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FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICA

Centro de Ensino Técnico e Profissionalizante Quintino


ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL REPÚBLICA
DEPARTAMENTO DE MECÂNICA

HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Engº Mario L. C. Almeida


HISTÓRICO 1
Quando estudamos documentos relacionados à Segurança do Trabalho vemos
algumas referências aos riscos profissionais.

Hipócrates, quatro séculos antes de Cristo, fez menção à existência de moléstias


entre mineiros e metalúrgicos. Plínio, o Velho, no início da Era Cristã, descreveu
moléstias do pulmão e envenenamento entre mineiros, pelo manuseio do enxofre e
do zinco. Galeno, no século II, citou moléstias profissionais entre trabalhadores das
ilhas do Mediterrâneo.

Georgius Agrícola (forma latina de Georg Bauer). Médico, era estudioso de todos os
aspectos da mineralogia e da indústria metalúrgica e iniciou um estudo de 25 anos
que culminou na sua obra-prima publicada postumamente: “De re metallica” (1556),
um tratado de mineralogia e metalurgia. O tratado, com doze capítulos, inclui 292
gravuras em madeira cuidadosamente entalhadas e estuda problemas relacionados
à extração e à fundição da prata e do ouro. A obra discute acidentes do trabalho e
doenças comuns entre mineiros, destacando-se a “asma dos mineiros”, provocada
por poeiras que Agrícola denominava “corrosivas”. A descrição dos sintomas indica
que se tratava de silicose.

Ainda no século XVI, Paracelso escreveu a primeira monografia sobre a relação


entre trabalho e doença: “Von Der Birgsucht Und Anderen Bergrank Heiten”. Nela
foram mostrados os sintomas da intoxicação pelo mercúrio.

Em 1700 publicou-se na Itália “De Morbis Artificum Dia Triba ” do médico Bernardino
Ramazzini, “o pai da medicina do trabalho”. Nessa obra foram descritas cerca de
cem profissões e os riscos específicos de cada uma delas. Descrições baseadas nas
observações clínicas do autor que sempre perguntava aos pacientes: ”Qual a sua
ocupação ?”.

Com a invenção da máquina de fiar, ocorreu na Inglaterra a Revolução Industrial.


Até aí, o artesão era dono dos seus meios de produção. O alto custo das máquinas
não mais permitiu que o artesão as possuísse. Quando os capitalistas viram as
chances de lucro, decidiram comprar máquinas e empregar pessoas para fazê-las
funcionar. Surgiram assim as primeiras fábricas de tecidos e, com elas, o Capital e
o Trabalho.

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Com o advento das máquinas a vapor, a indústria, que não precisava mais dos rios
para fazer as máquinas movimentarem-se, veio para as cidades, onde havia farta
mão-de-obra.

No crescimento desenfreado das fábricas não havia cuidados quanto à saúde da


mão-de-obra, constituída de homens, mulheres e crianças. Chegou-se ao cúmulo de
se vender crianças para suprir a mão de obra. No final do século XVIII, a indústria
inglesa ofereceu melhores salários mas causou problemas ocupacionais sérios: altos
índices de acidentes e de moléstias profissionais eram causados pelo trabalho em
máquinas sem proteção, pelo trabalho executado em ambientes fechados onde a
ventilação era precária e o ruído atingia limites altíssimos e pela inexistência de
limites de horas de trabalho.

Em 1802 o Parlamento Britânico aprovou a 1ª lei de proteção ao trabalhador: a “Lei


de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabeleceu o limite de 12 horas de trabalho
por dia, proibiu o trabalho noturno, obrigou os empregadores a lavar as paredes das
fábricas duas vezes por ano e tornou obrigatória a ventilação destas.

Três décadas mais tarde, uma comissão parlamentar de inquérito sobre doenças do
trabalho elaborou um relatório que concluía: “Diante desta Comissão desfilou longa
procissão de trabalhadores - homens e mulheres, meninas, abobalhados, doentes,
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deformados, degradados na sua qualidade humana. Cada um deles era a evidência
de uma vida arruinada, um quadro vivo de uma crueldade humana do homem para
com o homem, uma impiedosa condenação daqueles legisladores que, quando em
suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à capacidade dos fortes”.

A denúncia da Comissão fez com que, em 1833, surgisse a 1ª lei realmente eficiente
de proteção ao trabalhador: a “Lei das Fábricas” (Factory Act). Criava restrições às
empresas têxteis em que fosse usada a força hidráulica ou a vapor; proibia o
trabalho noturno aos menores de 18 anos e limitava as horas de trabalho destes a
12 por dia e 60 por semana; as fábricas eram obrigadas a ter escolas, que seriam
freqüentadas pelos trabalhadores menores de 13 anos; a idade mínima para o
trabalho era de 9 anos, e um médico devia atestar que o desenvolvimento físico da
criança correspondia à sua idade.

Em 1867 incluiu-se nesta lei mais moléstias e estipulou-se a proteção das


máquinas e a ventilação mecânica para o controle de poeiras; proibiu-se a ingestão
de alimentos nos ambientes sob atmosferas nocivas da fábrica.

Foi na Grã-Bretanha onde primeiro foram registradas medidas em atenção à boa


saúde do trabalhador. Lá foi criado o 1º órgão fiscalizador do Ministério do Trabalho

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para apurar doenças profissionais e realizar exames médicos pré-admissionais e
periódicos.

A evolução da Revolução Industrial resultou no aparecimento dos serviços de saúde


ocupacional em vários países europeus. Na França, em 1946, tornou-se obrigatória
a existência de serviços de saúde ocupacional em estabelecimentos, industriais ou
comerciais, onde trabalhassem mais de dez pessoas. Mais recentemente, na
Espanha e em Portugal, outras leis obrigaram à criação de serviços de saúde
ocupacional em empresas com mais de quinhentos trabalhadores.

Nos Estados Unidos os serviços de saúde ocupacional não existiam até a entrada
em vigor de leis sobre indenizações em casos de acidente de trabalho. Por isso, os
empregadores estabeleceram, no início deste século, os primeiros serviços de saúde
ocupacional com o principal objetivo de reduzir o custo das indenizações.

Em meados do século a importância da proteção dos trabalhadores atingiu a


Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde
(OMS). Assim, a 43ª Conferência Internacional do Trabalho estabeleceu a
“Recomendação para os serviços de saúde ocupacional, 1959” que determinava
serem objetivos dos serviços de saúde ocupacional instalados em um
estabelecimento de trabalho, ou em suas proximidades:
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1- Proteger os trabalhadores contra riscos à sua saúde, que possam decorrer
do seu trabalho ou das condições em que este é realizado.
2- Contribuir para o ajustamento físico e mental do trabalhador, obtido
especialmente pela adaptação do trabalho aos trabalhadores, e pela
colocação destes em atividades profissionais para as quais tenham
aptidões.
3- Contribuir para o estabelecimento e a manutenção do mais alto grau
possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores.

No Brasil as estatísticas sobre doenças profissionais e sobre acidentes do trabalho


eram tão alarmantes que o Governo Federal baixou a portaria 3.237, de 17 de julho
de 1972, que tornou obrigatória a existência de Serviços de Medicina do Trabalho e
de Engenharia de Segurança do Trabalho em todas as empresas com mais de cem
trabalhadores. A Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977 e as normas
regulamentadoras aprovadas pela portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978 dão
continuidade à legislação de proteção ao trabalhador brasileiro.

Atualmente são trinta e duas as normas regulamentadoras do trabalho urbano:

NR – 01 - Disposições Gerais
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NR – 02 - Inspeção Prévia
NR – 03 - Embargo ou interdição
NR – 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho – SESMT
NR – 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA
NR – 06 - Equipamento de proteção Individual – EPI
NR – 07 - Programa de controle médico de saúde ocupacional – PCMSO
NR – 08 - Edificações
NR – 09 - Programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA
NR – 10 - Instalações e serviços em eletricidade
NR – 11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de
materiais
NR – 12 - Máquinas e equipamentos
NR – 13 - Caldeiras e vasos de pressão
NR – 14 - Fornos
NR – 15 - Atividades e operações insalubres
NR – 16 - Atividades e operações perigosas
NR – 17 - Ergonomia
NR – 18 - Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção
NR – 19 - Explosivos
NR – 20 - Líquidos combustíveis e inflamáveis
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NR – 21
- Trabalho a céu aberto
NR – 22
- Trabalhos subterrâneos
NR – 23
- Proteção contra incêndios
NR – 24
- Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho
NR – 25
- Resíduos industriais
NR – 26
- Sinalização de segurança
NR – 27
- Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no
Ministério do Trabalho e da Previdência Social
NR – 28 - Fiscalização e penalidades
NR – 29 - Trabalho Portuário
NR - 30 - Trabalho Aquaviário
NR – 31 – Trabalhos em Espaços Confinados *
NR – 32 - Trabalho em Estabelecimentos de Assistência à Saúde *
NR – 33 - Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração
Florestal e Pesca *
* em desenvolvimento
Mais cinco regulamentam o trabalho rural:

NRR – 1 – Disposições Gerais


NRR – 2 – Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural
– SEPATR
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NRR – 3 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural –
CIPATR
NRR – 4 – Equipamentos de Prevenção Individual
NRR – 5 – Produtos Químicos

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ACIDENTES DO TRABALHO 2

2.1 - ACIDENTES DO TRABALHO

Os acidentes no trabalho causam, em qualquer comunidade, prejuízos que são um


sério obstáculo ao desenvolvimento sócio-econômico de um país porque debilitam o
trabalhador, restringem a sua capacidade de produção além de poderem causar
danos às máquinas, equipamentos e instalações de uma empresa.

Para se determinar e combater as causas dos acidentes do trabalho é necessário,


primeiramente, conhecermos as definições de acidente do trabalho.
2.1.1 - CONCEITO LEGAL

No Brasil, o Decreto nº 61.784 de 28 de novembro de 1967, em seu Art. 3º assim


define acidente de trabalho:

Acidente do Trabalho será aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço
da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que
cause a morte ou a perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade
para o trabalho.

2.1.2 - CONCEITO PREVENCIONISTA


De acordo com o conceito prevencionista:

Acidente do Trabalho é um fato inesperado, não planejado, que interrompe ou


interfere num processo normal de trabalho, resultando em lesão e/ou danos
materiais e/ou perda de tempo.

Ex.: A queda de um objeto do empilhamento mal feito, sem vítima.

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No conceito legal o legislador se interessou em definir o acidente para proteger o
trabalhador acidentado garantindo-lhe o pagamento do salário enquanto estiver
impossibilitado de trabalhar, ou indenizando-o quando houver lesão incapacitante
permanente. O conceito prevencionista, alerta-nos que o ferimento é apenas uma
das conseqüências do acidente, pois o acidente pode ocorrer sem provocar lesões.

Estatísticas mostram que em cada 300 acidentes do trabalho, 272 são acidentes
sem lesões, 27 são acidentes que causam lesões leves e apenas 1 causa lesões
graves.

Como não podemos prever se de um acidente vai resultar, ou não, uma lesão no
trabalhador, concluímos que devemos tentar evitar todo e qualquer tipo de acidente.

2.1.3 - CASOS CONSIDERADOS COMO ACIDENTES DO TRABALHO

• O acidente sofrido no local e no horário do trabalho em conseqüência de:

a. ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros ou


companheiros de trabalho;
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b. ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;
c. ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiros ou de
companheiro de trabalho;
d. ato de pessoa privada do uso da razão;
e. desabamento, inundações, incêndio e outros casos fortuitos ou
decorrentes de força maior;

• A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício


de sua atividade;

• O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de


trabalho:

a. na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da


empresa;
b. na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;
c. em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando
financiada por estar dentro de seus planos para melhor capacitação da

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mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado;
d. no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de
propriedade do segurado.

Entende-se como percurso o trajeto usual da residência ou do local de refeição para


o trabalho, ou deste para aqueles, locomovendo-se o empregado a pé ou valendo-se
de transporte da empresa ou próprio ou da condução normal. O Decreto estabelece
ainda, que no período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião de
satisfação de outra necessidade fisiológica, no local ou durante o horário de trabalho,
o empregado será considerado a serviço da empresa.

Para fins legais, equipara-se ainda ao acidente do trabalho:

• doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo


exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

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• doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função
de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente.

Segundo a legislação em vigor, doença profissional é aquela inerente a determinado


ramo de atividade.

Podem ser relacionadas como doenças do trabalho, resultantes das condições


especiais em que a atividade se realiza: a epilepsia, quando decorre de um acidente
de trabalho; a lepra, quando o trabalho obriga o contato permanente com
hansenianos; o câncer, quando o trabalhador está sujeito às poeiras ou trabalho em
ambiente cancerígeno; a neurose, quando a sua manifestação ocorre ao tempo do
trabalho ou é atribuída às condições em que ele se realiza.

A doença profissional ou do trabalho, para que se equipare a o acidente do trabalho,


deverá acarretar incapacidade temporária ou permanente para o trabalho.

Não são consideradas como doença do trabalho:

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• a doença degenerativa;
• a inerente ao grupo etário;
• a que não produza incapacidade laborativa;
• a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela
se desenvolva salvo comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do trabalho.

IMPORTANTE: Todo o acidente do trabalho, por mais leve que seja, deverá ser
comunicado à empresa, que providenciará a CAT - Comunicação de Acidente do
Trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de
imediato.

A CAT deverá ser preenchida em seis vias, com a seguinte destinação:

• 1ª via - ao INSS;
• 2ª via - à empresa;
• 3ª via - ao segurado ou dependente;
• 4ª via - ao sindicato de classe do trabalhador;
• 5ª via - ao Sistema Único de Saúde-SUS;
• 6ª via - à Delegacia Regional do Trabalho.
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A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a este
comunicar ao segurado ou seus dependentes em qual Agência da Previdência Social
foi registrada.

A Comunicação de Acidente do Trabalho deverá ser feita pela empresa, ou na falta


desta o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o
médico assistente ou qualquer autoridade pública.

No caso de doença profissional ou do trabalho, considera-se como dia do acidente a


data da comunicação desta à empresa ou, na sua falta, a da entrada do pedido do
benefício no INSS, a partir de quando serão devidas as prestações cabíveis.

2.1.3.1 - DIFERENÇA ENTRE DOENÇA E ACIDENTE DO TRABALHO

Entre o acidente do trabalho e a doença profissional há uma tênue diferença que,


muitas vezes, é impossível descobrir.
- O acidente pode ser provocado intencionalmente pelo empregado.
- O acidente acontece de modo instantâneo e violento.

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- A doença pode ser simulada mas não pode ser criada pelo empregado. Tem uma
duração. Não aparece num momento, provocando a lesão corporal, ou a
perturbação funcional, ou a morte. Ela se apresenta internamente num processo
silencioso.
- A causa do acidente-tipo é externa.

2.2 – CAUSAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO

Do ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se fosse


eliminado, teria evitado o acidente. As causas dos acidentes podem decorrer de
fatores pessoais ou materiais.

O reconhecimento das causas pode ser fácil, como no caso de um degrau quebrado
de uma escada, ou difícil, quando se precisa determinar as causas de uma
seqüência em cadeia que originaram o acidente. Pode-se dizer que a maioria dos
acidentes tem mais de uma causa.

As causas fundamentais dos acidentes do trabalho são classificadas como atos


inseguros, condições inseguras e fatores pessoais de insegurança.

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2.2.1 – ATOS INSEGUROS

Atos inseguros são as ações ou omissões, maneiras pelas quais o trabalhador se


expõe, voluntariamente ou não, a riscos de acidentes.

Responsáveis por 80% dos acidentes, os atos inseguros mais comuns são:

- Brincadeiras em serviço (ofender, distrair, assustar, discutir, jogar objetos,


gritar, etc.);
- Desconhecimento das regras de segurança ou dos métodos seguros de
trabalho;
- Emprego incorreto das ferramentas ou de ferramentas sabidamente
defeituosas;
- Excesso de confiança dos que se julgam imunes a acidentes;
- Fadiga física ou mental, que pode prejudicar os reflexos normais do
trabalhador.

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- Falta de habilidade para o desempenho da atividade (pode ocorrer por
treinamento insuficiente);
- Levantamento de cargas de forma imprópria;
- Negligência, como no caso do trabalhador que não usa os EPI’s
recomendados;
- Permanecer sob cargas suspensas ou em locais perigosos, junto a
máquinas ou à passagem de veículos;
- Remover dispositivos de proteção ou alterar o seu funcionamento,
tornando-os ineficientes;
- Realizar operações para as quais não esteja devidamente autorizado;
- Trabalhar, sem necessidade, com equipamento em movimento ou perigoso
(manutenção, reparo e lubrificação de máquinas em movimento e
realização de trabalhos em equipamentos elétricos energizados);
- Usar vestimentas inadequadas (salto alto, mangas compridas, gravatas
soltas, cabelos compridos soltos, anéis, pulseiras, etc.);
- Uso inadequado de equipamentos (sobrecarregar veículos, andaimes, etc.);
- Velocidades perigosas (operar máquinas em suas velocidades limites ou em
velocidades inseguras, pular de locais elevados, atirar materiais ao invés
de transportá-los, etc.).
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Não são considerados como atos inseguros os que emanarem da chefia ou as ações
realizadas em obediência às instruções de superiores. Estes casos devem ser
considerados como condições inseguras.

2.2.2 – CONDIÇÕES INSEGURAS

Condições inseguras de um ambiente de trabalho são as falhas, defeitos,


irregularidades técnicas, carências de dispositivos de segurança, e outras que
põem em risco a integridade física ou a saúde do trabalhador ou a própria
segurança das instalações e equipamentos.

São responsáveis por 18% dos acidentes.

Exemplos de condições inseguras:

- Arranjos físicos e arrumações perigosas (empilhamento perigoso,


armazenagem irregular ou perigosa, passagens obstruídas, etc.);

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- Condições defeituosas dos equipamentos (grosseiro, cortante, corroído,
fraturado, de qualidade inferior, etc.);
- Condições precárias das instalações físicas (escadas, tubulações, rampas,
instalações e pisos escorregadios, corroídos, sobrecarregados, mal
conservados ou quebrados);
- Construções ou projetos inseguros;
- Equipamentos de proteção defeituosos ou mal sinalizados (extintores
descarregados ou com a carga vencida);
- Iluminação ou ventilação incorreta ou inadequada;
- Má distribuição de horários e tarefas;
- Material mal identificado ou não identificado;
- Proteção mecânica ou elétrica inadequada (falta de aterramento em
instalações elétricas);
- Operações e processos perigosos;
- Riscos naturais provenientes de irregularidades e instabilidades dos solos,
intempéries, animais selvagens (nos trabalhos externos ou “a céu aberto”).

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Importante: Não devemos confundir a condição insegura com o risco inerente de
certas operações industriais. Por exemplo: a corrente elétrica é um risco inerente
aos serviços que envolvem eletricidade. Instalações elétricas mal feitas ou
improvisadas, fios expostos, etc., são condições inseguras.

2.2.3 – FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA

Fator pessoal de insegurança é a característica mental ou física que leva o


trabalhador à prática do ato inseguro.

A caracterização do fator pessoal de insegurança não é fácil, exigindo o exame


apurado das circunstâncias em que ocorreu o acidente. O fator pessoal de
insegurança, como o ato inseguro, não é necessariamente causado pelo trabalhador
acidentado, podendo ser provocado por terceiros.

Os fatores pessoais de insegurança predominantes são:


- Alcoolismo ou uso de substâncias tóxicas ou de drogas;
- Conhecimento ou treinamento insuficiente;
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- Defeito físico ou incapacidade física para o serviço executado
(principalmente órgãos do sentido);
- Desconhecimento do risco ou de práticas seguras para a execução do
serviço;
- Desrespeito às instituições e normas de segurança;
- Falta de interesse pela atividade que desempenha;
- Má interpretação do perigo;
- Nervosismo ou excesso de confiança;
- Preocupação com outros problemas;
- Problemas de saúde não tratados (mentais e nervosos);
- Problemas diversos de ordem social;
- Problemas familiares.

2.3 - CONSEQÜÊNCIAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO


Muitas vezes, pior que o próprio acidente são as suas conseqüências. Todos
perdem. Perde o empregador, com a perda da mão-de-obra, de material, de
equipamentos, de tempo, e, conseqüentemente, com a elevação dos custos
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operacionais. Perde o governo, com o número crescente de inválidos e dependentes
da Previdência Social. Perde o empregado, que fica incapacitado temporária ou
permanentemente para o trabalho, de forma total ou parcial, e a sua família que
passa a ter o padrão de vida afetado pela falta dos ganhos normais.

Um acidente do trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa por


apenas algumas horas, quando é chamado de acidente sem afastamento . É o que
ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o
trabalhador retorna em seguida.

Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas


atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador não
retornar ao trabalho imediatamente ou até a jornada seguinte temos o chamado
acidente com afastamento , que pode resultar:

a) Na incapacidade temporária , que é a perda da capacidade para o trabalho


por um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às
suas atividades normais.
b) Na incapacidade total e permanente , que é a invalidez para o trabalho.
c) Na incapacidade parcial permanente , que é a diminuição, para o resto da
vida, da capacidade física total para o trabalho desenvolvido. É o que
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acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma
vista.

2.3.1 - PREJUÍZOS IMEDIATOS PARA O GOVERNO

a) Pagamento, através do INSS, de benefícios previdenciários ao trabalhador


acidentado ou a seus dependentes.
b) pagamento de despesas médico-hospitalares no tratamento do acidentado,
inclusive com o fornecimento de próteses.
c) despesas com a reabilitação profissional do trabalhador acidentado.
d) assistência reeducativa e readaptativa profissional: Reeducativa quando,
depois da assistência, o funcionário retorna para a mesma função; readaptativa
quando, após a assistência, o funcionário vai para outra função.

Os principais benefícios concedidos pela Previdência Social, através do INSS quando


da ocorrência de acidentes do trabalho são: (Regulamento dos “Benefícios da
Previdência Social” aprovado pelo decreto no. 2.172, de 05/03/97)

• Reabilitação Profissional: Serviço que o INSS coloca à disposição de seus


segurados, inclusive aposentados e dependentes. Tem como objetivo
proporcionar aos segurados e dependentes incapacitados (parcial ou totalmente),
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os meios indicados para a (re)educação e (re)adaptação profissional e social, de
modo que possam voltar a participar do mercado de trabalho. O atendimento é
feito por uma equipe multidisciplinar, que envolve médicos, assistentes sociais,
psicólogos, sociólogos, fisioterapeutas, entre outros. O serviço é extensivo aos
dependentes, de acordo com as disponibilidades técnico-financeiras do INSS.

• Auxílio-doença: Beneficio previdenciário devido ao segurado que ficar


temporariamente incapacitado para o seu trabalho ou atividade habitual por
mais de 15 dias consecutivos. A empresa paga os primeiros 15 dias de
afastamento. O INSS paga a partir do 16° dia de afastamento. O valor do auxílio
doença acidentário corresponde a 91% do salário de benefício.

O auxílio-doença deixa de ser pago:

• quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho;


• quando este benefício se transformar em aposentadoria por invalidez;
• quando o segurado solicita e tem a concordância da perícia do INSS;
• quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho.

OBS.: Não são devidas as prestações relativas ao acidente do trabalho:

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• ao empregado doméstico;
• ao contribuinte individual;
• ao facultativo.

• Auxílio-acidente: benefício que é concedido, como indenização, ao segurado


empregado, trabalhador avulso, segurado especial e ao médico residente que
estiver recebendo auxílio-doença, quando a consolidação das lesões decorrentes
de acidente de trabalho resultarem em seqüela definitiva que implique redução
da capacidade para o trabalho e/ou impossibilite o desempenho da atividade
exercida na época do acidente. O auxílio-acidente será devido a partir do dia
imediato ao da cessação do auxílio-doença. O seu valor corresponde a 50% do
salário de benefício que deu origem ao auxílio doença do segurado, corrigido até
o mês anterior ao do início do auxílio acidente e será devido até a véspera de
início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.

• Aposentadoria por invalidez: É o benefício a que tem direito o segurado que,


estando ou não recebendo auxílio-doença, for considerado incapaz para o
trabalho e não sujeito à reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta
a subsistência. Não é concedida aposentadoria por invalidez ao segurado que, ao
filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, já era portador da doença ou da

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lesão que geraria o benefício, salvo quando a incapacidade decorreu de
progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

A aposentadoria por invalidez começa a ser paga:

- a contar do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença, caso o segurado o


esteja recebendo.
- Para o segurado que não recebe auxílio-doença:
- para o segurado empregado a partir do 16º dia de afastamento da atividade
ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a
entrada do requerimento decorrerem mais de 30 dias.
- para os demais segurados a partir da data do início da incapacidade ou;
- a partir da data da entrada do requerimento, quando requerido após o 30º
dia do afastamento da atividade.

A aposentadoria por invalidez deixa de ser paga:

• quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho;


• quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho;
• quando o segurado solicita e tem a concordância da perícia médica do INSS.

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O valor da aposentadoria por invalidez é 100% do salário de benefício, caso o
segurado não estivesse recebendo auxílio-doença. Se o segurado necessitar de
assistência permanente de outra pessoa, a critério da perícia médica, o valor
será aumentado em 25% a partir da data de sua solicitação.

• Aposentadoria especial - É o benefício a que tem direito o segurado, que tiver


trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso, sujeito a condições
especiais que prejudiquem a sua saúde ou integridade física. O segurado deverá
comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aos agentes nocivos
químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais a saúde ou
integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do
benefício.

Considera-se tempo de trabalho, os períodos correspondentes ao exercício de


atividade permanente e habitual (não ocasional nem intermitente), durante toda
a jornada de trabalho.

A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita


em formulário próprio do INSS, preenchido pela empresa ou seu preposto com
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base em laudo técnico de condições ambientais de trabalho, expedido por médico
do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, nos termos da legislação
trabalhista.

O INSS exige carência para este benefício:

• 180 contribuições mensais para o segurado inscrito a partir de 25.07.91;


• Os inscritos até 24.07.91 devem obedecer a uma tabela progressiva de
carência.

A aposentadoria especial começa a ser paga:

Para o segurado empregado:

• a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90


dias após o desligamento.
• a partir da data da entrada do requerimento, quando não houver
desligamento do emprego ou quando for requerida após 90 dias do
desligamento.

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Para o trabalhador avulso:

• a partir da data da entrada do requerimento.

O valor da aposentadoria especial é 100% do salário de benefício.

O aposentado por tempo de contribuição, especial ou idade pelo Regime Geral de


Previdência Social que permanecer ou retornar à atividade sujeita a este regime,
não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do
exercício dessa atividade, exceto ao salário família, salário maternidade e à
reabilitação profissional.

• Pensão por morte: É o benefício a que têm direito os dependentes do segurado


que falecer.

Há três classes de dependentes:

• Classe I: o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de


qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido;
• Classe II: os pais;

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• Classe III: o irmão, não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou
inválido.

Observações: Por determinação judicial proferida em Ação Civil Pública também


fará jus a pensão por morte quando requerida por companheiro ou companheira
homossexual.

A condição de invalidez do dependente maior de 21 anos deverá ser atestada


pela perícia do INSS.

Enteados e tutelados equiparam-se a filhos.

Havendo dependentes de uma classe, os dependentes da classe seguinte perdem


o direito à pensão por morte. Também perde o direito ao benefício o dependente
que passar à condição de emancipado.

A pensão por morte começa a ser paga:

• a partir da data do óbito do segurado, se requerida até 30 dias do falecimento;


• a partir da data do requerimento, se requerida após 30 dias do falecimento;

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• a partir da data da decisão judicial, quando se tratar de morte presumida.

A pensão por morte deixa de ser paga:

• Pelo falecimento do pensionista;


• Pela extinção da cota do último pensionista;
• Se quem recebe a pensão é o filho ou o irmão, o benefício deixa de ser pago
quando esse dependente se torna emancipado, ou completa 21 anos (a menos
que seja inválido);
• Se quem recebe a pensão é inválido, o benefício deixa de ser pago cessar a
invalidez.

O valor da pensão por morte corresponde a 100% do valor da aposentadoria que


o segurado recebia quando faleceu ou 100% da aposentadoria por invalidez a
que teria direito na data do óbito.

Todos os benefícios baseiam-se no salário-beneficio (SB) que é igual:

- à média aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição,


corrigidos monetariamente, a partir do mês 07/94 - para os inscritos até
28/11/99
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- à média aritmética simples dos maiores salários de contribuição
correspondentes a 80% de todo o período contributivo - para os inscritos a
partir de 29/11/99

Observação: O trabalhador que sofrer acidente de trabalho tem garantia da


manutenção do contrato de trabalho até 12 meses após a cessação do acidente do
trabalho.

2.3.1.1 – A DOENÇA E O ACIDENTE DO TRABALHO NO CONTRATO DE


EXPERIÊNCIA E NO AVISO PRÉVIO

Se, durante o contrato de experiência o empregado adoecer, a empresa pagará os


primeiros 15 dias e ele entrará em auxílio-doença no INSS, do qual não sairá antes
de vencidos os 90 dias do contrato.

Se, a doença se aparecer no 80° dia do contrato, a empresa deverá pagar apenas os
10 dias que faltam para o contrato terminar. O doente desempregado deverá passar
a receber, de imediato, o auxílio-doença.

De acordo com o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho “O contrato por prazo


determinado não tem seu termo prorrogado em virtude de licença médica do
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empregado, salvo se houver prévia estipulação das partes contratantes” (AC-TP
1975/85, DOU de 8/11/85).

Se, o empregado adoecer ou se acidentar no 20º dia do aviso prévio, a empresa


deverá pagar-lhe os 10 dias restantes e o contrato ficará rescindido. O INSS deverá,
de imediato, conceder-lhe o auxílio-doença. Porém, se a doença se apresentar no
10° dia do aviso prévio, a empresa pagará os primeiros 15 dias e o empregado
entrará em auxílio-doença. No trigésimo dia do aviso prévio o contrato estará
rescindido de acordo com o artigo 489 da CLT.

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RISCOS AMBIENTAIS 3
Como visto no capítulo anterior, os riscos de operação, como por exemplo,
máquinas desprotegidas, pisos escorregadios e empilhamentos precários são
chamados de condições inseguras.

As condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho, como por exemplo, a


presença de vapores tóxicos no processo de trabalho, o calor intenso ou o frio
excessivo, são chamados de riscos ambientais.

Assim, definimos:

RISCOS AMBIENTAIS são os riscos existentes nos ambientes de trabalho capazes


de causar danos à saúde do trabalhador em função de sua natureza, concentração
ou intensidade e tempo de exposição.
Estes riscos podem afetar o trabalhador de imediato ou a longo prazo, provocando
acidentes com lesões ou doenças do trabalho.

A ocorrência das doenças do trabalho dependerá sempre da ação simultânea de


fatores relativos ao agente ambiental, à atividade profissional e a susceptibilidade
do indivíduo ao agente ambiental. Por causa disto, estes três fatores deverão ser
sempre estudados em conjunto para uma análise real do risco que os agentes
ambientais oferecem à saúde dos trabalhadores.

A legislação obriga que os riscos ambientais sejam eliminados ou minimizados em


sua intensidade ou exposição e assegura aos trabalhadores a percepção de
adicionais por insalubridade de até 40% sobre o salário mínimo sempre que a
concentração, a intensidade ou a exposição aos agentes nocivos exceder os limites
de tolerância determinados na NR-15- Atividades e Operações Insalubres.

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3.1 – AGENTES AMBIENTAIS
Os fatores que originam as doenças do trabalho são chamados agentes ambientais e
são classificados, de acordo com a sua natureza e forma de atuação no organismo
humano como agentes físicos, agentes químicos, agentes biológicos, agentes
ergonômicos e os riscos de acidentes (mecânicos).

3.2 - RISCOS FÍSICOS

Os riscos físicos, causados pelos AGENTES FÍSICOS, normalmente estão


relacionados com os equipamentos utilizados no processo produtivo. São eles: os
ruídos, as vibrações mecânicas, as radiações ionizantes e as não ionizantes, o frio
ou o calor extremo, as pressões anormais e a umidade.

3.2.1 - O Ruído

Embora seja o risco profissional mais freqüente na indústria, nem sempre recebe a
atenção que merece. O ruído produz redução da capacidade auditiva do trabalhador
e sua exposição intensa e prolongada atua desfavoravelmente sobre o estado
emocional do indivíduo.
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3.2.2 - As Vibrações Mecânicas

De relativa freqüência na indústria, a vibração mecânica é subdividida em duas


categorias: vibrações localizadas e vibrações de corpo inteiro.

As vibrações localizadas são características de operações com ferramentas manuais


elétricas ou pneumáticas e podem produzir, a longo prazo, alterações neuro-
vasculares nas mãos dos trabalhadores, problemas nas articulações das mãos e
braços além da osteoporose (perda da substância óssea).

As vibrações de corpo inteiro, a que estão sujeitos os operadores de grandes


máquinas e motoristas de caminhões e tratores, podem produzir problemas na
coluna vertebral, dores lombares, além de haver suspeita de causarem lesões nos
rins.

3.2.3 - As Radiações ionizantes e não-ionizantes

As radiações são chamadas ionizantes porque produzem, nos materiais sobre os


quais incidem, a subdivisão de partículas inicialmente neutras em partículas
eletricamente carregadas. São provenientes de materiais radioativos como os raios
Alfa, Beta e Gama ou são produzidas artificialmente em equipamentos como o de
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raios X. A sua manipulação deve obedecer a rigorosas normas de segurança e de
proteção individual.

Os raios Alfa e Beta possuem menor poder de penetração nos organismos e


oferecem menor risco; mas os raios X e Gama, de natureza eletromagnética,
possuem alto poder de penetração e podem causar a anemia, a leucemia, o câncer e
outras alterações genéticas que podem comprometer fisicamente gerações futuras.

As radiações não-ionizantes são as de natureza eletromagnética e os seus efeitos


dependem de fatores como a duração, a intensidade de exposição, o comprimento
de onda, etc.

Como exemplo temos:

- Radiação infravermelha, ou calor radiante. É encontrada em siderúrgicas,


metalúrgicas, na fabricação do vidro e em trabalhos ao ar livre onde os operários
ficam expostos à radiação solar. Além da sobrecarga térmica imposta ao
trabalhador pode causar queimaduras e catarata.

- A radiação ultravioleta é encontrada em operações com solda elétrica, fusão de


metais e no controle de qualidade de peças com lâmpadas especiais. Além de
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estar relacionada ao câncer de pele, pode causar queimaduras, eritema e
conjuntivite.

- A radiação laser é utilizada largamente na indústria, nos trabalhos topográficos e


geodésicos, na medicina e nas telecomunicações. Os principais efeitos são as
queimaduras na pele e nos olhos que variam de gravidade de acordo com a
intensidade e a duração da exposição.

- As microondas são produzidas em instalações de radiotransmissão e de radar e


utilizadas em telecomunicações, alguns processos de secagem de materiais. De
acordo com a intensidade das estações de transmissão ou com a energia liberada
nos processos de secagem, os operadores podem estar sujeitos à catarata, ao
superaquecimento dos órgãos internos, hipertensão, alterações no sistema
nervoso central, aumento da atividade da glândula tireóide, etc.

3.2.4 - Temperaturas extremas

São as condições térmicas rigorosas em que são realizadas diversas atividades


profissionais.

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O calor extremo é responsável por uma série de problemas que afetam a saúde e o
rendimento do trabalhador como a intermação ou insolação, a prostração térmica, a
desidratação e as câimbras de calor.

O frio intenso pode provocar o enregelamento dos membros, a hipotermia (queda da


temperatura do núcleo do corpo) além de lesões na epiderme do trabalhador,
conhecidas como ulcerações de frio.

3.2.5 - Pressões Anormais

Encontradas em trabalhos submersos ou realizados abaixo do nível do lençol


freático. Dos problemas que mais comumente afetam os trabalhadores sujeitos a
pressões elevadas, está a embolia.

As principais medidas de controle aos riscos físicos são os Equipamentos de


Proteção Coletiva (EPC’s) e Individual (EPI’s) a sinalização eficiente.

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3.3 - RISCOS QUÍMICOS
Os riscos químicos são causados por AGENTES QUÍMICOS, encontrados nas
formas sólida, líqüida ou gasosa e que penetram no corpo humano por três vias
básicas: a via respiratória, a cutânea e a digestória.

O grau de toxidade de um agente químico vai depender do seu estado físico, da sua
solubilidade, do seu PH e da via de penetração no organismo. Algumas substâncias
são inflamáveis ou apresentam risco de explosão quando em determinada proporção
no ar atmosférico, ameaçando a integridade física do trabalhador.

Quanto ao seu estado físico, os agentes químicos podem ser:

• Sólidos, como as poeiras, de origem mineral (a de sílica produz a silicose), vegetal


(a fibra de algodão produz a bissinose) ou animal, como as provenientes do pelo
ou do couro de animais.

• Os agentes em estado líqüido, constituídos por ácidos e solventes. Podem causar


danos ao sistema respiratório quando em suspensão no ar, além de queimaduras
e irritações quando em contato com a pele.

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• A maioria das exposições aos agentes químicos na indústria se dá quando estes
se encontram na forma gasosa. Os agentes mais comuns são o dióxido de
enxofre, os óxidos de nitrogênio, o monóxido de carbono e os vapores de
solventes. De efeitos bastante diversos, chegam a causar a morte, mesmo em
pequenas concentrações, como no caso do ácido cianídrico.

Quando em suspensão ou dispersão no ar, são chamados de contaminantes


atmosféricos e são classificados em:

- Aerodispersóides, como são chamadas as poeiras, os fumos, as fumaças, as


névoas e as neblinas;
- Gases;
- Vapores.

Segundo a reação causada no organismo humano podemos dividir, a grosso modo,


os contaminantes atmosféricos em:

1. Irritantes, os que têm a propriedade de produzir inflamação nos tecidos com os


quais entram em contato (amônia, ácido sulfídrico e cloro);

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2. Anestésicos, que apresentam ação depressiva no sistema nervoso central
(acetona, éteres e álcoois);

3. Asfixiantes, que podem provocar asfixia por reduzir a concentração de oxigênio


no ar ou por interferir no processo de absorção de oxigênio no sangue ou tecidos
(Metano, Hélio, Cianuretos, Hidrogênio e Nitrogênio);

4. Intoxicantes Sistêmicos, que tanto causam as lesões agudas como as crônicas:

a) podem causar lesões nos órgãos (tetracloreto de carbono e cloreto de


vinila),

b) lesões no sistema formador do sangue (benzeno, tolueno e xileno),

c) lesões no sistema nervoso (álcoois metílico e etílico);

5. Compostos tóxicos inorgânicos, que são sais de não metais (cianureto de sódio ou
de potássio, compostos de arsênico, e fluoretos) e metais tóxicos, que podem
produzir dermatoses, alterações no sistema nervoso central, câncer, além de
intoxicações graves (chumbo, mercúrio, cádmio, manganês, cromo, etc).

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6. Material particulado, que são as poeiras, fumos e névoas que não foram
classificadas como contaminantes sistêmicos. Podem ser classificadas como:

a) Poeiras produtoras de fibroses, que causam endurecimento e perda de


flexibilidade dos tecidos pulmonares como a poeira de sílica, que causa a
silicose, e a poeira de amianto, causadora de asbestose.

b) Poeiras inertes, as que ficam retidas nos pulmões e só apresentam


problemas quando presentes em grandes concentrações, como a dos sais
complexos de alumínio e a do carvão.

c) Partículas alergizantes e irritantes, podem atuar na pele, como a poeira da


caviúna, de partículas de óleo de castanha de caju, de cromatos, etc., ou no
sistema respiratório como pólens, e as poeiras das sementes de mamona.

Como principais medidas de controle temos a mudança de processo, a mudança de


matérias-primas, o enclausuramento do processo, a ventilação local adequada, os
exames médicos freqüentes, os Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual e a
sinalização eficiente.

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3.4 - RISCOS BIOLÓGICOS
Causadores dos riscos biológicos, os AGENTES BIOLÓGICOS são microorganismos
invisíveis a olho nu que podem estar presentes na atmosfera do ambiente de
trabalho ou podem ser transmitidos por outros seres vivos. Provocam doenças, mau
cheiro, deterioração de alimentos, etc. São eles os Vírus, as Bactérias, os
Protozoários, os Fungos, os Parasitas e os Bacilos.

Entre as doenças profissionais causadas por agentes biológicos estão a tuberculose,


a brucelose, o tétano, a malária, a febre tifóide, a febre amarela e o carbúnculo.

As medidas de controle mais comuns nos ambientes onde há o risco biológico são a
vacinação; a esterilização; o confinamento do processo; a rigorosa higiene pessoal,
das roupas e dos ambientes de trabalho; os Equipamentos de Proteção Coletiva; a
ventilação adequada e o controle médico permanente.

3.5 - RISCOS ERGONÔMICOS

Os RISCOS ERGONÔMICOS são aqueles relacionados a fatores fisiológicos e


psicológicos. Dentre eles destacamos o esforço físico intenso; o levantamento e o
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transporte manual de cargas; a necessidade de posturas inadequadas; a atenção, a
preocupação e a responsabilidade; os controles rígidos de produtividade; os ritmos
excessivos de trabalho; os trabalhos em turnos e os noturnos; as jornadas de
trabalho prolongadas; a monotonia; a repetitividade além de outras situações
causadoras de fadiga física e/ou psíquica.

Das medidas de controle no caso dos riscos ergonômicos citamos a conscientização


dos riscos, o projeto de máquinas e equipamentos perfeitamente adaptados ao
operário, o treinamento adequado, a assistência médico psicológica do empregado, a
adoção de ritmos e posições adequadas de trabalho, as pausas durante a jornada de
trabalho, etc.

3.6 - RISCOS DE ACIDENTES

Os RISCOS DE ACIDENTES (mecânicos) estão relacionados aos equipamentos


utilizados e às condições físicas do local de trabalho, como por exemplo:

- Arranjo físico inadequado,


- A eletricidade,
- Probabilidade de incêndio ou explosão,

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- Armazenamento inadequado,
- Sinalização inadequada ou deficiente,
- Animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para a
ocorrência de acidentes.

Para controlar os riscos de acidentes devemos estudar arranjos físicos mais


adequados, utilizar Equipamentos de Proteção Coletiva, SÓ utilizar ferramentas na
função para a qual elas foram projetadas e eliminá-las quando defeituosas,
determinar os níveis ideais de iluminamento de cada ambiente de trabalho, treinar
o pessoal no combate aos princípios de incêndio, além de manter uma sinalização
de segurança eficiente.

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CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS EM GRUPOS, DE ACORDO COM A SUA
NATUREZA E A PADRONIZAÇÃO DAS CORES CORRESPONDENTES (NR-05)

Grupo 1: Grupo 2: Grupo 3: Grupo 4: Grupo 5:


Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul
Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos de Acidentes
Esforços físicos Arranjo físico
Ruídos Poeiras Vírus
intensos inadequado
Levantamento e Máquinas e
Vibrações Fumos Bactérias transporte manual de equipamentos sem
pesos proteção
Ferramentas
Exigência de posturas
Radiações ionizantes Névoas Protozoários inadequadas ou
inadequadas
defeituosas
Radiações Controles rígidos de Iluminação
Neblinas Fungos
Não-ionizantes produtividade inadequada
Imposição de ritmos
Frio Gases Parasitas Eletricidade
excessivos
Trabalhos em turnos Probabilidade de
Calor Vapores Bacilos
ou noturnos incêndio ou explosão
Substâncias,
compostos ou Jornadas de trabalho Armazenamento
Pressões Anormais
produtos químicos em prolongadas inadequado
geral
Monotonia e
Umidade Animais peçonhentos
repetitividade
Outras situações de
Outras situações risco que poderão
causadoras de stress contribuir para a
físico e/ou psíquico ocorrência de
acidentes
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O SESMT,
A CIPA E SUAS ATRIBUIÇÕES 4
4.1 - O SESMT - SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO

De acordo com a NR-04, as empresas privadas ou públicas, os órgãos públicos da


administração direta, da indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário que
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), deverão
manter, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a saúde e
proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

O SESMT é composto por Engenheiros de Segurança, Médicos do Trabalho,


Enfermeiros do Trabalho, Técnicos de Segurança do Trabalho e Auxiliares de
Enfermagem do Trabalho; e o número de seus componentes varia em função do
grau de risco da atividade econômica e do número de funcionários da empresa,
conforme o quadro de dimensionamento dos SESMT.

Para fins de dimensionamento, nos canteiros de obras e nas frentes de trabalho


com menos de mil empregados, situados num mesmo Estado, Território ou Distrito
Federal, os Engenheiros de Segurança, os Enfermeiros e Médicos do Trabalho
poderão ficar centralizados. Para os Técnicos de Segurança do Trabalho e os
Auxiliares de Enfermagem do Trabalho, o dimensionamento será feito conforme o
quadro II da NR-04, anexo.

Pela NR-04, as empresas obrigadas a constituir os SESMT deverão exigir, dos


profissionais que os integram, comprovação de que satisfazem os seguintes
requisitos:

a) Engenheiro de Segurança do Trabalho – Engenheiro ou Arquiteto portador de


certificado de conclusão do curso de especialização em Engenharia de
Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação;

b) Médico do Trabalho – Médico portador do certificado de conclusão de curso de


especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou
portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde
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do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão
Nacional de Residência Médica, do Ministério da Educação, ambos ministrados
por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em medicina.

c) Enfermeiro do Trabalho – Enfermeiro portador de certificado de conclusão de


curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-
graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de
graduação em enfermagem;

d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho – Auxiliar de enfermagem ou técnico de


enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de
Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, ministrado por instituição especializada
reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação.

e) Técnico de Segurança do Trabalho – Técnico portador de comprovação de


Registro Profissional expedido pelo Ministério do Trabalho.
AVISO:
O texto acima está baseado na NR-04 em vigor em fevereiro de 2001.
Quando o escrevemos, a Norma Regulamentadora estava sendo modificada.

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4.2 - A CIPA - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A NR-05 determina que as empresas privadas, as públicas, os órgãos de economia


mista, os órgãos de administração direta e indireta, as instituições beneficentes, as
associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam
trabalhadores como empregados, deverão constituir e manter em regular
funcionamento, por estabelecimento, uma Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes – CIPA.

Aplicam-se ainda as disposições da NR-05 aos trabalhadores avulsos e às entidades


que lhes tomem serviços.

A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do


trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

A empresa que possuir, em um mesmo município, dois ou mais estabelecimentos


deverá garantir a integração das CIPAs e dos designados com o objetivo de
harmonizar as políticas de segurança e saúde do trabalho.

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As empresas instaladas em centros comerciais ou industriais estabelecerão
mecanismos de integração das CIPAs para promover o desenvolvimento das ações
de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e das instalações de
uso coletivo.

A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados e o número


de seus componentes variará de acordo com o grau de risco e com o número de
funcionários da empresa, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos
normativos para setores econômicos específicos.

Os representantes do empregador, titulares e suplentes serão por ele designados.


Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em
escrutínio secreto, com mandato de um ano, permitida uma reeleição.

O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente


da CIPA. O Vice-Presidente da CIPA será escolhido, dentre os seus titulares pelos
representantes dos empregados.

Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até 10 dias,


na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e
de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.
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É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo
de direção de CIPAs desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de
seu mandato.

Das atribuições da CIPA, destacamos:

a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com


assessoria do SESMT, onde houver; bem como participar das discussões
promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente
e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
b) divulgar aos trabalhadores e promover o cumprimento das Normas
Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de
trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;
c) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de
problemas de segurança e saúde no trabalho e participar da implementação e do
controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da
avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho para
identificar situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores;
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e) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de
máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e
saúde dos trabalhadores;
f) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros
programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
g) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da
análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de
solução dos problemas identificados;
h) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas e analisar as informações sobre
questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
i) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT e participar, em conjunto
com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.

A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e


suplentes, antes da posse. O treinamento, em primeiro mandato, será realizado no
prazo máximo de 30 dias, contados a partir da data da posse e deverá contemplar,
no mínimo, os seguintes itens:

• estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados
do processo produtivo;
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• metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;
• noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos
riscos existentes na empresa;
• noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e medidas de
prevenção;
• noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e
saúde no trabalho;
• princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;
• organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições
da Comissão.

O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito


horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.

4.3 - O MAPA DE RISCOS (pela antiga redação da NR-05)

O Mapa de Riscos tem como objetivos:

a) reunir as informações para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e


saúde no trabalho na empresa;
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b) possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre
os trabalhadores, além de estimular sua participação nas atividades de
prevenção.

As etapas de elaboração do mapa de riscos são:

a) conhecer o processo de trabalho no local analisado:

- os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de


segurança e saúde, jornada;
- os instrumentos e materiais de trabalho;
- as atividades exercidas;
- o ambiente.

a) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a tabela de


classificação dos principais riscos ocupacionais;

b) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:

- medidas de proteção coletiva;


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- medidas de organização do trabalho;
- medidas de proteção individual;
- medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários,
bebedouro, refeitório, área de lazer.

c) identificar os indicadores de saúde:

- queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos


riscos;
- acidentes de trabalho ocorridos;
- doenças profissionais diagnosticadas;
- causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.

e) conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;

O Mapa de Riscos será elaborado sobre o layout da empresa, indicando através de


círculos:

- o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada na tabela;


- dentro do círculo deve ser anotado o número de trabalhadores expostos ao risco;

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- também deve ser anotada dentro do círculo a especificação do agente (por
exemplo: químico - sílica, hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico -
repetitividade, ritmo excessivo);
- a intensidade do risco deve ser representada por círculos de tamanhos
proporcionalmente diferentes, de acordo com a percepção dos trabalhadores.

O Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada local analisado,
de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores.

No caso das empresas da indústria da construção, o Mapa de Riscos do


estabelecimento deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços, devendo
ser revisto sempre que um fato novo modificar a situação de riscos estabelecida.

4.4 – O PCMSO - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE


OCUPACIONAL
De acordo com a NR-07, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -
PCMSO deve considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de
trabalhadores.

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O PCMSO tem caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos
agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da
constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis á
saúde dos trabalhadores.

O PCMSO deve ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos
trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas demais
NR’s.

Quanto ao PCMSO, compete ao empregador:

• garantir a sua elaboração e implementação, e zelar pela sua eficácia;


• custear todos os procedimentos a ele relacionados;
• indicar, dentre os médicos do SESMT, um coordenador responsável pela sua
execução;
• no caso da empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho deverá o
empregador indicar médico do trabalho não empregado da empresa para o
coordenar;
• inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar
médico de outra especialidade.

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Compete ao médico coordenador:

• realizar os exames médicos previstos ou encarregar os mesmos a profissional


médico familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas causas,
bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que está ou
será exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado;
• encarregar-se dos exames complementares previstos na NR-07, profissionais
e/ou entidades devidamente capacitados, equipados e qualificados.

O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos
admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e
demissional.

Os exames de que trata o parágrafo anterior compreendem a avaliação clínica,


abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental além de exames
complementares, realizados de acordo com os termos especificados na NR, e seus
anexos.

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A avaliação clínica deverá obedecer à periodicidade prevista:

- O exame médico admissional deverá ser realizado antes que o trabalhador


assuma suas atividades;
- O exame médico periódico, de acordo com os intervalos de tempo abaixo
discriminados:

a) para trabalhadores expostos a riscos ou situações de trabalho que impliquem


no desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou para os
portadores de doenças crônicas, os exames deverão ser repetidos:

I) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico;


II) de acordo com a NR-15, para os trabalhadores sob condições
hiperbáricas;

b) para os demais trabalhadores:

I) anual, quando menores de 18 e maiores de 45 anos de idade;


II) a cada 2 anos, para os trabalhadores entre 18 e 45 anos;

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O exame médico de retorno ao trabalho deverá ser realizado no primeiro dia da volta
ao trabalho de trabalhador ausente por mais de 30 dias por motivo de doença ou
acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.

O exame médico de mudança de função será realizado antes da mudança. A NR-07,


entende por mudança de função a alteração de atividade, posto de trabalho ou setor
que implique na exposição do trabalhador a risco diferente do que estava exposto
antes da mudança.

O exame médico demissional será realizado até a data da homologação, desde que o
último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de:

- 135 dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro 1 da NR-04


(Classificação Nacional de Atividades Econômicas);

- 90 dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, de acordo com o mesmo


quadro.

Para cada exame médico realizado o médico emitirá o Atestado de Saúde


Ocupacional - ASO, em duas vias. A primeira via ficará arquivada no local de

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trabalho, à disposição da fiscalização do trabalho. A segunda será entregue ao
trabalhador, mediante recibo na primeira via.

O ASO deverá conter no mínimo:

• nome do trabalhador, número de registro de sua entidade, e sua função;


• os riscos ocupacionais específicos existentes na atividade do empregado,
conforme instruções da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST.
• indicação dos procedimentos médicos aos quais foi submetido o trabalhador,
incluindo exames complementares e a data em que foram realizados;
• nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM;
• definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai
exercer, exerce ou exerceu ;
• nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato;
• data, assinatura do médico encarregado do exame e carimbo com a sua inscrição
no Conselho Regional de Medicina.

Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo exames complementares, as


conclusões e as medidas aplicadas serão registrados em prontuário individual, que

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ficará sob a responsabilidade do médico coordenador do PCMSO. Os prontuários
deverão ser guardados por 20 anos após o desligamento do trabalhador da empresa.

Um relatório anual discriminará o número e a natureza dos exames médicos,


incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de resultados
considerados anormais, assim como o planejamento para o próximo ano. Este
relatório será apresentado e discutido na CIPA, e sua cópia anexada ao livro de atas
daquela Comissão.

As empresas desobrigadas de indicar médico coordenador ficam dispensadas de


elaborar o relatório anual.

Verificada, através da avaliação clínica do trabalhador e/ou dos exames constantes


da NR-07, exposição excessiva ao risco, mesmo sem qualquer sintomatologia ou
sinal clínico, deverá o trabalhador ser afastado do local de trabalho, ou do risco, até
que esteja normalizado o indicador biológico de exposição e que medidas de controle
tenham sido adotadas nos ambientes de trabalho.

Constatada a ocorrência ou o agravamento de doenças profissionais ou verificadas


disfunções de órgão ou sistema biológico, mesmo sem sintomatologia, caberá ao
médico coordenador ou encarregado:
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• solicitar a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT;
• afastar o trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho;
• encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de nexo
causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em
relação ao trabalho.
• orientar o empregador quanto à adoção de medidas de controle no local de
trabalho.

Todo o estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação


de primeiros socorros, manter esse material guardado em local adequado, e sob os
cuidados de pessoa treinada para esse fim.

4.5 – PPRA - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS


A NR-09 obriga a elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –
PPRA, através da antecipação do reconhecimento, da avaliação e do controle da
ocorrência de riscos ambientais existentes, ou que venham a existir, no ambiente de
trabalho, considerando a proteção do meio-ambiente e dos recursos naturais.
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O PPRA é desenvolvido sob a responsabilidade do empregador, com a participação
dos trabalhadores e sua profundidade depende das características dos riscos e das
necessidades de controle.

A NR-09 considera riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos,


existentes nos ambientes de trabalho, que causam danos à saúde do trabalhador.

Consideram-se agentes físicos as formas de energia a que possam estar expostos os


trabalhadores, como vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, ruído,
radiações ionizantes e não ionizantes, infra-som e ultra-som.

Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que


penetram no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,
neblinas, gases ou vapores, ou que sejam absorvidos através da pele ou por
ingestão.

Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas,


protozoários, vírus, entre outros.

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O PPRA deve conter a seguinte estrutura:

a) planejamento anual com metas, prioridades e cronograma indicando os


prazos para desenvolvimento das etapas e cumprimento das suas metas;
b) estratégia e metodologia de ação;
c) forma de registro, manutenção e divulgação dos dados;
d) periodicidade e forma de avaliação do seu desenvolvimento.

Deve ser efetuada, pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRA para
avaliação do desenvolvimento e estabelecimento de novas metas e prioridades.

O PPRA deve estar descrito num documento-base, cujas alterações e


complementações são discutidas na CIPA.

O PPRA inclui as seguintes etapas:

• antecipação e reconhecimento dos riscos;


• estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
• avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
• implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;

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• monitoramento da exposição aos riscos;
• registro e divulgação dos dados.

A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA são feitas pelo


SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas capazes de desenvolver o disposto na
NR-09.

A antecipação envolve a análise dos métodos de trabalho das instalações novas ou


da modificação dos existentes, identificando os riscos e introduzindo medidas para
sua eliminação.

O reconhecimento dos riscos ambientais consta de:

a) sua identificação;
b) determinação e localização das fontes geradoras;
c) identificação das trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no
ambiente de trabalho;
d) identificação das funções e do número de trabalhadores expostos;
e) caracterização das atividades e do tipo de exposição;
f) obtenção de dados existentes na empresa, que indicam comprometimento
da saúde decorrente do trabalho;
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g) danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na
literatura técnica;
h) descrição das medidas de controle existentes.

A avaliação quantitativa é realizada para:

a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos


identificados na etapa de reconhecimento;
b) dimensionar a exposição dos trabalhadores;
c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

São adotadas medidas para a eliminação ou a minimização dos riscos ambientais


sempre que verificadas uma das seguintes situações:

a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;


b) constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente à saúde;
c) quando os resultados das avaliações quantitativas excedem os valores
previstos na NR-15 ou, na ausência destes, os valores de exposição
adotados pela American Conference of Governmental Industrial Higyenists,
ou aqueles que forem estabelecidos, desde que mais rigorosos;

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d) quando fica caracterizado o nexo causal entre danos à saúde dos
trabalhadores e o trabalho desenvolvido.

O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva obedece à


seguinte hierarquia:

• medidas que eliminam ou reduzem a formação de agentes prejudiciais à


saúde;
• medidas que previnem a liberação desses agentes no ambiente;
• medidas que reduzem a concentração desses agentes no ambiente.

A implantação de medidas de caráter coletivo deve ser acompanhada do


treinamento dos trabalhadores quanto aos procedimentos que asseguram a sua
eficiência e de informação sobre as limitações de proteção que oferecem.

Quando comprovada a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção


coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de
estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou
emergencial, devem ser adotadas outras medidas, obedecendo à seguinte
hierarquia:

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a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
b) utilização de equipamento de proteção individual - EPI.

A utilização de EPI deve considerar as Normas Legais em vigor e envolver:

a) seleção de EPI adequado ao risco e à atividade exercida, considerando a


eficiência e o conforto oferecido, segundo avaliação do usuário;
b) treinamento dos trabalhadores quanto à utilização e às limitações de
proteção do EPI;
c) estabelecimento de normas para o fornecimento, o uso, a guarda, a
higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI;
d) caracterização das atividades dos trabalhadores, com a identificação dos
EPI's utilizados para os riscos ambientais.

O PPRA estabelece critérios de avaliação da eficácia das medidas de proteção


implantadas considerando os dados obtidos nas avaliações realizadas e no PCMSO.

O empregador deve manter um registro de dados, de forma a constituir um histórico


técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA. Esses dados devem ser

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mantidos por um período de 20 anos e estar sempre disponíveis aos trabalhadores
ou seus representantes e às autoridades competentes.

É responsabilidade do empregador estabelecer, implementar e assegurar o


cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa.
É responsabilidade dos trabalhadores:

a) colaborar e participar na implantação e execução do PPRA;


b) seguir as orientações recebidas nos treinamentos do PPRA;
c) informar ao seu superior ocorrências que impliquem riscos à saúde.

Os trabalhadores têm o direito de apresentar propostas e receber informações que


assegurem proteção aos riscos ambientais identificados pelo PPRA.

Os empregadores devem informar aos trabalhadores dos riscos ambientais que


possam originar nos locais de trabalho e dos meios para preveni-los ou protegerem-
se dos mesmos.

Quando vários empregadores realizam simultaneamente atividades no mesmo local


de trabalho devem executar ações integradas para aplicar as medidas previstas no

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PPRA visando a proteção de todos os trabalhadores expostos aos riscos ambientais
gerados.

O conhecimento que os trabalhadores têm dos processos de trabalho e dos riscos


ambientais presentes devem ser considerados, assim como o Mapa de Riscos, na
execução do PPRA.

O empregador deve garantir que, na ocorrência de riscos ambientais que coloquem


em situação de risco um ou mais trabalhadores, os mesmos possam interromper
imediatamente as suas atividades, comunicando o fato ao seu superior para as
providências.

4.6 - INSPEÇÃO DE SEGURANÇA

Tipicamente preventiva, a inspeção de segurança é uma forma antiga e bastante


eficaz de se evitar acidentes. Ela possibilita a determinação dos riscos e de seus
meios preventivos antes da ocorrência dos acidentes, para podermos propor
medidas que impeçam a ação desses riscos.

De acordo com a freqüência, as inspeções podem ser:


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• Rotineiras, quando estabelecidas por normas de segurança ou por
procedimentos de trabalho. Ex.: Cordas, escadas, ferramentas manuais.
• Periódicas, quando efetuadas, conforme prévia programação, em intervalos
regulares. Podem ser diárias, anuais, quinzenais, etc. Visam apontar riscos
previstos que possam surgir de quando em quando devido a desgastes,
exposição, etc. Ex.: Extintores, caldeiras, elevadores.
• Eventuais quando caracterizadas por ato espontâneo, não planejado. Não têm
dia certo ou período estabelecido. Devem ser feitas em conjunto com o pessoal do
SESMT.

Para impedir as situações de risco e as condições inseguras encontradas pelas


inspeções de segurança, elaboramos um Relatório de Inspeção. Neste relatório, que
deve ser conciso, são anotadas as condições inseguras e são abordados os pontos
principais da inspeção: condições de meio-ambiente, equipamentos de combate a
incêndios, EPI’s, EPC’s, máquinas, ferramentas, equipamentos, veículos, etc. O
relatório aponta com clareza o tipo de risco a ser corrigido. Riscos susceptíveis de
correção imediata assim como os que implicam em perigo imediato devem ser
resolvidos no ato da inspeção.

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Nunca deverá ser arquivado um Relatório de Inspeção que contenha recomendações
ou medidas pendentes de execução.

4.7 - INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES


A CIPA tem como uma das mais importantes atribuições a de investigar os
acidentes para que eles não se repitam. Uma investigação de acidentes bem feita
tem grande importância na prevenção de acidentes futuros.

Para essa investigação os membros da CIPA devem estar aptos a apurar o que teria
ocorrido para provocar o acidente. A experiência dos membros do SESMT, bem
como a de todos os trabalhadores da empresa, ajudará, com certeza, a descobrir a
melhor medida de controle a ser adotada.

Quanto maior a quantidade das fontes de informação e pesquisa, melhor será o


resultado da investigação. Para isso as empresas devem manter arquivos de dados
estatísticos sobre segurança do trabalho para que todos tenham acesso às
informações.

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Quando investigamos um acidente devemos seguir algumas diretrizes: investigar o
acidente imediatamente após a sua ocorrência; obter os fatos; registrar o ocorrido
em relatório, analisar os fatos sem preconceitos, propor medidas para que o fato
não se repita.

Para encontrar as causas dos acidentes devemos analisá-los com as seguintes


perguntas: “o que?”, “porque?”, “quando?”, “onde?”, “com quem?”, “como?” o
acidente ocorreu e para isso necessitamos saber: nome do acidentado; idade;
ocupação; seção em que trabalha; descrição do acidente; parte do corpo atingida.

Durante a investigação são apurados os fatores básicos: o agente da lesão, fatores


pessoais, o tipo de acidente, as condições inseguras e os atos inseguros.

Os agentes da lesão são as máquinas, peças ou materiais em processo, os produtos


químicos, a eletricidade, os pisos, as escadas, as ferramentas, etc.

Os tipos de acidente são as batidas contra, as batidas por, a queda de objetos ou de


pessoas, os contatos com temperaturas extremas ou com a eletricidade, a
prensagem entre objetos, etc.

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EQUIPAMENTOS de PROTEÇÃO
COLETIVA e INDIVIDUAL 5
5.1 – DEFINIÇÃO

Conforme estipulado na NR-06, Equipamento de Proteção Individual é todo o


dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a
proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

É importante observar que o E.P.I. não evita o acidente, mas impede ou atenua
uma lesão sofrida pelo trabalhador como conseqüência de um acidente.

O E.P.I. adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento,


deve ser fornecido pela empresa aos empregados, gratuitamente, nas seguintes
circunstâncias:
a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não
oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de
doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
c) para atender às situações de emergência.

As recomendações ao empregador, quanto ao E.P.I. adequado ao risco existente em


determinada atividade, são de competência do SESMT ou da CIPA, caso a empresa
esteja desobrigada de manter o SESMT. Nas empresas desobrigadas de manterem
CIPA, cabe ao empregador, mediante orientação técnica, fornecer e determinar o
E.P.I. adequado.

O E.P.I., de fabricação nacional ou estrangeira, só poderá ser colocado à venda,


comercializado ou utilizado, quando possuir Certificado de Aprovação – CA,
expedido pelo Ministério do Trabalho e da Administração – MTA.

O fabricante é responsável pela manutenção da mesma qualidade do E.P.I.-padrão


que deu origem ao CA.

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5.2 - EXIGÊNCIAS LEGAIS FEITAS À EMPRESA E AO EMPREGADO
Obriga-se a Empresa, quanto ao E.P.I., a:

a) adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;


b) fornecer ao empregado somente E.P.I. aprovado pelo MTA e de fabricantes
cadastrados no DNSST/MTA;
c) treinar o trabalhador sobre seu uso adequado;
d) tornar obrigatório o seu uso;
e) substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódicas;
g) comunicar ao MTA qualquer irregularidade observada no E.P.I..

Obriga-se o empregado, quanto ao E.P.I., a:

a) usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;


b) responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o
uso.

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5.3 - RELAÇÃO DOS E.P.I.s MAIS COMUNS E SUA UTILIZAÇÃO

5.3.1 - PROTEÇÃO PARA A CABEÇA

a) Protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face


contra lesões ocasionadas por partículas, respingos,
vapores de produtos químicos e radiações luminosas
intensas;
b) Óculos de segurança para trabalhos em que haja o risco de
ferimentos nos olhos, provenientes de: impacto de
partículas; respingos de líquidos agressivos e metais em
Protetores Faciais
fusão; irritação por poeiras ou pela ação de radiações
perigosas;
c) Máscaras para soldadores nos trabalhos de soldagem e corte ao arco elétrico;
d) Capacetes de segurança para proteção do crânio nos trabalhos sujeitos a:
agentes meteorológicos; impactos provenientes de quedas ou projeção de objetos;
queimaduras ou choque elétrico.

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Óculos de Segurança
Capacete de Segrança

5.3.2 - PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS SUPERIORES

Luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes


protetores devem ser usados em trabalhos onde
haja perigo de lesão provocada por: materiais ou
objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou
perfurantes; produtos químicos corrosivos,
cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos,
Luvas de Segurança

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solventes orgânicos e derivados de petróleo; materiais ou objetos aquecidos; choque
elétrico; radiações perigosas; frio e agentes biológicos.

5.3.3 - PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS INFERIORES

• calçados de proteção contra riscos de


origem mecânica; impermeáveis, para
trabalhos em locais úmidos, lamacentos ou
encharcados; resistentes a agentes
químicos agressivos; contra riscos de
origem térmica; contra radiações
perigosas; contra agentes biológicos;
contra riscos de origem elétrica;
• perneiras de proteção contra riscos de
origem mecânica; contra riscos de origem
térmica; contra radiações perigosas;

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5.3.4 - PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL

a) Cintos de segurança para trabalhos realizados em altura superior a 2 (dois)


metros, onde haja risco de queda;
b) Trava-quedas de segurança acoplado ao cinto de segurança ligado a um cabo de
segurança independente, para trabalhos realizados com movimentação vertical
em andaimes suspensos de qualquer tipo.
c) Cadeiras suspensas para trabalhos em alturas em que haja necessidade de
deslocamento vertical, quando a natureza do trabalho assim o indicar;

5.3.5 - PROTEÇÃO AUDITIVA

Protetores auriculares e abafadores, para


trabalhos realizados em locais onde o nível de
ruído seja superior a 85 dB (A), para oito horas de
exposição contínua. (NR-15, Anexos 1 e 2) Protetor auricular e abafador de ruído

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5.3.6 - PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

Para exposições a agentes ambientais em concentrações prejudiciais à saúde do


trabalhador, de acordo com os limites estabelecidos na NR-15:

a) respiradores contra poeiras, para trabalhos que implicam na produção de


poeiras;
b) máscaras para trabalhos de limpeza por abrasão, através do jateamento de
areia;
c) respiradores e máscaras de filtro químico para a exposição a agentes químicos
prejudiciais à saúde;
d) aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar), para locais de
trabalho onde o teor de oxigênio seja inferior a 18% em volume.

5.3.7 - PROTEÇÃO PARA O TRONCO

Aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos


nos quais haja perigo de lesões provocadas por: riscos de origem térmica; riscos de
origem radioativa; riscos de origem mecânica; agentes químicos; agentes
meteorológicos; umidade.

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5.3.8 - PROTEÇÃO PARA O CORPO INTEIRO

Aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar) para locais de trabalho


onde haja exposição a agentes químicos absorvíveis pela pele, pelas vias respiratória
e digestiva, ou prejudiciais à saúde.

5.3.9 - PROTEÇÃO PARA A PELE

Cremes Protetores para prevenir contra riscos de agentes químicos absorvíveis pela
pele.

A NR-06 determina ainda que todo o empregado deve trabalhar calçado, ficando
proibido o uso de tamancos ou chinelos. As sandálias só serão utilizadas, em casos
especiais, quando a autoridade do MTb permitir-lhes o uso e se comprovado que,
pela atividade desenvolvida, não oferecem riscos à integridade física do trabalhador.

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TABELA I:
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE
(NR-15, Anexo 1)

NÍVEL DE MÁXIMA EXPOSIÇÃO


RUÍDO dB (A) DIÁRIA PERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos Observações:
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos 1. Ruído de Impacto é aquele que apresenta
92 3 horas
picos de energia acústica de duração inferior
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1
95 2 horas (um) segundo.
96 1 hora e 45 minutos 2. Entende-se por Ruído Contínuo ou
98 1 hora e 15 minutos Intermitente, para fins de aplicação de
100 1 hora
Limites de Tolerância, o ruído que não seja
102 45 minutos
104 35 minutos ruído de impacto.
105 30 minutos 3. Não é permitida a exposição a níveis de ruído
106 25 minutos contínuo acima de 115 dB(A) para indivíduos
108 20 minutos que não estejam adequadamente protegidos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos

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PRINCÍPIOS BÁSICOS da
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS 6
O fogo é um elemento indispensável à nossa sobrevivência e ao nosso progresso. Ele
é utilizado em processos industriais e domésticos. Quando industrializado, o fogo é
gerador de energias e riquezas, fora de controle é responsável por incêndios e
destruição.

CHAMAMOS INCÊNDIO AO FOGO


DESCONTROLADO
6.1 – A COMBUSTÃO

Combustão, ou simplesmente fogo, é uma reação química de oxidação rápida em que


há a geração de calor.

Para que a combustão aconteça é necessária a combinação de alguns elementos


essenciais: o combustível, o comburente, a temperatura de ignição ou calor e a
reação em cadeia.

Combustível é qualquer substância, sólida, líqüida ou gasosa, que vai queimar,


produzindo luz e calor, e transformar-se ou servir de propagação ao fogo.

Comburente é a substância que mantém a combustão, o gás que envolve o


combustível. O comburente mais comum é o oxigênio contido no ar atmosférico na
proporção de 21%. O ar atmosférico é respirável e alimenta a combustão quando
contém, no mínimo, 16% de oxigênio.

Temperatura de ignição ou calor é a temperatura mínima a que deve ser


aquecida uma substância, para que se inicie a combustão.

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Antes de iniciar a combustão, à medida que a temperatura vai aumentando, o
combustível passa pelo Ponto de Fulgor.

Na queima, a combustão só ocorre depois do combustível ter alcançado


a sua temperatura de ignição.

Ponto de Fulgor é a temperatura a partir da qual o combustível sólido ou líqüido


começa a desprender vapores inflamáveis.

Em seguida, caso a temperatura continue a subir, o combustível alcançará o seu


Ponto de Ignição.

Ponto de Ignição é a temperatura em que os gases desprendidos do combustível


entram em combustão independentemente de qualquer fonte de calor.

Reação em cadeia são as reações químicas que ocorrem quando as moléculas de


um combustível se combinam com o oxigênio e oxidam-se até que sejam atingidos
os pontos finais da combustão.

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Para fins didáticos utiliza-se a figura de um
triângulo para representar os elementos
essenciais à ocorrência da combustão.

A combustão pode ser chamada de completa,


incompleta ou espontânea.

É dita completa quando se verifica em


ambientes livres e com suprimento normal de
oxigênio.

É incompleta quando ocorre em setor


confinado e com deficiência de oxigênio. O Triângulo do Fogo

A combustão é espontânea quando origina de reações químicas, físicas ou de


processos biológicos, sem que o combustível tenha tido contato com uma fonte de
calor.

Ex.: Auto-inflamação do celulóide, da pólvora, de blocos de Vulcaespuma , do carvão


mineral, de resíduos de algodão e de panos e estopas impregnados de óleo de
linhaça.
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A transmissão do calor acontece, praticamente, de três maneiras:

- Condução, quando o calor é transmitido de um corpo para outro por contato


direto ou através de uma substância condutora de calor;
- Irradiação, quando o calor é transferido de um corpo para outro por
intermédio de ondas caloríficas que se propagam pelo espaço existente entre
os dois corpos;
- Convexão, quando o calor é transmitido através da circulação dos vapores,
tanto nos líqüidos como nos gases.

6.2 – OS PROCESSOS DE EXTINÇÃO

Para extinguir o fogo basta separar o combustível, absorver o calor ou suprimir o


oxigênio do ar atmosférico do combustível incendiado.

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À ação de separar o combustível chamamos isolamento. Ex.:
Fechando-se o registro da passagem do gás de cozinha para
os queimadores notamos que o fogo se apaga por falta de
combustível.

Ao ato de absorver o calor chamamos resfriamento. Ex.:


Mergulhando-se o carvão em brasa em água fria esta se
aquece e as brasas se apagam por ausência de calor.

Ao processo suprimir o oxigênio do ar atmosférico do


combustível incendiado damos o nome de abafamento. Ex.: Se
pegarmos uma vela acesa e a cobrirmos com uma redoma de
vidro, de modo que o ar não penetre, notaremos que a chama da
vela vai apagando lentamente, até extinguir-se, por falta do
oxigênio.
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6.3 – AS CLASSES DE INCÊNDIO E OS MÉTODOS DE COMBATE

Para efeito de estudos, quanto aos processos e elementos de extinção, dividimos os


incêndios em quatro classes: A, B, C e D.

Incêndios de Classe A são os que ocorrem em materiais de fácil combustão, que têm
a propriedade de queimar em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos
como: tecidos, madeira, papel, fibras, couro, borracha, etc. Neste tipo de incêndio a
melhor escolha está na retirada do calor. Utilizamos para isso água ou soluções que
a contenham em grandes proporções.

Incêndios de Classe B são os que acontecem em produtos considerados inflamáveis,


que têm a propriedade de queimar somente em sua superfície não deixando
resíduos, como: óleos, graxas, tintas, vernizes, álcoois, éter, gorduras, ceras,
solventes, gasolina, etc. Nesta classe de fogo não há aquecimento abaixo da
superfície. Não devemos, pois, utilizar a água em jato sólido, e sim um elemento
abafante como a espuma, a água em neblina, o dióxido de carbono ou o pó químico.

Incêndios de Classe C são os que ocorrem em equipamentos elétricos energizados,


com a corrente elétrica ligada, como em motores, transformadores, quadros de
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distribuição, cabos condutores, etc. Neste caso o agente extintor não deve ser bom
condutor de energia elétrica, pois o operador pode ser, até mesmo, eletrocutado. Os
extintores mais recomendados aqui são os a base de dióxido de carbono ou de pó
químico, extinguindo o incêndio por abafamento. O pó químico, por deixar resíduos,
não é recomendado em incêndios em aparelhos eletrônicos de precisão.

Incêndios de Classe D são os que ocorrem em metais pirofóricos, como: antimônio,


cádmio, carbureto de cálcio, fósforo, lítio, magnésio, pó de alumínio, potássio,
selênio, sódio, titânio, zinco, zircônio, etc. Para extinguí-los utilizamos pós
especiais, que impedem a continuação das chamas, como o grafite em pó, a limalha
de ferro fundido e a areia seca.

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Apresentamos a seguir um quadro resumido do que foi visto acima, com os
materiais extintores mais recomendados para cada tipo de incêndio.

DIÓXIDO DE
CLASSES
DE INCÊNDIO ÁGUA ESPUMA PÓ QUÍMICO CARBONO PÓ ESPECIAL
(CO2 )

A SIM SIM NÃO NÃO NÃO

B NÃO SIM SIM SIM NÃO

C NÃO NÃO SIM SIM NÃO

D NÃO NÃO NÃO NÃO SIM

6.4 - EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO

Chamamos de equipamentos de combate a incêndio os diversos dispositivos,


engenhos, aparelhos e peças empregados na luta contra o fogo. Esses equipamentos
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constituem as instalações preventivas e protetoras, conforme a classificação usada
pelos bombeiros.

Quanto à mobilidade, as instalações são chamadas fixas quando fazem parte da


estrutura do prédio, como as redes de hidrantes, as canalizações dos edifícios, os
detetores de incêndio ou fumaça, os chuveiros automáticos - Sprinklers, Mulsyfire e
Protectospray, etc. As instalações são ditas móveis, ou portáteis, quando podem ser
deslocadas de um ponto para outro, de acordo com a necessidade, como as
viaturas, os extintores, as mangueiras de incêndio, os esguichos, etc.

6.4.1 – OS EXTINTORES

Extintor é um aparelho que serve para apagar princípios de incêndio. Há extintores


portáteis, rebocáveis (carretas) e fixos. Estudaremos apenas alguns dos tipos de
extintores mais comuns:

a) Extintor de Água, Água-gás ou Água pressurizada (A) – São indicados,


exclusivamente, para incêndios de classe A. Podem ser de pressão permanente
ou injetada.

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- O de pressão permanente é constituído de um recipiente cilíndrico
contendo água sob pressão, controlada por um manômetro.
- O de pressão injetada é formado por um recipiente cilíndrico contendo
água pura. Fixada à tampa, existe uma pequena ampola contendo CO 2. Ao
abrirmos a válvula da ampola o gás é liberado, pressionando a água.

b) Extintores de Espuma (ES) – Específicos para o combate a incêndios das classes


A e B, são constituídos de um cilindro com duas câmaras, cada uma contendo
uma solução química: uma contendo água com, geralmente, sulfato de alumínio;
outra contendo bicarbonato de sódio misturado com um estabilizador, o alcaçuz.
Uma vez virado o extintor, as duas soluções químicas se encontram e,
instantaneamente, formam uma espuma rica em gás carbônico.

c) Extintor de Pó Químico seco (PO) – Indicado para os incêndios das classes B e C,


pode também ser usado nos incêndios de classe A, quando os combustíveis
forem fardos de algodão ou de outros materiais têxteis. Tem na parte superior
uma válvula manobrável e um aplicador de pó em forma de funil. Externamente,
fixada ao cilindro, há uma pequena ampola de aço com CO2 e um tubo de
comunicação da ampola com a parte interna do aparelho. Abrindo-se a válvula
da ampola de CO2, o gás faz o arraste do pó existente no cilindro e a expulsão do
mesmo através da mangueira e do aplicador. Há extintores deste tipo que são
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pressurizados e para entrarem em funcionamento basta que se abra a válvula de
escape. São mais eficientes que os de CO 2 mas deixam resíduos, o que os torna
desaconselháveis para aplicação em instalações elétricas sensíveis como em
computadores.

d) Extintores de Dióxido de Carbono (CO2) – Indicado para os incêndios das classes


B e C, é constituído de um cilindro de aço contendo o gás sob pressão. Tem na
parte superior uma válvula, travada com um grampo de segurança, e um
aplicador de gás em forma de funil. Para funcionar, retiramos o grampo e
acionamos o gatilho (ou giramos o volante, conforme o tipo de aparelho).

A NR-23, que trata da proteção contra incêndios, faz entre outras, as seguintes
recomendações:

a) cada extintor deve ter uma etiqueta presa ao seu bojo, protegida
convenientemente, com o número de identificação e informações sobre a data
em que foi carregado e a data de recarga;
b) os cilindros dos extintores de pressão injetada devem ser pesados
semestralmente e, se a perda de peso for superior a 10% do peso original deve
ser providenciada a sua recarga;
c) o extintor de espuma deve ser recarregado semestralmente;
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d) os extintores devem ser colocados em locais de fácil visualização, de fácil
acesso, onde haja menor probabilidade do fogo bloquear o seu acesso e nunca
nas paredes das escadas;
e) os extintores não deverão ter o seu bordo superior a mais de 1,60m acima do
piso nem poderão ser cobertos por pilhas de materiais.

6.5 – PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM CASO DE INCÊNDIO

CHAME O CORPO DE BOMBEIROS PARA QUALQUER PRINCÍPIO


DE INCÊNDIO, POR MENOR QUE PAREÇA SER !

- Evacue toda a área. Os curiosos e as pessoas de boa vontade só atrapalham.


- Ponha todos num lugar seguro, no andar térreo, para que todos possam sair
com segurança.
- Antes de dar combate ao fogo desligue as chaves de energia elétrica.
- Mantenha sempre a calma, atue com seriedade e NÃO TENTE SER HERÓI !

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- Ao abandonar a casa, feche todas as janelas e portas e desligue os
ventiladores para que as correntes de ar não alimentem o fogo.
- Não se fie em que alguém tenha chamado o Corpo de Bombeiros; faça-o você
mesmo !

6.5.1 - INCÊNDIOS EM QUE SE ESTÁ CONFINADO A UMA SALA

- Não tente salvar objetos, primeiro tente salvar sua vida.


- Antes de abrir uma porta, toque-a com a mão. Estando fria abra-a com
cuidado, protegendo-se atrás dela. Se estiver quente NÃO ABRA A PORTA.
Arranque o carpete próximo à porta, obstrua as frestas com um pano
molhado e afaste da mesma os materiais de fácil combustão.
- Desligue a chave elétrica geral da sala ou compartimento.
- Se encontrar todas as vias de fuga bloqueadas, refugie-se em um banheiro,
molhando a porta e vedando-a com panos e papeis molhados. Obstrua o ralo
das pias com um pano e abra totalmente todas as torneiras para que as pias
transbordem. Molhe suas roupas.
- Se ficar preso na fumaça cubra o nariz e a boca com lenço ou pano molhado
para filtrar o ar. Mova-se rente ao chão, onde o ar é mais respirável, para
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alcançar a saída ou uma janela para gritar por socorro. Abra a janela e
coloque perto de si um móvel para servir de anteparo para o calor. Atire para
fora tudo o que queimar facilmente (cortinas, tapetes, papéis, etc).
- Não se tranque em qualquer compartimento.
- Se estiver preso, tente arrombar as portas com o impacto de qualquer objeto
resistente.
- Procure alcançar o térreo usando a escada mais próxima. Não use o elevador.
Suba somente se for impossível descer.
- Se o incêndio for de grande proporção e nos andares inferiores vá para o local
mais alto e seguro possível, fechando atrás de si as portas corta-fogo de cada
andar.

6.5.2 - SE A FRIGIDEIRA OU PANELA DE FRITURAS PEGAR FOGO

- Desligue a fonte de calor.


- Cubra a panela com a sua tampa, com uma bandeja ou com uma toalha
molhada. Não jogue água sobre a frigideira nem a leve para uma pia ou uma
janela.

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6.5.3 - SE A ROUPA DE ALGUÉM PEGAR FOGO

- Se for você mesmo, role pelo chão para abafar as chamas.


- Sendo outra pessoa, deite-a no chão de qualquer modo. Cubra a área em
chamas com um tapete, um cobertor ou um casaco para que isole as chamas
do ar. Proteja o rosto da vítima e o seu próprio, usando o casaco ou cobertor
como escudo.
- Se for uma criança tomada de pânico impeça-a de correr (já que isso aviva as
chamas). Enrole-a num cobertor e isole as chamas conforme descrito acima.
- As roupas escaldadas devem ser tocadas com cuidado pois os tecidos quentes
pioram os danos à pele do paciente. Retire as partes escaldadas,
cuidadosamente, começando pelas partes não queimadas. Chame uma
ambulância. Se a pessoa não estiver gravemente queimada leve-a para um
hospital imediatamente. Jamais tente remover roupas carbonizadas ou
queimadas de uma pessoa. Deixe essa operação para os especialistas.

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6.5.4 - INCÊNDIO EM UM AUTOMÓVEL

- Pare o automóvel e faça todos os passageiros saírem.


- Se possível, desligue o cabo da bateria antes de usar o extintor.
- Se o motor pegar fogo, entreabra um pouquinho o capô e introduza o
aplicador do extintor pela abertura.
- Se o incêndio for grave, afaste-se do carro, pois o tanque de combustível pode
explodir ou a fumaça venenosa dos plásticos em combustão podem
comprometer seus pulmões.
- Se você vir alguém preso num carro em chamas tente tirar a pessoa dali,
desde que você não corra perigo.

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ANEXO 1
SEGURANÇA NOS LABORATÓRIOS DE MECÂNICA

Em toda a profissão há riscos profissionais. A corrente elétrica é um risco inerente


aos serviços que envolvem a eletricidade mas nem por isso a energia elétrica pode
ser considerada uma condição insegura.

Nos nossos laboratórios de Mecânica existem algumas máquinas que podem ser
consideradas de risco.

Listamos, a seguir, algumas máquinas que lá estão, os acidentes mais freqüentes


que com elas possam acontecer e algumas recomendações para a prevenção desses
acidentes.
1 – ESMERIL:

Máquina usada para fazer desbastes e afiação das arestas cortantes de vários tipos
de ferramentas.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Quebra do rebolo ocasionando ferimentos graves no operador.


- Lesões graves nas mãos do operador por segurar a ferramenta com estopa ou
pano.
- Queimaduras nas mãos do operador provocadas pelo não resfriamento das
ferramentas ou por fagulhas

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Utilização de máscaras e óculos de segurança.


- Verificar se o rebolo está com a proteção para evitar que fagulhas atinjam o
operador.
- Verificar se o batente de apoio se encontra a ± 2 mm da superfície do rebolo para
evitar o esmerilhamento do dedo.
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- Verificar se o material do rebolo é compatível com o material a ser esmerilhado.
- Não utilizar luvas ou estopa ou pano para segurar a peça.
- Desligar sempre a chave elétrica antes de fazer qualquer manutenção na
máquina.
- Não utilizar suporte para fixar a peça a ser esmerilhada.

2 – FRESADORA:

Máquina usada para produzir rasgos em peças a serem encaixadas, abrir dentes em
engrenagens, etc.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Lançamento da peça mal presa atingindo gravemente o operador.


- A má fixação da fresa pode fazer com que esta se rompa, lançando-se sobre o
operador.
- Embaraçamento das partes da máquina com mangas de camisas compridas,
adornos (anéis, pulseiras e etc.), cabelos compridos.

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PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Utilização de máscaras e óculos de segurança.


- Verificar se as peças e a fresa estão bem presas.
- Verificar se o material da fresa é compatível com o material a ser fresado.
- Como em toda a máquina rotativa, utilizar sempre roupa adequada ao trabalho e
retirar adornos que possam prender na máquina. O cabelo, se comprido, deverá
estar preso.
- Desligar sempre a chave elétrica antes de fazer qualquer manutenção na
máquina.

3 – FURADEIRA:

Máquina usada para produzir furos circulares por meio de giro de uma ferramenta de
corte

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Lançamento da peça por força radial atingindo gravemente o operador.


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- Quebra ou entortamento da broca, ferindo o operador.
- Embaraçamento das partes da máquina com mangas de camisas compridas,
adornos (anéis, pulseiras e etc.), cabelos compridos.

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Utilização de máscaras e óculos de segurança.


- Verificar se as peças e a broca estão bem presas.
- Verificar se a broca está bem afiada.
- Verificar se o material da broca é compatível com o material a ser perfurado.
- Como em toda a máquina rotativa, utilizar sempre roupa adequada ao trabalho
e retirar adornos que possam prender na máquina. O cabelo, se comprido,
deverá estar preso.
- Desligar sempre a chave elétrica antes de fazer qualquer manutenção na
máquina.

4 – SERRA OPERATRIZ:

Usada para o fracionamento de materiais em pedaços.


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ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Quebra da serra atingindo o operador.


- Perfuração dos dedos pelas engrenagens da máquina.

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Verificar o aperto da serra para evitar que ela se solte e quebre, ferindo o
operador.
- Proteger as engrenagens da máquina para que as mãos do operador nela não se
prendam.
- O material a ser serrado deve ser bem fixado para evitar que a serra se quebre.
- Usar luvas para manusear o material a ser serrado.

5 – SOLDA OXI-ACETILENO:

Usada para fundir duas ou mais peças entre si, usando o oxigênio como
comburente e o acetileno como combustível.
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ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Intoxicação por inalação de gases e vapores provenientes do processo de


soldagem.
- Queimaduras na visão causadas por radiações e fagulhas.
- Superaquecimento das mangueiras, provocando vazamento e incêndio.
- Explosão da linha caso esta não esteja limpa.
- Queimaduras provocadas pelo mal-uso (desatenção).

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Armazenar corretamente o cilindro de gás.


- Fechar bem o cilindro logo ao terminar o serviço.
- Não permitir o contato do cilindro com fios energizados.
- Manter as mangueiras bem afastadas da área de soldagem.
- Fazer periodicamente a limpeza da linha.
- Utilizar o maçarico corretamente.
- Para trabalhos leves, de pequena duração, usar óculos com filtros. Em trabalhos
mais pesados usar óculos de concha dupla com perfeita vedação contra fagulhas.
- O trabalho deve ser executado em local arejado.
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6 – SOLDA ELÉTRICA:

Equipamento usado para unir duas ou mais peças entre si, com ou sem adição de
material, de modo a formar uma junção através do processo de eletrodo revestido.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Choque elétrico.
- Queimaduras na visão causadas por radiações ultravioleta e infravermelha.
- Queimaduras por respingos de material fundido.
- Intoxicação por fumos e gases provenientes da queima.
- Quedas e tropeços em fios de grande comprimento.

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Usar máscara de soldador, luvas, avental e perneiras de raspa e botinas providas


de biqueiras de aço.
- Ligar o equipamento à terra.
- Ligar o equipamento através de chave com fusíveis ou disjuntor.
Higiene e Segurança no Trabalho – Mário L. C. Almeida
- Verificar se todos os cabos condutores estão em perfeitas condições.
- Nunca colocar o porta-eletrodo sobre a peça ou sobre qualquer parte ligada
eletricamente ao circuito de soldagem.
- Não deixar os cabos condutores em áreas de circulação.
- Usar cabos com o menor comprimento possível.
- O trabalho deve ser executado em local bem ventilado.

7 – TORNO:

Máquina usada para remover material da superfície de uma peça em rotação com o
auxílio de uma ferramenta de corte.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Desprendimento do cavaco atingindo o operador.


- Queimaduras provocadas pelos cavacos.
- Rompimento da peça a ser torneada atingindo o operador.
- Embaraçamento das partes da máquina com mangas de camisas compridas,
adornos (anéis, pulseiras e etc.), cabelos compridos, gravatas de visitantes.
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- Ferimentos nos pés causados por cavacos que caem da máquina.

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Utilização de máscaras e óculos de segurança.


- Uso de sapatos de couro.
- Utilizar sempre roupa adequada ao trabalho e retirar adornos que possam
prender na máquina. O cabelo, se comprido, deverá estar preso.
- Verificar se as ferramentas e a peça estão bem presas.
- Retirar a chave “T” da placa logo após fixar a peça.
- Usar a proteção coletiva da máquina para evitar o lançamento de cavacos.
- Desligar sempre a chave elétrica antes de fazer qualquer manutenção na
máquina.

Higiene e Segurança no Trabalho – Mário L. C. Almeida


Bibliografia
TELERJ. Primeiros Socorros. Telerj, 1974
Ribeiro Fº, Leonídio Francisco. Técnicas de Segurança do Trabalho
Cultura Editora, 1974
FINEP . Primeiros Socorros. Finep, 1979
PETROBRÁS. Primeiros Socorros. Petrobrás, 1979
PHILCO. Segurança no Trabalho. Philco, 1980
Universidade Santa Úrsula - Engenharia de Segurança do Trabalho - Conduta
em Primeiros Socorros. USU, 1982
Lima, Sérgio de Assis. Organização e Segurança no Trabalho. ETER, 1997
Porto, João Venceslau. Organização e Segurança no Trabalho. ETER, 1998
Ministério do Trabalho. Normas de Higiene e Segurança no Trabalho, 2003

Nossos agradecimentos aos professores Élio, Gérson, Joaquim, Henrique e Raimundo,


da ETER, pela colaboração no Anexo 1

Rio de Janeiro, março de 2003

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