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1 CABIMENTO.
Os embargos de declaração são cabíveis quando se afirmar que há na decisão recorrida
obscuridade, contradição, omissão ou erro material. Não se trata de recurso que tenha por fim reformar
ou anular a decisão judicial, mas tem por finalidade aclarar ou integrar qualquer tipo de decisão judicial.
Por isso, os embargos de declaração são espécie de recurso de fundamentação vinculada. Diz o art.
1.022:
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a
requerimento;
III - corrigir erro material.
1.1 Obscuridade.
É a falta de clareza do ato. Pela leitura da decisão, ou de algum ponto específico, a parte tem
dúvidas acerca da real posição do magistrado, em virtude de uma manifestação confusa. Assim,
através dos Embargos de Declaração, a parte pede ao magistrado que esclareça o seu
posicionamento.
1.2 Contradição.
É a falta de coerência da decisão. Pode manifestar-se de várias maneiras: pela incompatibilidade
entre duas ou mais partes do dispositivo ou da fundamentação, etc.
1.3 Omissão.
Ocorre quando o juiz deixar de se pronunciar sobre um ponto que exigia a sua manifestação. O
juiz é obrigado a examinar todos os pedidos formulados pelo autor, na petição inicial, e pelo réu, em
reconvenção. Então a parte opõe os ED para que o magistrado possa suprir a omissão se
pronunciando sobre a questão que escapou a sua análise.
Obs: O juiz não está obrigado a analisar todos os fundamentos da inicial ou da defesa. A
sentença não será omissa se algum fundamento não for analisado, se outros fundamentos examinados
pelo juiz forem suficientes para formar sua convicção.
2 ADEQUAÇÃO.
Cabem embargos de declaração contra todo tipo de decisão judicial: decisões interlocutórias,
sentenças, decisões monocráticas e acórdãos, proferidos em qualquer grau de jurisdição.
3 PRAZO.
5 dias, contados da intimação da decisão (art. 1.023).
Obs: A oposição de embargos de declaração interrompe o prazo do recurso principal, tanto para
quem os interpôs como para os demais litigantes. (art. 1.026).
4 PREPARO.
Os embargos de declaração são isentos de preparo (art. 1.023).
5 REGULARIDADE FORMAL.
São apresentados por petição, perante o mesmo juízo ou tribunal que prolatou a decisão, ou
seja, são opostos no juízo a quo. É um recurso “diferente”, pois quem julga é o próprio juiz ou tribunal
que prolatou a decisão embargada.
6 EFEITOS.
Possuem o efeito devolutivo e translativo.
Também contêm o chamado efeito integrativo, objetivando integrar, complementar, aperfeiçoar
a decisão embargada.
Em regra, NÃO tem efeito suspensivo. Mas o art. 1.026, § 1º, autoriza que o juiz ou o relator o
concedam o efeito suspensivo, se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo
relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Não serão admitidos novos embargos de declaração se os dois anteriores houverem sido
considerados protelatórios (art. 1.026, § 4º).