Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Luanda-2017
Carlos Manuel da Costa Pimentel
Luanda-2017
Dedicatória
À Jeová Deus, o nosso amoroso pai celestial, que cuida de nós todos os dias, e me
permitiu chegar até este momento, dando-me saúde e força para superar as dificuldades.
À Universidade Técnica de Angola (UTANGA), por me ter dado várias ferramentas,
para que fosse possível concretizar este trabalho de investigação.
Ao Departamento de Ensino e Investigação de Ciências da Terra (DEICT), por
constantemente fornecer meios úteis para melhoria do nosso aprendizado em Geologia.
Ao meu orientador MsC. Paulo Aguiar, pelas explicações, correcções e incentivos,
pela amizade preciosa e orientação ao longo do desenvolvimento deste trabalho.
Ao Délcio Pimentel, por ter me apoiado de forma especial, nos momentos mais
difíceis da minha formação.
À Libânia Pimentel, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.
À Aline Lopez, cuja amizade e força, têm sido fundamentais, nessa fase derradeira da
minha vida académica, e profissional.
Ao Vladimir Pimentel, que sempre me inspirou para não desistir de aprender, e buscar
conhecimentos práticos não apenas no que concerne a ciência, mas também no que diz
respeito a outros aspectos da vida, o seu exemplo me guiou até aqui.
À Nádia Mateus, por ter tido fé, de que eu conseguiria alcançar com êxito, o objectivo
de concluir o curso superior de geologia, e me ter encorajado ao longo deste processo.
Ao Rui Pimentel, por ser um exemplo de vida para mim.
Ao Cláudio Pimentel, por ter vencido barreiras que pareciam impossíveis de transpor
e que serve de inspiração para muitos jovens, quanto a perseguirem seus objectivos de
formação.
À Carla Pascoal, que tem sido uma amiga inestimável durante alguns anos, e cujo
desejo é que esta amizade perdure por muitos mais anos, até quiçá o resto de nossas vidas.
E à todos que de forma directa ou indirecta contribuíram para o sucesso da realização
deste trabalho.
“Penso noventa e nove vezes e nada descubro;
deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio, e
eis que a verdade se me revela”. (Albert Einstein)
RESUMO
vi
ABSTRACT
vii
Lista de Figuras Pág.
Pág.
Tabela 2.1 - Características das rochas de acordo com o modo de ocorrência (fonte: 20
PERONI, 2003).
x
Lista de abreviaturas
Ma – Milhões de anos
NW – Noroeste
PM – Proporções Moleculares
SE - Sudeste
Xi
Índice
RESUMO vi
ABSTRACT vii
Listas de Quadros x
Listas de Abreviaturas xi
Grandes Províncias Ígneas – LIPs (Large Igneous Provinces) são definidas como um
agregado crustal maciço de rochas de composição básica, sendo intrusivas e extrusivas
ricas em Fe e Mg. São geradas pela ascensão de uma pluma mantélica e caracterizadas
pela geração de grandes volumes de magmas básicos e ultra-básicos.
As províncias magmáticas básicas, que ocorrem em áreas continentais, têm suas origens
frequentemente relacionadas a processos geodinâmicos que envolvem ruptura de placas
litosféricas. Essas províncias são, em maioria, representadas por derrames e intrusões
basálticas, e têm sido intensamente pesquisadas e debatidas na literatura internacional.
Como resultados dessas investigações foram propostos diversos modelos que procuram
explicar a origem dos derrames e das intrusões associadas. Dentre eles destaca-se o
modelo de RICHARDS et al. (1989), onde as províncias ígneas seriam o resultado da
actuação de plumas mantélicas, de modo que a geração do magma basáltico não estaria
necessariamente relacionada ao mecanismo de distensão da litosfera.
Segundo EWART et al. (2004 apud MACHADO 2005), existem características
petrológicas, geoquímicas e geodinâmicas evidentes na génese comum que envolve a
origem da Província Magmática do Etendeka, na costa oeste africana, composta por
derrames de lava e rochas intrusivas, localizadas ao Sul na Namíbia, e mais ao norte, já em
Angola, as bacias de Kwanza e Namibe.
No continente africano, o vulcanismo abrange uma área de 78.000 km². Além disso,
MULLER et al. (1993 apud MACHADO, 2005), mostraram que a idade da Província
Magmática do Etendeka é a mesma obtida para a parte norte da Província Magmática do
Paraná, com valores próximos a 132 Ma. Sendo assim, muitos trabalhos tratam este grande
complexo vulcânico como único, denominado de Província Magmática Paraná – Etendeka.
A Província Magmática do Paraná (PMP), também denominada de Vulcanismo Serra
Geral, já que a mesma é representada pela Formação Serra Geral na estratigrafia da Bacia
do Paraná, é a maior manifestação vulcânica, em área atingida, de caráter básico, em
continente do planeta, segundo MILANI (2004 apud MACHADO, 2005).
O grande volume de lava recobre grande parte do sul e sudeste do Brasil, envolvendo os
estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, sudoeste de Minas
Gerais, sudeste do Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, e sudeste do Mato Grosso, além da
parte ocidental do Uruguai, nordeste da Argentina e extremo leste do Paraguai.
A Bacia do Namibe, é a área de estudo. Ela formou-se através de processos geológicos,
ligados a separação de placas tectónicas, ou seja, a abertura do oceano Atlântico, fazendo
parte das zonas de depressão perioceânica de Angola. (ROSANTE, 2013).
1.1 – Problema
1.5 – Hipóteses
➢ Por meio da análise petrográfica poderemos determinar, tanto a textura como a
mineralogia das Rochas vulcânicas da Bacia do Namibe, e através de análise por
fluorescência de Raios-X, e espectrometria de absorção at será possível determinar a
composição química das mesmas, o que nos permitirá conhecer a característica
geoquimica dos Vulcanitos da Província Magmática de Etendeka.
1.6 – Justificativa
2º Trabalhos de campo
A área de trabalho, está constituída por: 3 perfis (1, 2 e 3), sendo 2 paralelos entre si (1 e
3) e transversais a linha de costa. Ao passo que um colocou-se longitudinal a linha de costa
e transversal aos perfis 1 e 3 (Figura 1.1).
Identificaram-se os afloramentos de rochas vulcânicas, com a altura dos mesmos
inferidas pelo uso de estudantes como escala vertical, na área de estudo, com as
coordenadas tendo sido marcadas com o uso de um GPS de marca Garmin modelo Etrex
(Figura 1.2), para orientação foi usada uma bússola de geólogo com inclinómetro de marca
Konustar, as amostras foram recolhidas, nestes afloramentos com o uso de uma marreta de
3kg, e o martelo de geólogo serviu para redução do tamanho das referidas amostras. Foram
feitas algumas fotografias, da área de estudo usando uma câmara fotográfica de marca
Canon. Foi feita análise petrográfica por avaliação macroscópica das rochas no campo, com
auxílio de uma lupa de bolso de ampliação 1x10 para melhor visualização das
características do material. Usamos saco de amostras de solos - plástico 17cmx20cm -
(1KG) para acondicionamento das amostras, as quais foram catalogadas com o uso de
marcador permanente (Figura 4.3 – A à G).
Figura 1.1 – Área de Trabalho. Modificada da carta topográfica de
Moçâmedes à escala 1:100000 por AGUIAR, 2017.
Para obtenção dos resultados petrográficos, foram usados dois tipos de microscópios:
microscópio óptico de luz polarizada de marca Leica modelo EDM 2500p e microscópio de
luz reflectida e transmitida de marca ZEIS Imager AXIOZ4.
As rochas para serem observadas ao microscópio petrográfico foram sujeitas a uma
preparação prévia utilizando equipamentos próprios.
A A
A B
Figura 1.3 A e B - Serra de corte de rocha com anel adiamantado, para redução do
tamanho da amostra, utilizada pelo laboratório da Faculdade de Ciências da Universidade
Agostinho Neto.
Figura 1.4 – Máquina de corte de Figura 1.5 – Máquina de
precisão Petrothim para redução do polimento das esquírolas.
tamanho da esquírola.
2º As amostras foram colocadas no britador primário (britador 2), que mede cerca de 1m
de altura por 50cm de largura, marca FLSmidth – ESSA, modelo Jaw Crusher JC2501, para
redução do tamanho dos grãos (Figura 1.7).
3º As amostras foram para o britador secundário (britador 3), da marca Rocklabs, modelo
JC2000, para redução a uma granulometria ainda mais fina, isto para obtenção de um
material mais homogéneo (Figura 1.8).
Nota: Após realizar-se estas operações, a rocha agora em pó, foi submetida a um teste de
peneiramento com uma peneira de 75 micra, com mínimo de passagem requerido de 95%,
ou seja, 10g do material deve passar pela peneira. Se o teste for bem sucedido, coloca-se a
amostra em embalagem identificada e ela, está pronta para ir para o laboratório químico.
Antes e depois de cada britagem os britadores foram limpos com granito, para evitar a
contaminação das amostras que passaram pelos mesmos, por sua vez utilizou-se areia
branca para limpar o pulverizador.
• Laboratório Químico
Preparação dos Pellets (Figura 1.12), que foram lidos pela máquina de FRX:
Fez-se uma mistura como na imagem acima contendo 5g da rocha já pulverizada, e
adicionou-se 1g de WAX, o qual é um sólido que se mistura com a amostra para facilitar a
leitura na máquina, a seguir agitou-se por algum tempo para obter uma mistura bem
homogénea, em seguida colocou-se Boráx (tetraborato de sódio), por cima da amostra, para
servir de tampão evitando a perda da amostra. Em seguida, usou-se uma prensa de marca
MAUTHE, modelo PE - 010 (Figura 1.13) para se obter a Pellet (também chamada
vulgarmente de pastilha, Figura 1.14).
Fez-se também um ajuste na amostra (LOI, ou loss in ignition, em portugués, perda na
fusão), que consistiu na secagem de amostra no forno a 105ºC/2h, mediu-se a diferença de
peso da amostra antes e depois de sair do forno e em seguida colocou-se novamente em
forno até 1000ºC. Até aqui as Pellets estão prontas para serem lidas pelo Espectrómetro de
FRX da marca BRUKER, modelo S8 TIGER (Figura 1.15).
Para a detecção dos elementos menores e traços usou-se o Espectrómetro de Absorção
Atómica da marca PerkinElmer, modelo PinAAcle 900H (AAS, Figura 1.16), mas antes disso
as amostras foram submetidas ao processo de digestão ácida com água régia (água régia, é
uma mistura de ácido nítrico e ácido clorídrico, concentrados geralmente na proporção de
uma para três partes).
Figura 1.12 – Utensílio para Figura 1.13 – Compressor. Figura 1.14 – Pellet
mistura da amostra com o pronto.
WAX.
Figura 1.15 - Espectrómetro Figura 1.16 - Espectrómetro de
FRX. Absorção Atómica (AAS)
CAPITULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1. Bacias Extensionais
Figura 2.1 – Bacia do tipo rift. Fonte: Steven Earle, Malaspina University-College, June 2004.
b) Riftes interiores
Riftes abortados (aulacógenos), bacias distensionais que não evoluíram até a fase
oceânica. Apresentam somente as fases de pré-rifte e rifte. Sedimentos continentais
(fluviais, lacustres, eólicos) Bacias alongadas e estreitas, apresentando perfil transversal
assimétrico.
c) Bacias Transtensionais
Também chamadas de pull-apart, tem geometria alongada. A origem destas bacias está
relacionada à actividade de grandes sistemas de cisalhamento transcorrente ou seja, são
bacias formadas num regime transcorrente em que há predomínio da componente
distensiva, como nas bacias ligadas à Falha de Santo André.
a) Bacias Foreland
Figura 2.3 – Bacia do tipo Foreland. Fonte: Steven Earle, Malaspina University-College, June 2004.
b) Bacias Oceânicas
Figura 2.5 – Bacia Intracratónica. Fonte: ADAS, Melhem. Panorama geográfico do Brasil. São Paulo:
Moderna, p. 331, 2004.
2.2 – Formação do Oceano Atlântico
A vasta estrutura tectónica evolutiva, dentro da qual a costa Angolana pode ser
interpretada, deve ser subdividida em oito fases sequenciais. A sua caracterização assenta
na relação existente entre a natureza e o avanço da separação dos dois continentes, nas
diferenças do nível do mar e na geometria tectónica das costas continentais Brasileira e
Angolana. As fases I e II podem ser consideradas como Fases Pré-Rift, enquanto a África e
a América do Sul formaram uma massa continental única, a Fase III a fase de Rift, e da fase
IV à VIII o período Pós-Rift (SCHLUMBERGER, WEC 1991).
Para BRICE et al. (1982) apud NETO (2014) e, reconfirmado por KARNER et al. (1997),
apud NETO (2014), o modelo da evolução da margem Angolana foi subdividido em cinco (5)
episódios distintos (do mais antigo para o mais recente) nomeadamente:
Figura 2.8 - Esquema representativo da fase inicial (a) e final (b) do“Sin-rift II”
(Baptista C. 1991).
Estilos Eruptivos
É caracterizado por uma erupção localizada, onde o magma ascende à superfície por um
conduto central denominado chaminé vulcânica e sua acumulação produz um cone
vulcânico, montanha gerada pelo acúmulo de material expelido.
Elementos de um vulcão
De acordo com PERONI (2003), vulcão é um conduto ou fissura na crosta terrestre com
comunicação com o manto. A partir do qual são expelidos fluxos de lava, cinza, fragmentos,
jatos incandescentes, podendo ocorrer explosões de gases.
Câmara magmática é a fonte do magma, situada em profundidade, comunica-se com a
superfície pela chaminé.
Cratera é a depressão externa afunilada dos vulcões, representa o local de
extravasamento do magma e demais produtos associados, está ligada à câmara magmática
pela chaminé (conduto magmático).
Caldeira é a depressão formada pelo colapso da cratera, devido à perda de apoio interno
pelo escape de gases ou pela ejeção de grandes volumes de lava.
Tipos de vulcões:
A maioria das rochas ígneas encontradas no campo possui M inferior a 90, e portanto,
é submetida à classificação desta nomenclatura. Entretanto, o presente diagrama, na
realidade, é adequado para a classificação de rochas ígneas félsicas, ou seja, rochas
originadas de magmas altamente fracionados, porém, não é muito próprio para rochas
máficas e intermediárias. Devido à incompatibilidade termodinâmica entre os minerais de
sílica e feldspatóides, o diagrama é dividido em dois triângulos, QAP (superior) e FAP
(inferior). O triângulo QAP é utilizado para
classificação das rochas não alcalinas e, o FAP, para as rochas alcalinas.
A partir do valor recalculado dos parámetros Q ou F, a rocha ígnea é classificada em um
dos seguintes grupos: I (Q>60); II (20<Q<60); III (5<Q<20); IV (0<Q<5). VI (0<F<10); VI
(10<F<60); VII (F>60). Em seguida, a rocha é classificada em cada categoria por meio da
proporção P/A+P (Fig. 3.19; Tabela 3.4A, 3.4B). A proporção P/A+P representa
Figura 2.11 - Classificação de rochas ígneas félsicas (M<90) por meio da nomenclatura QAPF, segundo
Streckeisen (1976). As rochas dioríticas e gabróicas, que se enquadram nos campos 9*, 10*, 9, 10, 9’ e 10’ são
subclassificadas de acordo com composição do plagiocláse incluído. No caso das rochas com feldspatóides, 6’,
7’, 8’, 9’, 10’, 11, 12, 13, 14 e 15, utiliza-se, também, o nome junto com o feldspatóide presente, tais como álcali
sienito com nefelina, álcali nefelina sienito, nefelina sienito, nefelina monzonito, nefelina monzogabro. As
rochas félsicas com hipersténa (rochas charnoquíticas) são normalmente rochas metamórficas de origem ígnea
granítica, portanto, muito pouco utilizada. Fonte: MACHADO, 2017.
Além dos diagramas para classificação de rochas ígneas comuns, a IUGS apresentou
uma nomenclatura para rochas félsicas com ortopiroxéna (hipersténa), isto é, rochas
charnoquíticas (Tabela 3.4C). Entretanto, hoje em dia, as rochas charnoquíticas não são
consideradas como rochas ígneas, mas sim, metamórficas de origem ígnea com alto grau
metamórfico, correspondentes à fácies de granulito. Desta forma, a nomenclatura é pouco
utilizada.
Conforme o texto anterior, o diagrama QAPF não é muito próprio para rochas
intermediárias e máficas, que se projetam nos campos 9*, 9, 9’, 10*, 10 e 10’. Para
classificação destas rochas, tipo dos minerais máficos e composição de plagioclásio são
mais importantes. As rochas ultramáficas (M superior a 90), que não podem ser classificadas
pelo diagrama QAPF, são classificadas exclusivamente pelo teor relativo dos minerais
máficos. Para essas rochas, a IUGS apresentou uma classificação por meio dos teores
relativos de plagioclásio, olivina, ortopiroxéna e clinopiroxéna. O plagioclásio é o mineral
félsico representativo das rochas máficas e ultramáficas, e a olivina, o ortopiroxéna e o
clinopiroxéna são os minerais máficos desidratados mais comuns. Certas rochas gabróicas
contêm considerável teor de hornblenda (anfibólio comum). Essas rochas são classificadas
por meio de 4 grupos de mineral, isto é, plagioclásio, hornblenda, piroxéna (Px = Cpx + Opx)
e olivina. As rochas que possuem a soma desses acima de 95 % são submetidas à
classificação pelos diagramas triangulares Pl-Px-Ol, Pl-Opx-Cpx e Pl-Px-Hlb (Fig. 2.9, 2.10).
Na Projecção ao respectivo diagrama triangular, o valor modal de cada parámetro
classificatório deve ser recalculado, como por exemplo, no caso do diagrama Pl-Px-Ol:
Pl novo = 100 x Pl original / (Pl original + Px original + Ol original) Px novo = 100 x Px
original / (Pl original + Px original + Ol original) Ol novo = 100 x Ol original / (Pl original + Px
original + Ol original)
O método de Projecção é igual aos diagramas triangulares convencionais. Embora a
IUGS tenha apresentado o diagrama para rochas máficas de granulometria grossa, ainda
não foi definida a nomenclatura para as rochas destes clãs de granulometria fina.
Quando as rochas máficas possuem considerável teor de minerais acessórios, tais como
biotite, granada, espinélio e minerais opacos, o nome do mineral é acrescentado da seguinte
forma:
A B C
Pl Pl Pl
90 anortosito 90 anortosito 90 anortosito
5 5 5
gabronorito hornblenda
olivina gabro gabronorito
10
olivina gabronorito
10 10
rochas ultramáficas rochas ultramáficas rochas ultramáficas
Px 10 10 Ol Opx 10 10 Cpx Px 10 10
Hlb
piroxenito dunito ortopiroxenito clinopiroxenito
Figura 2.12 - Classificação de rochas í g n e a s máficas de granulometria grossa (rochas gabróicas) por
meio das nomenclaturas segundo Streckeisen (1976): A) Pl - Px - Ol; B) Pl - Opx - Cpx; C) Pl - Px - Hlb.
Fonte: MACHADO, 2017.
Figura 2.13 - Classificação de rochas ultramáficas, com índice de cor superior a 90, (M>90), por meio das
nomenclaturas triangulares F) Ol - Opx - Cpx e G) Ol - Px - Bi, segundo Streckeisen (1976). Fonte: MACHADO,
2017.
Figura 2.15 - Projecção d a s rochas padrão da USGS (United States Geological Survey) no diagrama de
Harker. Fonte: International Union of Geological Sciences (IUGS).
Rochas ácidas
As rochas ácidas do tipo Chapecó (ATC), são representadas por dacitos, Vulcanitos,
quartzo latitos e riolitos hipohialinos com até 90% de material vítreo, porfirítico a fortemente
profirítico, segundo NARDY (1995), NARDY et al. (2002) e MACHADO (2003). A mineralogia
principal é constituída por plagioclásio (14,4% em média), augita (4,5% em média), pigeonita
(2,1% em média), opacos (3,7% em média) e apatita (1,7% em média), completando o
volume da rocha com a presença da mesóstase vítrea.
Estratigraficamente, na região central de Santa Catarina, as ATC estão acima das rochas
ácidas do tipo Palmas (ATP), segundo Nardy et al. (2002), sendo limitada no topo pelos
basaltos finos e hipohialinos da unidade básica superior e na base pelos basaltos da
unidade inferior, ressaltando que no nordeste do Paraná as ATC estão diretamente
assentadas sobre os arenitos da Formação Botucatu.
Cabe ressaltar que ocorrem rochas com características petrográficas e geoquímicas
semelhantes àquelas do tipo ATC na Província Magmática do Etendeka, distribuídas pela
costa oeste da Namíbia (região de Sarusas), além de extensos afloramentos nas bacias do
Namibe e Kwanza, no oeste de Angola. Como mostra o mapa esquemático da Figura 2.16.
Figura 2.16 - Mapa esquemático mostrando localização dos platôs de rochas ácidas da Província
Magmática do Paraná - Etendeka. Legenda: 1 – derrames de lava; 2 – Ácidas do Tipo Chapecó (ATC); 3 -
Ácidas do Tipo Palmas (ATP); a – Ácidas da região de Tafelberg (equivalente ATP), b – Ácidas da região de
Sarusas (equivalente ATC); c - Ácidas da Bacia da Namibe (equivalente ATC); d - Ácidas da Bacia de Kwanza
(equivalente ATC). Fonte: MACHADO, 2005.
As rochas ácidas do tipo Palmas (ATP) são representadas por riolitos e Vulcanitos que,
diferentes de ATC, são tipicamente afíricas e com estrutura sal-e-pimenta. São limitadas na
base pelo basalto da unidade inferior, no topo pelo basalto da unidade superior, sendo que
nos platôs do centro do Estado de Santa Catarina o contato superior se faz diretamente com
os riolitos porfiríticos das ATC.
A mineralogia destas rochas, segundo NARDY et al. (2002) e MACHADO (2003) é
essencialmente plagioclásio (16,21% em média), augita (11% em média), pigeonita (3% em
média), opacos (5% em média) e apatita (1% em média), completando o volume da rocha
com a presença de mesóstase, sendo esta freqüentemente de aspecto microgranular com
microcristais de plagioclásio apresentando terminações em “cauda de andorinha”.
A localização dos platôs das ATP se concentra principalmente no centro-norte do Estado
do Rio Grande do Sul, conforme mostra a Figura IV.7. Segundo DUNCAN et al. (1989) as
rochas com características petrográficas e geoquímicas semelhantes às ATP, na Província
Magmática do Etendeka, ocorrem na costa oeste da Namíbia, e na parte sul da Bacia do
Etendeka (região de Tafelberg), como mostra o mapa esquemático da Figura 2.16.
Figura 3.2 - Mapa geológico da Bacia do Namibe. Modificado da Carta geológica de Angola à Escala
1:1.000.000 (1988).
3.3. Aspectos Fisiográficos
3.3.1. Geomorfologia
3.3.2. Hidrografia
Os principais rios que correm na província do Namibe segundo o PDIPN (2007) apud
FERNANDES (2014) são, indo do Sul ao Norte:
Nesta parte são apresentados os dados recolhidos e toda interpretação dos mesmos.
1.Coordenadas geográficas
2.Dimensões do afloramento
3.Tonalidade do afloramento
4.Estruturas associadas
5.Número de pontos observados
6.Número de amostras retiradas
7.Tipos Litológicos
8.Composição mineralógica
9.Textura
10. Grau de alteração
1.Textura
2.Mineralogia
3.Percentagem da matriz e fenocristais
Neste tópico são espelhados os resultados das análises feitas nos laboratórios as quais
foram obtidas através de ferramentas apropriadas.
Geoquímica
- Diagrama TAS
Usou-se para classificar as rochas vulcânicas, e a série em que se enquadram através da
análise do magma comparando o conteúdo de sílica com o teor de alcalinos (K 2O e Na2O).
O resultado obtido foi traquiandesito e traquidacito.
Este diagrama, (Figura 4.8) faz uma comparação entre os teores de SiO2 e de K2O, do
magma, sendo os resultados expressos em diferentes séries. No caso das amostras sujeitas
a análise, obtivemos um resultado situado na série Shoshonítica.
Figura 4.7 – Diagrama de séries magmáticas das rochas vulcânicas da província magmática de Etendeka
com base no modelo de Peccerillo e Taylor (1976), elaborado por meio do software de geoquímica Petrograph.
- Diagrama AFM
O diagrama AFM (Alcalinos, Ferro e Magnésio), faz uma análise na qual se observa as
tendências evolutivas nos magmas toleíticos e calco-alcalinos.
O diagrama (Figura 4.9), mostra um magma da série toleítica, mais alcalina.
Toleítica
Calc-Alcalina
Figura 4.8 - Diagrama AFM, das Rochas Vulcânicas da Província Magmática de Etendeka, segundo Irvine
Baragar (1971), elaborado por meio do software de geoquimica Petrograph.
Figura 4.9 – Diagrama discriminatório do tipo de magma, por análise de elementos traços, Cr e Y, das
Rochas Vulcânicas da Província Magmática de Etendeka da Bacia do Namibe, através do modelo de Pearce
1982.
Petrografia
Antes da análise petrográfica propriamente dita, foi elaborada a classificação das rochas
vulcânicas através do diagrama de Streckeisen (QAP), fazendo-se recurso aos minerais
normativos.
– Cálculo de Normas
O cálculo dos minerais normativos foi elaborado através da folha de cálculo de Kurt
Hollocher, lançando os resultados, isto é, os óxidos e elementos menores e traços obtidos
do laboratório (Tabela 4.4 e Tabelas 4.5 A à C), e o resultado é apresentado na tabela de
minerais normativos correspondente (Tabela 4.6 A e B).
Tabela 4.6 – Minerais Normativos
Amostras
Minerais FAE/NB FAE/NB FAE/NB/17/ FAE/NB/ FAE/NB FAE/NB FAE/NB
/17/082 /17/083 084 17/085 /17/086 /17/087 /17/088
Quartzo 14,59 19,37 18,81 16,70 21 18,88 16,96
Plagioclase 30,97 32,43 35,88 36,39 29,29 32,05 34,26
Ortoclase 38,22 37,95 32,83 34,68 39 38,64 36,44
Corindon - - - - 0,05 - -
Diópsido 6,24 - - 1,77 - - 1,30
Hiperstena - 2,17 4,27 2,04 2,89 2,15 2
Rutilo - 0,42 0,16 - 1,21 0,35 -
Wollastonite 1,23 - - - - - -
Ilmenite 0,22 0,09 0,17 0,16 0,09 0,06 0,19
Hematite 4,93 4,79 4,60 4,10 5,07 4,48 4,32
Apatite 0,93 0,99 1,03 1,25 1,27 1,20 1,16
Cromite - 0,03 - - - 0,02 -
Esfena 2,49 1,65 1,87 2,69 - 1,94 3,08
Na2SO4 0,17 0,09 0,38 0,23 0,12 0,23 0,28
Total 99,99 99,98 100 100 99,99 100 99,99
Foi usado este diagrama para classificar as rochas vulcânicas, em estudo, usando o
modelo (QAP), que é o ideal para rochas félsicas e intermédias como é o caso.
No diagrama (Figura 4.5), tem-se um Quartzo Latito e Riolito (Tabela 4.7).
Amostras Q A P Resultados
Quartzo Feldspatos Plagioclase (Campo e Tipo
Alcalinos de Rocha)
FAE/NB/17/082 18 45 37 J: Quartzo
Latito
FAE/NB/17/083 21 43 36 E: Riolito
FAE/NB/17/084 22 37 41 E: Riolito
FAE/NB/17/085 19 40 41 J: Quartzo
Latito
FAE/NB/17/086 24 44 32 E: Riolito
FAE/NB/17/087 21 43 36 E: Riolito
FAE/NB/17/088 20 41 39 J: Quartzo
Latito
Figura 4.10 - Diagrama Streckeisen (QAP) das Rochas Vulcânicas da Província
Magmática de Etendeka da bacia do Namibe, segundo os minerais normativos
❖ Além dos resultados obtidos por meio do cálculo da norma, fez-se a análise
petrográfica (modal), por esta fornecer informações mais precisas em relação a
norma, visto que nos minerais normativos não são consideradas algumas fases
minerais tal como é o caso dos minerais hidratados. Tendo-se obtido os seguintes
resultados para as amostras de vulcanitos (consideraram-se duas amostras por
serem representativas de todo o universo amostral conforme mostra a Tabela 4.8):
Composição Mineralógica:
Composição Mineralógica:
Q A P Resultado
Amostras Quartzo Feldspatos Plagioclase Campo e Tipo de
Alcalinos Rocha
FAE/NB/17/082 21 28 51 Campo E-F: Riodacito
FAE/NB/17/086 22 28 50 Campo E-F: Riodacito
Figura 4.13 - Diagrama QAP- das Amostras FAE/NB/17/082 e FAE/NB/17/086 com base na moda.
4.2 – Discussões
Neste tópico são apresentadas as explicações concernentes aos resultados das análises
feitas.
- Diagrama TAS
A maioria das amostras estão identificadas no diagrama TAS (Figura 4.6) como
traquiandesito, o qual é uma rocha ígnea extrusiva que resultou da diferenciação
de basaltos alcalinos, por mistura de magma basáltico com magma com composição
próxima do traquito ou do andesito. Porém algumas amostras, situam-se por cima da linha
entre o traquiandesito e o traquidacito.
O Traquidacito, é uma rocha vulcânica de composição semelhante ao do Traquito, o qual
é contituído essencialmente por feldspato alcalino (sanidina, ortoclase) e quantidades
menores de plagiocláse (oligoclase). Sendo a diferença fundamental entre o Traquito e o
Traquidacito, o facto de que o Traquidacito possui um teor de Quartzo inferior a 20% do total
de minerais félsicos normativos. Com a presença de albite em álcali traquitos, hornblenda,
quartzo, anfibólios sódicos e piroxênios em álcali-traquitos. De granulometria fina, e textura
porfírica.
- Diagramas de Harker – Elementos Maiores
O resultado obtido neste diagrama (Figura 4.8, série shoshonitica) deve ser tratado
minuciosamente, pois a natureza significado e origem do vulcanismo Shoshonítico suscita
opiniões diferentes por diversos autores.
Sendo porém comum aceitar alguns dos seguintes aspectos:
➢ Série rica em K ;
➢ Conteúdo elevado em K (razão K2O / Na2O cerca de 1);
➢ Conteúdo relativamente baixo en TiO2;
➢ Comportamento variável de Fe;
➢ Grau variável de saturação em sílica;
➢ Abundância de feldspato potássico em todos os membros;
➢ Fenocristais zoneados de plagioclase;
➢ Latitos (isto, é consistente com o quartzo latito obtido no diagrama QAP).
- Diagrama AFM
O diagrama (Figura 4.9), mostra um magma da série toleitica, mais alcalina (devido ao
elevado teor de Fe2O3, K2O e Na2O), o qual é típico das zonas de limites divergentes de
placas (com rochas alcalinas subordinadas, presentes de estádios iniciais de rifte
continental), o que no caso confirma o tipo de rocha Riodacito, apresentado no diagrama de
streckeisen, elaborado a partir dos minerais modais. Isto, apoia a teoria da deriva
continental, e neste caso a hipótese de separação das placas Africana e Sul Americana.
Foi usado este diagrama para classificar as rochas vulcânicas, em estudo, usando o
modelo (QAP), que é o ideal para rochas félsicas e intermédias como é o caso.
No diagrama (Figura 4.5), tem-se um Quartzo Latito (Tabela 4.7), o qual é uma rocha
vulcânica afanítica, contendo uma composição modal entre 5% à 20% de quartzo em que
estão presentes os elementos alcalinos dos feldspatos e plagioclases em quantidades
semelhantes.
Tem-se também Riolito (Tabela 4.7), que é uma rocha ígnea extrusiva com um índice de
sílica muito elevado. Pode ser cor-de-rosa ou cinzenta com os grãos tão pequenos que são
difíceis de observar sem uma lupa de bolso. Riolito é composto por quartzo, plagioclase e
sanidina, com pequenas quantidades de hornblenda e biotite.
Muitos Riolitos formam-se a partir de magma ácido que tem parcialmente resfriado na
subsuperfície. Quando este magma irrompe, uma rocha com dois tamanhos de grão pode
formar-se. Os grandes cristais que se formaram sob a superfície são chamados fenocristais,
e os pequenos cristais formados na superfície são chamados matriz.
4.3 – Conclusões
A rocha vulcânica estudada é Riodacito, que tem coloração vermelha acastanhada, e tem
textura porfírica.
Mineralogicamente está constituída por plagioclase, feldspatos alcalinos, minerais opacos,
quartzo, piroxenas e anfíbolas.
A rocha é da série shoshonítica, em virtude de ser rica em K, e quanto ao índice de
coloração é leucocrata.
O tipo de magma quanto a sua composição foi andesítico contendo em média cerca de
60% de SiO2. Quanto a origem por meio da análise dos elementos traços, tem-se um
magma do tipo MORB (Mid Ocean Ridge Basalt, típico de zonas de rift).
Esta pesquisa fornece mais fundamentos para a teoria da deriva continental.
COX, K.G; BELL, J.D.; PANKHURST, R.J. The interpretation of igneous rocks. Ed.
GEORGE ALLEN & UNWIN, London. pp. 402-414, 1979
HENRY, S.G. e ABREU, V. Marine transgressions in the Pre-salt of the South Atlantic:
new models for rifting and continental breakup. American Association of Petroleum
Geologists Annual Convention, Salt Lake City, extended abstract, 1998
JAHN, BM, CHI-YU, S., e MURTHY, R. V., Geoquímica do elemento de rastreamento de
rochas vulcânicas Arqueanas, Geochim. Cosmochim Acta, 38, 611-627), 1974
LEBAS, M.J., LEMAITRE, R.W., STRECKEISEN, A., and ZANETTIN, B., A Chemical
Classification of Volcanic Rocks Based on the Total alkali-silica diagram: Journal of
Petrology, v. 27, p. 745-750, 1986
________
* BRYAN, S. E. E ERNST, R. E. Revised definition of Large Igneous Provinces (LIPs). Earth Sci. Rev., v.86,
pp.175-202.CASTRO, 2008
ERNESTO, M., RAPOSO, M. I. B.; MARQUES, L. S.; RENNE, P. R.; DIOGO, L. A.; DE MIN, A.
Paleomagnetism, geochemistry and 40Ar/39Ar dating of the North-eastern Paraná magmatic province: tectonic
implications. Journal of Geodynamics, v. 28, 321-340 pp., 1999
FRANK, H. T., GOMES, M. E. B., FORMOSO, M. L. L.: Review of the extent and the volume of the Serra Geral
Formation, Paraná Basin, South America, Pesquisas em Geociências, 36, 49–57, 2009
MISSÃO DE PEDOLOGIA DE ANGOLA Carta Geral dos Solos de Angola, Distrito de Moçâmedes. Lisboa:
Junta de investigações do ultramar, 192 p., 1963
NETO, B. A. Analyse des interactions tectonique salifere – sedimentation gréso carbonate albienne dans le
basin onshore de Benguela (Marge sud angolaise). In: Unpublished PhD thesis, Universite´ de Bourgogne,
Dijon, France,180 pp. 2006
SARTORI, LUIZ, P., FILHO, M., CARLOS,Importância e Significado dos Derrames Granófiros no Vulcanismo
da Bacia do Paraná, Santa Maria (RS): UFSM, Trabalho a ser apresentado ao XXX Congresso Brasileiro de
Geologia, 1978
WHITE, R. S. & MCKENZIE, D. P. MAgmatism at Rift Zones: The Generation of Volcanic Continental Margins
and Flood Basalts, Journal of Geophysical Research 94:7685-7729, 1989
PICCIRILLO, E. M., BELLIENI, G. CAVAZZINI, G. COMIN-CHIARAMONTI, P., PETRINI, R., MELFI, A. J.,
PINESE, J. P. R., ZANTADESCHI, R. Lower Cretacic Tholeiitic Dyke Swarms from de Ponta Grossa Arch
(Southeast Brazil): Petrology, Sr-Nd Isotopes and Genetics Relationships with the Paraná Flood Volcanics.
Chemical Geology, 19-48pp., 1990
RENNE, P.R.; DECKART, K.; ERNESTO, M.; FÉRAUD, G.; PICCIRILLO, E.M. Age of the Ponta Grossa dike
swarm (Brazil), and implications to Paraná flood volcanism. Earth and Planetary Science Letters, 144, p. 199-
211, 1996
Glossário
Afloramento - Qualquer exposição de rochas ou solos na superfície da Terra. Podem ser naturais
(escarpas, lajeados) ou artificiais (escavações).
Alcalina - (1) Solução resultante de dissolução de uma base em água com a formação de íões
hidróxido. (2) Rocha magmática caracterizada pela alta porcentagem de álcalis em relação à sílica e
à alumina.
Clivada - 1. Que está fragmentada, segundo seus planos de clivagem. 2. Que está separada por
categorias, tipos.
Convecção - Movimento oscilatório que ocorre em um fluido que apresenta uma temperatura não
uniforme, produzindo uma variação de densidade, tornando-o menos denso ou mais denso,
propiciando dessa maneira a formação de fluxos ascendentes e descendentes.
Cráton - Parte da crosta terrestre que atingiu estabilidade e foi pouco deformada por períodos
prolongados. Em sua acepção mais moderna, os crátons restringem-se às áreas continentalizadas e
suas adjacências. Diz-se que um segmento crustal é cratonizado quando anexado, principalmente
por colisão, a núcleos estáveis mais antigos, o que ocorre com as partes mais maduras dos cinturões
orogênicos.
Falha - Uma fractura ou uma zona fracturada ao longo da qual houve deslocamento reconhecível,
desde alguns centímetros até quilómetros. As paredes são normalmente estriadas e polidas (espelho
de falha), resultado dos deslocamentos cisalhantes. Freqüentemente a rocha em ambos os lados de
uma falha apresenta-se cisalhada, alterada ou intemperizada, resultando em preenchimentos. A
espessura de uma falha pode variar de alguns milímetros até dezenas ou centenas de metros.
Caracteriza-se por possuir linha de falha, plano de falha e rejeito.
Gondwana - Supercontinente que, até pelo menos o final da Era Paleozóica, reunia as terras
situadas no hemisfério sul. Juntamente com a Laurásia, que reunia as terras hemisfério norte,
compunha originalmente o Pangea.
Litosfera - Designação antiga referente à parte externa consolidada da Terra, com densidade média
de 3,4. A litosfera é constituída de sedimentos, rochas metamórficas e rochas ígneas, e cuja
espessura média é da ordem de 60 Km. A litosfera subdivide-se em dois envoltórios, um superior,
descontínuo, rico em sílica e alumina - Sial, que forma os continentes, e outro subjacente, contínuo,
rico em silicatos de magnésio - Sima, que assenta sobre o manto. A espessura da litosfera é maior
sob os continentes do que sob os oceanos, e maior sob as cordilheiras do que sob as plataformas
continentais.
Micra - Unidade de medida equivalente a milionésima parte do metro, (plural de micron).
Nappe - Unidade rochosa tabular deslocada, por grandes distâncias, sobre superfície
predominantemente horizontal, por esforços compressionais.
Pluma mantélica - Coluna de material onde se concentra calor e que se eleva no interior do
manto, sendo que sua ascensão se dá como uma massa plástica (o mesmo que ponto
quente).
Rifte - (a) Fossa continental longa e estreita, bordejada por falhas normais; (b) Gráben de
extensão regional; (c) Grande falha transcorrente paralela às estruturas regionais. na crosta
terrestre. I: Rift.
Tectónica de Placas - Teoria de tectónica global pela qual a litosfera é dividida em placas
torsionalmente rígidas, cuja interação dá origem a zonas de atividade sísmica, tectónica e
vulcânica; por esta teoria, a Terra compor-se-ia de 12 placas principais e dezenas de outras
menores subordinadas. Processo pelo qual a Terra dissipa o calor gerado em seu interior.
Trap - Designação antiga dada na Suécia a rochas efusivas basálticas, que formam,
frequentemente, uma morfologia em escadas, como acontece nos derrames basálticos do
Brasil Meridional.
Anexo
Zero values not shown
Zero values not shown
Zero values not shown
Zero values not shown
Zero values not shown
Zero values not shown
Zero values not shown
Tabela 2.2 - Classificação das rochas ígneas no diagrama QAPF segundo Streckeisen. Fonte: International
Union of Geological Sciences (IUGS)
Granulometria grossa Granulometria fina Rochas com
1 Quartzolito hipersténa
ª 1 quartzo granito
b 1 quartzo granodiorito
c 2 álcali granite álcali riolito álcali charnockito
3 granito (sienogranito) riolito charnockito
a 3 granito (monzogranito) Vulcanito charnockito
b 4 Granodiorito dacito opdalito
5 M > 10, tonalito, quartzo andesito enderbito
M < 10, trondhjemito
6 quartzo álcali sienito quartzo álcali traquito hipersténa álcali
* 7 quartzo sienito quartzo traquito sienito hipersténa sienito
* 8 quartzo monzonito quartzo latito hipersténa
* 9 monzonito
* An < 50, quartzo andesito jotunito
monzodiorito An > 50,
quartzo monzogabro
1 An < 50, basalto hipersténa diorito
0* quartzo diorito An >
50,
6 quartzo
álcaligabro
sienito com quartzo álcali traquito com
7 sienito com quartzo quartzotraquito com quartzo
8 monzonito com quartzo latito com quartzo
9 An < 50, monzodiorito com andesito com quartzo
quartzo An > 50, monzogabro
com
1 quartzo
An < 0, andesito, basalto
0 diorito An > 50,
gabro
6 álcali sienito com fóides álcali traquito com
’ 7 sienito com fóides fóides traquito com fóides
’ 8 monzonito com fóides latito com fóides
’ 9 An < 50, monzodiorito andesito traquítico com
’ com fóides An > 50, fóides
monzogabro
1 comdiorito
An < 50, fóidescom fóides basalto traquítico com
0’ An > 50, quartzo gabro com fóides
fóides
1 fóide sienito fonolito
1 1 fóide monzosienito fonolito tefrítico
2 1 An < 50, fóide basalto, fóide basalto
3 monzodiorito An > 50,
fóide
1 monzogabro
An < 50, basanito
4 fóide diorito An > 50,
fóide
1 gabro
foidito foiaítico foidito fonolítico
5a 1 foidito teralítico foidito tefrítico
5b 1 Foidito foidito extrusivo
5c
Rochas de granulometria grossa. No caso das rochas com feldspatóides, (6’), (7’), (8’), (9’),
(10’), (11), (12), (13), (14) e (15), utiliza-se, também, o nome junto com o feldspatóide
presente, tais como álcali sienito com nefelina, álcali nefelina sienito, nefelina sienito,
nefelina monzonito, nefelina monzogabro, etc.
Tabela 2.3 - Classificação de rochas ígneas de granulometria grossa com feldspatóides. Fonte: International
Union of Geological Sciences (IUGS)
I - Q > 60 de minerais incolores
Q > 90 (1a) quartzolito (silexito)
Q = 60 a 90, (1b) quartzo granito
P/A+P <Q65 = 60 a 90, (1c) quartzo granodiorito
P/A+P >II 65
- Q = 20 a 60 de minerais incolores
P/A+F = 0 a 10 (2) álcali feldspato granito (álcali granito)
P/A+F = 10 a 35 (3a) granito 3a (granito do sentido estreito da definição tradicional da
P/A+F = 35 a 65 Inglaterra)(3b) granito 3b (adamellito)
P/A+P = 65 a 90 (4) granodiorito
P/A+P = 90 a 100 (5) 1. M > 10 tonalito
2. M < 10 trondhjemito
III - Q = 5 a 20 de minerais incolores
P/A+P = 0 a 10 (6*) quartzo álcali feldspato sienito
P/A+P = 10 a 35 (7*) quartzo sienito
P/A+P = 35 a 65 (8*) quartzo monzonito
P/A+P = 65 a 90 (9*) 1. Composição do Pl - An>50 quartzo monzodiorito
2. Composição do Pl -An <50 quartzo monzogabro
P/A+P = 90 a 100 (10*)1. Composição do Pl -An>50 quartzo diorito, quartzo anortosito
2. Composição do Pl -An <50 quartzo gabro
IV - Q = 0 a 5 de minerais incolores
P/A+P = 0 a 10 (6) álcali feldspato sienito (álcali sienito com quartzo)
P/A+P = 10 a 35 (7) sienito (sienito com quartzo)
P/A+P = 35 a 65 (8) monzonito (monzonito com quartzo)
P/A+P = 65 a 90 (9) 1. Composição do Pl - An < 50 monzodiorito (monzodiorito com
quartzo)
P/A+P = 90 a 100 2. Composição
(10) do Pl - An >do
1. Composição 50Pl -monzogabro (monzogabro
An < 50 diorito (diorito com
com
quartzo) anortosito (anortosito com quartzo)
quartzo),
2. Composição do Pl - An > 50 gabro (gabro com quartzo)
V - F = 0 a 10 de minerais incolores
P/A+P = 0 a 10 (6’) álcali feldspato sienito com fóides
P/A+P = 10 a 35 (7’) sienito com fóides
P/A+P = 35 a 65 (8’) monzonito com fóides
P/A+P = 65 a 90 (9’) 1. Composição do Pl - An < 50 monzodiorito com fóides
2. Composição do Pl - An > 50 monzogabro com fóides
P/A+P = 90 a 100 (10’) 1. Composição do Pl - An < 50 diorito com fóides
2. Composição do Pl - An > 50 quartzo gabro com fóides
VI - F = 10 a 60 de minerais coloridos
P/A+P = 0 a 10 (11) fóide sienito
P/A+P = 10 a 50 (12) fóide monzosienito
P/A+P = 50 a 90 (13) 1. Composição do Pl - An < 50 fóide monzodiorito (essexito)
2. Composição do Pl - An > 50 fóide monzogabro
P/A+P = 90 a 100 (14) 1. Composição do Pl - An < 50 fóide diorito
2. Composição do Pl - An > 50 fóide gabro (teralito, teschenito)
VII - F = 60 a 100 de minerais incolores
F < 90, P/A+P < (15a) foidito foiaítico
50 F < 90, P/A+P > (15b) foidito teralítico
50 F > 90 (15c) foidito
Rochas de granulometria fina. No caso das rochas com feldspatóides, (6’), (7’), (8’), (9’), (10’), e (15), utiliza-se,
também, o nome junto com o feldspatóide presente, tais como álcali traquito com nefelina, nefelina latito,
nefelina andesito, nefelina basalto, etc. As rochas correspondentes a (11), (12), (13), (14) possuem próprios
nomes que justificam presença de feldspatóides.
Tabela 2.4 - Classificação de rochas ígneas de granulometria fina, com feldspatóides. Fonte: International
Union of Geological Sciences (IUGS)
I - Q > 60 de minerais incolores
Não há definição devido à inexistência das rochas desta categoria
II - Q = 20 a 60 de minerais incolores
P/A+F = 0 a (2) álcali feldspato riolito (álcali riolito, liparito)
10 P/A+F = 10 a (3) riolito
35 P/A+F = 35 a (3) Vulcanito
65 P/A+P = 65 a (4) dacito
90 P/A+P = 90 a (5) quartzo andesito
100 III - Q = 5 a 20 de minerais incolores
P/A+P = 0 a (6*) quartzo álcali feldspato traquito (quartzo álcali traquito)
10 P/A+P = 10 a (7*) quartzo traquito
35 P/A+P = 35 a (8*) quartzo latito
65 P/A+P = 65 a (9*) andesito
90 P/A+P = 90 a (10*) basalto
100 IV - Q = 0 a 5 de minerais incolores
P/A+P = 0 a (6) álcali feldspato traquito com quartzo (álcali traquito com
10 P/A+P = 10 a quartzo)(7) traquito (traquito com quartzo)
35 P/A+P = 35 a (8) latito (latito com quartzo)
65 P/A+P = 65 a (9) andesito
90 P/A+P = 90 a (10) andesito, basalto
100 V - F = 0 a 10 de minerais incolores
P/A+P = 0 a (6’) álcali feldspato traquito com fóides
10 P/A+P = 10 a (7’) traqui to com fóides
35 P/A+P = 35 a (8’) latito com fóides
65 P/A+P = 65 a (9’) andesito com fóides (andesito traquítico com fóides)
90 P/A+P = 90 a (10’) basalto com fóides (basalto traquítico com fóides)
100 VI - F = 10 a 60 de minerais coloridos
P/A+P = 0 a (11) fonolito
10 P/A+P = 10 a (12) fonolito tefrítico
50 P/A+P = 50 a (13) tefrito fonolítico (basalto, fóide basalto)
90 P/A+P = 90 a (14) tefrito, basanito
100 VII - F = 60 a 100 de minerais incolores
F < 90, P/A+P (15a) foidito fonolítico
< 50 F < 90, P/A+P (15b) foidito tefrítico
> 50 F > 90 (15c) foidito extrusivo
Tabela 2.5 - Rochas félsicas com ortopiroxéna (hipersténa), ou seja rochas charnoquíticas. fonte: International
Union of Geological Sciences (IUGS)
Composição Mineralógica
Forma Cristalina
Minerais Moda Percentual
Idiomórfico Hipidiomórfico Alotriomórfico
Plagioclase 37 %
Feldspatos Alcalinos 20 %
Minerais Opacos 17 %
Quartzo 15 %
Piroxenas 7%
Anfíbola (Hornblenda Castanha) 4%
Total 100 %
Caracterização Textural
Granular
Panidiomórfica Hipidiomórfica Alotriomórfica Equigranular Glomeroporfirítica Intergranular Intersertal Hialofítica Esferulítica
Justificação:
Diagrama a Utilizar
Q-A-P F-A-P Ol - Cpx - Opx Ol - Px - Hbl Pl - Ol - Px TAS TAS + MgO Pl - Px - Hbl CaO - MgO - FeO+Fe2O3+MnO
Justificação:
Modo de Ocorrência
Plutônica Hipabissal Vulcânica
Justificação:
Designação: Riodacito
Justificação:
GRÁFICO TERNÁRIO DA AMOSTRA ESTUDADA
A + Q + P
S u b s t i t u i n d o :
A = 2 0 %
Q = 1 5 %
2 1 % + 3 5 % + 2 5 % = 7 2 %
P = 3 7 %
Q u a r t z o A l c a l i n o s
7 2 % - - - - - - - 1 0 0 % 7 2 % - - - - - - - 1 0 0 %
1 5 % - - - - - - - x % 2 0 % - - - - - - - x %
x = 2 0 , 8 % x = 2 7 , 7 %
P l a g i o c l a s e
7 2 % - - - - - - - 1 0 0 %
3 7 % - - - - - - - x %
x = 5 1 , 3 %
FICHA DE ANÁLISE MICROSCÓPICA
Ref. da Secção Delgada: 086 – Carlos Pimentel
Composição Mineralógica
Forma Cristalina
Minerais Moda Percentual
Idiomórfico Hipidiomórfico Alotriomórfico
Plagioclase 36 %
Feldspatos Alcalinos 20 %
Minerais Opacos 18 %
Quartzo 16 %
Piroxenas 6%
Anfíbola (Hornblenda Castanha) 4%
Total 100 %
Caracterização Textural
Granular
Panidiomórfica Hipidiomórfica Alotriomórfica Equigranular Glomeroporfirítica Intergranular Intersertal Hialofítica Esferulítica
Justificação:
Diagrama a Utilizar
Q-A-P F-A-P Ol - Cpx - Opx Ol - Px - Hbl Pl - Ol - Px TAS TAS + MgO Pl - Px - Hbl CaO - MgO - FeO+Fe2O3+MnO
Justificação:
Modo de Ocorrência
Plutônica Hipabissal Vulcânica
Justificação:
Designação: Riodacito
Justificação:
GRÁFICO TERNÁRIO DA AMOSTRA ESTUDADA
A + Q + P
S u b s t i t u i n d o :
A = 2 0 %
2 0 % + 1 6 % + 3 6 % = 7 2 %
Q = 1 6 %
P = 3 6 %
Q u a r t z o A l c a l i n o s
7 2 % - - - - - - - 1 0 0 % 7 2 % - - - - - - - 1 0 0 %
1 6 % - - - - - - - x % 2 0 % - - - - - - - x %
x = 2 2 , 2 % x = 2 7 , 7 %
P l a g i o c l a s e
7 2 % - - - - - - - 1 0 0 %
3 6 % - - - - - - - x %
x = 5 0 %