Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
HOFFMEISTER, Daiana
1. INTRODUÇÃO
onde tudo está ao alcance das pessoas, ainda assim se faz necessário fazer esse
resgate, pelo gosto a literatura, a leitura prazerosa, ao crescimento intelectual do
sujeito (Brito, 2010).
Ainda há nas escolas uma politica de educação tradicional, onde se segue
uma rotina de leituras constantes e desgastantes para a criança, seguidas de provas
e assim sucessivamente, tornando o hábito de ler mecânico e desinteressante, onde
não há uma formação crítica. Sendo que a escola ocupa um lugar de extrema
relevância no incentivo a leitura, se faz necessário pensar em novos projetos de
incentivo a leitura, para que a mesma se torne atrativa, onde professor e aluno
possam trabalhar em conjunto e de forma analítica, trazer neste contexto a atuação
da biblioteca escolar, onde os alunos possam descobrir um mundo cheio de
conhecimentos que vão aguçar sua curiosidade e imaginação. Estimular o incentivo
a leitura, principalmente nas series iniciais, é muito importante, pois além de mudar a
realidade de muitas pessoas contribui para a formação de cidadãos críticos,
conscientes, criativos e com domínio do conhecimento (Cordeiro, 2017).
Percebe-se que os métodos de ensino geralmente são voltados para ensinar
a criança a ler e escrever, apender a decifrar códigos e símbolos. No entanto não
cria leitores de fato. Para tal, não basta apenas ensinar uma criança a ler, mas sim
ensina-la a gostar de ler. Infelizmente a forma avaliativa de abordar a literatura, com
finalidade de requisito para preencher notas, acaba por tirar a beleza de magnificas
obras literárias e desta maneira forma alunos os quais tem grande dificuldade para
interpretar e elaborar textos, sendo assim, acabam sendo prejudicados em demais
áreas de ensino (Souza, Bernardino, 2011). “Textos didáticos são essenciais para a
formação das pessoas, mas não formam leitores. É preciso que concomitantemente
haja acesso à leitura de ficção, ao discurso poético, à leitura prazerosa e emotiva,
para que isso aconteça” (Azevedo, 2001, p.3 apud Fernandes, Paula, 2015, pag.
72).
O professor tem um papel de extrema importância na formação de leitores,
que vai além do ensinar a ler, pois é na escola que o aluno aprende a desenvolver
uma leitura crítica, a qual é construída a partir de debates em sala de aula e de
estimulo dos professores para que o mesmo se estabeleça. Incentivando para que
desta forma o hábito da leitura se estabeleça além da sala de aula e permaneça ao
longo da vida (Nunes, 2014).
5
O ato de ler proporciona ao leitor experiências únicas, pois ao ler ele coloca
sua subjetividade, suas vivencias, seu dia a dia na interpretação crítica que faz ao
texto, tornando a leitura uma prática encantadora. A leitura propaga a cultura, a
historia de pessoas, povos e sociedades, sendo assim não apenas um ato solitário,
mas como parte de um grupo social, o qual o leitor compartilhara e promovera
conhecimento (Brito, 2010).
Wintter (1997) ainda aponta que o leitor deve compreender e buscar conhecer
a amplitude do interesse da criança, para que o processo tenha qualidade e
desperte interesse no ouvinte. O autor, com base em seus estudos, aponta um
tempo de poucos minutos para recém-nascidos, até vinte minutos para crianças que
tenham entre quatro e cinco anos e meia hora para crianças com mais idade, mas
que ainda estejam na fase da pré-leitura. Pedir a participação da criança na escolha
do tema da história também é um fator importante, permitindo também que a mesma
faça levantamentos e questionamentos no decorrer da narrativa, e inclusive “lendo”
para o adulto quando esta já tiver o conhecimento da história.
Debus e Domingues (2011) apontam ideia de que livro indicar para leitura a
uma criança permanecer como uma constante. Cecilia Meireles, que foi poetisa e
também professora, acreditava que cabe a criança, e não ao adulto, fazer esta
escolha, pois é a ela que esta leitura agradara ou não. No entanto não é uma prática
comum, pois decorrente de cada fase de crescimento na infância há determinados
tipos de literatura as quais vão formando o amadurecimento de cada leitor. Sendo os
livros um estimulo para a imaginação é essencial saber respeitar e adequar o livro
compatível ao estagio emocional e de desenvolvimento de cada criança. Com base
nessas características, foi descrito por Richard Bamberg cinco fases de leitura,
adequadas a cada idade do leitor.
Dois a cinco ou seis anos – idade dos livros de gravura e dos versos
infantis, fase de integração pessoal;
Cinco a oito ou nove anos – idade de conto de fada, leitura de
realismo mágico;
Nove a doze anos – idade das histórias ambientais, leitura
relacionada a acontecimentos vivos;
Doze a quatorze ou quinze anos – histórias de aventuras;
Quatorze a dezessete anos – a fase da maturidade: o leitor estaria
desenvolvido esteticamente. (Debus, Domingues, 2011, pag. 98).
somente cinquenta por cento dos livros haviam sido comprados (Pires, Matsuda,
2013).
Outro aspecto importante a ser analisado nas escolas é o conhecimento do
professor sobre a formação de leitores. Muitas vezes é necessário que o profissional
aprofunde seus conhecimentos sobre leitura e a construção de leitores para que
possa trazer para os seus alunos de forma leve e instigante a prática da leitura. A
realização de cursinhos e palestras com profissionais especializados, ao corpo
docente é relevante para expandir seus conhecimentos adequando a prática á
realidade de seus alunos (Nunes, 2014).
Debus e Domingues (2011) abordam em seu trabalho um método muito
relevante, que pode ser usado pelos educadores, que é técnica de saber contar
histórias. Uma história bem contada é capaz de cativar o público a ponto de instigar
o mesmo a buscar a leitura desta história. Sendo assim, esta é uma técnica de
importância a ser usada pelo professor no contexto escolar e que pode contribuir
imensamente para a formação do leitor.
O método de incentivo a leitura, Estética da Recepção, elaborado pelas
autoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar, aponta uma abordagem a
qual se faz essencial o uso de obras literárias as quais abordem a realidade e
cultura do aluno leitor, para que assim ele possa de forma mais acessível,
compreender e entender o enredo e assim sendo desperte nele o interesse em ler.
Essa metodologia acredita na subjetividade de cada leitor, o qual ao ler elabora em
seu entendimento crítico, baseado nas suas experiências de vida, uma visão de
leitura diferente de outros alunos que iram ler o mesmo livro. Com base nesta
concepção, é possível elaborar um debate oral e uma troca de opiniões muito
importante para o crescimento do aluno, o qual se torna analítico, pensante e
observador (Pires, Matsuda, 2013).
O Método Recepcional é indicado pelas Diretrizes Curriculares de Língua
Portuguesa, para que o professor possa trabalhar a leitura com seu corpo discente.
No entanto não há como desenvolver um trabalho de qualidade na rede de ensino
quando o número de exemplares do mesmo livro não é o suficiente sequer, para um
pequeno grupo de alunos, tornando desta forma um desafio ainda maior projetos
eficazes e com bons resultados (Pires, Matsuda, 2013).
11
Hiromi e Gois (2016) abordam, em seu estudo, uma pesquisa realizada por
Retratos da Leitura do Brasil, onde apontam que em 2016 apenas trinta e seis por
cento das escolas possuem bibliotecas. Observando-se que a lei nº 12.244 (2010)
decreta que todas as instituições de ensino deverão ter uma biblioteca,
determinando prazo máximo para o mesmo até 2020, se pode concluir que ainda
estamos longe de tal objetivo. Sendo a biblioteca escolar o principal meio de acesso
gratuito a livros pelos alunos, vê-se ai um problema de extrema relevância a ser
discutido e trabalhado. Ainda nesta pesquisa, pode-se verificar que em 2016,
apenas cinquenta e seis por cento dos Brasileiros tinham o costume de ler, sendo
que oitenta e um por cento desses leitores tem a casa como lugar onde a leitura é
realizada, vinte e cinco por cento na escola, dezenove por cento em bibliotecas,
quinze por cento no trabalho e onze por cento no transporte público. Dos não
leitores, entre vinte e vinte e quatro por cento dos entrevistados se referiram á falta
de paciência e o “ler devagar” como principais desafios.
Em pesquisa realizada no IFRS - Câmpus Canoas, com alunos e servidores,
constatou-se que as preferências de atividades de lazer estavam na prática de
esportes, passar com família e amigos. Já, o mesmo artigo aponta outra pesquisa
realizada pela revista Retratos da Leitura no Brasil, de 2011, a “falta de tempo” como
12
sendo o maior empecilho ao acesso a leitura, no entanto se pode perceber que não
seria exatamente a falta de tempo que impede o brasileiro do hábito de ler, mas sim
que esta prática não se encontra como uma de suas principais opções. Ao fazer o
comparativo dos dados da pesquisa realizada no IFRS, observa-se que sessenta e
seis por cento dos entrevistados veem a prática da leitura como meio de acesso ao
conhecimento enquanto apenas outros trinta por cento aponta como caráter de
entretenimento e prazer. Analisando-se que a população da pesquisa se encontra
em um campo universitário, é possível estabelecer, em grande parte, que a relação
de pessoas com elevado nível de estudo caracteriza a leitura como um meio de
acesso ao saber, ou seja, não necessariamente uma atividade de lazer (Melo,
Bertagnolli, 2013).
Melo e Bertagnolli (2013), abordam também em sua pesquisa a relação entre
tecnologia e leitura. Quanto ao acesso a internet para fins de leitura, quarenta por
cento dos entrevistados relataram o uso da leitura na rede com propósito de
pesquisa/estudo, quarenta e sete por cento fazem uso da internet para meio
recreativos, como acesso a redes sociais e treze por cento a trabalho. Novamente é
possível, por meio desta pesquisa, comparar a falta de tempo para ler em relação à
porcentagem de entrevistados a qual usa seu tempo livre para acesso a redes
sociais na internet. Assim como também, a leitura como forma de lazer sendo pouco
apontada no estudo, ou seja, é perceptível a discrepância entre o ato de ler e o leitor
em si, sendo ainda necessário muito investimento no incentivo a leitura, de forma a
vincular o estimulo a mesma as mídias tecnológicas.
Anteriormente, como forma de trabalho no incentivo a leitura a utilização do
livro impresso era algo imprescindível, No entanto com o passar dos anos e o
avançar da tecnologia é inevitável ignorar o uso da mesma no auxilio a metodologia
pedagógica como instrumento essencial para estimular e despertar o interesse dos
alunos.
Nunes (2014) aborda que todas as informações processadas no dia a dia são
armazenadas e organizadas na memória do leitor por meio de esquemas, gerando
assim conhecimento. Desta forma, é necessário o contato continuo do individuo com
o livro, para que o mesmo exerça de forma crítica suas opiniões a respeito da leitura
14
e possa se tornar de fato um leitor. Por isso é importante o incentivo e o estimulo por
parte dos educadores e escola, para que o aluno mantenha esse contato com a
leitura, sendo está vista não como uma obrigação, mas sim como uma atividade
interessante e prazerosa.
3. METODOLOGIA
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS
FERNANDES, Célia Regina Delácio; PAULA, Flávia Ferreira de. Literatura, infância
e o projeto literatura em minha casa. Revista Teias v. 16. Nº. 41. 72-88. Abr./jun. –
2015.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19 ed. São Paulo: Brasiliense, 2001.