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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
CURSO DE DOUTORADO

Disciplina: ED 968 - Seminários de Teoria e Metodologia da


Pesquisa em Educação II
Professor: Dr. Alexandre S. de Freitas
Carga Horária: 60h – 3ª. Feiras – 14h às 18h

Ementa: Análise do fenômeno educativo, suas teorizações e metodologias de


pesquisa, relacionando-o às diferentes maneiras de construir o conhecimento nas
abordagens do racionalismo crítico, teoria crítica, epistemologia genética
e construtivismo, tendo por pressuposto a educação como área de
conhecimento complexa, multidimensional, indissociável de questões axiológicas.

Descrição: O curso se propõe abordar a produção do conhecimento no campo


educacional, focalizando simultaneamente escolhas teóricas e compromissos
metodológicos, fornecendo visibilidade, sobretudo, ao estatuto ontológico dos
“fenômenos” educativos, através de uma cartografia ampliada das narrativas que
constituem a teorização educacional contemporânea (ver Quadro abaixo).
Contudo, não se trata de priorizar nenhuma abordagem em particular,
explorando antes os pressupostos, os “modos de uso” e os possíveis
desdobramentos das abordagens selecionadas nas pesquisas em educação.

Positivismos Tradição Francesa; Empirismo Lógico; Modelo


Nomológico-Dedutivo; Falsificacionismo;
Positivismo Instrumental; Funcionalismos
(analítico e estrutural); Teoria da Ação Racional.
Abordagens Interpretativas Fenomenologia; Hermenêutica; Filosofia da
Existência; Filosofia da Vida, Pragmatismo;
Teorias Interacionistas; Etnometodologia; Teoria
da Dádiva e das Redes; Abordagens
autobiográficas, narrativas e testemunhais.
Teorias do Conflito Marxismo; Teoria Crítica; Teoria da Ação
Comunicativa; Teoria do Reconhecimento;
Ambivalências; Figuração, Movimentos Sociais.
Teorias Estruturacionistas Estruturalismo, Teorias da Prática; Teoria da
Estruturação; Perspectiva Morfogenética;
Realismo Crítico.
Abordagens Pós-estruturalismo; Desconstrução; Estudos
Arqueogenealógicas Culturais; Teorias Feministas, Estudos de Gênero
e Queers; Estudos Subalternos e Pós-
coloniais/Decoloniais; Estudos Multiespécies;
Realismo Especulativo e OOO.
O trabalho analítico será orientado a partir de três questões inter-relacionadas:

1) É possível uma reconstrução multidimensional dos conceitos-chaves da


teoria e da pesquisa educacional depois das declarações pós-
metafísicas acerca da contingência do sujeito e da razão?
2) Em que medida a virada linguístico-pragmática afetou a compreensão
que os pesquisadores têm da educação?
3) Qual o estado atual dos processos de fundamentação das pesquisas em
educação, tendo em vista os deslocamentos provocados pela recente
virada ontológica nas ciências humanas?

No intuito de problematizar as tensões presentes nas variadas tentativas de


resposta às questões levantadas acima, o curso parte da conhecida máxima
kantiana da constituição transcendental do conhecimento da realidade:

“As condições de possibilidade do nosso conhecimento são


ao mesmo tempo as condições de possibilidade do objeto
do nosso conhecimento”.

Contudo, essa máxima será confrontada com sua formulação em “negativo”:

“A limitação do nosso conhecimento é simultaneamente a


limitação do próprio objeto do nosso conhecimento, ou
seja, as lacunas em nosso conhecimento da realidade são,
na verdade, as lacunas e os vazios imanentes ao próprio
edifício ontológico do que concebemos como ‘real’”.

Esse confronto visa tematizar o arcabouço conceitual do pensamento crítico (ou


pós-crítico?) contemporâneo e suas tentativas de ultrapassagem da concepção
de um “eu descorporificado” que emerge no contexto das narrativas humanistas,
problematizando a “natureza do anthropos” nos discursos educacionais.

O curso está organizado em dois blocos analíticos e dois mediadores


problemáticos. O primeiro bloco opera a “virada linguístico-pragmática” como
intercessora de “outras viradas” que vão modificá-la, radicalizá-la ou subvertê-la,
explorando suas implicações teórico-metodológicas para a pesquisa em
educação. O segundo bloco visa nos colocar em contato com a chamada “virada
ontológica”, focando especificamente a suposta emergência do Antropoceno.

Os intercessores, por sua vez, dizem respeito à expansão dos discursos


provenientes da “visão neurocientífica” (ou da “neuroeducação”) e dos chamados
“Big Data” e funcionarão como pano de fundo para a releitura das divisões entre
sujeito e objeto, corpo e mente, natureza e cultura, história e mito, Estado e
sociedade, humanidade e animalidade, multiculturalismo e multinaturalismo que
atravessam as pesquisas em educação, a fim de discutir como essas cisões
impedem uma interlocução alteritária com os corpos e as vidas desqualificadas,
subalternizadas e/ou invisibilizadas enquanto “sujeitos da educação”.
Metodologia do Curso

A disciplina se desenvolverá a partir de duas atividades centrais:

a) exposição sistemática da temática indicada na bibliografia geral


a ser lida por todos os participantes; e
b) condução de painéis e/ou seminários temáticos por um grupo
previamente indicado, responsável pela literatura específica.

Processo de Avaliação:

a) Atividades Coletivas:

- Participação no planejamento, elaboração e condução de um painel e/ou


seminário temático (5,0 pontos) 1;
- Elaboração de uma ficha de documentação temática contendo a síntese da
leitura analítica realizada dos textos específicos apresentados no painel e/ou
no seminário temático (1,0 ponto)2.

b) Atividades Individuais:

- Elaboração de uma resenha crítica de uma das obras indicadas como leitura
complementar optativa em interlocução com, no mínimo, três referencias
teórico-metodológicas tematizadas ao longo do curso, e tomando como ponto
de partida uma das questões orientadoras do programa (4,0 pontos).

Bibliografia Complementar Optativa3:

- Achille MBMEBE, Necropolítica, 2018.


- Ailton KRENAK, Ideias para adiar o fim do mundo, 2019.
- Chimamanda ADICHE, Para educar crianças feministas, 2018.
- Djamila RIBEIRO, O que é lugar de fala? Ou Quem tem medo do feminismo
negro?, 2017/2019.
- Evgeny MOROZOV, BIG TECH a ascensão dos dados e a morte da política,
2018.
- Gayatri SPIVAK, Pode o subalterno falar?, 2012.
- Isabelle STENGERS, No tempo das catástrofes, 2015.
- Jonathan CRARY, 24/7 capitalismo tardio e os fins do sono, 2014.
- Muniz SODRÈ, Pensar Nagô, 2017.
- Paul PRECIADO, Manifesto contrassexual, 2015.
- Roberto ESPOSITO, As pessoas e as coisas, 2016.

1
A elaboração e a apresentação dos painéis e/ou seminários deverão seguir as diretrizes indicadas por Severino (2007,
p. 89-98).
2 Cada grupo disponibilizará uma ficha de documentação que deverá ser distribuída para toda a turma (ver: SEVERINO,
A.J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo, Cortez, 2007 - capítulo II, (p. 66-89).
3
Cada participante deve escolher 01 (uma) dentre as obras indicas para elaborar uma resenha crítica.
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES – 2019.2

Eixo Temático Aula Eixos Temáticos Textos para Discussão


A virada 1ª. Apresentação do Programa Programa do Curso
linguístico- 06/08
pragmática e 2ª. - Existe um ponto de vista Leitura obrigatória: J. HABERMAS, Pensamento
suas 20/08 epistêmico especificamente pós-metafísico, 1990, Cap. I – Retorno à metafísica?;
implicações pedagógico? e W. EILENBERGER, Tempo de mágicos, 2019,
para situar o - As “viradas” nas ciências Prólogo, p. 13-41.
sujeito da humanas e o “vocabulário
educação como herdado” da metafísica
sujeito O “velho” problema mente-corpo e Leitura obrigatória: Richard RORTY, A filosofia e
epistêmico 27/08 as condições de possibilidade do o espelho da natureza, 1994, pp. 19-80. (ESTUDO
conhecimento do “objeto” DIRIGIDO)
3ª. A máquina antropológica e o Leitura obrigatória: Martin HEIDEGGER, Ser e
03/09 homem como formador de mundo. tempo, 2011, pp. 85-154.
4ª. A dissolução do homem e a Leitura obrigatória: Olivier DEKENS, Lévi-Strauss,
10/09 episteme estrutural 2018, p. 21-126
5ª. A realidade do mundo e a natureza Leitura obrigatória: O problema Mente-Corpo e a
17/09 da mente: a “virada pragmática” naturalização da Psicologia (cognitiva):
nas ciências cognitivas considerações epistemológicas (Carolina CARDOSO;
Ederaldo LOPES).
PAINEL 01 – FILOSOFIA DA MENTE E
EDUCAÇÃO
Grupo 01 (Alexsandro, Severino e Elicia): a)
Ação como solução ao Problema Mente-Corpo na
teoria de Piaget (Jacques VONÈCHE; Tania STOLTZ);
b) A Psicologia pode ser uma Ciência da Mente? (B.F.
SKINNER); c) Pragmatismo e Cognição: self, mente,
mundo e verdade na teoria pragmática do
conhecimento (Gilbert BOUYER).
6ª. A refundação naturalista da Leitura Obrigatória: Neurociências, neurocultura e
24/09 consciência e a emergência do autoajuda cerebral (Francisco ORTEGA)
“sujeito cerebral” PAINEL 02 – OS FANTASMAS DA
NEUROEDUCAÇÃO
Grupo 02 (Alex, Juliano e Tulane): a) O ponto
cego no programa de naturalização da
Fenomenologia: o conceito de natureza (Richard
SIMANKE); b) Para uma neurobiologia do eu: uma
contribuição às teorias da subjetividade (Sérgio G. da
SILVA); c) Algumas considerações sobre a
possibilidade da interdisciplinaridade no estudo da
mente (Carla CANDIDO).
7ª. A desconstrução do mundo através Leitura Obrigatória: A virada computacional da
01/10 de algoritmos: os desafios da filosofia e sua influência na pesquisa educacional (Ma.
filosofia política para o Isabel TIMM; A.C. ROCHA; F. SCHNAID; M. ZARO; M.
reconhecimento do humano CHIARAMONTE)
PAINEL 03 – A FILOSOFIA POLÍTICA DA
VIRADA COMPUTACIONAL –
Grupo 03 (Mauro, Raimundo e Rubia): a)
Governamentalidade algorítmica e perspectivas de
emancipação: o díspar como condição de
individuação pela relação? (ROUVROY, A.; BERNS,
T.); b) Governo dos Algoritmos (Sérgio A. SILVEIRA);
c) Governamentalidade algorítmica e as
subjetivações rarefeitas (Edson TELES).
Disposições e 8ª. A lógica das práticas e a formação Leitura obrigatória: B. LAHIRE, El espíritu
Dispositivos 08/10 linguística do self sociológico, 2006, pp. 29-65.
PAINEL 04 –
Grupo 04 (Albaneide, July e Ma. Geiziane): a)
Formação linguística do Self e ação pedagógica
(Claudio DALBOSCO); b) Você sabe com quem está
falando quando fala consigo mesmo? (Frederic
VANDENBERGUE); c) “Falar com seus botões”: pelos
meandros teóricos e empíricos das relações entre
conversação interna, reflexividade e self (Amanda da
SILVEIRA, Mariane de SOUZA e William GOMES).
9ª. As estruturas elementares Leitura obrigatória: Paulo H. MARTINS. Redes
15/10 (invisíveis) da reciprocidade sociais como novo marco interpretativo das
educativa mobilizações coletivas contemporâneas, 2010.
PAINEL 05 –
Grupo 05 (Charles, Max e Lucio): a) Jacques
GODBOUT. Introdução à Dádiva, 1998; b) Eric
SABOURIN, Educação, dádiva e reciprocidade:
reflexões preliminares; c) Eduardo T. BRUNELLO,
Moralidade, dádiva e associação: Uma análise a partir
dos grupos de ajuda mútua Alcoólicos Anônimos.
10ª. Sofrimento de indeterminação e Leitura obrigatória: Miguel ARROYO, Outros
29/10 reconhecimento social: pode o sujeitos, outras pedagogias, 2013, p. 09-70.
subalterno educar? SEMINÁRIO 01 –
Grupo 06 (Paulo Fernando e Paulo Roberto): a)
Larissa PELÚCIO, Subalterno quem, cara pálida?
2012; b) G.A. SAAVEDRA & E. A. SOBOTTKA,
Introdução à teoria do reconhecimento de Axel
Honneth; c) Pedro PAGNI, A deficiência em sua
radicalidade ontológica e suas implicações éticas para
as políticas de inclusão escolar.
11ª. Epistemologias periféricas e a Leitura Obrigatória: Achille MBEMBE, Crítica da
05/11 desterritorialização da educação: a razão negra, 2018, p. 11-77.
produção do não existente e o SEMINÁRIO 02 –
desconhecimento perverso Grupo 07 (Gabriel e Wellington): a) Joaze B.-
COSTA& Ramón GROSFOGUEL, Decolonialidade e
perspectiva negra, 2016; b) Renato NOGUEIRA,
Denegrindo a filosofia: o pensamento como
coreografia de conceitos afroperspectivistas; c) José
Henrique de F. SANTOS, Yorubantu: por uma
epistemologia negra no campo dos estudos literários
no Brasil.

SEMINÁRIO 03 –
Grupo 08 (Rosa e Edmilton): a) Claudia P.
CARDOSO, Amefricanizando o feminismo: o
pensamento de Lélia Gonzalez; b) Tanya L.
SAUNDERS, Epistemologia negra sapatão como vetor
de uma práxis humana libertária; c) Deepika Bahri,
Feminismo e/no pós-colonialismo.
12ª. A constituição do ponto de vista do Leitura obrigatória: Manuela C. Lêda, Teorias pós-
12/11 outro: entre o testemunhar da coloniais e decoloniais para repensar a sociologia da
barbárie e o “giro decolonial” modernidade.
SEMINÁRIO 04 –
Grupo 09 (Josemar e Nathali): a) P. SEEL. Eu,
Pierre Seel, deportado homossexual, 2012; b) E.
BOSI, O tempo vivo da memória, 2003, pp. 13-35,
pp. 49-67, pp. 81-111 c) Fernando KOLLERITZ,
Testemunho, juízo político e história, 2004.
13ª A formação humana enrabada: Leitura Obrigatória: P-B. PRECIADO, Testo Junkie,
19/11 pesquisar pelos “olhos do cu” em 2018, pp. 25-57 e 261-332.
meio aos dispositivos SEMINÁRIO 05 –
farmacopornográficos Grupo 10 (Camila e David Glasiel): a) Thierry
HOQUET, Ciborgue Feminista e Mitologia Crítica,
2019; b) Valdeci G. SILVA, A visibilidade do suposto
passivo: uma atitude revolucionária do homossexual
masculino, 2007; c) V. H. BARRETO, Festas de orgias
para homens; d) Elizabeth POVINELLI, As quatro
figuras da “sexualidade” nos colonialismos de
povoamento.
Os Sentidos 14ª. O Antropoceno e as “políticas da Leitura obrigatória: Daniel R. SERNA e Carlos DEL
Antropo- 26/11 natureza”: educar para além do CAIRO, Los debates del giro ontológico en torno al
genéticos da imaginário do carbono naturalismo moderno.
Formação SEMINÁRIO 06 –
Humana e as Grupo 11 (Ma. Carolina e Gustavo): a) Letícia de
Dimensões da L. FREIRE, Seguindo Bruno Latour: notas para uma
Resistência na antropologia simétrica; b) Milena ESTORNIOLO, O
Educação Que problema da divisão entre Nós e Eles em Roy Wagner
Vem... e Bruno Latour; c) Alyne de C. COSTA, Virada
geontológica: reflexões sobre vida e não-vida no
Antropoceno; d) J. FAUSTO, Terranos e poetas: o
“povo de Gaia” como “povo que falta”
15ª. A experiência formativa nos limites Leitura obrigatória: Davi KOPENAWA, A queda do
03/12 das “metafísicas canibais”: educar céu, 2017; Marco A. VALENTIM, A sobrenatureza da
para o céu não cair catástrofe, 2014.
SEMINÁRIO 07 –
Grupo 12 (Emeline e Everaldo): a) Maria Betânia
B. ALBUQUERQUE, Epistemologia da ayahuasca e a
dissolução das fronteiras natureza/cultura da ciência
moderna, 2014; b) Esther LANGDON, A viagem à
casa das onças: narrativas sobre experiências
extraordinárias; c) Jean Tible, Marx e os Outros,
2014; d) Eduardo KOHN, Como os cães sonham,
2016.
16ª. A polinização (ficcionalização) das Leitura obrigatória: Peter SLOTERDIJK, Regras
10/12 teorias do reconhecimento face à para o parque humano, 2000.
rebelião animal: educar com os SEMINÁRIO 08 –
afetos contra a domesticação Grupo 13 (Priscila e Patrícia): a) Clarice
Lispector, A paixão segundo G.H. 2001; b) Gabriel
GIORGI, Formas comunes: animalidade, cultura,
biopolítica, 2014, p 11-43 e p. 87-127; c) T.
Sínteses precárias: A ideia de DOOREN, E. KIRSKEY, U. MÜNSTER, Estudos
“natureza humana”: um “erro” que multiespécies: cultivando artes de atentividade.
persiste na teorização educacional?

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