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Sentença
I - RELATÓRIO.
Vistos etc.
VAGNER CONCEIÇÃO DO NASCIMENTO, qualificado na exordial (fls.02), foi denunciado
pelo MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL em exercício junto a esta Comarca pela prática do crime de tráfico de
entorpecentes previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006.
Narra a denúncia, fundamentada em inquérito policial de fls. 05, que no dia 17 de dezembro de
2010, por volta das 19hs, na Rua do Pela, em Baía Formosa/RN, o denunciado foi preso em flagrante após vender
duas pedras de crack ao usuário conhecido por "PIMPIM" pela quantia de R$ 10,00 (dez reais).
Ato contínuo, os policiais deslocaram-se a residência do denunciado, local em que encontraram
apetrechos para a venda da droga, tais como sacos de dindim para embalagem, tesoura e uma marica.
Antes de ser notificado, o réu apresentou defesa preliminar às fl. 49.
A denúncia foi recebida às fls. 74.
Termo de audiência de instrução às fls. 119, quando o réu teve a sua prisão relaxada.
Endereço: Av. Getúlio Vargas, Nº 109, Centro - CEP 59190-000, Fone: 3241-2711, Canguaretama-RN - Mod.
Condenação - Tráfico de Entorpecentes
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Vara Única da Comarca de Canguaretama
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II - Fundamentação.
Observa-se que foi realizada a instrução com a garantia do devido processo legal e ampla defesa ao
acusado.
Nesse momento é necessário examinar se após a instrução restou provadas a autoria e a
materialidade dos crimes imputados ao acusados, inicialmente o crime de tráfico de entorpecentes previsto no
artigo 33 da Lei nº 11.343/2006, a seguir transcrito:
O acusado foi inserido na modalidade de vender, tendo em vista que abordado usuário com duas
pedras de crack, o qual declarou ter comprado o material ao acusado, minutos antes do fato.
A materialidade do delito antes delineada pelo do auto de exibição e apreensão que informa ter sido
encontrado durante a prisão do acusado duas pedras de crack e objetos relacionados ao tráfico de drogas. A droga
foi submetida a perícia, e foi sobejamente comprovada através do exame químico definitivo toxicológico de fls. 61
que confirmou a presença de princípios ativos da cocaína, base para o crack.
Resta examinar a questão da autoria, tendo em vista que o acusado nega ter vendido a droga para o
usuário conhecido por "Pim-pim".
Porém, os policiais militares que participaram da prisão confirmaram a denúncia. O Policial militar
José Ednaldo de Oliveira declarou que o usuário Adriano Tomé da Silva, vulgo "pimpim", e com ele encontraram
dua pedras de crack, e o referido usuário declarou ter comprado a droga ao acusado.
O depoimento confirma as declarações do policial militar Hanceclever Alexandre Tavares Lopes
que declarou que no dia do fato avistaram Pimpim e, ao abordarem o mesmo, encontraram de posse do mesmo
duas pedras de crack, que ele confessou ter comprado da pessoa de "NEGÃO DE MÃE JÚLIA".
Apesar de ter confirmado no seu depoimento na esfera policial, o usuário pimpim, velho conhecido
na cidade de Baía Formosa, em juízo – como sempre faz – nega os fatos, dizendo que não estava com a droga, e
que quando compra droga utiliza imediatamente.
Evidentemente, Adriano Tomé da Silva não merece qualquer credibilidade, pois sabe-se que se trata
de usuário inveterado, sempre se envolvendo em fatos como o desta natureza e nas mesmas circunstâncias – na
esfera policial imputa a droga ao acusado, e em juízo ou nega que tenha comprado a droga ao réu, imputando-a a
terceiro, ou mesmo diz que não estava com droga, como é o caso dos autos.
Em tais circunstâncias, deve prevalecer o depoimento isento dos policiais que realizaram a prisão, e
que descrevem toda a ação policial até a prisão.
O acusado negou a acusação, mas não trouxe qualquer elemento probatório capaz de afastar a
acusação, e cumpre registrar que teve a sua prisão relaxada nestes autos.
Acrescente-se que sobre a credibilidade destes, entendo plenamente válidos seus depoimentos, não
tendo se verificado qualquer elemento concreto de que estes policiais tivessem qualquer interesse pessoal na
condenação do acusado.
Frise-se que não se pode admitir o entendimento de que simplesmente por serem policiais, e por
terem efetuado a prisão dos acusados, as testemunhas possam ter o seu depoimento desacreditado.
III - Dispositivo
Diante do exposto, e por tudo o mais que dos autos consta, com fundamento no artigo 387 do
Código de Processo Penal, julgo procedente a denúncia para condenar, como tenho por CONDENADO o acusado
VAGNER CONCEIÇÃO DO NASCIMENTO, conhecido por "NEGÃO DE MÃE JULIA", como incurso nas
penas dos artigos 33, caput, Lei nº 11.343/2006, uma vez reconhecido suficientemente provadas a autoria e
materialidade dos delitos.
E com base nos artigo 59 e 68 do Código Penal passo a dosimetria da pena aplicada, observando
desde logo que se apresentam desfavoráveis ao acusado a culpabilidade eis que o sentenciado agiu com pleno
discernimento do caráter ilícito de sua conduta dirigida a prática do crime de tráfico de entorpecentes,
demonstrando alto grau de reprovabilidade; e o comportamento da vítima que no caso é o Estado e, via de
conseqüência, a Sociedade, em nada contribuiu para o cometimento do crime por parte do acusado.
Por outro lado, militam em favor do acusado, os antecedentes criminais eis que não existem nos
autos prova de qualquer condenação transitada em julgado contra o acusado, embora tenha sido preso após ser
solto neste processo nos autos de nº 0001094-80.2012.8.20.0114; a conduta social e a personalidade visto que não
há elementos que comprovem desvio capaz de determinar ser o acusado, pessoa criminosa ou com tendência para
o crime, de modo a impedir a sua convivência em sociedade, e ao fim, os motivos, as circunstâncias e as
conseqüências porque não destoam dos motivos já considerados pelo legislador aos fixar o mínimo e o máximo da
pena, qual seja, fazer a circulação da droga, não havendo conseqüências concretas e objetivas para desfavorecer
acusado, visto que a disseminação da droga também já foi considerada pelo legislador.
Por conseguinte, fixo a pena-base em cinco (05) anos e seis (06) meses de reclusão e quinhentos e
cinquenta (550) dias multa.
Inexistem circunstâncias agravantes e atenuantes, reafirmando o exposto na fundamentação sobre as
atenuantes pleiteadas pela defesa.
Ausentes causas de aumento ou de diminuição de pena.
E assim, torno DEFINITIVAS e CONCRETAS para o sentenciado VAGNER CONCEIÇÃO DO
NASCIMENTO, pela prática do crime de tráfico de entorpecentes, as penas de cinco (05) anos e seis (06) meses
de reclusão e quinhentos e cinquenta (550) dias multa, a ser cumprida em regime incialmente fechado, em
estabelecimento definido pelo Juízo competente para a execução da pena.
Entendo que o quantum fixando é suficiente à reprovação do delito e à ressocialização do
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denunciado.
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IV – Provimentos Gerais.
Transitada em julgado a sentença para a acusação expeça-se a guia para a execução provisória;
transitada em julgado também para a defesa, expeça-se a guia definitiva; remeta-se o boletim individual ao
ITEP/RN (art. 809, CPP), expedindo-se a guia de recolhimento de forma triplicada; informe-se a condenação ao
Egrégio Tribunal Regional Eleitoral para fins do artigo 15, inciso III, da Constituição Federal da República e
anote-se no rol dos culpados o nome do réu.
Transitado em julgado seja o processo arquivado com baixa na distribuição.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Canguaretama/RN, 28 de outubro de 2013.
Daniela do Nascimento Cosmo
Juíza de Direito
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