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O texto discute a assimilação versus segregação racial no Brasil. Darcy Ribeiro argumenta que, apesar da pobreza desproporcional dos negros, eles não se mobilizam politicamente com base na raça, mas sim como membros das camadas pobres. Ele também defende que o racismo brasileiro levou à assimilação dos mulatos claros como brancos, ao contrário do racismo anglo-saxão que tende à segregação.
Descriere originală:
Plano de Aula de Trecho para Leitura de O Povo Brasileiro, de João Vinicius Marques
O texto discute a assimilação versus segregação racial no Brasil. Darcy Ribeiro argumenta que, apesar da pobreza desproporcional dos negros, eles não se mobilizam politicamente com base na raça, mas sim como membros das camadas pobres. Ele também defende que o racismo brasileiro levou à assimilação dos mulatos claros como brancos, ao contrário do racismo anglo-saxão que tende à segregação.
O texto discute a assimilação versus segregação racial no Brasil. Darcy Ribeiro argumenta que, apesar da pobreza desproporcional dos negros, eles não se mobilizam politicamente com base na raça, mas sim como membros das camadas pobres. Ele também defende que o racismo brasileiro levou à assimilação dos mulatos claros como brancos, ao contrário do racismo anglo-saxão que tende à segregação.
Brasileiro, O – Formação e sentido do Brasil, São Paulo: Companhia das Letras,
1995, pp. 228-244.
Sobre o Autor:
DARCY RIBEIRO
Montes Claros, 26 de outubro de 1922 — Brasília, 17 de fevereiro de 1997
Antropólogo, graduado em Ciências Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São
Paulo (1946)
Trabalhou no Serviço de Proteção ao Índio
Criação do Parque Nacional Xingu Criador e Primeiro Reitor da Universidade de Brasília Exílio: Uruguai, Chile e Peru Vice-governador do Rio de Janeiro (1982) Senador da República (1990)
Sobre a obra:
O POVO BRASILEIRO: Formação e Sentido do Brasil (1995)
Perspectiva crítica ao discurso da miscigenação pacífica do colonizador;
Crítica à ausência da versão da formação brasileira pelo negro e pelo índio; Crítica à desigualdade social econômica sob o critério das classes; argumento de sua articulação à história de colonização lusitana brasileira; Argumentação da técnica similar de destruição lusitana aos nativos indígenas e africanos: a aculturação; A Sobrevivência Cultural como fator diferenciante da identidade brasileira por distinção à identidade lusitana; A composição étnica brasileira: a anulação das identificações étnicas; Os marcos de guerra na formação brasileira – a representação dos conflitos; Desenvolvimento Econômico, Redistribuição e Pleno Emprego como chave para transformação da violência e da delinqüência social; O Preconceito de Classe sobreposto ao preconceito de raça e de cor; Projeto político e intelectual de nação: a conversão da força de trabalho explorada em nação, através da figura povo brasileiro;
CONTEXTO
Anos 1990: a “redemocratização”
Ascensão neoliberal, crise econômica financeira, dilemas econômico-sociais O texto: Assimilação ou Segregação – RAÇA E COR
Disparidades econômico-sociais do negros em relação aos brancos e demais
pobre; Exploração de alta intensidade no contexto escravista - Abandono social no pós- abolição, no contexto de monetização da aquisição de terras para sobrevivência, expulsando crianças e velhos e constrangendo a população negra ativa livre a se submeter a novos arranjos exploratórios no latifúndio: Com o desenvolvimento posterior da economia agrícola de exportação e a superação conseqüente da auto‐suficiência das fazendas, que passaram a concentrar‐se nas lavouras comerciais (sobretudo no cultivo do café, do algodão e, depois, no plantio de pastagens artificiais), outros contingentes de trabalhadores e agregados foram expulsos para engrossar a massa da população residual das vilas. Era agora constituída não apenas de negros, mas também de pardos e brancos pobres, confundidos todos como massa dos trabalhadores "livres" do eito, aliciáveis para as fainas que requeressem mao‐de‐obra. Essa humanidade detritária predominantemente negra e mulata pode ser vista, ainda hoje, junto aos conglomerados urbanos, em todas as áreas do latifúndio, formada por braceiros estacionais, mendigos, biscateiros, domésticas, cegos, aleijados, enfermos, amontoados em casebres miseráveis. Os mais velhos, já desgastados no trabalho agrícola a vida azarosa, cuidam das crianças, ainda não amadurecidas para nele engajar‐se. (p.233) Crítica – Darcy Ribeiro cede à argumentação da superioridade do contingente populacional branco sobre o negro, a partir da idéia de que as condições sociais precárias do desenvolvimento demográfico do contingente negro implicaram em sua inferioridade numérica em comparação ao branco. Darcy também adere à tese da inaptidão do negro egresso da escravidão para a integração à sociedade industrial (tese de boa parte da Sociologia brasileira tradicioinal: Ianni, Florestan, FHC, dentre outros). Na perspectiva historiográfica crítica da presença negra, essa disparidade tem a ver com o assimilacionismo numérico de uma população que se queria branca e em sua maioria temia ser reconhecida como negra, ou ladino-amefricana. Trechos de Darcy Ribeiro: Assim, os brasileiros de mais nítida fisionomia racial negra, apesar de concentrados nos estratos mais pobres, não atuam social e politicamente motivados pelas diferenças raciais, mas pela conscientização do caráter histórico e social ‐ portanto incidental e superável ‐ dos fatores que obstaculizam sua ascensão. Não é como negros que eles operam no quadro social, mas como integrantes das camadas pobres, mobilizáveis todas por iguais aspirações de progresso econômico e social. O fato de ser negro ou mulato, entretanto, custa também um preço adicional, porque, à crueza do trato desigualitário que suportam todos os pobres, se acrescentam formas sutis ou desabridas de hostilidade. (235-6) Argumento do racismo brasileiro como propulsor da integração, pelo viés da assimilação como branco do mulato de pele clara, por oposição ao racismo anglo-saxão, cuja tendência seria a segregação. A tendência a um patrimônio multi-racial genético; enquadramento positivo a uma tendência assimilacionista nacional popular contra a tendência segregacionista das elites nacional, sugerindo a possibilidade do fim do racismo. Os imigrantes: contingente etnicamente assimilado pelo brasileirismo. E as saudades do Brasil.