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Introdução 3
1.1. Investindo em títulos privados de renda fixa 3
1.2. Relação risco-retorno 3
1.3. Indexador 4
1.4. Fundo Garantidor de Créditos 4
1.5 Riscos da Renda Fixa 5
1.6. Securitização 6
1.7. Processo de securitização 6
Introdução
Olá, caro aluno, seja bem-vindo à disciplina de Crédito Privado. Nela, veremos detalhes sobre
os principais títulos privados de renda fixa: suas características, a que tipos de investidores são
indicados, os riscos de cada aplicação, etc.
Os títulos de crédito privado que serão abordados nessa disciplina serão: CDB, CRI e CRA,
Debêntures, LCI e LCA, LC, Letras Financeiras, Poupança (que não é um título, mas será
considerado também), DPGE, Cédula de Crédito Bancário, Operações Compromissadas e Notas
Promissórias. Além disso, entenderemos um tópico fundamental para a disciplina, que é o
conceito de securitização.
Quando um investidor aplica seus recursos em títulos privados de renda fixa, na prática, está
emprestando dinheiro para um banco ou uma empresa. Os bancos, por exemplo, captam
recursos dos investidores para emprestar a outros clientes. As empresas usam os recursos
captados para investir em projetos. Ao fim da aplicação (ou ao vender seu título ao mercado), o
investidor recebe de volta o valor que havia emprestado, acrescido de juros. A lógica é a mesma
dos títulos públicos, que já estudamos em outra disciplina, com a diferença que, nesse caso, o
investidor empresta seus recursos ao governo.
A emissão de títulos é uma forma comum e importante de captar recursos e financiar projetos
ou negócios para quem emite esse título. Na maioria das vezes, essas aplicações de renda fixa
atraem os investidores pela previsibilidade, uma vez que as condições de rentabilidade são
determinadas no momento da aplicação.
Assim como no caso dos títulos públicos, o investimento em títulos privados pode ser
prefixado, quando a taxa de juros da aplicação é contratada no momento em que o
investimento é feito, ou pós-fixado, quando o retorno depende do indexador a que o título estiver
atrelado.
No geral, há uma regra clara quando pensamos em investimentos: quanto maior o risco e o
tempo que o dinheiro ficar investido, maior deverá ser o retorno para o investidor. Já vimos
a razão dessa relação em outras disciplinas, mas, de forma resumida, quando o investidor
empresta seus recursos, seja a um banco, a uma empresa, ou ao governo, está abrindo
mão de ter aquele dinheiro em seu poder. Além disso, durante o tempo em que os recursos
permanecerem aplicados, haverá inflação. Finalmente, há também o risco de não receber
seu dinheiro de volta (no caso dos títulos públicos, esse risco é considerado baixíssimo,
praticamente inexistente).
Por conta do risco, da inflação e do sacrifício financeiro que o investidor faz ao aplicar seus
recursos, ele tende a exigir um retorno maior quanto maior for o risco e maior o prazo da
aplicação. Ativos de renda fixa de longo prazo, por exemplo, tendem a ter uma taxa de retorno
maior.
É importante lembrar que investir em renda fixa não garante exatamente que o investidor estará
livre de oscilações na rentabilidade, pois podem ocorrer, por exemplo, variações na taxa de juros
do país.
1.3. Indexador
Muitos títulos de renda fixa têm sua rentabilidade atrelada a indexadores. Esse termo deriva
da palavra “index”, que significa “índice”. O indexador serve de base para nortear a correção de
valores nas aplicações financeiras .
O mercado financeiro utiliza uma série de índices para atualizar e projetar os resultados dos
investimentos, sendo os mais utilizados: DI (taxa de juros interbancária), IPCA (índice de preços
ou inflação oficial do governo), IGP-M (índice de inflação) e Selic (taxa básica de juros).
Quando um investidor aplica seus recursos em títulos de crédito privado, geralmente, está
assumindo o risco de crédito da instituição que emitiu o título. Se a instituição quebrar, o
prejuízo será do investidor, portanto. Nesse contexto, veremos agora detalhes sobre uma
instituição de extrema importância para o bom funcionamento do mercado de crédito privado.
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma entidade privada, sem fins lucrativos, responsável
pelo socorro a correntistas, poupadores e investidores em caso de falência da instituição
financeira que emitiu o título em que esses investidores aplicaram. A atuação do FGC é
essencial para manter a estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e contribuir para
prevenção de crise bancária sistêmica.
- bancos múltiplos
- bancos comerciais
- bancos de investimento
- bancos de desenvolvimento
- Caixa Econômica Federal
- sociedades de crédito, financiamento e investimento
- sociedades de crédito imobiliário
- companhias hipotecárias
Até o final de 2017, caso uma instituição financeira quebrasse, era possível que os investidores
recuperar os depósitos ou créditos (em títulos garantidos, evidentemente) até o limite de R$250
mil por CPF/CNPJ e por instituição financeira de um mesmo conglomerado. Não havia, contudo,
teto para garantia paga pelo FGC por CPF/CNPJ em qualquer período.
No entanto, essa regra foi modificada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no fim de
2017. O limite de R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglomerado financeiro, permaneceu inalterado.
Contudo, o teto de recebimento de garantias passou a ser de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a
cada período de 4 anos.
Voltando exemplo do investidor, sob a nova regra, ele teria direito a receber R$ 250 mil por
instituição, mas limitado ao teto de R$ 1 milhão. Se apenas uma das 5 instituições quebrasse,
ele receberia R$ 250 mil em garantias e, pelos próximos 4 anos, poderia receber até R$ 750 mil
adicionais do FGC.
Produtos de renda fixa, como CDB, LCI, LCA e Letras de Câmbio, contam com a proteção do
FGC.
Risco de crédito: risco de o emissor do título não honrar o compromisso que assumiu com os
investidores (o famoso “calote”).
Risco de mercado (ou de oscilação de taxa de juros): o preço a mercado de títulos prefixados
e indexados à inflação cai quando os juros sobem, como efeito da marcação a mercado desses
títulos. Dependendo da intensidade do movimento de alta dos juros, o preço a mercado dos
títulos pode ficar menor do que o preço pago pelo investidor na compra.
Risco de liquidez: muitos títulos não permitem resgate a qualquer momento, ou então, obrigam
o investidor a aceitar um deságio para o resgate. Na maioria dos casos, para conseguir
se desfazer do título, o investidor tem de vendê-lo no mercado secundário (para outros
investidores), recebendo um valor menor (deságio).
Risco operacional: risco ligado à operação de investimento (ou venda, ou resgate) em si.
Exemplo: solicitar à corretora ou ao banco a compra de um título e receber outro; investir em um
papel mas não ter a titularidade transferida para o seu CPF.
1.6. Securitização
O conceito de securitização será essencial para entendermos melhor alguns títulos de crédito
privado, como os Certificados de Recebíveis, sejam Imobiliários (CRI) ou do Agronegócio (CRA).
Securitizar significa “transformar em securities”, ou seja, converter ativos que normalmente têm
pouca liquidez (como ativos imobiliários) em valores mobiliários líquidos (securities).
O processo de securitização ganhou força na década de 1970 nos Estados Unidos, sobretudo
com recebíveis imobiliários. Atualmente, é um conceito amplamente difundido. Praticamente
qualquer ativo pode ser securitizado. Por meio da securitização, qualquer empresa de qualquer
porte ou constituição jurídica pode levantar recursos cedendo recebíveis no mercado de
capitais.
Hoje, no mercado brasileiro, temos os seguintes instrumentos financeiros que são veículos de
securitização:
Ampliando o conceito:
Imagine que um credor vendeu para o devedor um produto ou serviço que será pago em 36
parcelas. O credor pode optar por passar os três anos seguintes recebendo os pagamentos
mensais, ou então, securitizar essa dívida e receber antecipadamente.
O credor pode, então, procurar uma companhia securitizadora para vender a ela seu direito de
recebimento contra o devedor. Ele receberá, naturalmente, um valor menor do que o que teria
direito se recebesse a prazo, justamente por estar antecipando o recebimento.
A securitizadora recebe os direitos sobre aquele crédito e emite títulos de dívida. Se o lastro da
dívida for, por exemplo, o mercado imobiliário, esses títulos serão os Certificados de Recebíveis
Imobiliários (CRI). Os títulos são oferecidos aos investidores por meio de ofertas públicas, e
também podem ser negociados entre investidores no mercado secundário.
A securitização não muda o fato de que o devedor continua sendo obrigado a pagar as 36
parcelas da dívida. O pagamento, contudo, agora é feito à securitizadora, que é quem detém
os direitos sobre aquele crédito. Quando a securitizadora recebe as parcelas do pagamento da
dívida, distribui parte delas conforme determinado na emissão do título, como remuneração aos
investidores.
Antes de passarmos ao estudo dos principais títulos privados que podem ser encontrados
pelos investidores no mercado brasileiro, vejamos as principais formas de remuneração desses
ativos:
2.1. CDB
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título privado emitido por bancos, com o objetivo
de captar recursos para financiar atividades como, por exemplo, de crédito. Uma explicação
mais simplista é a de que o cliente empresta seus recursos ao banco por um prazo acordado, e
o banco devolve o valor emprestado acrescido de uma taxa de juros no período.
O CDB pós-fixado é mais indicado quando os juros estão em tendência de alta, porque a
rentabilidade acompanha a elevação da taxa. É necessário que o investidor fique atento ao
percentual do CDI que está sendo oferecido pela instituição financeira, que pode variar de cerca
de 80% a 120% do CDI.
O próximo gráfico mostra um comparativo ano a ano entre as rentabilidades de um CDB que
pagava 110% do CDI, da Poupança e do FGTS:
2.1.2. Vantagens:
2.1.3. Desvantagens:
- Em caso de aplicações maiores do que R$250 mil, o investidor poderá perder o que
ultrapassar esse valor em caso de falência da instituição emissora do CDB ou de intervenção do
Banco Central nessa instituição.
O investidor deve pesquisar qual prazo e taxa deseja obter no período de aplicação. Esses
títulos são emitidos e distribuídos por diversas instituições financeiras, então podem ter
diferenças significativas entre eles. Sendo assim, o investidor poderá considerar qual CDB se
adequa mais ao seu perfil e necessidade.
2.1.5. Riscos
Ao aplicar seus recursos em um CDB, o investidor está sujeito a alguns tipos de risco. O
primeiro é o de mercado. Alguns CDBs têm sua rentabilidade atrelada à taxa do CDI. Essa taxa
pode oscilar de acordo com o cenário econômico, afetando, portanto, a rentabilidade do CDB
caso o investidor deseje liquidar o investimento antes do vencimento do título. Esse risco é
semelhante ao que corre o investidor que aplica seus recursos em títulos públicos prefixados,
como a LTN (Tesouro Prefixado).
Outro risco que o investidor corre é o de crédito. Quando um investidor aplica em um CDB, ele
está correndo o risco de crédito da instituição emissora. Se o banco que emitiu o CDB quebrar, o
Por isso, o recomendável é que se estabeleça o limite de R$250 mil aplicado em CDB de uma
instituição. Caso o investidor queira aplicar um valor maior nesses títulos, o ideal é diversificar,
procurando CDBs de outras instituições. Fazendo isso, ele minimizará o risco de crédito.
O terceiro risco é o de liquidez. Se o CDB escolhido pelo investidor não permitir o resgate
antecipado, ele terá de avaliar com cautela a opção. Se precisar dos recursos aplicados nesse
CDB antes do vencimento, não poderá acessá-los. É possível vender o CDB a outros investidores
(mercado secundário), mas trata-se de um mercado ainda pouco movimentado no Brasil e pode
ser difícil vender o título nesse mercado por um valor satisfatório ao investidor.
2.1.7. Prazo
O prazo para resgate da aplicação também varia conforme o CDB e a instituição emissora. Pode
oscilar desde a liquidez diária até à data de vencimento proposta pelo emissor do ativo, que
pode chegar a até 5 anos.
2.1.8. Certificação
2.1.9. Liquidez
Há a possibilidade de optar por um CDB que possui liquidez diária. Há outros que estabelecem
datas prefixadas para resgate. Quanto menor a liquidez, maior deve ser o retorno do CDB.
As LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio) são títulos de
renda fixa, emitidos por instituições financeiras, com objetivo de financiar o setor imobiliário e
agrícola, respectivamente.
As LCI são títulos de crédito cujo lastro são créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou por
alienação fiduciária de um imóvel. O total de LCIs que um banco emite não pode ultrapassar o
valor dos créditos imobiliários em poder da instituição. Além disso, o prazo da LCI nunca pode
ser maior do que o prazo de qualquer crédito que a lastreie.
Os emissores de uma LCI podem ser a Caixa Econômica Federal, bancos comerciais e múltiplos
Já as LCA são títulos cujo lastro são operações de crédito rural. Os limites mínimos de prazo
são de 12 meses quando a LCA é atualizada anualmente por índices de preço e 90 dias, quando
não é atualizada por índice de preços. Os emissores da LCA são instituições financeiras que
têm carteira de crédito rural. Esses limites também valem para a LCI
Do ponto de vista do investidor, não faz diferença escolher uma LCA ou uma LCI. Ele deve optar
pelo título que oferecer a melhor taxa dentro das características procuradas.
2.2.1. Rentabilidade
Tanto a LCI quanto a LCA podem ter rentabilidade prefixada ou pós-fixada. No caso da
prefixada, o investidor saberá exatamente quanto terá de rentabilidade no momento da
aplicação. Já na pós-fixada, o investidor terá a rentabilidade de sua aplicação indexada à taxa
de juros básica do País (Selic) ou ao CDI (mais comum).
O gráfico a seguir compara o investimento em uma LCI ou LCA a 95% do CDI em relação a um
CDB que paga 100% do CDI.
É bem verdade que, há alguns anos, quando as LCI/LCA estavam no auge de popularidade entre
os investidores, era possível encontrar esses títulos com altas rentabilidades, próximas a 100%
do CDI. Ao longo do tempo, as taxas foram caindo e, atualmente, é possível encontrar títulos
que pagam algo em torno de 95% do CDI (geralmente com um prazo de aplicação mais longo).
2.2.2. Vantagens
- Garantia de até R$ 250.000 por CPF e por instituição financeira dada pelo FGC, caso o Banco
Central venha a decretar falência ou intervenção na respectiva instituição, o que caracterizaria
como um seguro ao investidor contra perdas;
2.2.3. Desvantagens
- Em caso de alocação acima de R$250 mil, o investidor poderá perder o valor aplicado acima
deste em caso de falência da instituição emissora do ativo
- Liquidez, pois em geral os recursos podem ser resgatados apenas na data de vencimento do
ativo. Atualmente, contudo, cada vez mais LCIs e LCAs com liquidez maior. Alguns títulos têm
liquidez diária depois de 90 dias.
O investidor deve pesquisar em uma corretora ou banco que ofereça esse tipo de título qual
o prazo e a taxa que deseja obter no período de aplicação, em função da distribuição destes
ativos serem realizadas por diversas instituições financeiras. Uma boa pesquisa fará com que o
investidor possa considerar qual se adequa mais a sua necessidade e perfil.
2.2.5. Risco
2.2.6. Prazo
Existem várias possibilidades de remuneração dos CRIs e CRAs. O mais comum é o pagamento
de uma taxa prefixada, mais a variação da inflação (medida pelo IPCA). Também é possível que
o rendimento seja vinculado ao DI, ou apenas prefixado.
Diferentemente de outros títulos privados, os CRIs e CRAs não possuem a garantia do FGC.
Portanto, é recomendável que o investidor avalie a nota de crédito concedida por uma agência
de classificação de risco (rating) à emissora dos ativos, bem como a razão da emissão, para ter
uma melhor noção dos riscos. De modo geral, CRIs e CRAs são produtos de diversificação mais
indicados a investidores com objetivos de médio/longo prazo e agressivos quanto ao risco.
2.3.1. Vantagens
2.3.2. Desvantagens
Geralmente, essas aplicações são oferecidas por corretoras. O investidor deve pesquisar, dentre
as opções disponíveis, prazo e taxa que deseja obter no período de aplicação das emissões.
Desta forma, poderá considerar qual se adequa mais ao seu perfil e necessidade.
2.3.4. Risco
Por não possuir a garantia do FGC, os riscos e as garantias dos CRIs e CRAs estão de acordo
com a emissão do ativo e descritos no prospecto. No entanto, podem ser modificadas ao longo
do período.
2.3.6. Prazo
O prazo depende da emissão de cada título. A maioria dos títulos têm prazos mais longos, se
comparados aos de LCIs e LCAs, por exemplo.
- Valor do Imóvel: R$1.098.900.000,00 (um bilhão, noventa e oito milhões e novecentos mil
reais)
2.4. Debêntures
Debêntures são títulos de dívida de médio e longo prazo emitidos pelas companhias (seja de
capital aberto ou fechado) para captar empréstimos diretamente no mercado de capitais. Elas
conferem a seu detentor um direito de crédito contra a companhia emissora. Quem investe em
debêntures se torna credor dessas companhias.
No Brasil, as debêntures constituem uma das formas mais antigas de captação de recursos
pelas empresas. A captação não é feita diretamente junto às instituições financeiras, mas junto
ao investidor final, é necessário que o veículo para a captação seja a emissão de títulos.
Todas as características desse investimento, como prazo, remuneração e outros, são definidas
na escritura de emissão. As debêntures podem ser ou não conversíveis em ações da própria
companhia emissora.
Simples - debêntures que são emitidas e permanecem com suas características até o
vencimento (não são conversíveis);
Conversíveis em ações - títulos de renda fixa que podem ser convertidos em ações (renda
variável) da companhia emissora. Essa conversão funciona como um tipo de garantia para o
investidor. Caso a empresa tenha dificuldades para pagar o credor, os títulos são convertidos
em ações, que são uma fração do patrimônio da companhia. Debêntures conversíveis não são
comuns no mercado brasileiro.
Permutáveis - títulos de renda fixa que podem ser permutados por ações ou títulos de outras
companhias. Nesse caso, a garantia oferecida pela possibilidade de permuta pode ser mais
interessante para o investidor do que a das debêntures conversíveis em ações.
Quando as debêntures são emitidas por uma companhia e vendidas a investidores e outras
empresas pela primeira vez, essas operações são feitas no chamado mercado primário.
As Debêntures podem ser tanto pré ou pós-fixadas. A decisão cabe exclusivamente à empresa
no momento da emissão do ativo. Inclusive, as taxas podem estar atreladas a indicadores de
inflação ou juros, como a Taxa Referencial (TR), ou a Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP), o
IPCA, dentre outros.
Geralmente, as debêntures pagam uma remuneração superior àquela dos títulos públicos,
por causa do risco de crédito existente nesses títulos, o qual está ligado à capacidade de
pagamento da companhia emissora.
2.4.5. Vantagens
2.4.6. Desvantagens
O investidor deve pesquisar quais debêntures estão disponíveis no mercado secundário para
aquisição ou entrar no mercado primário em caso de nova emissão.
2.4.8. Risco
Risco de crédito:
se a empresa quebrar, o investidor perde parte do capital
Risco de mercado: se a remuneração da debênture for prefixada, caso o juro real suba, o título
perde valor, e vice-versa.
Sem garantias do FGC: as debêntures não contam com o “seguro” do FGC. Logo, só são
interessantes se pagarem um prêmio em relação à rentabilidade de investimentos com
proteção do FGC.
Todos os riscos e, por conseguinte, as garantias das Debêntures variam de acordo com a
emissão do ativo, mas podem ser modificados ao longo do período tanto do ponto de vista
positivo como negativo para o investidor.
Qualquer investidor pode aplicar em debêntures, mas o valor inicial varia de uma oferta para
outra. Algumas empresas exigem aplicação mínima de R$ 1.000, enquanto outras podem fixar o
valor inicial em R$ 100 mil, R$ 300 mil ou até mais.
2.4.10. Prazo
Garantia Real: Garantida por bens do ativo da companhia, especificados nos documentos de
emissão. O valor de emissão é limitado a 80% dos bens dados em garantia, da companhia
emissora ou de terceiros, quando o valor da emissão superar o capital social da companhia
emissora.
As debêntures quirografárias, por exemplo, deixam seus detentores em quarto lugar na ordem
de recebimento caso a empresa emissora quebre. Quanto mais distante nessa “fila” a garantia
de recebimento estiver, maior o risco da debênture. Consequentemente, maior deverá ser a taxa
de retorno oferecida por esse título para o investidor.
1. Propriedade fiduciária
2. Alienação fiduciária
3. Cessão fiduciária
4. Arrendamento mercantil
5. Adiantamento de contrato de câmbio
Garantia fidejussória: É uma fiança prestada geralmente pelos acionistas controladores ou por
empresa ligada ao grupo.
Por lei, esses títulos podem ser emitidos para financiar obras de logística, transporte,
Assim como o investidor precisa encontrar a taxa líquida de remuneração de um CDB para
compará-lo a uma LCI, por exemplo, o investidor também precisa descontar o IR de uma
debênture comum ou de Tesouro IPCA para compará-los a uma debênture incentivada.
As LC não são emitidas por bancos, sendo geradas por instituições financeiras que trabalham,
em geral, com crédito consignado ou pessoal. O termo câmbio vem da forma de cobrança
destes créditos, que podem ser via ação cambial. A rentabilidade deste tipo de investimento
costuma ser mais expressiva que os demais ativos de renda fixa.
3.1.1. Vantagens
3.1.2. Desvantagens
O investidor deve na corretora ou banco que oferece esse título qual prazo e taxa deseja obter
no período de aplicação, em função da distribuição destes ativos serem realizadas por diversas
instituições financeiras. Sendo assim, o investidor poderá considerar qual se adequa mais a sua
necessidade e perfil.
3.1.4. Risco
O recomendável é que o investidor estabeleça o limite de R$250 mil por aplicação, já que
corre o risco de crédito da instituição emissora. No caso de aplicar valor acima, a sugestão é
a diversificação a partir de R$250 mil por instituição, minimizando seu risco e contando com a
cobertura do FGC.
3.1.6. Prazo
Em geral, as Letras de Crédito são disponibilizadas com vencimentos a partir de 1 ano, mas o
mais comum é encontrar com vencimentos e carência de 2 ou 3 anos.
Letras Financeiras são títulos emitidos por instituições financeiras com a finalidade de captar
recursos de longo prazo. Tem vencimento superior a dois anos e valor de emissão elevado.
Em contrapartida, oferece aos investidores melhor rentabilidade do que outras aplicações
financeiras com liquidez diária ou com prazo inferior de vencimento.
Dessa forma, a LF beneficia tanto as instituições financeiras que necessitam captar recursos
quanto os investidores que possuem montante relevante para aplicações de longo prazo. A
remuneração pode ser por meio de taxas de juros prefixadas, combinadas ou não com taxas
flutuantes ou índices de preços. Elas podem ser recompradas pelas instituições financeiras
emissoras em montante que não ultrapasse 5% do total emitido. Devem ter valor nominal
unitário igual ou superior a R$150 mil.
3.2.1. Vantagens
- Diversificação de investimento, além de ser uma alternativa de aplicação de longo prazo que
oferece condições de remuneração diferenciadas.
- Sendo um investimento em renda fixa, o investidor tem previsão do fluxo de caixa gerado
pelas remunerações (juros) e amortizações.
3.2.2. Desvantagens
- Valor unitário mínimo de R$150 mil pode ser um empecilho para pessoas físicas.
- Prazo mínimo para vencimento de 24 meses, sem possibilidade de recompra ou resgate
antes desse prazo, e prazo mínimo para pagamento de rendimentos de 180 dias.
- Liquidez baixa: pode não haver interessados em comprar as LFs no mercado secundário
caso o detentor precise sair do investimento antes do vencimento do título.
3.2.4. Risco
A partir de R$150 mil. Prazo mínimo 24 meses, vedado o resgate total ou parcial antes do
vencimento.
3.3. Poupança
A Poupança é uma das aplicações financeiras de renda fixa mais tradicionais do mercado. Não
se trata de um título de crédito privado, mas, por ter algumas características similares, será
considerada também nessa disciplina. De acordo com a legislação atual, a remuneração dos
depósitos de poupança é composta de duas parcelas:
a) 0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for superior a 8,5%; ou
b) 70% da meta da taxa Selic ao ano, mensalizada, vigente na data de início do período de
rendimento, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for igual ou inferior a 8,5%.
3.3.1. Vantagens
3.3.2. Desvantagens
3.3.4. Risco
O risco neste caso seria governamental, portanto pode ser considerado extremamente baixo,
ainda mais se levar em consideração que o último confisco da poupança ocorreu em 1990.
3.4. DPGE
Falaremos agora do Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE). Abordamos anteriormente
outros títulos que contavam com garantias do FGC para valores até R$ 250 mil. O DPGE é um
tipo de aplicação que conta com uma garantia especial, que vai até R$ 20 milhões.
3.4.1. Características
As primeiras emissões de DPGE foram feitas em 2009 e houve ainda uma segunda fase em
2012. Desde então, não foram autorizadas novas emissões. Portanto, a tendência é que, com o
vencimento dos títulos emitidos, não haja mais disponibilidade no mercado.
Apesar de não haver novas emissões, é possível que investidores comprem esses títulos no
mercado secundário (de outros investidores). A tributação do DPGE segue a tabela regressiva
do Imposto de Renda para a renda fixa.
3.4.2. Risco
A CCB é um título muito comum no cotidiano de instituições bancárias. Toda vez que um
banco concede ou oferece crédito a um cliente, ele faz isso via CCB. Operações com cartões
de crédito, empréstimos pessoais, limite de cheque especial, dentre outras linhas de crédito
bancário são feitas via CCB.
Uma das razões pelas quais os bancos recorrem comumente à CCB é o fato desse título ser
executivo. Ou seja, em caso de inadimplência do tomador de crédito, o credor (banco) não
precisa discutir a existência ou não da dívida, mas pode executar o título contra o devedor.
O emissor da CCB é sempre uma pessoa física ou pessoa jurídica (cliente) tendo a instituição
bancária (credor) como contraparte. Na prática, o próprio banco emite a CCB declarando como
emissor o cliente. Essas condições geralmente são inseridas nos termos da prestação de
serviços do banco aos clientes.
A CCB é um título de dívida que pode ser transferido e negociado, e de fato essa negociação
ocorre com frequência. Os bancos geralmente vendem CCB para fundos de renda fixa de
crédito privado, fundos de pensão, outros bancos, etc.
4.2. CCCB
Uma variação da CCB é o Certificado da Cédula de Crédito Bancário (CCCB), que pode ser
descrito de forma simplificada como um conjunto de CCB que é “empacotado” na forma do
Certificado e posteriormente negociado entre instituições.
As CCCB têm lastro nas CCB emitidas e custodiadas pelo emissor. Elas podem ser negociadas
no mercado nacional ou internacional, com pessoas ou instituições, sejam elas integrantes do
Sistema Financeiro Nacional ou não.
Outra característica importante da CCCB é que os valores recebidos não podem ser alcançados
por credores do emissor. Isso significa que, se a instituição emissora do CCCB quebrar, os
credores dessa instituição não podem requerer quaisquer direitos sobre as Cédulas vendidas
A Letra Hipotecária foi criada em 1988 como um título lastreado em créditos imobiliários
concedidos por meio do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e garantidos por hipoteca.
A hipoteca é um instrumento por meio do qual um cliente de instituição financeira obtém uma
linha de crédito (financiamento imobiliário, inclusive) dando seu imóvel como garantia. Portanto,
em caso de inadimplência, a instituição financeira pode exigir em juízo que o imóvel seja
leiloado para saldar a dívida.
Se a instituição financeira conceder crédito a um cliente tendo como garantia a hipoteca, ela
pode emitir a LH.
Esse título é semelhante à LCI, que já estudamos. A diferença é que o banco pode emitir uma
LCI caso tenha um crédito imobiliário lastreado em hipoteca ou em alienação fiduciária. A
alienação fiduciária é um instrumento de garantia que dá mais agilidade jurídica para que a
instituição credora recupere o imóvel financiado em caso de inadimplência do tomador. Já a LH
pode ser emitida exclusivamente a partir de créditos lastreados em hipoteca.
A LH é isenta de Imposto de Renda para pessoas físicas e tem garantia do FGC até R$ 250 mil.
O prazo mínimo desse título é de 6 meses e não há um prazo máximo.
As operações compromissadas não são exatamente títulos de renda fixa, mas uma forma de
operar esses títulos. Uma operação compromissada envolve a compra ou venda de títulos de
renda fixa (públicos e privados) com compromisso de revenda (reversão) da operação. Em uma
operação desse tipo, uma das partes compra títulos da outra, com o compromisso de, em um
determinado período, revender os títulos à parte que originalmente os detinha.
A maioria das operações acontece entre bancos, ou então entre um banco e o Banco Central,
com vencimento em um dia (over). Os bancos podem emitir operações compromissadas tendo
pessoa física ou jurídica (não financeira) como contraparte.
As operações compromissadas não contam com cobertura do FGC. A tributação sobre essas
operações segue a tabela regressiva de Imposto de Renda e pode haver também cobrança de
IOF, dependendo do prazo (menos de 30 dias).
A única exceção ao prazo de 1 ano para vencimento são as notas emitidas com esforços
restritos, ou seja, oferecidas a um número limitado de investidores qualificados (fundos de
investimento, por exemplo, ou pessoas físicas com mais de R$ 1 milhão em investimentos).
Nesse caso, a oferta deve contar com um agente fiduciário para coordenar o processo.