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Prova

2
Introdução à Antropologia – Turma A
Prof. João Lucas Moraes Passos

Tomando os trechos que se seguem como um mote para reflexão, responda às
questões.

[O] etnocídio é a supressão das diferenças culturais julgadas
inferiores e más; é a aplicação de um princípio de identificação, de
um projeto de redução do outro ao mesmo (o índio amazônico
suprimido como outro e reduzido ao mesmo como cidadão
brasileiro). Em outras palavras, o etnocídio resulta na dissolução do
múltiplo no Um. O que significa agora o Estado? Ele é, por essência,
o emprego de uma força centrípeta que tende, quando as
circunstâncias o exigem, a esmagar as forças centrífugas inversas. O
Estado se quer e se proclama o centro da sociedade, o todo do corpo
social, o mestre absoluto dos diversos órgãos desse corpo. Descobre-
se assim, no núcleo mesmo da substância do Estado, a força atuante
do Um, a vocação de recusa do múltiplo, o temor e o horror da
diferença.
Pierre Clastres, Do Etnocídio, p. 59

[A] simples proclamação da igualdade natural entre todos os
homens, e da fraternidade que deve uni-los sem distinção de raça e
cultura, tem algo decepcionante para o espírito, pois negligencia
uma diversidade de fato que se impõe à observação [...]. As grandes
declarações dos direitos do homem têm também ela esta força e
esta fraqueza: enunciar um ideal que raramente atenta para o fato
de que o homem não realiza sua natureza numa humanidade
abstrata, mas em culturas tradicionais, cujas mudanças as mais
revolucionárias deixam subsistir aspectos Intactos e se explicam a si
mesmas em função de uma situação estritamente def1tl1dano
tempo e no espaço.
Claude Lévi-Strauss, Raça e História, p. 335


1- Lévi-Strauss, em Raça e História, comenta que há uma grande dificuldade do
pensamento dito ocidental em conciliar a enorme variedade de povos e culturas
do mundo com a ideia de que a humanidade é única. Se por um lado, temos o
expurgo da diferença – seja com o genocídio ou com o etnocídio, como vimos
com Clastres –, por outro lado há formas alternativas de se lidar com essa
alteridade, entre as quais poderíamos encaixar a própria antropologia. Segundo
Lévi-Strauss, uma tentativa de conciliar a unidade da humanidade e a
diversidade cultural foi o que ele chamou de falso evolucionismo. Em que
consiste esse pensamento evolucionista? Por que Lévi-Strauss afirma que ele
apenas finge reconhecer as diferenças existentes no mundo?

2- Poderíamos pensar o conceito de relativismo cultural como também uma
forma de lidar com essa alteridade, uma vez que ele postula que só podemos
medir uma cultura de acordo com seus próprios valores. Durante muito
tempo, a ideia do relativismo norteou a antropologia, impondo um trabalho
de campo de longa duração a fim justamente de compreender melhor os
“valores próprios de cada cultura”. Rita Segato, no entanto, em O paradoxo
do relativismo, chama-nos atenção para as contradições inerentes ao
“recorte clássico” da antropologia. Em que consiste, para ela, o paradoxo
entre o suposto reconhecimento dos diferentes padrões culturais e o
discurso antropológico racional que busca explicar e interpretar essas
práticas? Explique como a etnografia de Evans-Pritchard, entre os Azande,
pode ser um exemplo prático desse paradoxo.

3- Notando esse paradoxo, Eduardo Viveiros de Castro, em O nativo relativo,
também questiona a ideia do relativismo cultural, alertando para o fato de
que o “jogo clássico” da antropologia impõe uma vantagem do discurso do
antropólogo, aquele teoricamente capaz de dizer a verdade por trás das
coisas, sobre o discurso do nativo, cuja cultura o impediria de ver o mundo
como ele realmente é. Para fugir disso, ele propõe que equiparemos os dois
discursos: enquanto os conceitos do antropólogo expressariam a “realidade”
do mundo do antropólogo, os conceitos do nativo expressam também uma
“realidade”, mas do mundo do nativo. O antropólogo teria que se atentar
assim para o mundo expressado nos conceitos nativos. E para que possamos
compreender esse outro mundo, é necessário, em vez de acreditar nas
palavras do nativo, diz o autor, “levarmos a sério” o seu discurso. O que seria
esse “levar a sério”? E como o exemplo da discussão entre a mulher piro e a
agente de saúde ilustra a questão de “outros mundos possíveis”?

4- Ainda em relação às contradições da antropologia, especialmente no que se
refere ao discurso antropológico que busca a “realidade” do mundo em
detrimento daquilo que diz o nativo, Jeanne Favret-Saada, em Ser afetado,
critica a noção de “observação participante”. Como se dá sua crítica a esse
método de pesquisa de campo? Qual o método que ela propõe que usemos e
como ele se afasta da noção de “empatia”?

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