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TRIBUTÁRIO
Seminário II
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
1
Questões
Resposta
A resposta será divida em duas partes. A primeira parte expondo os motivos, enquanto a
segunda evidenciará os critérios, concluindo pela proposta de classificação.
Inicia-se, desde logo, pela ressalva de que toda classificação importa em subjetividade
do exegeta, porquanto para as normas existir relações intranormativas e internormativas.
Daí se pode dizer que não há critério correto ou incorreto, mas útil e inútil para a
Ciência do Direito, levando em conta, ainda, a consciência ser redutora de
complexidades dos objetos, que por sua vez possuem em sua natureza, em vezes,
possuem infinidades de especificidades.
Pois bem, antes de especificar as espécies tributárias, é necessário entender quais são as
regras lógicas utilizadas para divisão lógica.
Não obstante, os tributos como os objetos advém de um nome, geral ou individual,
criando uma classe de objeto, sendo que um nome geral denota uma classe de objetos
que apresentam o mesmo atributo.1
O atributo que distingue uma espécie do gênero é a diferença, ao passo que diferença
específica são as qualidades específicas do gênero, tornando uníssono a seguinte
proposição: a espécie é igual ao gênero mais diferença específica. (E = G +De).
Corroborando com o esposado, Roque Carrazza define que classificar é o procedimento
lógico de dividir um conjunto de seres (de objetos, de coisas) em categorias, segundo
critérios preestabelecidos.2
1
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 6ª Ed. São Paulo. Noeses,
2015.
2
Apud MOUSSALLEM, Tárek Moysés. Classificação dos Tributos (Uma visão analítica).
2
Os critérios preestabelecidos são quatro para Paulo de Barros e cinco para Tárek
Moysés Moussallem, culminando em resultados diferentes. Para o presente estudo foi
adotada a segunda proposta, porém, apenas para ilustração, apontam-se ambas as
equações começando pelo primeiro:
Temos então, segundo a lição de Tárek Moussallem, que para classificar primeiro deve
ser eleita, de maneira arbitrária, uma característica específica; Segundo, a divisão fará
surgir duas subclasses complementares; Terceiro, essas classes complementares
somadas esgotam a superclasse; Quarto, não poderá haver a divisão cruzada, isto é, deve
ser respeitado o princípio do fundamentum divisionis; Quinto, as subclasses advém das
características definitórias do termo divido, ou seja, incorrerá em erro utilizar definição
sem relação com o objeto estudado.
3
Idem.
4
Idem
3
Eurico de Santi e Tárek Moussallem.
Ambos concordam que o ponto de partida acerca da vinculação ou não-vinculação é o
primeiro fundamentum divisionis, convergindo também acerca de que é possível
encontrar outras espécies tributárias, sendo necessária outras operações.
Aludidas operações levam em conta o artigo 167, inciso IV, da CF/88, e o artigo 4º do
CTN, senão vejamos.
Explica-se, com o advento da Constituição Federal apareceram novos critérios e
tributos, tanto que o Supremo Tribunal Federal utiliza a classificação pentapartite, isto
é, i) a previsão do artigo 167, IV, da CF, vedando a vinculação de receita de impostos,
ii) criação das contribuições e iii) empréstimos compulsórios, com a previsão de
restituição ao contribuinte.
Assim, imperioso afastar a previsão do artigo 4°, II, do CTN, pois a destinação legal
passa a ser um fundamentum divisionis, pois, por exemplo, as contribuições sociais
possuem destinação específica.
Desta feita, realizando o cotejo entre o artigo 167, inciso IV, da CF/88, e o artigo 4º do
CTN, ainda, não há espécie sui generis, tal qual o ornitorrinco, consegue-se tirar as
seguintes ilações: o CTN, por ser anterior a CF, não havia a previsão de tantas
contribuições criadas quanto as hodiernamente, outrossim, para à época contribuição
equiparava-se a imposto em sentido estrito, o que ainda é feito por alguns tributaristas.
Portanto, a proposta de divisão lógica para classificação dos tributos ficará assim
disposta, de acordo com as regras eleitas acima.
2- Após, haverá de existir outra regra, qual seja destinação ou não do valor arrecadado
e, por fim, prevê-se a restituição ou não ao contribuinte.
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imóvel decorrente de obra pública (base de cálculo) é similar a dos impostos.
Assim, teríamos quatro espécies tributárias, sendo impostos e taxas na primeira classe
coordenada, contribuições na segunda e empréstimos compulsórios na terceira.
2. Que é taxa? Que caracteriza o serviço público e o poder de polícia? (Vide anexo
II). Há necessidade de comprovação da efetiva fiscalização para cobrança da
taxa de poder de polícia? (Vide anexos III, IV e V).
Taxa é tributo sinalagmático, isto é, vinculado cuja hipótese de incidência revela uma
atuação estatal direta e imediatamente referida ao contribuinte, em razão do exercício do
poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos
e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.
Pois bem, da última parte do conceito é possível extrair o critério material da regra-
matriz das taxas, quais sejam 1) utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou 2) postos a sua disposição e 3)
exercício do poder de polícia.
Denotaremos alguns exemplos de serviço público para então conotar, senão vejamos.
Observa-se na Constituição Federal os serviços públicos de transporte coletivo, no
artigo 30, V, serviços telefônicos, telegráficos, no artigo 21, XI e energia elétrica, no art.
21, XIII.
Portanto, serviço público é todo aquele prestado pela Administração, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, baseado na supremacia da indisponibilidade do
interesse público.
Aludido serviço deve ser específico e divisível.
O termo “específico” quer dizer a existência de individualização no oferecimento da
utilidade e na forma como é prestada, só será específico o serviço público, se o critério
5
pessoal da regra-matriz apontar para um número determinável de sujeitos passivos.5
Divisível, pelo possibilidade de mensurar o serviço efetivamente prestado ou posto à
disposição de cada contribuinte, dizendo de outro modo, o critério quantitativo da
regra-matriz da taxa, necessariamente, comportará a descrição de um valor certo, que
traduzirá num custo mínimo de atuação estatal, em relação a cada indivíduo.6
5
PEREIRA FILHO, Luiz Alberto. As taxas no sistema tributário brasileiro.
6
PEREIRA FILHO, Luiz Alberto. As taxas no sistema tributário brasileiro.
7
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 6ª Ed. São Paulo. Noeses,
2015. p. 810.
8
Apud CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Tributário Constitucional. p. 571
6
3. Que diferencia taxa de preço público? (Vide voto do Min. Carlos Velloso na
ADI 447 no site www.stf.jus.br).
Tendo em vista o tributo taxa já ter sido definido na pergunta anterior, bem como para
facilitar a diferença entre preço público, conceituaremos este último, conforme Paulo de
Barros Carvalho:
Inobstante, cumpre dizer que está se tratando apenas da natureza jurídica, pois ambas
tem como finalidade o ressarcimento de uma despesa estatal.
9
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 6ª Ed. São Paulo. Noeses,
2015. p. 426.
7
Caso aplicasse essa teoria à taxa, seria violado o princípio da indisponibilidade do
interesse público.
Por fim, referente a não imposição compulsória às pessoas, como é o caso das
obrigações de caráter tributário é para o preço público, segundo as regras
constitucionais acima explicitadas, toda aquela que existe no âmbito de atribuições da
pessoa política que instituiu o gravame.
Assim, se a utilização for facultativa ao usuário estará se falando em preço público.
Acerca dos serviços públicos ora elencados já houve a remissão em pergunta anterior,
pois é possível observar na Constituição Federal os serviços públicos de transporte
coletivo, no artigo 30, V, serviços telefônicos, telegráficos, no artigo 21, XI e energia
elétrica, no art. 21, XIII, os quais são remunerados por preço público, em razão da
possibilidade de delegação pelo ente federativo ao particular.
Ressalta-se a aplicação da Súmula 545 do Supremo Tribunal Federal, haja vista mesmo
que prestados pelos entes federativos não possuem caráter de compulsoriedade relativo
ao conceito de tributo.
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A previsão de sua constituição está no art. 145, inciso
III, da Constituição Federal; nos arts. 81 e 82, do
Código Tributário Nacional; no Decreto-lei n. 195/97;
nas leis genéricas emanadas dos entes federativos e;
especialmente, na lei específica necessária no caso de
cada obra realizada pelo Poder Público que realizou a
obra que gerou a valorização do imóvel.10
(ii) A Lei que a institui deve ser produzida antes do início da obra ou pode ser
posterior à sua conclusão e à valorização imobiliária? Nesta última hipótese
haveria violação ao princípio da irretroatividade? (Vide anexos IX e X).
10
Artigo: As distorções da contribuição de melhoria no Brasil, de Denise Lucena Cavalcanti, in
Tributação, democracia e liberdade, Betina Treiger Grupenmacher (Coord.).
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5. O art. 79 do ADTC (introduzido pela EC n. 31/00) outorgou à União
competência para criação de “adicional para financiamento do FCEP” à
alíquota do IPI de 5 pontos percentuais, incidente sobre produtos supérfluos.
Em qual espécie tributária se enquadra este adicional? Pode o “adicional” de
imposto ter destinação específica? E ser de natureza tributária diversa do
tributo adicionado? (Vide anexos XI e XII).
Por outro lado, a espécie que se enquadra o adicional para financiamento do FCEP, se
enquadra como contribuição, pois em sua hipótese normativa é prevista uma destinação,
sendo o fundo de combate e erradicação da pobreza, o que é autorizado
constitucionalmente, sendo a razão de ser da instituição do tributo contribuição.
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