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Na figura o
desenvolvimento
do folículo
ovariano:
(A) em um
ciclo normal
(B) com o
adaptada de http--us_i1_yimg_com-us_yimg_com-i-he-wmnimages-
uso de ACO
pdr-\Women_wmn_art_00020119.htm
O comportamento das concentrações de progesterona e estrogênio naturais em um
ciclo normal de 28 dias, sem e com o uso de ACO, pode ser visto no esquema da figura
abaixo, que apresenta as características principais envolvidas. Quando se inicia o uso de
ACO, a concentração destes hormônios muda: deixam de existir os picos e o nível de
estrogênio e progesterona associados passa a ser constante.
As setas indicam a ingestão diária de ACO, que inicia no quinto dia do ciclo e tem duração de 21 dias.
Figura adaptada de Thomas, J. A. & Jones, J. E., 1979
Quando uma mulher apresenta ciclos menstruais normais (sem ACO), não há um
controle perfeito da ovulação, quer dizer, os folículos vêm sendo continuamente
estimulados todo o início de ciclo. Assim, quando a mulher menstrua e inicia o uso do ACO,
o organismo está preparado para iniciar um novo ciclo e pode haver algum estímulo da
hipófise na produção hormonal com resposta ovariana e estímulo dos folículos, já que o
ACO demora alguns dias para iniciar a supressão do ciclo hormonal fisiológico. Assim, diz-
se que somente há proteção após aproximadamente 7 dias de uso no primeiro mês.
Nos ciclos seguintes, já existe proteção anitconcepcional desde o início. Mesmo
com a queda dos níveis de ACO durante a pausa intencional de 7 dias, não há a retomada
do ciclo menstrual fisiológico, ou seja, não há estímulo suficiente para que o eixo
hipotálamo-hipófise-ovário retome sua função fisiológica. A queda dos níveis hormonais,
na pausa de 7 dias entre uma cartela e outra, causa um sangramento que é chamado de
“sangramento por privação” (queda da concentração do ACO nos líquidos biológicos) e não
um sangramento menstrual, pois o endométrio não vinha sendo estimulado. A retomada da
ingestão do ACO volta a elevar os níveis hormonais e faz cessar o sangramento.
Quando, por conveniência ou não, a mulher não faz a pausa entre as cartelas, não
há uma queda dos níveis hormonais e, portanto, não acontece o sangramento. A pausa
não interfere no bloqueio hormonal causado pelo uso do anticoncepcional e, portanto,
administrar ininterruptamente duas ou mais cartelas não influencia na proteção assegurada
pelo uso contínuo do anticoncepcional.
Diferentemente das pílulas comuns, a pílula pós-coital não é apropriada para o uso
rotineiro, pois sua alta dosagem produz efeitos colaterais graves de curto e longo prazo.
Seu uso é indicado para situações de emergência, como estupro e incesto e, além disso o
mecanismo de ação dos mesmos ainda é obscuro e há controvérsias sobre a possibilidade
de serem abortivos.