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12/08/2019 No final das contas, trabalhar duro pode não valer a pena

No final das contas, trabalhar duro


pode não valer a pena
Estudo mostra que expedientes intensos prejudicam o rendimento dos pro-
ssionais

Valor Econômico · 20 agosto 2018 · Emma Jacobs

Todos os anos, entre maio e setembro, todos os 54 funcionários da Basecamp, uma empre-
sa de aplicativos sediada em Chicago, fazem uma semana de trabalho mais curta, de apenas
quatro dias — um total de 32 horas. No restante do ano, eles seguem a semana tradicional
de cinco dias.

“Isso é tempo su ciente para se fazer um excelente trabalho. É tudo o que esperamos e tu-
do o que queremos das pessoas”, a rma Jason Fried, cofundador da empresa. “Trabalhar
50, 60 ou mais de 70 horas é desnecessário. Na verdade, se você precisa trabalhar 50, 60 ou
mais de 70 horas por semana, há um problema de administração.”
A carga de trabalho da companhia no verão precisa se adequar às horas reduzidas, insiste
Fried, caso contrário os benefícios de uma semana de trabalho mais curta — recuperar-se
do trabalho, passar um tempo com a família e buscar outros interesses — seriam anulados.
Sua loso a condiz com uma nova pesquisa que constatou que não são apenas as longas
horas de trabalho que prejudicam a saúde mental e física dos funcionários. É também a in-
tensidade do trabalho — prazos apertados e ritmo implacável. Além disso, o estudo sugere
que o trabalho intenso prejudica as perspectivas de carreira. Isso porque trabalhar demais e
com muita intensidade é contraproducente, e reduz a qualidade do que é produzido.
O estudo, que está prestes a ser publicado na revista acadêmica “Industrial and Labor Re-
lations Review”, conclui que o nível de intensidade que aplicamos ao trabalho que fazemos
(de nido como nível de esforço prestado por unidade de tempo de trabalho), no geral é
“um indicador mais forte de resultados desfavoráveis do que as horas extras”.
Os pesquisadores, Argyro Avgoustaki, professor assistente de gestão na ESCP Europe, e
Hans Frankort, professor de estratégia na Cass Business School, comparou pessoas de em-

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pregos e níveis de educação similares e constatou que, quando elas trabalham de maneira
intensa por períodos prolongados, têm uma probabilidade maior de sofrer com problemas
de saúde e de ter perspectivas de carreira piores. Isso inclui impacto na satisfação, segu-
rança e promoções.
Os autores a rmam querer que os funcionários entendam as limitações do esforço de tra-
balho excessivo, que os patrões sejam ponderados sempre que possível e que os formula-
dores de políticas públicas desenvolvam estratégias que ajudem a limitar as consequências
adversas do trabalho intenso.
Frankort diz que a pesquisa sugere que os benefícios à carreira resultantes do esforço ex-
cessivo — trabalhar mais horas ou com mais intensidade do que o normal — podem nunca
se materializar. “Portanto, pode ser um erro aceitar um bem-estar reduzido na esperança
de melhorar as perspectivas de carreira no futuro”, acrescenta ele.
Os pesquisadores basearam suas conclusões em dados de uma amostra aleatória de 51.895
trabalhadores de 36 países europeus. A conclusão dos autores é que trabalhadores e gover-
nos deveriam tentar reduzir a intensidade do trabalho, em vez de tentar controlar o núme-
ro excessivo de horas de trabalho. “Os patrões e formuladores de políticas se concentram
muito no último ponto, mas comparado às horas extras, a intensidade do trabalho prog-
nostica reduções muito maiores no bem-estar e nos resultados relacionados à carreira”,
a rma Frankort.
Claramente há uma ligação entre a carga de trabalho e as horas. Mas os pesquisadores a r-
mam que dar aos funcionários uma escolha sobre onde e como eles vão trabalhar pode ali-
viar a pressão, permitindo a eles escolher a ordem, o método e o ritmo de trabalho, além de
determinar as horas e as pausas.
Governos vêm reconhecendo os períodos do trabalho excessivo e alguns países, especial-
mente a França, estão concedendo aos trabalhadores o “direito de se desconectar” no m
do dia de trabalho. A política vem sendo adotada por alguns empregadores, como a
Volkswagen. Alguns grandes bancos, como o Goldman Sachs e o Bank of America Merrill
Lynch, vêm tentando reduzir as horas de trabalho.
Almuth McDowall, professora convidada de psicologia organizacional da City University,
concorda que os formuladores de políticas e empregadores se concentram demais em ten-
tar resolver a questão da cultura do excesso de horas trabalhadas. Mas ela observa que é di-
fícil medir a intensidade do trabalho. “Ela é sempre introduzida silenciosamente às pesso-
as, porque o que costuma acontecer na prática é as pessoas serem solicitadas a fazer tare-
fas extras sem que isso aconteça de maneira explícita ou que que escrito em algum lu-
gar.”
Uma pesquisa anterior sugere que o trabalho excessivo afeta a produtividade, deixando os
trabalhadores mais propensos a cometer erros, sentir mais ansiedade e se esgotar. Alexan-
dra Michel, da Universidade da Pensilvânia, estudou banqueiros por nove anos e constatou
que, após três anos de trabalho intensivo demais, seus organismos começam a se “vingar”
com o surgimento de tiques nervosos, como os atos de roer unhas e enrolar os cabelos com
os dedos, além da insônia.
Uma explicação para a cultura do trabalho em excesso é que ele dá resultados — uma cren-
ça profundamente enraizada. Em artigo publicado na “Harvard Business Review”, Erin

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Reid, professor associado da DeGroote School of Business da Universidade McMaster e


Lakshmi Ramarajan, professor assistente da Harvard Business School, relatam como uma
empresa premiou uma pessoa que havia realizado o maior número de voos a trabalho em
um ano.
“Valorizar o tempo de trabalho em vez do produto do trabalho — algo que motiva as pes-
soas a ludibriar outras sobre a quantidade de horas que elas estão trabalhando — é uma ar-
madilha em que é fácil cair”, concluíram eles, “especialmente para pro ssionais cujo tra-
balho baseado no conhecimento é difícil de avaliar.”
Mas nem todos estão convencidos de que cargas de trabalho mais leves são a abordagem
certa. Marc E ron, autor de “Eight Steps to High Performance” (“Oito Passos para o Alto
Desempenho”), acredita que os pro ssionais de alto desempenho precisam sacri car a
família e o lazer e se comprometer com o trabalho intenso.
“Uma grande parte da argumentação sobre as horas de trabalho parece vir de indivíduos
que tentam impor suas crenças pessoais aos outros. Ouço isso verbalizado como: ‘Ninguém
deveria trabalhar tanto. As pessoas precisam passar um tempo com suas famílias’. Esses
indivíduos não estão dispostos ou não são capazes de desempenhar nesses níveis, e por-
tanto querem derrubar aqueles que podem e querem.”

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