está na
voz passiva, o objeto direto passa a ser o sujeito da oração.
Uma promessa foi feita por Zé.
verbo SER + verbo principal no PARTICÍPIO

Observe a seguir que o tempo verbal da voz passiva modifica-se de


acordo com o tempo da voz ativa.
voz ativa Zé fará uma promessa. Zé faz uma promessa. Zé fazia uma promessa.

Uma promessa será feita Uma promessa é feita Uma promessa era feita
voz passiva
por Zé. por Zé. por Zé.

Voz reflexiva
Na voz reflexiva, o sujeito da oração pratica e recebe a ação ao mesmo
tempo. Ela é formada por um verbo mais um pronome reflexivo (me, te, se,
nos, vos, se).

ele levantou-se.
ela arrumou-se para a festa.

Há muitos verbos que podem ser usados na voz reflexiva e que se refe-
rem a movimentos corporais: sentar-se, esticar-se, encolher-se, levantar-se,
mexer-se, abaixar-se, virar-se, encostar-se, estender-se, etc.
A voz reflexiva também pode ser recíproca. Leia a frase.
os convidados se cumprimentaram.

Nesse exemplo, os convidados se cumprimentaram uns aos outros, e


não a si mesmos.

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refLexãO LiNGuística Na prática

1 Leia a notícia.

Vitrine marítima
reaberto no dia 26 de janeiro como parte das comemorações do aniversário da
cidade, o Aquário Municipal de Santos, o primeiro a ser inaugurado no Brasil, em
1945, é uma das opções turísticas que a cidade se
orgulha em oferecer a seus visitantes. depois de dois
anos em reforma, o aquário ressurge com nova estru-
tura e novo conceito: o de “turismo de sensações.” isso
significa que todo o parque foi adaptado para propor-
cionar às pessoas a emoção de estar junto das espécies
marinhas. “construímos, por exemplo, um tanque de
toque onde se pode manter contato direto com estre-
las-do-mar, ouriços e anêmonas”, comenta a Secretária
de t
turismo de Santos.
revista Ecovias, n. 38, mar. 2006. p. 7.

a) Qual o principal fato noticiado? A reabertura do Aquário Municipal de Santos.


b) Que novidades o público poderá vivenciar nesse espaço?
As pessoas poderão ter contato direto com algumas espécies marinhas.
2 Releia o trecho a seguir, observando a oração em destaque.
M

“[…] todo o parque foi adaptado para proporcionar às pessoas a emoção de estar junto
das espécies marinhas.”

a) Classifique a voz do verbo da oração destacada.


Voz passiva.
b) Identifique o sujeito e o predicado nessa oração.
Sujeito: todo o parque. Predicado: foi adaptado.
3 O texto informa que o sujeito “todo o parque” recebeu uma ação, mas não diz quem
a praticou. É importante que o leitor saiba quem praticou essa ação? Por quê?
Não, pois isso fica subentendido no texto, já que provavelmente foi
4 Leia a tira. um trabalho realizado pelos funcionários da prefeitura da cidade.

Fernando Gonsales.

a) No primeiro quadrinho, que expectativa tem o caubói em relação ao touro selva-


gem que ele diz que vai laçar? Ele acredita que todos os animais, ao ouvir isso, vão fugir de medo.
b) A reação dos animais contraria a expectativa do caubói? Por quê?
Sim, porque o caubói está diante de um rebanho de vacas, que na realidade ficam animadas com a possibilidade de aprender como se laça um touro.
c) No primeiro balão podemos observar um verbo utilizado na voz passiva. Que
verbo é esse? O verbo laçar.
d) Reescreva a fala do caubói, flexionando o verbo no plural.
Agora vou ensinar como se laçam touros selvagens.
e) Reescreva a fala do caubói, na voz passiva analítica.
Agora vou ensinar como é laçado um touro selvagem.
Professor: Ajude os alunos a perceber que o humor do texto é provocado pela quebra da expectativa do leitor. Espera-se que o caubói
enfrente uma situação de perigo ao laçar touros selvagens. No entanto, a cena do segundo quadrinho apresenta algo inesperado: em vez
de se verem como os animais a serem laçados, as vaquinhas ficam felizes com a possibilidade de aprender a laçar um touro selvagem.
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Língua
ViVa Vozes verbais e efeitos de sentido

1 Leia este trecho de notícia.


M

Trapalhada
Bando é descoberto por erro de grafia e preso
Oito homens e uma mulher iriam Natal – no Fiat Doblò estava escrito
roubar um prédio em Alto de Pinheiros, Impório Santa Maria Ltda. Os assal-
zona oeste, mas um erro de português tantes eram monitorados desde setem-
fez o bando terminar na cadeia. Para bro, e a polícia sabia que eles usariam
entrar no condomínio, os ladrões se uma minivan na ação. A grafia errada
passariam por entregadores de cesta de chamou a atenção dos policiais.
Josmar Jozino. Caderno Cidades. O Estado de S. Paulo, 10 nov. 2007.

a) Como era composto o bando de assaltantes mencionado na notícia e o


O bando era composto de oito homens e uma mulher e estava tentando roubar um
que ele estava tentando fazer? prédio, utilizando o disfarce de entregadores de cestas de Natal em um veículo.
b) Por que o plano do bando foi frustrado? Porque ele estava sendo monitorado pela polícia há algum tempo, pois o veícu-
lo utilizado apresentava um erro de português que chamou a atenção dos policiais. Em vez de o bando escrever Empório, escreveu Impório.
c) O título da notícia utiliza o verbo na voz passiva. Por que foi utilizada
essa forma verbal? Essa forma verbal dá ênfase ao bando de assaltantes descober-
tos, o agente da ação — os policiais — é, inclusive, omitido.
d) Como ficaria o título dessa notícia se o verbo estivesse na voz ativa?
Policiais descobrem e prendem bando por erro de grafia.
e) Essa alteração modificaria o sentido do título? Por quê?
Sim, porque o destaque ficaria para a ação dos policiais e não para os bandidos.
f) Reescreva a manchete, destacando o erro cometido pelo bando.
Sugestão: Erro de grafia faz bando ser descoberto e preso.
2 Observe a seção de classificados de um jornal.

imóveis
São Paulo
Apartamentos vendem-se ........... p. 2 Casas alugam-se ............................ p. 8
Casas vendem-se ........................... p. 7 Comerciais alugam-se .................. p. 8
Comerciais vendem-se ................. p. 7 Terrenos ........................................... p. 8
Caderno Classificados. O Estado de S. Paulo.

a) Que voz verbal foi utilizada nas seções dos anúncios?


A voz passiva sintética ou pronominal.
b) Qual é a provável vantagem da escolha dessa voz verbal nos classificados?
O texto dos classificados precisa ser econômico, e a voz passiva sintética apresenta essa característica.
c) Observe a ordem em que aparecem as palavras nos classificados. O que
vem em primeiro lugar? O nome do que está sendo oferecido.
d) Por que foi escolhida essa ordem das palavras?
Para enfatizar aquilo que está sendo vendido ou alugado.
e) Na voz passiva pronominal, quem oferece o produto não é apresentado.
Que relação há entre o gênero classificado e a escolha da voz verbal
usada em seus textos? Não há necessidade de o classificado apresentar a pessoa que está alugando ou vendendo sua casa.
Destaca-se o que está sendo oferecido, procurando atrair a atenção do leitor. Geralmente, no anúncio,
aparecem apenas informações para contato; o sujeito da ação é intencionalmente desconhecido.
anote

A escolha da voz verbal possibilita ao enunciador destacar aspectos


diferentes de determinado fato. Pode-se destacar quem faz a ação ou quem
a recebe. Além disso, pode-se omitir o sujeito da ação, caso seja de interesse
do autor do enunciado.

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Leitura 2 Texto dramático

O que vOcê vai Ler

O trecho a seguir é um dos quadros de A aurora da minha vida, peça em dois atos
escrita por Naum Alves de Souza e encenada pela primeira vez em 1981.
A aurora da minha vida está organizada em quadros. Cada um deles mostra uma
situação escolar, de forma ao mesmo tempo crítica e bem-humorada. Naum, nascido
no interior de São Paulo em 1942, escreveu o texto com base em suas memórias de
aluno e também de professor de Arte.
Na cena que você vai ler um professor de Português vive com seus alunos diver-
sas situações, algumas cômicas, outras dramáticas.

A aurora da minha vida


Personagens: Professor, Gêmeas, Adiantada, Gorda, Puxa, Quieto
Local: Uma sala de aula

Aula de Português
ProFeSSor (Olhando
Olhando o horário.) — como? t
temos menos aulas neste nosso último ano?
GêMeAS — dá licença, professor? É menos ou “menas” que se fala?
ProFeSSor — Já não basta vocês usarem esse repolho na cabeça (referência às fitas
brancas que as gêmeas usam), que não tem nada a ver com o uniforme
e ainda me fazem perguntas cretinas?
GêMeAS — Nós temos licença da diretoria para isso.
t dA — Será que eu posso sair mais cedo hoje?
AdiANtA
tA
ProFeSSor — A senhora não precisa ouvir a explicação? Já sabe tudo?
t dA — eu sei. eu já sei análise. Minha mãe me pôs numa professora particular
AdiANtA
tA
e ela já me ensinou tudo. (A classe vaia.) Vocês estão é com inveja.
Posso? A minha mãe está me esperando. Nós temos que ir na pentea-
deira que hoje é o casamento da minha prima.
GordA — Se ela sair a gente também pode.

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Puxa — Quem ela pensa que ela é?
quieto — Vê se não fala cuspindo no meu ouvido?
PROFESSOR — Quieta, classe. Será que eu ouvi bem? Repita o que a senhora disse,
por favor. De pé, lá na frente, por favor?
Adiantada — U
 é… Eu disse que hoje é o casamento da minha prima e eu e a minha
mãe temos que ir fazer penteado na penteadeira.
PROFESSOR — Repita, por favor. Ir aonde mesmo?
Adiantada — Ir na penteadeira. Eu já falei. […]
PROFESSOR — Se eu deixasse a senhora sair, a senhora iria à penteadeira. Ir a algum
lugar, ir ao cinema, ir à escola. À: contração da preposição “a” com o
artigo “a”. Entendeu bem?
Adiantada — Isso eu sei melhor que qualquer um aqui. (Vaias.) Dor de cotovelo! O
que vem de baixo não me atinge.
classe — Senta no formigueiro, então.
classe — Isso mesmo.
PROFESSOR — Quieta, classe! Que algaravia é essa? Negado o seu pedido, mocinha.
No período “Jesus, que ama os pequeninos, atendeu ao pedido da
criança”, temos duas orações, uma principal e uma subordinada.
Adiantada — A minha mãe vai me matar se eu perder a hora. Ela marcou com a
Satiko.
PROFESSOR — Que é que a senhora está resmungando? Não adianta porque não vai
sair mesmo antes do sinal. Nesta classe, na minha aula, pelo menos,
eu sou a oração principal. E a senhora é a subordinada.
classe — Ela é a oração subordinada! Fala, oração subordinada!
Gorda — Quando ele fica bravo fica mais lindo ainda.
PROFESSOR — Silêncio, classe. Eu ouvi alguém falando alguma coisa de “lindo”?
Quem foi?
Gorda — Eu não fui.
classe — Ah, é… Fui eu. Então fui eu. Não, fui eu.
Gorda — Vocês querem parar? […]
PROFESSOR — Eu posso saber o que está acontecendo na classe?
Gorda — Eles é que ficam me enchendo.
PROFESSOR — Enchendo? Algum motivo deve haver.
Gorda — Não há nada. O senhor dá aulas particulares? […]
PROFESSOR — […] Agora não é hora de falar bobagens. O seu livro, por favor.
Gorda — É só brincadeira. A gente não pode nem brincar que todo mundo já
malicia. É só brincadeira. Eu posso ir ao banheiro?
PROFESSOR — Não antes de eu ler o que está escrito no livro. Espero, ao menos, que o
português esteja correto. (Lendo.) “Você, meu amado e indolatrado mes-
tre, és responçável por aquela que cativas.” Três erros: um de concordân-
cia — “você és”; “indolatrado”; e responsável com ç? Desde quando?
Gorda — Eu não falei que era só de brincadeira?
PROFESSOR — Os erros também são de brincadeira?
Adiantada — Ela me disse que passa todo dia em frente da casa do senhor e espia
pela janela.

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Gorda — Mentirosa. O senhor gosta de doces? Eu faço cada um tão gostoso! De
amarga, chega a vida, não é?
PUXA — Ela falou que a mulher do senhor é faladeira.
PROFESSOR — Não estou interessado nem em doces nem em fuxicos. A senhora tem
mais algum problema? […]
Gorda — […] O meu problema é a inveja dessa gente. O senhor quer saber o
que eles falam do senhor? Agora, também, eu vou contar tudo. Chega
de ser boazinha. Vou falar tudo, tudo.
Quieto — Eu nunca falei nada. Não gosto que me metam em encrenca.
Gêmeas — Você vai ver só uma coisa.
Adiantada — Fica quieta. [...]
Gorda — Não. Agora é que eu falo mesmo. Eles falaram que o senhor era padre,
excomungado, que o casamento do senhor não vale, que o senhor usa
óculos escuros porque está escondendo o olho de vidro… […] E eu
ainda defendi o senhor. A minha mãe conversou com a sua senhora. E
ela me disse que ela é muito distinta. É verdade?
Gêmeas — [...] E não foi distinta que ela falou que a mulher do senhor era.
PROFESSOR — Que foi que ela falou da minha mulher?
Gêmeas 1 — Que a mulher do senhor é magricela.
Gêmeas 2 — Que o senhor é pão-duro, que não compra comida.
Gêmeas — E que o senhor atrasa o pagamento da empregada.
Quieto — Posso sair que eu não estou me sentindo bem?
PROFESSOR — Vai, vai. (Quieto sai.) Pelo que estou vendo, vocês sabem da minha
vida até melhor do que eu. Agora, eu é que quero saber quem sabe
todas as funções do que. Chamada oral para a classe inteira.
PUXA — Gorda, você vai ver uma coisa. […]
Gorda — Posso falar com o senhor depois da aula?
PROFESSOR — A senhora quer ganhar outro zero? Sente-se já.
Adiantada — Você é louca? Fica quieta. Não desconfia?
Gorda — Desconfiar de quem? Dele? Quem ama maltrata.
PROFESSOR — Para fora, senhorita. (Gorda sai. O professor aponta a Gêmea 1.) A senhorita.
(Toca o sinal.)
Gêmeas 1 — Ufa! (Sai o professor. A Gorda sai atrás.)
(Escuro)
ACERVO
Naum Alves de Souza. A aurora da minha vida. São Paulo: MG Editores, 1986. p. 82-8. PNBE

Glossário
Algaravia: som de muitas vozes juntas, vozerio; confusão (sentido
figurado).
Aurora: claridade que anuncia a manhã; despontar da vida, infância
(sentido figurado).
Maliciar: interpretar de maneira maldosa.
Penteadeira: cabeleireira.

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Estudo do texto

Para entender o texto


O POeta Das
1 Em que local e em que época você supõe que se passa a PriMaveras
M ação de A aurora da minha vida? 1
2 Responda às questões sobre as personagens da cena.
a) Quem são elas? Professor, Gêmeas, Adiantada, Gorda, Puxa e Quieto.
b) Há uma característica original no nome das personagens.
As personagens não têm nome próprio, são chamadas por seus atribu-
Qual é ela? tos físicos ou psicológicos, numa representação caricatural.
M c) Que sentidos esses nomes atribuem às personagens?
As personagens não representam pessoas em particular, mas tipos comuns no espaço escolar.
3 Em sua primeira fala, as Gêmeas perguntam ao professor
se o correto é falar “menos” ou “menas” (menos aulas/me-
nas aulas). 3a Não, pois interrompe a fala do professor que havia empregado
o advérbio “menos” ao abordar o número de aulas da turma.
a) A pergunta parece oportuna para a situação apresentada? Casimiro de Abreu
b) Por que elas são tratadas como se fossem a mesma pessoa?
Esse tratamento torna mais cômico seu papel e realça ainda mais o espelhamento que, no
nasceu em 1839, no Rio
ambiente escolar, se costuma atribuir aos gêmeos. de Janeiro. Escreveu um
4 A peça retrata hábitos e costumes da instituição escolar de único livro de poemas, As
M forma exagerada. Primaveras; no entanto, a
a) Quais são esses hábitos e costumes? 4a repercussão dessa obra, na
b) Por que são retratados dessa forma? 4b qual se encontram alguns
dos versos mais famosos da
5 O título da peça de Naum faz referência a um poema de Ca- poesia brasileira, rendeu-lhe
simiro de Abreu, intitulado “Meus oito anos”. Leia as duas um lugar entre os imortais
primeiras estrofes do poema. da Academia Brasileira
de Letras. Morreu aos 21
anos, em 1860, vítima de
oh! que saudades que tenho o mar é — lago sereno, tuberculose.
da aurora da minha vida, o céu — um manto azulado,
da minha infância querida o mundo — um sonho dourado,
Que os anos não trazem mais! A vida — um hino d’amor! 1 Em uma sala de aula. O tempo não é in-
dicado com precisão, mas, provavelmente,
Que amor, que sonhos, corresponde a uma época um pouco an-
terior à década de 1980, quando a peça
que flores, foi escrita (de acordo com as informações
do boxe O que você vai ler, o dramaturgo
Naquelas tardes fagueiras valeu-se de suas próprias memórias e ex-
periências, tanto como aluno quanto como
À sombra das bananeiras, professor, para escrever).
4a O uso do pronome senhor para chamar
debaixo dos laranjais! o professor; a prática da chamada oral; a
excessiva aspereza do professor no trato
com os alunos; o fato de os alunos falarem
como são belos os dias todos ao mesmo tempo; a aluna que se
apaixona pelo professor; as maledicências
do despontar da existência! e falta de solidariedade entre os alunos.
— respira a alma inocência 4b Os costumes são retratados de manei-
ra exagerada, por um lado, para destacar
como perfumes a flor; seus aspectos cômicos e, por outro, para
apresentar uma crítica a certos procedi-
casimiro de Abreu. Poesias completas. São Paulo: Saraiva, 1954. p. 62. mentos do universo escolar e da socieda-
de retratada.

a) Essa mesma visão está presente na peça A aurora da mi-


nha vida? Explique sua resposta. Não, há um grande contraste entre a
realidade do cotidiano escolar retratado na peça e a visão idealizada e grandiosa do poema.
b) Que sentido tem, portanto, o título atribuído à peça?
O título é irônico, pois mostra uma visão bem diferente da apresentada por Casimiro de Abreu.
6 Você estudou, na primeira parte deste capítulo, vários ele-
mentos que caracterizam um texto dramático. Quais desses
elementos você reconhece no trecho de A aurora da minha
vida? Dê exemplos. Otesdiálogo entre as personagens; as rubricas; a indicação, an-
de cada fala, de quem vai falar; a ausência de narrador.

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Estudo do texto

1a Resposta pessoal. Professor: espera-se que os


alunos identifiquem a peça como uma comédia. O texto e o leitor
Explique-lhes que ela critica as relações sociais,
principalmente do universo escolar, por meio de
situações cômicas, estereótipos e ironia.
1 O texto dramático pode produzir diversas reações no leitor
e no espectador. Pode divertir, fazer rir ou chorar, emocio-
nar, assustar, surpreender. Sobre a leitura de A aurora da
minha vida, responda as questões a seguir.
a) Que sentimentos do leitor podem ser despertados ao ler
esse trecho da peça? 1a
a PriMeira
MONtaGeM b) Que passagens poderiam ser consideradas engraçadas
Sugestões: “Já não basta vocês usarem esse repolho na cabeça”, “Sen-
A aurora da minha vida pelo leitor? ta no formigueiro, então.” “eu sou a oração principal.” “Eu ouvi alguém
falando alguma coisa de ‘lindo’?”.
foi montada pela primeira c) Que outras reações emocionais a leitura do texto pode
vez em 1981 e recebeu provocar? Resposta pessoal.
prêmios importantes, como
o prêmio Molière e o prêmio
d) A peça mostrou fatos ou situações que poderiam ter acon-
da Associação Paulista de tecido com você? Explique. Resposta pessoal.
Críticos de Arte. 2 Leia o trecho de um depoimento que a atriz Marieta Severo
deu para a Revista Aplauso.

Aurora da minha carreira


Foi em 1979 que aconteceu meu encontro com o Naum Alves
de Souza e A aurora da minha vida. Um encontro que mudou
minha percepção como atriz. Foram quase três anos em cartaz,
sempre com casa lotada. e o mérito do sucesso
é todo do Naum, que tem uma importância
enorme na nossa dramaturgia. ele sabe
como ninguém falar da classe média e
suas angústias, falar do grande através
do pequeno.
e Aurora é assim. Uma peça em que
os alunos vivem estereótipos e
vivem dramas que qualquer um
de nós viveu. Afinal, trata-se na
verdade de sentimentos e seres
humanos. o meu papel era o
da Adiantada. como atriz,
interpretar uma criança dá
uma liberdade muito grande.
e, ao mesmo tempo, se torna
exaustivo porque a coreogra-
fia e o gestual infantis tam-
bém cansam.
[…] A atriz Marieta Severo.

disponível em: <http://www.aplauso.art.br>. Acesso em: 27 mar. 2008.

a) A que motivos a atriz atribui o sucesso da peça?


Ao fato de que o autor sabe falar das angústias da classe média; sabe falar do grande através do pequeno.
b) Copie em seu caderno um comentário de Marieta Severo
que trata da identificação do espectador com as perso-
nagens da peça. “E Aurora é assim. Uma peça em que os alunos vivem estereó-
tipos e vivem dramas que qualquer um de nós viveu.”
2c Ao retratar uma sala de aula e seus tipos, Naum
aborda não somente o ambiente escolar, mas
M c) Segundo a atriz, Naum sabe “falar do grande através
também a sociedade na qual aquele ambiente e do pequeno”. Como isso se manifesta no texto que
aquelas personagens estão inseridas. O ambien-
te da sala de aula retratada pelo dramaturgo re- você leu? 2c
flete os valores da classe média.
d) Que sentidos a escolha de atores adultos acrescenta à
escolha de atores adultos acrescenta à
montagem? Amontagem o fator caricato e exagerado.

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3 As personagens do texto que você leu estão numa situação do cotidiano e
sua linguagem reflete isso. Releia as falas dos alunos e transcreva alguns
exemplos dos seguintes recursos linguísticos.
a) Ditado popular “De amarga, chega a vida”
b) Frases feitas “Quem ela pensa que ela é?”; “Eu vou te pegar”.
c) Adjetivos (registro informal) Pão-duro, magricela.
d) Expressões coloquiais Meter em encrenca”.
4 Releia, agora, as falas do professor. Ela apresenta as mesmas características?
Justifique sua resposta.
Não. A linguagem empregada pelo professor é mais formal. Além de aplicar à sintaxe a norma–padrão do português, ele se
preocupa também em empregar vocabulário menos coloquial, como se observa em “algaravia”, por exemplo.
Comparação entre os textos
1 Os dois textos dramáticos que você leu neste capítulo apresentam muitas 1 Protagonista — Em O pa-
gador de promessas, há
características comuns, como a estrutura de diálogos, o uso de rubricas a presença clara de um
e a ausência de um narrador. Aponte algumas diferenças entre os dois protagonista — Zé-do-
Burro. Em A aurora da
textos levando em consideração os aspectos a seguir. 1 minha vida, não há pro-
tagonista; as persona-
gens se revezam na ação
Protagonista dramática. / Identificação
do leitor com as persona-
gens – Em O pagador de
identificação do leitor com as personagens promessas, o leitor de-
senvolve uma quase ime-
Local onde se passa a ação diata simpatia pelo pro-
tagonista, Zé-do-Burro, o
que não significa que se
identifique com ele. Em
2 As duas peças tratam de universos sociais bastante diferentes. A aurora da minha vida,
pode haver atração ou
a) O que caracteriza o universo social de Zé-do-Burro? repulsa por uma ou outra
Zé-do-Burro é representante de um universo rural, popular e adulto.
personagem, e nos dois
b) Como ele se diferencia do universo social das personagens de A aurora casos há identificação de
As personagens de A aurora da minha vida são representantes de um universo
da minha vida? provavelmente urbano, de classe média e, no caso dos alunos, adolescente. situações vividas, obser-
vadas ou relatadas por
c) Duas importantes instituições fazem parte das peças discutidas. Quais amigos e familiares. / Lo-
cal onde se passa a ação
são elas? A igreja (em O pagador de promessas) e a escola (em A aurora da minha vida). — Em O pagador de pro-
messas, é um espaço pú-
d) Por que você supõe que essas instituições foram escolhidas como mo- blico, a praça em frente
da igreja. Em A aurora da
tivo para as peças? As duas instituições são muito presentes no cotidiano das pessoas, constituem
espaços de relacionamento e têm um papel importante no estabelecimento de pa- minha vida, é um espaço
drões de conduta da sociedade. privado, a sala de aula.

Sua opinião
1 Os textos dramáticos observados neste capítulo colocam o leitor/espec-
tador diante de situações e personagens conhecidas por ele. Ao mesmo
tempo, trazem uma visão de mundo particular que pode transformar seu
modo de sentir e pensar.
a) Você se identificou com alguma personagem dos textos lidos?
Resposta pessoal.
b) A leitura desses textos fez você ver de forma diferente algum aspecto
da realidade? Quais?
Resposta pessoal.

O texto dramático
O texto dramático pode chamar a atenção para nossos costumes, hábitos e para
determinadas práticas sociais. Também é capaz de criticar, por meio da sátira e do
riso, instituições e situações que fazem parte de nosso cotidiano.
Discuta com seus colegas e o(a) professor(a) as seguintes questões.
ƒ•Você acha que o teatro pode ser um fator de transformação da sociedade?
ĥDe que modo isso pode ocorrer?
ƒ•É função do teatro também discutir a nossa forma de viver e de nos relacionar com
o mundo?

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PrODuçãO
De textO Texto dramático

aqueciMeNtO
Em A aurora da minha vida, você teve oportunidade de observar vários tipos
humanos interagindo em um mesmo ambiente.
Pense agora em outro espaço ou situação (clube, elevador, ônibus, banco, fei-
ra, cinema, festa de casamento, etc.) onde também seja possível encontrar tipos
humanos bem característicos. Crie três personagens estereotipadas (a bonitinha, o
esperto, a fofoqueira, o engraçadinho, o discreto, a inconveniente, o encrenqueiro, a
ciumenta…) que poderiam viver cenas trágicas ou cômicas nesse espaço.
Resposta pessoal.
ƒ Organize suas ideias completando o quadro abaixo em seu caderno.

características características
Personagem comportamento
físicas psicológicas

1 • • • •

2 • • • •

3 • • • •

Espaço onde interagem: •

Proposta
Junto com três colegas, você vai criar um quadro dramático com base
em uma situação social vivida por um grupo de personagens. Depois, o qua-
dro será encenado para a classe, com cada integrante do quarteto interpre-
tando um dos papéis.
Se quiserem, vocês podem tomar a situação representada em uma das
fotografias a seguir — público em fila para entrar em algum lugar ou en-
contro de gerações de uma família — como ponto de partida para a criação
do texto dramático. Avaliem a possibilidade de utilizar alguma das persona-
gens criadas no aquecimento.

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Planejamento e elaboração do texto
1 Pensem em como diferentes tipos humanos se relacionam no ambiente
ou na situação que será retratada.
a) Quais são os conflitos que surgem nesse tipo de convivência?
b) Quem poderia provocar esses conflitos? Quem procuraria solucioná-los?
2 Depois de discutido o que acontecerá e com quem, é preciso decidir como
as personagens devem ser caracterizadas.
a) A caracterização das personagens incluirá o uso de formas típicas de
andar ou gesticular?
b) A linguagem será um elemento diferenciador das personagens? É ca-
racterístico de alguma delas usar gírias, ou ditados populares, ou frases
feitas? Alguma deve usar uma linguagem mais formal?
3 Redijam uma primeira versão do texto dramático.
a) Primeiramente, registrem em que espaço a ação transcorrerá e indi-
quem as personagens que dela participarão.
b) Em seguida, desenvolvam o diálogo que se trava entre elas, lembrando
de anotar em frente de cada fala quem é a personagem que a diz.
c) Finalmente, introduzam rubricas para orientar a movimentação e a inter-
pretação dos atores, a iluminação e os sons.

Avaliação e reescrita do texto


1 Uma vez redigido, o texto deverá ser submetido a uma revisão. Neste mo-
mento, os seguintes aspectos deverão ser considerados.
sim Não
O conflito está claro? • •
ele permite o bom aproveitamento das características das personagens? • •
as personagens representam tipos humanos distintos? • •
O espectador pode se identificar com as personagens? • •
as falas são adequadas à caracterização das personagens? • •
as rubricas estão claras e são suficientes para orientar a montagem da peça? • •

Dicas de como realizar a apresentação teatral


Para preparar a encenação, observe as seguintes etapas.
Distribuição dos papéis.
ĥ

Leitura individual e coletiva do texto.


ĥ

Memorização das falas.


ĥ

Ensaio(s) sem o apoio do texto.


ĥ

Ensaio(s) para ajuste do volume de voz, de forma


ĥ

que todos os espectadores, mesmo os mais afastados, consigam ouvir.


Discussão em grupo sobre como aperfeiçoar a interpretação e a movimentação.
ĥ

Criação de subgrupos de trabalho para enriquecer o espetáculo com cenário,


ĥ

iluminação, figurinos e som.


Ensaio final.
ĥ

A apresentação pode ser feita para a própria classe, para as outras classes da série
ĥ

ou mesmo para toda a comunidade escolar.

163

2/17/09 3:52:28 PM
refLexãO
LiNGuística Agente da passiva

1 Leia a tira.

Hagar, o Horrível, de chris Browne.

a) Qual é a primeira reação de Hagar ao convite mencionado por Helga?


Ele disse que não aceitaria, pois o casal que serviria o jantar era chato e não parava de falar.
b) Por que Hagar mudou de ideia quanto à recusa do convite?
Porque, quando ele ouviu o que seria servido, decidiu pensar em seu estômago e não em seu ouvido.
c) Pela fala de Helga pode-se saber quem foi o autor do convite, mas ele
não aparece de uma forma destacada na frase que ela constrói. Com
que intenção Helga parece ter usado a frase dessa forma?
O autor do convite foram os Stevensens e Helga pode ter usado a frase na voz passiva para enfatizar a ação do
convite e não o sujeito da ação, já que previa a reação de Hagar.
A primeira fala de Helga apresenta uma oração que está na voz passiva.
Ela omite intencionalmente o agente que expressa a ação. Observe como
ficaria a oração se Helga tivesse contado a Hagar os autores do convite.

Nós fomos convidados para jantar pelo casal Stevensens.

O elemento que expressa o agente da ação na voz passiva chama-se


agente da passiva.
aNOte

Agente da passiva é aquele que, na voz passiva, pratica a ação verbal.

Observe as frases.

Muita gente conhece os costumes de Hagar. voz ativa


sujeito

os costumes de Hagar são conhecidos por muita gente. voz passiva


agente da passiva

No primeiro exemplo, a frase está na voz ativa. No segundo, está na


voz passiva. O sujeito da oração (na voz ativa) torna-se agente da passiva
(quando a oração está na voz passiva).
aNOte

Nem sempre o agente da passiva aparece expresso. Ele pode ser omitido
para indeterminar o sujeito. Nesse caso a oração se constrói na voz ativa
com o verbo na terceira pessoa do plural.
Voz passiva: A comida de Hagar foi escondida por Helga.
Voz ativa: Esconderam a comida de Hagar.

164

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Reflexão lingUística Na prática

1 Leia o quadrinho.
M

Charles M. Schulz. A vida é um jogo. São Paulo: Conrad, 2004. p. 60.

a) O que acontece no primeiro quadrinho?


Linus é atingido por uma bola enquanto toma o seu lanche.
b) Que recursos foram utilizados para indicar o fato ocorrido nesse quadrinho?
A onomatopeia bonk e os traços que indicam o movimento da bola, do lanche e de Linus.
c) No terceiro quadrinho, que sentimentos Sally e Linus parecem demonstrar?
Sally parece sentir carinho por Linus e ficou com dó dele. Ele ficou em dúvida sobre o que estava acontecendo.
d) Como esses sentimentos estão representados no quadrinho? Pela fala de Sally, pela ono-
matopeia Smack para indicar o beijo e pela representação dos corações. Já a dúvida de Linus foi representada pela pontuação.
e) A última fala de Linus quebra a expectativa do leitor e provoca humor. Por que
Porque, em vez de procurar a enfermeira por causa da bolada — como seria esperado pelo leitor —, ele a
isso ocorre? procura por causa do beijo, que teria deixado manteiga de amendoim em seu olho.

2 Observe a oração.

“Você se machucou, Linus?”

a) Quem é o sujeito da ação?


O sujeito é Você.
b) O que o pronome se indica na oração?
Que o sujeito faz e recebe a ação verbal.
c) Classifique a voz do verbo.
A frase está na voz reflexiva.
d) Reescreva a fala de Sally na voz passiva analítica e acrescente um agente da
passiva.
Você foi machucado pela bola?
3 Linus explica o motivo de precisar de uma enfermeira.
a) Copie a frase em que ele dá essa explicação.
“Fui atingido por uma bola!”.
b) Em que voz verbal está essa frase?
A frase está na voz passiva.
c) Na verdade, o que causou a ida de Linus ao hospital não foi a bolada que ele levou.
Reescreva a frase, acrescentando o verdadeiro agente de sua dor.
Sugestão: Fui atingido por um beijo com manteiga de amendoim.

165
refLexãO LiNGuística Na prática

4 Leia a notícia.
M

Casa em forma de disCo voador esTá à


venda nos eUa
U
Ua
Funcionário de imobiliária diz que já recebeu oferta de US$ 100 mil.
Construção tem até escada que se recolhe com o toque de um botão.

Procuram-se moradores com fascinação tro das salas — e exigiram até a fabrica-
pelo espaço, tolerância por curiosos e pelo ção de uma banheira especial.
menos US$ 100 mil no bolso. Estes pode-
riam ser os dizeres de uma possível placa
na cidade americana de Chattanooga, no
estado do Tennessee, onde está à venda
uma casa em formato de disco voador.
A casa “pousou” na cidade em 1970. Sua
construção circular — ultramoderna, na
época que foi feita — tem vários andares, três
quartos, dois banheiros e uma escada que se
recolhe com o toque de um botão. Suporta- Quem quiser morar no “disco voador” terá que
da por seis “trens de pouso”, a casa também pagar pelo menos US$ 100 mil.
tem diversas janelas [...] em suas paredes.
Terry Posey, funcionário de uma imo-
Desafios biliária local, colocou um anúncio no site
O formato pouco usual da construção [...] e diz que já recebeu uma oferta de
— como dois pratos unidos pela borda — US$ 100 mil pela propriedade.
colocou alguns desafios arquitetônicos ao A casa deve ser vendida pela melhor
criador da casa. Os maiores deles foram oferta durante o fim de semana (15 e 16
as paredes — todas inclinadas para den- de março).
disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em: 3 abr. 2008.

a) Qual o sentido do verbo pousou no contexto da notícia?


Pousou equivale a foi construída.
b) Que outra expressão é usada na notícia relacionada à ideia de pousar.
“Suportada por seis trens de pouso […].”
c) Suponha que você trabalha em uma imobiliária e tem de fazer uma lista de carac-
terísticas dos prováveis compradores da casa. Quem você supõe que teria interes-
se em morar nesse lugar?
Resposta pessoal.
d) Escreva os dizeres de um cartaz que oferece a casa da notícia aos prováveis mo-
radores que você imaginou. Utilize a voz passiva pronominal.
Resposta pessoal.
e) Reescreva os dizeres do cartaz, de modo a deixar evidente o agente da passiva.
Resposta pessoal.

5 Transforme as frases a seguir, passando as que estiverem na voz ativa para a voz
passiva e vice-versa.
a) O formato da casa atrai a curiosidade da vizinhança.
A curiosidade da vizinhança é atraída pelo formato da casa.
b) Um projeto muito criativo foi elaborado por seu arquiteto.
Seu arquiteto elaborou um projeto muito criativo.
c) A venda da casa será feita por uma imobiliária local.
Uma imobiliária local fará a venda da casa.
d) O funcionário da imobiliária definirá o novo proprietário.
O novo proprietário será definido pelo funcionário da imobiliária.

166

2/17/09 3:52:30 PM
LíNGua
viva A omissão do agente da passiva

1 Compare estes títulos de notícias sobre o mesmo fato.

reserva gigante de petróleo é descoberta na bacia de Santos


disponível em: <http://www.avozdolitoral.com.br>. Acesso em: 3 abr. 2008.

Petrobras confirma descoberta de petróleo na bacia de Santos


disponível em: <http://www.bemparana.com.br>. Acesso em: 3 abr. 2008.

Na bacia de Santos, um mar de petróleo


disponível em: <http://www.abin.gov.br>. Acesso em: 3 abr. 2008.

Qual é a voz verbal de cada um dos títulos?


O primeiro está na voz passiva; o segundo,
na voz ativa, e o terceiro não tem verbo, por
2 Releia o primeiro título. isso não é possível identificar a voz verbal.
a) Que informação não está expressa nessa oração?
Quem descobriu a reserva de petróleo.
b) Que aspecto do fato relatado essa omissão destaca?
A descoberta da reserva de petróleo.
c) Transforme esse título em uma oração na voz ativa.
Descobriram uma reserva gigante de petróleo na bacia de Santos.
3 Releia o segundo título.
a) Transforme-o em uma oração na voz passiva.
Descoberta de petróleo na bacia de Santos é confirmada pela Petrobras.
b) Reescreva essa oração, retirando o agente da passiva.
Descoberta de petróleo na bacia de Santos é confirmada.
c) Que sentido essa omissão acrescenta ao título?
Essa omissão destaca o elemento que foi descoberto.
4 Reescreva o terceiro título, de modo a enfatizar os aspectos a seguir.
a) A descoberta. b) Quem descobriu.
Na bacia de Santos, um mar de petróleo foi descoberto. Na bacia de Santos, Petrobras descobre um mar de petróleo.
5 Leia os títulos de notícias abaixo.

Nova fonte de célula-tronco foi descoberta nos eUA


disponível em: <http://www.jornalvejaagora.com.br>. Acesso em: 3 abr. 2008.

Jogos olímpicos: t
tocha foi entregue em Atenas a responsável chinês
disponível em: <http://ultimahora.publico.clix.pt>. Acesso em: 3 abr. 2008.

Primeira gravação sonora foi feita por um francês


disponível em: <http://www.parana-online.com.br>. Acesso em: 3 abr. 2008.

a) Classifique a voz verbal dos três títulos.


Os três estão na voz passiva.
b) Em qual deles o agente da passiva está expresso?
No terceiro.
c) Identifique o agente da passiva desse título.
Por um francês.
d) Crie agentes da passiva para as orações em que eles foram omitidos.
Resposta pessoal.
aNOte

A omissão ou a presença do agente da passiva nos textos que empregam


a voz passiva modulam a informação que é trazida ao leitor.
Nos textos jornalísticos, o uso das vozes verbais e a presença ou não do
agente da passiva destacam aspectos diferentes da informação apresentada.

167

2/17/09 3:52:31 PM
questões
De escrita Grafia de verbos abundantes

1 Leia estes títulos de notícia.

CinTo de segUrança
rança poderia Ter salvado
vidas em aCidenTe
e de ônib Us
disponível em: <http://www.estradas.com.br>. Acesso em: 16 abr. 2008.

leopardo é salvo depois de Cair em poço na Índia


disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br>. Acesso em: 16 abr. 2008.

a) Qual é o verbo que se repete nos dois títulos? O verbo salvar.


b) Em que forma nominal está esse verbo? No particípio.

Alguns verbos apresentam mais de uma forma no particípio com a mes-


ma função. Nesses casos, as duas formas podem ser usadas igualmente.
Observe.

tinha gastado toda a mesada.


A mesada foi gasta inteiramente.

o juiz tinha suspendido o jogo.


o jogo foi suspenso pelo juiz.

aNOte

Verbos abundantes são aqueles que apresentam mais de uma forma no


particípio, de valor ou função equivalente.

Veja outros verbos que apresentam mais de uma forma no particípio.

verbo Particípio regular Particípio irregular

aceitar aceitado aceito

eleger elegido eleito

envolver envolvido envolto

entregar entregado entregue

enxugar enxugado enxuto

ganhar ganhado ganho

pegar pegado pego

prender prendido preso

168

2/17/09 3:52:32 PM
2 Em seu caderno, copie e complete as frases com o particípio adequado do
verbo entre parênteses.
a) Ela havia ? (aceitar) o pedido de casamento no último fim de semana.
aceitado
b) A peça foi ? (eleger) a melhor do festival.
eleita
c) O ingresso do jogo foi ? (pagar) na bilheteria.
pago
d) Rafael havia ? (pagar) a entrada do cinema com a mesada.
pagado / pago
e) Carolina havia ? (ganhar) uma nota boa pelo trabalho de Ciências.
ganhado / ganho
f) Toda a verba destinada à saúde foi ? (gastar).
gasta

Anote

Geralmente, a forma regular do particípio é empregada na voz ativa, com


os verbos auxiliares ter e haver.
Ex.: Eles tinham pagado todas as despesas.
Elas haviam entregado as encomendas para a festa.
A forma irregular é empregada, geralmente, na voz passiva, com os ver-
bos auxiliares ser e estar.
Ex.: Todas as despesas foram pagas pelos patrocinadores.
Os macacos foram salvos pela população.

¢ Você sabia?
O uso da máscara como elemento cênico
surgiu no teatro grego, por volta do século V
a.C. O símbolo do teatro é uma alusão aos dois
principais gêneros da época: a tragédia e a
comédia. A primeira tratava de temas referentes
à natureza humana, bem como o controle dos
deuses sobre o destino dos homens, enquanto
a última funcionava como um instrumento de
crítica à política e sociedade atenienses. Durante
um espetáculo, os atores trocavam de máscara
inúmeras vezes, e cada uma delas representava
uma emoção ou um estado da personagem.
Disponível em: <http://www.rabisco.com.br>. Acesso em: 24 mar. 2008.

Para saber mais • Texto dramático

Livros
A megera domada, de William Shakespeare.
Tradução de Millôr Fernandes. Editora L&PM.
O noviço, de Martins Pena. Editora Paulus.
ACERVO
PnBe O santo e a porca, de Ariano Suassuna.
Editora José Olympio.
ACERVO
PnBe Os títeres de porrete e outras peças,
de Federico García Lorca. Edições SM .

169
Atividades globais | Reflexão linguística

1 Leia o texto.

Astronomia Mirim/Júpiter
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar. em seu interior caberiam todos
os outros juntos. É o quinto planeta a partir do Sol. o planeta é conhecido
desde a Antiguidade e recebeu o nome do principal deus romano, Júpiter.
como os outros planetas, além dos asteroides, Júpiter tem anéis em
volta de si e muitos satélites naturais: 63 luas no total. As quatro maio-
res luas de Júpiter foram descobertas por Galileu Galilei em 1610 ao
apontar seu telescópio para o céu e receberam nomes da mitologia: io,
europa, Ganimedes e calisto.
disponível em: <http://pt.wikibooks.org>. Acesso em: 10 nov. 2007. O planeta Júpiter.

a) Transcreva do primeiro parágrafo uma oração na voz passiva.


“O planeta é conhecido desde a Antiguidade”
b) Transforme essa oração em voz passiva pronominal.
Conhece-se o planeta desde a Antiguidade.
2 Releia.

“As quatro maiores luas de Júpiter foram descobertas por Galileu Galilei em 1610.”

a) Copie o trecho a seguir em seu caderno, completando as informações a respeito


dessa frase. passiva / As quatro maiores luas de Júpiter / por Galileu Galilei.
• A oração está na voz ?. O sujeito da oração é ?. O agente da passiva é ?.
b) Reescreva a frase, mudando a voz verbal de passiva para ativa.
Galileu Galilei descobriu as quatro maiores luas de Júpiter em 1610.
c) Que efeito de sentido tal mudança sugere?
O efeito de sentido diz respeito ao enfoque dado a Galileu Galilei, o sujeito da ação, e não mais ao objeto da descoberta, paciente da ação.
3 Elabore os dizeres de placas de anúncios a seguir, fazendo a concordância do verbo
com o sujeito. Copie as frases no seu caderno.
a) (vender) ? esta casa.
Vende-se
b) (doar) ? material de construção.
Doa-se
c) (doar) ? livros usados.
Doam-se
d) (compra) ? roupas em bom estado.
Compram-se
e) (trocar) ? um CD por um videogame.
Troca-se
4 Copie em seu caderno o agente da passiva das orações a seguir.
a) O concurso foi criado pela faculdade para estimular os novos talentos.
pela faculdade
b) O senhor será chamado pelo nome por uma enfermeira.
por uma enfermeira
c) As fotos serão analisadas por uma comissão examinadora.
por uma comissão examinadora
d) O passe do jogador foi comprado por uma equipe estrangeira.
por uma equipe estrangeira
5 Indique no caderno o agente da passiva adequado para cada uma das orações abaixo.

por seus melhores amigos pelo médico Albert Sabin


por uma equipe muito competente por Carlos Gomes

a) A ópera O Guarani foi composta ?.


por Carlos Gomes
b) A segurança do show será feita ?.
por uma equipe muito competente
c) Uma vacina contra a poliomielite foi desenvolvida ?.
pelo médico Albert Sabin
d) A festa surpresa foi organizada ?.
por seus melhores amigos

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O que você aprendeu neste capítulo

Ausência
ƒ• de narrador: o texto dramático é constituído pelo diálogo das
personagens e pelas rubricas (instruções para atores e diretores).
Pontuação: tem a função de dar expressividade às falas das
ĥ
texto personagens, revelar suas emoções, atitudes e intenções.
dramático Encenação: transformação do texto dramático numa peça teatral.
ĥ
Utiliza recursos técnicos como iluminação, som, cenários e figurinos.
Adaptação: transposição de uma obra para outro gênero — um texto
ĥ
dramático pode tornar-se um roteiro de cinema ou de televisão ou
vice-versa.

Voz
ƒ• ativa: a forma verbal indica que o sujeito da oração é também o
agente da ação verbal.
Voz passiva: o sujeito da oração é o paciente ou o objeto da ação
ĥ
verbal. Apenas verbos transitivos diretos permitem essa construção.
O sujeito da oração (na voz ativa) torna-se agente da passiva (na voz
passiva), geralmente introduzido pela preposição por.
Voz passiva analítica: formada pelo verbo ser mais o particípio do
ĥ
verbo principal.
vozes verbais Voz passiva sintética ou pronominal: construída com o pronome
ĥ
apassivador se.
Voz reflexiva: o sujeito da oração é ao mesmo tempo sujeito e paciente
ĥ
da ação verbal. O verbo empregado na voz reflexiva é chamado de
verbo pronominal.
Voz reflexiva recíproca: ocorre quando a ação verbal atua
ĥ
reciprocamente entre mais de um agente.
Agente da passiva: é o que pratica a ação verbal na voz passiva.
ĥ

Verbos
ƒ• abundantes são aqueles que apresentam mais de uma forma
no particípio de valor ou função equivalente.
verbos
abundantes Geralmente, a forma regular do particípio é empregada na voz ativa,
ĥ
com os verbos auxiliares ter e haver.
Geralmente, a forma irregular do particípio é empregada na voz
ĥ
passiva, com os verbos auxiliares ser e estar.

Autoavaliação
Para fazer sua autoavaliação, leia o quadro O que você aprendeu neste capítulo.
Dos assuntos tratados neste capítulo, qual você achou mais interessante? Por quê?
ĥ
Que aspectos dos textos dramáticos chamaram mais sua atenção?
ĥ
Você atentou para os recursos que dão expressividade ao texto dramático?
ĥ
Você aprendeu bem os conteúdos relacionados às vozes verbais e ao agente da passiva?
ĥ
O que acha que precisa estudar mais?

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