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Microeconomia 1 Notas de Aula

MICROECONOMIA 1
Departamento de Economia, Universidade de Brası́lia
Notas de Aula 20 – Graduação
Prof. José Guilherme de Lara Resende

1 Demanda de Mercado

Suponha que existam I potenciais compradores de um bem qualquer. A demanda de mercado


de um bem é a soma de todas as demandas individuais por esse bem:
I
X
d
q (p) = q i (p, p, mi ) ,
i=1

onde mi é a renda do comprador i, q i (p, p, mi ) e p são a demanda desse comprador e o preço do


bem em questão, e p são os preços de todos os outros bens.
A demanda de mercado depende portanto do preço do bem, de todos os outros preços da
economia, e da renda de cada um dos compradores desse bem (além de outros fatores implı́citos).
Em geral, não podemos afirmar que a demanda depende apenas da renda total dos participantes
do mercado. A distribuição de renda entre os indivı́duos também afeta a demanda de mercado.
A lei da demanda diz que a função de demanda individual é negativamente inclinada com
relação ao preço do bem. Como a demanda de mercado é dada pela soma de todas as demandas
individuais, e cada uma delas satisfaz a lei da demanda, a demanda de mercado também satisfaz a
lei da demanda. Além disso, a demanda de mercado é homogênea de grau 0 nos preços e em todas
as rendas individuais, pois cada demanda individual satisfaz a propriedade de homogeneidade nos
preços e na renda.
A indústria competitiva (diferentemente da firma competitiva) se defronta com uma curva de
demanda negativamente inclinada (na maioria dos casos). Note que uma firma em particular se
defronta com uma demanda perfeitamente elástica, pois o seu tamanho é pequeno em relação ao
tamanho do mercado todo. Porém, a indústria se defronta com a demanda de mercado, que é
negativamente inclinada.
Se certas condições forem satisfeitas, podemos representar a demanda de mercado de um bem
como se fosse a demanda de um consumidor representativo do mercado, ou seja, o comportamento
PI
da demanda do mercado de um bem é descrito por uma função q d (p, M ), onde M = i=1 m
i

é a soma da renda de todos os consumidores participantes do mercado. Neste caso, a demanda


agregada pode ser modelada como se fosse a demanda de um indivı́duo representativo do mercado,
com renda M . A hipótese de existência de um consumidor representativo é limitadora e elimina a
questão da influência da distribuição de renda sobre a demanda de mercado de um bem.
Finalmente, note que podemos definir os conceitos de elasticidade preço e elasticidade renda (se
supusermos a hipótese de um consumidor representativo) para a demanda de mercado, de modo
similar ao que fizemos antes para a demanda de um indivı́duo.

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2 Oferta de Mercado

A função de oferta de uma indústria competitiva é a soma de todas as ofertas de cada firma.
A análise da oferta de um bem deve levar em conta o horizonte temporal. Se o prazo da análise é
muito curto e o bem for perecı́vel, é comum supor uma oferta fixa, inelástica, pois as firmas não têm
tempo hábil para mudar a produção nem capacidade de estocar o bem. Em um prazo um pouco
mais longo, mas ainda considerado de curto prazo, as firmas conseguem ajustar alguns insumos de
produção e com isso ajustar o nı́vel de produção. No longo prazo, todos os insumos de produção
são variáveis e, nesse caso, a oferta é mais elástica.
Vamos destacar duas curvas de oferta: a de curto prazo, que mostra como a oferta da indústria
responde a diferentes preços no curto prazo; e a de longo prazo, que mostra como a oferta da
indústria responde a diferentes preços no longo prazo.
Para cada caso, podemos encontrar também a função de oferta inversa da indústria, que diz
qual preço mı́nimo a indústria como um todo aceita para ofertar uma certa quantidade.
A função de oferta de curto prazo de um mercado competitivo é a soma das ofertas de curto
prazo de cada firma. Se existem J firmas na indústria, e se cada firma j oferta qj (p, w) quando o
preço é p, então a oferta da indústria é:
J
X
S
q (p) = qj (p, w)
j=1

No curto prazo, o número de vendedores no mercado, J, está fixo. Esses vendedores podem
variar a sua oferta apenas usando os fatores que não estão fixos.
Vimos que a função de oferta de uma firma competitiva é dada pela curva de custo marginal,
na sua região crescente e acima do custo varı́avel médio. Portanto, a oferta de cada firma j, qj (p),
é positivamente inclinada. Isso implica que a função de oferta de mercado do bem (a função de
oferta da indústria) é também positivamente inclinada: um aumento do preço do bem aumenta a
sua quantidade ofertada no mercado.
A função de oferta de longo prazo de um mercado competitivo é a soma das ofertas de longo
prazo de cada firma. No longo prazo ocorre livre entrada e saı́da de firmas de uma indústria
competitiva. Uma firma individual então só continuará operando se não tiver prejuı́zo. Portanto,
a curva de oferta de longo prazo de uma firma competitiva é igual à curva de custo marginal de
longo prazo dessa firma que fica acima da sua curva de custo médio total.
Mais ainda, para a indústria como um todo, se existem muitas firmas, a situação de equilı́brio no
longo prazo é de lucro zero ou próximo de zero. Se a indústria estiver auferindo lucros econômicos
positivos significantes, novas firmas entrarão nesse mercado, aumentando a competição e dimin-
uindo o lucro das firmas existentes.
A curva de oferta de longo prazo da indústria é plana ou quase plana, com o preço igual ao
custo médio mı́nimo de produção. Então, no longo prazo de uma indústria competitiva ocorre uma
situação de eficiência econômica, com preço igual ao custo marginal e igual ao custo médio mı́nimo,
onde cada firma realiza um lucro econômico igual a zero e a oferta de mercado é perfeitamente
elástica.

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Nesse caso, temos duas variáveis para determinar no equilı́brio de longo prazo de uma indústria
competitiva: o preço de equilı́brio e o número de firmas da indústria. Essas variáveis são determi-
nadas pelas seguintes condições:
J∗
X
q d (p∗ ) = qj (p∗ ),
i=1

j
π (p ) = 0, j = 1, . . . , J ∗ .

A primeira equação é a condição de equilı́brio de mercado (demanda igual à oferta), e a segunda


equação é a condição de lucro zero da firma competitiva. A oferta de mercado define então o preço
de equilı́brio no longo prazo (pela condição de lucro zero). Supondo que todas as firmas possuam
a mesma tecnologia, cada firma irá produzir a quantidade eficiente que minimiza a curva de custo
médio. Uma vez determinado o preço de equilı́brio, a quantidade transacionada no mercado será
determinada pela demanda de mercado usando este preço. Finalmente, dividindo a quantidade total
transacionada no mercado pela quantidade produzida por cada firma individualmente, encontramos
a quantidade de firmas atuando no longo prazo.

3 Equilı́brio Parcial em um Mercado Competitivo

Dizemos que um mercado é competitivo quando os compradores e os ofertantes do bem tomam,


de modo individual, o preço do bem como dado. Cada participante do mercado é uma parcela
pequena do mercado e suas ações têm um efeito muito pequeno sobre o mercado como um todo.
Porém, o equilı́brio de mercado é determinado por todos os seus participantes. Esta hipótese é
razoável quando existe um grande número de firmas e consumidores no mercado, onde estas firmas
produzem o mesmo bem (bem homogêneo), sem diferenças de qualidade.

Além do fato de que os participantes do mercado tomam os preços como dados, a análise de
equilı́brio parcial pressupõe que:
• Cada firma busca maximizar o seu lucro e cada indivı́duo busca maximizar a sua utilidade;
• Informação é perfeita: firmas e consumidores conhecem os preços e a qualidade dos produtos;
• Custos de transação são nulos: firmas e consumidores não incorrem em custos para transa-
cionar no mercado.

O segundo item acima, informação perfeita, é pouco razoável em diversos mercados, como,
por exemplo, o mercado de carros usados, onde vendedores possuem conhecimento maior sobre o
carro sendo vendido do que os compradores. Akerlof (1970, The Market for “Lemons”: Quality
Uncertainty and the Market Mechanism, the Quaterly Journal of Economics) analisou o problema
de informação nesse mercado e obteve conclusões que se aplicam a qualquer mercado onde ocorre
problemas de assimetrias de informação entre vendedores e compradores.
O terceiro item acima, custos de transação nulos, também é pouco razoável em diversos merca-
dos, como, por exemplo, o mercado de imóveis, onde compradores incorrem em um custo de procura
pelo imóvel desejado. Este tipo de mercado é melhor analisado usando modelos de procura, onde
compradores incorrem em um custo de procura pelo bem desejado.
Porém, analisaremos aqui apenas mercados competitivos que satisfazem as condições enumer-
adas acima.

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Dizemos que o mercado de um certo produto está em equilı́brio quando a demanda desse produto
se iguala à sua oferta. O equilı́brio de mercado competitivo é obtido via ajuste de preços: o preço
de equilı́brio é o preço que faz com que a demanda seja igual à oferta. Como a demanda diminui
se o preço sobe e a oferta aumenta se o preço sobe, só existe um preço de equilı́brio. A Figura 1
abaixo ilustra esse ponto.

Preço
6

Curva de Oferta
Q 

Q 
Q 
Q 
Q 
Q 
Q s
p∗ Q

 Q
 Q
 Q
 Q
 Q
 Q
 Q
Q
Curva de Demanda

-
q∗ Quantidade

Figura 1: Equilı́brio via Ajuste de Preço

Exemplo: Suponha que a demanda pelo bem é dada por D(p) = 10 − p e a oferta do bem é dada
por S(p) = 6 + p. O preço de equilı́brio é o preço que faz a demanda e a oferta se igualarem:

S(p∗ ) = D(p∗ ) ⇒ 10 − p∗ = 6 + p∗ ⇒ p∗ = 2

Ao preço p∗ = 2, a oferta é igual a S(2) = 8 e a demanda é igual a D(2) = 8. Ou seja, oito unidades
do bem são produzidas e oito unidades do bem são consumidas ao preço de R$ 2.

Se a demanda for maior do que a oferta, dizemos que há um excesso de demanda. Se a oferta
for maior do que a demanda, dizemos que há um excesso de oferta. Em qualquer desses casos, o
preço se ajustará para equilibrar o mercado.
Se existe excesso de oferta em um mercado, ao preço atual, as firmas estão dispostas a ofertar
mais do que os consumidores desejam comprar. Sobrará uma quantidade de bens (o excesso de
oferta) que não será vendida. As firmas reduzirão os preços até que consigam se desfazer desse
excesso de oferta. Na Figura 2 abaixo, ao preço p̂, as firmas desejam ofertar qO unidades do bem.
Porém a esse preço p̂, os consumidores desejam consumir qD < qO . O excesso de oferta faz com
que o preço caia, diminuindo a oferta e aumentando a demanda, até que as duas se igualem.

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Preço
6

Curva de Oferta
Q 

Q 
Q Excesso de Oferta 
p̂ Qs s
Q 
Q 
Q 
Q

 Q
 Q
 Q
 Q
 Q
 Q
 Q
Q
Curva de Demanda

-
qD qO Quantidade

Figura 2: Excesso de Oferta

Se existe excesso de demanda em um mercado, ao preço atual, os consumidores estão dispostos


a comprar mais do que as firmas estão dispostas a ofertar. Faltará uma quantidade de bens (o
excesso de demanda) no mercado. As firmas subirão os preços até que o excesso de demanda
desapareça. Na Figura 3 abaixo, ao preço p̃, as firmas desejam ofertar qO unidades do bem. Porém
a esse preço p̃, os consumidores desejam consumir qD > qO . O excesso de demanda faz com que o
preço aumente, diminuindo a demanda e aumentando a oferta, até que as duas se igualem.

Preço
6

Curva de Oferta
Q 

Q 
Q 
Q 
Q 
Q 
Q 
Q

 Q
 Q
 Q
s Qs
 Q
p̃ 
 Excesso de Demanda Q
 Q
Q
Curva de Demanda

-
qO qD Quantidade

Figura 3: Excesso de Demanda

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Vamos analisar agora dois casos extremos, o primeiro onde a oferta é perfeitamente elástica e o
segundo onde a oferta é perfeitamente inelástica.

1) Oferta Perfeitamente Elástica. Nesse caso, a curva de oferta inversa é horizontal, como a
Figura 4 abaixo ilustra. Este é o caso do equilı́brio de longo prazo de um mercado competitivo.

Preço
6

Q
Q
Q
Q
Q
Q
Q s
p ∗ Q Curva de Oferta
Q
Q
Q
Q
Q
Q
Q
Q
Curva de Demanda

-
q ∗ Quantidade

Figura 4: Oferta Perfeitamente Elástica

A oferta perfeitamente elástica determina inteiramente o preço de equilı́brio. A demanda, por


sua vez, determina inteiramente a quantidade consumida de equilı́brio.

2) Oferta Perfeitamente Inelástica. A oferta é perfeitamente inelástica quando a indústria


dispõe apenas de uma quantidade fixa do produto para vender. Nesse caso, a oferta é vertical,
como a Figura 5 abaixo ilustra.

Preço
6
Curva de Oferta
Q
Q
Q
Q
Q
Q

Q s
p Q
Q
Q
Q
Q
Q
Q
Q
Q
Curva de Demanda

-
q∗ Quantidade

Figura 5: Oferta Perfeitamente Inelástica

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A oferta perfeitamente inelástica determina inteiramente a quantidade de equilı́brio. A de-


manda, por sua vez, determina inteiramente o preço de equilı́brio. Este tipo de situação pode
ocorrer em um prazo de análise muito curto, para certos tipos de bens, como bens perecı́veis, por
exemplo.
Já a oferta perfeitamente elástica determina inteiramente o preço de equilı́brio. A demanda,
por sua vez, determina inteiramente a quantidade de equilı́brio. Esse tipo de situação ocorre no
longo prazo de mercados competitivos.

No curto prazo, o número de firmas presente na indústria é fixo e a oferta terá uma inclinação
positiva. Demanda e oferta conjuntamente determinam ambos o preço e a quantidade de equilı́brio.
Apesar de hoje esse ponto ser amplamente aceito, ele levou muitos anos para ser desenvolvido.
Aristóteles escreveu que o preço de um bem deveria ser o seu valor justo. Essa visão perdurou por
muitos anos, sendo adotada por São Tomás de Aquino. Adam Smith elaborou a teoria do valor
do trabalho, na qual o valor de um bem é determinado pelo trabalho contido nele. David Ricardo
e Karl Marx refinaram essa teoria. Marx considerava que o valor de um bem é determinado pelo
trabalho socialmente necessário para a sua fabricação. Na segunda metade do século XIX, Stanley
Jevons e Carl Menger argumentaram que apenas a utilidade que um bem provê é o determinante
do valor desse bem.
Alfred Marshall, em seu livro Princı́pios de Economia, argumentou que tanto o custo de um
bem como a sua utilidade definem o seu valor, dado pelo seu preço. A sua famosa frase deixa esse
ponto claro, ao comparar a demanda e a oferta com as lâminas de uma tesoura:

“We might as reasonably dispute whether it is the upper or the under blade of a pair
of scissors that cuts a piece of paper, as whether value is governed by utility or cost of
production. (p.164, Principles of Economy)”

4 Estática Comparativa

Exercı́cios de estática comparativa em modelos de equilı́brio parcial medem o efeito de um


choque, uma alteração de uma ou mais variáveis, no equilı́brio de mercado. Os três casos que
analisaremos abaixo são particularmente importantes.

1) Choques na Demanda

Um choque na demanda é qualquer evento que altera a demanda de um bem. Um choque de


demanda desloca a curva de demanda para a esquerda ou para a direita, dependendo se esse choque
contrai (choque negativo) ou expande (choque positivo) a demanda, respectivamente.
Por exemplo, se metade dos consumidores de um bem morrerem subitamente, a curva de de-
manda desse bem se deslocará para esquerda, levando a uma diminuição na quantidade demandada
para todo nı́vel de preço considerado. Neste caso, tanto o preço quanto a quantidade de equilı́brio
diminuirão. Já se houver um aumento da renda das pessoas e o bem for normal, teremos um
choque de demanda positivo, que deslocará a curva de demanda para fora, aumentando o preço
e a quantidade de equilı́brio. A Figura 6 abaixo ilustra esses dois casos, o gráfico à esquerda um
choque negativo de demanda e o à direita um choque positivo de demanda.

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Choque Negativo de Demanda Choque Positivo de Demanda

Preço Preço
6 6
Q
Q Oferta Q
Q Oferta
Q  
Q   QQ 
p∗ r p∗ r
Q  Q 
Q Q
Q QQ Q QQ
r r
Q  6 Q 
p∗∗ p∗∗
? Q Q Q Q
Q Q Q Q
Q Q Q Q
DO DF
 Q  Q
 Q  Q 
 Q  Q
Q Q
Q Q
Q Q
DF DO
- -
q ∗∗ q ∗ Qtde q ∗∗ - q ∗ Qtde

2) Choques na Oferta

Um choque na oferta é qualquer evento que altera a oferta de um bem. Um choque de oferta
desloca a curva de oferta para a esquerda ou para a direita, dependendo se esse choque contrai
(choque negativo) ou expande (choque positivo) a oferta, respectivamente. Por exemplo, se metade
das firmas que produzem um bem forem destruı́das em um terremoto, a curva de oferta desse
bem se deslocará para esquerda, levando a uma diminuição na quantidade ofertada para todo nı́vel
de preço considerado. Nesse caso, a quantidade de equilı́brio diminuirá e o preço de equilı́brio
aumentará, caracterizando um choque de oferta negativo. Já se houver uma inovação tecnológica,
teremos um choque de demanda positivo, que deslocará a curva de oferta para fora, diminuindo o
preço e aumentando a quantidade de equilı́brio. A Figura 7 abaixo ilustra esses dois casos, o gráfico
à esquerda um choque negativo de oferta e o à direita um choque positivo de oferta.

Choque Negativo de Oferta Choque Positivo de Oferta

Preço Preço
6 OF 6 OO
 
 
@  OO O
Q  @ I Q 
∗∗
Q 
∗∗
Q  @
R
@  F
p Q
Qr


 p Q
Qr



Q  ? Q 
∗ r p∗ r
6  Q  Q
p  Q  Q 
  QQ   QQ
I
@  Q @  Q
@  Q R 
@ Q

Demanda

  Demanda

- -
q ∗∗ q ∗ Qtde q ∗∗ - q ∗ Qtde

Figura 7: Choques de Oferta Negativo e Positivo

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A tabela abaixo resume os efeitos dos choques de demanda e oferta, positivos e negativos, sobre
o preço e a quantidade de equilı́brios.

Choques de Demanda Choques de Oferta


Variável Negativo Positivo Negativo Positivo
Preço Diminui Aumenta Aumenta Diminui
Quantidade Diminui Aumenta Diminui Aumenta

A tabela acima deixa claro que todo choque negativo, seja de demanda ou de oferta, diminui
o tamanho do mercado, isto é, diminui a quantidade transacionada. A diferença é que um choque
negativo de demanda aumenta o preço de equilı́brio, enquanto o choque negativo de oferta diminui
o preço de equilı́brio.
De modo similar, todo choque positivo expande o mercado, isto é, aumenta a quantidade transa-
cionada. A diferença novamente é no que ocorre com o preço de equilı́brio: um choque de demanda
positivo o aumenta, um choque positivo de oferta o diminui.

3) Tributos e Impostos

Existem duas formas principais de se tributar o consumo de um bem:


1. Imposto sobre a quantidade: taxa cobrada por unidade vendida do bem. Exemplo: A Lei
10.336, de 19 de dezembro de 2001, instituiu a Contribuição de Intervenção no Domı́nio
Econômico (Cide) - Combustı́veis, que tributava em R$ 501,10 o metro cúbico de gasolina,
ou seja, cerca de cinquenta centavos o litro de gasolina.

2. Imposto sobre o valor (imposto ad valorem): taxa cobrada sobre o valor do bem, expressa em
termos percentuais. Exemplo: o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é um imposto
federal, cuja alı́quota depende do bem. No caso de cigarros, a alı́quota do IPI em 1999 era
de 41,25% do preço de venda a varejo do maço de cigarro.

Suponha que sobre um determinado bem é cobrado um imposto sobre a quantidade de tamanho
t, que pode ser pago tanto pelo vendedor como pelo pelo comprador. Temos que pD = pS + t (ou
pS = pD − t), onde pD é o preço pago pelos consumidores e pS é o preço recebido pelos vendedores.
Se o imposto for do tipo ad valorem, com taxa τ , temos que pD = (1 + τ )pS .
O quanto do imposto incide sobre os consumidores e o quanto incide sobre os vendedores
depende das caracterı́sticas do mercado, ou seja, da demanda e da oferta, e não sobre quem recai
a responsabilidade de repassar o valor arrecadado com o imposto para o governo.
Para os dois casos discutidos acima, oferta perfeitamente elástica e oferta perfeitamente inelástica,
temos que o imposto incidirá apenas sobre um dos lados do mercado. Se a oferta for perfeitamente
elástica, o imposto será inteiramente repassado aos consumidores. Se a oferta for perfeitamente
inelástica, o imposto será todo pago pelos vendedores do bem. A Figura 8 abaixo ilustra esses dois
casos.
No curto prazo, o imposto será arcado por consumidores e firmas. O quanto do imposto incidirá
em cada um depende das curvas de oferta e de demanda. A Figura 9 abaixo ilustra a análise de
curto prazo.

José Guilherme de Lara Resende 9 NA 20 – Equilı́brio Parcial


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Preço Preço
6 6
qS
Q Q
Q Q
Q Q
Qr Qr
Q Q
p∗ +t Q q̂ S p∗ Q
p∗
Q Q
Q qS Q
Q
Q
Q p∗ − t r
Q
QQ
qD qD

- -
q∗ Qtde q∗ Qtde

Figura 8: Imposto – Casos Especiais

4) Perda de Peso Morto e Eficiência

Um imposto não gera apenas uma transferência de riqueza dos consumidores e firmas para o
governo. Ele diminui a quantidade transacionado do bem e com isso gera uma perda de peso morto
(“deadweight loss”), uma renda econômica dissipada. A Figura 9 abaixo ilustra como o imposto
modifica os preços de equilı́brio. A área A é excedente do consumidor transferido para o governo e
a área C é excedente do produtor transferido para o governo. Logo, a área A + C é a receita que
o governo arrecada com o imposto.
A área B é excedente do consumidor dissipado pela diminuição da quantidade de equilı́brio
dado o imposto. A área D é excedente do produtor dissipado pela diminuição da quantidade de
equilı́brio devido ao imposto. A soma das áreas B + D é a perda social gerada pelo imposto. Essa
perda, chamada também de perda de peso morto ou ônus do imposto, é uma ineficiência gerada
pelo imposto.

Preço
6

Curva de Oferta
Q 

Q 
pD Q
Qs 

Q 
A B Q s
Q

p Q

C D QQ
pS 
s Q
Q
 Q
 Q
 Q
Q
Curva de Demanda

-
q ∗∗ q∗ Quantidade

Figura 9: Impacto de um Imposto sobre a Quantidade

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A arrecadação do governo é dada pela quantidade vendida com o imposto, multiplicada pelo
valor do imposto por unidade vendida. Podemos calcular a incidência do imposto sobre os consum-
idores calculando o valor da área A (dada por (pD − p∗ ) × q ∗∗ , onde p∗ é o preço de equilı́brio no
caso sem imposto) relativo à área total A + B (a arrecadação do governo, t × q ∗∗ ). Já a incidência
do imposto sobre as firmas é dada pelo valor da área C (dada por (p∗ − pS ) × q ∗∗ ) relativo à área
total A + B.
Já a perda de peso morto pode ser calculada como a integral da curva de demanda subtraı́da
da curva de oferta, para a variação de quantidades consumidas com e sem o imposto:
Z q∗
DW L = (pS (q) − pD (q)) dq ,
q ∗∗

onde pS (q) denota a curva de oferta inversa e pD (q) denota a curva de demanda inversa. Se a
demanda e a oferta de mercado forem lineares, temos que calcular a área de um triângulo com
altura t e base q ∗ − q ∗∗ :
t × (q ∗ − q ∗∗ )
DW L = .
2

Leitura Recomendada

• Varian, caps. 15 - “Demanda de Mercado”, 23 - “A oferta da Indústria”, e 16 - “Equilı́brio”.

• Pindick e Rubinfeld, cap. 9 - “Análise de Mercados Competitivos”.

• Hall e Lieberman, cap. 8 - “Concorrência Perfeita”, seções 3, 4, 5 e 6.

• Nicholson e Snyder, cap. 12 - “The Partial Equilibrium Competitive Model”.

José Guilherme de Lara Resende 11 NA 20 – Equilı́brio Parcial


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Exercı́cios

1. Suponha uma indústria perfeitamente competitiva com livre entrada e saı́da de firmas. Julgue
os itens a seguir e justifique sua resposta.

a) No longo prazo, nenhuma firma terá prejuı́zo.


b) No curto prazo, uma firma pode ter prejuı́zo, desde que esse prejuı́zo não seja maior do
que o seu custo fixo de produção.
c) Se a livre entrada e saı́da de firmas nessa indústria for impedida por alguma razão
(imagine uma regulação do governo), então no longo prazo pode perdurar uma situação
de lucro positivo.
d) Se o produto dessa indústria for muito inelástico, as firmas terão lucro sempre.
e) A demanda que a indústria enfrenta é sempre horizontal, qualquer que seja a elasticidade
da demanda do bem.

2. Suponha que a curva de demanda inversa de mercado de um certo bem é pD (q) = 20 − 0, 5qD
e que a curva de oferta de mercado desse bem é qO (pO ) = 10 + 3pO .

a) Calcule a quantidade e o preço de equilı́brios. Ilustre graficamente esse equilı́brio.


b) Suponha que o governo resolva cobrar das firmas um imposto t sobre a quantidade deste
bem. Ou seja, para cada unidade vendida, as firmas pagam um valor t, que faz com que
o preço de oferta (pO ) seja igual ao preço de demanda (pD ) menos o imposto t. Suponha
que t = 1. Qual o equilı́brio agora?
c) Compare a situação no item a) com a situação no item b). Descreva o que ocorre com
o preço pago pelos consumidores, o preço recebido pelos vendedores e a quantidade de
equilı́brio.
d) Graficamente, ilustre qual a perda dos consumidores (medida pelo excedente do con-
sumidor), qual a perda dos vendedores (medida pelo excedente do produtor) e qual o
ganho do governo com o imposto. A soma das perdas é maior, igual ou menor do que o
ganho do governo?

3. Suponha um mercado perfeitamente competitivo cuja função de demanda é QD = 250 − 50p,


onde p é o preço do bem. Suponha também que todas as firmas que atuam nesse mercado
possuem a mesma função de custo, dada por cj (qj ) = 0, 5qj2 + qj + 2, onde j é um ı́ndice da
firma analisada.

a) Se existem 50 firmas operando neste mercado, determine o preço e a quantidade de


equilı́brio do mercado.
b) Suponha que a demanda se expande para Q̃D = 320 − 50p e que o custo marginal de
todas as firmas aumentou em 25% para qualquer nı́vel de produção. Determine o novo
preço e a nova quantidade de equilı́brio.
c) Suponha que o governo estabeleça um imposto no valor de R$ 2,25 = R$ 9/4 por unidade
vendida, que deve ser pago pelos vendedores do bem. Logo, pS = pD − 9/4, onde pS é o
preço recebido pelos vendedores e pD é o preço pago pelos consumidores. Encontre:
c.1) Os novos preços e quantidade de equilı́brio.
c.2) O valor imposto repassado aos consumidores.
c.3) A perda de peso morto gerada pelo imposto.

José Guilherme de Lara Resende 12 NA 20 – Equilı́brio Parcial


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4. Uma indústria competitiva opera com N firmas idênticas, sendo que a curva de custo médio
de cada firma é CM e(qj ) = qj + 5 + 100/qj , em que qj é a quantidade produzida pela firma
j, j = 1, . . . , N . A demanda de mercado é dada por D(p) = 1000 − 2p, em que p é o preço
do bem.

a) Suponha que estamos no curto prazo e existam 76 firmas no mercado (N = 76). Calcule
o preço e a quantidade de equilı́brio.
b) Calcule quanto cada firma produzirá no equilı́brio obtido no item a) e o lucro ou prejuı́zo
de cada firma.
c) Calcule o preço e o equilı́brio de longo prazo.
d) Encontre o número de firmas que existem no mercado no longo prazo. Qual o lucro
ou prejuı́zo de cada firma no longo prazo? Compare os resultados obtidos para o curto
prazo e para o longo prazo.

5. Suponha que o mercado de um bem é descrito pela função de demanda qD = 4000 − 10p e
pela função de oferta qS = 40p.

a) Determine o preço e a quantidade de equilı́brio desse mercado.


b) Calcule os excedentes do produtor e do consumidor.
c) Suponha que o governo decida subsidiar a oferta de mercado, pagando R$ 20,00 por
unidade produzida, quais os novos preços e quantidade de equilı́brio desse mercado?
d) Qual a alteração nos excedentes do consumidor e do produtor? Qual o gasto do governo
com o subsı́dio? Qual a perda (ou ganho, se for o caso) social do subsı́dio?

6. Suponha uma demanda de mercado qD = 800 − 20p e que todas as firmas que operam nesse
mercado possuem uma tecnologia de produção que depende apenas de trabalho, l, descrita
por f (l) = l0,5 . Além disso, suponha que o mercado é competitivo e que o salário por unidade
de tempo trabalhada é R$ 2,00.

a) Suponha que existam 80 firmas no mercado. Qual o preço e a quantidade de equilı́brio


de curto prazo?
b) Suponha que cada firma tenha um custo fixo no valor de R$ 8,00. Calcule quanto cada
firma produzirá no equilı́brio obtido no item a) e o lucro ou o prejuı́zo de cada firma. O
preço encontrado no item a) é alto o suficiente para que as firmas de fato operem?
c) Calcule o preço e o equilı́brio de longo prazo. Encontre o número de firmas que existem
no mercado no longo prazo.
d) O que ocorre com o equilı́brio de curto prazo (suponha a informação descrita no item
a) se a firma melhorar a eficiência produtiva, de modo que a função de produção passe
a ser descrita por f (l) = 2l0,5 ?
e) Essa melhora tecnológica descrita no item anterior corresponde a que tipo de choque?
O resultado obtido acima está de acordo com o que é predito em uma análise gráfica de
tal choque?

7. Suponha que o mercado de um bem é descrito pela função de demanda qD = 1600 − 20p e
pela função de oferta qS = 30p − 900.

a) Determine o equilı́brio nesse mercado e os excedentes do produtor e do consumidor.

José Guilherme de Lara Resende 13 NA 20 – Equilı́brio Parcial


Microeconomia 1 Notas de Aula

b) Se o governo decide que o preço nesse mercado não pode ultrapassar p̄ = 35, qual será
a nova quantidade de equilı́brio? Quais são os novos excedentes do consumidor e do
produtor?
c) Supondo a situação inicial do mercado (i.e., suponha que o governo desistiu de impor um
preço mı́nimo para o bem), se o governo decide subsidiar a oferta de mercado, pagando
R$ 20,00 por unidade produzida, qual o novo equilı́brio? Qual a redução do preço de
equilı́brio para os consumidores?
d) Qual o custo para o governo do subsı́dio criado em c)? Qual o ganho para os consumi-
dores e para os produtores (medido pelo excedente do consumidor e pelo excedente do
produtor, respectivamente)? Qual a perda de peso morto gerada pelo subsı́dio?

8. Considere o mercado de anchovas no Brasil, caracterizado pelas curvas de oferta p = −4 + q s


e de demanda p = 25 − 2q d , onde o preço está cotado em dólar. O governo brasileiro analisa
sua polı́tica de abertura do mercado ao comércio exterior.

a) Se o preço internacional de anchovas for $ 3, calcule a quantidade importada pelo Brasil,


na ausência de barreiras às importações.
b) Suponha que o governo imponha uma tarifa sobre as importações no valor de $ 1 por
unidade importada. Qual o efeito dessa tarifa sobre o preço e a quantidade de equilı́brio?
c) Calcule o efeito de uma imposição de uma quota de importação de três unidades sobre
este mercado. Como essa polı́tica se compara com a polı́tica de tarifação descrita no
item anterior?
d) Calcule as variações no excedente do produtor (∆EP ) e no excedente do consumidor
(∆EC) no Brasil causada pela tarifa sobre as importações descrita no item b).

José Guilherme de Lara Resende 14 NA 20 – Equilı́brio Parcial

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