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ILUSTRÍSSIMA SENHORA FERNANDA SANTAMARIA DE GODOY,

COORDENADORA-GERAL DE PREVIDÊNCIA E BENEFÍCIOS PARA O SERVIDOR


DO DEPARTAMENTO DE REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS DA SECRETARIA DE
GESTÃO E DESEMPENHO DE PESSOAL DA SECRETARIA ESPECIAL DE
DESBUROCRATIZAÇÃO, GESTÃO E GOVERNO DIGITAL DO MINISTÉRIO DA
ECONOMIA

Com cópia para: Tribunal de Contas da União – TCU


Ministério Público Federal – MPF
Controladoria-Geral da União – CGU
Agência Brasileira de Inteligência – ABIN

MARKT TEC. SERVIÇOS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


LTDA - EPP., pessoa jurídica de direito privado devidamente inscrita no CNPJ/MF sob o nº
14.150.830/0001-00, com sede no SIG Quadra 1, Lote 385, loja 07, Edifício Platinum Office, CEP
70.610-410, Brasília/DF, vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, por meio de seu
representante legal com fulcro nos §§ 1º e 2º do art. 41 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
apresentar sua

IMPUGNAÇÃO

ao Edital do Chamamento Público nº 03/2019, pelas razões a seguir expostas.

I – BREVE SÍNTESE DA PRESENTE IMPUGNAÇÃO

A Administração Pública Federal ignora a legislação pátria, em especial a


Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, por meio da qual é estabelecido o Chamamento Público,
para a realização de parcerias entre a Administração Pública e Organizações da Sociedade Civil
(“OSC”), não permitindo, portanto, a realização dessa modalidade para celebração de parcerias

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com pessoas jurídicas com fins lucrativos, o que não é permitido pela legislação vigente.

Além do mais, demonstra NÃO conhecer o mercado de Clube de


Vantagens. Ademais, as cláusulas edilícias ferem de morte o fomento à competitividade que
tanto o Ministério da Economia diz buscar, impossibilita a necessária obtenção de
informações dos servidores para confirmação de uso e prevenção de fraudes, estimula o
servidor a acessar sistema de uma empresa terceirizada ao aliar a sua própria marca, sem
limitar e impor regras para a captação de dados complementares dos servidores no ato do
acesso, que poderá ser feito via preenchimento de cadastro direto no sistema e ainda não
assegura o armazenamento destes dados ora captados ou sequer cita o que deverá ser feita
com essa base no encerramento do contrato, tudo isso em evidente prejuízo aos servidores que
poderiam vir a ser beneficiados com a associação direta em um dos diversos clubes de vantagens
existentes no mercado, pois, da forma como o edital e suas cláusulas estão elaboradas, estimulam
a concentração do mercado em meia dúzia de empresas que atenderiam os pré-requisitos de
habilitação, restringem de maneira brutal o número de participantes do certame, permitindo que
só grandes empresas desse mercado possam participar. Nesse sentido, torna-se evidente a
necessidade de serem acolhidas as razões da presente impugnação, sobretudo quando quem realiza
a presente licitação é uma das Instituições mais sérias deste país, em um momento que a
moralidade pública é vista pelo próprio Judiciário com extrema desconfiança.

II – OBJETO DO EDITAL

Trata-se de processo de Chamamento Público o recebimento de propostas


de pessoas jurídicas interessadas quanto à modelagem e a intermediação de Clube de Descontos,
por meio de sistema informatizado, através do qual outras pessoas jurídicas que comercializam
bens ou serviços poderão conceder descontos a servidores públicos federais ativos, inativos e
pensionistas.

Os usuários beneficiários do Clube de Vantagens serão os servidores


públicos (efetivos, comissionados e temporários), ativos, inativos e pensionistas de todo o Poder
Público Federal.

Segundo o Edital, A(s) pessoa(s) jurídica(s) autora(s) da(s) proposta(s)


credenciada(s) por intermédio deste Chamamento realizará a intermediação entre o servidor
participante do Clube de Descontos e as empresas parceiras fornecedoras de bens e serviços.
Assim, a contratação de eventuais serviços ou compra de bens deverá ser formalizada diretamente
entre o servidor e a empresa que os comercializa.

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III – DO FUNCIONAMENTO DO CLUBE DE VANTAGENS

Clube de Vantagens se trata de uma empresa que possui um sistema (site e


APP), que negocia descontos com muitas outras empresas do mercado buscando desconto para
seus clientes, formando uma rede de descontos e exposição de marcas e produtos. As empresas
conveniadas dessa rede oferecem esses descontos em troca de divulgações para os clientes do clube
de vantagens.

Atualmente existem centenas de empresas desse segmento que empregam


milhares de pessoas no Brasil. Em sua grande maioria, são empresas de pequeno porte, ligadas à
área de tecnologia da informação. Menos de 10 (dez) empresas desse setor teriam um porte médio
e, poder-se-ia dizer que, nenhuma se enquadraria como de grande porte. Além desse perfil de
empresa, as seguradoras e bancos também oferecem seus próprios sistemas de clube de vantagens,
como é o caso do Banco do Brasil, Bradesco Seguros, Amil, Mapfre, Santander entre outros.

No que se refere à utilização, o que todas estas empresas têm em comum é


o formato de negócio, especialmente na parte prática de uso dos benefícios. Para utilização do
sistema, todos os clubes de vantagens são restritos, ou seja, precisam de validação de dados para
que o usuário possa acessar o sistema, evitando principalmente fraudes ao restringir o acesso
de um público “pré-aprovado”. Os usuários aptos à utilização de um clube de vantagens podem
ser de um grupo empresarial (empregados ou clientes), grupo associativo (sindicatos, federações,
associações e confederações) ou simplesmente um usuário pessoa física, que resolve contratar
diretamente os serviços da empresa que administra algum clube de vantagens específico no varejo,
pagando uma pequena mensalidade para acessar o ambiente interno e desfrutar dos benefícios,
como o caso de rede de farmácias e sistemas de compra antecipada de acesso à academias.

Sob nenhuma hipótese os clubes de vantagens oferecem um acesso


irrestrito, sem identificação, porque, quem vende os produtos (conveniados), exige saber para qual
público seus produtos estão sendo ofertados, evitando fraudes e que seus produtos sejam vendidos
apenas via rede de descontos, reduzindo abruptamente seu ticket médio nas vendas e o resultado
da sua empresa.

Dessa forma, para acessar qualquer sistema de clube de vantagens, é


necessário efetuar um LOGIN, confirmando a ORIGEM do acesso. Temos casos claros de
empresas que exigem contratualmente que as ofertas sejam neste tipo de ambiente. Uma
montadora de veículos, que a maioria dos clubes de vantagens possui parceria, por exemplo,
oferece um sistema de convênios chamado “Amigos XXXXXX”. Essa montadora exige um
contrato direto entre a empresa ou instituição que representa um determinado grupo, autorizando

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a divulgação do desconto e apresentação das condições apenas em ambiente restrito, inclusive
exigindo que um cadastro seja feito com inserção dos números de CPF e Carteira de Identidade
para ter direito à uso do benefício. Caso seja um grupo ABERTO, a montadora automaticamente
descarta a possibilidade de parceria com a empresa. Isso é completamente compreensível,
porque, se ela não fizesse essa exigência, todas as vendas de sua empresa passariam a ser ligadas
à rede de descontos e ninguém mais compraria os carros diretamente nas concessionárias, o que,
além de fazer o programa de incentivos perder o sentido de existir, ainda poderia acabar com
o mercado de concessionárias.

Qualquer um consegue perceber que um benefício em ambiente público, ou


seja, sem a confirmação dos dados para acesso, DEIXARIA de ser benefício segmentado e
destruiria completamente uma cadeia produtiva.

Outro fato de perda de bem-estar dos servidores públicos federais é que, em


razão da restrição de cadastramento estipulada pelo edital no item 9.2, eles deixarão, por exemplo,
de usufruir de grandes descontos concedidos por clubes de vantagens ou empresas com focos em
descontos que só atuam em um segmento específico, como é o caso da empresa Gympass, que
atua somente no ramo de academias, sendo referência não apenas no Brasil, mas também em país
como França, Alemanha, Holanda, Itália e Reino Unido..

Diante do exposto sobre a dinâmica do mercado, além de critérios


OBSCUROS no Edital, também fica nítida a total FALTA DE CONHECIMENTO TÉCNICO
sobre o segmento que está sendo licitado, seja proposital ou por simples desconhecimento do tema.

IV – DA TEMPESTIVIDADE DA PRESENTE IMPUGNAÇÃO

O item 17.1 do Edital estabelece que o procedimento será processado e


julgado nos termos previstos neste edital, utilizando-se subsidiariamente as regras da Lei nº
8.666/93 e suas alterações, nas dúvidas e nos casos omissos.

Como o Edital não traz qualquer menção sobre a possibilidade de


apresentação de pedidos de esclarecimentos e impugnações, em aplicação subsidiária, utiliza-se o
previsto nos §§ 1º e 2º do art. 41 da Lei nº 8.666/93, que assim estabelecem:

§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por


irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco)
dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação,
devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias

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úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113.

§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a


administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a
abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes
com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de
leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal
comunicação não terá efeito de recurso.

O Edital foi publicado no dia 22.08.2019, contendo a seguinte informação


sobre a abertura do processo de seleção:

7.5. No 16º dia útil a partir da publicação do Edital, às 10 horas (horário de


Brasília), a Comissão Especial de Análise e Julgamento procederá à abertura do
ENVELOPE I – PROPOSTA e ENVELOPE II - DOCUMENTAÇÃO DE
QUALIFICAÇÃO enviados por meio físico e tomará conhecimento das
PROPOSTAS e DOCUMENTOS enviadas por meio eletrônico, garantindo que
todos os presentes rubriquem cada documento apresentado, se houver interesse.

Considerando que a data prevista para abertura do Chamamento Público n°


03/2019 será o dia 13.09.2019, o prazo final para qualquer pessoa apresentar impugnação aos termos
do edital da presente licitação é, inquestionavelmente, o dia 06.09.2019 – quinto dia útil que
antecede o dia 13.09.2019 – e o dia 11.09.2019 – segundo dia útil que antecede o dia 13.09.2019,
para que qualquer licitante possa apresentar impugnação ao Edital, estando, dessa maneira,
plenamente tempestiva a sua apresentação.

V – DOS ITENS IMPUGNADOS

Inicialmente, cumpre destacar a obrigação que tem a Administração Pública


na observância dos princípios constitucionais, dentre os quais se destaca o da Legalidade, que a
norteia em sua gestão, permitindo que seja feito somente o que está prescrito em lei. No presente
caso, não há previsão legal para que a Administração Pública Federal realize Chamamento Público,
previsto na Lei nº 13.019/2014, para o objeto em questão, principalmente em razão da inexistência
de OSC que prestem os serviços previstos no Edital, salvo melhor juízo.

Além dos princípios constitucionais, os basilares da licitação pública,


trazidos pelo art. 3º da Lei nº 8.666/93, a chamada Lei de Licitações, também devem ser
respeitados, a saber:

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Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e
será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

§ 1º É vedado aos agentes públicos:

I - Admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas


ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter
competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do
contrato; ”

A Administração Pública deve, ainda, se submeter à observância dos


princípios ora destacados:

• Eficiência: Princípio inerente aos atos administrativos e visa à utilização racional dos
recursos públicos.

• Competitividade: Visa garantir o acesso do maior número possível de pessoas à licitação.

• Maior vantagem: Consubstancia-se na busca pelo melhor contrato. No presente


Chamamento, almeja-se o cadastramento de empresas que possam conceder a maior
vantagem ou o maior desconto para produtos e serviços de interesse dos servidores
públicos federal.

• Livre iniciativa: Assegura a todos a existência digna, permitindo o livre exercício de


qualquer atividade econômica, a liberdade de trabalho, ofício ou profissão além da
liberdade de contrato.

Esses princípios serão flagrantemente desrespeitados, caso se mantenha o


Edital da forma como se apresenta.

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a) Item 5.3 – Condições de Participação

O primeiro item que merece ser devidamente impugnado é o 5.3, que traz
informações sobre as condições de participação, assim estabelecendo:

5.3. Não poderão ser solicitadas à APF quaisquer informações pessoais dos
servidores participantes do Clube de Desconto.

Em que pese a vigência da Lei nº 13.709/2018, denominada Lei Geral de


Proteção de Dados, não há como um Clube de Vantagens atuar para um determinado servidor
público federal sem que seja necessária a obtenção de suas informações pessoais relacionadas às
suas atividades profissionais. Em resumo, é preciso saber, por meio de fontes oficiais, de que uma
determinada pessoa é ou não servidora pública federal.

Dessa forma, este Impugnante entende que há um grande equívoco do Edital


ao não permitir que o Clube de Vantagens obtenha informações do usuário do sistema, evitando,
assim, grande possibilidade de fraude no ato da aquisição dos produtos divulgados pela própria
Secretaria, como estipula o Edital, prejudicando sobremaneira a empresa e os próprios servidores
públicos federais.

Assim, este Impugnante sugere, não a impossibilidade de se pedir


informações pessoais dos servidores à Administração Pública Federal, mas de exigir que o Clube
de Vantagens tenha o compromisso de manutenção da confidencialidade das informações por ele
obtidas, sob pena de descredenciamento, multas e devidos reparos de eventuais danos causados.

Ainda que seja possível a obtenção dos dados sem que a Administração
Pública Federal os forneça, seja via pesquisas externas ou até mesmo via preenchimento de
cadastro inicial por parte dos usuários, o Edital deveria trazer a forma de tratamento que tais
informações receberão ou serão captadas, em especial, com o término da relação contratual entre
a Secretaria e o Clube de Vantagens. NADA DISSO ESTÁ SENDO TRATADO NO EDITAL,
pondo em flagrante risco informações pessoais dos servidores públicos federais, dentre os quais
se encontram os Policiais Federais, funcionários da Agência Brasileira de Inteligência e Órgãos de
Fiscalização, que terão seus servidores estimulados a acessar um sistema que não possui
garantias de segurança mínima.

Nenhum contrato de prestação de serviços visa seu encerramento, mas os


modelos de negócios são pautados e guiados para eventuais litígios, visando a total segurança das
partes. Pensando nisso, perguntamos, de acordo com o conteúdo do próprio Edital, o que impede

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a empresa ganhadora de solicitar preenchimento de cadastro complementar com os dados dos
servidores que acessarem o Clube de Vantagens? O que impede essa empresa de usar esta base
paralela captada para envio de e-mails e ofertas sem o aval da Secretaria? O que impediria esta
empresa de continuar prestando o serviço no ato do encerramento do contrato aos usuários já
cadastrados, inclusive enviando comunicados para os cadastros efetuados no ato do acesso que
esta própria Secretaria estimulou ao enviar suas propagandas durante a vigência do Contrato?

Reforçamos ainda que, mesmo que as intenções da empresa ganhadora


sejam as melhores, o participante do Chamamento deveria demonstrar que possui condições de
garantir a segurança das informações que os seus usuários lançarão em seu sistema, impedindo
vazamento dessas informações ou sua utilização indevida, mormente, no que se refere à
captação artificial de clientela, fomentando a concorrência desleal com empresas do mesmo
segmento

b) Item 6.3 – Qualificação Técnica

No item 6.3, que trata da qualificação técnica do participante, pede-se um


simples atestado, sem que seja necessária a comprovação de que, de fato, preenche requisitos
técnicos para o atendimento de um público muito superior ao estabelecido no referido item, pois,
127.000 (cento e vinte e sete mil) pessoas é apenas um percentual mínimo do quanto irá crescer a
base do Clube de Vantagens cadastrado.

Diante disso, questionamos se a Secretaria possui algum estudo sobre o


mercado de Clube de Vantagens que dê uma projeção mais próxima da realidade no que se refere
ao percentual de pessoas de um determinado grupo que de fato acessam um Clube de Vantagens.
Qual parâmetro foi utilizado para que fosse exigida a capacidade técnica para atendimento de
apenas 10% do grupo total de servidores?

Como maior empresa deste segmento, o Markt Club atende sozinho mais de 10% dos
servidores públicos do Brasil e temos um histórico de 35% de ativações de cadastro em menos de
UM ANO após o lançamento do programa (variações de 15% a 82% a depender da idade do
grupo). No caso, se a média que possuímos com este mesmo grupo de servidores que estão
licitando se mantiver, teríamos 381.000 pessoas acessando, não apenas 127.000 pessoas como
exige o Edital.

Assim, no entender desta Impugnante, o participante do Chamamento deve


demonstrar capacidade de atendimento de, pelo menos, o triplo do quantitativo definido no Edital.
Prova disso, é o que estabelece a alínea “b” do mesmo item. Ora, se o participante consegue

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demonstrar que ele já atendeu de forma simultânea 127.000 (cento e vinte e sete mil) pessoas,
como define a exigência mínima do Edital, ele teria que demonstrar se capaz de atender ao público
de 381 (trezentos e oitenta e uma mil) pessoas.

Além disso, o Edital não deixa claro o critério de validação para a


capacidade técnica no termo “atendeu de forma simultânea 127.000 pessoas”. Em apenas UM
cliente o Markt Club possui esta quantidade de 127.000 pessoas habilitadas ao acesso. No entanto,
elas estarem APTAS a acessar não quer dizer que elas tenham acessado. Qualquer empresa poderia
assinar um contrato HOJE com uma instituição que possui esta quantidade de clientes ou
associados, mas isso não garantiria que SEQUER UMA PESSOA teria acessado o sistema.

Isso ainda expõe um outro fato interessante deste Edital em questão, porque
de acordo com o mesmo, a empresa concorrente precisa comprovar ter atendido 127.000 pessoas
simultaneamente, mas como não trata de cadastros ATIVOS deste grupo, caso se mantenha esta
média que a própria Secretaria usa como base no Edital, que é de expectativa de 10% (dez por
cento), de fato, este concorrente teria 12.700 cadastros ativos. Isso, na prática, significa 1% (um
por cento) da realidade e não 10% como trata o Edital.

Dando prosseguimento, não podemos deixar de mencionar e reforçar a


necessidade de a participante do Chamamento ter de comprovar sua capacidade de atender e
assegurar o sigilo e confidencialidade das informações de todos esses usuários. À exemplo disso,
este Impugnante informa que atende duas entidades representativas dos Servidores da Agência
Brasileira de Inteligência – ABIN e, para que pudesse prestar seus serviços à estas instituições, foi
necessário demonstrar e garantir que os dados dos servidores estariam completamente protegidos.
Para além disso, foi celebrado um Nondisclosure Agreement (NDA) à parte do contrato original,
por meio do qual foi assumido o compromisso e a responsabilidade pela proteção de tais dados de
acesso, o que não é sequer mencionado neste Chamamento Público.

Repita-se: não há como prestar um serviço a todo o funcionalismo público


federal sem que seja necessário o repasse de informações mínimas dos servidores, além de
preenchimento de dados complementares, a fim de que fraudes sejam evitadas.

c) Item 9.2 – Critérios de Aprovação das Propostas

O item 9.2 do Chamamento traz os requisitos de aprovação relativos a cada


um dos critérios de capilaridade nacional, empresas parceiras já cadastradas, solução tecnológica
e capacidade de atendimento ao usuário.

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De acordo com o Edital, a capilaridade nacional deverá ser demonstrada
por meio da comprovação de que a participante tenha relacionamento com, pelo menos, 02 (duas)
empresas parceiras somente dos ramos de viagem, saúde e educação, com abrangência nacional.

Assim, ao exigir que as participantes possuam empresas parcerias já


cadastradas em pelo menos duas das categorias acima, a Administração Pública fere de morte o
certame, em flagrante desrespeito à legislação e Princípios vigentes, excluindo do Chamamento
empresas especializadas em vantagens em somente noutros ramos de atividade, tais como planos
de saúde, academias, restaurantes, hospedagens etc.

Não se pode confundir com o critério estabelecido pela alínea “b” do item
9.2 do Edital, o qual amplia o leque de ramos de atividades. O Edital é claro em considerar que
NÃO O ATENDE, a empresa que possua capilaridade nacional, porém, em somente um ramo de
atividade e que não o de viagem, saúde e educação.

Diante desses fatos, resta impugnado o referido item do Edital, por excluir
do certame clubes de vantagens ou empresas de descontos e parcerias de ramos específicos que
certamente podem atender aos servidores públicos federais com descontos maiores e produtos
melhores dos oferecidos por clubes de vantagem de múltiplos ramos.

Destaque principal merece a alínea “c” do item 9.2 do Edital, que trata do
critério de Solução Tecnológica e, de forma explícita, contraria a informação de que a
Administração Pública Federal não fornecerá qualquer informação pessoal dos servidores, ao
estabelecer que, somente atenderá ao Chamamento as empresas que demonstrarem que possuem
solução tecnológica que seja capaz de verificar os dados do servidor em uma base pública,
podendo cadastrar-se somente aquele que, comprovadamente for servidor.

Ora, como comprovar ser a pessoa é ou não servidora pública, senão


por meio de dados fornecidos pelo empregador? É urgente a necessidade de suspensão do
presente Chamamento e a necessidade de entender melhor o mercado e alteração do Edital, a fim
de que se possa, de fato, trazer benefícios seguros aos servidores públicos federais.

Além disso, se o Edital informa que serão utilizadas bases públicas para
confirmação do acesso, a ÚNICA contrapartida para da Secretaria seriam as publicações em sites
e e-mails, convidando o servidor público para acessar o sistema de clube de vantagens. No entanto,
o Chamamento não descreve em absolutamente nenhum lugar quais serão as regras para os
disparos. Serão divulgadas marcas? Serão divulgadas empresas? Serão divulgados produtos?
Existem regras de descontos mínimos COMPROVADOS por parte das empresas parceiras para

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justificar a divulgação?

Mais uma vez, reitera-se a necessidade sim de divulgação de algumas


informações sensíveis dos servidores aos clubes de vantagens que serão cadastrados. Contudo, há
que estabelecer critérios mínimos para a segurança dessas informações.

Em complementação ao critério Solução Tecnológica está o de Capacidade


de Atendimento aos Usuários, alínea “d” do item 9.2, não só pela interconexão dos assuntos, mas
pela capacidade de demonstração de que é necessário estabelecer critérios objetivos de segurança
das informações dos usuários dos Clubes de Vantagens, levando-se em consideração o quantitativo
acrescido à sua capacidade de atendimento. Portanto, não basta que o Clube de vantagens
comprove ter capacidade de atendimento somente de um percentual de servidores públicos federais
e, sim, de que possua capacidade de atendimento de, no mínimo, esse quantitativo, além do
quantitativo que o Clube de Vantagens já atende, sob pena de colocar em risco a utilização dos
sistemas por aqueles que se pretende beneficiar.

Ainda sobre a mesma alínea, vê-se que é permitido o atendimento por uma
central própria ou terceirizada. Ora, quais requisitos de segurança serão exigidos da empresa
terceirizada para garantir o sigilo e a confidencialidade das informações sensíveis sobre os usuários
que por ali passarão? Como efetuar o atendimento sem a possibilidade da confirmação dos dados
daquele que está entrando em contato em um central de atendimento?

Assiste-se, portanto, uma série de falhas no Edital de Chamamento Público,


capaz de se contrapor aos anseios da Administração Pública Federal. Ao invés de trazer benefícios
aos servidores públicos federais, trará um longo cardápio de aborrecimentos e desvantagens.

d) Item 12 – Da Remuneração

Todos sabem que “não existe almoço grátis”. Presume-se que o Ministério
da Economia compartilhe desse conhecimento. Logo, por se tratar de um Edital de Chamamento
apenas para o cadastramento de empresas de Clube de Vantagens, a oferta de um potencial número
de prováveis participantes só fará sentido se deles puder ser cobrada alguma mensalidade ou
anuidade. Embora o Edital diga claramente que não poderá ser cobrada nenhuma taxa de adesão
dos servidores públicos federais, não deixa clara a possibilidade de que deles possa ser cobrada
uma mensalidade ou anuidade.

O mercado de Clubes de Vantagens é livre, dele podendo se associar


qualquer pessoa física ou jurídica, não necessitando que o Poder Público gaste dinheiro com a

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publicação de Edital e tenha um custo de transação desnecessário à divulgação de empresas
privadas que nada estão a gastar com tal propaganda. Portanto, DINHEIRO PÚBLICO GASTO
DESNECESSARIAMENTE.

Só existem duas formas de remuneração da empresa de Clube de


Vantagens:

• Mensalidade ou anuidade dos associados; ou


• Percentual do valor pago pelos associados quando da aquisição dos
produtos e serviços ofertados no sistema de Clube de Vantagens.

Dessa forma, necessário, ao menos, que se esclareça sobre a possibilidade


de ser cobrada uma mensalidade ou anuidade do servidor público federal que aderir ao Clube de
Vantagens.

Caso entenda que a remuneração dos Clubes de Vantagem, neste caso,


advenha das comissões dos produtos e serviços vendidos, sabe-se que isso interferirá diretamente
nos descontos ofertados aos servidores. Dessa forma, a Administração Pública não estará
atingindo o objetivo de levar benefícios aos seus servidores, que poderiam obter tais benefícios
nos Clubes de Vantagens já existentes que suas entidades de classe oferecem SEM CUSTO
ADICIONAL, sem a interferência do Poder Público, além de não onerar a União, com despesas
de publicação de Editais e monitoramento de um contrato desnecessário.

Uma vez dito que a empresa ganhadora não será remunerada pela Secretaria
para a prestação do serviço, restaria apenas a cobrança de comissão sobre o volume de vendas e
divulgação como forma de geração de renda para a empresa. Diante disso, ressaltamos que faltam
regras claras sobre limites mínimos de descontos a serem ofertados por segmento, bem como limite
máximo de comissão por venda de produto do clube de vantagens.

Os termos expostos neste Chamamento corrobora com práticas imorais de


mercado e não protege o Servidor Público quando não exige um mínimo de desconto por tipo de
serviço (Exemplo: mínimo de 10% para educação) e também não coloca regras claras quanto ao
que o vencedor poderá exigir de comissão para exposição dos parceiros no Clube de Vantagens e,
inclusive, dando a possibilidade do mesmo transformar essa operação em um balcão de negócios
às custas do Serviço Público, cobrando de terceiros por disparos de e-mails que a própria Secretaria
executará.

Passa-se rapidamente ao próximo item do Edital que com este guarda

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estreita relação.

e) Item 13 – Da Responsabilidade da Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal.

O item 13 do Edital de Chamamento Público nº 03/2019 estabelece que será


de responsabilidade da Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal a divulgação da empresa
credenciada e seu respectivo Clube de Descontos aos servidores públicos federais do poder
executivo, através de seus meios de comunicação (site, newsletter, redes sociais e outros que a
Secretaria entender pertinentes), sem qualquer ônus ao Credenciado.

Pois bem. Como dito acima, qualquer pessoa (física, jurídica, servidora
pública ou não) já pode se associar a qualquer Clube de Vantagens, não necessitando de gastos
públicos para que tais clubes possam receber a inscrição dos servidores públicos federais.

Ademais, o simples fato de se poder cadastrar junto à Administração


Pública Federal não faz do Clube de Vantagens o que oferece mais benefícios aos servidores
públicos federais. Repisa-se o exemplo de um Clube de Vantagem que só atua em um determinado
ramo de atividade, tem o melhor benefício do ramo (Gympass) e não poderá participar do certame,
pois não atende aos critérios equivocadamente estabelecidos pela Administração Pública
organizadora do Chamamento.

Portanto, não parece razoável e legal adotar uma justificativa de formulação


de políticas e diretrizes para o aperfeiçoamento contínuo dos processos de gestão de pessoas no
âmbito da administração pública federal, nos aspectos relativos à benefícios e auxílios do servidor,
para se despender DESNECESSARIAMENTE dinheiro público, sendo esse um péssimo exemplo
de política pública de gestão.

Repita-se mais uma vez: A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL


NÃO PRECISA GASTAR DINHEIRO PÚBLICO PARA PROMOVER EMPRESAS
PRIVADAS COM FINS LUCRATIVOS EM SEUS CANAIS DE COMUNICAÇÃO COM
SEUS FUNCIONÁRIOS. QUALQUER PESSOA – FÍSICA, JURÍDICA, SERVIDORA
PÚBLICA FEDERAL, ESTADUAL, MUNICIPAL – TEM LIVRE ACESSO AOS CLUBES
DE VANTAGENS JÁ EXISTENTES.

A manutenção deste Chamamento Público só trará demonstração de má


gestão de dinheiro público, em total desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei Geral de
Proteção de Dados, bem como, estará, a Administração Pública Federal, intervindo em um
mercado não regulado, restringindo a concorrência, ao não permitir a participação de empresas

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que, por atuar somente em um ramo de atividade, poderiam trazer enormes benefícios aos
servidores públicos federais.

VI – DOS PEDIDOS

Aduzidas as razões que balizaram a presente Impugnação, esta Impugnante,


requer:

1. O recebimento da presente Impugnação ao Edital do Chamamento Público nº


03/2019, com seu regular processamento;

2. A imediata suspensão do procedimento, para que sejam realizadas as análises dos


argumentos da presente Impugnação;

3. O acolhimento da presente Impugnação, para que seja CANCELADO o presente


chamamento público, tendo em vista a ausência de justificativa plausível à
realização de tal procedimento pelo Poder Público, uma vez que qualquer pessoa já
pode fazer parte de Clubes de Vantagens, não necessitando que a Administração
Pública Federal promova gastos públicos desnecessários;

4. Não sendo essa a decisão, o que se admitiria apenas por hipótese, seja alterado o
Edital do Chamamento Público nº 03/2019, para que dele possa constar a
possibilidade de qualquer Clube de Vantagens participar, alterando-se os critérios
definidos pela Administração Pública, prevendo que tais critérios estejam
relacionados à segurança das informações sensíveis dos servidores públicos
federais, as quais, em decorrência do modelo de funcionamento do negócio, serão
necessárias aos Clubes de Vantagem cadastrados, a fim de que fraudes sejam
evitadas.

5. Com o acolhimento do item 4 acima, seja realizada a republicação do Edital, com a


reabertura do prazo à abertura do certame.

O acolhimento da presente Impugnação, certamente, trará benefícios, não


só aos servidores públicos federais, mas a todos os brasileiros que, certamente, veriam com bons
olhos, a destinação dos recursos que aqui seriam desnecessariamente gastos à melhoria da saúde
educação e segurança pública a todos.

Por fim, mas não menos importante, manter-se-ia incólume a segurança de


dados sensíveis da Agência Brasileira de Inteligência – ABIN, Polícia Federal e demais
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instituições de Segurança Pública e Fiscalização, pois, ao se permitir que qualquer empresa seja
cadastrada na Administração Pública Federal, da qual estas instituições fazem parte, sem que sejam
exigidos requisitos mínimos de segurança das informações e dados, seria colocar em risco algo
que, até o momento é plenamente garantido por esta empresa

Esta empresa permanece à inteira disposição da Administração Pública


Federal para prestar quaisquer esclarecimentos necessários ao bom termo do objeto do presente
Chamamento Público nº 03/2019.

Termos em que pede deferimento.

Brasília/DF, 3 de setembro de 2019.

MARKT TEC. SERVIÇOS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA - EPP.

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