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A MÚSICA COMO POSSIBILIDADE DE AVALIAÇÃO FORMATIVA NO ENSINO DE


QUÍMICA

Conference Paper · May 2018

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Valéria de Souza Marcelino


Instituto Federal Fluminense
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A MÚSICA COMO POSSIBILIDADE DE AVALIAÇÃO FORMATIVA
NO ENSINO DE QUÍMICA

Manoela Barros Guimarães - IFRJ


Sheila Freitas Gomes - IFRJ
Valéria de Souza Marcelino- IFF
Denise Leal de Castro- IFRJ

Resumo

A avaliação formativa é uma modalidade de avaliação que se contrapõe ao exame tradicional


e possibilita usufruir de instrumentos que contribuam para o desenvolvimento da autonomia
dos alunos. O presente trabalho propõe que a música seja adotada como um recurso avaliativo
no ensino de química, visando à avaliação formativa. Para isso, após uma aula teórica e
prática sobre as ligações químicas e a condutividade elétrica de substâncias, solicitou-se que
os alunos de uma turma de primeiro ano do ensino médio, apresentassem uma produção
musical sobre ligações químicas. Dentre as produções, o fragmento de uma música original
que explana sobre as ligações metálicas foi avaliado. Os resultados sugerem que, a música
oportuniza os alunos a externalizar seus conhecimentos e expressa potencialidade por ser um
recurso que motiva os jovens a pensar o conteúdo científico, organizá-lo, sistematizá-lo e
expressá-lo com criatividade.

MÁX 800 Caracteres sem espaço

Palavras-chave: Ensino de Química. Música. Avaliação formativa

Introdução

Avaliar é um ato comum, rotineiro e que qualquer pessoa está habituada a realizar seja
de forma consciente ou inconsciente. No entanto, quando tratada do contexto escolar a
avaliação é imbuída de variáveis complexas, estas que dão o tom que deveriam consoar com
uma formação cidadã.
Todavia, a realidade escolar ainda está imersa em um sistema educacional de caráter
classificatório, pontual e excludente em que a resposta certa está no centro da relação,
negligenciando todo o percurso trilhado pelos estudantes no processo de ensino-aprendizagem
(GOMES et al., 2016). Tendo em vista que cada pessoa é diferente e que cada percurso é
realizado no seu tempo, convém refletir sobre uma avaliação comprometida com o
aprendizado dos estudantes de forma mais abrangente.
Objetivando um ato avaliativo capaz de dar a oportunidade de conhecer o processo
ensino-aprendizagem desenvolvido, bem como o êxito ou não das ações docentes
desempenhadas, existe a avaliação formativa como alternativa ao exame tradicional. A
avaliação formativa “pode ser entendida como uma prática de avaliação contínua que objetiva
desenvolver as aprendizagens” (CASEIRO; GEBRAN, 2008, p. 143). Este tipo de avaliação
identifica as possíveis causas das dificuldades encontradas pelos alunos, almejando uma
qualificação da avaliação e não estritamente uma quantificação.
Nessa perspectiva, atenta-se para possíveis instrumentos que possam auxiliar em uma
avaliação formativa no ensino de química, a fim de despertar a aprendizagem, e se distanciar
da memorização dos conteúdos trabalhados em sala de aula. De acordo com Silveira e
Kiouranis (2008) um instrumento a ser considerado, é a utilização da música, por ser um
instrumento que explora além da sensibilidade e da criatividade as relações entre o conteúdo
musical e o conhecimento científico.
A música é um recurso pedagógico simples e dinâmico que vem sendo adotado
frequentemente no âmbito escolar. Dentre as diversas vantagens, destaca-se ser uma
ferramenta lúdica de baixo custo, sendo veículo de expressão do assunto a ser estudado. A
música pode aproximar os conteúdos científicos da realidade dos jovens, quando é
contextualizada auxilia na popularização da ciência, sendo uma via que aproxima a arte e a
ciência (BARROS; ZANELLA; ARAÚJO-JORGE, 2013).
O professor que busca dinamizar suas aulas e adotar uma alternativa que seja
prazerosa para grande parte dos alunos, pode usufruir da música, uma vez que esta é
facilmente assimilada pelas pessoas e está presente no nosso cotidiano (BARROS;
ZANELLA; ARAÚJO-JORGE, 2013).
Tendo em vista o exposto, a presente pesquisa se ocupa em investigar se existe
potencialidade no uso da música como recurso avaliativo sob um viés formativo, no interior
da disciplina de química, em especial, na abordagem do conteúdo de ligações metálicas.

Percurso metodológico

A pesquisa de cunho qualitativo foi desenvolvida em uma turma do 1º ano do ensino


médio integrado de uma instituição pública federal do norte do estado do Rio de Janeiro.
Inicialmente, uma aula prática experimental foi planejada e desenvolvida juntamente com os
alunos no laboratório de química. O tema central foi ligação química, e para a abordagem
deste assunto foi realizado um teste de condutibilidade elétrica de algumas substâncias
químicas e materiais. As substâncias e materiais escolhidos foram: vinagre, cloreto de sódio
sólido e dissolvido em água, açúcar sólido e dissolvido em água, solução aquosa de ácido
clorídrico, uma colher metálica e uma barra de cobre.
Questionamentos foram sendo feitos ao passo que eram testadas as espécies químicas.
Os alunos tentavam identificar a substância química capaz de fechar o circuito, caso fechasse,
acenderia a lâmpada para ser classificada como um agente condutor, caso não fechasse, não
acenderia a lâmpada e, por conseguinte, classificada como agente isolante ou má condutora.
Ao encerrar as discussões e a experimentação, solicitou-se, como recurso avaliativo,
que os alunos expressassem os conhecimentos obtidos sobre as ligações químicas por
intermédio de uma produção musical. Diversos grupos foram formados para compor uma
letra exclusiva, que abordasse o conteúdo visto de modo claro, coeso e objetivo podendo
inseri-la em uma melodia conhecida popularmente. A produção da letra teve por fonte
conceitual o livro didático da disciplina de Química, Ser Protagonista, editado por Murilo
Antunes em 2013, que foi distribuído gratuitamente na Instituição aos alunos que cursam o
ensino médio.
Resultados e Discussões

Dentre diversas produções elaboradas, houve o destaque de uma produção musical,


exibida na forma de vídeo, a qual os alunos se destacaram por se empenharem desde a escolha
da melodia, elaboração da letra e caracterização para a gravação do vídeo.
A produção musical deste grupo selecionado abordava conceitos sobre as três ligações
químicas: iônica, covalente e metálica. O fragmento da música avaliada explana sobre as
ligações metálicas. O grupo conseguiu versar os conceitos abordados em aula com
criatividade e originalidade. O Quadro 1 ilustra o trecho selecionado para análise.
Quadro 1 - Trecho de uma produção musical elaborado por um grupo de alunos
“Se prepara para incrementar sua massa encefálica,
Pois agora vou falar sobre a ligação metálica.
Você não tem ideia do que isso é?
É só pegar sua faca, seu garfo e sua colher.

Essa é metal com o metal,


A condutividade elétrica é a principal.
Não bola na rima porque eu tenho dom,
Pra tudo funcionar, tem o mar de elétron.

Além do mais, ninguém quer ficar com elétrons livres,


Por isso se unem mais forte que o tio Ives.
E de novo, tem que aquecer,
Muito essas estruturas para derreter.”

Fonte: Arquivo próprio.

Analisando-se a produção musical, que aborda o tema ligação metálica, foram


destacados, em negrito, os termos ou ideias que os alunos inseriram em sua composição. Para
as próximas discussões, teve-se por base um trabalho que avalia a concepção de alunos sobre
modelo de ligação metálica (CARVALHO; JUSTI, 2005).
Na primeira estrofe que inicia a música o grupo se propõe a “incrementar sua massa
encefálica” como uma forma de chamar atenção sobre a informação que estão prestes a
oferecer. Em seguida, a informação que querem introduzir é revelada: a ligação metálica. Para
então problematizar para o ouvinte se ele “tem ideia do que é isso?”, pedindo para que ele
pegue objetos do cotidiano que possuem propriedades metálicas, como “faca, garfo e colher”,
constituídas por ligas metálicas. Ou seja, somente nessa estrofe o aluno já: traz o objetivo da
música, problematiza este objetivo, e relaciona-o com o cotidiano.
A segunda estrofe é iniciada com uma característica importante na ligação metálica,
que é a combinação “metal com metal”. Para então, no verso seguinte, ressaltar a
condutividade elétrica como uma propriedade fundamental nesse tipo de ligação,
complementando posteriormente no quarto verso, que esse princípio ocorre pelo modelo do
“mar de elétrons”. Segundo Carvalho e Justi (2005) há uma dificuldade dos alunos
conseguirem relacionar a ideia de mar de elétrons com o conceito de condutividade elétrica,
sem que haja uma discussão em sala de aula. Nesse sentido, salienta-se a relevância da
realização de experimentos que propiciem discussões com os alunos sobre as propriedades
das ligações químicas como, por exemplo, a condutividade elétrica dos materiais.
No primeiro e segundo versos da terceira estrofe, os alunos destacaram que nesta
ligação “ninguém quer ficar com elétrons livres e por isso se unem mais forte”. Nesse trecho
identifica-se um erro conceitual referente à ligação metálica, ao afirmarem que os elétrons não
ficam livres na ligação. Tendo por base o livro didático que os alunos acessaram como fonte
(ANTUNES, 2013), identifica-se que o modelo da ligação metálica consiste em cátions
metálicos dispersos em um retículo cristalino e os elétrons circulam livremente entre eles.
Desse modo, a expressão utilizada pelos alunos não condiz com a explicação citada no
referencial.
No que diz respeito à afirmação dos alunos em caracterizar a ligação metálica como
uma forte união entre os átomos, considerando o elevado ponto de fusão de certos metais,
pode ter conduzido os alunos afirmarem que a ligação metálica é forte pela necessidade de
absorver muito calor para a transformação do estado sólido para o líquido. Os autores
entendem que esta concepção dos alunos pode ter relação entre a visualização de metais do
cotidiano, como uma colher, faca e garfo, que apresentam uma alta resistência em sua
estrutura, com a forte união dos átomos na ligação metálica.

Aprofundando a discussão conceitual sobre a força da ligação metálica, destaca-se


que o modelo de mar de elétrons não é capaz de esclarecer uma tendência que ocorre com a
força da ligação metálica. De acordo com o modelo de mar de elétrons, a força da ligação
deveria aumentar na proporção que o número de elétrons da camada de valência aumenta,
resultando em um aumento nos pontos de fusão dos átomos metálicos que se encontram no
mesmo período na tabela periódica. No entanto, os metais que se encontram no centro dos
metais de transição, como o cromo (Cr), molibdênio (Mo) e tungstênio (W), que são metais
do grupo 6B, possuem os pontos de fusão mais altos em seus respectivos períodos.
Considerando as famílias na tabela periódica, há um aumento no ponto de fusão e ebulição de
cima para baixo, exceto nas famílias 1A e 2 A, que aumentam esses valores de baixo para
cima. Em relação aos períodos, esse aumento ocorre das laterais para o centro da tabela até o
tungstênio, implicando que a força da ligação metálica inicialmente aumenta com o aumento
do número de elétrons de valência e depois diminui. (BROWN, 2005). A Figura 2 exibe
claramente a tendência do ponto de fusão e ebulição dos metais. Para compreender melhor
essa tendência, era necessário discutir sobre a teoria do orbital molecular aplicada aos metais,
que geralmente não é discutido no ensino médio.
Figura 2- Tendência do PF e PE na tabela periódica

Fonte: ANTUNES, Murilo Tissoni (Ed.) Ser


protagonista: química, 1° ano: ensino médio, 2ª ed.
São Paulo: Edições SM, 2013, p. 127.

No terceiro e quarto verso da terceira estrofe, o grupo ressalta que tem “que aquecer,
muito essas estruturas para derrete”,ou seja, a percepção do grupo nessa estrofe é que todas as
estruturas metálicas possuem alto ponto de fusão e por isso para o derretimento, é preciso
aquecer muito. Possuir elevado ponto de fusão é uma propriedade característica de muitos
metais, entretanto, destaca-se que há metais que possuem baixo ponto de fusão, como o
mercúrio, que na temperatura ambiente se encontra no estado líquido (ANTUNES, 2013).

Considerações Finais

Considerando os resultados obtidos, é possível, neste ponto, destacar que o uso da


música pode ser um recurso valioso para externalizar os conhecimentos dos alunos, sejam eles
adequados ou inadequados. Vislumbrando refletir sobre os vestígios de progresso ou
obstáculo no processo ensino-aprendizado de forma criativa e dialogada em sala de aula.

Identificou-se que a música como recurso avaliativo expressa potencialidade devido


ser uma ferramenta que motiva os jovens a pensar o conteúdo científico, organizá-lo,
sistematizá-lo e expressá-lo com criatividade em uma produção musical singular. A produção
musical não é solução para uma avaliação perfeita, mas sim, uma alternativa possível frente a
outros instrumentos avaliativos que objetivam uma avaliação formativa, além de possibilitar
ao docente diversificar as suas avaliações com esse mesmo caráter.

Se tratando do assunto específico, ligação metálica, ressalta-se que é um assunto ainda


complexo para ser abordado com os estudantes do ensino médio, uma vez que para melhor
compreensão de diversificadas propriedades e tendências dos metais, o modelo de mar de
elétrons, não é suficiente para esclarecê-lo, necessitando de conhecimentos mais
aprofundados, que são discutidos no ensino superior na disciplina de química. Destarte, se faz
necessário o repensar do conteúdo específico, concernente a ligações metálicas, para
aprimorar o ensino-aprendizagem desse assunto no ensino médio.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, M. T. (Ed.) Ser protagonista: química, 1° ano: ensino médio, 2ª ed. São Paulo:
Edições SM, 2013.

BARROS, M. D. M.; ZANELLA, P. G. ; ARAÚJO-JORGE, T. C. A música pode ser uma


estratégia para o ensino de Ciências Naturais? Analisando concepções de professores da
educação básica. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências (Impresso), v. 15, p. 81,
2013.
BROWN, T.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química: a ciência central. 9 ed. Prentice-
Hall, 2005.

CARVALHO, N. B.; JUSTI, R. S. Papel da analogia do “mar de elétrons” na compreensão


do modelo de ligação metálica. Enseñanza de las Ciencias, 2005. Número extra VII
Congresso, 2005.

CASEIRO, C. C. F.; GEBRAN, R. A.. Avaliação formativa: concepção, práticas e


dificuldades. Nuances: estudos sobre Educação. Presidente Prudente, SP, ano XIV, v. 15, n.
16, p. 141-161, 2008.

GOMES, S. F.; MOTA, N. S.; SILVA, L. G.; BARRETO, K. G. Percepção dos alunos sobre
a avaliação da aprendizagem. In: SINECT, 5., 2016, Ponta Grossa. Anais... Ponta Grossa:
UTFPR, 2016.

SILVEIRA, M. P.; KIOURANIS, N. M. M. A música e o ensino de química. Química nova


na escola. São Paulo, n.28, p.28-31, 2008.

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