Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
1 Corrosão galvânica
PREVENÇÃO
A corrosão nas armaduras do concreto armado pode ser evitada com a qualidade da
concretagem da estrutura. “Evitar falhas é sempre um bom meio para elevar a vida útil
do concreto armado, evitando ou postergando o processo de corrosão”, afirma
Medeiros. Outro caminho para evitar a corrosão em estruturas novas ou reparadas é
proteger a superfície aplicada sobre o concreto. Os materiais de proteção de
superfície para concreto podem ser classificados em formadores de película,
hidrofugantes de superfície (de poro aberto) e bloqueadores de poros, como
representado na Figura 1 (ver mais abaixo).
PROTEÇÃO CATÓDICA
A técnica de proteção catódica
O princípio da técnica é a redução do potencial da interface aço/concreto para valores
mais negativos do que seu potencial natural de corrosão (Ecorr). Isso é feito pela
imposição de uma corrente contínua que pode ser fornecida por uma fonte externa de
alimentação (proteção por corrente impressa), ou por um metal de potencial mais
negativo (proteção por ânodo de sacrifício). Classicamente, a proteção catódica leva o
potencial do aço ao domínio de sua
imunidade. Em estruturas de concreto,
este conceito pode ser aplicado somente
para aquelas em condição submersa.
Em estruturas atmosféricas, o conceito é
diferenciado, sendo este bastante
dependente do estado da armadura
(estado ativo ou estado passivo). Para
entender tal fato considere o diagrama
de Pourbaix, figura 2.
Não sendo ideal a aplicação de potenciais muito negativos, o conceito que se aplica
em estruturas atmosféricas, difere-se da técnica proteção catódica clássica. O
conceito que se aplica pode ser entendido por meio da compreensão do mecanismo
da ocorrência da comentada corrosão por pite. Isto porque, na proteção catódica, o
controle da corrosão é feito pela repassivação do
pite ou pela diminuição da sua evolução. Cita-se
que a corrosão por pite ocorre em potenciais
característicos, denominados de potenciais de pite
(Ep), enquanto a repassivação do pite ocorre por
aplicação de potenciais mais negativos,
denominados de proteção de pite (Eprot). Ambos
são dependentes de vários fatores, como o teor
de cloretos e o pH do concreto na região da
armadura. Quanto maior o teor de cloretos, ou
quanto menor o pH, mais negativos são os
valores dos potenciais Ep e Eprot.
Segundo a Nace RP0290 (2007), os ânodos mais adequados são: revestimento cimentício
condutor, pintura condutora, revestimento metalizado e outros materiais condutivos na forma
de malhas, fitas de malhas, fios e sondas. Dentre esses, destacam-se a malha e a pintura
condutiva como sendo os mais tradicionais no exterior. A malha, normalmente de titânio
revestido com óxidos de metais nobres, é fixada na superfície das peças e recoberta com
argamassa cimentícia de baixa resistividade elétrica. A pintura condutiva, normalmente uma
tinta orgânica permeável com adição de partículas de carbono, é aplicada diretamente sobre a
superfície do concreto.
Na figura 5, constam as principais reações que podem ocorrer no ânodo e no cátodo
(armadura), quando da aplicação da corrente impressa. Se o ânodo não participa das reações
(ânodo inerte), como titânio e platina, a única reação que ocorre é a oxidação da água. Se o
ânodo participa das reações (ânodo consumível), como o zinco, a única reação que ocorre é a
de sua oxidação (Zn + 2H2O → Zn(OH)2 + 2H+ + 2e-). Quanto ao cátodo, neste ocorre a
redução do oxigênio e, caso o aço seja levado ao domínio da imunidade, ocorre também a
sua redução (Fe3O4 + 8H+ + 8e- → 3Fe + 4H2O) e a do hidrogênio.
Esse adesivo ainda tem a função de ser um sumidouro dos íons de zinco, retardando a
precipitação de óxidos insolúveis da sua oxidação (Zn + 2H2O → Zn(OH)2 + 2H+ + 2e-), os
quais podem aumentar a resistividade elétrica do concreto. Segundo a publicação Nace 01105
(2005), há muitos casos bem-sucedidos de instalações desse sistema, podendo ser aplicado
em estações de tratamento, torres de resfriamento, além de estruturas marinhas. Outro
sistema, tanto para estruturas novas como deterioradas, é a metalização da superfície do
concreto, o que é feito pela aspersão de uma fina camada de zinco puro ou de sua liga com
alumínio e índio. Conforme a publicação Nace 01105 (2005), em alguns casos, também é
adotado um promotor de retenção de umidade, como o hidrofílico citado.