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Clodoaldo da Cunha Bezerra (Orgs)1


Evelin Vitória dos Santos Bentes
Elias Rocha Guedes
João Marcos Silva de Lima
Jussara Lima da Silva
Ruan Humberto Freitas Dantas
Sidnei Antônio Muniz da Silva
Msc. Maria de Jesus Pacheco Ribeiro2
Núcleo de Ensino Superior de Boca do Acre – NESBA
Curso Letras – Língua Portuguesa

ANÁLISE DA CONVERSA E DO DISCURSO: UMA PERSPECTIVA SOCIAL


E INTERATIVA

RESUMO: A linguagem humana é produto de interações sociais e cognitivas. O presente


artigo tem como principal objetivo analisar as ideologias presentes em discursos dos meios
de comunicação e como se realiza o processo interativo comunicativo de uma conversação
em contexto real. O método de abordagem foi o dedutivo, na qual se analisou as informações,
utilizando o raciocínio lógico e a comparação do material coletado para se obter a
conclusão. Usando a observação direta como técnica de pesquisa, e como instrumento fez-se
uso da entrevista assistemática e participativa. A observação ocorreu por meio da inserção
no ambiente das famílias observadas para analisar-se as experiências de conversação de
ambas, participando também da conversa, a experiência foi registrada em áudio e gravada
pelo celular. O discurso foi registrado, por meio de gravador de áudio e, em seguida,
transcrito para posterior análise. Observou-se que a conversa acontece naturalmente no
contexto familiar, usando a linguagem informal com a participação de todos. No discurso,
percebeu-se o uso de técnicas de convencimento e de publicidade.

Palavras-chaves: Análise do Discurso, Análise da Conversa, Pragmática, ideologia, processo


interativo.

1 INTRODUÇÃO

A partir das dinâmicas de conversas das famílias, percebe-se uma diferença


consistente em grupos de amigos e na sociedade, pelo nível de escolaridade e também poder
aquisitivo. Como também as ideologias presentes nos discursos dos meios de comunicação
que são notórias. Assim, a análise do discurso e da conversa tornam-se relevantes no aspecto
linguístico e interacional.

1
Todos acadêmicos devidamente matriculados no curso de Letras.
2
Professora Me. em Ciências da Linguagem e ministrante da disciplina Linguística II.
2

Analisar o processo interativo comunicativo de uma conversação em contexto real,


observando a conversa dos grupos, avaliar a maneira de como determinado grupo conversa,
percebendo sua fala, expor as ideologias presentes em discursos dos meios de comunicação e
como se realiza o processo interativo comunicativo de uma conversação são os objetivos do
presente artigo.

Observa-se que algumas das famílias de nossa cidade, possuem nível superior. Desse
modo, há algumas diferenças linguísticas presentes em nossa sociedade. Com isso, os modos
de conversação podem variar, em fatores como idade, profissão, grau de escolaridade e entre
outros.

A linguística diz que nossa língua não é homogênea e deveria ser entendida como
característica inerente ao ser humano e influenciada pela diversidade social, cultural, e
capacidade de compreensão, assim possibilitando mudanças. Desse modo, é impraticável o
nivelamento da língua, devido a esses fatores de mudanças.

O objeto de investigação utilizado, foram a conversação e o discurso, a partir do


diálogo entre duas famílias com níveis de escolaridade distintas, como também, um discurso
religioso transmitido pela rádio local. A primeira família era composta por pessoas na faixa-
etária de 23 a 54 anos, na qual, praticamente todos os integrantes, possuem nível superior
completo, exceção do pai que possui o antigo magistério. A segunda família conta com
pessoas de 20 a 53 anos, com níveis de escolaridade diferentes, alguns sem escolarização,
outros, apenas com o ensino fundamental, ou ensino médio e com nível econômico baixo. Foi
analisado, também um discurso retirado de um programa na rádio local, com enfoque
religioso.

O método de abordagem foi o dedutivo, na qual analisou-se as informações, utilizando


o raciocínio lógico e a comparação do material coletado para se obter a conclusão. Usando a
observação direta como técnica de pesquisa, e como instrumento fez-se uso da entrevista
assistemática e participativa.

A observação ocorreu por meio da inserção no ambiente das famílias observadas para
analisar-se as experiências de conversação de ambas, participando também da conversa, a
experiência foi registrada em áudio e gravada pelo celular. O discurso foi gravado, por meio
de gravador de áudio e, em seguida, transcrito para posterior análise.
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2 DESENVOLVIMENTO

A análise da linguagem humana, como expressão verbal, é marcada por vários


métodos de estudos, que ao longo do tempo, vem sendo observado por alguns pesquisadores,
com isso, muitos métodos como o Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalismo e a
Pragmática, tiveram influência impressionante com seus marcos no passado. Hoje, esses
processos, ainda continuam sendo objetos de estudos dedicados à linguagem humana.

O Estruturalismo, Costa (2010), compreende que a língua, uma vez formada por
elementos coesos inter-relacionados, funcionam a partir de um conjunto de regras,
constituindo uma organização, um sistema, uma estrutura. Acreditando que os sistemas estão
sempre relacionados, não existindo isoladamente, e sim como parte de um todo com alguma
relação interna. Assim, entende-se que o estruturalismo é um método de estudo da língua.

No Gerativismo de Chomsky (1957), a língua é uma capacidade nata do homem, com


infinitas possibilidades de manifestar as sentenças, ou seja, há uma gramática universal em
cada ser humano. A linguística gerativista focaliza a sintaxe da língua como unidade de
estudos, desse modo, o falante tem a capacidade de criar inúmeras sentenças para exprimir
suas vontades e emoções.

O Funcionalismo, segundo Martinet (1978) destaca o valor da linguagem de acordo


com as interações sociais. O funcionamento da língua liga-se com a estrutura linguística,
porque precisa haver uma compreensão. Diante disso, percebe-se que essas relações não
existem no ar. O Funcionalismo concebe a linguagem como um instrumento de interação
social, que vai além da estrutura gramatical, pois busca no contexto discursivo a motivação
para os fatos da língua. A linguagem tem como função principal expressar o pensamento, e a
gramática serve para definir a língua pela utilização de regras normativas. Com isso, o
funcionalismo estuda a relação das palavras no momento dessa interação.

A pragmática surge como a ciência que estuda o uso da língua, abordando as condições
que governam a utilização da linguagem, ou seja, a prática linguística, RIBEIRO (2019). O
objeto de estudo da pragmática é a língua, enquanto prática social, assim:

A linguagem não tem uma função descritiva, mas uma função de agir. Ao
falar o homem realiza atos e mostra que a linguagem natural comunica mais do
que aquilo que se significa num enunciado, pois quando se fala, comunicam-se
também conteúdos implícitos Fiorim (2010), apud RIBEIRO (2019).
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A palavra é o signo ideológico por excelência, pois, produto da interação social, ela se
caracteriza pela plurivalência. Por isso é o lugar privilegiado para a manifestação da
ideologia: retrata as diferentes formas de significar a realidade, segundo vozes e pontos de
vista daquilo que empregam. De acordo com Bakhtin (2010), “dialógica por natureza, a
palavra se transforma em arena de luta de vozes que, situadas em diferentes posições, querem
ser ouvidos por outras vozes”.

Foucalt (1969) concebe os discursos como uma dispersão, isto é, como sendo
formados por elementos que não estão ligados por nenhum princípio de unidade. Cabe à
análise do discurso descrever cada dispersão, buscando o estabelecimento de regras capazes
de reger a formação dos discursos.

Uma das principais contribuições da ethonometodologia, reside no fato de podermos


nos valer dos participantes para entender o que eles estão fazendo em suas interações e o
modo como eles tratam as suas ações, e as ações dos outros são o foco de análise dos
ethnometodológicos (COULON, 1995:10).

Um ano antes da morte de Sacks, em 1974, Schegoff e Jefferson juntamente com seu
mestre, publicaram o artigo "A simplest Systematics for the organization of turn- Tanking for
conveesation”, cujo objetivo principal era demonstrar que a conversa não é uma ação tão
caótica quanto parece e que as pessoas se organizam socialmente através da fala. Dentre as
observações feitas pelos autores, então:

(1) A troca de falante se repete, Ou pelo menos ocorre.

(2) Na grande maioria dos casos, fala um de cada vez.

(3) Ocorrências de mais um falante por vez são comuns, mas breves.

(4) Transições abre parentes de um turno para o próximo) sem intervalos ou lixeiras
sobreposições vírgulas elas perfazem a grande maioria das transições.

(5) A ordem dos turnos não é fixo, mas variável.

(6) Dois turnos não é fixo, mas variável.

(7) D extensão da conversa não é previamente especificada.

(8) O que cada um diz não é previamente especificado.

(9) A distribuição relativa dos turnos não é previamente especificada.


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(10) O número de participantes pode variar (SACKS; SCHEGLOFF, JEFFERSON,


2003/1974).

3 ANÁLISE DE RESULTADOS

O assunto principal da primeira parte da conversa com a família de escolaridade alta


foi sobre as diferenças do ensino superior nos anos de formação dos pais para a dos filhos. O
dominante da conversa foi a mãe da família, que pretendia repassar suas experiências. A troca
de falantes se repetiu, com falas intercaladas, e ocorrência de mais de um falante por vez se
repetiu poucas vezes. Não houve transições nem sobreposições. A ordem dos turnos foi fixa,
assim como o tamanho. A extensão da conversa não foi especificada, nem a sua distribuição
relativa. Apenas dois falantes participaram da conversa. Veja abaixo:

Marido: não tive oportunidade de fazer uma faculdade né, fiz contabilidade e depois comecei
o magistério, aí fiz dois anos e abandonei, mas eu fui pra rio branco fazer faculdade né e tive
que voltar pra casa, porque meus pais na época não tinham condições.

Esposa: ele não tinha oportunidade como os meninos tiveram hoje...

Marido: mas eu fiquei tranquilo porque foi o que eu pude fazer e o pouco que eu aprendi me
serviu muito, mas eu coloquei uma coisa na minha cabeça, quando eu casar eu construir
família, fazer o possível pelos meus filhos, pra fazerem faculdade. E assim graças a Deus,
Deus nos deu a oportunidade de ter os 3 com estudos concluídos. Primeiro foi a primogênita
aqui, depois o Joenisson, aí veio o Júnior e a Joyce, pelo escadinha do nascimento de cada
um.

Esposa: É até assim, o João pra e pros meninos, pra gente ver como mudou, o João quando o
conheci ela já tava fazendo né, aqui o máximo que a gente ia era ensino médio, aí ou era
contabilidade ou magistério, Que agora é o ensino médio, mas antes era o segundo grau.

Na segunda parte da conversa, agora sobre assuntos variados, o número de


participantes foi maior. O dominante da conversa continuou sendo a mãe da família, mas a
troca de falantes ocorreu, e na maioria dos casos falaram um de cada vez. Porém, houve
momentos que aconteceu a ocorrência de mais de um falante por vez, com transições de turno
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para o outro com ordem e tamanhos variáveis. A extensão da conversa não foi especificada,
assim como o que cada um falou. Veja abaixo:

Esposa: Joyce pra janta, já providenciou a janta? Vai dar pra todo mundo?

Filha: Tem que comprar a intera.

Marido: amanhã 7 horas da manhã tem que tá todo mundo de pé, tomar café pro serviço.

Todos falam ao mesmo tempo: "porque tão cedo" "ah não"

Filha 2: Por que tão cedo?

Marido: Porque o sol é quente, o serviço é puxado, porque a gripe é forte e a gente não tá
muito bem.

Filho: Deixa a gente pelo menos dormir pai.

Filha 2: Pai e lá fizeram alguma coisa? Choveu?

Marido: Deu só ...

Esposa: Tu falou sobre isso, nos saímos daqui o sol tava beleza...

Filha 2: Foi a Joyce falou, eu vou lá, aí eu falei, tu vai pegar é chuva.

Esposa: Chegamos ali ....

Marido: Por ela a gente tinha voltado.

[...]

Durante o diálogo com os familiares de escolaridade baixa, o assunto principal foi


sobre as suas origens. O nível de escolaridade de um filho é o ensino médio completo, outro
filho tinha até o ensino fundamental, enquanto pai e mãe não tinham escolarização. Os que
mais falaram foram o pai e a mãe, a troca de falantes aconteceu de forma intercalada. Em
alguns momentos, mais de um participante falou simultaneamente. Quando há uma
sobreposição ocorre o aumento da voz sobre o que interrompeu a conversa para que o falante
dê segmento ao seu pensamento. A ordem dos turnos foi fixa, assim como seu tamanho. A
extensão da conversa não foi especificada, nem a sua distribuição relativa, na grande parte da
conversa, dois falantes foram mais ativos, o pai e a mãe. Como veremos abaixo:

Marido: Primeira vez que vi ela, ela tava na casa do pai dela, eu fui fazer um convite lá, foi
a primeira vez que vi ela, aí nós se encontramos numa festa.
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Todos riem no momento.

Esposa: Agora aí.

Marido: Comecemos a se gostar, depois de seis meses ajuntemos nossos trapos.

Todos riem

Esposa: Eu morava no Arapixi.

Marido: Faz sete anos que tô aqui só, eu venho passar o verão e volto no inverno, eu vim pra
cá mermo pra esses meninos estudar.

Ao analisar o discurso do obreiro Quiney, na Rádio Eu e Você – FM, que faz parte da
igreja Internacional da Graça de Deus em Boca do Acre, observou-se que ele tem a intenção
de fazer o ouvinte aceitar as ideias por ele repassadas.

O discurso religioso tem várias características argumentativas para convencer o


ouvinte. No discurso analisado, os tipos de argumentos apelaram ao emocional através da
utilização de figuras de linguagens. No início do discurso, o obreiro Quiney prende a atenção
dos ouvintes dizendo: “quem está ouvindo essa programação, que Deus venha derramar
bênção sobre ele", assim não só atingindo seu público alvo, que são os fiéis, mas também
todos que acreditam em Deus, levando a pensar que só quem está ouvindo a programação é
que vai receber a bênção.

Em seguida, ele faz uma afirmação que “muitos não vão à igreja, por se achar
pecadores, mas estão errados, a igreja é dos pecadores”. Aqui o discurso quer atingir o
público que não vai à igreja, dessa forma o ouvinte que está no “pecado” pode ter a sensação
de que o “Obreiro” fala diretamente com ele, ato característico do discurso persuasivo. Logo
após, faz um convite ao público para ir a sua igreja. Podemos observar que no segundo trecho
há uma característica do discurso persuasivo, com presença de características linguísticas e do
discurso publicitário marqueteiro.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Abordamos nesse artigo o que julgamos ser fundamental para a análise da conversa e
do discurso. Através das teorias que referendam essa prática, foi exposto os resultados de cada
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análise. Percebemos como é importante analisarmos os discursos e as conversas com vistas


em perceber as ideologias que as motivam.

O objetivo do artigo foi analisar o processo interativo comunicativo de uma


conversação em contexto real, observando a conversa dos grupos, analisar a maneira de como
determinado grupo conversa, percebendo sua fala, são os objetivos do presente artigo.

A observação ocorreu por meio da inserção no ambiente das famílias observadas para
analisar-se as experiências de conversação de ambas, participando também da conversa, a
experiência foi registrada em áudio e gravada pelo celular. O discurso foi gravado, por meio
de gravador de áudio e, em seguida, transcrito para posterior análise.

Observou-se que a conversa acontece naturalmente no contexto familiar, usando a


linguagem informal com a participação de todos. No discurso, percebeu-se o uso de técnicas
de convencimento e de publicidade.

Com isso não pretendemos que o assunto seja esgotado, mas que outros pesquisadores
continuem analisando as conversações e os discursos proferidos nos meios de comunicação,
principalmente com intenções políticas.

REFERÊNCIAS

BRANDÃO, Helena H. Nagamine. Introdução a Análise Do Discurso. 2 Ed. Campinas, SP:


Editora Unicamp, 2004.

CONEJO, Cássia Rita. O Estruturalismo e o Estudo De Letras. Línguas E Letras. Issn:


1517-7238. Maringá/Paraná. 2° Sem, 2007. Vol. 8 N°15. P. 225-242.

COSTA, Marcos Antonio. Manual de Linguística/Mário Eduardo Martelotta. (org) 1° ed,


3° reimpressão. São Paulo: Contexto, 2010.

COULON, Alain. Etnometodologia. Petrópolis: Vozes, 1995.

FOUCAULT, M. Arqueologia Do Saber.Trad. H. F Baeta Neves. Petropole: Vozes, 1971


(Titulo Original: Larcheologie Du Savoir, 1969)

RIBEIRO, Maria de Jesus Pacheco. Linguística II: Teorias linguísticas. Manaus, 2016.

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