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CADERNO DE NEUROFISIOLOGIA

MÓDULO III
Raphael F. Dias

1. Células Excitáveis

“Células nervosas são capazes de responder estímulos elétricos, químicos ou mecânicos, alterando a sua polarização de
membrana, de maneira a permitir a condução do impulso elétrico”

Excitação e Condução

- Potenciais de Ação são as respostas elétricas primárias dos neurônios e outros tecidos excitáveis, sendo
predominantes nas tarefas de comunicação no interior do sistema nervoso. Ocorrem por meio da
condução de íons através da membrana da células.

- A condução é um processo ativo de auto propagação, em que o impulso se move nos axônios dos
neurônios e fibras nervosas com amplitude e velocidade constantes.

 Potencial de Repouso de Membrana (-70mV)

- Trata-se da diferença de potencial constantemente observada entre o meio intracelular e o meio


extracelular. Nesse contexto, o interior da célula é predominantemente negativo, enquanto que o
exterior é positivo

- O potencial de membrana representa uma situação de equilíbrio na qual a força resultante do gradiente
de concentração de íons é equivalente a força resultante oposta do gradiente elétrico desses íons.
Constitui, portanto, uma situação de equilíbrio eletroquímico.

Equilíbrio Eletroquímico – define-se como a situação em que os elementos de


natureza química, são equivalentes aos elementos de natureza elétrica.

[Í𝑜𝑛]𝐸.𝐶
É definido pela equação de Nernst: 𝐸𝐸.𝐶−𝐼.𝐶 = 𝐾 𝑥 log
[Í𝑜𝑛]𝐼.𝐶

- A [K+] é muito maior no interior dos neurônios do que fora dela.


Entretanto, a [Na+] é muito maior no exterior dos neurônios do
que em seu interior. Essa diferença de concentração é mantida pela
atividade da Na+/K+ ATPase

- Em geral, o Potencial de membrana no repouso é próximo ao potencial de equilíbrio do K+, por volta
de -70mV. Devido a maior presença de canais iônicos para K+, a permeabilidade da membrana é maior
para o K+ do que para Na+. Nesse sentido, a ação da Na+/K+ATPase é fundamental para a
recuperação dos íons K+ que escapam da célula e para a remoção de eventuais Na+ que adentraram a
célula.

 Potencial de Ação (-45mV)

- As mudanças na condutância dos íons Na+ e K+ são responsáveis pela ativação dos potenciais de
ação. A condutância de um íon pode ser definida como a medida da permeabilidade da membrana a um
determinado íon. A ativação dos potenciais de ação envolve diretamente a abertura dos canais iônicos
acionados por voltagem, a partir de um estímulo limiar (despolarizante)
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- Potencial Limiar: trata-se do potencial elétrico necessário (em geral, -45mV) para promover a abertura dos canais
iônicos da membrana e deflagrar o processo de despolarização da membrana. (Lei do “tudo” ou “nada” – o estímulo para
deflagrar a despolarização deve ser igual ou maior ao limiar. Isso evidencia que este processo não é progressivo, mas sim
súbito. Não há como haver a despolarização com estímulos de natureza elétrica inferior ao limiar)

- Na resposta a um impulso igual ou superior ao potencial limiar, isto é, um estímulo despolarizante, os


canais de Na+ acionados por voltagem são abertos enquanto que os canais de K+ são fechados. Isto
permite a entrada de íons Na+ e retenção de íons K+ no interior da células. Esse processo ocasiona a
despolarização da membrana neuronal, tornando o interior positivo e o exterior negativo, numa onda
contínua e unidirecional de despolarização (feedback positivo).

- O potencial de membrana eleva-se no sentido do potencial de equilíbrio para o Na+ (+60mV), mas
não alcança esse valor, uma vez que a condutância para os íons Na+ cai novamente, devido a inativação
dos canais para esse íon. Além disso, devido a mudança de polaridade da célula, o gradiente elétrico que
antes favorecia a entrada do Na+ (do ambiente positivo para o negativo), agora favorece sua saída para
fora da célula (do ambiente positivo para o negativo). Por fim, os canais para K+ são reabertos
permitindo a saída de K+ e todos esses fatores dão início a fase de repolarização, em que o potencial de
membrana é reduzido de cerca de +30mV~45mV para -70mV.

- A elevada permeabilidade dos íons K+, acima dos valores normais, levam ao período de
Hiperpolarização da membrana, em que o potencial de membrana alcança valores mais negativos que o
próprio potencial de repouso de membrana. Nesse contexto, a atuação da Na+/K+ ATPase é
fundamental para bombear os 2 íons K+ para o interior da célula e 3 íons Na+ para o exterior da célula.

- Além disso, o fechamento lento e gradativo dos canais iônicos de K+ permite que o potencial de
membrana retorne ao estado de repouso (-70mV)

 Hipercalemia – situação de elevada concentração de K+, em que o potencial de repouso da


membrana apresenta-se próximo do potencial limiar ativador do potencial de ação, de maneira que o
neurônio torna-se mais excitável, já que encontra-se menos hiperpolarizado.

 Hipocalemia – situação de baixa concentração de K+, em que o potencial de repouso de membrana é


reduzido e o neurônio torna-se hiperpolarizado.
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- Períodos Refratários – definem-se como períodos dentro do potencial de ação, nos quais não é possível evocar um novo
potencial de ação. Determina a frequência máxima que se pode disparar um novo impulso nervoso.

- Geralmente, há 2 períodos refratários, um


absoluto e um relativo.

- O período refratário absoluto pode ser


delimitado entre o início da fase de
despolarização e o início da fase de
Hiperpolarização. Neste período não é possível
que haja a deflagração de um novo potencial de
ação, já que os canais para Na+ acionados por
voltagem estão inativos.

- O período refratário relativo é delimitado


entre o início da fase de Hiperpolarização e o
fim da fase de Hiperpolarização. Neste período
é possível que um novo potencial de ação seja
deflagrado a partir de um estímulo supralimiar,
devido a recuperação dos canais iônicos de
Na+.

Somação de Potenciais: “Trata-se do mecanismo pelo qual dois potenciais ou mais se unem para constituir/deflagrar
um potencial de ação de maior amplitude (leia-se magnitude) no neurônio”

 Somação Temporal: 2 ou mais impulsos percorrem um mesmo axônio e ao chegar ao soma do


neurônio pós-sináptico, unem-se para deflagrar um potencial de ação de maior amplitude.
 Somação Espacial: 2 ou mais impulsos oriundos de axônios diferentes (e por consequência, de
neurônios diferentes) unem-se ao chegar ao soma do neurônio pós-sináptico, deflagrando um
potencial de ação de maior amplitude..
2. Junção Neuromuscular

Tecido Muscular

- Formado por células especializadas derivadas embriologicamente do mesoderma.

- Classificado em músculo estriado esquelético, músculo estriado cardíaco e músculo liso.

- Cada célula muscular é gigante e constitui um sincício, produto da fusão de diversos mioblastos
(células precursoras). Cada célula muscular é denominada de miônio.

A) Músculo Estriado Esquelético

- Fibras de contração forte, rápida e descontínua. Controle Voluntário. Inervados pela placa motora.

B) Músculo Estriado Cardíaco

- Fibras de condução forte, rápida e contínua. Controle Involuntário. Inervado pelo SNA.

- Suas fibras ramificam-se formando plexos de miofibrilas.


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- As fibras musculares cardíacas são formadas pela união dos
cardiomiócitos por meio de junções denominados de discos intercalares ou estrias
escalariformes. (Não são, portanto, sincicios).

- Geralmente, as miofibrilas cardíacas apresentam núcleo central e tamanho ligeiramente menor que as
miofibrilas do músculo esquelético.

C) Músculo Liso

- Fibras de contração fraca e lenta. Controle Involuntário. Inervadas pelo SNA.

- São formados por células fusiformes que não apresentam


estriações. Apresentam núcleo central e de diâmetro menor
que as fibras musculares esqueléticas

 Estriações ocorrem devido à presença de miofibrilas


localizadas transversalmente e longitudinalmente nas fibras
musculares. Miofibrilas são feixes de actina e miosina,
apresentando bandas de organização muito bem definidas. As
miofibrilas e especialmente, sua constituição de actina e
miosina conferem caráter acidófilo ao tecido.

EPIMÍSIO - Fáscia muscular externa. Constituída por tecido


conjuntivo denso ordenado, revestindo a face externa do
músculo. Emite fascículos.

PERIMÍSIO - Envolve os fascículos musculares, sendo


constituído por tecido conjuntivo frouxo. Emite fibras
musculares. É intensamente vascularizado.

ENDOMÍSIO - Envolve as fibras musculares, sendo


constituída por tecido conjuntivo frouxo.

 ACTINA, TROPOMIOSINA, TROPONINA

Banda H - apresenta apenas filamentos espessos

Linha M - local de ligação dos filamentos espessos entre si


,localizada no interior da Banda H

Banda A - apresenta filamentos finos que envolvem os


filamentos espessos.

Banda I - localizada na periferia

Linha Z - localizada no interior da banda I. Apresenta


proteínas denominadas de alfa-actininas.
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Função dos túbulos T é conduzir o impulso de
contração (potencial de ação) para o interior das células, fazendo com que
todos os sarcômeros contraiam simultaneamente.

Retículos Sarcoplasmáticos - retículos endoplasmáticos lisos desenvolvidos.


Apresentam 2 regiões:

1 -As cisternas terminais que junto com os Túbulos T, formam uma tríade.

- Cada sarcômeros apresenta 2 tríades.

- Armazenam e liberam o cálcio por transporte passivo

2- Túbulos Sarcoplasmáticos

- Reabsorção de cálcio por transporte ativo, por meio de uma bomba de Ca++

Classificação das fibras musculares

Fibras do Tipo I  Contração Lenta – Atividade Oxidativa: Vermelhas,


Elevada capacidade oxidativa. Apresentam muitas mitocôndrias e muita
mioglobina (proteína de ligação ao O2. Confere coloração avermelhada).

Fibras do Tipo IIA  Contração Rápida - Fast, Oxidativa e Glicolítica:


Vermelhas, Alta resistência à fadiga. Apresentam muitas mitocôndrias e
muita mioglobina (proteína de ligação ao O2. Confere coloração avermelhada)

Fibras do Tipo IIB  Contração Rápida - Fast, Glicolítica: Brancas, Baixa resistência à fadiga

A Contração Muscular: Análise Molecular

- O processo que dá início a contração muscular começa na placa


motora, nas terminações axônicas dos nervos motores. Um único
potencial de ação causa o ciclo de contração seguido de relaxamento
nas fibras musculares.

- Os filamentos finos são formados por cadeias de actina associadas a


moléculas de troponina e tropomiosina. As moléculas de tropomiosina
são responsáveis por se associar a troponina e ocupar o sítio de ligação
em que se estabelece a conexão entre miosina e actina.

- Após o estímulo de um potencial de ação, Ca++ é liberado pela


membrana celular. O Ca++ livre liga-se a troponina C, ocasionando
uma mudança conformacional que altera sua relação com a
tropomiosina. A tropomiosina desocupa o sítio de ligação, expondo o
local de conexão entre actina e miosina. Após estabelecida a conexão
actina-miosina, o ADP contido na miosina é liberado ocasionando
uma mudança conformacional que move o filamento fino em relação
ao filamento grosso, longitudinalmente. ATP rapidamente liga-se ao
sítio livre da miosina sendo rapidamente hidrolisado em ADP + Pi. A
ligação do ADP permite a desconexão do complexo actina-miosina
retornando todas as moléculas a sua conformação inicial.
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- A contração muscular em si é definida pelo deslizamento dos filamentos finos de


actina sobre os filamentos espessos de miosina nos sarcômeros. A contração de
todas as unidades de sarcômeros contidos no músculo promove sua contração
como um todo.

A liberação de Ca++ é fundamental para o início da contração muscular. Dessa


maneira, após ser estimulada, a célula muscular libera Ca++ e essa liberação é
amplificada por meio de um mecanismo de liberação de Cálcio induzido por
Cálcio. A concentração de cálcio na célula muscular é reduzida pela Retículo
Sarcoplasmático Ca++ ATPse (SERCA). A SERCA é responsável por bombear cátions Ca++,
utilizando energia proveniente da hidrólise do ATP, do citosol para as cisternas terminais, local de seu
armazenamento em situações de repouso. O relaxamento muscular só é possível
quando o Ca++ é bombeado para o interior das cisternas terminais do retículo
sarcoplasmático.

- O ciclo continua até que a SERCA bombeie Ca++ de volta para o RS. Quando o
[Ca++] intracelular diminui, o íon se dissocia da troponina C e o complexo troponina-
tropomiosina se movimenta e bloqueia os sítios de ligação da miosina no filamento de
actina. Se o suprimento de ATP se esgota, como acontece na morte, o ciclo para com
a formação permanente de complexos actina-miosina (i. e., estado de rigidez). Nesse
estado, o músculo permanece rígido e a condição é chamada de rigor mortis.

Somação de Contrações

- Como nos nervos, as fibras musculares apresentam um período elétrico refratário


apenas durante a ascensão e início da queda do pico de potencial. Nesse período, a
contração iniciada pelo primeiro estímulo está apenas começando. Entretanto, como o
mecanismo de contração não apresenta um período refratário, a presença de estímulos
seguidos antes do relaxamento ter ocorrido pode produzir ativação adicional dos
elementos de contração, deflagrando uma resposta adicional à contração já presente.
Este fenômeno é denominado Somação de Contrações.

Tetania

- A tensão oriunda da somação é consideravelmente maior que a tensão desenvolvida


pela contração de um único músculo. Com a rápida e repetida estimulação, a ativação
do mecanismo contrátil ocorre repetidamente antes que um período de relaxamento
ocorra. Essa resposta, aos estímulos rápidos e contínuos, é denominada de Contração Tetânica. Diz-se
que o tétano é completo quando nenhum relaxamento ocorre entre os estímulos e diz-se que é
incompleto quando períodos incompletos de relaxamento ocorrem entre os estímulos somados.

 Hipocalcemia – A baixa [Ca++] plasmática ionizada eleva a excitabilidade dos nervos e células
musculares e pode levar à tetania hipocalcêmica, caracterizada pelos espasmos do músculo esquelético.
A associação da hipocalcemia e tetania é devida ao fato de que a hipocalcemia faz com que o
potencial limiar se desloque para valores mais negativos (i. e., mais próximos da voltagem da
membrana em repouso). Isso determina que os potenciais de ação necessários para estimular a contração
muscular sejam menores, facilitando a contração muscular excessiva.
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 Hipercalcemia - A alta [Ca++] plasmática ionizada pode diminuir a excitabilidade ou produzir


arritmias cardíacas, letargia, desorientação e, mesmo, morte. Esse efeito da hipercalcemia ocorre devido
ao deslocamento do potencial limiar para valores menos negativos (i. e., mais afastada da voltagem da
membrana em repouso). Isso determina que os potenciais de ação necessários para estimular a contração
muscular sejam maiores, dificultando a contração muscular.

A fusão da vesícula à membrana do neurônio pré-sináptico é mediada por proteínas


específicas chamadas SNARE. Essas GTPases estão inseridas na membrana da
vesícula (vSNARE) e na membrana do compartimento-alvo (tSNARE). Na situação
em questão, a vSNARE (sinaptobrevina) se encontra nas vesículas sinápticas e as
tSNARES (sintaxina e SNAP-25), na membrana do neurônio pré-sináptico. Essas
proteínas se entrelaçam para formar uma estrutura em hélice que se enrola para
promover a força mecânica de fusão da vesícula à membrana, com a posterior
liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica. É justamente esse mecanismo
que é interrompido nos casos de botulismo e tétano. As toxinas dessas doenças são
proteases que clivam as SNARES mencionadas acima, impedindo a fusão da vesícula junto à membrana
pré-sináptica e, conseqüentemente, impedindo a liberação dos neurotransmissores (especificamente a
acetilcolina) na fenda sináptica do e na junção neuromuscular, respectivamente.

Pacientes com botulismo: neurotoxina liga-se aos terminais nervosos inibindo a liberação da acetilcolina,
o músculo não contrai, ocorrendo a paralisia. Pode provocar morte ao paralisar o diafragma, impedindo
assim a respiração. O tétano resulta da ação de uma neurotoxina, TENT, produzida numa ferida
colonizada por C. tetani. Esta neurotoxina impede a liberação de neurotransmissores inibitórios, como o
GABA e a glicina causando hiperexcitabilidade dos neurônios motores e, consequentemente, rigidez e
contrações musculares.

Tétano  Fendas Sinápticas  Paralisia Espástica: Atividade elevada dos neurônios motores

Botulismo  Junção Neuromuscular  Paralisia Flácida: Ativiidade reduzida dos neurônios motores.

Junção Neuromuscular: Sinapses e Transmissão Juncional

“A transmissão da sinapse química é iniciada pela chegada do potencial de ação ao terminal pré-sináptico causando a
abertura de canais de Ca++. O aumento da [Ca++] no terminal desencadeia a fusão das vesículas contendo
neurotransmissor com a membrana plasmática. O transmissor é expelido na fenda sináptica, difundindo-se por ela e
ligando-se a receptores específicos na membrana pós-sináptica. A ligação do neurotransmissor aos receptores causa a
abertura dos canais iônicos, levando a alteração do potencial e da resistência da membrana pós-sináptica, alterando,
portanto, a excitabilidade da célula” Berne & Levy Fisiologia

- é formada pelo neurônio motor α e as fibras musculares por ele inervadas

- As variações do potencial de membrana da célula pós-sináptica são chamadas de potenciais pós-


sinápticos excitatórios (PDSEs) e potenciais pós-sinápticos inibitórios (PPSIs), os quais elevam
ou reduzem a excitabilidade celular.

- A chegada do impulso nas terminações sinápticas do neurônio motor elevam a permeabilidade do íon
Cálcio. O Ca++ entra nos terminais e eleva a exocitose de vesículas sinápticas contendo acetilcolina. A
acetilcolina difunde-se até os receptores nicotínicos colinérgicos que estão concentrados nas dobras da
membrana juncional da placa motora. A conexão da acetilcolina a esses receptores aumenta a
condutância aos íons Na+ e K+, o que resulta no Influxo de Na+, produzindo o potencial
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despolarizante denominado de Potencial de Placa Motora. Essa
despolarização é conduzida até a membrana muscular adjacente ao seu nível de
disparo. O potencial de ação muscular inicia o processo de contração muscular em si. O excesso de
acetilcolina é removido da fenda sináptica pela enzima acetilcolinesterase, presente em alta concentração
na junção neuromuscular, evitando processos de contração excessivos.

 Curare: fármaco que compete com a acetilcolina nos sítios ativos dos receptores nicotínicos
colinérgicos. Assim, ao bloquear os receptores de acetilcolina ,os quais são ionotrópicos para cátions,
estes não se abrem. Desse modo, não ocorre o influxo de Na+ desencadeado pela atividade normal da
placa motora, que provocaria a despolarização da membrana pós-sináptica atua como inibidor da
contração muscular, sendo, portanto, um poderoso relaxante muscular

Teoria Quântica Vesicular – Os quanta de neurotransmissores.

- Geralmente, o potencial de ação no neurônio motor causa grande despolarização no músculo pós-
sináptico, chamado de Potencial de Placa Motora. A fusão de cada vesícula sináptica (quantum) de
acetilcolinA (junção neuromuscular) com a membrana da placa motora produz um minúsculo pico de
despolarização. Trata-se dos potenciais miniatura de placa motora, de aproximadamente 0.5mV de
amplitude. Os quanta liberados pelo terminal sináptico e sua fusão com a placa motora é diretamente
proporcional com a magnitude do potencial de placa motora. Para grandes estímulos, de grandes ordens
de magnitude de quanta, o resultado é sobreposição do nível de disparo possível.

- Potencial de supressão – trata-se da voltagem necessária para que os íons Ca++ não entrem no
terminal, mesmo que os canais de Ca++ estejam abertos. Constitui uma situação específica em que,
embora os canais estejam abertos, o meio intracelular encontra-se positivo, devido a despolarização
deflagrada durante o potencial de ação, o que impede a entrada de Ca++ devido sua carga positiva
(gradiente de voltagem desfavorável). Nessa situação, embora os canais de Ca++ estejam abertos, o
Ca++ não adentra os terminais e não promove a fusão das vesículas sinápticas. Por consequência, a
liberação de neurotransmissores é suprimida.

- Receptor metabotrópico – está relacionado a uma proteína G que inicia cascatas de segundos
mensageiros que afetarão os canais iônicos. Entretanto, não apresentam canais iônicos em sua estrutura.

- Receptor Ionotrópico – integra um canal iônico que constitui sua estrutura.

3. Sistema Somatosensorial

Somestesia

“Define-se como um conjunto de subsistemas que contém diversas modalidades somatosensoriais, capazes de mensurar a
capacidade do organismo de receber e processar informações provenientes da superfície e do interior do corpo”

Modalidades Somestésicas – “é mediada por sistemas de receptores e vias neuroanatômicas específicas”

- Tato - Propriocepção - Sensibilidade térmica - Dor

SISTEMA EPICRÍTICO: preciso, rápido, discriminativo e apresentando uma representação espacial


detalhada (tato fino, propriocepção consciente).

a) Detectar o contato sutil da pele e localizar a posição do estímulo (topognosia);

b) Discernir vibração e determinar sua freqüência e amplitude (baliestesia);


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c) Perceber pelo toque detalhes espaciais, como textura de superfícies e o espaçamento entre dois
pontos tocados simultaneamente (discriminação entre dois pontos);

d) Reconhecer a forma de objetos com a mão (estereognosia);

e) Sentido de posição e orientação dos membros (estatoestesia);

SISTEMA PROTOPÁTICO: grosseiro, lento e impreciso (termossensibilidade, dor, coceiras, cócegas,


sensações sexuais).

- Receptores sensoriais podem ser definidos como transdutores capazes de converter várias formas de
energia presentes no ambiente em potenciais de ação nos neurônios sensoriais.

Mecanorreceptores – receptores cutâneas para tato e pressão. Há 4 tipos:

- Corpúsculos de Meissner: dendritos encapsulados em tecido conjuntivo. Respondem a alterações de


textura e vibrações de baixa frequência (lentas)

- Discos de Merkel: expansões dendríticas que respondem a pressão contínua e tato

- Corpúsculos de Ruffini: expansões dendríticas com cápsulas alongadas que respondem a pressão
contínua

- Corpúsculos de Paccini: terminações dendríticas não-mielinizadas da fibra nervosa sensorial,


encapsuladas por lamelas concêntricas de tecido conjuntivo. Respondem a pressão profunda e vibrações
de alta frequência (rápidas)

Nociceptores - receptores especializados na sensação de estímulos potencialmente danosos como dor,


calor extremo e frio extremo.

- Mecanonociceptores: respondem a elevada pressão que pode lesionar o tecido

- Termonociceptores: respondem a temperaturas acima de 42˚C ou frio severo.

- Quimionociceptores: respondem a substâncias químicas nocivas e potencialmente irritantes presentes


no ambiente, como bradicinina, histamina, além de substâncias ácidas

- Nociceptores polimodais: respondem a múltiplas combinações dos estímulos já citados.

Termorreceptores – receptores especializados na detecção de frio e calor.

- Fibras Aδ e C  Receptores de frio e gelado

- Fibras C  Receptores para calor

- TRMP8 – Receptores para frio moderado (“M” vem de Mentol)


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- TRPV4 e TRPV3 – receptores para temperaturas mais quentes entre 34 ˚C e 39 ˚C

Proprioceptores - receptores localizados nos músculos, tendões e articulações, responsáveis pela


percepção de informações como o comprimento e a tensão muscular

Quimiorreceptores – receptores sensibilizados pela mudança na composição química do ambiente em


que estão localizados. Incluem receptores para sabores e odores, além dos receptores viscerais sensíveis
as variações da [O2], pH e osmolalidade.

Fotorreceptores – são receptores contidos nos cones e bastonetes da retina que respondem a variações
luminosas.

Códigos Sensoriais

- Os 4 atributos fundamentais para a codificação de um estímulo são: Modalidade, Localização, Intensidade e


Duração.

 Modalidade: é o tipo de energia transmitida pelo estímulo. É uma propriedade da fibra nervosa que
consiste em ser tátil, proprioceptiva, térmica ou dolorosa.

 Localização: é o local no corpo onde o estímulo foi originado. O campo receptivo de uma unidade
sensorial é a distribuição espacial na qual um estímulo produz resposta para a respectiva unidade.

 Intensidade: é a magnitude da amplitude da resposta ou a frequência da geração de novos potenciais de


ação. Nesse sentido, pode ser fraco (abaixo do limiar de ação) ou forte (acima do limiar de ação)

 Duração: é o tempo entre o início e o fim da resposta do receptor, podendo ser curta ou longa,
dependendo da característica do receptor.

- Se um estímulo de intensidade constante é mantido em um receptor sensorial, a frequência dos


potenciais de ação nas fibras nervosas cai com o tempo. Este fenômeno é denominado de adaptação
receptiva. O grau de adaptação varia entre diferentes estímulos e receptores. Os receptores podem ser
classificados em receptores de adaptação rápida (fásicos) e receptores de adaptação lenta (tônicos)

 Receptores Fásicos – Adaptação Rápida – Corpúsculos de Meissner e Paccini


 Receptores Tônicos – Adaptação Lenta – Discos de Merkel, Corpúsculos de Ruffini,
Nociceptores e Fusos musculares
 Receptores do Tipo 1 – Localização Superficial – Campos Receptivos mais precisos:
Corpúsculos de Meissner e Discos de Merckel
 Receptores do Tipo 2 – Localização Profunda – Campos Receptivos mais abrangentes:
Corpúsculos de Paccini e Corpúsculos de Ruffini

Propriocepção – “define-se como a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a
força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão, a audição e o
tato”

A – Estatoestesia (propriocepção estática): reconhecimento consciente da posição e orientação das


diferentes partes do corpo, com relação umas às outras.

B – Cinestesia (propriocepção dinâmica): reconhecimento consciente da freqüência e direção do


movimento das diferentes partes do corpo
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 Fusos musculares: São receptores localizados dentro das fibras musculares.


São encapsulados, sendo sensíveis ao comprimento da fibra muscular no repouso (postura) e
movimento (cinestesia)

- Fibras Intrafusais são inervadas por neurônios motores γ. Estão


posicionadas paralelamente as fibras extrafusais. Há 2 tipos de fibras
intrafusais: as fibras de bolsa nuclear, com núcleos dilatados e centrais e
as fibras de cadeia nuclear, mais finas e menores. Além disso, as fibras da
bolsa nuclear possuem duas categorias distintas, as fibras estáticas e
dinâmicas. Essas fibras são inervadas por dois tipos de terminações
nervosas sensoriais, as fibras Ia e II. As fibras do grupo Ia pertencem ao
grupo de fibras sensoriais de maior diâmetro, com maior velocidade de
condução. Já as fibras II são de tamanho intermediário, com velocidade
de condução menor.

- No interior de determinado fuso neuromuscular, uma única fibra nervosa Ia, enrola-se espiralmente
em torno da região nuclear das fibras intrafusais, formando as terminações sensitivas primárias (também
chamadas de terminações sensitivas dinâmicas ou Ia).

No entanto, algumas terminações nervosas sensitivas secundárias (também conhecidas por terminações
nervosas sensitivas estáticas ou II) são formadas por fibras nervosas do grupo II, que se enrolam em
torno de cada fibra de cadeia nuclear, assim como em torno das fibras estáticas do bolsa nuclear.

Fibras Aferentes Ia  sensíveis a velocidade de variação do comprimento muscular, i.e., do estiramento


muscular, durante a contração (resposta dinâmica). Permitem, portanto, a ocorrência de ajustes rápidos
durante o movimento.

Fibras Aferentes II  sensíveis ao grau de estiramento muscular durante o estado de repouso (tônico)

Essencialmente, o sistema gama serve para regular a sensibilidade do fuso muscular durante a contração
muscular

- Fibras Extrafusais são inervadas por neurônios motores α e representam as unidades contrativas
efetivas dos músculos.

 Órgãos tendinosos de Golgi: sensíveis a tração exercida nos tendões indiciando a fora que está
sendo exercida sobre a musculatura. Apresentam Fibras Aferentes Ib as quais, quando
estimuladas, induzem a produção de Potencias Pós-Sinápticos Inibitórios nos neurônios
motores que suprem os músculos de onde as fibras surgem.

Vias Somatosensoriais

As vias ascendentes dos receptores sensitivos para o córtex


são diferentes para as várias sensações. Dentre as diversas
modalidades mediadas pelas vias sensoriais ascendentes
estão o tato, vibração e propriocepção conduzidos pela Via
Dorsal da Coluna Lemniscal Medial e as de dor e
temperatura mediadas pela Via Espinotalâmica Ventrolateral
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Vias da Coluna Dorsal da Medula

Fibras mediando sensações de tato, vibração e propriocepção ascendem


ipsolateralmente na coluna posterior da medula onde realizam sinapses
nos fascículos grácil e cuneiforme. Os neurônios de segunda ordem dessa
via terminam cruzando a medula e ascendendo pelo lemnisco medial,
constituindo o sistema medial lemniscal.

Via Espinotalâmica Ventrolateral

- Fibras de nociceptores e termoceptores realizam sinapses com


neurônios da coluna posterior da medula. Os axônios desses neurônios
cruzam o plano mediano e ascendem no quadrante ventrolateral da
medula, formando a via espinotalâmica ventrolateral.

- Parte dos neurônios que recebem impulsos nociceptivos na coluna


posterior da medula realizam sinapse na formação reticular do tronco encefálico, formando o trato
reticuloespinal, projetando-se para o núcleo centrolateral do tálamo.

- PETscan e fMRI indicam que a sensação de dor está associada a ativação do córtex somatosensorial
primário e secundário além do giro do cíngulo do lado oposto ao estímulo. Ademais, a amígdala, o lobo
frontal e o córtex insular também são ativados.

- A via para o córtex somatosensorial primário é responsável pelo aspecto discriminativo da dor. Por
outro lado, o aspecto afetivo-motivacional da dor é mediado pelas vias que incluem as sinapses
projetadas da formação reticular e do núcleo centrolateral do tálamo para o lobo frontal, sistema límbico
e córtex insular.

Organização Somatotrópica

Córtex Somatosensorial Primário –localizado no giro pós-central, em que há diversas projeções


neurais correspondentes a diversas partes do
corpo. A variedade de estruturas presentes nessa
região originou a criação da imagem “homúnculo
sensorial”

Córtex Motor Primário – localizado no giro


pré-central, na porção posterior do lobo fronta.
Funciona em associação com o córtex pré-motor,
a área motora suplementar, o córtex parietal
posterior e várias outras regiões subcorticais, para
planejar e executar movimentos. Controla
diversas áreas motoras do corpo, tais como áreas
envolvidas na fala, movimentos das mãos,
faringe, lábios, língua etc. a variedade de estruturas presentes originou a criação da imagem do “homúnculo
motor”

Plasticidade Cortical - refere-se à capacidade do sistema nervoso de mudar, adaptar-se e moldar-se a


nível estrutural e funcional ao longo do desenvolvimento neuronal e quando sujeito a novas
experiências. Esta característica única faz com que os circuitos neuronais sejam maleáveis e está na base
a formação de memórias e da aprendizagem bem como na adaptação a lesões e eventos traumáticos ao
longo da vida adulta.
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Reflexos Medulares

Definição de Reflexo

“Toda e qualquer atividade ou variação de atividade de um efetor (músculo, glândula, etc) ou de um grupo de efetores que
possa ser provocada de maneira regular pela estimulação natural ou experimental de um receptor ou de um grupo de
receptores determinados ou ainda, pelas fibras nervosas aferentes que lhe correspondem”

Propriedade dos Reflexos

1) Resposta de relativamente curta duração


2) Resposta relativamente local
3) Resposta involuntária
4) Resposta relativamente estereotipada (previsível)

“Um conjunto de processos que leva a uma resposta orgânica desencadeando uma modificação
funcional de natureza regulatória ou adaptativa”

Componentes básicos de um arco reflexo

1) Receptor
2) Neurônio aferente
3) Centro integrador (Medula, Tronco Encefálico)
4) Neurônio eferente
5) Órgão efetor

Sistema de Classificação

1) Reflexos inatos/condicionados (Ivan Pavlov  Experimento do cão)


2) Reflexos fásico/tônicos (tempo de manutenção de resposta)
3) Reflexos homônimos/heterônimos (nível de distribuição espacial da resposta)

- homônimos – reflexos que se destinam a mesma estrutura receptora.

- heterônimos – reflexos que se destinam a diversas estruturas receptoras.

4) Reflexos mono-sinápticos/oligosinápticos/polissinápticos (número de conexões sinápticas)


5) Reflexos medulares/supramedulares (nível de integração)

Síndrome do Neurônio Motor Inferior – Lesão dos núcleos motores da medula/tronco


encefálico/nervos periféricos

- Resulta da lesão dos neurônios motores da coluna anterior da medula ou dos núcleos motores dos
nervos cranianos.

- Relacionado ao tronco encefálico e a medula

- Paralisias com hiporreflexia e hipotonia. São denominadas de paralisias flácidas.

- Atrofia da musculatura inervada significativa

- Ausência de Sinal de Babinski (Negativo)


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Síndrome do Neurônio Motor Superior – Lesão das Vias Descendentes

- Resulta da lesão das áreas motoras do córtex cerebral ou das vias motoras descendentes, em especial
do trato corticoespinhal.

- Relacionado ao córtex cerebral

- Paralisias com hiperreflexia e hipertonia. São denominadas de paralisias espásticas

- Atrofia muscular é muito discreta, pois os músculos continuam inervados pelos neurônios motores
inferiores.

- Presença de Sinal de Babinski Positivo (Flexão dorsal ou extensão do Hálux)

Reflexo Miotático Inverso – “acionado em casos de contração muscular excessiva. Trata-se de um mecanismo protetor
que impede a ruptura das fibras musculares e a a desinserção óssea do tendão ”

- É estimulado a partir da contração excessiva, sentida nos tendões, mais especificamente, pelo órgão
tendinoso de Golgi. Manifesta-se por meio do relaxamento do músculo homônimo e da musculatura
sinérgica. Em última instancia, promove também a contração da musculatura antagonista.
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Controle da Motricidade Voluntária – Córtex Motor & Movimento Voluntário

“A atividade motora somática depende, em última instância, do padrão e da taxa de descargas elétricas dos neurônios
motores da medula e dos neurônios homólogos dos núcleos motores dos nervos cranianos”

- As conexões neuronais que convergem para neurônios motores apresentam 3 funções: controlar a
atividade voluntária, ajustar a postura corporal proporcionando estabilidade para a movimentação do
corpo e o coordenar a ação de vários músculos para fazer movimentos corretos e precisos.

- Os padrões de atividade voluntária são planejados dentro do cérebro e os comandos são enviados aos
músculos primariamente pelos sistemas corticoespinhal e corticobulbar. A postura é constantemente
ajustada antes e durante a movimentação do corpo por meio de vias descendentes do tronco encefálico
e aferentes periféricos.

- O movimento é suavizado e coordenado pelas porções medial e intermediária do cerebelo e suas


conexões. Os gânglios basais e as porções laterais do cerebelo são parte de um circuito de feedback do
córtex motor e pré-motor e estão envolvidos no planejamento e organização voluntária do movimento.

- O sistema motor aprende por meio da ação de movimentar-se e sua performance se aprimora por
meio da repetição. Este conceito envolve os núcleos olivares e está diretamente relacionado com a
plasticidade sináptica.

- Os comandos para movimentação voluntária originam-se em áreas de associação cortical. Esses


movimentos são planejados tanto no córtex quanto nos gânglios basais e nas porções laterais dos
hemisférios cerebelares.

 Especificidade do Controle Voluntário

- a movimentação voluntária envolve a articulação entre áreas corticais de associação no SNC e o córtex
motor e pré-motor, sob intermediação do cerebelo.

- o Córtex primário motor está localizado no giro pré-central do Lobo frontal do cérebro, extendendo-
se até o sulco central.
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Raphael F. Dias
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Apraxia – “desordem neurológica que se caracteriza por provocar uma
perda da habilidade para executar movimentos e gestos precisos e voluntários, apresar do paciente ter
a vontade e a habilidade física para os executar.

- Apraxia bucofacial – incapacidade de realizar os movimentos voluntários da deglutição, da língua,


faciais ao comando

- Apraxia dinâmica: incapacidade de antes um planejamento motor. – ex. realizar 3 gestos em uma
mesma ordem ou de realizar ações contrárias

- Apraxia ideomotora – distúrbio na realização dos gestos simples ou simbólicos, sema utilização de
objetos. Embora o paciente saiba o que fazer, ele é incapaz de fazê-lo com intenção, mas pode executá-
los automaticamente (ex. ordena-se que o paciente faça o sinal-da-cruz mas ele não o faz. Entretanto, ao
realiza-o automaticamente ao entrar em uma igreja)

- Apraxia mielocinemática – incapacidade de executar movimentos adquiridos delicados, a rapidez e a


habilidade estão afetadas, independentemente da complexidade do gesto.

 ATAXIA CEREBELAR: “Decomposição irregular do ajuste fino da postura e dos movimentos, normalmente
controlados pelo cerebelo e suas conexões. O termo aplica-se à função motora dos membros, tronco, olhos,e musculatura
bulbar.”

Sintomas : Marcha instável, cambaleante e oscilante / base alargada; Disdiadococinesia (dificuldade


em realizar movimentos rápidos alternadamente) ; Tremor de intenção; Decomposição motora;
Nistagmo patológico

Núcleos da base: são um conjunto de estruturas cerebrais constituído pelo núcleo caudado, putamen,
globo pálido, núcleo subtalâmico e substância negra.

 Função: mantêm a prontidão de neurônios corticais (principalmente na área motora suplementar),


para organizar e liberar seqüências de movimentos ou programas motores, em momentos adequados
dentro de uma seqüência de movimentos auto-gerados. Eles permitem liberar e finalizar programas
motores que sejam adequados para aquisição de um objetivo motor.

- São ativados pelas áreas pré-motoras que permitem a contração da musculatura agonista e sinérgica e a
inibição da contração da musculatura antagonista

 Lesão: Não há paralisias, mas disfunções motoras. Além disso, podem causar déficits cognitivos,
emocionais e perceptivos.

Córtex motor primário está envolvido em codificar o movimento com o um todo de vários conjuntos
musculares, de forma intencional, sob os aspectos da força muscular, da direção e da extensão
(distância) do movimento.
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A doença de Parkinson é um distúrbio comum, caracterizado por tremor, rigidez e bradicinesia. Ela é
causada pela perda de neurônios da parte compacta da substância negra. Consequentemente, ocorre
grande perda de dopamina do estriado. Também ocorre perda dos neurônios do lócus cerúleo e dos
núcleos da rafe, bem como em outros núcleos monoaminérgicos. A perda de dopamina diminui a
atividade da via direta e aumenta a atividade da via indireta. O efeito resultante é aumento na atividade
dos neurônios do segmento interno do globo pálido. Isso resulta em inibição mais intensa dos neurônios
nos núcleos VA e VL e ativação menos pronunciada das áreas motoras corticais. A consequência é a
lentidão dos movimentos (bradicinesia).

O Hemibalismo é causado por lesão no núcleo subtalâmico ou nas conexões feitas através dele com o
globo pálido. O circuito subsidiário dos núcleos da base, denominado de pálido - subtalâmico - palidal,
que controlam os movimentos do lado oposto do corpo, especialmente do braço e da perna. Gera
movimentos contínuos, repentinos, violentos, do membro proximal confinado a um lado do corpo.
Danos nessa via impedem a ação inibitória de neurotransmissores (especialmente do GABA).
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Estudo da Dor - “Dor é o mecanismo físico responsável pela deflagração de um reflexo protetor. Define-se como
experiência desagradável sensorial e emocional associada a danificação tecidual efetiva ou em potencial”

- Diferencia das demais sensações de nocicepção, em que se alerta sobre o possível dano ao organismo.

TRPV1 – um receptor (canal de íons) que é sensibilizado em situações de calor nocivo e sensível a
substância presente na pimenta (capsaicina)

TRPM8 – um receptor (canal de íons) que é sensibilizado em situações de frio extremo e sensível a
substância presente na menta (menthol)

- Receptores de dor não se adaptam. Isso é importante do ponto de vista evolutivo, uma vez que o
organismo não deve se acostumar a situações de risco a sua integridade.

- Via de dor é a anterolateral. É dividida em neoespinotalâmica (via de condução rápida) e em


paleoespinotalâmica (via de condução lenta)

- Fibras de dor são do tipo Aδ (amielínicas) e C (mielinícas):

 Fibras Aδ: liberam glutamato e são responsáveis pela dor rápida (primeira dor ou epicrítica). Seguem
o trajeto direto até o núcleo Ventroposterior lateral do tálamo, estabelecendo conexão com o córtex.
Esta via é conhecida como Neoespinotalâmica , pois está relacionada diretamente com a qualidade e a
intensidade da dor. Permitem a resposta rápida e mediam a discriminação do aspecto da dor, i.e., a
habilidade de localizar o local e a intensidade do estímulo doloroso.

 Fibras C: liberam combinação de glutamato e substância P, sendo responsáveis pela dor lenta e difusa
(segunda dor ou dor protopática). Seguem trajetos com várias conexões divergentes. Na medula,
estimula uma cascata de neurônios – dando sua percepção difusa. No seu trajeto ascendente, estabelece
conexões com a formação reticular do tronco. A FR e as fibras C irão estimular os núcleos
intralaminares (inespecíficos) do tálamo, que irão se comunicar com várias partes do encéfalo como o
Lobo da ínsula, Giro do Cíngulo e a Área Somestésica. Esta via é conhecida como Paleoespinotalâmica,
devido a suas relações com os núcleos intralaminares do tálamo e com a interpretação afetivo-
emocional. Permitem a percepção da dor incômoda, intensa e difusa associada ao estímulo. Coceira
(prurido) e cócegas estão associadas à essas fibras.

Receptores de Dor Inflamatória incluem receptores B1 e B2 para bradicinina, receptores de


prostaglandinas e receptores de citocinas (interleucinas).

 Via Paleoespinotalâmica –– Dor Crônica

- Conduz a dor lenta e pouco definida, de localização difusa, devido respectivamente a neurônios mais
curtos (com maior número de sinapses) e falta de somatotopia , devido a difusão inespecífica da FR.

Dor Referida

“Trata-se da irritação de um órgão visceral que frequenetemente produzem dor em locais que não
correspondem ao local somático do órgão em questão, mas sim em locais diferentes, podendo até estar
mais distante”

- Geralmente o local da dor referida e o órgão visceral em questão, apresentam relações embriológicas,
sendo oriundos de um mesmo segmento ou dermátomo. A base para a dor referida pode ser a
convergência de neurônios de segunda ordem na coluna dorsal da medula que se projeta para o tálamo e
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então para o córtex somatosensorial. Essa teoria é denomina de
Projeção Convergente, em que neurônios somáticos e viscerais convergem
ipsolateralmente para a coluna dorsal. As fibras nociceptivas somáticas normalmente não ativam
neurônios de segunda ordem, mas quando estímulos viscerais são prolongadaos, a facilitação das
terminações das fibras somáticas ocorre. Nesse contexto, estas fibras estimulam neurônios de segunda
ordem de maneira que o cérebro não consegue determinar se o estímulo veio das regões viscerais ou das
áreas de dor referida.

- Melhor Exemplo – dor proveniente de um infarto do miocárdio corresponte ao aspecto medial do


braço esquerdo. Neste caso, o coração e o braço apresentam mesmo origem segmental

Dor no membro Fantasma

O fenômeno da dor-fantasma ocorre devido a característica dos nervos de não apresentarem a sensação
de dor ou propriocepção no local onde residem, mas sim nos locais por eles inervados. Dessa maneira,
quando há a amputação de um membro, o coto nervoso irritado (neuroma) transmite informações de
dor e propriocepção para o cérebro no local que ele inervaria e não no neuroma de amputação. Isso
determina a falsa sensação interpretada pelo cérebro de que o membro perdido está presente ou dói.

Hiperalgesia e Alodinia  Associação com a elevada sensibilidade dos nociceptores das fibras aferentes.

 “Hiperalgesia é uma resposta exagerada de dor para um estímulo nociceptivo”

- destaque para as prostaglandinas, que realizam o papel de sensibilização de nociceptores durante


processos inflamatórios

 “Alodinia é a sensação de dor em resposta para um estímulo não-nociceptivo inócuo, inofensivo.”

Teoria do controle espinhal da dor (Melzack and Wall, 1965)


“Explica como a ativação de certos mecanismos podem diminuir ou
suprimir a percepção da dor, por meio da estimulação de interneurônios
inibitórios”

- Analgesia endógena: central e periférica. Ocorre devido a


existência de moléculas ligadas à membrana de certos
neurônios cerebrais com grande afinidade por substâncias
analgésicas derivadas do ópio. Existem receptores cerebrais
para opiáceos, que são reconhecidos pelas endorfinas
(morfinas geradas no próprio organismo).

Modulação Descendente da Dor

- vias descendentes são predominantemente de noradrenalina e serotonina, relacionadas a substancia


periaquedutal do núcleo da rafe

- principais substancias são opioides.

 Anestesia – abolição temporária de todas as sensações x Analgesia – abolição temporária da dor local

- Analgésicos: esteroidais, não-esteroidais e opióides

Dor Isquêmica e os canais de acionados por ácido  Canais Iôniocos sensíveis a ácido – ativados por
alterações de pH dentro do alcance fisiológico e podem ser receptores dominante mediando dores
induzidas por acificação.

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