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A INTEGRIDADE PASTORAL
2 Coríntios 11.1-15
"Integridade" diz respeito à inteireza moral, retidão, honestidade, honradez, etc. Estas
qualidades precisam, necessariamente, estar vinculadas ao ministério pastoral.
Integridade pastoral é uma questão que deve ser valorizada e requer zelo, tanto por
parte dos que pastoreiam, quanto dos que são pastoreados, pois diz respeito a ambos.
No estudo de hoje consideraremos esse assunto, a partir das experiências do apóstolo
Paulo junto aos coríntios.
Análise do texto
Esse estudo está baseado em um trecho da segunda carta de Paulo aos coríntios, que
compreende os capítulos 10, 11, 12 e 13, sendo chamado por muitos eruditos de
"carta severa", possivelmente a carta mencionada em II Co 2.4 e 7.8.
R. N. Champlin observa que "os capítulos décimo a décimo terceiro desta epístola
contêm vigorosas autovindicações, linguagem firme, ameaças e grande uso de
autoridade..." Constrangido, Paulo se viu obrigado a fazer a sua autodefesa.
Segundo J. S. Baxter, "embora nada fosse mais repulsivo à sua humildade sensível do
que qualquer aparência de egoísmo ou vanglória, foi levado, pela falta de escrúpulos
de seus oponentes, a adotar um tipo de autodefesa, de modo que a palavra 'gloriar' (e
outras sinônimas) aparece nada menos do que 29 vezes".
O conteúdo dos capítulos 10, 11, 12 e 13 desta carta, oferece lições úteis e oportunas,
a respeito da integridade ministerial.
Para que a integridade seja promovida e preservada, é preciso que pastores e Igrejas
assumam algumas responsabilidades fundamentais, como veremos a seguir:
1 - RESPONSABILIDADES DO PASTOR
1.2. Ter consciência de sua vocação e preparo (11.5,6) - A primeira coisa a respeito
da qual o pastor precisa ter plena consciência é a sua vocação. Esse é o ponto de
partida para um ministério íntegro. A autenticidade do ministério pastoral repousa no
fator vocacional.
Ao dirigir-se à liderança da Igreja em Éfeso, Paulo confirma isto ao dizer: "Atendei por
vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
pastoreardes a Igreja de Deus... "(At 20.28).
O pastor precisa ter consciência de que foi constituído pelo Espírito Santo e é na
direção e no poder desse Espírito que ele exerce o seu ministério.
O pastor não deve se vangloriar dos títulos ou cursos que tem. Entretanto, não pode
também ser levado de um lado para o outro, revelando fraqueza e despreparo para o
ofício. O preparo teológico deve se somar à experiência vocacional, fazendo dele um
líder firme e confiável (Tt 1.9).
1.3. Conduzir-se com transparência (11.13) - Paulo faz uma grave acusação contra
aqueles líderes que estavam pervertendo a fé aos coríntios. Ele os chama de "falsos
apóstolos, obreiros fraudulentos..." Disfarçados de apóstolos, eles eram, na verdade,
enganadores e exploradores.
Nos versículos anteriores, Paulo declara que havia pastoreado a Igreja dos coríntios
gratuitamente, exatamente para não dar motivo a esses exploradores de afirmarem
que ele também recebia da Igreja (11.7-12).
1.4. Suportar as adversidades por amor a Cristo (11.30) - Nos versículos 23 a 30,
do capítulo II, o apóstolo apresenta uma lista de tribulações pelas quais havia
passado. Em 12.10 ele conclui, dizendo:
"Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando sou fraco, então é
que sou forte ".
Tais líderes se orgulham de seu pretenso poder espiritual, se conduzem com soberba,
arrogância e estrelismo, tirando proveito disso para manipular os mais ingênuos. Todo
líder precisa enfrentar e vencer a tentação de pensar a respeito de si mesmo mais do
que convém (Rm 12.3).
O pastor precisa ser zeloso quanto à saúde espiritual do rebanho, provendo sempre o
tratamento adequado em cada caso (II Tm 2.24-26).
2 - RESPONSABILIDADES DA COMUNIDADE.
2.1. Prover o sustento pastoral (11.8,9) - Paulo exercia o seu ministério em Corinto
sem remuneração. Conforme notas da Bíblia Vida Nova "os mestres que perturbavam
os coríntios queriam muito que Paulo aceitasse sustento dessa Igreja, colocando-se
assim em pé de igualdade com eles".
A recusa em receber honorários dos coríntios é uma opção pessoal de Paulo, movida
pelas circunstâncias mencionadas acima. Além disso, ele revela que, nesta ocasião,
estava sendo sustentado pelos filipenses (Fp 4.15,16).
Na primeira carta a Timóteo (5.17,18), Paulo expõe o seu ponto de vista sobre esta
questão, declarando: "Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários
os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e
no ensino. Pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o grão. E
ainda: O trabalhador é digno do seu salário".
Vale a pena recordar o que a Palavra de Deus recomenda quanto a isto (I Ts 5.12,13;
Hb 13.17).
Nós também precisamos tomar cuidado hoje, para não incorrermos no mesmo erro
dos coríntios.