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resgatado
de ao
arqueologia
mar
lisboa 2014
Uma história resgatada ao mar
Vestígios das rotas marítimas romanas
nas costas portuguesas

Carlos Fabião
uniarq – centro de arqueologia da universidade de lisboa

A insuperável dificuldade de deslocar gran- tituir cabal prova das navegações atlânticas, regularmente trazidas pelas redes de pesca e
des volumes de mercadorias conferiu es- pela circunstanciada descrição das zonas que, por vezes, acabavam recolhidas em cole-
pecial relevância ao transporte marítimo costeiras. Enfatizavam-se as dificuldades, ções públicas (Diogo; Trindade, 2003).
e fluvial em todas as sociedades pré-indus- como se um lugar tão relevante como o sítio Havia, pois, a noção da presença desses
triais. Naturalmente, a sociedade romana de Troia (Grândola) ou a monumental Torre vestígios, embora existisse também a insupe-
não constituiu exceção. Apesar de serem fa- de Hércules, na Corunha, um farol de época rável barreira física que as águas constituíam.
mosas as grandes estradas que conduziam a romana, não constituíssem, por si, notórias A curiosidade e o acaso iam reunindo alguns
Roma e que, na prática, estabeleciam comu- provas da navegação atlântica em época ro- objetos e observações, mas nada de muito
nicações escorreitas entre as diferentes pro- mana. Outros autores antigos, como o grego concreto se podia apurar.
víncias do Império, as limitações dos meios Estrabão, deixaram apontamento do domí- A situação só mudou substancialmente,
de transporte dificultavam sobremaneira a nio das rotas de navegação atlântica, cujos não só em Portugal, mas e toda a Europa, com
sua utilização para mais do que a circulação segredos eram zelosamente guardados pe- o desenvolvimento e generalização, na se-
a curtas distâncias de pequenos volumes de los navegantes de Cádis, desde tempos pré- gunda metade do século xx, do equipamento
mercadorias. -romanos,2 ou o naturalista Plínio, o Velho de mergulho autónomo de Jacques Cousteau.
Desde os primórdios da investigação ar- que refere as costas do grande mar oceano A partir de então, multiplicaram-se as situa-
queológica, ficou claro que a ampla dispersão como domínio romano, desde os tempos do ções de observação dos fundos marinhos.
de artigos análogos, de diversas procedên- primeiro imperador de Roma.3 Entre nós, a primeira ação concreta de
cias, nas mais desvairadas paragens do Im- Na realidade, existia a clara noção de que pesquisa arqueológica subaquática de que
pério pressupunha importantes fluxos de os fundos marinhos e fluviais guardavam ves- temos conhecimento foi promovida pela re-
distribuição e intercâmbio. O senso comum tígios de antigas navegações. Encontramos cém-criada (1957) Sociedade Portuguesa de
dizia que a via marítima teria sido relevante nos Humanistas portugueses notícias de Atividades Subaquáticas e acompanhada por
em todo esse processo, sobretudo na área presumidas antigas estruturas portuárias, Manuel Heleno, nas águas fronteiras à Penín-
mediterrânea. Para o território hoje por- como o suposto cais com argolas, identifica- sula de Troia, Grândola, em 1958 (CPAS, Cen-
tuguês, as opiniões dividiam-se. Se por um do no subsolo do dormitório do convento de tro Português de Atividades Subaquáticas).
lado parecia evidente que as costas algarvias, São Domingos (Silva, 1939, pp. 130-132), tido A atenção sobre este relevante sítio do estuá-
por constituírem o prolongamento natural como prova de que, na Antiguidade, se nave- rio do Sado é compreensível por se tratar de
das andaluzas a oeste do Estreito de Gibral- garia através da baixa lisboeta; ou os vestígios um dos mais afamados centros romanos do
tar, eram de certo modo «mediterrâneas» de antigas construções submersas junto aos espaço hoje português; a atenção e acompa-
também, já era menos clara a relevância das areais de Troia, Grândola, sobre as quais nhamento do segundo diretor da instituição
navegações a norte do cabo de São Vicente, escreveu Amador Arrais (Castelo-Branco, é natural, pois de há muito o Museu Nacio-
considerado um obstáculo de muito difícil 1963). De igual modo, na sequência do grande nal de Etnologia do Dr. Leite de Vasconcellos
superação com as tecnologias navais antigas. terramoto de 1755 e da turbulência costeira (como então se chamava aquele que hoje é o
O facto de uma obra literária tardia, já do sé- gerada pelo imenso tsunami que lhe esteve Museu Nacional de Arqueologia) ali realizava
culo iv, mas que usou fontes muito anterio- associado, os eruditos notaram a revelação trabalhos. Contudo, como já foi devidamen-
res, a Orla Marítima, de Rufo Festo Avieno, de antigas construções submersas nas cos- te sublinhado por outros autores, não se tra-
mencionar uma rota terrestre entre as zonas tas algarvias, como no lugar da Boca do Rio tou verdadeiramente de uma intervenção
meridionais da Península e o estuário do (Vila do Bispo). No mesmo sentido, apontava de arqueologia subaquática no sentido em
Tejo,1 era invocada como prova dessas difi- a descoberta ocasional de cerâmicas antigas que hoje a entendemos, mas antes de uma
culdades, apesar de essa mesma obra cons- pesquisa mais ou menos aleatória de mer-
2 Estrabão, ca 63 a. C. - ca 24 d. C. – Geografia, III, 5, 11. gulhadores amadores, acompanhada por ar-
1  Avieno, Rufo Festo, ca 305- 375 – Ora Marítima, 178. 3  Plínio, o Velho, 23/24 - 79 – História Natural, II, 167. queólogos a partir da superfície. Sublinhe-se

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que de modo algum se trata de uma singulari- cuja recolha e ou documentação depende dos Depois de mais de meio século de registos,
dade lusa, uma vez que situações análogas se conhecimentos e da atenção do mergulhador, recolhas e observações, podemos ensaiar um
verificaram em outras paragens, designada- bem como da sua iniciativa de recolher e ou esboço do panorama das navegações atlân-
mente no sítio de Gran Congloué, Marselha, divulgar o achado. Por isso, tal como muitas ticas em época romana e suas relações com
uma referência emblemática das pesquisas outras situações em terra firme, a cartografia a área mediterrânea (Parker, 1992; Bombico,
subaquáticas de época romana (Parker, 1992, da sua distribuição é essencialmente a carto- 2011). Sublinhe-se que se trata de um ponto
p. 200-201). Neste local, mergulhadores grafia das áreas frequentadas por mergulha- de situação no âmbito do qual podemos re-
procederam à recuperação de cargas de dois dores mais informados ou mais atentos aos gistar alguns dados concretos, mas verificar
navios de época romana parcialmente so- artefactos antigos submersos, resultando tão também algumas estranhas lacunas, sobretu-
brepostos, orientados a partir da superfície ociosos quanto inútil qualquer ensaio de in- do porque estas observações se compaginam
por um arqueólogo. Estavam ainda longe os terpretação, para além da simples verificação com a crescente informação que vamos ten-
tempos em que a pesquisa submarina seria de que constituem expressivos exemplos da do sobre fluxos de mercadorias no interior do
realizada por arqueólogos mergulhadores. navegação atlântica romana. Império Romano, aferidos a partir dos regis-
A colaboração entre o Museu e o Cen- Sobre as áreas de concentração de ma- tos de «terra firme».
tro Português de Atividades Subaquáticas teriais cerâmicos ou de cepos de âncoras, já Quando os romanos chegaram às costas
prosseguiu até à década de 70 do século xx, haverá algo mais a dizer. No estado atual dos atlânticas da Península Ibérica, havia já uma
sempre no mesmo registo: mergulhadores conhecimentos, verifica-se uma apreciável longa história de navegações e contactos por
amadores que realizam recolhas e alguma su- densidade de cepos de âncoras de época ro- via marítima na fachada atlântica. Em diver-
pervisão arqueológica da atividade realizada mana em locais como as Berlengas (Alves, sos locais, desde a foz do rio Arade, junto
a partir de terra, sem nunca se ter dado uma et al., 1988-1989; Blot, et al., 2005; Bombico, a Portimão (Silva, et al., 1987; Diogo, et al.,
mudança qualitativa (CPAS). Assim, ao fim 2011) ou a área a sul do cabo Espichel, uma 2000), até às costas da Galiza (Naveiro, 1991),
de vários anos, foi possível reunir um vasto zona usualmente chamada «Mar de Ancão» com numerosos pontos no percurso intermé-
conjunto de materiais de época romana, so- (Maia, 1975; Alves, et al., 1988-1989; Bom- dio, como o cabo Sardão (Diogo, 1999) ou o
bretudo cerâmicas, em uma zona conhecida bico, 2011). Em qualquer dos casos, deverá estuário do Sado (Diogo; Alves, 1988-1989),
como «fundão de Troia», uma vasta depres- tratar-se de zonas de fundeadouro habitual, os acasos da pesca, do mergulho desportivo
são localizada no fundo do estuário do Sado, relacionadas com a espera de melhores con- ou algumas investigações têm documentado
com más condições de visibilidade, onde dições para o prosseguimento da navegação a presença de ânforas de tradição pré-roma-
existe uma grande acumulação destes mate- ou simplesmente de abrigo contra a intem- na, que constituem os expressivos documen-
riais. Alguns autores têm designado o local périe. São por isso mesmo elucidativos sobre tos dessas navegações gaditanas de que nos
como fundeadouro, o que se afigura plausí- rotas e práticas de navegação e, mais do que fala Estrabão.4
vel, embora a longa diacronia da ocupação da indícios de eventuais barcos naufragados, de- Com os inícios da conquista romana, nos
extremidade da península de Troia, que se es- verão simplesmente documentar episódios séculos ii-i a. C., começam a parecer nos fun-
tende desde o século i ao vi (pelo menos), par- associados às frequentes perdas de âncoras. dos marinhos ou fluviais as ânforas fabrica-
cialmente destruída pela ação das correntes, Já os locais onde se verifica apreciável con- das nas costas ocidentais da Península Itálica
possa sugerir múltiplas causas para a imen- centração de ânforas poderão indicar a pre- que transportavam alimentos destinados a
sa concentração de vestígios que ali se veri- sença de embarcações naufragadas com as apoiar o esforço de guerra romano. Uma
fica (CPAS; Cardoso, 1978; Fonseca, 2004). respetivas cargas. Naturalmente, para que tal vez mais, desde as costas algarvias, nomea-
Durante este período de tempo, e à medi- suspeita se confirme, são necessárias várias damente na foz do Arade (Silva, et al., 1987;
da que se popularizava o mergulho com es- condições. Em primeiro lugar, a homogenei- Diogo, et al., 2000), próximo do estuário do
cafandro autónomo, foi crescendo o número dade cronológica dos materiais identifica- Sado (Cardoso, 1978), nos fundos do baixo
de coleções de artefactos de época romana dos, ou seja, se encontramos várias ânforas Tejo (Diogo, 1987; Diogo, Alves, 1988-1999;
encontrados nas costas portuguesas. Na sua da mesma época, da mesma proveniência Quaresma, 2005), no litoral de Viana do
esmagadora maioria, as recolhas incluíam ou do mesmo tipo, poderemos alvitrar que Castelo (Díaz Alvarez, 1984) ou na ria de
os grandes contentores cerâmicos de trans- se tratará de um carregamento homogéneo Vigo (Díaz Alvarez, 1984; Naveiro, 1991; 1996),
porte de alimentos, as ânforas e os cepos de pertencente a uma embarcação naufragada; multiplicam-se os achados destes conheci-
chumbo que compunham as âncoras roma- se, pelo contrário, a observação conclui se- dos contentores de transporte do vinho itá-
nas. A geografia da distribuição dos exempla- rem exemplares de diferentes épocas, mui- lico. Como não poderia deixar de ser, a sua
res conhecidos correspondia, pode dizer-se, to dificilmente se poderá tratar de um único presença em meio flúvio-marinho acompa-
a duas categorias de situações: os achados barco afundado. Sublinhe-se, porém, que a nha a multiplicação dos materiais análogos
isolados e as áreas de especial concentração. identificação categórica de um antigo barco identificados em terra firme. Em conformi-
Das primeiras, pouco haverá a dizer. Re- depende sobretudo da identificação de restos
sultam quase sempre de achados fortuitos, das madeiras de que se compunha. 4 Estrabão, v. nota 2.

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dade com o registado nos sítios romanos do Mais a norte, na praia da Ribeira do Pe- tancialmente o papel das costas atlânticas
ocidente, desta época, aparece uma menor ralto, Esposende, foi também identificada peninsulares. A Lusitânia e o noroeste dei-
quantidade de ânforas oriundas das zonas uma concentração de materiais da mesma xam de ser as finis terrae, o fim do mundo,
meridionais da Península Itálica, designada- época que poderá corresponder também a para se tornarem local de passagem obriga-
mente, ao largo do cabo Sardão (Diogo, 1999). uma embarcação naufragada (Morais, et al., tório para os abastecimentos aos exércitos
Convém não perder de vista que tudo o que 2013). A recolha de alguns restos de madeiras, que desenham nas ilhas britânicas a nova
vem do fundo do mar constitui somente a pe- juntamente com a homogeneidade da carga fronteira setentrional do Império (Fabião,
quena parte perdida de fluxos mais abundan- transportada permite reunir elementos sufi- 2009a). Antes da instalação romana naque-
tes que, por norma, chegavam ao seu destino. cientes para estruturar esta ideia. las paragens setentrionais, poderíamos su-
A intensificação da presença romana, na Em paragens ainda mais setentrionais, por que tudo o que se encontrava no fundo
segunda metade do século i a. C., primeiro nas rias da Galiza (Vigo, Bueu e Pontevedra), dos mares portugueses ou galegos seria carga
com a grande ofensiva militar que marca o fi- documentam-se vestígios de outros tantos destinada a estes territórios, mas, a partir de
nal da conquista das zonas mais setentrionais barcos naufragados transportando cargas então, teremos de admitir que alguns destes
da Península e, na viragem da Era, com a cria- análogas (Naveiro, 1991; 1996; Carreras; Mo- achados subaquáticos documentam navios
ção de uma verdadeira sociedade provincial rais, 2010; Morais, et al., 2013). Este pano- em trânsito, demandando paragens mais
romana, no Ocidente, o registo ganha novos rama vê-se reforçado pela multiplicação de longínquas.
contornos, com a natural multiplicação da achados fortuitos de ânforas dos mesmos De um período de tempo compreendido
presença de ânforas, quer em terra quer nos tipos, recolhidos pelas redes da pesca de ar- entre os meados do século i e os inícios do ii
fundos marinhos, estuarinos e fluviais. A prin- rasto, uma vez mais, desde a zona de Porto conhecemos alguns vestígios de cargas mis-
cipal diferença é que são agora contentores (Díaz Alvarez, 1984) e Matosinhos (Vare- tas, de ânforas de produtos vínicos e outras
de morfologia romana, mas fabricados nas la, 2013) ou do estuário do rio Minho até às de preparados de peixe, oriundos da provín-
zonas meridionais da Península Ibérica, na costas da Galiza (Morais, et al., 2013). Como cia romana da Bética (atual Andaluzia, Espa-
baía de Cádis e no vale do Guadalquivir, que não poderia deixar de ser, nos sítios arqueo- nha), quer da baía de Cádis quer do vale do
dominam. Trata-se de contentores que trans- lógicos de terra multiplicam-se também os Guadalquivir, transportados nas mesmas
portavam artigos vários, como os derivados exemplares de ânforas deste tipo, designada- embarcações. O achado de ânforas ao largo
vínicos e o azeite ou os preparados de peixe. mente em locais tão diversos como o Castro das costas algarvias, quer em frente de Cacela
Uma vez mais, a geografia da sua distribuição de Vieito, próximo do estuário do rio Lima e Tavira (Arruda, et al., 1987; Diogo; Cardoso,
é análoga à anteriormente verificada, porque (Silva, 2009), um aglomerado secundário de 2000; Diogo; Trindade, 2001) quer em zonas
são os mesmos os locais que têm sido mais fundação indígena, ou a cidade de Bracara mais ocidentais, como a foz do Arade, Por-
intensamente pesquisados, como as costas al- Augusta, Braga (Morais, 2004), uma cidade timão (Silva, et al., 1987; Diogo, et al., 2000)
garvias, a zona do cabo Sardão na costa alen- romana fundada de raiz. ou a Meia Praia, Lagos (Diogo, 1999), corres-
tejana (Cardoso, 1978; Diogo, 1999), Troia, Estes notáveis fluxos de mercadorias con- pondem a possíveis naufrágios deste perío-
Grândola (Cardoso, 1978) ou no baixo Tejo figuram uma diferença assinalável em relação do, no caso vertente, intuídos somente pelo
(Diogo, 1987; Quaresma, 2005). Para além do ao período anterior. No século ii e primeira número de ocorrências e uniformidade das
assinalável crescimento quantitativo, a prin- metade do i a. C. é sobretudo a Península cargas. Uma vez mais, conhecemos ânforas
cipal diferença prende-se com a possibilidade Itálica que exporta os seus produtos para análogas nas costas alentejanas (Cardoso,
de se identificarem verdadeiros barcos nau- estas paragens ocidentais, certamente com 1978), no estuário do Sado, particularmente
fragados desta época. Seguramente um deles o intuito de prover de bens alimentares as no riquíssimo «fundão de Troia» (Cardoso,
encontra-se em Peniche, no sítio chamado legiões, mas na segunda metade do século i 1978; Diogo; Alves, 1988-1989), bem como
dos Cortiçais, onde foi identificada e estuda- a. C. e na viragem da Era, quando o poder de no baixo Tejo (Diogo, 1987; Diogo; Alves,
da uma concentração de ânforas originárias Roma se encontra devidamente consolida- 1988-1989). Todas estas ânforas estão tam-
do vale do Guadalquivir, que transportariam do no sul da Ibéria, é esta região que fornece bém documentadas em sítios arqueológicos
produtos vínicos e (eventualmente) con- os necessários abastecimentos ao esforço de portugueses de «terra firme», mas não faltam
servas de frutos (Blot, et al., 2006; Bombico, guerra, mas também à consolidação do novo também nas rias galegas (Naveiro, 1991; 1996)
s/d). A presença de diversos exemplares de espaço romano do noroeste da Península Ibé- e nas ilhas britânicas, onde também se têm
ânforas do mesmo tipo junto das Berlengas rica. Os produtos itálicos, designadamente o recolhido em contextos marinhos (Carreras,
e de Farilhões podem indiciar a presença de vinho, agora transportado em outras ânforas, 2000; Morais, et al., 2013).
outros tantos naufrágios (Diogo, 2005; Dio- que reproduzem modelos gregos, continuam Ao longo do período romano, verificou-se
go, et al., 2005). Sublinham tanto a intensi- a chegar, mas em muito menor quantidade um intenso abastecimento de azeite do vale
dade dos tráfegos marítimos nesta região (Fabião, 1998). do Guadalquivir para a Grã-Bretanha, onde
como as dificuldades de navegação ali senti- Com a conquista da Britannia, no princi- as condições ecológicas não permitiam o
das (Alves, et al., 1988-1989; Blot, et al., 2005). pado de Cláudio, no ano de 43, muda subs- desenvolvimento da oleicultura, uma com-

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ponente essencial da dieta mediterrânea qualquer mau lance da fortuna. Como não tanas fabricadas ao longo dos séculos iii a v.
(Carreras; Funari, 1998). Curiosamente, nos poderia deixar de ser, os produtos lusitanos Tanto no estuário do Sado (Cardoso, 1978;
fundos marinhos portugueses não têm sido encontram-se documentados em naufrágios Diogo, 1999), como seria de esperar, uma vez
frequentes os achados das típicas ânforas mediterrâneos, bem como em diversas áreas que se fabricavam em olarias instaladas nas
globulares utilizadas no transporte deste do Império Romano, designadamente, na suas margens, ao largo do cabo Sardão (Car-
bem alimentar, registam-se somente acha- própria cidade de Roma. doso, 1978), na foz do Arade (Silva, et al., 1987;
dos na costa algarvia, nas imediações de La- Embora a maioria dos barcos naufragados Diogo, et al., 2000) ou no mar de Leixões
gos (exemplar de recolha submarina, exposto que transportavam ânforas lusitanas se do- (Díaz Alvarez, 1984; Naveiro, 1991; 1996). Em
no museu local) e na foz do Arade, Portimão cumente no Mediterrâneo (Étienne; Mayet, suma, embora em menor quantidade, conti-
(Silva, et al., 1987; Diogo, et al., 2000), no 1993-1994; Fabião, 1997), conhecemos exem- nuamos a dispor do mesmo padrão de distri-
«fundão de Troia», Grândola (Cardoso, 1978; plares em sítios arqueológicos da Grã-Bre- buição que nos indica dois fluxos distintos de
Diogo; Alves, 1988-989), e algum registo ain- tanha e Países Baixos. O achado de ânforas exportação: um rumando ao Mediterrâneo,
da no baixo Tejo (Diogo, 1987). Sublinhe-se, lusitanas recolhidas pelas redes de arrasto na onde, curiosamente, se conhecem mais bar-
porém, que não é somente na Britannia que zona conhecida como «Mar del Gran Sol», ao cos lusitanos naufragados desta época do que
encontramos estas ânforas, uma vez que largo da Galiza (Díaz Alvarez, 1984), constitui do período anterior (Étienne; Mayet, 1993-
são também relativamente frequentes nos um documento de carga em trânsito, no âm- -1994; Fabião, 1997), e outro apontado ao nor-
sítios arqueológicos portugueses (Fabião, bito dessa exportação setentrional. te. Uma vez mais, o registo arqueológico de
1993-1994), sendo, por isso mesmo, expec- A partir do século iii, diminui substancial- «terra firme» confirma o padrão que se pode
tável uma melhor representação nos nossos mente a informação. Mais de seis décadas de inferir dos escassos achados subaquáticos.
fundos marinhos e fluviais. Estas ausências, arqueologia subaquática na bacia do Mediter- Infelizmente, o conhecimento que temos
que não sabemos explicar, sublinham o cariz râneo oferecem um vasto panorama de bar- das mercadorias em trânsito não encontra
francamente aleatório da informação dispo- cos naufragados, nas mais distintas paragens correspondência no dos tipos de navegação
nível e, por consequência, a fragilidade de um (Parker, 1992). Esse panorama é generica- e natureza das embarcações. Conhecemos
qualquer ensaio de síntese. mente coincidente com o que presentemente muitos cepos de chumbo de âncoras roma-
Neste mesmo período (segunda meta- nos oferece o dos achados marinhos nas cos- nas, com distribuição dispersa ao longo de
de do século i/século ii) verifica-se uma im- tas portuguesas. Regista-se um crescimento toda a costa portuguesa e duas apreciáveis
portante transformação no panorama da explosivo de ocorrências documentadas nos concentrações na zona do «Mar de Ancão»,
circulação de mercadorias nas costas, hoje dois últimos séculos a. C., largamente coin- ao sul do cabo Espichel, e na Berlenga (Alves,
portuguesas. Iniciou-se a exploração inten- cidentes com o período da expansão romana, et al., 1988-1989; Bombico, 2011), mas são es-
sa dos recursos marinhos, com produção de um grande número de naufrágios documenta- cassíssimas as peças de madeira pertencen-
preparados piscícolas, que eram exporta- dos para as duas centúrias seguintes (i/ii d. C.) tes a embarcações. Escassas, muito reduzidas
dos em ânforas aqui fabricadas, designada- e um acentuado declínio a partir do século iii, nas dimensões e problemáticas na datação.
mente nos estuários do Sado. Aqui, avulta sem que, naturalmente, tenha deixado se Regista-se somente um elemento da foz do
o gigantesco sítio de Troia, Grândola, onde existir circulação de mercadorias por via ma- rio Arade (Alves, 2005), alguma peça da praia
existe a maior concentração de unidades de rítima (Parker, 1992). Pode dizer-se, pois, que da foz da ribeira do Peralto, Esposende (Mo-
produção de preparados de peixe conheci- o panorama aqui não difere muito do docu- rais, et al., 2013), e pouco mais.
da em todo o Mundo Romano (Étienne, et mentado no Mediterrâneo. Podemos supor que o tipo de navegação
al., 1994), ou no estuário do Tejo, também Regista-se uma presença significativa de seria bastante variado, estendendo-se da
com uma notável concentração de unidades ânforas de origem africana no «fundão de navegação de cabotagem, em pequenas em-
de produção (Fabião, 1997; 2004; 2009b). A Troia» (Cardoso, 1978; Diogo; Alves, 1988- barcações, à navegação de alto mar, como su-
partir de então, o panorama dos achados de -1989), em consonância com o que se obser- gere a existência de estruturas de sinalização
ânforas em meio fluvial e marinho passa a va no próprio sítio arqueológico, e algumas como o grande farol da Torre de Hércules, na
incluir também as ânforas lusitanas, usadas estão presentes também entre os materiais Corunha, só justificável como estrutura de
no transporte dos preparados de peixe, bem recolhidos na foz do Arade (Silva, et al., 1987; apoio a uma navegação de alto, totalmente
como outras, igualmente aqui fabricadas, de Diogo, et al., 2000) e em frente à Meia Praia, dispensável para a navegação de cabotagem.
menor dimensão e fundo plano, provavel- Lagos (Diogo, 1999). Nestes últimos casos, Para além da imponente estrutura galega, a
mente utilizadas no transporte de vinho. A causa alguma estranheza a expressão dos atenção dos investigadores tem incidido re-
presença de ânforas de fabrico lusitano em contentores africanos, relativamente pouco centemente na identificação e estudo das es-
contextos subaquáticos vem acrescentar abundantes no registo arqueológico dos sí- truturas de sinalização de apoio à navegação
uma nova dimensão ao panorama dos fluxos tios algarvios. Mas, de um modo geral, aquilo (faróis). Deveriam existir vários sinais deste
de mercadorias, documentando situações que conhecemos recolhido nos nossos fun- tipo, dispostos ao longo das costas, nomea-
em que cargas exportadas se perdem, por um dos marinhos são sobretudo ânforas lusi- damente na entrada das barras fluviais, como

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parece ter sido o caso de uma estrutura que Recentes investigações realizadas na área BOMBICO, S. (s/data) − Cortiçais (Peniche): Um naufrá-
existiria no local onde hoje se ergue a forta- de Lisboa, no pátio do Estado-Maior da Ar- gio romano Alto Imperial na costa atlântica lusitana.
leza do Outão, na foz do Sado (Mantas, 1996; mada, na Ribeira das Naus, aquando da cons- [Em linha]. Barcelona: Màster Arqueologia Nàuti-
Alarcão, 2004). Não se exclui a possibilidade trução da linha de metropolitano, permitiram ca Mediterrània; Universitat de Barcelona. [Con-
de ter existido em outros lugares, embora identificar a grande profundidade, sob suces- sult. em abril de 2013]. Disponível em WWW: <URL:
faltem informações fidedignas, um suposto sivas camadas de aterro de diferentes épocas, http://uevora.academia.edu/S%C3%B3niaBombico/
sinal que poderia existir na foz do Douro, as- um nível de fundo ribeirinho, onde se con- Papers>.
sociado a uma controversa estátua de grani- centrava uma apreciável quantidade de mate- BLOT, M. L. P. (2003) − Os portos na origem dos centros
to de um togado, de clara inspiração clássica, rial arqueológico de época romana (Marques, urbanos. Contributo para a arqueologia das cidades
poderá ter sido uma construção mais tardia. et al., 1997). Uma situação análoga foi recen- marítimas e flúvio – marítimas em Portugal. Lisboa:
Para a navegação do alto, foi recentemen- temente documentada na Praça de D. Luís I, Instituto Português de Arqueologia. (Trabalhos de
te identificada uma poderosa estrutura de pe- no decurso da construção de um parque de Arqueologia; 28).
dra de época romana, no Lugar do Moinho, na estacionamento subterrâneo. Em qualquer BLOT, J. Y. [et al.] (2005) − «O fundeadouro da Berlen-
Berlenga, que poderia ser o embasamento de dos casos, trata-se de níveis arqueológicos de ga». In A Presença Romana na Região Oeste: Actas
um antigo farol (Bugalhão; Lourenço, 2011), época romana que corresponderiam a anti- do Congresso. Bombarral: Câmara Municipal; Mu-
e não será de excluir a possibilidade de ter gos fundos submersos do estuário do Tejo, seu Municipal. p. 31-55.
conhecido análoga função, embora de pro- mas que hoje se encontram relativamente BLOT, J-Y. [et al] (2006) − «O sítio submarino dos Corti-
porções bem mais modestas, uma enigmáti- afastados da orla do rio, devido aos múltiplos çais (costa meridional da antiga ilha de Peniche)». In
ca construção identificada no lugar de Porto aterros realizados em diferentes períodos Jornadas de Arqueologia e Património da Região de
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104   Uma história resgatada ao mar

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