Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
BREVE BREU
escritos sobre
literatura & cinema
1ª Edição
Olinda
2014
FICHA TÉCNICA
Capa
Germano Rabello
Fotografia de capa
Henrique Ogata
183 p.
E-book.
ISBN 978-85-914545-3-2
Nota .......................................................................................... 03
Espaço, E s p a ç o, E s p a ç o, E s p a ç o ............. 39
“Quando um homem
não admite que é um animal,
ele é menos do que um animal.
Não mais, porém menos”.
Michael McClure
(...)
O primeiro
Poeta da Água
Ficou no fundo por seis anos.
Recoberto de algas.
A vida em seu poema
Deixou milhões de minúsculos
Rastros diferentes
Se entrecruzando pela lama.
(...)
No sentido da terra
(...)
Querido enigma:
Estou bêbado.
Vou, como se diz,
Pisando nas asas.
Paro numa estrela
E sorteio o mar.
Mas estranho
- e muito –
O meu e o teu
Linjaguar.
Este poema está na antologia Na virada do século –
poesia de invenção no Brasil, organizado pelo Claudio
Daniel e pelo Frederico Barbosa. Outros bons nomes
aparecem por lá (Arnaldo Antunes, Carlito Azevedo,
Glauco Mattoso, entre outros.). E Roberto Piva, um dos
poetas inventores, um dos experimentais (com vida
experimental) indispensáveis para visões mais libertárias
e mágicas sobre a literatura brasileira, comparece nesta
breve coluna com um trecho do poema Meteoro:
(...)
há um imenso trabalho
para a boca vegetal da loucura:
comboio de corças incendiadas
deusas cuspindo gafanhotos
sobre os dorsos dos tigres
imigrante chinês
traduzindo poemas anarquistas italianos
bolas de gude
feitas de pequenos sóis
palhaço ancestral
revirando as cinzas da fogueira
de ossos
gnu guardando gravetos
na gaveta do inverno.
Quatro leituras do feminino e outras milhões
embutidas
Ou ainda:
Andara é uma região imaginária, toda ela onírica, que eu criei, ou que
quis se criar através de mim, de qualquer maneira: que eu sonhei, mas
sua matéria prima é a Amazônia, a Floresta Sagrada onde eu nasci,
com suas águas, seus peixes, suas aves, seus insetos, seus animais,
suas árvores.2
http://cecimvozesdeandara.blogspot.com/search?update
d-min=2008-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&updated-
max=2009-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&max-
results=23
Acesso em 25/01/2010
2 Texto disponível em:
http://cecimvozesdeandara.blogspot.com/2009/06/entr
evista-vicente-franz-cecim-o.html
Acesso em 25/01/2010
3cf. MANNHEIM, K. Ideologia e Utopia. Rio de Janeiro:
Zahar Editores, 1982.
4 Flagrados em delito contra noite – manifesto Curau.
Texto disponível em:
http://cecimvozesdeandara.blogspot.com/search?update
d-max=2009-07-14T05%3A28%3A00-07%3A00&max-
results=7
Acesso em 25/01/2010
5-11 cf nota 4.
12 cf. LIMA, Luiz Costa. 1989. O Controle do Imaginário:
razão e imaginação nos tempos modernos. Rio de Janeiro:
Forense Universitária.
http://cecimvozesdeandara.blogspot.com/2009_07_01_a
rchive.html
Acesso em 25/01/2010
20-21 cf. nota 4.
22 cf. nota 2.
Depois de tomar algumas garrafas
E ainda:
E aponta que
Nota
Disponível em:
http://www.beckettonfilm.com/plays/waitingforgodot/sy
nopsis.html
Acesso em 31/07/2012
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
E ainda:
“Digo que deve ser uma espécie de doença porque, supondo que o
Branco queira fazer alguma coisa, que se coração queime de desejo,
por exemplo, de sair para o sol, ou passear de canoa no rio, ou
namorar sua mulher, o que acontece? Ele quase sempre estraga boa
parte do seu prazer pensando, obstinado: “Não tenho tempo de me
divertir”. O tempo que ele tanto quer está ali, mas ele não consegue
vê-lo. Fala em uma quantidade de coisas que lhe tomam o tempo,
agarra-se, taciturno, queixoso, ao trabalho que não lhe dá alegria,
que não o diverte, ao qual ninguém o obriga senão ele próprio. Mas,
se de repente vê que tem tempo, que o tempo está ali mesmo, ou
quando alguém lhe dá um tempo – os Papalaguis estão sempre
dando tempo uns aos outros, é uma das ações que mais se aprecia –
aí não se sente feliz, ou porque lhe falta o desejo, ou está cansado do
trabalho sem alegria. E está sempre querendo fazer amanhã o que
tem tempo para fazer hoje.” (Scheurmann 2003:50)
“É raro ver um Papalagui que ainda salte, que pule como criança,
depois que fica adulto. Pelo contrário, quando anda, arrasta o corpo,
como se alguma coisa entravasse seu movimento. O Papalagui
disfarça, nega esta fraqueza, dizendo que correr, pular, saltar não
são decentes para um homem importante. Hipocrisia: é que seus
ossos estão duros, sem movimento e seus músculos não tem mais
animação porque a profissão os fez sonolentos e mortos. E a
profissão é também um aitu que destrói a vida; um aitu que ao
homem insinua bonitas coisas mas lhe chupa o sangue.”
(Scheurmann 2003:73)
E ainda:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
E ainda esclarece:
E ainda:
(...) Harry Kipper nunca existiu, tudo era falso, tratava-se de uma
“fraude” atuada entre Bolonha, Údine e Londres por um grupo
transnacional de pessoas unidas pelo uso da mesma sigla: Luther
Blissett. O mesmo que, poucos dias depois, reivindicará a peça,
desvelando seus bastidores aos jornais nacionais. (Blissett 2001:30)
Nota
Disponível em:
http://pt.scribd.com/doc /46875547/Artefato-Rizoma-
net
Acesso em 27/07/2012
MINHA MÃE É UM PEIXE:
A POESIA DE HUMBERTO AK’ABAL
Caminho ao contrário
De vez em quando
Caminho ao contrário:
É a minha maneira de lembrar.
E ainda:
Minhas asas
As estrelas
Nas vozes
Nas vozes
Das velhas árvores
Reconheço as dos meus ancestrais.
Sentinelas de séculos,
Seu sonho está nas raízes. (AK’ABAL 2006: 103)
E ainda:
E aponta que
E ainda:
Lua Negra
Nascemos
Com uma luazinha negra
Nas costas.
Chegado o tempo,
Um jaguar negro
A come.
Ninguém o vê.
Só se percebe quando
O animal nos lambe. (AK’ABAL 2006:45)
Hoje
E ainda:
“Veja, baby, sinto muito, mas será que você não percebe que esse
emprego está me deixando louco? Escuta, vamos desistir. Vamos
apenas ficar deitados por aí e fazer amor, dar passeios e conversar
um pouco. Vamos ao zoológico. Vamos ver os animais. Vamos pegar
o carro e dar uma olhada no mar. São só 45 minutos. Vamos ao
fliperama jogar nas máquinas. Vamos às corridas, ao museu, às
lutas de boxe. Vamos fazer amigos. Vamos rir. Esse tipo de vida é
para gente simplória demais: está nos matando!” (Bukowski 2011:74)
“- Olhem – eu disse -, essas revistas não valem a pena nem ser lidas,
quanto mais que vocês briguem por elas. – Tudo bem – disse uma
das mulheres -, nós sabemos que você se acha bom demais para
esse trabalho. – Bom demais? – Sim, essa sua atitude. Você acha que
a gente não reparou? Foi quando aprendi, pela primeira vez, que não
bastava que você fizesse seu trabalho. Era preciso mostrar interesse,
se possível até paixão por ele.” (Bukowski 2007:13)
“Despachante, eis o que eu era. Quando você não sabia fazer nada, é
isso que você se torna: um despachante, um recepcionista, um
garoto de estoque. Dei uma olhada em dois anúncios, fui a dois
lugares e ambos os lugares estavam interessados em me contratar. O
primeiro cheirava a trabalho, por isso fiquei com o segundo.”
(Bukowski 2011:62)
Disponível em:
http://pt-
br.protopia.wikia.com/wiki/A_Aboli%C3%A7%C3%A3o_d
o_Trabalho
Acesso em 02/05/2012
Disponível em:
http://www.4shared.com/office/rzCO-
YZT/Manifesto_Contra_o_Trabalho_Gr.htm
Acesso em 02/05/2012