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RISK OF COLLAPSE DUE TO FATIGUE ON STRUCTURES

OF THIN WALL BOX GIRDER SECTION

Alexandre Verceze Neto1


Luiz Antônio Morgado2

Abstract:
The causes that put in the eminency of collapse, an overhead crane in operation on a
steel mill plant in Brazil, designed by an international company and put in operation
on the 80th decade, are investigated based on International Standards that
regulates the calculation o such equipment and on the Linear-Elastic Fracture
Mechanics. In the situation of eminent collapse, one of the crane box girder, with
dimensions of 2675mm in height by 2550mm in width, over which moves the trolley
with the hoisted load, presented fracture in about half the section (zone under
tension) . Identify the cause of the fracture , that could have caused the collapse of
the crane with great damages to the mill plant and lost of human lives, became
urgent, considering the existence of other equipment in operation , some of them
identical and others of similar construction. The analysis of the possible loading
cases and corresponding induced stresses, the notch present due to welded
construction, the number of loading cycles that the structure had been submitted
and the fracture analysis , leaded to the conclusion of a process of crack growth on a
internal area of box girder inaccessible for inspection. The identification of the origin
of the failure led to a urgent change in the inspection procedure, establishing an
adequate interval of inspection, mainly internally to the girder, aiming to detect cracks
in small dimension and stop the growing process. Many equipment in operation in
other plants, handling hot metal, present similar construction and we believe that
maintenance people are not warned to prevent against the situation of risk
described.

Event:
59th Annual ABM International Congress 19-22 July-2004-São Paulo- SP

(1) Alexandre Verceze Neto ( Msc Engineer ) , crane specialist and consultant
(2) Luiz Antônio Morgado ( Crane specialist ,Consultant engineer )
Introdução

Relatos de trincas detectadas visualmente em Pontes Rolantes que já haviam


operado por mais de 20 anos é algo rotineiro na siderurgia. Contudo registros de
colapso estrutural por fadiga, neste tipo de equipamento, são desconhecidos.
Portanto foi causa de grande surpresa quando tomei conhecimento de que uma
Ponte Rolante na aciaria de uma grande Siderúrgica estava na eminência de
colapso, apresentando fratura em praticamente 60% da seção de uma das vigas
( ver figura 1).

Fig. 1- Fratura das chapas da seção da viga (zona tracionada) na região central do
vão.

Neste caso em particular quem impediu a fratura total da seção foram as flanges das
rodas, que ao deslizarem até encostar nos trilhos criaram um momento fletor que se
opunha ao da carga.
Nosso trabalho consistiu em analisar as diversas condições de carregamento a que
a estrutura era submetida e fazer uma avaliação de risco de falha por escoamento ,
fadiga ou perda de estabilidade por flambagem.
Metodologia utilizada para identificar a causa da falha.

A análise da causa da falha envolveu a identificação das situações operacionais


mais frequentes e as ocasionais, que produziam solicitações importantes na
estrutura, para o que contamos com o apoio do cliente. Todos os casos de
carregamentos previstos pelas normas também foram considerados.
Para determinação dos esforços solicitantes nas vigas, além das cargas oriundas de
peso próprio da ponte e cargas móveis, considerou-se as cargas de impacto,
determinadas através da simulação de modelos multicorpos da ponte ou então
utilizou-se valores típicos sugeridos pelas Normas Internacionais, no caso a Norma
Aise 6 [1 ].
A existência de pesquisas consistentes sobre a distribuição de tensões em vigas
caixa de parede fina, trabalhando a torção [ 2 ] , aplicáveis ao caso, permitiu que se
fizesse as devidas correções ao se calcular as tensões na viga pelos modelos
clássicos da resistência dos materiais . Ver abaixo a ilustração da seção da viga,
figura 2.

Fig. 2 – Seção tipo caixa da viga principal mostrando a camada de isolante térmico
existente internamente e ponto de risco para crescimento de trinca.

A análise de fadiga foi feita com base nos critérios tradicionalmente utilizados para
este tipo de equipamento e na Mecânica de Fraturas Linear [3] e [4]. O método
tradicional tem por base a analogia das juntas ou entalhes existentes na estrutura,
com juntas típicas, cujo comportamento à fadiga sobre cargas cíclicas, foi obtido
em ensaios de laboratório.
A análise pela Mecânica de Fraturas Linear, considerou modelos clássicos de
geometria e de crescimento de trincas superficiais e passantes em chapas e
também a existência de concentração de tensão devido a geometria da peça. A
vantagem oferecida pela Mecânica de Fraturas, foi poder descrever no tempo o
crescimento da trinca e com isto estabelecer um intervalo máximo para inspeções
que pudesse evitar a repetição da situação de risco descrita.
A sequência de cálculos e ilustrações a seguir, representam os modelos de
geometria e matemáticos utilizados para descrever seu crescimento no tempo.
Foi considerados inicialmente uma trinca superficial ( Fase A) que evolui para uma
trinca passante ( Fase B) , quando vaza a espessura da chapa.
Foram considerados dois estágios de crescimento da trinca na fase A . Um primeiro
estágio onde se considera o efeito da concentração de tensão devido a geometria da
peça. Uma segunda etapa onde a geometria da trinca passa a ser predominante.

Fig.3 –Modelo da trinca ou defeito


superficial inicial equivalente

Fase A- Etapa I :
O efeito da concentração de tensão devido a presença de entalhes soldados é
levado em consideração no cálculo da tensão máxima atuante.
Fator de intensidade de tensão na região de profundidade "a" da trinca superficial

Kt : Coeficiente de concentração de tensão no início do cordão de solda segundo a


referência 4 página 256.
Estimativa do valor da trinca crítica ( acr ) capaz de causar o colapso da aba inferior

Portanto como acr > 12.5mm, a fratura da aba inferior somente ocorre após a trinca
vazar a mesma ou seja se tornar passante.

A equação para a taxa de propagação da trinca superficial é dada por:.

O número de ciclos para que a trinca cresça até um valor correspondente a ¼ da


espessura da chapa é obtido integrando-se a equação acima.
A curva abaixo , figura 4 descreve o crescimento da trinca durante a fase inicial.

Fig.4 – Crescimento da trinca Fase A- Estágio I

Fase A: Estágio II :
Trinca superficial com preponderância da dimensão da trinca frente o efeito
geométrico da junta, com crescimento até vazar a chapa.
O número de ciclos para que a trinca se transforme em passante é obtido mudando-
se os extremos de integração, fazendo-se amax = tf. A figura 5 ilustra os crescimento
da trinca nesta fase.
Fig. 5 – Crescimento da trinca até vazar a chapa

Estima-se que seriam necessários aproximadamente 13 anos para a trinca vazar a


chapa da aba inferior, admitindo-se 20 ciclos de carregamento por hora e 24
horas/dia de operação e disponibilidade de 95% do equipamento.
Esta ponte operava a aproximadamente 17 anos quando ocorreu a falha.

FASE II - Crescimento da trinca passsante

Fig. 6 Modelo da trinca passante ( a=12.5 mm e b =57.5mm)

Fator de intensidade de tensão na ponta da trinca passante, Ref [ 3 ] página 39

Determinando a trinca crítica capaz de causar a fratura da chapa:


Portanto a aba inferior apresenta risco de iniciar processo de fratura e como
consequência toda a seção da viga, antes mesmo da trinca passante crescer até a
borda da chapa da aba inferior.
O número de ciclos para atingir o valor crítico da trinca após vazar a chapa foi
avaliado em 123000 ciclos, equivalente a 9.2 meses de operação.

Conclusão

O processo de crescimento da trinca se inicia em região tracionada , sujeita a


solicitações cíclicas e onde existe concentração de tensão, no caso de vigas caixa,
na face interna da aba, na região da solda com o diafragma ( ver figura 7) onde
efetivamente foi constatada o crescimento da trinca e início da fratura.

Fig. 7 – Modelo da trinca inicial e projeção de seu crescimento até vazar a chapa da
aba inferior da viga caixa.

Investigações metalográficas como a conduzida pela Universidade de Lehigh e o


Welding Institute [3], mesmo para uma solda de boa qualidade, mostram a
existência de pequenas imperfeições originadas durante o processo de fabricação,
que tem comportamento semelhante a trincas e que não são facilmente detectáveis
pelos processos usuais de inspeção.

Figura 8- Defeitos em juntas soldadas [ Ref. 3 ]


A Mecânica das Fraturas mostra que a maior parte da vida de uma estrutura é
consumida com a trinca ainda muito pequena. A curva da figura-5 mostra o
crescimento de uma trinca superficial em uma chapa com nível de tensão idêntico ao
da aba inferior da ponte analisada. A espessura da aba inferior era de 12.5 mm e
portanto através desta curva, pode-se verificar que a maior parte da vida da
estrutura foi consumida antes da trinca vazar a chapa da alma e se tornar visível
externamente.
Com base na figura 5, pode-se observar que para crescer até 6.0 mm foram
necessários aproximadamente 2.000.0000 de ciclos e a partir de 6.0 mm a trinca
cresce muito rapidamente.
A análise da fratura realizada, confirma o crescimento da trinca por fadiga e posterior
fratura dúctil das chapas da aba inferior e almas. Ver fotos abaixo:

Região oxidada, indicando


crescimento de trinca próximo a
alma, chegando a vazar a chapa
da aba inferior nesta região

Região com Fratura dúctil na


extremidade da aba inferior

Fig. 9 - Aspectos da fratura da aba inferior – região próxima a alma

Fig. 10– Aspecto da superfície da aba inferior indicando crescimento de trinca por
processo de fadiga iniciado a partir da face superior da chapa.

Este tipo de ponte rolante para a área de aciaria das siderúrgicas, conhecida como
“tipo walk-in”, tipicamente possui painéis elétricos internos a viga , mas não permite
a inspeção das soldas pelo lado interno, devido a camada de isolante térmico e leito
de cabos existentes ( ver figura 2).
Quando a trinca vaza a chapa, e portanto permite sua detecção por inspeção visual,
já apresenta um tamanho significativo, a partir do qual cresce muito rapidamente, até
atingir um valor crítico. Diante de um determinado nível de tensão combinado com o
tamanho da trinca, a intensidade da tensão na trinca da aba inferior atinge o limite
de tenacidade do aço levando o restante da estrutura a fratura.
A análise segundo os critérios da edição da norma AISE 6 vigente na época em que
a ponte foi projetada, indicam que os níveis de tensão presentes eram compatíveis
com uma vida de 2.000.000 de ciclos de carregamento.
Considerando-se a intensidade do serviço desta ponte e os níveis de tensão
atuantes, é muito provável o crescimento de trinca, a partir de um pequeno defeito
na solda, até um tamanho crítico capaz de causar o colapso da estrutura num
período superior a dez anos, quando atinge 2.000.0000 de ciclos de carregamento.
A avaliação que fizemos é que de que poderia ser feita a recuperação da ponte e a
mesma poderia operar com segurança mantendo as dimensões do projeto atual,
porém algumas recomendações precisavam ser obedecidas.
Para estruturas de viga caixa de parede fina sujeitas a elevado número de
carregamentos cíclicos e com predominância de tensões de tração, é recomendável
ter o acesso interno à viga e possibilidade de inspeção visual das soldas.
Quando não for viável esta inspeção visual interna, o usuário do equipamento deve
ser alertado pelo fabricante sobre a necessidade de inspeção destas soldas através
de acesso externo, utilizando processos como ultrassom ou partícula magnética,
com uma periodicidade adequada, que evite a situação de risco descrita.

Referências bibliográficas:

{1} AISE 6 - Specification for Electric Overhead Travelling Cranes for Steel Mill
Service
{2} Otto Schindler –Pesquisa em Pontes Siderúrgicas " Cálculo de vigas caixas de
parede fina" - Westdeutscher Verlag/Koln und Opladen
{3} John M. Barsom e Stanley T. Rolfe - FRACTURE AND FATIGUE CONTROL
IN STRUCTURES
{4} Fadiga e Fratura de Materiais Metálicos -Aplicação para Componentes
Estruturais Soldados -ABM 1997

Dados do apresentador:
Alexandre Verceze Neto
Formação :
Graduação : Engenharia Mecânica-1978- Universidade de São Paulo
Mestrado : Engenharia Mecânica -1993 - Universidade de São Paulo
Atualmente : Doutorando em Engenharia mecânica na Universidade de São Paulo
Email: avercezent@terra.com.br/
Fones : 11-62365696 ou celular 11-99032770

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