Sunteți pe pagina 1din 92

IPHAN

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL

Direito Urbanístico
Noções sobre História e Institucionalização do
Patrimônio Cultural do Brasil e no Mundo, com
ênfase na Trajetória do IPHAN
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

SUMÁRIO
Dicas para a Organização dos Nossos Estudos.................................................6
Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural no Brasil e
no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN.................................................7
Um Pouco sobre a Política Nacional do Patrimônio.......................................... 10
Linha do Tempo do IPHAN........................................................................... 12
Marcos Internacionais da Preservação.......................................................... 25
Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural
(1972)..................................................................................................... 25
Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial (2003)............ 46
Questões de Concurso................................................................................ 69
Gabarito................................................................................................... 80
Questões Comentadas................................................................................ 81

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 2 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Olá, amigo(a) concurseiro(a)!

Eu sou a professora Tatiana Reinehr, advogada e professora no ensino superior

em Brasília – DF desde 2005, com atuação nas áreas de direito ambiental, direito

urbanístico, direito civil e direito processual civil. Sou brasiliense, casada, e, por en-

quanto, tenho 3 “filhos felinos”. Além da advocacia e do ensino, que é minha grande

paixão, tenho buscado aprofundar meus conhecimentos no Direito e, para tanto,

concluí pós-graduação em Direito Público pela Escola Superior do Ministério Público

do Distrito Federal (ESMPDFT – 2013) e, em 2017, iniciei o programa de Mestrado

em Direito pelo UniCEUB, em Brasília – DF.

Agora que já nos apresentamos, gostaria de falar um pouco sobre o concurso

ao qual você se candidatou. O concurso para o Instituto do Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional (IPHAN) abre 411 vagas distribuídas entre 3 cargos (2 de nível

superior e 1 de nível médio).

O 1º cargo é o de Analista (nível superior), tendo as principais atividades de:

• assessoramento especializado voltado para a gestão dos processos relativos

à salvaguarda e à preservação do patrimônio cultural;

• acompanhamento e manifestação em processos relacionados a políticas in-

tersetoriais e temáticas transversais ao patrimônio cultural;

• desenvolvimento e participação das atividades de articulação e mobilização

social necessárias às ações institucionais;

• participação em conselhos representativos, comissões, grupos e equipes de

trabalho de interesse da administração;

• elaboração e análise de orçamentos; execução de atividades de gestão admi-

nistrativa, orçamentária e financeira;

• acompanhamento e fiscalização de projetos e/ou serviços;

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

• elaboração de termos de referência, projetos e editais;

• fiscalização de contratos, convênios e instrumentos congêneres, dentre ou-

tras.

E não podemos esquecer, com a remuneração de R$ 5.035,29.

2º cargo: Técnico (nível superior), com as seguintes atividades:

• elaborar estudos, análises, pareceres, laudos, notas, relatórios e avaliações

técnicas para instrução e acompanhamento de processos relativos à salva-

guarda e à preservação do patrimônio cultural;

• avaliar o impacto ao patrimônio cultural em projetos e empreendimentos,

inclusive no âmbito do licenciamento ambiental; realizar vistorias, levanta-

mentos e avaliações de campo;

• acompanhar e se manifestar em processos relacionados a políticas interseto-

riais e temáticas transversais ao patrimônio cultural;

• desenvolver e participar das atividades de articulação e mobilização social

necessárias às ações institucionais;

• integrar conselhos representativos, comissões, grupos e equipes de trabalho

de interesse da administração;

• elaborar e analisar orçamentos;

• acompanhar e fiscalizar intervenções e/ou serviços;

• realizar intervenções conservativas e/ou restaurativas de bens culturais e

acervos sob a gestão do IPHAN;

• elaborar termos de referência, projetos e editais;

• fiscalizar contratos, convênios e instrumentos congêneres e outras atividades

compatíveis com as atribuições profissionais e competências institucionais.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

E não podemos esquecer, com a remuneração de R$ 5.035,29.

3º cargo: Auxiliar Institucional (nível médio), com as seguintes atribuições:

• executar atividades rotineiras de cunho administrativo e logístico;

• dar suporte às atividades que compõem o ciclo de gestão documental;

• dar suporte à análise, ao diagnóstico e à intervenção em bens culturais móveis;

• dar apoio às atividades técnicas relativas à elaboração e análise de projetos e

orçamentos e fiscalização de obras; dar suporte às atividades de fiscalização;

• realizar atividades de conservação e manutenção dos jardins históricos sob a

gestão do IPHAN, dentre outras atividades consideradas compatíveis.

E não podemos esquecer, a remuneração é de R$ 3.419,97.

E fique de olho, o concurso tem o CESPE como banca organizadora e a prova

está marcada para 26/08/2018.

Agora, vamos conversar um pouco sobre a estrutura do nosso curso de Di-

reito Urbanístico?

Para você poder se organizar, apresento o conteúdo que trabalharemos juntos

ao longo destas 4 aulas, em que você estará se preparando rumo à sua aprovação!

Na 1ª aula, estudaremos as noções sobre história e institucionalização do pa-

trimônio cultural e marcos internacionais de preservação, da seguinte forma:

1. noções sobre história e institucionalização do patrimônio cultural no

Brasil e no mundo, com ênfase na trajetória do IPHAN.

2. marcos internacionais da preservação:

2.1. convenção relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural

(1972).

2.2. convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial (2003).

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Já na 2ª aula, abordaremos a legislação brasileira sobre preservação de bens

culturais, nesta sequência:

1. Constituição Federal (CF/1988), artigos 20, 23, 24, 30, 215 e 216.

2. Decreto-Lei n. 25/1937 e suas alterações.

Mais adiante, na 3ª aula, detalharemos a legislação brasileira sobre preserva-

ção de bens culturais, assim:

1. Lei n. 3.924/1961.

2. Lei n. 11.483/2007 e suas alterações (art. 9º).

3. Decreto n. 3.551/2000.

4. Decreto n. 9.238/2017.

E na 4ª e última aula, estudaremos a legislação aplicada ao patrimônio cultu-

ral, da seguinte forma:

1. Portaria IPHAN n. 187/2010.

2. Portaria IPHAN n. 420/2010.

3. Portaria IPHAN n. 127/2009.

4. Portaria IPHAN n. 137/2016.

Dicas para a Organização dos Nossos Estudos

Você pode achar esse conteúdo um pouco extenso para estudar de “uma tacada

só”. Então, planeje o seu tempo de forma que você permaneça “mentalmente co-

nectado”. Pela minha experiência de estudo, conseguimos alcançar um rendimen-

to máximo nas duas primeiras horas. Depois disso, nossa atenção normalmente

começa a diminuir. Por isso, é importante fazer intervalos regulares entre um

assunto (ponto) e outro. Eu recomendo uma pausa de 15 a 20 minutos para você

“recarregar as baterias” e votar com “todo o gás”!

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Mas é importante você sentir o seu ritmo! Pode ser que você consiga “durar” um
pouco mais ou um pouco menos, principalmente no começo, em que você está se
adaptando aos estudos. Ou, se você já está “afiado”, mantenha a sua rotina e confie
na sua intuição!
Uma recomendação importante: quando você finalizar cada tema, lembre-se de
resolver as questões correspondentes. É muito importante para a assimilação da
matéria que você pratique!
Dúvidas quanto ao tempo que você pode gastar em cada questão?
O ideal é que você tente resolver as questões de múltipla escolha num tempo
médio de até 3 minutos; e as de certo/errado na metade do tempo, isto é, no
máximo em 1 minuto e meio. No começo, pode parecer difícil, mas com o TREINO,
tenha certeza de que você será capaz de alcançar esse resultado!
Depois que você finalizar a resolução das questões, passaremos ao próximo ponto
da aula, e assim sucessivamente. Recomendo que você mantenha a mesma rotina!
E se surgirem dúvidas durante a exposição do conteúdo ou quando você estiver resol-
vendo as questões, acesse o fórum da aula correspondente, não deixe para depois!
Lembre-se, estou aqui para ajudá-lo(a) no que você precisar! Conte comigo!
Desejo muita garra, foco e sucesso para você nesta jornada que inicia-
mos juntos(as)! Tenha fé, você é capaz de alcançar os seus sonhos!
Vamos começar?

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cul-


tural no Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Bom, antes de iniciarmos o nosso mergulho na história do Instituto do Patrimô-

nio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), precisamos entender o que é patrimô-

nio cultural.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Nós encontramos a noção de patrimônio no direito civil, que pode ser compre-

endido, de uma maneira bem genérica, como o conjunto de direitos e obrigações,

de valor econômico ou não.

Assim, se estivermos falando de uma pessoa, por exemplo, o seu patrimônio é for-

mado por todos os bens (materiais e imateriais), créditos (direitos) e débitos (obri-

gações) que possui e que são reconhecidos pelo direito.

Então, o que seria patrimônio cultural?

Patrimônio cultural é o conjunto de todos os bens, manifestações populares,

cultos, tradições tanto materiais (algo concreto, como uma cidade, uma constru-

ção ou uma obra de arte) quanto imateriais (algo abstrato, como uma dança, um

esporte ou uma receita culinária), que são reconhecidos em razão da sua impor-

tância histórica e cultural de uma região (país ou comunidade) e passam a ter um

valor único.

Assim, todo bem (material ou imaterial) que adquire significativa forma de ex-

pressão cultural passa a fazer parte do que conhecemos por patrimônio cultural

e merece proteção para garantir a sua preservação e continuidade, de forma que

as futuras gerações venham a conhecer as tradições, os costumes, a cultura, e a

identidade de seu povo.

Algumas instituições têm a responsabilidade de identificar, classificar e prote-

ger esses bens considerados culturalmente relevantes. Internacionalmente, des-

tacamos o papel da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e

a Cultura (UNESCO), com atuação voltada à preservação do patrimônio cultural

mundial. Destacamos a sua participação na celebração da Convenção Interna-

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

cional para a proteção do patrimônio mundial, cultural e natural considerado es-

pecialmente valioso para a humanidade em 1972, da qual o Brasil é signatário, e

tantas outras ações importantes nesse sentido.

No Brasil, a própria Constituição Federal (CF/1988) define, no art. 216, os bens

que podem ser considerados como patrimônio cultural brasileiro, assim:

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e ima-


terial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade,
à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais
se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às mani-
festações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.

Assim, nos artigos 215 e 216, a CF/1988 reconhece a existência de bens cul-

turais, de natureza material e imaterial, e estabelece as formas de preservação

desse patrimônio: o registro, o inventário e o tombamento.

E muito antes da elaboração da CF/1988, na evolução histórica da preserva-

ção do patrimônio cultural no Brasil, precisamos destacar o Decerto Federal n. 25,

elaborado em 1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico

nacional, traz as regras do tombamento dos bens pertencentes ao “Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional”, que fica a cargo do “Serviço ao Patrimônio Histórico

e Artístico Nacional”, que hoje conhecemos por Instituto do Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional, o IPHAN!

Agora, precisamos conhecer, pelo menos, um pouco do IPHAN!

Você sabia que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)

é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura?

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Criado em 13 de janeiro de 1937, por meio da Lei n. 378, assinada pelo então

Presidente Getúlio Vargas, o IPHAN tem a função de promover a preservação do

patrimônio cultural brasileiro, assegurando sua permanência e usufruto para as

gerações presentes e futuras.

Nasceu como Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) den-

tro do Ministério da Educação e da Saúde, apoiando e investindo na proteção e

valorização do patrimônio em parceria com a União, os Estados, os Municípios,

a comunidade e o setor privado.

Nos primeiros anos de criação, exerceu papel importante na sensibilização da

população em relação ao valor e à importância do acervo cultural dos núcleos

tombados e dos bens móveis neles existentes, em especial a arquitetura monu-

mental e as cidades históricas.

Qual é a estrutura do IPHAN?

Ele possui 27 Superintendências, uma em cada unidade da Federação, 27 Escri-

tórios Técnicos, a maioria nas Cidades Históricas (conjuntos urbanos tombados), e

ainda Unidades Especiais: quatro no Rio de Janeiro: Centro Lucio Costa, Sítio Ro-

berto Burle Marx, Paço Imperial e Centro Nacional do Folclore e Cultura Popular; e

uma em Brasília, o Centro Nacional de Arqueologia1.

Um Pouco sobre a Política Nacional do Patrimônio

A política nacional de patrimônio se expandiu nesses 80 anos de atuação do

instituto e hoje se relaciona com a “gestão urbana, gestão ambiental, direitos hu-

manos e culturais, formação profissional e pesquisa, e crescente envolvimento in-

ternacional”2.

1
Disponível em <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/872> Acesso em 16 jul 2018.
2
Disponível em <http://portal.iphan.gov.br/indl/noticias/detalhes/3949/politica de preservacao-do-patrimo-
nio-cultural-brasileiro-completa-80-anos> Acesso em 16 jul 2018.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Até hoje já foram tombados 87 conjuntos urbanos (cerca de 80 mil bens em


áreas tombadas e 531 mil imóveis em áreas de entorno), onde o IPHAN atua e in-
veste recursos, realizando obras de qualificação, parcerias com outras instituições
municipais e estaduais, além do PAC Cidades Históricas e dos Planos de Mobi-
lidade e Acessibilidade Urbana.
Sem contar a sua proteção a 40 bens imateriais já registrados,

1.262 bens materiais tombados, 24 mil sítios arqueológicos cadastrados, mais de um


milhão de objetos arrolados (incluindo o acervo museológico), cerca de 250 mil volumes
bibliográficos e vasta documentação de arquivo3.

Ainda precisamos lembrar que o IPHAN também cuida da conservação, salva-


guarda e monitoramento dos bens culturais brasileiros inscritos na Lista do
Patrimônio Mundial e na Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da Huma-
nidade, conforme convenções da Unesco, respectivamente, a Convenção do Patri-
mônio Mundial de 1972 e a Convenção do Patrimônio Cultural Imaterial de 2003,
que estudaremos logo mais nesta aula!
Falando um pouco mais sobre a celebração dos 80 anos do IPHAN, olha só a
notícia em destaque no site oficial do instituto4:

Como parte das celebrações pelos 80 anos do IPHAN, foi lançado no dia
12 de janeiro, na sede do Instituto em Brasília (DF), o selo comemora-
tivo pelos Correios, criado pelo designer Vitor Corrêa. O selo aponta para
uma simbologia que envolve os principais elementos culturais do Brasil,
expressos nas artes, edificações, manifestações culturais e paisagens, que
ajudam a contar a história e a construção da identidade nacional.

Agora, já nos contextualizamos, passamos a analisar os fatos marcantes da ins-

titucionalização do IPHAN, a partir de uma linha do tempo; uma reflexão sobre a

3
Idem Ibdem.
4
Disponível em <http://portal.iphan.gov.br/indl/noticias/detalhes/3949/politica de preservacao-do-patrimo-
nio-cultural-brasileiro-completa-80-anos> Acesso em 16 jul 2018.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

memória do patrimônio cultural, trazendo registros relevantes desde antes da sua

criação até a atualidade.

Linha do Tempo do IPHAN

A linha do tempo do IPHAN, que você pode acessar no site oficial do instituto,

http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes, traz 80 anos de história da proteção do

patrimônio histórico e cultural nacional, que você pode visitar e consultar o que acon-

teceu de importante, ano a ano, desde o surgimento do IPHAN até os dias de hoje.

Vamos fazer uma viagem no túnel do tempo?

A partir de agora, você pode analisar os principais fatos relacionados à proteção

do patrimônio cultural brasileiro, com enfoque à institucionalização do IPHAN!

ANO FATOS DE DESTAQUE


1916 Muito antes da criação do IPHAN, precisamos lembrar
que, neste ano, foi criado do 1º Código Civil Brasileiro,
que consagrava o patrimônio como o mais absoluto
dos direitos e já afirmava no art. 57 o seguinte:
Art. 57. O patrimônio e a herança constituem coisas
universais, ou universalidades, e como tais subsistem,
embora não constem de objetos materiais.
Olha só que interessante, em 1916, o direito já
trazia proteção para os bens imateriais (“não mate-
Patrimônio Imaterial
riais”), o que inclui a proteção do patrimônio cul-
tural brasileiro.
1922 Neste ano ocorreu a fundação do Museu Histórico
Nacional (RJ).
E o famoso movimento modernista da Semana da
Arte Moderna, que reuniu no Brasil escritores,
poetas e artistas, como, Oswald de Andrade, Anita
Malfatti, Di Cavalcanti, Manuel Bandeira e Mário de
Andrade, quem inaugurou a discussão acerca do
patrimônio imaterial.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

1924 A “viagem” agora é por Minas Gerais. Foi lá que


Lúcio Costa desenvolveu o Estudo da arquitetura
colonial brasileira, pelas cidades históricas de Dia-
mantina, Sabará e Ouro Preto.

Arquitetura colonial (MG)


1927 Neste ano, no Pará, foram registradas, por Mário
de Andrade, as manifestações culturais, rituais,
festas e costumes (que fazem parte do patrimô-
nio cultural brasileiro) em cidades como Belém,
Manaus, Santarém e Arari.

1929 Agora, o grande acontecimento é a difusão dos


princípios da arquitetura moderna no Brasil e em
toda a América Latina por Le Corbusier, conside-
rado o primeiro arquiteto e urbanista. Isso ocor-
reu durante suas palestras em visita a vários países
latinos.

Le Corbusier: arquiteto, urbanista, escultor


e pintor de origem suíça e naturalizado fran-
cês em 1930.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

1933 Neste ano, a cidade de Ouro Preto (MG) é incluída


na categoria de monumento nacional brasileiro.

Ouro Preto
1934 Aqui foi criada a Inspetoria de Monumentos
Nacionais, primeiro órgão de preservação do
patrimônio edificado brasileiro (prédios, edifícios e
monumentos, de modo geral) vinculado ao Museu
Histórico Nacional.

Patrimônio edificado
1936 Criação provisória, do Serviço do Patrimônio His-
tórico e Artístico Nacional (SPHAN, que antece-
deu o IPHAN).
1937 A Constituição de 1937 amplia a defesa do patri-
mônio cultural.
Em 13 de janeiro deste ano, com a reorganização
do Ministério da Educação e Saúde Pública, cria-
-se oficialmente o Serviço do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (SPHAN, hoje o IPHAN), que
é considerado a primeira instituição governamen-
tal, de âmbito nacional, voltada para a proteção do
patrimônio cultural do País (Lei n. 378/1937).
1938 SPHAN realiza o tombamento de 234 bens, em
10 estados, incluindo os conjuntos arquitetônicos
e urbanísticos das cidades mineiras de Ouro Preto,
Diamantina, Mariana, São João Del Rei, Serro e
Tiradentes (MG).

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

1946 A nova Constituição do Brasil estabelece que as


obras, os monumentos e os documentos de valor
histórico e artístico, bem como os monumentos
naturais, as paisagens e os locais dotados de parti-
cular beleza ficam sob a proteção do poder público.
Transformação do Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (SPHAN) em Diretoria (DPHAN).

1958 Ratificação pelo Brasil da Convenção para a Pro-


teção de Bens Culturais em Caso de Conflito
Armado, de 1954.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 15 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

1960 Fundação de Brasília.


VALE A PENA CONHECER UM POUCO
MAIS SOBRE O PATRIMÔNIO MATERIAL
DO DF...
O patrimônio cultural do Distrito Federal
(DF) pode ser compreendido segundo três
grandes grupos: (1) bens e valores preexis-
tentes à construção de Brasília, como fazen-
das antigas; núcleos urbanos, edificações iso-
ladas referenciais para grupos específicos;
(2) por bens e valores constituídos e produzi-
dos durante a implantação de Brasília, como
os acampamentos pioneiros ou candangos, as
cidades e os conjuntos urbanos no entorno do
conjunto urbanístico do Plano Piloto, parques
e praças, entre outros; e (3) em um terceiro
grupo, encontram-se os bens culturais refe-
renciados ao processo de consolidação do DF.

O diversificado patrimônio cultural do DF


abrange diferentes categorias de bens cultu-
rais, de natureza material e imaterial, sendo
que parte desse universo encontra-se reco-
nhecido por meio do tombamento ou de
outras formas de proteção, como os inven-
tários.

Patrimônio Urbanístico e Arquitetônico –


a preservação do Conjunto Urbanístico de Bra-
sília, com uma área de 112,25 km2, tombado
nos âmbitos distrital e federal e considerado
Patrimônio Cultural da Humanidade pela
Unesco. Dentre os bens tombados, encontra-
-se o Conjunto Urbanístico de Brasília, Cate-
dral Metropolitana de Brasília, Catetinho
e Coleção Arqueológica João Alfredo Rohr,
Teatro Nacional, Capela Nossa Senhora de
Fátima; Congresso Nacional, Conjunto Cultu-
ral da República, Conjunto

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Cultural Funarte, Edifício do Touring Club do


Brasil, Espaço Lúcio Costa, Espaço Oscar Nie-
meyer, Memorial dos Povos Indígenas, Memo-
rial JK, Conjunto dos Ministérios e anexos,
Museu da Cidade, Conjunto do Palácio da
Alvorada (incluindo a capela), Palácio da Jus-
tiça, Palácio do Planalto, Palácio do Itama-
raty e anexos, Palácio Jaburu, Panteão da
Liberdade e Democracia, Pombal, Praça dos
Três Poderes, Quartel General do Exército e
Supremo Tribunal Federal.

Bens móveis e integrados: foi realizado o


inventário do conjunto da obra de Athos Bulcão
em Brasília (IMBMI), conjunto documental
editado e disponibilizado para o público.
1967 A nova Constituição brasileira determina que o
amparo à cultura é dever do Estado. E que “ficam
sob proteção especial do Poder Público os docu-
mentos, as obras e os locais de valor histórico ou
artístico, os monumentos e as paisagens naturais
notáveis, bem como as jazidas arqueológicas” (art.
180, § único).

1970 Nova organização administrativa do Ministério da


Educação e Cultura transforma a Diretoria do Patri-
mônio Histórico e Artístico Nacional em Instituto
(Iphan).
1977 Ratificação pelo Brasil da Convenção da Unesco
relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cul-
tural e Natural, de 1972.
1980 Fundação Pró-memória (direção: Aluísio Maga-
lhães): até então, o patrimônio trabalhava com
as ideias de “civilização” e “tradição”; a partir daqui
passaram-se a considerar as noções de “desenvol-
vimento” e “diversidade cultural”.
1985 Criação do Ministério da Cultura do Brasil; restabe-
lecimento da Secretaria do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Depois de 27 anos de sua fundação, Brasília (DF)


foi inscrita na lista de patrimônio mundial.

1987
Brasília
1988 A nova Constituição Brasileira (CF/1988) incorpora
os conceitos de referência cultural e de patrimô-
nio cultural; e reconhece “o valor e a relevância
das manifestações culturais populares, indígenas e
afro-brasileiras, bem como a de outros grupos par-
ticipantes da formação do país”3.

1990 Mais mudanças no IPHAN (SPHAN)...


Extinção do Ministério da Cultura (que retorna em
1992); criação da Secretaria de Cultura, vinculada
à presidência da República e a consequente substi-
tuição da SPHAN pelo Instituto Brasileiro do Patri-
mônio Cultural (IBPC).
1991 Criação do Programa de Apoio à Cultura Nacio-
nal (Pronac) por meio da Lei Rouanet (Lei n.
8.313/1991) com o objetivo de fomentar projetos
de preservação do patrimônio cultural.
1994 O nome do IPHAN é restabelecido em substituição
ao IBPC.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

1995 O enfoque agora é a assinatura da Carta de Bra-


sília, que autenticou várias heranças culturais dos
povos latino-americanos, desde as culturas pré-
-colombianas até as dos diversos grupos migra-
tórios.
No IPHAN cria-se a Divisão de Informação e Docu-
mentação para Produção de Conhecimentos em
Inventários do Patrimônio Imaterial.
Outro importante acontecimento foi a ratificação da
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito
do Mar, de 1982, pelo Brasil.

Construções Megalíticas

Culturas Pré-colombianas
1999 A Lista do Patrimônio Mundial da Unesco aumen-
tou... Para incluir o Centro Histórico de Diamantina
(MG) e a Costa do Descobrimento – Reserva da Flo-
resta Atlântica (BA).
O Governo Brasileiro assinou o 1º empréstimo
internacional na área do patrimônio com o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID). O obje-
tivo foi a execução do Programa Monumenta,
programa que contempla “26 centros históricos e
um conjunto de ações de capacitação, produção de
Diamantina
conhecimento e promoção do patrimônio de abran-
gência nacional, estendendo-se até 2012”5.

Costa do Descobrimento (BA)

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

2000 Neste ano correu a criação do Programa Nacional


do Patrimônio Imaterial/PNPI.
Elaboração do Inventário Nacional de Referências
Culturais (INRC), para identificar e preservar os
bens culturais nacionais.
Aumentou a Lista do Patrimônio Mundial de
Unesco... Para incluir a Reserva da Mata Atlântica
do Sudeste.
Reserva da Mata Atlântica do Sudeste Outro fato importante foi a ratificação pelo Brasil da Con-
venção do Instituto Internacional para a Unifica-
ção do Direito Privado (Unidroit) sobre Bens Culturais
Furtados ou Ilicitamente Exportados, de 1995.
2001 Este ano marca a criação da importante Lei n.
10.257/2001, conhecida como Estatuto da
Cidade, que contém normas importantes de direito
urbanístico relacionadas à organização das cidades.

E também do Decreto n. 3.912/2001, que regu-


lamentou os remanescentes das comunidades de
Quilombo quilombos e promoveu o reconhecimento, a deli-
mitação, a titulação e o registro imobiliário das
terras por eles ocupadas.

A Lista do Patrimônio Mundial da Unesco aumen-


tou para incluir:
– as Reservas do Cerrado: Parque Nacional Cha-
Chapada dos Veadeiros pada dos Veadeiros e Emas (GO);
– do Centro Histórico da Cidade de Goiás (GO);
– das Ilhas Atlânticas: reservas de Fernando de
Noronha e Atol das Rocas (PE).

Centro Histórico da cidade de Goiás

Fernando de Noronha

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

2003 Neste ano ocorreu a inserção do Centro Nacional


de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) na estrutura
do IPHAN.

E houve a declaração da Arte Kusiwa – Pintura


Corporal e Arte Gráfica Wajãpi, do Amapá, como
obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da
Humanidade pela Unesco.

Arte Kusiwa
2004 Neste ano, destacamos 2 fatos importantes:
– a implantação do Programa Profissional em Pre-
servação do IPHAN (PEP);
– a criação do Departamento de Patrimônio Imate-
rial, DPI/Iphan.
2005 Aqui ocorreram 2 marcos culturais importantes:
– o Samba de Roda no Recôncavo Baiano é decla-
rado Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da
Humanidade pela Unesco, e

– o Círio de Nossa Senhora de Nazaré (PA) é o


primeiro patrimônio cultural de natureza imaterial a
ser inscrito no Livro das Celebrações.

Samba de Roda

Círio de Nazaré

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

2006 O Brasil ratificou a Convenção para a Salvaguarda


Sob a presidência do arquiteto Luiz Fernando do Patrimônio Cultural Imaterial, aprovada pela
de Almeida, o IPHAN ingressou no seu terceiro Unesco em 2003. (Decreto n. 5.753/2006), que nós
grande momento conceitual, desta vez baseado vamos estudar já já, no 2º ponto desta aula!
nas noções de “território” e “políticas públicas”.
O patrimônio passa a ser encarado como um Celebração do acordo entre a Unesco e o governo
direito de todo o povo brasileiro. da República do Peru para a criação do Centro
SAIBA MAIS EM http://portal.iphan.gov.br/ Regional para a Salvaguarda do Patrimônio Cul-
indl/noticias/detalhes/3949/politica de pre- tural da América Latina (Crespial).
servacao-do-patrimonio-cultural-brasileiro- O Brasil é eleito para integrar o primeiro Comitê
-completa-80-anos Intergovernamental do Patrimônio Cultural
Imaterial, criado pela Convenção de 2003, da
Unesco, com mandato de dois anos.
A Cachoeira de Iauareté, lugar sagrado dos povos
indígenas dos Rios Uaupés e Papuri (AM) é o pri-
meiro patrimônio cultural do Brasil inscrito no Livro
de Lugares.

Cachoeira de Iauareté
2007 O Brasil ratifica (confirma) a Convenção da Unesco
sobre a Proteção e Promoção da Diversidade
das Expressões Culturais, de 2005.
O IPHAN passa a ser responsável pela preservação
da Memória Ferroviária da REDE FERROVIÁRIA
FEDERAL SOCIEDADE ANÔNIMA – RFFSA, dissol-
vida em 1999.

RFFSA

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

2008 Este é o ano da França no Brasil! Nele, o Termo


de Cooperação Técnica é assinado entre o IPHAN
e o Institut de Recherche pour le Développement
(IRD), e visa registrar os sistemas agrícolas tradi-
cionais dos biomas brasileiros.
Acontece a reinauguração da estátua do Cristo
Redentor, no topo do morro do Corcovado, locali-
zado no Parque Nacional da Tijuca (RJ).

Biomas Brasileiros

Cristo Redentor – Corcovado (RJ)


2009 Inicia a Cooperação Técnica entre o IPHAN e a
Unesco Brasil voltada à Política de Salvaguarda do
Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
2010 Criação do Centro Regional de Formação em Gestão
do Patrimônio – Centro Lucio Costa/Iphan (com
a Unesco). Seu objetivo é ampliar a capacidade de
gestão do patrimônio cultural e natural e pro-
mover a cooperação na região que abrange 17
países de língua oficial portuguesa e espanhola na
América do Sul, África e Ásia.
2012 O Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a mon-
tanha e o mar são inscritos na Lista de Paisagem
de Valor Universal da Unesco. É a primeira área
urbana no mundo a ser reconhecida em seu valor
universal por sua paisagem urbana.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

O Frevo, expressão artística do carnaval de Recife


(PE), é inscrito pela Unesco como Patrimônio
Imaterial da Humanidade.

2013 O PAC Cidades Históricas, integrado ao Programa


de Aceleração do Crescimento do Governo Federal,
passa a ser coordenado pelo IPHAN, atendendo a
44 cidades de 20 estados.
O Círio de Nossa Senhora de Nazaré (PA) é ins-
crito pela Unesco como Patrimônio Imaterial da
Humanidade.
2014 A Roda de Capoeira é inserida como Patrimônio
Cultural Imaterial da Humanidade.

Oficialização do funcionamento das Câmaras Seto-


riais de Arquitetura e Urbanismo e a do Patrimônio
Imaterial (Portaria n. 224/2014).

A língua Talian (RS, PR, SC, MT e ES) é incluída


no Inventário Nacional da Diversidade Linguís-
tica (INDL).

Roda de Capoeira
2015 O Brasil passa a integrar o Comitê Intergoverna-
mental da Diversidade Cultural da Unesco.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Marcos Internacionais da Preservação

Já sabemos que a função do IPHAN é promover a preservação do patrimônio

cultural nacional, mas também possui um papel importante em cooperar para

que as gerações futuras de todos os povos tenham preservada a sua memória

cultural. Isso só é possível a partir de parcerias com outras instituições a nível in-

ternacional, o que ocorre, geralmente, por meio da celebração de acordos interna-

cionais, dentre os quais destacamos as Convenções Internacionais celebradas

em 1972 e em 2003, que passamos a estudar.

Nesta parte da nossa aula, nós examinaremos juntos(as) essas 2 Convenções.

Sublinhamos as palavras-chave de seus dispositivos (artigos), e acrescentamos

algumas observações importantes em notas de rodapé.

Em seguida à análise desses importantes documentos internacionais, vamos

resolver 20 questões juntos(as), para você treinar e ficar mais afiado(a), ok? E

lembre-se: qualquer dúvida, é só me chamar no fórum!

Vamos começar a análise das Convenções, então?

Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultu-


ral e Natural (1972)

• É o Decreto n. 80.978, de 12/12/1977, que promulga a Convenção Relativa à

Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, de 1972.

• A Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural foi

adotada em Paris, a 23 de novembro de 1972, durante a XVII Sessão da Con-

ferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência

e a Cultura (UNESCO).

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

• O Congresso Nacional aprovou a referida Convenção, com reserva ao parágra-

fo 1º, do Artigo 16, pelo Decreto Legislativo n. 74, de 30 de junho de 1977.

• A Convenção entrou em vigor, para o Brasil, em 2 de dezembro de 1977.

• As justificativas que levaram à sua elaboração foram as seguintes:

Considerando que a degradação ou o desaparecimento de um bem do patri-

mônio cultural e natural constitui um empobrecimento nefasto do patrimônio de

todos os povos do mundo;

Considerando que a proteção desse patrimônio em escala nacional é frequente-

mente incompleta, devido à magnitude dos meios de que necessita e à insuficiência

dos recursos econômicos, científicos e técnicos do país em cujo território se acha

o bem a ser protegido;

Tendo em mente que a Constituição da Organização dispõe que esta última aju-

dará a conservação, o progresso e a difusão do saber, velando pela preservação e

proteção do patrimônio universal e recomendando aos povos interessados con-

venções internacionais para esse fim;

Considerando que as convenções, recomendações e resoluções interna-

cionais existentes relativas aos bens culturais e naturais demonstram a impor-

tância que representa, para todos os povos do mundo, a salvaguarda5 desses bens

incomparáveis e insubstituíveis, qualquer que seja o povo a que pertençam;

Considerando que bens do patrimônio cultural e natural apresentam um inte-

resse excepcional e, portanto, devem ser preservados como elementos do patri-

mônio mundial da humanidade inteira;

Considerando que, ante a amplitude e a gravidade dos perigos novos que os

ameaçam, cabe a toda a coletividade internacional tomar parte na proteção do


5
Salvaguarda é sinônimo de proteção.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

patrimônio cultural e natural de valor universal excepcional, mediante a prestação

de uma assistência coletiva que, sem substituir a ação do Estado interessado, a

complete eficazmente;

Considerando que é indispensável, para esse fim, adotar novas disposições con-

vencionais que estabeleçam um sistema eficaz de proteção coletiva do patri-

mônio cultural e natural de valor universal excepcional, organizado de modo

permanente e segundo métodos científicos e modernos.

• Em seguida, a Convenção prevê alguns conceitos importantes!

I – Definições do Patrimônio Cultural e Natural

ARTIGO 1

Para fins da presente Convenção serão considerados como:

– os monumentos: obras arquitetônicas, de escultura ou de pintura monu-

mentais, elementos ou estruturas de natureza arqueológica, inscrições, cavernas e

grupos de elementos, que tenham um valor universal excepcional do ponto de vista

da história, da arte ou da ciência;

– os conjuntos: grupos de construções isoladas ou reunidas que, em virtude

de sua arquitetura, unidade ou integração na paisagem, tenham um valor universal

excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência;

– os lugares notáveis: obras do homem ou obras conjugadas do homem e da

natureza, bem como as zonas, inclusive lugares arqueológicos, que tenham valor uni-

versal excepcional do ponto de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico.

ARTIGO 2

Para os fins da presente Convenção serão considerados como:

– os monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas ou

por grupos de tais formações, que tenham valor universal excepcional do ponto de

vista estético ou científico;

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

– as formações geológicas e fisiográficas e as áreas nitidamente delimi-

tadas que constituam o de espécies animais e vegetais ameaçadas e que tenham

valor universal excepcional do ponto de vista da ciência ou da conservação;

– os lugares notáveis naturais ou as zonas naturais nitidamente delimitadas,

que tenham valor universal excepcional do ponto de vista da ciência, da conserva-

ção ou da beleza natural.

ARTIGO 3

Caberá a cada Estado-Parte na presente Convenção identificar e delimitar os

diferentes bens mencionados nos Artigos 1 e 2 situados em seu território.

II – Proteção Nacional e Proteção Internacional do Patrimônio Cultural

e Natural

• A partir deste ponto, a Convenção passa a tratar da proteção em si do patri-

mônio cultural, tanto a nível nacional, quanto a nível internacional.

ARTIGO 4

Cada um dos Estados-Partes na presente Convenção reconhece a obrigação de

identificar, proteger, conservar, valorizar e transmitir às futuras gerações o patri-

mônio cultural e natural mencionado nos Artigos 1 e 2, situado em seu território,

lhe incumbe primordialmente. Procurará tudo fazer para esse fim, utilizando ao

máximo seus recursos disponíveis, e, quando for o caso, mediante assistência

e cooperação internacional de que possa beneficiar-se, notadamente nos planos

financeiro, artístico, científico e técnico.

ARTIGO 5

A fim de garantir a adoção de medidas eficazes para a proteção, conservação e

valorização do patrimônio cultural e natural situado em seu território, os Estados-

-Partes na presente Convenção procurarão na medida do possível, e nas condições

apropriadas a cada país:

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

a) adotar uma política geral que vise a dar ao patrimônio cultural e natural

uma função na vida da coletividade e a integrar a proteção desse patrimônio nos

programas de planificação geral;

b) instituir em seu território, na medida em que não existam, um ou mais ser-

viços de proteção, conservação e valorização do patrimônio cultural e natural, do-

tados de pessoal e meios apropriados que lhes permitam realizar as tarefas a eles

confiadas;

c) desenvolver os estudos e as pesquisas científicas e técnicas e aperfeiçoar

os métodos de intervenção que permitam a um Estado fazer face aos perigos que

ameacem seu patrimônio cultural e natural;

d) tomar as medidas jurídicas, científicas, técnicas, administrativas e financei-

ras adequadas para a identificação, proteção, conservação, revalorização e reabili-

tação desse patrimônio; e

e) facilitar a criação ou o desenvolvimento de centros nacionais ou regionais

de formação no campo da proteção, conservação e revalorização do patrimônio

cultural e natural e estimular a pesquisa científica nesse campo.

ARTIGO 6

1. Respeitando plenamente a soberania dos Estados em cujo território esteja

situado o patrimônio cultural e natural mencionado nos Artigos 1 e 2, e sem pre-

juízo dos direitos reais previstos pela legislação nacional sobre tal patrimônio, os

Estados-Partes na presente Convenção reconhecem que esse constitui um patri-

mônio universal em cuja proteção a comunidade internacional inteira tem o

dever de cooperar.

2. Os Estados-Partes comprometem-se, consequentemente, e de conformida-

de com as disposições da presente Convenção, a prestar o seu concurso6 para a


6
Nesse contexto, concurso tem o sentido de cooperação.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

identificação, proteção, conservação e revalorização do patrimônio cultural e natu-

ral mencionados nos parágrafos 2 e 4 do Artigo 11, caso solicite o Estado em cujo

território o mesmo esteja situado.

3. Cada um dos Estados-Partes na presente Convenção obriga-se a não tomar

deliberadamente qualquer medida suscetível de pôr em perigo, direta ou indire-

tamente, o patrimônio cultural e natural mencionado nos Artigos 1 e 2 que esteja

situado no território de outros Estados-Partes nesta Convenção.

ARTIGO 7

Para os fins da presente Convenção, entender-se-á por proteção internacional

do patrimônio mundial, cultural e natural o estabelecimento de um sistema de

cooperação e assistência internacional destinado a secundar os Estados-Partes

na Convenção nos esforços que desenvolvam no sentido de preservar e identificar

esse patrimônio.

III – Comitê Intergovernamental da Proteção do Patrimônio Mundial,

Cultural e Natural

• Neste ponto, a Convenção define o importante papel do Comitê Intergover-

namental de proteção do Patrimônio Cultural e Natural de Valor Universal

Excepcional.

ARTIGO 8

1. Fica criado junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência

e a Cultura (UNESCO) um Comitê Intergovernamental da Proteção do Patrimônio

Cultural e Natural de Valor Universal Excepcional, denominado Mundial. Compor-se-á

de 15 (quinze) Estados-Partes nesta Convenção, eleitos pelos Estados na Convenção

reunidos em Assembleia-Geral durante as sessões ordinárias da Conferência Geral

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

O número dos Estados-Membros do Comitê será aumentado para 21 (vinte e um) a

partir da sessão ordinária da Conferência Geral que se seguir à entrada em vigor, para

40 (quarenta) ou mais Estados, da presente Convenção.

2. A eleição dos membros do Comitê deverá garantir uma representação

equitativa das diferentes regiões e culturas do mundo.

3. Assistirão às reuniões do Comitê, com voto consultivo, um representante

do Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauração dos Bens

Culturais (Centro de Roma), um representante do Conselho Internacional de Mo-

numentos e Lugares de Interesse Artístico e Histórico (ICOMOS) e um represen-

tante da União Internacional para a Conservação da Natureza e de seus Recursos

(UICN), aos quais poderão juntar-se, a pedido dos Estados-Partes reunidos em

Assembleia-Geral durante as sessões ordinárias da Conferência Geral da Orga-

nização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), re-

presentantes de outras organizações intergovernamentais ou não governamentais

que tenham objetivos semelhantes.

ARTIGO 9

1. Os Estados-Membros do Comitê do Patrimônio Mundial exercerão seu

mandato a partir do término da sessão ordinária da Conferência Geral em que

hajam sido eleitos até o término da terceira sessão ordinária seguinte.

2. No entanto, o mandato de um terço dos membros designados por ocasião da

primeira eleição expirará ao término da primeira sessão ordinária da Conferên-

cia Geral que se seguir àquela em que tenham sido eleitos, e o mandato de outro

terço dos membros designados ao mesmo tempo expirará ao término da segunda

sessão ordinária da Conferência Geral que se seguir àquela em que hajam sido

eleitos. Os nomes desses membros serão sorteados pelo Presidente da Conferência

Geral após a primeira eleição.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

3. Os Estados-Membros do Comitê escolherão para representá-los pessoas qua-


lificadas no campo do patrimônio cultural ou do patrimônio natural.
ARTIGO 10
1. O Comitê do Patrimônio Mundial aprovará seu regimento interno.
2. O Comitê poderá a qualquer tempo convidar para suas reuniões organizações
públicas ou privadas, bem como pessoas físicas, para consultá-las sobre determi-
nadas questões.
3. O Comitê poderá criar órgãos consultivos que julgar necessários para a
realização de suas tarefas.
ARTIGO 11
1. Cada um dos Estados-partes na presente Convenção apresentará, na medida
do possível, ao Comitê do Patrimônio Mundial um inventário dos bens do patrimô-
nio cultural e natural situados em seu território que possam ser incluídos na lista
mencionada no parágrafo 2 do presente artigo. Esse inventário, que não será con-
siderado como exaustivo7, deverá conter documentação sobre o local onde estão
situados esses bens e sobre o interesse que apresentem.
2. Com base no inventário apresentado pelos Estados, em conformidade com o
parágrafo 1, o Comitê organizará, manterá em dia e publicará, sob o título de “Lista
do Patrimônio Mundial”, uma lista dos bens do patrimônio cultural e natural, tais
como definidos nos Artigos 1 e 2 da presente Convenção, que considere como ten-
do valor universal excepcional segundo os critérios que haja estabelecido. Uma
lista atualizada será distribuída pelo menos uma vez a cada dois anos.
3. A inclusão de um bem na Lista do Patrimônio Mundial não poderá ser feita
sem o consentimento do Estado interessado. A inclusão de um bem situado num

território que seja objeto de reivindicação de soberania ou jurisdição por parte

de vários Estados não prejudicará em absoluto os direitos das partes em litígio.


7
Não exaustivo significa que é exemplificativo!

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

4. O Comitê organizará, manterá em dia e publicará, quando o exigirem as

circunstâncias, sob o título, uma lista dos bens constantes da Lista do Patrimô-

nio Mundial para cuja salvaguarda sejam necessários grandes trabalhos e para os

quais haja sido pedida assistência, nos termos da presente Convenção. Nessa lista

será indicado o custo aproximado das operações. Em tal lista somente poderão

ser incluídos os bens do patrimônio cultural e natural que estejam ameaçados

de perigos sérios e concretos, tais como ameaça de desaparecimento devido a

degradação acelerada, projetos de grandes obras públicas ou privadas, rápido de-

senvolvimento urbano e turístico, destruição devida a mudança de utilização ou

de propriedade de terra, alterações profundas devidas a uma causa desconhecida,

abandono por quaisquer razões, conflito armado que haja irrompido ou ameace

irromper, catástrofes e cataclismas, grandes incêndios, terremotos, deslizamentos

de terreno, erupções vulcânicas, alteração do nível das águas, inundações e mare-

motos. Em caso de urgência, poderá o Comitê, a qualquer tempo, incluir novos

bens na Lista do Patrimônio Mundial e dar a tal inclusão uma difusão imediata.

5. O Comitê definirá os critérios com base nos quais um bem do patrimônio

cultural ou natural poderá ser incluído em uma ou outra das listas mencionadas nos

parágrafos 2 e 4 do presente Artigo.

6. Antes de recusar um pedido de inclusão de um bem numa das duas listas

mencionadas nos parágrafos 2 e 4 do presente artigo, o Comitê consultará o Es-

tado-Parte em cujo território se encontrar o bem do patrimônio cultural ou natural

em causa.

7. O Comitê, com a concordâncias dos Estados interessados, coordenará e es-

timulará os estudos e pesquisas necessários para a composição das listas men-

cionadas nos parágrafos 2 e 4 do presente Artigo.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

ARTIGO 12

O fato de que um bem do patrimônio cultural ou natural não haja sido incluído

numa ou outra das duas listas mencionadas nos parágrafos 2 e 4 do Artigo 11 não

significará, em absoluto, que ele não tenha valor universal excepcional para fins

distintos dos que resultam da inclusão nessas listas.

ARTIGO 13

1. O Comitê do Patrimônio Mundial receberá e estudará os pedidos de assis-

tência internacional formulados pelos Estados-Partes na presente Convenção no

que diz respeito aos bens do patrimônio cultural e natural situados em seus ter-

ritórios, que figurem ou sejam suscetíveis de figurar nas listas mencionadas nos

parágrafos 2 e 4 do Artigo 11. Esses pedidos poderão ter por objeto a proteção, a

conservação, a revalorização ou a reabilitação desses bens.

2. Os pedidos de assistência internacional em conformidade com o parágra-

fo 1 do presente artigo poderão também ter por objeto a identificação dos bens

do patrimônio cultural e natural definidos nos Artigos 1 e 2 quando as pesquisas

preliminares demonstrarem que merecem ser prosseguidas.

3. O Comitê decidirá sobre tais pedidos, determinará, quando for o caso, a na-

tureza e a amplitude de sua assistência e autorizará a conclusão, em seu nome, dos

acordos necessários com o Governo interessado.

4. O Comitê estabelecerá uma ordem de prioridade para suas intervenções.

Fá-lo-á tomando em consideração a importância respectiva dos bens a serem sal-

vaguardados para o patrimônio cultural e natural, a necessidade de assegurar a as-

sistência internacional aos bens mais representativos da natureza ou do gênio e

a história dos povos do mundo, a urgência dos trabalhos que devem ser empreen-

didos, a importância dos recursos dos Estados em cujo território se achem os bens

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

ameaçados e, em particular, à medida que esses poderiam assegurar a salvaguarda

desses bens por seus próprios meios.

5. O Comitê organizará, manterá em dia e difundirá uma lista dos bens para

os quais uma assistência internacional houver sido fornecida.

6. O Comitê decidirá sobre a utilização dos recursos do Fundo criado em

virtude do disposto no Artigo 15 da presente Convenção. Procurará os meios de

aumentar-lhe os recursos e tomará todas as medidas que para tanto se fizerem

necessárias.

7. O Comitê cooperará com as organizações internacionais e nacionais, gover-

namentais e não governamentais, que tenham objetivos semelhantes aos da

presente Convenção. Para elaborar seus programas e executar seus projetos, o

Comitê poderá recorrer a essas organizações e, em particular, ao Centro Interna-

cional de Estudos para a Conservação e Restauração dos Bens Culturais (Centro

de Roma), ao Conselho Internacional dos Monumentos e Lugares Históricos (ICO-

MOS), e à União Internacional para a Conservação da Natureza e de seus Recursos

(UICN), bem como a outras organizações públicas ou privadas e a pessoas físicas.

8. As decisões do Comitê serão tomadas por maioria de dois terços dos

membros presentes e votantes. Constituirá a maioria dos membros do Comitê.

ARTIGO 14

1. O Comitê do Patrimônio Mundial será assistido por um secretário nomeado

pelo Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência

e a Cultura (UNESCO).

2. O Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ci-

ência e a Cultura (UNESCO), utilizando, o mais possível, os serviços do Centro

Internacional de Estudos para a Conservação e a Restauração dos Bens Culturais

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

(Centro de Roma), do Conselho Internacional dos Monumentos e Lugares His-


tóricos (ICOMOS) e da União Internacional para a Conservação da Natureza e
seus Recursos (UICN), dentro de suas competências e possibilidades respectivas,
preparará a documentação do Comitê, a agenda de suas reuniões e assegurará a
execução de suas decisões.
IV – Fundo para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural
• Neste ponto a Convenção passa a definir o importante papel do Fundo para a
Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural de Valor Universal Excep-
cional administrado pela UNESCO e destinado à cooperação internacional na
proteção dos bens que integram este patrimônio.
ARTIGO 15
1. Fica criado um Fundo para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural
e Natural de Valor Universal Excepcional, denominado.
2. O Fundo será constituído como fundo fiduciário8, em conformidade com o
Regulamento Financeiro da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ci-
ência e a Cultura (UNESCO).
3. Os recursos do Fundo serão constituídos:
a) pelas contribuições obrigatórias e pelas contribuições voluntárias dos Esta-
dos-Partes na presente Convenção;
b) pelas contribuições, doações ou legados que possam fazer;
i) outros Estados;
ii) a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO), as outras organizações do sistema das Nações Unidas, notadamente o

Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e outras Organizações inter-

governamentais, e

8
Fundo fiduciário é um fundo financeiro administrado pela UNESCO utilizado para financiar as ações de
cooperação internacional previstas nesta Convenção.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

iii) órgãos públicos ou privados ou pessoas físicas.

c) por quaisquer juros produzidos pelos recursos do Fundo;

d) pelo produto das coletas e pelas receitas oriundas de manifestações realiza-

das em proveito do Fundo, e

e) por quaisquer outros recursos autorizados pelo Regulamento do Fundo, a

ser elaborado pelo Comitê do Patrimônio Mundial.

4. As contribuições ao Fundo e as demais formas de assistência fornecidas

ao Comitê somente poderão ser destinadas aos fins por ele definidos. O Comitê po-

derá aceitar contribuições destinadas a um determinado programa ou a um projeto

concreto, contanto que o Comitê haja decidido pôr em prática esse programa ou

executar esse projeto. As contribuições ao Fundo não poderão ser acompanhadas

de quaisquer condições políticas.

ARTIGO 16

1. Sem prejuízo de qualquer contribuição voluntária complementar, os Estados-

-Partes na presente Convenção comprometem-se a pagar regularmente, de dois

em dois anos, ao Fundo do Patrimônio Mundial, contribuições cujo montante

calculado segundo uma percentagem uniforme aplicável a todos os Estados, será

decidido pela Assembleia-Geral dos Estados-Partes na Convenção, reunidos du-

rante as sessões da Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para

a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Essa decisão da Assembleia-Geral

exigirá a maioria dos Estados-Partes presentes votantes que não houverem fei-

to a declaração mencionada no parágrafo 2 do presente Artigo. Em nenhum caso

poderá a contribuição dos Estados-Partes na Convenção ultrapassar 1% (um por

cento) de sua contribuição ao Orçamento Ordinário da Organização das Nações

Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

2. Todavia, qualquer dos Estados a que se refere o Artigo 31 ou o Artigo 32

da presente Convenção poderá, no momento do depósito de seu instrumento de


ratificação, aceitação ou adesão, declarar que não se obriga pelas disposições do
parágrafo 1 do presente Artigo.
3. Um Estado-Parte na Convenção que houver feito a declaração a que se refere
o parágrafo 2 do presente Artigo poderá a qualquer tempo, retirar dita declaração
mediante notificação ao Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). No entanto, a retirada da declaração
somente terá efeito sobre a contribuição obrigatória devida por esse Estado a partir
da data da Assembleia-Geral dos Estados-Partes que se seguir a tal retirada.
4. Para que o Comitê esteja em condições de prever suas operações de maneira
eficaz, as contribuições dos Estados-Partes na presente Convenção que houve-
rem feito a declaração mencionada no parágrafo 2 do presente Artigo terão de ser
entregues de modo regular, pelo menos de dois em dois anos, e não deverão ser
inferiores às contribuições que teriam de pagar se tivessem se obrigado pelas dis-
posições do parágrafo 1 do presente Artigo.
5. Um Estado-Parte na Convenção que estiver em atraso no pagamento de sua
contribuição obrigatória ou voluntária, no que diz respeito ao ano em curso e ao
ano civil imediatamente anterior, não é elegível para o Comitê do Patrimônio
Mundial, não se aplicando esta disposição por ocasião da primeira eleição. Se tal
Estado já for membro do Comitê, seu mandato se extinguirá no momento em que
se realizem as eleições previstas no Artigo 8, parágrafo 1, da presente Convenção.
ARTIGO 17
Os Estados-Partes na presente Convenção considerarão ou favorecerão a cria-
ção de fundações ou de associações nacionais públicas ou privadas que tenham

por fim estimular as liberalidades em favor da proteção do patrimônio cultural e

natural definido nos Artigos 1 e 2 da presente Convenção.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

ARTIGO 18
Os Estados-Partes na presente Convenção prestarão seu concurso9 às cam-
panhas internacionais de coleta que forem organizadas em benefício do Fundo
do Patrimônio Mundial sob os auspícios da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Facilitarão as coletas feitas para esses
fins pelos órgãos mencionados no parágrafo 3, Artigo 15.
V – Condições e Modalidades da Assistência Internacional
• Neste ponto, a Convenção passa a definir o que é e em que circunstâncias é
concedida uma assistência internacional em defesa do patrimônio cultural ou
natural de valor universal excepcional.
ARTIGO 19
Qualquer Estado-Parte na presente Convenção poderá pedir assistência in-
ternacional em favor de bens do patrimônio cultural ou natural de valor universal
excepcional situados em seu território. Deverá juntar a seu pedido os elementos
de informação e os documentos previstos no Artigo 21 de que dispuser e de que o
Comitê tenha necessidade para tomar sua decisão.
ARTIGO 20
Ressalvada as disposições do parágrafo 2 do Artigo 13, da alínea “c” do Artigo
22 e do Artigo 23, a assistência internacional prevista pela presente Convenção
somente poderá ser concedida a bens do patrimônio cultural e natural que o Co-
mitê do Patrimônio Mundial haja decidido ou decida fazer constar numa das listas
mencionadas nos parágrafos 2 e 4 do Artigo 11.
ARTIGO 21
1. O Comitê do Patrimônio Mundial determinará a forma de exame dos pedi-
dos de assistência internacional que é chamado a fornecer e indicará notadamente

os elementos que deverão constar ao pedido, o qual deverá descrever a operação

9
Concurso se aplica aqui no sentido de cooperação.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

projetada, os trabalhos necessários, uma estimativa de seu custo, sua urgência e

as razões pelas quais os recursos do Estado solicitante não lhe permitam fazer face

à totalidade da despesa. Os pedidos deverão, sempre que possível, apoiar-se em

parecer de especialistas.

2. Em razão dos trabalhos que se tenha de empreender sem demora, os pe-

didos com base em calamidades naturais ou em catástrofes naturais deverão ser

examinados com urgência e prioridade pelo Comitê, que deverá dispor de um

fundo de reserva para tais eventualidades.

3. Antes de tomar uma decisão, o Comitê procederá aos estudos e consultas

que julgar necessários.

ARTIGO 22

A assistência prestada pelo Comitê do Patrimônio Mundial poderá tomar as se-

guintes formas:

a) estudos sobre os problemas artísticos, científicos e técnicos levantados pela

proteção, conservação, revalorização e reabilitação do patrimônio cultural e natu-

ral, tal como definido nos parágrafos 2 e 4 do Artigo 11 da presente Convenção;

b) serviços de peritos, de técnicos e de mão de obra qualificada para velar pela

boa execução do projeto aprovado;

c) formação de especialistas de todos os níveis em matéria de identificação,

proteção, observação, revalorização e reabilitação do patrimônio cultural e natural;

d) fornecimento do equipamento que o Estado interessado não possua ou não

esteja em condições de adquirir;

e) empréstimos a juros reduzidos, sem juros, ou reembolsáveis a longo prazo;

f) concessão, em casos excepcionais e especialmente motivados de subven-

ções não reembolsáveis.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

ARTIGO 23

O Comitê do Patrimônio Mundial poderá igualmente fornecer uma assistência

internacional a centros nacionais ou regionais de formação de especialistas

de todos os níveis em matéria de identificação, proteção, conservação, revaloriza-

ção e reabilitação do patrimônio cultural e natural.

ARTIGO 24

Uma assistência internacional de grande vulto somente poderá ser con-

cedida após um estudo científico, econômico e técnico pormenorizado. Esse

estudo deverá recorrer às mais avançadas técnicas de proteção, conservação,

revalorização e reabilitação do patrimônio cultural e natural e corresponder aos

objetivos da presente Convenção. O estudo deverá também procurar os meios

de utilizar racionalmente os recursos disponíveis no Estado interessado.

ARTIGO 25

O financiamento dos trabalhos necessários não deverá, em princípio, incumbir

à comunidade internacional senão parcialmente. A participação do Estado que

se beneficiar da assistência internacional deverá constituir uma parte substancial

dos recursos destinados a cada programa ou projeto, salvo se seus recursos

não o permitirem.

ARTIGO 26

O Comitê do Patrimônio Mundial e o Estado beneficiário determinarão no

acordo que concluírem as condições em que será executado um programa ou

projeto para o qual for fornecida assistência internacional nos termos da pre-

sente Convenção. Incumbirá ao Estado que receber essa assistência internacional

continuar a proteger, conservar e revalorizar os bens assim salvaguardados, em

conformidade com as condições estabelecidas no acordo.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

VI – Programas Educativos


ARTIGO 27
1. Os Estados-Partes na presente Convenção procurarão por todos os meios
apropriados, especialmente por programas de educação e de informação, for-
talecer a apreciação e o respeito de seus povos pelo patrimônio cultural e natural
definido nos Artigos 1 e 2 da Convenção.
2. Obrigar-se-ão a informar amplamente o público sobre as ameaças que
pesem sobre esse patrimônio e sobre as atividades empreendidas em aplicação da
presente Convenção.
ARTIGO 28
Os Estados-Partes na presente Convenção que receberem assistência inter-
nacional em aplicação da Convenção tomarão as medidas necessárias para tor-
nar conhecidos a importância dos bens que tenham sido objeto dessa assistência
e o papel que esta houver desempenhado.
VII – Relatórios
ARTIGO 29
1. Os Estados-Partes na presente Convenção indicarão nos relatórios que apre-
sentarem à Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (UNESCO), nas datas e na forma que esta determinar, as
disposições legislativas e regulamentares e as outras medidas que tiverem adota-
do para a aplicação da Convenção, bem como a experiência que tiverem adquirido
neste campo.
2. Esses relatórios serão levados ao conhecimento do Comitê do Patrimônio
Mundial.

3. O Comitê apresentará um relatório de suas atividades em cada uma das ses-

sões ordinárias da Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

VIII – Cláusulas Finais

• Este é o último ponto da Convenção, no qual são definidas suas condições de

ratificação, denúncia, revisão e vigência em relação aos Estados-Partes.

ARTIGO 30

A presente Convenção foi redigida em inglês, árabe, espanhol, francês e russo,

sendo os cinco textos igualmente autênticos.

ARTIGO 31

1. A presente Convenção será submetida à ratificação ou à aceitação dos Es-

tados-Membros da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura (UNESCO), na forma prevista por suas constituições.

2. Os instrumentos de ratificação ou aceitação serão depositados junto ao

Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura (UNESCO).

ARTIGO 32

1. A presente Convenção ficará aberta à assinatura de todos os Estados não

membros da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cul-

tura (UNESCO) que forem convidados a aderir a ela pela Conferência Geral da

Organização.

2. A adesão será feita pelo depósito de um instrumento de adesão junto ao

Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura (UNESCO).

ARTIGO 33

A presente Convenção entrará em vigor 3 (três) meses após a data do depósito

do vigésimo instrumento de ratificação, aceitação ou adesão, mas somente com

relação aos Estados que houverem depositados seus respectivos instrumentos de

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

ratificação, aceitação ou adesão nessa data ou anteriormente. Para os demais es-

tados, entrará em vigor 3 (três) meses após o depósito do respectivo instrumento

de ratificação, aceitação ou adesão.

ARTIGO 34

Aos Estados-Partes na presente Convenção que tenham um sistema constitu-

cional federativo ou não unitário aplicar-se-ão as seguintes disposições:

a) no que diz respeito às disposições da presente Convenção cuja execução seja

objeto da ação legislativa do Poder Legislativo federal ou central, as obriga-

ções do Governo federal ou central serão as mesmas que as dos Estados-Partes que

não sejam Estados federativos;

b) no que diz respeito às disposições desta Convenção cuja execução seja ob-

jeto da ação legislativa de cada um dos Estados, países, províncias ou cantões

constituintes, que não sejam, em virtude do sistema constitucional da federação,

obrigados a tomar medidas legislativas, o Governo federal levará, com seu parecer

favorável ditas disposições ao conhecimento das autoridades competentes dos

Estados, países, províncias ou cantões.

ARTIGO 35

1. Cada Estado-Parte na presente Convenção terá a faculdade de denunciá-la.

2. A denúncia10 será notificada por instrumento escrito depositado junto ao

Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura (UNESCO).

3. A denúncia terá efeito 12 (doze) meses após o recebimento do instrumen-

to de denúncia.

Não modificará em nada as obrigações financeiras a serem assumidas pelo

Estado denunciante, até a data em que a retirada se tornar efetiva.

10
Denúncia é um documento emitido por um Estado-Parte que assinou esta Convenção e exprime por escrito
a intenção de romper o compromisso.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 44 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

ARTIGO 36

O Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência

e a Cultura (UNESCO) informará os Estados-Membros da Organização, os Estados

não Membros mencionados no Artigo 32, bem como a Organização das Nações Uni-

das, do depósito de todos os instrumentos de ratificação, aceitação ou adesão a

que se referem os Artigos 31 e 32, e das denúncias previstas no Artigo 35.

ARTIGO 37

1. A presente Convenção poderá ser revista pela Conferência Geral da Organi-

zação das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). No

entanto, a revisão somente obrigará os Estados que se tornarem partes na Con-

venção revista.

2. Caso a Conferência Geral venha a adotar uma nova Convenção que cons-

titua uma revisão, total ou parcial da presente Convenção, e a menos que a nova

Convenção disponha de outra forma, a presente Convenção deixará de estar

aberta à ratificação, a aceitação ou a adesão, a partir da data de entrada em vigor

da nova Convenção revista.

ARTIGO 38

Em conformidade com o Artigo 102 da Carta das Nações Unidas, a presente

Convenção será registrada no Secretariado das Nações Unidas a pedido do Dire-

tor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

(UNESCO).

Feito em Paris, neste dia Vinte e três de novembro de mil novecentos e setenta

e dois, em dois exemplares autênticos assinados pelo Presidente da Conferência

Geral, reunida em sua décima sexta sessão, e pelo Diretor-Geral da Organização

das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), os quais

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 45 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

serão depositados nos arquivos da Organização das Nações Unidas para a Educa-

ção, a Ciência e a Cultura (UNESCO)e cujas cópias autenticadas serão entregues

a todos os Estados mencionados nos Artigos 31 e 32, bem como à organização das

Nações Unidas.

Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imate-


rial (2003)

Bom, agora só falta a gente analisar a 2ª Convenção considerada como marco

internacional da preservação do patrimônio cultural voltada à salvaguarda (prote-

ção) do patrimônio cultural imaterial.

Vamos lá, então?!

• Bem no início do documento, o texto da Convenção contém um preâmbulo

(ou introdução) em que é feita uma contextualização e são apresentadas as

justificativas da sua elaboração.

A Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ci-

ência e a Cultura, doravante denominada “UNESCO”, em sua 32ª sessão, realizada

em Paris do dia 29 de setembro ao dia 17 de outubro de 2003,

Referindo-se aos instrumentos internacionais existentes em matéria de direitos

humanos, em particular à Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948,

ao Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966, e ao

Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, de 1966,

Considerando a importância do patrimônio cultural imaterial como fonte de

diversidade cultural e garantia de desenvolvimento sustentável, conforme desta-

cado na Recomendação da UNESCO sobre a salvaguarda da cultura tradicional

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 46 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

e popular, de 1989, bem como na Declaração Universal da UNESCO sobre a Di-

versidade Cultural, de 2001, e na Declaração de Istambul, de 2002, aprovada pela

Terceira Mesa Redonda de Ministros da Cultura, Considerando a profunda interde-

pendência que existe entre o patrimônio cultural imaterial e o patrimônio material

cultural e natural,

Reconhecendo que os processos de globalização e de transformação social, ao

mesmo tempo em que criam condições propícias para um diálogo renovado entre as

comunidades, geram também, da mesma forma que o fenômeno da intolerância, gra-

ves riscos de deterioração, desaparecimento e destruição do patrimônio cultu-

ral imaterial, devido em particular à falta de meios para sua salvaguarda,

Consciente da vontade universal e da preocupação comum de salvaguardar o

patrimônio cultural imaterial da humanidade,

Reconhecendo que as comunidades, em especial as indígenas, os grupos e, em

alguns casos, os indivíduos desempenham um importante papel na produção, sal-

vaguarda, manutenção e recriação do patrimônio cultural imaterial, assim contri-

buindo para enriquecer a diversidade cultural e a criatividade humana,

Observando o grande alcance das atividades da UNESCO na elaboração de ins-

trumentos normativos para a proteção do patrimônio cultural, em particular a

Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural de 1972,

Observando também que não existe ainda um instrumento multilateral de

caráter vinculante destinado a salvaguardar o patrimônio cultural imaterial,

Considerando que os acordos, recomendações e resoluções internacionais exis-

tentes em matéria de patrimônio cultural e natural deveriam ser enriquecidos e

complementados mediante novas disposições relativas ao patrimônio cultural ima-

terial,

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 47 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Considerando a necessidade de conscientização, especialmente entre as no-


vas gerações, da importância do patrimônio cultural imaterial e de sua salvaguarda,
Considerando que a comunidade internacional deveria contribuir, junto com os
Estados-Partes na presente Convenção, para a salvaguarda desse patrimônio, com
um espírito de cooperação e ajuda mútua,
Recordando os programas da UNESCO relativos ao patrimônio cultural imaterial,
em particular a Proclamação de Obras Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da
Humanidade,
Considerando a inestimável função que cumpre o patrimônio cultural imaterial
como fator de aproximação, intercâmbio e entendimento entre os seres humanos,
Aprova neste dia dezessete de outubro de 2003 a presente Convenção.
I – Disposições gerais
• Concluída a contextualização e apresentadas as justificativas, a Convenção
traz as suas finalidades da sua elaboração e algumas definições importantes.
Artigo 1: Finalidades da Convenção
A presente Convenção tem as seguintes finalidades:
a) a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial;
b) o respeito ao patrimônio cultural imaterial das comunidades, grupos e indi-
víduos envolvidos;
c) a conscientização no plano local, nacional e internacional da importância do
patrimônio cultural imaterial e de seu reconhecimento recíproco;
d) a cooperação e a assistência internacionais.
Artigo 2: Definições
Para os fins da presente Convenção,

1. Entende-se por “patrimônio cultural imaterial” as práticas, representa-

ções, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com os instrumentos, objetos,

artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu

patrimônio cultural. Este patrimônio cultural imaterial, que se transmite de geração

em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função

de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um

sentimento de identidade e continuidade e contribuindo assim para promover o

respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. Para os fins da presente

Convenção, será levado em conta apenas o patrimônio cultural imaterial que seja

compatível com os instrumentos internacionais de direitos humanos existentes e

com os imperativos de respeito mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos, e

do desenvolvimento sustentável.

2. O “patrimônio cultural imaterial”, conforme definido no parágrafo 1 acima, se

manifesta em particular nos seguintes campos:

a) tradições e expressões orais, incluindo o idioma como veículo do patrimônio

cultural imaterial;

b) expressões artísticas;

c) práticas sociais, rituais e atos festivos;

d) conhecimentos e práticas relacionados à natureza e ao universo;

e) técnicas artesanais tradicionais.

3. Entende-se por “salvaguarda” as medidas que visam garantir a viabilidade

do patrimônio cultural imaterial, tais como a identificação, a documentação,

a investigação, a preservação, a proteção, a promoção, a valorização, a

transmissão – essencialmente por meio da educação formal e não formal – e re-

vitalização deste patrimônio em seus diversos aspectos.

4. A expressão “Estados Partes” designa os Estados vinculados pela presente

Convenção e entre os quais a presente Convenção está em vigor.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 49 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

5. Esta Convenção se aplica mutatis mutandis aos territórios mencionados no

Artigo 33 que se tornarem Partes na presente Convenção, conforme as condições

especificadas no referido Artigo. A expressão “Estados-Partes” se referirá igual-

mente a esses territórios.

Artigo 3: Relação com outros instrumentos internacionais

Nenhuma disposição da presente Convenção poderá ser interpretada de tal ma-

neira que:

a) modifique o estatuto ou reduza o nível de proteção dos bens declarados pa-

trimônio mundial pela Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural

e Natural de 1972, ao qual está diretamente associado um elemento do patrimônio

cultural imaterial; ou

b) afete os direitos e obrigações dos Estados-Partes em virtude de outros ins-

trumentos internacionais relativos aos direitos de propriedade intelectual ou à uti-

lização de recursos biológicos e ecológicos dos quais são partes.

II – Órgãos da Convenção

• Neste ponto são apresentados os órgãos integrantes desta Convenção.

Esse assunto tem sido bastante cobrado em prova!

Artigo 4: Assembleia-Geral dos Estados-partes

1. Fica estabelecida uma Assembleia-Geral dos Estados-Partes, doravante de-

nominada “Assembleia-Geral”, que será o órgão soberano da presente Convenção.

2. A Assembleia-Geral realizará uma sessão ordinária a cada dois anos. Pode-

rá reunir-se em caráter extraordinário quando assim o decidir, ou quando receber

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 50 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

uma petição em tal sentido do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do

Patrimônio Cultural Imaterial ou

Artigo 5: Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio

Cultural Imaterial

1. Fica estabelecido junto à UNESCO um Comitê Intergovernamental para

a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, doravante denominado “o Comi-

tê”. O Comitê será integrado por representantes de 18 Estados-Partes, a serem

eleitos pelos Estados-Partes constituídos em Assembleia-Geral, tão logo a presente

Convenção entrar em vigor, conforme o disposto no Artigo 34.

2. O número de Estados-membros do Comitê aumentará para 24, tão logo o

número de Estados-Partes na Convenção chegar a 50.

Artigo 6: Eleição e mandato dos Estados-membros do Comitê

1. A eleição dos Estados-membros do Comitê deverá obedecer aos princípios

de distribuição geográfica e rotação equitativas.

2. Os Estados-Partes na Convenção, reunidos em Assembleia-Geral, elegerão os

Estados-membros do Comitê para um mandato de quatro anos.

3. Contudo, o mandato da metade dos Estados-membros do Comitê eleitos na

primeira eleição será somente de dois anos. Os referidos Estados serão designa-

dos por sorteio no curso da primeira eleição.

4. A cada dois anos, a Assembleia-Geral renovará a metade dos Estados-

-membros do Comitê.

5. A Assembleia-Geral elegerá também quantos Estados-membros do Comitê

sejam necessários para preencher vagas existentes.

6. Um Estado-membro do Comitê não poderá ser eleito por dois mandatos con-

secutivos.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 51 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

7. Os Estados-membros do Comitê designarão, para seus representantes no

Comitê, pessoas qualificadas nos diversos campos do patrimônio cultural imaterial.

Artigo 7: Funções do Comitê

Sem prejuízo das demais atribuições conferidas pela presente Convenção, as

funções do Comitê serão as seguintes:

a) promover os objetivos da Convenção, fomentar e acompanhar sua aplica-

ção;

b) oferecer assessoria sobre as melhores práticas e formular recomendações

sobre medidas que visem a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial;

c) preparar e submeter à aprovação da Assembleia-Geral um projeto de utili-

zação dos recursos do Fundo, em conformidade com o Artigo 25;

d) buscar meios de incrementar seus recursos e adotar as medidas necessárias

para tanto, em conformidade com o Artigo 25;

e) preparar e submeter à aprovação da Assembleia-Geral diretrizes operacio-

nais para a aplicação da Convenção;

f) em conformidade com o Artigo 29, examinar os relatórios dos Estados-Par-

tes e elaborar um resumo destes relatórios, destinado à Assembleia-Geral;

g) examinar as solicitações apresentadas pelos Estados-Partes e decidir, de

acordo com critérios objetivos de seleção estabelecidos pelo próprio Comitê e apro-

vados pela Assembleia-Geral, sobre:

i) inscrições nas listas e propostas mencionadas nos Artigos 16, 17 e 18;

ii) prestação de assistência internacional, em conformidade com o Artigo 22.

Artigo 8: Métodos de trabalho do Comitê

1. O Comitê será responsável perante a Assembleia-Geral, diante da qual pres-

tará contas de todas as suas atividades e decisões.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 52 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

2. O Comitê aprovará seu Regulamento Interno por uma maioria de dois

terços de seus membros.

3. O Comitê poderá criar, em caráter temporário, os órgãos consultivos ad hoc11

que julgue necessários para o desempenho de suas funções.

4. O Comitê poderá convidar para suas reuniões qualquer organismo público

ou privado, ou qualquer pessoa física de comprovada competência nos diversos

campos do patrimônio cultural imaterial, para consultá-los sobre questões espe-

cíficas.

Artigo 9: Certificação das organizações de caráter consultivo

1. O Comitê proporá à Assembleia-Geral a certificação de organizações não

governamentais de comprovada competência no campo do patrimônio cultural

imaterial. As referidas organizações exercerão funções consultivas perante o Co-

mitê.

2. O Comitê também proporá à Assembleia-Geral os critérios e modalidades

pelos quais essa certificação será regida.

Artigo 10: Secretariado

1. O Comitê será assessorado pelo Secretariado da UNESCO.

2. O Secretariado preparará a documentação da Assembleia-Geral e do Comi-

tê, bem como o projeto da ordem do dia de suas respectivas reuniões, e assegu-

rará o cumprimento das decisões de ambos os órgãos.

III – Salvaguarda do patrimônio cultural imaterial no plano nacional.

• Neste ponto, a Convenção define quais são as funções de cada Estado-Parte

e as medidas que podem ser adotadas na proteção (salvaguarda) do patri-

mônio cultural imaterial.

11
Ad hoc: do latim, traduz-se por “para essa finalidade”; expressão latina, geralmente usada para dizer que
determinado acontecimento tem caráter temporário e que se destina para aquele fim específico.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 53 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Artigo 11: Funções dos Estados-Partes

Caberá a cada Estado-Parte:

a) adotar as medidas necessárias para garantir a salvaguarda do patrimônio

cultural imaterial presente em seu território;

b) entre as medidas de salvaguarda mencionadas no parágrafo 3 do Artigo 2,

identificar e definir os diversos elementos do patrimônio cultural imaterial presen-

tes em seu território, com a participação das comunidades, grupos e organi-

zações não governamentais pertinentes.

 Obs.: a chamada gestão participativa.

Artigo 12: Inventários

1. Para assegurar a identificação, com fins de salvaguarda, cada Estado-Parte

estabelecerá um ou mais inventários do patrimônio cultural imaterial presente em

seu território, em conformidade com seu próprio sistema de salvaguarda do patri-

mônio. Os referidos inventários serão atualizados regularmente.

2. Ao apresentar seu relatório periódico ao Comitê, em conformidade com o Ar-

tigo 29, cada Estado-Parte prestará informações pertinentes em relação a esses

inventários.

Artigo 13: Outras medidas de salvaguarda

Para assegurar a salvaguarda, o desenvolvimento e a valorização do patrimônio

cultural imaterial presente em seu território, cada Estado-Parte empreenderá es-

forços para:

a) adotar uma política geral visando promover a função do patrimônio cultural

imaterial na sociedade e integrar sua salvaguarda em programas de planeja-

mento;

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 54 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

b) designar ou criar um ou vários organismos competentes para a salvaguarda

do patrimônio cultural imaterial presente em seu território;

c) fomentar estudos científicos, técnicos e artísticos, bem como metodologias

de pesquisa, para a salvaguarda eficaz do patrimônio cultural imaterial, e em par-

ticular do patrimônio cultural imaterial que se encontre em perigo;

d) adotar as medidas de ordem jurídica, técnica, administrativa e financeira

adequadas para:

i) favorecer a criação ou o fortalecimento de instituições de formação em

gestão do patrimônio cultural imaterial, bem como a transmissão desse patrimônio

nos foros e lugares destinados à sua manifestação e expressão;

ii) garantir o acesso ao patrimônio cultural imaterial, respeitando ao mesmo

tempo os costumes que regem o acesso a determinados aspectos do referido pa-

trimônio;

iii) criar instituições de documentação sobre o patrimônio cultural imaterial e

facilitar o acesso a elas.

Artigo 14: Educação, conscientização e fortalecimento de capacidades

Cada Estado-Parte se empenhará, por todos os meios oportunos, no sentido de:

a) assegurar o reconhecimento, o respeito e a valorização do patrimônio cultural

imaterial na sociedade, em particular mediante:

i) programas educativos, de conscientização e de disseminação de informa-

ções voltadas para o público, em especial para os jovens;

ii) programas educativos e de capacitação específicos no interior das comu-

nidades e dos grupos envolvidos;

iii) atividades de fortalecimento de capacidades em matéria de salvaguarda do

patrimônio cultural imaterial, e especialmente de gestão e de pesquisa científica; e

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 55 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

iv) meios não formais de transmissão de conhecimento;

b) manter o público informado das ameaças que pesam sobre esse patrimônio

e das atividades realizadas em cumprimento da presente Convenção;

c) promover a educação para a proteção dos espaços naturais e lugares de

memória, cuja existência é indispensável para que o patrimônio cultural imaterial

possa se expressar.

Artigo 15: Participação das comunidades, grupos e indivíduos

No quadro de suas atividades de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial,

cada Estado-Parte deverá assegurar a participação mais ampla possível das co-

munidades, dos grupos e, quando cabível, dos indivíduos que criam, mantém e

transmitem esse patrimônio e associá-los ativamente à gestão do mesmo.

IV – Salvaguarda do patrimônio cultural imaterial no plano internacional

• Neste ponto, a Convenção define como o Comitê promoverá a proteção (sal-

vaguarda) do patrimônio cultural imaterial a nível internacional, dando desta-

que para a lista contendo a relação dos bens que fazem parte do patrimônio

cultural imaterial que requerem medidas urgentes de salvaguarda.

Artigo 16: Lista representativa do patrimônio cultural imaterial da hu-

manidade

1. Para assegurar maior visibilidade do patrimônio cultural imaterial, aumentar

o grau de conscientização de sua importância, e propiciar formas de diálogo que

respeitem a diversidade cultural, o Comitê, por proposta dos Estados-Partes inte-

ressados, criará, manterá atualizada e publicará uma Lista representativa do

patrimônio cultural imaterial da humanidade.

2. O Comitê elaborará e submeterá à aprovação da Assembleia-Geral os crité-

rios que regerão o estabelecimento, a atualização e a publicação da referida Lista

representativa.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 56 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Artigo 17: Lista do patrimônio cultural imaterial que requer medidas


urgentes de salvaguarda
1. Com vistas a adotar as medidas adequadas de salvaguarda, o Comitê criará,
manterá atualizada e publicará uma Lista do patrimônio cultural imaterial que ne-
cessite medidas urgentes de salvaguarda, e inscreverá esse patrimônio na Lista
por solicitação do Estado-Parte interessado.
2. O Comitê elaborará e submeterá à aprovação da Assembleia-Geral os crité-
rios que regerão o estabelecimento, a atualização e a publicação dessa Lista.
3. Em casos de extrema urgência, assim considerados de acordo com critérios
objetivos aprovados pela Assembleia-Geral, por proposta do Comitê, este último,
em consulta com o Estado-Parte interessado, poderá inscrever um elemento do
patrimônio em questão na lista mencionada no parágrafo 1.
Artigo 18: Programas, projetos e atividades de salvaguarda do patrimô-
nio cultural imaterial
1. Com base nas propostas apresentadas pelos Estados-Partes, e em confor-
midade com os critérios definidos pelo Comitê e aprovados pela Assembleia-Geral,
o Comitê selecionará periodicamente e promoverá os programas, projetos e
atividades de âmbito nacional, sub-regional ou regional para a salvaguarda do
patrimônio que, no seu entender, reflitam de modo mais adequado os princípios e
objetivos da presente Convenção, levando em conta as necessidades especiais
dos países em desenvolvimento.
2. Para tanto, o Comitê receberá, examinará e aprovará as solicitações de
assistência internacional formuladas pelos Estados-Partes para a elaboração das
referidas propostas.

3. O Comitê acompanhará a execução dos referidos programas, projetos e ati-

vidades por meio da disseminação das melhores práticas, segundo modalidades

por ele definidas.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 57 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

V – Cooperação e assistência internacionais

• Neste ponto, a Convenção define o papel da cooperação e da assistência in-

ternacionais, traçando seus objetivos, formas e requisitos.

Artigo 19: Cooperação

1. Para os fins da presente Convenção, cooperação internacional compreen-

de em particular o intercâmbio de informações e de experiências, iniciativas

comuns, e a criação de um mecanismo para apoiar os Estados-Partes em seus

esforços para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial.

2. Sem prejuízo para o disposto em sua legislação nacional nem para seus direi-

tos e práticas consuetudinárias, os Estados-Partes reconhecem que a salvaguarda

do patrimônio cultural imaterial é uma questão de interesse geral para a humanida-

de e neste sentido se comprometem a cooperar no plano bilateral, sub-regional,

regional e internacional.

Artigo 20: Objetivos da assistência internacional

A assistência internacional poderá ser concedida para os seguintes objetivos:

a) salvaguarda do patrimônio que figure na lista de elementos do patrimônio

cultural imaterial que necessite medidas urgentes de salvaguarda;

b) realização de inventários, em conformidade com os Artigos 11 e 12;

c) apoio a programas, projetos e atividades de âmbito nacional, sub-regional e

regional destinados à salvaguarda do patrimônio cultural imaterial;

d) qualquer outro objetivo que o Comitê julgue necessário.

Artigo 21: Formas de assistência internacional

A assistência concedia pelo Comitê a um Estado-Parte será regulamentada pe-

las diretrizes operacionais previstas no Artigo 7 e pelo acordo mencionado no

Artigo 24, e poderá assumir as seguintes formas:

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 58 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

a) estudos relativos aos diferentes aspectos da salvaguarda;

b) serviços de especialistas e outras pessoas com experiência prática em pa-

trimônio cultural imaterial;

c) capacitação de todo o pessoal necessário;

d) elaboração de medidas normativas ou de outra natureza;

e) criação e utilização de infraestruturas;

f) aporte de material e de conhecimentos especializados;

g) outras formas de ajuda financeira e técnica, podendo incluir, quando cabível,

a concessão de empréstimos com baixas taxas de juros e doações.

Artigo 22: Requisitos para a prestação de assistência internacional

1. O Comitê definirá o procedimento para examinar as solicitações de assistência

internacional e determinará os elementos que deverão constar das solicitações,

tais como medidas previstas, intervenções necessárias e avaliação de custos.

2. Em situações de urgência, a solicitação de assistência será examinada em

caráter de prioridade pelo Comitê.

3. Para tomar uma decisão, o Comitê realizará os estudos e as consultas que

julgar necessários.

Artigo 23: Solicitações de assistência internacional

1. Cada Estado-Parte poderá apresentar ao Comitê uma solicitação de assis-

tência internacional para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial presente

em seu território.

2. Uma solicitação no mesmo sentido poderá também ser apresentada conjun-

tamente por dois ou mais Estados-Partes.

3. Na solicitação, deverão constar as informações mencionados no parágrafo 1

do Artigo 22, bem como a documentação necessária.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 59 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Artigo 24: Papel dos Estados-Partes beneficiários

1. Em conformidade com as disposições da presente Convenção, a assistência

internacional concedida será regida por um acordo entre o Estado-Parte benefici-

ário e o Comitê.

2. Como regra geral, o Estado-Parte beneficiário deverá, na medida de suas

possibilidades, compartilhar os custos das medidas de salvaguarda para as quais

a assistência internacional foi concedida.

3. O Estado-Parte beneficiário apresentará ao Comitê um relatório sobre a

utilização da assistência concedida com a finalidade de salvaguarda do patrimônio

cultural imaterial.

VI – Fundo do patrimônio cultural imaterial

• Neste ponto, a Convenção define o que é e quais são os recursos que com-

põem o Fundo do patrimônio cultural imaterial.

Artigo 25: Natureza e recursos do Fundo

1. Fica estabelecido um “Fundo para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Ima-

terial”, doravante denominado “o Fundo”.

2. O Fundo será constituído como fundo fiduciário, em conformidade com as

disposições do Regulamento Financeiro da UNESCO.

3. Os recursos do Fundo serão constituídos por:

a) contribuições dos Estados-Partes;

b) recursos que a Conferência Geral da UNESCO alocar para esta finalidade;

c) aportes, doações ou legados realizados por:

i) outros Estados;

ii) organismos e programas do sistema das Nações Unidas, em especial o

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, ou outras organizações in-

ternacionais;

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 60 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

iii) organismos públicos ou privados ou pessoas físicas;

d) quaisquer juros devidos aos recursos do Fundo;

e) produto de coletas e receitas aferidas em eventos organizados em benefício

do Fundo;

f) todos os demais recursos autorizados pelo Regulamento do Fundo, que o Co-

mitê elaborará.

4. A utilização dos recursos por parte do Comitê será decidida com base nas

orientações formuladas pela Assembleia-Geral.

5. O Comitê poderá aceitar contribuições ou assistência de outra natureza

oferecidos com fins gerais ou específicos, vinculados a projetos concretos, desde

que os referidos projetos tenham sido por ele aprovados.

6. As contribuições ao Fundo não poderão ser condicionadas a nenhuma exi-

gência política, econômica ou de qualquer outro tipo que seja incompatível com os

objetivos da presente Convenção.

Artigo 26: Contribuições dos Estados-Partes ao Fundo

1. Sem prejuízo de outra contribuição complementar de caráter voluntário,

os Estados-Partes na presente Convenção se obrigam a depositar no Fundo, no

mínimo a cada dois anos, uma contribuição cuja quantia, calculada a partir de

uma porcentagem uniforme aplicável a todos os Estados, será determinada pela

Assembleia-Geral. Esta decisão da Assembleia-Geral será tomada por maioria dos

Estados-Partes presentes e votantes, que não tenham feito a declaração men-

cionada no parágrafo 2 do presente Artigo. A contribuição de um Estado-Parte não

poderá, em nenhum caso, exceder 1% da contribuição desse Estado ao Orçamen-

to Ordinário da UNESCO.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 61 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

2. Contudo, qualquer dos Estados a que se referem o Artigo 32 ou o Artigo 33

da presente Convenção poderá declarar, no momento em que depositar seu instru-

mento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, que não se considera obri-

gado pelas disposições do parágrafo 1 do presente Artigo.

3. Qualquer Estado-Parte na presente Convenção que tenha formulado a de-

claração mencionada no parágrafo 2 do presente Artigo se esforçará para retirar

tal declaração mediante uma notificação ao Diretor Geral da UNESCO. Contudo, a

retirada da declaração só terá efeito sobre a contribuição devida pelo Estado a

partir da data da abertura da sessão subsequente da Assembleia-Geral.

4. Para que o Comitê possa planejar com eficiência suas atividades, as contri-

buições dos Estados-Partes nesta Convenção que tenham feito a declaração men-

cionada no parágrafo 2 do presente Artigo deverão ser efetuadas regularmente,

no mínimo a cada dois anos, e deverão ser de um valor o mais próximo possível

do valor das contribuições que esses Estados deveriam se estivessem obrigados

pelas disposições do parágrafo 1 do presente Artigo.

5. Nenhum Estado-Parte na presente Convenção, que esteja com pagamento de

sua contribuição obrigatória ou voluntária para o ano em curso e o ano civil imedia-

tamente anterior em atraso, poderá ser eleito membro do Comitê. Essa disposição

não se aplica à primeira eleição do Comitê. O mandato de um Estado-Parte que se

encontre em tal situação e que já seja membro do Comitê será encerrado quando

forem realizadas quaisquer das eleições previstas no Artigo 6 da presente Convenção.

Artigo 27: Contribuições voluntárias suplementares ao Fundo

Os Estados-Partes que desejarem efetuar contribuições voluntárias, além

das contribuições previstas no Artigo 26, deverão informar o Comitê tão logo seja

possível, para que este possa planejar suas atividades de acordo.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 62 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Artigo 28: Campanhas internacionais para arrecadação de recursos


Na medida do possível, os Estados-Partes apoiarão as campanhas interna-
cionais para arrecadação de recursos organizadas em benefício do Fundo sob os
auspícios12 da UNESCO.
VII – Relatórios
• Neste ponto, a Convenção aponta a importância dos relatórios que devem ser
elaborados pelos Estados-Partes “prestando contas” das medidas legislativas
internas elaboradas a fim de implementar os compromissos assumidos inter-
nacionalmente por meio desta convenção.
Artigo 29: Relatórios dos Estados-Partes
Os Estados-Partes apresentarão ao Comitê, na forma e com periodicidade a
serem definidas pelo Comitê, relatórios sobre as disposições legislativas, regula-
mentares ou de outra natureza que tenham adotado para implementar a presente
Convenção.
Artigo 30: Relatórios do Comitê
1. Com base em suas atividades e nos relatórios dos Estados-Partes menciona-
dos no Artigo 29, o Comitê apresentará um relatório em cada sessão da Assem-
bleia-Geral.
2. O referido relatório será levado ao conhecimento da Conferência Geral da
UNESCO.
VIII – Cláusula transitória
Artigo 31: Relação com a Proclamação das Obras Primas do Patrimônio
Oral e Imaterial da Humanidade

1. O Comitê incorporará à Lista representativa do patrimônio cultural imaterial

da humanidade os elementos que, anteriormente à entrada em vigor desta Con-

venção, tenham sido proclamados “Obras Primas do Patrimônio Oral e Imate-

rial da Humanidade”.
12
Sob os auspícios da UNESCO = sob o patrocínio da UNESCO.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 63 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

2. A inclusão dos referidos elementos na Lista representativa do patrimônio cul-

tural imaterial da humanidade será efetuada sem prejuízo dos critérios estabelecidos

para as inscrições subsequentes, segundo o disposto no parágrafo 2 do Artigo 16.

3. Após a entrada em vigor da presente Convenção, não será feita mais nenhu-

ma outra Proclamação.

IX – Disposições finais

VIII – Cláusulas Finais

• Este é o último ponto da Convenção, no qual são definidas suas condições de

ratificação, denúncia, revisão, emendas e vigência em relação aos Estados-

-Partes e alguns estados de exceção.

Artigo 32: Ratificação, aceitação ou aprovação

1. A presente Convenção estará sujeita à ratificação, aceitação ou aprovação

dos Estados-membros da UNESCO, em conformidade com seus respectivos dispo-

sitivos constitucionais.

2. Os instrumentos de ratificação, aceitação ou aprovação serão depositados

junto ao Diretor Geral da UNESCO.

Artigo 33: Adesão

1. A presente Convenção estará aberta à adesão de todos os Estados que não

sejam membros da UNESCO e que tenham sido convidados a aderir pela Confe-

rência Geral da Organização.

2. A presente Convenção também estará aberta à adesão dos territórios que

gozem de plena autonomia interna, reconhecida como tal pelas Nações Unidas,

mas que não tenham alcançado a plena independência, em conformidade com a

Resolução n. 1514 (XV) da Assembleia-Geral, e que tenham competência sobre

as matérias regidas por esta Convenção, inclusive a competência reconhecida para

subscrever tratados relacionados a essas matérias.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 64 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

3. O instrumento de adesão será depositado junto ao Diretor Geral da UNESCO.

Artigo 34: Entrada em vigor

A presente Convenção entrará em vigor três meses após a data do depósito do

trigésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, mas unica-

mente para os Estados que tenham depositado seus respectivos instrumentos de

ratificação, aceitação, aprovação ou adesão naquela data ou anteriormente. Para os

demais Estados-Partes, entrará em vigor três meses depois de efetuado o depósi-

to de seu instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão.

Artigo 35: Regimes constitucionais federais ou não unitários

Aos Estados-Partes que tenham um regime constitucional federal ou não unitá-

rio aplicar-se-ão as seguintes disposições:

a) com relação às disposições desta Convenção cuja aplicação esteja sob a

competência do poder legislativo federal ou central, as obrigações do governo

federal ou central serão idênticas às dos Estados-Partes que não constituem Esta-

dos federais;

b) com relação às disposições da presente Convenção cuja aplicação esteja

sob a competência de cada um dos Estados, países, províncias ou cantões consti-

tuintes, que em virtude do regime constitucional da federação não estejam obriga-

dos a tomar medidas legislativas, o governo federal as comunicará, com parecer

favorável, às autoridades competentes dos Estados, países, províncias ou cantões,

com sua recomendação para que estes as aprovem.

Artigo 36: Denúncia

1. Todos os Estados-Partes poderão denunciar a presente Convenção.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 65 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

2. A denúncia13 será notificada por meio de um instrumento escrito, que será

depositado junto ao Diretor Geral da UNESCO.

3. A denúncia surtirá efeito doze meses após a recepção do instrumento de de-

núncia. A denúncia não modificará em nada as obrigações financeiras assumidas

pelo Estado denunciante até a data em que a retirada se efetive.

Artigo 37: Funções do depositário

O Diretor Geral da UNESCO, como depositário da presente Convenção, infor-

mará aos Estados-membros da Organização e aos Estados não membros aos quais

se refere o Artigo 33, bem como às Nações Unidas, acerca do depósito de todos

os instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão mencionados nos

Artigos 32 e 33 e das denúncias previstas no Artigo 36.

Artigo 38: Emendas

1. Qualquer Estado-Parte poderá propor emendas a esta Convenção, mediante

comunicação dirigida por escrito ao Diretor Geral. Este transmitirá a comunicação a

todos os Estados-Partes. Se, nos seis meses subsequentes à data de envio da co-

municação, pelo menos a metade dos Estados-Partes responder favoravelmente a

essa petição, o Diretor Geral submeterá a referida proposta ao exame e eventual

aprovação da sessão subsequente da Assembleia-Geral.

2. As emendas serão aprovadas por uma maioria de dois terços dos Estados-

-Partes presentes e votantes.

3. Uma vez aprovadas, as emendas a esta Convenção deverão ser objeto de

ratificação, aceitação, aprovação ou adesão dos Estados-Partes.

4. As emendas à presente Convenção, para os Estados-Partes que as tenham

ratificado, aceito, aprovado ou aderido a elas, entrarão em vigor três meses de-

13
Lembrando: denúncia é um documento emitido por um Estado-Parte que assinou esta Convenção e exprime
por escrito a intenção de romper o compromisso.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 66 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

pois que dois terços dos Estados-Partes tenham depositado os instrumentos men-

cionados no parágrafo 3 do presente Artigo. A partir desse momento a emenda cor-

respondente entrará em vigor para cada Estado-Parte ou território que a ratifique,

aceite, aprove ou adira a ela três meses após a data do depósito do instrumento de

ratificação, aceitação, aprovação ou adesão do Estado-Parte.

5. O procedimento previsto nos parágrafos 3 e 4 não se aplicará às emendas

que modifiquem o Artigo 5, relativo ao número de Estados-membros do Comitê.

As referidas emendas entrarão em vigor no momento de sua aprovação.

6. Um Estado que passe a ser Parte neste Convenção após a entrada em vigor

de emendas conforme o parágrafo 4 do presente Artigo e que não manifeste uma

intenção em sentido contrário será considerado:

a) parte na presente Convenção assim emendada; e

b) parte na presente Convenção não emendada com relação a todo Estado-Par-

te que não esteja obrigado pelas emendas em questão.

Artigo 39: Textos autênticos

A presente Convenção está redigida em árabe, chinês, espanhol, francês, inglês

e russo, sendo os seis textos igualmente autênticos.

Artigo 40: Registro

Em conformidade com o disposto no Artigo 102 da Carta das Nações Unidas, a

presente Convenção será registrada na Secretaria das Nações Unidas por solici-

tação do Diretor Geral da UNESCO.

Feito em Paris neste dia três de novembro de 2003, em duas cópias autênticas

que levam a assinatura do Presidente da 32ª sessão da Conferência Geral e do

Diretor Geral da UNESCO. Estas duas cópias serão depositadas nos arquivos da

UNESCO. Cópias autenticadas serão remetidas a todos os Estados a que se refe-

rem os Artigos 32 e 33, bem como às Nações Unidas.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 67 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

O texto acima é o texto autêntico da Convenção devidamente aprovada pela

Conferência Geral da UNESCO em sua 32ª sessão, realizada em Paris e declarada

encerrada em dezessete de outubro de 2003.

EM FÉ DO QUE os signatários abaixo assinam, neste dia três de novembro de

2003.

Presidente da Conferência Geral Diretor Geral

Cópia autenticada

Paris, Assessor Jurídico, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura.

Pronto! Concluímos a análise de todo o conteúdo proposto para esta aula.

Agora, vamos treinar um pouco resolvendo algumas questões que já foram

cobradas em provas anteriores?!

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 68 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

QUESTÕES DE CONCURSO

1. (FUNIVERSA/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTUR/2010) A UNESCO, Organização

das Nações Unidas para a Cultura, a Ciência e a Educação, propõe-se a promover

a identificação, a proteção e a preservação de todo patrimônio cultural e natural

considerado especialmente valioso para a humanidade. O trabalho vinculado ao pa-

trimônio mundial no Brasil tem significado frutíferas colaborações entre o governo

federal, os estaduais e os municipais e a sociedade civil. Atualmente, o país conta

com dezoito bens inscritos na lista do patrimônio mundial, pelo seu excepcional e

universal valor para a cultura da humanidade.

Entre as localidades brasileiras que integram o conjunto do Patrimônio Cultural da

Humanidade está(ão)

a) os centros históricos de São Luís (MA) e de Teresina (PI).

b) os centros históricos de Olinda (PE) e de Salvador (BA).

c) o Distrito Federal.

d) a cidade de Congonhas (MG).

e) as cidades de Goiás (GO) e de Diamantina (MG).

2. (INSTITUTO CIDADES/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/MINC) Criado em 1937,

com a denominação de Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN),

o atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) tem como fi-

nalidade preservar, proteger, fiscalizar, promover, estudar e pesquisar o patrimônio

cultural brasileiro. É também característica do IPHAN:

a) Ser uma Fundação vinculada ao Ministério da Cultura.

b) Através de superintendências, estar presente em todos os estados do país e no

Distrito Federal.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 69 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

c) Não possuir órgãos de assistência imediata.

d) Manter um banco de dados acerca de bens tombados, patrimônio arqueológi-

co, iconografia, museus e bibliotecas, desenvolvendo políticas também para essas

áreas.

e) Possuir Conselho, Órgão Colegiado com perfil consultivo acerca de quaisquer

questões relativas ao patrimônio cultural.

3. (CESPE/MUSEÓLOGO/FUB/2016) Com relação à proteção do patrimônio imate-

rial, julgue o seguinte item.

De acordo com a convenção para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial,

de caráter internacional, são consideradas como patrimônio cultural imaterial as

práticas e expressões culturais, afora os objetos culturais a elas relacionados.

4. (CETRO/ARQUEÓLOGO/IPHAN/2015) As hipóteses interdisciplinares sobre a his-

tória cultural dos indígenas falantes de línguas do tronco Tupi, principalmente da

família linguística Tupi-Guarani, embasadas em dados etnográficos, linguísticos e

arqueológicos, propõem que o centro de origem da cultura Tupi encontra-se no(a)

a) Caribe.

b) Amazônia Meridional.

c) Planalto Central.

d) rio Paraná, entre Brasil, Argentina e Paraguai.

e) Patagônia.

5. (CETRO/ARQUEÓLOGO/IPHAN/2015) Leia o texto adaptado abaixo, de Rainer

Sousa, transcrito do site Brasil Escola

PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 70 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Em seu significado mais primitivo, a palavra patrimônio tem origem atrelada ao

termo grego pater, que significa “pai” ou “paterno”. De tal forma, patrimônio veio

a se relacionar com tudo aquilo que é deixado pela figura do pai e transmitido para

seus filhos. Com o passar do tempo, essa noção de repasse acabou sendo esten-

dida a um conjunto de bens materiais que estão intimamente relacionados com a

identidade, a cultura ou o passado de uma coletividade.

Essa última noção de patrimônio passou a ganhar força no século XIX, logo que a

Revolução Francesa salientou a necessidade de eleger monumentos que pudessem

refutar o esquecimento do passado. Nesse período, levando-se em conta as noções

historiográficas da época, os monumentos deveriam expressar os fatos de natureza

singular e grandiosa. Sendo assim, a preservação do passado colocava-se presa a

uma noção de “melhoria”, “evolução” e “progresso”.

Além dessas primeiras noções, o conceito de patrimônio também estava articula-

do a um leque de valores artísticos e estéticos. Preso ainda à construção de mo-

numentos e esculturas, o patrimônio deveria carregar em seu bojo a tradicional

obrigação que a arte tinha em despertar o senso de beleza e harmonia entre seus

expectadores. Com isso, as produções artísticas e culturais que poderiam evocar

a identidade e o passado das classes populares, ficavam plenamente excluídas em

tal perspectiva.

Avançando pelo século XX, observamos que as noções sobre o espaço urbano, a

cultura e o passado, foram ganhando outras feições que interferiram diretamente

na visão sobre aquilo que pode ser considerado patrimônio. Sobre tal mudança,

podemos destacar que a pretensa capacidade do patrimônio em reforçar um pas-

sado e uma série de valores comuns, acabou englobando outras possibilidades que

superaram relativamente o interesse oficial do Estado e as regras impostas pela

cultura erudita.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 71 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

A conceituação atual do patrimônio acabou estabelecendo a existência de duas

categorias distintas sobre o mesmo. Uma mais antiga e tradicional refere-se ao

patrimônio material, que engloba construções, obeliscos, esculturas, acervos do-

cumentais e museológicos, e outros itens das belas-artes. Paralelamente, temos o

chamado patrimônio imaterial, que abrange regiões, paisagens, comidas e bebidas

típicas, danças, manifestações religiosas e festividades tradicionais.

Ainda hoje, vemos que os governos assumem o papel de preservar e determinar a

construção dos patrimônios de uma sociedade. Uma gama de técnicos, acadêmicos

e funcionários é destinada à função de preservar todos esses itens, que articulam

e garantem o acesso às memórias e experiências de um povo. Com isso, podemos

ver que o conhecimento do patrimônio abarca uma preocupação em democratizar

os saberes e fortalecer a noção de cidadania.

Com a diversificação dos grupos que integram a sociedade, podemos ver que os

patrimônios também incentivam o diálogo entre diferentes culturas. Não raro, to-

das as vezes que fazemos um passeio turístico, temos a oportunidade de contem-

plar e refletir mediante os objetos e manifestações que formam o patrimônio do

lugar que visitamos. Nesse sentido, a observação dos patrimônios abre caminho

para que tenhamos a oportunidade de nos reconhecer e reconhecer os outros.

De acordo com o que se depreende do texto, assinale a alternativa correta.

a) Os conceitos vocabulares mudam com o tempo; com relação ao significado de

patrimônio, foi estendido de algo particular, entre pais e filhos, para a dimensão

relacionada à identidade, à cultura ou ao passado de uma coletividade.

b) Os diferentes grupos sociais incentivam o diálogo e a aproximação entre dife-

rentes culturas.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 72 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

c) O patrimônio pretendia reforçar um passado e uma série de valores comuns,

infelizmente, não foi possível suplantar o interesse oficial do Estado e as regras

impostas pela cultura erudita.

d) A função de preservar e determinar a construção dos patrimônios compete à

sociedade para garantir o acesso às memórias e experiências de um povo.

e) O patrimônio imaterial envolve a natureza e as criações do homem.

6. (FUNCAB/MÉDICO LEGISTA/PC-RO/2012) A cidade do Rio de Janeiro recebeu o

título de Patrimônio Mundial na categoria Paisagem Cultural e Urbana. Esse título

promove o aumento dos investimentos em turismo na cidade e no país como um

todo. A concessão do referido título coube à seguinte instituição:

a) UNESCO.

b) Greenpeace.

c) BIRD.

d) OCDE.

e) IPHAN

7. (PUC-PR/PROCURADOR DO ESTADO/PGE-PR/2012/ADAPTADA) Julgue o item

abaixo como certo ou errado:

No Direito brasileiro, ao lado dos bens culturais materiais, são também protegidos

bens culturais imateriais. Recentemente, a Roda de Capoeira foi reconhecida como

integrante do patrimônio imaterial da humanidade. De interesse regional, foi re-

conhecido como integrante do patrimônio cultural imaterial nacional o Fandango

caiçara, uma expressão musical-coreográfica-poética e festiva, cuja área de ocor-

rência abrange o litoral sul do Estado de São Paulo e o litoral norte do Estado do

Paraná.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 73 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

8. (IADES/NÍVEL SUPERIOR/IPHAN/2014) Texto 1 para responder à questão.

Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida


Disponível em: <http://vemviverbrasilia.com.br/atrativos/catedralmetropolitana-nossa-senhora-
-aparecida>. Acesso em: 19/11/2013, com adaptações.

Com base nas informações do texto, assinale a alternativa correta.

a) A Catedral de Brasília foi planejada e inaugurada pelo arquiteto Oscar Niemeyer

em 1971.

b) O edifício, produto da execução do projeto de Oscar Niemeyer, é tombado como

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

c) Sobre os vitrais coloridos da Catedral de Brasília, há estátuas de três anjos sus-

pensas.

d) Na Praça da Catedral, também há quatro esculturas de anjos representando os

quatro evangelistas

e) A luz dos vitrais ilumina o interior da Catedral de Brasília.

9. (CESPE/MUSEÓLOGO/FUB/2016) Com base na convenção relativa à proteção do

patrimônio mundial, cultural e natural, julgue o item subsequente.

O objetivo da referida convenção é proteger os patrimônios culturais e naturais em

âmbito mundial, exceto os de natureza imaterial.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 74 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

10. (FUNRIO/MUSEÓLOGO/UFRB/2015) A “Convenção para a Proteção do Patri-

mônio Mundial, Cultural e Natural”, da UNESCO, foi adotada em 1972. Chamava a

atenção para o fato do patrimônio se encontrar ameaçado não apenas pelas causas

tradicionais de degradação, mas também por outro motivo. Que motivo era este?

a) Ignorância dos governantes.

b) Incompetência técnica dos profissionais do campo.

c) Evolução da vida social e econômica.

d) Número insuficiente de museus.

e) Número insuficiente de profissionais do campo.

11. (IMA/PROCURADOR/PREFEITURA DE PARAIBANO – MA/2014) A UNESCO visa

a promoção, proteção e preservação do patrimônio natural e cultural no mundo,

assinale a alternativa que NÃO apresenta um patrimônio mundial no Brasil segundo

a UNESCO:

a) Parque Nacional da Serra da Capivara-PI.

b) Atol das Rocas-RN.

c) Parque Nacional de Iguaçu-PR.

d) Porto de Galinhas-PE.

12. (CESPE/CONHECIMENTOS BÁSICOS – CARGOS DE TÉCNICO MUNICIPAL NÍ-

VEL MÉDIO/PREFEITURA DE SÃO LUÍS – MA/2017) Uma das festas mais tradicio-

nais do Maranhão, o Bumba meu Boi recebeu do Instituto do Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional (IPHAN), em 2011, o título de patrimônio cultural

a) folclórico.

b) religioso.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 75 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

c) mundial.

d) regional.

e) imaterial.

13. (CS-UFGO/ANALISTA DE GESTÃO – ANALISTA DE SISTEMAS/CELG/GT-

-GO/2014) Um importante marco na história do estado de Goiás se deu no ano

de 2001, quando a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura (UNESCO) – instituição que desenvolve atividades para a proteção e con-

servação do patrimônio natural e cultural – finalmente declarou, como Patrimônio

da Humanidade,

a) o ecossistema do Cerrado

b) a cidade de Pirenópolis

c) o Parque Estadual da Serra dos Pirineus

d) o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

e) o Centro Histórico da Cidade de Goiás.

14. (FUNIVERSA/ADMINISTRADOR/MTUR/2010) A UNESCO, Organização das Na-

ções Unidas para a Cultura, Ciência e Educação, define alguns locais do mundo

como patrimônio natural da humanidade, ressaltando a riqueza e a exuberância

das características naturais desses lugares e a importância de preservá-los.

A respeito desse assunto, assinale a alternativa correta.

a) Nenhuma ilha oceânica brasileira inclui-se como patrimônio natural da humani-

dade.

b) Em Goiás, duas áreas são reconhecidas pela Unesco como Patrimônio Natural

da Humanidade: são dois parques nacionais, o da Chapada dos Veadeiros e o das

Emas, regiões protegidas do cerrado.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 76 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

c) Não obstante a enorme riqueza cultural, expressa especialmente em Salvador, a

Bahia não ostenta nenhuma área entre as que são consideradas patrimônio natural

da humanidade.

d) O Parque Nacional de Brasília, comumente chamado de Água Mineral, insere-se

no rol dos lugares que integram o patrimônio natural mundial.

e) A Mata Atlântica brasileira, por ter sofrido um longo processo de devastação

desde o descobrimento, deixou de ser incluída como patrimônio natural da huma-

nidade, apesar dos esforços envidados pelo governo brasileiro.

15. (MOVENS/AGENTE ADMINISTRATIVO/MINC/2010) Entre os programas do Mi-

nistério da Cultura, está o Monumenta. No que se refere às suas características,

assinale a opção correta.

a) Compreende o financiamento das obras e serviços de preservação de monumen-

tos, conjuntos e sítios históricos tombados pelo governo municipal, como também

de outros monumentos, edificações e espaços públicos que garantam a sustenta-

bilidade do Programa.

b) Destina-se à recuperação sustentável do patrimônio histórico urbano brasileiro

tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e sob

tutela federal.

c) É um programa estratégico do Ministério da Cultura de recuperação e preser-

vação do patrimônio cultural urbano brasileiro, que conta com o financiamento do

Banco Mundial e com o apoio da Fundação Banco do Brasil.

d) Objetiva preservar as áreas urbanas prioritárias do patrimônio histórico e artís-

tico urbano sob proteção municipal, estimulando sua sustentabilidade.

e) Tem suas ações acompanhadas e conduzidas por equipes compostas por técni-

cos do município em conjunto com o Banco Mundial.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 77 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

16. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2010) Julgue os

itens seguintes, relativos a legislação, cartas e documentos normativos referentes

a museus e aspectos relacionados.

Entendem-se por salvaguarda do patrimônio cultural imaterial as seguintes medi-

das: identificação, documentação, investigação, preservação, proteção, promoção,

valorização, transmissão e revitalização do patrimônio.

17. (COMPERVE/PRODUTOR CULTURAL/UFRN/2016) Segundo o IPHAN, Instituto

do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, as práticas e domínios da vida social

que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer dizem respeito a

a) notórios saberes de natureza cultural.

b) práticas culturais de valor natural.

c) reservas culturais da sociedade civil.

d) bens culturais de natureza imaterial.

18. (CESPE/ADVOGADO/IPAJM/2010) A classificação de patrimônio da humanida-

de é concedida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência

e a Cultura (UNESCO) a locais de excepcional importância cultural ou natural. No

Brasil, recebe essa classificação

a) o centro histórico do Rio de Janeiro.

b) a usina de Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo.

c) a floresta amazônica.

d) a Costa do Descobrimento (reserva da mata atlântica).

e) o Caminho dos Bandeirantes (bacias fluviais do rio Tietê e do rio Paraná).

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 78 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

19. (CESPE/ANALISTA DE CORREIOS – HISTÓRIA/CORREIOS/2011) Relativamen-

te a aspectos conceituais que envolvem os arquivos, inclusive quanto ao papel que

eles representam na preservação da memória e do patrimônio cultural, julgue os

itens que se seguem.

Pelas normas vigentes hoje no Brasil, que refletem a classificação proposta pela

UNESCO, sítios de valor histórico, paisagístico, arqueológico, paleontológico, eco-

lógico e científico não são mais considerados patrimônio cultural brasileiro, mas

componentes do patrimônio natural do país.

20. (CESPE/ANALISTA DE CORREIOS – MUSEÓLOGO/CORREIOS/2011) Com rela-

ção aos mecanismos de proteção do patrimônio cultural e da memória social exis-

tentes no Brasil, julgue os itens a seguir.

O primeiro bem cultural imaterial brasileiro a constar no Livro de Registro dos Sa-

beres foi o Ofício das Paneleiras de Goiabeiras14.

14
Em 2002, o IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – inscreveu o Ofício das Paneleiras
de Goiabeiras no Livro de Registro dos Saberes, reconhecendo essa atividade tradicional como Patrimônio
Cultural Imaterial do Brasil. Disponível em <http://www.artesol.org.br/blog/panelas de barro de goiabeiras-
-patrimonio-cultural-imaterial-ameacado/> Acesso em 19 jul 2018.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 79 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

GABARITO

1. b

2. b

3. E

4. b

5. a

6. a

7. C

8. b

9. C

10. c

11. d

12. e

13. e

14. b

15. b

16. C

17. d

18. d

19. E

20. C

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 80 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

QUESTÕES COMENTADAS

1. (FUNIVERSA/AGENTE ADMINISTRATIVO/MTUR/2010) A UNESCO, Organização

das Nações Unidas para a Cultura, a Ciência e a Educação, propõe-se a promover

a identificação, a proteção e a preservação de todo patrimônio cultural e natural

considerado especialmente valioso para a humanidade. O trabalho vinculado ao pa-

trimônio mundial no Brasil tem significado frutíferas colaborações entre o governo

federal, os estaduais e os municipais e a sociedade civil. Atualmente, o país conta

com dezoito bens inscritos na lista do patrimônio mundial, pelo seu excepcional e

universal valor para a cultura da humanidade.

Entre as localidades brasileiras que integram o conjunto do Patrimônio Cultural da

Humanidade está(ão)

a) os centros históricos de São Luís (MA) e de Teresina (PI).

b) os centros históricos de Olinda (PE) e de Salvador (BA).

c) o Distrito Federal.

d) a cidade de Congonhas (MG).

e) as cidades de Goiás (GO) e de Diamantina (MG).

Letra b.

Basta analisarmos a lista de bens nacionais considerados patrimônio cultural da

humanidade e a data em que foram assim considerados, como se segue15:

• a Cidade Histórica de Ouro Preto/MG (1980);

• o Centro Histórico de Olinda/PE (1982);

• as Missões Jesuíticas Guarani, Ruínas de São Miguel das Missões/RS (1983);

• o Centro Histórico de Salvador/BA (1985);


15
Disponível em <www.unesco.org>. Acesso em 19 jul 2018.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 81 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

• o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo/

MG (1985);

• o Parque Nacional de Iguaçu, em Foz do Iguaçu/PR (1986);

• o Plano Piloto de Brasília/DF (1987);

• o Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato/PI (1991);

• o Centro Histórico de São Luiz do Maranhão/MA (1997);

• Centro Histórico da Cidade de Diamantina/MG (1999);

• Mata Atlântica – Reservas do Sudeste SP/PR (1999);

• Costa do Descobrimento – Reservas da Mata Atlântica BA/ES (1999);

• Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central (2000);

• Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal – MS/MT (2000);

• Centro Histórico da Cidade de Goiás -GO (2001);

• áreas protegidas do cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das

Emas – GO (2001);

• ilhas atlânticas brasileiras: reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas

– RN (2001);

• Praça de São Francisco, na cidade de São Cristóvão, SE (2010).

2. (INSTITUTO CIDADES/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/MINC) Criado em 1937,

com a denominação de Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN),

o atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) tem como fi-

nalidade preservar, proteger, fiscalizar, promover, estudar e pesquisar o patrimônio

cultural brasileiro. É também característica do IPHAN:

a) Ser uma Fundação vinculada ao Ministério da Cultura.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 82 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

b) Através de superintendências, estar presente em todos os estados do país e no

Distrito Federal.

c) Não possuir órgãos de assistência imediata.

d) Manter um banco de dados acerca de bens tombados, patrimônio arqueológi-

co, iconografia, museus e bibliotecas, desenvolvendo políticas também para essas

áreas.

e) Possuir Conselho, Órgão Colegiado com perfil consultivo acerca de quaisquer

questões relativas ao patrimônio cultural.

Letra b.

Nós já sabemos que o IPHAN possui 27 Superintendências (uma em cada Unida-

de Federativa); 27 Escritórios Técnicos, a maioria deles localizados em cidades que

são conjuntos urbanos tombados, as chamadas Cidades Históricas; e, ainda, cinco

Unidades Especiais, sendo quatro delas no Rio de Janeiro: Centro Lucio Costa,

Sítio Roberto Burle Marx, Paço Imperial e Centro Nacional do Folclore e Cultura Po-

pular; e uma em Brasília, o Centro Nacional de Arqueologia.

a) Errada. O IPHAN é uma autarquia, e não uma fundação.

c) Errada. Possui órgãos de assistência imediata, como prevê o Regimento Interno

do IPHAN, no art. 11, assim:

Do Órgão de Assistência Direta e Imediata do Presidente


Art. 11. O Gabinete da Presidência do IPHAN tem a seguinte estrutura:
I – Chefia de Gabinete;
II – Coordenação do Gabinete – COGAB;
III – Divisão de Apoio Administrativo – DIVAAD; e
IV – Assessoria da Presidência.

d) Errada. Os bancos de dados que devem ser mantidos pelo IPHAN estão previs-

tos no seu Regimento Interno, nos art. 33, X (contratos administrativos); art. 50,

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 83 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

IV (sistema de informações e de gerenciamento); art.77, IX e XIX (parâmetros de

referência cultural e patrimônio imaterial); art. 80, XIII (sistema de informação).

e) Errada. Não é qualquer questão, mas apenas as relacionadas à proteção e à

defesa dos bens culturais, conforme prevê o regimento Interno do IPHAN, no art.

8º, assim:

Art. 8º À Diretoria compete:


III – examinar, opinar e decidir sobre questões relacionadas à proteção e à defesa dos
bens culturais;

3. (CESPE/MUSEÓLOGO/FUB/2016) Com relação à proteção do patrimônio imate-

rial, julgue o seguinte item.

De acordo com a convenção para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial,

de caráter internacional, são consideradas como patrimônio cultural imaterial as

práticas e expressões culturais, afora os objetos culturais a elas relacionados.

Errado.

De acordo com a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial,

em seu art. 2, temos que:

Artigo 2: Definições:
Para os fins da presente Convenção,
1. Entende-se por “patrimônio cultural imaterial” as práticas, representações, expres-
sões, conhecimentos e técnicas – junto com os instrumentos, objetos, artefatos e luga-
res culturais que lhes são associados – (...)

No item utilizou-se a expressão afora, que é sinônimo de salvo, exceto, o que

contraria o conteúdo da Convenção, que afirma que as práticas (...) junto com os

instrumentos (...), ou seja, além dos instrumentos (...), serão considerados patri-

mônio cultural imaterial.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 84 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

4. (CETRO/ARQUEÓLOGO/IPHAN/2015) As hipóteses interdisciplinares sobre a his-

tória cultural dos indígenas falantes de línguas do tronco Tupi, principalmente da

família linguística Tupi-Guarani, embasadas em dados etnográficos, linguísticos e

arqueológicos, propõem que o centro de origem da cultura Tupi encontra-se no(a)

a) Caribe.

b) Amazônia Meridional.

c) Planalto Central.

d) rio Paraná, entre Brasil, Argentina e Paraguai.

e) Patagônia.

Letra b.

Vale a pena entendermos um pouco da origem da língua Tupi-guarani, e onde ela

se difundiu.

No site do IPHAN16, podemos acessar o seguinte texto informativo:

A língua Guarani é falada amplamente em quatro países – Paraguai, Argentina, Bolívia,


Brasil –, sendo designada língua oficial do Estado Paraguaio, língua oficial para o tra-
balho no Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) ao lado do Português e do Espanhol, e
língua cooficial do município de Tacuru, Mato Grosso do Sul, Brasil.

Sua região de origem corresponde aos movimentos migratórios de grupos conhecidos


como Guarani, que parecem ter se originado na bacia amazônica. A literatura indica que
tais grupos habitaram as selvas subtropicais do Alto Paraná, do Paraguai e do Uruguai
médio. A maioria dos Mbya seria proveniente da região do Guairá. Estima-se que ali vi-
viam, no século XVI, cerca de 150 mil Guarani, os quais foram, ao longo da história de
ocupação do continente, vítimas de escravidão e de assassinatos. São os sobreviventes
desse processo que hoje habitam variadas regiões da América Latina, nomeadamente
na Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil.

16
Disponível em <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/182/>. Acesso em 19 jul 2018.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 85 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

5. (CETRO/ARQUEÓLOGO/IPHAN/2015) Leia o texto adaptado abaixo, de Rainer

Sousa, transcrito do site Brasil Escola

PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL

Em seu significado mais primitivo, a palavra patrimônio tem origem atrelada ao

termo grego pater, que significa “pai” ou “paterno”. De tal forma, patrimônio veio

a se relacionar com tudo aquilo que é deixado pela figura do pai e transmitido para

seus filhos. Com o passar do tempo, essa noção de repasse acabou sendo esten-

dida a um conjunto de bens materiais que estão intimamente relacionados com a

identidade, a cultura ou o passado de uma coletividade.

Essa última noção de patrimônio passou a ganhar força no século XIX, logo que a

Revolução Francesa salientou a necessidade de eleger monumentos que pudessem

refutar o esquecimento do passado. Nesse período, levando-se em conta as noções

historiográficas da época, os monumentos deveriam expressar os fatos de natureza

singular e grandiosa. Sendo assim, a preservação do passado colocava-se presa a

uma noção de “melhoria”, “evolução” e “progresso”.

Além dessas primeiras noções, o conceito de patrimônio também estava articula-

do a um leque de valores artísticos e estéticos. Preso ainda à construção de mo-

numentos e esculturas, o patrimônio deveria carregar em seu bojo a tradicional

obrigação que a arte tinha em despertar o senso de beleza e harmonia entre seus

expectadores. Com isso, as produções artísticas e culturais que poderiam evocar

a identidade e o passado das classes populares, ficavam plenamente excluídas em

tal perspectiva.

Avançando pelo século XX, observamos que as noções sobre o espaço urbano, a

cultura e o passado, foram ganhando outras feições que interferiram diretamente

na visão sobre aquilo que pode ser considerado patrimônio. Sobre tal mudança,

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 86 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

podemos destacar que a pretensa capacidade do patrimônio em reforçar um pas-

sado e uma série de valores comuns, acabou englobando outras possibilidades que

superaram relativamente o interesse oficial do Estado e as regras impostas pela

cultura erudita.

A conceituação atual do patrimônio acabou estabelecendo a existência de duas

categorias distintas sobre o mesmo. Uma mais antiga e tradicional refere-se ao

patrimônio material, que engloba construções, obeliscos, esculturas, acervos do-

cumentais e museológicos, e outros itens das belas-artes. Paralelamente, temos o

chamado patrimônio imaterial, que abrange regiões, paisagens, comidas e bebidas

típicas, danças, manifestações religiosas e festividades tradicionais.

Ainda hoje, vemos que os governos assumem o papel de preservar e determinar a

construção dos patrimônios de uma sociedade. Uma gama de técnicos, acadêmicos

e funcionários é destinada à função de preservar todos esses itens, que articulam

e garantem o acesso às memórias e experiências de um povo. Com isso, podemos

ver que o conhecimento do patrimônio abarca uma preocupação em democratizar

os saberes e fortalecer a noção de cidadania.

Com a diversificação dos grupos que integram a sociedade, podemos ver que os

patrimônios também incentivam o diálogo entre diferentes culturas. Não raro, to-

das as vezes que fazemos um passeio turístico, temos a oportunidade de contem-

plar e refletir mediante os objetos e manifestações que formam o patrimônio do

lugar que visitamos. Nesse sentido, a observação dos patrimônios abre caminho

para que tenhamos a oportunidade de nos reconhecer e reconhecer os outros.

De acordo com o que se depreende do texto, assinale a alternativa correta.

a) Os conceitos vocabulares mudam com o tempo; com relação ao significado de

patrimônio, foi estendido de algo particular, entre pais e filhos, para a dimensão

relacionada à identidade, à cultura ou ao passado de uma coletividade.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 87 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

b) Os diferentes grupos sociais incentivam o diálogo e a aproximação entre dife-

rentes culturas.

c) O patrimônio pretendia reforçar um passado e uma série de valores comuns,

infelizmente, não foi possível suplantar o interesse oficial do Estado e as regras

impostas pela cultura erudita.

d) A função de preservar e determinar a construção dos patrimônios compete à

sociedade para garantir o acesso às memórias e experiências de um povo.

e) O patrimônio imaterial envolve a natureza e as criações do homem.

Letra a.

Esta questão é de interpretação de texto, e sua resposta está no primeiro parágrafo

do texto.

Em seu significado mais primitivo, a palavra patrimônio tem origem atrelada ao

termo grego pater, que significa “pai” ou “paterno”. De tal forma, patrimônio veio

a se relacionar com tudo aquilo que é deixado pela figura do pai e transmitido para

seus filhos. Com o passar do tempo, essa noção de repasse acabou sendo esten-

dida a um conjunto de bens materiais que estão intimamente relacionados com a

identidade, a cultura ou o passado de uma coletividade.

Selecionamos esta questão para você, por ela abordar o tema “patrimônio históri-

co e cultural” sob um aspecto histórico, que pode ser aproveitado para os nossos

estudos.

6. (FUNCAB/MÉDICO LEGISTA/PC-RO/2012) A cidade do Rio de Janeiro recebeu o

título de Patrimônio Mundial na categoria Paisagem Cultural e Urbana. Esse título

promove o aumento dos investimentos em turismo na cidade e no país como um

todo. A concessão do referido título coube à seguinte instituição:

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 88 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

a) UNESCO.

b) Greenpeace.

c) BIRD.

d) OCDE.

e) IPHAN

Letra a.

Nós já sabemos que em 2012 o Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a monta-

nha e o mar são inscritos na Lista de Paisagem de Valor Universal da Unesco. Esta

é a primeira área urbana no mundo a ser reconhecida em seu valor universal por

sua paisagem urbana.

7. (PUC-PR/PROCURADOR DO ESTADO/PGE-PR/2012/ADAPTADA) Julgue o item

abaixo como certo ou errado:

No Direito brasileiro, ao lado dos bens culturais materiais, são também protegidos

bens culturais imateriais. Recentemente, a Roda de Capoeira foi reconhecida como

integrante do patrimônio imaterial da humanidade. De interesse regional, foi reco-

nhecido como integrante do patrimônio cultural imaterial nacional o Fandango cai-

çara, uma expressão musical-coreográfica-poética e festiva, cuja área de ocorrência

abrange o litoral sul do Estado de São Paulo e o litoral norte do Estado do Paraná.

Certo.

Nós já sabemos que em 2014 a Roda de Capoeira é inserida como Patrimônio

Cultural Imaterial da Humanidade.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 89 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Já o Fandango Caiçara foi registrado pelo IPHAN em novembro de 2012. Correspon-

de a uma expressão musical, coreográfica, poética e festiva no litoral sul do Estado

de São Paulo e no litoral norte do Estado do Paraná. É um dos bens imateriais que

compõe o Patrimônio Cultural do Brasil.

8. (IADES/NÍVEL SUPERIOR/IPHAN/2014) Texto 1 para responder à questão.

Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida


Disponível em: <http://vemviverbrasilia.com.br/atrativos/catedralmetropolitana-nossa-senhora-
-aparecida>. Acesso em: 19/11/2013, com adaptações.

Com base nas informações do texto, assinale a alternativa correta.

a) A Catedral de Brasília foi planejada e inaugurada pelo arquiteto Oscar Niemeyer

em 1971.

b) O edifício, produto da execução do projeto de Oscar Niemeyer, é tombado como

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

c) Sobre os vitrais coloridos da Catedral de Brasília, há estátuas de três anjos sus-

pensas.

d) Na Praça da Catedral, também há quatro esculturas de anjos representando os

quatro evangelistas

e) A luz dos vitrais ilumina o interior da Catedral de Brasília.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 90 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Letra b.

Esta questão é de interpretação de texto, mas decidimos incluí-la em razão da ri-

queza do seu conteúdo histórico a respeito do patrimônio cultural de Brasília.

9. (CESPE/MUSEÓLOGO/FUB/2016) Com base na convenção relativa à proteção do

patrimônio mundial, cultural e natural, julgue o item subsequente.

O objetivo da referida convenção é proteger os patrimônios culturais e naturais em

âmbito mundial, exceto os de natureza imaterial.

Certo.

Muito simples: a Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e

Natural trata dos patrimônios cultural e natural.

Já a Convenção Para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial trata do patri-

mônio imaterial.

10. (FUNRIO/MUSEÓLOGO/UFRB/2015) A “Convenção para a Proteção do Patri-

mônio Mundial, Cultural e Natural”, da UNESCO, foi adotada em 1972. Chamava a

atenção para o fato do patrimônio se encontrar ameaçado não apenas pelas causas

tradicionais de degradação, mas também por outro motivo. Que motivo era este?

a) Ignorância dos governantes.

b) Incompetência técnica dos profissionais do campo.

c) Evolução da vida social e econômica.

d) Número insuficiente de museus.

e) Número insuficiente de profissionais do campo.

O conteúdo desta aula em pdf é licenciado para GRAZIELE CORSO - 02083951050, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 91 de 92
DIREITO URBANÍSTICO

Noções sobre História e Institucionalização do Patrimônio Cultural do


Brasil e no Mundo, com Ênfase na Trajetória do IPHAN

Prof. Tatiana Reinehr

Letra c.

Quando o bem tem importância mundial, pode receber benefícios, inclusive da pró-

pria UNESCO, para sua conservação. Muitos dos obstáculos para a conservação do

patrimônio cultural esbarram na evolução da vida social e econômica.

A Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cul-
tura, reunida em Paris de 17 de Outubro a 21 de Novembro de 1972, na sua décima
sétima sessão: Constatando que o património cultural e o património natural estão cada
vez mais ameaçados de destruição, não apenas pelas causas tradicionais de degrada-
ção, mas também pela evolução da vida social e económica que as agrava através e
fenómenos de alteração ou de destruição ainda mais importantes. https://whc.unesco.
org/archive/convention-pt.pdf

Aeeee! Chegamos ao fim da nossa primeira aula!

Parabéns pelo seu esforço e sua dedicação!

Mantenha seu foco, sua fé e sua determinação!

E até a nossa 2ª aula!

Tenha fé, você é capaz de alcançar os seus sonhos!

www.grancursosonline.com.br 92 de 92

S-ar putea să vă placă și