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Considerações
O Serviço de Hemoterapia do HUJM tem como norma manter sob seu estrito
controle todo uso de sangue e de Hemocomponentes no Hospital. As orientações estão
de acordo com a Portaria Nº1353 de 13 de junho de 2011.
Todo médico que utiliza hemocomponentes deve ter em mente que os estoques
destes são limitados e apresentam quedas sazonais – carnaval, etc.
Definição: TRANSFUSÃO MACIÇA pode ser considerada quando houver qualquer uma
das situações abaixo:
1. Reposição de uma ou mais volemia sanguínea em um intervalo de 24 horas
2. Reposição de 30 a 50% do total da volemia sanguínea em 3 horas
3. Transfusão de mais de 20 unidades de concentrado de hemácias
4. Transfusão de 4 unidades de concentrado de hemácias em 1 hora
♦ Plasma fresco congelado - Geralmente indicado quando TP ou TTPa > 1.5 x controle
♦
Concentrado de plaquetas - Geralmente indicado quando número < 50.000 / mm3
- Raramente indicado quando número > 100.000 / mm3
DOSES:
Concentrado de hemácias – 01 U eleva 3 a 4% no hematócrito e o nível de Hemoglobina
em 1 g /dl. Pacientes adultos 20 ml/Kg e crianças 10 ml/Kg
Plasma fresco congelado – 10 a 20 ml/Kg ou 01 U PFC para cada 20 kg de peso
Concentrado de plaquetas – 01 U/10 Kg
Crioprecipitado – 01 U / 10 kg
HIPERCALEMIA
A hipercalemia se origina do fato de a concentração extracelular de K+ aumentar
progressivamente durante a estocagem das hemácias, o potássio deixa o interior da
célula por falência da bomba de sódio, atingindo 27 mEq/l e 40 mEq/l após 35 e 42 dias
de estocagem respectivamente. Como cada unidade de CH contém cerca de 250 ml, a
cada unidade transfundida, seriam administrados 7 mEq de potássio. A correção da
volemia e do transporte de oxigênio revertem a acidose e modificam o sentido do fluxo
de potássio para o interior das células. A hipercalemia esperada durante a TM não
chega a ser um problema, exceto em pacientes com insuficiência renal.
HIPOCALCEMIA
Evento temido durante a TM, por acarretar alterações no estímulo elétrico
cardíaco (alargamento do intervalo QT), insuficiência ventricular aguda, convulsão e
hipotensão. Pode ocorrer devido às grandes quantidades de ácido cítrico na transfusão
rápida de grandes volumes de plasma (> 20 ml/Kg ou de 50 a 150 ml/min), ou plaquetas,
levando a redução de 40 a 50% dos valores normais de cálcio iônico, que retornam ao
valor normal em poucos minutos, após a interrupção da infusão. Na verdade, esse
fenômeno está mais relacionado com a velocidade de infusão da transfusão que com a
quantidade de hemocomponente transfundido.
O ácido cítrico produz ligação estável com o cálcio iônico que volta a ser liberado
depois do metabolismo do citrato pelo fígado. O citrato pode ser útil, pelo fato de
aumentar os níveis de bicarbonato no plasma, promovendo uma alcalose metabólica, que
poderá antagonizar a acidose metabólica associada à hipoxemia, que é o distúrbio ácido
básico mais importante nestes pacientes, ajudando também a reduzir o K+ no plasma. Na
maioria dos casos o uso de cálcio é desnecessário, devemos manter a vigilância dos
sintomas de hipocalcemia.
O tratamento pode ser feito com gluconato de cálcio (30 mg/Kg) ou cloreto de
cálcio ( 10 mg/ml ) que é preferível, já que o cálcio ionizado é mais rapidamente
disponível.
Importante: não administrar cálcio pela mesma via de administração do sangue,
pois, pode ocorrer formação de micro êmbolo (pela anulação do efeito quelante do
citrato).
ACIDOSE
A coleta de sangue em solução de preservação ácida CPDA-1 (pH 5,5) reduz o pH
para 7, no final de 35 dias o pH é de 6.6, resultando acúmulo de CO2 e ácidos fixos. A
acidose está mais relacionada ao choque com hipoperfusão dos tecidos, que à quantidade
de sangue transfundido. É possível que pacientes com função hepática comprometida
necessitem de bicarbonato para correção da acidose, entretanto, como esses pacientes
recebem substâncias precursoras do bicarbonato – acetato, lactato e citrato, a alcalose
metabólica é o achado mais freqüente nos paciente em TM. É preciso conhecer o pH e
o déficit de base para providenciar as correções e manter o pH próximo de 7.3
DISTÚRBIOS DE HEMOSTASIA EM TM
Entre os principais fatores que contribuem para o aparecimento de coagulopatia
dilucional associada à TM estão a hemodiluição, hipotermia, hipoxia e a lesão do sistema
nervoso central que constitui importante fonte de ativadores de plasminogênio,
conhecidos ativadores do sistema fibrinolítico.
A hemodiluição extensa pode afetar a coagulação, contudo a incidência é baixa
quando é reposta até uma volemia. Nessa situação, até 40% da atividade dos fatores de
coagulação é preservada e esses níveis são, de modo geral, suficientes para a hemostasia
adequada.
A queda de fatores de coagulação vai depender de qual hemocomponente for
usada como reposição, a deficiência como causa primária de coagulopatia ocorre
principalmente com o uso de Concentrado de Hemácias. Nessa situação,
hipofibrinogenemia ocorre na maioria dos pacientes atingindo nível crítico (1g/dl ) com a
troca de 1.5 volemia. Raramente os níveis de plaquetas são inferiores a 100.000 / mm3
até que haja troca de 1.5 a 2 volemias.
A hipotermia pode afetar a coagulação normal, quando a temperatura central cai, abaixo
de 34 C, ocorre inibição progressiva da atividade de protease da serina, inibindo as
reações da cascata da coagulação, provocando o alargamento do TP e do TPPa. Nessas
condições também há ativação do sistema fibrinolítico e presença de atividade
heparínica; há diminuição da síntese de prostaglandinas e de tromboxano, essenciais ao
funcionamento das plaquetas. A hipotermia leva graves conseqüências ao paciente como
alterações cardíacas (arritmias ventriculares), metabolismo alterado de citrato e
lactato, desvia para a esquerda da curva de dissociação da hemoglobina e distúrbios da
coagulação.
As hemácias são estocadas entre 2-6 C e uma transfusão rápida de grandes volumes
pode causar hipotermia. Isto é comum quando a velocidade de infusão é maior do que 100
ml/minuto, equivalente à transfusão de uma unidade em 2-3 minutos, utilizando de
cateter central, posicionado próximo ao sistema de condução cardíaco. Para contornar
esses efeitos há várias maneiras, como afastar o cateter central do átrio, diminuir a
taxa de infusão, ou ainda utilizar aquecedor de sangue, que não deve elevar a
temperatura do sangue acima de 42ºC, para evitar hemólise térmica do concentrado.
Uma outra conduta incluem a adição de salina pré aquecida (68ºC) às hemácias antes da
infusão, esta prática pode resultar em hemólise, com aumento do potássio, causando
complicações metabólicas.
A coagulação intravascular disseminada (CIVD) pode fazer parte do quadro clínico do
paciente recebendo TM, entretanto devemos afastar outras causas desencadeante
dessa coagulopatia como embolia amniótica ou de gordura etc. A CIVD associada a TM
está relacionada com intensidade e duração do choque circulatório que produz isquemia
tecidual, acidose e acúmulo de detritos provenientes de lesão celular e metabolismo
anaeróbico.
PROCEDIMENTO
A precisão na etiquetagem dos tubos das amostras de sangue para as provas pré
transfusionais enviadas ao Serviço de Hemoterapia é de importância fundamental, a
maioria de erros cometidos em transfusão é decorrente de amostras incorretamente
identificadas.
Recomendações
I.1.3.2 - O envio de bolsa não implica na interrupção das provas pré-transfusionais, que
devem ser terminadas. Em caso de anormalidades nestas provas, o médico assistente
deve ser imediatamente notificado, e a decisão sobre a suspensão ou continuação da
transfusão deve ser tomada em conjunto por este e pelo médico do serviço de
hemoterapia.
RESPONSABILIDADES:
Dos colaboradores que executam as atividades neste setor, do corpo de enfermagem e
dos médicos assistentes do paciente.
COMENTÁRIOS
Este procemento operacional foi elaborado e implantado para ser seguido por todos os
profissionais envolvidos, padronizando o atendimento ao paciente que necessita de
transfusão maciça e de emergência/urgência no HUJM.
NORMAS DE SEGURANÇA
Os profissionais da área de saúde que manipulam materiais biológicos devem
obedecer aos procedimentos básicos de biossegurança também deverão estar fazendo a
segurança do meio ambiente.
GERAIS:
1. Não jogar material biológico na pia.
2. Lixo comum acondicionar em sacos escuros.
3. Lixo infectante acondicionar em sacos brancos leitoso.
FORMULÁRIOS/DOCUMENTOS RELACIONADOS
RESULTADOS
Padronização de todos os procedimentos para solicitação de transfusão maciça e as de
emergência/urgência no Hospital Universitário Julio Muller.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Nome:.......................................................Data nasc:....................
Sexo..............Clínica...............Qto...........Lto...........Reg:..................
Diagnóstico:.................................................................................
Hemocomponente:...................................Quantidade:..........................
Antecedentes transfusionais:.............................................................
Justificativa:................................................................................
...............................................................................................
...............................................................................................
...............................................................................................
...............................................................................................
Eu Dr(a) ....................................................................... portador do CRM .................... autorizo a
liberação de sangue total ( ..........) unidades e ou concentrado de hemácias (............)
unidades para o paciente ........................................................................estando ciente de que
foi realizado apenas prova de compatibilidade na fase salina e retipagem das bolsas
utilizadas.