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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

Vara Única da Comarca de Canguaretama


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Autos n.º 0001218-89.2010.8.20.0128


Ação Procedimento Especial da Lei Antitóxicos/PROC
Autor Ministério Público Estadual do RN
Acusado Vagner Conceição do Nascimento

Sentença

EMENTA: PENAL. PROCESSO PENAL. TRÁFICO DE


ENTORPECENTES. LEI 11.343/2006. AUTORIA E
MATERIALIDADE COMPROVADAS. VALOR PROBANTE
DOS DEPOIMENTOS DOS POLICIAIS. CONDENAÇÃO.
I – Pratica o crime de tráfico de entorpecentes aquele que
mantém em depósito, traz consigo ou oferece à venda substância
entorpecente com o fim de traficância.
II – O auto de exibição e apreensão e o exame químico
toxicológico comprovam que a substância encontrada durante a
prisão dos acusados contém em sua composição os princípios
ativos presentes na cocaína.
III – Os depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão
são coerentes quanto às principais circunstâncias da prisão, não
havendo que se exigir simetria entre os depoimentos.
IV –Procedência total da denúncia.

I - RELATÓRIO.

Vistos etc.
VAGNER CONCEIÇÃO DO NASCIMENTO, qualificado na exordial (fls.02), foi denunciado
pelo MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL em exercício junto a esta Comarca pela prática do crime de tráfico de
entorpecentes previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006.
Narra a denúncia, fundamentada em inquérito policial de fls. 05, que no dia 17 de dezembro de
2010, por volta das 19hs, na Rua do Pela, em Baía Formosa/RN, o denunciado foi preso em flagrante após vender
duas pedras de crack ao usuário conhecido por "PIMPIM" pela quantia de R$ 10,00 (dez reais).
Ato contínuo, os policiais deslocaram-se a residência do denunciado, local em que encontraram
apetrechos para a venda da droga, tais como sacos de dindim para embalagem, tesoura e uma marica.
Antes de ser notificado, o réu apresentou defesa preliminar às fl. 49.
A denúncia foi recebida às fls. 74.
Termo de audiência de instrução às fls. 119, quando o réu teve a sua prisão relaxada.
Endereço: Av. Getúlio Vargas, Nº 109, Centro - CEP 59190-000, Fone: 3241-2711, Canguaretama-RN - Mod.
Condenação - Tráfico de Entorpecentes
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Vara Única da Comarca de Canguaretama
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O réu foi interrogado conforme termos de fl. 132/133.


Os últimos depoimentos foram colhidos conforme termos de fls. 192/193.
A seguir foram apresentadas razões finais pelo Ministério Público às fls. 215, onde o representante
ministerial afirma que as provas são suficientes para a caracterização do tráfico.
Em seguida, a defesa pugnou pela absolvição pela inexistência de provas contundentes para a
condenação, aplicando-se o princípio do in dubio pro reo.
Conclusos vieram-me os autos para julgamento.
Relatei. Decido.

II - Fundamentação.

Observa-se que foi realizada a instrução com a garantia do devido processo legal e ampla defesa ao
acusado.
Nesse momento é necessário examinar se após a instrução restou provadas a autoria e a
materialidade dos crimes imputados ao acusados, inicialmente o crime de tráfico de entorpecentes previsto no
artigo 33 da Lei nº 11.343/2006, a seguir transcrito:

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,


vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda,
oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à
preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em
matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade,
posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se
utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide
ADI nº 4.274)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300
Endereço: Av. Getúlio Vargas, Nº 109, Centro
(trezentos) - CEP 59190-000, Fone: 3241-2711, Canguaretama-RN - Mod.
dias-multa.
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§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu


relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700
(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
previstas no art. 28.
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser
reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas
de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se
dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide
Resolução nº 5, de 2012)

O acusado foi inserido na modalidade de vender, tendo em vista que abordado usuário com duas
pedras de crack, o qual declarou ter comprado o material ao acusado, minutos antes do fato.
A materialidade do delito antes delineada pelo do auto de exibição e apreensão que informa ter sido
encontrado durante a prisão do acusado duas pedras de crack e objetos relacionados ao tráfico de drogas. A droga
foi submetida a perícia, e foi sobejamente comprovada através do exame químico definitivo toxicológico de fls. 61
que confirmou a presença de princípios ativos da cocaína, base para o crack.
Resta examinar a questão da autoria, tendo em vista que o acusado nega ter vendido a droga para o
usuário conhecido por "Pim-pim".
Porém, os policiais militares que participaram da prisão confirmaram a denúncia. O Policial militar
José Ednaldo de Oliveira declarou que o usuário Adriano Tomé da Silva, vulgo "pimpim", e com ele encontraram
dua pedras de crack, e o referido usuário declarou ter comprado a droga ao acusado.
O depoimento confirma as declarações do policial militar Hanceclever Alexandre Tavares Lopes
que declarou que no dia do fato avistaram Pimpim e, ao abordarem o mesmo, encontraram de posse do mesmo
duas pedras de crack, que ele confessou ter comprado da pessoa de "NEGÃO DE MÃE JÚLIA".
Apesar de ter confirmado no seu depoimento na esfera policial, o usuário pimpim, velho conhecido
na cidade de Baía Formosa, em juízo – como sempre faz – nega os fatos, dizendo que não estava com a droga, e
que quando compra droga utiliza imediatamente.
Evidentemente, Adriano Tomé da Silva não merece qualquer credibilidade, pois sabe-se que se trata
de usuário inveterado, sempre se envolvendo em fatos como o desta natureza e nas mesmas circunstâncias – na
esfera policial imputa a droga ao acusado, e em juízo ou nega que tenha comprado a droga ao réu, imputando-a a
terceiro, ou mesmo diz que não estava com droga, como é o caso dos autos.
Em tais circunstâncias, deve prevalecer o depoimento isento dos policiais que realizaram a prisão, e
que descrevem toda a ação policial até a prisão.
O acusado negou a acusação, mas não trouxe qualquer elemento probatório capaz de afastar a
acusação, e cumpre registrar que teve a sua prisão relaxada nestes autos.
Acrescente-se que sobre a credibilidade destes, entendo plenamente válidos seus depoimentos, não
tendo se verificado qualquer elemento concreto de que estes policiais tivessem qualquer interesse pessoal na
condenação do acusado.
Frise-se que não se pode admitir o entendimento de que simplesmente por serem policiais, e por
terem efetuado a prisão dos acusados, as testemunhas possam ter o seu depoimento desacreditado.

Endereço: Av. Getúlio Vargas, Nº 109, Centro


"TÓXICO - CEP 59190-000,
- TRÁFICO Fone: 3241-2711,
- CONFISSÃO NA FASECanguaretama-RN - Mod.
EXTRAJUDICIAL -
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RETRATAÇÃO - INSUBSISTÊNCIA - DEPOIMENTO DE POLICIAL


MILITAR - CONSISTÊNCIA - CONDENAÇÃO - RECURSO
DESPROVIDO. A retratação, em juízo, da confissão feita na fase
extrajudicial, somente tem valor quando amparada pelo conjunto probatório.
Os depoimentos de policiais, quando coerentes, firmes e consonantes com os
demais elementos carreados aos autos, são relevantes e merecem todo crédito.
Tendo restados cumpridamente provados os fatos atribuídos ao réu, é de se
manter a decisão condenatória, que o deu como incurso nas sanções do art. 12
da Lei nº 6.368/76." (Processo nº 349236-0 - Relator: JOSÉ ANTONINO
BAÍA BORGES - Data do acórdão: 16/10/2003 - Data da publicação:
05/11/2003).
Assim, diversamente do que expõe a defesa, não há que se falar em aplicação do princípio do in
dubio pro reo, porque os depoimentos dos policiais, o termo de apreensão e o laudo da droga, corroboram a
acusação, permitindo o decreto condenatório.

III - Dispositivo

Diante do exposto, e por tudo o mais que dos autos consta, com fundamento no artigo 387 do
Código de Processo Penal, julgo procedente a denúncia para condenar, como tenho por CONDENADO o acusado
VAGNER CONCEIÇÃO DO NASCIMENTO, conhecido por "NEGÃO DE MÃE JULIA", como incurso nas
penas dos artigos 33, caput, Lei nº 11.343/2006, uma vez reconhecido suficientemente provadas a autoria e
materialidade dos delitos.
E com base nos artigo 59 e 68 do Código Penal passo a dosimetria da pena aplicada, observando
desde logo que se apresentam desfavoráveis ao acusado a culpabilidade eis que o sentenciado agiu com pleno
discernimento do caráter ilícito de sua conduta dirigida a prática do crime de tráfico de entorpecentes,
demonstrando alto grau de reprovabilidade; e o comportamento da vítima que no caso é o Estado e, via de
conseqüência, a Sociedade, em nada contribuiu para o cometimento do crime por parte do acusado.
Por outro lado, militam em favor do acusado, os antecedentes criminais eis que não existem nos
autos prova de qualquer condenação transitada em julgado contra o acusado, embora tenha sido preso após ser
solto neste processo nos autos de nº 0001094-80.2012.8.20.0114; a conduta social e a personalidade visto que não
há elementos que comprovem desvio capaz de determinar ser o acusado, pessoa criminosa ou com tendência para
o crime, de modo a impedir a sua convivência em sociedade, e ao fim, os motivos, as circunstâncias e as
conseqüências porque não destoam dos motivos já considerados pelo legislador aos fixar o mínimo e o máximo da
pena, qual seja, fazer a circulação da droga, não havendo conseqüências concretas e objetivas para desfavorecer
acusado, visto que a disseminação da droga também já foi considerada pelo legislador.
Por conseguinte, fixo a pena-base em cinco (05) anos e seis (06) meses de reclusão e quinhentos e
cinquenta (550) dias multa.
Inexistem circunstâncias agravantes e atenuantes, reafirmando o exposto na fundamentação sobre as
atenuantes pleiteadas pela defesa.
Ausentes causas de aumento ou de diminuição de pena.
E assim, torno DEFINITIVAS e CONCRETAS para o sentenciado VAGNER CONCEIÇÃO DO
NASCIMENTO, pela prática do crime de tráfico de entorpecentes, as penas de cinco (05) anos e seis (06) meses
de reclusão e quinhentos e cinquenta (550) dias multa, a ser cumprida em regime incialmente fechado, em
estabelecimento definido pelo Juízo competente para a execução da pena.
Entendo que o quantum fixando é suficiente à reprovação do delito e à ressocialização do
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denunciado.
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IV – Provimentos Gerais.

Pena de multa. Considerando a situação econômico-financeira do sentenciado estipulo o valor de


1/30 (um trigésimo) do salário mínimo, em vigor na data do fato, para cada dia-multa que deverá ser recolhida no
prazo de dez dias após o trânsito em julgado da presente decisão, sob pena de inscrição na dívida ativa e execução.
Perdimento de bens. Nos termos do art. 91 do Código Penal e do art. 63 da Lei nº 11.343/2006
declaro o perdimento da substância apreendida, por entender que restou demonstrada a relação dos objetos acima
com o tráfico de entorpecentes.
Substituição da pena privativa de liberdade. Não estão presentes os requisitos do artigo 44 do
Código Penal e a culpabilidade do acusado somando-se ao quantum fixado concretamente para a pena privativa de
liberdade para o crime de tráfico, não autorizam a sua substituição.
Suspensão condicional do processo. Da mesma forma, não vislumbro a concessão do sursis na
forma do artigo 77 do Código Penal, visto que a culpabilidade do acusado restou plenamente demonstrada de
forma acentuada e as circunstâncias da prática do crime revelam sua despreocupação com as conseqüências do
delito.
Direito de recorrer em liberdade. O sentenciado não está preso por este processo, razão pela qual,
concedo-lhe o direito de recorrer em liberdade.
Custas. Pelo sentenciado na forma da lei.

V – Provimentos finais e autenticações.

Transitada em julgado a sentença para a acusação expeça-se a guia para a execução provisória;
transitada em julgado também para a defesa, expeça-se a guia definitiva; remeta-se o boletim individual ao
ITEP/RN (art. 809, CPP), expedindo-se a guia de recolhimento de forma triplicada; informe-se a condenação ao
Egrégio Tribunal Regional Eleitoral para fins do artigo 15, inciso III, da Constituição Federal da República e
anote-se no rol dos culpados o nome do réu.
Transitado em julgado seja o processo arquivado com baixa na distribuição.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Canguaretama/RN, 28 de outubro de 2013.
Daniela do Nascimento Cosmo
Juíza de Direito

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