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“Ah! um povo que iniciasse a destruição dos marcos e deixasse intactas as florestas!“
Henry Thoreau (1817-1862)
Achei que a proposta fazia todo o sentido, mas confesso que fiquei na dúvida sobre as bases
jurídicas de um impeachment pelo crime de ecocídio. Mas, na discussão, foi apresentado o
argumento de que o Tribunal Penal Internacional (TPI) decidiu, no final de 2016, reconhecer o
ecocídio (destruição em larga escala do meio ambiente) como crime contra a Humanidade.
Advogados e especialistas em Direito Penal Internacional consideram o Ecocídio um delito de
escopo local e global que justifica criminalizar as agressões contra o meio ambiente.
Os juristas franceses, Jessica Finelle e François Zimeray, chamavam atenção para a gravidade
dos “projetos anti-ecológicos” de Bolsonaro e para os riscos que trazem para o Brasil e o mundo.
Eles consideram que o presidente brasileiro pode ser responsabilizado por crime ecológico e por
crime contra a humanidade.
O Art. 225 da Constituição Federal diz: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
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gerações". Inquestionavelmente, é dever dos governantes respeitar a Constituição defendendo
a sustentabilidade da natureza.
A principal ameaça à humanidade e à vida na Terra é o aquecimento global que pode tornar as
o Planeta inabitável. Por isto o Acordo de Paris, assinado por cerca de 200 países propõe a
redução das emissões de GEE. Em 2016, o presidente Michel Temer entregou ao secretário-
geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o documento em que o Brasil
ratifica o Acordo de Paris, que trata de mudanças climáticas.
Para alcançar essas metas o governo precisa seguir uma série de indicações em diversos setores
da gestão pública dos recursos naturais até 2030:
“Bolsonaro colocou a líder da bancada parlamentar ruralista, Tereza Cristina Dias, como ministra
da Agricultura, não declarou novas áreas de proteção ambiental nem demarcou novas reservas
de terras indígenas (e ameaça desmantelar umas e outras), pretende desvirtuar o Fundo
Amazônia (um fundo milionário impulsionado e financiado principalmente pela Noruega para
frear o desmatamento), pôs em dúvida os dados oficiais sobre a destruição de florestas tropicais,
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elaborados por órgãos do próprio Governo por meio do Inpe, e acelerou a aprovação de novos
pesticidas, incluindo alguns com substâncias proibidas na União Europeia. Uma série de medidas
que fez com que os ex-ministros do Meio Ambiente ainda vivos acusassem em uníssono o
Governo de desmontar todos os avanços conquistados nos últimos 25 anos”.
Portanto, o presidente Jair Bolsonaro se tornou uma ameaça para o meio ambiente do Brasil e
do mundo. Assim, durante a manifestação, foi explicado que o aumento do desmatamento e
das queimadas no Brasil pode ser considerado um crime, nacional e internacional, contra a
natureza e a humanidade. O lema deveria ser: meio ambiente acima de tudo e a estabilidade
climática acima de todos. Assim, comecei a ler sobre o assunto e percebi que a discussão já
estava avançada na mídia.
O não cumprimento das metas do Acordo de Paris – por motivos torpes – e o descumprimento
da Constituição são considerados motivos suficientes para o impeachment do presidente
brasileiro. Como disse Janio de Freitas (FSP, 25/08/2019):
De fato, como disse o Dalai Lama: “A natureza sustenta a vida universal de todos os seres”. Sem
natureza não há como manter a humanidade. A ECOlogia precisa estar acima de tudo,
especialmente acima do desenvolvimento e da ECOnomia. A destruição da Amazônia está
atingindo um ponto de não retorno e vai impactar o meio ambiente do Brasil e do Mundo. É
preciso salvar a Amazônia e não deixar acontecer o que aconteceu com a Mata Atlântica.
Destruir as florestas é destruir o futuro. O ecocídio é também um suicídio. Portanto, evitar o
colapso ambiental requer ações imediatas.
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consequência de declarações irresponsáveis de Bolsonaro, assim como do desmonte de órgãos
ambientais e das políticas de Estado de proteção a direitos socioambientais", afirma a jurista
Eloísa Machado, que iniciou a articulação da denúncia”.
Desta forma, a luta contra a degradação ambiental, contra a destruição das florestas e contra a
aceleração das mudanças climáticas ocupará o centro das bandeiras das jornadas da Greve
Global pelo Clima que acontecerá em todo o mundo entre 20 e 27 de setembro de 2017.
Referências:
Rebelião de Extinção - Rebeldes pela Vida https://rebeldespelavida.climaximo.pt/
Global Week For Future 20-27 sept https://fridaysforfuture.org/
Global Climate Strike: https://globalclimatestrike.net/