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Bruno Chieregatti e Joao de Sá Brasil.

Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco e Silvana Guimarães

Escola de Sargentos das Armas

ESA
Curso de Formação de Sargento do Exército (CFS)

A apostila preparatória é elaborada antes da publicação do Edital Oficial com base no edital anterior,
para que o aluno antecipe seus estudos.

JN056-19
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se
você conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.

OBRA

Escola de Sargentos das Armas ESA

Curso de Formação de Sargento do Exército (CFS)

AUTORES

Matemática - Prof° Bruno Chieregatti e Prof° Joao de Sá Brasil


Português - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
História do Brasil - Profª Silvana Guimarães
Geografia do Brasil - Profª Silvana Guimarães
Inglês - Profª Katiuska W. Burgos General

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Leandro Filho
Erica Duarte

DIAGRAMAÇÃO
Elaine Cristina
Thais Regis
Danna Silva

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

Publicado em 01/2019

www.novaconcursos.com.br

sac@novaconcursos.com.br
SUMÁRIO

MATEMÁTICA

Teoria dos conjuntos e conjuntos numéricos a) Representação de conjuntos e subconjuntos: união, interseção e diferença de
conjuntos. b) Razões e proporções: razão de duas grandezas, proporção e suas propriedades, escala, divisão em partes direta
e inversamente proporcionais, regra de três simples e composta, porcentagem, juros simples e juros compostos. c) Números
Naturais e Inteiros: divisibilidade, mínimo múltiplo comum, máximo divisor comum, decomposição em fatores primos,
operações e propriedades. d) Números Racionais e Reais: operações e propriedades, representação decimal, desigualdades,
intervalos reais..........................................................................................................................................................................................................................01
Funções a) Domínio, contradomínio e imagem. b) Raiz de uma função. c) Funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras. d) Funções
crescentes, decrescentes e constantes. e) Funções compostas e inversas.......................................................................................................50
Função afim e função quadrática... a) Gráfico, domínio, imagem e características. b) Variações de sinal. c) Máximos e mínimos.
d) Resolução de equações e inequações. e) Inequação produto e inequação quociente..........................................................................50
Função exponencial a) Gráfico, domínio, imagem e características. b) Equações e inequações exponenciais..................................60
Função logarítmica a) Definição de logaritmo, propriedades operatórias e mudança de base. b) Gráfico, domínio, imagem e
características da função logarítmica. c) Equações e inequações logarítmicas.............................................................................................62
Trigonometria a) Trigonometria no triângulo retângulo. b) Trigonometria num triângulo qualquer. c) Unidades de medidas
de arcos e ângulos: graus e radianos. d) Círculo trigonométrico, razões trigonométricas, redução ao 1º quadrante. e) Funções
trigonométricas: seno, cosseno e tangente; relações e identidades. f) Fórmulas de adição de arcos e arcos duplos....................63
Análise combinatória a) Fatorial: definição e operações. b) Princípio Fundamental da Contagem. c) Arranjos, permutações e
combinações.............................................................................................................................................................................................................................69
Probabilidade a) Experimento aleatório, espaço amostral, evento.b) Probabilidade em espaços amostrais equiprováveis. c)
Probabilidade da união e interseção de eventos. d) Probabilidade condicional. e) Eventos independentes.....................................75
Noções de estatística a) População e amostra. b) Frequência absoluta e frequência relativa. c) Medidas de tendência central:
média aritmética, média aritmética ponderada, mediana e moda......................................................................................................................76
Sequências numéricas a) Lei de formação de uma sequência. b) Progressões aritméticas e geométricas: termo geral, soma dos
termos e propriedades..........................................................................................................................................................................................................94
Matrizes, determinantes e sistemas lineares a) Matrizes: conceito, tipos especiais, operações e matriz inversa. b) Determinantes:
conceito, resolução e propriedades. c) Sistemas lineares: resolução, classificação e discussão..............................................................95
Geometria plana a) Congruência de figuras planas. b) Semelhança de triângulos. c) Relações métricas nos triângulos,
polígonos regulares e círculos. d) Inscrição e circunscrição de polígonos regulares. e) Áreas de polígonos, círculo, coroa e
setor circular................................................................................................................................................................................................................. 105
Geometria espacial a) Retas e planos no espaço: paralelismo e perpendicularismo. b) Prismas, pirâmides, cilindros e cones:
conceito, elementos, classificação, áreas, volumes e troncos. c) Esfera: elementos, seção da esfera, área e volume.................. 125
Geometria analítica a) Ponto: o plano cartesiano, distância entre dois pontos, ponto médio de um segmento, condição de
alinhamento de três pontos. b) Estudo da reta: equação geral e reduzida; interseção, paralelismo e perpendicularismo entre
retas; distância de um ponto a uma reta; área de um triângulo. c) Estudo da circunferência: equação geral e reduzida; posições
relativas entre ponto e circunferência, reta e circunferência e duas circunferências; tangência........................................................... 130
Números complexos a) O número “i”. b) Conjugado e módulo de um número complexo. c) Representação algébrica e
trigonométrica de um número complexo. d) Operações nas formas algébrica e trigonométrica....................................................... 138
Polinômios a) Função polinomial; polinômio identicamente nulo; grau de um polinômio; identidade de um polinômio, raiz de
um polinômio; operações com polinômios; valor numérico de um polinômio. b) Divisão de polinômios, Teorema do Resto,
Teorema de D’Alembert, dispositivo de Briot-Ruffini............................................................................................................................................. 140
Equações polinomiais a) Definição, raízes e multiplicidade. b) Teorema Fundamental da Álgebra. c) Relações entre coeficientes
e raízes. d) Raízes reais e complexas............................................................................................................................................................................. 140
SUMÁRIO

PORTUGUÊS

Leitura, interpretação e análise de textos: Leitura, interpretação e análise dos significados presentes em um texto e o
respectivo relacionamento com o universo em que o texto foi produzido........................................................................................ 01
Fonética, ortografia e pontuação: Correta escrita das palavras da língua portuguesa, acentuação gráfica, partição silábica
e pontuação................................................................................................................................................................................................................. 09
Morfologia: Estrutura e formação das palavras e classes de palavras.................................................................................................. 23
Morfossintaxe: Frase, oração e período, termos da oração, orações do período (desenvolvidas e reduzidas), funções
sintáticas do pronome relativo, sintaxe de regência (verbal e nominal), sintaxe de concordância (verbal e nominal) e
sintaxe de colocação................................................................................................................................................................................................. 64
Noções de versificação: Estrutura do verso, tipos de verso, rima, estrofação e poemas de forma fixa.................................. 91
Teoria da linguagem e semântica: História da Língua Portuguesa; linguagem, língua, discurso e estilo; níveis de linguagem,
funções da linguagem; figuras de linguagem; e significado das palavras.......................................................................................... 97
Introdução à literatura: A arte literária, os gêneros literários e a evolução da arte literária, em Portugal e no Brasil.....106
Literatura brasileira: Contexto histórico, características, principais autores e obras do Quinhentismo, Barroco, Arcadismo,
Romantismo, Realismo, Naturalismo, Impressionismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo e Modernismo..108
Redação: Gênero textual; textualidade e estilo (funções da linguagem; coesão e coerência textual; tipos de discurso;
intertextualidade; denotação e conotação; figuras de linguagem; mecanismos de coesão; a ambiguidade; a não-
contradição; paralelismos sintáticos e semânticos; continuidade e progressão textual); texto e contexto; o texto narrativo:
o enredo, o tempo e o espaço; a técnica da descrição; o narrador; o texto argumentativo; o tema; a impessoalidade;
a carta argumentativa; a crônica argumentativa; a argumentação e a persuasão; o texto dissertativo-argumentativo;
a consistência dos argumentos; a contra-argumentação; o parágrafo; a informatividade e o senso comum; formas de
desenvolvimento do texto dissertativo-argumentativo; a introdução; e a conclusão..................................................................118
Alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado
em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste, aprovado no Brasil pelo Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008
e alterado pelo Decreto nº 7.875, de 27 de dezembro de 2012...........................................................................................................130

HISTÓRIA DO BRASIL

1) História do Brasil.................................................................................................................................................................................................................01
a) A expansão Ultramarina Européia dos séculos XV e XVI....................................................................................................................................01
b) O Sistema Colonial Português na América: Estrutura político-administrativa, estrutura socioeconômica, invasões estrangeiras,
expansão territorial, interiorização e formação das fronteiras, as reformas pombalinas, rebeliões coloniais; e movimentos e
tentativas emancipacionistas..............................................................................................................................................................................................01
c) O Período Joanino e a Independência........................................................................................................................................................................01
(1) A presença britânica no Brasil, a transferência da Corte, os tratados, as principais medidas de D. João VI no Brasil, a política
joanina, os partidos políticos, as revoltas, conspirações e revoluções e a emancipação e os conflitos sociais.................................01
(2) O processo de independência do Brasil...................................................................................................................................................................01
d) Brasil Imperial: Primeiro Reinado e Período Regencial: aspectos administrativos, militares, culturais, econômicos, sociais e
territoriais; Segundo Reinado: aspectos administrativos, militares, econômicos, sociais e territoriais; e Crise da Monarquia e
Proclamação da República...................................................................................................................................................................................................01
e) Brasil República: Aspectos administrativos, culturais, econômicos, sociais e territoriais, revoltas, crises e conflitos e a
participação brasileira na II Guerra Mundial.................................................................................................................................................................01
SUMÁRIO

GEOGRAFIA DO BRASIL
2) Geografia do Brasil.............................................................................................................................................................................................................01
a) O território nacional: a construção do Estado e da Nação, a obra de fronteiras, fusoshorários e a federação brasileira........01
b) O espaço brasileiro: relevo, climas, vegetação, hidrografia e solos................................................................................................................01
c) Políticas territoriais: meio ambiente............................................................................................................................................................................01
d) Modelo econômico brasileiro: o processo de industrialização, o espaço industrial, a energia e o meio ambiente, os complexos
agroindustriais e os eixos de circulação e os custos de deslocamento.............................................................................................................01
e) A população brasileira: a sociedade nacional, a nova dinâmica demográfica, os trabalhadores e o mercado de trabalho, a
questão agrária, pobreza e exclusão social e o espaço das cidades...................................................................................................................01
f) Políticas territoriais e regionais: a Amazônia, o Nordeste, o Mercosul e a América do Sul...................................................................01

INGLÊS
Competências e Habilidades: Compreender a utilização de mecanismos de coesão e coerência na produção escrita; Compreender
de que forma determinada expressão pode ser interpretada em razão de aspectos sociais e/ou culturais; Analisar os recursos
expressivos da linguagem verbal, relacionando textos e contextos mediante a natureza, função, organização, estrutura, de
acordo com as condições de produção..........................................................................................................................................................................01
Conteúdos linguístico-textuais: Denotação e Conotação; Sinonímia e Antonímia; Correlação morfológica, sintática e/ou
semântica; Pronomes e suas referências; Artigos (definidos e indefinidos); Singular e Plural; Verbos no Presente, para expressar
hábitos e rotinas, em suas formas afirmativa, interrogativa ou negativa; Verbos no Presente Contínuo, para expressar atividades
momentâneas e futuro, em suas formas afirmativa, interrogativa ou negativa; Comparativo e Superlativo; Adjetivos e Advérbios
e suas posições nas frases; Quantificadores (many, much, few, little, a lot of)...............................................................................................05
ÍNDICE

MATEMÁTICA

Teoria dos conjuntos e conjuntos numéricos a) Representação de conjuntos e subconjuntos: união, interseção e diferença de
conjuntos. b) Razões e proporções: razão de duas grandezas, proporção e suas propriedades, escala, divisão em partes direta
e inversamente proporcionais, regra de três simples e composta, porcentagem, juros simples e juros compostos. c) Números
Naturais e Inteiros: divisibilidade, mínimo múltiplo comum, máximo divisor comum, decomposição em fatores primos,
operações e propriedades. d) Números Racionais e Reais: operações e propriedades, representação decimal, desigualdades,
intervalos reais..........................................................................................................................................................................................................................01
Funções a) Domínio, contradomínio e imagem. b) Raiz de uma função. c) Funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras. d) Funções
crescentes, decrescentes e constantes. e) Funções compostas e inversas.......................................................................................................50
Função afim e função quadrática.. a) Gráfico, domínio, imagem e características. b) Variações de sinal. c) Máximos e mínimos.
d) Resolução de equações e inequações. e) Inequação produto e inequação quociente..........................................................................50
Função exponencial a) Gráfico, domínio, imagem e características. b) Equações e inequações exponenciais..................................60
Função logarítmica a) Definição de logaritmo, propriedades operatórias e mudança de base. b) Gráfico, domínio, imagem e
características da função logarítmica. c) Equações e inequações logarítmicas.............................................................................................62
Trigonometria a) Trigonometria no triângulo retângulo. b) Trigonometria num triângulo qualquer. c) Unidades de medidas
de arcos e ângulos: graus e radianos. d) Círculo trigonométrico, razões trigonométricas, redução ao 1º quadrante. e) Funções
trigonométricas: seno, cosseno e tangente; relações e identidades. f) Fórmulas de adição de arcos e arcos duplos....................63
Análise combinatória a) Fatorial: definição e operações. b) Princípio Fundamental da Contagem. c) Arranjos, permutações e
combinações.............................................................................................................................................................................................................................69
Probabilidade a) Experimento aleatório, espaço amostral, evento.b) Probabilidade em espaços amostrais equiprováveis. c)
Probabilidade da união e interseção de eventos. d) Probabilidade condicional. e) Eventos independentes.....................................75
Noções de estatística a) População e amostra. b) Frequência absoluta e frequência relativa. c) Medidas de tendência central:
média aritmética, média aritmética ponderada, mediana e moda......................................................................................................................76
Sequências numéricas a) Lei de formação de uma sequência. b) Progressões aritméticas e geométricas: termo geral, soma dos
termos e propriedades..........................................................................................................................................................................................................94
Matrizes, determinantes e sistemas lineares a) Matrizes: conceito, tipos especiais, operações e matriz inversa. b) Determinantes:
conceito, resolução e propriedades. c) Sistemas lineares: resolução, classificação e discussão..............................................................95
Geometria plana a) Congruência de figuras planas. b) Semelhança de triângulos. c) Relações métricas nos triângulos,
polígonos regulares e círculos. d) Inscrição e circunscrição de polígonos regulares. e) Áreas de polígonos, círculo, coroa e
setor circular................................................................................................................................................................................................................. 105
Geometria espacial a) Retas e planos no espaço: paralelismo e perpendicularismo. b) Prismas, pirâmides, cilindros e cones:
conceito, elementos, classificação, áreas, volumes e troncos. c) Esfera: elementos, seção da esfera, área e volume.................. 125
Geometria analítica a) Ponto: o plano cartesiano, distância entre dois pontos, ponto médio de um segmento, condição de
alinhamento de três pontos. b) Estudo da reta: equação geral e reduzida; interseção, paralelismo e perpendicularismo entre
retas; distância de um ponto a uma reta; área de um triângulo. c) Estudo da circunferência: equação geral e reduzida; posições
relativas entre ponto e circunferência, reta e circunferência e duas circunferências; tangência.......................................................... 130
Números complexos a) O número “i”. b) Conjugado e módulo de um número complexo. c) Representação algébrica e
trigonométrica de um número complexo. d) Operações nas formas algébrica e trigonométrica....................................................... 138
Polinômios a) Função polinomial; polinômio identicamente nulo; grau de um polinômio; identidade de um polinômio, raiz de
um polinômio; operações com polinômios; valor numérico de um polinômio. b) Divisão de polinômios, Teorema do Resto,
Teorema de D’Alembert, dispositivo de Briot-Ruffini............................................................................................................................................. 140
Equações polinomiais a) Definição, raízes e multiplicidade. b) Teorema Fundamental da Álgebra. c) Relações entre coeficientes
e raízes. d) Raízes reais e complexas............................................................................................................................................................................. 140
ÍNDICE

MATEMÁTICA
TEORIA DOS CONJUNTOS E CONJUNTOS NUMÉRICOS; A) REPRESENTAÇÃO DE CONJUNTOS E
SUBCONJUNTOS: UNIÃO, INTERSEÇÃO E DIFERENÇA DE CONJUNTOS.; B) RAZÕES E PROPORÇÕES:
RAZÃO DE DUAS GRANDEZAS, PROPORÇÃO E SUAS PROPRIEDADES, ESCALA, DIVISÃO EM
PARTES DIRETA E INVERSAMENTE PROPORCIONAIS, REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA,
PORCENTAGEM, JUROS SIMPLES E JUROS COMPOSTOS.; C) NÚMEROS NATURAIS E INTEIROS:
DIVISIBILIDADE, MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM, MÁXIMO DIVISOR COMUM, DECOMPOSIÇÃO EM
FATORES PRIMOS, OPERAÇÕES E PROPRIEDADES.; D) NÚMEROS RACIONAIS E REAIS: OPERAÇÕES
E PROPRIEDADES, REPRESENTAÇÃO DECIMAL, DESIGUALDADES, INTERVALOS REAIS.

TEORIA DOS CONJUNTOS

1. Representação

- Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 2, 3, 4, 5}


- Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando esses elementos temos:
B={3,4,5,6,7}
- por meio de diagrama:

Quando um conjunto não possuir elementos chamares de conjunto vazio: S=∅ ou S={ }.

2. Igualdade

Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exatamente os mesmos elementos. Em símbolo:

Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber apenas quais são os elementos.
Não importa ordem:
A={1,2,3} e B={2,1,3}
Não importa se há repetição:
A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

3. Relação de Pertinência

Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação que o elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)
MATEM[ÁTICA

Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5}


0∈A
2∉A

1
4. Relações de Inclusão Exemplo:
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
Relacionam um conjunto com outro conjunto. A∩B={d,e}
Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido),
⊃(contém), (não contém) 6.2. Diferença

A Relação de inclusão possui 3 propriedades: Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que
a cada par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto
Exemplo: definido por:
{1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5} A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o
{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5} complementar de B em relação a A.
Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina, A este conjunto pertencem os elementos de A que não
boca aberta para o maior conjunto. pertencem a B.

5. Subconjunto

O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de


A é também elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}

6. Operações

6.1. União A\B = {x : x∈A e x∉B}.


B-A = {x : x∈B e x∉A}.
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro
formado pelos elementos que pertencem pelo menos
um dos conjuntos a que chamamos conjunto união e
representamos por: A∪B.
Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou x B}

Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}

Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do
conjunto A menos os elementos que pertencerem ao
conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

Interseção
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado
pelos elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é
representada por: A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e xB}

6.3. Complementar
MATEM[ÁTICA

O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado


pelos elementos do conjunto universo que não pertencem a A.

2
Fórmulas da união

n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A∪ B∪ C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-
n(A∩C)-n(B C)

Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao invés


de fazer todo o digrama, se colocarmos nessa fórmula,
o resultado é mais rápido, o que na prova de concurso é
interessante devido ao tempo.
Mas, faremos exercícios dos dois modos para você
entender melhor e perceber que, dependendo do exercício
é melhor fazer de uma forma ou outra.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO –


FCC – 2015) Em um grupo de 32 homens, 18 são altos,
22 são barbados e 16 são carecas. Homens altos e barba- Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas
dos que não são carecas são seis. Todos homens altos que homens carecas e altos.
são carecas, são também barbados. Sabe-se que existem Homens altos e barbados são 6
5 homens que são altos e não são barbados nem carecas.
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não
são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que
são carecas e não são altos e nem barbados. Dentre todos
esses homens, o número de barbados que não são altos,
mas são carecas é igual a

a) 4.
b) 7.
c) 13.
d) 5.
e) 8.

Resposta: Letra A.

Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não


são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens
que são carecas e não são altos e nem barbados
Sabemos que 18 são altos
MATEM[ÁTICA

Primeiro, quando temos 3 diagramas, sempre começa-


mos pela interseção dos 3, depois interseção a cada 2 e
por fim, cada um

3
Cada uma das 400 pessoas do grupo A é ou diabética ou
fumante ou ambos (diabética e fumante).
A população do grupo B é constituída por três conjuntos
de indivíduos: fumantes, ex-fumantes e pessoas que nunca
fumaram (não fumantes).
Com base nessas informações, julgue o item subsecutivo.
Se, das pessoas do grupo A, 280 são fumantes e 195 são
diabéticas, então 120 pessoas desse grupo são diabéticas
e não são fumantes.

Resposta: Certo

Quando somarmos 5+x+6=18


X=18-11=7
Carecas são 16

280-x+x+195-x=400
x=75
Diabéticos: 195-75=120

Referências
YOUSSEF, Antonio Nicolau (et al.). Matemática: ensino
médio, volume único. – São Paulo: Scipione, 2005.
CARVALHO, S. Raciocínio Lógico Simplificado, volume
1, 2010.

7+y+5=16
Y=16-12
Y=4
Então o número de barbados que não são altos, mas são
carecas são 4.

2. (INSS – ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – CESPE –


2016) Uma população de 1.000 pessoas acima de 60 anos
de idade foi dividida nos seguintes dois grupos:
A: aqueles que já sofreram infarto (totalizando 400 pesso-
as); e
MATEM[ÁTICA

B: aqueles que nunca sofreram infarto (totalizando 600


pessoas).

4
Números Naturais e suas operações fundamentais Ex: O antecessor de 2 é 1.
Ex: O antecessor de 56 é 55.
1. Definição de Números Naturais Ex: O antecessor de 10 é 9.

Os números naturais como o próprio nome diz, são os


FIQUE ATENTO!
números que naturalmente aprendemos, quando estamos
iniciando nossa alfabetização. Nesta fase da vida, não O único número natural que não possui
estamos preocupados com o sinal de um número, mas sim antecessor é o 0 (zero) !
em encontrar um sistema de contagem para quantificarmos
as coisas. Assim, os números naturais são sempre positivos
e começando por zero e acrescentando sempre uma 1.1. Operações com Números Naturais
unidade, obtemos os seguintes elementos:
Agora que conhecemos os números naturais e temos
ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … . um sistema numérico, vamos iniciar o aprendizado das
operações matemáticas que podemos fazer com eles.
Sabendo como se constrói os números naturais, Muito provavelmente, vocês devem ter ouvido falar das
podemos agora definir algumas relações importantes entre quatro operações fundamentais da matemática: Adição,
eles: Subtração, Multiplicação e Divisão. Vamos iniciar nossos
estudos com elas:
a) Todo número natural dado tem um sucessor (número
que está imediatamente à frente do número dado Adição: A primeira operação fundamental da Aritmética
na seqüência numérica). Seja m um número natural tem por finalidade reunir em um só número, todas as
qualquer, temos que seu sucessor será sempre de- unidades de dois ou mais números. Antes de surgir os
finido como m+1. Para ficar claro, seguem alguns algarismos indo-arábicos, as adições podiam ser realizadas
exemplos: por meio de tábuas de calcular, com o auxílio de pedras ou
por meio de ábacos. Esse método é o mais simples para se
Ex: O sucessor de 0 é 1. aprender o conceito de adição, veja a figura a seguir:
Ex: O sucessor de 1 é 2.
Ex: O sucessor de 19 é 20.

b) Se um número natural é sucessor de outro, então os


dois números que estão imediatamente ao lado do
outro são considerados como consecutivos. Vejam
os exemplos:

Ex: 1 e 2 são números consecutivos.


Ex: 5 e 6 são números consecutivos.
Ex: 50 e 51 são números consecutivos. Observando a historinha, veja que as unidades (pedras)
foram reunidas após o passeio no quintal. Essa reunião das
c) Vários números formam uma coleção de números pedras é definida como adição. Simbolicamente, a adição é
naturais consecutivos se o segundo for sucessor do representada pelo símbolo “+” e assim a historinha fica da
primeiro, o terceiro for sucessor do segundo, o quar- seguinte forma:
to for sucessor do terceiro e assim sucessivamente.
Observe os exemplos a seguir: 3 2 5
+ =
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑒𝑔𝑢𝑒𝑖 𝑛𝑜 𝑞𝑢𝑖𝑛𝑡𝑎𝑙 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜
Ex: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.
Ex: 5, 6 e 7 são consecutivos.
Ex: 50, 51, 52 e 53 são consecutivos. Como toda operação matemática, a adição possui
d) Analogamente a definição de sucessor, podemos algumas propriedades, que serão apresentadas a seguir:
definir o número que vem imediatamente antes ao
número analisado. Este número será definido como a) Fechamento: A adição no conjunto dos números na-
antecessor. Seja m um número natural qualquer, te- turais é fechada, pois a soma de dois números natu-
mos que seu antecessor será sempre definido como rais será sempre um número natural.
m-1. Para ficar claro, seguem alguns exemplos:
MATEM[ÁTICA

5
b) Associativa: A adição no conjunto dos números naturais é associativa, pois na adição de três ou mais parcelas de
números naturais quaisquer é possível associar as parcelas de quaisquer modos, ou seja, com três números naturais,
somando o primeiro com o segundo e ao resultado obtido somarmos um terceiro, obteremos um resultado que é
igual à soma do primeiro com a soma do segundo e o terceiro. Apresentando isso sob a forma de números, sejam
A,B e C, três números naturais, temos que:
𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 𝐴 + (𝐵 + 𝐶)

c) Elemento neutro: Esta propriedade caracteriza-se pela existência de número que ao participar da operação de adi-
ção, não altera o resultado final. Este número será o 0 (zero). Seja A, um número natural qualquer, temos que:

𝐴+0 = 𝐴

d) Comutativa: No conjunto dos números naturais, a adição é comutativa, pois a ordem das parcelas não altera a soma,
ou seja, somando a primeira parcela com a segunda parcela, teremos o mesmo resultado que se somando a segunda
parcela com a primeira parcela. Sejam dois números naturais A e B, temos que:

𝐴+𝐵 =𝐵 +𝐴
Subtração: É a operação contrária da adição. Ao invés de reunirmos as unidades de dois números naturais, vamos retirar
uma quantidade de um número. Voltando novamente ao exemplo das pedras:

Observando a historinha, veja que as unidades (pedras) que eu tinha foram separadas. Essa separação das pedras é definida
como subtração. Simbolicamente, a subtração é representada pelo símbolo “-” e assim a historinha fica da seguinte forma:
5 3 2
− =
𝑇𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑎𝑚𝑖𝑔𝑜 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜
A subtração de números naturais também possui suas propriedades, definidas a seguir:

a) Não fechada: A subtração de números naturais não é fechada, pois há um caso onde a subtração de dois números
naturais não resulta em um número natural. Sejam dois números naturais A,B onde A < B, temos que:
A−B< 0
Como os números naturais são positivos, A-B não é um número natural, portanto a subtração não é fechada.

b) Não Associativa: A subtração de números naturais também não é associativa, uma vez que a ordem de resolução é im-
portante, devemos sempre subtrair o maior do menor. Quando isto não ocorrer, o resultado não será um número natural.
c) Elemento neutro: No caso do elemento neutro, a propriedade irá funcionar se o zero for o termo a ser subtraído do
número. Se a operação for inversa, o elemento neutro não vale para os números naturais:
d) Não comutativa: Vale a mesma explicação para a subtração de números naturais não ser associativa. Como a ordem
de resolução importa, não podemos trocar os números de posição

Multiplicação: É a operação que tem por finalidade adicionar o primeiro número denominado multiplicando ou parcela,
tantas vezes quantas são as unidades do segundo número denominadas multiplicador. Veja o exemplo:
MATEM[ÁTICA

Ex: Se eu economizar toda semana R$ 6,00, ao final de 5 semanas, quanto eu terei guardado?

Pensando primeiramente em soma, basta eu somar todas as economias semanais:

6
6 + 6 + 6 + 6 + 6 = 30

Quando um mesmo número é somado por ele mesmo repetidas vezes, definimos essa operação como multiplicação. O
símbolo que indica a multiplicação é o “x” e assim a operação fica da seguinte forma:
6+6+6+6+6 6𝑥5
= = 30
𝑆𝑜𝑚𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑝𝑒𝑡𝑖çõ𝑒𝑠

A multiplicação também possui propriedades, que são apresentadas a seguir:

a) Fechamento: A multiplicação é fechada no conjunto dos números naturais, pois realizando o produto de dois ou
mais números naturais, o resultado será um número natural.

b) Associativa: Na multiplicação, podemos associar três ou mais fatores de modos diferentes, pois se multiplicarmos o
primeiro fator com o segundo e depois multiplicarmos por um terceiro número natural, teremos o mesmo resultado
que multiplicar o terceiro pelo produto do primeiro pelo segundo. Sejam os números naturais m,n e p, temos que:
𝑚 𝑥 𝑛 𝑥 𝑝 = 𝑚 𝑥 (𝑛 𝑥 𝑝)

c) Elemento Neutro: No conjunto dos números naturais também existe um elemento neutro para a multiplicação mas
ele não será o zero, pois se não repetirmos a multiplicação nenhuma vez, o resultado será 0. Assim, o elemento neutro
da multiplicação será o número 1. Qualquer que seja o número natural n, tem-se que:
𝑛𝑥1=𝑛

d) Comutativa: Quando multiplicamos dois números naturais quaisquer, a ordem dos fatores não altera o produto, ou
seja, multiplicando o primeiro elemento pelo segundo elemento teremos o mesmo resultado que multiplicando o
segundo elemento pelo primeiro elemento. Sejam os números naturais m e n, temos que:
𝑚𝑥𝑛 = 𝑛𝑥𝑚

e) Prioridade sobre a adição e subtração: Quando se depararem com expressões onde temos diferentes operações
matemática, temos que observar a ordem de resolução das mesmas. Observe o exemplo a seguir:

Ex: 2 + 4 𝑥 3

Se resolvermos a soma primeiro e depois a multiplicação, chegamos em 18.


Se resolvermos a multiplicação primeiro e depois a soma, chegamos em 14. Qual a resposta certa?

A multiplicação tem prioridade sobre a adição, portanto deve ser resolvida primeiro e assim a resposta correta é 14.

FIQUE ATENTO!
Caso haja parênteses na soma, ela tem prioridade sobre a multiplicação. Utilizando o exemplo, temos que: .
(2 + 4)𝐱3 = 6 𝐱 3 = 18 Nesse caso, realiza-se a soma primeiro, pois ela está dentro dos parênteses

f) Propriedade Distributiva: Uma outra forma de resolver o exemplo anterior quando se a soma está entre parênteses
é com a propriedade distributiva. Multiplicando um número natural pela soma de dois números naturais, é o mesmo
que multiplicar o fator, por cada uma das parcelas e a seguir adicionar os resultados obtidos. Veja o exemplo:
2 + 4 x 3 = 2x3 + 4x3 = 6 + 12 = 18
MATEM[ÁTICA

Veja que a multiplicação foi distribuída para os dois números do parênteses e o resultado foi o mesmo que do item
anterior.

7
Divisão: Dados dois números naturais, às vezes
necessitamos saber quantas vezes o segundo está contido
no primeiro. O primeiro número é denominado dividendo EXERCÍCIO COMENTADO
e o outro número é o divisor. O resultado da divisão é
chamado de quociente. Nem sempre teremos a quantidade
exata de vezes que o divisor caberá no dividendo, podendo 1. (Pref. De Bom Retiro – SC) A Loja Berlanda está com
sobrar algum valor. A esse valor, iremos dar o nome de promoção de televisores. Então resolvi comprar um televi-
resto. Vamos novamente ao exemplo das pedras: sor por R$ 1.700,00. Dei R$ 500,00 de entrada e o restante
vou pagar em 12 prestações de:

a) R$ 170,00
b) R$ 1.200,00
c) R$ 200,00
d) R$ 100,00

Resposta: Letra D: Dado o preço inicial de R$ 1700,00,


basta subtrair a entrada de R$ 500,00, assim: R$ 1700,00-
500,00 = R$ 1200,00. Dividindo esse resultado em 12
No caso em particular, conseguimos dividir as 8 pedras prestações, chega-se a R$ 1200,00 : 12 = R$ 100,00
para 4 amigos, ficando cada um deles como 2 unidades e
não restando pedras. Quando a divisão não possui resto,
ela é definida como divisão exata. Caso contrário, se Números Inteiros e suas operações fundamentais
ocorrer resto na divisão, como por exemplo, se ao invés de
4 fossem 3 amigos: 1.1 Definição de Números Inteiros

Definimos o conjunto dos números inteiros como a


união do conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3, 4,...,
n,...}, com o conjunto dos opostos dos números naturais,
que são definidos como números negativos. Este conjunto
é denotado pela letra Z e é escrito da seguinte forma:
ℤ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, … }
Sabendo da definição dos números inteiros, agora é
possível indiciar alguns subconjuntos notáveis:
Nessa divisão, cada amigo seguiu com suas duas pedras,
porém restaram duas que não puderam ser distribuídas, a) O conjunto dos números inteiros não nulos: São to-
pois teríamos amigos com quantidades diferentes de dos os números inteiros, exceto o zero:
pedras. Nesse caso, tivermos a divisão de 8 pedras por
ℤ∗ = {… , −4, −3, −2, −1, 1, 2, 3, 4, … }
3 amigos, resultando em um quociente de 2 e um resto
também 2. Assim, definimos que essa divisão não é exata.
Devido a esse fato, a divisão de números naturais não b) O conjunto dos números inteiros não negativos: São
é fechada, uma vez que nem todas as divisões são exatas. todos os inteiros que não são negativos, ou seja, os
Também não será associativa e nem comutativa, já que números naturais:
a ordem de resolução importa. As únicas propriedades ℤ+ = 0, 1, 2, 3, 4, … = ℕ
válidas na divisão são o elemento neutro (que segue sendo
1, desde que ele seja o divisor) e a propriedade distributiva. c) O conjunto dos números inteiros positivos: São to-
dos os inteiros não negativos, e neste caso, o zero
não pertence ao subconjunto:
FIQUE ATENTO! ℤ∗+ = 1, 2, 3, 4, …
A divisão tem a mesma ordem de prioridade d) O conjunto dos números inteiros não positivos: São
de resolução que a multiplicação, assim ambas todos os inteiros não positivos:
podem ser resolvidas na ordem que aparecem. ℤ_ = {… , −4, −3, −2, −1, 0, }
MATEM[ÁTICA

e) O conjunto dos números inteiros negativos: São to-


dos os inteiros não positivos, e neste caso, o zero não
pertence ao subconjunto:
ℤ∗ _ = {… , −4, −3, −2, −1}

8
1.2 Definições Importantes dos Números inteiros Ex: (+8) + (−5) = ?

Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a Neste caso, temos um ganho de 8 e uma perda de 5, que
distância ou afastamento desse número até o zero, na reta naturalmente sabemos que resultará em um ganho de 3:
numérica inteira. Representa-se o módulo pelo símbolo | |.
Vejam os exemplos: +8 = Ganhar 8
-5 = Perder 5
Ex: O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
Ex: O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7 Logo: (Ganhar 8) + (Perder 5) = (Ganhar 3)
Ex: O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9
Se observarem essa operação, vocês irão perceber que
a) O módulo de qualquer número inteiro, diferente de ela tem o mesmo resultado que 8 − 5 = 3. Basicamente
zero, é sempre positivo. ambas são as mesmas operações, sem a presença dos
parênteses e a explicação de como se chegar a essa
Números Opostos: Voltando a definição do inicio do simplificação será apresentado nos itens seguintes deste
capítulo, dois números inteiros são ditos opostos um do capítulo.
outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos que Agora, e se a perda for maior que o ganho? Veja o
os representam distam igualmente da origem. Vejam os exemplo:
exemplos:
Ex: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2, Ex: −8 + +5 = ?
pois 2 + (-2) = (-2) + 2 = 0
Ex: No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a Usando a regra, temos que:
é – a, e vice-versa.
Ex: O oposto de zero é o próprio zero. -8 = Perder 8
+5 = Ganhar 5
1.3 Operações com Números Inteiros
Logo: (Perder 8) + (Ganhar 5) = (Perder 3)
Adição: Diferentemente da adição de números naturais,
a adição de números inteiros pode gerar um pouco Após a definição de adição de números inteiros, vamos
de confusão ao leito. Para melhor entendimento desta apresentar algumas de suas propriedades:
operação, associaremos aos números inteiros positivos o
conceito de “ganhar” e aos números inteiros negativos o a) Fechamento: O conjunto Z é fechado para a adição, isto
conceito de “perder”. Vejam os exemplos: é, a soma de dois números inteiros ainda é um número inteiro.

Ex: (+3) + (+5) = ? b) Associativa: Para todos 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℤ :

Obviamente, quem conhece a adição convencional, 𝑎 + (𝑏 + 𝑐) = (𝑎 + 𝑏) + 𝑐


sabe que este resultado será 8. Vamos ver agora pelo
conceito de “ganhar” e “perder”: Ex: 2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7

+3 = Ganhar 3 Comutativa: Para todos a,b em Z:


+5 = Ganhar 5 a+b=b+a
3+7=7+3
Logo: (Ganhar 3) + (Ganhar 5) = (Ganhar 8)
Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a cada
Ex: (−3) + (−5) = ? z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
z+0=z
Agora é o caso em que temos dois números negativos, 7+0=7
usando o conceito de “ganhar” ou “perder”:
Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z,
-3 = Perder 3 tal que
-5 = Perder 5 z + (–z) = 0
9 + (–9) = 0
Logo: (Perder 3) + (Perder 5) = (Perder 8)
Subtração de Números Inteiros
MATEM[ÁTICA

Neste caso, estamos somando duas perdas ou dois


prejuízos, assim o resultado deverá ser uma perda maior. A subtração é empregada quando:
- Precisamos tirar uma quantidade de outra quantidade;
E se tivermos um número positivo e um negativo? - Temos duas quantidades e queremos saber quanto
Vamos ver os exemplos: uma delas tem a mais que a outra;

9
- Temos duas quantidades e queremos saber quanto 1.4. Multiplicação de Números Inteiros
falta a uma delas para atingir a outra.
A multiplicação funciona como uma forma simplificada
A subtração é a operação inversa da adição. de uma adição quando os números são repetidos.
Poderíamos analisar tal situação como o fato de estarmos
Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9 ganhando repetidamente alguma quantidade, como por
exemplo, ganhar 1 objeto por 30 vezes consecutivas,
diferença significa ganhar 30 objetos e esta repetição pode ser
subtraendo indicada por um x, isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30
Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2
minuendo + 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60
Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos:
Considere as seguintes situações: (–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60
Observamos que a multiplicação é um caso particular
1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião da adição onde os valores são repetidos.
passou de +3 graus para +6 graus. Qual foi a variação da Na multiplicação o produto dos números a e b, pode
temperatura? ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal
Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) – entre as letras.
(+3) = +3 Para realizar a multiplicação de números inteiros,
devemos obedecer à seguinte regra de sinais:
2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, durante (+1) x (+1) = (+1)
o dia, era de +6 graus. À Noite, a temperatura baixou de (+1) x (-1) = (-1)
3 graus. Qual a temperatura registrada na noite de terça- (-1) x (+1) = (-1)
feira? (-1) x (-1) = (+1)
Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) + (–3)
= +3 Com o uso das regras acima, podemos concluir que:

Se compararmos as duas igualdades, verificamos que Sinais dos números Resultado do produto
(+6) – (+3) é o mesmo que (+5) + (–3).
Iguais Positivo
Temos: Diferentes Negativo
(+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
(+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3 Propriedades da multiplicação de números inteiros:
(–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3 O conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a
multiplicação de dois números inteiros ainda é um número
Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros é o inteiro.
mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do segundo.
Associativa: Para todos a,b,c em Z:
a x (b x c) = (a x b) x c
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Comutativa: Para todos a,b em Z:
1. Calcule: axb=bxa
3x7=7x3
a) (+12) + (–40) ;
b) (+12) – (–40) Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por
c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) zx1=z
7x1=7
Resposta: Aplicando as regras de soma e subtração de
inteiros, tem-se que: Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de zero,
a) (+12) + (–40) = 12 – 40 = -28 existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que
b) (+12) – (–40) = 12 + 40 = 52 z x z–1 = z x (1/z) = 1
c) (+5) + (–16) – (+9) – (–20) = +5 -16 – 9 + 20 = 25 – 25 = 0 9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1
MATEM[ÁTICA

d) (–3) – (–6) – (+4) + (–2) + (–15) = -3 + 6 – 4 – 2 – 15


= 6 – 24 = -18 Distributiva: Para todos a,b,c em Z:
a x (b + c) = (a x b) + (a x c)
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5)

10
1.5. Divisão de Números Inteiros - Toda potência de base positiva é um número inteiro
positivo.
Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9

- Toda potência de base negativa e expoente par é


um número inteiro positivo.
Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64

Sabemos que na divisão exata dos números naturais: - Toda potência de base negativa e expoente ímpar
é um número inteiro negativo.
40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40 Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125
36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36

Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a Propriedades da Potenciação:


divisão exata de números inteiros. Veja o cálculo:
Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se
(–20) : (+5) = q  (+5) . q = (–20)  q = (–4) a base e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 = (–7)9
Logo: (–20) : (+5) = +4
Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-
Considerando os exemplos dados, concluímos que, se a base e subtraem-se os expoentes. (+13)8 : (+13)6 =
para efetuar a divisão exata de um número inteiro por outro (+13)8 – 6 = (+13)2
número inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do
dividendo pelo módulo do divisor. Daí: Potência de Potência: Conserva-se a base e
multiplicam-se os expoentes. [(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10
- Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal,
Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (+9)1 = +9
o quociente é um número inteiro positivo.
(–13)1 = –13
- Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferentes,
o quociente é um número inteiro negativo.
Potência de expoente zero e base diferente de zero:
- A divisão nem sempre pode ser realizada no con-
É igual a 1. Exemplo: (+14)0 = 1 (–35)0 = 1
junto Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são
divisões que não podem ser realizadas em Z, pois o
Radiciação de Números Inteiros
resultado não é um número inteiro.
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é as- A raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro a
sociativa e não tem a propriedade da existência do é a operação que resulta em outro número inteiro não
elemento neutro. negativo b que elevado à potência n fornece o número a. O
número n é o índice da raiz enquanto que o número a é o
1- Não existe divisão por zero. radicando (que fica sob o sinal do radical).
Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro
existe um número inteiro cujo produto por zero seja a é a operação que resulta em outro número inteiro não
igual a –15. negativo que elevado ao quadrado coincide com o número
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente a.
de zero, é zero, pois o produto de qualquer número
inteiro por zero é igual a zero. Observação: Não existe a raiz quadrada de um número
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 /b) 0 : (+6) = 0 /c) 0 : (–1) = 0 inteiro negativo no conjunto dos números inteiros.

1.6. Potenciação de Números Inteiros Erro comum: Frequentemente lemos em materiais


didáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas
A potência an do número inteiro a, é definida como um aparecimento de:
produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
base e o número n é o expoente. 9 = ±3
an = a x a x a x a x ... x a
a é multiplicado por a n vezes mas isto está errado. O certo é:

Exemplos: 9 = +3
MATEM[ÁTICA

33 = (3) x (3) x (3) = 27


(-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125 Observamos que não existe um número inteiro não
(-7)² = (-7) x (-7) = 49 negativo que multiplicado por ele mesmo resulte em um
(+9)² = (+9) x (+9) = 81 número negativo.

11
A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a 7x0=0
operação que resulta em outro número inteiro que elevado 7x1=7
ao cubo seja igual ao número a. Aqui não restringimos os 7 x 2 = 14
nossos cálculos somente aos números não negativos. 7 x 3 = 21
7 x 4 = 28
Exemplos 7 x 5 = 35
O conjunto formado pelos resultados encontrados forma
(a)
3
8 = 2, pois 2³ = 8. o conjunto dos múltiplos de 7: M(7) = {0, 7, 14, 21, 28,...}.

(b)
3
−8 = –2, pois (–2)³ = -8. Observações:

(c)
3
27 = 3, pois 3³ = 27. - Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
- Todo número natural é múltiplo de 1.
(d)
3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27. - Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos
múltiplos.
Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o - O zero é múltiplo de qualquer número natural.
produto de números inteiros, concluímos que: - Os múltiplos do número 2 são chamados de números
(a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número pares, e a fórmula geral desses números é . Os
inteiro negativo. demais são chamados de números ímpares, e a fórmula
geral desses números é .
(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz
de qualquer número inteiro.
1.1. Critérios de divisibilidade:

Multiplicidade e Divisibilidade São regras práticas que nos possibilitam dizer se um


número é ou não divisível por outro, sem efetuarmos a
Um múltiplo de um número é o produto desse número divisão.
por um número natural qualquer. Já um divisor de um
número é um número cujo resto da divisão do número pelo Divisibilidade por 2: Um número é divisível por 2
divisor é zero. quando ele é par, ou seja, quando ele termina em 0, 2, 4,
6 ou 8.
Ex: Sabe-se que 30 ∶ 6 = 5, porque 5× 6 = 30.
Exs:
Pode-se dizer então que: a) 9656 é divisível por 2, pois termina em 6.
b) 4321 não é divisível por 2, pois termina em 1.
“30 é divisível por 6 porque existe um numero natural
(5) que multiplicado por 6 dá como resultado 30.” Divisibilidade por 3: Um número é divisível por 3
quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos
Um numero natural a é divisível por um numero natural é divisível por 3.
b, não-nulo, se existir um número natural c, tal que c . b = a .
Exs:
Voltando ao exemplo 30 ∶ 6 = 5 , conclui-se que: 30 é a) 65385 é divisível por 3, pois 6 + 5 + 3 + 8 + 5 = 27, e
múltiplo de 6, e 6 é divisor de 30. 27 é divisível por 3.
Analisando outros exemplos: b) 15443 não é divisível por 3, pois 1+ 5 + 4 + 4 + 3 =
17, e 17 não é divisível por 3.
a) 20 : 5 = 4 → 20 é múltiplo de 5 (4×5=20), e 5 é divisor
de 20 Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4
quando termina em 00 ou quando o número formado
b) 12 : 2 = 6 → 12 é múltiplo de 2 (6×2=12), e 2 é divisor
pelos dois últimos algarismos for divisível por 4.
de 12

1. Conjunto dos múltiplos de um número natural: Exs:


a) 536400 é divisível por 4, pois termina em 00.
É obtido multiplicando-se o número natural em questão b) 653524 é divisível por 4, pois termina em 24, e 24 é
pela sucessão dos números naturais: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,... divisível por 4.
MATEM[ÁTICA

c) 76315 não é divisível por 4, pois termina em 15, e 15


Ex: Conjunto dos múltiplos de 7. Para encontrar esse não é divisível por 4.
conjunto basta multiplicar por 7 cada um dos números da
sucessão dos naturais:

12
Divisibilidade por 5: Um número é divisível por 5 Portanto, conclui-se que 168 é múltiplo de 7. Se 168 é
quando termina em 0 ou 5. múltiplo de 7, então 1764 é divisível por 7.
Exs:
a) 35040 é divisível por 5, pois termina em 0. Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8
b) 7235 é divisível por 5, pois termina em 5. quando termina em 000 ou quando o número formado
c) 6324 não é divisível por 5, pois termina em 4. pelos três últimos algarismos for divisível por 8.
Exs:
a) 57000 é divisível por 8, pois termina em 000.
b) 67024 é divisível por 8, pois seus três últimos algaris-
EXERCÍCIO COMENTADO mos formam o número 24, que é divisível por 8.
c) 34125 não é divisível por 8, pois seus três últimos al-
1. Escreva os elementos dos conjuntos dos múltiplos de garismos formam o número 125, que não é divisível
5 positivos menores que 30. por 8.

Resposta: Seguindo a tabuada do 5, temos que:


{5,10,15,20,25}. EXERCÍCIO COMENTADO
Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6
quando é divisível por 2 e por 3. 2. Escreva os elementos dos conjuntos dos múltiplos de
8 compreendidos entre 30 e 50.
Exs:
a) 430254 é divisível por 6, pois é divisível por 2 (termina Resposta: Seguindo a tabuada do 8, a partir do 30:
em 4) e por 3 (4 + 3 + 0 + 2 + 5 + 4 = 18). {32,40,48}.
b) 80530 não é divisível por 6, pois não é divisível por 3
(8 + 0 + 5 + 3 + 0 = 16).
c) 531561 não é divisível por 6, pois não é divisível por Divisibilidade por 9: Um número é divisível por 9
2 (termina em 1). quando a soma dos valores absolutos de seus algarismos
formam um número divisível por 9.
Divisibilidade por 7: Para verificar a divisibilidade por
7, deve-se fazer o seguinte procedimento. Exs:
a) 6253461 é divisível por 9, pois 6 + 2 + 5 + 3 + 4 + 6
+ 1 = 27 é divisível por 9.
- Multiplicar o último algarismo por 2
b) 325103 não é divisível por 9, pois 3 + 2 + 5 + 1 + 0 +
- Subtrair o resultado do número inicial sem o último
3 = 14 não é divisível por
algarismo
- Se o resultado for um múltiplo de 7, então o número
Divisibilidade por 10: Um número é divisível por 10
inicial é divisível por 7.
quando termina em zero.
É importante ressaltar que, em caso de números com
Exs:
vários algarismos, será necessário fazer o procedimento a) 563040 é divisível por 10, pois termina em zero.
mais de uma vez. b) 246321 não é divisível por 10, pois não termina em
zero.
Ex:
Analisando o número 1764 Divisibilidade por 11: Um número é divisível por 11
Procedimento: quando a diferença entre a soma dos algarismos de posição
ímpar e a soma dos algarismos de posição par resulta em
- Último algarismo: 4. Multiplica-se por 2: 4×2=8 um número divisível por 11.
- Subtrai-se o resultado do número inicial sem o últi-
mo algarismo: 176-8=168 Exs:
- O resultado é múltiplo de 7? Para isso precisa verifi- a) 43813 é divisível por 11. Vejamos o porquê
car se 168 é divisível por 7.
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos nas
Aplica-se o procedimento novamente, agora para o nú- posições 1, 3 e 5. Ou seja, 4,8 e 3. A soma desses algarismos
mero 168. é 4 + 8 + 3 = 15
MATEM[ÁTICA

- Último algarismo: 8. Multiplica-se por 2: 8×2=16 Os algarismos de posição par são os algarismos nas
- Subtrai-se o resultado do número inicial sem o últi- posições 2 e 4. Ou seja, 3 e 1. A soma desses algarismos
mo algarismo: 16-16=0 é 3+1 = 4
- O resultado é múltiplo de 7? Sim, pois zero (0) é múl-
tiplo de qualquer número natural.

13
15 – 4 = 11→ A diferença divisível por 11. Logo 43813 é 1. Propriedades da Potenciação
divisível por 11.
Propriedade 1: potenciação com base 1
b) 83415721 não é divisível por 11. Vejamos o porquê Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente natural
é n, denotada por 1n, será sempre igual a 1. Em resumo,
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos nas 1n=1
posições 1, 3, 5 e 7. Ou seja, 8, 4, 5 e 2. A soma desses
algarismos é Exemplos:
Os algarismos de posição ímpar são os algarismos nas a) 13 = 1×1×1 = 1
posições 1, 3, 5 e 7. Ou seja, 8, 4, 5 e 2. A soma desses b) 17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1
algarismos é 8+4+5+2 = 19
Propriedade 2: potenciação com expoente nulo
Os algarismos de posição par são os algarismos nas Se n é um número natural não nulo, então temos que nº=1.
posições 2, 4 e 6. Ou seja, 3, 1 e 7. A soma desses algarismos
é 3+1+7 = 11 Exemplos:
a) 5º = 1
19 – 11 = 8→ A diferença não é divisível por 11. Logo b) 9º = 1
83415721 não é divisível por 11.
Propriedade 3: potenciação com expoente 1
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 Qualquer que seja a potência em que a base é o número
quando é divisível por 3 e por 4. natural n e o expoente é igual a 1, denotada por n1 , é igual
ao próprio n. Em resumo, n1=n
Exs:
a) 78324 é divisível por 12, pois é divisível por 3 ( 7 + 8 Exemplos:
+ 3 + 2 + 4 = 24) e por 4 (termina em 24). a) 5¹ = 5
b) 64¹ = 64
b) 652011 não é divisível por 12, pois não é divisível por
4 (termina em 11). Propriedade 4: potenciação de base 10
Toda potência 10n é o número formado pelo algarismo
c) 863104 não é divisível por 12, pois não é divisível por 1 seguido de n zeros.
3 (8 + 6 + 3 +1 + 0 + 4 = 22).
Exemplos:
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 a) 103 = 1000
quando é divisível por 3 e por 5. b) 108 = 100.000.000
c) 104 = 1000
Exs:
a) 650430 é divisível por 15, pois é divisível por 3 (6 + 5 Propriedade 5: multiplicação de potências de mesma
+ 0 + 4 + 3 + 0 =18) e por 5 (termina em 0). base
Em uma multiplicação de duas potências de mesma
b) 723042 não é divisível por 15, pois não é divisível por base, o resultado é obtido conservando-se a base e
5 (termina em 2). somando-se os expoentes.

c) 673225 não é divisível por 15, pois não é divisível por Em resumo: xa × xb = x a+b
Exemplos:
3 (6 + 7 + 3 + 2 + 2 + 5 = 25).
a) 23×24 = 23+4 = 27
b) 34×36 = 34+6=310
c) 152×154 = 152+4=156
POTENCIAÇÃO
Propriedade 6: divisão de potências de mesma base
Define-se potenciação como o resultado da
Em uma divisão de duas potências de mesma base, o
multiplicação de fatores iguais, denominada base, sendo resultado é obtido conservando-se a base e subtraindo-se
o número de fatores igual a outro número, denominado os expoentes.
expoente. Diz-se “b elevado a c”, cuja notação é: Em resumo: xa : xb = xa-b
𝑏𝑐 = 𝑏 × 𝑏 × ⋯ × 𝑏
𝑐 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 Exemplos:
a) 25 : 23 = 25-3=22
MATEM[ÁTICA

Por exemplo: 43=4×4×4=64, sendo a base igual a 4 e o b) 39 : 36 = 39-6=33


expoente igual a 3. c) 1512 : 154 = 1512-4 = 158
Esta operação não passa de uma multiplicação com
fatores iguais, como por exemplo: 23 = 2 × 2 × 2 = 8 → 53
= 5 × 5 × 5 = 125

14
FIQUE ATENTO! 440 22 40 280
= = = 280−1 = 279
Dada uma potência xa , onde o número real a 2 2 2 .
é negativo, o resultado dessa potência é igual
ao inverso de x elevado a a, isto é, 𝑥 𝑎 = 𝑎
1 Note que para resolver esse exercício utilizamos as pro-
𝑥 priedades 6 e 7.
se a<0.
1 1
Por exemplo, 2−3 = , 5−1 = 1 .
23 5
Números Primos, MDC e MMC

Propriedade 7: potência de potência O máximo divisor comum e o mínimo múltiplo comum


Quando uma potência está elevado a outro expoente, o são ferramentas extremamente importantes na matemática.
expoente resultante é obtido multiplicando-se os expoentes Através deles, podemos resolver alguns problemas simples,
Em resumo: (xa )b=xa×b além de utilizar seus conceitos em outros temas, como
frações, simplicação de fatoriais, etc.
Exemplos: Porém, antes de iniciarmos a apresentar esta teoria, é
a) (25 )3 = 25×3=215 importante conhecermos primeiramente uma classe de
b) (39 )2 = 39×2=318 números muito importante: Os números primos.
c) (612 )4= 612×4=648
1. Números primos
Propriedade 8: potência de produto
Quando um produto está elevado a uma potência, o Um número natural é definido como primo se ele tem
resultado é um produto com cada um dos fatores elevado exatamente dois divisores: o número um e ele mesmo.
ao expoente Já nos inteiros, p ∈ ℤ é um primo se ele tem exatamente
Em resumo: (x×y)a=xa×ya quatro divisores: ±1 e ±𝑝 .

Exemplos: FIQUE ATENTO!


a) (2×3)3 = 23×33
Por definição, 0, 1 e − 1 não são números pri-
b) (3×4)2 = 32×42
mos.
c) (6×5)4= 64×54

Existem infinitos números primos,


#FicaDica como  demonstrado  por  Euclides  por volta de  300 a.C.. A
Em alguns casos podemos ter uma propriedade de ser um primo é chamada “primalidade”, e
multiplicação ou divisão potência que não está a palavra “primo” também são utilizadas como substantivo
na mesma base (como nas propriedades 5 e 6), ou adjetivo. Como “dois” é o único número primo par, o
mas pode ser simplificada. Por exemplo, 43×25 termo “primo ímpar” refere-se a todo primo maior do que
=(22 )3×25= 26×25= 26+5=211 e 33:9 = 33 : 32 = 31. dois.
O conceito de número primo é muito importante
na  teoria dos números. Um dos resultados da teoria dos
números é o  Teorema Fundamental da Aritmética, que
afirma que qualquer número natural diferente de 1 pode
EXERCÍCIOS COMENTADOS ser escrito de forma única (desconsiderando a ordem) como
um produto de números primos (chamados fatores primos):
1. (MPE-RS – 2017) A metade de 440 é igual a: este processo se chama decomposição em fatores primos
(fatoração). É exatamente este conceito que utilizaremos
a) 220 no MDC e MMC. Para caráter de memorização, seguem os
b) 239 100 primeiros números primos positivos. Recomenda-se
c) 240 que memorizem ao menos os 10 primeiros para MDC e
d) 279 MMC:
e) 280
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59
Resposta: Letra D. , 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113, 127, 
Para encontrar a metade de 440, basta dividirmos esse 131, 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181, 191,
MATEM[ÁTICA

40 193, 197, 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251, 257,
número por 2, isto é, 4 . Uma forma fácil de resolver
2 263, 269, 271, 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317, 331,
essa fração é escrever o numerador e denominador des- 337, 347, 349, 353, 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397, 401,
sa fração na mesma base como mostrado a seguir: 409, 419, 421, 431, 433, 439, 443, 449, 457, 461, 463, 467,
479, 487, 491, 499, 503, 509, 521, 523, 541

15
2. Múltiplos e Divisores Pode-se escrever, agora, os divisores comuns a 18 e 24:
D(18)∩ D (24) = {1,2,3,6}.
Diz-se que um número natural a é múltiplo de outro
natural b, se existe um número natural k tal que: Observando os divisores comuns, podemos identificar
o maior divisor comum dos números 18 e 24, ou seja: MDC
𝑎 = 𝑘. 𝑏 (18,24) = 6.

Ex. 15 é múltiplo de 5, pois 15=3 x 5 Outra técnica para o cálculo do MDC:

Quando a=k.b, segue que a é múltiplo de b, mas Decomposição em fatores primos: Para obter o MDC
também, a é múltiplo de k, como é o caso do número 35 de dois ou mais números por esse processo, procede-se da
que é múltiplo de 5 e de 7, pois: 35 = 7 x 5. seguinte maneira:
Quando a = k.b, então a é múltiplo de b e se conhecemos
b e queremos obter todos os seus múltiplos, basta fazer k Decompõe-se cada número dado em fatores primos.
assumir todos os números naturais possíveis. O MDC é o produto dos fatores comuns obtidos, cada
um deles elevado ao seu menor expoente.
Ex. Para obter os múltiplos de dois, isto é, os números
da forma a = k x 2, k seria substituído por todos os números Exemplo: Achar o MDC entre 300 e 504.
naturais possíveis.
Fatorando os dois números:
FIQUE ATENTO!
Um número b é sempre múltiplo dele mesmo.
a = 1 x b ↔ a = b.

A definição de divisor está relacionada com a de


múltiplo.

Um número natural b é divisor do número natural a, se


a é múltiplo de b.
Temos que:
Ex. 3 é divisor de 15, pois , logo 15 é múltiplo de 3 e
também é múltiplo de 5. 300 = 22.3 .52
504 = 23.32 .7

#FicaDica O MDC será os fatores comuns com seus menores


expoentes:
Um número natural tem uma quantidade finita
de divisores. Por exemplo, o número 6 poderá mdc (300,504)= 22.3 = 4 .3=12
ter no máximo 6 divisores, pois trabalhando no
conjunto dos números naturais não podemos MMC
dividir 6 por um número maior do que ele. Os
divisores naturais de 6 são os números 1, 2, 3, 6, O mínimo múltiplo comum de dois ou mais números é
o que significa que o número 6 tem 4 divisores. o menor número positivo que é múltiplo comum de todos
os números dados. Consideremos:

MDC Ex. Encontrar o MMC entre 8 e 6

Agora que sabemos o que são números primos, Múltiplos positivos de 6: M(6) =
múltiplos e divisores, vamos ao MDC. O máximo divisor {6,12,18,24,30,36,42,48,54,...}
comum de dois ou mais números é o maior número que é
divisor comum de todos os números dados. Múltiplos positivos de 8: M(8) = {8,16,24,32,40,48,56,64,...}

Ex. Encontrar o MDC entre 18 e 24. Podem-se escrever, agora, os múltiplos positivos
comuns: M(6)∩M(8) = {24,48,72,...}
MATEM[ÁTICA

Divisores naturais de 18: D(18) = {1,2,3,6,9,18}.


Observando os múltiplos comuns, pode-se identificar o
Divisores naturais de 24: D(24) = {1,2,3,4,6,8,12,24}. mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou seja:

16
Outra técnica para o cálculo do MMC: Números Racionais: Frações, Números Decimais e
suas Operações
Decomposição isolada em fatores primos: Para
obter o MMC de dois ou mais números por esse processo, 1. Números Racionais
procedemos da seguinte maneira:
m
Um número racional é o que pode ser escrito na forma
- Decompomos cada número dado em fatores primos.
n , onde m e n são números inteiros, sendo que n deve
- O MMC é o produto dos fatores comuns e não-co-
muns, cada um deles elevado ao seu maior expoente. ser diferente de zero. Frequentemente usamos m para
significar a divisão de m por n . n

Ex. Achar o MMC entre 18 e 120. Como podemos observar, números racionais podem ser
obtidos através da razão entre dois números inteiros, razão pela
Fatorando os números: qual, o conjunto de todos os números racionais é denotado por
Q. Assim, é comum encontrarmos na literatura a notação:

Q= { m
n
: m e n em Z,n diferente de zero }
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:

• 𝑄 = conjunto dos racionais não nulos;
• 𝑄+ = conjunto dos racionais não negativos;
• 𝑄+∗
= conjunto dos racionais positivos;
• − = conjunto dos racionais não positivos;
𝑄
18 = 2 .32 • 𝑄−∗ = conjunto dos racionais negativos.

120 = 23.3 .5 Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto que


representa esse número ao ponto de abscissa zero.
3 3 3 3
mmc (18, 120) = 23 � 32 � 5 = 8 � 9 � 5 = 360 Exemplo: Módulo de - 2 é 2 . Indica-se − =
2 2
Módulo de+ 3 é 3 . Indica-se 3 = 3
2 2 2 2
EXERCÍCIOS COMENTADOS 3 3
Números Opostos: Dizemos que− 2 e 2 são números
1. (FEPESE-2016) João trabalha 5 dias e folga 1, enquanto racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto
Maria trabalha 3 dias e folga 1. Se João e Maria folgam no do outro. As distâncias dos pontos− 3 e 3 ao ponto zero da
mesmo dia, então quantos dias, no mínimo, passarão para reta são iguais.
2 2
que eles folguem no mesmo dia novamente?
1.1. Soma (Adição) de Números Racionais
a) 8 Como todo número racional é uma fração ou pode ser
b) 10
c) 12 escrito na forma de uma fração, definimos a adição entre os
a c
d) 15 números racionais e , , da mesma forma que a soma de
e) 24 b d
frações, através de:
Resposta: Letra c.
COMENTÁRIO: O período em que João trabalha e folga a c a�d+b�c
+ =
corresponde a 6 dias enquanto o mesmo período, para b d b�d
Maria, corresponde a 4 dias. Assim, o problema consiste
em encontrar o mmc entre 6 e 4. Logo, eles folgarão no 1.1.1. Propriedades da Adição de Números Racionais
mesmo dia novamente após 12 dias pois mmc(6,4)=12.
O conjunto é fechado para a operação de adição, isto
é, a soma de dois números racionais resulta em um número
racional.
- Associativa: Para todos em : a + ( b + c ) = ( a + b ) + c
MATEM[ÁTICA

- Comutativa: Para todos em : a + b = b + a


- Elemento neutro: Existe em , que adicionado a todo
em , proporciona o próprio , isto é: q + 0 = q
- Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q,
tal que q + (–q) = 0

17
1.2. Subtração de Números Racionais 1.5. Potenciação de Números Racionais
A subtração de dois números racionais e é a própria
𝐧
operação de adição do número com o oposto de q, isto é: A potência q do número racional é um produto de
p – q = p + (–q) fatores iguais. O número é denominado a base e o número
é o expoente.
1.3. Multiplicação (Produto) de Números Racionais n

Como todo número racional é uma fração ou pode q = q � q � q � q � . . .� q, (q aparece n vezes)


ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto
de dois números racionais b e d , da mesma forma que o
a c
Exs:
produto de frações, através de:
.  2  .  2  =
3
a)  2  =  2 
8
a c a�c 125
� = 5 5 5 5
b d b� d
b)  − 1  =  − 1  .  − 1  .  − 1  = 1
3

O produto dos números racionais a e b também pode   −


 2  2  2  2 8
ser indicado por a × b, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal
entre as letras. c) (– 5)² = (– 5) � ( – 5) = 25
Para realizar a multiplicação de números racionais,
devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em d) (+5)² = (+5) � (+5) = 25
toda a Matemática:
(+1)�(+1) = (+1) – Positivo Positivo = Positivo
(+1)�(-1) = (-1) - Positivo Negativo = Negativo 1.5.1. Propriedades da Potenciação aplicadas a
(-1)�(+1) = (-1) - Negativo Positivo = Negativo números racionais
(-1)� (-1) = (+1) – Negativo Negativo = Positivo
Toda potência com expoente 0 é igual a 1.
#FicaDica 0
 2
O produto de dois números com o mesmo sinal +  = 1
é positivo, mas o produto de dois números  5
com sinais diferentes é negativo.
- Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.

1.3.1. Propriedades da Multiplicação de Números 1


Racionais  9 9
−  =−
O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, o  4 4
produto de dois números racionais resultaem um número
racional. - Toda potência com expoente negativo de um número
- Associativa: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b ∙ c ) = ( a ∙ b ) ∙ c racional diferente de zero é igual a outra potência que tem
- Comutativa: Para todos a,b em Q: a ∙ b = b ∙ a a base igual ao inverso da base anterior e o expoente igual
- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado por ao oposto do expoente anterior.
todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q ∙ 1 = q
−2
25 2
b
 3  5
a
- Elemento inverso: Para todo q = b em Q, diferente
q−1 =
−  = −  =
a

de zero, existe em Q: q � q−1 = 1, ou seja,


a
×
b
=1  5  3 9
b a
- Distributiva: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b + c ) = ( a ∙ - Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo
b ) + ( a∙ c ) sinal da base.

1.4. Divisão de Números Racionais


3
2 2 2 2 8
A divisão de dois números racionais p e q é a própria   =   .  .   =
operação de multiplicação do número p pelo inverso de q,  3   3   3   3  27
isto é: p ÷ q = p × q-1
De maneira prática costuma-se dizer que em uma - Toda potência com expoente par é um número
divisão de duas frações, conserva-se a primeira fração e positivo.
multiplica-se pelo inverso da segunda:
MATEM[ÁTICA

2
Observação: É possível encontrar divisão de frações da  1  1  1 1
a −  = −  .−  =
 5   5   5  25
c.
seguinte forma: b . O procedimento de cálculo é o mesmo.
d

18
- Produto de potências de mesma base. Para reduzir um produto de potências de mesma base a uma só potência,
conservamos a base e somamos os expoentes.
2 3 2+3 5
 2  2  2 2 2 2 2  2 2
  .   =  . . . .  =   = 
 5  5 5 55 5 5 5 5
- Quociente de potências de mesma base. Para reduzir um quociente de potências de mesma base a uma só potência,
conservamos a base e subtraímos os expoentes.

3 3 3 3 3
5 2 . . . . 5− 2 3
3
   3 2 2 2 2 2 3 3
:
    = =   =  
2 2 3 3 2 2
.
2 2
- Potência de Potência. Para reduzir uma potência de potência a uma potência de um só expoente, conservamos a base
e multiplicamos os expoentes.

3
 1  2  2
1 1 1
2 2
1
2+ 2+ 2
1
3+ 2
1
6

    =   .  .  =   =   =  
 2   2 2 2 2 2 2

1.6. Radiciação de Números Racionais

Se um número representa um produto de dois ou mais fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do número.
Vejamos alguns exemplos:

Ex:
4 Representa o produto 2. 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz quadrada de 4. Indica-se 4 = 2.
Ex:
2
1 1 1 1 1 1 1 1
Representa o produto . ou   .Logo, é a raiz quadrada de .Indica-se =
9 3 3 3 3 9 9 3
Ex:
0,216 Representa o produto 0,6 � 0,6 � 0,6 ou (0,6)3 . Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 0,216 = 0,6 .
3

Assim, podemos construir o diagrama:

MATEM[ÁTICA

FIQUE ATENTO!
Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o número zero ou um número racional positivo. Logo,
os números racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.

19
100
O número − não tem raiz quadrada em Q, pois tanto − 10 como + 10 , quando elevados ao quadrado, dão 100 .
9 3 3 9
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no conjunto dos números racionais se ele for um quadrado perfeito.
O número 2 não tem raiz quadrada em Q, pois não existe número racional que elevado ao quadrado dê 2 .
3 3

Frações
x
Frações são representações de partes iguais de um todo. São expressas como um quociente de dois números , sendo
x o numerador e y o denominador da fração, com y ≠ 0 . y

1. Frações Equivalentes

São frações que, embora diferentes, representam a mesma parte do mesmo todo. Uma fração é equivalente a outra
quando pode ser obtida multiplicando o numerador e o denominador da primeira fração pelo mesmo número.

Ex: 3 e 6 .
5 10
A segunda fração pode ser obtida multiplicando o numerador e denominador de 3 por 2:
5
3�2 6
=
5 � 2 10

6
Assim, diz-se que é uma fração equivalente a 3
10 5

2. Operações com Frações

2.1. Adição e Subtração

2.1.1. Frações com denominadores iguais:

Ex:
Jorge comeu 3 de um tablete de chocolate e Miguel 5
desse mesmo tablete. Qual a fração do tablete de chocolate
8 8
que Jorge e Miguel comeram juntos?

A figura abaixo representa o tablete de chocolate. Nela também estão representadas as frações do tablete que Jorge e
Miguel comeram:

3 2 5
Observe que = =
8 8 8

Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos 5


do tablete de chocolate.
8

Na adição e subtração de duas ou mais frações que têm denominadores iguais, conservamos o denominador comum e
somamos ou subtraímos os numeradores.

Outro Exemplo:
MATEM[ÁTICA

3 5 7 3+5−7 1
+ − = =
2 2 2 2 2

20
2.1.2. Frações com denominadores diferentes: Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa.
3 5 Repare que o problema proposto consiste em calcular
Calcular o valor de + Inicialmente, devemos 2
8 6 o valor de de 4 que, de acordo com a figura, equivale a
reduzir as frações ao mesmo denominador comum. Para 3 5
8
do total de frutas. De acordo com a tabela acima, 2 de
isso, encontramos o mínimo múltiplo comum (MMC) 15 3
4 equivale a 2 4 . Assim sendo:
entre os dois (ou mais, se houver) denominadores e, em �
3 5
seguida, encontramos as frações equivalentes com o novo 5
2 4 8
denominador: � =
3 5 15
Ou seja:
3 5 9 20 2 de 4 2 4 2�4 8
mmc (8,6) = 24 = = = = � = 3�5 = 15
8 6 24 24 3 5 3 5

O produto de duas ou mais frações é uma fração


24 ∶ 8 � 3 = 9 cujo numerador é o produto dos numeradores e cujo
denominador é o produto dos denominadores das frações
24 ∶ 6 � 5 = 20 dadas.
2 4 7 2�4�7 56
Devemos proceder, agora, como no primeiro caso, Outro exemplo: � � = =
3 5 9 3 � 5 � 9 135
simplificando o resultado, quando possível:

9 20 29
+ = #FicaDica
24 24 24
Sempre que possível, antes de efetuar a
multiplicação, podemos simplificar as frações
3 5 9 20 29 entre si, dividindo os numeradores e os
Portanto: + = + =
8 6 24 24 24 denominadores por um fator comum. Esse
processo de simplificação recebe o nome de
cancelamento.
#FicaDica
Na adição e subtração de duas ou mais
frações que têm os denominadores diferentes,
reduzimos inicialmente as frações ao menor
denominador comum, após o que procedemos 2.3. Divisão
como no primeiro caso.
Duas frações são inversas ou recíprocas quando o
numerador de uma é o denominador da outra e vice-versa.
2.2. Multiplicação
Exemplo
Ex:
2 é a fração inversa de 3
De uma caixa de frutas, 4 são bananas. Do total de
5 3 2
2
bananas, estão estragadas. Qual é a fração de frutas da
3 5 ou 5 é a fração inversa de 1

caixa que estão estragadas? 1 5

Considere a seguinte situação:

Lúcia recebeu de seu pai os 4 dos chocolates contidos


5
em uma caixa. Do total de chocolates recebidos, Lúcia
Representa 4/5 do conteúdo da caixa deu a terça parte para o seu namorado. Que fração dos
chocolates contidos na caixa recebeu o namorado de Lúcia?
MATEM[ÁTICA

A solução do problema consiste em dividir o total de


chocolates que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja,
4
:3
5

21
Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular 1 desse algo.
3
Portanto: : 3 = de 4
4 1
5 3 5
1 4 1 4 4 1 4 4 3 4 1
Como de 5= 3 � 5 = 5 � 3 , resulta que : 3 = : = �
3 5 5 1 5 3

3 1
Observando que as frações e são frações inversas, podemos afirmar que:
1 3
Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a primeira pelo inverso da segunda.
4 4 3 4 1 4
Portanto 5 : 3 = 5 ∶ 1 = 5 � 3 = 15

Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu 4


do total de chocolates contidos na caixa.
15
1
4 8 4 5 5
Outro exemplo: : = . =
3 5 3 82 6

Observação:

Note a expressão: . Ela é equivalente à expressão 3 1


:
2 5

Portanto

Números Decimais

De maneira direta, números decimais são números que possuem vírgula. Alguns exemplos: 1,47; 2,1; 4,9587; 0,004; etc.

1. Operações com Números Decimais

1.1. Adição e Subtração

Vamos calcular o valor da seguinte soma:


5,32 + 12,5 + 0, 034

Transformaremos, inicialmente, os números decimais em frações decimais:

352 125 34 5320 12500 34 17854


5,32 + 12,5 + 0,034 = + + = + + = = 17,854
100 10 1000 1000 1000 1000 1000

Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854

Na prática, a adição e a subtração de números decimais são obtidas de acordo com a seguinte regra:

- Igualamos o número de casas decimais, acrescentando zeros.


- Colocamos os números um abaixo do outro, deixando vírgula embaixo de vírgula.
- Somamos ou subtraímos os números decimais como se eles fossem números naturais.
- Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vírgula dos números dados.
MATEM[ÁTICA

22
Exemplo

2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5

Disposição prática:

2,3500
14,3000
+ 0,0075
5,0000
21,6575

1.2. Multiplicação

Vamos calcular o valor do seguinte produto: 2,58 � 3,4 .


Transformaremos, inicialmente, os números decimais em frações decimais:

258 34 8772
2,58 � 3,4 = � = = 8,772
100 100 1000

Portanto 2,58 � 3,4 = 8,772

#FicaDica
Na prática, a multiplicação de números decimais é obtida de acordo com as seguintes regras:
- Multiplicamos os números decimais como se eles fossem números naturais.
- No resultado, colocamos tantas casas decimais quantas forem as do primeiro fator somadas às do segundo
fator.

Exemplo:
Disposição prática:
652,2  1 casa decimal

X 2,03  2 casas decimais


19 566

1 304 4

1 323,966  1 + 2 = 3 casas decimais

1.3. Divisão
MATEM[ÁTICA

23
Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão:
24 ∶ 0,5
Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor da
divisão dada por 10.

24 ∶ 0,5 = (24 � 10) ∶ (0,5 � 10) = 240 ∶ 5


Ex: 0,14 ∶ 28
A vantagem de tal procedimento foi a de transformarmos
em número natural o número decimal que aparecia na
divisão. Com isso, a divisão entre números decimais se
transforma numa equivalente com números naturais.

Portanto: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48 Ex: 2 ∶ 16

#FicaDica
Na prática, a divisão entre números decimais é
obtida de acordo com as seguintes regras:
- Igualamos o número de casas decimais do
dividendo e do divisor.
2. Representação Decimal das Frações
- Cortamos as vírgulas e efetuamos a divisão
como se os números fossem naturais. p
Tomemos um número racional q tal que não seja
múltiplo de . Para escrevê-lo na forma decimal, basta
Ex: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48 efetuar a divisão do numerador pelo denominador.
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
Disposição prática:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um
número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2
= 0,4
5
Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim 1
= 0,25
sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o quociente 4
é exato. 35
= 8,75
4
Ex: 9,775 ∶ 4,25 153
= 3,06
50
Disposição prática:
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se
periodicamente. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
1
Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero. Assim 3
= 0,333 …
sendo, a divisão é chamada de divisão aproximada e o
quociente é aproximado.
1
= 0,04545 …
Se quisermos continuar uma divisão aproximada, 22
devemos acrescentar zeros aos restos e prosseguir
dividindo cada número obtido pelo divisor. Ao mesmo
MATEM[ÁTICA

167
tempo em que colocamos o primeiro zero no primeiro 66
= 2,53030 …
resto, colocamos uma vírgula no quociente.

24
FIQUE ATENTO!
Se após as vírgulas os algarismos não são periódicos, então esse número decimal não está contido no
conjunto dos números racionais.

3.Representação Fracionária dos Números Decimais

Trata-se do problema inverso: estando o número racional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na forma de
fração. Temos dois casos:

1º) Transformamos o número em uma fração cujo numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é
composto pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado:

9
0,9 =
10

57
5,7 =
10

76
0,76 =
100

348
3,48 =
100

5 1
0,005 = =
1000 200

2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada; para tanto, vamos apresentar o procedimento através de alguns
exemplos:

Ex:
Seja a dízima 0,333...

Façamos e multipliquemos ambos os membros por 10:


10x = 0,333

Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade da segunda:


3
10x – x = 3,333 … – 0,333. . . 9x = 3 x =
9
3
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
9
Ex:
MATEM[ÁTICA

Seja a dízima 5,1717...

Façamos x = 5,1717. . . e 100x = 517,1717. . .


Subtraindo membro a membro, temos:

25
99x = 512 x = 512⁄99
512
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
99
Ex:

Seja a dízima 1,23434...

Façamos x = 1,23434 … ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …

Subtraindo membro a membro, temos:


1222
990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222 x =
990
611
Simplificando, obtemos x = , a fração geratriz da dízima 1,23434...
495

Analisando todos os exemplos, nota-se que a idéia consiste em deixar após a vírgula somente a parte periódica (que se
repete) de cada igualdade para, após a subtração membro a membro, ambas se cancelarem.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (EBSERH – Médico – IBFC/2016) Mara leu 1/5 das páginas de um livro numa semana. Na segunda semana, leu mais 2/3
de páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta) páginas do livro, então o total de páginas do livro é de:

a) 300
b) 360
c) 400
d) 450
e) 480

Resposta: Letra D.
13 15−13 2
Mara leu 1 2 3+10 13 do livro. Logo, ainda falta 1 − 15 = = 15 para ser lido. Essa fração que falta
5
+ 3
= 15
= 15 15
ser lida equivale a 60 páginas
2 1
Assim:  60 páginas. Portanto,  30 páginas.
15 15

Logo o livro todo (15/15) possui: 15∙30=450 páginas

RAZÕES E PROPORÇÕES

1. Razão

Quando se utiliza a matemática na resolução de problemas, os números precisam ser relacionados para se obter uma
resposta. Uma das maneiras de se relacionar os números é através da razão. Sejam dois números reais a e b, com b ≠
𝑎
0,define-se razão entre a e b (nessa ordem) o quociente a ÷ b, ou .
𝑏
MATEM[ÁTICA

A razão basicamente é uma fração, e como sabem, frações são números racionais. Entretanto, a leitura deste número é
diferente, justamente para diferenciarmos quando estamos falando de fração ou de razão.

26
3 Veja que agora estamos tentando relacionar metros
a) Quando temos o número 5 e estamos tratando de com quilômetros. Para isso, deve-se converter uma das
fração, lê-se: “três quintos”. unidades, vamos utilizar “km”:
3
b) Quando temos o número 5
e estamos tratando de 36000 m=36 km
razão, lê-se: “3 para 5”.
Como é pedida a razão entre o que falta em relação ao
Além disso, a nomenclatura dos termos também é total, temos que:
diferente:
42 𝑘𝑚 − 36 𝑘𝑚 6 𝑘𝑚 1
𝑟= = =
42 𝑘𝑚 42 𝑘𝑚 7
O número 3 é numerador
Ex. Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse
3 comprimento é representado num desenho por 20 cm.
a) Na fração 5 Qual é a razão entre o comprimento representado no
desenho e o comprimento real?
Convertendo o comprimento real para cm, temos que:
O número 5 é denominador
O número 3 é antecedente 20 𝑐𝑚 1
𝑒= =
800 𝑐𝑚 40

b) Na razão
3
5
#FicaDica
O número 5 é consequente A razão entre um comprimento no desenho e
o correspondente comprimento real, chama-se
Ex. A razão entre 20 e 50 é = já a razão entre 50 e 20
20 2 escala
50 5 50 5
é = . Ou seja, deve-se sempre indicar o antecedente e
20 2
o consequente para sabermos qual a ordem de montarmos Razão entre grandezas de espécies diferentes: É
a razão. possível também relacionar espécies diferentes e isto está
normalmente relacionado a unidades utilizadas na física:
Ex.Numa classe de 36 alunos há 15 rapazes e 21 moças.
A razão entre o número de rapazes e o número de moças5 Ex. Considere um carro que às 9 horas passa pelo
é 15 , se simplificarmos, temos que a fração equivalente 7 quilômetro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo
21 quilômetro 170. Qual a razão entre a distância percorrida e
, o que significa que para “cada 5 rapazes há 7 moças”. Por
o tempo gasto no translado?
outro lado, a razão entre o número de rapazes e o total de
Para montarmos a razão, precisamos obter as
alunos é dada por 15 = 5 , o que equivale a dizer que “de
36 12 informações:
cada 12 alunos na classe, 5 são rapazes”.
Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km
Razão entre grandezas de mesma espécie: A razão Tempo gasto: 11h – 9h = 2h
entre duas grandezas de mesma espécie é o quociente
dos números que expressam as medidas dessas grandezas Calculamos a razão entre a distância percorrida e o
numa mesma unidade. tempo gasto para isso:
Ex. Um automóvel necessita percorrer uma estrada de
360 km. Se ele já percorreu 240 km, qual a razão entre a 140 𝑘𝑚 70
𝑣= = = 70 𝑘 𝑚 ⁄ℎ
distância percorrida em relação ao total? 2ℎ 1
Como os dois números são da mesma espécie (distância)
e estão na mesma unidade (km), basta fazer a razão: Como são duas espécies diferentes, a razão entre elas
240 𝑘𝑚 2 será uma espécie totalmente diferente das outras duas.
𝑟= =
360 𝑘𝑚 3

No caso de mesma espécie, porém em unidades #FicaDica


diferentes, deve-se escolher uma das unidades e converter
a outra. A razão entre uma distância e uma medida de
MATEM[ÁTICA

tempo é chamada de velocidade.


Ex. Uma maratona possui aproximadamente 42 km
de extensão. Um corredor percorreu 36000 metros. Qual
a razão entre o que falta para percorrer em relação à
extensão da prova?

27
Ex. A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Ex. Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se
Rio de Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de a seguinte dosagem: 7 gotas para cada 3 kg do “peso” da
927 286 km2 e uma população de 66 288 000 habitantes, criança. Se uma criança tem 15 kg, qual será a dosagem
aproximadamente, segundo estimativas projetadas pelo correta?
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o Como temos que seguir a receita, temos que atender a
ano de 1995. Qual a razão entre o número de habitantes e proporção, assim, chamaremos de x a quantidade de gotas
a área total? a serem ministradas:
Dividindo-se o número de habitantes pela área,
obteremos o número de habitantes por km2 (hab./km2): 7 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 𝑥 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠
=
3 𝑘𝑔 15 𝑘𝑔
66288000 ℎ𝑎𝑏 ℎ𝑎𝑏
𝑑= = 71,5 Logo, para atendermos a proporção, precisaremos
927286 𝑘𝑚² 𝑘𝑚2 encontrar qual o número que atenderá a proporção.
Multiplicando em cruz, temos que:

#FicaDica 3x=105
A razão entre o número de habitantes e a área 105
deste local é denominada densidade demográ- 𝑥= 3
fica.
x=35 gotas

Ex. Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L de Ou seja, para uma criança de 30 kg, deve-se ministrar 35
gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros percorridos gotas do remédio, atendendo a proporção.
pelo número de litros de combustível consumidos, teremos
o número de quilômetros que esse carro percorre com um Outro jeito de ver a proporção: Já vimos que uma
litro de gasolina: proporção é verdadeira quando realizamos a multiplicação
83,76 𝑘𝑚 𝑘𝑚 em cruz e encontramos o mesmo valor nos dois produtos.
𝑐= = 10,47 Outra maneira de verificar a proporção é verificar se a duas
8𝑙 𝑙 razões que estão sendo igualadas são frações equivalentes.
Lembra deste conceito?

#FicaDica
FIQUE ATENTO!
A razão entre a distância percorrida em relação
Uma fração é equivalente a outra quando po-
a uma quantidade de combustível é definida
demos multiplicar (ou dividir) o numerador e o
como “consumo médio”
denominador da fração por um mesmo núme-
ro, chegando ao numerador e denominador
2. Proporção da outra fração.

A definição de proporção é muito simples, pois se trata


4 12
apenas da igualdade de razões. Ex. e são frações equivalentes, pois:
3 9
3 6
Na proporção = (lê-se: “3 está para 5 assim como 4x=12 →x=3
6 está para 10”). 5 10 3x=9 →x=3
Observemos que o produto 3 x 10=30 é igual ao produto 4
5 x 6=30, o que caracteriza a propriedade fundamental das Ou seja, o numerador e o denominador de quando
3
proporções multiplicados pelo mesmo número (3), chega ao numerador
e denominador da outra fração, logo, elas são equivalentes
e consequentemente, proporcionais.
#FicaDica Agora vamos apresentar algumas propriedades da
proporção:
Se multiplicarmos em cruz (ou em x), teremos
a) Soma dos termos: Quando duas razões são
que os produtos entre o numeradores e os de-
proporcionais, podemos criar outra proporção somando
nominadores da outra razão serão iguais.
os numeradores com os denominadores e dividindo pelos
MATEM[ÁTICA

2 6 numeradores (ou denominadores) das razões originais:


Ex. Na igualdade = , temos 2 x 9=3 x 6=18, logo,
3 9 5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
temos uma proporção. = → = → =
2 4 5 10 5 10

28
ou
2. Se a área de um retângulo (A1 ) mede 300 cm² e a área
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14 de um outro retângulo (A2 ) mede 100 cm², qual é o valor
= → = → =
2 4 2 4 2 4 da razão entre as áreas (A1 ) e (A2 ) ?

b) Diferença dos termos: Analogamente a soma, te- Resposta :


mos também que se realizarmos a diferença entre os ter- Ao fazermos a razão das áreas, temos:
mos, também chegaremos em outras proporções: A1 300
= =3
4 8 4−3 8−6 1 2 A2 100
= → = → =
3 6 4 8 4 8
ou Então, isso significa que a área do retângulo 1 é 3 vezes
maior que a área do retângulo 2.
4 8 4−3 8−6 1 2
= → = → =
3 6 3 6 3 6 3.(CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE/2016)
Dois amigos decidem fazer um investimento conjunto por
c) Soma dos antecedentes e consequentes: A soma um prazo determinado. Um investe R$  9.000 e o outro
dos antecedentes está para a soma dos consequentes as- R$ 16.000. Ao final do prazo estipulado obtêm um lucro de
sim como cada antecedente está para o seu consequente: R$ 2.222 e decidem dividir o lucro de maneira proporcional
ao investimento inicial de cada um. Portanto o amigo que
12 3 12 + 3 15 12 3 investiu a menor quantia obtém com o investimento um
= → = = =
8 2 8+2 10 8 2 lucro:

d) Diferença dos antecedentes e consequentes: A a) Maior que R$ 810,00


soma dos antecedentes está para a soma dos consequen- b) Maior que R$ 805,00 e menor que R$ 810,00
tes assim como cada antecedente está para o seu conse- c) Maior que R$ 800,00 e menor que R$ 805,00
quente: d) Maior que R$ 795,00 e menor que R$ 800,00
e) Menor que R$ 795,00
12 3 12 − 3 9 12 3
= → = = =
8 2 8−2 6 8 2 Resposta : Letra D.
Ambos aplicaram R$ 9000,00+R$ 16000,00=R$ 25000,00
e o lucro de R$ 2222,00 foi sobre este valor. Assim, cons-
FIQUE ATENTO! trói-se uma proporção entre o valor aplicado (neste
Usamos razão para fazer comparação entre caso, R$ 9000,00 , pois o exercício quer o lucro de quem
duas grandezas. Assim, quando dividimos uma aplicou menos) e seu respectivo lucro:
grandeza pela outra estamos comparando a
primeira com a segunda. Enquanto proporção
é a igualdade entre duas razões. 9000 25000
= → 25x = 19998 → x = R$ 799,92
x 2222

Divisão proporcional
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Para decompor um número M em duas partes A e B
1. O estado de Tocantins ocupa uma área aproximada de diretamente proporcionais a p e q, montamos um siste-
278.500 km². De acordo com o Censo/2000 o Tocantins ma com duas equações e duas incógnitas, de modo que a
tinha uma população de aproximadamente 1.156.000 ha- soma das partes seja A+B=M, mas:
bitantes. Qual é a densidade demográfica do estado de A B
=
Tocantins? p q

Resposta :
A densidade demográfica é definida como a razão entre A solução segue das propriedades das proporções:
o número de habitantes e a área ocupada:
A B A+B M
1 156 000 hab. = = = =K
MATEM[ÁTICA

p q p+q p+q
d= = 4,15 ha b⁄k m²
278 500 km²

29
#FicaDica A B C
= = =
2A + 3B − 4C
=
120
= −15
2 4 6 2�2+3�4−4�6 −8
O valor de K é que proporciona a solução, pois:
𝐀 = 𝐊 �𝐩 e 𝐁 = 𝐊 �𝐪 Logo A = −30 , B = −60 e C = −90.
Exemplo: Para decompor o número 100 em
duas partes A e B diretamente proporcionais 1.1. Divisão em duas partes inversamente propor-
a 2 e 3, montaremos o sistema de modo que cionais
A+B=100, cuja solução segue de:
Para decompor um número M em duas partes A e B in-
A B A + B 100 versamente proporcionais a p e q, deve-se decompor este
= = = = 20 número M em duas partes A e B diretamente proporcionais
2 3 5 5 a e , que são, respectivamente, os inversos de p e q.
Assim basta montar o sistema com duas equações e
duas incógnitas tal que A + B = M . Desse modo:
Segue que A = 40 e B = 60
Ex. Determinar números A e B diretamente proporcionais A
=
B
=
A+B
=
M
=
M�p�q
=K
a 8 e 3, sabendo-se que a diferença entre eles é 60. Para re- 1⁄p 1⁄q 1⁄p + 1⁄q 1⁄p + 1⁄q p+q
solver este problema basta tomar A-B=60 e escrever:
A B A − B 60
= = = = 12 O valor de K proporciona a solução, pois,
8 3 5 5
A = K/p e B = K/q.
Segue que A = 96 e B = 36
1. Divisão em várias partes diretamente proporcio- Exemplo: Para decompor o número 120 em duas partes
nais A e B inversamente proporcionais a 2 e 3, deve-se montar
o sistema tal que , de modo que:
Para decompor um número M em partes
diretamente proporcionais a , deve-se
X1 , X 2 , . . . , X 𝐧
A B A+B 120 120 � 2 � 3
montar um sistema com n equações e n incógnitas, sendo = = = = = 144
as somas 1 2 1 3 1 2 + 1 3 5⁄6
⁄ ⁄ ⁄ ⁄ 5

X1 + X 2+. . . +X 𝐧 = M Assim A = 72 e B = 48 ,
e
Exemplo: Determinar números A e B inversamente pro-
p1 + p2 +. . . +p𝐧 = P porcionais a 6 e 8, sabendo-se que a diferença entre eles é
10. Para resolver este problema, tomamos . Assim:
x1 x2 xn
= =⋯= A B A−B 10
p1 p2 pn = = = = 240
1/6 1/8 1/6 − 1/8 1/24
A solução segue das propriedades das proporções:
Assim A = 40 e B = 30
x1 x2 xn x1 + x2 + ⋯ + xn M
= =⋯= = = =K
p1 p2 pn p1 + p2 + ⋯ pn P
1.2. Divisão em várias partes inversamente propor-
cionais
Ex. Para decompor o número 120 em três partes A, B e
C diretamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um Para decompor um número M em n partes X1, X 𝟐 , . . . , X 𝐧
sistema com 3 equações e 3 incógnitas tal que A+B+C= inversamente proporcionais a p1 , p2, . . . , p𝐧 , , basta de-
120 E 2+4+6=P . Assim: compor este número M em n partes X1, X , . . . , X direta-
mente proporcionais a 1/p1 , 1/p , . . . , 1/p .
MATEM[ÁTICA

𝟐 𝐧

Logo: A = 20, B = 40 e C = 60 𝟐 𝐧

A montagem do sistema com n equações e n incógni-


Ex. Determinar números A, B e C diretamente propor- tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e, além disso:
cionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A+3B-4C=120.
A solução segue das propriedades das proporções:

30
A B A+B 58
x1 x2 xn = = = = 70
= =⋯= 2/5 3/7 2/5 + 3/7 29/35
1⁄p1 1⁄p2 1⁄pn

Assim A = (2/5) � 70 = 28 e B = (3/7) � 70 = 30


Cuja solução segue das propriedades das proporções:
Exemplo: Para obter números A e B diretamente pro-
x1 x2 xn x1 + x2 + ⋯ + xn M porcionais a 4 e 3 e inversamente proporcionais a 6 e 8,
=
1⁄p1 1⁄p2
=⋯= = =
1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ 1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ + 1⁄pn sabendo-se que a diferença entre eles é 21. Para resolver
este problema basta escrever que A-B=21 resolver as pro-
porções:
Ex. Para decompor o número 220 em três partes A, B e
A B A−B 21
C inversamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar = = = = 72
um sistema com 3 equações e 3 incógnitas, de modo que 4 6 3 8 4 6 − 3 8 7⁄24
⁄ ⁄ ⁄ ⁄
A+B+C=220. Desse modo:
Assim A = (4/6) � 72 = 48 e B = (3/8) � 72 = 27

A B C A+B+C 220
= = = = = 240
1 2 1 4 1 6 1 2 + 1 4 + 1 6 11⁄12
⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄ 1.4. Divisão em n partes direta e inversamente pro-
porcionais

A solução é A = 120 , B = 60 e C = 40 . Para decompor um número M em n partes X1, X 𝟐 , . . . , X 𝐧


diretamente proporcionais a p1 , p2, . . . , p𝐧 , e inversamen-
Ex. Para obter números A, B e C inversamente proporcionais te proporcionais a q 𝟏 , q 𝟐 , . . . , q 𝐧, , basta decompor este
a 2, 4 e 6, de modo que , devemos montar as proporções: número M em n partes diretamente proporcionais a
p𝟏 /q 𝟏 , p𝟐 /q 𝟐 , . . . , p𝐧 /q 𝐧. .
A B C 2A + 3B − 4C 10 120
= = = = =
1⁄2 1⁄4 1⁄6 2⁄2 + 3⁄4 − 4⁄6 13⁄12 13 A montagem do sistema com n equações e n incógnitas
exige que X1 + X 2+. . . +X 𝐧 = M e além disso:
Logo , A = 60 ⁄13 , B = 30 ⁄13 e C = 20 ⁄13 . x1 x2 xn
= =⋯=
p1 ⁄q1 p2⁄q 2 pn⁄q n
FIQUE ATENTO!
Pode haver coeficientes A,B e C como números A solução segue das propriedades das proporções:
fracionários e/ou negativos.
x1 x2 xn xn + x2 + ⋯ + xn
= =⋯= =
p1 ⁄q1 p2⁄q 2 pn⁄q n p1 ⁄q1 + p2⁄q 2 + ⋯ + pn⁄q n
1.3. Divisão em duas partes direta e inversamente
proporcionais Ex. Para decompor o número 115 em três partes A, B
e C diretamente proporcionais a 1, 2 e 3 e inversamente
Para decompor um número M em duas partes A e B proporcionais a 4, 5 e 6, deve-se montar um sistema com
diretamente proporcionais a c e d e inversamente propor- 3 equações e 3 incógnitas de forma de A+B+C=115 e tal
cionais a p e q, deve-se decompor este número M em duas que:
partes A e B diretamente proporcionais a a c/q e d/q ,
basta montar um sistema com duas equações e duas in- A B C A+B+C 115
cógnitas de forma que A+B=M e, além disso: = = = =
1 4 2 5 3 6 1 4 + 2 5 + 3 6 23⁄20
⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄
= 100

A B A+B M M� p�q
= = = =
c⁄p d⁄q c⁄p + d⁄q c⁄p + d⁄q c � q + p � d
=K Logo
A = (1/4)100 = 25, B = (2/5)100 = 40 e C = (3/6)100 = 50.
O valor de K proporciona a solução, pois:
MATEM[ÁTICA

A = Kc/p e B = Kd/q. Ex. Determinar números A, B e C diretamente propor-


cionais a 1, 10 e 2 e inversamente proporcionais a 2, 4 e 5,
de modo que 2A+3B-4C=10.
Exemplo: Para decompor o número 58 em duas partes A montagem do problema fica na forma:
A e B diretamente proporcionais a 2 e 3, e, inversamente
proporcionais a 5 e 7, deve-se montar as proporções:

31
Distância (km) Litros de álcool
A B C 2A + 3B − 4C 10 100
= = = = = 180 15
1⁄2 10⁄4 2⁄5 2⁄2 + 30⁄4 − 8⁄5 69⁄10 69 210 x

A solução é , A = 50/69, B = 250/69 e C = 40/69. Na coluna em que aparece a variável x (“litros de ál-
cool”), vamos colocar uma flecha:

EXERCÍCIO COMENTADO

1. Os três jogadores mais disciplinados de um campeonato


de futebol amador irão receber o prêmio de R$: 3.340,00 Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo
rateados em partes inversamente proporcionais ao número de álcool também duplica. Então, as grandezas distância
de faltas cometidas em todo campeonato. Os Jogadores e litros de álcool são diretamente proporcionais. No es-
cometeram 5, 7 e 11 faltas. Qual a premiação a cada um quema que estamos montando, indicamos esse fato colo-
deles respectivamente? cando uma flecha na coluna “distância” no mesmo sentido
da flecha da coluna “litros de álcool”:
Resposta:
p1 = K . 1/5
p2 = K . 1/7
p3 = K . 1/11
p1 + p2 + p3 = 3340
Para encontrarmos o valor da constante K devemos substi-
tuir o valor de p1, p2 e p3 na última expressão:

Portanto:
p1 = 7700 . 1/5 = 1540 Armando a proporção pela orientação das flechas, temos:
p2 = 7700 . 1/7 = 1100
p3 = 7700 . 1/11 = 700
A premiação será respectivamente R$ 1.540,00, R$ 1.100,00
e R$ 700,00.

Regra de Três Simples

Os problemas que envolvem duas grandezas direta- Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.
mente ou inversamente proporcionais podem ser resol-
vidos através de um processo prático, chamado regra de
três simples. #FicaDica
Procure manter essa linha de raciocínio nos
Ex: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos diversos problemas que envolvem regra de
litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km? três simples ! Identifique as variáveis, verifique
qual é a relação de proporcionalidade e siga
Solução: este exemplo !
O problema envolve duas grandezas: distância e litros
de álcool.
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser Ex: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 km/h, eu
consumido. gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando a velo-
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma cidade para 80 km/h, em quanto tempo farei esse percurso?
mesma coluna e as grandezas de espécies diferentes que Solução: Indicando por x o número de horas e colocan-
se correspondem em uma mesma linha: do as grandezas de mesma espécie em uma mesma coluna
e as grandezas de espécies diferentes que se correspon-
MATEM[ÁTICA

dem em uma mesma linha, temos:

Velocidade (km/h) Tempo (h)


60 4
80 x

32
Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), vamos Note que foi necessário passar 2 cm para metros, para
colocar uma flecha: que as unidades de comprimento fiquei iguais. Assim,
cada 2 cm custaram R$ 0,24 para o vendedor. Como ele
Velocidade (km/h) Tempo (h) vendeu 4 m de tecido, esses 2 cm não foram considera-
60 4 dos quatro vezes. Assim, ele deixou de ganhar
80 x
2. Para se construir um muro de 17m² são necessários 3
Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo fica trabalhadores. Quantos trabalhadores serão necessários
reduzido à metade. Isso significa que as grandezas veloci- para construir um muro de 51m²?
dade e tempo são inversamente proporcionais. No nos-
so esquema, esse fato é indicado colocando-se na coluna Resposta: 9 trabalhadores.
“velocidade” uma flecha em sentido contrário ao da flecha
da coluna “tempo”: As grandezas (área e trabalhadores) são diretamente
proporcionais. Assim, a regra de três é direta:

Área N Trabalhadores
17 3
51 x

Na montagem da proporção devemos seguir o sentido 17 � x = 51 � 3 → x = 9 trabalhadores


das flechas. Assim, temos:

Regra de Três Composta

O processo usado para resolver problemas que envol-


vem mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais, é chamado regra de três composta.

Ex: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças. Em


quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produziriam
Resposta: Farei esse percurso em 3 h. 300 dessas peças?
Solução: Indiquemos o número de dias por x. Coloque-
mos as grandezas de mesma espécie em uma só coluna e
EXERCÍCIOS COMENTADOS as grandezas de espécies diferentes que se correspondem
em uma mesma linha. Na coluna em que aparece a variável
1. (CBTU – ASSISTENTE OPERACIONAL – FU- x (“dias”), coloquemos uma flecha:
MARC/2016) Dona Geralda comprou 4 m de tecido im-
portado a R$ 12,00 o metro linear. No entanto, o metro
linear do lojista media 2 cm a mais. A quantia que o lojista
deixou de ganhar com a venda do tecido foi:

a) R$ 0,69 Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.


b) R$ 0,96
c) R$ 1,08 As grandezas peças e dias são diretamente proporcio-
d) R$ 1,20 nais. No nosso esquema isso será indicado colocando-se
na coluna “peças” uma flecha no mesmo sentido da flecha
Resposta: Letra B. da coluna “dias”:
As grandezas (comprimento e preço) são diretamente
proporcionais. Assim, a regra de três é direta:

Metros Preço
MATEM[ÁTICA

1 12
0,02 x

1 � x = 0,02 � 12 → x = R$ 0,24

33
As grandezas máquinas e dias são inversamente pro- Resposta: Letra B.
porcionais (duplicando o número de máquinas, o número A tabela com os dados do enunciado fica:
de dias fica reduzido à metade). No nosso esquema isso
será indicado colocando-se na coluna (máquinas) uma fle- Digitadores Formulários Linhas Horas
cha no sentido contrário ao da flecha da coluna “dias”:
40 2400 12 2,5
x 5616 18 3

Comparando-se as grandezas duas a duas, nota-se que:


• Digitadores e formulários são diretamente propor-
cionais, pois se o número de digitadores aumenta,
a quantidade de formulários que pode ser digitada
também aumenta.
Agora vamos montar a proporção, igualando a razão • Digitadores e linhas são diretamente proporcionais,
que contém o x, que é 4 , com o produto das outras razões, pois se a quantidade de digitadores aumenta, o nú-
x
obtidas segundo a orientação das flechas 6 160
� : mero de linhas que pode ser digitado também au-
8 300 menta.
• Digitadores e horas são inversamente proporcionais,
pois se o número de horas trabalhadas aumenta, en-
tão são necessários menos digitadores para o serviço
e, portanto, a quantidade de digitadores diminui.

A regra de três fica:

40 2400 12 3
= � �
x 5616 18 2,5
Resposta: Em 10 dias. 40 86400
→ =
x 252720
FIQUE ATENTO! → 86500x = 10108800
Repare que a regra de três composta, embora → x = 117 digitadores
tenha formulação próxima à regra de três
simples, é conceitualmente distinta devido
à presença de mais de duas grandezas 2. Em uma fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20
proporcionais. carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos serão montados
por 4 homens em 16 dias?

Resposta:

EXERCÍCIOS COMENTADOS Homens Carrinhos Dias

1. (SEDUC-SP - ANALISTA DE TECNOLOGIA DA IN- 8 20 5


FORMAÇÃO – VUNESP/2014) Quarenta digitadores pre- 4 x 16
enchem 2 400 formulários de 12 linhas, em 2,5 horas. Para
preencher 5 616 formulários de 18 linhas, em 3 horas, e Observe que, aumentando o número de homens, a pro-
admitindo-se que o ritmo de trabalho dos digitadores seja dução de carrinhos aumenta. Portanto a relação é dire-
o mesmo, o número de digitadores necessários será tamente proporcional (não precisamos inverter a razão).
Aumentando o número de dias, a produção de carri-
a) 105 nhos  aumenta. Portanto a relação também é  direta-
b) 117 mente proporcional  (não precisamos inverter a razão).
c) 123 Devemos igualar a razão que contém o termo x com o
d) 131 produto das outras razões.
e) 149 Montando a proporção e resolvendo a equação, temos:
MATEM[ÁTICA

20 8 5
= �
π 4 16
Logo, serão montados 32 carrinhos.

34
PORCENTAGEM Resp: O time venceu 62,5% de seus jogos.

Definição Ex. Em uma prova de concurso, o candidato acertou 48


de 80 questões. Se para ser aprovado é necessário acertar
A definição de porcentagem passa pelo seu próprio 55% das questões, o candidato foi ou não foi aprovado?
nome, pois é uma fração de denominador centesimal, ou Para sabermos se o candidato passou, é necessário
seja, é uma fração de denominador 100. Representamos calcular sua porcentagem de acertos:
porcentagem pelo% e lê-se: “por cento”.
𝐴 48
50 𝑝= . 100 = . 100 = 60% > 55%
Deste modo, a fração 100 ou qualquer uma equivalente a 𝑉 80
Logo, o candidato foi aprovado.
ela é uma porcentagem que podemos representar por 50%.
Calculo do todo (conheço p e A e quero achar V):
A porcentagem nada mais é do que uma razão, que No terceiro caso, temos interesse em achar o total (Nosso
representa uma “parte” e um “todo” a qual referimos como 100%) e para isso basta rearranjar a equação novamente:
100%. Assim, de uma maneira geral, temos que:
𝑝 𝐴 𝐴
𝑝 𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 → 𝑉 = . 100
𝐴= .𝑉 100 𝑉 𝑝
100
Onde A, é a parte, p é o valor da porcentagem e V é o Ex. Um atirador tem taxa de acerto de 75% de seus
todo (100%). Assim, os problemas básicos de porcentagem tiros ao alvo. Se em um treinamento ele acertou 15 tiros,
se resumem a três tipos: quantos tiros ele deu no total?
Neste caso, o problema gostaria de saber quanto vale
Cálculo da parte (Conheço p e V e quero achar A): o “todo”, assim:
Para calcularmos uma porcentagem de um valor V,𝑝 basta
𝐴 15
multiplicarmos a fração correspondente, ou seja, 100 por 𝑉= . 100 = . 100 = 0,2.100 = 20 𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠
V. Assim: 𝑝 𝑝 75
P% de V =A= 100 .V
Forma Decimal: Outra forma de representação de
Ex. 23% de 240 = 23 .240 = 55,2 porcentagens é através de números decimais, pois todos eles
100
pertencem à mesma classe de números, que são os números
Ex. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que racionais. Assim, para cada porcentagem, há um numero
67% de uma amostra assistem a certo programa de TV. decimal equivalente. Por exemplo, 35% na forma decimal seriam
Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas representados por 0,35. A conversão é muito simples: basta fazer
assistem ao tal programa? a divisão por 100 que está representada na forma de fração:
Aqui, queremos saber a “parte” da população que
assiste ao programa de TV, como temos a porcentagem e o 75
75% = = 0,75
total, basta realizarmos a multiplicação: 100

67 Aumento e desconto percentual


67% de 56000=A= 56000=37520
100
Outra classe de problemas bem comuns sobre
Resp. 37 520 pessoas. porcentagem está relacionada ao aumento e a redução
percentual de um determinado valor. Usaremos as
Cálculo da porcentagem (conheço A e V e quero definições apresentadas anteriormente para mostrar a
achar p): Utilizaremos a mesma relação para achar o valor teoria envolvida
de p e apenas precisamos rearranjar a mesma:
𝑝 𝐴 Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial V
𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100 que deve sofrer um aumento de de seu valor. Chamemos
100 𝑉
de VA o valor após o aumento. Assim:
Ex. Um time de basquete venceu 10 de seus 16 jogos.
Qual foi sua porcentagem de vitórias? p
VA = V + .V
Neste caso, o exercício quer saber qual a porcentagem 100
de vitórias que esse time obteve, assim: Fatorando:
p
MATEM[ÁTICA

𝐴 10 VA = ( 1 + ) .V
𝑝= . 100 = . 100 = 62,5% p 100
𝑉 16 Em que (1 + ) será definido como fator de aumento,
100
que pode estar representado tanto na forma de fração ou
decimal.

35
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial
V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. FIQUE ATENTO!
Chamemos de VD o valor após o desconto. Em alguns problemas de porcentagem são
necessários cálculos sucessivos de aumentos
p
VD = V – .V ou descontos percentuais. Nesses casos é ne-
100 cessário ter atenção ao problema, pois erros
Fatorando: costumeiros ocorrem quando se calcula a por-
centagens do valor inicial para obter todos os
p
VD = (1 – ) .V valores finais com descontos ou aumentos. Na
100 verdade, esse cálculo só pode ser feito quando
p
Em que (1 – ) será definido como fator de desconto, o problema diz que TODOS os descontos ou
100 aumentos são dados a uma porcentagem do
que pode estar representado tanto na forma de fração ou
decimal. valor inicial. Mas em geral, os cálculos são fei-
tos como mostrado no texto a seguir.
Ex. Uma empresa admite um funcionário no mês de
janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de aumento.
Se a empresa deseja que o salário desse funcionário, a partir Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos um
de março, seja R$ 3 500,00, com que salário deve admiti-lo? valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer dois
Neste caso, o problema deu o valor de e gostaria de aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor após
saber o valor de V, assim: o primeiro aumento, temos:
p 𝑝1
VA = ( 1 + 100 ).V V1 = V .(1 + )
100
3500 = ( 1 +
40
).V Sendo V2 o valor após o segundo aumento, ou seja,
100 após já ter aumentado uma vez, temos que:
3500 =(1+0,4).V 𝑝2
V2 = V1 .(1 + )
3500 =1,4.V
100

V=
3500
=2500 Como temos também uma expressão para V1, basta
1,4 substituir:
Resp. R$ 2 500,00 𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1 + ) .(1 + )
100 100
Ex. Uma loja entra em liquidação e pretende abaixar em
20% o valor de seus produtos. Se o preço de um deles é de
R$ 250,00, qual será seu preço na liquidação? Assim, para cada aumento, temos um fator
Aqui, basta calcular o valor de VD : correspondente e basta ir multiplicando os fatores para
chegar ao resultado final.
p
VD = (1 – ) .V
100 No caso de desconto, temos o mesmo caso, sendo V
VD = (1 –
20
) .250,00 um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois
100 descontos sucessivos de p1% e p2%.
VD = (1 –0,2) .250,00
Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:
VD = (0,8) .250,00 𝑝1
V1 = V.(1 – )
100
VD = 200,00
Resp. R$ 200,00
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, ou seja,
após já ter descontado uma vez, temos que:
𝑝2
V2 = V1 .(1 – )
100
MATEM[ÁTICA

Como temos também uma expressão para , basta


substituir:
𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1 – ) .(1 – )
100 100

36
Além disso, essa formulação também funciona para Resposta: Denotamos o número de eleitores do sexo fe-
aumentos e descontos em sequência, bastando apenas mininos de F e de votantes masculinos de M. Pelo enun-
a identificação dos seus fatores multiplicativos. Sendo V ciado do exercícios, F+M = 18500. Além disso, o índice
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um de abstenções entre os homens foi de 6% e de 9%
aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%. entre as mulheres, ou seja, 94% dos homens e 91%
Sendo V1 o valor após o aumento, temos: das mulheres compareceram a votação, onde 94%M =
𝑝1 91%F ou 0,94M = 0,91F. Assim, para determinar o nú-
V1 = V .(1+ ) mero de eleitores de cada sexo temos os seguinte siste-
100 ma para resolver:
F + M = 18500
Sendo V2 o valor após o desconto, temos que: �
0,94M = 0,91F
𝑝2
V2 = V1 .(1 – )
100 0,91
Da segunda equação, temos que M = 0,94 F . Agora,
Como temos uma expressão para , basta substituir: substituindo M na primeira equação do sistema encon-
𝑝1 𝑝2 tra-se F =  9400 e por fim determina-se M = 9100.
V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100 JUROS SIMPLES

Ex. Um produto sofreu um aumento de 20% e depois Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo
sofreu uma redução de 20%. Isso significa que ele voltará a uma quantia em dinheiro que deve ser paga por um
ao seu valor original. devedor, pela utilização de dinheiro de um credor (aquele
( ) CERTO ( ) ERRADO que empresta).

Este problema clássico tem como finalidade conceituar 1. Nomenclatura


esta parte de aumento e redução percentual e evitar o erro
do leitor ao achar que aumentando p% e diminuindo p%, a) Os juros são representados pela letra J.
volta-se ao valor original. Se usarmos o que aprendemos, b) O dinheiro que se deposita ou se empresta chama-
temos que: mos de capital e é representado pela letra C.
𝑝1 𝑝2 c) O tempo de depósito ou de empréstimo é represen-
V2 = V . 1+ . 1– tado pela letra t.
100 100
𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜 d) A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre
um capital durante certo tempo. É representado pela
20 20 letra i e utilizada para calcular juros.
V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100
Chamamos de simples os juros que são somados ao
capital inicial no final da aplicação.
V2 = V .(1+0,2) .(1 – 0,2 )

V2 = V .(1,2) .(0,8) FIQUE ATENTO!


96 Devemos sempre relacionar taxa e tempo
V2 = 0,96.V= V=96% de V
100 numa mesma unidade:
Taxa anual --------------------- tempo em anos
Ou seja, o valor final corresponde a 96% de V e não
Taxa mensal-------------------- tempo em meses
100%, assim, eles não são iguais, portanto deve-se assinalar
Taxa diária---------------------- tempo em dias
a opção ERRADO

Exemplo: Uma pessoa empresta a outra, a juros simples,


a quantia de R$ 3000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de
EXERCÍCIO COMENTADO 2% ao mês. Quanto deverá ser pago de juros?

1. (UNESP) Suponhamos que, para uma dada eleição, uma Resolução:


cidade tivesse 18.500 eleitores inscritos. Suponhamos ain-
da que, para essa eleição, no caso de se verificar um índice - Capital aplicado (C): R$ 3.000,00
MATEM[ÁTICA

de abstenções de 6% entre os homens e de 9% entre as - Tempo de aplicação (t): 4 meses


mulheres, o número de votantes do sexo masculino será - Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês)
exatamente igual ao número de votantes do sexo feminino.
Determine o número de eleitores de cada sexo.

37
Fazendo o cálculo, mês a mês:

No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 R$ 3.000,00 = R$ 60,00


No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$ 60,00 + R$ 60,00 = R$ 120,00
No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$ 120,00 + R$ 60,00 = R$ 180,00
No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$ 180,00 + R$ 60,00 = R$ 240,00

#FicaDica
Para evitar essa sequência de cálculos toda vez que vamos calcular os juros simples, existe uma fórmula que
quantifica o total de juros simples do período, e ela está apresentada abaixo:

J=C ∙ i ∙ t

Além disso, quando quisermos saber o total que será pago de um empréstimo, ou o quanto se resgatará do
investimento, o qual definimos como Montante (M), basta somar o capital com os juros, usando o conceito
fundamental da matemática financeira:

M=C+J
Ou
M=C(1+i . t)

EXERCÍCIO COMENTADO

1. Um investidor possui R$ 80.000,00. Ele aplica 30% desse dinheiro em um investimento que rende juros simples a uma
taxa de 3% a.m., durante 2 meses, e aplica o restante em investimento que rende 2% a.m., durante 2 meses também. Ao fim
desse período, esse investidor possui:

a) R$ 83.680,00
b) R$ 84.000,00
c) R$ 84.320,00
d) R$ 84.400,00
e) R$ 88.000,00

Resposta: Letra A. Temos neste problema um capital sendo investido em duas etapas. Vamos realizar os cálculos sepa-
radamente:

1º investimento
30% de R$ 80.000,00 = R$ 24.000,00 valor a ser investido a uma taxa i = 3% a.m., durante um período t = 2 meses. Lem-
brando que i = 3% = 0,03.
Cálculo dos juros J, onde : J=C ∙ i ∙ t:
J = 24000 ∙ (0,03) ∙ 2 = 1440.
Juros do 1º investimento = R$ 1440,00.

2º investimento
R$ 80.000,00 – R$ 24.000,00 = R$ 56.000,00 valor a ser investido a uma taxa i = 2% a.m., durante um período t = 2
meses.
J = 56000 ∙ (0,02) ∙ 2 = 2240.
Juros do 2º investimento = R$ 2.240,00.
Portanto, o montante final será de
MATEM[ÁTICA

R$ 80.00,00 + R$ 1.440,00 + R$ 2.240,00 = R$ 83.680,00.

38
2. Calcule o montante resultante da aplicação de R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a. durante 145 dias.

Resposta:
M = P ∙ ( 1 + (i∙t) )
M = 70000 [1 + (10,5/100)∙(145/360)] = R$72.960,42

Observe que expressamos a taxa i e o período t na mesma unidade de tempo, ou seja, anos. Daí ter dividido 145 dias por
360, para obter o valor equivalente em anos, já que um ano comercial possui 360 dias.

JUROS COMPOSTOS

O capital inicial (principal) pode crescer como já sabemos, devido aos juros. Basicamente, há duas modalidades de como
se calcular os juros:

Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende juros.


Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render juros.
Também conhecido como “juros sobre juros”.

Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capital através juros simples e juros compostos, com um exemplo:
Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.a. (ao ano) Teremos:

Capital = 100 Juros Simples Juros Compostos


N° de Anos Montante Simples Montante Composto
1 100 + 0,1 ∙ 100 = 110 100,00 + 0,1 ∙ (100,00) = 110,00
2 110 + 0,1 ∙ 100 = 120 110,00 + 0,1 ∙ (110,00) = 121,00
3 120 + 0,1 ∙ 100 = 130 121,00 + 0,1 ∙ (121,00) = 133,10
4 130 + 0,1 ∙ 100 = 140 133,10 + 0,1 ∙ (133,10) = 146,41
5 140 + 0,1 ∙ 100 = 150 146,41 + 0,1 ∙ (146,41) = 161,05

Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o crescimento segundo juros
compostos é EXPONENCIAL, e, portanto tem um crescimento muito mais “rápido”. Isto poderia ser ilustrado graficamente
da seguinte forma:

MATEM[ÁTICA

Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares costumam reinvestir as quantias geradas
pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros compostos na Economia. Na verdade, o uso
de juros simples não se justifica em estudos econômicos.

39
Fórmula para o cálculo de Juros compostos Exemplo: Em quanto tempo devo deixar R$ 3000,00 em
uma aplicação para que renda um montante de R$ 3376,53
Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a uma taxa de 3% ao mês.
a uma taxa mensal de juros compostos (i) de 10% (i = 10%
a.m.). Vamos calcular os montantes (capital + juros), mês a Resolução: Neste caso, precisamos saber n, vamos isolá-
mês: lo na fórmula do montante:
Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 ∙ 1,1 = 1100 = M M
1000(1 + 0,1) M=C 1+i n → = 1+i n → log = log 1 + i n
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 ∙1,1 = 1210 = C C
1000(1 + 0,1)2 M
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 ∙ 1,1 = 1331 = log = n � log 1 + i →
1000(1 + 0,1)3 C
.....................................................................................................
Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos
evidentemente: M = 1000(1 + 0,1)n

De uma forma genérica, teremos para um capital A fórmula envolve logaritmos e você tem dois caminhos:
C, aplicado a uma taxa de juros compostos i durante o Memorize ou sempre lembre da dedução a partir da
período n : fórmula do montante. Substituindo os valores:
M = C(1 + i)n

Onde M = montante, C = Capital, i = taxa de juros e n =


número de períodos que o principal C foi aplicado.

#Fica a dica: Na fórmula acima, as unidades de tempo


referentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser
necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, EXERCÍCIO COMENTADO
que não pode ser esquecido! Assim, por exemplo, se a taxa
for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 1. Calcule o montante de um empréstimo a juros compos-
2% ao mês durante 3 ∙ 12=36 meses. tos de R$ 3000,00 a uma taxa de 1% a.m durante 3 meses.
Exemplo: Calcule o montante de uma aplicação Dado: 1,01³ = 1,0303
financeira de R$ 2000,00 aplicada a juros compostos de 2%
ao mês durante 2 meses: a) R$ 3060,30
b) R$ 3090,90
Resolução: c) R$ 3121,81
d) R$ 3250,30
M = C∙(1 + i)n→M = 2000∙(1 +0,02)2→M = 2000∙(1,02)2=R$ 2080,80 e) R$ 3450,40

Com aplicação da fórmula, obtém-se o montante. Resposta: Letra B.


Agora, se quisermos os juros? Como se calcula os juros M = C(1 + i)n→M = 3000∙(1 +0,01)3→M = 3000∙(1,01)3=R$ 3090,90
desta aplicação sendo que agora não temos uma fórmula
para J como nos juros simples? Para resolver isso, basta 2. Calcule o montante de um empréstimo a juros compos-
relembrar o conceito fundamental: tos de R$ 10000,00 a uma taxa de 0,5% a.m durante 6 me-
ses. Dado: 1,0056 = 1,0304
M=C+J→J=M-C
a) R$ 10303,77
Como calculamos o montante e temos o capital: b) R$ 10090,90
c) R$ 13030,77
J=M-C→2080,80-2000,00=R$ 80,80 d) R$ 13250,80
e) NDA
Esse exemplo é a aplicação básica de juros compostos.
Resposta: Letra a.
M = C(1 + i)n→M = 10000∙(1 +0,005)6→M = 10000∙(1,005)6=
FIQUE ATENTO! =R$ 10303,77
MATEM[ÁTICA

Alguns concursos podem complicar um pouco


as questões, deixando como incógnita o perí-
odo da operação “n”.

40
TAXAS DE JUROS a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por
12): 12%/12 = 1% a.m.
Podemos definir a taxa nominal como aquela em que b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos
a unidade de referência do seu tempo não coincide com a R$ 1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual
unidade de tempo dos períodos de capitalização. É usada aplicada nesse mesmo capital).
no mercado financeiro, mas para cálculo deve-se encontrar  
a taxa efetiva. Por exemplo, a taxa nominal de 12% ao ano, Cálculo da taxa equivalente mensal:
capitalizada mensalmente, resultará em uma taxa mensal
de 1% ao mês. Entretanto, quando esta taxa é capitalizada
pelo regime de juros compostos, teremos uma taxa efetiva  
de 12,68% ao ano.
onde:
1. Taxa Nominal iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero
it : taxa para o prazo que eu tenho
A taxa nominal de juros relativa a uma operação finan- q : prazo que eu quero
ceira pode ser calculada pela expressão: t : prazo que eu tenho
Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do emprés-
timo

Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00,  


deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário iq = 0,009489 a.m  ou  iq = 0,949 % a.m.
de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:
3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efetiva
Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00 mensal
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
a) pela convenção da taxa proporcional:
Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita con- M = c (1 + i)n
fusão na Matemática Financeira são os conceitos de taxa M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x  1,196147
nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judi- M = 1.196,15
cial esses assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos de  
empréstimos, financiamentos, consórcios  e etc. b) pela convenção da taxa equivalente:
Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maioria M = c (1 + i)n
das vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x  1,185296
não são apresentados de uma maneira clara. M = 1.185,29
 
Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é
não é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros equivalente a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante
(é uma taxa “sem efeito”). A capitalização (o prazo de for- utilizando a taxa anual, neste caso  teremos que transfor-
mação e incorporação de juros ao capital inicial) será dada mar 18 (dezoito) meses em anos para fazer o cálculo, ou
através de outra  taxa,  numa unidade de tempo diferente, seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:
taxa efetiva. M = c (1 + i)n
Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x  1,185297
isto é, a taxa efetiva? M = 1.185,29
Vamos acompanhar através do exemplo  
3. Conclusões
1.1. Taxa Efetiva
- A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no
Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil cálculo do montante. Normalmente a taxa nominal vem
reais), aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitalizados sempre ao ano!
mensalmente, a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é - A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é
taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente mensal: aquela que foi utilizado para cálculo do montante. Pode
ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa
2. Respostas e soluções equivalente mensal (0,949 % a.m.).
- Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em
MATEM[ÁTICA

1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser se tratando de concursos públicos, a grande maioria das
capitalizado com a taxa anual. bancas examinadoras utilizam a convenção da taxa propor-
2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de duas cional. Em se tratando do mercado financeiro, utiliza-se a
convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equi- convenção de taxa equivalente.
valente mensal.

41
4. Taxa Equivalente Substituindo S1 e S2 , vem:
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao
mesmo capital, num mesmo intervalo de tempo, produzem Daí então, vem que:
montantes iguais. Essas taxas devem ser observadas com (1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
muita atenção, em alguns financiamentos de longo prazo, in = taxa de juros nominal
somos apenas informados da taxa mensal de juros e não j = taxa de inflação no período
tomamos conhecimento da taxa anual ou dentro do pe- r = taxa real de juros
ríodo estabelecido, trimestre, semestre entre outros. Uma Observe que se a taxa de inflação for nula no período,
expressão matemática básica e de fácil manuseio que nos isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são coin-
fornece a equivalência de duas taxas é:  cidentes.

1 + ia = (1 + ip)n, onde:  Exemplo


ia = taxa anual  Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um
ip = taxa período banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano
n: número de períodos  com $150.000,00. Sendo a inflação durante o período do
empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas nominal
Observe alguns cálculos:  e real deste empréstimo.
Teremos que a taxa nominal será igual a:
Exemplo 1 in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 =
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês? 0,25 = 25%
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02  Portanto in = 25%
1 + ia = (1 + 0,02)12  Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% =
1 + ia = 1,0212 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
1 + ia = 1,2682  (1 + in) = (1+r). (1 + j)
ia = 1,2682 – 1  (1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
ia = 0,2682  1,25 = (1 + r).1,10
ia = 26,82%  1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%
26,82%. 
Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, te-
As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa ríamos para a taxa real de juros:
anual nesse caso seria calculada da seguinte forma: 2% x (1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo não 1,25 = (1 + r).1,30
procede, pois a taxa anual foi calculada de forma correta e 1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
corresponde a 26,82% ao ano, essa variação ocorre porque Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto
temos que levar em conta o andamento dos juros compos- teríamos uma taxa real de juros negativa.
tos (juros sobre juros). 
Exemplo
5. Taxa Real $100.000,00 foi emprestado para ser quitado por
$150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período
A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto foi de 20%, qual a taxa real do empréstimo?
interessante sobre as taxas reais de juros, é que elas podem Resposta: 25%
ser inclusive, negativas.
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros 6. Taxas Proporcionais
nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado
capital P é aplicado por um período de tempo unitário, a Para se compreender mais claramente o significado
certa taxa nominal in destas taxas deve-se reconhecer que toda operação envol-
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = ve dois prazos:
P(1 + in). - o prazo a que se refere à taxa de juros; e
- o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (ASSAF
Consideremos agora que durante o mesmo período, a NETO, 2001).
taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O
capital corrigido por esta taxa acarretaria um montante S2 Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro sim-
MATEM[ÁTICA

= P (1 + j). ples são ditas proporcionais quando seus valores e seus


respectivos períodos de tempo, reduzidos a uma mesma
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplicada unidade, forem uma proporção. (PARENTE, 1996). Exemplos
ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos en-
tão escrever: S1 = S2 (1 + r)

42
Prestação = amortização + juros
Há diferentes formas de amortização, conforme descritas a seguir.
Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em todas as diferentes formas de amortização, utilizaremos o mesmo
exercício: uma dívida de valor inicial de R$ 100 mil, prazo de três meses e juros de 3% ao mês.

Pagamento único
É a quitação de toda a dívida (amortização + juros) em um único pagamento, ao final do período. Utilizamos a mesma
fórmula do montante:

Nos juros simples:


M = C (1 + i×n)
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros compostos:


M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00

1 - - 103.000,00
3.000,00

2 - - 106.000,00
3.000,00

3 100.000,00 -
3.000,00 109.000,00

Nos juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00

1 - - 103.000,00
3.000,00

2 - - 106.090,00
3.090,00

3 100.000,00 -
3.182,70 109.272,70

7. Sistema Price (Sistema Francês)

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:
MATEM[ÁTICA

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

43
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00

1 32.353,04 67.646,96
3.000,00 35.353,04

2 33.323,63 34.323,33
2.029,41 35.353,04

3 34.323,33 -
1.029,71 35.353,04

8. Sistema de Amortização Misto (SAM)

É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00

1 32.843,19 67.156,81
3.000,00 35.843,19

2 33.328,49 33.828,32
2.014,70 35.343,19

3 33.828,32 -
1.014,87 34.843,19

9. Sistema de Amortização Crescente (SACRE)

Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações dos
financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

10. Sistema Alemão

Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momento
“zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n

[PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo
MATEM[ÁTICA

i = taxa de juros
n = período

44
A1 = PMT . (1- i)n-1
A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período
An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - 3.000,00 100.000,00
3.000,00
1 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2.030,30
2 33.323,03 34.353,64 34.353,63
1.030,61
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do cál-
culo e serão desconsiderados.

11. Sistema de Amortização Constante – SAC

Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Nº Prestação Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
MATEM[ÁTICA

4 10900 900 10000 80000


5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000

45
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

12. Sistema Americano

O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -

13. Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês

O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

N Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)
MATEM[ÁTICA

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitali-
zação por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas
se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês
(regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.

46
n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão

0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00


100.000,00

1 - (2.912,62) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)


(35.275,08)

2 - (2.827,79) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)


(33.305,05)

3 (100.000,00) (94.259,59) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)


(31.419,87)
VPL - - - - - (173,09)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo.
Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto
menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de
vista financeiro.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir,
teremos como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais
barato do que uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador
do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 4% ao mês.

Referências
Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_
matematica_finaceiraNos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
MATEM[ÁTICA

i = taxa de juros
n = período

47
Resposta: Letra B.
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (TRE/PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2017) Para


comprar um automóvel, Pedro realizou uma pesquisa em 3 3. (POLICIA CIENTIFICA/PR – PERITO CRIMINAL –
concessionárias e obteve as seguintes propostas de finan- IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma pessoa
ciamento: comprou um vídeo game de última geração em uma loja,
parcelando em 12 prestações mensais de 140,00 cada uma,
Concessionária 1: Entrada de R$ 12.000,00 + 1 prestação de sem entrada. Sabendo-se que a taxa de juros compostos
R$ 29.120,00 para 30 dias após a entrada. cobrada pela loja foi de 3% ao mês, sendo que os valores
Concessionária 2: Entrada de R$ 13.000,00 + 1 prestação de estão arredondados e que: (1,03)12 = 1,4258
R$ 29.120,00 para 60 dias após a entrada.
Concessionária 3: Entrada de R$ 13.000,00 + 2 prestações (1,03)12 x 0,03 = 0,0428
R$ 14.560,00 para 30 e 60 dias após a entrada, respectiva- 0,4258/0,0428 = 9,95
mente.
O valor do vídeo game era de:
Sabendo que a taxa de juros compostos era 4% ao mês,
para a aquisição do automóvel a) R$ 1.393
b) R$ 1.820
a) a melhor proposta é a 1, apenas. c) R$ 1.680
b) a melhor proposta é a 2, apenas. d) R$ 1.178
c) a melhor proposta é a 3, apenas. e) R$ 1.423
d) as melhores propostas são 2 e 3, por serem equivalentes.
e) as melhores propostas são 1 e 2, por serem equivalentes. Resposta: Letra A.
Sendo PMT o valor da parcela e PV o valor presente, usa-
Resposta: Letra B.. remos o sistema de amortização PRICE, por ser parcelas
fixas:
Concessionária 1

Concessionária 2

Concessionária 3
4. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2017) Um in-
vestidor aplicou R$ 10.000,00 em títulos que remuneram à
taxa de juros compostos de 10% ao ano e o prazo para res-
gate da aplicação foi de 2 anos. Sabendo-se que a inflação
2. (TST – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2017) Um em- no prazo total da aplicação foi 15%, a taxa real de remune-
préstimo foi obtido para ser liquidado em 10 parcelas men- ração obtida pelo investidor no prazo total da aplicação foi
sais de R$ 2.000,00, vencendo-se a primeira parcela um
mês após a data da obtenção. A taxa de juros negociada a) 5,00%.
com a instituição financeira foi 2% ao mês no regime de b) 6,00%.
capitalização composta. Se, após o pagamento da oitava c) 5,22%.
parcela, o devedor decidir liquidar o saldo devedor do em- d) 5,00% (negativo).
préstimo nesta mesma data, o valor que deverá ser pago, e) 4,55%.
desprezando-se os centavos, é, em reais,
Resposta: Letra C.
a) 3.846,00. Sendo i a taxa de juros nominal
MATEM[ÁTICA

b) 3.883,00. R a taxa de juros real


c) 3.840,00. J a taxa de juros de inflação
d) 3.880,00. 1+i=(1+r)(1+j)
e) 3.845,00. (1+0,1)²=(1+r)⋅(1+0,15)

48
1,1²=(1+r) ⋅1,15 7. (FUNAPE – ANALISTA EM GESTÃO PREVIDENCIÁ-
1,21=1,15+1,15r RIA – FCC/2017) Um empréstimo foi contratado com uma
0,06=1,15r taxa nominal de juros de 6% ao trimestre e com capitaliza-
R=0,05217≅0,0522=5,22% ção mensal. A taxa efetiva desse empréstimo é igual a

5. (TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2017) Uma em- (A) 6,2302%.


presa obteve um empréstimo no valor de R$ 100.000,00 (B) 6,3014%.
para ser liquidado em uma única parcela no final do prazo (C) 6,1385%.
de 2 meses. A taxa de juros compostos negociada foi 3% (D) 6,2463%.
ao mês e a empresa deve pagar, adicionalmente, na data da (E) 6,1208%.
obtenção do empréstimo, uma taxa de cadastro no valor
de R$ 1.000,00. Na data do vencimento do empréstimo a Resposta: Letra E.
empresa deve pagar, junto com o valor que pagará à insti- Temos que transformar os 6% ao trimestre em capitali-
tuição financeira, um imposto no valor de R$ 530,00. O cus- zação mensal
to efetivo total para a empresa no prazo do empréstimo, foi 6/3=2%a.m
1,02³=1,061208=6,1208%
a) 7,70%.
b) 6,09%. 8. (TRE/BA – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2017) Um
d) 7,62%. banco emprestou a uma empresa R$ 100.000, entregues no
d) 6,00%. ato, sem prazo de carência, para serem pagos em quatro
e) 7,16%. prestações anuais consecutivas pelo sistema de amortiza-
ção constante (SAC). A taxa de juros compostos contratada
Resposta: Letra A. para o empréstimo foi de 10% ao ano, e a primeira presta-
M=C(1+i)t ção será paga um ano após a tomada do empréstimo.
M=100000(1+0,03)²=106090 Nessa situação, o valor da segunda prestação a ser paga
pela empresa será
Como teve uma taxa de 1000, a empresa recebeu então
99000
a) superior a R$ 33.000.
A empresa teve eu pagar 106090+530=106620
b) inferior a R$ 30.000.
106620=99000(1+i)
c) superior a R$ 30.000 e inferior a R$ 31.000.
106620=99000+99000i
d) superior a R$ 31.000 e inferior a R$ 32.000.
7620=99000i
e) superior a R$ 32.000 e inferior a R$ 33.000.
I=0,0769=7,69%
Resposta: Letra E.
6. (TRE/PR - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2017) A SD=100000
Cia. Ted está avaliando a alternativa de compra de um novo A=100000/4=25000
equipamento por R$ 480.000,00 à vista. Estima-se que a vida J=(100000-25000)⋅0,1
útil do equipamento seja de 3 anos, que o valor residual de J=7500
revenda no final do terceiro ano seja R$ 70.000,00 e que os P=A+J
fluxos líquidos de caixa gerados por este equipamento ao P=25000+7500=32500
final de cada ano sejam R$ 120.000,00, R$180.000,00 e R$
200.000,00, respectivamente. Sabendo que a taxa mínima 9. (EMBASA – CONTADOR – IBFC/2017) Um cliente fez
de atratividade é de 10% a.a., a alternativa um empréstimo no valor de R$ 2.000,00 no Banco ABC em
31/12/2013 para reaplicar em um investimento em sua em-
a) apresenta valor presente líquido positivo. presa. A taxa de juros cobrada pelo Banco era de 10% ao ano.
b) apresenta valor presente líquido negativo. Após um ano, em 31/12/2014, o fluxo de caixa da empresa
c) apresenta taxa interna de retorno maior que 10% a.a. foi de R$ 1.100,00. Após dois anos, em 31/12/2015, o fluxo de
d) é economicamente viável à taxa mínima de atratividade caixa da empresa foi de R$ 1.210,00 e em 31/12/2016, após
de 10% a.a.. três anos, o fluxo de caixa da empresa foi de R$ 1.331,00.
e) é economicamente viável à taxa mínima de atratividade O valor presente líquido dos valores do fluxo de caixa, trazi-
de 12% a.a.. dos a valor presente em 31/12/2013, era de:

a) R$ 1.100,00
Resposta: Letra B. b) R$ 1.000,00
VPL = valor presente das entradas – valor presente das c) R$ 2.210,00
MATEM[ÁTICA

saídas d) R$ 2.331,00

Resposta: Letra B.

49
10.(DPE/PR – CONTADOR – INAZ DO PARÁ/2017) Um comerciante recebeu, no meio do mês, uma excelente oferta de
compra de material para sua empresa no valor de R$8.000,00. No entanto, por estar desprovido de recursos, precisou tomar
um empréstimo junto ao seu banco, em parcelas de 15 vezes a uma taxa de juros 2,5% a.m. Determine o valor da última
prestação do empréstimo, lembrando que o Sistema de financiamento usado é o SAC.

a) R$ 533,33
b) R$ 733,33
c) R$ 653,33
d) R$ 560,00
e) R$ 546,67

Resposta: Letra E.
8000/15 = 533,33
Portanto, a última parcela será de 533,33⋅1,025=546,66

FUNÇÕES: A) DOMÍNIO, CONTRADOMÍNIO E IMAGEM.; B) RAIZ DE UMA FUNÇÃO.;C) FUNÇÕES


INJETORAS, SOBREJETORAS E BIJETORAS.;D) FUNÇÕES CRESCENTES, DECRESCENTES E
CONSTANTES.;E) FUNÇÕES COMPOSTAS E INVERSAS.; FUNÇÃO AFIM E FUNÇÃO QUADRÁTICA:
A) GRÁFICO, DOMÍNIO, IMAGEM E CARACTERÍSTICAS.; B) VARIAÇÕES DE SINAL.; C) MÁXIMOS E
MÍNIMOS. D) RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES. E) INEQUAÇÃO PRODUTO E INEQUAÇÃO
QUOCIENTE.

Função do 1˚ Grau

1. Conceitos Fundamentais sobre Funções

Uma função é uma relação entre dois conjuntos A e B de modo que cada elemento do conjunto A está associado a um
único elemento de B. Sua representação matemática é bem simples:

y=f(x):A→B

Onde y são os elementos do conjunto B e x são os elementos do conjunto A. f(x) é a chamada “função de x”, que basi-
camente é uma expressão matemática que quantifica o valor de y, dado um valor de x. Outra maneira de representarmos
uma função é através de um modelo esquemático:

Neste modelo esquemático, temos o conjunto A sendo representado a esquerda e o conjunto B sendo representado a
direita, mostrando a relação de função entre eles. A partir destas definições, podemos definir 3 conceitos fundamentais das
funções: Domínio, Contradomínio e Imagem.
MATEM[ÁTICA

50
1.1 Domínio Função decrescente: Função f(x), num determinado in-
tervalo, é decrescente se, para quaisquer x1 e x2 pertencen-
O domínio da função, ou domínio de f(x), é o conjunto te a este intervalo, com x1<x2, tivermos f(x1 )>f(x2 ).
de todos os valores que podem ser atribuídos a x, ou seja,
todos os elementos do conjunto A.

1.2. Contradomínio

O contradomínio da função, ou contradomínio de f(x),


são todos os valores possíveis que podem ser atribuídos a
y, ou seja, trata-se do conjunto B,

1.3. Imagem

A imagem de uma função, ou imagem de f(x), é um sub-


conjunto do contradomínio que contém apenas os valores
de y que tiveram algum elemento de x associado. Função constante: A função f(x), num determinado in-
tervalo, é constante se, para quaisquer x1<x2 , tivermos f(x1)
Usando o diagrama esquemático representado ante- = f(x2).
riormente, podemos descrever as 3 definições nele:
Domínio: Todos os valores de A: f(x):Dom={2,4,7,10}
Contradomínio: Todos os valores de B: f(x):ContraDom=
{0,4,8,10,12,16}
Imagem: Todos os valores de B que tiveram associação
com A: f(x):Imagem={0,4,10,16}

Observe que o elemento “8” do conjunto B não per-


tence a imagem, pois não há nenhum valor do conjunto A
associado a ele.

FIQUE ATENTO!
Nem sempre a imagem e o contradomínio te-
rão o mesmo tamanho! 1.4. Representação Gráfica

A função f(x) pode ser representada no plano cartesia-


Função crescente: A função f(x), num determinado in- no, através de um par ordenado (x,y). O lugar geométrico
tervalo, é crescente se, para quaisquer x1 e x2 pertencentes a dos pares ordenados para os quais x∈Dom e y∈Imagem
este intervalo, com com x1<x2, tivermos f(x1 )<f(x2 ). formam, no plano cartesiano, o gráfico da função. Um
exemplo de plano cartesiano é apresentado abaixo:

MATEM[ÁTICA

51
#FicaDica
A apresentação de uma função por meio de
seu gráfico é muito importante, não só na
Matemática como nos diversos ramos dos
estudos científicos.

2. Função do 1º Grau

As funções de 1° grau, conhecidas também como fun-


ções lineares, são expressões matemáticas onde a variável
independente x possui grau igual a 1 e não está no deno-
minador, em outras palavras, a forma geral de uma função
de primeiro grau é a seguinte:

f(x)=ax+b a≠0

Onde “a” e “b” são números reais e são denominados


respectivamente de coeficientes angular e linear. Nas fun-
ções de primeiro grau, tanto o domínio, contradomínio e
imagem são todos os números reais, uma vez que não há
nenhum tipo de restrição de valor nas mesmas. b) Decrescente:
A representação gráfica dos três posicionamentos desta
2.1. Zeros da Função do 1º grau: reta, em função do valor de b, está abaixo:

Chama-se zero ou raiz da função do 1º grau y = ax + b


o valor de x que anula a função, isto é, o valor de x para que
y seja igual à zero.
Assim, para achar o zero da função y = ax + b, basta
resolver a equação ax + b = 0

Ex:
Determinar o zero da função: y = 2x – 4.

O zero da função y = 2x – 4 é 2.

2.2. Gráfico da Função do 1º Grau

A forma desta função, como o próprio nome diz, será


linear ou uma reta, e terá três tipos:

a) Crescente: a> 0
Quando o coeficiente angular da função for positivo, os
valores de y aumentarão quando o valor de x também au-
mentar. A representação gráfica dos três posicionamentos
desta reta, em função do valor de b, está abaixo:
MATEM[ÁTICA

52
c) Constante: b) Quais valores de x tornam positiva a função?
Algumas referências não tratam a função constante
como uma função linear e na teoria, realmente ela não é.
Entretanto, como sua forma também é uma reta e trata-se
de um caso específico do valor de a, colocamos nesta se-
ção para ficar de maneira mais didática ao leitor. A repre-
sentação gráfica dos três posicionamentos desta reta, em
função do valor de b, está abaixo:

A função é positiva para todo x real maior que 2.

c) Quais valores de x tornam negativa a função?

A função é negativa para todo x real menor que 2.

Podemos também estudar o sinal da função por meio


de seu gráfico:

2.3. Estudo do sinal da função do 1º grau

Estudar o sinal da função do 1º grau é


determinar os valores reais de x para que:
- A função se anule (y = 0);
- A função seja positiva (y > 0);
- A função seja negativa (y < 0).

Ex:
Estudar o sinal da função .

a) Qual o valor de x que anula a função?

- Para x = 2 temos y = 0;
- Para x > 2 temos y > 0;
- Para x < 2 temos y < 0.
A função se anula para .
MATEM[ÁTICA

53
1.1. Concavidade da Parábola
EXERCÍCIO COMENTADO No caso das funções do 2º grau, a parábola pode ter
sua concavidade voltada para cima (a > 0) ou voltada para
1. Determine o domínio das funções reais apresentadas baixo (a < 0).
abaixo.

a)

b)

c)

Resposta:

a) Domínio =

b) Domínio = a> 0 a<0

c) Domínio = 1.2. Coordenadas do vértice da parábola

Função do 2˚ Grau A parábola que representa graficamente a função do 2º


grau apresenta como eixo de simetria uma reta vertical que
Chama-se função do 2º grau ou função quadrática toda intercepta o gráfico num ponto chamado de vértice.
função de em definida por um polinômio do 2º As coordenadas do vértice são:
grau da forma com a , b e c reais
e . O gráfico de uma função do 2º grau é uma pa-
rábola. e

Exs:

1. Zeros da Função do 2º grau

As raízes ou zeros da função quadrática


são os valores de x reais tais que
e, portanto, as soluções da equação do 2º grau.

Vértice (V)
A resolução de uma equação do 2º grau é feita utilizan-
do a fórmula de Bháskara como já visto.

FIQUE ATENTO!
As raízes (quando são reais), o vértice e a in-
tersecção com o eixo y são fundamentais para
traçarmos um esboço do gráfico de uma fun-
ção do 2º grau.
MATEM[ÁTICA

54
O Conjunto Imagem de uma função do 2º grau está associado ao seu ponto extremo, ou seja, à ordenada do vértice

( ).

Ex:
Vamos determinar as coordenadas do vértice da parábola da seguinte função quadrática: .

Cálculo da abscissa do vértice:

Cálculo da ordenada do vértice:


Substituindo x por 4 na função dada:

Logo, o ponto V, vértice dessa parábola, é dado por V .

#FicaDica
Como observado, a ordenada do vértice (
) pode ser calculada de duas formas distintas:
substituindo o valor de na função ou usando a
fórmula dada anteriormente . Cos-
tuma-se utilizar a primeira forma (apresentada
no exemplo) por exigir menos cálculos e com
isso ganha-se tempo na prova. Mas fica a cargo
do aluno qual forma utilizar. Para fins ilustrati-
vos, vamos encontrar o utilizando a fórmula:

que é idêntico
(como não poderia deixar de ser) ao valor en-
contrado anteriormente.
MATEM[ÁTICA

1.3. Domínio e Imagem da função do 2º grau

O domínio de uma função do 2º grau é o conjunto dos números reais, ou seja Dom=
Como visto acima, a imagem de uma função do 2º grau está diretamente relacionada à ordenada do vértice ( ).

55
Para a > 0 → Im = y ∈ ℝ y ≥ yV}
Para a < 0 → Im = y ∈ ℝ y ≤ yV }

1.4. Representação gráfica – diferentes casos

Para sabermos a posição e orientação desta parábola,


precisaremos além de analisar o sinal do discriminante, te-
remos que analisar também o sinal do coeficiente “a”. Ve-
jam os casos:

a) a > 0 e Δ > 0 : Neste caso, teremos a “boca” da


parábola apontada para cima, e como temos duas raízes
distintas, a mesma cruza duas vezes no eixo x. Além disso,
o vértice da parábola caracteriza-se pelo ponto de mínimo
da mesma. Seguem as representações para duas raízes po-
sitivas, uma positiva e outra negativa, e as duas negativas,
respectivamente:

c) a > 0 e Δ = 0 : Neste caso, a “boca” da parábo-


la segue apontada para cima, mas a mesma toca o eixo x
apenas uma vez, já que a raízes são idênticas. Além disso, o
vértice desta parábola é exatamente o ponto de tangência,
a figura a seguir apresenta os casos para a raiz positiva e
negativa respectivamente:

b) a < 0 e Δ > 0 : Neste caso, temos a “boca” da parábo-


la apontada para baixo, e como temos duas raízes distintas,
a mesma cruza duas vezes no eixo x. Além disso, o vértice
da parábola caracteriza o ponto de máximo da mesma. Se-
guem as representações para as duas raízes positivas, uma
positiva e outra negativa, e as duas negativas, respectiva-
mente:
MATEM[ÁTICA

d) a < 0 e Δ = 0 : Neste caso, a “boca” da parábola


segue apontada para baixo, mas a mesma toca o eixo x
apenas uma vez, já que a raízes são idênticas. Além disso, o

56
vértice desta parábola é exatamente o ponto de tangência, f) a < 0 e Δ = 0 : Neste caso, não há raízes (a pará-
a figura a seguir apresenta os casos para a raiz positiva e bola não toca e nem cruza o eixo x). A “boca” da parábola
negativa respectivamente: segue para baixo e as figuras a seguir apresentam os grá-
ficos para vértices com coordenada x positiva e negativa
respectivamente:

1.5. Valor máximo e valor mínimo da função do 2º


grau
e) a > 0 e Δ = 0 : Neste caso, não há raízes (a pará-
bola não toca e nem cruza o eixo x). A “boca” da parábola - Se a > 0, o vértice é o ponto da parábola que tem or-
segue para cima e as figuras a seguir apresentam os grá- denada mínima. Nesse caso, o vértice é chamado ponto de
ficos para vértices com coordenada x positiva e negativa mínimo e a ordenada do vértice é chamada valor mínimo
respectivamente: da função;
- Se a < 0, o vértice é o ponto da parábola que tem
ordenada máxima. Nesse caso, o vértice é ponto de má-
ximo e a ordenada do vértice é chamada valor máximo da
função.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Dada a função parabólica a < 0 e Δ = 0 , determine as


coordenadas do vértice, V.

Resposta: As coordenadas do seu vértice podem ser en-


contradas através de:
xv = – b
          2a
yv = – Δ
        4a
Logo,
MATEM[ÁTICA

−1 1
xv = − =
2�1 2
−1 2 − 4 � 1 � 0 1
yv = − =−
4�1 4

57
Portanto: FUNÇÃO MODULAR
1 1
V= ,− . 1. Módulo
2 4
As funções modulares são desenvolvidas através de um
2. (UFSCAR–SP)  Uma bola, ao ser chutada num tiro de operador matemático chamado de “Módulo”. Sua definição
meta por um goleiro, numa partida de futebol, teve sua está apresentada abaixo:
trajetória descrita pela equação  h(t) = – 2t² + 8t (t  ≥0)  ,
onde t é o tempo medido em segundo e h(t) é a altura em 𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
metros da bola no instante t. Determine, apos o chute: x = �
−𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 0
a) o instante em que a bola retornará ao solo.
b) a altura atingida pela bola.
Sua representação é através de duas barras verticais e
Resposta: lê-se “Módulo de x”.
a) Houve dois momentos em que a bola tocou o chão:
o primeiro foi antes de ela ser chutada e o segundo foi #FicaDica
quando ela terminou sua trajetória e retornou para o
chão. Em ambos os momentos a altura h(t) era igual a Módulo também conhecido como valor
zero, sendo assim: absoluto pode ser entendido como uma
distância e por isso |x|<0 não existe para todo
h(t) = – 2t² + 8t x.
0 = – 2t² + 8t Ex: |3| = 3 e |-3| = 3.
2t² – 8t = 0
2t.(t – 4) = 0
t’ = 0 1.1. Função Modular
t’’ – 4 = 0
t’’ = 4 A função modular, segue a mesma representação, tro-
cando apenas x por f(x):
Portanto, o segundo momento em que a bola tocou no
chão foi no instante de quatro segundos. 𝑓 x , 𝑠𝑒 𝑓 x ≥ 0
f(x) = �
−𝑓 x , 𝑠𝑒 𝑓 x ≤ 0
b) A altura máxima atingida pela bola é dada pelo vér-
tice da parábola. As coordenadas do seu vértice podem
ser encontradas através de: FIQUE ATENTO!
A representação gráfica será feita através de
xv = – b duas retas, dependendo de como é a forma de
          2a f (x).
yv = – Δ
        4a
Abaixo segue alguns exemplos:
No caso apresentado, é interessante encontrar ape-
nas yv: Ex:
Desenhar o gráfico de f x = |x|
yv = – Δ Resolução: O gráfico de f x = |x| forma uma ponta
        4a na origem e segue uma reta espelhada tanto para o sentido
yv = – (b² – 4ac) positivo quanto para o negativo:
       4a
yv = – (8² – 4 (–2)0)
          4 (– 2)
yv = – (64 – 0)
          – 8
yv = 8

Portanto, a altura máxima atingida pela bola foi de  8


MATEM[ÁTICA

metros.

58
Ex:
Desenhar o gráfico de f x = |x − a
Resolução: Quando há um termo subtraindo o valor de x dentro do módulo, o gráfico original acima se desloca, com a
“ponta” se movendo para a coordenada “a”. Seguem os dois casos, para a > 0 e a < 0 respectivamente:

1.2. Equações modulares

As equações modulares são funções modulares igualadas a algum número ou expressão. Ela será resolvida decompon-
do a mesma em dois casos, com domínios pré-determinados. Este tipo de solução é apresentada no Exercício Comentado
1, a seguir:

EXERCÍCIO COMENTADO

1. Resolva x − 3 = 7

Resolução: Conforme foi mencionado, vamos resolver dois casos, usando a definição de módulo:
x − 3 = 7 , para x − 3 ≥ 0
− x − 3 = 7 , para x − 3 ≤ 0
Resolvendo:
x = 7 + 3 = 10, para x ≥ 3
– x + 3 = 7 ⇔ x = −4, para x ≤ 3
Observe que as duas soluções estão dentro dos domínios pré-estabelecidos, assim: S={-4,10}

2. (PREF. OSASCO-SP – ATENDENTE – FGV/2014) Assinale a única função, dentre as opções seguintes, que pode estar
representada no gráfico a seguir: 

MATEM[ÁTICA

a) y = 1 – |x – 1|;
b) y = 1 – |x + 1|;
c) y = 1 + |x – 1|;
d) y = 1 + |x + 1|;
e) y = |x – 1| + |x + 1|.

59
Resposta: Letra A.
Pelo gráfico se x = 0 implica em y = 0, se x = 2 implica em y = 0 e se x = 1 implica em y=1. Analisando o itens acima,
verifica-se que essas condições são satisfeitas se y = 1 – |x – 1|. Logo, a resposta correto é a letra a.

FUNÇÃO EXPONENCIAL A) GRÁFICO, DOMÍNIO, IMAGEM E CARACTERÍSTICAS. B) EQUAÇÕES E


INEQUAÇÕES EXPONENCIAIS.

FUNÇÃO EXPONENCIAL

A função exponencial, como o nome mostra, é uma função onde a variável independente é um expoente:

Com “a” sendo um número real. Possui dois tipos básicos, quando a > 1 (crescente) e 0 < a < 1 (decrescente).
As figuras a seguir apresentam seus respectivos gráficos:

#FicaDica
É importante ressaltar que o gráfico da função exponencial (na forma que foi apresentado) não toca o eixo ,
pois a função com é sempre positiva.

1. Equações exponenciais

As equações exponenciais são funções exponenciais relacionadas a números ou expressões. O princípio fundamental
para a resolução das mesmas é lembrar que dois expoentes serão iguais se as respectivas bases também forem iguais,
sigam os exemplos abaixo:
Ex:
Resolva 3x = 27
Resolução: Seguindo o princípio que bases iguais terão expoentes iguais, temos que lembrar que 27 = 33 , assim:

3x = 33
x=3
S = {3}
MATEM[ÁTICA

60
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Resolva 22x = 1024

Resposta:
Utilizando as propriedades de potenciação, tem-se:
𝟐𝟐𝐱 = 𝟐𝟏𝟎
𝟐𝐱 = 𝟏𝟎
Portanto, a solução da equação exponencial é x=5.

2.(CONED-2016) Qual a soma das raízes ou zeros da função exponencial abaixo:


22x−3 − 3 � 2x−1 + 4 = 0
a) 5
b) 4
c) 6
d) 8
e) -6

Resposta: Letra A.

22x−3 − 3 � 2x−1 + 4 = 0
22x 3 � 2x
− +4 = 0
23 2
2 x 2 3�2 x
− +4 = 0
23 2
Faz-se a substituição 2x = y pra obter uma equação de segundo grau
y 2 3y
− +4=0
8 2
Multiplicando a equação por 8
y 2 − 12y + 32 = 0
Resolvendo a equação do segundo grau:
Δ = −12 2 − 4 � 1 � 32 = 144 − 128 = 16

2x = 4 → 2x = 22 → x = 2
Assim, � x 1
2 = 8 → 2x = 23 → x2 = 3
Portanto, a soma das raízes é igual a 2+3=5.
MATEM[ÁTICA

61
FUNÇÃO LOGARÍTMICA A) DEFINIÇÃO DE LOGARITMO, PROPRIEDADES OPERATÓRIAS E
MUDANÇA DE BASE. B) GRÁFICO, DOMÍNIO, IMAGEM E CARACTERÍSTICAS DA FUNÇÃO
LOGARÍTMICA. C) EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES LOGARÍTMICAS.

FUNÇÃO LOGARÍTMICA

As funções logarítmicas tem como base o operador matemático log:

f x = log a x , com a > 0, a ≠ 1 e x > 0

FIQUE ATENTO!
Observe que há restrições importantes para os valores de (logaritmando) e (base) e será essas restrições que
poderá determinar o conjunto solução das equações logarítmicas.

O gráfico da função logarítmica terá dois formatos, baseado nos possíveis valores de a. Será crescente quando e de-
crescente quando :

1. Equações Logarítmicas

As equações logarítmicas adotarão um princípio semelhante as equações exponenciais. Para se achar o mesmo logarit-
mando, dois logaritmos deverão ter a mesma base ou vice-versa. Ressalta-se apenas que as condições de existência de um
logaritmo devem ser respeitadas. Veja o exemplo:
Ex:
Resolva log2 x − 2 = 4
Primeiramente, será importante transformar o número 4 em um log. Como a base do log que contém x é dois, vamos
transformar 4 em um log na base 2 da seguinte forma:
log 2 16 = 4
Igualando isso a equação:
log 2 x − 2 = log 2 16

#FicaDica
Bases iguais, logaritmandos iguais:
MATEM[ÁTICA

4x + 2 = 3x + 3
→ 4x − 3x = 3 − 2
→x=1

62
EXERCÍCIO COMENTADO

1. (FUNDEP-2014) O conjunto solução da equação log 4x + 2 = log 3x + 3 é:


a) S={1}
b) S= {2}
c) S= {3}
d) S= {4}
e) S= {5}

Resposta: Letra A.
Como as bases são iguais, os logaritmandos devem ser iguais. Portanto, pode-se escrever:

4x + 2 = 3x + 3
→ 4x − 3x = 3 − 2
→x=1

TRIGONOMETRIA A) TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO. B) TRIGONOMETRIA


NUM TRIÂNGULO QUALQUER.
C) UNIDADES DE MEDIDAS DE ARCOS E ÂNGULOS: GRAUS E RADIANOS.
D) CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO, RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS, REDUÇÃO AO 1º QUADRANTE.
E) FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS: SENO, COSSENO E TANGENTE; RELAÇÕES E IDENTIDADES.
F) FÓRMULAS DE ADIÇÃO DE ARCOS E ARCOS DUPLOS.

TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO

1. Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Definiremos algumas relações e números obtidos a partir dos lados de triângulos retângulos. Antes, porém, precisamos
revisar seus conceitos básicos. A figura abaixo apresenta um triângulo onde um de seus ângulos internos é reto (de medida
π
90º ou rad), o que nos permite classificá-lo como um triângulo retângulo.
2


Lembremo-nos de que, qualquer que seja o triângulo, a soma dos seus três ângulos internos vale 180º. Logo, a respeito
do triângulo ABC apresentado, dizemos que:

α + β + 90° = 180° → α + β = 90°

Com isso, podemos concluir:


MATEM[ÁTICA

a) Que os ângulos α e β são complementares, isto é, são ângulos cujas medidas somam 90º;
b) Uma vez que são complementares ambos terão sempre medida inferior a 90º, ou seja, serão ângulos agudos.

63
A partir dessas definições, podemos calcular o seno, co-
FIQUE ATENTO! -seno e tangente do ângulo α, do triângulo da figura:
Dizemos que todo triângulo retângulo tem
um ângulo interno reto e dois agudos, cateto oposto a α
complementares entre si. sen α =
hipotenusa

#FicaDica cateto adjacente a α


Vale lembrar que a hipotenusa será sempre cos α =
hipotenusa
o lado oposto ao ângulo reto e, ainda, o
lado maior do triângulo. Podemos relacioná-
los através do Teorema de Pitágoras, o qual cateto oposto a α
enuncia que o quadrado sobre a hipotenusa tg α =
de um triângulo retângulo é igual à soma dos cateto adjacente a α
quadrados sobre os catetos.
No caso de , o cateto oposto a ele será aquele que não
2. Seno, Co-seno e Tangente de um Ângulo Agudo forma o ângulo, ou seja, o segmento AC. Já o cateto adja-
cente será o cateto que junto com a hipotenusa, forma o
A figura abaixo ilustra um triângulo retângulo com suas ângulo, assim, ele será AB. Substituindo os valores:
medidas de lados:
cateto oposto a α 3
sen α = = = 0,6
hipotenusa 5

cateto adjacente a α 4
cos α = = = 0,8
hipotenusa 5

cateto oposto a α 3
De fato, as medidas de seus lados (3, 4 e 5 unidades de tg α = = = 0,75
cateto adjacente a α 4
comprimento) satisfazem a sentença do teorema de Pitá-
goras: 52 = 32 + 42.
2.1. Seno, Co-seno e Tangente dos Ângulos Notáveis
Agora, definiremos três importantes relações entre os
lados do triângulo, aos quais chamaremos de seno, co-se- Uma vez definidos os conceitos de seno, co-seno e tan-
no e tangente. Essas propriedades serão sempre relativas gente de ângulos agudos internos a um triângulo retân-
a um determinado ângulo, assim, precisaremos especificar gulo, passaremos a determinar seus valores para ângulos
de qual ângulo estamos falando. A expressão geral é apre- de grande utilização em diversas atividades profissionais e
sentada abaixo, com as abreviações as propriedades: encontrados facilmente em situações cotidianas.
Observemos, nas figuras abaixo, que a diagonal de um
quadrado divide ângulos internos opostos, que são retos,
cateto oposto ao ângulo em duas partes de 45 + o+, e que o segmento que define a
sen Ângulo =
hipotenusa bissetriz (e altura) de um ângulo interno do triângulo equi-
látero permite-nos reconhecer, em qualquer das metades
em que este é dividido, ângulos de medidas 30o e 60o.
cateto adjacente ao ângulo
cos Ângulo =
hipotenusa

cateto oposto ao ângulo


MATEM[ÁTICA

tg Ângulo =
cateto adjacente ao ângulo

64
Primeiramente, vamos calcular os comprimentos da 2.3. Seno, Co-seno e Tangente de 45°
diagonal do quadrado e a altura h, do triângulo equilátero.
Como já vimos as fórmulas na seção anterior de triângulos, A partir do quadrado representado na figura acima, de
vamos apenas indicar os valores: lado a e diagonal 𝐚 2 , podemos calcular:

d=a 2
l 3
h=
2

Sabemos, agora, que o triângulo hachurado no interior


do quadrado tem catetos de medida 𝐚 e2hipotenusa 𝐚 2
. Para o outro triângulo sombreado, teremos catetos e me-
didas 1 e l 3 , enquanto sua hipotenusa tem comprimento
1. 2 2 cateto oposto a 45° a
tg 45° = = =1
cateto adjacente a 45° a
Passemos, agora, ao cálculo de seno, co-seno e tangen-
te dos ângulos de 30o, 45o e 60o.
Note que o ângulo de 45° tem valores iguais de seno
2.2. Seno, Co-seno e Tangente de 30° e 60°. e cosseno, o que implica em uma tangente igual a 1. Isso
se deve pois o complementar deste ângulo é ele mesmo.
Tomando por base o triângulo equilátero da figura aci-
ma, e conhecendo as medidas de seus lados, temos: Os resultados que obtivemos nos permitem definir, a
seguir, uma tabela de valores de seno, co-seno e tangente
dos ângulos notáveis, que nos será extremamente útil.
cateto oposto a 30° l/2 1
sen 30° = = =
hipotenusa l 2
l 3
30o 45o 60o
cateto adjacente a 30° 3 sen
cos 30° = = 2
= 1 2 3
hipotenusa l 2
2 2 2
cateto oposto a 30° l/2 3
tg 30° = =l 3 =
cateto adjacente a 30° 3 cos 3
2 2 1
2 2 2
E
tg
3 1 3
3 2

3. O círculo trigonométrico
l
cos 60° =
cateto adjacente a 60°
= 2
=2
1 Definidas principais propriedades e o ângulos notáveis,
hipotenusa l podemos expandir essa análise para todos os ângulos de
l 3
um círculo, indo de 0 a 360° ou de 0 a 2π rad. Para isso,
cateto oposto a 60° usamos o circulo trigonométrico apresentado a seguir:
tg 60° = = 2
l = 3
cateto adjacente a 60°
2

Observação Importante: Observe que os ângulos de 30°


e 60° são complementares, e isso provoca a troca dos va-
lores de seno e cosseno. Já a tangente, temos exatamente
MATEM[ÁTICA

o valor inverso.

65
Nele, podemos ver a divisão do círculo em quadrantes e em cada quadrante, podemos ver as posições do seno e cos-
seno dos ângulos. É importante memorizar os sinais dos senos e cossenos, pois eles se alteram conforme mudamos de
quadrante.
Também é importante notar os limites de valores para o seno e cosseno. Para qualquer ângulo x, os valores de seno e
π 3π
cosseno estarão sempre entre -1 e 1 e isto está representado nos valores para os ângulos de 0, , π, e 2π
2 2
4. Outras Razões Trigonométricas – Co-tangente, Secante e Co-secante

Além das razões com que trabalhamos até aqui, são definidas a co-tangente, secante e co-secante de um ângulo agudo
de triângulo retângulo através de relações entre seus lados, como definimos a seguir, com suas respectivas abreviações
cateto adjacente ao ângulo
cotg Ângulo =
cateto oposto ao ângulo
hipotenusa
sec Ângulo = cateto adjacente ao ângulo
hipotenusa
cossec Ângulo = cateto oposto ao ângulo

Por exemplo, para um triângulo retângulo de lados 3, 4 e 5 unidades de comprimento que apresentamos anteriormente,
temos para o ângulo α:

cateto adjacente a α 4
cotg α = =
cateto oposto a α 3
hipotenusa 5
MATEM[ÁTICA

sec α = =
cateto adjacente a α 4
hipotenusa 5
cossec α = cateto oposto a α = 3

66
5. Identidades Trigonométricas sen α b⁄a b
= = = tg α
É comum a necessidade de obtermos uma razão cos α c⁄a c
trigonométrica, para um ângulo, a partir de outra razão
cujo valor seja conhecido, ou mesmo simplificar expressões
De forma análoga, o leitor obterá o mesmo resultado se
extensas envolvendo várias relações trigonométricas para
tomar o ângulo β. Dizemos, portanto, que, para um ângulo
um mesmo ângulo. Nesses casos, as identidades trigono-
x, cujo cosseno não será nulo:
métricas que iremos deduzir neste tópico são ferramentas
de grande aplicabilidade. sen x
Identidade em uma ou mais variáveis é toda igualdade tg x =
verdadeira para quaisquer valores a elas atribuídos, desde cos x
que verifiquem as condições de existência de expressão.
Vamos iniciar então, mostrando um triângulo retângulo Podemos observar, também, que a razão b , que re-
qualquer: c
presenta tg α , se invertida (passando a c ), vem a consti-
b
tuir cotg α . Em virtude disso, e aproveitando a identidade
enunciada anteriormente, podemos dizer que, para todo
ângulo x de seno não-nulo:
1 cos x
cotg x = =
tg x sen x

Tais inversões ocorrem também e se tratando das re-


Aplicando as medidas de seus lados no teorema de Pi- lações seno, co-seno, secante e co-secante. Vejamos que:
tágoras, obtemos a seguinte igualdade:

b2 + c 2 = a2

Dividindo os seus membros por , não alteraremos a


igualdade. Assim, teremos:

2
b2 c 2 a2 b c 2 e
2
+ 2= 2→ + =1
a a a a a

Se utilizarmos as relações trigonométricas que defi-


nimos (seno, cosseno e tangente), podemos simplificar a
expressão de duas maneiras possíveis, em função de ou :

2 2 Teríamos encontrado inversões análogas se utilizás-


sen α + cos α = 1 semos o ângulo β. Assim, essas relações também valerão
ou para qualquer ângulo x, desde que seja respeitada a condi-
2 2 ção de os denominadores dos segundos membros dessas
cos β + sen β = 1 identidades não serem nulos.

Logo, como sempre teremos a soma dos quadrados de Aplicando essas relações no teorema de Pitágoras, chega-
seno e co-seno de um ângulo. Essa identidade valerá para mos as outras duas importantes identidades trigonométricas:
qualquer ângulo x: 2
tg x + 1 = sec 2 x
2
cotg x + 1 = cosec2 x
sen2x + cos 2 x = 1

Essa relação, é conhecida como relação fundamental da 6. Adição e Subtração de Arcos


MATEM[ÁTICA

trigonometria.
Outras identidades trigonométricas estão relacionadas
Façamos agora outro desenvolvimento. Tomemos um a operações com ângulos. As fórmulas a seguir foram de-
dos ângulos agudos do triângulo ABC, da figura. Por exem- duzidas para facilitar algumas operações matemáticas. Se-
plo, α. Dividindo-se sen α por cos α, obtemos: jam e ângulos quaisquer. Temos que:

67
Seno da Soma: sen α + β = sen α � cos β + sen β � cos α

Seno da Diferença: sen α − β = sen α � cos β − sen β � cos α


Cosseno da Soma: cos α + β = cos α � cos β − sen α � sen β

Cosseno da Diferença: cos α − β = cos α � cos β + sen α � sen β

tg α+tg β
Tangente da Soma: tg α + β =
1−tgα � tgβ

tg α−tg β
Tangente da Diferença: tg α − β =
1+tgα.tg β

Dessas fórmulas, podemos deduzir uma variação importante, que são as fórmulas dos arcos duplos:

sen 2θ = 2 � sen θ � cos θ


cos 2θ = cos2 θ − sen ²θ

EXERCÍCIO COMENTADO

1. Dado o triângulo a seguir, obtenha os valores dos catetos. Utilize 3 = 1,7

a) 10 e 7,5
b) 5 e 8,5
c) 5 e 5
d) 8,5 e 7,5
e) 7,5 e 7,5

Resposta: Letra B. Basta calcular o seno e o cosseno de 30° e igualar aos valores de ½ e 3⁄2 . Nem sempre os exercícios
passarão os valores dos ângulos notáveis, é importante memorizar.
MATEM[ÁTICA

68
2. Dado o triângulo a seguir, obtenha o valor da hipotenusa. Utilize 2 = 1,4

a) 4,8
b) 5,0
c) 5,5
d) 5,7
e) 6,0

Resposta: Letra D. Usando o cosseno de 45°, chega-se na resposta.

3. Assinale a alternativa que representa os valores de sen (75°) e cos (75°)

6− 2 6+ 2
a) e
2 2
6− 2 6+ 2
b) 4
e 4
6+ 2 6− 2
c) e
4 4
6− 2 6+ 2
d) 4
e 4

Resposta: Letra C. Usando a fórmula de soma de arcos para seno e cosseno e considerando que 75° = 30° + 45°:

ANÁLISE COMBINATÓRIA A) FATORIAL: DEFINIÇÃO E OPERAÇÕES. B) PRINCÍPIO


FUNDAMENTAL DA CONTAGEM. C) ARRANJOS, PERMUTAÇÕES E COMBINAÇÕES.

CONTAGEM E ANÁLISE COMBINATÓRIA

1. Princípio fundamental da Contagem

O princípio fundamental da contagem permite quantificar situações ou casos de uma determinada situação ou evento.
MATEM[ÁTICA

Em outras palavras, é uma maneira sistemática de “contar” a quantidade de “coisas”.


A base deste princípio se dá pela separação de casos e quantificação dos mesmos. Após isso, uma multiplicação de
todos estes números é feita para achar a quantidade total de possibilidades. O exemplo a seguir irá ilustrar isso.

69
Exemplo: João foi almoçar em um restaurante no centro Já estamos na casa dos milhões! Para não trabalharmos
da cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem 3 com valores tão altos, as operações com fatoriais são
tipos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes e normalmente feitas por último, procurando fazer o maior
5 sobremesas diferentes. De quantas maneiras distintas número de simplificações possíveis. Observe este exemplo:
ele pode fazer um pedido, pegando apenas 1 tipo de cada
alimento? Calcule
10!
Resolução: O princípio da contagem depende 7!
fortemente de uma organização do problema. A sugestão Resolução: Ao invés de calcular os valores de 7! e 10!
é sempre organizar cada caso em traços e preenchendo separadamente e depois fazer a divisão, o que levaria
a quantidade de possibilidades. Como temos 4 casos muito tempo, nós simplificamos os fatoriais primeiro. Pela
distintos (salada, carne, bebida e sobremesa), iremos fazer definição de fatorial, temos o seguinte:
4 traços:
10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
=
7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1

Observe que o denominador pode ser inteiramente


Agora, preencheremos a quantidade de possibilidades
cancelado, pois 10! Possui todos os termos de 7!. Essa é
de cada caso:
uma particularidade interessante e facilitará demais a
simplificação. Se cancelarmos, restará apenas um produto
de 3 termos:

10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
= = 10 ∙ 9 ∙ 8 = 720
Finalmente, multiplicamos os números: 7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1

Essa operação é muito mais fácil que calcular os fatoriais


desde o começo!
Agora que sabemos o que é fatorial e como simplificá-
lo, podemos passar para os casos particulares de contagem:
Assim, João tem 180 possibilidades diferentes de se Permutações, Combinações e Arranjos.
montar um prato.
3. Permutações
2.Fatorial
As permutações são definidas como situações onde o
Antes de definirmos casos particulares de contagem, número de elementos é igual ao número de posições que
iremos definir uma operação matemática que será utilizada podemos colocá-los. Considere o exemplo onde temos 5
nas próximas seções, o fatorial. Define-se o sinal de fatorial pessoas e 5 cadeiras alinhadas. Queremos saber de quantas
pelo ponto de exclamação, ou seja “ ! “. Assim, quando maneiras diferentes podemos posicionar essas pessoas.
encontrarmos 2! Significa que estaremos calculando o Esquematizando o problema, chamando de P as pessoas e C
“fatorial de 2” ou “2 fatorial”. A definição de fatorial está as cadeiras:
apresentada a seguir:

n! = n ∙ n − 1 ∙ n − 2 ∙ n − 3 … 3 ∙ 2 ∙ 1

Ou seja, o fatorial de um número é caracterizado pelo


produto deste número e seus antecessores, até se chegar
no número 1. Vejam os exemplos abaixo:
3! = 3 ∙ 2 ∙ 1 = 6 Em problemas onde o número de elementos é igual ao
número de posições, teremos uma permutação. A fórmula
5! = 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 120 da permutação, considerando que não há repetição de
elementos é a seguinte:
Assim, basta ir multiplicando os números até se chegar
Pn = n!
ao número 1. Observe que os fatoriais aumentam muito
rápido, veja quanto é 10!:
MATEM[ÁTICA

Ou seja, para permutar 5 elementos em 5 posições,


10! = 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 3628800 basta eu calcular o fatorial de 5:
P5 = 5! = 120

70
Logo, eu posso posicionar as pessoas de 120 maneiras Ou seja, calcula-se a permutação de “n” elementos com
diferentes na fileira de cadeiras. “a” repetições. Considerando que MARIANA tem 7 letras
Observe que a fórmula da permutação é utilizada como (n=7) e a letra “A” se repete 3 vezes, temos que:
não há repetição de elementos, mas e quando ocorre
repetição? Neste caso, a fórmula da permutação terá uma 7! 7 ∙6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
P73 = = = 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 = 840
complementação, para desconsiderar casos repetidos que 3! 3∙2∙1
serão contados 2 ou mais vezes se utilizarmos a fórmula
diretamente.
O exemplo mais comum destes casos é o que Assim, a palavra MARIANA tem 840 anagramas possíveis.
chamamos de Anagrama. Os anagramas são permutações Outro exemplo para deixar este conceito bem claro, é
das letras de uma palavra, formando novas palavras, quando temos dois elementos se repetindo. Por exemplo,
sem a necessidade de terem sentido ou não. Usando calcule os anagramas da palavra TALITA:
primeiramente um exemplo sem repetição, conte quantos
anagramas podemos formar com o nome BRUNO.

Montando a esquematização:

Observe que a letra “T” repete 2 vezes e a letra “A”


também repete duas vezes. Na fórmula da permutação
com repetição, faremos duas divisões:
n!
Pna,b =
Ou seja, temos que posicionar as letras nas 5 casas a! b!
correspondentes e neste caso, é um problema de
permutação sem repetição: Ou seja, se houver 2 ou mais elementos se repetindo,
a correção é feita, dividindo pelas repetições de cada um.
P5 = 5! = 120 Como ambos repetem duas vezes:

Logo, podemos formar 120 anagramas com a palavra 6! 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 360


P62,2 = = = = = 180
BRUNO. Agora, vamos olhar a palavra MARIANA. Ela possui 2! 2! 2∙1 ∙ 2∙1 2∙1 2
7 letras, logo teremos 7 posições:
Assim, a palavra TALITA tem 180 anagramas.

4. Combinações

As combinações e os arranjos, que serão apresentados


a seguir, possuem uma característica diferente da
permutação. A diferença está no fato do número de
posições ser MENOR que o número de elementos, ou seja,
Entretanto, temos a repetição da letra A. Veja o que quando os elementos forem agrupados, sobrarão alguns.
acontece quando montarmos um anagrama qualquer da Veja este exemplo: De quantas maneiras podemos formar
palavra: uma comissão de 3 membros, dentro os 7 funcionários de
uma empresa?

Resolução: Este exemplo mostrará também como


diferenciar combinação de arranjo. Logo de início, podemos
ver que não se trata de um problema de permutação,
Não conseguimos saber qual letra “A” foi utilizada pois temos 3 posições para 7 elementos. Para diferenciar
nas posições C1,C3 e C5. Se trocarmos as mesmas de combinação e arranjo, temos que verificar se a ordem
posição entre si, ficaremos com os mesmos anagramas, de escolha dos elementos importa ou não. Neste caso, a
caracterizando uma repetição. Assim, para saber a ordem não importa, pois estamos escolhendo 3 pessoas e
quantidade de anagramas com repetição, corrigiremos a não importa a ordem que escolhemos elas pois a comissão
MATEM[ÁTICA

fórmula da permutação da seguinte forma: será a mesma. Observe a esquematização:


n!
Pna =
a!

71
As pessoas foram chamadas pelas letras de A até G. Vamos supor que escolheremos as pessoas A,D e G mas em ordens
diferentes:

É importante notar que as comissões ADG e GAD não possuem diferenças, já que as casas C1,C2 e C3 não possuem
nenhuma particularidade descrita no enunciado. Assim, trata-se de um problema de combinação. A fórmula da combinação
depende do número de elementos “n” e o número de posições “p”:

n!
Cn,p =
p! (n − p)!

No exemplo, temos 7 elementos e 3 posições, assim:

n! 7! 7! 7∙6∙5∙4∙3∙2∙1 7∙6∙5
Cn,p = = = = = = 7 ∙ 5 = 35
p! (n − p)! 4! 7 − 4 ! 4! .3! 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 3 ∙ 2 ∙ 1

Ou seja, podemos formar 35 comissões distintas.

5. Arranjos

Os arranjos seguem a mesma linha da combinação, onde o número de elementos deve ser maior que o número de
posições possíveis, mas com a diferença que a ordem de escolha dos elementos deve ser considerada. Vamos utilizar o
mesmo exemplo descrito na combinação, mas com algumas diferenças:
De quantas maneiras podemos formar uma comissão de 3 membros, composta por um presidente, um vice-presidente
e um secretário, dentro os 7 funcionários de uma empresa?

Observe que agora o enunciado classifica explicitamente as posições, e podemos montar o esquema da seguinte forma:
MATEM[ÁTICA

72
As posições agora foram classificadas de acordo com 2. Quantas senhas com 4 algarismos diferentes podemos
a posição que foi pedida no enunciado. Vamos observar escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,e 9?
agora o que acontece quando selecionando novamente as
pessoas A,D e G: Resposta: Esse exercício pode ser feito tanto com a fórmu-
la, quanto usando a princípio fundamental da contagem.
1ª maneira: usando o princípio fundamental da contagem.
Como o exercício indica que não ocorrerá repetição nos
algarismos que irão compor a senha, então teremos a
seguinte situação:
• 9 opções para o algarismo das unidades;
• 8 opções para o algarismo das dezenas, visto que já
utilizamos 1 algarismo na unidade e não pode repetir;
• 7 opções para o algarismo das centenas, pois já utiliza-
mos 1 algarismo na unidade e outro na dezena;
• 6 opções para o algarismo do milhar, pois temos que
tirar os que já usamos anteriormente.
Assim, o número de senhas será dado por:
9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 = 3 024 senhas
Neste caso, as duas comissões são diferentes, pois
em uma a pessoa A é presidente e na outra ela é vice- 2ª maneira: usando a fórmula
presidente. Como a ordem importa, temos um problema Para identificar qual fórmula usar, devemos perceber
de arranjo. A fórmula de arranjo é mais simples que a que a ordem dos algarismos é importante. Por exemplo
fórmula de combinação: 1234 é diferente de 4321, assim iremos usar a fórmula
de arranjo.
n! Então, temos 9 elementos para serem agrupados de 4 a
An,p =
(n − p)! 4. Desta maneira, o cálculo será:
9! 9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5!
Tomando n=7 e p = 3 novamente: A9,4 = = = = 3024 senhas
9 − 4 ! 5! 5!
n! 7! 7! 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1
An,p = = = = = 7 ∙ 6 ∙ 5 = 210
(n − p)! 7 − 3 ! 4! 4∙3∙2∙1

BINÔMIO DE NEWTON
Ou seja, é possível formar 210 comissões neste caso.
Veja que o número é maior que o número da combinação. 1.Definição
A razão é que comissões que antes eram repetidas na
combinação, deixaram de ser no arranjo. Denomina-se Binômio de Newton, a todo binômio da
forma , sendo n um número natural.

Ex: 3x − 2y , onde a = 3x, b = −2y e n = 4


4
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Primeiramente, vamos desenvolver alguns binômios,
1. (IF-BA – Professor – AOCP/2016) Na sequência cres-
variando o seu grau (exponente):
cente de todos os números obtidos, permutando-se os al-
garismos 1, 2, 3, 7, 8, a posição do número 78.312 é a : 0
a + b 1
= 1
a + b = a+b
a) 94ª 2 2 2

b) 95ª a + b = a + 2ab2 + b 2 3
a4 + 3a3 b + 3a2b 2 + b 3
3
3
c) 96ª a + b = 4
a + 4a4 b + 6a b3 2+ 4ab + b
4
d) 97ª a + b =
e) 98ª a + 5a b + 10a b + 10a b + 5ab + b
5 5 2 3 4 5
a + b =

Resposta: Letra B.Deve-se contar todos os números an- Observe que, conforme o grau do binômio é aumen-
teriores a ele. Iniciando com 1_ _ _ _, temos 4! = 24 nú- tado, a quantidade de termos aumenta, mas que certo
meros; iniciando com 2 _ _ _ _ temos outros 24 núme- padrão é seguido. Observando os coeficientes dos termos
ros, assim como iniciando com 3_ _ _ _. Depois temos desenvolvidos, temos o seguinte padrão:
os números iniciados com “71_ _ _” que são 6 (3!), assim
MATEM[ÁTICA

como os iniciados em “72_ _ _” e “73_ _ _”. Depois apa-


1
rece o iniciado com “781_ _” que são 2 números, assim
0
a + b
como o “782 _ _”. O próximo já será o 78312. Somando: 1
1 1
24+24+24+6+6+6+2+2=94. Logo, ele será o 95ª número. a + b

73
a + b
2
1 2 1

a + b
3
1 3 3 1

a + b
4
1 4 6 4 1

a + b
5
1 5 10 10 5 1

Esse padrão é conhecido como Triângulo de Pascal e


pode ser expandido da seguinte forma: Os termos das pon-
tas (primeiro e último) serão sempre iguais a 1 e os termos
interiores serão sempre a soma dos dois termos correspon-
Obviamente, se tivermos um expoente alto, gastaría-
dentes da linha anterior. Vamos desenvolver os coeficientes
mos muito tempo para montar todo o triângulo. Para resol-
dos termos para , lembrando que ele terá 1 termo a mais:
ver este problema, os conceitos de fatorial são bem úteis.
Relembrando a fórmula da combinação:
a + b
5
1 5 10 10 5 1
n n!
Cn,p = p =
a + b
6
1 1 p! n − p !

Com o primeiro e último termos iguais a 1, vamos agora Temos que o triângulo de Pascal pode ser reescrito da
efetuar as somas para encontrar os termos seguintes: seguinte forma:

a + b
5
1 5 10 10 5 1

a + b
6
1 1+5=6 1

Analogamente:
Terceiro termo:
a + b
5
1 5 10 10 5 1

a + b
6
1 6 5+10=15 1

Quarto termo:
a + b
5
1 5 10 10 5 1

a + b
6
1 6 15 5+10=15 1

Ou seja, dado o expoente, você tem o valor de “n”. O valor de


Quinto termo: “p” será em função de qual termo você deseja obter o coeficiente.
a + b
5
1 5 10 10 5 1
Observe que se desejar o 5° termo de um binômio desen-
a + b
6
1 6 15 20 5+10=15 1 volvido, você terá p = 4, ou seja, não possui a mesma corres-
pondência direta que temos em cada linha com o valor de n.
Sexto termo:
2.Fórmula do termo geral de um Binômio de Newton
a + b
5
1 5 10 10 5 1
Agora que sabemos como obter cada coeficiente, falta
1 6 15 20 15 5+1=6 1
responder se há algum padrão para os expoentes de “a” e
6
a + b
“b” quando o binômio é desenvolvido.
Assim, seguindo o padrão de soma, consegue-se cons-
truir qualquer linha do triângulo. Expandindo até o expoen- Um termo genérico Tp 1 do desenvolvimento de
MATEM[ÁTICA

te 10, temos que: a + b , sendo um número natural, é dado por:


n +

74
n –
n p p PROBABILIDADE A) EXPERIMENTO
Tp = ∙ a ∙ b ALEATÓRIO, ESPAÇO AMOSTRAL, EVENTO.
+1 p
B) PROBABILIDADE EM ESPAÇOS
AMOSTRAIS EQUIPROVÁVEIS.
Essa expressão pode obter qualquer termo de qualquer C) PROBABILIDADE DA UNIÃO E
expoente de um determinado binômio. Basta aplicarmos INTERSEÇÃO DE EVENTOS.
adequadamente a fórmula, usando os valores de “n” e “p”, D) PROBABILIDADE CONDICIONAL.
além de identificarmos quem são os termos “a” e “b”. E) EVENTOS INDEPENDENTES.
Ex: 4° termo de a + b
5

Aplicando a fórmula, temos então que p + 1 = 4 → p = 3


e n=5:
PROBABILIDADE

5 −
5 3 3 5! 1. Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento
T4 = ∙ a ∙ b = a2 b3 = 10a2 b3
3 3! 5 − 3 !
Em uma tentativa com um número limitado de
resultados, todos com chances iguais, devemos considerar
Se você observar os exemplos anteriores, verá que este três definições fundamentais:
é exatamente o valor do termo do desenvolvimento. Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos
resultados possíveis.
Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos
EXERCÍCIOS COMENTADOS resultados possíveis; será representado por S e o número
9 de elementos do espaço amostra por n(S).
1. Determine o 7º termo do binômio 2x + 1 . Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do
espaço amostral; será representado por A e o número de
Resposta: 672x . Desenvolvendo o termo geral para
3
elementos do evento por n(A).
a = 2x, b = 1, n = 9 e p + 1 = 7 → p = 6 , chega-se ao
resultado. Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S,
portanto são eventos.
Ø = evento impossível.
2.Qual o termo médio do desenvolvimento de 2x + 3y ? S = evento certo.
8

2. Conceito de Probabilidade
4 4
Resposta: 90720x y . Desenvolve-se o termo geral
para a = 2x, b = 3y, n = 8 . Além disso, para n=8, o bi-
nômio desenvolvido terá 9 termos, portanto o termo do As probabilidades têm a função de mostrar a chance
meio será o quinto termo, logo e p + 1 = 5 → p = 4 . de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer
um determinado evento A, que é simbolizada por P(A), de
um espaço amostral S≠ Ø , é dada pelo quociente entre
o número de elementos A e o número de elemento S.
3. Desenvolvendo o binômio 2x − 3y , obtemos um po-
3n

Representando:
linômio de 16 termos. Qual o valor de n?
n(A)
P A =
Resposta: 5 Se o binômio desenvolvido possui 16 ter- N(S)
mos, seu grau será um dígito anterior a esse número, ou
seja 15. Assim, 3n=15. Ex: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1 a
6, e observar o lado virado para cima, temos:
4. Determine o termo independente de x no desenvolvi-
6 a) um espaço amostral, que seria o conjunto S
1
mento de x + x .. {1,2,3,4,5,6}..
b) um evento número par, que seria o conjunto A1 =
Resposta: 20. Problema clássico de binômio de Newton, {2,4,6} C S.
o termo independente será aquele onde os expoentes c) o número de elementos do evento número par é
de e são iguais, pois neste caso o x se cancela, restando n(A1) = 3.
apenas números. d) a probabilidade do evento número par é 1/2, pois
MATEM[ÁTICA

Para resolver, basta igualar os expoentes de “a” e “b” do


1 n(A1 ) 3 1
termo geral: n-p=p→n=2p. . Resolvendo para a=x, b = x P A = = =
e n=6, temos p=3→p+1=4, ou seja, o termo indepen- N(S) 6 2
dente é o quarto termo do desenvolvimento.

75
3.Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão
Vazio denominados mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B
= 0, portanto: P(A ∪ B) = P(A) + P(B). Quando os eventos
a) Em um evento impossível a probabilidade é igual a A1 , A2 , A3 , … , An de S forem, de dois em dois, sempre
zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual a mutuamente exclusivos, nesse caso temos, analogicamente:
1. Simbolicamente: P( Ø ) = 0 e P(S)= 1
b) Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤
P(A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An ) = P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An )
P(A) ≤ 1.
c) Se A for o complemento de A em S, neste caso P(A)
= 1 - P(A) 7. Eventos Exaustivos

4. Demonstração das Propriedades Quando os eventos A , A , A , … , A de S forem,


de dois em dois, mutuamente exclusivos, estes serão
1 2 3 n

Considerando S como um espaço finito e não vazio, temos: denominados exaustivos se:
A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ … ∪ An = S

NOÇÕES DE ESTATÍSTICA
A) POPULAÇÃO E AMOSTRA.
B) FREQUÊNCIA ABSOLUTA E FREQUÊNCIA
RELATIVA.
� C) MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL:
� A ∪ �A = S MÉDIA ARITMÉTICA, MÉDIA ARITMÉTICA
A∩A =∅
PONDERADA, MEDIANA
E MODA.

ESTATÍSTICA

5.União de Eventos 1.Definições Básicas

Considere A e B como dois eventos de um espaço Estatística: ciência que tem como objetivo auxiliar
amostral S, finito e não vazio, temos: na tomada de decisões por meio da obtenção, análise,
organização e interpretação de dados.
População: conjunto de entidades (pessoas, objetos,
cidades, países, classes de trabalhadores, etc.) que
apresentem no mínimo uma característica em comum.
Exemplos: pessoas de uma determinada cidade, preços
de um produto, médicos de um hospital, estudantes que
prestam determinado concurso, etc.
Amostra: É uma parte da população que será objeto
n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)↔ do estudo. Como em muitos casos não é possível estudar
a população inteira, estuda-se uma amostra de tamanho
n(A ∪ B) n(A) n(B) n(A ∩ B) significativo (há métodos para determinar isso) que retrate o
↔ = + − comportamento da população. Exemplo: pesquisa de intenção
n(S) n(S) n(S) n(S)
de votos de uma eleição. Algumas pessoas são entrevistadas
e a pesquisa retrata a intenção de votos da população.
Logo: P(A ∪ B) = P(A) + P(B) - P(A ∩ B) Variável: é o dado a ser analisado. Aqui, será chamado
de e cada valor desse dado será chamado de . Essa variável
6. Eventos Mutuamente Exclusivos pode ser quantitativa (assume valores) ou qualitativa
(assume características ou propriedades).

2. Medidas de tendência central


MATEM[ÁTICA

São medidas que auxiliam na análise e interpretação


de dados para a tomada de decisões. As três medidas de
tendência central são:

76
Média aritmética simples: razão entre a soma de todos os valores de uma mostra e o número de elementos da amostra.
Expressa por . Calculada por:
∑xi
x� =
n
Média aritmética ponderada: muito parecida com média aritmética simples, porém aqui cada variável tem um peso
diferente que é levado em conta no cálculo da média.
∑xi pi
x� =
∑pi

Mediana: valor que divide a amostra na metade. Em caso de número para de elementos, a mediana é a média entre os
elementos intermediários

Moda: valor que aparece mais vezes dentro de uma amostra.

Ex: Dada a amostra {1,3,1,2,5,7,8,7,6,5,4,1,3,2} calcule a média, a mediana e a moda.

Solução
Média:

1 + 3 + 1 + 2 + 5 + 7 + 8 + 7 + 6 + 5 + 4 + 1 + 3 + 2 55
x� = = = 3,92
14 14

Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente:
{1,1,1,2,2,3,3,4,5,5,6,7,7,8}

Como a amostra tem 14 valores (número par), os elementos intermediários são os 7º e 8º elementos. Nesse exemplo,
3+4 7
são os números 3 e 4. Portanto, a mediana é a média entre eles: = 2 = 3,5
2
Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 1 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.

Ex: Dada a amostra {2,4,8,10,15,6,9,11,7,4,15,15,11,6,10} calcule a média, a mediana e a moda.


Solução:

Média:
2 + 4 + 8 + 10 + 15 + 6 + 9 + 11 + 7 + 4 + 15 + 15 + 11 + 6 + 10 133
x� = = = 8,867
15 14

Mediana:
Inicialmente coloca-se os valores em ordem crescente
{2,4,4,6,6,7,8,9,10,10,11,11,15,15,15}
Como a amostra tem 15 valores (número par), o elemento intermediário é o 8º elemento. Logo, a mediana é igual a 9.

Moda:
O número que aparece mais vezes é o número 15 e, portanto, é a moda da amostra nesse exemplo.

Ex: A média de uma disciplina é calculada por meio da média ponderada de três provas. A primeira tem peso 3, a
MATEM[ÁTICA

segunda tem peso 4 e a terceira tem peso 5. Calcule a média de um aluno que obteve nota 8 na primeira prova, 5 na
segunda e 6 na terceira.

77
Solução:
Trata-se de um caso de média aritmética ponderada.
∑xi pi 3 ∙ 8 + 4 ∙ 5 + 5 ∙ 6 74
x� = = = = 6,167
∑pi 3+4+5 12

3. Tabelas e Gráficos

3.1.Tabelas

Tabelas podem ser utilizadas para expressar os mais diversos tipos de dados. O mais importante é saber interpretá-las e
para isso é conveniente saber como uma tabela é estruturada. Toda tabela possui um título que indica sobre o que se trata
a tabela. Toda tabela é dividida em linhas e colunas onde, no começo de uma linha ou de uma coluna, está indicado qual o
tipo de dado que aquela linha/coluna exibe.

Ex:
Tabela 1 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso

Curso Número de Estudantes


Administração 2000
Arquitetura 1450
Direito 2500
Economia 1800
Enfermagem 800
Engenharia 3500
Letras 750
Medicina 1500
Psicologia 1000
TOTAL 15300

Nesse caso, as colunas são: curso e número de estudantes e cada linha corresponde a um dos cursos da Universidade
com o respectivo número de alunos de cada curso.

Tabela 2 - Número de estudantes da Universidade ALFA divididos por curso e gênero

Curso Gênero Número de Estudantes


Homem 1200
Administração
Mulher 800
Homem 850
Arquitetura
Mulher 600
Homem 1600
Direito
Mulher 900
Homem 800
Economia
Mulher 1000
Homem 350
Enfermagem
Mulher 450
Homem 2500
MATEM[ÁTICA

Engenharia
Mulher 1000
Homem 200
Letras
Mulher 550

78
Homem 700
Medicina
Mulher 800
Homem 400
Psicologia
Mulher 600
TOTAL 15300

Nesse caso, as colunas são: curso, gênero e número de estudantes e cada linha corresponde a um dos cursos da
Universidade com o respectivo número de alunos de cada curso separados por gênero.

#FicaDica
Acima foram exibidas duas tabelas como exemplos. Há uma infinidade de tabelas cada uma com sua particula-
ridade o que torna impossível exibir todos os tipos de tabelas aqui. Porém em todas será necessário identificar
linhas, colunas e o que cada valor exibido representa.

3.2. Gráficos

Para falar de gráficos em estatística é importante apresentar o conceito de frequência.

Frequência: Quantifica a repetição de valores de uma variável estatística.

Tipos de frequência
Absoluta: mede a quantidade de repetições.
Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota possui freqüência absoluta:
fi = 4

Relativa: Relaciona a quantidade de repetições com o total (expresso em porcentagem)


Ex. Dos 30 alunos, seis tiraram nota 6,0. Essa nota possui freqüência relativa:
6
fr = ∙ 100 = 20%
30
4. Tipos de Gráficos

Gráficos de coluna: gráficos que têm como objetivo atribuir quantidades a certos tipos de grupos. Na horizontal são
apresentados os grupos (dados qualitativos) dos quais deseja-se apresentar dados enquanto na vertical são apresentados
os valores referentes a cada grupo (dados quantitativos ou frequências absolutas)

Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de
estudantes separados pelos seus continentes de origem:

Estudantes da Universidade ALFA


700

600

500

400

300

200
MATEM[ÁTICA

100

0
América do América do América Europa Ásia África Oceania
Norte Sul Central

79
Gráficos de barras: gráficos bastante similares aos de
colunas, porém, nesse tipo de gráfico, na horizontal são Estudantes da Universidade ALFA
apresentados os valores referentes a cada grupo (dados 30
quantitativos) enquanto na vertical são apresentados os
grupos (dados qualitativos)
150

260 630

Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo


todo. A seguir há um gráfico que mostra a quantidade de
estudantes separados pelos seus continentes de origem: 440

Estudantes da Universidade ALFA 150


520

Oceania
América do Norte América do Sul América Central Europa Ásia África Oceania
África

Ásia Ex: Foi feito um levantamento do idioma falado pelos


alunos de um curso da Universidade ALFA.
Europa

América Central Frequências absolutas:


América do Sul

América do Norte

0 100 200 300 400 500 600 700

Gráficos de linhas: gráficos nos quais são exibidas séries


históricas de dados e mostram a evolução dessas séries ao
longo do tempo.

Ex: A Universidade ALFA tem 10 anos de existências e


seu reitor apresentou um gráfico mostrando o número de
alunos da Universidade ao longo desses 10 anos.

Estudantes da Universidade ALFA ao longo de 10 anos

2500
Frequências relativas:
2000

1500

1000

500

0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Gráficos em pizzas: gráficos nos quais são expressas


relações entre grandezas em relação a um todo. Nesse
gráfico é possível visualizar a relação de proporcionalidade
entre as grandezas. Recebe esse nome pois lembram uma
pizza pelo formato redondo com seus pedaços (frequências
relativas).
MATEM[ÁTICA

Ex: A Universidade ALFA recebe estudantes do mundo


todo. A seguir há um gráfico que mostra a distribuição de
estudantes de acordo com seus continentes de origem

80
x
= 6
5
EXERCÍCIO COMENTADO x = 6 ∙ 5
x = 30
1. (SEGEP-MA - Técnico da Receita Estadual – FCC/2016)
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente de Do mesmo modo, se a turma tem 25 meninas
uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram uma (Me  é  a  média aritmética de suas notas), o quociente
nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A tabela da soma das notas das meninas (y) e a quantidade de
mostra as notas recebidas por esses funcionários em um meninas (25) deve ser igual a Me, isto é:
determinado dia. (x + y)/(25+5) = 7
y = 25∙Me
Para calcular a média da turma, devemos somar as notas
dos meninos (30) às notas das meninas (y) e dividir pela
quantidade de alunos (25 + 5 = 30). O resultado deverá
ser 7. Sendo assim, temos:
x + y
= 7
Considerando a totalidade das 95 avaliações desse dia, é 25 + 5
correto afirmar que a média das notas dista da moda des- 30 + 25 ∙ Me
sas mesmas notas um valor absoluto, aproximadamente, 30
= 7
igual a:
30 + 25 ∙ Me = 7 • 30
a) 0,33
b) 0,83 30 + 25 ∙ Me = 210
c) 0,65
d) 0,16 25 ∙ Me = 210 – 30
e) 0,21 25 ∙ Me = 180
Resposta: Letra c.Trata-se de um caso de média aritmé- Me = 7,2
tica ponderada. Considerando as 95 avaliações, o peso
de cada uma das notas é igual ao total de pessoas que
Portanto, a média aritmética das notas das meninas
atribuiu a nota. Analisando a tabela
é 7,2. A alternativa correta é a letra b.
8 pessoas atribuíram nota 1
18 pessoas atribuíram nota 2
21 pessoas atribuíram nota 3
29 pessoas atribuíram nota 4
19 pessoas atribuíram nota 5
Assim, a média das 95 avaliações é calculada por:
8 ∙ 1 + 18 ∙ 2 + 21 ∙ 3 + 29 ∙ 4 + 19 ∙ 5 318
x� = = = 3,34
8 + 18 + 21 + 29 + 19 95
Então, logo:
2. (UFC - 2016) A média aritmética das notas dos alunos P A1 ∪ A2 ∪ ⋯ ∪ An = P A1 + P A2 + ⋯ + P(An )

de uma turma formada por 25 meninas e 5 meninos é igual P A1 ∪ A2 ∪ ⋯ An = P S = 1
a 7. Se a média aritmética das notas dos meninos é igual a
6, a média aritmética das notas das meninas é igual a:
Portanto:
a) 6,5 P(A1 ) + P(A2 ) + P(A3 ) + . . . + P(An ) = 1
b) 7,2
c) 7,4
d) 7,8
e) 8,0
8. Probabilidade Condicionada
Resposta: Letra B. Primeiramente, será identificada
MATEM[ÁTICA

Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S,


a soma das notas dos meninos por x e a da nota das
finito e não vazio. A probabilidade de B condicionada a A é
meninas por  y. Se a turma tem 5 meninos e a média
dada pela probabilidade de ocorrência de B sabendo que
aritmética de suas notas é igual a 6, então a soma das
já ocorreu A. É representada por P(B/A).
notas dos meninos (x) dividida pela quantidade de me-
ninos (5) deve ser igual a 6, isto é:

81
n(A ∩ B)
Veja: P(B/A) =
n(A) EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.Uma bola será retirada de uma sacola contendo 5 bolas


verdes e 7 bolas amarelas. Qual a probabilidade desta bola
ser verde?

Resposta: 5/12. Neste exercício o espaço amostral pos-


sui 12 elementos, que é o número total de bolas, portan-
to a probabilidade de ser retirada uma bola verde está
na razão de 5 para 12.
Sendo S o espaço amostral e E o evento da retirada de
uma bola verde, matematicamente podemos represen-
tar a resolução assim:

9. Eventos Independentes n E
P E =
n S
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral
S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente 5
P E =
quando: 12
P(A/B) = P(A) Logo, a probabilidade desta bola ser verde é 5/12.
P(B/A) = P(B)
2. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Entre os cinco
10. Intersecção de Eventos números 2, 3, 4, 5 e 6, dois deles são escolhidos ao acaso
e o produto deles dois é calculado. A probabilidade desse
Considerando A e B como dois eventos de um espaço produto ser um número par é:
amostral S, finito e não vazio, logo:
a) 60%
P(B/A) =
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B)
= = b) 75%
n(A) n A + n(S) P(A) c) 80%
d) 85%
n(A ∩ B) n A ∩ B + n(S) P(A ∩ B) e) 90%
P(A/B) = = =
n(B) n B + n(S) P(B)
Resposta: Letra E. Para sabermos o tamanho do es-
paço amostral, basta calcularmos a combinação dos
Assim sendo: 5 elementos tomados 2 a 2 (a ordem não impor-
ta, pois a ordem dos fatores não altera o produto):
P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B/A) .
P A ∩ B = P B ∙ P(A/B) 5! 5 ∙ 4
C5,2 = = = 10
2! 3! 2

Considerando A e B como eventos independentes, logo Para o produto ser par, os dois números escolhidos de-
P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A)∙ verão ser par ou um deles é par. O único caso onde o
P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes, produto não dá par é quando os dois números são ím-
podemos utilizar a definição ou calcular a probabilidade de pares. Assim, apenas o produto 3 5 não pode ser es-
A ∩ B. Veja a representação: colhido. Logo, se 1/10 = 10% não terá produto par, os
outros 90% terão.
A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou
A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) ∙ P(B)
GRÁFICOS E TABELAS
FIQUE ATENTO! Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre
Um exercício de probabilidade pode envolver dois dados relacionados entre si.
MATEM[ÁTICA

aspectos relativos à análise combinatória. É A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre


importante ter em mente a diferença concei- vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
tual que existe entre ambos. bom gráfico deve:
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto
possível.

82
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro
o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre as-
pectos descritos ou mostrados numericamente atra-
vés de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos da-
dos.

1. Tipos de gráficos

Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e


queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
como numa pizza.
Fonte: tecnologia.umcomo.com.br

Barra horizontal

Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-


mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

Histogramas

São gráfico de barra que mostram a frequência de uma


MATEM[ÁTICA

variável específica e um detalhe importante que são faixas


de valores em x.

83
Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais a) 15%.
fácil a compreensão de todos sobre um tema. b) 25%.
c) 50%.
d) 75%.
e) 90%.

Resposta: Letra E.
13,7/7,2=1,90
Houve um aumento de 90%.

2. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a dis-
tribuição, percentual e quantitativa, da frota de uma em-
presa de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso
Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visuali- destes.
zação de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:

Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?

aparelho quantidade
televisão 3 O número total de ônibus dessa empresa é
celular 4
a) 270.
Geladeira 1 b) 250.
c) 220
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio d) 180.
lógico e) 120.

Resposta: Letra D
EXERCÍCIOS COMENTADOS 81+27=108
108 ônibus somam 60%(100-35-5)
108-----60
1. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Na x--------100
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, re- x=10800/60=180
alizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação da
população em idade para trabalhar. Esses dados, em por- 3. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VU-
centagem, encontram-se indicados na apresentação gráfi- NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017. dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.
MATEM[ÁTICA

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta a


melhor aproximação para o aumento percentual da taxa de
desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação à
taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014.

84
O número médio de carros vendidos por dia nesse período 5. (TCE/PR – CONHECIMENTOS BÁSICOS – CES-
foi igual a PE/2016)

a) 10.
b) 9.
c) 8.
d) 7.
e) 6.

Resposta: Letra C.

4. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017)


Uma professora elaborou um gráfico de setores para repre-
sentar a distribuição, em porcentagem, dos cinco conceitos
nos quais foram agrupadas as notas obtidas pelos alunos
de uma determinada classe em uma prova de matemática.
Observe que, nesse gráfico, as porcentagens referentes a
cada conceito foram substituídas por x ou por múltiplos e Tendo como referência o gráfico precedente, que mostra
submúltiplos de x. os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação de
receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná
nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta.

a) No ano considerado, o segundo trimestre caracterizou-


-se por uma queda contínua na arrecadação de receitas,
situação que se repetiu no trimestre seguinte.
b) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um período
de queda simultânea dos gastos com despesas e da ar-
recadação de receitas e dois períodos de aumento si-
multâneo de gastos e de arrecadação.
c) No último bimestre do ano de 2015, foram registrados
tanto o maior gasto com despesas quanto a maior arre-
cadação de receitas.
d) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os únicos
Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida do meses em que a arrecadação de receitas foi ultrapassada
ângulo interno correspondente ao setor circular que repre- por gastos com despesas.
senta o conceito BOM é igual a e) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor gasto
mensal com despesas foram verificados, respectivamente,
a) 144º. no primeiro e no segundo semestre do ano de 2015.
b) 135º.
c) 126º Resposta: Letra B.
d) 117º Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que os
e) 108º. dois primeiros meses de receita diminuem e os dois meses
seguintes aumentam, o mesmo acontece com a despesa.
Resposta: Letra A.

X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°
MATEM[ÁTICA

85
6. (BRDE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – FUNDA- 7. (TJ/SP – ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2015)
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen- A distribuição de salários de uma empresa com 30 funcio-
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. nários é dada na tabela seguinte. 

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

Pode-se concluir que

a) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.


b) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3 salá-
rios.
c) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
d) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da renda
total.
e) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da renda
total.

Resposta: Letra D.
a) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 salá-
rios
b) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem ga-
nha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
c)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
d) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
e) 60% de 30=0,6x30=18
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20

8. (TJ/SP – ESTATÍSTICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2015)


Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
a) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de Linha. dos dados.
c) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de Ten-
dência. xi fi
c) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de Linha.
d) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de Barras. 30-35 4
e) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico de 35-40 12
Linha. 40-45 10
45-50 8
Resposta: Letra C. 50-55 6
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores ou
TOTAL 40
pizza e de linha
MATEM[ÁTICA

Assinale a alternativa em que o histograma é o que melhor


representa a distribuição de frequência da tabela.

86
A tabela mostrada apresenta a quantidade de detentos no sistema
penitenciário brasileiro por região em 2013. Nesse ano, o déficit re-
lativo de vagas — que se define pela razão entre o déficit de vagas
no sistema penitenciário e a quantidade de detentos no sistema pe-
nitenciário — registrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na
a) média nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes.
Com base nessas informações e na tabela apresentada, jul-
gue o item a seguir.
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Brasil se
encontrava na região Sudeste.
b)
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: CERTA.
555----100%
x----55%
x=305,25
c) Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas.

10. (DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL –


CESPE/2015)

d)

e)

Resposta: Letra A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50,
40-45, 35-40,
A partir das informações e do gráfico apresentados, julgue
9. (DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL – o item que se segue.
CESPE/2015) Se os percentuais forem representados por barras verticais,
conforme o gráfico a seguir, então o resultado será deno-
minado histograma.

MATEM[ÁTICA

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário Nacional


— Sistema Integrado de Informações Penitenciárias – InfoPen,
Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional Brasileiro,
dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com adaptações) ( ) CERTO ( ) ERRADO

87
Referências Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o
http://www.galileu.esalq.usp.br índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é
menor que 2,5 galões por minuto.

ESTATÍSTICA DESCRITIVA

1. Teste de Hipóteses
Referências
Definição: Processo que usa estatísticas amostrais para Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: Pear-
testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro popula- son Prentice Hall, 2010.
cional.

Para testar um parâmetro populacional, você deve afir- FREQUÊNCIAS


mar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que re-
presente a afirmação e outra, seu complemento. Quando A primeira fase de um estudo estatístico consiste em
uma é falsa, a outra é verdadeira. recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre
Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que uma população estatística ou sobre uma amostra dessa
contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥ população.
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipótese
nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém afir- 1. Frequência Absoluta
mação de desigualdade, como <, ≠, >.
É o número de vezes que a variável estatística assume
Vamos ver como montar essas hipóteses um valor.
Um caso bem simples.
1.1. Frequência Relativa

É o quociente entre a frequência absoluta e o número


de elementos da amostra.
Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos:
Há uma regrinha para formular essas hipóteses

Formulação verbal Formulação Formulação


H0 Matemática verbal Ha

A média é A média é
...maior ou igual ...menor que k
a k.
... abaixo de k
....pelo menos k.
...menos que k. 1.2. Distribuição de frequência sem intervalos de
...não menos que classe:
k.
É a simples condensação dos dados conforme as repe-
...menor ou igual ..maior que k
tições de seu valores. Para um ROL de tamanho razoável
a k.
esta distribuição de frequência é inconveniente, já que exi-
... acima de k ge muito espaço. Veja exemplo abaixo:
....no máximo k.
...mais do que
...não mais que k. k. Dados Frequência
... igual a k. ... não igual 41 3
a k. 42 2
.... k.
43 1
.... diferente
MATEM[ÁTICA

...exatamente k. de k. 44 1
45 1
...não k.
46 2

88
50 2 2.1. Média Ponderada

51 1 A média dos elementos do conjunto numérico A relati-


52 1 va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
peso” é chamada média aritmética ponderada.
54 1
57 1
58 2
60 2 2.2. Mediana (Md)
Total 20
Sejam os valores escritos em rol:
1.3. Distribuição de frequência com intervalos de
classe:

Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racio- Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal que o
nal efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos número de termos da sequência que precedem é igual
de classe. ao número de termos que o sucedem, isto é, é termo
médio da sequência ( ) em rol.
Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela
Classes Frequências média aritmética entre os termos e , tais que o nú-
41 |------- 45 7 mero de termos que precedem é igual ao número de
termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
45 |------- 49 3
mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.
49 |------- 53 4
53 |------- 57 1 Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
57 |------- 61 5 {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
Total 20
Solução:
2. Média aritmética Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
Média aritmética de um conjunto de números é o valor rol. Logo: Md=12
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme-
ro de elementos do conjunto. Resposta: Md=12.
Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável envol- Exemplo 2:
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a Determinar a mediana do conjunto de dados:
média aritmética para variáveis quantitativas. {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre
diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará Solução:
mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-
e perceber tendências. -se:
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al- (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmé-
turas dos jogadores é: tica entre os dois termos centrais do rol.

Logo:

Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado- Resposta: Md=15


res, obteremos a média aritmética das alturas:
3. Moda (Mo)

Num conjunto de números: , chama-se


moda aquele valor que ocorre com maior frequência.
MATEM[ÁTICA

A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.


Observação:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.

89
Exemplo 1: Solução:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a) A média de pontos por jogo é:
a 8, isto é, Mo=8.

Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

4. Medidas de dispersão
b) A variância é:
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen-
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão.
Desvio médio
5. Variância
1. Definição
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de
um conjunto de números em relação à sua média aritmética, Medida da dispersão dos dados em relação à média de
e que é chamado de variância. Esse índice é assim definido: uma sequência. Esta medida representa a média das dis-
Seja o conjunto de números , tal que é tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto,
e indica-se por , o número:

2. Desvio padrão
Isto é:
2.1. Definição

Seja o conjunto de números , tal que é


E para amostra sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse con-
junto, e indica-se por , o número:

Exemplo 1:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo: Isto é:

Jogo Número de pontos


1 22
2 18
Exemplo:
3 13 As estaturas dos jogadores de uma equipe de basque-
4 24 tebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
5 26
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
6 20
7 19 Solução:
8 18 Sendo a estatura média, temos:
MATEM[ÁTICA

a) Qual a média de pontos por jogo?


b) Qual a variância do conjunto de pontos?
Sendo o desvio padrão, tem-se:

90
A média de acertos por prova foi de

a) 3,57.
b) 3,43
c) 3,32.
d) 3,25.
e) 3,19.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Resposta: Letra B.
1. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VU-
NESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total:
70 possuem curso superior e 50 não possuem curso supe-
3. (PREF. GUARULHOS/SP – ASSISTENTE DE GESTÃO
rior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de
ESCOLAR – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes
R$ 5.000,00, e que a média salarial somente dos funcioná-
no período matutino e 10 classes no período vespertino. O
rios que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse
número médio de alunos por classe no período matutino
modo, é correto afirmar que a média salarial dos funcioná-
é 20, e, no período vespertino, é 25. Considerando os dois
rios dessa empresa que não possuem curso superior é de
períodos citados, a média aritmética do número de alunos
por classe é
a) R$ 4.000,00.
b) R$ 3.900,00.
a) 24,5.
c) R$ 3.800,00.
b) 23.
d) R$ 3.700,00.
c) 22,5.
e) R$ 3.600,00.
d) 22.
e) 21.
Resposta: Letra E.
S=cursam superior
Resposta: Letra D.
M=não tem curso superior

M=300
S+M=600000

V=250
S=420000
M=600000-420000=180000

4. (SEGEP/MA – TÉCNICO DA RECEITA ESTADUAL –


FCC/2016) Para responder à questão, considere as infor-
mações abaixo.
2. (TJM/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente de
NESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.
uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram uma
A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candida-
nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A tabela
tos que realizaram a prova da segunda fase de um concur-
mostra as notas recebidas por esses funcionários em um
so, que continha 5 questões de múltipla escolha
determinado dia.

Número de Número de candidatos


acertos
5 204
4 132
3 96
MATEM[ÁTICA

Considerando a avaliação média individual de cada funcio-


2 78
nário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas
1 66 é igual a
0 24

91
a) 0,32. 6. (UFAL – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – COPEVE/2016)
b) 0,21. A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de
c) 0,35. uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro
d) 0,18. semestre de 2016.
e) 0,24.
Mës Empréstimos
Resposta: Letra B.
Janeiro 15
Fevereiro 25
Março 22
Abril 30
Maio 28
Junho 15

Dadas as afirmativas,
3,36-3,15=0,21 I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por mês.
II. A mediana da série de valores é igual a 26.
5. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – III. A moda da série de valores é igual a 15.
UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que
x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn . A mediana desses números é igual a x(n Verifica-se que está(ão) correta(s)
+ 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn
⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for par. Uma prova composta por 5 a) II, apenas.
questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela b) III, apenas.
seguinte relaciona o número de acertos obtidos na prova c) I e II, apenas.
com o número de alunos que obtiveram esse número de d) I e III, apenas.
acertos. e) I, II e III.

Número de acertos Número de alunos


Resposta: Letra D.
0 4
1 5
2 4
3 3 Mediana
Vamos colocar os números em ordem crescente
4 5
5 3 15,15,22,25,28,30

A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica que


5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na prova.
A mediana dos números de acertos é igual a Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.

a) 1,5 7. (COSANPA - QUÍMICO – FADESP/2017) Algumas De-


b) 2 terminações do teor de sódio em água (em mg L-1) foram
c) 2,5 executadas (em triplicata) paralelamente por quatro labo-
d) 3 ratórios e os resultados são mostrados na tabela abaixo.
e) 3,5
Replicatas Laboratório
Resposta: Letra B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda 1 2 3 4
regra: 1 30,3 30,9 30,3 30,5
MATEM[ÁTICA

2 30,4 30,8 30,7 30,4


3 30,0 30,6 30,4 30,7
Média 30,20 30,77 30,47 30,53

92
Desvio 0,20 0,15 0,21 0,15 x/13=1998
Padrão X=13.1998
X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
Utilize essa tabela para responder à questão.
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior,
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o
pois ele ganha y+10% de y
de número
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
a) 1.
25974+2,1y=15∙2013
b) 2.
2,1y=30195-25974
c) 3.
2,1y=4221
d) 4.
Y=2010
Resposta: Letra C.
10. (PREF. DE NITERÓI – AGENTE FAZENDÁRIO –
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é
FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
proporcional, portanto também é maior em 3.
feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
8. (ANAC – ANALISTA ADMINISTRATIVO- ESAF/2016)
escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
Os valores a seguir representam uma amostra
50 55 55 55 55 60
331546248
62 63 65 90 90 100
Então, a variância dessa amostra é igual a
O número de funcionários com pontuação acima da média
é:
a) 4,0
b) 2,5.
a) 3;
c) 4,5.
b) 4;
d) 5,5
c) 5;
e) 3,0
d) 6;
e) 7.
Resposta: Letra C.
Resposta: Letra A.

M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

9. (MPE/SP – OFICIAL DE PROMOTORIA I – VU-


NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
cionários, é igual a

a) R$ 2.002,00.
b) R$ 2.006,00.
c) R$ 2.010,00.
d) R$ 2.004,00.
MATEM[ÁTICA

e) R$ 2.008,00.

Resposta: Letra C.
Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários

93
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS #FicaDica
A) LEI DE FORMAÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA.
Na matemática, achar uma expressão que
B) PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E
possa descrever a sequência numérica em
GEOMÉTRICAS: TERMO GERAL, SOMA DOS
função da posição do termo na mesma torna-
TERMOS E PROPRIEDADES. se conveniente e necessário para se usar essa
teoria. Os exemplos a seguir exemplificam esse
conceito.
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS

1. Definição
Ex: (1,2,3,4,…)→ Essa sequência pode ser descrita como
O diário do professor é composto pelos nomes de seus sendo: an = n . Ou seja, qualquer termo da sequência é
alunos e esses nomes obedecem a uma ordem (são es- exatamente o valor de sua posição.
critos em ordem alfabética). Essa lista de nomes (diário)
pode ser considerada uma sequência. Os dias do mês são Ex: (5,8,11,14,…)→ Essa sequência pode ser descrita
dispostos no calendário obedecendo a certa ordem que como sendo: an = 3n + 2 . Ou seja, qualquer termo da se-
também é um tipo de sequência. Assim, sequências estão quência é o triplo da sua posição somado 2.
presentes no nosso dia a dia com mais frequência que você
pode imaginar. Ex: (0,3,8,15,…)→ Essa sequência pode ser descrita como
A definição formal de sequência é todo conjunto ou sendo: an = n2 − 1 . Ou seja, qualquer termo da sequência
grupo no qual os seus elementos estão escritos em uma é o quadrado da sua posição subtraído 1.
determinada ordem ou padrão. No estudo da matemáti-
ca estudamos obviamente, as sequências numéricas. Essa expressão de an é definida como expressão do
Ao representarmos uma sequência numérica, deve- termo geral da sequência.
mos colocar seus elementos entre parênteses. Veja alguns
exemplos de sequências numéricas:
EXERCÍCIO COMENTADO
Ex: (2,4,6,8,10,12,…)→ números pares positivos.
Ex: (1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11...)→ números naturais.
Ex: (10,20,30,40,50...)→ números múltiplos de 10. 1. (FCC-2016 – Modificado) Determine o termo geral da
Ex: (10,15,20,30)→ múltiplos de 5, maiores que 5 e me- sequência numérica:
nores que 35.
1 3 5 7
Pelos exemplos, observou-se dois tipos básicos de se- , , , , … , an
2 4 6 8
quências:

Sequência finita: Sequência numérica onde a quanti- Resposta: Mediante análise dos termos da sequência,
dade dos elementos é finita. nota-se que termo geral é
Sequência infinita: Sequência que seus elementos se- 2n − 1
guem ao infinito. an =
2n
2. Representação
2. (FCC-2016) A sequência numérica 1/2, 3/4, 5/6, 7/8;...é
Em uma sequencia numérica qualquer, o primeiro ter- ilimitada e criada seguindo o mesmo padrão lógico. A diferença
mo será representado por uma letra minúscula seguido entre o 500º e o 50º termos dessa sequência é igual a:
de sua posição na sequência. Assim, o primeiro termo é
representado por , o segundo termo é , o terceiro e assim a) 0,9
por diante. b) 9
c) 0,009
d) 0,09
FIQUE ATENTO! e) 0,0009
Em uma sequência numérica finita desconhe-
cida, o último elemento (chamado por exem- Resposta: Letra C. Utilizando o termo geral dessa se-
MATEM[ÁTICA

plo de n-ésimo termo) é representado por an . 2n − 1


quência an = , facilmente a500 e a50 são iden-
2n
tificados.
Substituindo para n=500 e n=50 , chega-se ao resultado.

94
1. Definições
MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS
LINEARES Chamamos de matriz m x n (m Є N e n Є N ) qualquer
∗ ∗

A) MATRIZES: CONCEITO, TIPOS ESPECIAIS, tabela formada por m x n (m elementos


Є N e n Є(informações) dis-
∗ N∗ )
OPERAÇÕES E MATRIZ INVERSA. postos em m linhas e n colunas.
B) DETERMINANTES: CONCEITO,
RESOLUÇÃO E PROPRIEDADES. Exemplos:
C) SISTEMAS LINEARES: RESOLUÇÃO, 1 0 −2 3 é uma matriz 2 x 4 (duas linhas e
a)
CLASSIFICAÇÃO E DISCUSSÃO. 1 1 3 2
por quatro colunas)
MATRIZ
1 0 1
Exemplo prático b) 2 3 3 é uma matriz 3x3 (três linhas por três
1 4 2
A tabela seguinte mostra a situação das equipes no
Campeonato Paulista de Basquete masculino. colunas)

c) 1 0 3 é uma matriz 1x3 (uma linha e três co-


Campeonato Paulista – Classificação lunas)
Time Pontos
d) 2 é uma matriz 2x1 (duas linhas e uma coluna)
1º Tilibra/Copimax/Bauru 20 0

2º COC/Ribeirão Preto 20
3º Unimed/Franca 19 O nome de uma matriz é dado utilizando letras maiús-
culas do alfabeto latino, (A,B,C,D... por exemplo), enquanto
4º Hebraica/Blue Life 17 os elementos da matriz são indicados por letras latinas mi-
5º Uniara/Fundesport 16 núsculas (a,b,c,d...), a mesma do nome de matriz, com dois
índices, que indicam a linha e a coluna que o elemento
6º Pinheiros 16
ocupa na matriz.
7º São Caetano 16 Assim, um elemento genérico da matriz é representado
8º Rio Pardo/Sadia 15 por aij .
O primeiro índice, i, indica a linha que esse elemento
9º Valtra/UBC 14 ocupa na matriz, e o segundo índice, j, a coluna desse co-
10º Unisanta 14 mando.
11º Leitor/Casa Branca 14 Exemplo:
12º Palmeiras 13
13º Santo André 13 Na matriz B de ordem 2x3 temos:

14º Corinthians 12 B=
1 0 3
2 −1 4
15º São José 12

Fonte: FPB (Federação Paulista de Basquete) b11 = 1; b12 = 0; b13 = 3;


Folha de S. Paulo – 23/10/01 b21 = 2; b22 = −1; b23 = 4.

Observando a tabela, podemos tirar conclusões por


meio de comparações das informações apresentadas, por Observação: O elemento b23, por exemplo, possui a se-
exemplo: guinte leitura: “b dois três”.

 COC/Ribeirão lidera a classificação com 20 pontos De uma forma geral, a matriz A, de ordem m x n, é re-
juntamente com Tilibra/Bauru presentada por:
 Essa informação encontra-se na 2ª linha e 3ª coluna. a11 ⋯ a1n
A= ⋮ ⋱ ⋮
MATEM[ÁTICA

Ou seja, esta tabela nos oferece valores numéricos nos am1 ⋯ amn
quais podemos tirar determinadas conclusões.

Ou com a notação abreviada: A = aij


mxn

95
2. Matrizes Especiais Exemplo:

Apresentamos aqui a nomenclatura de algumas matri- 2 0 0


zes especiais: A= 0 1 0
0 0 3
a) Matriz Linha: É a matriz que possui uma única linha.
Exemplos:
f) Matriz Identidade: É a matriz diagonal que apresenta
A = −1 0 todos os elementos da diagonal principal iguais a 1 e
B= 1 0 0 2 os outros iguais a 0. Representamos a matriz identi-
dade de ordem n por In.
Exemplo:
b) Matriz Coluna: É a matriz que possui uma única
coluna. 1 0
I2 =
Exemplos: 0 1
2 1 0 0
A=
1 I3 = 0 1 0
0 0 0 1
B = −1
3 Observação: Para uma matriz identidade In = (aij)n x n

c) Matriz Nula: É a matriz que possui todos os g) Matriz Transposta: Dada uma matriz A, chamamos
elementos iguais a zero. de matriz transposta de A à matriz obtida de A trocando-
Exemplos: -se “ordenadamente”, suas linhas por colunas. Indicamos a
matriz transposta de A por At.
0 0 Exemplo:
A=
0 0 1 2
1 0 3
0 0 0 Se, A = , então: At = 0 1
B= 2 1 4
0 0 0 3 4

d) Matriz Quadrada: É a matriz que possui o número Observação importante: Se uma matriz A é de ordem m
de linhas igual ao número de linhas igual ao número x n, a matriz At, transposta de A, é de ordem n x m.
de colunas.
Exemplo: 3. Igualdade de Matrizes

1 0 Sendo A e B duas matriz de mesma ordem, dizemos


A= que um elemento de matriz A é correspondente a um ele-
3 −2
mento de B quando eles ocupam a mesma posição nas res-
pectivas matrizes.
Vale destacar que quando uma matriz não é quadrada, Exemplo:
ela é chamada de matriz retangular.
Sendo A e B duas matrizes de ordem 2 x 2,
e) Matriz Diagonal: Dada uma matriz quadrada de or- a11 a12 b11 b12
dem n, chamamos de diagonal principal da matriz ao A= a a22 e B = b21
conjunto dos elementos que possuem índices iguais. 21 b22
Exemplo:
{a11 , a22 , a33 , a44 } São elementos correspondentes de A e B, os pares: a11 e
é a diagonal principal da matriz A b11; a12 e b12; a21 e b21; a22 e b22.
(4x4).
Assim, duas matrizes A e B são iguais se, e somente se,
Além disso, a matriz quadrada que apresenta todos os têm a mesma ordem e os elementos correspondentes são
MATEM[ÁTICA

elementos, não pertencentes à diagonal principal, iguais a iguais.


zero, é definida como matriz diagonal.
Indica-se, portanto: A = B ou A = (aij)n x n e B = (bij)p x q

96
5. Multiplicação de Matrizes por um Número Real
IMPORTANTE: Dada uma matriz A = aij ,
mxn
dizemos que uma matriz B = bij é oposta de A Consideremos uma matriz A, de ordem m x n, e um nú-
mxn mero real c . O produto de por A é uma matriz B, de ordem m
quando bij = −aij para todo i, 1 ≤ i ≤ m, e todo j, 1 x n, obtida quando multiplicamos cada elemento de A por c .
≤ j ≤ n. Indicamos:
Exemplo: B = c � A
3 −1 −3 1
A= , temos que: B = −A = Exemplo:
2 4 −2 −4
1 3
A= e c = 2, temos que:
4. Adição e Subtração de Matrizes 2 5
2�1 2�3 2 6
Dadas duas matrizes A e B, de mesma ordem m x n, c�A= 2�A = =
denominamos soma da matriz A com a matriz B à matriz
2�2 2�5 4 10
C, de ordem m x n, cujos elementos são obtidos quando
somamos os elementos correspondentes das matrizes A e 6. Produto entre matrizes
B. Indicamos:
O produto (linha por coluna) de uma matriz A = aij
m xp
C = A + B por uma matriz B = bij pxn
é uma matriz , de modo que
Assim: cada elemento cij é obtido multiplicando-se ordenada-
1 3 4 2 1 1 3 4 5 mente os elementos da linha i de A pelos elementos da
+ = coluna j de B, e somando-se os produtos assim obtidos.
2 1 −2 3 2 3 5 3 1

Propriedades da Adição: Sendo A, B e C matrizes m x n FIQUE ATENTO!


e O a matriz nula m x n , valem as seguintes propriedades. Só existe o produto de uma matriz A por uma
matriz B se o número de colunas de A é igual
a) A + B = B + A (Comutativa) ao número de linhas de B.
b) A + B + C = A + (B + C) (Associativa)
c) A + O = O + A = A (Elemento Neutro) Propriedades: Sendo A uma matriz de ordem m x n,
B e C matrizes convenientes (ou seja, o produto entre
d) A + −A = O (Elemento Oposto)
elas é possível), são válidas as seguintes propriedades.
e) A + B t = At + B t
a) A � B � C = A � (B � C) – Associativa
b) C � A + B = C � A + C � B – Distributiva pela esquerda
Metodologia: Consideremos duas matrizes A e B, am- c) A + B � C = A � C + B � C – Distributiva pela direita
bas de mesma ordem . Chamamos de diferença entre A e B
d) A � In = Im � A = A – Elemento neutro
(indicamos com ) a soma de A com a oposta de B.
e) A � B t = B t � At
A – B = A + (−B)

Exemplo:
#FicaDica
3 2 4 5
A= eB= Para a multiplicação de matrizes não vale
1 −2 −2 1 a propriedade comutativa (A B ≠ B A). Esta
propriedade só é verdadeira em situações
3 2 −4 −5 especiais, quando dizemos que as matrizes são
A − B = A + −B = + comutáveis.
1 −2 2 −1
3−4 2−5 −1 −3
= =
1 + 2 −2 − 1 3 −3 7. Matriz Inversa
MATEM[ÁTICA

Na prática, para obtermos a subtração de matrizes de No conjunto dos números reais, para todo a ≠ 0, exis-
mesma ordem, basta subtrairmos os elementos correspon- te um número b, denominado inverso de a, satisfazendo a
dentes. condição:
a � b = b � a = 1

97
1 −
1 Portanto, a matriz A é inversível e sua inversa é única,
Normalmente indicamos o inverso de a por ou a cuja matriz é:
a
Analogamente para as matrizes temos que uma matriz 1 −1
B = A−1 =
A, quadrada de ordem n, é dita inversível se, e somente se, −2 3
existir uma matriz B, quadrada de ordem n, tal que:
Propriedades: Sendo A e B matrizes quadradas de or-
A � B = B � A = In dem n e inversíveis, temos as seguintes propriedades:

a) A−1 −1 = A
A matriz B é denominada inversa de A e indicada por b) A−1 t = At −1
A−1 .
c) A � B −1 = B −1 � A−1
Exemplo:
4 −3
Verifique que a matriz B = é a inversa da
−1 1
matriz A =
1 3
. Para isso, basta realizar o produto en- DETERMINANTES
1 4
tre elas e verificar se o resultado será a matriz identidade: Chamamos de determinante a teoria desenvolvida por
matemáticos dos séculos XVII e XVIII, como Leibniz e Seki
1 3 4 −3 1 0 Shinsuke Kowa, que procuravam uma fórmula para deter-
A�B= � = minar as soluções de Sistemas Lineares.
1 4 −1 1 0 1
Ou Esta teoria consiste em associar a cada matriz quadrada
A, um único número real que denominamos determinante
4 −3 1 3 1 0 de A e que indicamos por “det A” ou colocamos os ele-
B�A = � =
−1 1 1 4 0 1 mentos da matriz A entre duas barras verticais, como no
exemplo abaixo:

Como A � B = B � A = I2 , a matriz B é a inversa


1 2 1 2
de A, isto é, B = A−1 . A= → det A =
4 5 4 5
IMPORTANTE: É bom observarmos que, de acordo com
No estudo de determinantes, vamos analisar diversos
a definição, a matriz A também − é a inversa de B, isto é,

tamanhos de matrizes, iniciando, pelo menor, ou seja, uma
A = B −1 , ou seja, A = A .
1 1

matriz de ordem 1 passando pela ordem 2 e ordem 3. De-


terminantes maiores são muito raros de serem cobrados
Exemplo:
3 1 em concursos públicos.
Encontre a matriz inversa da matriz A = 2 1 , se existir.
Neste caso, teremos que encontrar individualmente os ter-
1. Determinante de uma Matriz de Ordem 1
mos da matriz inversa, que chamaremos de B.
Seja a matriz quadrada de ordem 1: A = [a11 ] , o deter-
Supondo que B = a b é a matriz inversa de A, temos:
c d minante dessa matriz é o próprio número dentro da matriz:
3 1 a b 1 0
A�B= . =
2 1 c d 0 1 det A = a11 = a11

Fazendo a multiplicação, encontraremos o seguinte re- Exemplos:


sultado:
3a + c 3b + d
=
1 0 A = −2 → det A = −2
2a + c 2b + d 0 1
B = 5 → det B = 5
C = [0] → det C = 0
Logo, teremos dois sistemas lineares, 2x2:


3a + c = 1
e�
3b + d = 0 2. Determinante de uma Matriz de ordem 2
2a + c = 0 2b + d = 1
a11 a12
MATEM[ÁTICA

Seja a matriz quadrada de ordem 2: A = a a22


Resolvendo os sistemas, encontramos: . O determinante dessa matriz será o número: 21
a = 1, b = −1, c = 2 e d = 3
a11 a12
Assim, B =
1 −1 det A = a a22 = a11 � a22 − a21 � a12
−2 3 21

98
#FicaDica det A = a11 � a22 � a33 + a12 �
Para facilitar a memorização desse número,
a23 � a31 + a21 � a32 � a13 −
podemos dizer que o determinante é a a31 � a22 � a13 − a21 � a12 �
diferença entre o produto dos elementos da a33 − a11 � a32 � a23
diagonal principal e o produto dos elementos
da diagonal secundária.

Exemplos:

1 2
A=
5 3
det A = 1 � 3 − 5 � 2 = 3 − 10 = −7
4. Propriedades dos determinantes

2 −1 Apresentamos, a seguir, algumas propriedades que vi-


B= sam a simplificar o cálculo dos determinantes:
2 3
det B = 2 � 3 − 2 � −1 = 6 + 2 = 8
a) O determinante de uma matriz A é igual ao de sua
transposta At.
3. Determinante de uma Matriz de Ordem 3
Exemplo:
Seja a matriz quadrada de ordem 3: Demonstração no determinante 2x2:
a b a c
a11 a12 a13 A= e At =
c d b d
A = a21 a22 a23
a31 a32 a33
det A = a � d − b � c
O determinante desta matriz será uma soma de produ- det At = a � d − b � c = det A
tos intercalados de três em três números, ou seja:
b) Se B é a matriz que se obtém de uma matriz quadra-
det A da A, quando trocamos entre si a posição de duas
= a11 � a22 � a33 + a12 � a23 filas (linhas ou colunas) paralelas, então:

� a31 + a21 � a32 � a13 − a31 detB = −detA


� a22 � a13 − a21 � a12 � a33
− a11 � a32 � a23 Exemplo.

Demonstração no determinante 2x2:


Para memorizarmos a definição de determinante de or-
a b c a
dem 3, usamos a regra prática denominada Regra de Sar- A= eB=
rus: c d d b

1) Repetimos a 1º e a 2º colunas às direita da matriz. B foi obtida trocando de posição a primeira e segunda
coluna de A. Assim:
a11 a12 a13 a11 a13
det A = a21 a22 a23 a21 a23 det A = a � d − b � c
a31 a32 a33 a31 a31 det B = c � b − a � d = − det A

2) Multiplicando os termos entre si, seguindo os traços Um ponto importante é se por exemplo, montarmos
MATEM[ÁTICA

em diagonal e associando o sinal indicado dos pro- uma matriz C trocando de posição agora a primeira e se-
dutos, temos: gunda linha de B:
d b
C=
c a

99
Calculando o determinante: 1 2 4 3 8 5
Exemplo: A = ,B= , logo: A � B =
detC = a � d − b � c = −detB = det A 0 3 2 1 6 3

Assim, cada troca de linha ou coluna irá acarretar uma 1 2


det A = =3
troca de sinal do determinante. Logo, se fizemos uma 0 3
quantidade par de trocas (2,4,6,...) o determinante perma-
nece com o mesmo sinal. Já se fizermos uma quantidade 4 3
de trocas ímpar (1,3,5...) o determinante inverte de sinal.
det B = = 4 − 6 = −2
2 1

c) Seguindo a propriedade 2, se uma matriz possuir


8 5
duas linhas ou colunas idênticas, o seu determinan- det AB = = 24 − 30 = −6 = 3 � (−2)
te será 0. Justificativa: A matriz que obtemos de A, 6 3
quando trocamos entre si as duas filas (linha ou co-
luna “iguais”, é igual a A. Assim, de acordo com a Consequências: Sendo A uma matriz quadrada e
propriedade 2, escrevemos que detA = −detA , temos:
. O único resultado possível para isso é detA = 0.−detA n n
det(A ) = detA
d) Sendo A uma matriz quadrada de ordem n, e uma
matriz k.A é obtida multiplicando todos os elemen- E no caso da matriz inversa:
tos de A por k, então: 1
detA−1 =
det(k � A) = kn � detA det A

a b c ka kb kc
Exemplo: A = d e f → k � A = kd ke kf
g h i kg kh ki EXERCÍCIO COMENTADO

Se você calcular o determinante, encontrará k 3 � det A 1. (BRDE – Analista de Sistema – FUNDATEC/2015)


2 3
2 3
Considere as seguintes matrizes: A = 4 6 , B = 4 5 e
e) Teorema de Jacobi: O determinante não se altera, 2 1 0 , a solução de é: 6 6
quando adicionamos uma fila qualquer com outra C=
4 6 7
fila paralela multiplicada por um número.
a) Não tem solução, pois as matrizes são de ordem diferentes.
Exemplo:
Considere o determinante 10 14
b)
78 90
a b c 2 3
c)
det A = d e f 4 5
g h i 6 6
d)
20 36
Somando a 3ª coluna com a 1ª multiplicada por m, teremos: 8 11
e)
74 84

Resposta: Letra B.
2 3
2 1 0 2 3 8 11 2 3 10 14
4 5 + = + =
Calculando o determinante, você verá que det B = det A 4 6 7 4 6 74 84 4 6 78 90
6 6

f) Uma consequência do teorema de Jacobi é que se


uma fila de uma matriz é a soma de múltiplos de 2. (Pref. Agudo-SP – Auxiliar Administrativo - OBJE-
filas paralelas (combinação linear de filas paralelas), TIVA/2015) Dadas as matrizes A = 7 8 e B = x 2 e ,
3 x 3 9
o determinante é igual a zero. qual deverá ser o valor de x para que se tenha det A = det B .

g) Teorema de Binet: Sendo A e B matrizes quadradas a) -14


MATEM[ÁTICA

de mesma ordem, então: b) 3


det(A � B) = detA � detB c) -9
d) 5

100
Resposta: Letra C.
A � X = B ⇒ A−1 � A � X = A−1 � B
7 8
=
x 2
→ 7x − 24 = 9x − 6 → 2x = −18 → x = −9 ⇒ I � X = A−1 � B
3 x 3 9
⇒ X = A−1 � B

SISTEMAS LINEARES 2.Sistemas Lineares 2x2

1. Definição Um exemplo de sistema 2 x 2, possui duas equações e


duas incógnitas (x e y) é:
Sistemas lineares são conjuntos de 2 ou mais equações
lineares, onde procura-se valores das incógnitas, chamadas
de X = x1 , x2, x3 … e xn que atendam simultaneamen- 3𝑥 − 𝑦 = 6
te todas as equações lineares: �
2𝑥 + 2𝑦 = 20

Há diversos métodos utilizados para resolver um siste-


ma linear 2 x 2. Aqui, destacam-se dois deles: método da
adição e método da substituição.

2.1. Método da Adição

Onde O método da adição consiste em multiplicar uma (ou


a11 , a12 , … , ann e b1, b2 , … , bn ambas) das equações por um valor de modo que, ao so-
são números reais. mar-se as duas equações, uma das incógnitas seja elimi-
nada. Para isso, a incógnita a ser eliminada deve possuir o
1.1. Classificação de Sistemas Lineares mesmo número multiplicando-a em ambas as equações,
porém com sinais opostos. Utilizando o exemplo:
Considerando um sistema de n equações lineares, po-
demos classificá-lo de 3 formas possíveis: 3𝑥 − 𝑦 = 6

2𝑥 + 2𝑦 = 20
Impossível: Quando não existem valores de
X = (x1 , x2, x3 … e xn) que satisfaçam todas as n
equações lineares. Uma maneira de resolver o sistema pelo método da adi-
ção consiste em eliminar a variável “y”. Na primeira equa-
Possível e Indeterminado: Quando existem infinitas ção a variável “y” está multiplicada por -1, enquanto que
possibilidades para X = (x1 , x2, x3 … e xn ) que aten- na segunda equação, está multiplicada por 2. Se a primei-
dem todas as equações; ra equação for multiplicada por , em ambas as equações
a variável “y” estará multiplicada por 2 porém com sinais
Possível e determinado: Quando apenas um único opostos.
conjunto de X = (x1 , x2, x3 … e xn ) satisfaz as equa-
ções lineares.

1.2. Associação de Sistemas Lineares com Matrizes

Podemos escrever qualquer sistema linear da seguinte


forma, separando as constantes das incógnitas: Somando-se ambas as equações após multiplicar a pri-
meira equação por 2, tem-se:

6x − 2y + 2x + 2y = 12 + 20
→ 8x = 32
→x=4
MATEM[ÁTICA

Após encontrar o valor de uma das variáveis, basta


substituir esse valor em qualquer uma das equações e en-
Se det A ≠ 0 , a matriz possui inversa e assim pode- contrar o valor da outra variável. Substituindo na primeira
mos isolar X da seguinte maneira: equação:

101
3x − y = 6
→ 3×4−y =6
→ 12 − y = 6
→y=6
Assim, S = 4,6

2.2. Método da Substituição

Este método consiste em isolar uma das incógnitas em uma das equações e substituir na outra equação. Retomando o
mesmo exemplo:

3𝑥 − 𝑦 = 6

2𝑥 + 2𝑦 = 20

É possível isolar qualquer uma das variáveis em qualquer uma das equações. Isolando a variável “y” na primeira
equação:
y = 3x − 6

Substitui-se essa expressão para “y” na segunda equação:


2x + 2 3x − 6 = 20

Agora, resolve-se essa equação do primeiro grau:

2x + 6x − 12 = 20
2x + 6x = 20 + 12
8x = 32
32
x= =4
8

Utiliza-se a expressão encontrada anteriormente para “y” para encontrar o valor dessa incógnita:
y = 3x − 6
→ y = 3 × 4 − 6 = 12 − 6
→y=6
Assim: S = 4,6

3. Sistemas Lineares 3x3 ou maiores.

Todos os sistemas lineares podem ser resolvidos pelo método da substituição apresentado acima. Porém, com mais
equações, ele vai se tornando bem trabalhoso. Desta forma, um método mais rápido é sugerido, chamado de método de
Cramer. Utiliza-se a notação matricial e o conceito de determinantes para resolver:

Ex:
MATEM[ÁTICA

Primeiro, calcula-se DA = det A . Também serão calculados determinantes auxiliares, substituindo uma coluna corres-
pondente da matriz A, pela matriz B:

102
, e

Os valores das incógnitas são calculados da seguinte maneira:

Dx1 Dx2 Dx3


x1 = , x2 = , x3 =
DA DA DA

Exemplo: Resolva pelo método de Cramer o seguinte Sistema Linear:

Transformando em forma matricial:

1 2 −1 x 2
2 −1 1 y = 3
1 1 1 z 6

Calculando os determinantes:

1 2 −1
DA = 2 −1 1 = −7
1 1 1

2 2 −1
Dx = 3 −1 1 = −7
6 1 1

1 2 −1
Dy = 2 3 1 = −14
1 6 1

1 2 2
Dz = 2 −1 3 = −21
1 1 6
Logo:
Dx −7
x= = =1
DA −7

Dy −14
y= = =2
DA −7

D −21
z = Dz = =3
MATEM[ÁTICA

A −7

103
Obs: Aqui usamos o método da soma, mas como ex-
#FicaDica posto no texto, podemos usar o método de Cramer.

Sistemas lineares de ordem 3x3 ou maiores 2. (PM SP 2014 – VUNESP).  Em um lote de xícaras de
não precisam ser necessariamente resolvidos porcelana, a razão entre o número de xícaras com defeitos
usando o método de Cramer. Fica a cargo do e o número de xícaras perfeitas, nesta ordem, é 2/3. Se o
estudante escolher um forma que pareça ser número total de xícaras do lote é 320, então, a diferença
mais fácil. entre o número de xícaras perfeitas e o número de xícaras
com defeitos, nesta ordem, é:

a) 56.
b) 78.
EXERCÍCIOS COMENTADOS c) 93.
d) 85.
e) 64.
1. (VUNESP/2010) Considere o seguinte sistema linear:
Resposta: Letra E
Vamos denominar:
x = número de xícaras com defeitos
y = número de xícaras perfeitas

Sabendo disto, temos as seguintes equações:


Pode-se afirmar que o valor de z é x 2
= ,
y 3
a) –2.
ou seja,
b) –1.
c) 0. 2y
x =
d) 1. 3
x + y = 320
e) 2.
Temos um sistema de equações de primeiro grau. Subs-
Resposta: Letra E. tituindo a primeira na segunda equação:
Para esse caso o método da soma é utilizado: 2y
+ y = 320
3
(multiplicando ambos os lados por 3)
2y + 3y = 320 � 3
5y = 960
y = 960/5 = 192
Calculando x:
x = 2 y⁄3 = 2 � 192⁄3 = 128
Daí,
y – x = 192 – 128 = 64
MATEM[ÁTICA

4y + 2z = 4
−4y − 4z = −8
− 2z = − 4
z = 2

104
- Pontos colineares pertencem à mesma reta.
GEOMETRIA PLANA
A) CONGRUÊNCIA DE FIGURAS PLANAS.
B) SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS.
C) RELAÇÕES MÉTRICAS NOS TRIÂNGULOS,
POLÍGONOS REGULARES E CÍRCULOS.
D) INSCRIÇÃO E CIRCUNSCRIÇÃO DE
POLÍGONOS REGULARES.
E) ÁREAS DE POLÍGONOS, CÍRCULO, COROA
E SETOR CIRCULAR.
- Três pontos determinam um único plano.

INTRODUÇÃO A GEOMETRIA PLANA

1. Ponto, Reta e Plano


A definição dos entes primitivos ponto, reta e plano é
quase impossível, o que se sabe muito bem e aqui será o
mais importante é sua representação geométrica e espa-
cial.

1.1. Representação, (notação)


- Se uma reta contém dois pontos de um plano, esta
reta está contida neste plano.
→ Pontos serão representados por letras latinas maiús-
culas; ex: A, B, C,…
→ Retas serão representados por letras latinas minús-
culas; ex: a, b, c,…
→ Planos serão representados por letras gregas minús-
culas; ex: β,∞,α,...

1.2. Representação gráfica

- Duas retas são concorrentes se tiverem apenas um


ponto em comum.

Postulados primitivos da geometria, qualquer postula-


do ou axioma é aceito sem que seja necessária a prova,
contanto que não exista a contraprova. Observe que . Sendo que H está contido na reta r e na
- Numa reta bem como fora dela há infinitos pontos reta s.
distintos.
- Dois pontos determinam uma única reta (uma e so- Um plano é um subconjunto do espaço de tal modo
mente uma reta). que quaisquer dois pontos desse conjunto podem ser li-
gados por um segmento de reta inteiramente contida no
conjunto.
Um plano no espaço pode ser determinado por qual-
quer uma das situações:

- Três pontos não colineares (não pertencentes à mes-


ma reta);
MATEM[ÁTICA

- Um ponto e uma reta que não contem o ponto;


- Um ponto e um segmento de reta que não contem o
ponto;
- Duas retas paralelas que não se sobrepõe;

105
- Dois segmentos de reta paralelos que não se sobrepõe; Planos normais são aqueles cujo ângulo diedral é um
- Duas retas concorrentes; ângulo reto (90°).
- Dois segmentos de reta concorrentes.
Duas retas (segmentos de reta) no espaço podem ser:
paralelas, concorrentes ou reversas. Razão entre Segmentos de Reta
Duas retas são ditas reversas quando uma não tem
interseção com a outra e elas não são paralelas. Pode-se Segmento de reta é o conjunto de todos os pontos de
pensar de uma reta r desenhada no chão de uma casa e uma reta que estão limitados por dois pontos que são as
uma reta s desenhada no teto dessa mesma casa. extremidades do segmento, sendo um deles o ponto inicial
e o outro o ponto final. Denotamos um segmento por duas
letras como, por exemplo, AB, sendo A o início e B o final
do segmento.
Ex: AB é um segmento de reta que denotamos por AB.

Uma reta é perpendicular a um plano no espaço , se ela


intersecta o plano em um ponto P e todo segmento de reta Segmentos Proporcionais
contido no plano que tem P como uma de suas extremida-
des é perpendicular à reta. Proporção é a igualdade entre duas razões equivalentes.
De forma semelhante aos que já estudamos com números
racionais, é possível estabelecer a proporcionalidade entre
segmentos de reta, através das medidas desse segmentos.
Vamos considerar primeiramente um caso particular
com quatro segmentos de reta com suas medidas apresen-
tadas na tabela a seguir:

Uma reta r é paralela a um plano no espaço , se existe uma m(AB) = 2cm m(PQ) =4 cm
reta s inteiramente contida no plano que é paralela à reta dada. m(CD) = 3cm m(RS) = 6cm
Seja P um ponto localizado fora de um plano. A dis-
tância do ponto ao plano é a medida do segmento de reta A razão entre os segmentos e e a razão entre os seg-
perpendicular ao plano em que uma extremidade é o pon- mentos e , são dadas por frações equivalentes, isto é: ; PQ/
to P e a outra extremidade é o ponto que é a interseção RS = 4/6 e como , segue a existência de uma proporção
entre o plano e o segmento. entre esses quatro segmentos de reta. Isto nos conduz à
Se o ponto P estiver no plano, a distância é nula. definição de segmentos proporcionais.
Diremos que quatro segmentos de reta, , , e , nesta
ordem, são proporcionais se: .
Os segmentos e são os segmentos extremos e os seg-
mentos e são os segmentos meios.
A proporcionalidade acima é garantida pelo fato que
existe uma proporção entre os números reais que repre-
sentam as medidas dos segmentos:
Planos concorrentes no espaço são planos cuja interse-
ção é uma reta. Feixe de Retas Paralelas
Planos paralelos no espaço são planos que não tem
interseção. Um conjunto de três ou mais retas paralelas num plano
Quando dois planos são concorrentes, dizemos que tais é chamado feixe de retas paralelas. A reta que intercepta
planos formam um diedro e o ângulo formado entre estes as retas do feixe é chamada de reta transversal. As retas a,
dois planos é denominado ângulo diedral. Para obter este b, c e d que aparecem no desenho anexado, formam um
ângulo diedral, basta tomar o ângulo formado por quais- feixe de retas paralelas enquanto que as retas s e t são retas
quer duas retas perpendiculares aos planos concorrentes. transversais.
MATEM[ÁTICA

106
#FicaDica
Uma proporção entre segmentos pode
ser formulada de várias maneiras. Se
um dos segmentos do feixe de paralelas
for desconhecido, a sua dimensão pode
ser determinada com o uso de razões
proporcionais.

Ângulos

Ângulo: Do latim - angulu (canto, esquina), do grego -


gonas; reunião de duas semi-retas de mesma origem não
colineares.
Teorema de Tales: Um feixe de retas paralelas deter-
mina sobre duas transversais quaisquer, segmentos pro-
porcionais. A figura abaixo representa uma situação onde
aparece um feixe de três retas paralelas cortadas por duas
retas transversais.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.

Identificamos na sequência algumas proporções:

Ex: Consideremos a figura ao lado com um feixe de re-


tas paralelas, sendo as medidas dos segmentos indicadas
em centímetros.
Ângulo Central

a) Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o centro


da circunferência;
b) Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do
polígono regular e cujos lados passam por vértices
consecutivos do polígono.

Assim:
MATEM[ÁTICA

B C⁄A B = E F⁄D E
A B⁄D E = B C⁄E F
D E⁄A B = E F⁄B C Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não per-
tence à circunferência e os lados são tangentes à ela.

107
Ângulos Complementares: Dois ângulos são comple-
mentares se a soma das suas medidas é 900.

Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a


uma circunferência e seus lados são secantes a ela.

Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a


mesma medida.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.
Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são
opostos pelo vértice se os lados de um são as respectivas
semi-retas opostas aos lados do outro.

Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;

Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos suple-


mentares se a soma das suas medidas de dois ângulos é
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas. 180º.

Ângulo Reto:

- É o ângulo cuja medida é 90º;


- É aquele cujos lados se apóiam em retas perpendicu-
lares.

Grau: (º): Do latim - gradu; dividindo a circunferência


MATEM[ÁTICA

em 360 partes iguais, cada arco unitário que corresponde a


1/360 da circunferência denominamos de grau.

108
Ângulos formados por duas retas paralelas com uma
transversal

Lembre-se: Retas paralelas são retas que estão no mes-


mo plano e não possuem ponto em comum.

Vamos observar a figura abaixo:

Todos esses ângulos possuem relações entre si, e elas


estão descritas a seguir:
Assim a soma dos ângulos 2 e 7 é 180° e a soma dos
Ângulos colaterais internos: O termo colateral signi- ângulos 1 e 8 também será 180°
fica “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma destes
ângulos será sempre 180°
Ângulos alternos internos: O termo alterno significa la-
dos diferentes e sua propriedade é que eles sempre serão
congruentes

Assim a soma dos ângulos 4 e 5 é 180° e a soma dos


ângulos 3 e 6 também será 180°

Ângulos colaterais externos: O termo colateral signi- Assim, o ângulo 4 é igual ao ângulo 6 e o ângulo 3 é
fica “mesmo lado” e sua propriedade é que a soma destes igual ao ângulo 5
ângulos será sempre 180°
Ângulos alternos externos: O termo alterno significa
lados diferentes e sua propriedade é que eles sempre serão
congruentes
MATEM[ÁTICA

109
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CS-UFG-2016) Considere que a figura abaixo represen-


ta um relógio analógico cujos ponteiros das horas (menor)
e dos minutos (maior) indicam 3 h e 40 min. Nestas condi-
ções, a medida do menor ângulo, em graus, formado pelos
ponteiros deste relógio, é:

a) 120°
b) 126°
c) 135°
d) 150°
Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 7 e o ângulo 2 é
igual ao ângulo 8 Resposta: Letra B.
Considerando que cada hora equivale a um ângulo de
Ângulos correspondentes: São ângulos que ocupam 30° (360/12 = 30) e que a cada 15 min o ponteiro da
uma mesma posição na reta transversal, um na região in- hora percorre 7,5°. Assim, as 3h e 40 min indica um ân-
terna e o outro na região externa. gulo de aproximadamente 126°.

2. Na imagem a seguir, as retas u, r e s são paralelas e cor-


tadas por uma reta transversal. Determine o valor dos ân-
gulos x e y.

Resposta: x = 50° e y = 130°


Assim, o ângulo 1 é igual ao ângulo 5, o ângulo 2 é igual Facilmente observamos que os ângulos x e 50° são opos-
ao ângulo 6, o ângulo 3 é igual ao ângulo 7 e o ângulo 4 é tos pelo vértice, logo, x = 50°. Podemos constatar tam-
igual ao ângulo 8. bém que y e 50° são suplementares, ou seja:

FIQUE ATENTO! 50° + y = 180°


MATEM[ÁTICA

Há cinco classificações distintas para os ân- y = 180° – 50°


gulos formados por duas retas paralelas que y = 130°
intersectam uma transversal. Então, procure Portanto,os ângulos procurados são y = 130° e x = 50°.
visualizar bem as imagens para associá-las a
cada classificação existente.

110
POLÍGONOS

Um polígono é uma figura geométrica plana limitada por uma linha poligonal fechada. A palavra “polígono” advém do
grego e quer dizer muitos (poly) e ângulos (gon).

Linhas poligonais e polígonos

Linha poligonal é uma sucessão de segmentos consecutivos e não-colineares, dois a dois. Classificam-se em:

Linha poligonal fechada simples:

Linha poligonal fechada não-simples:

Linha poligonal aberta simples:

Linha poligonal aberta não-simples:

FIQUE ATENTO!
Polígono é uma linha fechada simples. Um polígono divide o plano em que se encontra em duas regiões (a
interior e a exterior), sem pontos comuns.

Elementos de um polígono
MATEM[ÁTICA

111
Um polígono possui os seguintes elementos:

Lados: Cada um dos segmentos de reta que une vértices consecutivos: AB, BC, CD, DE, EA.

Vértices: Ponto de encontro de dois lados consecutivos: A, B, C, D, E


Diagonais: Segmentos que unem dois vértices não consecutivos: AC, AD, BD, BE, CE
Ângulos internos: Ângulos formados por dois lados consecutivos: a� , b� , c� , d
� , e� .

Ângulos externos: Ângulos formados por um lado e pelo prolongamento do lado a ele consecutivo: a�1 , b1 , c1, d1 , e1

Classificação dos polígonos quanto ao número de lados

Nome Número de lados Nome Número de lados


triângulo 3 quadrilátero 4
pentágono 5 hexágono 6
heptágono 7 octógono 8
eneágono 9 decágono 10
hendecágono 11 dodecágono 12
tridecágono 13 tetradecágono 14
pentadecágono 15 hexadecágono 16
heptadecágono 17 octodecágono 18
eneadecágono 19 icoságono 20

A classificação dos polígonos pode ser ilustrada pela seguinte árvore:

Um polígono é denominado simples se ele for descrito por uma fronteira simples e que não se cruza (daí divide o plano
em uma região interna e externa), caso o contrário é denominado complexo.
Um polígono simples é denominado convexo se não tiver nenhum ângulo interno cuja medida é maior que 180°, caso
o contrário é denominado côncavo.
Um polígono convexo é denominado circunscrito a uma circunferência ou polígono circunscrito se todos os vértices
pertencerem a uma mesma circunferência.
Um polígono inscritível é denominado regular se todos os seus lados e todos os seus ângulos forem congruentes.

Alguns polígonos regulares:

a) triângulo equilátero
b) quadrado
c) pentágono regular
MATEM[ÁTICA

d) hexágono regular

Propriedades dos polígonos

De cada vértice de um polígono de n lados, saem dv = n – 3

112
O número de diagonais de um polígono é dado por:
n n−3
d=
EXERCÍCIOS COMENTADOS
2
Onde n é o número de lados do polígono. 1. (PREF. DE POÁ-SP – ENGENHEIRO DE SEGURANÇA
DE TRABALHO – VUNESP/2015) A figura ilustra um oc-
A soma das medidas dos ângulos internos de um polí- tógono regular de lado cm.
gono de n lados (Si) é dada por:
Si = n − 2 � 180°

A soma das medidas dos ângulos externos de um polí-


gono de n lados (Se) é igual a:

360°
Se =
n

Em um polígono convexo de n lados, o número de


triângulos formados por diagonais que saem de cada vér-
tice é dado por n - 2. Sendo a altura do trapézio ABCD igual a 1 cm, a área do
triângulo retângulo ADE vale, em cm²
A medida do ângulo interno de um polígono regular de
n lados (ai ) é dada por: a) 5
b) 4
n − 2 � 180° c) 5
ai =
n d) 2 + 1
e) 2
A medida do ângulo externo de um polígono regular de
n lados (ae ) é dada por:
Resposta: Letra D.
360°
ae =
n

A soma das medidas dos ângulos centrais de um polí-


gono regular de n lados (Sc ) é igual a 360º.

A medida do ângulo central de um polígono regular de


n lados () é dada por:
COMENTÁRIO:
360°
ac =
n Como a altura do trapézio mede 1 cm, temos um trian-
gulo isósceles de hipotenusa AB, assim, o segmento
Polígonos regulares AD = 2 + 2 . Assim, a área de ADE é:
2+2 2 2 2 2
Os polígonos regulares são aqueles que possuem to- A= = + =1+ 2
dos os lados congruentes e todos os ângulos congruentes. 2 2 2
Todas as propriedades anteriores são válidas para os polí-
gonos regulares, a diferença é que todos os valores são dis-
tribuídos uniformemente, ou seja, todos os ângulos terão
o mesmo valor e todas as medidas terão o mesmo valor.

#FicaDica
MATEM[ÁTICA

Polígonos regulares são formas de polígonos


mais estudadas e cobradas em questões de
concursos.

113
2. (UNIFESP - 2003) Pentágonos regulares congruentes Dividindo a soma dos ângulos internos por 5, pois um
podem ser conectados lado a lado, formando uma estrela pentágono possui cinco ângulos internos, encontrare-
de cinco pontas, conforme destacado na figura a seguir mos 108° como medida de cada ângulo interno.
Observe na imagem anterior que a soma de três ângu-
los internos do pentágono com o ângulo θ tem como
resultado 360°.

108 + 108 + 108 + θ = 360


324 + θ = 360
θ = 360 – 324
θ = 36°

Quadriláteros, Circunferência e Círculo

Quadriláteros

Nessas condições, o ângulo θ mede: São figuras que possuem quatro lados dentre os quais
temos os seguintes subgrupos:
a) 108°.
b) 72°. Paralelogramo
c) 54°.
d) 36°.
e) 18°.

Resposta: Letra D.
Na ponta da estrela onde está destacado o ângulo θ, temos
o encontro de três ângulos internos de pentágonos regu-
lares. Para descobrir a medida de cada um desses ângulos,
basta calcular a soma dos ângulos internos do pentágono e
dividir por 5.

Características:
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
AB // DC e AD // BC .
Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mesma
medida, ou seja: AB = DC e AD = BC
A altura é medida em relação a distância entre os seg-
mentos paralelos, ou seja: BG: altura = h
A base é justamente a medida dos lados que se mediu
a altura: AD: base = b
A área é calculada como o produto da base pela altura:
Área= b∙h
O perímetro é calculado como a soma das medidas de
todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA

A fórmula para calcular a soma dos ângulos internos de


um polígono é: S = (n – 2) · 180

*n é o número de lados do polígono. No caso desse


exercício:
MATEM[ÁTICA

S = (5 – 2) · 180
S = 3 · 180
S = 540

114
Retângulo Quadrado

Características:

Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja: Características:


AB // DC e AD // BC Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja:
Além de paralelos, os lados paralelos possuem a mesma AB // DC e AD // BC
medida, ou seja: AB = DC e AD = BC Possuem os quatro lados com medidas iguais:
Diferentemente do paralelogramo, todos os ângulos do AB = DC = AD = BC
retângulo medem 90°: A �=B � = C� = D
� = 90° Diferentemente do losango, todos os ângulos do qua-
No retângulo, um par de lados paralelos drado medem 90°: A �=B � = C� = D
� = 90°
será a base e o outro será a altura, no desenho: Seguindo a lógica do retângulo, temos o valor da base e
AB: altura = h e AD: base = b da altura iguais neste caso: BC: lado = L e AB: lado =
A área é calculada como o produto da base pela altura: A área é calculada de maneira simples: Área = L2
Área= b∙h O perímetro é calculado como a soma das medidas de todos
os quatro lados: Perímetro = AB + BC + CD + DA = 4L
O perímetro é calculado como a soma das medidas de
todos os quatro lados: Trapézio
Perímetro = AB + BC + CD + DA = 2b + 2h

Losango

Características:
Possuirá apenas um par de lados paralelos que serão
chamados de bases maior e menor:
AD// BC, AB: base maior = B e CD: base menor = b
A altura será definida como a distância entre as bases:
Características: BG: altura = h
Possuem lados paralelos, dois a dois, ou seja: A área é calculada em função das bases e da altura:
AB // DC e AD // BC B+b
Área = �h
Possuem os quatro lados com medidas iguais: 2
AB = DC = AD = BC O perímetro é calculado como a soma das medidas de
No losango, definem-se diagonais como a distância en- todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA
tre vértices opostos, assim:
MATEM[ÁTICA

BD: diagonal maior = D e AC: diagonal menor = d Circunferência e Círculo


A área éD calculada
�d
a partir das diagonais e não dos la-
dos: Área = 2 Uma circunferência é definida como o conjunto de pon-
O perímetro é calculado como a soma das medidas de tos cuja distância de um ponto, denominado de centro, O é
todos os quatro lados: AB + BC + CD + DA igual a R, definido como raio.

115
Características:
Já um círculo é definido como um conjunto de pontos O ângulo α é definido como ângulo central απR2
cuja distância de O é menor ou igual a R. Área do Setor Circular (para α em graus): A =
360
αR2
Área do Setor Circular (para α em radianos): A =
2

Segmento Circular

Um Segmento Circular é uma região de um círculo


compreendida entre um segmento que liga os pontos de
cruzamento dos segmentos de reta com a circunferência,
ao qual definimos como corda AB e a circunferência.

Características:
A medida relevante da circunferência é o raio (R) que é
a distância de qualquer ponto da circunferência em relação
ao centro C.
A área é calculada em função do raio: Área = πR2
O perímetro, também chamado de comprimento da
circunferência, é calculado em função do raio também:
Perímetro = 2πR Características:
A Área do Setor Circular (para α em radianos):
Setor Circular R2
A= α − sen α
2
Um Setor Circular é uma região de um círculo com-
preendida entre dois segmentos de reta que se iniciam no 3. Posições Relativas entre Retas e Circunferências
centro e vão até a circunferência.
Dado uma circunferência de raio R e uma reta ‘r’ cuja
distância ao centro da circunferência é ‘d’, temos as seguin-
#FicaDica tes posições relativas:
Em termos práticos, um setor circular é um “pe-
Reta Tangente: Reta e circunferência possuem apenas
daço” de um círculo.
um ponto em comum (dOP = R)
MATEM[ÁTICA

116
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1.(SEEDUC-RJ – Professor – CEPERJ/2015) O quadrado


MNPQ abaixo tem lado igual a 12cm. Considere que as cur-
vas MQ e QP representem semicircunferências de diâme-
tros respectivamente iguais aos segmentos MQ e QP.

Reta Exterior: Reta e circunferência não possuem pon-


tos em comum (dOP > R)

A área sombreada, em cm2, corresponde a:

a) 30
b) 36
c) 3 46π − 2
d) 6(36π − 1)
e) 2(6π − 1)

Resposta: Letra B.
Aplicando a fórmula do segmento circular, encontra-se
a área de intersecção dos dois círculos. Subtraindo esse
valor da área do semicírculo, chega-se ao resultado.

2. A figura abaixo é um losango. Determine o valor de x e y,


Reta Secante: Reta e circunferência possuem dois pon- a medida da diagonal   AC , da diagonal   BD e o períme-
tos em comum (dOP < R) tro do triângulo BMC.

Resposta:
Aplicando as relações geométricas referentes ao losan-
go, tem-se:

x = 15
y = 20
AC = 20 + 20 = 40
MATEM[ÁTICA

BD = 15 + 15 = 30
BMC = 15 + 20 + 25 = 60

117
TRIÂNGULOS E TEOREMA DE PITÁGORAS Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triân-
gulo e pelo prolongamento do lado adjacente (ao lado).
Definição

Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono que


possui o menor número de lados. Talvez seja o polígono
mais importante que existe. Todo triângulo possui alguns
elementos e os principais são: vértices, lados, ângulos, altu-
ras, medianas e bissetrizes.
Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes so-
bre os mesmos.

Classificação dos triângulos quanto ao número de


lados

Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas iguais. .


m(AB) = m(BC) = m(CA)

a) Vértices: A,B,C.
b) Lados: AB,BC e AC.
c) Ângulos internos: a, b e c.

Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um


vértice de forma a encontrar o lado oposto ao vértice for-
mando um ângulo reto. BH é uma altura do triângulo. Triângulo Isósceles: Dois lados têm medidas iguais.
m(AB) = m(AC).

Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas
médio do lado oposto. BM é uma mediana. diferentes.

2.1. Classificação dos triângulos quanto às medidas


Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas dos ângulos
partes iguais. O ângulo B está dividido ao meio e neste
caso Ê = Ô. Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são
agudos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do
que 90º.
MATEM[ÁTICA

Ângulo Interno: É formado por dois lados do triângulo. Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso,
Todo triângulo possui três ângulos internos. isto é, possui um ângulo com medida maior do que 90º.

118
Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma
dos dois ângulos internos não adjacentes a esse ângulo
Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto externo. Assim: A = b + c, B = a + c, C = a + b
(90 graus). Atenção a esse tipo de triângulo pois ele é mui-
to cobrado! Ex: No triângulo desenhado, podemos achar a medida
do ângulo externo x, escrevendo: x = 50º + 80º = 130°.

Medidas dos Ângulos de um Triângulo

Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC. Po- Congruência de Triângulos


deremos identificar com as letras a, b e c as medidas dos
ângulos internos desse triângulo. Duas figuras planas são congruentes quando têm a
mesma forma e as mesmas dimensões, isto é, o mesmo
tamanho. Para escrever que dois triângulos ABC e DEF são
#FicaDica congruentes, usaremos a notação: ABC ~ DEF
Em alguns locais escrevemos as letras Para os triângulos das figuras abaixo, existe a congruên-
maiúsculas, acompanhadas de acento () para cia entre os lados, tal que: AB ~ RS, BC ~ ST, CA ~ T e
representar os ângulos. entre os ângulos:

Seguindo a regra dos polígonos, a soma dos ângulos


Se o triângulo ABC é congruente ao triângulo RST, es-
internos de qualquer triângulo é sempre igual a 180 graus, �~R � , B� ~ S� , C� ~ �T
crevemos: A
isto é: a + b + c = 180°

Ex: Considerando o triângulo abaixo, podemos achar o FIQUE ATENTO!


valor de x, escrevendo: 70º + 60º + x = 180º e des- Dois triângulos são congruentes, se os seus
sa forma, obtemos x = 180º − 70º − 60º = 50º elementos correspondentes são ordenada-
mente congruentes, isto é, os três lados e os
três ângulos de cada triângulo têm respecti-
vamente as mesmas medidas. Deste modo,
para verificar se um triângulo é congruente a
outro, não é necessário saber a medida de to-
dos os seis elementos, basta conhecerem três
elementos, entre os quais esteja presente pelo
Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC. menos um lado. Para facilitar o estudo, indica-
Como observamos no desenho, as letras minúsculas repre- remos os lados correspondentes congruentes
MATEM[ÁTICA

sentam os ângulos internos e as respectivas letras maiúscu- marcados com símbolos gráficos iguais.
las os ângulos externos.

119
Casos de Congruência de Triângulos

LLL (Lado, Lado, Lado): Os três lados são conhecidos.


Dois triângulos são congruentes quando têm, respectiva-
mente, os três lados congruentes. Observe que os elemen-
tos congruentes têm a mesma marca.

Os três ângulos são respectivamente congruentes, isto


é: A~R, B~S, C~T

Casos de Semelhança de Triângulos

LAL (Lado, Ângulo, Lado): Dados dois lados e um ân- Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem dois
gulo. Dois triângulos são congruentes quando têm dois la- ângulos correspondentes congruentes, então os triângulos
dos congruentes e os ângulos formados por eles também são semelhantes.
são congruentes.

ALA (Ângulo, Lado, Ângulo): Dados dois ângulos e


um lado. Dois triângulos são congruentes quando têm um
lado e dois ângulos adjacentes a esse lado, respectivamen- Se A~D e C~F então: ABC =
� DEF
te, congruentes.
Dois lados proporcionais: Se dois triângulos tem dois
lados correspondentes proporcionais e os ângulos forma-
dos por esses lados também são congruentes, então os
triângulos são semelhantes.

LAAo (Lado, Ângulo, Ângulo oposto): Conhecido um


lado, um ângulo e um ângulo oposto ao lado. Dois triângu-
los são congruentes quando têm um lado, um ângulo, um
ângulo adjacente e um ângulo oposto a esse lado respec-
tivamente congruente.
Como m(AB) ⁄ m(EF) = m(BC) ⁄ m(FG) = 2 ,

então ABC =
� EFG
Ex: Na figura abaixo, observamos que um triângulo
pode ser “rodado” sobre o outro para gerar dois triângulos
semelhantes e o valor de x será igual a 8.

Semelhança de Triângulos

Duas figuras são semelhantes quando têm a mesma


forma, mas não necessariamente o mesmo tamanho. Se
MATEM[ÁTICA

duas figuras R e S são semelhantes, denotamos: .

Ex: As ampliações e as reduções fotográficas são figuras


semelhantes. Para os triângulos: Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os
três lados correspondentes proporcionais, então os triân-
gulos são semelhantes.

120
Teorema de Pitágoras

Dizem que Pitágoras, filósofo e matemático grego que viveu na cidade de Samos no século VI a. C., teve a intuição do
seu famoso teorema observando um mosaico como o da ilustração a seguir.

Observando o quadro, podemos estabelecer a seguinte tabela:

Triângulo Triângulo Triângulo


ABC A`B`C` A``B``C``
Área do quadrado construído 4 8 16
sobre a hipotenusa
Área do quadrado construído 2 4 8
sobre um cateto
Área do quadrado construído 2 4 9
sobre o outro cateto

Como 4 = 2 + 2 � 8 = 4 + 4 � 16 = 8 + 8 , Pitágoras observou que a área do quadrado construído sobre a


hipotenusa é igual à soma das áreas dos quadrados construídos sobre os catetos.

A descoberta feita por Pitágoras estava restrita a um triângulo particular: o triângulo retângulo isósceles. Estudos reali-
zados posteriormente permitiram provar que a relação métrica descoberta por Pitágoras era válida para todos os triângulos
retângulos. Os lados do triângulo retângulo são identificados a partir a figura a seguir:
MATEM[ÁTICA

Onde os catetos são os segmentos que formam o ângulo de 90° e a hipotenusa é o lado oposto a esse ângulo. Cha-
mando de “a” e “b” as medidas dos catetos e “c” a medida da hipotenusa, define-se um dos teoremas mais conhecidos da
matemática, o Teorema de Pitágoras:

121
c 2 = a2 + b2

Onde a soma das medidas dos quadrados dos catetos é


igual ao quadrado da hipotenusa.

Teorema de Pitágoras no quadrado

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabele-


cer uma relação importante entre a medida d da diagonal
e a medida l do lado de um quadrado.
3l2
h² =
4

l 3
h=
2

EXERCÍCIOS COMENTADOS

d= medida da diagonal
1.(TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – VUNESP/2017)
l= medida do lado
A figura seguinte, cujas dimensões estão indicadas em me-
Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo retân- tros, mostra as regiões   R e R , e , ambas com formato de
gulo ABC, temos:
1 2
triângulos retângulos, situadas em uma praça e destinadas a
atividades de recreação infantil para faixas etárias distintas.
d² = l² + l²
d = √2l²
d=l 2

Teorema de Pitágoras no triângulo equilátero

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabele-


cer uma relação importante entre a medida h da altura e a
medida l do lado de um triângulo equilátero.

Se a área de R eé R54, m², então o perímetroR1de


e R 2 , é, em
metros, igual a:
1 2

a) 54
b) 48
c) 36
d) 40
e) 42

Resposta: Letra B.
Esse problema se resolve tanto por semelhança de triân-
l= medida do lado gulos, quanto pela área de . Em ambos os casos, encon-
h= medida da altura traremos x = 12 m. Após isso, pelo teorema de Pitágoras,
MATEM[ÁTICA

achamos a hipotenusa do triângulo


R1 e R 2 , , que será 20 m.
No triângulo equilátero, a altura e a mediana coincidem.
Logo, é ponto médio do lado BC. No triângulo retângulo Assim, o perímetro será 12+16+20 = 48 m.
AHC, é ângulo reto. De acordo com o teorema de Pitágo-
ras, podemos escrever:

122
2. (PM SP 2014 – VUNESP).  Duas estacas de madeira,
perpendiculares ao solo e de alturas diferentes, estão dis-
tantes uma da outra, 1,5 m. Será colocada entre elas uma
outra estaca de 1,7 m de comprimento, que ficará apoiada
nos pontos A e B, conforme mostra a figura.

a b c
= = = 2R
� sen B
sen A � sen C�

.Lei dos Cossenos

A diferença entre a altura da maior estaca e a altura da A lei dos cossenos é considerada uma generalização
menor estaca, nessa ordem, em cm, é: do teorema de Pitágoras, onde para qualquer triângulo,
conseguimos relacionar seus lados com a subtração de um
a) 95. termo que possui o ângulo oposto do lado de referência.
b) 75.
c) 85.
d) 80.
e) 90.

Resposta: Letra D.
Note que x é exatamente a diferença que queremos, e
podemos calculá-lo através do Teorema de Pitágoras:

1,72 = 1,52 + x 2
2,89 = 2,25 + x 2
x 2 = 2,89 – 2,25
x² = 0,64x = 0,8 m ou 80 cm

a2 = b2 + c 2 − 2 � b � c � cos A
2 2 2
b = a + c − 2 � a � c � cos B �
LEI DOS SENOS E LEI DOS COSSENOS c = a + b − 2 � a � b � cos C�
2 2 2

Lei dos Senos

A Lei dos senos relaciona os senos dos ângulos de um FIQUE ATENTO!


triângulo qualquer (não precisa necessariamente ser retân- Há três formas distintas de utilizar a Lei
gulo) com os seus respectivos lados opostos. Além disso, dos Cossenos. Quando for utilizá-la, tenha
há uma relação direta com o raio da circunferência circuns- cuidado ao expressar os termos conhecidos
crita neste triângulo: e a incógnita em uma das três equações
propostas. Note que o termo à esquerda do
sinal de igual é o lado oposto ao ângulo que
deve aparecer na equação.
MATEM[ÁTICA

123
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. Calcule a medida de x:

Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que temos que aplicar ao ângulo oposto ao lado que iremos usar. As-
sim, o lado de medida 100 possui o ângulo A
� como oposto, e ele mede 30°, dado as medidas dos outros ângulos, assim:
x 100
=
sen 45° sen 30°

x 100
=
2/2 1/2

x = 100 2

2.Calcule a medida de x:

Resposta: Aplicando a lei dos senos, lembrando que ela se relaciona com a circunferência circunscrita ao triângulo:
x
= 2R
sen 60°

x
=2 3
3/2

x=3
MATEM[ÁTICA

124
GEOMETRIA ESPACIAL
A) RETAS E PLANOS NO ESPAÇO: PARALELISMO E PERPENDICULARISMO.
B) PRISMAS, PIRÂMIDES, CILINDROS E CONES: CONCEITO, ELEMENTOS, CLASSIFICAÇÃO,
ÁREAS, VOLUMES E TRONCOS.
C) ESFERA: ELEMENTOS, SEÇÃO DA ESFERA, ÁREA E VOLUME.

GEOMETRIA ESPACIAL

1. Poliedros

Poliedros são sólidos compostos por faces, arestas e vértices. As faces de um poliedro são polígonos. Quando as faces
do poliedro são polígonos regulares e todas as faces possuem o mesmo número de arestas, temos um poliedro regular.
Há 5 tipos de poliedros regulares, a saber:

Tetraedro: poliedro de quatro faces


Hexaedro: poliedro de seis faces (cubo)
Octaedro: poliedro de oito faces
Dodecaedro: poliedro de doze faces
Icosaedro: poliedro de vinte faces

Já poliedros não regulares são sólidos cujas faces ou são polígonos não regulares ou não possuem o mesmo número de
arestas. Os exemplos mais usuais são pirâmides (com exceção do tetraedro) e prismas (com exceção do cubo).
Relação de Euler: relação entre o número de arestas (A), faces (F) e vértices (V) de um poliedro convexo. É dada por:

V− A+F = 2

2. Prismas

Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces planas, no qual as bases se situam em planos paralelos. Quanto à
inclinação das arestas laterais, os prismas podem ser retos ou oblíquos.

2.1. Prisma reto

As arestas laterais têm o mesmo comprimento.


As arestas laterais são perpendiculares ao plano da base.
As faces laterais são retangulares.

2.2. Prisma oblíquo

As arestas laterais têm o mesmo comprimento.


As arestas laterais são oblíquas (formam um ângulo diferente de um ângulo reto) ao plano da base.
As faces laterais não são retangulares.
MATEM[ÁTICA

125
Bases: regiões poligonais congruentes

Altura: distância entre as bases

Arestas laterais paralelas: mesmas


medidas

Faces laterais: paralelogramos

Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo

Prismas regulares: prismas que possuem como base, polígonos regulares (todos os lados iguais).

Sendo AB , a área da base, ou seja, a área do polígono correspondente e AL , a área lateral, caracterizada pela soma
das áreas dos retângulos formados entre as duas bases, temos que:

Área total: AT = AL + 2 � AB

Volume: V = AB . h , onde h é a altura, caracterizada pela distância entre as duas bases

3. Cilindros

São sólidos parecidos com prismas, que apresentam bases circulares e também podem ser retos ou oblíquos.

Sendo R o raio da base, a altura do cilindro, temos que:


Área da base: AB = πR2
Área lateral: AL = 2πRh
Área total: AT = AL + 2AB
Volume: V = AB � h
MATEM[ÁTICA

4. Pirâmides

As pirâmides possuem somente uma base e as faces laterais são triângulos. A distância do vértice de encontro dos
triângulos com a base é o que determina a altura da pirâmide (h).

126
2
Área da Superfície Esférica: A = 4πR
4πR3
Volume: V =
3

Sendo a área da base, determinada pelo polígono que #FicaDica


forma a base, a área lateral, determinada pela soma das
áreas dos triângulos laterais, temos que: Na área total dos prismas e cilindros, multipli-
Área total: AT = AL + AB camos a área da base por 2 pois temos duas
bases formando o sólido. Já no caso das pirâ-
mides e dos cones isto não ocorre, pois há ape-
AB � h nas uma base em ambos.
Volume: V =
3

5. Cones
Os cones são sólidos possuem uma única base (círculo).
A distância do vértice à circunferência (contorno da base) EXERCÍCIO COMENTADO
é chamada de geratriz (g) e a distância entre o vértice e o
centro do círculo é a altura do cone (h). 1. (TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de
madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com
formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti-
vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC.

Geratriz: g 2 = R2 + h2
Área da Base: AB = πR2
Área Lateral: AL = πgR
Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do bloco C,
Área Total: AT = AL + AB indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a:

AB � h a) 15,5
Volume: V =
3 b) 11
c) 12,5
6. Esfera d) 14
e) 16
MATEM[ÁTICA

A esfera é o conjunto de pontos nos quais a distância


em relação a um centro é menor ou igual ao raio da esfera
R. A esfera é popularmente conhecida como “bola” pois seu
formato é o mesmo de uma bola de futebol, por exemplo.

127
Resposta : Letra C. Resposta: Letra D.
VA = 53
= 125 cm³ Sendo a P.A. (V1 , V2 , V3, V4 , V5), (, o enunciado fornece:
Do termo geral da P.A., sabe-se que
VB = 103 = 1000 cm³
V V5 = V1 + 5 − 1 � r = V1 + 4r
Logo: C = VA + VB = 125 + 1000
2 onde r é a razão da P.A.
VC
→ = 1125 → VC = 2250 cm³
2 Assim, V1 + 4r − V1 = 32 → 4r = 32 → r = 8
Portanto, VC = 18 � 10 � h = 2250 → h =
2250
= 12,5 cm Como
180
V4 = V1 + 3r
2. (PEDAGOGO – IF/2016) Uma lata de óleo de soja de 1 → V1 + 3 � 8 = 86,5
litro, com formato cilíndrico, possui 8 cm de diâmetro inter- → V1 + 24 = 86,5
no. Assim, a sua altura é de aproximadamente: (Considere → V1 = 62,5 cm
π = 3,14 ) Como

a) 20 cm 4 3
b) 25 cm V= πR
c) 201 cm 3
4
d) 200 cm → � 3 � R3 = 62,5
e) 24 cm 3
62,5
→ R3 =
Resposta: Letra A. 4
1L = 1dm3 = 1000 cm³ → R3 = 15,625
Volume da lata(cilindro): → R = 2,5 cm
VC = πR2h → 3,14 � 42 � h = 1000 → h ≅ 20 cm
Obs: Como o diâmetro é igual a 8cm o raio é igual a Como o exercício pediu o diâmetro, D = 2.2,5 = 5 cm
4cm.

3. (PREF. ITAPEMA-SC – TÉCNICO CONTÁBIL – MS ESCALAS


CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto,
cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um Em linhas gerais, escala é a relação matemática entre a
cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone distância medida em um mapa (ou desenho, planta, etc.)
é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é: e a dimensão real do objeto (local) representado por esse
mapa (ou desenho, planta, etc.). Quando se observa um
a) 9 cm mapa e lê-se que ele foi feito em escala 1:500 cm, significa
b) 30 cm que 1 cm medido no mapa equivale a 500 cm na realidade.
c) 60 cm
d) 90 cm Tipos de Escala
Considerando a forma de apresentação, há dois tipos
Resposta: Letra D. de escala, a saber:
Volume do cone: VC
Volume do cilindro: Vcil Gráfica: a escala gráfica é aquela na qual a distância a
Do enunciado: VC = 1,3. Vcil (30% maior). ser medida no mapa e sua equivalência são apresentadas
por unidade. Geralmente estão na parte inferior do mapa,
4. (CÂMARA DE ARACRUZ-ES – AGENTE ADMINIS- como no exemplo abaixo:
TRATIVO E LEGISLATIVO – IDECAN/2016) João possui
cinco esferas as quais, quando colocadas em certa ordem,
seus volumes formam uma progressão aritmética. Sabendo
que a diferença do volume da maior esfera para a menor é
32 cm³ e que o volume da segunda maior esfera é 86,5 cm³,
então o diâmetro da menor esfera é: (Considere: π = 3)

a) 2 cm
MATEM[ÁTICA

b) 2,5 cm Fonte: brasilescola.uol.com.br/geografia/escalas.htm


c) 4,25 cm
d) 5 cm Medindo com uma régua a distância entre 0 e 50 me-
tros, por exemplo, significa que a medida dessa distância
no mapa equivale a 50 metros na realidade.

128
Numérica: a escala numérica é apresentada como uma
relação e estabelece diretamente qual é a relação entre dis-
tâncias no mapa e real, sem a necessidade de medições EXERCÍCIOS COMENTADOS
com régua como na escala gráfica. Um exemplo de escala
numérica: 1. (NOVA CONCURSOS - 2018) Considere o mapa a seguir:

1:50.000

Isso significa que 1 cm no mapa equivale a 50.000 cm


na realidade.
Considerando o tamanho da representação de determi-
nado mapa ou desenho, a escala pode ser classificada de
três formas:

Natural: a escala natural é aquela na qual o tamanho


do desenho coincide com o tamanho do objeto real.
Reduzida: a escala reduzida é aquela na qual o dese-
nho é menor do que a realidade. É a escala na qual a maio-
ria dos mapas é feita.
Ampliada: a escala ampliada é aquela na qual o dese-
nho é maior do que a realidade. Figuras obtidas com auxílio
de microscópios, por exemplo, estão em escala ampliada.

Cálculo de Escala

A escala (E) pode ser expressa como:

𝐸=
𝑑 Fonte: GIRARDI, G. ROSA, J.V. 1998 (Adaptação)
𝐷
Determine, em quilômetros, a distância entre as cidades do
onde d é a distância medida no desenho (mapa) e D é Rio de Janeiro e Vitória, e de Belo Horizonte a Vitória.
a distância real do objeto (local que o mapa representa).
Assim é possível calcular quaisquer distâncias medidas no Resposta: 385 km e 346,5 km. Começando pela distân-
desenho. cia entre Rio de Janeiro e Vitória.
Pela definição de escala:
𝑑 1 5
FIQUE ATENTO! 𝐸= → = → 𝐷 = 5 ∙ 7.700.000 = 38.500.00 𝑐𝑚
𝐷 7.700.000 𝐷
Não se esqueça de trabalhar sempre com as
Logo, a distância em quilômetros é igual a: 385 km
mesmas unidades de medida!
Entre Belo Horizonte e Vitória.
Pela definição de escala:
𝑑 1 4
𝐸= → = → 𝐷 = 4,5 ∙ 7.700.000 = 34.650.00 𝑐𝑚
𝐷 7.700.000 𝐷

Logo, a distância em quilômetros é igual a: 346,5 km

2. (NOVA CONCURSOS - 2018) Em uma cidade duas atra-


ções turísticas distam 4 km. Sabe-se que no mapa dessa
cidade, esses pontos estão distantes 20 cm um do outro.
Qual é a escala do mapa?

Resposta: 1:20000 Antes de utilizar a definição de es-


cala é importante que ambas as distâncias estejam na
mesma medida. Assim, é necessário passar 4 km para
cm: 4 km=400000 cm.
MATEM[ÁTICA

Pela definição de escala:


𝑑 20 1
𝐸= →𝐸= = → 𝐸 = 1: 20000
𝐷 400000 20000

129
3. (NOVA CONCURSOS - 2018) Qual será a distância entre dois pontos em um mapa sabendo que a escala do mapa é de
1:200 000 e a distância real entre eles é de 8 km?

Resposta: 4 cm. Antes de utilizar a definição de escala é importante que ambas as distâncias estejam na mesma medida.
Assim, é necessário passar 8 km para cm: 8 km=800000 cm.
Pela definição de escala:
𝑑 1 𝑑 1 𝑑
𝐸= → = → = → 𝑑 = 4𝑐𝑚
𝐷 200000 800000 2 8

GEOMETRIA ANALÍTICA
A) PONTO: O PLANO CARTESIANO, DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS, PONTO MÉDIO DE UM
SEGMENTO, CONDIÇÃO DE ALINHAMENTO DE TRÊS PONTOS.
B) ESTUDO DA RETA: EQUAÇÃO GERAL E REDUZIDA; INTERSEÇÃO, PARALELISMO E
PERPENDICULARISMO ENTRE RETAS; DISTÂNCIA DE UM PONTO A UMA RETA; ÁREA DE UM
TRIÂNGULO.
C) ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA: EQUAÇÃO GERAL E REDUZIDA; POSIÇÕES RELATIVAS
ENTRE PONTO E CIRCUNFERÊNCIA, RETA E CIRCUNFERÊNCIA E DUAS CIRCUNFERÊNCIAS;
TANGÊNCIA.

A Geometria Analítica é a parte da Matemática que trata de resolver problemas cujo enunciado é geométrico, empre-
gando processos algébricos.
Criada por René Descartes (1596-1650), a Geometria Analítica contribui para a visão moderna da Matemática como um
todo, substituindo assim a visão parcelada das chamadas “matemáticas”, que colocava em compartilhamentos separados
Geometria, Álgebra e Trigonometria.
Essa integração da Geometria com Álgebra é muito rica em seus resultados, propriedades e interpretações. São inúme-
ras as aplicações da Geometria Analítica nas Ciências e na Técnica.

Abscissa de um ponto

Considere-se uma reta r. Sobre ela, marque-se um ponto O arbitrário, que chamaremos de origem, e seja adotada uma
unidade (u) de comprimento com a qual serão medidos os segmentos contidos na reta r.
O r
u

Tome-se na reta r os pontos P à direita de O e P’ à esquerda de O, tais que, relativamente a (u), os segmentos e tenham
a mesma medida m.

P’ O P r
m m

O sentido de O para P será considerado positivo e indicado por uma ponta de seta. Assim associa-se ao ponto P o nú-
mero real positivo m e ao ponto P’, o número –m.

P’(-m) O P(m) r
MATEM[ÁTICA

Dessa forma, associa-se a cada ponto da reta r um único número real, que será denominado abscissa (ou coordenada)
do ponto; a abscissa é positiva se, a partir da origem, o ponto for marcado no sentido positivo, e é negativa em caso con-
trário.

130
Observações
B O A r 1) Quando o sentido de é o mesmo do eixo, a me-
-2 3 dida algébrica é positiva; em caso contrário, é negativa.
Nessas condições, se tem medida algébrica positiva,
então tem medida algébrica negativa.
A(3): ponto A de abscissa 3
B (-2): ponto B de abscissa -2 2) O comprimento d de um segmento orientado ,é
O conjunto {reta, origem, unidade, sentido} será cha- o módulo (valor absoluto) da medida algébrica de , ou
mado eixo. seja, .
Em símbolos:
Notas d= = |XB - XA|
1) A abscissa da origem é o número real 0 (zero).
2) Cada ponto de um eixo possui uma única abscissa, e Exemplo 3
reciprocamente para cada abscissa existe um único a) O comprimento do segmento orientado , dados
ponto do eixo. A(2) e B(11) é
3) Costuma-se indicar pela letra x a abscissa de um ponto.
= |XB - XA| = |11 – 2| = |9| = 9
Exemplo 1
Marcar sobre o eixo x, representado abaixo, os pontos b) O comprimento do segmento orientado , dados
A(2), B(-3) e C . A(
3) e B(8) é
= |XB - XA| = |3 - 8| = |-5| = 5
0 1 x
Exemplo 4
Na figura abaixo, os pontos A, B e C estão sobre o eixo
Resolução x de origem O.
-3 0 ½ 1 2 x
A O C B
C A x
B
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Segmento Orientado Calcular:


Dado um segmento de reta AB, é possível associar a ele a)
o sentido de A para B ou o sentido de B para A. adotando-
-se, por exemplo, o sentido de A para B, tem-se o segmen- b)
to orientado de origem A e extremidade B.
c)
A B Resolução
Da figura, tem-se XA = -3, XB = 4 e XC = 2.
Medida Algébrica Assim,
Considere-se sobre um eixo r um segmento orientado . a) = XC – XA = 2 – (-3) = 5
r
A B b) = XO – XB = 0 – 4 = -4

c)
A medida algébrica de , que será indicada por ,é
definida pelo número XB – XA, onde XB e XA são respectiva- Exemplo 5
Dados os pontos A(1) e B(9), determinar o ponto C tal
mente as abscissas de B e de A.
Assim: que .
= XB – XA Resolução
Exemplo 2 Seja XC a abscisssa do ponto C:
a) A(3)
MATEM[ÁTICA

= XB – XA = 10 – 3 = 7
B(10)
b) A(1)
= XB – XA = 1 – 8 = 7 Substituindo-se as coordenadas dos pontos:
B(8) XC – 1 = 3(9 - XC) → XC = 7
Resposta: C(7).

131
Exemplo 6 Resolução
Dado o ponto A(3), determinar um ponto B que diste 5
unidades do ponto A.

Resolução Resposta: M(6).


Seja XB a abscissa de B. Tem-se: = 5, ou seja, |XB -
XA| = 5 c) A(-1) e B(-12)

XB – 3 = 5 → XB = 8 Resolução
Então |XB – 3| = 5 ou
XB – 3 = -5 → XB = -2
De fato, existem dois pontos B que distam 5 unidades
de A: Resposta: M .
-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Exemplo 8
B A B Dados os pontos A(1) e B(16), obter os pontos que divi-
dem o segmento em três partes congruentes.
5 5
Resposta: B(8) ou B(-2). Resolução
Considere-se a figura abaixo, onde R e S são os pontos
Ponto Médio pedidos.
Considerem-se os pontos A(XA) e B(XB). Sendo M(XM) o
ponto médio de (ou de ), tem-se: 1 16
A R S B

Como são iguais, pode-se escrever


, ou seja,
XS – XA = 2(XB – XS)
XS – 1 = 2(16 – XS) ∴ XS = 11
De fato,
XA XB Sendo R o ponto médio de , vem:

A B B

Resposta: R(6) e S(11).

SISTEMA CARTESIANO

Coordenadas de um ponto
Sejam x e y dois eixos perpendiculares entre si e com
origem O comum, conforme a figura abaixo. Nessas condi-
ções, diz-se que x e y formam um sistema cartesiano re-
Portanto, a abscissa do ponto médio M do segmento tangular (ou ortogonal), e o plano por eles determinado é
(ou de ) é a média aritmética das abscissas de A e de B. chamado plano cartesiano.
Eixo x (ou Ox): eixo das abscissas
Exemplo 7 Eixo y (ou Ou): eixo das ordenadas
Determinar o ponto médio M do segmento , nos se- O: origem do sistema
guintes casos:
a) A(1) e B(7) y

Resolução

1 x
MATEM[ÁTICA

Resposta: M(4). 0 1
b) A(-3) e B(15)

132
A cada ponto P do plano corresponderão dois núme- y
ros: a (abscissa) e b (ordenada), associados às projeções
ortogonais de P sobre o eixo x e sobre o eixo y, respecti- 2º Q 1º Q
vamente.
Assim, o ponto P tem coordenadas a e b e será indicado x
analiticamente pelo par ordenado (a, b).
0
y
3º Q 4º Q
b • P
2) Neste curso, a reta suporte das bissetrizes do 1º e
3º quadrantes será chamada bissetriz dos quandrantes
x ímapares e indica-se por bi.a do 2º e 4º quadrantes será
• • chamado bissetriz dos quadrantes pares e indica-se por bp.
0 a
y
bp
bi

x
Exemplo 1
Os pontos, no sistema cartesiano abaixo, têm suas 0
coordenadas escritas ao lado da figura.
A (3, 2)
B (0, 2)
C (-3, 2)
D (-3, 0)
E (-3, -2) Propriedades
F (0, -2) y 1) Todo ponto P(a, b) do 1º quadrante tem abscissa po-
G (3, -2) sitiva (a > 0) e ordenada positiva (b > 0) e recipro-
H (3, 0) camente.
C B A
O (0, 0) 2 P(a, b) 1º Q a>0eb>0
1 x
-3 -2 -1

1 2 3
Assim P(3, 2) 1º Q
D -1
0 H
y
-2
E F G
2 P
x
Nota 0 3

Neste estudo, será utilizado somente o sistema carte- 2) Todo ponto P(a, b) do 2º quadrante tem abscissa ne-
siano retangular, que se chamará simplesmente sistema
gativa (a < 0) e ordenada positiva (B > 0) e recipro-
cartesiano.
camente.
P(a, b) 2º Q a<0eb>0
Observações
1) Os eixos x e y dividem o plano cartesiano em quatro
regiões ou quadrantes (Q), que são numeradas, como na Assim P(-3, 2) 2º quadrante
figura abaixo.
y

P 2
MATEM[ÁTICA

x
-3 0

133
3) Todo ponto P(a, b) do 3º quadrante tem abscissa ne-
gativa (a < 0) e ordenada negativa (b < 0) e recipro- y
camente.
P(a, b) 3º Q a<0eb<0
3 P

Assim P(-3, -2) 3º Q

y
x
0

x 7) Todo ponto P(a, b) da bissetriz dos quadrantes ím-


pares tem abscissa e ordenada iguais (a = b) e reci-
-3
0
P
procamente.
P(a, b) bi a=b
-2

4) Todo ponto P(a, b) do 4º quadrante tem abscissa po- Assim P(-2, -2) bi
sitiva (a > 0) e ordenada negativa (B < 0) e recipro-
camente.
P(a, b) 4º Q a>0eb<0 y
Assim P(3, -2) 4º Q

-2 0 x

3 x
0
P -2
-2
P

5) Todo eixo das abscissas tem ordenada nula e reci-


procamente. 8) Todo ponto P(a, b) da bissetriz dos quadrantes pares
tem abscissa e ordenada opostas (a = -b) e recipro-
P(a, b) Ox b=0 camente.
P(a, b) bp a = -b
Assim P(3, 0) Ox
Assim P(-2, 2) bp
y

y
P x
0 P
3 2

x
6) Todo ponto do eixo das ordenadas tem abscissa nula -2 0
e reciprocamente.
P(a, b) Oy a=0

Assim P(0, 3) Oy
MATEM[ÁTICA

Exemplo 2
Obter a, sabendo-se que o ponto A(4, 3ª -6) está no
eixo das abscissas.

134
Resolução Exemplo 4
A Ox 3a – 6 = 0 ∴ a = 2 Obter o ponto médio M do segmento , sendo dados:
A(-1, 3) e B(0, 1).
Resposta: 2.
Resolução
Exemplo 3
Obter m, sabendo-se que o ponto M(2m – 1, m + 3)
está na bissetriz dos quadrantes ímpares.

Resolução

M bi 2m – 1 = m + 3 ∴ m = 4

Resposta: 4. Resposta: .
Ponto Médio
Considerem-se os pontoa A(xA, yA) e B(xB, yB). Sendo
Baricentro
M(xM, yM) o ponto médio de (ou ), tem-se: Seja o triângulo ABC de vértices A(xA, yA), B(xB, yB) e C(xC,
yC). sendo G(xG, yG) o baricentro (ponto de encontro das
medianas) do triângulo ABC, tem-se:
e , ou seja,

o ponto médio é dado por:


ou seja, o ponto G é dado por
y

B’’ (yB)

M’’ (yM)
y

A’’ (yA) C

x
0 M
A’ (yA) M’ (yM) B’ (yB)
G

De fato:
Se M é o ponto médio de (ou ), pelo teorema de A

Tales, para o eixo x pode-se escrever: B x

0 A’(xA) G’(xG) M’(xM)

De fato, considerando a mediana AM, o baricentro G é


tal que

Pelo Teorema de Tales, para o eixo x podemos escrever


Analogicamente, para o eixo y, tem-se
MATEM[ÁTICA

Portanto, as coordenadas do ponto médio M do seg-


e, como , vem
mento (ou ) são respectivamente as médias das abs-
cissas de A e B e das ordenadas de A e B.

135
2) A fórmula para o cálculo da distância continua válida
ou seja, se o segmento é paralelo a um dos eixos, ou ainda se
Analogamente, para o eixo y, tem-se os pontos A e B coincidem, caso em que d = 0.

Exemplo 6
Portanto, as coordenadas do baricentro de um triân- Calcular a distância entre os pontos A e B, nos seguintes
gulo ABC são, respectivamente, as médias aritméticas das casos:
abscissas de A, B e C e das ordenadas A, B e C. a) A(1, 8) e B(4, 12)

Exemplo 5 Resolução
Sendo A(1, -1), B(0, 2) e C(11, 5) os vértices de um triân-
gulo, obter o baricentro G desse triângulo.
b) A(0, 2) e B(-1, -1)
Resolução
Resolução

Logo, G(4, 2).


Exemplo 7
Distância Entre Dois Pontos Qual é o ponto da bissetriz dos quadrantes pares cuja
distância ao ponto A(2, 2) é 4?
Considerem-se dois pontos distintos A(xA, yA) e B(xB, yB),
tais que o segmento não seja paralelo a algum dos ei- Resolução
xos coordenados. Seja P o ponto procurado.
Traçando-se por A e B as retas paralelas aos eixos coor- Como P pertence à bissetriz dos quadrantes pares (bp),
denados que se interceptam em C, tem-se o triângulo ACB, pode-se representá-lo por P(a, -a).
retângulo em C. Sendo 4 a distância entre A e P, tem-se

y
Quadrando
(2 – a)2 + (2 + a )2 = 16
B

a=2
4 – 4a + a2 + 4 + 4a + a2 = 16 ∴ a2 = 4 ou
d
a = -2
Assim se a = 2, tem-se o ponto (2, -2)
A se a = -2, tem-se o ponto (-2, 2)

C

x De fato, existem dois pontos P da bissetriz dos qua-


0
drantes pares (bp) cuja distância ao ponto A(2, 2) é 4. Ob-
serve-se a figura:

A distância entre os pontos A e B qie se indica por d é y


tal que
bp
P 2 A

0 x
-2 2
Portanto:

P
MATEM[ÁTICA

-2

Observações
1) Como (xB - xA)2 = (xA - xB)2, a ordem escolhida para a
diferença das abscissas não altera o cálculo de d. O mesmo
ocorre com a diferença das ordenadas.

136
x
EXERCÍCIO COMENTADO A (0, 0)

B (6, 0) y

1- Dar as coordenadas dos pontos A, B, C, D, E, F e G da


figura abaixo:

C (3, )

B
C
A
1
D x

5- A distância entre dois pontos (2, -1) e (-1, 3) é igual a:


F
a) zero
G
E b)

c)
Resposta: A(5, 1); B(0, 3); C(-3, 2); D(-2, 0); E(-1, -4); F(0, d) 5
-2); G(4, -3). e) n.d.a.

2- Seja o ponto A(3p – 1, p – 3) um ponto pertencente Resposta: Letra D


à bissetriz dos quadrantes ímpares, então a ordenada do
ponto A é: Resolução
Δx = 2 – (–1) = 3 e Δy = –1 –3 = –4
a) 0
b) –1
c) –2
d=5
d)
6- Sendo A(3,1), B(4, -4) e C(-2, 2) os vértices de um triân-
e) –4 gulo, então esse triângulo é:

Resposta: Letra E. a) retângulo e não isósceles.


Como A pertence à bissetriz dos quadrantes ímapres xA b) retângulo e isósceles.
c) equilátero.
= yA ⇒ 3p – 1 = p – 3 ⇒ p = 1.
d) isósceles e não retângulo.
Logo, o ponto A(-4, -4) tem ordenada igual a -4.
e) escaleno.
3- O ponto A(p – 2, 2p – 3) pertence ao eixo das ordenadas. Resposta: Letra D
Obter o ponto B’ simétrico de B(3p – 1, p – 5) em relação ao
eixo das abscissas.

Resposta: B’(5, 3).Se A pertence ao eixo das ordenadas,


temos que p – 2 = 0 ⇒ p = 2, logo, B(5, –3).
Como B’ é o simétrico de B em relação ao eixo das abs-
cissas, temos a mesma abscissa e a ordenada oposta,
logo, B’(5, 3) é o ponto procurado.
ee
4- Um triângulo equilátero de lado 6 tem um vértice no
eixo das abscissas. Determine as coordenadas do 3º vérti-
MATEM[ÁTICA

ce, sabendo que ele está no 4º quadrante (faça a figura).


Portanto, o Δ ABC é isósceles e não retângulo.
Resposta: C(3, ).Lembrando que a altura do triân-

gulo equilátero mede , temos: .

137
7- Achar o ponto T da bissetriz dos quadrantes ímpares
que enxerga o segmento de extremindades A(2, 1) e B(5, NÚMEROS COMPLEXOS
2) sob ângulo reto. A) O NÚMERO “I”.
B) CONJUGADO E MÓDULO DE UM
Resposta; T1(2, 2) e T2(3, 3). NÚMERO COMPLEXO.
C) REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA E
Resolução TRIGONOMÉTRICA DE UM NÚMERO
T∈ bissetriz dos quadrantes ímpares ⇒ T(x, x). COMPLEXO.
Se T enxerga sob ângulo reto, então o triângulo ATB
D) OPERAÇÕES NAS FORMAS ALGÉBRICA E
é retângulo em T.
TRIGONOMÉTRICA.
T
Quantas vezes, ao calcularmos o valor de Delta (b2- 4ac)
na resolução da equação do 2º grau, nos deparamos com
B um valor negativo (Delta < 0). Nesse caso, sempre dizemos
ser impossível a raiz no universo considerado (normalmente
no conjunto dos reais- R). A partir daí, vários matemáticos
estudaram este problema, sendo Gauss e Argand os
A
que realmente conseguiram expor uma interpretação
geométrica num outro conjunto de números, chamado de
números complexos, que representamos por C.

Números Complexos
⇒ Chama-se conjunto dos números complexos, e
Assim: representa-se por C, o conjunto de pares ordenados, ou
[(x - 2)2 + (x - 1)2] + [(x – 5)2 (x – 2)2] = [(2 – 5)2 + (1 – 2)2] seja:
X2 – 4x + 4 + x2 – 2x + 1 + x2 – 10x + 25 + x2 – 4x + 4 = z = (x,y)
9+1 onde x pertence a R e y pertence a R.
4x2 – 20x + 24 = 0 Então, por definição, se z = (x,y) = (x,0) + (y,0)(0,1) onde
X2 – 5x + 6 = 0 ⇒ x = 2 ou x = 3. i=(0,1), podemos escrever que:
z=(x,y)=x+yi
8- O paralelogramo ABCD tem lados , , e . Sen-
Exemplos:
do A(0, 0), B(4, 2) e D(8, 0), determine as coordenadas do
(5,3)=5+3i
ponto C.
(2,1)=2+i
(-1,3)=-1+3i
Resposta: C(12, 2).
Dessa forma, todo o números complexo z=(x,y) pode
Resolução ser escrito na forma z=x+yi, conhecido como forma
algébrica, onde temos:
B (4,2) C(a, b)
x=Re(z, parte real de z
y=Im(z), parte imaginária de z
M
Igualdade entre números complexos: Dois números
complexos são iguais se, e somente se, apresentam
simultaneamente iguais a parte real e a parte imaginária.
Assim, se z1=a+bi e z2=c+di, temos que:
A (0,0) D (8,0) z1=z2<==> a=c e b=d

Adição de números complexos: Para somarmos dois


M é o ponto de encontro das diagonais, portanto ponto números complexos basta somarmos, separadamente,
médio dos segmentos e . Dados B e D, temos M(6, as partes reais e imaginárias desses números. Assim, se
1) e agora temos A e M, logo: z=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1+z2=(a+c) + (b+d)
MATEM[ÁTICA

Subtração de números complexos: Para subtrairmos


⇒ dois números complexos basta subtrairmos, separadamente,
as partes reais e imaginárias desses números. Assim, se
z=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1-z2=(a-c) + (b-d)

138
Potências de i Forma polar dos números complexos: Da
Se, por definição, temos que i = - (-1)1/2, então: interpretação geométrica, temos que:
i0 = 1
i1 = i
i2 = -1
i3 = i2.i = -1.i = -i
i4 = i2.i2=-1.-1=1
i5 = i4. 1=1.i= i
i6 = i5. i =i.i=i2=-1 que é conhecida como forma polar ou trigonométrica
i7 = i6. i =(-1).i=-i ...... de um número complexo.

Observamos que no desenvolvimento de in (n Operações na forma polar: Sejam z1=ro1(cos t11) e


pertencente a N, com n variando, os valores repetem-se z2=ro1(cos t1+i sent1). Então, temos que:
de 4 em 4 unidades. Desta forma, para calcularmos in basta
calcularmos ir onde r é o resto da divisão de n por 4. a)Multiplicação
Exemplo: i63 => 63 / 4 dá resto 3, logo i63=i3=-i

Multiplicação de números complexos: Para


multiplicarmos dois números complexos basta efetuarmos Divisão
a multiplicação de dois binômios, observando os valores
das potência de i. Assim, se z1=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1.z2 = a.c + adi + bci + bdi2
z1.z2= a.c + bdi2 = adi + bci
z1.z2= (ac - bd) + (ad + bc)i
Observar que : i2= -1 Potenciação

Conjugado de um número complexo: Dado z=a+bi,


define-se como conjugado de z (representa-se por z-) ==>
z-= a-bi Radiciação
Exemplo:
z=3 - 5i ==> z- = 3 + 5i
z = 7i ==> z- = - 7i
z = 3 ==> z- = 3
para n = 0, 1, 2, 3, ..., n-1
Divisão de números complexos: Para dividirmos dois
números complexos basta multiplicarmos o numerador e o Exercícios
denominador pelo conjugado do denominador. Assim, se
z1= a + bi e z2= c + di, temos que: 1 - Sejam os complexos z1=(2x+1) + yi e z2=-y + 2i.
z1 / z2 = [z1.z2-] / [z2z2-] = [ (a+bi)(c-di) ] / [ (c+di)(c-di) ] Determine x e y de modo que z1 + z2 = 0

Módulo de um número complexo: Dado z = a+bi, 2 - Determine x, de modo que z = (x+2i)(1+i) seja
chama-se módulo de z ==> | z | = (a2+b2)1/2, conhecido imaginário puro.
como ro
3 - Qual é o conjugado de z = (2+i) / (7-3i)?
Interpretação geométrica: Como dissemos, no início,
a interpretação geométrica dos números complexos é que 4 - Os módulos de z1 = x + 201/2i e z2= (x-2) + 6i são
deu o impulso para o seu estudo. Assim, representamos o iguais, qual o valor de x?
complexo z = a+bi da seguinte maneira
5 - Escreva na forma trigonométrica o complexo z =
(1+i) / i

Respostas

Resolução 01.
MATEM[ÁTICA

Temos que:
z1 + z2 = (2x + 1 -y) + (y +2) = 0
logo, é preciso que:
2x+1 - y =0 e y+2 = 0
Resolvendo, temos que y = -2 e x = -3/2

139
Resolução 02.
Efetuando a multiplicação, temos que:
z = x + (x+2)i + 2i2
z= (x-2) + (x+2)i
Para z ser imaginário puro é necessário que (x-2)=0, logo x=2

Resolução 03.
Efetuando a divisão, temos que:
z = (2+i) / (7-3i) . (7+3i) / (7+3i) = (11 + 3i) / 58
O conjugado de Z seria, então z- = 11/58 - 13i/58

Resolução 04.
Então, |z1= (x2 + 20)1/2 = |z2 = [(x-2)2 + 36}1/2
Em decorrência,
x2 + 20 = x2 - 4x + 4 + 36
20 = -4x + 40
4x = 20, logo x=5

Resolução 05.
Efetuando-se a divisão, temos:
z = [(1+i). -i] / -i2 = (-i -i2) = 1 – i
Para a forma trigonométrica, temos que:
r = (1 + 1)1/2 = 21/2
sen t = -1/21/2 = - 21/2 / 2
cos t = 1 / 21/2 = 21/2 / 2
Pelos valores do seno e cosseno, verificamos que t = 315º
Lembrando que a forma trigonométrica é dada por:
z = r(cos t + i sen t), temos que:
z = 21/2 (cos 315º + i sen 315º)

POLINÔMIOS A) FUNÇÃO POLINOMIAL; POLINÔMIO IDENTICAMENTE NULO; GRAU DE UM


POLINÔMIO; IDENTIDADE DE UM POLINÔMIO, RAIZ DE UM POLINÔMIO; OPERAÇÕES COM
POLINÔMIOS; VALOR NUMÉRICO DE UM POLINÔMIO.
B) DIVISÃO DE POLINÔMIOS, TEOREMA DO RESTO, TEOREMA DE D’ALEMBERT, DISPOSITIVO
DE BRIOT-RUFFINI.
EQUAÇÕES POLINOMIAIS A) DEFINIÇÃO, RAÍZES E MULTIPLICIDADE.
B) TEOREMA FUNDAMENTAL DA ÁLGEBRA.
C) RELAÇÕES ENTRE COEFICIENTES E RAÍZES.
D) RAÍZES REAIS E COMPLEXAS.

POLINÔMIOS

1. Definição e valor numérico

Um polinômio (função polinomial) com coeficientes reais na variável x é uma função matemática defi-
nida por: p(x) = aO + a1 x + a2x² + a3 x³ +. . . + an x n , onde a0, a1 , a2, . . . , an são números reais, denominados
coeficientes do polinômio. O coeficiente a0 é o termo constante.
Se os coeficientes são números inteiros, o polinômio é denominado polinômio inteiro em x. O valor numérico de um
polinômio p = p(x) em x = a é obtido pela substituição de x pelo número a, para obter p(a).
MATEM[ÁTICA

Ex: O valor numérico de


de p(x) = 2x² + 7x − 12 para x = 3 éé dado por:
p(3) = 2 � (3)² + 7 � 3 − 12 = 2 � 9 + 21 − 12 = 18 + 9 = 27

140
2. Grau de um polinômio

Em um polinômio, o termo de mais alto grau que possui um coeficiente não nulo é chamado termo dominante e o
coeficiente deste termo é o coeficiente do termo dominante. O grau de um polinômio p = p (x) não nulo, é o expoente
de seu termo dominante, que aqui será denotado por gr (p) . Acerca do grau de um polinômio, existem várias observações
importantes:
a) Um polinômio nulo não tem grau uma vez que não possui termo dominante. Em estudos mais avançados de mate-
mática, até define-se o grau de um polinômio nulo, mas não é o escopo desta apostila;
b) Se o coeficiente do termo dominante de um polinômio for igual a 1, o polinômio será chamado Mônico.
c) Um polinômio pode ser ordenado segundo as suas potências em ordem crescente ou decrescente.
d) Quando existir um ou mais coeficientes nulos, o polinômio será dito incompleto. Se o grau de um polinômio incom-
pleto for n, o número de termos deste polinômio será menor do que n + 1.
f) Um polinômio será completo quando possuir todas as potências consecutivas desde o grau mais alto até o termo
constante. Se o grau de um polinômio completo for n, o número de termos deste polinômio será exatamente n + 1.
h) É comum usar apenas uma letra p para representar a função polinomial p= p (x) e P [x] o conjunto de todos os poli-
nômios reais em x.

3. Igualdade de polinômios

Os polinômios p e q em P[x], definidos por:


n
p(x) = a0 + a1 x + a2 x² + a3 x³ +. . . + an x
n
q(x) = b0 + b1 x + b2 x² + b3 x³ +. . . + bn x

São iguais se, e somente se, para todo k = 0,1,2,3,...,n:

FIQUE ATENTO!
Uma condição necessária e suficiente para que um polinômio inteiro seja identicamente nulo é que todos os
seus coeficientes sejam nulos.
Assim, um polinômio:
p(x) = a0 + a1 x + a2x² + a3x³ +. . . + anx n será nulo se, e somente se, para todo k = 0,1,2,3, . . . ,n: a = 0
k

4. Soma de polinômio

Consideremos novamente, p e q polinômios em P[x], definidos por:


n
p(x) = a0 + a1 x + a2 x² + a3 x³ +. . . + an x
n
q(x) = b0 + b1 x + b2 x² + b3 x³ +. . . + bn x

Definimos a soma de p e q, por:

�p + q)(x) = (ao + bo ) + (a1 + b1 )x + (a2 + b2)x² +. . . + an + bn x n

A estrutura matemática formada pelo conjunto de todos os polinômios com a soma definida acima, possui algumas
propriedades:
MATEM[ÁTICA

a) Associativa: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x], tem-se que:

p + q) + r = p + (q + r

141
b) Comutativa: Quaisquer que sejam p, q em P[x], tem-se que:
p + q = q + p

c) Elemento neutro: Existe um polinômio tal que:

po + p = p qualquer que seja p em P[x].

d) Elemento oposto: Para cada p em P[x], existe outro polinômio q = −p em P[x] tal que: p + q = 0.

Com estas propriedades, a estrutura (P[x],+) é denominada um grupo comutativo.

5. Produto de polinômios

Sejam p, q em P[x], dados por:


n
p(x) = ao + a1 x + a2 x² + a3 x³ +. . . + an x

n
q(x) = bo + b1 x + b2 x² + b3 x³ +. . . + bn x

Definimos o produto de p e q, como outro polinômio r em P[x]:

r x = p x · q x = co + c1x + c2x² + c3x³ +. . . + cnx n

Tal que:
ck = ao bk + a1bk−1 + a2bk−2 + a3bk−3 +. . . + ak−1b1 + ak bo

Para cada ck (k = 1, 2, 3, . . . , m + n) . Observamos que para cada termo da soma que gera ck (k
, a=
soma
1, 2, do
3, . .índice de a com
. , m + n)
o índice de b sempre fornece o mesmo resultado k.
A estrutura matemática (P[x],·) formada pelo conjunto de todos os polinômios com o produto definido acima, possui
várias propriedades:

a) Associativa: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x], tem-se que:


p · q) · r = p � (q · r

b) Comutativa: Quaisquer que sejam p, q em P[x], tem-se que:


p · q = q · p

c) Elemento nulo: Existe um polinômio tal que:

po · p = po qualquer que seja p em P[x].

d) Elemento Identidade: Existe um polinômio tal que:


p1 · p = p qualquer que seja p em P[x].
e) Distributiva: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x], tem-se que:
MATEM[ÁTICA

p · (q + r) = p · q + p · r

142
6. Divisão de Polinômios

Sendo um polinômio e um polinômio não nulo , existe um par de polinômios e que satisfazem as seguintes relações:

A x = Q x � B x + R(x)
R x ≠ 0 ⇒ ∂R x < ∂B(x)

Onde: : A x : Dividendo, B x : Divisor, Q x : Quociente, R x : Resto

7. Teorema do Resto

Esse teorema propõe algumas relações interessantes em relação ao resto da divisão de um polinômio P (x) por alguns
tipos específicos de polinômios:
a) O resto da divisão de um polinômio P(x) por (x − a) é P(a).

b) Se dividirmos P (x) por x+a, o resto será P (-a).

c) No caso da divisão de P (x) por um polinômio linear na forma B(x) = ax − b , o resto será P (b/a) .

#FicaDica
Existe um teorema, proposto por D´Lambert que confirma o conceito de raiz de função polinomial que
sempre foi utilizado. A condição necessária e suficiente para que o Polinômio P (x) seja divisível por (x-a) é
que a seja raiz de P (x) , ou seja P (a)=0.

8. Método Euclidiano de divisão de polinômios

Método clássico que realiza a divisão por chaves de um polinômio de grau maior por um de grau menor. Aqui é impor-
tante a organização e multiplicação de todos os termos do polinômio para os devidos cancelamentos.
Ex: Vamos dividir x 4 − x 3 + 2x − 1 por x 2 + x + 1

Primeiramente vamos montar a divisão e colocar o coeficiente “0” nos termos incompletos do polinômio. No caso do
primeiro polinômio, não temos o termo que multiplica x2. Assim, completamos com 0:

Agora, iniciamos a divisão propriamente dita. Devemos ir cancelando os maiores graus do polinômio dividendo, usando
o polinômio divisor. Logo, x4 do dividendo dividido por x2 do divisor, dá exatamente x2, assim:

Temos que realizar a subtração para eliminar o primeiro termo do divisor. Assim, devemos multiplicar o quociente pelo
divisor e inserir abaixo do dividendo, com o sinal invertido , pois estamos fazendo uma subtração:
MATEM[ÁTICA

143
Analogamente, temos que fazer a mesma coisa para Vamos montar um diagrama conforme visto na figura
os outros dois termos do divisor, +x e +1. Observe que abaixo e primeiramente vamos escrever os coeficientes do
colocamos os resultados dos produtos com sinal inverti- polinômio na sua parte superior, preenchendo também
do e exatamente abaixo do grau correspondente de cada com “0” os termos que o polinômio não tem, nesse caso, o
resultado. Por isso, a importância de preencher com 0 os divisor não possui o termo :
coeficientes faltantes de um polinômio incompleto.

E Como estamos dividindo por (x-2), sabemos que 2 é


raiz do divisor. Assim, vamos colocar este número no lado
esquerdo do diagrama:

Agora é só realizar a operação, que irá gerar um polinô-


mio divisor de grau menor que o anterior:

Agora vamos iniciar o método copiando o primeiro


coeficiente do dividendo na parte de baixo. Depois, multi-
plicaremos o termo pelo número da esquerda (nesse caso,
2) e somando com o posterior na parte de cima, dessa for-
ma (3∙2 + (-7) = -1):

Repetindo o procedimento para o polinômio que foi


formado, ficamos com o seguinte resultado:

Repete-se o processo até chegarmos ao último termo


que será o resto da divisão.

Observe que a divisão finaliza quando o grau do resto é


menor que o grau do divisor.

9. Método de Divisão de Briot-Ruffini

Método desenvolvido unicamente para realizar divisões


de polinômios por(x-a) .
MATEM[ÁTICA

Ex. Divisão de 3x 5 − 7x 4 + 3x² − 5x + 17 por (x − 2)

144
Logo, o resultado da divisão será o polinômio formado pelos coeficientes da linha inferior, 1 grau abaixo do dividendo:
Q x = 3x 4 − x³ − 2x² − x − 7 . O resto será sempre o número indicado no lado direito: R (x) = 3.

10. Equações Algébricas

As equações algébricas estudam os polinômios de acordo com suas raízes. Sabendo deste objetivo, podemos relembrar
um conceito interessante que é a fatoração de polinômios, utilizando suas raízes, que também é chamado de Teorema de
Decomposição.
0 1 2 n
Sendo P x = a0 x + a1 x + a2x + ⋯ + an x , ele pode ser escrito da seguinte forma:

P x = an � x − γ1 � x − γ2 � ⋯ � x − γn

Assim, toda Equação Polinomial P (x) = 0 de grau n ≥ 1 , tem exatamente n raizes reais ou complexas.
Outro conceito importante em relação as raízes é o que chamamos de multiplicidade. As raízes de P (x) não são
necessariamente distintas, logo, supondo que γ1 repete r vezes e γ2 repete s vezes, a decomposição fica:

r s
P x = an � x − γ1 � x − γ2 � ⋯ � x − γn

Haverá um expoente determinando quantas repetições a raiz terá dentro do polinômio.

11. Relações de Girard

As relações de Girard foram encontradas para relacionar as raízes dos polinômios com os coeficientes dos mesmos.
Quem relembrar da equação de segundo grau na forma , vai ter estudado essas relações quando formularam as fórmulas
de soma e produto das raízes, onde tínhamos como resultado − b e c respectivamente.
a a
Essas relações são de Girard e agora iremos expandir para os demais graus de polinômios:

Sendo P x = a0 x 0 + a1 x 1 + a2x 2 + ⋯ + an x n , podem-se relacionar as raízes do mesmo (γ1 , γ2, … γn ) da seguinte


forma:
an−1
a) Soma das raízes: γ1 + γ2 + ⋯ + γn = − a
n
b) Soma dos produtos das raízes tomadas 2 a 2:
MATEM[ÁTICA

an−2
γ1 � γ2 + γ1 � γ3 + ⋯ + γ1 � γn + γ2 � γ3 + ⋯ + γn−1 � γn = −
an

145
c) Soma dos produtos das raízes tomadas p a p (p<n):
an−p
γ1 � γ2 … γp + ⋯ + γn−p … γn−1 � γn = −
an

d) Produto das raízes:


−1 na0
γ1 � γ2 � ⋯ � γn=
an

12. Raízes Complexas

Quando um número complexo na forma z = a + b∙i com e a, b ∈ ℝ e b ≠ 0 é raiz da equação algébrica P(x) = 0, de
coeficientes reais, então o seu conjugado é também raiz da mesma equação. Isso implica em duas consequências importantes:
a) Se o número complexo z possuir multiplicidade k, então seu conjugado também terá multiplicidade k;
b) Como as raízes complexas estão em pares, então pode-se afirmar que um polinômio de grau ímpar tem ao menos
1 raiz real.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (IF-BA – Professor – AOCP/2016) A equação x 3 − 147x + 686 = 0 tem por raízes os números m e n,
sendo m raiz dupla e . Nessas condições, o valor de (m + n) é:

a) 7
b) -7
c) -7 ou 7
c) 7-i
d) -7+i

Resposta: Letra B. Efetuando a multiplicação da forma fatorada e igualando ao polinômio original, temos que:
2
x−m � x − n = x 3 − 147x + 686

x 2 − 2xm + m2 � x + 2m = x 3 − 147x + 686

x 3 + 2mx 2 − 2mx 2 − 4m2x + m2x + 2m3 = x 3 − 147x + 686

Igualando os coeficientes semelhantes, temos que:


2
�−3m3 = −147
2m = 686
Logo: m = 7 e n = −1

2. (MACK-SP) Determine m Є R para que o polinômio p(x) = (m − 4)x³ + (m² – 16)x² + (m + 4)x + 4
seja de grau 2.

Resposta: Não existe m, tal que o grau de P(x) seja igual 2.


Para que P(x) tenha grau 2, devemos respeitar as seguintes condições:
m– 4 = 0
MATEM[ÁTICA

m = 4
m2– 16 ≠ 0
m2 ≠ 16
m ≠ +4e– 4

146
Para m = 4, temos:

p x = 4 – 4 x 3 + 42– 16 x 2 + 4 + 4 x + 4
p x = 0x 3 + 0x 2 + 8x + 4
p x = 8x + 4
Para m = – 4, temos

p x = – 4 – 4 x 3 + – 4 2 – 16 x 2 + – 4 + 4 x + 4
p x =– 8x 3 + 0x 2 + 0x + 4
p x = – 8x³ + 4
Portanto, Não existe valor para m de modo que o polinômio p(x) seja de grau 2

EXPRESSÕES ALGÉBRICAS

1. Definições

Expressões Algébricas: São aquelas que contêm números e letras.


Ex: 2ax² + bx

Variáveis: São as letras das expressões algébricas que representam um número real e que de princípio não possuem
um valor definido.

Valor numérico: É o número que obtemos substituindo as variáveis por números e efetuamos suas operações.
Ex: Sendo x=1 e y=2, calcule o valor numérico (VN) da expressão:
Substituindo os valores: x² + y → 1² + 2 = 3 . Portanto o valor numérico da expressão é 3.

Monômio: Os números e letras estão ligados apenas por produtos.


Ex: 4x

Polinômio: É a soma ou subtração de dois ou mais monômios.  


Ex: 4x+2y

Termos semelhantes: São aqueles que possuem partes literais iguais (variáveis)
Ex: 2x³y²z e 3x³y²z são termos semelhantes pois possuem a mesma parte literal (x3y2z).

2. Adição e subtração de monômios

FIQUE ATENTO!
Só podemos efetuar a adição e subtração de monômios entre termos semelhantes. E quando os termos
envolvidos na operação de adição ou subtração não forem semelhantes, deixamos apenas a operação indicada.

Ex: Dado os termos 5xy², 20xy², como os dois termos são semelhantes, é possível efetuar a adição e a subtração deles:
5xy² + 20xy² = 25xy 2

Ex: Já para 5xy² − 20xy 2 =


devemos
−15xysubtrair
2
apenas os coeficientes e conservar a parte literal.
5xy² − 20xy 2 = −15xy 2
MATEM[ÁTICA

3. Multiplicação de monômios

Para multiplicarmos monômios não é necessário que eles sejam semelhantes, basta multiplicarmos coeficiente com
coeficiente e parte literal com parte literal. Sendo que quando multiplicamos as partes literais devemos usar a propriedade
m n m+n
da potência que diz: a � a = a (bases iguais na multiplicação, repetimos a base e somamos os expoentes).

147
Ex: (3a²b) � (− 5ab³) 6. Adição e Subtração de expressões algébricas

Na multiplicação dos dois monômios, devemos multi- Para determinarmos a soma ou subtração de expres-
plicar os coeficientes 3 e -5 e na parte literal multiplicamos sões algébricas, basta somar ou subtrair os termos seme-
os termos que contém a mesma base para que possamos lhantes.
usar a propriedade de soma dos expoentes:
Ex: 2x³y²z + 3x³y²z = 5x³y²z
2 3 Ex: 2a²b − 3a²b = −a²b
3a b �2 − 5ab =3 3 � −5 � a2 � a � (b � b3)
3a b � 2− 5ab = −15 � a2+1 � (b1+3)
3
7. Multiplicação e Divisão de expressões algébricas
3a b � − 5ab = −15 a3b4
Na multiplicação e divisão de expressões algébricas,
4. Divisão de monômios devemos usar a propriedade distributiva.

Para dividirmos os monômios não é necessário que eles


Ex: a (x + y) = ax + ay
sejam semelhantes, basta dividirmos coeficiente com coe-
ficiente e parte literal com parte literal. Sendo que quando
Ex: (a + b) � (x + y) = ax + ay + bx + by
dividirmos as partes literais devemos −usar a propriedade Ex: x(x² + y) = x³ + xy
da potência que diz: a (bases iguais na
m n m n
∶a = a
divisão repetimos a base e diminuímos os expoentes), sen-
do que . #FicaDica
Ex: −20x²y³) ∶ (− 4xy³
Para multiplicarmos potências de mesma base,
Na divisão dos dois monômios, devemos dividir os coe- conservamos a base e somamos os expoentes.
ficientes -20 e -4 e na parte literal dividirmos os termos Na divisão de potências devemos conservar a
que contém a mesma base para que possamos usar a pro- base e subtrair os expoentes
priedade
2 3 3
−20x y : −2 4x y = −20 : −4 � x 2: x � (y 3 : y 3) 4x2
3 3
Ex: = 2x
−20x y 2 :3 − 4xy 3= +5 x 2−1 � (y 3−3) 2x
−20x y :2 − 3
4xy = 3+5 x 1 � (y 0 ) 6x3 − 8x
Ex: 2x = 3x² − 4
−20x y : − 4xy = +5x
x4 −5x3 +9x2 −7x+2
Ex:
x2 −2x+1
5. Potenciação de monômios

Na potenciação de monômios devemos novamente uti- Neste exemplo mais sofisticado, devemos usar a divisão
lizar uma propriedade da potenciação: por chaves:
m
I - ab = a b
m m

n m n
II - am = a �
2
Ex: −5x b
6 2

Aplicando as propriedades:

2
2
x 2 ( 6
−5x b =
6 2 2
2
2
−5) � � b
−5x b = +25x 4b12
6 2
MATEM[ÁTICA

148
EXERCÍCIOS COMENTADOS HORA DE PRATICAR!

1. Calcule: 3x² + 2x − 1) + (−2x² + 4x + 2


1.(SAAE de Aimorés – MG) Em uma festa de aniversário,
Resposta: cada pessoa ingere em média 5 copos de 250 ml de refri-
gerante. Suponha que em uma determinada festa, havia
3x 2 + 2x − 1 + −2x 2 + 4x + 2 20 pessoas presentes. Quantos refrigerantes de 2 litros o
= 3x 2 − 2x 2 + 2x + 4x − 1 + 2 = x 2 + 6x + 1 organizador da festa deveria comprar para alimentar as 20
pessoas? 
2. Calcule: 4 10x 3 + 5x 2 + 2x − 2x + 10 a) 12
b) 13
Resposta: c) 15
4 10x 3 + 5x 2 + 2x − 2x + 10 = 40x 3 + 20x 2 + 6x − 10 d) 25
= 2(20x 3 + 10x 2 + 3x − 5)
2. Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa
CORRETA:
I) 3 𝑥 4 ∶ 2 = 6
II) 3 + 4 𝑥 2 = 14
III) O resto da divisão de 18 por 5 é 3

a) I somente
b) I e II somente
c) I e III somente
d) I, II e III

3. (Pref. de Timon – MA) O problema de divisão 648 : 2 é


equivalente à:

a) 600: 2 𝑥 40: 2 𝑥 8: 2
b) 6: 2 + 4: 2 + 8: 2
c) 600: 2 − 40: 2 − 8: 2
d) 600: 2 + 40: 2 + 8: 2
e) 6: 2𝑥4: 2𝑥8: 2

4. (Pref. de São José do Cerrito – SC) Qual o valor da ex-


pressão: 34 + 14.4⁄2 − 4 ?

a) 58
b) -31
c) 92
d) -96

5. (IF-ES) Um caminhão tem uma capacidade máxima de


700 kg de carga. Saulo precisa transportar 35 sacos de ci-
mento de 50 kg cada um. Utilizando-se desse caminhão,
o número mínimo de viagens que serão necessárias para
realizar o transporte de toda a carga é de:

a) 4
b) 5
c) 2
MATEM[ÁTICA

d) 6
e) 3

149
6. (Pref. Teresina – PI) Roberto trabalha 6 horas por dia de 11. Adicionando –846 a um número inteiro e multiplicando
expediente em um escritório. Para conseguir um dia extra a soma por –3, obtém-se +324. Que número é esse?
de folga, ele fez um acordo com seu chefe de que trabalha-
ria 20 minutos a mais por dia de expediente pelo número a) 726
de dias necessários para compensar as horas de um dia do b) 738
seu trabalho. O número de dias de expediente que Roberto c) 744
teve que trabalhar a mais para conseguir seu dia de folga d) 752
foi igual a Parte superior do formulário e) 770

a) 16 12. Numa adição com duas parcelas, se somarmos 8 à pri-


b) 15 meira parcela, e subtrairmos 5 da segunda parcela, o que
c) 18 ocorrerá com o total?
d) 13
e) 12 a) -2
b) -1
7.(ITAIPU BINACIONAL) O valor da expressão: c) +1
1 + 1 + 1 + 1𝑥7 + 1 + 1𝑥0 + 1 − 1 é d) +2
e) +3
a) 0
b) 11 13. (Prefeitura de Chapecó – Engenheiro de Trânsi-
c) 12 to – IOBV/2016) A alternativa cujo valor não é divisor de
d) 29 18.414 é:
e) 32
a) 27
8. Qual a diferença prevista entre as temperaturas no Piauí b) 31
e no Rio Grande do Sul, num determinado dia, segundo as c) 37
informações? Tempo no Brasil: Instável a ensolarado no Sul. d) 22
Mínima prevista -3º no Rio Grande do Sul. Máxima prevista
37° no Piauí. 14. Verifique se os números abaixo são divisíveis por 4.

a) 34 a) 23418
b) 36 b) 65000
c) 38 c) 38036
d) 40 d) 24004
e) 42 e) 58617

9. Qual é o produto de três números inteiros consecutivos 15. (ALGÁS – ASSISTENTE DE PROCESSOS ORGANI-
em que o maior deles é –10? ZACIONAIS – COPEVE/2014)

a) -1320 Critério de divisibilidade por 11


b) -1440
c) +1320 Esse critério é semelhante ao critério de divisibilidade por
d) +1440 9. Um número é divisível por 11 quando a soma alternada
e) nda dos seus algarismos é divisível por 11. Por soma alternada
queremos dizer que somamos e subtraímos algarismos al-
10. Três números inteiros são consecutivos e o menor deles ternadamente (539  5 - 3 + 9 = 11).
é +99. Determine o produto desses três números. Disponível em:<http://educacao.globo.com> . Acesso em:
07 maio 2014.  
a) 999.000
b) 999.111 Se A e B são algarismos do sistema decimal de numeração
c) 999.900 e o número 109AB é múltiplo de 11, então
d) 999.999
e) 1.000.000 a) B = A
b) A+B=1
MATEM[ÁTICA

c) B-A=1
d) A-B=10
e) A+B=-10

150
16. (IF-SE – TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFOR- 21. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINISTRA-
MAÇÃO - FDC-2014) João, nascido entre 1980 e 1994, TIVO – IDHTEC/2016) Um ciclista consegue fazer um per-
irá completar, em 2014, x anos de vida. Sabe-se que x é curso em 12 min, enquanto outro faz o mesmo percurso
divisível pelo produto dos seus algarismos. Em 2020, João 15 min. Considerando que o percurso é circular e que os
completará a seguinte idade: ciclistas partem ao mesmo tempo do mesmo local, após
quanto tempo eles se encontrarão?
a) 32
b) 30 a) 15 min
c) 28 b) 30 min
d) 26 c) 1 hora
d) 1,5 horas
17. (PREF. ITATINGA-PE – ASSISTENTE ADMINISTRA- e) 2 horas
TIVO – IDHTEC/2016) O número 102 + 101 + 100 é a repre-
sentação de que número? 22. (PREF. SANTA TERIZINHA DO PROGRESSO-SC –
PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CURSIVA/2018) Acer-
a) 100 ca dos números primos, analise.
b) 101 I- O número 11 é um número primo;
c) 010 II- O número 71 não é um número primo;
d) 111 III- Os números 20 e 21 são primos entre si.
e) 110
Dos itens acima:
18. (TRF-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) O re-
sultado da expressão numérica 53 : 51 × 54 : 5 × 55 : 5 : 56 - 5 a) Apenas o item I está correto.
é igual a : b) Apenas os itens I e II estão corretos.
c) Apenas os itens I e III estão corretos.
a) 120. d) Todos os itens estão corretos.

b)
1 23. (SAMAE DE CAXIAS DO SUL –RS – OPERADOR DE
5 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO –
c) 55. OBJETIVA/2017) Marcar C para as afirmativas Certas, E
d) 25. para as Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresen-
e) 620. ta a sequência CORRETA:
(---) Pertencem ao conjunto dos números naturais ímpares
19. (FEI-SP) O valor da expressão B = 5 . 108 . 4 . 10-3 é: os números ímpares negativos e os positivos.
(---) O número 72 é divisível por 2, 3, 4, 6, 8 e 9
a) 206 (---) A decomposição do número 256 em fatores primos é 27
b) 2 . 106 (---) Considerando-se os números 84 e 96, é correto afir-
c) 2 . 109 mar que o máximo divisor comum é igual a 12.
d) 20 . 10-4
a) E - E - C - C.
b) E - C - C - E.
20. (PREF. GUARULHOS-SP –ASSISTENTE DE GESTÃO c) C - E - E - E.
ESCOLAR – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita moni- d) E - C - E - C.
torada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º e) C - E - C - C.
ano de certa escola foram divididos em grupos, todos com
o mesmo número de alunos, sendo esse número o maior
possível, de modo que cada grupo tivesse somente alunos 24. (PREF. GUARULHOS-SP – AGENTE ESCOLAR – VU-
de um único ano e que não restasse nenhum aluno fora NESP/2016) No ano de 2014, três em cada cinco estudan-
de um grupo. Nessas condições, é correto afirmar que o tes, na faixa etária dos 18 aos 24 anos, estavam cursando o
número total de grupos formados foi ensino superior, segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. Supondo-se que naquele ano 2,4
a) 8 milhões de estudantes, naquela faixa etária, não estivesse
b) 12 cursando aquele nível de ensino, o número dos que cursa-
c) 13 riam o ensino superior, em milhões, seria:
MATEM[ÁTICA

d) 15
e) 18 a) 3,0
b) 3,2
c) 3,4
d) 3,6

151
e) 4,0 Leia o texto, para responder a Questão a seguir:
2.5 (PREF. TERRA DE AREIA-RS – AGENTE ADMINIS-
TRATIVO – OBJETIVA/2016) Três funcionários (Fernando, Uma loja vende peças de MDF (mistura de fibras de
Gabriel e Henrique) de determinada empresa deverão di- madeira prensada) retangulares para artesãos. A unidade
vidir o valor de R$ 950,00 entre eles, de forma diretamente padrão mede 22 cm de comprimento por 15 cm de largura
proporcional aos dias trabalhos em certo mês. Sabendo-se e custa R$ 24,00.
que Fernando trabalhou 10 dias, Gabriel, 12, e Henrique,
16, analisar os itens abaixo: 
I - Fernando deverá receber R$ 260,00.
II - Gabriel deverá receber R$ 300,00.
III - Henrique deverá receber R$ 410,00.
Está(ão) CORRETO(S):

a) II Fonte: http://voltarelliprudente.com.br/ o-que-e-mdf-cru/


b) I e II O catálogo desta loja disponibiliza peças com outras
c) I e III medidas cortadas a partir da unidade padrão. Observe
d) II e III que ele está com informações incompletas em relação a
e) Todos os itens área e preço das peças.

26. (TRT- 15ª REGIÃO SP– ANALISTA JUDICIÁRIO –


FCC/2018) André, Bruno, Carla e Daniela eram sócios em
um negócio, sendo a participação de cada um, respecti-
vamente, 10%, 20%, 20% e 50%. Bruno faleceu e, por não
ter herdeiros naturais, estipulara, em testamento, que sua
parte no negócio deveria ser distribuída entre seus sócios,
de modo que as razões entre as participações dos três
permanecessem inalteradas. Assim, após a partilha, a nova
participação de André no negócio deve ser igual a:

a) 20%.
b) 8%
c) 12,5%
d) 15%
e) 10,5%

27. (PREF. GUARULHOS-SP – AUXILIAR ADMINIS-


TRATIVO – VUNESP/2018) Um terreno retangular tem
35 m de largura e 1750 m2 de área. A razão entre a largura
e o comprimento desse terreno é 

a) 0,8.
b) 0,7.
c) 0,6.
d) 0,5.
e) 0,4.
MATEM[ÁTICA

152
28. (UTPR 2018) O preço de cada peça é definido pro- 33. (PREF. PIRAÚBA-MG – OFICIAL DE SERVIÇO PÚ-
porcionalmente à área de cada uma em relação à unidade BLICO – MS CONCURSOS/2017) Certo estabelecimento
padrão. Por exemplo, a área da peça B é metade da área da de ensino possui em seu quadro de estudantes alunos de
unidade padrão, desse modo o preço da peça B é metade várias idades. A quantidade de alunos matriculados nes-
do preço da unidade padrão, ou seja, R$ 12,00. Assim, as te estabelecimento é de 1300. Sabendo que deste total
peças A, C e D custam respectivamente:  20% são alunos maiores de idade, podemos concluir que
a quantidade de alunos menores de idade que estão ma-
a) R$ 12,00; R$ 12,00; R$ 4,00 triculados é:
b) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 6,00
c) R$ 6,00; R$ 4,00; R$ 4,00 a) 160
d) R$ 12,00; R$ 4,00; R$ 6,00 b) 1040
e) R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 4,00 c) 1100
d) 1300

29. Dividindo-se 660 em partes inversamente proporcio- 34. (PREF. JACUNDÁ-PA – AUXILIAR ADMINISTRATIVO
nais aos números 1/2, 1/3 e 1/6 obtém-se que números? – INAZ/2016) Das 300 dúzias de bananas que seu José foi
vender na feira, no 1° dia, ele vendeu 50% ao preço de R$ 3,00
a) 30, 10, 5. cada dúzia; no 2° dia ele vendeu 30% da quantidade que so-
b) 30, 20, 10. brou ao preço de R$ 2,00; e no 3° dia ele vendeu 20% do que
c) 40, 30, 20. restou da venda dos dias anteriores ao preço de R$ 1,00. Quan-
d) 20, 10, 5 to seu José apurou com as vendas das bananas nos três dias?

30. Certo concreto é obtido misturando-se uma parte de a) R$ 700,00


cimento, dois de areis e quatro de pedra. Qual será (em m³) b) R$ 540,00
a quantidade de areia a ser empregada, se o volume a ser c) R$ 111,00
concretado é 378 m³? d) R$ 450,00
e) R$ 561,00
a) 108m3
b) 100m3 35. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2016) Com a cria-
c) 80m3 ção de leis trabalhistas, houve muitos avanços em relação aos
e) 60m3 direitos dos trabalhadores. Entretanto, ainda há muitas barrei-
ras. Atualmente, a renda das mulheres corresponde, aproxima-
31. A herança de R$ 30.000,00 deve ser repartida entre damente, a três quartos da renda dos homens. Considerando
Antonio, Bento e Carlos. Cada um deve receber em partes os dados apresentados, qual a diferença aproximada, em ter-
diretamente proporcionais a 3, 5 e 6, respectivamente, e in- mos percentuais, entre a renda do homem e a da mulher?
versamente proporcionais às idades de cada um. Sabendo-
-se que Antonio tem 12 anos, Bento tem 15 anos e Carlos a) 75%
24 anos, qual será a parte recebida por Bento? b) 60%
c) 34%
a) R$ 12.000,00. d) 25%
b) R$ 14.000,00.
b) R$ 8.000,00.
c) R$ 24.000,00.

32. (SAAE Aimorés- MG – Ajudante – MÁXIMA/2016)


Misturam-se 30 litros de álcool com 20 litros de gasolina. A
porcentagem de gasolina na mistura é igual a: 

a) 40%
b) 20%
c) 30%
d) 10%
MATEM[ÁTICA

153
36. (EBSERH – TÉCNICO EM ENFERMAGEM – IBFC/2017) Paulo gastou 40% de 3/5 de seu salário e ainda lhe restou R$
570,00. Nessas condições o salário de Paulo é igual a:

a) R$ 2375,00
b) R$ 750,00
c) R$ 1240,00
d) R$ 1050,00
e) R$ 875,00

37. (PREF. TANGUÁ-RJ – TÉCNICO E ENFERMAGEM – MS CONCURSOS/2017) Raoni comprou um fogão com 25%
de desconto, pagando por ele R$ 330,00. Qual era o preço do fogão sem o desconto?

a) R$ 355,00
b) R$ 412,50
c) R$ 440,00
d) R$ 460,00

38. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Ao comprar um produto, José obteve um desconto de 12% (doze por cento)
por ter pagado à vista e pagou o valor de R$ 105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas condições, o valor
do produto, sem desconto, é igual a:

a) R$ 118,27
b) R$ 125,00
c) R$ 120,00
d) R$ 130,00
e) R$ 115,00

39. (PREF. ITAPEMA-SC – AGENTE MUNICIPAL DE TRÂNSITO – MS CONCURSOS/2016) Segundo dados do IBGE,
a população de Itapema (SC) em 2010 era de, aproximadamente, 45.800 habitantes. Já atualmente, essa população é de,
aproximadamente, 59.000 habitantes. O aumento percentual dessa população no período de 2010 a 2016 foi de:

a) 22,4%
b) 28,8%
c) 71,2%
d) 77,6%

40. (EBSERH – ADVOGADO – IBFC/2016) Joana gastou 60% de 50% de 80% do valor que possuía. Portanto, a porcen-
tagem que representa o que restou para Joana do valor que possuía é:

a) 76%
b) 24%
c) 32%
d) 68%
e) 82%

41. (TRT 11ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2015) Em 2015 as vendas de uma empresa foram 60% superiores
as de 2014. Em 2016 as vendas foram 40% inferiores as de 2015. A expectativa para 2017 é de que as vendas sejam 10%
inferiores as de 2014. Se for confirmada essa expectativa, de 2016 para 2017 as vendas da empresa vão.

a) diminuir em 6,25%
b) aumentar em 4%
c) diminuir em 4%
d) diminuir em 4,75%
e) diminuir em 5,5%
MATEM[ÁTICA

154
42. (SAMAE CAXIAS DO SUL –RS –AJUSTADOR DE HIDRÔMETROS – OBJETIVA/2017) Em certa turma de matemá-
tica do Ensino Fundamental, o professor dividiu igualmente os 34 alunos em dois grupos (A e B) para que participassem de
certa competição de matemática envolvendo frações. Para cada resposta correta dada pelo grupo, este ganhava 10 pontos
e, para cada resposta incorreta, o grupo transferia 5 dos seus pontos para a equipe adversária. Considerando-se que os gru-
pos A e B iniciaram a competição com 20 pontos cada, e as questões foram as seguintes, assinalar a alternativa CORRETA:

a)  grupo B ficou com 25 pontos a mais do que o grupo A.


b) grupo A ficou com 10 pontos a mais do que o grupo B.
c) grupo B ganhou ao todo 30 pontos e perdeu 5.
d) grupo A ganhou ao todo 20 pontos e perdeu 10.
e) Os dois grupos terminaram a competição com a mesma pontuação, 30 pontos cada.

43. (UFGO) Uma fração equivalente a 3/4 cujo denominador é um múltiplo dos números 3 e 4 é:

a) 6/8
b) 9/12
c) 15/24
d) 12/16

44. (COLÉGIO PEDRO II – PROFESSOR – 2018) O número decimal que representa a quantidade de crianças e jovens
envolvidos em atividades não agrícolas no Brasil, segundo o PNAD 2015, é: 

a) 68/10
b) 0,68
c) 6,8
d) 68/100

45. Em seu testamento, uma mulher decide dividir seu patrimônio entre seus quatro filhos. Tal divisão foi feita da seguinte
forma:
MATEM[ÁTICA

• João receberá 1/5;


• Camila receberá 15%;
• Ana receberá R$ 16.000,00;
• Carlos receberá 25%.

155
A fração que representa a parte do patrimônio recebida 50. (VUNESP – CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS –
por Ana é: RECEPCIONISTA – 2013) Num posto de gasolina, foi pedido
ao frentista que enchesse o tanque de combustível. Foram colo-
a) 2/4. cados 20,6 litros de gasolina, pelos quais custou R$ 44,29. Se fos-
b) 3/5. sem colocados 38 litros de gasolina, o valor a ser pago seria de
c) 2/5.
d) 1/4. a) R$ 37,41.
e) 3/4. b) R$ 79,80.
c) R$ 81,70.
46. Bela é uma leitora voraz. Ela comprou uma cópia do best d) R$ 85,30.
seller «A Beleza da Matemática». No primeiro dia, Bela leu e) R$ 88,50.
1/5 das páginas mais 12 páginas, e no segundo dia, ela leu
1/4 das páginas restantes mais 15 páginas. No terceiro dia, 51. (VUNESP - CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS
ela leu 1/3 das páginas restantes mais 18 páginas. Então, – RECEPCIONISTA – 2013) Lendo 30 páginas por dia de
Bela percebeu que restavam apenas 62 páginas para ler, um livro, gastarei 6 dias para ler esse livro. Se eu ler 20 pá-
o que ela fez no dia seguinte. Então, o livro lido por Bela ginas por dia desse mesmo livro, gastarei
possuía o seguinte número de páginas:
a) 9 dias.
a) 120. b) 8 dias.
b) 180. c) 6 dias.
c) 240. d) 5 dias.
d) 300. e) 4 dias.

52. (VUNESP – PROCON – AUXILIAR DE MANUTEN-


47. (EMAP – CARGOS DE NÍVEL MËDIO – CESPE/2018) ÇÃO – 2013) Um supermercado fez a seguinte oferta “3/4
Os operadores dos guindastes do Porto de Itaqui são todos de quilograma de carne moída por apenas R$ 4,50 ‘’. Uma
igualmente eficientes. Em um único dia, seis desses opera- pessoa aproveitou a oferta e comprou 3 quilogramas de car-
dores, cada um deles trabalhando durante 8 horas, carre- ne moída. Essa pessoa pagou pelos 3 quilogramas de carne
gam 12 navios.
Com referência a esses operadores, julgue o item seguinte. R$ 18,00.
R$ 18,50.
Para carregar 18 navios em um único dia, seis desses ope- R$ 19,00.
radores deverão trabalhar durante mais de 13 horas. R$ 19,50.
R$ 20,00.
( ) CERTO ( ) ERRADO
53. (VUNESP – TJM – SP – AGENTE DE SEGURANÇA JU-
48. (PREF. SUZANO-SP – GUARDA CIVIL MUNICIPAL – DICIÁRIA – 2013) Se certa máquina trabalhar seis horas por
VUNESP/2018) Para imprimir um lote de panfletos, uma grá- dia, de forma constante e sem parar, ela produzira n peças em
fica utiliza apenas uma máquina, trabalhando 5 horas por dia seis dias. Para produzir quantidade igual das mesmas peças
durante 3 dias. O número de horas diárias que essa máquina te- em quatro dias, essa máquina deverá trabalhar diariamente,
ria que trabalhar para imprimir esse mesmo lote em 2 dias seria  nas mesmas condições, um número de horas igual a

a) 8,0. a) 12.
b) 7,5. b) 10.
c) 7,0. c) 9.
d) 6,5. d) 8.
e) 6,0.
54. (VUNESP – AUXILIAR AGROPECUÁRIO – 2014) O
49. (VUNESP – CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS refeitório de uma fábrica prepara suco para servir no almo-
– AGENTE DE COPA – 2013) Com uma lata de leite con- ço. Com 5 litros de suco é possível encher completamente
densado, é possível se fazer 30 brigadeiros. Sabendo que o 20 copos de 250 ml. Em um certo dia, foram servidas 90 re-
preço de cada lata é de 4 reais, e para uma comemoração feições e acompanhando cada uma delas, 1 copo com 250
serão necessários 450 brigadeiros, o total gasto, em reais, ml de suco. O número, mínimo, de litros de suco necessário
para fazer esses brigadeiros, será de para o almoço, desse dia, foi
MATEM[ÁTICA

a) 45 a) 21,5.
b) 53 b) 22.
c) 60 c) 22,5.
d) 70. d) 23.
e) 23,5.

156
55. (PREF. TERESINA-PI – PROFESSOR – NUCE- 59. (PREF. PORTO ALEGRE-RS – FMP CONCUR-
PE/2016) Sabendo que o comprimento do muro Parque SOS/2012) A construção de uma casa é realizada em 10
Zoobotânico é de aproximadamente 1,7 km e sua altura é dias por 30 operários trabalhando 8 horas por dia. O nú-
de 1,7 m, um artista plástico pintou uma área correspon- mero de operários necessários para construir uma casa em
dente a 34 m² do muro em 8 horas trabalhadas em um úni- 8 dias trabalhando 6 horas por dia é
co dia. Trabalhando no mesmo ritmo e nas mesmas condi-
ções, para pintar este muro, o pintor levará a) 18.
b) 24.
a) 83 dias. c) 32.
b) 84 dias. d) 38.
c) 85 dias. e) 50.
d) 86 dias.
e) 87 dias. 60.(VUNESP – PMESP – CURSO DE FORMAÇÃO DE
OFICIAIS – 2014) A tabela, com dados relativos à cidade
56. (SES-PR – TÉCNICO DE ENFERMAGEM – de São Paulo, compara o número de veículos de frota, o
UFPR/2009) Uma indústria metalúrgica consegue produ- número de radares e o valor total, em reais, arrecadado
zir 24.000 peças de determinado tipo em 4 dias, trabalhan- com multas de trânsito, relativos aos anos de 2004 e 2013:
do com seis  máquinas idênticas, que funcionam 8 horas
por dia em ritmo idêntico de produção. Quantos dias se- Ano Frota Radares Arrecadação
rão necessários  para que essa indústria consiga produzir
18.000 peças, trabalhando apenas com 4 dessas máquinas, 2004 5,8 milhões 260 328 milhões
no mesmo ritmo de produção, todas elas funcionando 12 2013 7,5 milhões 601 850 milhões
horas por dia?
Se o número de radares e o valor da arrecadação tivessem
a) 3. crescido de forma diretamente proporcional ao crescimen-
b) 4. to da frota de veículos no período considerado, então em
c) 5. 2013 a quantidade de radares e o valor aproximado da ar-
d) 6. recadação, em milhões de reais (desconsiderando-se cor-
e) 8. reções monetárias), seriam, respectivamente,
57. (CISMARPA – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – IPE- a) 336 e 424.
FAE/2015)  Em um restaurante, 4 cozinheiros fazem 120 b) 336 e 426.
pratos em 5 dias. Para atender uma demanda maior de c) 334 e 428.
pessoas, o gerente desse estabelecimento contratou mais d) 334 e 430.
2 cozinheiros. Quantos pratos serão feitos em 8 dias de e) 330 e 432.
funcionamento do restaurante? 

a) 288
b) 294
c) 296
d) 302

58. (CRO-SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – VU-


NESP/2015) Cinco máquinas, todas de igual eficiência,
funcionando 8 horas por dia, produzem 600 peças por dia.
O número de peças que serão produzidas por 12 dessas
máquinas, funcionando 10 horas por dia, durante 5 dias,
será igual a

a) 1800.
b) 3600.
c) 5400.
d) 7200.
e) 9000.
MATEM[ÁTICA

157
41 A
GABARITO 42 C
43 B
1 B 44 C
2 C 45 B
3 D 46 C
4 A 47 ERRADO
5 E 48 B
6 C 49 C
7 B 50 C
8 D 51 A
9 A 52 A
10 C 53 C
11 B 54 C
12 E 55 C
13 C 56 A
14 B 57 A
15 C 58 E
16 B 59 E
17 D 60 A
18 A
19 B
20 D
21 C
22 C
23 D
24 D
25 A
26 C
27 B
28 E
29 A
30 B
31 A
32 A
33 B
34 E
35 D
36 B
37 C
MATEM[ÁTICA

38 C
39 B
40 A

158
ÍNDICE

PORTUGUÊS

Leitura, interpretação e análise de textos: Leitura, interpretação e análise dos significados presentes em um texto e o
respectivo relacionamento com o universo em que o texto foi produzido....................................................................................... 01
Fonética, ortografia e pontuação: Correta escrita das palavras da língua portuguesa, acentuação gráfica, partição silábica
e pontuação................................................................................................................................................................................................................. 09
Morfologia: Estrutura e formação das palavras e classes de palavras.................................................................................................. 23
Morfossintaxe: Frase, oração e período, termos da oração, orações do período (desenvolvidas e reduzidas), funções
sintáticas do pronome relativo, sintaxe de regência (verbal e nominal), sintaxe de concordância (verbal e nominal) e
sintaxe de colocação................................................................................................................................................................................................. 64
Noções de versificação: Estrutura do verso, tipos de verso, rima, estrofação e poemas de forma fixa.................................. 91
Teoria da linguagem e semântica: História da Língua Portuguesa; linguagem, língua, discurso e estilo; níveis de linguagem,
funções da linguagem; figuras de linguagem; e significado das palavras.......................................................................................... 97
Introdução à literatura: A arte literária, os gêneros literários e a evolução da arte literária, em Portugal e no Brasil.....106
Literatura brasileira: Contexto histórico, características, principais autores e obras do Quinhentismo, Barroco, Arcadismo,
Romantismo, Realismo, Naturalismo, Impressionismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo e Modernismo..108
Redação: Gênero textual; textualidade e estilo (funções da linguagem; coesão e coerência textual; tipos de discurso;
intertextualidade; denotação e conotação; figuras de linguagem; mecanismos de coesão; a ambiguidade; a não-
contradição; paralelismos sintáticos e semânticos; continuidade e progressão textual); texto e contexto; o texto narrativo:
o enredo, o tempo e o espaço; a técnica da descrição; o narrador; o texto argumentativo; o tema; a impessoalidade;
a carta argumentativa; a crônica argumentativa; a argumentação e a persuasão; o texto dissertativo-argumentativo;
a consistência dos argumentos; a contra-argumentação; o parágrafo; a informatividade e o senso comum; formas de
desenvolvimento do texto dissertativo-argumentativo; a introdução; e a conclusão..................................................................118
Alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado
em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste, aprovado no Brasil pelo Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008
e alterado pelo Decreto nº 7.875, de 27 de dezembro de 2012...........................................................................................................130
Compreender significa
LEITURA, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
TEXTOS: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE O texto diz que...
DOS SIGNIFICADOS PRESENTES EM UM TEXTO É sugerido pelo autor que...
E O RESPECTIVO RELACIONAMENTO COM O De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
UNIVERSO EM QUE O TEXTO FOI PRODUZIDO. O narrador afirma...

Erros de interpretação

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL • Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do


contexto, acrescentando ideias que não estão no tex-
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e to, quer por conhecimento prévio do tema quer pela
relacionadas entre si, formando um todo significativo imaginação.
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de • Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
codificar e decodificar). ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com para o entendimento do tema desenvolvido.
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para • Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões
interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento equivocadas e, consequentemente, errar a questão.
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada
de seu contexto original e analisada separadamente, Observação:
poderá ter um significado diferente daquele inicial. Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a ótica
Intertexto - comumente, os textos apresentam do leitor. Pode ser que existam, mas em uma prova de
referências diretas ou indiretas a outros autores através de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que
citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. o autor diz e nada mais.
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de
um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
localizam-se as ideias secundárias (ou fundamentações),
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
as argumentações (ou explicações), que levam ao
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através
esclarecimento das questões apresentadas na prova.
de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
• Identificar os elementos fundamentais de uma ar- que se vai dizer e o que já foi dito.
gumentação, de um processo, de uma época (neste
caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles,
definem o tempo). está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo
• Comparar as relações de semelhança ou de diferen- átono. Este depende da regência do verbo; aquele, do seu
ças entre as situações do texto. antecedente. Não se pode esquecer também de que os
• Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso
uma realidade. a necessidade de adequação ao antecedente.
• Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. Os pronomes relativos são muito importantes na
• Parafrasear = reescrever o texto com outras palavras. interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
Condições básicas para interpretar existe um pronome relativo adequado a cada circunstância,
a saber:
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literário que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
(escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e mas depende das condições da frase.
prática; conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do qual (neutro) idem ao anterior.
texto) e semântico; capacidade de observação e de síntese; quem (pessoa)
capacidade de raciocínio. cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído.
Interpretar/Compreender como (modo)
onde (lugar)
Interpretar significa: quando (tempo)
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
PORTUGUÊS

quanto (montante)
Através do texto, infere-se que...
Exemplo:
É possível deduzir que...
Falou tudo QUANTO queria (correto)
O autor permite concluir que...
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
aparecer o demonstrativo O).

1
Dicas para melhorar a interpretação de textos a) Apenas as crianças com até cinco anos de idade e os
adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao Me-
• Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do trô-DF.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos can- b) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os adultos
didatos na disputa, portanto, quanto mais informação com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
você absorver com a leitura, mais chances terá de re- c) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de idade
solver as questões. e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao
• Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa Metrô-DF.
a leitura. d) Somente crianças e adultos, respectivamente, com cinco
• Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas fo- anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso livre
rem necessárias. ao Metrô-DF.
• Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma con- e) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com até cin-
clusão). co anos de idade e com 65 anos em diante, têm acesso
• Volte ao texto quantas vezes precisar. livre ao Metrô-DF.
• Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as
do autor.
Resposta: Letra C.
• Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor
Dentre as alternativas apresentadas, a única que con-
compreensão.
• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de diz com as informações expostas no texto é “Somente
cada questão. crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos
• O autor defende ideias e você deve percebê-las. com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”.
• Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
geralmente mantém com outro uma relação de con- 2. (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – SUPERIOR -
tinuação, conclusão ou falsa oposição. Identifique FGV/2014 - adaptada) “Se alguém que é gay procura
muito bem essas relações. Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a
• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a declaração do Papa Francisco, pronunciada durante uma
ideia mais importante. entrevista à imprensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou
• Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou como um trovão mundo afora. Nela existe mais forma que
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na substância – mas a forma conta”. (...)
hora da resposta – o que vale não somente para In- (Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
terpretação de Texto, mas para todas as demais ques-
tões! O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como um
• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal, trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mesma
leia com atenção a introdução e/ou a conclusão. dois sentidos, que são
• Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., a) o barulho e a propagação.
chamados vocábulos relatores, porque remetem a b) a propagação e o perigo.
outros vocábulos do texto. c) o perigo e o poder.
d) o poder e a energia. 
e)  a energia e o barulho.  
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Resposta: Letra A.
Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um tro-
1. (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
vão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELE-
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo
TRÔNICA – MÉDIO - IADES/2014)
afora. Você pode responder à questão por eliminação: a
Gratuidades segunda opção das alternativas relaciona-se a “mundo
afora”, ou seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria
Crianças com até cinco anos de idade e adultos com mais apenas a alternativa a!
de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF. Para
os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para os 3. (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ-
idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um do- BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CON-
cumento de identificação aos funcionários posicionados no TABILIDADE – MÉDIO - IADES/2014 - adaptada)
bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/ Concha Acústica
PORTUGUÊS

gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.


Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clu-
Conforme a mensagem do primeiro período do texto, assi- bes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de Brasília
nale a alternativa correta. – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada por Oscar
Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969 e doada

2
pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje Secre- A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
taria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. Foi o demarcados no tempo do universo narrado, como também
primeiro grande palco da cidade. de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa-cul- outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu.
tura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, com Depois de muita conversa, resolveram...
B) Textos descritivos – como o próprio nome indica,
adaptações.
descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem com- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
patível com o texto. imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
graúna...”
a) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Oscar C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar
Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, um assunto ou uma determinada situação que se almeje
no Setor de Clubes Esportivos Norte. desenvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela
b) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF em acontecer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até
1969. o dia 02 de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo,
sob pena de perder o benefício.
c) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que hoje é a
D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de
Secretaria de Cultura do DF. uma modalidade na qual as ações são prescritas de
d) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura do forma sequencial, utilizando-se de verbos expressos no
DF. imperativo, infinitivo ou futuro do presente: Misture todos
e) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. os ingrediente e bata no liquidificador até criar uma massa
homogênea.
Resposta: Letra A. E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-se
Recorramos ao texto: “Localizada às margens do Lago pelo predomínio de operadores argumentativos, revelados
Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao lado por uma carga ideológica constituída de argumentos e
do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha contra-argumentos que justificam a posição assumida
acerca de um determinado assunto: A mulher do mundo
Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As in-
contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu
formações contidas nas demais alternativas são incoe- espaço no mercado de trabalho, o que significa que os
rentes com o texto. gêneros estão em complementação, não em disputa.

Gêneros Textuais
TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL
São os textos materializados que encontramos em
A todo o momento nos deparamos com vários textos, nosso cotidiano; tais textos apresentam características
sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função,
do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos:
receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema,
que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
editorial, piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum,
interlocutores são as peças principais em um diálogo ou blog, etc.
em um texto escrito. A escolha de um determinado gênero discursivo
É de fundamental importância sabermos classificar os depende, em grande parte, da situação de produção,
textos com os quais travamos convivência no nosso dia a ou seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são
dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais os locutores e os interlocutores, o meio disponível para
e gêneros textuais. veicular o texto, etc.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por
opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum exemplo, são comuns gêneros como notícias, reportagens,
editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação
lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre
científica são comuns gêneros como verbete de dicionário
alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário,
nessas situações corriqueiras que classificamos os nossos conferência.
textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e
Dissertação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar.
As tipologias textuais se caracterizam pelos aspectos de Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São
ordem linguística Paulo: Saraiva, 2010.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa.
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática –
PORTUGUÊS

Os tipos textuais designam uma sequência definida pela


natureza linguística de sua composição. São observados volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações SITE
logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, Disponível em: <http://www.brasilescola.com/redacao/
argumentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo. tipologia-textual.htm>

3
1. COESÃO E COERÊNCIA  Uso de hipônimos – relação que se estabelece
com base na maior especificidade do significado de um
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais
mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão genérico).
do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que  Emprego de hiperônimos - relações de um termo
estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou de sentido mais amplo com outros de sentido mais especí-
fico. Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia
falado - são os referentes textuais, que buscam garantir a
com gato.
coesão textual para que haja coerência, não só entre os  Substitutos universais, como os verbos vicários.
elementos que compõem a oração, como também entre a
sequência de orações dentro do texto. Essa coesão também Verbo vicário é aquele que substitui outro já utilizado
pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado em no período, evitando repetições. Geralmente é o verbo
conhecimentos anteriores que os participantes do processo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. Faço porque
têm com o tema. preciso. O “faço” foi empregado no lugar de “estudo”,
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha evitando repetição desnecessária.
imaginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações A coesão apoiada na gramática se dá no uso de
de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego conectivos, como pronomes, advérbios e expressões
de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, adverbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse
substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de justifica-se quando, ao remeter a um enunciado anterior,
a palavra elidida é facilmente identificável (Exemplo.: O
pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se
jovem recolheu-se cedo. Sabia que ia necessitar de todas
frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto – as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e,
decorre daí a coerência textual. assim, estabelece a relação entre as duas orações).
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou
o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa Dêiticos são elementos linguísticos que têm a
incoerência é resultado do mau uso dos elementos de propriedade de fazer referência ao contexto situacional
coesão textual. Na organização de períodos e de parágrafos, ou ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa
um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais função de progressão textual, dada sua característica: são
prejudica o entendimento do texto. Construído com os elementos que não significam, apenas indicam, remetem
elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal. aos componentes da situação comunicativa.
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado Já os componentes concentram em si a significação.
não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito:
Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência “Os pronomes pessoais e as desinências verbais
indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes
e independência sintática e semântica, recobertos por
demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais,
unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes bem como os advérbios de tempo, referenciam o
princípios”. momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade,
Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje,
imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases neste momento (presente); ultimamente, recentemente,
estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em
de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre diante, no próximo ano, depois de (futuro).”
os elementos que compõem a estrutura textual.
A coerência de um texto está ligada:
Formas de se garantir a coesão entre os elementos de 1. à sua organização como um todo, em que devem
uma frase ou de um texto: estar assegurados o início, o meio e o fim;
2. à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto
 Substituição de palavras com o emprego de técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada
em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de
sinônimos - palavras ou expressões do mesmo campo
experiências; um texto informativo apresenta coerência
associativo. se trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos
 Nominalização – emprego alternativo entre poéticos, por outro lado, trabalham com a linguagem
um verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente figurada, livre associação de ideias, palavras conotativas.
(desgastar / desgaste / desgastante).
 Emprego adequado de tempos e modos verbais: REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula. CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa.
 Emprego adequado de pronomes, conjunções, Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática –
preposições, artigos: volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
PORTUGUÊS

O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,


Sua Santidade participou de uma reunião com a Presidente SITE
Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as Disponível em: <http://www.mundovestibular.com.
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito br/articles/2586/1/COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/
por elas. Paacutegina1.html>

4
Em “a”: “Ela é produzida de forma descentralizada por
milhares de computadores, mantidos por pessoas que
EXERCÍCIO COMENTADO (= as quais – retoma o termo “pessoas”)
Em “b”: “No processo de nascimento de uma bitcoin,
1. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO que é chamado de ‘mineração’ (= o qual - retoma o ter-
GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) mo “processo de nascimento”)
Em “c”: “O nível de dificuldade dos desafios é ajustado
Texto 2 pela rede, para que a moeda cresça dentro de uma faixa
limitada, que é de até 21 milhões de unidades” = retoma
“A prefeitura da capital italiana anunciou que vai banir a o termo “faixa limitada”
circulação de carros a diesel no centro a partir de 2024. O Em “d”: “Elas são guardadas em uma espécie de carteira,
objetivo é reduzir a poluição, que contribui para a erosão que é criada (= a qual – retoma “carteira”)
dos monumentos”. (Veja, 7/3/2018) Em “e”: “Críticos afirmam que a moeda vive uma bolha
que (= a qual) em algum momento deve estourar.” [bo-
A ordem cronológica dos fatos citados no texto 2 é: lha] = correta

a) redução da poluição / banimento da circulação de carros 3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-


/ erosão dos monumentos; GRANRIO-2018-ADAPTADA)
b) banimento da circulação de carros / erosão dos monu-
mentos / redução da poluição; O vício da tecnologia
c) erosão dos monumentos / redução da poluição / bani-
mento da circulação de carros; Entusiastas de tecnologia passaram a semana com os olhos
d) redução da poluição / erosão dos monumentos / bani- voltados para uma exposição de novidades eletrônicas re-
mento da circulação de carros; alizada recentemente nos Estados Unidos. Entre as inova-
e) erosão dos monumentos / banimento da circulação de ções, estavam produtos relacionados a experiências de re-
carros / redução da poluição. alidade virtual e à utilização de inteligência artificial — que
hoje é um dos temas que mais desperta interesse em pro-
Resposta: Letra E fissionais da área, tendo em vista a ampliação do uso desse
“A prefeitura da capital italiana anunciou que vai banir a tipo de tecnologia nos mais diversos segmentos.
circulação de carros a diesel no centro a partir de 2024. Mais do que prestar atenção às novidades lançadas no
O objetivo é reduzir a poluição, que contribui para a ero- evento, vale refletir sobre o motivo que nos leva a uma
são dos monumentos”. ansiedade tão grande para consumir produtos que prome-
Primeiro ocorreu a erosão dos monumentos (=1) devido tem inovação tecnológica. Por que tanta gente se dispõe a
à poluição; optou-se pelo banimento da circulação dos dormir em filas gigantescas só para ser um dos primeiros
carros (=2) para que a poluição diminua (=3), o que pre- a comprar um novo modelo de smartphone? Por que nos
servará os monumentos. dispomos a pagar cifras astronômicas para comprar apare-
lhos que não temos sequer certeza de que serão realmente
2. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO – úteis em nossas rotinas?
CESGRANRIO-2018) A ideia a que o pronome destacado A teoria de um neurocientista da Universidade de Oxford
se refere está adequadamente explicitada entre colchetes (Inglaterra) ajuda a explicar essa “corrida desenfreada” por
em: novos gadgets. De modo geral, em nosso processo evolu-
tivo como seres humanos, nosso cérebro aprendeu a suprir
a) “Ela é produzida de forma descentralizada por milhares necessidades básicas para a sobrevivência e a perpetuação
de computadores, mantidos por pessoas que ‘empres- da espécie, tais como sexo, segurança e status social.
tam’ a capacidade de suas máquinas para criar bitcoins” Nesse sentido, a compra de uma novidade tecnológica
[computadores] atende a essa última necessidade citada: nós nos senti-
b) “No processo de nascimento de uma bitcoin, que é cha- mos melhores e superiores, ainda que momentaneamente,
mado de ´mineração´, os computadores conectados à quando surgimos em nossos círculos sociais com um pro-
rede competem entre si” [bitcoin] duto que quase ninguém ainda possui.
c) “O nível de dificuldade dos desafios é ajustado pela rede, Foi realizado um estudo de mapeamento cerebral que
para que a moeda cresça dentro de uma faixa limitada, mostrou que imagens de produtos tecnológicos ativa-
que é de até 21 milhões de unidades” [rede] vam partes do nosso cérebro idênticas às que são ativadas
d) “Elas são guardadas em uma espécie de carteira, que é quando uma pessoa muito religiosa se depara com um ob-
criada quando o usuário se cadastra no software.” [es- jeto sagrado. Ou seja, não seria exagero dizer que o vício
PORTUGUÊS

pécie ] em novidades tecnológicas é quase uma religião para os


e) “Críticos afirmam que a moeda vive uma bolha que em mais entusiastas.
algum momento deve estourar.” [bolha] O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais
novo lançamento tecnológico dispara em nosso cérebro
Resposta: Letra E a liberação de um hormônio chamado dopamina, respon-

5
sável por nos causar sensações de prazer. Ele é liberado inteligência artificial — que hoje é um dos temas que
quando nosso cérebro identifica algo que represente uma mais desperta interesse em profissionais da área, tendo
recompensa. em vista a ampliação do uso desse tipo de tecnologia
O grande problema é que a busca excessiva por recom- nos mais diversos segmentos.= correta
pensas pode resultar em comportamentos impulsivos, que
incluem vícios em jogos, apego excessivo a redes sociais e Em “c”: “a compra de uma novidade tecnológica atende
até mesmo alcoolismo. No caso do consumo, podemos ob- a essa última necessidade citada” [segurança]
servar a situação problematizada aqui: gasto excessivo de Texto: (...) suprir necessidades básicas para a sobrevivên-
dinheiro em aparelhos eletrônicos que nem sempre trazem cia e a perpetuação da espécie, tais como sexo, segu-
novidade –– as atualizações de modelos de smartphones, rança e status social. / Nesse sentido, a compra de uma
por exemplo, na maior parte das vezes apresentam poucas novidade tecnológica atende a essa última necessidade
mudanças em relação ao modelo anterior, considerando-se citada... = status social
seu preço elevado. Em outros casos, gasta-se uma quantia
absurda em algum aparelho novo que não se sabe se terá Em “d”: “O ato de seguir esse impulso cerebral e com-
tanta utilidade prática ou inovadora no cotidiano. prar o mais novo lançamento tecnológico dispara em
No fim das contas, vale um lembrete que pode ajudar a nosso cérebro a liberação de um hormônio chamado
conter os impulsos na hora de comprar um novo smar- dopamina” [mapeamento cerebral]
tphone ou alguma novidade de mercado: compare o efei- (...) vício em novidades tecnológicas é quase uma reli-
to momentâneo da dopamina com o impacto de imaginar gião para os mais entusiastas. / O ato de seguir esse
como ficarão as faturas do seu cartão de crédito com a impulso cerebral e comprar
nova compra.
O choque ao constatar o rombo em seu orçamento pode Em “e”: “Ele é liberado quando nosso cérebro identifica
ser suficiente para que você decida pensar duas vezes a algo que represente uma recompensa.” [impulso cere-
respeito da aquisição. bral]
(...) a liberação de um hormônio chamado dopamina,
DANA, S. O Globo. Economia. Rio de Janeiro, 16 jan. 2018. responsável por nos causar sensações de prazer. Ele é
Adaptado. liberado = dopamina
A ideia a que a expressão destacada se refere está explici-
tada adequadamente entre colchetes em: 4. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AMBIENTE
JÚNIOR – CESGRANRIO-2018)
a) “relacionados a experiências de realidade virtual e à uti-
lização de inteligência artificial — que hoje é um dos Texto I
temas que mais desperta interesse em profissionais da
área” [experiências de realidade virtual] Portugueses no Rio de Janeiro
b) “tendo em vista a ampliação do uso desse tipo de tec-
nologia nos mais diversos segmentos” [inteligência ar- O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração portu-
tificial] guesa até meados dos anos cinquenta do século passa-
c) “a compra de uma novidade tecnológica atende a essa do, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa do
última necessidade citada” [segurança] mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo de
d) “O ato de seguir esse impulso cerebral e comprar o mais sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam-se ao
novo lançamento tecnológico dispara em nosso cérebro comércio, sobretudo na área dos comestíveis, como os ca-
a liberação de um hormônio chamado dopamina” [ma- fés, as panificações, as leitarias, os talhos, além de outros
peamento cerebral] ramos, como os das papelarias e lojas de vestuários. Fora
e) “Ele é liberado quando nosso cérebro identifica algo que do comércio, podem exercer as mais variadas profissões,
represente uma recompensa.” [impulso cerebral] como atividades domésticas ou as de barbeiros e alfaiates.
Há, de igual forma, entre os mais afortunados, aqueles liga-
Resposta: Letra B dos à indústria, voltados para construção civil, o mobiliário,
Em “a”: “relacionados a experiências de realidade virtual a ourivesaria e o fabrico de bebidas.
e à utilização de inteligência artificial — que hoje é um A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação de
dos temas que mais desperta interesse em profissionais guetos, denota uma tendência para a sua concentração em
da área” [experiências de realidade virtual] determinados bairros, escolhidos, muitas das vezes, pela
Nesse caso, a resposta se encontra na alternativa: inteli- proximidade da zona de trabalho. No Centro da cidade,
gência artificial próximo ao grande comércio, temos um grupo significativo
de patrícios e algumas associações de porte, como o Real
Em “b”: “tendo em vista a ampliação do uso desse tipo Gabinete Português de Leitura e o Liceu Literário Portu-
guês. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio de Sá, Catumbi
PORTUGUÊS

de tecnologia nos mais diversos segmentos” [inteligên-


cia artificial] e Tijuca, outro ponto de concentração da colônia, se locali-
zam outras associações portuguesas, como a Casa de Por-
Texto: Entre as inovações, estavam produtos relaciona-
tugal e um grande número de casas regionais. Há, ainda,
dos a experiências de realidade virtual e à utilização de
pequenas concentrações nos bairros periféricos da cidade,

6
como Jacarepaguá, originalmente formado por quintas de 6. (MPE-AL - TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO – FGV-
pequenos lavradores; nos subúrbios, como Méier e Enge- 2018)
nho Novo; e nas zonas mais privilegiadas, como Botafogo
e restante da zona sul carioca, área nobre da cidade a partir NÃO FALTOU SÓ ESPINAFRE
da década de cinquenta, preferida pelos mais abastados.
A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos.
PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: salazaristas
Mostrou também danos morais.
e opositores em manifestação na cidade. In: ALVES, Ida et
Aconteceu num mercadinho de bairro em São Paulo. A
alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de Janeiro. Rio de Ja-
dona, diligente, havia conseguido algumas verduras e avi-
neiro: Ofi cina Raquel, 2017, pp. 260-1. Adaptado.
“No Centro da cidade, próximo ao grande comércio, temos sou à clientela. Formaram-se uma pequena fila e uma gran-
um grupo significativo de patrícios e algumas associações de discussão. Uma senhora havia arrematado todos os dez
de porte”. No trecho acima, a autora usou em itálico a pa- maços de espinafre. No caixa, outras freguesas pergunta-
lavra destacada para fazer referência aos: ram se ela tinha restaurante. Não tinha. Observaram que
a verdura acabaria estragada. Ela explicou que ia cozinhar
a) luso-brasileiros e congelar. Então, foram ao ponto: caramba, havia outras
b) patriotas da cidade pessoas na fila, ela não poderia levar só o que consumiria
c) habitantes da cidade de imediato?
d) imigrantes portugueses “Não, estou pagando e cheguei primeiro”, foi a resposta.
e) compatriotas brasileiros Compras exageradas nos supermercados, estoques do-
mésticos, filas nervosas nos postos de combustível – teve
muito comportamento na base de cada um por si.
Resposta: Letra D Cabem nessa categoria as greves e manifestações oportu-
Ainda hoje é o utilizado o termo “patrício” para se referir nistas. Governo, cedendo, também vou buscar o meu – tal
aos portugueses. “Patrício” significa “da mesma pátria”. foi o comportamento de muita gente.
Carlos A. Sardenberg, in O Globo, 31/05/2018.
5. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) Todas
as frases abaixo apresentam elementos sublinhados que “A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos.
estabelecem coesão com elementos anteriores (anáfora); Mostrou também danos morais”. A palavra ou expressão
a frase em que o elemento sublinhado se refere a um ele- do primeiro período que leva à produção do segundo pe-
mento futuro do texto (catáfora) é: ríodo é:
a) “A civilização converteu a solidão num dos bens mais a) a crise.
preciosos que a alma humana pode desejar”; b) não trouxe.
b) “Todo o problema da vida é este: como romper a própria
c) apenas.
solidão”;
d) danos sociais.
c) “É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de
e) (danos) econômicos.
viver com alguém que saiba pensar”;
d) “O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas a
de uma vela que queima”; Resposta: Letra C
e) “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas que pro- 1.º período: A crise não trouxe apenas danos sociais e
duzem menos”. econômicos.
2.º período: Mostrou também danos morais.
Resposta: Letra B A expressão que nos dá a ideia de que haverá mais in-
Em “a”: “A civilização converteu a solidão num dos bens formações que complementarão a primeira “tese” apre-
mais preciosos que a alma humana pode desejar” = re- sentada é “apenas”.
toma “bens preciosos”
Em “b”: “Todo o problema da vida é este: como romper a 7. (IBGE – RECENSEADOR – FGV-2017)
própria solidão” = o pronome se refere ao período que
virá (= catáfora) Texto 3 – “Silva, Oliveira, Faria, Ferreira... Todo mundo tem
Em “c”: “É sobretudo na solidão que se sente a vanta- um sobrenome e temos de agradecer aos romanos por
gem de viver com alguém que saiba pensar” = retoma isso. Foi esse povo, que há mais de dois mil anos ergueu
“solidão” um império com a conquista de boa parte das terras ba-
Em “d”: “O homem ama a companhia, mesmo que seja nhadas pelo Mediterrâneo, o inventor da moda. Eles tive-
apenas a de uma vela que queima” = retoma “compa- ram a ideia de juntar ao nome comum, ou prenome, um
PORTUGUÊS

nhia” nome.
Em “e”: “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas Por quê? Porque o império romano crescia e eles precisa-
que produzem menos” = retoma “pessoas” vam indicar o clã a que a pessoa pertencia ou o lugar onde
tinha nascido”. (Ciência Hoje, março de 2014)

7
“Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer 9. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015)
aos romanos por isso”. (texto 3) O pronome “isso”, nesse
segmento do texto, se refere a(à): Texto I

a) todo mundo ter um sobrenome; Na organização do poder político no Estado moderno, à


b) sobrenomes citados no início do texto; luz da tradição iluminista, o direito tem por função a pre-
c) todos os sobrenomes hoje conhecidos; servação da liberdade humana, de maneira a coibir a de-
d) forma latina dos sobrenomes atuais; sordem do estado de natureza, que, em virtude do risco
e) existência de sobrenomes nos documentos. da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a
existência de um poder institucional. Mas a conquista da
liberdade humana também reclama a distribuição do po-
Resposta: Letra A der em ramos diversos, com a disposição de meios que
assegurem o controle recíproco entre eles para o advento
Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer
de um cenário de equilíbrio e harmonia nas sociedades es-
aos romanos por isso = ter um sobrenome.
tatais. A concentração do poder em um só órgão ou pessoa
viria sempre em detrimento do exercício da liberdade. É
8. (MPU – ANALISTA – ANTROPOLOGIA – CESPE-2010) que, como observou Montesquieu, “todo homem que tem
Inovar é recriar de modo a agregar valor e incrementar a poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra limi-
eficiência, a produtividade e a competitividade nos proces- tes. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que,
sos gerenciais e nos produtos e serviços das organizações. pela disposição das coisas, o poder limite o poder”.
Ou seja, é o fermento do crescimento econômico e social Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as
de um país. Para isso, é preciso criatividade, capacidade de esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se conce-
inventar e coragem para sair dos esquemas tradicionais. bia sua união nas mãos de um só ou, então, sua separação;
Inovador é o indivíduo que procura respostas originais e ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma de sistema
pertinentes em situações com as quais ele se defronta. É coerente, as consequências de conceitos diversos”. Pensa-
preciso uma atitude de abertura para as coisas novas, pois dor francês do século XVIII, Montesquieu situa-se entre o
a novidade é catastrófica para os mais céticos. Pode-se di- racionalismo cartesiano e o empirismo de origem baconia-
zer que o caminho da inovação é um percurso de difícil na, não abandonando o rigor das certezas matemáticas em
travessia para a maioria das instituições. Inovar significa suas certezas morais. Porém, refugindo às especulações
transformar os pontos frágeis de um empreendimento em metafísicas que, no plano da idealidade, serviram aos filó-
uma realidade duradoura e lucrativa. A inovação estimula sofos do pacto social para a explicação dos fundamentos
a comercialização de produtos ou serviços e também per- do Estado ou da sociedade civil, ele procurou ingressar no
mite avanços importantes para toda a sociedade. Porém, a terreno dos fatos.
inovação é verdadeira somente quando está fundamenta- Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Mi-
da no conhecimento. A capacidade de inovação depende nistério Público em função da proteção dos direitos hu-
da pesquisa, da geração de conhecimento. É necessário manos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9.
investir em pesquisa para devolver resultados satisfatórios Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).
à sociedade. No entanto, os resultados desse tipo de in-
vestimento não são necessariamente recursos financeiros No trecho “controle recíproco entre”, o pronome “eles” faz
ou valores econômicos, podem ser também a qualidade de referência a “ramos diversos”.
vida com justiça social.
Luís Afonso Bermúdez. O fermento tecnológico. In: Darcy. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Revista de jornalismo científico e cultural da Universida-
de de Brasília, novembro e dezembro de 2009, p. 37 (com Resposta: CERTO
adaptações). Ao período: (...) reclama a distribuição do poder em ra-
mos diversos, com a disposição de meios que assegu-
Subentende-se da argumentação do texto que o prono- rem o controle recíproco entre eles para o advento de
me demonstrativo, no trecho “desse tipo de investimento”, um cenário de equilíbrio e harmonia.
refere-se à ideia de “fermento do crescimento econômico
e social de um país”. 10. (PC-PI – AGENTE DE POLÍCIA CIVIL – 3.ª CLASSE –
NUCEPE-2018 - ADAPTADA) Alguém apaixonado sempre
( ) CERTO ( ) ERRADO atrai novas oportunidades, se destaca do grupo, é promo-
vido primeiro, é celebrado quando volta de férias, é convi-
dado para ser padrinho ou madrinha e para ser companhia
Resposta: ERRADO
em momentos prazerosos. Quanto melhor vivemos, mais
Ao trecho: (...) É necessário investir em pesquisa para de-
PORTUGUÊS

motivos surgem para vivermos bem. A prosperidade é um


volver resultados satisfatórios à sociedade. No entanto, ciclo que se retroalimenta. O importante é decidir fazer
os resultados desse tipo de investimento = investir em parte dele.
pesquisa / desse tipo de investimento. Em: O importante é decidir fazer parte dele, a palavra Dele
retoma, textualmente,

8
a) ciclo. Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais
b) Alguém. de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
c) padrinho. A) o fonema /sê/: texto
d) grupo. B) o fonema /zê/: exibir
e) apaixonado. C) o fonema /che/: enxame
D) o grupo de sons /ks/: táxi
Resposta: Letra A
Voltemos ao período: O número de letras nem sempre coincide com o número
A prosperidade é um ciclo que se retroalimenta. O im- de fonemas.
portante é decidir fazer parte dele. Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras:
t ó x i c o
1 2 3 4 5 6 7 1
2 3 45 6
FONÉTICA, ORTOGRAFIA E PONTUAÇÃO:
CORRETA ESCRITA DAS PALAVRAS DA LÍNGUA Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lh
PORTUGUESA, ACENTUAÇÃO GRÁFICA, o
PARTIÇÃO SILÁBICA E PONTUAÇÃO. 1 2 3 4 1234
5

LETRA E FONEMA As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não


representam fonemas. Observe os exemplos: compra,
A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos conta. Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das
fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um
Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos fonema; dança: o “n” não é um fonema; o fonema é /ã/,
sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que representado na escrita pelas letras “a” e “n”.
estuda os sons da língua quanto à sua função no sistema
de comunicação linguística, quanto à sua organização e A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.
classificação. Cuida, também, de aspectos relacionados à Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da 1 2 3 1234
forma correta de pronunciar certas palavras. Lembrando
que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar Classificação dos Fonemas
estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia de
cada falante são estudadas pela Fonética. Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas;
na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de Vogais
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se
o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma
estabelecer uma distinção de significado entre as palavras. corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa
Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso
distinção entre os pares de palavras: significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma
única vogal.
amor – ator / morro – corro / vento - cento Na produção de vogais, a boca fica aberta ou
entreaberta. As vogais podem ser:
Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/,
portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica /o/, /u/.
que você - como falante de português - guarda de cada um Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.
deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este /ã/: fã, canto, tampa
forma os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, / ẽ /: dente, tempero
aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc. / ĩ/: lindo, mim
/õ/: bonde, tombo
O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é / ũ /: nunca, algum
a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, bola.
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, bola.
palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
PORTUGUÊS

Quanto ao timbre, as vogais podem ser:


Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por Abertas: pé, lata, pó
mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que Fechadas: mês, luta, amor
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das
exílio. palavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”).

9
Semivogais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma só
emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas são chamados de semivogais. A diferença fundamental entre vogais
e semivogais está no fato de que estas não desempenham o papel de núcleo silábico.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade,
história, série.

Consoantes

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade
bucal, fazendo com que as consoantes sejam verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome
provém justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/,
/l/, /m/, etc.

Encontros Vocálicos

Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e
o hiato.

A) Ditongo

É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal: pai (a = vogal, i = semivogal)
Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais: mãe

B) Tritongo

É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. Pode ser
oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tritongo nasal.

C) Hiato

É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais de
uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia (po-e-si-a).

Encontros Consonantais

O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Existem
basicamente dois tipos:
A) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta,
cri-se.
B) os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có-
lo-go.

Dígrafos

De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e quatro
letras.
PORTUGUÊS

Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco letras.
Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ foram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Em
nossa língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais
e vocálicos.

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A) Dígrafos Consonantais
Letras Fonemas Exemplos
lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo,
quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção
B) Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras
Exemplos
/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda
Observação:

“gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra, aquilo.
Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” representa um fonema
- semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há dígrafos quando
são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo).

#FicaDica
Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água =
/agua/ pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já
PORTUGUÊS

em guitarra = /gitara/ - não pronunciamos o “u”, então temos dígrafo (aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”).
Portanto: 8 letras e 6 fonemas.

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Dífonos São escritos com C ou Ç e não S e SS
• Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
Assim como existem duas letras que representam um • Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó,
só fonema (os dígrafos!), exite letra que representa dois Juçara, caçula, cachaça, cacique.
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o • Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
“x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, ca-
exemplos de dífonos. Quando uma letra representa dois niço, esperança, carapuça, dentuço.
fonemas temos um caso de dífono. • Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção /
deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Após ditongos: foice, coice, traição.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa • Palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
marte - marciano / infrator - infração / absorto – ab-
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras:
sorção.
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar B) O fonema z
- Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. São escritos com S e não Z
• Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
SITE tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: fre-
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ guês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
secoes/fono/fono1.php> • Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, meta-
morfose.
ORTOGRAFIA • Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
quiseste.
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta • Nomes derivados de verbos com radicais terminados
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreen-
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são der - empresa / difundir – difusão.
grafados segundo acordos ortográficos. • Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
A maneira mais simples, prática e objetiva de aprender Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, • Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras • Verbos derivados de nomes cujo radical termina com
é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pes-
e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de quisar.
etimologia (origem da palavra).
São escritos com Z e não S
Regras ortográficas • Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje-
tivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza.
A) O fonema S • Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori-
gem não termine com s): final - finalizar / concreto
São escritas com S e não C/Ç
– concretizar.
• Palavras substantivadas derivadas de verbos com ra-
dicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pre- • Consoante de ligação se o radical não terminar com
tensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
inverter - inversão / aspergir - aspersão / submergir Exceção: lápis + inho – lapisinho.
- submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo
/ compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer C) O fonema j
- recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / con-
sentir – consensual. São escritas com G e não J
• Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
São escritos com SS e não C e Ç gesso.
• Nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem • Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por • Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
tir ou -meter: agredir - agressivo / imprimir - impres- poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege,
são / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder foge.
- excesso / percutir - percussão / regredir - regressão Exceção: pajem.
/ oprimir - opressão / comprometer - compromisso /
submeter – submissão. • Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, lití-
• Quando o prefixo termina com vogal que se junta com
PORTUGUÊS

gio, relógio, refúgio.


a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - • Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir,
assimétrico / re + surgir – ressurgir. mugir.
• No pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- • Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
plos: ficasse, falasse. gir.

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• Depois da letra “a”, desde que não seja radical termi- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
nado com j: ágil, agente. haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
São escritas com J e não G quatro segundos).
• Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. O símbolo do real antecede o número sem espaço:
• Palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
manjerona. vertical ($).
• Palavras terminadas com aje: ultraje.
Alguns Usos Ortográficos Especiais
D) O fonema ch
POR QUE / POR QUÊ / PORQUÊ / PORQUE
São escritas com X e não CH
• Palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi,
POR QUE (separado e sem acento)
xucro.
• Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, la-
É usado em:
gartixa.
• Depois de ditongo: frouxo, feixe. 1. interrogações diretas (longe do ponto de interroga-
 • Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. ção) = Por que você não veio ontem?
Exceção: quando a palavra de origem não derive de 2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale
outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por
que faltara à aula ontem.
São escritas com CH e não X 3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” = Ig-
noro o motivo por que ele se demitiu.
• Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha. POR QUÊ (separado e com acento)

E) As letras “e” e “i” Usos:


1. como pronome interrogativo, quando colocado no
• Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com fim da frase (perto do ponto de interrogação) = Você
“i”, só o ditongo interno cãibra. faltou. Por quê?
• Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são 2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por
escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escreve- quê?
mos com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e
-uir: trai, dói, possui, contribui. PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico)

Há palavras que mudam de sentido quando substituímos Usos:


a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária (melodia) / 1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale
delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à tona), a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na escrita
imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé), (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até ponto final)
pião (brinquedo). = Compre agora, porque há poucas peças.
Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ortografia
2. como conjunção subordinativa causal, substituível
de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu por-
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP),
que se antecipou.
elaborado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra
de referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico)
Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Usos:
Informações importantes 1. como substantivo, com o sentido de “causa”, “razão”
ou “motivo”, admitindo pluralização (porquês). Geral-
Formas variantes são as que admitem grafias ou mente é precedido por artigo = Não sei o porquê da
pronúncias diferentes para palavras com a mesma discussão. É uma pessoa cheia de porquês.
significação: aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/
quatorze, dependurar/pendurar, flecha/frecha, germe/ ONDE / AONDE
gérmen, infarto/enfarte, louro/loiro, percentagem/
porcentagem, relampejar/relampear/relampar/relampadar. Onde = empregado com verbos que não expressam a
PORTUGUÊS

Os símbolos das unidades de medida são escritos sem ideia de movimento = Onde você está?
ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plural,
sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km, Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos
120km/h. que expressam movimento = Aonde você vai?
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.

13
MAU / MAL 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-
-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas com-
Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se binações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria,
como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um mau Angola-Brasil, etc.
elemento. 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su-
per- quando associados com outro termo que é ini-
Mal = pode ser usado como ciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-ra-
1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”, “logo cional, etc.
que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu. 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
mal na prova? 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação,
pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal não etc.
compensa. 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra-
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10. Nas formações em que o prefixo tem como segun-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático,
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hos-
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar
pitalar, super-homem.
- Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras: termina com a mesma vogal do segundo elemento:
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000. micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-obser-
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, vação, etc.
Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira
Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo: O hífen é suprimido quando para formar outros termos:
Saraiva, 2002. reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.

SITE
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/ #FicaDica
aulas/portugues/ortografia>
Ao separar palavras na translineação (mudança
HÍFEN de linha), caso a última palavra a ser escrita seja
formada por hífen, repita-o na próxima linha.
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado Exemplo: escreverei anti-inflamatório e, ao final,
para ligar os elementos de palavras compostas (como ex- coube apenas “anti-”. Na próxima linha escreve-
presidente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a rei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para Devido à diagramação, pode ser que a repeti-
fazer a translineação de palavras, isto é, no fim de uma ção do hífen na translineação não ocorra em
linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/ meus conteúdos, mas saiba que a regra é esta!
nheiro).

A) Uso do hífen que continua depois da Reforma Orto- B) Não se emprega o hífen:
gráfica: 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo ter-
1. Em palavras compostas por justaposição que formam
mina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se
“s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes:
unem para formam um novo significado: tio-avô,
antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema,
porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-coronel, se-
gunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, pri- minissaia, microrradiografia, etc.
meiro-ministro, azul-escuro. 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoo- termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
lógicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbo- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação,
ra-menina, erva-doce, feijão-verde. autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, pluria-
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re- nual, autoescola, infraestrutura, etc.
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
recém-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” ini-
PORTUGUÊS

4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu- cial: desumano, inábil, desabilitar, etc.
mas exceções continuam por já estarem consagradas 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-per- o segundo elemento começar com “o”: cooperação,
feito, pé-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa, coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedi-
deus-dará. ção, coexistir, etc.

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5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção d) Os funcionários perceberam que o chefe estava de mal
de composição: pontapé, girassol, paraquedas, para- humor porque tinha sofrido um acidente de carro na
quedista, etc. véspera.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei- e) Os participantes compreendiam mau o que estava sendo
to, benquerer, benquerido, etc. discutido, por isso não conseguiam formular perguntas.
Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas
correspondentes átonas, aglutinam-se com o elemento Resposta: Letra A.
seguinte, não havendo hífen: pospor, predeterminar, Mal = advérbio (antônimo de “bem”) / mau = adjetivo
predeterminado, pressuposto, propor. (antônimo de “bom”). Para saber quando utilizar um
Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso, ou outro, a dica é substituir por seu antônimo. Se a
auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre- frase ficar coerente, saberemos qual dos dois deve ser
humano, super-realista, alto-mar. utilizado. Por exemplo: Cigarro faz mal/mau à saúde =
Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
Cigarro faz bem à saúde. A frase ficou coerente – embora
antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
errada em termos de saúde! Então, a maneira correta é
ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
“Cigarro faz mal à saúde”.
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
Vamos aos itens:
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Em “a”: O estagiário foi mal (bem) treinado = correta
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Em “b”: O time não jogou mau (bem)no último
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. campeonato = mal
Em “c”: O menino não era mal (bom) aluno = mau
SITE Em “d”: Os funcionários perceberam que o chefe estava
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/ de mal (bom) humor = mau
aulas/portugues/ortografia> Em “e”: Os participantes compreendiam mau (bem) o
que estava sendo discutido = mal

EXERCÍCIOS COMENTADOS 3. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –


CESGRANRIO-2018) Obedecem às regras ortográficas da
1. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015) língua portuguesa as palavras
Assinale a alternativa em que as palavras estão grafadas
corretamente. a) admissão, paralisação, impasse
b) bambusal, autorização, inspiração
a) Extrovertido – extroverção. c) consessão, extresse, enxaqueca
b) Disponível – disponibilisar. d) banalisação, reexame, desenlace
c) Determinado – determinassão. e) desorganisação, abstração, cassação
d) Existir – existência.
e) Característica – caracterizasão. Resposta: Letra A.
Em “a”: admissão / paralisação / impasse = corretas
Resposta: Letra D. Em “b”: bambusal = bambuzal / autorização / inspiração
Em “a”: Extrovertido / extroverção = extroversão
Em “c”: consessão = concessão / extresse = estresse /
Em “b”: Disponível / disponibilisar = disponibilizar
enxaqueca
Em “c”: Determinado / determinassão = determinação
Em “d”: banalisação = banalização / reexame / desenlace
Em “d”: Existir / existência = corretas
Em “e”: desorganisação = desorganização / abstração /
Em “e”: Característica / caracterizasão = caracterização
cassação
2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
I – CESGRANRIO-2018) O termo destacado está grafado 4. (MPU – ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – ESA-
de acordo com as exigências da norma-padrão da língua F-2004-ADAPTADA) Na questão abaixo, baseada em Ma-
portuguesa em: nuel Bandeira, escolha o segmento do texto que não está
isento de erros gramaticais e de ortografia, considerando-
a) O estagiário foi mal treinado, por isso não desempe- -se a ortodoxia gramatical.
nhava satisfatoriamente as tarefas solicitadas pelos seus
superiores. a) Descoberta a conspiração, enquanto os outros não pro-
b) O time não jogou mau no último campeonato, apesar curavam outra coisa se não salvar-se, ele revelou a mais
PORTUGUÊS

de enfrentar alguns problemas com jogadores descon- heróica força de ânimo, chamando a si toda a culpa.
trolados. b) Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da profissão
c) O menino não era mal aluno, somente tinha dificuldade que lhe valera o apelido.
em assimilar conceitos mais complexos sobre os temas c) Não obstante, foi ele talvez o único a demonstrar fé, en-
expostos. tusiasmo e coragem na aventura de 89.

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d) A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Al- a) empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe cercaram”;
varenga eram homens requintados, letrados, a quem a b) haver vírgula após a expressão “Um dia”;
vida corria fácil, ao passo que o alferes sempre lutara c) usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o perguntaram”;
pela subsistência. d) grafar-se “porque” em vez de “por que”;
e) Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim, enfrentou e) escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”.
a pena última.

Resposta: Letra A. Resposta: Letra D.


Em “a”: Descoberta a conspiração, enquanto os outros “Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só
não procuravam outra coisa se não salvar-se (senão se usava meias vermelhas”
salvar) , ele revelou a mais heróica (heroica) força de Em “a”: empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe
ânimo, chamando a si toda a culpa. cercaram”; = está correto, pois o “o” funciona como
Em “b”: Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da objeto direto (sem preposição)
Em “b”: haver vírgula após a expressão “Um dia”; = está
profissão que lhe valera o apelido = correta
correto, pois separa o advérbio no início do período
Em “c”: Não obstante, foi ele talvez o único a demonstrar
Em “c”: usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o
fé, entusiasmo e coragem na aventura de 89 = correta
perguntaram”; = está correto (o “lhe” é objeto indireto –
Em “d”: A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da perguntaram o que a quem)
Costa, Alvarenga eram homens requintados, letrados, a Em “d”: grafar-se “porque” em vez de “por que”;
quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes sempre Em “e”: escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”. =
lutara pela subsistência = correta correto, pois se invertermos haverá mudança de sentido
Em “e”: Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim, (ele usava só meias, nenhuma outra peça de roupa).
enfrentou a pena última = correta A incorreção está no uso de “porque” no lugar de “por
que”, já que se trata de uma pergunta indireta.
5. (TJ-MG – OFICIAL JUDICIÁRIO – COMISSÁRIO DA IN-
FÂNCIA E DA JUVENTUDE – CONSULPLAN-2017) Esta-
beleça a associação correta entre a 1.ª coluna e a 2.ª consi- ACENTUAÇÃO
derando o emprego do por que / porque.
(1) “Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas Quanto à acentuação, observamos que algumas
mulheres [...].” palavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora
(2) “Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra.
são mulheres.” Por isso, vamos às regras!
( ) Faltei _____________ você estava doente.
( ) Todos sabem _____________ não poderei estar presente. Regras básicas
( ) Não se sabe ____________realizou tal procedimento.
( ) Este ponto de vista é _________não há manifestação de A acentuação tônica está relacionada à intensidade com
outro pensamento. que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que
se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba
A sequência está correta em: tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
intensidade, são denominadas de átonas.
a) 1, 1, 1, 2 De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
como:
b) 1, 2, 1, 2
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
c) 2, 1, 1, 2
última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju – papel
d) 2, 2, 2, 1
Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima sílaba:
útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível
Resposta: Letra C. Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúltima
Faltei porque você estava doente. = conjunção causal sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
Todos sabem por que não poderei estar presente. = dá
para substituir por “a causa pela qual” Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são
Não se sabe por que realizou tal procedimento. = os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando
substituir por “a causa” tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré.
Este ponto de vista é porque não há manifestação de
outro pensamento. = conjunção causal Os acentos
Teremos: 2, 1, 1, 2
A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e
PORTUGUÊS

6. (TJ-SC – TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR – FGV-2018) “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas le-
“Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava tras representam as vogais tônicas de palavras como
meias vermelhas”. Nesse segmento do texto 1 há um erro pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” indica, além
gramatical, que é: da tonicidade, timbre aberto: herói – céu (ditongos
abertos).

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B) acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras
“a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fe- FIQUE ATENTO!
chado: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs . Se os ditongos abertos estiverem em uma pa-
C) acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” lavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ain-
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles da são acentuados: dói, escarcéu.
D) trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi to-
talmente abolido das palavras. Há uma exceção: é
utilizado em palavras derivadas de nomes próprios Antes Agora
estrangeiros: mülleriano (de Müller)
E) til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam assembléia assembleia
vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã idéia ideia

Regras fundamentais geléia geleia


jibóia jiboia
A) Palavras oxítonas:acentuam-se todas as oxítonas apóia (verbo apoiar) apoia
terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do
plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém. paranóico paranoico
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, Acento Diferencial
seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, Representam os acentos gráficos que, pelas regras
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo de acentuação, não se justificariam, mas são utilizados
para diferenciar classes gramaticais entre determinadas
B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas palavras e/ou tempos verbais. Por exemplo: Pôr (verbo) X
terminadas em: por (preposição) / pôde (pretérito perfeito do Indicativo do
i, is: táxi – lápis – júri verbo “poder”) X pode (presente do Indicativo do mesmo
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum verbo).
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fór- Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
ceps terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
de “s”: água – pônei – mágoa – memória Os demais casos de acento diferencial não são mais
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substantivo),
pelo (preposição). Seus significados e classes gramaticais
#FicaDica são definidos pelo contexto.
Polícia para o trânsito para que se realize a operação
Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo,
esta palavra apresenta as terminações das pa- conjunção (com relação de finalidade).
roxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui
inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará
mais fácil a memorização! #FicaDica
Quando, na frase, der para substituir o “por”
por “colocar”, estaremos trabalhando com um
C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona quando a
verbo, portanto: “pôr”; nos demais casos, “por”
sua antepenúltima sílaba é tônica (mais forte). Quan-
é preposição: Faço isso por você. / Posso pôr
to à regra de acentuação: todas as proparoxítonas
(colocar) meus livros aqui?
são acentuadas, independentemente de sua termi-
nação: árvore, paralelepípedo, cárcere.

Regras especiais Regra do Hiato

Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, segunda
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá acento:
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em saída – faísca – baú – país – Luís
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando
PORTUGUÊS

palavras paroxítonas.
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se
estiverem seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha.

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Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas): CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar
- Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Antes Agora
bocaiúva bocaiuva SITE
feiúra feiura Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
gramatica/acentuacao.htm>
Sauípe Sauipe

O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi


abolido: EXERCÍCIOS COMENTADOS

Antes Agora 1. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – EXATUS-2015)


Assinale a alternativa em que a palavra é acentuada pela
crêem creem
mesma razão que “Bíblia”:
lêem leem
vôo voo a) íris.
b) estórias.
enjôo enjoo c) queríamos.
d) aí.
e) páginas.
#FicaDica
Resposta: Letra B.
Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos “Bíblia” = esta é acentuada por ser uma paroxítona ter-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não rece- minada em ditongo.
bem mais acento como antes: CRER, DAR, LER Em “a”, íris = paroxítona terminada em i(s)
e VER. Em “b”, estórias = paroxítona terminada em ditongo
Repare: Em “c”, queríamos = proparoxítona
O menino crê em você. / Os meninos creem Em “d”, aí = regra do hiato
em você. Em “e”, páginas = proparoxítona
Elza lê bem! / Todas leem bem!
Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos 2. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – FADESP-2018) A
que os garotos deem o recado! sequência de palavras cujos acentos são empregados pelo
Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! mesmo motivo é
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles
vêm à tarde! a) público, função, dói.
b) burocráticos, próximo, século.
c) será, aí, é, está.
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, d) glória, exercício, publicação.
com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou e) hábito, bancário, poética.
“i” não serão mais acentuadas:
Resposta: Letra B.
Em “a”, público = proparoxítona / função = o til tem fun-
Antes Depois ção de nasalizar (indicar som fechado) / dói = monossí-
apazigúe (apaziguar) apazigue labo formado por ditongo aberto
Em “b”, burocráticos = proparoxítona / próximo = propa-
averigúe (averiguar) averigue roxítona / século = proparoxítona
argúi (arguir) argui Em “c”, será = oxítona terminada em ‘a” / aí = regra do
hiato / é = (verbo) monossílabo tônico terminado em “e”
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa / está = (verbo) oxítona terminada em “a”
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo Em “d”, glória = paroxítona terminada em ditongo /
PORTUGUÊS

vir). A regra prevalece também para os verbos conter, obter, exercício = paroxítona terminada em ditongo / publica-
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles ção = o til indica nasalização (som fechado)
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. Em “e”, hábito = (substantivo) proparoxítona / bancário
= paroxítona terminada em ditongo / poética = propa-
roxítona

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3. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR – Em “c”: Denúncia = paroxítona terminada em ditongo /
CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014) O emprego funcionário = paroxítona terminada em ditongo / impro-
do acento gráfico nas palavras “metálica”, “acúmulo” e cedência = paroxítona terminada em ditongo
“imóveis” justifica-se com base na mesma regra de acen- Em “d”: máquina = proparoxítona / improcedência = pa-
tuação. roxítona terminada em ditongo / probatório = paroxíto-
na terminada em ditongo
( ) Certo ( ) Errado Em “e”: condenatório = paroxítona terminada em diton-
go / funcionário = = paroxítona terminada em ditongo /
Resposta: Errado.
Frágil = paroxítona terminada em “l”
O emprego do acento gráfico nas palavras “metálica”,
“acúmulo” e “imóveis” justifica-se com base na mesma
6. (TJ-AC – TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CES-
regra de acentuação.
metálica = proparoxítona / acúmulo = proparoxítona / PE/2012) As palavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são
imóveis = paroxítona terminada em ditongo acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação
gráfica.
4. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES-
GRANRIO-2018) A palavra que precisa ser acentuada gra- ( ) Certo ( ) Errado
ficamente para estar correta quanto às normas em vigor
está destacada na seguinte frase: Resposta: Errado.
“Conteúdo” = regra do hiato / calúnia = paroxítona ter-
a) Todo escritor de novela tem o desejo de criar um perso- minada em ditongo / injúria = paroxítona terminada em
nagem inesquecível. ditongo.
b) Os telespectadores veem as novelas como um espelho
da realidade. 7. (TRE-AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre as
c) Alguns novelistas gostam de superpor temas sociais frases que seguem, a única correta é:
com temas políticos.
d) Para decorar o texto antes de gravar, cada ator rele sua a) Ele se esqueceu de que?
fala várias vezes. b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-lo
e) Alguns atores de novela constroem seus personagens
entre os presentes.
fazendo pesquisa.
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas.
Resposta: Letra D. d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos
Em “a”: Todo escritor de novela tem = singular (não funcionários.
acentuado) e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
Em “b”: Os telespectadores veem = correta - plural do-
bra o “e” (perdeu o acento com o Acordo) Resposta: Letra E.
Em “c”: Alguns novelistas gostam de superpor = correta Em “a”: Ele se esqueceu de que? = quê?
Em “d”: Para decorar o texto antes de gravar, cada ator Em “b”: Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu
rele = relê (oxítona) para distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
Em “e”: Alguns atores de novela constroem = correta Em “c”: Embora devêssemos (devêssemos), não fomos
excessivos nas críticas.
5. (TJ-SP - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E PROCES- Em “d”: O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivin-
SAMENTO DE DADOS JUDICIÁRIO – VUNESP/2012) dicações dos funcionários.
Seguem a mesma regra de acentuação gráfica relativa às Em “e”: Não sei por que ele mereceria minha conside-
palavras paroxítonas: ração.
a) probatório; condenatório; crédito.
b) máquina; denúncia; ilícita.
PONTUAÇÃO
c) denúncia; funcionário; improcedência.
d) máquina; improcedência; probatório.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
e) condenatório; funcionário; frágil.
servem para compor a coesão e a coerência textual, além
Resposta: Letra C. de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
Vamos a elas: Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
PORTUGUÊS

Em “a”: probatório = paroxítona terminada em ditongo /


condenatório = paroxítona terminada em ditongo / cré- depende, em certos momentos, da intenção do autor do
dito = proparoxítona. discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente
Em “b”: máquina = proparoxítona / denúncia = paroxíto- relacionados ao contexto e ao interlocutor.
na terminada em ditongo / ilícita = proparoxítona.

19
Principais funções dos sinais de pontuação F) Reticências (...)
• Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
A) Ponto (.) canetas, cadernos...
• Indica o término do discurso ou de parte dele, encer- • Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero di-
rando o período. zer... é verdad... Ah!”
• Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Compa- • Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este mal...
nhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pega doutor?
período, este não receberá outro ponto; neste caso, • Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
o ponto de abreviatura marca, também, o fim de pe- depois, o coração falar...
ríodo. Exemplo: Estudei português, matemárica, cons-
titucional, etc. (e não “etc..”) G) Vírgula (,)
• Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
ponto, assim como após o nome do autor de uma Não se usa vírgula
citação: Separando termos que, do ponto de vista sintático,
Haverá eleições em outubro ligam-se diretamente entre si:
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
1. Entre sujeito e predicado:
• Os números que identificam o ano não utilizam ponto
Todos os alunos da sala foram advertidos.
nem devem ter espaço a separá-los, bem como os
números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. Sujeito predicado

B) Ponto e Vírgula (;) 2. Entre o verbo e seus objetos:


• Separa várias partes do discurso, que têm a mesma O trabalho custou sacrifício aos
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os realizadores.
ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos V.T.D.I. O.D. O.I.
dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo
pão a alma...” (VIEIRA) Usa-se a vírgula:
• Separa partes de frases que já estão separadas por
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, 1. Para marcar intercalação:
montanhas, frio e cobertor. A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
• Separa itens de uma enumeração, exposição de moti- dância, vem caindo de preço.
vos, decreto de lei, etc. B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
Ir ao supermercado; produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
Pegar as crianças na escola; C) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
Caminhada na praia; trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é,
Reunião com amigos. não querem abrir mão dos lucros altos.

C) Dois pontos (:) 2. Para marcar inversão:


• Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio Couti- A) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
nho trata este assunto: Depois das sete horas, todo o comércio está de portas
• Antes de um aposto = Três coisas não me agradam: fechadas.
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite. B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
• Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá estava pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a roti-
C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
na de sempre.
maio de 1982.
• Em frases de estilo direto
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão? 3. Para separar entre si elementos coordenados
(dispostos em enumeração):
D) Ponto de Exclamação (!) Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
• Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me casar
com você! 4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós
• Depois de interjeições ou vocativos queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
Ai! Que susto!
João! Há quanto tempo! 5. Para isolar:
PORTUGUÊS

A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasi-


E) Ponto de Interrogação (?) leira, possui um trânsito caótico.
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur
Azevedo) Observações:

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Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão 2. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO
latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018)
dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém,
o acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que Texto 1
empreguemos etc. predecido de vírgula: Falamos de
Em artigo publicado no jornal carioca O Globo, 19/3/2018,
política, futebol, lazer, etc.
com o nome Erros do passado, o articulista Paulo Guedes
escreve o seguinte: “Os regimes trabalhista e previdenciá-
As perguntas que denotam surpresa podem ter rio brasileiros são politicamente anacrônicos, economica-
combinados o ponto de interrogação e o de exclamação: mente desastrosos e socialmente perversos. Arquitetados
Você falou isso para ela?! de início em sistemas políticos fechados (na Alemanha im-
perial de Bismarck e na Itália fascista de Mussolini), e desde
Temos, ainda, sinais distintivos: então cultivados por obsoletos programas socialdemocra-
• a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), separa- tas, são hoje armas de destruição em massa de empregos
ção de siglas (IOF/UPC); locais em meio à competição global. Reduzem a competi-
• os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas pelo tividade das empresas, fabricam desigualdades sociais, dis-
sipam em consumo corrente a poupança compulsória dos
narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção
encargos recolhidos, derrubam o crescimento da economia
aos parênteses, principalmente na matemática; e solapam o valor futuro das aposentadorias”. (adaptado)
• o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma
nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um No texto 1, os termos inseridos nos parênteses – na Ale-
nome que não se quer mencionar. manha imperial de Bismarck e na Itália fascista de Mussolini
– têm a finalidade textual de:

a) enumerar os sistemas políticos fechados do passado;


EXERCÍCIOS COMENTADOS b) destacar os sistemas onde se originaram os regimes tra-
balhista e previdenciário;
c) criticar o atraso político de alguns sistemas da História;
1. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) O
d) condenar nossos regimes trabalhista e previdenciário
enunciado em que a vírgula foi empregada em desacordo por serem muito antigos;
com as regras de pontuação é e) exemplificar alguns dos nossos erros do passado.

a) Como esse metal é limitado, isso garantia que a produ- Resposta: Letra B.
ção de dinheiro fosse também limitada. Arquitetados de início em sistemas políticos fechados
b) Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- (na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista
-ouro. de Mussolini) = os termos entre parênteses servem para
c) Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é se referir aos sistemas políticos fechados, exemplifican-
criado assim, inventado em canetaços a partir da con- do-os.
Em “a”, enumerar os sistemas políticos fechados do pas-
cessão de empréstimos.
sado = incorreta
d) Assim, o sistema monetário atual funciona com uma Em “b”, destacar os sistemas onde se originaram os re-
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. gimes trabalhista e previdenciário = correta
e) Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abun- Em “c”, criticar o atraso político de alguns sistemas da
dante porque é gerada pela simples manipulação de História = incorreta
bancos de dados. Em “d”, condenar nossos regimes trabalhista e previden-
ciário por serem muito antigos = incorreta
Resposta: Letra E. Em “e”, exemplificar alguns dos nossos erros do passado
O enunciado pede a alternativa em desacordo: = incorreta
Em “a”, Como esse metal é limitado, isso garantia que a
produção de dinheiro fosse também limitada = correta
3. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE DA-
Em “b”, Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o DOS – FGV-2010) Assinale a alternativa em que a vírgula
padrão-ouro = correta está corretamente empregada.
Em “c”, Praticamente todo o dinheiro que existe no mun-
do é criado assim, inventado em canetaços a partir da a) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode
concessão de empréstimos = correta ser considerado, sem dúvida, um desvio de caráter.
Em “d”, Assim, o sistema monetário atual funciona com b) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora
uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundan- competente, nem sempre conseguia resolvê-los.
te = correta c) Ainda que os níveis de educação estivessem avançando,
o sentimento geral, às vezes, era de frustração.
PORTUGUÊS

Em “e”, Escassa porque só banqueiros podem criá-la, (X)


e abundante porque é gerada pela simples manipulação d) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos
de bancos de dados = incorreta - a vírgula pode ser uti- sofreriam sanções diariamente.
lizada antes da conjunção “e”, desde que haja mudança e) O tempo não para as transformações sociais são urgen-
de sujeito, por exemplo (o que não acontece na questão) tes mas há quem não perceba esse fato, que é evidente.

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Resposta: Letra C.
Indiquei com (X) os lugares inadequados e acrescentei a pontuação que faltou:
Em “a”, O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira , pode ser considerado, sem dúvida, um desvio de caráter.
Em “b”, Apareciam novos problemas , (X) e o funcionário , embora competente, nem sempre conseguia resolvê-los.
Em “c”, Ainda que os níveis de educação estivessem avançando, o sentimento geral, às vezes, era de frustração.= correta
Em “d”, É claro , (X) que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam sanções diariamente.
Em “e”, O tempo não para , as transformações sociais são urgentes , mas há quem não perceba esse fato, que é evidente.

4. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,


a pontuação está corretamente empregada em:

a) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando atendem, de forma voluntária, aos funcionários e à comunidade
em geral, pode ser definido como responsabilidade social.
b) As empresas que optam por encampar a prática da responsabilidade social, beneficiam-se de conseguir uma melhor
imagem no mercado.
c) A noção de responsabilidade social foi muito utilizada em campanhas publicitárias: por isso, as empresas precisam rela-
cionar-se melhor, com a sociedade.
d) A responsabilidade social explora um leque abrangente de beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de vida o bem-
-estar dos trabalhadores, a redução de impactos negativos, no meio ambiente.
e) Alguns críticos da responsabilidade social defendem a ideia de que: o objetivo das empresas é o lucro e a geração de
empregos não a preocupação com a sociedade como um todo.

Resposta: Letra A.
Assinalei com (X) as inadequações e destaquei as inclusões:
Em “a”: O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando atendem, de forma voluntária, aos funcionários e à comu-
nidade em geral, pode ser definido como responsabilidade social = correta
Em “b”: As empresas que optam por encampar a prática da responsabilidade social, (X) beneficiam-se de conseguir uma
melhor imagem no mercado.
Em “c”: A noção de responsabilidade social foi muito utilizada em campanhas publicitárias: (X) ; por isso, as empresas
precisam relacionar-se melhor, (X) com a sociedade.
Em “d”: A responsabilidade social explora um leque abrangente de beneficiários, envolvendo , assim: (X) , a qualidade de
vida , o bem-estar dos trabalhadores, (X) e a redução de impactos negativos, (X) no meio ambiente.
Em “e”: Alguns críticos da responsabilidade social defendem a ideia de que: (X) o objetivo das empresas é o lucro e a
geração de empregos , não a preocupação com a sociedade como um todo.

5. (PC-SP - Investigador de Polícia – Vunesp-2014)

(Folha de S.Paulo, 03.01.2014. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, no primeiro quadrinho, na fala de Hagar, deve ser utilizada uma vírgula, obrigatoriamente,

a) antes da palavra “olho”.


PORTUGUÊS

b) antes da palavra “e”.


c) depois da palavra “evitar”.
d) antes da palavra “evitar”.
e) depois da palavra “e”.

22
Resposta: Letra C. A) Radical, lexema ou semantema – é o elemento
“Não posso evitar doutor” = no diálogo, Hagar fala com portador de significado. É através do radical que po-
o doutor (vocativo); portanto, presença obrigatória de demos formar outras palavras comuns a um grupo
vírgula após o verbo “evitar”. de palavras da mesma família. Exemplo: pequeno, pe-
quenininho, pequenez. O conjunto de palavras que se
6. (TJ-RS – JUIZ DE DIREITO – SUBSTITUTO – VU- agrupam em torno de um mesmo radical denomina-
NESP-2018) No trecho do primeiro parágrafo do texto -se família de palavras.
– Nas escolas da Catalunha, a separação da Espanha tem B) Afixos – elementos que se juntam ao radical antes
apoio maciço. É uma situação que contrasta com outros lu- (os prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: be-
gares de Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas leza (sufixo), prever (prefixo), infiel (prefixo).
dimensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas, que se
cotovelam nos pontos turísticos da cidade, … –, empre- C) Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
gam-se as vírgulas para separar as expressões destacadas
têm-se formas como amava, amavas, amava, amá-
porque elas
vamos, amáveis, amavam. Estas modificações ocor-
rem à medida que o verbo vai sendo flexionado em
a) acrescem às informações precedentes comentários que
lhes ampliam o sentido. número (singular e plural) e pessoa (primeira, segun-
b) sintetizam as ideias centrais das informações preceden- da ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o
tes. tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse,
c) apresentam informações que se opõem às informações por exemplo). Assim, podemos concluir que existem
precedentes. morfemas que indicam as flexões das palavras. Estes
d) retificam as informações precedentes, dando-lhes o cor- morfemas sempre surgem no fim das palavras variá-
reto matiz semântico. veis e recebem o nome de desinências. Há desinên-
e) estabelecem certas restrições de sentido às informações cias nominais e desinências verbais.
precedentes.
C.1 Desinências nominais: indicam o gênero e o nú-
Resposta: Letra A. mero dos nomes. Para a indicação de gênero, o por-
É uma situação que contrasta com outros lugares de tuguês costuma opor as desinências -o/-a: garoto/
Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas dimen- garota; menino/menina. Para a indicação de número,
sões. De um lado, há a Barcelona dos turistas, que se costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plu-
cotovelam nos pontos turísticos da cidade ral em oposição à ausência de morfema, que indica
o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/
Os períodos destacados acrescentam informações aos meninos; menina/meninas. No caso dos nomes ter-
termos citados anteriormente. minados em –r e –z, a desinência de plural assume a
forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cru-
zes.
MORFOLOGIA: ESTRUTURA E FORMAÇÃO
DAS PALAVRAS E CLASSES DE PALAVRAS. C.2 Desinências verbais: em nossa língua, as desinên-
cias verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desi-
nências que indicam o modo e o tempo (desinências
ESTRUTURA DAS PALAVRAS modo-temporais) e outras que indicam o número e
a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):
As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos em
seus menores elementos (partes) possuidores de sentido. cant-á-va-mos:
A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por três cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência
elementos significativos: modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do
In = elemento indicador de negação indicativo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a
Explic – elemento que contém o significado básico da primeira pessoa do plural)
palavra
Ável = elemento indicador de possibilidade cant-á-sse-is:
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência
Estes elementos formadores da palavra recebem o modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do
nome de morfemas. Através da união das informações subjuntivo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a
contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se segunda pessoa do plural)
entender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que
PORTUGUÊS

não tem possibilidade de ser explicado, que não é possível D) Vogal temática
tornar claro”. Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge
Morfemas = são as menores unidades significativas sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido. às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função
Classificação dos morfemas é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao

23
tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as A) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida
desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam por acréscimo de prefixo.
vogais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática In feliz / des leal
indica as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e Prefixo radical prefixo radical
(da 2.ª conjugação = escrever) e –i (3.ª conjugação = partir).
B) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
D.1 Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quan- acréscimo de sufixo.
do átonas finais, como em mesa, artista, perda, es- Feliz mente / leal dade
cola, base, combate. Nestes casos, não poderíamos Radical sufixo radical sufixo
pensar que essas terminações são desinências indi-
cadoras de gênero, pois mesa e escola, por exemplo, C) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acrésci-
não sofrem esse tipo de flexão. É a estas vogais te- mo simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese
máticas que se liga a desinência indicadora de plural: formam-se principalmente verbos.
mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em En trist ecer
vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) Prefixo radical sufixo
não apresentam vogal temática.
En tard ecer
D.2 Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- prefixo radical sufixo
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome
de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática Há dois casos em que a palavra derivada é formada
é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
vogal temática é -e pertencem à segunda conjuga- regressiva e a derivação imprópria.
ção e os que têm vogal temática -i pertencem à ter-
ceira conjugação. Derivação
E) Interfixos
• Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
São os elementos (vogais ou consoantes) que se
redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na
intercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou
formação de substantivos derivados de verbos.
mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra.
janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
Por exemplo:
(substantivo) – deriva de pescar (verbo)
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro.
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
• Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é ob-
Formação das Palavras tida pela mudança de categoria gramatical da pala-
vra primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma,
Há em Português palavras primitivas, palavras derivadas, mas somente na classe gramatical.
palavras simples, palavras compostas. Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê”
A) Palavras primitivas: aquelas que, na língua portu- deriva da conjunção porque)
guesa, não provêm de outra palavra: pedra, flor. Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva
B) Palavras derivadas: aquelas que, na língua portu- do verbo olhar).
guesa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.
C) Palavras simples: aquelas que possuem um só radi- #FicaDica
cal: azeite, cavalo.
D) Palavras compostas: aquelas que possuem mais de A derivação regressiva “mexe” na estrutura
um radical: couve-flor, planalto. da palavra, geralmente transforma verbos em
substantivos: caça = deriva de caçar, saque =
As palavras compostas podem ou não ter seus deriva de sacar
elementos ligados por hífen. A derivação imprópria não “mexe” com a pa-
lavra, apenas faz com que ela pertença a uma
Processos de Formação de Palavras classe gramatical “imprópria” da qual ela real-
mente, ou melhor, costumeiramente faz parte.
Na Língua Portuguesa há muitos processos de formação A alteração acontece devido à presença de ou-
de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação, a tros termos, como artigos, por exemplo:
composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo. O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a
funcionar como substantivo devido à presença
PORTUGUÊS

Derivação por Acréscimo de Afixos do artigo “o”)

É o processo pelo qual se obtêm palavras novas


(derivadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A
derivação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.

24
Composição 2. (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – MÉDIO
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais - IBFC/2014) O vocábulo “entristecido” é um exemplo de:
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de a) palavra composta
composição: justaposição e aglutinação. b) palavra primitiva
A) Justaposição: ocorre quando os elementos que for- c) palavra derivada
mam o composto são postos lado a lado, ou seja, d) neologismo
justapostos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa,
segunda-feira, girassol. Resposta: Letra C.
B) Composição por aglutinação: ocorre quando os en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) = ao
elementos que formam o composto aglutinam-se e radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
pelo menos um deles perde sua integridade sonora: “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do pro-
aguardente (água + ardente), planalto (plano + alto), cesso de formação de palavras chamado de: prefixação
pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre). e sufixação. Para o exercício, basta “derivada”!

Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Abreviação – é a redução de palavras até o limite CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar.
permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São
(pneumático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras:
Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras, literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras iniciais:
p. ou pág. (para página), Sr. (para senhor). SITE
Disponível em: http://www.brasilescola.com/gramatica/
Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se estrutura-e-formacao-de-palavras-i.htm
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras
iniciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas
impuras), que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
puras); DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas
impuras). 1. ADJETIVO

Hibridismo: é a palavra formada com elementos É a palavra que expressa uma qualidade ou característica
oriundos de línguas diferentes: automóvel (auto: grego; do ser e se relaciona com o substantivo, concordando com
móvel: latim); sociologia (socio: latim; logia: grego); este em gênero e número.
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego). As praias brasileiras estão poluídas.
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
EXERCÍCIOS COMENTADOS Locução adjetiva

1. (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊNCIA Locução = reunião de palavras. Sempre que são


SOCIAL – SUPERIOR - CEPERJ/2014) A palavra “infraes- necessárias duas ou mais palavras para falar sobre a
trutura” é formada pelo seguinte processo: mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição
+ substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a
a) sufixação Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo).
b) prefixação Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem
c) parassíntese freio (paixão desenfreada).
d) justaposição Observe outros exemplos:
e) aglutinação
de águia aquilino
Resposta: Letra B.
Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um prefi- de aluno discente
PORTUGUÊS

xo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou pre- de anjo angelical


fixação).
de ano anual
de aranha aracnídeo

25
de boi bovino
de cabelo capilar
de cabra caprino
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial
de criança pueril
de dedo digital
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo
de farinha farináceo
de fera ferino
de ferro férreo
de fogo ígneo
de garganta gutural
de gelo glacial
de guerra bélico
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal
de lago lacustre
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
de madeira lígneo
de mestre magistral
de ouro áureo
de paixão passional
de pâncreas pancreático
de porco suíno ou porcino
dos quadris ciático
de rio fluvial
de sonho onírico
de velho senil
de vento eólico
de vidro vítreo ou hialino
de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico

Observação:
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª série. / O
muro de tijolos caiu.
PORTUGUÊS

26
Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como
adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Adjetivo Pátrio (ou gentílico)

Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:

Estados e cidades brasileiras:

Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos
substantivos, classificam-se em:
PORTUGUÊS

A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

27
B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
masculino como para o feminino: homem feliz e mulher
feliz. No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
feminino: conflito político-social e desavença político-social. quão.
Número dos Adjetivos Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de
Superioridade
A) Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos Inferioridade
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e
ruins, boa e boas.
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
que estiver qualificando um elemento for, originalmente, eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior,
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: grande/maior, baixo/inferior.
a palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém,
se estiver qualificando um elemento, funcionará como Observe que:
adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, • As formas menor e pior são comparativos de superio-
ternos cinza. ridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau,
Motos vinho (mas: motos verdes) respectivamente.
Paredes musgo (mas: paredes brancas). • Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). (melhor, pior, maior e menor), porém, em compara-
ções feitas entre duas qualidades de um mesmo ele-
B) Adjetivo Composto mento, deve-se usar as formas analíticas mais bom,
É aquele formado por dois ou mais elementos. mais mau,mais grande e mais pequeno. Por exemplo:
Normalmente, esses elementos são ligados por hífen.
Apenas o último elemento concorda com o substantivo Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois
a que se refere; os demais ficam na forma masculina, elementos.
singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo duas qualidades de um mesmo elemento.
composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de
é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver Inferioridade
qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso Sou menos passivo (do) que tolerante.
se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo
composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo B) Superlativo
composto inteiro ficará invariável. Veja: O superlativo expressa qualidades num grau muito
Camisas rosa-claro. elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo
Ternos rosa-claro.
e apresenta as seguintes modalidades:
Olhos verde-claros.
B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. de um ser é intensificada, sem relação com outros seres.
Apresenta-se nas formas:
Observação: • Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de pa-
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer lavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, • Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por exem-
vestidos cor-de-rosa. plo: O concurseiro é esforçadíssimo.
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois elementos Observe alguns superlativos sintéticos:
flexionados: crianças surdas-mudas.
benéfico - beneficentíssimo
Grau do Adjetivo
bom - boníssimo ou ótimo
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a comum - comuníssimo
intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do
adjetivo: o comparativo e o superlativo. cruel - crudelíssimo
difícil - dificílimo
A) Comparativo
PORTUGUÊS

Nesse grau, comparam-se a mesma característica doce - dulcíssimo


atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características fácil - facílimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de fiel - fidelíssimo
igualdade, de superioridade ou de inferioridade.

28
B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade Flexão do Advérbio
de um ser é intensificada em relação a um conjunto
de seres. Essa relação pode ser: Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não
• De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de to- apresentam variação em gênero e número. Alguns
das. advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe:
• De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de to-
A) Grau Comparativo
das.
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo
que o comparativo do adjetivo:
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio • de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Rena-
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, to fala tão alto quanto João.
antepostos ao adjetivo. • de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas Renato fala menos alto do que João.
formas: uma erudita - de origem latina – e outra popular • de superioridade:
- de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo fala mais alto do que João.
ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; a popular é A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
constituída do radical do adjetivo português + o sufixo melhor que João.
-íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo com B) Grau Superlativo
O superlativo pode ser analítico ou sintético:
dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os terminados em
B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
–eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio – cheíssimo. fala muito alto.
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS modo
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala altís-
- Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São simo.
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Observação:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação comuns na língua popular.
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
A criança levantou cedinho. (muito cedo)
SITE
Classificação dos Advérbios
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
secoes/morf/morf32.php> De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio
pode ser de:
2. ADVÉRBIO A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto,
Compare estes exemplos: aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte,
O ônibus chegou. nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém,
O ônibus chegou ontem. embaixo, externamente, a distância, à distância de,
de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o lado, em volta.
sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
próprio advérbio. antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora,
sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constante-
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei
mente, entrementes, imediatamente, primeiramente,
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à
(bem) noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adjetivo quando em quando, a qualquer momento, de tempos
(claros) em tempos, em breve, hoje em dia.
C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depres-
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescentar sa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às
ideia de: cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos,
Tempo: Ela chegou tarde. desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, fren-
te a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior
PORTUGUÊS

Lugar: Ele mora aqui.


Modo: Eles agiram mal. parte dos que terminam em “-mente”: calmamente,
Negação: Ela não saiu de casa. tristemente, propositadamente, pacientemente, amo-
Dúvida: Talvez ele volte. rosamente, docemente, escandalosamente, bondosa-
mente, generosamente.

29
D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efe- Interrogação Direta Interrogação Indireta
tivamente, certo, decididamente, deveras, indubitavel-
mente. Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, Onde mora? Indaguei onde morava.
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel- Por que choras? Não sei por que choras.
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem Aonde vai? Perguntei aonde ia.
sabe.
Donde vens? Pergunto donde vens.
G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tan- Quando voltas? Pergunto quando voltas.
to, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, qua-
se, de todo, de muito, por completo, extremamente, Locução Adverbial
intensamente, grandemente, bem (quando aplicado a
propriedades graduáveis). Quando há duas ou mais palavras que exercem função
H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expressar
mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinariamente
Brando, o vento apenas move a copa das árvores. por uma preposição. Veja:
I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
Por exemplo: O indivíduo também amadurece duran- dentro, por aqui, etc.
te a adolescência. B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer geral, frente a frente, etc.
aos meus amigos por comparecerem à festa. D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
hoje em dia, nunca mais, etc.
Saiba que:
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo, o
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei adjetivo e outro advérbio:
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos Chegou muito cedo. (advérbio)
tarde possível. Joana é muito bela. (adjetivo)
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, De repente correram para a rua. (verbo)
em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu
calma e respeitosamente. Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Há palavras como muito, bastante, que podem aparecer O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advérbio:
como advérbio e como pronome indefinido. Cheguei primeiro.
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e
adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
adverbial, classificando-se de acordo com as circunstâncias
que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
#FicaDica Exemplo:
Como saber se a palavra bastante é advérbio Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefi- adverbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
nido (varia, sofre flexão)? Se der, na frase, para Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de
intensidade e de tempo, respectivamente.
substituir o “bastante” por “muito”, estamos
diante de um advérbio; se der para substituir
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja:
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar
1. Estudei bastante para o concurso. (estudei
- Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São
muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio
Paulo: Saraiva, 2010.
2. Estudei bastantes capítulos para o concurso.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
(estudei muitos capítulos) = pronome indefinido
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
PORTUGUÊS

Advérbios Interrogativos

São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? SITE


por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: secoes/morf/morf75.php>

30
3. ARTIGO Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria sairá
agora?
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
se como o termo variável que serve para individualizar ou Exceção: O senhor vai à festa?
generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
(masculino/feminino) e o número (singular/plural). Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Esse é
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o candidato
variações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações cuja nota foi a mais alta.
“uma”[s] e “uns]).
A) Artigos definidos – São usados para indicar seres REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
determinados, expressos de forma individual: O con- CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar
curseiro estuda muito. Os concurseiros estudam mui- - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São
to. Paulo: Saraiva, 2010.
B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres de AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
modo vago, impreciso: Uma candidata foi aprovada! literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
Umas candidatas foram aprovadas! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar
- Português linguagens: volume 1– 7.ª ed. Reform. – São
Considera-se obrigatório o uso do artigo depois Paulo: Saraiva, 2010.
do numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal
conteúdo. SITE
Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos) Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de gramatica/artigo.htm>
Janeiro, Veneza, A Bahia...
Quando indicado no singular, o artigo definido pode 4. CONJUNÇÃO
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
No caso de nomes próprios personativos, denotando a
Além da preposição, há outra palavra também
ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do
invariável que, na frase, é usada como elemento de ligação:
artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O Pedro é
a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas
o xodó da família.
palavras de mesma função em uma oração:
No caso de os nomes próprios personativos estarem no
O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, os
São Paulo.
Incas, Os Astecas...
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”. Morfossintaxe da Conjunção
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem
(qualquer classe) propriamente uma função sintática: são conectivos.

Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é Classificação da Conjunção


facultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso.
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter é uns conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
vinte anos. subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
O artigo também é usado para substantivar palavras pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse
pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o porquê isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
de tudo isso. / O bem vence o mal. sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção
depende da existência do outro. Veja:
Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
usado: Podemos separá-las por ponto:
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas Temos acima um exemplo de conjunção (e,
PORTUGUÊS

conhecidas: O professor visitará Roma. consequentemente, orações coordenadas) coordenativa –


“mas”. Já em:
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a Espero que eu seja aprovada no concurso!
presença do artigo será obrigatória: O professor visitará a Não conseguimos separar uma oração da outra, pois
bela Roma. a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração

31
principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
temos uma oração subordinada substantiva objetiva direta elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
(ela exerce a função de objeto direto do verbo da oração Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
principal). as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)
Conjunções Coordenativas
Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exerce
São aquelas que ligam orações de sentido completo a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com
e independente ou termos da oração que têm a mesma a circunstância que expressam, classificam-se em:
função gramatical. Subdividem-se em: A) Causais: introduzem uma oração que é causa da
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que,
A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando como (= porque, no início da frase), pois que, visto
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.
não), não só... mas também, não só... como também, Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
bem como, não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. B) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
Não só dança, mas também canta. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impe-
dir sua realização. São elas: embora, ainda que, ape-
B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- sar de que, se bem que, mesmo que, por mais que,
pressando ideia de contraste ou compensação. São posto que, conquanto, etc.
elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no en- Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
tanto, não obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. C) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal.
C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que, desde que, a menos que, sem que, etc.
que se realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
#FicaDica
D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
que expressa ideia de conclusão ou consequência. Você deve ter percebido que a conjunção con-
São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por dicional “se” também é conjunção integrante. A
conseguinte, por isso, assim. diferença é clara ao ler as orações que são intro-
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não duzidas por ela. Acima, ela nos dá a ideia da con-
ficou nervosa. dição para que recebamos um telefonema (se
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. for preciso ajuda). Já na oração: Não sei se farei
o concurso. = Não há ideia de condição alguma,
E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração há? Outra coisa: o verbo da oração principal (sei)
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São pede complemento (objeto direto, já que “quem
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. não sabe, não sabe algo”). Portanto, a oração em
Não demore, que o filme já vai começar. destaque exerce a função de objeto direto da
Falei muito, pois não gosto do silêncio! oração principal, sendo classificada como oração
subordinada substantiva objetiva direta.
Conjunções Subordinativas

São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas D) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
dependente da outra. A oração dependente, introduzida me a conformidade de um fato com outro. São elas:
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de oração conforme, como (= conforme), segundo, consoante,
subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado etc.
quando ela chegou. O passeio ocorreu como havíamos planejado.
O baile já tinha começado: oração principal
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) E) Finais: introduzem uma oração que expressa a finali-
PORTUGUÊS

ela chegou: oração subordinada dade ou o objetivo com que se realiza a oração prin-
cipal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (=
As conjunções subordinativas subdividem-se em para que), que, etc.
integrantes e adverbiais: Toque o sinal para que todos entrem no salão.

32
F) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa 5. INTERJEIÇÃO
um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do
expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais), sensações, estados de espírito. É um recurso da linguagem
quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira
menos... (menos), etc. lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a
O preço fica mais caro à medida que os produtos manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente
escasseiam. de uma situação particular, um momento ou um contexto
específico. Exemplos:
Observação: Ah, como eu queria voltar a ser criança!
São incorretas as locuções proporcionais à medida em ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
que, na medida que e na medida em que. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
G) Temporais: introduzem uma oração que acrescen-
ta uma circunstância de tempo ao fato expresso na O significado das interjeições está vinculado à maneira
oração principal. São elas: quando, enquanto, antes como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o sentido
que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde que a expressão vai adquirir em cada contexto em que for
que, sempre que, assim que, agora que, mal (= assim utilizada. Exemplos:
que), etc.
A briga começou assim que saímos da festa. Psiu!
contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
H) Comparativas: introduzem uma oração que ex- ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
pressa ideia de comparação com referência à oração Ei, espere!”
principal. São elas: como, assim como, tal como, como
se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do que, Psiu!
quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado contexto: alguém pronunciando em um hospital;
com menos ou mais), etc. significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. silêncio!”

I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de puxa: interjeição; tom da fala: euforia
modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito
que, que (tendo como antecedente na oração principal Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
exame. As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito interessante!
FIQUE ATENTO! B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da mi-
Muitas conjunções não têm classificação única, nha frente.
imutável, devendo, portanto, ser classificadas
de acordo com o sentido que apresentam no As interjeições podem ser formadas por:
contexto (destaque da Zê!). • simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
• palavras: Oba! Olá! Claro!
• grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ora bolas!
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Classificação das Interjeições
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar
- Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Paulo: Saraiva, 2010. A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido!
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: Atenção! Olha! Alerta!
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
PORTUGUÊS

SITE D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!


Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
secoes/morf/morf84.php> Ânimo! Adiante!
F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!

33
H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Essa não! Chega! Basta! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Deus! CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa -
J) Desculpa: Perdão! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática –
K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! volume único – 3.ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê!
M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! SITE
Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! secoes/morf/morf89.php>
Pô! Ora!
O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! 6. NUMERAL
P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva!
Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Q) Silêncio: Psiu! Silêncio! numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de
R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa! pessoas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa
determinada sequência.
Saiba que:
As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não Os numerais traduzem, em palavras, o que os números
sofrem variação em gênero, número e grau como os indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão
nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se trata de
e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, numerais, mas sim de algarismos.
algumas interjeições sofrem variação em grau. Não se trata Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem
de um processo natural desta classe de palavra, mas tão só a ideia expressa pelos números, existem mais algumas
uma variação que a linguagem afetiva permite. Exemplos: palavras consideradas numerais porque denotam
oizinho, bravíssimo, até loguinho. quantidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos:
década, dúzia, par, ambos(as), novena.
Locução Interjetiva
Classificação dos Numerais
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determina-
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclamativo têm sentido coletivo, como por exemplo: século, par,
torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise dos dúzia, década, bimestre.
termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha-me B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
Deus!, Quem me dera! ou alguma coisa ocupa numa determinada sequên-
1. As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. cia: primeiro, segundo, centésimo, etc.
Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por essa!) / As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo, fi-
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe) nal e penúltimo também indicam posição dos seres,
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é mas são classificadas como adjetivos, não ordinais.
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
classes gramaticais podem aparecer como interjei- seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos,
ções. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora! Fran- etc.
camente! (Advérbios) D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação
3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra- dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi
se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique
quieto! Flexão dos numerais
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-ta- uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
que! Quá-quá-quá!, etc. duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
5. Não se deve confundir a interjeição de apelo «ó» quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão,
com a sua homônima «oh!», que exprime admira- variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais
PORTUGUÊS

ção, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois cardinais são invariáveis.
do «oh!» exclamativo e não a fazemos depois do «ó»
vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe piedosa e
pura!” (Olavo Bilac)

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Os numerais ordinais variam em gênero e número:

primeiro segundo milésimo


primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e
conseguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do
medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças
partes.
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido.
É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)

Emprego e Leitura dos Numerais

Os numerais são escritos em conjunto de três algarismos, contados da direita para a esquerda, em forma de centenas,
dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma separação através de ponto ou espaço correspondente a um ponto:
8.234.456 ou 8 234 456.
Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar exagero intencional, constituindo a figura de linguagem conhecida
como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil novecentos e
noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos reais.
(R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo
e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo;

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associação. Ficará mais fácil!
PORTUGUÊS

35
Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e
outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua utilização
exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é dispensado
caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
PORTUGUÊS

quinhentos quingentésimo - quingentésimo


seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo

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oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php>

7. PREPOSIÇÃO

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente
há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura da
língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição

A) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, con-
tra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja, forma-
das por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em
frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gênero ou
em número. Exemplo: por + o = pelo / por + a = pela.
Essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir dos processos de:
• Combinação: união da preposição “a” com o artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocábulos
não sofrem alteração.
• Contração: união de uma preposição com outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + o = do,
em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daquele, em + isso = nisso.
• Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do pronome
“aquilo”).

O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja um
artigo, virá precedendo um substantivo, servindo para determiná-lo como um substantivo singular e feminino: A matéria
que estudei é fácil!

Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Irei à festa sozinha.
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.

Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a apostila.
= Nós a trouxemos.
PORTUGUÊS

37
Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
por meio das preposições: [minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala]
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
Destino = Irei a Salvador. [tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
Modo = Saiu aos prantos. fala]
Lugar = Sempre a seu lado. A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
Assunto = Falemos sobre futebol. [dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem
Tempo = Chegarei em instantes. se fala]
Causa = Chorei de saudade.
Fim ou finalidade = Vim para ficar. Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
Instrumento = Escreveu a lápis. variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em número
Posse = Vi as roupas da mamãe. (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência
Autoria = livro de Machado de Assis através do pronome seja coerente em termos de gênero
Companhia = Estarei com ele amanhã. e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
Matéria = copo de cristal. mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Meio = passeio de barco. Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nossa
Origem = Nós somos do Nordeste. escola neste ano.
Conteúdo = frascos de perfume. [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. adequada]
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais. [neste: pronome que determina “ano” = concordância
adequada]
Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas [ele: pronome que faz referência à “Roberta” =
locuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução concordância inadequada]
prepositiva por trás de.
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Pronomes Pessoais
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar
São aqueles que substituem os substantivos, indicando
- Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
Paulo: Saraiva, 2010. assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à
pessoa ou às pessoas de quem se fala.
SITE Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções
Disponível em: <http://www.infoescola.com/portugues/ que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do
preposicao/> caso oblíquo.
8. PRONOME A) Pronome Reto
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na
Pronome é a palavra variável que substitui ou sentença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos
acompanha um substantivo (nome), qualificando-o de flores.
alguma forma. Os pronomes retos apresentam flexão de número,
O homem julga que é superior à natureza, por isso o gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última
homem destrói a natureza... a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim
superior à natureza, por isso ele a destrói... configurado:
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos 1.ª pessoa do singular: eu
(homem e natureza). 2.ª pessoa do singular: tu
3.ª pessoa do singular: ele, ela
Grande parte dos pronomes não possuem significados 1.ª pessoa do plural: nós
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação 2.ª pessoa do plural: vós
dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar 3.ª pessoa do plural: eles, elas
a referência exata daquilo que está sendo colocado
por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com Esses pronomes não costumam ser usados como
exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi
ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até
PORTUGUÊS

demais pronomes têm por função principal apontar para


as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando- aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem ser evitadas
lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude na língua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem
dessa característica, os pronomes apresentam uma forma ser usados os pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na
específica para cada pessoa do discurso. rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-me até aqui”.

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Frequentemente observamos a omissão do pronome Lista dos pronomes oblíquos tônicos:
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
formas verbais marcam, através de suas desinências, as 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela
boa viagem. (Nós) 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
B) Pronome Oblíquo 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
sentença, exerce a função de complemento verbal Observe que as únicas formas próprias do pronome
(objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti).
indireto) As demais repetem a forma do pronome pessoal do caso
reto.
Observação:
O pronome oblíquo é uma forma variante do pronome As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diversa pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto.
que eles desempenham na oração: pronome reto marca o Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da língua
sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento formal, os pronomes costumam ser usados desta forma:
da oração. Os pronomes oblíquos sofrem variação de Não há mais nada entre mim e ti.
acordo com a acentuação tônica que possuem, podendo Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
ser átonos ou tônicos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Não vá sem mim.
B.1 Pronome Oblíquo Átono
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não Há construções em que a preposição, apesar de surgir
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração
fraca: Ele me deu um presente. cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter
Lista dos pronomes oblíquos átonos
sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá
1.ª pessoa do singular (eu): me
ser do caso reto.
2.ª pessoa do singular (tu): te
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
Não vá sem eu mandar.
1.ª pessoa do plural (nós): nos
2.ª pessoa do plural (vós): vos
A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
FIQUE ATENTO! mim!
Os pronomes o, os, a, as assumem formas es- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes
peciais depois de certas terminações verbais: originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de
mesmo tempo que a terminação verbal é su- companhia: Ele carregava o documento consigo.
primida. Por exemplo: A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas: Ela
fiz + o = fi-lo veio até mim, mas nada falou.
fazeis + o = fazei-lo Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
dizer + a = dizê-la inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na
prova, até eu! (= inclusive eu)
2. Quando o verbo termina em som nasal, o
pronome assume as formas no, nos, na, nas. As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por
Por exemplo: “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são
viram + o: viram-no reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
repõe + os = repõe-nos todos, ambos ou algum numeral.
retém + a: retém-na Você terá de viajar com nós todos.
tem + as = tem-nas Estávamos com vós outros quando chegaram as más
notícias.
Ele disse que iria com nós três.
B.2 Pronome Oblíquo Tônico
PORTUGUÊS

Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos B.3 Pronome Reflexivo


por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. São pronomes pessoais oblíquos que, embora
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função funcionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a
forte. ação expressa pelo verbo.

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Lista dos pronomes reflexivos: familiar. Você e vocês são largamente empregados no
1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de
lembro disso. uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma
2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo. vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou
3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo = literária.
Guilherme já se preparou.
Ela deu a si um presente. Observações:
Antônio conversou consigo mesmo.
1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados
2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes em relação à pessoa com quem falamos: Espero que
com esta conquista. V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.
3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se
conheceram. / Elas deram a si um dia de folga. 2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram
que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República,
agiu com propriedade.
#FicaDica
O pronome é reflexivo quando se refere à mes- 3. Os pronomes de tratamento representam uma forma
ma pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores.
me arrumei e saí. Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por
É pronome recíproco quando indica reciproci- exemplo, estamos nos endereçando à excelência que
dade de ação: Nós nos amamos. / Olhamo-nos esse deputado supostamente tem para poder ocupar
calados. o cargo que ocupa.
O “se” pode ser usado como palavra expletiva
ou partícula de realce, sem ser rigorosamente 4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2.ª
necessária e sem função sintática: Os explorado- pessoa, toda a concordância deve ser feita com a
res riam-se de suas tentativas. / Será que eles se 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
foram? vos e os pronomes oblíquos empregados em relação
a eles devem ficar na 3.ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas
C) Pronomes de Tratamento promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal,
cerimonioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor 5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos
(portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar,
pessoa. Alguns exemplos: ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais chamar alguém de “você”, não poderemos usar “te”
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religiosos ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na ter-
em geral ceira pessoa.
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
professores de curso superior, ministros de Estado e de teus cabelos. (errado)
Tribunais, governadores, secretários de Estado, presidente
da República (sempre por extenso) Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universidades seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais ou
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de
igual categoria Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
de direito
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Pronomes Possessivos
cerimonioso
PORTUGUÊS

Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora (coisa possuída).
e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento singular)

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NÚMERO PESSOA PRONOME Esse material em sua carteira é seu?
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está
singular primeira meu(s), minha(s) distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com
singular segunda teu(s), tua(s) quem se fala:
Aquele material não é nosso.
singular terceira seu(s), sua(s)
Vejam aquele prédio!
plural primeira nosso(s), nossa(s)
plural segunda vosso(s), vossa(s) B) Em relação ao tempo:
Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
plural terceira seu(s), sua(s) relação à pessoa que fala:
Esta manhã farei a prova do concurso!
Note que:
A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, porém
que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto relativamente próximo à época em que se situa a pessoa
possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele que fala:
momento difícil. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

Observações: Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afastamento


1. A forma “seu” não é um possessivo quando resultar no tempo, referido de modo vago ou como tempo remoto:
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obri- Naquele tempo, os professores eram valorizados.
gado, seu José.
C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se
2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos- falará ou escreverá):
se. Podem ter outros empregos, como: Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática,
anos. ortografia, concordância.
C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá
seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o Sua aprovação no concurso, isso é o que mais desejamos!
pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Exce-
lência trouxe sua mensagem? Este e aquele são empregados quando se quer fazer
referência a termos já mencionados; aquele se refere ao
4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo termo referido em primeiro lugar e este para o referido por
concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros último:
e anotações.
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
5. Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí- este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou se- aquele [Palmeiras])
guir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos)
ou
6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
para que não ocorra redundância: Coloque tudo nos aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
respectivos lugares. aquele [Palmeiras])

Pronomes Demonstrativos Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou


invariáveis, observe:
São utilizados para explicitar a posição de certa palavra Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser aquela(s).
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Invariáveis: isto, isso, aquilo.

A) Em relação ao espaço: Também aparecem como pronomes demonstrativos:


Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da • o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
pessoa que fala:
PORTUGUÊS

puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s),


Este material é meu. aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)

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• mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam Os pronomes indefinidos podem ser divididos em
em gênero quando têm caráter reforçativo: variáveis e invariáveis. Observe:
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. • Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
Eu mesma refiz os exercícios. tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita,
Elas mesmas fizeram isso. pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quais-
Eles próprios cozinharam. quer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos, vários,
Os próprios alunos resolveram o problema. tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas, todas,
muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
• semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. • Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
algo, cada.
• tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.
*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo querer),
1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plural é
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou feito em seu interior).
então: este solteiro, aquele casado) - este se refere à
pessoa mencionada em último lugar; aquele, à men- Todo e toda no singular e junto de artigo significa inteiro;
cionada em primeiro lugar. sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor? Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, Trabalho todo dia. (= todos os dias)
desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava
vendo. (no = naquilo) São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada
um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja
Pronomes Indefinidos
quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo),
tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso,
Cada um escolheu o vinho desejado.
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
quantidade indeterminada.
Pronomes Relativos
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
plantadas.
São aqueles que representam nomes já mencionados
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser as orações subordinadas adjetivas.
humano que seguramente existe, mas cuja identidade é O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: um grupo racial sobre outros.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o = oração subordinada adjetiva).
lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres
na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, bel- O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
trano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo. e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
Algo o incomoda? “sistema” é antecedente do pronome relativo que.
Quem avisa amigo é. O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome
demonstrativo o, a, os, as.
B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser Não sei o que você está querendo dizer.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quan- Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
tidade aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). expresso.
Cada povo tem seus costumes. Quem casa, quer casa.
Certas pessoas exercem várias profissões.
Observe:
Note que: Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
pronomes indefinidos adjetivos: quantas.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
PORTUGUÊS

nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, Note que:


quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser
Menos palavras e mais ações. substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando
Alguns se contentam pouco. seu antecedente for um substantivo.

42
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) • como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a vras modo, maneira ou forma:
qual) Não me parece correto o modo como você agiu sema-
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os na passada.
quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as • quando (= em que) – desde que tenha como antece-
quais) dente um nome que dê ideia de tempo:
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente me.
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. numa só frase.
Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: porte.
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
encantado: o sítio ou minha tia?). gente que conversava, (que) ria, observava.
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza- Pronomes Interrogativos
se o qual / a qual)
O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e São usados na formulação de perguntas, sejam elas
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
de ser poeta, que era a sua vocação natural. referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso.
O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com o São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações),
seu antecedente (o ser possuidor), mas com o consequente quanto (e variações).
(o ser possuído, com o qual concorda em gênero e número); Com quem andas?
não se usa artigo depois deste pronome; “cujo” equivale a Qual seu nome?
do qual, da qual, dos quais, das quais. Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
Existem pessoas cujas ações são nobres. O pronome pessoal é do caso reto quando tem função
(antecedente) (consequente) de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
quando desempenha função de complemento.
Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pronome: 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-se a) 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar.
“Quanto” é pronome relativo quando tem por
antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
e tudo: exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
Emprestei tantos quantos f o r a m reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função
necessários. de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
(antecedente) Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso.
Ele fez tudo quanto havia O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para
falado. a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
(antecedente) devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).

O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
precedido de preposição. tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
É um professor a quem muito diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos
devemos. de preposição.
(preposição) A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que
eu estava fazendo.
“Onde”, como pronome relativo, sempre possui B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim
antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: o que eu estava fazendo.
A casa onde morava foi assaltada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PORTUGUÊS

Na indicação de tempo, deve-se empregar quando SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
ou em que: Sinto saudades da época em que (quando) Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
morávamos no exterior. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar
Podem ser utilizadas como pronomes relativos as - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São
palavras: Paulo: Saraiva, 2010.

43
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira Yousseff
Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo: Saraiva, 2002.

SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php>

9. SUBSTANTIVO

Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam todos os seres que existem, sejam reais ou
imaginários. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam:
• lugares: Alemanha, Portugal
• sentimentos: amor, saudade
• estados: alegria, tristeza
• qualidades: honestidade, sinceridade
• ações: corrida, pescaria

Morfossintaxe do substantivo

Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo do
sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcionar como
núcleo do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como núcleo do
vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando
essas funções são desempenhadas por grupos de palavras.

Classificação dos Substantivos

A) Substantivos Comuns e Próprios


Observe a definição:

Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede
de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros).

Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade.
Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum.
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, homem,
mulher, país, cachorro.
Estamos voando para Barcelona.

O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele que
designa os seres de uma mesma espécie de forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.

B) Substantivos Concretos e Abstratos


B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe, independentemente de outros seres.
Observação:
Os substantivos concretos designam seres do mundo real e do mundo imaginário.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma.

B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que dependem de outros para se manifestarem ou existirem. Por
exemplo: a beleza não existe por si só, não pode ser observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa que
seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato.
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos,
e sem os quais não podem existir: vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).
PORTUGUÊS

• Substantivos Coletivos

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra abelha, mais outra abelha.
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.

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Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais
outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substantivo no singular
(enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie (abelhas).
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma
espécie.

Substantivo coletivo Conjunto de:


assembleia pessoas reunidas
alcateia lobos
acervo livros
antologia trechos literários selecionados
arquipélago ilhas
banda músicos
bando desordeiros ou malfeitores
banca examinadores
batalhão soldados
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra
enxoval roupas
falange soldados, anjos
fauna animais de uma região
feixe lenha, capim
flora vegetais de uma região
frota navios mercantes, ônibus
girândola fogos de artifício
horda bandidos, invasores
junta médicos, bois, credores, examinadores
júri jurados
legião soldados, anjos, demônios
leva presos, recrutas
malta malfeitores ou desordeiros
manada búfalos, bois, elefantes,
matilha cães de raça
molho chaves, verduras
PORTUGUÊS

multidão pessoas em geral


nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.)
penca bananas, chaves

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pinacoteca pinturas, quadros
quadrilha ladrões, bandidos
ramalhete flores
rebanho ovelhas
repertório peças teatrais, obras musicais
réstia alhos ou cebolas
romanceiro poesias narrativas
revoada pássaros
sínodo párocos
talha lenha
tropa muares, soldados
turma estudantes, trabalhadores
vara porcos

Formação dos Substantivos

A) Substantivos Simples e Compostos


Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.
O substantivo chuva é formado por um único elemento ou radical. É um substantivo simples.
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um único elemento.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos
(guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.

B) Substantivos Primitivos e Derivados


B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O
substantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra palavra.

Flexão dos substantivos

O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: meninão / Diminutivo: menininho

A) Flexão de Gênero
Gênero é um princípio puramente linguístico, não devendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito a todos
os substantivos de nossa língua, quer se refiram a seres animais providos de sexo, quer designem apenas “coisas”: o gato/a
gata; o banco, a casa.
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos que
podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
O velho e o mar
Um Natal inesquecível
Os reis da praia

Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim
Uma cidade sem passado
As tartarugas ninjas
PORTUGUÊS

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Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes

1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam Epicenos:


uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso
forma, que serve tanto para o masculino quanto para ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma
o feminino. Classificam-se em: para indicar o masculino e o feminino.
A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
se faz mediante a utilização das palavras “macho” e para designar os dois sexos. Esses substantivos são
“fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré ma- chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando
cho e o jacaré fêmea. houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
palavras macho e fêmea.
pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha,
A cobra macho picou o marinheiro.
a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: indi-
cam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega
e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista. Sobrecomuns:
Entregue as crianças à natureza.
Substantivos de origem grega terminados em ema
ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo
sintoma, o teorema. masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso,
nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar
• Existem certos substantivos que, variando de gênero, o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
variam em seu significado: A criança chorona chamava-se João.
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça A criança chorona chamava-se Maria.
(líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) e a
capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, Outros substantivos sobrecomuns:
juba); o lente (professor) e a lente (vidro de aumento); o a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão); criatura.
o praça (soldado raso) e a praça (área pública); o rádio o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
(aparelho receptor) e a rádio (estação emissora). Marcela faleceu

Formação do Feminino dos Substantivos Biformes Comuns de Dois Gêneros:


Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno -
aluna. Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
• Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
masculino: freguês - freguesa vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
• Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de A distinção de gênero pode ser feita através da
três formas:
análise do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o
1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
substantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante;
2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa;
3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão - repórter francês - repórter francesa
sultana
A palavra personagem é usada indistintamente nos dois
• Substantivos terminados em -or: gêneros. Entre os escritores modernos nota-se acentuada
acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz os personagens dos contos de carochinha.
Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino: O
• Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam
- consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / du- a personagem.
que - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
• Substantivos que formam o feminino trocando o -e fotográfico Ana Belmonte.
final por -a: elefante - elefanta
PORTUGUÊS

• Substantivos que têm radicais diferentes no masculino Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó
e no feminino: bode – cabra / boi - vaca (pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
• Substantivos que formam o feminino de maneira es- maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o
pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras ante- proclama, o pernoite, o púbis.
riores: czar – czarina, réu - ré

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Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, “ns”: homem - homens.
a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa). Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.
São geralmente masculinos os substantivos de origem
grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o Atenção:
plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema,
o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o eczema, O plural de caráter é caracteres.
o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tracoma, o
hematoma. Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; caracol
– caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul e
Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exceções, cônsules.
nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro Preto. / Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Alegre. / Uma duas maneiras:
Londres imensa e triste. 1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. 2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Gênero e Significação Observação:
A palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras:
Muitos substantivos têm uma significação no masculino répteis ou reptis (pouco usada).
e outra no feminino. Observe:
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
duas maneiras:
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão),
1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do
2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam
corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma
invariáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
(ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a
cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital
(cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural de
coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra três maneiras.
venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração 1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações
da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento da 2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães
confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o estepe 3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
(pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vegetação),
o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento, pena Observação:
grande das asas das aves), o grama (unidade de peso), a Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam
grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa dois – e até três – plurais:
(recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos ancião
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, – anciões/anciães/anciãos
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a charlatão – charlatões/charlatães
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva corrimão – corrimãos/corrimões
a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o guardião – guardiões/guardiães vilão –
pala (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, vilãos/vilões/vilães
anteparo), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o
voga (remador), a voga (moda). Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o
látex - os látex.
B) Flexão de Número do Substantivo
Plural dos Substantivos Compostos
Em português, há dois números gramaticais: o singular,
que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que A formação do plural dos substantivos compostos
indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica depende da forma como são grafados, do tipo de palavras
do plural é o “s” final. que formam o composto e da relação que estabelecem
entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-
Plural dos Substantivos Simples se como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
PORTUGUÊS

girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/


Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e malmequeres.
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – O plural dos substantivos compostos cujos elementos
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
Exceção: cânon - cânones. discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

48
A) Flexionam-se os dois elementos, quando formados pãe(s) + zinhos = pãezinhos
de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores animai(s) + zinhos = animaizinhos
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores- botõe(s) + zinhos = botõezinhos
perfeitos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
B) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas flore(s) + zinhas = florezinhas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e mão(s) + zinhas = mãozinhas
alto-falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos papéi(s) + zinhos = papeizinhos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
C) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando funi(s) + zinhos = funizinhos
formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água- túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
de-colônia e águas-de-colônia pai(s) + zinhos = paizinhos
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo- pé(s) + zinhos = pezinhos
vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como pé(s) + zitos = pezitos
determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou
o tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, Plural dos Nomes Próprios Personativos
bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã,
peixe-espada - peixes-espada. Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
sempre que a terminação preste-se à flexão.
D) Permanecem invariáveis, quando formados de: Os Napoleões também são derrotados.
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora As Raquéis e Esteres.
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-
rolhas Plural dos Substantivos Estrangeiros

Casos Especiais Substantivos ainda não aportuguesados devem ser


escritos como na língua original, acrescentando-se “s”
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os
o louva-a-deus e os louva-a-deus shorts, os jazz.
o bem-te-vi e os bem-te-vis Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo
o bem-me-quer e os bem-me-queres com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os jipes,
os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os réquiens.
o joão-ninguém e os joões-ninguém. Observe o exemplo: Este jogador faz gols toda vez que
joga.
Plural das Palavras Substantivadas O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras Plural com Mudança de Timbre
classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos. Certos substantivos formam o plural com mudança de
Pese bem os prós e os contras. timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
O aluno errou na prova dos noves. fonético chamado metafonia (plural metafônico).
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Observação:
Numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos seis
e alguns dez.

Plural dos Diminutivos


PORTUGUÊS

Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e


acrescenta-se o sufixo diminutivo.

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Singular Plural REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
corpo (ô) corpos (ó) Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
esforço esforços CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar.
Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São
fogo fogos
Paulo: Saraiva, 2010.
forno fornos CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
fosso fossos Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
imposto impostos
São Paulo: Saraiva, 2002.
olho olhos
osso (ô) ossos (ó) SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
ovo ovos secoes/morf/morf12.php>
poço poços
porto portos 10. VERBO
posto postos Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número,
tijolo tijolos tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos, é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc. outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
Observação:
Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de Estrutura das Formas Verbais
molho (ó) = feixe (molho de lenha).
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o os seguintes elementos:
norte, o leste, o oeste, a fé, etc. A) Radical: é a parte invariável, que expressa o signifi-
Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, cado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava;
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes. fal-am. (radical fal-)
Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que in-
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exem-
bom nome) e honras (homenagem, títulos). plo: fala-r. São três as conjugações:
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas com 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - E
sentido de plural: Aqui morreu muito negro. - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas C) Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
improvisadas. signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
C) Flexão de Grau do Substantivo / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
D) Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número
as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em: (singular ou plural):
1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera- falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam
do normal. Por exemplo: casa (indica a 3.ª pessoa do plural.)
2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
do ser. Classifica-se em: FIQUE ATENTO!
Analítico = o substantivo é acompanhado de um O verbo pôr, assim como seus derivados (com-
adjetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande. por, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação,
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A
indicador de aumento. Por exemplo: casarão. vogal “e”, apesar de haver desaparecido do in-
finitivo, revela-se em algumas formas do ver-
3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho bo: põe, pões, põem, etc.
PORTUGUÊS

do ser. Pode ser:


Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo
indicador de diminuição. Por exemplo: casinha.

50
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas 1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali-
zar-se ou fazer (em orações temporais).
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia =
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, Existiam)
percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas o Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
amo, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal
(fora do radical): opinei, aprenderão, amaríamos. 2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Faz invernos rigorosos na Europa.
Classificação dos Verbos Era primavera quando o conheci.
Estava frio naquele dia.
Classificam-se em:
A) Regulares: são aqueles que apresentam o radi- 3. Todos os verbos que indicam fenômenos da nature-
cal inalterado durante a conjugação e desinências za são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar,
idênticas às de todos os verbos regulares da mesma amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se cons-
conjugação. Por exemplo: comparemos os verbos trói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhe-
“cantar” e “falar”, conjugados no presente do Modo cer” em sentido figurado. Qualquer verbo impes-
Indicativo: soal, empregado em sentido figurado, deixa de ser
impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
canto falo completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
cantas falas
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
canta falas Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
cantamos falamos
4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando
cantais falais
tempo: Já passa das seis.
cantam falam
5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição
“de”, indicando suficiência:
#FicaDica Basta de tolices.
Chega de promessas.
Observe que, retirando os radicais, as desinên-
cias modo-temporal e número-pessoal manti- 6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem,
veram-se idênticas. Tente fazer com outro verbo Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem
e perceberá que se repetirá o fato (desde que referência a sujeito expresso anteriormente (por
o verbo seja da primeira conjugação e regular!). exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, clas-
Faça com o verbo “andar”, por exemplo. Substi- sificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais
tua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do verbos, pessoais.
verbo andar). Viu? Fácil!
7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente de
“ser possível”. Por exemplo:
B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alte- Não deu para chegar mais cedo.
rações no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, Dá para me arrumar uma apostila?
fizesse.
E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conju-
Observação: gam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e
Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas para
do plural. São unipessoais os verbos constar, convir,
que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/corrijo,
ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam
fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais alterações não
vozes de animais (cacarejar, cricrilar, miar, latir, piar).
caracterizam irregularidade, porque o fonema permanece
inalterado.
Os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
pessoais na linguagem figurada:
C) Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
gação completa. Os principais são adequar, precaver, Teu irmão amadureceu bastante.
PORTUGUÊS

computar, reaver, abolir, falir. O que é que aquela garota está cacarejando?
D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e,
normalmente, são usados na terceira pessoa do sin-
gular. Os principais verbos impessoais são:

51
Principais verbos unipessoais:
• Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):
Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)
• Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)
F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago
Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.
G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui)
e ir (fui, ia, vades).
H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar todos!
PORTUGUÊS

(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

52
Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles
PORTUGUÊS

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ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.


estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver

estejas estivesses estiveres
está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei
haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão
haveriam
PORTUGUÊS

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HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver

hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres

haver

havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram
tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mes-
ma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita
no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
PORTUGUÊS

• Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abs-
ter-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

55
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) Viver é lutar. (= vida é luta)
tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do
verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de exemplo:
reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio É preciso ler este livro.
verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e Era preciso ter lido este livro.
respectivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às
nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular,
não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do
• Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o ob- 2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
jeto representado por pronome oblíquo da mesma 1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que 2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos transiti- 3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
vos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
ser conjugados com os pronomes mencionados, for-
mando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
A garota se penteava. ou advérbio. Por exemplo:
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de
ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou- advérbio)
me. Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)
Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes
Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem
curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
função sintática.
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Há verbos que também são acompanhados de pronomes
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.
oblíquos átonos, mas que não são essencialmente
pronominais - são os verbos reflexivos. Nos verbos
Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo),
reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na
pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
Por exemplo: 1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando fu-
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me tebol.
(objeto direto) – 1.ª pessoa do singular 2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Modos Verbais Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada,


pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas da outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução
pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em
Existem três modos: andamento, exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu “vou verificar”.
estudo para o concurso.
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: C) Particípio: quando não é empregado na formação
Talvez eu estude amanhã. dos tempos compostos, o particípio indica, geral-
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, mente, o resultado de uma ação terminada, flexio-
colega! nando-se em gênero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Formas Nominais Quando o particípio exprime somente estado, sem
nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda função de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida
formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, pela turma.
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
nominais. Observe:
PORTUGUÊS

A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de
modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
substantivo. Por exemplo:

56
(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

A) Tempos do Modo Indicativo


Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

B) Tempos do Modo Subjuntivo


Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à
loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

Modo Indicativo

Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
PORTUGUÊS

cantO vendO partO O


cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -

57
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M
Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM
Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
PORTUGUÊS

cantar emos vender emos partir emos


cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

58
Futuro do Pretérito do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-
se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa
PORTUGUÊS

correspondente.

59
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

C) Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

• No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
• O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal
PORTUGUÊS

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR

60
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

• O verbo parecer admite duas construções:


Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

• O verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.] - Português: novas palavras: literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php>

11. VOZES DO VERBO

Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando se este é
paciente ou agente da ação. Importante lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três as vozes verbais:

A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo:
Ele fez o trabalho.
sujeito agente ação objeto (paciente)

B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo:


O trabalho foi feito por ele.
sujeito paciente ação agente da passiva

C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
O menino feriu-se.

#FicaDica
Não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro)

Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte maneira:
PORTUGUÊS

Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo:


A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os alunos pintarão a escola)
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)

61
Observações: Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não
• O agente da passiva geralmente é acompanhado da haverá complemento agente na passiva. Por exemplo:
preposição por, mas pode ocorrer a construção com Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada
de soldados. Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
• Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. ou agente paciente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a trans- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
formação das frases seguintes: CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar
Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo) - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform. – São
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito Paulo: Saraiva, 2010.
perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
ativa) literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) SITE


O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indicativo) Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
secoes/morf/morf54.php>
Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)

• Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume


EXERCÍCIOS COMENTADOS
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz
ativa. Observe a transformação da frase seguinte: 1. (TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA APOIO ESPE-
CIALIZADO - ESPECIALIDADE MEDICINA DO TRABA-
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
LHO – FCC/2012) Aos poucos, contudo, fui chegando à
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) constatação de que todo perfil de rede social é um retrato
ideal de nós mesmos.
B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra altera-
ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, ção seja feita na frase, o elemento grifado pode ser subs-
seguido do pronome apassivador “se”. Por exemplo: tituído por:
Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola. a) ademais.
b) conquanto.
Observação: c) porquanto.
O agente não costuma vir expresso na voz passiva d) entretanto.
sintética. e) apesar.
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
Resposta: Letra D.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar Contudo é uma conjunção adversativa (expressa oposi-
substancialmente o sentido da frase. ção). A substituição deve utilizar outra de mesma clas-
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) sificação, para que se mantenha a ideia do período. A
correta é entretanto.
Sujeito da Ativa objeto Direto
2. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - ANALISTA JUDICIÁRIO -
A apostila foi comprada pelo concurseiro. ÁREA ADMINISTRATIVA- FCC-2016)
(Voz Passiva) ... para quem Manoel de Barros era comparável a São Fran-
Sujeito da Passiva Agente da cisco de Assis...
Passiva O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
frase acima está em:
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo a) Dizia-se um “vedor de cinema”...
assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no espa-
Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos. ço...
c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e Char-
PORTUGUÊS

Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos


mestres. les Baudelaire.
d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Barros
Eu o acompanharei. na literatura...
Ele será acompanhado por mim. e) ... para depois casá-las...

62
Resposta: Letra A. Em “c”, Arquivados eletronicamente, os documentos po-
“Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do Indicativo. deram (puderam) contar com a proteção de uma assina-
Procuremos nos itens: tura digital.
Em “a”, Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo Em “d”, Quem se propor (propuser) a alterar um docu-
Em “b”, Porque não seria = futuro do pretérito do Indi- mento criptografado deve saber que comprometerá sua
cativo integridade.
Em “c”, Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfeito Em “e”, Não é possível fazer as alterações que convie-
do Indicativo rem sem comprometer a integridade dos documentos
Em “d”, Quase meio século separa = presente do Indi- = correta
cativo
Em “e”, para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar 5. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - SOL-
elas) DADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) Considere as se-
guintes frases:
3. (TRT 20.ª REGIÃO-SE - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC- Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos.
2016) Segundo, não memorize apenas por repetição.
Precisamos de um treinador que nos ajude a comer... Terceiro, rabisque!
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o sub-
linhado acima está também sublinhado em: Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos
empregados nessas frases está em destaque em:
a) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as
amas... a) ... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem com
b) Não é por acaso que proliferaram os coaches. que o cérebro humano não considere útil gravar esses
c) ... país que transformou a infância numa bilionária indús- dados...
tria de consumo... b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-nú-
d) E, mesmo que se esforcem muito...
mero de informações.
e) Hoje há algo novo nesse cenário.
c) ... após discar e fazer a ligação, não precisamos mais
dele...
Resposta: Letra D.
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que
que nos ajude = presente do Subjuntivo
morou quando era criança?
Em “a”, que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
e) É o que mostra também uma pesquisa recente conduzi-
Em “b”, que proliferaram = pretérito perfeito (e também
da pela empresa de segurança digital Kaspersky...
mais-que-perfeito) do Indicativo
Em “c”, que transformou = pretérito perfeito do Indica-
tivo
Em “d”, que se esforcem = presente do Subjuntivo Resposta: Letra D
Em “e”, há algo novo nesse cenário = presente do Indi- Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperativo
cativo (expressam ordem). Vamos aos itens:
Em “a”, ... o acesso rápido e a quantidade de textos fa-
4. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - Técnico Judiciário – FCC- zem = presente do Indicativo
2016) Empregam-se todas as formas verbais de acordo Em “b”, Na internet, basta um clique = presente do In-
com a norma culta na seguinte frase: dicativo
Em “c”, ... após discar e fazer a ligação, não precisamos
a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento = presente do Indicativo
não poderia receber qualquer tipo de retificação. Em “d”, Pense rápido: = Imperativo
b) Os documentos com assinatura digital disporam de al- Em “e”, É o que mostra também uma pesquisa = presen-
goritmos de criptografia que os protegeram. te do Indicativo
c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
contar com a proteção de uma assinatura digital. 6. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –
d) Quem se propor a alterar um documento criptografado VUNESP-2014) Assinale a alternativa em que a palavra em
deve saber que comprometerá sua integridade. destaque na frase pertence à classe dos adjetivos (palavra
e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem que qualifica um substantivo).
comprometer a integridade dos documentos.
a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eu-
Resposta: Letra E. tanásia...
Em “a”, Para que se mantesse (mantivesse) sua autenti- b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
PORTUGUÊS

cidade, o documento não poderia receber qualquer tipo c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar a
de retificação. morte.
Em “b”, Os documentos com assinatura digital disporam d) Ela é proibida por lei no Brasil,...
(dispuseram) de algoritmos de criptografia que os pro- e) E como seria a verdadeira boa morte?
tegeram.

63
Resposta: Letra E.
Em “a”, Existe grande confusão = substantivo MORFOSSINTAXE: FRASE, ORAÇÃO E PE-
Em “b”, o médico ou alguém causa ativamente a morte RÍODO, TERMOS DA ORAÇÃO, ORAÇÕES
= pronome DO PERÍODO (DESENVOLVIDAS E REDUZI-
Em “c”, prolonga o processo de morrer procurando dis- DAS), FUNÇÕES SINTÁTICAS DO PRONOME
tanciar a morte = substantivo RELATIVO, SINTAXE DE REGÊNCIA (VERBAL
Em “d”, Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo E NOMINAL), SINTAXE DE CONCORDÂNCIA
Em “e”, E como seria a verdadeira boa morte? = adjetivo (VERBAL E NOMINAL) E SINTAXE DE
COLOCAÇÃO.
7. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA DE
DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE –
SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010) Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para
estabelecer comunicação. Normalmente é composta
por dois termos – o sujeito e o predicado – mas não
obrigatoriamente, pois há orações ou frases sem sujeito:
Trovejou muito ontem à noite.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu
sentido global:
A) frases interrogativas = o emissor da mensagem for-
mula uma pergunta: Que dia é hoje?
B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz
um pedido: Dê-me uma luz!
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um esta-
do afetivo: Que dia abençoado!
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A
prova será amanhã.

Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo


Disponível em: http://www.acharge.com.br/index.htm (acesso: (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
03/03/2010) sujeito e predicado.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
A palavra “oposição”, da charge, é classificada morfologi- em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
camente como: tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
a) Substantivo concreto. frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
b) Substantivo abstrato. que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo
c) Substantivo coletivo. a declaração do que se atribui ao sujeito.
d) Substantivo próprio. Quando o núcleo da declaração está no verbo (que
e) Adjetivo. indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo
significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo
Resposta: Letra B. estiver em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um
O termo “oposição” é classificado – morfologicamente predicado nominal (os verbos deste tipo de predicado
– como substantivo abstrato, pois não existe por si só – são os que indicam estado, conhecidos como verbos de
depende de outro ser para “se concretizar”. ligação):
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
(predicado verbal)
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o núcleo
é “fácil” (predicado nominal)

Quanto ao período, ele denomina a frase constituída


por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
completo. O período pode ser simples ou composto.

Período simples é aquele constituído por apenas uma


PORTUGUÊS

oração, que recebe o nome de oração absoluta.


Chove.
A existência é frágil.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.

64
Período composto é aquele constituído por duas ou Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
mais orações: referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
Cantei, dancei e depois dormi. “antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
Quero que você estude mais. sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela
desinência verbal ou pelo contexto.
Termos da Oração Abolimos todas as regras. = (nós)
Falaste o recado à sala? = (tu)
Termos essenciais
Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na primeira
O sujeito e o predicado são considerados termos pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segunda do
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis singular (tu) ou do plural (vós), desde que os pronomes não
para a formação das orações. No entanto, existem orações estejam explícitos.
formadas exclusivamente pelo predicado. O que define a
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito
oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo que
na desinência verbal “-mos”
estabelece concordância com o verbo.
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na
O candidato está preparado.
Os candidatos estão preparados. desinência verbal “-ais”

Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candidato” Mas:


é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós
denominada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o Vós cantais bem! = sujeito simples: vós
verbo, estabelecendo a concordância (núcleo no singular,
verbo no singular: candidato = está). O sujeito indeterminado surge quando não se quer -
A função do sujeito é basicamente desempenhada ou não se pode - identificar a que o predicado da oração
por substantivos, o que a torna uma função substantiva refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso
da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
outras palavras substantivadas (derivação imprópria) Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indeterminado
também podem exercer a função de sujeito. de duas maneiras:
Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo,
substantivo) A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exemplo: o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
substantivo) Bateram à porta;
Andam espalhando boatos a respeito da queda do
Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: ministro.
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do
sujeito. Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples ou
Um sujeito é determinado quando é facilmente composto:
identificado pela concordância verbal. O sujeito Os meninos bateram à porta. (simples)
determinado pode ser simples ou composto. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
A indeterminação do sujeito ocorre quando não
é possível identificar claramente a que se refere a
B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido
concordância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou
do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
não interessa indicar precisamente o sujeito de uma oração.
verbos que não apresentam complemento direto:
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. Precisa-se de mentes criativas.
O sujeito simples é o sujeito determinado que Vivia-se bem naqueles tempos.
apresenta um único núcleo, que pode estar no singular Trata-se de casos delicados.
ou no plural; pode também ser um pronome indefinido. Sempre se está sujeito a erros.
Abaixo, sublinhei os núcleos dos sujeitos:
Nós estudaremso juntos. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
A humanidade é frágil. indeterminação do sujeito.
Ninguém se move.
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma As orações sem sujeito, formadas apenas pelo
derivação imprópria, tranformando-o em substantivo) predicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A
As crianças precisam de alimentos saudáveis. mensagem está centrada no processo verbal. Os principais
casos de orações sem sujeito com:
PORTUGUÊS

O sujeito composto é o sujeito determinado que


apresenta mais de um núcleo. • os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Alimentos e roupas custam caro. Amanheceu.
Ela e eu sabemos o conteúdo. Está trovejando.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.

65
• os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fe- O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
nômenos meteorológicos ou se relacionam ao tem- significativo um nome; este atribui uma qualidade ou
po em geral: estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do
Está tarde. sujeito. O predicativo é um nome que se liga a outro nome
Já são dez horas. da oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Faz frio nesta época do ano. Nos predicados nominais, o verbo não é significativo,
Há muitos concursos com inscrições abertas. isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao
predicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado
Predicado é o conjunto de enunciados que contém a do sujeito: Os dados parecem corretos.
informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas O verbo parecer poderia ser substituído por estar, andar,
orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como elemento
um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é de ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas.
A função de predicativo é exercida, normalmente, por
aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
um adjetivo ou substantivo.
do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
do sujeito numa oração é o seu predicado.
O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta
Chove muito nesta época do ano. dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No
Houve problemas na reunião. predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao
sujeito ou ao complemento verbal (objeto).
Em ambas as orações não há sujeito, apenas predicado. O verbo do predicado verbo-nominal é sempre
Na segunda oração, “problemas” funciona como objeto significativo, indicando processos. É também sempre por
direto. intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere.
As questões estavam fáceis! O dia amanheceu ensolarado;
Sujeito simples = as questões As mulheres julgam os homens inconstantes.
Predicado = estavam fáceis
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento. duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de
Sujeito = uma ideia estranha ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois:
Predicado = passou-me pelo pensamento um verbal e outro nominal.
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu
núcleo é um nome (então teremos um predicado nominal) No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar também o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
se as palavras que formam o predicado referem-se apenas
ao verbo ou também ao sujeito da oração. Termos integrantes da oração

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
de opinião. complemento nominal são chamados termos integrantes da
Predicado oração.
Os complementos verbais integram o sentido
dos verbos transitivos, com eles formando unidades
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
significativas. Estes verbos podem se relacionar com seus
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se ligam
complementos diretamente, sem a presença de preposição,
direta ou indiretamente ao verbo. ou indiretamente, por intermédio de preposição.
A cidade está deserta. O objeto direto é o complemento que se liga
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se diretamente ao verbo.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento Houve muita confusão na partida final.
de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a Queremos sua ajuda.
palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo
do sujeito). O objeto direto preposicionado ocorre principalmente:

O predicado verbal é aquele que tem como núcleo A) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
significativo um verbo: referentes a pessoas:
Chove muito nesta época do ano. Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
Estudei muito hoje! (o objeto é direto, mas como há preposição, denomina-
PORTUGUÊS

Compraste a apostila? se: objeto direto preposicionado)

Os verbos acima são significativos, isto é, não servem B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero
processos. cansar a Vossa Senhoria.

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C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise. O poeta português deixou uma obra originalíssima.
(sem preposição, o sentido seria outro: O povo pre- O poeta deixou-a.
judica a crise) (originalíssima não precisou ser repetida, portanto:
adjunto adnominal)
O objeto indireto é o complemento que se liga
indiretamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição. O poeta português deixou uma obra inacabada.
Gosto de música popular brasileira. O poeta deixou-a inacabada.
Necessito de ajuda. (inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do
objeto)
Objeto Pleonástico
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos. substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se
Normalmente, as frases em que ocorrem objetos relaciona apenas ao substantivo.
pleonásticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o
objeto, antecipado para o início da oração; em seguida, ele O aposto é um termo acessório que permite ampliar,
é repetido através de um pronome oblíquo. É à repetição explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um
que se dá o nome de objeto pleonástico. termo que exerça qualquer função sintática: Ontem,
segunda-feira, passei o dia mal-humorado.
“Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçalves Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo
Dias) “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira
objeto pleonástico passei o dia mal-humorado.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor
Ao traidor, nada lhe devemos. na oração, em:
A) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
O termo que integra o sentido de um nome chama-se nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação
complemento nominal, que se liga ao nome que completa com o mundo.
por intermédio de preposição: B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra coisas: amor, arte, ação.
“necessária” C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo” tudo forma o carnaval.
D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
Termos acessórios da oração e vocativo ram-se por muito tempo na baía anoitecida.

Os termos acessórios recebem este nome por serem O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
adjunto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o relação sintática com outro termo da oração. A função de
vocativo – este, sem relação sintática com outros temos da vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
oração. substantivos, numerais e palavras substantivadas esse
papel na linguagem.
O adjunto adverbial é o termo da oração que indica João, venha comigo!
uma circunstância do processo verbal ou intensifica o Traga-me doces, minha menina!
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função Períodos Compostos
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a Período Composto por Coordenação
pé àquela velha praça.
O período composto se caracteriza por possuir mais de
O adjunto adnominal é o termo acessório que uma oração em sua composição. Sendo assim:
determina, especifica ou explica um substantivo. É uma Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
função adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas oração)
que exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os (Período Composto =locução verbal + verbo, duas orações)
numerais e os pronomes adjetivos. Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três
PORTUGUÊS

amigo de infância. orações).

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substantivo Há dois tipos de relações que podem se estabelecer
a que se refere, sem participação do verbo. Já o predicativo entre as orações de um período composto: uma relação de
do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo. coordenação ou uma relação de subordinação.

67
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Período Composto Por Subordinação
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco
de informações, marcado pela pontuação final), mas têm, Quero que você seja aprovado!
ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Oração principal oração subordinada
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
(Período Composto) Observe que na oração subordinada temos o verbo
Podemos dizer: “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
1. Estou comprando um protetor solar. do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
2. Irei à praia. conjunção. As orações subordinadas que apresentam
verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo
Separando as duas, vemos que elas são independentes. do indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas
Tal período é classificado como Período Composto por por conjunção, chamam-se orações desenvolvidas ou
Coordenação. explícitas.
Quanto à classificação das orações coordenadas,
temos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Podemos modificar o período acima. Veja:
Sindéticas. Quero ser aprovado.
Oração Principal Oração Subordinada
A) Coordenadas Assindéticas
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas A análise das orações continua sendo a mesma:
através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. “Quero” é a oração principal, cujo objeto direto é a
Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci. oração subordinada “ser aprovado”. Observe que a oração
subordinada apresenta agora verbo no infinitivo (ser).
B) Coordenadas Sindéticas Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo
entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção surge numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio
coordenativa, que dará à oração uma classificação. As ou particípio) são chamadas de orações reduzidas ou
orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco implícitas (como no exemplo acima).
tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e
explicativas. Observação:
As orações reduzidas não são introduzidas por
Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção! conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
• Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas eventualmente, introduzidas por preposição.
principais conjunções são: e, nem, não só... mas tam-
bém, não só... como, assim... como. A) Orações Subordinadas Substantivas
Nem comprei o protetor solar nem fui à praia. A oração subordinada substantiva tem valor de
Comprei o protetor solar e fui à praia. substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção
integrante (que, se).

• Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas Não sei se sairemos hoje.


principais conjunções são: mas, contudo, todavia, en- Oração Subordinada Substantiva
tretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. Temos medo de que não sejamos aprovados.
Li tudo, porém não entendi! Oração Subordinada Substantiva

• Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer... introduzem as orações subordinadas substantivas, bem
quer; seja...seja. como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde,
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. como).
• Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por O garoto perguntou qual seu nome.
conseguinte, consequentemente, pois (posposto ao Oração Subordinada
verbo). Substantiva
Passei no concurso, portanto comemorarei!
A situação é delicada; devemos, pois, agir. Não sabemos quando ele virá.
Oração Subordinada Substantiva
PORTUGUÊS

Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas


principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
verdade, pois (anteposto ao verbo).
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo. Conforme a função que exerce no período, a oração
Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos. subordinada substantiva pode ser:

68
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal:
É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Sujeito

É fundamental que você compareça à reunião.
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

FIQUE ATENTO!
Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim, temos um
período simples:
É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a função de sujeito.

Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal:

• Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
claro - Está evidente - Está comprovado
É bom que você compareça à minha festa.

• Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

• Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer


Convém que não se atrase na entrevista.

Observação:
Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa do singular.

2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto do verbo da oração principal:

Todos querem sua aprovação no concurso.


Objeto Direto

Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso)


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas (desenvolvidas) são iniciadas por:


• Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
• Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O pessoal
queria saber quem era o dono do carro importado.
• Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu não sei
por que ela fez isso.

3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.

Meu pai insiste em meu estudo.


Objeto Indireto

Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste nisso)


Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
PORTUGUÊS

Observação:
Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

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4. Completiva Nominal = completa um nome que pertence à oração principal e também vem marcada por preposição.
Sentimos orgulho de seu comportamento.
Complemento Nominal

Sentimos orgulho de que você se comportou. (= Sentimos orgulho disso.)


Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

As orações subordinadas substantivas objetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações
subordinadas substantivas completivas nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário
levar em conta o termo complementado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro
complementa um verbo; o segundo, um nome.

5. Predicativa = exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo ser.

Nosso desejo era sua desistência.


Predicativo do Sujeito

Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo era isso)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa

6. Apositiva = exerce função de aposto de algum termo da oração principal.


Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
Aposto

Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!


Oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo

(Fernanda tinha um grande sonho: isso)

Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )

B) Orações Subordinadas Adjetivas


Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações
vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.

Esta foi uma redação bem-sucedida.


Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)

O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:

Esta foi uma redação que fez sucesso.


Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva

Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita
pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma função
sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso, “redação” é sujeito,
então o “que” também funciona como sujeito).

FIQUE ATENTO!
Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser substituído
por: o qual - a qual - os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.
PORTUGUÊS

Forma das Orações Subordinadas Adjetivas

Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações
subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas,

70
que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser C) Orações Subordinadas Adverbiais
introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce
das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio). a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim,
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida,
vem introduzida por uma das conjunções subordinativas
No primeiro período, há uma oração subordinada (com exclusão das integrantes, que introduzem orações
adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome subordinadas substantivas). Classifica-se de acordo com
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz (assim
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração como acontece com as coordenadas sindéticas).
subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
pronome relativo e seu verbo está no infinitivo. Oração Subordinada Adverbial

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas A oração em destaque agrega uma circunstância de
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada
Na relação que estabelecem com o termo que adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos
caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem acessórios que indicam uma circunstância referente, via
atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial
restringem ou especificam o sentido do termo a que depende da exata compreensão da circunstância que
se referem, individualizando-o. Nestas orações não há exprime.
marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
adjetivas restritivas. Existem também orações que realçam minha vida.
um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
que já se encontra suficientemente definido. Estas orações minha vida.
denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.

Exemplo 1: No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto


adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”.
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que No segundo período, este papel é exercido pela oração
passava naquele momento. “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordinada
Oração adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois é
Subordinada Adjetiva Restritiva introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e
apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
No período acima, observe que a oração em destaque pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: obtendo-se:
trata-se de um homem específico, único. A oração limita Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
o universo de homens, isto é, não se refere a todos os vida.
homens, mas sim àquele que estava passando naquele
momento. A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
Exemplo 2: introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
O homem, que se considera racional, muitas vezes age
animalescamente. Observação:
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa A classificação das orações subordinadas adverbiais
é feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração.
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explicita
uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais
“homem”.
A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
Saiba que: àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo
A oração subordinada adjetiva explicativa é separada do que se declara na oração principal. Principal con-
da oração principal por uma pausa que, na escrita, é junção subordinativa causal: porque. Outras conjun-
PORTUGUÊS

representada pela vírgula. É comum, por isso, que a ções e locuções causais: como (sempre introduzido
pontuação seja indicada como forma de diferenciar as na oração anteposta à oração principal), pois, pois
orações explicativas das restritivas; de fato, as explicativas que, já que, uma vez que, visto que.
vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Já que você não vai, eu também não vou.

71
A diferença entre a subordinada adverbial causal e E) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais
a sindética explicativa é que esta “explica” o fato que comparativas estabelecem uma comparação com a
aconteceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela ação indicada pelo verbo da oração principal. Princi-
apresenta a “causa” do acontecimento expresso na oração pal conjunção subordinativa comparativa: como.
à qual ela se subordina. Repare: Ele dorme como um urso. (como um urso dorme)
1. Faltei à aula porque estava doente. Você age como criança. (age como uma criança age)
2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.

Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa) • geralmente há omissão do verbo.


que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de
estar doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou
oração sublinhada relata um fato que aconteceu depois, seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para
já que primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram a execução do que se declara na oração principal.
vermelhos. Principal conjunção subordinativa conformativa:
conforme. Outras conjunções conformativas: como,
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequên- consoante e segundo (todas com o mesmo valor de
cia, é efeito do que se declara na oração principal. conforme).
São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, Fiz o bolo conforme ensina a receita.
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que. direitos iguais.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo
concretizando-os. que se declara na oração principal. Principal conjunção
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida subordinativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que,
de Infinitivo) porque (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
como necessário para a realização ou não de um
fato. As orações subordinadas adverbiais condicio- H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou seja,
nais exprimem o que deve ou não ocorrer para que um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realize - ou deixe de se realizar - o fato expresso Principal locução conjuntiva subordinativa propor-
na oração principal. cional: à proporção que. Outras locuções conjuntivas
Principal conjunção subordinativa condicional: se. proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde
as estruturas: quanto maior...(maior), quanto maior...
que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que,
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). (menor), quanto menor...(maior), quanto menor...
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, (menor), quanto mais...(mais), quanto mais...(menos),
certamente o melhor time será campeão. quanto menos...(mais), quanto menos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões
acertávamos.
D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradição
ou um fato inesperado. A ideia de concessão está I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
diretamente ligada ao contraste, à quebra de expec- expresso na oração principal, podendo exprimir no-
tativa. Principal conjunção subordinativa concessiva: ções de simultaneidade, anterioridade ou posterio-
embora. Utiliza-se também a conjunção: conquanto ridade. Principal conjunção subordinativa temporal:
e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que, quando. Outras conjunções subordinativas tempo-
se bem que, posto que, apesar de que.
rais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que,
Só irei se ele for.
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir logo que, todas as vezes que, antes que, depois que,
só se realizará caso essa condição seja satisfeita. sempre que, desde que, etc.
Compare agora com: Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Irei mesmo que ele não vá. Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando
terminou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. Orações Reduzidas
A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial
concessiva.
PORTUGUÊS

As orações subordinadas podem vir expressas como


Observe outros exemplos: reduzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas
Embora fizesse calor, levei agasalho. nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem conectivo
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / subordinativo que as introduza.
embora não estudasse). (reduzida de infinitivo) É preciso estudar! = reduzida de infinitivo

72
É preciso que se estude = oração desenvolvida a) para a criação de uma desigualdade social;
(presença do conectivo) b) para que se criasse uma desigualdade social;
c) para que se crie uma desigualdade social;
Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam d) para a criatividade de uma desigualdade social;
“desenvolvidas” – como no exemplo acima. e) para criarem uma desigualdade social.
É preciso estudar = oração subordinada substantiva
subjetiva reduzida de infinitivo Resposta: Letra B.
É preciso que se estude = oração subordinada Em “b”: para que se criasse uma desigualdade social;
substantiva subjetiva Em “c”: para que se crie uma desigualdade social;
Desenvolvida = tem conjunção. Ambas têm. A diferen-
Orações Intercaladas ça é o tempo verbal. A ação aconteceu (foi usada para
criar): Ou seja, foi usada para que se criasse uma desi-
São orações independentes encaixadas na sequência gualdade social.
do período, utilizadas para um esclarecimento, um aparte,
uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou travessões. 3. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
Nós – continuava o relator – já abordamos este assunto. – FGV-2017) Uma manchete do Estado de São Paulo,
10/04/2017, dizia o seguinte: “Atentados contra cristãos
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA matam 44 no Egito e país decreta emergência”. As duas
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa orações desse período mantêm entre si a seguinte relação
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. lógica:
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira a) causa e consequência;
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – b) informação e comprovação;
São Paulo: Saraiva, 2002. c) fato e exemplificação;
d) afirmação e explicação;
SITE e) tese e argumentação.
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/
aulas/portugues/frase-periodo-e-oracao> Resposta: Letra A
Atentados contra cristãos matam 44 no Egito e país de-
creta emergência = devido aos atentados (causa), o
país decretou emergência (consequência).
EXERCÍCIOS COMENTADOS
4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO –
1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) “Tal- FGV-2017) “Com as novas medidas para evitar a abstenção,
vez um dia seja bom relembrar este dia”. (Virgílio) A forma o governo espera uma economia vultosa no Enem”. A oração
de oração desenvolvida adequada correspondente à ora- reduzida “para evitar a abstenção” pode ser adequadamen-
ção sublinhada acima é: te substituída pela seguinte oração desenvolvida:

a) relembrarmos este dia; a) para que se evitasse a abstenção;


b) a relembrança deste dia; b) a fim de que a abstenção fosse evitada;
c) que relembremos este dia; c) para que se evite a abstenção;
d) que relembrássemos este dia; d) a fim de evitar-se a abstenção;
e) uma nova lembrança deste dia. e) evitando-se a abstenção.

Resposta: Letra C. Resposta: Letra C.


Em “c”: que relembremos este dia; Em “a”: para que se evitasse a abstenção;
Em “d”: que relembrássemos este dia; Em “b”: a fim de que a abstenção fosse evitada;
Em uma oração desenvolvida há a presença de conjun- Em “c”: para que se evite a abstenção;
ção. Ambos os itens têm, mas temos que fazer a corre- Desenvolvida tem conjunção. O período traz “para evitar
lação verbal com o período da oração reduzida (o ver- a abstenção” = hipótese. A forma correta é: “com as no-
bo nos dá uma hipótese – talvez seja bom relembrar). vas medidas para que se evite a abstenção”.
Portanto, a forma correta é: Talvez um dia seja bom que
relembremos este dia.
PORTUGUÊS

2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LEGISLA-


TIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Ou seja, foi usada para
criar uma desigualdade social...”; se modificarmos a oração
reduzida de infinitivo por uma oração desenvolvida, a for-
ma adequada seria:

73
5. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – Resposta: Letra B.
ÁREA JURÍDICA – FGV-2018) Assinale a opção em que o A expressão destacada exerce a função de aposto – uma
termo sublinhado funciona como sujeito. informação a mais sobre o termo citado anteriormente
(no caso, Minas Gerais). É um termo acessório, podendo
a) “Em um regime de liberdades, há sempre o risco de ex- ser retirado do período sem prejudicar a coerência.
cessos”.
b) “Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico 8. (TRF-1.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – INFORMÁ-
para se aproveitar da crise”. TICA – FCC-2014)
c) “Não faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, Em 1980, um gigabyte de dados armazenados ocupava
...”. uma sala...
d) “A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias O verbo que exige complemento tal como o sublinhado
de suprimento que mantêm o sistema produtivo funcio- acima está em:
nando”.
e) “Numa democracia, é livre a expressão”. a) A capacidade de computação duplicou a cada 18 meses
nos últimos 20 anos ...
Resposta: Letra C. b) ... que deriva da informação.
Em “a”: há sempre o risco de excessos = objeto direto c) ... que reduz as barreiras ao acesso.
Em “b”: “Sempre há, também, o oportunismo político-i- d) ... do que era nos anos 70.
deológico = objeto direto e) ... atualmente, 200 gigabytes cabem no bolso de uma
Em “c”: “Não faltam, também, os arautos do quanto pior, camisa.
melhor = sujeito
Em “d”: que mantêm o sistema produtivo funcionando Resposta: Letra C.
= objeto direto “Ocupava uma sala” = transitivo direto
Em “e”: é livre a expressão = predicativo do sujeito Em “a”: A capacidade de computação duplicou = verbo
intransitivo
6. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FUNÇÃO JUDICIÁ- Em “b”: que deriva da informação = transitivo indireto
RIA – IBFC-2017 - ADAPTADA) “A resposta que lhe daria Em “c”: que reduz as barreiras = transitivo direto
seria: ‘Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça Em “d”: do que era nos anos 70 = verbo de ligação
sempre... ’” O pronome destacado cumpre papel coesivo, Em “e”: atualmente, 200 gigabytes cabem = verbo in-
mas também sintático na oração. Assim, sintaticamente, ele transitivo
deve ser classificado como:
9. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) “Tenho
a) adjunto adnominal. comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da
b) objeto direto. internet, que se ressente ainda da falta de uma legislação
c) complemento nominal. específica que coíba não somente os usos mas os abusos
d) objeto indireto. deste importante e eficaz veículo de comunicação”. Sobre as
e) predicativo. ocorrências do vocábulo que, nesse segmento do texto, é
correto afirmar que:
Resposta: Letra D.
O verbo “dar” é bitransitivo (transitivo direto e indireto): a) são pronomes relativos com o mesmo antecedente;
Quem dá, dá algo (direto) a alguém (indireto). No caso: b) exemplificam classes gramaticais diferentes;
resposta (objeto direto) / lhe (objeto indireto = a ele[a]) c) mostram diferentes funções sintáticas;
d) são da mesma classe gramatical e da mesma função sin-
7. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- tática;
TRATIVA – AOCP-2015) Em “Ele diz que vota desde os 18, e) iniciam o mesmo tipo de oração subordinada.
quando ainda era jovem e morava em Minas Gerais, sua
terra natal...”, a expressão em destaque Resposta: Letra D.
“Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os
a) exerce função de vocativo e não pode ser excluída da usos da internet, que (= a qual) se ressente ainda da falta
oração por tratar-se de um termo essencial. de uma legislação específica que (= a qual) coíba não
b) exerce função de aposto e pode ser excluída da oração somente os usos mas os abusos deste importante e efi-
por tratar-se de um termo acessório. caz veículo de comunicação” = ambos podem ser subs-
c) exerce função de aposto e não pode ser excluída da ora- tituídos por “a qual”, portanto são pronomes relativos
ção por tratar-se de um termo essencial. (pertencem à mesma classe gramatical); o 1.º inicia uma
PORTUGUÊS

d) exerce função de adjunto adnominal, portanto é um ter- oração subordinada adjetiva explicativa; o 2.º, adjetiva
mo acessório. restritiva.
e) exerce função de adjunto adverbial, portanto é um ter-
mo acessório.

74
10. (TRE-RJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- Sujeito Simples - Regra Geral
TRATIVA – CONSULPLAN-2017) Analise as afirmações
apresentadas a seguir. O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a ora- em número e pessoa. Veja os exemplos:
ção sublinhada é uma oração subordinada adjetiva
explicativa. A prova para ambos os cargos será aplicada
II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o dimi- às 13h.
nutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua como 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
sujeito da locução verbal “ter surgido”.
III. “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada é Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
uma oração subordinada substantiva objetiva direta. 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é que
você exploda.”, a oração destacada é uma oração subordi- Casos Particulares
nada adverbial causal.
Estão corretas apenas as afirmativas A) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade
a) I e II. de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...)
b) II e III. seguida de um substantivo ou pronome no plural, o
c) III e IV. verbo pode ficar no singular ou no plural.
d) I, II e IV. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
Resposta: Letra B. proposta.
Em “I” - “Existe alguma hora que não seja de relógio?”,
a oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
explicativa = substituindo “que” por “a qual”, continua dos coletivos, quando especificados: Um bando de vândalos
com sentido, então é pronome relativo – presente nas destruiu / destruíram o monumento.
adjetivas, mas no período em questão temos uma res-
tritiva = incorreta Observação:
Em “II” - tem surgido, cada vez mais frequente, o dimi- Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a
nutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua como unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque
sujeito da locução verbal “ter surgido” = correta aos elementos que formam esse conjunto.
Em “III” - “Não pense que para por aí [...]”, a oração sub-
linhada é uma oração subordinada substantiva objetiva B) Quando o sujeito é formado por expressão que indi-
direta = correta ca quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos
Em “IV” - se te chamarem de ‘queridinho’, a oração de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o
destacada é uma oração subordinada adverbial causal = verbo concorda com o substantivo.
adverbial condicional (“se”) = incorreta Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação:
Os concurseiros estão apreensivos. Quando a expressão “mais de um” se associar a verbos
Concurseiros apreensivos. que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais
de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra ao outro)
na terceira pessoa do plural, concordando com o seu
sujeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo C) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
“apreensivos” está concordando em gênero (masculino) ral, a concordância deve ser feita levando-se em con-
e número (plural) com o substantivo a que se refere: ta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o
concurseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, verbo deve ficar no singular; com artigo no plural, o
número e gênero se correspondem. A correspondência de verbo deve ficar o plural.
flexão entre dois termos é a concordância, que pode ser Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
verbal ou nominal. Estados Unidos possui grandes universidades.
PORTUGUÊS

Alagoas impressiona pela beleza das praias.


Concordância Verbal As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
seu sujeito.

75
D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou • Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, que, nem um dos que -, não aceita o verbo no sin-
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de gular:
vós”, o verbo pode concordar com o primeiro prono- Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
me (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome Nem uma das que me escreveram mora aqui.
pessoal.
Quais de nós são / somos capazes? • Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? vo, o verbo pode:
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões 1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
inovadoras. o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que
faça o mesmo).
Observação: 2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão po-
Veja que a opção por uma ou outra forma indica a luídos (noção de que existem outros rios na mesma
inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou condição).
escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos”,
ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e nada verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
fizeram”, frase que soa como uma denúncia. Vossa Excelência está cansado?
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Vossas Excelências renunciarão?
no singular, o verbo ficará no singular.
Qual de nós é capaz? I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
Algum de vós fez isso. acordo com o numeral.
Deu uma hora no relógio da sala.
Deram cinco horas no relógio da sala.
E) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Soam dezenove horas no relógio da praça.
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo Baterão doze horas daqui a pouco.
deve concordar com o substantivo. Observação:
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino,
85% dos entrevistados não aprovam a administração do torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
prefeito. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
1% do eleitorado aceita a mudança. Soa quinze horas o relógio da matriz.
1% dos alunos faltaram à prova.
J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
• Quando a expressão que indica porcentagem não é sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular.
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com São verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer
o número. indicando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da
25% querem a mudança. natureza. Exemplos:
1% conhece o assunto. Havia muitas garotas na festa.
Faz dois meses que não vejo meu pai.
• Se o número percentual estiver determinado por ar- Chovia ontem à tarde.
tigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á
com eles: Sujeito Composto
Os 30% da produção de soja serão exportados.
Esses 2% da prova serão questionados. A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
a concordância se faz no plural:
F) O pronome “que” não interfere na concordância; já
o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do Pai e filho conversavam longamente.
singular. Sujeito
Fui eu que paguei a conta.
Fomos nós que pintamos o muro. Pais e filhos devem conversar com frequência.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. Sujeito
Sou eu quem faz a prova.
Não serão eles quem será aprovado. B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
maticais diferentes, a concordância ocorre da seguin-
PORTUGUÊS

G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- te maneira: a primeira pessoa do plural (nós) preva-
mir a forma plural. lece sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez,
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais prevalece sobre a terceira (eles). Veja:
encantaram os poetas. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Primeira Pessoa do Plural (Nós)

76
Tu e teus irmãos tomareis a decisão. • Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no
Segunda Pessoa do Plural (Vós) singular: Um e outro farão/fará a prova.

Pais e filhos precisam respeitar-se. • Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”, o
Terceira Pessoa do Plural (Eles) verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem
um mesmo grau de importância e a palavra “com”
Observação: tem sentido muito próximo ao de “e”.
Quando o sujeito é composto, formado por um O pai com o filho montaram o brinquedo.
elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), O governador com o secretariado traçaram os planos
é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural para o próximo semestre.
(eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar de O professor com o aluno questionaram as regras.
“tomaríeis”.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
ideia é enfatizar o primeiro elemento.
C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, O pai com o filho montou o brinquedo.
passa a existir uma nova possibilidade de concordân- O governador com o secretariado traçou os planos para
cia: em vez de concordar no plural com a totalidade o próximo semestre.
do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância O professor com o aluno questionou as regras.
com o núcleo do sujeito mais próximo.
Faltaram coragem e competência. Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito
Faltou coragem e competência. composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões
Compareceram todos os candidatos e o banca. “com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos
Compareceu o banca e todos os candidatos. adverbiais de companhia. Na verdade, é como se houvesse
uma inversão da ordem. Veja:
D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân- “O pai montou o brinquedo com o filho.”
cia é feita no plural. Observe: “O governador traçou os planos para o próximo semestre
com o secretariado.”
Abraçaram-se vencedor e vencido.
“O professor questionou as regras com o aluno.”
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. Casos em que se usa o verbo no singular:
Casos Particulares
Café com leite é uma delícia!
• Quando o sujeito composto é formado por núcleos O frango com quiabo foi receita da vovó.
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no sin-
gular. Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões
Descaso e desprezo marca seu comportamento. correlativas como: “não só... mas ainda”, “não somente”...,
A coragem e o destemor fez dele um herói. “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”, o verbo ficará
no plural.
• Quando o sujeito composto é formado por núcleos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
dispostos em gradação, verbo no singular: Nordeste.
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
notícia.
me satisfaz.
Quando os elementos de um sujeito composto são
• Quando os núcleos do sujeito composto são unidos resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de feita com esse termo resumidor.
acordo com o valor semântico das conjunções: Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Drummond ou Bandeira representam a essência da Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
poesia brasileira. na vida das pessoas.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Outros Casos
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de
“adição”. Já em: O Verbo e a Palavra “SE”
Juca ou Pedro será contratado.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
A) quando é índice de indeterminação do sujeito;
Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam B) quando é partícula apassivadora.
no singular.
PORTUGUÊS

Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”


• Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na
Um ou outro compareceu à festa. terceira pessoa do singular:
Nem um nem outro saiu do colégio.

77
Precisa-se de funcionários. É uma hora.
Confia-se em teses absurdas. São quatro horas.
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilômetros.
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha verbos
transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos • datas, concordará com a palavra dia(s), que pode estar
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o expressa ou subentendida:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Hoje é dia 26 de agosto.
Construiu-se um posto de saúde. Hoje são 26 de agosto.
Construíram-se novos postos de saúde.
Aqui não se cometem equívocos • Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
Alugam-se casas. for seguido de palavras ou expressões como pouco,
muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no
singular:
#FicaDica Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Para saber se o “se” é partícula apassivadora ou Duas semanas de férias é muito para mim.
índice de indeterminação do sujeito, tente trans-
formar a frase para a voz passiva. Se a frase cons- • Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for
truída for “compreensível”, estaremos diante de pronome pessoal do caso reto, com este concordará
uma partícula apassivadora; se não, o “se” será o verbo.
índice de indeterminação. Veja: No meu setor, eu sou a única mulher.
Precisa-se de funcionários qualificados. Aqui os adultos somos nós.
Tentemos a voz passiva:
Funcionários qualificados são precisados (ou Observação:
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” desta- Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo)
cado é índice de indeterminação do sujeito. representados por pronomes pessoais, o verbo concorda
Agora: com o pronome sujeito.
Vendem-se casas. Eu não sou ela.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção cor- Ela não é eu.
reta! Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora.
(Dá para eu passar para a voz passiva. Repare em • Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
meu destaque. Percebeu semelhança? Agora é titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o
só memorizar!). verbo SER concordará com o predicativo.
A grande maioria no protesto eram jovens.
O resto foram atitudes imaturas.
O Verbo “Ser”
O Verbo “Parecer”
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordância O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito. • Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
Quando o sujeito ou o predicativo for:
• A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER
concorda com a pessoa gramatical: sofre flexão:
Ele é forte, mas não é dois. As crianças parece gostarem do desenho.
Fernando Pessoa era vários poetas. (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho aas
A esperança dos pais são eles, os filhos. crianças)

B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER fica no
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, singular. Por exemplo: As paredes parece que têm ouvidos.
com o que estiver no plural: (Parece que as paredes têm ouvidos = oração subordinada
Os livros são minha paixão! substantiva subjetiva).
Minha paixão são os livros!
PORTUGUÊS

Concordância Nominal
Quando o verbo SER indicar
A concordância nominal se baseia na relação entre
• horas e distâncias, concordará com a expressão nu- nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
mérica: ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes

78
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun-
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a
termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal. que se refere:
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as Cristina saiu só.
seguintes regras gerais: Cristina e Débora saíram sós.
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas Observação:
denunciavam o que sentia. Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “apenas”,
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a tem função adverbial, ficando, portanto, invariável: Eles só
concordância pode variar. Podemos sistematizar essa desejam ganhar presentes.
flexão nos seguintes casos:
• Adjetivo anteposto aos substantivos:
O adjetivo concorda em gênero e número com o #FicaDica
substantivo mais próximo.
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se a
Encontramos caída a roupa e os prendedores. frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de
Encontramos caído o prendedor e a roupa. advérbio, portanto, invariável; se houver coerên-
cia com o segundo, função de adjetivo, então
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de varia:
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. Ele está só descansando. (apenas descansando)
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. - advérbio

• Adjetivo posposto aos substantivos: Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
“só”, haverá, novamente, um adjetivo:
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansando)
houver substantivo feminino e masculino).
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
G) Quando um único substantivo é modificado por dois
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
construções:
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
• O substantivo permanece no singular e coloca-se o
Observação: artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura es-
Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, panhola e a portuguesa.
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois • O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e
plural masculino, que é o gênero predominante quando há portuguesa.
substantivos de gêneros diferentes.
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o Casos Particulares
adjetivo fica no singular ou plural.
A beleza e a inteligência feminina(s). É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É permitido
O carro e o iate novo(s).
• Estas expressões, formadas por um verbo mais um
C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se
O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo referem possuir sentido genérico (não vier precedido
não for acompanhado de nenhum modificador: Água é de artigo).
bom para saúde. É proibido entrada de crianças.
O adjetivo concorda com o substantivo, se este for Em certos momentos, é necessário atenção.
modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo: No verão, melancia é bom.
Esta água é boa para saúde. É preciso cidadania.
Não é permitido saída pelas portas laterais.
D) O adjetivo concorda em gênero e número com os
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encon- • Quando o sujeito destas expressões estiver determi-
trou-as muito felizes. nado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o
verbo como o adjetivo concordam com ele.
PORTUGUÊS

E) Nas expressões formadas por pronome indefinido É proibida a entrada de crianças.


neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição Esta salada é ótima.
DE + adjetivo, este último geralmente é usado no A educação é necessária.
masculino singular: Os jovens tinham algo de miste- São precisas várias medidas na educação.
rioso.

79
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - c) As notícias informam que até hoje, em nenhuma parte
Quite do mundo, se substituíram totalmente as moedas reais
pelas virtuais.
Estas palavras adjetivas concordam em gênero e d) De acordo com as regras do mercado financeiro, criou-
número com o substantivo ou pronome a que se referem. -se apenas 21 milhões de bitcoins nos últimos anos.
Seguem anexas as documentações requeridas. e) O valor dos produtos comercializados seriam determi-
A menina agradeceu: - Muito obrigada. nados por uma moeda virtual se a real fosse abolida.
Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Seguem inclusos os papéis solicitados.
Estamos quites com nossos credores. Resposta: Letra C.
Bastante - Caro - Barato - Longe Em “a”: Atualmente, comercializam-se diferentes crip-
tomoedas mas a bitcoin é a mais conhecida de todas as
Estas palavras são invariáveis quando funcionam como moedas virtuais.
advérbios. Concordam com o nome a que se referem Em “b”: A especulação e o comércio ilegal, de acordo
quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, com alguns analistas, podem tornar as bitcoins inviáveis.
ou numerais. Em “c”: As notícias informam que até hoje, em nenhuma
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) parte do mundo, se substituíram totalmente as moedas
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. reais pelas virtuais. = correta
(pronome adjetivo) Em “d”: De acordo com as regras do mercado financeiro,
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) criaram-se apenas 21 milhões de bitcoins nos últimos
As casas estão caras. (adjetivo) anos.
Achei barato este casaco. (advérbio) Em “e”: O valor dos produtos comercializados seria de-
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) terminado por uma moeda virtual se a real fosse abo-
lida.
Meio - Meia
2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, I – CESGRANRIO-2018) A concordância da palavra des-
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi tacada atende às exigências da norma-padrão da língua
meia porção de polentas. portuguesa em:
Quando empregada como advérbio permanece
invariável: A candidata está meio nervosa. a) Alimentos saudáveis e prática constante de exercícios
são necessárias para uma vida longa e mais equilibrada.
b) Inexistência de esgoto em muitas regiões e falta de tra-
#FicaDica tamento adequado da água são causadores de doenças.
c) Notícias falsas e boatos perigosos não deveriam ser re-
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim sa- produzidas nas redes sociais da forma como acontece
berei que se trata de um advérbio, não de adjeti- hoje.
vo: “A candidata está um pouco nervosa”. d) Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos da Re-
gião Nordeste foram elogiados por suas propriedades
alimentares.
Alerta - Menos e) Profissionais dedicados e pesquisas constantes precisam
ser estimuladas para que se avance na cura de algumas
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem doenças.
sempre invariáveis.
Os concurseiros estão sempre alerta. Resposta: Letra D.
Não queira menos matéria! Em “a”: Alimentos saudáveis e prática constante de exer-
cícios são necessárias (necessários) para uma vida longa
e mais equilibrada.
Em “b”: Inexistência de esgoto em muitas regiões e falta
EXERCÍCIOS COMENTADOS de tratamento adequado da água são causadores (cau-
sadoras) de doenças.
1. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO – Em “c”: Notícias falsas e boatos perigosos não deveriam
CESGRANRIO-2018) A forma verbal em destaque está ser reproduzidas (reproduzidos) nas redes sociais da for-
empregada de acordo com a norma-padrão em: ma como acontece hoje.
Em “d”: Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos
PORTUGUÊS

a) Atualmente, comercializa-se diferentes criptomoedas da Região Nordeste foram elogiados por suas proprie-
mas a bitcoin é a mais conhecida de todas as moedas dades alimentares = correta
virtuais. Em “e”: Profissionais dedicados e pesquisas constantes
b) A especulação e o comércio ilegal, de acordo com al- precisam ser estimuladas (estimulados) para que se
guns analistas, pode tornar as bitcoins inviáveis. avance na cura de algumas doenças.

80
3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES- Resposta: Letra D.
GRANRIO-2018) A concordância do verbo destacado foi 1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e inde-
realizada de acordo com as exigências da norma-padrão pendente.
da língua portuguesa em: 2. A agenda pública é determinada pela imprensa tradi-
cional.
a) Com a corrida desenfreada pelas versões mais atuais dos 3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de con-
smartphones, evidenciou-se atitudes agressivas e vio- teúdo independentes.
lentas por parte dos usuários.
b) Devido à utilização de estratégias de marketing, desen- Em “a”: os dois adjetivos da frase (1) referem-se, respec-
volveu-se, entre os jovens, a ideia de que a posse de tivamente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’;
novos aparelhos eletrônicos é garantia de sucesso. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e inde-
c) É necessário que se envie a todas as escolas do país ví- pendente = apenas a “jornalismo”
deos educacionais que permitam esclarecer os jovens
sobre o vício da tecnologia.
Em “b”: os adjetivos da frase (1) deveriam estar no plural
d) É preciso educar as novas gerações para que se reduza
por referirem-se a dois substantivos;
os comportamentos compulsivos relacionados ao uso
A democracia reclama um jornalismo vigoroso e inde-
das novas tecnologias.
e) Nos países mais industrializados, comprovou-se os da- pendente = a um substantivo (jornalismo)
nos psicológicos e o consumismo exagerado causados
pelo vício da tecnologia. Em “c”: na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’
se refere a ‘imprensa’;
Resposta: Letra B. A agenda pública é determinada pela imprensa tradi-
Em “a”: Com a corrida desenfreada pelas versões mais cional = refere-se ao termo “agenda pública”
atuais dos smartphones, evidenciou-se (evidenciaram-
-se) atitudes agressivas e violentas por parte dos usuá- Em “d”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está cor-
rios. retamente no plural por referir-se a ‘empresas’;
Em “b”: Devido à utilização de estratégias de marketing, Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de conteú-
desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de que a posse do independentes = correta
de novos aparelhos eletrônicos é garantia de sucesso =
correta Em “e”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ deveria
Em “c”: É necessário que se envie (enviem) a todas as estar no singular por referir-se ao substantivo ‘conteúdo’
escolas do país vídeos educacionais que permitam es- = incorreta (refere-se a “empresas”)
clarecer os jovens sobre o vício da tecnologia.
Em “d”: É preciso educar as novas gerações para que se 5. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015)
reduza (reduzam) os comportamentos compulsivos re-
lacionados ao uso das novas tecnologias. Texto I
Em “e”: Nos países mais industrializados, comprovou-se
(comprovaram-se) os danos psicológicos e o consumis- Na organização do poder político no Estado moderno, à
mo exagerado causados pelo vício da tecnologia. luz da tradição iluminista, o direito tem por função a pre-
servação da liberdade humana, de maneira a coibir a de-
4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO – sordem do estado de natureza, que, em virtude do risco
FGV-2017) Observe os seguintes casos de concordância
da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a
nominal retirados do texto 1:
existência de um poder institucional. Mas a conquista da
1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e indepen-
liberdade humana também reclama a distribuição do po-
dente.
2. A agenda pública é determinada pela imprensa tradicio- der em ramos diversos, com a disposição de meios que
nal. assegurem o controle recíproco entre eles para o advento
3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de conteúdo de um cenário de equilíbrio e harmonia nas sociedades es-
independentes. tatais. A concentração do poder em um só órgão ou pessoa
A afirmação correta sobre essas concordâncias é: viria sempre em detrimento do exercício da liberdade. É
que, como observou Montesquieu, “todo homem que tem
a) os dois adjetivos da frase (1) referem-se, respectivamen- poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra limi-
te a ‘democracia’ e ‘jornalismo’; tes. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que,
b) os adjetivos da frase (1) deveriam estar no plural por pela disposição das coisas, o poder limite o poder”.
referirem-se a dois substantivos; Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as
c) na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’ se refere esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se conce-
PORTUGUÊS

a ‘imprensa’; bia sua união nas mãos de um só ou, então, sua separação;
d) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está corretamen- ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma de sistema
te no plural por referir-se a ‘empresas’; coerente, as consequências de conceitos diversos”. Pensa-
e) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ deveria estar no dor francês do século XVIII, Montesquieu situa-se entre o
singular por referir-se ao substantivo ‘conteúdo’. racionalismo cartesiano e o empirismo de origem baconia-

81
na, não abandonando o rigor das certezas matemáticas em Em: ( ) O risco de alunos usuários de redes sociais de-
suas certezas morais. Porém, refugindo às especulações senvolverem depressão constante extrapola o índice dos
metafísicas que, no plano da idealidade, serviram aos filó- 27%.
sofos do pacto social para a explicação dos fundamentos = Falsa (“depressão constante” altera o sentido do pe-
do Estado ou da sociedade civil, ele procurou ingressar no ríodo)
terreno dos fatos.
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Mi- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
nistério Público em função da proteção dos direitos hu- CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar.
manos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform. – São
Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações). Paulo: Saraiva, 2010.
A flexão plural em “eram identificadas” decorre da con- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
cordância com o sujeito dessa forma verbal: “as esferas de Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
abrangência dos poderes políticos”. AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
( ) Certo ( ) Errado
SITE
Resposta: Certo. Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
(...) Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza secoes/sint/sint49.php>
as esferas de abrangência dos poderes políticos = pas-
sando o período para a ordem direta (sujeito + verbo),
temos: Até Montesquieu, as esferas de abrangência dos REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL;
poderes políticos não eram identificadas com clareza.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
6. (PC-RS – ESCRIVÃO e Inspetor de Polícia – Funda- que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome
tec-2018 - adaptada) Sobre a frase “Esses alunos que são (regência nominal) e seus complementos.
usuários constantes de redes sociais têm um risco 27% maior
de desenvolver depressão”, avalie as assertivas que seguem, Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado para o sin- A regência verbal estuda a relação que se estabelece
gular, outras quatro palavras deveriam sofrer ajustes para entre os verbos e os termos que os complementam (objetos
fins de concordância. diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
( ) Mais da metade dos alunos que usam redes sociais po- adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência,
dem ficar deprimidos. o que corresponde à diversidade de significados que estes
( ) O risco de alunos usuários de redes sociais desenvolve- verbos podem adquirir dependendo do contexto em que
rem depressão constante extrapola o índice dos 27%. forem empregados.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
cima para baixo, é: contentar.
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agrado
a) V – V – V. ou prazer”, satisfazer.
b) F – V – F. Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
c) V – F – F. “agradar a alguém”.
d) F – F – V.
e) F – F – F. O conhecimento do uso adequado das preposições
é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência
Resposta: Letra C. verbal (e também nominal). As preposições são capazes
Esses alunos que são usuários constantes de redes sociais de modificar completamente o sentido daquilo que está
têm um risco 27% maior de desenvolver depressão sendo dito.
Em: ( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado para Cheguei ao metrô.
o singular, outras quatro palavras deveriam sofrer ajus- Cheguei no metrô.
tes para fins de concordância. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no
Esse aluno que é usuário constante de redes sociais tem segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
um risco 27% maior de desenvolver depressão
= (verdadeira = haveria quatro alterações) A voluntária distribuía leite às crianças.
A voluntária distribuía leite com as crianças.
PORTUGUÊS

Em: ( ) Mais da metade dos alunos que usam redes so- Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
ciais podem ficar deprimidos. como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto
= falsa (o período em análise não nos transmite tal infor- (objeto indireto: às crianças); na segunda, como transitivo
mação, apenas afirma que usuários constantes têm um direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto
risco 27% maior que os demais) adverbial).

82
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos C) Verbos Transitivos Indiretos
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes Os verbos transitivos indiretos são complementados
formas em frases distintas. por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos
A) Verbos Intransitivos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação
de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não
Chegar, Ir representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos
adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas lhe, lhes.
para indicar destino ou direção são: a, para.
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Fui ao teatro. Consistir - Tem complemento introduzido pela
Adjunto Adverbial de Lugar preposição “em”: A modernidade verdadeira consiste em
direitos iguais para todos.
Ricardo foi para a Espanha.
Adjunto Adverbial de Lugar Obedecer e Desobedecer - Possuem seus
complementos introduzidos pela preposição “a”:
Comparecer Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por Eles desobedeceram às leis do trânsito.
em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
Responder - Tem complemento introduzido pela
último jogo.
preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar
“a quem” ou “ao que” se responde.
B) Verbos Transitivos Diretos
Respondi ao meu patrão.
Respondemos às perguntas.
Os verbos transitivos diretos são complementados por
Respondeu-lhe à altura.
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
para o estabelecimento da relação de regência. Ao
empregar esses verbos, lembre-se de que os pronomes Observação:
oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses O verbo responder, apesar de transitivo indireto quando
pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, analítica:
nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), O questionário foi respondido corretamente.
enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
objetos indiretos.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos
abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, introduzidos pela preposição “com”.
acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, Antipatizo com aquela apresentadora.
auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, Simpatizo com os que condenam os políticos que
defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, governam para uma minoria privilegiada.
prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
como o verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o. Os verbos transitivos diretos e indiretos são
Amo aquela moça. / Amo-a. acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem
Amam aquele rapaz. / Amam-no. destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas
e objeto indireto relacionado a pessoas.
Observação:
Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos Agradeço aos ouvintes a audiência.
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos Objeto Indireto Objeto Direto
PORTUGUÊS

adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Paguei o débito ao cobrador.
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua Objeto Direto Objeto Indireto
carreira)
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)

83
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Observação:
com particular cuidado: Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
Agradeci o presente. / Agradeci-o. termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes,
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. existente no próprio verbo (pre).
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as. Mudança de Transitividade - Mudança de Significado
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Há verbos que, de acordo com a mudança de
Informar transitividade, apresentam mudança de significado. O
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto conhecimento das diferentes regências desses verbos é um
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. recurso linguístico muito importante, pois além de permitir
a correta interpretação de passagens escritas, oferece
Informe os novos preços aos clientes.
possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
os principais, estão:
preços)
Agradar
Na utilização de pronomes como complementos, veja Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
as construções: acariciar, fazer as vontades de.
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. Sempre agrada o filho quando.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou Aquele comerciante agrada os clientes.
sobre eles)
Observação: Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
A mesma regência do verbo informar é usada para os agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. introduzido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
Comparar O cantor não lhes agradou.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto:
indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de O cantor desagradou à plateia.
uma criança.
Aspirar
Pedir Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
pessoa. Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar,
ter como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor.
Pedi-lhe favores. (Aspirávamos a ele)
Objeto Indireto Objeto Direto
Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa,
as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”.
Objeto Indireto Oração Subordinada
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
Substantiva Objetiva Direta
Aspiravam a ela)
A construção “pedir para”, muito comum na linguagem Assistir
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
No entanto, é considerada correta quando a palavra licença assistência a, auxiliar.
estiver subentendida. As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.

Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar,
uma oração subordinada adverbial final reduzida de estar presente, caber, pertencer.
infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
Preferir Essa lei assiste ao inquilino.
PORTUGUÊS

Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto


indireto introduzido pela preposição “a”: No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de
Prefiro trem a ônibus. lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa
conturbada cidade.

84
Chamar Obedecer - Desobedecer
Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, Sempre transitivo indireto:
solicitar a atenção ou a presença de. Todos obedeceram às regras.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá chamá- Ninguém desobedece às leis.
la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.
Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere Proceder
predicativo preposicionado ou não. Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
A torcida chamou o jogador mercenário. cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
A torcida chamou ao jogador mercenário. segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
A torcida chamou o jogador de mercenário. adverbial de modo.
A torcida chamou ao jogador de mercenário. As afirmações da testemunha procediam, não havia
como refutá-las.
Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal: Você procede muito mal.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição
“de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela
Custar preposição “a”) é transitivo indireto.
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor O avião procede de Maceió.
ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas Procedeu-se aos exames.
e verduras não deveriam custar muito. O delegado procederá ao inquérito.

No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo Querer


ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
reduzida de infinitivo. vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Muito custa viver tão longe da família. Queremos um país melhor.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição,
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.
Custou-me (a mim) crer nisso.
Objeto Indireto Oração Subordinada Visar
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar,
fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
A Gramática Normativa condena as construções que O homem visou o alvo.
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por O gerente não quis visar o cheque.
pessoa: Custei para entender o problema.
= Forma correta: Custou-me entender o problema. No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
Implicar O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes público.
implicavam um firme propósito.
B) ter como consequência, trazer como consequência, Esquecer – Lembrar
acarretar, provocar: Uma ação implica reação. Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
Como transitivo direto e indireto, significa comprometer,
envolver: Implicaram aquele jornalista em questões No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,
econômicas. exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me,
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São,
indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem portanto, transitivos indiretos:
PORTUGUÊS

não trabalhasse arduamente. Ele se esqueceu do caderno.


Eu me esqueci da chave.
Namorar Eles se esqueceram da prova.
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
anos.

85
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração
de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto
brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

Simpatizar - Antipatizar
São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

Importante:
A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários
nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será completiva
nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
PORTUGUÊS

Ávido de Generoso com Propício a


Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com

86
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php>

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CESGRANRIO-2018)

O ano da esperança

O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás do outro.
Nunca fui de botar dinheiro nas relações de amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinheiro e o amigo. Nos pri-
meiros pedidos, eu ajudava, com a consciência de que era uma doação. A situação foi piorando. Os argumentos também.
No início era para pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes. Lamentavelmente, aprendi a não ser ge-
neroso. Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que sofreu um acidente e não tinha como pagar a fisiote-
rapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas internações, remédios. A situação piorando, eu já estava encomendando
missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso gratuitamente. Surpresa! O
doente não aparecia para a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou eu não ajudava mais.
Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca conheci o
sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o emprego após o suposto
acidente. Foi por isso que me deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde também a vergonha. Pior ainda. A
violência aumenta. As pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a indústria automobilística vai bem, é lá que
vão trabalhar.
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir. Serão no-
vos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova consciência para votar.
Como? Num mundo em que as notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites servem a qualquer mentira. Digo
por mim. Já contaram cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já inventaram casos de amor, tramas nas nove-
las que escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama.
Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era mentira da internet.
Duvidam. Acham que estou mentindo.
PORTUGUÊS

CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. 2017, p.97. Adaptado.

Considere o trecho “Podemos esperar por um futuro melhor”. Respeitando-se as regras da norma-padrão e conservando-se
o conteúdo informacional, o trecho acima está corretamente reescrito em:

87
a) Podemos esperar para um futuro melhor 3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
b) Podemos esperar com um futuro melhor A pobreza é um dos fatores mais comumente responsá-
c) Podemos esperar um futuro melhor veis pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela
d) Podemos esperar porquanto um futuro melhor origem de uma série de mazelas, algumas das quais proi-
e) Podemos esperar todavia um futuro melhor bidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do traba-
lho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas sociedades
Resposta: Letra C. subdesenvolvidas, mas também viceja onde o capitalismo,
Em “a”: Podemos esperar para um futuro melhor = po- em seu ambiente mais selvagem, obriga crianças e adoles-
demos esperar o quê? centes a participarem do processo de produção. Foi assim
Em “b”: Podemos esperar com um futuro melhor = pode- na Revolução Industrial de ontem e nas economias ditas
mos esperar o quê? avançadas. E ainda é, nos dias de hoje, nas manufaturas
Em “c”: Podemos esperar um futuro melhor = correta da Ásia ou em diversas regiões do Brasil. Enquanto, entre
Em “d”: Podemos esperar porquanto um futuro melhor
as nações ricas, o trabalho infantil foi minimizado, já que
= sentido de “porque”
nunca se pode dizer erradicado, ele continua sendo grave
Em “e”: Podemos esperar todavia um futuro melhor =
problema nos países mais pobres.
conjunção adversativa (ideia contrária à apresentada an-
teriormente) Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).
A única frase correta – e coerente - é podemos esperar
um futuro melhor. O emprego de preposição em “a participarem” é exigido
pela regência da forma verbal “obriga”.
2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
GRANRIO-2018) Considere a seguinte frase: “Os lança- ( ) Certo ( ) Errado
mentos tecnológicos a que o autor se refere podem resultar
em comportamentos impulsivos nos consumidores desses Resposta: Certo.
produtos”. A utilização da preposição destacada a é obri- (...) o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem,
gatória para atender às exigências da regência do verbo obriga crianças e adolescentes a participarem =
“referir-se”, de acordo com a norma-padrão da língua por- quem obriga, obriga alguém (crianças e adolescentes –
tuguesa. É também obrigatório o uso de uma preposição objeto direto) a algo (a participarem – objeto indireto:
antecedendo o pronome que destacado em: com preposição – no caso, uma oração com a função de
objeto indireto).
a) Os consumidores, ao adquirirem um produto que quase
ninguém possui, recém-lançado no mercado, passam a 4. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2013) Con-
ter uma sensação de superioridade. siderando as regras de regência verbal, assinale a alterna-
b) Muitos aparelhos difundidos no mercado nem sempre tiva correta.
trazem novidades que justifiquem seu preço elevado em
relação ao modelo anterior. a) Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o amigo
c) O estudo de mapeamento cerebral que o pesquisador comentou de que o livro estava acabando.
realizou foi importante para mostrar que o vício em no- b) Enquanto seu amigo continua encomendando livros de
vidades tecnológicas cresce cada vez mais. papel, o autor aderiu o livro digital.
d) O hormônio chamado dopamina é responsável por cau-
c) Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer seria sair
sar sensações de prazer que levam as pessoas a se sen-
para jantar.
tirem recompensadas.
d) As estantes que o autor aludiu foram projetadas para
e) As pessoas, na maioria das vezes, gastam muito mais
do que o seu orçamento permite em aparelhos que elas armazenar livros e CDs.
não necessitam. e) O único detalhe do apartamento que o amigo se ateve
foi o número de estantes.
Resposta: Letra E.
Em “a”: Os consumidores, ao adquirirem um produto Resposta: Letra C.
que (= o qual) quase ninguém possui, recém-lançado no Em “a”: Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o
mercado, passam a ter uma sensação de superioridade. amigo comentou de (X) que = comentou que
Em “b”: Muitos aparelhos difundidos no mercado nem Em “b”: Enquanto seu amigo continua encomendando
sempre trazem novidades que (= as quais) justifiquem livros de papel, o autor aderiu o = aderiu ao
seu preço elevado em relação ao modelo anterior. Em “c”: Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer
Em “c”: O estudo de mapeamento cerebral que (= o qual) seria sair para jantar = correta
o pesquisador realizou foi importante para mostrar que Em “d”: As estantes que o autor aludiu = às quais/a que
o vício em novidades tecnológicas cresce cada vez mais. Em “e”: O único detalhe do apartamento que o amigo se
Em “d”: O hormônio chamado dopamina é responsável ateve = ao qual/ a que
por causar sensações de prazer que (= as quais) levam
PORTUGUÊS

as pessoas a se sentirem recompensadas. 5. (TJ-SP – ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA)


Em “e”: As pessoas, na maioria das vezes, gastam muito Na passagem – ... e ausência de candidatos para preenchê-
mais do que o seu orçamento permite em aparelhos de -las. –, substituindo-se o verbo preencher por concorrer e
que (= das quais) elas não necessitam. atendendo-se à norma-padrão, obtém-se:

88
a) … e ausência de candidatos para concorrer a elas. Quando o verbo estiver no futuro do presente ou
b) … e ausência de candidatos para concorrer à elas. futuro do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
c) … e ausência de candidatos para concorrer-lhes. precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
d) … e ausência de candidatos para concorrê-las. Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em
e) … e ausência de candidatos para lhes concorrer. prol da paz no mundo.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo
Resposta: Letra A. “realizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma
Vamos por exclusão: “à elas” está errada, já que não te- palavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria.
mos acento indicativo de crase antes de pronome pes- Veja: Não se realizará...
soal; quando temos um verbo no infinitivo, podemos Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
usar a construção: verbo + preposição + pronome pes- nessa viagem.
soal. Por exemplo: Dar a eles (ao invés de “dar-lhes”). (com presença de palavra que justifique o uso de
próclise: Não fossem os meus compromissos, EU te
acompanharia nessa viagem).
COLOCAÇÃO PRONOMINAL;
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos possíveis:
pronomes oblíquos átonos na frase. • Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Quando eu avisar, silenciem-se todos.
• Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
#FicaDica era minha intenção machucá-la.
Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função de • Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: inicia período com pronome oblíquo).
OBlíquo = OBjeto! Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.

Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes • Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo no
não seja rigorosamente seguida, algumas normas devem concurso, mudo-me hoje mesmo!
ser observadas na linguagem escrita. • Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
posta fazendo-se de desentendida.
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A
próclise é usada: Colocação pronominal nas locuções verbais

• Quando o verbo estiver precedido de palavras que • Após verbo no particípio = pronome depois do verbo
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: auxiliar (e não depois do particípio):
A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, Tenho me deliciado com a leitura!
jamais, etc.: Não se desespere! Eu tenho me deliciado com a leitura!
B) Advérbios: Agora se negam a depor. Eu me tenho deliciado com a leitura!
C) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem
• Não convém usar hífen nos tempos compostos e nas
tudo!
locuções verbais:
D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es-
Vamos nos unir!
forçou.
Iremos nos manifestar.
E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni-
dade. • Quando há um fator para próclise nos tempos com-
F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pro-
nome oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos
• Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem nos preocupar (e não: “não nos vamos preocupar”).
lhe disse isso?
• Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto Emprego de o, a, os, as
se ofendem!
• Orações que exprimem desejo (orações optativas): • Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os
Que Deus o ajude. pronomes: o, a, os, as não se alteram.
• A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome Chame-o agora.
PORTUGUÊS

reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o material Deixei-a mais tranquila.


amanhã. / Tu sabes cantar? • Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
verbo. A mesóclise é usada: (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.

89
• Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, após o suposto acidente. Foi por isso que me deixei en-
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, ganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde também
na, nos, nas. a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As pessoas
Chamem-no agora. buscam vagas nos mercados em expansão. Se a indústria
Põe-na sobre a mesa. automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar.
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir.
#FicaDica Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça de ve-
lhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova consciên-
Dica da Zê! cia para votar. Como? Num mundo em que as notícias são
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que signi- plantadas pela internet, em que muitos sites servem a qual-
fica “antes”! Pronome antes do verbo! quer mentira. Digo por mim. Já contaram cada história a
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, meu respeito que nem sei o que dizer. Já inventaram casos
em Inglês – que significa “fim, final!). Pronome de amor, tramas nas novelas que escrevo. Pior. Depois todo
mundo me pergunta por que isso ou aquilo não aconteceu
depois do verbo! na novela. Se mudei a trama. Respondo: — Nunca foi para
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo acontecer. Era mentira da internet.
Duvidam. Acham que estou mentindo.
CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. 2017,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS p.97. Adaptado.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
No trecho “perde-se o dinheiro e o amigo”, a colocação do
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
pronome átono em destaque está de acordo com a norma-
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar -padrão da língua portuguesa. O mesmo ocorre em:
- Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. a) Não se perde nem o dinheiro nem o amigo.
b) Perderia-se o dinheiro e o amigo.
SITE c) O dinheiro e o amigo tinham perdido-se.
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/ d) Se perdeu o dinheiro, mas não o amigo.
gramatica/colocacao-pronominal-.html> e) Se o amigo que perdeu-se voltasse, ficaria feliz.

Resposta: Letra A.
Em “a”: Não se perde = correta (advérbio atrai o prono-
EXERCÍCIOS COMENTADOS me = próclise)
Em “b”: Perderia-se = verbo no futuro do pretérito: per-
der-se-ia (mesóclise)
1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES-
Em “c”: O dinheiro e o amigo tinham perdido-se = ti-
GRANRIO-2018) nham se perdido
Em “d”: Se perdeu = não se inicia período com pronome
O ano da esperança oblíquo/partícula apassivadora (Perdeu-se)
Em “e”: Se o amigo que perdeu-se = o “que” atrai o pro-
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos nome (próclise): que se perdeu
desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás do
outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de ami- 2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
zade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinheiro e GRANRIO-2018) Segundo as exigências da norma-padrão
o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a cons- da língua portuguesa, o pronome destacado foi utilizado
ciência de que era uma doação. A situação foi piorando. Os na posição correta em:
argumentos também. No início era para pagar a escola do
filho. Depois vieram as mães e avós doentes. Lamentavel- a) Os jornais noticiaram que alguns países mobilizam-se
para combater a disseminação de notícias falsas nas re-
mente, aprendi a não ser generoso. Ajudava um rapaz, que
des sociais.
não conheço pessoalmente. Mas que sofreu um acidente e b) Para criar leis eficientes no combate aos boatos, sempre
não tinha como pagar a fisioterapia. Comecei pagando a deve-se ter em mente que o problema de divulgação de
físio. Vieram sucessivas internações, remédios. A situação notícias falsas é grave e muito atual.
piorando, eu já estava encomendando missa de sétimo dia. c) Entre os numerosos usuários da internet, constata-se um
Falei com um amigo médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou sentimento generalizado de reprovação à prática de di-
tratar o caso gratuitamente. Surpresa! O doente não apare- vulgação de inverdades.
cia para a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou d) Uma nova lei contra as fake news promulgada na Alema-
nha não aplica-se aos sites e redes sociais com menos
PORTUGUÊS

se consultava ou eu não ajudava mais.


Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita de 2 milhões de membros.
de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca co- e) Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo mais efi-
nheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter caído caz para que adote-se a conduta correta em relação à
na história. Só que esse rapaz havia perdido o emprego reputação das celebridades.

90
Resposta: Letra C. 5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014)
Em “a”: Os jornais noticiaram que alguns países mobili- Considerando apenas as regras de regência e de coloca-
zam-se = se mobilizam ção pronominal da norma-padrão da língua portuguesa, a
Em “b”: Para criar leis eficientes no combate aos boatos, expressão destacada em – Ainda assim, 60% afirmam que
sempre deve-se = sempre se deve raramente ou nunca têm informações sobre o impacto
Em “c”: Entre os numerosos usuários da internet, consta- ambiental do produto ou do comportamento da empresa. –
ta-se um sentimento = correta pode ser corretamente substituída por
Em “d”: Uma nova lei contra as fake news promulgada na
Alemanha não aplica-se = não se aplica a) ... nunca informam-se sob o impacto...
Em “e”: Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo b)... nunca se informam o impacto...
mais eficaz para que adote-se = que se adote c) ... nunca informam-se ao impacto...
d) ... nunca se informam do impacto...
3. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUI- e)... nunca informam-se no impacto...
TETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Se substituíssemos os
complementos dos verbos abaixo por pronomes pessoais Resposta: Letra D.
oblíquos enclíticos, a única forma INADEQUADA seria: Por eliminação: o advérbio “nunca” atrai o pronome, te-
remos próclise (nunca se). Ficamos com B e D. Agora va-
a) impregna a vida cotidiana / impregna-a; mos ao verbo: quem se informa, informa-se sobre algo =
b) entender os debates / entendê-los; precisa de preposição. A alternativa que tem preposição
c) ganha destaque / ganha-o; presente é a D (do = de+o). Teremos: nunca se informam
d) supõe um conhecimento / supõe-lo; do impacto.
e) marcaram sua história / marcaram-na.
6. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –
Resposta: Letra D. VUNESP-2013) Considerando a substituição da expressão
Em “a”: impregna a vida cotidiana / impregna-a = cor- em destaque por um pronome e as normas da colocação
reta pronominal, a oração – … que abrem a cabeça … – equivale,
Em “b”: entender os debates / entendê-los = correta na norma-padrão da língua, a:
Em “c”: ganha destaque / ganha-o = correta
Em “d”: supõe um conhecimento / supõe-lo = supõe-no a) que abrem-a.
Em “e”: marcaram sua história / marcaram-na = correta b) que abrem-na.
c) que a abrem.
4. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL – d) que lhe abrem.
VUNESP-2014) Considerando-se o uso do pronome e a e) que abrem-lhe.
colocação pronominal, a expressão em destaque no trecho
– ... que cercam o sentido da existência humana... – está Resposta: Letra C.
corretamente substituída pelo pronome, de acordo com a Primeiramente: o “que” atrai o pronome oblíquo, então
norma-padrão da língua portuguesa, na alternativa: teremos que + pronome. Resta-nos identificar se o pro-
nome é objeto direto (a) ou indireto (lhe). Voltemos ao
a) ... que cercam-lo... verbo: abrir. Quem abre, abre algo... abre o quê? Sem
b) ... que cercam-no... preposição! Portanto: objeto direto = que a abrem.
c)... que o cercam...
d) ... que lhe cercam...
e) ... que cercam-lhe... NOÇÕES DE VERSIFICAÇÃO: ESTRUTURA
DO VERSO, TIPOS DE VERSO, RIMA, ESTRO-
Resposta: Letra C. FAÇÃO E POEMAS DE FORMA FIXA.
Correções à frente:
Em “a”: que cercam-lo = o “que” atrai o pronome (que
o cercam) VERSIFICAÇÃO

Em “b”: que cercam-no = que o cercam (“no” está cor- Versificação é a arte ou técnica de escrever em forma
reta – caso não tivéssemos o “que”, pois, devido a sua de versos. Pode ser também o estudo dos recursos que
presença, teremos próclise, não ênclise) constituem o poema.
Em “c”: que o cercam = correta Verso é cada linha de um poema, com um número
Em “d”: que lhe cercam = a posição está correta, mas o determinado de sílabas e sonoridade harmoniosa entre as
PORTUGUÊS

pronome está errado (“lhe” é para objeto indireto = a sílabas átonas e tônicas.
ele/ela)
Em “e”: que cercam-lhe = que o cercam Da tribo pujante
Que agora anda errante
Por fado inconstante,

91
Guerreiro nasci: Vejamos um exemplo de dístico.
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte, Poema do beco
Guerreiros, ouvi. Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do
(Gonçalves Dias) horizonte?
- O que eu vejo é o beco.
É um texto que apresenta palavras cujos sons são (Manoel Bandeira)
semelhantes a partir da vogal tônica: pujante, errante e
outras. Além disso, cada linha possui o mesmo número de Estribilho ou Refrão
sílabas e a 5.ª sílaba de cada linha é a última sílaba tônica.
Esses são recursos de que o poeta Gonçalves Dias utilizou- Alguns poemas, no fim das estrofes, apresentam um
se para estruturar seu poema. verso ou um grupo de versos que se repete e que recebe o
O uso de recursos como o citado com a finalidade de
nome de estribilho ou refrão.
estruturar um poema chama-se versificação.
Os versos podem ser classificados em tradicionais ou
Roda viva
livres.
São tradicionais quando possuem o mesmo número
de sílabas e o espaço entre as sílabas tônicas ocorre no Tem dias que a gente se sente
mesmo ritmo. como quem partiu ou morreu,
São livres quando os versos não possuem o mesmo a gente estancou de repente
número de sílabas; ou quando as pausas entre as sílabas ou foi o mundo então que cresceu.
tônicas são irregulares.
Vejamos um exemplo A gente quer ter voz ativa
no nosso destino mandar,
“Tu choraste em presença da morte? mas eis que chega a roda viva
Na presença da morte choraste? e carrega o destino pra lá.
Não descende o cobarde do forte;
Pois choraste, meu filho não és!” Roda mundo, roda-gigante
(Gonçalves Dias) rodamoinho, roda pião,
o tempo rodou num instante (refrão)
Esses versos são tradicionais porque possuem o mesmo nas voltas do meu coração.
número de sílabas, e as pausas que dão ritmo a eles são
regulares. A gente vai contra a corrente
Observe, agora, um exemplo de versos livres que não até não poder resistir,
possuem essas características: na volta do barco é que sente
o quanto deixou de cumprir.
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração. Faz tempo que a gente cultiva
Tempo em que não se diz mais: meu amor. a mais linda roseira que há,
Porque o amor resultou inútil. mas eis que chega a roda viva
e carrega a roseira pra lá.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
A roda da saia, a mulata
E o coração está seco.
(Carlos Drummond de Andrade) não quer mais rodar, não senhor,
não posso fazer serenata
A Estrofe a roda de samba acabou.

Estrofe ou estância: é o conjunto de versos de um a gente toma a iniciativa


poema que, de acordo com o número de versos que tenha, viola na rua a cantar,
recebe uma classificação: mas eis que chega a roda viva
 monóstico: estrofe de um verso; e carrega a viola pra lá.
 dístico: estrofe de dois versos; (Chico Buarque)
 terceto: estrofe de três versos;
 quadra ou quarteto: estrofe de quatro versos; As estrofes podem ser simples ou compostas. As que
 quintilha: estrofe de cinco versos; contêm versos de uma só medida são chamadas de simples.
PORTUGUÊS

 sextilha: estrofe de seis versos; No exemplo a seguir, todos os versos são heptassílabos.
 sétima ou septilha: estrofe de sete versos; Observe:
 oitava: estrofe de oito versos;
 nona: estrofe de nove versos;
 décima: estrofe de dez versos.

92
Canção do amor perfeito O Metro

O tempo seca a beleza, Metro é a extensão da linha poética do verso. Na poética


seca o amor, seca as palavras. tradicional, há doze tipos de versos, de acordo com o número
Deixa tudo solto, leve, de sílabas poéticas que o verso possui: monossílabos,
desunido para sempre dissílabos, trissílabos, tetrassílabos, pentassílabos,
como as areias nas águas hexassílabos, heptassílabos, octossílabos, eneassílabos,
O tempo seca a saudade decassílabos, hendecassílabos e dodecassílabos.
seca as lembranças e as lágrimas. Paralelamente a essas denominações, certos versos
Deixa algum retrato, apenas, podem receber nomes especiais:
vagando seco e vazio  redondilha menor: versos de cinco sílabas ou pen-
como estas conchas das praias. tassílabos;
(Cecília Meireles)  redondilha maior: versos de sete sílabas ou hep-
tassílabos;
As compostas são as que associam versos maiores  heroico: versos de dez sílabas ou decassílabos;
com menores. As combinações mais encontradas em  alexandrino: verso de doze sílabas ou dodecassí-
nossa língua são: versos decassílabos com hexassílabos; labos.
versos decassílabos com octossílabos, hexassílabos ou
tetrassílabos; versos heptassílabos com trissílabos ou Sílabas Métricas
dissílabos.
Veja um exemplo do primeiro tipo de combinação: As sílabas métricas, também chamadas de poéticas,
são as sílabas dos versos e têm uma contagem diferente
“Debruçada nas águas dum regato (decassílabo) da sílaba gramatical. Dividir o verso em sílabas métricas
A flor dizia em vão (hexassílabo) chama-se escandir.
À corrente, onde bela se mirava (decassílabo)
‘Ai, não me deixes, não!” (hexassílabo) Escandir um verso é dividi-lo em sílabas métricas. Veja a
escansão dos versos a seguir:
Poemas de Forma Fixa
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Existem poemas que têm forma fixa, isto é, obedecem a “Al / ma/ mi / nha/ gen / til,/ que / te/ par / tis/ (te)” =
regras quanto ao número de estrofes e de versos e quanto esta sílaba não é contada (Camões)
à disposição das rimas. Dentre eles temos:
A) Balada: composto por três oitavas ou três décimas, 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
que têm as mesmas rimas, seguidas de uma quadra ou “A / mor,/ que o/ ges/to hu / ma / no / na al / ma es/
quintilha. cre/ (ve) = não conta
(Camões)
B) Haicai: poema de origem japonesa, composto por
três versos, sendo o primeiro e o último pentassílabos e o A contagem das sílabas métricas é feita auditivamente,
segundo, heptassílabo. Originalmente não possui rima; no obedecendo aos seguintes preceitos:
Brasil, Guilherme de Almeida adaptou-o com dois pares de A) Não são contadas as sílabas métricas que se
rimas. Rimam o 1.º com o 3.º verso e a 2.ª com a 7.ª sílaba apresentam após a última sílaba tônica do verso. Veja o
do segundo verso. exemplo acima.

C) Rondó: formado de três estrofes: uma quintilha, um B) Os ditongos crescentes, em geral, têm o valor de uma
terceto e outra quintilha, com estribilho constante. só sílaba métrica:

D) Sextina: composição de seis sextilhas e um terceto; 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10


apresenta versos decassílabos. “- Co/mo/ fi/zes/te,/ por-/se a/ tal/ fe / ri / (da?) = não
conta a última
E) Vilancete: composto por um terceto e duas oitavas. “cia” = uma sílaba métrica
(ditongação)
F) Soneto: poema composto de catorze versos, sendo
dois quartetos e dois tercetos, que apresenta, geralmente, C) Duas ou mais vogais átonas, ou tônicas, podem
versos decassílabos ou alexandrinos. fundir-se em uma só sílaba métrica, quando se encontram
PORTUGUÊS

no fim de uma palavra e início de outra:


De todas essas formas, o soneto tem sido a mais
cultivada na literatura, tanto na portuguesa quanto na 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
brasileira. “A / mor,/ que o/ ges/to hu/ma/no/ na al/ma es/cre/ (ve)”
= não conta (Camões)

93
Perceba a diferença entre a sílaba gramatical e a métrica N) metátese: é a transposição de um fonema na própria
ou poética: neste verso temos 15 sílabas gramaticais, mas palavra: vairo (por vário); rosairo (por rosário); trata-se de
só 10 sílabas poéticas. um recurso fonético pouquíssimo usado pelos poetas, que
só para ele apelam quando desejam satisfazer as exigências
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 de rima.
14 15
“A /mor,/ que /o /ges /to / hu / ma / no / na/ al /ma / Todos esses recursos são usados pelos poetas, no
es / crê / ve” verso tradicional, para que o metro seja perfeito. Convém
observar que, no verso tradicional, a métrica é fixa: os versos
Licenças Poéticas de um poema terão, cada um deles, de uma a doze sílabas
poéticas. No verso moderno, a métrica é livre, isto é, cada
Os poetas podem recorrer a vários processos fonéticos verso pode ter o número de sílabas poéticas que o autor
para que o metro seja perfeito. Os principais são: desejar. Em função disso, o ritmo também é estabelecido
A) crase: é a fusão de duas vogais numa só: mi/nha al/ livremente, de acordo com a vontade do autor.
ma ( mi-nhal-ma).
O Ritmo
B) elisão ou sinalefa: é a quebra de uma vogal átona
final de uma palavra, quando a seguinte começa por vogal: O ritmo de uma poesia é estabelecido pela regularidade
can/ta um (can-tum). na sucessão de sílabas átonas e tônicas. É o ritmo que
determina a melodia fundamental e indispensável na
C) ditongação: é a fusão de uma vogal átona final com estrutura de um verso ou poema.
a seguinte, formando ditongo: gran/de a/mor (gran/dia/ Há, portanto, necessidade de repetirem-se as sílabas
mor); cam/po al/ca/ti/fa/do ( cam-pual-ca-ti-fa-do). tônicas, com pausas regulares entre elas, o que dá, ao
verso, uma cadência mais musical e melodiosa.
D) Sinérise: é a transformação de um hiato em ditongo: Assim, de acordo com a métrica do verso, a sílaba tônica
cru/el/da/de ( cruel-da-de); vi/o/le/ta ( vio-le-ta). recai em determinadas sílabas poéticas, considerando-se
os seguintes preceitos básicos:
E) deérise: é a transformação de um ditongo em hiato: A) Nos versos de uma a sete sílabas, a tônica recai sobre
sau/da/de (sa-u-da-de); vai/da/de ( va-i-da-de). a última. Assim, em versos com três sílabas, por exemplo,
deve haver acento tônico na terceira sílaba; em versos com
F) ectilipse: é a queda de um fonema nasal final para seis sílabas, deverá haver acento tônico, obrigatoriamente,
que haja crase ou ditongação: com o = (co); com os = (cós); na sexta sílaba. Vejamos os exemplos para esses casos:
com a = (coa); com as = (côas).
 Verso de uma sílaba: monossílabos
G) aférese:é a queda de fonemas ou sílabas iniciais: inda “Pingo
(em vez de ainda), ‘stamos (em vez de estamos) d’água,
pinga,
H) síncope: é a queda de um fonema no meio da bate
palavra: esp’rança (por esperança); dev’ria ( por deveria); tua
per’la ( por pérola); mágoa!”
(Cassiano Ricardo)
I) apócope: é a queda de fonema no fim da palavra:
mármor (em vez de mármore); cárcer (por cárcere); val (por  Versos dissílabos geralmente se empregam ao
vale). lado de outros, para obtenção de maior valor expressivo.
Veja:
J) prótese: é o acréscimo de fonema no início da palavra:
alevanta (por levantar); amostra (por mostra); “Antiga
cantiga
K) paragoge ou epítese: é o acréscimo de fonema no da amiga
final da palavra: mártire (por mártir); cantare (por cantar); deixada.
Musgo de piscina
L) diástole: é a deslocação do acento para a sílaba De uma água tão fina, (versos de 5 sílabas)
seguinte: Cleopatra (em vez de Cleópatra); Sobre a qual se inclina a 5.ª é sempre acentuada
A lua exilada.
PORTUGUÊS

M) sístole: é o inverso da diástole: deslocação do acento Antiga


para a sílaba anterior: Dário (por Dario); calmária (por Cantiga
calmaria). A sístole e a diástole recebem o nome genérico Da amiga
de hiperbibasmo; Chamada.”
(Cecília Meireles)

94
 Versos de três sílabas: trissílabos - usados isola- Em ronco que aterra,
damente são raríssimos na poesia brasileira. Quando ocor- Berra o sapo-boi:
rem, costumam ser mais encontrados também em estrofes - ‘Meu pai foi à guerra!’
compostas, como os versos monossílabos e os dissílabos. - ‘não foi!’ – ‘Foi!’ – ‘Não foi!’
Veja o exemplo: (Manuel Bandeira)

“Agora sim  Versos de seis sílabas: Hexassílabos


Café com pão (versos de 4 sílabas)
“O menino ambicioso
Agora sim a 4.ª é sempre tônica
não de poder ou glória
Voa, fumaça
mas de soltar a coisa
Corre, cerca oculta no seu peito
Ai se foguista escreve no caderno
Bota fogo e vagamente conta
Na fornalha à maneira de sonho
que eu preciso sem sentido sem forma
Muita força aquilo que não sabe.”
Muita força (Carlos Drummond de Andrade)
Muita força”
Muita força”  Versos de sete sílabas: heptassílabos ou redon-
(Manuel Bandeira) dilha maior - é largamente usado na literatura em Língua
Portuguesa. Dele se serviram os poetas desde a Idade Mé-
Em nossa Literatura, é este poema de Gonçalves Dias dia até os nossos dias.
um dos exemplos de versos trissílabos mais conhecidos.
“Belo belo minha bela
“Vem a aurora tenho tudo que não quero
pressurosa não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
cor-de-rosa
Nem obrigação de voto.”
que se cora (Manuel Bandeira)
de carmim;
a seus raios A redondilha maior é também a medida preferida dos
as estrelas compositores de música popular brasileira.
que eram belas
têm desmaios “Estava à-toa na vida
já por fim.” o meu amor me chamou
(Gonçalves Dias) pra ver a banda passar
cantando coisas de amor.”
 Versos de quatro sílabas: tetrassílabos (Chico Buarque)

“Noites perdidas, “Caminhando contra o vento


não te lamento: sem lenço e sem documento
embarco a vida no sol de quase dezembro
no pensamento, eu vou.”
busco a alvorada (Caetano Veloso)
do sonho isento,
Entre os poetas portugueses, a redondilha maior
puro e sem nada,
também é frequente:
- rosa encarnada,
intacta ao vento.” “Outros haverão de ter
(Cecília Meireles) O que houvemos de perder.
Outros poderão achar
 Versos de cinco sílabas: pentassílabos ou redondi- O que no nosso encontrar,
lha menor - são muito frequentes nos poemas da Foi achado ou não achado
Literatura em Língua Portuguesa. Dão ritmo e leveza ao Segundo o destino dado.
texto. (Fernando Pessoa)

B) Nos versos de oito a dez sílabas, além do acento


PORTUGUÊS

“Enfunando os papos,
saem da penumbra, tônico na última sílaba poética, deve haver outro que recaia
aos pulos os sapos, no meio do verso. No entanto, se não houver sílaba tônica
a luz os deslumbra. no meio, deverá haver duas outras que se distribuam da
seguinte maneira:

95
1. verso de 8 sílabas: tônica na 8.ª e na 4.ª; ou tônica na “É, quando ela passar, tudo o que eu não sentia
8.ª e na 5.ª; da vida há de acordar no coração, que vela...
2. verso de 9 sílabas: tônica na 9.ª e na 4.ª; ou tônica na E ela irá como o sol, e eu iremos atrás dela
9.ª, na 3.ª e 6.ª; Como sombra feliz... – Tudo isso eu me dizia.”
3. verso de dez sílabas: tônica na 10.ª e na 6.ª; ou tônica (Guilherme de Almeida)
na 10.ª, 4.ª e 8.ª .
Vejamos os exemplos para esses tipos de versos.  Versos bárbaros - São aqueles que têm mais de
doze sílabas. São bastante raros. Veja:
 Versos de oito sílabas: octossílabos
“Às vezes, quando à tarde, nas tardes brasileiras,
“Ó solidão do boi no campo, A cisma e a sombra descem das altas cordilheiras;
ó solidão do homem na rua! Quando a viola acorda na choça o sertanejo
Entre carros, trens, telefones, E a linda lavadeira cantando deixa o brejo,
Entre gritos, o ermo profundo.” E a noite- a freira santa - no órgão das florestas
(Carlos Drummond de Andrade) Um salmo preludia nos troncos, nas giestas.”
(Castro Alves)
“O samba, a viola, a roseira
um dia a fogueira queimou A Rima
foi tudo ilusão passageira
que a brisa primeira levou. É a semelhança de sons entre as palavras que se
(Chico Buarque) localizam no fim ou no meio de versos diferentes. Observe:
 Versos de nove sílabas: eneassílabos “Cambiando a luz em mil cores,
Deus – de infinitas facetas –
“Ó guerreiro da Taba sagrada, Concebeu os Beija-flores,
Ó guerreiro da tribo Tupi, As Rosas e as Borboletas.”
Falam Deuses nos cantos da Piaga,
(Maria Madalena Ferreira)
Ó guerreiros meus cantos ouvi.”
(Gonçalves Dias)
“Donzela bela, que me inspira à lira
um canto santo de fremente amor.”
“Na tênue casca de verde arbusto (Castro Alves)
Gravei teu nome, depois parti.
Foram-se os anos, foram-se os meses, Há, também, versos sem rima, chamados de versos
Foram-se os dias, acho-me aqui.” brancos ou soltos:
(Fagundes Varela)
“Nua, de pé, solto o cabelo às costas,
 Versos de dez sílabas: decassílabos - versos de- Sorri. Na alcova perfumada e quente,
cassílabos têm grande ritmo. São encontrados principal- Pela janela, como um rio enorme
mente em poemas épicos e no soneto. Veja esse exemplo: De áureas ondas tranquilas e impalpáveis
Profusamente a luz do meio dia
“Dorme, ruazinha...É tudo escuro... Entra e se espalha palpitante e viva.”
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los? (Olavo Bilac)
Dorme o teu sono, sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos...” Quanto à qualidade, as rimas podem classificar-se em:
(Mário Quintana)
A) Pobres: rimas formadas com palavras da mesma
C) Nos versos de onze e doze sílabas, deve haver, além classe gramatical:
do acento tônico na última sílaba, outros assim distribuídos; “Não acabava, quando uma figura” (substantivo)
1. versos de onze sílabas: tônica na 11.ª e na 5.ª; Se nos mostra no ar, robusta e válida, (adjetivo)
2. versos de doze sílabas: tônica na 12.ª e na 6.ª; De disforme e grandíssima estatura; (substantivo)
Veja a seguir exemplos desses versos: O rosto carregado, a barba esquálida. (adjetivo)

 Versos de onze sílabas: hendecassílabos B) Ricas: Rimas formadas com palavras de classes
gramatical diferente:
“Meus olhos são garços, são cor de safiras “Alma minha gentil que te partiste
- Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar; tão cedo desta vida descontente,
Imitam as nuvens de um céu anilado, repousa lá no céu eternamente,
As cores imitam das vagas do mar!” e viva eu cá na terra sempre triste.
PORTUGUÊS

(Gonçalves Dias) (Luís Vaz de Camões)

 Versos de doze sílabas: dodecassílabos ou alexan- C) Raras: formadas entre palavras para as quais há
drinos poucas rimas possíveis:

96
“Para que não ter por ti desprezo? Por que não perdê-
lo?... TEORIA DA LINGUAGEM E SEMÂNTICA:
Ah, deixa que eu te ignore... O teu silêncio é um leque – HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA; LIN-
Um leque fechado, um leque que aberto seria tão belo,
GUAGEM, LÍNGUA, DISCURSO E ESTILO;
tão belo,
Mas mais belo é não abrir, para que a Hora não peque...” NÍVEIS DE LINGUAGEM, FUNÇÕES DA LIN-
(Fernando GUAGEM; FIGURAS DE LINGUAGEM; E
Pessoa) SIGNIFICADO DAS PALAVRAS.

D) Preciosas: são rimas obtidas de forma artificial,


construídas com palavras combinadas: SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
“Brilha uma voz na noute...
De dentro de Fora ouvi... Semântica é o estudo da significação das palavras e
Ó Universo, eu sou-te das suas mudanças de significação através do tempo ou
Oh, o horror da alegria em determinada época. A maior importância está em
Deste pavor, do archote distinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e
De apagar, que me guia!” homônimos e parônimos (homonímia / paronímia).
(Fernando Pessoa)
Sinônimos
Quanto à disposição, as rimas podem classificar-se em:
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto -
A) Encadeadas: rima de fim de verso com o interior do abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir.
verso seguinte: Duas palavras são totalmente sinônimas quando são
“Quando a alta noite n’amplidão flutua substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara
Pálida a lua com fatal palor, e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando,
Não sabes, virgem, que eu por ti suspiro ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra,
E que deliro a suspirar de amor”
em deteminado enunciado (aguadar e esperar).
(Castro Alves)

B) Cruzadas ou alternadas: apresenta-se em versos Observação:


alternadas: A contribuição greco-latina é responsável pela
Minha terra sem palmeiras existência de numerosos pares de sinônimos: adversário e
Nos longes de mim se faz antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo;
E morre pelas ladeiras contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo;
E desvãos o nunca mais. transformação e metamorfose; oposição e antítese.
(José Inaldo Alonso)
Antônimos
C) Intercaladas, interpoladas ou opostas: rimam os
versos extremos de uma estrofe: São palavras que se opõem através de seu significado:
“Disse um dia Jeová ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar;
“Vai Colombo, abre a cortina mal - bem.
Da minha eterna oficina...
Tira a América de lá!” Observação:
(Castro Alves) A antonímia pode se originar de um prefixo de sentido
oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e
D) Emparelhadas: sucedem-se duas a duas. Veja:
antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo
“- Dize, Juca Mulato, o mal que te tortura.
- Roque, eu mesmo não sei se esse meu mal tem cura. e inativo; esperar e desesperar; comunista e anticomunista;
- Sei rezas com que venço a qualquer mau olhado, simétrico e assimétrico.
- Breves para deixar o corpo fechado.”
(Menotti del Picchia) Homônimos e Parônimos

SITE • Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia


Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/ ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes.
teorialiteraria/2033272> Podem ser

A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife-


PORTUGUÊS

rentes na pronúncia:
rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher
(subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.)
e denuncia (verbo); providência (subst.) e providen-
cia (verbo).

97
B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- POLISSEMIA
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmonizar) Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela (arreio); multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço (palácio) e passo um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
(andar). mas que abarca um grande número de significados dentro
C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou de seu próprio campo semântico.
perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pro- Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo
núncia: percebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade
caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-
(adv.); livre (adj.) e livre (verbo). se em consideração as situações de aplicabilidade. Há
uma infinidade de exemplos em que podemos verificar a
ocorrência da polissemia:
• Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
O rapaz é um tremendo gato.
rém de formas relativamente próximas. São palavras
O gato do vizinho é peralta.
parecidas na escrita e na pronúncia: cesta (recep- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
táculo de vime; cesta de basquete/esporte) e sesta Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
(descanso após o almoço), eminente (ilustre) e imi- sobrevivência
nente (que está para ocorrer), osso (substantivo) e O passarinho foi atingido no bico.
ouço (verbo), sede (substantivo e/ou verbo “ser” no
imperativo) e cede (verbo), comprimento (medida) e Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
cumprimento (saudação), autuar (processar) e atuar computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
(agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), defe- comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
rir (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
soar (emitir som), aprender (conhecer) e apreender que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
(assimilar; apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal) “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
e tráfego (relativo a movimento, trânsito), mandato formato quadriculado que têm.
(procuração) e mandado (ordem), emergir (subir à Polissemia e homonímia
superfície) e imergir (mergulhar, afundar).
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
Hiperonímia e Hiponímia comum. Quando a mesma palavra apresenta vários
significados, estamos na presença da polissemia. Por
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem outro lado, quando duas ou mais palavras com origens e
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o significados distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos
hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o uma homonímia.
hiperônimo, mais abrangente. A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipônimo, significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
criando, assim, uma relação de dependência semântica. polissemia porque os diferentes significados para a palavra
Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperonímia “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto,
com carros, já que veículos é uma palavra de significado
o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão
um hiperônimo de carros. interligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em escrita.
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A
utilização correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, Polissemia e ambiguidade
evita a repetição desnecessária de termos.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa pode ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. interpretação. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar colocação específica de uma palavra (por exemplo, um
- Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Paulo: Saraiva, 2010. Pessoas que têm uma alimentação equilibrada
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: frequentemente são felizes.
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. Neste caso podem existir duas interpretações diferentes:
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua As pessoas têm alimentação equilibrada porque são felizes
Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000. ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada.
PORTUGUÊS

SITE De igual forma, quando uma palavra é polissêmica,


Disponível em: <http://www.coladaweb.com/ ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma
portugues/sinonimos,-antonimos,-homonimos-e- interpretação. Para fazer a interpretação correta é muito
paronimos> importante saber qual o contexto em que a frase é proferida.

98
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Em “b”: Etimologia: Ciência que investiga a origem das
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, palavras procurando determinar as causas e circunstân-
comicidade. Repare na figura abaixo: cias de seu processo evolutivo
Em “c”: Meteorologia: Estudo dos fenômenos atmosfé-
ricos e das suas leis, principalmente com a intenção de
prever as variações do tempo.
Em “d”: Ginecologia: estudo das doenças privativas das
mulheres = correta
Em “e”: Fisiologia: Ciência que trata das funções orgâni-
cas pelas quais a vida se manifesta

2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LEGISLA-


TIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Na verdade, todos os anos
a imprensa nacional destaca os inaceitáveis números da vio-
lência no país”. O vocábulo “inaceitáveis” equivale ao “que
não se aceita”. A equivalência correta abaixo indicada é:
(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). a) tinta indelével / que não se apaga;
b) ação impossível / que não se possui;
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, mas c) trabalho inexequível / que não se exemplifica;
duas seriam: d) carro invisível / que não tem vistoria;
e) voz inaudível / que não possui audiência.
Corte e coloração capilar
ou Resposta: Letra A
Faço corte e pintura capilar
Em “a”: tinta indelével / que não se apaga = correta
Em “b”: ação impossível = que não é possível
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Em “c”: trabalho inexequível = que não se executa
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar.
Em “d”: carro invisível = que não se vê
Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São
Em “e”: voz inaudível = que não se ouve
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
A pobreza é um dos fatores mais comumente responsá-
SITE veis pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/ origem de uma série de mazelas, algumas das quais proi-
gramatica/polissemia.htm> bidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do traba-
lho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas sociedades
subdesenvolvidas, mas também viceja onde o capitalismo,
em seu ambiente mais selvagem, obriga crianças e adoles-
EXERCÍCIOS COMENTADOS centes a participarem do processo de produção. Foi assim
na Revolução Industrial de ontem e nas economias ditas
1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) Um avançadas. E ainda é, nos dias de hoje, nas manufaturas
ex-governador do estado do Amazonas disse o seguin- da Ásia ou em diversas regiões do Brasil. Enquanto, entre
te: “Defenda a ecologia, mas não encha o saco”. (Gilberto as nações ricas, o trabalho infantil foi minimizado, já que
Mestrinho) O vocábulo sublinhado, composto do radical- nunca se pode dizer erradicado, ele continua sendo grave
-logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do meio problema nos países mais pobres.
ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo radical, que Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).
tem seu significado corretamente indicado é:
A palavra “chaga”, empregada com o sentido de ferida so-
a) Antropologia: estudo do homem como representante do
sexo masculino; cial, refere-se, na estrutura sintática do parágrafo, a “po-
b) Etimologia: estudo das raças humanas; breza”.
c) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre
a Terra; ( ) Certo ( ) Errado
d) Ginecologia: estudo das doenças privativas das mulhe-
res; Resposta: Errado
PORTUGUÊS

e) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza. (...) É o caso do trabalho infantil. A chaga encontra ter-
reno = refere-se a “trabalho infantil”.
Resposta: Letra D.
Em “a”: Antropologia: Ciência que se dedica ao estudo do
homem (espécie humana) em sua totalidade

99
4. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CARGO VÍCIOS DE LINGUAGEM
33 – TÉCNICO ADMINISTRATIVO - Nível Médio – CES-
PE-2013) Todo desvio das normas gramaticais provoca um vício
Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a edição de linguagem. São incorreções e defeitos no uso da língua
de biografias à autorização do biografado ou descenden- falada ou escrita. Origina-se do descaso ou do despreparo
tes. As consequências da norma são negativas. Uma delas linguístico de quem se expressa. Os principais vícios de
é a impossibilidade de se registrar e deixar para a posteri- linguagem são:
dade a vida de personagens importantes na formação do A) Barbarismo: todo desvio na grafia, na flexão ou na
país, em qualquer ramo de atividade. Permite-se a interdi- pronúncia de uma palavra constitui um barbarismo.
ção de registros de época, em prejuízo dos historiadores e Existem quatro tipos:
pesquisadores do futuro. A.1 Cacoepia: é a má pronúncia de uma palavra. Exem-
Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o relato da
plos: compania (em vez de companhia), gor (em vez
vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores Mário de
de gol), cadalço (em vez de cadarço);
Andrade e Guimarães Rosa. Tanto no jornalismo quanto na
A.2 Silabada: é a troca de acentuação prosódica de
literatura não pode haver censura prévia. Publicada a re-
portagem (ou biografia), os que se sentirem atingidos que uma palavra: récorde (em vez de recorde), rúbrica (em
recorram à justiça. É preciso seguir o padrão existente em vez de rubrica), íbero (em vez de ibero);
muitos países, em que há biografias “autorizadas” e “não A.3 Cacografia: é a má grafia ou má flexão de uma pa-
autorizadas”. lavra: maizena (em vez de maisena), cidadões (em vez
Reclamações posteriores, quando existem, são encaminha- de cidadãos), interviu (em vez de interveio);
das ao foro devido, os tribunais. A.4 Deslize: é o mau emprego de uma palavra: mala
O alegado “direito à privacidade” é argumento frágil para leviana (por mala leve), peixe com espinho (por peixe
justificar o veto a que a historiografia do país seja enrique- com espinha), vultuosa quantia (por vultosa quantia).
cida, como se não bastasse o fato de o poder de censura
concedido a biografados e herdeiros ser um atentado à Comete Barbarismo ainda quem abusa do emprego
Constituição. de palavras estrangeiras, grafando-as como na língua
O Globo, 23/9/2013 (com adaptações). de origem. Por princípio, todo estrangeirismo que não
possuir equivalente adequado em nossa língua deve ser
A palavra “sonegado” está sendo empregada com o senti- aportuguesado. Portanto, convém grafar: abajur, boate,
do de reduzido, diminuído. garagem, coquetel, checape, xampu, xortes, e não abat-jour,
boite, garage, cocktail, check-up, shampoo, shorts.
( ) Certo ( ) Errado Tão usadas entre nós são algumas grafias estrangeiras,
que a estranheza por algumas formas aportuguesadas é
Resposta: Errado natural. Incluem-se ainda como barbarismo todas as formas
(...) Permite-se a interdição de registros de época, em pre- de estrangeirismo, isto é, uso de palavras ou expressões de
juízo dos historiadores e pesquisadores do futuro. outras línguas:
Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o rela-
to da vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores Galicismo (do francês): Mise-en-scène em vez de
Mário de Andrade e Guimarães Rosa = o sentido é o de
encenação, Parti pris em vez de opinião preconcebida.
“impedido”.
Anglicismo (do inglês): Weekend em vez de fim de
5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014) O
termo destacado na passagem do primeiro parágrafo – semana.
Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na hora da
compra. – tem sentido equivalente a B) Solecismo: Todo desvio sintático provoca um sole-
cismo. Existem três tipos:
a) impetuosidade. 1. de concordância: houveram eleições (por houve elei-
b) empatia. ções), o pessoal chegaram (por o pessoal chegou);
c) relutância. 2. de regência: assisti esse filme (por assisti a esse filme),
d) consentimento. ter ódio de alguém (por ter ódio a alguém), não lhe
e) segurança. conheço (por não o conheço);
3. de colocação: darei-lhe um abraço (por dar-lhe-ei um
Resposta: Letra C. abraço), tenho queixado-me bastante (por tenho me
Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na hora queixado bastante).
da compra.
Em “a”: impetuosidade (força) = incorreto C) Cacófato: Todo som obsceno resultante da união de
Em “b”: empatia = incorreto sílabas de palavras diferentes provoca um cacófato:
Em “c”: relutância (resistência).
PORTUGUÊS

preciso ir-me já, vaca gaúcha, etc.


Em “d”: consentimento (aceitação) = incorreto O cacófato só existe quando a união das sílabas exprime
Em “e”: segurança = incorreto obscenidade. Portanto, ela tinha, boca dela, alma minha e
A substituição que manteria o sentido do período é “ain- outras uniões semelhantes não constituem cacófatos, mas
da há relutância”. simples cacofonias, de menor importância.

100
D) Ambiguidade ou Anfibologia: todo duplo sentido, causado pela má construção da frase, é uma ambiguidade: Bea-
triz comeu um doce e sua irmã também. (por: Beatriz comeu um doce, e sua irmã também); Mataram o porco do meu
tio. (por: Mataram o porco que era de meu tio).
E) Redundância: Toda repetição de uma ideia mediante palavras ou expressões diferentes provoca uma redundância ou
pleonasmo vicioso: subir lá em cima, descer lá embaixo, entrar pra dentro, sair pra fora, novidade inédita, hemorragia
de sangue, pomar de frutas, hepatite do fígado, demente mental, e tantas outras.
F) Arcaísmo: Consiste no emprego de palavras ou expressões antigas que já caíram de uso: asinha em vez de depressa,
antanho em vez de no passado.
G) Neologismo: Emprego de palavras novas que, apesar de formadas de acordo com o sistema da língua, ainda não
foram incorporadas pelo idioma: As mensagens telecomunicadas foram vistas por poucas pessoas.
H) Eco: Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância: A divul-
gação da promoção não causou comoção na população.
I) Hiato: Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando dissonância: Eu a amo; Ou eu ou a outra ganhará o
concurso.
J) Colisão: Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou semelhantes, provocando dissonância: Sua saia sujou.

FIGURA DE LINGUAGEM, PENSAMENTO E CONSTRUÇÃO

Disponível em: <http://www.terapiadapalavra.com.br/figuras-de-linguagem-na-escrita-literaria/> Acesso abr, 2018.

A figura de palavra consiste na substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, seja por
uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma similaridade. São construções
que transformam o significado das palavras para tirar delas maior efeito ou para construir uma mensagem nova.

Tipos de Figuras de Linguagem

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos: “Sou um mulato nato no sentido lato mulato
democrático do litoral.”

Onomatopeia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade: Os sinos faziam blem,
PORTUGUÊS

blem, blem.

Paranomásia – é o uso de sons semelhantes em palavras próximas: “A fossa, a bossa, a nossa grande dor...” (Carlos Lyra)

101
Figuras de Palavras ou de Pensamento Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que
Metáfora produzo).
Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (=
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones
virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás dos
e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da jogadores).
palavra fora de seu sentido normal. Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressadamente.
(= Várias pessoas passavam apressadamente).
Observação: Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse
Toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse mundo).
Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir
em que o elemento comparativo não aparece.
às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram
Seus olhos são como luzes brilhantes.
chamadas, não apenas uma mulher).
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (=
através do emprego da palavra como. Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone).
Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes. Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns
Neste exemplo não há mais uma comparação (note a astronautas foram à Lua).
ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja, Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá
qualidade do que é semelhante. para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado).
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta Catacrese
é a verdadeira metáfora.
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo,
Outros exemplos: cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando falta de um termo específico para designar um conceito,
Pessoa) toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos:
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio “asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
Perífrase ou Antonomásia
Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar
algum. Trata-se de uma expressão que designa um ser através
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase de alguma de suas características ou atributos, ou de um
acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente outro ou por uma expressão que facilmente o identifique:
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua
atraindo visitantes do mundo todo.
tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de
A Cidade-Luz (=Paris)
terra que leva a lugar algum.
O rei das selvas (=o leão)
A Amazônia é o pulmão do mundo. Observação:
Em sua mente povoa só inveja. Quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o
nome de antonomásia. Exemplos:
Metonímia (ou sinédoque) O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando
o bem.
É a substituição de um nome por outro, em virtude de O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito
existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição jovem.
pode acontecer dos seguintes modos: O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.

Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (= Sinestesia


Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as
lâmpadas iluminam o mundo). sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruzamento de sensações distintas.
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito =
PORTUGUÊS

cruz. (= Não te afastes da religião).


Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso auditivo; áspero = tátil)
Havana. (= Fumei um saboroso charuto). No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os
Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócrates acontecimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual)
tomou veneno). Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)

102
Antítese A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
Chora, violão.
Consiste no emprego de palavras que se opõem
quanto ao sentido. O contraste que se estabelece serve, Figuras de Construção ou de Sintaxe
essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos
envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada Apóstrofe
dos mesmos. Observe os exemplos:
“O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa
O corpo é grande e a alma é pequena. personificada, de acordo com o objetivo do discurso,
“Quando um muro separa, uma ponte une.” que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-
Não há gosto sem desgosto. se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele
imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe
Paradoxo ou oximoro a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim
a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr
É a associação de ideias, além de contrastantes, em evidência com tal invocação. Realiza-se por meio do
contraditórias. Seria a antítese ao extremo. vocativo. Exemplos:
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa. Moça, que fazes aí parada?
Ouvimos as vozes do silêncio. “Pai Nosso, que estais no céu”
Deus, ó Deus! Onde estás?
Eufemismo
Gradação (ou clímax)
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera, Apresentação de ideias por meio de palavras, sinônimas
desagradável ou chocante. ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descendente
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
(anticlímax). Observe este exemplo:
(= morreu)
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana com
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
seus olhos claros e brincalhões...
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
Faltar à verdade. (= mentir)
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere
Ironia
ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus
É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem
as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando decrescente de intensidade. Outros exemplos:
intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construída “Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu
para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode amor”. (Olavo Bilac)
passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-
emissor. se.” (Padre Antônio Vieira)
Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota
mínima. Elipse
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto. Consiste na omissão de um ou mais termos numa
O governador foi sutil como um elefante. oração e que podem ser facilmente identificados, tanto por
elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
Hipérbole pelo contexto.
A catedral da Sé. (a igreja catedral)
É a expressão intencionalmente exagerada com o Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao estádio)
intuito de realçar uma ideia.
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. Zeugma
“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar! Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a
omissão de um termo já mencionado anteriormente.
Prosopopeia ou Personificação Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
português)
É a atribuição de ações ou qualidades de seres animados Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só
PORTUGUÊS

a seres inanimados, ou características humanas a seres não modernos. (só havia móveis)
humanos. Observe os exemplos: Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
As pedras andam vagarosamente.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego
que guia.

103
Silepse necessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordenação,
A silepse é a concordância que se faz com o termo que podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A oração
não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
concordância anormal, psicológica, porque se faz com é sindética; a oração que não apresenta conectivo é
um termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de assindética. Recordado esse conceito, podemos definir as
silepse: de gênero, número e pessoa. duas figuras de construção:
A) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela re-
Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e petição enfática dos conectivos. Observe o exemplo:
O menino resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz
feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância
nada.
se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
B) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên-
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, re-
A) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor sultando no uso de orações coordenadas assindéti-
intenso. cas. Exemplos:
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence “Vim, vi, venci.” (Júlio César)
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
cidade de Porto Velho). Pleonasmo

B) Vossa Excelência está preocupado. Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as


O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pessoa, mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é
que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa realçar a ideia, torná-la mais expressiva.
Excelência. O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.
Silepse de Número - Os números são singular e plural. Nesta oração, os termos “o problema da violência” e “lo”
A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não exercem a mesma função sintática: objeto direto. Assim,
concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome
com a ideia que nele está contida. Exemplos: “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Outro
exemplo:
A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
de Salvador. Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto,
Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e e o pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujeitos pleonástico.
das orações (que se encontram no singular, procissão e
povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está Observação:
contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por O pleonasmo só tem razão de ser quando confere mais
isso que os verbos estão no plural. vigor à frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo vicioso:
Vi aquela cena com meus próprios olhos.
Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: eu, Vamos subir para cima.
tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as três Ele desceu pra baixo.
do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um desvio
de concordância. O verbo, mais uma vez, não concorda Anáfora
com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que está
inscrita no sujeito. Exemplos: É a repetição de uma ou mais palavras no início de várias
frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coerência.
O que não compreendo é como os brasileiros persistamos
Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é posta
em aceitar essa situação.
em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. elemento textual. Os termos anafóricos podem muitas
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins vezes ser substituídos por pronomes.
públicos.” (Machado de Assis) Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhecia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.”
Observe que os verbos persistamos, temos e somos (Padre Vieira)
não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos
(brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira Anacoluto
pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os
Consiste na mudança da construção sintática no meio
PORTUGUÊS

brasileiros, os agricultores e os cariocas).


da frase, ficando alguns termos desligados do resto do
Polissíndeto / Assíndeto período. É a quebra da estrutura normal da frase para a
introdução de uma palavra ou expressão sem nenhuma
Para estudarmos as duas figuras de construção é ligação sintática com as demais.

104
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?

A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo, deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma interrupção
da frase e esta expressão fica à parte, não exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é chamado de “frase
quebrada”, pois corresponde a uma interrupção na sequência lógica do pensamento.

Observação:
O anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.

Hipérbato / Inversão

É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o sujeito
venha depois do predicado:
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor venceu ao ódio)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas)

#FicaDica
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já que, na ordem direta, teríamos: “As margens plácidas do
Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico”.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTE-
CONOMIA SUPERIOR – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, faz-se o uso de um tipo de
linguagem figurada denominada

a) metonímia.
b) eufemismo.
c) hipérbole.
d) metáfora.
e) catacrese.

Resposta: Letra D
A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)

2. (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – SUPERIOR - CONPASS/2014)


Identifique a figura de linguagem presente na tira seguinte:
PORTUGUÊS

105
a) metonímia
b) prosopopeia INTRODUÇÃO À LITERATURA: A ARTE LITE-
c) hipérbole RÁRIA, OS GÊNEROS LITERÁRIOS E A EVO-
d) eufemismo LUÇÃO DA ARTE LITERÁRIA, EM PORTUGAL
e) onomatopeia E NO BRASIL.

Resposta: Letra D
“Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais sua- INTRODUÇÃO À LITERATURA
ve, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso A literatura está ligada à escrita, portanto sua origem
da tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por perde-se nos tempos. Não há um único marco histórico do
nós” no lugar de “que morreram por nós”. surgimento da escrita, já que os desenhos das cavernas são
considerados escritos antigos. O hieróglifo é uma escrita
3. (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE – SUPERIOR do antigo Egito.
- COPEVE/UFAL/2014) Desde que apareceu o ser humano, ele teve vontade de
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. deixar resquícios de sua passagem pelo mundo. O homem
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de lin- sempre quis deixar sua marca para a posteridade, como é
guagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, ho- que ele fazia para caçar, mostrar seus feitos, seu heroísmo,
rário do dia em que o calor é mais intenso, a temperatura sua força, dinamismo, coragem. Também quis mostrar
do asfalto, medida com um termômetro de contato, che- como era o seu povo, os animais, o meio ambiente da
gou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local época. Já se estava definindo o que seria literatura.
alcançasse aproximadamente 90ºC. A Literatura é a arte de compor escritos artísticos, em
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso em: prosa ou em verso, de acordo com princípios teóricos e
22 jan. 2014. práticos, o exercício dessa arte ou da eloquência e poesia.
O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá A palavra “Literatura” vem do latim “litteris” que
para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de lin- significa “Letras”, e possivelmente uma tradução do grego
guagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin- “grammatikee”. Em latim, literatura significa uma instrução
guagem? ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler
bem, e se relaciona com as artes da gramática, da retórica
a) Eufemismo. e da poética. Por extensão, refere-se especificamente
b) Hipérbole. à arte ou ofício de escrever de forma artística. O termo
c) Paradoxo. “Literatura” também é usado como referência a um corpo
d) Metonímia. ou um conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a
e) Hipérbato. literatura médica, a literatura inglesa, literatura portuguesa,
literatura japonesa etc.
Mais produtivo do que tentar definir Literatura talvez
Resposta: Letra B
seja encontrar um caminho para decidir o que torna um
A expressão é um exagero! Ela serve apenas para re-
texto, em sentido lato, literário. A definição de literatura
presentar o calor excessivo que está fazendo. A figura
está comumente associada à ideia de estética, ou melhor,
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é
da ocorrência de algum procedimento estético. Um texto
a hipérbole.
é literário, portanto, quando consegue produzir um efeito
estético e quando provoca catarse, o efeito de definição
aristotélica, no receptor. A própria natureza do caráter
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS estético, contudo, reconduz à dificuldade de elaborar
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa alguma definição verdadeiramente estável para o texto
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. literário. Para simplificar, pode-se exemplificar através
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar. de uma comparação por oposição. Vamos opor o texto
Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São científico ao texto artístico: o texto científico emprega as
Paulo: Saraiva, 2010. palavras sem preocupação com a beleza, o efeito emocional.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, No texto artístico, ao contrário, essa será a preocupação
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira maior do artista. É óbvio que também o escritor busca
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – instruir e perpassar ao leitor uma determinada ideia; mas,
São Paulo: Saraiva, 2002. diferentemente do texto científico, o literário une essa
instrução à necessidade estética que toda obra de arte
SITES exige. O texto científico emprega as palavras no seu sentido
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ dicionarizado, denotativo, enquanto o texto artístico busca
PORTUGUÊS

secoes/estil/estil8.php> empregar as palavras com liberdade, preferindo o seu


Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ sentido conotativo, figurado. O texto literário é, portanto,
secoes/estil/estil5.php> aquele que pretende emocionar e que, para isso, emprega
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ a língua com liberdade e beleza, utilizando-se, muitas
secoes/estil/estil2.php> vezes, do sentido metafórico das palavras.

106
Prosa e Poesia Gêneros Literários

Os textos literários se dividem em duas partes: prosa O estudo dos gêneros literários preocupa-se em
e poesia. A POESIA é a linguagem subjetiva, metafísica, agrupar as diversas modalidades de expressão literária
vaga com o mundo interior do poeta. É um texto curto pelas suas características de forma e conteúdo. Cada
com orações e períodos curtos, onde sobressai a beleza, a gênero pressupõe uma técnica, um estilo, um modo de ser
harmonia e o ritmo; é a mais velha composição do mundo. do artista. A classificação básica dos gêneros compreende:
Com o surgimento do livro em placas de argila, começaram o lírico, o épico e o dramático.
também as primeiras aulas. Tudo teria que ser decorado,
pois não havia material onde escrever tudo e a toda hora. A) Gênero Lírico - Na Grécia Antiga, a poesia era
Nas casas-escola, os alunos decoravam os poemas com os declamada ao som da lira, daí a origem da palavra lírico.
conhecimentos, números, gramática, filosofia, etc. Pela tradição literária esse instrumento passou a simbolizar
Com os livros de argila e o uso de poemas, poder-se-
a poesia.
ia transmitir muita coisa com pouco material. Estes livros
No gênero lírico predomina o sentimento, a emoção,
ficavam nas bibliotecas, já que não se poderia carregar um
a subjetividade, a expressão do “eu”. É a manifestação do
livro de dez quilos pra lá e pra cá.
Prosa é a linguagem objetiva, usual, veículo natural do mundo interior através de uma visão pessoal do mundo.
pensamento humano. A PROSA pode ser escrita de diversas O tema lírico por excelência é o amor, os demais lhe
formas como: romances, crítica, novela, conto, etc. Vejamos são, de certa forma, correlatos: a solidão, a angústia, a
as diferenças entre um texto em forma de poesia e outro saudade, a tristeza.
em forma de prosa: A linguagem lírica prima pela elaboração artística;
mostra-se densamente metafórica, explora a sonoridade e
POEMA o arranjo das palavras.
O lirismo identifica-se com a própria poesia, mas pode
 Frases curtas. ocorrer num romance, num filme, num quadro e em outras
 Destaque para a beleza dos versos. formas de arte.
 Uso de rimas: Porta/importa, minha/vizinha.
 Uso de métrica - contagem de sílabas poéticas. B) Gênero Dramático - A palavra “drama”, em grego,
 Texto escrito em forma de versos. significa “ação”. O gênero dramático abrange os textos em
forma de diálogo destinados à encenação.
PROSA Os fatos não são narrados como num romance, posto
 Frases longas, num só período. que os autores assumem papel das personagens diante de
 Não há beleza no texto, somente a informação. um público que assim é envolvido com os acontecimentos.
 Texto objetivo: transmitir uma mensagem. Uma peça é uma obra literária enquanto texto
 Não há métrica, nem rima, nem ritmo. destinado à leitura. Por outro lado, enquanto espetáculo
 Texto escrito em forma de parágrafos. teatral depende dos meios técnicos empregados na
apresentação: imposição de voz, maquilagem, cenário,
A Linguagem Literária e a não Literária figurino, iluminação.
A linguagem literária é bem diferente da linguagem não C) Gênero Épico ou Narrativo - Ao gênero narrativo
literária. A linguagem literária é bela, emotiva, sentimental,
pertencem aqueles textos em que alguém narra uma
trazendo as figuras de linguagem como a metáfora, a
história, procurando retratar o mundo exterior.
metonímia, a inversão, etc. Apresenta o fantástico que
Na antiguidade, a forma narrativa consagrada era a
precisa ser descoberto através de uma leitura atenta. A
linguagem não literária é própria para a transmissão do épica em que se faziam relatos de versos sobre as origens
conhecimento, da informação, no âmbito das necessidades das nacionalidades, os acontecimentos históricos que
da comunicação social. É a língua na sua função pragmática, mudaram o curso da humanidade. Os heróis épicos eram
empregada pela ciência, pela técnica, pelo jornalismo, pela personagens históricas ou semideuses que se destacaram
conversação entre os falantes. por excepcionais façanhas. Cumpre ressaltar as mais
Podemos estabelecer o seguinte confronto entre as célebres epopeias: a “Ilíada” e a “Odisseia”, de Homero; a
duas formas: “Eneida”, de Vergílio; “Os Lusíadas”, de Camões.
As formas narrativas modernas resultam da evolução
Linguagem Literária Linguagem não Literária do gênero épico. São elas: o romance, o conto, a novela e
Intralinguística Extralinguística a crônica. O romance e a novela apresentam uma estrutura
ambígua clara/exata de múltiplos conflitos, em que se caracteriza a pluralidade
conotação denotação de ações. Em contrapartida, o conto gira em torno de
PORTUGUÊS

sugestão precisão um único conflito, decorre disso a unidade de ações. A


transfiguração da realidade realidade crônica, nascida das colunas dos jornais, exploram fatos da
subjetiva objetiva atualidade.
ordem inversa ordem direta

107
SITES Humanismo
Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/
introducao-a-literatura/39801/> A transição do mundo medieval para o mundo moderno
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/ influenciou as artes e proporcionou o Renascimento
Literatura> cultural. Na literatura, a prosa historiográfica, o teatro
e a poesia palaciana foram consolidados, tendo como
principais representantes os escritores Gil Vicente e Fernão
LITERATURA BRASILEIRA: CONTEXTO HIS-
Lopes.
TÓRICO, CARACTERÍSTICAS, PRINCIPAIS
AUTORES E OBRAS DO QUINHENTISMO, Escrita em 1517, Auto da Barca do Inferno é das obras
BARROCO, ARCADISMO, ROMANTISMO, mais representativas do teatro vicentino. Nela, o autor
REALISMO, NATURALISMO, IMPRESSIO- aproveita a temática religiosa como pretexto para a crítica
NISMO, PARNASIANISMO, SIMBOLISMO, de costumes. Em um braço de mar estão ancoradas duas
PRÉ-MODERNISMO E MODERNISMO. barcas. A primeira, capitaneada pelo diabo, faz a travessia
para o inferno; a segunda, chefiada por um anjo, vai para
o céu. Uma a uma vão chegando as almas – um fidalgo,
RESUMO - LITERATURA PORTUGUESA um onzeneiro (agiota), um parvo (bobo), um sapateiro, um
frade - levando sua amante, uma alcoviteira, um judeu, um
Os primeiros registros da literatura portuguesa datam corregedor (juiz), um procurador (advogado do Estado),
do século XII. Em virtude da integração cultural e linguística um enforcado e quatro Cavaleiros de Cristo (cruzados)
entre Portugal e Galícia que havia à época, esses registros que morreram em poder dos mouros. Todos tentam evitar
foram feitos em galego-português. Atualmente, a Galícia, a barca do diabo, mas apenas o parvo e os cruzados
região localizada na Península Ibérica, pertence ao território conseguem embarcar para o céu.
espanhol.
Para melhor estudar e compreender a literatura Era Clássica
portuguesa, ela também foi dividida em escolas literárias
cujos autores se encontram cronológica e tematicamente Renascimento
agrupados.
Inspirado na cultura clássica greco-latina, o Renascimento
foi marcado pela introdução de novos gêneros literários,
Era Medieval entre eles os romances de cavalaria e a literatura de
viagens. Luís de Camões, Sá de Miranda e Fernão Mendes
Trovadorismo Pinto estão entre seus principais representantes.

Primeiro movimento literário da língua portuguesa. Características do Classicismo = imitação dos


Surgiu em um período no qual a escrita era pouco clássicos; equilíbrio; obediência a regras; impessoalidade;
difundida, por esse motivo, os poetas transmitiam suas universalismo; ideal de perfeição formal; racionalismo;
poesias oralmente, na maioria das vezes cantando-as. valores ideais.
Assim sendo, os primeiros textos receberam o nome de
cantigas, tradicionalmente divididas em cantigas de amor, A épica camoniana
de amigo, escárnio e maldizer, representadas por nomes
como Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, Os Lusíadas - uma das principais obras literárias do
João Garcia de Guilhade, Aires Nunes, entre outros. Renascimento europeu. Quanto ao assunto, trata sobre a
História de Portugal e os grandes feitos de seu povo. Possui
Características das Cantigas versos decassílabos heroicos (8 816 versos); estrofes de
oitava rima (de oito versos – 1 102 estrofes); as rimas seguem
o esquema ABABABCC; o poema se divide em dez cantos,
Cantiga de amigo = voz lírica feminina; o tratamento
de extensão irregular. O núcleo da narração é a viagem de
dado ao namorado era o de “amigo”; expressão da vida Vasco da Gama às Índias. Já o herói, diferentemente de seus
campesina e urbana; amor possível; paralelismo e refrão; modelos clássicos (Homero e Virgílio), Os Lusíadas celebra
origem popular. um herói coletivo (o povo português). Vasco da Gama é o
símbolo e porta-voz do povo.
Cantiga de amor = voz lírica feminina; tratamento dado
à mulher: mia senhor; expressão da vida da corte; amor Barroco
cortês; idealização da mulher; origem provençal.
Surgido em um período de lutas de classes sociais e
Cantigas satíricas de crises religiosas, o Barroco português foi marcado
por uma linguagem que refletia os estados de tensão da
PORTUGUÊS

1. de escárnio = indiretas; uso da ironia e do equívoco.


2. de maldizer = diretas; intenção difamatória; palavrões alma humana, permeada pelo rebuscamento e por figuras
e xingamentos. de linguagem de difícil compreensão. Seus principais
representantes foram o Padre Antônio Vieira, Frei Luís de
Souza e Antônio José da Silva.

108
Características = pessimismo; desequilíbrio entre a de metáforas, analogias e sinestesias: correspondências
razão e a emoção; subjetividade; predomínio de figuras secretas entre os sentidos, harmonia entre sons, perfumes
como a metáfora, antítese, paradoxo, hipérbole, hipérbato. e cores, tudo convergindo para o ritmo e a musicalidade
do verso.
Neoclassicismo O poeta simbolista sugere em vez de descrever;
simboliza em vez de nomear; usa imagens sensoriais;
Caracterizado pela revalorização dos valores artísticos prefere as sinestesias, aliterações, assonâncias, paralelismo,
gregos e romanos, o Neoclassicismo foi marcado também repetições, prosopopeias; utiliza letras maiúsculas em
pela doutrinação estética e pela intensa criação literária. À substantivos comuns, para torná-los absolutos.
Arcádia Lusitana, academia literária de Portugal fundada
em 1756, coube a tarefa de restabelecer o equilíbrio na Modernismo
literatura, afastando-a dos exageros próprios do Barroco.
Seus principais nomes foram Manuel Maria Barbosa du O marco do Modernismo português foi a publicação,
Bocage, Curvo Semedo e José Agostinho de Macedo. em 1915, da revista Orpheu, responsável por veicular uma
produção literária inovadora e irreverente influenciada
Características = personagens mitológicas utilizadas pelas concepções estéticas que circulavam à época em
alegoricamente; bucolismo e pastoralismo; idealização da toda a Europa. Seus principais representantes foram Mário
natureza (locus amoenos); a cidade é vista como lugar de de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa.
sofrimento (fugere urbem); desprezo dos prazeres, do luxo
e da riqueza. Quanto aos heterônimos de Fernando Pessoa: não
se confundem com pseudônimos. Pessoa não inventou
Era Romântica personagens-poetas, mas criou obras de poetas, e, em
função delas, as biografias de Álvaro de Campos, Ricardo
Romantismo Reis e Alberto Caeiro.
Álvaro de Campos – o poeta das sensações do homem
moderno
O romantismo português marcou o fim do
Ricardo Reis – o poeta neoclássico
neoclassicismo, apresentando como principais temas
Alberto Caeiro – o poeta-pastor
o amor, a nostalgia e a melancolia, proporcionando a
Fernando Pessoa – o poeta-filósofo, que conjuga
combinação de vários gêneros literários. No subjetivismo,
lucidez e vidência
nomes como Almeida Garrett, Alexandre Herculano,
Camilo Castelo Branco e Júlio Dinis encontraram sua forma
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
de expressão.
AMARAL, Emília... [et al.] - Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
Realismo e Naturalismo
SITES:
Surgidos como reação ao subjetivismo e idealismo Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.
presentes na estética romântica, o Realismo e o Naturalismo br/literatura/literatura-portuguesa.htm>
português tiveram como principais representantes os Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/
escritores Antero de Quental, Cesário Verde e Eça de literatura/primeira-segunda-epoca-medieval.htm>
Queirós.
Enquanto o Romantismo se caracteriza
fundamentalmente pela ideia de liberdade, entendida no ESTILOS LITERÁRIOS
sentido de libertação da subjetividade, dos sentimentos, da RESUMO DA LITERATURA BRASILEIRA
imaginação criadora e da fantasia, e, portanto, de libertação CARACTERÍSTICAS GERAIS
das regras clássicas, o Realismo se baseia nas ideias de
racionalidade, objetividade, propondo retratar fielmente a Era Colonial / Quinhentismo - (século XVI)
vida contemporânea (a sociedade burguesa e seus valores) Início: A Carta de Caminha
para desnudá-la, criticá-la, transformá-la.
Contexto histórico:
Simbolismo Os portugueses chegam ao Brasil.
A chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil.
Corrente que se opôs à temática do realismo, o
simbolismo teve início com a publicação do livro Oaristos, Característica: Literatura documental, histórica, de
de Eugênio de Castro. Nessa estética está presente a caráter informativo.
PORTUGUÊS

idealização da infância e do campo. Seus principais


representantes foram Antônio Nobre e Camilo Pessanha. A Carta de Caminha é o primeiro documento literário
As palavras poéticas se transformam em símbolos de brasileiro. Carta descritiva com espírito ufanista e nativista.
vivências místicas e sensoriais indizíveis, intraduzíveis, mas O Quinhentismo serviu de inspiração literária para alguns
passíveis de ser evocadas, sugeridas, aludidas, por meio poetas e escritores do Romantismo e do Modernismo.

109
Destacaram-se durante o Quinhentismo: Contexto histórico:
 Pero Vaz de Caminha - A Carta de Caminha A Inconfidência Mineira.
 Pe. José de Anchieta - escreveu textos religiosos, A Revolução Farroupilha.
um teatro religioso. Tinha devoção ao culto mariano. Rece- A vinda da Família Real para o Brasil.
beu influência da tradição medieval.
Observação: Não recebeu influência da poesia lírica de Características:
Camões (soneto). Pastoralismo, bucolismo. Ideal de vida simples, junto à
 Pe. Manuel da Nóbrega natureza (locus amoenus).
Fugere urbem (“evitar a cidade”, “fugir da civilização”).
Barroco - (século XVII) Busca do equilíbrio e da naturalidade, no contato com a
Início: “Prosopopeia” - poema épico de Bento Teixeira natureza.
Carpe diem (“aproveite o dia”). Consciência da
Contexto histórico: fugacidade do tempo.
 Essa época foi marcada pelas oposições e pelos Simplicidade, clareza e equilíbrio. Emprego moderado
conflitos espirituais. Esse contexto histórico acabou in- de figuras de linguagem.
fluenciando na produção literária, gerando o fenômeno Natureza racional (é vista como um cenário, como uma
do barroco. As obras são marcadas pela angústia e pela fotografia, como um pano de fundo).
oposição entre o mundo material e o espiritual. Metáforas, Pseudônimos.
antíteses e hipérboles são as figuras de linguagem mais Fingimento / Artificialismo
usadas neste período.
 As invasões holandesas no Brasil. Destacaram-se:
 Os bandeirantes.  Tomás Antonio Gonzaga - poeta maior do Arca-
dismo brasileiro com suas liras “Marília de Dirceu”. Pseudô-
Características: rebuscamento, virtuosismo,
nimo como poeta lírico: Dirceu; pseudônimo como poeta
ornamentação exagerada, jogo sutil de palavras e ideias,
satírico: Critilo (“Cartas Chilenas”).
ousadia de metáforas e associações.
Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas,
Autores épicos do Arcadismo brasileiro:
hipérboles e antíteses. Obsessão pela linguagem culta,
 Cláudio Manuel da Costa - Poeta lírico e épico.
jogo de palavras.
Conceptismo (Quevedo): jogo de ideias, pesquisa e Seu pseudônimo é Glauceste Satúrnio. Seus sonetos são de
essência íntima. imitação Camoniana. Obra: “Vila Rica”.
Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade do  Basílio da Gama - Obra: “O Uraguai”.
tempo e incerteza da vida.  Santa Rita Durão - Obra: “Caramuru”. Obs.: O ín-
dio, antes de José de Alencar, aparece nos poemas épicos
Destacaram-se: “O Uraguai” e “Caramuru”. Portanto, o Arcadismo preparou
 Gregório de Matos - apelidado de “Boca do In- o Romantismo.
ferno”. Oscilou entre o sagrado e o profano. Poeta lírico,
satírico, reflexivo, filosófico, sacro, encomiástico, obsceno. Era Nacional / Romantismo - (século XIX)
Não foi poeta épico. Início: publicação de “Suspiros Poéticos”, de Gonçalves
 Bento Teixeira de Magalhães
 Pe. Antonio Vieira - Expoente máximo da Litera- A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da
tura Brasileira e da Literatura Portuguesa, pois durante sua família real portuguesa em 1808, e a Independência do
estada em Portugal aderiu a temas nacionais portugueses Brasil, em 1822, são dois fatos históricos que influenciaram
e durante a sua permanência no Brasil aderiu a temas na- na literatura do período.
cionais brasileiros. Era prosador e não poeta, e conceptis-
ta, pois atacou o cultismo. Escreveu sermões, entre eles o Contexto histórico:
“Sermão da Sexagésima”. A Imprensa no Brasil.
A crise do 2.º Reinado.
Arcadismo - (século XVIII) A abolição da escravidão.
Início: Publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio
Manuel da Costa, obra inicial do Arcadismo brasileiro. Características:
Predomínio da emoção, do sentimento (subjetivismo);
O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia evasão ou escapismo (fuga à realidade). Nacionalismo,
e de seus valores. Esse fato influenciou na produção das religiosidade, ilogismo, idealização da mulher, amor
obras desta época. Enquanto as preocupações e conflitos platônico. Liberdade de criação e despreocupação com a
do barroco são deixados de lado, entram em cena o forma; predomínio da metáfora.
PORTUGUÊS

objetivismo e a razão. A linguagem complexa é trocada por 1.ª geração romântica: 1840/50 - indianista ou
uma linguagem mais fácil. Os ideais de vida no campo são nacionalista. A temática era o índio, a pátria.
retomados (fugere urbem = fuga das cidades ) e a vida Destacou-se:
bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização  Gonçalves Dias - Obras: “Canção do Exílio” e “I-Ju-
da natureza e da mulher amada. ca Pirama”.

110
2.ª geração romântica: 1850/60 - byroniana, mal-do- Análise psicológica dos personagens.
século, individualista ou ultrarromântica. A temática era a Objetividade, temas contemporâneos.
morte. Destacou-se:
Destacou-se: Machado de Assis - trilogia: “Memórias Póstumas de
 Álvares de Azevedo - poeta da dúvida, tinha ob- Brás Cubas” (narrado em 1.ª pessoa); “Quincas Borba” (“ao
sessão pela morte. Recebeu influência de Byron e Shakes- vencedor as batatas”); “Dom Casmurro” (narrado em 1.ª
peare. Oscila entre a realidade e a fantasia. Obra: Livro de pessoa - enigma de traição)
contos “Noite na taverna”.
Naturalismo
3.ª geração romântica: 1860/70 - condoreira, social. A Desdobramento do Realismo.
temática é a abolição e a república. Escritores naturalistas retratam pessoas marginalizadas
Destacaram-se: pela sociedade.
O Naturalismo é fruto da experiência.
Poesia:
Análise biológica e patológica das personagens.
 Castro Alves - poeta representante da burguesia
Determinismo acentuado.
liberal. Obras: “Espumas Flutuantes”, “O Navio Negreiro”,
As personagens são comparadas aos animais
“Vozes d’África”. (zoomorfismo).
Destacaram-se:
Prosa:  Aluísio Azevedo - Obras: “O Mulato”, “O Cortiço”
 José de Alencar (representante maior) - defensor (romance social, personagem principal do romance é o
do “falar brasileiro” / dá forma ao herói / amalgamando a próprio cortiço).
sua vida à natureza.  Raul Pompeia - Obra: “O Ateneu”.
 Joaquim Manuel de Macedo - Obra: “A Moreni-
nha”. Parnasianismo - (final do século XIX e início do século
 Bernardo Guimarães - Obra: “A escrava Isaura”. XX)
 Manuel Antônio de Almeida - Obra: “Memórias de Início: “Fanfarras”, de Teófilo Dias.
um sargento de milícias”.
O parnasianismo buscou os temas clássicos, valorizando
Modalidades do Romantismo: o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores parnasianos
 Romance de folhetim - Teixeira e Sousa, “O filho usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas
do pescador”. mitológicos e descrições detalhadas. Diziam que faziam a
 Romance urbano - Joaquim Manuel de Macedo, arte pela arte. Graças a esta postura foram chamados de
“A Moreninha”. criadores de uma literatura alienada, pois não retratavam
 Romance regionalista: Bernardo Guimarães, “O os problemas sociais que ocorriam naquela época. Os
ermitão de Muquém”, “Escrava Isaura”. principais autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimundo
 Romance indianista e histórico - José de Alencar, Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.
“O Guarani”.
Contexto histórico:
Realismo / Naturalismo - (segunda metade do século Contemporâneo do Realismo - Naturalismo
XIX) Estilo especificamente poético, desenvolveu-se junto
com o Realismo - Naturalismo.
Realismo - Início: “Memórias Póstumas de Brás Cubas”,
A maior preocupação dos poetas parnasianos é com o
de Machado de Assis, publicado em 1881.
fazer poético.
Naturalismo - Início: “O Mulato”, de Aluísio Azevedo
Arte pela arte.
Poesia descritiva sem conteúdo; vocabulário nobre;
Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica objetividade.
entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os escritores Os poetas parnasianos são considerados “os mestres
e poetas realistas começam a falar da realidade social e do passado”. Por suas manias de precisão, foram criticados
dos principais problemas e conflitos do ser humano. Como severamente pelos poetas do 1.º Tempo Modernista.
características desta fase, temos: objetivismo, linguagem Destacou-se:
popular, trama psicológica, valorização de personagens Olavo Bilac (poeta representante) – “Profissão de Fé”.
inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica
social, visão irônica da realidade. Simbolismo
Início: “Missal” e “Broquéis”, de Cruz e Souza
Contexto histórico:
A Proclamação da República. Os poetas simbolistas usavam uma linguagem
PORTUGUÊS

A Primeira República. abstrata e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo


e religiosidade. Valorizavam muito os mistérios da morte
Realismo e dos sonhos, carregando os textos de subjetivismo. Os
Literatura de combate social, crítica à burguesia, ao principais representantes do simbolismo foram: Cruz e
adultério e ao clero. Souza e Alphonsus de Guimaraens.

111
Contexto histórico: Vanguardas europeias
Fundação da Academia Brasileira de Letras.
Origem: a poesia de Baudelaire. As vanguardas europeias foram manifestações artístico-
Características: desmistificação da poesia, sinestesia, literárias surgidas na Europa, nas duas primeiras décadas do
musicalidade, preferência pela cor branca, sensualismo, dor Século XX, e vieram provocar uma ruptura da arte moderna
e revolta. com a tradição cultural do século anterior.
Destacou-se: Com o advento da tecnologia, as consequências da
Cruz e Souza (poeta representante) - Obra: “Missal” e Revolução Industrial, a Primeira Guerra Mundial e atmosfera
“Broquéis”.
política que resultou destes grandes acontecimentos, surgiu
um sentimento nacionalista, um progresso espantoso das
SITES
Disponível em: <http://www.passeiweb.com/na_ponta_ grandes potências mundiais e uma disputa pelo poder.
lingua/sala_de_aula/portugues/literatura_brasileira/estilos_ Várias correntes ideológicas foram criadas, como o nazismo,
literarios/cronologia_quadro> o fascismo e o comunismo, e também com a mesma
<http://www.suapesquisa.com/literaturabrasil/> terminação “ismo” surgiram os movimentos artísticos que
chamamos de vanguardas. Todos se pautavam no mesmo
Pré-Modernismo objetivo: o questionamento, a quebra dos padrões, o
protesto contra a arte conservadora, a criação de novos
O Pré-Modernismo acontece anos antes da Semana da padrões estéticos que fossem mais coerentes com a
Arte Moderna, em 1922, e é o período de transição entre realidade histórica e social do século que surgia.
as tendências do final do Simbolismo ou Parnasianismo, Estas manifestações se destacaram por sua radicalidade,
século XIX, e o Modernismo. que influenciou a arte em todo o mundo.
Neste período, alguns anos após a abolição da Os movimentos e as tendências artísticas, tais como o
escravatura, muitos imigrantes - a maioria italianos - vêm Expressionismo, o Fauvismo, o Cubismo, o Futurismo, o
ao Brasil substituir a mão de obra rural e escrava. Abstracionismo, o Dadaísmo, o Surrealismo, a Op art e a Pop
A urbanização de São Paulo faz surgir uma nova art expressam a perplexidade do homem contemporâneo.
classe social: a operária, enquanto os ex-escravos são O Expressionismo surge como uma reação ao
marginalizados nos centros urbanos.
Impressionismo, pois naquele a preocupação está em
Os estados brasileiros passam por transformações na
economia: a ascensão do café no Sul e Sudeste, e o declínio expressar as emoções humanas, transparecendo em linhas
da cana-de-açúcar no Nordeste. e cores vibrantes os sentimentos e angústias do homem
O governo republicano não promovia as esperadas moderno; neste, o enfoque se resumia na busca pela
mudanças sociais - a sociedade se encontrava dividida sensação de luz e sombra.
entre a elite detentora de dinheiro, respeito e poder das O Fauvismo foi um movimento que teve basicamente
oligarquias rurais e a classe trabalhadora rural, bem como dois princípios: a simplificação das formas das figuras e
dos marginalizados nos centros urbanos. o emprego das cores puras, sem mistura. As figuras não
A desigualdade social culminou em diversos movimentos são representadas tal qual a forma real, ao passo que as
sociais pelo Brasil - como a Revolta de Canudos, ocorrida cores são usadas da maneira que saem do tubo de tinta.
no final do século XIX no sertão da Bahia, sob liderança O nome deriva de “fauves” (feras, no francês), devido à
de Antônio Conselheiro -, dentre outros movimentos de agressividade no emprego das cores.
protesto às condições de vida no Nordeste. Além disso, No Cubismo há a mesma despreocupação em
ocorreram os movimentos protestantes no meio urbano, representar realisticamente as formas de um objeto,
como a Revolta da Chibata, em 1910 - contra o maltrato da porém a intenção era representá-lo de vários ângulos,
Marinha à corporação - e as greves de operários. em um único plano. Com o tempo, o Cubismo evoluiu
Já no começo do século XX começa a surgir os primeiros em duas grandes tendências chamadas Cubismo Analítico
indícios da crise cafeeira com a superprodução de café, a
e Cubismo Sintético. O movimento teve o seu melhor
chamada crise da “República Café-com-Leite”.
momento entre 1907 e 1914, e mudou para sempre a
É em meio a este quadro na sociedade brasileira que
começa no Brasil uma nova produção literária, intitulada forma de ver a realidade.
de Pré-Modernismo pelo crítico literário Tristão de Ataíde. O Futurismo abrange sua criação em expressar o
Destacam-se neste período as obras Os sertões (Euclides real, assinalando a velocidade exposta pelas figuras
da Cunha) e Canaã (Graça Aranha). Contudo, o Pré- em movimento no espaço. Foi um movimento que se
Modernismo não é tido como uma “escola literária”, pois desenvolveu em todas as artes e exerceu influência
apresenta características individuais muito marcantes. sobre vários artistas que, posteriormente, criaram outros
No entanto, há características comuns às obras desse movimentos de arte moderna. Repercutiu principalmente
período: a ruptura com a linguagem pomposa parnasiana; na França e na Itália.
a exposição da realidade social brasileira; o regionalismo; a O Abstracionismo é a arte que se opõe à arte figurativa
marginalidade exposta nas personagens e associação aos
PORTUGUÊS

ou objetiva. A principal característica da pintura abstrata é


fatos políticos, econômicos e sociais. a ausência de relação imediata entre suas formas e cores
Os principais autores pré-modernistas são: Euclides da e as formas e cores de um ser. A pintura abstrata é uma
Cunha, Augusto dos Anjos, Lima Barreto, Graça Aranha, manifestação artística que despreza completamente a
Monteiro Lobato. simples cópia das formas naturais.

112
No Dadaísmo, encontra-se um movimento que abrange
a arte em todos os seus campos, pois não foi apenas
uma corrente artística, mas um verdadeiro movimento
literário, musical, filosófico e até mesmo político. Embora a
palavra dada em francês signifique cavalo de madeira, sua
utilização marca o nonsense ou falta de sentido que pode
ter a linguagem (como na fala de um bebê). A princípio,
o movimento não envolveu uma estética específica, mas
provavelmente as principais expressões do Dadaísmo
tenham sido o poema aleatório e o ready made. O intuito
deste movimento era protestar contra os estragos trazidos
da guerra, denunciando de forma irônica toda aquela
loucura que estava acontecendo. Como negação total da O termo Pop Art (abreviação das palavras em inglês
cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a Popular Art) foi utilizado pela primeira vez em 1954,
desordem, o caos. pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para denominar a
O Surrealismo foi um movimento artístico e literário arte popular que estava sendo criada em publicidade, no
surgido primeiramente em Paris nos anos 20, inserido no desenho industrial, nos cartazes e nas revistas ilustradas.
contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo Representava os componentes mais ostensivos da cultura
no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. popular, de poderosa influência na vida cotidiana na
A palavra Op Art deriva do inglês Optical Art e significa segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte
Arte Óptica. Simboliza um mundo precário e instável, figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que
que se modifica a cada instante. Apesar de ter ganhado dominava a cena estética desde o final da Segunda Guerra
força na metade da década de 1950, a Op Art passou por Mundial. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia,
um desenvolvimento relativamente lento. Ela não tem dos quadrinhos, do cinema e da publicidade.
o ímpeto atual e o apelo emocional da Pop Art, pois é Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento
excessivamente cerebral e sistemática, mais próxima das da sociedade pelos objetos de consumo, operava com
ciências do que das humanidades. Por outro lado, suas signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos,
possibilidades parecem ser tão ilimitadas quanto às da ilustrações. Muito do que era considerado brega, virou
ciência e da tecnologia. moda. A Pop Art proporcionou a transformação do que
A razão da Op Art é a representação do movimento era considerado vulgar em refinado, e aproximou a arte
através da pintura apenas com a utilização de elementos das massas, desmitificando-a, pois se utilizava de objetos
gráficos. Outro fator fundamental para a criação da Op Art próprios e populares.
foi a evolução da ciência, que está presente em praticamente
todos os trabalhos, baseando-se principalmente nos Suas principais características são:
estudos psicológicos sobre a vida moderna e da Física  Linguagem figurativa e realista se referindo aos
sobre a Óptica. A alteração das cidades modernas e o costumes, ideias e aparências do mundo contemporâneo;
sofrimento do homem com a alteração constante em seus  Temática extraída do meio ambiente urbano das
ritmos de vida. grandes cidades, de seus aspectos sociais e culturais: his-
tória em quadrinhos, revistas, jornais sensacionalistas, fo-
As principais características da Op Art são: tografias, anúncios publicitários, cinema, rádio, televisão,
 Explorar a falibilidade do olho pelo uso de ilusões música, espetáculos populares, elementos da sociedade de
de óticas; consumo e de conveniências (alimentos enlatados, gela-
 Defender para arte “menos expressão e mais vi- deiras, carros, estradas, postos de gasolina, etc.);
sualização”;  Ausência de planejamento crítico: os temas são
 Quando as obras são observadas, dão a impres- concebidos como simples motivos que justificam a realiza-
são de movimento, clarões ou vibração, ou por vezes pare- ção da pintura;
cem inchar ou deformar-se;  Representação de caráter inexpressivo, preferen-
 Oposição de estruturas idênticas que interagem cialmente frontal e repetitiva;
umas com as outras, produzindo o efeito ótico;  Combinação da pintura com objetos reais inte-
 Observador participante; grados na composição da obra como flores de plástico,
 Busca nos efeitos ópticos sua constante alteração; garrafas, etc., como uma nova forma dadaísta em conso-
 As cores têm a finalidade de passar ilusões ópticas nância aos novos tempos;
ao observador.  Formas e figuras em escala natural e ampliada;
 Preferência por referências ao status social, fama,
PORTUGUÊS

violência e desastres, a sensualidade e o erotismo, aos sím-


bolos da tecnologia industrial e a sociedade de consumo;
 Uso de matérias como tinta acrílica, poliéster e
látex, produzindo cores puras, brilhantes e fosforescentes
inspiradas na indústria e nos objetos de consumo;

113
 Reprodução de objetos do cotidiano em tamanho  Linguagem com humor;
maior, transformando o real em hiper-real.  Valorização do cotidiano.

A preocupação dos autores modernos era substituir os


antigos valores. As principais características desta escola
literária são o progresso, a sensação de instabilidade e
transitoriedade, a criação e investigação pessoal, o livre
exame e o futuro. Com esta configuração, o Modernismo
se fixa na historiografia literária brasileira com o início
da Semana de Arte Moderna de 1922, que ocorreu nos
dias 13, 15 e 17 daquele ano no Teatro Municipal de São
Paulo. Entretanto, antes destes dias de manifestação de
obras e ideias modernistas, o espírito literário já havia
começado um processo de preparação anos antes. Uma
das primeiras manifestações do pré-modernismo no Brasil
foi o Futurismo, termo presente no país entre 1915 e 1921,
ano em que Oswald de Andrade publicou um artigo no
qual chamou Mário de Andrade de “o meu poeta futurista”.
SITES A origem da Semana de Arte Moderna de 1922 foi uma
Disponível em: <https://www.infoescola.com/artes/ sugestão do pintor Di Cavalcanti feita a Paulo Prado. A
principais-movimentos-artisticos-do-seculo-xx/> proposta era iniciar uma “série de escândalos da Semana
Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com. de Elegância de Deauville”.
br/literatura/premodernismo.htm> Vinte anos após o final do movimento, Mário de
Disponível em: <https://www.infoescola.com/artes/ Andrade traçou quais foram seus rumos iniciais: estabilizar
vanguardas-europeias/> uma nova forma de consciência criadora brasileira, atualizar
Disponível em: <https://www.historiadasartes.com/ a inteligência artística do país e conquistar o direito à
nomundo/arte-seculo-20/op-art/> pesquisa estética.
Disponível em: <https://www.historiadasartes.com/ Tradicionalmente, a literatura modernista é dividida em
nomundo/arte-seculo-20/pop-art/> três fases. São elas:

Modernismo 1. Primeira fase (ou primeira geração modernista):


A fase heroica é representada pela tríade modernista,
O Modernismo no Brasil teve como marco inicial a isto é, os escritores Manuel Bandeira, Mário e Oswald de
Semana de Arte Moderna, em 1922, momento marcado Andrade. O trio deu continuidade aos postulados de 1922,
pela efervescência de novas ideias e modelos. Foi um apresentando uma estética transgressora, testando os
movimento cultural, artístico e literário da primeira metade limites da forma e do conteúdo e combatendo as escolas
do século XX. Situa-se entre o Simbolismo e o Pós- tradicionais de nossa literatura;
Modernismo.
2. Segunda fase (geração de 1930): Os escritores da
Contexto Histórico literatura modernista nos anos 30 deram continuidade
às conquistas da primeira fase, contudo, diante de um
O Modernismo surge em um momento de insatisfação contexto histórico beligerante, era preciso voltar as
política no Brasil, em decorrência do aumento da inflação atenções para a realidade e utilizar a literatura como
que fazia aumentar a crise e propulsionava greves e instrumento de denúncia e análise social, tanto na prosa
protestos. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) também quanto na poesia. Entre os principais representantes
trouxe reflexos para a sociedade brasileira. Em uma dessa fase estão os escritores Graciliano Ramos, Rachel de
tentativa de reestruturar o país politicamente, também Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles,
no campo das artes - estimulado pelas Vanguardas Vinícius de Moraes;
Europeias - encontra-se a motivação para romper com o
tradicionalismo. A “Semana de arte moderna” que marca a 3. Terceira fase (geração de 1945): A pesquisa estética
essa tentativa de mudança artística. e a renovação das formas de expressão literária, tanto na
poesia quanto na prosa, foram as principais características da
Características do Modernismo geração de 45. Caminhando em direção à experimentação,
os autores da terceira fase do Modernismo vislumbraram
PORTUGUÊS

 Libertação estética; outras possibilidades temáticas, deixando em segundo


 Ruptura com o tradicionalismo; plano as preocupações políticas, ideológicas e culturais que
 Experimentações artísticas; marcaram a geração de 30. Seus principais representantes
 Liberdade formal (versos livres, abandono das for- foram Clarice Lispector, Guimarães Rosa, João Cabral de
mas fixas, ausência de pontuação); Melo Neto, Ariano Suassuna, Mario Quintana.

114
SITES o computador, o caixa 24 horas e a telemática são
Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com. compulsivamente disseminadas. As lutas mudam: agora
br/literatura/modernismo.htm> não é contra o patrão, mas contra a falta deles. Os pobres
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/ só dizem presente nos acontecimentos de massa, lugar de
modernismo-no-brasil/> deslocamento das energias de revolta.
Disponível em: <https://www.infoescola.com/literatura/ O pós-modernismo invadiu o cotidiano com a
modernismo-brasileiro/> tecnologia eletrônica em massa e individual, onde a
saturação de informações, diversões e serviços, causam um
Pós-Modernismo “rebu” pós-moderno, com a tecnologia programando cada
vez mais o dia a dia dos indivíduos.
O conceito de pós-modernidade se tornou um dos mais A importância do pós-modernismo na economia
discutidos nas questões relativas à arte, à literatura ou à teoria foi “mostrar” aos indivíduos a capacidade de consumo,
a adotarem estilos de vida e de filosofias, o consumo
social, mas a noção de pós-modernidade reúne uma rede
personalizado, usar bens e serviços e se entregarem ao
de conceitos e modelos de pensamento em “pós”, dentre
presente e ao prazer.
os quais: sociedade pós-industrial, pós-estruturalismo,
Os pós-modernistas querem rir levianamente de tudo,
pós-fordismo, pós-comunismo, pós-marxismo, pós- encaram uma ideia de ausência de valores, de vazio, do
hierárquico, pós-liberalismo, pós-imperialismo, pós- nada, e do sentido para a vida.
urbano, pós-capitalismo. A pós-modernidade se coloca O ambiente pós-moderno significa simulação, ele não
também em relação com o feminismo, a ecologia, o nos informa sobre o mundo, ele o refaz à sua maneira, hiper-
ambiente, a religião, a planificação, o espaço, o marketing, realiza o mundo, transformando-o em um espetáculo.
a administração. O geógrafo Georges Benko afirma que o No pós-modernismo o homem vive imerso em um rio de
“pós” é incontornável, o fim do século XX se conjuga em testes permanentes, em que a informação e a comunicação
“pós”. transportam a impulsividade para o consumo.
As características da pós-modernidade podem ser
resumidas em alguns pontos: propensão a se deixar Simbolicamente, o pós-modernismo nasceu em
dominar pela imaginação das mídias eletrônicas; 1945. Nos anos 60 foi a época de grandes mudanças e
colonização do seu universo pelos mercados (econômico, descobertas tecnológicas, sociais, artísticas, científicas e
político, cultural e social); celebração do consumo como arquitetônicas.
expressão pessoal; pluralidade cultural; polarização social A sociedade industrial descende da máquina, de artigos
devido aos distanciamentos acrescidos pelos rendimentos; de série padronizados – o ferro celebra a liberdade individual
falências das metanarrativas emancipadoras como aquelas do burguês capitalista para o progresso, foi criado o Projeto
propostas pela Revolução Francesa: liberdade, igualdade e Iluminista da modernidade, o desenvolvimento material
fraternidade. e moral do homem pelo conhecimento, foi creditado o
A pós-modernidade recobre todos esses fenômenos, imenso progresso das nações capitalistas nos séculos XIX
conduzindo, em um único e mesmo movimento, a uma e XX, progresso fundado nas grandes fábricas, ferrovias,
lógica cultural que valoriza o relativismo e a (in)diferença, navegação e na exploração, com elas vieram o automóvel,
a um conjunto de processos intelectuais flutuantes e o telefone, a TV, etc.
indeterminados, a uma configuração de traços sociais que Completando o cenário moderno as metrópoles
significaria a erupção de um movimento de descontinuidade industriais, as classes médias consumidoras de moda e
de lazer, surgiram a família nuclear - pessoas isoladas
da condição moderna: mudanças dos sistemas produtivos
em apartamentos - e a cultura de massa (revistas, filmes,
e crise do trabalho, eclipse da historicidade, crise do
novelas), dando vitória à razão técnico-científica, inspirada
individualismo e onipresença da cultura narcisista de massa.
no Iluminismo, a máquina fez a humanidade recuar seus
Em outras palavras: a pós-modernidade tem predomínio hábitos religiosos, morais e foi ditado novos valores, mais
do instantâneo, da perda de fronteiras, gerando a ideia de livres, urbanos, mas sempre atrelados no progresso social.
que o mundo está cada vez menor através do avanço da
tecnologia. Com a sociedade industrial e a multinacional, chegaram
No campo urbano, a cidade é vendida aos pedaços os serviços da tecnologia em geral, como informações e
porque nela há caos, (des)ordem: padrões de diferentes comunicações em tempo real, o que proporciona uma
graus de complexidade: o efêmero, o fragmentário, o economia pela informação.
descontínuo, o caótico predomina. Mudam-se valores: é Codificar e manipular o conhecimento e a informação
o novo, o fugidio, o efêmero, o fulgaz e o individualismo é vital para as sociedades pós-industriais, ou também
que valem. A aceleração transforma o consumo numa chamadas de sociedades programadas, onde a
rapidez nunca vivenciada: tudo é descartável (desde programação da produção do consumo e da vida social
copos a maridos/ou esposas). A publicidade manipula significa projetar o comportamento.
PORTUGUÊS

desejos, promove a sedução, cria novas imagens e signos, O ambiente pós-moderno é povoado pela cibernética, a
eventos como espetáculos, valorizando o que a mídia dá robótica industrial, a biologia molecular, a medicina nuclear,
ao transitório da vida. As telecomunicações possibilitam a tecnologia dos alimentos, as terapias psicológicas, a
imagens vistas em todas as partes do planeta, facilitando climatização, as técnicas de embelezamento, o trânsito
a mercadificação de coisas e gostos. A informatização, computadorizado e os eletroeletrônicos.

115
Os indivíduos na condição pós-moderno são um sujeito “blip”, alguém submetido a um bombardeio maciço e aleatório
de informações parcelares, que nunca formam um todo, e com importantes efeitos culturais, sociais e políticos.
O pós-modernismo pode ser definido como as características de natureza sociocultural e estética que marcam o
capitalismo da era contemporânea. Este movimento, que também pode ser chamado de pós-industrial ou financeiro,
predomina mundialmente desde o fim do Modernismo. Ele é caracterizado pela avalanche recente de inovações
tecnológicas, pela subversão dos meios de comunicação e da informática, com a crescente influência do universo virtual, e
pelo desmedido apelo consumista que seduz o homem pós-moderno.
O homem pós-moderno habita em um universo imagético, repleto de signos e ícones, privilegiados em detrimento dos
objetos.
Tudo é fluido na pós-modernidade, daí o termo preferido pelo polonês Zygmunt Bauman, que tornou popular esta
expressão, e prefere traduzi-la como ‘modernidade líquida’, uma vez que nada mais é realmente concreto na era atual.
Tempo e espaço são reduzidos a fragmentos; a individualidade predomina sobre o coletivo e o ser humano é guiado pela
ética do prazer imediato como objetivo prioritário, denominado hedonismo.
A humanidade é induzida a levar sua liberdade ao extremo, colocada diante de uma opção infinita de probabilidades,
desde que sua escolha recaia sempre no circuito perverso do consumismo. Daí a subjetividade também ser incessantemente
fracionada.

Épocas Literárias

A literatura, como as outras artes, é o resultado do trabalho de um artista que vive as consequências da História. A
criação literária está diretamente relacionada ao momento histórico em que se insere.
As idades literárias recebem denominações variadas: escolas literárias, períodos, estilos e movimentos.
Os estilos de época do Ocidente, desde a Idade Média, podem ser classificados da seguinte forma:

Estilo/movimento Abrangência da Aspectos históricos Principais linhas


época
Medievalismo/Trovadorismo Séculos XII a XV, na Teocentrismo, grande Poemas de amor,
Europa Feudal temor a Deus, cavalheirescos,
grande domínio da Igreja, cantigas, novelas de
feudalismo. cavalara, exaltação do
guerreiro cristão.
Renascimento/Quinhentismo/ Séculos XV a XVI, na Antropocentrismo, volta Ordem, regularidade,
Classicismo Europa de Estados aos padrões clássicos precisão formal,
Nacionais (greco-latinos) da cultura, predomínio das
grandes descobertas epopeias, para enfatizar
(América, caminho para as a força do Homem,
Índias). predomínio de formas
fixas na poesia lírica.

Barroco Séculos XVI e XVII, na Volta ao conservadorismo Irregularidade,


Europa de Estados da Igreja, forte presença rebuscamento formal, o
absolutistas. Século XVII da Companhia de Jesus homem dividido entre o
e meados do séc. XVIII na na União Ibérica (domínio céu e a terra, dualismos,
América luso-espanhola espanhol). predominância da
poesia lírica e da
oratória sacra.
PORTUGUÊS

116
Arcadismo/Neoclassicismo Século XVIII Iluminismo, ideais liberais Volta à regularidade
principiantes, grande crise clássica, neoclassicismo,
das sociedades coloniais, predominância da
ideologias burguesas. poesia pastoril.
Romantismo Século XIX Identificações com ideais Ênfase sobre a
da França (Revolução individualidade,
Francesa), Independência desprezo aos padrões
do Brasil. rígidos dos clássicos,
nacionalismo,
predominância do
romance e da poesia
lírica.
R e a l i s m o / N a t u r a l i s m o / Século XIX (2.ª metade) Campanhas socialistas, Ênfase nos aspectos
Parnasianismo – no Brasil, Marxismo, teorias sociais, nas narrativas,
movimentos contemporâneos à determinista e nos aspectos formais,
República e abolição da escravatura. evolucionista, proletariado na poesia, primado
emergente e mais do cotidiano na cena
organizado. literária.
Simbolismo Século XIX (última Transição para o século XX, Ênfase na sensibilidade,
década) tendências decadentistas utilização da força
em geral, Belle époque. sonora da palavra,
predominância da
poesia lírica.
Modernismo – No Brasil, a Século XX (1.ª metade) Semana de Arte Moderna Ruptura com os
comemoração dos 100 anos da em 1922, grandes rupturas parnasianos, força
Independência é decisiva para com a arte tradicional. para as vanguardas,
“Reformas”. desdobramentos
múltiplos: Movimento
A n t r o p ó f a g o ,
Movimento Pau-Brasil,
Verde-Amarelo etc.
Pós-modernismo Século XX (anos 50: Pós-guerra, Guerra Fria, Convivência de
contemporaneidade) mundo dividido em blocos muitas tendências
de direita e de esquerda, discrepantes, maior
acentuação das diferenças aceitação de todas
entre mundo desenvolvido as vanguardas,
e subdesenvolvido, muitos movimentos de
movimentos jovens de rupturas e retomadas,
rebelião. arte feita de bricolagens
(aproveitamento de
restos), incertezas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira Yousseff
Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo: Saraiva, 2002.

SITES
Disponível em: <https://www.infoescola.com/movimentos-artisticos/pos-modernismo/>
Disponível em: <http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/geografia/o-conceito-posmodernidade-na-sociedade-atual.
htm>
Disponível em: <https://www.coladaweb.com/literatura/pos-modernismo>
PORTUGUÊS

117
Além de atender à disposição constitucional, a forma
dos atos normativos obedece a certa tradição. Há normas
para sua elaboração que remontam ao período de nossa
REDAÇÃO: GÊNERO TEXTUAL; TEXTUA- história imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade –
LIDADE E ESTILO (FUNÇÕES DA LINGUA- estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de
GEM; COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL; 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de
TIPOS DE DISCURSO; INTERTEXTUALI- anos transcorridos desde a Independência. Essa prática foi
DADE; DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO; FI- mantida no período republicano. Esses mesmos princípios
GURAS DE LINGUAGEM; MECANISMOS (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso de
DE COESÃO; A AMBIGUIDADE; A NÃO- linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais:
-CONTRADIÇÃO; PARALELISMOS SIN- elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser
estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de
TÁTICOS E SEMÂNTICOS; CONTINUIDA- certo nível de linguagem.
DE E PROGRESSÃO TEXTUAL); TEXTO Nesse quadro, fica claro também que as comunicações
E CONTEXTO; O TEXTO NARRATIVO: O oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre
ENREDO, O TEMPO E O ESPAÇO; A TÉC- um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor
NICA DA DESCRIÇÃO; O NARRADOR; O dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no
TEXTO ARGUMENTATIVO; O TEMA; A caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou
IMPESSOALIDADE; A CARTA ARGUMEN- o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma
TATIVA; A CRÔNICA ARGUMENTATIVA; homogênea (o público).
Outros procedimentos rotineiros na redação de
A ARGUMENTAÇÃO E A PERSUASÃO; O
comunicações oficiais foram incorporados ao longo do
TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATI- tempo, como as formas de tratamento e de cortesia,
VO; A CONSISTÊNCIA DOS ARGUMEN- certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes,
TOS; A CONTRA-ARGUMENTAÇÃO; O etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para
PARÁGRAFO; A INFORMATIVIDADE E comunicações oficiais, regulados pela Portaria n.º 1 do
O SENSO COMUM; FORMAS DE DESEN- Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937.
VOLVIMENTO DO TEXTO DISSERTATIVO- Acrescente-se, por fim, que a identificação que se
-ARGUMENTATIVO; A INTRODUÇÃO; E A buscou fazer das características específicas da forma oficial
CONCLUSÃO. de redigir não deve ensejar o entendimento de que se
proponha a criação – ou se aceite a existência – de uma
forma específica de linguagem administrativa, o que
coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês.
Este é antes uma distorção do que deve ser a redação
O que é Redação Oficial oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês
do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a de frases.
maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos A redação oficial não é, portanto, necessariamente
e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade
do Poder Executivo. básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza
A redação oficial deve caracterizar-se pela – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de
impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico,
concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente da correspondência particular, etc.
esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, Apresentadas essas características fundamentais da
no artigo 37: “A administração pública direta, indireta redação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada
ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos uma delas.
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, A Impessoalidade
publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e
a impessoalidade princípios fundamentais de toda A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
administração pública, claro está que devem igualmente pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. a) alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c)
Não se concebe que um ato normativo de qualquer alguém que receba essa comunicação. No caso da redação
natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este
impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão,
PORTUGUÊS

dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum
requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o
que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto
A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos
concisão. outros Poderes da União.

118
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que de determinado padrão de linguagem que incorpore
deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um
oficiais decorre: parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do
a) da ausência de impressões individuais de quem vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há
comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da
assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em língua, a finalidade com que a empregamos.
nome do Serviço Público que é feita a comunicação. O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter
Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo
que comunicações elaboradas em diferentes setores da de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto
Administração guardem entre si certa uniformidade; da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários
sempre concebido como público, ou a outro órgão público. do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade
Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato
homogênea e impessoal; de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das
universo temático das comunicações oficiais se restringe a idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que
questões que dizem respeito ao interesse público, é natural se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos.
que não cabe qualquer tom particular ou pessoal. Desta Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a
forma, não há lugar na redação oficial para impressões simplicidade de expressão, desde que não seja confundida
pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do
a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada,
de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta da nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem
interferência da individualidade que a elabora. próprios da língua literária.
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente
de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais
um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do
contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária
padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que
impessoalidade.
haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que
A necessidade de empregar determinado nível de se consagre a utilização de uma forma de linguagem
linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve
lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos A linguagem técnica deve ser empregada apenas
como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso
para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e
dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua mesmo o vocabulário próprio à determinada área, são
elaboração for empregada a linguagem adequada. O de difícil entendimento por quem não esteja com eles
mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-
precípua é a de informar com clareza e objetividade. As los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da
comunicações que partem dos órgãos públicos federais administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso Formalidade e Padronização
de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há
dúvida que um texto marcado por expressões de circulação As comunicações oficiais devem ser sempre formais,
restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já
jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. mencionadas exigências de impessoalidade e uso do padrão
Ressalte-se que há necessariamente uma distância culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade
entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida
dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de
de costumes, e pode eventualmente contar com outros tratamento para uma autoridade de certo; mais do que isso,
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio
gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.
fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita A formalidade de tratamento vincula-se, também, à
incorpora mais lentamente as transformações, tem maior necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a
PORTUGUÊS

vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma administração federal é una, é natural que as comunicações
para comunicar. que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se
níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por atente para todas as características da redação oficial e que
exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer se cuide, ainda, da apresentação dos textos.

119
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva,
o texto definitivo e a correta diagramação do texto são esclareça, precise os termos técnicos, o significado das
indispensáveis para a padronização. siglas e abreviações e os conceitos específicos que não
possam ser dispensados.
Concisão e Clareza A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A
pressa com que são elaboradas certas comunicações quase
A concisão é antes uma qualidade do que uma sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder à
característica do texto oficial. Conciso é o texto que redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.
consegue transmitir um máximo de informações com um “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz
mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável
é fundamental que se tenha, além de conhecimento do repercussão no redigir.
assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para
As Comunicações Oficiais
revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que
muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou
Introdução
repetições desnecessárias de ideias.
O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao A redação das comunicações oficiais deve, antes
princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo
de empregar o mínimo de palavras para informar o I, Aspectos Gerais da Redação Oficial. Além disso, há
máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como características específicas de cada tipo de expediente,
economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar que serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de
passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns
tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o
inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao emprego dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos
que já foi dito. e a identificação do signatário.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em
todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais Pronomes de Tratamento
e ideias secundárias. Estas últimas podem esclarecer
o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas Breve História dos Pronomes de Tratamento
existem também ideias secundárias que não acrescentam
informação alguma ao texto, nem têm maior relação com O uso de pronomes e locuções pronominais de
as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. tratamento tem larga tradição na língua portuguesa. De
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto acordo com Said Ali, após serem incorporados ao português
oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento direto da
possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto, pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, passou-
a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende se a empregar, como expediente linguístico de distinção e
estritamente das demais características da redação oficial. de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de
Para ela concorrem: pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se
interpretações que poderia decorrer de um tratamento dirigia a palavra a um atributo ou qualidade eminente da
pessoa de categoria superior, e não a ela própria. Assim
personalista dado ao texto;
aproximavam-se os vassalos de seu rei com o tratamento
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio,
de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se o
de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos
tratamento ducal de vossa excelência e adotaram-se na
de circulação restrita, como a gíria e o jargão; hierarquia eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade,
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a vossa eminência, vossa santidade.”
imprescindível uniformidade dos textos; A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos indireto já estava em voga também para os ocupantes de
linguísticos que nada lhe acrescentam. certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê,
É pela correta observação dessas características que e depois para o coloquial você. E o pronome vós, com o
se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o
releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos atual emprego de pronomes de tratamento indireto como
oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, forma de dirigirmo-nos às autoridades civis, militares e
principalmente, da falta da releitura que torna possível sua eclesiásticas.
correção.
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, Concordância com os Pronomes de Tratamento
PORTUGUÊS

se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O


que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa
O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à
decorrência de nossa experiência profissional muitas concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se
vezes faz com que os tomemos como de conhecimento refiram a segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem

120
se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a Senhor Senador,
concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda Senhor Juiz,
com o substantivo que integra a locução como seu núcleo Senhor Ministro,
sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Senhor Governador,
Excelência conhece o assunto”.
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos No envelope, o endereçamento das comunicações
a pronomes de tratamento são sempre os da terceira dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá
pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não a seguinte forma:
“Vossa ... vosso...”). Já quanto aos adjetivos referidos a A Sua Excelência o Senhor
esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com Fulano de Tal
o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo Ministro de Estado da Justiça
que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for 70064-900 – Brasília. DF
homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”,
“Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa A Sua Excelência o Senhor
Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar Senador Fulano de Tal
satisfeita”. Senado Federal
70165-900 – Brasília. DF
Emprego dos Pronomes de Tratamento
A Sua Excelência o Senhor
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento Fulano de Tal
obedece a secular tradição. São de uso consagrado: Juiz de Direito da 10.ª Vara Cível
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: Rua ABC, n.º 123
a) do Poder Executivo; 01010-000 – São Paulo. SP
Presidente da República;
Vice-Presidente da República; Em comunicações oficiais, está abolido o uso do
Ministros de Estado; tratamento Digníssimo (DD), às autoridades arroladas na
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe
Distrito Federal; qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida
Oficiais-Generais das Forças Armadas; evocação.
Embaixadores;
Secretários-Executivos de Ministérios e demais Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades
ocupantes de cargos de natureza especial; e para particulares. O vocativo adequado é:
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Senhor Fulano de Tal,
Prefeitos Municipais. (...)
No envelope, deve constar do endereçamento:
b) do Poder Legislativo: Ao Senhor
Deputados Federais e Senadores; Fulano de Tal
Ministros do Tribunal de Contas da União; Rua ABC, n.º 123
Deputados Estaduais e Distritais; 12345-000 – Curitiba. PR
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado
o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades
c) do Poder Judiciário: que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para
Ministros dos Tribunais Superiores; particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento
Membros de Tribunais; Senhor.
Juízes; Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento,
Auditores da Justiça Militar. e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente.
Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído
aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do curso universitário de doutorado. É costume designar por
cargo respectivo: doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso confere a desejada formalidade às comunicações.
Nacional, Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência,
PORTUGUÊS

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal empregada, por força da tradição, em comunicações
Federal. dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o
vocativo: Magnífico Reitor, (...)
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo
Senhor, seguido do cargo respectivo: com a hierarquia eclesiástica, são:

121
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O Partes do documento no Padrão Ofício
vocativo correspondente é: Santíssimo Padre, (...)
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, O aviso, o ofício e o memorando devem conter as
em comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe o seguintes partes:
vocativo: Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do
e Reverendíssimo Senhor Cardeal, (...) órgão que o expede: Exemplos: Mem. 123/2002-MF Aviso
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em 123/2002-SG Of. 123/2002-MME
comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos;
Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima b) local e data em que foi assinado, por extenso, com
para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. alinhamento à direita: Exemplo:
Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos Brasília, 15 de março de 1991.
e demais religiosos.
c) assunto: resumo do teor do documento Exemplos:
Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
Fechos para Comunicações
Assunto: Necessidade de aquisição de novos
computadores.
O fecho das comunicações oficiais possui, além
da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é
destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído
utilizados foram regulados pela Portaria n.º 1 do Ministério também o endereço.
da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com
o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual e) texto: nos casos em que não for de mero
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes encaminhamento de documentos, o expediente deve
para todas as modalidades de comunicação oficial: conter a seguinte estrutura:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente – introdução, que se confunde com o parágrafo de
da República: Respeitosamente, abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”,
hierarquia inferior: Atenciosamente, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, empregue
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações a forma direta;
dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e – desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se
tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas
de Redação do Ministério das Relações Exteriores. devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere
maior clareza à exposição;
Identificação do Signatário – conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente
reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto
República, todas as demais comunicações oficiais devem nos casos em que estes estejam organizados em itens
trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, ou títulos e subtítulos. Já quando se tratar de mero
abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação encaminhamento de documentos a estrutura é a seguinte:
deve ser a seguinte: – introdução: deve iniciar com referência ao expediente
que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do
documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a
(espaço para assinatura)
informação do motivo da comunicação, que é encaminhar,
NOME
indicando a seguir os dados completos do documento
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto
(espaço para assinatura) de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
NOME segundo a seguinte fórmula: “Em resposta ao Aviso n.º 12,
Ministro de Estado da Justiça de 1.º de fevereiro de 1991, encaminho, anexa, cópia do
Ofício n.º 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano
assinatura em página isolada do expediente. Transfira para de Tal.” Ou “Encaminho, para exame e pronunciamento, a
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. anexa cópia do telegrama no 12, de 1.º de fevereiro de 1991,
do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a
O Padrão Ofício respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas
na região Nordeste.”
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes – desenvolvimento: se o autor da comunicação
PORTUGUÊS

pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o desejar fazer algum comentário a respeito do documento
memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de
uma diagramação única, que siga o que chamamos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos
padrão ofício. de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
encaminhamento.

122
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações); Aviso e Ofício

g) assinatura do autor da comunicação; e Definição e Finalidade

h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
Signatário). praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Forma de diagramação para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o
ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais
seguinte forma de apresentação: pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de do ofício, também com particulares.
corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
de rodapé; Forma e Estrutura
b) para símbolos não existentes na fonte Times New
Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
c) é obrigatório constar a partir da segunda página o do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca
número da página; o destinatário (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão vírgula. Exemplos:
ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as Excelentíssimo Senhor Presidente da República
margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas Senhora Ministra
nas páginas pares (“margem espelho”); Senhor Chefe de Gabinete
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm
de distância da margem esquerda; Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, seguintes informações do remetente:
no mínimo, 3,0 cm de largura; – nome do órgão ou setor;
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 – endereço postal;
cm; – telefone e endereço de correio eletrônico.
O constante neste item aplica-se também à exposição
de motivos e à mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Memorando
Mensagem).
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as Definição e Finalidade
linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha O memorando é a modalidade de comunicação entre
em branco; unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis
sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação
bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a eminentemente interna. Pode ter caráter meramente
elegância e a sobriedade do documento; administrativo, ou ser empregado para a exposição de
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por
papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas determinado setor do serviço público. Sua característica
para gráficos e ilustrações; principal é a agilidade. A tramitação do memorando
k) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela
devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar
29,7 x 21,0 cm; desnecessário aumento do número de comunicações, os
l) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de despachos ao memorando devem ser dados no próprio
arquivo Rich Text nos documentos de texto; documento e, no caso de falta de espaço, em folha de
m) dentro do possível, todos os documentos elaborados continuação. Esse procedimento permite formar uma
devem ter o arquivo de texto preservado para consulta espécie de processo simplificado, assegurando maior
posterior ou aproveitamento de trechos para casos transparência à tomada de decisões, e permitindo que se
análogos; historie o andamento da matéria tratada no memorando.
n) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos
devem ser formados da seguinte maneira: tipo do Forma e Estrutura
documento + número do documento + palavras-chaves do
PORTUGUÊS

conteúdo. Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002” Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

123
Exposição de Motivos Mensagem

Definição e Finalidade Definição e Finalidade

Exposição de motivos é o expediente dirigido ao É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes


Presidente da República ou ao Vice-Presidente para: dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas
a) informá-lo de determinado assunto; pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para
b) propor alguma medida; ou informar sobre fato da Administração Pública; expor o
c) submeter a sua consideração projeto de ato plano de governo por ocasião da abertura de sessão
normativo. legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao dependem de deliberação de suas Casas; apresentar veto;
Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto
casos em que o assunto tratado envolva mais de um seja de interesse dos poderes públicos e da Nação.
Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
chamada de interministerial. caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao
Forma e Estrutura Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária,
Formalmente, a exposição de motivos tem a complementar ou financeira. Os projetos de lei ordinária
apresentação do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). ou complementar são enviados em regime normal
A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, (Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art.
apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para 64, §§ 1.º a 4.º). Cabe lembrar que o projeto pode ser
aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto
outra para a que proponha alguma medida ou submeta de nova mensagem, com solicitação de urgência.
projeto de ato normativo. Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros
No primeiro caso, o da exposição de motivos que do Congresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do
simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro
Presidente da República, sua estrutura segue o modelo Secretário da Câmara dos Deputados, para que tenha início
antes referido para o padrão ofício. Já a exposição de sua tramitação (Constituição, art. 64, caput).
motivos que submeta à consideração do Presidente da Quanto aos projetos de lei financeira (que
República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora orçamentos anuais e créditos adicionais), as mensagens de
sigam também a estrutura do padrão ofício –, além de encaminhamento dirigem-se aos Membros do Congresso
outros comentários julgados pertinentes por seu autor, Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao
devem, obrigatoriamente, apontar: Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art.
a) na introdução: o problema que está a reclamar a 166 da Constituição impõe a deliberação congressual sobre
adoção da medida ou do ato normativo proposto; as leis financeiras em sessão conjunta, mais precisamente,
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida “na forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do
ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar Congresso Nacional está o Presidente do Senado Federal
o problema, e eventuais alternativas existentes para (Constituição, art. 57, § 5.º), que comanda as sessões
equacioná-lo; conjuntas.
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser As mensagens aqui tratadas coroam o processo
tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange
solucionar o problema. minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à das matérias objeto das proposições por elas encaminhadas.
exposição de motivos, devidamente preenchido, de acordo Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos
Com o modelo previsto no Anexo II do Decreto n.º 4.176, órgãos interessados no assunto das proposições, entre
de 28 de março de 2002. eles o da Advocacia-Geral da União. Mas, na origem das
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha propostas, as análises necessárias constam da exposição
presente que a atenção aos requisitos básicos da redação de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição
oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a
padronização e uso do padrão culto de linguagem) deve mensagem de encaminhamento ao Congresso.
ser redobrada.
A exposição de motivos é a principal modalidade de b) encaminhamento de medida provisória.
comunicação dirigida ao Presidente da República pelos Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da
PORTUGUÊS

Ministros. Constituição, o Presidente da República encaminha


Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada mensagem ao Congresso, dirigida a seus membros, com
cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal, juntando
ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou cópia da medida provisória, autenticada pela Coordenação
em parte. de Documentação da Presidência da República.

124
c) indicação de autoridades. Casa onde se originaram os autógrafos. Nela se informa
As mensagens que submetem ao Senado Federal a o número que tomou a lei e se restituem dois exemplares
indicação de pessoas para ocuparem determinados cargos dos três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da
(magistrados dos Tribunais Superiores, Ministros do TCU, República terá aposto o despacho de sanção.
Presidentes e Diretores do Banco Central, Procurador-Geral
da República, Chefes de Missão Diplomática, etc.) têm em i) comunicação de veto.
vista que a Constituição, no seu art. 52, incisos III e IV, Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição,
atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência art. 66, § 1.º), a mensagem informa sobre a decisão de
privativa para aprovar a indicação. vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as
O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado, razões do veto. Seu texto vai publicado na íntegra no Diário
acompanha a mensagem. Oficial da União (v. 4.2. Forma e Estrutura), ao contrário das
demais mensagens, cuja publicação se restringe à notícia
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice- do seu envio ao Poder Legislativo.
Presidente da República se ausentar do País por mais de
15 dias. j) outras mensagens.
Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. Também são remetidas ao Legislativo com regular
49, III, e 83), e a autorização é da competência privativa do frequência mensagens com:
Congresso Nacional. – encaminhamento de atos internacionais que acarretam
O Presidente da República, tradicionalmente, por encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49,
cortesia, quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, I);
faz uma comunicação a cada Casa do Congresso, enviando- – pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis
lhes mensagens idênticas. às operações e prestações interestaduais e de exportação
(Constituição, art. 155, § 2.º, IV);
e) encaminhamento de atos de concessão e renovação – proposta de fixação de limites globais para o montante
de concessão de emissoras de rádio e TV. da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
A obrigação de submeter tais atos à apreciação do – pedido de autorização para operações financeiras
Congresso Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da externas (Constituição, art. 52, V); e outros.
Constituição. Somente produzirão efeitos legais a outorga Entre as mensagens menos comuns estão as de:
ou renovação da concessão após deliberação do Congresso – convocação extraordinária do Congresso Nacional
Nacional (Constituição, art. 223, § 3.º). Descabe pedir na (Constituição, art. 57, § 6.º);
mensagem a urgência prevista no art. 64 da Constituição, – pedido de autorização para exonerar o Procurador-
porquanto o § 1.º do art. 223 já define o prazo da tramitação. Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2.º);
Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a – pedido de autorização para declarar guerra e decretar
mensagem o correspondente processo administrativo. mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
– pedido de autorização ou referendo para celebrar a
f) encaminhamento das contas referentes ao exercício paz (Constituição, art. 84, XX);
anterior. – justificativa para decretação do estado de defesa ou
O Presidente da República tem o prazo de sessenta de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4.º);
dias após a abertura da sessão legislativa para enviar ao – pedido de autorização para decretar o estado de sítio
Congresso Nacional as contas referentes ao exercício (Constituição, art. 137);
anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e parecer – relato das medidas praticadas na vigência do estado
da Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166, § de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo
1.º), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada único);
de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento – proposta de modificação de projetos de leis financeiras
disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno. (Constituição, art. 166, § 5.º);
– pedido de autorização para utilizar recursos que
g) mensagem de abertura da sessão legislativa. ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de
Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
a situação do País e solicitação de providências que julgar anual (Constituição, art. 166, § 8.º);
necessárias (Constituição, art. 84, XI). – pedido de autorização para alienar ou conceder terras
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art.
Presidência da República. Esta mensagem difere das 188, § 1.º); etc.
demais porque vai encadernada e é distribuída a todos os
Congressistas em forma de livro. Forma e Estrutura
PORTUGUÊS

h) comunicação de sanção (com restituição de As mensagens contêm:


autógrafos). a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso horizontalmente, no início da margem esquerda:
Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Mensagem n.º

125
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem
esquerda;
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;

d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem
direita.

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.

Telegrama

Definição e Finalidade

Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de
telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir-
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência
justifique sua utilização e, também em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela concisão
(v. 1.4. Concisão e Clareza).

Forma e Estrutura

Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos Correios
e em seu sítio na Internet.

Fax

Definição e Finalidade

O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação que está sendo menos usada devido
ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o envio antecipado de
documentos, de cujo conhecimento há premência, quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico.
Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
modelos, deteriora-se rapidamente.

Forma e Estrutura

Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com os
dados de identificação da mensagem a ser enviada, conforme exemplo a seguir:

[Órgão Expedidor]
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor
Destinatário:____________________________________
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___
Remetente: ____________________________________
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____
No de páginas: ________No do documento:____________

Observações:___________________________________
PORTUGUÊS

126
Correio Eletrônico Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos
elementos que compõem uma oração (Observação: os
Definição e finalidade parênteses indicam os elementos que podem não ocorrer):

O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo (sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
e celeridade, transformou-se na principal forma de
comunicação para transmissão de documentos. Podem ser identificados seis padrões básicos para as
orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa
Forma e Estrutura (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
ocorrer em ordem diversa):
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico
é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida 1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)
para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de O Presidente - regressou - (ontem).
linguagem incompatível com uma comunicação oficial (v.
1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais). 2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto -
O campo assunto do formulário de correio eletrônico (adjunto adverbial)
deve ser preenchido de modo a facilitar a organização O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
documental tanto do destinatário quanto do remetente. manhã de terça-feira).
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser
utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A 3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer (adjunto adverbial).
informações mínimas sobre seu conteúdo. O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso setores).
de confirmação de leitura. Caso não seja disponível,
deve constar da mensagem pedido de confirmação de 4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. direto
recebimento. - obj. indireto - (adj. Adv.)
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações
Valor documental
- ao Deputado - (no Congresso).
Nos termos da legislação em vigor, para que a
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento
mensagem de correio eletrônico tenha valor documental,
adverbial - (adjunto adverbial)
e para que possa ser aceito como documento original, é
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos
necessário existir certificação digital que ateste a identidade
Aires - (na próxima semana).
do remetente, na forma estabelecida em lei.
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira)
Elementos de Ortografia e Gramática
6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto
Problemas de Construção de Frases adverbial)
O problema - será - resolvido - prontamente.
A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas,
principalmente, pela construção adequada da frase, “a Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou
menor unidade autônoma da comunicação”, na definição seja, as frases que possuem apenas um verbo conjugado.
de Celso Pedro Luft. Na construção de períodos, as várias funções podem
A função essencial da frase é desempenhada pelo ocorrer em ordem inversa à mencionada, misturando-se
predicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser e confundindo-se. Não interessa aqui análise exaustiva
entendido como “a enunciação pura de um fato qualquer”. de todos os padrões existentes na língua portuguesa. O
Sempre que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe que importa é fixar a ordem normal dos elementos nesses
o nome de período, que terá tantas orações quantos forem seis padrões básicos. Acrescente-se que períodos mais
os verbos não auxiliares que o constituem. complexos, compostos por duas ou mais orações, em
Outra função relevante é a do sujeito – mas não geral podem ser reduzidos aos padrões básicos (de que
indispensável, pois há orações sem sujeito, ditas derivam).
impessoais –, de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre Os problemas mais frequentemente encontrados na
um substantivo. Sempre que o verbo o exigir, teremos construção de frases dizem respeito à má pontuação, à
nas orações substantivos (nomes ou pronomes) que ambiguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos
desempenham a função de complementos (objetos direto paralelismos, erros de comparação, etc. Decorrem, em
PORTUGUÊS

e indireto, predicativo e complemento adverbial). Função geral, do desconhecimento da ordem das palavras na frase.
acessória desempenham os adjuntos adverbiais, que vêm Indicam-se, a seguir, alguns desses defeitos mais comuns
geralmente ao final da oração, mas que podem ser ou e recorrentes na construção de frases, registrados em
intercalados aos elementos que desempenham as outras documentos oficiais.
funções, ou deslocados para o início da oração.

127
Sujeito Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos
Ministérios economizar energia e que elaborassem planos
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou de redução de despesas.
que executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter
complemento, mas não ser complemento. Devem ser Na frase temos, nas duas orações subordinadas
evitadas, portanto, construções como: que completam o sentido da principal, duas estruturas
diferentes para ideias equivalentes: a primeira oração
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. (economizar energia) é reduzida de infinitivo, enquanto a
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda. segunda (que elaborassem planos de redução de despesas)
é uma oração desenvolvida introduzida pela conjunção
Errado: Apesar das relações entre os países estarem integrante que. Há mais de uma possibilidade de escrevê-la
cortadas, (...). com clareza e correção; uma seria a de apresentar as duas
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem orações subordinadas como desenvolvidas, introduzidas
cortadas, (...). pela conjunção integrante que:

Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim. que economizassem energia e (que) elaborassem planos
para redução de despesas.
Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...). Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
como reduzidas de infinitivo:
Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos
(...). Ministérios economizar energia e elaborar planos para
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, redução de despesas.
(...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Frases Fragmentadas coordenação de orações subordinadas.
Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita
A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma culta:
oração subordinada ou uma simples locução como se fosse Errado: No discurso de posse, mostrou determinação,
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma não ser inseguro, inteligência e ter ambição.
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico
O problema aqui decorre de coordenar palavras
na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
(substantivos) com orações (reduzidas de infinitivo).
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão.
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por
Exemplo:
transformá-la em frase simples, substituindo as orações
reduzidas por substantivos:
Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação,
Nacional. Depois de ser longamente debatido.
segurança, inteligência e ambição.
Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
Nacional, depois de ser longamente debatido. Atentemos, ainda, para o problema inverso, o
Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa falso paralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela
recebeu a aprovação do Congresso Nacional. (equivalente) a ideias de hierarquia diferente ou, ainda,
ao se apresentar, de forma paralela, estruturas sintáticas
Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente distintas:
submetido ao Presidente da República, que o aprovou. Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa.
Consultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto
legal. Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente (Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma
submetido ao Presidente da República, que o aprovou, possibilidade de correção é transformá-la em duas frases
consultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto simples, com o cuidado de não repetir o verbo da primeira
legal. (visitar):
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta
Erros de Paralelismo última capital, encontrou-se com o Papa.
PORTUGUÊS

Uma das convenções estabelecidas na linguagem Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado
escrita “consiste em apresentar ideias similares numa pelo uso inadequado da expressão “e que” num período
forma gramatical idêntica”, o que se chama de paralelismo. que não contém nenhum “que” anterior.
Assim, incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que
elementos paralelos. Vejamos alguns exemplos: tem sólida formação acadêmica.

128
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: A) pronomes pessoais:
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
sólida formação acadêmica. ele seria exonerado.
Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: secretariado.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas Ou então, caso o entendimento seja outro:
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a
o programa. exoneração deste.
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo
anterior, aqui podemos suprimir a conjunção: B) pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da
precipitadas, que comprometam o andamento de todo o República, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no
programa. seu Estado, mas isso não o surpreendeu.
Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
Erros de Comparação acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
A omissão de certos termos ao fazermos uma da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
comparação, omissão própria da língua falada, deve ser federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
evitada na língua escrita, pois compromete a clareza do da República.
texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto,
qual o termo omitido. A ausência indevida de um termo C) pronome relativo:
pode impossibilitar o entendimento do sentido que se Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
quer dar a uma frase: costumava trabalhar.
Não fica claro se o pronome relativo da segunda oração
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambiguidade
um médico. se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gênero.
A omissão de termos provocou uma comparação A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais, as
indevida: “o salário de um professor” com “um médico”. quais, que marcam gênero e número.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu
salário de um médico. costumava trabalhar.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o Se o entendimento é outro, então:
de um médico. Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu
costumava trabalhar.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
Novamente, a não repetição dos termos comparados Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da
confunde. Alternativas para correção: dúvida sobre a que se refere a oração reduzida:
Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o
Portaria. funcionário.
Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria. Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima,
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida.
Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este
do que os Ministérios do Governo. indisciplinado.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
“demais”) acarretou imprecisão: Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas chamou o médico.
do que os outros Ministérios do Governo. Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas chamado por uma senhora.
do que os demais Ministérios do Governo.
SITE
Ambiguidade Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
manual/manualredpr2aed.pdf>
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
PORTUGUÊS

possam gerar equívocos de compreensão.


A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
com:

129
Há uma boa razão que explica por que todos adoram um
ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS NA ORTO- espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A verdade
é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo
GRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA PELO
tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco
ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA POR- por até 20 minutos.
TUGUESA, ASSINADO EM LISBOA, EM 16 Retemos mais informações quando nos sentamos em um
DE DEZEMBRO DE 1990, POR PORTUGAL, local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e de-
BRASIL, ANGOLA, SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, sign de interiores.
CABO VERDE, GUINÉ-BISSAU, MOÇAMBI- (Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem
QUE E, POSTERIORMENTE, POR TIMOR LES- ser ruins para funcionários.” Disponível em:<www1.folha.
TE, APROVADO NO BRASIL PELO DECRETO uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado)
Nº 6.583, DE 29 DE SETEMBRO DE 2008 E AL- 1. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO
TERADO PELO DECRETO Nº 7.875, DE 27 DE - VUNESP – 2017) Segundo o texto, são aspectos desfa-
DEZEMBRO DE 2012. voráveis ao trabalho em espaços abertos compartilhados

a) a impossibilidade de cumprir várias tarefas e a restrição


à criatividade.
“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado no
b) a dificuldade de propor soluções tecnológicas e a trans-
decorrer da matéria”
ferência de atividades para o lar.
c) a dispersão e a menor capacidade de conservar conteú-
dos.
HORA DE PRATICAR! d) a distração e a possibilidade de haver colaboração de
colegas e chefes.
e) o isolamento na realização das tarefas e a vigilância
(TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO -
constante dos chefes.
VUNESP – 2017 - ADAPTADA) Leia o texto, para respon-
der às questões de 1 a 7.
2. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO
- VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que a nova
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos
redação dada ao seguinte trecho do primeiro parágrafo
no setor de tecnologia já tinham feito – ele transferiu sua
apresenta concordância de acordo com a norma-padrão:
equipe para um chamado escritório aberto, sem paredes e
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no
divisórias.
setor de tecnologia já tinham feito.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele
queria que todos estivessem juntos, para se conectarem e
a) Muitos executivos já havia transferido suas equipes para
colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo ficou
o chamado escritório aberto, como feito por Chris Na-
claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos
gele.
estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove em-
b) Mais de um executivo já tinham transferido suas equipes
pregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio chefe.
para escritórios abertos, o que só aconteceu com Chris
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para
Nagele fazem mais de quatro anos.
o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para um
c) O que muitos executivos fizeram, transferindo suas equi-
espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio espaço,
pes para escritórios abertos, também foi feito por Chris
com portas e tudo.
Nagele, faz cerca de quatro anos.
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório
d) Devem fazer uns quatro anos que Chris Nagele trans-
aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Unidos
feriu sua equipe para escritórios abertos, tais como foi
são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao mo-
transferido por muitos executivos.
delo de espaços tradicionais com salas e portas.
e) Faz exatamente quatro anos que Chris Nagele fez o que
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até
já tinham sido feitos por outros executivos do setor.
15% da produtividade, desenvolver problemas graves de
concentração e até ter o dobro de chances de ficar doentes
3. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO
em espaços de trabalho abertos – fatores que estão contri-
- VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão – até
buindo para uma reação contra esse tipo de organização.
então –, em destaque no início do segundo parágrafo, ex-
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já
pressa um limite, com referência
ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem sentir falta
do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita gente
a) temporal ao momento em que se deu a transferência da
concorda – simplesmente não aguentam o escritório aber-
equipe de Nagele para o escritório aberto.
to. Nunca se consegue terminar as coisas e é preciso levar
PORTUGUÊS

b) espacial aos escritórios fechados onde trabalhava a


mais trabalho para casa”, diz ele.
equipe de Nagele antes da mudança para locais abertos.
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em
c) temporal ao dia em que Nagele decidiu seguir o exem-
desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exemplo de
plo de outros executivos, e espacial ao tipo de escritório
Nagele e voltando aos espaços privados.
que adotou.

130
d) espacial ao caso de sucesso de outros executivos do se- 8. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO
tor de tecnologia que aboliram paredes e divisórias. - VUNESP – 2017)
e) espacial ao novo tipo de ambiente de trabalho, e tempo- O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, “é que você
ral às mudanças favoráveis à integração. anda, anda, anda e nunca chega a Ipanema”. Se tomarmos
“Ipanema” ao pé da letra, a frase é absurda e cômica. To-
4. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO mando “Ipanema” como um símbolo, no entanto, como
- VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão – con- um exemplo de alívio, promessa de alegria em meio à vida
tudo –, destacada no quinto parágrafo, estabelece uma re- dura da cidade, a frase passa a ser de um triste realismo: o
lação de sentido com o parágrafo problema de São Paulo é que você anda, anda, anda e nun-
ca chega a alívio algum. O Ibirapuera, o parque do Estado,
a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das em- o Jardim da Luz são uns raros respiros perdidos entre o mar
presas que adotaram o modelo de escritórios abertos. de asfalto, a floresta de lajes batidas e os Corcovados de
b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção do concreto armado.
modelo de escritórios abertos. O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere
c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
base em resultados de pesquisas. metros quadrados de chão. É o que vemos nas avenidas
d) anterior, introduzindo informações que se contrapõem à abertas aos pedestres, nos fins de semana: basta liberarem
visão positiva acerca dos escritórios abertos. um pedacinho do cinza e surgem revoadas de patinado-
e) posterior, contestando com dados estatísticos o formato res, maracatus, big bands, corredores evangélicos, góticos
tradicional de escritório fechado. satanistas, praticantes de ioga, dançarinos de tango, barra-
quinhas de yakissoba e barris de cerveja artesanal.
5. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- Tenho estado atento às agruras e oportunidades da cidade
DIO - VUNESP – 2017) Assinale a frase do texto em que porque, depois de cinco anos vivendo na Granja Viana, vim
se identifica expressão do ponto de vista do próprio autor morar em Higienópolis. Lá em Cotia, no fim da tarde, eu
acerca do assunto de que trata. corria em volta de um lago, desviando de patos e assus-
tando jacus. Agora, aos domingos, corro pela Paulista ou
a) “Nunca se consegue terminar as coisas e é preciso levar Minhocão e, durante a semana, venho testando diferentes
mais trabalho para casa”, diz ele. (6.º parágrafo). percursos.
b) Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório Corri em volta do parque Buenos Aires e do cemitério da
aberto... (4.º parágrafo). Consolação, ziguezagueei por Santa Cecília e pelas encos-
c) Retemos mais informações quando nos sentamos em tas do Sumaré, até que, na última terça, sem querer, des-
um local fixo, afirma Sally Augustin... (último parágrafo). cobri um insuspeito parque noturno com bastante gente,
d) Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele quase nenhum carro e propício a todo tipo de atividades: o
queria que todos estivessem juntos... (2.º parágrafo). estacionamento do estádio do Pacaembu.
e) É improvável que o conceito de escritório aberto caia em (Antonio Prata. “O paulistano não é de jogar a toa-
desuso... (7.º parágrafo). lha. Prefere estendê-la e deitar em cima.” Disponível
em:<http://www1.folha.uol.com.br/colunas>. Acesso em:
6. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO 13.04.2017. Adaptado)
- VUNESP – 2017) Na frase – É improvável que o conceito
de escritório aberto caia em desuso... (7.º parágrafo) – a É correto afirmar que, do ponto de vista do autor, o pau-
expressão em destaque tem o sentido de listano

a) sofra censura. a) busca em Ipanema o contato com a natureza exuberante


b) torne-se obsoleto. que não consegue achar em sua cidade.
c) mostre-se alterado. b) sabe como vencer a rudeza da paisagem de São Paulo,
d) mereça sanção. encontrando nesta espaços para o lazer.
e) seja substituído. c) se vê impedido de realizar atividades esportivas, no mar
de asfalto que é São Paulo.
7. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- d) tem feito críticas à cidade, porque ela não oferece ativi-
DIO - VUNESP – 2017) O trecho destacado na passagem dades recreativas a seus habitantes.
– Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove e) toma Ipanema como um símbolo daquilo que se pode
empregados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio alcançar, apesar de muito andar e andar.
chefe.– tem sentido de:
9. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO
PORTUGUÊS

a) até mesmo o próprio chefe. - VUNESP – 2015)


b) apesar do próprio chefe.
c) exceto o próprio chefe. Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste,
d) diante do próprio chefe. briga, luta para se manter gentil. O motorista quase te mata
e) portanto o próprio chefe. de susto buzinando e te xingando porque você usou a faixa

131
de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você c) é possível ao sujeito aderir às ideias dos mais fortes, sem
posta um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler medo de ver atingida sua individualidade, no contexto
dezenas de comentários xenofóbicos, homofóbicos, irôni- geral.
cos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você. Afinal, d) há, nas sociedades modernas, a constatação de que a
você é obviamente um idiota gentil. vulnerabilidade de alguns está em ver a felicidade como
Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades ato de rebeldia.
com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por e) obedecer às normas sociais gera prazer, ainda que isso
mais tempo por serem mais capazes de manter a coesão. signifique seguir rituais de incivilidade e praticar a into-
Pesquisadores da atualidade dizem, baseados em estudos, lerância.
que gestos de gentileza liberam substâncias que propor-
cionam prazer e felicidade. 11. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESTATÍS-
Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas TICA – AOCP-2015) Assinale a alternativa correta em rela-
para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a aver- ção à ortografia dos pares.
são à gentileza à profunda necessidade de ser – ou pare-
cer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades a) Atenção – atenciozo.
seriam uma vergonha social. Um empecilho à carreira, ao b) Aprender – aprendizajem.
acúmulo de dinheiro. c) Simples – simplissidade.
Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante d) Fúria – furiozo.
da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas e) Sensação – sensacional.
temos medo. Não dizer bom-dia significa que você é mui-
to importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não 12. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010)
concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que As palavras jeitinho, pesquisa e intrínseco apresentam
está do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Por- diferentes graus de dificuldade ortográfica e estão corre-
que, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar tamente grafadas. Assinale a alternativa em que a grafia da
que no nosso modelo de felicidade tem alguém chorando palavra sublinhada está igualmente correta.
ali no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim,
ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. a) Talvez ele seje um caso de sucesso empresarial.
Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebel- b) A paralização da equipe técnica demorou bastante.
dia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato c) O funcionário reinvindicou suas horas extras.
de pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade. d) Deve-se expor com clareza a pretenção salarial.
Deve ser a idade. e) O assessor de imprensa recebeu o jornalista.
(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível
em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015. 13. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
Adaptado) I – CESGRANRIO-2018) O grupo em que todas as palavras
estão grafadas de acordo com a norma-padrão da língua
É correto inferir que, do ponto de vista da autora, a gen- portuguesa é:
tileza
a) admissão, infração, renovação
a) é prerrogativa dos que querem ter sua importância reco- b) diversão, excessão, sucessão
nhecida socialmente. c) extenção, eleição, informação
b) é uma via de mão dupla, por isso não deve ser praticada d) introdução, repreção, intenção
se não houver reciprocidade. e) transmissão, conceção, omissão
c) representa um hábito primitivo, que pouco afeta as rela-
ções interpessoais. 14. (MPE-AL - TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO –
d) restringe-se ao gênero masculino, pois este representa FGV-2018) “A crise não trouxe apenas danos sociais e eco-
os mais fortes. nômicos”; se juntarmos os adjetivos sublinhados em um só
e) é uma qualidade desvalorizada em nossa sociedade nos vocábulo, a forma adequada será
dias atuais. a) sociais-econômicos.
b) social-econômicos.
10. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- c) sociais-econômico.
DIO - VUNESP – 2015) No final do último parágrafo, a d) socioeconômicos.
autora caracteriza a gentileza como “ato de pura desobe- e) socioseconômicos.
diência civil”; isso permite deduzir que
15. (IBGE – ANALISTA CENSITÁRIO – AGRONOMIA –
PORTUGUÊS

a) assumir a prática da gentileza é rebelar-se contra códi- FGV-2017) “É preciso levar em conta questões econômi-
gos de comportamento vigentes, mesmo que não de- cas e sociais”; se juntássemos os adjetivos sublinhados em
clarados. forma de adjetivo composto, a forma correta, no contexto,
b) é inviável, em qualquer época, opor-se às práticas e aos seria:
protocolos sociais de relacionamento humano.

132
a) econômicas-sociais;
b) econômico-social;
c) econômica-social;
d) econômico-sociais;
e) econômicas-social.

6. (PC-RS – ESCRIVÃO E INSPETOR DE POLÍCIA – FUNDATEC-2018 - ADAPTADA) Sobre os vocábulos expansível, fácil,
considerável, artificial, multiplicável e acessível, afirma-se que:
I. Todos são flexionados da mesma forma quando no plural.
II. Apenas um assume forma diferente dos demais quando flexionado no plural.
III. Todos devem ser acentuados em sua forma plural.
Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.

17. (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO-SP – TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO POLICIAL MILI-
TAR – VUNESP-2010)

__________ moro fora do Brasil. Sou baiana e, cada vez que volto a Salvador, fico chocada, constrangida e enojada com essa
prática _________ e, _________ não dizer, machista dos meus conterrâneos – não se veem mulheres fazendo xixi na rua. Mas,
antes de prender os___________, tente encontrar um banheiro público em Salvador. Se encontrar, tente entrar – normalmente
estão trancados –, e tente então não passar __________. Vamos copiar a Europa na proibição, mas também na infraestrutura.
(Seção “Leitor”, Veja, 14.07.2010. Adaptado)

Os espaços do texto devem ser preenchidos, correta e respectivamente, com:

a) A dez anos … sub-desenvolvida … por quê … cidadões … mau


b) Há dez anos … subdesenvolvida … por que … cidadãos … mal
c) Fazem dez anos que … subdesenvolvida … porque … cidadões … mau
d) São dez anos que … sub desenvolvida … porquê … cidadãos … mal
e) Faz dez anos que … sub-desenvolvida … porque … cidadães … mau

18. (PM-SP - TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO POLICIAL MILITAR – VUNESP-2014) Leia a tira de Hagar, por Chris
Browne, e assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas, em conformidade com as regras de
ortografia.

(Folha de S.Paulo, 08.02.2014, http://zip.net/bdmBgf)

a) porque ... por que ... porque ... atraz


b) por que ... por quê ... por que ... atraz
PORTUGUÊS

c) por que ... por que ... porque ... atráz


d) porque ... porquê ... por que ... atrás
e) por que ... por quê ... porque ... atrás

133
19. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) ( ) “Não há prisão pior [...]”
( ) “O lugar de estudo era isso.”
( ) “E o olho sem se mexer [...]”
( ) “Ora, se eles enxergavam coisas tão distantes, [...]”
( ) “Emília respondeu com uma pergunta que me espan-
tou.”

A sequência está correta em

a) 1 – 4 – 2 – 3 – 2
b) 2 – 1 – 3 – 3 – 4
c) 3 – 4 – 1 – 3 – 2
d) 4 – 2 – 4 – 1 – 3

22. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015)


Assinale a alternativa em que o termo destacado é um pro-
nome indefinido.

A frase do menino na charge – “naum eh verdade” – mostra a) “Ele não exige fatos...”.
uma característica da linguagem escrita de internautas que b) “Era um ídolo para mim.”.
é: c) “Discordo dele.”.
d) “... espécie de carinho consigo mesmo.”.
a) a sintetização exagerada; e) “O bom humor está disponível a todos...”.
b) o desrespeito total pela norma culta;
c) a criação de um vocabulário novo; 23. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015)
d) a tentativa de copiar a fala; Em “Mas o bom humor de ambos os tornava parecidos.”,
e) a grafia sem acentos ou sinais gráficos. os termos destacados são, respectivamente,

a) artigo e pronome.
20. (TJ-SP – ADVOGADO - VUNESP/2013)
b) artigo e preposição.
A Polícia Militar prendeu, nesta semana, um homem de 37 c) preposição e artigo.
anos, acusado de ____________ de drogas e ____________ à avó d) pronome e artigo.
de 74 anos de idade. Ele foi preso em __________ com uma e) preposição e pronome.
pequena quantidade de drogas no bairro Irapuá II, em Flo-
riano, após várias denúncias de vizinhos. De acordo com 24. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO –
o Comandante do 3.º BPM, o acusado era conhecido na FGV-2017)
região pela atuação no crime.
(www.cidadeverde.com/floriano. Acesso em 23.06.2013. Texto 1 - “A democracia reclama um jornalismo vigoroso
Adaptado) e independente. A agenda pública é determinada pela im-
prensa tradicional. Não há um único assunto relevante que
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as não tenha nascido numa pauta do jornalismo de qualida-
lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, de. Alguns formadores de opinião utilizam as redes sociais
com: para reverberar, multiplicar e cumprem assim relevante pa-
pel mobilizador. Mas o pontapé inicial é sempre das em-
a) tráfico … mal-tratos … flagrante presas de conteúdo independentes”.
b) tráfego … maltratos … fragrante (O Estado de São Paulo, 10/04/2017)
c) tráfego … maus-trato … flagrante
O texto 1, do Estado de São Paulo, mostra um conjunto de
d) tráfico … maus-tratos … flagrante
adjetivos sublinhados que poderiam ser substituídos por
e) tráfico … mau-trato … fragrante locuções; a substituição abaixo que está adequada é:
21. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS DA a) independente = com dependência;
AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) De acordo com b) pública = de publicidade;
seu significado, o conjunto de características formais e sua c) relevante = de relevância;
posição estrutural no interior da oração, as palavras podem d) sociais = de associados;
pertencer à mesma classe de palavras ou não. Estabeleça a e) mobilizador = de motivação.
relação correta entre as colunas a seguir considerando tais
25. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP-2014)
PORTUGUÊS

aspectos (considere as palavras em destaque).


(1) advérbio Considerando que o adjetivo é uma palavra que modifica
(2) pronome o substantivo, com ele concordando em gênero e núme-
(3) conjunção ro, assinale a alternativa em que a palavra destacada é um
(4) substantivo adjetivo.

134
a) ... um câncer de boca horroroso, ... 30. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LEGIS-
b) Ele tem dezesseis anos... LATIVO MUNICIPAL – FGV-2018-ADAPTADA) O seg-
c) Eu queria que ele morresse logo, ... mento em que a substituição do termo sublinhado por um
d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às famí- pronome pessoal foi feita de forma adequada é:
lias.
e) E o inferno não atinge só os terminais. a) “deixou de ser uma ferramenta de sobrevivência” / dei-
xou de ser-lhe;
26. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- b) “podemos definir violência” / podemos defini-la;
TRATIVA – AOCP-2015) Assinale a alternativa cujo “que” c) “Hoje, esse termo denota, além de agressão física, diver-
em destaque funciona como pronome relativo. sos tipos de imposição” / denota-los;
d) “Consideremos o surgimento das desigualdades” / con-
a) «É uma maneira de expressar a vontade que a gente tem. sideremos-lo;
Acho que um voto pode fazer a diferença”. e) “ao nos referirmos à violência” / ao nos referirmo-la.
b) “Ele diz que vota desde os 18...”.
c) “Acho que um voto pode fazer a diferença”. 31. (MPU – Conhecimentos Básicos para os Cargos de
d) “... e acreditam que um voto consciente agora pode in- 11 a 26 – CESPE-2013)
fluenciar futuramente na vida de seus filhos e netos”. Recordar algo nunca ocorrido é comum e pode acontecer
e) “O idoso afirma que sempre incentivou sua família a vo- com pessoas de qualquer idade. Muitos indivíduos sequer
tar”. percebem que determinadas lembranças foram criadas,
pois as cenas e até os sons evocados pelo cérebro surgem
27. (TRF-1.ª Região – ANALISTA JUDICIÁRIO – INFOR- com a mesma nitidez e o mesmo grau de detalhamento
MÁTICA – FCC- 2014-ADAPTADA) No período O livro das memórias reais.
explica os espíritos chamados ‘xapiris’, que os ianomâmis De acordo com alguns neurocientistas, quando a pessoa se
creem serem os únicos capazes de cuidar das pessoas e das recorda de uma sequência de eventos, o cérebro reconstrói
coisas, a palavra grifada tem a função de pronome relati- o passado juntando os “tijolos” de dados, mas somente o
vo, retomando um termo anterior. Do mesmo modo como ato de acessar as lembranças já modifica e distorce a rea-
ocorre em: lidade.
Um neurocientista de uma equipe que pesquisa esse as-
a) Os ianomâmis acreditam que os xamãs recebem dos es- sunto afirma que se busca reforçar a ideia de que a memó-
píritos chamados “xapiris” a capacidade de cura. ria não pode ser considerada um papel carbono, ou seja, de
b) Eu queria escrever para os não indígenas não acharem que ela não reproduz fielmente um acontecimento. “Nossa
que índio não sabe nada. esperança é que, ao propor uma explicação neural para o
c) O branco está preocupado que não chove mais em al- processo de geração das falsas memórias, haja aplicações
guns lugares. práticas nas cortes de justiça, por exemplo”, diz o cientis-
d) Gravou 15 fitas em que narrou também sua própria tra- ta. “Jurados e magistrados precisam de evidências de que,
jetória. por mais real que aparente ser, um fato recordado por uma
e) Não sabia o que me atrapalhava o sono. testemunha pode não ser verdadeiro. A memória humana
não é como uma memória de computador, não está certa
28. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AMBIEN- o tempo todo.”
TE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018) De acordo com as nor- O neurocientista relatou que quase três quartos dos primei-
mas da linguagem padrão, a colocação pronominal está ros 250 americanos que tiveram suas condenações penais
INCORRETA em: anuladas graças ao exame de DNA haviam sido vítimas de
falso testemunho ocular. Um psicólogo entrevistado afir-
a) Virgínia encontrava-se acamada há semanas. mou que, dependendo de como se conduz uma acareação,
b) A ferida não se curava com os remédios. ela pode confundir a pessoa interrogada.
c) A benzedeira usava uma peruca que não favorecia-a. Correio Braziliense, 26/7/2013 (com adaptações).
d) Imediatamente lhe deram uma caneta-tinteiro vermelha.
e) Enquanto se rezavam Ave-Marias, a ferida era circunda- O trecho “a memória não pode ser considerada um papel
da. carbono” poderia ser corretamente reescrita da seguinte
forma: não pode-se considerá-la papel carbono.
29. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) A ( ) CERTO ( ) ERRADO
frase em que se deveria usar a forma EU em lugar de MIM
é: 32. (PC-MS – DELEGADO DE POLÍCIA – FAPEMS-2017)
De acordo com os padrões da língua portuguesa, assinale
PORTUGUÊS

a) Um desejo de minha avó fez de mim um artista; a alternativa correta.


b) Há muitas diferenças entre mim e a minha futura mulher;
c) Para mim, ver filmes antigos é a maior diversão; a) A frase: “Ela lhe ama” está correta visto que “amar” se
d) Entre mim viajar ou descansar, prefiro o descanso; classifica como verbo transitivo direto, pois quem ama,
e) Separamo-nos, mas sempre de mim se lembra. ama alguém.

135
b) Em: “Sou te fiel”, o pronome oblíquo átono desempenha a) Se remordia, o amigo, no seu canto, sem que nada visse.
função sintática de complemento nominal por comple- b) O amigo, sem que nada vesse, se remordia no seu canto.
mentar o sentido de adjetivos, advérbios ou substanti- c) Remordia-se, no seu canto, o amigo, sem que nada visse.
vos abstratos, além de constituir emprego de ênclise. d) Se remordia no seu canto o amigo, sem que nada vesse.
c) No exemplo: “Demos a ele todas as oportunidades”, o
termo em destaque pode ser substituído por “Demo 36. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017-
lhes” todas as oportunidades”, tendo em vista o empre- ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o trecho está
go do pronome oblíquo como complemento do verbo. reescrito conforme a norma-padrão da língua portuguesa,
d) Em: “Não me ..incomodo com esse tipo de barulho”, te. com a expressão destacada substituída pelo pronome cor-
mos.um clássico emprego de mesóclise. respondente.
e) Na frase: “Alunos, aquietem-se! “, o termo destacado
exemplifica o uso de próclise. a) ... o prazer de contar aquelas histórias... → ... o prazer
de contar-nas...
33. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU-
b) ... meio século sem escrever livros. → ... meio século sem
NESP-2014)
escrevê-los.
Compras de Natal c) ... puxo a mesinha... → ... puxo-lhe...
d) ... livro que reúne entrevistas e textos de Ernest He-
A cidade deseja ser diferente, escapar às suas fatalidades. mingway... → ... livro que reúne-as...
__________ de brilhos e cores; sinos que não tocam, balões e) O médico que atendia pacientes... → O médico que lhe
que não sobem, anjos e santos que não __________ , estrelas atendia...
que jamais estiveram no céu.
As lojas querem ser diferentes, fugir à realidade do ano in- 37. (TRE-PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
teiro: enfeitam-se com fitas e flores, neve de algodão de TRATIVA – FCC-2017) A substituição do elemento subli-
vidro, fios de ouro e prata, cetins, luzes, todas as coisas que nhado pelo pronome correspondente, com os necessários
possam representar beleza e excelência. ajustes no segmento, foi realizada de acordo com a norma
Tudo isso para celebrar um Meninozinho envolto em po- padrão em:
bres panos, deitado numas palhas, há cerca de dois mil
anos, num abrigo de animais, em Belém. a) quem considera o amor abstrato = quem lhe considera
(Cecília Meireles, Quatro Vozes. Adaptado) abstrato
b) consideram o amor algo ingênuo e pueril = conside-
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as ram-lhe algo ingênuo e pueril
lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respec- c) parece que inviabiliza o amor = parece que inviabiliza-
tivamente, com: -lhe
d) o ressentimento é cego ao amor = o ressentimento lhe
a) Se enche … movem-se é cego
b) Se enchem … se movem e) o amor não vê a hipocrisia = o amor não lhe vê
c) Enchem-se … se move
d) Enche-se … move-se 38. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LEGIS-
e) Enche-se … se movem LATIVO MUNICIPAL – FGV-2018)
34. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) Assi-
Texto 1 – Guerra civil
nale a alternativa correta quanto à colocação pronominal,
Renato Casagrande, O Globo, 23/11/2017
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

a) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situação de O 11.º Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública,
ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. mostrando o crescimento das mortes violentas no Brasil
b) O homem se indignou quando propuseram-lhe que em 2016, mais uma vez assustou a todos. Foram 61.619
abrisse a bolsa que encontrara. pessoas que perderam a vida devido à violência. Outro
c) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos res- dado relevante é o crescimento da violência em alguns es-
tituir um objeto à pessoa que o perdeu. tados do Sul e do Sudeste.
d) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que eles Na verdade, todos os anos a imprensa nacional destaca os
sejam sempre trazidos junto ao corpo. inaceitáveis números da violência no país. Todos se assus-
e) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma tendên- tam, o tempo passa, e pouca ação ocorre de fato. Tem sido
cia natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. assim com o governo federal e boa parte das demais uni-
dades da Federação. Agora, com a crise, o argumento é a
PORTUGUÊS

35. (CONCURSO INTERNO DE SELEÇÃO PARA O CUR- incapacidade de investimento, mas, mesmo em períodos
SO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - PM/2014) A frase de economia mais forte, pouco se viu da implementação
– Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. – está de programas estruturantes com o objetivo de enfrentar o
corretamente reescrita quanto à flexão verbal, à pontuação crime. Contratação de policiais, aquisição de equipamen-
e à colocação pronominal em: tos, viaturas e novas tecnologias são medidas essenciais,

136
mas é preciso ir muito além. Definir metas e alcançá-las, A Constituição de 1988 faz referência expressa ao Minis-
utilizando um bom método de trabalho, deve ser parte de tério Público no capítulo Das Funções Essenciais à Justiça.
um programa bem articulado, que permita o acompanha- Define as funções institucionais, as garantias e as vedações
mento das ações e que incentive o trabalho integrado en- de seus membros. Isso deu evidência à instituição, tornan-
tre as forças policiais do estado, da União e das guardas do-a uma espécie de ouvidoria da sociedade brasileira.
municipais. Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).

O segmento do texto 1 em que a conjunção E tem valor No período “A sua história é marcada por processos que
adversativo (oposição) e NÃO aditivo (adição) é: culminaram”, o termo “que” introduz oração de natureza
restritiva.
a) “...crescimento da violência em alguns estados do Sul e
do Sudeste”;
b) “Todos se assustam, o tempo passa, e pouca ação de- ( ) CERTO ( ) ERRADO
corre de fato”;
c) “Tem sido assim com o governo federal e boa parte das
42. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CARGO
demais unidades da Federação”;
33 – TÉCNICO ÁREA ADMINISTRATIVA - NÍVEL MÉDIO
d) “...viaturas e novas tecnologias”;
– CESPE-2013)
e) “Definir metas e alcançá-las...”.
Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência entrou
em vigor muito antes do lançamento do primeiro compu-
39. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUITE-
TURA – FGV-2017) “... implica poder decifrar as referências tador pessoal e do início da histórica revolução imposta
cristãs...”; a forma reduzida sublinhada fica conveniente- pela tecnologia digital. Isso não seria problema se esse não
mente substituída por uma oração em forma desenvolvida fosse o caso da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
na seguinte opção: destinada a regular um dos universos mais impactados por
esta revolução, o das relações trabalhistas.
a) a possibilidade de decifrar as referências cristãs; Instituída por Getúlio Vargas para outro Brasil — ainda
b) a possibilidade de decifração das referências cristãs; agrário, com indústria e serviços incipientes —, a CLT tem
c) que se pudessem decifrar as referências cristãs; sido defendida por sindicatos em nome da “preservação
d) que possamos decifrar as referências cristãs; dos direitos do trabalhador”.
e) a possibilidade de que decifrássemos as referências cris- Na vida real, longe das ideologias, a CLT, em função dos
tãs. custos que impõe ao empregador, é, na verdade, eficiente
instrumento de precarização do próprio trabalhador.
40. (COMPESA-PE – ANALISTA DE GESTÃO – ADMINIS- O Globo, Editorial, 22/8/2013 (com adaptações).
TRADOR – FGV-2018) “... mas já conhecem a brutal reali-
dade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras para A conjunção “se” tem valor condicional na oração em que
sobreviver.” A forma reduzida de “para sobreviver” pode ser está inserida.
nominalizada de forma conveniente na seguinte alternati-
va:
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) para que sobrevivam.
b) a fim de que sobrevivessem. 43. (PC-RS – DELEGADO DE POLÍCIA – FUNDATEC-2018
c) para sua sobrevida. - ADAPTADA) Observe a frase: “com o governo criando leis
d) no intuito de sobreviverem. e começando a punir quem agride o meio ambiente” e avalie
e) para sua sobrevivência. as afirmações seguintes:
I. O sujeito das formas verbais criando e começando é o
41. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CARGO mesmo.
33 – TÉCNICO ÁREA ADMINISTRATIVA - NÍVEL MÉDIO II. O sujeito de punir é inexistente.
– CESPE-2013) III. O sujeito de agride é representado pelo pronome inde-
O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do estado finido, portanto, classifica-se como indeterminado.
brasileiro e da democracia. A sua história é marcada por Quais estão corretas?
processos que culminaram na sua formalização institucio-
nal e na ampliação de sua área de atuação. a) Apenas I.
No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusi- b) Apenas II.
tano. Não havia o Ministério Público como instituição. Mas c) Apenas III.
as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Ordenações Filipi- d) Apenas I e II.
PORTUGUÊS

nas de 1603 já faziam menção aos promotores de justiça,


e) Apenas II e III.
atribuindo a eles o papel de fiscalizar a lei e de promover
a acusação criminal. Existiam os cargos de procurador dos
feitos da Coroa (defensor da Coroa) e de procurador da
Fazenda (defensor do fisco).

137
44. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA nas gerações futuras, ao passo que os produtos deste são
DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE fabricados para serem consumidos no momento e desa-
– SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010) A frase: parecer. Cultura é diversão, e o que não é divertido não é
“Começa vacinação contra gripe A.”, só não está correta- cultura.
mente analisada em: (Adaptado de: VARGAS LLOSA, M. A civilização do espetá-
culo. Rio de Janeiro, Objetiva, 2013, formato ebook)
a) O sujeito é classificado como simples
b) O núcleo do sujeito é vacinação. Possuem os mesmos tipos de complemento os verbos gri-
c) O verbo é classificado como intransitivo. fados em:
d) Vacinação é um substantivo abstrato.
e) O objeto direto é vacinação contra gripe A. a) ... nossa época produz milagres todos os dias. // ... o
mito de que as humanidades humanizam.
45. (TRF-4.ª REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – b) Essa “cultura de massas” nasce com o predomínio... //
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC-2014) Um deles é o de Gilles Lipovetski...
c) A pós-modernidade destruiu o mito de que... // ... nossa
No campo da técnica e da ciência, nossa época produz mi- época produz milagres todos os dias.
lagres todos os dias. Mas o progresso moderno tem amiúde d) Essa cultura de massas nasce com o predomínio... // ... e
um custo destrutivo, por exemplo, em danos irreparáveis à nem sempre contribui para...
natureza, e nem sempre contribui para reduzir a pobreza. e) ... as ciências podem prosperar nas proximidades... // A
A pós-modernidade destruiu o mito de que as humani- pós-modernidade destruiu o mito de que...
dades humanizam. Não é indubitável aquilo em que acre-
ditam tantos filósofos otimistas, ou seja, que uma educa- 46. (TRF-2.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA
ção liberal, ao alcance de todos, garantiria um futuro de ADMINISTRATIVA – CONSULPLAN-2017)
liberdade e igualdade de oportunidades nas democracias
modernas. George Steiner, por exemplo, afirma que “biblio- Internet e as novas mídias: contribuições para a proteção
tecas, museus, universidades, centros de investigação por do meio ambiente no ciberespaço
meio dos quais se transmitem as humanidades e as ciên-
cias podem prosperar nas proximidades dos campos de A sociedade passou por profundas transformações em
concentração”. “O que o elevado humanismo fez de bom que a realidade socioeconômica modificou-se com rapi-
para as massas oprimidas da comunidade? Que utilidade dez junto ao desenvolvimento incessante das economias
teve a cultura quando chegou a barbárie?” de massas. Os mecanismos de produção desenvolveram-
Numerosos trabalhos procuraram definir as características -se de tal forma a adequarem-se às necessidades e vonta-
da cultura no contexto da globalização e da extraordinária des humanas. Contudo, o homem não mediu as possíveis
revolução tecnológica. Um deles é o de Gilles Lipovetski e consequências que tal desenvolvimento pudesse causar
Jean Serroy, A cultura-mundo. Nele, defende-se a ideia de de modo a provocar o desequilíbrio ao meio ambiente e a
uma cultura global − a cultura-mundo − que vem criando, própria ameaça à vida humana.
pela primeira vez na história, denominadores culturais dos Desse modo, a preocupação com o meio ambiente é ques-
quais participam indivíduos dos cinco continentes, aproxi- tionada, sendo centro de tomada de decisões, diante da
mando-os e igualando-os apesar das diferentes tradições grave problemática que ameaça romper com o equilíbrio
e línguas que lhes são próprias. ecológico do Planeta. E não apenas nos tradicionais meios
Essa “cultura de massas” nasce com o predomínio da ima- de comunicação, tais como jornais impressos, rádio, tele-
gem e do som sobre a palavra, ou seja, com a tela. A in- visão, revistas, dentre outros, como também nos espaços
dústria cinematográfica, sobretudo a partir de Hollywood, virtuais de interatividade, por meio das novas mídias, as
“globaliza” os filmes, levando-os a todos os países, a todas quais representam novos meios de comunicação, tem-se o
as camadas sociais. Esse processo se acelerou com a cria- debate sobre a problemática ambiental.
ção das redes sociais e a universalização da internet. O capitalismo foi reestruturado e a partir das transforma-
Tal cultura planetária teria, ainda, desenvolvido um indivi- ções científicas e tecnológicas deu-se origem a um novo
dualismo extremo em todo o globo. Contudo, a publicida- estabelecimento social, em que por meio de redes e da
de e as modas que lançam e impõem os produtos culturais cultura da virtualidade, configura-se a chamada sociedade
em nossos tempos são um obstáculo a indivíduos inde- informacional, na qual a comunicação e a informação cons-
pendentes. tituem-se ferramentas essenciais da Era Digital.
O que não está claro é se essa cultura-mundo é cultura em As novas mídias, por meio da utilização da Internet, estão
sentido estrito, ou se nos referimos a coisas completamen- sendo consideradas como novos instrumentos de proteção
te diferentes quando falamos, por um lado, de uma ópera do meio ambiente, na medida em que proporcionam a ex-
PORTUGUÊS

de Wagner e, por outro, dos filmes de Hitchcock e de John pansão da informação ambiental, de práticas sustentáveis,
Ford. de reivindicações e ensejo de decisões em prol do meio
A meu ver, a diferença essencial entre a cultura do passa- ambiente.
do e o entretenimento de hoje é que os produtos daquela No ciberespaço, devido à conectividade em tempo real, é
pretendiam transcender o tempo presente, continuar vivos possível promover debates de inúmeras questões como a

138
construção da hidrelétrica de Belo Monte, o Novo Código a) A diferença entre notícias falsas e verdadeiras é maior no
Florestal, Barra Grande, dentre outras, as quais ensejam por campo da política: é menor nas publicações relaciona-
tomada de decisões políticas, jurídicas e sociais. [...] das às catástrofes naturais.
Vislumbra-se que a Internet é um meio que aproxima pes- b) A explicação para a difusão de notícias falsas é que os
soas e distâncias, sendo utilizada por um número ilimitado usuários compartilham informações com as quais con-
de pessoas, a custo razoável e em tempo real. De fato, a cordam: pois não verificam as fontes antes.
Internet proporciona benefícios, pois, além de promover a c) As informações enganosas são mais difundidas do que
circulação de informações, a curto espaço de tempo, mui- as verdadeiras: de acordo com estudo recente feito por
tos debates virtuais produzem manifestações sociais. Assim um instituto de pesquisa.
sendo, tem-se a democratização das informações através d) As notícias falsas podem ser desmascaradas com o uso
dos espaços virtuais, como blogs, websites, redes sociais, do bom senso: mas esperar isso de todo mundo é quase
jornais virtuais, sites especializados, sites oficiais, dentre impossível.
outros, de modo a expandir conhecimentos, promover e) As revistas especializadas dão alguns conselhos: não en-
discussões e, por vezes, influenciando nas tomadas de de- tre em sites desconhecidos e não compartilhe notícias
cisões dos governantes e na proliferação de movimentos sem fonte confiável.
sociais. Desse modo, os cidadãos acabam participando e
exercendo a cidadania de forma democrática no ciberes- 48. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
paço. [...] I – CESGRANRIO-2018) A vírgula está empregada corre-
Faz-se necessária a execução de ações concretas em prol tamente em:
do meio ambiente, com adaptação e intermédio do novo
padrão de democracia participativa fomentado pelas novas a) A divulgação de histórias falsas pode ter consequências
mídias, a fim de enfrentar a gestão dos riscos ambientais, reais desastrosas: prejuízos, financeiros e constrangi-
dentre outras questões socioambientais. Ainda, são ne- mentos às empresas.
cessárias discussões aprofundadas sobre a complexidade b) As novas tecnologias, criaram um abismo ao separar
ambiental, agregando a interdisciplinaridade para escolhas quem está conectado de quem não faz parte do mundo
sustentáveis e na difusão do conhecimento. E, embora haja digital.
inúmeros desafios a percorrer com a utilização das tecno- c) As pessoas tendem a aceitar apenas as declarações que
logias de comunicação e informação (novas TIC’s), enten- confirmam aquilo que corresponde, às suas crenças.
de-se que a atuação das novas mídias é de suma impor- d) Os jornalistas devem verificar as fontes citadas, cruzar
tância, pois possibilita a expansão da informação, a práxis dados e checar se as informações refletem a realidade.
ambiental, o debate e as aspirações dos cidadãos, contri- e) Os consumidores de notícias não agem como cientistas
buindo, dessa forma, para a proteção do meio ambiente. porque não estão preocupados em conferir, pontos de
(SILVA NUNES, Denise. Internet e as novas mídias: contri- vista alternativos.
buições para a proteção do meio ambiente no ciberespa-
ço. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 115, ago. 2013. 49. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
Disponível em: http://ambito - juridico.com.br/site/?n_ GRANRIO-2018) A vírgula foi plenamente empregada de
link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13051&revista_ca- acordo com as exigências da norma-padrão da língua por-
derno=17. Acesso em: jan. 2017. Adaptado.) tuguesa em:
Analise os trechos a seguir. a) A conexão é feita por meio de uma plataforma específi-
I. “[...] adequarem-se às necessidades e vontades humanas.” ca, e os conteúdos, podem ser acessados pelos dispositivos
(1º§) móveis dos passageiros.
II. “Contudo, o homem não mediu as possíveis consequên- b) O mercado brasileiro de automóveis, ainda é muito gran-
cias [...]” (1º§) de, porém não é capaz de absorver uma presença maior de
III. “Desse modo, a preocupação com o meio ambiente é produtos vindos do exterior.
questionada, [...]” (2º§) c) Depois de chegarem às telas dos computadores e celula-
IV. “[...] por meio das novas mídias, as quais representam res, as notícias estarão disponíveis em voos internacionais.
novos meios de comunicação, [...]” (2º§) d) Os últimos dados mostram que, muitas economias apre-
Os verbos que, no contexto, exigem o mesmo tipo de com- sentam crescimento e inflação baixa, fazendo com que os
plemento verbal, foram empregados em apenas juros cresçam pouco.
e) Pode ser que haja uma grande procura de carros impor-
a) I e II. tados, mas as montadoras vão fazer os cálculos e ver, se a
b) I, III e IV. importação vale a pena.
c) II e IV.
d) II, III e IV. 50. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
PORTUGUÊS

Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e tra-


47. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL ficantes que possam ser encontrados em uma rua escura
I – CESGRANRIO-2018) O sinal de dois-pontos (:) está em- da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos
pregado de acordo com a norma-padrão da língua portu- que tais criminosos causam são minúsculos quando com-
guesa em: parados com os de criminosos respeitáveis, que vestem

139
colarinho branco e trabalham para as organizações mais d) Para Edward Said a linguagem é o terreno, de onde par-
poderosas. Estima-se que as perdas provocadas por vio- tem os humanistas, uma vez que é nela que se estabe-
lações das leis antitrust — apenas um item de uma longa lecem não apenas as relações de sentido mas, também,
lista dos principais crimes do colarinho branco — sejam o desafio de o leitor divisar, e compartilhar as escolhas
maiores que todas as perdas causadas pelos crimes noti- produzidas pelo escritor.
ficados à polícia em mais de uma década, e as relativas e) Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde par-
a danos e mortes provocadas por esse crime apresentam tem os humanistas, uma vez que é nela que se estabe-
índices ainda maiores. A ocultação, pela indústria do asbes- lecem não apenas as relações de sentido, mas também
to (amianto), dos perigos representados por seus produtos o desafio de o leitor divisar e compartilhar as escolhas
provavelmente custou tantas vidas quanto as destruídas produzidas pelo escritor.
por todos os assassinatos ocorridos nos Estados Unidos
da América durante uma década inteira; e outros produtos 53. (TRF-3.ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA
perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada ano, ADMINISTRATIVA – FCC-2016-ADAPTADA) Sem que se
mais mortes do que essas. altere o sentido da frase, todas as vírgulas podem ser subs-
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São Paulo: tituídas por travessão, EXCETO em:
Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).
a) Não se trata de defender a tradição, família ou proprie-
Não haveria prejuízo para o sentido original do texto nem dade...
para a correção gramatical caso a expressão “a cada ano” b) Fiquei um pouco desconcertado pela atitude do meu
fosse deslocada, com as vírgulas que a isolam, para imedia- amigo, um homem...
tamente depois de “e”. c) Mas, como eu ia dizendo, estava voltando da Europa...
d) ... como precipitada, entre nós, de que estaria morto...
e) Mas a música brasileira, ao contrário de outras artes, já
( ) CERTO ( ) ERRADO
traz...

51. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP-2014) 54. (TRF-1.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – INFOR-
Assinale a alternativa cuja frase está correta quanto à pon- MÁTICA – FCC-2014-ADAPTADA)
tuação. ... a resposta a um problema que sempre atormentou admi-
nistradores: o recrutamento e a retenção de talentos. O seg-
a) O médico, solidário e comovido, apertou minha mão e mento introduzido pelos dois-pontos apresenta sentido
entendeu o pedido de minha mãe.
b) A diferença entre parada cardíaca e morte, não é ensina- a) restritivo.
da, aos médicos nas faculdades. b) explicativo.
c) Prof. Alvariz, chefe da clínica sabia qual a diferença entre, c) conclusivo.
parada cardíaca e morte. d) comparativo.
d) O aborto de fetos anencéfalos motivo de muita revolta, e) alternativo.
foi bastante contestado. 55. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA
e) Iniciei assim que o velhinho teve uma parada cardíaca, os DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE
processos de reanimação. - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010 - ADAP-
TADA) “– Mas não é minha cabeça que eles querem degolar
52. (TRF-4.ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA a cada jogo, François.” O uso da vírgula destacada neste
ADMINISTRATIVA – FCC-2014) Quanto à pontuação, a trecho tem a função de:
frase inteiramente correta é:
a) Separar o aposto.
a) Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde par-
b) Delimitar o sujeito.
tem os humanistas uma vez que, é nela, que se estabe-
c) Delimitar uma nova oração.
lecem não apenas as relações de sentido, mas também
d) Separar o vocativo.
o desafio de o leitor divisar e compartilhar, as escolhas
e) Marcar uma pausa forte.
produzidas pelo escritor.
b) Para Edward Said, a linguagem é o terreno de onde par-
56. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CARGO
tem os humanistas uma vez que é nela, que se estabe-
33 – NÍVEL MÉDIO – CESPE-2013)
lecem não apenas as relações de sentido, mas também
o desafio, de o leitor divisar e compartilhar, as escolhas O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do estado
produzidas pelo escritor. brasileiro e da democracia. A sua história é marcada por
c) Para Edward Said, a linguagem, é o terreno de onde par- processos que culminaram na sua formalização institucio-
PORTUGUÊS

tem os humanistas, uma vez que é nela que se estabe- nal e na ampliação de sua área de atuação.
lecem, não apenas as relações de sentido, mas também No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusi-
o desafio de o leitor divisar e compartilhar as escolhas tano. Não havia o Ministério Público como instituição. Mas
produzidas pelo escritor. as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Ordenações Filipi-
nas de 1603 já faziam menção aos promotores de justiça,

140
atribuindo a eles o papel de fiscalizar a lei e de promover 59. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –
a acusação criminal. Existiam os cargos de procurador dos CESGRANRIO-2018) Em conformidade com o Acordo Or-
feitos da Coroa (defensor da Coroa) e de procurador da tográfico da Língua Portuguesa vigente, atendem às regras
Fazenda (defensor do fisco). de acentuação todas as palavras em:
A Constituição de 1988 faz referência expressa ao Minis-
tério Público no capítulo Das Funções Essenciais à Justiça. a) andróide, odisseia, residência
Define as funções institucionais, as garantias e as vedações b) arguição, refém, mausoléu
de seus membros. Isso deu evidência à instituição, tornan- c) desbloqueio, pêlo, escarcéu
do-a uma espécie de ouvidoria da sociedade brasileira. d) feiúra, enjoo, maniqueísmo
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações). e) sutil, assembléia, arremesso

Em “No período colonial, o Brasil foi orientado”, a vírgula 60. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUITE-
após “colonial” é utilizada para isolar aposto. TURA – FGV-2017-ADAPTADA) Entre as palavras abaixo,
retiradas dos textos 1 e 2, aquela que só existe com acento
gráfico é:
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) história;
b) evidência;
57. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS DA
c) até;
AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) “Os astrônomos
d) país;
eram formidáveis. Eu, pobre de mim, não desvendaria os
e) humanitárias.
segredos do céu. Preso à terra, sensibilizar-me-ia com his-
tórias tristes [...]”. Nas alternativas a seguir, os vocábulos 61. (MPU – TÉCNICO – SEGURANÇA INSTITUCIONAL
acentuados do trecho anterior foram colocados em pares E TRANSPORTE – CESPE-2015) A palavra “cível” recebe
com palavras também acentuadas graficamente. Dentre os acento gráfico em decorrência da mesma regra que deter-
pares formados, indique o que apresenta igual justificativa mina o emprego de acento em amável e útil.
para tal evento.

a) céu / avô ( ) CERTO ( ) ERRADO


b) astrônomos / álibi
c) histórias / balaústre
d) formidáveis / ínterim 62. (PC-RS – DELEGADO DE POLÍCIA – FUNDATEC-2018
- ADAPTADA) Sobre acentuação gráfica de palavras, afir-
58. (MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁU- ma-se que:
TICA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA I. sustentável, climáticas e reciclá-los são acentuados em
EXAME DE ADMISSÃO AO CFS-B 1-2/2014) Relacione as virtude da mesma regra.
colunas quanto às regras de acentuação gráfica, sabendo II. A regra que determina o acento gráfico em país e con-
que haverá repetição de números. Em seguida, assinale a tribuído é diferente da que justifica o acento gráfico em
alternativa com a sequência correta. resíduos e início.
(1) Põe-se acento agudo no i e no u tônicos que formam III. O vocábulo viés é acentuado por ser um monossílabo
hiato com a vogal anterior. tônico terminado em e – acrescido de s.
(2) Acentua-se paroxítona terminada em i ou u seguidos Quais estão corretas?
ou não de s. a) Apenas I.
(3) Todas as proparoxítonas devem ser acentuadas. b) Apenas II.
(4) Oxítona terminada em e ou o, seguidos ou não de s, é c) Apenas III.
acentuada. d) Apenas I e II.
( ) íris e) Apenas II e III.
( ) saída
( ) compraríamos 63. (PC-RS – ESCRIVÃO E INSPETOR DE POLÍCIA – FUN-
( ) vendê-lo DATEC-2018 - ADAPTADA) Relacione a Coluna 1 e a Co-
( ) bônus luna 2, associando os vocábulos às respectivas regras de
( ) viúvo acentuação gráfica.
( ) bisavôs
Coluna 1
a) 2 – 1 – 3 – 4 – 2 – 1 – 4 1. Monossílabo tônico terminado em -o, -e, -a, seguidos
PORTUGUÊS

b) 1 – 2 – 3 – 4 – 1 – 1 – 4 ou não de s.
c) 4 – 1 – 1 – 2 – 2 – 3 – 2 2. Proparoxítona.
d) 2 – 2 – 3 – 4 – 2 – 1 – 3 3. Oxítona terminada em -o, -e, -a, -em, seguidos ou não
de s.

141
4. Regra do hiato. 67. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
NESP/2013) Assinale a alternativa com as palavras acen-
Coluna 2 tuadas segundo as regras de acentuação, respectivamente,
( ) Atrás. de intercâmbio e antropológico.
( ) Último.
( ) Irá. a) Distúrbio e acórdão.
( ) Três. b) Máquina e jiló.
( ) Também. c) Alvará e Vândalo.
( ) Está. d) Consciência e características.
( ) Conteúdo. e) Órgão e órfãs.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de 68. (FUNDASUS-MG – ANALISTA EM SERVIÇO PÚBLICO
cima para baixo, é: DE SAÚDE - ANALISTA DE SISTEMA – AOCP-2015) Ob-
serve o excerto: “Entre os fatores ligados à relação do aluno
a) 1 – 2 – 3 – 4 – 1 – 2 – 2. com a instituição e com os colegas, gostar de ir à escola (...)”
b) 3 – 1 – 2 – 3 – 4 – 3 – 2. e assinale a alternativa correta com relação ao emprego do
c) 1 – 2 – 2 – 1 – 1 – 4 – 1. acento utilizado nos termos destacados.
d) 3 – 3 – 1 – 1 – 4 – 3 – 4.
e) 3 – 2 – 3 – 1 – 3 – 3 – 4. a) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a su-
pressão do advérbio “a” com o pronome feminino “a”
64. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR-PI – CURSO DE que acompanha os substantivos “relação” e “escola”.
OFICIAIS – ENGENHEIRO CIVIL – NUCEPE-2014-ADAP- b) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a na-
TADA) No trecho: “material altamente inflamável e tóxico”, salidade da vogal “a” que acompanha os substantivos
as palavras destacadas recebem acento gráfico. Também “relação” e “escola”.
c) Trata-se do acento circunflexo, empregado para assinalar
devem receber esse acento as palavras:
a vogal aberta “a” que acompanha os substantivos “re-
lação” e “escola”.
a) tórax e rúbrica.
d) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a su-
b) revólver e púdico.
pressão da preposição “a” com o artigo feminino “a” que
c) alí e cadáver.
acompanha os substantivos “relação” e “escola”.
d) cajú e cálice.
e) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a jun-
e) bíceps e fétido.
ção da preposição “a” com o artigo feminino “a” que
acompanha os substantivos “relação” e “escola”.
65. (TJ-MG – OFICIAL JUDICIÁRIO – COMISSÁRIO DA
INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – CONSULPLAN-2017) A 69. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE DA-
sequência de vocábulos: “Islâmico, vitória, até, público” DOS – FGV-2010) Na frase “é ingênuo creditar a postura
pode ser empregada para demonstrar exemplos de três brasileira apenas à ausência de educação adequada” foi
regras de acentuação gráfica diferentes. Indique a seguir corretamente empregado o acento indicativo de crase.
o grupo de palavras que apresenta palavras cuja acentua- Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase
ção tenha as mesmas justificativas das palavras do grupo está corretamente empregado.
anteriormente apresentado (considere a mesma ordem da
sequência apresentada). a) O memorando refere-se à documentos enviados na se-
mana passada.
a) atípica, aparência, é, vítimas b) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiência
b) típico, província, será, Nínive urgente.
c) famílias, público, diários, várias c) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar com
d) violência, próprios, já, violência pessoas já desestimuladas.
d) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome
66. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018-ADAP- consta na lista.
TADA) Duas palavras que obedecem à mesma regra de e) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário fle-
acentuação gráfica são: xível e são responsáveis.

a) indébita / também; 70. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010)


b) história / veículo; De acordo com as regras gramaticais, no trecho “a exorbi-
c) crônicas / atribuídos; tante carga tributária a que estão submetidas as empresas”,
PORTUGUÊS

d) coíba / já; não se deve empregar acento indicativo de crase, devendo


e) calúnia / plágio. ocorrer o mesmo na frase:

a) Entregue o currículo as assistentes do diretor.


b) Recorra a esta empresa sempre que precisar.

142
c) Avise aquela colega que chegou sua correspondência. 74. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU-
d) Refira-se positivamente a proposta filosófica da com- NESP-2014)
panhia. A cada ano, ocorrem cerca de 40 mil mortes; segundo es-
e) Transmita confiança aqueles que observam seu desem- pecialistas, quase metade delas está associada _____ bebi-
penho. das alcoólicas. Isso revela a necessidade de um combate
efetivo _____ embriaguez ao volante.
71. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO – As lacunas do trecho devem ser preenchidas, correta e res-
CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão da pectivamente, com:
língua portuguesa, o sinal grave indicativo da crase deve
ser empregado na palavra destacada em: a) às … a
b) as … à
a) A intenção da entrevista com o diretor estava relaciona- c) à … à
da a programação que a empresa pretende desenvolver. d) às … à
b) As ações destinadas a atrair um número maior de clien- e) à … a
tes são importantes para garantir a saúde financeira das
instituições. 75. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) De
c) As instituições financeiras deveriam oferecer condições acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o acen-
mais favoráveis de empréstimo a quem está fora do to indicativo de crase está corretamente empregado em:
mercado formal de trabalho.
d) As pessoas interessadas em ampliar suas reservas finan- a) A população, de um modo geral, está à espera de que,
ceiras consideram que vale a pena investir na nova moe- com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
da virtual. b) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensa-
e) Os participantes do seminário sobre mercado financeiro rem a sua postura.
foram convidados a comparar as importações e as ex- c) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à puni-
portações em 2017. ções muito mais severas.
d) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida
72. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES- dos demais motoristas e de pedestres.
GRANRIO-2018) O emprego do acento indicativo de crase e) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da
está de acordo com a norma-padrão em: nova lei para que ela possa funcionar.

a) O escritor de novelas não escolhe seus personagens à 76. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017)
esmo. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva-
b) A audiência de uma novela se constrói no dia à dia. mente, as lacunas do texto a seguir.
c) Uma boa história pode ser escrita imediatamente ou à
prazo. Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de atendi-
d) Devido à interferências do público, pode haver mudan- mento _____ presos da Casa de Detenção, em São Paulo, o
ças na trama. médico oncologista Drauzio Varella chega ao fim de uma
e) O novelista ficou aliviado quando entregou a sinopse à trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de “Estação Ca-
emissora. randiru” (1999), que mostra ________ entranhas daquela que
foi ________maior prisão da América Latina, e de “Carcerei-
73. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES- ros” (2012), sobre os funcionários que trabalham no sis-
GRANRIO-2018) De acordo com a norma- -padrão da tema prisional, Varella agora faz um retrato das detentas
língua portuguesa, o acento grave indicativo da crase deve da Penitenciária Feminina da Capital, também na capital
ser empregado na palavra destacada em: paulista, onde cumprem pena mais de duas mil mulheres.
(https://oglobo.globo.com. Adaptado)
a) Os novos lançamentos de smartphones apresentam, em
geral, pequena variação de funções quando compara- a) à … às … a
dos a versões anteriores. b) a … as … a
b) Estudantes do ensino médio fizeram uma pesquisa junto c) a … às … a
a crianças do ensino fundamental para ver como elas se d) à … às … à
comportam no ambiente virtual. e) a … as … à
c) O acesso dos jovens a redes sociais tem causado enor-
mes prejuízos ao seu desempenho escolar, conforme o 77. (TRF-4.ª REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
depoimento de professores. ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC-2014-ADAPTADA) Subs-
d) Os consumidores compulsivos sujeitam-se a ficar horas tituindo-se o elemento grifado pelo que se encontra entre
PORTUGUÊS

na fila para serem os primeiros que comprarão os novos parênteses, o sinal indicativo de crase deverá ser acrescen-
lançamentos. tado em:
e) As pessoas precisam ficar atentas a fatura do cartão de
crédito para não serem surpreendidas com valores mui- a) ... que uma educação liberal, ao alcance de todos... (dis-
to altos. por de todos)

143
b) ... por meio dos quais se transmitem as humanidades... − mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo de
(ciências humanas) sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam-se ao
c) ... a todas as camadas sociais. − (qualquer classe social) comércio, sobretudo na área dos comestíveis, como os ca-
d) ... se nos referimos a coisas completamente diferentes... fés, as panificações, as leitarias, os talhos, além de outros
− (uma coisa completamente diferente) ramos, como os das papelarias e lojas de vestuários. Fora
e) ... são um obstáculo a indivíduos independentes. (criação do comércio, podem exercer as mais variadas profissões,
de indivíduos independentes) como atividades domésticas ou as de barbeiros e alfaiates.
Há, de igual forma, entre os mais afortunados, aqueles liga-
78. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN- dos à indústria, voltados para construção civil, o mobiliário,
RIO-2018) De acordo com as exigências da norma-padrão a ourivesaria e o fabrico de bebidas.
da língua portuguesa, o verbo destacado está corretamen- A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação de
te empregado em: guetos, denota uma tendência para a sua concentração em
determinados bairros, escolhidos, muitas das vezes, pela
proximidade da zona de trabalho. No Centro da cidade,
a) No mundo moderno, conferem-se às grandes metrópo-
próximo ao grande comércio, temos um grupo significativo
les importante papel no desenvolvimento da economia
de patrícios e algumas associações de porte, como o Real
e da geopolítica mundiais, por estarem no topo da hie-
Gabinete Português de Leitura e o Liceu Literário Portu-
rarquia urbana. guês. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio de Sá, Catumbi
b) Conforme o grau de influência e importância internacio- e Tijuca, outro ponto de concentração da colônia, se locali-
nal, classificou-se as 50 maiores cidades em três dife- zam outras associações portuguesas, como a Casa de Por-
rentes classes, a maior parte delas na Europa. tugal e um grande número de casas regionais. Há, ainda,
c) Há quase duzentos anos, atribuem-se às cidades a res- pequenas concentrações nos bairros periféricos da cidade,
ponsabilidade de motor propulsor do desenvolvimento como Jacarepaguá, originalmente formado por quintas de
e a condição de lugar privilegiado para os negócios e a pequenos lavradores; nos subúrbios, como Méier e Enge-
cultura. nho Novo; e nas zonas mais privilegiadas, como Botafogo
d) Em centros com grandes aglomerações populacionais, e restante da zona sul carioca, área nobre da cidade a partir
realiza-se negócios nacionais e internacionais, além de da década de cinquenta, preferida pelos mais abastados.
um atendimento bastante diversificado, como jornais, PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: salazaristas
teatros, cinemas, entre outros. e opositores em manifestação na cidade. In: ALVES, Ida et
e) Em todos os estudos geopolíticos, considera-se as cida- alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de Janeiro. Rio de Ja-
des globais como verdadeiros polos de influência inter- neiro: Ofi cina Raquel, 2017, pp. 260-1. Adaptado.
nacional, devido à presença de sedes de grandes empre-
sas transnacionais e importantes centros de pesquisas. O texto emprega duas vezes o verbo “haver”. Ambos estão
na 3.ª pessoa do singular, pois são impessoais. Esse papel
79. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL gramatical está repetido corretamente em:
I – CESGRANRIO-2018) A palavra destacada atende às
exigências de concordância da norma-padrão da língua a) Ninguém disse que os portugueses havia de saírem da
portuguesa em: cidade.
b) Se houvessem mais oportunidades, os imigrantes fica-
a) Atualmente, causa impacto nas eleições de vários países riam ricos.
as notícias falsas. c) Haveriam de haver imigrantes de outras procedências
na cidade.
b) A recomendação de testar a veracidade das notícias pre-
d) Os imigrantes vieram de Lisboa porque lá não haviam
cisam ser seguidas, para não prejudicar as pessoas.
empregos.
c) O propósito de conferir grandes volumes de dados re-
e) Os portugueses gostariam de que houvesse mais ofertas
sultaram na criação de serviços especializados. de trabalho.
d) Os boatos causam efeito mais forte do que as notícias
reais porque vem acompanhados de títulos chamativos. 81. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –
e) Os resultados de pesquisas recentes mostram que 67% CESGRANRIO-2018) A concordância da forma verbal des-
das pessoas consultam os jornais diariamente. tacada foi realizada de acordo com as exigências da nor-
ma-padrão da língua portuguesa em:
80. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AMBIEN-
TE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018) a) Com o crescimento da espionagem virtual, é necessário
que se promova novos estudos sobre mecanismos de
Texto I proteção mais eficazes.
b) O rastreamento permanente das invasões cibernéticas
PORTUGUÊS

Portugueses no Rio de Janeiro de grande porte permite que se suspeitem dos hackers
responsáveis.
O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração portu- c) Para atender às demandas dos usuários de celulares, é
guesa até meados dos anos cinquenta do século passa- preciso que se destinem à pesquisa tecnológica muitos
do, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa do milhões de dólares.

144
d) Para detectar as consequências mais prejudiciais da 85. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VU-
guerra virtual pela informação, necessitam-se de estu- NESP-2014) Assinale a alternativa correta quanto à con-
dos mais aprofundados. cordância.
e) Se o crescimento das redes sociais assumir uma propor-
ção incontrolável, é aconselhável que se estabeleça no- a) Como as pessoas não são obrigado a produzir provas
vas restrições de utilização pelos jovens. contra si mesmo, aquelas que recusasse os procedimen-
tos dificilmente seria condenada.
82. (PC-AP – DELEGADO DE POLÍCIA – FCC-2017) As b) Como as pessoas não são obrigadas a produzir provas
normas de concordância e a adequada articulação entre contra si mesmo, aquelas que recusasse os procedimen-
tempos e modos verbais estão plenamente observadas na tos dificilmente seriam condenadas.
frase: c) Como as pessoas não é obrigada a produzir provas con-
tra si mesmas, aquelas que recusasse os procedimentos
a) É comum que se assinale numa crônica os aspectos do dificilmente seria condenada.
cotidiano que o escritor resolvesse analisar e interpretar, d) Como as pessoas não são obrigadas a produzir provas
apesar das dificuldades que encerram tal desafio. contra si mesmas, aquelas que recusassem os procedi-
b) Se às crônicas de Rubem Braga viessem a faltar sua mar- mentos dificilmente seriam condenadas.
ca autoral inconfundível, elas terão deixado de constituir e) Como as pessoas não são obrigada a produzir provas
textos clássicos desse gênero. contra si mesma, aquelas que recusassem os procedi-
c) Caso um dia venham a surgir, simultaneamente, talentos mentos dificilmente seriam condenada.
à altura de um Rubem Braga, esse gênero terá alcançado
uma relevância jamais vista. 86. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR-PI – CURSO DE
d) Não seria fácil, de fato, que venha a se equilibrar, na OFICIAIS – ENGENHEIRO CIVIL – NUCEPE-2014) Assina-
cabeça de um jovem cronista de hoje, os valores de sua le a alternativa em que as regras da concordância foram
experiência pessoal com os de sua comunidade. cumpridas.
e) Tanto uma padaria como um banheiro poderiam ofere-
a) Se houvessem mais bombeiros, certamente o número de
cer matéria para uma boa crônica, desde que não falte
incêndios diminuiria.
ao cronista recursos de grande imaginação.
b) A maioria dos incêndios é provocada por falta de cuida-
do das pessoas.
83. (PC-BA – DELEGADO DE POLÍCIA – VUNESP-2018) A
c) Sem dúvida, no Brasil, falta condições para que os bom-
concordância está em conformidade com a norma-padrão
beiros possam trabalhar dignamente.
na seguinte frase:
d) Não existe soluções fáceis para a precariedade das con-
dições de trabalho dos bombeiros.
a) São comuns que a adaptação de livros para o cinema e) Já fazem muitos anos que se sabe das péssimas condi-
suscitem reações negativas nos fãs do texto escrito. ções de trabalho dos bombeiros!
b) Cabem aos leitores completar, com a imaginação, as la-
cunas que fazem parte da estrutura significativa do texto 87. (TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
literário. NESP-2018) Assinale a alternativa em que, ao contrário da
c) Aos esforços envolvidos na leitura soma-se a imagina- construção “aquela rapaz”, segue-se a lei fundamental da
ção, a que a linguagem literária apela constantemente. concordância, de acordo com a norma-padrão.
d) Algumas pessoas mantém o hábito de só assistirem à
adaptação de uma obra depois de as terem lido, para a) Quando o despacho chegou, a primeira coisa que o ad-
não ser influenciadas. vogado fez foi conferir os documentos anexos.
e) Há livros que dispõe de uma infinidade de adaptações b) Era um dia ensolarado, e não se sabe como foi atropela-
para o cinema, as quais tende a compor seu repertório do aquela mulher em uma avenida tranquila.
de leituras. c) Parece-me que este ano está chovendo muito, mas ainda
assim há menas chuvas do que em anos anteriores.
84. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL – d) As crianças brincavam no jardim, colhendo flores colori-
VUNESP-2014) Assinale a alternativa que preenche, corre- da e presenteando-se num gesto emocionante.
ta e respectivamente, as lacunas da frase, de acordo com a e) Quando entraram na casa abandonada, uma cobra es-
norma-padrão da língua portuguesa. tava escondido ali. Assustaram-se, pois era um bicho
_________ situações _________ a batalha contra as doenças tor- perigoso.
na-se um fracasso.
88. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
a) Existe ... em que DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que a
PORTUGUÊS

b) Existem ... em que substituição dos trechos destacados na passagem – O pau-


c) Existem ... a qual listano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere estendê-
d) Existem ... em cuja -la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois metros
e) Existe ... as quais quadrados de chão. – está de acordo com a norma-padrão
de crase, regência e conjugação verbal.

145
a) prefere mais estendê-la do que desistir – põe à dispo- Me corrompe e corrói meu coração
sição. Há momentos que eu paro e acho graça
b) prefere estendê-la à desistir – ponham a disposição.
c) prefere estendê-la a desistir – põe a disposição. Procuro, e não acho a solução.
d) prefere estendê-la do que desistir – põem a disposição. Você abusou,
e) prefere estendê-la a desistir – ponham à disposição.
Tirou partido de mim, abusou
89. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO - SP – FARMACÊU- Mas não faz mal
TICO - SUPERIOR - VUNESP – 2017 - adaptada) Leia as É tão normal ter desamor
frases. É tão cafona sofrer dor
As previsões alusivas ............. aumento da depressão são alar- Que eu já não sei
mantes. Se é meninice ou cafonice o meu amor.
Os sentimentos de tédio ou de tristeza são inadequadamen-
te convertidos .......... estados depressivos. Que me perdoem, se eu insisto neste tema
Qualquer situação que possa ser um obstáculo ............ felici-
dade é considerada doença. Se o quadradismo dos meus versos,
Vai de encontro aos intelectos,
Para que haja coerência com a regência nominal estabele- Que não usam o coração,
cida pela norma-padrão, as lacunas das frases devem ser Como expressão...
preenchidas, respectivamente, por:
Quanto à regência verbal ou nominal, assinale a alternativa
a) ao … com … na que apresenta uma frase da letra da música, reescrita, de
b) ao … em … à acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
c) do … com … na
d) com o … em … para a) A dor que ele se refere é a da traição.
e) com o … para … à b) Ela traiu aquele que merecia seu verdadeiro amor.
c) Ele tem esperança que seja encontrada solução para seu
90. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – caso amoroso.
2014) Assinale a assertiva cuja regência verbal está correta: d) Muitos casos amorosos o perdão não deve ser negado.
e) Algumas pessoas têm convicção que sofrer por amor é
a) Ela queria namorar com ele. cafonice.
b) Já assisti a esse filme.
c) O caminhoneiro dormiu no volante. 93. (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
d) Quando eles chegam em Campo Grande? RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
e) A moça que ele gosta é aquela ali. DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
91. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
2014) A regência nominal está correta em: nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
a) É preferível um inimigo declarado do que um amigo fal- deveria ser
so.
b) As meninas têm aversão de verduras. a) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
c) Aquele cachorro é hostil para com desconhecidos. b) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
d) O sentimento de liberdade é inerente do ser humano. c) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no elevador.
e) Construiremos portos acessíveis de qualquer navio. d) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no elevador.
e) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
92. (INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS – SE-
CRETÁRIA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia trechos da 94. (PETROBRAS – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA
letra da música dos compositores José Carlos Figueiredo, TODOS OS CARGOS – NÍVEL SUPERIOR – CESGRAN-
Antônio Carlos Marques Pinto e José Ubaldo Avila para res- RIO/2014 - adaptada) No trecho “podemos utilizar essa
ponder à questão. mesma abordagem no nosso organismo, sem necessaria-
mente nos limitarmos a meios tradicionais, como educação
Você abusou e desenvolvimento cultural.”, o verbo limitar, no sentido de
Me magoa, maltrata e quer desculpa restringir, exige a presença da preposição “a”. Essa exigên-
PORTUGUÊS

Me retruca, me trai e quer perdão cia de preposição também se observa na regência da forma
Me ofende, me fere e não tem culpa verbal destacada em:

Jesus Cristo, eu não sei quem tem razão. a) A eliminação de doenças consideradas incuráveis repre-
Esse fogo, essa farsa, essa desgraça senta a principal meta da tecnologia moderna.

146
b) A tentativa de criação de seres humanos superdotados Uma surpresa provocada pelo estudo revelou o perfil de
confirma a nova perspectiva da ciência atual. quem mais compartilha rumores falsos: usuários com pou-
c) As pesquisas sobre o futuro da humanidade conduzem a cos seguidores e novatos nas redes.
descobertas inimagináveis há poucos anos. — Vivemos inundados por notícias e muitas vezes as pes-
d) Os desafios éticos acompanham a possibilidade de pro- soas não têm tempo nem condições para verificar se elas
gramar filhos capazes de se tornarem gênios. são verdadeiras — afirma um dos pesquisadores. Isso não
e) Os novos tempos resgatam a crença de que haverá in- quer dizer que as pessoas são estúpidas. As redes sociais
venções importantes para prevenir as doenças. colocam todas as informações no mesmo nível, o que torna
difícil diferenciar o verdadeiro do falso, uma fonte confiável
95. (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUN- de uma não confiável.
CAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a BAIMA, Cesar. Na internet, mentiras têm pernas longas. O
norma culta da língua quanto à regência verbal. Globo. Sociedade. 09 mar. 2018. Adaptado.
a) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
b) Eu esqueci do seu nome.
No trecho “independentemente do tema geral que os ru-
c) Você assistiu à cena toda?
mores abordassem”, a palavra que pode substituir rumores,
d) Ele chegou na oficina pela manhã.
e) Sempre obedeço as leis de trânsito. por ter sentido equivalente, é:

96. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS/AL – TÉC- a) assuntos


NICO DE LABORATÓRIO – ANATOMIA E NECROPSIA – b) boatos
COPEVE/2014) Considere o trecho sublinhado em: “Ape- c) debates
nas trinta e cinco pessoas assistiram à projeção de dez filmes d) diálogos
de dois minutos de duração cada um, no dia 28/12/1895” e) temas
(História Viva, janeiro/2005).
Nas reescritas abaixo, em qual alternativa ocorreu danos à 98. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) O
norma culta? período abaixo em que os dois termos sublinhados NÃO
podem trocar de posição é:
a) compareceram a projeção de dez filmes.
b) viram a projeção de dez filmes. a) A arte é a mais bela das mentiras;
c) assistiram aos dez filmes. b) O importante na obra de arte é o espanto;
d) foram assistir à projeção de dez filmes. c) A forma segue a emoção;
e) presenciaram a projeção de dez filmes. d) A obra de arte: uma interrupção do tempo;
e) Na arte não existe passado nem futuro.
97. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
I – CESGRANRIO-2018) 99. (MPU – TÉCNICO – SEGURANÇA INSTITUCIONAL E
TRANSPORTE – CESPE-2015)
Na internet, mentiras têm pernas longas
TEXTO II
Diz o velho ditado que “a mentira tem pernas curtas”, mas
nestes tempos de internet parece que a situação se inver- A partir de uma ação do Ministério Público Federal (MPF), o
teu, pelo menos no mundo digital. Pesquisadores mostram
Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2) determinou
que rumores falsos “viajam” mais rápido e mais “longe”,
que a Google Brasil retirasse, em até 72 horas, 15 vídeos do
com mais compartilhamentos e alcançando um maior nú-
YouTube que disseminam o preconceito, a intolerância e a
mero de pessoas, nas redes sociais, do que informações
verdadeiras. discriminação a religiões de matriz africana, e fixou multa
Foram reunidos todos os rumores nas redes sociais - falsos, diária de R$ 50.000,00 em caso de descumprimento da or-
verdadeiros ou “mistos”. Esses rumores foram acompanha- dem judicial. Na ação civil pública, a Procuradoria Regional
dos, chegando a um total de mais de 4,5 milhões de pos- dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ) alegou que a Constitui-
tagens feitas por cerca de 3 milhões de pessoas, formando ção garante aos cidadãos não apenas a obrigação do Es-
“cascatas” de compartilhamento. tado em respeitar as liberdades, mas também a obrigação
Ao compararem os padrões de compartilhamento des- de zelar para que elas sejam respeitadas pelas pessoas em
sas milhares de “cascatas”, os pesquisadores observaram suas relações recíprocas.
que os rumores “falsos” se espalharam com mais rapidez, Para a PRDC/RJ, somente a imediata exclusão dos vídeos
aumentando o número de “degraus” da cascata - e com da Internet restauraria a dignidade de tratamento, que,
maior abrangência do que os considerados verdadeiros. nesse caso, foi negada às religiões de matrizes africanas.
A tendência também se manteve, independentemente do Corroborando a visão do MPF, o TRF2 entendeu que a vei-
PORTUGUÊS

tema geral que os rumores abordassem, mas foi mais forte culação de vídeos potencialmente ofensivos e fomentado-
quando versavam sobre política do que os demais, na or- res do ódio, da discriminação e da intolerância contra re-
dem de frequência: lendas urbanas; negócios; terrorismo e ligiões de matrizes africanas não corresponde ao legítimo
guerras; ciência e tecnologia; entretenimento; e desastres exercício do direito à liberdade de expressão. O tribunal
naturais. considerou que a liberdade de expressão não se pode tra-

147
duzir em desrespeito às diferentes manifestações dessa mesma liberdade, pois ela encontra limites no próprio exercício de
outros direitos fundamentais.
Internet: <http://ibde.org.br> (com adaptações).

No trecho “adulterar ou destruir dados”, a palavra “adulterar” está sendo empregada com o sentido de alterar prejudicando.

( ) CERTO ( ) ERRADO

100. (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO BRANCO-SP – TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO POLICIAL MILI-
TAR – VUNESP-2010) Analise a charge.

(www.arionaurocartuns.com.br)

A palavra só, presente na fala do personagem, tem o mesmo sentido em:


a) Só vence quem concorre.
b) Mariana veio só, infelizmente.
c) Pedro estava só, quando cheguei.
d) A mulher, por estar só, sentiu-se amedrontada.
e) O marujo, só, resolveu passear pela praia.

101. (CONCURSO INTERNO DE SELEÇÃO PARA O CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS PM/2014) Leia a tira.
PORTUGUÊS

(Folha de S.Paulo, 13.09.2013)

148
No plano da linguagem verbal, o efeito de humor da char- No fundo, é um problema técnico que os avanços da infor-
ge decorre do emprego com duplo sentido da palavra mática mais cedo ou mais tarde colocarão à disposição dos
a) Amor. usuários e das autoridades. Como digo repetidas vezes, me
b) você. valendo do óbvio, a comunicação virtual está em sua pré-
c) parar. -história.
d) impulso.
Atualmente, apesar dos abusos e crimes cometidos na in-
102. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FUNÇÃO JUDICIÁ- ternet, no que diz respeito aos cronistas, articulistas e es-
RIA – IBFC-2017) critores em geral, os mais comuns são os textos atribuídos
ou deformados que circulam por aí e que não podem ser
desmentidos ou esclarecidos caso por caso. Um jornal ou
revista é processado se publicar sem autorização do autor
um texto qualquer, ainda que em citação longa e sem as-
pas. Em caso de injúria, calúnia ou difamação, também. E
em caso de falsear a verdade propositadamente, é obriga-
do pela justiça a desmentir e dar espaço ao contraditório.
Nada disso, por ora, acontece na internet. Prevalece a lei
do cão em nome da liberdade de expressão, que é mais
expressão de ressentidos e covardes do que de liberdade,
da verdadeira liberdade.
(Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 16/05/2006 –
adaptado)

O humor do texto orienta-se pela relação entre os elemen- A internet tem produzido uma série de neologismos se-
tos verbais e não-verbais. Quanto aos primeiros, destaca- mânticos, ou seja, vocábulos antigos a que foram acopla-
-se a ambiguidade, ou seja, a possibilidade de mais de uma dos sentidos novos; NÃO está nesse caso:
interpretação do seguinte termo:
a) sítio;
a) “claro”. b) navegar;
b) “chefe”. c) deletar;
c) “fiz”. d) arquivo;
d) “retirada”. e) provedor.
e) “sustentável”.

103. (TRE-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-


TRATIVA – FCC-2017-ADAPTADA) O Centro de Memória
Eleitoral do TRE-SP foi criado em agosto de 1999 e tem por
105. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR –
objetivo a execução de ações... O segmento sublinhado es-
tará corretamente substituído, com o sentido preservado, CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014-ADAPTADA)
por: A busca de uma convenção para medir riquezas e trocar
mercadorias é quase tão antiga quanto a vida em socie-
a) visa à dade. Ao longo da história, os mais diversos artigos foram
b) propõe-se da usados com essa finalidade, como o chocolate, entre os
c) promove à astecas, e o bacalhau seco, entre os noruegueses, tendo ca-
d) reivindica à bido aos gregos do século VII a.C. a criação de uma moeda
e) promulga a metálica com um valor padronizado pelo Estado. “Foi uma
invenção revolucionária. Ela facilitou o acesso das camadas
104. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) mais pobres às riquezas, o acúmulo de dinheiro e a coleta
de impostos – coisas muito difíceis de fazer quando os va-
TEXTO - Ressentimento e Covardia lores eram contados em bois ou imóveis”, afirma a arque-
óloga Maria Beatriz Florenzano, da Universidade de São
Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os Paulo. A segunda grande revolução na história do dinheiro,
usos da internet, que se ressente ainda da falta de uma o papel-moeda, teve uma origem mais confusa. Existiam
legislação específica que coíba não somente os usos mas cédulas na China do ano 960, mas elas não se espalharam
os abusos deste importante e eficaz veículo de comunica- para outros lugares e caíram em desuso no fim do século
ção. A maioria dos abusos, se praticados em outros meios,
PORTUGUÊS

XIV.
seriam crimes já especificados em lei, como a da imprensa, As notas só apareceram na Europa – e daí para o mundo
que pune injúrias, difamações e calúnias, bem como a vio- – em 1661, na Suécia. Há quem acredite que cartões de
lação dos direitos autorais, os plágios e outros recursos de crédito e caixas eletrônicos em rede já representam uma
apropriação indébita. terceira revolução monetária. “Com a informática, o dinhei-

149
ro se transformou em impulsos eletrônicos invisíveis, livres pontos de coleta analisados apresentam qualidade ruim ou
do espaço, do tempo e do controle de governos e corpora- péssima. Apenas 13 pontos foram avaliados com qualidade
ções”, afirma o antropólogo Jack Weatherford, da Faculda- de água boa (4,5%) e os outros 59,2% estão em situação
de Macalester, nos Estados Unidos da América. regular, o que significa um estado de alerta. Nenhum dos
Internet: <http://super.abril.com.br> (com adaptações). pontos analisados foi avaliado como ótimo.
Divulgamos esse grave retrato no Dia Mundial da Água (22
A expressão “essa finalidade” refere-se ao trecho “para me- de março), com base nas análises realizadas entre março de
dir riquezas e trocar mercadorias”. 2015 e fevereiro de 2016, em 289 pontos de coleta distri-
buídos em 76 municípios.
( ) CERTO ( ) ERRADO (MANTOVANI, Mário; RIBEIRO, Malu. UOL Notícias,
abril/2016.)
106. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LEGIS-
LATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Por outro lado, nas “Porém, vieram as chuvas, as enchentes e os rios urbanos
sociedades complexas, a violência deixou de ser uma fer- voltaram a ficar tomados por lixo, mascarando, de certa
ramenta de sobrevivência e passou a ser um instrumento forma, o enorme volume de esgoto que muitos desses cor-
da organização da vida comunitária. Ou seja, foi usada para pos de água recebem diariamente”. Sobre os componentes
criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam alguns desse segmento do texto, assinale a afirmativa correta.
teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se comple-
xificaria”. A utilização do termo “ou seja” introduz: a) A forma verbal “vieram” se refere a “chuvas”, “enchentes”
e “rios”.
a) uma informação sobre o significado de um termo ante- b) O adjetivo “enorme” indica uma quantidade específica.
riormente empregado; c) O termo “corpos de água” se refere a chuvas e enchen-
b) a explicação de uma expressão de difícil entendimento; tes.
c) uma outra maneira de dizer-se rigorosamente a mesma d) A expressão “de certa forma” indica uma quantidade
coisa; aproximada.
d) acréscimo de um esclarecimento sobre o que foi dito e) O particípio “tomados” se refere exclusivamente a “rios”.
antes;
e) a ênfase de algo que parece importante para o texto. 108.(PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014)
Os produtos ecológicos estão dominando as prateleiras do
107. (PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP – AGENTE DE FIS- comércio. Mesmo com tantas opções, ainda há resistência
CALIZAÇÃO – FGV-2016) na hora da compra. Isso acontece porque o custo de tais
itens é sempre mais elevado, em comparação com o das
Descaso com saneamento deixa rios em estado de alerta mercadorias tradicionais. Com os temas ambientais cada
vez mais em pauta, é normal que a consciência ecológica
A crise hídrica transformou a paisagem urbana em muitas tenha aumentado entre os brasileiros. Se por um lado o
cidades paulistas. Casas passaram a contar com cisternas e consumidor deseja investir em produtos menos agressivos
caixas-d’água azuis se multiplicaram por telhados, lajes e ao meio ambiente, por outro ele não está disposto a pagar
até em garagens. Em regiões mais nobres, jardins e porta- mais de cinco por cento acima do valor normal. É o que
rias de prédios ganharam placas que alertam sobre a utili- mostra uma pesquisa realizada pela Proteste – Associação
zação de água de reúso. As pessoas mudaram seu compor- de Consumidores. A análise foi feita a partir de um levan-
tamento, economizaram e cobraram soluções. tamento realizado em 2012. De acordo com a Proteste,
As discussões sobre a gestão da água, nos mais diversos quase metade dos entrevistados afirmaram que deixaram
aspectos, saíram dos setores tradicionais e técnicos e ga- de comprar produtos devido às más condutas ambientais
nharam espaço no cotidiano. Porém, vieram as chuvas, as da companhia. Dos entrevistados, 72% disseram que, na
enchentes e os rios urbanos voltaram a ficar tomados por última compra, levaram em consideração o comporta-
lixo, mascarando, de certa forma, o enorme volume de es- mento da empresa, em especial, sua atitude em relação ao
goto que muitos desses corpos de água recebem diaria- meio ambiente. Ainda assim, 60% afirmam que raramente
mente. ou nunca têm informações sobre o impacto ambiental do
É como se não precisássemos de cada gota de água desses produto ou do comportamento da empresa. Já 81% das
rios urbanos e como se a água limpa que consumimos em pessoas acreditam que o rótulo de sustentabilidade e res-
nossas casas, em um passe de mágica, voltasse a existir em ponsabilidade social é apenas uma estratégia de marketing
tamanha abundância, nos proporcionando o luxo de con- das empresas.
tinuar a poluir centenas de córregos e milhares de riachos (Ciclo vivo, 16.05.2013, http://zip.net/brl0k1. Adaptado)
nas nossas cidades. Para completar, todo esse descaso de-
PORTUGUÊS

corrente da falta de saneamento se reverte em contamina- O termo Isso, em destaque no primeiro parágrafo, refere-
ção e em graves doenças de veiculação hídrica. -se ao fato de
Dados do monitoramento da qualidade da água – que re-
alizamos em rios, córregos e lagos de onze Estados bra-
sileiros e do Distrito Federal – revelaram que 36,3% dos

150
a) o consumidor demonstrar resistência na hora de com- 111. (TJ-MG – OFICIAL JUDICIÁRIO – COMISSÁRIO DA
prar produtos ecológicos. INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – CONSULPLAN-2017)
b) os consumidores ficarem confusos com tantas opções
de produtos ecológicos. Mulheres e poder contra o culto da ignorância machista
c) os produtos ecológicos estarem dominando as pratelei-
ras do comércio brasileiro. A representação das mulheres no parlamento brasileiro
d) o custo dos produtos ecológicos ser sempre excessiva- é uma questão fundamental em nossa cultura política. A
mente elevado no Brasil. desproporção é espantosa tendo cerca de 90% dos cargos
e) a oferta de produtos ecológicos ser maior em compara- ocupados por homens e apenas cerca de 10% por mulhe-
ção com a de mercadorias tradicionais. res.
Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas mu-
109. (PC-SP - PERITO CRIMINAL – VUNESP-2013) lheres ocupando cargos nos espaços de poder em geral. No
mundo da iniciativa privada os números não são diferentes.
Veteranos criminosos Mulheres trabalham demais, são maioria em algumas pro-
A Guerra do Vietnã se faz presente até hoje. De acordo fissões, mas ocupam pouquíssimos cargos de poder. Como
com uma dissertação de Jason Lindo e Charles Stoecker, a se fosse um direito natural, o poder é reservado aos ho-
violência vivida e praticada pelos soldados dos EUA no Vie- mens em todos os níveis enquanto as mulheres sofrem sob
tnã se manifesta até hoje em sua vida civil. A probabilidade estereótipos e idealizações também naturalizados.
de um veterano branco ser preso por um crime violento é O ato de naturalizar corresponde a um procedimento moral
significativamente mais alta do que para alguém que não e cognitivo que se torna hábito. Por meio dele, passamos
tenha sido convocado naquele período – apesar de os tri- a acreditar que as coisas são como são e não poderiam ser
bunais serem mais lenientes com veteranos em transgres- de outro modo. Nem poderiam ser questionadas.
sões menos graves do que com os não combatentes. Mesmo assim, há questões básicas relativas ao que cha-
Os autores do texto presumem que o trauma de guerra não mamos de sociedade patriarcal às quais ninguém pode se
modifica tanto a personalidade, mas diminui o limiar do furtar. Nessa mesma sociedade em que o poder concerne
senso de violência dos ex-soldados. Desde os anos 1960, aos homens, não podemos dizer que às mulheres foi reser-
o Exército dos Estados Unidos vem promovendo o “Pro- vada a violência? Alguém terá coragem de dizer que isso é
grama de Dessentivização” – um esforço para aumentar o natural sem ferir princípios morais que sustentam a socie-
limite do que é suportável para os ex-soldados. Isso é feito dade como um todo? Sabemos que a violência contra as
especialmente por meio de simulações de guerra muito re- mulheres é uma constante cultural. Ela é física e simbólica,
alistas, ________ o inimigo se parece com um iraquiano. psíquica e econômica e se aproveita da naturalização da
(Geo, N.º 40, 2012) suposta fragilidade das mulheres construída por séculos de
Em conformidade com a norma-padrão da língua portu- discursos e práticas misóginas. Misoginia é o ódio contra as
guesa, a lacuna na última frase do texto deve ser preen- mulheres apenas porque são mulheres. [...]
chida com: Na ausência de questionamento, o machismo aparece
como culto da ignorância útil na manutenção da domina-
a) nas quais. ção que depende do confinamento das mulheres na esfera
b) aonde. da vida doméstica para que se mantenham longe do po-
c) para a qual. der. O machismo se mostra como o que há de mais arcaico
d) que. em termos de ética e política. O machismo é uma forma de
e) cujo. autoritarismo que volta à cena em nossa época. Enquan-
to isso, a violência doméstica simplesmente cresce e as
110. (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO mulheres continuam afastadas do poder. Mas por quanto
BRANCO-SP - QUADRO AUXILIAR DE OFICIAIS DA PO- tempo?
LÍCIA MILITAR – 2015) Ao longo da história, a consciência da condição das mulhe-
... folgávamos de imaginar a dor da separação, se houvesse res entre a violência e o poder teve um de seus momentos
separação, a tristeza de um e de outro, à proporção que mais importantes na conquista do voto pelas sufragistas.
o mar, como uma toalha elástica, se fosse dilatando entre Hoje, o direito à candidatura e à eleição, o direito a ser vo-
nós; e, semelhantes às crianças, que se achegam ao regaço tada, nos mostra um outro mundo possível. [...]
das mães, para fugir a uma simples careta, fugíamos do Marcia Tiburi, 5 de abril de 2017 Disponível em:
suposto perigo, apertando-nos com abraços. <https://revistacult.uol.com.br/home/mulheres-e-
No contexto, os termos se, como e para, em destaque, es- podercontra-o-culto-da-ignorancia-machista> (adaptado)
tabelecem, respectivamente, relações de
A sequência semântica argumentativa é iniciada no 4.º pa-
PORTUGUÊS

a) dúvida, qualidade e concessão. rágrafo por “Mesmo assim” cuja significação no contexto
b) dúvida, comparação e negação. permite afirmar que
c) condição, comparação e finalidade.
d) concessão, intensidade e finalidade. a) mantém-se a direção do significado expresso pela infor-
e) condição, qualidade e concessão. mação anterior.

151
b) tal expressão pode ser substituída por “então”, conector 114. (TRE-BA – CONHECIMENTOS GERAIS PARA TODOS
de igual valor. OS CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – CESPE-2017-ADAPTA-
c) diante da menção de um determinado ponto de vista, há DA)
uma contrariedade.
d) por se tratar de um novo parágrafo, não há qualquer Texto CG2A2AAA
tipo de relação com o anterior.
Em sua definição, o voto em branco é aquele que não se
112. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUS- dirige a nenhum candidato entre os que disputam as elei-
TIÇA AVALIADOR – FGV-2018) “A Copa do Mundo da Rús- ções. São considerados, portanto, votos estéreis, porque
sia só começa no dia 22 de junho, mas a febre dos álbuns não produzem frutos. Os votos nulos, por sua vez, são
com os jogadores das seleções já se espalhou e chegou até aqueles que, somados aos votos em branco, compõem a
ao plenário de uma assembleia legislativa brasileira”. Nesse categoria dos votos estéreis, inválidos ou, como denomi-
segmento inicial há a utilização de uma conjunção adver- nou o Tribunal Superior Eleitoral, votos apolíticos. Logo,
sativa (MAS), que opõe as seguintes ideias: os votos em branco e os nulos são votos que, a princípio,
não produzem resultado nem influenciam no resultado do
a) apesar de a Copa ser na Rússia, ela já começou em ou- pleito.
tros países da Europa; Ao comparecer às urnas no dia das eleições, o eleitor que
b) apesar de ser um assunto popular, as figurinhas estão apresentar voto em branco ou nulo pode fazê-lo por diver-
em várias assembleias legislativas; sas razões. Esses motivos podem embasar tanto a postura
c) apesar de ser uma competição mundial, o tema passou a dos que votam em branco quanto a dos que votam nulo,
ser uma febre no país sede da Copa; pois o resultado final é o mesmo: invalidar o voto. Assim
d) apesar de não ser um assunto “sério”, a Copa do Mundo sendo, não é razoável diferenciar o voto em branco do voto
é tema discutido em várias assembleias legislativas; nulo. Deve-se considerar a essência do ato, a sua real mo-
e) apesar de a Copa só começar futuramente, ela já come- tivação, que é a invalidação. É evidente que não se sabe, ao
çou em uma assembleia legislativa brasileira. certo, a razão que motiva cada eleitor a votar em branco
ou nulo; entretanto, em ambos os casos, não há dúvida
113. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) quanto à invalidade do voto por ele dado.
Renata Dias. Os votos brancos e nulos no estado
democrático de direito: a legitimidade das eleições
majoritárias no Brasil. In: Estudos eleitorais, v. 8, n.º 1, jan./
abr. 2013, p. 36-8 (com adaptações).

No segundo parágrafo do texto CG2A2AAA, a forma verbal


“fazê-lo” remete a

a) “o resultado final”
b) “embasar tanto a postura dos que votam em branco
quanto a dos que votam nulo”
c) “voto em branco ou nulo”
d) “apresentar voto em branco ou nulo”
e) “comparecer às urnas no dia das eleições”
O humor da tira é trazido pela frase do menino, que marca
a influência da internet, mas a charge tem uma incoerência,
que é:

a) o menino mostra uma idade que ainda não permite


o controle da internet;
b) os pais mostram uma completa distância do universo
dos internautas;
c) a absoluta falta de autoridade dos pais diante de um
menino tão jovem;
d) na fala do menino não haveria sinais da presença da
internet;
e) as palavras do menino contrariarem a observação
PORTUGUÊS

dos pais.

152
41 CERTO
GABARITO 42 CERTO
43 A
1 C 44 E
2 C 45 C
3 A 46 C
4 D 47 E
5 E 48 D
6 B 49 C
7 A 50 CERTO
8 B 51 A
9 E 52 E
10 A 53 A
11 E 54 B
12 E 55 D
13 A 56 ERRADO
14 D 57 B
15 D 58 A
16 B 59 B
17 B 60 E
18 E 61 CERTO
19 E 62 B
20 D 63 E
21 A 64 E
22 E 65 B
23 A 66 E
24 C 67 D
25 A 68 E
26 A 69 D
27 D 70 B
28 C 71 A
29 D 72 E
30 B 73 E
31 ERRADO 74 D
32 B 75 A
33 E 76 B
34 D 77 E
35 C 78 C
36 B 79 E
37 D 80 E
PORTUGUÊS

38 B 81 C
39 D 82 C
40 E 83 C

153
84 B ANOTAÇÕES
85 D
86 B
87 A ___________________________________________________

88 E ___________________________________________________
89 B ___________________________________________________
90 B
___________________________________________________
91 C
92 B ___________________________________________________
93 E ___________________________________________________
94 C
___________________________________________________
95 C
___________________________________________________
96 A
97 B ___________________________________________________
98 C ___________________________________________________
99 CERTO
___________________________________________________
100 A
101 D ___________________________________________________

102 E ___________________________________________________
103 A ___________________________________________________
104 C
___________________________________________________
105 CERTO
106 D ___________________________________________________
107 E ___________________________________________________
108 A
___________________________________________________
109 A
___________________________________________________
110 C
111 C ___________________________________________________
112 E ___________________________________________________
113 D
___________________________________________________
114 D
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154
ANOTAÇÕES

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155
ANOTAÇÕES

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156
ANOTAÇÕES

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ÍNDICE

HISTÓRIA DO BRASIL

1) História do Brasil.................................................................................................................................................................................................................01
a) A expansão Ultramarina Européia dos séculos XV e XVI....................................................................................................................................01
b) O Sistema Colonial Português na América: Estrutura político-administrativa, estrutura socioeconômica, invasões estrangeiras,
expansão territorial, interiorização e formação das fronteiras, as reformas pombalinas, rebeliões coloniais; e movimentos e
tentativas emancipacionistas..............................................................................................................................................................................................01
c) O Período Joanino e a Independência.......................................................................................................................................................................01
(1) A presença britânica no Brasil, a transferência da Corte, os tratados, as principais medidas de D. João VI no Brasil, a política
joanina, os partidos políticos, as revoltas, conspirações e revoluções e a emancipação e os conflitos sociais.................................01
(2) O processo de independência do Brasil..................................................................................................................................................................01
d) Brasil Imperial: Primeiro Reinado e Período Regencial: aspectos administrativos, militares, culturais, econômicos, sociais e
territoriais; Segundo Reinado: aspectos administrativos, militares, econômicos, sociais e territoriais; e Crise da Monarquia e
Proclamação da República...................................................................................................................................................................................................01
e) Brasil República: Aspectos administrativos, culturais, econômicos, sociais e territoriais, revoltas, crises e conflitos e a
participação brasileira na II Guerra Mundial.................................................................................................................................................................01
HISTÓRIA DO BRASIL; A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPÉIA DOS SÉCULOS XV E XVI; O
SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS NA AMÉRICA ESTRUTURA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA,
ESTRUTURA SOCIOECONÔMICA, INVASÕES ESTRANGEIRAS, EXPANSÃO TERRITORIAL,
INTERIORIZAÇÃO E FORMAÇÃO DAS FRONTEIRAS, AS REFORMAS POMBALINAS, REBELIÕES
COLONIAIS; E MOVIMENTOS E TENTATIVAS EMANCIPACIONISTAS; O PERÍODO JOANINO E
A INDEPENDÊNCIA; A PRESENÇA BRITÂNICA NO BRASIL, A TRANSFERÊNCIA DA CORTE, OS
TRATADOS, AS PRINCIPAIS MEDIDAS DE D. JOÃO VI NO BRASIL, A POLÍTICA JOANINA, OS
PARTIDOS POLÍTICOS, AS REVOLTAS, CONSPIRAÇÕES E REVOLUÇÕES E A EMANCIPAÇÃO
E OS CONFLITOS SOCIAIS. O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL; BRASIL
IMPERIAL PRIMEIRO REINADO E PERÍODO REGENCIAL: ASPECTOS ADMINISTRATIVOS,
MILITARES, CULTURAIS, ECONÔMICOS, SOCIAIS E TERRITORIAIS; SEGUNDO REINADO:
ASPECTOS ADMINISTRATIVOS, MILITARES, ECONÔMICOS, SOCIAIS E TERRITORIAIS; E
CRISE DA MONARQUIA E PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA; BRASIL REPÚBLICA ASPECTOS
ADMINISTRATIVOS, CULTURAIS, ECONÔMICOS, SOCIAIS E TERRITORIAIS, REVOLTAS,
CRISES E CONFLITOS E A PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NA II GUERRA MUNDIAL.

Existe uma divisão na História do Brasil que identifica os três principais períodos históricos, que são Período Colo-
nial, Período Imperial e Período Republicano, no entanto, sabemos que anteriormente à colonização portuguesa,
nosso território já era ocupado por outros povos, que, ao longo de sua existência, também construiu a história
de nosso país.
Sendo assim, esse período da História do Brasil que tem por objeto de estudo os povos nativos, isto é, dos povos indí-
genas, recebe o nome de Período Pré-Cabralino¸ referencia à Pedro Álvares Cabral, cuja chegada em terras brasileiras é
considerada o marco inaugural da História do Brasil. A partir de então, de 1500 em diante, sobretudo a partir da década de
1530, teve início a fase do Brasil Colônia.
O Brasil começou a ser efetivamente colonizado em razão da preocupação que Portugal passou a ter com as ameaças
de invasões das terras brasileiras por outras nações, como viriam a ocorrer décadas depois. O primeiro sistema de ocupação
e administração colonial foi o das Capitanias Hereditárias, que, posteriormente, foi regido pelo Governo Geral, que tinha o
objetivo de organizar melhor a ocupação do território, bem como desenvolvê-lo. O período do Brasil Colonial estendeu-se
até o início do século XIX, especificamente até 1808, quando a Família Real veio para o Brasil e integrou-o ao Reino Unido
de Portugal, Brasil e Algarves. Foi nesse período em que se desenvolveram a economia e a sociedade açucareira e, de-
pois, a economia e a sociedade mineradora. Dataram ainda do período Colonial as várias Rebeliões Nativistas e Rebeliões
Separatistas, merecendo destaque especial a Inconfidência Mineira.
Em 1822, teve início a fase do Brasil Império, ou Período Imperial. Desde a vinda da Família Real (1808) para o Brasil
até 1822 houve intensas transformações políticas tanto no Brasil quanto em Portugal, que acabaram por conduzir as elites
brasileiras e o Príncipe D. Pedro I a declararem o Brasil um Império independente. Após a estruturação do Império, seguiu
o Período Regencial, período esse marcado pelo governo dos regentes daquele que se tornou o segundo imperador bra-
sileiro, Dom Pedro II, que, à época em que o pai deixou o poder (1831), ainda não estava em idade hábil para governar o
país. O Segundo Reinado só começou de fato no ano de 1840, estendendo-se até 1889, ano da Proclamação da Repúbli-
ca. Um ano antes, ainda sob a vigência do Império, foi decretada a Abolição da Escravatura.
A partir de 15 de novembro de 1889, teve início o período do Brasil República. Esse período caracterizou-se pela mon-
tagem de uma estrutura política completamente diversa daquela do Império. A busca pela efetividade dos ideais políticos
republicanos, influenciados pelo positivismo, guiou a formação da república brasileira, que se dividiu, esquematicamente,
entre República Velha (1889-1930), cujas rebeliões que nela ocorreram merecem destaque; Era Vargas (1930-1945), que foi
marcada pelo longo governo do político gaúcho Getúlio Dornelles Vargas; fase da República Populista (1945-1964), que
HISTÓRIA DO BRASIL

se situou no período inicial da Guerra Fria e caracterizou-se pela estrutura política baseada no fenômeno do populismo;
e, por fim, a fase dos Governo Militares (1964-1985), marcada pelo Golpe Militar de 31 de março de 1964 e, depois, pelo
Ato Institucional nº5, de 13 de dezembro de 1968, que estendeu o regime militar (com cassação de direitos políticos e
liberdades individuais) até o ano de 1985.
Ainda há a fase do Brasil Atual, que é estudada de acordo com as pesquisas mais recentes que são feitas sobre a con-
juntura política, sociocultural e econômica do Brasil dos últimos 30 anos.

1
PERÍODO PRÉ-COLONIAL tugueses na guerra contra os tupinambás-tamoios, aliados
dos franceses. Foi uma aliança inútil: Em 1570 já estavam
Quando anunciou a descoberta das terras brasileiras, praticamente extintos, massacrados por Mem de Sá, terceiro
Portugal não tinha um projeto de colonização preparado governador-geral do Brasil.
para a exploração do novo espaço. Na verdade, desde todo
o século XV, os portugueses estavam bem mais interessados
em estreitar seus laços comerciais com os povos orientais.
Dessa forma, observamos que entre 1500 e 1530, o governo
português centrou muito pouco de suas atenções ao Brasil.
No ano de 1501, uma expedição liderada por Gaspar de
Lemos foi mandada para cá com a missão de nomear vários
pontos do litoral e acabou confirmando a existência de
pau-brasil em nossas terras. A existência de tal árvore logo
chamou a atenção dos portugueses, já que dela se extraía
uma tinta bastante utilizada para o tingimento de tecidos na
coloração vermelha.
Dois anos mais tarde, uma nova expedição foi enviada
para a construção de feitorias ao longo do litoral. Tais forti-
ficações eram utilizadas para o armazenamento de pau-bra-
sil e para a proteção necessária contra a invasão de outros
povos. Com relação a essa mesma atividade de extração, os
portugueses contaram com o trabalho voluntário dos indíge-
nas, que recebiam diversas mercadorias em troca do serviço
prestado. Tal prática, ao longo do tempo, ficou conhecida
pelo nome de escambo.
Com o passar do tempo, a ausência de portugueses na
ocupação do território brasileiro incentivou outras nações a 2. O arrendamento do Brasil e o ciclo do pau-brasil
invadirem o litoral brasileiro. Entre outros povos, os france-
ses aportavam em nosso território em busca de pau-brasil Logo nos primeiros anos após a descoberta do Brasil, ar-
e estabelecendo contato com a população nativa. Já nessa refeceu o interesse do rei D.Manuel pela nova terra.
época, o governo português percebia que a falta de centros A expedição enviada à costa do Brasil no ano de 1501,
de colonização poderia colocar em risco a propriedade das e que regressou a Portugal em 1502, não apresentou resul-
terras conquistadas no continente americano. tados que fossem de molde a entusiasmar o Governo por-
Não bastando o risco de invasão, os portugueses não al- tuguês, cúpido do mito do metal, pois no Brasil “nada fôra
cançaram o lucro esperado com a construção de uma rota encontrado de proveito, exceto infinitas árvores de pau-bra-
marítima que os ligassem diretamente às Índias. O desgas- sil, de canafíscula, as de que se tira a mirra e outras mais ma-
te causado pelo longo percurso e a concorrência comercial ravilhas da natureza que seriam longas de referir” (carta de
de outros povos acabou fazendo com que o comércio com Américo Vespucci a Soderini).
o Oriente não fosse muito atrativo. Desse modo, o governo A corte era naquele tempo verdadeiramente uma grande
português voltaria suas atenções para a exploração do espa- casa de negócio, como, por um lado, estivesse fundamen-
ço colonial brasileiro. te absorvida com as dispendiosíssimas expedições à Índia,
Em 1530, a expedição de Martim Afonso de Souza foi onde pretendia estabelecer um vasto império colonial, e, por
enviada até ao Brasil para a fundação do primeiro centro co- outro lado, não enxergasse lucros apreciáveis e imediatos na
lonial do território tupiniquim. Já nessa viagem, mudas de exploração do Brasil, este ia sendo relegado a um simples
cana-de-açúcar foram trazidas para o desenvolvimento da ponto de ligação de viagens à Índia, uma escala de refresco
primeira empresa mercantil a ser instalada pelos portugue- e aguada.
ses. Além disso, essa mesma expedição foi acompanhada por É assim de todo compreensível que, tendo o monarca re-
padres jesuítas que realizaram a catequização dos indígenas. cebido em 1502, de um consórcio de judeus dirigido pelo
cristão-novo Fernando de Noronha, uma proposta para ex-
1. Primeiras expedições ploração da nova colônia mediante contrato de arrendamen-
to, ele a aceitasse de bom grado; era a colonização do Brasil
Ao longo dos dez dias que passou no Brasil, a armada que se lhe oferecia, para ser feita a expensas de particulares,
de Cabral tomou contato com cerca de 500 nativos. sem riscos e sem ônus ou quaisquer encargos para o erário
HISTÓRIA DO BRASIL

Tupiniquins - uma das tribos do grupo tupi-guarani que, público, e ainda com a possibilidade de lhe serem propor-
no início do século XVI, ocupava quase todo o litoral do Bra- cionados lucros e de, sob certa forma, ser sustentada, ainda
sil. Os tupis-guaranis tinham chegado à região numa série que fracamente, a autoridade portuguesa na nova possessão.
de migrações de fundo religioso (em busca da “Terra sem O acordo - que era um monopólio de comércio e de
Males”, no começo da Era Cristã. Os tupiniquins viram no sul colonização - foi firmado em 1503, pelo prazo de 3 anos, e
da Bahia e nas cercanias de Santos e Bertioga, em São Pau- compreendia os seguintes principais compromissos dos ar-
lo. Eram uns 85 mil. Por volta de 1530, uniram-se aos por- rendatários:

2
1-Enviar seis navios anualmente; Neste período também ocorreram os primeiros conta-
2- Explorar, desbravar e cultivar, cada ano, uma nova re- tos com os indígenas que habitavam o território brasileiro.
gião de 300 léguas; Os portugueses começaram a usar a mão-de-obra indíge-
3- Construir nessas regiões fortalezas e guarnecê-las na na exploração do pau-brasil. Em troca, ofereciam obje-
durante o prazo do contrato; tos de pequeno valor que fascinavam os nativos como, por
4- Destinar à Coroa, no segundo ano do arrendamento, exemplo, espelhos, apitos, chocalhos, etc.
a sexta parte das rendas auferidas com os produtos  
da terra, e, no terceiro ano, a quarta parte das mes- 1. O início da colonização
mas.
Preocupado com a possibilidade real de invasão do Bra-
Esse contrato foi, com algumas modificações, sucessi- sil por outras nações (holandeses, ingleses e franceses), o
vamente renovado em 1506, 1509 e 1511, estendendo-se rei de Portugal Dom João III, que ficou conhecido como “o
até 1515. Colonizador”, resolveu enviar ao Brasil, em 1530, a primeira
No próprio ano de contrato inicial 0 mais precisamente, expedição com o objetivo de colonizar o litoral brasileiro.
em maio de 1503 - desferrou de Portugal com destino ao Povoando, protegendo e desenvolvendo a colônia, seria
Brasil a primeira frota, composta de seis navios sob o pre- mais difícil de perdê-la para outros países. Assim, chegou
sumível comando pessoal de Fernando de Noronha tendo ao Brasil a expedição chefiada por Martim Afonso de Souza
aportado em 24 de junho de 1503 a uma ilha até então com as funções de estabelecer núcleos de povoamento no
desconhecida, que inicialmente recebeu o nome de São litoral, explorar metais preciosos e proteger o território de
João, mais tarde trocado para “Fernando de Noronha” em invasores. Teve início assim a efetiva colonização do Brasil.
reconhecimento aos méritos do seu descobridor, a quem  Nomeado capitão-mor pelo rei, cabia também à Mar-
acabou sendo doada pelo rei em 1504. tim Afonso de Souza nomear funcionários e distribuir ses-
Nesse ano de 1504, os navios de Fernando de Noronha marias (lotes de terras) à portugueses que quisessem parti-
voltaram para Portugal com enorme carregamento de pau- cipar deste novo empreendimento português.
-brasil (também chamado “madeira judaica”), artigo então A colonização do Brasil teve início em 1530 e passou
grandemente procurado nos mercados europeus para as por fases (ciclos) relacionadas à exploração, produção e co-
indústrias de corantes. mercialização de um determinado produto.
Tão intenso se tornou o comércio do pau-brasil durante Vale ressaltar que a colonização do Brasil não foi pací-
o arrendamento do Brasil e Fernando de Noronha - expor- fica, pois teve como características principais a exploração
tavam-se nada menos de 20.000 quintais por ano - e de tal territorial, uso de mão-de-obra escrava (indígena e africa-
importância econômica ele se revestiu, que deu origem à na), utilização de violência para conter movimentos sociais
denominação de “ciclo do pau-brasil”, sob a qual é conhe- e apropriação de terras indígenas.
cido aquele período, além de ter determinado a adoção
do nome definitivo da terra - brasil, em substituição ao de O conceito mais sintético que podemos explorar é o
Santa Cruz (ou ainda Terra dos Papagaios), como era antes que define como Regime Colonial, uma estrutura econô-
designada. mica mercantilista que concentra um conjunto de relações
Outras expedições ao litoral brasileiro podem ter ocor- entre metrópoles e colônias. O fim último deste sistema
rido, já que desde 1504 são assinaladas atividades de cor- consistia em proporcionar às metrópoles um fluxo econô-
sários. Holanda, em Raízes do Brasil, cita o capitão francês mico favorável que adviesse das atividades desenvolvidas
Paulmier de Gonneville, de Honfleur, que permaneceu seis na colônia.
meses do litoral de Santa Catarina. A atividade de navega- Neste sentido a economia colonial surgia como com-
dores não-portugueses se inspirava doutrina da liberdade plementar da economia metropolitana europeia, de forma
dos mares, expressada por Hugo Grotius em Mare liberum, que permitisse à metrópole enriquecer cada vez mais para
base da reação européia contra Espanha e Portugal, geran- fazer frente às demais nações europeias.
do pirataria alargada pelos mares do planeta. De forma simplificada, o Pacto ou Sistema Colonial de-
finia uma série de considerações que prevaleceriam sobre
PERÍODO COLONIAL quaisquer outras vigentes. A colônia só podia comercializar
com a metrópole, fornecer-lhe o que necessitasse e dela
Embora os portugueses tenham chegado ao Brasil em comprar os produtos manufaturados. Era proibido na co-
1500, o processo de colonização do nosso país teve início lônia o estabelecimento de qualquer tipo de manufatura
somente em 1530. Nestes trinta primeiros anos, os portu- que pudesse vir a concorrer com a produção da metrópole.
gueses enviaram para as terras brasileiras algumas expedi- Qualquer transação comercial fora dessa norma era consi-
HISTÓRIA DO BRASIL

ções com objetivos de reconhecimento territorial e cons- derada contrabando, sendo reprimido de acordo com a lei
trução de feitorais para a exploração do pau-brasil. Estes portuguesa.
primeiros portugueses que vieram para cá circularam ape- A economia colonial era organizada com o objetivo de
nas em territórios litorâneos. Ficavam alguns dias ou meses permitir a acumulação primitiva de capitais na metrópole.
e logo retornavam para Portugal. Como não construíram O mecanismo que tornava isso possível era o exclusivismo
residências, ou seja, não se fixaram no território, não houve nas relações comerciais ou monopólio, gerador de lucros
colonização nesta época. adicionais (sobre-lucro).

3
As relações comerciais estabelecidas eram: a metrópole Traficantes portugueses aportavam no Brasil onde ad-
venderia seus produtos o mais caro possível para a colô- quiriam fumo e aguardente (geribita), daí partiam para An-
nia e deveria comprar pelos mais baixos preços possíveis a gola e Luanda onde negociariam estes produtos em troca
produção colonial, gerando assim o sobre-lucro. de cativos. A cachaça era produzida principalmente em
Fernando Novais em seu livro Portugal e Brasil na crise Pernambuco, na Bahia e no Rio de Janeiro; o fumo era pro-
do Antigo Sistema Colonial ressalta o papel fundamental duzido principalmente na Bahia. A importância destes pro-
do comércio para a existência dos impérios ultramarinos: dutos se dá em torno do seu papel central nas estratégias
O comércio foi de fato o nervo da colonização do Anti- de negociação para a transação de escravos nos sertões
go Regime, isto é, para incrementar as atividades mercantis africanos.
processava-se a ocupação, povoamento e valorização das A geribita tinha diversos atributos que a tornavam im-
novas áreas. E aqui ressalta de novo o sentido que indicamos batível em relação aos outros produtos trocados por escra-
antes da colonização da época Moderna; indo em curso na vos. A cachaça é considerada um subproduto da produção
Europa a expansão da economia de mercado, com a mer- açucareira e por isso apresentava uma grande vantagem
cantilização crescente dos vários setores produtivos antes à devido ao baixíssimo custo de produção, lucravam os do-
margem da circulação de mercadorias – a produção colo- nos de engenho que produziam a cachaça e os traficantes
nial, isto é, a produção de núcleos criados na periferia de portugueses que fariam a troca por cativos na África, além
centros dinâmicos europeus para estimulá-los, era uma pro- é claro do elevado teor alcoólico da bebida (em torno de
dução mercantil, ligada às grandes linhas do tráfico inter- 60%) que a tornava altamente popular entre seus consu-
nacional. Só isso já indicaria o sentido da colonização como midores.
peça estimuladora do capitalismo mercantil, mas o comércio O interessante de se observar é que do ponto de vis-
colonial era mais o comércio exclusivo da metrópole, gera- ta do controle do tráfico, o efeito mais importante das
dor de super-lucros, o que completa aquela caracterização. geribitas foi transferi-lo para os comerciantes brasileiros.
Para que este sistema pudesse funcionar era necessá- Os brasileiros acabaram usando a cachaça para quebrar o
rio que existissem formas de exploração do trabalho que monopólio dos comerciantes metropolitanos que em sua
permitissem a concentração de renda nas mãos da clas- maioria preferia comercializar usando o vinho português
se dominante colonial, a estrutura escravista permitia esta como elemento de troca por cativos. Pode-se perceber que
acumulação de renda em alto grau: quando a maior parte o Pacto Colonial acabou envolvendo teias de relações bem
do excedente seguia ruma à metrópole, uma parte do ex- mais complexas que a dicotomia Metrópole-Colônia, o co-
cedente gerado permanecia na colônia permitindo a conti- mércio intercolonial também existiu, talvez de forma mais
nuidade do processo. frequente do que se imagina. Na questão das manufaturas
Importante ressaltar que as colônias encontravam-se as coisas se complicavam um pouco, mas não podemos
inteiramente à mercê de impulsos provenientes da me- esquecer do intenso contrabando que ocorria no período.
trópole, e não podiam auto estimular-se economicamente. A
economia agro-exportadora de açúcar brasileira atendeu aos 3. Despotismo esclarecido em Portugal.
estímulos do centro econômico dominante. Este sistema co-
lonial mercantilista ao funcionar plenamente acabou criando Na esfera política, a formação do Estado absolutista
as condições de sua própria crise e de sua superação. correspondeu a uma necessidade de centralização do po-
der nas mãos dos reis, para controlar a grande massa de
Neste ponto é interessante registrar a opinião de Ciro
camponeses e adequar-se ao surgimento da burguesia.
Flamarion Cardoso e Héctor P. Buiquióli:
O despotismo esclarecido foi uma forma de Estado Ab-
O processo de acumulação prévia de capitais de fato não
solutista que predominou em alguns países europeus no
se limita à exploração colonial em todas as suas formas; seus
século XVIII. Filósofos iluministas, como Voltaire, defen-
aspectos decisivos de expropriação e proletarização se dão
diam a ideia de um regime monárquico no qual o sobera-
na própria Europa, em um ambiente histórico global ao qual
no, esclarecido pelos filósofos, governaria apoiando-se no
por certo não é indiferente à presença dos impérios ultra-
marinos. A superação histórica da fase da acumulação pré- povo contra os aristocratas. Esse monarca acabaria com os
via de capitais foi, justamente o surgimento do capitalismo privilégios injustos da nobreza e do clero e, defendendo o
como modo de produção. direito natural, tornaria todos os habitantes do país iguais
perante a lei. Em países onde, o desenvolvimento econô-
2. A relação Brasil-África na época do Sistema Colo- mico capitalista estava atrasado, essa teoria inspirou o des-
nial Português. potismo esclarecido.
Os déspotas procuravam adequar seus países aos no-
A princípio parece fácil descrever as relações econômi- vos tempos e às novas odeias que se desenvolviam na
HISTÓRIA DO BRASIL

cas entre metrópole e colônia, mas devemos entender que Europa. Embora tenham feito uma leitura um pouco dife-
o Sistema Colonial se trata de uma teia de relações comer- renciada dos ideais iluministas, com certeza diminuíram os
ciais bem mais complexa e nem sempre fácil de identificar. privilégios considerados mais odiosos da nobreza e do cle-
Os portugueses detinham o controle do tráfico de es- ro, mas ao invés de um governo apoiado no “povo” vimos
cravos entre a África e o Brasil, estabelecia-se uma estrutu- um governo apoiado na classe burguesa que crescia e se
ra de comércio que foge um pouco ao modelo apresenta- afirmava.
do anteriormente.

4
Em Portugal, o jovem rei D. José I “entregou” a árdua 5. Governo Geral 
tarefa de modernizar o país nas mãos de seu principal mi-
nistro, o Marquês de Pombal. Sendo um leitor ávido dos Respondendo ao fracasso do sistema das capitanias
filósofos iluministas e dos economistas ingleses, o marquês hereditárias, o governo português realizou a centralização
estabeleceu algumas metas que ele acreditava serem capa- da administração colonial com a criação do governo-geral,
zes de levar Portugal a alinhar-se com os países modernos em 1548. Entre as justificativas mais comuns para que esse
e superar sua crise econômica. primeiro sistema viesse a entrar em colapso, podemos des-
A primeira atitude foi fortalecer o poder do rei, comba- tacar o isolamento entre as capitanias, a falta de interesse
tendo os privilégios jurídicos da nobreza e econômicos do ou experiência administrativa e a própria resistência contra
clero (principalmente da Companhia de Jesus). Na tentati- a ocupação territorial oferecida pelos índios.
va de modernizar o país, o marquês teve de acabar com a Em vias gerais, o governador-geral deveria viabilizar a
intolerância religiosa e o poder da inquisição a fim de de- criação de novos engenhos, a integração dos indígenas
senvolver a educação e o pensamento literário e científico. com os centros de colonização, o combate do comércio ile-
Economicamente houve um aumento da exploração gal, construir embarcações, defender os colonos e realizar
colonial visando libertar Portugal da dependência econô- a busca por metais preciosos. Mesmo que centralizadora,
mica inglesa. O Marquês de Pombal aumentou a vigilância essa experiência não determinou que o governador cum-
nas colônias e combateu ainda mais o contrabando. Houve prisse todas essas tarefas por si só. De tal modo, o gover-
a instalação de uma maior centralização política na colônia, no-geral trouxe a criação de novos cargos administrativos.
com a extinção das Capitanias hereditárias que acabou di- O ouvidor-mor era o funcionário responsável pela re-
minuindo a excessiva autonomia local. solução de todos os problemas de natureza judiciária e o
cumprimento das leis vigentes. O chamado provedor-mor
4. Capitanias Hereditárias estabelecia os seus trabalhos na organização dos gastos ad-
ministrativos e na arrecadação dos impostos cobrados. Além
As Capitanias hereditárias foi um sistema de administração destas duas autoridades, o capitão-mor desenvolvia ações
territorial criado pelo rei de Portugal, D. João III, em 1534. Este
militares de defesa que estavam, principalmente, ligadas ao
sistema consistia em dividir o território brasileiro em grandes
combate dos invasores estrangeiros e ao ataque dos nativos.
faixas e entregar a administração para particulares (principal-
Na maioria dos casos, as ações a serem desenvolvidas pelo
mente nobres com relações com a Coroa Portuguesa).
governo-geral estavam subordinadas a um tipo de documen-
 Este sistema foi criado pelo rei de Portugal com o ob-
to oficial da Coroa Portuguesa, conhecido como regimento. A
jetivo de colonizar o Brasil, evitando assim invasões estran-
metrópole expedia ordens comprometidas com o aprimora-
geiras. Ganharam o nome de Capitanias Hereditárias, pois
mento das atividades fiscais e o estímulo da economia colonial.
eram transmitidas de pai para filho (de forma hereditária).
 Estas pessoas que recebiam a concessão de uma ca- Mesmo com a forte preocupação com o lucro e o desenvolvi-
pitania eram conhecidas como donatários. Tinham como mento, a Coroa foi alvo de ações ilegais em que funcionários da
missão colonizar, proteger e administrar o território. Por administração subvertiam as leis em benefício próprio.
outro lado, tinham o direito de explorar os recursos natu- Entre os anos de 1572 e 1578, o rei D. Sebastião buscou
rais (madeira, animais, minérios). aprimorar o sistema de Governo Geral realizando a divisão
 O sistema não funcionou muito bem. Apenas as capita- do mesmo em duas partes. Um ao norte, com capital na
nias de São Vicente e Pernambuco deram certo. Podemos cidade de Salvador, e outro ao sul, com uma sede no Rio
citar como motivos do fracasso: a grande extensão territo- de Janeiro. Nesse tempo, os resultados pouco satisfatórios
rial para administrar (e suas obrigações), falta de recursos acabaram promovendo a reunificação administrativa com o
econômicos e os constantes ataques indígenas. retorno da sede a Salvador. No ano de 1621, um novo tipo
  de divisão foi organizado com a criação do Estado do Brasil
O sistema de Capitanias Hereditárias vigorou até o ano e do Estado do Maranhão.
de 1759, quando foi extinto pelo Marquês de Pombal. Ao contrário do que se possa imaginar, o sistema de
  capitanias hereditárias não foi prontamente descartado
Capitanias Hereditárias criadas no século XVI: com a organização do governo-geral. No ano de 1759, a
 Capitania do Maranhão capitania de São Vicente foi a última a ser destituída pela
 Capitania do Ceará ação oficial do governo português. Com isso, observamos
 Capitania do Rio Grande que essas formas de organização administrativa convive-
 Capitania de Itamaracá ram durante um bom tempo na colônia.
 Capitania de Pernambuco
 Capitania da Baía de Todos os Santos 6. Economia e sociedade colonial
HISTÓRIA DO BRASIL

 Capitania de Ilhéus
 Capitania de Porto Seguro A colonização implantada por Portugal estava ligada
 Capitania do Espírito Santo aos interesses do sistema mercantilista, baseado na cir-
 Capitania de São Tomé culação de mercadorias. Para obter os maiores benefícios
Capitania de São Vicente desse comércio, a Metrópole controlava a colônia através
Capitania de Santo Amaro do pacto colonial, da lei da complementaridade e da impo-
Capitania de Santana   sição de monopólios sobre as riquezas coloniais.

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7. Sociedade Açucareira
FIQUE ATENTO!
Muitos pensam que a economia à época era A sociedade açucareira nordestina do Período Colonial
restrita ao Pau-Brasil, Açúcar e Mineração, no possuía as seguintes características:
entanto, vários outros produtos alimentavam o - Latifundiária.
sistema mercantilista vigorante naquela época. - Rural.
- Horizontal.
- Escravista.
- Patriarcal
- Pau-Brasil OBS. Os mascates, comerciantes itinerantes, consti-
O pau-brasil era valioso na Europa, devido à tinta aver- tuíam um pequeno grupo social.
melhada, que dele se extraía e por isso atraía para cá mui-
tos piratas contrabandistas (os brasileiros). Foi declarado - Mineração
monopólio da Coroa portuguesa, que autorizava sua ex- A mineração ocorreu, principalmente, nos atuais esta-
ploração por particulares mediante pagamento de impos- dos de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, entre o final do
tos. A exploração era muito simples: utilizava-se mão-de- século XVII e a segunda metade do século XVIII.
-obra indígena para o corte e o transporte, pagando-a com
bugigangas, tais como, miçangas, canivetes, espelhos, teci- Ouro
dos, etc. (escambo). Essa atividade predatória não contri- Havia dois tipos de exploração aurífera: ouro de fais-
buiu para fixar população na colônia, mas foi decisiva para cação (realizada nas areias dos rios e riachos, em pequena
a destruição da Mata Atlântica. quantidade, por homens livres ou escravos no dia da folga);
e ouro de lavra ou de mina (extração em grandes jazidas
- Cana-de-Açúcar feita por grande quantidade de escravos). 
O açúcar consumido na Europa era fornecido pelas ilhas A Intendência das Minas era o órgão, independente de
da Madeira, Açores e Cabo Verde (colônias portuguesas no qualquer autoridade colonial, encarregado da exploração
Atlântico), Sicília e pelo Oriente, mas a quantidade era mui- das jazidas, bem como, do policiamento, da fiscalização e
to reduzida diante da demanda. da tributação.
Animada com as perspectivas do mercado e com a ade- - Tributação: A Coroa exigia 20% dos metais preciosos
quação do clima brasileiro (quente e úmido) ao plantio, a (o Quinto) e a Capitação (imposto pago de acordo com
Coroa, para iniciar a produção açucareira, tratou de levantar o número de escravos). Mas como era muito fácil contra-
capitais em Portugal e, principalmente, junto a banqueiros bandear ouro em pó ou em pepita, em 1718 foram criadas
e comerciantes holandeses, que, aliás, foram os que mais as Casas de Fundição e todo ouro encontrado deveria ser
lucraram com o comércio do açúcar. fundido em barras.
Para que fosse economicamente viável, o plantio de Em 1750, foi criada uma taxa anual de 100 arrobas por
cana deveria ser feito em grandes extensões de terra e com ano (1500 quilos). Sempre que a taxa fixada não era al-
grande volume de mão-de-obra. Assim, a produção foi or- cançada, o governo poderia decretar a Derrama (cobran-
ganizada em sistema de plantation: latifúndios (engenhos), ça forçada dos impostos atrasados). A partir de 1762, a
escravidão (inicialmente indígena e posteriormente africa- taxa jamais foi alcançada e as “derramas” se sucederam,
na), monocultura para exportação. Para dar suporte ao em- geralmente usando de violência. Em 1789, a Derrama foi
preendimento, desenvolveu-se uma modesta agricultura suspensa devido à revolta conhecida como Inconfidência
de subsistência (mandioca, feijão, algodão, etc). Mineira.
O cultivo de cana foi iniciado em 1532, na Vila de São
Vicente, por Martim Afonso de Sousa, mas foi na Zona da Diamantes
Mata nordestina que a produção se expandiu. Em 1570, já No início a exploração era livre, desde que se pagasse o
existiam no Brasil cerca de 60 engenhos e, em fins do sé- Quinto. A fiscalização ficava por conta do Distrito Diaman-
culo XVI, esse número já havia sido duplicado, dos quais tino, cujo centro era o Arraial do Tijuco. Mas, a partir de
62 estavam localizados em Pernambuco, 36 na Bahia e os 1740, só poderia ser realizada pelo Contratador Real dos
restantes nas demais capitanias. A decadência se iniciou na Diamantes, destacando-se João Fernandes de Oliveira. Em
segunda metade do século XVII, devido à concorrência do 1771 foi criada, pelo Marquês de Pombal, a Intendência
açúcar holandês. É bom destacar que nenhuma atividade Real dos Diamantes, com o objetivo de controlar a ativi-
superou a riqueza de açúcar no Período Colonial. dade.
HISTÓRIA DO BRASIL

OBS. Apesar dos escravos serem a imensa maioria da


mão-de-obra, existiam trabalhadores brancos remunera- 8. Sociedade mineradora
dos, que ocupavam funções de destaque, mas por traba-
lharem junto aos negros, sofriam preconceito.  A sociedade mineira ou mineradora possuía as seguin-
tes características:
- Urbana.
- Escravista.
- Maior Mobilidade Social

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OBS. 9.1. As causas da interiorização do povoamento
1- Surgem novos grupos sociais, como, tropeiros, ga-
rimpeiros e mascates. 1) União Ibérica (1580-1640): a união entre Espanha
2- Alguns escravos, como Xica da Silva e Chico Rei, e Portugal por imposição da Coroa Espanhola colo-
tornaram-se muito ricos e obtiveram ascensão social. cou em desuso o Tratado de Tordesilhas, permitin-
3- É um erro achar que a população da região minera- do que expedições exploratórias partissem do lito-
dora era abastada, pois a maioria era muito pobre ral brasileiro em direção ao que antes era definido
e apenas um pequeno grupo era muito rico. Além como América Espanhola.
disso, os preços dos produtos eram mais elevados do 2) Tratado de Madri (1750): o fim da União Ibérica
que no restante do Brasil. foi marcado pela incerteza acerca dos limites entre
4- A mineração contribuiu para interiorizar a coloniza- terras portuguesas e espanholas. Alguns conflitos
ção e para criar um mercado interno na colônia. e acordos sucederam a restauração portuguesa de
1640, até que os países ibéricos admitissem o prin-
- Pecuária cípio do “uti possidetis” como critério de divisão
A criação de gado foi introduzida na época de Tomé de territorial no Tratado de Madri. O princípio legitima
Sousa, como uma atividade subsidiária à cana-de-açúcar, a posse territorial pelo seu uso, ou seja, pela sua ex-
mas como o gado destruía o canavial, sua criação foi sen- ploração. Com base nesse princípio, Portugal passou
do empurrada para o sertão, tornando-se responsável pela a ter salvo-conduto em áreas ocupadas e exploradas
interiorização da colonização do Nordeste, com grandes desde a União Ibérica por expedições com origem
fazendas e oficinas de charque, utilizando a mão-de-obra no Brasil. 
local e livre, pois o vaqueiro era pago através da “quartia- 3) Crise açucareira (séc.XVII): a crise açucareira no
ção”. Mais tarde, devido às secas devastadoras no sertão Brasil impulsionou a busca por novas riquezas no
nordestino, a região Sul passou a ser a grande produtora interior. A procura por metais preciosos, pelo ex-
de carne de charque, utilizando negros escravos. trativismo vegetal na Amazônia e por mão-de-obra
escrava indígena foram alguns dos focos principais
- Algodão das expedições exploratórias intensificadas no sécu-
A plantação de algodão se desenvolveu no Nordeste, lo XVII.
principalmente no Maranhão e tinha uma importância eco-
nômica de caráter interno, pois era utilizado para fazer rou- 9.2. As atividades exploratórias do interior
pas para a população mais pobre e para os escravos.
1) Entradas: expedições patrocinadas pela Coroa com
- Tabaco intuito de procurar metais, fundar povoados, abrir
Desenvolveu-se no Nordeste como uma atividade co- estradas etc.
mercial, escravista e exportadora, pois era utilizado, junta- 2) Bandeiras: expedições particulares que partiam de
mente com a rapadura e a aguardente, como moeda para São Vicente com o intuito de explorar riquezas no
adquirir escravos na África. interior. As bandeiras podem ser classificadas em
três tipos:
- Drogas do sertão a) Bandeiras de prospecção: procuravam metais pre-
Desde o século XVI, as Drogas do Sertão (guaraná, pi- ciosos (ouro, diamantes, esmeraldas etc);
mentas, ervas, raízes, cascas de árvores, cacau, etc.) eram b) Bandeiras de apresamento ou preação: captura-
coletadas pelos índios na Amazônia e exportadas para a vam índios no interior para vendê-los como escra-
Europa, tanto por contrabandistas, quanto por padres je- vos. Os principais alvos do apresamento indígena
suítas. Como o acesso à região era muito difícil, a floresta foram as missões jesuíticas, onde os índios já se en-
foi preservada. contravam em acentuado processo de aculturação
pela imposição de uma cultura europeia caracteriza-
9. Povoamento do interior no Período Colonial (Séc. da pelo catolicismo, pelo regime de trabalho intenso
XVII) e pela língua vernácula (português ou espanhol).
c) Bandeiras de sertanismo de contrato: expedições
Até o século XVI, com a extração de pau-brasil e a pro- contratadas por donatários, senhores de engenho
dução açucareira, o povoamento do Brasil se limitou a uma ou pela própria Coroa para o combate militar a tri-
estreita faixa territorial próximo ao litoral, em função da ve- bos indígenas rebeldes e quilombos. O exemplo
getação e do solo favoráveis a tais práticas respectivamen- mais importante foi a bandeira de Domingos Jorge
HISTÓRIA DO BRASIL

te, porem, como vimos acima, esses não eram os únicos Velho, responsável pela destruição do Quilombo de
produtos explorados, o sistema econômico exploratório Palmares. 
envolvia outras fontes, isso potencializou o povoamento
do interior.

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canavieira eliminou o pasto de muitos engenhos. A
#FicaDica expansão da pecuária para o interior de Pernambuco
seguiu a rota do Rio São Francisco até alcançar Minas
A principal diferença entre entrada e bandeira Gerais no início do século XVIII, quando a pecuária
era que a primeira era organizada pela Coroa e passou a abastecer muito mais as cidades minerado-
a segunda era de iniciativa particular. ras do que os engenhos.

10. Invasões estrangeiras


3) Monções: expedições comerciais que partiam de São
Paulo para abastecer as áreas de mineração do in-
Durante os séculos XVI e XVII, o Brasil sofreu saques,
terior.
ataques e ocupações de países europeus. Estes ataques
ocorreram na região litorânea e eram organizados por cor-
4) Missões jesuíticas: arrebanhavam índios de várias
sários ou governantes europeus. Tinham como objetivos
tribos, principalmente daquelas já desmanteladas
o saque de recursos naturais ou até mesmo o domínio de
pela ação das bandeiras de apresamento. Os índios
determinadas regiões. Ingleses, franceses e holandeses fo-
eram reunidos em aldeamentos chefiados pelos pa-
ram os povos que mais participaram destas invasões nos
dres jesuítas, que impunham a esses índios uma dura
primeiros séculos da História do Brasil Colonial.
disciplina marcada pelo regime de intenso trabalho e
 
educação voltada à catequização indígena. As prin-
- Invasões francesas
cipais missões jesuíticas portuguesas se concentra-
Comandados pelo almirante francês Nicolas Villegaig-
vam na Amazônia e tinham como base econômica a
non, os franceses fundaram a França Antártica no Rio de
extração e a comercialização das chamadas “drogas
Janeiro, em 1555. Foram expulsos pelos portugueses, com
do sertão”, isto é, especiarias da Amazônia como o
a ajuda de tribos indígenas do litoral, somente em 1567.
cacau e a baunilha. As principais missões espanholas
Em 1612, sob o comando do capitão da marinha fran-
em áreas atualmente brasileiras se situavam no sul,
cesa Daniel de La Touche, os franceses fundaram a cidade
com destaque para o Rio Grande do Sul, onde hoje
de São Luis (Maranhão), criando a França Equinocial. Foram
figura um importante patrimônio arquitetônico na
expulsos três anos depois.
região de Sete Povos das Missões. A base econô-
Entre os anos de 1710 e 1711, os franceses tentaram
mica dessas missões era a pecuária, favorecida pelas
novamente, mas sem sucesso, invadir e ocupar o Rio de
gramíneas dos Pampas.
Janeiro.
 
5) Mineração: atividade concentrada no interior, inclu-
- Invasões holandesas
sive em áreas situadas além dos antigos limites de
As cidades do Rio de Janeiro, Salvador e Santos foram
Tordesilhas, como as minas de Goiás e Mato Grosso.
atacadas pelos holandeses no ano de 1599.
A mineração nessas áreas, principalmente em Minas
Em 1603 foi a vez da Bahia ser atacada pelos holande-
Gerais, provocou nas primeiras décadas do século
ses. Com a ajuda dos espanhóis, os portugueses expulsam
XVIII um decréscimo populacional em Portugal em
os holandeses da Bahia em 1625.
função do intenso povoamento dessas áreas minera-
Em 1630 tem início o maior processo de invasão estran-
doras do interior.
geira no Brasil. Os holandeses invadem a região do litoral
de Pernambuco.
6) Tropeirismo: era o comércio com vistas ao abaste-
Entre 1630 e 1641, os holandeses ocupam áreas no lito-
cimento das cidades mineradoras de Minas Gerais.
ral do Maranhão, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte.
Os tropeiros conduziam verdadeiras tropas de gado
O Conde holandês Maurício de Nassau chegou em Per-
do Rio Grande do Sul até a feira de Sorocaba, em
nambuco, em 1637, com o objetivo de organizar e adminis-
São Paulo. Daí, os tropeiros partiam para os pólos
trar as áreas invadidas. 
mineradores de Minas Gerais. Além de venderem
Em 1644 começou uma forte reação para expulsar os
gado (vacum e muar principalmente) nessas áreas,
holandeses do Nordeste. Em 1645 teve início a Insurreição
os tropeiros também transportavam e vendiam man-
Pernambucana.
timentos no lombo do gado. Ao longo do “Caminho
As tropas holandesas foram vencidas, em 1648, na fa-
das Tropas” surgiram vários entrepostos de comércio
mosa e sangrenta Batalha dos Guararapes. Porém, a expul-
e pernoite dos tropeiros, os chamados “pousos de
são definitiva dos holandeses ocorreu no ano de 1654.
tropa”, que deram origem a importantes povoados
 
HISTÓRIA DO BRASIL

no interior de Santa Catarina e Paraná.


- Invasões inglesas
Em 1591, sob o comando do corsário inglês Thomas
7) Pecuária: a exclusividade do litoral para as áreas açu-
Cavendish, ingleses saquearam, invadiram e ocuparam, por
careiras, conforme determinava a Coroa no início da
quase três meses, as cidades de São Vicente e Santos.
colonização, permitiu o desenvolvimento de fazen-
das pecuaristas no interior nordestino, principalmen-
te durante a invasão holandesa, quando a expansão

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11. A crise do Sistema Colonial. brasileiras que foram antigas sedes da administração co-
lonial portuguesa acabaram conservando muitas das suas
A partir de meados do século XVIII, o sistema colonial tradicionais funções burocráticas e comerciais.
começou a enfrentar séria crise, decorrente dos efeitos da Geralmente explica-se o decréscimo populacional do
transformação econômica desencadeada pela Revolução Nordeste e o conseqüente “inchamento” do Sudeste, es-
Industrial nos países mais desenvolvidos economicamente pecialmente o Rio de Janeiro pela decadência da região
da Europa. Nestes países, o capitalismo deixava o estágio algodoeira e açucareira nordestina, contrapondo-se à ex-
comercial e encaminhava-se para a etapa industrial. pansão da agricultura cafeeira e da economia industrial do
Portugal neste período se encontrava em profunda crise sul, fatores estes que explicariam pelo menos em parte a
e dependia fortemente da política econômica inglesa. Nes- grande onda de migrações internas do período.
te cenário o capitalismo industrial inglês acabou entrando Na cidade do Rio de Janeiro, nos anos iniciais do século
em choque com o colonialismo mercantilista português. XIX, houve um acentuado crescimento demográfico, im-
O principal ponto deste choque se dava em torno das pulsionado pela chegada constante de estrangeiros, princi-
principais características da economia colonial: o mono- palmente portugueses.
pólio comercial e o regime de trabalho escravista. Era ne- Outras cidades também sofreram mudanças conside-
cessária a criação de mercados livres para que os donos ráveis em suas estruturas urbanas, sofreram também um
de indústria pudessem ter um maior número de mercados considerável crescimento demográfico; respeitando-se, é
consumidores. Com relação à escravidão, o capitalismo claro, as especificidades econômicas locais.
industrial defendia o seu fim e substituição pela mão-de- As principais cidades do Brasil, Rio de Janeiro, Salvador
-obra assalariada para que se ampliasse o seu mercado e Recife constituíram-se dos principais cenários de refor-
consumidor. A abolição da escravidão no Brasil acabou se mas urbanas e da atuação dos poderes públicos com o ob-
dando de forma tardia, mas os ingleses acabaram se adap- jetivo viabilizar o ordenamento do espaço urbano.
tando à situação. Neste período as classes dominantes imperiais busca-
vam desvincular-se da imagem de atraso colonial, busca-
PERÍODO IMPERIAL va-se a ordem na sociedade e nas cidades. A vida urba-
na intensificava-se, a imponência e riqueza se traduzia na
Mudanças drásticas em todas as estruturas políticas e construção dos prédios públicos que refletiam o desejo
econômicas tiveram seu ápice com a chegada da família de ordem social. Na cidade de Salvador, os edifícios per-
rela portuguesa ao Brasil, fugindo da invasão napoleônica tencentes à administração provincial contrastavam com a
na Europa. arquitetura barroca e colonial dos estabelecimentos reli-
Protegidos por uma esquadra naval inglesa, D. João e giosos.
a corte portuguesa chegaram à Bahia em 22 de Janeiro de Difícil acreditar que todas as pessoas tivessem acesso às
1808. Um mês depois, a corte se transferiu para o Rio de melhores moradias ou desfrutassem dos confrontos pro-
Janeiro, onde instalou-se a sede do governo. porcionados pela vida na cidade. Pelo contrário, a maio-
ria da população, constituída em sua maioria de negros e
A Inglaterra acabou pressionando D. João a acabar com
mestiços, vivia no limiar da pobreza.
o monopólio comercial, sendo que em 28 de Janeiro de
Políticas de intervenção urbana se intensificaram por
1808, D. João decretou a abertura dos portos às nações
volta de 1830. Redes de esgoto, iluminação a gás, linhas de
amigas. Sendo a Inglaterra a principal beneficiária da aber-
bondes, praças, parques, construção de prédios públicos,
tura dos portos, pois pagaria menores taxas sobre seus
instalação de fábricas e políticas de saneamento e saúde
produtos no mercado brasileiro em relação às outras na-
pública passaram a integrar o cotidiano urbano.
ções, inclusive Portugal.
Na cidade surgem novas possibilidades de trabalho,
O governo de D. João foi responsável pela implanta-
novos mecanismos de sobrevivência. A população sai do
ção de diversas estruturas culturais, sociais e urbanas ine- campo em busca de melhores oportunidades e, em sua
xistentes no Brasil como: a fundação da Academia Militar maioria, acaba ocupando uma esfera marginal da vida eco-
e da Marinha; criação do ensino superior com a fundação nômica e social da cidade.
de duas escolas de Medicina; criação do Jardim Botânico; Com a nova visão sobre o espaço urbano e sobre a so-
inauguração da Biblioteca Real; fundação da imprensa Ré- ciedade acabam por surgir novos elementos reguladores
gia; criação da Academia de Belas-Artes. da conduta urbana. Neste sentido surgem os asilos para
Mas a transformação mais forte se deu na forma de se loucos, reformatórios e abrigos para pessoas da rua. O dis-
viver o espaço urbano, até então, mesmo com o ciclo de curso higienista começa a ganhar adeptos e a medicaliza-
mineração, o Brasil nunca deixara efetivamente de ser um
HISTÓRIA DO BRASIL

ção da sociedade de torna evidentemente necessária para


país rural. a elite. Prostitutas, mendigos, loucos e crianças de rua, vão
ser constantemente vigiados e reprimidos nas suas idas e
1. Urbanização e pobreza. vindas pela cidade.
A mulher acaba sofrendo ainda mais do que os outros
A intensa urbanização nas principais capitais de provín- “excluídos” da política urbana. As novas praças, ruas e pré-
cias do Império do Brasil no século XIX, não estava associa- dios não são para todos, muitas mulheres precisavam tra-
do ao desenvolvimento de grandes indústrias. As cidades

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balhar nas ruas para ajudar no sustento da família e muitas agosto de 1820. A Revolução Liberal do Porto tinha como
vezes tinham seus movimentos pela cidade impedidos pe- objetivo reestruturar a soberania política portuguesa por
las normas de conduta vigentes. A vigilância sobre o corpo, meio de uma reforma liberal que limitaria os poderes do rei
a sexualidade e sobre a mulher assumem caráter científico e reconduziria o Brasil à condição de colônia.
e caráter de importância fundamental para o bom funcio- Os revolucionários lusitanos formaram uma espécie de
namento da sociedade. Assembleia Nacional que ganhou o nome de “Cortes”. Nas
Sob o discurso da racionalidade científica e dos concei- Cortes, as principais figuras políticas lusitanas exigiam que o
tos de ordem e progresso que se desejavam implantar, os rei Dom João VI retornasse à terra natal para que legitimasse
poderes públicos procuravam transformar e modernizar as as transformações políticas em andamento. Temendo perder
cidades, além de atingir também os hábitos e costumes da sua autoridade real, D. João saiu do Brasil em 1821 e nomeou
população moldando-os, sob estruturas repressoras a uma seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil.
imagem de salubridade e modernidade. A maioria destes A medida ainda foi acompanhada pelo rombo dos co-
discursos continua, talvez com ainda mais força, durante fres brasileiros, o que deixou a nação em péssimas condi-
ções financeiras. Em meio às conturbações políticas que se
a primeira República e desta vez, com a tônica de romper
viam contrárias às intenções políticas dos lusitanos, Dom
com o “atraso” da Monarquia.
Pedro I tratou de tomar medidas em favor da população
tupiniquim. Entre suas primeiras medidas, o príncipe re-
2. Independência do Brasil gente baixou os impostos e equiparou as autoridades mili-
tares nacionais às lusitanas. Naturalmente, tais ações desa-
A independência do Brasil, enquanto processo histórico, gradaram bastante as Cortes de Portugal.
desenhou-se muito tempo antes do príncipe regente Dom Mediante as claras intenções de Dom Pedro, as Cortes
Pedro I proclamar o fim dos nossos laços coloniais às exigiram que o príncipe retornasse para Portugal e entre-
margens do rio Ipiranga. De fato, para entendermos como gasse o Brasil ao controle de uma junta administrativa for-
o Brasil se tornou uma nação independente, devemos mada pelas Cortes. A ameaça vinda de Portugal despertou
perceber como as transformações a elite econômica brasileira para o risco que as benesses
políticas, econômicas e sociais inauguradas com a econômicas conquistadas ao longo do período joanino
chegada da família da Corte Lusitana ao país abriram corriam. Dessa maneira, grandes fazendeiros e comercian-
espaço para a possibilidade da independência. tes passaram a defender a ascensão política de Dom Pedro
A chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil foi I à líder da independência brasileira.
episódio de grande importância para que possamos No final de 1821, quando as pressões das Cortes atin-
iniciar as justificativas da nossa independência. Ao pisar giram sua força máxima, os defensores da independência
em solo brasileiro, Dom João VI tratou de cumprir os organizaram um grande abaixo-assinado requerendo a
acordos firmados com a Inglaterra, que se comprometera permanência e Dom Pedro no Brasil. A demonstração de
em defender Portugal das tropas de Napoleão e escoltar apoio dada foi retribuída quando, em 9 de janeiro de 1822,
a Corte Portuguesa ao litoral brasileiro. Por isso, mesmo Dom Pedro I reafirmou sua permanência no conhecido Dia
antes de chegar à capital da colônia, o rei português do Fico. A partir desse ato público, o príncipe regente assi-
realizou a abertura dos portos brasileiros às demais nações nalou qual era seu posicionamento político.
do mundo. Logo em seguida, Dom Pedro I incorporou figuras po-
Do ponto de vista econômico, essa medida pode ser vista líticas pró-independência aos quadros administrativos de
como um primeiro “grito de independência”, onde a colônia seu governo. Entre eles estavam José Bonifácio, grande
conselheiro político de Dom Pedro e defensor de um pro-
brasileira não mais estaria atrelada ao monopólio comercial
cesso de independência conservador guiado pelas mãos
imposto pelo antigo pacto colonial. Com tal medida, os gran-
de um regime monárquico. Além disso, Dom Pedro I firmou
des produtores agrícolas e comerciantes nacionais puderam
uma resolução onde dizia que nenhuma ordem vinda de
avolumar os seus negócios e viver um tempo de prosperidade Portugal poderia ser adotada sem sua autorização prévia.
material nunca antes experimentado em toda história colo- Essa última medida de Dom Pedro I tornou sua rela-
nial. A liberdade já era sentida no bolso de nossas elites. ção política com as Cortes praticamente insustentável. Em
Para fora do campo da economia, podemos salientar setembro de 1822, a assembleia lusitana enviou um novo
como a reforma urbanística feita por Dom João VI promo- documento para o Brasil exigindo o retorno do príncipe
veu um embelezamento do Rio de Janeiro até então nunca para Portugal sob a ameaça de invasão militar, caso a exi-
antes vivida na capital da colônia, que deixou de ser uma gência não fosse imediatamente cumprida. Ao tomar co-
simples zona de exploração para ser elevada à categoria nhecimento do documento, Dom Pedro I (que estava em
de Reino Unido de Portugal e Algarves. Se a medida pres- viagem) declarou a independência do país no dia 7 de se-
tigiou os novos súditos tupiniquins, logo despertou a insa- tembro de 1822, às margens do rio Ipiranga.
HISTÓRIA DO BRASIL

tisfação dos portugueses que foram deixados à mercê da


administração de Lorde Protetor do exército inglês. 3. Primeiro Reinado
Essas medidas, tomadas até o ano de 1815, alimenta-
ram um movimento de mudanças por parte das elites lusi- O Primeiro Reinado foi a fase inicial do período mo-
tanas, que se viam abandonadas por sua antiga autoridade nárquico do Brasil após a independência. Esse período se
política. Foi nesse contexto que uma revolução constitucio- inicia com a declaração da independência por Dom Pedro I
nalista tomou conta dos quadros políticos portugueses em e se finda em 1831, com a abdicação do imperador.

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Pintura de Pedro Américo (1888) retrata a declaração da independência do Brasil.

Quando Dom Pedro I declarou a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, movido por intensa pressão das
elites portuguesas e brasileiras, o exército português, ainda fiel à lógica colonial, resistiu o quanto pôde, procurando res-
guardar os privilégios dados aos lusitanos em terras brasileiras.
A vitória das forças leais ao Imperador Pedro I contra essa resistência dão ao monarca um aumento considerável de
prestígio e poder.
Uma das primeiras iniciativas do imperador brasileiro foi criar e promulgar uma nova Constituição para o país para, ao
mesmo tempo, aumentar e consolidar seu poder político e frear iniciativas revolucionárias que já estavam acontecendo no
Brasil.
A Assembleia Constituinte formada em 1823 foi a primeira tentativa, invalidada pela falta de acordo e pela incompa-
tibilidade entre os deputados e a vontade do Imperador. Numa nova tentativa, a Constituição é promulgada em 1824, a
primeira do Brasil independente.
Essa Constituição, entre outras medidas, dava ao Imperador o poder de dissolver a Câmara e os conselhos provinciais,
manobrando, portanto, o legislativo, além de eliminar cargos quando necessário, instituir ministros e senadores com pode-
res vitalícios e indicar presidentes de comarcas. Essas medidas deixavam a maior parte do poder de decisão nas mãos do
imperador e evidenciavam um caráter despótico e autoritário de um governo que prometeu ser liberal.
Essa guinada autoritária do governo gerou novas revoltas e insuflou antigas, dando mais instabilidade ainda ao país re-
cém independente. Uma dessas revoltas foi a Confederação do Equador. Liderados por Frei Caneca, os pernambucanos re-
voltosos contra o governo foram reprimidos pelos militares, não sem antes mostrar sua insatisfação com os rumos do país.
Em 1825 o Brasil foi derrotado na guerra da Cisplatina, que transformou essa antiga parte da colônia no independente
Uruguai em 1828. Essa guerra causa danos ao país, tanto políticos quanto econômicos. Com problemas com importações,
baixa arrecadação de impostos, dificuldade na cobrança dos mesmos por causa da extensão do território e a produção
agrícola em baixa, causada por uma crise internacional, a economia brasileira tem uma queda acentuada.
Quando, em 1826, Dom João VI morre, surge um grande embate quanto a sucessão do trono português. Diante de
reivindicações de brasileiros e portugueses, Dom Pedro abdica em favor da filha, D. Maria da Glória. No entanto, seu irmão,
D. Miguel, dá um golpe de Estado e usurpa o poder da irmã.
O Imperador brasileiro então envia tropas brasileiras para solucionar o embate e restituir o poder à filha. Esse fato irrita
os brasileiros, uma vez que o Imperador está novamente priorizando os assuntos de Portugal em detrimento do Brasil. Essa
“reaproximação’ entre Portugal e Brasil incomoda e gera temor de uma nova época de dependência. Com isso, o Imperador
perde popularidade.
A tudo isso se soma o assassinato de Líbero Badaró, jornalista conhecido e desafeto do imperador. Naturalmente, as
suspeitas pelo atentado sofrido pelo jornalista recaem no governante luso-brasileiro. Esse episódio faz a aprovação do
Imperador cair ainda mais junto da população. Um momento delicado acontece quando o Imperador, em viagem a Minas
HISTÓRIA DO BRASIL

Gerais, é hostilizado pelos mineiros por conta desse assassinato. Portugueses no Rio de Janeiro imediatamente respondem
aos mineiros, se mobilizando em favor do imperador. As ruas do Rio de Janeiro testemunham momentos e atos de desor-
dem e agitação pública.
Nesse momento, duas das mais importantes categorias de sustentação do regime também retiram seu apoio. A Nobre-
za e o Exército abandonam o Imperador e tornam a situação política insustentável.
Pressionado e sem apoio político, D. Pedro I abdicou do cargo de imperador em abril de 1831, deixando o Brasil sob
comando da Regência enquanto seu filho Pedro de Alcântara, de 5 anos, atingia a maioridade.

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A partir de 1833, a situação se agrava e conflitos inter-
#FicaDica nos, muitos separatistas, eclodem pelo país. A Cabanagem,
no Pará dá início à onda. Seguem-se a Guerra dos Farrapos
Política externa no Primeiro Reinado – A no Rio Grande do Sul, a Sabinada e a Revolta dos Malês, na
aceitação da independência do Brasil foi Bahia, e a Balaiada no Maranhão.
gradual. Vale destacar o caso de Portugal, No ano de 1834, a morte de D. Pedro I altera o cená-
que só reconheceu a independência brasileira rio político. A assembleia passa a abrigar a disputa entre
após receber a indenização de 2 milhões de progressistas defensores do diálogo com os revoltosos e
libras esterlinas, paga através de empréstimo regressistas, adeptos da repressão às mesmas revoltas.
concedido ao Brasil, pela Inglaterra. Ou seja, o Um novo documento é assinado em 12 de agosto de
Brasil pagou pela independência que já havia 1834. Por esse documento, denominado “Ato Adicional”,
conquistado, o que gerou grandes dívidas conquista-se um “avanço liberal”, substituindo a Regência
externas com a Inglaterra. Trina pela Regência Una.
Os candidatos favoritos para essa eleição eram Antônio
Francisco de Paula e Holanda Cavalcanti (conservador) e
4. Período Regencial
padre Diogo Antônio Feijó (liberal). Este último venceu a
disputa por apertada margem de votos. Feijó sobe ao po-
Chamamos de período regencial o período entre a ab-
der em 1835, mas tem governo breve, deixando o poder
dicação de D. Pedro I e a posse de D. Pedro II no trono do
em 1837, ainda que eleito para o período de 4 anos, moti-
Brasil, compreendendo os anos de 1831 a 1840.
vado pelos problemas com separatistas, falta de recursos e
Com a abdicação de D Pedro I, por lei, quem assumiria
isolamento político.
o trono seria seu filho D. Pedro II. No entanto, a idade de
A Segunda Regência Una foi conservadora. Chefiada
D. Pedro II, ainda criança à época não obedecia as deter-
por Pedro de Araújo Lima que aproveita a derrocada dos li-
minações de maioridade da Constituição. Nesse sentido,
berais e se elege Regente Uno em 19 de setembro de 1837
se tornou clara a necessidade da Regência, um governo
– fortalecimento da centralização política. A disputa com os
de transição que administraria o país enquanto o impe-
liberais gera, entre outras medidas, a Lei Interpretativa do
rador ainda não tivesse idade suficiente para governas. A
Ato Adicional de 1834, que é respondida com o chamado
regência seria trina, a princípio, formada por membros da
“golpe da maioridade”.
Assembleia Geral (Senado e Câmara dos deputados). Nesse
A contenda entre liberais e conservadores traz descon-
sentido e diante da situação do país, a adoção da regência
fiança para a elite, que prefere centralizar o poder, apoian-
provisória era questão de urgência.
do a posse de D. Pedro II. Os Liberais criam o “Clube da
O período regencial foi dividido em duas partes: Re-
Maioridade” e fazem propaganda pela maioridade anteci-
gência Trina (1831 a 1834) e Regência Una (1834 a 1840).
pada de D Pedro II.
Naquele momento, a Assembleia possuía três grupos: Mo-
A opinião pública, influenciada pelos liberais, contraria
derados (maioria, representavam a elite e era defensores da
a Constituição e aprova a Declaração de Maioridade em
centralização), Restauradores (defendiam a restauração do
1840, quando D. Pedro II tem apenas 14 anos de idade.
Imperador D. Pedro I) e Exaltados (defendiam a descentra-
Após a decisão, o jogo político tem como objetivo, para
lização do poder).
conservadores e liberais, controlar D. Pedro II em proveito
A Regência Trina provisória governa de abril a julho, sendo
próprio garantindo assim seus privilégios.
composta pelos senadores José Joaquim Carneiro Campos,
representante da ala dos restauradores, Nicolau de Campos
5. Segundo Reinado
Vergueiro, representando os liberais moderados e o briga-
deiro Francisco de Lima e Silva que representava os setores O período nomeado de Segundo Reinado é segunda
mais conservadores dos militares, sobretudo no Exército. fase da história do Brasil monárquico, época em que o país
Logo, o jogo político exigiu a formação de uma Re- esteve sob a liderança de Dom Pedro II.
gência Trina Permanente. Esta foi eleita em julho de 1831 Em virtude dos sucessivos entraves e dificuldades en-
pela Assembleia Geral. Era composta pelo já integrante da frentadas por D. Pedro I para manter-se no trono do Brasil
Regência Provisória, Francisco de Lima e Silva, o deputado recém independente e, ao mesmo tempo, garantir sua in-
moderado José da Costa Carvalho e João Bráulio Muniz. fluência em Portugal, a responsabilidade de comandar o
Com isso, finda a provisoriedade da regência. Nesse go- Brasil recaiu sobre D. Pedro II, que assume o poder com
verno, como ministro da Justiça é nomeado o padre Diogo apenas 15 anos de idade.
Antônio Feijó. No ano de 1840, com apenas quinze anos de idade,
HISTÓRIA DO BRASIL

No entanto, mesmo com as mudanças, o país ainda Dom Pedro II foi lançado à condição de Imperador do Brasil
enfrenta sérios problemas de governabilidade. A oposição graças ao expresso apoio dos liberais. Nessa época, a eclo-
entre restauradores e exaltados de um lado e os regentes são de revoltas em diferente parte do território brasileiro
do outro torna o cenário político bastante delicado. Por e a clara instabilidade política possibilitou sua chegada ao
segurança contra os excessos, Diogo Feijó cria a Guarda poder. Dali em diante, ele passaria a ser a mais importante
Nacional, em 1831, arregimentando filhos de aristocratas figura política do país por praticamente cinco décadas.
em sua formação.

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Para se manter tanto tempo no trono, o governo de • Os grandes proprietários: Após a Lei Áurea ascende
Dom Pedro II teve habilidade suficiente para negociar com entre os grandes fazendeiros um clamor pela
as demandas políticas da época. De fato, tomando a mes- República, conhecidos como Republicanos de 14 de
ma origem dos partidos da época, percebeu que a divisão maio, insatisfeitos pela decisão monárquica do fim da
de poderes seria um meio eficiente para que as antigas dis- escravidão se voltam contra o regime. Os fazendeiros
putas fossem equilibradas. Não por acaso, uma das mais paulistas que já importavam mão de obra imigrante,
célebres frases de teor político dessa época concluía que também estão contrários à monarquia, pois buscam
nada poderia ser mais conservador do que um liberal no maior participação política e poder de decisão nas
poder. questões nacionais.
Esse quadro estável também deve ser atribuído à nova • A classe média urbana: As classes urbanas em
situação que a economia brasileira experimentou. O au- ascensão buscam maior participação política e
mento do consumo do café no mercado externo transfor- encontram no sistema imperial um empecilho para
mou a cafeicultura no sustentáculo fundamental da nossa alcançar maior liberdade de econômica e poder de
economia. Mediante o fortalecimento da economia, ob- decisão nas questões políticas.
servamos que o café teve grande importância para o de-
senvolvimento dos centros urbanos e nos primeiros passos BRASIL REPÚBLICA
que a economia industrial trilhou em terras brasileiras.
Vivendo seu auge entre 1850 e 1870, o regime imperial A Proclamação da República Brasileira aconteceu
entrou em declínio com o desenrolar de várias transfor- no dia 15 de novembro de 1889. Resultado de um evante
mações. O fim do tráfico negreiro, a introdução da mão político-militar que deu inicio à República Federativa Pre-
de imigrante, as contendas com militares e religiosos e a sidencialista. Fica marcada a figura de Marechal Deodoro
manutenção do escravismo foram questões fundamentais da Fonseca como responsável pela efetiva proclamação e
no abalo da monarquia. Paulatinamente, membros das eli- como primeiro Presidente da República brasileira em um
tes econômicas e intelectuais passaram a compreender a governo provisório (1889-1891).
república como um passo necessário para a modernização Marechal Deodoro da Fonseca foi herói na guerra do
das instituições políticas nacionais. Paraguai (1864-1870), comandando um dos Batalhões de
O primeiro golpe contundente contra D. Pedro II acon- Brigada Expedicionária. Sempre contrário ao movimento
teceu no ano de 1888, quando a princesa Isabel autorizou republicano e defensor da Monarquia como deixa claro em
a libertação de todos os escravos. A partir daí, o governo cartas trocadas com seu sobrinho Clodoaldo da Fonseca
perdeu o favor dos escravocratas, último pilar que susten- em 1888 afirmando que apesar de todos os seus proble-
tava a existência do poder imperial. No ano seguinte, o mas a Monarquia continuava sendo o “único sustentáculo”
acirramento nas relações entre o Exército e o Império foi do país, e a república sendo proclamada constituiria uma
suficiente para que um quase encoberto golpe militar esta- “verdadeira desgraça” por não estarem, os brasileiros, pre-
belecesse a proclamação do regime republicano no Brasil. parados para ela.

6. A crise no Império A República Federativa Brasileira nasce pelas mãos dos


militares que se veriam a partir de então como os defenso-
O ultimo gabinete ministerial do Império, o “Gabinete res da Pátria brasileira. A República foi proclamada por um
Ouro Preto”, sob a chefia do Senador pelo Partido Liberal monarquista. Deodoro da Fonseca assim como parte dos
Visconde do Ouro Preto, assim que assume em junho de militares que participaram da movimentação pelas ruas do
1889 propõe um programa de governo com reformas pro- Rio de Janeiro no dia 15 de Novembro pretendiam der-
fundas no centralismo do governo imperial. Pretendia dar rubar apenas o gabinete do Visconde de Ouro Preto. No
feição mais representativa aos moldes de uma monarquia entanto, levado ao ato da proclamação, mesmo doente,
constitucional, contemplando aos republicanos com o fim Deodoro age por acreditar que haveria represália do go-
da vitaliciedade do senado e adoção da liberdade de culto. verno monárquico com sua prisão e de Benjamin Constant,
Ouro Preto é acusado pela Câmara de estar dando inicio à devido à insurgência dos militares.
República e se defende garantindo que seu programa inu- A população das camadas sociais mais humildes obser-
tilizaria a proposta da República. Recebe críticas de seus vam atônitos os dias posteriores ao golpe republicano. A
companheiros do Partido Liberal por não discutir o proble- República não favorecia em nada aos mais pobres e tam-
ma do Federalismo. bém não contou com a participação desses na ação efetiva.
Os problemas no Império estavam em várias instâncias O Império, principalmente após a abolição da escravidão
que davam base ao trono de Dom Pedro II: tem entre essas camadas uma simpatia e mesmo uma gra-
HISTÓRIA DO BRASIL

• A Igreja Católica: Descontentamento da Igreja tidão pela libertação. Há então um empenho das classes
Católica frente ao Padroado exercido por D. Pedro II ativamente participativas da República recém-fundada para
que interferia em demasia nas decisões eclesiásticas. apagar os vestígios da monarquia no Brasil, construir heróis
• O Exército: Descontentamento dos oficiais de baixo republicanos e símbolos que garantissem que a sociedade
escalão do Exército Brasileiro pela determinação de D. brasileira se identificasse com o novo modelo Republicano
Pedro II que os impedia de manifestar publicamente Federalista.
nos periódicos suas críticas à monarquia.

13
1. A Maçonaria e o Positivismo Deodoro não deixa de declarar seu apoio ao Imperador e
grita “«Viva Sua Majestade, o Imperador!», esse momento
O Governo Republicano Provisório foi ocupado por será lembrado posteriormente como o momento da Pro-
Marechal Deodoro da Fonseca como Presidente, Marechal clamação da República.
Floriano Peixoto como vice-presidente e como ministros: O primeiro momento da República brasileira é marcada
Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Cam- pelo autoritarismo militar, visto que são esses que ficam
pos Sales, Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro e o Almirante responsáveis por manter a ordem e garantir a estabilidade
Eduardo Wandenkolk, todos os presentes na nata gestora para o novo sistema que vislumbram para o Brasil. Através
da República eram membros regulares da Maçonaria Brasi- do princípio Liberal havia chances de que a partir desse
leira. A Maçonaria e os maçons permanecem presentes en- momento um novo pacto social se estabelecesse no Brasil,
tre as lideranças brasileiras desde a Independência, aliados com participação ampla das camadas populares, mas isso
aos ideais da filosofia Positivista, unem-se na formação do não ocorre.
Estado Republicano, principalmente no que tange o Direito. O que acontece é a conservação e até o aumento da
A filosofia Positivista de Auguste Comte esteve presente exclusão social mediante ações influenciadas pelo pensa-
principalmente na construção dos símbolos da República. mento positivista onde militares acreditavam que com au-
Desde a produção da Bandeira Republicana com sua frase toritarismo poderiam manter a ordem e levar o Brasil ao
que transborda a essência da filosofia Comteana “Ordem e progresso, ideais do Positivismo.
Progresso”, ou no uso dos símbolos como um aparato re- Três mandatos marcam a República da Espada: o pri-
ligioso à religião republicana. Positivistas Ortodoxos como meiro, Governo Provisório de Deodoro da Fonseca que faz
Miguel Lemos e Teixeira Mendes foram os principais ati- a transição e sai garantindo a primeira eleição de forma in-
vistas, usando das alegorias femininas e o mito do herói direta, apesar do dispositivo da Constituição de 1891 pre-
para fortalecer entre toda a população a crença e o amor ver eleições diretas. Eleito sem participação popular pelo
pela República. Esses Positivistas Ortodoxos acreditavam Congresso Nacional Deodoro da Fonseca assume então
tão plenamente em sua missão política de fortalecimento com vice Marechal Floriano Peixoto.
da República que apesar de ridicularizados por seus oposi- Deodoro, no entanto, pretende manter o controle da
tores não esmorecem e seguem fortalecendo o imaginário República e fecha o Congresso, a fim de garantir seus po-
republicano com seus símbolos, mitos e alegorias. deres frente à “Lei de Responsabilidade”, anteriormente
A nova organização brasileira pouco ou nada muda nas aprovada pelo congresso devido à crise econômica. Dá ini-
formas de controle social, nem mesmo há mudanças na cio então a um governo ditatorial que é precipitado pela
pirâmide econômica, onde se agrupam na base o motor da ameaça de bombardeio da Cidade do Rio de Janeiro feito
economia, e onde estão presentes os extratos mais pobres pelos líderes da Revolta da Armada (conflito fomentado
da sociedade, constituída principalmente por ex-escraviza- pela Marinha Brasileira).
dos e seus descendentes. Já nas camadas mais altas dessa Frente a Revolta da Armada Deodoro renuncia em favor
pirâmide econômica organizam-se oligarquias locais que de seu, Floriano Peixoto, que mantém um regime linha dura
assumem o poder da máquina pública gerenciando os pro- contra opositores. Realiza uma verdadeira campanha de
jetos locais e nacionais sempre em prol do extrato social ao combate aos revoltosos da Segunda Revolta da Armada, as-
qual pertencem. Não há uma revolução, ou mesmo gran- sim como aos revoltosos Federalistas no Rio Grande do Sul,
des mudanças com a Proclamação da República, o que há recebe a alcunha de “Marechal de Ferro” devido essas ações.
de imediato é a abertura da política aos homens enriqueci-
dos, principalmente pela agricultura. Enquanto o poder da No entanto, a República da Espada chegava ao fim após
maquina pública no Império estava concentrado na figura realizar uma transição necessária aos interesses das elites,
do Imperador, que administrava de maneira centralizadora pacificaram e garantiram a ordem para que assumissem o
as decisões políticas, na República abre-se espaço de deci- comando aqueles que viriam a se estabelecer, não apenas
são para a classe enriquecida que carecia desse poder de como elite econômica, mas também como lideranças polí-
decisão política. ticas no cenário republicano. Os militares deixam a política
ainda com sentimento de guardiões da República (serão
2. Republica das espadas e republica oligárquica chamados ao ofício da garantia da Ordem diversas vezes
no decorrer da história republicana brasileira). Mas o sis-
A República brasileira proclamada em novembro de tema Liberal proposto em teoria pelas elites vitoriosas se-
1889 nasce de um golpe militar realizado de maneira pa- guiria, e a partir de 1894 a República deixaria de ser um
cífica pela não resistência do Imperador D. Pedro II que sai aparato ideológico para tornar-se instrumento de poder
sem grandes problemas e se exila na Europa. nas mãos das Oligarquias.
HISTÓRIA DO BRASIL

Marechal Deodoro da Fonseca é quem ocupa a presi-


dência da República em um governo provisório. Deodo- 3. Republica Oligarquica
ro era declaradamente monarquista, amigo de D. Pedro II,
mas por acreditar que haveria uma retaliação do Império Com a proclamação da República, em 1889, inaugurou-
contra a movimentação insurgente do exército contra o -se um novo período na história política do Brasil: o poder
Gabinete do Visconde de Ouro Preto, resolve apoiar a cau- político passou a ser controlado pelas oligarquias rurais,
sa. Ao ser chamado frente as tropas insurgentes, Marechal principalmente as oligarquias cafeeiras. Entretanto, o con-

14
trole político exercido pelas oligarquias não aconteceu logo café fizeram com que o preço do produto sofresse uma re-
em seguida à proclamação da República – os dois primei- dução acentuada, o que ocasionou a maior crise financeira
ros governos (1889-1894) corresponderam à chamada Re- brasileira durante a Primeira República.
pública da Espada, ou seja, o Brasil esteve sob o comando Na Revolução de 1930, Getúlio Vargas assumiu o po-
do exército. Marechal Deodoro da Fonseca liderou o país der após um golpe político que liderou juntamente com
durante o Governo Provisório (1889-1891). Após a saída de os militares brasileiros. Os motivos do golpe foram as elei-
Deodoro, o Marechal Floriano Peixoto esteve à frente do ções manipuladas para presidência da República, as quais
governo brasileiro até 1894. o candidato paulista Júlio Prestes havia ganhado, de forma
No ano de 1894, os grupos oligárquicos, principalmente obscura, em relação ao outro candidato, o gaúcho Getúlio
a oligarquia cafeeira paulista, estavam articulando para as- Vargas, que, não aceitando a situação posta, efetivou o gol-
sumir o poder e controlar a República. Os paulistas apoia- pe político, acabando de vez com a República Oligárquica e
ram Floriano Peixoto. Dessa aliança surgiu o candidato com a supremacia política da oligarquia paulista e mineira.
eleito nas eleições de março de 1894, Prudente de Morais,
filiado ao Partido Republicano Paulista (PRP). A partir de
MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL
então, o poder político brasileiro ficou restrito às oligar-
Do período colonial à república, conheça principais re-
quias agrárias paulista e mineira, de 1894 a 1930, período
voltas econômicas e sociais ao longo de cinco séculos de
conhecido como República Oligárquica. Assim, o domínio
história. 
político presidencial durante esse intervalo de tempo pre-
valeceu entre São Paulo e Minas Gerais, efetivando a políti-
ca do café-com-leite.
Durante o governo do presidente Campo Sales (1898-
#FicaDica
1902), a República Oligárquica efetivou o que marcou fun- A seguir veremos os movimentos que marcaram
damentalmente a Primeira República: a chamada política nossa história. Vale, portanto, ressaltar,
dos governadores, que se baseava nos acordos e alianças que dentre esses movimentos é necessário
entre o presidente da República e os governadores de es- diferenciar a essência que os causou.
tado, que foram denominados Presidentes de estado. Estes Os movimentos a seguir ou eram nativistas ou
sempre apoiariam os candidatos fiéis ao governo federal; emancipacionistas.
em troca, o governo federal nunca interferiria nas eleições Nativistas: representa movimentos de defesa
locais (estaduais). da terra, sem qualquer caráter separatista.
Mas, afinal, como era efetivado o apoio aos candidatos Emancipacionistas: eram mais radicais e
à presidência da República do governo federal pelos go- pretendiam, de fato, separar o Brasil de Portugal,
vernadores dos estados? Esse apoio ficou conhecido como criando um governo próprio e soberano, sem
coronelismo: o título de coronel surgiu no período impe- interferência externa de qualquer natureza.
rial, mas com a proclamação da República os coronéis con-
tinuaram com o prestígio social, político e econômico que
exerciam nas vizinhanças das localidades de suas proprie- Na historiografia brasileira, dentro dos movimentos que
dades rurais. Eles eram os chefes políticos locais e exerciam ocorreram, temos aqueles que foram chamados de movi-
o mandonismo sobre a população. mentos nativistas, que representa o conjunto de revoltas
Os coronéis sempre exerceram a política de troca de populares que tinham como objetivo o protesto em relação
favores, mantinham sob sua proteção uma enorme quanti- a uma ou mais condições negativas da realidade da admi-
dade de afilhados políticos, em troca de obediência rígida. nistração colonial portuguesa no Brasil. Em retrospectiva,
tais revoltas também foram importantes em um âmbito
Geralmente, sob a tutela dos coronéis, os afilhados eram
maior. Apesar de constituírem movimentos exclusivamente
as principais articulações políticas. Nas áreas próximas à
locais, que não visavam em um primeiro momento a sepa-
sua propriedade rural, o coronel controlava todos os votos
ração política, o seu protesto contra algum abuso do pac-
eleitorais a seu favor (esses locais ficaram conhecidos como
to colonial contribuiu para a construção do sentimento de
“currais eleitorais”). nacionalidade em meio a tais comunidades. As principais
Nos momentos de eleições, todos os afilhados (depen- revoltas ocorrem entre meados do século XVII e começo
dentes) dos coronéis votavam no candidato que o seu pa- do século XVIII, quando Portugal perdeu sua influência na
drinho (coronel) apoiava. Esse controle dos votos políticos Ásia, e passou a cobrir os gastos da Coroa na metrópole
ficou conhecido como voto de cabresto, presente durante com a receita obtida do Brasil. A sempre crescente cobran-
HISTÓRIA DO BRASIL

toda a Primeira República, e foi o que manteve as oligar- ça de impostos, a criação frequente de novos tributos e o
quias rurais no poder. abuso dos comerciantes portugueses na fixação de preços
Durante a Primeira República, o mercado tinha o caráter começam a gerar insatisfação entre a elite agrária da co-
agroexportador e o principal produto da economia brasi- lônia.
leira era o café. No ano de 1929, com a queda da Bolsa de Este é o ambiente propício para o nascimento dos cha-
Valores de Nova York, a economia cafeeira brasileira en- mados movimentos nativistas, onde surgem a contestação
frentou uma enorme crise, pois as grandes estocagens de de aspectos do colonialismo e primeiros conflitos de inte-

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resses entre os senhores do Brasil e os de Portugal. Entre os do de Minas Gerais, no Brasil. O conflito contrapôs os
movimentos de destaque estão a revolta dos Beckman, no desbravadores vicentinos e os forasteiros que vieram
Maranhão (1684); a Guerra dos Emboabas, em Minas Ge- depois da descoberta das minas.
rais (1708), a Guerra dos Mascates, em Pernambuco (1710)
e a Revolta de Felipe dos Santos em Minas Gerais (1720).  Em 1710 – Guerra dos Mascates
Mas é a Insurreição Pernambucana (1645-54) onde se A “Guerra dos Mascates” foi um confronto armado
localiza o marco inicial destes movimentos. ocorrido na Capitania de Pernambuco, entre os
anos de 1709 e 1714, envolvendo os grandes senho-
Vamos ver um pouco mais sobre esses movimentos. res de engenho de Olinda e os comerciantes por-
tugueses do Recife, pejorativamente denominados
 Em 1562 - Confederação dos Tamoios como “mascates”, devido sua profissão.
A primeira rebelião de que se tem notícia foi uma re- Não obstante, apesar do sentimento autonomista e an-
volta de uma coligação de tribos indígenas - com o tilusitano dos pernambucanos de Olinda, que che-
apoio dos franceses que haviam fundado a França garam até mesmo a propor que a cidade se tornasse
Antártica - contra os portugueses. O movimento foi uma República independente, este não foi um movi-
pacificado pelos padres jesuítas Manuel da Nóbrega mento separatista.
e José de Anchieta. Contudo, não há consenso em afirmar que seja um mo-
vimento nativista, uma vez que os “mascates” envol-
 Em 1645 - Insurreição Pernambucana vidos na disputa eram predominantemente comer-
Revolta da população nordestina (a partir de 1645) con- ciantes portugueses.
tra o domínio holandês. Sob iniciativa dos senhores
de engenho, os colonos foram mobilizados para lu-  Em 1720 - Revolta de Filipe dos Santos
tarem. As batalhas das Tabocas e de Guararapes en- Movimento social que ocorreu em 1720, em Vila Rica
fraqueceram o poderio dos invasores europeus. Até (atual Ouro Preto), contra a exploração do ouro e co-
que, na batalha de Campina de Taborda, em 1654, brança extorsiva de impostos da metrópole sobre a
os holandeses foram derrotados e expulsos do País. colônia. A revolta contou com cerca de dois mil po-
É considerada o marco inicial dos movimentos nativis- pulares, que pegaram em armas e ocuparam pontos
tas. Iniciada logo após a campanha pela expulsão da cidade. A coroa portuguesa reagiu e o líder, Filipe
dos invasores holandeses, e de sua poderosa Com- dos Santos Freire, acabou enforcado.
panhia das Índias Ocidentais, é ali que pela primeira
vez que se registrou a divergência entre os interesses 1. Movimentos emancipacionistas
dos colonos e os pretendidos pela Metrópole. Os ha-
bitantes de Pernambuco começaram a desenvolver a A partir da segunda metade do século XVIII, com os
noção de que a própria colônia conseguiria adminis- desdobramentos das revoltas na França e Estados Unidos,
trar seus próprios destinos, até por que eles conse- e os conceitos do Iluminismo penetrando em meio à socie-
guiram expulsar os invasores praticamente sozinhos, dade brasileira, os descontentamentos vão se avoluman-
num esforço que reuniu negros escravos, brancos e do e a metrópole portuguesa parece insensível a qualquer
indígenas lutando juntos, com um punhado de ofi- protesto. Assim, os movimentos nativistas passarão a incor-
ciais lusitanos nos altos postos de comando. porar em seu ideal a busca pela independência, ainda que
somente da região dos revoltosos, pois a noção de um país
 Em 1682 - Guerra dos Bárbaros reunindo todas as colônias portuguesas na América era
Foram disputas intermitentes entre os índios cariris, algo impensado. O mais conhecido em meio a estes movi-
que ocupavam extensas áreas no Nordeste, contra mentos é a Inconfidência Mineira de 1789, da qual surgiu o
a dominação dos colonizadores portugueses. Foram mártir da independência, Tiradentes.
cerca de 20 anos de confrontos. As revoltas emancipacionistas foram movimentos so-
ciais ocorridos no Brasil Colonial, caracterizados pelo forte
 Em 1684- Revolta dos Beckman - no Maranhão anseio de conquistar a independência do Brasil com rela-
Provocada em grande parte pelo descontentamento ção a Portugal. Estes movimentos possuíam certa organi-
com a Companhia de Comércio do Maranhão, ocor- zação política e militar, além de contar com forte sentimen-
reu entre 1684 e 1685. Entre as reclamações estava to contrário à dominação colonial.
o fornecimento de escravos negros em quantidade  
insuficiente. Ao mesmo tempo, os jesuítas eram con- 1.1. Causas principais
trários a escravização dos indígenas. Com a rebelião,
HISTÓRIA DO BRASIL

os jesuítas são expulsos. Um novo governador é en- - Cobrança elevada de impostos de Portugal sobre o
viado e os revoltosos condenados. Brasil.
- Pacto Colonial - Brasil só podia manter relações co-
 Em 1708 – Guerra dos Emboabas merciais com Portugal, além de ser impedido de de-
A Guerra dos Emboabas foi um confronto travado de senvolver indústrias.
1707 a 1709 pelo direito de exploração das recém- - Privilégios que os portugueses tinham na colônia em
-descobertas jazidas de ouro na região do atual esta- relação aos brasileiros.

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- Leis injustas, criadas pela coroa portuguesa, que ti- com a resistência oferecida pelo presidente do con-
nham que ser seguidas pelos brasileiros. selho da província, que impediu o desembarque das
- Falta de autonomia política e jurídica, pois todas as autoridades nomeadas pela regência. Grande parte
ordens e leis vinham de Portugal. dos revoltosos era formada por mestiços e índios,
- Punições violentas contra os colonos brasileiros que chamados de cabanos. Ele chegaram a tomar Belém,
não seguiam as determinações de Portugal. mas foram derrotados depois de longa resistência. 
- Influência dos ideais do Iluminismo e dos movimen-
tos separatistas ocorridos em outros países (Inde-  1835 - Guerra dos Farrapos
pendência dos Estados Unidos em 1776 e Revolução Uma das mais extensas rebeliões deflagradas no Brasil
Francesa em 1789). (de 1835 a 1845) aconteceu no Rio Grande do Sul ti-
  nha caráter republicano. O grupo liberal dos chiman-
2. Principais revoltas emancipacionistas gos protestava contra a pesada taxação do charque
e do couro e chegou a proclamar independência do
 1789 - Inconfidência mineira RS. Depois de várias batalhas, o governo brasileiro
Inconformados com o peso dos impostos, membros concedeu a anistia a todos.
da elite uniram-se para estabelecer uma repúbli-
ca independente em Minas. A revolta foi marcada  1837 - Sabinada
para a data da derrama (cobrança dos impostos em A revolta feita por militares e integrantes da classe mé-
atraso), mas os revolucionários foram traídos. Como dia e rica da Bahia pretendia implementar uma re-
consequência, os inconfidentes foram condenados à pública. Em 7 de novembro de 1837, os revoltosos
prisão ou exílio, com exceção de Tiradentes, que foi tomaram o poder em Salvador e decretaram a Re-
enforcado e esquartejado. pública Bahiense. Cercados pelo exército governista,
o movimento resistiu até meados de março de 1838.
 1798 - Conjuração Baiana (ou Conspiração dos A repressão foi violenta e milhares foram mortos ou
Alfaiates) feitos prisioneiros.
Foi uma rebelião popular, de caráter separatista, ocor-
rida na Bahia em 1798. Movidos por uma mescla de  1838 - Balaiada
republicanismo e ódio à desigualdade social, ho- Balaiada é no nome pelo qual ficou conhecida a impor-
mens humildes, quase todos mulatos, defendiam a tante revolta que se deu no Maranhão do século XIX.
liberdade com relação a Portugal, a implantação de É mais um capítulo das convulsões sociais e políticas
um sistema republicano e liberdade comercial. Após que atingiram o Brasil no turbulento momento que
vários motins e saques, a rebelião foi reprimida pelas vai da independência do Brasil à proclamação da Re-
forças do governo, sendo que vários revoltosos fo-
pública.
ram presos, julgados e condenados. Um dos princi-
Naquele momento, a sociedade maranhense estava
pais líderes foi o alfaiate João de Deus do Nascimen-
dividida, basicamente, entre uma classe baixa, com-
to. O governo baiano debelou o movimento.
posta por escravos e sertanejos, e uma classe alta,
composta por proprietários rurais e comerciantes.
 1817 - Revolução Pernambucana
Foi um movimento que defendia a independência de
Para ampliar sua influência junto à política e à socie-
Portugal. Os revoltosos (religiosos, comerciantes e
militares) prenderam o governador de Pernambuco dade, os conservadores tentam através de uma medida,
e constituíram um governo provisório. O movimento ampliar os poderes dos prefeitos. Essa medida impopular
se estendeu à Paraíba e ao Rio Grande do Norte, mas faz com que a insatisfação social cresça consideravelmente,
a república durou menos de três meses, caindo sob o alimentando a revolta conhecida como Balaiada.
avanço das tropas. Participantes foram presos e con- A Balaiada foi uma reação e uma luta dos maranhenses
denados à morte. contra injustiças praticadas por elites políticas e as desi-
gualdades sociais que assolavam o Maranhão do século
 1824 - Confederação do Equador XIX.
Foi um movimento político contrário à centralização do A origem da revolta remete à confrontação entre duas
poder imperial, ocorrido no nordeste. Em 2 de julho, facções, os Cabanos (de linha conservadora) e os chama-
Pernambuco declarou independência. A revolta am- dos “bem-te-vis” (de linha liberal). Eram esses dois partidos
pliou-se rapidamente para outras províncias, como que representavam os interesses políticos da elite do Ma-
Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Reprimidos, ranhão.
HISTÓRIA DO BRASIL

em setembro, os revolucionários já estavam derrota- Até 1837, o governo foi chefiado pelos liberais, man-
dos e seus líderes foram condenados ao fuzilamento, tendo seu domínio social na região. No entanto, diante da
forca ou prisão perpétua. ascensão de Araújo de Lima ao governo da província e dos
conservadores ao governo central, no Rio de Janeiro, os
 1833 - Cabanagem cabanos do Maranhão afastaram os bem-te-vis e ocupa-
Movimento que eclodiu na província do Grão-Pará ram o poder.
(Amazonas e Pará atuais), de 1833 a 1839, começou

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Essa mudança dá início à revolta em 13 de dezembro Outro aspecto econômico da República Velha foi o iní-
de 1838, quando um grupo de vaqueiros liderados por Rai- cio da industrialização no Brasil, principalmente no Rio de
mundo Gomes invade a cadeia local para libertar amigos Janeiro e em São Paulo. O capital acumulado com a produ-
presos. O sucesso da invasão dá a chance de ocupar o vila- ção cafeeira possibilitou aos grandes fazendeiros investir na
rejo como um todo. indústria, dando novo dinamismo à sociedade nestes locais.
Enquanto a rivalidade transcorria e aumentava, Raimun- São Paulo e Rio de Janeiro passaram por uma profunda urba-
do Gomes e Manoel Francisco do Anjos Ferreira levam a nização, criando avenidas, iluminação pública, transporte co-
revolta até o Piauí, no ano de 1839. Este último líder era letivo (bondes), teatros, cinemas e, principalmente, afastando
artesão, e fabricava cestos de palha, chamados de balaios as populações pobres dos centros das cidades. Mas não foi
na região, daí o nome da revolta. Essa interferência externa apenas nestas duas cidades que houve mudanças, já que a
altera o cenário político da revolta e muda seu rumo. mesma situação se verificou em Manaus, Belém e cidades do
Devido aos problemas causados aos interesses da elite interior paulista, como Ribeirão Preto e Campinas.
da região, bem-te-vis e cabanos se unem contra os balaios. Esse processo contou também com a vinda ao Brasil de
A agitação social causada pela revolta beneficia os bem- milhões de imigrantes europeus e asiáticos para trabalha-
-te-vis e coloca o povo em desagrado contra o governo ca- rem tanto nas indústrias quanto nas grandes fazendas. O
bano. Em 1839 os balaios tomam a Vila de Caxias, a segunda fluxo migratório na República Velha alterou substancial-
cidade mais importante do Maranhão. Uma das táticas para mente a composição da sociedade, intensificando a misci-
enfraquecer os revoltosos foram as tentativas de suborno e genação, fato que, aos olhos das elites do país, poderia le-
desmoralização que visavam desarticular o movimento. var a um embranquecimento da população, aprofundando
Em 1839 o governo chama Luis Alves de Lima e Silva o preconceito contra os negros de origem africana.
(depois conhecido como Duque de Caxias) para ser presi- Mas a modernização na República Velha apresentou
dente da província e, ao mesmo tempo, organizar a repres- também contradições sociais que resultaram em conflitos
são aos movimentos revoltosos e pacificar o Maranhão. de várias ordens.
Esse é tido como o início da brilhante carreira do militar.
Vejamos os movimentos dessa época:
O Comandante resolveu os problemas que atravanca-
vam o funcionamento adequado das forças militares. Pa-
- 1893 - Revolta da Armada
gou os atrasados dos militares, organizou as tropas, cercou
Foi um movimento contra o presidente Floriano Peixoto
e atacou redutos balaios já enfraquecidos por deserções
que irrompeu no Rio de Janeiro em 6 de setembro
e pela perda do apoio dos bem-te-vis. Organizou toda a
de 1893. Praticamente toda a marinha se tornou anti-
estratégia e a execução do plano que visava acabar de vez
florianista. O principal combate ocorreu na Ponta da
por todas com a revolta.
Armação, em Niterói, a 9 de fevereiro de 1894. O go-
Em 1840 a chance de anistia, dada pelo governo, esti- verno conseguiu a vitória graças a uma nova esqua-
mula a rendição de 2500 balaios, inviabilizando o já com- dra, adquirida e aparelhada no exterior, e debelou a
balido exército. Os que resistiram, foram derrotados. A Ba- rebelião em março.
laiada chega ao fim, entrando pra história do Brasil como
mais um momento conflituoso da ainda frágil monarquia e - 1893 - Revolução Federalista
da história do Brasil. Foi um levante contra o governo de Floriano Peixoto,
de 1893 a 1895, no Rio Grande do Sul. De um lado
3. Movimentos da República Velha até Era Vargas estavam os maragatos (antiflorianistas), do outro, os
pica-paus (governistas). Remanescentes da Revolta
O período da História brasileira conhecido como Repú- da Armada, que haviam desembarcado no Uruguai,
blica Velha, compreendido entre os anos de 1889 e 1930, uniram-se aos maragatos. Ocorreram batalhas em
representou profundas mudanças na sociedade nacional, terra e mar. Ao final, os maragatos foram derrotados
principalmente na composição da população, no cenário pelo exército governista.
urbano, nos conflitos sociais e na produção cultural. Cabe
aqui fazer uma indagação: com mudanças tão profundas, o - 1896 - Guerra de Canudos
que permaneceu delas na vida social atual? Avaliações políticas erradas, pobreza e religiosidade de-
Uma mudança da sociedade da República Velha ocor- ram início à guerra contra os habitantes do arraial de
reu na economia. A produção agrícola ainda era o carro- Canudos, no interior da Bahia, onde viviam, em 1896,
-chefe econômico da República Velha e o café continuava cerca de 20 mil pessoas sob o comando do beato
a ser o principal produto de exportação brasileiro. Mas o Antonio Conselheiro. De novembro de 1896 à derro-
desenvolvimento do capitalismo e a criação de mercado- ta em outubro de 1897, o arraial resistiu às investidas
HISTÓRIA DO BRASIL

rias que utilizavam em sua fabricação a borracha (como o das tropas federais (quatro expedições militares). A
automóvel) fizeram com que a exploração do látex na re- guerra deixou 25 mil mortos.
gião amazônica se desenvolvesse rapidamente, chegando
a competir com o café como o principal produto de expor- - 1904 - Revolta da Vacina
tação. Porém, o período de auge da borracha foi curto, pois Foi uma revolta popular ocorrida no Rio de Janeiro em
os ingleses conseguiram produzir de forma mais eficiente a novembro de 1904. A principal causa foi a campanha
borracha na Ásia, desbancando a produção brasileira. de vacinação obrigatória contra a varíola, coman-

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dada pelo médico Oswaldo Cruz. Milhares de habi- do País manifestaram-se também no plano cultural,
tantes tomaram as ruas em violentos conflitos com por intermédio do movimento culturista, cujo marco
a polícia, revoltados por terem de tomar a vacina. inicial foi a Semana de Arte Moderna de 1922. A crise
Forças governistas prenderam quase mil pessoas e mundial de 1929, refletida no Brasil pela violenta
deportaram para o Acre metade delas. queda dos preços do café, enfraqueceu o poder
da oligarquia cafeeira e, indiretamente, afetou a
- 1912 - Guerra do Contestado estrutura política da República Velha.
Foi um conflito que ocorreu entre 1912 e 1916 no Para- • A ruptura das oligarquias e a Revolução de 1930:
ná e Santa Catarina. Nessa época, Contestado, assim Por ocasião das eleições presidenciais de 1930
como Canudos, era um terreno fértil para o messia- ocorreu uma ruptura do tradicional acordo político
nismo e via crescer a insatisfação popular com a mi- entre Minas e São Paulo. Os demais grupos sociais
séria e a insensibilidade política. Forças policiais e do de oposição aproveitaram-se da oportunidade
exército alcançaram a vitória, deixando milhares de para formar uma frente política ( Aliança Liberal)
mortos. com os nomes de Getúlio Vargas e João Pessoa,
respectivamente para Presidente e Vice-Presidente da
- 1922 - Movimento Tenentista República. O programa da Aliança Liberal incorporava
Durante a década de 1920 diversos fatores se as principais metas reformistas do período (voto
conjugaram para acelerar o declínio da República secreto, leis trabalhistas, industrialização).Realizadas
Velha. Os levantes militares e tenentistas, o fim da as eleições, a Aliança Liberal não conseguiu vencer
política do café-com-leite, o agrupamento das o candidato do PRP e imputou o resultado adverso
oligarquias dissidentes na Aliança Liberal e o colapso às costumeiras fraudes de um sistema eleitoral
da economia cafeeira foram alguns fatores que corrompido. A revolta contra o Governo Federal
criaram as condições para a revolução de 1930, que teve como estopim o assassinato de João Pessoa.
assinalou o fim da República Velha e o início da Era Explodiu a Revolução de 1930 que, em um mês,
Vargas. atingiu o poder da República.
• A República do Café com Leite: Os principais Estados
que dominavam o conjunto da federação eram 4. Revoltas Tenentistas
Minas (maior produtor de leite)e São Paulo(maior
Na década de 1920 surgiu no Brasil um movimento
produtor de café) . Sabendo fazer as devidas
conhecido como Tenentismo, formado em geral por mi-
coligações com as oligarquias dos demais estados
litares de média e baixa patente. Questionavam o sistema
brasileiros, Minas e São Paulo mantiveram, de
vigente no país e, mesmo sem defender uma causa ideoló-
modo geral, o controle político do País.
gica específica, propunham mudanças no sistema eleitoral
• A situação econômica do período: Os principais
e na educação pública da República Velha.
produtos agrícolas brasileiros em condições de
Foram os militares que governaram o Brasil nos dois
competir no exterior (açúcar, algodão, borracha,
primeiros mandatos da República, mas após Floriano Pei-
cacau) sofrem a concorrência de outros países xoto foram afastados da presidência para darem lugar aos
dirigidos pelo mundo capitalista. Assim, o Brasil teve governos civis. Tem início também a partir de então o do-
suas exportações cada vez mais concentradas num mínio de uma oligarquia que mantinha o controle do poder
único produto, o café que chegou a representar no país e que revezava os grupos no poder. Durante toda
72,5% de nossas receitas de exportação. O café, a República Velha, Minas Gerais e São Paulo eram os dois
contudo, padecia de frequentes crises de produção principais estados brasileiros no cenário político, o predo-
que a política de valorização do produto ( compra e mínio dos mesmos na ocupação do principal cargo no país
estocagem pelo Governo) não conseguiu contornar envolvendo um esquema de mútua cooperação caracteri-
A burguesia agrária mais progressista desviou zou tal período da história brasileira. O Tenentismo surgiu
capitais para outras atividades econômicas. Durante justamente como forma de contestação ao sistema político
Primeira Guerra Mundial (1914-1918), surgiu que dominava o Brasil e não permitia espaços para grupos
toda uma conjuntura favorável a um expressivo que não fizessem parte da oligarquia.
impulso industrial brasileiro. Pelo mecanismo de Logo no início da década de 1920 se espalharam pelos
substituição de importações a indústria nacional foi quartéis os ideais do Movimento Tenentista. Carregando
progressivamente conquistado o mercado interno a bandeira da democracia, o grupo que era formado basi-
do país. camente por militares de baixa patente colocava em ques-
• A crise da República Velha : No início da década tão as principais marcas da Política do Café com Leite. Os
HISTÓRIA DO BRASIL

de 1920, crescia o descontentamento social contra militares defendiam a dinamização da estrutura do poder
o tradicional sistema oligárquico que dominava no país, almejando que o processo eleitoral se tornasse
politicamente o país. As revoltas tenentistas ( Revolta mais democrático e permitisse o acesso de mais grupos ao
do Forte de Copacabana, Revolução de 1924, a Coluna poder, questionavam o voto de cabresto e eram favoráveis
Paulista e o desdobramento da Coluna Prestes)  são ao direito da mulher ao voto. Descontentes com a realida-
reflexos do clima de elevada tensão político-se oficial de política do Brasil, acreditavam que se fazia necessário
do período. A contestação contra as velhas estruturas uma reforma no ensino público, assim como a concessão

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da liberdade aos meios de comunicação, a restrição do Po- Belle Époque (Bela Época) no Brasil. Surgiu também na
der Executivo e a moralização dos ocupantes das cadeiras República Velha a Semana de Arte Moderna de 1922,
no Poder Legislativo. animada por vários artistas como Villa-Lobos e Mário
O Tenentismo conquistou civis que aderiram ao pro- de Andrade, e que pretendia fazer uma antropofagia
jeto, mas com o tempo foi ficando claro que a defesa era cultural, misturando elementos das culturas europeia
pela implantação de um Estado forte e centralizado, através e brasileira na produção artística.
do qual as necessidades do país poderiam ficar explícitas e
resolvidas. A Semana de Arte Moderna de 1922, realizada em São
A evolução do Movimento Tenentista se dá ao longo Paulo, no Teatro Municipal, de 11 a 18 de fevereiro, teve
da década de 1920 por via de suas expressões armadas. A como principal propósito renovar, transformar o contexto
primeira ação deste tipo dos Tenentes aconteceu em 1922 artístico e cultural urbano, tanto na literatura, quanto nas
no evento conhecido como Revolta dos 18 do Forte de artes plásticas, na arquitetura e na música. Mudar, subver-
Copacabana, em 1924 veio a Comuna de Manaus e a Re- ter uma produção artística, criar uma arte essencialmente
volução de 1924. Concomitantemente teve início o evento brasileira, embora em sintonia com as novas tendências eu-
mais duradouro e que percorreu grande território no Brasil, ropeias, essa era basicamente a intenção dos modernistas.
a Coluna Prestes. Durante uma semana a cidade entrou em plena ebulição
A Coluna Prestes foi um movimento em forma de guer- cultural, sob a inspiração de novas linguagens, de experiên-
rilha e composto por militares, liderada por Luís Carlos Pres- cias artísticas, de uma liberdade criadora sem igual, com o
tes o movimento saiu da região sul do país e percorreu mais consequente rompimento com o passado. Novos conceitos
de 3.000 Km combatendo as tropas do governo. Em todos foram difundidos e despontaram talentos como os de Má-
os confrontos a Coluna Prestes saiu vencedora e por fim rio e Oswald de Andrade na literatura, Víctor Brecheret na
foi se refugiar na Bolívia para arquitetar um golpe de Esta- escultura e Anita Malfatti na pintura.
do. O Tenentismo não gerou efeitos imediatos no Brasil, O movimento modernista eclodiu em um contexto re-
mas o somatório dos acontecimentos na década de 1920 foi pleto de agitações políticas, sociais, econômicas e culturais.
importante para abalar a estrutura política das oligarquias Em meio a este redemoinho histórico surgiram as vanguar-
e mudar significativamente a ordem política no Brasil em das artísticas e linguagens liberadas de regras e de discipli-
1930. nas. A Semana, como toda inovação, não foi bem acolhida
Em 1929 o Tenentismo integra a Aliança Liberal, mas pelos tradicionais paulistas, e a crítica não poupou esforços
nesse momento Luís Carlos Prestes já havia se tornado co- para destruir suas ideias, em plena vigência da República
munista e não mais integrava o movimento. A Aliança Li- Velha, encabeçada por oligarcas do café e da política con-
beral somava a luta Tenentista que envolvia o voto secreto servadora que então dominava o cenário brasileiro. A elite,
e também feminino com a evolução do direito trabalhista. habituada aos modelos estéticos europeus mais arcaicos,
O Tenentismo foi fundamental para que Getúlio Vargas sentiu-se violentada em sua sensibilidade e afrontada em
assumisse o poder, tanto que após a Revolução de 1930 o suas preferências artísticas.
presidente nomeou vários tenentes como interventores em A nova geração intelectual brasileira sentiu a necessida-
quase todos os estados. de de transformar os antigos conceitos do século XIX. Em-
O Tenentismo se manteve presente na política e passa bora o principal centro de insatisfação estética seja, nesta
por uma cisão em 1937 quando um grupo decide seguir época, a literatura, particularmente a poesia, movimentos
Luís Carlos Prestes e outro rompe com o presidente Getúlio como o Futurismo, o Cubismo e o Expressionismo começa-
Vargas e passa a exercer a oposição. O Movimento Tenen- vam a influenciar os artistas brasileiros. Anita Malfatti trazia
tista esteve presente na deposição de Getúlio Vargas em da Europa, em sua bagagem, experiências vanguardistas
1945 e disputou as eleições presidenciais no mesmo ano que marcaram intensamente o trabalho desta jovem, que
e também em 1955. Quando ocorreu a Revolução de 1964 em 1917 realizou a que ficou conhecida como a primeira
que colocou os militares no poder no Brasil quase todos exposição do Modernismo brasileiro. Este evento foi alvo
os comandantes eram tenentes na ocasião da Revolução de escândalo e de críticas ferozes de Monteiro Lobato, pro-
de 1930, como é o caso de Ernesto Geisel, Castelo Branco vocando assim o nascimento da Semana de Arte Moderna.
e Médici. Dessa forma o Tenentismo se manteve vivo até O catálogo da Semana apresenta nomes como os de
meados da década de 1970 quando os membros do mo- Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Yan de Almeida Prado, John
vimento nascido na década de 1920 começaram a morrer. Graz, Oswaldo Goeldi, entre outros, na Pintura e no Dese-
nho; Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm
Ainda em 1922, tivemos um importante movimento so- Haarberg, na Escultura; Antonio Garcia Moya e Georg Pr-
cial: zyrembel, na Arquitetura. Entre os escritores encontravam-
-se Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Sér-
HISTÓRIA DO BRASIL

 Semana da Arte Moderna gio Milliet, Plínio Salgado, e outros mais. A música estava
No aspecto cultural da sociedade, surgiu o choro e o representada por autores consagrados, como Villa-Lobos,
samba, gêneros musicais que ainda fazem parte da Guiomar Novais, Ernani Braga e Frutuoso Viana.
cultura popular nacional. Na elite, a influência euro- Em 1913, sementes do Modernismo já estavam sendo
peia, principalmente francesa, mudou o comporta- cultivadas. O pintor Lasar Segall, vindo recentemente da
mento das pessoas ricas, em seu jeito de vestir, falar e Alemanha, realizara exposições em São Paulo e em Cam-
se portar em público, o que ficou conhecido como a pinas, recepcionadas com uma certa indiferença. Segall re-

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tornou então à Alemanha e só voltou ao Brasil dez anos mica e politicamente as oligarquias de São Paulo e Minas
depois, em um momento bem mais propício. A mostra de Gerais, por isso as sucessões presidenciais eram decididas
Anita Malfatti, que desencadeou a Semana, apesar da vio- pelos políticos desses Estados. Essa prática ficou conhecida
lenta crítica recebida, reunir ao seu redor artistas dispostos como política do café com leite, em referência aos princi-
a empreender uma luta pela renovação artística brasileira. pais produtos de São Paulo e Minas Gerais. Em 1929, espe-
A exposição de artes plásticas da Semana de Arte Moderna rava-se que a candidatura para a presidência da República
foi organizada por Di Cavalcanti e Rubens Borba de Morais fosse de um político mineiro, já que o então presidente
e contou também com a colaboração de Ronald de Carva- consolidara a carreira política no Estado de São Paulo. No
lho, do Rio de Janeiro. Após a realização da Semana, alguns entanto, Washington Luís apoiou a candidatura do paulis-
dos artistas mais importantes retornaram para a Europa, en- ta Júlio Prestes para a presidência da República e de Vital
fraquecendo o movimento, mas produtores artísticos como Soares para a vice-presidência, descontentando a oligar-
Tarsila do Amaral, grande pintora modernista, faziam o ca- quia mineira.
minho inverso, enriquecendo as artes plásticas brasileiras. Os dissídios entre as oligarquias geraram as articulações
A Semana não foi tão importante no seu contexto tem-
para construir uma oposição à candidatura situacionista. O
poral, mas o tempo a presenteou com um valor histórico e
presidente do Estado de Minas Gerais, Antonio Carlos Ri-
cultural talvez inimaginável naquela época. Não havia entre
beiro de Andrada, entrou em contato com o presidente do
seus participantes uma coletânea de ideias comum a todos,
Estado do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas, para formar
por isso ela se dividiu em diversas tendências diferentes, to-
das pleiteando a mesma herança, entre elas o Movimento uma aliança de oposição. O presidente do Estado da Pa-
Pau-Brasil, o Movimento Verde-Amarelo e Grupo da Anta, e raíba, João Pessoa, negou-se a participar da candidatura
o Movimento Antropofágico. Os principais meios de divul- de Júlio Prestes e agregou-se aos oposicionistas. Além dos
gação destes novos ideais eram a Revista Klaxon e a Revista presidentes desses três Estados, parcelas do movimento
de Antropofagia. tenentista e as oposições aos demais governos estaduais
O principal legado da Semana de Arte Moderna foi li- formaram a Aliança Liberal, e lançaram a candidatura de
bertar a arte brasileira da reprodução nada criativa de pa- Getúlio Vargas à presidência e João Pessoa à vice-presidên-
drões europeus, e dar início à construção de uma cultura cia. Dentre algumas das propostas da Aliança Liberal para
essencialmente nacional. a reformulação política e econômica no país, constavam
no programa: a representação popular pelo voto secreto,
 1930 – Revolução de 30 e o período de Vargas anistia aos insurgentes do movimento tenentista na década
A designação movimento político de 1930 é a mais de 1920, reformas trabalhistas, a autonomia do setor Judi-
apropriada para o processo de destituição do presi- ciário e a adoção de medidas protecionistas aos produtos
dente Washington Luís (1926-1930) e a ascensão de nacionais para além do café.
Getúlio Vargas ao governo do país. Não obstante, ter A eleição para a presidência ocorreu em 1° de março de
havido uma alteração no cenário político nacional, 1930 e o resultado foi favorável à chapa Júlio Prestes – Vital
não ocorreu uma transformação drástica dos quadros Soares. Apesar de a Aliança Liberal acusar o pleito eleitoral
políticos que continuaram a pertencer às oligarquias de fraudulento, a princípio não houve requisição do posto
estaduais. As reformas realizadas eram imperiosas de presidente da República. Os partidários oposicionistas
para agregar as oligarquias periféricas ao governo fe- apenas decidiram pegar em armas e alçar Getúlio Vargas à
deral. Desse modo, o emprego do termo “Revolução presidência com a morte de João Pessoa, em 26 de julho de
de 1930”, costumeiramente adotado para esse pro- 1930. João Pessoa foi assassinado por conta de um conflito
cesso político, não é o mais adequado. da política regional da Paraíba, no entanto, o governo fe-
deral foi responsabilizado por esse atentado. Membros da
Alguns fatores propiciaram a instauração da segunda
Aliança Liberal entraram em contato com os generais para
fase do período republicano, desencadeada pela emergên-
apoiarem a deposição de Washington Luís e garantirem
cia do movimento político de 1930. A quebra da bolsa de
que Getúlio Vargas se tornasse o próximo dirigente do país.
Nova Iorque, em outubro de 1929, provocou a queda da
compra do café brasileiro pelos países Europeus e Estados Em 3 de outubro de 1930, a Aliança Liberal iniciou as
Unidos. O café era o principal produto exportado pelo Bra- incursões armadas. Na região Nordeste, as tropas foram
sil, e a redução das vendas das safras afetou a economia. lideradas por Juarez Távora, e tiveram como área de dis-
No início do século XX era comum o financiamento federal seminação o Estado da Paraíba. E na região Sul, as tropas
à produção cafeeira, por meio da aquisição de empréstimos possuíam maior quantidade de membros comandados
externos. Com a eclosão da crise de 1929 esse subsídio foi pelo general Góis Monteiro. As tropas dirigiam-se para o
inviabilizado, debilitando o principal investimento nacional Rio de Janeiro, então capital federal, onde Getúlio Vargas
HISTÓRIA DO BRASIL

da época. As revoltas tenentistas ocorridas durante a déca- seria elevado à presidência da República. Nesse proces-
da de 1920 e as manifestações e greves operárias também so, uma junta provisória militar depôs Washington Luís e
foram importantes aspectos que geraram instabilidade po- assumiu o comando do país, em 24 de outubro de 1930.
lítica no país. A fragilidade da economia nacional e a insa- Quando Getúlio Vargas chegou com as tropas ao Rio de
tisfação de parcelas da população suscitaram a vulnerabili- Janeiro, em 3 de novembro de 1930, a junta provisória lhe
dade do regime oligárquico. transferiu o governo. Assim, iniciou o Governo Provisório
Durante a Primeira República destacavam-se econô- de Getúlio Vargas.

21
5. Era Vargas servar a atividade sindical nas mãos do governo federal.
O Estado Novo implantou no Brasil a doutrina política de
A Era Vargas, que teve início com a Revolução de 1930 intervenção estatal sobre a economia e, ao mesmo tempo
e expulsou do poder a oligarquia cafeeira, ramifica-se em que proporcionava estímulo à área rural, apadrinhava o
em três momentos: o Governo Provisório -1930-1934 -, crescimento industrial, ao aplicar fundos destinados à cria-
o Governo Constitucional - 1934-1937 - e o Estado Novo ção de infra-estrutura industrial. Foram instituídos, nesse
- 1937-1945. Durante o Governo Provisório, o presidente espaço de tempo, o Ministério da Aeronáutica, o Conselho
Getúlio Vargas deu início ao processo de centralização do Nacional do Petróleo que, posteriormente, no ano de 1953,
poder, eliminou os órgãos legislativos - federal, estadual e daria origem à Petrobrás, fundou-se a Companhia Siderúr-
municipal -, designando representantes do governo para gica Nacional – CSN -, a Companhia Vale do Rio Doce, a
assumir o controle dos estados, e obstruiu o conjunto de Companhia Hidrelétrica do São Francisco e a Fábrica Na-
leis que regiam a nação. cional de Motores – FNM -, dentre outras. Publicou o Có-
Nesse momento temos a Revolução Constitucionalista digo Penal, o Código de Processo Penal e a Consolidação
(1932) - Dois anos depois da Revolução de 30, a 9 de julho das Leis do Trabalho – CLT -, todos em vigor atualmente.
de 1932, o Estado de São Paulo se rebelou contra a dita- Getúlio Vargas foi responsável também pelas concepções
dura Vargas. Embora o movimento tenha nascido de reivin- da Carteira de Trabalho, da Justiça do Trabalho, do salário
dicações da elite paulista, teve ampla participação popular. mínimo, da estabilidade no emprego depois de dez anos
Apesar da derrota - São Paulo lutou isolado contra as de- de serviço - revogada em 1965 -, e pelo descanso semanal
mais unidades da federação -, a resistência foi um marco remunerado. A participação do Brasil na Segunda Guerra
nas lutas em favor da democracia no Brasil. Mundial contra os países do Eixo foi a brecha que surgiu
A oposição às ambições centralizadoras de Vargas con- para o crescimento da oposição ao governo de Vargas. As-
centrou-se em São Paulo, que de forma violenta começou sim, a batalha pela democratização do país ganhou fôlego.
uma agitação armada – este evento entrou para a história, O governo foi forçado a indultar os presos políticos e os
exigindo a realização de eleições para a elaboração de uma degredados, além de constituir eleições gerais, que foram
Assembleia Constituinte. Apesar do desbaratamento do vencidas pelo candidato oficial, isto é, apoiado pelo gover-
movimento, o presidente convocou eleições para a Consti- no, o general Eurico Gaspar Dutra. Era o fim da Era Vargas,
tuinte e, em 1934, apresentou a nova Carta. mas não o fim de Getúlio Vargas, que em 1951 retornaria à
A nova Constituição sancionou o voto secreto e o voto presidência pelo voto popular.
feminino, além de conferir vários direitos aos trabalhado-
res, os quais vigoram até hoje.
Durante o Governo Constitucional, a altercação política #FicaDica
se deu em volta de dois ideários primordiais: o fascista –
conjunto de ideias e preceitos político-sociais totalitários É comum vermos a expressão Quarta
introduzidos na Itália por Mussolini –, defendido pela Ação República, que relata fatos que aconteceram
Integralista Brasileira, e o democrático, representado pela nesse período, então temos aqui uma síntese
Aliança Nacional Libertadora, que contava com indivíduos do que a quarta republica representa.
partidários das reformas profundas da sociedade brasileira.
Getúlio Vargas, porém, cultivava uma política de centra-
lização do poder e, após a experiência frustrada de golpe Ao fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, Vargas
por parte da esquerda - a histórica Intentona Comunista -, estava enfraquecido. Um golpe comandado pelo general
ele suspendeu outra vez as liberdades constitucionais, fun- Eurico Gaspar Dutra o retirou do poder. Uma nova
dando um regime ditatorial em 1937. Nesse mesmo ano, Constituição foi adotada em 1946, garantindo a realização
estabeleceu uma nova Constituição, influenciada pelo ar- de eleições diretas para presidente da República e para
quétipo fascista, que afiançava vastos poderes ao Presiden- os governos dos estados. O Congresso Nacional voltou a
te. A nova constituição acabava com o Legislativo e deter- funcionar e houve alternância no poder.
minava a sujeição do Judiciário ao Executivo. Objetivando Entretanto, foi um período de forte instabilidade
um domínio maior sobre o aparelho de Estado, Vargas ins- política. As mudanças sociais decorrentes da urbanização
tituiu o Departamento Administrativo do Serviço Público e da industrialização projetavam novas forças políticas que
(DASP) e o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), pretendiam aprofundar o processo de modernização da
que, além de fiscalizar os meios de comunicação, deveria sociedade e do Estado brasileiro, o que desagrava as elites
espalhar uma imagem positiva do governo e, especialmen- conservadoras. O período foi marcado por várias tentativas
te, do Presidente. de golpe de Estado, levando inclusive ao suicídio de Getúlio
HISTÓRIA DO BRASIL

As polícias estaduais tiveram suas mordomias expandi- Vargas, em 1954.


das e, para apoderar-se do apoio da classe trabalhadora, O governo de JK conseguiu imprimir um acelerado
Vargas concedeu-lhes direitos trabalhistas, tais como a re- desenvolvimento industrial em algumas áreas, mas não
gulamentação do trabalho noturno, do emprego de meno- pôde resolver o problema da exclusão social na cidade e no
res de idade e da mulher, fixou a jornada de trabalho em campo. Essas medidas de mudança social iriam compor a
oito horas diárias de serviço e ampliou o direito à aposen- base das propostas do Governo de João Goulart. O estado
tadoria a todos os trabalhadores urbanos, apesar de con- brasileiro estava caminhando para resolver demandas

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há muito reprimidas, como a reforma agrária. Frente ao Estabeleceu eleições indiretas para presidente, além de
perigo que representava aos seus interesses econômicos e dissolver os partidos políticos. Vários parlamentares fede-
políticos, as classes dominantes mais uma vez orquestraram rais e estaduais tiveram seus mandatos cassados, cidadãos
um golpe de Estado, com a deposição pelo exército de tiveram seus direitos políticos e constitucionais cancelados
João Goulart, em 1964. e os sindicatos receberam intervenção do governo militar.
Em seu governo, foi instituído o bipartidarismo. Só es-
DO PERÍODO MILITAR NO BRASIL ATÉ A NOVA RE- tava autorizado o funcionamento de dois partidos: Movi-
PUBLICA BRASILEIRA mento Democrático Brasileiro (MDB) e a Aliança Renova-
dora Nacional (ARENA). Enquanto o primeiro era de opo-
 1964 - Golpe de 1964 sição, de certa forma controlada, o segundo representava
Podemos definir a Ditadura Militar como sendo o perío- os militares.
do da política brasileira em que os militares governaram o O governo militar impõe, em janeiro de 1967, uma nova
Brasil. Esta época vai de 1964 a 1985. Caracterizou-se pela Constituição para o país. Aprovada neste mesmo ano, a
falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, Constituição de 1967 confirma e institucionaliza o regime
censura, perseguição política e repressão aos que eram militar e suas formas de atuação.
contra o regime militar.  
 A crise política se arrastava desde a renúncia de Jânio 2. GOVERNO COSTA E SILVA (1967-1969)
Quadros em 1961. O vice de Jânio era João Goulart, que
assumiu a presidência num clima político adverso. O go- Em 1967, assume a presidência o general Arthur da
verno de João Goulart (1961-1964) foi marcado pela abertura Costa e Silva, após ser eleito indiretamente pelo Congresso
às organizações sociais. Estudantes, organizações populares Nacional. Seu governo é marcado por protestos e manifes-
e trabalhadores ganharam espaço, causando a preocupação tações sociais. A oposição ao regime militar cresce no país.
das classes conservadoras como, por exemplo, os empresá- A UNE (União Nacional dos Estudantes) organiza, no Rio de
rios, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe média. Todos Janeiro, a Passeata dos Cem Mil. 
temiam uma guinada do Brasil para o lado socialista. Vale lem-
Em Contagem (MG) e Osasco (SP), greves de operários
brar, que neste período, o mundo vivia o auge da Guerra Fria.
paralisam fábricas em protesto ao regime militar.
 Este estilo populista e de esquerda, chegou a gerar até
A guerrilha urbana começa a se organizar. Formada por
mesmo preocupação nos EUA, que junto com as classes
jovens idealistas de esquerda, assaltam bancos e seques-
conservadoras brasileiras, temiam um golpe comunista.
tram embaixadores para obterem fundos para o movimen-
 Os partidos de oposição, como a União Democrática
to de oposição armada.
Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático (PSD), acu-
 No dia 13 de dezembro de 1968, o governo decreta o
savam Jango de estar planejando um golpe de esquerda e
de ser o responsável pela carestia e pelo desabastecimento Ato Institucional Número 5 (AI-5). Este foi o mais duro do
que o Brasil enfrentava. governo militar, pois aposentou juízes, cassou mandatos,
 No dia 13 de março de 1964, João Goulart realiza um acabou com as garantias do habeas-corpus e aumentou a
grande comício na Central do Brasil (Rio de Janeiro), onde repressão militar e policial.
defende as Reformas de Base. Neste plano, Jango prometia  
mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e edu- 3. GOVERNO DA JUNTA MILITAR (31/8/1969-
cacional do país. 30/10/1969)
 Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores
organizam uma manifestação contra as intenções de João Doente, Costa e Silva foi substituído por uma junta mi-
Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, litar formada pelos ministros Aurélio de Lira Tavares (Exér-
que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cito), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Sousa e
cidade de São Paulo. Melo (Aeronáutica). 
 O clima de crise política e as tensões sociais aumen- Dois grupos de esquerda, O MR-8 e a ALN sequestram
tavam a cada dia. No dia 31 de março de 1964, tropas de o embaixador dos EUA Charles Elbrick. Os guerrilheiros exi-
Minas Gerais e São Paulo saem às ruas. Para evitar uma gem a libertação de 15 presos políticos, exigência conse-
guerra civil, Jango deixa o país refugiando-se no Uruguai. guida com sucesso. Porém, em 18 de setembro, o governo
Os militares tomam o poder. Em 9 de abril, é decretado o decreta a Lei de Segurança Nacional. Esta lei decretava o
Ato Institucional Número 1 (AI-1). Este Ato cassa mandatos exílio e a pena de morte em casos de “guerra psicológica
políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilida- adversa, ou revolucionária, ou subversiva”.
de de funcionários públicos.  No final de 1969, o líder da ALN, Carlos Mariguella, foi
  morto pelas forças de repressão em São Paulo.
HISTÓRIA DO BRASIL

1. GOVERNO CASTELLO BRANCO (1964-1967)   


4. GOVERNO MÉDICI (1969-1974)
Castello Branco, general militar, foi eleito pelo Con-
gresso Nacional presidente da República em 15 de abril de Em 1969, a Junta Militar escolhe o novo presidente: o
1964. Em seu pronunciamento, declarou defender a demo- general Emílio Garrastazu Médici. Seu governo é conside-
cracia, porém ao começar seu governo, assume uma posi- rado o mais duro e repressivo do período, conhecido como
ção autoritária.  «anos de chumbo». A repressão à luta armada cresce e

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uma severa política de censura é colocada em execução. brasileiros exilados e condenados por crimes políticos. Os
Jornais, revistas, livros, peças de teatro, filmes, músicas e militares de linha dura continuam com a repressão clandes-
outras formas de expressão artística são censuradas. Mui- tina. Cartas-bomba são colocadas em órgãos da imprensa
tos professores, políticos, músicos, artistas e escritores são e da OAB (Ordem dos advogados do Brasil). No dia 30 de
investigados, presos, torturados ou exilados do país. O Abril de 1981, uma bomba explode durante um show no
DOI-Codi (Destacamento de Operações e Informações e ao centro de convenções do Rio Centro. O atentado fora pro-
Centro de Operações de Defesa Interna ) atua como centro vavelmente promovido por militares de linha dura, embora
de investigação e repressão do governo militar. até hoje nada tenha sido provado.
 Ganha força no campo a guerrilha rural, principalmente  Em 1979, o governo aprova lei que restabelece o pluri-
no Araguaia. A guerrilha do Araguaia é fortemente reprimi- partidarismo no país. Os partidos voltam a funcionar den-
da pelas forças militares. tro da normalidade. A ARENA muda o nome e passa a ser
  PDS, enquanto o MDB passa a ser PMDB. Outros partidos
5. O Milagre Econômico são criados, como: Partido dos Trabalhadores (PT) e o Par-
tido Democrático Trabalhista (PDT).
 Na área econômica o país crescia rapidamente. Este pe-  
ríodo que vai de 1969 a 1973 ficou conhecido com a época 8. A Redemocratização e a Campanha pelas Diretas
do Milagre Econômico. O PIB brasileiro crescia a uma taxa Já
de quase 12% ao ano, enquanto a inflação beirava os 18%.
Com investimentos internos e empréstimos do exterior, Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta
o país avançou e estruturou uma base de infraestrutura. vários problemas. A inflação é alta e a recessão também.
Todos estes investimentos geraram milhões de empregos Enquanto isso a oposição ganha terreno com o surgimento
pelo país. Algumas obras, consideradas faraônicas, foram de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos.
executadas, como a Rodovia Transamazônica e a Ponte Rio- Em 1984, políticos de oposição, artistas, jogadores de
-Niterói. futebol e milhões de brasileiros participam do movimento
 Porém, todo esse crescimento teve um custo altíssi- das Diretas Já. O movimento era favorável à aprovação da
mo e a conta deveria ser paga no futuro. Os empréstimos Emenda Dante de Oliveira que garantiria eleições diretas
estrangeiros geraram uma dívida externa elevada para os para presidente naquele ano. Para a decepção do povo, a
padrões econômicos do Brasil. emenda não foi aprovada pela Câmara dos Deputados.
  É denominado «Nova República” na história do Bra-
6. GOVERNO GEISEL (1974-1979) sil, o período imediatamente posterior ao Regime Militar,
época de exceção das liberdades fundamentais e de perse-
 Em 1974 assume a presidência o general Ernesto Geisel guição a opositores do poder. É exatamente pela repressão
que começa um lento processo de transição rumo à demo- do período anterior que afloram, de todos os setores da
cracia. Seu governo coincide com o fim do milagre econô- sociedade brasileira o desejo de iniciar uma nova fase do
mico e com a insatisfação popular em altas taxas. A crise governo republicano no país, com eleições diretas, além de
do petróleo e a recessão mundial interferem na economia uma nova constituição que contemplasse as aspirações de
brasileira, no momento em que os créditos e empréstimos todos os cidadãos. Pode-se denominar tal período também
internacionais diminuem. como a Sexta República Brasileira.
 Geisel anuncia a abertura política lenta, gradual e se- A Nova República inicia-se com o fim do mandato do
gura. A oposição política começa a ganhar espaço. Nas presidente e general João Batista de Oliveira Figueiredo,
eleições de 1974, o MDB conquista 59% dos votos para o mas mesmo antes disto, o povo havia dado um notável
Senado, 48% da Câmara dos Deputados e ganha a prefei- exemplo de união e de cidadania, ao sair às ruas de todo
tura da maioria das grandes cidades. país, pressionando o legislativo a aprovar a volta da eleição
 Os militares de linha dura, não contentes com os ca- direta para presidente, a Campanha das Diretas-Já, que não
minhos do governo Geisel, começam a promover ataques obteria sucesso, pois a Emenda Dante de Oliveira, como fi-
clandestinos aos membros da esquerda. Em 1975, o jorna- cou conhecida a proposta de voto direto, acabou não sen-
lista Vladimir Herzog á assassinado nas dependências do do aprovada.
DOI-Codi em São Paulo. Em janeiro de 1976, o operário No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral es-
Manuel Fiel Filho aparece morto em situação semelhante. colheria o deputado Tancredo Neves, que concorreu com
 Em 1978, Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeas- Paulo Maluf, como novo presidente da República. Ele fazia
-corpus e abre caminho para a volta da democracia no Bra- parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição for-
sil. mado pelo PMDB e pela Frente Liberal.
HISTÓRIA DO BRASIL

   Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica


7. GOVERNO FIGUEIREDO (1979-1985)  doente antes de assumir e acaba falecendo. Assume o vi-
ce-presidente José Sarney. Em 1988 é aprovada uma nova
 A vitória do MDB nas eleições em 1978 começa a ace- constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou
lerar o processo de redemocratização. O general João Bap- os rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios de-
tista Figueiredo decreta a Lei da Anistia, concedendo o di- mocráticos no país.
reito de retorno ao Brasil para os políticos, artistas e demais

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9. Brasil na atualidade trabalho e a qualidade de vida das famílias brasileiras. Há
indicadores objetivos que dão sustentação à percepção de
Quando falamos de Brasil Atual, geralmente nos referi- que os dias são difíceis: o achatamento do valor real dos
mos a temas que dizem respeito aos últimos trinta anos de salários, a redução do poder de compra, os elevados níveis
nossa história, isto é, desde o fim dos Governo Militares até de desemprego, a epidemia de endividamento, os aumen-
os dias de hoje. Nesse sentido, comentaremos temas rela- tos nos preços dos combustíveis (apesar do momentâneo
tivos a esse período, que vai desde a abertura democrática, controle da inflação), o crescimento da concentração de
começada com a Lei de Anistia (de 1979), até as manifes- renda, certa estagnação da economia (estimativa de baixo
tações populares que ocorreram nos anos de 2013 e 2015. crescimento do PIB), a retomada da política de privatiza-
Nesse arco temporal, diversos temas interpõem-se. O ções e o fenômeno da desindustrialização que assola o país
Movimento pelas Diretas Já é um dos primeiros e mais (apesar da recente baixa de juros), a falência de empresas
significativos. Com a abertura política articulada entre ci- e negócios, a continuidade dos gigantescos déficits públi-
vis e militares, entre os anos de 1979 e 1985, a população cos, o aumento da tributação (falta de correção na tabela
vislumbrou a possibilidade de voltar a exercer o direito ao do IRPF, por exemplo), a comprovada mobilidade social
voto direto na eleição de seus representantes. Entretanto, descendente (com muitos cruzando novamente para baixo
o primeiro presidente civil, após o longo período militar, foi da linha da pobreza), o crescimento da fome e da miséria,
eleito indiretamente em 1985. Seu nome era Tancredo Ne- acentuando, assim, a já enorme desigualdade social que
ves, que faleceu antes de tomar posse. José Sarney, eleito caracteriza o Brasil.
vice, assumiu o cargo, exercendo-o até 1989. Em relação ao cenário político, o novo presidente eleito
O governo Sarney foi um dos mais conturbados da herdará enormes desafios: crescente e insustentável dívida
chamada “Nova República”, sobretudo pelos transtornos pública, uma população polarizada e uma oposição ferre-
econômicos pelos quais o país passou. Todavia, foi duran- nha, uma indústria em frangalhos, além da “obrigação” de
te o governo Sarney que foi reunida a constituinte para a cumprir algumas promessas eleitorais que analistas dizem
elaboração da nova Constituição Federal. O processo de beirar o infactível.
elaboração da carta constitucional foi encabeçado por Ulis-
ses Guimarães, um dos líderes do novo partido herdeiro 10, Desafios do presidente eleito Jair Bolsonaro
do MDB, o PMDB. A versão oficial da Constituição ficou
pronta em 1988. Nela havia o restabelecimento da ordem Vamos explicar brevemente o cenário econômico do
civil democrática e das liberdades individuais, bem como a Brasil para entendermos um pouco dos desafios que nosso
garantia das eleições diretas. próximo presidente encontrará pela frente. O Brasil tem
Em 1989, as primeiras eleições diretas ocorreram e foi um enorme problema fiscal a ser resolvido, uma indústria
eleito como presidente Fernando Collor de Melo. Collor com capacidade ociosa bastante alta, desemprego em níveis
também desenvolveu um governo com forte instabilidade altos (embora em trajetória de gradual queda), níveis de buro-
econômica, porém permeado também com grandes escân- cracia que entravam a nossa produtividade e bancos com linhas
dalos políticos, que desencadearam contra ele um proces-
de crédito ainda em níveis muito abaixo dos recordes, principal-
so de impeachment, diante do qual preferiu renunciar ao
mente do BNDES. Além disso, sofre de baixo nível de confian-
cargo de presidente. O vice de Collor, Itamar Franco, conti-
ça de investidores tanto nacionais quanto internacionais, o que
nuou no poder até o término do mandato, na passagem de
gera uma pressão negativa no preço de nosso ativos.
1993 para 1994. Nesse período, um importante dispositivo
O mercado hoje busca sinalizações quanto a priori-
financeiro foi criado para resolver o problema das sucessi-
zação de reformas e propostas mais complexas de difícil
vas crises econômicas: o Plano Real, elaborado e efetivado
aprovação pelo Legislativo, uma vez que esse tema não foi
por nomes como Gustavo Franco e Fernando Henrique
Cardoso. central durante o período de campanha eleitoral. A não
Esse último, parlamentar e sociólogo por formação, priorização de temas chave traria risco e volatilidade aos
candidatou-se à presidência, vencendo o pleito e ocupan- ativos brasileiros, sendo o valor de nossa moeda frente ao
do esse cargo de 1994 a 1998. Depois, foi reeleito e go- dólar o primeiro alvo dos investidores.
vernou até 2002. Nas eleições de 2002, um dos partidos A Reforma da Previdência é vista como um possível di-
que haviam nascido no período da abertura democrática, o visor de águas do novo governo dada a sua urgência. “A
PT – Partido dos Trabalhadores, conseguiu eleger seu can- reforma [da previdência] proposta pelo governo já não é
didato: Luís Inácio Lula da Silva, que, a exemplo de Fer- mais suficiente, dada a intensidade dos problemas que se
nando Henrique, governou o país por oito anos, de 2002 a acumularam desde então, notadamente o aumento dos
2010. A sucessora de Lula, a também filiada ao PT, Dilma gastos com pessoal, que tolheu o espaço para as demais
Rousseff, governou o país de 2010 até 2016, quando teve despesas” diz Fabio Giambiagi, chefe do Departamento de
HISTÓRIA DO BRASIL

aprovado no senado o processo de impeachment, saindo Pesquisa Econômica do BNDES (Banco Nacional de Desen-
de cena portanto e tendo seu vice o papel de assumir o volvimento Econômico e Social). O projeto que for apro-
governo em meio à maior crise econômica e politica que o vado pelo Legislativo poderá definir o cenário econômico
Brasil já viveu dentro da nova republica. nacional nos anos seguintes. A Reforma Tributária, abertura
Em relação ao aspecto econômico, a longa e profun- comercial e privatizações são alguns exemplos. Em breve
da crise que o Brasil atravessa deixa um rastro de impac- publicaremos textos analisando mais profundamente as
tos negativos sobre o sistema de produção, o mercado de propostas e quais os impactos nos principais ativos.

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Diante de tantas dúvidas, uma coisa é certa: Jair Bolso- 11.1. África e Brasil: muitas influências
naro enfrentará um quadro desafiador, com grande oposi-
ção política, cenário econômico ainda fragilizado e a piora A história da África e a cultura afro-brasileira estão in-
na oferta de serviços públicos. Além disso, contará com um timamente ligadas e precisam ser valorizadas. Nosso país
Congresso mais fragmentado e o crescimento de bancadas possui a maior população de origem africana fora do conti-
com interesses corporativistas, o que pode se mostrar um nente e isso explica a forte influência que eles exercem por
grande empecilho ao avanço da agenda econômica. Custa- aqui, em especial na região Nordeste. A maioria destes afri-
rá ao novo presidente aglutinar a população altamente po- canos chegou ao Brasil durante o período da escravidão.
larizada em torno de um projeto nacional suprapartidário. Porém, no começo do século XIX estes costumes, rituais e
Enfim, esse novo governo tem que arrumar a casa, por- manifestações não eram permitidos, pois fugiam totalmen-
que hoje o que está errado no Brasil é o setor público, não te da cultura europeia e dos seus valores, tão valorizados
é o privado. O setor privado precisa de um ambiente de na época.
negócios favorável ao investimento e cabe ao setor público Estados que mais foram influenciados pela cultura afri-
tomar as medidas necessárias para que esse ambiente vol- cana:
te a proporcionar crescimento e desenvolvimento. • Rio Grande do Sul
• São Paulo
11. RELAÇÃO BRASIL E ÁFRICA • Rio de Janeiro
• Espírito Santo
A África é um continente com rica diversidade cultural. • Minas Gerais
Além disso, a sua história tem forte ligação com a histó- • Bahia
ria do nosso país. Afinal, muitos africanos desembarcaram • Alagoas
por aqui durante a escravidão, entre os séculos XVI e XIX, • Pernambuco
trazendo junto às suas danças, culinária, rituais religiosos • Maranhão
e costumes. Estes negros conquistaram a sua liberdade so-
mente em 1888, ano em que foi assinada a Lei Áurea. A No século XX, estas expressões artísticas e culturais
África é banhada pelos oceanos Índico e Atlântico, além do passaram a ser aceitas como nacionais e, atualmente, in-
Mar Mediterrâneo. Ao que tudo indica, o primeiro estado a fluenciam a vida de todos os brasileiros e integram o nosso
formar-se no continente foi o Egito, há mais de 5 mil anos. calendário. A história da África e a cultura afro-brasileira
Porém, desde a antiguidade povos de todos os continentes ficam evidentes, por exemplo, na capoeira. Desenvolvida
exploraram a África atrás das suas riquezas, como o ouro como uma forma de defesa, com o tempo estes movimen-
e o sal. tos foram integrados às músicas africanas, dando um as-
Considerada o continente de origem do ser humano, a pecto de dança, o que enganava os capatazes dentro dos
África já foi dominada por diferentes povos e civilizações, engenhos. A capoeira só foi de fato liberada no Brasil nos
como os árabes, romanos e fenícios. Em torno dos anos anos 1930, pelo então presidente Getúlio Vargas. Atual-
600 a.C., os fenícios foram fundamentais para o comércio, mente, é considerada Patrimônio Cultural Brasileiro e um
percorrendo o continente do Mediterrâneo até o Índico. tipo de esporte.
Já no século VII, foi a vez dos árabes dominarem a região, Na culinária, a relação entre a história da África e a
com destaque para a região Norte e a proximidade com a cultura afro-brasileira também fica clara. São diversos os
Europa. No século XIX, os países europeus dividiram a Áfri- exemplos, como cocada, sarapatel, mungunzá, acarajé, va-
ca, como Portugal, Bélgica, Espanha, Holanda, Alemanha, tapá, caruru e o mais admirado deles, a popular feijoada,
Itália e Inglaterra. que nasceu nas senzalas a partir de restos de carne que os
Com o final da 2ª Guerra Mundial, somente quatro paí- patrões liberavam e que eram cozidas em um caldeirão. A
ses africanos já eram independentes: religião também mostra como a história da África e a cul-
• África do Sul tura afro-brasileira estão relacionadas. O Candomblé, por
• Etiópia exemplo, é uma festa religiosa que foi trazida ao país pelos
• Egito escravos. Entre as suas principais divindades estão Iemanjá,
• Libéria Oxumaré, Oxum e Xangô. Estas cerimônias acontecem, ge-
ralmente, em terreiros.
Porém, em 1951, a Líbia conquistou a sua independên- A história da África e a cultura afro-brasileira também se
cia da Itália. Em seguida, outros países concluíram que era encontram na moda, em especial no uso de turbantes. En-
a chance de seguir o mesmo caminho. Nos próximos 30 quanto no continente africano o turbante indica posições
anos ocorreram diversas independências que resultaram sociais e faz parte da sua cultura, no Brasil ele ficou mais
HISTÓRIA DO BRASIL

no mapa atual do continente. Hoje em dia, considerado forte por influência de Carmem Miranda e de Paul Poiret,
o continente mais rico na questão de recursos naturais, a estilista francês. O turbante deixa qualquer produção mais
África é também o mais pobre, com diversos problemas charmosa e autêntica, e tem conquistado cada vez mais
sociais que atingem a sua população. usuárias.
Outro ponto onde a história da África e a cultura afro-
-brasileira se encontram é na Língua Portuguesa. Diversos
termos que utilizamos com frequência são originários do

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continente africano, como muvuca, quitute, maconha, ca- dos para o Brasil. Porém, ao longo do período passou-se a
panga, cachimbo, cachaça, corcunda, caxumba, muquirana, designá-los a partir da região ou porto de embarque, ou
cafofo, marimbondo, xingar, tanga, banguela, miçanga, ca- seja, das áreas de procedência.
çula, abadá, candango, entre tantos outros. Apesar da origem diversa dos escravos africanos, dois
No ano de 2003, a Lei nº 10.639 determinou que todas grupos se destacaram no Brasil: os Bantos e os Sudaneses.
as escolas, de Ensino Fundamental e Médio, devem incluir Os bantos foram assim, classificados devido à relativa uni-
o ensino da história da África e a cultura afro-brasileira nos dade linguística dos africanos oriundos de Angola, Congo
seus currículos. Uma forma de valorizar este continente e Moçambique.
que contribuiu tanto para a formação da nossa identidade
e da nossa cultura. Vainfas (2001, p. 67) destaca que:
Os povos bantos predominaram entre os escravos trafi-
11.2. Heranças étnico-culturais dos africanos no cados para o Brasil desde o século XVII, concentrando-se na
Brasil região sudeste, mas espalhados por toda a parte, inclusive
na Bahia. (…) Os Bantosoriundos do Congo eram chamados
A influência africana no processo de formação da cultu- de congo, muxicongo ,loango, cabina, monjolo, ao passo que
ra afro-brasileira começou a ser delineada a partir do tráfi- os de Angola o eram de massangana, cassange, loanda, re-
co negreiro. Quando milhões africanos “deixaram” forçada- bolo, cabundá, quissamã, embaca,benguela.
mente o continente africano e despontarem no Brasil para Essa diversidade fez com os Bantos apresentassem uma
exercer o trabalho compulsório. especificidade cultural, notadamente na lingüística, nos
O escravo africano era um elemento de suma importân- costumes e, principalmente, no campo religioso, que mes-
cia no campo econômico do período colonial sendo consi- clou aspectos do cristianismo com suas tradições religiosas.
derado “as mãos e os pés dos senhores de engenho porque
sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumen- De acordo com Kavinajé (2009, p. 3):
tar fazenda, nem ter engenho corrente” (ANTONIL, 1982, Os bantos, depois de um primeiro período de autonomia
p.89). Contudo, a contribuição africana no período colonial religiosa, que se conhece através de documentos históricos,
foi muito além do campo econômico, uma vez que, os escra- assistiram à transformação de seus cultos. Por um lado, esses
vos souberem reviver suas culturas de origem e recriarem deram lugar á macumba; por outro, amoldaram-se às re-
novas práticas culturais através do contato com outras cul- gras dos condomblés nagôs, não se distinguindo deles senão
turas. por uma maior tolerância. Os cultos bantos em gradativo
É importante salientar que não houve uma homogenei- declínio acolheram os espíritos dos índios, o que iria levar
dade cultural praticada pelos negros africanos, visto que ao surgimento de um “condomblé de cablocos”, e adotaram
imperava uma heterogeneidade favorecida pelas origens cantos em língua portuguesa, ao passo que os candomblés
distintas dos africanos, que apesar de oriundos do conti- nagôs só usam cantos em língua africana.
Já os sudaneses provenientes da África ocidental, Sudão
nente africano, geralmente os escravos apresentava uma
e da Costa da Guiné, contribuíram culturalmente para a for-
prática cultural diferenciada em alguns aspectos devido à
mação de uma identidade afro-brasileira, visto que muito
região que pertencia, pois a África caracteriza-se em um
de suas práticas culturais imperam atualmente como, por
continente dividido em países com línguas e culturas di-
exemplo, o candomblé, prática religiosa dos escravos su-
versas.
daneses.
Além da prática cultural diferenciada ressaltada, os afri-
No Brasil estes grupos: bantos e sudaneses mistura-
canos, ainda, incorporaram algumas práticas europeias e
ram-se resultando em cruzamentos biológicos, culturais e
indígenas, além de, influenciá-los culturalmente. O inter-
religiosos.
câmbio cultural entre os elementos citados contribuiu para
uma formação cultural afro – brasileira híbrida e bastante De acordo com Paiva (2001, p.36):
peculiar. Misturavam-se informações, assim como etnias, tradi-
ções e práticas culturais. Novas cores eram forjadas pela so-
Ao longo do período colonial e monárquico brasileiro ciedade colonial e por ela apropriadas para designar grupos
foi grande o contingente de escravos africanos no Brasil, diferentes de pessoas, para indicar hierarquização das rela-
visto que, constituía a maior mão – de – obra do período. A ções sociais, para impor a diferença dentro de um mundo
contribuição desses escravos foi além da participação eco- cada vez mais mestiço. Da cor da pele à dos panos que a
nômica, uma vez que, foram inserindo suas práticas, seus escondia ou a valorizava até a pluralidade multicor das ruas
costumes e seus rituais religiosos na sociedade Brasileira
HISTÓRIA DO BRASIL

coloniais, reflexo de conhecimentos migrantes, aplicados à


contribuindo, dessa forma para uma formação cultural pe- matéria vegetal, mineral, animal e cultural.
culiar no Brasil. Nota-se que o cruzamento cultural entre estes povos
Importante, ressaltar que as práticas desses escravos africanos propiciou a construção de uma identidade cultu-
africanos eram diferenciadas, pois eles eram oriundos de ral brasileira, ou cultura afro-brasileira. Uma vez que, eles
pontos diferentes do continente africano. De acordo com não temeram em “inventar códigos de comportamentos
VAINFAS (2001 p.66), durante o período colonial, quase e de recriarem praticas de sociabilidade e culturais” (Paiva
nada se sabia sobre a origem étnica dos africanos trafica-

27
2001, p.23). Assim, este cruzamento foi resultado de um indígenas. Nenhuma mais característica que a feitiçaria do
longo processo que propiciou uma riqueza cultural pecu- sapo para apressar a realização de casamentos demorados.
liar ao Brasil. O sapo tornou-se também, na magia sexual afro-brasileira,
De acordo com Paiva (2001, p.27), pode-se caracterizar o protetor da mulher infiel que, para enganar o marido, bas-
este cruzamento cultural como resultante de uma aproxi- ta tomar uma agulha enfiada em retrós verde, fazer com ela
mação entre universos geograficamente afastados, em hi- uma cruz no rosto do individuo adormecido e coser depois
bridismos e em impermeabilidades, em (re) apropriações, os olhos do sapo.
em adaptações e em sobreposição de representações e de Além da influência na vida sexual destacado no clássi-
práticas culturais. co Casa Grande e Senzala, merecem ênfase as canções que
Assim, a influência africana foi se tornando visível em foram modificadas pelas negras.
vários seguimentos da sociedade colonial, tais como culi- Também as canções de berço portuguesas, modificou-
nária, práticas religiosas, danças, dentre outros valores cul- -se a boca da ama negra, alterando nelas palavras; adap-
turais que foram incorporados pela população brasileira. tando-as às condições regionais; ligando-as às crenças dos
índios e às suas. Assim a velha canção “escuta, escuta me-
Sobre a influência africana Freire (2001, p. 343) des- nino” aqui amoleceu-se em “durma, durma, meu filhinho”,
taca que: passando Belém de “fonte” portuguesa, a “riacho” brasilei-
Quantas “mães-pretas”, amas de leite, negras cozinhei- ro. Freyre (2001, p. 380)
ras e quitandeiras influenciaram crianças e adultos brancos Observa-se que as amas apropriaram-se das canções
(negros e mestiços também), no campo e nas áreas urbanas, de origem portuguesa e as recriaram, dando um toque es-
com suas histórias, com suas memórias, com suas práticas pecial, o toque africano. Isso é perceptível na “infantiliza-
religiosas, seus hábitos e seus conhecimentos técnicos? Me- ção” das palavras das canções.
dos, verdades, cuidados, forma de organização social e sen- “A linguagem infantil também aqui se amoleceu ao con-
timentos, senso do que é certo e do que é errado, valores cul- tato da criança com a ama negra. Algumas palavras, ainda
turais, escolhas gastronômicas, indumentárias e linguagem, hoje duras ou acres quando pronunciadas pelos portugue-
ses, se amaciaram no Brasil por influência da boca africa-
tudo isso conformou-se no contato cotidiano desenvolvido
na. Da boca africana aliada ao clima – outro corruptor das
entre brancos, negros, indígenas e mestiços na Colônia.
línguas europeias, na fervura por que passaram na América
Ainda de acordo com Freyre (2001, p. 346), a nossa he-
tropical e subtropical. Freyre (2001, p. 382)
rança cultural africana é visível no jeito de andar e no falar
Deste modo, foi se delineando a língua falada no Brasil,
do brasileiro, pois:
a língua portuguesa que foi amplamente influenciada pelo
Na ternura, na mímica excessiva, no catolicismo em que
modo de falar dos escravos africanos.
se deliciam nossos sentidos, na música, no andar, na fala, no
A ama negra fez muitas vezes com as palavras o mesmo
canto de ninar menino pequeno, em tudo que é expressão que com a comida: machucou-as, tirou-lhes as espinhas,
sincera de vida, trazemos quase todos a marca da influência os ossos, as durezas, só deixando para a boca do menino
negra. Da escrava ou sinhama que nos embalou. Que nos branco as sílabas moles. Daí esse português de menino que
deu de mamar. Que nos deu de comer, ela própria amole- no norte do Brasil, principalmente, é uma das falas mais
gando na mão o bolão de comida. Da negra velha que nos doces deste mundo. Sem rr nem ss; as sílabas finas moles;
contou as primeiras histórias de bicho e de mal-assombrado. palavras que só faltam desmanchar-se na boca da gente. A
Da mulata que nos tirou o primeiro bicho- de- pé de uma co- linguagem infantil brasileira, e mesmo a portuguesa, tem
ceira tão boa. De que nos iniciou no amor físico e nos trans- um sabor quase africano: cacá, bumbum, tentén, nenén,
mitiu, ao ranger da cama- de- vento, a primeira sensação tatá, papá, papapo, lili, mimi (…) Amolecimento que se deu
completa de homem. Do moleque que foi o nosso primeiro em grande parte pela ação da ama negra junto à criança;
companheiro de brinquedo. (Freyre (2001,p. 348) do escravo preto junto ao filho do senhor branco. Os no-
Observa-se que de acordo com a citação acima a in- mes próprios foram dos que mais se amaciaram, perdendo
fluência africana foi além cozinha e da mesa, chegando até a solenidade, dissolvendo-se deliciosamente na boca dos
a cama, pois era comum a iniciação sexual do “senhorzi- escravos. Freyre (2001, p. 382)
nho” branco ocorrer com uma escrava. Comum também Nota-se que o intercâmbio cultural entre os negros
era a prática de feitiços sexuais e afrodisíacos pelos escra- africanos, indígenas e portugueses foram intensos, nota-
vos, pois foi na “perícia e no preparo de feitiços sexuais e damente na língua, costumes, modos, comidas, forma de
afrodisíacos que deu tanto prestigio a escravos macumbei- pensar e práticas religiosas. De acordo com Paiva (2001, p.
ros juntos a senhores brancos já velhos e gastos.” Freyre 185) As trocas culturais e os contatos entre povos de origem
(2001, p. 343), muito diversa é algo que, então, fazia parte do dia – a – dia
colonial, desde a chegada dos portugueses. Isto, porque, era
HISTÓRIA DO BRASIL

A influência do escravo negro na vida sexual da fa- ampla a vivência cultural da população negra no Brasil colo-
mília brasileira é destacada por, Freyre (2001, p. 381), nial, refletindo amplamente na sociedade do período.
assim: Deste intercâmbio cultural formou-se a cultura afro-
(…) O grosso das crenças e práticas da magia sexual que -brasileira, sendo visível à influência africana em todos os
se desenvolveram no Brasil foram coloridas pelo intenso mis- aspectos da sociedade brasileira, não sendo possível des-
ticismo do negro; algumas trazidas por ele da África, outras vincular a cultura brasileira da africana, da indígena ou da
africanas apenas na técnica, servindo-se de bichos e ervas europeia.

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Para Paiva (2001, p.39) a formação cultural não se deu África e Ásia fizeram com que os negros participassem do
de forma linear, uniforme e harmônica. Muitos foram os sistema econômico vigente na época, não de uma maneira
conflitos, as adaptações e os arranjos ao longo do período. igualitária como mercadores, mas como escravos a serviço
É evidente que não estou sugerindo uma formação li- dos seus donos. A partir de então, os negros passaram a ser
near desse universo cultural, nem estou emprestando-lhe levados para terra que estavam sendo descobertas, tanto
uma harmonia, que, de fato, pouco existiu. Tanto seu pro- para as colônias europeias como as colônias na América.
cesso de formação quanto a convivência no interior dele se E com isto, chegaram os negros no Brasil, para devastar
deram (e se dão) de maneira conflituosa na maioria das ve- matas, cuidar da roça, do gado, trabalhar na cana de açúcar
zes, embora haja, também, adaptações constantes, arranjos e dinamizar a economia da época
e acordos que visam a sua preservação. Paiva (2001, p. 41) Neste sentido, os negros foram fortes colaboradores
para a economia brasileira, não pelo lado intelectual, mas
A preservação dessas práticas culturais ocorreu atra- no impulso direto da dinamização do sistema econômico.
vés de aproximações e afastamentos conforme ideia No ciclo da mineração, o trabalho era árduo e impiedoso,
defendida por Paiva (2001, p.40): na busca de satisfazer os desejos ambiciosos dos Reis de
A conformação e a preservação do universo cultural dão- Portugal que objetivavam única e exclusivamente, extrair os
-se, então, através das aproximações e afastamentos, das in- minérios existentes no País. Eram quilômetros e quilômetros
terseções, da intervenção de espaços individuais e coletivos, de mata a dentro, passando todo tipo de miséria e
privados e comuns, que envolvem dimensões do viver tão di- sofrimento, com o ficto de se conseguir minerais preciosos.
versas quanto à do material, da utensilagem e das técnicas; Do mesmo modo, aconteceu na época do ciclo da cana de
dos costumes e tradições, das práticas e das representações açúcar e, em fim, de toda economia, com uma escravidão
culturais; da mitologia e da religião; do físico e concreto, do de negros, de participação tão ativa e indesprezível.
psicológico e imaginário; da linguagem e das escritas; da do- O negro não tinha direito a nada. unicamente a ração
minação, da resistência e do transito entre elas: da tempora- diária e um cantinho simples para dormir. A vida do
lidade e da espacialidade; das continuidades e das desconti- negro era o trabalho, o máximo possível, para retornar
nuidades; da memória e da história. Tudo implicado com os de maneira eficaz os custos imputados na compra de um
campos da política e do econômico, provocando mutuamen- negro trabalhador. A relação feitor-negro era o mesmo que
te contínuas reordenações e construções sociais. máquina e quem a comanda, com uma diferença, é que
Desse modo, observa-se a formação e a preservação de
o negro não tinha nenhum privilégio e a máquina tem a
uma identidade cultural, bastante plural devido às influên-
seu favor a limpeza de manutenção, entretanto, o negro
cias: européia, africana e indígena, favorecendo uma rique-
tinha como recompensa, as chicotadas e o castigo. O
za cultural bastante peculiar. Estas peculiaridades multicul-
tratamento recebido do patrão era de tamanho desprezo e
turais manifestaram-se, principalmente, na língua, culinária,
distanciamento, porque branco é branco e negro é negro,
música, dança, religião, dentre outros.
e o que resta por último é o trabalho e o conforto, somente
na hora da dormida, poucas horas.
Conclui-se que os africanos tiveram um papel impor-
A escravidão de negros não pode sobreviver por
tante no processo de formação cultural brasileiro, pois
através da inserção de suas práticas e seus costumes na muito tempo, partiu-se para escravizar índios, mas este
sociedade brasileira contribuíram para a formação de uma não aguentou este método de trabalho, tendo em vista o
identidade cultural afro – brasileira. ritmo da atividade e a dependência que estava submetido
o escravo. Nesta hora o negro mostrou que só ele serviria
11.3. Heranças econômicas para tal atividade, por causa de sua robusteza e resistência
de sua pele, que aguentava sol causticante, com poucos
A formação do Brasil veio com as descobertas de problemas para sua saúde física. O negro na economia era
terras distantes para extração de minerais (ouro, ferro, o trabalho desqualificado. Era o trabalho bruto, quer dizer,
prata, diamante, etc,) e vegetais (madeiras, etc.). O fato não era um trabalho que usasse a inteligência, pois não era
das descobertas gerou grande reboliço na Europa e África, do interesse de seu proprietário, educá-lo para atividades
onde viviam os grandes mercadores e aventureiros, bem de servidão e total subordinação ao seu senhor.
como a mão-de-obra que era utilizada para o trabalho Falando-se da importância do negro na economia
que os donos do poder queriam implementar. Os barcos brasileira, Pandiá CALÓGERAS, em seu livro intitulado
que traziam os descobridores e até mesmo os piratas “Formação Histórica do Brasil” fez uma síntese das causas
que atacavam e saqueavam os navios que retornavam principais dessa atividade na economia, quando coloca: o
com riquezas, eram remados pelos negros abundantes Brasil, não tendo ainda revelado haveres minerais, só podia
HISTÓRIA DO BRASIL

na África. Foi nestas circunstâncias que o negro teve a sua ser colônia agrícola. Os portugueses, por demais escassos,
integração na economia brasileira, com uma história triste não possuíam braços bastantes para o cultivo de suas
e abominável. fazendas nem para a extração do pau-brasil. Saída única
A participação dos negros na economia brasileira é para tais dificuldades deveria ser arrancar, por quaisquer
um retrocesso na história, pois faz retornar ao tempo meios, trabalhadores baratos do viveiro aparentemente
da escravidão, quer dizer, a era escravagista, antes do inesgotável da população regional. Essa foi a origem do
feudalismo tomar seu espaço. As viagens dos europeus à negro na economia do país e que durou muito tempo.

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O negro na economia brasileira, como em qualquer outra abolicionistas que tanto se dedicaram pela causa do negro
economia que usava o negro como mão-de-obra escrava, que era acima de tudo, sentimental. Entretanto, foi a 13 de
era tratado como uma mercadoria que era vendável, como maio de 1888 que a escravidão foi eliminada para sempre
bem retrata este anúncio da época: compram-se escravos de no País.
ambos os sexos, com ofício e sem ele, e paga-se bem contanto A abolição dos escravos no Brasil não aconteceu por
que sejam boas pessoas, na rua do Príncipe no 66 loja ou pura bondade da Princesa Isabel, mas das dificuldades
então este: quem tiver para vender um casal de escravos, que atravessava o país na obtenção do negro e nos custos
dirija-se a rua do Príncipe no Armazém de Molhados no 35 que eles imputavam. O momento internacional exigia uma
que achará com quem tratar. Desta forma, os jornais da mudança na estrutura produtiva predominante no Brasil,
época anunciavam constantemente transações de compra devido inovações que foram ocorrendo e a necessidade do
e venda de seres humanos, como se fossem produtos que mercado internacional se abrir para a tecnologia. A forma
vendidos, pudessem passar de mão em mão sem nenhum de escravidão já não era lucrativa e a substituição pelo
poder de reação. assalariamento seria mais viável às condições patronais de
Desta forma, pergunta-se normalmente, quais as origens rentabilidade. Sendo assim, o negro não tinha condições de
do negro no território Brasileiro? Para esta pergunta, pode- participar do processo produtivo com custos compatíveis
se citar um trecho de Walter F. PIAZZA40 (1975) quando com a situação empresarial.
escreveu que “Entretanto, conseguimos, em buscas nos A escravidão foi eliminada somente no aspecto de
arquivos eclesiásticos, anotar as seguintes “nações” de compra e venda de escravos para o trabalho cotidiano na
origem dos elementos africanos que povoaram Santa roça, nas casas particulares, ou em qualquer trabalho que
Catarina: “congo”, “moçambique”, “cabinda”, “angola”, seus donos quisessem. A escravidão foi substituída pelo
“costa da guiné” e rebolla”, ou então “mina”, “benguella” e assalariamento que não é muito, só com diferença na forma
“monjolo””. Esses países de origem foram encontrados no de dependência, mas o processo de servidão é o mesmo,
Arquivo Histórico - Eclesiástico de Florianópolis do ano de miserável e impiedosa. A escravidão agora deixou de ser
1821-1822, os jornais “O Argos” no 154 de 1857 e no 857 unicamente do negro e passou a ser de negros e brancos,
de 1861 e “O Despertador” no 77 de 1863, onde isto pode entretanto, o negro traz consigo o pior, a discriminação, o
ser extrapolado para o país. estigma. O País precisa de tomar consciência da situação
A escravidão no Brasil durou muito tempo sem nenhuma do negro e introduzi-lo na sociedade de igual com os
piedade pela classe dominante, porque só queriam extrair brancos, pois são todos seres humanos e mortais.
ao máximo possível, o retorno sobre seu capital empregado. Finalmente, a abolição aconteceu por conveniência
Mas, internacionalmente, a utilização e o tráfico de
circunstancial do momento, não deixando de continuar a
escravos já estavam sendo combatidos, desde 1462
escravidão sobre os negros de maneira geral. Os longos
quando o Papa PIO II publicou a sua Bula de 7 de outubro
anos de subordinação criaram um estigma de negro sobre
deste mesmo ano. Toda trajetória de escravidão do negro
branco que não é uma simples Lei Imperial que vai torná-los
já vinha sendo combatida de maneira muito intensa, mas
iguais perante a sociedade. Criou-se na cultura universal,
ecoava pouco nos países ou colônias subdesenvolvidas. É
em especial, nos países pobres que negro é negro e branco
tanto que Portugal eliminou a escravidão em seu território
é branco e não há quem mude este estado de coisas.
e continuou praticando seu ato de selvageria em outros
lugares que estravam sob seu domínio e ai está o Brasil. Portanto, deve-se ficar claro que o negro é um ser humano
Diante de tantos sofrimentos, a Nação brasileira cheio de virtudes e defeitos que devem ser aplaudidos e
começava a dar os primeiros passos no sentido de abolir reprovados do mesmo modo que os brancos, banindo de
os escravos brasileiros. Esse trabalho foi lento e acima de uma vez por todas as diferenciações que existem entre
tudo, não obedecendo as Leis internacionais de abolição negros e brancos ou vice-versa.
da escravatura. Portugal declara extinta a escravidão negra
nas ilhas de Madeira e dos Açores e, pela Lei de 16 de Fonte e/ou texto adaptado de:
janeiro de 1773, declaravam livres os recém-nascidos de www.geledes.org.br/www.suapesquisa.com/www.
mulher escrava desta Nação - Lei do Ventre Livre. No Brasil infoescola.com/www.historiadobrasil.net/www.brasilescola.
continua do mesmo jeito. Já na Inglaterra, em 1807 ficou uol.com.br/www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/www.
proibido o tráfico de escravos com barcos ingleses e entrada hisdobrasil.blogspot.com/www.historiadobrasil.net/www.
de escravos nas possessões inglesas, mesmo havendo um jchistorybrasil.webnode.com.br/www.blogdoenem.com.br/
grupo denominado “Abolition Society” fundada em 1787 www.historiabrasil.xpg.com.br/www.educabras.com/www.
que não podia avançar muito. historiaemfocoslsm.blogspot.com.br/www.educacao.uol.
No Brasil, a abolição foi implantada geralmente, com.br/www.resumoescolar.com.br/www.remessaonline.
mesmo existindo uma proibição internacional contra o com.br/www.eumed.net/Cláudio Fernandes/Emerson
HISTÓRIA DO BRASIL

tráfico negreiro, como as normas de 19 de fevereiro de Santiago/Valquiria Velasco/Leandro Carvalho/Rainer


1810, implementada em 1815, com mais adições em 1817 Souza/Bruno Izaías da Silva/Antonio Gasparetto Junior/
e realmente posta em prática em 1826, onde foi criada Selmar Luiz/Tales Pinto/Natalia Rodrigues/Ana Lucia
uma Comissão internacional luso-inglesa que ficariam, Santana/Miriam Ilza Santana/Márcio Carvalho C. Ferreira/
uma na África, outra na Serra Leoa e outra no Brasil, para Luiz Gonzaga de Sousa
coibir o tráfico negreiro. Não foi desta vez que foi extinta
a escravidão, mas a luta continuava empunhada pelos

30
d) Uma das suas características marcantes foi a unifor-
midade de pretensões, uma vez que todos os grupos
EXERCÍCIOS COMENTADOS lutavam pelos mesmos objetivos.
e) Após a tomada de Recife pelos revolucionários hou-
1. (Prefeitura de Betim/MG – 2015 - Prefeitura de Be- ve a implantação de um governo provisório baseado
tim/MG) Considere o texto. em uma espécie de “lei orgânica”, que estabeleceu
A árvore de pau-brasil era frondosa, com folhas de um a tolerância religiosa e a igualdade de direitos, in-
verde acinzentado quase metálico e belas flores amarelas. clusive dos escravos, o que representou importante
Havia exemplares extraordinários, tão grossos que três ho- avanço rumo à abolição da escravatura.
mens não poderiam abraçá-los. O tronco vermelho ferrugi-
noso chegava a ter, algumas vezes, 30 metros (...) Resposta: Letra B. Em “a”, Errado – dentre as causas da
Náufragos, Degredados e Traficantes. Eduardo Bueno  revolução temos: - Insatisfação popular com a chegada
Em 1550, segundo o pastor francês Jean de Lery, em um e funcionamento da corte portuguesa no Brasil, desde o
único depósito havia cem mil toras. Sobre essa riqueza, ano de 1808; Insatisfação com impostos e tributos cria-
neste período da História do Brasil, podemos afirmar:  dos no Brasil por D. João VI a partir da chegada da cor-
te portuguesa ao Brasil; Influência dos ideais iluministas;
a) O extrativismo foi rigidamente controlado para evitar o Significativa crise econômica que abatia a região; Fome e
esgotamento da madeira. miséria, que foram intensificadas com a seca que atingiu
b) Provocou intenso povoamento e colonização, já que de- a região em 1816.
mandava muita mão-de-obra. Em “c”, Errado - A revolta é também conhecida como a
c) Explorado com mão-de-obra indígena, através do es- Revolta dos Padres devido ao número considerável de pa-
cambo, gerou feitorias ao longo da costa; seu inten- dres que nela tomaram lugar - um dos mais conhecidos
so extrativismo levou ao esgotamento da madeira. foi Frei Caneca.
d) O litoral brasileiro não era ainda alvo de traficantes e Em “d”, Errado – grupos diversos participaram da revo-
corsários franceses e de outras nacionalidades, já que a lução.
madeira não tinha valor comercial. Em “e”, Errado – os revolucionários ficaram no poder me-
nos de três meses. A repressão ao movimento foi sangren-
ta e com isso, o governo lusitano preservava a sua hege-
Resposta: Letra C. Em “a”, Errado – não houve, à época,
monia política através da força das armas.
qualquer preocupação com a preservação da espécie, o
extrativismo foi feito de forma desenfreada e irrespon-
3. (MPE/GO – 2018 – MPE/GO) Acerca do processo de
sável, visando apenas levar o máximo da madeira para
independência do Brasil, é correto afirmar:
a Europa.
Em “b”, Errado – não houve, de imediato, intenso povoa-
a) A independência do Brasil é um processo que se estende
mento e colonização por parte de Portugal.
de 1821 a 1850 e fora marcado por não haver oposição
Em “d”, Errado – a madeira tinha alto valor comercial. alguma do Reino de Portugal;
b) Oficialmente, a data comemorada para independência
2. (MPE/GO – 2018 – MPE/GO) Analise as proposições do Brasil é a de 07 de setembro de 1822 em que ocorreu
listadas abaixo e aponte aquela que possui informação cor- o chamado “’grito do Ipiranga”, ato de proclamação feita
reta a respeito da Revolução de 1817: por D. Pedro II, às margens do riacho Ipiranga (atual ci-
dade de São Paulo);
a) Conhecida como Revolução Pernambucana, foi mar- c) Entre as causas que fizeram eclodir o processo de inde-
cada por um intenso descontentamento popular pendência do Brasil estão: vontade de grande parte da
diante da desigualdade regional verificada após o elite política brasileira em conquistar a autonomia políti-
retorno da Coroa para o Brasil. Embora os relatos his- ca; desgaste do sistema de controle econômico com res-
tóricos apontem a existência de pesados impostos trições e altos impostos, exercido pela Coroa Portuguesa
neste período, tal fator não contribuiu para a eclosão no Brasil e tentativa da Coroa Portuguesa em recolonizar
do movimento. o Brasil;
b) A revolução de 1817 não ficou restrita a Pernambuco, d) O chamado “dia do fico” foi um ato posterior à indepen-
se expandindo para outras áreas do Nordeste. O des- dência do Brasil em que D. Pedro não acatou as determi-
favorecimento regional, acompanhado de um inten- nações feitas pela Coroa Portuguesa que exigia seu re-
so antilusitanismo, foi o denominador comum desta torno para Portugal. Em 09 de janeiro de 1822, D. Pedro
HISTÓRIA DO BRASIL

espécie de revolta geral. negou o chamado e afirmou que ficaria no Brasil;


c) A revolução de 1817 abarcou as mais diversas ca- e) Após a independência do Brasil D. Pedro I foi coroado
madas da população, como militares, proprietários imperador do Brasil em dezembro de 1821, bem como
rurais, juízes, artesãos e comerciantes. Os sacerdotes, não houve registros de manifestações de portugueses
no entanto, não participaram da Revolução, haja vis- contrárias á independência do Brasil;
ta a indissociável relação existente entre Igreja Cató-
lica e Estado no aludido contexto histórico.

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Resposta: Letra C. Em “a”, Errado – o período em ques- A sequência está correta em
tão foi de 1821 a 1825.
Em “b”, Errado – o ato de proclamação foi feito por D. a) V, V, F.
Pedro I b) F, V, V.
Em “d”, Errado – esse ato foi anterior à proclamação da c) F, V, F.
independência.
d) V, F, V.
Em “e”, Errado – a coroação ocorreu em 1822.

4. (CESPE/2018 - Instituto Rio Branco) As disputas entre Resposta: Letra A. Para responder a questão vamos
D. Pedro I e a Câmara dos Deputados marcaram o Primeiro enumerar as afirmativas de I a III.
Reinado e resultaram na abdicação do imperador. Acerca Em “I”, Certo - No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio
do Primeiro Reinado e do período da Regência, julgue (C Eleitoral escolheria o deputado Tancredo Neves, que con-
ou E) o item subsequente. correu com Paulo Maluf, como novo presidente da Repú-
A Cabanagem destacou-se entre os movimentos de con- blica. Ele fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de
testação à Regência por sua duração (1835 a 1840), a des- oposição formado pelo PMDB e pela Frente Liberal.  Era o
peito de ter se concentrado em um território muito restrito fim do regime militar.
e com pequena participação popular. Em “II”, Certo - Em 1984, políticos de oposição, artistas,
jogadores de futebol e milhões de brasileiros participam
( ) CERTO ( ) ERRADO
do movimento das Diretas Já. O movimento era favorável
Resposta: Errado. A cabanagem foi um movimento à aprovação da Emenda Dante de Oliveira que garantiria
que eclodiu na província do Grão-Pará (Amazonas e eleições diretas para presidente naquele ano.
Pará atuais), de 1833 a 1839, começou com a resistên- Em “III”, Errado – ele não foi eleito pelo voto direto (o pri-
cia oferecida pelo presidente do conselho da província, meiro presidente eleito por voto direto foi Collor), ele as-
que impediu o desembarque das autoridades nomeadas sumiu por ser vice na chapa de Tancredo Neves que fica
pela regência. Grande parte dos revoltosos era formada doente antes de assumir e acaba falecendo.
por mestiços e índios, chamados de cabanos, ou seja,
com grande participação popular. 7. (MPE/RS – 2015 – MPE/RS) Considere as seguintes afir-
mações, relativas à história recente do Brasil.
5. (CESPE/2017 – INSTITUTO RIO BRANCO) A Primeira
República caracterizou-se pelo regime oligárquico e pela I. O período entre 1986 e 1990 foi marcado pela estabili-
economia agroexportadora. Com relação a esses assuntos, dade monetária, com a criação do plano cruzado, e pela
julgue (C ou E) o item a seguir. recuperação da economia após a crise do petróleo da dé-
Na década de 20 do século XX, o movimento tenentista contou cada de 1970.
com importante participação de oficiais tanto do Exército como II. Com ampla participação popular, mobilizada através do
da Marinha, tendo apontado os males causados pelo poder ex- movimento das “Diretas Já!”, foram realizadas em 1985 as
cessivo da oligarquia e defendido a descentralização do poder primeiras eleições diretas para a Presidência da República,
político, além de uma política econômica nacionalista. sendo vitoriosa a chapa encabeçada por Tancredo Neves e
José Sarney.
( ) CERTO ( ) ERRADO III. A Constituição de 1988 valorizou direitos políticos e
sociais, reconheceu a organização social indígena e alte-
Resposta: Errado. Na década de 1920 surgiu no Brasil
um movimento conhecido como Tenentismo, formado rou o sistema tributário nacional, repassando aos estados
em geral por militares de média e baixa patente, a maior e municípios parte dos recursos anteriormente destinados
parte do Exercito. à União.
O Tenentismo conquistou civis que aderiram ao projeto, Quais estão corretas? 
mas com o tempo foi ficando claro que a defesa era pela
implantação de um Estado forte e centralizado, através a) Apenas I.
do qual as necessidades do país poderiam ficar explícitas b) Apenas II.
e resolvidas. c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
6. (IDECAN/2017 – CAMARA DE NATIVIDADE/RJ) Sobre
e) Apenas II e III. 
a história política do Brasil, marque V para as afirmativas
verdadeiras e F para as falsas. 
( ) A ditadura militar no Brasil teve uma duração de 21 anos, Resposta: Letra C. Para responder a questão vamos enu-
HISTÓRIA DO BRASIL

iniciando em 1964 e tendo seu término em 1985. merar as afirmativas de I a III.


( ) “Diretas Já” foi um dos movimentos de maior participa- Em “I”, Errado – esse foi um período de grande instabili-
ção popular da história do Brasil. Teve início em 1983, no dade econômica monetária no país. A medida adotada
governo de João Batista Figueiredo, e propunha eleições para controlar a inflação gerou consequências negativas
diretas para o cargo de presidente da República. no mercado, pois, com o congelamento dos preços, houve
( ) José Sarney foi o primeiro presidente brasileiro eleito uma crise de abastecimento e, com isso, o plano fracas-
por voto direto depois da ditadura militar. sou, vindo a inflação a subir novamente.

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Em “II”, Errado – Em 1985 não tivemos eleições diretas e PRÉ-HISTÓRIA
sim indiretas.
Em “III”, Certo – a afirmativa descreve aspectos positivos Há muito tempo atrás, o mundo não era como conhe-
que a CF trouxe. cemos hoje, os continentes tinham outra formação. Por
exemplo: África, Ásia, América, Europa, Antártica e Oceania
A História é o estudo do passado. Ela define-se como formava um só território.
a ciência que estuda as ações dos homens e mulheres no Lentas mudanças que, ao longo de milhares de anos
tempo e no espaço. Ciência essa essencial para compreen- agiram na estrutura da terra, trouxeram modificações que
dermos o que foi e o que é a humanidade, como ocorrem mudaram o curso da Historia.
as estruturas e as relações sociais, as perspectivas huma- Vamos aqui, rapidamente fazer uma analise sobre esse
nas, suas instituições, seus ideais e suas culturas e, ainda, processo e, então, entender um pouco melhor a historia
criar diretrizes de estudo de como poderá ser a evolução dos continentes como se vê nos dias de hoje.
dessa mesma humanidade. Há cerca de 200 milhões de anos atrás, a terra era um só
A historiografia mostra que a História teve inicio aproxi- bloco de terra, fenômeno chamado Pangeia (toda a terra),
madamente 4.000 a.C, quando os sumérios desenvolveram até que se deu o processo de divisão dessa terra.
a escrita cuneiforme. Alfred Lothar Wegener, primeiro pesquisador que reuniu
De acordo com essa definição, o objeto principal de es- bons argumentos para explicar o processo de divisão da
tudo da História são os homens e mulheres, bem como as terra, através da Teoria da Deriva Continental, explica que,
mudanças realizadas em suas ações ao longo do tempo. os continentes possuem características em comuns que
O estudo da Historia é tradicionalmente dividido em explicam a pangeia e justificam sua separação. Essa teoria
quatro épocas: Idade Antiga, Média, Moderna e Contem- tem embasamento em várias alegações, entre elas, a dos
porânea, onde, cada uma dessas épocas é marcada por fósseis e a do formato dos continentes.
grandes transformações das formas de vida do homem, Foi constatado que algumas regiões, distantes umas
seus relacionamentos e concepções de mundo. das outras, possuíam fósseis de animais e vegetais iguais.
No entanto, anterior a essas épocas citadas, a História Para os cientistas isso é uma das provas de que em algum
já se construía. Estamos falando do período Pré-História. momento na história, esses continentes tinham sido
Nesse material faremos uma análise de cada uma das 4 interligados, uma vez que separados não teriam como
épocas, porém, antes de dar início a essa análise, faremos alguns animais se locomoverem de um para outro.
uma breve abordagem sobre o papel do tempo na História Outra explicação é a do formato dos continentes.
e a formação do território continental por nós hoje conhe- Olhando as bordas dessas regiões é possível observar
cido, que se deu na pré-história. que os blocos formam um “quebra-cabeça”, como se
eles se encaixassem. Por exemplo, a América do Sul (uma
1. Como o tempo interfere nas Permanências e Mu- das divisões do continente América), local onde o Brasil
danças Históricas e na compreensão dos fenômenos se encontra, esteve grudada ao continente africano no
passado.
Na história, o tempo considerado não é esse do nosso Alfred Wegener afirma que a separação ocorreu
dia a dia, que estamos acostumados, ou seja, o tempo cro- lentamente. Primeiro a pangeia se dividiu em duas partes,
nológico. a Laurásia e Gondwana. Da primeira proporção se originou
A história considera o tempo histórico, onde os historia- a América do Norte (a outra divisão da América) e a Eurásia
dores organizam o tempo em função dos eventos, que po- (formação dos continentes Europa e Ásia). Já o segundo
dem ser de curta ou longa duração. Uma forma de melhor fragmento deu origem a América do Sul, África, Oceania
entender essa concepção de tempo é através do olhar do e as ilhas do Pacífico Sul. Entre esses dois grandes blocos
historiador que marca o tempo histórico através das modi- continentais se formou um mar, que recebeu o nome da
ficações que as sociedades promovem na sua organização, deusa grega Tetis.
no desenvolvimento das relações políticas, no comporta- Com o passar dos anos, em um movimento com
mento das práticas econômicas e em outras ações e gestos uma velocidade de cerca de 1,2 a 2 centímetros, as placas
que marcam a história de um povo, onde, enquanto essa continentais foram tomando as proporções que hoje
“permanência” perdurar, esse será um tempo na história. possuem. Acredita-se ainda que o movimento atual dessas
Vale ressaltar que, a passagem de um período histórico placas sejam de cinco centímetros por ano, isto implica
para outro, não significa necessariamente que o anterior dizer que os continentes ainda estão em deslocamento e as
seja totalmente encerrado, pois, muitas coisas acontecem diferenças só poderão ser descritas daqui a milhares de anos.
em épocas mais atuais que trazem em si “permanências”
HISTÓRIA DO BRASIL

de períodos anteriores e que se tornaram hábitos/costu- 1. Continentes


mes do passado que persistem no presente.
A Ásia é o maior continente do mundo, possuindo uma
extensão de 44,5 milhões de quilômetros quadrados. Por
essa razão, também é o mais povoado. A região possui um
população muito diferente, de várias raças, culturas e raízes
históricas.

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Já a Europa é o mais marítimo dos continentes, pois Os chineses permaneceram isolados por muito tempo
possui um litoral extremamente recortado. No passado – em decorrência de seu próprio isolamento geográfico. A
atualmente isso ainda ocorre em poucas proporções -, a civilização chinesa encontrava-se no extreme oriente, mas
Europa e a Ásia eram consideradas como um só continente, por si só foram responsáveis por grandes descobertas e
a Eurásia. Porém, ambas possuem características bem invenções na história da humanidade. Sabe-se que em
distintas uma da outra. torno de 1.500 a.C. os chineses estavam bem organizados
A América pode ser dividida em dois territórios, sob a forma de um reino. Sua civilização durou por muitos
a América do Norte e a América do Sul, nesta última séculos.
podemos encontrar países como o Brasil, Argentina, A civilização hindu ocupou a Índia em torno de 2.000 a.C.
Uruguai, Paraguai, Peru, entre outros. Já na primeira e também ficou distanciada de outros povos por causa da
encontram-se os Estados Unidos da América, Canadá e, posição geográfica. Da mesma forma que a China, muitas
ainda nesta subcategoria, podemos abrir espaço para a invenções importantes para a história da humanidade
América Central, onde se localiza o México. vieram dos hindus.
O terceiro maior continente de expansão é a África. A civilização de Creta foi contemporânea ao Egito
Nela é possível perceber uma quantidade diversificada Antigo e estava localizada numa ilha do mar Mediterrâneo.
de etnias e culturas. Todavia, é uma região muito pobre, Estava perto da Grécia e da Ásia Menor. Desenvolveram
abrigando 21 países dos 30 mais pobres do mundo. Em uma cultura muito rica desde o terceiro milênio a.C. e foram
contrapartida, possui conservadas, inúmeras espécies de muito influentes para a cultura grega.
fauna e flora. Os gregos, por sua vez, ocuparam uma península
A Antártida é o continente mais frio e seco. Por ter um banhada pelo mar Jônico, o Egeu e o Mediterrâneo
clima com temperaturas muito baixas é uma região que desde o século XX a.C. Muito influentes para a história da
não possui população, sendo assim não tem governo e humanidade, suas principais cidades eram Atenas e Esparta.
também não pertence a nenhum país. O Império Macedônico foi organizado por Filipe II
Por fim, a Oceania, composta por várias ilhas, o e conquistou um grande território sob o reinado de
continente é o menor em território e, com exceção da Alexandre, o Grande. A expansão do Império Macedônico,
Antártida, é o menor em população também. Entre os que começou no século IV a.C., causou a fusão de culturas,
países que o ocupam está a Austrália e a Nova Zelândia. gerando a cultura helenística.
Os romanos representaram uma enorme civilização
IDADE ANTIGA desenvolvida a partir da península Itálica, na Europa.
A fundação de Roma ainda é um mistério para os
A História Antiga compreende um vasto período da historiadores, mas o império que se formou influenciou a
história da humanidade que se inicia com o aparecimento vida e a cultura na Europa, África e Ásia por séculos. Sua
da escrita cuneiforme e vai até a tomada do Império queda se deu em 476 d.C. e marcou o início de uma nova
Romano pelos bárbaros. fase da história da humanidade.
O início desse período da história tem seu tempo
datado em 4.000 a.C. e se estende até o ano 476. Essas
balizas representam o surgimento da escrita cuneiforme e #FicaDica
a invasão e tomada do Império Romano pelos bárbaros.
Entre as civilizações mais recorrentes e conhecidas A Idade Antiga está estreitamente ligada ao
da História Antiga estão: a civilização do Egito Antigo, a Oriente. Lá florescem as primeiras civilizações,
mesopotâmica, o povo Hebreu, os fenícios, os persas, os sobretudo na chamada “Zona do Crescente
chineses, os hindus, os cretenses, os gregos, os macedônicos Fértil”, que atraiu, pelas possibilidades
e os romanos. agrícolas, os primeiros habitantes do Egito,
A civilização do Egito Antigo se formou no vale do rio Palestina, Mesopotâmia, Irã e Fenícia. Abrange,
Nilo, no nordeste da África. Esse povo se organizou em também, as chamadas civilizações clássicas,
torno de 3.200 a. C. como um império. Grécia e Roma, Ocidente. Caracterizou-se pelo
A Mesopotâmia, localizada na Ásia Menor, reuniu uma Escravismo
civilização entre os rios Tigre e Eufrates e tinha como povos
mais importantes os sumérios e os babilônios.
O povo Hebreu representa um dos casos em que 1. Formação dos Reinos Bárbaros
a origem ainda é desconhecida. Os hebraicos foram
responsáveis pela história da Antiga Israel. Devido à expansão do Império, a partir do século
HISTÓRIA DO BRASIL

Os fenícios eram um povo de origem semita localizados I, os romanos mantinham contato pacífico com povos
na costa oriental do mar Mediterrâneo. Surgiram em torno bárbaros, principalmente os germanos. Muitos desses
do ano 3.000 a.C. povos migraram para o Império Romano e chegaram a ser
O Império Persa ocupou toda a Ásia Menor ao longo de utilizados no exército como mercenários.
dois séculos de existência. Sua grande civilização começou Porém, no século V, os germanos foram pressionados
em 549 a.C. e terminou em 330 a.C. quando foi dominada pelos belicosos hunos.
pelos macedônios.

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Os hunos, de origem asiática, deslocaram-se em direção Reino dos Borgúndios: os borgúndios migraram da
à Europa e atacaram os germanos, levando-os a fugir. Estes, Escandináva, dominaram o vale do Ródano até Avinhão,
acabaram por invadir o Império Romano, que enfraquecido onde fundaram o seu reino. Em meados do século VI, os
pelas crises e guerras internas, não resistiu às invasões e borgúndios foram dominados pelos francos.
decaiu. No antigo mundo romano nasceram vários reinos Reino do Anglo-Saxões: surgiu em 571, quando os
bárbaros. saxões venceram os bretões e consolidaram-se na região
“(...) Não têm eles (os hunos) necessidade de fogo nem da Bretanha.
de comidas temperadas, mas vivem de raizes selvagens e No processo de invasão e formação dos reinos bárbaros,
de toda espécie de carne que comem meio crua, depois deu-se ao mesmo tempo, a “barbarização” das populações
de tê-la aquecido levemente sentando-se em cima durante romanas e a “romanização” dos bárbaros. Na economia,
algum tempo quando estão a cavalo. Não têm casas, não a Europa adotou as práticas econômicas germânicas,
se encontra entre eles nem mesmo uma cabana coberta voltada para a agricultura, ode o comércio era de pequena
de caniço. Vestem-se panos ou peles de ratos do campo. importância.
(...) Nenhum cultiva a terra nem toca mesmo um arado. Apesar de dominadores, os bárbaros não tentaram
Sem morada fixa, sem casas, erram por todos os lados e destruir os resquícios da cultura romana; ao contrario, em
parecem sempre fugir com as suas carriolas. Como animais vários aspectos assimilaram-na e revigoraram-na. Isso se
desprovidos de razão, ignoram inteiramente o que é o bem deu, por exemplo, na organização política. Eles que tinham
e o que é o mal; não têm religião, nem superstições; nada uma primitiva organização tribal, adotaram parcialmente
iguala sua paixão pelo ouro.” a instituição monárquica, além de alguns mecanismos
A decadência do Império Romano do Ocidente foi e normas de administração romana. Muitos povos
acelerada pela invasão de povos bárbaros. Bárbaros era a bárbaros adotaram o latim com língua oficial. Os novos
denominação que os romanos davam aqueles que viviam reinos converteram-se progressivamente ao catolicismo e
fora das fronteiras do Império e não falavam o latim. Dentre aceitaram a autoridade da Igreja Católica, à cabeça da qual
os grupos bárbaros destacamos os: se encontrava o bispo de Roma.
Germanos: de origem indo-européia, habitavam a Com a ruptura da antiga unidade romana, a Igreja
Europa Ocidental. As principais nações germânicas eram: Católica tornou-se a única instituição universal européia.
os vigiados, ostrogodos, vândalos, bretões, saxões, francos Essa situação lhe deu uma posição invejável durante todo
etc. Entre os povos bárbaros, os germanos foram os mais o medievalismo europeu.
significativos para a formação da Europa Feudal.
Eslavos: provenientes da Europa Oriental e da Ásia, 2. A Igreja na Idade Média - sua trajetória e princi-
compreendiam os russos, tchecos, poloneses, sérvios, entre pais características
outros.
Tártaro-mongóis: eram de origem asiática. Faziam parte Com a expansão do feudalismo por toda a Europa
deste grupo as tribos dos hunos, turcos, búlgaros, etc. Medieval, observamos a ascensão de uma das mais
importantes e poderosas instituições desse mesmo
Dos reinos bárbaros que se formaram na Europa, os período: a Igreja Católica. Aproveitando-se da expansão do
principais foram: cristianismo, observada durante o fim do Império Romano,
Reino dos Visigodos: situado na península ibérica, a Igreja alcançou a condição de principal instituição a
era o mais antigo e extenso. Os visigodos ocupavam disseminar e refletir os valores da doutrina cristã.
estrategicamente a ligação entre o Mar Mediterrâneo e o Naquela época, logo depois do Primeiro Século,
oceano Atlântico, que lhes permitia a supremacia comercial diversas interpretações da doutrina cristã e outras religiões
entre a Europa continental e insular. pagãs se faziam presentes no contexto europeu. Foi através
Reino dos Ostrogodos: localizam-se na península do Concílio de Niceia, em 325, que se assentaram as bases
Itálica. Os ostrogodos se esforçaram para salvanguardar religiosas e ideológicas da Igreja Católica Apostólica
o patrimônio artistico-cultural de Roma. Restauraram Romana. Através da centralização de seus princípios e
vários monumentos, para manter viva a memória romana. da formulação de uma estrutura hierárquica, a Igreja
Conservaram a organização político-administrativa teve condições suficientes para alargar o seu campo de
imperial, o Senado, os funcionários públicos romanos e os influências durante a Idade Média.
militares godos. Estabelecida em uma sociedade marcada pelo pensa-
Reino do Vândalos: o povo vândalo atravessou a Europa e mento religioso, a Igreja esteve nos mais diferentes ex-
fixou-se no norte da África. Nesse reino houve perseguição tratos da sociedade medieval. A própria organização da
HISTÓRIA DO BRASIL

aos cristãos, cujo resultado foi a migração em massa para sociedade medieval (dividida em Clero, Nobreza e Servos)
outros reinos, provocando falta de trabalhadores, e uma era um reflexo da Santíssima Trindade. Além disso, a vida
diminuição da produção. terrena era desprezada em relação aos benefícios a serem
Reino dos Suevos: surgiu a oeste da península Ibérica alcançados pela vida nos céus. Dessa maneira, muitos dos
e os suevos viviam da pesca e da agricultura. No final costumes dessa época estavam influenciados pelo dilema
do século VI, o reino foi absorvido pelos visigodos, que da vida após a morte.
passaram a dominar toda península.

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Além de se destacar pela sua presença no campo das dade cultural e espiritual ao ocidente europeu. A propósito,
ideias, a Igreja também alcançou grande poder material. a própria História da Igreja Católica é decisiva para o enten-
Durante a Idade Média ela passou a controlar grande par- dimento da Idade Média como um todo e da herança que
te dos territórios feudais, se transformando em importante o mundo moderno dela recebeu.
chave na manutenção e nas decisões do poder nobiliárqui- Ao mesmo tempo em que esses fatos transcorriam no
co. A própria exigência do celibato foi um importante me- Ocidente, no Oriente (especificamente na região do leste
canismo para que a Igreja conservasse o seu patrimônio. O europeu e da Anatólia (atual Turquia), o Império Bizantino,
crescimento do poder material da Igreja chegou a causar ou Império Romano do Oriente, também com estrutura re-
reações dentro da própria instituição. ligiosa cristã, desenvolvia uma estrutura política que resis-
Aqueles que viam na influência político-econômica da tiria até o ano de 1453, quando Constantinopla, o “coração”
Igreja uma ameaça aos princípios religiosos começaram a do Império, foi tomada pelos turcos otomanos.
se concentrar em ordens religiosas que se abstinham de Houve ainda, entre os séculos VII e VIII, a ascensão e
qualquer tipo de regalia ou conforto material. Essa cisão expansão do islamismo, que era, a um só tempo, uma reli-
nas práticas da Igreja veio subdividir o clero em duas ver- gião e uma forma de organização política. O Islamismo ex-
tentes: o clero secular, que administrava os bens da Igreja pandiu-se rapidamente pelo mundo durante a Idade Mé-
e a representava nas questões políticas; e o clero regular, dia, chegando a ocupar quase que inteiramente a Penín-
composto pelas ordens religiosas mais voltadas às praticas sula Ibérica. O período que denominamos de Baixa Idade
espirituais e a pregação de valores cristãos. Média compreende, ao mesmo tempo, uma fase em que
Sob outro aspecto, a Igreja também teve grande mo- a civilização medieval chegou ao seu ápice, mas também
nopólio sob o mundo letrado daquele período. Exceto os entrou em declínio. Foi nessa fase, sobretudo nos séculos
membros da Igreja, pouquíssimas pessoas eram alfabeti- XI e XII, que apareceram as suntuosas arquiteturas gótica e
zadas ou tinham acesso às obras escritas. Por isso, mui- românica e a estrutura de ensino universitário. Houve tam-
tos mosteiros medievais preservavam bibliotecas inteiras bém, nessa fase, o processo de renascimento urbano e
onde grandes obras do Mundo Clássico e Oriental eram comercial e o desenvolvimento dos burgos.
Entretanto, a crise do mundo medieval sobreveio no
preservadas. São Tomás de Aquino e Santo Agostinho, por
século XIV a partir de eventos como a Peste Negra, as Re-
exemplo, foram dois membros da Igreja que produziram
voltas Camponesas e vários problemas que impediram a
tratados filosóficos que dialogavam com os pensadores da
expansão econômica da Europa.
Antiguidade.
Um dos principais temas desse período é o Feudalismo,
Mesmo contando com tamanho poder e influência, a
então a seguir uma breve explanação sobre ele.
Igreja também sofreu com manifestações dissidentes. Por
um lado, as heresias, seitas e ritos pagãos interpretavam o
1. Feudalismo
texto bíblico de forma independente ou não reconheciam
o papel sagrado da Igreja. Em 1054, a Cisma do Oriente O feudalismo é um modo de produção ou a maneira
marcou uma grande ruptura interna da Igreja, que deu ori- como as pessoas produziam os bens necessários para sua
gem à Igreja Bizantina. sobrevivência. Durante a Idade Média, este foi um sistema
de organização social que estabelecia como as pessoas se
IDADE MÉDIA relacionavam entre si e o lugar que cada uma delas ocupa-
va na sociedade.
Os historiadores dividem esse período em duas partes: O feudalismo teve suas origens no final do século 3, se
a Alta Idade Média e Baixa Idade Média, sendo que, a pri- consolidou no século 8, teve seu principal desenvolvimento
meira parte abrange o período de meados do século V ao no século 10 e chegou a sobreviver até o final da Idade Mé-
final do século X e a segunda parte abrange de meados do dia (século 15). Pode-se afirmar que era o sistema típico da
século XI a meados do século XV. era medieval e que com ela se iniciou, a partir da queda do
Uma das características desse período é que ele foi co- Império Romano do Ocidente (473) e com ela se encerrou,
nhecido pela sua obscuridade, sendo chamado de “Idade no final da Idade Média, quando houve a queda do Império
das Trevas”. Romano do Oriente (1543).
No período da Alta Idade Média, houve a convergên- Entre as principais causas do surgimento deste siste-
cia de uma série de fatores que contribuiu para a crise do ma feudal está a decadência do Império Romano (falta de
Império Romano do Ocidente, crise essa que acabou pro- escravos e prestígio, declínio militar) já no século 3 d.C.,
vocando o seu colapso. Um dos elementos que contribuí- na grave crise econômica no Império Romano. Ocorreram
ram para a queda do Império Romano do Ocidente foram invasões germânicas (bárbaros) que fizeram os grandes se-
as ocorrências de invasões bárbaras, sendo inclusive, atra- nhores romanos abandonarem as cidades para morar no
HISTÓRIA DO BRASIL

vés dessas que alguns povos bárbaros, como os francos, os campo, em suas propriedades rurais. Esses poderosos se-
germânicos e os visigodos, passaram a fazer a sua própria nhores romanos criaram ali as vilas romanas, centros rurais
organização social e política. que deram origem aos feudos e ao sistema feudal na Idade
Os exemplos principais são o do Reino dos Francos, Média.
cujo representante emblemático foi Carlos Magno, e o do Nestas vilas romanas, pessoas menos ricas buscaram
Sacro Império Romano-Germânico, formado já em uma trabalho e a proteção dos grandes senhores romanos e fi-
época em que a Igreja Católica havia conseguido dar uni- zeram com eles um tratado de colonato, ou seja, os mais

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pobres poderiam usar as terras, mas seriam obrigados a trabalhos no campo e, em troca, lhes davam a proteção
entregar parte da produção destas terras aos senhores pro- contra esses ataques dos estrangeiros. Tinham as armas
prietários. Isso fez com que o antigo sistema escravista de e soldados para protegerem as populações mais pobres
produção fosse substituído por esse novo sistema servil de e delas exigiam lealdade. Com esse tratado de suserania
produção, no qual o trabalhador rural se tornava servo do e vassalagem foram dominando muitas partes do Império
grande proprietário. Romano extinto. A dependência fez com que os campone-
ses passassem a entregar aos seus suseranos também os
1.1. Funcionamento produtos que cultivavam, suas terras e seus serviços, e se
tornavam servos destes seus protetores.
A base do sistema feudal era a relação servil de pro- A servidão dos vassalos era uma forma de escravidão
dução. Com base nisto foram organizados os feudos, que mais branda. Os servos não eram vendidos, mas eram obri-
respeitavam duas tradições: o comitatus e o colonatus. O gados a entregarem esses produtos aos senhores durante
comitatus (que vem da palavra comites, “companheiro”) era toda a sua vida. Não se tornavam proprietários das terras
de origem romana e unia senhores de terra pelos laços de que cultivavam e elas eram emprestadas para que nelas
vassalagem, quando prometiam fidelidade e honra uns aos trabalhassem. Essa servidão passava dos pais para os filhos,
outros. No colonatus, ou colonato, o proprietário das terras perpetuando essa relação de dependência e proteção por
concedia trabalho e proteção aos seus colonos, em troca gerações.
de parte de toda a produção desses colonos.
Um senhor feudal dominava uma propriedade de terra 1.2. Crise do feudalismo
(feudo), que compreendia uma ou mais aldeias, as terras
que seus vassalos (camponeses) cultivavam, a floresta e as A crise do feudalismo é um processo de longa duração
pastagens comuns, a terra que pertencia à Igreja paroquial que conta com uma série de fatores determinantes. Entre
e a casa senhorial – que ficava na melhor parte cultivável. outros pontos, podemos destacar que a mudança nas
As origens desse sistema feudal, de “feudo”, palavra relações econômicas foi de grande importância para
germânica que significa o direito que alguém possui sobre que as práticas e regras que regulavam o interior dos
um bem ou sobre uma propriedade. Feudo, portanto, era feudos sofressem significativas transformações. Essa
uma unidade de produção onde a maior parte das relações nova configuração econômica, pouco a pouco, influiu
sociais passava a acontecer, porque os senhores feudais na transformação nos laços sociais e nas ideias que
(suseranos) eram poderosos e cediam a outros nobres (que sustentavam aquele tipo de ordenação presente em toda
se tornavam seus vassalos) as terras em troca de serviços a Europa.
e obrigações. O caráter auto-sustentável dos feudos perdeu espaço
para uma economia mais integrada às trocas comerciais.
Em uma sociedade feudal havia estamentos ou cama- Ao mesmo tempo, a ampliação do consumo de gêneros
das estanques, não havia mobilidade social e não se podia manufaturados e especiarias, e a crise agrícola dos feudos
passar de uma camada social para outra. Havia a camada trouxeram o fim do equilíbrio no acordo estabelecido
daqueles que lutavam (Nobreza), a camada dos que reza- entre servos e senhores feudais. Essa fase de instabilidade
vam (Clero) e a camada dos que trabalhavam (camponeses envolvendo as relações servis trouxe à tona um duplo
e servos). Com diferentes componentes: os servos – que movimento de reorganização dos feudos.
trabalhavam nos feudos, não podiam ser vendidos como Por um lado, as relações feudais em algumas regiões
escravos, nem tinham a liberdade de deixarem a terra onde sofrerem um processo de relaxamento que dava fim a
nasceram; os vilões – homens livres que viviam nas vilas toda rigidez constituída na organização do trabalho. Os
e povoados e deviam obrigações aos suseranos, mas que senhores de terra, cada vez mais interessados em consumir
podiam deixar o feudo quando desejassem; os nobres e o produtos manufaturados e adquirir especiarias, passavam
clero, que participavam da camada dominante dos senho- a estreitar relações com a dinâmica econômica urbana e
res feudais, tinham a posse legal da terra, o poder político, comercial. Para tanto, acabavam por dar mais espaço para
militar e jurídico. No alto clero estavam o papa, os arcebis- o trabalho assalariado ou o arrendamento de terras em
pos e bispos e na alta nobreza estavam os duques, mar- troca de dinheiro.
queses e condes. No baixo clero estavam os padres e mon- Entretanto, não podemos dizer que a integração e a
ges e na baixa nobreza os viscondes, barões e cavaleiros. monetarização da economia faziam parte de um mesmo
Esses feudos eram isolados uns dos outros e necessita- fenômeno absoluto. Em algumas regiões, principalmente
vam da proteção de seus senhores. Nasceram sob o medo da Europa Oriental, o crescimento demográfico e a perda da
das invasões bárbaras sofridas e que ocasionaram o final força de trabalho para a economia comercial incentivaram
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do próprio Império Romano Ocidental. Os povos que for- o endurecimento das relações servis. Imbuídos de seu
mavam os novos feudos eram as antigas conquistas dos poder político, muitos senhores de terra da Rússia e de
romanos e passaram a se organizar em reinos, condados e partes do Sacro Império Germânico passariam a exigir mais
povoados isolados para se protegerem de invasores estran- obrigações e impostos da população campesina.
geiros. Esse isolamento também os obrigava a produzirem De forma geral, esse processo marcou um período
o necessário para a sua sobrevivência e consumo próprio. de ascensão da economia europeia entre os séculos XII
Os senhores mais ricos submetiam os mais pobres aos e XIII. No entanto, o século seguinte seria marcado por

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uma profunda crise que traria grande reformulação (ou fundação da Igreja Anglicana pelo Rei Henrique VIII na se-
crise) ao mundo feudal. Entre 1346 e 1353, uma grande quência da tentativa de seu divórcio com sua rainha de ori-
epidemia de peste bubônica (peste negra) liquidou gem espanhola, Catarina de Aragão, em 1534; as Guerras
aproximadamente um terço da população europeia. Com da Religião francesas entre católicos e huguenotes, entre
isso, a disponibilidade de servos diminuiu e os salários dos 1562 e 1598; a Revolução Inglesa, que derrubou e executou
trabalhadores elevaram-se significativamente. o monarca Carlos I, em 1642; a Revolução Gloriosa, que
Esse processo fez com que as obrigações servis fossem depôs Jaime II e acabou com o absolutismo monárquico
cada vez mais rígidas, tendo em vista a escassez de em terras britânicas, em 1688; e a Revolução Americana,
trabalhadores. Os grandes proprietários de terra acabaram em 1776, que instaurou a independência das 13 Colônias
criando leis que dificultavam a saída dos servos de seus americanas.
domínios ou permitia a captura daqueles que fugissem Vendo tantos eventos marcantes do período, ocorridos
das terras. A opressão dos senhores acabou incitando uma especialmente durante o século XVI, podemos compreen-
série de revoltas camponesas em diferentes pontos da der o motivo pelo qual há muito é debatido na historiogra-
Europa. Essas diversas rebeliões ficaram conhecidas como fia o motivo pelo qual é a queda de Constantinopla o marco
“jacqueries”. que separa de maneira tradicional o período da Idade Mé-
No século XV, o declínio populacional foi superado dia do da Era Moderna, e não nenhum outro acontecimen-
reavivando a produção agrícola e as atividades comerciais. to ocorrido antes ou depois. Neste sentido, alguns estudio-
Essa fase de recuperação ainda não foi capaz de resolver sos, como o historiador francês Emmanuel Le Roy Ladurie,
as transformações ocorridas naquela época. A baixa questionaram o próprio ato de periodização da história,
produtividade dos feudos não era capaz de atender visto como meramente subjetivo; alguns, como o acadêmi-
a demanda alimentar dos novos centros urbanos em co francês Jacques Le Goff, defendem mesmo que a Idade
expansão que, ao mesmo tempo, tinham seu mercado Média teria durado até meados do século XVIII, uma vez
consumidor limitado pela grande população rural. que os onze séculos anteriores teriam entre si muito mais
Além disso, o comércio sofria grandes dificuldades semelhanças do que novidades, em especial nas áreas so-
por conta dos monopólios que dificultavam e encareciam cial e econômica. Tal ideia é conhecida como “longa Idade
a circulação de mercadorias pela Europa. Os árabes e Média”, que teria se encerrado apenas na Revolução Indus-
os comerciantes da Península Itálica eram os principais trial – que, de fato, teria marcado uma alteração substancial
responsáveis por esse encarecimento das especiarias na vida da maior parte da população, não se constituindo
vindas do Oriente. A falta de moedas, ocorrida em apenas uma demarcação cronológica. Outra polêmica
por conta da escassez de metais preciosos e o no que se refere à História Moderna se refere justamente
escoamento das mesmas para os orientais, impedia o a isso: algumas correntes historiográficas inglesas sequer
desenvolvimento das atividades comerciais. trabalham com o conceito de Idade Moderna, preferindo o
Tantos empecilhos gerados à economia do século XV de Tempos Modernos e dividindo as sociedades do perío-
só foram superados com a exploração de novos mercados do em pré-industriais e industriais. Já a influente corrente
que pudessem oferecer metais, alimentos e produtos. histórica marxista, por sua vez, compreende que o que a
Esses mercados só foram estabelecidos com o processo cronologia tradicional vê como a Era Contemporânea é, em
de expansão marítima, que deflagrou a colonização de realidade, a Era Moderna, tendo a Idade Média terminado
regiões da África e da América. Dessa forma, a economia apenas com a derrubada dos últimos soberanos absolutis-
mercantilista dava um passo decisivo para que um tas no século XVIII.
grande acúmulo de capitais se estabelecesse no contexto Em meio a tantas controvérsias, a visão mais consensual
econômico europeu. da Idade Moderna está mesmo em analisá-la como uma
época de transição entre sociedade feudal e a capitalista,
IDADE MODERNA cronologicamente situada entre o início da degradação das
estruturas sócio-econômicas típicas da Idade Média - ocor-
Tradicionalmente, o período histórico conhecido como rida no século XV - e o fim efetivo da Revolução Francesa
Idade ou História Moderna é delimitado como tendo com a derrota final napoleônica - evento que data de 1815.
ocorrido após a queda da cidade de Constantinopla pe- Este período em geral seria marcado principalmente por
rante os turcos otomanos, em maio de 1453, e antes da conflitos e reformas de cunho religioso, pela formação de
tomada da prisão de Bastilha por populares no início da diversos impérios coloniais pelas nações europeias e por
Revolução Francesa, em julho de 1789. um forte desenvolvimento artístico-científico. Em geral, o
Entre outros acontecimentos célebres deste período, crescimento da burocracia, a atuação de mercenários mi-
destacam-se especialmente o fim da série de confrontos litares e o desenvolvimento da diplomacia durante a épo-
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entre França e Inglaterra chamada de Guerra dos Cem ca do Renascimento cultural e comercial, entre os séculos
Anos, em 1453; a chegada do navegador genovês Cris- XIV e XVI, anteciparam uma tendência que se consolidaria
tóvão Colombo à América, em 1492; a descoberta oficial durante o Absolutismo do século XVII, o que por sua vez
do Brasil pelo fidalgo português Pedro Álvares Cabral, em possibilitaria a fortificação das monarquias nacionais euro-
1500; a publicação das 95 Teses pelo monge alemão Mar- peias, num processo iniciado ainda durante o período me-
tinho Lutero e o início da Reforma Protestante, em 1517; o dieval. Inaugurada por estes acontecimentos, a ascensão
rompimento da Inglaterra com a Igreja Católica Romana e a da burguesia acabaria por possibilitar o movimento ilumi-

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nista no século XVIII e a Revolução Francesa que ocorreria Cem Anos travada entre ambos desde o século XIV – e, es-
em seu rastro, já no final do século. Assim, seria inaugurada pecificamente no caso inglês, a Guerra das Duas Rosas, que
uma nova estrutura política que marcaria o século XIX e opôs a Casa Lancaster e a Casa York no século XV – foi que
possibilitaria a sociedade em que vivemos hoje. o poder real se consolidou respectivamente com a dinastia
Valois e a dinastia Tudor. Esse processo de centralização
política acabaria por resultar, mais tarde, na formação de
#FicaDica um sistema característico da Era Moderna: o absolutismo,
que encontraria sua expressão mais famosa em França com
A Idade Moderna caracteriza-se pelo Luís XIV, o Rei Sol.
nascimento do modo de produção capitalista. Entretanto, em algumas regiões o processo que levaria
ao Estado Nacional não seria completado neste período.
Embora tanto no Sacro Império Romano Germânico quan-
A seguir, os mais importantes movimentos dessa to na Península Itálica ocorresse a crise do feudalismo e o
época. início da centralização política, as forças regionais foram
fortes demais para que fosse possível a consolidação de
- Estados Nacionais e o Absolutismo Monárquico um poder central. Assim, ambas as regiões seriam politica-
O termo “Estados Nacionais” costuma ser utilizado mente fragmentadas durante a Era Moderna. Enquanto o
para designar o resultado da dinâmica política e econômi- Império possuía vários ducados, reinos e cidades indepen-
ca que levaria a uma nova formulação de Estado nos reinos dentes, na Península Itálica muitas terras foram dominadas
europeus, possibilitando o fortalecimento e subsequente por potências estrangeiras ou eram subordinadas à Igreja.
centralização do poder real. As modernas nações conhecidas como Alemanha e Itália
Durante a Idade Média, a Europa em geral seria carac- apenas surgiriam no século XIX.
terizada pela forte presença política dos senhores feudais.
Junto com a influência da Igreja, isso acabaria por assegu- - Absolutismo
rar a fragmentação do poder durante o período. No sé- Resultante do processo de centralização política das
culo XIV, porém, este sistema afundou em uma forte crise monarquias nacionais europeias, o absolutismo era um
depois da desagregação social causada pela epidemia de sistema político da Idade Moderna. Suas principais caracte-
peste bubônica, que em muito agravaria a crescente pa- rísticas são: ausência de divisão de poderes, poder concen-
ralisação do mercado agrícola. Neste contexto, ocorreu a trado no Estado e política econômica mercantilista.
ascensão da burguesia. Anteriormente mais predominante Numa monarquia absolutista, o rei tinha com seus sú-
nas atividades comerciais das cidades feudais, o grupo se ditos uma relação marcada pelo princípio da fidelidade:
tornaria cada vez mais influente ao adquirir as terras dos todos, sem exceção, deviam obediência e respeito ao mo-
arruinados senhores feudais, o que lentamente alteraria o narca e seus representantes. Estes possuíam a prerrogativa
eixo da economia para as atividades comerciais no meio de julgar e legislar ao invocar a mera vontade do soberano.
urbano. Isso desenvolveria substancialmente o comércio. Isso quer dizer, é claro, que questionar publicamente o de-
A diminuição do poder dos senhores feudais também sejo do monarca ou de seus agentes poderia ser conside-
levaria ao fortalecimento político dos reis. Aliados com a rado por si só um crime passível de punição, como pôde
ascendente burguesia, os monarcas tiveram maior possi- ser visto durante o reinado daquele que é considerado o
bilidade de arrecadar os impostos necessários para desen- expoente máximo do absolutismo: o monarca francês Luís
volver e manter as instituições necessárias para a admi- XIV (1638-1715), cognominado como o Rei Sol. Durante
nistração e segurança pública. Os recursos para isso eram seu reinado, ele concederia prêmios em dinheiro e incenti-
garantidos por meio da promoção da economia mercantil. vos fiscais à burguesia de modo a favorecer as manufatu-
Ao mesmo tempo em que beneficiava a burguesia, entre- ras, e aplacaria a influência da nobreza ao distribuir favores,
tanto, o rei ainda cultivava o apoio da nobreza, reforçando pensões e empregos na sede da corte dos Bourbon em
os laços de fidelidade entre eles ao atraí-los para a corte Versalhes, onde viveriam milhares de aristocratas subordi-
e promovendo seus membros mais destacados para im- nados a ele. Deste modo, Luís XIV obteve sucesso em con-
portantes cargos no Estado. Desta forma, a nobreza perdia trolar ambos os grupos sociais.
sua autonomia e se tornava subserviente ao rei. Ao mesmo Nesta época, surgiriam teorias políticas que justifica-
tempo, as fronteiras tornavam-se melhor definidas, geran- vam tamanho poder. A primeira apareceria ainda no século
do paulatinamente o sentimento de uma identidade nacio- XVI, na obra A República, do francês Jean Bodin (1530-96).
nal pelo reino. Esses escritos defendiam que o fortalecimento do Estado,
A maioria dos reinos europeus passou mais cedo ou gerando uma soberania inalienável e indivisível por parte
HISTÓRIA DO BRASIL

mais tarde por este processo. Um caso precoce foi Portu- do soberano, era a única maneira realmente eficaz para se
gal, consolidado já no século XIII, apesar de ter sua inde- combater a instabilidade política. Essa linha de pensamen-
pendência frequentemente ameaçada pela vizinha Castela to seria complementada por O Leviatã, do inglês Thomas
– que, por sua vez, apenas se uniria com Aragão e formaria Hobbes (1588-1679), que afirmaria que o rei não deveria
a Espanha moderna no século XV. As monarquias em Fran- justificar seus atos perante ninguém. Mas seriam as ideias
ça e Inglaterra também mostrariam cedo sinais de fortale- do bispo francês Jacques Bénigne Bossuet (1627-1704)
cimento do poder real, mas apenas depois da Guerra dos que se provariam mais influentes para o regime absolutis-

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ta. Em sua obra A política inspirada na Sagrada Escritura, do bispo francês Jacques Bénigne Bossuet (1627-1704)
ele apresenta a origem da realeza como divina. O monarca que se provariam mais influentes para o regime absolutis-
seria o representante de Deus na Terra, e, como tal, suas ta. Em sua obra A política inspirada na Sagrada Escritura,
vontades seriam infalíveis, não cabendo aos súditos ques- ele apresenta a origem da realeza como divina. O monarca
tioná-las. Essas ideias formariam a base da doutrina política seria o representante de Deus na Terra, e, como tal, suas
oficial do absolutismo francês, sendo conhecidas em seu vontades seriam infalíveis, não cabendo aos súditos ques-
conjunto como a teoria do direito divino dos reis. tioná-las. Essas ideias formariam a base da doutrina política
Uma condição essencial para a formação deste tipo de oficial do absolutismo francês, sendo conhecidas em seu
monarquia foi a grande quantidade de arrecadação alcan- conjunto como a teoria do direito divino dos reis.
çada após a consolidação do projeto de colonização nas Uma condição essencial para a formação deste tipo de
Américas. Isso enriqueceria substancialmente as monar- monarquia foi a grande quantidade de arrecadação alcan-
quias nacionais, possibilitando a manutenção dos exércitos çada após a consolidação do projeto de colonização nas
e marinhas. Com o tempo, surgiria a noção do metalismo, Américas. Isso enriqueceria substancialmente as monar-
uma das questões mais importantes da nova política eco- quias nacionais, possibilitando a manutenção dos exércitos
nômica do período que se convencionou chamar de mer- e marinhas. Com o tempo, surgiria a noção do metalismo,
cantilismo. Para o metalismo, a riqueza de um reino seria uma das questões mais importantes da nova política eco-
medida pela quantidade de metais preciosos dentro de nômica do período que se convencionou chamar de mer-
suas fronteiras. Para garantir isso, era fundamental que cantilismo. Para o metalismo, a riqueza de um reino seria
fossem vendidas mais mercadorias do que compradas, a medida pela quantidade de metais preciosos dentro de
fim de que fosse alcançada uma balança comercial positiva. suas fronteiras. Para garantir isso, era fundamental que
Para conseguir tal objetivo, o Estado intervinha na econo- fossem vendidas mais mercadorias do que compradas, a
mia e impunha o protecionismo, de modo que as barreiras fim de que fosse alcançada uma balança comercial positiva.
alfandegárias ficassem praticamente intransponíveis para Para conseguir tal objetivo, o Estado intervinha na econo-
os produtos estrangeiros. mia e impunha o protecionismo, de modo que as barreiras
alfandegárias ficassem praticamente intransponíveis para
os produtos estrangeiros.
- Mercantilismo
Resultante do processo de centralização política das
- Iluminismo
monarquias nacionais europeias, o absolutismo era um
Este movimento surgiu na França do século XVII e de-
sistema político da Idade Moderna. Suas principais caracte-
fendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que
rísticas são: ausência de divisão de poderes, poder concen-
dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filó-
trado no Estado e política econômica mercantilista.
sofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o pro-
Numa monarquia absolutista, o rei tinha com seus sú- pósito de iluminar as trevas em que se encontrava a socie-
ditos uma relação marcada pelo princípio da fidelidade: dade.
todos, sem exceção, deviam obediência e respeito ao mo- Os pensadores que defendiam estes ideais acredita-
narca e seus representantes. Estes possuíam a prerrogativa vam que o pensamento racional deveria ser levado adiante
de julgar e legislar ao invocar a mera vontade do soberano. substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, se-
Isso quer dizer, é claro, que questionar publicamente o de- gundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem
sejo do monarca ou de seus agentes poderia ser conside- deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as
rado por si só um crime passível de punição, como pôde questões que, até então, eram justificadas somente pela fé.
ser visto durante o reinado daquele que é considerado o
expoente máximo do absolutismo: o monarca francês Luís A apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII,
XIV (1638-1715), cognominado como o Rei Sol. Durante e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O
seu reinado, ele concederia prêmios em dinheiro e incenti- Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a
vos fiscais à burguesia de modo a favorecer as manufatu- Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igual-
ras, e aplacaria a influência da nobreza ao distribuir favores, dade e fraternidade. Também teve influência em outros
pensões e empregos na sede da corte dos Bourbon em movimentos sociais como na independência das colônias
Versalhes, onde viveriam milhares de aristocratas subordi- inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira,
nados a ele. Deste modo, Luís XIV obteve sucesso em con- ocorrida no Brasil.
trolar ambos os grupos sociais. Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente
Nesta época, surgiriam teorias políticas que justifica- bom, porém, era corrompido pela sociedade com o passar
vam tamanho poder. A primeira apareceria ainda no século do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte
XVI, na obra A República, do francês Jean Bodin (1530-96). de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a fe-
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Esses escritos defendiam que o fortalecimento do Estado, licidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram
gerando uma soberania inalienável e indivisível por parte contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas
do soberano, era a única maneira realmente eficaz para se mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos
combater a instabilidade política. Essa linha de pensamen- privilégios dados a nobreza e ao clero.
to seria complementada por O Leviatã, do inglês Thomas Os burgueses foram os principais interessados nesta fi-
Hobbes (1588-1679), que afirmaria que o rei não deveria losofia, pois, apesar do dinheiro que possuíam, eles não
justificar seus atos perante ninguém. Mas seriam as ideias tinham poder em questões políticas devido a sua forma

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participação limitada. Naquele período, o Antigo Regime Na área de transportes, podemos destacar a invenção
ainda vigorava na França, e, nesta forma de governo, o rei das locomotivas à vapor (maria fumaça) e os trens à vapor.
detinha todos os poderes. Uma outra forma de impedi- Com estes meios de transportes, foi possível transportar
mento aos burgueses eram as práticas mercantilistas, onde, mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com
o governo interferia ainda nas questões econômicas. custos mais baixos.
No Antigo Regime, a sociedade era dividida da seguinte As fábricas do início da Revolução Industrial não apre-
forma: Em primeiro lugar vinha o clero, em segundo a no- sentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condi-
breza, em terceiro a burguesia e os trabalhadores da cidade ções das fábricas eram precárias. Eram ambientes com pés-
e do campo. Com o fim deste poder, os sima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos
burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar
pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a em-
significativamente seus negócios, uma vez que, com o fim
pregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados che-
do absolutismo, foram tirados não só os privilégios de
poucos (clero e nobreza), como também, as práticas mer- gavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a
cantilistas que impediam a expansão comercial para a clas- castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas
se burguesa. como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio
Os principais filósofos do Iluminismo foram: John Loc- doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro
ke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria co- benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum
nhecimento com o passar do tempo através do empirismo; tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.
Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensa- Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se orga-
mento e não poupava crítica a intolerância religiosa; Jean- nizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os
-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a idéia de empregados das fábricas formaram as trade unions (espé-
um estado democrático que garanta igualdade para todos; cie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições
Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder de trabalho dos empregados. Houve também movimen-
político em Legislativo, Executivo e Judiciário; Denis Dide- tos mais violentos como, por exemplo, o ludismo. Também
rot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), conhecidos como “quebradores de máquinas”, os ludistas
juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conheci- invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa
mentos e pensamentos filosóficos da época. forma de protesto e revolta com relação a vida dos empre-
gados. O cartismo foi mais brando na forma de atuação,
- Revolução Industrial pois optou pela via política, conquistando diversos direitos
A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na políticos para os trabalhadores.
Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. A Revolução tornou os métodos de produção mais efi-
Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de pro- cientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapi-
duzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A bur- damente, barateando o preço e estimulando o consumo.
guesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos Por outro lado, aumentou também o número de desem-
e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar a pregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a
produção de mercadorias.
mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento
Também podemos apontar o crescimento populacional,
da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desor-
que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias.
denado das cidades também foram consequências nocivas
Foi a Inglaterra o país que saiu na frente no processo de
para a sociedade. Até os dias de hoje, o desemprego é um
Revolução Industrial do século XVIII. Este fato pode ser ex-
plicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes dos grandes problemas nos países em desenvolvimento.
reservas de carvão mineral em seu subsolo, ou seja, a prin- Gerar empregos tem se tornado um dos maiores desafios
cipal fonte de energia para movimentar as máquinas e as de governos no mundo todo. Os empregos repetitivos e
locomotivas à vapor. Além da fonte de energia, os ingleses pouco qualificados foram substituídos por máquinas e ro-
possuíam grandes reservas de minério de ferro, a princi- bôs. As empresas procuram profissionais bem qualificados
pal matéria-prima utilizada neste período. A mão-de-obra para ocuparem empregos que exigem cada vez mais criati-
disponível em abundância (desde a Lei dos Cercamentos vidade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desen-
de Terras ), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma volvidos tem faltado empregos para a população.
massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades
inglesas do século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital IDADE CONTEMPORÂNEA
suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima
e máquinas e contratar empregados. O mercado consumi- Compreendido entre a Revolução Francesa de 1789 e
dor inglês também pode ser destacado como importante os dias atuais, o período histórico conhecido como Idade
HISTÓRIA DO BRASIL

fator que contribuiu para o pioneirismo inglês. Contemporânea é marcado por transformações profundas
O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecno- na organização da sociedade e também por conflitos de
lógico nos transportes e máquinas. As máquinas à vapor, amplitude mundial.
principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de A adoção da Revolução Francesa como ponto inicial da
produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, Idade Contemporânea remete ao impacto de seus efeitos
gerando milhares de desempregados, por outro baixou o em diversos locais do mundo. Porém, a Revolução Francesa
preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção. iniciou também a configuração do poder político que iria

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ser característico da burguesia que estava em ascensão: re- va toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento
publicano, constitucional, representativo, defensor da pro- de altos impostos. Pior era a condição de vida dos desem-
priedade e com forças militares profissionalizadas. pregados que aumentavam em larga escala nas cidades
A configuração do poder político burguês foi acompa- francesas.
nhada também do desenvolvimento econômico capitalista A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema
que ao longo desse período histórico instaurou-se como miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de
forma de organização econômica para todos os continen- vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condi-
tes do mundo. Outra característica da Idade Contemporâ- ção social melhor, desejava uma participação política maior
nea foi a formação dos Estados Nacionais e dos nacionalis- e mais liberdade econômica em seu trabalho.
mos, que iriam estar na origem de inúmeras disputas terri- A situação social era tão grave e o nível de insatisfação
toriais na Europa e nas áreas coloniais. As próprias guerras popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo
mundiais que ocorreram no século XX tiveram no naciona- de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia co-
lismo suas origens. mandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucio-
Em oposição ao capitalismo liberal surgiu ainda no iní- nários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789
cio do século XX uma alternativa na organização social re- marca o início do processo revolucionário, pois a prisão
presentada pela URSS, originada com a Revolução Russa. política era o símbolo da monarquia francesa.
Essa experiência histórica, apesar de ser portadora de um O lema dos revolucionários era “ Liberdade, Igualdade
desejo de igualdade entre todos os seres humanos, acabou e Fraternidade “, pois ele resumia muito bem os desejos do
reproduzindo a exploração e a divisão social. terceiro estado francês.
No campo científico, as inovações e transformações fo- Durante o processo revolucionário, grande parte da nobre-
ram também profundas. As pesquisas em medicamentos e za deixou a França, porém a família real foi capturada enquan-
em práticas médicas proporcionaram um aumento signifi- to tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia,
cativo da expectativa e da qualidade de vida das popula- entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram
ções. As inovações em maquinários e técnicas de produ- guilhotinados em 1793.O clero também não saiu impune, pois
os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.
ção proporcionaram a base tecnológica para a expansão
No mês de agosto de 1789, a Assembleia Constituinte
do capitalismo. Mas esse desenvolvimento tecnológico foi
cancelou todos os direitos feudais que existiam e promul-
amplamente utilizado na área militar, resultando em arma-
gou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
mentos cada vez mais letais, como as bombas atômicas.
Este importante documento trazia significativos avanços
As artes conheceram movimentos estéticos variados
sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de
em seus diversos campos, resultando em produções artísti-
maior participação política para o povo.
cas geniais, como o surrealismo.
Entretanto, essas mudanças não alcançaram toda a po- 1.1. Girondinos e Jacobinos
pulação do planeta. Há ainda uma intensa desigualdade
social tanto no interior dos países como entre países de Após a revolução, o terceiro estado começa a se trans-
diversas localidades do globo. formar e partidos começam a surgir com opiniões diversi-
ficadas. Os girondinos, por exemplo, representavam a alta
1. Revolução Francesa burguesia e queriam evitar uma participação maior dos
trabalhadores urbanos e rurais na política. Por outro lado,
A situação da França no século XVIII era de extrema in- os jacobinos representavam a baixa burguesia e defendiam
justiça social na época do Antigo Regime. O Terceiro Estado uma maior participação popular no governo. Liderados por
era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a Robespierre e Saint-Just, os jacobinos eram radicais e de-
pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos so- fendiam também profundas mudanças na sociedade que
mente por este segmento social com o objetivo de manter beneficiassem os mais pobres.
os luxos da nobreza.
A França era um país absolutista nesta época. O rei go- 1.2. A Fase do Terror
vernava com poderes absolutos, controlando a economia, a
justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. Havia Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton
a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam e Marat assumem o poder e organização as guardas na-
votar, nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os cionais. Estas, recebem ordens dos líderes para matar qual-
oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da quer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da
monarquia) ou condenados à guilhotina. nobreza e outros franceses de oposição foram condenados
A sociedade francesa do século XVIII era estratificada a morte neste período. A violência e a radicalização política
HISTÓRIA DO BRASIL

e hierarquizada. No topo da pirâmide social, estava o cle- são as marcas desta época.
ro que também tinha o privilégio de não pagar impostos.
Abaixo do clero, estava a nobreza formada pelo rei, sua 1.3. A burguesia no poder
família, condes, duques, marqueses e outros nobres que
viviam de banquetes e muito luxo na corte. A base da so- Em 1795, os girondinos assumem o poder e começam
ciedade era formada pelo terceiro estado (trabalhadores, a instalar um governo burguês na França. Uma nova Cons-
camponeses e burguesia) que, como já dissemos, sustenta- tituição é aprovada, garantindo o poder da burguesia e

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ampliando seus direitos políticos e econômico. O general - Direito – Criação do Código Napoleônico, represen-
francês Napoleão Bonaparte é colocado no poder com o tando em grande parte os interesses dos burgueses,
objetivo de controlar a instabilidade social e implantar um como casamento civil (separado do religioso), respei-
governo burguês. to à propriedade privada, direito à liberdade indivi-
A Revolução Francesa foi um importante marco na dual e igualdade de todos perante à lei, etc.
História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do - Educação – Reorganização e prioridades para a educa-
sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ção e formação do cidadão francês.
ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram Os resultados obtidos neste período do governo de
a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e ru- Napoleão agradaram à elite francesa. Com o apoio
rais melhorou significativamente. Por outro lado, a burgue- destas, Napoleão foi elevado ao nível de cônsul vita-
sia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio lício, em 1802.
social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalis-
ta foram estabelecidas durante a revolução. A Revolução  Império
Francesa também influenciou, com seus ideais iluministas, Em plebiscito realizado em 1804, a nova fase da era
a independência de alguns países da América Espanhola e napoleônica foi aprovada com quase 60% dos votos, e o
o movimento de Inconfidência Mineira no Brasil. regime monárquico foi reestabelecido na França, Napoleão
foi indicado para ocupar o trono.
1.4. O Imperio Napoleonico Nesse período, podemos destacar o grande número de
batalhas de Napoleão para a conquista de novos territórios
Os processos revolucionários provocaram certa tensão para a França. O exército francês tornou-se o mais poderoso
na França, de um lado estava a burguesia insatisfeita com os de toda a Europa.
jacobinos, formados por monarquistas e revolucionários radicais, O principal e mais poderoso inimigo francês, na época,
e do outro lado as monarquias europeias, que temiam que os era a Inglaterra. Os ingleses se opunham a expansão
ideais revolucionários franceses se propagassem por seus reinos. francesa, e vendo a força do exército francês, formaram
Foi derrubado na França, sob o comando de Napoleão, alianças com Áustria, Rússia e Prússia.
o governo do Diretório. Junto com a burguesia, Napoleão Embora o governo francês dispusesse do melhor
estabeleceu o consulado, primeira fase do seu governo. exército da Europa, a Inglaterra era a maior potência naval
Este golpe ficou conhecido como ‘Golpe 18 de Brumário’ da época, o que dificultou a derrota dos ingleses. Em
em 1799. O Golpe 18 de Brumário, marca o início de um virtude disso, Napoleão Bonaparte pensou em outra forma
novo período na história francesa, e consequentemente, da de derrotar os ingleses economicamente. Ele estabeleceu o
Europa: a Era Napoleônica.
Bloqueio Continental, que determinava que todos os países
Seu governo pode ser dividido em três partes:
europeus deveriam fechar seus portos para o comércio
- Consulado (1799-1804)
com a Inglaterra, enfraquecendo assim, as exportações do
- Império (1804-1814)
país e causando uma crise industrial.
- Governo dos Cem Dias (1815)
A Inglaterra na época era o maior parceiro comercial de
Portugal. Portugal vendia produtos agrícolas e a Inglaterra,
 Consulado
produtos manufaturados. Vendo que não poderia parar
O governo do consulado foi instalado depois da queda
do Diretório. O consulado possuía caráter republicano e de negociar com os ingleses, e temendo a invasão dos
militar. No poder Executivo, três pessoas eram responsáveis: franceses, D.João VI junto com sua família e os nobres
dois cônsules e o próprio Napoleão. Apesar da presença portugueses fugiram para o Brasil, transferindo quase todo
de outros dois cônsules, quem mais dispunha de influência o aparelho estatal para a colônia.
e poder era o próprio Napoleão, que foi eleito primeiro- A Rússia também descumpriu o Bloqueio Continental e
cônsul da República. comercializou com a Inglaterra. Napoleão e seus homem
No consulado, a burguesia detinha o poder e assim, marcharam contra a Rússia, mas foram praticamente
foi consolidada com o grupo central da França. A forte vencidos pelo imenso território russo e principalmente,
censura à imprensa, a ação violenta dos órgãos policiais pelo rigoroso inverno. Além disso haviam conspirações de
e o desmanche da oposição ao governo colocaram em um golpe na França, o que fez Napoleão voltar rapidamente
questão os ideais de “liberdade, igualdade e fraternidade” para controlar a situação.
características da Revolução Francesa. Após esses fatos temos a luta da coligação europeia
Entre os feitos de Napoleão (na época), podemos citar: contra a França. Com a capitulação de Paris, o imperador
- Economia – Criação do Banco da França, em 1800, foi obrigado a abdicar.
controlando a emissão de moeda e a inflação; cria-
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ção de tarifas protecionistas, fortalecendo a econo-  Governo dos Cem Dias


mia nacional. Com a derrota para as forças da coligação europeia,
- Religião – Elaboração da Concordata entre a Igreja Ca- Napoleão foi exilado na Ilha de Elba, no Tratado de
tólica e o Estado, o qual dava o direito do governo Fontainebleau, porém fugiu no ano seguinte. Com um
francês de confiscar as propriedades da Igreja, e em exército, entrou na França e reconquistou o poder. Passou
troca, o governo teria de amparar o clero. a atacar a Bélgica, mas foi derrotado pela segunda vez na
Batalha de Waterloo. Assim, Napoleão foi preso e exilado

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pela segunda vez, porém para a Ilha de Santa Helena, em 3. Revolução de 1948
1815. Napoleão morreu em 1821 não se sabe, na verdade,
o motivo, mas suspeita-se de envenenamento. No ano de 1830, os franceses extinguiram os anseios da
restauração monárquica ao expulsarem a dinastia Bourbon
2. Revoluções Liberais de 1830 do poder. Em seu lugar, com o expresso apoio da burguesia
nacional, Luís Filipe de Orleans assumiu o governo com o
Com o fim da Era Napoleônica, a França assistiu a claro intuito de firmar os avanços liberais na Constituição
supremacia dos regimes absolutistas lhe impor o retorno da Francesa. Nesse sentido, buscou a ampliação do Poder
dinastia Bourbon, sob a tutela do rei Luís XVIII (1814 - 1824). Legislativo, anulou qualquer ato de censura aos meios de
A partir de então, uma nova Constituição determinava que comunicação e realizou a separação entre Igreja e Estado.
o rei fosse o representante máximo do Poder Executivo Contudo, mesmo com tais avanços, vários grupos
e que o Poder Legislativo seria organizado em sistema políticos se voltaram com seu governo assim que o voto
bicameral, onde a Câmara dos Pares seria ocupada por censitário fora preservado. Republicanos, socialistas e
membros escolhidos pelo rei e a Câmara dos Deputados bonapartistas se aproveitavam do fim da censura para
seria eleita através do voto censitário. realizarem grandes banquetes públicos durante os
Dessa maneira, todos os ideais e anseios gerados pela quais discutiam as reformas a serem empreendidas no
experiência revolucionária francesa seriam sepultados por país. Conhecida como a “política dos banquetes”, essa
um governo elitista que combinava elementos liberais manifestação acabou ganhando força entre amplos setores
e monárquicos. Sob a perspectiva política, a França da população francesa.
se mostrava dividida entre três grupos políticos: os Visando desintegrar o movimento, o rei Luís Filipe e o
ultras, defensores irrestritos da perspectiva absolutista; ministro Guizot resolveram lançar essas reuniões à ilegali-
os bonapartistas, partidários do retorno de Napoleão dade e não ceder a qualquer reivindicação política. Con-
Bonaparte ao governo; e os radicais, que buscavam a tudo, a insensibilidade do governo acabou sendo estopim
imediata retomada dos princípios transformadores de para que um grande movimento popular se formasse em
1789. fevereiro de 1848. Naquele mesmo momento, a obra “Ma-
Em 1824, a morte de Luís XVIII acabou agravando as nifesto Comunista”, de Marx e Engels, ofereciam um gran-
rivalidades políticas. Naquele ano, com o expresso apoio de aporte ideológico para aquela luta contra a hegemonia
das alas políticas mais conservadoras de todo o país, o rei burguesa.
Carlos X passou a fomentar medidas que restaurassem o Com o apoio de membros da própria Guarda Nacional,
absolutismo do Antigo Regime. Para tanto, indenizou os os revolucionários forçaram a demissão do ministro Guizot
nobres que fugiram da França durante a revolução, deter- e a fuga do rei para a Inglaterra. A partir desse momento, a
minou a censura dos meios de comunicação e ampliou a França se transformara em uma República. Imediatamente,
participação da Igreja nas instituições educacionais. a pena de morte e o sufrágio universal foram instalados no
No ano de 1830, a vitória liberal nas eleições para de- país. Contudo, logo em seguida, a reação dos conservado-
putado manifestou a imediata reação contra o desenvolvi- res resultou na formação de uma Assembleia Constituinte
mento de um governo tão conservador. Entretanto, Carlos de natureza predominantemente moderada.
X não recuou e, por meio das chamadas Ordenações de Mesmo não instalando um regime socialista, a Re-
Julho, impôs um decreto que retirou o cargo de todos os volução de 1848 teve grande importância para que uma
deputados eleitos. Sob a liderança do duque Luís Felipe, nova polarização política ganhasse vida. A partir daquele
jornais, estudantes, burgueses e trabalhadores iniciaram momento, as lutas entre burguesia e proletariado seriam
manifestações e levantes que conduziriam a Revolução de vigentes em diversas nações da Europa. Não por acaso, na-
1830. quele mesmo ano de 1848, outras rebeliões de traço liberal
Por meio da intensa ação de populares que organiza- e socialista abalaram as arcaicas estruturas de Velho Mun-
ram as chamadas “jornadas gloriosas”, o rei Carlos X abdi- do. Costumeiramente, esse conjunto de revoluções ficou
cou o trono e buscou imediato exílio na Inglaterra. Dessa conhecido como a “Primavera dos Povos”.
maneira, o duque Luís Felipe foi quem assumiu o trono
com o indelével apoio da burguesia francesa. Em razão 4. Doutrinas sociais do sec. XIX
desta associação, o novo monarca estabeleceu o fim de vá-
rias ações e leis de natureza absolutista, mas fez questão de A Revolução Industrial gerou um grande abismo so-
preservar a excludente barreira política do voto censitário. cioeconômico entre a burguesia industrial (capitalistas),
Mesmo não permitindo o atendimento das reivindica- detentora dos meios de produção, e o proletariado, ou
ções republicanas, o novo governo teve a significativa fun- seja, os trabalhadores assalariados que vendiam sua força
HISTÓRIA DO BRASIL

ção de colocar fim às intenções restauradoras do Congres- de trabalho.


so de Viena. Em pouco tempo, a disseminação dos acon- Os capitalistas defendiam uma ideologia liberal, que
tecimentos franceses inspirou outros levantes nacionalistas pregava a livre concorrência, o livre comércio e a liberdade
pela Europa. Um exemplo disso se deu na Bélgica, que aca- nas relações de trabalho.
bou alcançando sua independência em relação à Holanda. Em defesa dos trabalhadores, surgem vários teóricos
que desenvolvem teorias sociais, que criticavam as desi-
gualdades sociais, as péssimas condições de trabalho nas

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fábricas, os baixos salários, etc. O principal objetivo des- tropicais e metais preciosos entre seus maiores interesses.
ses teóricos, era a busca por uma sociedade mais justa. No Os neocolonialistas pretendiam transformar a população
entanto, esses teóricos não pensavam da mesma forma, e local em um mercado consumidor regular de seus produ-
por isso, as teorias sociais foram classificadas em diversas tos e fornecedor de matérias-primas que estivessem liga-
correntes. das à expansão dos maiores setores industriais e o desen-
volvimento de novas tecnologias que reduzissem os custos
4.1. Socialismo utópico de produção.
Outra diferença que pode ser destacada na era neoco-
Pretendia transformar o capitalismo a partir de refor- lonial gira em torno do papel assumido pelos Estados Na-
mas graduais feitas pelo próprio Estado. Principais repre- cionais imperialistas. No período moderno, os Estados Na-
sentantes: SAINT-SIMON (sociedade planejada por cientis- cionais agiam nos espaços coloniais com o objetivo claro
tas); LOUIS BLANC (Oficinas Nacionais); CHARLES FOURIER de expandir as suas riquezas. Já na fase imperialista, estes
(Falanstérios); ROBERT OWEN (Trade Unions e Cooperati- Estados promoviam o controle político das regiões coloni-
vismo). zadas para que as grandes empresas da nação pudessem
conduzir e lucrar com a exploração econômica das riquezas
4.2. Socialismo científico disponíveis.
Para que esse projeto fosse viável, devemos levar em
Pretendia eliminar o capitalismo pela via revolucionária conta que o crescimento da população europeia teve um
e substituí-lo pelo socialismo, para, posteriormente, atingir importante papel. O crescimento demográfico estimulava
o comunismo puro. Principais representantes: KARL MARX os europeus a se mudarem para estas regiões afro-asiáti-
e FRIEDRICH ENGELS (O Capital, O Manifesto Comunista, cas em busca de oportunidades econômicas. O excedente
A Ideologia Alemã, etc.): Materialismo histórico e dialético; das grandes metrópoles do Velho Mundo acabava arcando
ditadura do proletariado; fim da propriedade privada; so- com os impostos e a manutenção de contingentes militares
cialização dos meios de produção; luta de classes; a mais- que garantiam a dominação dos locais colonizados.
-valia; internacionalismo revolucionário; ateísmo. Mesmo tendo várias justificativas de cunho econômi-
co, a ação imperialista também obteve suporte na obra de
4.3. Socialismo cristão intelectuais que defendiam a presença europeia nessas lo-
calidades. Os ideólogos do neocolonialismo diziam que os
Criado a partir da Encíclica RERUM NOVARUM (1891), europeus deveriam ocupar a Ásia e a África para que levas-
escrita pelo Papa Leão XIII, defendia a harmonia social pelo sem consigo os hábitos, aparelhos e instituições que “me-
exemplo de Cristo e a negociação direta entre patrões e lhorassem” a condição de vida daqueles povos muitas ve-
empregados. zes taxados como “primitivos”, “selvagens” ou “atrasados”.
Apesar da presença desse discurso altruísta, a ação im-
4.4. Anarquismo
perialista também veio acompanhada por violentos confli-
tos entre os nativos e os povos dominadores. No contex-
Defendia o fim do capitalismo e do Estado e sua substi-
to europeu, também devemos destacar que a disputa por
tuição imediata pelo comunismo puro e rejeitava o socialis-
essas áreas produziram conflitos políticos e uma opulenta
mo. Principais representantes: PIERRE-JOSEPH PROUDHON
corrida armamentista entre as grandes potências. Por fim,
(O Que É A Propriedade); MIKHAIL BAKUNIN (Deus E O Es-
o interesse desenfreado pelas regiões neocoloniais acabou
tado); KROPOTKIN (Ajuda Mútua); GIUSEPPE MALATESTA.
motivando as duas terríveis grandes guerras mundiais que
4.5. Sindicalismo marcam o século XX.

O Estado seria substituído por sindicatos de trabalha- 6. Primeira Guerra Mundial


dores. O principal representante foi GEORGES SOREL (Re-
flexões sobre a Violência). Vários problemas atingiam as principais nações
europeias no início do século XX. O século anterior havia
5. Imperialismo europeu e neocolonialismo deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam
extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da
Fenômeno típico do século XIX, o Imperialismo ou Neo- África, ocorrida no final do século XIX.
colonialismo demarcou o processo de expansão do capi- Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora
talismo industrial pela Europa. Nesse período, as nações no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra
europeias precisavam de um volume cada vez maior de podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas
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matéria-prima e buscavam a conquista de novos mercados e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da
consumidores que pudessem reverter a produção indus- Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada
trial destes países em lucro. Com isso, regiões dos conti- uma das causas da Grande Guerra.
nentes africano e asiático começaram a ser o principal alvo Vale lembrar também que no início do século XX havia
dessa demanda das nações industrializadas. uma forte concorrência comercial entre os países europeus,
Diferente da colonização desenvolvida na Idade Moder- principalmente na disputa pelos mercados consumidores.
na, os neocolonialistas não tinham a obtenção de gêneros Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses

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entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam acordos comerciais a defender, principalmente com
empenhados numa rápida corrida armamentista, já como Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente,
uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro forçando os países da Aliança a assinarem a rendição. Os
próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes
e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que impunha a estes países fortes restrições e punições. A
que o outro. Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica
Existia também, entre duas nações poderosas da controlada, perdeu a região do corredor polonês, teve que
época, uma rivalidade muito grande. A França havia devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter
perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores.
para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha,
revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando influenciando o início da Segunda Guerra Mundial.
uma oportunidade para retomar a rica região perdida. A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos,
O pan-germanismo e o pan-eslavismo também o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu
influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos.
Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em
unir, em apenas uma nação, todos os países de origem 7. Revolução Russa
germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.
No começo do século XX, a Rússia era um país de eco-
6.1. O início da Grande Guerra nomia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de
sua economia estava concentrada no campo (produção de
O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco gêneros agrícolas).
Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante
sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações 7.1. Rússia Czarista
levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo
Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e
Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro- pobreza, pagando altos impostos para manter a base do
húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de
relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas
guerra à Servia. mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os
trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empre-
6.2. Política de Alianças gos da fraca indústria russa, viviam descontentes com os
governo do czar.
Os países europeus começaram a fazer alianças políticas No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e re-
e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito pressiva de seu governo. No conhecido Domingo Sangren-
mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a to, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes.
Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro- Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram re-
Húngaro e Alemanha (a Itália passou para a outra aliança primidos pelo czar.
em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em
Começava então a formação dos sovietes (organização
1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido.
de trabalhadores russos) sob a liderança de Lênin. Os bol-
O Brasil também participou, enviando para os campos
cheviques começavam a preparar a revolução socialista na
de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os
Rússia e a queda da monarquia.
países da Tríplice Entente.
7.2. A Rússia na Primeira Guerra Mundial
6.3. Desenvolvimento

As batalhas desenvolveram-se principalmente em Faltava alimentos na Rússia czarista, empregos para os


trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de trabalhadores, salários dignos e democracia. Mesmo assim,
dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos Nicolau II jogou a Rússia numa guerra mundial. Os gastos
pedaços de território. A fome e as doenças também eram os com a guerra e os prejuízos fizeram aumentar ainda mais a
inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a insatisfação popular com o czar.
utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo,
tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam 7.3. Greves, manifestações e a queda da monarquia
nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias
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bélicas como empregadas. As greves de trabalhadores urbanos e rurais espalham-


-se pelo território russo. Ocorriam muitas vezes motins
6.4. Fim do conflito dentro do próprio exército russo. As manifestações popu-
lares pediam democracia, mais empregos, melhores salá-
Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema rios e o fim da monarquia czarista. Em 1917, o governo de
importância: a entrada dos Estados Unidos no conflito. Nicolau II foi retirado do poder e assumiria Kerenski (men-
Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia chevique) como governo provisório.

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8. A Revolução Russa de outubro de 1917 A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados
Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. Com
Com Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os
Rússia. Os bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram preços do café brasileiro caíram. Para que não houvesse
uma nova revolução que ocorreu em outubro de 1917. uma desvalorização excessiva, o governo brasileiro com-
Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin as- prou e queimou toneladas de café. Desta forma, diminuiu
sumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. As a oferta, conseguindo manter o preço do principal produto
terras foram redistribuídas para os trabalhadores do cam- brasileiro da época. Por outro lado, este fato trouxe algo
po, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram positivo para a economia brasileira. Com a crise do café,
para as mãos dos trabalhadores. muitos cafeicultores começaram a investir no setor indus-
Lênin também retirou seu país da Primeira Guerra Mun- trial, alavancando a indústria brasileira.
dial no ano de 1918. Foi instalado o partido único: o PC A solução para a crise surgiu apenas no ano de 1933.
(Partido Comunista). No governo de Franklin Delano Roosevelt, foi colocado em
prática o plano conhecido como New Deal. De acordo com
9. A formação da URSS o plano econômico, o governo norte-americano passou a
controlar os preços e a produção das indústrias e das fa-
Após a revolução, foi implantada a URSS ( União das zendas. Com isto, o governo conseguiu controlar a inflação
Repúblicas Socialistas Soviéticas). Seguiu-se um período e evitar a formação de estoques. Fez parte do plano tam-
de grande crescimento econômico, principalmente após a bém o grande investimento em obras públicas (estradas,
NEP ( Nova Política Econômica ). A URSS tornou-se uma aeroportos, ferrovias, energia elétrica etc), conseguindo
grande potência econômica e militar. Mais tarde rivaliza- diminuir significativamente o desemprego. O programa foi
ria com os Estados Unidos na chamada Guerra Fria. Porém, tão bem sucedido que no começo da década de 1940 a
após a revolução a situação da população geral e dos tra- economia norte-americana já estava funcionando normal-
balhadores pouco mudou no que diz respeito à democra- mente.
cia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação
considerada contrária aos princípios socialistas. A falta de
11. Nazifacismo
democracia imperava na URSS.
A situação crítica que se encontrava a Europa após a
10. Crise de 1929
guerra concorreu para o surgimento de ideologias políticas
totalitárias que se apresentavam como solução para todos
Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia nor-
os males. Crescia, portanto, uma terceira via, além da de-
te-americana estava em pleno desenvolvimento. As indús-
mocracia liberal e do socialismo. O fascismo e sua versão
trias dos EUA produziam e exportavam em grandes quanti-
dades, principalmente, para os países europeus. alemã – o nazismo – são as maiores expressões deste qua-
Após a guerra o quadro não mudou, pois os países eu- dro. Nos países em que o totalitarismo triunfou, sobretudo
ropeus estavam voltados para a reconstrução das indús- na Itália e na Alemanha, ocorrem situações parecidas: um
trias e cidades, necessitando manter suas importações, regime democrático frágil, polarização entre a esquerda
principalmente dos EUA. A situação começou a mudar no (comunistas e anarquistas) e a direita nacionalista, crise
final da década de 1920. Reconstruídas, as nações euro- econômica e, por fim, a figura de um líder incorporando os
peias diminuíram drasticamente a importação de produtos símbolos nacionais.
industrializados e agrícolas dos Estados Unidos. Argumenta-se que o regime totalitário é uma resposta
Com a diminuição das exportações para a Europa, as aos momentos de crise. No contexto histórico específico
indústrias norte-americanas começaram a aumentar os do fascismo, acrescenta-se o avanço das ideias socialistas
estoques de produtos, pois já não conseguiam mais ven- como um fator explicativo importante. Esta ideia é defendi-
der como antes. Grande parte destas empresas possuíam da pelo historiador marxista Eric Hobsbawm. Segundo ele,
ações na Bolsa de Valores de Nova York e milhões de nor- a ascensão da direita totalitária foi uma espécie de resposta
te-americanos tinham investimentos nestas ações. ao crescimento do poder operário, evidenciado na Revolu-
Em outubro de 1929, percebendo a desvalorizando das ção de Outubro, na Rússia. Hobsbawm continua dizendo
ações de muitas empresas, houve uma correria de investi- que a direita radical já fazia parte do cenário político eu-
dores que pretendiam vender suas ações. O efeito foi de- ropeu desde o fim do século XIX, mas eram mantidos sob
vastador, pois as ações se desvalorizaram fortemente em controle. O “perigo” socialista viria mudar este contexto.
poucos dias. Pessoas muito ricas, passaram, da noite para Ainda neste aspecto econômico, diz-se que o fascismo sur-
o dia, para a classe pobre. O número de falências de em- ge como solução para os conflitos entre capital e trabalho.
HISTÓRIA DO BRASIL

presas foi enorme e o desemprego atingiu quase 30% dos A burguesia, temerosa de perder o seu poderio neste con-
trabalhadores. flito, alia-se então aos regimes totalitários de direita.
A crise, também conhecida como “A Grande Depressão”, Outros estudiosos argumentam diferente. Priorizando
foi a maior de toda a história dos Estados Unidos. Como o aspecto político, encontram-se aqueles que defendem a
nesta época, diversos países do mundo mantinham rela- ideia de um “vazio hegemônico” para explicar o surgimento
ções comerciais com os EUA, a crise acabou se espalhando do nazi-fascismo. Este conceito é utilizado para caracteri-
por quase todos os continentes. zar uma situação onde, em um determinado lugar, nenhum

47
grupo social se encontra em condições políticas e econô- questiona Duroselle, “ao preço de que deterioração moral?”.
micas de impor o seu projeto de poder. Neste momento, Além disso, com nacionalismo exagerado, Hitler ressurgiu e
então, surge a figura de um líder que “toma pra si” a res- construiu diversos símbolos nacionais, a fim de obter a uni-
ponsabilidade política de desenvolver a nação. dade do povo alemão. Nada escapava ao alcance da ideo-
No caso italiano, a frustração em não conquistar alguns logia totalitária. Até os juízes faziam a saudação nazista.
territórios desejados, somado às perdas obtidas durante a Cabe ressaltar que o Estado totalitário, diversas vezes,
guerra criaram um ambiente fértil para a ascensão do re- se apropria de elementos do discurso socialista, uma vez
gime de Mussolini. O nacionalismo era instigado. Greves e que o “público alvo” era o mesmo – as camadas sociais
rebeliões em toda a parte demonstravam a situação social mais baixas. Além disso, ambos possuem um sistema de
do país. O governo democrático não possuía autoridade partido único e o desprezo pela individualidade, priorizan-
suficiente para acalmar os ânimos. A burguesia então, re- do o coletivo. Por isso, muitos autores costumam asseme-
ceosa com o clima revolucionário, acabou apoiando aque- lhar o regime fascista do regime socialista da URSS. De fato,
les que representavam uma opção política com a força e os dois regimes foram totalitários, utilizando, porém, um
a capacidade necessária para controlar esta situação – os discurso ideológico distinto.
fascistas. Além disso, a utilização dos meios de comunicação em
Depois de tentativas frustradas de tentar chegar ao massa para a propagação da ideologia totalitária também
poder por vias legais, em 1919, Mussolini percebeu que foi uma constante. O culto à personalidade, o ideal de na-
outra via era possível, e assim o fez. Com o agravamento ção, o coletivo/corporativismo (em detrimento ao indivi-
da situação no país, mais grupos demonstravam apoio ao dualismo exaltado pela ideologia liberal), o nacionalismo, o
fascismo. Em 1922, Mussolini chegava ao poder para três racismo, enfim, diversos elementos foram costurados com
anos depois eliminar a oposição e estabelecer o seu regime o intuito de corporificar um discurso ideológico que sobre-
totalitário. pujasse toda e qualquer oposição ao regime. Além disso,
Na mesma época em que se consolidou o regime fas- os nazi-fascistas se caracterizam pelo ativismo, ou seja, o
cista na Itália, Hitler lançava seu livro - Mein Kampf (Minha uso da força e da violência, sobretudo contra as correntes
Luta) – onde desenvolvia suas teorias raciais e dava corpo à
de esquerda – comunistas, socialistas e anarquistas.
futura ideologia nazista. Sua obsessão pela pureza da raça,
O Estado totalitário não abre mão do capitalismo. O
seu ódio aos judeus e seu nacionalismo exacerbado foram
que ele faz de diferente é a não adoção da democracia, do
suas marcas, além de um gênio político-militar que pou-
liberalismo (e sua prerrogativa do individualismo). O totali-
cos ousaram reconhecer. O desejo de um Império Alemão
tarismo intervém na economia porque acredita que acima
Central (o espaço vital) composto apenas daqueles perten-
dos interesses particulares estão os interesses da nação, do
centes à “raça superior ariana” foi um objetivo buscado até
conjunto de indivíduos. Um slogan utilizado pelos nazistas
a sua morte.
dizia tudo: “você não é nada, o povo é tudo”.
O ambiente político e econômico em que se deu o sur-
gimento e o desenvolvimento dos nazistas na Alemanha foi
semelhante àquele visto na Itália fascista. No entanto, após 12. Segunda Guerra Mundial
investimentos norte-americanos no pós-guerra a Alema-
nha se recuperou economicamente. Um conflito desta magnitude não começa sem impor-
Diferente da Itália, na Alemanha havia uma industriali- tantes causas ou motivos. Podemos dizer que vários fatores
zação suficiente para se ter um proletariado bem definido. influenciaram o início deste conflito que se iniciou na Euro-
Após a Primeira Guerra Mundial, além de ter sido conside- pa e, rapidamente, espalhou-se pela África e Ásia.
rada a “culpada pela guerra”, foi imposto aos alemães um Um dos mais importantes motivos foi o surgimento, na
governo social-democrata – a “República de Weimar”. No década de 1930, na Europa, de governos totalitários com
entanto, este tipo de governo necessita de recursos eco- fortes objetivos militaristas e expansionistas. Na Alemanha
nômicos para manter a política social à qual ela se propõe. surgiu o nazismo, liderado por Hitler e que pretendia ex-
Na falta de capital, crescem as oposições à este regime de pandir o território Alemão, desrespeitando o Tratado de
governo. A partir disto, o fator principal que veio ajudar Versalhes, inclusive reconquistando territórios perdidos na
em muito a ascensão de Hitler foi a Crise de 1929. O país, Primeira Guerra. Na Itália estava crescendo o Partido Fas-
de todos os europeus que haviam passado pela industria- cista, liderado por Benito Mussolini, que se tornou o Duce
lização, foi o mais atingido pela crise econômica. Um terço da Itália, com poderes sem limites.
da população era de desempregados, a polarização entre Tanto a Itália quanto a Alemanha passavam por uma
nazistas e comunistas aumentava. A partir daí, o estabele- grave crise econômica no início da década de 1930, com
cimento do regime nazista na Alemanha se deu de forma milhões de cidadãos sem emprego. Uma das soluções
HISTÓRIA DO BRASIL

meteórica. Já em 1933, em poucas semanas Hitler passou tomadas pelos governos fascistas destes países foi a in-
de Chanceler para Führer. dustrialização, principalmente na criação de indústrias de
Várias foram as mudanças introduzidas com a ascensão armamentos e equipamentos bélicos (aviões de guerra, na-
de Hitler ao poder na Alemanha. Os partidos foram extin- vios, tanques etc).
tos e os judeus foram perseguidos. Por outro lado, o Führer Na Ásia, o Japão também possuía fortes desejos de
conseguiu praticamente acabar com o desemprego, atra- expandir seus domínios para territórios vizinhos e ilhas da
vés da promoção de inúmeras obras públicas. Mas como região. Estes três países, com objetivos expansionistas, uni-

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ram-se e formaram o Eixo. Um acordo com fortes caracte- Tal configuração ocorreu em função do fato de que uma
rísticas militares e com planos de conquistas elaborados guerra nuclear não seria vantajosa para nenhum dos blocos
em comum acordo. nela envolvidos. O mundo apenas conheceria o caos e o
O marco inicial ocorreu no ano de 1939, quando o exér- possível vencedor desse conflito não teria o que comemo-
cito alemão invadiu a Polônia. De imediato, a França e a rar, pois somente haveria radiação e problemas estruturais
Inglaterra declararam guerra à Alemanha. De acordo com no espaço geográfico do país derrotado. Por essa razão,
a política de alianças militares existentes na época, for- o sociólogo Raymond Aron proferiu uma frase que ficou
maram-se dois grupos : Aliados (liderados por Inglaterra, mundialmente conhecida: “A Guerra Fria foi um período em
URSS, França e Estados Unidos) e Eixo (Alemanha, Itália e que a guerra era improvável, e a paz, impossível”.
Japão ).
13.1. A Partilha da Alemanha
Desenvolvimento e Fatos Históricos Importantes:
O período de 1939 a 1941 foi marcado por vitórias do A Alemanha nazista foi a grande derrotada da Segunda
Eixo, lideradas pelas forças armadas da Alemanha, que Guerra Mundial e, com isso, teve o seu território domina-
conquistou o Norte da França, Iugoslávia, Polônia, Ucrânia, do e controlado pelos países que formavam a base aliada
Noruega e territórios no norte da África. O Japão anexou a durante o conflito: EUA, URSS, França e Inglaterra. Esses
Manchúria, enquanto a Itália conquistava a Albânia e terri- países, na Conferência de Potsdam, em 1945, dividiram o
tórios da Líbia. espaço alemão em duas principais partes: de um lado, a
Em 1941 o Japão ataca a base militar norte-americana Alemanha Ocidental, dominada pelas nações capitalistas;
de Pearl Harbor no Oceano Pacífico (Havaí). Após este fato, de outro, a Alemanha Oriental, dominada pela União So-
considerado uma traição pelos norte-americanos, os esta- viética. A capital Berlim também ficou igualmente dividida.
dos Unidos entraram no conflito ao lado das forças aliadas. Observe o mapa abaixo:
De 1941 a 1945 ocorreram as derrotas do Eixo, iniciadas
com as perdas sofridas pelos alemães no rigoroso inver- 13.2. Plano Marshall x Plano Molotov
no russo. Neste período, ocorre uma regressão das forças
do Eixo que sofrem derrotas seguidas. Com a entrada dos Não foi somente a Alemanha a prejudicada com a Se-
EUA, os aliados ganharam força nas frentes de batalhas. gunda Guerra Mundial. Como esse evento aconteceu qua-
O Brasil participa diretamente, enviando para a Itália se que inteiramente em território europeu, a maior parte
(região de Monte Cassino) os pracinhas da FEB, Força Expe- dos países envolvidos sofreu severas consequências eco-
dicionária Brasileira. Os cerca de 25 mil soldados brasileiros nômicas, sociais e estruturais. Em função dessa fragilidade,
conquistam a região, somando uma importante vitória ao os Estados Unidos acionaram aquilo que foi chamado de
lado dos Aliados. Plano Marshall, em que grandes empréstimos foram con-
cedidos a esses países para as suas reconstruções.
12.1. Final e Consequências Essa postura era uma estratégia norte-americana para
evitar que as nações europeias, em função de suas relativas
Este importante e triste conflito terminou somente no fraquezas, sofressem intervenções dos soviéticos, além de
ano de 1945 com a rendição da Alemanha e Itália. O Japão, ser uma ação para conter possíveis movimentos e revolu-
último país a assinar o tratado de rendição, ainda sofreu ções socialistas internas. Com isso, os Estados Unidos con-
um forte ataque dos Estados Unidos, que despejou bom- solidaram a sua base de influência naquilo que foi denomi-
bas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagazaki. nado de “Oeste Europeu”, ou Europa Capitalista, em oposi-
Uma ação desnecessária que provocou a morte de milhares ção ao Leste Europeu, que era formado pelos territórios de
de cidadãos japoneses inocentes, deixando um rastro de domínio e influência soviéticos.   Além do Plano Marshall,
destruição nestas cidades. os Estados Unidos também criaram o Plano Colombo, que
possuía a mesma função, só que o seu alvo eram os países
13. Guerra Fria e mundo polarizado asiáticos.
Entre os países que mais receberam ajuda dos estadu-
Ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o ce- nidenses, o Reino Unido lidera a lista, seguido, respectiva-
nário político mundial testemunhava o período de maior mente, por França, Japão, Itália, Alemanha Ocidental, entre
tensão de sua história. De um lado, os Estados Unidos outros.
(EUA), uma potência capitalista; de outro, a União Sovié- Em resposta ao Plano Marshall, a União Soviética ela-
tica (URSS), uma potência socialista; em ambos os lados, borou o chamado Plano Molotov, com o igual objetivo de
armamentos com tecnologia nuclear que poderiam causar realizar uma ampla ajuda econômica aos outros territórios
HISTÓRIA DO BRASIL

sérios danos a toda humanidade. a fim de ampliar o seu espaço de influência pelo mundo.
Ao final das contas, nenhum tiro foi diretamente dis- Esse ajuda financeira envolveu praticamente todos os paí-
parado entre os dois lados do “conflito”, o que justifica o ses de influência socialista, como a Alemanha Oriental, Po-
nome Guerra Fria. O que se pode dizer é que esse conflito lônia, Bulgária, Cuba e muitos outros.
foi marcado pelas disputas indiretas entre as duas potên-
cias rivais em busca de maior poderio político e, principal-
mente, militar sobre as diferentes partes do mundo.

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13.3. OTAN x Pacto de Varsóvia 13.5. Crise do bloco socialista

Em um cenário que favorecia cada vez mais a tensão Submetida desde os anos 60 a um longo período
entre os dois blocos de poder durante a Guerra Fria, a or- de estagnação política e econômica que se explica, em
ganização de instituições e pactos militares era imprescin- grande medida, devido à necessidade de se desviar largos
dível por ambas as partes. recursos da produção (de implementos, alimentos, etc.)
Com isso, do lado capitalista, foi fundada a Organização para a indústria bélica a fim de fazer frente ao belicismo
do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que ainda existe estadunidense, a União Soviética conheceria um rápido
e é uma das instituições mais poderosas da atualidade. Já processo de transformação a partir da posse de Gorbatchev
do lado socialista, foi fundado o Pacto de Varsóvia. Es- como novo secretário-geral do Partido Comunista, em
sas organizações funcionavam da seguinte forma: caso um substituição a Konstantin Chernenko. Relativamente jovem
de seus países-membros fosse atacado, as demais partes em comparação com seus antecessores tinha 54 anos de
idade quando chegou ao poder -, o novo líder lançaria um
deveriam imediatamente intervir ou enviar ajuda. Isso co-
amplo programa de reformas, visando a renovação política
laborou para a emergência dos vários combates indiretos
e econômica do país e do bloco comunista. Uma vertiginosa
que ocorreram durante esse período, a exemplo da Guerra
sucessão de acontecimentos, contudo, levaria as mudanças
das Coreias (1950-1953) e a Guerra do Vietnã (1959-1975). . para muito além do que pretendia o próprio Gorbatchev
Com essas ações e intervenções por parte dos dois Nos anos que se seguiram, o mundo assistiria com surpresa
blocos de poder, houve uma divisão do espaço territorial à progressiva desintegração tanto da União Soviética
mundial, que se deu de modo mais concentrado nos países quanto do bloco comunista.
da Europa, que protagonizou a chamada Cortina de Ferro, O fato é que Gorbatchev recebera uma pesada herança
que dividia os territórios socialistas dos capitalistas. em termos políticos e administrativos. Seu programa
de liberalização apenas tornou mais visíveis problemas
13.4. As corridas armamentista e espacial que há muito vinham se acumulando: a ineficiência da
economia soviética, engessada por um planejamento
A disputa entre EUA e URSS não ocorria apenas no pla- excessivamente centralizado; o peso dos crescentes gastos
no territorial, político e econômico mundial. O principal militares sobre essa economia já debilitada; a inflexibilidade
elemento em disputa era a hegemonia militar e tecnoló- de uma burocracia estatal de proporções monstruosas,
gica. Nesse sentido, os dois países envolveram-se em uma que procurava controlar e regulamentar cada atividade
cega corrida para decidir qual das duas potências possuía produtiva. Para Gorbatchev, não havia futuro para o
maior quantidade de armamentos e tecnologias nucleares, socialismo, a menos que tal estrutura fosse inteiramente
bem como os melhores programas e conquistas espaciais. reformulada.
No plano militar, os Estados Unidos, desde o final da Foi nesse contexto que ele lançou, em fevereiro de 1986,
Segunda Guerra Mundial, dominavam a produção e o uso o programa conhecido como glasnost (“transparência”),
da bomba atômica, como as que provocaram a destruição visando combater a corrupção e a ineficiência administrativa
das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Tempos dentro do Estado soviético, como parte de um projeto
depois, em 1949, a União Soviética também anunciava o maior de abertura política. E, pouco depois, um segundo
seu domínio sobre a tecnologia nuclear. programa - a Perestroika (“reestruturação”) seria formulado
No plano espacial, foi a União Soviética quem deu a para aumentar a produtividade da economia do país. Além
largada. Em 1957, foi lançado pelos soviéticos o primeiro disso, Gorbatchev passaria a reduzir gradualmente a ajuda
econômica aos países do Leste europeu e a retirar de lá
satélite espacial construído pelo homem, o Sputnik. No
várias das tropas soviéticas.
mesmo ano, entrou em órbita o Sputnik 2, que consistiu na
primeira viagem ao espaço tripulada por um ser vivo (no
13.6. Mudanças rápidas
caso, a famosa cachorra Laika). Para completar as façanhas,
os socialistas também foram os primeiros a fotografar a A política externa soviética também passou por
superfície da Lua (em 1959) e os primeiros a enviarem um transformações significativas. Procurando estabelecer um
ser humano ao espaço, em 1961. novo padrão de entendimento com os países capitalistas,
Dessa forma, no ano seguinte, 1962, os Estados Unidos Gorbatchev reuniu-se com Reagan em cinco ocasiões
conseguiram, finalmente, responder à altura com o primei- diferentes nunca antes dois dirigentes dos Estados Unidos
ro voo espacial ao redor da Terra. Já em 1969, ocorreu a e da União Soviética haviam mantido tantos contatos
tão sonhada visita à Lua pelos Estados Unidos, na missão diretos. Já no primeiro desses encontros, em novembro
operada pelos tripulantes da Apolo 11. de 1985, ambos anunciariam a disposição de reduzir seus
Apesar de alguns acordos assinados, principalmente no arsenais nucleares pela metade, em acordo a ser formalizado
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plano militar, as corridas armamentista e espacial, segundo futuramente. E embora Reagan que continuava a encarar a
a maioria dos analistas, só conheceram o seu fim com a União Soviética como “o império do mal” depois recuasse
crise soviética e o fim da Guerra Fria, ao final de década de nesse compromisso, as propostas de desarmamento de
1980 e início da década de 1990. Gorbatchev lhe valeram uma popularidade que nenhum
outro líder soviético havia antes obtido no mundo ocidental.
Em sua visita aos Estados Unidos, em dezembro de 1987, ele
foi entusiasticamente recebido pelo público norte-americano.

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Na ocasião, foi assinado um tratado inédito de eliminação Nem todas as transições foram pacíficas, contudo.
de mísseis Cruise e Pershing II norte-americanos, em troca Em dezembro de 1989, o ditador da Romênia, Nicolae
da eliminação de SS-20 soviéticos: tratava-se do primeiro Ceausescu que governava desde os anos 60 e resistia às
acordo de desativação de toda uma classe de armas mudanças - acabou sendo preso e executado, ao lado de
nucleares. Um ano depois, em pronunciamento realizado sua mulher, Elena. A maré de violência incluiu a caça e o
na ONU, Gorbatchev anunciaria a decisão de reduzir os linchamento de muitos membros da Securitate, a polícia
contingentes militares soviéticos em 20% - o equivalente a política romena. A onda de transformação parecia tão
quinhentos mil homens até o final de 1991. irrefreável que até na Albânia, considerada o maior reduto
As reformas de Gorbatchev incluíram também a do stalinismo na Europa, seriam realizadas eleições livres
realização de eleições livres para o Congresso, em março em março de 1992. A vitória - impensável em outros
de 1989. Era a primeira vez que os soviéticos iam às umas tempos - foi do Partido Democrático de Sali Berisha, que
escolher seus representantes. Mas todo esse esforço, que na ocasião declararia que os albaneses estavam “dizendo
visava dar novos rumos ao socialismo, passou a enfrentar um adeus definitivo ao comunismo”.
problemas inesperados: dentro da onda liberalizante,
grupos nacionalistas, étnicos e religiosos sufocados 14. A queda do muro de Berlim
por décadas - voltaram a se mobilizar, reclamando a
independência de regiões como a Letônia, a Lituânia e a Nenhum outro acontecimento marcaria tão
Estônia. Também nos países do Leste europeu ressurgiram emblemática e simbolicamente a virtual desintegração
movimentos a favor da completa autonomia nacional. do antigo bloco comunista, ou teria tanta influência sobre
A unidade da União Soviética e do bloco comunista os movimentos no Leste europeu, quanto o processo que
sempre fora garantida por um rígido esquema de levou à queda do muro de Berlim, em 1989. Construído
centralização política: nas ocasiões em que movimentos em 1961 para separar os setores oriental e ocidental da
colocaram em xeque tal esquema como na Hungria, em cidade para isolar, na realidade, o setor comunista do setor
1956, ou na Tchecoslováquia, em 1968 - os soldados do não comunista -, o famoso muro havia se tornado o maior
Exército Vermelho e do Pacto de Varsóvia haviam símbolo do controle soviético sobre os países do Leste
sido convocados para esmagá-los. Agora, porém, isso europeu. Como que enclaustrados no setor comunista
não parecia mais possível. Um a um, os países do Leste da cidade, centenas de pessoas tentaram, ao longo de
europeu foram ganhando cada vez mais autonomia em quase três décadas, achar uma maneira de fugir para o
relação à União Soviética, praticamente desmontando a setor ocidental. Os fugitivos procuravam superar as muitas
ordem construída por Stalin ao final da Segunda Guerra barreiras constituídas pelo muro - que contava, entre
Mundial. outras coisas, com cercas eletrificadas, valetas antitanque
Um exemplo é o da Polônia. Já no final dos anos 70 e policiamento permanente. A maior parte deles acabou
emergira um movimento contestador de base sindical, eletrocutada ou fuzilada.
o Solidariedade, liderado por Lech Walesa. Em 1982 o Em setembro de 1989, entretanto, a Hungria abriu suas
governo polonês havia respondido com a dureza de sempre, fronteiras com a Áustria, criando um novo roteiro de fuga da
implantando uma lei marcial. Com o clima de abertura Alemanha Oriental. Milhares de alemães orientais passaram
da glasnost, entretanto, uma série de reformas políticas a sair de seu país em direção à Alemanha Ocidental,
levaram à criação do cargo de presidente da República e de atravessando nesse caminho a Hungria e a Áustria. Além
um parlamento bicameral, em abril de 1989. Nas eleições disso, como em outros países do Leste europeu, também
realizadas em junho do mesmo ano, o Solidariedade - na Alemanha Oriental uma onda crescente de protestos
agora transformado em partido político - obteve uma populares passou a ocorrer. Esgotado pelas manifestações
vitória significativa, fazendo de Tadeusz Mazowiecki o e pela repercussão da emigração em massa, o governo
primeiro-ministro. No ano seguinte, Lech Walesa chegaria do país finalmente determinou a derrubada do muro, em
ao cargo de presidente da República. Numa virada inédita, novembro de 1989. Verdadeiras multidões afluíram a Berlim
os dissidentes do regime assumiam o governo. e fizeram do acontecimento uma enorme festa, transmitida
Outro exemplo é o da Tchecoslováquia. Ali, Gustav pela TV para todo o mundo. A queda da barreira preparava
Husak, que havia assumido o governo logo após a repressão terreno para uma medida ainda mais radical, que viria
à Primavera de Praga, foi forçado a renunciar como pouco tempo depois - a reunificação alemã, sob a liderança
resultado de novas e amplas manifestações populares. Em da Alemanha Ocidental.
seu lugar, assumiu como presidente, em dezembro de 1989,
o escritor Vaclav Havel, em processo que também levou à 15. O fim da União Soviética
reabilitação política de Alexander Dubcek eleito deputado
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e, em seguida, presidente da Câmara dos Deputados. A A abertura política patrocinada por Gorbatchev permitiu
transição política tcheca, radical mas pacífica, tornou-se a emergência de forças que imprimiram seus próprios
conhecida como Revolução de Veludo. ritmos e direções às mudanças que o líder soviético
Movimentos dessa natureza passaram a se reproduzir imaginara poder manter sob controle. Essa torrente de
em cada país do Leste europeu, mesmo naqueles onde o transformações, porém, não se fez sem resistências. A
peso da tradição stalinista e da centralização política era mais significativa delas resultou em nada menos que uma
maior. tentativa de golpe contra o próprio Gorbatchev.

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Em agosto de 1991, um autodenominado Comitê Estatal e espacial e pelas disputas geopolíticas no que se refere ao
de Emergência surpreendeu o mundo com o anúncio de grau de influência de cada uma no plano internacional. Este
que Mikhail Gorbatchev havia sido afastado do poder era o mundo bipolar.
“por problemas de saúde”, velho eufemismo soviético, A partir do final da década de 1980 e início dos anos
tradicionalmente usado para anunciar a retirada de um 1990, mais especificamente após a queda do Muro de Ber-
líder caído em desgraça. Uma junta, formada por oito lim e do esfacelamento da União Soviética, o mundo pas-
dirigentes da chamada linha dura do Partido Comunista, sou a conhecer apenas uma grande potência econômica e,
assumiu o governo e proclamou sua intenção de restaurar principalmente, militar: os EUA. Analistas e cientistas polí-
a “lei e a ordem”, além da “integridade territorial e da honra ticos passaram a nomear a então ordem mundial vigente
nacional”. como unipolar.
O golpe, que apontava para a retomada da linha de Entretanto, tal nomeação não era consenso. Alguns
centralização política na União Soviética, porém, fracassou analistas enxergavam que tal soberania pudesse não ser
espetacularmente. Milhares de manifestantes saíram às
tão notável assim, até porque a ordem mundial deixava de
ruas de Moscou, enfrentando os soldados e os tanques,
ser medida pelo poderio bélico e espacial de uma nação e
ao mesmo tempo que a opinião púbica mundial exigia
passava a ser medida pelo poderio político e econômico.
a volta de Gorbatchev. Em poucos dias, por absoluta
Nesse contexto, nos últimos anos, o mundo assistiu às
falta de apoio, os golpistas foram presos, e Gorbatchev
reconduzido ao poder. Em vez de deter, o golpe frustrado sucessivas crescentes econômicas da União Europeia e do
acabou acelerando ainda mais as mudanças: pouco depois Japão, apesar das crises que estas frentes de poder sofre-
o Partido Comunista soviético foi extinto e as repúblicas ram no final dos anos 2000. De outro lado, também vêm
da Letônia, Estônia e Lituânia declararam definitivamente sendo notáveis os índices de crescimento econômico que
sua independência. O exemplo foi seguido por Moldávia, colocaram a China como a segunda maior nação do mun-
Ucrânia, Bielo-Rússia, Geórgia, Azerbaijão, Quirguizistão, do em tamanho do PIB (Produto Interno Bruto). Por esse
Uzbequistão, Tajiquistão e Armênia. O antigo império motivo, muitos cientistas políticos passaram a denominar a
soviético se esfacelava. Nova Ordem Mundial como mundo multipolar.
Mais do que isso, a resistência ao golpe reforçou a Mas é preciso lembrar que não há no mundo nenhuma
popularidade do presidente da Rússia, Bóris Yeltsin, líder nação que possua o poderio bélico e nuclear dos EUA. Esse
populista que a partir daí manobrou habilmente para país possui bombas e ogivas nucleares que, juntas, seriam
marginalizar Gorbatchev. Yeltsin articulou junto aos líderes capazes de destruir todo o planeta várias vezes. A Rússia,
das novas repúblicas a formação de uma Comunidade grande herdeira do império soviético, mesmo possuindo
de Estados Independentes, união que praticamente tecnologia nuclear e um elevado número de armamentos,
decretava a falência do que sobrava do antigo Estado vem perdendo espaço no campo bélico em virtude da falta
soviético. Esgotado, Gorbatchev não viu outra alternativa de investimentos na manutenção de seu arsenal, em razão
a não ser formalizar sua renúncia, anunciada no dia 25 das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país após a
de dezembro de 1991. Em seguida, passou às mãos de Guerra Fria.
Yeltsin a tchemodântchik, a famosa “pastinha” preta com É por esse motivo que a maior parte dos especialistas
os códigos de disparo dos mísseis nucleares, até então em Geopolítica e Relações Internacionais, atualmente, no-
sob seu controle. Era o desenlace de uma sucessão de meia a Nova Ordem Mundial como mundo unimultipo-
acontecimentos que nenhum analista político, mesmo lar. “Uni” no sentido militar, pois os Estados Unidos é líder
no início dos anos 80, teria sido capaz de prever. O bloco incontestável. “Multi” em razão das diversas crescentes
comunista havia desmoronado, não por força de um
econômicas de novos polos de poder, sobretudo a União
formidável cataclismo nuclear - como se acreditava antes
Europeia, o Japão e a China.
-, mas como resultado de um surpreendente processo
de implosão política. A União das Repúblicas Socialistas
17. Globalização capitalista
Soviéticas não existia mais; 74 anos depois, a revolução
bolchevique encontrava um melancólico final.
A globalização pode ser subdivida em quatro principais
16. Nova ordem mundial estágios, nos quais o sistema capitalista foi conhecendo a
sua gradativa mundialização.
Uma ordem mundial diz respeito às configurações ge- A globalização passou por consecutivas fases até a sua
rais das hierarquias de poder existentes entre os países do total consolidação.
mundo. Dessa forma, as ordens mundiais modificam-se a O início da globalização, embora existam discordâncias,
cada oscilação em seu contexto histórico. Portanto, ao falar ocorreu ao longo do século XV, de acordo com a maioria
HISTÓRIA DO BRASIL

de uma nova ordem mundial, estamos nos referindo ao dos autores que abordam essa temática. Desde então, esse
atual contexto das relações políticas e econômicas interna- fenômeno de integração gradativa das diferentes áreas
cionais de poder. do planeta passou por diversos processos evolutivos até
Durante a Guerra Fria, existiam duas nações principais chegar ao seu estágio atual. Assim, costuma-se periodizar
que dominavam e polarizavam as relações de poder no historicamente o fenômeno a partir das suas distintas fases,
globo: Estados Unidos e União Soviética. Essa ordem mun- que podem diferenciar-se conforme a abordagem ou o cri-
dial era notadamente marcada pelas corridas armamentista tério utilizado em sua elaboração teórica.

52
No presente texto, apontaremos a formação do siste- Nessa fase da globalização, a DIT ampliou-se. Enquanto
ma-mundo atual a partir de quatro fases da globalização, os países desenvolvidos produziam e forneciam produtos
embora existam também abordagens que subdividam esse industrializados, as colônias e países subdesenvolvidos li-
fenômeno em três períodos distintos. mitavam-se ao fornecimento de produtos primários.

17.1. A Primeira Fase da Globalização (século XV ao 17.3. A Terceira Fase da Globalização (Guerra Fria)
XIX)
Essa fase da globalização estendeu-se do final da Se-
Podemos dizer que o início da globalização ocorreu gunda Guerra Mundial ao final da Guerra Fria e coincidiu
com a expansão marítima europeia, responsável por uma com o período da Ordem Mundial marcado pela bipo-
transformação gradativa da estrutura social da época. An- laridade. Nessa época, o mundo viu a formação de dois
teriormente, não se pode dizer que havia uma globaliza- grandes blocos de poder: de um lado, um liderado pelos
ção, uma vez que o predomínio era do isolamento das so- Estados Unidos, o “bloco capitalista”; de outro, um liderado
ciedades em economias relativamente autônomas e pouco pela União Soviética, chamado de “bloco socialista”, embo-
ou nada integradas entre si. ra não houvesse um sistema socialista de fato.
Se, por um lado, a Guerra Fria gerou muito pânico no
Dessa forma, durante o final do século XV e o início do mundo a respeito de uma suposta guerra nuclear, por
século XVI, o avanço das navegações europeias consolidou outro, esse período foi marcado por grandes avanços na
então uma implosão no sistema-mundo vigente, uma vez área tecnológica, principalmente em razão da corrida ar-
que os meios de transporte e comunicação conheceram mamentista e também da corrida espacial, que permitiu
os seus primeiros grandes avanços rumo à total integração uma soma inestimável de conhecimentos científicos. Tais
dos mercados internacionais. conhecimentos foram respaldados pela emergência da Ter-
Com efeito, a busca por novos mercados e, principal- ceira Revolução Industrial, mais conhecida como Revolução
mente, por matérias-primas, como especiarias e metais Técnico-científica Informacional.
Nesse sentido, foram realizados avanços na área da
preciosos, incentivou os navegadores europeus a busca-
informação e também dos transportes, com o desenvol-
rem novas terras e também novas rotas para os diferentes
vimento da informática, da robótica, da internet e também
mercados. Um exemplo foi a busca pelas Índias por novos
da biotecnologia. Os instrumentos anteriormente existentes
caminhos após a tomada de Constantinopla pelos turcos-
foram aperfeiçoados e novos meios de comunicação e des-
-otomanos.
locamento foram criados, promovendo, assim, uma maior e
Em resumo, a principal característica desse período foi a
mais ampla integração mundial, embora ela permanecesse
formação das colônias europeias na América e, mais tarde,
em níveis desiguais de desenvolvimento pelo mundo.
na África e na Ásia, tornando o “velho continente” como o
grande precursor e articulador da globalização e da mun- 17.4. A Quarta Fase da Globalização (de 1989 aos
dialização do sistema capitalista em todo o planeta. Nesse dias atuais)
período, então, consolidou-se a Divisão Internacional do
Trabalho (DIT), em que a Europa fornecia mercadorias e as Com a queda do Muro de Berlim, o esfacelamento da
demais áreas forneciam matérias-primas e trabalho escra- URSS e o fim da Guerra Fria, o mundo entrou em uma
vo. Nova Ordem Mundial, e a Globalização também passou a
um novo estágio. Isso porque houve então um avanço do
17.2. A Segunda Fase da Globalização (meados do sistema capitalista para todo o mundo, incluindo os países
século XIX e meados do século XX) do então chamado “segundo mundo”, ditos socialistas ou
de economia capitalista planificada.
Com a expansão da dominação colonial europeia sobre O que se vê como característica principal desse proces-
territórios da Ásia e, principalmente, da África, além da con- so, além da consolidação total do sistema de globalização
solidação do processo de industrialização no continente por meio da mundialização integral do capitalismo, é o en-
europeu, a Globalização entrou, então, em uma nova fase. curtamento das distâncias e a aceleração do tempo. Quan-
Nesse período, houve então a formação daquilo que se de- do falamos em “encurtamento”, referimo-nos à forma com
nominou por Capitalismo Industrial, além de se formarem que os sistemas de transporte conseguem alcançar gran-
as bases para a instauração do Capitalismo Financeiro. des distâncias em pouquíssimo tempo. Já a aceleração do
Com os avanços promovidos na área da indústria e os tempo refere-se à velocidade com que novas tecnologias
recursos captados por aquilo que se convencionou chamar surgem e são rapidamente melhoradas ou substituídas.
de “mundo desenvolvido” a partir da exploração de suas O sistema financeiro conseguiu avançar ainda mais por
HISTÓRIA DO BRASIL

colônias ou áreas de dominação econômica, os sistemas de meio daquilo que o sociólogo Manuel Castells chamou
transporte e comunicação ampliaram-se, havendo a cria- por Capitalismo Informacional ou pelo o que o geógrafo
ção e difusão de ferrovias, telégrafos, sistemas de telefonia, Milton Santos denominou por Meio Técnico-científico in-
além do uso dos automóveis, aviões, entre outros. Com formacional. No plano político, consolidaram-se o poderio
isso, o mundo foi se tornando cada vez mais interligado, econômico e militar dos Estados Unidos e a formação de
embora tal interligação obedeça a uma hierarquia de do- polos “secundários”, tais como a União Europeia, a China e
minação e dependência socioeconômica. a Rússia.

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Fonte e/ou texto adaptado de: 3. (CEPERJ/2013 – SEDUC/RJ) O impacto da crise de 1929
www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/www.infoescola. foi, sem dúvida, muito grande. Abalou todo o modelo libe-
com/www.estudopratico.com.br/www.historiadomundo. ral, tanto em termos econômicos quanto em termos políti-
uol.com.br/www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/www. cos. Foi um dos episódios mais dolorosos da história norte-
brasilescola.uol.com.br/www.historiageralcomgd.com/ -americana, talvez só comparável à Guerra de Secessão ou
www.jcmontteiro.webnode.com.br/www.webartigos.com/ ao ataque às Torres Gêmeas de Nova Iorque. Um conjunto
www.sergiokbsa.blogspot.com.br/Antonio Gasparetto Ju- de medidas, denominadas New Deal, foram adotadas para
nior/Rainer Gonçalves/Cláudio Fernandes/Armando Araújo buscar reerguer a economia norte-americana. O New Deal
Silvestre/Fernanda Paixão Pissurno/Sergio Cabeça/Rodolfo foi implementado sob a liderança do seguinte presidente
Alves Pena norte-americano:

a) Franklin Delano Roosevelt


b) Theodore Roosevelt
EXERCÍCIO COMENTADO c) John F. Kennedy
d) Richard Nixon
1. (CESPOE/2011 – SAEB/BA) O período pré-histórico é o e) Woodrow Wilson
mais longo da vida dos seres humanos na Terra. Na reali-
dade, sabe-se muito pouco sobre os nossos antepassados, Resposta: Letra A. A crise, também conhecida como “A
e as descobertas recentes põem diariamente em xeque as Grande Depressão”, foi a maior de toda a história dos
teorias que explicam sua existência e modo de vida. En- Estados Unidos. Como nesta época, diversos países do
tretanto, a expressão pré-história continua vigente, tendo mundo mantinham relações comerciais com os EUA, a
como referência as sociedades humanas que crise acabou se espalhando por quase todos os conti-
nentes.
a) desconheciam a escrita. A solução para a crise surgiu apenas no ano de 1933,
b) viviam em cavernas. quando o presidente Franklin Delano Roosevelt colocou
c) eram socialmente desorganizadas. em prática o plano conhecido como New Deal. De acor-
d) desprezavam a vida civilizada. do com o plano econômico, o governo norte-americano
passou a controlar os preços e a produção das indústrias
Resposta: Letra A. A historiografia mostra que a Histó- e das fazendas. Com isto, o governo conseguiu controlar
ria teve inicio aproximadamente 4.000 a.C, quando os a inflação e evitar a formação de estoques. Fez parte do
sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme, sendo plano também o grande investimento em obras públi-
que, a época anterior à escrita é conhecida como Pré- cas (estradas, aeroportos, ferrovias, energia elétrica etc),
-História. conseguindo diminuir significativamente o desemprego.
O programa foi tão bem sucedido que no começo da
2. (CESPE/2013 – SEE/AL) A respeito do feudalismo e de década de 1940 a economia norte-americana já estava
sua passagem para o capitalismo, julgue os itens subse- funcionando normalmente.
quentes.
A sociedade feudal baseava-se em uma estrutura hierárqui- 4. (FCC/2018 - TRT-15ª Região/SP) O movimento ludista
ca quádrupla, cujo topo era ocupado pelos reis e pela no- que agitou o meio operário e fabril da Inglaterra foi carac-
breza; em seguida, posicionavam-se o clero e os religiosos terizado por um conjunto de ações de contestação, entre
leigos; logo abaixo, os comerciantes e os burgueses (mo- as quais se destaca
radores das cidades); e, na base inferior, os camponeses.
a) a organização de ocupações de fábricas, visando expro-
( ) CERTO ( ) ERRADO priá-las dos capitalistas proprietários.
b) a deflagração de greves e motins em aliança com os
Resposta: Errado. Em uma sociedade feudal havia três camponeses, contra a monarquia.
estamentos ou camadas estanques, sendo essas, a cama- c) o incêndio sistemático às fábricas, consideradas obsole-
da daqueles que lutavam (Nobreza), a camada dos que tas e responsáveis pelos acidentes de trabalho.
rezavam (Clero) e a camada dos que trabalhavam (cam- d) a formação de um partido operário para lutar pelo direi-
poneses e servos). to de voto nas eleições parlamentares.
e) a destruição de máquinas fabris, consideradas responsá-
veis pelo desemprego dos trabalhadores manuais.
HISTÓRIA DO BRASIL

Resposta: Letra E. Em muitas regiões da Europa, os tra-


balhadores se organizaram para lutar por melhores con-
dições de trabalho.
Os movimentos foram desde os mais tranquilos, como a
criação de sindicatos ou o cartismo, até os mais violen-
tos, como, por exemplo, o ludismo. Também conhecidos

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como “quebradores de máquinas”, os ludistas invadiam Em “c”, Errado – Os países europeus começaram a fazer
fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de alianças políticas e militares desde o final do século XIX.
protesto e revolta com relação a vida dos empregados. Durante o conflito mundial estas alianças permanece-
ram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em
5. (VUNESP/2016 – MPE/SP) A modernidade, do 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha (a
ponto de vista econômico, instalou o modelo liberal, a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro
defesa do livre mercado, o incentivo à especialização, a lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a partici-
discussão sobre os ideais de liberdade e igualdade que pação de França, Rússia e Reino Unido.
apontavam para uma sociedade em que se romperia Em “d”, Errado – O marco inicial da Segunda Guerra (e
com as hierarquias de sangue e a soberania sacralizada, não da primeira) ocorreu no ano de 1939, quando o
com as tradições e os particularismos, em nome do exército alemão invadiu a Polônia. De imediato, a França
universal, da razão e da revolução. Na modernidade, e a Inglaterra declararam guerra à Alemanha.
confirmou-se uma lógica, uma retórica e uma ideologia.
Lógica no campo sociológico, no filosófico e no político,
que se chamam, respectivamente:

a) socialismo, pragmatismo e imperialismo americano.


b) comunismo, idealismo e imperialismo.
c) capitalismo, positivismo e democracia formal para de-
fender a liberdade.
d) socialismo, idealismo e monarquia parlamentarista.
e) capitalismo, iluminismo e monarquia.

Resposta: Letra C. O enunciado fala em modelo liberal


e livre mercado, o que nos permite de cara eliminar as
alternativas que apontam socialismo e comunismo, vis-
to que, não se tratam de modelos liberais, tão pouco,
defendem o livre comércio, na sequencia, temos outro
apontamento do enunciado, que é o incentivo à espe-
cialização, característica do positivismo e, por ultimo,
temos a colocação de liberdade e igualdade que são
conceitos inerentes à democracia.

6. (Prefeitura de Betim/MG – 2015 - Prefeitura de Be-


tim/MG) É coerente com as razões que levaram à 1ª Gran-
de Guerra Mundial:

a) Um dos fatos que contribuiu para o final do confronto


foi a entrada da Rússia na Guerra, pois tinha um exército
grande e bem preparado, impondo aos alemães derro-
tas vexatórias.
b) O processo de Imperialismo, promovido pelas grandes
potências capitalistas da Europa, principalmente França,
Inglaterra e Alemanha, gerou conflitos e até confrontos
pela disputa de territórios, ao ponto de desencadear a
1ª Guerra.
c) Temendo uma ofensiva alemã, Japão, Inglaterra e França
formaram a Tríplice Aliança.
d) O início da Guerra se deu quando as tropas alemãs
invadiram a Polônia, apresentando ao mundo a famo-
sa Guerra Relâmpago, deixando marcas desastrosas para
HISTÓRIA DO BRASIL

os poloneses.

Resposta: Letra B. Em “a”, Errado - Em 1917 ocorreu


um fato histórico de extrema importância: a entrada dos
Estados Unidos no conflito ao lado da Tríplice Entente,
pois havia acordos comerciais a defender, principalmen-
te com Inglaterra e França.

55
c) Maquiavel afirma, em O Príncipe, que os homens viviam
inicialmente em estado natural, obedecendo apenas a
HORA DE PRATICAR! interesses individuais, sendo vítimas de danos e invasões
de uns contra os outros. Assim, mediante a adoção de
1. (FUNCAB/2015 – Faceli) “A postura que adotamos com um contrato social, abriram mão de todos os direitos em
respeito ao passado, quais as relações entre passado, pre- favor da autoridade ilimitada de um soberano
sente e futuro não são apenas questões de interesse vital d) Em O Príncipe, Maquiavel expressava seu desprezo pelo
para todos: são indispensáveis. É inevitável fazer compa- conceito medieval de uma lei moral limitando a autori-
rações entre o presente e o passado: essa é a finalidade dade do governante e argumentava que a suprema obri-
dos álbuns de fotos de famílias ou filmes domésticos. Não gação do governante é manter o poder e a segurança
podemos deixar de aprender com isso, pois é o que a ex- do país que governa, adotando todos os meios que o
periência significa. Podemos aprender coisas erradas – e, capacitem a realizar essa obrigação
positivamente, é o que fazemos com frequência -, mas se e) O Príncipe é a obra na qual Maquiavel expressa o de-
não aprendermos, ou não temos nenhuma oportunidade ver de todo soberano de combater o obscurantismo
de aprender, ou nos recusamos a aprender de algum pas- medieval representado pela Igreja; o rei absoluto deve
sado algo que é relevante ao nosso propósito, somos, no enfrentar, com mão de ferro, o poder temporal do clero
limite, mentalmente anormais [...]”. católico, assumindo o seu lugar no comando dos corpos
HOBSBAWN, Eric.Sobre História , 2011.  e das almas dos homens .
Para o historiador Eric Hobsbawn:  4. (CESPE/2016 - Instituto Rio Branco) Tendo o trecho de
texto de Tocqueville como referência inicial, julgue (C ou E)
a) o passado constitui a história. o item que se segue, acerca de revoluções que marcaram
b)a história dissocia-se do passado. a história europeia no final do século XVIII e no século XIX.
c) o passado é a única forma de se estudar a história. O caráter europeu das revoluções de 1848 deve-se ao fato
d) a história estabelece as características do passado.
de o movimento ter promovido alterações políticas em vá-
e) ao estudar o passado, o futuro será estabelecido.
rias regiões, como a Península Ibérica, a Grã-Bretanha, a
Irlanda e a Escandinávia
2. (UFRJ) Durante o Baixo Império, o império romano viveu
grande decadência, determinada principalmente pela (o) :
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) Retração das guerras, responsável pela diminuição do
5. (VUNESP/2016 - MPE-SP) A modernidade, do ponto de
afluxo de riquezas, crise do escravismo e da própria pro-
dução vista econômico, instalou o modelo liberal, a defesa do livre
b) Crise do comércio romano pelo Mediterrâneo, dado a mercado, o incentivo à especialização, a discussão sobre os
ocupação realizada pelos povos bárbaros ideais de liberdade e igualdade que apontavam para uma
c) Adesão imperador Constantino ao cristianismo, dimi- sociedade em que se romperia com as hierarquias de san-
nuindo a força do paganismo gue e a soberania sacralizada, com as tradições e os parti-
d) Guerra civil envolvendo patrícios e plebeus, determinan- cularismos, em nome do universal, da razão e da revolução.
do a decadência da produção agrícola Na modernidade, confirmou-se uma lógica, uma retórica e
e) Édito do máximo, responsável pela ilimitação da produ- uma ideologia. Lógica no campo sociológico, no filosófico
ção agrícola e importação de escravos. e no político, que se chamam, respectivamente:

3. (CEPERJ/2013 - SEDUC-RJ) O Absolutismo tem origens a) socialismo, pragmatismo e imperialismo americano.


remotas que remontam, pelo menos, à Idade Média. Mas, b) comunismo, idealismo e imperialismo.
nos séculos XVI e XVII, multiplicaram-se os principais auto- c) capitalismo, positivismo e democracia formal para de-
res de doutrinas justificando o poder absoluto dos monarcas. fender a liberdade.
Entre as justificativas filosóficas do Absolutismo, podemos d) socialismo, idealismo e monarquia parlamentarista.
destacar aquelas ligadas à obra conhecida como O Príncipe, e) capitalismo, iluminismo e monarquia.
de Maquiavel. A alternativa que expressa possíveis justifica-
tivas do poder absoluto dos reis presentes em O Príncipe é: 6. (CESPE/2016 - Instituto Rio Branco) Acerca das reper-
cussões da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais em di-
a) No texto de O Príncipe, Maquiavel expõe a doutrina da ferentes aspectos nas sociedades latino-americanas, julgue
origem divina da autoridade do Rei, afirmando que o (C ou E) o item seguinte.
HISTÓRIA DO BRASIL

monarca tem o poder supremo sobre cidadãos e súdi- A Primeira Guerra Mundial teve efeitos econômicos po-
tos, sem restrições determinadas pela lei sitivos em vários países latino-americanos: o aumento da
b) Em O Príncipe, Maquiaveldemonstra que não há poder demanda por matérias-primas e a produção de manufatu-
público sem a vontade de Deus; todo governo, seja qual rados antes importados.
for sua origem, justo ou injusto, pacífico ou violento,
é legítimo; todo depositário da autoridade, é sagrado; ( ) CERTO ( ) ERRADO
revoltar-se contra o governo, é sacrilégio.

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7. (INSTITUTO CIDADES/2016 - CONFERE) No ano de c) Com o coronelismo, controlou-se o eleitorado no cam-
1939, em meio à atmosfera de tensão política que desenca- po, incorporado ao processo político pelo fim do critério
deou a sucessão de conflitos da Segunda Guerra Mundial, censitário, e garantiu-se a hegemonia das oligarquias
um acordo de não agressão foi firmado entre a Alemanha rurais regionais, interferindo no processo eleitoral.
e a União Soviética, o Pacto Germano-Soviético. Esse pacto d) Com a criação de um novo ator político - os governado-
estabelecia que, se acaso a Alemanha entrasse em conflito res, eleitos a partir das máquinas estaduais -, os estados
com a Inglaterra ou a França em razão de uma eventual in- aprofundaram o federalismo e combateram o coronelis-
vestida da Alemanha contra a Polônia, a URSS, por sua vez, mo, visto como sobrevivência arcaica da ordem imperial. 
ficaria afastada, sem se manifestar militarmente. Tal pacto e) Com o pacto federativo, acirraram-se as hostilidades
também pode ser chamado de:  existentes entre Executivo e Legislativo, criando a dis-
puta entre São Paulo e Minas Gerais pela presidência da
a) Tratado de Moscou  República.
b) Tratado de Versalhes 
c) Pacto de Varsóvia  10. (MPE-GO/2016 - MPE-GO) Em 1945 chega ao fim o
d) Pacto Ribbentrop-Molotov  Estado Novo implantado pelo presidente Getúlio Vargas.
Entre as causas tivemos a(s)
8. (UFMT/2015 - IF-MT) Durante o período imperial bra-
sileiro, o liberalismo foi uma das correntes políticas in- a) Revolução de 1945 realizada pelos sindicatos e apoiado
fluentes na composição do nascente Estado independente, pelo Partido Trabalhista Brasileiro daquela época.
tendo, em diferentes momentos, pautado seus rumos. Há b) Atuação do movimento estudantil, liderado pela UNE,
que se observar, no entanto, que, diferentemente do mo- que assumiu o poder apoiando o partido da União De-
delo europeu, o liberalismo encontrado no Brasil tinha suas mocrática Nacional.
idiossincrasias. A partir do exposto, marque V para as afir- c) Pressões norte-americanas obrigando Getúlio Vargas a
mativas verdadeiras e F para as falsas. extinguir o Estado Novo e tornar o país uma democracia.
( ) Os limites do liberalismo brasileiro estiveram marcados d) Adesão de Getúlio ao Fascismo, propiciando que ele im-
pela manutenção da escravidão e da estrutura arcaica de plante no Brasil um regime semelhante após 1945.
produção. e) Participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial ao lado das
( ) Os adeptos do liberalismo pertenciam às classes mé- democracias, criando uma situação interna contraditó-
dias urbanas, agentes públicos e manumitidos ou libertos. ria, pois o país vivia, até aquele ano, uma ditadura.
( ) O liberalismo brasileiro mostrou seus limites durante a
elaboração da Constituição de 1824. 11. (MPE-GO/2016 - MPE-GO) Com relação à ditadura
( ) A aproximação de D. Pedro I com os portugueses no militar brasileira, que teve início em 1964, e a redemocrati-
Brasil ajudou a estruturar o pensamento liberal no primeiro zação no Brasil pós - ditadura, identifique as afirmativas a
reinado. seguir como verdadeiras(V) ou falsas (F):
( ) A publicação dos atos institucionais foi um forma de le-
Assinale a sequência correta.  gitimar rapidamente as medidas do governo. Entre os atos
publicados no período, o AI-5 concedia ao presidente da
a) F, V, F, V República plenos poderes, como o direito de cassar man-
b) V, V, F, F dados.
c) V, F, V, F ( ) O período foi marcado por significativo desenvolvimento
d) F, F, V, V econômico, que ficou conhecido como “milagre brasileiro”.
( ) Em meio a manifestações de artistas e estudantes con-
9. (FGV/2016 – SME/SP) “Comecemos pela expressão ‘Re- trários ao regime, os operários conseguiram manter um
pública Oligárquica’. Oligarquia é uma palavra grega que diálogo contínuo com o governo, devido à importância
significa governo de poucas pessoas, pertencentes a uma dessa classe trabalhadora para a economia do país.
classe ou família. De fato, embora a aparência de organiza- ( ) Uma das ações que marcou o processo de redemocra-
ção do país fosse liberal, na prática o poder foi controlado tização foi a campanha pelas eleições diretas para a presi-
por um reduzido grupo de políticos em cada Estado.” dência da República, que ficou conhecida como “Diretas
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1995, p. 61. já”.
Assinale a opção que caracteriza corretamente um dos me- ( ) O bipartidarismo foi uma das marcas do período pós-di-
canismos próprios da ordem oligárquica brasileira na Pri- tadura, motivo pelo qual a ARENA e o MDB foram os úni-
meira República. cos partidos políticos autorizados a funcionar no período
HISTÓRIA DO BRASIL

a) Com a política dos governadores, o governo estadual Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de
passou a sustentar os grupos dominantes em cada esta- cima para baixo
do, em troca de apoio eleitoral para o Executivo federal. a) V  - F - V - V - F 
b) Com a aliança entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, de- b) V - V - F - V - F 
tentores das maiores bancadas no Congresso no perío- c)  F - F - V - F - V
do, as oligarquias do Centro-Sul garantiram o controle d)  F - V - F - F - V
do Executivo e do Legislativo federais.  e) V - V - F - V - V 

57
12. (Prefeitura de Betim/MG – 2015 - Prefeitura de Be- 15. (MPE/GO – 2017 – MPE/GO) Acerca da história do
tim/MG) Sobre a economia do Brasil colonial, assinale a Brasil, é incorreto afirmar: 
alternativa CORRETA.
a) Em 15 de novembro de 1889, ocorreu a Proclamação da
a) Com a descoberta do ouro, foi introduzida a mão de República pelo Marechal Deodoro da Fonseca e teve iní-
obra escrava negra. cio a República Velha, que só veio terminar em 1930 com
b) O ciclo do açúcar foi irrelevante e pouco rentável. a chegada de Getúlio Vargas ao poder. A partir daí, têm
c) A colônia podia desenvolver-se livremente sem nenhuma destaque na história brasileira a industrialização do país;
interferência da metrópole. sua participação na Segunda Guerra Mundial ao lado dos
d) A economia da colônia foi controlada e limitada pelas Estados Unidos; e o Golpe Militar de 1964, quando o ge-
práticas mercantilistas. neral Castelo Branco assumiu a Presidência.
b) A ditadura militar, a pretexto de combater a subversão e a
13. (IFB/2017 – IFB) “A principal característica política da corrupção, suprimiu direitos constitucionais, perseguiu e
independência brasileira foi a negociação entre a elite na- censurou os meios de comunicação, extinguiu os partidos
cional, a coroa portuguesa e a Inglaterra, tendo como figu- políticos e criou o bipartidarismo. Após o fim do regime
ra mediadora o príncipe D. Pedro” militar, os deputados federais e senadores se reuniram
(CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo no ano de 1988 em Assembléia Nacional Constituinte e
caminho. 1. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. promulgaram a nova Constituição, que amplia os direitos
p. 26). individuais. O país se redemocratiza, avança economica-
Leia as afirmativas com relação ao processo de emancipa- mente e cada vez mais se insere no cenário internacional.
ção política do Brasil. c) O período que vai de 1930 a 1945, a partir da derrubada
I) As tentativas das Cortes lusitanas em recolonizar o Brasil do presidente Washington Luís em 1930, até a volta do
uniram os luso-americanos em torno da ideia de perpetuar país à democracia em 1945, é chamado de Era Vargas,
os laços políticos que uniam, entre si, os lados europeu e em razão do forte controle na pessoa do caudilho Getú-
americano do Império Português. lio Domeles Vargas, que assumiu o controle do país, no
II) A escolha da monarquia em vez da república, como al- período. Neste período está compreendido o chamado
ternativa política para o Brasil independente, derivou da Estado Novo (1937-1945).
convicção da elite brasileira de que só um monarca poderia d) Em 1967, o nome do país foi alterado para República Fe-
manter a ordem social e a união territorial. derativa do Brasil. 
III) Desde o retorno do Rei D. João VI para Portugal, em e) Fernando Collor foi eleito em 1989, na primeira eleição
1821, a elite brasileira percebeu a necessidade de uma direta para Presidente da República desde 1964. Seu go-
solução política que implicasse a separação entre Brasil e verno perdurou até 1992, quando foi afastado pelo Sena-
Portugal. do Federal devido a processo de “impugnação” movido
IV) O papel dos escravos e livres pobres foi decisivo para contra ele. 
a transição do Brasil de colônia para emancipado politica-
mente. 16. (MPE/GO – 2017 – MPE/GO) A volta democrática de
V) A independência do Brasil trouxe grandes limitações dos Getúlio Vargas ao poder, após ser eleito no ano de 1950,
direitos civis, uma vez que manteve a escravidão. ficou caracterizada pelo presidente:

Assinale a alternativa que apresenta somente as afirmativas a) ter se aproximado dos antigos líderes militares do Estado
CORRETAS. Novo e ter dado um golpe de Estado em 1952.
b)  ter exercido um governo de tendência populista e ter se
a) I, V  suicidado em 1954.
b) II, IV  c) ter exercido um governo de tendência autoritária, com o
c) II, V  apoio de Carlos Lacerda.
d) I, IV  d) ter exercido um governo de tendência populista que foi a
e) III, IV base para sua reeleição em 1955.
e) não ter levado o governo adiante por motivos de saúde,
14. (CESPE/2017 - Instituto Rio Branco) Durante o Pri- sendo substituído por seu vice, Café Filho, em 1951.
meiro Reinado consolidou-se a independência nacional,
construiu-se o arcabouço institucional do Império do Bra- 17. (NC-UFPR/2015 – UFPR) Sobre a redemocratização no
sil e estabeleceram-se relações diplomáticas com diversos Brasil pós - ditadura, assinale a alternativa correta.
países. Acerca desse período da história do Brasil, julgue
HISTÓRIA DO BRASIL

(C ou E) o item subsequente. a) Uma das ações que marcou o processo de redemocratiza-
Originalmente uma questão concernente apenas ao eixo ção foi a campanha pelas eleições diretas para a presidên-
das relações simétricas entre os Estados envolvidos, a cia da República, que ficou conhecida como “Diretas já”.
Guerra da Cisplatina encerrou-se com a interferência de b) O bipartidarismo foi uma das marcas do período pós-
uma potência externa ao conflito. -ditadura, motivo pelo qual a ARENA e o MDB foram
os únicos partidos políticos autorizados a funcionar no
( ) CERTO ( ) ERRADO período

58
c) O presidente Tancredo Neves foi o primeiro presidente 19. (Prefeitura de Betim/MG – 2015 - Prefeitura de Be-
eleito pelo voto popular após a ditadura militar. tim/MG) É alternativa verdadeira, correspondente às princi-
d) Devido às graves denúncias que ocorreram, o presiden- pais características do Feudalismo.
te José Sarney foi afastado da presidência da República.
Esse processo ficou conhecido como impeachment a) Economia e sociedade agrárias e cultura predominante-
e) Fernando Collor de Mello foi um dos presidentes eleitos mente laica.
após a ditadura militar e ficou famoso pela criação do b) Trabalho assalariado, cultura teocêntrica e poder político
Programa Bolsa-Família. centralizado nas mãos do rei.
c) As relações entre a nobreza feudal baseavam-se nos laços
18. (CESPE/2004 - Instituto Rio Branco) Com a queda de suserania e vassalagem: tornava-se suserano o nobre
da monarquia, em 1889, ainda que preservada a domina- que doava um feudo a outro; e vassalo, o nobre que re-
ção oligárquica, o novo regime acaba beneficiando-se dos cebia o feudo.
efeitos modernizadores, decorrentes da abolição da es- d) Trabalho regulado pelas obrigações servis e sociedade
cravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia com grande mobilidade.
cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho
livre e de imigrantes europeus. Com a Primeira República, 20. (NUCEPE/2015 – SEDUC/PI) A Revolução Francesa in-
extingue-se o sistema censitário, mas os analfabetos são fluenciou muito a maneira como os seres humanos passa-
excluídos totalmente do direito de voto. ram a pensar a si mesmos e a história.
As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a Sobre este evento e seus desdobramentos, é INCORRETO
ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na dé- afirmar que
cada de 20, quando se inicia a crise da República Velha,
que, com a Revolução de 1930, submerge no centro de a) a Revolução Francesa alçou a burguesia ao controle po-
suas próprias contradições. As insurreições sucessivas dos lítico, ao destituir o poder das monarquias absolutistas,
tenentes e a Coluna Prestes permitem, mais tarde, que a embora no plano econômico tenha defendido os princí-
pios do sistema feudal, mantidos sobretudo nas colônias
Aliança Liberal, com a Revolução de 1930, transcenda à
francesas na América. 
mera disputa regionalista e se transforme em um proje-
b)  entre as ações tomadas durante o período da Convenção,
to nacional que busca legitimidade nas camadas médias
a França proclamou a República, após a Batalha de Wal-
urbanas, superando os limites ideológicos das oligarquias
my, e adotou um novo calendário. 
dissidentes.
c) Napoleão Bonaparte apoiado pela burguesia e pelo exér-
Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em
cito, deflagrou o golpe de 18 Brumário, em 1799.
parte, frustradas, após 1930, pela conjugação de duas ten-
d) o Congresso de Viena foi uma reação conservadora con-
dências antiliberais - o estatismo crescente e o pensamen-
trária às ideias liberais e nacionalistas difundidas pela Re-
to autoritário. A radicalização político-ideológica dos anos volução Francesa, concluído após a derrota de Napoleão
críticos, entre 1934 e 1938, solapa o consenso revolucioná- Bonaparte, na Batalha de Waterloo. 
rio e produz efeitos perversos. e) a Santa Aliança consistiu em um pacto militar entre as
Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, potências do Antigo Regime, que visava a repressão aos
persiste o mesmo padrão dominante da lógica liberal e da movimentos liberais que punham em risco a política de
práxis autoritária. A estruturação partidária de 1945 a 1966 restauração.
foi dominada pela hegemonia dos partidos conservadores.
21. (IF/MT – 2014 – IF/MT) Filas de rostos pálidos murmu-
Hélgio Trindade . Brasil em perspectiva: conservadorismo rando, máscaras de medo. Eles deixam as trincheiras, subin-
liberal e democracia bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota do pela borda. Enquanto o tempo bate vazio e apressado
(Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500- nos pulsos, e a esperança, de olhos furtivos e punhos cer-
2000) - a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. rados, naufraga na lama. Ó Jesus, fazei com que isso acabe!
357-64 (com adaptações). (Siegfried Sassoon citado por HOBSBAWN, Eric. A Era dos
A partir do texto acima, julgue os itens que se seguem, Extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.)
relativos à evolução histórica do Brasil republicano. A desesperada descrição refere-se às duras condições vivi-
Nos estertores do regime monárquico, a abolição do tra- das nos campos de batalha da I Guerra Mundial (1914-1918),
balho escravo pela L ei Áurea, ainda que tenha desagra- embate bélico que transformou radicalmente as sociedades
dado a uma significativa parcel a da classe proprietária, europeias. Sobre esse primeiro conflito de âmbito global e
não foi capaz de promover a inclusão social dos negros seus desdobramentos, assinale a afirmativa correta.
HISTÓRIA DO BRASIL

recém-libertados, reforçando um quadro de subalternida-


de dos afrodescendentes ainda visível em pleno início do a) Os Estados Unidos abandonaram sua secular política de
século XXI. neutralidade e enviaram tropas para lutar na frente orien-
tal contra o exército russo. 
( ) CERTO ( ) ERRADO b) A Revolução Russa em 1917 demarcou o ponto de virada
da guerra com o exército vermelho esmagando a resis-
tência alemã.  

59
c) Marcou o fim da chamada Belle Époque com o estan- c) a explosão do consumo, aumento das taxas de juros e
camento do avanço do capitalismo e do imperialismo uma sequência de nacionalizações de empresas estran-
neocolonial.   geiras.
d) As indenizações de guerra, bastante pesadas e penosas d) a superprodução agrícola e industrial, diminuição nos
para os derrotados, fortaleceram a democracia nesses níveis de exportação e queda nos preços no mercado
países.   interno.

22. (UECE/CEV – 2017 – METROFOR/CE) Fidel Castro,


governante de Cuba, por quase meio século (1959–2008),
faleceu aos 90 anos de idade, em novembro de 2016. Já
GABARITO
havia se afastado da presidência do país em 2008, quando
passou seu comando para
1 A
a) Alejandro Castro-Soto.
2 A
b) Alexis Castro.
c) Jorge Castro. 3 D
d) Raúl Castro. 4 ERRADO
5 C
23. (CESPE/2015 – DEPEN) Na década de 90 do século
passado, pela primeira vez em dois séculos, faltava inteira- 6 CERTO
mente ao mundo, qualquer sistema ou estrutura interna- 7 D
cional. O único Estado restante que teria sido reconhecido
8 C
como grande potência, eram os Estados Unidos da Améri-
ca. O que isso significava na prática era bastante obscuro. 9 C
A Rússia fora reduzida ao tamanho que tinha no século XII. 10 E
A Grã-Bretanha e a França gozavam apenas de um status
puramente regional. A Alemanha e o Japão eram sem dúvi- 11 B
da “grandes potências” econômicas, mas nenhum dos dois 12 D
sentira a necessidade de apoiar seus enormes recursos 13 C
econômicos com força militar.
Eric Hobsbawm. Era dos extremos. O breve século XX, 14 CERTO
1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 538 15 E
(com adaptações). 16 B
A partir das ideias apresentadas no texto, julgue o próximo 17 A
item, referentes à política internacional no século XX e à 18 CERTO
ordem mundial instaurada após o fim da Guerra Fria.
19 C
A despeito da derrocada da antiga União Soviética em
1991, o contexto imediatamente posterior à Guerra Fria 20 A
não foi marcado pelo estabelecimento de um sistema in- 21 C
ternacional organizado para reduzir conflitos e garantir o
22 D
equilíbrio entre os estados. 
23 CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO 24 D

24. (Prefeitura de Betim/MG – 2015 - Prefeitura de Be-


tim/MG) No período chamado de Entre Guerras, um acon-
tecimento norte-americano alcançou repercussão mundial.
Trata-se da Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque,
em outubro de 1929. Foram causas dessa crise econômica:
HISTÓRIA DO BRASIL

a) a intervenção do Estado na economia, contrariando o


ideal do liberalismo, profundamente arraigado na cultu-
ra norte-americana.
b) a retomada da produção europeia, aumento do preço do
petróleo no mercado internacional e redução do consu-
mo interno.

60
ANOTAÇÕES

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61
ANOTAÇÕES

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62
ÍNDICE

GEOGRAFIA DO BRASIL

2) Geografia do Brasil............................................................................................................................................................................................................01
a) O território nacional: a construção do Estado e da Nação, a obra de fronteiras, fusoshorários e a federação brasileira. ......01
b) O espaço brasileiro: relevo, climas, vegetação, hidrografia e solos...............................................................................................................01
c) Políticas territoriais: meio ambiente. ..........................................................................................................................................................................01
d) Modelo econômico brasileiro: o processo de industrialização, o espaço industrial, a energia e o meio ambiente, os complexos
agroindustriais e os eixos de circulação e os custos de deslocamento. ...........................................................................................................01
e) A população brasileira: a sociedade nacional, a nova dinâmica demográfica, os trabalhadores e o mercado de trabalho, a
questão agrária, pobreza e exclusão social e o espaço das cidades. .................................................................................................................01
f) Políticas territoriais e regionais: a Amazônia, o Nordeste, o Mercosul e a América do Sul. .................................................................01
GEOGRAFIA DO BRASIL; O TERRITÓRIO NACIONAL: A CONSTRUÇÃO DO ESTADO E DA NAÇÃO, A
OBRA DE FRONTEIRAS, FUSOS HORÁRIOS E A FEDERAÇÃO BRASILEIRA; O ESPAÇO BRASILEIRO:
RELEVO, CLIMAS, VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA E SOLOS; POLÍTICAS TERRITORIAIS: MEIO AMBIENTE;
MODELO ECONÔMICO BRASILEIRO: O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO, O ESPAÇO INDUSTRIAL,
A ENERGIA E O MEIO AMBIENTE, OS COMPLEXOS AGROINDUSTRIAIS E OS EIXOS DE CIRCULAÇÃO
E OS CUSTOS DE DESLOCAMENTO; A POPULAÇÃO BRASILEIRA: A SOCIEDADE NACIONAL, A NOVA
DINÂMICA DEMOGRÁFICA, OS TRABALHADORES E O MERCADO DE TRABALHO, A QUESTÃO
AGRÁRIA, POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL E O ESPAÇO DAS CIDADES; POLÍTICAS TERRITORIAIS E
REGIONAIS: A AMAZÔNIA, O NORDESTE, O MERCOSUL E A AMÉRICA DO SUL

Atualmente a Geografia é considerada como a ciência que estuda o espaço geográfico através das relações cria-
das entre o homem e o meio que ele vive, analisando a dinâmica dessa relação e a forma como ela interfere no es-
paço geográfico, contribuindo assim, para que a sociedade encontre a melhor forma de conviver no meio, fazendo
uso do que ele lhe oferece sem necessariamente agredi-lo.
Dessa forma, a Geografia diferencia-se das demais ciências, pois, seu estudo se dá em categorias, tais como:
lugar, paisagem, território e região.

Lugar
Trata-se de uma expressão com muitos significados, mas, no estudo de Geografia é alvo de um debate mais específico,
ganhando novos contornos.
Não há entre os geógrafos um consenso sobre o que seria propriamente o lugar. Tudo depende da abordagem em-
pregada na utilização do termo, bem como da corrente de pensamento relacionada com a teoria em questão. Por isso, ao
longo da história do pensamento geográfico, esse conceito foi alvo de vários debates, ganhando gradativamente novos
contornos.
Nos estudos clássicos da Geografia, o estudo tinha uma importância secundária, tendo sua noção vinculada ao local. Em
uma escala de análise, referia-se, dessa forma, apenas a uma porção mais ou menos definida do espaço. No entanto, essa
ideia foi sendo enriquecida ao longo do tempo e do avanço das discussões.
Atribui-se a Carl Sauer a primeira grande contribuição para a valorização do conceito de lugar. Para o autor, a paisagem
cultural é quem define o estudo da Geografia e o sentido do lugar estaria vinculado à ideia de significação dessa paisagem
em si. A partir daí, esse importante termo foi sendo vinculado não ao local, mas ao significado específico, ou seja, aos atri-
butos relativos e únicos de um dado ponto do espaço, transformando suas impressões em sensações únicas.
Com essa evolução, sobretudo pelas contribuições de autores como Yi-Fu Tuan e Anne Butiimer, a ideia de lugar passou
a associar-se à corrente filosófica da fenomenologia que, basicamente, trata os fatos como únicos, partindo da compreen-
são do ser sobre a realidade e não da realidade em si, esta tida como inatingível. Por isso, o lugar ganhou a ideia de signi-
ficação e, mais do que isso, de afeto e percepção.
Assim, uma rua onde passei a infância pode ser chamada de lugar, ou a região onde moro, ou até mesmo a minha casa
e a fazenda onde gosto de passar os finais de semana. Tudo isso, de acordo com a Geografia, é um lugar e apresenta-se
como um fenômeno concernente à dinâmica do espaço geográfico.
Espaços públicos de convivência e lazer são frequentemente abordados e estudados pela Geografia a partir da ideia de
lugar. Em alguns casos, estudos geográficos com base nessas premissas foram responsáveis pela mudança na arquitetura
de praças e espaços de lazer, sobretudo no sentido de adequar tais locais à compreensão e percepção das pessoas e à ideia
que essas tinham de como deveria ser o seu lugar.

Paisagem
A ciência geográfica apresenta, de acordo com as diferentes correntes do pensamento, categorias consideradas es-
GEOGRAFIA DO BRASIL

senciais para a compreensão do seu estudo. As principais categorias geográficas são: paisagem, lugar, território, região e
espaço.
Portanto, a paisagem é considerada, pela maioria das correntes do pensamento geográfico, um conceito-chave da Geo-
grafia. O termo paisagem é polissêmico, ou seja, pode ser utilizado de diferentes maneiras e por várias ciências.
Essa categoria geográfica consiste em tudo aquilo que é perceptível através de nossos sentidos (visão, olfato, tato e
audição), no entanto, a análise da paisagem é mais eficaz através da visão. Nesse sentido, a Geografia moderna, que prio-
rizava os estudos dos lugares e das regiões, utilizou-se da fisionomia dos lugares para atingir êxito em suas abordagens
geográficas, observando as transformações no espaço geográfico em decorrência das atividades humanas na natureza.

1
A paisagem é formada por diferentes elementos que Portanto, o território não se restringe somente às fron-
podem ser de domínio natural, humano, social, cultural ou teiras entre diferentes países, sendo caracterizado pela ideia
econômico e que se articulam uns com os outros. A paisa- de posse, domínio e poder, correspondendo ao espaço geo-
gem está em constante processo de modificação, sendo gráfico socializado, apropriado para os seus habitantes, in-
adaptada conforme as atividades humanas. dependentemente da extensão territorial.
Para Oliver Dolfuss, geógrafo francês, as paisagens são
fruto da ação humana no espaço e as classifica em três Região
grandes famílias, em função das modalidades da interven- Trata-se de conceito amplamente utilizado no senso co-
ção humana: mum, sendo geralmente empregado em referência a uma
- Paisagem natural: não foi submetida à ação do ho- área do espaço mais ou menos delimitada. Na Geografia, a
mem. região refere-se a uma porção superficial designada a partir
- Paisagem modificada: é fruto da ação das coletivida- de uma característica que lhe é marcante ou que é escolhida
des de caçadores e de coletores que, mesmo não por aquele que concebe a região em questão. Assim, exis-
exercendo atividades pastoris ou agrícolas, em seus tem regiões naturais, regiões econômicas, regiões políticas,
constantes deslocamentos, pode modificar a paisa- entre muitos outros tipos.
gem de modo irreversível, através do fogo, derruba- Dessa forma, a região não existe diretamente, mas é
das de árvores etc. uma construção intelectual humana, em uma ideia muito
- Paisagens organizadas: são aquelas que representam defendida pelo geógrafo estadunidense Richard Hartshor-
o resultado de uma ação consciente, combinada e ne (1899-1992) com base na filiação filosófica de Immanuel
contínua sobre o meio natural, como, por exemplo, Kant. No âmbito da Literatura, por sua vez, essa noção está
as cidades, praças etc. vinculada ao conceito de regionalismo, que expressa o con-
junto de costumes, expressões linguísticas e outros valores
A paisagem é um dos objetos de análise da Geografia, que apresentam variação entre uma região e outra, dando
sendo constituída através das relações do homem com o uma identidade coletiva para os diferentes lugares.
espaço natural. Sua observação é muito importante, pois
retrata as relações sociais estabelecidas em um determina- Classificação da Geografia
do local, onde cada observador seleciona as imagens que A Geografia pode ser classificada em: Geografia Regio-
achar mais relevante, portanto, diferentes pessoas enxer- nal e Geografia Geral
gam diferentes paisagens.

Território
A ciência geográfica apresenta, de acordo com as di- EXERCÍCIO COMENTADO
ferentes correntes do pensamento, conceitos que são ele-
mentares para a compreensão dessa disciplina. A categoria 01. (Excelência/2017 – Prefeitura de Camboriu/SC) O
território, juntamente com a paisagem, lugar, região e es- espaço geográfico é a natureza transformada pelo trabalho
paço, é um dos principais focos de estudo da Geografia. dos seres humanos, um conjunto constituído por diferentes
Nesse sentido, o território é considerado pela maioria paisagens.
das correntes do pensamento geográfico, um conceito- Ele pode ser grande ou pequeno, movimentado ou não
-chave da Geografia. Contudo, sua análise não é exclusiva apresentando elementos naturais ou culturais e elementos
da Geografia, sendo, portanto, abordado por outras ciên- invisíveis. O espaço é construído e reconstruído permanen-
cias, o que o torna um termo polissêmico. temente pelo trabalho humano e pela natureza. A Geografia
Na análise do território, os aspectos geológicos, geo- assim como outras ciências também possui conceitos que
morfológicos, hidrográficos e recursos naturais, por exem- são fundamentais para o seu estudo sendo eles: paisagem,
plo, ficam em segundo plano, visto que sua abordagem lugar, território e a região.
privilegia as relações de poder estabelecidas no espaço. Julgue as afirmativas apresentadas.
A concepção mais comum de território (na ciência I- Paisagem: No senso comum a palavra pode ter diferentes
geográfica) é a de uma divisão administrativa. Através de significados como onde estão as estrelas, às distâncias de
relações de poder, são criadas fronteiras entre países, re- um lugar a outro, mas, para a geografia o espaço estudado
giões, estados, municípios, bairros e até mesmo áreas de com maior ênfase é aquele onde ocorrem relações sociais,
influência de um determinado grupo. Para Friedrich Rat- econômicas e políticas dentro de uma escala que varia do
zel, o território representa uma porção do espaço terres- local para o global. É aquele que apresenta alguma relação
tre identificada pela posse, sendo uma área de domínio de com as pessoas que o habitam.
GEOGRAFIA DO BRASIL

uma comunidade ou Estado. II- Lugar: O lugar é a parte do espaço onde as relações de pro-
Nesse sentido, o conceito de território abrange mais ximidade e afetividade dos indivíduos se entrelaçam, sobretu-
que o Estado-Nação. Qualquer espaço definido e deli- do as do cotidiano. É onde as pessoas constroem referências
mitado por e a partir de relações de poder se caracteriza quase que sentimental com aquele lugar, onde cada pessoa
como território. Uma abordagem geopolítica, por exemplo, busca as referências pessoais e constrói os seus sistemas de
permite afirmar que um consulado ou uma embaixada em valores que fundamentam a vida em sociedade. Portanto, o
diferentes países, seja considerado como parte de um ter- conceito de lugar está relacionado à dimensão cultural e for-
ritório de outra nação. temente relacionado à identidade e ao cotidiano.

2
III- Espaço: É tudo aquilo que vemos, e se constitui a partir da quando a geografia regional tomou a posição central nas
presença em diferentes escalas dos elementos naturais e cul- ciências geográficas. Foi posteriormente criticada por sua
turais sobre os quais a sociedade interage e cuja percepção descritividade e a falta de teoria (geografia regional como
permite a leitura do espectador, onde encontramos elemen- abordagem empírica das ciências geográficas). Um criticismo
tos socioculturais resultante da formação histórica, cultural, massivo foi levantado contra essa abordagem nos anos 50 e
emocional, físico, resultante da dinâmica natural. durante a revolução quantitativa. Os principais críticos foram
IV- Território: O território é temporário e modificável, depen- Kimble e Schaefer.
de das relações e escalas temporais. É onde ocorre as rela- O paradigma da geografia regional teve impacto em mui-
ções de poder e como os que o habitam o conhecem. tas das ciências geográficas (como a geografia econômica
Está CORRETO somente o que está afirmado em: regional ou a geomorfologia regional). A geografia regional
a) I, II e IV. ainda é ensinada em algumas universidades como o estudo
b) I, III e IV. das principais regiões do mundo, como a América do Norte e
c) II e IV. Latina, a Europa, a Ásia e seus países. Além disso, a noção de
d) Nenhuma das alternativas. uma abordagem de cidade-regional ao estudo da geografia
ganhou crédito no meio dos anos 90 depois dos trabalhos de
Os conceitos de lugar e território abordado estão corretos, pessoas como Saskia Sassen, apesar de ser também criticada,
no entanto, os outros dois não, vejamos portanto o que sig- por exemplo por Peter Storper.
nifica paisagem e região.
Em “I”, Errado - trata-se de região. Vejamos o conceito: Re-
gião: área do espaço com um mínimo de delimitação. Na
Geografia, a região refere-se a uma porção superficial de- EXERCÍCIO COMENTADO
signada a partir de uma característica que lhe é marcante
ou que é escolhida por aquele que concebe a região em 01. (CESPE/2017 – SEDF) Com relação aos processos de
questão. Assim, existem regiões naturais, regiões econô- regionalização no Brasil e no mundo, julgue o item subse-
micas, regiões políticas, entre muitos outros tipos quente.
Em “III” – Errado - trata-se de paisagem. Vejamos o con- Atualmente, divide-se a economia mundial em países desen-
ceito: Paisagem: tudo aquilo que é perceptível através de volvidos, emergentes e menos desenvolvidos, sendo os con-
nossos sentidos. É formada por diferentes elementos que ceitos de emergente e subdesenvolvimento similares.
podem ser de domínio natural, humano, social, cultural ou
econômico e que se articulam uns com os outros. Passa por ( ) Certo ( ) Errado
constantes processos de modificação, sendo adaptada con-
forme as atividades humanas. De modo geral, o mundo é dividido em países desenvolvidos
Resposta: “C” e subdesenvolvidos. Considera-se emergentes aqueles pa-
íses subdesenvolvidos que apresentam quadros de cres-
A Geografia Regional estuda as regiões da Terra de forma cimento econômico prósperos e características socioeconô-
descritiva, a fim de entender as características e particularida- micas que diferenciam esses países das demais economias
des de cada uma delas. periféricas.
Podemos designar como geografia regional aquela que Emergente e subdesenvolvidos não são necessariamente
divide o mundo em regiões que se diferenciam por aspectos similares, afinal, nem todo países subdesenvolvido é emer-
físicos e não por fronteiras políticas. gente.
A região pode definir-se como uma área homogénea que Resposta: “Errado”
pode resultar de diversos fatos. Por exemplo, podem existir
regiões de formação natural (geológicas, botânicas, climá- O estudo da Geografia Geral se divide em:
ticas, etc.) que são o resultado das ação de vários agentes
causadores do Intemperismo e regiões humanizadas (agrí- I - Geografia Humana
colas, industriais, culturais, demográficas, históricas, etc.) que
resultam da atividade do homem. Seu estudo é pautado nas relações sociais, econômicas
Existe uma grande variação no que se refere aos limites e políticas. Estuda a interação entre a sociedade e o espaço,
regionais, isso faz com que os geógrafos em muitas situações envolvendo aspectos políticos, socioeconômicos e culturais.
utilizem unidades administrativas para tentarem efetuar a sua A Geografia Humana divide-se em categorias, como Geo-
síntese regional. O precursor da geografia regional foi Vidal grafia Urbana, Geografia Rural e Geografia Econômica.
GEOGRAFIA DO BRASIL

de la Blache (1845-1918), pertencente à escola geográfica


francesa. I.1 - Geografia Urbana: Geografia urbana é a área da
A geografia regional também é considerada uma abor- geografia humana que estuda as cidades, sua origem,
dagem do estudo das ciências geográficas (de forma seme- crescimento, desenvolvimento e o entorno. Ou seja, estuda o
lhante à geografia quantitativa ou às geografias críticas). Essa espaço urbano e tudo o que ocorre dentro dele.
abordagem era prevalescente durante a segunda metade do É considerado um termo transversal e multidisciplinar
século XIX e a primeira metade do século XX também co- porque abrange os aspectos sociais, antropológicos, eco-
nhecida como o período do paradigma geográfico regional, nômicos, físicos e históricos.

3
Por meio da geografia urbana conhecemos o comporta- - Marítimo: consiste em uma modalidade de transporte
mento da população, sua reprodução social e das comuni- aquaviário, em que ocorre o deslocamento intercon-
dades em geral. tinental de cargas e passageiros por mares ou oce-
anos.
I.2 - Geografia Rural: O objetivo da geografia rural é es- - Fluvial: é um transporte aquaviário, realizado em bar-
tudar o espaço agrícola, sua utilização humana e comercial. cos ou balsas, que se movimentam sobre os rios.
A geografia rural nos permite conhecer como funcio- - Aéreo: é o meio de transporte mais rápido do pla-
na a economia de um país e seus meios de deslocamento. neta, sendo mais comum em aviões e helicópteros,
Permite, ainda, o conhecimento das rotas de migração da mas também pode ser feito em balões. É muito eficaz
população, o tratamento do meio ambiente, a cultura e a para o transporte de passageiros, porém, em razão
distribuição da propriedade. dos elevados custos e espaço reduzido, não é ade-
quado para o transporte de cargas pesadas.
I.3 - Geografia Econômica: ramo do conhecimento res- - Dutoviário: é o transporte realizado por meio de tu-
ponsável por compreender a lógica da produção e distribui- bos, podendo ser gasodutos (substâncias gasosas),
ção das atividades econômicas. Além disso, ela visa entender oleodutos (líquidas) ou minerodutos (substâncias
a influência dessas manifestações produtivas sobre o espaço sólidas).
geográfico e as interferências que o meio realiza sobre elas.
Podemos considerar que o espaço geográfico, tanto no - Fontes de Energia.
meio urbano quanto no meio rural é essencialmente produ- O ser humano sempre utilizou fontes de energia para
zido, ou seja, é construído pelas práticas humanas. O estabe- suprir suas necessidades básicas de sobrevivência. Essas
lecimento dessas práticas está, quase sempre, relacionado à substâncias, por meio de um processo de transformação,
manifestação de condutas no meio financeiro e tecnológico proporcionam energia para que o homem possa cozinhar
que irão sustentar ações de impacto. seu alimento, aquecer seu ambiente, produzir combustí-
Um exemplo dos efeitos econômicos sobre o meio geo- veis, entre outras atividades.
gráfico é a ocorrência III Revolução Industrial que, via “re- Porém, foi com o advento do modelo econômico ca-
volução verde”, conseguiu dinamizar e, ao mesmo tempo, pitalista, baseado num intenso processo de produção e
mecanizar a produção no campo, o que teve como conse-
consumo, que a utilização das fontes energéticas teve um
quência a ampliação da fronteira agrícola no Brasil e a inten-
aumento extraordinário, pois o setor industrial é altamente
sificação do êxodo rural nas sociedades subdesenvolvidas
dependente de energia para o funcionamento das máqui-
em geral.
nas, em especial das fontes de origem fóssil (petróleo, gás
Em termos práticos, os estudos de Geografia Econômica
natural e carvão mineral).
costumam ser segmentados em três partes principais:
As fontes energéticas são classificadas em renováveis e
a) a distribuição das atividades econômicas e produtivas
sobre o espaço; não renováveis. As primeiras, mais utilizadas pelas indús-
b) a história das estruturas econômicas e trias, são representadas pelo petróleo, gás natural, carvão
c) a análise das composições da economia em nível re- mineral e energia nuclear. Essas fontes são extremamente
gional e suas relações com a dinâmica global. poluidoras e irão exaurir-se da natureza: conforme a Agên-
cia Internacional de Energia (AIE), caso não se reduza a mé-
Frente à diversidade de assuntos que se enquadram no dia de consumo registrada nas últimas décadas, as reservas
contexto da Geografia Humana, vamos abordar a seguir os mundiais de petróleo e gás natural deverão se esgotar em
considerados mais pertinentes. 100 anos e as de carvão, em 200 anos.
Visando reverter esse quadro para reduzir a dependên-
- Meios de Transporte. cia da utilização das fontes não renováveis, vários estudos
A infraestrutura de um determinado local é composta desenvolveram energias “limpas” e renováveis, ou seja, que
por um conjunto de atividades que possam proporcionar jamais se esgotarão na natureza. Entre as principais estão a
condições para o desenvolvimento econômico e social. Uma hidrelétrica (energia liberada por uma queda-d’água), eóli-
dessas atividades são os serviços de transporte, essencial ca (obtida através dos ventos), solar (captada pelo aqueci-
para o deslocamento de pessoas (passageiros) e cargas (ma- mento de placas específicas), biomassa (material orgânico),
térias-primas e mercadorias). energia das marés (fornecida através da instalação de uma
O transporte pode ser realizado por meio de corpos estação que aproveita a energia das correntes marítimas),
d’água, terrestre e aéreo. Sendo assim, os meios de trans- etc.
porte são classificados em:
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- Ferroviário: é uma modalidade de transporte terrestre, em - Acordos Internacionais.


que o deslocamento é feito em trens que se movem so- As relações comerciais entre os países ocorrem há cen-
bre trilhos. Ele é muito vantajoso para o transporte de tenas de anos, pois nenhuma nação é autossuficiente em
cargas pesadas, sobretudo de matérias-primas. todos os setores que possam suprir as necessidades da po-
- Rodoviário: também é uma forma de transporte terres- pulação e proporcionar desenvolvimento econômico. Sen-
tre, sendo responsável pelo transporte de pessoas e do assim, é comum e necessária a comercialização interna-
mercadorias em carros, caminhões ou ônibus, que se cional de recursos naturais, alimentos, fontes energéticas,
deslocam em ruas, rodovias ou estradas. tecnologia, etc.

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Para facilitar essas relações, sobretudo numa economia Os fluxos migratórios podem ser desencadeados por
globalizada, que exige uma dinamização nas relações co- diversos fatores. Dentre os principais fatores que impul-
merciais e sociais, intensificando o fluxo de mercadorias e sionam as migrações podem ser citados os econômicos,
serviços, foram criados vários acordos internacionais, com políticos e culturais.
destaque para os blocos econômicos. Esses grupos discu- No Brasil, o fator que exerce maior influência nos flu-
tem medidas para reduzir e/ou eliminar as tarifas alfande- xos migratórios é o de ordem econômica, pois o modelo
gárias, promovendo a ampliação das relações comerciais econômico vigente força indivíduos a se deslocarem de um
entre os países-membros. lugar para outro em busca de melhores condições de vida e
Também existem grupos internacionais que realizam à procura de trabalho para suprir suas necessidades básicas
encontros para discutir a situação econômica global, como de sobrevivência.
o G-8 e o G-20. Além dos acordos comerciais, algumas or- Uma modalidade de migração comum no Brasil, princi-
ganizações internacionais discutem assuntos de ordem po- palmente, na década de 1950, é o êxodo rural, que consiste
lítica, como, por exemplo, a Organização dos Estados Ame- no deslocamento da população rural com destino para as
ricanos (OEA), que objetiva garantir a estabilidade política, cidades. O êxodo rural ocorre, principalmente, em razão do
a paz e a segurança no continente. processo de industrialização no campo, que proporciona
Esses acordos internacionais são tão importantes que a intensa mecanização das atividades agrícolas, expulsan-
são criados até mesmo para controlar a exploração e venda do do campo os pequenos produtores. Além do poder de
de um determinado produto – é o caso da OPEP (Organiza- atração que as cidades industrializadas proporcionam para
ção dos Países Exportadores de Petróleo), responsável por a população rural, que migra para essas cidades em busca
controlar a produção e venda do “ouro-negro”. de trabalho.
Durante décadas, os principais fluxos migratórios no
- População. território brasileiro se direcionavam para a Região Sudeste,
A análise da dinâmica populacional é de fundamental isso ocorria devido ao intenso processo de industrialização
importância para entendermos as transformações no es- desenvolvido naquela Região. No entanto, as migrações
paço geográfico promovidas pelas relações homem-meio. para o Sudeste diminuíram e, atualmente, a Região Centro-
Um dos elementos essenciais é o crescimento populacional -Oeste tem exercido grande atração para os fluxos migra-
registrado durante os séculos, fato que alterou de forma tórios no Brasil, se tornando o principal destino.
significativa a natureza.
Até a Primeira Revolução Industrial, no século XVIII, o
contingente populacional era inferior a 1 bilhão. Contudo,
a população na Terra aumentou de forma muito rápida e, EXERCÍCIO COMENTADO
conforme dados divulgados em 2010 pelo Fundo de Popu-
lação das Nações Unidas (Fnuap), atingiu a marca de apro- 01. (Fonte: www.exercicios.mundoeducacao.bol.uol.
ximadamente 6,9 bilhões de habitantes. com.br) A Geografia Humana é a ciência que estuda o es-
Além do crescimento vegetativo, também chamado paço geográfico, concebendo-o não tão somente como
de crescimento natural, outro fator que contribuiu para o um meio, mas também como um agente e um produto das
aumento populacional foi o desenvolvimento tecnológico, atividades humanas, sendo também visto como um orga-
proporcionando avanços na medicina (que prolongaram a nismo vivo e dinâmico. Assim, podemos dizer que os estu-
expectativa de vida) e a intensificação da produção de ali- dos dessa área do conhecimento resumem-se:
mentos e técnicas de armazenamento e de transporte.
Estimativas apontam que a Terra será habitada por 9 a) às sociedades em geral
bilhões de pessoas até o ano de 2050, com taxa de cresci- b) à relação entre homem e espaço
mento populacional de 0,33% ao ano, bem inferior à taxa c) à distribuição das práticas culturais
atual, que é de 1,2%. Os continentes africano e asiático, d) à dinâmica dos conhecimentos abstratos humanos
além da América Latina, apresentarão as maiores taxas de e) aos processos de concentração demográfica e urbana
crescimento; em contrapartida, a Europa poderá ter cresci-
mento vegetativo negativo. A Geografia Humana preocupa-se em conceber como as
atividades humanas (industrialização, transportes, econo-
- Migração. mia, cultura, etc.) atuam no e sobre o espaço geográfico,
O termo migração corresponde à mobilidade espacial agente e produto dessas dinâmicas. Portanto, trata-se de
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da população. Migrar é trocar de país, de Estado, Região uma ciência da compreensão entre o homem e o seu es-
ou até de domicílio. Esse processo ocorre desde o início da paço.
história da humanidade. Resposta: “B”
O ato de migrar faz do indivíduo um emigrante ou imi-
grante. Emigrante é a pessoa que deixa (sai) um lugar de 02. (CONSULPLAN/2016 - Prefeitura de Cascavel/PR) A
origem com destino a outro lugar. O imigrante é o indiví- energia solar e a microgeração distribuída trazem van-
duo que chega (entra) em um determinado lugar para nele tagens para o meio ambiente. Mesmo com as vanta-
viver. gens da energia solar e com as condições favoráveis,

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ainda existem algumas barreiras que bloqueiam um Para compreender melhor é necessário entender as de-
crescimento mais acelerado desse mercado no Brasil. finições de clima e tempo, de Ayoade, 1996, que diz que
São fatores que constituem barreiras que bloqueiam “Por tempo (weather) nós entendemos o estado médio da
esse mercado no Brasil, EXCETO: atmosfera numa dada porção de tempo e em determinado
lugar. Por outro lado, clima é a síntese do tempo num dado
a) É uma fonte limpa e renovável. lugar durante um período de aproximadamente 30-35 anos.
b) Pouca mão de obra qualificada. (...). O clima abrange um maior número de dados do que
c) Despreparo das distribuidoras de energia. as condições médias do tempo numa determinada área. (...)
d) Falta de acesso a financiamentos compatíveis. Desta forma, o clima apresenta uma generalização, enquan-
e) Elevados impostos para importação de equipamentos. to o tempo lida com eventos específicos.”
E por fim, Ayoade, 1996, ainda cita que a climatologia
Em “b”, “c”, “d” e “e” – todos esses aspectos dificultam o uso possui algumas subdivisões como:
desse tipo de energia. • Climatologia regional – é a descrição dos climas em
Em “a” – a energia solar, que é sim uma fonte limpa e áreas selecionadas da Terra.
renovável de energia não é uma barreira para o mercado • Climatologia sinótica – é o estudo do tempo e do
e sim uma alternativa positiva de exploração de energia, clima em uma área com relação ao padrão de circu-
porém, com alguns aspectos que ainda dificulta essa ex- lação atmosférica predominante. Sendo assim uma
ploração, tais como nas demais alternativas citados. nova abordagem para a climatologia regional.
Resposta: “A” • Climatologia física – que envolve a investigação do
comportamento dos elementos do tempo, dando-se
II. Geografia Física ênfase a energia global e aos regimes de balanço hí-
drico da Terra e da atmosfera.
Estuda a dinâmica da Terra e dos fenômenos que ocor- • Climatologia dinâmica – enfatiza os movimentos at-
rem na superfície terrestre. A Geografia Física divide-se em mosféricos em várias escalas, particularmente na cir-
culação geral da atmosfera.
categorias, como Climatologia, Geomorfologia, Geografia
• Climatologia aplicada – enfatiza a aplicação do co-
Ambiental e Hidrologia.
nhecimento climatológico e dos princípios climato-
lógicos nas soluções de problemas práticos que afe-
II. 1 - Climatologia
tam a humanidade.
A climatologia nada mais é do que o estudo do clima,
• Climatologia histórica – é o estudo do desenvolvi-
sendo uma integração das condições de tempo num deter-
mento dos climas através dos tempos.
minado lugar e por um período de trinta anos.
As primeiras observações começaram na Grécia (VI a.C)
II.2 - Geomorfologia
e após no século V a.C quando Hipócrates escreveu o tra- Geomorfologia corresponde a uma ciência que tem
tado das “Águas, Ares e Lugares”. Porém esta ciência tem como objeto de estudo as irregularidades da superfície ter-
seu início mesmo com Aristóteles em outra obra intitulada restre, ou simplesmente, as diversas formas do relevo. Seu
“Meteorologia”. profissional é chamado de geomorfologista. Essa ciência
É no Renascimento Cultural e Científico (séculos XVI e tem ainda a incumbência de estudar todos os fenômenos
XVII) que temos o avanço para esta ciência, quando a teoria que ocorrem e que interferem diretamente na formação do
do Geocentrismo, defendida pelo astrônomo grego Clau- relevo. Sua responsabilidade é disponibilizar informações
dio Ptolomeu (78-161 d.C.) e pela Igreja Católica, colocava para as causas da ocorrência de um determinado tipo de
a Terra como o centro do Universo, e os demais astros gi- relevo, levando em consideração os agentes (internos e ex-
ravam ao seu entorno, sendo apoiada pela Igreja por apre- ternos) modeladores do relevo.
sentar aspectos da bíblia. Porém, esta teoria foi contestada Para conceber tais informações, é preciso então analisar
por Nicolau Copérnico (1473-1543) que elaborou o Helio- a interação entre a atmosfera, biosfera e a hidrosfera, tendo
centrismo, onde o Sol se torna o centro do universo. em vista que esses elementos interferem na formação de
Todas essas teorias se tornam base para o conhecimen- um relevo.
to de aspectos climáticos do globo, tendo, portanto em O estudo do relevo é importante para sabermos quais
1593, a criação do primeiro termômetro para análises das são os lugares propícios à construção de casas, prédios, fá-
alterações da atmosfera, por Galileu Galilei, seguido por bricas, estradas, aeroportos, pontes, plantações, pastagens
seu discípulo Torricelli em 1643, que descobriu o barôme- e muitos outros casos. Em suma, é no relevo que aconte-
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tro de mercúrio; e em 1832 o telégrafo possibilitou a reu- cem todas as relações sociais, e por isso requer uma aten-
nião de todos os dados sobre o tempo. ção especial sobre o mesmo.
A climatologia tradicional está pautada com as descri- O homem, através do trabalho físico e intelectual, tem
ções dos padrões de distribuição temporal e espacial dos transformado o espaço geográfico mundial ao longo da
elementos do tempo, e se utiliza dos seguintes elementos: história, alterando drasticamente o conjunto de paisagens
temperatura, precipitação, ventos, nebulosidade, latitude, dispersas pelo planeta. Desse modo, o relevo, que é um dos
altitude, relevo, maritimidade, continentalidade, correntes mais notados elementos da paisagem, também é extrema-
marítimas quentes e frias, massas de ar, entre outros. mente transformado. Um exemplo disso é a ocupação dos

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morros da cidade do Rio de Janeiro, onde a vegetação foi II.4 Hidrologia
substituída por moradias precárias. O homem também A hidrologia é uma ciência muito importante para pro-
constrói estradas em relevos acidentados, cava túneis, reti- mover o entendimento da formação de rios, lagos, lençóis
ra morros, se necessário, ou até mesmo aterrara lugares de freáticos e oceanos. Essa ciência também analisa os poços
depressão; tudo para atender seu interesse. de água e aquíferos.
O estudo do relevo pode prevenir um determinado lo- Graças à hidrologia o homem tem o conhecimento ne-
cal de uma série de problemas provenientes das ações an- cessário para entender os ciclos de água, sua ocorrência e
trópicas (provocadas pelo homem). A geomorfologia pode movimentação no planeta. A hidrologia é uma ciência na-
contribuir para diminuir os impactos ambientais, um exem- tural. Os principais estudos sobre a água são referentes a
plo claro é a construção de hidrelétricas e obras públicas sua ocorrência na Terra, sua qualidade e às massas de água
(estradas, túneis etc.), pois nesses casos é necessário ter destinadas à navegação.
conhecimento da declividade e espessura do solo.1 A hidrologia tem muitas aplicações práticas. Os conhe-
cimentos dessa área são usados pelas engenharias hidráu-
II.3 - Geografia Ambiental lica, sanitária, agrícola, de recursos hídricos e também pela
A Geografia Ambiental é a área dos estudos geográfi- indústria.
cos que se preocupa em compreender a ação do homem A hidrologia trata de todas as propriedades da água e
sobre a natureza, produzindo o seu meio de vivência e a de sua distribuição e circulação na superfície da Terra, le-
sua transformação. Nesse sentido, também é objetivo des- vando em conta o ciclo completo dos recursos hídricos no
se ramo do saber o conhecimento a respeito das conse- solo, nas rochas, nos mares e rios e também na atmosfera.
quências dessas ações antrópicas e dos efeitos da natureza De acordo com o Conselho Federal para Ciência e Tec-
sobre as atividades socioespaciais. nologia dos Estados Unidos, a “hidrologia é a ciência que
A principal ênfase dos estudos ambientais na Geografia trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação e distri-
refere-se aos temas concernentes à degradação e aos im- buição, suas propriedades físico-químicas e sua relação
pactos ambientais, além do conjunto de medidas possíveis com o meio ambiente, incluindo sua relação com a vida.”
para conservar os elementos da natureza, mantendo uma Atualmente, a hidrologia é considerada uma ciência
fundamental para garantir o acesso humano à água potá-
interdisciplinaridade com outras áreas do conhecimento,
vel nas próximas décadas.
como a Biologia, a Geologia, a Economia, a História e mui-
tas outras.
Nesse sentido, o principal cerne de estudos é o meio FIQUE ATENTO!
ambiente e as suas formas de preservação. Entende-se por Cuidado para não confundir hidrologia com
meio ambiente o espaço que reúne todas as coisas vivas e hidrografia.
não vivas, possuindo relações diretas com os ecossistemas A hidrologia é a ciência que se dedica ao es-
e também com as sociedades. Com isso, fala-se que existe tudo das águas. Nessa área de pesquisa são
o ambiente natural, aquele constituído sem a intervenção avaliadas a ocorrência de água, a circulação da
humana, e o ambiente antropizado, aquele que é gerido no água e suas propriedades químicas e físicas,
âmbito das práticas sociais. enquanto a hidrografia é o ramo da geografia
De um modo geral, é possível crer que o mundo e os fe- física que estuda as águas do planeta, abran-
nômenos que nele se manifestam são resultados do equilí- gendo portanto rios, mares, oceanos, lagos,
brio entre os mais diversos eventos. Desse modo, alterar o geleiras, água do subsolo e da atmosfera.
equilíbrio pode trazer consequências severas para o meio
ambiente, de forma que se tornam preocupantes determi-
nadas ações humanas, como o desmatamento, a poluição Vamos agora fazer uma análise sintetizada dos princi-
e a alteração da dinâmica dos ecossistemas. pais assuntos estudados na Geografia Física.

ELEMENTOS DO UNIVERSO
#FicaDica
Os principais assuntos quando se fala em • Sistema Solar
geografia ambiental são: o efeito estufa, os O Sistema Solar é constituído pelo Sol e pelo conjunto
diversos tipos de poluição, o debate sobre dos corpos celestes localizados no mesmo campo gravita-
o aquecimento global, as condições de cional.
Fazem parte do Sistema Solar os planetas, planetas
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preservação e recuperação dos biomas, as


conferências e ações para a resolução de anões, asteroides, cometas e os meteoroides (meteoritos).
problemas ambientais e climáticos. Existem inúmeras teorias que tentam explicar como o
Sistema Solar foi formado. Entretanto, a mais aceita é a da
Teoria Nebular ou Hipótese Nebular, que diz que a forma-
ção do sistema se deu através de uma grande nuvem for-
mada por gases e poeira cósmica, que em algum momento
1 Fonte: www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/Eduardo começou a se contrair, acumulando matéria e energia, dan-
de Freitas do assim origem ao Sol.

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Os planetas realizam sua órbita em torno do sol de forma elíptica, cada qual com suas próprias características, como
por exemplo, massa, tamanho, gravidade e densidade. Os planetas que estão mais próximos do sol possuem composição
sólida, enquanto os planetas menos próximos possuem composição gasosa.
Entre os outros corpos celestes, os asteroides são menores que os planetas e são compostos por minerais não voláteis.
Os cometas são compostos por gelos voláteis que se estendem pelo núcleo, cabeleira e cauda. Meteoroides são com-
postos por minúsculas partículas que, ao chegarem ao solo, caso isso ocorra, recebem o nome de meteoritos. O Sistema
Solar está contido na Via Láctea, que ainda abriga cerca de 200 bilhões de estrelas.

Planetas do Sistema Solar


Oito planetas orbitam em torno do Sol: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Podemos
classificar os planetas como sólidos ou gasosos, ou, mais especificamente, de acordo com suas características físico-quí-
micas, como os planetas mais próximos do Sol sendo sólidos e densos, mas de insignificante massa; e os planetas mais
distantes sendo gasosos massivos de baixa densidade.
Desde a sua descoberta em 1930 até 2006 Plutão foi considerado como o nono planeta do Sistema Solar. Porém em
2006, a União Astronômica Internacional criou a classificação de planeta anão. Atualmente, o Sistema Solar possui cinco
planetas anões: Plutão, Eris, Haumea, Makemake, e Ceres. Todos são plutoides, com exceção de Ceres, localizado no cintu-
rão de asteroides.
As massas de todos estes objetos constituem em conjunto apenas uma pequena porção da massa total do Sistema Solar
(0,14%), com o Sol concentrando a maior parte da massa total do Sistema Solar (99,86%). O espaço entre corpos celestes
dentro do Sistema Solar não é vazio, sendo preenchido por plasma proveniente do vento solar, bem como poeira, gás e
partículas elementares, que constituem o meio interplanetário.

• Astronomia
A astronomia, uma das mais antigas ciências, estuda os corpos celestes (como estrelas, planetas, cometas, nebulosas e
galáxias) e os fenômenos que se originam fora da atmosfera da Terra.
Vejamos alguns assuntos estudados na astronomia:

Estações do ano
Chamamos de estação do ano cada uma das quatro subdivisões do ano baseadas em padrões climáticos. São elas:
primavera, verão, outono e inverno.
As estações do ano ocorrem devido à inclinação da terra em relação ao sol. Podemos dizer então que as estações são
ocasionadas pelo eixo de rotação da Terra, juntamente com o movimento da mesma em torno do sol, que dura um ano e
recebe o nome de translação.
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Buraco negro
Os buracos negros são uma das mais importantes descobertas científicas de todo o século XX.
Chamamos de buraco negro uma região no espaço que contém tanta massa concentrada que nenhum objeto consegue
escapar de sua atração gravitacional.
Ou seja, trata-se de um objeto com campo gravitacional tão intenso que a velocidade de escape excede a velocidade
da luz.
Em 1968, o físico americano John Archibald Wheeler usou pela primeira vez a expressão “buraco negro”. O termo “bura-
co” indica que os eventos ocorrido em seu interior não são vistos por observadores externos, enquanto o termo “negro” é
usado porque nem mesmo a luz (velocidade de aproximadamente 300.000 km/s) pode escapar do seu interior.

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Um buraco negro pode ter qualquer tamanho. Alguns são formados por fusões de vários outros, e com apenas três
características:
• massa
• momentum angular (spin)
• carga elétrica

Depois de formado, o tamanho do buraco tende para zero, logo sua densidade tenda para infinito.

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- Como surge um buraco negro Durante o século, o foco da astronomia mudou. Ao in-
O surgimento dos buracos negros está relacionado com vés de catalogar e tentar entender o movimento das estre-
o ciclo de vida das estrelas. As estrelas surgem de imensas las, os astrônomos começaram a tentar descobrir o que as
nuvens compostas de pequenas partículas de matéria e de estrelas eram de fato (estudo da astrofísica). Em 1860, um
gás hidrogênio, que existe em abundância no Universo. astrônomo inglês, William Huggins, analisou a luz das es-
Após um longo tempo brilhando e convertendo o seu trelas. Outros levaram seu trabalho adiante e logo foi pos-
hidrogênio em hélio, as estrelas entram em colapso. Então, sível classificar as estrelas por seu espectro.
seus destinos dependem do seu tamanho. As mais massi- Os primeiros astrônomos dependiam apenas de seus
vas explodem. No lugar das supernovas (nome dado aos olhos. No século 16, Tycho Brahe tornou a medição das es-
corpos celestes surgidos após as explosões) o núcleo ori- trelas mais precisa a olho nu, em seu observatório. O teles-
ginal da estrela, que serviu de “apoio” para a explosão, se cópio foi usado pela primeira vez no século 17, e durante
contrai. Outras vezes, o núcleo não pára mais de se contrair anos foi uma ferramenta fundamental.
e nasce um buraco negro. Na astronomia moderna, à medida que os astrônomos
respondem suas questões, novos problemas tomam seu
lugar. Por exemplo, atualmente aceita-se que o Universo
começou com o Big Bang. Mas como o material do Big
Bang se juntou para formar as galáxias?
Os cientistas de hoje podem trabalhar mais rápido em
tais problemas com a ajuda de computadores. Estes podem
resolver problemas matemáticos em horas, em vez de se-
manas, como era normal centenas de anos atrás. Os com-
putadores também permitem que astrônomos em todo
História da Astronomia mundo se comuniquem de forma a poder trabalhar em
Durante milhares de anos, as pessoas investigaram o conjunto na busca do entendimento do Universo.
espaço e a situação da Terra. No ano 4.000 a.C., os egípcios
desenvolveram um calendário baseado no movimento dos Gravidade
objetos celestes. Os efeitos da falta de gravidade no corpo humano
A observação dos céus levou à previsão de eventos
como os eclipses. Desde o século 17, o ritmo das desco-
bertas e do entendimento se tornou mais rápido: aprende-
mos mais sobre o espaço neste século do que em qualquer
outra época.
Hoje em dia, um astrônomo não é mais uma pessoa que
trabalha em vários campos da ciência, mas um especialista
que se concentra em aspectos específicos da pesquisa as-
tronômica.
Na astronomia antiga, as civilizações confiavam nos
movimentos dos corpos no espaço. As posições do Sul e
da Lua serviam para medir o tempo - em dias, meses, es-
tações e anos. A navegação dependia do Sol, da Lua e das
estrelas. E como não eram bem entendidos, alguns eventos Desde a chegada do homem à Lua até os dias atuais, as
eram considerados agourentos. imagens do homem chegando à Lua encantam inúmeras
pessoas, entretanto, a vida de um astronauta não é nada
fácil. Já imaginou ficar vários dias flutuando no espaço sem
sofrer a ação da força da gravidade? Mesmo que possa
parecer divertido, a ausência dessa força invisível que nos
prende ao solo provoca várias transformações no organis-
mo humano. Mesmo assim, o homem apresenta grande
capacidade de adaptação no espaço.
A sensação de ter o corpo empurrado de um lado para
outro dentro de uma espaçonave - dando a impressão de
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que a aeronave está se deslocando e os astronautas es-


tão parados - é o primeiro efeito sentido por eles, quando
chegam a um ambiente sem gravidade. Mas e por que isso
ocorre? Na verdade, quando estamos submetidos à gravi-
dade o tempo todo - como em nosso planeta -, nem per-
cebemos a ação dessa força, pois a sensação de estarmos
presos ao solo passa a ser automática. O corpo só sente
Chimpanzé que fez duas órbitas na Terra em 1961 essa força quando ela aumenta ou diminui.

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Porém esse não é o único efeito. Alguns astronautas re-
latam que sentem inflar as veias do pescoço poucos minutos
após saírem da atmosfera da Terra. Alguns sentidos - como o
paladar e o olfato - também ficam alterados: os astronautas
só conseguem sentir o sabor das comidas muito temperadas.
Outras partes do corpo ainda são afetadas, como os pulmões.
Na superfície terrestre, os níveis de oxigênio e de sangue nes-
se órgão são constantes; já no espaço, esses níveis se alteram.
Em viagens mais longas, os astronautas têm ainda que
enfrentar problemas psicológicos. Isso porque eles ficam li-
mitados em um espaço limitado, isolados da vida normal da
Terra e convivem com um grupo pequeno de companheiros,
e normalmente de outras nacionalidades. Essas mudanças
podem provocar ansiedade, insônia, depressão, além de criar
situações de tensão na equipe.
Quando os astronautas retornam à Terra, novas mudanças
ocorrem em seus corpos. Embora os efeitos da falta de gravi-
dade sejam completamente reversíveis, o corpo tende a voltar
ao normal só uma ou duas semanas depois do retorno. Mui- Bússola
tos astronautas ficam desorientados e não conseguem man- A bússola é instalada em aviões, navios e carros e motos
ter o equilíbrio do corpo, além de apresentarem um enfraque- de competição de rally, isso para manter as pessoas em sua
cimento dos ossos, que podem se quebrar mais facilmente. devida direção pretendida.
Muitos médicos pesquisam os efeitos da ausência de gra- Apesar da importância da bússola até os dias de hoje,
vidade no corpo humano, para melhorar os cuidados com a existem aparelhos de orientação mais eficientes, geralmen-
saúde não só daqueles que viajam pelo espaço, mas também te orientados por sinais de radar ou satélites, devido a isso
dos que ficam na Terra. Isso porque os efeitos de uma viagem conseguem emitir informações de qualquer ponto da Terra,
espacial são semelhantes a algumas das consequências do tais como altitude, distâncias, localização entre outras.
envelhecimento do organismo. Como podemos perceber, a Todas as informações citadas acima referem-se a re-
vida de um astronauta é muito mais difícil do que parece à giões um tanto quanto restritas. O planeta Terra possui
primeira vista. uma superfície de 510 milhões de quilômetros quadrados,
devido esse imenso espaço a localização se torna mais
• Noções Espaciais complexa, dessa forma o homem criou linhas imaginarias
Para chegar a um determinado lugar pela primeira vez é para facilitar a localização, os principais são os paralelos e
preciso ter referências ou o endereço, isso no campo ou na ci- latitudes e meridianos e as longitudes.
dade, no entanto, nem sempre temos em nossas mãos instru- Os paralelos são linhas imaginarias que estão dispostas
mentos ou informações para a orientação. Em áreas naturais ao redor do planeta no sentido horizontal, ou seja, de leste
como as grandes florestas, desertos e oceanos não têm placas a oeste. O paralelo principal é chamado de Linha do Equa-
ou endereços para informar qual caminho se deve tomar. dor que está situado na parte mais larga do planeta, a par-
Nessas circunstâncias temos duas opções para nos orien- tir dessa linha tem origem ao hemisfério sul e o hemisfério
tar, que são pelos astros ou por instrumentos. norte. Existem outros paralelos secundários mais de grande
O primeiro tem sua utilização difundida há muito tempo, importância como Trópico de Câncer, O Trópico de Capri-
principalmente no passado quando pessoas que percorriam córnio, o Circulo Polar Ártico e o Circulo Polar Antártico.
grandes distâncias se orientavam por meio da observação do
sol, da lua ou das estrelas, apesar de que não possui a mesma
precisão dos instrumentos esse tipo de recurso pode ser bem
aproveitado dependendo da ocasião.
Até nos dias atuais pequenas embarcações desprovidas
de equipamentos de orientação fazem o uso dos astros para
se localizar e orientar. Nos grandes centros urbanos parte de-
les ou mesmo um conjunto de bairros são chamados de zona
oeste, zona leste e assim por diante, as pessoas se orientam
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sem estar munidas de bússola, basta saber que o sol nasce


leste para se localizar.
Já no caso da orientação por instrumentos foram criados
diversos deles com objetivo de tornar o processo mais dinâ-
mico e preciso. Dentre vários instrumentos inventados o mais
utilizado é a bússola, esse corresponde a um objeto compos-
to por uma agulha com imã que gira sobre uma rosa-dos-
-ventos.

11
Através do conhecimento da latitude e longitude de um
lugar é possível identificar as coordenadas geográficas,
que correspondem a sua localização precisa ao longo da
superfície terrestre. A partir dessas informações a defini-
ção de coordenadas geográficas são medidas em graus,
minutos e segundos de pontos da Terra localizadas pela
latitude e longitude.

Os Pontos de Orientação - Os meios que as pessoas


utilizam para orientar-se no espaço geográfico dependem
do ambiente em que elas vivem.
Para isso, foram definidos os pontos globais de refe-
rência, chamados de pontos cardeais:
ü Norte (N)
ü Sul (S)
ü Leste (L ou E)
ü Oeste (O ou W)

FIQUE ATENTO!
Para ficar mais exata a orientação entre os
pontos cardeais, temos os pontos colaterais:
noroeste (NO), nordeste (NE), sudoeste (SO)
As latitudes são medidas em graus entre os paralelos, e sudeste (SE). Além desses, temos os pontos
ou qualquer ponto do planeta até a Linha do Equador, as subcolaterais: norte-noroeste (NNO), norte-
latitudes oscilam de 0º Linha do Equador e 90º ao norte e -nordeste (NNE), sul-sudoeste (SSO), sul-su-
90º ao sul. deste (SSE), leste-nordeste (ENE), leste-sudeste
(ESSE), oeste-noroeste (ONO) e oeste-sudoes-
Meridianos correspondem a semicircunferências ima- te (OSO).
ginarias que parte de um pólo até atingir o outro. O prin- Todos estes pontos formam uma figura cha-
cipal meridiano é o Greenwich, esse é o único que pos- mada de Rosa-dos-Ventos ou Rosa-dos - Ru-
sui um nome especifico, esse é utilizado como referência mos.1
para estabelecer a divisão da Terra entre Ocidente (oeste)
1 WWW.mundoeducacao.bol.uol.com.br/EDU-
e Oriente (leste). ARDO DE FREITAS

As Zonas Climáticas - Os paralelos especiais exercem


papel muito importante na definição das zonas climáticas,
que são demarcadas por eles. Tais paralelos são os seguin-
tes:
ü Zonas polares ou glaciais norte e sul – são limitadas
pelos círculos polares, possuem altas altitudes. São zonas
muito frias.
ü Zonas temperadas – com latitude medias, estão com-
preendidas a norte entre o circulo polar ártico e o tropico
de câncer e a sul entre o circulo polar antártico e o tropico
de capricórnio. Possui temperaturas mais amenas que as
zonas polares.
ü Zona tropical – compreendida entre os trópicos de
câncer e capricórnio, também é chamada de zona intertro-
pical. E a região do planeta que recebe mais raios solares,
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portanto, a mais quente.

Fuso Horario
Os fusos horários, também denominados zonas horá-
As longitudes representam o intervalo entre os meridia- rias, foram estabelecidos através de uma reunião compos-
nos ou qualquer ponto do planeta com o meridiano prin- ta por representantes de 25 países em Washington, capital
cipal. As longitudes podem oscilar de 0º no meridiano de estadunidense, em 1884. Nessa ocasião foi realizada uma
Greenwich até 180º a leste e a oeste. divisão do mundo em 24 fusos horários distintos.

12
A metodologia utilizada para essa divisão partiu do
princípio de que são gastos, aproximadamente, 24 horas
(23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para que a Terra rea-
lize o movimento de rotação, ou seja, que gire em torno
de seu próprio eixo, realizando um movimento de 360°.
Portanto, em uma hora a Terra se desloca 15°. Esse dado é
obtido através da divisão da circunferência terrestre (360°)
pelo tempo gasto para que seja realizado o movimento de
rotação (24 h).
O fuso referencial para a determinação das horas é o
Greenwich, cujo centro é 0°. Esse meridiano, também de-
nominado inicial, atravessa a Grã-Bretanha, além de cortar
o extremo oeste da Europa e da África. A hora determinada
pelo fuso de Greenwich recebe o nome de GMT. A partir
disso, são estabelecidos os outros limites de fusos horários.
A Terra realiza seu movimento de rotação girando de
oeste para leste em torno do seu próprio eixo, por esse
motivo os fusos a leste de Greenwich (marco inicial) têm as
horas adiantadas (+); já os fusos situados a oeste do meri- Quando um lado do planeta está para o lado do sol, é
diano inicial têm as horas atrasadas (-). dia, e, consequentemente, do lado oposto é noite. Sem o
Alguns países de grande extensão territorial no sentido movimento da Rotação não haveria vida na Terra, já que este
leste-oeste apresentam mais de um fuso horário. A Rús- movimento desempenha um papel fundamental no equilí-
sia, por exemplo, possui 11 fusos horários distintos, con- brio de temperatura e composição química da atmosfera.
sequência de sua grande área. O Brasil também apresenta O movimento de rotação da Terra ocorre de oeste para
mais de um fuso horário, pois o país apresenta extensão leste, ou seja, a porção Leste vê o nascer do sol primeiro que
territorial 4.319,4 quilômetros no sentido leste-oeste, fato o Oeste. Como exemplo podemos citar o Brasil e o Japão,
que proporciona a existência de quatro fusos horários dis- onde a diferença de fusos horários é exatamente 12 horas.
tintos, no entanto, graças ao Decreto n° 11.662, publicado Deste modo, quando no Japão são 6h da manhã, no Brasil
no Diário Oficial de 25 de abril de 2008, o país passou a são 6h da tarde.
adotar somente três.
A compreensão dos fusos horários é de extrema impor-
tância, principalmente para as pessoas que realizam via-
gens e têm contato com pessoas e relações comerciais com
locais de fusos distintos dos seus, proporcionado, portanto,
o conhecimento de horários em diferentes partes do globo.

Movimentos da Terra
A Terra faz movimentos constantes no espaço. Esses
movimentos são chamados de rotação e translação. Acom-
panhe a seguir as explicações sobre cada um deles.

Translação
O movimento de translação é aquele que o planeta Ter-
ra realiza ao redor do Sol junto com os outros planetas. O
tempo necessário para completar uma volta ao redor do Sol
é de 365 dias, 5 horas e cerca de 48 minutos e ocorre numa
velocidade média de 107.000 km por hora.
O tempo que a planeta leva para dar uma volta comple-
ta ao redor do Sol é chamado “ano”. O ano civil, aceito por
convenção, tem 365 dias. Como o ano sideral, ou o tempo
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concreto do movimento de translação, é de 365 dias e 6 ho-


Rotação ras, a cada quatro anos temos um ano de 366 dias, dia este
Rotação é o movimento onde a Terra gira em torno de que é acrescido ao nosso calendário no mês de fevereiro e
seu próprio eixo. Esse movimento acontece no sentido an- que recebe o nome de ano bissexto.
ti-horário e dura exatamente 23 horas 56 minutos 4 segun- O movimento de translação é o responsável pelas quatro
dos e 9 centésimos para ser concluído, sendo o responsável estações do ano: verão, outono, inverno e primavera, que
por termos o dia e a noite. ocorrem em razão das diferentes localizações da Terra no
espaço.

13
Cartografia
A cartografia é a ciência da representação gráfica da superfície terrestre, tendo como produto final o mapa.
Ou seja, é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas.
Na cartografia, as representações de área podem ser acompanhadas de diversas informações, como símbolos, cores,
entre outros elementos. A cartografia é essencial para o ensino da Geografia e tornou-se muito importante na educação
contemporânea, tanto para as pessoas atenderem às necessidades do seu cotidiano quanto para estudarem o ambiente
em que vivem.

O surgimento
Os primeiros mapas foram traçados no século VI a.C. pelos gregos que, em função de suas expedições militares e de
navegação, criaram o principal centro de conhecimento geográfico do mundo ocidental.
O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado na Suméria, em uma pequena tábua de argila, representando um
Estado. A confecção de um mapa normalmente começa a partir da redução da superfície da Terra em seu tamanho. Em ma-
pas que figuram a Terra por inteiro em pequena escala, o globo se apresenta como a única maneira de representação exata.
A transformação de uma superfície esférica em uma superfície plana recebe a denominação de projeção cartográfica.
Na pré-história, a Cartografia era usada para delimitar territórios de caça e pesca. Na Babilônia, os mapas do mundo
eram impressos em madeira, mas foram Eratosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que construíram as bases da car-
tografia moderna, usando um globo como forma e um sistema de longitudes e latitudes. Ptolomeu desenhava os mapas
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em papel com o mundo dentro de um círculo.


Com a era dos descobrimentos, os dados coletados durante as viagens tornaram os mapas mais exatos. Após a desco-
berta do novo mundo, a cartografia começou a trabalhar com projeções de superfícies curvas em impressões planas.
#IMPORTANTE: Alguns conceitos a destacar...
Os Mapas são desenhos que representam qualquer região do planeta, de maneira reduzida, simplificada e em superfície
plana.
Os mapas são feitos por pessoas especializadas, os Cartógrafos. A Ciência que estuda os mapas e cuida de sua confec-
ção chama-se Cartografia. Vários mapas podem ser agrupados em um livro, que recebe o nome de Atlas.

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Todos os mapas possuem símbolos, que são chamados de Convenções Cartográficas. Alguns são usados no mundo
todo, em todos os países: são internacionais. Por isso, não podem ser modificados.
Os símbolos usados são colocados junto ao mapa e constituem a sua Legenda. Normalmente, a legenda aparece num
dos cantos inferiores do mapa.
As Escalas indicam quantas vezes o tamanho real do lugar representado foi reduzido. Essa indicação pode ser feita de
duas formas: por meio da escala numérica ou da gráfica. As escalas geralmente aparecem num dos cantos inferiores do
mapa.

Tipos de Mapa - para compreendermos o que se passa na superfície da Terra existem diferentes tipos de mapas:
· Mapas Políticos – mostram os continentes, um país, estados e municípios, limites, capitais e cidades importantes;
· Mapas Físicos – representam um ou alguns elementos naturais. Podem ser de relevo, hidrografia, clima, vegetação, etc;
· Mapas Econômicos – apresentam as riquezas de uma região (agricultura, indústrias, etc);
· Mapas Demográficos – mostra a distribuição de pessoas que vivem em um continente, país, estado, cidade etc.

Hoje em dia, a cartografia é feita por meios modernos, como as fotografias aéreas (realizadas por aviões, drones) e o
sensoriamento remoto por satélite.
Além disso, com os recursos dos computadores, os geógrafos podem obter maior precisão nos cálculos, criando mapas
que chegam a ter precisão de até 1 metro. As fotografias aéreas são feitas de maneira que, sobrepondo-se duas imagens
do mesmo lugar, obtém-se a impressão de uma só imagem em relevo. Assim, representam-se os detalhes da superfície do
solo.
Depois, o topógrafo completa o trabalho sobre o terreno, revelando os detalhes pouco visíveis nas fotografias.2

Geologia
A geologia é uma das ciências da Terra. Estuda a crosta terrestre, a matéria que a compõe, seu mecanismo de formação,
as alterações que ocorrem sobre ela e a estrutura que sua superfície possui.
A geologia foi essencial para determinar a idade da Terra, que se calculou ter cerca de 4,6 bilhões de anos, e a desen-
volver a teoria chamada tectônica de placas.

O planeta Terra possui a sua estrutura interna dividida em camadas

Áreas de estudo
O geólogo ou engenheiro geológico estuda a origem, a estrutura, a composição e as transformações da crosta terrestre.
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Analisa também fósseis, minerais e a topografia dos terrenos, acompanha a exploração de jazidas de minério, depósitos
subterrâneos de água e reservas de petróleo, carvão mineral e gás natural.
Investiga ainda a ação das forças naturais sobre o planeta e seus efeitos, como a erosão e a desertificação.
A geologia é uma área muito ampla, sendo difícil citar todas as suas áreas. Entre elas, podemos destacar as seguintes:

2 www.sogeografia.com.br/ http://cejainsaovicente.blogspot.com/

15
Geologia estrutural: estudo da estrutura da Terra.
Geologia histórica: estudo das eras, períodos e idades
geológicas.
Geologia econômica: estudo das riquezas minerais.
Geologia ambiental: estudo dos impactos ambientais
e dos riscos ecológicos.
Geofísica: estudo da composição e propriedades físicas
dos elementos.
Geoquímica: estudo da composição e propriedades
químicas da Terra.
Geomorfologia: estudo das formas da superfície ter-
restre (relevo).
Geologia do petróleo: estudo da composição e pro-
priedades do petróleo.
Hidrogeologia: estudo dos cursos de águas subterrâ-
neas.
Cristalografia: estudo dos cristais e das estruturas só-
lidas formadas pelos átomos.
Espeleologia: estudo da formação geológica das caver-
nas e das cavidades naturais.
Estratigrafia: estudo da composição e estrutura das
rochas estratificadas.
Sedimentologia: estudos dos sedimentos acumulados As camadas da Terra e suas descontinuidades
na Terra derivados da erosão.
Topografia: estuda os acidentes geográficos presentes Crosta Terrestre:
no planeta. A crosta terrestre é a primeira das camadas da Terra,
Astrogeologia: estudo dos diversos corpos celestes sendo também a menor e mais “fina” entre elas. Sua pro-
Sismologia: estudo dos sismos e dos movimentos das fundidade oscila entre 5 km (em algumas áreas oceânicas)
placas tectônicas no planeta. e 70 km (em zonas continentais).
Vulcanologia: estudo dos vulcões e das erupções vul- Essa camada é subdividida em crosta superior, também
cânicas. chamada de camada sial, e crosta inferior, chamada de ca-
Pedologia: estudo da formação e estrutura dos solos. mada sima. A primeira é composta predominantemente
Petrografia: estudo de análise das rochas. por silício e alumínio (o que explica a sua denominação) e
Mineralogia: estudo da composição e propriedades abriga as formas de relevo e todas as atividades humanas
dos minerais. realizadas sobre a superfície terrestre. Já a segunda é com-
posta por silício e magnésio e pode ser melhor visualizada
Camadas da Terra em regiões oceânicas, onde a camada sial não existe ou é
Durante muito tempo, o ser humano acreditava que, por muito fina.
dentro, o planeta Terra era maciço, composto basicamente Apesar de ser a camada mais fria da Terra, a crosta pode
por rochas. Atualmente, é sabido que, na verdade, apenas apresentar uma temperatura próxima aos 1000ºC em de-
uma camada muito fina da superfície apresenta essa carac- terminados pontos.
terística, havendo composições e temperaturas diferentes
nos milhares de metros existentes abaixo do solo. Manto:
Para melhor compreender como tudo isso funciona e O manto terrestre posiciona-se abaixo da descontinui-
organiza-se, a estrutura interna da Terra foi classificada em dade de Mohorovicic, que fica abaixo da crosta. É a mais
três principais camadas: a crosta, o manto e o núcleo, ha- extensa das camadas da Terra e sua profundidade máxima
vendo entre elas algumas descontinuidades: a de Moho- alcança os 2.900 km, ocupando cerca de 80% do volume
rovicic e a de Gutenberg. Juntas, essas camadas atingem total do planeta. Sua composição é de silicatos de ferro
aproximadamente 6.370 quilômetros entre a superfície e o e de magnésio, e as rochas encontram-se em forma de
centro do planeta. material pastoso chamado de magma, por causa do calor
advindo do interior da Terra, com temperaturas médias de
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2.000ºC.
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O manto superior é mais pastoso que o inferior e está
em movimentação. Em virtude da força exercida por esses
movimentos, seus efeitos são sentidos na crosta terrestre,
causando o movimento das placas tectônicas.

16
Núcleo: tavam sempre em atividade. A temperatura era três vezes
O núcleo terrestre, posicionado abaixo da descontinui- mais quente do que é atualmente. Mas foi mesmo assim,
dade de Gutenberg e abaixo do manto, é o mais quente nesse ambiente extremamente hostil, que começaram a sur-
das camadas da Terra e também é dividido em exterior e gir os primeiros organismos unicelulares.
interior. Sua composição predominante é o NIFE (níquel e
ferro).
O núcleo externo encontra-se no estado líquido, en-
quanto o núcleo interno encontra-se no estado sólido, por
causa da extrema pressão aplicada sobre ele. As temperatu-
ras oscilam entre 3.000 e 5.000ºC. Em razão de o núcleo in-
terno ser uma “bola” maciça cercada por uma esfera líquida,
seu movimento de rotação é mais rápido do que o da Terra,
o que ajuda a explicar as origens e os efeitos do magnetismo
do nosso planeta.

Como o ser humano sabe tanto sobre o interior da Terra?


Obviamente, o ser humano nunca visitou pessoalmente o
interior do nosso planeta. O ponto mais profundo já escava-
do alcançou “incríveis” 12 km de profundidade e foi batizado Imagem: Reprodução/ internet
de Poço Superprofundo de Kola, na Rússia, em um trabalho
empreendido pela extinta União Soviética. Atualmente, no Era Proterozoica (Éon pré-cambriano)
entanto, há um trabalho em desenvolvimento para uma per- Seu período se constituiu de 2,5 bilhões há 540 milhões
furação que pretende alcançar o manto terrestre. de anos atrás. Por volta dos 2 bilhões de anos, começou a se
As informações atualmente existentes sobre a estrutura desenvolver a camada de ozônio, que protege a Terra contra
interna da Terra devem-se ao estudo das propagações sísmi- os raios solares ultravioletas. O oxigênio começa a se acumu-
lar na litosfera, e esses ingredientes favoreceram o surgimento
cas que ocorrem nas camadas inferiores e que são captadas
de organismos mais complexos, multicelulares. Além disso, os
por um aparelho chamado de sismógrafo, o mesmo que
continentes Lawrásia e Gondwana começam a se formar.
mede a intensidade dos terremotos.
Você já sacudiu uma caixa para ter noção do que tem
Era Paleozoica
dentro dela? Pois é isso o que o sismógrafo faz, aprovei-
Durou de 540 milhões há 250 milhões de anos atrás. Nos
tando-se principalmente dos terremotos e abalos sísmicos
mares, os primeiros animais vertebrados, tipos de peixes pri-
menores que ajudam a “chacoalhar” o planeta. Obviamen-
mitivos, começam a surgir. Aproximadamente em 350 mi-
te, a precisão do aparelho é muito alta e torna-se cada vez lhões de anos atrás, alguns peixes começaram, durante um
melhor à medida que se sucedem os avanços tecnológicos, longo processo, a sair da água, resultando assim nos primei-
oferecendo-nos dados mais precisos sobre como funciona o ros anfíbios. Os dois grandes continentes se juntam e formam
mundo abaixo dos nossos pés. a Pangeia. Eram comuns animais chamados de trilobitas. É
no fim dessa era que os primeiros répteis se manifestam, os
Eras Geológicas quais mais a frente darão origem aos dinossauros.
As chamadas eras geológicas representam cada uma
das grandes subdivisões de tempo no planeta. Note que o Era Mesozoica
tempo geológico é diferente do tempo histórico, uma vez Percorreu o tempo de 250 milhões até 65,5 milhões de
que no primeiro, é sempre medido em milhões e bilhões, anos atrás. Nessa era, os dinossauros surgem, dominam todo
enquanto o segundo, com escalas de tempo bem menores, o planeta e, bem no final do período, são extintos. As plan-
que constam desde a formação do homem (pré-histórico) tas começam a desenvolver flores, os primeiros mamíferos e
até a descoberta da escrita em diante (histórico). A Terra aves começam a aparecer e o enorme e único continente, a
possui cerca de 4,5 bilhões de anos, o mesmo que o sistema Pangeia, inicia sua fragmentação.
solar. Só para se ter ideia de como os humanos são recentes
na Terra, se todas as eras geológicas fossem resumidas em Era Cenozoica
um dia, apenas os últimos três segundos seriam correspon- Teve seu início há 65,5 milhões de anos atrás e dura até o
dentes ao tempo de surgimento do homem. presente. Ocorre uma grande manifestação das mais diversas
Essas eras se subdividem em cinco: arqueozoica, protero- espécies de mamíferos, as cadeias montanhosas se formam
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zoica, paleozoica, mesozoica e cenozoica. Estão, respectiva- e os continentes se separam, assumindo o formato atual. É
mente, da mais antiga à mais recente. Cada era se divide em justamente na era Cenozoica que surgem os primeiros ho-
etapas, conhecidas como períodos. minídeos, como o australopithecus, no continente Africano.
Mas só em 1,6 milhões de anos que a espécie humana co-
Era Arqueozoica (Éon pré-cambriano) meça a se desenvolver.
Ocorreu há cerca de 3,8 bilhões a 2,5 bilhões de anos Vale lembrar que sempre que houve a passagem de
atrás. Nessa época, a Terra costumava ser constantemente uma Era para outra, extinções em massa das espécies ocor-
atingida por meteoritos, os vulcões eram inúmeros e es- reram, dando início a outras

17
Tectonismo
Tectônica é o ramo da geologia que estuda a movimentação das camadas da crosta terrestre, por efeito das forças do
interior da terra (endógenas).
Destina-se também a estudar o dinamismo das forças que interferem na movimentação das camadas da crosta terrestre.
Na maioria das vezes, como resultado dessas forças, se dá o aparecimento das placas tectônicas, dobras, falhas, fraturas ou
lençóis de arrastamento.
A tectônica descreve geometricamente as deformações da crosta terrestre e analisa as diferentes teorias que buscam
explicar os seus mecanismos formadores. Vulcanismo e sismologia são áreas do conhecimento intimamente relacionadas
com a tectônica.

Vulcões
Vulcão é uma formação geológica que consiste de uma fissura na crosta terrestre, sobre a qual se acumula um cone
formado por material vulcânico.
Sobre esse cone, está uma espécie de chaminé côncava chamada cratera. O cone forma-se pela deposição de matéria
fundida e sólida, que flui ou é expelida através da chaminé a partir do interior da Terra.

O estudo dos vulcões e dos fenômenos a eles relacionados chama-se vulcanologia

A energia dos vulcões ativos resulta de processos ligados aos movimentos das placas da crosta terrestre. Além disso, os
vulcões tendem a situar-se nas fronteiras das placas mais importantes. Alguns vulcões encontram-se em estado de erupção
permanente, ao menos no presente geológico, como os da cadeia Cinturão/Círculo de Fogo, que rodeia o oceano Pacífico.
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Cinturão/Circulo de Fogo do Pacífico

18
Muitos outros vulcões, como o Vesúvio, localizado no A lava resfriada gera normalmente um excelente solo
golfo de Nápoles, Itália, permanecem em estado de ativi- para o plantio.
dade moderada durante períodos mais ou menos longos e
depois ficam em repouso, ou adormecidos, durante meses
ou anos.

Terras férteis nos arredores do vulcão Etna, na Itália

Em uma erupção vulcânica, a lava está muito carregada


Vista aérea do Vesúvio de vapor e outros gases, que escapam da superfície com
explosões violentas e sobem formando nuvens turvas. Es-
Erupção vulcânica sas nuvens podem resultar em chuvas torrenciais.
A erupção vulcânica é um fenômeno da natureza, geral-
mente associado à expulsão do magma de regiões profun-
das da Terra na superfície do planeta.
As camadas de rochas formadas por erupções magmá-
ticas são chamadas de “derrames”, pois a rocha espalha-se
e solidifica-se na superfície do globo.

Erupção do vulcão Puyehue, Chile, em 2011.


Nuvem de cinza vulcânica da cidade de
San Martin de Los Andes, na Argentina

Esquema de erupção vulcânica


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Nuvem de cinzas do vulcão Puyehue vista da cidade de


Osorno, Chile

19
Homem mostra pedra vulcânica na cidade de Cardeal Sa-
moré Pass, fronteira entre Chile e Argentina

O magma sobe pela chaminé e flui convertido em lava,


sobre a borda da cratera, como uma massa pastosa, através
Localização geográfica do vulcão Puyehue de uma fissura no cone.

Porções grandes e pequenas de lava são expelidas para


o exterior e formam uma fonte ardente de gotas e frag-
mentos de diferentes tamanhos.

Erupção do vulcão Puyehue no Chile,


no início de junho 2011

Policiais andam sobre pedras vulcânicas na cidade de Car-


deal Samoré Pass, fronteira entre Chile e Argentina
GEOGRAFIA DO BRASIL

20
Tectônica de placas
É a teoria de tectônica global (deformações estruturais geológicas) que se tornou paradigma na geologia moderna, para
a compreensão da estrutura, história e dinâmica da crosta terrestre.
A teoria baseia-se na observação de que esta camada sólida está dividida em aproximadamente 20 placas semirrígidas.
As fronteiras entre estas placas são zonas com atividade tectônica, onde ocorrem mais sismos e erupções vulcânicas.

Distribuição das placas tectônicas e vulcões ativos

Entre 1908 e 1912, foi proposta pelo geólogo alemão Alfred Lothar Wegener a teoria da deriva continental. Nesta teoria,
ele afirma que as placas continentais se rompem, separam-se e chocam-se, criando posteriormente cadeias de montanhas.
Um dos argumentos mais fortes de Wegener para justificar a deriva continental era que as bordas dos continentes têm
formas que se encaixam. Para defender sua teoria, mostrou que as formações rochosas de dois lados do oceano Atlântico
- no Brasil e na África Ocidental - coincidem em idade, tipo e estrutura.
Além disso, costuma conter fósseis de criaturas terrestres que não poderiam ter nadado de um continente ao outro.
Sobre a expansão do fundo do mar, na década de 20, o estudo dos leitos dos mares trouxe evidências de que as dorsais
oceânicas são zonas onde se cria a nova crosta oceânica.

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Expansão do fundo do mar

O material chega por correntes de convecção de lava quente, mas esfria e solidifica com rapidez, ao contato com a
água. Para dar lugar a esta contínua renovação de crosta, as placas devem separar-se, lenta, porém continuamente. Estes
movimentos, impulsionados por correntes de convecção térmicas originadas nas profundezas do manto terrestre, prova-
velmente teriam gerado, ao longo de milhões de anos, o fenômeno da deriva continental.

21
Teoria da deriva continental proposta por Alfred Wegener em 1912

Na década de 30, começaram os estudos sobre o processo de subducção através do qual a crosta oceânica adentra no
manto e se funde. No local onde uma placa tectônica oceânica se subpõe à crosta continental, o magma produzido causa
erupção nos vulcões situados ao longo de cadeias montanhosas lineares, as cordilheiras.
A zona afetada geralmente situa-se ao longo de uma fossa submarina, a certa distância do continente. Além de criar e
alimentar vulcões continentais, a fusão da crosta oceânica subposta é responsável pela formação de alguns tipos de depó-
sitos de minerais metálicos valiosos.

Morfologia do fundo oceânico

Geomorfologia
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A Geomorfologia corresponde a uma ciência que tem como objeto de estudo as irregularidades da superfície terrestre,
ou simplesmente as diferentes formas do relevo.
Serve para mostrar a importância do estudo do relevo para os diferentes campos do conhecimento (planejamento urba-
no e regional, análise ambiental...), evidenciando a estreita relação com a Geografia e no contexto geográfico, considerando
sua contribuição no processo de ordenamento territorial.

22
Geomorfologia do planeta Terra
Foram encontrados no Brasil e na África fósseis de plantas e de animais muito semelhantes. As reservas de carvão dos
EUA, Sibéria e China têm propriedades muito parecidas. Isto não é coincidência. Foi explicada pela primeira vez por We-
gener e sua teoria da Deriva Continental.
No final do período Carbonífero, existia uma única e imensa massa continental denominada Pangea (Pangeia). Na Pan-
gea, a América do Norte estava ligada à Eurásia, e a América do Sul ligada a Ásia. A Austrália e a Antártida estavam unidas
ao mesmo conjunto, e a Índia, por sua vez, estava perfeitamente encaixada entre a África e a Austrália.

Configuração da Pangea

A divisão iniciou mais ou menos no período Jurássico, formando dois super continentes: a Laurásia e a Gondwana. No
início do período Terciário, a América do Sul separou-se da África e, a seguir, a América do Norte, da Laurásia. A Índia se
mantinha em seu deslocamento em direção à Ásia. A Austrália e a Antártida mantinham-se ligadas.

GEOGRAFIA DO BRASIL

23
A configuração moderna dos continentes se deu há 65 milhões de anos atrás, com a junção das Américas, a separação
da Austrália e Antártida e a Índia se chocando com a Ásia. Os continentes ficaram separados pelos oceanos.

A Teoria da Deriva Continental deu lugar então à Teoria da Tectônica das Placas, que além de consolidar as ideias de We-
gener, permitiu através dela explicar como esse processo ocorreu. Com o mapeamento das dorsais marinhas, onde coincide
com as áreas de vulcanismo e de terrenos, criou-se a teoria de que a crosta terrestre está dividida em placas, que interagem
umas com as outras, gerando os mais variados fenômenos.
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Mapa com as principais placas tectônicas

24
Solo e Atmosfera
O solo é a parte exterior da crosta terrestre em contato direto com os demais elementos do meio ecológico.

Os solos são formados de três fases: sólida (minerais e matéria orgânica), líquida (solução do solo) e gasosa (ar).
O solo é o resultado de milhares de anos de desagregação das rochas originais de um lugar na sua superfície e a combi-
nação de diversos fatores. A maior ou menor intensidade de algum fator pode ser determinante na criação de um ou outro
solo. São comumente ditos como fatores da formação de solo: o clima, o material de origem, os organismos, o tempo e o
relevo.

Fatores da formação de solo

Pedogênese é o nome dado ao processo químico e físico de alteração (adição, remoção, transporte e modificação) que
GEOGRAFIA DO BRASIL

atua sobre um material litológico, originando um solo.

Edafologia é a ciência que trata das influências dos solos nos seres vivos. Sobre o solo cresce a vegetação dos conti-
nentes e das ilhas. Sendo assim, não há solo nas áreas do planeta em que as rochas ainda não tenham sido decompostas.
Como resultado da decomposição química das rochas, forma-se um material sobre a superfície terrestre: uma camada
superficial, composta de água e minerais que, com o passar do tempo, vai se enriquecendo de matéria orgânica (raízes,
folhas, fezes e restos mortais de animais, entre outros).

25
A fauna e a flora do solo desempenham papel fundamental. Modificam e movimentam enormes quantidades de material,
mantendo o solo aerado e renovado em sua parte superficial.

As rochas, ao sofrerem a ação dos agentes atmosféricos, especialmente o calor e a umidade, decompõem-se através do
intemperismo, também denominado de meteorização, e em seus fragmentos instala-se grande variedade de organismos
vivos. Podemos afirmar então que o solo é o resultado da ação conjugada de fatores físicos, químicos e biológicos, em
função dos quais se apresenta sob os mais diversos aspectos.
GEOGRAFIA DO BRASIL

Formação do solo

26
Fatores de formação de solos

FATORES
TIPO DE FATOR ATUAÇÃO
AMBIENTAIS
Clima e organismos Fatores ativos Fornecem matéria e energia
Controla o fluxo de materiais; superfície; erosão; profundidade;
Relevo Fator controlador
infiltração; lixiviação e translocação.
Diversidade do material constituinte sobre o qual ocorrerá a
Material de origem Fator passivo
pedogênese.
Tempo Fator passivo Determina o tempo cronológico de atuação do processo.

Mecanismos de formação de solos

MECANISMOS ATUAÇÃO
Adição Aporte do material do exterior do perfil ou horizonte do solo.
Remoção (perda) Remoção de material para fora do perfil. Exemplo: lixiviação.
Transformação de material existente no perfil ou horizonte. Mudança de natureza
Transformação
química mineralógica.
Translocação de material de um horizonte para outro, sem abandonar o perfil.
Translocação
Exemplo: eluviação/iluviação

Conservação do solo
O solo, quando não recebe tratamento apropriado, pode perder suas propriedades naturais e se tornar infértil. Para a
conservação do solo, algumas medidas podem ser adotadas:

• Conservação da vegetação nativa: uma das mais importantes medidas para conservar o solo é não praticar o
desmatamento. A vegetação natural possui características que conservam o solo.

Conservação de vegetação nativa


GEOGRAFIA DO BRASIL

27
• Combate à erosão: feito através do sistema de curvas de nível. Valas em sentido circular são feitas no solo de
regiões altas (montanhas, morros, serras). Estas valas absorvem a água, evitando assim as enxurradas que levam as terras.

Combate à erosão

• Reflorestamento: a falta de vegetação pode provocar a ocorrência da erosão. Com a plantação de árvores em
regiões que passaram por desmatamentos, evita-se a erosão. O eucalipto e o pinheiro são as árvores mais utilizadas neste
processo, pois suas raízes “seguram” a terra e absorvem parte da água.

Antes e depois do Reflorestamento

• Rotação de cultura: a área de plantações pode ser dividida em partes, de forma que uma delas ficará sempre em
repouso. As outras partes recebem o plantio de culturas diversas. Após a colheita, ocorre uma rotação, sendo que a parte
que havia ficado em repouso recebe o plantio, e uma que foi usada vai para o descanso. Desta maneira, evita-se o desgaste
da terra (perda de nutrientes), dificultando sua infertilidade.
GEOGRAFIA DO BRASIL

Rotação de cultura

28
Atmosfera
A atmosfera é a camada gasosa que envolve a Terra.
Com o intuito didático, a atmosfera foi dividida em cinco camadas que, juntas, compõem uma extensão de aproxima-
damente 1.000 km.
Essas camadas não se distribuem igualmente, a sua distância varia de acordo com a densidade dos elementos químicos
que as compõem e, à medida que se afastam da superfície da Terra, elas se tornam mais rarefeitas.
A seguir, estudaremos com mais detalhes as camadas da atmosfera.

Camadas da atmosfera

GEOGRAFIA DO BRASIL

29
Tempo e Clima
Elementos e fatores climáticos
O clima é uma rede intrincada de elementos e fatores que o caracterizam. Por isso, o clima muda muito conforme a
região.
De todos os fatores, o mais importante é a radiação solar. O Sol é o motor que move o clima. A luz solar por si própria
não gera calor, mas é a absorção, dispersão e a reflexão dessa mesma luz que irá determinar o grau de calor de cada região.
O balanço global do sistema Terra-atmosfera é positivo, ou seja, a relação entre a energia absorvida pela atmosfera e
pelos oceanos e terras é de 64% (47% pela superfície terrestre e 17% pela atmosfera e pelas nuvens).

Esquema ilustrativo do funcionamento da radiação solar

Os elementos e os fatores climáticos determinam as condições climáticas de cada região. Ainda que estudados separa-
damente, esses elementos e fatores atuam juntos, ao mesmo tempo.

Elementos Fatores modificadores


Temperatura Latitude
Pressão atmosférica Altitude
Ventos Distância do mar
Umidade Massas de ar
Precipitação Correntes marítimas

#FicaDica
Tempo e Clima são conceitos distintos: Tempo é o estado da atmosfera de um lugar em um determinado
momento. Clima é a sucessão dos estados de tempo da atmosfera em determinado lugar.
• Choveu hoje. Tempo
GEOGRAFIA DO BRASIL

• Chove sempre nessa época do ano. Clima

30
Temperatura Calor é definido como sendo energia térmica em trânsi-
A temperatura é a quantidade de calor em uma região. to e que flui de um corpo para outro em razão da diferença
A temperatura varia não apenas de um lugar para o outro, de temperatura existente entre eles, sempre do corpo mais
mas também em um mesmo lugar no decorrer do tempo. quente para o corpo mais frio. No verão, um lago pode
Entre os fatores responsáveis por sua variação ou dis- armazenar energia térmica durante o dia e transferi-la ao
tribuição, destacam-se a latitude, a altitude e a distribuição ambiente à noite na forma de calor.
de massas líquidas e solidas da Terra (maritimidade e con-
tinentalidade). Tipos de clima no Brasil
Temperatura e calor são dois conceitos bastante dife-
rentes e que muitas pessoas acreditam se tratar da mesma Clima subtropical
coisa. No entanto, o entendimento desses dois conceitos As regiões que possuem clima subtropical apresentam
se faz necessário para o estudo da termologia. Também grande variação de temperatura entre verão e inverno, não
chamada de termofísica, a termologia é um ramo da física possuem uma estação seca e as chuvas são bem distribuí-
que estuda as relações de troca de calor e manifestações das durante o ano.
de qualquer tipo de energia que é capaz de produzir aque-
cimento, resfriamento ou mudanças de estado físico dos
corpos, quando esses ganham ou cedem calor.
Os átomos e moléculas que constituem a matéria nunca
estão completamente imóveis. Mesmo que se esteja ob-
servando um material relativamente estático, parado. Ao
contrário, essas partículas estão sempre animadas de um
movimento vibratório, cuja amplitude depende do estado
físico da matéria.
Esse movimento vibratório constitui uma forma de
energia cinética, denominada energia térmica. Quanto
É um clima característico das áreas geográficas a sul
maior é a agitação das partículas de um corpo, maior é a
do Trópico de Capricórnio e a norte do Trópico de Câncer,
energia térmica desse corpo.
com temperaturas médias anuais nunca superiores a 20ºC.
A manifestação da energia térmica de um corpo pode
A temperatura mínima do mês mais frio nunca é menor
ser percebida pelos órgãos sensoriais de nossa pele e nos
que 0ºC.
dá a sensação de frio ou calor. Essa manifestação é popu-
larmente chamada temperatura e, em física, recebe o nome
Clima semiárido
de estado térmico do corpo. Quanto maior é o grau de agi-
O clima semiárido, presente nas regiões Nordeste e
tação das partículas de um corpo, maior é sua temperatura,
Sudeste, apresenta longos períodos secos e chuvas oca-
ou seja, mais elevado é o seu estado térmico. sionais concentradas em poucos meses do ano. As tempe-
A energia térmica pode transferir-se de um corpo para raturas são altas o ano todo, ficando em torno de 26 ºC. A
outro, mas sempre se transfere do corpo de maior tempe- vegetação típica desse tipo de clima é a caatinga.
ratura para o de menor temperatura. Para que a transferên-
cia ocorra, é preciso que exista entre os dois corpos uma
diferença de temperatura. A energia transferida é chama-
da calor. Assim, a temperatura de um corpo, sua energia
térmica e a agitação de suas partículas alteram-se quando
esse corpo recebe ou cede calor. A transferência de calor
somente termina quando os dois corpos em contato atin-
gem a mesma temperatura, um estado denominado equi-
líbrio térmico.

Então:
Temperatura é a grandeza física associada ao estado de
movimento ou a energia cinética das partículas que com-
põem os corpos. A chama de uma vela pode estar numa
GEOGRAFIA DO BRASIL

temperatura mais alta que a água do lago, mas o lago tem


mais energia térmica para ceder ao ambiente na forma de
calor. No cotidiano é muito comum as pessoas medirem o
grau de agitação dessas partículas através da sensação de
quente ou frio que se sente ao tocar outro corpo. No en-
tanto não podemos confiar na sensação térmica. Para isso
existem os termômetros, que são graduados para medir a
temperatura dos corpos.

31
Clima equatorial úmido Minas Gerais e pelas regiões serranas do Rio de Janeiro e
Este tipo de clima apresenta temperaturas altas o ano Espírito Santo. As chuvas se concentram no verão, sendo o
todo. As médias pluviométricas são altas, sendo as chuvas índice de pluviosidade influenciado pela proximidade do
bem distribuídas nos 12 meses, e a estação seca é curta. oceano.
Aliando esses fatores ao fenômeno da evapotranspiração,
garante-se a umidade constante na região. É o clima pre- Vegetação
dominante no complexo regional Amazônico. Nosso planeta apresenta diversos tipos de vegetações,
que variam de acordo com a região onde se localizam.
A espécie de vegetação referente a cada uma dessas re-
giões é definida por fatores como altitude, latitude, pressão
atmosférica, iluminação e forma de atuação das massas de ar.
No caso de regiões de baixa latitude, encontram-se as
florestas equatoriais, como por exemplo a floresta Amazô-
nica, no Brasil.

Clima equatorial semiúmido


Em uma pequena porção setentrional do país, existe o
clima equatorial semiúmido, que também é quente, mas
menos chuvoso. Isso ocorre devido ao relevo acidentado
(o planalto residual norte-amazônico) e às correntes de ar
que levam as massas equatoriais para o sul, entre os meses
de setembro a novembro. Este tipo de clima diferencia-se
do equatorial úmido por essa média pluviométrica mais
baixa e pela presença de duas estações definidas: a chuvo-
sa, com maior duração, e a seca.

É comum encontrarmos esse tipo de vegetação em lu-


gares quentes e úmidos. Suas principais características são
a grande variedade de espécies e as folhas grandes, com
um tom de verde bem definido. Existem também as flores-
tas tropicais, localizadas na faixa intertropical litorânea, que
possuem menor de variedades de espécies vegetais, além
de tipos de vidas que não existem em outros locais.
Clima tropical
Presente na maior parte do território brasileiro, este Outro tipo de vegetação é o cerrado (ou savana), en-
tipo de clima caracteriza-se pelas temperaturas altas. As contrado no centro-oeste brasileiro, em parte da Austrália
temperaturas médias de 18 °C ou superiores são registra- e do centro da África, e no litoral da Índia. Esse tipo ca-
das em todos os meses do ano. O clima tropical apresenta racteriza-se por plantas rasteiras e pequenas árvores que
uma clara distinção entre a temporada seca (inverno) e a perdem suas folhas no período da seca.
chuvosa (verão). O índice pluviométrico é mais elevado nas Temos também os campos ou pradarias, tipo encon-
áreas litorâneas. trado em regiões de clima temperado continental, como
ocorre no norte dos Estados Unidos, sul do Canadá, nor-
te da China, norte da Argentina etc. Essa vegetação nasce
onde há pouca umidade para o crescimento de árvores,
havendo somente um tapete herbáceo conhecido como
gramíneas.
Existem ainda as florestas temperadas, localizadas no
Canadá, Estados Unidos e norte da Europa, além das flo-
GEOGRAFIA DO BRASIL

restas de coníferas, presentes em regiões subpolares, e a


tundra, vegetação que surge em solos gelados. Veremos a
seguir mais características dessas vegetações.
Clima tropical de altitude
Apresenta médias de temperaturas mais baixas que o A vegetação brasileira
clima tropical, ficando entre 15º e 22º C. Este clima é pre- O Brasil apresenta uma vegetação bastante rica e diver-
dominante nas partes altas do Planalto Atlântico do Sudes- sificada. Podemos dividir as paisagens vegetais brasileiras
te, estendendo-se pelo centro de São Paulo, centro-sul de nas seguintes formações:

32
• Florestais - podem ser do tipo latifoliada (ex: Mangues: é um tipo de vegetação de formação lito-
Amazônica, Mata dos Cocais) e aciculifoliada (ex: Mata de rânea, caracterizado principalmente por abranger diversas
Araucária). vegetações, ocorrendo em áreas baixas e, logo, sujeito à
• Arbustivas e herbáceas - predomínio de gramí- ação das marés.
neas (ex: cerrado, caatinga e campos).
• Complexas - apresentam características variadas. Hidrografia
Abrangem o Pantanal e a vegetação litorânea.
A hidrografia é o ramo da geografia física que estuda as
O Brasil, por ter dimensões territoriais continentais, águas do planeta, abrangendo portanto rios, mares, ocea-
abriga oito tipos principais de vegetação natural. São eles: nos, lagos, geleiras, água do subsolo e da atmosfera.
Os hidrógrafos são os profissionais que estudam a hi-
Floresta Amazônica: de clima equatorial e conhecida drografia do planeta, analisam e catalogam as águas nave-
como Amazônia Legal, abriga milhões de espécies animais gáveis de todo o mundo, elaborando cartas e mapas que
e vegetais, sendo de vital importância ao equilíbrio am- mostram em detalhes a formação dos canais, a profundi-
biental do planeta. Ela é classificada como uma formação dade das águas e a localização dos canais, bancos de areia,
florestal Latifoliada, pois suas folhas são largas e agrupam- correntes marítimas, etc. Os hidrógrafos também são res-
-se densamente, geralmente atingindo grandes alturas. ponsáveis por estudar a influência dos ventos no ritmo das
águas e das marés.
Mata Atlântica: caracterizada como uma floresta lati-
foliada tropical e de clima tropical úmido, foi a vegetação
que mais sofreu devastação no Brasil, restando apenas 7%
de sua cobertura original. Era uma vegetação que se es-
tendia do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, mas
que foi intensamente degradada pelos portugueses para a
extração de madeira e plantio de cana-de-açúcar.

Caatinga: é uma vegetação típica de clima semiárido,


localizada no Nordeste brasileiro. Possui plantas espinho-
sas e pobres em nutrientes. Nos últimos anos, vem sofren-
do diversas agressões ambientais que causam empobreci-
mento do solo, dificultando mais ainda o desenvolvimento
dessa região.

Cerrado: típica do Planalto Central brasileiro e de clima


tropical semiúmido, é a segunda maior formação vegetal
do Brasil. Apesar de sua paisagem ser composta por ár- A hidrosfera é a camada líquida da Terra. É formada
vores baixas e retorcidas, é a vegetação com maior biodi- por mais de 97% de água, concentrada principalmente em
versidade do planeta. Somente nos últimos anos é que os oceanos e mares, porém compreende também a água dos
ambientalistas vêm se preocupando com esse ecossistema, rios, dos lagos e a água subterrânea. No total, a água con-
que sofre vários danos ambientais causados pela plantação tida no planeta abrange um volume de aproximadamente
de soja e cana-de-açúcar e pela pecuária. 1.400.000.000 km³. Já as águas continentais representam
pouco mais de 2% da água do planeta, ficando com um
Pantanal: localizada no Mato Grosso e Mato Grosso do volume em torno de 38.000.000 km³.
Sul, é considerada uma vegetação de transição, isto é, uma A água em estado líquido passa para a atmosfera em
formação vegetal heterogênea composta por diferentes forma de vapor, em um processo chamado de evapotras-
ecossistemas. Em determinadas épocas do ano, algumas piração. As baixas temperaturas da atmosfera fazem esse
porções de área são alagadas pelas cheias dos rios e é so- vapor se condensar, passando para seu estado líquido e,
mente nas estiagens que a vegetação se desenvolve. dessa forma, se precipitar sobre a superfície.
Campos sulinos: também conhecidos como “pampas”
e característicos de clima subtropical, apresentam vegeta-
GEOGRAFIA DO BRASIL

ção rasteira com a predominância de capins e gramíneas.

Mata de Araucária: com a predominância de pinheiros


e localizada no estado do Paraná, é uma vegetação típica
de clima subtropical. Sua cobertura original é quase ine-
xistente em razão da intensa exploração de madeira para
fabricação de móveis.

33
Esquema evapotraspiração

Durante o ano, precipitam cerca de 119 mil km cúbicos sobre os continentes, sendo que apenas 47 mil km cúbicos não
voltam para a atmosfera, permanecendo nos oceanos, circulando como água doce.
Essa diferença entre precipitação e a evaporação é chamada de excedente hídrico e transforma-se em rios, lagos ou
lençóis de água subterrânea. O ciclo da água tem três trajetórias principais: precipitação, evapotranspiração e transporte
de vapor.

Trajetória do ciclo da água


GEOGRAFIA DO BRASIL

Os cursos de água doce, onde civilizações nasceram, desenvolveram e morreram, são vitais para quase todas as ações
humanas. No Brasil, a maior parte da energia elétrica que chega às casas e às indústrias, vem das hidrelétricas.

34
Mar do Negro 413.000 km²
Mar Báltico 420.000 km²
Mar da China Meridional 3.447.000 km³
Mar de Okhotsk 1.580.000 km²
Mar de Bering 2.270.000 km²
Mar da China Oriental 752.000 km²
Mar Amarelo 417.000 km²
Mar do Japão 978.000 km²
Golfo de Bengala 2.172.000
Mar vermelho 440.000

Fotografia aérea de Itaipu - usina hidrelétrica Maiores rios


binacional localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o Amazonas 10.245 km²
Brasil e o Paraguai Nilo 6.671 km²
Rio Yangtzé 5.800 km²
Os rios também são agentes erosivos do relevo, mol- Mississippi-Missouri 5.620 km²
dando-o ao seu bel prazer. Essas correntes líquidas, que re- Obi 5.410 km²
sultam da concentração de água em vales, podem se origi- Rio Amarelo 4.845 km²
nar de várias fontes: fontes subterrâneas (que se formam Rio da Prata 4.700 km²
com a água das chuvas), transbordamento de lagos ou Mekong 4.500 km²
mesmo da fusão de neves e geleiras. Amur 4.416 km²
Rio Lena 4.400 km²
Hidrografia brasileira
O Brasil é um dos países mais ricos do mundo no que Maiores lagos
se refere aos complexos hidrográficos, contando com um Mar Cáspio 371.000 km²
dos mais complexos do planeta. Aqui no país, encontramos Lago Superior 84.131 km²
rios de grande extensão, largura e profundidade, que nas- Vitória 68.100 km²
cem, em sua maioria, em regiões que são pouco elevadas, Huron 61.797 km²
excluindo apenas o Rio Amazonas e alguns afluentes que Michigan 58.016 km²
nascem na cordilheira dos Andes. De toda a água doce que Mar de Aral 41.000 km²
está na superfície do planeta, 8% encontra-se no Brasil e, Tanganica 32.893 km²
além disso, a maior bacia fluvial do mundo também encon- Grande Urso 31.792 km²
tra-se no Brasil, e é a Amazônica. Baikal 31.500 km²
Lago Niassa 30.800 km²
Bacias hidrográficas
Chamamos de bacia hidrográfica uma área onde acon- Usinas hidrelétricas do Brasil
tece a drenagem da água das chuvas para um determinado As hidrelétricas no Brasil correspondem a 90% da ener-
curso de água que, normalmente, é um rio. O terreno em de- gia elétrica produzida no país.
clive faz com que as águas acabem desaguando em um de- A instalação de barragens para a construção de usinas
terminado rio, o que forma uma bacia hidrográfica. Segundo iniciou-se no Brasil a partir do final do século XIX, mas foi
o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, existem após a Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945) que a
nove bacias, que são a Bacia do Amazonas, que é a maior do adoção de hidrelétricas passou a ser relevante na produção
mundo e encontra-se, mais de sua metade, no Brasil; Bacia de energia brasileira.
do Nordeste; Bacia do Tocantins-Araguaia (maior bacia hi- Apesar de o Brasil representar o terceiro maior poten-
drográfica totalmente situada em território brasileiro); Bacia cial hidráulico do mundo (atrás apenas de Rússia e China),
do Paraguai; Bacia do Paraná; Bacia do São Francisco; Bacia o país importa parte da energia hidrelétrica que consome.
do Sudeste-Sul; Bacia do Uruguai; e Bacia do Leste. Isso ocorre em razão de que a maior hidrelétrica das Amé-
ricas e segunda maior do mundo, a Usina de Itaipu, não é
Maiores oceanos e mares do mundo totalmente brasileira.
Oceano Pacífico 179.700.000 km² Por se localizar na divisa do Brasil com o Paraguai, 50%
Oceano Atlântico 106.100.000 km² da produção da usina pertence ao país vizinho que, na in-
GEOGRAFIA DO BRASIL

Oceano Índico 73.556.000 km² capacidade de consumir esse montante, vende o excedente
Mar Glacial Ártico 14.090.000 km² para o Brasil. O Brasil também consome energia produzida
Mar do Caribe 2.754.000 km² pelas hidrelétricas argentinas de Garabi e Yaceritá.
Mar Mediterrâneo 2.505.000 km² A produção de energia elétrica no Brasil é realizada
Mar da Noruega 1.547.000 km² através de dois grandes sistemas estruturais integrados: o
Golfo do México 1.544.000 km² sistema Sul-Sudeste-Centro-Oeste e o sistema Norte-Nor-
Baía de Hudson 1.230.000 km² deste, que correspondem, respectivamente, por 70% e 25%
Mar do Norte 580.000 km² da produção de energia hidrelétrica no Brasil.

35
Principais usinas hidrelétricas do Brasil Usina Hidrelétrica de Tucuruí

Usina Hidrelétrica de Itaipu

Estado: Paraná | Rio: Paraná | Capacidade: 14.000 MW

Estado: Pará | Rio: Tocantins | Capacidade: 8.370 MW

Usina Hidrelétrica de Santo Antônio

Usina Hidrelétrica de Belo Monte Estado: Rondônia | Rio: Madeira | Capacidade: 3.300 MW

Estado: Pará | Rio: Xingú | Capacidade: 11.233 MW

Usina Hidrelétrica São Luíz do Tapajós Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira

Estado: Pará | Rio: Tapajós | Capacidade: 8.381 MW Estado: São Paulo | Rio: Paraná | Capacidade: 3.444 MW
GEOGRAFIA DO BRASIL

36
Usina Hidrelétrica de Jirau Usina Hidrelétrica Jatobá

Estado: Rondônia | Rio: Madeira | Capacidade: 3.300 MW Estado: Pará | Rio: Tapajós | Capacidade: 2.338 MW

Usina Hidrelétrica de Xingó


Fenômenos naturais
Estados: Alagoas e Sergipe | Rio: São Francisco Os fenômenos naturais são acontecimentos não artifi-
Capacidade: 3.162 MW ciais, ou seja, que ocorrem sem a intervenção humana.
Na linguagem popular, entretanto, dado o sentido co-
mum do termo “fenômeno”, esta expressão refere-se, em
geral, aos fenômenos naturais perigosos, também desig-
nados como “desastres naturais”.

#FicaDica
Os fenômenos naturais são regidos pela intera-
ção dos elementos físicos da Terra: Água, mas-
sa continental e massas de ar.

Fenômenos naturais
Os fenômenos naturais são acontecimentos não artifi-
ciais, ou seja, que ocorrem sem a intervenção humana.
Na linguagem popular, entretanto, dado o sentido co-
Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso mum do termo “fenômeno”, esta expressão refere-se, em
geral, aos fenômenos naturais perigosos, também desig-
Estado: Bahia | Rio: São Francisco | Capacidade: 2.462 MW nados como “desastres naturais”.
A seguir, alguns dos mais interessantes fenômenos na-
turais.

GEOGRAFIA DO BRASIL

Deriva continental

37
Cachoeiras de sangue dos vales secos de McMurdo Aurora boreal e austral

Sol da meia-noite e noite polar Vulcões submarinos e aberturas vulcânicas

Ijen - vulcão com chamas azuis Furacão - ciclone tropical

Lua vermelha Raios, relâmpagos e trovões


GEOGRAFIA DO BRASIL

Tsunamis
Kilauea - vulcão mais ativo do mundo

38
Continentes
Os continentes são porções de terras emersas cerca-
das de água por todos os lados e que, diferentemente das
ilhas, possuem uma ampla extensão territorial. Por conven-
ção geográfica, costuma-se dizer que um continente é todo
conjunto de terras cuja área é maior que a da Austrália, o
menor dos países com dimensões continentais. Os conti-
nentes também podem ser considerados como um agru-
pamento mais ou menos coeso de diversas terras, incluindo
arquipélagos próximos entre si, como é o caso da Oceania.
Terremotos As variações na conceituação de continente também
interferem em seu número na Terra. Em algumas definições,
só se pode considerar como continente uma área que apre-
sente ambientes propícios para a habitação humana; em
outras abordagens, esse critério não é colocado. Por isso,
alguns autores afirmam que a Antártida não pode ser con-
siderada como um dos continentes da Terra, enquanto, para
outros autores, sim.
Em uma definição mais prática e usual, podemos consi-
derar os continentes como uma divisão das diferentes áreas
da superfície terrestre. Eles seriam, portanto, uma forma de
Nevascas regionalização do nosso planeta. Nesse sentido, áreas con-
tínuas que, em tese, deveriam formar um único continente
(Europa + Ásia = Eurásia) formam dois por divisões pura-
mente políticas. Por essa razão, os continentes da Terra são:
América, Europa, Ásia, África, Oceania e Antártida.
E o Ártico (Polo Norte), não pode ser considerado um
continente?
O Ártico não é formado por um conjunto de terras, mas
apenas por gelo, diferentemente da Antártida, que é forma-
da por uma superfície terrestre recoberta por gelo.
O maior continente da Terra é a Ásia, que possui uma
Avalanche extensão territorial de 44,5 milhões de km², o equivalente a
um terço de todas as terras emersas. A Ásia também detém
a maior quantidade de habitantes e, ao mesmo tempo, as
maiores densidades demográficas, com os chamados “for-
migueiros humanos em algumas áreas da China, da Índia,
do Paquistão e da Indochina. Essas localidades e suas re-
giões adjacentes abrigam mais pessoas do que todo o res-
tante do planeta.
Se considerarmos a extensão norte-sul, o destaque irá
para o continente americano, que ocupa uma área que vai
Tempestade de areia desde o ponto extremo da Groenlândia, a cerca de 83ºN de
latitude, até o sul do território do Chile, a cerca de 56ºS de
latitude.
O menor dos continentes da Terra é a Oceania – que
também é chamada de continente australiano pelo fato
de a Austrália ser o único país desse continente que não é
considerado ilha. Sua extensão é de, aproximadamente, 8,5
milhões de km². O segundo menor é a Europa, com pouco
mais de 10 milhões de km². Se considerarmos o território
GEOGRAFIA DO BRASIL

europeu sem a porção pertencente à Rússia, a extensão


desse continente ficaria menor do que a do território bra-
Erupções vulcânicas sileiro.
A Rússia é, portanto, um país que se encontra em dois
continentes (Ásia e Europa) da mesma forma que a Turquia
(também Ásia e Europa) e o Egito (África e Ásia). Isso sem
contar aqueles países que possuem algumas dominações
ou protetorados em outras regiões distantes, a exemplo

39
dos Estados Unidos (Samoa Americana e várias outras O Brasil está localizado a oeste do meridiano de Green-
ilhas), o Reino Unido (Ilhas Malvinas, Ilhas Cayman, Bermu- wich, portanto ele integra o Hemisfério Ocidental. O país
das e muitos outras localidades), a França (Guiana France- é “cortado” pela linha do Equador, fazendo com que 7%
sa) e a Holanda (Suriname), entre outros. de sua área pertença ao Hemisfério Setentrional (Norte) e
Existe também uma cidade bicontinental: Istambul, a ci- 93%, ao Hemisfério Meridional (Sul).
dade mais importante da Turquia e que é dividida ao meio As Regiões do Brasil são as grandes divisões do terri-
pelo Estreito de Bósforo, o mesmo canal que divide a Ásia da tório do país. Elas reúnem as características físicas ou na-
Europa, os dois continentes aos quais pertence essa cidade. turais, do relevo, do clima, da vegetação, da hidrografia,
como também das atividades econômicas.
A seguir, alguns dados dos continentes da Terra: Considerando que o território brasileiro possui dimen-
sões continentais, com 8.515.767,049 km², o IBGE (Instituto
Ásia Brasileiro de Geografia e Estatística), dividiu o país em cinco
Área: 44.579.000 km² grandes regiões:
População: 4,5 bilhões de habitantes • Região Nordeste
Número de países: 50 • Região Norte
Oceanos circundantes: Glacial Ártico ao norte, Pacífico a • Região Centro-Oeste
leste e Índico ao sul. • Região Sudeste
• Região Sul
América
Área: 42.549.000 km²
População: 953,7 milhões de habitantes
Número de países: 35
Oceanos circundantes: Pacífico a oeste, Atlântico a leste,
Glacial Ártico ao norte e Glacial Antártico ao sul.

África
Área: 30.221.000 km²
População: 1,2 bilhão de habitantes
Número de países: 55
Oceanos circundantes: Atlântico a oeste, Índico a leste e
Glacial Antártico ao sul

Europa
Área: 10.180.000 km²
População: 742,5 milhões de habitantes
Número de países: 49
Oceanos circundantes: Atlântico a oeste e Glacial Ártico Região Nordeste
ao norte A Região Nordeste ocupa uma área de 1.554.291.607
km2 sendo a região brasileira que possui a maior costa li-
Oceania torânea do país.
Área: 8.526.000 km² Essa região é formada por 9 Estados:
População: 37,1 milhões de habitantes • Maranhão (MA): capital São Luís
Número de países: 14 • Piauí (PI): capital Teresina
Oceanos circundantes: Pacífico a leste e a norte, Índico a • Ceará (CE): capital Fortaleza
oeste e Glacial Antártico ao sul. • Rio Grande do Norte (RN): capital Natal
• Paraíba (PB): capital João Pessoa
Antártida • Pernambuco (PE): capital Recife
Área: 14.000.000 km² • Alagoas (AL): capital Maceió
População: - • Sergipe (SE): capital Aracaju
Número de países: Atualmente, 26 países possuem terri- • Bahia (BA): capital Salvador
tórios nesse continente Faz parte ainda dessa região, a Ilha de Fernando de No-
Oceanos circundantes: Glacial Antártico ronha, que pertence ao estado de Pernambuco. Curioso
GEOGRAFIA DO BRASIL

notar que a capital do Piauí, a cidade de Teresina, é a única


BRASIL: Regiões capital que não está situada no litoral.
Localizado no continente americano, no subcontinente
da América do Sul, o Brasil é o quinto maior país do mundo Região Norte
em extensão territorial, com uma área de 8.514.876 quilô- A Região Norte ocupa uma área de 3.853.676.948 km2
metros quadrados. Seu território, que ocupa cerca de 48% sendo a maior das regiões brasileiras fazendo fronteira
da América do Sul, possui fronteiras com todos os países com a Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname
dessa região, com exceção do Chile e Equador. e a Guiana Francesa.

40
Essa região é formada por 7 Estados: Assinale a alternativa que apresenta a sequência corre-
• Amazonas (AM): capital Manaus ta, de cima para baixo.
• Pará (PA): capital Belém
• Acre (AC): capital Rio Branco a) F – V – V – V.
• Rondônia (RO): capital Porto Velho b) V – F – F – V.
• Tocantins (TO): capital Palmas c) V – F – F – F.
• Amapá (AP): capital Macapá d) F – V – F – F.
• Roraima (RR): capital Boa Vista e) F – F – V – V.

Região Centro-Oeste Questão fácil de responder considerando que os três esta-


A Região Cento Oeste é a única região brasilei- dos da água são gasoso, liquido e sólido e, que, é inegável
ra que não é banhada pelo mar. Ela ocupa uma área de a influência das ações humanas no ciclo hidrológico.
1.606.399.509 km2, Diante disso a única alternativa que aceita essa sequencia
Faz fronteira com a Bolívia e o Paraguai e sua localiza- é a B.
ção permite ligação de fronteira com todas as outras re- Resposta: “B”
giões brasileiras.
Essa região é formada por 3 Estados e o Distrito Fe- 02. (Fonte: www.exercicios.brasilescola.uol.com.br) “No
deral: começo da história do homem, a configuração territo-
• Mato Grosso (MT): capital Cuiabá rial é simplesmente o conjunto dos complexos naturais.
• Goiás (GO): capital Goiana À medida que a história vai fazendo-se, a configura-
• Mato Grosso do Sul (MS): capital Campo Grande ção territorial é dada pelas obras dos homens: estradas,
• Distrito Federal (DF): capital Brasília plantações, casas, depósitos, portos, fábricas, cidades
etc; verdadeiras próteses. Cria-se uma configuração
Região Sudeste territorial que é cada vez mais o resultado de uma pro-
dução histórica e tende a uma negação da natureza
A Região Sudeste ocupa uma área de 924.620.678 km2
natural, substituindo-a por uma natureza inteiramente
sendo a segunda menor região brasileira em extensão ter-
humanizada”.
ritorial e a mais desenvolvida economicamente.
(SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica e Tem-
Além disso, é considerada a mais populosa das regiões
po; Razão e Emoção. 4ª ed. São Paulo: EdUSP, 2006. p.39.)
abrigando 44% da população brasileira.
Sobre a produção e transformação do espaço, assinale
Essa região é formada por 4 Estados:
a alternativa correta:
• Minas Gerais (MG): capital Belo Horizonte
• Espírito Santo (ES): capital Vitória
a) O espaço das sociedades é construído a partir de ele-
• São Paulo (SP): capital São Paulo mentos da natureza em sua forma pura.
• Rio de Janeiro (RJ): capital Rio de Janeiro b) Os diferentes lugares e regiões no mundo capitalista não
se diferem muito uns dos outros, pois a produção do
Região Sul espaço é relativamente homogênea e igualitária.
A Região Sul ocupa uma área de 576.744.310 km2 sen- c) Podemos dizer que “produção do espaço” significa a
do considerada a menor região brasileira. Essa região faz construção pelo homem de seu próprio ambiente.
fronteira com o Uruguai, Argentina e Paraguai e é formada d) As técnicas de produção pouco interferem na formação
por 3 Estados: do espaço das sociedades.
• Paraná (PR): capital Curitiba e) O espaço geográfico social, atualmente, resume-se à
• Santa Catarina (SC): capital Florianópolis construção das cidades e moradias.
• Rio Grande do Sul (RS): capital Porto Alegre
Em “a”, Errado - é construído por elementos da natureza
que, em maior parte, são organizados a partir da trans-
formação destes em mercadorias e objetos técnicos.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Em “b”, Errado - a produção do espaço não pode ser con-
siderada homogênea e igualitária, visto que ela se mani-
01. (NC/UFPR – 2015 - ITAIPU BINACIONAL) Sobre o festa com diferenças no tempo, nas condições sociais e no
ciclo hidrológico, identifique como verdadeiras (V) ou desenvolvimento técnico.
GEOGRAFIA DO BRASIL

falsas (F) as seguintes afirmativas: Em “d”, Errado - o uso das técnicas é um dos elementos
( ) O ciclo hidrológico é impulsionado pela energia solar. primordiais na constituição do espaço geográfico.
( ) O ciclo hidrológico é fechado na escala da bacia hidro- Em “e”, Errado - o espaço geográfico vai além do meio
gráfica. urbano, estendendo-se também para o meio rural, onde
( ) As ações humanas não interferem no ciclo hidrológico. também se constituem formas e ações sociais.
( ) A água pode se encontrar nos três estados físico no ciclo Resposta: “C”
hidrológico: gasoso, sólido e líquido.

41
03. (Fonte: www.exercicios.brasilescola.uol.com.br) Assi- 05. (Prefeitura de Betim/MG – 2015 - Prefeitura de Be-
nale, entre as alternativas abaixo, aquela que não re- tim/MG) Assinale a alternativa que NÃO apresenta um
presenta um elemento constitutivo ou participativo da rio da região Amazônica:
produção do espaço econômico:
a) Rio Negro.
a) Urbanização b) Rio Xingu.
b) Industrialização c) Rio Paraopeba.
c) Mecanização do campo d) Rio Solimões.
d) Extrativismo mineral e vegetal O Rio Paraopeba fica em MG.
e) Delimitação de Unidades de Conservação. Resposta: “C”

A construção do espaço econômico envolve todo e 06. (CURSIVA/2015 – CIS/AMOSC/SC) Marque a opção
qualquer processo de transformação da natureza pe- que completa a lacuna.
las atividades humanas, no sentido de atender aos seus _____________________ também conhecido por diastrofis-
interesses para a constituição de suas sociedades. Essa mo, consiste em movimentos decorrentes de pressões
dinâmica envolve elementos como a urbanização, a vindas do interior da Terra, agindo na crosta terrestre.
transformação do meio rural, a propalação de indústrias Quando as pressões são verticais, os blocos continen-
e a extração de elementos naturais. Dessa forma, apenas tais sofrem levantamentos, abaixamentos ou sofrem
aqueles espaços conservados e não afetados diretamen- fraturas ou falhas.
te pela ação antrópica não se constituem como instân-
cias participativas dessa categoria. a) O vulcanismo;
Resposta: “E” b) O tectonismo;
c) O intemperismo;
04. (UEMG - www.exercicios.brasilescola.uol.com.br) A ex- d) O abalo císmico.
pansão, em escala planetária, das atividades das mul-
tinacionais fez crescer entre essas empresas a disputa Em “a”, Errado - a atividade por meio da qual o material
por partes cada vez maiores de um mercado consumi- magnético é expulso do interior da Terra para a superfí-
dor atualmente integrado pelo processo de globaliza- cie.. Vulcanismo e sismologia são áreas do conhecimento
ção. Assinale, a seguir, a alternativa em que NÃO foram intimamente relacionadas com a tectônica.
apresentados elementos característicos das empresas Em “c”, Errado - processo que altera física e quimicamente
multinacionais. as rochas e seus minerais, tendo principais fatores o clima
e o relevo. O intemperismo também é conhecido como
a) Diminuição do tamanho das unidades de produção, com meteorização.
o uso de alta tecnologia. Em “d”, Errado - Abalo sísmico ou terremoto é um tremor
b) Otimização dos processos de produção, diminuindo, por da superfície terrestre produzido por forças naturais si-
exemplo, os desperdícios com matérias-primas. tuadas no interior da crosta terrestre e a profundidades
c) Aumento dos investimentos em marketing e propagan- variáveis.
da, divulgando informações a respeito de serviços e pro- Resposta: “B”
dutos.
d) Concentração do processo produtivo e comercial em um
único país.

As empresas multinacionais caracterizam-se por serem,


em geral, altamente tecnológicas, combinando uma série
de ações e técnicas para diminuir quantitativamente as
unidades de produção e o uso de matérias-primas e ele-
var qualitativamente a otimização do processo produtivo.
Além disso, essas empresas descentralizam-se por várias
partes do globo e organizam, por essa razão, grandes in-
vestimentos publicitários para alcançar o maior mercado
consumidor possível.
GEOGRAFIA DO BRASIL

Resposta: “D”

42
07. (IBFC/2017 – EBSERH) Leia a afirmação a seguir e
assinale a alternativa que preenche corretamente a la-
cuna. ___________________ é a época do ano em que a traje- HORA DE PRATICAR!
tória aparente do sol corresponde ao percurso extremo
solar. 01. (CESPE/2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA/PE) No que se
refere ao objeto de estudo da hidrologia, assinale a op-
a) Equinócio ção correta.
b) Translação
c) Rotação a) A vazão dos canais e o nível dos reservatórios são avalia-
d) Solstício dos pelo escoamento do lençol freático.
e) Radiação b) Nos estudos de interceptação natural, avalia-se o escoa-
mento que ocorre de forma espontânea sobre a superfí-
Em “a”, Errado - momento exato que marca o início da cie de uma bacia hidrográfica.
Primavera ou do Outono, em que o sol incide com maior c) A geomorfologia é a área da hidrologia que está relacio-
intensidade sobre as regiões que estão localizadas próxi- nada à análise das características da qualidade da água.
mo à linha do Equador. d) A hidrometeorologia corresponde ao estudo das carac-
Em “b”, Errado - movimento que a Terra executa em torno terísticas da água na atmosfera.
do Sol de forma elíptica. e) Os estudos de escoamento superficial são relativos à ob-
Em “c”, Errado - movimento realizado pelo planeta Terra servação qualitativa da vazão dos cursos de água.
em torno do próprio eixo no sentido de oeste para leste.
Em “e”, Errado - significa a propagação de energia de um 02. (IDECAN/2016 – SEARH/RN) Por sua dimensão
ponto a outro no espaço ou em um meio material, com continental, todas as massas de ar responsáveis pelas
uma certa velocidade. condições climáticas na América do Sul atuam no Brasil
Resposta: “D” direta ou indiretamente. A relação correta entre a mas-
sa de ar e as suas respectivas características pode ser
encontrada em:
08. (Fonte: www.exercicios.brasilescola.uol.com.br) A es-
pacialização da produção industrial global configura-se
a) Tropical Atlântica (mTa) – fria e seca.
sobre uma lógica em que:
b) Polar Atlântica (mPa) – quente e seca.
a) os países subdesenvolvidos e emergentes fornecem
c) Equatorial Continental (mEc) – fria e seca.
matérias-primas e produtos industriais, enquanto as eco-
d) Equatorial Atlântica (mEa) – quente e úmida.
nomias desenvolvidas especializam-se em mercadorias e
produções altamente tecnológicas.
03. (CESPE/2015 – CESPE) Os processos erosivos que
b) os países centrais abandonam completamente a fabrica-
ção de produtos secundários, destinando os seus esforços ocorrem na superfície da Terra envolvem transporte e
apenas ao setor terciário. sedimentação de materiais. Acerca desse assunto, jul-
c) a expressão do capitalismo comercial organiza as ações gue o item a seguir.
produtivas para os campos dominantes da economia glo- Estratificações cruzadas são encontradas tipicamente em
bal. depósitos sedimentares eólicos ou fluviais.
d) a industrialização manifesta-se apenas em zonas econo-
micamente estáveis, sendo um indicativo do avanço tecno- ( ) Certo ( ) Errado
lógico regional ou nacional.
04. (CESPE/2015 – MEC) Acerca da energia eólica, que é
A produção em escala mundial tem sua organização ba- a denominação da energia cinética contida nas massas
seada na Divisão Internacional do Trabalho (DIT), em que de ar em movimento, julgue o item subsequente.
os países centrais produzem mercadorias industriais e O aproveitamento da energia eólica ocorre por meio da
dominam tecnologias de ponta, enquanto os países pe- conversão da energia cinética de translação em energia
riféricos fornecem, em geral, matérias-primas e produtos cinética de rotação, com o emprego de turbinas eólicas.
industriais com baixo valor tecnológico.
Resposta: “A” ( ) Certo ( ) Errado

Fonte e/ou texto adaptado de: www.geografia.seed.


GEOGRAFIA DO BRASIL

pr.gov.br/www.brasilescola.com/geografia/www.todoestudo.
com.br/www.sogeografia.com.br/www.geografiaparatodos.
com.br/www.educacao.uol.com.br/www.estudopratico.com.
br/www.brasilescola.uol.com.br/www.obshistoricogeo.blogs-
pot.com/www.infoescola.com/www.mundoeducacao.bol.uol.
com.br/Eduardo de Freitas/Karen Degli Exposti/ Régis Rodri-
gues/Rodolfo Alves Pena/ Wagner de Cerqueira e Francisco/
Michelle Nogueira

43
05. (CESGRANRIO/2016 – IBGE)

Disponível em:<http://blog.arletemeneguette.zip.net/images/pictoricos.JPG>. Acesso em: 30 maio 2016.


Na representação cartográfica, símbolos como os apresentados acima são adequados para a composição da

a) escala numérica
b) legenda
c) escala gráfica
d) projeção
e) orientação

06. (IBF/2017 – IFB) Há diversas formações vegetais em nosso planeta, as quais apresentam características, desde
formações florestais muito densas, como outras de menor densidade e diversidade de espécies. Este tipo é bastante
usado como pastagem, apresentando um solo muito fértil. Este tipo de formação vegetal é:

a) Estepes
b) Savana
c) Mediterrânea
d) Floresta boreal
e) Pradarias

07. (IFB/2017 – IFB) Nas últimas décadas, as questões ambientais vêm ganhando peso nas preocupações mundiais. As
relações entre o modelo de desenvolvimento econômico e o meio ambiente vêm sendo profundamente questionadas.
Julgue abaixo os questionamentos a este respeito, assinalando (V) para os VERDADEIROS e (F) para os FALSOS.
( ) As ideias associadas ao modelo de desenvolvimento econômico hegemônico são a da modernização e progresso, que
creem e professam um caminho evolutivo a seguir, tendo como referencial de sociedade “desenvolvida” aquela que está no
centro do sistema capitalista.
( ) Os diferentes espaços urbano e rural direcionam-se para a formação das sociedades modernas, mercadologizadas tanto
em escala regional, quanto em escalas nacional e global, impulsionados por um modelo desenvolvimentista, com caracte-
rísticas inerentes de preservação ambiental.
( ) O modelo de desenvolvimento econômico hegemônico prima pelos interesses privados (econômicos) frente aos bens
coletivos (meio ambiente).
( ) A ideia de desenvolvimento econômico hegemônico consubstancia-se em uma visão antropocêntrica de mundo, gera-
dor de fortes impactos socioambientais.
( ) A crítica mais comum à sociedade de consumo, representante e representada pelo modelo de desenvolvimento hege-
mônico, é que essa sociedade está imersa em um processo de massificação cultural.

A sequência dos questionamentos é:


a) F, F, V, V, F
b) V, F, F, V, F
c) V, V, F, F, V
GEOGRAFIA DO BRASIL

d) V, F, V, V, V
e) F, V, F, V, V

08. (CESPE/2015 – MPOG) A respeito de tempo e clima, julgue os itens a seguir.


A afirmação “o aquecimento global deverá elevar a temperatura média da superfície da Terra em até cinco graus Celsius nos
próximos anos” está relacionada ao conceito de clima.

( ) Certo ( ) Errado

44
ANOTAÇÕES
GABARITO

___________________________________________________
01 E
02 D ___________________________________________________
03 CERTO ___________________________________________________
04 CERTO
___________________________________________________
05 B
06 E ___________________________________________________
07 D ___________________________________________________
08 CERTO
___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

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45
ANOTAÇÕES

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46
ÍNDICE

INGLÊS

Competências e Habilidades: Compreender a utilização de mecanismos de coesão e coerência na produção escrita; Compreender
de que forma determinada expressão pode ser interpretada em razão de aspectos sociais e/ou culturais; Analisar os recursos
expressivos da linguagem verbal, relacionando textos e contextos mediante a natureza, função, organização, estrutura, de
acordo com as condições de produção.........................................................................................................................................................................01
Conteúdos linguístico-textuais: Denotação e Conotação; Sinonímia e Antonímia; Correlação morfológica, sintática e/ou
semântica; Pronomes e suas referências; Artigos (definidos e indefinidos); Singular e Plural; Verbos no Presente, para expressar
hábitos e rotinas, em suas formas afirmativa, interrogativa ou negativa; Verbos no Presente Contínuo, para expressar atividades
momentâneas e futuro, em suas formas afirmativa, interrogativa ou negativa; Comparativo e Superlativo; Adjetivos e Advérbios
e suas posições nas frases; Quantificadores (many, much, few, little, a lot of). .............................................................................................05
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES: COMPREENDER A UTILIZAÇÃO DE MECANISMOS DE COESÃO E
COERÊNCIA NA PRODUÇÃO ESCRITA; COMPREENDER DE QUE FORMA DETERMINADA EXPRESSÃO
PODE SER INTERPRETADA EM RAZÃO DE ASPECTOS SOCIAIS E/OU CULTURAIS; ANALISAR OS
RECURSOS EXPRESSIVOS DA LINGUAGEM VERBAL, RELACIONANDO TEXTOS E CONTEXTOS
MEDIANTE A NATUREZA, FUNÇÃO, ORGANIZAÇÃO, ESTRUTURA, DE ACORDO COM AS CONDIÇÕES
DE PRODUÇÃO.

No Brasil, de um modo geral, o inglês instrumental é uma das abordagens do ensino do Inglês que centraliza a língua
técnica e científica focalizando o emprego de estratégias específicas voltadas à leitura. Seu foco é desenvolver a capacidade
de compreensão de textos de diversas áreas do conhecimento. O estudo da gramática restringe-se a um mínimo necessário
normalmente associado a um texto atual ou similar que foi veiculado em periódicos. O conhecimento de uma boa quan-
tidade de palavras também faz parte das técnicas que serão relacionadas abaixo. Dependendo do objetivo de sua leitura,
você terá que saber utilizar algum dos três níveis diferentes de compreensão:
1. Compreensão Geral: obtida através de uma leitura rápida, “uma passada de olho rápida no texto”, para captarmos
as informações gerais acerca dele, ou seja, aquilo que é de maior importância, seu tema geral, seu assunto principal.
2. Compreensão de Pontos Principais: exige que tenhamos maior atenção na busca das informações principais es-
palhadas pelo texto, observando cada parágrafo distintamente para identificar dados específicos que o autor quis
destacar.
3. Compreensão Detalhada: requer um nível de leitura mais aprofundado que nos níveis anteriores. Exige a compre-
ensão de detalhes do texto, minúcias, palavra por palavra, e demanda, assim, mais tempo e atenção do leitor. Para
tanto, em alguns casos, será preciso reler várias vezes o texto. Para obter um bom nível de acerto durante os níveis
de compreensão, temos que pôr em prática algumas técnicas.

TÉCNICAS DE AUXÍLIO À LEITURA INSTRUMENTAL

1. Background knowledge (conhecimento prévio)


Para que um leitor consiga identificar e entender certas informações em qualquer tipo de texto, torna-se extremamente
importante que ele possua algum conhecimento prévio sobre seu assunto. Podemos comparar esta situação com a de
um estudante tentando fazer uma prova de redação. Se ele nunca tiver lido, discutido, estudado ou ouvido falar do tema
daquela redação, como poderá dissertar? Suas ideias podem até ir para o papel, mas correrá um grande risco de não ter o
vocabulário necessário, consistência, profundidade, argumentos, conhecimento de causa, exemplos a citar, etc. sua reda-
ção será pobre. Da mesma maneira, se o leitor de um texto técnico em língua inglesa não tiver conhecimento de mundo,
vivência, experiências variadas de vida, conhecimento prévio sobre o assunto, seu nível de compreensão será mais superfi-
cial. Por isso, o ponto de partida para uma leitura eficiente está sempre em você. Mas também não adianta buscar apenas
informação de coisas que te atraem, coisas que você gosta de saber. É preciso ampliar sua visão de mundo. Leia jornais,
revistas, sites da internet, pesquise coisas curiosas, assista a programas de TV jornalísticos, de variedades, de humor, de
esportes, de ciência, de religião, de saúde, de entretenimento, converse com pessoas de opiniões, idades e classes sociais
diferentes da sua, dê valor a todos os assuntos porque você nunca sabe qual tema será abordado num texto de uma prova.
Esteja preparado para todos eles. Desta forma podemos agilizar sua compreensão acerca de um texto, você terá mais prazer
ao ler, pois compreenderá os mais variados textos; verá que é capaz de adquirir conhecimento em uma língua estrangeira,
além de alcançar melhor desempenho em provas como o Enem.

2. Skimming (ler ou examinar superficialmente; retirar aquilo de maior peso ou importância)


É uma técnica que permite rapidez e eficiência na busca de algum direcionamento inicial acerca do texto. Realizar o
skimming significa ler rapidamente o texto para saber o assunto principal trabalhado pelo autor. Esta atividade de leitura
nos proporciona um nível de compreensão geral, visando nos dar uma visão global, aberta e ampla do texto. Ao realizarmos
o skimming, não podemos nos deter em detalhes como palavras novas nem palavras das quais nos esquecemos. Estamos
em busca do assunto principal e do sentido geral do texto.

3. Prediction (previsão)
Com esta estratégia o leitor lança mão do seu próprio conhecimento, através das experiências de vida que possui, e
da informação linguística e contextual. Após realizar o skimming, o leitor precisa concentrar-se para tentar ativar as infor-
INGLÊS

mações que já possui sobre o tema e prever que tipos de palavras, frases ou argumentos podem estar presentes naquele
texto. É um momento de reflexão. É a hora de buscar na memória tudo o que foi lido, estudado, discutido, e visto na

1
mídia a respeito daquele tema. Além do mais, esta é uma de afixos, de singular e plural, conhecimento sobre a es-
estratégia de leitura que também permite ao leitor prever trutura de textos, etc. Tudo isso em conjunto pode ajudar
o que vem a seguir em um texto. Trata-se do desenvol- numa aproximação do sentido real daquele termo que não
vimento sequenciado do pensamento. Isso só é possível sabemos.
porque quem escreve, o faz de maneira organizada, por- Normalmente o enunciado proposto definirá se o estu-
que as pessoas pensam de maneira semelhante e porque dante terá que deduzir certa informação a partir do tema
alguns tipos de textos possuem estruturas previsíveis le- sugerido ou, então, obter algum tipo de informação direta-
vando-nos a atingir certas formas de compreensão. Quan- mente no texto proposto.
to mais experiente for o leitor, maior será sua capacidade É preciso lembrar que estas estratégias serão mais ou
de prever. Nesta etapa, passamos a associar o assunto do menos eficazes dependendo do tamanho do vocabulário
texto com as dicas tipográficas usadas pelo autor para que você possui e também do seu nível de conhecimento
transmitir significados. Grife palavras cognatas, as palavras gramatical.
já conhecidas pelo leitor e as repetidas. Grifar todas estas Como posso ler textos em línguas estrangeiras?
- Preste atenção nos títulos e subtítulos;
palavras em um texto é um recurso psicológico e técnico
- Observe imagens, figuras, layout do texto, cores, en-
que visa mostrar e provar visualmente para o leitor que ele
fim, qualquer mensagem não verbal.
tem conhecimento de muitas das palavras daquele texto e
- Procure identificar o tipo e o tema do texto;
de que, assim, ele é capaz de fazer uso dessas informações
- Oriente-se pelo que você entende;
para responder às questões propostas. Trata-se de um re- - Pense sempre nas intenções de quem escreve e para
curso que usamos para dar mais relevância e importância quem o texto foi escrito;
às palavras que já sabemos em um texto, pois é nelas que - Quando necessário, consulte um dicionário para resol-
nos apoiaremos para resolver exercícios e para entender ver suas dúvidas;
os textos. É muito mais inteligente voltar nosso foco para - Evite traduzir o texto na íntegra;
as palavras que têm algum significado para nós do que - Não se prenda às palavras que você desconhece;
destacar aquelas que não conhecemos. Além disso, ao gri- - Foque nas palavras similares que lhe confirmarão se
far, você acaba relendo as informações de uma maneira sua leitura está indo na direção correta;
mais lenta, o que faz com que perceba certos detalhes que - Faça inferências;
não havia percebido antes. É uma forma de quantificar em - Use seus conhecimentos de Língua Portuguesa e de
porcentagem aproximada o quanto se sabe daquele texto. outras línguas na hora da leitura.

4. Scanning (ler rapidamente)


Esta técnica de leitura visa dar agilidade na busca por
informações específicas. Muitas vezes, após ler um texto, FIQUE ATENTO!
nós queremos reencontrar alguma frase ou alguma palavra Aproveite a praticidade da Internet para
já lida anteriormente. Para efetuar esta busca não precisa- manter contato com a língua inglesa. Há
mos ler o texto inteiro de novo, podemos simplesmente ir muitas redes sociais, aplicativos, é páginas web
direto ao ponto aonde podemos encontrar tal informação. onde é possível obter vocabulário, informação
Isso é o scanning, significa encontrar respostas de uma for- e leituras sobre os temas propostos no Enem
ma rápida e direta sem perder tempo relendo o texto todo. (performance corporal e identidades juvenis,
Esta técnica em geral deve ser aplicada após uma ou mais esportes, danças, lutas, jogos, artes visuais,
leituras completas do texto em questão. Se desejar, o estu- músicas, danças, etc.). Entre outras atividades,
leia jornais, revistas, assista a filmes e escute
dante pode ler o que os exercícios pedirão antes de fazer
podcasts.
o scanning, pois assim ele irá selecionar mais facilmente o
que for mais importante para responder àquelas questões
direcionando-se melhor.
REFERÊNCIAS DE SITE
5. Lexical Inference (inferência lexical) Aplicativo: https://pt.duolingo.com/
Inferir significa deduzir. Às vezes será preciso deduzir Aplicativo: https://www.memrise.com/pt-br/
o sentido de um termo, decifrando o que ele quer dizer. Página de Internet: http://isf.mec.gov.br/
Mas isso não pode ser feito de qualquer maneira. Para
inferirmos bem, é necessário entender o significado da-
quela palavra desconhecida através do contexto no qual
ela está inserida, observando as palavras vizinhas, as frases
anteriores e posteriores, o parágrafo onde ela está, as no-
ções gerais que temos do texto, etc. Precisamos observar
INGLÊS

o meio no qual a palavra está posta. Neste caso teremos


de nos fazer valer de nossos conhecimentos de classes gra-
maticais (substantivos, adjetivos, preposições, verbo, etc.),

2
EXERCÍCIO COMENTADO

1. (ENEM 1ª APLICAÇÃO - 2016)

Disponível em: <www.ct.gov.> Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

Orientações à população são encontradas também em Sites oficiais. Ao clicar no endereço eletrônico mencionado no car-
taz disponível na internet, o leitor tem acesso aos (às)

a) ações do governo local referentes a calamidades.


b) relatos de sobreviventes em tragédias marcantes.
c) tipos de desastres naturais possíveis de acontecer.
d) informações sobre acidentes ocorridos em Connecticut.
e) medidas de emergência a serem tomadas em catástrofes.

Resposta: Letra E. A imagem fornecida de um livro, cujo título é Connecticut Guide to Emergency não nos deixam dúvidas de
que o endereço eletrônico mencionado no mesmo cartaz tratará de medidas de emergência em catástrofes.

2. (UNESP – VESTIBULAR PRIMEIRO SEMESTRE – VUNESP - 2018)

Entre 11 de fevereiro e 03 de junho de 2018, o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) abrigou a primeira expo-
sição nos Estados Unidos dedicada à pintora brasileira Tarsila do Amaral. Leia a apresentação de uma das pinturas expostas
para responder a seguinte questão:
The painting Sleep (1928) is a dreamlike representation of tropical landscape, with this major motif of her repetitive figure
that disappears in the background.
This painting is an example of Tarsila’s venture into surrealism. Elements such as repetition, random association, and
dreamlike figures are typical of surrealism that we can see as main elements of this composition. She was never a truly surrea-
list painter, but she was totally aware of surrealism’s legacy.
(www.moma.org. Adaptado.)
INGLÊS

3
A apresentação refere-se à pintura: d)

a)

e)
b)

c) Resposta: Letra E. Esta questão de vestibular foi intro-


duzida por um trecho em português que nos informa
sobre seu tema: uma exposição de Tarsila do Amaral
nos Estados Unidos. O trecho em inglês nos remete a
uma das pinturas da artista brasileira fornecidas nas al-
ternativas. Observe palavras cognatas e similares, como
tropical, repetition, repetitive figure e não haverá dificul-
dade nenhuma em encontrar a obra descrita no trecho
em inglês.
INGLÊS

4
CONTEÚDOS LINGUÍSTICO-TEXTUAIS: DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO; SINONÍMIA E ANTONÍMIA;
CORRELAÇÃO MORFOLÓGICA, SINTÁTICA E/OU SEMÂNTICA; PRONOMES E SUAS REFERÊNCIAS;
ARTIGOS (DEFINIDOS E INDEFINIDOS); SINGULAR E PLURAL; VERBOS NO PRESENTE, PARA
EXPRESSAR HÁBITOS E ROTINAS, EM SUAS FORMAS AFIRMATIVA, INTERROGATIVA OU NEGATIVA;
VERBOS NO PRESENTE CONTÍNUO, PARA EXPRESSAR ATIVIDADES MOMENTÂNEAS E FUTURO,
EM SUAS FORMAS AFIRMATIVA, INTERROGATIVA OU NEGATIVA; COMPARATIVO E SUPERLATIVO;
ADJETIVOS E ADVÉRBIOS E SUAS POSIÇÕES NAS FRASES; QUANTIFICADORES (MANY, MUCH,
FEW, LITTLE, A LOT OF).

ARTIGOS

FIQUE ATENTO!
Embora tenhamos visto até agora ferramentas de leituras importantes. Não podemos negar a necessidade
de conhecermos a estrutura de uma frase em inglês, pois só assim conseguiremos aumentar nossos
conhecimentos sobre a língua e ganhar segurança quanto à realização de provas e de outras leituras em
busca de desenvolvimento pessoal e profissional.

ARTIGO DEFINIDO

Em geral, emprega-se o artigo definido the antes de substantivos com a finalidade de especificá-los:
The boy is late. (O menino está atrasado)

Às vezes, pode ocorrer a presença de um ou mais adjetivos ou advérbios entre o artigo the e o substantivo. Exemplos:
The little boy is late. (O pequeno garoto está atrasado)
The little good boy is late. (O pequeno menino bonzinho está atrasado)
“The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore” is an animated short film (Os Fantásticos Livros Voadores do Senhor
Lessmore é um filme de animação de curta-metragem.

O artigo the pode introduzir determinadas locuções:


a) Com superlativos:
The best player has just arrived. (O melhor jogador acabou de chegar)

b) Com comparativos:
The more I see you, the more I love you. (Quanto mais eu te vejo mais eu te amo)

c) Com números:
This is the first idea we had. (Esta foi a primeira ideia que tivemos)
They are the number 1 bank agency (Eles são a agência bancária número 1)

d) Com substantivos ligados a uma ação: (the + verbo ing + of + substantivo)


The meaning of this word depends on the author’s intention. (O significado dessa palavra depende da intenção do autor)

ARTIGOS INDEFINIDOS

Os artigos indefinidos são: a e an. Ambos são traduzidos como: um ou uma.


Utilizamos a antes de palavras iniciadas com som de consoante e an antes de palavras que iniciam com som de vogal.

FIQUE ATENTO!
Ás vezes, as letras “o” e “u” tem som de vogal: /w/ como em one, e /y/ como em universe. E são precedidas
INGLÊS

de a ou de an, respectivamente. Já a letra “h” por vezes é pronunciada como em hotel, ou é muda, assim
como em heir, sendo que no singular usa-se: a hotel e an heir.

5
Exemplos: 1. Com o impacto das tecnologias e a ampliação das
A cow. redes sociais, consumidores encontram na internet possibi-
A walk lidades de opinar sobre serviços oferecidos. Nesse sentido,
A one hundred dollar bill o segundo texto, que é um comentário sobre o site divul-
An elephant gado no primeiro, apresenta a intenção do autor de
An envelope.
An ordinary day a) elogiar o trabalho proposto para a educação nessa era
tecnológica.
OMISSÃO DOS ARTIGOS b) reforçar como a mídia pode contribuir para revolucionar
a educação.
A omissão de artigos, que representaremos pelo símbo- c) chamar a atenção das pessoas influentes para o signifi-
lo Ø, acontece com substantivos no plural ou substantivos cado da educação
incontáveis para fazer referências genéricas; ao mencionar- d) destacar que o site tem melhores resultados do que a
mos refeições e quando fizermos referência a alguns luga- educação tradicional.
res, em um sentido geral. Nomes próprios e a maioria de e) criticar a concepção de educação em que se baseia a
nomes de países e cidades também omitem o artigo. organização.
Exemplos:
Ø Elephants have an extraordinary memory. Resposta: Letra E. O texto II apresenta a opinião de um
Ø Brazilians are always happy. consumidor que não concorda com a forma em que
We had Ø dinner with him yesterday. a Khan Academy é promovida. No começo, seu autor
Here, every kid goes to Ø school. expressa não ter tido problema com a instituição até
Italy is definitely a great country. pouco tempo atrás: I didn’t have a problem (não tinha
Ø problema) note que o uso do artigo em português
REFERENCIA DE SITE não seria necessário, mas a foi provavelmente usado
Disponível em: https://www.merriam-webster.com/ com o propósito de generalizar, de marcar a inexistência
words-at-play/is-it-a-or-an de qualquer problema prévio. Depois, o autor justifica
seu pensamento ao passar a detalhar aquilo que o inco-
moda: “the problem is the way Khan Academy is being
promoted” e “the way the media sees it...”. Estas últimas
EXERCÍCIO COMENTADO frases são justificativas específicas do autor para recla-
mar; por isso o uso de the (o problema é a forma em que
(ENEM – 2018) a academia é promovia e a forma como a mídia a vê)

TEXTO I (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA – 2018)


A Free World-class Education for Anyone Anywhere
TEXT III
The Khan Academy is an organization on a mission.
We’re not-for-profit with the goal of changing education MOUNT RORAIMA
for the better by providing a free world-class education
anyone anywhere. All of the site’s resources are available to Mount Roraima is surrounded by three different coun-
anyone. The Khan Academy’s materials and resources are tries (Venezuela, Brazil, and Guyana) whose borderlines in-
available to you completely free of charge. tersect on the massive shelf, with all four sides being sheer
Disponível em: www.khanacademy.org. Acesso em: 24 400-meter high cliffs. While its cliff walls are only scalable
fev. 2012 (adaptado) by the most experienced of climbers, there is a path up the
mountain’s natural ramp-like path (usually a two-day hike).
TEXTO II However, the mountain is worth a visit for more reasons
than its impressive cliffs. Mount Roraima, part of Venezue-
I didn’t have a problem with Khan Academy site until la’s 30000-square-kilometer Canaima National Park, is the
very recently. For me, the problem is the way Khan Aca- site of the highest peak of the country of Guyana’s Highland
demy is being promoted. The way the media sees it as “re- Range. The mountains of this range, including Roraima, are
volutionizing education”. The way people with power and considered to be some of the oldest geological formations
Money view education as simply “sit-and-get”, If your phi- known, some dating back to two billion years ago. Its near
losophy of education is “sit-and-get”, i.e., teaching is telling daily rains have also created a unique ecosystem which in-
and learning is listening, then Khan Academy is way more cludes several endemic species, such as a unique carnivorous
efficient than classroom lecturing. Khan Academy does it pitcher plant, and some of the highest waterfalls in the world.
better. But TRUE progressive educators, TRUE education vi- Culturally, the mountain has long held significance to the in-
sionaries and revolutionaries don’t want to do these things digenous people of the area and features prominently in their
INGLÊS

better. We want to DO BETTER THINGS. myths and folklore. […]


Disponível em: http://fnoschese.wordpress.com. Aces- Adaptado de: https://www.atlasobscura.com/places/
so em: 2 mar. 2012. mount-roraima Acesso em: 05 out. 2018.

6
2. O Monte Roraima, bem como a cadeia de montanhas do Parque Nacional Canaima, possui diversos atributos que
impressionam e atraem visitantes, como a dimensão dos penhascos, por exemplo. Outras características também mencio-
nadas no texto III são:

a) o fluxo anual de visitantes e turistas, o tamanho da cadeia montanhosa e as espécies endêmicas.


b) a antiguidade das formações geológicas, o ecossistema e a importância para a cultura indígena.
c) o entorno formado por três países, a recente formação rochosa e os mitos relacionados à região.
d) a ameaça de desmatamento, o ecossistema próprio da região e as cachoeiras mais altas do mundo.
e) o tamanho do parque, a necessidade de experiência para as escaladas e a falta de conservação local.

Resposta: Letra b. Por exigir que se extraia a informação do texto em si. Confira a alternativa que apresente o vocabulário
mencionado. Comece por procurar “a antiguidade das formações geológicas” que pode ser confirmada por: “the oldest
geological formations known”; depois, busque uma menção à importância do ecossistema desse lugar e verá que ele é
descrito como um ecossistema único “a unique ecosystem”. Por fim, em destaque, uma frase começada por um artigo que
especifica a importância do Monte Roraima: “the mountain has long held significance to the indigenous people of the area”.

PRONOMES

PRONOMES SUJEITOS E OBJETOS

Os pronomes pessoais sujeitos vêm antes do verbo, como sujeito da frase.


Os pronomes pessoais objetos vêm depois de verbo ou de preposição.
Estes tipos de pronomes indicam quem/que está realizando uma ação ou então quem/que a recebe.

Pronome Pessoal Sujeito: Tradução: Pronome Pessoal Objeto:


I eu Me
You você You
He ele Him
She ela Her
It ele/ela (para coisas ou animais) It
We nós Us
You vocês You
They eles/elas Them

#FicaDica
O pronome it é usado para coisas e animais. Pode referir-se a pessoas quando não se sabe o sexo.
Exemplos:
She loves him a lot. (Ela o ama, ou “ela ama ele”)
I saw her at the party yesterday. (Eu a vi na festa ontem, ou “Eu vi ela na festa ontem”, literalmente)
What is it? A boy or a girl? (O que é? Um menino ou uma menina?)
We are going to meet them in front of the stadium. (Nós vamos encontrá-las(los) na frente do estádio)
They waited for us for two hours. (Eles esperaram por nós durante duas horas)
Can you send this e-mail for me, please? (Você pode enviar esse e-mail para mim, por favor?)
INGLÊS

7
PRONOMES ADJETIVOS E SUBSTANTIVOS
Os pronomes possessivos adjetivos sempre acompanham um substantivo.
Os pronomes possessivos substantivos reduzem a frase substituindo o pronome possessivo adjetivo e o substantivo
que ele acompanha:

This is my friend X the friend is mine.


(Este é meu amigo) (O amigo é meu)

Pronome Possessivo Adjetivo: Tradução: Pronome Possessivo Substantivo:


My meu(s)/minha(s) Mine
Your seu/sua Yours
His dele His
Her dela Hers
Its dele/dela (coisas ou animais) Its
Our nosso(s)/ nossa(s) Ours
Your seus/suas Yours
Their deles/delas Theirs

His kid is playing with hers. (O filho dele está brincando com o dela)
Our mother likes pizza. (Nossa mãe gosta de pizza)
My friends went to the club with yours. (Meus amigos foram ao clube com os seus)
Did you prefer his presentation or hers? (Você preferiu a apresentação dele ou a dela?)

PRONOMES REFLEXIVOS

Os Reflexive Pronouns são usados quando a ação do verbo recai sobre o próprio sujeito. Assim, o pronome reflexivo
vem logo após o verbo e concorda com o sujeito. Eles se caracterizam pelas terminações -self (nas pessoas do singular) e
-selves (nas pessoas do plural).

myself (a mim mesmo, -me)


yourself [a ti, a você mesmo(a), -te,-se]
himself (a si, a ele mesmo, -se)
herself (a si, a ela mesma, -se)
itself [a si mesmo(a), -se] → para coisas ou animais
ourselves [a nós mesmos(as), -nos]
yourselves (a vós, a vocês mesmos(as), -vos,-se)
themselves (a si, a eles mesmos, a elas mesmas, -se)

Exemplos:
She is looking at herself in the mirror. (Ela está olhando-se no espelho)
He hurt himself with a knife. (He se feriu com uma faca)

O Pronome Reflexivo também é empregado para marcar a pessoa que pratica a ação dizendo que ele mesmo por si só
praticou tal ação. Para tanto, podemos posicioná-lo logo após o sujeito ou no fim da frase. Veja:

Carlos himself did the homework. → O próprio Carlos fez a tarefa.


Marilyn herself wrote that message. → A própria Marilyn escreveu aquela mensagem.

Os Pronomes Reflexivos podem ser precedidos pela preposição by. Nesse caso, dão o sentido de que alguém fez algo
sozinho, sem ajuda ou companhia de ninguém.
Exemplos:
Did you go to the party by yourself? → Você foi à festa sozinho?
That old man wants to live by himself. → Aquele senhor quer viver sozinho.
INGLÊS

8
PRONOMES INDEFINIDOS

Os principais pronomes indefinidos são: some, any e no (outros: none, every). Dependendo da frase, eles podem ser
traduzidos como algum(a), nenhum(a). Além disso, existem também os pronomes indefinidos compostos que são palavras
derivadas de some, any e no e que são utilizadas nas mesmas circunstâncias gramaticais. Vejamos o uso geral:

Em frases afirmativas: Em frases negativas: Em frases interrogativas:


I have some money. I don’t need any help. Do you need any money?
I went somewhere fantastic. I didn’t go anywhere. Did you go anywhere last night?
I need somebody to love. I didn’t see anybody strange. Was anybody crying here?
She met someone special. I don’t know anyone near here. Will you meet anyone there?
I have something bad to say. I didn’t do anything there. Do you have anything to say?

Em casos mais específicos, podemos usar some e seus derivados também em perguntas quando se deseja ou se espera
uma resposta afirmativa e também quando se oferece algo:
Would you like some coffee? (você gostaria de um pouco de café?)
Do you need some help with your homework? (você precisa de alguma ajuda com sua lição?)

Any e seus derivados também podem ser usados em frases afirmativas quando expressam qualquer um ou qualquer
lugar ou coisa sem distinção:

Anyone can sing like that. (Qualquer um pode cantar desse jeito)
You can drink anything you want, OK! (Você pode beber qualquer coisa que desejar)

Casos especiais:
a) Tanto o pronome indefinido any quanto seus derivados podem ser utilizados quando o verbo estiver na forma
afirmativa e a frase contiver algum termo de sentido negativo como a palavra never. Veja:

He never buys any fruit. (Ele nunca compra fruta nenhuma)


I seldom had anything to complain about him. (Eu quase nunca tive nada para reclamar dele)
She never met anybody/anyone special. (Ela nunca conheceu ninguém especial)
You never take me anywhere interesting. (Você nunca me leva a nenhum lugar interessante)

b) Tanto o pronome indefinido no quanto seus derivados podem ser utilizados quando o verbo estiver na forma afir-
mativa. A frase não pode conter nenhuma outra palavra de sentido negativo:

I have no idea to give you. (Não tenho nenhuma ideia para te dar)
I have nothing to do today. (Não tenho nada para fazer hoje)
I have nowhere to go on my vacation. (Não tenho nenhum lugar para ir durante minhas férias)
No one/Nobody wants to work in the holiday. (Ninguém quer trabalhar no feriado)

#FicaDica
Os pronomes indefinidos podem atuar como substantivos (indefinite pronouns), quando os substituem, ou
podem atuar como adjetivos (indefinite adjectives), quando qualificam os substantivos. Portanto, serão as
mesmas palavras, mas vistas em funções diferentes, como veremos adiante.

PRONOMES INTERROGATIVOS

Também chamados de Question Words, são utilizados para obtermos informações mais específicas a respeito de algo ou
alguém. Suas perguntas são formadas por wh-questions porque todos os pronomes interrogativos possuem as letras wh.
Na grande maioria das vezes, os Interrogativos são posicionados antes de verbos auxiliares ou modais, no início de frases.
INGLÊS

Vamos compreendê-los detalhadamente a seguir.

9
1. Who – Quem:
Who is that girl? (Quem é aquela garota?)
Who arrived first? (Quem chegou primeiro?)

2. Whom – Quem (mais formal, geralmente antecedido de preposição e remete ao objeto de um termo, a quem
recebe a ação):
With whom did you go to the park? (Com quem você foi ao parque?) * Note que o sujeito na frase é you.
To whom was Nancy speaking last night? (Com quem a Nancy estava falando ontem à noite?) * O sujeito, neste caso é
Nancy.

3. Whose – De quem:
Whose pen is this? (De quem é esta caneta?)
Whose mansion is that? (De quem é aquela mansão?)

4. Which – Qual, quais (usado para questões com opções limitadas de resposta):
Which of those girls is your sister? (Qual daquelas meninas é a sua irmã?)
Which color do you prefer: yellow or blue? (Qual cor você prefere: amarelo ou azul?)

5. What – O que, que, qual (usado para questões com opções mais amplas de resposta):
What time is it now? (Que horas são agora?)
What are you doing here? (O que você está fazendo aqui?)

6. Where – Onde:
Where do you work? (Onde você trabalha?)
Where do your kids study? (Onde seus filhos estudam?)

7. Why – Por que:


Why did you cry? (Por que você chorou?)
Why are you late for class? (Por que você está atrasado para a aula?)

8. When – Quando:
When did they move? (Quando eles se mudaram?)
When did you travel to Europe? (Quando você viajou para a Europa?)

Existem diversas formas compostas dos pronomes interrogativos. Podemos juntar outras palavras a eles antes dos verbos
auxiliares, para especificar alguma informação. Veja:

What kind of movies do you like? (Que tipo de filmes você gosta?)
What soccer team are you a fan of? (Para que time de futebol você torce?)
How often do you go to the gym? (Com que frequência você vai à academia?)
How long is the Amazon river? (Qual o comprimento do rio Amazonas?)
How much does this newspaper cost? (Quanto custa este jornal?)
How many brothers do you have? (Quantos irmãos você tem?)
How good are you at tennis? (O quanto você é bom em tênis?)
How old are you? (Quantos anos você tem?)
How far is São Paulo from Rio? (Qual a distância entre São Paulo e Rio?)
How deep is this river? (Quão profundo é este rio?)

Quando uma pergunta questiona sobre o sujeito da oração, não se usa verbo auxiliar. Assim, o pronome interrogativo,
inicia a pergunta seguido das outras palavras na ordem afirmativa. Observe:

Who knows? (Quem sabe?)


What happened? (O que aconteceu?)
Which came first: the egg or the chicken? (O que veio primeiro: o ovo ou a galinha?)
INGLÊS

10
Em muitos casos, as perguntas são finalizadas por preposições que complementam seu sentido:

Where are you from? (De onde você é?)


What is your city like? (Como é a sua cidade?)
Where did you send the letter to? (Para onde você enviou a carta?)
What is this for? (Para que é isto?)

PRONOMES RELATIVOS

Os Relative Pronouns são usados quando queremos identificar ou adicionar alguém ou alguma coisa em uma oração;
quando queremos informações que complementem a oração anterior. Podemos também dizer que os pronomes relativos
unem duas orações, estabelecendo uma “relação” entre elas. Por isso, são chamados “relativos”.

1. Who (quem, que): usado para pessoas.


That is the girl. → She gave a kiss.
That is the girl who gave me a kiss.
(Aquela é a garota que me deu um beijo)

2. Whom (que, quem, o qual, a qual): usado para pessoas, normalmente após preposição.
We need to talk to someone. → The manager is the one.
The manager is the one to whom we need to talk.
(O gerente é aquele com quem precisamos falar)

3. Which (que): usado para coisas e animais.


I watched a film. → The film was fantastic.
The film which I watched was fantastic.
(O filme que eu assisti foi fantástico)

4. Where (onde, em que, no qual, na qual): refere-se a lugares.


I stayed in a hotel. → The hotel was very expensive.
The hotel where I stayed was very expensive.
(O hotel onde eu fiquei era muito caro)

5. Whose (cujo, cuja, de quem): usado para indicar posse.


This is the boy. → The boy’s father is my boss.
This is the boy whose father is my boss.
(Este é o garoto cujo pai é meu patrão)

6. That (que): Refere-se a coisas e pessoas. Pode substituir who e which.


I saw a little girl. → I saw the little girl a minute ago.
Where is the little girl that I saw a minute ago?

INGLÊS

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Only a third of the World Cup champion team has whi-
te-European ancestry, and less than a quarter have French
EXERCÍCIO COMENTADO ancestry.
Football fans quickly took to Twitter on Sunday evening
1. (ENEM 2ª APLICAÇÃO/2016) to call on France to put an end to its “hypocrisy” and ack-
nowledge the foundational, positive role immigrants and
Muslims play in developing its society. […]
France’s win on Sunday was its first in 20 years, after
winning on its home turf in 1998. It was the highest-scoring
final since England beat West Germany 4-2 after extra-time
in 1966 and the highest in normal time since Brazil beat
Sweden 5-2 60 years ago.

Source: https://www.dailysabah.com/foo-
tball/2018/07/15/calls-for-france-to-end-xenophobia-is-
lamophobia-as-migrant-muslim-players-clinch-world-cu-
p-win

2. Assinale a alternativa CORRETA com relação à ideia


central do texto.

a) Descendentes de imigrantes acusaram a França de hipo-


crisia com relação às políticas de imigração praticadas
no país, já que proíbe práticas islâmicas em seu territó-
1. Anúncios publicitários buscam chamar a atenção do rio, mas se beneficia quando os muçulmanos fazem algo
consumidor por meio de recursos diversos. Nesse pôster, positivo ao país, como a vitória na Copa do Mundo.
os números indicados correspondem ao(à) b) Após a vitória da França na Copa do Mundo, jogadores
de futebol de origem africana e praticantes do islamis-
a) comprimento do cigarro. mo apelam para que o país acabe com a xenofobia e a
b) tempo de queima do cigarro. islamofobia com mudanças na política de imigração.
c) idade de quem começa a fumar. c) Com a vitória da França na Copa do Mundo, torcedores
d) expectativa de vida de um fumante. de futebol apelam para que o país acabe com a xenofo-
e) quantidade de cigarros consumidos. bia e a islamofobia, acusando a França de ser hipócrita,
já que muitos jogadores que fizeram gols eram descen-
Resposta: Letra D. A questão how long anuncia sem de- dentes de imigrantes e praticantes do Islã.
longas o objetivo do anúncio: perguntar até quando po- d) Após a vitória da França na Copa do Mundo, jogadores
demos viver consumindo cigarros. A interrogação how de futebol de origem africana e praticantes do islamis-
(como) junta-se ao adjetivo long (demorado, longo, ex- mo foram alvos de ataques xenofóbicos e islamofóbicos,
tenso) para exprimir a ideia de “quanto tempo”, ou “por cujo conflito foi contornado pela polícia francesa, fato
quanto tempo”. que repercutiu negativamente no Twitter.
e) Com a vitória na Copa do Mundo, em grande parte gra-
(UNIOESTE – 1a ETAPA MANHÃ – 2018) ças aos gols praticados por descendentes de imigrantes
As France clinched its second-ever World Cup win over africanos e praticantes do islamismo, a França anunciou
Croatia thanks to goals by migrants and a Muslim, fans and abrandamento das políticas de imigração com relação
onlookers quickly pointed out the need for the country to a esses grupos, mas torcedores de futebol acusaram a
apply its victories on the field to life off the field. França de hipocrisia.
Often in the spotlight for its xenophobic and Islamo-
phobic social policies, France didn’t seem to mind when Resposta: Letra C. Sobre a França, veja as seguintes in-
it came to good footballers, stocking 78.3 percent of its formações: Ela obteve seu segundo título (“its second-
team with immigrants, a third of whom are Muslim. That -ever World Cup win”); ela está nos holofotes pela sua
was the highest percentage among any qualifying team in xenofobia e islamofobia (“Often in the spotlight for its
this year’s World Cup. Immigrants make up 6.8 of France’s xenophobic and Islamophobic social policies...”); o país é
overall population. acusado de hipocrisia em: “Football fans quickly (...) call
Of the four goals France scored against Croatia, two on France to put an end to its ‘hypocrisy’ and acknowled-
were scored by the sons of African immigrants – Paul Po- ge the foundational”. Em cada uma dessas frases, com o
gba, whose parents immigrated from Guinea, and Kylian propósito de indicar que se trata da França, o pronome
Mbappe, whose mother is Algerian and father is Cameroo- escolhido foi its, pois o substantivo a que se refere é um
INGLÊS

nian. país, um ser inanimado, em oposição aos pronomes his


Pogba is a practicing Muslim, along with six of his ou her que seriam usados caso se tratasse de um ho-
teammates including starting midfielder N’Golo Kante. mem ou de uma mulher.

12
CONJUNÇÕES Exemplos:
Uma conjunção é uma palavra ou grupo de palavras Jack and Jill went to the mountains. (O Jack e a Jill foram
(locuções conjuntivas ou locuções adverbiais) que juntam às montanhas)
duas partes de uma sentença ou que unem uma cláusula The water was warm, but I didn’t enter. (A água foi aque-
dependente subordinada a uma cláusula principal. As con- cida, mas eu não entrei)
junções auxiliam na coesão textual, garantindo a interliga- I went swimming although it was cold. (Eu fui nadar ape-
ção de ideias. Inicialmente, podemos considerar as conjun- sar de estar frio)
ções sob três aspectos básicos: Russia is a beautiful country. It’s very cold, though. (A Rús-
a) Conjunções podem ser apenas uma palavra: And, sia é um país lindo. E muito gelado, no entanto)
but, because, although, or, nor, for, yet, so, since, unless, I don’t care what you did as long as you love me. (Não
however, though. ligo para o que fez, desde que você me ame)
b) Conjunções podem ser compostas de mais de uma He is so strong that broke the brick with his fist. (Ele é tão
palavra: Provided that, as long as, in order to, in spite of. forte que quebrou o tijolo com o punho)
c) Conjunções podem ser correlativas, cercando um
advérbio ou adjetivo: So... that, neither… nor.
EXERCÍCIO COMENTADO
FINALIDADE DAS CONJUNÇÕES
a) Tempo: after, as, while, when, before, until, till, next,
meanwhile, finally. 1. (ENEM – 2017)
b) Acréscimo de ideias: and, also, furthermore, as well One of the things that made an incredible impression on
as, in other words, in addition to, besides, moreover, both... me in the film was Frida’s comfort in and celebration of her
and, not only... but also. own unique beauty. She didn’t try to fit into conventional ideas
c) Alternativa: or, either... or. or images about womanhood or what makes someone or so-
d) Negação: neither... nor. mething beautiful. lnstead, she fully inhabited her own unique
e) Condição: if, as long as, provided that, unless, whe- gifts, not particularly caring what other people thought. She
was magnetic and beautiful in her own right. She painted for
ther.
years, not to be a commercial success or to be discovered,
f) Causa ou razão: as, because, since, for.
but to express her own inner pain, joy, family, lave and culture.
g) Consequência ou resultado: so, therefore, then, ac-
She absolutely and resolutely was who she was. The trueness
cordingly, thus, for this reason, as a result of, consequently,
of her own unique vision and her ability to stand firmly in her
hence.
own truth was what made her successful in the end.
h) Contraste: although, instead of, rather than, though,
HUTZLER, L. Disponível em: www.etbscreenwriting.com.
but, yet, even though, however, in spite of that, nevertheless,
Acesso em: 6 maio 2013.
whereas, while, on the other hand.
i) Finalidade ou propósito: so that, so. A autora desse comentário sobre o filme Frida mostra-se
j) Modo: as, as if, as though. impressionada com o fato de a pintora
k) Comparação: like, alike, likewise, correspondingly, si- a) ter uma aparência exótica.
milarly, in the same way, in this manner. b) vender bem a sua imagem.
c) ter grande poder de sedução.
FIQUE ATENTO! d) assumir sua beleza singular.
e) recriar-se por meio da pintura.
Por conta de sua função de unir duas
sentenças, as conjunções são uma parte Resposta: Letra D. A estrutura or... or... or... acaba sendo uti-
importante para o entendimento das ideias lizada para enfatizar de que foi uma opção da artista Frida
expostas em um texto, pois elas podem dar o fato de não ajustar-se a nenhuma das ideias ou imagens
continuidade a um mesmo tema, ou então convencionais sobre a feminidade ou sobre o que torna
virar o jogo e apresentar ideias contrárias ao algo ou alguém bonito: “She didn’t try to fit into conven-
mesmo. Portanto, muitas vezes Os exercícios tional ideas or images about womanhood or what makes
de compreensão de texto se dão em relação someone or something beautiful”
a este tipo de ligação textual. Pense nisso: Se
alguém começar uma frase dizendo “gosto (INSTITUTO FEDERAL DO MATO GROSSO – CURSOS
muito de você, e....” (pausa para ficarmos felizes DE GRADUAÇÃO 2019)
com o que virá); contudo, se alguém nos dizer
“gosto muito de você, porém...” começaremos NEGATIVE EFFECTS OF POLLUTION
a nos preparar para escutar a bomba que está
por vir. The term “pollutant” refers to any substance that, when
introduced to an area, has a negative impact on the environ-
INGLÊS

ment and its organisms. Pollution can impact human health,


air, water, land and entire ecosystems. Most sources of pol-
lution result from human activity.

13
Impact on Human Health fertilizers on land may negatively impact terrestrial species
Many pollutants have a negative impact on human of plants and animals. When these materials are introdu-
health. For example, pollutants in the air, such as ozone or ced to nearby bodies of water, they impact aquatic species
particulates in the air, may lead to respiratory health pro- of plants and animals. Thus, curbing pollution in one area
blems such as asthma, chronic bronchitis and decreased of an ecosystem can also help protect another part of the
lung function. Drinking contaminated water may lead to ecosystem.
stomach and other digestive problems. Pollutants such as
mercury can accumulate in fish and seafood and can lead 2. Analise as assertivas a seguir e marque a alterna-
to serious health problems, especially for vulnerable popu- tiva CORRETA.
lations such as children or pregnant women. Pollutants in I - A poluição do ar, da água e do solo ocorre separa-
the soil, such as contamination by heavy metals, toxins or damente. Por isso, os ecossistemas não são inteiramente
lead, can lead to serious health problems, including cancer impactados.
and developmental problems in children. II - A maioria das fontes de poluição resulta da atividade
humana.
Impact on Air III - Reduzir a poluição em uma área de um ecossistema
One of the most common sources of air pollution re- também pode ajudar a proteger outra parte do ecossistema.
sults from the burning of fossil fuels, such as vehicle and a) Apenas a assertiva III está correta.
factory emissions. These emissions are a major contribu- b) Apenas a assertiva II está correta.
tor to smog, a mass of particulate matter than hangs like a c) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
cloud over many major cities and industrial areas. A second d) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
effect of air pollution is acid rain, which forms when sulfur e) Todas as assertivas estão corretas.
dioxide and nitrogen oxide in the air combine with oxygen,
water and other chemicals in the air. This combination de- Resposta: Letra C. O aluno deve notar que duas destas
creases the pH of rainwater, which is typically pH neutral, alternativas surgem a partir de frases unidas por con-
and turns it acid. Acid rain can lead to the death of trees, junções. Assim, sabemos que a alternativa I está incor-
fish kills in lakes and damage to statues, monuments and reta ao observar o último parágrafo: “Because each type
building faces. of pollution (air, water, land) does not occur separately
from one another, entire ecossystems are often impacted”
Impact on Water (porque cada tipo de poluição (...) não acontece sepa-
Water pollution may result from run-off from places radamente, ecossistemas inteiros são frequentemente
such as agricultural fields, construction sites or factories; impactados). Confirmamos que II está certa no 1º pa-
oil spills; sewage disposals; and the accumulation of trash. rágrafo: “Most sources of pollution result from human
Water pollution has a deleterious effect on the native plant activity.”, que é extamente a tradução desse enunciado.
and animal species that call bodies of water home. Run-off Desta forma, perceba a importância de conhecer a fun-
from agricultural fields can lead to algal blooms which cho- ção de indicar causa e consequência ou resultado que
ke out other plants and decrease the amount of available transmitem because e result from.
oxygen for species of fish and other organisms. Chemicals
in the water can affect animal development, leading to de- SUBSTANTIVOS
formities, such as extra legs in frogs. Oil spills kill native Os substantivos em inglês denominam:
species of animals including waterfowl and mammal spe- Lugares: zoo, school, office, etc.
cies. Sewage overflow can contaminate sources of human Pessoas (people): adult, father, friend, etc.
drinking water, leading to serious health problems, as men- Coisas e animais, sentimentos, conceitos: car, love, hope, etc.
tioned above. The accumulation of trash in bodies of water
may also lead to animal deaths resulting from becoming O GÊNERO DOS SUBSTANTIVOS
tangled in plastic items such as plastic bags, fishing wire Substantivos que representam profissões, ocupações e
and other debris. pessoas têm a mesma palavra para feminino e masculino
(gênero comum ou um gênero neutro): president, dentist,
Impact on Land reporter, etc.
Pollutants in the soil most often result from industrial Alguns substantivos que descrevem pessoas ou animais
sources. Particularly insidious soil pollutants include lead, fazem distinção entre masculino e feminino utilizando pa-
PCBs and asbestos. These pollutants may negatively affect lavras diferentes, mas também há uma palavra neutra para
human health and native plant and animal health. Pesti- eles:
cide use can also impact the land. One undesired impact Dog bitch - dog
of using pesticides is the death of native plant and animal Fox vixen - fox
species that also reside in the area. Stallion mare - horse
Boy girl - child
Impact on Ecosystems Man woman - person
INGLÊS

Because each type of pollution (air, water, land) does Father mother - parent
not occur separately from one another, entire ecosystems
are often impacted. For example, the use of pesticides or

14
Alguns usam derivação sufixal, ou adicionam male (homem) ou female (mulher), para diferenciar feminino de masculino
Policeman policewoman
Prince princess
Male nurse female nurse

1. O número dos substantivos


Quanto ao seu número, existem dois tipos de substantivos em inglês: Contáveis e incontáveis.

1.2 Substantivos contáveis


Podem ser usados em sua forma singular ou plural.
Exemplos:
I need a dicitionary
The teacher needs many dictionaries for this class.

1.2 Substantivos contáveis no plural


Para a formação do substantivo no plural temos algumas situações:
1. A maioria dos substantivos formam seu plural com o acréscimo de s. Assim também acontece com substantivos
terminados em vogal + y, ou palavras terminadas em o.
Exemplos:
Substantivo= + s vogal + y=s o + oes
car - cars boy - boys tomato - tomatoes
hospital - hospitals essay - essays potato - potatoes
chief – chiefs tray – trays hero - heroes
pin – pins valley – valleys echo - echoes

2. Os plurais em inglês também apresentam exceções:

a) Substantivos terminados em Consoante + y: -ies


Exemplos:
consoante+y = consoante +ies
Lady ladies
Penny pennies
Story stories

b) Muitos Substantivos terminados em sh, ch, s, ss, x e z: têm o acréscimo de -es.


topaz – topazes
Kiss – kisses
watch – watches
tax – taxes
Há exceções com alguns substantivos terminados em ch e z:

c) Quando o +ch é pronunciado como /k/, basta acrescentar s:


stomach /ˈstʌmək/ - stomachs
epoch /ˈepək/ - epochs
monarch /ˈmɑːnɑːrk/ - monarchs
As palavras quiz e whiz têm seu plural formado por -zes: quizzes, whizzes.

d) Nacionalidades terminadas em -ch, -ese, -ish, -iss não mudam sua forma no plural.

Singular form X Plural form

This is a Portuguese wine. The Portuguese produce a lot of wine.


(Este é um vinho português) (os Portugueses produzem muito vinho.)

The Peruvian president is here. The Peruvians have arrived.


(O presidente peruano está aqui) (Os peruanos chegaram)
INGLÊS

15
e) O plural de algumas palavras difere do seu singular:
Mouse – mice
Louse – lice EXERCÍCIO COMENTADO
Goose – geese
Tooth – teeth (VUNESP – PROVA UNESP – 2018)
Foot – feet Leia o trecho do artigo de Jason Farago, publicado pelo
jornal The New York Times.
f) O plural de algumas palavras é exatamente igual
a seu singular: She led Latin American Art in a bold new direction
Fish – fish
Deer – deer
Sheep - sheep

g) Algumas palavras terminadas em -f ou -fe, e seus


compostos, tem seu plural em terminado em -ves, assim
como seus derivados.
Exemplos:
wife – wives
knife – knives
shelf – shelves
wolf – wolves
life – lives;
half – halves;
leaf – leaves;
loaf – loaves
elf – elves
calf – calves

h) Palavras de origem estrangeiro:


Existem mais de cem palavras de origem latino ou gre-
go emprestadas à língua inglesa.
Antropofagia (“Cannibalism”), 1929, a seminal work of
Exemplos: Brazilian Modernism by Tarsila do Amaral that is part of a
criterion, phenomenon, cactus, bacterium, thesis, analy- new show of her work at MoMA.
sis, datum, memorandum, referendum, gymnasium, virus,
appendix, larva, nucleus, campus, etc. In 1928, Tarsila do Amaral painted Abaporu, a landmark
work of Brazilian Modernism, in which a nude figure, half-
O plural destas palavras pode seguir a regra do plural -human and half-animal, looks down at his massive, swol-
de sua língua original ou então seguir a regra em inglês. A len foot, several times the size of his head. Abaporu inspired
escolha será norteada pelo tipo de texto em que aparecem. Tarsila’s husband at the time, the poet Oswald de Andrade,
Se for um texto formal ou científico, a primeira possibilida- to write his celebrated “Cannibal Manifesto,” which flayed
de será a mais adequada. Brazil’s belletrist writers and called for an embrace of local
Em alguns casos, a palavra é escolhida de acordo com influences – in fact, for a devouring of them. The European
seu campo científico: appendixes é usado por cirurgiões, stereotype of native Brazilians as cannibals would be refor-
enquanto que appendices aparece em menções a livros. matted as a cultural virtue. More than a social and literary
Algumas palavras mantêm seu plural apenas em sua reform movement, cannibalism would form the basis for a
forma latina: new Brazilian nationalism, in which, as de Andrade wrote,
Alga - algae “we made Christ to be born in Bahia.”
Desideratum – desiderata The unconventional nudes of A Negra, a painting pro-
Larva - larvae duced in 1923, and Abaporu unite in Tarsila’s final great
Nucleus – nuclei painting, Antropofagia, a marriage of two figures that is
also a marriage of Old World and New. The couple sit en-
tangled, her breast drooping over his knee, their giant feet
crossed one over the other, while, behind them, a banana
leaf grows as large as a cactus. The sun, high above the
primordial couple, is a wedge of lemon.
INGLÊS

(Jason Farago. www.nytimes.com, 15.02.2018. Adapta-


do.)

16
20. A obra Antropofagia (“Cannibalism”) de Tarsila do You are studying English. (Vocês estão estudando Inglês)
Amaral, apresentada na imagem, é interpretada pelo autor They are traveling. (Eles estão viajando)
do artigo como Para tornar todas estas frases negativas, basta posicionar
a) o casamento tradicional entre um homem e uma mulher. a palavra not após o to be, ou fazer uma contração ente eles
b) uma referência aos trabalhadores rurais, evidenciados (am not, isn’t, aren’t).
pelo tamanho dos pés.
c) a agrura implacável da natureza, representada pelo Sol I am not writing a book. *Apenas esta forma não pode
sobre o sertão. ser contraída
d) uma expressão de contraste entre a suavidade da bana- You aren’t reading.
neira e os espinhos do cacto mandacaru. He isn’t listening to music.
e) uma mistura entre a Europa e a América. She isn’t making lunch.
It isn’t playing with a ball.
Resposta: Letra E. A descrição de Antropofagia é desen- We aren’t learning together.
volvida pela expressão “marriage of two figures” (casa- You aren’t studying English.
mento de duas figuras) e também “Old world and New”. They aren’t traveling.
O substantivo “world” acabou sendo omitido após o que
normalmente chamaríamos de adjetivo (new), mas, por Agora, para transformarmos as frases em interrogações,
ter sido grafado com letra maiúscula, vemos que se trata devemos mudar a posição do to be. Precisamos posicioná-lo
de um substantivo: mundo, usado também depois de (am, is, are) antes dos sujeitos das frases. As outras palavras
um outro adjetivo com maiúscula (old). Isto em referên- permanecem em suas posições originais e finalizamos com
cia aos dois mundos unidos pela obra: O Novo Mundo e ?. Veja:
o Velho mundo (a Europa e as Américas) Am I writing a book?
Are you reading?
VE RBOS Is he listening to music?
Is she making lunch?
Is It playing with a ball?
FIQUE ATENTO! Are we learning together?
Are you studying English?
Os verbos são normalmente acompanhados de
Are they traveling?
um pronome pessoal, que determinam a forma
em que serão usados e que devem ser sempre
2. Passado Contínuo
levados em conta, quando se trata da leitura
Para relatar o que alguém estava fazendo, é muito sim-
de um texto em inglês. Por exemplo, “When ples. Basta trocar am, is e are no presente pelo to be no pas-
she hits a bump, she turns around” é diferente sado (was, were). I, he, she e it acompanham was; you, we,
de “When she hit a bump and turned around”. they usam were. Agora, para formar a negativa (wasn’t, we-
O “s” a mais no verbo hit e no verbo turn ren’t) e a interrogativa (Was I...?, Were you...?), basta proceder
indica que o verbo está no presente, enquanto da mesma forma que vimos no caso do Presente Contínuo.
que sua ausência, no segundo exemplo, nos Exemplos:
indica que a situação aconteceu em um tempo I was writing a book.
passado. A tradução de cada frase é “Quando You were reading.
ela atinge um obstáculo, ela virou” He wasn’t listening to music.
She was making lunch.
It was playing with a ball.
TEMPOS VERBAIS Were we learning together?
You weren’t studying English.
1. Presente Contínuo They were traveling.
Indica algo que acontece no exato momento da fala.
As frases neste tempo verbal mostram o que alguém está 3. Futuro Contínuo
fazendo (gerúndio). Necessita do verbo to be (am, is, are) Para relatar aquilo que alguém estará fazendo em um
e mais algum outro verbo com a terminação -ing (-ando, determinado momento no futuro, é só utilizar will be e mais
endo, -indo, -ondo): qualquer outro verbo terminado em -ing.
I am writing a book. (Eu estou escrevendo um livro) I will be writing a book.
You are reading. (Você está lendo) You will be reading.
He is listening to music. (Ele está escutando música) He will be listening to music.
She is making lunch. (Ela está fazendo o almoço) She will be making lunch.
It is playing with a ball. (Ele/Ela está brincando com It will be playing with a ball.
uma bola.) We will be learning together.
INGLÊS

We are learning together. (Nós estamos aprendendo You will be studying English.
juntos) They will be traveling.

17
Nas negativas, simplesmente posicionamos not logo Todas as vezes em que o sujeito da frase for a 3ª pessoa
após o auxiliar will, ou fazemos uma contração com eles do singular (he/she/it), devemos acrescentar um -s no final
(will+not= won’t). do verbo. Em algumas situações será um -es, e no caso do
Para interrogar, faz-se a colocação do auxiliar will antes verbo ter (to have) a forma será has.
do sujeito das frases (Will I...?, Will you...?). As formas negativas precisam fazer o uso dos verbos
auxiliares do e does, acrescidos de not (do+not = don’t /
4. Futuro Simples does+not= doesn’t). Doesn’t será usado somente com a 3ª
Formado pela utilização do auxiliar will após o sujeito pessoa singular. Exemplos:
seguido de algum verbo. A negativa é obtida com will not
ou com a contração won’t. Para perguntar no futuro sim- I don’t work in the evening.
ples, coloque will antes do sujeito. Esta opção de tempo You don’t like to dance.
verbal denota pouca certeza quando a ação a ser realizada, He doesn’t sleep a lot.
ou indica que a decisão foi tomada no momento de sua She doesn’t cook well.
formação. It doesn’t bark too much.
Exemplos: We don’t speak English fluently.
I will buy a car. (Comprarei um carro) You don’t drive fast.
You will have a baby. (Você terá um bebê) They don’t drink beer.
He will study abroad. (Ele vai estudar no exterior)
She will go to the park. (Ela irá ao parque)
It will stay at the veterinarian. (Eu ficarei no veterinário)
We will make a barbecue. (Nós faremos um churrasco) #FicaDica
You will help me now. (Você me ajudará agora)
They will be partners. (Eles serão seus parceiros) A ordem “sujeito + verbo no infinitvo (sem to) +
complemento segue a mesma regra formação
5. Going to de sentenças simples em português. Se você
A diferença do futuro simples, o a formação to be + souber uma boa gama de verbos, poderá mon-
going to + verbo principal no infinitivo, indica intenção fu- tar muitas frases para praticar.
tura, porém denotando que esta intenção foi planejada ou Para fazermos perguntas, posicionaremos do e
pelo menos premeditada, mostrando um sentimento de does antes do sujeito da frase e acrescentare-
certeza quando à ação em questão: mos o ponto de interrogação.

He is going to have a raise next month. (Ele vai ter um


aumento no mês que vem) Do I work in the evening?
The concert is going to start in a few minutes. (O show Do you like to dance?
vai começar em alguns minutos) Does he sleep a lot?
Does she cook well?
6. Presente Simples Does it bark too much?
Este tempo verbal nos fala de situações que aconte- Do we speak English fluently?
cem rotineiramente e não acontecem no exato momento Do you drive fast?
da fala, mas usualmente durante o dia a dia. Por exemplo, Do they drink beer?
você pode dizer em português “eu trabalho”. Essas suas pa-
lavras indicam algo rotineiro para você, não querem dizer
que você esteja trabalhando agora, neste exato momento.
Exemplos:
I work in the evening. (Eu trabalho à noite)
You like to dance. (Você gosta de dançar)
He sleeps a lot. (Ele dorme muito)
She cooks well. (Ela cozinha bem)
It barks too much. (Ele/ela – um cachorro, por exemplo
– late muito)
We speak English fluently. (Nós falamos inglês fluente-
mente)
You drive fast. (você dirige rápido)
They drink beer. (Eles bebem cerveja)
INGLÊS

18
7. Passado Simples
Indica alguma ação completa no passado, ou seja, algo já finalizado. O passado simples caracteriza-se pela adição da
terminação -ed aos verbos regulares nas afirmativas. Nas interrogativas, usamos did antes dos sujeitos das frases e, nas
negativas, did not ou didn’t.
Vejamos alguns exemplos de verbos regulares:

Infinitivo Simple Past tense Past Participle Tradução


to accept accepted accepted aceitar
to add added added adicionar, somar
to arrive arrived arrived chegar
to like liked liked gostar
to stay stayed stayed Ficar
to watch watched watched assistir

a) Forma afirmativa
I worked yesterday. (Eu trabalhei ontem)
You answered my e-mail. (Você respondeu ao meu e-mail)
He traveled a lot. (Ele viajou muito)
She watched the movie. (Ela assitiu o filme)
It barked all night. (Ele/Ela latiu a noite toda)
We stayed here. (Nós ficamos aqui)
You played very well. (Vocês jogaram muito bem)
They parked far. (Eles estacionaram longe)

b) Forma negativa
I didn’t work yesterday. (Eu não trabalhei ontem)
You didn’t answer my e-mail. (Você não respondeu ao meu e-mail)
He didn’t travel a lot. (Ele não viajou muito)
She didn’t watch the movie. (Ela não assistiu o filme)
It didn’t bark all night. (Ele/Ela não latiu a noite toda)
We didn’t stay here. (Nós não ficamos aqui)
You didn’t play very well. (Vocês não jogaram muito bem)
They didn’t park far. (Eles não estacionaram longe)

c) Forma interrogativa
Did I work yesterday? (Eu trabalhei ontem?)
Did you answer my e-mail? (Você respondeu ao meu e-mail?)
Did he travel a lot, before he got married? (Ele viajou muito antes de casar?)
Did she watch the movie? (Ela assistiu o filme?)
Did it bark all night? (Ele/Ela latiu a noite toda?)
Did we stay here? (Nós ficamos aqui?)
Did you play very well? (Vocês jogaram muito bem?)
Did they park far? (Eles estacionaram longe?)

Quanto aos verbos irregulares, procederemos da mesma forma. A única diferença é nas afirmações, pois eles não rece-
bem terminação -ed. É essencial conhecer as formas irregulares. Vejamos:

to go → I went to the beach lasts year. (to go: ir – Eu fui à praia o ano passado)
to leave → You left early. (to leave: sair, deixar – Você saiu cedo)
to drink → He drank too much at the party. (to drink: beber – Ele bebeu demais na festa)
to have → She had a sister before she turned 5. (to have: ter – Ela teve uma irmã antes de fazer 5 anos.)
to sleep → It slept under the bed. (to sleep: dormir – Dormiu debaixo da cama)
to stand → We stood in line. (to stand: ficar de pé – Nós ficamos na fila
INGLÊS

to win → You won together. (to win: vencer, ganhar)


to cut → They cut the meat. (to cut: cortar)

19
#FicaDica
Marcadores de tempo, como yesterday, at the party, all night, before she got married, vão te ajudar a
reconhecer a necessidade de utilizar o Passado simples, por se tratar de ações já acabadas ou que não
continuam na atualidade.

8. Presente Perfeito
Formado pela utilização do auxiliar have ou has (para he, she, it) mais a forma do particípio de outro verbo. Indica situa-
ções contínuas, coisas que têm acontecido por um certo período e que ainda não acabaram.
I have worked here for five years. (Tenho trabalhado aqui há cinco anos)
She has gone to the club a lot lately. (Ela tem ido muito ao clube ultimamente)
Dave and Mike have studied together since 2010. (Dave e Mike têm estudado juntos desde 2010)
O particípio dos verbos regulares permanece com o final -ed do passado simples. Quanto aos verbos irregulares, estude
também suas formas, pois podem mudar em relação ao passado simples. Veja alguns exemplos:

Infinitive Simple Past Past Participle Translation


be was/were been ser, estar, ter (idade)
begin began begun começar
break Broke broken quebrar
choose Chose chosen escolher
go Went gone ir, partir, seguir
do Did done fazer
drive Drove driven dirigir
ride Rode ridden andar, montar
take took taken pegar, demorar

FIQUE ATENTO!
Existem muitas páginas onde você poderá aprender mais sobre as diferenças dos tempos verbais e da
conjugação de verbos em inglês, como em https://web2.uvcs.uvic.ca/courses/elc/studyzone/410/grammar/
ppvpast.htm

O Present Perfect também é usado para descrever situações que já ocorreram, mas que não sabemos quando. O tempo
é indefinido, não interessa, ou simplesmente não importa, pois o que importa é o fato acontecido.

Mike has seen the ocean for the first time. (Mike viu o oceano pela primeira vez)
Sheila and Susan have already been to New York. (Sheila e Susan já estiveram em Nova Iorque)
I have already made my bed. (Eu já arrumei minha cama)

As formas negativas podem serão:

I haven’t made my bed. (Eu não arrumei minha cama)


Mike hasn’t seen the ocean. (Mike não viu o oceano)
Sheila and Susan haven’t been to New York. (Sheila e Susan não foram a Nova Iorque)

Palavras como yet, already, never, ever costumam acompanhar este tipo de oração:

I haven’t made my bed yet. (Eu ainda não arrumei minha cama)
INGLÊS

Mike has never seen the ocean. (Mike nunca viu o oceano)
Sheila and Susan have already visited New York. (Sheila e Susan já foram a Nova Iorque)
Have you ever seen a famous person? (Você alguma vez viu uma pessoa famosa?)

20
Para fazermos perguntas no Present Perfect, basta colo- c) May e might podem ser usados para exprimir um
car have ou has antes do sujeito da frase. propósito, uma aspiração ou uma esperança:
Have you bought Milk for the baby? (Você comprou leite May he rest in peace. (Que ele repouse em paz)
para o bebê?) I hope that he might like this cake. (Espero que ele possa
Has he talked to the police officer? (Ele falou com o poli- gostar deste bolo)
cial?) May all your dreams come true. (Que todos os seus so-
Has Tina ever traveled to Salvador? (A Tina viajou a Salva- nhos se realizem)
dor alguma vez?)
d) Para dizermos algo no passado e no futuro, ao in-
9. Passado Perfeito vés de may e might, normalmente usamos os verbos “to be
É usado para dizer que alguma coisa ocorreu antes de ou- allowed to” ou “to be permitted to”, que significam “ser per-
tra no passado. Formado por had mais o particípio de algum mitido”:
verbo. Veja no próximo exemplo que há duas situações acon- He will be allowed to leave prison. (Ser-lhe-á permitido sair
tecendo, mas, aquela que aconteceu primeiro está usando o da prisão)
past perfect. Ambas orações estão unidas por when. I wasn’t allowed to enter without a uniform. (Não me dei-
xaram entrar sem um uniforme)
I had already left when my father called home. (Eu já ti- e) May e might não costumam ser usados na interro-
nha saído quando meu pai ligou para casa) gativa exprimindo probabilidade ou possibilidade. Em seu
Não é extremamente necessário que haja duas orações. lugar, usamos to think, to be likely e can:
Pode haver apenas uma. Veja; Do you think he is listening for us? (Você acha que ele está
nos ouvindo?)
David had bought meat for the barbecue this morning. (Da- Is it likely to happen? (É possível/provável que isso acon-
vid tinha comprado carne para o churrasco hoje de manhã) teça?)
Can this plan come true? (Poderá este plano se tornar rea-
A negativa é formada com had not ou hadn’t. Para pergun-
lidade?)
tar, devemos posicionar o had antes do sujeito.
Exemplos:
He hadn’t gone to the bar. (Ele não tinha ido ao bar)
f) May e Might podem ser empregados na negativa,
mas sem contração:
Had you brought me those documents? (Você tinha me
He may or may not agree with you. (Ele pode concordar
trazido aqueles documentos?)
ou não com você)
VERBOS MODAIS
2. Must (precisar, dever, ter que)
Os verbos modais são distintos dos regulares e irregulares
pois possuem características próprias: a) Must é usado no presente e no futuro. Ele pode ex-
a) Não precisam de auxiliares na formação de negativas e primir ordem, necessidade, obrigação, dever. É equivalente a
interrogativas; have to (ter que):
b) Sempre após os modais, usamos um verbo regular ou I must go now. (Preciso ir agora)
irregular no infinitivo, mas sem o “to”; You must obey your parents. (Você deve obedecer a seus
c) Não sofrem alteração na terceira pessoa do singular do pais)
presente. Logo, nunca recebem “s”, “es” ou “ies” para he/she/it. You must follow your doctor’s advice. (Você tem que seguir
os conselhos do seu médico)
São verbos modais: can, could, may, might, should, must, He has worked a lot; he must be tired. (Ele trabalhou muito;
ought to. deve estar cansado)

1. May, Might (poder) b) A forma negativa mustn’t (must not) exprime uma
proibição ou faz uma advertência:
a) May pode ser usado para pedir permissão: Visitors must not feed the animals. (Visitantes estão proibi-
May I open the window? (Posso abrir a janela?) dos de alimentar os animais)
May I use your bathroom? (Posso usar seu banheiro?) You mustn’t miss the 9:00 train. (Você não pode perder o
trem das 9:00)
b) May e Might podem indicar possibilidade mais certa
ou probabilidade mais remota: 3. Can (poder)
It may rain. (Pode chover) => may indica algo com mais a) Pode ser usado para expressar talentos e habilida-
certeza do que might. des no presente:
It might rain. (Pode chover) => a probabilidade de chover They can sing really well. (Eles podem cantar realmente
INGLÊS

é pequena. muito bem)


He might come to the party, but I don’t think he will. (Ele I can speak English. (Eu sei falar Inglês)
pode vir à festa, mas não creio que virá)

21
b) Pode ser usado para pedir permissão:
Can I drink water, teacher? (Posso ir beber água, professor?)
Can I see your homework? (Posso ver sua tarefa?)

c) Há duas formas negativas, can’t e cannot:


He can’t dance at all. (Ele não sabe dançar nada)
Tim cannot control his feelings. (Tim não consegue controlar seus sentimentos)

1. Could (conseguia, podia, poderia)


a) Usamos could para expressar ideias como sendo o passado de can:
When I was a teenager I could swim better. (Quando eu era adolescente eu podia nadar melhor)
I could run, now I can’t anymore. (Eu podia correr, mas agora não consigo mais)
b) Para pedir permissão, could é mais educado e formal que can:
Could you help me? (Você poderia me ajudar?)
Could I borrow your cell phone? (Eu poderia pegar emprestado seu celular?)

4. Should e Ought to (deveria)

a) Usamo-los para expressar nossa opinião, para recomendar, dar sugestão ou conselho:
He should travel more. (Ele deveria viajar mais)
I ought to go right now. (Eu deveria ir imediatamente)

b) As formas negativas são Shouldn’t e Ought not to.


You shouldn’t talk like that. (Você não deveria falar daquele jeito)
I ought not to see her. (Eu não deveria vê-la)

VOZ PASSIVA

Em uma oração comum, o objeto recebe a ação do verbo. Observe os exemplos sob a ótica da ordem normal das pa-
lavras numa frase
Sujeito + verbo + objeto)
Cats eat fish.
(Gatos comem peixes)

A voz passiva é mais formal e menos comum. Usa-se quando o sujeito da ação não é importante ou desconhecido. Se
compararmos com a voz ativa, veremos uma inversão no posicionamento do sujeito e do objeto.
Objeto (da voz ativa) + to be + verbo principal no particípio +
Fish are eaten (by cats).
(Peixes são comidos por gatos)

A formação by + sujeito da voz ativa é optativa e funciona apenas para mencionar quem realizou a ação.
No exemplo dado acima, fish torna-se o sujeito da voz passiva, enquanto que cats faz as vezes de objeto da passiva.
Outros exemplos:

Parks are destroyed by our bad habits. (Parques são destruídos por nossos maus hábitos)
Many people were called by this company. (Muitas pessoas foram chamadas por esta empresa)
Kennedy was killed by Lee Harvey Oswald. (Kennedy foi morto por Lee Harvey Oswald)
My wallet has been stolen. (Minha carteira foi roubada)
Podemos conjugar a voz passiva em qualquer tempo. Por exemplo:
a) Present Simple:
It is made in Brazil. (É feito no Brasil)
b) Present Continuous:
It is being made in Brazil. (Está sendo feito no Brasil)
c) Present Perfect:
It has been made in Brazil. (Tem sido feito no Brasil)
INGLÊS

22
INFINITIVO E GERÚNDIO Há também alguns verbos (advise, try, neglect, dislike,
begin, forget, remember, hate, start, attempt, continue, love,
1. O Infinitivo stop, try, allow, prefer) que podem ser seguidos de gerúndio
O infinitivo é a forma base do verbo (to be, to go, to love, ou infinitivo com o “to”. É preciso observar que em alguns
to have, etc.), tal qual é encontrada nos dicionários. O verbo casos há alteração de sentido das frases.
no infinitivo pode ser antecedido pela partícula “to” ou não.
Deve-se utilizar o infinitivo sem o “to” após: I started loving you. (Eu comecei a amar você).
I started to love you. (Eu comecei a amar você).
a) Verbos modais (can, could, must, should, may, might) I stopped to help her. (Eu parei - o que estava fazendo -
You can work today. (Você pode trabalhar hoje) para ajudá-la).
I stopped helping her. (Eu parei de ajudá-la).
b) Verbos auxiliares (do, does, did, will)
We do help at home. (Nós realmente ajudamos em casa)
He did go to the party. (Ele realmente foi à festa)
He will call you tomorrow morning. (Ele te ligará amanhã EXERCÍCIO COMENTADO
de manhã)

c) Conjunções but e except (UFRR – 2018)


My supervisor said I could do everything on the company
except arrive late. (Meu supervisor disse que eu poderia fa- TEXT VI
zer qualquer coisa na empresa, menos chegar atrasado)

d) Had better, would rather, rather that


He’d better leave now or he’ll miss the bus.(Ele deveria
partir agora ou perderá o ônibus)
I’d rather learn English than French. (Eu prefiro aprender
Inglês a aprender Francês)

e) Verbos make e let


This place makes me feel brand new. (Este lugar mei dei-
xa renovado).
Let me help you! (Deixe-me ajudar você!).

Usa-se o infinitivo com o “to” nas seguintes situações:

a) Após os verbos tell, invite, teach, want, invite, remind,


wish, desire.
I invited my grandmother to have dinner with me. (Eu
convidei minha avó para jantar comigo).
We want to see the art exhibit. (Nós queremos ver a exi-
bição de arte).
b) Após adjetivos e após as palavras too, enough, the first,
the last, the only.
You are too young to work here. (Você é muito jovem
para trabalhar aqui).
c) Para indicar propósito, finalidade Disponível em: https://www.cartoonstock.com/direc-
They went there to buy a skirt. (Elas foram lá para com- tory/l/library_books.asp. Acesso em: 05 out. 2018.
prar uma saia).
1. Text VI presents an interaction between a father
2. O Gerúndio and his child in which they talk about reasons for suppor-
Além de servir para formar o Presente Contínuo, alguns ting candidates in politics. The expression “should” in the
verbos acompanham outro verbo se colocados no gerúndio. girl’s question and in her father’s answer indicates:
Outros, como see, notice, feel, hear e observe, podem ser
seguidos tanto pelo infinitivo quanto pelo gerúndio sem o “to”. a) advice, suggestion or recommendation.
b) a remote possibility or probability.
They heard the people singing. (Eles ouviram as pessoas c) lack of obligation or prohibition.
INGLÊS

conversando). d) a request for permission.


They heard the people sing. (Eles ouviram as pessoas e) ability or capacity.
cantar).

23
Resposta: Letra A. Como visto nesta seção, usa-se o Voz Passiva:
verbo should para dar conselho (advice), para sugerir (sujeito da passiva+ to be + verbo principal no particípio
(sugestão), dar uma recomendação (recommendation). + informação extra)
Neste cartoon, tanto a pergunta: “should we support A state of “social emergency” + has been + declared +
a supreme court candidate just because she´s latino like in Brazil.
us?” (Deveriamos apoiar uma candidate ao supremo tri- (???) has declared a state of “social emergency” in Brazil
bunal só porque é latina, como nós?), como a afirmação Voz Ativa:
“we should support people who do a good job at wha- (quem realizou a ação + verbo principal sem to be +
tever they do” (Nós deveríamos apoiar qualquer pessoa sujeito da passiva + informação extra)
que faça um bom trabalho em qualquer coisa que faça)
utilizam o verbo should para pedir uma sugestão ou PREPOSIÇÕES
para sugerir respectivamente.
Preposições são palavras que usamos junto aos nomes
TEXT V e pronomes para mostrar sua relação com outros elemen-
tos da frase. Apresentamos as principais preposições e seu
Emergency after 70,000 Venezuelan migrants cross uso:
Brazil border
IN, ON, AT
A state of “social emergency” has been declared in 1. In: Usamos in com nomes de meses, anos, esta-
Brazil in response to the massive influx of Venezuelan mi- ções, partes do dia, cidades, estados, países, continentes.
grants fleeing economic meltdown at home. President Te- I was Born in January. (Nasci em janeiro)
mer said that funds could be immediately transferred to He lived here in 2012. (Ele morou aqui em 2012)
the northern state of Roraima, which shares a border with The classes start in the summer. (As aulas começam no
Venezuela, and that troops patrolling the border would be verão)
doubled to 200. About 70,000 Venezuelans have crossed He works in the morning/in the afternoon, in the eve-
ning. (Ele trabalha de manhã/ de tarde/de noite)
into Roraima in recent months, with at least 40,000 settling
Steven has worked in Europe since 2011. (O Steven tra-
in Boa Vista, the state capital, according to migration au-
balha na Europa desde 2011)
thorities. Many arrive on foot with almost nothing, lacking
enough money to pay for food and shelter. […]
2. On: É usado para dias da semana, datas (dia,
mês+dia), datas comemorativas, ruas, praças e avenidas.
Adaptado de: https://www.thetimes.co.uk/article/bra-
I go to the church on Saturdays and on Sundays. (Vou
zil-declares-state-ofemergency-
para a igreja aos sábados e aos domingos)
on-venezuela-border-over-migrant-influx-52fnsb7wg
Their baby was born on April 10th. (O bebê deles nasceu
Acesso em: 12 no dia 10 de abril)
out. 2018. I always have fun on New Year’s Day. (Eu sempre me
2. Nesse texto é possível observar uma preocupa- divirto no dia do ano novo)
ção social com tal movimento migratório, salientada pelo The supermarket is on Oxford street. (O supermercado
trecho A state of “social emergency” has been declared in fica na rua Oxford)
Brazil(...). Esse fragmento está estruturado na voz passiva, The shopping mall is on Portugal square. (O shopping
cuja voz ativa corresponde a: fica na praça Portugal)

a) Brazilian people have declared a state of “social emer- 3. At: É usado com horas, com a palavra night, com
gency” in Brazil. endereços (rua+número), lugares numa cidade.
b) President Temer has been declared a state of “social I got up at 7:00. (Levantei às 7:00)
emergency” in Brazil. The store is at 456 Lincoln street. (A loja fica na rua Lin-
c) The government has declared a state of “social emer- coln, 456 – note que o número vai primeiro)
gency” in Brazil. He arrived late at night. (Chegou tarde à noite)
d) The government has being declared a state of “social My father is at the airport now. (Meu pai está no aero-
emergency” in Brazil. porto agora)
e) President Temer has being declared a state of “social
emergency” in Brazil. Na dúvida, algumas das seguintes sugestões podem
ajudar, mas lembre-se:
Resposta: Letra C. Em primeiro lugar, verifique se há a) Sobre a posição de algo:
alguma menção a quem realizou ação e, depois inverta Use in para indicar “dentro de alguma coisa”:
a ordem da voz passiva, para obter a voz ativa da frase. In the box
INGLÊS

No texto acima não há nenhuma informação a respeito, In the refrigerator


por tanto o aluno deverá conferir a formação da frase In a shop
para ter certeza.

24
Use on para indicar contato: After: depois de:
On a bookshelf She always wakes up after 9:00. (Ela sempre acorda de-
On a plate pois das 9:00)
On the grass Against: contra:
The car crashed against the wall. (O carro bateu contra
Use at para indicar um lugar definido. Nesse caso, seu o muro)
sentido é o de “junto a”, “na”: Among: entre (vários ítens):
The little boy was among many criminals. (O garotinho
At the bus stop estava entre muitos criminais)
At the top Around: em volta de:
At the bottom They traveled all around the country. (Eles viajavam pelo
b) Sobre tempo, horário, datas comemorativas: país)
Use on quando o dia é mencionado, para aniversários, Before: antes de:
datas específicas e outros: She always arrives before 7 o’clock. (Ela sempre chega
On Monday, on Tuesday… antes das 7)
On July 2nd, On September 9th Behind: atrás de:
On her birthday, on that birthday… Tim sits behind Peter. (O Tim senta atrás do Peter)
On Christmas, On Martin Luther King day, etc. Below: abaixo de:
On weekday, On weekends. Answer the questions below. (Responda as questões
c) Horários e outros: abaixo)
At midday, (at noon) Beside/Next to: ao lado de:
at lunch time, etc. The microphone is beside/next to the monitor.
At night. Besides: além de: Besides English, she can also speak Spa-
Acontecem algumas exceções quanto ao uso em rela- nish.
ção a pronomes. Between: entre (dois ítens): He was sitting between two
a) Uso de in the way X on the way: beautiful girls.
In the way (no caminho) – indica que há algo blo- Beyond: além de, após, atrás de: The lake is beyond the
queando o caminho, a estrada, etc. impedindo a passa- mountains.
gem do maio de transporte ou da pessoa para continuar But: exceto: Everybody went to the party, but Chris.
em frente. By: por, junto, ao lado de: Let’s sleep by the fireplace.
On the way (a caminho) – evidência que alguma coisa Down: abaixo, para baixo: Their house is down the hill.
está por vir. Up: acima, para cima: Their house is halfway up the hill.
There’s a big rock in the way. (Tem uma rocha enorme During: durante: He was in the army during the war.
no caminho / bloqueando o caminho) For: a favor de: Who’s not for us is against us.
Don’t worry, I’m already on my way to the meeting. For: por, para, há (tempo): Do it for me! Fish is good for
(Não se preocupe, já estou a caminho da reunião) health. They’ve lived here for many years.
b) Uso de on a bus, on an airplane, on a train X in a From: de (origem): Where is he from?
car, in a helicopter X by car, by bus, by train. In front of: na frente de: Peter sits in front of the teacher
Escolha on quando não for necessário que o passa- in the classroom.
geiro se sente para poder andar no meio de transporte, Inside/outside: dentro de/fora de: Let the dog sleep insi-
como é o caso de bus, de airplane, etc. de/outside the house.
Use in quando for necessário sentar-se no meio de Instead of: em vez de: You should study more instead of
transporte, como a car, a truck. playing video-games.
Use by para relatar o meio de transporte que se esco- Into: para dentro, em: The plane disappeared into the cloud.
lheu para transporte: Near: perto de: The post office is near here.
We are going by car, but my parents decided to go by Off: para fora (de uma superfície): Mark fell off his mo-
motorcycle. (nós vamos de carro, mas meus pais vão de torcycle.
moto) Out of: para fora de: Put these books out of the box.
Over: sobre, acima de, por cima de, mais que: There were
OUTRAS PREPOSIÇÕES over 1.000 people in the show.
Through: através de: The guys walked through the forest.
About: sobre, a respeito de: Till/until: até (tempo): The message will arrive until to-
Tell me about your experiences. morrow.
(Me conte sobre suas experiencias) To: para: Teresa will go to Italy next week.
Above: acima de: Towards: para, em direção a: The boy threw the rock
John’s apartment is above mine. towards the window.
(O apartamento do John está acima do meu.) Under: em baixo de: The cat sleeps under the bed.
INGLÊS

Across: através de, do outro lado: With/without: com/sem: Come with me. I can’t live wi-
The dog ran across the forest. thout you.
(O cachorro correu através da floresta) Within: dentro de: I will go there within a week.

25
PHRASAL VERBS

Quando agrupam-se verbos + preposição/advérbio,


temos um phrasal verb, cujo significado difere do que sig-
nificaria o verbo sem tais companhias. Phrasal Verbs são
bastante usados em inglês de forma oral ou escrita e seu
estudo é bastante necessário.
Por exemplo,
To give = dar
+ up = give up = desistir
+ back = give back = devolver
+ away = give away = doar
(The UN estimates 2.3 million Venezuelans have fled sin-
To turn = virar ce 2015 with Colombia expecting 2 million more to follow by
+ down = abaixar o volume 2020. Photograph: Evelin Rosas/EPA)
+ up = aumentar o volume
+ off = desligar um aparelho The UN estimates 2.3 million Venezuelans have fled sin-
+ on = ligar um aparelho ce 2015 with Colombia expecting 2 million more to follow by
2020. That would mean 4.3 million people – 14% of Vene-
Assim acontece com muitos verbos, entre eles, look, zuela’s population – had left. Last week, the UN’s migration
get, put, make, give, go, call, get etc. Perceba que realmen- agency warned the mass migration is nearing a “crisis mo-
te, sozinhos, seu significado é bem diferente em relação à ment” comparable to events involving refugees in the Me-
sua forma composta. diterranean. Many of those now heading into neighbouring
countries such as Brazil and Colombia are so impoverished
REFERENCIAS DE SITE: they do so on foot.
http://learnersdictionary.com/qa/the-difference-bet- On Tuesday, Venezuelan state media trumpeted the “repa-
ween-in-the-way-and-on-the-way triation” of 89 migrants who had reportedly been flown home
https://www.todamateria.com.br/phrasal-verbs/ from Peru free of charge after suffering exploitation abroad.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Phrasal_verb Disponível em https://www.theguardian.com/world/2018/
aug/28/venezuela- diosdado-cabello-refugee-footage-fake.
Acessado em 22/10/2018
EXERCÍCIO COMENTADO 1. O jornal The Guardian retrata um problema social
vivido, sobretudo, em 2018, pelos venezuelanos. Com base
(UNESPAR – PARANÁ – 2018) no texto lido, aponte a alternativa que retrata mais adequada-
mente a posição do governo da Venezuela sobre o assunto:
Texto 4:
Venezuelan official suggests migrant crisis is staged a) Oficiais do governo confirmam as notícias de que a Vene-
to undermine government zuela está vivendo uma crise social sem precedentes;
Diosdado Cabello implied that photos and news of b) A ONU está solicitando ajuda para abrigar os jovens ve-
refugees fleeing through South America on foot are nezuelanos que querem deixar o país em busca de outros
fake as the UN warns the situation is nearing a ‘crisis regimes políticos;
moment’ c) O governo diz que as fotos e notícias de venezuelanos, dei-
Tom Phillips Latin America correspondent xando o país a pé em direção a outros países da América
do Sul, são montagens e objetivam minar seu governo;
Venezuela’s number two official has suggested his cou- d) A mídia estatal da Venezuela diz que apenas 89 pessoas
ntry’s escalating migration crisis – described by the United deixaram o país em 2018, mas que poderão voltar, sem
Nations as one of the worst in Latin American history – is problemas, caso desejarem;
being staged as part of a rightwing ruse to undermine his e) O governo venezuelano admite o problema e pede ajuda à
government. ONU para reorganizar o país.
Speaking at a congress of the ruling United Social party
this week, Diosdado Cabello implied that images of Vene- Resposta: Letra C. O movimento migratório que o governo
zuelans fleeing through South America on foot had been deseja realçar é o da volta de alguns cidadãos venezue-
manufactured. “It’s as if it was: ‘Lights, camera, action!’ It is lanos desde outros países: “89 migrants from Peru”, por
a campaign against our country – a campaign of extraordi- sofrerem “exploração no exterior” (suffering exploitation
nary dimensions,” Cabello added. abroad). Assim, a preposição from (desde/de) torna-se
INGLÊS

informação chave para entender os propósitos da mídia


estatal de realçar o movimento de retorno ao país, e es-
quecendo o grande número de pessoas fugindo dele.

26
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA – 2018)

TEXT I

https://floridafinancialliteracy.weebly.com/blog/fakenews-political-cartoon - acesso em 14/10/2018.

2. Em se desejando criar uma frase verbal para constar da placa presente no cartum, sem alterar o sentido original
veiculado pelo texto I, seria possível que se escrevesse o seguinte na sinalização:

a) Dangerous hole caused by fake news may provoke severe physical accidents.
b) Pay attention! Technology may be harmful for your health.
c) Watch out for fake news. You may be led into a wrong path.
d) What a terrible fake news hole! Attention!
e) Danger. Fake news on the road.

Resposta: Letra C. O verbo watch, mais a preposição out, formam a ideia perfeita (watch out = cuidado, preste atenção)
para substituir a mensagem de perigo que aparece no cartaz deste cartum.

ADJETIVOS

Adjetivos são palavras ou grupo de palavras que indicam características dos substantivos, definindo-os, delimitando-os
ou modificando-os. Ao contrário do que ocorre na língua portuguesa, os adjetivos em inglês não possuem forma plural,
forma masculina, nem feminina.
INGLÊS

She is beautiful. → They are beautiful. (Ela é linda / eles são lindos)
His car is red. → Their cars are red. (Seu – dele – carro é vermelho / Seus carros são vermelhos)
*Note que os vocábulos beautiful e red permaneceram sem mudança na frase em inglês.

27
Quando o(s) adjetivo(s) aparece(m) junto a um substan- 5. Grau Superlativo de Inferioridade
tivo, aquele(s) sempre precede(m) este: (the least + adjetivo) = (o menos...) * O adjetivo permanece
This is a big city. (big = adj. / city = substantivo) sem modificação
(Esta é uma cidade grande)
This is the least important detail. (Este é o detalhe menos
They live in a huge white house. (huge = adj. / white = importante)
adj. / house = substantivo) I’m always the least nervous during the tests. (Sempre sou
(Eles moram em uma casa branca enorme) o menos nervoso durante as provas)
That region is the least safe of the city. (Aquela região é a
GRAU DOS ADJETIVOS menos segura da cidade)

Existem os graus comparativos e superlativos. Enquan- 6. Grau Superlativo de Superioridade com adjeti-
to que o grau comparativo normalmente usa apenas dois vos curtos
pontos de referência, o grau superlativo leva em conta Adjetivos curtos, como cheap, tall e dry → the + adjeti-
aquele que se destaca em um grupo. vo curto + est = o mais...

1. Grau Comparativo de Igualdade This is the cheapest restaurant in town. (Este é o restauran-
(as + adjetivo + as) = (tão/tanto... quanto) * O adjetivo te mais barato da cidade)
permanece sem modificação Jennifer is the tallest girl in the group. (Jennifer é a garota
mais alta do grupo)
Dereck is as short as Fred. (Dereck é tão baixo quanto This is the driest region of the state. (Esta é a região mais
Fred) seca do estado)
That motorcycle is as fast as this one. (Aquela moto é
tão rápida quanto esta) 7. Grau Superlativo de Superioridade com adjeti-
Julie is as beautiful as Sharon. (Julie é tão bela quanto vos longos
Sharon) Adjetivos curtos, como modern, handsome e famous
→ the most + adjetivo longo = o mais...
2. Grau Comparativo de Inferioridade
(less + adjetivo + than) = (menos... do que...) * O adjeti- This is the most modern TV set nowadays. (Este é o apare-
vo permanece sem modificação lho de TV mais moderno do momento)
He is the most handsome actor in the movies. (Ele é o ator
Christopher is less famous than Brad. (Christopher é mais bonito do cinema)
menos famoso do que Brad) Messy is the most famous soccer player now. (Messy é o
Your city is less hot than mine. (Sua cidade é menos jogador de futebol mais famoso agora)
quente do que a minha)
This language is less difficult than the others. (Esta língua Modificações em alguns adjetivos:
é menos difícil do que as outras)
a) Adjetivos terminados em -e
3. Grau Comparativo de Superioridade com adje- Acrescenta-se -r (no comparativo) ou -st (no superlativo):
tivos curtos
Adjetivos curtos, como strong, tall e thin → -er + than wide (largo)
= (mais... do que..) late (tarde)
wider
Tim is stronger than Peter. (Tim é mais forte do que Pe- later
ter) the widest
An elephant is taller than a lion. (Um elefante é mais the latest
alto que um leão)
Nancy is thinner than Sue. (Nancy é mais magra do que b) Adjetivos curtos terminados em -y
Sue) Substituímos o -y por -i e depois colocamos -er ou -est:
pretty (bonita)
4. Grau Comparativo de Superioridade com adje- dirty (sujo)
tivos curtos prettier
Adjetivos longos, como intelligent, careful e comfortable dirtier
→ more + adjetivo longo + than = (mais... do que...) the prettiest
the dirtiest
Dave is more intelligent than his brother. (Dave é mais
intelligente que seu irmão) c) Adjetivos curtos terminados em consoante+vo-
He is more careful than his father as a driver. (Ele é mais gal+consoante
INGLÊS

cuidadoso que seu pai como motorista)


Dobra-se a última consoante antes de acrescentar -er
This house is more comfortable than the other. (Esta
ou -est:
casa é mais confortável que a outra)

28
thin (magro/fino) thinner the thinnest
fat (gordo) fatter the fattest
big (grande) bigger the biggest

8. Adjetivos irregulares

Adjetivo Tradução Comparativo Superlativo


Bad (mau) worse the worst
Good (bom) better the best
Far (longe) farther the farthest
Far (mais/adicional) further the furtherst
Little (pouco) less the least
Many (muitos/as) more the most
Much (muito/a) More the most

EXERCÍCIO COMENTADO

(UNESPAR – PARANÁ – 2018)

1. Mafalda, personagem famosa por seu pensamento crítico, discute um tema de grande importância para o mundo.
Aponte a alternativa que melhor explica o contido na tirinha lida.

a) Mafalda, do alto de um púlpito, faz um discurso persuasivo pela paz mundial;


b) A personagem discute com as pessoas à sua volta sobre a necessidade da paz no mundo;
c) Mafalda discursa em nome de grandes organizações mundiais, como o Vaticano e a ONU, em busca de convencer os
países sobre a importância da paz no mundo;
d) A personagem conclui que, atualmente, ela e outras organizações mundiais reconhecidas têm o mesmo poder de per-
suasão sobre a paz no mundo;
e) Mafalda busca desenvolver uma crítica quanto à paz mundial, mas fica triste ao perceber que ninguém se interessa pelo
assunto.

Resposta: Letra d. Falando sobre uma pequena e humilde cadeira (“from this humble little chair”) a Mafalda percebe pos-
suir os mesmos poderes (“the same powers”) de persuasão que o Vaticano e a ONU. Embora pequeno. Este texto possui
vários exemplos da inversão dos adjetivos em relação ao português, por vezes, com mais de um adjetivo ao mesmo
tempo: humble little chair; impressioned call; world peace; the same powers of impression.
INGLÊS

29
(ENEM – 2017) ADVÉRBIOS

British Government to Recruit Teens as Next Advérbios são palavras que...


Generation of Spies a) Modificam um verbo
He ate slowly. → Ele comeu lentamente - Como ele co-
ln the 50 years since the first James Bond movie created meu?
a lasting impression of a British secret agent, a completely
different character is about to emerge. Britain’s intelligence b) Modificam um adjetivo
agencies are to recruit their next generation of cyber spies He drove a very slow car. → Ele pilotou um carro muito
by harnessing the talents of the “Xbox generation”. lento - Como era a rapidez do carro?
ln an’ expansion of a pilot program, Foreign Secre-
tary William Hague announced Thursday that up to 100 c) Outro advérbio
18-year-olds will be given the chance to train for a career in She walked quite slowly down the aisle. → Ela andou bem
Britain’s secret services. The move to recruit school-leavers lentamente pelo corredor - Com que lentidão ela andou?
marks a break with the past, when agencies mainly drew
their staff from among university graduates. “ Advérbios frequentemente nos dizem quando, onde,
Young people are the key to our country’s future suc- por que, ou em quais condições alguma coisa acontece ou
cess, just as they were during the War”, Hague said. “Today aconteceu. Os advérbios são geralmente classificados em:
we are not at war, but I see evidence every day of deli-
berate, organized attacks against intellectual property and 1. Advérbios de Afirmação
government networks in the United Kingdom.” Certainly, certamente; indeed, sem dúvida; obviously,
The new recruitment program, called the Single lntelli- obviamente; yes, sim; surely, certamente; etc.
gence Account apprenticeship scheme will enable students
with suitable qualifications in science, technology or engi- 2. Advérbios de Dúvida
neering, to spend two years learning about communica- Maybe, possivelmente; perhaps, talvez; possibly, possi-
tions, security and engineering through formal education, velmente; etc.
technical training and work placements.
JEARY, P. Disponível em: http://worldnews.nbcnews. 3. Advérbios de Frequência
com. Acesso em: 19 noy. 2012. Daily, diariamente; monthly, mensalmente; occasionally,
ocasionalmente; often/frequently, frequentemente; yearly,
Segundo informações veiculadas pela NBC News, a ge- anualmente; seldom/rarely, raramente; weekly, semanal-
ração digital já tem seu espaço conquistado nas agências mente; always, sempre; never, nunca; sometimes, às vezes;
britânicas de inteligência. O governo britânico decidiu que hardly ever, quase nunca, raramente; usually/generally, ge-
ralmente; etc.
a) enfrentará a guerra vigente e deliberada contra a pro-
priedade intelectual no Reino Unido. 4. Advérbios de Intensidade
b) abandonará a política de contratação de universitários Completely, completamente; enough, suficientemente,
como agentes secretos. bastante; entirely, inteiramente; much, muito; nearly, quase,
c) recrutará jovens jogadores de Xbox como ciberespiões aproximadamente; pretty, bastante; quite, completamente;
das agências de inteligência. slightly, ligeiramente; equally, igualmente; exactly, exata-
d) implantará um esquema de capacitação de adolescentes mente; greatly, grandemente; very, muito; sufficiently, sufi-
para atuarem como agentes secretos. cientemente; too, muito, demasiadamente; largely, grande-
e) anunciará os nomes dos jovens a serem contratados mente; little, pouco; merely, meramente; etc.
pelas agências de inteligência.
5. Advérbios de Lugar
Resposta: Letra D. Além de observarmos que o título Anywhere, em qualquer lugar; around, ao redor; below,
apresenta-nos o substantivo teen, que remete a todo abaixo; everywhere, em todo lugar; far, longe; here, aqui;
jovem que tem entre 13 a 19 anos (thirteen, fourteen, near, perto; nowhere, em nenhum lugar; there, lá; where,
fifteen, sixteen, senventeen, eighteen, nineteen), ou onde; etc.
seja aos adolescentes, ou teenagers em inglês, alguns
adjetivos que acompanham substantivos chaves no tex- 6. Advérbios de Modo
to confirmam-nos o fato de que as agências de governo Actively, ativamente; wrongly, erroneamente; badly, mal;
inserirão jovens ao setor de inteligência: next genera- faithfully, fielmente; fast, rapidamente; gladly, alegremente;
tion, Xbox generation, Young people (próxima geração, quickly, rapidamente; simply, simplesmente; steadily, firme-
geração Xbox e pessoas jovens) mente; truly, verdadeiramente; well, bem; etc.
INGLÊS

7. Advérbios de Negação
No, not, no; hardly, seldom, raramente; etc.

30
8. Advérbios de Ordem 6. Locução Adverbial de Modo arm in arm, de bra-
Firstly, primeiramente; secondly, em segundo lugar; ços dados; at random, ao acaso; fairly well, razoavelmente;
thirdly, em terceiro lugar; etc. hand in hand, de mãos dadas; head over heels, de cabeça
para baixo; just so, assim mesmo; neck and neck, empare-
9. Advérbios de Tempo lhados; on credit, a crédito.
Already, já; always, sempre; early, cedo; immediately, ime-
diatamente; late, tarde; lately, ultimamente; never, nunca; now, 7. Locução Adverbial de Negação by no means, de
agora; soon, em breve, brevemente; still, ainda; then, então; maneira alguma; in no case, em hipótese alguma; none of
today, hoje; tomorrow, amanhã; when, quando; yesterday, on- that, nada disso; not at all, absolutamente; etc.
tem; etc.
8. Locução Adverbial de Tempo all of a sudden, subi-
10. Advérbios Interrogativos tamente; at first, a princípio; at present, atualmente; at once,
How, como; when, quando; where, onde; why, por que; etc. imediatamente; from now on, doravante, daqui em diante;
in after years, em anos vindouros; sooner or late, mais cedo
Alguns exemplos: ou mais tarde; up to now, até agora; in a jiffy, in a trice, in a
She moved slowly and spoke quietly. (Ela se moveu lenta- twinkling of an eye, in two shakes of a dog’s tail, in two ticks,
mente e falou sussurrando) em um momento, num abrir e fechar de olhos; etc.
She still lives there now. (Ela ainda mora lá agora)
It’s starting to get dark now. (Está começando a ficar escuro Mais exemplos:
agora)
She finished her tea first. (Primeiramente ela terminou She has lived on the island all her life. (Ela viveu na ilha
seu chá) a vida toda)
She left early. (Ela saiu cedo) She takes the boat every day. (Ela pega o barco todos
Oscar is a very bright man. (Oscar é um homem muito os dias)
brilhante) He ate too much and felt sick. (Ele comeu em excesso
This apartment is too small for us. (Esse apartamento é pe- e ficou enjoado)
queno demais para nós)
I like studying English very much. (Gosto muito de
The coffee is too sweet. (O café está doce demais)
estudar Inglês)
Jack is much taller than Peter. (Jack é muito mais alto do
que Peter)
São Paulo is far bigger than Recife. (São Paulo é muito
maior que Recife) EXERCÍCIO COMENTADO
The test was pretty easy. (A prova estava um tanto fácil)

Duas ou mais palavras podem ser usadas em conjunto, (ENEM 2017)


formando, assim, as Locuções Adverbiais, como:

1. Locução Adverbial de Afirmação


By all means, certamente; in fact, de fato, na verdade; no
doubt, sem dúvida; of course, com certeza, certamente, natu-
ralmente; etc.

2. Locução Adverbial de Dúvida


Very likely, provavelmente.

3. Locução Adverbial de Frequência


Again and again, repetidamente; day by day, dia a dia;
every other day, dia sim, dia não; hardly ever, raramente; every
now and then, once in a while, de quando em quando; etc.

4. Locução Adverbial de Intensidade


At most, no máximo; little by little, pouco a pouco; more
or less, mais ou menos; next to nothing, quase nada; on the
whole, ao todo; to a certain extent, até certo ponto; to a
great extent, em grande parte; etc.

5. Locução Adverbial de Lugar: at home, em casa;


INGLÊS

at the seaside, à beira-mar; far and near, por toda parte; on


board, a bordo; on shore, em terra firme; to and from, para
lá e para cá; etc. Reader’s Digest, set. 1993.

31
1. Nesse texto publicitário são utilizados recursos 2. O texto relata a situação crítica em que se encontram
verbais e não verbais para transmitir a mensagem. Ao asso- hospitais no Sudão do Sul e de alguns pacientes que deles
ciar os termos anyplace e regret à imagem do texto, consta- precisam para sobreviver. Assim sendo, assinale a alternati-
ta-se que o tema da propaganda é a importância da va que corresponde ao lido:
a) No texto são relatados dois casos específicos de re-
a) preservação do meio ambiente. cém-nascidos, um com infecção respiratória e outro com
b) manutenção do motor. problemas cardiovasculares. Ambos não sobreviveram;
c) escolha da empresa certa. b) As mães procuram por ajuda no único hospital
d) consistência do produto. para recém-nascidos prematuros do país, mesmo sabendo
e) conservação do carro. que eles não sobreviverão;
c) Apesar de muitas dificuldades e de falta de leitos,
Resposta: Letra C. O advérbio anyplace é utilizado para as mães dos bebês ficam em quartos próximos para ama-
informar o leitor que se levar o carro a “qualquer lugar”, mentá-los adequadamente;
haverá um lamento down the road (locução adverbial d) Não há laboratórios para testes, nem facilidade para
que significa “pela estrada”). Isto nos leva a entender usar a máquina de Raio-X, contudo, o aparelho usado para
que a escolha de uma boa empresa para a manutenção ajudar a respiração dos bebes prematuros ainda está fun-
de seu carro é crucial para evitarmos qualquer dor de cionando bem.
cabeça. e) É comum encontrar bebês ainda sem nome na clínica,
aguardando por sua sobrevivência, para, então, em seus
(UNESPAR – 2018) lares, ganharem um nome.
Resposta: Letra E. “When we get home then that’s the
Texto 3: time to name the baby,” (quando chegarmos em casa, esse
é o momento de dar nome ao bebê). Esta é a frase a ser ob-
Born Too Soon in a Country at War. Their Only servada, já que, iniciada pela locução adverbial when we get
Hope? This Clinic. home, conta o que precisávamos saber. Caso deseje maio-
By Kassie Bracken and Megan Special
res confirmações, não se esqueça de observar o título do
August 27, 2018
texto, que começa com “Born too soon”, onde o advérbio
too complementa outro advérbio: soon (formando a ideia
The baby girl has stopped breathing. She was born pre-
de “cedo demais”) em referência ao destino trágico de se
maturely and is only 3 weeks old. Her mother, Restina Bo-
nascer em um país em guerra e sem estrutura, que obriga o
niface, took her to the only public neonatal clinic in South
recém-nascido inclusive a esperar pelo seu nome.
Sudan. The country is one of the toughest places in the
world for newborns with health problems to survive. Ten
feet away sits a donated respiratory machine that could
save the baby. But lacking a critical part, it goes unused.
The doctor tries to resuscitate the baby for several minutes.
Finally, she begins breathing on her own. One in 10 babies
brought to this clinic will die, most from treatable condi-
tions. But many mothers have nowhere else to go.
South Sudan, the world’s youngest nation, is in the
midst of a humanitarian crisis. A brutal civil war has drained
the economy. As hospitals closed, doctors were forced to
flee. Inside the clinic, many babies remain nameless. Their
mothers know they may not make it. “Our mothers here,
they come for help,” said Rose Tongan, a pediatrician. “And
you pity them. You can’t do anything.” Electricity cuts out
for days at a time. There is no formula for the premature
babies, no lab for blood tests, no facility for X-rays. There
are no beds for breast-feeding mothers. They must sleep
outside, where they are at risk of infection and vulnerable
to assault. “I feel like: What can I do?” Dr. Tongan said.
Hellen Sitima’s 3-day-old daughter is sick. “When we get
home, then that’s the time to name the baby,” she says. Dr.
Tongan has no access to lab tests, but she determines that Ms.
Sitima’s baby has a respiratory infection. The infection clears,
and Ms. Sitima takes her daughter home. She names her Gift.
INGLÊS

Disponível em https://www.nytimes.com/interacti-
ve/2018/08/28/multimedia/south-sudan-babies.html.
Acessado em 22/10/2018

32
HORA DE PRATICAR!

1. (ENEM 2017)

Letters

Children and Guns


Published: May 7, 2013
To the Editor: Re “Girl’s Death by Gunshot Is Rejected as Symbol” (news article, May 6):
I find it abhorrent that the people of Burkesville, Ky., are not willing to learn a lesson from the tragic shooting of a 2-year-
-old girl by her 5-year-old brother. I am not judging their lifestyle of introducing guns to children at a young age, but I do
feel that it’s irresponsible not to practice basic safety with anything potentially lethal – guns, knives, fire and so on. How
can anyone justify leaving guns lying around, unlocked and possibly loaded, in a home with two young children? I wish the
family of the victim comfort during this difficult time, but to dismiss this as a simple accident leaves open the potential for
many more such “accidents” to occur. I hope this doesn’t have to happen several more times for legislators to realize that
something needs to be changed.
EMILY LOUBATON
Brooklyn, May 6, 2013
Disponível em: www.nytimes.com. Acesso em: 10 maio 2013.

No que diz respeito à tragédia ocorrida em Burkesville, a autora da carta enviada ao The New York Times busca
a) reconhecer o acidente noticiado como um fato isolado.
b) responsabilizar o irmão da vítima pelo incidente ocorrido.
c) apresentar versão diferente da notícia publicada pelo jornal.
d) expor sua indignação com a negligência de portadores de armas.
e) reforçar a necessidade de proibição do uso de armas por crianças.

INGLÊS

33
2. (ENEM – 2010)

Disponível em: http://www.meganbergdesigns.com/andrill/iceberg07/postcards/index.html.

Os cartões-postais costumam ser utilizados por viajantes que desejam enviar notícias dos lugares que visitam a parentes
e amigos. Publicado no site do projeto ANDRILL, o texto em formato de cartão-postal tem o propósito de:

a) comunicar o endereço da nova sede de projeto nos Estados Unidos


b) convidar colecionadores de cartões-postais a se reunirem em um evento.
c) anunciar uma nova coleção de selos para angariar fundos para a Antártica.
d) divulgar às pessoas a possibilidade de receberem um cartão-postal da Antártica.
e) solicitar que as pessoas visitem o site do mencionado projeto com maior frequência.
INGLÊS

34
3. (VUNESP – VESTIBULAR UNESP – 2018) 4. (VUNESP – VESTIBULAR UNESP – 2018)
Examine o cartum de Mick Stevens, publicado pela re- Examine a charge do cartunista Angeli, publicada origi-
vista The New Yorker em 15.02.2018 e em seu Instagram, e nalmente em 2003, e as afirmações que se seguem
as afirmações que se seguem. .

“You’re calling it love, but it’s really just static electricity.”

I. Depreende-se do cartum uma concepção platônica


do amor. (O lixo da história, 2013.)
II. No cartum, o conceito físico mencionado reforça a
ideia de amor platônico. I. A figuração dos líderes políticos como “reticências”
III. No cartum, nota-se a atribuição de características sugere que esses líderes constituem entrave à demanda
humanas a seres inanimados. sugerida pela “palavra”.
II. Na medida em que, frente a uma multidão de anôni-
Está correto apenas o que se afirma em mos, poucos indivíduos são nomeados, depreende-se da
charge uma crítica, sobretudo, ao processo de massifica-
a) I e II. ção da sociedade moderna.
b) I e II. III. A charge satiriza as manifestações contrárias à
c) II. guerra no Iraque lideradas por políticos dos EUA e do
d) I Reino Unido.
e) III.
Está correto apenas o que se afirma em

a) III.
b) II.
c) I e III.
d) I.
e) II e III.

5. (ENEM – 2017)
Israel Travei Guide
Israel has always been a standout destination. From the
days of prophets to the modem day nomad this tiny slice
of land on the eastern Mediteranean has long attracted vi-
sitors. While some arrive in the ‘Holy Land’ on a spiritual
quest, many others are on cultural tours, beach holidays
and eco-tourism trips. Weeding through lsrael’s convoluted
history is both exhilarating and exhausting. There are crum-
bling temples, ruined cities, abandoned forts and hundreds
INGLÊS

of places associated with the Bible. And while a sense of


adventure is required, most sites are safe and easily acces-
sible. Most of all, Israel is about its incredibly diverse popu-

35
lation. Jews come from all over the world to live here, while 7. (ENEM – 2011)
about 20% of the population is Muslim. Politics are hard to Going to university seems to reduce the risk of dying
get away from in Israel as everyone has an opinion on how from coronary heart disease. An American study that invol-
to move the country forward - with a ready ear you’re sure ved 10 000 patients from around the world has found that
to hear opinions from every side of the political spectrum. people who leave school before the age of 16 are five times
Disponível em: www.worldtravelguide.net. Acesso em: more likely to suffer a heart attack and die than university
15 jun. 2012. graduates.
World Report News. Magazine Speak Up. Ano XIV, nº
Antes de viajar, turistas geralmente buscam informa- 170. Editora Camelot, 2001
ções sobre o local para onde pretendem ir. O trecho do
guia de viagens de Israel Em relação às pesquisas, a utilização da expressão uni-
versity graduates evidencia a intenção de informar que
a) descreve a história desse local para que turistas valori-
zem seus costumes milenares. a) as doenças do coração atacam dez mil pacientes.
b) informa hábitos religiosos para auxiliar turistas a enten- b) as doenças do coração ocorrem na faixa dos dezesseis
derem as diferenças culturais. anos.
c) divulga os principais pontos turísticos para ajudar turis- c) as pesquisas sobre doenças são divulgadas no meio aca-
tas a planejarem sua viagem. dêmico.
d) recomenda medidas de segurança para alertar turistas d) jovens americanos são alertados dos riscos de doenças do
sobre possíveis riscos locais. coração.
e) apresenta aspectos gerais da cultura do país para conti- e) maior nível de estudo reduz riscos de ataques do coração.
nuar a atrair turistas estrangeiros.
8. (CEDERJ – 1º SEMESTRE - 2018)
6. (ENEM – 2016)
Fake news could ruin social media, but there’s still
Frankentissue: printable cell technology
hope
by: Guðrun í Jákupsstovu
In November, researchers from the University of Wol-
Camille Francois, director of research and analysis at
longong in Australia announced a new bio-ink that is a
Graphika, told the audience of her talk at TNW Conference:
step toward really printing living human tissue on an inkjet
“Disinformation campaigns, or fake news is a concept
printer. It is like printing tissue dot-by-dot. A drop of bio-
-ink contains 10,000 to 30,000 cells. The focus of much of we’ve known about for years, but few people realize how
this research is the eventual production of tailored tissues varied the concept can be and how many forms it comes
suitable for surgery, like living Band-Aids, which could be in. When the first instances of fake news started to surface,
printed on the inkjet. they were connected with bots. These flooded conversa-
However, it is still nearly impossible to effectively re- tions with alternative stories in order to create noise and, in
plicate nature`s ingenious patterns on a home office ac- turn, silence what was actually being said”.
cessory. Consider that the liver is a series of globules, the According to Francois, today’s disinformation campaig-
kidney a set of pyramids. Those kinds of structures demand ns are far more varied than just bots – and much harder to
3D printers that can build them up, layer by layer. At the detect. For example, targeted harassment campaigns are
moment, skin and other flat tissues are most promising for carried out against journalists and human-rights activists
the inkjet. who are critical of governments or big organizations.
“We see this kind of campaigns happening at large scale
Disponível em: <http://discovermagazine.com.> Aces- in countries like the Philippines, Turkey, Ecuador, and Vene-
so em: 2 dez. 2012. zuela. The point of these campaigns is to flood the narrative
these people try to create with so much noise that their
O texto relata perspectivas no campo da tecnologia original message gets silenced, their reputation gets dama-
para cirurgias em geral, e a mais promissora para este mo- ged, and their credibility undermined. I call this patriotic
mento enfoca o (a) trolling.”
There are also examples of disinformation campaigns
a) uso de um produto natural com milhares de células para mobilizing people. This was evident during the US elections
reparar tecidos humanos. in 2016 when many fake events suddenly started popping
b) criação de uma impressora especial para traçar mapas up on Facebook. One Russian Facebook page “organized”
cirúrgicos detalhados. an anti-Islam event, while another “organized” a pro-Islam
c) desenvolvimento de uma tinta para produzir pele e teci- demonstration. The two fake events gathered activists to
dos humanos finos the same street in Texas, leading to a stand-off.
d) reprodução de células em 3D para ajudar nas cirurgias Francois explains how amazed she is that, in spite of
INGLÊS

de recuperação dos rins. social media being the main medium for these different
e) extração de glóbulos do fígado para serem reproduzidos disinformation campaigns, actual people also still use it to
em laboratório. protest properly.

36
If we look at countries, like Turkey – where there’s a huge amount of censorship and smear campaigns directed at human
right defenders and journalists – citizens around the world and in those places still use social media to denounce corruption,
to organize human rights movements and this proves that we still haven’t lost the battle of who owns social media.
This is an ongoing battle, and it lets us recognize the actors who are trying to remove the option for people to use social
media for good. But everyday you still have people all over the world turning to social media to support their democratic
activities. This gives me hope and a desire to protect people’s ability to use social media for good, for denouncing corrup-
tion and protecting human rights.
Adapted from: <https://thenextweb.com/socialmedia/2018/05/25/ >. Access 09 Oct. 2018.

Glossary:
bot: (short for “robot”): um programa automático que roda na Internet; to flood: inundar; trolling: fazer postagem deli-
beradamente ofensiva para provocar alguém; popping up: surgir, aparecer; stand-off: impasse: smear campaigns: campa-
nhas de difamação.
In the text, Turkey is used as an example of a country where
a) battles of who owns social media are constantly lost.
b) social media is used to combat corruption and defend human rights.
c) smear campaigns are organized by social media movements.
d) citizens cannot use social media to expose their views.

9. (CEDERJ – 1º SEMESTRE - 2018)


Despite the polarization it brings about,
a) democratic activities serve only governmental purposes.
b) disinformation campaigns may protect human rights.
c) fake news are the only means of denouncing corruption.
d) social media is a means of democratic expression.

10. (ENEM – 2016)

Ebony and ivory

Ebony and ivory live together in perfect harmony


Side by side on my piano keyboard, oh Lord, why don’t we?
We all know that people are the same wherever we go
There is good and bad in ev’ryone,
We learn to live, we learn to give
Each other what we need to survive together alive

McCARTNEY, P. Disponível em: <www.paulmccartney.com.> Acesso em: 30 maio 2016.

Em diferentes épocas e lugares, compositores têm utilizado seu espaço de produção musical para expressar e proble-
matizar perspectivas de mundo. Paul McCartney, na letra dessa canção, defende

a) o aprendizado compartilhado.
b) a necessidade de donativos.
c) as manifestações culturais.
d) o bem em relação ao mal.
e) o respeito étnico.
INGLÊS

37
11. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA – 2018)
TEXT IV

Taken from: http://www.thatdeafguy.com/?p=184. Acessed on: Oct 17th, 2018.

Text IV pictures ordinary events about a mixed deaf and hearing family: a deaf father (Desmond), a mother who’s an
American Sign Language interpreter (Helen), and their hearing son (Cedric). In this comic stripe, Cedric talks about his father
to his playmates, who are afraid of Desmond because:

a) Desmond is using gesturing language to tell his son Cedric that he doesn’t like his playmates to look at him funny like
that.
b) Cedric asks Desmond to take his playmates to the planet “Eyeth” to teach them a gesturing language spoken by CIA alien
agents.
c) Desmond comes from another planet called “Eyeth”, where people have eyes hidden in the back of their head and speak
in a gesturing language.
d) Cedric made them think Desmond’s a CIA alien agent who speaks a top secret language and can see without looking
straight to the person’s eyes.
e) Desmond is looking at them using his hidden eyes he keeps in the back of his head while conspiring against them in a
gesturing language with his son Cedric.

12. (ENEM – 2017)

One of the things that made an incredible impression on me in the fil’m was Frida’s comfort in and celebration of her
own unique beauty. She didn’t try to fit into conventional ideas or images about womanhood or what makes someone or
something beautiful. lnstead, she fully inhabited her own unique gifts, not particularly caring what other people thought.
She was magnetic and beautiful in her own right. She painted for years, not to be a commercial success or to be discovered,
but to express her own inner pain, joy, family, lave and culture. She absolutely and resolutely was who she was. The trueness
of her own unique vision and her ability to stand firmly in her own truth was what made her successful in the end.
INGLÊS

HUTZLER, L. Disponível em: www.etbscreenwriting.com. Acesso em: 6 maio 2013.

38
A autora desse comentário sobre o filme Frida mostra- Epidemics have plagued humanity since the dawn of
-se impressionada com o fato de a pintora settled life. Yet, success in conquering them remains patchy.
Experts predict that a global one that could kill more than 300
a) ter uma aparência exótica. million people would come round in the next 20 to 40 years.
b) vender bem a sua imagem. What pathogen would cause it is anybody’s guess. Chan-
c) ter grande poder de sedução. ces are that it will be a virus that lurks in birds or mammals, or
d) assumir sua beleza singular. one that that has not yet hatched. The scariest are both highly
e) recriar-se por meio da pintura. lethal and spread easily among humans. Thankfully, bugs that
excel at the first tend to be weak at the other. But mutations
13. (ENEM – 2010) – ordinary business for germs – can change that in a blink.
THE WEATHER MAN Moreover, when humans get too close to beasts, either wild or
packed in farms, an animal disease can become a human one.
They say that the British love talking about the wea- A front-runner for global pandemics is the seasonal in-
ther. For other nationalities this can be a banal and boring fluenza virus, which mutates so much that a vaccine must be
subject of conversation, something that people talk about custom-made every year. The Spanish flu pandemic of 1918,
when which killed 50 million to 100 million people, was a potent ver-
they have nothing else to say to each other. And yet sion of the “swine flu” that emerged in 2009. The H5N1 “avian
the weather is a very important part of our lives. That at flu” strain, deadly in 60% of cases, came about in the 1990s
least is the opinion of Barry Gromett, press officer for the when a virus that sickened birds made the jump to a human.
Met Office. This is located in Exeter, a pretty cathedral city Ebola, HIV and Zika took a similar route.
in the southwest of England. Here employees – and com- (www.economist.com, 08.02.2018. Adaptado.)
puters – supply weather forecasts for much of the world.
De acordo com o primeiro parágrafo
Speak Up. Ano XXIII, nº 275.
a) há perspectivas de erradicar as epidemias nos próximos
Ao conversar sobre a previsão do tempo, o texto mos- 40 anos.
tra b) as epidemias assolaram principalmente os povos ancestrais
nômades.
a) o aborrecimento do cidadão britânico ao falar sobre
c) as mutações que os germes sofrem geralmente atenuam a
banalidades.
sua letalidade.
b) a falta de ter o que falar em situações de avaliação
d) doenças presentes em animais e aves podem se transfor-
de línguas.
mar em doenças humanas.
c) a importância de se entender sobre meteorologia
e) as aves são as principais transmissoras de patógenos, devi-
para falar inglês.
do à sua mobilidade.
d) as diferenças e as particularidades culturais no uso
de uma língua.
15. (VUNESP – VESTIBULAR UNESP – 2018)
e) O conflito entre diferentes ideias e opiniões ao se No trecho do primeiro parágrafo “Yet, success in conque-
comunicar em inglês. ring them remains patchy”, o termo sublinhado equivale, em
português, a
14. (VUNESP – VESTIBULAR UNESP – 2018)
a) assim mesmo.
Prescriptions for fighting epidemics b) portanto.
c) além disso.
d) ao invés disso.
e) no entanto.

16. (ENEM – 2016)


Italian university switches to English

By Sean Coughlan, BBC News education correspondent


16 May 2012 Last updated at 09:49 GMT

Milan is crowded with Italian icons, which makes it even


more of a cultural earthquake that one of Italy’s leading uni-
versities — the Politecnico di Milano — is going to switch to
the English language. The university has announced that from
INGLÊS

2014 most of its degree courses — including all its graduate


(Getty Images) courses — will be taught and assessed entirely in English
rather than Italian.

39
The waters of globalisation are rising around higher 18. (ENEM – 2010)
education — and the university believes that if it remains
Italian-speaking it risks isolation and will be unable to com-
pete as an international institution. “We strongly believe our
classes should be international classes — and the only way
to have international classes is to use the English language”,
says the university`s rector, Giovanni Azzone.

COUGHLAN, S. Disponivel em <www.bbc.co.uk.> Aces-


so em: 31 jul. 2012.

As línguas têm um papel importante na comunicação


entre pessoas de diferentes culturas. Diante do movimento
de internacionalização no ensino superior, a universidade
Politecnico di Milano decidiu

a) elaborar exames em língua inglesa para o ingresso na


universidade.
b) ampliar a oferta de vagas na graduação para alunos es-
trangeiros.
c) investir na divulgação da universidade no mercado inter-
nacional.
d) substituir a língua nacional para se inserir no contexto da
globalização.
e) estabelecer metas para melhorar a qualidade do ensino
de italiano.

17. (ENEM 2ª APLICAÇÃO – 2016)


New vaccine could fight nicotine addiction

Cigarette smokers who are having trouble quitting be-


cause of nicotine’s addictive power may some day be able
to receive a novel antibody-producing vaccine to help them Ao optar por ler a reportagem completa sobre o assun-
kick the habit. to anunciado, tem-se acesso a duas palavras que Bill Gates
The average cigarette contains about 4 000 different não quer que o leitor conheça e que se referem
chemicals that — when burned and inhaled — cause the se-
rious health problems associated with smoking. But it is the a) aos responsáveis pela divulgação desta informação na
nicotine in cigarettes that, like other addictive substances, internet.
stimulates rewards centers in the brain and hooks smokers b) às marcas mais importantes de microcomputadores do
to the pleasurable but dangerous routine. mercado.
Ronald Crystal, who chairs the department of genetic c) aos nomes dos americanos que inventaram a suposta
medicine at Weill-Cornell Medical College in New York, tecnologia.
where researchers are developing a nicotine vaccine, said d) aos sites da internet pelos quais o produto já pode ser
the idea is to stimulate the smoker’s immune system to pro- conhecido.
duce antibodies or immune proteins to destroy the nicotine e) às empresas que levam vantagem para serem suas con-
molecule before it reaches the brain. correntes.
BERMAN, J. Disponível em: <www.voanews.com>. Aces-
so em: 2 jul. 2012. 19. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA – 2018)

Muitas pessoas tentam parar de fumar, mas fracassam Increasing Our Efforts to Fight False News
e sucumbem ao vício. Na tentativa de ajudar os fumantes,
pesquisadores da Weill-Cornell Medical College estão de- By Tessa Lyons, Product Manager - June 21, 2018
senvolvendo uma vacina que
Over the last year and half, we have been committed
A) diminua o risco de o fumante se tornar dependente da to fighting false news through a combination of technolo-
nicotina. gy and human review, including removing fake accounts,
B) seja produzida a partir de moléculas de nicotina. partnering with fact-checkers, and promoting news literacy.
INGLÊS

C) substitua a sensação de prazer oferecida pelo cigarro. This effort will never be finished and we have a lot more
D) ative a produção de anticorpos para combater a nicotina. to do. Today, we’re announcing several updates as part of
E) controle os estímulos cerebrais do hábito de fumar. this work:

40
• Expanding our fact-checking program to new cou- 20. (ENEM 2ª APLICAÇÃO – 2016)
ntries
• Expanding our test to fact-check photos and vi-
deos
• Increasing the impact of fact-checking by using
new techniques, including identifying duplicates and using
Claim Review
• Taking action against new kinds of repeat offen-
ders
• Improving measurement and transparency by
partnering with academics
(...)
We’re currently working with the commission to develop
privacy-protected data sets, which will include a sample of
links that people engage with on Facebook. The academics
selected by the commission will be able to study these links
to better understand the kinds of content being shared on
Facebook. Over time, this externally validated research will
help keep us accountable and track our progress.

https://newsroom.fb.com/news/2018/06/increasing-
-our-efforts-to-fightfalse-news/
Considerando que a fonte do texto II é uma publicação
do próprio Facebook, assinale a alternativa que apresente,
em primeiro lugar, um trecho através do qual é possível
perceber que a empresa se coloca como responsável pelo
problema que vem tentando resolver e, em seguida, uma Bansky é um grafiteiro famoso. Na obra pintada em um
medida possível de ser encontrada no texto: muro da cidade de Claremont, Califórnia, em 2007, ele fez
a) “The academics selected by the commission will be uso de um trocadilho com a palavra “change”, o que carac-
able to study these links” / expandir a checagem de fotos e teriza seu grafite como um protesto contra a
vídeos publicados.
b) “The academics selected by the commission will be a) escolha da mendicância como forma de vida.
able to study these links” / expandir o programa de checa- b) condição de vida das pessoas em miséria.
gem de fatos para outros países. c) falta de solidariedade dos mais favorecidos.
c) “Over the last year and half, we have been committed d) marginalização das pessoas desabrigadas.
to fighting false news” / associar recursos humanos e de e) incapacidade de os mendigos mudarem de vida.
outras naturezas para o combate à veiculação de notícias
falsas. 21. (ENEM – 2016)
d) “Over the last year and half, we have been committed BOGOF is used as a noun as in ‘There are some great
to fighting false news” / promover a demissão de pessoal bogofs on at the supermarket’ or an adjective, usually with
envolvido com o vazamento de notícias falsas a word such as ‘offer’ or ‘deal’ ̶ ‘there are some great bogof
e) “We’re currently working with the commission to de- offers in store’.
velop privacy-protected data sets” combater a veiculação When you combine the first letters of the words in a phra-
de notícias falsas por meio da associação às polícias fede- se or the name of an organisation, you have an acronym.
rais dos diferentes países. Acronyms are spoken as a word so NATO (North Atlantic
Treaty Organisation) is not pronounced N-A-T-O. We say
NATO. Bogof, when said out loud, is quite comical for a native
speaker, as it sounds like an insult, ‘Bog off!’ meaning go away,
leave me alone, slightly childish and a little old-fashioned.
BOGOF is the best-known of the supermarket marketing
strategies. The concept was first imported from the USA du-
ring the 1970s recession, when food prices were very high. It
came back into fashion in the late 1990s, led by big supermar-
ket chains trying to gain a competitive advantage over each
other. Consumers were attracted by the idea that they could
get something for nothing. Who could possibly say ‘no’?
INGLÊS

Disponível em: <www.bbc.co.uk.> Acesso em: 2 ago.


2012 (adaptado).

41
Considerando-se as informações do texto, a expressão 23. (ENEM – 2ª APLICAÇÃO – 2016)
“bogof” é usada para

a) anunciar mercadorias em promoção.


b) pedir para uma pessoa se retirar.
c) comprar produtos fora de moda.
d) indicar recessão na economia.
e) chamar alguém em voz alta.

22. (ENEM – 2ª APLICAÇÃO – 2016)

New vaccine could fight nicotine addiction

Cigarette smokers who are having trouble quitting be-


cause of nicotine’s addictive power may some day be able
to receive a novel antibody-producing vaccine to help them
kick the habit.
The average cigarette contains about 4 000 different
chemicals that — when burned and inhaled — cause the
serious health problems associated with smoking. But it is A campanha desse pôster, direcionada aos croatas, tem
the nicotine in cigarettes that, like other addictive substan- como propósito
ces, stimulates rewards centers in the brain and hooks smo-
kers to the pleasurable but dangerous routine. a) alertar os cidadãos sobre a lei em vigor contra a discri-
Ronald Crystal, who chairs the department of genetic minação.
medicine at Weill-Cornell Medical College in New York, b) conscientizar sobre as consequências do preconceito na
where researchers are developing a nicotine vaccine, said sociedade.
the idea is to stimulate the smoker’s immune system to c) reduzir os prejuízos causados por motoristas alcooliza-
produce antibodies or immune proteins to destroy the ni- das.
cotine molecule before it reaches the brain. d) fazer uma crítica à falta de habilidade das mulheres ao
BERMAN, J. Disponível em: <www.voanews.com>. volante.
Acesso em: 2 jul. 2012. e) evitar os acidentes de trânsito envolvendo mulheres.

Muitas pessoas tentam parar de fumar, mas fracassam 24. (ENEM - 2010)
e sucumbem ao vício. Na tentativa de ajudar os fumantes,
pesquisadores da Weill-Cornell Medical College estão de- Viva la Vida
senvolvendo uma vacina que I used to rule the world
Seas would rise when I gave the word
a) diminua o risco de o fumante se tornar dependente da Now in the morning and I sleep alone
nicotina. Sweep the streets I used to own
b) seja produzida a partir de moléculas de nicotina.
c) substitua a sensação de prazer oferecida pelo cigarro. I used to roll the dice
d) ative a produção de anticorpos para combater a nicotina. Feel the fear in my enemy’s eyes
e) controle os estímulos cerebrais do hábito de fumar. Listen as the crowd would sing
“Now the old king is dead! Long live the king!”

One minute I held the key


Next the walls were closed on me
And I discovered that my castles stand
Upon pillars of salt and pillars of sand
[…]

MARTIN, C. Viva la vida, Coldplay. In: Viva la vida or


Death and all his friends. Parlophone, 2008.

Letras de músicas abordam temas que, de certa forma,


podem ser reforçados pela repetição de trechos ou pala-
INGLÊS

vras. O fragmento da canção Viva la vida, por exemplo,


permite conhecer o relato de alguém que

42
a) costumava ter o mundo aos seus pés e, de repente, se viu sem nada.
b) almeja o título de rei e, por ele, tem enfrentado inúmeros inimigos
c) causa pouco temor a seus inimigos, embora tenha muito poder.
d) limpava as ruas e, com seu esforço, tornou-se rei de seu povo.
e) tinha a chave para todos os castelos nos quais desejava morar.

25. (ENEM – 2010)

MILLENIUM GOALS

Disponível em: http://www.chris-alexander.co.uk/1191. Acesso em: 28 jul. 2010 (adaptado).

Definidos pelos países membros da Organização das Nações Unidas e por organizações internacionais, as metas de
desenvolvimento do milênio envolvem oito objetivos a serem alcançados até 2015. Apesar da diversidade cultural, esses
objetivos, mostrados na imagem, são comuns ao mundo todo, sendo dois deles:

a) O combate à AIDS e a melhoria do ensino universitário.


b) A redução da mortalidade adulta e a criação de parcerias globais.
c) A promoção da igualdade de gêneros e a erradicação da pobreza.
d) A parceria global para o desenvolvimento e a valorização das crianças
e) A garantia da sustentabilidade ambiental e combate ao trabalho infantil

26. (ENEM – 2ª APLICAÇÃO – 2016)

Mauritius: gender roles and statuses

Division of Labor by Gender. The economic success of industry has led to low unemployment rates. This has changed
the workplace and home life as women joined the workforce. This industrialization also led to women being promoted fas-
ter. According to the Minister of Women, Family Welfare, and Child Development, a quarter of all managers are now women.
Women are the traditional homekeepers of the society. Between 1985 and 1991 the number of women working outside
the home increased from 22 percent to 41 percent. With that trend continuing, hired housekeeping and child care have
become relatively new and important industries.
The Relative Status of Women and Men. Historically, women have had subordinate roles in Mauritian society. However,
the Constitution specifically prohibits discrimination based on sex, and women now have access to education, employment,
and governmental services.
In March 1998 the Domestic Violence Act was passed. This gave greater protection and legal authority to combat do-
mestic abuse. In that same year it also became a crime to abandon one’s family or pregnant spouse for more than two
INGLÊS

months, not to pay food support, or to engage in sexual harassment.


Women are underrepresented in the government. The National Assembly has seventy seats, of which women hold five
Disponível em: <www.everyculture.com>. Acesso em: 4 fev. 2013.

43
Questões como o papel de homens e mulheres na sociedade contemporânea vêm sendo debatidas de diferentes pon-
tos de vista, influenciados por valores culturais específicos de cada sociedade. No caso das Ilhas Maurício, esses valores
sustentam a tomada de decisão em torno da

a) importância do reconhecimento da presença feminina na estrutura familiar.


b) manutenção da igualdade entre mulheres e homens no trabalho.
c) proteção legal da mulher contra atos discriminatórios.
d) representatividade da mulher em cargos políticos.
e) criação de auxílio à mulher abandonada pelo cônjuge.

27. (VUNESP – VESTIBULAR UNESP – 2018)

(global.oup.com)

Based on the information presented by the map, one can say


that, from 1731 to 1775,

a)) the majority of enslaved Africans were taken to the British and French Caribbean colonies.
b) enslaved Africans from Senegambia were mainly smuggled to Brazil.
c) a great part of enslaved Africans were forced to work in other African regions.
d) most enslaved Africans from West Central Africa were taken to British colonies in the Caribbean.
e) the northern region of the Americas, colonized by the British, received more enslaved Africans than the south.

28. (UNESPAR – 2018)


Are LED lights making us ill?
By Lucy Jones

Over the last decade, much of Europe and the US have changed the way they illuminate city and town streets. They
INGLÊS

have replaced high-energy sodium bulbs (the warmer, yellow ones) with energy-saving LED bulbs (with a blue light emit-
ting diode, which can feel harsh in comparison). As well as street lights, most of us are exposed to blue light through
smartphones, computers, TVs, and in the home.

44
The World Journal of Biological Psychiatry published a paper that warned of the potential effects of LED lighting on
mental illness. It raised concerns about the influence of blue light on sleep, other circadian-mediated symptoms, use of
digital healthcare apps and devices, and the higher sensitivity of teenagers to blue light. Specifically, the researchers are
concerned about the relationship between light exposure and the occurrence of manic and mixed symptoms in bipolar di-
sorder, having adverse effects on manic states and the sleep-wake cycle. For example, the use of smartphones or computers
by those people before bed could have a bad effect on their sleep, circadian rhythms and health.
Studies of the impact of blue light on healthy adults show it inhibits melatonin secretion which disrupts sleep and can
affect quality of life, physical and mental health and susceptibility to illness.
Previous studies of sleep disorders in children and adolescents show a clear and consistent relationship between sleep
disorders and frequency of digital device usage.
Currently, the National Sleep Foundation guidelines suggest not using technology 30 minutes before bed and removing
technology for the bedroom. However, there are currently no specific guidelines for people with an underlying mental ill-
ness or sensitivity to circadian disruption.
As LED technology has rapidly spread across the globe, the focus has been on the visual element and the energysaving
element. Now, scientists, health professionals and the LED industry are working to minimise the blue light in LEDs and create
customisable lights that won’t harm those suffering from psychiatric disorders.

Disponível em https://www.bbcearth.com/blog/?article=are-led-lights-making-us-ill Acessado em 22/10/2018

A rápida substituição de lâmpadas comuns por lâmpadas de LED em todos os setores e locais tiveram duas razões prin-
cipais: a visual e a economia de energia. Porém, importantes estudos estão investigando se há consequências deste uso
para a saúde. Assim, de acordo com o texto, é possível dizer que:
a) Cientistas, profissionais da saúde e a indústria de lâmpadas de LED estão trabalhando para diminuir a luz azul existen-
te nelas, criando luzes que não prejudiquem as pessoas portadoras dos transtornos psiquiátricos mencionados;
b) Ainda não foi demonstrada cientificamente a relação existente entre transtornos do sono e a frequência no uso de
aparelhos digitais antes de dormir;
c) Estudos sobre o impacto da luz azul em adultos saudáveis demonstram haver apenas uma pequena alteração na
produção de melanina;
d) Estudos feitos por psiquiatras revelam que a luz azul emitida pelas lâmpadas LED pode acalmar pessoas portadoras
de transtorno bipolar, ajudando-as a relaxar;
e) A Fundação Nacional do Sono já elaborou um manual sobre o uso de aparelhos digitais à noite.

29. (ENEM – 2011)


How’s your mood?

For an interesting attempt to measure cause and effect try Mappiness, a project run by the London School of Economics,
which offers a phone app that prompts you to record your mood and situation.
INGLÊS

The mappiness webstsite says: We’re particularly interested in how people’s happiness is affected by their local environ-
ment – air pollution, noise, green spaces, and so on – which the data from Mappiness will be absolutely great for investi-
gating.”

45
Will it work? With enough people, it might. But there
are other problems. We’ve been using happiness and wel-
l-being interchangeably. Is that ok? The difference comes
out in a sentiment like the war.” But was our well-being also
greater then?
Disponível em: http://www.bbc.co.uk. Acesso em: 27
jun. 2011 (adaptado).

O projeto Mappiness, idealizado pela London School of


Economics, ocupa-se do tema relacionado
a) ao nível de felicidade das pessoas em tempos de
guerra.
b) à dificuldade de medir o nível de felicidade das pes-
soas a partir do seu humor
c) ao nível de felicidade das pessoas enquanto falam ao After their mid-20s, most people feel younger than
celular com seus familiares. their true age (Credit: Javier Hirschfeld/Getty Images)
d) à relação entre o nível de felicidade das pessoas e o This new understanding of the ageing process has been
ambiente no qual se encontram. decades in the making. Some of the earliest studies char-
e) à influência das imagens grafitadas pelas ruas no au- ting the gap between felt and chronological age appeared
mento do nível de felicidade das pessoas in the 1970s and 1980s. That trickle of initial interest has
now turned into a flood. A torrent of new studies during the
30. (UNIMONTES - 1ª ETAPA – MANHÃ - 2018) last 10 years have explored the potential psychological and
The age you feel means more than your actual bir- physiological consequences of this discrepancy.
thdate One of the most intriguing strands of this research has
explored the way subjective age interacts with our perso-
Most people feel younger or older than they really are nality. It is now well accepted that people tend to mellow
– and this ‘subjective age’ has a big effect on their physical as they get older, becoming less extroverted and less open
and mental health. to new experiences – personality changes which are less
Imagine, for a moment, that you had no birth certificate pronounced in people who are younger at heart and ac-
and your age was simply based on the way you feel inside. centuated in people with older subjective ages.
How old would you say you are? Interestingly, however, the people with younger subjec-
Like your height or shoe size, the number of years that tive ages also became more conscientious and less neurotic
have passed since you first entered the world is an unchan- – positive changes that come with normal ageing. So they
geable fact. But everyday experience suggests that we of- still seem to gain the wisdom that comes with greater life
ten don’t experience ageing the same way, with many peo- experience. But it doesn’t come at the cost of the energy and
ple feeling older or younger than they really are. exuberance of youth. It’s not as if having a lower subjective
Scientists are increasingly interested in this quality. They age leaves us frozen in a state of permanent immaturity.
are finding that your ‘subjective age’ may be essential for Feeling younger than your years also seems to come
understanding the reasons that some people appear to with a lower risk of depression and greater mental well-
flourish as they age – while others fade. being as we age. It also means better physical health, inclu-
“The extent to which older adults feel much younger ding your risk of dementia, and less of a chance that you
than they are may determine important daily or life deci- will be hospitalised for illness.
sions for what they will do next,” says Brian Nosek at the Yannick Stephan at the University of Montpellier exa-
University of Virginia. mined the data from three longitudinal studies which to-
Its importance doesn’t end there. Various studies have gether tracked more than 17,000 middle-aged and elderly
even shown that your subjective age also can predict va- participants. […]
rious important health outcomes, including your risk of
death. In some very real ways, you really are ‘only as old as Fonte: ROBSON, David. The age you feel means more
you feel’. than your actual birthdate. Disponível em: <http://www.
Given these enticing results, many researchers are bbc.com/future/story/20180712-the-age-you-feel-means-
now trying to unpick the many biological, psychological, -more-than-your-actual-birthdate>. Publicado em: 19
and social factors that shape the individual experience of jul.2018. Acesso em: 21 jul. 2018.
ageing – and how this knowledge might help us live longer,
healthier lives. According to the text, studies have shown that:

a) The younger you feel the more you seem to flourish.


INGLÊS

b) The older you feel the more you seem to flourish.


c) The more you live, the younger you die.
d) The older you feel, the younger you are.

46
31. (UNIMONTES - 1ª ETAPA – MANHÃ - 2018)
According to the text, “subjective age” is:

a) The age registered in the birth certificate.


b) The subject you wish you had.
c) The subjective you wanted to have.
d) The age you feel inside.

32. (UNIMONTES - 1ª ETAPA – MANHÃ - 2018)


We may affirm that Brian Nosek

a) is an American psychologist and researcher at the University of Montpellier.


b) claims that your “chronological age” may be important to understand the reasons why some people appear to be de-
pressed while they age.
c) claims that the age older adults feel they have may determine important life decisions.
d) claims that you are old as you are chronologically.

33. (ENEM – 2016)

Frankentissue: printable cell technology

In November, researchers from the University of Wollongong in Australia announced a new bio-ink that is a step toward
really printing living human tissue on an inkjet printer. It is like printing tissue dot-by-dot. A drop of bio-ink contains 10,000
to 30,000 cells. The focus of much of this research is the eventual production of tailored tissues suitable for surgery, like
living Band-Aids, which could be printed on the inkjet.
However, it is still nearly impossible to effectively replicate nature`s ingenious patterns on a home office accessory. Con-
sider that the liver is a series of globules, the kidney a set of pyramids. Those kinds of structures demand 3D printers that
can build them up, layer by layer. At the moment, skin and other flat tissues are most promising for the inkjet.

Disponível em: <http://discovermagazine.com.> Acesso em: 2 dez. 2012.

O texto relata perspectivas no campo da tecnologia para cirurgias em geral, e a mais promissora para este momento
enfoca o (a)

a) uso de um produto natural com milhares de células para reparar tecidos humanos.
b) criação de uma impressora especial para traçar mapas cirúrgicos detalhados.
c) desenvolvimento de uma tinta para produzir pele e tecidos humanos finos
d) reprodução de células em 3D para ajudar nas cirurgias de recuperação dos rins.
e) extração de glóbulos do fígado para serem reproduzidos em laboratório.

34. (ENEM – 2011)

Disponível em: http://www.garfield.com. Acesso em 29 de jul. 2010


INGLÊS

47
A tira definida como um segmento de história em qua- De acordo com o texto, os especialistas
drinhos, pode transmitir uma mensagem com efeito de hu-
mor. A presença desse efeito no diálogo entre Jon e Garfield a) pressupõem que haverá uma pandemia futura, ainda
acontece porque sem patógeno identificado.
b) identificaram o vírus que poderá matar mais de 300 mi-
a) Jon pensa que sua ex-namorada é maluca e que Garfield lhões de pessoas.
não sabia disso. c) presumem que vacinas sejam capazes de conter epide-
b) Jodell é a única namorada maluca que Jon teve, e Garfield mias, ainda que sem evidências.
acha isso estranho. d) acreditam que os vírus mais letais não são transmitidos
c) Garfield tem certeza de que a ex-namorada de Jon é sen- para os humanos.
sata, o maluco é o amigo. e) estão criando patógenos mutantes em laboratórios para
d) Garfield conhece as ex-namoradas de Jon e considera produzir vacinas.
mais de uma como maluca.
e) Jon caracteriza a ex-namorada como maluca e não enten- 36. (VUNESP – VESTIBULAR UNESP – 2018)
de a cara de Garfield. No trecho do primeiro parágrafo “can change that in a
blink”, a expressão sublinhada tem sentido de
35. (VUNESP – VESTIBULAR UNESP – 2018) a) confiança.
b) previsibilidade.
Prescriptions for fighting epidemics c) expectativa.
d) desalento.
e) rapidez.

37. (VUNESP – VESTIBULAR UNESP – 2018)


No trecho do primeiro parágrafo “Moreover, when hu-
mans get too close to beasts”, o termo sublinhado indica
a) acréscimo.
b) decorrência.
c) comparação.
d) condição.
e) finalidade.

(Getty Images)

Epidemics have plagued humanity since the dawn of sett-


led life. Yet, success in conquering them remains patchy. Ex-
perts predict that a global one that could kill more than 300
million people would come round in the next 20 to 40 years.
What pathogen would cause it is anybody’s guess. Chan-
ces are that it will be a virus that lurks in birds or mammals,
or one that that has not yet hatched. The scariest are both
highly lethal and spread easily among humans. Thankfully,
bugs that excel at the first tend to be weak at the other. But
mutations – ordinary business for germs – can change that
in a blink. Moreover, when humans get too close to beasts,
either wild or packed in farms, an animal disease can beco-
me a human one.
A front-runner for global pandemics is the seasonal in-
fluenza virus, which mutates so much that a vaccine must be
custom-made every year. The Spanish flu pandemic of 1918,
which killed 50 million to 100 million people, was a potent
version of the “swine flu” that emerged in 2009. The H5N1
“avian flu” strain, deadly in 60% of cases, came about in the
INGLÊS

1990s when a virus that sickened birds made the jump to a


human. Ebola, HIV and Zika took a similar route.
(www.economist.com, 08.02.2018. Adaptado.)

48
38. (ENEM – 2011)
GABARITO

1 D
2 D
3 E
4 D
5 E
6 C
7 E
8 B
9 D
10 E
11 D
12 D
13 D
14 D
15 E
16 D
17 D
GLASBERGEN, R. Today’s cartoon. Disponível em: 18 E
http://www.glasbergen.com. Acesso em: 23 jul. 2010.
19 C
Na fase escolar, é prática comum que os professores 20 B
passem atividades extraclasse e marquem uma data para
21 A
que as mesmas sejam entregues para correção. No caso da
cena da charge, a professora ouve uma estudante apresen- 22 D
tando argumentos para 23 A
a) discutir sobre o conteúdo do seu trabalho já entre-
24 A
gue.
b) elogiar o tema proposto para o relatório solicitado. 25 C
c) sugerir temas para novas pesquisas e relatórios. 26 C
d) reclamar do curto prazo para entrega do trabalho.
e) convencer de que fez o relatório solicitado. 27 A
28 A
29 E
30 A
31 D
32 C
33 C
34 D
35 A
36 E
37 A
INGLÊS

38 B

49
ANOTAÇÕES

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