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ÍNDICE DE ASSUNTOS
Acórdão: Fundamentação Válida
ADIn: Superveniência de EC
Art. 17 do ADCT e Coisa Julgada
Competência da Justiça Comum e SUS
CPI e Fundamentação de suas Decisões
Desistência de Recurso: Admissibilidade
Militar: Cargo Eletivo e Afastamento
Parlamentar: Legitimidade Ativa para MS
Precatórios e Correção de Erro Material
Precatórios e Informações
Precatórios e Seqüestro
Substituição do Presidente do Congresso
Termo de Deserção e Irregularidade
Trancamento de Inquérito Penal
MS e Ilegitimidade Superveniente (Transcrições)
PLENÁRIO
Parlamentar: Legitimidade Ativa para MS
Os membros do Congresso Nacional têm
legitimidade ativa para impetrar mandado de
segurança com o objetivo de ver observado o devido
processo legislativo constitucional. Com esse
entendimento, o Tribunal, reconhecendo o direito
público subjetivo de deputado federal à correta
observância das regras da Constituição, conheceu de
mandado de segurança por ele impetrado mediante o
qual se impugnava a convocação de sessão do
Congresso Nacional pelo 1º Vice-Presidente do
Senado Federal, ante a licença do Presidente por 60
dias. Vencidos os Ministros Sepúlveda Pertence e
Ilmar Galvão, que entendiam inexistir em tese direito
público subjetivo do impetrante. Precedente citado:
MS 22.503-DF (DJU de 6.6.97).
MS 24.041-DF, rel. Min. Nelson Jobim, 29.8.2001.
(MS-24041)
ADIn: Superveniência de EC
O Tribunal, por maioria, rejeitou a preliminar
de prejudicialidade da ação direta requerida pelo
Governador do Estado de São Paulo contra a Instrução
Normativa nº 11, de 10 de abril de 1997 (Resolução nº
67/97) do TST — que “uniformiza procedimentos
para a expedição de Precatórios e Ofícios
requisitórios referentes às condenações decorrentes de
decisões trânsitas em julgado, contra a União Federal
(Administração Direta), Autarquias e Fundações, até
a nova regulamentação prevista no projeto de reforma
do Poder Judiciário, na Constituição da República”
—, por entender que o § 2º do art. 100 da CF, texto
constitucional que serve de padrão de confronto, não
sofreu alteração substancial com a superveniência da
EC 30/2000, que lhe deu nova redação. Vencidos os
Ministros Sepúlveda Pertence e Marco Aurélio, que
julgavam prejudicada a ação por entenderem que a EC
30/2000 modificara substancialmente o § 2º do art.
100, sendo aplicável, à espécie, a jurisprudência do
STF no sentido de que não se admite o controle
concentrado de constitucionalidade de norma quando,
após sua edição, há alteração do parâmetro
constitucional invocado.
ADIn 1.662-DF, rel. Min. Maurício Corrêa, 30.8.2001.
(ADI-1662)
Precatórios e Seqüestro
Após, julgando o mérito da ação direta acima
mencionada, o Tribunal, por maioria, declarou a
inconstitucionalidade dos incisos III e XII da referida
Resolução, que autorizavam o seqüestro do valor do
precatório pelo presidente de tribunal regional do
trabalho quando a pessoa jurídica de direito público
condenada não incluísse no orçamento a verba
necessária ao seu pagamento ou quando este
pagamento fosse efetivado por meio inidôneo, a
menor, sem a devida atualização ou fora do prazo
legal. Reconheceu-se a violação ao art. 100, § 2º, da
CF, que autoriza o seqüestro da quantia necessária à
satisfação do débito exclusivamente na hipótese de
preterição do direito de precedência. Vencidos, nesse
ponto, os Ministros Sepúlveda Pertence e Marco
Aurélio, que julgavam improcedente a ação sob o
fundamento de que a não inclusão no orçamento da
verba necessária ao pagamento de precatórios, por si
só, consubstanciaria forma de preterição do direito de
preferência.
ADIn 1.662-DF, rel. Min. Maurício Corrêa, 30.8.2001.
(ADI-1662)
Precatórios e Informações
Quanto ao item IV da Resolução atacada (“A
pessoa jurídica de direito público informará ao
Tribunal, até 31 de dezembro, se fez incluir no
orçamento os precatórios apresentados até 1º de
julho”), o Tribunal, por maioria, vencidos os Ministros
Carlos Velloso e Marco Aurélio, conferiu-lhe
interpretação conforme à CF segundo a qual esse
dispositivo não encerra obrigação para a pessoa
jurídica de direito público devedora.
ADIn 1.662-DF, rel. Min. Maurício Corrêa, 30.8.2001.
(ADI-1662)
PRIMEIRA TURMA
Acórdão: Fundamentação Válida
O acórdão que adota, como razão de decidir,
os fundamentos de parecer oferecido por membro do
Ministério Público, ainda que este não atue junto ao
tribunal prolator da decisão, não fere os princípios
constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
Com esse entendimento, a Turma afastou a alegada
nulidade de acórdão do STJ que adotara como razão de
decidir trechos do parecer de membro do Ministério
Público estadual. Precedente citado: AG (AgRg)
140.524-SP(DJU de 19.3.93).
RE 235.800-SP, rel. Min. Ilmar Galvão, 28.8.2001.
(RE-235800)
SEGUNDA TURMA
CLIPPING DO DJ
31 de agosto de 2001
ACO N. 320-SC
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: Ação cível originária. Ação proposta pelo Estado de
Santa Catarina visando à nulidade do título de aforamento de
acrescidos de marinha, concedidos ao réu e transferidos por este ao
co-réu. 2. Licença verbal obtida do Diretor-Geral do SPU, em julho
de 1977, para início das obras de construção da Via de Contorno
Norte. Cessão formalizada em setembro de 1979, por meio de
portaria ministerial. 3. Obtenção por parte do réu, em 1978, do
aforamento da mesma superfície aterrada pelo DER e transferida
posteriormente para o co-réu. 4. Rejeitada preliminar de
incompetência desta Corte, argüida pela União em contestação. 5.
Pedido de aforamento do Estado precedeu ao surgimento dos
acrescidos de marinha. 6. Ação julgada procedente para decretar a
nulidade do aforamento das duas áreas de acrescidos artificiais de
marinha, feito ao réu, assim como a nulidade da escritura pública de
cessão e transferência de domínio útil dessas áreas de acrescidos
artificiais, em favor do co-réu, cancelando-se os respectivos
registros em nome dos aludidos réus.
ADIn N. 1.044-MA
RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Lei nº 5745,
de 20.7.1993, do Estado do Maranhão, inciso I e anexo I do art. 1º.
Situação funcional de servidores do extinto Tribunal de Contas dos
Municípios do Estado do Maranhão. Aproveitamento de cinco
Auditores do Tribunal extinto, no Tribunal de Contas do Estado do
Maranhão, em virtude de emenda de origem legislativa ao projeto de
lei do Executivo. 3. Não há qualquer iniciativa do Tribunal de
Contas do Estado. Relevância dos fundamentos da ação direta de
inconstitucionalidade. "Periculum in mora" caracterizado. Medida
cautelar deferida. 4. Parecer da Procuradoria-Geral da República
pela extinção do processo sem julgamento do mérito e, caso
ultrapassada a preliminar argüida, pela procedência da ação. 5.
Preliminar de não conhecimento da ação afastada. Ação julgada
procedente para declarar a inconstitucionalidade do inciso I e anexo
I do art. 1º da Lei nº 5745, de 20.7.1993, do Estado do Maranhão.
* noticiado no Informativo 113
CC N. 7.087-PE
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO
CONFLITO DE COMPETÊNCIA - JUSTIÇA FEDERAL MILITAR
DE PRIMEIRA INSTÂNCIA E JUSTIÇA FEDERAL DE
PRIMEIRA INSTÂNCIA - AFASTAMENTO. Na dicção da
ilustrada maioria, entendimento em relação ao qual divergi, na
companhia do Ministro Ilmar Galvão, estando ausente, na ocasião,
justificadamente, o Ministro Celso de Mello, compete ao Superior
Tribunal de Justiça, e não ao Supremo Tribunal Federal, dirimir o
conflito, enquanto não envolvido o Superior Tribunal Militar.
CONFLITO DE COMPETÊNCIA - JUSTIÇA FEDERAL MILITAR
VERSUS JUSTIÇA FEDERAL - ENVOLVIMENTO DO
SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR - AFASTAMENTO. A
competência para dirimir o conflito é do Supremo Tribunal Federal,
ante o fato de, em curso as ações penais alicerçadas nos mesmos
dados, o Superior Tribunal Militar haver conhecido e indeferido
habeas corpus, versando sobre a custódia, impetrado contra ato do
Juízo da Circunscrição Militar.
COMPETÊNCIA - TRÁFICO INTERNACIONAL DE
ENTORPECENTES - CONVENÇÃO DE NOVA IORQUE -
DECRETO LEGISLATIVO Nº 5/64 - ÁREA, VEÍCULO E
AGENTE MILITARES. A ressalva constitucional da competência da
Jurisdição Especializada Militar - incisos IV e IX - não se faz
presente no inciso V do artigo 109 da Constituição Federal.
Cuidando-se de crime previsto em tratado ou convenção
internacional, iniciada a execução no Brasil e o resultado tenha ou
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente, a
competência é da Justiça Federal estrito senso.
*noticiado no Informativo 187
RE N. 229.450-RJ
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
ADMINISTRATIVO. ARTIGO 77, VII, DA CONSTITUIÇÃO DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO: NOMEAÇÃO DE CANDIDATO
APROVADO EM CONCURSO PÚBLICO. PRAZO MÁXIMO
CONTADO DA HOMOLOGAÇÃO DO RESULTADO DO
CONCURSO PÚBLICO. INCONSTITUCIONALIDADE.
1. Aprovação em concurso público. Direito subjetivo do candidato à
nomeação, de acordo com a respectiva ordem de classificação e no
prazo de sua validade.
2. Constituição do Estado do Rio de Janeiro, artigo 77, VII.
Provimento de cargo público. Iniciativa reservada ao Chefe do
Executivo para edição de leis que disponham sobre o regime jurídico
dos servidores públicos. Ofensa ao princípio da separação dos
poderes: Inconstitucionalidade formal.
Recurso extraordinário conhecido e provido para cassar a segurança,
declarando-se, incidenter tantum, a inconstitucionalidade do inciso
VII do artigo 77 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro.
RE N. 234.186-SP
RELATOR: MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Estabilidade provisória da empregada gestante (ADCT,
art. 10, II, b): inconstitucionalidade de cláusula de convenção
coletiva do trabalho que impõe como requisito para o gozo do
benefício a comunicação da gravidez ao empregador.
1. O art. 10 do ADCT foi editado para suprir a ausência temporária
de regulamentação da matéria por lei. Se carecesse ele mesmo de
complementação, só a lei a poderia dar: não a convenção coletiva, à
falta de disposição constitucional que o admitisse.
2. Aos acordos e convenções coletivos de trabalho, assim como às
sentenças normativas, não é lícito estabelecer limitações a direito
constitucional dos trabalhadores, que nem à lei se permite.
*noticiado no Informativo 231
RE N. 236.948-MA
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: Inelegibilidade de cunhado de Governador (art. 14, § 7º,
da Constituição).
Condição a ser objetivamente verificada, sem caber a indagação
subjetiva, acerca da filiação partidária das pessoas envolvidas, da
animosidade ou rivalidade política entre elas prevalecente, bem
como dos motivos que haveriam inspirado casamento gerador da
afinidade causadora da inelegibilidade.
* noticiado no Informativo 123
RE N. 241.292-BA
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: ADMINISTRATIVO. ESTADO DA BAHIA.
SERVIDORES DO GRUPO OPERACIONAL "FISCO".
ACÓRDÃO QUE CONCLUIU PELA
INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 1º DO DECRETO Nº
3.979/95, PELO QUAL FOI REBAIXADO O LIMITE MÁXIMO
DE SUA REMUNERAÇÃO. ALEGADA OFENSA AOS ARTS. 37,
XI, XIII E XV.
Havendo os limites da remuneração dos recorridos sido
legitimamente estabelecidos por lei (art. 5º da Lei nº 4.964/89), é
fora de dúvida que não poderiam eles ter sido alterados por meio de
decreto.
O referido art. 5º da Lei nº 4.964/89, entretanto, ao fixar tais limites,
atrelou-os à remuneração de Secretários de Estado, ofendendo, por
esse modo, o inc. XIII do art. 37 da Constituição.
Interpretação que se impõe, no sentido de que o dispositivo sob
enfoque, ao fixar o valor máximo da gratificação de produção como
sendo a diferença entre a remuneração de Secretário de Estado e o
vencimento inicial de Auditor Fiscal, fê-lo de maneira referida a
maio de 1989, valor esse somente alterado, a partir de então, e
suscetível de novas alterações, doravante, por supervenientes leis de
revisão geral dos vencimentos dos servidores civis do Estado.
Recurso conhecido, em parte, e nela provido, com declaração de
inconstitucionalidade do Decreto nº 3.979/95, do Estado da Bahia.
*noticiado no Informativo 214
RE N. 254.948-BA
RELATOR: SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: I. Recurso extraordinário: suas limitações em face de
eventual injustiça da decisão recorrida.
O recurso extraordinário é via processual estreitíssima, cujo
potencial para desfazer eventuais injustiças na solução do caso
concreto pelas instâncias ordinárias se restringe - aqui e alhures - às
hipóteses infreqüentes nas quais a correção do erro das decisões
inferiores possa resultar do deslinde da questão puramente de
direito, e de alçada constitucional, adequadamente trazida ao
conhecimento do Supremo Tribunal: por isso, a decisão do RE não
se compromete com a justiça ou não do acórdão recorrido.
II. Recontagem de urnas por apresentação de totais de votos nulos,
brancos ou válidos destoantes de média geral verificada nas demais
Seções do mesmo Município ou Zona Eleitoral (L. 8.713/93, art. 87,
II): pedido indeferido pelo TRE, com relação às eleições para
Senador pelo Estado da Bahia, por decisão fundada na afirmação de
não ocorrência de seus pressupostos de direito ordinário ou de fato, à
verificação de cuja procedência ou improcedência não se presta o
recurso extraordinário.
III. Recurso extraordinário por contrariedade à coisa julgada:
inexistência, no caso, que induz ao não conhecimento do RE, tanto
mais quanto, na hipótese, a jurisprudência do Tribunal só o admite
quando a contradição entre o acórdão recorrido e a decisão anterior
coberta pela coisa julgada seja conspícua e manifesta, e independa
de controvérsia séria sobre o conteúdo e o alcance da última.
1. A decisão que provê o agravo de instrumento contra o
indeferimento de recurso de índole extraordinária - qual o especial
comum ou eleitoral - é interlocutória simples, que apenas determina
o acesso ao Tribunal do recurso interceptado na origem: sem decidir
da lide, não produz coisa julgada, e sequer gera preclusão quanto à
admissibilidade do recurso principal, cujo processamento ordena
(Súm. 289).
2. De qualquer sorte, não há contradição alguma, sequer de ordem
lógica, entre a decisão que, no agravo, afirma a existência de
dissídio de julgados para determinar processamento de recurso
especial e a decisão deste ou do conseqüente acórdão local,
mormente se neste há fundamento suficiente e diverso.
*noticiado no Informativo 162
TR A N S C R I Ç Õ E
S
MS 22.487-DF*
Publique-se.