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As células eucariontes apresentam no seu interior uma organela exclusiva: o núcleo. Essa organela não só armazena o
material genético da célula, como também é responsável pelo controle de todo o funcionamento celular. É fundamental
entendermos como isso ocorre.
Veremos que os processos de divisão celular, tão importantes para a manutenção do organismo em vários aspectos,
contam com a participação ativa do núcleo.
Impossível falar do núcleo sem abordarmos as duas moléculas mais importantes que encontramos no seu interior: o
DNA e o RNA. Aliás, veremos que a função de controlar o funcionamento celular se deve à presença dessas moléculas.
OBJETIVOS
Analisar a estrutura e composição do núcleo celular;
As células geralmente apresentam um único núcleo e este fica localizado em seu centro. No entanto, existem células
que apresentam mais de um núcleo ou que núcleo fica localizado perifericamente.
Outra coisa bem variável é o formato dos núcleos: existem alguns que são esféricos, alongados, divididos em lóbulos
etc.
As fotos mostram diferentes células, que nos permitem ver diferentes aspectos sobre os núcleos. Em A, temos uma
lâmina de sangue de ave, em que as hemácias são elípticas e apresentam um núcleo centralizado e com o formato da
célula. Em B, podemos ver os tecidos da pele, mostrando núcleo com formatos diferentes (esféricos, alongados,
achatados). Em C, podemos ver uma lâmina de glândula salivar, em que os núcleos são esféricos. Em D, vemos o
revestimento externo dos intestinos, com células de núcleo achatado.
ESTRUTURA NUCLEAR
O núcleo, como vimos, é um espaço delimitado por membrana. Essa membrana pode ser chamada de carioteca
carioteca,
cariomembrana ou, simplesmente, membrana nuclear.
nuclear
Na imagem, vemos a constituição do núcleo: a carioteca que delimita o seu espaço, o núcleo como uma região mais
corada no seu interior e o que o preenche ― uma mistura de nucleoplasma e cromatina
cromatina.
Vamos entender melhor, estudando detalhadamente cada estrutura que compõe o núcleo.
A CARIOTECA
A carioteca é uma membrana dupla, separada por um espaço, e que continua com a membrana de uma organela
chamada Retículo Endoplasmático Rugoso.
Rugoso
Podemos ver na imagem a continuidade da membrana externa da carioteca com o Retículo Endoplasmático Rugoso.
Essa membrana apresenta poros, por onde moléculas grandes, como proteínas e RNAs, podem passar.
NUCLEOPLASMA
O nucleoplasma é uma solução aquosa contendo proteínas (maioria enzimas) e outras moléculas como RNAs,
nucleosídeos, nucleotídeos e íons.
NUCLÉOLO
O nucléolo é uma estrutura fortemente corada, formado por DNA, que possui genes que estão envolvidos na síntese de
RNA ribossomal, que vai originar os ribossomos — estruturas celulares que fabricam as proteínas das células.
CROMATINA
A cromatina é a parte mais importante do núcleo, pois é formada pelo DNA e proteínas que participam do
empacotamento do DNA. As proteínas mais importantes são as histonas
histonas.
As moléculas de DNA se enrolam nas histonas, em um conjunto formado por oito histonas, e formam estruturas que
chamamos de nucleossomos
nucleossomos.
Fonte da Imagem:
Essa imagem mostra a estrutura do nucleossomo. A fita vermelha representa o DNA. As bolas azuis representam as
oito moléculas de histonas, em que o DNA se enrola. Em verde está representada uma proteína chamada H1, que fixa a
molécula de DNA nas oito histonas e mantém a estrutura do nucleossomo.
Sendo assim, a cromatina é uma cadeia de nucleossomos, como se fosse um colar de pérolas, como na imagem baixo.
Nós só conseguimos identificar a cromatina quando a célula não está no período de divisão celular, que chamamos de
interfase.
interfase
Isso ocorre porque, quando a célula vai se dividir, a cromatina se transforma em cromossomos, como veremos a
seguir.
eucromatina
Na parte chamada de eucromatina
eucromatina, os genes presentes na molécula de DNA estão ativos, produzindo proteínas e, além
disso, a cromatina está descondensada, não compactada.
Ela só vai se condensar na hora da divisão celular, momento que ela se transforma em cromossomo.
heterocromatina
Já na parte de heterocromatina
heterocromatina, os genes não são ativos e a cromatina está sempre condensada. No entanto, essa
heterocromatina ainda se subdivide em heterocromatina constitutiva (glossário) e heterocromatina facultativa
(glossário).
(glossário)
OS CROMOSSOMOS
Como já adiantamos, e vamos entender melhor agora, quando a célula vai se dividir, a cromatina se condensa
completamente (nesse caso não teremos mais aquela diferença entre eucromatina e heterocromatina) e se
transformará em cromossomos.
Então, cada um dos 46 cromossomos que encontramos em nossas células é resultado da compactação de um pedaço
de cromatina.
Podemos dizer que cromatina e cromossomo são feitos da mesma coisa (DNA + Proteínas) e que se diferenciam
apenas pelo seu estado funcional: descompactada na cromatina e completamente compactado no cromossomo.
cromossomo
Como o cromossomo é feito de DNA, e o DNA contém as nossas informações genéticas, eles são os veículos dessa
informação e são eles que, durante os processos de divisão celular, serão divididos entre as células-filhas formadas,
garantindo que as informações genéticas sejam passadas para elas.
Os cromossomos típicos apresentam uma estrutura característica, como podemos ver na imagem abaixo.
Os cromossomos são formados por duas moléculas de DNA compactadas, sendo uma cópia da outra, gerada durante
a replicação do DNA, que será vista a seguir. Cada uma destas moléculas compactadas formam uma cromátide. As
cromátides são unidas por uma região chamada centrômero. O centrômero divide as cromátides em braços, que
podem ter o mesmo tamanho ou não. A extremidade de cada cromátide é chamada de telômero.
Mas todos os cromossomos não têm a mesma forma e, por isso, são classificados em três tipos diferentes nas células
humanas:
Metacêntricos;
Submetacêntricos;
Acrocêntricos.
A posição do centrômero na cromátide determina o tamanho dos braços e assim o tipo de cromossomo. No
cromossomo metacêntrico (M), o centrômero está no meio da cromátide e por isso os dois braços possuem o mesmo
tamanho. No cromossomo submetacêntrico,
submetacêntrico o centrômero está um pouco deslocado do centro e por isso um braço é
um pouco menor do que o outro. Já no acrocêntrico
acrocêntrico, o centrômero está muito deslocado do centro e por isso um dos
braços é muito menor do que o outro.
Os cromossomos também são divididos em dois grupos, mas de acordo com a função que eles exercem.
células diploides
As células diploides (que indicamos como 2n) são as células que possuem os 23 pares, ou 46 cromossomos. Essas
são as células somáticas, ou seja, células que formam o nosso corpo.
células haploides
Já as células haploides (n) são as células que possuem apenas um cromossomo de cada par, portanto 23
cromossomos. Esses são os gametas, espermatozoides no homem ou ovócitos na mulher.
Lembrando que esses números se referem às células humanas. Outros organismos possuem números diploides de
cromossomos diferentes.
A presença de um cromossomo identificado como cromossomo 21 a mais, por exemplo, causa a síndrome conhecida
como Síndrome de Down. Outras síndromes são conhecidas e o diagnóstico delas é feito através da realização de um
cariótipo (glossário)
(glossário).
Abaixo podemos ver cariótipos de pessoas normais e de pessoas afetadas pela Síndrome de Down.
Fonte da Imagem:
Essa foto é de um cariótipo humano normal. Podemos ver a presença de 23 pares de cromossomos. Os dois últimos
cromossomos são o par sexual e, como existe um cromossomo X e um cromossomo Y, trata-se do cariótipo de um
homem.
Fonte da Imagem:
Essa foto é de um cariótipo de uma pessoa portadora da Síndrome de Down. Podemos ver que existem três
cromossomos 21, caracterizando uma trissomia do cromossomo 21. Podemos ver também que se trata de uma
pessoa do sexo feminino, pois possui dois cromossomos X.
As células precisam estar se dividindo constantemente, por diferentes razões. Células se dividem para repor células
mortas, para garantir o crescimento e desenvolvimento do organismo e para regeneração dos tecidos. Células também
se dividem com a finalidade de formar os gametas, as células reprodutivas.
Existem dois tipos de divisão celular. Eles são marcados pelos eventos que envolvem os cromossomos, e são divididos
em fases.
A MITOSE
Ocorre em todos os tipos de células, com a finalidade de repor as células mortas, permitir o crescimento do organismo
e aumentar a quantidade de células.
As nossas células somáticas, que formam o nosso corpo, e também as células que vão formar os gametas (no início
do processo de formação) fazem esse tipo de divisão celular, que se caracteriza pelo fato de que todas as células
formadas têm a mesma quantidade de cromossomos da célula inicial. Ou seja, células diploides originam células que
são diploides também.
A mitose possui quatro fases bem definidas: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Veja na imagem abaixo o que
caracteriza cada uma das fases da mitose.
Podemos ver aqui o que caracteriza cada fase da mitose. Na prófase
prófase, a carioteca se desfaz e os centríolos originam o
fuso acromático, formado por filamentos que puxam os cromossomos na hora da divisão. Na metáfase
metáfase, os
cromossomos formam uma fileira no centro da célula, e ficam com seus centrômeros ligados ao fuso acromático. Na
Anáfase, os filamentos do fuso acromático puxam os cromossomos, os seus centrômeros se partem e as cromátides
Anáfase
são separadas. Na telófase
telófase, os cromossomos são envolvidos pelas carioteca, que se refazem, formam-se núcleos
diferentes e o citoplasma se divide, resultando em duas células.
MEIOSE
A meiose é um tipo de divisão que só ocorre com as células que vão formar os gametas. Nesse processo de divisão,
as células diploides dão origem a células que tem a metade do número de cromossomos, ou seja, células haploides,
que serão os espermatozoides ou os ovócitos.
Meiose I - é o momento em que a célula reduz a quantidade de cromossomos a metade e, por isso, é chamada de
reducional;
reducional
Meiose II - as células que já têm metade do número de cromossomos se divide novamente, dando origem a novas
células que também têm metade do número de cromossomos da célula inicial. Essa fase é chamada de equacional
equacional.
Nas duas etapas existem as fases de prófase, metáfase, anáfase e telófase, que recebem o número I ou II, de acordo
com a etapa.
Saiba mais
, Antes de continuar seus estudos, clique aqui (https://www.youtube.com/watch?v=F3mjDCCW_cU) e entenda melhor esses
processos de divisão celular.
Esses mecanismos fazem parte do que chamamos de Dogma Central da Biologia Molecular.
Molecular
Na imagem, vemos os diferentes eventos que fazem parte do Dogma Central da Biologia Molecular. Ele mostra que as
moléculas de DNA, através do processo de Replicação
Replicação, originam cópias delas mesmas. Quando a informação genética
que está na molécula de DNA vai ser utilizada, tem-se os processos de Transcrição e Tradução
Tradução. Na Transcrição, as
informações genéticas são transferidas para uma molécula de RNA que é sintetizada. Já na tradução, essa informação
é utilizada para determinar a sequência de aminoácidos de uma proteína. Essa proteína será o produto final de um
gene. Portanto, a concretização dessa informação genética, determinando características físicas e funcionais do
organismo.
A MOLÉCULA DE DNA
As moléculas de DNA (ácido desoxirribonucleico) são encontradas no núcleo das células, mas também dentro de
organelas, como as mitocôndrias e os cloroplastos
cloroplastos. Elas contêm todas as informações genéticas que possuímos, pois
nelas encontramos os genes. Elas são formadas por duas cadeias de nucleotídeos ligadas entre si e dispostas em
espiral, como vimos na imagem anterior.
Estrutura de um nucleotídeo.
Na molécula de DNA, esses nucleotídeos são ligados entre si formando uma cadeia polinucleotídica
polinucleotídica. A ligação que une
os nucleotídeos é chamada de ligação fosfodiéster.
fosfodiéster
Na formação final da molécula, formada pelas duas cadeias dispostas em hélice, as bases nitrogenadas dos
nucleotídeos se ligam entre si, través de ligações de hidrogênio.
Essa ligação não ocorre ao acaso, uma vez que sempre a base adenina se liga à base timina, com duas ligações de
hidrogênio, e a base guanina se liga à base citosina através de três ligações de hidrogênio.
Na imagem, vemos a estrutura da molécula de DNA, com duas cadeias polinucleotídicas complementares. Podemos
observar as bases nitrogenadas voltadas para o interior e fazendo ligações de hidrogênio, enquanto que o esqueleto
formado pela desoxirribose e o fosfato ficam voltados para fora.
A MOLÉCULA DE RNA
O RNA (ácido ribonucleico) também é formado por nucleotídeos. No entanto, por uma única cadeia.
Os nucleotídeos do RNA possuem a pentose ribose e as bases nitrogenadas presentes não são exatamente as
mesmas. Ela apresenta adenina, a citosina e guanina da mesma forma que o DNA. No entanto, a base uracila entra no
lugar da timina, que é exclusiva do DNA.
Atenção
, Os três estão envolvidos na expressão dos genes presentes no DNA, ou seja, na utilização da informação genética que o DNA
possui.
Veja as principais diferenças entre o DNA e o RNA na tabela abaixo:
REPLICAÇÃO DO DNA
A replicação do DNA é parte do Dogma Central da Biologia Molecular. Através desse mecanismo, é feita uma cópia das
moléculas de DNA que a célula possui. No entanto, essas cópias ficam ligadas à molécula original através da estrutura
que será o centrômero do cromossomo.
A célula replica o DNA toda vez que ela vai se dividir, para que no processo de divisão cada cópia migre para os
extremos da célula que serão os núcleos das novas células. Assim, todas as células do organismo possuem a mesma
informação genética.
Nesse momento, as duas fitas do DNA se separam através de uma enzima chamada helicase
helicase, e cada uma das fitas
serve de molde para que a enzima DNA polimerase produza uma nova fita.
Ao final do processo, a molécula de DNA formada terá sempre uma cadeia de nucleotídeos da molécula original e uma
cadeia de nucleotídeo nova. Por isso, dizemos que a replicação é semiconservativa.
Podemos observar na imagem a replicação do DNA. As duas fitas foram
separadas e cada uma serve de molde para a produção de uma nova.
TRANSCRIÇÃO
No processo de transcrição, é produzida uma molécula de RNA. Uma enzima chamada DNA polimerase lê uma das
fitas do DNA e produz essa nova molécula, complementar a ela.
Assim, a informação genética é passada para essa molécula de RNA, que poderá sair do núcleo para conduzir a
produção de uma proteína no citoplasma.
TRADUÇÃO
No processo final, a molécula de RNA mensageiro se liga ao ribossomo e esta faz a leitura da informação genética que
ela possui.
Essa informação está expressa em códons, que é formado pela combinação de três bases nitrogenadas.
Cada códon é interpretado pelo ribossomo como um aminoácido que a proteína vai possuir. Por exemplo, se o primeiro
códon do RNA é AUG, o aminoácido metionina será o primeiro aminoácido da proteína e assim por diante.
Essa é a tabela do código genético, em que os 64 códons estão presentes e são indicados os aminoácidos que esses
códons representam. Podemos ainda ver que os códons UAA, UAG e UGA não são códons de finalização e por isso não
possuem um aminoácido correspondente.
Depois que todos os códons são lidos e os aminoácidos ligados, o ribossomo faz a leitura do códon final, que
determina o fim da produção daquela proteína. Sendo assim, em um gene que possui 1000 códons, como o último
códon é sempre o sinal para parar a produção da proteína, esta proteína terá 999 aminoácidos.
Veja a imagem que representa a tradução.
Podemos ver aqui o processo de tradução, com a participação dos três tipos de RNA. O ribossomo faz a leitura do RNA
mensageiro e faz a ligação entre os aminoácidos, que são trazidos pelo RNA transportador.
ATIVIDADES
1 - A membrana que delimita o núcleo celular é denominada:
Carioteca
Cromossomo
Cromatina
Nucleoplasma
Nucléolo
Justificativa
Uma célula dá origem a duas células com a mesma quantidade de cromossomos e duas células com metade da quantidade
de cromossomos.
Justificativa
3 - Os ácidos nucleicos são moléculas muito importantes para o funcionamento celular. O DNA, que contém a
informação genética para todo o controle celular, e o RNA, envolvido na expressão gênica através da síntese de
proteínas, têm algumas diferenças estruturais, como, por exemplo:
Justificativa
Glossário
HETEROCROMATINA CONSTITUTIVA
A heterocromatina constitutiva é a heterocromatina padrão, característica, como descremos anteriormente. E ela permanece
sempre assim.
HETEROCROMATINA FACULTATIVA
Já a heterocromatina facultativa é aquela que em um determinado momento da vida da célula pode se tornar eucromatina. Um
exemplo clássico é o cromossomo X na mulher.
CARIÓTIPO
O cariótipo é um tipo de exame que se faz para avaliar os cromossomos, quanto ao número de forma
BASE NITROGENADA