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Notas de Aula de TCP/IP
(ï¿½ltima atualizaï¿½ï¿½o: 11 de abril de 2001)
Estas sï¿½o notas de aula de TCP/IP, redigidas por Ricardo Ueda

Karpischek, e podem ser encontradas no endereï¿½o
http://www.ime.usp.br/~ueda/ldoc/notastcp.html. Elas tï¿½m um
carï¿½ter prï¿½tico, e trazem aproximadamente o conteï¿½do que
de hï¿½bito seguimos ao dar cursos. A apresentaï¿½ï¿½o
despojada pretende facilitar uma rï¿½pida assimilaï¿½ï¿½o. As
notas estï¿½o entrelaï¿½adas com exemplos prï¿½ticos baseados
em comandos habitualmente encontrados em plataformas Unix-like
(como o Linux) e tambï¿½m no Windows. Recomendamos que
esses exemplos sejam repetidos muitas vezes atï¿½ que o uso dos
comandos torne-se habitual.
Estas notas podem ser livremente consultadas. Elas podem

tambï¿½m ser livremente reproduzidas eletrï¿½nicamente ou
atravï¿½s de impressï¿½o em papel, desde que mantida a
integridade do documento. Oportunamente disponibilizaremos
estas notas sob os termos precisos de alguma licenï¿½a apropriada
para documentaï¿½ï¿½o livre.
Obs. Nos exemplos prï¿½ticos, realï¿½amos o texto digitado

colocando-o em negrito. No Unix, alguns dos comandos utilizados
por vezes residem em diretï¿½rios que nï¿½o constam do PATH
default (tipicamente /sbin ou /usr/sbin).
Seï¿½ï¿½es
Cada seï¿½ï¿½o ï¿½ composta por um sumï¿½rio seguido de notas e

eventualmente questï¿½es. As notas esclarecem e completam o sumï¿½rio, mas
nï¿½o sï¿½o exaustivas.
1. Introduï¿½ï¿½o ao IP
2. Introduï¿½ï¿½o ao TCP
3. DNS
4. O Algoritmo de roteamento IP
5. O tcpdump
6. Network Programming
7. Estudo de caso: RS-232
8. TCP/IP e seguranï¿½a
9. UDP
10. Redes privadas
11. Estudo de caso: ethernet
12. Noï¿½ï¿½es sobre roteadores
13. Multidomï¿½nio
14. Notas breves sobre hardware
15. Repertï¿½rio de comandos
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16. Os RFCs
17. Bibliografia breve
Notas
1.1 O TCP/IP
1.2 Endereï¿½os IP
1.3 Pacotes IP
1.4 O comando ping
1.5 O Comando traceroute
1.6 RTT e banda
2.1 O Protocolo TCP
2.2 O comando telnet
2.3 TCP, mecanismo de transporte genï¿½rico
2.4 O conceito de conexï¿½o
2.5 As portas TCP
2.6 A porta TCP do cliente
2.7 O comando netstat
2.8 Um panorama breve dos serviï¿½os TCP
2.9 Clientes TCP populares
2.10 Servidores TCP largamente utilizados
3.1 O DNS
3.2 As raï¿½zes do DNS
3.3 Procedimentos para registro de nomes
3.4 O comando nslookup
3.5 O cache do DNS
3.6 Descriï¿½ï¿½o breve dos tipos de registros
4.1 Rotas IP
4.2 Outorga de IPs e classes de endereï¿½os
5.1 O tcpdump
6.1 Um servidor TCP minimal
6.2 Um cliente TCP minimal
6.3 Um cliente/servidor UDP minimal
6.4 Atendimento baseado em select
6.5 Atendimento baseado em fork
6.6 Atendimento baseado em threads mï¿½ltiplos
6.7 SMTP e SPAM
6.8 Nota sobre arquivos atachados
6.9 Serviï¿½os standalone e serviï¿½os inetd
7.1 IP em comunicaï¿½ï¿½o serial
8.1 Observaï¿½ï¿½es gerais sobre seguranï¿½a em TCP/IP
8.2 Filtragem de pacotes
8.3 Autenticaï¿½ï¿½o
8.4 Trï¿½fego de senhas in-clear
9.1 O Protocolo UDP
9.2 UDP e multicast
10.1 Internet, internets, intranets e extranets
10.2 Redes Privadas
10.3 Endereï¿½os reservados para redes Privadas
10.4 NAT - Network Address Translation (mascaramento)
10.5 Proxies e HTTP
10.6 VPNs
11.1 IP implementado em ethernet: ARP
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13.1 Multidomï¿½nio
13.2 IP Aliasing
14.1 Hardwares e SO's de uso comum na Internet
14.2 Um caso simples de um servidor Internet
1. Introduï¿½ï¿½o ao IP
Endereï¿½os IPv4
Sï¿½o inteiros de 32 bits escritos na forma de quatro octetos

Examinando endereï¿½os com ifconfig, ipconfig ou winipcfg
Experimentando o ping com argumento numï¿½rico
Experimentando o ping com nomes
Conceito de RTT
Cabeï¿½alho (Header) IP
O compartilhado do meio fï¿½sico: LAN e links WAN

A necessidade do uso de pacotes pequenos
O Pacote IP: cabeï¿½alho e ï¿½rea de dados
Os campos do cabeï¿½alho IP
Distribuiï¿½ï¿½o mundial dos IPs
Experimentando o traceroute
A funï¿½ï¿½o do IP ï¿½ rotear os pacotes ao seus destinos
Modo com que a Internet cresce e os IPs sï¿½o distribuï¿½dos
Exemplos de redes (200, 143.107, etc)
Conceito de TTL
Esgotamento do espaï¿½o IPv4 e o IPv6
Notas
1.1 O TCP/IP
O TCP/IP ï¿½ a coleï¿½ï¿½o de protocolos desenvolvida para e utilizada pela

Internet. O TCP/IP pode tambï¿½m ser utilizado como padrï¿½o de rede por
infraestrutruras desconectadas da Internet mundial, como por exemplo uma
pequena rede local domï¿½stica, a LAN de uma pequena empresa ou ainda uma
grande WAN corporativa.
O TCP/IP ï¿½ independente de plataforma, e foi implementado em inï¿½meros

tipos diferentes de computadores e sistemas operacionais, desde handhelds
atï¿½ mainframes. O TCP/IP vem se afirmando como o padrï¿½o de fato de
comunicaï¿½ï¿½o digital no mundo todo, em detrimento de outros padrï¿½es
que em maior ou menor grau apresentam equivalï¿½ncia funcional com ele.
Nestas notas estaremos nos referindo ï¿½ versï¿½o 4 do IP (Internet Protocol),

tambï¿½m chamado IPv4. As exigï¿½ncias da Internet levaram ao
desenvolvimento de uma nova versï¿½o do IP, que estï¿½ sendo utilizado na
Internet 2. Essa nova versï¿½o ï¿½ o IPv6 (ou IPng). Falaremos do IPv4 em todas
as suas "camadas", desde os meios fï¿½sicos mais comuns ("link": ethernet,
RS-232, SLIP, PPP) atï¿½ os protocolos de aplicaï¿½ï¿½o ("application": HTTP,
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SMTP, POP, etc), passando tambï¿½m pelas camadas de rede ("network": IP) e de
transporte ("transport": TCP e UDP).
1.2 Endereï¿½os IP
O IPv4 utiliza endereï¿½os numï¿½ricos de 32 bits que para maior comodidade

sï¿½o escritos na forma de 4 octetos, como por exemplo 200.231.191.10. Um
endereï¿½o IPv4 ï¿½ muito frequentemente chamado de tambï¿½m de nï¿½mero
IP ou simplesmente de IP. Cada octeto corresponde a 8 bits do endereï¿½o, e
pode portanto variar de 0 a 255.
O endereï¿½o permite que um participante de uma rede IP possa ser identificado

perante os demais, enviar ou receber dados. O endereï¿½o de um participante
pode ser manualmente consultado atravï¿½s do comando ifconfig (winipcfg no
Windows 9x, ou ipconfig no NT). Por exemplo:
$ ifconfig
eth0 Link encap:Ethernet HWaddr 00:80:48:EB:06:CD
inet addr:192.168.0.1 Bcast:192.168.0.255 Mask:255.255.255.0
UP BROADCAST RUNNING MULTICAST MTU:1500 Metric:1
RX packets:0 errors:0 dropped:0 overruns:0 frame:0
TX packets:53 errors:0 dropped:0 overruns:0 carrier:0
collisions:0 txqueuelen:100
Interrupt:11 Base address:0xff80
lo Link encap:Local Loopback

inet addr:127.0.0.1 Mask:255.0.0.0
UP LOOPBACK RUNNING MTU:3924 Metric:1
Observe que o endereï¿½o ï¿½ um atributo da interface. No exemplo temos duas

interfaces numa mesma mï¿½quina, a saber, a eth0 (placa de rede ethernet) com
endereï¿½o 192.168.0.1, e a lo (loopback, uma interface que nï¿½o corresponde
a um dispositivo fï¿½sico e que pode servir para a comunicaï¿½ï¿½o IP interna
da mï¿½quina, isto ï¿½, quando o cliente e o servidor estï¿½o na mesma
mï¿½quina), com endereï¿½o 127.0.0.1.
No exemplo o comando ifconfig estï¿½ tambï¿½m informando o tamanho

mï¿½ximo de pacotes configurado para cada interface (MTU, ou Maximum
Transfer Unit), o endereï¿½o de broadcast e a mï¿½scara. Para o conceito de
mï¿½scara, veja as notas sobre roteamento IP. O conceito de endereï¿½o de
broadcast foi criado para aplicaï¿½ï¿½es que necessitassem atingir todas as
mï¿½quinas de uma determinada rede. Entretanto, ao nï¿½vel do TCP/IP,
aplicaï¿½ï¿½es desse tipo sï¿½o inexistentes (ou quase). ï¿½ importante nï¿½o
confundir broadcast IP com outros broadcasts, alguns deles muito usados, como
por exemplo aquele implementado pelo ARP ou por serviï¿½os de resoluï¿½ï¿½o
de nomes do netbios. Esses outros broadcasts nï¿½o tem qualquer relaï¿½ï¿½o
com o endereï¿½o de broadcast indicado acima.
Uma interface passa a ter um endereï¿½o IP a partir do momento em que

alguï¿½m atribui um endereï¿½o IP a ela. Isso via de regra ï¿½ realizado pelos
procedimentos de boot da mï¿½quina, que consultam os arquivos de
configuraï¿½ï¿½o do sistema ou solicitam um endereï¿½o a algum servidor
especializado da rede local. Em conexï¿½es PPP discadas, o endereï¿½o ï¿½
obtido como fruto da negociaï¿½ï¿½o com o servidor do provedor de acesso.
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O comando ifconfig permite atribuir manualmente um endereï¿½o a uma dada

interface (no windows a atribuiï¿½ï¿½o do endereï¿½o ï¿½ interface deve ser
feita nas propriedades do TCP/IP associada ï¿½quela interface). No dois
exemplos que seguem atribuï¿½mos o endereï¿½o 192.168.0.2 ï¿½ interface
eth0, sendo que no segundo caso explicitamos qual ï¿½ a mï¿½scara. Quando a
mï¿½scara ï¿½ omitida, ela ï¿½ deduzida da classe do endereï¿½o da rede (veja
a nota Outorga de IPs e classes de endereï¿½os).
# ifconfig eth0 192.168.0.2
# ifconfig eth0 192.168.0.2 netmask 255.255.255.0
O endereï¿½o IP que se atribui a uma interface nï¿½o pode ser escolhido ao

acaso. Em virtude do modo com que o IP ï¿½ roteado, sï¿½ se podem utilizar
endereï¿½os IP com o mesmo endereï¿½o de rede da rede local ï¿½ qual o
computador estiver fisicamente conectado. Alï¿½m disso, o mesmo endereï¿½o
nï¿½o pode estar sendo utilizado ao mesmo tempo em duas interfaces, cada uma
numa mï¿½quina diferente.
Alï¿½m do endereï¿½o IP, a interface normalmente necessitarï¿½ de rotas

associadas a ela para poder operar, por isso o comando ifconfig acima em geral
seria seguido de um ou mais comandos de criaï¿½ï¿½o de rotas, como os
exemplos que seguem abaixo, e que serï¿½o melhor compreendidos em conjunto
com as notas sobre rotas IP.
# route add -net 192.168.0.0 netmask 255.255.255.0 eth0
# route add default gw 192.168.0.1
1.3 Pacotes IP
A comunicaï¿½ï¿½o numa rede IP ï¿½ realizada atravï¿½s do envio e

recebimento de pacotes. Um pacote ï¿½ uma sequï¿½ncia de bytes, dos quais os
20 primeiros compï¿½e o cabeï¿½alho (header) IP. No IPv4 o tamanho mï¿½ximo
de um pacote ï¿½ 65535 bytes, mas em geral eles sï¿½o bem menores (um valor
tï¿½pico ï¿½ 1500).
header
version
length TOS (8) total length (16)
(4)
(4)
flags
identification (16) fragment offset (13)
(3)
TTL (8) protocol (8) header checksum (16)
source address (32)
destination address (32)
options (if any)
O cabeï¿½alho IP
Um mesmo e ï¿½nico meio fï¿½sico (por exemplo o cabo serial que liga o seu
handheld ao desktop, ou um cabo coaxial interligando as placas de rede de 15
mï¿½quinas de uma rede local de um pequeno escritï¿½rio, ou alternativamente
os cabos "par tranï¿½ado" e o hub interligando essas mesmas placas) pode ser
compartilhado por vï¿½rios participantes de uma rede IP porque cada um, ao
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realizar a transmissï¿½o de um pacote, aloca esse meio fï¿½sico com

exclusividade por apenas alguns instantes (por exemplo alguns milissegundos),
liberando-o em seguida para poder ser usado por outros participantes.
A tï¿½tulo de ilustraï¿½ï¿½o, vejamos um exemplo real de um cabeï¿½alho IP,

obtido atravï¿½s do programa tcpdump. A cada dï¿½gito hexadecimal
correspondem 4 bits. Assim, o primeiro dï¿½gito 4 indica que os primeiros 4 bits
do cabeï¿½alho (campo Version) sï¿½o 0100, o dï¿½gito 5 seguinte indica que o
4 bits seguintes (campo Header length) sï¿½o 0101, e assim por diante:
# tcpdump -i eth0 -l -n -x port 25
tcpdump: listening on eth0
14:17:51.950111 192.168.0.9.1100 > 192.168.0.1.25: P 1043394526:1043394554(28)...
4500 0044 9481 0000 4006 64d8 c0a8 0009
c0a8 0001 044c 0019 3e30 efde 679c eea4
5018 37ff 03b9 0000 7263 7074 2074 6f3a
203c 7565 6461
O cabeï¿½alho ï¿½ portanto "4500 0044 9481 0000 4006 64d8 c0a8 0009 c0a8
0001". Analisemos cada um dos campos:
Version: "4", ou seja, trata-se de um pacote ipv4.

Header length: "5", ou seja, 5 palavras de 4 bytes cada (20 bytes ao todo).
TOS (Type of Service): "00". O campo TOS permite aos roteadores tomar
decisï¿½es sobre o envio de cada pacote dependendo do estado de 4 flags
presentes nele: minimize delay, maximize throughput, maximize relizbility e
minimize monetary cost. Essas flags entretanto sï¿½o ignoradas por muitas
implementaï¿½ï¿½es de TCP/IP, e portanto o seu uso pode nï¿½o alterar a
qualidade dos serviï¿½os.
Total length: "0044", ou seja, 4*16+4=68 bytes, dos quais os 20 primeiros
sï¿½o os que estamos analisando.
Identification: "9481" ï¿½ um identificador de pacotes. Trata-se de um
contador circular dos pacotes gerados numa mï¿½quina, e importante para
o ï¿½mbito da fragmentaï¿½ï¿½o de pacotes.
Flags e Fragment Offset: "00", usados para a remontagem de pacotes
fragmentados (divididos em vï¿½rias partes, ao atingir um meio fï¿½sico om
MTU menor do que o tamanho do pacote) ao longo da transmissï¿½o.
TTL: "40", time to live.
Protocol: "06", ou seja, TCP.
Header checksum: "64d8", utilizado para verificar a integridade do
cabeï¿½alho IP.
Source address: "c0a80009", ou seja, 192.168.0.9.
Destination address: "c0a80001", ou seja, 192.168.0.1.
1.4 O comando ping
O comando ping envia para um endereï¿½o indicado pacotes ICMP do tipo ECHO
REQUEST, que ao serem recebidos pelo destinatï¿½rio sï¿½o respondidos com
pacotes ICMP do tipo ECHO REPLY:
$ ping 200.231.191.10
PING 200.231.191.10 (200.231.191.10): 56 data bytes
64 bytes from 200.231.191.10: icmp_seq=0 ttl=64 time=2.0 ms
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O ping ï¿½ a primeira ferramenta a ser utilizada para se constatar a existï¿½ncia

ou nï¿½o de conectividade fï¿½sica com uma outra mï¿½quina. Por exemplo: ao
nï¿½o conseguirmos consultar no browser as pï¿½ginas de um site determinado
(vamos supor, http://www.ietf.org), uma primeira providï¿½ncia poderia ser
"pingar" o respectivo servidor:
$ ping www.ietf.org
Note que nï¿½o indicamos ao ping um endereï¿½o IP numï¿½rico, mas sim um

nome. Como veremos nas notas referentes a DNS, neste caso o ping realiza
previamente a consulta do registro "A" associado ao nome.
1.5 O Comando traceroute
Na Internet, quando enviamos um pacote a um servidor longï¿½nquo, esse

pacote percorrerï¿½ uma sequï¿½ncia de gateways antes de atingir o seu
destino. Cada gateway ï¿½ um participante da Internet, e suas interfaces
possuem endereï¿½os IP a elas atribuï¿½dos. Podemos listar a sequï¿½ncia de
gateways que intermediam a nossa comunicaï¿½ï¿½o (envio de pacotes) a uma
dada mï¿½quina atravï¿½s do comando traceroute (no windows o comando
traceroute teve o seu nome alterado para tracert):
# traceroute www.kernel.org
traceroute to zeus.kernel.org (209.10.41.242), 30 hops max, 40 byte packets
1 cisco1.ibpinetsp.com.br (200.231.191.1) 160.938 ms
2 ibpinetsp-S9-1-0-2-dist01.spomb.embratel.net.br (200.228.255.153) 338.660 ms
3 ebt-A1-2-1-dist05.spo.embratel.net.br (200.246.244.230) 398.733 ms
4 ebt-P10-0-core03.spo.embratel.net.br (200.230.0.138) 398.722 ms
5 ebt-P12-0-0-intl02.spo.embratel.net.br (200.230.0.101) 298.678 ms
6 Hssi9-1-0.SR1.BLM1.ALTER.NET (157.130.22.89) 1218.773 ms
7 502.ATM2-0.XR2.EWR1.ALTER.NET (152.63.22.22) 1248.486 ms
8 192.at-1-1-0.TR2.NYC8.ALTER.NET (152.63.20.238) 1179.730 ms
9 124.at-6-0-0.TR2.SAC1.ALTER.NET (152.63.6.14) 1259.654 ms
10 296.ATM7-0.XR2.SJC1.ALTER.NET (152.63.51.53) 1339.775 ms
11 192.ATM5-0.GW9.SJC2.ALTER.NET (152.63.52.237) 1369.743 ms
12 globix-oc3.customer.alter.net (157.130.204.190) 1239.730 ms
13 pos1-2-core2.sjc1.globix.net (209.10.12.53) 1229.761 ms
14 pos5-0-0-aggr1.sjc1.globix.net (209.10.3.30) 1119.753 ms
15 zeus.kernel.org (209.10.41.242) 1179.713 ms
Assim, os pacotes inicialmente atingiram o 200.231.191.1. Este, por nï¿½o ser o

destino final, repassou-os para o 200.228.255.153, este para o 200.246.244.230 e
assim por diante. Esse repasse ï¿½ em geral denominado forward.
A tï¿½cnica utilizada pelo traceroute baseia-se em fazer variar o TTL dos

pacotes. No cabeï¿½alho IP hï¿½ um campo TTL (Time To Live). Toda vez que um
pacote atravessa um gateway intermediï¿½rio, o seu TTL ï¿½ decrementado de
uma unidade. Se nessa operaï¿½ï¿½o o TTL zerar, entï¿½o o pacote ï¿½
descartado e aquele gateway gera um pacote destinado ao originador do pacote
descartado notificando o ocorrido. Nesse pacote notificador consta no campo do
IP do remetente o IP do gateway onde o descarte ocorreu. Assim, o procedimento
do traceroute consiste em gerar pacotes com o TTLs 1, 2, 3, e assim por diante,
que provocarï¿½o o recebimento de notificaï¿½ï¿½es de descarte do primeiro,
segundo, terceiro gateways, e assim por diante, atï¿½ ser atingido o destino
indicado como argumento do traceroute.
O traceroute permite descobrir a topologia de uma rede distante. Como isso pode
ser uma informaï¿½ï¿½o importante para realizar ataques, muitos
administradores de redes evitam que esses pacotes de notificaï¿½ï¿½o sejam
gerados ou saiam da infraestrutura local para a Internet. Se tentarmos rodar o
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traceroute indicando como argumento uma mï¿½quina de uma infraestrutura

que siga esse critï¿½rio administrativo (e que ï¿½ recomendï¿½vel do ponto de
vista de seguranï¿½a), conseguiremos traï¿½ar apenas um trecho inicial da rota.
1.6 RTT e banda
Os tempos apresentados pelo ping e pelo traceroute sï¿½o chamados RTT (round
trip time). Esses tempos estï¿½o associados ï¿½ banda dos links de
comunicaï¿½ï¿½o, e em alguns casos ï¿½ possï¿½vel inferir a capacidade de um
link a partir do RTT. Essa inferï¿½ncia ï¿½ realizada pelo comando bing. Ele
nï¿½o costuma estar presente nativamente na maior parte dos sistemas
operacionais, mas pode ser obtido na Internet. Note que se subtrairmos os RTTs
de dois gateways adjacentes mas distantes vï¿½rios "hops" de nï¿½s obteremos o
RTT do link atravï¿½s do qual estï¿½o conectados. Dessa maneira, o bing ï¿½
capaz de inferir a capacidade de um link do qual estamos separados por vï¿½rios
gateways. O bing pode ser encontrado em http://web.cnam.fr/reseau/bing.html.
Questï¿½es
1.1 Suponha que vocï¿½ esteja em casa conectado ao seu provedor de acesso, e
nï¿½o esteja conseguindo ler no browser uma pï¿½gina web. Quais testes vocï¿½
realizaria para tentar diagnosticar uma ausï¿½ncia de conectividade fï¿½sica
entre vocï¿½ e o servidor remoto?
1.2 Que teste vocï¿½ realizaria na sua casa no seu micro domï¿½stico para
tentar confirmar qual ï¿½ a capacidade do link que o seu provedor de acesso diz
ter com a Embratel?
1.3 Recentemente foi anunciado o lanï¿½amento do primeiro hotel lunar para o

ano 2008. Quais alteraï¿½ï¿½es num primeiro momento vocï¿½ sugeriria ao
nï¿½vel do mecanismo de retransmissï¿½o e de janelas do TCP a fim de viabilizar
o acesso Internet para os hï¿½spedes (sugestï¿½o: a partir da velocidade da luz,
calcule o tempo necessï¿½rio para a Terra enviar o ack de um pacote enviado
pela Lua). Avalie se o mesmo problema ocorre com satï¿½lites
geoestacionï¿½rios ou com satï¿½lites de baixa altitude, como os previstos pelo
projeto Guerra nas Estrelas.
1.4 Como vocï¿½ faria para descobrir qual ï¿½ o TTL (time to live) dos pacotes
gerados pelo seu computador e enviados para a Internet? (sugestï¿½o: cheque a
documentaï¿½ï¿½o do tcpdump).
2. Introduï¿½ï¿½o ao TCP
Canal TCP
Dificuldades: reordenaï¿½ï¿½o, reconstruï¿½ï¿½o, reenvio

O conceito de canal virtual
A camada (layer) TCP implementa canais virtuais
O telnet como cliente TCP genï¿½rico
Exemplo de SMTP via telnet
Exemplo de HTTP via telnet
Os campos do cabeï¿½alho TCP
Sequence numbers e janelas
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Portas e serviï¿½os
Aplicaï¿½ï¿½es TCP populares
Eudora, Outlook (cliente); sendmail (servidor) Netscape (cliente); apache

(servidor) ftp (cliente); ftpd (servidor) X clients e X server
Notas
2.1 O Protocolo TCP
Na sua grande maioria, os serviï¿½os utilizados na Internet baseiam-se num

protocolo de transporte construï¿½do sobre o IP, que se chama TCP (Transfer
Control Protocol).
Suponha que usemos o Netscape (por exemplo) para visitar o URL

http://altavista.digital.com. O Netscape receberï¿½ entï¿½o do Altavista uma
pï¿½gina HTML, ou seja, um texto (sequï¿½ncia de caracteres) eventualmente
iniciado assim:
<html><head><base href="http://jump.altavista.com/" target="_top">
<meta http-equiv=Refresh content=300>
<title> AltaVista - Search</title>

<META name="description"
content="AltaVista.com provides the most comprehensive search
experience on the Web.">
<META name="keywords" content="search, searches, ...
...
Essa pï¿½gina terï¿½ tipicamente vï¿½rios kilobytes e a sua tranferï¿½ncia do

Altavista para o Netscape serï¿½ feita atraves do envio de vï¿½rios pacotes, cada
um carregando uma parte (segmento) da pï¿½gina. Assim, no servidor ï¿½
necessï¿½rio "picotar" a pï¿½gina, e, no cliente, reordenar os segmentos no texto
original. Todo esse trabalho ï¿½ feito pelo TCP.
Cada pacote carrega neste caso as informaï¿½ï¿½es necessï¿½rias ï¿½

remontagem. Elas estï¿½o presentes no cabeï¿½alho TCP, que tem 20 bytes e
segue imediatamente o cabeï¿½alho IP.
source port (16) destination port (16)

sequence number (32)
acknowledgment number (32)
header
flags
length reserved (6) window size (16)
(6)
(4)
TCP checksum (16) urgent pointer (16)
options (if any)
O cabeï¿½alho TCP
Voltemos ao exemplo dado acima ao analisarmos o cabeï¿½alho IP, e

completemos a exposiï¿½ï¿½o analisando agora o cabeï¿½alho TCP:
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# tcpdump -i eth0 -l -n -x port 25

14:17:51.950111 192.168.0.9.1100 > 192.168.0.1.25: P 1043394526:1043394554(28)...
4500 0044 9481 0000 4006 64d8 c0a8 0009
c0a8 0001 044c 0019 3e30 efde 679c eea4
5018 37ff 03b9 0000 7263 7074 2074 6f3a
203c 7565 6461
O cabeï¿½alho TCP ï¿½ "044c 0019 3e30 efde 679c eea4 5018 37ff 03b9 0000".
Analisemos cada um dos campos:
Source port: "044c", ou seja, 1100. ï¿½ importante observar que o valor da
porta de origem ï¿½ maior do que 1024. Esse ï¿½ o caso tï¿½pico de porta
"de cliente", ou "nï¿½o privilegiada".
Destination port: "0019", ou seja, 25, que ï¿½ a porta associada ao
serviï¿½o SMTP e ï¿½ a que foi indicada ao tcpdump.
Sequence number: "3e30 efde". A posiï¿½ï¿½o relativa, dentro do stream
de bytes em envio pela sequï¿½ncia de pacotes TCP dessa conexï¿½o, do
primeiro byte de dados desse pacote.
Acknowledgement number: "679c eea4". O prï¿½ximo sequence number
que o computador que originou esse pacote espera receber do outro
computador.
Header length: "5", ou seja, 5 palavras de 4 bytes, ou 20 bytes ao todo.
Flags: "18" (na verdade, apenas os seis bits menos significativos do 18, ou
seja, 011000). Sï¿½o, nessa ordem, as flags URG (urgent pointer is valid),
ACK (valid acknowledgement number), PUSH (repasse os dados para a
aplicaï¿½ï¿½o o mais rï¿½pido possï¿½vel), RST (reset), SYN (synchronize,
ou sincronizaï¿½ï¿½o dos sequence numbers, ativa no primeiro pacote da
conexï¿½o) e FIN (finish). No nosso caso, estï¿½o ativas as flags ACK e
PUSH. Note que a saï¿½da do tcpdump estï¿½ acusando atravï¿½s da letra
P o fato da flag PUSH estar ativa (a flag PUSH na verdade ï¿½ ignorada
por muitas implementaï¿½ï¿½es de TCP/IP).
Window size: "37ff", ou seja, 14207. A quantidade de bytes, iniciando no
acknowledgment number, que o computador que gerou esse pacote admite
receber para esta conexï¿½o. Trata-se de um mecanismo de controle de
fluxo, para regular a velocidade de envio a fim de evitar colapsos.
TCP checksum: "03b9", utilizado para verificar a integridade do
cabeï¿½alho TCP e dos dados.
Urgent pointer: "0000". Quando a flag URG estï¿½ ativa, este campo
informa quantos bytes de dados "urgentes" hï¿½ a partir do sequence
number informado neste pacote.
2.2 O comando telnet
O comando telnet estabelece uma conexï¿½o TCP com um servidor dado numa
porta dada. Ele pode ser visto como um cliente TCP genï¿½rico, atravï¿½s do
qual ï¿½ possï¿½vel estabelecer um "diï¿½logo" (envio e recebimento de bytes
no formato do protocolo de aplicaï¿½ï¿½o por ele implementado, como HTTP ou
SMTP) com um servidor TCP.
Muitos protocolos TCP assemelham-se ao "diï¿½logo" que se estabelece entre um

operador e uma interface de linha de comandos como os shells do Unix. Isso
permite que os serviï¿½os que implementam esses protocolos possam ser
testados manualmente atravï¿½s de um cliente como o telnet. Vejamos como
utilizï¿½-lo telnet para fazer o download de uma pï¿½gina web da mesma forma
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que o Netscape faria:

$ telnet altavista.digital.com 80
Trying 204.152.190.65...
Connected to altavista.digital.com.
Escape character is '^]'.
GET / 1.0
<html><head><title>AltaVista - Search</title> ...

...
O Altavista responde ao nosso comando GET (repare que ï¿½ necessï¿½rio

pressionar ENTER duas vezes ao terminar a linha GET / 1.0) enviando a
pï¿½gina HTML default do servidor. O caractere "/" corresponde ao path
("caminho") da raiz do servidor. Normalmente os URLs contï¿½m um path
explï¿½cito, por exemplo http://www.internic.net/regist.html. Neste caso, o
comando GET, que ï¿½ definido pelo protocolo HTTP, teria que indicar o path
/regist.html:
$ telnet www.internic.net 80
Trying ...
Connected to www.internic.net.
GET /regist.html 1.0
<html>
<head>
<meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; ...
...
ï¿½ medida em que o servidor remoto envia o texto HTML aos pedaï¿½os (cada
um num pacote), o layer de TCP/IP local vai reordenando-os e entregando a
sequï¿½ncia de bytes assim obtida ï¿½ aplicaï¿½ï¿½o que solicitou a conexï¿½o,
e que no nosso caso ï¿½ o telnet. O telnet exibe entï¿½o na sua saï¿½da aquilo
que recebeu, e vemos o texto HTML rolar ï¿½ nossa frente, completo e
ï¿½ntegro da pï¿½gina. No Linux, o layer de TCP/IP estï¿½ presente no kernel do
sistema operacional. No windows ele compï¿½e uma DLL separada, a winsock
(ou wsock32).
2.3 TCP, mecanismo de transporte genï¿½rico
Uma vez que o TCP cria um mecanismo de envio e recebimento de sequï¿½ncias

de bytes (chamadas streams), ele pode ser utilizado por quaisquer serviï¿½os
que se possam implementar dessa maneira: envio e recebimento de emails,
compartilhamento de discos e impressoras, transferï¿½ncia de arquivos, bate-
papo ("chat"), acesso a bancos de dados SQL, etc. De fato, sobre o mecanismo
bï¿½sico oferecido pelo TCP, foram sendo definidos inï¿½meros protocolos de
aplicaï¿½ï¿½o para a implantaï¿½ï¿½o desses serviï¿½os e outros ainda.
A fim de ilustrar isso, vejamos como o TCP ï¿½ utilizado para envio (deliver) de
emails de forma anï¿½loga ï¿½quela usada para o download de uma pï¿½gina
web. Nesse caso estaremos utilizando o telnet para criar uma conexï¿½o TCP e,
esta, para realizar uma transaï¿½ï¿½o SMTP:
$ telnet 200.231.191.10 25
Trying 200.231.191.10...
11 of 72 29/08/2019 20:29
Connected to 200.231.191.10.
220 mailhost.ibpinetsp.com.br ESMTP Sendmail 8.9.3...
HELO bahia@ibpinetsp.com.br
250 bahia@ibpinetsp.com.br, pleased to meet you
mail from: <ueda@ibpinet.net>
250 <ueda@ibpinet.net>... Sender ok
rcpt to: <fmarinho@ibpinet.net>
250 <fmarinho@ibpinet.net>... Recipient ok
data
354 Enter mail, end with "." on a line by itself
Subject: teste, por favor ignore
Teste, por favor ignore.

.
250 RAA00951 Message accepted for delivery
quit
As linhas enviadas pelo servidor iniciam-se com algum nï¿½mero (220, 250, etc),
que funciona como diagnï¿½stico para o cliente analisar se o comando foi bem-
sucedido ou nï¿½o. Truncamos algumas das linhas ao transcrevï¿½-las para
simplificar a sua leitura. A transaï¿½ï¿½o acima ï¿½ idï¿½ntica ï¿½quela que ï¿½
realizada por qualquer cliente SMTP (Eudora, Outlook, etc), exceto talvez por
nï¿½o termos incluï¿½do um cabeï¿½alho completo para o email. De fato, alguns
servidores SMTP recusariam este email em virtude da ausï¿½ncia do
cabeï¿½alho. O "cabeï¿½alho" no caso ï¿½ o do email, e nï¿½o o dos pacotes. Um
tal cabeï¿½alho poderia ser (as linhas que terminam com ... foram truncadas):
From domreg@mts2.internic.net Sat Jun 24 00:59:37 2000
Return-Path:
Received: from localhost by hal.home.unet (8.9.3/1.34)
id AAA00887; Sat, 24 Jun 2000 00:59:36 GMT
Delivered-To: UEDA@IME.USP.BR
Received: from 143.107.45.12
by localhost with POP3 (fetchmail-5.0.0)
for ueda@home.unet (single-drop); Fri, 23 Jun 2000 ...
Received: (qmail 28680 invoked from network); 23 Jun 2000 ...
Received: from mts2.internic.net (198.41.1.234)
by bidu.ime.usp.br with SMTP; 23 Jun 2000 04:10:08 -0000
Received: (from domreg@localhost)
by mts2.internic.net (8.9.3/8.9.1) id AAA17405;
Fri, 23 Jun 2000 00:09:40 -0400 (EDT)
From: Domain Registration Role Account
Message-Id: <200006230409.AAA17405@mts2.internic.net>
Subject: Re: ...
Date: Fri, 23 Jun 2000 00:09:40 -0400 (EDT)
Reply-To: hostmaster@internic.net
To: UEDA@IME.USP.BR
X-Mailer: fastmail [version 2.4 PL24]
Status: O
X-Status:
X-Keywords:
X-UID: 1494
Note que as linhas "Received:" registram a rota (nï¿½o a rota IP, mas a rota dos
servidores SMTP) que o email seguiu desde a sua criaï¿½ï¿½o. No caso, ele foi
inicialmente recebido pelo mts2.internic.net a partir de um cliente da prï¿½pria
mï¿½quina. Em seguida o mts2 transferiu-o ao computador bidu.ime.usp.br
(porque ele ï¿½ o servidor MX do domï¿½nio ime.usp.br, veja as notas sobre
DNS). Em seguida ele foi baixado via POP pelo fetchmail e transferido para uma
caixa postal.
2.4 O conceito de conexï¿½o
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Tanto no exemplo do download de uma pï¿½gina web atravï¿½s do cliente telnet

quanto no exemplo do envio de um email, criamos aquilo que se chama de
conexï¿½o TCP, ou tambï¿½m canal virtual TCP, ou circuito virtual TCP.
A conexï¿½o TCP pode ser vista como sendo anï¿½loga a um pipe entre dois
processos conectando a saï¿½da do primeiro ï¿½ entrada do segundo. Pipes
desse tipo sï¿½o familiares ï¿½s pessoas que jï¿½ utilizaram algum shell Unix ou
o COMMAND.COM do MS-DOS. Seguem dois exemplos, o primeiro para um shell
Unix, e o segundo para o MS-DOS:
$ ps ax | grep netscape
C:\> TYPE AUTOEXEC.BAT | MORE
A conexï¿½o TCP que criamos para envio de um email liga por assim dizer a
"saï¿½da" do telnet com a "entrada" do sendmail (que ï¿½ um programa que
estï¿½ rodando no servidor smtp 200.231.191.10). Ela conecta tambï¿½m a
"saï¿½da" do sendmail ï¿½ "entrada" do telnet. Dessa forma, uma diferenï¿½a da
conexï¿½o TCP com os pipes acima ï¿½ o fato dela ser bidirecional.
A conexï¿½o TCP cria para as aplicaï¿½ï¿½es nas duas pontas a ilusï¿½o de que
existe um meio fï¿½sico exclusivo para o diï¿½logo entre elas, um "canal" ou
"circuito" exclusivo. Esse canal ou circuito, como vimos anteriormente, ï¿½ na
verdade simulado atravï¿½s de pacotes que compartilham o meio fï¿½sico com
outras mï¿½quinas e outras aplicaï¿½ï¿½es, e ï¿½ por este motivo que a
conexï¿½o TCP ï¿½ chamada de canal ou circuito virtual.
Note que naquilo que ela possui de concreto, a "conexï¿½o" TCP reduz-se ï¿½s
estruturas de dados que sï¿½o mantidas em cada uma das pontas, e que servem
para o layer TCP de cada mï¿½quina gerar e enviar os pacotes a partir dos dados
que a aplicaï¿½ï¿½o repassa a ela, e a reconstruir a sequï¿½ncia de bytes
enviadas pela outra ponta e a partir do conteï¿½do dos pacotes que vï¿½o sendo
recebidos. Assim, se, por exemplo, um gateway intermediï¿½rio entre o cliente e
o servidor for desligado e ligado novamente em seguida, nenhum prejuï¿½zo
ocorrerï¿½ para a conexï¿½o exceto talvez um atraso no envio de pacotes, pois
aquele gateway intermediï¿½rio nï¿½o armazenava nenhuma informaï¿½ï¿½o de
estado sobre a conexï¿½o.
2.5 As portas TCP
No exemplo em que fizemos o download de uma pï¿½gina atravï¿½s do cliente

telnet, indicamos a ele o nï¿½mero 80 como parï¿½metro. No exemplo do envio
de email, indicamos 25 ao invï¿½s de 80. Esses nï¿½meros sï¿½o chamados de
"portas", e nesses casos (80 e 25) tratam-se das portas default em que os
serviï¿½os HTTP e SMTP atendem.
Um mesmo computador numa rede IP pode atender simultï¿½neamente vï¿½rios

serviï¿½os diferentes (por exemplo pode ser ao mesmo tempo servidor HTTP e
SMTP). Quando um pacote de um cliente atinge-o solicitando uma conexï¿½o,
ï¿½ necessï¿½rio que esse pacote carregue a informaï¿½ï¿½o de a qual
serviï¿½o conectar. Isso estï¿½ especificado no campo destination port do
cabeï¿½alho IP. Esse campo possui 16 bits.
Assim, o termo "porta" nesse contexto nï¿½o refere um dispositivo fï¿½sico como
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uma porta serial, mas um nï¿½mero presente no header TCP, e que orienta o
layer de TCP/IP a respeito da aplicaï¿½ï¿½o ï¿½ qual aquele pacote se destina.
Muitos dos nï¿½meros de portas estï¿½o jï¿½ associados a serviï¿½os. Alï¿½m

dos dois vistos temos por exemplo o POP3 (110), TELNET (23), NNTP (119), e
vï¿½rias outras dezenas. Essa associaï¿½ï¿½o ï¿½ importante porque o cliente
ao gerar os pacotes necessita saber de antemï¿½o qual ï¿½ a porta em que o
serviï¿½o atende. Nï¿½o obstante, em muitas implementaï¿½ï¿½es de clientes e
servidores TCP ï¿½ possï¿½vel alterar a porta default. Nesse caso, entretanto, o
cliente continua necessitando saber de antemï¿½o a porta em que o servidor
atende aquele serviï¿½o.
2.6 A porta TCP do cliente
Uma inspeï¿½ï¿½o no formato do cabeï¿½alho TCP nos mostra que alï¿½m do

nï¿½mero da porta do destinatï¿½rio que, como vimos, no servidor estï¿½
associado ao serviï¿½o, existe tambï¿½m um campo de nï¿½mero da porta do
remetente do pacote. Assim, quando um cliente toma a iniciativa de abrir uma
conexï¿½o TCP com, digamos, um servidor web, ele terï¿½ que suprir nesse
campo um nï¿½mero de porta local. Para que servirï¿½ ele?
Um mesmo computador pode estar sendo, ao mesmo tempo, cliente de vï¿½rios

servidores TCP. Assim, os pacotes de retorno precisam carregar informaï¿½ï¿½o
suficiente para identificar em cada caso a qual conexï¿½o os dados que ele
carrega se referem. Isso sï¿½ ï¿½ possï¿½vel se houver tambï¿½m uma porta
alocada no cliente, porque no caso de um mesmo cliente criar duas conexï¿½es
diferentes num mesmo serviï¿½o de um mesmo servidor (por exemplo duas
instï¿½ncias do Netscape, cada uma carregando uma pï¿½gina diferente do
Yahoo) nem os IPs e nem a porta do servidor (80) seriam suficientes para
distinguir a qual instï¿½ncia do Netscape se refere cada um dos pacotes que
chegassem.
De fato, antes de um cliente TCP iniciar uma conexï¿½o, ele solicita ao layer
TCP/IP algum nï¿½mero de porta TCP local que esteja disponï¿½vel, e que
durante a existï¿½ncia daquela conexï¿½o estarï¿½ associado ï¿½quela
conexï¿½o de forma ï¿½nica. Assim, toda conexï¿½o TCP ï¿½ identificada, tanto
no cliente quanto no servidor por uma ï¿½nica quï¿½drupla de parï¿½metros: IP
de origem, IP de destino, porta de origem, porta de destino. Para esses pedidos
de portas dinï¿½micas, o layer de de TCP/IP sempre aloca portas "altas" (acima
de 1024). Os serviï¿½os TCP por sua vez utilizam sempre portas "baixas" (abaixo
de 1024), exceto o Xwindows (6000) e eventualmente outros serviï¿½os nï¿½o
standard, como por exemplo muitos servidores SQL.
2.7 O comando netstat
O comando netstat exibe uma sï¿½rie de informaï¿½ï¿½es de estado relativas ao

TCP/IP. Em particular, ele exibe as conexï¿½es TCP em curso, caracterizando-as
atravï¿½s da quï¿½drupla IP de origem, IP de destino, porta de origem, porta de
destino:
$ netstat -n -t
Active Internet connections (w/o servers)
Proto Recv-Q Send-Q Local Address Foreign Address State
tcp 0 0 200.231.191.110:1023 143.107.45.19:22 ESTABLISHED
14 of 72 29/08/2019 20:29
tcp 0 0 192.168.0.1:2345 192.168.0.1:1056 ESTABLISHED

tcp 0 0 192.168.0.1:1056 192.168.0.1:2345 ESTABLISHED
Obs. em muitos comandos oriundos de plataformas Unix-like, a opï¿½ï¿½o -n

pode ser utilizada para evitar a resoluï¿½ï¿½o reversa de endereï¿½os no display
da resposta.
A coluna State exibe o estado da conexï¿½o. Com a opï¿½ï¿½o -a, o comando

netstat exibe tambï¿½m as portas TCP locais que estï¿½o aceitando conexï¿½es
(estado LISTEN):
$ netstat -n -t -a
Note que a conexï¿½o TCP tem sempre uma parte passiva (aquela onde a porta
associada ao serviï¿½o foi alocada por uma apllicaï¿½ï¿½o como um servidor
web que a colocou em modo listen) e uma parte ativa (que alocou uma porta local
dinï¿½mica e tomou a iniciativa de conectar na porta remota colocada em listen).
A parte passiva ï¿½ quem oferece o serviï¿½o e, portanto, o servidor. A parte
ativa ï¿½ quem usa o serviï¿½o e, portanto, o cliente. Alï¿½m dos estados
ESTABLISHED e LISTEN, vï¿½rios outros podem ocorrer. Os mais relevantes
sï¿½o:
SYN_SENT enviado pedido de sincronizaï¿½ï¿½o (a flag SYN), ou, em

outras palavras, jï¿½ tomamos a iniciativa de criar a conexï¿½o enviando
um primeiro pacote, mas ela ainda nï¿½o foi estabelecida. A flag SYN e a
flag FIN (citada a seguir) sï¿½o bits especiais do cabeï¿½alho TCP. Um
estado SYN_SENT que perdura em geral indica que a outra parte estï¿½
inacessï¿½vel.
FIN_WAIT jï¿½ tomamos a iniciativa de encerrar a conexï¿½o enviando a

flag FIN, agora estamos aguardando que a outra parte receba nosso FIN e
em resposta envie para nï¿½s o FIN. Note que esse estado ocorre apenas na
parte que tomou a iniciativa de encerrar a conexï¿½o.
TIME_WAIT recebemos o pedido de encerramento de conexï¿½o (FIN) e

respondemos enviando de nossa parte a flag FIN. Agora estamos
aguardando um tempo predeterminado pois, se o nosso FIN nï¿½o chegar
na outra parte (isto ï¿½, se por uma eventualidade o pacote que enviamos
for descartado num ponto intermediï¿½rio), entï¿½o a outra parte
solicitarï¿½ novamente nosso FIN atravï¿½s de uma retransmissï¿½o do
FIN dela. Note que esse estado ocorre apenas na parte que nï¿½o tomou a
iniciativa de encerrar a conexï¿½o.
2.8 Um panorama breve dos serviï¿½os TCP
Existe uma grande quantidade de protocolos de aplicaï¿½ï¿½o TCP, e outros

novos vï¿½o sendo criados ï¿½ medida em que se vï¿½o tornando necessï¿½rios.
Ao longo dos anos, alguns protocolos firmaram-se como padrï¿½es largamente
utilizados no mundo todo, o que nï¿½o impediu que alguns deles fossem sendo
lentamente substituï¿½dos por outros mais apropriados ï¿½s necessidades das
pessoas e chegassem mesmo a ser abandonados. Seguem alguns desses
protocolos com rï¿½pidos comentï¿½rios:
SMTP Simple Mail Transport Protocol. O protocolo para envio de emails na

Internet, cujo uso exemplificamos acima.
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TELNET Vimos anteriormente que existe um comando telnet que pode ser
utilizado como cliente TCP genï¿½rico. Entretanto tambï¿½m existe o
protocolo telnet, cuja finalidade ï¿½ abrir uma seï¿½ï¿½o num computador
remoto. Esse protocolo foi largamente utilizado na Internet, mas nos
ï¿½ltimos anos vem sendo abandonado em detrimento de outros que
oferecem criptografaï¿½ï¿½o dos dados de autenticaï¿½ï¿½o e de
conexï¿½o (principalmente o ssh).
FTP File Transfer Protocol, utilizado para download ou upload de arquivos,

com ou sem traduï¿½ï¿½o de charsets. O FTP foi um dos protocolos mais
importantes para a massiva distribuiï¿½ï¿½o de softwares e de
informaï¿½ï¿½o que a Internet viabilizou, sendo utilizado tanto de forma
interativa quanto automatizada, atravï¿½s de softwares de espelhamento. O
surgimento e popularizaï¿½ï¿½o do HTTP lanï¿½ou o FTP na sombra,
alï¿½m do que em muitas situaï¿½ï¿½es ele vem sendo substituï¿½do por
protocolos que oferecem criptografaï¿½ï¿½o dos dados de autenticaï¿½ï¿½o
e de conexï¿½o (principalmente o https e o scp). Nï¿½o obstante, continua
sendo bastante utilizado.
Serviï¿½os "r" O Unix de Berkeley (BSD) criou e popularizou os serviï¿½os

"r" (rsh, rlogin, rcp, rexec, etc). Permitem executar comandos numa
mï¿½quina remota, abrir uma seï¿½ï¿½o numa mï¿½quina remota ou copiar
arquivos de/para uma mï¿½quina remota. Foram e sï¿½o importantes por
implementarem um mecanismo de autenticaï¿½ï¿½o baseado no
endereï¿½o de origem da conexï¿½o e nï¿½o em checagem de senhas, o que
ï¿½ muito prï¿½tico para automatizaï¿½ï¿½o de processos envolvendo
vï¿½rias mï¿½quinas. Com essa finalidade continua sendo utilizado a
nï¿½vel interno em corporaï¿½ï¿½es ou organizaï¿½ï¿½es, entretanto para
uso generalizado na Internet sï¿½o preferidas hoje alternativas que
oferecem criptografaï¿½ï¿½o dos dados de autenticaï¿½ï¿½o e de
conexï¿½o (principalmente o ssh).
POP e IMAP Protocolos utilizados para download de emails. Vastamente

utilizados na Internet, mas necessitam ser substituï¿½dos por outros que
implementem ao menos a criptografaï¿½ï¿½o dos dados de
autenticaï¿½ï¿½o.
X Protocol O protocolo utilizado pelo Xwindows para display das janelas

das aplicaï¿½ï¿½es. O Xwindows (sistema grï¿½fico multiplataforma, mas
utilizado principalmente em mï¿½quinas Unix) ï¿½ um sistema cliente-
servidor onde o servidor oferece o serviï¿½o de display e o cliente requisita
operaï¿½ï¿½es como alterar a cor de um pixel, desenhar uma linha, etc.
Cliente e servidor podem operar na mesma mï¿½quina ou em mï¿½quinas
diferentes (display remoto). O Xwindows ï¿½ largamente utilizado no mundo
todo, e a recente popularizaï¿½ï¿½o do Linux aumentou significativamente
a sua base instalada.
NNTP Network News Transfer Protocol. O "news" ï¿½ um gigantesca

coleï¿½ï¿½o de grupos de discussï¿½o, cobrindo os mais variados assuntos.
Jï¿½ foi um dos serviï¿½os mais populares da Internet, mas a sua
importï¿½ncia diminuiu muito apï¿½s o advento do HTTP, a ponto da maior
parte dos usuï¿½rios mais novos da Internet nunca ter ouvido falar dele.
LPD Protocolo de impressï¿½o remota.
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GOPHER O gopher pode ser visto como um predecessor do HTTP. Permitia

a criaï¿½ï¿½o de servidores de informaï¿½ï¿½o com diretï¿½rios e textos.
Possuï¿½a mecanismos de busca de palavras-chave. Com o advento do
HTTP, o uso do gopher foi literalmente abandonado.
HTTP Hypertext Transfer Protocol. O protocolo utilizado pelos clientes e

servidores da Teia Mundial WWW. Ao lado do SMTP, ï¿½ o protocolo mais
utilizado e popular atualmente na Internet, a ponto da maior parte das
pessoas confundir "Internet" e a Teia Mundial, achando que sï¿½o a mesma
coisa.
SSH Secure Shell. Utilizado para sessï¿½es remotas e transferï¿½ncias de

arquivo com criptografaï¿½ï¿½o dos dados de autenticaï¿½ï¿½o e da
conexï¿½o. Dentre as muitas ferramentas criadas para essas finalidades,
emergiu como um padrï¿½o muito forte e possui vï¿½rias
implementaï¿½ï¿½es.
Obs. O protocolo SSH possui duas versï¿½es (versï¿½o 1 e versï¿½o 2).

Existem vï¿½rias implementaï¿½ï¿½es independentes da versï¿½o 1, mas a
versï¿½o 2 estï¿½ implementada apenas pelos criadores do protocolo, e a
sua licenï¿½a de uso ï¿½ mais restrita do que a da versï¿½o 1.
LDAP Um protocolo para criaï¿½ï¿½o de diretï¿½rios de informaï¿½ï¿½o

distribuï¿½dos (por exemplo a lista telefï¿½nica de uma corporaï¿½ï¿½o).
Vem tentando estabelecer-se como um padrï¿½o forte na Internet hï¿½
alguns anos.
ï¿½ de se notar tambï¿½m que serviï¿½os muito populares e que nï¿½o foram
originalmente implementados para utilizar o TCP como mecanismo de transporte
acabaram migrando para o TCP/IP. Os casos mais notï¿½veis sï¿½o os serviï¿½os
de compartilhamento de recursos da Novell e da Microsoft.
2.9 Clientes TCP populares
Como vimos, um cliente TCP ï¿½ um software (um "programa"). Vejamos alguns
exemplos de clientes TCP de largo uso, de hoje e de ontem...
Clientes TCP do BSD Uma porï¿½ï¿½o considerï¿½vel (se nï¿½o a quase

totalidade) dos clientes TCP de linha de comandos (telnet, ftp, rsh, etc)
presentes nos diversos sistemas Unix-like provï¿½m das
implementaï¿½ï¿½es desses clientes feitas para o Unix de Berkeley (BSD).
Browsers web Os browsers web sï¿½o clientes multiprotocolo. Em geral

implementam, alï¿½m do HTTP, o FTP e o GOPHER. Alguns implementam
tambï¿½m SMTP e POP/IMAP. O primeiro a ganhar excepcional
popularidade foi o NCSA Mosaic. Os mais conhecidos atualmente sï¿½o o
Mozilla (Netscape) e o IE (Internet Explorer).
Clientes SMTP/POP/IMAP Hï¿½ uma vasta quantidade de clientes TCP

para uso de correio eletrï¿½nico: eudora, pine, mutt, outlook, e muitos,
muitos outros.
Aplicaï¿½ï¿½es do Xwindows Qualquer aplicaï¿½ï¿½o feita para

Xwindows ï¿½ (tambï¿½m) um cliente TCP: twm, fvwm, xterm, xclock,
17 of 72 29/08/2019 20:29
xemacs, aplicaï¿½ï¿½es feitas para o gnome ou para o kde, etc.
NCSA Telnet Foi uma aplicaï¿½ï¿½o muito popular. Feito para MS-DOS,
inclui nï¿½o apenas a implementaï¿½ï¿½o do cliente telnet, mas tambï¿½m
de todo o layer de TCP/IP (visto que esse layer nï¿½o existia nativamente no
MS-DOS). Inclui um cliente FTP, um servidor FTP e um cliente LPD.
2.10 Servidores TCP largamente utilizados
Como vimos, um servidor TCP ï¿½ um software (um "programa"). Em sistemas

Unix-like, esses programas ï¿½s vezes sï¿½o chamados "daemons", e por causa
disso os seus nomes com certa frequï¿½ncia sï¿½o o nome do protocolo com a
letra "d" acrescentada (e.g. httpd, ftpd, talkd, etc). Vejamos alguns exemplos de
clientes TCP de largo uso, de hoje e de ontem...
sendmail Escrito por Eric Allman, ï¿½ o servidor SMTP mais utilizado do
mundo atualmente. Tem a mï¿½ fama de ter sido um dos softwares mais
explorados por crackers, que tiraram proveito das suas falhas de
seguranï¿½a para atacar servidores na Internet. Nï¿½o obstante, trata-se de
um software seguro e confiï¿½vel, sedimentado por muitos anos de uso e
desenvolvimento. Apesar de muitos considerï¿½-lo dificï¿½limo de
configurar e um verdadeiro dinossauro da Internet, continua firme na sua
lideranï¿½a. Maiores informaï¿½ï¿½es podem ser obtidas em
http://www.sendmail.org.
Servidores do BSD Muitos servidores TCP presentes em sistemas Unix-like

(por exemplo os dos serviï¿½os "r") provï¿½m das implementaï¿½ï¿½es
feitas para o Unix de Berkeley (BSD).
Apache ï¿½ o servidor HTTP mais utilizado do mundo. Feito com base no
NCSA httpd, que juntamente com o Cern http e o NCSA Mosaic, foi uma das
alavancas da disseminaï¿½ï¿½o da Teia Mundial WWW.
Xservers Qualquer Xserver ï¿½ um servidor TCP. Existem muitos Xservers

no mercado, mas os mais utilizados provavelmente sï¿½o os do XFree86,
que ï¿½ um porte do MIT X11 para a arquitetura Intel.
qmail Servidor SMTP escrito por Daniel Bernstein, costuma ser

considerado excepcionalmente seguro e capaz de atender uma alta
demanda. O seu autor oferece uma recompensa de US$1.000,00 para quem
conseguir encontrar uma falha de seguranï¿½a no software. ï¿½ utilizado
em algumas instalaï¿½ï¿½es muito grandes, como o Hotmail, o Net@ddress
e o Yahoo. Criou um novo padrï¿½o muito robusto de armazenamento de
emails em sistemas unix-like, salvando cada email num arquivo separado
com um nome especialmente construï¿½do. Maiores informaï¿½ï¿½es em
http://www.qmail.org.
IIS Internet Information Server, da Microsoft. Implementa HTTP, FTP e

GOPHER. O Exchange, tambï¿½m da Microsoft, implementa SMTP e POP,
alï¿½m de outros protocolos.
Samba Escrito por Andrew Tridgell, implementa os serviï¿½os de

compartilhamento de recursos encontrados em mï¿½quinas Windows.
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wu-ftpd A universidade de Washington desenvolveu e desenvolve muitos

softwares de comunicaï¿½ï¿½o livres. Um deles ï¿½ o wu-ftpd, um servidor
ftp ("wu" sï¿½o as iniciais de "Washington University").
Questï¿½es
2.1 Levante quais sï¿½o os comandos do protocolo POP3, indicando qual foi o
documento que vocï¿½ consultou (de preferï¿½ncia o RFC com a versï¿½o mais
recente do protocolo).
2.2 Dois web servers diferentes (por web server entendemos aqui um produto de
sotware como o IIS ou o Apache) podem rodar num mesmo computador de forma
simultï¿½nea?
2.3 Porque um mesmo computador pode oferecer vï¿½rios serviï¿½os TCP

diferentes (http, ftp, pop, etc) de forma simultï¿½nea? Descubra na Internet um
computador atendendo conexï¿½es em mais de uma porta.
2.4 Quais sï¿½o os comandos previstos pelo HTTP e pelo FTP para reiniciar o
download de um arquivo jï¿½ parcialmente baixado?
2.5 Suponha que a sua caixa postal no provedor contenha um email de 25

megabytes que vocï¿½ nï¿½o consegue baixar no cliente de email porque a
ligaï¿½ï¿½o telefï¿½nica cai antes da transferï¿½ncia se completar. Explique
como vocï¿½ faria usando o cliente telnet para deletar esse email da caixa postal
a fim de conseguir baixar os outros.
2.6 O que ï¿½ um URL? Quais protocolos podem ser especificados atravï¿½s de
um URL? quais portas?
2.7 Explique o conceito de janela TCP. Vocï¿½ sabe qual ï¿½ o tamanho
mï¿½ximo de uma janela na implementaï¿½ï¿½o de TCP/IP da plataforma que
vocï¿½ usa?
2.8 Mostre como a partir da banda http ï¿½ possï¿½vel estimar o total de hits e o
mï¿½ximo de usuï¿½rios ativos de um sistema de webmail free como o
netaddress.
2.9 Explique o que aconteceria se vocï¿½ configurasse o seu cliente de email

(Eudora, Outlook) para usar o servidor smtp de um provedor diferente daquele
em que vocï¿½ estï¿½ conectando.
2.10 Explique porque ï¿½ conveniente que o seu cliente de email (Eudora,
Outlook, etc) use o relay do provedor ao invï¿½s de realizar o deliver do email
diretamente para o destinatï¿½rio final.
2.11 Estime a banda necessï¿½ria para o cliente de um sistema centralizado de

vigilï¿½ncia que transfira para a central um quadro por minuto, obtido atravï¿½s
de uma cï¿½mera convencional utilizada em PCs.
3. DNS
DNS como tabela
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Comparaï¿½ï¿½o com um gerenciador de banco de dados

Linhas e colunas da tabela DNS
Prï¿½tica no uso do nslookup
Especificando o servidor de nomes

Consulta do registro NS
Consulta do registro A
Consulta do registro MX
O DNS ï¿½ uma base distribuï¿½da
Transferï¿½ncia da autoridade de um subdomï¿½nio

A distribuiï¿½ï¿½o da tabela por milhares de servidores
As raï¿½zes do DNS
Como se processa a inclusï¿½o de mais um domï¿½nio
Relaï¿½ï¿½o entre os protocolos TCP mais usados e o DNS
SMTP e DNS (registro MX)

HTTP e DNS (registro A)
Procedimentos para o registro de nomes
Configuraï¿½ï¿½o de um nameserver
O sistema de registro de nomes da Fapesp
Os Registrars do Internic
Resoluï¿½ï¿½o reversa
Testes de resoluï¿½ï¿½o reversa usando o nslookup

Uso do reverso para autenticaï¿½ï¿½o (obsoleto)
Uso do reverso para levantamento estatï¿½stico
O porquï¿½ da inversï¿½o dos octetos
O cache do DNS
Como funciona o cache do DNS

Cache e desempenho. Compartilhamento.
O cache na mudanï¿½a de hospedagem
DNS dinï¿½mico
Notas
3.1 O DNS
A identificaï¿½ï¿½o de cada participante numa rede IP e o roteamento de

pacotes para ele baseia-se como vimos nos endereï¿½os IP numï¿½ricos de 32
bits. Entretanto, ï¿½ mais cï¿½modo utilizarmos nomes (e.g.
altavista.digital.com) para identificar endereï¿½os na Internet do que
nï¿½meros, mas para isso ser possï¿½vel ï¿½ necessï¿½rio existir um mecanismo
de traduï¿½ï¿½o de nomes para endereï¿½os numï¿½ricos. Esse mecanismo ï¿½
o DNS (Domain Name System).
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O DNS pode ser entendido de forma bastante simples como sendo uma tabela
muito, muito grande, mas similar ï¿½s que estamos acostumados a lidar quando
compomos uma planilha ou quando lidamos com bases relacionais. O formato
dessa tabela seria algo semelhante ao que segue:
name NS MX A
204.146.81.99,
ns.watson.ibm.com, 198.133.16.99,
ibm.com ns.watson.ibm.com
ns.almaden.ibm.com 198.133.17.99,
204.146.80.99
NS1.INTERNET.COM
linuxtoday.com mail.linuxtoday.com 63.236.72.248
NS3.INTERNET.COM
www.linuxtoday.com 63.236.72.248
overdrive.iworld.com 63.236.72.248
Alï¿½m das colunas indicadas, hï¿½ outras que omitimos para facilitar a
visualizaï¿½ï¿½o. A tabela na sua totalidade nï¿½o estï¿½ fisicamente presente
em nenhum computador do mundo, mas sim subdividida por muitos e muitos
milhares de servidores de nomes. Quando uma entidade, uma empresa, ou uma
pessoa registra um domï¿½nio na Internet (por exemplo "globo.com", "usp.br",
linux.org", etc), ela torna-se a "autoridade" responsï¿½vel por todas os linhas da
tabela DNS derivadas desse domï¿½nio (isto ï¿½, aquelas onde o nome refere
esse domï¿½nio, como por exemplo "www.linux.org" no caso do domï¿½nio
linux.org).
ï¿½ importante observar que o administrador de um domï¿½nio pode definir a

sua prï¿½pria polï¿½tica de criaï¿½ï¿½o de nomes para esse domï¿½nio. ï¿½
hï¿½bito que todo domï¿½nio (e.g. linuxtoday.com) possua um nome "www"
associado ao endereï¿½o do servidor web (e.g. "www.linuxtoday.com"), mas a
associaï¿½ï¿½o do nome "www" ao serviï¿½o HTTP ï¿½ convencional e nï¿½o
compulsï¿½ria. Se se desejar associar ao nome ftp.linuxtoday.com um registro A
apontando para o endereï¿½o IP do servidor web, entï¿½o o URL
http://ftp.linuxtoday.com poderï¿½ ser usado para acessar as pï¿½ginas do site
linuxtoday. Outros nomes comumente utilizados (alï¿½m do "www") sï¿½o "ftp",
"mail", "mailhost", "ns", "smtp", "pop", etc
Assim, vemos no exemplo acima que a IBM estabeleceu na Internet dois

servidores de nomes (o ns.watson.ibm.com, ns.almaden.ibm.com) que sï¿½o os
responsï¿½veis por todos os nomes terminados em "ibm.com". De forma
anï¿½loga, os servidores de nomes do domï¿½nio linuxtoday.com sï¿½o
NS1.INTERNET.COM e NS3.INTERNET.COM. No momento em que alguï¿½m
preenche o campo de endereï¿½o do Netscape com o URL
http://www.linuxtoday.com, um query terï¿½ que ser feito a um desses dois
servidores a fim de se obter o endereï¿½o IP associado ao nome
www.linuxtoday.com. Esse endereï¿½o ï¿½ o registro A, que na nossa tabela
estï¿½o na coluna A, e no caso citado ï¿½ 63.236.72.248.
3.2 As raï¿½zes do DNS
De que maneira alguï¿½m fica sabendo que os servidores de nomes

responsï¿½veis pelo domï¿½nio ibm.com sï¿½o os citados acima? O DNS ï¿½ um
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sistema hierï¿½rquico, que redistribui a responsabilidade pelos nomes, e que

parte de uma determinada raiz. Todo query de nomes comeï¿½a nessa raiz e vai
descendo na hierarquia. Assim, ï¿½ necessï¿½rio conhecer de antemï¿½o quem
ï¿½ a raiz ou, na verdade quem sï¿½o as raï¿½zes, pois a raiz estï¿½ espelhada
em vï¿½rios computadores diferentes. As raï¿½zes sï¿½o indicadas no arquivo
named.root, do qual segue um trecho inicial:
; This file holds the information on root name servers needed to
; initialize cache of Internet domain name servers
; (e.g. reference this file in the "cache . "
; configuration file of BIND domain name servers).
;
; This file is made available by InterNIC registration services
; under anonymous FTP as
; file /domain/named.root
; on server FTP.RS.INTERNIC.NET
; -OR- under Gopher at RS.INTERNIC.NET
; under menu InterNIC Registration Services (NSI)
; submenu InterNIC Registration Archives
; file named.root
;
; last update: Aug 22, 1997
; related version of root zone: 1997082200
;
;
; formerly NS.INTERNIC.NET
;
. 3600000 IN NS A.ROOT-SERVERS.NET.
A.ROOT-SERVERS.NET. 3600000 A 198.41.0.4
;
; formerly NS1.ISI.EDU
;
. 3600000 NS B.ROOT-SERVERS.NET.
B.ROOT-SERVERS.NET. 3600000 A 128.9.0.107
;
Vemos nele os endereï¿½os das raï¿½zes do DNS (no trecho constam o

198.41.0.4 e o 128.0.9.107) ou, mais precisamente, dos hints, ou seja, das
mï¿½quinas para as quais os servidores de nomes do mundo todo solicitarï¿½o a
lista atual das raï¿½zes do DNS toda vez que forem reinicializados. As raï¿½zes
repassam a autoridade dos nomes para outros servidores, e esses para outros, e
assim por diante. Por exemplo: as raï¿½zes repassam a autoridade sobre o
domï¿½nio .br para a FAPESP. Assim, se alguï¿½m na Internet quiser saber qual
ï¿½ o registro A associado ao nome www.usp.br, terï¿½ que obter junto ï¿½s
raï¿½zes quem ï¿½ o responsï¿½vel pelo .br, junto a esse responsï¿½vel (isto
ï¿½, os nameservers da FAPESP) terï¿½ que obter quem ï¿½ o responsï¿½vel
pelo domï¿½nio .usp.br e, finalmente, junto a esse ï¿½ltimo responsï¿½vel (isto
ï¿½, os nameservers da USP), obter o endereï¿½o associado ao nome
www.usp.br.
Note que nï¿½o hï¿½ nada que privilegie as atuais raï¿½zes do DNS alï¿½m do
fato de que, por um consenso histï¿½rico, todos os servidores de nomes utilizem
exatamente essas raï¿½zes. Tecnicamente nada impede alguï¿½m de criar uma
raiz independepende que delegue a autoridade sobre os diferentes domï¿½nios
(.br, .com, etc) para computadores diferentes daqueles que sï¿½o atualmente os
que recebem essa delegaï¿½ï¿½o. E, de fato, tem surgido na Internet algumas
iniciativas para criar raï¿½zes independentes, como o "Super Root"
(http://www.superroot.net/).
3.3 Procedimentos para registro de nomes
A estrutura hierï¿½rquica do DNS faz com que o registro de um domï¿½nio (isto

ï¿½, a inclusï¿½o de mais um domï¿½nio na tabela DNS global) sï¿½ pode ser
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feito junto ï¿½ entidade responsï¿½vel pelo domï¿½nio hierarquicamente acima

do que se deseja registrar. O domï¿½nio .br estï¿½ sob a responsabilidade da
FAPESP (Fundaï¿½ï¿½o de Amparo ï¿½ Pesquisa do Estado de Sï¿½o Paulo), e
por isso o registro de nomes que terminem em .br como .com.br ou .org.br deve
ser feito junto a ela. Historicamente o registro de nomes foi sempre feito
atravï¿½s do envio de formulï¿½rios pelo correio eletrï¿½nico, mas
recentemente a FAPESP criou uma interface web para o registro e a
manutenï¿½ï¿½o de nomes (http://registro.br).
Empresas, entidades e pessoas jurï¿½dicas no Brasil via de regra registram

nomes .br ou alternativamente .com ou .org ou .net. Os domï¿½nio .com, .org e
.net nï¿½o estï¿½o sob a autoridade da FAPESP, e o registro de domï¿½nios
nesse caso deve ser feito junto ï¿½ Internic (http://www.internic.net) ou mais
precisamente junto aos "registrars" que ela credenciou. Esses registrars
oferecem interfaces web atravï¿½s das quais o domï¿½nio pode ser registrado.
Quais sï¿½o as exigï¿½ncias para o registro de um domï¿½nio? Isso depende da

entidade responsï¿½vel, e em geral envolve o pagamento de taxas. No Brasil, as
normas para registro de domï¿½nios sï¿½o determinadas pelo Comitï¿½ Gestor
(http://www.cg.org). Alï¿½m disso, todo domï¿½nio precisa ter um contato
administrativo e um contato tï¿½cnico (isto ï¿½ pessoas que respondam por esse
domï¿½nio).
3.4 O comando nslookup
As aplicaï¿½ï¿½es TCP/IP como o ping ou o ftp costumam fazem queries DNS

atravï¿½s de serviï¿½os de API disponibilizados pelo sistema operacional ou por
bibliotecas do sistema. Assim, um comando como ping altavista.digital.com
envolve uma etapa prï¿½via, e que corresponde ao query do endereï¿½o IP
associado ao nome altavista.digital.com. O comando nslookup por sua vez ï¿½
um cliente standalone do DNS, que pode ser utilizado para realizar queries
manualmente. A familiaridade com o nslookup ï¿½ importante para as pessoas
que necessitam diagnosticar problemas de rede ou fazer registro e
manutenï¿½ï¿½o de domï¿½nios.
Seguem vï¿½rios exemplos de uso no modo "nï¿½o-interativo" (o nslookup possui

tambï¿½m um modo de operaï¿½ï¿½o "interativo" que oferece maiores
recursos). No primeiro exemplo incluï¿½mos a resposta completa do nslookup,
que inicia-se com a identificaï¿½ï¿½o do nameserver consultado. Nas demais,
omitimos essa identificaï¿½ï¿½o para despoluir o texto.
Qual ï¿½ o endereï¿½o associado ao nome www.ibm.com?

$ nslookup www.ibm.com
Server: hal.home.unet
Address: 192.168.0.1
Name: www.ibm.com
Addresses: 204.146.81.99, 198.133.16.99, 198.133.17.99, 204.146.80.99
Qual ï¿½ o nome associado ao endereï¿½o 204.146.81.99?

$ nslookup 204.146.81.99
Name: www.ibm.com
Address: 204.146.81.99
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Qual ï¿½ o nameserver do domï¿½nio 146.204.in-addr.arpa? (esse ï¿½ um

domï¿½nio artificial utilizado para cadastrar no DNS os reversos dos IPs
iniciados com 204.146).
$ nslookup -query=ns 146.204.in-addr.arpa
Non-authoritative answer:
146.204.in-addr.arpa nameserver = NS1.US.PRSERV.NET
146.204.in-addr.arpa nameserver = NS01.CA.US.IBM.NET
Authoritative answers can be found from:

NS1.US.PRSERV.NET internet address = 165.87.194.244
NS01.CA.US.IBM.NET internet address = 165.87.201.244
Qual ï¿½ o servidor MX (responsï¿½vel pelo recebimento de email) do

domï¿½nio ibm.com?
$ nslookup -query=mx ibm.com
ibm.com preference = 0, mail exchanger = ns.watson.ibm.com

ibm.com nameserver = ns.watson.ibm.com
ibm.com nameserver = ns.almaden.ibm.com
ns.watson.ibm.com internet address = 198.81.209.2
ns.almaden.ibm.com internet address = 198.4.83.35
Quais sï¿½o os servidores de nome do domï¿½nio .br?

$ nslookup -query=ns br
Non-authoritative answer:
br nameserver = NS.DNS.br
br nameserver = NS-EXT.VIX.COM
br nameserver = NS3.NIC.FR
br nameserver = NS2.DNS.br
br nameserver = NS1.DNS.br
Authoritative answers can be found from:

NS.DNS.br internet address = 143.108.23.2
NS-EXT.VIX.COM internet address = 204.152.184.64
NS3.NIC.FR internet address = 192.134.0.49
NS2.DNS.br internet address = 200.19.119.99
NS1.DNS.br internet address = 200.255.253.234
Qual ï¿½ o conteï¿½do do registro SOA do domï¿½nio internic.net?

$ nslookup -query=soa internic.net
internic.net
origin = ops.internic.net
mail addr = markk.internic.net
serial = 2000051000
refresh = 3600 (1H)
retry = 3600 (1H)
expire = 432000 (5D)
minimum ttl = 86400 (1D)
Qual ï¿½ o endereï¿½o associado ao nome www.internic.net?

$ nslookup -query=a www.internic.net
Name: rs.internic.net
Address: 198.41.0.6
Aliases: www.internic.net
Qual ï¿½ o endereï¿½o associado ao nome www.ietf.org?

$ nslookup -query=a www.ietf.org
24 of 72 29/08/2019 20:29
Name: www2.ietf.org
Address: 4.17.168.6
Aliases: www.ietf.org
3.5 O cache do DNS
O nslookup nï¿½o farï¿½ todas as etapas do query descritas anteriormente

(query inicial ï¿½ raiz e passos subsequentes descendo na hierarquia de nomes
atï¿½ atingir o ponto desejado). Ele utilizarï¿½ o serviï¿½o de um servidor
especializado, que realizarï¿½ todos aquelas etapas. Por vezes quando se
configura manualmente os parï¿½metros de TCP/IP de um computador, indica-se
a ele um ou mais "servidores de nomes". Por exemplo, quando se assina um
contrato de acesso discado ï¿½ Internet, o provedor pode solicitar que essa
configuraï¿½ï¿½o seja feita manualmente (muitas vezes ela ï¿½ realizada de
forma automï¿½tica a cada conexï¿½o telefï¿½nica). Em sistemas Unix-like,
esse(s) servidor(es) especializados constam no arquivo /etc/resolv.conf (no
Windows, ele(s) estï¿½(ï¿½o) nas propriedades do TCP/IP, tab "DNS").
Esse servidor especializado cacheia na sua memï¿½ria as respostas dos queries

DNS realizados pelos clientes (como o nslookup, ou clientes TCP como softwares
de correio eletrï¿½nico ou browsers). A existï¿½ncia desse cache ï¿½
fundamental para diminuir o trï¿½fego provocado pela consulta de nomes na
Internet, e tambï¿½m para acelerar a comunicaï¿½ï¿½o, que dessa forma nï¿½o
dependerï¿½, a cada momento em que um query de nomes ï¿½ feito, de um
processo que acrescenta um delay inicial na comunicaï¿½ï¿½o.
Por outro lado, isso cria uma dificuldade relativa ï¿½ reconfiguraï¿½ï¿½o dos
nameservers responsï¿½veis pelos domï¿½nios. Suponha por exemplo que se
pretenda alterar o endereï¿½o 63.236.72.248 associado ao nome
www.linuxtoday.com. O administrador dos nameservers NS1.INTERNET.COM
NS3.INTERNET.COM pode alterar o registro A associado a esse nome nesses
servidores, mas nï¿½o pode alterar aquilo que estï¿½ cacheado em dezenas ou
centenas de servidores de nomes ao longo do mundo.
ï¿½ por esse motivo que se associa a cada registro DNS um tempo de
expiraï¿½ï¿½o configurï¿½vel. Ele determina o tempo apï¿½s o qual um registro
expira num cache DNS. Qualquer query subsequente ï¿½quele registro
provocarï¿½ um novo acesso ao servidor responsï¿½vel por aquele registro (no
nosso exemplo um dos servidores NS1.INTERNET.COM NS3.INTERNET.COM).
Dessa forma, a alteraï¿½ï¿½o das tabelas de um servidor de nomes deve ser

precedida de uma reconfiguraï¿½ï¿½o dos tempos de expiraï¿½ï¿½o dos
respectivos registros. Se o tempo de expiraï¿½ï¿½o de um registro for, digamos,
uma semana, entï¿½o uma semana antes da alteraï¿½ï¿½o das tabelas o tempo
de expiraï¿½ï¿½o desse registro deve ser reconfigurado para, digamos, uma
hora. Vencido o prazo de uma semana, pode-se proceder ï¿½ alteraï¿½ï¿½o das
tabelas pois quaisquer cï¿½pias desse registro cacheadas em servidores de
nomes ao longo do mundo expirarï¿½ nos prï¿½ximos 60 minutos e nï¿½o
provocarï¿½ malfuncionamentos por um perï¿½odo prolongado. Veremos mais
sobre esse tempo de expiraï¿½ï¿½o ao comentarmos o registro SOA.
3.6 Descriï¿½ï¿½o breve dos tipos de registros
Vejamos agora de forma um pouco mais detalhada o papel dos registros
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principais do DNS:
SOA (Start Of Authority). O registro SOA estï¿½ associado ao domï¿½nio, e

inclui informaï¿½ï¿½es crï¿½ticas para o espelhamento das
informaï¿½ï¿½es de DNS desse domï¿½nio, e para a expiraï¿½ï¿½o dos
seus registros nos servidores de nome ao longo do mundo.
NS Indica os servidores de nomes associados ao domï¿½nio. ï¿½ claro que

as entidades que registram domï¿½nios necessitam fundamentalmente do
endereï¿½o IP dos servidores de nomes dos domï¿½nios por elas
registrados, nï¿½o obstante elas em geral cadastram tanto os IPs quanto os
nomes desses servidores, e em geral sï¿½o os nomes que vemos como
conteï¿½do dos registros NS.
A Indica o endereï¿½o associado a um nome. Quando visitamos por exemplo

o URL http://www.freebsd.org atravï¿½s do Netscape, o browser (Netscape)
precisa antes obter o endereï¿½o associado ao nome. No exemplo de cliente
TCP escrito em PERL que vimos anteriormente, isso ï¿½ realizado atravï¿½s
da chamada do serviï¿½o gethostbyname.
MX Indica os servidores SMTP responsï¿½veis pelo recebimento de email

do domï¿½nio em questï¿½o. Vimos no exemplo inicial que o MX associado
ao domï¿½nio ibm.com ï¿½ ns.watson.ibm.com. Assim, todo email enviado a
um endereï¿½o eletrï¿½nico da forma nome@ibm.com acabarï¿½ sendo
enviado ao ns.watson.ibm.com atravï¿½s de uma transaï¿½ï¿½o SMTP como
a que exemplificamos na nota TCP, mecanismo de transporte genï¿½rico.
PTR Dï¿½ o reverso de um endereï¿½o IP. Os endereï¿½os IP sï¿½o

cadastrados no DNS com os seus octetos invertidos, por exemplo
10.191.231.200.in-addr.arpa, e o registro PTR associado a esse nome
especial ï¿½ o nome do computador cujo IP ï¿½ 200.231.191.10. A
inversï¿½o dos octetos deve-se ao fato de que nos endereï¿½os IP, os octetos
tornam-se mais especï¿½ficos da esquerda para a direita, ao passo que nos
nomes isso ocorre da direita para a esquerda. A entidade responsï¿½vel por
um determinado network (e.g. 143.107.45.X) ï¿½ responsï¿½vel pela
inclusï¿½o dos reversos desse network no seu nameserver (experimente por
exemplo consultar o NS associado ao nome 45.107.143.in-addr.arpa). Nï¿½o
obstante, nem todos os IPs em uso na Internet estï¿½o com os seus reversos
cadastrados. Note que quando se usa um serviï¿½o da Internet (e.g envio de
um email), os pacotes gerados carregam apenas os IPs do cliente e do
servidor (no cabeï¿½alho IP, como vimos), e nï¿½o os seus nomes. ï¿½ o
DNS reverso que permite a obtenï¿½ï¿½o do nome. Assim, um servidor web
levanta estatï¿½sticas de acesso por-domï¿½nio usando o DNS reverso. ï¿½
o DNS reverso tambï¿½m que permite que na saï¿½da de muitos comandos
(e.g. traceroute, tcpdump) possamos ver nomes ao invï¿½s de nï¿½meros.
Obs. O comando nslookup costuma ser nativo nas plataformas Unix-like. O

Windows nï¿½o traz nativamente nenhum equivalente ao nslookup.
Questï¿½es
3.1 Explique o que ï¿½ o domï¿½nio in-addr.arpa.
3.2 Como vocï¿½ faria atravï¿½s do cliente nslookup para saber se um dado
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domï¿½nio jï¿½ foi ou nï¿½o registrado por alguï¿½m?
3.3 Ao nï¿½vel do DNS, o que ï¿½ necessï¿½rio para (a) criar um novo
domï¿½nio na Internet e (b) trocar a hospedagem de um domï¿½nio jï¿½
existente.
3.4 Suponha que o nome da sua empresa jï¿½ tenha sido registrado na Internet,
mas nï¿½o pela sua empresa. Como vocï¿½ procederia para entrar em contato
com a pessoa (fï¿½sica ou jurï¿½dica) que fez o registro e possui a autoridade
sobre ele?
3.5 Explique o que aconteceria se vocï¿½ configurasse o seu computador

domï¿½stico para usar o servidor DNS de um provedor diferente daquele em que
vocï¿½ estï¿½ conectando.
3.6 Localize na Internet algum software que permita a vocï¿½ rodar diretamente
no seu micro domï¿½stico um servidor de nomes e dessa forma nï¿½o necessitar
daquele oferecido pelo provedor de acesso.
3.7 Como vocï¿½ faria para descobrir em que lugar do mundo estï¿½ hospedado
o site de um seu rival comercial?
3.8 Por que atravï¿½s do DNS ï¿½ possï¿½vel obter o servidor smtp associado a
um dado domï¿½nio mas nï¿½o o pop?
3.9 Visite as pï¿½ginas do Comitï¿½ Gestor da Internet Brasil e levante o que

ï¿½ necessï¿½rio pelas regras atuais para o registro de domï¿½nios .com.br e
.org.br. Explique o que sï¿½o domï¿½nios pessoais.
3.9 Qual ï¿½ a diferenï¿½a entre DNS primï¿½rio e secundï¿½rio? (vocï¿½ pode
explicar isso do ponto de vista do NIC, que somente outorga a autoridade sobre
um domï¿½nio apï¿½s a configuraï¿½ï¿½o do primï¿½rio e do secundï¿½rio, ou
do ponto de vista do bind, relativo ï¿½ configuraï¿½ï¿½o de um servidor
primï¿½rio ou de um seu espelho, o secundï¿½rio).
3.10 Quando vocï¿½ especifica um URL como http://altavista.digital.com ao

Netscape e pressiona o ENTER, qual serï¿½ o tipo de consulta que ele terï¿½
que fazer ao DNS (isto ï¿½, qual tipo de registro associado a qual nome)? Idem
para o caso do servidor SMTP do seu provedor quando ele vai fazer o deliver de
um email seu para o endereï¿½o fmarinho@ibpinert.net. Diga quais serï¿½o nos
dois casos as mï¿½quinas entre as quais serï¿½ criado o canal virtual TCP e
quais serï¿½o as portas utilizadas.
3.11 O que ï¿½ WHOIS?
4. O Algoritmo de roteamento IP
Roteamento na LAN ethernet: ARP

Uso do comando arp
Roteamento na WAN: o gateway para as outras redes
A Tabela de rotas e o comando route
O conceito de mï¿½scara (netmask)
As duas notaï¿½ï¿½es para mï¿½scaras
A rota default
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Exemplo simples de 2 redes interligadas

Exemplo de ligaï¿½ï¿½o ï¿½ Internet de uma LAN e mï¿½scara /24
O caso de pacotes com endereï¿½os de origem incorretos
Conceito de source routing
Protocolos de anï¿½ncio de rotas
ARP como artifï¿½cio para o roteamento (proxy-arp)
ARP spoofing e clusters
Conceito de broadcast IP
A interface loopback
Notas
4.1 Rotas IP
De que maneira um pacote atinge o seu destino na Internet? A Internet e a forma

com que cada pacote ï¿½ encaminhado ao seu destino podem ser comparadas ao
sistema viï¿½rio de uma cidade ou de um paï¿½s. Em cada ponto onde houver
bifurcaï¿½ï¿½es, sinaliza-se qual saï¿½da deve ser escolhida a partir do destino
que se pretende atingir: Ibirapuera ï¿½ esquerda, Santos ï¿½ direita, Ponte da
Freguesia do ï¿½ em frente, etc.
De forma anï¿½loga, cada participante de uma rede IP possui uma tabela

informando qual interface deve ser utilizada para o envio do pacote, dependendo
do seu destino. No Windows, podemos exibi-la com o comando ROUTE PRINT.
Nas plataformas Unix-like, o comando poderï¿½ ser netstat -r ou route.
$ route -n
route -n
Kernel IP routing table
Destination Gateway Genmask Flags Metric Ref Use Iface
200.231.191.1 0.0.0.0 255.255.255.255 UH 0 0 0 ppp0
192.168.0.1 0.0.0.0 255.255.255.255 UH 0 0 0 eth0
192.168.0.0 0.0.0.0 255.255.255.0 U 0 0 0 eth0
127.0.0.0 0.0.0.0 255.0.0.0 U 0 0 0 lo
0.0.0.0 200.231.191.1 0.0.0.0 UG 0 0 0 ppp0
Na tabela acima vemos que se o destino for 200.231.191.1, deve ser utilizada a
interface ppp0, que no caso corresponde fisicamente ï¿½ porta serial onde o
modem estï¿½ operando. Por outro lado, se o destino for da forma 192.168.0.X
onde X ï¿½ qualquer octeto, entï¿½o vemos pela terceira rota que deverï¿½ ser
utilizada a interface eth0, ou seja, a placa de rede ethernet. A diferenï¿½a entre
uma rota para um destino ï¿½nico ou para mï¿½ltiplos destinos ï¿½ determinada
pela mï¿½scara.
A mï¿½scara indica quais bits sï¿½o significativos no respectivo destino. Na

tabela acima, a primeira rota estï¿½ dizendo que todos os bits sï¿½o
significativos e, a terceira, que apenas os primeiros trï¿½s octetos (os primeiros
24 bits) sï¿½o significativos. Se, vamos supor, os primeiros 28 bits fossem
significativos, a mï¿½scara seria 255.255.255.240. A mï¿½scara 255.255.255.0
pode alternativamente ser indicada na forma "/24" (e a mï¿½scara
255.255.255.240 na forma "/28", etc).
A porï¿½ï¿½o significativa do campo de destino costuma ser chamada de

"endereï¿½o da rede" e, o restante, "endereï¿½o do host". Assim, no exemplo
acima temos que o endereï¿½o da rede ï¿½ 192.168.0.0 com mï¿½scara
255.255.255.0. A terceira rota ï¿½ dita a rota para a "rede local". A ï¿½ltima
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rota, com destino 0.0.0.0 e mï¿½scara 0.0.0.0 ï¿½ a chamada "rota default",
porque satisfaz qualquer destino, ou seja, qualquer pacote cujo roteamento
nï¿½o possa ser enquadrado nas rotas anteriores irï¿½ enquadrar-se na rota
default.
No nosso exemplo a rota default indica um "gateway". Existirï¿½ um gateway

sempre que o destino nï¿½o estiver diretamente acessï¿½vel. A tabela de rotas
nï¿½o indica um gateway para o destino 192.168.0.2. Isso significa que esse IP
ï¿½ diretamente acessï¿½vel no segmento ethernet local, e portanto podemos
gerar um pacote com um cabeï¿½alho ethernet (MAC) indicando como
destinatï¿½rio o endereï¿½o de hardware do 192.168.0.2 (ver as notas sobre
ARP). Se existisse uma rota para o network 192.168.1.0/24 indicando como
gateway o IP 192.168.0.1, entï¿½o todo pacote dirigido para, vamos supor,
192.168.1.1, traria no seu cabeï¿½alho IP o destino 192.168.1.1 mas no
cabeï¿½alho ethernet indicaria como destinatï¿½rio o endereï¿½o de hardware
associado ao 192.168.0.2.
Isso reforï¿½a um fato importante, e que ï¿½ que, no IP, cada participante
conhece apenas o "caminho" para os participantes que lhe sï¿½o imediatamente
acessï¿½veis. Alguns desses participantes que sï¿½o imediatamente
acessï¿½veis funcionam como gateways para outras redes, mas o caminho que os
pacotes realizam a partir desses gateways ï¿½-nos desconhecido.
A tabela de rotas ï¿½ construï¿½da automaticamente pelos procedimentos de

boot da mï¿½quina. Ela pode tambï¿½m ser dinamicamente alterada pelo
recebimento de pacotes de anï¿½ncios de rotas nas diversas interfaces da
mï¿½quina. Esse tema pertence a um capï¿½tulo amplo do TCP/IP, o dos
protocolos de roteamento, que nï¿½o sï¿½o cobertos por estas notas, e que
sï¿½o mais pertinentes aos tï¿½cnicos responsï¿½veis por backbones de
mï¿½dio e grande porte.
4.2 Outorga de IPs e classes de endereï¿½os
O princï¿½pio de funcionamento do roteamento IP faz com que os endereï¿½os

IPv4 sejam distribuï¿½dos aos blocos. Por exemplo: a Universidade de Sï¿½o
Paulo dispï¿½e dos endereï¿½os da forma 143.107.X.Y. Ela repassou para o
Instituto de Matemï¿½tica os endereï¿½os da forma 143.107.45.X, para o
Instituto Astronï¿½mico e Geofï¿½sico os endereï¿½os da forma 143.107.114.X,
e assim por diante. Cada interface que conecte fisicamente uma unidade (como
as citadas) ï¿½ infraestrutura central da Universidade roteia os IPs daquela
interface, e portanto existe apontando para ela uma rota com mï¿½scara
255.255.255.0.
Esse exemplo localizado estende-se para toda a Internet. Ao longo do

estabelecimento da Internet, o intervalo total de endereï¿½os IPv4 foi sendo
dividido em blocos e concedido aos pedaï¿½os a instituiï¿½ï¿½es e a empresas,
sendo que em alguns casos, essa instituiï¿½ï¿½o ou empresa podia ser a
responsï¿½vel pelo backbone principal da Internet de um paï¿½s inteiro. Foi
dessa forma que o Brasil recebeu parte da rede 200 (IPs da forma 200.X.Y.Z), e
estes sï¿½o os endereï¿½os utilizados pela maior parte da Internet brasileira
atualmente.
Note que isso faz com que nï¿½o seja possï¿½vel configurar o endereï¿½o IP de
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uma interface com um nï¿½mero escolhido ao acaso. Uma pessoa na Europa (por
exemplo) nï¿½o pode configurar um seu computador com um endereï¿½o IP
como 143.107.45.12, porque as rotas ao longo da Internet conduzem para o
Brasil os pacotes cujo destino ï¿½ 143.107.45.12. Aquela pessoa que na Europa
utilizou esse endereï¿½o serï¿½ capaz de enviar pacotes para qualquer servidor
web da Internet (por exemplo) mas os pacotes de resposta gerados pelo servidor
jamais atingirï¿½o o computador que iniciou a comunicaï¿½ï¿½o.
A outorga de endereï¿½os em blocos faz com que parte dos endereï¿½os fiquem
ociosos, e agrava o atual problema do escasseamento dos endereï¿½os IP. Esse
escasseamento, que ï¿½ reflexo da impossibilidade do uso de endereï¿½os de 32
bits para uma rede efetivamente mundial, foi um dos motivos que levou ao
desenvolvimento da versï¿½o 6 do protocolo IP (IPv6 ou IPng), onde foram
adotados endereï¿½os de 128 bits. Recentemente a Universidade de Stanford
"devolveu" os 16 milhï¿½es de endereï¿½os que haviam sido outorgados a ela
anos atrï¿½s, numa ï¿½poca em que a Internet era muito menor, e em que foram
concedidos endereï¿½os "classe A" para vï¿½rias universidades e empresas.
Obs. (1) o intervalo de endereï¿½os IP estï¿½ subdividido em cinco classes:
Endereï¿½os classe A sï¿½o aqueles cujo primeiro bit ï¿½ 0. Os networks

de classe A vï¿½o do 1.0.0.0 atï¿½ o 127.0.0.0, com mï¿½scara 255.0.0.0.
Endereï¿½os classe B sï¿½o aqueles cujos primeiros dois bits sï¿½o 10. Os
networks de classe vï¿½o do 128.0.0.0 atï¿½ o 191.255.0.0, com mï¿½scara
255.255.0.0.
Endereï¿½os classe C sï¿½o aqueles cujos trï¿½s primeiros bits sï¿½o 110.
Os networks de classe C vï¿½o do 192.0.0.0 atï¿½ o 223.255.255.0, com
mï¿½scara 255.255.255.0.
Endereï¿½os classe D sï¿½o aqueles cujos primeiros 4 bits sï¿½o 1110, e

foram previstos para multicast.
Endereï¿½os classe E sï¿½o aqueles cujos primeiros 5 bits sï¿½o 11110, e

sï¿½o "reservados para uso futuro".
Obs. (2) A subdivisï¿½o dos networks exigida pelo escasseamento do intervalo

de endereï¿½os IP tornou muito relativa a importï¿½ncia prï¿½tica do conceito
de classe. Na prï¿½tica chega a ser comum o uso dos termos "classe B" ou
"classe C" nï¿½o para indicar algum dos networks citados acima, mas sim
networks quaisquer que usem as respectivas mï¿½scaras (255.255.0.0 e
255.255.255.0).
Questï¿½es
4.1 Explique o conceito de netmask e cite as duas formas tï¿½picas com que se
costuma especificar netmasks.
4.2 Escreva usando qualquer linguagem de programaï¿½ï¿½o (ou pseudo-

cï¿½digo) o algoritmo de roteamento IP, pressupondo que a tabela de rotas esteja
devidamente representada numa estrutura de dados conveniente.
5. Dï¿½ exemplos de networks das classes A, B e C. Diga quais sï¿½o os nemasks
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associados a eles e quantos endereï¿½os cada um comporta. Explique porque

ï¿½ algoritmicamente fï¿½cil de identificar a classe de um network.
5. O tcpdump
Instalaï¿½ï¿½o do windump
Exemplos de uso
Os exemplos da man page
Filtragem de porta
Filtragem de IP
Filtragem de conexï¿½o
Exibiï¿½ï¿½o do endereï¿½o de hardware
Exibiï¿½ï¿½o do campo de dados
Exemplo de captura de senha via tcpdump
Sugestï¿½o de uso domï¿½stico
Notas
5.1 O tcpdump
O tcpdump ï¿½ uma ferramenta importante para a administraï¿½ï¿½o de redes

e para uma maior familiarizaï¿½ï¿½o com o TCP/IP. Ele foi desenvolvido
originalmente para sistemas Unix-like, mas possui um porte para Windows,
chamado windump. A finalidade do tcpdump ï¿½ capturar os pacotes que
passam por uma interface. Os cabeï¿½alhos desses pacotes sï¿½o exibidos no
console, um por linha:
$ tcpdump -i eth0 -l -n
13:57:56.876424 192.168.0.1.1044 > 192.168.0.2.23: S 3767238723:3767238723(0) win 32120 (DF)
13:57:56.878184 192.168.0.2.23 > 192.168.0.1.1044: S 1049035122:1049035122(0) ack 3767238724 win 32736
13:57:56.878370 192.168.0.1.1044 > 192.168.0.2.23: . ack 1 win 32120 (DF)
13:57:56.881182 192.168.0.1.1044 > 192.168.0.2.23: P 1:28(27) ack 1 win 32120 (DF)
13:57:56.900704 192.168.0.2.23 > 192.168.0.1.1044: . ack 28 win 32709 (DF)
13:57:57.115026 192.168.0.2.23 > 192.168.0.1.1044: P 1:13(12) ack 28 win 32709 (DF)
Os pacotes acima referem-se a uma conexï¿½o TELNET. Observe que a

mï¿½quina 192.168.0.1 enviou (primeira linha) um pacote para a mï¿½quina
192.168.0.2. As portas envolvidas sï¿½o 1044 (cliente) e 23 (servidor). O
caractere "P" que vemos na quarta linha significa que nesse pacote a flag PUSH
do cabeï¿½alho TCP estï¿½ ativa. Outras flags comuns sï¿½o "S" (como vemos
nas duas primeiras linhas), "F" (flag FYN, sinalizadora do final da conexï¿½o) ou
"R" (reset). A flag PUSH foi prevista para evitar delays de bufferizaï¿½ï¿½o no
envio ou repasse dos dados recebidos para a aplicaï¿½ï¿½o, no entanto as
implementaï¿½ï¿½es de TCP/IP ou ignoram essa flag ou setam-na sempre.
O "S" significa que a flag SYN estï¿½ ativa, isto ï¿½ trata-se de um pedido de
sincronizaï¿½ï¿½o, o que indica inï¿½cio de uma conexï¿½o. A
sincronizaï¿½ï¿½o significa o informe do sequence number inicial. ï¿½ atravï¿½s
do sequence number (um inteiro de 32 bits como podemos ver no cabeï¿½alho
TCP) que o TCP/IP sabe a posiï¿½ï¿½o de cada segmento dentro do stream. O
sequence number inicial nï¿½o ï¿½ zero, mas costuma ser uma funï¿½ï¿½o do
relï¿½gio da mï¿½quina, a fim de diminuir a probabilidade de na
reutilizaï¿½ï¿½o de uma porta jï¿½ desalocada o recebimento acidental de
pacotes referentes a uma conexï¿½o anterior que utilizou aquela porta provoque
erros.
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O par de nï¿½meros separados por dois pontos (":") informa o trecho do stream
ao qual corresponde o segmento carregado pelo pacote. Assim, vemos que a
quarta linha corresponde a um segmento de 27 bytes. A rigor o tcpdump nï¿½o
consegue inferir a posiï¿½ï¿½o desse segmento dentro do stream justamente
porque o sequence number inicial ï¿½ desconhecido, exceto, ï¿½ claro, no caso
em que o tcpdump capturou os pacotes de sincronizaï¿½ï¿½o dessa conexï¿½o e
memorizou esses sequence numbers (veja esses nï¿½meros iniciais na primeira e
segunda linhas).
Cada pacote TCP carrega ainda um acknowledge informando atï¿½ qual

posiï¿½ï¿½o o strem proveniente da outra ponta jï¿½ foi recebido. ï¿½ a
ausï¿½ncia desse acknowledge que provoca no TCP a retransmissï¿½o de
pacotes em intervalos de tempo exponencialmente crescentes. Na linha 5 vemos
um "28", que indica o acknowledge dos 27 bytes recebidos.
Finalmente, cada segmento informa ao outro lado o tamanho da janela admitido

naquele ponto da comunicaï¿½ï¿½o. Assim, vemos na quinta linha que o
participante informa ter jï¿½ recebido 27 bytes e sinaliza que poderï¿½o ser
enviados mais 32709 antes que a aplicaï¿½ï¿½o seja blocada pelo aguardo de um
acknowledge dos segmentos enviados ou ao menos de uma parte deles.
O tcpdump ï¿½ a ferramenta utilizada para analisar e estudar as principais

caracterï¿½sticas e protocolos do TCP/IP pelo livro TCP/IP Illustrated de W. R.
Stevens, que em geral ï¿½ considerado a principal referï¿½ncia da ï¿½rea
atualmente. O tï¿½tulo Illustrated deve-se justamente ao fato do tcpdump
apresentar como que uma imagem dos protocolos em funcionamento. Ao longo
destas notas estaremos utilizando-o algumas vezes com essa finalidade.
Na medida em que ele realiza captura de pacotes e dos seus dados, o tcpdump
pode tambï¿½m ser utilizado tambï¿½m para espionar trï¿½fego alheio. Nï¿½o
obstante, a sua finalidade principal ï¿½ administrativa, mesmo porque os
recursos do tcpdump sï¿½o limitados. Ele nï¿½o ï¿½ capaz, por exemplo, de
realizar a montagem dos pacotes TCP a fim construir a sequï¿½ncia de bytes
gerada pelo cliente e/ou pelo servidor, e a sua capacidade para extrair o
conteï¿½do da ï¿½rea de dados dos pacotes ï¿½ relativamente limitada.
6. Network Programming
Prï¿½tica com NP
Exemplo de cliente TCP Comparaï¿½ï¿½o com I/O de arquivos Os

serviï¿½os utilizados da winsock Exemplo 1 de servidor TCP Exemplo 2 de
servidor TCP Como escrevendo um servidor web minimal
Mï¿½todos para atendimento a mï¿½ltiplas conexï¿½es
Threads mï¿½ltiplos Mï¿½ltiplos processos ("fork-exec") Loop de

atendimento
Tour pela implementaï¿½ï¿½o de TCP/IP do Linux
Leitura do pacote Escrita do pacote
Exercï¿½cio prï¿½tico: Mala direta
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Funcionamento do script Teste do script A divisï¿½o em envelopes O que

ï¿½ SPAM?
Notas
6.1 Um servidor TCP minimal
Um melhor conhecimento do TCP/IP depende de alguma experiï¿½ncia com

programaï¿½ï¿½o. O cï¿½digo que segue corresponde a um servidor TCP escrito
na linguagem PERL. Ele pode ser rodado em plataformas Unix-like ou Windows
sem alteraï¿½ï¿½es (desde que seja utilizado o interpretador PERL original,
escrito por Larry Wall). Os nï¿½meros de linha nï¿½o fazem parte do programa.
As linhas que se iniciam com o caractere '#' sï¿½o comentï¿½rios. A APIs de
programaï¿½ï¿½o TCP/IP do PERL reproduz a API de Berkeley, que ï¿½ seguida
por muitas implementaï¿½ï¿½es de TCP/IP e muitas linguagens de
programaï¿½ï¿½o, e por isso esses exemplos poderï¿½o ser transportados com
facilidade para outros ambientes.
Na linha 16 ï¿½ alocado um descritor de comunicaï¿½ï¿½o (socket). Ele ï¿½

inicializado para operar com TCP (outra alternativa seria UDP) ouvindo
conexï¿½es na porta 3456. Por simplicidade nï¿½o estamos consistindo os
valores de retorno das chamadas da API de sockets. Elas poderiam sinalizar
erros (por exemplo no caso da porta 3456 jï¿½ estar alocada por outra
aplicaï¿½ï¿½o).
A linha 21 apresentarï¿½ uma mensagem de start-up no console e o loop infinito

das linhas 23-49 inicialmente aguarda um pedido de conexï¿½o (linha 25), e em
seguida apresenta no console o pedido aceito (linha 29). No loop 38-46 o servidor
lï¿½ o socket associado ao cliente e executa os comandos time e quit. Note que
durante a execuï¿½ï¿½o do loop 38-46 o servidor estarï¿½ impossibilitado de
aceitar uma segunda conexï¿½o simultï¿½nea (para isso seria necessï¿½rio fazer
um novo chamado do serviï¿½o accept).
Uma vez disparado esse servidor, ï¿½ necessï¿½rio conectï¿½-lo atravï¿½s de um

cliente TCP, que poderï¿½ ser o telnet, o cliente dado logo a seguir ou mesmo
um browser web (neste caso qual seria o URL a ser utilizado?).
01 #!/usr/bin/perl
02 #
03 # tcpsrv2: simple TCP server with command loop
04 # usage: perl tcpsrv2
05 #
06
07 use Socket;
08
09 sub logmsg {
10 print "$0: @_ at ", scalar localtime, "\n";
11 }
12
13 $port = 3456;
14 $proto = getprotobyname('tcp');
15
16 socket(Server, PF_INET, SOCK_STREAM, $proto);
17 setsockopt(Server, SOL_SOCKET, SO_REUSEADDR,pack("l", 1));
18 bind(Server, sockaddr_in($port, INADDR_ANY));
19 listen(Server,SOMAXCONN);
20
21 logmsg "server started on port $port";
22
23 while (1) {
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24
25 $paddr = accept(Client,Server);
26 ($port,$iaddr) = sockaddr_in($paddr);
27 $name = gethostbyaddr($iaddr,AF_INET);
28
29 logmsg "connection from $name [",
30 inet_ntoa($iaddr), "]
31 at port $port";
32
33 select(Client);
34 $| = 1;
35 print Client "Hello there, $name\r\n";
36
37 $f = 0;
38 while ($f == 0) {
39 $_ = ;
40 if ($_ =~ /time/) {
41 print Client ( scalar localtime ) . "\r\n";
42 }
43 elsif ($_ =~ /quit/) {
44 $f = 1;
45 }
46 }
47
48 close(Client);
49 }
6.2 Um cliente TCP minimal
Esse exemplo difere do exemplo do servidor por nï¿½o colocar o socket em

"listen". Nï¿½o obstante, assim como no caso do servidor, o socket ï¿½
configurado para operar com TCP numa porta local, que no caso ï¿½ deixada ï¿½
escolha do layer de TCP/IP (veja o "0" na linha 25). Na linha 26 empacotamos
numa estrutura binï¿½ria o endereï¿½o e a porta remotos para, na linha 35,
conectarmos. Na linha 41 enviamos o comando especificado na chamada do
script, e no loop seguinte lemos e enviamos para o console a resposta do
servidor.
01 #!/usr/bin/perl
02 #
03 # tcpcl - generic TCP client
04 # --------------------------
05 #
06 # usage: perl tcpcl host port command
07 # example: perl tcpcl altavista.digital.com 80 "GET /"
08 #
09
10 use Socket;
11 use Sys::Hostname;
12
13 $them = $ARGV[0];
14 $port = $ARGV[1];
15
16 $AF_INET = 2;
17 $SOCK_STREAM = 1;
18 $sockaddr = 'S n a4 x8';
19
20 $hostname = hostname();
21 ($name,$aliases,$proto) = getprotobyname('tcp');
22 ($name,$aliases,$port) = getservbyname($port,'tcp') unless $port =~ /^\d+$/;
23 ($name,$aliases,$type,$len,$thisaddr) = gethostbyname($hostname);
24 ($name,$aliases,$type,$len,$thataddr) = gethostbyname($them);
25 $this = pack($sockaddr, $AF_INET, 0, $thisaddr);
26 $that = pack($sockaddr, $AF_INET, $port, $thataddr);
27
28 # Make the socket filehandle.
29 socket(S, $AF_INET, $SOCK_STREAM, $proto);
30
31 # Give the socket an address.
34 of 72 29/08/2019 20:29
32 bind(S, $this);
33
34 # Call up the server.
35 connect(S,$that);
36
37 # Set socket to be command buffered.
38 select(S); $| = 1; select(STDOUT);
39
40 # send the command and read the output
41 print(S "$ARGV[2]\r\n");
42 sleep(1);
43 while (<S>) {
44 print;
45 }
46 close(S);
6.3 Um cliente/servidor UDP minimal
O cï¿½digo que segue ï¿½ ao mesmo tempo um cliente e um servidor UDP, e foi
pensado para ser utilizado num teste em sala de aula. Nas linhas 10-15 um
socket ï¿½ alocado e configurado para operar com UDP na porta local 3456. No
loop das linhas 20-25 envia-se um pacote UDP para cada um dos destinos
especificados na linha de comandos. Note que em virtude de no UDP nï¿½o
existir o conceito de conexï¿½o, o destino dos pacotes nï¿½o estï¿½ implï¿½cito
no socket, mas precisa ser explicitado a cada transmissï¿½o (linha 24).
No loop das linhas 31-39 aguarda-se algum pacote de qualquer um dos

participantes, atï¿½ um mï¿½ximo igual ao nï¿½mero de destinatï¿½rios na linha
de comandos. O "select" usado na linha 31 aguarda um evento num conjunto de
descritores (com um timeout de 10 segundos), e que no caso foi construï¿½do
para conter apenas o socket UDP que estamos utilizando. A cada pacote UDP
recebido, o select retornarï¿½ e na linha 36 exibiremos a mensagem recebida
naquele pacote.
01 #!/usr/bin/perl
02 #
03 # udpmsg: simple UDP client and server
04 # usage: udpmsg host1 host2 ...
05 #
06
07 use Socket;
08 use Sys::Hostname;
09
10 $iaddr = gethostbyname(hostname());
11 $proto = getprotobyname('udp');
12 $port = 3456;
13 $paddr = sockaddr_in(3456, $iaddr); # 0 means let kernel pick
14 socket(SOCKET, PF_INET, SOCK_DGRAM, $proto);
15 bind(SOCKET, $paddr);
16
17 sleep(3);
18 $| = 1;
19 $count = 0;
20 for $host (@ARGV) {
21 $count++;
22 $hisiaddr = inet_aton($host);
23 $hispaddr = sockaddr_in($port, $hisiaddr);
24 send(SOCKET, "hello", 0, $hispaddr);
25 }
26
27 $rin = '';
28 vec($rin, fileno(SOCKET), 1) = 1;
29
30 # timeout after 10.0 seconds
31 while ($count && select($rout = $rin, undef, undef, 10.0)) {
32
33 if (defined($hispaddr = recv(SOCKET, $msg, 10, 0))) {
35 of 72 29/08/2019 20:29
34 ($port, $hisiaddr) = sockaddr_in($hispaddr);

35 $host = gethostbyaddr($hisiaddr, AF_INET);
36 printf "%-12s $msg\n", $host;
37 $count--;
38 }
39 }
6.4 Atendimento baseado em select
Os mecanismos principais de funcionamento dos softwares de comunicaï¿½ï¿½o

sï¿½o elementos que devem ser conhecido pelo profissional de Internet, mesmo
que nï¿½o seja um desenvolvedor de software, pois isso ï¿½ importante para a
avaliaï¿½ï¿½o de um produto ou de uma soluï¿½ï¿½o. Vimos nas notas
anteriores a estrutura geral de um servidor TCP e de um cliente TCP. Veremos
agora de forma mais detalhada o modo atravï¿½s do qual um mesmo servidor
atende mï¿½ltiplas conexï¿½es numa mesma porta (vamos supor, a porta default
do serviï¿½o HTTP, ou seja, a 80).
Vimos no exemplo do servidor TCP que atravï¿½s da referï¿½ncia a um descritor,

o serviï¿½o accept recebe uma conexï¿½o de um cliente e devolve ï¿½
aplicaï¿½ï¿½o um segundo descritor, atravï¿½s do qual a comunicaï¿½ï¿½o com
aquele cliente ï¿½ realizada. Assim, para ser capaz de atender mï¿½ltiplas
conexï¿½es, um servidor (o termo servidor aqui refere um software como o IIS
ou o Apache, e nï¿½o um computador) precisa manter mï¿½ltiplos descritores de
comunicaï¿½ï¿½o, um para cada cliente que esteja sendo atendido (ao mesmo
tempo em que mantï¿½m aquele primeiro, para o accept de novas conexï¿½es).
Nas formas mais simples de I/O, a escrita ou a leitura de dados num descritor
ï¿½ blocante, ou seja, paralisa o processo se aquele descritor nï¿½o estiver apto
naquele momento para realizar a operaï¿½ï¿½o. Por exemplo: numa escrita, o
processo bloca se o buffer de saï¿½da jï¿½ estiver cheio ou na leitura o processo
bloca se o buffer de entrada estiver vazio. Numa modalidade de atendimento
mï¿½ltiplo, o I/O nï¿½o pode ser blocante porque enquanto se aguarda o
recebimento de dados num descritor, o servidor poderia estar processando os
dados jï¿½ recebidos num outro descritor.
As APIs de programaï¿½ï¿½o oferecem em geral duas possï¿½veis soluï¿½ï¿½es

para esse problema: uma ï¿½ a possibilidade da operaï¿½ï¿½o ser nï¿½o
blocante, e a outra ï¿½ o recurso de sinalizar ï¿½ aplicaï¿½ï¿½o um determinado
evento ou estado em algum descritor. No primeiro caso teriamos por exemplo
que um serviï¿½o de escrita que normalmente blocaria retorna com um
diagnï¿½stico de falha que a aplicaï¿½ï¿½o deverï¿½ tratar. No segundo, a
aplicaï¿½ï¿½o ï¿½ avisada que um determinado descritor estï¿½ apto para que
seja realizada nele uma operaï¿½ï¿½o de leitura ou de escrita. Em ambiente
Unix, esse segundo caso ï¿½ tradicionalmente implementado de forma
sï¿½ncrona atravï¿½s de um system call chamado select. O Winsock
implementou uma variante assï¿½ncrona do select cuja sinalizaï¿½ï¿½o ï¿½
realizada atravï¿½s do recebimento pela aplicaï¿½ï¿½o de um evento (no sentido
prï¿½prio que esse termo possui no ambiente windows).
01 $rin = '';
02 for ($n=0,$i=0; $i<$MAXCL; ++$i) {
03 if ($CL[$i] ne "") {
04 ++$n;
05 vec($rin,fileno("CL$i"),1) = 1;
06 }
07 }
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08 if ($n > 0) {
09 $nfound = select($rout=$rin,undef,undef,$TICK);
10 }
11 else {
12 select(undef,undef,undef,$TICK);
13 }
O exemplo acima ï¿½ parte do programa uplink (http://www.ime.usp.br/~ueda

/uplink/). Nas linhas 1-10 ï¿½ construï¿½do o "conjunto" $rin de todos os
descritores de comunicaï¿½ï¿½o ativos (um para cada cliente conectado). Ao
final dele, a variï¿½vel $n contï¿½m o total de clientes conectados. Se esse total
for positivo, entï¿½o na linha 9 executamos o select, que retorna ou avisando que
algum dos descritores indicados possui dados para leitura ou, apï¿½s um timeout
indicado pela variï¿½vel $TICK.
Num outro ponto do programa vemos como o select ï¿½ utilizado para detetar
um pedido de conexï¿½o pendente. Nesse caso, o bloco referente ao if deverï¿½
executar o accept e incluir o descritor obtido no vetor CL referido acima na linha
3.
$rin = '';
vec($rin,fileno(Server),1) = 1;
if (select($rout=$rin,undef,undef,0) > 0) {
Obs. A linguagem perl nï¿½o ï¿½ a mais apropriada para entender-se o

funcionamento do select porque nela esse mesmo nome (select) refere
tambï¿½m um outro serviï¿½o que tem uma semï¿½ntica independente, o que
pode causar alguma confusï¿½o.
6.5 Atendimento baseado em fork
A tï¿½cnica que vimos acima ï¿½ nï¿½o ï¿½ de uso muito frequente. Em geral,
servidores que atendem mï¿½ltiplas conexï¿½es fazem-no atravï¿½s do disparo
de uma instï¿½ncia para cada cliente. Essa instï¿½ncia pode ser um subprocesso
ou um thread. No Unix, a criaï¿½ï¿½o de um subprocesso ï¿½ feita atravï¿½s do
system call fork. Os livros de network programming trazem vï¿½rios exemplos
de como isso pode ser feito. Segue abaixo um exemplo simples adaptado de um
software real:
01 /* child will deal with the new connection */
02 if ((child=fork()) < 0)
03 tlog("fork error\n");
04
05 /* to avoid zombies */
06 else if (child == 0) {
07
08 /* makes an orphan */
09 if ((child=fork()) < 0)
10 tlog("could not make an orphan\n");
11
12 /* child will forward messages */
13 else if (child == 0) {
14 close(lsock);
15 forward();
16 exit(0);
17 }
18
19 /* parent is wait-ing us */
20 exit(0);
21 }
22
23 /* waits the first child die */
24 else
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25 wait(NULL);
No momento em que o kernel atende a chamada do fork na linha 2, passam a

existir dois processos ao invï¿½s de um. Os dois sï¿½o idï¿½nticos e estï¿½o
executando o mesmo cï¿½digo no mesmo ponto (isto ï¿½, em ambos acabamos
de retornar da chamada do fork). No caso do processo original, o fork retorna um
valor maior que zero, e que ï¿½ o PID (process ID) do subprocesso. No caso do
subprocesso, o fork retorna o valor zero. O subprocesso possui uma cï¿½pia
exata da mesma ï¿½rea de memï¿½ria de dados que o processo original, o que
inclui cï¿½pias dos mesmos descritores de comunicaï¿½ï¿½o que o processo
original estava mantendo abertos.
Nesse nosso exemplo sï¿½o realizados na verdade dois disparos de subprocessos

(nas linhas 6 e 9). Isso se faz para evitar o surgimento de zumbis. O processo que
atende a conexï¿½o serï¿½ na verdade "neto" do processo original e nï¿½o
"filho". O atendimento da conexï¿½o serï¿½ feito por uma funï¿½ï¿½o
especializada chamada na linha 15, finda a qual o processo serï¿½ encerrado. Se
o atendimento fosse feito pelo "filho", na sua terminaï¿½ï¿½o o processo original
seria sinalizado e teria que requisitar o status de retorno desse "filho" (enquanto
ele nï¿½o o fizer o "filho" serï¿½ um "zumbi"). Haveria outras maneiras menos
dispendiosas de se evitar zumbis, mas seriam um pouco mais complexas, e se o
serviï¿½o for de baixa demanda pode ser interessante optar pela soluï¿½ï¿½o
mais simples.
Note que o fork implica no disparo de um processo, o que via de regra ï¿½ um
procedimento dispendioso para o sistema operacional, pois implica na
atualizaï¿½ï¿½o das estruturas de dados de controle de processos e de
descritores de comunicaï¿½ï¿½o, e na alocaï¿½ï¿½o e cï¿½pia de ï¿½reas de
memï¿½ria para dados eventualmente grandes (a ï¿½rea de memï¿½ria usada
para armazenar o cï¿½digo do programa ï¿½ compartilhada entre o processo e o
subprocesso, mas as ï¿½reas de dados sï¿½o independentes). Assim, o
atendimento de conexï¿½es mï¿½ltiplas baseado no fork pode ser pouco
recomendado em serviï¿½os de alta demanda, a nï¿½o ser quando o
desenvolvedor opta por fazer com que o subprocesso esteja jï¿½ disparado antes
do pedido de conexï¿½o ser recebido. Essa ï¿½ a tï¿½cnica implementada (por
exemplo) pelo Apache.
6.6 Atendimento baseado em threads mï¿½ltiplos
Uma nova instï¿½ncia de um servidor poderia ser um thread ao invï¿½s de um

processo. A diferenï¿½a entre um thread e um processo ï¿½ que os vï¿½rios
threads disparados por um mesmo processo compartilham uma mesma e ï¿½nica
ï¿½rea de dados, e portanto a criaï¿½ï¿½o de um thread nï¿½o implica na
alocaï¿½ï¿½o e inicializaï¿½ï¿½o da ï¿½rea de dados do subprocesso, o que
torna o disparo de um thread potencialmente mais barato para o sistema
operacional do que o disparo de um processo. O quï¿½o mais barato serï¿½
depende de fato do sistema operacional utilizado.
Um servidor TCP multithread serï¿½ dessa forma algo intermediï¿½rio entre as

duas tï¿½cnicas exemplificadas nas notas anteriores. Assemelha-se ao uso do
select por manter todos os descritores de comunicaï¿½ï¿½o numa mesma ï¿½rea
de dados, e assemelha-se ao fork por criar vï¿½rias instï¿½ncias do servidor.
Vejamos um exemplo elementar baseado em pthreads (Posix Threads):
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/*
Simple multi-threaded TCP server
*/
#include <stdio.h>
#include <pthread.h>
#include <stdlib.h>
#include <unistd.h>
#include <sys/socket.h>
#include <netinet/in.h>
#include <unistd.h>
#include <string.h>
/* sockets for each client connection */

#define MAX 10
int cl[MAX];
void *dialog(void *arg) {

int c,n;
char s[80];
c = *((int *)arg);
*((int *)arg) = -1;
sprintf(s,"hello, I am thread number %d\n",c);
for (n=0; n<5; ++n) {
write(cl[c],s,strlen(s));
sleep(1);
}
close(cl[c]);
cl[c] = -1;
return(NULL);
}
int main(void) {
pthread_t th[MAX];
int i,l,new,len;
struct sockaddr_in laddr, cli_addr;
/* initialize sockets */
for (i=0; i<MAX; ++i)
cl[i] = -1;
/* alloc listen socket */

if ((l = socket(AF_INET, SOCK_STREAM, 0)) < 0) {
fprintf(stderr,"can't alloc listen socket\n");
exit(1);
}
/* make l listen on port 3456 */

memset(&laddr,0,sizeof(laddr));
laddr.sin_family = AF_INET;
laddr.sin_addr.s_addr = htonl(INADDR_ANY);
laddr.sin_port = htons(3456);
if (bind(l,(struct sockaddr *)&laddr,sizeof(laddr))<0) {
fprintf(stderr,"can't bind listen socket\n");
exit(1);
}
listen(l,5);
/* server loops forever */

while (1) {
/* locate free client socket */

for (new=-1; new<0; ) {
for (i=0; (i<MAX) && (cl[i]>=0); ++i);
if (i < MAX)
new = i;
else
sleep(1);
}
/* wait for connection */
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len = sizeof(cli_addr);
cl[new] = accept(l,(struct sockaddr *)&cli_addr,&len);
if (cl[new] < 0)
fprintf(stderr,"error while accept-ing\n");
/* fire up thread to control the new client */

else {
pthread_create(th+new,NULL,dialog,(void *)&new);
pthread_detach(th[new]);
}
/* wait thread initialize */

while (new >= 0)
sleep(1);
}
}
A funï¿½ï¿½o dialog encarrega-se do atendimento de cada cliente. A cada novo

pedido de conexï¿½o, um thread ï¿½ criado atravï¿½s da chamada do serviï¿½o
pthread_create. O thread inicialmente seta a variï¿½vel new (recebida por
referï¿½ncia) para -1, em seguida envia cinco vezes uma mensagem de boas-
vindas para o cliente e encerra sua execuï¿½ï¿½o. Note que o tamanho do vetor
cl (cujas entradas sï¿½o os descritores de comunicaï¿½ï¿½o comos clientes)
limita o mï¿½ximo de clientes ativos. Enquanto nenhum descritor estiver livre, o
loop de localizaï¿½ï¿½o de descritores livres (aquele identificado pelo
comentï¿½rio "locate free client socket") nï¿½o termina.
O cï¿½digo acima estï¿½ completo. Para rodï¿½-lo, basta salvï¿½-lo num arquivo
(vamos supor: mts.c), compilï¿½-lo e disparï¿½-lo do shell. Supondo que a
plataforma possua suporte a Posix threads e que a implementaï¿½ï¿½o de Posix
threads esteja na biblioteca pthread a compilaï¿½ï¿½o e o disparo do servidor
seriam assim:
$ cc -o mts mts.c -lpthread
$ ./mts &
6.7 SMTP e SPAM
O correio eletrï¿½nico sempre foi e continua sendo um dos serviï¿½os mais

importantes da Internet (talvez o mais importante). Essa sua importï¿½ncia,
aliada ï¿½ sua inerente complexidade, tornam o correio eletrï¿½nico um foco de
atenï¿½ï¿½es importante para o profissional que lida com a Internet. Jï¿½
citamos ao longo destas notas que o protocolo utilizado para o despacho de
emails na Internet ï¿½ o SMTP. O SMTP, como tivemos jï¿½ a oportunidade de
exemplificar (veja a nota TCP, mecanismo de transporte genï¿½rico), ï¿½ de fato
um protocolo de roteamento de emails, que faz com que a partir do seu
remetente, ele seja transferido de um servidor para outro, atï¿½ atingir a caixa
postal almejada.
Antes que a Internet se tornasse uma rede comercial, a operaï¿½ï¿½o tï¿½pica

de um servidor SMTP assemelhava-se ao de uma agï¿½ncia de correio, no
sentido em que qualquer pessoa pode depositar nela correspondï¿½ncia para ser
despachada. Uma pessoa no Brasil podia iniciar o envio de um email para o
Japï¿½o transferindo-o para um servidor SMTP nos Estados Unidos (por
exemplo). Este servidor por sua vez verificaria que o destinatï¿½rio final nï¿½o
era da infraestrutura local, e portanto re-rotearia o email para o seu destino
final. Dessa forma ele faria o papel de intermediï¿½rio (relay) sem ter nada a ver
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com aquela mensagem (isto ï¿½, sem ter parte nem com o originador e nem com
o destinatï¿½rio).
Essa forma de funcionamento dos servidores SMTP facilitou a aï¿½ï¿½o dos

chamados spammers, ou seja, as pessoas que enviam emails nï¿½o solicitados
(via de regra malas diretas para a divulgaï¿½ï¿½o de produtos ou serviï¿½os).
Facilitava tambï¿½m a falsificaï¿½ï¿½o de emails, visto que o SMTP nï¿½o inclui
nenhum mecanismo de autenticaï¿½ï¿½o (assim como o serviï¿½o tradicional de
correio tambï¿½m nï¿½o inclui).
Por esses motivos, a operaï¿½ï¿½o tï¿½pica dos servidores SMTP da Internet

vem mudando nos ï¿½ltimos anos, e tendendo sempre a limitar cada vez mais os
clientes que podem realizar transaï¿½ï¿½es SMTP num dado servidor, e os
cabeï¿½alhos que eles podem gerar. Atualmente (agosto de 2000), os servidores
SMTP operando no Brasil em geral aceitam conexï¿½es TCP apenas de clientes
da infraestrutura local (identificados pelo IP de origem), caso em que o servidor
opera como relay (intermediï¿½rio), ou destinados a caixas postais locais, caso
em que o servidor opera como destino final da mensagem. No primeiro caso,
alteraï¿½ï¿½es recentes tem proibido o cliente de gerar um header com um
campo From indicando um endereï¿½o eletrï¿½nico que nï¿½o corresponda
alguma caixa postal da infraestrutura local.
6.8 Nota sobre arquivos atachados
Arquivos atachados em emails sï¿½o codificados como texto e incluï¿½dos no

corpo do email com marcas indicadoras do inï¿½cio e final do attachment, a fim
de que o destinatï¿½rio seja capaz de extrair o arquivo. Assim, o envio dos
attachments ï¿½ realizado pelo prï¿½prio SMTP e faz parte da transaï¿½ï¿½o
SMTP que exemplificamos anteriormente. Vejamos um email completo, com
header e corpo incluindo um arquivo atachado pequeno chamado right.gif (um
ï¿½cone):
From ueda@ime.usp.br Tue Aug 1 17:29:18 2000
Return-Path:
Received: from hal by hal.home.unet (8.9.3/1.34)
id RAA00916; Tue, 1 Aug 2000 17:29:18 GMT
Date: Tue, 1 Aug 2000 14:29:18 -0300 (EST)
From: Ricardo Ueda Karpischek
X-Sender: ueda@hal.home.unet
To: ueda@listas
Subject: teste com attachment
Message-ID:
MIME-Version: 1.0
Content-Type: MULTIPART/MIXED; BOUNDARY="-1463811840-1193269629-965150958=:906"
Status: O
X-Status:
X-Keywords:
X-UID: 1871
This message is in MIME format. The first part should be readable text,
while the remaining parts are likely unreadable without MIME-aware tools.
Send mail to mime@docserver.cac.washington.edu for more info.
---1463811840-1193269629-965150958=:906
Content-Type: TEXT/PLAIN; charset=US-ASCII
teste
---1463811840-1193269629-965150958=:906
Content-Type: IMAGE/GIF; name="right.gif"
Content-Transfer-Encoding: BASE64
Content-ID:
41 of 72 29/08/2019 20:29
Content-Description:
Content-Disposition: attachment; filename="right.gif"
R0lGODlhFAAWAKEAAP///8z//wAAAAAAACH+TlRoaXMgYXJ0IGlzIGluIHRo
ZSBwdWJsaWMgZG9tYWluLiBLZXZpbiBIdWdoZXMsIGtldmluaEBlaXQuY29t
LCBTZXB0ZW1iZXIgMTk5NQAh+QQBAAABACwAAAAAFAAWAAACK4yPqcsd4pqA
UU1az8V58+h9UtiFomWeSKpqZvXCXvZsdD3duF7zjw/UFQAAOw==
---1463811840-1193269629-965150958=:906--
Observe a linha que marca o inï¿½cio do arquivo atachado, e que se repete ao

seu final. Observe que ela consta tambï¿½m do header do email. Repare que o
attachment possui um cabeï¿½alho com informaï¿½ï¿½es sobre o arquivo.
Finalmente, o arquivo ï¿½ incluï¿½do no corpo do email apï¿½s a sua
conversï¿½o para um formato que utiliza apenas caracteres ASC "visï¿½veis". No
caso, foi utilizada a conversï¿½o BASE64. Uma conclusï¿½o importante que se
pode tirar dessa descriï¿½ï¿½o ï¿½ que problemas envolvendo attachments, por
exemplo quando o destinatï¿½rio nï¿½o consegue extrair os arquivos, sï¿½o da
alï¿½ada do software que gerou o attachment e do software que tentou extrair o
attachment. Problemas desse tipo nï¿½o sï¿½o causados pelos servidores SMTP
intermediï¿½rios, mas sim por falha de algum dos clientes de email (o do
remetente ou o do destinatï¿½rio).
6.9 Serviï¿½os standalone e serviï¿½os inetd
Em plataformas Unix-like existe um servidor especial chamado inetd. Ele ï¿½

responsï¿½vel pelo atendimento a mï¿½ltiplos serviï¿½os, mas nï¿½o pela
implementaï¿½ï¿½o desses serviï¿½os. A implementaï¿½ï¿½o precisa estar
presente em outros servidores (programas) especializados que sï¿½o disparados
pelo inetd via fork seguido de um exec. De fato, vimos numa nota anterior que o
serviï¿½o de disparo de um sobprocesso no Unix ï¿½ o fork. Entretanto, nesse
caso o subprocesso ï¿½ uma cï¿½pia do processo original, e roda o mesmo
cï¿½digo. Se o subprocesso tiver que rodar um cï¿½digo diferente, obtido a
partir de um arquivo executï¿½vel no filesystem, a chamada do fork, no cado do
subprocesso, deve ser seguida da chamada do exec.
A finalidade do inetd ï¿½ concentrar o atendimento de muitos serviï¿½os num

ï¿½nico servidor. Com isso obtï¿½m-se alguma economia de recursos, se os
serviï¿½os forem de baixa demanda. Obtï¿½m-se tambï¿½m um mecanismo
comum de autorizaï¿½ï¿½o baseada no endereï¿½o ou nomes dos clientes, que
ï¿½ acionado pelo inetd antes do disparo do servidor especializado. O mais
conhecido desses mecanismos ï¿½ o tcp wrapper de Wietse Venema. Serviï¿½os
que em geral sï¿½o atendidos pelo inetd sï¿½o o TELNET, os serviï¿½os "r"
(RSH, RCP, etc) e POP. Serviï¿½os que ï¿½s vezes sï¿½o atendidos pelo inetd
sï¿½o o FTP e o SMTP. Os serviï¿½os que o inetd atende e a ativaï¿½ï¿½o do
wrapper para cada um deles estï¿½o relacionados no arquivo /etc/inetd.conf.
Alguns servidores (por exemplo o apache, ao menos nas suas versï¿½es mais
antigas) oferecem a alternativa do seu atendimento poder ser feito por ele
mesmo (nesse caso diz-se que ele ï¿½ um servidor "standalone") ou via inetd. Do
ponto de vista da arquitetura de um servidor ou do atendimento de um serviï¿½o,
o que se deve ter em vista quando se usa ou nï¿½o o inetd ï¿½ que, alï¿½m do
jï¿½ dito (ou seja, que o inetd concentra vï¿½rios serviï¿½os num ï¿½nico
servidor que estï¿½ associado a um wrapper), ï¿½ que o fork-exec faz com que
mï¿½ltiplas cï¿½pias de um mesmo programa nï¿½o compartilhem a mesma
ï¿½rea de memï¿½ria para o cï¿½digo, e portanto o consumo total de recursos
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no caso de serviï¿½os de demanda elevada ï¿½ maior.
Questï¿½es
6.1 Localize no servidor de ftp da Microsoft a especificaï¿½ï¿½o da API Winsock.
6.2 Escreva usando qualquer linguagem de programaï¿½ï¿½o um proxy web

minimal.
6.3 Suponha que a sua empresa utilize um cliente TCP windows (por exemplo o
cliente de um sistema administrativo) numa rede privada, e que se pretenda
agora utilizï¿½-lo na Internet. Quando esse software foi desenvolvido nï¿½o se
previu mecanismos de criptografaï¿½ï¿½o, e vocï¿½ nï¿½o deseja que as
informaï¿½ï¿½es trafeguem abertas na Internet. Mostre como se pode fazer com
que as chamadas dos serviï¿½os da winsock.dll que esse cliente realiza sejam
capturadas por uma outra DLL que criptografarï¿½ as informaï¿½ï¿½es enviadas
e descriptografarï¿½ as recebidas, eventualmente sem necessidade de alterar os
fontes do cliente e/ou recompilï¿½-lo.
6.4 Qual ï¿½ a diferenï¿½a entre o select da API C do Unix e o select oferecido
pelo Winsock?
6.5 Qual ï¿½ a diferenï¿½a entre os espaï¿½os de nomes de descritores da API

de sockets do Unix e do Winsock 1.1? Que consequï¿½ncias isso tem para quem
porta softwares de Unix para Windows?
6.6 Quantos sockets uma mesma aplicaï¿½ï¿½o pode alocar na plataforma em

que vocï¿½ trabalha?
6.7 Suponha que vocï¿½ esteja projetando um computador de bordo para ser
colocado nas viaturas de uma frota. Suponha que vocï¿½ opte por utilizar Linux
neles. Quais componentes do Linux seriam necessï¿½rios para que esse
computador fosse capaz de conectar num provedor Internet atravï¿½s de um
telefone celular e rodar um software de aplicaï¿½ï¿½o para enviar e/ou receber
informaï¿½ï¿½es para/de uma central de controle? (neste caso naturalmente o
desejï¿½vel ï¿½ minimizar o uso de memï¿½ria, e portanto encontrar o conjunto
mï¿½nimo de componentes de software)
6.8 Vocï¿½ conhece alguma implementaï¿½ï¿½o de TCP/IP para Windows

versï¿½o 3? e para MS-DOS?
6.9 Descreva como operaria um programa que se baseasse no comando VRFY do

SMTP para tentar checar se um dado endereï¿½o eletrï¿½nico existe, sem tentar
enviar um email para ele.
6.10 Descreva em linhas gerais como deve operar um software que se proponha
a copiar para o seu HD todas as pï¿½ginas de um servidor web da Internet.
Descubra algum software na Internet que realize essa operaï¿½ï¿½o.
6.11 Descreva em linhas gerais como deve operar um software que se proponha
a submeter um formulï¿½rio de forma automï¿½tica, sem necessidade de
preenchï¿½-lo manualmente atravï¿½s do browser.
7. Estudo de caso: RS-232
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A interface RS-232
Pinagem: TX, RX, GND

Conexï¿½o de duas seriais
Bandas tï¿½picas
Comprimento mï¿½ximo de cabo
Diï¿½logo simples atravï¿½s do emulador de terminal
Uso exclusivo do meio fï¿½sico
A aplicaï¿½ï¿½o comunica-se com o driver
Protocolos de transferï¿½ncia de arquivos
Colocando a camada IP no lugar do terminal
Uso compartilhado do meio fï¿½sico
A aplicaï¿½ï¿½o comunica-se com a camada TCP
A camada de enlace (Link Level)
Descriï¿½ï¿½o do SLIP
Limitaï¿½ï¿½es do SLIP
Recursos adicionais do PPP
Modems
Comunicaï¿½ï¿½o serial de longa distï¿½ncia e modulaï¿½ï¿½o

Diï¿½logo com o modem atravï¿½s do emulador de terminal
Alguns comandos AT
Teste de PSK
Notas
7.1 IP em comunicaï¿½ï¿½o serial
A comunicaï¿½ï¿½o serial ï¿½ um palco especialmente interessante para

esmiuï¿½armos o funcionamento do TCP/IP em virtude da sua simplicidade. Uma
boa compreensï¿½o de como o IP opera neste caso facilita o entendimento de
como uma VPN funciona.
Em PCs encontramos tipicamente portas seriais RS-232 operando em

velocidades como 9600, 19200 ou 115200 bits por segundo. O protocolo RS-232
transfere os bits um a um atravï¿½s do pino TX. Ele apresentarï¿½ uma tensï¿½o
de -3 a -15 volts (contra a terra) para codificar um bit 0 e uma tensï¿½o de +3 a
+15 volts para codificar um bit 1. Quando a porta nï¿½o estï¿½ transmitindo, o
pino TX permanece no estado lï¿½gico 0. A transmissï¿½o de um byte comeï¿½a
com a transmissï¿½o do start bit (1), em seguida transmitem-se todos os bits do
byte e apï¿½s eles a paridade e o stop bit. O chaveamento entre o final da
transmissï¿½o de um bit e o inï¿½cio da transmissï¿½o do bit seguinte nï¿½o ï¿½
sinalizado, mas ï¿½ sincronizado pelo receptor com base na comum velocidade
configurada nas duas pontas.
O papel do hardware reduz-se ao esquema descrito no parï¿½grafo anterior.

Bem, como ï¿½ que o conceito de pacote IP irï¿½ entï¿½o encaixar-se dentro
dessa modalidade de comuniï¿½ï¿½o? Naturalmente ï¿½ necessï¿½rio
estabelecer alguma convenï¿½ï¿½o de sinalizaï¿½ï¿½o de inï¿½cio e/ou de final
de pacote. A primeira dessas convenï¿½ï¿½es a ser criada foi o SLIP (serial line
44 of 72 29/08/2019 20:29
IP).
O SLIP ï¿½ bastante simples. Um byte 0xC0 ("END") indica final de pacote. Se
um pacote contiver o byte 0xC0 no seu cabeï¿½alho ou na ï¿½rea de dados,
entï¿½o ele ï¿½ transmitido como o par 0xDB 0xDC. E, se um pacote contiver o
byte 0xDB ("ESC"), entï¿½o ele ï¿½ transmitido como o par 0xDB 0xDD. Esta
codificaï¿½ï¿½o ï¿½ feita pelo kernel do Linux no mï¿½dulo drivers/net/slip.c.
Vejamos o trecho de cï¿½digo C correspondente:
/* SLIP protocol characters. */
#define END 0300 /* indicates end of frame */
#define ESC 0333 /* indicates byte stuffing */
#define ESC_END 0334 /* ESC ESC_END means END 'data' */
#define ESC_ESC 0335 /* ESC ESC_ESC means ESC 'data' */
caracteres especiais do SLIP (drivers/net/slip.h)

int
slip_esc(unsigned char *s, unsigned char *d, int len)
{
unsigned char *ptr = d;
unsigned char c;
/*
* Send an initial END character to flush out any
* data that may have accumulated in the receiver
* due to line noise.
*/
*ptr++ = END;
/*
* For each byte in the packet, send the appropriate
* character sequence, according to the SLIP protocol.
*/
while (len-- > 0) {

switch(c = *s++) {
case END:
*ptr++ = ESC;
*ptr++ = ESC_END;
break;
case ESC:
*ptr++ = ESC;
*ptr++ = ESC_ESC;
break;
default:
*ptr++ = c;
break;
}
}
*ptr++ = END;
return (ptr - d);
}
preparaï¿½ï¿½o do pacote para transmissï¿½o SLIP (drivers/net/slip.c)
Atualmente o SLIP ï¿½ preterido em favor do PPP. As vantagens mais visï¿½veis

do PPP sï¿½o o suporte ï¿½ autenticaï¿½ï¿½o e ï¿½ configuraï¿½ï¿½o
automï¿½tica de alguns parï¿½metros (no SLIP, os endereï¿½os IP precisam ser
previamente conhecidos pelo cliente), o suporte a mï¿½ltiplos protocolos (e
nï¿½o apenas ao IP). Em contrapartida, ele provoca um maior consumo de banda
de controle do que o SLIP.
Questï¿½es
45 of 72 29/08/2019 20:29
7.1 Quais sï¿½o os tamanhos dos headers IP e TCP num link que trafega SLIP
comprimido?
7.2 Crie um link SLIP entre duas mï¿½quinas windows (ou uma windows e uma
unix). Descreva a pinagem do cabo que vocï¿½ utilizou, e se foi necessï¿½rio
adicionar algum device driver no windows. Descreva como vocï¿½ criou as rotas
em cada uma das mï¿½quinas.
7.3 Vimos que um PC que atenda conexï¿½es discadas necessita para cada
cliente simultï¿½neo uma linha telefï¿½nica, um modem e uma porta serial.
Quantas seriais vocï¿½ acha que um PC pode suportar (eventualmente atravï¿½s
da adiï¿½ï¿½o de algum hardware extra)?
7.4 Ao longo de uma conexï¿½o discada (por exemplo quando de casa vocï¿½
utiliza o seu provedor de acesso) os modems podem renegociar o protocolo de
modulaï¿½ï¿½o, e eventualmente fazendo cair a velocidade de transferï¿½ncia.
Cite um modo simples de se saber durante o uso se ocorre renegociaï¿½ï¿½o
entre os modems.
7.5 Na ï¿½ltima Copa do Mundo praticamente todas agï¿½ncias de notï¿½cias

recebiam fotografias tiradas no campo atravï¿½s de cï¿½maras fotogrï¿½ficas
digitais, e enviadas imediatamente por meios eletrï¿½nicos. Suponha que um
repï¿½ter fotogrï¿½fico disponha de uma cï¿½mara digital convencional, um
notebook e um telefone celular. Quanto tempo depois dele tirar uma fotografia
ela poderï¿½ estar disponï¿½vel na redaï¿½ï¿½o a fim de ser disponibilizada via
web?
7.6 Algumas plataformas podem utilizar uma porta paralela como dispositivo de
roteamento IP. Quantos bytes por segundo podem ser tranferidos por um tal
dispositivo?
7.7 Compare o consumo tï¿½pico de recursos de comunicaï¿½ï¿½o (isto ï¿½,

tempo de transmissï¿½o) da transmissï¿½o de um documento por fax, email ou
algum serviï¿½o de impressï¿½o.
8. TCP/IP e seguranï¿½a
Elementos bï¿½sicos
Filtragem de pacotes e firewalls

Seguranï¿½a como fruto do isolamento
Envio de senhas in-clear
Autenticaï¿½ï¿½o por nomes e os serviï¿½os "r"
Criptografaï¿½ï¿½o e algoritmos de chave pï¿½blica
ARP Spoofing
Operaï¿½ï¿½o de um layer criptografador
Ataques que procuram esgotar recursos
Notas
8.1 Observaï¿½ï¿½es gerais sobre seguranï¿½a em TCP/IP
A seguranï¿½a de redes ï¿½ evidentemente um tema que transcende o TCP/IP, e
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envolve desde questï¿½es relacionados com os princï¿½pios fï¿½sicos,

eletromagnï¿½ticos ou ï¿½pticos de funcionamento da comunicaï¿½ï¿½o, atï¿½ a
chamada "engenharia social", que estuda (por exemplo) o comportamento das
pessoas em relaï¿½ï¿½o ï¿½ escolha ou ao uso de senhas. Naturalmente nï¿½o
pretendemos aqui abordar todas essas questï¿½es, mas apenas fazer algumas
observaï¿½ï¿½es prï¿½ticas no tocante ï¿½ forma com que os temas da
seguranï¿½a e do TCP/IP se entrelaï¿½am. De fato, a anï¿½lise ou o
planejamento de uma polï¿½tica de seguranï¿½a em redes IP dependem de um
conhecimento sï¿½lido de TCP/IP.
Na prï¿½tica, muitas ou talvez a maior parte dos problemas de seguranï¿½a que

ocorrem na Internet (como invasï¿½o de mï¿½quinas com destruiï¿½ï¿½o ou
roubo de informaï¿½ï¿½es), ï¿½ consequï¿½ncia direta da existï¿½ncia de bugs
de software que sï¿½o explorados pelo atacante. Nesse sentido, todo
conhecimento que o profissional puder ter a nï¿½vel de programaï¿½ï¿½o serï¿½
ï¿½til para a sua capacitaï¿½ï¿½o. Nï¿½o obstante, a atitude do profissional de
Internet frente a bugs de software ï¿½ fundamentalmente o estar ciente de todos
os componentes de software em uso (produtos e respectivas versï¿½es), e atento
aos eventos inesperados logados pela mï¿½quina e aos anï¿½ncios de problemas
de seguranï¿½a descobertos nesses componentes, a fim de rapidamente
proceder ao upgrade deles. Isso constitui naturalmente um encargo especï¿½fico
da administraï¿½ï¿½o de sistemas, e por isso nï¿½o iremos abordï¿½-lo.
No que concerne diretamente ao TCP/IP (em todas as suas camadas), pode-se

dizer que a seguranï¿½a gira sempre em torno de dois eixos bï¿½sicos, que
sï¿½o o isolamento fï¿½sico e o suporte a criptografaï¿½ï¿½o nos protocolos.
Assim, quando pensamos em utilizar um switch que impeï¿½a o broadcast de

pacotes ethernet para todas as interfaces da LAN a fim de precaver-nos contra
sniffers, estamos isolando. Quando implantamos um firewall para bloquear as
portas ou os IPs que nï¿½o oferecem serviï¿½os ï¿½ Internet, estamos isolando.
Quando dividimos a rede privada em duas metades, uma exclusiva para uso
interno e outra mista, com mï¿½quinas que oferecem serviï¿½os para a rede
interna e para a Internet, estamos isolando. Quando bloqueamos a entrada de
emails com attachments para evitar a entrada de viruses que exploram
debilidades de seguranï¿½a de alguns clientes de correio eletrï¿½nico, estamos
isolando. Quando dividimos os serviï¿½os por vï¿½rias mï¿½quinas a fim de
nï¿½o somarmos as debilidades de seguranï¿½a de todos eles num ï¿½nico
ponto, estamos isolando.
Por outro lado, quando utilizamos um servidor web seguro no lugar de um nï¿½o
seguro num site de comï¿½rcio eletrï¿½nico, estamos criptografando. Quando
substituimos o telnet pelo ssh como protocolo para abrir sessï¿½es remotas, ou o
ftp pelo ssh, estamos criptografando, assim como quando implantamos uma VPN
atravï¿½s de um tï¿½nel TCP com criptografaï¿½ï¿½o nas duas pontas. A
criptografaï¿½ï¿½o prescinde do isolamento fï¿½sico, e opta por tornar inï¿½til a
captura da informaï¿½ï¿½o.
Sï¿½o especializaï¿½ï¿½es particularmente importantes para a ï¿½rea de

seguranï¿½a a filtragem de pacotes e todas as formas de autenticaï¿½ï¿½o. ï¿½
tambï¿½m pertinente ï¿½s questï¿½es de seguranï¿½a os protocolos para
sincronizaï¿½ï¿½o de relï¿½gios, como o NTP, para o qual existe muitos
servidores na Internet. Sem eles, torna-se complicado rastrear eventos ao longo
de vï¿½rias mï¿½quinas, pois os logs que elas geram apresentarï¿½o timestamps
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dessincronizados.
8.2 Filtragem de pacotes
A filtragem de pacotes consiste em aplicar ao roteamento de pacotes regras de

descarte que impeï¿½am a entrada ou a saï¿½da de pacotes dirigidos ou
provenientes de determinados endereï¿½os ou portas. De fato, vimos ao
comentar o roteamento IP que este baseia-se na aplicaï¿½ï¿½o de regras aos
dados de cabeï¿½alho de cada pacote IP. Bem, a filtragem consiste em adicionar
regras que ao invï¿½s de servirem para escolher a interface de envio de pacote,
prestam-se a determinar se um pacote serï¿½ efetivamente roteado ou
meramente descartado. Note que no momento em que o pacote vai ser roteado,
ele ï¿½ um buffer na memï¿½ria da mï¿½quina. Descartar esse pacote significa
meramente liberar esse buffer para ser reutilizado.
A filtragem de pacotes pode ser realizada por um equipamento especializado (um

"firewall"), pelo roteador que opera como gateway da rede corporativa com a
Internet, ou por alguma mï¿½quina intermediï¿½ria. A filtragem de pacotes
frequentemente ï¿½ feita pela mesma mï¿½quina que implementa a
traduï¿½ï¿½o de endereï¿½os para possibilitar ï¿½s mï¿½quinas da rede interna
o acesso aos serviï¿½os da Internet. Vejamos um caso prï¿½tico baseado no
Linux.
# ipfwadm -F -a accept -m -S 192.168.0.0/16
# ipfwadm -I -P tcp -a acc -S 0.0.0.0/0 -D 192.168.0.1/32 80
# ipfwadm -I -P tcp -a rej -S 0.0.0.0/0 -D 192.168.0.0/16 1:1023
Essa sequï¿½ncia de comandos inclui, nesta ordem, cinco regras de filtragem de

pacotes. A interface de rede ethernet estï¿½ configurada com o IP 192.168.0.1. A
primeira regra realiza a traduï¿½ï¿½o de endereï¿½os (mascaramento, ou "nat")
aplicando-a a todos os pacotes provenientes do network 192.168.0.0/16. A
segunda faz com que os pacotes dirigidos para a mï¿½quina local na porta TCP
80 (HTTP) sejam aceitos. Similarmente, as duas seguintes abrem as portas 53
(DNS) e 25 (SMTP). A quinta faz com que todos os pacotes TCP dirigidos para a
rede local em quaisquer portas TCP de 1 a 1023 sejam rejeitados. Assim, a um
pacote dirigido ï¿½ porta 80 serï¿½ aplicada antes a regra de aceite (a segunda),
mas a um pacote dirigido ï¿½ porta 110, serï¿½ aplicada a regra de rejeiï¿½ï¿½o
(a quinta).
Note que essas regras nï¿½o bloquearï¿½o as portas altas dos clientes (acima de
1024). Isso ï¿½ necessï¿½rio para que os clientes da rede interna consigam abrir
conexï¿½es com servidores da Internet.
Obs. Em versï¿½es recentes do Linux o comando ipfwadm passou a ser

chamado ipfwadm-wrapper.
8.3 Autenticaï¿½ï¿½o
De modo geral, autenticar consiste em provar a identidade. Assim, quando nos

identificamos perante um servidor dizendo que somos o usuï¿½rio fulano, o
servidor espera que provemos isso mostrando que conhecemos um segredo que
apenas o usuï¿½rio fulano conhece (uma senha). Essa ï¿½ a forma mais comum
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de autenticaï¿½ï¿½o, e estï¿½ presente em vï¿½rios protocolos TCP, como por

exemplo o FTP, o POP e o TELNET:
$ telnet 192.168.0.2
Trying 192.168.0.2...
Connected to 192.168.0.2.
Red Hat Linux release 4.2 (Biltmore)

Kernel 2.0.36 on an alpha
login: ueda
Password:
[ueda@alf ueda]$
Em muitos casos, a autenticaï¿½ï¿½o faz uso de uma base de dados centralizada

que possui a tabela de todos os usuï¿½rios e as suas senhas, ou entï¿½o
"assinaturas" das suas senhas. Neste caso, faz-se necessï¿½rio existir um
protocolo de autenticaï¿½ï¿½o que defina a forma da comunicaï¿½ï¿½o entre a
mï¿½quina que estï¿½ autenticando o usuï¿½rio e a mï¿½quina que contï¿½m a
base de dados de autenticaï¿½ï¿½o. Esses protocolos estï¿½o implementados na
forma de serviï¿½os baseados em TCP/IP: o NIS, que centraliza as
informaï¿½ï¿½es de login em redes Unix, o RADIUS, utilizado para centralizar
informaï¿½ï¿½es de autenticaï¿½ï¿½o PPP em provedores de acesso e
tambï¿½m os serviï¿½os de autenticaï¿½ï¿½o prï¿½prios do compartilhamento
de recursos do Windows, que podem operar sobre TCP/IP.
Uma autenticaï¿½ï¿½o bem-sucedida provoca a concessï¿½o de privilï¿½gios

para aquele que autenticou-se. Esse privilï¿½gio pode consistir na capacidade de
ler uma caixa postal (no caso do protocolo POP), ou de rotear pacotes atravï¿½s
do provedor de acesso (no caso do PPP), ou de abrir uma sessï¿½o de comandos
num computador remoto (no caso do TELNET ou do SSH), ou de fazer upload ou
download de arquivos (no caso do FTP).
Assim, ï¿½ fï¿½cil entender a relaï¿½ï¿½o direta da autenticaï¿½ï¿½o nas suas

diversas formas com a seguranï¿½a de redes. A obtenï¿½ï¿½o de privilï¿½gios
pode ser um primero passo para uma aï¿½ï¿½o criminosa, e por isso a
autenticaï¿½ï¿½o deve estar cercada por muitos cuidados na definiï¿½ï¿½o dos
protocolos. Ao longo da histï¿½ria do TCP/IP os cuidados dispensados ï¿½
autenticaï¿½ï¿½o nos diversos protocolos nem sempre previram os problemas
que no futuro surgiriam (a Internet originalmente era uma rede acadï¿½mica
utilizada por pesquisadores, e posteriormente tornou-se uma rede comercial de
uso generalizado).
8.4 Trï¿½fego de senhas in-clear
Vï¿½rios protocolos que utilizam o TCP como transporte incluem mecanismos de

autenticaï¿½ï¿½o que envolvem o envio do cliente para o servidor de um
username e de um password. Como sabemos, o cliente envia dados ao servidor
escrevendo-os no seu descritor de comunicaï¿½ï¿½o (socket), e o layer de TCP/IP
do cliente envia esses dados sequencialmente ao servidor na ï¿½rea de dados de
um ou mais pacotes.
No caso de no envio do username e do password nï¿½o ser realizado nenhum

tipo de criptografaï¿½ï¿½o (neste caso diz-se que oo envio ï¿½ feito in-clear),
entï¿½o eles poderï¿½o ser capturados em mï¿½quinas intermediï¿½rias
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atravï¿½s do uso de sniffers. Ao longo da histï¿½ria do TCP/IP, vï¿½rios dos

protocolos que envolvem autenticaï¿½ï¿½o foram criados sem nenhum suporte
para a criptografaï¿½ï¿½o dos dados de autenticaï¿½ï¿½o. Os mais utilizados
desses protocolos sï¿½o o POP3, o FTP e o TELNET. O HTTP tambï¿½m inclui um
mecanismo de autenticaï¿½ï¿½o com envio de dados in-clear, mas ele ï¿½ muito
pouco utilizado (os sites que autenticam usuï¿½rios, como por exemplo lojas
online, em geral implementam outros mecanismos de autenticaï¿½ï¿½o, ao
nï¿½vel da aplicaï¿½ï¿½o).
O uso destes protocolos deve preferencialmente ser limitado a infraestruturas

internas, a fim de que dados de autenticaï¿½ï¿½o corram um risco menor de
serem capturados. Vï¿½rias alternativas ao TELNET e ao FTP foram sendo
criadas nos ï¿½ltimos anos. Aquela que vem aos poucos estabelecendo-se como
padrï¿½o, principalmente para administraï¿½ï¿½o remota de mï¿½quinas e sites,
ï¿½ o SSH. Nï¿½o existe hoje uma alternativa padronizada para o caso de
download de emails, entretanto vï¿½rios sistemas de webmail criptografam os
dados enviados e recebidos atravï¿½s do HTTPS.
Questï¿½es
8.1 O que ï¿½ autenticaï¿½ï¿½o?
8.2 Localize na Internet um software que rodando na sua mï¿½quina seja capaz
de capturar o stream TCP de uma conexï¿½o (http, smtp, pop, etc) realizada por
uma outra mï¿½quina da LAN. Explique porque um software como esses ï¿½ uma
ferramenta de trabalho para quem lida com network prrogramming.
8.3 A pessoa que trabalha na mesa ao lado da sua ï¿½ capaz de capturar os
dados do seu cartï¿½o de crï¿½dito quando vocï¿½ realiza uma compra num
servidor seguro?
8.4 Por que a distribuiï¿½ï¿½o dos diferentes serviï¿½os TCP (web, ftp, email)
por vï¿½rias mï¿½quinas pode contribuir para tornar uma rede mais segura?
8.5 Explique de que forma ï¿½ possï¿½vel a um wrapper UDP determinar o IP

remoto.
8.6 Suponha que uma empresa multinacional deseje que todos os seus
funicionï¿½rios utilizem endereï¿½os eletrï¿½nicos com um ï¿½nico domï¿½nio
(por exemplo: empresa.com), ao invï¿½s de domï¿½nios em hierarquias
diferentes (ou seja, empresa.com, empresa.com.br, empresa.com.tw, etc).
Explique o que ï¿½ preferï¿½vel ao nï¿½vel de seguranï¿½a: permitir que os
funcionï¿½rios ao longo do mundo acessem um servidor POP corporativo
ï¿½nico, ou realizar o forward a partir do servidor smtp central dos emails para
outros servidores smtp distribuï¿½dos pelos vï¿½rios escritï¿½rios mundo afora.
8.7 O que ï¿½ um sniffer?
8.8 Suponha que vocï¿½ seja o responsï¿½vel na sua empresa pela definiï¿½ï¿½o
das normas de seguranï¿½a da rede corporativa. Quais serviï¿½os de
informaï¿½ï¿½o da Internet vocï¿½ exigiria que o pessoal tï¿½cnico
responsï¿½vel consultasse periodicamente?
8.9 Baixe da Internet o SSLeay (implementaï¿½ï¿½o free do SSL) e escreva uma
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aplicaï¿½ï¿½o com um cliente e um servidor elementares como os que testamos

em sala de aula (a prï¿½pria distribuiï¿½ï¿½o do SSLeay traz alguns exemplos).
8.10 O que ï¿½ WORM?
9. UDP
Os protocolos de transporte IP
TCP
UDP
Conceito de reliability
Conceito de best effort
UDP
Aplicaï¿½ï¿½es que nï¿½o exigem reliability

ï¿½udio e vï¿½deo
DNS
Multicast
Tamanho mï¿½ximo de um pacote UDP
O conceito de fragmentaï¿½ï¿½o
Teste do cliente/servidor UDP
Notas
9.1 O Protocolo UDP
Em sua vasta maioria, os serviï¿½os disponï¿½veis na Internet baseiam-se em

TCP, que por incluir o suporte ï¿½ retransmissï¿½o e ordenaï¿½ï¿½o dos pacotes
recebidos, garante a entrega da sequï¿½ncia de bytes enviada por cada uma das
partes, sem lacunas e na mesma ordem. O TCP ï¿½ por esse motivo dito reliable.
Em muitas situaï¿½ï¿½es prï¿½ticas, entretanto, essa propriedade (a de ser

reliable) pode ser desnecessï¿½ria ou mesmo indesejada. O exemplo mais
comum de tais situaï¿½ï¿½es ï¿½ o broadcast de ï¿½udio ou de vï¿½deo. Numa
transmissï¿½o de rï¿½dio ou de TV, a retransmissï¿½o de pacotes provocaria
atrasos cumulativos indesejados, pois a simultaneidade (por exemplo no caso de
eventos esportivos) ï¿½ mais importante do que a apresentaï¿½ï¿½o escrupulosa
de todos e cada um dos quadros.
No TCP/IP os serviï¿½os que nï¿½o necessitam ser reliable utilizam UDP. O UDP
tambï¿½m baseia-se no roteamento oferecido pelo IP, ou seja, o pacote IP pode
carregar tanto um pacote TCP quanto um pacote UDP (tambï¿½m chamado
datagrama). Observe que no cabeï¿½alho IP hï¿½ um campo indicando o
protocolo subjacente, o cï¿½digo do TCP ï¿½ 6 e o do UDP ï¿½ 17.
source port (16) destination port (16)

length (16) checksum (16)
O cabeï¿½alho UDP
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De forma semelhante ao TCP, o UDP tambï¿½m inclui o conceito de porta. Cada

serviï¿½o UDP estï¿½ associado a uma porta fixa, e o cliente ao enviar pacotes
para aquela porta necessita alocar uma porta UDP local. Nï¿½o obstante, o UDP
dispensa o conceito de conexï¿½o, havendo apenas envios independentes (cada
um correspondente a uma mensagem de no mï¿½ximo 65535 bytes) de uma
origem UDP (IP e porta) para um destino UDP.
Obs. Se o tamanho da mensagem UDP (acrescido dos cabeï¿½alhos UDP e IP)

superar o tamanho mï¿½ximo de pacotes (MTU) suportado pela interface, esse
pacote serï¿½ fragmentado. O conceito de fragmentaï¿½ï¿½o nï¿½o estï¿½
sendo coberto nestas notas, ele ï¿½ um feature ao nï¿½vel do IP, e nï¿½o deve
ser confundido com a divisï¿½o feita pelo TCP de um stream de bytes numa
sequï¿½ncia de segmentos. A fragmentaï¿½ï¿½o do IP consiste em quebrar em
vï¿½rias partes um pacote cujo tamanho supera o MTU da interface de envio. Ela
pode ocorrer em qualquer pacote IP suficientemente grande, seja ele UDP ou
TCP.
O comando netstat pode exibir os descritores UDP locais:

$ netstat -n -u -a
Active Internet connections (servers and established)
Proto Recv-Q Send-Q Local Address Foreign Address State
udp 0 0 192.168.0.1:53 0.0.0.0:*
udp 0 0 127.0.0.1:53 0.0.0.0:*
udp 0 0 0.0.0.0:37 0.0.0.0:*
No caso vemos as portas 37 (serviï¿½o time) e 53 (DNS). A mensagem "Active

Internet Connections" faz parte da saï¿½da default do netstat, que tambï¿½m
pode exibir conexï¿½es TCP. Nesse nosso exemplo nï¿½o se tratam de
conexï¿½es, mas apenas das portas locais aptas para recebimento de pacotes
UDP.
9.2 UDP e multicast
O UDP ï¿½ tambï¿½m utilizado para implementar serviï¿½os "multicast". O TCP

pressupï¿½e apenas dois participantes. No caso de uma transmissï¿½o com uma
origem e muitos destinos, um mecanismo de transporte do tipo um-para-muitos
ï¿½ necessï¿½rio. O TCP/IP prevï¿½ o conceito de roteamento um-para-muitos,
mas os recursos que ele oferece para isso nï¿½o chegaram a ser um padrï¿½o
efetivamente usado na Internet. Em contrapartida, ï¿½ possivel implantar
serviï¿½os do tipo um-para-muitos ao nï¿½vel da aplicaï¿½ï¿½o, e em casos
assim utiliza-se UDP.
Neste caso, a aplicaï¿½ï¿½o que origina a mensagem envia-a para o nï¿½

seguinte, este (onde a mesma aplicaï¿½ï¿½o estï¿½ rodando) explode-a para
outros, estes outros para mais outros, e assim por diante, a fim de que todos os
destinatï¿½rios sejam atingidos. Note que o roteamento nesse caso sï¿½ pode
ser feito em infraestruturas privadas, por nï¿½o se tratar do roteamento IP
standard, mas depender da existï¿½ncia de uma aplicaï¿½ï¿½o especï¿½fica
rodando em cada um dos nï¿½s intermediï¿½rios.
O multicast pode ser comparado ao SMTP. Uma ï¿½nica transaï¿½ï¿½o SMTP

pode transferir um email uma ï¿½nica vez do seu remetente para o servidor
SMTP imediato, mas especificando mï¿½ltiplos destinatï¿½rios. Esse servidor
que a recebe por sua vez explode-a em vï¿½rios "envelopes", cada um contendo
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os todos destinatï¿½rios de um mesmo domï¿½nio, e realiza uma nova

transaï¿½ï¿½o de envio para cada envelope, destinada ao MX do domï¿½nio em
questï¿½o. Cada envelope por sua vez, ao ser recebido no SMTP definitivo, faz
com que a mensagem seja explodido por todas as caixas postais nele
especificadas.
Questï¿½es
9.1 Por que se diz que TCP ï¿½ "reliable" e UDP ï¿½ "best-effort"?
9.2 Use o tcpdump e o netstat para saber se um serviï¿½o de broadcast da

Internet que vocï¿½ conhece (estaï¿½ï¿½o de rï¿½dio, TV, pointcast, etc) utiliza
UDP ou TCP.
9.3 Crie um protocolo UDP ou TCP minimal para sincronizaï¿½ï¿½o de

relï¿½gios (isto ï¿½, o cliente obtï¿½m do servidor o horï¿½rio atual e acerta o
seu relï¿½gio a partir desse dado obtido), e implemente o cliente e o servidor
usando a plataforma e a linguagem de programaï¿½ï¿½o de sua preferï¿½ncia.
9.4 O que ï¿½ multicast? multicast sobre IP ï¿½ "reliable"?
9.5 Estime a banda do link de um cliente de um sistema de broadcast de

informaï¿½ï¿½es de mercado, que atualize uma tela de 80 linhas e 24 colunas
com uma tabela de cotaï¿½ï¿½es ï¿½ razï¿½o de uma atualizaï¿½ï¿½o a cada
segundo.
10. Redes privadas
TCP/IP numa rede privada
Endereï¿½os IPv4 para redes privadas

Um root nameserver privado
SMTP, POP e HTTP na rede privada
Conceitos de Internet, intranet, extranet
Conexï¿½o de uma rede privada ï¿½ Internet
Mascaramento (NAT)
Proxy servers
Conceito de proxy server

Intermediaï¿½ï¿½o
Cacheamento
Busca
VPN
o conceito
mï¿½quinas endpoint
rotas
Notas
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10.1 Internet, internets, intranets e extranets
O termo "internet", ao mesmo tempo que denota a rede mundial que estamos
acostumados a utilizar para enviar emails, acessar o Altavista, comprar livros,
etc, ï¿½ tambï¿½m um termo genï¿½rico que significa "rede de redes IP". Se
montarmos por exemplo trï¿½s pequenas LANs corporativas, cada uma
utilizando IP, e as interligarmos com linhas telefï¿½nicas, teremos criado uma
rede de redes IP (ainda que minï¿½scula), que pode ser chamada de "internet".
Douglas Comer costuma utilizar o termo "Internet" (com "I" maiï¿½sculo) para
denotar a rede mundial, e o termo "internet" (com "i" minï¿½sculo) para denotar
genericamente uma rede de redes IP. Essa convenï¿½ï¿½o entretanto nï¿½o ï¿½
necessariamente seguida por todas as pessoas.
O termo "intranet" denota uma rede IP, eventualmente com os mesmos

serviï¿½os oferecidos pela "Internet" (SMTP, HTTP, etc), mas para fins internos
(por exemplo correio eletrï¿½nico interno de uma empresa, sistema de
informaï¿½ï¿½es interno, etc). Note que do ponto de vista de TCP/IP, o termo
"intranet" nï¿½o acrescenta nada, visto que ele quer qualificar apenas o
conteï¿½do da comunicaï¿½ï¿½o, e nï¿½o os mecanismos utilizados por ela.
O termo "extranet" por sua vez denota uma "intranet" oferecida para um
pï¿½blico externo ï¿½ corporaï¿½ï¿½o, mas restrito. Seria o caso por exemplo
onde uma empresa abre o acessa ï¿½ sua intranet ou a parte dela para uma
outra empresa. Assim como o termo "intranet", o termo "extranet" tambï¿½m
nï¿½o acrescenta nada ao TCP/IP entendido tecnicamente.
10.2 Redes Privadas
A situaï¿½ï¿½o tï¿½pica para uma empresa ou organizaï¿½ï¿½o que se conecte

ï¿½ Internet ï¿½ a de possuir uma rede privada (que chamaremos de "rede
interna") oferecendo serviï¿½os internos (um servidor de disco, um servidor de
base de dados, etc) e um link com a Internet para que a partir da rede interna
seja possï¿½vel utilizar serviï¿½os da Internet (envio de emails, acesso a
pï¿½ginas web, etc). Essa empresa ou organizaï¿½ï¿½o poderï¿½ tambï¿½m
oferecer serviï¿½os para a Internet, como por exemplo um servidor de nomes
respondendo pelos nomes da empresa ou organizaï¿½ï¿½o (algo como
www.empresa.com), um servidor SMTP operando como o MX para os
domï¿½nios da empresa ou organizaï¿½ï¿½o e um servidor web.
Esse tipo de situaï¿½ï¿½o cria uma certa quantidade de problemas tï¿½picos que
o profissional que trabalha com Internet deve conhecer. Os mais comuns sï¿½o:
As mï¿½quinas da rede interna terï¿½o que ter o TCP/IP configurado e,

portanto, serï¿½ necessï¿½rio escolher os endereï¿½os que serï¿½o
utilizados.
Para as mï¿½quinas da rede interna fazerem resoluï¿½ï¿½o de nomes, em

geral serï¿½ conveniente oferecer a elas um servidor de nomes que cacheie
os registros que forem sendo consultados a fim de acelerar as consultas de
nomes.
Para as mï¿½quinas da rede interna fazerem o despacho de emails para a

Internet, via de regra ï¿½ conveniente que exista um servidor SMTP local
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utilizado pelas mï¿½quinas internas, e que cuide do despacho para os

destinatï¿½rios finais ou para um relay.
Para as mï¿½quinas da rede interna fazerem acesso web, em geral serï¿½

conveniente criar um servidor proxy HTTP que cacheie as pï¿½ginas que
forem sendo acessadas a fim de evitar o download mï¿½ltiplo de pï¿½ginas
muito consultadas, e com isso obter uma economia de banda.
O oferecimento dos serviï¿½os DNS, SMTP e HTTP ï¿½ Internet cria a

necessidade de se implantar esses serviï¿½os, o que corresponde ï¿½
eventual necessidade de um hardware especï¿½fico, e ao conhecimento dos
softwares utilizados (Sendmail, IIS, etc). Se for oferecido SMTP, entï¿½o um
serviï¿½o de download de emails como o POP tambï¿½m terï¿½ que ser
implantado.
A conectividade fï¿½sica com a Internet cria a possibilidade de ataques

tanto ï¿½s mï¿½quinas que oferecem serviï¿½os para a Internet quanto
para as mï¿½quinas destinadas exclusivamente para uso interno.
10.3 Endereï¿½os reservados para redes Privadas
A exaustï¿½o do espaï¿½o de endereï¿½amento IP da Internet tornou

conveniente a reserva de alguns endereï¿½os para uso em redes privadas. Esses
endereï¿½os sï¿½o:
10.0.0.0 - 10.255.255.255
172.16.0.0 - 172.31.255.255
192.168.0.0 - 192.168.255.255
Como sï¿½o eles utilizados na prï¿½tica? suponha que uma empresa implante
uma rede IP para uso interno. Se essa rede estiver totalmente isolada da
Internet, entï¿½o em princï¿½pio ela pode utilizar quaisquer endereï¿½os IPv4
para configurar as interfaces. Em geral entretanto as redes privadas nï¿½o
estï¿½o totalmente isoladas da Internet, e dispï¿½e no mï¿½nimo de uma
conexï¿½o discada, e nesse caso nï¿½o poderemos utilizar IPs jï¿½ outorgados
para outros.
Como ï¿½ difï¿½cil ou talvez impossï¿½vel obter para essa rede endereï¿½os IP
"oficiais" (roteï¿½veis), pode-se optar pelo uso desses networks reservados para
redes privadas, pois garante-se que esses endereï¿½os nï¿½o estï¿½o em uso na
Internet. Ou seja, nï¿½o existe na Internet nenhum servidor web configurado
com IP 172.16.14 e nenhum servidor SMTP com endereï¿½o 10.5.6.7.
Assim, ï¿½ importante nesses casos utilizar esses endereï¿½os reservados. Para
dar um exemplo, uma rede privada pequena poderia utilizar o endereï¿½o de
rede 192.168.1.0 com mï¿½scara 255.255.255.0. O administrador irï¿½ entï¿½o
configurar as interfaces das mï¿½quinas com IPs da forma 192.168.1.X. Essas
mï¿½quinas poderï¿½o estar fisicamente conectadas ï¿½ Internet, mas nï¿½o
poderï¿½o ser atingidas por pacotes originados na Internet. De fato, os
roteadores da Internet nï¿½o saberï¿½o encontrar endereï¿½os que nï¿½o foram
oficialmente outorgados a ninguï¿½m, e que inclusive podem estar sendo
utilizados simultï¿½neamente em muitas redes privadas diferentes ao longo do
mundo.
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Se entretanto a rede possuir ao menos um IP "oficial", as mï¿½quinas

configuradas com IPs de rede interna poderï¿½o acessar a Internet como clientes
atravï¿½s do mecanismo de mascaramento (nat) indicando essa mï¿½quina que
possui o IP oficial como gateway.
10.4 NAT - Network Address Translation (mascaramento)
Como vimos anteriormente, uma mï¿½quina IP cujas interfaces estejam

configuradas com endereï¿½os reservados para redes privadas nï¿½o pode
participar da Internet porque nï¿½o existirï¿½o as rotas de retorno. O
mascaramento soluciona parcialmente este problema, desde que exista ao menos
uma interface (dentre todas as mï¿½quinas da rede privada, que chamaremos de
"rede interna") um IP "oficial" (isto ï¿½, roteï¿½vel).
O mascaramento consiste em utilizar a mï¿½quina com o IP oficial como gateway

para a Internet, configurando-a para substituir o endereï¿½o do remetente no
cabeï¿½alho IP de cada pacote por ela repassado para a Internet pelo seu
prï¿½prio endereï¿½o oficial. Dessa maneira, os pacotes gerados pelo servidor
acessado poderï¿½o ser regularmente roteados de volta atï¿½ atingir o gateway.
Quando isso acontece, o gateway destroca o endereï¿½o de destino desses
pacotes (que neste momento ï¿½ o seu prï¿½prio) colocando no seu lugar o
endereï¿½o do remetente original. Assim, do ponto de vista do servidor externo,
o acesso foi gerado pelo gateway e nï¿½o pelo cliente com o IP de rede interna.
Ao receber um pacote da Internet, como procede o gateway para determinar se

esse pacote ï¿½ dirigido para ele mesmo ou se deve ser re-roteado? Isso ï¿½ feito
atravï¿½s da alocaï¿½ï¿½o, no gateway, de uma porta exclusiva para cada
conexï¿½o TCP gerada por um cliente da rede interna. Uma tabela ï¿½ mantida
associando essa porta ï¿½nica com o IP e a porta de origem da conexï¿½o.
Assim, os pacotes gerados pelo cliente ao passarem pelo gateway terï¿½o tanto o
IP de origem quanto a porta de origem trocados. No momento em que a
conexï¿½o ï¿½ encerrada aquela porta alocada no gateway fica livre para ser
reutilizada. Para evitar um esgotamento das portas no gateway, implementa-se
tambï¿½m a liberaï¿½ï¿½o das portas de conexï¿½es que tenham permanecido
sem atividade por um certo tempo (por exemplo dez minutos).
O mascaramento tem vï¿½rias limitaï¿½ï¿½es. Uma delas ï¿½ que o cliente da

rede interna nunca pode ser a parte passiva da conexï¿½o (isto ï¿½, aquela que
mantï¿½m a porta em listen) porque o seu IP nï¿½o ï¿½ roteï¿½vel (isso atï¿½
certo ponto pode ser considerado bom do ponto de vista de seguranï¿½a). Essa
deficiï¿½ncia pode eventualmente ser contornada pelo uso de mapeadores de
portas. Uma outra limitaï¿½ï¿½o ï¿½ que alguns protocolos nï¿½o operam
corretamente com o mascaramento, ou sï¿½ operam corretamente se o gateway
mascarador tiver um suporte especï¿½fico para esses protocolos. Um desses
protocolos ï¿½ o FTP. O FTP utiliza duas conexï¿½es TCP, uma para comandos e
outra para dados. A conexï¿½o de comandos ï¿½ estabelecida primeiro. ï¿½
atravï¿½s dela que usamos os comandos PROMPT, ASC, etc. Por vezes
conseguimos conectar um servidor ftp e executar comandos como ASC mas
nï¿½o comandos como DIR ou GET. Esse sintoma via de regra indica a
existï¿½ncia de um gateway mascarador onde o suporte para FTP nï¿½o existe
ou nï¿½o estï¿½ ativado.
10.5 Proxies e HTTP
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Um Proxy ï¿½ alguï¿½m (um computador) que se faz passar por um outro
(computador). O modo mais simples de se entender isso ï¿½ no contexto de
circuito virtual, que no caso do TCP/IP sï¿½o circuitos ou canais ou conexï¿½es
TCP.
Um canal TCP tem sempre exatamente duas extremidades, uma ativa, que tomou
a iniciativa (chamada cliente) e a outra passiva, que aguardava a solicitaï¿½ï¿½o
do cliente (o servidor).
Hï¿½ situaï¿½ï¿½es onde o cliente nï¿½o pode ou nï¿½o deseja identificar-se

como tal. Isso ocorre quando ele estï¿½ numa rede protegida por um firewall, ou
quando ele nï¿½o possui um endereï¿½o IP "oficial" da Internet.
Pois bem, num caso como esse, o cliente solicita a uma outra mï¿½quina que se
faï¿½a passar por cliente. Essa outra mï¿½quina farï¿½ portanto o papel de
intermediï¿½rio. Ela abrirï¿½ o canal TCP com o servidor, mas redirecionarï¿½
todo o trï¿½fego proveniente do servidor para o cliente oculto, e todo trï¿½fego
proveniente do cliente oculto serï¿½ redirecionado para o servidor.
O recurso de poder usar um proxy em geral necessita estar previsto no cliente.

Por exemplo, os browsers web costumam ter na sua configuraï¿½ï¿½o o servidor
proxy como um ï¿½tem (no Netscape veja o menu Options/Network
Preferences/Proxies).
Apesar de serem noï¿½ï¿½es bastante diferentes, ï¿½ difï¿½cil entender porque

usar um Proxy ï¿½ diferente de mascarar IP, pois a funcionalidade de ambos ï¿½
semelhante. Para se compreender a distinï¿½ï¿½o, ï¿½ necessï¿½rio ter uma boa
noï¿½ï¿½o de como ï¿½ a implementaï¿½ï¿½o do TCP/IP numa mï¿½quina, e os
vï¿½rios papï¿½is que tipicamente sï¿½o desempenhados pelo "layer" TCP/IP e
pelas aplicaï¿½ï¿½es.
No contexto de circuitos virtuais, no caso do proxy existem efetivamente dois

canais TCP, um entre cliente e proxy, e outro entre proxy e servidor. No caso do
mascaramento de IP, sï¿½ hï¿½ um canal TCP, e o gateway mascarador
simplesmente troca nos frames os os endereï¿½os e as portas do remetente ou
do destinatï¿½rio, dependendo do caso, a fim de que o servidor pense que o
cliente ï¿½ o gateway.
Isso significa, por exemplo, que no caso do mascaramento, o gateway comporta-

se apenas como um roteador de pacotes, enquanto no caso do proxy ele remonta
(no caso de TCP) o stream que o cliente envia antes de retransmiti-lo ao servidor,
e vice-versa, tendo portanto um overhead maior.
Proxies sï¿½o comumente utilizados para HTTP e, neste caso, alï¿½m de operar
como intermediï¿½rio, o proxy tambï¿½m pode cachear as pï¿½ginas web
obtidas no seu winchester. Dessa forma, uma segunda requisiï¿½ï¿½o de uma
mesma pï¿½gina nï¿½o irï¿½ baixï¿½-la novamente do servidor remoto, mas
irï¿½ recuperï¿½-la do winchester. Alguns proxies adicionam recursos muitos
ï¿½teis, como por exemplo a possibilidade de se realizar buscas nas pï¿½ginas
cacheadas.
10.6 VPNs
O entendimento da operaï¿½ï¿½o do TCP/IP em comunicaï¿½ï¿½o serial e do
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conceito de canal virtual torna imediato o entendimento da noï¿½ï¿½o de VPN,

ou ao menos de uma das suas modalidades.
Vimos nas notas sobre comunicaï¿½ï¿½o serial que para se fazer com que duas
mï¿½quinas se comunicassem via IP bastou existir um mecanismo que
transportasse bytes de uma para outra. Sobre esse mecanismo podemos
implementar um software que realize o envio ou o recebimento de pacotes
atravï¿½s do SLIP ou do PPP. Bem, um canal TCP ï¿½ um mecanismo de envio de
bytes entre dois computadores. Assim, um canal TCP que atravesse parte da
Internet pode ser utilizado para encapsular SLIP ou PPP (por exemplo).
Nesse caso, os pacotes referentes ao canal TCP utilizado para o encapsulamento

(e que chamaremos de tï¿½nel) transportam na sua ï¿½rea de dados a mesma
sequï¿½ncia de bytes que seria trocada num link SLIP ou PPP, e que no caso
incluirï¿½ os cabeï¿½alhos dos pacotes encapsulados. Assim, serï¿½ gerado um
overhead de comunicaï¿½ï¿½o pois teremos cabeï¿½alhos duplicados.
Por outro lado, o encapsulamento cria algumas vantagens. Uma primeira

vantagem ï¿½ que as aplicaï¿½ï¿½es que criam o tï¿½nel podem incluir filtros
que criptografem e/ou comprimam os dados que estï¿½o sendo enviados por ele.
Se repararmos nos exemplos dados de servidor e cliente TCP minimais, veremos
que nï¿½o hï¿½ dificuldade nisso, pois basta anteceder a chamada dos
serviï¿½os de envio ou de recebimento com a desses filtros. Dessa maneira
podemos adicionar criptografaï¿½ï¿½o ao nï¿½vel do IP atingindo dessa forma
todos os serviï¿½os de rede utilizados, mesmo aqueles que originalmente nï¿½o
previam suporte para criptografaï¿½ï¿½o.
Uma segunda vantagem ï¿½ que o roteamento do trï¿½fego encapsulado

independe do roteamento da Internet (estamos supondo que o tï¿½nel utiliza a
Internet), visto que o roteamento da Internet atua sobre os cabeï¿½alhos dos
pacotes da conexï¿½o TCP usada como tï¿½nel, e nï¿½o sobre os cabeï¿½alhos
encapsulados. Estes sï¿½o manipulados apenas pelas aplicaï¿½ï¿½es que lï¿½em
e escrevem nas duas pontas do tï¿½nel. Essas aplicaï¿½ï¿½es criam interfaces
virtuais nas mï¿½quinas em que estï¿½o operando, associam a elas IPs,
adicionam rotas nessas mï¿½quinas apontando para essas interfaces virtuais, e
passam a operar como gateways nas extremidades do tï¿½nel. Dessa forma, ï¿½
possï¿½vel criar uma rede IP privada com uma estrutura de roteamento
independente da Internet, mas utilizando a Internet como carrier, o que ï¿½
vantajoso em termos de custo operacional.
Questï¿½es
10.1 Explique porque nï¿½o ï¿½ posï¿½vel acessar da Internet um servidor web
de uma rede interna que usa IPs do network 10.0.0.0 e conecta-se ï¿½ Internet
atravï¿½s de um gateway mascarador.
10.2 Descreva em linhas gerais como vocï¿½ atribuiria os nï¿½meros IP e

configuraria as rotas dos gateways de uma WAN interligando uma matriz com
duas filiais atravï¿½s de LPCDs.
10.3 Descreva em linhas gerais como vocï¿½ implantaria uma BBS oferecendo
um serviï¿½o de correio eletrï¿½nico a uma cidade pequena, sem dispor de uma
conexï¿½o dedicada com a Internet (os seus clientes terï¿½o que poder enviar
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emails para a Internet e receber emails da Internet).
10.4 Explique como utilizar DNS dinï¿½mico para implantar uma VPN
interligando duas LANs atravï¿½s da Internet usando acesso discado (DNS
dinï¿½mico ï¿½ um serviï¿½o para mapeamento dinï¿½mico de um nome num IP,
ele ï¿½ dinï¿½mico no sentido em que o mapeamento pode mudar rapidamente,
sem depender da expiraï¿½ï¿½o tï¿½pica de 24 horas dos caches DNS, na
Internet hï¿½ quem ofereï¿½a gratuitamente o serviï¿½o de DNS dinï¿½mico,
como o www.justlinux.com, e outros que vendem o serviï¿½o).
10.5 Qual ï¿½ o RFC que define os networks reservados para redes privadas?
Termos vulgarmente utilizados como "IP falso" ou "IP invï¿½lido" sï¿½o referidos
por esse RFC?
10.6 Estime por alto a ordem de grandeza dos links de uma WAN para
produï¿½ï¿½o grï¿½fica, que precise trafegar imagens em alta resoluï¿½ï¿½o
dos setores de produï¿½ï¿½o (estï¿½dios fotogrï¿½ficos ou artï¿½sticos) atï¿½
os setores industriais (sugestï¿½o: o tamanho em bytes de uma fotografia ï¿½
funï¿½ï¿½o da resoluï¿½ï¿½o e do nï¿½mero de cores. Quando se trabalha com
16 milhï¿½es de cores, por exemplo, cada pixel consome trï¿½s bytes, portanto
uma imagem de 2000x2000 pixels consumiria 12.000.000 de bytes sem
compressï¿½o).
11. Estudo de caso: ethernet
Ethernet
Pinagem UTP
Papel do HUB
Papel do switch
ARP
Comprimento mï¿½ximo de cabo
Notas
11.1 IP implementado em ethernet: ARP
Cada placa de rede ethernet existente no mundo possui um endereï¿½o de

hardware ï¿½nico de 48 bits. Esse endereï¿½o costuma-se escrevï¿½-lo na forma
de 6 octetos separados por ":", como por exemplo E9:17:02:07:45:B4. Note que
os octetos sï¿½o representados na base 16, e nï¿½o na base 10, como no caso do
IP. No Linux, pode-se exibir esse endereï¿½o atravï¿½s do comando ifconfig (no
Windows 9x utilize o winipcfg).
$ ifconfig eth0
Os participantes de uma LAN ethernet comunicam-se utilizando esses

endereï¿½os de hardware. Os pacotes que um PC envia a um outro para por
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exemplo, realizar uma impressï¿½o remota, sï¿½o encabeï¿½ados por um header

ethernet onde consta o endereï¿½o de hardware do destinatï¿½rio (neste caso, a
mï¿½quina onde a impressora estï¿½ fisicamente conectada).
Dessa forma, a prï¿½pria placa de rede ethernet ï¿½ capaz de filtrar, dentre
todos os pacotes que circulam no meio fï¿½sico (cabo), aqueles a ela destinados.
Estes ela repassa ao sistema operacional para serem processados, os demais
sï¿½o descartados.
Isso cria um problema inicial na comunicaï¿½ï¿½o interna numa LAN, pois a

identificaï¿½ï¿½o que temos do computador do qual desejamos utilizar algum
serviï¿½o (e.g. impressï¿½o) serï¿½ seu nome ou o seu nï¿½mero IP. Dessa
maneira, da mesma forma que existe um serviï¿½o para resolver nomes para IPs
(o DNS), ï¿½ necessï¿½rio haver, apenas a nï¿½vel local, um mecanismo que
resolva IPs para endereï¿½os de hardware. Esse mecanismo ï¿½ o ARP (address
Resolution Protocol). O tcpdump permite-nos monitorar o ARP em operaï¿½ï¿½o:
# tcpdump arp
13:12:43.676371 arp who-has 192.168.0.2 tell 192.168.0.1
13:12:43.677065 arp reply 192.168.0.2 is-at 8:0:2b:e2:c4:ed
As linhas contendo arp who-has sï¿½o queries ARP. Por exemplo, a mï¿½quina
192.168.0.1 quer saber qual ï¿½ o endereï¿½o de hardware associado ao IP
192.168.0.2. Ela faz, entï¿½o, um broadcast no ethernet perguntando qual ï¿½
esse endereï¿½o de hardware. Esse broadcast foi capturado e apresentado pelo
tcpdump na linha arp who-has. Ele corresponde a um pacote ethernet que no
campo de endereï¿½o (de hardware) de destino especifica um valor especial que
faz com que todas as placas de rede repassem o pacote ao sistema operacional.
Bem, aquela ï¿½nica mï¿½quina cuja interface possuir o endereï¿½o 192.168.0.2
irï¿½, ao processar o query ARP, gerar um pacote de resposta informando o seu
endereï¿½o de hardware, que no caso ï¿½ a linha is-at como vemos acima.
Obs. (1) A opï¿½ï¿½o -e do tcpdump incluirï¿½ em cada descriï¿½ï¿½o de

pacote os endereï¿½os de hardware envolvidos.
Obs. (2) Um computador pode ser programado para responder requests ARP
referentes a endereï¿½os IP que nï¿½o estï¿½o mapeados nas suas interfaces.
Essa tï¿½cnica chama-se proxy-arp e ï¿½ utilizada como um artifï¿½cio simples
para criar gateways para mï¿½quinas que se conectam numa LAN ethernet
(vamos supor: um notebook) atravï¿½s da porta serial de algum dos
participantes. Nesse caso, esse notebook receberia um endereï¿½o IP com o
mesmo network number dos endereï¿½os utilizados na LAN. Assim, quando
alguï¿½m na LAN quiser enviar pacotes para o notebook, farï¿½ um broadcast
ARP mas o notebook nï¿½o o poderï¿½ responder, visto que o broadcast nï¿½o o
atinge. O gateway no entanto responde o request ARP na qualidade de proxy,
recebe o pacote na sua interface ethernet, aplica a tabela de rotas e realiza o
forward do pacote para a porta serial, encaminhando-o dessa forma para o
notebook.
Questï¿½es
11.1 Explique como usar proxy-arp para incluir um filtro de pacotes numa rede
IP prï¿½-existente com um ï¿½nico gateway para a Internet cuja porta ethernet
estï¿½ diretamente plugada ao ï¿½nico hub da LAN, sem alterar a
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configuraï¿½ï¿½o TCP-IP nem das mï¿½quinas da LAN e nem do gateway.
11.2 Suponha que uma auditoria tï¿½cnica concluiu que vocï¿½ ï¿½
responsï¿½vel por um ataque realizado contra o servidor da Intranet da
empresa, em virtude de terem sido encontrados nos logs do servidor registros de
tentativas de invasï¿½o indicando como origem o nï¿½mero IP do computador
que fica na sua mesa, e que somente vocï¿½ utiliza. Baseado no funcionamento
do ARP, explique como vocï¿½ argumentaria, em sua defesa, que os registros
encontrados nos logs nï¿½o sï¿½o prova conclusiva de que vocï¿½ foi o autor do
ataque.
11.3 ï¿½ possï¿½vel criar uma rede domï¿½stica para testes, composta por
apenas duas mï¿½quinas com interfaces TP sem utilizar um hub? Qual ï¿½ a
diferenï¿½a entre o cabo que vocï¿½ utilizaria nesse caso e um cabo normal para
conectar uma mï¿½quina ao hub?
11.4 O que ï¿½ CSMA?
12. Noï¿½ï¿½es sobre roteadores
Finalidades do roteador
Gateway entre meios fï¿½sicos diferentes

Encapsulador de protocolos
Uso dos protocolos de roteamento em redes muito grandes
Divisï¿½o de um tronco em mï¿½ltiplos links
Eventual filtragem de pacotes
13. Multidomï¿½nio
Modos de se determinar o domï¿½nio de destino
Atravï¿½s do IP de destino Atravï¿½s do protocolo de aplicaï¿½ï¿½o
Modo com que o multidomï¿½nio opera em cada protocolo
dns http smtp ftp pop
Hospedagem e alocaï¿½ï¿½o de IPs
Hospedar nï¿½o significa alocar IP Exemplos reais de IPs compartilhados
Notas
13.1 Multidomï¿½nio
Um mesmo computador pode hospedar vï¿½rios domï¿½nios diferentes. Isso ï¿½

fundamental para a economia de recursos na Internet. Vï¿½rios sites pequenos
(muitas dezenas) podem estar hospedados numa ï¿½nica mï¿½quina. Isso
significa que essa mï¿½quina irï¿½ responsabilizar-se pelo serviï¿½o de nomes
desses domï¿½nios e/ou pelo recebimento de emails das caixas postais desses
domï¿½nios e/ou pela hospedagem das caixas postais desses domï¿½nios (que
serï¿½o disponibilizadas via POP) e/ou pela hospedagem de pï¿½ginas web ou de
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arquivos disponibilizados por ftp por esses domï¿½nios.
A possibilidade tï¿½cnica de se poder compartilhar um mesmo hardware por

vï¿½rios domï¿½nios depende de uma previsï¿½o ao nï¿½vel dos protocolos de
aplicaï¿½ï¿½o. Basicamente, o protocolo de aplicaï¿½ï¿½o deve definir que a
solicitaï¿½ï¿½o de um determinado serviï¿½o deva vir acompanhada de uma
identificaï¿½ï¿½o do domï¿½nio no qual o cliente estï¿½ interessado.
Assim, vemos por exemplo que o SMTP possui essa previsï¿½o. De fato, na
transaï¿½ï¿½o SMTP o cliente informa o endereï¿½o eletrï¿½nico completo do
destinatï¿½rio (e.g. ueda@ime.usp.br). Assim, se utilizarmos um mesmo
computador para o recebimento de emails de mais de um domï¿½nio diferente,
bastarï¿½ que o programador tenha feito o software (o servidor SMTP) de forma
a organizar as caixas postais no disco da mï¿½quina dividindo-as por domï¿½nio,
a fim de nï¿½o confundir a caixa postal de usuï¿½rios homï¿½nimos de
domï¿½nios diferentes.
Semelhantemente, o DNS tambï¿½m possui essa previsï¿½o, visto que o query

DNS carrega o nome relativamente ao qual estamos interessados, e portanto um
mesmo computador pode ser o servidor de nomes de muitos domï¿½nios
diferentes.
Atualmente o HTTP possui suporte para multidomï¿½nio. Nos exemplos simples

que inicamos nestas notas esse suporte nï¿½o estï¿½ evidente, mas de fato o
query HTTP pode incluir uma linha Host que informa qual ï¿½ o domï¿½nio no
qual o cliente estï¿½ interessado. Podemos visualizar isso atravï¿½s da captura
de um query HTTP gerado pelo Netscape. No caso, estamos utilizando-o para
visitar o URL http://www.linuxdoc.org. O query gerado segue (as linhas que
terminam com ... foram truncadas).
GET / HTTP/1.0
If-Modified-Since: Tue, 18 Jul 2000 15:39:42 GMT; length=19222
Connection: Keep-Alive
User-Agent: Mozilla/4.51 [en] (X11; I; Linux 2.2.5-22 i586; Nav)
Host: www.linuxdoc.org
Accept: image/gif, image/x-xbitmap, image/jpeg, ...
Accept-Encoding: gzip
Accept-Language: en
Accept-Charset: iso-8859-1,*,utf-8
Obs. O query HTTP termina com uma linha em branco. ï¿½ por isso que numa
das primeiras notas deste documento indicamos que apï¿½s o comando GET ï¿½
necessï¿½rio pressionar ENTER duas vezes, dessa maneira o servidor remoto
toma conhecimento de que o query ï¿½ composto unicamente pela linha GET.
ï¿½ importante perceber que em todos os casos discutidos estamos

compartilhando um mesmo endereï¿½o IP para mï¿½ltiplos domï¿½nios. Assim,
se por exemplo as pï¿½ginas dos domï¿½nios a.com e b.com estiverem
hospedados num mesmo servidor HTTP, entï¿½o os nomes www.a.com e
www.b.com estarï¿½o associados pelo DNS a registros A que apontarï¿½o para
um mesmo IP. Isso significa entre outras coisas que o acesso ï¿½s pï¿½ginas web
desses domï¿½nios nunca poderï¿½ ser feito via endereï¿½o numï¿½rico (algo
como http://1.2.3.4). Significa tambï¿½m que a hospedagem de um domï¿½nio na
Internet nï¿½o exige como prerequisito a alocaï¿½ï¿½o de um IP exclusivo para
aquele domï¿½nio.
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Por outro lado, dois protocolos largamente utilizados na Internet mas que nï¿½o
possuem suporte para multidomï¿½nio sï¿½o o POP e o FTP. No caso do POP,
pode-se contornar o problema fazendo com que na configuraï¿½ï¿½o do cliente
de email (Eudora, Outlook, etc) conste o domï¿½nio da caixa postal, que
deverï¿½ entï¿½o ser configurada como (por exemplo) ueda@ime.usp.br e
nï¿½o apenas ueda. Isso farï¿½ com que na transaï¿½ï¿½o POP o cliente envie
ao servidor atravï¿½s do comando USER a informaï¿½ï¿½o suficiente para ele
identificar a caixa postal. No caso do FTP, o problema pode ser parcialmente
solucionado oferecendo a cada hï¿½spede um diretï¿½rio, que deverï¿½ constar
de qualquer URL de ftp daquele hï¿½spede.
Em qualquer caso no entanto ï¿½ possï¿½vel tambï¿½m resolver o problema do

compartilhamento de uma mesma mï¿½quina por vï¿½rios domï¿½nios
associando a cada um um endereï¿½o IP exclusivo. Essa tï¿½cnica chama-se IP
aliasing e depende de suporte especï¿½fico no sistema operacional.
13.2 IP Aliasing
O mapeamento de mais de um endereï¿½o IP numa mesma interface fï¿½sica

chama-se IP aliasing. No Linux o modo de fazï¿½-lo resume-se a configurar uma
nova interface virtual para cada novo endereï¿½o adicionado. Se tivermos por
exemplo uma interface eth0 jï¿½ configurada com o endereï¿½o 192.168.0.1 e
quisermos mapear nela tambï¿½m o endereï¿½o 192.168.0.3, entï¿½o
configuraremos a interface eth0:0 usando o ifconfig:
# ifconfig eth0:0 192.168.0.3
# ifconfig
eth0:0 Link encap:Ethernet HWaddr 00:80:48:EB:06:CD

Observe que o endereï¿½o de hardware da interface eth0:0 ï¿½ exatamente o

mesmo da interface eth0 (visto serem fisicamente a mesma placa de rede). Isso
significa, entre outras coisas, que requests ARP aos IPs 192.168.0.1 e
192.168.0.3 serï¿½o respondidos com o mesmo endereï¿½o de hardware.
O mecanismo de IP aliasing ï¿½ largamente utilizado em servidores

compartilhados por mï¿½ltiplos domï¿½nios. Quando se contrata a hospedagem
de um domï¿½nio e nessa hospedagem hï¿½ a concessï¿½o de um endereï¿½o IP
exclusivo para aquele domï¿½nio, esse endereï¿½o terï¿½ que estar mapeado
numa interface fï¿½sica, e como uma mesma mï¿½quina e uma mesma interface
sï¿½o compartilhados por (eventualmente) dezenas de domï¿½nios, todos os
endereï¿½os estarï¿½o mapeados numa mesma interface fï¿½sica.
Um software com suporte para IP aliasing deve testar para cada conexï¿½o o IP
de destino que o cliente indicou, e em seguida assumir a identidade prï¿½pria
associada a esse IP. Essa operaï¿½ï¿½o ï¿½ muito frequentemente realizada por
servidores web como o Apache. O cï¿½digo que segue implementa essa
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operaï¿½ï¿½o:
/*
Cï¿½digo para detecï¿½ï¿½o da IP de destino que o cliente estï¿½

conectando.
Este programa foi desenvolvido a partir da anï¿½lise do fonte do

NCSA httpd.
*/
#include <netinet/in.h>
#include <stdio.h>
main(argc,argv)
int argc;
char *argv[];
{
struct sockaddr_in serv_addr;
int rc;
long my_addr;
int serv_addr_len;
unsigned char dot1,dot2,dot3,dot4;
serv_addr_len = sizeof(serv_addr);
rc = getsockname(0,(struct sockaddr *)&serv_addr,&serv_addr_len);
if (rc == 0) {
my_addr = ntohl(serv_addr.sin_addr.s_addr);
dot4 = my_addr & 0x000000ff;
dot3 = (my_addr >> 8) & 0x0000ff;
dot2 = (my_addr >> 16) & 0x00ff;
dot1 = my_addr >> 24;
printf("%u.%u.%u.%u",dot1,dot2,dot3,dot4);
}
else {
printf("unknown\n");
}
}
Questï¿½es
13.1 Explique como um servidor web multidomï¿½nio faz para determinar a qual
domï¿½nio virtual refere-se uma dada conexï¿½o. Cite os serviï¿½os de API
(sockets) utilizados pelo servidor nesse caso.
13.2 Em que condiï¿½ï¿½es um mesmo computador pode hospedar os sites web

de diferentes domï¿½nios virtuais associando a todos os nomes um registro A
apontando para um ï¿½nico IP?
13.3 Visite as pï¿½ginas de algum grande hospedeiro de sites na Internet e

conclua quantos domï¿½nios por mï¿½quina ele hospeda.
13.4 Por que estï¿½ errado, no sentido estrito, pensar que hospedar um
domï¿½nio significa conceder um IP? Explique o erro dessa idï¿½ia ao nï¿½vel
do DNS e SMTP pelo menos.
13.5 Quantas conexï¿½es TCP vocï¿½ acha que um grande servidor consegue
manter abertas simultï¿½neamente?
13.6 Quantos hits por segundo vocï¿½ acha que um servidor http consegue
atender?
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13.7 Se na sua empresa existir um servidor web interno, realize um teste para
levantar quantas vezes por segundo ele consegue atender o pedido de leitura de
uma pï¿½gina estï¿½tica pequena. Para realizar esse teste vocï¿½ pode fazer um
pequeno programa com um loop que a cada iteraï¿½ï¿½o realize um pedido ou
utilizar algum programa pronto, como o ftp://ftp.lysator.liu.se/pub/unix/ptester.
13.8 Suponha que vocï¿½ venda hospedagem de sites com o compartilhamento

de IPs. Nesse caso como teriam que ser os URLs de FTP dos arquivos
disponibilizados para download pelos clientes?
14. Notas breves sobre hardware
Hardwares de uso comum na Internet

Sistemas Operacionais de uso comum na Internet
Notas
14.1 Hardwares e SO's de uso comum na Internet
Em virtude dos protocolos de uso mais comum na Internet serem standard, e

contarem com mï¿½ltiplas implementaï¿½ï¿½es independentes, qualquer
hardware para o qual exista uma implementaï¿½ï¿½o de TCP/IP e dos serviï¿½os
que se pretenda oferecer ï¿½, em princï¿½pio, apto para operar como um
servidor na Internet. E, de fato, pode-se encontrar na Internet servidores
baseados nos mais variados hardwares, sistemas operacionais e softwares de
aplicaï¿½ï¿½o, realizando mais ou menos as mesmas tarefas: PCs comuns das
mais variadas procedï¿½ncias, servidores especializados baseados em Intel,
mï¿½quinas RISC, computadores de bolso, mainframes, etc.
Em algumas situaï¿½ï¿½es, caracterï¿½sticas muito especï¿½ficas de uma

plataforma ou outra podem ter um papel decisivo num processo de escolha,
nï¿½o obstante isso ï¿½ pouco comum, ao menos no que tange aos critï¿½rios
estritamente tï¿½cnicos. Tais caracterï¿½sticas poderiam ser por exemplo:
disponibilidade de um determinado barramento na plataforma (ISA, PCI, MCA,
VME, etc), capacidade mï¿½xima ou tipo de memï¿½ria suportada, possibilidade
ou facilidade de se adicionar grande quantidade de discos, alta capacidade de
processamento (isso em geral implicarï¿½ no uso de mï¿½quinas com vï¿½rias
CPUs), alta tolerï¿½ncia a falhas (isso pode eventualmente tornar conveniente o
uso de clusters com vï¿½rias mï¿½quinas redundantes, ou seja, a falha de uma
nï¿½o acarreta descontinuidade do serviï¿½o), suporte a algum determinado
software do mercado, etc.
Ainda dentro dessa linha, algo a que deve ser dar atenï¿½ï¿½o mas que em geral
acaba nï¿½o sendo objeto de suficiente cuidado, sï¿½o as condiï¿½ï¿½es de
refrigeraï¿½ï¿½o das mï¿½quinas e do ambiente, e a sinalizaï¿½ï¿½o do
esgotamento das baterias que os no-breaks devem enviar aos computadores, a
fim de que eles realizem os procedimentos de shutdown e evitem dessa forma
danos nas mï¿½dias. Em algumas instalaï¿½ï¿½es, a possibilidade de assaltos,
incï¿½ndios ou de inundaï¿½ï¿½es, e a facilidade do transporte das mï¿½quinas
em geral ou em situaï¿½ï¿½es de contingï¿½ncia pode ser tambï¿½m um fator
relevante.
Nï¿½o obstante, os critï¿½rios puramente tï¿½cnicos serï¿½o em geral
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insuficientes para se decidir por um ou outro padrï¿½o de hardware ou de

sistema operacional a ser utilizado num servidor Internet. Na prï¿½tica, o
responsï¿½vel terï¿½ que eleger alguns outros critï¿½rios e basear neles a sua
escolha. Entre esses critï¿½rios, o mais objetivo em geral serï¿½ a experiï¿½ncia
anterior dos profissionais envolvidos, que em geral jï¿½ possuirï¿½o uma
capacitaï¿½ï¿½o para trabalhar com determinadas linhas de produtos de
hardware ou de software, tanto ao nï¿½vel da configuraï¿½ï¿½o e
manutenï¿½ï¿½o das mï¿½quinas, quanto ao nï¿½vel dos procedimentos de
aquisiï¿½ï¿½o ou mesmo de importaï¿½ï¿½o, conhecimento das revendas e dos
serviï¿½os de suporte disponï¿½veis, contatos com outros profissionais da
ï¿½rea, experiï¿½ncia no desenvolvimento de softwares, etc. Um segundo
critï¿½rio, que em muitos casos poderï¿½ preponderar em relaï¿½ï¿½o ao
anterior, ï¿½ o impacto que a escolha terï¿½ ou poderï¿½ ter nas vendas e/ou os
acordos comerciais que a escolha terï¿½ que acatar. Um terceiro critï¿½rio que
dependendo do caso poderï¿½ ser mais importante ou menos importante, ï¿½ o
custo dos equipamentos e dos softwares.
Na falta de informaï¿½ï¿½es ou de projeï¿½ï¿½es, as estatï¿½sticas de uso e de

vendas de cada linha de hardware ou de sistema operacional poderï¿½o ser
ï¿½teis, principalmente se se referirem ao nicho visado, mas em geral devem ser
analisadas com bastante cuidado. Tecnicamente, qualquer hardware ou sistema
operacional que esteja vivo no mercado, ainda que o seu market share seja
pequeno, serï¿½ sempre um candidato viï¿½vel. Alï¿½m disso, a histï¿½ria da
Informï¿½tica ou da tecnologia em geral estï¿½ cheia de malogros e sucessos
inesperados.
O profissional deve ainda estar atento ao jogo do mercado, a fim de nï¿½o se

deixar influenciar indevidamente. Por vezes baseamo-nos numa escolha de
outrï¿½m: se a empresa X ou a entidade Y optou por esta ou por aquela linha de
equipamentos, entï¿½o farei isso tambï¿½m. Na prï¿½tica, no entanto, as
escolhas, mesmo em ambientes muito conceituados, podem nï¿½o se dever a
critï¿½rios tï¿½cnicos ou econï¿½micos objetivos, mas sim a preferï¿½ncias
pessoais mais ou menos vagas, ou a doaï¿½ï¿½es, ou atï¿½ mesmo a razï¿½es
impublicï¿½veis. Nesse particular, vale ressaltar que quanto menor for a
vivï¿½ncia dos profissionais envolvidos, maior serï¿½ tambï¿½m o papel e a
influï¿½ncia do marketing nos processos de escolha de uma plataforma (seja o
marketing direto feito sobre os clientes, ou seja aquele feito atravï¿½s da
mï¿½dia, especializada ou nï¿½o, na forma de anï¿½ncios ou de artigos).
Feitas essas observaï¿½ï¿½es, em que tentamos expor de forma ampla a

questï¿½o da escolha de uma plataforma, iremos apresentar uma lista de
hardwares e de sistemas operacionais de uso comum na Internet. Estï¿½ muito
longe de ser completa e nï¿½o traz estatï¿½sticas de uso ou de vendas, mas
serï¿½ ï¿½til como ilustraï¿½ï¿½o breve do panorama da ï¿½rea.
A evoluï¿½ï¿½o histï¿½rica da Internet fez com que fossem sempre

particularmente comuns nela mï¿½quinas e sistemas operacionais mais ou
menos ligados ao Unix e ao BSD, como por exemplo alguns computadores e
sistemas da Digital e da Sun. A atual popularidade do Linux ï¿½ um dos efeitos
visï¿½veis dessa evoluï¿½ï¿½o. Por outro lado, os padrï¿½es mais populares
nascidos para operar em redes corporativas privadas em arquitetura Intel
(Novell e os sistemas da Microsoft), em virtude da sua grande base instalada (e,
portanto, da grande quantidade de profissionais envolvidos com elas), tambï¿½m
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adaptaram-se para utilizar o TCP como mecanismo de transporte e tornaram-se

de uso comum na Internet nos ï¿½ltimos anos. De forma mais especï¿½fica
podemos destacar:
As mï¿½quinas baseadas em processadores Intel ou compatï¿½veis sï¿½o

hoje provavelmente as que lideram no nï¿½mero de vendas de servidores
para a Internet. Para essas mï¿½quinas habitualmente utiliza-se barramento
PCI e discos SCSI ou ATA (IDE). Os maiores fabricantes de servidores
baseados em Intel sï¿½o a Compaq, a IBM, a Dell e a HP. Os sistemas
operacionais disponï¿½veis para essas mï¿½quinas e largamente utilizados
na Internet sï¿½o vï¿½rios flavours de Unix (como o Red Hat Linux, SuSE
Linux, Debian Linux, Conectiva Linux, FreeBSD, OpenBSD, BSDI, Solaris,
SCO, entre vï¿½rios outros), os sistemas da Microsoft (NT, 2000 ou mesmo a
linha 9x), Novell e outros.
A arquitetura Sparc foi criada pela Sun para rodar os seus sistemas
operacionais, o antigo SunOS e o atual Solaris. Vale ressaltar que a
licenï¿½a de uso do Solaris recentemente tornou-se gratuita, sendo
necessï¿½rio entretanto adquirir junto ï¿½ Sun a mï¿½dia (os CDs de
instalaï¿½ï¿½o) para a plataforma desejada (Sparc ou Intel). O Linux e
algumas variantes do BSD tambï¿½m rodam em mï¿½quinas Sparc.
A Digital (recentemente adquirida pela Compaq) criou a tecnologia Alpha, a

primeira plataforma de 64 bits comercial. Os sistemas disponï¿½veis para
mï¿½quinas Alpha sï¿½o os da prï¿½pria Digital (OSF, que teve seu nome
trocado para Digital Unix e agora passou a chamar-se Tru64, e o VMS, que
atualmente chama-se OpenVMS), o NT (que recentemente entretanto deixou
de ser suportado nessa arquitetura), o Linux e algumas variantes do BSD.
A IBM, entre outros fabricantes, baseou alguns dos seus produtos na CPU
PowerPC e no barramento MCA. Desses, os mais utilizados na Internet
sï¿½o provavelmente as estaï¿½ï¿½es RS/6000 com o sistema operacional
AIX. Partes do AIX foram doados pela IBM para o kernel do Linux, que vem
recebendo bastante suporte da IBM.
14.2 Um caso simples de um servidor Internet
A fim de dar um exemplo mais detalhado, vejamos uma especificaï¿½ï¿½o

bastante simples de um servidor construï¿½do para operar na Internet. A escolha
do hardware ou do software poderia ser outra, naturalmente.
Estamos imaginando que nossa mï¿½quina operarï¿½ como um servidor HTTP,

SMTP e POP de baixa demanda. Imaginamos que o total de informaï¿½ï¿½es
oferecidas via HTTP (isto ï¿½, as pï¿½ginas web, arquivos e eventualmente
alguma base de dados associada) nï¿½o ultrapasse ao todo algumas dezenas de
megabytes. A conexï¿½o dessa mï¿½quina com a Internet serï¿½ atravï¿½s de
um link de (por exemplo) 128 kilobits por segundo. Imaginamos que nï¿½o
haverï¿½ mais do que poucas dezenas de caixas postais. Nessa descriï¿½ï¿½o
com certeza seria possï¿½vel encaixar a maior parte dos domï¿½nios presentes
hoje na Internet.
Uma tï¿½pica mï¿½quina baseada em Intel do mercado atenderï¿½ com folga

ï¿½ demanda submetida ao nosso servidor. Os menores discos do mercado, cuja
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capacidade gira hoje em torno de 10 gigabytes, armazenarï¿½o com grande folga

o sistema operacional, as aplicaï¿½ï¿½es, os logs de operaï¿½ï¿½o, as pï¿½ginas
e arquivos, e as caixas postais. O padrï¿½o de disco, num caso desses, ï¿½
irrelevante, poderia ser ATA ou SCSI (compare a tï¿½pica taxa de
transferï¿½ncia de um disco atual, normalmente da ordem de 10 megabytes por
segundo, com a velocidade do link). Uma mï¿½quina com esse perfil via de regra
operarï¿½ bastante bem com um total de memï¿½ria RAM a partir de 64M.
A conexï¿½o desse servidor com a Internet em geral nï¿½o serï¿½ feita

diretamente, mas sim atravï¿½s de um roteador, que nos casos mais simples
funciona meramente como um tradutor de meios fï¿½sicos. Ele possui uma porta
sï¿½ncrona que se conecta ao modem da linha de dados contratada (LPCD) e
uma porta ethernet que pode ser plugada num hub ou diretamente no servidor
atravï¿½s de um cabo TP cruzado. Assim, nosso servidor precisa de uma porta
ethernet, que ï¿½ o padrï¿½o de LAN "de fato" do mercado. Atravï¿½s dessa
mesma porta ethernet, ou talvez atravï¿½s de uma segunda porta ethernet, o
servidor pode comunicar-se com uma eventual rede interna. Para a rede interna,
ele pode oferecer os serviï¿½os POP, relay SMTP e eventualmente proxy HTTP ou
ainda mascaramento IP (NAT) e/ou filtragem de pacotes.
Suponhamos que o sistema operacional utilizado seja alguma das variantes do

Linux, como o Red Hat. Nesse caso, todos os serviï¿½os desejados estï¿½o
presentes nativamente no sistema operacional e o servidor poderï¿½ entrar em
operaï¿½ï¿½o logo apï¿½s a instalaï¿½ï¿½o, com relativamente poucas
customizaï¿½ï¿½es. O serviï¿½o HTTP serï¿½ realizado pelo Apache, o SMTP
pelo sendmail, o mascaramento e a filtragem de pacotes sï¿½o recursos
presentes ao nï¿½vel do kernel, e o POP possui um servidor especï¿½fico ativado
via inetd.
15. Repertï¿½rio de comandos
Os comandos abaixo estï¿½o na sintaxe prï¿½pria do Linux. Em alguma medida

essa sintaxe poderï¿½ ser usada de forma inalterada na maior parte dos outros
sistemas Unix-like ou no Windows.
ifconfig plip0
ifconfig plip0 192.168.0.1
ifconfig plip0 down
No primeiro caso exibiremos o estado da interface plip0, que ï¿½ a primeira

porta paralela. O segundo comando configura o IP dessa interface como
sendo 192.168.0.1. O terceiro comando irï¿½ derrubar a interface. Ela
continuarï¿½ existindo, mas nï¿½o serï¿½ utilizada para rotear pacotes.
Obs. (1) No Windows nï¿½o existe o comando ifconfig, mas o 9x possui o

winipcfg e, o NT, o ipconfig, que apresentam uma funcionalidade
assemelhada ï¿½ do ifconfig.
Obs. (1) A configuraï¿½ï¿½o das interfaces costuma ser feita

automaticamente pelos procedimentos de boot. O comando ifconfig serï¿½
usado manualmente apenas para testes.
route
route add 192.168.0.33 plip0
route add -net 192.168.10.0 netmask 255.255.255.0 eth0
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route del default
No primeiro caso estamos exibindo o conteï¿½do da tabela de rotas

(equivalente a netstat -r). No segundo estamos adicionando uma rota para
o destino 192.168.0.33 e informando que deve ser utilizada a interface
plip0. No segundo estamos adicionando uma rota para o network
192.168.10.0/24, e indicando que dese ser usada a interface eth0. No
quarto exemplo estamos removendo a rota default (aquela para o destino
0.0.0.0/0).
Obs. A configuraï¿½ï¿½o das rotas costuma ser feita automaticamente

pelos procedimentos de boot. O comando route serï¿½ usado manualmente
apenas para testes.
ping 192.168.10.1
ping -i 10 altavista.digital.com
ping -c 25 www.apache.org
Envia pacotes ICMP ECHO REQUEST para o destino especificado. A

opï¿½ï¿½o -i informa o intervalo de tempo entre cada envio, e a opï¿½ï¿½o
-c informa o total de pacotes a serem enviados.
traceroute www.ibm.com
Lista ou tenta listar os gateways intermediï¿½rios entre a mï¿½quina local e

o host indicado.
Obs. No windows o nome desse comando ï¿½ tracert.

netstat -a
netstat -a -n -t
netstat -r -n
No primeiro caso exibe todos os sockets, de todos os protocolos. Em

mï¿½quinas UNIX, exibe inclusive os sockets unix domain (nï¿½o TCP). No
segundo exibe apenas os sockets TCP (opï¿½ï¿½o -t) e nï¿½o faz a
conversï¿½o de IPs para nomes (opï¿½ï¿½o -n). No terceiro exibe a tabela
de rotas sem converter IPs para nomes (opï¿½ï¿½o -n).
telnet 192.168.10.1
telnet mailhost.ibpinetsp.com.br 25
telnet mailhost.ibpinetsp.com.br 110
telnet altavista.digital.com 80
Estabelece conexï¿½es TCP com 192.168.0.1 na porta 23 (primeiro caso),

com mailhost.ibpinetsp.com.br na porta SMTP (segundo caso), idem porta
POP3 (terceiro caso), e finalmente com altavista.digital.com na porta HTTP
(quarto caso).
Obs. No Windows a porta (e o destino) ï¿½ (sï¿½o) especificada (os) num

dos menus da interface grï¿½fica.
ftp rtfm.mit.edu
ftp -i -v -n rtfm.mit.edu
Abre uma conexï¿½o FTP com rtfm.mit.edu. O segundo caso ï¿½

conveniente para scripts que automatizam transferï¿½ncias por ftp. A
opï¿½ï¿½o -i desliga a confirmaï¿½ï¿½o por-arquivo em transferï¿½ncias
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mï¿½ltiplas e a opï¿½ï¿½o -n desliga o auto-login. A autenticaï¿½ï¿½o neste

caso precisa ser feita atravï¿½s do comando USER do ftp, como mostra o
exemplo abaixo:
nohup ftp -i -v -n ftp.microsoft.com <<FIM
user anonymous ueda@ime.usp.br
hash
bin
get LS-LR.ZIP
quit
FIM
ssh -l ueda 143.107.45.19

scp clara.tar.gz 192.168.0.1:/tmp
O primeiro comando abre uma sessï¿½o interativa (shell) com o servidor

shell.ime.usp.br utilizando SSH, que criptografa os dados de
autenticaï¿½ï¿½o e tambï¿½m o trï¿½fego da conexï¿½o. O segundo
comando transfere para o diretï¿½rio /tmp do servidor 192.168.0.1 o
arquivo local clara.tar.gz atravï¿½s do SSH.
nslookup www.linuxtoday.com
nslookup 200.231.191.10
nslookup -query=mx ibm.net
nslookup -query=mx ibm.net - 200.231.191.10
Queries de nomes. No primeiro caso serï¿½ feito o query do registro A do

nome www.linuxtoday.com. No segundo, o query do reverso do nome
10.191.231.200.in-addr.arpa. No terceiro e no quarto casos estamos fazendo
o query do registro MX do nome ibm.net. No terceiro, o servidor de nomes
acionado serï¿½ o default e, no segundo, serï¿½ o 200.231.191.10.
Obs. O Windows nï¿½o traz nativamente um equivalente ao nslookup.

arp -a
arp -s 192.168.1.12 00:80:48:EB:06:CD pub
O primeiro comando exibe o cache ARP. O segundo faz com que requests
ARP tentando localizar o IP 192.168.1.12 sejam respondidos com o
endereï¿½o de hardware 00:80:48:EB:06:CD (proxy-arp).
tcpdump arp
tcpdump -i eth0 arp
tcpdump -i ppp0 -l -n -s 120
tcpdump port 80
tcpdump tcp and port 80
Inicia a escuta de pacotes. No primeiro caso, exibirï¿½ apenas os pacotes

ARP que circulem na interface default. No segundo explicita-se que a
interface ï¿½ a eth0 (que, no Linux, ï¿½ a primeira interface ethernet). No
terceiro a interface ï¿½ trocada para ppp0 (no Linux, ï¿½ a primeira
interface PPP), a opï¿½ï¿½o -n evita que sejam feitos queries DNS reversos
e a opï¿½ï¿½o -s 120 aumenta o tamanho do trecho inicial do pacote a ser
capturado (ï¿½til para exibir os nomes no caso de pacotes DNS). O quarto e
o quinto exemplos exibirï¿½o apenas pacotes HTTP, sendo que o quinto
explicita que apenas interessam pacotes TCP.
Obs. (1) O Windows nï¿½o traz nativamente um equivalente ao tcpdump,

mas existe um porte do tcpdump para windows chamado windump.
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Obs. (2) Nas plataforma Unix-like o uso do tcpdump costuma exigir

privilï¿½gio de superusuï¿½rio (administrador).
smbclient -L hal -I 192.168.0.1 -N
smbclient //hal/ueda -I 192.168.0.1 -U ueda
Dois exemplos simples de uso do smbclient, que ï¿½ um cliente SMB de

linha de comandos. Ele pode conectar um servidor samba ou um servidor
windows com recursos compartilhados. No primeiro caso, lista os recursos
do servidor hal que estejam disponï¿½veis para usuï¿½rios quaisquer (isso
seria semelhante ao duplo clique no ï¿½cone da mï¿½quina hal no ambiente
de rede do windows). No segundo, conecta no recurso "ueda" da mï¿½quina
hal, que no caso ï¿½ um diretï¿½rio (ou "pasta", no jargï¿½o do windows),
com os privilï¿½gios do usuï¿½rio "ueda" (opï¿½ï¿½o -U). O smbclient neste
caso oferece uma interface assemelhada ï¿½ do cliente FTP de linha de
comandos.
Obs. Nos dois casos a resoluï¿½ï¿½o de nomes nï¿½o foi acionada porque
fornecemos o IP do servidor, nï¿½o obstante isso nï¿½o ï¿½ o usual. A
resoluï¿½ï¿½o de nomes numa rede windows pode nï¿½o ser baseada em
DNS. O samba permite realizar a resoluï¿½ï¿½o de nomes de vï¿½rias
formas diferentes, incluindo DNS.
wget -r -l 3 http://www.ime.usp.br/index.html
O wget ï¿½ um dos robï¿½s mais populares atualmente, e costuma vir

incluï¿½do nos CDs de Linux. O comando acima copiarï¿½ pï¿½ginas HTML
e imagens do servidor www.ime.usp.br a partir da pï¿½gina index.html, com
nï¿½vel de recursï¿½o 3. Dessa forma o wget permite espelhar servidores
HTTP e FTP.
Obs. (1) O uso eficiente do wget ou de qualquer outro robï¿½ exige um

conhecimento minucioso dos seus recursos, principalmente aqueles
destinados a reiniciar uma cï¿½pia jï¿½ parcialmente realizada e a limitar o
consumo de banda. Quem quiser utilizar o wget leia no manual dele a
descriï¿½ï¿½o das opï¿½ï¿½es -c, -nc, -Q e -D
Obs. (2) O uso de robï¿½s para copiar as pï¿½ginas de um site pode estar
explicitamente desautorizado por esse site. Alï¿½m disso, cï¿½pias de
grandes volumes geram consumo de recursos (CPU e banda de
comunicaï¿½ï¿½o) apreciï¿½veis na infraestrutura remota, e sï¿½ devem
ser feitas de forma monitorada e nï¿½o abusiva.
16. Os RFCs
Esta nota deveria talvez ser a primeira deste documento, visto que os RFCs
sï¿½o justamente os standards que definem o TCP/IP. Nï¿½o obstante, por se
tratar de textos que necessitam ter grande precisï¿½o tï¿½cnica, preferimos
falar deles ao final. Os RFCs podem ser obtidos no IETF (http://www.ietf.org),
inclusive um ï¿½ndice. Muitos outros sites entretanto oferecem os RFCs na
Internet,e alguns deles com ferramentas de busca e uma estruturaï¿½ï¿½o por
temas. Os RFCs nï¿½o incluem apenas especificaï¿½ï¿½es tï¿½cnicas do TCP/IP
(e.g. RFC 821 (SMTP), RFC 1939 (POP3), RFC 1661 (PPP), etc), mas tambï¿½m
bibliografias, opiniï¿½es e comentï¿½rios, textos de carï¿½ter informativo, como
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perguntas e respostas sobre a Internet (RFC 2664), glossï¿½rios (RFC 1208, RFC
1983 RFC 2828), etc. Qualquer pessoa pode criar um novo protocolo e propï¿½-
lo para ser incluï¿½do no TCP/IP sob a forma de um novo RFC. O procedimento
para fazï¿½-lo estï¿½ descrito no site do IETF.
17. Bibliografia breve
[1] Comer, D. Internetworking with TCP-IP vol. I, Prentice Hall. Excelente

introduï¿½ï¿½o ao TCP-IP. O volumes II e III (principalmente o II) envelheceram
muito.
[2] Stevens, W. R. TCP-IP Illustrated, vol. I, Addison Wesley, 1994. ï¿½

geralmente considerado o melhor livro de TCP-IP disponï¿½vel atualmente. O
Volume II descreve a implementaï¿½ï¿½o de TCP/IP do BSD e interessarï¿½
apenas aos especialistas. O volume III tambï¿½m ï¿½ de interesse relativo,
exceto pela abordagem feita do HTTP.
[3] Claus Rugani Tï¿½pke, Provedor Internet, Makron, 1999. Um livro objetivo
e muito bem escrito.
[4] Garfinkel, S., and Spafford, E. Practical Unix Security, O'Reilly, 1991.
Excelente livro, fï¿½cil de ler e com bastante conteï¿½do. Esse e/ou outros
tï¿½tulos de Eugene Spafford estï¿½o publicados tambï¿½m em portuguï¿½s.
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Notas de Aula de TCP/IP ﬁle:///home/devopslinux/Downloads/Notas de Au...

Notas de Aula de TCP/IP

(ï¿½ltima atualizaï¿½ï¿½o: 11 de abril de 2001)

Estas sï¿½o notas de aula de TCP/IP, redigidas por Ricardo Ueda

Estas notas podem ser livremente consultadas. Elas podem

Obs. Nos exemplos prï¿½ticos, realï¿½amos o texto digitado

Cada seï¿½ï¿½o ï¿½ composta por um sumï¿½rio seguido de notas e

Sï¿½o inteiros de 32 bits escritos na forma de quatro octetos

O compartilhado do meio fï¿½sico: LAN e links WAN

Distribuiï¿½ï¿½o mundial dos IPs

O TCP/IP ï¿½ a coleï¿½ï¿½o de protocolos desenvolvida para e utilizada pela

O TCP/IP ï¿½ independente de plataforma, e foi implementado em inï¿½meros

Nestas notas estaremos nos referindo ï¿½ versï¿½o 4 do IP (Internet Protocol),

O IPv4 utiliza endereï¿½os numï¿½ricos de 32 bits que para maior comodidade

O endereï¿½o permite que um participante de uma rede IP possa ser identiﬁcado

lo Link encap:Local Loopback

Observe que o endereï¿½o ï¿½ um atributo da interface. No exemplo temos duas

No exemplo o comando ifconﬁg estï¿½ tambï¿½m informando o tamanho

Uma interface passa a ter um endereï¿½o IP a partir do momento em que

O comando ifconﬁg permite atribuir manualmente um endereï¿½o a uma dada

O endereï¿½o IP que se atribui a uma interface nï¿½o pode ser escolhido ao

Alï¿½m do endereï¿½o IP, a interface normalmente necessitarï¿½ de rotas

A comunicaï¿½ï¿½o numa rede IP ï¿½ realizada atravï¿½s do envio e

realizar a transmissï¿½o de um pacote, aloca esse meio fï¿½sico com

A tï¿½tulo de ilustraï¿½ï¿½o, vejamos um exemplo real de um cabeï¿½alho IP,

Version: "4", ou seja, trata-se de um pacote ipv4.

1.4 O comando ping

O ping ï¿½ a primeira ferramenta a ser utilizada para se constatar a existï¿½ncia

Note que nï¿½o indicamos ao ping um endereï¿½o IP numï¿½rico, mas sim um

1.5 O Comando traceroute

Na Internet, quando enviamos um pacote a um servidor longï¿½nquo, esse

Assim, os pacotes inicialmente atingiram o 200.231.191.1. Este, por nï¿½o ser o

A tï¿½cnica utilizada pelo traceroute baseia-se em fazer variar o TTL dos

traceroute indicando como argumento uma mï¿½quina de uma infraestrutura

1.6 RTT e banda

1.3 Recentemente foi anunciado o lanï¿½amento do primeiro hotel lunar para o

Diﬁculdades: reordenaï¿½ï¿½o, reconstruï¿½ï¿½o, reenvio

Aplicaï¿½ï¿½es TCP populares

Eudora, Outlook (cliente); sendmail (servidor) Netscape (cliente); apache

2.1 O Protocolo TCP

Na sua grande maioria, os serviï¿½os utilizados na Internet baseiam-se num

Suponha que usemos o Netscape (por exemplo) para visitar o URL

<title> AltaVista - Search</title>

Essa pï¿½gina terï¿½ tipicamente vï¿½rios kilobytes e a sua tranferï¿½ncia do

Cada pacote carrega neste caso as informaï¿½ï¿½es necessï¿½rias ï¿½

source port (16) destination port (16)

Voltemos ao exemplo dado acima ao analisarmos o cabeï¿½alho IP, e

# tcpdump -i eth0 -l -n -x port 25

2.2 O comando telnet

Muitos protocolos TCP assemelham-se ao "diï¿½logo" que se estabelece entre um

que o Netscape faria:

<html><head><title>AltaVista - Search</title> ...

O Altavista responde ao nosso comando GET (repare que ï¿½ necessï¿½rio

2.3 TCP, mecanismo de transporte genï¿½rico

Uma vez que o TCP cria um mecanismo de envio e recebimento de sequï¿½ncias

Teste, por favor ignore.

2.4 O conceito de conexï¿½o

Tanto no exemplo do download de uma pï¿½gina web atravï¿½s do cliente telnet

C:\> TYPE AUTOEXEC.BAT | MORE

2.5 As portas TCP

No exemplo em que ﬁzemos o download de uma pï¿½gina atravï¿½s do cliente

Um mesmo computador numa rede IP pode atender simultï¿½neamente vï¿½rios

Muitos dos nï¿½meros de portas estï¿½o jï¿½ associados a serviï¿½os. Alï¿½m