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VOLUME X / X

Análise Integrada . Avaliação de Impacto Ambiental . Planos e Programas


Ambientais . Conclusão . Glossário

i
7 ANÁLISE INTEGRADA .............................................................................................. 1

7.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1


7.2 SITUAÇÃO GERAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO ............................................ 3
7.3 ANÁLISE PARA SUB-BACIA ACARÁ-MOJU ................................................................... 4
7.3.1 SISTEMA 1 .............................................................................................................. 6
7.3.2 SISTEMA 2 .............................................................................................................. 7
7.3.3 SISTEMA 3 .............................................................................................................. 9
7.3.4 SISTEMA 4 .............................................................................................................10
7.3.5 SISTEMA 5 .............................................................................................................12
7.3.6 SISTEMA 6 .............................................................................................................13
7.4 ANÁLISE PARA SUB-BACIA CAPIM..............................................................................15
7.4.1 SISTEMA 1 .............................................................................................................17
7.4.2 SISTEMA 2 .............................................................................................................18
7.4.3 SISTEMA 3 .............................................................................................................19
7.4.4 SISTEMA 4 .............................................................................................................20
7.4.5 SISTEMA 5 .............................................................................................................23
7.4.6 SISTEMA 6 .............................................................................................................24
7.5 ANÁLISE PARA SUB-BACIA TOCANTINS ......................................................................25
7.5.1 SISTEMA 1 .............................................................................................................27
7.5.2 SISTEMA 2 .............................................................................................................28
7.5.3 SISTEMA 3 .............................................................................................................28
7.5.4 SISTEMA 4 .............................................................................................................29
7.5.5 SISTEMA 5 .............................................................................................................32
7.5.6 SISTEMA 6 .............................................................................................................32
7.6 ANÁLISE PARA SUB-BACIA ITACAIÚNAS .....................................................................33
7.6.1 SISTEMA 1 .............................................................................................................35
7.6.2 SISTEMA 2 .............................................................................................................35
7.6.3 SISTEMA 3 .............................................................................................................37
7.6.4 SISTEMA 4 .............................................................................................................38
7.6.5 SISTEMA 5 .............................................................................................................41
7.6.6 SISTEMA 6 .............................................................................................................41
7.7 ANÁLISE PARA SUB-BACIA ARAGUAIA .......................................................................42
7.7.1 SISTEMA 1 .............................................................................................................44
7.7.2 SISTEMA 2 .............................................................................................................45
7.7.3 SISTEMA 3 .............................................................................................................46
7.7.4 SISTEMA 4 .............................................................................................................47
7.7.5 SISTEMA 5 .............................................................................................................50
7.7.6 SISTEMA 6 .............................................................................................................50
7.8 TENDÊNCIA EVOLUTIVA .............................................................................................52
7.8.1 SEM A INSERÇÃO DO EMPREENDIMENTO..................................................................52
7.8.2 CONSIDERANDO A INSERÇÃO DO EMPREENDIMENTO ................................................53

8 CENÁRIOS PROSPECTIVOS ...................................................................................55

ii
8.1 CENÁRIOS PROSPECTIVOS SEM A IMPLANTAÇÃO DA FERROVIA PARAENSE
S.A 55
8.1.1 FLORA E FAUNA .....................................................................................................55
8.1.2 VIBRAÇÃO/RUÍDO ...................................................................................................56
8.1.3 SOCIOECONOMIA ...................................................................................................56
8.1.4 QUALIDADE DO AR ..................................................................................................57
8.1.5 QUALIDADE DA ÁGUA..............................................................................................57
8.2 CENÁRIOS PROSPECTIVOS COM A IMPLANTAÇÃO DA FERROVIA PARAENSE
S.A. 57
8.2.1 FLORA E FAUNA .....................................................................................................57
8.2.2 VIBRAÇÃO/RUÍDO ...................................................................................................58
8.2.3 SOCIOECONOMIA ...................................................................................................59
8.2.4 QUALIDADE DO AR ..................................................................................................59
8.2.5 QUALIDADE DA ÁGUA..............................................................................................59

9 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL .................................................................61

9.1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ..............................................................................61


9.2 METODOLOGIA .....................................................................................................62
9.3 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................................66
9.3.1 MATRIZ DE INTERAÇÃO E DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ...........................................66
9.4 IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICO ...............................................................................71
9.4.1 PLANEJAMENTO .....................................................................................................71
9.4.2 IMPLANTAÇÃO ........................................................................................................83
9.4.3 OPERAÇÃO ..........................................................................................................109
9.5 IMPACTOS SOBRE O MEIO BIÓTICO ..........................................................................123
9.5.1 PLANEJAMENTO ...................................................................................................123
9.5.2 IMPLANTAÇÃO ......................................................................................................131
9.5.3 OPERAÇÃO ..........................................................................................................149
9.6 IMPACTOS SOBRE O MEIO SOCIOECONÔMICO ...........................................................152
9.6.1 PLANEJAMENTO ...................................................................................................152
9.6.2 IMPLANTAÇÃO ......................................................................................................177
9.6.3 OPERAÇÃO ..........................................................................................................191

10 PLANOS E PROGRAMAS AMBIENTAIS..............................................................212

10.1 PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL ............................................................214


10.1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................214
10.1.2 OBJETIVO ..........................................................................................................214
10.1.3 ESCOPO ............................................................................................................214
10.1.4 PÚBLICO ALVO ...................................................................................................215
10.1.5 ABRANGÊNCIA ...................................................................................................215
10.1.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ..............................215
10.1.7 •CRONOGRAMA ..................................................................................................215
10.2 PLANO AMBIENTAL DA CONSTRUÇÃO (PAC) ...............................................216
10.2.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................216
10.2.2 OBJETIVO ..........................................................................................................216
10.2.3 ESCOPO ............................................................................................................217
10.2.4 PÚBLICO ALVO ...................................................................................................220
10.2.5 ABRANGÊNCIA ...................................................................................................220
10.2.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ...............................220
10.2.7 CRONOGRAMA ...................................................................................................220
10.3 PLANO DE MONITORAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS.............................221
10.3.1 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS .........221
iii
10.3.2 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DE NASCENTE ............................................................224
10.3.3 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ......227
10.3.4 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E MONITORAMENTO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS ..231
10.4 PROGRAMA DE CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS E
MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR. ..............................................................234
10.4.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................234
10.4.2 OBJETIVO ..........................................................................................................234
10.4.3 ESCOPO ............................................................................................................235
10.4.4 PUBLICO ALVO ...................................................................................................235
10.4.5 ABRANGÊNCIA ...................................................................................................236
10.4.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ...............................236
10.4.7 CRONOGRAMA ...................................................................................................236
10.5 PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE RUÍDO .......................237
10.5.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................237
10.5.2 OBJETIVO ..........................................................................................................237
10.5.3 PÚBLICO ALVO ...................................................................................................237
10.5.4 ESCOPO ............................................................................................................237
10.5.5 ABRANGÊNCIA ...................................................................................................239
10.5.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ...............................239
10.5.7 CRONOGRAMA ...................................................................................................239
10.6 PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE VIBRAÇÃO ...............241
10.6.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................241
10.6.2 OBJETIVO ..........................................................................................................243
10.6.3 ESCOPO ............................................................................................................243
10.6.4 PÚBLICO ALVO ...................................................................................................245
10.6.5 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ...............................245
10.6.6 CRONOGRAMA ...................................................................................................245
10.7 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA INSTALAÇÃO DE PROCESSOS
EROSIVOS E INSTABILIZAÇÃO DE TALUDES ...........................................................247
10.7.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................247
10.7.2 OBJETIVO ..........................................................................................................247
10.7.3 PÚBLICO ALVO ...................................................................................................247
10.7.4 ESCOPO ............................................................................................................247
10.7.5 ABRANGÊNCIA ...................................................................................................249
10.7.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ...............................250
10.7.7 CRONOGRAMA ...................................................................................................250
10.8 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS – PGRS...................251
10.8.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................251
10.8.2 OBJETIVO ..........................................................................................................252
10.8.3 PÚBLICO ALVO ...................................................................................................253
10.8.4 ESCOPO ............................................................................................................253
10.8.5 ABRANGÊNCIA ...................................................................................................254
10.8.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ...............................254
10.8.7 CRONOGRAMA ...................................................................................................254
10.9 PROGRAMA DE AFUGENTAMENTO E RESGATE DE FAUNA ........................255
10.9.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................255
10.9.2 OBJETIVO ..........................................................................................................255
10.9.3 ESCOPO ............................................................................................................256
10.9.4 PÚBLICO ALVO ...................................................................................................258
10.9.5 ABRANGÊNCIA ...................................................................................................258
10.9.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ..............................258
10.9.7 CRONOGRAMA ...................................................................................................259
10.10 PROGRAMA DE VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA ............................................260
10.10.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................260
10.10.2 OBJETIVO ........................................................................................................260

iv
10.10.3 ESCOPO ..........................................................................................................260
10.10.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................261
10.10.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................261
10.10.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................261
10.10.7 CRONOGRAMA .................................................................................................261
10.11 PROGRAMA DE CONTROLE DE PRAGAS E VETORES ................................263
10.11.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................263
10.11.2 OBJETIVO ........................................................................................................263
10.11.3 ESCOPO ..........................................................................................................263
10.11.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................264
10.11.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................264
10.11.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................264
10.11.7 CRONOGRAMA .................................................................................................264
10.12 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PASSIVOS
AMBIENTAIS) ...............................................................................................................266
10.12.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................266
10.12.2 OBJETIVO ........................................................................................................266
10.12.3 ESCOPO ..........................................................................................................266
10.12.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................267
10.12.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................267
10.12.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................267
10.12.7 CRONOGRAMA .................................................................................................268
10.13 PROGRAMA DE REVITALIZAÇÃO DE ÁREAS ECOLOGICAMENTE
RELEVANTES E FORMAÇÃO DE CORREDORES ECOLÓGICOS .............................269
10.13.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................269
10.13.2 OBJETIVO ........................................................................................................269
10.13.3 ESCOPO ..........................................................................................................269
10.13.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................270
10.13.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................270
10.13.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................270
10.13.7 CRONOGRAMA .................................................................................................271
10.14 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FLORA ............................................272
10.14.1 JUSTIFICATIVAS ................................................................................................272
10.14.2 OBJETIVO ........................................................................................................272
10.14.3 ESCOPO ..........................................................................................................272
10.14.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................279
10.14.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................279
10.14.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................279
10.14.7 CRONOGRAMA .................................................................................................280
10.15 PROGRAMA DE SALVAMENTO DE GERMOPLASMA ...................................281
10.15.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................281
10.15.2 OBJETIVO GERAL .............................................................................................281
10.15.3 ESCOPO ..........................................................................................................282
10.15.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................283
10.15.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................283
10.15.6 MATERIAL E MÉTODOS .....................................................................................283
10.15.7 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................289
10.15.8 CRONOGRAMA .................................................................................................289
10.16 PROGRAMA DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO ...........................................291
10.16.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................291
10.16.2 OBJETIVO ........................................................................................................291
10.16.3 ESCOPO ..........................................................................................................292
10.16.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................309
10.16.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................309
10.16.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................309

v
10.16.7 CRONOGRAMA .................................................................................................309
10.17 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE E SEMI-
AQUÁTICA....................................................................................................................310
10.17.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................310
10.17.2 OBJETIVO ........................................................................................................310
10.17.3 ESCOPO ..........................................................................................................310
10.17.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................313
10.17.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................314
10.17.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ..........................314
10.17.7 CRONOGRAMA .................................................................................................314
10.18 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA BIOTA AQUÁTICA .........................315
10.18.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................315
10.18.2 OBJETIVOS ......................................................................................................316
10.18.3 ESCOPO ..........................................................................................................316
10.18.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................318
10.18.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................318
10.18.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES .............................318
10.18.7 CRONOGRAMA .................................................................................................318
10.19 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL .....................................................320
10.19.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................320
10.19.2 OBJETIVOS ......................................................................................................320
10.19.3 ESCOPO ..........................................................................................................321
10.19.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................322
10.19.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................322
10.19.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES .............................322
10.19.7 CRONOGRAMA .................................................................................................323
10.20 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO, FORMAÇÃO E APROVEITAMENTO DA
FORÇA DE TRABALHO LOCAL ..................................................................................324
10.20.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................324
10.20.2 OBJETIVOS ......................................................................................................324
10.20.3 ESCOPO ..........................................................................................................324
10.20.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................325
10.20.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................325
10.20.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSALIDADES ................................325
10.20.7 CRONOGRAMA .................................................................................................325
10.21 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ....................................................326
10.21.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................326
10.21.2 OBJETIVOS ......................................................................................................326
10.21.3 ESCOPO ..........................................................................................................327
10.21.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................327
10.21.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................327
10.21.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES .............................327
10.21.7 CRONOGRAMA .................................................................................................328
10.22 PROGRAMA DE ADEQUAÇÃO DA MALHA VIÁRIA .......................................329
10.22.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................329
10.22.2 OBJETIVOS ......................................................................................................329
10.22.3 ESCOPO ..........................................................................................................329
10.22.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................330
10.22.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................330
10.22.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES .............................330
10.22.7 CRONOGRAMA .................................................................................................330
10.23 PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO A ECONOMIA LOCAL ......................331
10.23.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................331
10.23.2 OBJETIVOS ......................................................................................................331
10.23.3 ESCOPO ..........................................................................................................331

vi
10.23.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................332
10.23.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................332
10.23.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES .............................332
10.23.7 CRONOGRAMA .................................................................................................332
10.24 PROGRAMA DE MINIMIZAÇÃO DE IMPACTOS A SAÚDE PÚBLICA ............333
10.24.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................333
10.24.2 OBJETIVOS ......................................................................................................334
10.24.3 ESCOPO ..........................................................................................................334
10.24.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................336
10.24.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................336
10.24.6 COMPONENTE AMBIENTAL AFETADO ..................................................................336
10.24.7 PLANTA DE LOCALIZAÇÃO .................................................................................336
10.24.8 CARÁTER PREVENTIVO OU CORRETIVO E SUA PREVISÃO DE EFICÁCIA ..................337
10.24.9 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES .............................337
10.24.10 CRONOGRAMA ...............................................................................................337
10.25 PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES LOCAIS.........338
10.25.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................338
10.25.2 OBJETIVO ........................................................................................................338
10.25.3 ESCOPO ..........................................................................................................338
10.25.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................340
10.25.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................340
10.25.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................341
10.25.7 CRONOGRAMA .................................................................................................341
10.26 PROGRAMA DE INCENTIVO A CULTURA E LAZER ......................................342
10.26.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................342
10.26.2 OBJETIVOS ......................................................................................................343
10.26.3 ESCOPO ..........................................................................................................344
10.26.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................344
10.26.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................344
10.26.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE ..............................345
10.26.7 CRONOGRAMA .................................................................................................345
10.27 PROGRAMA DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DA OCUPAÇÃO DA FAIXA DE
DOMÍNIO .......................................................................................................................346
10.27.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................346
10.27.2 OBJETIVOS ......................................................................................................346
10.27.3 ESCOPO ..........................................................................................................346
10.27.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................347
10.27.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................348
10.27.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE ..............................348
10.27.7 CRONOGRAMA .................................................................................................348
10.28 PROGRAMA DE APOIO À POPULAÇÃO MIGRANTE .....................................349
10.28.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................349
10.28.2 OBJETIVO ........................................................................................................349
10.28.3 ESCOPO ..........................................................................................................349
10.28.4 PÚBLICO-ALVO.................................................................................................351
10.28.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................351
10.28.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSALIDADES ................................352
10.28.7 CRONOGRAMA .................................................................................................352
10.29 PROGRAMA DE ATENDIMENTO MÉDICO-SANITÁRIO .................................353
10.29.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................353
10.29.2 OBJETIVO ........................................................................................................354
10.29.3 PÚBLICO ALVO .................................................................................................357
10.29.4 ABRANGÊNCIA..................................................................................................357
10.29.5 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................357
10.29.6 CRONOGRAMA .................................................................................................357

vii
10.30 PROGRAMA DE FORTALECIMENTO DA EDUCAÇÃO ..................................358
10.30.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................358
10.30.2 OBJETIVO ........................................................................................................358
10.30.3 ESCOPO ..........................................................................................................359
10.30.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................359
10.30.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................359
10.30.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ............................360
10.30.7 CRONOGRAMA .................................................................................................360
10.31 PROGRAMA DE PROSPECÇÃO E RESGATE ARQUEOLÓGICO ..................361
10.31.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................361
10.31.2 OBJETIVO ........................................................................................................362
10.31.3 ESCOPO ..........................................................................................................362
10.31.4 PÚBLICO ALVO .................................................................................................362
10.31.5 ABRANGÊNCIA..................................................................................................363
10.31.6 AGENTE EXECUTOR , COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES ...........................363
10.31.7 CRONOGRAMA .................................................................................................363

11 ANÁLISE DE RISCOS ...........................................................................................364

11.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS......................................................................................364


11.2 METODOLOGIA......................................................................................................365
11.2.1 ESTRUTURA DA ANÁLISE .....................................................................................366
11.3 DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO E DA REGIÃO .....................................................368
11.3.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA ...............................................................................368
11.3.2 A MALHA FERROVIÁRIA .......................................................................................368
11.3.3 CARACTERIZAÇÃO DA VIA PERMANENTE ...............................................................369
11.3.4 CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO.............................................................................375
11.4 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS PRODUTOS .............................................379
11.4.1 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO ............................................................................379
11.4.2 CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS SUBSTÂNCIAS MANIPULADAS .................................380
11.4.3 ÁLCOOL ANIDRO E HIDRATADO ...........................................................................382
11.4.4 GASOLINA ..........................................................................................................384
11.4.5 ÓLEO DIESEL .....................................................................................................385
11.4.6 ÓLEO COMBUSTÍVEL ..........................................................................................387
11.5 IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS ..................................................................................389
11.5.1 ANÁLISE HISTÓRICA ...........................................................................................389
11.5.2 ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS E MATRIZ DE PROBABILIDADE/CONSEQUÊNCIA .393
11.5.3 LISTA DE RECOMENDAÇÕES ................................................................................407
11.6 CONCLUSÕES .......................................................................................................407

12 PLANO DE AÇÃO E EMERGÊNCIA .....................................................................408

12.1 OBJETIVOS ...........................................................................................................408


12.2 ABRANGÊNCIA DO PAE ..........................................................................................408
12.3 HIPÓTESES ACIDENTAIS ........................................................................................408
12.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ..............................................................................409
12.4.1 PRESIDÊNCIA .....................................................................................................410
12.4.2 DIRETORIA DE OPERAÇÕES .................................................................................410
12.4.3 SUPERINTENDÊNCIA DE OPERAÇÕES DO SISTEMA DE BITOLA MÉTRICA .................410
12.4.4 COORDENAÇÃO DAS AÇÕES DE COMBATE ...........................................................411
12.4.5 GERÊNCIA GERAL DE VIA PERMANENTE ..............................................................411
12.4.6 GERÊNCIA GERAL DE MECÂNICA .........................................................................412
12.4.7 GERÊNCIA GERAL DE OPERAÇÕES ......................................................................413
12.4.8 GERÊNCIA REGIONAL DE TRANSPORTE ...............................................................415
viii
12.4.9 GERÊNCIA DE LOGÍSTICA ....................................................................................415
12.4.10 GERÊNCIA DE MEIO AMBIENTE ..........................................................................416
12.4.11 GERÊNCIA DE SAÚDE E SEGURANÇA .................................................................416
12.4.12 GERÊNCIA DE SISTEMAS ...................................................................................417
12.4.13 GERÊNCIA GERAL DE SUPRIMENTOS .................................................................417
12.4.14 GERÊNCIA DE SEGURANÇA PATRIMONIAL ..........................................................417
12.4.15 GERÊNCIA COMERCIAL .....................................................................................418
12.4.16 BRIGADA DE EMERGÊNCIA ................................................................................418
12.5 ACIONAMENTO DO PLANO ......................................................................................423
12.5.1 COMUNICAÇÃO DE EMERGÊNCIA .........................................................................423
12.6 PROCEDIMENTOS DE RESPOSTA À EMERGÊNCIA .....................................................425
12.6.1 PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO...........................................................................426
12.6.2 PROCEDIMENTOS PRELIMINARES ........................................................................427
12.6.3 PROCEDIMENTO DE COMBATE.............................................................................428
12.7 TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO .............................................................................433
12.7.1 PROGRAMA DE TREINAMENTO DOS INTEGRANTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
DE RESPOSTA .................................................................................................................433
12.7.2 PROGRAMA DE TREINAMENTO DAS BRIGADAS DE EMERGÊNCIA ............................433
12.7.3 SIMULADOS .......................................................................................................434
12.8 RECURSOS MATERIAIS DE RESPOSTA .....................................................................436
12.8.1 RECURSOS MATERIAIS DAS BRIGADAS DE EMERGÊNCIA .......................................436
12.8.2 MATERIAIS DAS BRIGADAS DE EMERGÊNCIA TRANSPORTADOS POR RODOVIA ........436
12.8.3 MATERIAIS DAS BRIGADAS DE EMERGÊNCIA TRANSPORTADOS POR FERROVIA ......436
12.9 AÇÕES PÓS-EMERGENCIAIS ...................................................................................437
12.10 DIVULGAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PLANO ..............................................................438

13 CONCLUSÕES ......................................................................................................439

14 GLOSSÁRIO ..........................................................................................................440

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................490

ix
FIGURA 7.1-1 – ELEMENTOS DE ANÁLISE DA DINÂMICA AMBIENTAL ASSOCIADOS À FERROVIA PARAENSE
S.A. ............................................................................................................................................. 1
FIGURA 7.3-1 – TRANSIÇÃO SISTEMA 1 E SISTEMA 2. ............................................................................. 8
FIGURA 7.6-1 – TRANSIÇÃO SISTEMA 1 E SISTEMA 2 NA REGIÃO DE ITACAIÚNAS. .................................. 36
FIGURA 9.1-1 ASPECTOS CONSIDERADOS NA AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DA FERROVIA
PARAENSE S.A.. ......................................................................................................................... 61
FIGURA 9.2-1 ELEMENTOS UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS DA FERROVIA PARAENSE
S.A.. .......................................................................................................................................... 63
FIGURA 9.2-2 INTERAÇÃO DOS ELEMENTOS: ATIVIDADES VERSUS COMPONENTES AMBIENTAIS; NAS FASES
DE IMPLANTAÇÃO, OPERAÇÃO E DESATIVAÇÃO. ............................................................................. 64
FIGURA 9.6-1 - HISTOGRAMA DE MÃO-DE-OBRA DA FERROVIA PARAENSE S.A, DURANTE TODA A FASE DE
IMPLANTAÇÃO. .......................................................................................................................... 159
FIGURA 10.6-1 – DIAGRAMA DE CAPTAÇÃO DO EQUIPAMENTO. ............................................................ 244
FIGURA 10.9-1 - FLUXOGRAMA DAS AÇÕES DE RESGATE E TRANSLOCAÇÃO DE FAUNA. ........................ 257
FIGURA 10.16-1 - ETAPAS DAS ATIVIDADES DO PROGRAMA DE CONTROLE DE SUPRESSÃO VEGETAL. .. 292
FIGURA 10.16-2 - CORTE PADRÃO (FONTE: AMARAL ET AL., 1998). .................................................. 295
FIGURA 10.16-3 - CAMINHO DE FUGA. ............................................................................................... 296
FIGURA 10.16-4 - USO DA CUNHA NO DIRECIONAMENTO DE QUEDA DA ÁRVORE (FONTE: AMARAL ET AL.,
1998). ..................................................................................................................................... 296
FIGURA 10.16-5 - LARGURA DA DOBRADIÇA. ...................................................................................... 297
FIGURA 10.16-6 - ÁRVORES COM RACHADURAS (FONTE: AMARAL ET AL., 1998). .............................. 297
FIGURA 10.16-7 - ÁRVORES COM OCO (FONTE: AMARAL ET AL., 1998). ............................................ 298
FIGURA 10.16-8 - PROCEDIMENTOS DE CORTE PARA ÁRVORES GRANDES (FONTE: AMARAL ET AL., 1998).
................................................................................................................................................ 298
FIGURA 10.16-9 - ÁRVORES INCLINADAS (FONTE: AMARAL ET AL., 1998).......................................... 299
FIGURA 10.16-10 - DERRUBADA COM EQUIPAMENTO MECANIZADO (FONTE: TERRA MEIO AMBIENTE). (A)
TOMBAMENTO DA ÁRVORE FORÇADO COM A LÂMINA DO TRATOR; AFASTAMENTO DO EQUIPAMENTO NO
INÍCIO DO TOMBAMENTO; (C) DESTOCAMENTO; (D) USO DE TRATOR DE ESTEIRA............................ 300
FIGURA 10.16-11 - TRATOR FLORESTAL ARRASTADOR (SKIDDER) E TRANSPORTE PRIMÁRIO (FONTE:
TERRA MEIO AMBIENTE). .......................................................................................................... 301
FIGURA 10.16-12 - DEMONSTRAÇÃO DOS TRÊS TIPOS DE TRATAMENTO (NOGUEIRA ET AL, 2011). (A)
TRONCOS OU TORAS APOIADAS NO SOLO; (B) TRONCOS OU TORAS APOIADAS NAS DUAS
EXTREMIDADES; (C) TRONCOS SUSPENSOS EM UMA DAS EXTREMIDADES. .................................... 302
FIGURA 10.16-13 - PASSO A PASSO DO TRAÇAMENTO EM TRONCOS DEITADOS: (A) QUANDO O DIÂMETRO
DO TRONCO É MENOR OU IGUAL AO COMPRIMENTO DO SABRE; (B) QUANDO O DIÂMETRO DO TRONCO É
MAIOR QUE O SABRE. ................................................................................................................ 304
FIGURA 10.16-14 - PASSO A PASSO DO TRAÇAMENTO COM TORAS APOIADAS NAS DUAS EXTREMIDADES –
TIPO PONTE. ............................................................................................................................ 305
FIGURA 10.16-15 - PASSO A PASSO DO TRAÇAMENTO COM TORAS APOIADAS NAS DUAS EXTREMIDADES –
TIPO PONTE. ............................................................................................................................ 306
FIGURA 11.2-1 –ETAPAS DA ANÁLISE DE RISCO. ................................................................................. 367
FIGURA 11.5-1 COMPARATIVO DO QUANTITATIVO DE ACIDENTES AMBIENTAIS OCORRIDOS EM FERROVIAS
POR UF NO ANO DE 2013 E 2014. ............................................................................................. 391
FIGURA 11.5-2 QUNTITATIVO DE PRODUTOS, EM TONELADAS, ENVOLVIDOS NOS ACIDENTES AMBIENTAIS
OCORRIDOS NO ANO DE 2014, POR CLASSE DE RISCO. ................................................................ 392
FIGURA 11.5-3 – NÍVEL DE RISCO ESTABELECIDO COM BASE NA FREQUÊNCIA E NA SEVERIDADE DOS
CENÁRIOS DE ACIDENTE. ........................................................................................................... 395
FIGURA 12.4-1 ORGANOGRAMA DO PAE. .......................................................................................... 409
FIGURA 12.5-1 FLUXOGRAMA DE ACIONAMENTO. ............................................................................... 423

x
TABELA 10.6-1 LIMITES SEGUNDO A NBR 9653:2005. ....................................................................... 242
TABELA 10.6-2 LIMITES DA PVP EM MM/S DA NORMA ISO 2631-2 (1997). .......................................... 243
TABELA 10.15-1. LISTA DE ESPÉCIES ALVO DO SALVAMENTO E RESGATE DE GERMOPLASMA DA ÁREA DA
FERROVIA PARAENSE S.A. ........................................................................................................ 283
TABELA 11.3-1 - EVOLUÇÃO DA FROTA, MODELO DIESEL DA FERROVIA PARAENSE S.A. ENTRE 2022 A
2029. ....................................................................................................................................... 370
TABELA 11.3-2 - POPULAÇÃO TOTAL E TAXA DE CRESCIMENTO MÉDIO ANUAL DA POPULAÇÃO, SEGUNDO O
ESTADO, REGIÃO DE INTEGRAÇÃO E OS MUNICÍPIOS DA AII (1991, 2000 E 2010). ........................ 375
TABELA 11.3-3 - POPULAÇÃO TOTAL, URBANA E RURAL, DOS MUNICÍPIOS PERTENCENTES A AII, 1991,
2000 E 2010. ........................................................................................................................... 376
TABELA 11.4-1 RELAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS MANIPULADOS ................................................ 380
TABELA 11.4-2 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS ................................................................................ 381
TABELA 11.4-3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DE ÁLCOOL ANIDRO ......................... 382
TABELA 11.4-4 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO ÁLCOOL HIDRATADO..................... 383
TABELA 11.4-5 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DA GASOLINA .................................... 384
TABELA 11.4-6 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO ÓLEO DIESEL................................ 386
TABELA 11.4-7 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO ÓLEO COMBUSTÍVEL .................... 388
TABELA 11.5-1 ATENDIMENTOS EMERGENCIAIS REALIZADOS PELA CETESB POR ATIVIDADE E OS
RESPECTIVOS PERCENTUAIS RELATIVOS AO PERÍODO DE 1978 A 2008 E OS ANOS DE 2009 E 2010.
................................................................................................................................................ 390
TABELA 11.5-2 DETALHAMENTO DAS EMERGÊNCIAS QUÍMICAS RELACIONADAS À ATIVIDADE FERROVIÁRIA
ATENDIDAS PELA CETESB NO ANO DE 2010. ............................................................................. 390

xi
QUADRO 7.1-1 – ELEMENTOS AMBIENTAIS E PRINCIPAIS INDICADORES PARA ANÁLISE INTEGRADA............. 2
QUADRO 7.1-2–CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS AMBIENTAIS. .............................................................. 3
QUADRO 9.2-1 - INTERAÇÃO DOS ATRIBUTOS PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL. ........................ 65
QUADRO 9.3-1 – MATRIZ DE INTERAÇÃO DE IMPACTOS DA FERROVIA PARAENSE S.A. ........................... 67
QUADRO 9.3-2 – MATRIZ DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DA FERROVIA PARAENSE S.A........................... 70
QUADRO 10.6-1 INFORMAÇÕES DA CALIBRAÇÃO DO EQUIPAMENTO ..................................................... 244
QUADRO 10.14-1 - ESPÉCIES PARAENSES DA LISTA OFICIAL DAS ESPÉCIES DA FLORA BRASILEIRA
AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO DE 2008 IN-6 DE 23 DE SETEMBRO DE 2008 E LISTA HOMOLOGADA DAS
ESPÉCIES DE FAUNA E FLORA AMEAÇADAS DO PARÁ (RESOLUÇÃO SEMA 057/2007) .................. 277
QUADRO 11.2-1 - APLICABILIDADE DAS FERRAMENTAS UTILIZADAS AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE
RISCOS..................................................................................................................................... 365
QUADRO 11.3-1 – IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR. ..................................................................... 368
QUADRO 11.4-1– CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS INFLAMÁVEIS. ............................ 379
QUADRO 11.4-2– CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS. ................................... 380
QUADRO 11.4-3– CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS PELA DL50.................... 380
QUADRO 11.5-1– CATEGORIAS DE SEVERIDADE. ............................................................................... 393
QUADRO 11.5-2– CATEGORIAS DE FREQUÊNCIAS. ............................................................................. 394
QUADRO 11.5-3– NÍVEL DE RISCO. .................................................................................................... 395
QUADRO 11.5-4 - EXEMPLIFICAÇÃO DE TABELA PARA O REGISTRO DE RESULTADOS DA APP ................ 396
QUADRO 11.5-5–ANÁLISE PRELIMINAR DE PPERIGOS DA FERROVIA PARAENSE S.A.. .......................... 397
QUADRO 11.5-6– CATEGORIAS DE FREQUÊNCIAS. ............................................................................. 407
QUADRO 12.7-1– PROGRAMA DE TREINAMENTO PARA OS INTEGRANTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
DE RESPOSTA. .......................................................................................................................... 433

xii
MAPA 7.3-1 - IDENTIFICAÇÃO DOS SISTEMAS AMBIENTAIS NA ÁREA DA SUB-BACIA ACARÁ-MOJU. .............. 5
MAPA 7.4-1 - IDENTIFICAÇÃO DOS SISTEMAS AMBIENTAIS NA ÁREA DA SUB-BACIA CAPIM. ...................... 16
MAPA 7.5-1 - IDENTIFICAÇÃO DOS SISTEMAS AMBIENTAIS NA ÁREA DA SUB-BACIA TOCANTINS. ............... 26
MAPA 7.6-1 - IDENTIFICAÇÃO DOS SISTEMAS AMBIENTAIS NA ÁREA DA SUB-BACIA ITACAIÚNAS................ 34
MAPA 7.7-1 - IDENTIFICAÇÃO DOS SISTEMAS AMBIENTAIS NA ÁREA DA SUB-BACIA ARAGUAIA. ................. 43
MAPA 11.3-1 LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E POPULAÇÃO CIRCUNVIZINHA................................ 378

xiii
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

7 ANÁLISE INTEGRADA

7.1 INTRODUÇÃO

A análise do cenário ambiental das áreas de influência da Ferrovia Paraense S.A.,


compreendido como a relação entre os processos físico-químicos, biológicos e
socioeconômicos, sua interação, interdependência e expressão na paisagem, foi
desenvolvida com base no diagnóstico ambiental executado dentro dos limites das
áreas de influência, definidas a partir das características do empreendimento e seus
possíveis impactos para o meio ambiente. A análise integrada objetivou gerar uma
base que permita, primeiramente, a análise ambiental propriamente dita e,
posteriormente a identificação, avaliação e proposição de ações de controle ambiental
relacionados a este empreendimento.

Essa análise teve como objetivo subsidiar a identificação e avaliação dos impactos
decorrentes da implantação e operação do empreendimento (Figura 7.1-1), bem como
a qualidade ambiental futura da área, fornecendo conhecimentos capazes de embasar
a identificação e a avaliação dos impactos decorrentes do empreendimento e
fundamentar uma avaliação da qualidade ambiental futura na área de influência,
conforme é apresentado no capítulo subsequente.

Figura 7.1-1 – Elementos de análise da dinâmica ambiental associados à Ferrovia


Paraense S.A.

Análise
Integrada

Características da Características das Avaliação dos Impactos


Ferrovia Paraense áreas de Influência - AII, Ambientais associados
AID e ADA ao Projeto

• Atividades Principais e • Meio Físico • Etapa de Implantação


Secundárias • Meio Biótico • Etapa de Operação
• Sistemas de Controle • Meio Socioeconômico
Ambiental

1
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Para o desenvolvimento do presente capítulo, foi apresentada a caracterização da


área de inserção do empreendimento interna ao limite das áreas de Influência,
cabendo eventual incorporação de terrenos e atributos ambientais adjacentes a essa
área, quando pertinentes para a explicação do contexto ambiental em análise,
conforme estabelecido no Termo de Referência que orienta este trabalho. A análise
foi desenvolvida por sub-bacias hidrográficas, sendo cada região compartimentada a
partir do cruzamento de características homogenias quanto aos atributos vinculados
ao meio físico, biótico e socioeconômico, tendo como referência os indicadores
conforme Quadro 7.1-1.

Quadro 7.1-1 – Elementos ambientais e principais indicadores para análise integrada.


ELEMENTO AMBIENTAL INDICADOR INTERFERÊNCIA
Intercepta terrenos com solos
tipo Argissolo Vermelho-
Amarelo, Latossolo Amarelo
e classes de Latossolo,
Solo/Terreno Suscetibilidade à erosão Neossolo e Plintossolo.
Terrenos de planícies fluvias,
estuarinas, planaltos,
chapadas, serras e
depressões
Geração de particulado,
Alteração na qualidade do ar,
Atmosfera emissão de ruído e vibração
emissão de ruído e vibração
por detonação
A projeto prevê a
transposição de drenagens
Água/Sistemas
Interceptação de drenagens de pequeno porte (1 e 2ª
Aquáticos/Biota Aquática
Ordens) até drenagens de
grande porte (5 e 6ª ordens)
Transposição de ambientes
Alteração da Cobertura
Aspectos diversos com fragmentos em diversos
Vegetal
estágios de regeneração.
Movimentação de máquinas e
Riscos de perda por veículos em ambiente rural
Fauna Terrestre
atropelamento (vicinais e vias de acesso
internas)
Componente Antrópico - Transposição de centros Presença de área urbana na
Urbano urbanos faixa de domínio/AID
A linha férrea está projetada
Transposição de
Componente Antrópico - para transpor áreas de
Assentamentos/Reserva
Rural assentamentos, e Reservas
Legal
de propriedades rurais.
Componente Antrópico - Transposição de Áreas de A ferrovia deverá transpor
Comunidades Tradicionais Comunidades Tradicionais área de quilombola

Portanto, considerando o Quadro 7.1-1, para a análise integrada dos elementos


ambientais, a área de influência direta do projeto foi compartimentada em seis
sistemas ambientais, conforme são apresentados no Quadro 7.1-2.

A compartimentação da área de influência em sistemas ambientais baseou-se,


principalmente, na homogeneidade das formas de relevo e unidades litoestruturais,

2
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

relacionadas às condições climáticas, à presença de recursos hídricos superficiais e


subsuperficiais, aos solos e a sua aptidão, ao recobrimento vegetal e ao uso e
ocupação exercidos sobre eles; buscando-se sempre uma abordagem que permitisse
o entendimento da dinâmica superficial da área, de modo a subsidiar a avaliação da
inter-relação e das interferências entre o projeto e o ambiente.

Quadro 7.1-2–Características dos sistemas ambientais.

SISTEMA CARACTERÍSTICA ÁREA DE ABRANGÊNCIA

Ambiente natural com Corresponde às áreas de florestas identificadas nas


S1
vegetação densa microbacias da AID do meio físico e biótico.

Envolve tanto as áreas de pasto, capoeirinha e cultivo


Ambiente alterado, com
permanente da grãos quanto às áreas de uso geral, as
S2 cultivos e vegetação em
quais são identificadas na Faixa de Domínio e AID
estágio inicial de regeneração
Físico e Biótico.
Envolve a interceptação de drenagens e execução de
Ambiente de Ecossistemas obras de artes especiais para travessia dos maiores
S3
Aquáticos canais.
Ambiente de movimentação,
com circulação preferencial Consideraram-se as áreas de assentamentos rurais na
S4
das comunidades rurais AID (faixa de 500 metros).

Ambiente de movimentação,
com circulação preferencial Consideraram-se as áreas de comunidades tradicionais
S5
das comunidades tradicionais na AID (faixa de 500 metros).

Ambiente de ocupação
antrópica, com proximidade de Inclui as ocupações urbanas na AID (500 metros) bem
S6
centros urbanos como seu entorno próximo.

Nos itens subsequentes é feita uma análise dos principais elementos ambientais
diagnosticados nos diferentes meios físico, biótico e antrópico, enfatizando-os dentro
dos limites estabelecidos nas áreas de influência do projeto.

7.2 SITUAÇÃO GERAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO

Empreendimento linear que se estende de norte a sul na faixa oriental do estado do


Pará, a Ferrovia Paraense S.A. possui sua área de servidão (Área Diretamente
Afetada) com, aproximadamente, 1.319 quilômetros de extensão, com faixa média de
40 metros para cada lado, adicionado as áreas de desvio e estações, totalizam,
aproximadamente, 10.736 hectares. O traçado inicia no município de Barcarena,
atravessa a região de produção de palma do Pará, segue em direção sul-sudeste
recortando os municípios de Paragominas, produtor de bauxita/alumina, e Rondon do
Pará, produtor de soja. Mais ao Sul segue de Marabá até Santana do Araguaia, no sul
do Pará, município produtor de soja.

3
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Sobrepõe um total de 23 municípios, tem como referência geográfica no extremo


norte, município de Barcarena as coordenadas 1° 34' 49,336" de latitude Sul e 48° 46'
15,084" de longitude Oeste; no sudeste paraense, município de Paragominas as
coordenadas 3° 3' 34,650" de latitude sul e 47° 25' 53,183" de longitude oeste e ao
Sul, no município de Santana do Araguaia as coordenadas 9° 33' 28,104" de latitude
sul e 50° 28' 35,308" de longitude oeste.

De forma sucinta a ferrovia Ferrovia Paraense S.A. promove ligação entre as


mesorregiões Metropolitana de Belém, Nordeste e Sudeste Paraense. Na
Mesorregião Metropolitana de Belém o traçado proposto apresenta apenas 6,0 Km de
ferrovia, 0,45% de ferrovia localizada no município de Barcarena. O segundo maior
percurso da ferrovia está concentrado na Mesorregião Nordeste Paraense com
21,83% do traçado, o que em termos absolutos representa 288 Km do total planejado.
Por sua vez a Mesorregião Sudeste Paraense concentra 77,71% da ferrovia
planejada, um total de 1025 Km de ferrovia a ser implantada.

Localizada ao longo da Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia e Região Hidrográfica


Costa Atlântica Nordeste, a Ferrovia Paraense S.A. transpõe importantes drenagens
no território paraense, quais sejam: rio Moju, rio Acará, rio Capim, rio Surubiju, rio
Ararandeua, rio Tocantins, rio Itacaiúnas, rio Vermelho, entre outros de menor porte.

Os itens de análise compartimentada para sistema considerou a divisão por sub-


bacias hidrográficas, associada a homogeneidade das formas de relevo recursos
hídricos superficiais e subsuperficiais, recobrimento vegetal e ao uso e ocupação
exercidos sobre eles. Portanto, a partir das sub-bacias basedas nos trabalhos de Otto
Pfafstetter, considerou-se: Sub-bacia Acará-Moju, Capim, Tocantins, Itacaiúnas e
Araguaia.

7.3 ANÁLISE PARA SUB-BACIA ACARÁ-MOJU

A Ferrovia Paraense S.A. no trecho projetado sobre as áreas da sub-bacia Acará-


Moju intercepta ambientes antropizados, áreas urbanas, áreas com cobertura do solo
de vegetação densa, assentamentos, bem como áreas de comunidades tradicionais
localizadas ao norte. Todos os sistemas identificados na compartimentação da sub-
bacia do Acará-Moju podem ser observados no Mapa 7.3-1.

4
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Mapa 7.3-1 - Identificação dos sistemas ambientais na área da Sub-bacia Acará-Moju.

CADERNO DE MAPAS

5
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

7.3.1 SISTEMA 1

O Sistema Ambiental 1 (S1) corresponde às áreas com densa cobertura vegetal em


estágio avançado de regeneração, identificadas na faixa de servidão e AID dos meios
físico e biótico, inserindo-se em parte em Áreas de Preservação Permanente (APP’s),
além de algumas áreas de Reserva Legal.

Compreende parte dos Municípios de Moju, Paragominas e Goianésia do Pará, é


dominada pelas florestas ombrófilas densas de terras baixas e em alguns trechos de
florestas ombrófilas densas aluviais (floresta de várzea), neste caso, associadas às
margens dos rios Moju e Acará.

Os ambientes do Sistema S1 correspondem a uma sub-divisão (formação) da região


fito-ecológica da floresta ombrófila densa. São regionalmente conhecidas como
florestas de várzea. Ocorre ao longo de cursos d'água e ilhas, caracterizada por ser
uma formação vegetal ribeirinha que ocupa as planícies inundáveis de terraços
antigos do quaternário (IBGE, 2008). Subdivide em três tipos: floresta ombrófila
aluvial, floresta ombrófila de platôs, floresta ombrófila submontana e floresta ombrófila
montana. Tal divisão reflete as variações fisionômicas e estruturais.

A floresta ombrófila aluvial, é o grupo de formação das áreas quaternárias aluviais,


com ou sem influência pelas cheias dos rios, dotado de uma estrutura de vegetação
complexa, com árvores emergentes providas de sapopemas (raiz escora) e com o
tronco afunilado ou em forma de butija (exemplo da sumaumeira, Ceiba pentandra) e
rica em palmeiras (exemplo do açaí, Euterpe oleracea, e buriti, Mauritia spp).

De acordo com Prance (1980), são áreas sujeitas à inundação periódica pelas cheias
dos rios, sendo ocupadas por formações vegetais adaptadas à submersão total ou
parcial durante o período chuvoso do ano. Estas formações apresentam fisionomia
variada e muitas espécies exclusivas de áreas alagáveis. Para Junk (1993), as
várzeas ocupam cerca de 200.000 km2 ou 3% da área da Amazônia brasileira.

Em abordagens mais específicas sobre a vegetação de várzea na Amazônia,


Wittmann et al (2006), considera que a riqueza, diversidade e distribuição de espécies
arbóreas na várzea são influenciadas pela altura e duração das inundações anuais,
sendo as florestas de várzea baixa menos diversas que as florestas de várzea alta,
confirmando o que havia sido observado por Junk (1980) de que a dinâmica das
florestas alagáveis é fortemente influenciada pelo pulso anual de inundação dos rios.

A amostragem neste ambientes de floresta registrou 31 espécies e 20 famílias


botânicas, sendo 10 espécies de ocorrência exclusiva para este levantamento, são
elas: Andira surinamensis (Bondt) Splitg. ex Amshoff, Apeiba echinata Gaertn.,
Bagassa guianensis Aubl., Croton matourensis Aubl., Diospyros guianensis (Aubl.)
Gürke, Guarea guidonia (L.) Sleumer, Guatteria poeppigiana Mart., Mabea speciosa
Müll. Arg., Miconia minutiflora (Bonpl.) DC. e Tachigali paniculata Aubl.

6
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

As cinco espécies de maior valor de importância agrupam, juntas, 53.61% do IVI total,
e são: Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don, Croton matourensis Aubl., Apeiba echinata
Gaertn., Inga alba (SW.) Willd. e Cecropia distachya Huber.

O Sistema S1 representa ambientes característicos de habitats da entomofauna,


nesse compartimento foram diagnosticadas espécimes distribuídos nas famílias
Psycodidae, Culicidae e Ceratopogonidae, sendo uma das regiões com maior
abundância de vetores de doenças, associada ao tipo de fitofisionomia das áreas e
condições climáticas da região, entretanto com menor índice de riqueza. Quanto a
herpetofauna presente no S1, a análise de dominância das espécies estudadas
observou-se que houve a dominância de espécies da família de anuros
Leptodactylidae.

Os ambientes do Sistema 1 representam perda ambiental para os indivíduos florestais


remanescentes e em avançado estágio de regeneração, bem como a supressão de
habitats da fauna silvestre. Na sub-bacia em análise as áreas de maior abrangência
deste ambiente se concentram em Barcerana, Abaetetuba e Moju. Nesses ambientes
os aspectos negativos sobre os indicadores “Alteração de Cobertura Vegetal”, bem
como o “Risco de perda de fauna por atropelamento” são os mais sensíveis e serão
possívelmente os mais impactados com a implantação do empreendimento.

O impacto direto da implantação da ferrovia no Sistema 1, que implica na retirada da


cobertura, contribuirá para o surgimento da erosão do tipo acelerada, resultante da
quebra do equilíbrio solo-planta, ficando o solo exposto diretamente às forças
erosivas.

Sob S1 a maior ocorrência é de Latossolos, solos minerais profundos e muito


profundos, bem drenados que apresentam como principal característica o horizonte
diagnóstico subsuperficial "B" latossólico (Bw). apresenta avançado estágio de
intemperização com alteração completa dos minerais primários menos resistentes ao
intemperismo. Em geral, é constituído por quantidades variáveis de óxidos de ferro e
alumínio, minerais de argila 1:1 (cáulinita), quartzo e outros minerais mais resistentes
ao intemperismo, podendo haver predominância de qualquer um desses materiais.

7.3.2 SISTEMA 2

O Sistema Ambiental 2 (S2) corresponde tanto as áreas de pasto, capoeirinha e


cultivo permanente da grãos quanto às áreas de uso geral, as quais são identificadas
em grandes faixas ao longo da área de influência da linha férrea projetada.

No ambiente do S2 se observa que a situação atual da região é reflexo do processo


de uso do solo, com extensas áreas de florestas suprimidas para a execução de
atividades agropecuárias e cultura de grãos e culturas para obtenção de óleos
vegetais. Tal situação está acarretando danos irreversíveis, provocando total
descaracterização da cobertura vegetal. Verificou-se, por exemplo, que a flora na área

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

de influência do projeto está, basicamente, representada por duas fitofisionomias,


correspondentes ao capoeirão em regeneração em pequenas proporções e capoeira
de vegetação secundária.

De acordo com os relatos dos moradores locais, as áreas estudadas já foram alvos de
interesse dos madeireiros, resultando em áreas com poucas espécies de alto valor
comercial. Algumas áreas visitadas indicaram um nível baixo de preservação e um
alto grau de antropização. Esta situação já é apontado em estudos anteriores da
região, nos quais indicam que 90% da cobertura florestal original da região nordeste
do Pará já foi convertida em vegetação secundária.

Na Figura 7.3-1 pode ser observado o ambiente de transição entre Sistema 2 e o


início da vegetação de maior porte característico do Sistema 1, entretanto com
indivíduos de menor desenvolvimento vertical associado ao efeito de borda.

Figura 7.3-1 – Transição Sistema 1 e Sistema 2.

(a) (b)

O impacto direto da implantação da ferrovia no Sistema 2, implica na ocupação de


ambientes com uso consolidado de atividades agropecuárias e cultura de grãos e
culturas para obtenção de óleos vegetais iniciados a mais de três décadas.

Nos ambientes de S2, em função do alto grau de antropização e da não existência de


fragmentos florestados, os indicadores de alteração da cobertura vegetal e impactos
na fauna por atropelamento são de baixa sensibilidade por não se constituir, de modo
geral, habitat atrativo para a fauna silvestre, porém, sendo S2 os ambientes
preferenciais para movimentação de máquinas e veículos, os indicadores de alteração
das qualidade do ar, emissão de ruído em vibração concentram os elementos de
maior impacto.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

7.3.3 SISTEMA 3

As principais drenagens que serão interceptadas pela Ferrovia Paraense S.A., através
de obras de transposição compõe o Sistema 3. Destacam-se na Sub-bacia Acará-
Moju rio Arienga, rio Acará, rio Moju, igarapé Turi-Açú e igarapé Açaiteua.

O rio Acará nasce no município de Tailândia correndo no sentido sul-norte e cortando


o município de Acará, banhando a sua sede municipal pela margem esquerda, indo
desembocar na confluência do rio Moju com o rio Guamá (SECTAM, 2009). Seus
principais afluentes são os rios Aiu-açu, Acará-mirim e Tomé-açu. Possui 412 km de
comprimento e drena uma área de 29.248,00 km2.

O rio Moju é mais extenso que o rio Acará com aproximadamente 546 km, porém tem
uma área de drenagem menor com 15.662,097 km2, suas nascentes situam-se
próximo a represa da hidrelétrica de Tucuruí, sendo o igarapé Repartimento seu
primeiro tributário. O Moju tem o seu curso orientado em direção sul-norte até receber
o rio Guajará e juntos formar a baía do Guajará passando por Belém. Ao longo de sua
extensão tem um fato que chama atenção que são as cachoeiras: Mucura,
Bacurizinho, Marés e Tracambé. É um rio que apesar de passar por várias cidades
dos municípios ainda se apresenta em condições de banho.

A oscilação do nível d’água interfere de várias formas com a hidrografia da região. Os


rios, córregos, igarapés e furos da região sofrem duas cheias e duas vazantes diárias,
cujo efeito mais significativo se traduz na diluição dos despejos neles lançados e a
subsequente limpeza por arraste dos despejos, sedimentos e resíduos sólidos nesses
corpos d’água. A oscilação de maré é mais intensa nas drenagens próximas a foz dos
rios Arienga, Moju, Acará e diminui no sentido costa-continente.

A transposição sobre o rio Arienga ocorrerá em ambiente onde as oscilações de


subida e descida do nível do mar, denominadas respectivamente de enchente e
vazante, estão associadas com correntes de maré, com estofas de defasagem
variável com a preamar e baixa-mar.

Dentre as micro bacias que sofrem influência de maré, se destaca a região de “pera
ferroviária” de Barcarena (Vila do Conde), onde existe um emaranhado de canais
denominados “furos” interconectados ao sistema hidrográfico do rio Pará. Esses
sistemas de furos e igarapés apresentam influência de maré, tendo, portanto, grande
importância tanto pelo potencial ecológico que apresenta, como também pela sua
utilização hidroviária. Grande parte dos furos tem suas nascentes na bacia sedimentar
do sistema hidrográfico do rio Pará que dadas suas características hidrogeológicas se
comportam como zonas de descarga.

Entre os principais corpos de águas existentes neste ambiente no entrono da “pera”


de Vila do Conde está o igarapé Dendê, que por sua vez tem o igarapé Curuperê,
como seu principal tributário que se divide em duas vertentes, uma ao sul da vila do

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Conde e a outra ao sul da planta industrial da empresa Imerys, além dessas


drenagens sob influência direta, estão localizados na região o rio Barcarena, Igarapé
Acuí, Rio Arienga, Igarapé Japiim, Igarapé Japiinzinho e parte do Igarapé Tauá.

A transposição dos rios com menor influência de maré, tais como, rio Moju, Acará,
Acará-Mirim, ocorrerão sob uma dinâmica hídrica com maiores influências
pluviométrica, com período de ciclo de cotas fluviométricas bem definidos de acordo
com o regime de chuva da região.

Nesses ambientes S3 na Sub-bacia Acará-Moju as obras de implantação da Ferrovia


nos meses entre dezembro e abril estarão sob regime chuvoso de maiores níveis
fluviométricos e maior vazão registrada nas drenagens citadas, enquanto durante os
meses entre maio e novembro o período seco.

Nesse cenário apresentado, as obras de implantação da Ferrovia Paraense S.A., linha


principal, canteiros, estação ferroviária de Barcarena que ocorrerem no período
chuvoso tendem a gerar maior impacto potencial no Sistema 3, associado a
carreamento de sólidos para as drenagens, e deposição de direta de resíduos durante
a construção de pontos e demais obras de transposição.

7.3.4 SISTEMA 4

O Sistema 4 na Sub-bacia Acará-Moju é formado pelas comunidades Vila Nova


Canaã, Sítio Cajú, Vila Bacuriteua, localizadas na AID; Comunidade Acuí, Santa
Rosa, Vila Sucupira, Vila Turiaçu, Vila São Miguel, localizadas na ADA da ferrovia. As
obras de implantação e as atividades operacionais da Ferrovia Paraense, com
destaque para as comunidade próximas da área de canteiro de obras e estação
ferroviária (Vila Nova Canaã, Sítio Cajú, Acuí) resultarão em mudanças no ambiente
das comunidades citadas, incômodo aos moradores, interferência no cotidiano são
aspectos avaliados com maior acurácia no capítulo de avaliação de impactos (Volume
X).

A partir do levantamento de campo da AID se observou que nesses comunidades


somente 8,8% dos domicílios tem acesso a rede de abastecimento de água. Quanto a
forma de tratamento da água as respostas são diferentes pela própria forma de
abastecimento de água que cada domicílio possui. Deste modo, 48,6% cloram a água
que é consumida, 23% não fazem nenhum tipo de tratamento da água, 7,4% filtra e
clora, 5,4% filtra/clora e ferve a água e ambos com 4,1% estão os filtram e que clora e
ferver a água. Com 2% cada estão aos que fervem e filtra/clora e ferve. 1,4% coa a
água que é consumida e os que não responderam somam 2% do total.

As formas de abastecimento são diversas, 62,8% dos domicílios a água para


consumo doméstico é retirada de poço comum dentro do terreno/propriedade e em
16,2% é originada de poço ou nascente fora do terreno/propriedade, 6,1% é de caixa
d’água, ambos com 2% estão poço artesiano dentro do terreno/propriedade e a

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

categoria outros, 0,7% corresponde a represa e açude fora do terreno/propriedade.


Os que não responderam somam 1,4% do total das respostas.

Quanto à existência de banheiros, a maioria (53,4%) dispõe de instalações sanitárias


dentro ou fora do domicílio, em quanto 43,9% não dispõe de banheiros e 2,7% não
responderam. Quanto ao destino da água e dejetos provenientes do banheiro
sanitário, dentre os domicílios pesquisados obtivemos: Fossa séptica (51,4%) com o
maior percentual; Fossa rudimentar (44,6%) e outro escoadouro (2%). Os que não
responderam contabilizam 2% do total.

Quanto ao destino dos resíduos sólidos, 71,6% dos domicílios queimam o seu lixo
doméstico, 15,5% tem coleta direta de empresa pública ou privada, 6,1%
responderam que tem serviço de coleta direta e a pratica de queimar o lixo, 2,7%
queima ou joga seu lixo em terro baldio ou logradouro público e 1,4% enterra o seu
lixo. Com 0,7% cada, estão que queima/enterram, não responderam e a categoria
outros.

Em relação a energia elétrica, a maioria dos domicílios dispõe de energia (94,6%) que
é proveniente da rede elétrica de abastecimento, 4,7% não possuem energia elétrica
nos seus domicílios e os que não responderam representam 0,7%.

Na faixa de domínio (ADA) a dinâmica econômica da Comunidade do Acui está


associada com a economia de subsistência, pois há criação de galinha, porco,
plantação de mandioca, arroz, milho, cana-de-açúcar. Além desses, há culturas
permanentes, como banana, caju, cupuaçu, muruci, biribá e extrativismo vegetal como
carvão e lenha. Nesta localidade a mandioca é utilizada para a produção de farinha
para atender a nutrição familiar dos moradores e, eventualmente, para
comercialização. No aspecto econômico as famílias não obtêm renda apenas da
subsistência, pois há moradores que trabalham no serviço público, na área de saúde
e do ensino e em atividades ligadas a construção civil, onde eventualmente, segundo
um morador, trabalha como pedreiro.

Comunidade de Santa Rosa fica localizada no município de Abaetetuba, com


aproximadamente 100 famílias. Nesta comunidade, as famílias vivem da agricultura,
principalmente da venda de açaí. Em termos de infraestrutura, na comunidade existe
um posto de saúde, comunidade conta ainda com uma Escola de 1 a 4 série, porém,
com turmas multisseriadas. Os estudantes utilizam o transporte escolar para
chegarem até a escola.

Também no município de Abaetetuba, a Vila Sucupira, atualmente é formada por


aproximadamente 70 famílias, que nasceram na mesma e receberam as terras por
herança dos pais. Na vila penas 15 famílias são atendidas pelo sistema de
abastecimento de água existente, as demais famílias se utilizam de poços cavados
em sua propriedade. Quanto ao tratamento da água, os moradores fervem ou utilizam

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

cloro para depois consumirem a mesma. Quanto a energia elétrica a distribuição é


realizada pelas Centrais Elétricas do Pará – CELPA. Todo o resíduo produzido é
queimado na própria propriedade. Atendimento médico é obtido na comunidade mais
próxima. A demanda educacional é atendida pela Escola Municipal de Ensino
Fundamental Santa Ana Cristina.

7.3.5 SISTEMA 5

O Sistema 5 não foi identificado na ADA/AID da Sub-bacia Acará-Moju, entretanto o


Termo de Referência preconiza que caso exista Terras Quilombolas em conformidade
com a definição do inciso II do Artigo 3º da Portaria Interministerial nº 60 de 24 de
março de 2015, localizadas dentro dos limites estabelecidos no Anexo I dessa
Portaria (10Km para cada lado, a partir do eixo).

Utilizando como base de dados geográficos, as bases oficiais disponibilizadas no


Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), sistema desenvolvido pelo INCRA/MDA para
gestão de informações fundiárias do meio rural brasileiro, foram identificadas sete
comunidades quilombolas, no município de Abaetetuba e Moju, em faixa de 10 Km do
eixo da ferrovia, conforme os critérios da área delimitada pelo Anexo I da referida
portaria interministerial. Levando em consideração essa definição, foram
consideradas: Comunidade Piratuba; Comunidade Centro Ouro (Bom Jesus do Centro
Ouro, Nossa Senhora das Graças e São Bernandino); Comunidade Santana do Axé
do Baixo Jambuaçu; Comunidade Santa Luzia do Tracuateua; Comunidade Santa
Maria do Tracuateua; Comunidade São Sebastião; Poacê.

A comunidade Piratuba como as demais comunidades quilombolas existentes no


município de Abaetetuba tem uma vida rural, mas há um constante contato com o
meio urbano. Na vida rural o comunitário trabalha a terra para produção agrícola de
subsistência e pequeno comércio ou troca de produtos com os comerciantes do meio
urbano, havendo assim uma comunicação diária entre a cidade e a comunidade. A
vida dos habitantes da região está sob influência das marés. A intensidade das
atividades produtivas e extrativas muitas vezes depende da variação do nível da água
dos rios, igarapés e igapós, diariamente e sazonalmente.

Os serviços de saúde na comunidade ficam a cargo do agente comunitário de saúde-


remunerados pela prefeitura municipal que fazem visitas periódicas com o intuito de
detectar algumas doenças e orientar a população na prevenção de outras. A
comunidade é desprovida de Posto de Saúde. Na comunidade desde 1989 existe a
Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, equipada com 04 (quatro) salas de aulas funcionando em três turnos.

No município de Moju, o território de Jambuaçu é ocupado desde 1850 e os


quilombolas iniciam o processo de reconhecimento em 2001. No entanto, foi apenas
em 2003 que eles passam a ter os títulos definitivos de cinco, das 14 que formam o

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

território, essas são: Comunidades de Santa Maria de Mirindeua, Santo Cristo, Santa
Maria do Tracuateua, São Manuel e Conceição de Mirideua.

Em outro período, de 2006 a 2008, as comunidades de São Bernadino, Centro Ouro e


Nossa Senhora das Graças, Jacundaí, Santa Luzia do Tracuateua e Santana do
Baixo recebem os títulos definitivos de suas terras, ficando somente a comunidade do
Poacê sem o título de propriedade coletiva, pois esta terra está localizada em área de
domínio do Governo Federal (MACHADO, 2014). Todas as comunidades já possuem
cetificado de reconhecimento da Fundação Cultural Palmares.

Quanto aos dados demográficos das 14 comunidades que formam o território de


Jambuaçu, o NUPINQ (Núcleo de Apoio aos Povos Indígenas, Comunidades Negras
e Remanescentes de Quilombos do Pará), caracterizou cada comunidade, no aspecto
sexo, famílias e domicílios. Das características gerais, podemos destacar:

 A população total que forma o território de Jambuaçu é de 2.839


pessoas, sendo 54% do sexo masculino e 46% do sexo feminino,
formando 806 famílias e distribuídas em 722 domicílios.
 A Comunidade do Mirindeua é a que possui maior população, com o
total de 370 pessoas, distribuídas em 94 domicílios, formando 104
famílias.
 A Comunidade de Jacunday é a que possui a segunda maior população,
com o total de 283 pessoas, distribuídas em 62 domicílios, formando 68
famílias.
 A Comunidade de Santana do Baixo é a que possui a menor população,
com apenas 95 pessoas, distribuídas em 31 domicílios e formando 32
famílias.

Cabe ressaltar que a faixa de domínio da Ferrovia Paraense S.A. não trará
intervenções nas áreas Quilombolas identificadas nos municípios de Abaetetuba e
Moju, contudo as comunidades tradicionais foram consideradas no Sistema 5 em
função de estarem contempladas nos programas previstos para o empreendimento.

7.3.6 SISTEMA 6

O Sistema Ambiental 6 (S6), comparado ao Sistema 4, corresponde à ambientes de


maior circulação de veículo que conduzem às ocupações em ambiente urbano
incluídas na AID do meio socioeconômico. A consideração do ambiente urbano em
quanto um compartimento de análise se dá em função de ser indicador de impacto em
caso de potencial risco de falha de operação ou dos sistemas de controle ambiental e
operacional. Nesses ambientes à população potencial a ser atingida possui maior
proporção às comunidades rurais.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Além disso considerou-se a ambiente urbano no entorno próximo a AID em função de


sofrer maior pressão quanto a busca por infraestrutura e serviços, os quais sofrerão
aumento principalmente nas áreas de implantação dos canteiros principais e
implantação/operação das estações ferroviárias/peras.

Considerando o exposto acima, para a Sub-bacia Acará-Moju considerou-se como S6


os bairros Vila do Conde e Vila dos Cabanos no município de Barcarena, em função
de estarem nas proximidades da estação ferroviária/pera de Barcarena. Portanto, são
ambientes que registrarão aumento da busca sobre serviços e infraestrutura publica.

A infraestrutura urbana de Barcarena segue um padrão de atuação dos outros


municípios amazônicos, desempenhando tais serviços em uma diferenciação,
concentrando na sede do município o maior número de obras, em virtude das
exigências dos empreendimentos econômicos e setores de serviço. Provocando uma
diferenciação interna, no que se refere a esses serviços (abastecimento de água
potável, coleta de lixo e esgoto sanitário).

No período analisado (Censo 2010), quando se leva em consideração a forma de


abastecimento de água dos domicílios particulares permanentes, de um total de 8.860
na zona urbana, 24,03% domicílios são abastecidos pela rede geral, enquanto na
zona rural, com 15.984 domicílios, que representam 37,61%. Outra característica da
forma de abastecimento de água de Barcarena é o percentual de abastecimento por
poço ou nascente na propriedade, onde, na zona urbana chega a 64,15% e na zona
rural é de 37,61%.

A respeito do serviço de coleta de lixo no município de Barcarena verifica-se de


acordo com o Censo Demográfico de 2010 do IBGE, que grande parte dos domicílios
particulares permanentes da zona urbana são atendidas pelo serviço de coleta. De
um total de 24.844 domicílios particulares permanentes 97,83% são coletados na
zona urbana, desse valor, 91,17% é coletado por serviço de limpeza. Ressalta-se que
1,84% dos domicílios recenseados queima o lixo na propriedade, enquanto as outras
tipologias de destino de lixo (enterrado na propriedade, jogado em terreno baldio ou
logradouro, jogado em rio, lago ou mar) perfazem 0,33%.

O quadro se agrava quando se observa a inexistência de um sistema de tratamento


de esgoto sanitário, e 61,34% da população, na zona urbana, utilizam fossa
rudimentar. Sendo assim, a maioria dos domicílios utilizam como solução final de
tratamento do esgoto doméstico meios de serviços não apropriados para o meio
ambiente. Estas soluções acabam resultando na baixa eficiência na remoção da carga
orgânica a qual é lançado diretamente no meio ambiente. Este processo consiste em
utilizar o solo para absorção dos efluentes e do lodo orgânico, colocando em risco a
saúde dos munícipios, por apresentar elevada possibilidade de contaminação dos
lençóis freáticos e dos lagos que abastecem parte significativa do município.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Considerando que apenas 8,24% na zona urbana utilizam a rede geral de esgoto ou
pluvial, enquanto na zona rural são 14,16%.

7.4 ANÁLISE PARA SUB-BACIA CAPIM

A Ferrovia Paraense S.A. no trecho projetado sobre as áreas da sub-bacia Capim


intercepta ambientes antropizados, áreas urbanas, áreas com cobertura do solo de
vegetação densa, assentamentos, bem como ambientes aquáticos. Todos os
sistemas identificados na compartimentação da sub-bacia do Capim podem ser
observados no Mapa 7.4-1.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Mapa 7.4-1 - Identificação dos sistemas ambientais na área da Sub-bacia Capim.

CADERNO DE MAPAS

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

7.4.1 SISTEMA 1

O Sistema Ambiental 1 (S1) corresponde às áreas com densa cobertura vegetal em


estágio avançado de regeneração, identificadas na faixa de servidão e AID dos meios
físico e biótico, inserindo-se em parte em Áreas de Preservação Permanente (APP’s),
além de algumas áreas de Reserva Legal.

Compreende parte dos Municípios de Ipixuna do Pará, Paragominas, Dom Eliseu e


Rondon do Pará, é dominada pelas florestas ombrófilas densas de terras baixas e em
alguns trechos de florestas ombrófilas densas aluviais (floresta de várzea), neste
caso, associadas às margens dos rios Capim, Surubiju e Ararandeua.

Os ambientes do Sistema S1 na Sub-bacia do Capim correspondem a uma sub-


divisão (formação) da região fito-ecológica da floresta ombrófila densa. São
regionalmente conhecidas como florestas de várzea. Subdivide em floresta ombrófila
densa submontana dossel emergente e floresta ombrófila densa submontana. Tal
divisão reflete as variações fisionômicas e estruturais.

Estas florestas ocorrem a partir de Tailândia avançando para o sul, ocupando trechos
de encostas e topos de serras entre os rios Capim e Tocantins.

Corresponde a uma sub-divisão (formação) da região fito-ecológica da floresta


ombrófila densa. Segundo a descrição do Projeto RADAM (1974) é o grupo de
formação das áreas dissecadas, com relevo testemunho desse aplainamento. O
relevo testemunho, em geral de baixa altura, assume a forma de cadeias
montanhosas, ou de outeiros e colinas.

Esta formação ocupa áreas sobre cotas altimétricas entre 100 a 600 m, via de regra
associadas a terrenos antigos ou cristalinos (IBGE, 2008).

De acordo com Veloso et al. (1992) esta formação florestal ocupa regiões de
dessecamento do relevo montanhoso e dos planaltos, sobre solos medianamente
profundos. As árvores apresentam alturas uniformes e de alto porte, podendo
ultrapassar 50 m de altura na Amazônia.

Pires (1973) denomina esta formação como "mata de encosta", caracterizando como
uma floresta de porte reduzido e de flora distinta (quando comparado com matas
pesadas), em função da elevação da altitude e diversificação de ambientes ecológicos
criados pelo relevo, como grotões, escarpas e rochedos. O autor chama a atenção
para a maior riqueza de espécies nas regiões de elevações de constituição areníticas
em relação aos solos graníticos, havendo nas elevações maior incidência de
endemismo na flora.

No Projeto RADAM (1974), folha SA. 22-Z-D (médio Capim) esta floresta é
caracterizada como ocorrente em áreas sedimentares dos altos platôs, com cobertura

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

arbórea dominante com espécies emergentes, sendo a flora destacada pela


comunidade de angelim-pedra, jutaí-açú e maçaranduba em mistura com outras
espécies, cujas copas se tocam num emaranhado de galhos e folhas sempre verdes.

O trecho alvo do inventário integra um grande maciço florestal que ocorre na bacia do
rio Capim e é caracterizado pela exuberância da vegetação, com árvores de grande
porte de diversas espécies de elevado valor madeireiro, bem como habitat para a faua
silvestre residente na região, portanto, nos ambientes de S1 os aspectos negativos
sobre os indicadores “Alteração de Cobertura Vegetal”, bem como o “Risco de perda
de fauna por atropelamento” são os mais sensíveis em comparação aos ambientes
com maior grau de antropização.

Foram registradas 48 espécies e 18 famílias botânicas. Um grupo de 15 espécies


foram registradas apenas nesta tipologia de vegetação, sendo elas: Aspidosperma
desmanthum Benth. ex Müll. Arg., Bocageopsis multiflora (Mart.) R.E. Fr., Brosimum
rubescens Taub., Caryocar villosum (Aubl.) Pers., Cecropia obtusa Trécul, Inga
gracilifolia, Ducke, Lecythis idatimon Aubl., Lecythis lurida (Miers) S.A. Mori,
Micropholis guianensis (A.DC.) Pierre, Ocotea caudata (Nees) Mez, Pouteria elegans
(A. DC.) Baehni, Pseudopiptadenia psilostachya (DC.) G. P. Lewis & M. P. Lima,
Rinorea guianensis Aubl., Swartzia laurifolia Benth e Virola michelii Heckel.

Quanto ao valor de importância, as cinco principais espécies (juntas correspondem a


35,80% do IVI total) foram: Caryocar villosum (Aubl.) Pers., Rinorea guianensis Aubl.,
Lecythis idatimon Aubl., Eriotheca globosa (Aubl.) A. Robyns e Manilkara huberi
(Ducke) A. Chev.

7.4.2 SISTEMA 2

O Sistema Ambiental 2 (S2) corresponde tanto as áreas de pasto, capoeirinha e


cultivo permanente da grãos quanto às áreas de uso geral, as quais são identificadas
em grandes faixas ao longo da área de influência da linha férrea projetada.

No ambiente do S2 se observa que a situação atual da região é reflexo do processo


de uso do solo, com extensas áreas de florestas suprimidas para a execução de
atividades agropecuárias e cultura de grãos e culturas para obtenção de óleos
vegetais, similar a ocorrência na Sub-bacia Acará-Moju. Tal situação está acarretando
danos irreversíveis, provocando total descaracterização da cobertura vegetal.
Verificou-se, por exemplo, que a flora na área de influência do projeto está,
basicamente, representada por duas fitofisionomias, correspondentes ao capoeirão
em regeneração em pequenas proporções e capoeira de vegetação secundária.

De acordo com os relatos dos moradores locais, as áreas estudadas já foram alvos de
interesse dos madeireiros, resultando em áreas com poucas espécies de alto valor
comercial. Algumas áreas visitadas indicaram um nível baixo de preservação e um
alto grau de antropização. Esta situação já é apontado em estudos anteriores da

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

região, nos quais indicam que 90% da cobertura florestal original da região nordeste
do Pará já foi convertida em vegetação secundária. Nesses ambientes a alto grau de
antropização reduz a possibilidade de maior impacto na vegetação, porém os
aspectos do meio físico, principalmente os associados a emissão de particulados e
geração de ruído e vibração são mais intensificados em função de S2 incluir os
principais acessos de serviços.

O maior trecho de AID observado na Sub-bacia do Capim com o Sistema 2 se


estendeu entre a interseção com a linha que segue para Paragominas e a pera de
Paragominas.

Nesses ambientes de alto nível e antropização o impacto direto da implantação da


ferrovia no Sistema 2, implica na ocupação de ambientes com uso consolidado de
atividades agropecuárias e cultura de grãos e culturas para obtenção de óleos
vegetais iniciados a mais de três décadas.

7.4.3 SISTEMA 3

As principais drenagens que serão interceptadas pela Ferrovia Paraense S.A., através
de obras de transposição compõe o Sistema 3. Destacam-se na Sub-bacia Capim o
rio Capim, igarapé Paraquequara, igarapé Água Azul, rio das Pedras.

Com 805 km de comprimento e 37.199 km2 de área de drenagem, o rio Capim não
possui nascente própria e ele surge da confluência de dois grandes rios que são o
Ararandeua e o Surubiju a noroeste da serra do Gurupi, a 103 metros de altura. É de
ordem 6º (PACA, et al., [s.d]). Distante do oceano, mas, sendo ainda influenciado pela
amplitude das marés que invade rio Guajará adentro, na confluência dos rios Capim e
Guamá, em frente à cidade de São Domingos do Capim, ocorre o fenômeno curioso e
espetacular da pororoca, que descrita por moradores de São Domingos, geralmente
ocorre no mês de março, durante a maior amplitude e velocidade das marés
equinociais, ou preamares de sizígias.

Nos aspectos fisiográficos, o Sub-baica do rio Capim tem terrenos que vão desde o
Pré-Cambriano, passando pelo Cretáceo Inferior, Terciário e Quaternário, esses
diferentes tipos de rochas são responsáveis pela geomorfologia da região que é
comandada pelo Planalto Setentrional do Pará-Maranhão e pelo Planalto Rebaixado
da Amazônia (da Zona Bragantina), dando um conjunto de relevos tabulares
rebaixado, fortemente dissecados na formação sedimentar do Grupo Barreiras, com
rebordos erosivos e que se inclinam para o Norte e para Nordeste pelo entalhamento
dos vales do rio Capim e seus afluentes Tal topografia, que toma direção de Norte
para Sul e que ora se torna mais acidentada, ora mais suave, foi caracterizada por
Ab’Saber (1986), como área de sucessivas lombas – até atingir a planalto sedimentar
regional com o reverso da escarpa estrutural da serra do Gurupi.

19
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

A oscilação do nível d’água interfere de várias formas com a hidrografia da região. Os


rios, córregos, igarapés e furos da região sofrem duas cheias e duas vazantes diárias,
cujo efeito mais significativo se traduz na diluição dos despejos neles lançados e a
subsequente limpeza por arraste dos despejos, sedimentos e resíduos sólidos nesses
corpos d’água. A oscilação de maré é mais intensa nas drenagens próximas a foz do
rio Capim e diminui no sentido costa-continente.

A partir dos dados analisados foi possível observar a descarga anual do rio Capim,
cuja vazão média é de 474 m3/s, e o seu ciclo hidrológico oscila entre 409 m3/s
durante os meses de estiagem (agosto a dezembro) e 549 m3/s durante os meses de
cheia (janeiro a maio). Em termos de cota, a série histórica indica uma amplitude entre
nível mínimo e máximo absoluta maior que 10 metros.

Os maiores registros de vazão máxima ocorrem nos meses de abril a maio, na ordem
de 1.355 m3/s no período chuvoso, e os menores ocorrem nos meses de outubro e
novembro na ordem de 400 m3/s no período seco. A série histórica indica uma
situação crítica da vazão mínima, cujos registros indicaram valores abaixo de 233
m3/s. Quando se observa a vazão média, percebe-se que há um padrão similar à
vazão máxima, cujos valores estão na ordem de 800 m3/s para o pico do período
chuvoso e 250 m3/s no período seco.

7.4.4 SISTEMA 4

O Sistema 4 na Sub-bacia Capim é formado pelas comunidades Vila Boa Esperança,


Vila Nova, Comunidade São Pedro do Limão e Assentamentos PA Unidos para
Vencer, Água Branca e Diamantina localizadas na ADA/AID da ferrovia. As obras de
implantação e as atividades operacionais da Ferrovia Paraense, resultarão em
mudanças no ambiente das comunidades citadas, incômodo aos moradores,
interferência no cotidiano são aspectos avaliados com maior acurácia no capítulo de
avaliação de impactos (Volume X).

A Vila Nova fica localizada no município de Tomé-Açu, RI Rio Capim, Estado do Pará.
Fica localizada na rodovia PA 252, que liga Tomé-Açu e Paragominas.

A maior parte dos moradores da Vila Nova trabalham em empresas madeireiras,


serrarias e fazendas de dendê que existem nas proximidades da comunidade.

Em termos de infraestrutura, a comunidade possui algumas igrejas, escola de ensino


infantil e fundamental, posto de saúde, comércios, empresas madeireiras, campo de
futebol, sistema de abastecimento de água.

Na área da educação, a Vila Nova Possui uma escola, a EMEIF Ney Braga, que
atende desde a creche, ao ensino infantil e ao ensino fundamental. A escola oferece
uma boa estrutura para os alunos com nove salas de aula, 23 funcionários entre
professores, serviços gerais, diretores, secretários, vigias e outros. Possui diretoria,

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

sala de professores, sala de multimídia, sala de informática, quadra descoberta,


biblioteca e refeitório e etc. A escola atende à demanda de alunos da Vila Nova e de
comunidades vizinhas, disponibiliza transporte e merenda escolar aos alunos.

No contexto de saúde, a vila possui um posto de saúde com médicos e enfermeiros


com plantões semanais e técnicos de enfermagens com plantões diários. Além do
atendimento em saúde, a vila tem Agentes Comunitários de Saúde que visita
periodicamente as famílias moradoras da comunidade.

Toda a vila possui energia elétrica da rede de distribuição pelas Centrais Elétricas do
Pará – CELPA, única empresa de distribuição de energia elétrica autorizada pela
ANEEL para atuar em toda a área de concessão do estado do Pará.

A vila Boa Esperança fica localizada no município de Acará. Segundo informações,


moram na comunidade cerca de 80 famílias. A vicinal de acesso a comunidade se dá
através da vicinal da Agropalma, sem cobertura asfáltica, assim como, as demais
vicinais da comunidade.

Em relação ao abastecimento de água, as famílias utilizam poço, ou água do igarapé


Caruara.

Em relação ao abastecimento da energia elétrica a distribuição é realizada pelas


Centrais Elétricas do Pará – CELPA, única empresa de distribuição de energia elétrica
autorizada pela ANEEL para atuar em toda a área de concessão do estado do Pará.

Com relação à destinação dos resíduos sólidos, a prefeitura não disponibiliza esse
serviço para a comunidade. Em relação ao destino das águas provenientes dos
dejetos sanitários a comunidade não é atendida pelo sistema de esgoto, algumas
utilizam fossas sépticas que não são ligadas à rede geral de esgoto. Outras fossas
rudimentares.

Em termos de serviços de saúde, a prefeitura não disponibiliza este serviço para a


comunidade. Quando precisam de assistência médica tem que percorrer 17 km até o
posto mais próximo que fica na comunidade Olho D’agua ou então no ambulatório
empresas privadas localizadas na região.

A demanda educacional é ocasionada pelas crianças e adolescentes que moram na


comunidade as quais frequentam a Escola Rural União. A escola oferece Educação
Infantil, Ensino Fundamental e EJA-Educação de Jovens e Adultos. A escola funciona
nos turnos da manhã, tarde e noite. O Ensino Infantil e Ensino Fundamental de 1 a 4
são oferecidos pela manhã e o ano de 4 e 5 são pelo horário da tarde. Lembrando
que o ensino nessa escola é multisseriado. Alunos que estudam do 6 ao 98 ano
estudam no Km 50 da PA 252 no horário intermediário e de noite os alunos do 6 ao 3
do ensino médio. Todos estes estudantes são levados a escola pelo transporte
escolar fornecido pelo município.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

O lazer dos moradores está associado aos jogos de futebol, no campo da


comunidade, banhos de igarapé e reuniões que as Igrejas Evangélica e Católica
realizam.

A Vila de São Pedro do Limão fica localizada em Tomé-Açu, nordeste paraense e RI


Rio Capim. A Vila já existe há pelo menos 30 anos. Hoje nesta comunidade vivem
aproximadamente 50 famílias que sobrevivem da agricultura de subsistência. Dentre
todos os trabalhadores da comunidade apenas em torno de 05 a 06 trabalham
empregados em fazenda, os demais, todos na agricultura.

A agricultura de subsistência e a principal atividade das famílias que moram na vila


com destaque para a produção de mandioca, de milho de feijão e de arroz.

A Vila é coberta pelo sistema de energia convencional do estado e as casas possuem


sistema de abastecimento de água individual. A maior parte das casas são de
alvenaria e cobertas com telhas de barro.

O Projeto de Assentamento Unidos tem a capacidade para assentar 49 famílias e


atualmente tem 48 assentados na Relação de Beneficiário. Possui área de 2.241,3237
ha e foi criado em 08/11/2002. Aproximadamente, são 150 pessoas no assentamento
entre crianças, jovens, adultos e idosos, considerando somente pessoas assentadas.

As casas do assentamento foram construídas com recursos do crédito Habitação do


INCRA e são construídas em alvenaria e cobertas com telhas de barro. Alguns dispõe
de banheiros com fossas sépticas e outras possuem fossas rudimentares. As casas
possuem poços artesianos ou comuns e reservatórios que canalizam água para as
residências.

O PA não possui vila. Assim, cada assentado mora em seu próprio lote. O PA possui
algumas igrejas, mas não possui escolas e nem postos de saúde. Assim, os
estudantes precisam sair para outros locais para estudarem e eles também procuram
atendimento médico fora do PA, especialmente na vila Santa Lucia (Vila Jacu).

O Projeto de Assentamento Água Branca fica localizado no município de Rondon do


Pará, tem a capacidade para assentar 75 famílias e atualmente tem 75 assentados na
Relação de Beneficiário. Possui área de 3.218,2398 ha e foi criado em 17/11/2005.
Aproximadamente, são 225 pessoas no assentamento entre crianças, jovens, adultos
e idosos, considerando a média de três pessoas por família assentada.

O PA Água Branca possui uma vila, a Vila Água Branca, que concentra uma pequena
parte dos assentados, enquanto que os demais moram em seus respectivos lotes. A
vila Água Branca tinha uma escola e a sede da associação.

Quanto as condições de moradia, os assentados receberam do INCRA o crédito


Habitação que através deste recurso, foram construídas as casas dos assentados.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Algumas casas têm equipamentos sanitários e fossas sépticas e outras não possuem
estes equipamentos. As casas possuem poços artesianos ou comuns. O
Assentamento é representado pela Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras
Rurais do Projeto de Assentamento Água Branca. Esta associação é a entidade que
representa os assentados quanto ao recebimento de créditos e recursos ao
assentamento. Além dessa associação, alguns assentados são sócios do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Rondon do Pará.

O Projeto de Assentamento Diamantina II tem a capacidade para assentar 85 famílias


e atualmente tem 85 assentados na Relação de Beneficiário. Possui área de
2.177,937 ha e foi criado em 14/07/2005. Aproximadamente, são 340 pessoas no
assentamento entre crianças, jovens, adultos e idosos, considerando a média de
quatro pessoas por família assentada.

A comunidade Diamantina faz parte do PA e uma parte dos assentados mora nessa
comunidade, mas a maioria em seus respectivos lotes.

As casas do assentamento foram construídas com recursos próprios e algumas casas


possuem sistema de abastecimento de agua composto por poços artesianos ou
comuns e reservatórios.

Parte dos estudantes do assentamento estudam na EMEF Diamantina, localizado na


comunidade de Canaã na zona rural do município de Nova Ipixuna. Os demais alunos
precisam se descolar para as comunidades mais próximas que tenham escolas de
nível mais avançados para dar andamento aos estudos.

No contexto de saúde, os únicos serviços oferecidos aos assentamentos são o ACS e


as campanhas de vacinação que são comuns no PA. Quando necessitam de
atendimento médico, eles se descolam para comunidades mais próximas ou para a
sede do município.

A Associação dos Pequenos e Produtoras da Colônia Diamantina é a entidade que


representa os assentados na aquisição de créditos e benefícios aos assentados. A
maior parte dos assentados participam dessa associação como sócios ou não e
alguns também são sócios do Sindicato do Trabalhadores Rurais de Ipixuna do Pará.

7.4.5 SISTEMA 5

O Sistema 5 não foi identificado na ADA/AID da Sub-bacia Capim, considerando o


Termo de Referência preconiza que caso exista Terras Quilombolas em conformidade
com a definição do inciso II do Artigo 3º da Portaria Interministerial nº 60 de 24 de
março de 2015, localizadas dentro dos limites estabelecidos no Anexo I dessa
Portaria (10Km para cada lado, a partir do eixo). Após análise da base de dados
geográficos, as bases oficiais disponibilizadas no Sistema de Gestão Fundiária
(SIGEF), sistema desenvolvido pelo INCRA/MDA para gestão de informações

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

fundiárias do meio rural brasileiro, não foram identificadas comunidades quilombolas,


em faixa de 10 Km do eixo da ferrovia, conforme os critérios da área delimitada pelo
Anexo I da referida portaria interministerial.

7.4.6 SISTEMA 6

O Sistema Ambiental 6 (S6), comparado ao Sistema 4, corresponde à ambientes de


maior circulação de veículo que conduzem às ocupações em ambiente urbano
incluídas na AID do meio socioeconômico. A consideração do ambiente urbano em
quanto um compartimento de análise se dá em função de ser indicador de impacto em
caso de potencial risco de falha de operação ou dos sistemas de controle ambiental e
operacional. Nesses ambientes à população potencial a ser atingida possui maior
proporção às comunidades rurais.

Além disso considerou-se a ambiente urbano no entorno próximo a AID em função de


sofrer maior pressão quanto a busca por infraestrutura e serviços, os quais sofrerão
aumento principalmente nas áreas de implantação dos canteiros principais e
implantação/operação das estações ferroviárias/peras.

Considerando o exposto acima, para a Sub-bacia Capim considerou-se como S6 as


sedes dos municípios de Paragominas e Rondon do Pará, em função de estarem nas
proximidades da estação ferroviária/pera. Portanto, são ambientes que registrarão
aumento da busca sobre serviços e infraestrutura publica.

A infraestrutura urbana de Paragominas segue um padrão de atuação dos outros


municípios amazônicos, desempenhando tais serviços em uma diferenciação,
concentrando na sede do município o maior número de obras, em virtude das
exigências dos empreendimentos econômicos e setores de serviço. Provocando uma
diferenciação interna, no que se refere a esses serviços (abastecimento de água
potável, coleta de lixo e esgoto sanitário).

Em Rondon do Pará, de acordo com informações obtidas da SAAE, não há sistema


de coleta e tratamento de esgoto no município. Até mesmo a rede de drenagem
pluvial no município é incipiente, na qual somente a Rua Bahia, localizada no bairro
Centro, possui tal sistema. Com relação à drenagem pluvial, foram identificados vários
problemas no município de Rondon do Pará, durante fortes chuvas se observa que as
canaletas das vias recebem um fluxo em grande velocidade indicando que durante
chuvas muito intensas, a possibilidade de ocorrer erosão e alagamentos é bastante
significativa.

No que diz respeito ao esgotamento sanitário do município de Paragominas, verifica-


se a ampla utilização de fossas rudimentares para destinar o esgoto doméstico,
perfazendo 82,274%, dos domicílios recenseados, as fossas sépticas são a segunda
tipologia de esgotamento sanitário mais utilizadas (10,675%). No que tange a
utilização da rede geral de esgoto, apenas 2,384% dos domicílios da zona urbana tem

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

acesso, enquanto 2,208% despejam o esgoto em valas. Aqueles que não possuíam
nenhum tipo de esgotamento sanitário perfaziam 0,902%.

O serviço de coleta de lixo no município de Rondon do Pará, segundo dados do


Censo Demográfico de 2010 do IBGE, atende grande parte da população residente
permanente. De um total de 8.897 domicílios particulares permanentes na zona
urbana, 97,83% são coletados, 3,06% dos domicílios realizam a queima do lixo, e
1,85% descartam-no em terrenos baldios ou logradouros. Em Paragominas, De
acordo o mapa da área urbana, grande parte dos domicílios dos setores censitários
tinham acesso aos serviços de coleta de lixo pela prefeitura, apesar de existirem
outras tipologias de destino de resíduos, estas não se fazem como principais opções.

Em Rondon do Pará, analisando a infraestrutura das vias internas na sede do


município de Rondon do Pará, é possível observar que a Av. Marechal Rondon é a
de melhor qualidade, contendo em determinados pontos até oito pistas de rolamento,
das quais quatro são exclusivas à circulação de veículos de grande porte, voltadas
para atender o fluxo da BR-222. Já na parte mais interna da sede, a maioria das vias
(principalmente no bairro Centro) é pavimentada por bloquetes. Em outras vias do
município, principalmente em bairros mais afastados do centro, há apenas terreno
compactado, sendo que todas elas não contam com sistema de drenagem pluvial por
tubulações, o que contribui para deteriorar ainda mais as suas condições, causando
também erosão.

7.5 ANÁLISE PARA SUB-BACIA TOCANTINS

A Ferrovia Paraense S.A. no trecho projetado sobre as áreas da sub-bacia Tocantins


intercepta ambientes antropizados, áreas urbanas, áreas com cobertura do solo de
vegetação densa, assentamentos, bem como ambientes aquáticos. Todos os
sistemas identificados na compartimentação da sub-bacia do Tocantins podem ser
observados na Mapa 7.5-1.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Mapa 7.5-1 - Identificação dos sistemas ambientais na área da Sub-bacia Tocantins.

CADERNO DE MAPAS

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

7.5.1 SISTEMA 1

O Sistema Ambiental 1 (S1) corresponde às áreas com densa cobertura vegetal em


estágio avançado de regeneração, identificadas na faixa de servidão e AID dos meios
físico e biótico, inserindo-se em parte em Áreas de Preservação Permanente (APP’s),
além de algumas áreas de Reserva Legal.

Compreende parte dos Municípios de Nova Ipixuna, Abel Figueiredo, Bom Jesus do
Tocantins e Marabá, é dominada pelas florestas ombrófilas densas submontana e em
alguns trechos de florestas ombrófilas densas aluviais (floresta de várzea), neste
caso, associadas às margens dos afluentes do rio Tocantins.

Os ambientes do Sistema S1 na Sub-bacia do Tocantins correspondem a uma sub-


divisão (formação) da região fito-ecológica da floresta ombrófila densa submontana.
Trata-se da mesma formação da região do Capim, porém, com a particularidade
relativo à feição uniforme (sem emergentes) do estrato superior (dossel) da
fitocenose. O trecho da área de interesse deste estudo se enquadra na folha SB.22-X-
D (Marabá), cuja descrição faz alusão ao relevo montanhoso, fortemente ondulado
com cobertura florestal uniforme. A espécie de maior destaque é Bertholletia excelsa
(castanheira), que se concentra nos morrotes com 50% do volume (m 3/ha) em relação
às demais espécies.

Compreende um fragmento de floresta de reserva legal de uma fazenda próximo ao


centro urbano de Marabá. A floresta cobre um trecho de serra de pequena altitude
bastante comum na região. A paisagem é marcada por afloramentos de rochas no
interior da floresta e a topografia acidentada, havendo nas depressões uma maior
concentração de palmeiras e lianas.

Foram registradas 38 espécies e 26 famílias botânicas. Um grupo de 13 espécies


foram exclusivas deste levantamento: Aparisthmium cordatum (A.Juss.) Baill.,
Bauhinia guianensis Aubl., Bertholletia excelsa Bonpl., Casearia grandiflora
Cambess., Cordia nodosa Lam., Geissospermum vellosii Allemão, Guapira venosa
(Choisy) Lundell, Maquira sclerophylla (Ducke) c.C.Berg., Metrodorea flavida
K.Krause, Pouteria venosa (Mart.) Baehni, Qualea paraensis Ducke, Siparuna
guianensis Aubl. e Vismia cayennensis (Jacq.) Pers.

O valor de importância aferido no inventário revelou que as cinco espécies de maior


destaque neste parâmetro foram, respectivamente, Inga alba (SW.) Willd.,
Aparisthmium cordatum (A.Juss.) Baill., Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don, Eschweilera
coriacea (DC.) S.A.Mori e Geissospermum vellosii Allemão. Estas cinco espécies
juntas agrupam 26,03% do IVI total.

Nos ambientes de S1 os aspectos negativos sobre os indicadores Alteração de


Cobertura Vegetal, bem como o Risco de perda de fauna por atropelamento são os

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

mais sensíveis, além de representar forte pressão no elemento ambiental “sistemas


aquáticos” em função das trasposições do rio Tocantins e seus principais afluentes.

7.5.2 SISTEMA 2

O Sistema Ambiental 2 (S2) corresponde tanto as áreas de pasto, capoeirinha e


cultivo permanente da grãos quanto às áreas de uso geral, as quais são identificadas
em grandes faixas ao longo da área de influência da linha férrea projetada.

No ambiente do S2 se observa que a situação atual da região é reflexo do processo


de uso do solo, com extensas áreas de florestas suprimidas convertidas para usos
diversos. Verificou-se, nesse trecho da área de influência que o Sistema 2 é
predominante na Sub-bacia Tocantins, correspondentes a solo exposto, capoeirinha,
e poucas área em processo inicial de regeneração em pequenas proporções nas
proximidades de cursos hídricos.

O impacto direto da implantação da ferrovia no Sistema 2, implica na ocupação de


ambientes com uso diverso sem representar grandes perdas de habitat da fauna, bem
como diversidade florística, porém se espera maiores impactos associados aos
indicadores “Alteração na qualidade do ar, emissão de ruído e vibração” e “Riscos de
perda de fauna por atropelamento”.

7.5.3 SISTEMA 3

As principais drenagens que serão interceptadas pela Ferrovia Paraense S.A., através
de obras de transposição compõe o Sistema 3. Destacam-se na Sub-bacia Tocantins
o rio Tocantins, rio Itacaiúnas, igarapé Geladinho e demais afluentes do rio Tocantins.

No que tange os afluentes do rio Tocantins destacam na margem direita os rios


Bagagem, Tocantinzinho, Paranã, dos Sonos, Manoel Alves Grande e Farinha; na
margem esquerda, os rios Santa Teresa e Itacaúnas (ANA, 2006).

Ao avaliar a quantidade de água superficial disponível, a região de acordo com a ANA


(2006) é a segunda maior região brasileira em termos de disponibilidade hídrica
apresentando 13.624 m³/s de vazão média (Q), equivalente a 9,6 % do total do País e
uma vazão específica média de 14,84 L/s/km², considerando a área de 918.273 km².

De acordo com a divisão estipulada pela ANA, e o Plano Nacional de Recursos


Hídricos (PNRH), estabelecido pela Lei nº 9.433 de 08 de janeiro de 1997, o rio
Tocantins subdivide-se em 05 (cinco) sub-bacias (20, 21, 22, 23 e 29), a última delas,
corresponde à área na qual o empreendimento está localizado.

A Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia é a segunda maior região brasileira em


termos de disponibilidade hídrica apresentando 13.624 m3/s de vazão média (Q),

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

equivalente a 9,6% do total do País e uma vazão específica média de 14,84 L/s/km2,
considerando a área de 918.273km2.

A vazão de estiagem (com permanência de 95%) foi calculada a partir das séries de
vazões naturais, já as restrições impostas aos cursos de água pelos seus diferentes
usos como o comprometimento da qualidade das águas, as vazões para diluição de
efluentes, a operação de reservatórios e a manutenção de vazões mínimas para
conservação de ecossistemas não foram consideradas. A Região Hidrográfica do
Tocantins-Araguaia, assim como a Amazônica e a do Paraná, foram aquelas que
apresentaram as maiores vazões de estiagem (ANA e MMA, 2005a).

7.5.4 SISTEMA 4

O Sistema 4 na Sub-bacia Tocantins é formado pela Vila Boa Esperança e pelos


Assentamentos PA João Vaz, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Fortaleza I e II,
Casarão e São Geraldo localizadas na ADA/AID da ferrovia. As obras de implantação
e as atividades operacionais da Ferrovia Paraense, resultarão em mudanças no
ambiente dos Assentamentos citados, incômodo aos moradores, interferência no
cotidiano são aspectos avaliados com maior acurácia no capítulo de avaliação de
impactos (Volume X).

A Vila Boa Esperança também conhecida como Vila Pau Seco fica localizada na zona
rural do município de Marabá. Na comunidade vivem cerca de 30 famílias, totalizando
aproximadamente 100 pessoas. No que se refere ao saneamento básico, a vila não
possui sistema de abastecimento de água, contudo, existem os sistemas individuais
compostos de poços artesianos ou comuns. O sistema de esgotamento sanitário
utilizado nas residências é o sistema de fossas sépticas que recebe as águas os
esgotos sanitários e trata-os. As residências são ligadas a rede de eletrificação do
sistema e as duas ruas existentes são desprovidas de pavimentação. A comunidade
possui uma escola que no momento está desativada, quando necessita de
atendimento médico procura na comunidade de Muru-muru, ou em Nova Morada,
distrito de Marabá ou na sede do município de Nova Ipixuna, haja vista que a
proximidade com esta cidade é menor quando se compara a cidade de Marabá.

Na Vila Boa Esperança o sistema de produção é dominado pela criação de animais,


especialmente o gado bovino para a produção de leite. O Leite por sua vez, é vendido
para alguns lacticínios da cidade de Marabá e de Nova Ipixuna, a exemplo do
Manacá, ou no PA Tocantins. Outra parte é vendida para atravessadores e ou
diretamente aos consumidores nas cidades. Além da criação de gado, alguns,
moradores da vila criam ainda suínos e aves. As aves são criadas soltas no quintal e
se alimentam basicamente de restos de comida e de milho. Em geral, esses animais
são utilizados para o consumo familiar e poucas vezes são vendidos, ou seja, não
auferem renda monetária às famílias.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

O Projeto de Assentamento Nossa Senhora do Perpétuo Socorro fica localizado nos


municípios de Marabá e Nova Ipixuna, tem a capacidade para assentar 60 famílias,
são 285 pessoas no assentamento entre crianças, jovens, adultos e idosos. Possui 20
km de energia elétrica instalada e 20 km de ramal e estradas vicinais abertos. Não
possui vilas ou comunidades e os assentados vivem em seus lotes. Não dispõe de
escola, não tem posto de saúde, os resíduos sólidos são queimados ou são jogados
diretamente no solo. O abastecimento de água no PA é composto por sistemas
individuais de poços e reservatórios. A maioria das casas possui fossas sépticas para
a disposição dos dejetos humanos, mas ainda há casas com fossas negras para a
disposição desses dejetos. Os assentados possuem culturas temporárias como
mandioca, milho, arroz e hortaliças são as principais culturas vegetais. Destaca-se a
produção de hortaliças por vários assentados que vendem essa produção nas feiras
de Marabá e Nova Ipixuna ou no próprio lote diretamente para os consumidores. A
produção de milho, arroz e mandioca é para a subsistência da família.

O Projeto de Assentamento João Vaz fica localizado no município de Nova Ipixuna. O


projeto de assentamento tem a capacidade para assentar 120 famílias e já está com a
sua capacidade máxima já esgotada. Possui duas escolas, quatro igrejas, sendo três
assembleias de Deus e uma católica, (igreja de Santa Luzia) sistema de arruamento
sem pavimentação asfáltica, energia elétrica na maior parte do PA. As casas do
assentamento foram construídas com recursos do INCRA, mas seis famílias ficaram
sem receber a moradia.

Apesar do PA não dispor de postos de saúde, o atendimento em saúde é feito por um


médico que vai ao PA uma vez por mês para consultar a população local. O
atendimento é feito na escola Nova Jerusalém. Ainda no contexto de atendimento em
saúde, o PA tem três ACS para atender as famílias do assentamento.

Em se tratando de saneamento, os resíduos sólidos têm duas principais destinações:


ou são queimados ou são jogados diretamente no solo. O abastecimento de água no
PA é composto por sistemas individuais de poços e reservatórios que abastecem as
casas dos assentados. A maioria das casas possui fossas sépticas para a disposição
dos dejetos humanos, mas ainda há casas com fossas negras para a disposição
desses dejetos. O transporte usado para transporte de pessoas é individual
compostos por carros e motos e ônibus que levam a produção do PA para o município
de Nova Ipixuna.

O Projeto de Assentamento Fortaleza I e II fica localizado no município de Nova


Ipixuna, Mesorregião Sudeste Paraense e RI Lago de Tucuruí. O projeto de
assentamento tem a capacidade para assentar 162 famílias e tem 136 famílias em
RB. O PA possui energia elétrica e as casas são ligadas a energia. As estradas e
ramais não possuem asfaltamento.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Em termos de infraestrutura coletiva, há apenas uma igreja. O PA não dispõe de


escola, ou postos de saúde. Os alunos estudam em vários locais, tais como em
Morada Nova, distrito de Marabá ou em Nova Ipixuna. Da mesma forma, o
atendimento em saúde é realizado fora do PA.

A produção do PA é diversificada, mas com destaque para a produção de gado


bovino assim como em toda a região. Mas as famílias também produzem mandioca,
milho, feijão, arroz, hortaliças, aves, suínos. Estes são principalmente para a consumo
familiar. Há aqueles que tem como atividade geradora de renda, o extrativismo de
Castanha do Pará e Açaí.

A produção de leite é a principal atividade geradora de renda nas unidades de


produção familiar – UPF, onde cada litro é vendido, em média por R$ 0,85. A renda da
família é complementada com recursos de benefícios sociais: como aposentadorias e
principalmente Bolsa-Família.

O Projeto de Assentamento Casarão fica localizado no município de Nova Ipixuna. O


projeto de assentamento tem a capacidade para assentar 97 famílias e tem 87
famílias em RB. Possui algumas igrejas, uma escola, sistema de arruamento sem
pavimentação asfáltica, energia elétrica na maior parte do PA. Dispõe de duas
escolas que atendem ao ensino fundamental e infantil. Após a 4° série, os alunos
estudam em outras comunidades fora do PA ou na cidade de Nova Ipixuna.

Apesar do PA não dispor de postos de saúde, o atendimento em saúde é feito fora do


assentamento nas comunidades próximas ou na cidade de Nova Ipixuna. Ainda no
contexto de atendimento em saúde, o PA tem três ACS para atender as famílias do
assentamento.

Em se tratando de saneamento, os resíduos sólidos têm duas principais destinações:


ou são queimados ou são jogados diretamente no solo. O abastecimento de água no
PA é composto por sistemas individuais de poços e reservatórios que abastecem as
casas dos assentados. A maioria das casas possui fossa rudimentar, mas algumas
casas possuem banheiro com fossa séptica.

O Projeto de Assentamento São Geraldo fica localizado no município de Bom Jesus


do Tocantins, na RI Carajás. O projeto de assentamento tem a capacidade para
assentar 126 famílias e atualmente tem 123 assentados na Relação de Beneficiário. A
Vila Brasileira é a única vila do PA. Concentra a maior parte da infraestrutura
existentes no PA, desde escolas, igrejas, galpão da associação, campos de futebol,
alguns comércios e até um açude coletivo. Nessa vila mora cerca de 36 famílias e o
restante mora em seus respectivos lotes.

Em termos de moradia, uma parte das casas foi construída por meio do Crédito
Habitação do INCRA. Foram construídas 118 casas cujo o valor foi de R$ 25.000,00.
Deste total, 12 receberam crédito para a reforma das casas (no valor de R$ 5.000,00).

31
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Essas são feitas em alvenaria e coberta com telhas de barro. Outras são de madeira
ou de alvenaria e foram construídas com recursos próprios. Algumas casas possuem
banheiros com fossas sépticas e tem poços artesianos ou comum que abastecem os
reservatórios e distribuem nas residências. Outras, porém ainda não dispõem de
banheiros com fossas adequadas para tratamento de dejetos humanos. As casas são
atendidas pelo sistema convencional de energia elétrica, mas falta ainda 36 casas
receberem energia elétrica.

A escola do assentamento e a Escola Municipal de ensino Fundamental 13 de Maio.


Os alunos do ensino médio estudam no município de Nova Ipixuna e o estado garante
transporte escolar a esses estudantes. Para as crianças que estudam na escola 13 de
maio, a prefeitura garante transporte escolar e merenda escolar, que muitas vezes
chega a faltar.

No PA não há postos de saúde. O atendimento em saúde acontece nos municípios de


Bom Jesus do Tocantins, Marabá ou em Nova Ipixuna. Há ACS para atender a
população do assentamento.

7.5.5 SISTEMA 5

O Sistema 5 não foi identificado na ADA/AID da Sub-bacia Tocantins, considerando o


Termo de Referência preconiza que caso exista Terras Quilombolas em conformidade
com a definição do inciso II do Artigo 3º da Portaria Interministerial nº 60 de 24 de
março de 2015, localizadas dentro dos limites estabelecidos no Anexo I dessa
Portaria (10Km para cada lado, a partir do eixo). Após análise da base de dados
geográficos, as bases oficiais disponibilizadas no Sistema de Gestão Fundiária
(SIGEF), sistema desenvolvido pelo INCRA/MDA para gestão de informações
fundiárias do meio rural brasileiro, não foram identificadas comunidades quilombolas,
em faixa de 10 Km do eixo da ferrovia, conforme os critérios da área delimitada pelo
Anexo I da referida portaria interministerial.

7.5.6 SISTEMA 6

O Sistema Ambiental 6 (S6), comparado ao Sistema 4, corresponde à ambientes de


maior circulação de veículo que conduzem às ocupações em ambiente urbano
incluídas na AID do meio socioeconômico. A consideração do ambiente urbano em
quanto um compartimento de análise se dá em função de ser indicador de impacto em
caso de potencial risco de falha de operação ou dos sistemas de controle ambiental e
operacional. Nesses ambientes à população potencial a ser atingida possui maior
proporção às comunidades rurais.

Além disso considerou-se a ambiente urbano no entorno próximo a AID em função de


sofrer maior pressão quanto a busca por infraestrutura e serviços, os quais sofrerão
aumento principalmente nas áreas de implantação dos canteiros principais e
implantação/operação das estações ferroviárias/peras.

32
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Considerando o exposto acima, para a Sub-bacia Tocantins considerou-se como S6 a


sede do município de Marabá, em função da proximidade da zona urbana em relação
ao projeção do traçado ferroviário, além de receber a instalação de um dos canteiros
de obra. Portanto, são ambientes que registrarão aumento da busca sobre serviços e
infraestrutura publica.

Marabá possui um cenário de construção de território baseado na ocupação


produtiva, justificando as transformações processadas no campo social e econômico
observado, nesse período. Como consequência, a densidade demográfica do
município aumentou de 1,60 (no ano de 1980) para 15,45 (em 2010). A população
residente na sede municipal de Marabá é de 233.669 habitantes (2010), que
corresponde a 79,71% da população total.

O sistema de abastecimento de água no município é realizado pela Companhia de


Saneamento do Pará (COSANPA). No período analisado (Censo 2010), quando se
leva em consideração a forma de abastecimento de água dos domicílios particulares
permanentes, 43,606% domicílios são abastecidos pela rede geral. Outra
característica da forma de abastecimento de água de Marabá é o percentual de
abastecimento por poço ou nascente na propriedade, onde, na zona urbana chega a
49,657%.

No que diz respeito ao esgotamento sanitário do município, verifica-se a ampla


utilização de fossas rudimentares para destinar o esgoto doméstico, perfazendo
48,11%, dos domicílios recenseados, a segunda tipologia de esgotamento sanitário
mais utilizada em Marabá é a fossa séptica com 30,22%, ainda há o despejo nas
valas também utilizado, compreendendo 8,10% dos domicílios particulares
permanentes. Aqueles que utilizam a rede geral em Marabá perfazem 7,24%. Os
dados do Censo do IBGE de 2010 para o meio urbano, indicam que a forma
predominante de destino ao esgoto sanitário é a fossa rudimentar, e em segundo a
fossa séptica.

Além da situação do esgotamento sanitário, foi analisada a coleta e o tratamento de


lixo no município, onde, segundo os dados do IBGE, 87,71% do lixo é coletado pelo
poder público na zona urbana, enquanto 8,57% é queimado, 3,32% jogam o lixo em
terreno baldio ou logradouro, as outras tipologias de descarte de resíduos somam
0,40%.

7.6 ANÁLISE PARA SUB-BACIA ITACAIÚNAS

A Ferrovia Paraense S.A. no trecho projetado sobre as áreas da sub-bacia Itacaiúnas


intercepta ambientes antropizados, áreas urbanas, áreas com cobertura do solo de
vegetação densa, assentamentos, bem como ambientes aquáticos. Todos os
sistemas identificados na compartimentação da sub-bacia do Itacaiúnas podem ser
observados no Mapa 7.6-1.

33
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Mapa 7.6-1 - Identificação dos sistemas ambientais na área da Sub-bacia Itacaiúnas.

CADERNO DE MAPAS

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

7.6.1 SISTEMA 1

O Sistema Ambiental 1 (S1) corresponde aos trechos de vegetação que estão


localizados na região de Marabá e se estendem para Eldorado dos Carajás.

Trata-se da mesma formação anterior, porém, com a particularidade relativo à feição


uniforme (sem emergentes) do estrato superior (dossel) da fitocenose. O trecho da
área de interesse deste estudo se enquadra na folha SB.22-X-D (Marabá), cuja
descrição faz alusão ao relevo montanhoso, fortemente ondulado com cobertura
florestal uniforme. A espécie de maior destaque é Bertholletia excelsa (castanheira),
que se concentra nos morrotes com 50% do volume (m3/ha) em relação às demais
espécies.

Compreende um fragmento de floresta de reserva legal de uma fazenda próximo ao


centro urbano de Marabá. A floresta cobre um trecho de serra de pequena altitude
bastante comum na região. A paisagem é marcada por afloramentos de rochas no
interior da floresta e a topografia acidentada, havendo nas depressões uma maior
concentração de palmeiras e lianas. Em comparação aos outros Sistemas que
compõe a presenta análise integrada, nos ambientes de S1 na Sub-bacia do
Itacaiúnas é possível ocorrer as maiores pressões sobre os seguintes elementos
ambientais: Solos, Sistemas Aquáticos, Aspects da Flora e Fauna.

Foram registradas 38 espécies e 26 famílias botânicas. Um grupo de 13 espécies


foram exclusivas deste levantamento: Aparisthmium cordatum (A.Juss.) Baill.,
Bauhinia guianensis Aubl., Bertholletia excelsa Bonpl., Casearia grandiflora
Cambess., Cordia nodosa Lam., Geissospermum vellosii Allemão, Guapira venosa
(Choisy) Lundell, Maquira sclerophylla (Ducke) c.C.Berg., Metrodorea flavida
K.Krause, Pouteria venosa (Mart.) Baehni, Qualea paraensis Ducke, Siparuna
guianensis Aubl. e Vismia cayennensis (Jacq.) Pers.

O valor de importância aferido no inventário revelou que as cinco espécies de maior


destaque neste parâmetro foram, respectivamente, Inga alba (SW.) Willd.,
Aparisthmium cordatum (A.Juss.) Baill., Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don, Eschweilera
coriacea (DC.) S.A.Mori e Geissospermum vellosii Allemão. Estas cinco espécies
juntas agrupam 26,03% do IVI total.

7.6.2 SISTEMA 2

O Sistema Ambiental 2 (S2) corresponde tanto as áreas de pasto, capoeirinha e


cultivo permanente da grãos quanto às áreas de uso geral, as quais são identificadas
em grandes faixas ao longo da área de influência da linha férrea projetada.

No ambiente do S2 se observa que a situação atual da região é reflexo do processo


de uso do solo, com extensas áreas de florestas suprimidas convertidas para usos
diversos. Verificou-se, nesse trecho da área de influência que o Sistema 2 é

35
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

predominante na Sub-bacia Tocantins, correspondentes a solo exposto, capoeirinha,


e poucas área em processo inicial de regeneração em pequenas proporções nas
proximidades de cursos hídricos.

O impacto direto da implantação da ferrovia no Sistema 2, implica na ocupação de


ambientes com uso diverso sem representar grandes perdas de habitat da fauna, bem
como diversidade florística.

Na Figura 7.6-1 pode ser observado o ambiente de transição entre Sistema 2 e o


início da vegetação de maior porte característico do Sistema 1, entretanto com
indivíduos de menor desenvolvimento vertical associado ao efeito de borda.

Figura 7.6-1 – Transição Sistema 1 e Sistema 2 na Região de Itacaiúnas.

O impacto direto da implantação da ferrovia no Sistema 2, implica na ocupação de


ambientes com uso consolidado de atividades agropecuárias e cultura de grãos.

Nos ambientes de S2, em função do alto grau de antropização e existência das vias
de acesso a serem utilizadas durante as obras, os indicadores de alteração da
cobertura vegetal e impactos na fauna por atropelamento são de baixa sensibilidade
por não se constituir, de modo geral, habitat atrativo para a fauna silvestre, porém,
sendo S2 os ambientes preferenciais para movimentação de máquinas e veículos, os
indicadores de alteração das qualidade do ar, emissão de ruído em vibração
concentram os elementos de maior impacto.

36
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

7.6.3 SISTEMA 3

As principais drenagens que serão interceptadas pela Ferrovia Paraense S.A., através
de obras de transposição compõe o Sistema 3. O rio Itacaiúnas detém como
principais afluentes o rio Parauapebas, Vermelho e Sororó. Após receber as águas do
Parauapebas, o Itacaiúnas flui em direção ao Tocantins, desaguando a sua margem
esquerda, próximo à cidade de Marabá, a montante da barragem de Tucuruí.

No que diz respeito à bacia hidrográfica do rio Itacaiúnas, pode-se discorrer que esta,
é caracterizada por uma rede hidrográfica fortemente condicionada à estruturação
tectônica do local, consistindo de padrão retangular a subrretangular (VALENTIM &
OLIVITO, 2011). Tal bacia subdivide-se em nove sub-bacias, identificadas da seguinte
forma: sub-bacia do Vermelho, Tapirapé, Cinzento, Cataté, Aquiri, Sororó, Preto,
Parauapebas e Itacaiúnas, dos quais merecem destaque pelas áreas expressivas as
duas últimas sub-bacias mencionadas.

O rio Vermelho tem como afluentes, pela margem esquerda, os igarapés Nova
Descoberta, Refúgio, Jacú, Caical e Júlio, além do rio Sereno, que faz limite com
Marabá, ao Norte; pela margem direita, seus afluentes são os igarapés Tajoba,
Peruano e Grotão do Deserto, além do rio Cardoso. Já o rio Sororó tem, pela margem
esquerda, os igarapés São Domingos e da Anta; pela margem direita, o rio Sorozinho,
que serve de limite Nordeste com o município de Marabá (SEPOF, 2011).

Esta rede de drenagem, cujo principal curso d’água é o rio Itacaiúnas, é classificado
como de 7ª ordem, de acordo com a hierarquia fluvial proposta por Strahler (1952)
segundo Christofoletti (1981).

Discorre-se que a bacia do Itacaiúnas está condicionada principalmente pelo regime


pluviométrico da região, além da variação altimétrica, correspondendo à porção mais
acidentada, ao domínio compreendido pela Serra dos Carajás e adjacências,
atingindo elevações que variam em torno de 700 a 850 metros de altitude em relação
ao nível do mar (VALENTIM & OLIVITO, 2011).

No que tange os afluentes do Itacaiúnas, destaca-se o rio Parauapebas como mais


importante, este nasce na Serra Arqueada sendo formado pela junção do ribeirão do
Caracol e do igarapé da Onça.

Este tributário do rio Tocantins corre no sentido sul-norte, e é contemplado pelos


seguintes afluentes pela margem esquerda, córrego da Goiaba, rio Sossego e
igarapés do Taboca, Jacaré e Cigano ou Mombuca. Pela margem direita os principais
contribuintes são os rios Piaquê, Caboclo, Verde, Novo e Caracol, e ainda os igarapés
Araras, Serra Dourada, Bocaina, Ilha de Coco e Lajeado.

37
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

No tocante da navegabilidade dos rios Itacaiúnas e Parauapebas, ambos são


navegáveis apenas por pequenos barcos em trechos que são interrompidos
frequentemente por corredeiras e pequenas cachoeiras.

7.6.4 SISTEMA 4

O Sistema 4 na Sub-bacia Itacaiúnas é formado pela Vila Café, Vila Lourival Santana,
pelos Assentamentos PA São Francisco, Lourival Santana, Sabino São Pedro, Piquiá,
Belo Mirar, Lourival Santana II, Lourival Santana III, Boca do Cardoso e Baguá
localizadas na ADA/AID da ferrovia. As obras de implantação e as atividades
operacionais da Ferrovia Paraense, resultarão em mudanças no ambiente dos
Assentamentos citados, incômodo aos moradores, interferência no cotidiano são
aspectos avaliados com maior acurácia no capítulo de avaliação de impactos (Volume
X).

A Vila Café fica localizada na zona rural do município de Marabá, com cerca de 47
famílias, totalizando aproximadamente 171 pessoas. Não possui sistema de
abastecimento de água, apenas sistemas individuais compostos de poços artesianos
ou comuns. A maioria das residências utilizam a fossa negra como forma de dispor os
dejetos humanos. As águas servidas de pias e de banheiros são jogadas diretamente
em valas no solo nos quintais ou nas ruas. Como alternativa ao destino dos resíduos
sólidos, a maior prática é a disposição no solo e queima. As residências são ligadas a
rede de eletrificação do sistema e as duas ruas existentes são desprovidas de
pavimentação. Na vila existem duas igrejas, uma escola e um campinho de futebol.

A Vila Lourival Santana fica localizada na zona rural do município de Eldorado do


Carajás, ocupada por 167 famílias e conta com uma população de aproximadamente
688 pessoas. A vila de Lourival Santana é a única vila do complexo de PA que estão
em processo de criação, sendo que dois assentamentos já estão oficialmente criados,
os PAs Lourival Santana II e Lourival Santana III que estão inseridos no Sistema 4.
Está em processo de criação ainda o PA Lourival Santana I e Lourival Santana IV. A
vila é composta por 30 ruas, todas sem calçamento e as casas são ligadas a energia
elétrica que está em andamento o processo de regularização.

Os moradores da Vila Lourival Santana não possui sistema de transporte público


urbano. As casas são dotadas de fossas sépticas , sendo a água da vila proveniente
de poços artesianos ou comuns, os resíduos sólidos são coletados pela Prefeitura de
Eldorado do Carajás, que coleta semanalmente os resíduos e os dispõem no lixão do
município. A Vila possui uma escola com cerca de 500 alunos matriculados, sendo 56
do ensino infantil (Jardim I e II) e o restante do ensino fundamental.

O Projeto de Assentamento – PA São Francisco está localizado no município de


Eldorado do Carajás, abriga 257 famílias, mas sua capacidade é para assentar até
282 (INCRA, 2016). Existem duas vilas no PA: a Vila Betel e a Tancredo Neves,
ambas localizadas na rodovia BR 155 nos Km 65 e 70 da referida rodovia (PROAGRI,

38
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

2013). Os assentados estão distribuídos nessas duas vilas e outros moram no próprio
lote. As duas vilas concentram todas as infraestruturas existentes no PA, escolas,
campo de futebol, supermercados, restaurantes, posto de combustíveis, bares,
resfriadores de leite, e etc.

A escola existente no PA fica localizada na Vila Betel, a EMEF Ouro Verde. Quanto a
situação de saúde, o PA não dispõe de postos de saúde e neste, a população se
desloca até a comunidade a sede do município em busca de atendimento.

O Projeto de Assentamento Sabino São Pedro fica localizado no município de


Marabá, tem a capacidade para assentar 76 famílias, possui uma vila que concentra
uma parte dos assentados, a vila São Pedro, a vila concentra a maior parte das
infraestruturas existentes no PA, tais como escolas, igrejas, cerâmicas, dentro outros.
O PA dispõe de uma escola localizada na vila São Pedro, porém não dispõe de
postos de saúde. As atividades produtivas mais importantes do PA é pecuária leiteira
e a produção de hortaliças; milho, feijão e arroz é produção para a subsistência.

O Projeto de Assentamento Piquiá fica localizado no município de Marabá, tem a


capacidade para assentar 70 famílias. A Vila Sororó é a única vila do PA e cresceu
nas margens da rodovia BR 155 e hoje se tornou um distrito do município de Marabá.
A Vila concentra todas as infraestruturas existentes no PA, desde escolas, postos de
saúde, parques de vaquejada, postos de combustível, comércios e serviços,
restaurantes, hotéis, bares e restaurantes. As casas possuem banheiros com fossas
sépticas e tem poços artesianos ou comum que abastecem os reservatórios e
distribuem nas residências. Ressalta-se ainda que quem mora na vila Sororó é
atendido pelo sistema de abastecimento público existente nesse distrito.

Na vila Sororó, há uma escola do ensino fundamental, uma escola do ensino médio e
uma creche, onde os filhos dos assentados estudam. A Vila também tem um posto de
saúde provisório que atende ao PA e outro em construção, tendo um médico e duas
enfermeiras e ambulância. As principais atividades agropecuárias são: a criação de
gado bovino de corte e de leite, a produção de porcos, caprinos e aves e a fruticultura.
O carro chefe da produção do assentamento é a fruticultura, onde quase todos os
assentados trabalham com a produção de frutíferas diversas, tais como: coco, açaí,
cupuaçu, cajá, muruci, ameixa, goiaba, laranja, tangerina, bacuri, manga, abacaxi e
limão. A produção é vendida diretamente ao atravessador ou diretamente para o
consumidor.

O PA Belo Mirar fica localizado no município de Eldorado do Carajás, tem capacidade


para assentar até 69 famílias. O assentamento não possui nenhuma vila, mas alguns
assentados moram nas Vilas Betel ou Tancredo Neves, que são vilas que estão
localizadas na Rodovia BR 155, próximo ao assentamento. Há ainda forte influência
de outra vila, a vila Gravatá, pois alguns assentados moram lá. Os alunos do PA
estudam em três locais diferentes: na escola da Vila Gravatá, que tem ensino

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

fundamental e médio, na escola Ouro verde no PA São Francisco na vila Betel, que
atende o ensino fundamental e infantil e em Eldorado do Carajás, onde os estudantes
cursam o ensino médio. A Prefeitura e o estado garantem transporte escolar para
esses alunos. Segundo o informante, há merenda escolar, mas não suficientes para
atender a demanda dos alunos.

O atendimento em saúde é realizado no posto de saúde na Vila Gravatá ou na sede


do município. Há um ACS para atender a demanda do PA. Há possibilidade da
construção de uma Unidade Básica de Saúde – UBS na Vila Tancredo Neves para
atender uma população de 5.000 pessoas, inclusive a população do PA Belo Mirar. O
PA dispõe de algumas infraestruturas básicas, tais como duas igrejas Assembleias de
Deus. As casas são ligadas ao sistema de energia elétrica do estado.

O PA Boca do Cardoso fica localizado no município de Eldorado do Carajás, tem


capacidade para assentar até 340 famílias. A particularidade deste assentamento é a
localização da sede do município que está dentro da área do PA. Assim, toda a
infraestrutura do assentamento está voltada a sede do município. Os assentados da
lista de RB moram em seus respetivos lotes, pois não há outros aglomerados urbanos
no PA, exceto a sede do município. Todo o atendimento em educação e saúde é
realizado na cidade de Eldorado do Carajás. No caso, dos alunos, o poder público
garante transporte para o deslocamento de alunos diariamente as escolas do
município. A falta de água no PA é um dos principais problemas socioambientais
enfrentados pelos assentados deste assentamento.

Destacam-se como atividades produtivas do PA, a produção de gado de corte e de


leite. A produção de leite é vendida em feiras e lacticínios da região. Muitas vezes, o
atravessador vem buscar no lote do PA. O preço do litro de leite varia ao longo do ano
e chega a custar R$ 1,20.

O Projeto de Assentamento Baguá fica localizado no município de Eldorado do


Carajás, tem a capacidade para assentar 162 famílias, possui a Vila Baguá. A vila
possui um sistema de abastecimento de água que atende as oito familiais que moram
lá. Em geral as casas possuem fossas sépticas e reservatórios de agua com poços
artesianos para atender a demanda por água. A queima do lixo é muito comum no PA,
já que não coleta de lixo por parte do poder público. Outros enterram em buracos ou
jogam diretamente no solo, conforme constatado in loco. O PA possui cinco ramais e
vicinais sem calçamento e a rede de energia acompanha essas estradas. Não dispõe
de transporte público, não tem posto de saúde.

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Jader Barbalho funciona na Vila Baguá.


Funciona no sistema multisseriado. Atende do 1º ao 4º do ensino fundamental. A
partir do 5º ano, os alunos devem estudar na sede do município, onde estudam o
fundamental maior e o ensino médio.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Os sistemas de produção do Projeto de Assentamento Baguá seguem uma dinâmica


intensa de investimento em bovinocultura, com lotes ainda pouco estruturados. São
patrimônios contabilizados em pastagens, cercas, currais, tanques de resfriamento e
animais de grande porte. Os lotes estão minimamente estruturados com currais de
madeira não cobertos e pastagens. Esse sistema de produção é baseado na força de
trabalho familiar sem exemplos de contratações eventuais. Além do gado leiteiro, no
PA há uma diversificação de outros tipos de produção, tais como frutíferas, mandioca,
milho, arroz, aves e suínos.

7.6.5 SISTEMA 5

O Sistema 5 não foi identificado na ADA/AID da Sub-bacia Itacaiúnas, considerando o


Termo de Referência preconiza que caso exista Terras Quilombolas em conformidade
com a definição do inciso II do Artigo 3º da Portaria Interministerial nº 60 de 24 de
março de 2015, localizadas dentro dos limites estabelecidos no Anexo I dessa
Portaria (10Km para cada lado, a partir do eixo). Após análise da base de dados
geográficos, as bases oficiais disponibilizadas no Sistema de Gestão Fundiária
(SIGEF), sistema desenvolvido pelo INCRA/MDA para gestão de informações
fundiárias do meio rural brasileiro, não foram identificadas comunidades quilombolas,
em faixa de 10 Km do eixo da ferrovia, conforme os critérios da área delimitada pelo
Anexo I da referida portaria interministerial.

7.6.6 SISTEMA 6

O Sistema Ambiental 6 (S6), comparado ao Sistema 4, corresponde à ambientes de


maior circulação de veículo que conduzem às ocupações em ambiente urbano
incluídas na AID do meio socioeconômico. A consideração do ambiente urbano em
quanto um compartimento de análise se dá em função de ser indicador de impacto em
caso de potencial risco de falha de operação ou dos sistemas de controle ambiental e
operacional. Nesses ambientes à população potencial a ser atingida possui maior
proporção às comunidades rurais.

Além disso considerou-se a ambiente urbano no entorno próximo a AID em função de


sofrer maior pressão quanto a busca por infraestrutura e serviços, os quais sofrerão
aumento principalmente nas áreas de implantação dos canteiros principais e
implantação/operação das estações ferroviárias/peras.

Considerando o exposto acima, para a Sub-bacia Itacaiúnas, que engloba os


municípios de Marabá, Eldorado dos Carajás e Piçarra, bem como considerando que
a sede de Marabá compõe o S6 da Sub-bacia do Tocantins, não foram identificadas
esse compartimento (Sistema Ambiental S6) na Sub-bacia Itacaiúnas.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

7.7 ANÁLISE PARA SUB-BACIA ARAGUAIA

A Ferrovia Paraense S.A. no trecho projetado sobre as áreas da sub-bacia Araguaia


intercepta ambientes antropizados, áreas urbanas, áreas com cobertura do solo de
vegetação densa, assentamentos, bem como ambientes aquáticos. Todos os
sistemas identificados na compartimentação da sub-bacia do Araguaia podem ser
observados no Mapa 7.7-1.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Mapa 7.7-1 - Identificação dos sistemas ambientais na área da Sub-bacia Araguaia.

(Caderno de Mapas)

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

7.7.1 SISTEMA 1

O Sistema Ambiental 1 (S1) corresponde às áreas com densa cobertura vegetal em


estágio avançado de regeneração, identificadas na faixa de servidão e AID dos meios
físico e biótico, inserindo-se em parte em Áreas de Preservação Permanente (APP’s),
além de algumas áreas de Reserva Legal. Compreende Floresta ombrófila aberta
submontana com palmeiras, Savana florestada e Floresta ombrófila aberta
submontana com cipós.

A Floresta ombrófila aberta submontana com palmeiras se faz presente a partir de


7º45’ de latitude, bem representado em fragmentos em topos de serra que ocorrem
entre Rio Maria e Redenção. Como mencionado anteriormente, corresponde à uma
faciação florística da formação aberta submontana, neste caso, segundo a própria
terminologia, as comunidades de palmeiras (gênero Attalea) sobressaem entre as
demais comunidades vegetais. A formação se revela pelo adensamento de palmeiras,
eventualmente de forma agregada, mas geralmente intercalada por árvores que forma
o dossel alto e uniforme IBGE (2008). Ainda segundo a obra, a devastação da região
Transamazônica tem provocado um recrudescimento no aparecimento de palmeiras,
em especial o babaçu (Attalea speciosa) e o inajá (Attalea maripa), com tendência a
formar imensos "cocais", como no Maranhão e Tocantins.

Na classificação do Projeto RADAM (1974) corresponde a floresta mista (cocal), e a


define como uma formação mista de palmeiras e árvores latifoliadas sempre-verdes,
bem espaçada, de altura irregular (10 e 25 m) com agrupamentos de babaçu (nos
vales rasos) e concentração de faveiras (Fabaceae) deciduais nos testemunhos
quartzíticos das superfícies aplainadas.

Esta formação consta da folha SC.22-X-A (Araguacema). Corresponde a floresta


aberta com predominância da fisionomia mista (cocal), caracterizado pelo Inajá, sobre
a do Cipoal.

Segundo Salomão et al. (2007), na região do Xingu, as espécies das florestas abertas
apresentam maior grau de caducifolia, podendo chegar, em alguns casos, a 10% do
total das espécies. Podem ser consideradas florestas semideciduais, associadas ao
déficit hídrico existente nos meses menos chuvosos, em outubro e novembro. A
proporção de espécies cujos propágulos são dispersos pelo vento também aumenta
nas florestas abertas, onde a presença de dossel descontínuo deve facilitar o
mecanismo de anemocoria, ao contrário do que acontece nas florestas densas.

A Savana florestada são identificadas nos municípios de Redenção e Santana do


Araguaia. Segundo o IBGE (2008) a região fitoecológica da savana (cerrado) foi assim
denominado pela primeira vez pelo Projeto RADAM (1974) em função da
fitofisionomia ecológica homóloga às da Venezuela, África e Ásia onde o termo foi
consolidado.

44
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

De acordo com a descrição do Projeto RADAM (1974) é uma formação


predominantemente de climas quentes úmidos, com chuvas torrenciais bem
demarcadas pelo período seco e caracterizada sobretudo por árvores tortuosas, de
grandes folhas (raramente deciduais), bem como por formas biológicas adaptadas aos
solos deficientes, profundos e aluminizados. De acordo como as árvores se distribuem
no terreno a formação é subdividida fisionômicas em três grupos: cerradão, campo
cerrado e parque.

A savana florestada (cerradão) apresenta sinúsias lenhosas de micro e


nanofanerófitos, tortuosos com ramificação irregular, providos de macrófitos
esclerófitos perenes ou semidecíduos, ritidoma esfoliado corticoso rígido ou córtex
maciamente suberoso, com órgãos de reserva subterrâneos ou xilopódios, cujas
alturas variam de 6 a 8 m. Em alguns locais, apresenta sinúsias lenhosas de meso e
microfanerófitos com altura média superior aos 10 m, sendo muito semelhante,
fisionomicamente, a Florestas Estacionais, apenas diferindo destas na sua
composição florística (IBGE, 2012).

A composição florística é bastante repetitiva, de norte ao sul do país, caracterizada


por dominantes fanerofíticos típicos, como: Caryocar brasiliense (Caryocaraceae –
pequi); Salvertia convallariodora (Vochysiaceae – pau-de-colher); Bowdichia
virgilioides (Fabaceae Papilionoideae – sucupira-preta); Dimorphandra mollis
(Fabaceae Mimosoideae – faveiro); Qualea grandiflora (Vochysiaceae, pau-terra-de-
folhas-grandes); Qualea parviflora (Vochysiaceae – pau-terra-de-folhas-pequenas);
Anadenanthera peregrina (Fabaceae Mimosoideae – angico-preto); e Kielmeyera
coriacea (Calophyllaceae – pau-santo).

Nas descrições fisionômicas do mapa de vegetação do Pará, a savana do estado é


descrita como constituída de comunidades mais ou menos densas de indivíduos
arbóreas com alturas que variam de 10 a 15 m. Ocorrem algumas espécies típicas da
floresta ombrófila densa que se adaptam ao meio menos favorável em função
amplitude ecológica de ocorrência, exemplo de tamanqueira (Fagara rhoifolia) e
cariperana (Licania membranacea) (IBGE, 2008).

7.7.2 SISTEMA 2

O Sistema Ambiental 2 (S2) corresponde tanto as áreas de pasto, capoeirinha e


cultivos permanente quanto às áreas de uso geral, as quais são identificadas em
grandes faixas ao longo da área de influência da linha férrea projetada.

No ambiente do S2 se observa que a área de influência direta (AID) do Projeto


Ferrovia Paraense S.A. é dominada por paisagem cuja cobertura vegetal se apresenta
extremamente fragmentada, intercalando pequenos remanescentes da vegetação
original (primária) em meio a grandes extensões de áreas antropizadas, geralmente
pastagens para pecuária extensiva e agricultura.

45
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

No Sistema 2 na Sub-bacia do Araguaia também foi identificada a floresta latifoliada


ou cipoal, descrita como uma formação arbórea total ou parcialmente envolvida por
lianas, cujas feições, ditadas pela topografia, constituem nas áreas aplainadas uma
fisionomia florestal aberta, de baixa altura (raras árvores superiores a 20 m) e
completamente coberta por lianas lenhosas. Nas áreas mais acidentadas (estreitos
vales ocupados por linhas de babaçu) as árvores são mais altas (superior a 25 m) e
mais adensadas. Em função da quantidade de cipós a formação recebe também o
nome de "mata-de-cipó", generalizando todas as fisionomias abertas com profusão de
lianas.

Estas florestas, segundo o Projeto RADAM (1974), são classificadas como anti-
clímax, uma vez que a suposta floresta clímax (floresta aberta mista) estaria sendo
degradada por formas de vida integrantes do clímax anterior, no caso os cipós. Na
referida obra é citado várias fatores que contribuíam para a proliferação dos cipós em
detrimento a outras formas de vida (principalmente árvores e arbustos), como a
aumento do teor de alumínio dos solos decorrentes da lixiviação dos solos, vantagens
relativo a competição pela luz no dossel da floresta, velocidade de crescimento mais
rápido (em função de hormônios), e ainda fatores ecológicos relacionados a dispersão
de frutos e sementes, muitos dispersos pelo vento a grandes distâncias e em
condições de sombreamento, o que leva vantagem em relação às árvores nobres que
, via de regra, necessitam de espaços vazios e com luz para germinarem.

A questão de anti-clímax destas florestas, segundo Velloso et al. (1991) estaria


relacionada às flutuações climáticas dos períodos mais secos no passado, que
provavelmente não voltaram ao estágio clímax por restrições edáficas atuais.

Esta formação se destaca nas grandes depressões do sul do Pará. Tem fisionomia
mais aberta nas áreas aplanadas, onde as árvores de porte baixo (20 m) aparecem
completamente envolvidas por lianas lenhosas, até relativamente mais densa nas
áreas dissecadas com árvores maiores (25 m) e apenas algumas cobertas pelos cipós
(IBGE, 2008).

Para a região é feita alusão às "áreas de contato" entre floresta e cerrado na margem
esquerda do rio Araguaia e constitui uma paisagem de encraves de "parques" no alto
das colinas, envolvidos pela "floresta aberta" dos largos vales. A floresta é
caracterizada pelo babaçu (Attalea maripa) (Projeto RADAM, 1974). Surgem a partir
do município de Redenção e Santana do Araguaia e avançam ao sul no sentido do
Mato Grosso.

7.7.3 SISTEMA 3

As principais drenagens que serão interceptadas pela Ferrovia Paraense S.A., através
de obras de transposição compõe o Sistema 3. Na Sub-bacia do Araguaia A região
sudeste do estado é formada por uma densa rede hídrica e insere-se na região
hidrográfica Tocantins-Araguaia, a qual representa 10,4 % da área do Estado do Pará.

46
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Os rios que drenam esta região hidrográfica apresentam ciclo hidrológico determinado
pelos períodos de enchente (novembro a janeiro), cheia (fevereiro a abril), vazante
(maio a julho) e estiagem (agosto a outubro), sucessivamente.

Esta região possui segundo a Agência Nacional de Águas – ANA (2006) uma área de
918.822 km², ou seja, 11% do território nacional, abrangendo cinco estado, Goiás,
Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e o Distrito Federal. Grande parte situa-se
na Região Centro-Oeste, desde as nascentes dos rios Araguaia e Tocantins até a sua
confluência, a partir deste ponto, adentra na Região Norte até a sua foz.

Os principais rios da RH são os rios Tocantins-Araguaia, que têm suas nascentes,


respectivamente, em Goiás e entre Goiás e Mato Grosso. Esses rios correm no
sentido sul-norte e se encontram no Estado do Pará, a partir de onde passam a ser
denominados apenas de rio Tocantins. Além das bacias dos rios Araguaia e Tocantins
a RH abrigam também as bacias formadas pelo rio Pará e a baía do Guamá, que
banha a cidade de Belém, localizada no estuário do rio Amazonas (ANA, 2009;
BRASIL, 2006b).

7.7.4 SISTEMA 4

O Sistema 4 na Sub-bacia Araguaia é formado pelos Assentamentos PA Panorama,


Brasil 500, Arizona, Vermelho e Preto, Santa Catarina, Beira Rio II, Aldeia I e II e
Magdalena Nicolina Rivetti localizadas na ADA/AID da ferrovia. As obras de
implantação e as atividades operacionais da Ferrovia Paraense, resultarão em
mudanças no ambiente dos Assentamentos citados, incômodo aos moradores,
interferência no cotidiano são aspectos avaliados com maior acurácia no capítulo de
avaliação de impactos (Volume X).

O Projeto de Assentamento – PA Panorama está localizado no município de Santa


Maria das Barreiras, abriga 64 famílias, não possui vila ou comunidade e seus
assentamentos moram em seus lotes individuais. Suas casas foram construídas com
recursos do crédito habitação. São feitas em alvenaria cobertas com telhas de barro e
possuem banheiros e fossas sépticas. O sistema de abastecimento é composto de
poços e reservatórios. Os resíduos são lançados diretamente no solo ou são
queimados.

No contexto de educação e saúde, O PA não possui escola e postos de saúde. O


sistema de produção é marcado fortemente pela atividade pecuária de criação de
gado bovino, cujo o objetivo da criação e o abate ou a produção de leite. Tais
produtos são vendidos no mercado local para frigoríficos ou para lacínios, no caso do
leite. A maior parte dos assentados criam sem seus lotes aves, especialmente
galinhas e patos e suínos que são usados para a subsistência. Alguns ainda plantam
mandioca, milho, feijão e arroz.

47
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

O Assentamento Brasil 500 está localizado no município de Santa Maria das


Barreiras, abriga 170 famílias, a maior parte das casas possui banheiro com fossa
séptica e sistema de abastecimento de água composto de poços (artesiano ou
comum) e reservatórios. No contexto de resíduos sólidos, os assentados queimam
seus resíduos ou jogam em buracos, ou diretamente no solo. Os lotes estão
estruturados cerca, pasto e currais para a receber gado bovino. Além dessa atividade,
os assentados ainda exercem atividades secundárias como a criação de aves e
suínos para a alimentação familiar.

O Projeto de Assentamento – PA Arizona está localizado no município de Santana do


Araguaia, abriga 81 famílias, não tem escolas e nem posto de saúde e com isso, as
crianças se deslocam até o Assentamento Pau Brasil ou estudam na sede do
município, o que exige do município a disposição de transporte escolar para atender a
demanda de alunos do assentamento. A maioria das casas ainda usam banheiros
com fossas rudimentares para a disposição de dejetos humanos. O sistema de
abastecimento de agua é individual composto de poços artesianos ou comuns e
reservatórios.

A principal atividade produtiva do Assentamento Arizona é a pecuária leiteira e de


corte, onde a produção de leite é vendida para atravessadores e este leite vai para
alguns lacticínios da cidade ou dos arredores, enquanto que o gado de corte é
vendido aos frigoríficos da região. Os agricultores não têm acesso a maquinários para
o preparo de áreas. Muitas vezes, ainda utilizam o fogo como principal meio para o
preparo de áreas, especialmente na renovação das pastagens. Alguns agricultores
plantam lavouras anuais como mandioca, milho, feijão e arroz, que são apenas para a
subsistência da família. Há criação de pequenos e médios animais, como porcos e
aves que são consumidos pela família. Geralmente esses animais são criados soltos
no lote.

O Projeto de Assentamento – PA Vermelho e Preto está localizado no município de


Xinguara e Rio Maria, abriga 106 famílias, as casas ainda usam banheiros com fossas
rudimentares para a disposição de dejetos humanos. O sistema de abastecimento de
agua é individual composto de poços artesianos ou comuns e reservatórios. Assim
como escola, posto de saúde também não é disponibilizado no PA.

A principal atividade produtiva do PA é a pecuária leiteira e de corte, onde a produção


de leite é vendida para atravessadores e este leite vai para alguns lacticínios da
cidade ou dos arredores, enquanto que o gado de corte é vendido aos frigoríficos da
região. Os agricultores não têm acesso a maquinários para o preparo de áreas.
Muitas vezes, ainda utilizam o fogo como principal meio para o preparo de áreas,
especialmente na renovação das pastagens.

O PA Santa Cristina está localizado no município de Santana do Araguaia, atualmente


está com 140 pessoas assentadas. São casas construídas de alvenaria coberta com

48
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

telhas de barro e desprovidas de banheiros. No entanto, várias casas do PA têm


banheiros com fossas sépticas construídas com recursos próprios. Outros não ainda
não possuem fossas. A maior parte das residências é ligada ao sistema de energia. O
sistema de arruamento é composto de estradas vicinais sem pavimentação e de
pontes que atravessam as drenagens existentes no PA.

O PA não possui escola nem posto de saúde, desta forma os assentados precisam se
deslocar para outros locais em busca de oferta dos referidos serviços. O
assentamento tem como atividade produtiva a base da pecuária extensiva,
especialmente a criação de gado bovino voltado para venda de animais para os
frigoríficos da região. Mas também há aqueles voltados para a produção de leite.
Alguns agricultores assentados trabalham com a criação de médios e pequenos
animais. Geralmente esses animais são voltados para consumo familiar, a exemplo de
aves e suínos. A renda é proveniente da venda de gado ou da venda de leite e
bezerros.

O PA Magdalena Nicolina Rivetti está localizado no município de Pau D’arco,


atualmente está com 451 famílias assentadas, conta com um posto de saúde,
localizado na vicinal 5. O sistema educacional para os assentados conta com Três
escolas distribuídas nas vicinais do PA, vicinal 2, vicinal 3 e vicinal 5. Todas de Ensino
Fundamental e atendendo uma média de 100 alunos. As atividades produtivas são
Culturas temporárias como mandioca, milho, arroz e hortaliças são as principais
culturas vegetais. Dentre os assentados entrevistados encontramos um produtor de
mel (Sr. Lourival, o bruxo) e uma produtora de queijos e temperos (urucum e açafrão),
onde comercializam para a localidade e proximidades. Recebem assistência técnica
de uma empresa particular, AGROPARÁ, prestadora de serviços para o INCRA, com
sede em Redenção.

O Projeto de Assentamento – PA Beira Rio II está localizado no município de Santana


do Araguaia, atualmente no PA 31 famílias possuem lotes e 07 residem nos mesmos.
A maioria das casas usam banheiros com fossas sépticas para a disposição de
dejetos humanos. O sistema de abastecimento de agua é individual composto de
poços artesianos ou comuns e reservatórios. O Programa do Governo Federal- Luz
para Todos- anda não contemplou o PA, a maioria das famílias utilizam motor a
diesel.

Assim como escola, posto de saúde também não é disponibilizado no PA. Dessa
forma, os assentados vão até a sede do município de Santana do Araguaia para
receber atendimento em saúde. A principal atividade produtiva do PA é a pecuária de
corte que é vendido aos frigoríficos da região. Os agricultores não têm acesso a
maquinários para o preparo de áreas. Muitas vezes, ainda utilizam o fogo como
principal meio para o preparo de áreas, especialmente na renovação das pastagens.

49
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

O Projeto de Assentamento – PA Aldeia I e II está localizado no município de Santa


Maria das Barreiras, em se tratando de infraestrutura, o PA dispõe apenas de energia
elétrica, em função do O Programa do Governo Federal- Luz para Todos. A maioria
das casas usam banheiros com fossas sépticas para a disposição de dejetos
humanos. O sistema de abastecimento de agua é individual composto de poços
artesianos ou comuns e reservatórios. Educação e Saúde, também não é
disponibilizado no PA. Dessa forma, os assentados vão até a sede do município de
Redenção ou no distrito de Casa de Tábua em Santa Maria das Barreiras. A principal
atividade produtiva do PA é a pecuária de corte que é vendido aos frigoríficos da
região.

7.7.5 SISTEMA 5

O Sistema 5 não foi identificado na ADA/AID da Sub-bacia Araguaia, considerando o


Termo de Referência preconiza que caso exista Terras Quilombolas em conformidade
com a definição do inciso II do Artigo 3º da Portaria Interministerial nº 60 de 24 de
março de 2015, localizadas dentro dos limites estabelecidos no Anexo I dessa
Portaria (10Km para cada lado, a partir do eixo). Após análise da base de dados
geográficos, as bases oficiais disponibilizadas no Sistema de Gestão Fundiária
(SIGEF), sistema desenvolvido pelo INCRA/MDA para gestão de informações
fundiárias do meio rural brasileiro, não foram identificadas comunidades quilombolas,
em faixa de 10 Km do eixo da ferrovia, conforme os critérios da área delimitada pelo
Anexo I da referida portaria interministerial.

7.7.6 SISTEMA 6

O Sistema Ambiental 6 (S6), comparado ao Sistema 4, corresponde à ambientes de


maior circulação de veículo que conduzem às ocupações em ambiente urbano
incluídas na AID do meio socioeconômico. A consideração do ambiente urbano em
quanto um compartimento de análise se dá em função de ser indicador de impacto em
caso de potencial risco de falha de operação ou dos sistemas de controle ambiental e
operacional. Nesses ambientes à população potencial a ser atingida possui maior
proporção às comunidades rurais.

Além disso considerou-se a ambiente urbano no entorno próximo a AID em função de


sofrer maior pressão quanto a busca por infraestrutura e serviços, os quais sofrerão
aumento principalmente nas áreas de implantação dos canteiros principais e
implantação/operação das estações ferroviárias/peras.

Considerando o exposto acima, para a Sub-bacia Araguaia considerou-se como S6 a


sede do município de Santana do Araguaia, em função de receber a implantação de
uma estação ferroviária, bem como a sede do município de Sapucaia por ter seu
perímetro urbano muito próximo em relação ao projeção do traçado ferroviário.
Portanto, são ambientes que registrarão aumento da busca sobre serviços e
infraestrutura publica.

50
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

A população residente na sede municipal de Sapucaia é de 3.325 habitantes (2010),


que corresponde a 65,9% da população total, o que revela a dinâmica do município
que se concentra na zona urbana. Em Santana do Araguaia a população residente na
sede municipal é de 29.663 habitantes (2010), que corresponde a 52,8% da
população total, o que revela um maior equilíbrio da população quanto a distribuição
entre a zona rural e urbana em relação ao município de Sapucaia.

A infraestrutura urbana de Santana do Araguaia segue um padrão de atuação dos


outros municípios amazônicos, quando se leva em consideração a forma de
abastecimento de água dos domicílios particulares permanentes, 9,061% domicílios
são abastecidos pela rede geral. Outra característica da forma de abastecimento de
água de Santana do Araguaia é o percentual de abastecimento por poço ou nascente
na propriedade, onde, na zona urbana chega a 86,131%. Verifica-se na sede do
município a ampla utilização de fossas rudimentares para destinar o esgoto
doméstico, perfazendo 71,7%, dos domicílios recenseados, as fossas sépticas são a
segunda tipologia de esgotamento sanitário mais utilizadas (15%).

Além da situação do esgotamento sanitário, observou-se que a coleta e o tratamento


de lixo no município, 94,66% do lixo é coletado pelo poder público na zona urbana,
enquanto 4,84% é queimado, as outras tipologias de descarte de resíduos somam
0,50%.

Em Sapucaia o sistema de abastecimento de água é realizado através da captação de


água subterrânea por meio de poços, a água não é destinada a tratamento, há
apenas a adição de cloro na água. No período analisado (Censo 2010), quando se
leva em consideração a forma de abastecimento de água dos domicílios particulares
permanentes, 94,099% domicílios são abastecidos pela rede geral. Outra
característica da forma de abastecimento de água de Sapucaia é o percentual de
abastecimento por poço ou nascente na propriedade, onde, na zona urbana chega a
5,365%.

No que diz respeito ao esgotamento sanitário do município, verifica-se a ampla


utilização de fossas rudimentares para destinar o esgoto doméstico, perfazendo
82,4%, dos domicílios recenseados, 2,8% utilizam a rede geral de esgoto, 0,3% usam
fossas sépticas, 0,2% destinam o esgoto para valas. Aqueles domicílios que não
possuíam nenhuma tipologia de esgotamento sanitário em Sapucaia perfaziam 2,9%
e 11,4% utilizavam outras formas de esgotamento sanitário. Além da situação do
esgotamento sanitário, foi analisada a coleta e o tratamento de lixo no município,
onde, segundo os dados do IBGE, 94,31% do lixo é coletado pelo poder público na
zona urbana, enquanto 4,94% é queimado, as outras tipologias de descarte de
resíduos somam 0,75%.

51
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

7.8 TENDÊNCIA EVOLUTIVA

As tendências evolutivas para os Sistemas analisados, consideram os


compartimentos, suas características e sensibilidade às potenciais mudanças
associadas a perdas e ganhos ambientais ao longo da região de inserção do
empreendimento. Além de considerar as alterações previstas com as diversas fases
do empreendimento, foi considerada também o cenário de não implantação do
empreendimento.

7.8.1 SEM A INSERÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Considerando a não aprovação da Ferrovia Paraense S.A., a situação geral da área


deverá ser preservada, juntamente com os problemas socioambientais diagnosticados
e taxas de crescimento dentro das aspectativas conhecidas em dados oficiais.

Sem a aprovação da ferrovia, para os aspectos bióticos, a vocação natural da área é


restringir a fauna e a flora as áreas de reserva legal, bem como áreas remanescentes
e áreas com ambiente natural de vegetação densa identificas como S1, as quais são
de maior ocorrência na região da sub-bacia Moju-Acará e Capim. A contribuição para
este cenário se dá com a continuidade do processo de fiscalização do IBAMA,
SEMAS-PA, Secretarias Municipais de Meio Ambiente, da Policia Ambiental e do
Ministério Público, que continnuam a contribuir para o desenvolvimento das atividades
produtivas em respeito a Reserva Legal de 50% e respeitando as restrições nas áreas
de APP, recuperando tanto áreas de reserva legal quanto áreas de APP e corredores
ecológicos.

Para o ambiente S2 se observa que nos últimos 50 anos de ocupação da região


nordeste e sudeste vinculado a principais rodovias BR-010, BR-222, BR-155, BR-158
e PA 150 demonstram que fora das áreas de Reserva Legal e APP haverá um
progressivo comprometimento de habitats e das comunidades vegetais e animais
associadas, afetando todas às espécies em ambientes já alterados e em atual uso
alternativo.

O compartimento dos sistemas aquáticos deve ter os aspectos e níveis de alterações


mantidos, como ligeira tendência a degradação de suas APPs como o lento e
constante avanço dos acessos vinculados às principais rodovias BR-010, BR-222,
BR-155, BR-158 e PA 150.

Para os Sistemas S4 e S6, a infraestrutura básica e a oferta de serviços nas sedes


urbanas e nas vilas dos 23 municípios interceptados pelo traçado da Ferrovia
Paraense S.A. (Abaetetuba, Acará, Barcarena, Moju, Tailândia, Abel Figueiredo, Dom
Eliseu, Ipixuna do Pará, Paragominas, Rondon do Pará, Tome-Açú, Bom Jesus do
Tocantins, Eldorado Dos Carajás, Marabá, Piçarra, Nova Ipixuna, Pau D'arco,
Redenção, Rio Maria, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, Sapucaia,
Xinguara) continuariam apresentando melhoria lenta e gradual, não suprindo em curto

52
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

e médio prazo as demandas da população local, quanto ao abastecimento de água,


rede de esgotos, coleta de 
resíduos sólidos, transporte, saúde e educação. Nesse
cenário se prevê a continuidade do quadro atual de emprego e renda.

7.8.2 CONSIDERANDO A INSERÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Mediante a implantação da Ferrovia Paraense S.A., admite-se que a situação


socioambiental da área de influência do projeto terá uma mudança significativa, a
partir dos seguintes aspectos:

 Os ramais de acesso à linha férrea (Sistema 4) receberão melhorias.


Esta condição não somente favorecerá a manutenção da ferrovia, mas
toda a comunidade do entorno, que terão melhores condições de
trafegabilidade.
 Os ambientes S3 passarão a ter monitoramento da qualidade da água
superficial e subterrânea, identificados ao longo das trsnposições de
cursos d’água. Consequentemente, as ocupações existentes nesse
espaço serão diretamente beneficiadas com a aplicação de programas
ambientais.
 Os municípios da área de influência serão beneficiados com a
arrecadação de impostos, favorecendo indiretamente o município para
que o investimento retorne para a população através de melhorias na
saúde, educação, etc.
 As famílias residentes nos municípios da área de influência (S4 e S6)
que terão algum membro absorvidos como mão-de-obra pela usina,
terão um incremento de renda, passando a consumir mais e,
consequentemente, incrementando o comércio local.

Com a implantação do empreendimento, em S1 e S3 também será observado


aumento pontual da fragmentação ao longo do traçado de áreas vegetadas,
principalmente no trecho entre Moju e Rondon do Pará, onde se observa uma maior
densidade da flora. Nos demais trechos em função do elevado processo de
desmatamento ocorrido nos últimos 50 anos esse será de baixa proporção
considerando a ausência de cobertura vegetal ou sua baixa densidade

Também no cenário de implantação da Ferrovia Paraense S.A. a continuidade do


processo de fiscalização do IBAMA, SEMAS-PA, Secretarias Municipais de Meio
Ambiente, da Policia Ambiental e do Ministério Público continuam a contribuir para o
desenvolvimento das atividades produtos em respeito a Reserva Legal de 50% e
respeitando as restrições nas áreas de APP, recuperando tanto áreas de reserva legal
quanto áreas de APP. Nesse cenário, continuará a haver o aumento gradual da
consciência da sociedade sobre a necessidade de preservação, de recuperação de
florestas ciliares e de implantação e manutenção de Reservas Legais.

53
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Em S6 e S4, os fluxos migratórios não apresentam grandes possibilidades de


crescimento durante a operação da Ferrovia Paraense S.A em função de haverem
sido concluídas as obras e a operação da mesma não demandar contínuo
crescimento de quadro de profissionais. Ressalta-se nesse cenário também que a
cidades como Barcarena, Paragominas e Marabá – com destaque para a primeira e a
última já convivem com grandes projetos a décadas, sendo programado dois canteiros
de obras centrais para essas duas cidades com quadro máximo de 1785
trabalhadores – número esse que será absorvido sem muita dificuldade pela dinâmica
econômica local.

Para o padrão da qualidade do ar, da análise dos atuais níveis de poluentes


atmosféricos existentes, verifica-se que a área de estudo possui as características
atmosféricas para suportar o aporte das novas emissões atmosféricas advindas da
operação do empreendimento, 8 a 12 pares de locomotivas/vagões/dia mantendo a
qualidade do ar da região enquadrada nos padrões primários de qualidade do ar.

54
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

8 CENÁRIOS PROSPECTIVOS

8.1 CENÁRIOS PROSPECTIVOS SEM A IMPLANTAÇÃO DA


FERROVIA PARAENSE S.A

8.1.1 FLORA E FAUNA

O traçado da Ferrovia Paraense S.A. desenvolve-se preferencialmente na Zona de


Consolidação das Atividades Produtivas, especificamente 80,06% (oitenta ponto zero
seis por cento) o que equivale a 1.063,50 km de ferrovia, tendo o restante do traçado
sobre a Zona recuperação de Áreas Alteradas com 19,37% (dezenove ponto trinta e
sete por cento) ou 255,50 km; dessa maneira caso a ferrovia não venha a ser
ocupada, a vocação natural da área é restringir a fauna e a flora as áreas de reserva
legal que em função da consolidação da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei
Federal 6938/1981), do Código Florestal Brasileiro (Lei Federal Nº 12.651/2012) e da
Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal LEI Nº 9.605/1998) deverão ser preservadas e
recuperadas assim como as Áreas de Proteção Permanente, funcionando assim como
único testemunho e refúgio da biodiversidade no nordeste paraense. Continuidade de
ações de supressão vegetal nas áreas permitidas legalmente deverá ser intensificada
com a consolidação e ampliação das atividades de floresta plantada (dendê, teca,
paricá, eucalipto, etc.); plantação de grãos (soja e milho), pecuária e mineração.

Os últimos 50 anos de ocupação da região nordeste e sudeste vinculado a principais


rodovias BR-010, BR-222, BR-155, BR-158 e PA 150 demonstram que fora das áreas
de Reserva Legal e APP haverá um progressivo comprometimento de habitats e das
comunidades vegetais e animais associadas, afetando todas às espécies; sendo
fundamental a consolidação da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei Federal
6938/1981), do Código Florestal Brasileiro (Lei Federal Nº 12.651/2012) e da Lei de
Crimes Ambientais (Lei Federal LEI Nº 9.605/1998) na proteção das espécies
endêmicas, raras e ameaçadas de extinção, devido à crescente fragmentação e
isolamento de remanescentes, e consequente redução de trocas gênicas e
favorecimento de processos regressivos em fragmentos florestais – já implantado no
nordeste e no sudeste paraense.

Nesse cenário a continuidade do processo de fiscalização do IBAMA, SEMAS-PA,


Secretarias Municipais de Meio Ambiente, da Policia Ambiental e do Ministério Público
continnuam a contribuir para o desenvolvimento das atividades produtivas em respeito
a Reserva Legal de 50% e respeitando as restrições nas áreas de APP, recuperando
tanto áreas de reserva legal quanto áreas de APP. Nesse cenário, continuará a haver
o aumento gradual da consciência da sociedade sobre a necessidade de preservação,
de recuperação de florestas ciliares e de implantação e manutenção de Reservas
Legais.

55
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

8.1.2 VIBRAÇÃO/RUÍDO

Os níveis de vibração de fundo permaneceriam abaixo dos limites para prevenção de


danos preconizados pela NBR 9653:2005, onde não são capazes de causar danos
estruturais as construções ali existentes. Em alguns locais os níveis de ruído
registrados já estão além dos limites preconizados, geralmente decorrentes do
falatório de pessoas, dos sons emitidos por animais e passagem de veículos.

8.1.3 SOCIOECONOMIA

As taxas de crescimento populacional continuarão seguindo as projeções do IBGE.

A infraestrutura básica e a oferta de serviços nas sedes urbanas e nas vilas dos 23
municípios interceptados pelo traçado da Ferrovia Paraense S.A. (Abaetetuba, Acará,
Barcarena, Moju, Tailândia, Abel Figueiredo, Dom Eliseu, Ipixuna do Pará,
Paragominas, Rondon do Pará, Tome-Açú, Bom Jesus do Tocantins, Eldorado Dos
Carajás, Marabá, Piçarra, Nova Ipixuna, Pau D'arco, Redenção, Rio Maria, Santa
Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, Sapucaia, Xinguara) continuariam
apresentando melhoria lenta e gradual, não suprindo em curto e médio prazo as
demandas da população local, quanto ao abastecimento de água, rede de esgotos,
coleta de 
resíduos sólidos, transporte, saúde e educação.

As cidades de Barcarena, Paragominas, e Marabá continuariam a ser pressionadas


pela expansão urbana, com presença de propriedades voltadas para o uso industrial e
atividades de comércio imobiliário, devido aos empreendimentos já implantados e
previstos em curto prazo, médio e longo prazos na região. 
Barcarena se destaca
nesse cenário como maior distrito industrial do estado do Pará, abrigando também
seu maior Porto. Paragominas constitui atualmente o centro do nordeste paraense do
agronegócio; enquanto Marabá se constitui em cidade polo de todo o sudeste
paraense, funcionando como cidade polo da maior província mineral do Brasil, a
Província Mineral de Carajás.Portanto, no cenário de não construção da Ferrovia
Paraense S.A. outras opções de logística ferroviária deverão se impor para atender as
necessidades de carga já presentes na região como a ligação da Ferrovia Norte Sul
com o Porto de Barcarena ou a Ligação da Ferrovia de Carajás com o Porto de
Barcarena. Estando o processo de expansão urbana já em curso nessas cidades.

O crescimento populacional apresentado por Marabá e Barcarena está associado a


atratividade dessas cidades para fluxos migratórios, motivado pelos empreendimentos
existentes na região e pelos efeitos catalisadores de desenvolvimento econômico
provenientes de tais projetos, o que exerce constante pressão de demanda sobre os
serviços locais e a infraestrutura.

A presença de outros projetos novos nos últimos 30 anos em Barcarena,


Paragominas e Marabá é um facilitador a convivência dos habitantes dessas regiões
com novos empreendimentos.

56
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Nesse cenário se prevê a continuidade do quadro atual de emprego e renda.

As propriedades dos municípios da Área de Influência Indireta apresentam situação


jurídica irregular, o que dificulta sua organização e levantamento de demandas sobre
a melhoria ou implantação de infraestrutura pelas prefeituras competentes. 


Nesse cenário a paisagem fragmentada continuará sofrendo pressões antrópicas


variadas, como queimadas para abertura de pasto, culturas e loteamentos.

8.1.4 QUALIDADE DO AR

A área de estudo continua com níveis satisfatórios de qualidade do ar, com


concentrações de poluentes estudados representados por partículas totais em
suspensão, partículas inaláveis, enxofre, óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono,
fumaça e ozônio, de modo geral, abaixo dos padrões primários de qualidade do ar
conforme estabelecido pela Resolução CONAMA no 03/90. Porém, a alta ocorrência
de focos de queimadas no período de seca, continua comprometendo
significativamente a qualidade ambiental da região, uma vez que este procedimento
causa liberação de fumaça e monóxido de carbono na atmosfera.

8.1.5 QUALIDADE DA ÁGUA

A qualidade da água continuará a ser comprometida pela infraestrutura deficitária de


tratamento de esgoto, inexistência de aterros sanitários, pecuária e utilização de
defensivos agrícolas. Quanto a disponibilidade hídrica o crescimento constante da
atividade econômico irá aumentar o grau de competitividade pelo uso da mesma
principalmente no trecho entre Marabá e Santana do Araguaia onde a ausência de
grandes corpos d’água e geologia formada por rochas cristalinas apresenta aquíferos
fraturados de baixa capacidade de armazenamento.

8.2 CENÁRIOS PROSPECTIVOS COM A IMPLANTAÇÃO DA


FERROVIA PARAENSE S.A.
8.2.1 FLORA E FAUNA

Na hipótese de implantação da Ferrovia Paraense S.A. haverá aumento pontual da


fragmentação ao longo do traçado de áreas vegetadas, principalmente no trecho entre
Moju e Rondon do Pará, onde se observa uma maior densidade da flora. Nos demais
trechos em função do elevado processo de desmatamento ocorrido nos últimos 50
anos esse será de baixa proporção considerando a ausência de cobertura vegetal ou
sua baixa densidade.

Nesse cenário, a redução de tamanho de alguns fragmentos florestais, atualmente já


de pequenas dimensões, podendo favorecer dinâmicas regressivas, levando à
depauperação da diversidade atual e aumentando riscos de incêndios ou supressão
para conversão em pastagens ou culturas agrícolas. 


57
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Por outro lado, monitoramentos conduzidos na fase de operação contribuirão para


aumento de conscientização, da população local e de proprietários lindeiros, da
necessidade de conservar remanescentes florestais e flora e fauna associadas. 


O traçado da Ferrovia Paraense S.A. desenvolve-se preferencialmente na Zona de


Consolidação das Atividades Produtivas, especificamente 80,06% (oitenta ponto zero
seis por cento) o que equivale a 1.063,50 km de ferrovia, tendo o restante do traçado
sobre a Zona recuperação de Áreas Alteradas com 19,37% (dezenove ponto trinta e
sete por cento) ou 255,50; dessa maneira caso a ferrovia venha a ser implantada a
vocação natural da área é restringir a fauna e a flora as áreas de reserva legal que em
função da consolidação da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei Federal
6938/1981), do Código Florestal Brasileiro (Lei Federal Nº 12.651/2012) e da Lei de
Crimes Ambientais (Lei Federal LEI Nº 9.605/1998) deverão ser preservadas e
recuperadas assim como as Áreas de Proteção Permanente, funcionando assim como
único testemunho e refúgio da biodiversidade no nordeste paraense. Continuidade de
ações de supressão vegetal nas áreas permitidas legalmente deverá ser intensificada
com a consolidação e ampliação das atividades de floresta plantada (dendê, teca,
paricá, eucalipto, etc.); plantação de grãos (soja e milho), pecuária e mineração.

Também no cenário de implantação da Ferrovia Paraense S.A. a continuidade do


processo de fiscalização do IBAMA, SEMAS-PA, Secretarias Municipais de Meio
Ambiente, da Policia Ambiental e do Ministério Público continuam a contribuir para o
desenvolvimento das atividades produtos em respeito a Reserva Legal de 50% e
respeitando as restrições nas áreas de APP, recuperando tanto áreas de reserva legal
quanto áreas de APP. Nesse cenário, continuará a haver o aumento gradual da
consciência da sociedade sobre a necessidade de preservação, de recuperação de
florestas ciliares e de implantação e manutenção de Reservas Legais.

Da mesma forma, plantios de recuperação e transplantes de mudas propiciarão


aumento de conscientização da necessidade de se criar e manter Reservas Legais,
de conservar remanescentes e de recuperar formações ciliares. 


Nesse cenário a movimentação de maquinários, veículos, locomotivas e vagões de


carga com a implantação e operação da Ferrovia Paraense S.A, poderá afugentar
exemplares da fauna para áreas adjacentes ou reduzir taxas de natalidade, com
gradual redução de populações remanescentes.

8.2.2 VIBRAÇÃO/RUÍDO

Na fase de operação, vibrações serão perceptíveis em pontos afastados de até 500


metros da linha férrea, porém dentro de limites aceitáveis, não causarão transtornos
importantes a moradores de vilas existentes na região. Nos locais onde o traçado
intercepta zonas de expansão urbana como Marabá ou Zona Urbana como Rondon
do Pará as ações de monitoramento constante serão fundamentais para mitigar os
efeitos de ruídos e vibrações da implantação e operação da Ferrovia Paraense S.A.

58
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Da mesma forma, vibrações e ruídos contribuirão para afugentamento de


comunidades animais em fragmentos do entorno, notadamente nos trecho entre Moju
e Marabá onde se identifica a presença de floresta densa.

8.2.3 SOCIOECONOMIA

Os fluxos migratórios não apresentam grandes possibilidades de crescimento durante


a operação da Ferrovia Paraense S.A em função de haverem sido concluídas as
obras e a operação da mesma não demandar contínuo crescimento de quadro de
profissionais. 
Ressalta-se nesse cenário também que a cidades como Barcarena,
Paragominas e Marabá – com destaque para a primeira e a última já convivem com
grandes projetos a décadas, sendo programado dois canteiros de obras centrais para
essas duas cidades com quadro máximo de 1785 trabalhadores – número esse que
será absorvido sem muita dificuldade pela dinâmica econômica local. Outro aspecto a
ser considerado está associado ao fato da Ferrovia Paraense S.A. ter seu traçado
integralmente dentro do estado do Pará não se reproduzindo nessa configuração de
traçado os mesmos fenômenos migratórios identificados na Ferrovia de Carajás entre
o estado do Maranhão e o estado do Pará.

A alteração no uso do solo não é significativa e deverá alterar principalmente áreas de


pastagens, que são exploradas de forma extensiva. 


Durante a operação da Ferrovia Paraense S.A., a faixa de domínio poderá ser


utilizada pelos moradores como facilitador de acesso às outras vilas, ainda que de
forma ilegal, aumentando a circulação de pessoas.

8.2.4 QUALIDADE DO AR

Não foram observadas concentrações de PTS, PI, SO2, NOx, CO, Fumaça e Ozônio
que ultrapassem o padrão primário de qualidade do ar na região. Portanto, da análise
dos atuais níveis de poluentes atmosféricos existentes, verifica-se que a área de
estudo possui as características atmosféricas para suportar o aporte das novas
emissões atmosféricas advindas da operação do empreendimento, 8 a 12 pares de
locomotivas/vagões/dia mantendo a qualidade do ar da região enquadrada nos
padrões primários de qualidade do ar.

Continuam, entretanto, os problemas de qualidade do ar associados às práticas de


queimadas no período seco e presença de estradas de terra. 


8.2.5 QUALIDADE DA ÁGUA

Na hipótese de implantação da Ferrovia Paraense S.A. não se vislumbra modificação


significativa quanto a qualidade da água que continuará a ser comprometida pela
infraestrutura deficitária de tratamento de esgoto, inexistência de aterros sanitários,
pecuária e utilização de defensivos agrícolas. Nesse cenário, a implantação da

59
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

ferrovia contribuirá mesmo que de forma pontual para um maior comprometimento da


qualidade da água.

Implantada a ferrovia a tendência geral ao longo do traçado será que a qualidade da


água se mantenha muito próximo da qualidade do cenário de não implantação, com
modificações pontuais da qualidade associadas a obras de manutenção.

Quanto a disponibilidade hídrica o crescimento constante da atividade econômico será


potencializado principalmente nos locais de implantação das estações (Barcarena,
Paragominas, Rondon do Pará, Marabá e Santana do Araguaia) o que contribuirá
para o aumento da competitividade pelo uso da água, principalmente, no trecho entre
Marabá e Santana do Araguaia onde a ausência de grandes corpos d’água e geologia
formada por rochas cristalinas apresenta aquíferos fraturados de baixa capacidade de
armazenamento.

60
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

9.1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

Utilizando como referência a resolução do CONAMA nº 01, de 23 de janeiro de 1986,


Impacto Ambiental é definido como “qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam”:

 a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


 as atividades sociais e econômicas;
 a biota;
 as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
 a qualidade dos recursos naturais.

Para a avaliação dos impactos ambientais da Ferrovia Paraense S.A. foram


considerados os elementos constituintes da atividade ferroviária, desde o
planejamento, implantação e operação, bem como o diagnóstico ambiental sobre os
componentes ambientais impactados Figura 9.1-1.

Figura 9.1-1 Aspectos considerados na avaliação dos impactos ambientais da Ferrovia


Paraense S.A..

No prognóstico ambiental se delinearão os quadros prospectivos da qualidade


ambiental futura, considerando-se as situações com o empreendimento e sem ele,
através da análise de cenários futuros.

61
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Assim, com base nas interferências previstas do empreendimento sobre os meios


físico, biótico e socioeconômico, foram identificados e avaliados os impactos
ambientais positivos e adversos associados ao empreendimento. Posteriormente, foi
feita a análise e a avaliação integrada desses impactos, considerando-se as suas
sinergias, de forma a subsidiar as ações de controle ambiental do empreendimento, à
mitigação dos impactos ambientais adversos, a compensação dos impactos negativos
não mitigáveis e a maximização dos impactos ambientais positivos.

Para a avaliação dos impactos ambientais, adotaram-se os seguintes conceitos:

 Meio ambiente: circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo o


ar, água, solo, recursos naturais, fauna, seres humanos e suas interações (ISO
14001);
 Atividades tecnológicas ou ação de planejamento, implantação e
operação: ações humanas orientadas segundo técnicas específicas que
introduzem, interagem e condicionam matéria e energia no meio ambiental com
o objetivo de planejar, implantar e operar um empreendimento;
 Componentes ambientais: são os constituintes ambientais fundamentais que
formam os meios: socioeconômico (saúde, população, economia, cultura,
religião etc), biótico (fauna e flora) e físico (água, solo, ar e rocha);
 Atributo: critério utilizado para quantificar uma interação: atividade versus
elemento ambiental.

9.2 METODOLOGIA

Esta metodologia foi desenvolvida buscando a melhor forma de identificação e


avaliação de impactos ambientais decorrentes do empreendimento nas diferentes
fases de planejamento, implantação e operação; considerando sempre a relação
causa/efeito.

Foi estabelecido um método baseado nos estudos de Conesa (1997), que derivam da
Matriz de Leopold (1971) e do Método Batelle-Columbus (1974). Ambos consideram a
discussão interdisciplinar das ações do empreendimento e do diagnóstico ambiental
das áreas de influência, e procuram identificar e classificar os impactos, utilizando
como instrumento básico uma matriz de interação. Nesta matriz, estão listadas as
ações do empreendimento, por fase de ocorrência (atividades de planejamento,
implantação e operação), que poderão gerar impactos ambientais Figura 9.2-1.

62
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 9.2-1 Elementos utilizados na avaliação de impactos ambientais da Ferrovia


Paraense S.A..

Inicialmente, todas as atividades vinculadas a Ferrovia Paraense S.A. referentes às


distintas fases: planejamento, implantação e operação foram listadas bem como os
impactos ambientais esperados. Para melhor visualização tais impactos foram
agrupados segundo os meios: físico, biótico e socioeconômico. Essas atividades e
esses componentes ambientais são dispostos em uma matriz para uma avaliação
interativa.

Nessa matriz de interação foi feita uma avaliação qualitativa (atividades X impactos
ambientais esperados), que serviu de base para a avaliação quantitativa de cada
impacto ambiental Figura 9.2-2). Neste primeiro momento, já é possível identificar
onde estão concentrados os maiores impactos, sejam eles positivos ou negativos.

63
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 9.2-2 Interação dos elementos: atividades versus componentes ambientais; nas
fases de implantação, operação e desativação.

A partir da Matriz de Avaliação se mensurou a magnitude e importância dos impactos,


relacionando-se os elementos potencialmente impactados (dos meios físico, biótico e
socioeconômico previamente avaliados na Matriz de Interação) aos atributos da
avaliação quantitativa.

Quanto aos atributos da avaliação quantitativa, são considerados: intensidade, efeito,


abrangência, temporalidade, duração, reversibilidade e natureza (Quadro 9.2-1);
conferindo a cada atributo da avaliação de impacto ambiental os valores: 1, 2 e 4. A
proposição de uma pequena faixa de valores tem como objetivo não superestimar um
impacto ou subestimar outro, além de permitir minimizar a subjetividade do método,
risco que deve ser considerado em metodologias que apresentam variações de pesos
maiores que as aqui consideradas.

64
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Quadro 9.2-1 - Interação dos atributos para avaliação de impacto ambiental.

ATRIBUTO VALORAÇÃO DEFINIÇÃO


Refere-se ao grau de incidência da ação sobre o elemento
Intensidade I
ambiental.
Baixa 1 Quando a alteração do elemento ambiental for inexpressiva
Quando a alteração é verificável, sem descaracterizar o elemento
Média 2
ambiental considerado.
Quando a alteração for verificável, havendo uma descaracterização
Alta 4 do elemento ambiental considerado, caracterizando perdas e/ou
ganhos na qualidade ambiental.
Forma de manifestação de uma atividade de planejamento
Efeito E implantação e operação, de um empreendimento (ação) sobre
um elemento ambiental.
Indireto 1 A repercussão de uma ação não é consequência direta desta.
Direto 4 A repercussão de uma ação é consequência direta desta.
Abrangência A Refere-se à área de influência que o impacto atinge
Quando os efeitos se fazem sentir apenas no próprio local onde se
Pontual 1
deu a ação e suas imediações (ADA).
Quando os efeitos se propagam por uma área além das imediações
Local 2
do local onde se deu a ação (AID).
Quando os efeitos extrapolam a AII do empreendimento, não tendo
Regional 4
limites geográficos para seus efeitos.
É o tempo decorrido entre a ação e sua manifestação sobre o
Temporalidade T
meio considerado.
Quando à relação ação/impacto acontece de maneira gradativa e
Longo prazo 1 requer longo período para se configurar (prazo de manifestação > 5
anos).
Médio prazo 2 Quando decorre certo período para ação gerar efeitos (>1 e <5 anos).
Quando à ação surte efeito no instante em que ocorre ou a sua
Imediato 4
manifestação é inferior a um ano.
Duração D Refere-se ao tempo que, supostamente, o efeito permanecerá.
Temporário Quando imediatamente depois de terminada a ação, há neutralização
1
curto do impacto por ela gerado (0 a 5 anos).
Temporário Quando os efeitos permanecem por longo período de tempo após a
2
longo conclusão da ação que os gerou (5 a 50 anos).
Quando, uma vez executada a ação, os efeitos não cessam de se
Permanente 4
manifestar em um horizonte temporal conhecido (além de 50 anos).
Quando é possível reverter a tendência, levando-se em conta a
Reversibilidade R aplicação de medidas para reparação do mesmo, ou a
suspensão da atividade geradora.
Quando, cessada a origem ou controlado o impacto, o meio
Reversível 1
impactado pode voltar a sua condição original.
Quando, cessada a origem ou controlado o impacto, o meio
Irreversível 4
impactado não mais retorna à sua condição original.
Natureza N Quanto ao tipo de beneficio para um determinado fator ambiental
Quando o impacto é benéfico, ou seja, quando uma ação resulta
Positiva +1
numa melhoria da qualidade ambiental.
Quando a ação resulta em um dano à qualidade de um fator ou
Negativa -1
parâmetro ambiental.
Fonte: Terra Meio Ambiente (2000).

65
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

A Importância do impacto é dada pela somatória de todos os critérios relacionados,


atribuindo-se pesos aqueles considerados mais significantes; somatória essa
multiplicada pela natureza, sendo assim expressa pela equação:

I = (3I + E + 2A + T + 2D + R) * N

A importância pode ser classificada em: alta, média ou baixa; de acordo com as faixas
de valores encontrados:

Classificação da Importância Intervalo


Baixa -18 ≤ I ≤ -10 ou 10 ≤ I ≤ 18
Média -24 ≤ I ≤ -19 ou 19 ≤ I ≤ 24
Alta -40 ≤ I ≤ -25 ou 25 ≤ I ≤ 40

A magnitude é expressa pela somatória da intensidade, abrangência e da


reversibilidade; multiplicada pela natureza, sendo assim expressa pela equação:

M= (I + A + R) * N

A Magnitude pode ser classificada em: baixa, média ou alta; segundo os intervalos:

Classificação da Magnitude Intervalo


Baixa -5 ≤ M ≤ -3 ou 3 ≤ M ≤ 5
Média -8 ≤ M ≤ -6 ou 6 ≤ M ≤ 8
Alta -12 ≤ M ≤ -9 ou 9 ≤ M ≤ 12

Com os respectivos resultados é possível considerar as medidas de controle


socioambiental, para que os impactos negativos sejam reduzidos, mitigados ou
compensados e para que os impactos positivos sejam potencializados.

9.3 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

9.3.1 MATRIZ DE INTERAÇÃO E DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS

Neste item é apresentado o resultado da avaliação de impacto ambiental da Ferrovia


Paraense S.A., quanto à identificação dos possíveis impactos decorrentes da futura
instalação do empreendimento, previsão da magnitude destes impactos e avaliação
da sua importância.

A metodologia proposta permite visualizar as relações entre as principais ações


impactantes associadas às diversas fases do empreendimento e os impactos
previstos nos diversos parâmetros ambientais constituintes dos meios físico, biótico e
socioeconômico (Quadro 9.3-1).

66
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Quadro 9.3-1 – Matriz de Interação de Impactos da Ferrovia Paraense S.A.

A3

67
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Conforme o Quadro 9.3-1, todos os componentes ambientais do meio físico serão


afetados durante as fases de planejamento, implantação e operação. Os possíveis
impactos na componente água poderão ocorrer associados às alterações da sua
qualidade ambiental envolvendo parâmetros físicos e químicos relacionados à
eventual concentração de água na superfície do terreno que possa acelerar os
processos erosivos e, por conseguinte, gerar sulcos, ravinas e boçorocas e assim
acelerar os processos de assoreamento de corpos d’água e de talvegues; fenômeno
esses muito comuns em obras lineares como rodovias e ferrovias. Os impactos sobre
o solo/rocha estarão associados principalmente à sua movimentação, que poderá não
somente promover a alteração das propriedades física e química, como também à sua
instabilidade. Os possíveis impactos no componente ar estarão associados tanto às
movimentações dos maquinários quanto à liberação de gases e particulados. As
principais interferências se farão sentir nas áreas onde estão previstas a supressão
vegetal e de terraplenagem.

No tocante ao meio biótico (Quadro 9.3-1), a atividade do empreendimento prevê a


supressão de vegetação em parte significativa da ADA, principalmente associado no
trecho entre o rio Moju e os rios Capim e Ararandeua, onde se concentra a maior
densidade florestal de toda a Ferrovia Paraense S.A.. Mas, em função do elevado
grau de antropização observado no restante do traçado da Ferrovia Paraense S.A
(trecho Barcarena/Rio Moju, Trecho Rio Acará-Paragominas, Trecho Ararandeua-
Rondon do Pará, Trecho Ararandeua-Marabá, Trecho Marabá-Santana do Araguaia)
aliado ao tipo de uso atual (floresta plantada, pecuária e grãos), em boa parte haverá
somente a limpeza da área com vegetação não arbórea. As áreas de mata ciliar, que
correspondem à vegetação em estágio sucessional serão suprimidas o estritamente
necessário a implantação da faixa de domínio da ferrovia (80m). Durante a operação
de máquinas e equipamentos, assim como, o transporte de materiais e pessoal, está
previsto o afugentamento da fauna local. Quanto a isso, haverá aumento dos riscos
de atropelamentos de fauna devido o aumento do tráfego local. O tráfego de
caminhões(durante a implantação), locomotivas (implantação e operação) diário na
ADA também impactará a vegetação remanescente que estiver lindeira às vias e seus
entornos imediatos. Algumas espécies de fauna tendem a se adaptar às alterações
locais, voltando a perambular pela área depois de algum tempo, outras delas irão
buscar abrigo em áreas florestadas adjacentes gerando competição intra e
interespecífica de baixo impacto considerando trata-se de faixa de domínio de 80m, e
desta forma, podendo causar alterações na dinâmica populacional.

Quanto ao meio socioeconômico (Quadro 9.3-1), buscou-se identificar as


interferências positivas e negativas associadas aos componentes: econômico, social e
de infraestrutura; que poderão ocorrer durante todo o processo de planejamento,
implantação e operado do empreendimento. Com isso, as atividades foram avaliadas
quanto ao seu potencial de gerar interferências relacionadas às transformações
referentes à alteração do cotidiano das populações, expectativa de empregabilidade,

68
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

incremento na oferta de empregos diretos e indiretos, incremento na renda em função


do consumo de produtos e serviços.

Após a análise inicial de interação de impactos ambientais (Quadro 9.3-1), partiu-se


para a avaliação qualitativa/quantitativa dos impactos ambientais (intesidade, efeito,
abrangência, temporalidade, duração, reversibilidade e natureza; bem como
importância e magnitude), cuja valoração dos atributos está fundamentada no
diagnóstico ambiental.

Os resultados dessa análise podem ser visualizados na Matriz de Avaliação de


Impacto Ambiental (Quadro 9.3-2). A partir da avaliação de impactos foram definidos
os Programas Ambientais, que constarão no Plano de Controle Ambiental (PCA), e
que serão apresentados no item 10 na forma de diretrizes gerais.

69
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Quadro 9.3-2 – Matriz de avaliação dos impactos da Ferrovia Paraense S.A..

A3

70
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.4 IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICO

9.4.1 PLANEJAMENTO

9.4.1.1 Alteração da Qualidade do Ar

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos na qualidade do ar estão


associados na fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A. as atividades
tecnológicas de transporte de equipamentos, insumos e pessoal, bem como a
instalação dos canteiros de obras de Marabá e de Barcarena.

Nessa fase as alterações associadas ao transporte de insumos e equipamentos


apresentam baixa relevância considerando a localização dos canteiros de obras em
locais de elevada movimentação de carga e pessoal (Marabá e Distrito Industrial de
Barcarena), bem como o número de trabalhadores nos canteiros de obras que
oscilaram, conforme o histograma da mão-de-obra apresentado na Figura 1.3.2, de
um mínimo de 399 a um máximo de 5979 em cada canteiro.

Nesse sentido, maior relevância adquire as alterações na qualidade do ar associadas


a implantação dos canteiros de obras que ocuparam área de 194,43 hectares em
Barcarena e 100,23 hectares em Marabá. Onde as alterações na qualidade do ar
estão associadas a emissões de material particulado (partículas totais em suspensão
e partículas inaláveis) vinculadas a limpeza de área, terraplenagem e movimentação
máquinas e equipamentos – esses últimos associados a emissão de SO2, NO2,
Fumaça, CO e O3. Estando esse impacto restrito a ADA e AID do empreendimento.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental Alteração da Qualidade do


Ar da Ferrovia Paraense S.A. para a fase de planejamento:

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é média e está relacionada com a granulometria
e o grau de umidade dos materiais manuseados nas diversas
Intensidade Média 2
etapas do processo de movimentação de terra, bem como as
emissões geradas pelas máquinas e equipamentos.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência imediata de
Efeito Direto 4
algumas ações geradoras do empreendimento.
A dispersão dos poluentes estará restrita a ADA e AID,
considerando que fora dessa área de influência os veículos
Abrangência Local 2 associados ao empreendimentos estarão totalmente
incorporados ao intenso trânsito do Distrito Industrial de
Barcarena e da sede municipal de Marabá.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação geradora. Ou seja, quando há atividades de
transporte de pessoal e equipamento, bem como limpeza de
área, corte e aterro para implantação do canteiro de obras há
Temporalidade Imediato 4
potencial aumento dos níveis de material particulado. Da mesma
forma, quando os motores a combustão estão ligados há
aumento das emissões de gases. A dispersão desses poluentes
está relacionada à condições climáticas.
Duração Temporário 1 O impacto é qualificado como temporário curto durante toda a

71
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
Curto fase de planejamento – a qual será inferior a 5 anos, cessando
após o encerramento definitivo das ações geradoras.
O impacto é reversível já que ao final da fase de planejamento e
com a paralisação das fontes geradoras, as condições naturais
Reversibilidade Reversível 1 voltam a um equilíbrio próximo ao pré-existente, voltando o ar a
apresentar níveis de poluentes próximos aos anteriores à fase de
planejamento do empreendimento.
O impacto é negativo uma vez que afeta a qualidade de vida e a
Natureza Negativa -1
saúde da fauna e dos homens.

Avaliação do Impacto
Importância Média (-21)
Magnitude Baixa (-5)

Vale ressaltar que as fontes emissoras apresentam potencial de alteração da


qualidade do ar passível de ser verificada por monitoramento. Por isso, para o
controle de qualidade ambiental será implantado o Programa de Controle de
Emissões Atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do Ar, além de medidas
relacionadas ao controle de emissão de fumaça preta (medições periódicas com
opacímetro nos veículos e equipamentos) e inspeção e manutenção do sistemas de
controle ambientais, por exemplo, controle de material em suspensão por umectação
de vias, manutenção períodica dos veículos, quando for o caso e da melhoria
contínua dos procedimentos e processos operacionais.

9.4.1.2 Alteração dos Níveis de Ruídos

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos nos níveis de ruído estão
associados na fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A. as atividades
tecnológicas de transporte de equipamentos, insumos e pessoal, bem como a
instalação dos canteiros de obras de Marabá e de Barcarena.

Abaixo se quantifica as alterações nos níveis de ruido na fase de planejamento da


Ferrovia Paraense S.A.

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é baixa considerando que o transporte de
pessoal e equipamento ocorrerá na fase de planejamento ao
longo PA-150, BR-010, BR – 222, BR - 158 e BR – 155, vias
com elevada taxa de utilização sendo a movimentação gerada
pela Ferrovia Paraense S.A. incorporada a essas vias. Quanto
Intensidade Baixa 1 aos canteiros de obra tem destaque suas dimensões 194,43
hectares em Barcarena e 100,23 hectares em Marabá, nesse
sentido próxima à fonte emissora o ruído é atenuada em
função da distância onde se situa o receptor e da presença de
barreiras físicas no caminho da onda de propagação do som
(floresta, anteparos).
Efeito Direto 4 Trata-se de um impacto direto porque é decorrência imediata
de ações empreendimento que geram ruídos (funcionamento

72
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
de veículos, máquinas e equipamentos e instalação dos
canteiros de obras).
A propagação do som pode ficará restrita a ADA e a AID,
considerando a extensão dos canteiros de obras e dificilmente
Abrangência Local 2
irão atingir os receptores residentes no entorno do
empreendimento.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação geradora. Ou seja, quando não há atividades
Temporalidade Imediato 4
geradoras de ruídos não há impacto sobre as fontes
sensíveis.
O impacto é qualificado como temporário na medida em que
Temporário ocorre apenas enquanto durar a atividades do
Duração 1
curto empreendimento, cessando imediatamente após o
encerramento das ações geradoras.
O impacto é reversível já que ao final da fase de planejamento
Reversibilidade Reversível 1 e com a paralisação das fontes geradoras, as condições
voltam a um equilíbrio próximo ao pré-existente.
O impacto é negativo uma vez que afeta a qualidade de vida e
Natureza Negativa -1 a saúde da população e também por afugentar a fauna nas
áreas vegetadas do entorno do empreendimento.

Avaliação do Impacto
Importância Baixa (-18)
Magnitude Baixa (-4)

Como forma de controlar os níveis de ruídos no entorno do empreendimento, as


ações previstas de controle ambiental envolverão o adequado projeto e a manutenção
de equipamentos, máquinas e veículos. Grupos geradores e demais equipamentos
fixos, quando necessário, poderão ser confinados de forma a adequar os níveis de
pressão sonora. Também será implantado o Programa de Monitoramento e Controle
de Ruído, como forma de verificar a eficácia das ações de controle propostas e o nível
de atenuação de ruídos nas áreas ocupadas (receptores).

9.4.1.3 Alteração dos Níveis de Vibração

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos nos níveis de vibração estão
associados na fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A. as atividades
tecnológicas de transporte de equipamentos, insumos e pessoal, bem como a
instalação dos canteiros de obras de Marabá e de Barcarena.

Abaixo se quantifica as alterações nos níveis de ruido na fase de planejamento da


Ferrovia Paraense S.A.

73
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é baixa considerando que o transporte de
pessoal e equipamento ocorrerá na fase de planejamento ao
longo PA-150, BR-010, BR – 222, BR - 158 e BR – 155, vias
com elevada taxa de utilização sendo a movimentação gerada
pela Ferrovia Paraense S.A. incorporada a essas vias. Quanto
aos canteiros de obra tem destaque suas dimensões 194,43
hectares em Barcarena e 100,23 hectares em Marabá, nesse
sentido, próxima à fonte emissora vibração é atenuada em
Intensidade Baixa 1
função da distância onde se situa o receptor sendo a energia
gerada pela fonte geradora atenuada pelos solos e rochas
localizados entre essa e as habitações localizadas no entorno
dos canteiros de obra, com destaque para a implantação dos
canteiros de obra – dentro dessa atividade tem destaque a
implantação das fundações das edificações momento em que
ocorrerá a intensidade máxima de vibração de toda a fase de
planejamento.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência imediata
Efeito Direto 4
de ações empreendimento que geram vibração.
A propagação do som pode ficará restrita a ADA,
considerando a extensão dos canteiros de obras e dificilmente
Abrangência Pontual 1
irá atingir os receptores residentes no entorno do
empreendimento.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação geradora. Ou seja, quando não há atividades
Temporalidade Imediato 4
geradoras de vibração não há impacto sobre as fontes
sensíveis.
O impacto é qualificado como temporário na medida em que
Temporário ocorre apenas enquanto durar a atividades do
Duração 1
curto empreendimento, cessando imediatamente após o
encerramento das ações geradoras.
O impacto é reversível já que ao final da fase de planejamento
Reversibilidade Reversível 1 e com a paralisação das fontes geradoras, as condições
voltam a um equilíbrio próximo ao pré-existente.
O impacto é negativo uma vez que afeta a qualidade de vida e
Natureza Negativa -1 a saúde da população e também por afugentar a fauna nas
áreas vegetadas do entorno do empreendimento.

Avaliação do Impacto
Importância Baixa (-16)
Magnitude Baixa (-3)

Como forma de controlar os níveis de vibração no entorno do empreendimento, as


ações previstas de controle ambiental envolverão o adequado projeto. Também será
implantado o Programa de Monitoramento dos Níveis de Vibração, como forma de
verificar a eficácia das ações de controle propostas e o nível de atenuação de
Vibração nas áreas ocupadas (receptores).

74
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.4.1.4 Modificação das Condições de Percolação e Alterações na Qualidade da


Água do Aquífero Livre

As formações geológicas que contém água e permite que quantidades significativas


dessa água se movimentem no seu interior em condições naturais. Formações
permeáveis, tais como os arenitos e areias, são exemplos de aquíferos. Nas áreas de
influência da Ferrovia Paraense S.A. em função das proprias características de uma
obra ferrovia adquire relevância das várias fases do empreendimento os aquiferos
livres, considerando que são os depósitos de água mais próximos da superfície da
terra.

Os aquífetos são classificados em função da pressão das águas nas suas superfícies
limítrofes: superior chamada topo e inferior chamada base, e também em função da
capacidade de transmissão de água das respectivas camadas limítrofes. Sendo
considerados aquífero livre também chamado de freático ou não confinado, aquele
cujo limite superior é a superfície de saturação ou freático na qual todos os pontos se
encontram à pressão atmosférica. Aquiferos esses que se estendem ao longo de toda
o traçado da Ferrovia Paraense S.A.

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a Modificação


das Condições de Percolação e Alterações na Qualidade da Água do Aquifero Livre
estão associados na fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A. as atividades
de instalação dos canteiros de obras de Marabá e de Barcarena.

Durante a fase de planjemaneto, as formas de interferências na qualidade das águas


subterrâneas durante a implantação dos canteiro de obras de Marabá e Barcarena
estão associadas a vazamentos, derramamentos e infiltração no terreno de produtos
oriundos dos abastecimentos, manutenções e conservações das máquinas e
caminhões nas áreas dos canteiro de obras. Assim, para a avaliação dos impactos na
fase de planejamento, considerou-se que a alteração da qualidade das águas
subterrâneas poderá acontecer a partir das operações unitárias principais e auxiliares,
ou por falhas nas operações unitárias de controle. Abaixo se apresenta a avaliação do
impacto sobre a Modificação das Condições de Percolação e Alterações na Qualidade
da Água do Aquífero Livre

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é média, de acordo com o tempo de exposição
Intensidade Média 2 do contaminante com o solo e a possibilidade de alteração da
qualidade da água subterrânea.
Trata-se de um impacto indireto porque está relacionado à
ocorrência de acidentes com derramamento/vazamento de
Efeito Indireto 1 óleos, graxa e combustível e de efluentes líquidos, bem como a
não adoção de práticas adequadas para seu armazenamento,
manuseio e tratamento.
Considerando a área dos canteiros de obras 194,43 ha
Abrangência Pontual 1 Barcarena e 100,23 ha Marabá e a capacidade de
armazenamento das máquinas e equipamentos mobilizados na
implantação dos canteiros de obra esse impacto ficará restrito a

75
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
ADA
Pois a sua manifestação pode se dar bem após os fatos
geradores. O deslocamento de águas contaminadas ao longo da
seção litoestratigráfica, até atingir o(s) aquífero(s), não é
imediato e ocorrem lentamente em função das condutividades
hidráulicas e demais parâmetros hidrogeológicos. Esse efeito
Médio pode ser acelerado caso a área seja dominada por litologias
Temporalidade 2 reconhecidamente com maior permeabilidade e porosidades, e o
prazo
posicionamento do N.A. esteja muito próximo da superfície
atingida. Considerando a baixa profundidade do aquífero livre e
os vários critérios listados acima foi classificado como de médio
prazo

O impacto é qualificado como Temporário longo, pois os


processos de infiltração, função das propriedades
Temporário
Duração 2 hidrogeológicas do meio geológico, podem ser suficientemente
longo
lentos, porém progressivos, a ponto de serem efetivamente
detectados.
Embora o impacto possa ser considerado reversível, essa
condição só será atingida após um período, não previsível, que
Reversibilidade Reversível 1
poderá ocorrer tanto durante a fase de planejamento quanto na
fase de implantação.
Impacto negativo uma vez que afeta a qualidade da água e, por
Natureza Negativa -1
extensão, a qualidade de vida.

Avaliação do Impacto
Importância Baixa (-16)
Magnitude Baixa (-4)

Para o acompanhamento das condições naturais dos aquíferos livres e


monitoramento da evolução da qualidade das águas subterrâneas deverá ser
implantado o Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas,
além dos Programas de Gerenciamento e Monitoramento dos Efluentes Líquidos,
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

9.4.1.5 Alteração da disponibilidade hídrica

As atividades previstas na fase de Planejamento do empreendimento irão interferir


nas condições atuais de infiltração e escoamento superficial das águas pluviais e,
consequentemente, na disponibilidade hídrica dos mananciais superficiais e
subterrâneos. Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a
Alteração da disponibilidade hídrica estão associados na fase de planejamento da
Ferrovia Paraense S.A. as atividades de instalação dos canteiros de obras de Marabá
e de Barcarena.

As alterações promovidas na superfície da bacia hidrográfica causam interferências


na dinâmica de escoamento das águas pluviais, com mudanças no comportamento

76
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

sazonal de vazões e na produtividade hídrica dos mananciais que drenam estas


áreas.

Abaixo se apresenta a avaliação da Alteração da disponibilidade hídrica para as obras


de implantação dos canteiros de obras de Marabá e Barcarena.

Caracterização do Impacto
A intensidade foi avaliada como baixa, considerando a que os
Intensidade Baixa 1 canteiros de obras serão implantados as margens de 2 dois dos
maiores corpos do Brasil: Rio Tocantins e Rio Pará.
Efeito direto decorrente do desmatamento/limpeza de área
necessário a implantação dos canteiros de obras, assim como
Efeito Direto 4
da captação de água necessária a implantação dos canteiros de
obras.
A alteração na disponibilidade hídrica deve se manifestar na
Abrangência Pontual 2 ADA, considerando a dimensão dos canteiros de obras e a
elevada disponibilidade hídrica nesses locais
As alterações na disponibilidade hídrica decorrentes das
Médio atividades do empreendimento devem ocorrer em médio prazo,
Temporalidade 2
Prazo levando-se em conta as taxas de infiltração na cobertura
laterítica comum em clima tropical
O impacto é qualificado como Temporário longo, pois a
revegetação e reconstituição das taxas de
Temporário
Duração 2 infiltração/escoamento superficial, próximas das condições
longo
naturais anteriores as intervenções, só será atingida após um
período, não previsível.
O impacto é considerado irreversível, tendo em vista que o
Reversibilidade Irreversível 4 terreno as áreas impactadas, não irão retornar as condições
naturais de infiltração e escoamento superficial da água.
O impacto é negativo uma vez que altera a disponibilidade
Natureza Negativa -1
hídrica local e executa a captação de água nova

Avaliação do Impacto
Importância Média (-21)
Magnitude Média (-7)

Como forma de monitorar a alteração da disponibilidade hídrica serão implantados os


Programas de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, Programa de
Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas, Programa de Gerenciamento
e Monitoramento dos Efluentes Líquidos.

Este impacto ambiental é potencializado pelo impacto de alteração na dinâmica


hídrica superficial e na dinâmica hídrica subterrânea, devido à alteração das vazões
em trânsito nos cursos de água e na diminuição da taxa de recarga dos aqüíferos,
respectivamente.

77
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.4.1.6 Alteração na Qualidade das Águas Superficiais

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos na Qualidade das Águas
Superficiais estão associados na fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A. a
atividade tecnológica de Instalação do Canteiro de Obras, a qual tem papel relevante
na alteração da qualidade das Águas Superficiais principalmente devido à geração de
resíduos sólidos e despejos de esgoto sanitário em cursos d’água. Outro ponto com
relevância na alteração da Qualidade das Águas Superficiais será o abastecimento de
água do canteiro de obras.

Salienta-se que a movimentação de equipamentos e veículos visando a instalação


dos canteiros de obra podem acarretar vazamentos de graxas, óleos e combustíveis.
Destaca-se que caso haja a necessidade de realizar a manutenção de equipamentos
e veículos, esta não será realizada no canteiro de obras, direcionando-os à
manutenção em oficina especializada.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental Alteração da Qualidade


das Águas Superficiais da Ferrovia Paraense S.A. para a fase de planejamento:

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é baixa e está relacionada com o vazamento de
Intensidade Baixa 1 graxas, óleos e combustíveis gerados pelos equipamentos e
veículos.
As atividades relacionadas a instalação dos canteiros de obra
podem gerar vazamentos de óleo, graxas e combustíveis, além
Efeito Direto 4 de efluentes sanitários e resíduos que, ao serem direcionados
para os cursos d’água, provocam alterações de suas
propriedades
Caso ocorram alterações na qualidade das águas, o impacto
Abrangência Local 2
ocorrerá na ADA e AID do empreendimento.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
Temporalidade Imediato 4 vinculado à ação geradora decorrente de atividade do
empreendimento.
Temporário Duração temporária a depender da intensidade da modificação
Duração 2
longo que eventualmente ocorrerá na qualidade das águas
Reversível, na medida em que o sistema aquático e a qualidade
Reversibilidade Reversível 1 da água possam se recuperar dos aportes de material sólido
e/ou líquido após o controle ou interrupção do impacto.
O impacto é negativo uma vez que afeta a qualidade hídrica e a
Natureza Negativa -1 saúde da população, fauna e flora no entorno do
empreendimento.

Avaliação do Impacto
Importância Média (-20)
Magnitude Baixa (-4)

A água é um excelente indicador da qualidade ambiental, é possível traçar um perfil


das variações físico-químicas e microbiológicas dos corpos de águas, acompanhando

78
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

as possíveis evoluções de suas concentrações e associá-las as atividades em


desenvolvimento pelo empreendedor ou comunidades do entorno.

Para o controle dos impactos causados sobre a qualidade das águas superficiais
serão implantados o Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas
Superficiais, Programa de Gerenciamento e Monitoramento dos Efluentes Líquidos,
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

9.4.1.7 Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos

As atividades previstas na fase de Planejamento do empreendimento irão interferir


nas condições atuais de infiltração e escoamento superficial das águas pluviais e,
consequentemente, no Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos. Com base no
Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados ao Início e/ou Aceleração de
Processos Erosivos estão associados na fase de planejamento da Ferrovia Paraense
S.A. as atividades de instalação dos canteiros de obras de Marabá e de Barcarena.

Considerando as características de solo existentes nas duas áreas onde identifica-se


a presente de solos lateríticos, ricos óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, quartzo e
caulinita como argilo minerais; vegetação secundária em diferentes estágios de
regeneração, declividades baixas a médias e contato direto (Marabá – Rio Tocantins)
ou próximo (Barcarena – rio Pará) de grande corpos d’água o que confere elevada
drenagem a esses locais, se efetuou a avaliação de impactos executada a seguir;
confrontando-se as características dos componentes do meio físico com as atividades
de supressão vegetal/limpeza de área, abertura de ruas e terraplenagem necessárias
a implantação dos canteiros de obras.

Caracterização do Impacto
De forma geral, a intensidade é considerada baixa,
considerando as características do terreno que conferem
Intensidade Baixa 1 ao mesmo, baixa suscetibilidade a erosão. Bem como, a
natureza da atividade nessa fase do empreendimento que
não representará grandes movimentações de terra.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência
imediata de ações de intervenção do empreendimento.
Efeito Direto 4
Especificamente de desmatamento, e terraplenagem nos
terrenos sob intervenção.
Os processos erosivos podem ocorrer nos sítios das
obras (ADA) e em função da dimensão das áreas
Abrangência Pontual 1 definidas para implantação dos canteiros de obras 100,23
ha em Marabá e 194,43 ha em Barcarena não
apresentam potencial de se estender a AID.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
Temporalidade Imediato 4 vinculado à ação de intervenção (desmatamento, abertura
de acessos e terraplenagem)
Os processos erosivos podem se instalar e evoluir por um
Temporário longo período após as ações de intervenção, caso as
Duração 2
Longo medidas preventivas ou corretivas não sejam implantadas
de forma adequada.
Reversibilidade Reversível 1 A aplicação de medidas preventivas ou corretivas

79
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
(sistema de drenagem, dispositivos de proteção,
revegetação) elimina os processos erosivos.
Em função dos riscos de movimentos de massa, erosão e
Natureza Negativa -1 transporte de sedimentos e solos e as consequentes
alterações na qualidade da água.

Avaliação do Impacto
Importância Baixa (-18)
Magnitude Baixa (-3)

A instalação e/ou aceleração de processos erosivos serão monitorados pelo


Programa de Monitoramento da Instalação de Processos Erosivos e Instabilização de
Taludes, Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, tendo
sua mitigação ou estabilização efetudada pelo Programa de Recuperação de Áreas
Degradadas.

9.4.1.8 Início e/ou Aceleração de Processos Assoreamento (alteração no perfil


do talvegue)

As atividades previstas na fase de Planejamento do empreendimento irão interferir


nas condições atuais de Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos e,
consequentemente, no Início e/ou Aceleração de Processos Assoreamento (alteração
no perfil do talvegue). Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos
associados ao Início e/ou Aceleração de Processos Assoreamento (alteração no perfil
do talvegue) estão associados na fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A. as
atividades de instalação dos canteiros de obras de Marabá e de Barcarena.

Considerando as características de solo existentes nas duas áreas onde identifica-se


a presente de solos lateríticos, ricos óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, quartzo e
caulinita como argilo minerais; vegetação secundária em diferentes estágios de
regeneração, declividades baixas a médias e contato direto (Marabá – Rio Tocantins)
ou próximo (Barcarena – rio Pará) de grande corpos d’água o que confere elevada
drenagem a esses locais, se efetuou a avaliação de impactos executada a seguir, a
qual resultou da comparação das características dos componentes do meio físico com
as atividades de supressão vegetal/limpeza de área, abertura de ruas e
terraplenagem necessárias a implantação dos canteiros de obras, tendo como
resultado final: importância e magnitude respetivamente Média (-20) e Baixa (-4) para
o impacto direto (Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos) do qual resultará o
impacto indireto Início e/ou Aceleração de Processos Assoreamento (alteração no
perfil do talvegue), sendo o resultado dessa avaliação apresentado abaixo.

80
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
De forma geral, a intensidade é considerada baixa,
considerando que a intensidade do impacto direto (Início
Intensidade Baixa 1
e/ou Aceleração de Processos Erosivos) também foi
classificada como baixa
Trata-se de um impacto indireto porque é decorrência
imediata não das ações de intervenção do
empreendimento (desmatamento e terraplenagem nos
Efeito Indireto 1
terrenos sob intervenção) e sim do resultado de um
impacto direto Início e/ou Aceleração de Processos
Erosivos.
Os processos erosão podem ocorrer nos sítios das obras
(ADA) e em função da dimensão das áreas definidas para
implantação dos canteiros de obras 100,23 ha em Marabá
e 194,43 ha em Barcarena não apresentam potencial de
Abrangência Local 2
se estender a AID. Entretanto, o resultado do processo
erosivo os sedimentos têm potencial de atingir os corpos
d’água presentes na AID sendo, portanto, classificado
como Local
O impacto ocorrerá como resultado indireto vinculado à
ação de intervenção (desmatamento, abertura de acessos
Temporalidade Médio Prazo 2
e terraplenagem) sendo previsto sua temporalidade a
médio prazo.
Os processos de assoreamento podem se instalar e
evoluir por um longo período após o inicio e/ou
Temporário
Duração 2 aceleração dos processos erosivos, caso as medidas
Longo
preventivas ou corretivas não sejam implantadas de
forma adequada.
A aplicação de medidas preventivas ou corretivas
(sistema de drenagem, dispositivos de proteção,
Reversibilidade Reversível 1 revegetação) elimina os processos erosivos e por
conseguinte o Início e/ou Aceleração de Processos
Assoreamento (alteração no perfil do talvegue).
Em função dos riscos de movimentos de massa, erosão e
Natureza Negativa -1 transporte de sedimentos e solos e as consequentes
alterações na qualidade da água.

Avaliação do Impacto
Importância Baixa (-15)
Magnitude Baixa (-4)

O Início e/ou Aceleração de Processos Assoreamento (alteração no perfil do talvegue)


serão monitorados pelo Programa de Monitoramento da Instalação de Processos
Erosivos e Instabilização de Taludes, Programa de Monitoramento da Qualidade das
Águas Superficiais, tendo sua mitigação ou estabilização efetudada pelo Programa de
Recuperação de Áreas Degradadas.

9.4.1.9 Alteração nas propriedades do solo

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos na Alteração nas


Propriedades do Solo estão associados na fase de planejamento da Ferrovia
Paraense S.A. as atividades tecnológicas de Transporte de Equipamentos, Insumos e

81
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Pessoal, e a Instalação do Canteiro de Obras, essas atividades tem papel relevante


na alteração da qualidade das propriedades do solo.

No que tange a movimentação de equipamentos e veículos visando a instalação dos


canteiros de obra podem acarretar vazamentos de graxas, óleos e combustíveis.
Destaca-se que caso haja a necessidade de realizar a manutenção de equipamentos
e veículos, esta não será realizada no canteiro de obras, direcionando-os à
manutenção em oficina especializada. Outra atividade digna de destaque é a geração
de resíduos sólidos derivados da implantação do canteiro de obras, e do aporte de
pessoas e insumos nestas localidades.

A utilização de combustíveis e lubrificantes e os resíduos contendo materiais oleosos


e graxas, que serão utilizados e manipulados principalmente nos canteiros de obras,
necessitarão estrutura e pessoal capacitado para orientar as formas corretas de
manipulação, armazenamento e disposição, o que não elimina o potencial de
derramamento ou armazenamento inadequado, desencadeando o impacto.

As alterações nas propriedades dos solos estão ligadas à necessidade de


armazenamento e disposição destes resíduos. Na fase intermediária, a ocorrência
potencial deste impacto está mais concentrada nos canteiros de obras, porém, pode
ocorrer sua manipulação em todas as áreas de trabalho. Na fase final, a necessidade
de áreas para disposição final dos resíduos caracteriza-se como um impacto, que
pode ser controlado, desde que se tenha locais apropriados para sua destinação.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental Alteração das propriedades


do solo da Ferrovia Paraense S.A. para a fase de planejamento:

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é baixa e está relacionada com o vazamento
Intensidade Baixa 1 de graxas, óleos e combustíveis gerados pelos equipamentos
e veículos.
As atividades relacionadas a instalação dos canteiros de obra
podem gerar vazamentos de óleo, graxas e combustíveis,
Efeito Direto 4
além resíduos sólidos que podem provocar alterações nas
propriedades do solo.
Caso ocorram alterações nas propriedades do solo, o impacto
ficará restrito a ADA, considerando a dimensão dos canteiros
Abrangência Pontual 1
de obras de Barcarena (194,43 hectares) e de Marabá (100,23
hectares).
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
Temporalidade Imediato 4 vinculado à ação geradora decorrente de atividade do
empreendimento.
Duração temporária a depender da intensidade da
Temporário
Duração 1 modificação que eventualmente ocorrerá nas propriedades do
curto
solo.
O impacto é reversível já que ao final da fase de planejamento
Reversibilidade Reversível 1 e com a paralisação das fontes geradoras, as condições
voltam a um equilíbrio próximo ao pré-existente.
Natureza Negativa -1 O impacto é negativo uma vez que afeta a qualidade de vida e

82
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
a saúde da população e também por afugentar a fauna nas
áreas vegetadas do entorno do empreendimento.

Avaliação do Impacto
Importância Baixa (-16)
Magnitude Baixa (-3)

Para o controle dos impactos causados sobre as propriedades do solo serão


implantados o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, Programa de
Monitoramento da Instalação de Processos Erosivos e Instabilização de Taludes,
Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, Programa de
Recuperação de Áreas Degradadas.

9.4.2 IMPLANTAÇÃO

9.4.2.1 Alteração da Qualidade do Ar

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos na qualidade do ar estão


associados na fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. as atividades
tecnológicas diversas com destaque para as atividades de supressão vegetal, cortes
em solo/rocha, implantação de aterros e circulação de maquinas e equipamentos,
essas atividades tem papel relevante na alteração dos índices de Partículas Totais em
Suspensão (PTS) e Partículas Inaláveis (PM10).

A intensa movimentação de máquinas e equipamentos necessários a execução da


supressão vegetal, cortes em solo/rocha, aterros, bem como, a circulação de
maquinas e equipamentos será responsável pelas alterações na qualidade do ar
associada as emissões de SO2, NO2, Fumaça, CO e O3. Estando esse impacto
restrito a ADA e AID do empreendimento.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental Alteração da Qualidade do


Ar da Ferrovia Paraense S.A. para a fase de implantação:

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é alta e está relacionada com a granulometria e
o grau de umidade dos materiais manuseados nas diversas
etapas do processo de movimentação de terra, bem como as
Intensidade Alta 4 emissões geradas pelas máquinas e equipamentos. Recebendo
essa classificação em função utilização de equipamentos de alta
performance para desmonte de solos e execução de aterros;
bem como explosivos para desmonte de rochas.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência imediata de
Efeito Direto 4
algumas ações geradoras do empreendimento.
A dispersão dos poluentes estará restrita a ADA e AID,
Abrangência Local 2 considerando que fora dessa área de influência os veículos
associados ao empreendimento estarão totalmente incorporados

83
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
ao intenso trânsito da PA-150, BR-010, BR – 222, BR - 158 e BR
- 155.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação geradora. Ou seja, quando há atividades de
transporte de pessoal e equipamento, bem como supressão
vegetal/limpeza de área, corte e aterro para implantação da
Temporalidade Imediato 4
ferrovia há potencial aumento dos níveis de material particulado.
Da mesma forma, quando os motores a combustão estão ligados
há aumento das emissões de gases. A dispersão desses
poluentes está relacionada à condições climáticas.
Temporário O impacto é qualificado como temporário longo durante toda a
Duração 2
longo fase de implantação – a qual será superior a 5 anos.
O impacto é reversível já que ao final da fase de implantação e
com a paralisação das fontes geradoras, as condições naturais
Reversibilidade Reversível 1 voltam a um equilíbrio próximo ao pré-existente, voltando o ar a
apresentar níveis de poluentes próximos aos anteriores à fase de
planejamento do empreendimento.
O impacto é negativo uma vez que afeta a qualidade de vida e a
Natureza Negativa -1
saúde da fauna e dos homens.

Avaliação do Impacto
Importância Alta (-29)
Magnitude Média (-7)

Vale ressaltar que as fontes emissoras apresentam potencial de alteração da


qualidade do ar passível de ser verificada por monitoramento. Por isso, para o
controle de qualidade ambiental será implantado o Programa de Controle de
Emissões Atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do Ar, além de medidas
relacionadas ao controle de emissão de fumaça preta (medições periódicas com
opacímetro nos veículos e equipamentos) e inspeção e manutenção do sistemas de
controle ambientais, por exemplo, controle de material em suspensão por umectação
de vias, manutenção períodica dos veículos, quando for o caso e da melhoria
contínua dos procedimentos e processos operacionais.

9.4.2.2 Alteração dos Níveis de Ruídos

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que as alterações dos níveis de ruído estão
associados na fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. as atividades
tecnológicas diversas com destaque para as atividades de supressão vegetal – em
função de seu papel no afugentamento da fauna - e as atividades de cortes em
solo/rocha que envolverão em alguns trechos o uso de explosivos, adquirindo nesse
cenário seu potencial máximo de geração de ruído em todas as fases de
empreendimento. Ressalta-se que não estão previstos desmontes de rocha em áreas
urbanas.

84
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

A intensidade dos impactos causados por ruídos de um empreendimento depende


não somente dos níveis de pressão sonora, gerados nas fontes, mas também da
distância entre os pontos de geração e recepção e das condições de atenuação
existentes no percurso.

Os níveis de ruídos obtidos durante a campanha de medição registraram valores de


pressão sonora equivalente abaixo e, também, acima do limite máximo estabelecido
pela Tabela 1 da NBR 10151:2000. A partir dos dados registrados, para os pontos
onde não foi ultrapassado o padrão apresentado na norma de referência, será
mantido o NCA da NBR. Para os pontos em que o NCA da NBR 10.151:2000 foi
ultrapassado, o LAeq assumirá o novo NCA de referência, considerando o período do
dia e a localização do ponto diagnosticado.

O incremento nos níveis de ruídos ocorrerá na fase de implantação centralizados ao


longo do traçado da ferrovia e nos dois canteiros de obras em Barcarena e de
Marabá, assim como nas comunidades distribuídas ao longo do traçado por meio de
fontes móveis, e principalmente associados ao longo do traçado ao desmonte de
solos e rochas, essa última com uso de explosivos.

Abaixo se quantifica as alterações nos níveis de ruido na fase de implantação da


Ferrovia Paraense S.A.

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é alta em função da utilização de explosivos
Intensidade Alta 4
para o desmonte de rocha
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência imediata
de ações empreendimento que geram ruídos (funcionamento
Efeito Direto 4
de veículos, máquinas e equipamentos, desmonte de
solos/rochas).
Abrangência Regional 4 A propagação do som pode se estender para além da AII.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação geradora. Ou seja, quando não há atividades
Temporalidade Imediato 4
geradoras de ruídos não há impacto sobre as fontes
sensíveis.
O impacto é qualificado como temporário curto na medida em
Temporário que ocorre apenas enquanto durar a atividades do
Duração 1
curto empreendimento, cessando imediatamente após o
encerramento das ações geradoras.
O impacto é reversível já que ao final da fase de desativação
Reversibilidade Reversível 1 e com a paralisação das fontes geradoras, as condições
voltam a um equilíbrio próximo ao pré-existente.
O impacto é negativo uma vez que afeta a qualidade de vida e
Natureza Negativa -1 a saúde da população e também por afugentar a fauna nas
áreas vegetadas do entorno do empreendimento.

85
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Avaliação do Impacto
Importância Alta (-31)
Magnitude Alta (-9)

Como forma de controlar os níveis de ruídos no entorno do empreendimento, as


ações previstas de controle ambiental envolverão o adequado projeto e a manutenção
de equipamentos, máquinas e veículos, bem como planos de fogo com elevado grau
de planejamento; não estando previsto desmonte de rochas em áreas urbanas.
Grupos geradores e demais equipamentos fixos, quando necessário, poderão ser
confinados de forma a adequar os níveis de pressão sonora. Também será
implantado o Programa de Monitoramento e Controle de Ruído, como forma de
verificar a eficácia das ações de controle propostas e o nível de atenuação de ruídos
nas áreas ocupadas (receptores).

9.4.2.3 Alteração dos Níveis de Vibração

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que as alterações dos níveis de vibração
estão associados na fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. as atividades
tecnológicas diversas com destaque para as atividades de terraplenagem – em função
da intensa movimentação de máquinas e equipamentos e as atividades de cortes em
solo/rocha que envolverão em alguns trechos o uso de explosivos adquirindo nesse
cenário seu potencial máximo de geração de vibração em todas as fases de
empreendimento. Ressalta-se que não estão previstos desmontes de rocha – e,
portanto, o uso de explosivos - em áreas urbanas.

A intensidade dos impactos causados de vibração de um empreendimento depende


não somente dos níveis de vibração, gerados nas fontes, mas também da distância
entre os pontos de geração e recepção e das condições de atenuação existentes no
percurso. Bem como ao potencial de dano a ser causado pela vibração, portanto, para
existir dano é preciso existir bem a ser protegido. Tendo destaque nesse cenário as
atividades de terraplenagem e implantação da infraestrutura ferroviária (lastros,
dormentes, trilhos e aparelhos acessórios) principalmente na área urbana e expansão
urbana de Marabá e de Barcarena, assim como nas comunidades distribuídas ao
longo do traçado considerando que o predomínio principal das demais atividades será
em ambiente rural.

O incremento nos níveis de vibração ocorrerá na fase de implantação centralizados ao


longo do traçado da ferrovia e nos dois canteiros de obras em Barcarena e de
Marabá, por meio de fontes móveis, e principalmente associados ao longo do traçado
ao desmonte de solos e rochas, essa última com uso de explosivos.

Abaixo se quantifica as alterações nos níveis de ruido na fase de implantação da


Ferrovia Paraense S.A.

86
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é alta em função da utilização de explosivos
Intensidade Alta 4
para o desmonte de rocha
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência imediata
de ações empreendimento que geram vibração
Efeito Direto 4
(funcionamento de veículos, máquinas e equipamentos,
desmonte de solos/rochas).
Abrangência Local 2 A propagação da vibração estará circunscrita a ADA e a AID.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação geradora. Ou seja, quando não há atividades
Temporalidade Imediato 4
geradoras de vibração não há impacto sobre as fontes
sensíveis.
O impacto é qualificado como temporário curto na medida em
Temporário que ocorre apenas enquanto durar a atividades do
Duração 1
curto empreendimento, cessando imediatamente após o
encerramento das ações geradoras.
O impacto é reversível já que ao final da fase de desativação
Reversibilidade Reversível 1 e com a paralisação das fontes geradoras, as condições
voltam a um equilíbrio próximo ao pré-existente.
O impacto é negativo uma vez que afeta a qualidade de vida e
Natureza Negativa -1 a saúde da população e também por afugentar a fauna nas
áreas vegetadas do entorno do empreendimento.

Avaliação do Impacto
Importância Alta (-27)
Magnitude Média (-7)

Como forma de controlar os níveis de vibração no entorno do empreendimento, as


ações previstas de controle ambiental envolverão o adequado projeto, bem como
planos de fogo com elevado grau de planejamento; não estando previsto desmonte de
rochas em áreas urbanas. Também será implantado o Programa de Monitoramento
dos Níveis de Vibração – ao longa das principais aglomerações humanas ao longo de
todo o traçado, como forma de verificar a eficácia das ações de controle propostas e o
nível de atenuação de vibração nas áreas ocupadas (receptores).

9.4.2.4 Modificação das Condições de Percolação e Alterações na Qualidade da


Água do Aquífero Livre

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a Modificação


das Condições de Percolação e Alterações na Qualidade da Água do Aquifero Livre
estão associados na fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. as atividades
diversas – conforme pode ser observado no quadro citado acima – das quais se
destacam a operação dos canteiros de obras de Marabá e de Barcarena, a operação
de sistemas de armazenamento de combutível em Marabá e em Barcarena, a
operação de máquinas e equipamentos nas várias atividades tecnológicas
necessárias a implantação do empreendimento.

87
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Durante a fase de implantação, as formas de interferências na qualidade das águas


subterrâneas durante a implantação dos canteiro de obras de Marabá e de Barcarena
estão associadas a vazamentos, derramamentos e infiltração no terreno de produtos
oriundos dos abastecimentos, manutenções e conservações das máquinas e
caminhões nas áreas do canteiro de obra, caminhos de serviço e vias de acesso às
obras. Assim, para a avaliação dos impactos na fase de implantação, considerou-se
que a alteração da qualidade das águas subterrâneas poderá acontecer a partir das
operações unitárias principais e auxiliares, ou por falhas nas operações unitárias de
controle.

Diversos processos e tarefas da fase de implantação, os quais poderiam causar a


contaminação das águas subterrâneas, a partir da geração de resíduos e efluentes
líquidos, possuem controle intrínseco. Os efluentes sanitários serão tratados de forma
adequada segundo normas específicas da ABNT, e destinados adequadamente
atendendo os padrões definidos pela legislação aplicável.

Os efluentes oleosos gerados em oficinas de manutenção e áreas de lavagem de piso


e veículos e máquinas serão direcionados para sistemas separadores de água e óleo
(SAO). A destinação de resíduos e o lançamento de efluentes serão realizados em
conformidade com as normas e padrões estabelecidos pela legislação ambiental. O
óleo coletado no SAO deverá ser armazenado temporariamente em local apropriado,
conforme norma de armazenamento temporário de resíduo perigoso, para depois ser
destinado ao refino.

Considerando as possíveis interferências nas condições hidrogeológicas locais, o


empreendimento deverá contemplar em seu escopo o seguinte conjunto de medidas
mitigadoras de caráter preventivo:

 Programar a retirada do mínimo necessário da cobertura vegetal, que permita


compatibilizar a implantação da ferrovia, sem expor desnecessariamente o
substrato inferior;
 Retirar o mínimo possível de solos e rochas durante as atividades de escavação
e terraplenagem de forma a não comprometer as condições de implantação da
ferrovia, minimizando a vulnerabilidade do(s) aquífero(s) a uma mais rápida
penetração das águas pluviais acumuladas na superfície;
 Desenvolver procedimentos específicos nas áreas de manuseio de óleos,
graxas e combustíveis com objetivo de se evitar a contaminação do solo e, por
extensão, do aquífero;
 Proceder a um tratamento adequado da água utilizada (efluente líquidos) nos
canteiros de obras de Barcarena e Marabá através da implantação de ETE e/ou
lagoas de tratamento, segundo parâmetros técnicos reconhecidos;
 Impor procedimentos construtivos adequados para as unidades de
armazenamento de combustíveis com encapsulamento de tanques e drenagens
de segurança adequadas;

88
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Implantar medidores de nível d’água (piezômetros) nos pontos mais suscetíveis


a eventuais contaminações, e avaliar o comportamento químico e bacteriológico
do(s) aquífero(s) com obtenção de amostras em branco para avaliação do
background;

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto de implantação da Ferrovia Paraense


S.A. a Modificação das Condições de Percolação e Alterações na Qualidade da Água
do Aquífero Livre.

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é média, de acordo com o tempo de exposição
Intensidade Média 2 do contaminante com o solo e a possibilidade de alteração da
qualidade da água subterrânea.
Trata-se de um impacto indireto porque está relacionado à
ocorrência de acidentes com derramamento/vazamento de
Efeito Indireto 1 óleos, graxa e combustível e de efluentes líquidos, bem como a
não adoção de práticas adequadas para seu armazenamento,
manuseio e tratamento.
Considerando a área dos canteiros de obras 194,43 ha
Barcarena e 100,23 ha Marabá e a capacidade de
armazenamento das máquinas e equipamentos mobilizados na
Abrangência Local 2 implantação dos canteiros de obra esse impacto ficará restrito a
ADA. Considerando as obras ao longo do traçado e o volume de
contaminante armazenado pela máquinas e equipamentos a
potencial desse impacto se estender ao longo do traçado a AID
Pois a sua manifestação pode se dar bem após os fatos
geradores. O deslocamento de águas contaminadas ao longo da
seção litoestratigráfica, até atingir o(s) aquífero(s), não é
imediato e ocorrem lentamente em função das condutividades
hidráulicas e demais parâmetros hidrogeológicos. Esse efeito
Médio pode ser acelerado caso a área seja dominada por litologias
Temporalidade 2 reconhecidamente com maior permeabilidade e porosidades, e o
prazo
posicionamento do N.A. esteja muito próximo da superfície
atingida. Considerando a baixa profundidade do aquífero livre e
os vários critérios listados acima foi classificado como de médio
prazo.

O impacto é qualificado como temporário longo, pois os


processos de infiltração, função das propriedades
Temporário
Duração 2 hidrogeológicas do meio geológico, podem ser suficientemente
longo
lentos, porém progressivos, a ponto de serem efetivamente
detectados.
Embora o impacto possa ser considerado reversível, essa
condição só será atingida após um período, não previsível, que
Reversibilidade Reversível 1
poderá ocorrer tanto durante a fase de planejamento quanto na
fase de implantação.
Impacto negativo uma vez que afeta a qualidade da água e, por
Natureza Negativa -1
extensão, a qualidade de vida.

Avaliação do Impacto
Importância Baixa (-18)
Magnitude Baixa (-5)

89
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Para o acompanhamento das condições naturais dos aquíferos locais e


monitoramento da evolução da qualidade das águas subterrâneas deverá ser
implantado o Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas,
Programa de Gerenciamento e Monitoramento dos Efluentes Líquidos, Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

9.4.2.5 Alteração da disponibilidade hídrica

As atividades previstas na fase de Implantação do empreendimento irão interferir nas


condições atuais de infiltração e escoamento superficial das águas pluviais e,
consequentemente, na disponibilidade hídrica dos mananciais superficiais e
subterrâneos. Essas interferências se manifestarão em diferentes intensidades e
áreas de abrangência, entre os quais: as áreas para implantação das estruturas do
empreendimento (canteiro, alojamento, Terraplenagem - serviços preliminares -
limpeza da área -, cortes, aterros, áreas de empréstimo/bota-foras, entre outros), ao
longo de todo o traçado haverá a supressão da vegetação ou limpeza de área, cortes,
terraplenagem e escavação, implantação de dispositivos de drenagem para
disciplinamento das águas pluviais, bacias de sedimentação ou dissipação para
contenção de sedimentos e infiltração/veiculação de águas pluviais, entre outros.

As alterações promovidas na superfície da bacia hidrográfica causam interferências


na dinâmica de escoamento das águas pluviais, com mudanças no comportamento
sazonal de vazões e na produtividade hídrica dos mananciais que drenam estas
áreas.

Em bacias com floresta e vegetação fechada, as precipitações de baixa intensidade


normalmente não geram escoamento. No entanto, após um período chuvoso de
grande intensidade, quando a capacidade de interceptação da bacia é atingida, o
escoamento aparece e as diferenças com relação ao volume escoado em bacias
desmatadas são menores.

Neste processo, cheias de pequena intensidade e localizadas tendem a aumentar,


quando ocorre o desmatamento, enquanto que nas cheias de maior magnitude, estas
diferenças diminuem. A ação do desmatamento tende a aumentar a vazão média em
função da redução do processo de evapotranspiração, aumento das vazões máximas
e diminuição das mínimas.

90
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
A intensidade foi avaliada como baixa, considerando que os
canteiros de obras serão implantados as margens de 2 dois
dos maiores corpos do Brasil: Rio Tocantins e Rio Pará.
Quanto ao traçado por se tratar de atividade linear que
ocorrerá ao longo de 1.319 km o impacto sobre a
disponibilidade hídrica não serão sentidos nos meses
Intensidade Média 2 chuvosos, considerando os elevados índices pluviométricos
dessa região da Amazônia, esse cenário tem potencial de ser
alterado nos meses menos chuvosos, onde a disponibilidade
hídrica e fortemente afetada em função dos baixos índices
pluviométricos e da elevada evapotranspiração, nesse sentido
o valor final da intensidade considerou o pior cenário sendo
classificada como média
Efeito direto decorrente do desmatamento/limpeza de área
necessário a implantação dos canteiros de obras e da via
Efeito Direto 4 férrea, assim como da captação de água necessária a
implantação dos canteiros de obras, compactação de aterros,
execução de sistemas de drenagem e obras de arte.
A alteração na disponibilidade hídrica deve se manifestar na
ADA, considerando a dimensão dos canteiros de obras e a
elevada disponibilidade hídrica nesses locais. Quanto a
Abrangência Local 2
implantação da via férrea considerando a disponibilidade nos
meses menos chuvoso esse impacto tem potencial de atingir a
AID.
As alterações na disponibilidade hídrica decorrentes das
atividades do empreendimento estarão nessa fase fortemente
Temporalidade Imediata 4 relacionada a captação superficial e aos índices
pluviométricos sendo classificada ao longo da implantação da
via férrea como imediata
Considerando a predominância nessa fase das atividades de
execução do traçado frente as atividades desenvolvidas nos
canteiros de obras, esse impacto é qualificado na fase de
Temporário implantação como Temporário curto, pois terminada as
Duração 2
curto captações superficiais necessárias a implantação da via férrea
e desmobilizado o ponto de captação; o corpo hídrico
retornará imediatamente as condições naturais anteriores as
intervenções.
O impacto é considerado irreversível, tendo em vista que o
terreno as áreas impactadas, não irão retornar as condições
Reversibilidade Irreversível 4 naturais de infiltração e escoamento superficial da água.
Considerando nesse caso também o pior cenário, como forma
de conferir maior segurança a presente avaliação.
O impacto é negativo uma vez que altera a disponibilidade
Natureza Negativa -1
hídrica local e executa a captação de água nova

Avaliação do Impacto
Importância Alta (-26)
Magnitude Média (-8)

Como forma de monitorar a alteração da disponibilidade hídrica será implantada o


Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, Programa de
Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas, Programa de Gerenciamento
e Monitoramento dos Efluentes Líquidos.

91
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.4.2.6 Rebaixamento do Lençol Freático

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados ao


Rebaixamento do Lençol Freático estão associados exclusivamente a a fase de
implantação da Ferrovia Paraense S.A. as Corte e aterros para implantação de
ferrovia, estações, terminais de carga e patios de manobra; Obtenção de Material de
Empréstimo (solo e rocha); Escavação das fundações de pontes e viadutos.

Da mesma forma que no regime de escoamento superficial e subterrâneo, o


rebaixamento do lençol freático pode ocorrer de forma localizada, onde ocorrer cortes
no terreno em solo e rochas e nas adjacências imediatas destes.

Para obras da superestrutura e ampliação de obras de arte especiais (pontes) serão


implantados drenos de fundo, interferindo na dinâmica hídrica subterrânea em
decorrência do rebaixamento pontual do lençol freático.

Nas obras superficiais o rebaixamento será permanente onde ocorrer cortes no


terreno natural, mas restrito à área de intervenção, conforme previsto em projeto.

Caracterização do Impacto
A intensidade foi avaliada como baixa, considerando que
Intensidade Baixa 1 ocorrerá no entorno da obra não interferindo no padrão geral
da superfície potenciométrica do lençol freático
Efeito direto decorrente da ação direta de escavação ou
Efeito Direto 4
colocação de drenos.
Abrangência Pontual 1 Será pontual fincando restrito a ADA
As alterações no rebaixamento do lençol freático ocorreram
Temporalidade Imediata 4
logo após a escavação e a colocação de drenos
Feita a escavação e colocado o dreno o nível d’água não
Duração Permanente 4
retornará a configuração original.
O impacto é considerado irreversível, tendo em vista que o
Reversibilidade Irreversível 4 lençol freático não irá retornar as condições naturais
anteriores a escavação e a colocação do dreno
O impacto é negativo uma vez que altera a posição original do
Natureza Negativa -1
lençol freático

Avaliação do Impacto
Importância Alta (-25)
Magnitude Média (-6)

Como medida mitigadora deve-se reduzir ao máximo as escavações do terreno,


restrito às áreas previstas em projeto. O Plano Ambiental da Construção contemplará
o controle das escavações de acordo com o projeto, assim como a fiscalização
necessária. Trata-se de uma medida de médio grau de resolução, o que confere ao
impacto, baixa relevância.

92
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Como forma de monitorar a alteração da disponibilidade hídrica serão implantados os


Programas de Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas, Programa de
Monitoramento da Instalação de Processos Erosivos e Instabilização de Taludes

9.4.2.7 Alteração na Qualidade das Águas Superficiais

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos na Qualidade das Águas
Superficiais estão associados na fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. as
atividades tecnológicas diversas com destaque para as atividades de supressão
vegetal, terraplenagem, cortes em solo/rocha, implantação de aterros, além da
implantação de pontes sobre o Rio Tocantins, Rio Moju, Rio Itacaiúnas, Rio
Ararandeua, Rio Surubiju e Rio Capim.

Durante a fase de implantação do empreendimento, a qualidade das águas


superficiais poderá sofrer influência de modo direto, quando forem executadas as
obras de instalações das estruturas fixas no curso d’água (pontes), ou indireto,
quando alguma ação na superfície terrestre é transferida para o curso d’água.
Qualquer que seja o tipo de interferência modificará as condições de equilíbrio
dinâmico daquele meio, mas quando cessada a ação, tenderá naturalmente a um
novo equilíbrio dinâmico.

A implantação da atividade prescinde da necessidade de realização de programas de


monitoramento visando o controle e a identificação de possíveis processos de
degradação dos recursos hídricos. A execução destas ações se torna necessária
tendo em vista a presença de fontes potencialmente poluidoras dos recursos hídricos
em decorrência da implantação do empreendimento.

Caso não sejam tomadas medidas preventivas adequadas, tais ações promoverão a
degradação dos recursos hídricos e o comprometimento da qualidade das águas com
consequências danosas ao meio físico e biótico.

Dentre os possíveis fatores impactantes ao meio ambiente cumpre mencionar os


seguintes:

 Aporte de sedimentos e potencial assoreamento dos cursos d’água decorrente


da movimentação dos solos, após a remoção da cobertura vegetal. Estas
operações deverão expor o solo superficial a ação das intempéries, favorecendo
o potencial estabelecimento de processos erosivos dos solos e materiais
superficiais e o eventual aporte e assoreamento dos corpos d’água receptores.
A geração de sedimentos, decorrente da movimentação de solos e outros
materiais na implantação do empreendimento poderá causar o incremento das
concentrações de sólidos dissolvidos, em suspensão e sedimentáveis e dos
níveis de turbidez e cor, podendo ultrapassar os limites máximos estabelecidos
para cursos de água Classe 2 pela Resolução CONAMA nº 357/2005.

93
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 O processo de transporte de sedimentos e de material particulado ocorre


durante a incidência das precipitações, quando as superfícies dos terrenos
sofrem o processo de lavagem, tendo como destino final os cursos d’água.
Como consequências imediatas deste processo são observadas o aumento da
turbidez da água, o assoreamento e a alteração da qualidade dos recursos
hídricos. O aumento da turbidez reduz a penetração da luz na água afetando
diretamente a atividade fitoplanctônica;
 Aporte de efluentes domésticos ou resíduos para os cursos d’água com
alteração na qualidade da água. Os efluentes dos esgotos são ricos em
nutrientes, nitrogênio e fósforo e poderão favorecer a ocorrência do processo de
eutrofização, com a proliferação excessiva de algas e consequente desequilíbrio
ecológico; e
 A contaminação por óleos, graxas e combustíveis gerados através de
vazamentos pela movimentação de equipamentos e veículos. Por estes
elementos possuírem constituição mais leve que a água, os mesmos mantêm-se
na superfície, interferindo na penetração da luz solar no ambiente aquático e no
processo de re-aeração, fatores que afetam a ictiofauna e a comunidade
fitoplanctônica.

Entretanto, serão adotadas pelo empreendedor, durante a implantação do


empreendimento, ações e dispositivos para a eliminação e/ou mitigação de eventuais
alterações da qualidade da água. Dentre as ações destacam-se os sistemas de
drenagem e bacias de sedimentação, os sistemas separadores água e óleo (SAO) e
os sistemas de tratamento de efluentes domésticos, além do depósito de resíduos
sólidos.

A destinação de resíduos também pode impactar na qualidade ambiental das águas e


por isto, sua disposição será em conformidade com as normas e padrões
estabelecidos pela legislação ambiental. Todo o resíduo de óleo recuperado nos
separadores de água e óleo (SAO) será recolhido e estocado, conforme normas para
armazenamento temporário de resíduos perigosos, para depois ser recolhido por
firmas especializadas. Quanto aos efluentes sanitários serão tratados por ETE
Compacta, de forma a atender às legislações legais aplicáveis. Os demais resíduos
serão dispostos de forma que, caso ocorra a geração de efluente, este terá tratamento
adequado antes de sua destinação final.

Caracterização do Impacto
O aporte de solos, sedimentos e a geração de efluentes,
rejeitos e resíduos pode alterar as características físico-
Intensidade Alta 4 químicas e bacteriológicas dos recursos hídricos. Outro
fator gira em torno da instalação de estruturas fixas nos
cursos d’água.
Trata-se de um impacto direto visto que a qualidade das
águas será afetada em decorrência imediata das ações de
Efeito Direto 4 intervenção do empreendimento. Especificamente de
desmatamento, escavação, corte e terraplenagem nos
terrenos, além de efluentes, rejeitos e resíduos que, ao

94
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
serem direcionados para os cursos d’água, provocam
alterações de suas propriedades
Caso ocorram alterações na qualidade das águas, o
Abrangência Local 2
impacto ocorrerá na ADA e AID do empreendimento.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
Temporalidade Imediato 4 vinculado à ação geradora decorrente de atividade do
empreendimento.
Duração temporária a depender da intensidade da
Temporário
Duração 2 modificação que eventualmente ocorrerá na qualidade das
longo
águas
Reversível, na medida em que o sistema aquático e a
qualidade da água possam se recuperar dos aportes de
Reversibilidade Reversível 1
material sólido e/ou líquido após o controle ou interrupção
do impacto.
O impacto é negativo uma vez que afeta a qualidade
Natureza Negativa -1 hídrica e a saúde da população, fauna e flora no entorno
do empreendimento.

Avaliação do Impacto
Importância Alta (-29)
Magnitude Média (-7)

A água é um excelente indicador da qualidade ambiental, é possível traçar um perfil


das variações físico-químicas e microbiológicas dos corpos de águas, acompanhando
as possíveis evoluções de suas concentrações e associá-las as atividades em
desenvolvimento pelo empreendedor ou comunidades do entorno.

Para o controle dos impactos causados sobre a qualidade das águas superficiais
serão implantados o Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas
Superficiais, Programa de Gerenciamento e Monitoramento dos Efluentes Líquidos e
o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

9.4.2.8 Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados ao Início e/ou
Aceleração de Processos Erosivos estão associados na fase de implantação da
Ferrovia Paraense S.A. a atividades diversas tendo sua maior relevância quando
associados a supressão vegetal, corte e aterros para implantação da ferrovia,
estações, terminais de carga e pátios de manobra; obtenção de material de
empréstimo (solo e rocha) e terraplenagem. Embora a matriz identifique a existencia
de atividades que contribuiram para a mitigação e/ou eliminação desse impacto como
as obras de contenção, drenagem e proteção superficial, bem como os Sistemas de
Controle Ambiental, conforme pode ser observado no Quadro 9.3-1. Considerando,
entretanto, que essas atividades estão associadas a fase de implantação e que ainda
estaram sendo instaladas e deste modo não funcionaram em sua plenitude, conclui-se

95
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

que as alterações negativas na qualidade ambiental, superam as alterações positivas,


sendo o impacto da implantação da Ferrovia Paraense S.A. para a fase de
implantação sobre o Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos classificado como
negativo.

Nas obras de implantação do empreendimento, como execução da plataforma


ferroviária, entre outros, serão observadas alterações nas características ambientais
que poderão determinar condições propícias ao desenvolvimento de processos
erosivos gerados pelo escoamento concentrado das águas pluviais, ou então,
intensificando os processos que já ocorrem na área. As áreas classificadas como de
suscetibilidade a erosão média, alta e muito alta requerem maiores cuidados e
controle nas obras, por apresentarem condições desfavoráveis quanto ao tipo de solo,
declividade e cobertura vegetal.

A instalação dos componentes de infraestrutura implicará na retirada da cobertura


vegetal, com consequente exposição dos solos - mesmo que seja temporária em
alguns casos. Os acessos as plataformas e faixas marginais continuarão expostas a
agentes erosivos, principalmente aqueles relacionados à precipitação pluvial intensa,
durante todo o tempo necessário à implantação do empreendimento. Além disso, as
várias irregularidades de terreno necessitarão de cortes ou aterros para a realização
de superfícies planas ou ligeiramente inclinadas, ações geradoras de taludes com
dimensões e inclinações variadas.

O processo erosivo pode ser potencializado pela compactação das superfícies das
plataformas submetidas à circulação de veículos (rodovias, pátios etc.), que por sua
vez aumentará a impermeabilização das mesmas, intensificando o poder erosivo dos
escoamentos superficiais. Os processos erosivos também poderão ocorrer nas pilhas
constituídas pelo material proveniente da camada de solo orgânico que será
recolhido, após a retirada da cobertura vegetal. As pilhas serão estocadas e
reutilizadas na recomposição paisagística de feições de relevo, principalmente para o
revestimento de taludes de cortes e aterros. Essas pilhas poderão constituir
ambientes propensos à erosão se apresentarem taludes íngremes. Os produtos dessa
erosão serão representados por sedimentos que poderão contribuir para o
assoreamento dos canais de drenagem e áreas úmidas.

A estabilidade e a resistência a processos erosivos em áreas expostas e em taludes


de corte e aterro estão diretamente relacionadas à declividade do terreno e a natureza
dos solos e litologias que sustentam o relevo e à intensidade de chuvas, que deverá
se fazer principalmente entre os meses de dezembro a abril.

Durante a implantação das obras, as erosões poderão ocorrer na ADA em áreas onde
se fará a supressão da vegetação e a retirada do solo orgânico. Essa situação é mais
comum durante a execução dos serviços de terraplenagem (serviços preliminares,
cortes e aterro), quando há maior movimentação e exposição do solo. Uma vez que,

96
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

durante as obras, os terrenos trabalhados ficam descobertos e desprotegidos, criam-


se os cenários de indução/intensificação de processos erosivos, passando de laminar
a linear (concentrado). Este problema se agrava durante o período de alta
precipitação, que deverá se fazer principalmente entre os meses de dezembro a abril.

Os processos erosivos e o carreamento de sedimentos também poderão ocorrer a


partir da:

 Ausência, deficiência ou falta de manutenção nos sistemas de drenagem e


bacias de sedimentação provisórias ou permanentes nos sítios das obras,
especialmente em períodos de chuvas intensas;
 Deficiência na compactação dos aterros ou constituição arenosa friável dos
materiais em taludes de corte e aterros, que propiciem a instalação de
processos erosivos no período de chuvas; e
 Ausência ou deficiência da cobertura vegetal para proteção do solo em áreas
onde as obras já tenham sido concluídas.

Dessa forma, a modificação da dinâmica superficial e a instalação ou intensificação de


processos erosivos, será mais intensa em terrenos de maior declividade, fator
atenuante relevante esta associados a presente de solos lateríticos – extremamente
comuns em clima tropical que em função de seu elevado teor de material cimentício
(óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio e argilas cauliníticas); bem como a presenção
de minerais estáveis como quartzo (SiO2) e hematita (Fe2O3) conferem aos solos
distribuídos ao longo do traçado elevada coesão e contribuiem para baixa sua
susceptibildiade ao início ou aceleração dos processos erosivos.

Nos trechos de declividade média a alta se sugere cuidados especiais em relação às


tarefas que serão executadas, considerando que esses locais são portadoras de solos
menos profundos, onde deverão ser adotadas medidas de prevenção e correção, tais
como a implantação de mecanismos de proteção/contenção de taludes e a instalação
de sistemas de drenagem e bacias de sedimentação para minimizar o efeito erosivo
das águas pluviais e o carreamento de sedimentos, uma fase de revegetação e ações
continuadas de monitoramento periódico das condições de estabilidade, em especial
dos pontos críticos.

Abaixo se apresenta a avaliação de impactos ambientais referente ao Início e/ou


Aceleração de Processos Erosivos para a fase de Implantação da Ferrovia Paraense
S.A.

Caracterização do Impacto
De forma geral, a intensidade é considerada média, em
especial nas áreas dos sítios das obras que ocorrerão ao
Intensidade Média 2 longo de todo o traçado, envolvendo atividades de
limpeza de área/supressão vegetal, corte de solos e
rochas e aterros. Nos locais de relevo dissecado com alta
declividade e constituição arenosa friável, a intensidade

97
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
pode ser alta, localmente, devido às características do
terreno em sua maioria localizados no divisor de águas e
associados a solos lateríticos e declividade plana
manteve-se esse impacto com intensidade média
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência
imediata de ações de intervenção do empreendimento.
Especificamente de desmatamento, escavação, corte e
Efeito Direto 4
terraplenagem nos terrenos sob intervenção, taludes de
corte e aterro e nas encostas com alta declividade apenas
em pontos localizados.
Os processos erosivos podem ocorrer nos sítios das
Abrangência Local 2 obras (ADA) e se estender para a AID (aporte de
sedimentos e assoreamento de cursos d’água).
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação de intervenção (desmatamento, abertura
Temporalidade Imediato 4
de acessos, escavação, corte, terraplenagem entre
outros)
Os processos erosivos podem se instalar e evoluir por um
Temporário longo período após as ações de intervenção, caso as
Duração 2
Longo medidas preventivas ou corretivas não sejam implantadas
de forma adequada.
A aplicação de medidas preventivas ou corretivas
Reversibilidade Reversível 1 (sistema de drenagem, dispositivos de proteção,
revegetação) elimina os processos erosivos.
Em função dos riscos de movimentos de massa, erosão e
Natureza Negativa -1 transporte de sedimentos e solos e as consequentes
alterações na qualidade da água.

Avaliação do Impacto
Importância Média (-23)
Magnitude Baixa (-5)

Os impactos ambientais referentes ao Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos


para a fase de Implantação da Ferrovia Paraense S.A deverão ser enfrentados com o
Programa de Monitoramento da Instalação de Processos Erosivos e Instabilização de
Taludes, Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e o
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.

9.4.2.9 Início e/ou Aceleração de Processos Assoreamento (alteração do perfil


do talvegue)

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados ao Início e/ou
Aceleração de Processos Assoreamento (alteração do perfil do talvegue) estão
associados na fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. a atividades diversas
tendo sua maior relevância quando associados a supressão vegetal, corte e aterros
para implantação da ferrovia, estações, terminais de carga e pátios de manobra;
obtenção de material de empréstimo (solo e rocha) e terraplenagem. Embora a matriz
identifique a existencia de atividades que contribuiram para a mitigação e/ou

98
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

eliminação desse impacto como as obras de contenção, drenagem e proteção


superficial, bem como os Sistemas de Controle Ambiental, conforme pode ser
observado no Quadro 9.3-1. Considerando, entretanto, que essas atividades estão
associadas a fase de implantação e que ainda estaram sendo instaladas e deste
modo não funcionaram em sua plenitude, conclui-se que as alterações negativas na
qualidade ambiental, superam as alterações positivas, sendo o impacto da
implantação da Ferrovia Paraense S.A. para a fase de implantação sobre o Início e/ou
Aceleração de Processos Assoreamento (alteração do perfil do talvegue) classificado
como negativo.

O assoreamento de cursos d’água é decorrente do desenvolvimento de processos


erosivos, podendo levar à redução das seções naturais das drenagens existentes na
AID e ADA e, consequentemente, interferir em sua capacidade de escoamento de
vazões durante as ocorrências de cheias.

O assoreamento do curso d’água, ao reduzir sua capacidade de vazão, poderá gerar


extravasamentos laterais não ocorrentes anteriormente ou potencializá-los em trechos
onde esse processo já ocorra. O assoreamento poderá ocasionar, também,
redirecionamentos dos fluxos hídricos com concentração do escoamento em direção a
uma das margens, situação em que estas ficam sujeitas à erosão, transferindo, assim,
progressivamente, o assoreamento para trechos a jusante.

O processo de assoreamento tende a modificar a formação granulométrica do


substrato, resultando em alteração nos ecossistemas aquáticos, sobretudo na
composição da fauna bentônica. Importante destacar que a fauna de sedimentos
tende a se restabelecer assim que forem cessados os mecanismos de intervenção
direta e indireta decorrentes das obras, assumindo possivelmente características
distintas da comunidade original, em função do tipo de sedimento e da disponibilidade
de nutrientes.

Abaixo se apresenta a avaliação de impactos ambientais referente ao Início e/ou


Aceleração de Processos Assoreamento (alteração do perfil do talvegue) para a fase
de Implantação da Ferrovia Paraense S.A.

Caracterização do Impacto
De forma geral, a intensidade é considerada média,
considerando que a intensidade do impacto direto (Início
Intensidade Média 2
e/ou Aceleração de Processos Erosivos) também foi
classificada como média
Trata-se de um impacto indireto porque é decorrência
imediata não das ações de intervenção do
empreendimento (supressão vegetal, corte e aterros para
implantação da ferrovia, estações, terminais de carga e
Efeito Indireto 1
pátios de manobra; obtenção de material de empréstimo
(solo e rocha) e terraplenagem) e sim do resultado de um
impacto direto Início e/ou Aceleração de Processos
Erosivos.
Abrangência Local 2 Os processos erosivos podem ocorrer nos sítios das

99
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
obras (ADA) e se estender para a AID (aporte de
sedimentos e assoreamento de cursos d’água).
O impacto ocorrerá como resultado indireto vinculado à
ação de intervenção (supressão vegetal, corte e aterros
para implantação da ferrovia, estações, terminais de
Temporalidade Médio Prazo 2
carga e pátios de manobra; obtenção de material de
empréstimo (solo e rocha) e terraplenagem) sendo
previsto sua temporalidade a médio prazo.
Os processos de assoreamento podem se instalar e
evoluir por um longo período após o inicio e/ou
Temporário
Duração 2 aceleração dos processos erosivos, caso as medidas
Longo
preventivas ou corretivas não sejam implantadas de
forma adequada.
A aplicação de medidas preventivas ou corretivas
(sistema de drenagem, dispositivos de proteção,
Reversibilidade Reversível 1 revegetação) elimina os processos erosivos e por
conseguinte o Início e/ou Aceleração de Processos
Assoreamento (alteração no perfil do talvegue).
Em função dos riscos de movimentos de massa, erosão e
Natureza Negativa -1 transporte de sedimentos e solos e as consequentes
alterações na qualidade da água.

Avaliação do Impacto
Importância Baixa (-18)
Magnitude Baixa (-5)

Os impactos ambientais referentes ao Início e/ou Aceleração de Processos


Assoreamento (alteração do perfil do talvegue) para a fase de Implantação da
Ferrovia Paraense S.A deverão ser enfrentados com o Programa de Monitoramento
da Instalação de Processos Erosivos e Instabilização de Taludes, Programa de
Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, Programa de Recuperação de
Áreas Degradadas.

9.4.2.10 Instabilidade de Taludes e Aterros

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a Instabilidade


de Taludes e Aterros ou Alteração da Estabilidade Geotécnica estão associados na
fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. a atividades diversas tendo sua maior
relevância quando associados a:

 Supressão vegetal;
 Terraplenagem - serviços preliminares (limpeza da área), cortes, aterros, áreas
de empréstimo/bota-foras;
 Corte e aterros para implantação da ferrovia, estações, terminais de carga e
pátios de manobra; obtenção de material de empréstimo (solo e rocha) e
terraplenagem.

100
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Embora a matriz identifique a existencia de atividades que contribuiram para a


mitigação e/ou eliminação desse impacto como:
 Muros de gravidade (de pedra seca, pedra argamassada, gabião-caixa, concreto
ciclópico e concreto armado), obras de estabilização de blocos (com
chumbadores, tirantes, montantes de concreto engastados em rocha sã),
tirantes isolados, cortinas atirantadas e aterros reforçados;
 Valas revestidas, canaletas moldadas "in loco", canaletas pré-moldadas, guias e
sarjetas, tubos de concreto, escadas d'água, caixas de dissipação e transição,
tricheiras drenantes e drenos horizontais profundos;
 Implantação de cobertura vegetal, selo de solo argiloso, pano de pedra, gabião-
manta, impermeabilização asfáltica, solo-cal-cimento, argamassa, tela e gunita;
 Sistema de Drenagem e Bacias de Sedimentação Temporárias;
 Estabilização/Revegetação de Taludes;
 Sistema de Drenagem, Bacias de Sedimentação, Gabião, Diques de Contenção.

Considerando, entretanto, que essas atividades estão associadas a fase de


implantação e que ainda estaram sendo instaladas e deste modo não funcionaram em
sua plenitude, conclui-se que as alterações negativas na qualidade ambiental,
superam as alterações positivas, sendo o impacto da implantação da Ferrovia
Paraense S.A. para a fase de implantação sobre a Instabilidade de Taludes e Aterros
classificado como negativo.

Para estabilização dos taludes e aterros deve-se:

 Projetar / dimensionar de acordo com métodos conhecidos;


 Levar em conta o uso futuro dos solos nas bacias interceptadas;
 Prever recuperação de áreas exploradas, jazidas, caixas de empréstimos,
pedreiras, canteiros, acampamentos;
 Aperfeiçoar, detalhar levantamentos topográficos;
 Limitar o desmatamento à largura necessária à implantação da ferrovia, à
insolação da ferrovia e à proteção do tráfego;
 Limitar a remoção da camada vegetal à largura delimitada pelos off sets mais 2
m para cada lado, no máximo.

São causas para instabilidade de taludes e/ou aterros:

 Sistemas de drenagem incompletos sem dispositivos de proteção ou dissipação


de energia adequada;
 Subdimensionamento;
 Alterações de uso do solo nas bacias interceptadas;
 Áreas exploradas durante a construção não recuperadas;

101
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Formação de “piscinas” em jazidas, pedreiras, caixa de empréstimo,


represamento em bueiros;
 Desmatamento em largura excessiva;
 Limpeza em largura excessiva.

Abaixo se apresenta a avaliação de impactos ambientais referente a Instabilidade de


Taludes e Aterros para a fase de Implantação da Ferrovia Paraense S.A.

Caracterização do Impacto
O traçado da Ferrovia Paraense S.A foi projetado
predominantemente no divisor de águas, atravessando
relevos de declividade baixa a média. Nos locais de
relevo dissecado com alta declividade e constituição
arenosa friável, a intensidade pode ser alta.
Intensidade Média 2
Considerando, entretanto, a predominância ao longo do
traçado de terrenos com características suaves é
esperando poucos trechos com cortes e taludes
significativos, sendo a intensidade classificada como
média.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência
Efeito Direto 4
imediata de ações de intervenção do empreendimento.
Os processos Instabilidade de Taludes e Aterros são
Abrangência Pontual 1 restritos aos sítios das obras, portanto, a Área
Diretamente Afetada.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação de intervenção: Supressão vegetal;
Terraplenagem - serviços preliminares (limpeza da área),
Temporalidade Imediato 4 cortes, aterros, áreas de empréstimo/bota-foras; Corte e
aterros para implantação da ferrovia, estações, terminais
de carga e pátios de manobra; obtenção de material de
empréstimo (solo e rocha) e terraplenagem.
Os processos de Instabilidade de Taludes e Aterros
Temporário ocorrem logo após as intervenções de engenharia, caso
Duração 1
Curto as medidas preventivas ou corretivas não sejam
implantadas de forma adequada.
A aplicação de medidas preventivas ou corretivas
Reversibilidade Reversível 1
(estabilização de taludes e aterros) o terreno se estabiliza
Em função dos riscos de movimentos de massa, erosão e
Natureza Negativa -1 transporte de sedimentos e solos e as consequentes
alterações na qualidade da água.

Avaliação do Impacto
Importância Média (-19)
Magnitude Baixa (-4)

Os impactos ambientais referentes a Instabilidade de Taludes e Aterros para a fase de


Implantação da Ferrovia Paraense S.A deverão ser enfrentados com o Plano
Ambiental da Construção, Programa de Monitoramento da Instalação de Processos
Erosivos e Instabilização de Taludes, Programa de Monitoramento da Qualidade das
Águas Superficiais, Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.

102
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.4.2.11 Alteração no padrão de acúmulo de água com alagamentos indesejáveis

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a Alteração no


padrão de acúmulo de água com alagamentos indesejáveis estão associados na fase
de implantação da Ferrovia Paraense S.A. a atividades diversas tendo sua maior
relevância quando associados a:

 Supressão vegetal;
 Terraplenagem - serviços preliminares (limpeza da área), cortes, aterros, áreas
de empréstimo/bota-foras;
 Corte e aterros para implantação da ferrovia, estações, terminais de carga e
pátios de manobra; obtenção de material de empréstimo (solo e rocha) e
terraplenagem;
 Disposição de material excedente das escavações (bota-fora).
 Embora a matriz identifique a existencia de atividades que contribuiram para a
mitigação e/ou eliminação desse impacto como:
 Muros de gravidade (de pedra seca, pedra argamassada, gabião-caixa, concreto
ciclópico e concreto armado), obras de estabilização de blocos (com
chumbadores, tirantes, montantes de concreto engastados em rocha sã),
tirantes isolados, cortinas atirantadas e aterros reforçados;
 Valas revestidas, canaletas moldadas "in loco", canaletas pré-moldadas, guias e
sarjetas, tubos de concreto, escadas d'água, caixas de dissipação e transição,
tricheiras drenantes e drenos horizontais profundos;
 Implantação de cobertura vegetal, selo de solo argiloso, pano de pedra, gabião-
manta, impermeabilização asfáltica, solo-cal-cimento, argamassa, tela e gunita;
 Sistema de Drenagem e Bacias de Sedimentação Temporárias;
 Sistema de Drenagem, Bacias de Sedimentação, Gabião, Diques de Contenção.

Considerando, entretanto, que essas atividades estão associadas a fase de


implantação e que ainda estaram sendo instaladas e deste modo não funcionaram em
sua plenitude, conclui-se que as alterações negativas na qualidade ambiental,
superam as alterações positivas, sendo o impacto da implantação da Ferrovia
Paraense S.A. para a fase de implantação sobre a Alteração no padrão de acúmulo
de água com alagamentos indesejáveis classificado como negativo.

Para evitar Alteração no padrão de acúmulo de água com alagamentos indesejáveis


deve-se seguir os procedimentos abaixo:

 Projetar / dimensionar os sistemas de drenagem de acordo com métodos


conhecidos;
 Levar em conta o uso futuro dos solos nas bacias interceptadas;

103
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Prever recuperação de áreas exploradas, jazidas, caixas de empréstimos,


pedreiras, canteiros, acampamentos;
 Aperfeiçoar, detalhar levantamentos topográficos;
 Limitar o desmatamento à largura necessária à implantação da ferrovia, à
insolação da ferrovia e à proteção do tráfego;
 Limitar a remoção da camada vegetal à largura delimitada pelos off sets mais 2
m para cada lado, no máximo.

São causas para a Alteração no padrão de acúmulo de água com alagamentos


indesejáveis:

 Sistemas de drenagem incompletos sem dispositivos de proteção ou dissipação


de energia adequada;
 Subdimensionamento;
 Alterações de uso do solo nas bacias interceptadas;
 Áreas exploradas durante a construção não recuperadas;
 Formação de “piscinas” em jazidas, pedreiras, caixa de empréstimo,
represamento em bueiros;
 Desmatamento em largura excessiva;
 Limpeza em largura excessiva.

Abaixo se apresenta a avaliação de impactos ambientais referente a Alteração no


padrão de acúmulo de água com alagamentos indesejáveis para a fase de
Implantação da Ferrovia Paraense S.A.

Caracterização do Impacto
O traçado da Ferrovia Paraense S.A foi projetado
predominantemente no divisor de águas, atravessando
relevos de declividade baixa a média, estando a
ocorrência de possíveis alterações no padrão de acúmulo
de água com alagamentos indesejáveis, associadas a
falas no processo construtivo, sendo portanto, esperado
Intensidade Baixa 1
ocorrências pontuais de fácil diagnóstico. Os locais de
relevo dissecado com alta declividade não são propícios a
ocorrência de alteração no padrão de acúmulo de água
com alagamentos indesejáveis em função de seu
gradiente hidráulico. Sendo a intensidade classificada
como baixa.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência
Efeito Direto 4
imediata de ações de intervenção do empreendimento.
Os processos de alteração no padrão de acúmulo de
Abrangência Pontual 1 água com alagamentos indesejáveis são restritos aos
sítios das obras, portanto, a Área Diretamente Afetada.

104
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação de intervenção: Supressão vegetal;
Terraplenagem - serviços preliminares (limpeza da área),
Temporalidade Imediato 4 cortes, aterros, áreas de empréstimo/bota-foras; Corte e
aterros para implantação da ferrovia, estações, terminais
de carga e pátios de manobra; obtenção de material de
empréstimo (solo e rocha) e terraplenagem.
Os processos de Instabilidade de alteração no padrão de
acúmulo de água com alagamentos indesejáveis ocorrem
Temporário
Duração 1 logo após as intervenções de engenharia, caso as
Curto
medidas preventivas ou corretivas não sejam implantadas
de forma adequada.
A aplicação de medidas preventivas ou corretivas (projeto
e execução de sistemas de drenagem em perfeita
Reversibilidade Reversível 1 obediência as práticas correntes de engenharia) evita a
alteração no padrão de acúmulo de água com
alagamentos indesejáveis
Em função do risco de alagamentos e consequente
Natureza Negativa -1
deteriorização da qualidade ambiental.

Avaliação do Impacto
Importância Baixa (-16)
Magnitude Baixa (-3)

Os impactos ambientais referentes a alteração no padrão de acúmulo de água com


alagamentos indesejáveis para a fase de Implantação da Ferrovia Paraense S.A
deverão ser enfrentados com o Plano Ambiental da Construção.

9.4.2.12 Alteração nas propriedades do solo

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos na Alteração nas


Propriedades do Solo estão associados na fase de implantação da Ferrovia Paraense
S.A. as atividades tecnológicas diversas com destaque para as atividades associadas
à supressão de vegetação, a terraplenagem - serviços preliminares (limpeza da área),
cortes, aterros, áreas de empréstimo/bota-foras, além de corte e aterros para
implantação de ferrovia, estações, terminais de carga e pátios de manobra, obtenção
de material de empréstimo (solo e rocha); escavação das fundações de pontes e
viadutos, e disposição de material excedente das escavações (bota-fora).

Dentre os possíveis fatores impactantes ao meio ambiente cumpre mencionar os


seguintes:

 Limpeza de Área: a retirada da cobertura vegetal deixará o solo exposto à ação


de fenômenos erosivos (erosão hídrica ou eólica) e à deterioração de suas
propriedades física e química;
 Preparação do Solo (Limpeza e Terraplenagem): a implantação do
empreendimento prevê áreas de empréstimo/bota-foras, além de corte e aterros

105
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

para implantação de ferrovia, estações, terminais de carga e pátios de manobra.


Os serviços de limpeza e terraplenagem, conforme já descritos, objetiva atender
um projeto topográfico. Estas mudanças dependem das propriedades de cada
material, a maneira mais segura de escavá-los, transportá-los e compactá-los.
 Geração de Resíduos Sólidos: os resíduos gerados durante a fase de
implantação da Ferrovia Paraense S.A. deverão ser acondicionados também
podem impactar na qualidade ambiental do solo, afetando suas propriedades,
sua disposição será em conformidade com as normas e padrões estabelecidos
pela legislação ambiental.

Abaixo se quantifica as alterações nas propriedades do solo na fase de planejamento


da Ferrovia Paraense S.A.

Caracterização do Impacto
O impacto sobre as propriedades do solo tem intensidade
média, devido a supressão vegetal em parte da extensão do
Intensidade Média 2 traçado da Ferrovia Paraense S.A., bem como as atividades
de terraplenagem, considerando cortes e aterros, além de
áreas de empréstimo e processos erosivos associados.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência imediata
de ações empreendimento. Especificamente de
Efeito Direto 4
desmatamento, escavação, corte e terraplenagem nos
terrenos que provocam alterações de suas propriedades.
Caso ocorram alterações nas propriedades do solo, o impacto
Abrangência Local 2
ocorrerá na ADA e AID do empreendimento.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
Temporalidade Imediato 4 vinculado à ação geradora decorrente de atividade do
empreendimento.
O impacto é qualificado como permanente, visto que ao findar
Duração Permanente 4 da etapa de implantação o solo não retornará à configuração
original.
O impacto é irreversível já que ao final da fase de
implantação, mesmo com a paralisação das fontes geradoras,
Reversibilidade Irreversível 4
as condições não voltaram a um equilíbrio próximo ao pré-
existente.
O impacto é negativo uma vez que afeta a qualidade de vida e
Natureza Negativa -1 a saúde da população e também por afugentar a fauna nas
áreas vegetadas do entorno do empreendimento.

Avaliação do Impacto
Importância Alta (-30)
Magnitude Média (-8)

Objetivando a mitigação de possíveis impactos associados as propriedades do solo,


devida exposição do solo, processos erosivos, e supressão vegetal, recomenda-se a
implantação dos seguintes programas: Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos,
Programa de Monitoramento da Instalação de Processos Erosivos e Instabilização de

106
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Taludes, Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais,


Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.

9.4.2.13 Acidentes decorrentes do transporte e manuseio de explosivos

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a acidentes


decorrentes do transporte e manuseio de explosivos estão associados na fase de
implantação da Ferrovia Paraense S.A. a atividade de corte para implantação da
ferrovia em trechos onde o greide intercepta o topo rochoso e na obtenção de material
de empréstimo (rocha).

Utilização de veículos inadequados para o transporte; má condução do veículo;


estradas ou caminhos de serviço em mau estado de conservação; pessoal de
transporte não preparado para tarefa; estoque conjunto de diversos tipos de materiais
explosivos; má localização dos paióis; Vigilância não satisfatória; Manuseio por
pessoal pouco experiente; mau posicionamento do equipamento de perfuração; não
utilização ou utilização incorreta de equipamentos de segurança.

Para diminuir a níveis aceitáveis os riscos de acidentes decorrentes do transporte e


manuseio de explosivos deve-se seguir - entre outros - os procedimentos abaixo:

 Utilização de veículos adequados para o transporte – conforme definido pelo


fabricante e o Exército Brasileiro - acolchoando a caçamba;
 Identificar o veículo com avisos ostensivos de transportes de explosivo;
 Utilizar motoristas devidamente treinados para a condução desse tipo de veículo
e carga;
 Contratar especialista para a localização adequada dos paióis;
 Construir, no mínimo, dois paióis para armazenamento de material explosivo;
 Localizar os paióis em área isolada, de pouco movimento, de preferência em
encostas suaves;
 Avaliar o estado de conservação das estradas ou caminhos de serviço em mau
estado de conservação e definir procedimentos de condução veicular em cada
situação;
 Manter conservados os caminhos de serviço;
 Nunca estocar um conjunto de diversos tipos de materiais explosivos;
 Utilizar vigilância treinada e específica para proteção desse tipo de insumo de
modo a evitar: furtos, roubos e manipulação por pessoal não treinada e/ou não
autorizado;
 Empregar pessoal treinado e experiente no manuseio e uso dos produtos;
 Criar procedeimentos de acesso aos explosivos de formar a evitar o manuseio
por pessoal pouco experiente;

107
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Estudar posição adequada para instalação dos equipamentos de perfuração em


relação ao material explosivo, preparar plataformas, escorar;
 Treinar pessoal na utilização e utilizar equipamento de segurança, em especial
cordas e cintos de segurança
 Não permitir o manuseio de explosivos sem os equipamentos de segurança.
 Utilizar de forma correta os equipamentos de segurança.

A não obediência de um ou mais itens da listagem acima aumenta a probabilidade de


ocorrência de acidentes decorrentes do transporte e manuseio de explosivos.

Abaixo se apresenta a avaliação de impactos ambientais referente a acidentes


decorrentes do transporte e manuseio de explosivos na fase de Implantação da
Ferrovia Paraense S.A.

Caracterização do Impacto
A intensidade foi classificada como média, considerando
o histórico de acidentes vinculados a atividade ferroviária
e os rigorosos procedimentos seguidos pelo setor– não
Intensidade Média 2
sendo esperado ocorrências de acidentes capazes de
descaracterizar as ocorrências de acidentes com
explosivos do setor ferroviário brasileiro.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência
Efeito Direto 4
imediata de ações de intervenção do empreendimento.
Considerando a localização dos paios nos canteiros de
obras de Barcarena e Marabá e suas dimensões de
194,43 ha e 100,23 ha, respectivamente; o que confere
excelente isolamento, bem como o uso pontual de
explosivos considerando que traçado da Ferrovia
Abrangência Local 2
Paraense S.A. foi projetado no divisor de águas. Bem
como, a faixa de domínio de 80 metros. Esse impacto foi
avaliado como de abrangência Local, podendo em caso
de acidente ultrapassar a faixa de domínio, atingindo
assim a AID.

O impacto é imediato na medida em que está diretamente


vinculado à ação de intervenção: atividade de corte para
Temporalidade Imediato 4 implantação da ferrovia em trechos onde o greide
intercepta o topo rochoso e na obtenção de material de
empréstimo (rocha).

Os processos acidentes decorrentes do transporte e


manuseio de explosivos ocorrem logo após as
Temporário
Duração 1 intervenções de engenharia, caso as medidas preventivas
Curto
ou corretivas não sejam implantadas de forma adequada.
Cessando logo depois que ação deixa de ser executada.
A aplicação de medidas preventivas ou corretivas evita a
ocorrência de acidentes decorrentes do transporte e
Reversibilidade Reversível 1
manuseio de explosivos sendo, portanto, um impacto
reversível.
Em função do risco de acidentes que podem representar
Natureza Negativa -1
perdas materiais e de vidas humanas.

108
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Avaliação do Impacto
Importância Média (-21)
Magnitude Baixa (-5)

Os impactos ambientais referentes a acidentes decorrentes do transporte e manuseio


de explosivos para a fase de Implantação da Ferrovia Paraense S.A deverão ser
enfrentados com o Plano Ambiental da Construção, Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos, Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), Plano de
Atendimento a Emergência (PAE).

9.4.2.14 Interferência com feições de ambientes cársticos

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a Interferência


com feições de ambientes cársticosestão estão conceitualmente associados na fase
de implantação da Ferrovia Paraense S.A. a atividade de:

 Terraplenagem - serviços preliminares (limpeza da área), cortes, aterros, áreas


de empréstimo/bota-foras;
 Corte e aterros para implantação da ferrovia, estações, terminais de carga e
pátios de manobra; obtenção de material de empréstimo (solo e rocha) e
terraplenagem;

Do ponto de vista conceitual ao corta a superficie do terreno a potencial de


interferência em cavidades desde que as rochas presentes no local de implantação da
ferrovia apresentem potencial de ocorrência de cavidades, outro critério igualmente
relevante esta associado a presença de cavernas na Área Diretamente Afetada da
ferrovia; considerando o item 6.1.9 (PATRIMÔNIO ESPELEOLÍTICO -Vol. IV) o qual a
partir dos trabalhos de campo realizou levantamentos espeleológicos nas áreas de
influência direta do empreendimento que tem relação de proximidade com as
províncias espeleológicas d próximas aos traçado: Provincia Espeleológica de Carajás
e Provincia Espeleológica Martírios Andorinhas. Utilizando como critério a geologia de
ocorrência das províncias espeleológicas, descritas no item 6.1.9, não foram
encontradas cavidades nas áreas exteriores do traçado da Ferrovia Paraense S.A.,
estando as ocorrências de cavidades a uma distância de 15 km. Portanto, conclui-se
pela inexistência do presente impacto, sendo a interelação apresentada no Quadro
9.3-1.

9.4.3 OPERAÇÃO

9.4.3.1 Alteração da Qualidade do Ar

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos na qualidade do ar estão


associados na fase de operação da Ferrovia Paraense S.A. as atividades tecnológicas
Transporte de Equipamentos, Insumos e Pessoal, Limpeza da via Férrea,

109
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Desobstrução da via férrea e Manutenção da Via Férrea (lastro, dormentes e trilhos),


com destaque para a atividade fim da ferrovia que será a Circulação de máquinas,
pessoas e cargas (grãos e minérios principalmente) essa última atividade será a
principal responsável pelas alterações dos índices de Partículas Totais em Suspensão
(PTS), Partículas Inaláveis (PM10) SO2, NO2, Fumaça, CO e O3. Estando esse
impacto restrito a ADA e AID do empreendimento. Ressalta-se que o número de
locomotivas será de apenas 18 locomotivas em 2022 passando para 31 locomotivas
em 2023/2024, 33 locomotivas em 2025, 126 locomotivas em 2026, 149 em 2027, 164
em 2028 e finalmente em 179 locomotivas em 2029, quando o número se estabilizará.
Números muito baixos quando comparados a sua capacidade de transporte de carga
frente a solução de transporte atual baseada no transporte rodoviário. Frota essa a
ser distribuída ao longo de mais de 1.319,00 quilômetros.

As estradas de ferro apresentam o triplo da eficiência energética do transporte


rodoviário. De acordo com dados da empresa ferroviária norte-americana Union
Pacific, a eficiência energética das locomotivas aumentou cerca de 72% desde 1980.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) calcula que a cada
tonelada transportada por 1,61 quilômetro, um caminhão típico emita
aproximadamente três vezes mais óxidos de nitrogênio e particulados que uma
locomotiva.

De acordo com a Sociedade Norte-Americana de Engenheiros Mecânicos, se 10%


das cargas intermunicipais atualmente transportadas em rodovias fossem levadas por
trens, no mínimo 2,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono seriam eliminadas
da atmosfera anualmente. Já a Associação dos Ferroviários Norte-Americanos calcula
que, se apenas 10% das cargas que circulam em rodovias fossem direcionadas para
os trens, os Estados Unidos economizariam mais de 880 milhões de litros de
combustível por ano. Esses dados são importantes considerando que a implantação
da opção ferroviária representa uma proporcional retirada de carga das estradas,
representando assim uma melhoria da qualidade ambiental da qualidade do ar nas
estradas responsáveis pelo transporte de grãos. Quanto ao transporte de minério o
mesmo raciocínio não é tão linear assim considerando que a opção de transporte
atual da bauxita produzida na Mina de Bauxita da Hydro em Paragominas e via
mineroduto. Nesse Sentido, considerando a maior segurança possível na presente
avaliação de impacto, o impacto durante a operação na qualidade do ar foi avaliado
com de natureza negativa.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental Alteração da Qualidade do


Ar da Ferrovia Paraense S.A. para a fase de operação:

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é baixa e está relacionada ao longo de toda a
Intensidade Baixa 1 via férrea (1319 km) aos mecanismos de emissão associados ao
arraste eólico de materiais transportados nas composições

110
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

férreas e as emissões provenientes dos motores de combustão


interna que movimentam as locomotivas.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência imediata de
Efeito Direto 4 algumas ações geradoras do empreendimento (transporte e
acionamento dos motores a combustão).
A dispersão dos poluentes estará restrita a ADA e AID,
Abrangência Local 2 considerando que será resultado direto do transporte e dos
motores das locomotivas.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação geradora. Ou seja, quando há atividades de
Temporalidade Imediato 4 transporte e acionamento dos motores a combustão há potencial
aumento dos níveis de emissão. A dispersão desses poluentes
está relacionada à condições climáticas.
O impacto é qualificado como temporário curto durante toda a
fase de operação considerando que se terá um mínimo de 18 e
Temporário
Duração 1 um máximo de 179 locomotivas distribuídas em mais de 1.319
curto
km, ou seja, passada a locomotiva se prevê a neutralização do
impacto na qualidade do ar por ela gerada.
O impacto é reversível já que durante toda a fase de operação
teremos um mínimo de 18 e um máximo de 179 locomotivas
Reversibilidade Reversível 1 distribuídas em mais de 1.319 km, ou seja, passada a locomotiva
se prevê a qualidade do ar retorne a condição original antes da
passagem da mesma.
Natureza Negativa -1 O impacto foi classificado como de natureza negativo.

Avaliação do Impacto
Importância Baixa (-18)
Magnitude Baixa (-4)

Vale ressaltar que as fontes emissoras apresentam potencial de alteração da


qualidade do ar passível de ser verificada por monitoramento. Por isso, para o
controle de qualidade ambiental será implantado o Programa de Controle de
Emissões Atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do Ar, além de manutenção
periodica dos motores a combustão das locomotivas, quando for o caso e da melhoria
contínua dos procedimentos e processos operacionais.

9.4.3.2 Alteração dos Níveis de Ruídos

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que as alterações nos níveis de ruído estão
associados na fase de operação da Ferrovia Paraense S.A. as atividades tecnológicas
Transporte de Equipamentos, Insumos e Pessoal, Limpeza da via Férrea,
Desobstrução da via férrea e Manutenção da Via Férrea (lastro, dormentes e trilhos),
com destaque para a atividade fim da ferrovia que será a Circulação de máquinas,
pessoas e cargas (grãos e minérios principalmente) essa última atividade será a
principal responsável pelas alterações nos níveis de pressão sonora.

A intensidade dos impactos causados por ruídos de um empreendimento depende


não somente dos níveis de pressão sonora, gerados nas fontes, mas também da

111
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

distância entre os pontos de geração e recepção e das condições de atenuação


existentes no percurso.

Abaixo se quantifica as alterações nos níveis de ruido na fase de operação da


Ferrovia Paraense S.A.

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é alta em função da passagem das
composições principalmente em sedes municipais de Marabá
e Barcarena onde a via férrea cruza trechos significativos da
Intensidade Média 4 área urbana e de expansão urbana. Bem como em áreas de
floresta entre Tailândia e o rio Acará onde a passagem das
composições representará um incremento novo aos níveis de
ruído existente.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência imediata
Efeito Direto 4 de ações empreendimento que geram ruídos passagem das
composições (locomotiva e vagões)
Abrangência Local 2 A propagação do som está associada a ADA e AID
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação geradora. Ou seja, quando não há atividades
Temporalidade Imediato 4
geradoras de ruídos não há impacto sobre as fontes
sensíveis.
O impacto é qualificado como temporário na medida em que
ocorre apenas enquanto durar a atividades do
Temporário
Duração 1 empreendimento, cessando imediatamente após o
curto
encerramento das ações geradoras passagem das
composições.
O impacto é reversível já que ao final da ação e com a
Reversibilidade Reversível 1 paralisação das fontes geradoras, as condições voltam a um
equilíbrio próximo ao anterior a passagem das composições.
O impacto é negativo uma vez que afeta a qualidade de vida e
Natureza Negativa -1 a saúde da população e também por afugentar a fauna nas
áreas vegetadas do entorno do empreendimento.

Avaliação do Impacto
Importância Alta (-27)
Magnitude Média (-7)

Como forma de controlar os níveis de ruídos no entorno do empreendimento, as


ações previstas de controle ambiental envolverão o adequado projeto. Também será
implantado o Programa de Monitoramento e Controle de Ruído, como forma de
verificar a eficácia das ações de controle propostas e o nível de atenuação de ruídos
nas áreas ocupadas (receptores).

9.4.3.3 Alteração dos Níveis de Vibração

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que as alterações nos níveis de vibração
estão associados na fase de operação da Ferrovia Paraense S.A. as atividades
tecnológicas Transporte de Equipamentos, Insumos e Pessoal, Limpeza da via

112
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Férrea, Desobstrução da via férrea e Manutenção da Via Férrea (lastro, dormentes e


trilhos), com destaque para a atividade fim da ferrovia que será a Circulação de
máquinas, pessoas e cargas (grãos e minérios principalmente) essa última atividade
será a principal responsável pelas alterações nos níveis de vibração.

A intensidade dos impactos causados pela alteração dos níveis de vibração de um


empreendimento depende não somente dos níveis de vibração, gerados nas fontes,
mas também da distância entre os pontos de geração e recepção e das condições de
atenuação existentes no percurso.

Abaixo se quantifica as alterações nos níveis de vibração na fase de operação da


Ferrovia Paraense S.A.

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é alta em função da passagem das
composições principalmente em sedes municipais de Marabá
e Barcarena onde a via férrea cruza trechos significativos da
Intensidade Média 4 área urbana e de expansão urbana. Bem como em áreas
comunidades existentes ao longo do traçado onde a
passagem das composições representará um incremento
novo aos níveis de vibração existente.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência imediata
Efeito Direto 4 de ações empreendimento que geram ruídos passagem das
composições (locomotiva e vagões)
Abrangência Local 2 A propagação do som está associada a ADA e AID
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação geradora. Ou seja, quando não há atividades
Temporalidade Imediato 4
geradoras de vibração não há impacto sobre as fontes
sensíveis.
O impacto é qualificado como temporário na medida em que
ocorre apenas enquanto durar a atividades do
Temporário
Duração 1 empreendimento, cessando imediatamente após o
curto
encerramento das ações geradoras: passagem das
composições.
O impacto é reversível já que ao final da ação e com a
Reversibilidade Reversível 1 paralisação das fontes geradoras, as condições voltam a um
equilíbrio próximo ao anterior a passagem das composições.
O impacto é negativo uma vez que afeta a qualidade de vida e
Natureza Negativa -1 a saúde da população e também por afugentar a fauna nas
áreas vegetadas do entorno do empreendimento.

Avaliação do Impacto
Importância Alta (-27)
Magnitude Média (-7)

Como forma de controlar os níveis de vibração no entorno do empreendimento, as


ações previstas de controle ambiental envolverão o adequado projeto. Também será
implantado o Programa de Monitoramento dos Níveis de Vibração, como forma de

113
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

verificar a eficácia das ações de controle propostas e o nível de atenuação de


vibração nas áreas ocupadas (receptores).

9.4.3.4 Modificação das Condições de Percolação e Alterações na Qualidade da


Água do Aquífero Livre

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a Modificação


das Condições de Percolação e Alterações na Qualidade da Água do Aquifero Livre
estão associados na fase de Operação da Ferrovia Paraense S.A. as atividades de
operação de sistemas de armazenamento e abastecimento de combutível em Marabá
e em Barcarena, Manutenção da Via Férrea (lastro, dormentes e trilhos) e Reparo de
equipamentos e dispositivos de sinalização.

Durante a fase de operação, as formas de interferências na qualidade das águas


subterrâneas de maior relevância nas atividades associadas a operção dos sistemas
de armazenamento e abastecimento de combustíveis, sendo recomendável a
implantação piezômetros nesses locais de forma a acompanhar a qualidade do
aquífero livre.

Diversos processos e tarefas da fase de implantação, os quais poderiam causar a


contaminação das águas subterrâneas, a partir da geração de resíduos e efluentes
líquidos, possuem controle intrínseco. Os efluentes sanitários serão tratados de forma
adequada segundo normas específicas da ABNT, e destinados adequadamente
atendendo os padrões definidos pela legislação aplicável.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto da operação da Ferrovia Paraense S.A.


na Modificação das Condições de Percolação e Alterações na Qualidade da Água do
Aquífero Livre.

Caracterização do Impacto
Sua intensidade é média, de acordo com o tempo de exposição
Intensidade Média 2 do contaminante com o solo e a possibilidade de alteração da
qualidade da água subterrânea.
Trata-se de um impacto indireto porque está relacionado à
ocorrência de acidentes com derramamento/vazamento de
Efeito Indireto 1 óleos, graxa e combustível e de efluentes líquidos, bem como a
não adoção de práticas adequadas para seu armazenamento,
manuseio e tratamento.
Considerando o armazenamento de combustível em Marabá e
Barcarena, o número de locomotivas em relação a extensão da
Abrangência Local 2 via férrea, bem como a capacidade de armazenamento de
combustível das máquinas e equipamentos potencial desse
impacto se estender ao longo do traçado e na AID
Pois a sua manifestação pode se dar bem após os fatos
geradores. O deslocamento de águas contaminadas ao longo da
Médio seção litoestratigráfica, até atingir o(s) aquífero(s), não é
Temporalidade 2 imediato e ocorrem lentamente em função das condutividades
prazo
hidráulicas e demais parâmetros hidrogeológicos. Esse efeito
pode ser acelerado caso a área seja dominada por litologias
reconhecidamente com maior permeabilidade e porosidades, e o

114
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
posicionamento do N.A. esteja muito próximo da superfície
atingida. Considerando a baixa profundidade do aquífero livre e
os vários critérios listados acima foi classificado como de médio
prazo.

O impacto é qualificado como temporário longo, pois os


processos de infiltração, função das propriedades
Temporário
Duração 2 hidrogeológicas do meio geológico, podem ser suficientemente
longo
lentos, porém progressivos, a ponto de serem efetivamente
detectados.
Embora o impacto possa ser considerado reversível, essa
condição só será atingida após um período, não previsível, que
Reversibilidade Reversível 1
poderá ocorrer tanto durante a fase de planejamento quanto na
fase de implantação.
Impacto negativo uma vez que afeta a qualidade da água e, por
Natureza Negativa -1
extensão, a qualidade de vida.

Avaliação do Impacto
Importância Baixa (-18)
Magnitude Baixa (-5)

Para o acompanhamento das condições naturais dos aquíferos locais e


monitoramento da evolução da qualidade das águas subterrâneas deverá ser
implantado o Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas,
Programa de Gerenciamento e Monitoramento dos Efluentes Líquidos, Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

9.4.3.5 Alteração na Qualidade das Águas Superficiais

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos na Qualidade das Águas
Superficiais estão associados na fase de Operação da Ferrovia Paraense S.A. a
atividade tecnológica de:

 Operação das unidades de abastecimento de combustível


 Manutenção Preventiva ou Corretiva
 Limpeza da via Férrea;
 Desobstrução da via férrea;
 Poda e reposição de cobertura vegetal;
 Obras de Contenção;
 Drenagem;
 Proteção Superficial e;
 Sistema de Controle Ambiental - Instaladas na Fase de Implantação do
Empreendimento.

115
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Conforme evidenciado na matriz de interação da Ferrovia Paraense S.A. o conjunto


de atividades elencadas acima (com exceção da operação das unidades de
abastecimenso de combustíveis – localizados na área onde operaram os canteiros de
obras de Barcarena e Marabá – as quais serão objeto de monitoramentos especificos)
irá contribuir para a mitigação e/ou eliminação do impacto referente a Alteração na
Qualidade das Águas Superficiais herdados da fase de implantação da Ferrovia
Paraense S.A. Desde modo, identicando-se uma melhoria na qualidade ambiental na
ADA e AID da Ferrovia Paraense S.A, na mudança de fase de implantação para a
fase de operação da ferrovia, uma vez que, todas as atividades tecnológicas em
operação contribuirão -Quadro 9.3-1- para a melhoria da qualidade ambiental.
Ressalta-se também que as Obras de Contenção, Drenagem, Proteção Superficial e
Sistema de Controle Ambiental - Instaladas na Fase de Implantação do
Empreendimento estarão funcionando em sua plenitude na fase de Operação, assim
conclui-se que as alterações positivas na qualidade ambiental, superam as alterações
negativas, sendo o impacto na fase de operação da Ferrovia Paraense S.A. sobre a
Alteração na Qualidade das Águas Superficiais classificado como positivo.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental Alteração da Qualidade


das Águas Superficiais da Ferrovia Paraense S.A. para a fase de Operação:

Caracterização do Impacto
De forma geral, a intensidade é considerada média, em
especial ao longo de todo o traçado, considerando que ao
longo do mesmo estarão operando as Obras de
Intensidade Média 2
Contenção, Drenagem, Proteção Superficial e Sistema de
Controle Ambiental. Bem como os serviços de
manutenção preventiva e corretiva.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência
Efeito Direto 4
imediata de ações de intervenção do empreendimento.
As obras de Contenção, Drenagem, Proteção Superficial
e Sistema de Controle Ambiental; bem como a
Abrangência Local 2 manutenção preventiva e corretiva podem melhorar a
qualidade das águas superficiais ao longo de todo o
traçado da ferrovia (ADA) e se estender para a AID
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação de intervenção - Obras de Contenção,
Temporalidade Imediato 4 Drenagem, Proteção Superficial e Sistema de Controle
Ambiental; bem como a manutenção preventiva e
corretiva.
As obras de Contenção, Drenagem, Proteção Superficial
e Sistema de Controle Ambiental; bem como a
manutenção preventiva e corretiva podem ocorrer ao
Duração Permanente 4
longo de todo o período de concessão da ferrovia que é
de 50 anos podendo se estender para além desse
período.
A aplicação de medidas preventivas ou corretivas (Obras
de Contenção, Drenagem, Proteção Superficial e Sistema
de Controle Ambiental) e sua rigorosa manutenção é
Reversibilidade Reversível 1 fundamental para melhoria da qualidade da água ao
longo de toda a ferrovia – a ausência de
acompanhamento e manutenção preventiva e corretiva
pode tornar o impacto reversível

116
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
Em função da melhoria da qualidade ambiental observada
nesse fator na passagem da fase de implantação para a
Natureza Positiva +1
fase de Operação esse impacto foi avaliado como de
natureza positiva.

Avaliação do Impacto
Importância Alta (+27)
Magnitude Baixa (+5)

A água é um excelente indicador da qualidade ambiental, é possível traçar um perfil


das variações físico-químicas e microbiológicas dos corpos de águas, acompanhando
as possíveis evoluções de suas concentrações e associá-las as atividades em
desenvolvimento pelo empreendedor ou comunidades do entorno.

Para o controle dos impactos causados sobre a qualidade das águas superficiais
serão implantados o Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas
Superficiais, Programa de Gerenciamento e Monitoramento dos Efluentes Líquidos,
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

9.4.3.6 Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados ao Início e/ou
Aceleração de Processos Erosivos estão associados na fase de Operação da Ferrovia
Paraense S.A. as seguintes atividades:

 Manutenção Preventiva ou Corretiva


 Limpeza da via Férrea;
 Desobstrução da via férrea;
 Poda e reposição de cobertura vegetal;
 Manutenção das Obras de Contenção, Drenagem, Proteção Superficial
e Sistema de Controle Ambiental - Instaladas na Fase de Implantação do
Empreendimento.

Conforme evidenciado na matriz de interação da Ferrovia Paraense S.A. o conjunto


de atividades elencadas acima irá contribuir para a mitigação e/ou eliminação do
impacto referente ao Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos herdados da fase
de implantação da Ferrovia Paraense S.A.. Desde modo, identicando-se uma
melhoria na qualidade ambiental na ADA e AID da Ferrovia Paraense S.A, na
mudança de fase de implantação para a fase de operação da ferrovia, uma vez que,
todas as atividades tecnológicas em operação contribuiram - listadas no Quadro
9.3-1- para a melhoria da qualidade ambiental. Ressalta-se também que as Obras de
Contenção, Drenagem, Proteção Superficial e Sistema de Controle Ambiental -

117
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Instaladas na Fase de Implantação do Empreendimento estarão funcionaram em sua


plenitude na fase de Operação, assim conclui-se que as alterações positivas na
qualidade ambiental, superam as alterações negativas, sendo o impacto na fase de
operação da Ferrovia Paraense S.A. para a fase de operação sobre o Início e/ou
Aceleração de Processos Erosivos classificado como positivo.

Abaixo se apresenta a avaliação de impactos ambientais referente ao Início e/ou


Aceleração de Processos Erosivos para a fase de Operação da Ferrovia Paraense
S.A.

Caracterização do Impacto
De forma geral, a intensidade é considerada média, em
especial nas áreas dos sítios das obras que ocorrerão ao
longo de todo o traçado, considerando que ao longo do
Intensidade Média 2
mesmo estarão operando as Obras de Contenção,
Drenagem, Proteção Superficial e Sistema de Controle
Ambiental.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência
Efeito Direto 4
imediata de ações de intervenção do empreendimento.
Os processos erosivos podem ocorrer ao longo de todo o
traçado da ferrovia (ADA) e se estender para a AID
Abrangência Local 2
(aporte de sedimentos e assoreamento de cursos
d’água).
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação de intervenção - Obras de Contenção,
Temporalidade Imediato 4
Drenagem, Proteção Superficial e Sistema de Controle
Ambiental
O controle dos processos erosivos podem ocorrer ao
longo de todo o período de concessão da ferrovia que é
Duração Permanente 4
de 50 anos podendo se estender para além desse
período.
A aplicação de medidas preventivas ou corretivas (Obras
de Contenção, Drenagem, Proteção Superficial e Sistema
de Controle Ambiental) e sua rigorosa manutenção é
Reversibilidade Reversível 1
fundamental para estabilização dos processos erosivos –
a ausência de acompanhamento e manutenção
preventiva pode tornar o impacto reversível
Em função da melhoria da qualidade ambiental observada
nesse fator na passagem da fase de implantação para a
Natureza Positiva +1
fase de Operação esse impacto foi avaliado como de
natureza positiva.

Avaliação do Impacto
Importância Alta (+27)
Magnitude Baixa (+5)

Os impactos ambientais referentes ao Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos


para a fase de Operação da Ferrovia Paraense S.A deverão ser potencializados com
o Programa de Monitoramento da Instalação de Processos Erosivos e Instabilização

118
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

de Taludes, Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais,


Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.

9.4.3.7 Início e/ou Aceleração de Processos Assoreamento (alteração do perfil


do talvegue)

Com base no Quadro 9.3-1. identifica-se que os impactos associados ao Início e/ou
Aceleração de Processos Assoreamento (alteração do perfil do talvegue) estão
associados na fase de Operação da Ferrovia Paraense S.A. as seguintes atividades:

 Manutenção Preventiva ou Corretiva


 Limpeza da via Férrea;
 Desobstrução da via férrea;
 Poda e reposição de cobertura vegetal;
 Manutenção das Obras de Contenção, Drenagem, Proteção Superficial
e Sistema de Controle Ambiental - Instaladas na Fase de Implantação do
Empreendimento.

Conforme evidenciado na matriz de interação da Ferrovia Paraense S.A. o conjunto


de atividades elencadas acima irá contribuir para a mitigação e/ou eliminação do
impacto referente ao Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos herdados da fase
de implantação da Ferrovia Paraense S.A. e por conseguite para estabilização do
Início e/ou Aceleração de Processos Assoreamento (alteração do perfil do talvegue).
Desde modo, identicando-se uma melhoria na qualidade ambiental na ADA e AID da
Ferrovia Paraense S.A, na mudança de fase de implantação para a fase de operação
da ferrovia, uma vez que, todas as atividades tecnológicas em operação contribuiram
- ver Quadro 9.3-1- para a melhoria da qualidade ambiental. Ressalta-se também que
as Obras de Contenção, Drenagem, Proteção Superficial e Sistema de Controle
Ambiental - Instaladas na Fase de Implantação do Empreendimento estarão
funcionaram em sua plenitude na fase de Operação, assim conclui-se que as
alterações positivas na qualidade ambiental, superam as alterações negativas, sendo
o impacto na fase de operação da Ferrovia Paraense S.A. para a fase de operação
sobre o Início e/ou Aceleração de Processos Assoreamento (alteração do perfil do
talvegue) classificado como positivo.

De forma geral, espera-se um impacto de pequena magnitude devido à


predominância de terrenos de baixo gradiente topográfico no trajeto da Ferrovia
Paraense S.A. e conforme verificado nos levantamentos de campo.

Ressalta-se que a manutenção preventiva ou corretiva das obras de contenção,


drenagem e proteção superficial, bem como da via permanente garante as condições
para a estabilização dos processos erosivos, reduzindo o impacto do assoreamento
dos rios e córregos que drenam o trecho ferroviário.

119
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Como medidas mitigadoras devem ser adotados procedimentos de estabilização dos


taludes, inspeção visual periódica das áreas de corte e aterro e das drenagens,
acompanhamento e verificação sistemática da integridade dos sistemas de controle
ambiental e revegetação das áreas com solos expostos.

Abaixo se apresenta a avaliação de impactos ambientais referente ao Início e/ou


Aceleração de Processos Erosivos para a fase de Operação da Ferrovia Paraense
S.A.

Caracterização do Impacto
De forma geral, a intensidade é considerada média, em
especial nas áreas dos sítios das obras que ocorrerão ao
longo de todo o traçado, considerando que ao longo do
Intensidade Média 2
mesmo estarão operando as Obras de Contenção,
Drenagem, Proteção Superficial e Sistema de Controle
Ambiental.
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência
Efeito Direto 4
imediata de ações de intervenção do empreendimento.
Os processos erosivos podem ocorrer ao longo de todo o
traçado da ferrovia (ADA) e se estender para a AID
Abrangência Local 2
(aporte de sedimentos e assoreamento de cursos
d’água).
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado à ação de intervenção - Obras de Contenção,
Temporalidade Imediato 4
Drenagem, Proteção Superficial e Sistema de Controle
Ambiental
O controle dos processos erosivos podem ocorrer ao
longo de todo o período de concessão da ferrovia que é
Duração Permanente 4
de 50 anos podendo se estender para além desse
período.
A aplicação de medidas preventivas ou corretivas (Obras
de Contenção, Drenagem, Proteção Superficial e Sistema
de Controle Ambiental) e sua rigorosa manutenção é
Reversibilidade Reversível 1
fundamental para estabilização dos processos erosivos –
a ausência de acompanhamento e manutenção
preventiva pode tornar o impacto reversível
m função da melhoria da qualidade ambiental observada
nesse fator na passagem da fase de implantação para a
Natureza Negativa +1
fase de Operação esse impacto foi avaliado como de
natureza positiva..

Avaliação do Impacto
Importância Alta (+27)
Magnitude Baixa (+5)

Os impactos ambientais referentes ao Início e/ou Aceleração de Processos de


assoreamento para a fase de Operação da Ferrovia Paraense S.A deverão ser
potencializados com o Programa de Monitoramento da Instalação de Processos
Erosivos e Instabilização de Taludes, Programa de Monitoramento da Qualidade das
Águas Superficiais, Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.

120
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.4.3.8 Instabilização de taludes e aterros

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a Instabilização


de taludes e aterros estão associados na fase de Operação da Ferrovia Paraense
S.A. as seguintes atividades:

 Manutenção Preventiva ou Corretiva


 Limpeza da via Férrea;
 Desobstrução da via férrea;
 Poda e reposição de cobertura vegetal;
 Manutenção das Obras de Contenção, Drenagem, Proteção Superficial
e Sistema de Controle Ambiental - Instaladas na Fase de Implantação do
Empreendimento.

Conforme evidenciado na matriz de interação da Ferrovia Paraense S.A. o conjunto


de atividades elencadas acima irá contribuir para a mitigação e/ou eliminação do
impacto referente a Instabilização de taludes e aterros herdados da fase de
implantação da Ferrovia Paraense S.A.. Desde modo, identicando-se uma melhoria
na qualidade ambiental na ADA da Ferrovia Paraense S.A, na mudança de fase de
implantação para a fase de operação da ferrovia, uma vez que, todas as atividades
tecnológicas em operação contribuiram - ver Quadro 9.3-1- para a melhoria da
qualidade ambiental. Ressalta-se também que as Obras de Contenção, Drenagem,
Proteção Superficial e Sistema de Controle Ambiental - Instaladas na Fase de
Implantação do Empreendimento estarão funcionaram em sua plenitude na fase de
Operação, assim conclui-se que as alterações positivas na qualidade ambiental,
superam as alterações negativas, sendo o impacto na fase de operação da Ferrovia
Paraense S.A. para a fase de operação sobre a Instabilização de taludes e aterros
classificado como positivo.

Abaixo se apresenta a avaliação de impactos ambientais referente a Instabilização de


taludes e aterros para a fase de Operação da Ferrovia Paraense S.A.

121
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
De forma geral, a intensidade é considerada baixa, locais
da ADA de declividade média a alta, considerando que
estarão operando as Obras de Contenção, Drenagem,
Intensidade Baixa 1 Proteção Superficial e Sistema de Controle Ambiental.
Acompanhadas de Programa de Manutenção Preventiva
e Corretiva das Obras de Contenção, Drenagem,
Proteção Superficial e Sistema de Controle Ambiental
Trata-se de um impacto direto porque é decorrência
Efeito Direto 4
imediata de ações de intervenção do empreendimento.
Os processos Instabilidade de Taludes e Aterros são
Abrangência Pontual 1
restritos a ferrovia, portanto, a Área Diretamente Afetada.
O impacto é imediato na medida em que está diretamente
vinculado a operação da ferrovia (Manutenção das Obras
Temporalidade Imediato 4
de Contenção, Drenagem, Proteção Superficial e
Sistema de Controle Ambiental).
Após a implantação dos Taludes e Aterros, seguindo as
práticas de engenharia correntes. Só apresentação
instabilidade em caso de não execução do Programa de
Manutenção Preventiva e Corretiva das Obras de
Temporário
Duração 2 Contenção, Drenagem, Proteção Superficial e Sistema
Longo
de Controle Ambiental, ou seja, caso as medidas
preventivas ou corretivas não sejam implantadas de
forma adequada. Ocorrendo sua instabilização num faixa
temporal de 5 a 50 anos.
A aplicação de medidas preventivas ou corretivas
Reversibilidade Reversível 1
(estabilização de taludes e aterros) o terreno se estabiliza
Em função da melhoria da qualidade ambiental observada
nesse fator na passagem da fase de implantação para a
Natureza Negativa +1
fase de Operação esse impacto foi avaliado como de
natureza positiva.

Avaliação do Impacto
Importância Alta (+27)
Magnitude Baixa (+5)

Os impactos ambientais referentes a instabilização de taludes e aterros para a fase de


Operação da Ferrovia Paraense S.A deverão ser potencializados com o Plano
Ambiental da Construção, Programa de Monitoramento da Instalação de Processos
Erosivos e Instabilização de Taludes, Programa de Monitoramento da Qualidade das
Águas Superficiais, Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.

122
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.5 IMPACTOS SOBRE O MEIO BIÓTICO

Durante as fases de planejamento, implantação e operação do empreendimento estão


previstas atividades que, potencialmente, causarão alterações sobre a biota,
resultando em impactos de diferentes magnitudes e importâncias.

Os impactos ambientais foram avaliados em função das atividades, considerando os


tipos de ações e impactos potenciais, conforme são apresentados nas matrizes de
interação e avaliação, respectivamente, nos Quadro 9.3-1 e Quadro 9.3-2.

A seguir, são apresentados os elementos ambientais passíveis de impacto no meio


biótico, considerados significativos durante as fases do empreendimento.

9.5.1 PLANEJAMENTO

9.5.1.1 Redução das populações vegetais

A principal atividade do empreendimento identificada na fase de planejamento que


poderá ocasionar o impacto de redução na densidade de populações da flora está
vinculada à instalação do canteiro de obras, tendo em vista a supressão de vegetação
e limpeza das áreas destinadas aos sítios de obras.

Inicialmente, planejou-se a construção de dois canteiros principais nos municípios de


Barcarena e Marabá, e de vários canteiros de apoio localizados junto às frentes de
serviços. Neste cenário, a estimativa de remoção de vegetação será de 278 hectares
(198 ha do canteiro de Barcarena e 80 ha do canteiro de Marabá), considerando
apenas as estruturas dos canteiros de obras, resultando em impactos relacionados à
perda dos indivíduos presentes nesses locais e de suas respectivas funções
ecológicas, em especial a produção de frutos e de abrigos.

Constatou-se, durante o diagnóstico, que atualmente as áreas em que planeja-se


instalar os canteiros estão constituídas predominantemente por vegetação secundária
em estágio inicial a médio de regeneração. Abaixo se apresenta a avaliação do
impacto do planejamento da Ferrovia Paraense S.A. sobre as populações vegetais.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Alteração significativa no número de indivíduos das populações
Intensidade Alta 4 vegetais da ADA pela limpeza de área e supressão de
vegetação programadas.
A atividade específica de Supressão Vegetal programada para o
empreendimento gerará a perda de parte das populações
Efeito Direto 4
vegetais das áreas de influência diretamente relacionada ao
empreendimento.
Os efeitos se darão especificamente nas populações de
Abrangência Pontual 1
vegetação secundária da ADA, nos canteiros de obra.
A perda de indivíduos advém da retirada de vegetação nos
Temporalidade Imediato 4
locais delimitados para os canteiros de obras.

123
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Mediante o horizonte temporal, a perda de indivíduos pela
Duração Permanente 4
supressão vegetal é definitiva.
As populações vegetais interferidas poderão voltar a condições
Reversibilidade Reversível 1 similares às iniciais, quando findarem as atividades e aplicado o
plano de recuperação de áreas.
A redução das populações vegetais é um dano ambiental às
Natureza Negativa -1
populações e ao sistema biológico das localidades interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-31)
Magnitude Média (-6)

Para a mitigação e compensação deste impacto serão implantados os Programa de


Monitoramento da Flora, Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna, Programa
de Recuperação de Áreas Degradadas, Programa de Revitalização de Áreas
Ecologicamente Relevantes e Formação de Corredores Ecológicos, Programas de
Educação Ambiental que poderão mitigar e/ou controlar tais impactos negativos.

9.5.1.2 Fragmentação de ecossistemas florestais

Durante o planejamento, as principais atividades do empreendimento que poderão


ocasionar o impacto de Fragmentação de ecossistemas florestais estão vinculadas
primordialmente àquelas que geram ou demandam supressão de vegetação ou
limpeza das áreas, incluindo as atividades de:

 Apoio ao transporte de equipamentos, insumos e pessoal; e


 Limpeza e supressão vegetal para implantar o canteiro de obras.

Apesar de se observar, nos locais de implantação do canteiro de obras, alto grau de


alterações ambientais oriundas de atividades antrópicas, todos os tipos de vegetação
e ambientes naturais remanescentes possuem um papel importante na manutenção
da biodiversidade local.

As tarefas acima citadas são potencialmente geradoras de material particulado, tais


como a operação de máquinas, veículos e equipamentos, bem como transporte de
produtos, insumos e trabalhadores. O material particulado poderá dificultar ou até
impossibilitar a ação dos dispersores de sementes e de pólen que estiverem
habitando as regiões lindeiras a essas áreas em um raio de até 100m para o interior
dos fragmentos forestais, devido à deposição desse particulado sobre as estruturas
das plantas (flores e folhas). Como consequência, poderá ocorrer a redução do fluxo
gênico entre populações, das taxas de fotossíntese e respiração das plantas, e da
produtividade primária. Portanto, entende-se que este impacto seja crítico no período

124
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

seco do ano, sendo muito reduzido no período chuvoso, ou seja, há um padrão cíclico
quanto a concentração de finos em suspensão.

Com o tempo, é esperado que haja um aumento do volume foliar nas bordas dos
fragmentos que permanecerem, proveniente da colonização por espécies pioneiras e
do desenvolvimento de lianas (cipós). Essa massa foliar desenvolvida na borda
contribuirá para reduzir a propagação do impacto para o interior da floresta, mas ao
mesmo tempo gera barreiras o deslocamento de espécies nativas entre fragmentos.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto das atividades de planejamento da


Ferrovia Paraense S.A. na fragmentação de ecossistemas florestais.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Geração de isolamentos e fragmentações parciais das
Intensidade Alta 4 populações biológicas ao entorno dos locais de implantação de
canteiros de obras.
A fragmentação da área florestada dificultará o fluxo gênico entre
as populações biológicas das áreas ao entorno dos locais
Efeito Direto 4 afetados. As atividades podem gerar particulados que
potencialmente reduzem as taxas de fotossíntese e respiração
das plantas, e a produtividade primária.
Os efeitos se propagarão para a AID, dado que as populações
Abrangência Local 2
biológicas afetadas não se restringem à ADA.
A abertura das clareiras gera a fragmentação do sistema florestal
Temporalidade Imediato 4
de modo imediato.
Mediante o horizonte temporal do impacto de fragmentação dos
Temporário
Duração 2 ecossistemas seus efeitos permanecerão até a reestruturação
Longo
das florestas recuperadas.
O ecossistema e as populações biológicas interferidas poderão
voltar a condições similares às iniciais naturais ao final das obras
civis na medida em que forem executadas, nas áreas interferidas,
Reversibilidade Reversível 1 as medidas para recomposição de áreas degradadas aplicáveis
aos locais do empreendimento indicados para supressão vegetal
e também pela implantação dos planos de monitoramento de
fauna e flora aplicáveis a essas localidades.
A Fragmentação Ecossistêmica é um dano ambiental às
Natureza Negativa -1 populações e ao sistema biológico das áreas de influência
interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-29)
Magnitude Média (-7)

Para a mitigação e compensação deste impacto deste impacto são indicados os


Programa de Monitoramento da Fauna, Programa de Monitoramento da Flora,
Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna, Programa de Recuperação de

125
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Áreas Degradadas, Programa de Revitalização de Áreas Ecologicamente Relevantes


e Formação de Corredores Ecológicos, Programas de Educação Ambiental.

9.5.1.3 Afugentamento de fauna

A atividade do planejamento da Ferrovia Paraense S.A. identificada como


potencialmente causadora do impacto afugentamento de fauna consiste nas
seguintes:

 Apoio ao transporte de equipamentos, insumos e pessoal; e


 Limpeza e supressão vegetal para implantar o canteiro de obras.

Conforme descrito no elemento ambiental anterior (Fragmentação de ecossistemas


florestais), nos locais de implantação do canteiro de obras observa-se, atualmente,
alto grau de alterações ambientais oriundas de atividades antrópicas, no entanto,
todos os tipos de vegetação e ambientes naturais remanescentes possuem um papel
importante na manutenção da biodiversidade local. Neste sentido, a supressão de
vegetação e a limpeza de área nos locais delimitados para instalação dos canteiros
afeta diretamente e de maneira negativa a reação comportamental da maioria dos
indivíduos faunísticos, em especial os de maior mobilidade.

Todo o significativo aumento do contingente humano na região nos canteiros de obra,


além da movimentação de maquinários e de veículos, áreas de manobras, acessos e
demais estruturas intrínsecas, poderão causar o afugentamento da fauna para
ambientes adjacentes aos sítios das obras em Barcarena e Marabá. Durante as fugas,
alguns exemplares poderão também colonizar a vegetação remanescente e as áreas
em processo de recuperação.

Abaixo, apresenta-se a avaliação do impacto das atividades de planejamento da


Ferrovia Paraense S.A. no afugentamento de fauna.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Populações de fauna presentes nos locais onde se instalarão os
Intensidade Alta 4 canteiros de obras serão afugentadas pelas atividades de
supressão vegetal e limpeza de área necessárias.
A atividade de instalação dos canteiros de obras irá causar
Efeito Indireto 1 alterações na paisagem, geração de ruído e movimentação de
maquinário, afugentando a fauna local.
Os efeitos poderão se estender às populações faunísticas
Abrangência Local 2
ocupantes da AID.
As atividades do empreendimento que alterarem a paisagem ou
gerarem movimentação de maquinário e ruído afugentarão
Temporalidade Imediato 4
imediatamente os espécimes faunísticos de alta mobilidade
susceptíveis, que estiverem em seu entorno.
Os efeitos do impacto se restringem a execução das atividades
Temporário de limpeza de área e supressão de vegetação, bem como no
Duração 1
Curto transporte de equipamentos, insumos e pessoal. Nesta fase,
cessada a atividade de implantação dos canteiros, a fauna não

126
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
mais será exposta a perturbações que determinam o
afugentamento.
Finalizadas atividades geradoras do impacto de afugentamento
Reversibilidade Reversível 1 da fauna terrestre os indivíduos afugentados terão condição de
retornar àqueles habitats não alterados ou recuperados.
Afugentamento de Fauna é dano ambiental ao sistema biológico
Natureza Negativa -1
das áreas de influência interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Média (-24)
Magnitude Média (-7)

Para a mitigação deste impacto propõe-se a implantação dos Programa de


Monitoramento da Fauna, Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna,
Programa de Revitalização de Áreas Ecologicamente Relevantes e Formação de
Corredores Ecológicos, Programas de Educação Ambiental.

9.5.1.4 Perda de indivíduos da fauna

As atividades de planejamento do empreendimento identificadas que poderão


ocasionar o impacto de Perda de Indivíduos da Fauna das populações locais estão
também vinculadas às atividades de supressão vegetal e de transporte de
equipamentos, pessoas e insumos para instalação dos canteiros de obras. Ressalte-
se a abrangência pontual deste impacto, tendo em vista as duas localidades em que
serão construídos os canteiros (Barcarena e Marabá).

Durante o afugentamento de exemplares da fauna (consequente da supressão,


limpeza de áreas, movimentações e ruídos), poderão ocorrer atropelamentos de
exemplares em áreas de manobra de veículos e tratores e em vias de acesso
adjacentes. Nas atividades que envolvam transporte e manobras de veículos, a perda
de indivíduos das populações locais decorrentes da supressão vegetal será de média
intensidade. Adicionalmente, durante a fuga ou os deslocamentos, as espécies que
apresentam uma menor habilidade natural de dispersão terão maiores riscos de
perdas de exemplares pelos atropelamentos.

Sabe-se que, durante a execução das atividades de planejamento, a mobilização de


mão de obra contratada para os trabalhos irá gerar uma maior frequência e circulação
de pessoas nas respectivas localidades. Esta condição poderá gerar riscos de coletas
predatórias de espécies faunísticas, colaborando na redução de suas populações,
principalmente quanto aos táxons cinegéticos, devido ao valor alimentar, comercial ou
estético. Considera-se ainda um elevado risco, pois a coleta de exemplares de
animais silvestres constitui um hábito cultural arraigado na população humana

127
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

regional, conforme mencionado pelos moradores entrevistados in loco, durante os


trabalhos de campo para o diagnóstico ambiental.

A seguir, descreve-se a caracterização do impacto da perda de indivíduos da fauna,


relativo às atividades de planejamento da Ferrovia Paraense S.A.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Populações de fauna presentes nos locais de instalação dos
canteiros de obras serão reduzidas em número pelas atividades
Intensidade Média 2
de movimentação de máquinas e pessoas, assim como pela
supressão vegetal e limpeza de área necessárias.
A atividade regular do empreendimento através das alterações
na paisagem e circulação de maquinário e do afugentamento de
Efeito Indireto 1
indivíduos faunísticos para áreas antropizadas poderão gerar
acidentes levando a perda de indivíduos da fauna local.
Os efeitos serão restritos às populações faunísticas presentes
Abrangência Pontual 1
nas áreas de instalação dos canteiros de obra.
As perdas de indivíduos ocorrerão durante as atividades de
Temporalidade Imediato 4
planejamento do empreendimento e de modo imediato.
As atividades geradoras do impacto de perdas de indivíduos da
Temporário fauna terrestre assim que finalizadas cessarão sua interferência
Duração 2
Longo nas populações, porém seus efeitos perduram até a capacidade
de recuperação demográfica da fauna impactada.
Finalizadas as atividades geradoras do impacto de perdas de
Reversibilidade Reversível 1 indivíduos da fauna terrestre as populações terão condições de
se recompor em número.
A perda de Indivíduos da Fauna é dano ambiental ao sistema
Natureza Negativa -1
biológico das áreas de influência interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Baixa (-4)
Magnitude Baixa (-18)

Para a mitigação deste impacto é proposta a manutenção dos Programa de


Monitoramento da Fauna, Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna,
Programa de Revitalização de Áreas Ecologicamente Relevantes e Formação de
Corredores Ecológicos, bem como os Programas de Educação Ambiental e sua
interface com os programas de direção defensiva direcionada aos profissionais da
área de transporte.

9.5.1.5 Alteração nas comunidades aquáticas (plâncton e bentos)

As principais alterações a serem geradas na fase de planejamento sobre as


comunidades aquáticas serão decorrentes de mobilização de pessoal, serviços,
equipamentos, insumos e estruturas provisórias.

Será intensificada a utilização dos acessos por caminhões para transporte dos
equipamentos iniciais que viabilizarão a instalação dos canteiros de obras, dessa

128
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

forma, a possibilidade de impacto à biota aquática estará associada ao material


particulado que eventualmente for originado a partir desse tráfego, podendo ser
carreado ao curso de água durante o escoamento de água pluvial (chuvas). A
construção de caixas de contenção de sedimentos em pontos estratégicos na ADA
deverá ser adequada para atenuar esse impacto a ser mitigado com o Projeto de
Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A alteração nas comunidades aquáticas durante esta fase é
possível desde que não sejam tomadas as medidas de
Intensidade Baixa 1
contenção do particulado e sedimentos para a rede de
drenagens ao entorno dos canteiros de obra.
As atividades do planejamento da ferrovia de modo indireto
podem afetar as comunidades aquáticas, pois há o risco de
Efeito Indireto 1
carreamento do material particulado e alteração da turbidez da
água..
Os particulados podem afetar condições das comunidades
Abrangência Local 2 aquáticas da microbacia à jusante e seus efeitos serão
observados nas imediações de onde se deu a ação geradora.
Caso ocorra algum carreamento atípico de material particulado
durante o transporte de equipamentos e insumos, os efeitos
Temporalidade Imediato 4
serão imediatos sobre as comunidades de invertebrados
aquáticos.
Temporário A duração desse impacto está relacionada ao ritmo de
Duração 2
Longo recuperação das condições da qualidade de água.
As comunidades aquáticas voltarão às condições ecológicas
Reversibilidade Reversível 1
iniciais após as ações de recuperação de áreas degradadas.
A Alteração das comunidades aquáticas (plâncton e bentos) é
Natureza Negativa -1 dano ambiental aos sistemas biológicos aquáticos das áreas de
influência interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Baixa (-17)
Magnitude Baixa (-4)

Esses processos são passíveis de medidas efetivas de contenção e, adicionalmente,


os impactos gerados apresentam uma intensidade média e são plenamente passíveis
de reversão. Por isso, propõe-se a utilização de medidas de contenção durante a
execução das atividades. A execução do Programa de Monitoramento da Biota
Aquática (Projeto de Monitoramento da Comunidade Bentônica), Programa de
Monitoramento da Ictiofauna, Plano Ambiental da Construção, Programa de
Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais realizado pelo meio físico, juntos
poderão mitigar e/ou controlar tais impactos e também associados ao Programa de
Gerenciamento e Monitoramento dos Efluentes Líquidos, Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos.

129
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.5.1.6 Alteração nas comunidades aquáticas (ictiofauna)

O aumento populacional local se relaciona ao aumento da pressão de pesca exercida


pelo maior contingente de trabalhadores que deverão ser contratados durante a fase
de planejamento, que em última análise pode afetar as espécies de maior porte e de
interesse para consumo. Esse tipo de impacto apresenta ocorrência descontínua, pois
depende da época do ano e local onde é praticado. O período mais crítico é aquele
relacionado aos deslocamentos reprodutivos (migrações) e os locais aqueles onde há
concentração de peixes (corredeiras e abaixo de obstáculos naturais).

Nesta fase, é previsto que o maior impacto ocorrerá na etapa de recrutamento,


contratação e capacitação de mão de obra, quando o contingente de pessoas será
aumentado, especificamente nos locais de instalação dos canteiros de obra (Marabá e
Barcarena).

Segue abaixo, a caracterização dos impactos ambientais na alteração de


comunidades de ictiofauna, durante a fase de planejamento da ferrovia.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Embora o contingente não seja elevado, a alteração nas
comunidades aquáticas está relacionada, prioritariamente, às
atividades de aumento populacional local e potencial alteração
Intensidade Média 2
local do rio devido à adução necessária para a instalação dos
canteiros ou ainda pode estar relacionada a descartes de
efluentes.
As atividades do empreendimento afetarão de modo indireto as
comunidades aquáticas, pois elas aumentarão a densidade
Efeito Indireto 1 populacional humana local e com isso poderão aumentar a
emissão de efluentes nos corpos d’água e também poderão
aumentar a atividade pesqueira local.
Nesta fase, a alteração gerada pela pressão de pesca produz
Abrangência Local 2
efeitos localmente, seja na ADA, AID ou AII.
É necessário que decorra certo tempo de exploração dos
Médio
Temporalidade 2 recursos pesqueiros para que se verifique os efeitos sobre a
Prazo
disponibilidade de peixes comerciais.
A duração desse impacto está relacionada ao restabelecimento
Temporário
Duração 2 do equilíbrio demográfico das populações de peixes nos locais
Longo
mais explorados.
As comunidades aquáticas voltarão às condições ecológicas
Reversibilidade Reversível 1 iniciais após as ações de educação ambiental que conscientizem
a população em relação à sobrepesca.
A alteração das comunidades aquáticas (ictiofauna) é dano
Natureza Negativa -1 ambiental aos sistemas biológicos aquáticos das áreas de
influência interferidas.

130
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Baixa (-18)
Magnitude Baixa (-5)

A execução do Programa de Monitoramento da Ictiofauna, Programa de


Monitoramento da Biota Aquática (Projeto de Monitoramento da Comunidade
Bentônica), Plano Ambiental da Construção, Programa de Monitoramento da
Qualidade das Águas Superficiais, realizado pelo meio físico, juntos poderão mitigar
e/ou controlar tais impactos e ee modo complementar, os Programa de
Gerenciamento e Monitoramento dos Efluentes Líquidos, Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos.

9.5.2 IMPLANTAÇÃO

9.5.2.1 Redução das populações vegetais

Em toda a extensão do empreendimento, algumas espécies se destacam por sua alta


densidade em boa parte das áreas florestadas, como o açaí (Euterpe sp.) e os
matamatás (Eschweilera sp.). Especificamente, no trecho ao norte da ferrovia (entre
os municípios de Barcarena e Paragominas) foram observadas espécies florestais
ameaçadas de extinção, como a castanheira (Bertholletia excelsa), o acapu
(Vouacapoua americana), a itauba (Mezilaurus itauba) e a maçaranduba (Manilkara
huberi). Assim sendo, durante a fase de implantação do empreendimento, a remoção
dos indivíduos florísticos presentes na ADA invariavelmente causará impactos
negativos sobre as populações vegetais e suas respectivas utilidades
socioambientais.

As atividades de implantação do empreendimento iniciam-se com a preparação da


área, na qual está prevista a limpeza de área e supressão de vegetação presente na
ADA, causando grandes efeitos sobre as populações florísticas. De modo mais
específico, as obras civis, restritas à faixa de domínio e aos sítios das obras, serão
iniciadas por aberturas de picadas, principalmente para a realização das atividades de
topografia; seguidas pela supressão de vegetação de maior porte (capoeira,
capoeirão e florestas) e limpeza nas áreas (pastagem, pasto sujo e capoeirinha) de
construção da ferrovia.

O conjunto vegetacional a ser suprimido é composto por uma alta diversidade de


espécies. Todas essas espécies fazem parte de populações que ultrapassam o limite
da ADA, ou seja, estende-se na região. Por isso, quando ocorrer a supressão da
cobertura vegetal na ADA, haverá a redução do número de indivíduos dessas
populações sem, no entanto, ocorrer o limite de sua extinção, já que o
empreendimento insere-se em uma região ainda com diversas amostras florestais,
onde algumas formações das tipologias de Floresta Ombrófila Densa e Floresta

131
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Ombrófila Aberta e espécies que as compõem, se repetem em várias localidades, em


seus diversos estágios de regeneração.

No quadro abaixo, apresenta-se a avaliação do impacto de redução das populações


vegetais durante a implantação da Ferrovia Paraense S.A.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Alteração significativa no número de indivíduos das populações
Intensidade Alta 4
vegetais da ADA pela supressão vegetal programada.
A atividade específica de Supressão Vegetal programada para o
empreendimento gerará a perda de parte das populações
Efeito Direto 4
vegetais das áreas diretamente afetadas pela implantação do
empreendimento.
Os efeitos se darão especificamente nas populações vegetais da
Abrangência Pontual 1
ADA, na faixa de domínio e canteiro de obras.
A perda de indivíduos advém da supressão vegetal e abertura de
Temporalidade Imediato 4 áreas e picadas para o início da implantação do
empreendimento.
Mediante o horizonte temporal do projeto, a perda de indivíduos
Duração Permanente 4
pela supressão vegetal é definitiva.
As populações vegetais interferidas na ADA não mais voltarão a
Reversibilidade Irreversível 4
condições similares às iniciais naturais ao final das obras.
A redução das populações vegetais é um dano ambiental às
Natureza Negativa -1 populações e ao sistema biológico das áreas de influência
interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-34)
Magnitude Alta (-9)

Para a mitigação e compensação deste impacto serão implantados os Programa de


Monitoramento da Flora, Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna, Programa
de Recuperação de Áreas Degradadas, Programa de Revitalização de Áreas
Ecologicamente Relevantes e Formação de Corredores Ecológicos, Programas de
Educação Ambiental, os quais poderão mitigar e/ou controlar tais impactos negativos.

9.5.2.2 Fragmentação de ecossistemas florestais

As principais atividades de implantação da Ferrovia Paraense S.A. que poderão


ocasionar o impacto de fragmentação de ecossistemas florestais estão vinculadas
primordialmente àquelas que geram ou demandam supressão de vegetação ou
limpeza das áreas para permitir a terraplenagem e implantação da infraestrutura
ferroviária (lastros, dormentes, trilhos e aparelhos acessórios), bem como na
desmobilização do canteiro de obras.

132
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Esta supressão vegetal, além de reduzir o habitat típico dos trechos florestados,
poderá formar barreiras físicas para algumas espécies de animais entre eles alguns
dispersores de sementes e de pólen, reduzindo assim o fluxo gênico entre populações
vegetais existentes ao redor do empreendimento. Pode-se dizer que essa separação
poderá formar subpopulações com algum nível de isolamento, afetando a dinâmica de
trocas genéticas entre elas.

Durante o processo de supressão vegetal programada, algumas populações das


comunidades afetadas tenderão a se dispersar para as áreas florestais ainda isentas
de desmatamento na AID. Sendo assim, ocorrerão sobreposições de áreas de uso
entre as populações florestais imigradas com as comunidades residentes nestes
setores, causando stress e perdas de populações, até que novos equilíbrios sejam
atingidos.

Assim como no planejamento, com instalação dos canteiros de obras, algumas tarefas
descritas para a fase de implantação do projeto são potencialmente geradoras de
material particulado, tais como a operação de máquinas, veículos e equipamentos
para construção da ferrovia, bem como transporte de produtos, insumos e
trabalhadores. Mesmo que sejam tomadas medidas para redução da geração de
material particulado em acessos, tal como o umedecimento das vias por aspersão,
parte do material particulado produzido poderá dificultar ou até impossibilitar a ação
dos dispersores de sementes e de pólen que estiverem habitando as regiões lindeiras
a essas áreas em um raio de até 100m para o interior dos fragmentos florestais. Com
isso, ocorrerá redução no fluxo gênico entre as populações dos fragmentos contínuos,
sendo de extrema importância as estratégias de recuperação e manutenção de áreas
de preservação permanente e de implantação de passagens para a fauna silvestre.

A deposição de material particulado sobre as folhas da vegetação lindeira, reduz a


taxa de fotossíntese e a respiração das plantas, prejudicando assim seu
desenvolvimento e produtividade primária. Quando atinge as flores, o excesso de
poeira pode vir a prejudicar a polinização e, consequentemente, a reprodução das
plantas. No entanto, esse impacto é crítico no período seco do ano, sendo muito
reduzido no período chuvoso, ou seja, há um padrão cíclico quanto a concentração de
finos em suspensão. No entanto, poderá refletir na performance de outras atividades
biológicas da planta ao longo do ano.

Além da Área Diretamente Afetada (ADA), que receberá supressão da cobertura


florestal, a Área de Influência Direta (AID) também será afetada pelos efeitos de
borda. O efeito das variações na luminosidade, temperatura e ventos nas clareiras se
propaga para o interior da floresta, promovendo alterações na dinâmica do
ecossistema, tais como aumento na taxa de mortalidade de árvores, aumento de
lianas, invasão de essências exóticas e abandono desses locais por diversas
populações animais, sendo estas substituídas por outras espécies. Há, ainda, o
agravante da ocupação de nichos ecológicos, visto que essas novas espécies não

133
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

cumprem os mesmos papéis ecológicos que as anteriores, podendo prejudicar a


reprodução de determinadas espécies vegetais e beneficiar outras. Teoricamente,
esses efeitos perdem a intensidade da alteração à medida que se adentra na floresta,
por isso denomina-se efeito de borda.

Com o tempo, é esperado que haja um aumento do volume foliar nas bordas dos
fragmentos que permanecerem, proveniente da colonização por espécies pioneiras e
do desenvolvimento de lianas (cipós). Essa massa foliar desenvolvida na borda
contribuirá para reduzir a propagação do impacto para o interior da floresta, mas ao
mesmo tempo gera barreiras o deslocamento de espécies nativas entre fragmentos.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto das atividades de implantação da


Ferrovia Paraense S.A. na fragmentação de ecossistemas florestais, diante de todos
esses efeitos potenciais.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Geração de isolamentos e fragmentações parciais das
Intensidade Alta 4
populações biológicas da ADA e AID.
A fragmentação florestal dificultará o fluxo gênico entre as
populações biológicas das áreas de influência do
Efeito Direto 4
empreendimento, considerando principalmente os fragmentos
florestais contínuos.
Os efeitos se propagarão para além da AID, dado que as
Abrangência Regional 4 populações biológicas afetadas não se restringem à ADA e
algumas espécies possuem área de abrangência extensas.
A abertura das clareiras gera a fragmentação do sistema florestal
Temporalidade Imediato 4
de modo imediato.
Mediante as características do empreendimento e o horizonte
temporal do impacto, considera-se que os efeitos da
Duração Permanente 4
fragmentação dos ecossistemas florestados são permanentes na
área de abrangência desse impacto.
O ecossistema e as populações biológicas interferidas serão
Reversibilidade Irreversível 4 definitivamente fragmentados, sofrendo efeitos permanentes na
borda.
A Fragmentação Ecossistêmica é um dano ambiental às
Natureza Negativa -1 populações e ao sistema biológico das áreas de influência
interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-40)
Magnitude Alta (-12)

Para a mitigação e compensação deste impacto deste impacto são indicados os


Programa de Monitoramento da Fauna, Programa de Monitoramento da Flora,
Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna, Programa de Recuperação de

134
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Áreas Degradadas, Programa de Revitalização de Áreas Ecologicamente Relevantes


e Formação de Corredores Ecológicos, Programas de Educação Ambiental.

9.5.2.3 Redução de Populações de Fauna Terrestre

As atividades do empreendimento, identificadas na fase de implantação, que poderão


ocasionar o impacto de Redução de Populações de Fauna Terrestre estão vinculadas
às atividades de Supressão de Vegetação ou Limpeza da Área, de instalação de toda
a infraestrutura ferroviária, além de pontes, viadutos e obras de arte em geral, sendo
considerado de natureza negativa.

A necessidade de supressão vegetal destinada à implantação do empreendimento


inclui a faixa de domínio da Ferrovia Paraense S.A. (ADA). A intensa movimentação
de máquinas e equipamentos necessários a execução da supressão vegetal, cortes
em solo/rocha, aterros, bem como, a circulação de máquinas e equipamentos irão
contribuir para a redução de populações de fauna terrestre, ao longo da ADA. Caso
ocorra isolamento de remanescentes florestais, a dinâmica de eventos de dispersão e
consequentes trocas genéticas de populações de espécies da fauna entre porções
distintas da paisagem poderá ser dificultada. Somado a isso, em casos específicos
percebe-se que algumas espécies animais se extinguem localmente em função de
impactos indiretos advindos da maior presença humana.

Sendo assim, as comunidades de animais que apresentam maiores requerimentos


ecológicos para sobrevivência, por exemplo, maior sombreamento, necessidade de
áreas mais extensas ou de estratos vegetacionais específicos ou de troncos mais
grossos para forrageamento ou nidificação, poderão ter dificuldades na sobrevivênvia
por longos anos, até que consigam condições fitofisionômicas adequadas e atrativas
para colonizarem eventuais florestas em regeneração no entorno do empreendimento.
São exemplos de espécies endêmicas diagnosticadas durante diagnóstico ambiental,
o cuxiú (Chiropotes satanas) e o sagui (Saguinus niger), endêmicas para o nordeste
da Região Amazônica, no Brasil.

A seguir, apresenta-se a avaliação de impacto das atividades de implantação da


Ferrovia Paraense S.A. potencialmente causadoras de redução de populações de
fauna terrestre.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Populações de fauna da ADA serão localmente reduzidas pela
Intensidade Alta 4 atividade regular do empreendimento relacionada à supressão
vegetal necessárias para a implantação da ferrovia.
A supressão de vegetação inviabilizará as condições de
sobrevivência de indivíduos da fauna nas áreas afetadas
Efeito Indireto 1
reduzindo indiretamente as populações da fauna terrestre na
faixa de domínio da linha férrea.
Os efeitos serão restritos às populações faunísticas ocupantes da
Abrangência Pontual 1
ADA.

135
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A supressão vegetal gera a redução na disponibilidade de
Temporalidade Imediato 4 habitats que, por conseguinte, inviabiliza a sobrevivência da
fauna no local de modo imediato.
Mediante o horizonte temporal do impacto de redução das
Temporário populações de fauna terrestre, estima-se que seus efeitos
Duração 2
Longo deverão perdurar por muitos anos até a densidade populacional
ser restabelecida nos fragmentos ao entorno.
O ecossistema e as populações biológicas interferidas poderão
voltar a condições similares às encontradas antes do início da
interferência. Para isso, é necessária a implantação dos
Reversibilidade Reversível 1
programas de recomposição de áreas degradadas e também dos
planos de monitoramento de fauna e flora aplicáveis a essas
localidades.
Redução de Populações de Fauna Terrestre é dano ambiental ao
Natureza Negativa -1
sistema biológico das áreas de influência interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Média (-24)
Magnitude Média (-6)

Para a mitigação deste impacto propõe-se a implantação do Programa de


Monitoramento da Fauna, Programa de Monitoramento da Flora, Programa de
Afugentamento e Resgate de Fauna, Programa de Recuperação de Áreas
Degradadas, Programa de Revitalização de Áreas Ecologicamente Relevantes e
Formação de Corredores Ecológicos, Programas de Educação Ambiental.

9.5.2.4 Afugentamento de fauna

As atividades de implantação da Ferrovia Paraense S.A. que ocasionarão o impacto


de afugentamento da fauna estão vinculadas a todas aquelas em que estão previstas
alterações de cobertura da vegetação, ruídos e movimentos de máquinas de qualquer
natureza em seu raio de ação.

Com isso, em cada etapa da fase de implantação (preparação da área, obras civis,
infraestrutura ferroviária, sistemas de controle ambiental e desmobilização) são
observadas atividades com potencial de perturbação da fauna de maior mobilidade,
gerando seu afugentamento. Durante as fugas para áreas adjacentes, os animais
poderão sofrer acidentes por atropelamento ou colonizar a vegetação remanescente e
as áreas em processo de recuperação.

Haverá, então, tendências de colonização de ambientes da AID pelos exemplares


afugentados da ADA principalmente durante processo de supressão vegetal para
abertura da faixa de servidão.

Abaixo, apresenta-se a avaliação do impacto das atividades de implantação da


Ferrovia Paraense S.A. no afugentamento de fauna.

136
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Populações de fauna da ADA serão localmente afugentadas
pelas atividades regulares do empreendimento relacionadas à
movimentação de máquinas, pessoas e insumos, bem como à
Intensidade Alta 4
supressão vegetal necessária para a preparação das áreas que
receberão as obras civis necessárias para a infraestrutura
ferroviária da Ferrovia Paraense S.A.
A atividade regular do empreendimento através das alterações na
Efeito Indireto 1 paisagem, geração de ruído e movimentação de maquinário
afugentará a fauna local na ADA.
Os efeitos poderão se estender às populações faunísticas
Abrangência Local 2
ocupantes da AID.
As atividades do empreendimento que alterarem a paisagem ou
gerarem movimentação de maquinário e ruído afugentarão
Temporalidade Imediato 4
imediatamente os espécimes faunísticos susceptíveis que
estiverem em seu entorno.
As atividades geradoras do impacto permanecerão ocorrendo
durante todo horizonte de implantação da ferrovia afugentando a
Temporário
Duração 2 fauna terrestre e interferindo nas suas populações, visto que são
Longo
atividades previstas para todas as etapas desta fase do
empreendimento.
Os ambientes florestados removidos para abertura da faixa de
servidão não serão mais recuperados. Portento, mesmo que
Reversibilidade Irreversível 4 finalizadas as atividades geradoras do impacto de afugentamento
da fauna terrestre, os indivíduos afugentados não terão condição
de retornar aos hábitats.
Afugentamento de Fauna é dano ambiental ao sistema biológico
Natureza Negativa -1
das áreas de influência interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-29)
Magnitude Alta (-10)

Para a mitigação deste impacto propõe-se a implantação dos Programa de


Monitoramento da Fauna, Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna,
Programa de Revitalização de Áreas Ecologicamente Relevantes e Formação de
Corredores Ecológicos, Programas de Educação Ambiental.

9.5.2.5 Perda de indivíduos da fauna

Assim como no impacto anterior, as atividades de implantação da Ferrovia Paraense


S.A. que ocasionarão o impacto de perda de indivíduos das populações faunísticas
locais estão vinculadas a todas aquelas em que estão previstas remoção de
vegetação, ruídos e movimentos de máquinas de qualquer natureza em seu raio de
ação (faixa de domínio e sítios das obras). Ressalte-se, ainda, o risco da perda de
indivíduos pela coleta predatória de espécimes da fauna local, potencializado pelo
aumento da população que transita pela faixa de domínio, especificamente nas áreas
de instalação da infraestrutura ferroviária.

137
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

O aumento demográfico humano nos locais das obras durante a implantação sempre
acarreta no aumento da caça ilegal como impacto indireto. Esta pressão afeta as
populações de animais utilizados, o que pode levar à redução populacional e,
inclusive, à extinção local das espécies mais visadas.

De igual modo como foi previsto durante a fase de planejamento, no momento do


deslocamento de exemplares da fauna (consequente da supressão, movimentações e
ruídos) poderão ocorrer atropelamentos principalmente em áreas de manobra de
veículos e tratores e em vias de acessos se estendendo a AID. Nas atividades que
envolvam transporte e manobras de veículos, a perda de indivíduos das populações
locais decorrentes da supressão vegetal será de média intensidade.

Os animais de baixa mobilidade ou capacidade de dispersão terão maiores riscos de


perdas de exemplares pelos atropelamentos. Este evento terá abrangência em larga
escala geográfica e temporal, tendo em vista os fragmentos florestais presentes na
faixa de domínio da ferrovia e a circulação de caminhões, maquinários e pessoas nos
locais de execução das obras civis (o tempo previsto para implantação é de dez
anos).

A seguir, descreve-se a caracterização do impacto da perda de indivíduos da fauna,


relativo às atividades de implantação da Ferrovia Paraense S.A.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Populações de fauna da ADA serão reduzidas em
Intensidade Média 2 número pelas atividades geradoras de ruídos e de
remoção de vegetação.
A perda de indivíduos da fauna é de alto risco nos
locais das obras de infraestrutura geral e
Efeito Indireto 1 ferroviária, implantação de sistemas de controle e
desmobilização, devido à movimentação inerente a
estas atividades.
Os efeitos serão restritos aos indivíduos da fauna
presentes ou transeuntes nas áreas diretamente
Abrangência Local 2
afetadas pelo empreendimento, estendendo-se até
a AID.
As perdas de indivíduos ocorrerão durante a
Temporalidade Imediato 4 execução de algumas atividades na fase de
implantação da ferrovia e de modo imediato.
As atividades geradoras do impacto de perdas de
indivíduos da fauna terrestre assim que finalizadas
Temporário
Duração 2 cessarão sua interferência nas populações, porém
Longo
seus efeitos perduram até a reestruturação
demográfica da população faunística atingida.
Finalizadas as atividades geradoras do impacto de
perdas de indivíduos da fauna terrestre, as
Reversibilidade Reversível 1
populações terão condições de se recompor em
número.
A perda de Indivíduos da Fauna é dano ambiental
Natureza Negativa -1 ao sistema biológico das áreas de influência
interferidas.

138
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Baixa (-5)
Magnitude Média (-20)

Para a mitigação deste impacto, propõe-se a manutenção do Programa de


Monitoramento da Fauna, Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna,
Programa de Revitalização de Áreas Ecologicamente Relevantes e Formação de
Corredores Ecológicos, Programas de Educação Ambiental e sua interface com os
programas de direção defensiva direcionada aos profissionais da área de transporte.

9.5.2.6 Desestruturação da cadeia trófica

A principal atividade de implantação da Ferrovia Paraense S.A. que poderá ocasionar


o impacto de desestruturação da cadeia trófica está vinculada a atividade supressão
de vegetação ou limpeza da área, além das obras civis ligadas à instalação de pontes,
viadutos e obras de arte geral, sendo considerada de natureza negativa.

Nesta fase do empreendimento, este impacto está relacionado com o processo de


limpeza e supressão vegetal para preparação da área (faixa de domínio), o qual
ocasionará modificações significativas ao ambiente, promovendo alterações na
temperatura, na umidade relativa do ar e do solo, na luminosidade, bem como a perda
de fontes de alimento, abrigo e locais de nidificação de grande porcentagem da fauna,
em termos locais. Em vista disso, o processo de supressão da vegetação e o
consequente afugentamento de espécimes da área impactada irão resultar em
indivíduos desalojados que poderão causar sobreposição de populações nas áreas
contíguas que permanecerem vegetadas (AID), levando a desequilíbrios relacionados
ao aumento da competição intraespecífica e ao aumento da pressão de predação de
espécies basais na cadeia alimentar.

Este impacto se fará sentir na ADA do empreendimento, porém seus efeitos se


propagam até a AID, por se tratar da retirada da vegetação. O Programa de
recuperação de áreas degradadas e o de monitoramento da flora têm o intuito de
acompanhar o processo de revegetação e manutenção de áreas estratégicas para
conservação da biodiversidade, apresentando, com isso, um caráter atenuante do
impacto no decorrer dos anos.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A Cadeia Trófica da ADA será desestruturada de modo intenso
pelas atividades regulares do empreendimento relacionadas à
Intensidade Alta 4
supressão vegetal necessárias para a implantação da linha
férrea e sua faixa de servidão.
A supressão vegetal inviabilizará, por redução direta de habitats,
Efeito Direto 4
as relações ecológicas que hoje ocorrem na ADA.

139
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Embora a atividade se restrinja à ADA, os efeitos do impacto
Abrangência Local 2 serão propagados até a AID, devido à sobreposição de
populações nas áreas contíguas que permanecerem vegetadas.
Assim que houver a atividade de redução de habitat pelas
Temporalidade Imediato 4 supressões vegetais programadas a cadeia trófica será
desestruturada na ADA.
O ritmo de recuperação das áreas degradadas (passivos) e a
Temporário
Duração 2 reocupação dos habitats impactados determinam a duração do
Longo
impacto de desestruturação da cadeia trófica na ADA e AID.
Considerando o caráter permanente da remoção de vegetação
na faixa de domínio da ferrovia, a reestruturação da cadeia
Reversibilidade Irreversível 4
trófica será bastante restrita, não mais retornando à sua
condição original.
A desestruturação da cadeia trófica é dano ambiental ao sistema
Natureza Negativa -1
biológico das áreas de influência interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-32)
Magnitude Alta (-10)

Para a mitigação e compensação deste impacto é indicada a implementação dos


Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, Programa de Revitalização de
Áreas Ecologicamente Relevantes e Formação de Corredores Ecológicos, Programa
de Monitoramento da Fauna, Programas de Educação Ambiental.

9.5.2.7 Redução de habitats

Embora exista notadamente um processo de degradação dos ecossistemas ao


entorno da área de influência da ferrovia, persistem ainda alguns fragmentos florestais
relevantes para a conexão entre as populações das espécies da flora e da fauna que
ocorrem ao longo dessa área. Os mosaicos de remanescentes florestais circundados
por matrizes inóspitas (predominadas por pastagem e monoculturas) presentes no
percurso, ainda permite a dinâmica de dispersão e fluxo gênico entre as várias
comunidades de fauna e flora. Assim, apesar do grau de alteração registrado para a
área de influência do empreendimento, todos os tipos de vegetação e ambientes
naturais remanescentes possuem um papel importante na manutenção da
biodiversidade local. A fragmentação e perda de habitats acompanharão diversas
etapas da fase de implantação do empreendimento de forma permanente, de modo
que foram caracterizados como impactos negativos sobre a flora e fauna, de alta
significância, com repercussão ao nível de todas as regiões.

As análises dos sistemas biológicos apontam para a correlação entre todos os


impactos. A diferença entre eles é que o habitat alterado pode interferir além de

140
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

cadeia trófica e representar alteração nos padrões de reprodução e estabelecimento


de subpopulações, portanto é complementar à desestruturação da cadeia trófica.

As principais atividades do empreendimento identificadas que poderão ocasionar o


impacto de Redução de Habitats estão vinculadas fundamentalmente às atividades de
supressão de vegetação para a implantação e operação bem como as alterações
devidas à interferência direta de implantação do sistema de controle ambiental
(sistema de drenagem, bacia de sedimentação, gabião e diques de contenção).

A supressão da Floresta Secundária na ADA irá causar a perda de abrigo e de oferta


de recursos alimentares para a fauna florestal nos locais atingidos, pois serão
eliminados habitats ricos em variedade de sítios reprodutivos e alimentares, que
sustentam diversas comunidades da fauna terrestre. Por atualmente constituírem
refúgios para comunidades florestais, o desmatamento da floresta irá causar, por
consequência, a supressão local de populações faunísticas, o que poderá incluir
espécies ameaçadas de extinção. Serão tomadas todas as providências para a
preservação da paisagem natural, limitando-se o desmatamento exclusivamente às
áreas estritamente necessárias à execução das obras, adotando técnicas que
minimizem o impacto ambiental de redução do habitat.

Comunidades de animais terrestres e de sub-bosque, bem como aqueles peculiares


aos estratos medianos, que fugirem para zonas antropizadas, não conseguirão
sobreviver, devido à sua condição críptica que os restringe a viverem em locais
específicos e consumirem recursos específicos.

A caracterização do impacto em seus atributos é apresentada a seguir:

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Os habitats vegetados da ADA serão reduzidos de modo intenso
pelas atividades regulares do empreendimento relacionadas à
Intensidade Alta 4
supressão vegetal necessárias à preparação da área para as
obras civis da ferrovia.
A supressão vegetal reduzirá diretamente a quantidade de habitat
Efeito Direto 4
presente atualmente na ADA.
Os efeitos não serão restritos aos habitats da ADA, visto que
alguns fragmentos florestais são contíguos e extrapolam o limite
Abrangência Regional 4 da AID. Destaca-se maior gravidade desta redução de habitats
nas fitofisionomias mais restritas, que estão confinadas em
poucas localidades.
Assim que houver a atividade de supressão florestal ocorrerá
Temporalidade Imediato 4
imediatamente a redução de habitat na área de abrangência.
As áreas vegetadas removidas para abertura da faixa de servidão
e execução das obras civis para implantação da Ferrovia
Duração Permanente 4
Paraense S.A. nãoserão mais revegetadas, logo, uma vez
retirados, os habitats não serão mais recuperados.
Reversibilidad Diante do caráter permanente do impacto no empreendimento
Irreversível 4
e em questão, seus efeitos são irreversíveis.

141
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A redução dos habitats é dano ambiental ao sistema biológico
Natureza Negativa -1
das áreas de influência interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-40)
Magnitude Alta (-12)

Para a mitigação deste impacto é proposta a manutenção do Programa de


Monitoramento da Flora, Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna, Programa
de Recuperação de Áreas Degradadas, Programa de Revitalização de Áreas
Ecologicamente Relevantes e Formação de Corredores Ecológicos, Programa de
Monitoramento da Fauna, Programas de Educação Ambiental.

9.5.2.8 Perturbação da fauna

Durante a implantação, identificaram-se algumas atividades que fatalmente causarão


o impacto de perturbação da fauna presente nos ambientes vegetados da ADA, em
especial na faixa de domínio, e AID. São atividades relativas à etapa de preparação
da área (supressão de vegetação), movimentação de solo e rocha (cortes, aterros e
material de empréstimo), construção de obras de arte (pontes, viadutos, etc.) e
instalação da infraestrutura ferroviária.

Essas ações, em conjunto, demandam a remoção da cobertura vegetal, as


movimentações de veículos, pessoas, máquinas e equipamentos, além de outras
atividades que representam fontes de emissão de ruído e vibração. Os animais
afetados poderão se deslocar para outros fragmentos da AID ou AII, em busca de
áreas com características necessárias à sua permanência.

A perturbação na fauna, neste cenário, configura-se um impacto negativo e de alta


intensidade, difundido até os limites dos fragmentos de vegetação que permanecerem
ao entorno da área afetada pelas obras da ferrovia.

A seguir, apresenta-se a caracterização do impacto de perturbação da fauna durante


a fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Durante a implantação, as atividades geradoras de perturbação
Intensidade Alta 4
da fauna, o qual diminuirá ao longo do tempo.
A supressão de vegetação, limpeza de áreas e demais obras
civis irão causar perturbações diretas sobre os locais de
Efeito Direto 4
nidificação, reprodução e dessedentação da fauna existente
nestes locais.
Abrangência Local 2 Os efeitos serão restritos aos representantes da fauna presentes

142
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
entre a ADA e AID do empreendimento.
A fauna perturbada reagirá imediatamente às ações previstas
Temporalidade Imediato 4
para cada uma das atividades impactantes identificadas.
As áreas vegetadas removidas para abertura da faixa de
servidão e execução das obras civis para implantação da ferrovia
Duração Permanente 4
nãoserão mais revegetadas, perdurando, portanto, sobre todos
os indivíduos afetados.
Diante do caráter permanente deste impacto, seus efeitos são
Reversibilidade Irreversível 4 irreversíveis, considerando-se a inexistência de fase de
desativação da ferrovia.
A perturbação da fauna é um considerável dano ambiental ao
Natureza Negativa -1
sistema biológico das áreas de influência interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-36)
Magnitude Alta (-10)

Para a mitigação deste impacto propõe-se a implantação do Programa de


Monitoramento da Fauna, Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna,
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, Programa de Revitalização de
Áreas Ecologicamente Relevantes e Formação de Corredores Ecológicos, Programas
de Educação Ambiental.

9.5.2.9 Interferência em Unidade de Conservação de Uso Sustentável ou


interferências em áreas protegidas (APP e Reserva Legal)

Dentro dos limites estabelecidos para a faixa de domínio da Ferrovia Paraense S.A.,
não foram identificadas sobreposições com áreas de Unidades de Conservação (e
respectivas zonas de amortecimento, quando existentes).

Considerando-se apenas a faixa de domínio da ferrovia, foi identificada a extensão de


450,37 hectares correspondentes a Áreas de Preservação Permanente (APPs), e
1534,91 hectares de Reserva Legal (RL). Ambas as categorias de áreas protegidas
representam, juntas, menos de um quinto da área total da faixa de domínio da ferrovia
(4,20% da ADA está em APPs e 14,30% em RL). Não obstante, avaliam-se como
altamente importantes os impactos advindos das supressões e obras civis previstas
para serem realizadas nestes locais, principalmente nas APPs. As atividades que
foram identificadas com impacto de interferência em áreas protegidas, na fase de
implantação da Ferrovia Paraense S.A., foram as seguintes:

 Supressão de Vegetação para limpeza e preparação de área;


 Terraplenagem - serviços preliminares (limpeza da área), cortes e aterros;

143
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Corte e aterros para implantação de ferrovia, estações, terminais de carga e


pátios de manobra; Escavação das fundações de pontes e viadutos;
 Disposição de material excedente das escavações (bota-fora);
 Ponte, Viadutos e obras de arte em geral;
 Pontes sobre os Rios Tocantins, Moju, Itacaiúnas, Ararandeua, Surubijú e
Capim.

As APPs são locais protegidos por lei, com a finalidade de conservar o meio ambiente
e manter a qualidade de vida das populações humanas. Funcionalmente, as redes de
drenagem e as nascentes, com suas respectivas faixas de vegetação ciliar, são áreas
em que naturalmente ocorre movimentação de fauna e dispersão da flora. Embora
tenham sido registrados altos níveis de antropização em boa parte das APPs na área
de estudo, entende-se que a interrupção das zonas de deslocamento livre (com a
supressão vegetal), acaba por reduzir a variabilidade genética regional da fauna
afetada, especialmente aves de sub-bosque e mamíferos terrestres de médio e
grande porte. Assim, a magnitude desse impacto deverá ser maior nesses ambientes.

Além da supressão dessas formações, serão executados aterros em áreas úmidas, e


alagadas para a construção das pontes. De acordo com o diagnóstico ambiental, as
formações vegetais alagadas são constituídas por espécies associadas a condições
de saturação hídrica do solo, tais como florestas de várzea, que sofrerão perdas
irreparáveis em algumas localidades.

A interferência do empreendimento, decorrente da supressão da vegetação, do


aterramento e das construções de pontes e viadutos, em áreas protegidas configura-
se em impacto negativo e de alta intensidade, conforme apresentado no quadro de
caracterização abaixo.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Os impactos de interferência nas áreas protegidas serão
Intensidade Alta 4 altamente significativos, uma vez que haverá a descaracterização
das respectivas áreas com o início das atividades.
A supressão vegetal será uma ação que impactará diretamente
Efeito Direto 4
os ambientes existentes nas APPs e RLs.
Os efeitos não serão restritos à ADA, visto que a interrupção das
zonas de deslocamento livre (com a supressão vegetal e as
Abrangência Regional 4
construções), reduzirá a variabilidade genética regional da fauna
e flora que dependem das áreas protegidas.
Interferência instantânea das obras civis sobre as áreas
Temporalidade Imediato 4
protegidas.
As áreas vegetadas removidas para abertura da faixa de
servidão e execução das obras civis para implantação da
Duração Permanente 4
Ferrovia Paraense S.A. nãoserão mais revegetadas, logo, uma
vez retirados, os habitats não serão mais recuperados.
Diante do caráter permanente do impacto no empreendimento
Reversibilidade Irreversível 4
em questão, seus efeitos são irreversíveis.

144
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A interferência em áreas protegidas é dano ambiental ao
Natureza Negativa -1
ecossistema das áreas de influência interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-40)
Magnitude Alta (-12)

Para a mitigação deste impacto é proposta a manutenção do Programa de


Monitoramento da Flora, Programa de Monitoramento da Fauna, Programa de
Recuperação de Áreas Degradadas, Programa de Revitalização de Áreas
Ecologicamente Relevantes e Formação de Corredores Ecológicos, Programa de
Afugentamento e Resgate de Fauna, Programas de Educação Ambiental.

9.5.2.10 Alteração nas comunidades aquáticas (plâncton e bentos)

Os processos desenvolvidos para preparação da área (desmate, retirada e estocagem


do solo, terraplenagem, etc.) durante a implantação da ferrovia podem gerar impactos
para a biota aquática até os limites da AID, principalmente a jusante do ponto de
interferência. Adicionalmente, os principais cursos de água presentes na área de
influência da ferrovia são perenes, conferindo condições que permitem a manutenção
de populações de organismos planctônicos e bentônicos e ao mesmo tempo têm
condições de carrear os potenciais sedimentos impactantes oriundos das atividades
previstas.

Durante a movimentação de solo por terraplenagem, poderão ser desencadeados


processos erosivos, nos quais parte dos sedimentos poderão ser depositados nos
cursos de drenagens, que dependendo da quantidade, poderão causar impactos
significativos.

As obras para a construção de pontes e viadutos que acontecerão na fase de


implantação também são responsáveis pela chegada de material (solo, concreto,
água do processo de cura do concreto) ao curso de água. Considerando a
intervenção em estruturas de pontes, o efeito poderá se estender para AID.

Ao final da fase de implantação, a desmobilização do canteiro de obras poderá causar


riscos quanto ao processo de destinação final dos resíduos gerados e contaminação
hídrica, que deverá ser seguido segundo o protocolo de destinação de resíduos do
empreendimento.

A seguir, apresenta-se a caracterização do impacto de alteração nas comunidades


aquáticas (plâncton e bentos) durante a fase de implantação da Ferrovia Paraense
S.A.

145
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A alteração nas comunidades aquáticas está relacionada,
prioritariamente, às atividades em que o solo torne-se exposto em
áreas necessárias para a implantação do empreendimento.
Intensidade Alta 4 Nestes locais podem ser gerados, por conta de eventos erosivos,
sedimentos aos corpos hídricos, ou ainda podem estar
relacionadas a descartes de efluentes eventualmente fora do
padrão.
As atividades do empreendimento de modo indireto afetarão as
Efeito Indireto 1 comunidades aquáticas, pois elas exporão os solos que em caso
de erosão poderão afetar as redes de drenagem na ADA e AID.
Os sedimentos podem, em maior proporção, afetar condições das
comunidades aquáticas das microbacias à jusante e seus efeitos
Abrangência Local 2
serão observados nas imediações de onde se deu a ação
geradora.
O tempo entre a ação geradora da exposição de solo ou
Temporalidade Imediato 4 contaminação e o impacto na comunidade aquática é em geral
imediato.
A duração desse impacto está relacionada ao ritmo de
recuperação das condições da qualidade de água. Esse impacto,
Temporário
Duração 2 caso venha a ocorrer, após a execução de programas voltados a
Longo
recuperação de áreas degradadas pode perdurar por alguns
meses.
As comunidades aquáticas voltarão às condições ecológicas
Reversibilidade Reversível 1
iniciais após as ações de recuperação de áreas degradadas.
A Alteração das comunidades aquáticas (plâncton, bentos e
Natureza Negativa -1 nécton) é dano ambiental aos sistemas biológicos aquáticos das
áreas de influência interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-26)
Magnitude Média (-7)

Esses processos são passíveis de medidas efetivas de contenção e, adicionalmente,


os impactos gerados apresentam uma intensidade média e são plenamente passíveis
de reversão. Por isso, propõe-se a utilização de medidas de contenção durante a
execução das atividades. A execução do Programa de Monitoramento da Biota
Aquática (Projeto de Monitoramento da Comunidade Bentônica), Programa de
Monitoramento da Ictiofauna, Plano Ambiental da Construção, Programa de
Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais, realizado pelo meio físico, juntos
poderão mitigar e/ou controlar tais impactos e também associados ao Programa de
Gerenciamento e Monitoramento dos Efluentes Líquidos e o Plano de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos.

9.5.2.11 Alteração nas comunidades aquáticas (ictiofauna)

As atividades associadas a alterações da vegetação, terraplenagem, escavações para


pontes ou descarte de efluentes, poderão alterar localmente as condições estruturais

146
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

dos leitos de rios ou córregos interferidos e causar o afugentamento temporário das


espécies mais restritivas ambientalmente. O impacto direto sobre os habitats
aquáticos durante as construções das pontes consiste na alteração de maior
magnitude e importância, considerando as comunidades de peixes. Estão previstas
obras civis para instalação de pontes sobre os rios Tocantins, Moju, Itacaiúnas,
Ararandeua, Surubijú e Capim.

Durante toda a fase de implantação, é necessária a ação conjunta e interdisciplinar


dos programas ambientais, na intenção de conscientizar os atores sociais envolvidos
e monitorar o elemento ambiental que indicará quali-quantitativamente os efeitos do
impacto.

Ao final da fase de implantação ocorrerá a diminuição do contingente humano,


entretanto a desmobilização do canteiro de obras poderá causar riscos quanto ao
processo de destinação final dos resíduos gerados, que deverá ser seguido segundo
o protocolo de destinação de resíduos do empreendimento para reduzir riscos de
contaminação dos corpos hídricos e consequente alteração da ictiofauna.

Considerando as medidas para recuperação da qualidade das águas superficiais as


espécies e populações da ictiofauna serão capazes de se reestabelecer se houver
impactos dessa natureza, contudo os impactos referentes à sobrepesca devida ao
aumento populacional local deverá ser mitigado por educação ambiental.

Segue abaixo, a caracterização dos impactos ambientais na alteração de


comunidades de ictiofauna, durante a fase de implantação da ferrovia.

147
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A alteração nas comunidades aquáticas está relacionada,
primordialmente, à retirada da cobertura vegetal e as obras civis
Intensidade Alta 4
(construção de pontes) para instalação da infraestrutura
ferroviária.
As atividades do empreendimento afetarão de modo direto e
indireto as comunidades aquáticas, seja pelo aumento da
Efeito Direto 4 densidade populacional humana local (consequentemente,
aumento da emissão de efluentes nos corpos d’água), seja pelas
obras hidráulicas de grande porte nos principais rios.
Os efeitos de descartes de efluentes podem afetar condições das
comunidades aquáticas da bacia à jusante e seus efeitos serão
Abrangência Local 2
observados além das imediações de onde se deu a ação geradora
podendo extrapolar a AID.
É necessário que decorra certo tempo entre a conclusão das
Médio
Temporalidade 2 ações geradoras de impacto e o término de seus efeitos sobre a
Prazo
ictiofauna.
A duração desse impacto está relacionada ao restabelecimento do
Temporário
Duração 2 equilíbrio demográfico das populações de peixes nos locais mais
Longo
explorados.
As comunidades aquáticas voltarão às condições ecológicas
iniciais após as ações de recuperação da qualidade das águas
Reversibilidade Reversível 1 superficiais de com a manutenção dos programas de educação
ambiental que conscientizem a população em relação à
sobrepesca.
A alteração das comunidades aquáticas (ictiofauna) é dano
Natureza Negativa -1 ambiental aos sistemas biológicos aquáticos das áreas de
influência interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-27)
Magnitude Média (-7)

Esses processos são passíveis de medidas efetivas de contenção e, adicionalmente,


os impactos gerados apresentam uma intensidade alta bem como apresentam uma
duração temporal relativamente curta e são plenamente passíveis de reversão. Por
isso, propõe-se a utilização de medidas de contenção durante a execução das
atividades. A execução do Programa de Monitoramento da Ictiofauna, Programa de
Monitoramento da Biota Aquática (Projeto de Monitoramento da Comunidade
Bentônica), Plano Ambiental da Construção, Programa de Monitoramento da
Qualidade das Águas Superficiais, realizado pelo meio físico, juntos poderão mitigar
e/ou controlar tais impactos e em complementação os Programas de Gerenciamento
e Monitoramento dos Efluentes Líquidos e o Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos.

148
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.5.3 OPERAÇÃO

9.5.3.1 Perturbação da fauna

Potencialmente, as atividades previstas durante a operação da Ferrovia Paraense S.A


que poderão ocasionar perturbação da fauna presente nos ambientes próximos e/ou
diretamente afetados, consistem na movimentação de veículos, máquinas e
equipamentos para limpeza e outras atividades que representam fontes de emissão
de ruídos e de vibração, relacionadas a manutenção preventiva ou corretiva . Os
animais afetados poderão ser afugentados para outros fragmentos da AID ou AII, em
busca de áreas com características necessárias à sua permanência. Com o passar do
tempo, a frequência destes deslocamentos diminui significativamente até o
estabelecimento do equilíbrio das comunidades.

A perturbação na fauna pela emissão ruído e vibração é um impacto negativo, porém


localizado e reversível. O impacto sobre as assembleias faunísticas depende da
proximidade entre a fonte emissora de ruídos e vibração e os remanescentes de
vegetação nativa e corpos hídricos. O atenuante dos efeitos deste impacto consiste
no hábito generalista de grande parte das espécies registradas durante o diagnóstico,
denotando alta capacidade de aclimatação, visto que são organismos mais resistentes
a perturbações de pequena escala e com maiores possibilidades de utilização dos
recursos.

A seguir, apresenta-se a caracterização do impacto de perturbação da fauna durante


a fase de operação, bem como seus atributos.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Durante a operação, as atividades potencialmente impactantes
Intensidade Média 2 incidem sobre a fauna com um grau razoável de perturbação, o
qual diminuirá ao longo do tempo.
As fontes geradoras da perturbação da fauna são esporádicas e
Efeito Indireto 1 os indivíduos eventualmente presentes próximos a estas
atividades poderão sentirem-se acuados.
Os efeitos serão restritos aos representantes da fauna presentes
Abrangência Local 2 entre a ADA e AID do empreendimento, tendo em vista a baixa
intensidade das fontes de ruído e vibração.
A fauna que, por ventura, for perturbada reagirá imediatamente à
Temporalidade Imediato 4
ação motivadora.
Temporário Os efeitos permanecerão enquanto as atividades estiverem sendo
Duração 1
Curto realizadas.
Diante do caráter de ocorrência temporária e local do impacto,
Reversibilidade Reversível 1 seus efeitos são atenuados ao passar do tempo, até as
comunidades se reequilibrarem quali-quantitativamente.
A perturbação da fauna é um considerável dano ambiental ao
Natureza Negativa -1
sistema biológico das áreas de influência interferidas.

149
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Baixa (-18)
Magnitude Baixa (-5)

Para a mitigação deste impacto propõe-se a implantação do Programa de


Monitoramento da Fauna, Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna,
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, Programa de Revitalização de
Áreas Ecologicamente Relevantes e Formação de Corredores Ecológicos, Programas
de Educação Ambiental.

9.5.3.2 Alteração nas comunidades aquáticas (ictiofauna)

Semelhantemente à fase de planejamento, o aumento populacional local se relaciona


ao possível aumento da pressão de pesca exercida pelo contingente de trabalhadores
que deverão ser contratados durante a fase de operação, que em última análise pode
afetar as espécies de maior porte e de interesse para consumo. Esse tipo de impacto
apresenta ocorrência descontínua, pois depende da época do ano e local onde é
praticado. O período mais crítico é aquele relacionado aos deslocamentos
reprodutivos (migrações) e os locais aqueles onde há concentração de peixes
(corredeiras e abaixo de obstáculos naturais).

Nesta fase, é previsto que o maior impacto ocorrerá na etapa de recrutamento,


contratação e capacitação de mão de obra, quando o contingente de pessoas será
aumentado, especificamente nos locais de instalação das peras e estações.

Segue abaixo, a caracterização dos impactos ambientais na alteração de


comunidades de ictiofauna, durante a fase de operação da ferrovia.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Embora o contingente não seja elevado, a alteração nas
Intensidade Média 2 comunidades aquáticas está relacionada, prioritariamente, às
atividades de aumento populacional local
As atividades do empreendimento afetarão de modo indireto as
comunidades aquáticas, pois elas aumentarão a densidade
Efeito Indireto 1 populacional humana local e com isso poderão aumentar a
emissão de efluentes nos corpos d’água e também poderão
aumentar a atividade pesqueira local.
Nesta fase, a alteração gerada pela pressão de pesca produz
Abrangência Local 2
efeitos localmente, seja na ADA, AID ou AII.
É necessário que decorra certo tempo de exploração dos
Médio
Temporalidade 2 recursos pesqueiros para que se verifique os efeitos sobre a
Prazo
disponibilidade de peixes comerciais.
A duração desse impacto está relacionada ao restabelecimento
Temporário
Duração 2 do equilíbrio demográfico das populações de peixes nos locais
Longo
mais explorados.
As comunidades aquáticas voltarão às condições ecológicas
Reversibilidade Reversível 1 iniciais após as ações de educação ambiental que conscientizem
a população em relação à sobrepesca.

150
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A alteração das comunidades aquáticas (ictiofauna) é dano
Natureza Negativa -1 ambiental aos sistemas biológicos aquáticos das áreas de
influência interferidas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Baixa (-18)
Magnitude Baixa (-5)

A execução do Programa de Monitoramento da Ictiofauna, Programa de


Monitoramento da Biota Aquática (Projeto de Monitoramento da Comunidade
Bentônica), Plano Ambiental da Construção, Programa de Monitoramento da
Qualidade das Águas Superficiais, realizado pelo meio físico, juntos poderão mitigar
e/ou controlar tais impactos, de modo complementar, os Programa de Gerenciamento
e Monitoramento dos Efluentes Líquidos, Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos.

151
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.6 IMPACTOS SOBRE O MEIO SOCIOECONÔMICO

Os impactos sobre o meio socioeconômico antecedem a todos os outros meios, pois


os trabalhos de campo do diagnóstico socioambiental despertam na população local
expectativas em relação ao empreendimento.

No Projeto Ferrovia Paraense S.A. está prevista a mobilização de pessoal, de


serviços, de material e equipamentos. Essas demandas causarão impactos de
diferentes magnitudes e importância sobre a área de influência do empreendimento,
conforme são apresentados nas Matrizes de Interação e de Avaliação (Quadro 9.3-1 e
Quadro 9.3-2) respectivamente.

Ações socioambientais desenvolvidas no decorrer da atividade do Projeto Ferrovia


Paraense S.A. têm a função de mitigar os impactos negativos decorrentes das fases
do projeto, desde a etapa de planejamento, passando pela implantação até a
operação, de modo a evitar maiores danos sociais à população do entorno.

9.6.1 PLANEJAMENTO

9.6.1.1 Expectativas da população frente ao empreendimento

As expectativas da população frente ao empreendimento são decorrentes de um


conjunto de fatores, entre eles as ações iniciais referentes ao empreendimento como
os estudos técnicos e as primeiras notícias sobre ele na região. Tais expectativas
geram apreensões junto aos diferentes segmentos sociais da região tanto de natureza
positiva – mais empregos - quanto negativa – mudanças na vida cotidiana - frente à
nova situação que está sendo colocada para a população da região.

Na maioria dos casos o poder público e a sociedade local demonstram esperança de


que a implantação do empreendimento vá trazer progresso e melhorias á qualidade
de vida da população, sobretudo em função do esperado aumento da oferta de
empregos.

Na etapa de planejamento os impactos decorrem principalmente da divulgação da


disposição em contratar mão de obra. De fato, como a população local não tem como
inferir a dimensão do número de empregos a serem ofertados, passa a especular
sobre a possibilidade de contratações, gerando expectativas que podem ultrapassar a
real capacidade do empreendimento. Essa alta expectativa decorre da oferta de
empregos em áreas economicamente deprimidas, com baixa qualificação e alta
demanda por qualquer tipo de trabalho. O resultado é de caráter negativo, em grande
parte dos municípios, na área de influência do projeto, decorrente do desapontamento
devido à incapacidade de qualquer empreendimento satisfazer, de forma direta,
plenamente os desejos de melhora para a população em geral.

152
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A geração de expectativas é passível de ser percebida já no
Intensidade Alta 4 cenário atual e poderá redundar em modificações facilmente
percebidas na região de inserção do empreendimento.
O impacto é considerado direto, pois surge em consequência
direta do processo de divulgação do empreendimento e da
Efeito Direto 4
realização dos serviços de campo para os diferentes estudos
afetos ao empreendimento.
É um impacto de abrangência local considerando que a
implantação irá se concentrar na AID dos municípios com
Abrangência Local 2
estação ferroviária: Barcarena, Paragominas, Rondon do
Pará, Marabá e Santana do Araguaia
A ocorrência do impacto é imediata, pois é desencadeada a
Temporalidade Imediata 4
partir da divulgação do empreendimento.
Temporário Em função de a geração de expectativas deve ser ajustar a
Duração 1
curto realidade num cenário inferior a 5 anos.
O impacto é considerado reversível na medida em que as
expectativas, tanto positivas quanto negativas, se confirmem
Reversibilidade Reversível 1 ou não frente a avaliação de todo o processo de implantação
do empreendimento, além da execução dos programas
ambientais previstos.
As informações que chegam à população durante o processo
Natureza Negativa -1 de discussão e licenciamento nem sempre são verdadeiras,
desencadeando processos de desinformação e insegurança.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO

IMPORTÂNCIA ALTA (-29)

MAGNITUDE MÉDIA (-7)

Propõe-se o Programa de Comunicação Social para procurar minimizar as


consequências negativas e garantir a reversibilidade do referido impacto.

9.6.1.2 Especulação Imobiliária

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a Especulação


Imobiliária estão associados na fase de Planejamento da Ferrovia Paraense S.A. as
atividades de Divulgação do empreendimento e Negociação com os superficiários
para aquisição ou servidão de terras.

A especulação imobiliária caracteriza-se pela expectativa da população em relação ao


empreendimento, que condiciona ao aumento do valor das residências e
propriedades, que poderiam vir a ser locadas ou desapropriadas pelo empreendedor
para seu pessoal técnico, na etapa de planejamento, ou a desvalorização de
pequenas propriedades que poderão vir a ser atravessadas pelo traçado do Ferrovia
Paraense S.A.

A especulação imobiliária é um impacto indireto que poderá ocorrer apenas na fase


de planejamento e como consequência das expectativas e apreensões criadas pela

153
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

população em relação ao empreendimento. Este impacto manifesta-se durante a


negociação com as superficiários para a aquisição ou servidão de terras, e
caracteriza-se como de natureza negativa.

Esse impacto é pontual e reversível, de duração temporário curto, paralisando quando


da definição das áreas a serem adquiridas e do início das negociações. Este impacto
também é pouco relevante, sendo avaliado de média magnitude, e de ocorrência
potencial e temporário, manifestando-se de forma descontínua.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto do Planejamento da Ferrovia Paraense


S.A. na Especulação Imobiliária.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A geração de expectativas será passível de ser percebida já no
início do processo de divulgação logo após a emissão da LP
quando esse processo de divulgação deverá ser intensificado.
Considerando que se trata de uma obra linear que ocorrerá ao
longo de 1319 km, com faixa de servidão de 80m, os maiores
movimentos de especulação ocorrerão nas áreas com a
Intensidade Média 4 presença de estações ferroviárias: nos municípios de:
Barcarena, Paragominas, Rondon do Pará, Marabá e Santana
do Araguaia. Ressalta-se que em Barcarena o canteiro de
obras como a pera da ferrovia localiza-se dentro do Distrito
Industrial de Vila do Conde o que atenuará esse impacto dada
da presença do estado Pará como gestor e proprietário de área
significativa.
O impacto é considerado direto, pois surge em consequência
Efeito Direto 4
direta do processo de divulgação do empreendimento
É um impacto de abrangência local considerando que o
principal impacto ocorrerá nas estações de carregamento de
minérios e grãos (Barcarena, Paragominas, Rondon do Pará,
Abrangência Local 1
Marabá e Santana do Araguaia) e no local de descarregamento
de minérios e grãos e carregamento de insumos – Barcarena.
Sendo essas sedes municipais inseridas dentro da AID.
A ocorrência do impacto é imediata, pois é desencadeada a
Temporalidade Imediato 4
partir da divulgação do empreendimento.
Considerando que esse impacto iniciará com a divulgação do
empreendimento e terminará com a aquisição das terras
Temporário
Duração 1 estritamente necessárias a implantação da ferrovia, esse
Curto
impacto foi avaliado como temporário curto, estando
associados a um prazo inferior a 5 anos.
O impacto é considerado reversível na medida em que as
expectativas, tanto positivas quanto negativas, se confirmem
Reversibilidade Reversível 1
frente a consolidação de todo o processo de aquisição de
terras necessárias a implantação da ferrovia
As informações que chegam à população durante o processo
de divulgação – tem fintes diversas na sociedade e nem
Natureza Negativa -1 sempre são verdadeiras, desencadeando processos de
desinformação e insegurança. Contribuindo negativamente
para a melhoria da qualidade ambiental.

154
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

AVALIAÇÃO DO IMPACTO

IMPORTÂNCIA ALTA (-25)

MAGNITUDE MÉDIA (-6)

Propõe-se o Programa de Comunicação Social para procurar minimizar as


consequências negativas e garantir a reversibilidade do referido impacto.

9.6.1.3 Geração/Incremento na renda e aumento do poder aquisitivo da


população

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a


Geração/Incremento na renda e aumento do poder aquisitivo da população estão
associados na fase de Planejamento da Ferrovia Paraense S.A., em primeiro lugar, as
atividades de Negociação com os superficiários para aquisição ou servidão de terras,
segundo, pelo recrutamento, contratação e capacitação de mão-de-obra, e por último
à aquisição de equipamentos, insumos e serviços.

O aumento do nível de emprego, para cerca de 5.979 postos de trabalho no pico da


obra, somente se considerados os empregos diretos e indiretos na fase de
implantação, acarreta o pagamento de salários e, consequentemente, leva ao
aumento da renda das famílias e do seu poder de compra. Como os empregos
gerados nessa fase irão abranger parcela da população economicamente ativa, isso
se irradia na própria economia local, e por isso se conclui que esse impacto irá alterar
de forma positiva a renda e o poder aquisitivo nos municípios.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Alteração do poder aquisitivo de parte da população direta e
Intensidade Média 2
indiretamente ligada ao empreendimento
O aumento de renda de parte da população decorre da
geração de postos de trabalho e da renda advindas da
Efeito Direto 4
dinamização da economia diretamente relacionadas à
implantação do empreendimento
É um impacto de abrangência local considerando que o
principal impacto ocorrerá nas estações de carregamento de
minérios e grãos (Barcarena, Paragominas, Rondon do Pará,
Abrangência Local 2 Marabá e Santana do Araguaia) e no local de
descarregamento de minérios e grãos e carregamento de
insumos – Barcana. Sendo essas sedes municipais inseridas
dentro da AID.
O aumento de renda advém paulatinamente conforme se
Temporalidade Médio prazo 2
desenvolve a implantação do empreendimento
A renda gerada pela dinamização da economia durante a
Temporário
Duração 2 implantação sofre diminuição gradativa assim que termina
longo
essa fase.
A renda pode voltar aos patamares anteriores se
Reversibilidade Reversível 1 considerada apenas o encerramento da fase de implantação
do empreendimento.
Natureza Positiva +1 O aumento de renda é benéfico aos trabalhadores,

155
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
principalmente dos municípios da AID (Barcarena,
Paragominas, Rondon do Pará, Marabá e Santana do
Araguaia).

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Média (21)
Magnitude Baixa (5)

Propõe-se o Programa de Capacitação, Formação e Aproveitamento da Força de


Trabalho Local, Programa de Comunicação Social, para procurar minimizar as
consequências negativas e garantir a reversibilidade do referido impacto.

9.6.1.4 Incremento de fornecedores de insumos e serviços

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados ao incremento


de fornecedores de insumos e serviços estão associados na fase de Planejamento da
Ferrovia Paraense S.A. a aquisição de equipamentos, insumos e serviços.

Na fase de planejamento do empreendimento, será necessário adquirir insumos de


fornecedores locais ou regionais, assim como contratar serviços, seja de transporte de
pessoal e de cargas seja de vigilância e conservação. Essa ampliação da demanda
por componentes, insumos e serviços, gera impactos positivos como o aumento do
faturamento de empresas, acarretando o fortalecimento dos fornecedores, ao
oferecerem oportunidades para que eles se estabilizem no mercado e invistam em
sua expansão.

Portanto, no que concerne à natureza desse impacto, atribui-se valoração positiva,


quando ocorre a ampliação dessa demanda por serviços e insumos, e negativa
quando de sua redução. Da mesma forma, a injeção da massa de salários disponível
na economia, propicia encadeamentos na esfera produtiva (ainda que temporários).

Todavia, os fornecedores de insumos, equipamentos e serviços deverão se capacitar


para gerir o aumento de faturamento e de prestação de serviços. A necessidade de
atendimento das demandas específicas provenientes do projeto em estudo de
maneira eficiente obrigará os fornecedores a buscar a melhoria do desempenho
produtivo das empresas.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto do Planejamento da Ferrovia Paraense


S.A. no incremento de fornecedores de insumos e serviços.

156
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
O incremento dos fornecedores de insumos e serviços pode
ser constatado pelo aumento da receita e do volume de
trabalho dos serviços prestados e insumos fornecidos.
Intensidade Alta 4 Ocorrerão, principalmente nas áreas com a presença de
estações ferroviárias ou peras: nos municípios de: Barcarena,
Paragominas, Rondon do Pará, Marabá e Santana do
Araguaia.
O fortalecimento dos fornecedores de insumos e serviços é
Efeito Direto 4 diretamente causado pela demanda da fase de
planejamento.
Durante a etapa de planejamento haverá necessidades de
Abrangência Regional 4 contratação de fornecedores de insumos e serviços nos
municípios da região.
O fortalecimento dos fornecedores de insumos e serviços se
Temporalidade Médio prazo 2
dará conforme avança a implantação do empreendimento.
O incremento dos fornecedores de insumos e serviço
Temporário
Duração 1 causado pela implantação do empreendimento cessará ao
curto
final dessa fase.
Os fornecedores de insumos e serviços podem voltar aos
patamares anteriores caso se limitem à implantação do
Reversibilidade Reversível 1
empreendimento e não utilizem a estrutura montada para a
sua expansão em novos negócios e oportunidades
Natureza Positiva +1 O incremento do setor terciário é benéfico ao setor.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (29)
Magnitude Alta (9)

Propõe-se o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Locais, Programa de


Desenvolvimento a Economia Local, Programa de Comunicação Social, para procurar
minimizar as consequências negativas e garantir a reversibilidade do referido impacto.

9.6.1.5 Geração de oportunidades e novos negócios

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a geração de


oportunidades e novos negócios estão relacionados na fase de Planejamento da
Ferrovia Paraense S.A. ao recrutamento, contratação e capacitação de mão-de-obra e
aquisição de equipamentos, insumos e serviços.

No processo de planejamento da linha ferroviária, a dinamização da economia


expandirá as oportunidades de investimentos, por meio de inovações e ampliação de
mercados, principalmente para a mineração e o agronegócio. Observando que a
construção e demais obras relacionadas a linha ferroviária, utilizarão a mão-de-obra
com diferentes tipos de qualificação, que serão contratadas por meio de empresas
terceirizadas, preferencialmente com a mão-de-obra local.

Ao se concretizar os demais investimentos em infraestrutura na região, o ciclo de


crescimento poderá ser potencializado, repercutindo por toda a economia. Entretanto,

157
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

haverá necessidade de consolidação de setores competitivos através de medidas que


permitam a absorção dos benefícios trazidos pelo empreendimento, dentre as quais: a
melhoria da gestão e do desempenho das empresas decorrente da sua qualificação, o
fortalecimento e expansão dentro da cadeia produtiva local, desencadeados pelo
aumento do faturamento. O resultado desse processo pode levar à geração de
oportunidades e novos negócios levando as empresas à realização e ampliação de
investimentos e incremento a sua gestão.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto do Planejamento da Ferrovia Paraense


S.A. na geração de oportunidades e novos negócios.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A dinamização da economia irá criar novas oportunidades
aos empreendedores locais e regionais, mas não a ponto de
Intensidade Média 2
descaracterizar o quadro atualmente vivenciado na região,
pois há um limite para as oportunidades de novos negócios.
Decorre dos impactos oriundos do aumento do faturamento
Efeito Direto 4 e melhoria do desempenho das empresas beneficiadas
pelas oportunidades advindas do empreendimento.
As oportunidades de novos negócios podem ser geradas
Abrangência Regional 4
aos empreendedores de municípios que extrapolam a AII
Há necessidade de um tempo para que os empreendedores
e fornecedores se adaptem às condições favoráveis e
Temporalidade Médio Prazo 2
utilizem os diferenciais adquiridos para seu desenvolvimento
econômico
Os efeitos da dinamização da economia tendem a
Temporário
Duração 2 permanecer por um período mesmo após o término da
longo
implantação do empreendimento.
Caso não haja uma estrutura que permita a manutenção de
novos empreendimentos, a própria dinâmica econômica
Reversibilidade Reversível 1
local pode sofrer um revés, fazendo com que as
oportunidades de novos negócios deixem de existir.
Decorre da própria dinamização da economia e da
Natureza Positiva +1 necessidade de as empresas se qualificarem de maneira
apropriada para a oportunidade de novos negócios

Avaliação do Impacto
Importância Alta (25)
Magnitude Média (7)

Como forma de potencializar este impacto propõe-se o Programa de Desenvolvimento


de Fornecedores Locais, Programa de Desenvolvimento a Economia Local, Programa
de Comunicação Social.

9.6.1.6 Oferta de Empregos Temporários e Permanentes

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a oferta de


empregos temporários e permanentes estão relacionados na fase de Planejamento da

158
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Ferrovia Paraense S.A. ao recrutamento, contratação e capacitação de mão-de-obra e


aquisição de equipamentos, insumos e serviços.

A instalação do projeto em sua fase de planejamento prevê a contratação de mão-de-


obra temporária, sendo que o número de empregados no início das obras deverá girar
em torno de 5.979 empregos no pico das obras, entre trabalhadores diretos e
indiretos, conforme indicado no histograma (Figura 9.6-1) a seguir:

Figura 9.6-1 - Histograma de mão-de-obra da Ferrovia Paraense S.A, durante toda a fase
de implantação.

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000

0
1 3 5 7 9 11 1 3 5 7 9 11 1 3 5 7 9 11 1 3 5 7 9 11 1 3 5 7 9 11 1 3 5 7 9 11 1 3 5 7 9 11 1 3 5 7 9 11 1 3 5 7 9 11 1 3 5 7 9 11
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Ainda está prevista na etapa de operação da Ferrovia Paraense S.A., a criação de


2.247 empregos diretos, priorizando a contratação da mão-de-obra residente no
estado do Pará. Quanto aos empregos indiretos utilizando estudo do BNDES, no setor
de construção, temos que para cada 100 empregos diretos serão gerados 47
empregos indiretos e 154 empregos pelo efeito-renda, considerando esse estudo
como parâmetro teremos na fase de implantação a geração de 2.810 empregos
indiretos e 9.207 empregos pelo efeito-renda.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto do Planejamento da Ferrovia Paraense


S.A. na oferta de empregos temporários e permanentes.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A intensidade é alta em função da quantidade de
Intensidade Alta 4 empregos previstos em relação à oferta de trabalho na
região.
O impacto é direto, pois decorre da atividade de
Efeito Direto 4
mobilização e contratação de mão-de-obra.

Abrangência Regional 4 O impacto deverá manifestar-se com maior intensidade


na AID, mas em função da quantidade de empregos e

159
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
capacitação necessária deverá se estender também para
a AII.
O aumento de empregos se dá conforme avançam as
Temporalidade Longo prazo 1 obras de implantação do empreendimento e o aumento
de demanda de mão de obra.
O impacto terá uma duração de aproximadamente 10
Temporário anos, para a etapa de implantação, havendo a
Duração 2
longo desmobilização do total de mão de obra terminada a esta
etapa.
É considerado um impacto reversível, pois após cessada
a ação geradora que é a mobilização e contratação de
Reversibilidade Reversível 1
mão de obra a oferta de trabalho passa a ter um
decaimento expressivo, dos empregos temporários.
A natureza do impacto é positiva, pois resultará em
Natureza Positiva +1 ampliação da renda e na dinamização da economia local
e regional.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (30)
Magnitude Alta (9)

Como forma de potencializar este impacto propõe-se o Programa de Capacitação,


Formação e Aproveitamento da Força de Trabalho Local, Programa de Comunicação
Social.

9.6.1.7 Melhoria das condições de trabalho e inserção dos trabalhadores na


rede de previdência social

A contratação de mão-de-obra formal leva ao pagamento, por parte do empreendedor


e dos fornecedores, de encargos sociais, tais como os tributos referentes ao FGTS
(Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), ao INSS (Instituto Nacional de
Seguridade Social – Previdência Social) e ao PIS (Programa de Integração Social –
Seguro Desemprego), levando à inserção dos trabalhadores na rede de seguridade
social. Tal característica também gera um novo paradigma para uma região
caracterizada pela utilização de mão de obra informal, com exceção de parte dos
funcionários ligados ao executivo municipal.

Além disso, os funcionários contratados na fase de implantação do empreendimento,


por força da legislação trabalhista que deverá ser cumprida, estarão sujeitos a
condições de trabalho significativamente melhores que as verificadas em trabalhos
informais como a verificada atualmente seja devido à qualificação recebida seja em
função dos cuidados com a saúde e segurança do trabalho.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto do Planejamento da Ferrovia Paraense


S.A. na melhoria das condições de trabalho e inserção dos trabalhadores na rede de
previdência social.

160
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
O número de trabalhadores formais que contribuem para a
previdência social pode ser mensurável pelos empregos
gerados direta e indiretamente pelo empreendimento, assim
como cria um paradigma de trabalho formal em número
Intensidade Alta 4 significativo para a economia local, que contrata
normalmente trabalhadores de maneira informal.
As melhorias nas condições de trabalho serão visíveis, mas
apenas aos que trabalhem direta ou indiretamente na
implantação do empreendimento.
As melhorias nas condições de trabalho serão decorrentes
Efeito Direto 4 das exigências de cumprimento da legislação trabalhista na
implantação do empreendimento.
O impacto se dará basicamente de abrangência local
considerando que o ocorrerá nas estações de carregamento
de minérios e grãos (Barcarena, Paragominas, Rondon do
Abrangência Local 2 Pará, Marabá e Santana do Araguaia) e no local de
descarregamento de minérios e grãos e carregamento de
insumos – Barcarena. Sendo essas sedes municipais
inseridas dentro da AID.
A inserção dos trabalhadores na rede previdenciária se dará
conforme o ritmo de contratação conforme se desenvolve a
implantação.
Temporalidade Médio prazo 2
As melhorias nas condições de trabalho serão verificadas
para maior número de trabalhadores conforme avança a
contratação do número de trabalhadores
A contratação formal dos trabalhadores formais irá diminuir
até cessar com a implantação, no período de 10 anos. No
Temporário
Duração 2 entanto durante a etapa de operação também ocorre
longo
contratação de empregos diretos, por isso a duração é
considerada temporário longo.
Caso não haja novas oportunidades de trabalho formal,
pode ocorrer o aumento da informalidade e a queda do
Reversibilidade Reversível 1 número de trabalhadores inseridos no sistema
previdenciário e as melhorias nas condições de trabalho irão
cessar assim que houver a desmobilização da mão de obra.
A contratação de trabalhadores formais e sua inserção na
rede previdenciária incrementam os benefícios usufruídos
por parcela da população.
Natureza Positiva +1
As melhorias nas condições de trabalho poderão quebrar
um paradigma de falta de rigor com o cumprimento da
legislação trabalhista.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (27)
Magnitude Média (7)

Como forma de potencializar este impacto propõe-se o Programa de Capacitação,


Formação e Aproveitamento da Força de Trabalho Local, Plano Ambiental da
Construção.

161
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.6.1.8 Aumento das Receitas Tributárias e Transferências

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados ao aumento das
receitas tributários e transferências estão relacionados na fase de Planejamento da
Ferrovia Paraense S.A. ao recrutamento, contratação e capacitação de mão-de-obra e
aquisição de equipamentos, insumos e serviços.

O processo de implantação da Ferrovia Paraense S.A. deverá acarretar alterações


sobre as finanças dos municípios da AII, principalmente em Barcarena, Paragominas,
Rondon do Pará, Marabá e Santana do Araguaia, sendo essas sedes municipais
inseridas dentro da AID. Deverão auferir incrementos em suas receitas próprias, pois
atividades construtivas serão realizadas, provocando o recolhimento do ISSQN
(Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza).

O aumento da arrecadação tributária municipal gera oportunidades para a realização


de investimentos em infraestrutura básica e em prestação de serviços públicos por
parte do governo local. Ressalte-se que esse potencial de investimentos públicos
somente resultará em benefícios à população local desde que a gestão de recursos
se dê de maneira eficiente e monitorada tanto pela sociedade civil quanto pelos
órgãos controladores competentes. Há necessidade, então, de apoiar a gestão
municipal.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
O aumento de arrecadação e repasses se dá por conta da
Intensidade Média 2
dinamização da economia
O aumento de arrecadação decorre do aumento de
Efeito Indireto 1 arrecadação e repasses gerado pela dinamização da
economia
O aumento de arrecadação se dará basicamente em
Barcarena, Paragominas, Rondon do Pará, Marabá e
Abrangência Local 2
Santana do Araguaia, sendo essas sedes municipais
inseridas dentro da AID.
O aumento de arrecadação e repasses aumenta
Temporalidade Médio prazo 2 gradualmente conforme avança a implantação do
empreendimento.
Os repasses e a arrecadação ocorrerão também na fase de
Temporário
Duração 2 operação, após o término da implantação por conta de
Longo
repasses de impostos e tributos.
Após a desativação do empreendimento decairão os
Reversibilidade Reversível 1 repasses e a arrecadação em função da desativação deste
empreendimento.
O aumento da arrecadação deverá trazer benefícios à
Natureza Positiva +1 população local, através do aumento da capacidade de
investimentos em serviços públicos.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Baixa (18)
Magnitude Baixa (5)

162
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Para potencializar esse impacto propõe-se o Programa de Desenvolvimento a


Economia Local, Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Locais.

9.6.1.9 Mobilização de Segmentos Populacionais

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a mobilização de


segmentos populacionais são decorrentes de um conjunto de fatores, entre eles, na
fase de Planejamento da Ferrovia Paraense S.A., a divulgação do empreendimento,
negociação com os superficiários para aquisição ou servidão de terras, contratação,
capacitação, aquisição de equipamentos e insumos.

As experiências permitem pensar que uma intervenção desse porte no espaço físico e
social pode desencadear uma mobilização entre os diversos segmentos sociais da
região, mesmo que essa não esteja evidenciada a priori. Mas, sabe-se que o próprio
processo, dependendo da lógica de atuação do empreendedor e também das alianças
construídas e desfeitas ao longo do tempo, pode resultar em formas de mobilização e
fortalecimento das instituições existentes. Mesmo com participação pouco significativa
em instituições (sindicatos, associações, partidos políticos) por parte da população,
como revelaram os resultados do levantamento de campo, surge um fato concreto e
objetivo, a implantação do empreendimento, podendo proporcionar o surgimento de
novas instituições ou o fortalecimento das existentes ou, ainda, a organização da
população em entidades criadas especialmente em decorrência do empreendimento.

As alterações na mobilização social verificada por ocasião da fase de planejamento,


podem continuar na etapa de implantação e durante a fase de operação, dependendo
da lógica de atuação do empreendedor e também das alianças construídas e
desfeitas ao longo do tempo.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto do Planejamento da Ferrovia Paraense


S.A. na mobilização de segmentos populacionais.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
O aumento de mobilização de organizações da sociedade
Intensidade Média 2
civil poderá ser verificado ao longo da implantação.
O impacto é indireto dado que o mesmo para ocorrer
Efeito Indireto 1 depende inicialmente da geração de expectativas associadas
ao empreendimento.
O aumento de mobilização social de entidades da sociedade
civil deverá ser sentido basicamente nos municípios de
Abrangência Local 1 Barcarena, Paragominas, Rondon do Pará, Marabá e
Santana do Araguaia, sendo essas sedes municipais
inseridas dentro da AID.
O nível de organização somente deverá ocorrer em médio
Temporalidade Médio prazo 2 prazo, após a mobilização de cidadãos direta ou
indiretamente ligados às causas sociais.
O nível de organização social tende a se desvanecer com o
Temporário
Duração 2 fim das demandas socioeconômicas direta ou indiretamente
longo
relacionadas à implantação do empreendimento.

163
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
O nível de organização social é reversível caso as instituições
não sejam fortalecidas após a implantação do
Reversibilidade Reversível 1
empreendimento e a execução dos programas
socioambientais deixarem de existir.
Apresenta aspectos benéficos tanto para a comunidade
quanto para o poder público municipal. Desperta a sociedade
para a importância dos acontecimentos da região relacionada
Natureza Positiva +1
ao empreendimento e aos seus desdobramentos no cotidiano
das pessoas e na estruturação dos serviços públicos e das
formas de gestão dos municípios.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Baixa (16)
Magnitude Baixa (4)

Para a verificação, monitoramento e controle desse impacto propõe-se o Programa de


Capacitação, Formação e Aproveitamento da Força de Trabalho Local, Programa de
Desenvolvimento de Fornecedores Locais, Programa de Desenvolvimento a
Economia Local, Programa de Minimização de Impactos a Saúde Pública
(Subprograma de Saúde e Segurança da mão de obra), Plano Ambiental da
Construção, Programa de Incentivo a Cultura e Lazer, Programa de Fiscalização e
Controle da Ocupação da Faixa de Domínio, Programa de Comunicação Social.

9.6.1.10 Alteração na dinâmica populacional dos municípios da AII

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a alteração na


dinâmica populacional dos municípios da AII são decorrentes na fase de
Planejamento da Ferrovia Paraense S.A., associado ao recrutamento, contratação e
capacitação de mão-de-obra.

No que diz respeito a alteração da dinâmica populacional nos municípios pertencentes


a AII do empreendimento, considera-se que os municípios que realmente pode ter
aporte populacional, são aqueles em que haverá uma estação da ferrovia. Tendo este
fato em vista, tem-se que a dinâmica na Área de Influência Indireta não será intenso,
visto que a atividade não nesta etapa não realizará movimentações consideráveis a
ponto de alterar a dinâmica populacional nesses municípios.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto do Planejamento da Ferrovia Paraense


S.A. na mobilização de segmentos populacionais.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A média intensidade é devido a possibilidade de geração
Intensidade Média 2
de emprego para população local.
O impacto é direto dado que decorre diretamente do
Efeito Direto 4
processo de mobilização e contratação de mão de obra.
Abrangência Local 2 Quando houver afluxo populacional, este estará

164
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
relacionado, principalmente, aos locais onde serão
implantados os canteiros de obra.
O fluxo se intensifica assim que são liberadas as
Temporalidade Imediato 4
informações sobre a necessidade de contratação.
O aumento do fluxo migratório ocorrerá em um período de
Temporário tempo definido pelo cronograma físico das obras e a parte
Duração 2
longo da população deverá deixar os municípios da AII ao longo
do tempo.
A implantação do empreendimento altera a dinâmica
Reversibilidade Irreversível 4 demográfica do município, e mesmo com a desmobilização
de trabalhadores a dinâmica não tenderá a diminuir.
A natureza do impacto é negativa em função do número
significativo de migrantes que deverá ser atraído
Natureza Negativa -1
acarretando outros impactos sobre os serviços e
equipamentos sociais.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-26)
Magnitude Média (-8)

Objetivando a mitigação deste impacto, recomenda-se o Programas de Comunicação


Social.

9.6.1.11 Interferência no cotidiano da população

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos sobre o cotidiano da


população estão associados a diversas atividades tecnológicas, dentre elas
destacam-se principalmente o Recrutamento, Contratação e Capacitação de Mão-de-
Obra, como impacto positivo, e a negociação com os superficiários e divulgação do
empreendimento, como impacto negativo.

Ao considerar estes fatores determinou-se que a etapa de planejamento, apesar de


mobilizar mão de obra e equipamentos, gera incertezas aos moradores sobre os
benefícios inerentes a instalação de um empreendimento deste porte. Tal fato é
considerado devido as interferências nas condições de vida da população residente
nas comunidades das áreas de influência e nas proximidades.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto do Planejamento da Ferrovia Paraense


S.A. na mobilização de segmentos populacionais.

165
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A implantação de um empreendimento de tal magnitude
Intensidade Alta 4 altera significativamente o modo de vida tradicional da
população local
As alterações no cotidiano se dão na fase de implantação
Efeito Direto 4
de empreendimento.
As alterações no cotidiano serão sentidas basicamente
nos municípios cuja sede será alterada, e nas
Abrangência Local 2
comunidades que a ferrovia interceptará, principalmente
nas populações que vivem na Área Diretamente Afetada.
As alterações no cotidiano irão aumentar com o decorrer
Temporalidade Imediato 4 do tempo, mas assim que se iniciar a implantação já
poderão ser sentidas pela população local.
As alterações no cotidiano demandarão um tempo para
Temporário
Duração 2 serem atenuadas mesmo após a implantação do
longo
empreendimento
As alterações no cotidiano deverão ser atenuadas com o
Reversibilidade Reversível 1
fim da implantação.
Natureza Negativa -1 Afeta os moradores das proximidades.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-29)
Magnitude Média (-7)

Esse impacto deverá ser monitorado através de Programa de Comunicação Social,


Programa de Educação Ambiental, Programa de Monitoramento e Controle de Ruído,
Programa de Controle de Emissões Atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do
Ar, Programa de Monitoramento dos Níveis de Vibração, Programa de Adequação da
Malha Viária, Plano Ambiental da Construção.

9.6.1.12 Interferência nas propriedades e no uso e ocupação do solo -


propriedades rurais (pecuária, florestas plantadas, grãos, etc.)

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência nas
propriedades e no uso e ocupação do solo - propriedades rurais, estão associados na
fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A. a atividade tecnológica de
Transporte de Equipamentos, Insumos e Pessoal e Instalação do Canteiro de Obras.

A Ferrovia Paraense S.A. terá uma faixa de domínio de 80 m e atravessará diversas


formas de uso e ocupação do solo. Em termos de usos antrópicos o RFSP
atravessará ao menos 82 propriedades de diversas extensões e tamanhos (desde
latifúndios a áreas de assentamentos rurais).

As consequências para as propriedades atravessadas são muito diferenciadas,


dependendo da área onde a ferrovia corta cada unidade: mesmo num grande
latifúndio, se o ramal passar nas proximidades da sede ou das principais benfeitorias
da fazenda, ou ainda isolar áreas de dessedentação dos animais, o impacto poderia

166
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

ter alta relevância. Para tanto, está prevista a manutenção dos acessos de pessoas e
gado entre os lados do traçado.

Assim, o impacto é negativo, certo, de ocorrência no curto prazo, localizado na AID,


de ordem direta, irreversível, causador e permanente. A magnitude é média, em
função das alterações qualitativas que pode impor a propriedades tomadas
pontualmente.

As ações mitigadoras estão relacionadas ao Programa de Comunicação Social,


Programa de Educação Ambiental, Programa de Monitoramento e Controle de Ruído,
Programa de Controle de Emissões Atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do
Ar, Programa de Monitoramento dos Níveis de Vibração, Programa de Adequação da
Malha Viária, Plano Ambiental da Construção. Estes podem atenuar a apreensão de
proprietários e garantir a aquisição a valores justos, mas não reverterão a efetivação
dos impactos nas áreas de uso antrópico, o que permite considerar as ações como de
pequeno grau de resolução. Como consequência, tem-se um impacto de média
relevância.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
As alterações nas propriedades rurais têm intensidade
Intensidade Média 2
média.
As alterações nas propriedades rurais dão na fase de
Efeito Direto 4
planejamento de empreendimento.
As alterações nas propriedades serão sentidas de acordo
Abrangência Pontual 1
a situação de cada propriedade.
As alterações no cotidiano irão aumentar com o decorrer
Temporalidade Imediato 4 do tempo, mas assim que se iniciar a implantação já
poderão ser sentidas pela população local.
As interferências nas propriedades rurais serão
permanentes, visto que, após as alterações nela
Duração Permanente 4
realizadas, as mesmas não retornarão as condições
anteriores.
As alterações nas propriedades rurais têm caráter
Reversibilidade Irreversível 4
irreversível.
Natureza Negativa -1 Afeta os moradores das proximidades.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-28)
Magnitude Média (-7)

9.6.1.13 Interferências nas propriedades e no uso e ocupação do solo


assentamentos e acampamentos rurais

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência nas
propriedades e no uso e ocupação do solo - propriedades rurais, estão associados na

167
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A. a atividade tecnológica de


Transporte de Equipamentos, Insumos e Pessoal e Instalação do Canteiro de Obras.

9.6.1.13.1 Assentamentos Rurais

A passagem do RFSP por áreas definidas como destinadas à implantação de projetos


de assentamentos rurais (PA) ou já destinadas a esse fim constitui um impacto
importante nas áreas rurais dos municípios. Tendo sido identificados polígonos de
áreas de assentamento do INCRA, conforme identificados no Diagnóstico, deve-se
considerar a impossibilidade de mera aquisição das áreas atravessadas pela ferrovia,
sendo antes necessária a proposição de áreas alternativas para implantação dos
Projetos de Assentamento. Esse processo envolve a identificação de áreas próximas
passíveis de implantação desses projetos, sua aquisição e afetação, de forma que o
órgão público possa proceder à desafetação das áreas anteriores.

As ações de mitigação, conforme indicado anteriormente, compreendem a negociação


com o órgão público para desafetação da área de interesse, mediante a concessão de
áreas alternativas, previamente identificadas e adquiridas, para fins de assentamento
rural. As diretrizes para este processo são indicadas no Programa de Comunicação
Social. Essas ações são avaliadas como de alta resolubilidade, o que permite atribuir
ao impacto média relevância, e de forma complementar o Programa de Educação
Ambiental, Programa de Monitoramento e Controle de Ruído, Programa de Controle
de Emissões Atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do Ar, Programa de
Monitoramento dos Níveis de Vibração, Programa de Adequação da Malha Viária,
Plano Ambiental da Construção.

9.6.1.13.2 Acampamentos Rurais

O clima de tensão no local devido às disputas sociais em torno da questão fundiária


no Pará é bastante conhecido. De um lado, o movimento social reivindica terras que
considera apropriadas por meio de grilagem. De outro, fazendeiros defendem o direito
à propriedade privada.

A inserção do empreendimento nas imediações de um acampamento ligados aos


movimentos por terra pode intensificar as situações de conflito: enquanto se limita à
aquisição de terra entre interessados privados, a questão se resume a uma
negociação de valores – a situação se torna mais complexa quando envolve áreas de
interesse de movimentos sociais, exigindo sua participação nos processos
negociatórios.

As ações de mitigação, conforme indicado anteriormente, compreendem a negociação


entre as partes envolvidas e aquisição segundo as diretrizes indicadas no Programa
de Comunicação Social. Essas ações são avaliadas como de alta resolubilidade, o
que permite atribuir ao impacto média relevância, e de forma complementar o
Programa de Educação Ambiental, Programa de Monitoramento e Controle de Ruído,

168
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Programa de Controle de Emissões Atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do


Ar, Programa de Monitoramento dos Níveis de Vibração, Programa de Adequação da
Malha Viária, Plano Ambiental da Construção.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
As alterações nos assentamentos e acampamentos rurais
Intensidade Média 2
têm intensidade média.
As alterações nos assentamentos e acampamentos rurais
Efeito Direto 4
têm dão na fase de planejamento de empreendimento.
As alterações nas propriedades serão sentidas de acordo
Abrangência Pontual 1
a situação de cada propriedade.
As alterações no cotidiano irão aumentar com o decorrer
Temporalidade Imediato 4 do tempo, mas assim que se iniciar a implantação já
poderão ser sentidas pela população local.
As interferências nos assentamentos e acampamentos
rurais têm serão permanentes, visto que, após as
Duração Permanente 4
alterações nela realizadas, as mesmas não retornarão as
condições anteriores.
As alterações nos assentamentos e acampamentos rurais
Reversibilidade Irreversível 4
têm caráter irreversível.
Afeta os moradores dos nos assentamentos e
Natureza Negativa -1
acampamentos rurais têm.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-28)
Magnitude Média (-7)

9.6.1.14 Interferências nas propriedades e no uso e ocupação – propriedades


urbanas

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência nas
propriedades e no uso e ocupação do solo - propriedades urbanas, estão associados
na fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A. a atividade tecnológica de
Transporte de Equipamentos, Insumos e Pessoal e Instalação do Canteiro de Obras.

Nesta etapa a movimentação de máquinas é o ponto de maior relevância, alterando a


dinâmica de tráfego da região. Neste sentido é indicado o Programa de Comunicação
Social, Programa de Educação Ambiental, Programa de Monitoramento e Controle de
Ruído, Programa de Controle de Emissões Atmosféricas e Monitoramento da
Qualidade do Ar, Programa de Monitoramento dos Níveis de Vibração, Programa de
Adequação da Malha Viária, Plano Ambiental da Construção.

Sendo assim, apresenta-se abaixo a quantificação do impacto ambiental relacionada


a pressão sobre o sistema viário associados a fase de planejamento da Ferrovia
Paraense S.A.

169
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
As alterações nas propriedades urbanas têm intensidade
Intensidade Baixa 1
baixa.
As alterações nas propriedades urbanas dão na fase de
Efeito Direto 4
planejamento de empreendimento.
As alterações nas propriedades serão sentidas de acordo
Abrangência Pontual 1
a situação de cada propriedade.
As alterações no cotidiano irão aumentar com o decorrer
Temporalidade Imediato 4 do tempo, mas assim que se iniciar a implantação já
poderão ser sentidas pela população local.
As interferências nas propriedades urbanas serão
permanentes, visto que, após as alterações nela
Duração Permanente 4
realizadas, as mesmas não retornarão as condições
anteriores.
As alterações nas propriedades urbanas têm caráter
Reversibilidade Irreversível 4
irreversível.
Natureza Negativa -1 Afeta os moradores das proximidades.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-25)
Magnitude Média (-6)

9.6.1.15 Insegurança da população em relação à negociação

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos sobre a insegurança da


população em relação à negociação estão associados na fase de planejamento da
Ferrovia Paraense S.A. diretamente a divulgação do empreendimento e a Negociação
com os superficiários para aquisição ou servidão de terras.

No ato da divulgação do empreendimento, cria-se uma expectativa acerca do projeto,


e nesta etapa, as especulações corriqueiras, e dependendo do mercado de terras
naquela região podem gerar incertezas e inquietações, notadamente pelas situações
jurídicas relativas a propriedade e posse da terra, situação no mais das vezes
indefinida.

Já no que tange a negociação com os superficiários, esbarra-se em diversos pontos,


como encontrar o superficiário, e o ato da negociação propriamente dita, e devido a
extensão da ferrovia, estes fatores tornam-se primordiais para a boa execução do
projeto, realizados através do Programa de Comunicação Social.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a pressão


sobre o sistema viário associados a fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A.

170
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
As negociações têm papel fundamental para a implantação
Intensidade Alta 4
da ferrovia.
A repercussão das negociações, afetaram diretamente o
Efeito Direto 4
andamento da implantação da ferrovia.
As negociações são fundamentais, logo a ação surtirá efeito
Abrangência Pontual 1
em até 01 ano.
Temporalidade Imediato 4 O impacto gerado é imediato
Temporário Como as negociações ocorrem na fase de planejamento,
Duração 1
curto requer-se ações e monitoramento de curto prazo.
O impacto é reversível, pois durante a negociação é possível
Reversibilidade Reversível 1
convencer o proprietário sobre o empreendimento.
Natureza Negativa -1 As negociações

AVALIAÇÃO DO IMPACTO

Importância Média (-24)


Magnitude Média (-7)

9.6.1.16 Tendência ao aumento de ocorrência de doenças infectocontagiosas

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos sobre a tendência de


aumento de ocorrências de doenças infectocontagiosas estão associados na fase de
planejamento da Ferrovia Paraense S.A. ao Recrutamento, Contratação e
Capacitação de Mão-de-Obra.

A abertura das áreas de mata para a instalação do Ramal pode levar a alterações em
populações locais de insetos transmissores de algumas doenças, nomeadamente a
dengue, febre amarela e malária, endêmicas na região. Além disso, a contratação de
trabalhadores de áreas distantes também pode implicar em maior sensibilidade a
doenças locais que, em princípio, moradores da região possam estar imunes.

O saneamento precário da região também é responsável por altas taxas de contração


de hepatite pela população, que contrai ainda crianças e não chegam a manifestar os
sintomas e imunizam-se. No entanto, a vinda de pessoas de áreas distantes –
atraídos pelas obras – também pode provocar um surto de hepatite no local, sendo os
sintomas em adultos muito mais agressivos do que em crianças.

Além disso, em virtude do elevado número de trabalhadores alocados em canteiros de


obras, é comum se observar o aumento de propagação de doenças sexualmente
transmissíveis e violências sexuais de outra ordem.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a pressão


sobre o sistema viário associados a fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A.

171
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Devido ao aumento de fluxo populacional o quadro atual de
Intensidade Alta 4
doenças infectocontagiosas poderá ser agravado.
Maior incidência de doenças infectocontagiosas relaciona-se
Efeito Indireto 1
com o aumento de fluxo populacional.
O aumento de doenças infectocontagiosas se dará
Abrangência Local 2 basicamente nos municípios que receberão as estações da
ferrovia.
Maior incidência de doenças infectocontagiosas ocorrerá
Temporalidade Médio Prazo 2 conforme o aumento de fluxo populacional, acompanhando a
evolução do cronograma de contratação de mão de obra.
Temporário Maior incidência de doenças infectocontagiosas requer ações
Duração 2
longo e monitoramento de longo prazo.
Maior incidência desde que ações e monitoramento sejam
Reversibilidade Reversível 1
efetivos.
O impacto foi considerado negativo, pois o ato da negociação
Natureza Negativa -1
é desgastante para o empreendedor e para o proprietário.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Média (-24)
Magnitude Média (-7)

Em todos os casos, é importante promover ações voltadas à conscientização da


população para a necessidade de se prevenir, o que pode mitigar parcialmente o
impacto, previstas no Programa de Vigilância Entomológica, Programa de
Minimização de Impactos a Saúde Pública (Subprograma de Saúde e Segurança da
mão de obra), Plano Ambiental da Construção, Programa de Comunicação Social,
Programa de Educação Ambiental.

9.6.1.17 Tendência de aumento nos índices de prostituição, violência e consumo


de drogas

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos sobre a tendência de


aumento nos índices de prostituição, violência e consumo de drogas estão associados
na fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A. ao Recrutamento, Contratação e
Capacitação de Mão-de-Obra.

Esse impacto se dará em função do grande afluxo populacional, em sua maioria de


indivíduos do sexo masculino, solteiros ou desacompanhados de suas famílias,
dirigindo-se principalmente para as cidades envolvidas na etapa de implantação da
Ferrovia Paraense S.A.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a pressão


sobre o sistema viário associados a fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A.

172
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas
Intensidade Alta 4 poderá agravar o quadro atual verificado nos municípios
envolvidos com o empreendimento.
O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas se
Efeito Indireto 1
dá pelo aumento do fluxo populacional.
O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas se
Abrangência Pontual 2 dará basicamente nos municípios que receberão as paradas
da ferrovia.
O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas
Temporalidade Médio Prazo 2
poderá ser verificado conforme aumento o fluxo populacional.
O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas
Temporário
Duração 2 requer medidas que surtem efeito apenas em médio prazo e
longo
desde que não sofram solução de continuidade.
O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas
Reversibilidade Reversível 1 pode ser revertido desde medidas sejam tomadas para esse
fim.
Natureza Negativa -1 O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Média (-24)
Magnitude Média (-7)

Para verificação, monitoramento e mitigação desse impacto propõem-se Programa de


Minimização de Impactos a Saúde Pública (Subprograma de Saúde e Segurança da
mão de obra), Plano Ambiental da Construção, Programa de Comunicação Social,
Programa de Educação Ambiental.

9.6.1.18 Pressão sobre o uso do sistema viário

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos sobre a pressão sobre o uso
do sistema viário estão associados na fase de planejamento da Ferrovia Paraense
S.A. ao Transporte de Equipamentos, Insumos e Pessoal.

Neste momento a movimentação de máquinas, insumos e pessoal, tem como


principais impactos ao meio socioeconômico a sobrecarga das principais vias de
acesso da região, dentre elas ramais e vicinais, sem pavimentação, utilizadas
basicamente como acesso as propriedades rurais. Como neste momento a atividade
relacionada ao empreendimento não será muito intensa, o fluxo de transporte nesta
etapa será pouco alterado.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a pressão


sobre o sistema viário associados a fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A.

173
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A pressão sobre o sistema viário poderá ser verificada pelo
aumento no fluxo de transporte, neste momento não será tão
Intensidade Média 2
intensa a movimentação de veículos, pessoas e
equipamentos.
A pressão sobre o sistema viário é devido ao aumento no
Efeito Direto 4
fluxo de transporte por conta do empreendimento.
A pressão sobre o sistema viário devido ao aumento no fluxo
de transporte deverá ser verificada nas rodovias pelas quais
Abrangência Local 2
transitam os veículos que prestem algum serviço durante a
implantação do empreendimento.
A pressão sobre o sistema viário devido ao aumento no fluxo
Temporalidade Imediato 4 de transporte será verificada assim que ocorrer a implantação
do empreendimento.
A pressão sobre o sistema viário devido ao aumento no fluxo
Temporário de transporte deverá ocorrer mesmo após o fim da
Duração 2
longo implantação, pois haverá uma fase seguinte, a operação, que
igualmente irá pressionar o sistema viário.
A pressão sobre o sistema viário devido ao aumento no fluxo
Reversibilidade Reversível 1 de transporte devido à implantação deverá diminuir após o
término da fase.
A pressão sobre o sistema viário ao aumento no fluxo de
Natureza Negativa -1 transporte afeta de maneira negativa a locomoção da
população local.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Média (-23)
Magnitude Baixa (-5)

Para a verificação, monitoramento e mitigação da sobrecarga sobre o sistema viário,


propõe-se o Programa de Adequação da Malha Viária, Programa de Fiscalização e
Controle da Ocupação da Faixa de Domínio, Plano Ambiental da Construção,
Programa de Comunicação Social, Programa de Educação Ambiental.

9.6.1.19 Interferência no cotidiano de comunidades quilombolas

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência no


cotidiano de comunidades quilombolas estão associados na fase de planejamento da
Ferrovia Paraense S.A. a divulgação do empreendimento; recrutamento, contratação
de mão-de-obra e aquisição de produtos agrícolas produzidos nessas comunidades e
que possam ser consumidos pelas restaurantes do canteiro de obras de Barcarena.

Conforme apresentado no diagnóstico, foram identificadas sete comunidades


quilombolas, localizadas nos municípios de Abaetetuba e Moju, conforme os critérios
da área delimitada pelo Anexo I da portaria interministerial nº60 de 24 de março de
2015. Assim, as comunidades quilombolas localizadas na área de influência são as
seguintes:

174
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Conforme apresentado no diagnóstico, foram identificadas na área de influência da


Ferrovia Paraense S.A., oito comunidades quilombolas, localizadas nos municípios de
Abaetetuba e Moju, conforme os critérios da área delimitada pelo Anexo I da portaria
interministerial nº60 de 24 de março de 2015. Assim, as comunidades quilombolas
localizadas na área de influência são as seguintes:

No município de Abaetetuba identificou-se apenas uma comunidade:

 Comunidade Piratuba;

Já no município de Moju foram localizadas sete comunidades tituladas e uma em


processo de regularização (Comunidade Poacê). A Comunidade de Centro Ouro foi
titulada como “título de domicílio coletivo”, pelo ITERPA, por isso três comunidades
fazem parte de um mesmo limite territorial, conforme segue abaixo:

 Comunidade Centro Ouro (Bom Jesus do Centro Ouro, Nossa Senhora das
Graças e São Bernandino);
 Comunidade Santana do Axé do Baixo Jambuaçu;
 Comunidade Santa Luzia do Tracuateua;
 Comunidade Santa Maria do Tracuateua;
 Comunidade São Sebastião;
 Poacê.

A interferência em Comunidades de Remanescentes de Quilombos é um impacto


negativo, quando se considera as interferências em seus modos simbólicos de
apropriação de seu território e localizado à medida que podem acarretar em
alterações na biodiversidade e no saber tradicional adquirido historicamente. Também
pode-se considerar que a construção da Ferrovia Paraense S.A. no aspecto da
economia da região, representam um impacto pouco significativo nas pressões em
curso sobre essas comunidades quilombolas.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a associados a


interferência no cotidiano de comunidades quilombolas na fase de planejamento da
Ferrovia Paraense S.A.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A geração de expectativas na fase de planejamento é
Intensidade Baixa 1 passível de ser percebida, quando se considera o aspecto
contratação e capacitação da mão-de-obra.
O impacto é considerado direto, pois surge em consequência
direta do processo de divulgação do empreendimento e da
Efeito Direto 4
realização de serviços de campo para os diferentes estudos
afetos ao empreendimento.

Abrangência Local 2 É um impacto de abrangência local, considerando que em


apenas dois municípios foram localizadas comunidades

175
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
quilombolas.
A ocorrência do impacto é imediata, pois é desencadeada a
Temporalidade Imediata 4
partir da divulgação do empreendimento.
Em função de a geração de expectativas ocorrerem em um
Temporário
Duração 2 período de tempo desde a etapa de estudos e planejamento
longo
do empreendimento.
O impacto é considerado irreversível na medida em que
Reversibilidade Irreversível 4 essas comunidades podem sofrerem interferências em seus
modos simbólicos de apropriação de seu território.
As informações que chegam à população durante o processo
de discussão e licenciamento nem sempre são verdadeiras,
Natureza Negativa -1
desencadeando processos de desinformação e insegurança
em relação ao empreendimento.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Média (-23)
Magnitude Média (-7)

Para a verificação, monitoramento e mitigação da interferência das Comunidades


Quilombolas, propõe-se o Estudo do Componente Quilombola.

9.6.1.20 Interferência no Patrimônio Arqueológico

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência no


Patrimônio Arqueológico estão associados na fase de planejamento da Ferrovia
Paraense S.A. a atividade tecnológica de Instalação do Canteiro de Obras.

Apesar do diagnóstico ambiental não evidenciar nenhuma ocorrência de sítios


arqueológicos na ADA e AID, consideradas para a análise do Patrimônio, de acordo
com o histórico levantado, verifica-se a existência de áreas com potencial
arqueológico, na área diretamente afetada e na área de influência direta do
empreendimento. Com isso, existe a possibilidade de impactos relacionados à
alteração em sítios arqueológicos.

Para que não se comprometa tal patrimônio é preciso que se definam estratégias que
promovam sua identificação, seu estudo, sua proteção e sua divulgação, previamente
às atividades que venham a interferir na subsuperfície das áreas com algum potencial
patrimonial arqueológico indicado.

Considerando que as ocorrências de pontos com potencial arqueológico podem ser


danificadas, por tarefas vinculadas à Instalação dos Canteiros de Obras do
empreendimento, o empreendedor deverá implementar ações para o desenvolvimento
de campanhas de prospecção, resgate, registro e divulgação do patrimônio
arqueológico das áreas alteradas.

176
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
As áreas destinadas aos canteiros de obras da ferrovia
Paraense estão majoritariamente em regiões de baixo
Intensidade Baixa 1
potencial arqueológico e, em relação à ADA e AID esse
impacto não terá expressão significativa.
O patrimônio material arqueológico na ADA será
diretamente impactado pelas alterações em subsuperfície
Efeito Direto 4
vinculadas às atividades de instalação dos canteiros de
obra.
O patrimônio material arqueológico na ADA será impactado
pela atividade do empreendimento apenas nos limites dos
Abrangência Pontual 1
sítios arqueológicos/históricos definidos que por ventura
ocorram na ADA.
As atividades do empreendimento que alterarem os solos
Temporalidade Imediato 4 em subsuperfície interferirão imediatamente no patrimônio
material arqueológico na ADA
Temporário Cessadas as interferências na subsuperfície da ADA cessa
Duração 1
curto simultaneamente o impacto ao patrimônio arqueológico.
O Patrimônio Arqueológico quando impactado não pode ser
Reversibilidade Irreversível 4
revertido à condição original.
A interferência no Patrimônio arqueológico poderá ser
Natureza Negativa -1
danosa.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Média (-19)
Magnitude Média (-6)

Para verificação, monitoramento e controle das áreas com potencial arqueológico


propõe-se Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico.

9.6.2 IMPLANTAÇÃO

9.6.2.1 Expectativas da população frente ao empreendimento

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados as expectativas


da população frente ao empreendimento estão associados na fase de Implantação da
Ferrovia Paraense S.A. a um conjunto de fatores, entre eles as atividades de
preparação da área, como a supressão vegetal; obra civil, como obras de contenção;
instalação da via ferroviária, equipamentos de segurança e construção das estações e
pátios.

Esse impacto é pontual e reversível, de duração temporário longo, em função de a


geração de expectativas ocorrerem em um período de tempo longo da etapa de
implantação até a operação. Este impacto também é relevante, sendo avaliado de alta
magnitude, e de alta importância.

177
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto da implantação da Ferrovia Paraense


S.A. em relação as expectativas da população frente ao empreendimento.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A geração de expectativas é passível de ser percebida já no
Intensidade Alta 4 início das obras e poderá redundar em modificações
expressivas na região de inserção do empreendimento.
O impacto é considerado direto, pois surge em consequência
Efeito Direto 4
direta do empreendimento e início das obras.
É um impacto de ampla abrangência considerando que a
Abrangência Regional 4 implantação irá gerar o afluxo de população, na esperança
de ser contratado.
A ocorrência do impacto é imediata, pois é desencadeada a
Temporalidade Imediata 4
partir da divulgação do início da etapa de implantação.
Em função de a geração de expectativas ocorrerem em um
Temporário
Duração 2 período de tempo longo da etapa de implantação até a
longo
operação.
O impacto é considerado reversível na medida em que as
expectativas, tanto positivas quanto negativas, se confirmem
Reversibilidade Reversível 1 frente a avaliação de todo o processo de implantação ou não
do empreendimento e da execução dos programas
ambientais previstos.
As expectativas são positivas em relação as oportunidades
de empregos diretos e indiretos criados em torno das sedes
dos municípios de (Paragominas, Rondon do Pará, Marabá e
Natureza Positiva +1
Santana do Araguaia) e no local de descarregamento de
minérios e grãos e carregamento de insumos – Barcarena.
Sendo essas sedes municipais inseridas dentro da AID.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (33)
Magnitude Alta (9)

Propõe-se o Programa de Comunicação Social para procurar minimizar as


consequências negativas e garantir a reversibilidade do referido impacto.

9.6.2.2 Interferência no cotidiano da população

A implantação e operação da Ferrovia Paraense S.A. causará interferências nas


condições de vida da população residente nas comunidades das áreas de influência e
nas proximidades, esse impacto irá ocorrer com maior intensidade na fase de
implantação. Tais interferências dizem respeito à segurança dos moradores, a
circulação de pessoas, alterando as atividades sociais e culturais. Em contextos
similares observam-se algumas manifestações associadas a tal situação como agravo
de certas patologias, alterando o cotidiano das pessoas decorrente da implantação do
empreendimento.

A geração de ruídos, material particulado, a supressão vegetal, e a terraplenagem são


alguns dos impactos que poderão alterar o cotidiano da população.

178
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A implantação de um empreendimento de tal magnitude
Intensidade Alta 4 altera significativamente o modo de vida tradicional da
população local
As alterações no cotidiano se dão na fase de implantação
Efeito Indireto 1
de empreendimento.
As alterações no cotidiano serão sentidas basicamente
nos municípios cuja sede será alterada, e nas
Abrangência Local 2
comunidades que a ferrovia interceptará, principalmente
nas populações que vivem na Área Diretamente Afetada.
As alterações no cotidiano irão aumentar com o decorrer
Temporalidade Imediato 4 do tempo, mas assim que se iniciar a implantação já
poderão ser sentidas pela população local.
As alterações no cotidiano demandarão um tempo para
Temporário
Duração 2 serem atenuadas mesmo após a implantação do
longo
empreendimento
As alterações no cotidiano deverão ser atenuadas com o
Reversibilidade Reversível 1
fim da implantação.
Natureza Negativa -1 Afeta os moradores das proximidades.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-26)
Magnitude Média (-7)

Esse impacto deverá ser monitorado através de Programa de Comunicação Social,


Programa de Educação Ambiental, Programa de Monitoramento e Controle de Ruído,
Programa de Controle de Emissões Atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do
Ar, Programa de Monitoramento dos Níveis de Vibração, Programa de Adequação da
Malha Viária, Plano Ambiental da Construção.

9.6.2.3 Interferência nas propriedades e no uso e ocupação do solo -


propriedades rurais (pecuária, florestas plantadas, grãos, etc.)

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência nas
propriedades e no uso e ocupação do solo - propriedades rurais, estão associados na
fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. a atividades tecnológicas diversas,
dentre as quais destaca-se a supressão vegetal, a escavação de poços e trincheiras,
terraplenagem, execução do lastro, instalação de dormentes e instalação de trilhos.

Neste momento as consequências para as propriedades atravessadas são muito


diferenciadas, dependendo da área onde a ferrovia corta cada unidade: podendo
haver necessidade de supressão vegetal, escavação de poço, terraplenagem, cortes
e aterros, impactado as propriedades e uso das propriedades rurais. Os eventos
serão monitorados pelos Programas de Comunicação Social, Programa de Educação
Ambiental, Programa de Monitoramento e Controle de Ruído, Programa de Controle
de Emissões Atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do Ar, Programa de

179
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Monitoramento dos Níveis de Vibração, Programa de Adequação da Malha Viária,


Plano Ambiental da Construção.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
As alterações nas propriedades rurais têm intensidade
Intensidade Alta 4
alta.
As alterações nas propriedades rurais dão na fase de
Efeito Direto 4
planejamento de empreendimento.
As alterações nas propriedades serão sentidas de acordo
Abrangência Pontual 1
a situação de cada propriedade.
As alterações no cotidiano irão aumentar com o decorrer
Temporalidade Imediato 4 do tempo, mas assim que se iniciar a implantação já
poderão ser sentidas pela população local.
As interferências nas propriedades rurais serão
permanentes, visto que, após as alterações nela
Duração Permanente 4
realizadas, as mesmas não retornarão as condições
anteriores.
As alterações nas propriedades rurais têm caráter
Reversibilidade Irreversível 4
irreversível.
Natureza Negativa -1 Afeta os moradores das proximidades.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-34)
Magnitude Média (-9)

9.6.2.4 Interferências nas propriedades e no uso e ocupação do solo


assentamentos e acampamentos rurais

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência nas
propriedades e no uso e ocupação do solo - assentamentos e acampamentos rurais,
estão associados na fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. a atividades
tecnológicas diversas, dentre as quais destaca-se a supressão vegetal, a escavação
de poços e trincheiras, terraplenagem, execução do lastro, instalação de dormentes e
instalação de trilhos.

Neste momento as consequências para as propriedades atravessadas são muito


diferenciadas, dependendo da área onde a ferrovia corta cada unidade: podendo
haver necessidade de supressão vegetal, escavação de poço, terraplenagem, cortes
e aterros, impactado as propriedades e uso dos assentamentos e acampamentos
rurais ais. Os eventos serão monitorados pelos Programas de Comunicação Social,
Programa de Educação Ambiental, Programa de Monitoramento e Controle de Ruído,
Programa de Controle de Emissões Atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do
Ar, Programa de Monitoramento dos Níveis de Vibração, Programa de Adequação da
Malha Viária, Plano Ambiental da Construção.

180
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
As alterações nos assentamentos e acampamentos rurais
Intensidade Média 4
têm intensidade alta.
As alterações nos assentamentos e acampamentos rurais
Efeito Direto 4
têm dão na fase de planejamento de empreendimento.
As alterações nas propriedades serão sentidas de acordo
Abrangência Pontual 1
a situação de cada propriedade.
As alterações no cotidiano irão aumentar com o decorrer
Temporalidade Imediato 4 do tempo, mas assim que se iniciar a implantação já
poderão ser sentidas pela população local.
As interferências nos assentamentos e acampamentos
rurais têm serão permanentes, visto que, após as
Duração Permanente 4
alterações nela realizadas, as mesmas não retornarão as
condições anteriores.
As alterações nos assentamentos e acampamentos rurais
Reversibilidade Irreversível 4
têm caráter irreversível.
Afeta os moradores dos nos assentamentos e
Natureza Negativa -1
acampamentos rurais têm.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-34)
Magnitude Média (-9)

9.6.2.5 Interferências nas propriedades e no uso e ocupação – propriedades


urbanas

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência nas
propriedades e no uso e ocupação do solo - propriedades urbanas, estão associados
na fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. a atividades tecnológicas diversas,
dentre as quais destaca-se a supressão vegetal, a escavação de poços e trincheiras,
terraplenagem, execução do lastro, instalação de dormentes e instalação de trilhos.

Neste momento, a implantação da ferrovia nas proximidades da área urbana pode


acarretar ruídos, vibrações, e a emissão de particulados que afetem a saúde da
população, além deste fato a proximidade da linha férrea pode causar a
desvalorização do terreno.

Sendo assim, apresenta-se abaixo a quantificação do impacto ambiental relacionada


a pressão sobre o sistema viário associados a fase de planejamento da Ferrovia
Paraense S.A.

Para monitorar as interferências nas propriedades urbanas são indicados os


Programas de Comunicação Social, Programa de Educação Ambiental, Programa de
Monitoramento e Controle de Ruído, Programa de Controle de Emissões Atmosféricas
e Monitoramento da Qualidade do Ar, Programa de Monitoramento dos Níveis de
Vibração, Programa de Adequação da Malha Viária, Plano Ambiental da Construção.

181
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
As alterações nas propriedades urbanas têm intensidade
Intensidade Alta 4
alta.
As alterações nas propriedades urbanas dão na fase de
Efeito Direto 4
planejamento de empreendimento.
As alterações nas propriedades serão sentidas de acordo
Abrangência Pontual 1
a situação de cada propriedade.
As alterações no cotidiano irão aumentar com o decorrer
Temporalidade Imediato 4 do tempo, mas assim que se iniciar a implantação já
poderão ser sentidas pela população local.
As interferências nas propriedades urbanas serão
permanentes, visto que, após as alterações nela
Duração Permanente 4
realizadas, as mesmas não retornarão as condições
anteriores.
As alterações nas propriedades urbanas têm caráter
Reversibilidade Irreversível 4
irreversível.
Natureza Negativa -1 Afeta os moradores das proximidades.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-28)
Magnitude Média (-7)

9.6.2.6 Pressão sobre o uso do sistema viário

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos sobre a pressão sobre o uso
do sistema viário estão associados na fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A.
a atividades tecnológicas diversas, dentre as quais as atividades para a implantação
da infraestrutura ferroviária, bem como a preparação do terreno com os cortes e
aterros para implantação.

Para a realização das atividades da fase de implantação serão utilizados caminhões


para o transporte de insumos e equipamentos, representando um incremento no
tráfego na região. Tal fato representa uma sobrecarga para as principais vias de
acesso à área de implantação do empreendimento, porquanto elas apresentam
apenas capacidade de suporte suficiente para o atual volume de tráfego.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a pressão


sobre o sistema viário associados a fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A.

Caracterização do Impacto
A pressão sobre o sistema viário poderá ser verificada pelo
Intensidade Alta 4
aumento no fluxo de transporte.
A pressão sobre o sistema viário é devido ao aumento no
Efeito Direto 4 fluxo de transporte por conta da implantação do
empreendimento.
A pressão sobre o sistema viário devido ao aumento no
Abrangência Local 2
fluxo de transporte deverá ser verificada nas rodovias pelas

182
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Caracterização do Impacto
quais transitam os veículos que prestem algum serviço
durante a implantação do empreendimento.
A pressão sobre o sistema viário devido ao aumento no
Temporalidade Imediato 4 fluxo de transporte será verificada assim que ocorrer a
implantação do empreendimento.
A pressão sobre o sistema viário devido ao aumento no
Temporário
Duração 2 fluxo de transporte deverá cessar após a implantação do
longo
empreendimento.
A pressão sobre o sistema viário devido ao aumento no
Reversibilidade Reversível 1 fluxo de transporte devido à implantação deverá diminuir
após o término da fase.
A pressão sobre o sistema viário ao aumento no fluxo de
Natureza Negativa -1 transporte afeta de maneira negativa a locomoção da
população local.

Avaliação do Impacto
Importância Alta (-29)
Magnitude Alta (-7)

Para a verificação, monitoramento e mitigação da sobrecarga sobre o sistema viário,


propõe-se o Programa de Adequação da Malha Viária, Programa de Fiscalização e
Controle da Ocupação da Faixa de Domínio, Plano Ambiental da Construção,
Programa de Comunicação Social, Programa de Educação Ambiental.

9.6.2.7 Diminuição das receitas tributárias e transferências

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos sobre a diminuição das
receitas tributários e transferências estão associados na fase de implantação da
Ferrovia Paraense S.A. a dispensa de mão-de-obra e encerramentos dos contratos.

Na instalação do projeto em sua fase de planejamento prevê-se a contratação de


mão-de-obra temporária, sendo que o número de empregados no início das obras
deverá girar em torno de 5.979 empregos no pico das obras, entre trabalhadores
diretos e indiretos, conforme indicado. Para a etapa de operação da Ferrovia
Paraense S.A., está prevista a criação de 2.247 empregos diretos, além dos indiretos.
O principal impacto decorre da dispensa dessa mão-de-obra inicial, que deverá
acarretar alterações sobre as finanças dos municípios da AII, principalmente em
Barcarena, Paragominas, Rondon do Pará, Marabá e Santana do Araguaia, sendo
essas sedes municipais inseridas dentro da AID. Há um processo de mudança na
forma de arrecadação, que sairá da etapa de implantação para operação.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a diminuição


das receitas tributários e transferências associados a fase de planejamento da
Ferrovia Paraense S.A.

183
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A diminuição de arrecadação e repasses deverá gerar
Intensidade Média 2
dificuldades de investimentos para o executivo municipal.
A diminuição do potencial de investimentos decorre da
Efeito Indireto 1 diminuição de arrecadação e de repasses até então
gerados pela implantação do empreendimento
A diminuição de arrecadação se dará basicamente em
Barcarena, Paragominas, Rondon do Pará, Marabá e
Abrangência Local 2
Santana do Araguaia, sendo essas sedes municipais
inseridas dentro da AID.
A diminuição de arrecadação e repasses que potencializa
a capacidade de investimentos do poder público ocorrerá
Temporalidade Imediato 4
imediatamente com a finalização da implantação e início
da operação.
A diminuição do poder de investimento, com o fim da
arrecadação se dará deforma temporária longa, uma vez
Temporário
Duração 2 que a dinâmica de arrecadação passará por uma transição
Longo
da etapa de implantação para operação, principalmente
pela dispensa da mão-de-obra e contratação de uma nova.
A diminuição do poder de investimento, com o fim da
arrecadação se dará de maneira irreversível, uma vez que
Reversibilidade Irreversível 4
a mão-de-obra associada a primeira etapa passa a ser
diferente na etapa de operação.
A diminuição na capacidade de investimentos deverá
Natureza Negativa -1
trazer diminuição na manutenção dos serviços municipais.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-23)
Magnitude Alta (-8)

Como forma de potencializar esse impacto propõe-se o Programa de


Desenvolvimento de Fornecedores Locais, Programa de Desenvolvimento a
Economia Local, Programa de Capacitação, Formação e Aproveitamento da Força de
Trabalho Local Programa de Comunicação Social.

9.6.2.8 Diminuição da oferta de trabalho

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos na Diminuição da Oferta de


Trabalho estão associados na fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. a
dispensa de mão-de-obra e encerramento de contratos, tem papel relevante na
diminuição da oferta de trabalho.

A instalação do projeto em sua fase de planejamento prevê a contratação de mão-de-


obra temporária, sendo que o número de empregados no início das obras deverá girar
em torno de 5.979 empregos no pico das obras, entre trabalhadores diretos e
indiretos, conforme indicado no histograma (Figura 9.6-1).

O encerramento das atividades relativas a implantação do empreendimento levará ao


aumento da taxa de desemprego, o que irá afetar de forma negativa a renda e o poder

184
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

aquisitivo da população nas áreas de influência do projeto. Poderá ocorrer o sentido


inverso do processo migratório em relação à fase de planejamento, na qual
considerou-se o aporte de mão de obra, impulsionado pelos indivíduos em busca de
trabalho.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a diminuição


da oferta de trabalho da Ferrovia Paraense S.A. para a fase de implantação:

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A diminuição da oferta de trabalho ocorrerá durante a fase de
implantação, com o findar das etapas previstas no projeto,
Intensidade Média 2
sendo assim no último ano da implantação uma média de
2.552 trabalhadores serão demitidos.
A diminuição da oferta de trabalho se dará pela finalização da
Efeito Direto 4
implantação da ferrovia.
A diminuição da oferta de trabalho será sentida nos
Abrangência Local 2
municípios em que os trabalhadores se instalarem.
A diminuição da oferta de trabalho se dará logo após a
Temporalidade Imediato 4
implantação do empreendimento
A diminuição da oferta de trabalho pela implantação do
empreendimento será permanente. Se eventualmente novos
Duração Permanente 4
negócios gerarem empregos tal fato não se relaciona ao
empreendimento.
A diminuição da oferta de trabalho pela implantação do
empreendimento será irreversível. Se eventualmente novos
Reversibilidade Irreversível 4
negócios gerarem empregos tal fato não se relaciona ao
empreendimento.
A diminuição da oferta de trabalho irá afetar significativamente
Natureza Negativa -1
a população local.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-30)
Magnitude Média (-8)

Como forma de minimizar o impacto propõe-se o Programa de Desenvolvimento de


Fornecedores Locais, Programa de Desenvolvimento a Economia Local, Programa de
Capacitação, Formação e Aproveitamento da Força de Trabalho Local Programa de
Comunicação Social.

9.6.2.9 Redução de mercado de bens e serviços

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos na Diminuição da Oferta de


Trabalho estão associados na fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. a
dispensa de mão-de-obra e encerramento de contratos, tem papel relevante na
diminuição do mercado de bens e serviços.

185
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

O encerramento dos contratos com fornecedores locais na fase de desativação irá


acarretar a fragilidade dos empreendedores, bem como nos fornecedores de insumos
e serviços e, consequentemente, resultará em efeito negativo no empreendedorismo,
na organização empresarial da região e do próprio mercado de bens e serviços.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A redução do mercado por conta do findar da implantação do
empreendimento resultará em enfraquecimento dos
Intensidade Média 2 fornecedores de insumos e serviços que terão de buscar outros
negócios para a sua sobrevivência, com exceção dos
municípios em que houver paradas.
A redução do mercado de bens e serviços será verificada
Efeito Direto 4
diretamente com o encerramento das atividades
A redução do mercado de bens e serviços será sentida nos
Abrangência Local 2 municípios próximos que tenham prestadores de serviços
ligados ao empreendimento
A redução do mercado de bens e serviços será sentida assim
Temporalidade Imediata 4
que se encerrar o empreendimento
A redução do mercado de bens e serviços por conta da
desativação do empreendimento será permanente. Os
Duração Permanente 4
eventuais novos negócios não se relacionam ao
empreendimento.
A redução do mercado de bens e serviços por conta da
Reversibilidade Irreversível 4 desativação do empreendimento será irreversível. Os eventuais
novos negócios não se relacionam ao empreendimento.
Natureza Negativa -1 Decorre da própria dinamização da economia

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-30)
Magnitude Média (-8)

Como forma de minimizar esse impacto propõe-se o Programa de Desenvolvimento


de Fornecedores Locais, Programa de Desenvolvimento a Economia Local, Programa
de Capacitação, Formação e Aproveitamento da Força de Trabalho Local Programa
de Comunicação Social.

9.6.2.10 Interferência no cotidiano de comunidades quilombolas

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência no


cotidiano de comunidades quilombolas estão associados na fase de implantação da
Ferrovia Paraense S.A. a um conjunto de fatores, entre eles: supressão vegetal;
movimentação de solo e rocha; obras de contenção, drenagem, proteção superficial,
obras de arte e instalação da via propriamente dita.

Conforme apresentado no diagnóstico, foram identificadas sete comunidades


quilombolas, localizadas nos municípios de Abaetetuba e Moju, conforme os critérios

186
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

da área delimitada pelo Anexo I da portaria interministerial nº60 de 24 de março de


2015. Assim, as comunidades quilombolas localizadas na área de influência são as
seguintes:

Conforme apresentado no diagnóstico, foram identificadas na área de influência da


Ferrovia Paraense S.A., oito comunidades quilombolas, localizadas nos municípios de
Abaetetuba e Moju, conforme os critérios da área delimitada pelo Anexo I da portaria
interministerial nº60 de 24 de março de 2015. Assim, as comunidades quilombolas
localizadas na área de influência são as seguintes:

No município de Abaetetuba identificou-se apenas uma comunidade:

 Comunidade Piratuba;

Já no município de Moju foram localizadas sete comunidades tituladas e uma em


processo de regularização (Comunidade Poacê). A Comunidade de Centro Ouro foi
titulada como “título de domicílio coletivo”, pelo ITERPA, por isso três comunidades
fazem parte de um mesmo limite territorial, conforme segue abaixo:

 Comunidade Centro Ouro (Bom Jesus do Centro Ouro, Nossa Senhora das
Graças e São Bernandino);
 Comunidade Santana do Axé do Baixo Jambuaçu;
 Comunidade Santa Luzia do Tracuateua;
 Comunidade Santa Maria do Tracuateua;
 Comunidade São Sebastião;
 Poacê.

A interferência em Comunidades de Remanescentes de Quilombos é um impacto


negativo, quando se considera as interferências em seus modos simbólicos de
apropriação de seu território e localizado à medida que podem acarretar em
alterações na biodiversidade e no saber tradicional adquirido historicamente.

Também podemos considerar que a construção da Ferrovia Paraense S.A. no


aspecto da economia da região, representam um impacto pouco significativo nas
pressões em curso sobre essas comunidades quilombolas.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a associados a


interferência no cotidiano de comunidades quilombolas na fase de implantação da
Ferrovia Paraense S.A.

187
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A geração de expectativas na fase de planejamento é
Intensidade Baixa 1 passível de ser percebida, quando se considera o aspecto
contratação e capacitação da mão-de-obra.
O impacto é considerado direto, pois surge em consequência
direta do processo de divulgação do empreendimento e da
Efeito Direto 4
realização de serviços de campo para os diferentes estudos
afetos ao empreendimento.
É um impacto de abrangência local, considerando que em
Abrangência Local 2 apenas dois municípios foram localizadas comunidades
quilombolas.
A ocorrência do impacto é imediata, pois é desencadeada a
Temporalidade Imediata 4
partir da divulgação do empreendimento.
Em função de a geração de expectativas ocorrerem em um
Temporário
Duração 2 período de tempo desde a etapa de estudos e planejamento
longo
do empreendimento.
O impacto é considerado irreversível na medida em que
Reversibilidade Irreversível 4 essas comunidades podem sofrerem interferências em seus
modos simbólicos de apropriação de seu território.
As informações que chegam à população durante o processo
de discussão e licenciamento nem sempre são verdadeiras,
Natureza Negativa -1
desencadeando processos de desinformação e insegurança
em relação ao empreendimento.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Média (-23)
Magnitude Média (-7)

Para a verificação, monitoramento e mitigação da interferência das Comunidades


Quilombolas, propõe-se o Estudo do Componente Quilombola.

9.6.2.11 Interferência no Patrimônio Arqueológico

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência no


Patrimônio Arqueológico estão associados na fase de implantação da Ferrovia
Paraense S.A. a atividades tecnológicas como a supressão de vegetação, corte e
aterros para implantação da ferrovia, estações, terminais de carga e pátios de
manobra, obtenção de material de empréstimo (solo e rocha), bem como a escavação
das fundações de pontes e viadutos. O sistema de drenagem e bacias de
sedimentação temporárias, também podem ser associados aos impactos no
patrimônio arqueológico.

Para possibilitar uma análise dos possíveis impactos sobre o patrimônio arqueológico,
é preciso que alguns fatores sejam considerados, como:

 Os bens arqueológicos constituem recursos culturais finitos e não renováveis;


 O patrimônio arqueológico não se restringe a vestígios culturais, como artefatos,
estruturas, áreas de atividades etc, mas também a partes do ambiente que

188
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

foram usadas ou modificadas pelo homem no passado, ou que podem ajudar a


compreender as relações entre o homem e o ambiente no passado.
Consideram-se bens arqueológicos também as ligações espaciais entre os
materiais num sítio, entre sítios e entre os sítios e o meio ambiente;
 Os impactos sobre o patrimônio arqueológico ultrapassam geograficamente as
áreas de influência do empreendimento, uma vez que, incidem sobre bens
constituintes do patrimônio cultural nacional e sua perda e recuperação,
portanto, têm consequências sobre a Memória Nacional, não se restringindo ao
local ou à região física da ocorrência do impacto.

Por não se conhecer a existência de todos os sítios arqueológicos que porventura


possam ser atingidos pelo empreendimento, denominam-se genericamente os
possíveis impactos sobre os sítios e ocorrências arqueológicas como “interferência no
patrimônio arqueológico”, o qual inclui impactos associados ao:

 Risco de destruição total ou parcial de sítios arqueológicos- Depredação ou


profunda desestruturação espacial e estratigráfica de antigos assentamentos
indígenas, de curta duração - acampamentos, de longa duração - aldeias, ou de
atividades específicas - oficinas de produção de artefatos líticos, sítios
cerimoniais etc.;
 Soterramento de sítios arqueológicos;
 Exposição de sítios arqueológicos, decorrente de atividades de retirada da
camada de solo que os protege fisicamente, tornando-os extremamente
vulneráveis às intempéries que possibilitem a sua desestruturação espacial e
estratigráfica de forma gradual e contínua;
 Descaracterização do entorno de sítios e ocorrências arqueológicas, devido à
alteração física da área de implantação dos sítios.

Vale ressaltar que qualquer ação sobre um sítio ou ocorrência arqueológica é


considerada irreversível, ou seja, um aspecto negativo no mesmo seja de ordem
voluntária ou não, sempre acarretará um fator de adulteração de uma condição pré-
existente. O que define a consequência da ação são o manejo e a diligência no trato
da questão que vai dimensionar os fatores de risco, mitigar, prevenir e resgatar a
informação antes que ela desapareça. Por isso, a necessidade da implementação de
ações voltadas às prospecções arqueológicas, que procurem identificar os sítios
arqueológicos em risco antes que estes venham a ser comprometidos pelo
empreendimento.

189
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A etapa de implantação da Ferrovia Paraense S.A.,
impactará na ADA, a vegetação, por meio da supressão e
drenagens, devido a construção de pontes. Como é sabido,
margens de drenagens e áreas com florestas são
Intensidade Média 2
consideradas áreas com alto potencial arqueológico,
entretanto como não é sabido se há algum sítio
arqueológico na ADA, a intensidade considerada para este
impacto é média.
O patrimônio material arqueológico na ADA será
diretamente impactado pelas alterações em subsuperfície
Efeito Direto 4
vinculadas às atividades de instalação dos canteiros de
obra.
O patrimônio material arqueológico na ADA será impactado
pela atividade do empreendimento apenas nos limites dos
Abrangência Pontual 1
sítios arqueológicos/históricos definidos que por ventura
ocorram na ADA.
As atividades do empreendimento que alterarem os solos
Temporalidade Imediato 4 em subsuperfície interferirão imediatamente no patrimônio
material arqueológico na ADA
Temporário Cessadas as interferências na subsuperfície da ADA cessa
Duração 1
curto simultaneamente o impacto ao patrimônio arqueológico.
O Patrimônio Arqueológico quando impactado não pode ser
Reversibilidade Irreversível 4
revertido à condição original.
A interferência no Patrimônio arqueológico poderá ser
Natureza Negativa -1
danosa.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-28)
Magnitude Média (-7)

A medida recomendada para mitigação do impacto ao patrimônio arqueológico de


caráter preventivo é a implementação de medidas voltadas ao registro arqueológico
da paisagem – Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico, antes do início das
obras de implantação do terminal portuário. Sendo esta uma medida eficiente na
proteção dos possíveis ocorrências arqueológicas e sítios que porventura existam na
área.

A responsabilidade financeira pela execução dos programas é do empreendedor,


enquanto a responsabilidade técnica tem de ser de profissional habilitado,
devidamente autorizado pelo IPHAN, nos termos da Lei 3.984/61 e das portarias
IPHAN 07/1988 e 230/2002.

190
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.6.3 OPERAÇÃO

9.6.3.1 Expectativas da população frente ao empreendimento

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a expectativas


da população frente ao empreendimento estão associados na fase de operação da
Ferrovia Paraense S.A. ao recrutamento e contratação de mão-de-obra e aquisição de
insumos e serviços.

Esse impacto é pontual e reversível, de duração temporário longo, em função de a


geração de expectativas ocorrerem em um período de tempo longo da etapa de
implantação até a operação. Este impacto também é relevante, sendo avaliado de alta
magnitude, e de alta importância.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto da implantação da Ferrovia Paraense


S.A. em relação as expectativas da população frente ao empreendimento.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A geração de expectativas é passível de ser percebida já no
início da operação, com contratação de mão-de-obra e
Intensidade Alta 4
poderá redundar em modificações expressivas na região de
inserção do empreendimento.
O impacto é considerado direto, pois surge em consequência
Efeito Direto 4
direta do empreendimento e início da operação.
É um impacto de ampla abrangência, especificamente para a
Abrangência Regional 4 população da AID, considerando que a implantação irá gerar
o afluxo de população, na esperança de ser contratado.
A ocorrência do impacto é imediata, pois é desencadeada a
Temporalidade Imediata 4
partir do início da etapa de operação.
Em função de a geração de expectativas ocorrerem em um
Temporário
Duração 2 período de tempo longo, pois permanecerá enquanto durar a
longo
operação do empreendimento.
O impacto é considerado reversível na medida em que as
expectativas, tanto positivas quanto negativas, se confirmem
Reversibilidade Reversível 1
frente a avaliação de todo o processo do empreendimento e
a operação.
As expectativas são positivas em relação as oportunidades
de empregos diretos e indiretos criados em torno das sedes
dos municípios de (Paragominas, Rondon do Pará, Marabá e
Natureza Positiva +1
Santana do Araguaia) e no local de descarregamento de
minérios e grãos e carregamento de insumos – Barcarena.
Sendo essas sedes municipais inseridas dentro da AID.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (33)
Magnitude Alta (9)

Propõe-se o Programa de Comunicação Social para procurar minimizar as


consequências negativas e garantir a reversibilidade do referido impacto.

191
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.6.3.2 Geração/Incremento na renda e aumento do poder aquisitivo da


população

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados, de um lado, ao


recrutamento e contratação de mão-de-obra permanente, e de outro, pela aquisição
de equipamentos, insumos e serviços.

Após a conclusão das obras de construção da Ferrovia Paraense S.A., está prevista a
criação de 2.247 empregos diretos, além dos empregos indiretos, estes utilizando
estudo do BNDES, no setor de construção, temos que para cada 100 empregos
diretos serão gerados 47 empregos indiretos e 154 empregos pelo efeito-renda.
Sendo priorizada a contratação da mão-de-obra residente no estado do Pará.

Dessa forma, para parte da população diretamente ligada ao empreendimento haverá


uma manutenção do nível de empregos e salários, aumentando ou mantendo a renda
das famílias e a capacidade de compra desta população.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A alteração do poder aquisitivo será verificada basicamente
Intensidade Média 2
para a mão-de-obra contratada permanente.
O aumento de renda de parte da população diretamente
Efeito Direto 4 envolvida com o empreendimento decorre da operação do
empreendimento
O benefício se dará notadamente na AID, caracterizando de
abrangência local, pois as contratações ocorrerão
principalmente nos municípios com estações de
carregamento de minérios e grãos (Barcarena,
Abrangência Local 2
Paragominas, Rondon do Pará, Marabá e Santana do
Araguaia) e no local de descarregamento de minérios e
grãos e carregamento de insumos – Barcana. Sendo essas
sedes municipais inseridas dentro da AID.
O aumento de renda de parte da população advém logo
Temporalidade Imediato 4
após o início da operação do empreendimento
Temporário O aumento de renda de parte da população irá permanecer
Duração 2
longo enquanto durar a operação do empreendimento.
O aumento de renda de parte da população deixará de
Reversibilidade Reversível 1
existir ao final do empreendimento.
O aumento de renda é benéfico para parte dos
Natureza Positiva +1
trabalhadores envolvidos com o empreendimento

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância (Média) 23
Magnitude (Baixa) 5

Como forma de potencializar este impacto propõe-se o Programa de Capacitação,


Formação e Aproveitamento da Força de Trabalho Local, Programa de Comunicação
Social.

192
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

9.6.3.3 Incremento de fornecedores de insumos e serviços

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados ao incremento


de fornecedores de insumos e serviços, estão relacionados a aquisição de
equipamentos, insumos e pessoal.

Para a operação do empreendimento ocorrerá a aquisição de insumos e materiais,


tais como: material de escritório e de limpeza, mantimentos e serviços de
alimentação, peças e equipamentos diversos para uso e reposição, bem como a
contratação de serviços específicos: transporte de pessoal e de cargas, limpeza,
manutenção, segurança patrimonial e de pessoal, dentre outros.

O incremento da demanda por insumos e serviços contribuirá para o aumento do


faturamento das empresas fornecedoras, muito embora em menor montante quando
comparado à fase de planejamento. Normalmente, as maiores aquisições ocorrem no
início da operação e, posteriormente, tendem a diminuir de volume, estabilizando-se
ao longo da operação.

Esse impacto é local e reversível, de duração temporário longo, em função de a


geração de expectativas ocorrerem em um período de tempo longo da etapa de
operação. Este impacto é pouco relevante, sendo avaliado de baixa magnitude, e de
média importância.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
O fortalecimento dos fornecedores de insumos e serviços se
dará pelo aumento de renda decorrente da necessidade de
Intensidade Baixa 1 fornecimento de parte dos suprimentos de insumos e
serviços, mas se limita basicamente ao grupo de
fornecedores.
O fortalecimento dos fornecedores de insumos e serviços
Efeito Direto 4
será decorrente da necessidade de suprir a fase de operação
As oportunidades de negócios podem ser estendidas aos
Abrangência Local 2
empreendedores da AII.
O fortalecimento dos fornecedores de insumos e serviços se
Temporalidade Imediata 4 verificará assim que se iniciar a operação e houver o
fornecimento de insumos e serviços
Uma vez fortalecido os fornecedores de insumos e serviços a
Temporário
Duração 2 situação permanecerá enquanto houver necessidade de
Longo
suprir a operação.
O incremento do setor terciário cessará com o término da
Reversibilidade Reversível 1
operação
Natureza Positiva +1 Decorre da própria dinamização da economia

193
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

AVALIAÇÃO DO IMPACTO

Importância Média (20)


Magnitude Baixa (4)

Como forma de potencializar este impacto propõe-se o Programa de Desenvolvimento


de Fornecedores Locais, Programa de Desenvolvimento a Economia Local, Programa
de Comunicação Social.

9.6.3.4 Geração de oportunidades e novos negócios

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a geração de


oportunidades e novos negócios estão relacionados na fase de Operação da Ferrovia
Paraense S.A. ao recrutamento, contratação e capacitação de mão-de-obra e
aquisição de equipamentos, insumos e serviços.

No processo de planejamento da linha ferroviária, a dinamização da economia


expandirá as oportunidades de investimentos, por meio de inovações e ampliação de
mercados. Observando que a construção e demais obras relacionadas a linha
ferroviária, utilizarão a mão-de-obra com diferentes tipos de qualificação, que serão
contratadas por meio de empresas terceirizadas, preferencialmente com a mão-de-
obra local.

Ao se concretizar os demais investimentos em infraestrutura na região, o ciclo de


crescimento poderá ser potencializado, repercutindo por toda a economia. Entretanto,
haverá necessidade de consolidação de setores competitivos através de medidas que
permitam a absorção dos benefícios trazidos pelo empreendimento, dentre as quais: a
melhoria da gestão e do desempenho das empresas decorrente da sua qualificação, o
fortalecimento e expansão dentro da cadeia produtiva local, desencadeados pelo
aumento do faturamento. O resultado desse processo pode levar à geração de
oportunidades e novos negócios levando as empresas à realização e ampliação de
investimentos e incremento a sua gestão.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto do Planejamento da Ferrovia Paraense


S.A. na geração de oportunidades e novos negócios.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A dinamização da economia irá criar novas oportunidades
aos empreendedores locais e regionais, mas não a ponto de
Intensidade Média 2
descaracterizar o quadro atualmente vivenciado na região,
pois há um limite para as oportunidades de novos negócios.
Decorre dos impactos oriundos do aumento do faturamento
Efeito Direto 4 e melhoria do desempenho das empresas beneficiadas
pelas oportunidades advindas do empreendimento.
As oportunidades de novos negócios podem ser geradas
Abrangência Regional 4
aos empreendedores de municípios que extrapolam a AII
Temporalidade Médio Prazo 2 Há necessidade de um tempo para que os empreendedores

194
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
e fornecedores se adaptem às condições favoráveis e
utilizem os diferenciais adquiridos para seu desenvolvimento
econômico
Os efeitos da dinamização da economia tendem a
Temporário
Duração 2 permanecer por um período mesmo após o término da
longo
implantação do empreendimento.
Caso não haja uma estrutura que permita a manutenção de
novos empreendimentos, a própria dinâmica econômica
Reversibilidade Reversível 1
local pode sofrer um revés, fazendo com que as
oportunidades de novos negócios deixem de existir.
Decorre da própria dinamização da economia e da
Natureza Positiva +1 necessidade de as empresas se qualificarem de maneira
apropriada para a oportunidade de novos negócios

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (25)
Magnitude Média (7)

Como forma de potencializar este impacto propõe-se o Programa de Desenvolvimento


de Fornecedores Locais, Programa de Desenvolvimento a Economia Local, Programa
de Comunicação Social.

9.6.3.5 Oferta de Empregos Temporários e Permanentes

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a oferta de


empregos temporários e permanentes estão relacionados na fase de operação da
Ferrovia Paraense S.A. ao recrutamento, contratação e capacitação de mão-de-obra e
aquisição de equipamentos, insumos e serviços.

Para a etapa de operação da Ferrovia Paraense S.A., está prevista a criação de 2.247
empregos diretos, priorizando a contratação da mão-de-obra residente no estado do
Pará. Quanto aos empregos indiretos utilizando estudo do BNDES, no setor de
construção, temos que para cada 100 empregos diretos serão gerados 47 empregos
indiretos e 154 empregos pelo efeito-renda, considerando esse estudo como
parâmetro teremos na fase de implantação a geração de 2.810 empregos indiretos e
9.207 empregos pelo efeito-renda.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto da operação da Ferrovia Paraense S.A.


na oferta de empregos temporários e permanentes.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A intensidade é alta em função da quantidade de
empregos previstos em relação à oferta de trabalho na
Intensidade Alta 4
região, principalmente pelos empregos indiretos e pelo
efeito-renda.
O impacto é direto, pois decorre da atividade de
Efeito Direto 4
mobilização e contratação de mão-de-obra.

195
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
O impacto deverá manifestar-se com maior intensidade
na AID, mas em função da quantidade de empregos e
Abrangência Regional 4
capacitação necessária deverá se estender também para
a AII.
O aumento de empregos se dá conforme avançam as
Temporalidade Longo prazo 1 obras de implantação do empreendimento e o aumento
de demanda de mão de obra.
O impacto terá uma duração de aproximadamente 10
Temporário anos, para a etapa de implantação, havendo a
Duração 2
longo desmobilização do total de mão de obra terminada a esta
etapa.
É considerado um impacto reversível, pois após cessada
a ação geradora que é a mobilização e contratação de
Reversibilidade Reversível 1
mão de obra a oferta de trabalho passa a ter um
decaimento expressivo, dos empregos temporários.
A natureza do impacto é positiva, pois resultará em
Natureza Positiva +1 ampliação da renda e na dinamização da economia local
e regional.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (30)
Magnitude Alta (9)

Como forma de potencializar este impacto propõe-se o Programa de Capacitação,


Formação e Aproveitamento da Força de Trabalho Local, Programa de Comunicação
Social.

9.6.3.6 Melhoria das condições de trabalho e inserção dos trabalhadores na


rede de previdência social

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a melhoria das
condições de trabalho e inserção dos trabalhadores na rede de previdência social
estão relacionados na fase de operação da Ferrovia Paraense S.A. ao recrutamento,
contratação e capacitação de mão-de-obra e aquisição de equipamentos, insumos e
serviços.

A contratação de mão-de-obra formal leva ao pagamento, por parte do empreendedor


e dos fornecedores, de encargos sociais, tais como os tributos referentes ao FGTS
(Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), ao INSS (Instituto Nacional de
Seguridade Social – Previdência Social) e ao PIS (Programa de Integração Social –
Seguro Desemprego), levando à inserção dos trabalhadores na rede de seguridade
social. Tal característica também gera um novo paradigma para uma região
caracterizada pela utilização de mão de obra informal, com exceção de parte dos
funcionários ligados ao executivo municipal.

Além disso, os funcionários contratados na fase de implantação do empreendimento,


por força da legislação trabalhista que deverá ser cumprida, estarão sujeitos a

196
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

condições de trabalho significativamente melhores que as verificadas em trabalhos


informais como a verificada atualmente seja devido à qualificação recebida seja em
função dos cuidados com a saúde e segurança do trabalho.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto da operação da Ferrovia Paraense S.A.


na melhoria das condições de trabalho e inserção dos trabalhadores na rede de
previdência social.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
O número de trabalhadores formais que contribuem para a
previdência social pode ser mensurável pelos empregos
gerados direta e indiretamente pelo empreendimento, assim
Intensidade Alta 4
como cria um paradigma de trabalho formal em número
significativo para a economia local, que contrata
normalmente trabalhadores de maneira informal.
As melhorias nas condições de trabalho serão decorrentes
Efeito Direto 4 das exigências de cumprimento da legislação trabalhista na
implantação do empreendimento.
O impacto se dará basicamente de abrangência local
considerando que o ocorrerá nas estações de carregamento
de minérios e grãos (Barcarena, Paragominas, Rondon do
Abrangência Local 2 Pará, Marabá e Santana do Araguaia) e no local de
descarregamento de minérios e grãos e carregamento de
insumos – Barcarena. Sendo essas sedes municipais
inseridas dentro da AID.
A inserção dos trabalhadores na rede previdenciária se dará
conforme o ritmo de contratação conforme se desenvolve a
implantação.
Temporalidade Médio prazo 2
As melhorias nas condições de trabalho serão verificadas
para maior número de trabalhadores conforme avança a
contratação do número de trabalhadores
A contratação formal dos trabalhadores formais irá diminuir
até cessar com a implantação, no período de 10 anos. No
Temporário
Duração 2 entanto durante a etapa de operação também ocorre
longo
contratação de empregos diretos, por isso a duração é
considerada temporário longo.
Caso não haja novas oportunidades de trabalho formal,
pode ocorrer o aumento da informalidade e a queda do
Reversibilidade Reversível 1 número de trabalhadores inseridos no sistema
previdenciário e as melhorias nas condições de trabalho irão
cessar assim que houver a desmobilização da mão de obra.
A contratação de trabalhadores formais e sua inserção na
rede previdenciária incrementam os benefícios usufruídos
por parcela da população.
Natureza Positiva +1
As melhorias nas condições de trabalho poderão quebrar
um paradigma de falta de rigor com o cumprimento da
legislação trabalhista.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (27)
Magnitude Média (7)

197
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Como forma de potencializar este impacto propõe-se o Programa de Capacitação,


Formação e Aproveitamento da Força de Trabalho Local, Plano Ambiental da
Construção.

9.6.3.7 Aumento das Receitas Tributárias e Transferências

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados ao aumento das
receitas tributários e transferências estão relacionados na fase de Planejamento da
Ferrovia Paraense S.A. ao recrutamento, contratação e capacitação de mão-de-obra e
aquisição de equipamentos, insumos e serviços.

O processo de operação da Ferrovia Paraense S.A. deverá acarretar alterações sobre


as finanças dos municípios da AII, principalmente em Barcarena, Paragominas,
Rondon do Pará, Marabá e Santana do Araguaia, sendo essas sedes municipais
inseridas dentro da AID. Deverão auferir incrementos em suas receitas próprias,
provocando o recolhimento de por exemplo o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza).

O aumento da arrecadação tributária municipal gera oportunidades para a realização


de investimentos em infraestrutura básica e em prestação de serviços públicos por
parte do governo local. Ressalte-se que esse potencial de investimentos públicos
somente resultará em benefícios à população local desde que a gestão de recursos
se dê de maneira eficiente e monitorada tanto pela sociedade civil quanto pelos
órgãos controladores competentes. Há necessidade, então, de apoiar a gestão
municipal.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
O aumento de arrecadação e repasses se dá por conta da
Intensidade Média 2
dinamização da economia
O aumento de arrecadação decorre do aumento de
Efeito Indireto 1 arrecadação e repasses gerado pela dinamização da
economia.
O aumento de arrecadação se dará basicamente em
Barcarena, Paragominas, Rondon do Pará, Marabá e
Abrangência Local 2 Santana do Araguaia, sendo essas sedes municipais
inseridas dentro da AID. Principalmente pelo transporte de
minérios, grãos e insumos.
O aumento de arrecadação e repasses se dará de forma
Temporalidade Imediato 4
imediata ao processo de operação do empreendimento.
Temporário Os repasses e a arrecadação ocorrerão durante todo o
Duração 2
Longo processo de operação do empreendimento.
Após a desativação do empreendimento decairão os
Reversibilidade Reversível 1 repasses e a arrecadação em função da desativação deste
empreendimento.
O aumento da arrecadação deverá trazer benefícios à
Natureza Positiva +1 população local, através do aumento da capacidade de
investimentos em serviços públicos.

198
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Média (20)
Magnitude Baixa (5)

Para potencializar esse impacto propõe-se o Programa de Desenvolvimento a


Economia Local, Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Locais.

9.6.3.8 Mobilização de Segmentos Populacionais

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a mobilização de


segmentos populacionais são decorrentes de fatores, na fase de Operação da
Ferrovia Paraense S.A., por um lado, ao recrutamento e contratação da mão-de-obra
permanente e de outro a aquisição de equipamentos, insumos e serviços.

As alterações na mobilização social verificada por ocasião da fase de planejamento,


podem continuar na etapa de implantação e durante a fase de operação, dependendo
da lógica de atuação do empreendedor e também das alianças construídas e
desfeitas ao longo do tempo.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto da operação da Ferrovia Paraense S.A.


na mobilização de segmentos populacionais.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
O aumento de mobilização de organizações da sociedade
Intensidade Baixa 1 civil poderá ser verificado ao longo da implantação, na
operação a tendência é que ocorra uma diminuição.
O impacto é indireto dado que o mesmo para ocorrer
Efeito Indireto 1 depende inicialmente da geração de expectativas
associadas ao empreendimento.
O aumento de mobilização social de entidades da
sociedade civil deverá ser sentido basicamente nos
Abrangência Local 1 municípios de Barcarena, Paragominas, Rondon do Pará,
Marabá e Santana do Araguaia, sendo essas sedes
municipais inseridas dentro da AID.
O nível de organização somente deverá ocorrer em médio
Temporalidade Médio prazo 2 prazo, após a mobilização de cidadãos direta ou
indiretamente ligados às causas sociais.
O nível de organização social tende a se desvanecer com
o fim das demandas socioeconômicas direta ou
Temporário
Duração 2 indiretamente relacionadas à implantação do
longo
empreendimento. Por isso, para a etapa de operação o
nível de organização pode ser menor.
O nível de organização social é reversível caso as
instituições não sejam fortalecidas após a implantação do
Reversibilidade Reversível 1
empreendimento e a execução dos programas
socioambientais deixarem de existir.

Natureza Positiva +1 Apresenta aspectos benéficos tanto para a comunidade


quanto para o poder público municipal. Desperta a

199
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
sociedade para a importância dos acontecimentos da
região relacionada ao empreendimento e aos seus
desdobramentos no cotidiano das pessoas e na
estruturação dos serviços públicos e das formas de
gestão dos municípios.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Baixa (13)
Magnitude Baixa (3)

Para a verificação, monitoramento e controle desse impacto propõe-se o Programa de


Capacitação, Formação e Aproveitamento da Força de Trabalho Local, Programa de
Desenvolvimento de Fornecedores Locais, Programa de Desenvolvimento a
Economia Local, Programa de Minimização de Impactos a Saúde Pública
(Subprograma de Saúde e Segurança da mão de obra), Plano Ambiental da
Construção, Programa de Incentivo a Cultura e Lazer, Programa de Fiscalização e
Controle da Ocupação da Faixa de Domínio, Programa de Comunicação Social.

9.6.3.9 Alteração na dinâmica populacional dos municípios da AII

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos associados a alteração na


dinâmica populacional dos municípios da AII são decorrentes na fase de Operação da
Ferrovia Paraense S.A., associado ao recrutamento, contratação e capacitação de
mão-de-obra.

No que diz respeito a alteração da dinâmica populacional nos municípios pertencentes


a AII do empreendimento, considera-se que os municípios que realmente podem ter
aporte populacional, são aqueles em que haverá uma estação da ferrovia,
principalmente durante a operação, neste momento a oportunidade de geração de
serviços em função da ferrovia é elevada. Tendo este fato em vista, tem-se que a
dinâmica na Área de Influência Indireta será pouco alterada, visto que as atividades
ocasionadas devido esta etapa, não realizarão movimentações consideráveis a ponto
de alterar a dinâmica populacional nesses municípios.

Abaixo se apresenta a avaliação do impacto do Planejamento da Ferrovia Paraense


S.A. na mobilização de segmentos populacionais.

200
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A baixa intensidade é devido a possibilidade de geração
Intensidade Baixa 1 de emprego para população local, no setor de serviços
associado a ferrovia.
O impacto é direto dado que decorre diretamente do
Efeito Direto 4
processo de mobilização e contratação de mão de obra.
Quando houver afluxo populacional, este estará
Abrangência Local 2 relacionado, principalmente, aos locais onde serão
implantados os canteiros de obra.
O fluxo se intensifica assim que são liberadas as
Temporalidade Imediato 4
informações sobre a necessidade de contratação.
O aumento do fluxo migratório ocorrerá em um período de
Temporário tempo definido pelo cronograma físico das obras e a parte
Duração 2
longo da população deverá deixar os municípios da AII ao longo
do tempo.
A implantação do empreendimento altera a dinâmica
Reversibilidade Irreversível 4 demográfica do município, e mesmo com a desmobilização
de trabalhadores a dinâmica não tenderá a diminuir.
A natureza do impacto é negativa em função do número
significativo de migrantes que deverá ser atraído
Natureza Negativa -1
acarretando outros impactos sobre os serviços e
equipamentos sociais.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Média (-23)
Magnitude Média (-7)

Objetivando a mitigação deste impacto, recomenda-se o Programas de Comunicação


Social.

9.6.3.10 Interferência no cotidiano da população

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos sobre a interferência no


cotidiano da população estão associados na fase de operação da Ferrovia Paraense
S.A. ao Recrutamento, Contratação e Capacitação de Mão-de-Obra, Aquisição de
Equipamentos, Insumos e Serviços e Transporte de Equipamentos, Insumos e
Pessoal, os dois primeiros positivos e o último negativo.

A ponderação levou em consideração que na fase de operação as atividades


associadas a esse impacto são positivas, devido principalmente ao recrutamento,
contratação e qualificação de mão de obra.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a pressão


sobre o sistema viário associados a fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A.

201
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A implantação de um empreendimento de tal magnitude
Intensidade Alta 4 altera significativamente o modo de vida tradicional da
população local.
As alterações no cotidiano se dão na fase de implantação
Efeito Direto 4
de empreendimento.
As alterações no cotidiano serão sentidas basicamente
Abrangência Local 2
nos municípios cuja sede será alterada.
As alterações no cotidiano irão aumentar com o decorrer
Temporalidade Imediato 4 do tempo, mas assim que se iniciar a implantação já
poderão ser sentidas pela população local.
As alterações no cotidiano demandarão um tempo para
Temporário
Duração 2 serem atenuadas mesmo após a implantação do
longo
empreendimento
As alterações no cotidiano deverão ser atenuadas com o
Reversibilidade Reversível 1
fim da implantação.
Natureza Positiva 1 Afeta os contratados, e os moradores do entorno.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (29)
Magnitude Média (7)

9.6.3.11 Interferência nas propriedades e no uso e ocupação do solo -


propriedades rurais (pecuária, florestas plantadas, grãos, etc.)

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência nas
propriedades e no uso e ocupação do solo - propriedades rurais, estão associados na
fase de operação da Ferrovia Paraense S.A. a atividades tecnológicas diversas,
dentre as quais destaca-se a circulação de máquinas, pessoas e cargas.

Neste momento as consequências para as propriedades atravessadas são muito


diferenciadas, dependendo da área onde a ferrovia corta cada unidade: podendo
haver ruídos, devido movimentação dos trens, vibração pela passagem do trem. Para
o monitoramento destes eventos são indicados os Programas de Comunicação
Social, Programa de Educação Ambiental, Programa de Monitoramento e Controle de
Ruído, Programa de Controle de Emissões Atmosféricas e Monitoramento da
Qualidade do Ar, Programa de Monitoramento dos Níveis de Vibração, Programa de
Adequação da Malha Viária, Plano Ambiental da Construção.

202
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
As alterações nas propriedades rurais têm intensidade
Intensidade Média 2
média.
As alterações nas propriedades rurais dão na fase de
Efeito Direto 4
planejamento de empreendimento.
As alterações nas propriedades serão sentidas de acordo
Abrangência Pontual 1
a situação de cada propriedade.
As alterações no cotidiano irão aumentar com o decorrer
Temporalidade Imediato 4 do tempo, mas assim que se iniciar a implantação já
poderão ser sentidas pela população local.
As interferências nas propriedades rurais serão
permanentes, visto que, após as alterações nela
Duração Permanente 4
realizadas, as mesmas não retornarão as condições
anteriores.
As alterações nas propriedades rurais têm caráter
Reversibilidade Irreversível 4
irreversível.
Natureza Negativa -1 Afeta os moradores das proximidades.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-28)
Magnitude Média (-7)

9.6.3.12 Interferências nas propriedades e no uso e ocupação do solo


assentamentos e acampamentos rurais

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência nas
propriedades e no uso e ocupação do solo - assentamentos e acampamentos rurais,
estão associados na fase de operação da Ferrovia Paraense S.A. a atividades
tecnológicas diversas, dentre as quais destaca-se a circulação de máquinas, pessoas
e cargas.

Neste momento as consequências para os assentamentos e acampamentos rurais


atravessados são muito diferenciadas, dependendo da área onde a ferrovia corta
cada unidade: podendo haver ruídos, devido movimentação dos trens, vibração pela
passagem do trem. Para o monitoramento destes eventos são indicados os
Programas de Comunicação Social, Programa de Educação Ambiental, Programa de
Monitoramento e Controle de Ruído, Programa de Controle de Emissões Atmosféricas
e Monitoramento da Qualidade do Ar, Programa de Monitoramento dos Níveis de
Vibração, Programa de Adequação da Malha Viária, Plano Ambiental da Construção.

203
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
As alterações nas assentamentos e acampamentos rurais
Intensidade Média 2
têm intensidade média.
As alterações nas assentamentos e acampamentos rurais
Efeito Direto 4
dão na fase de planejamento de empreendimento.
As alterações nas propriedades serão sentidas de acordo
Abrangência Pontual 1
a situação de cada propriedade.
As alterações no cotidiano irão aumentar com o decorrer
Temporalidade Imediato 4 do tempo, mas assim que se iniciar a implantação já
poderão ser sentidas pela população local.
As interferências nas assentamentos e acampamentos
rurais serão permanentes, visto que, após as alterações
Duração Permanente 4
nela realizadas, as mesmas não retornarão as condições
anteriores.
As alterações nas assentamentos e acampamentos rurais
Reversibilidade Irreversível 4
têm caráter irreversível.
Natureza Negativa -1 Afeta os moradores das proximidades.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-28)
Magnitude Média (-7)

9.6.3.13 Interferências nas propriedades e no uso e ocupação – propriedades


urbanas

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência nas
propriedades e no uso e ocupação do solo - propriedades urbanas, estão associados
na fase de operação da Ferrovia Paraense S.A. a atividades tecnológicas diversas,
dentre as quais destaca-se a circulação de máquinas, pessoas e cargas.

Nesta etapa com a a ocupação nas proximidades à linha férrea poderá trazer
incômodos à população, devido intensidade sonora a partir da fonte (ferrovia); além
disso, é possível que a proximidade da ferrovia provoque a desvalorização imobiliária
desses lotes.

Sendo assim, apresenta-se abaixo a quantificação do impacto ambiental relacionada


a pressão sobre o sistema viário associados a fase de planejamento da Ferrovia
Paraense S.A. Para o monitoramento destes eventos são indicados os Programas de
Comunicação Social, Programa de Educação Ambiental, Programa de Monitoramento
e Controle de Ruído, Programa de Controle de Emissões Atmosféricas e
Monitoramento da Qualidade do Ar, Programa de Monitoramento dos Níveis de
Vibração, Programa de Adequação da Malha Viária, Plano Ambiental da Construção.

204
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Intensidade Média 2 As alterações nas propriedades urbanas têm intensidade.
As alterações nas propriedades urbanas dão na fase de
Efeito Direto 4
planejamento de empreendimento.
As alterações nas propriedades serão sentidas de acordo
Abrangência Pontual 1
a situação de cada propriedade.
As alterações no cotidiano irão aumentar com o decorrer
Temporalidade Imediato 4 do tempo, mas assim que se iniciar a implantação já
poderão ser sentidas pela população local.
As interferências nas propriedades urbanas serão
permanentes, visto que, após as alterações nela
Duração Permanente 4
realizadas, as mesmas não retornarão as condições
anteriores.
As alterações nas propriedades urbanas têm caráter
Reversibilidade Irreversível 4
irreversível.
Natureza Negativa -1 Afeta os moradores das proximidades.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (-28)
Magnitude Média (-7)

9.6.3.14 Melhoria do desempenho e redução de custos logísticos para os


produtos das cadeias produtivas a serem atendidas pela ferrovia

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos sobre a Melhoria do


desempenho e redução de custos logísticos para os produtos das cadeias produtivas
a serem atendidas pela ferrovia estão associados na fase de operação da Ferrovia
Paraense S.A. ao Transporte de Equipamentos, Insumos e Pessoal, Circulação de
máquinas, pessoas e cargas.

A implantação da Ferrovia Paraense S.A. irá promover ganhos de produtividade para


diversas empresas em termos logísticos. Contudo, tal impacto terá reverberações
muito restritas em termos do ambiente socioeconômico exatamente por se constituir
um ativo de capital fixo de uso fundamentalmente privado. Repercussões poderiam
ser sentidas de maneira indireta nas economias da AII na medida em que se dinamize
a atividade minerária, desta maneira é indicada a implantação do Programa de
Desenvolvimento a Economia Local, Programa de Comunicação Social.

205
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
No que diz respeito a logística, a operação da ferrovia,
Intensidade Alta 4 será imprescindível para o escoamento de produção de
diversos municípios.
As melhorias do desempenho e redução de custo estão
Efeito Direto 4
diretamente ligadas a uma melhor logística.
Inicialmente, quando em operação, a ferrovia possibilitará
Abrangência Local 2
o escoamento da produção de diversos municípios.
Para detectar mudanças acerca deste item, é necessária
Temporalidade Longo Prazo 1
uma análise a longo prazo para uma real caracterização.
Com a operação da ferrovia o desempenho e redução de
Temporário
Duração 2 custos logísticos para os produtos das cadeias produtivas,
longo
tende a melhorar.
Em caso de interrupção do funcionamento da ferrovia, é
Reversibilidade Reversível 1 possível que as melhorias no âmbito da logística sejam
perdidas.
Natureza Negativa -1 Afeta os moradores das proximidades.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Alta (26)
Magnitude Média (7)

9.6.3.15 Tendência ao aumento de ocorrência de doenças infectocontagiosas

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos sobre a tendência de


aumento de ocorrências de doenças infectocontagiosas estão associados na fase de
operação da Ferrovia Paraense S.A. ao Recrutamento, Contratação e Capacitação de
Mão-de-Obra.

Nesta etapa os impactos concernentes ao aumento de ocorrências de doenças


infectocontagiosas, estão associados ao saneamento precário, bem como a
propagação de doenças sexualmente transmissíveis.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a pressão


sobre o sistema viário associados a fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A.

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
Neste momento o fluxo populacional não é tão intenso, desse
Intensidade Média 2 modo o quadro atual de doenças infectocontagiosas pode ser
agravado.
Maior incidência de doenças infectocontagiosas relaciona-se
Efeito Indireto 1
com o aumento de fluxo populacional.
O aumento de doenças infectocontagiosas se dará
Abrangência Pontual 2 basicamente nos municípios que receberão as estações da
ferrovia.
Temporalidade Médio Prazo 2 Maior incidência de doenças infectocontagiosas ocorrerá

206
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
conforme o aumento de fluxo populacional, acompanhando a
evolução do cronograma de contratação de mão de obra.
Temporário Maior incidência de doenças infectocontagiosas requer ações
Duração 2
longo e monitoramento de longo prazo.
Maior incidência desde que ações e monitoramento sejam
Reversibilidade Reversível 1
efetivos.
Maior incidência doenças infectocontagiosas não é apenas
um problema de saúde pública como implica aumento de
Natureza Negativa -1
gastos nos serviços de atenção básica à saúde e na
vigilância epidemiológica.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO

Importância Baixa (-18)


Magnitude Baixa (-5)

Em todos os casos, é importante promover ações voltadas à conscientização da


população para a necessidade de se prevenir, o que pode mitigar parcialmente o
impacto, previstas no Programa de Vigilância Entomológica, Programa de
Minimização de Impactos a Saúde Pública (Subprograma de Saúde e Segurança da
mão de obra), Plano Ambiental da Construção, Programa de Comunicação Social,
Programa de Educação Ambiental.

9.6.3.16 Tendência de aumento nos índices de prostituição, violência e consumo


de drogas

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos sobre a tendência de


aumento nos índices de prostituição, violência e consumo de drogas estão associados
na fase de operação da Ferrovia Paraense S.A. ao Recrutamento, Contratação e
Capacitação de Mão-de-Obra.

Esse impacto se dará em função do grande afluxo populacional, em sua maioria de


indivíduos do sexo masculino, solteiros ou desacompanhados de suas famílias,
dirigindo-se principalmente para as cidades envolvidas na etapa de operação da
Ferrovia Paraense S.A., isto é aquelas em que houver as paradas da ferrovia.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a pressão


sobre o sistema viário associados a fase de planejamento da Ferrovia Paraense S.A.

207
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas
poderá agravar o quadro atual verificado nos municípios
Intensidade Média 2 envolvidos com o empreendimento, entretanto a intensidade
média refere-se a menor quantidade de mão de obra
envolvida nesta etapa.
O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas se
Efeito Indireto 1
dá pelo aumento do fluxo populacional.
O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas se
Abrangência Pontual 2 dará basicamente nos municípios que receberão as paradas
da ferrovia.
O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas
Temporalidade Médio Prazo 2
poderá ser verificado conforme aumento o fluxo populacional.
O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas
Temporário
Duração 2 requer medidas que surtem efeito apenas em médio prazo e
longo
desde que não sofram solução de continuidade.
O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas
Reversibilidade Reversível 1 pode ser revertido desde medidas sejam tomadas para esse
fim.
Natureza Negativa -1 O aumento da prostituição, violência e consumo de drogas.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Baixa (-18)
Magnitude Baixa (-5)

Para verificação, monitoramento e mitigação desse impacto propõem-se Programa de


Minimização de Impactos a Saúde Pública (Subprograma de Saúde e Segurança da
mão de obra), Plano Ambiental da Construção, Programa de Comunicação Social,
Programa de Educação Ambiental.

9.6.3.17 Pressão sobre o uso do sistema viário

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos sobre a pressão sobre o uso
do sistema viário estão associados na fase de operação da Ferrovia Paraense S.A. ao
Transporte de Equipamentos, Insumos e Pessoal.

Para esta fase do empreendimento, o número de pessoas não deverá ser relevante
em relação ao número de pessoas já existentes na cidade, bem como a
movimentação de veículos e equipamentos relacionados a ferrovia.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a pressão


sobre o sistema viário associados a fase de operação da Ferrovia Paraense S.A.

208
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A pressão sobre o sistema viário será pequena nesta etapa
Intensidade Baixa 1
do empreendimento.
A pressão sobre o sistema viário é devido ao aumento no
Efeito Direto 4 fluxo de transporte por conta da implantação do
empreendimento.
A pressão sobre o sistema viário devido ao aumento no
fluxo de transporte deverá ser verificada nas rodovias pelas
Abrangência Local 2
quais transitam os veículos que prestem algum serviço
durante a implantação do empreendimento.
A pressão sobre o sistema viário devido ao aumento no
Temporalidade Imediato 4 fluxo de transporte será verificada assim que ocorrer a
implantação do empreendimento.
Nesta etapa do empreendimento a pressão no sistema
Temporário
Duração 1 viário será mínima, logo a neutralização deste impacto
curto
ocorrerá de maneira célere.
A pressão sobre o sistema viário devido ao aumento no
Reversibilidade Reversível 1 fluxo de transporte devido à implantação deverá diminuir
após o término da fase.
A pressão sobre o sistema viário ao aumento no fluxo de
Natureza Negativa -1 transporte afeta de maneira negativa a locomoção da
população local.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Baixa (-18)
Magnitude Baixa (-4)

Para a verificação, monitoramento e mitigação da sobrecarga sobre o sistema viário,


propõe-se o Programa de Adequação da Malha Viária, Programa de Fiscalização e
Controle da Ocupação da Faixa de Domínio, Plano Ambiental da Construção,
Programa de Comunicação Social, Programa de Educação Ambiental.

9.6.3.18 Interferência no cotidiano de comunidades quilombolas

Com base no Quadro 9.3-1 identifica-se que os impactos relativos a Interferência no


cotidiano de comunidades quilombolas estão associados na fase de operação da
Ferrovia Paraense S.A. a recrutamento, contratação de mão-de-obra e aquisição de
produtos agrícolas a serem consumidos pelo restaurante da sede administrativa em
Barcarena.

Conforme apresentado no diagnóstico, foram identificadas sete comunidades


quilombolas, localizadas nos municípios de Abaetetuba e Moju, conforme os critérios
da área delimitada pelo Anexo I da portaria interministerial nº 60 de 24 de março de
2015. Assim, as comunidades quilombolas localizadas na área de influência são as
seguintes:

209
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Conforme apresentado no diagnóstico, foram identificadas na área de influência da


Ferrovia Paraense S.A., oito comunidades quilombolas, localizadas nos municípios de
Abaetetuba e Moju, conforme os critérios da área delimitada pelo Anexo I da portaria
interministerial nº60 de 24 de março de 2015. Assim, as comunidades quilombolas
localizadas na área de influência são as seguintes:

No município de Abaetetuba identificou-se apenas uma comunidade:

 Comunidade Piratuba;

Já no município de Moju foram localizadas sete comunidades tituladas e uma em


processo de regularização (Comunidade Poacê). A Comunidade de Centro Ouro foi
titulada como “título de domicílio coletivo”, pelo ITERPA, por isso três comunidades
fazem parte de um mesmo limite territorial, conforme segue abaixo:

 Comunidade Centro Ouro (Bom Jesus do Centro Ouro, Nossa Senhora das
Graças e São Bernandino);
 Comunidade Santana do Axé do Baixo Jambuaçu;
 Comunidade Santa Luzia do Tracuateua;
 Comunidade Santa Maria do Tracuateua;
 Comunidade São Sebastião;
 Poacê.

A interferência em Comunidades de Remanescentes de Quilombos é um impacto


negativo, quando se considera as interferências em seus modos simbólicos de
apropriação de seu território e localizado à medida que podem acarretar em
alterações na biodiversidade e no saber tradicional adquirido historicamente.

Também podemos considerar que a construção da Ferrovia Paraense S.A. no


aspecto da economia da região, representam um impacto pouco significativo nas
pressões em curso sobre essas comunidades quilombolas.

Abaixo se apresenta a quantificação do impacto ambiental relacionada a associados a


interferência no cotidiano de comunidades quilombolas na fase de operação da
Ferrovia Paraense S.A.

210
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTO
A geração de expectativas na fase de planejamento é
Intensidade Baixa 1 passível de ser percebida, quando se considera o aspecto
contratação e capacitação da mão-de-obra.
O impacto é considerado direto, pois surge em consequência
direta do processo de divulgação do empreendimento e da
Efeito Direto 4
realização de serviços de campo para os diferentes estudos
afetos ao empreendimento.
É um impacto de abrangência local, considerando que em
Abrangência Local 2 apenas dois municípios foram localizadas comunidades
quilombolas.
A ocorrência do impacto é imediata, pois é desencadeada a
Temporalidade Imediata 4
partir da divulgação do empreendimento.
Em função de a geração de expectativas ocorrerem em um
Temporário
Duração 2 período de tempo desde a etapa de estudos e planejamento
longo
do empreendimento.
O impacto é considerado irreversível na medida em que
Reversibilidade Irreversível 4 essas comunidades podem sofrerem interferências em seus
modos simbólicos de apropriação de seu território.
As informações que chegam à população durante o processo
de discussão e licenciamento nem sempre são verdadeiras,
Natureza Negativa -1
desencadeando processos de desinformação e insegurança
em relação ao empreendimento.

AVALIAÇÃO DO IMPACTO
Importância Média (-23)
Magnitude Média (-7)

Para a verificação, monitoramento e mitigação da interferência das Comunidades


Quilombolas, propõe-se o Estudo do Componente Quilombola.

211
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10 PLANOS E PROGRAMAS AMBIENTAIS

Neste item são apresentadas as diretrizes dos Programas Ambientais com base na
identificação e avaliação dos potenciais impactos associados à Ferrovia Paraense
S.A., descritos no item 9 - AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL.

Os Programas Ambientais têm por objetivo propor medidas de controle a serem


seguidas durante a fase de planejamento, implantação e operação da Ferrovia
Paraense S.A. que viabilizem a preservação e restauração da qualidade ambiental
dos meios físico, biótico e socioeconômico das áreas que estarão submetidas à
intervenção ou influência das atividades ligadas ao empreendimento.

Assim, os Programas Ambientais da Ferrovia Paraense S.A. envolverão a aplicação


de medidas de controle ambiental que terão como função:

 Assegurar a implantação dos compromissos assumidos pelo empreendedor,


considerando:
 Cumprir os requisitos legais (controle de poluição, proteção dos recursos
naturais etc);
 Observar todas as condicionantes da licença ambiental;
 Implantar todos os programas e planos de ação;
 Demonstrar o cumprimento de todos os requisitos aplicáveis; e
 Coletar evidências ou provas documentais de cumprimento dos
requisitos.
 Demonstrar para as partes interessadas o cumprimento desses compromissos e
dos objetivos e metas de proteção ambiental.

Conforme as características dos impactos identificados, as medidas e ações previstas


nos programas ambientais assumem as seguintes naturezas:

 Preventiva: com ações para os impactos negativos que podem ser evitados,
reduzidos ou controlados, mediante a adoção antecipada de medidas de
controle;
 Corretiva: visam à mitigação de impactos através de ações de recuperação e
recomposição das condições ambientais satisfatórias e aceitáveis, basicamente
com atividades de monitoramento;
 Compensatória: destina-se a impactos irreversíveis, onde há perda de recursos
e valores ecológicos, pela melhoria de outros elementos, compensando a
realidade ambiental da área; e
 Potencializadora: que intensifica as condições ambientais favoráveis advindas
da implantação do empreendimento.

212
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Os programas ambientais apresentados a seguir estão organizados em Planos,


Programas e Projetos. Os Planos Ambientais compreendem um conjunto de Medidas
Específicas ou Programas Ambientais relacionados a um mesmo tema ou
componente ambiental. A seguir apresenta-se a relação dos Planos e Programas
Ambientais propostos para a Ferrovia Paraense S.A.

Por sua vez, os Programas Ambientais podem ser divididos em Projetos Ambientais
que dizem respeito à implantação das atividades relativas a sub-componentes de um
determinado tema ou componente ambiental, como por exemplo, qualidade da água e
limnologia.

A descrição dos programas ambientais compreende: a exposição de sua justificativa,


objetivos e metas, público alvo, procedimentos metodológicos e atividades previstas,
indicadores ambientais, interação entre programas, atribuição da responsabilidade por
sua execução e parceiros institucionais, equipe técnica e o cronograma proposto de
implantação.

Quanto à responsabilidade de implantação dos programas, caberá ao empreendedor


articular-se com os possíveis agentes e formalizar instrumentos de parceria ou de
repasse de atribuições.

Os programas ambientais propostos deverão, em uma fase posterior, contar com


maior grau de detalhamento, com a participação efetiva e atuante dos órgãos e
entidades intervenientes, compondo o Plano de Controle Ambiental (PCA), a ser
executado na fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A.

213
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.1 PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL

10.1.1 JUSTIFICATIVA

Considerando os artigos 6º e 9º da Resolução CONAMA 01/1986, que apregoam que


o Estudo de Impacto Ambiental desenvolverá programa de acompanhamento e
monitoramento dos impactos, o presente Programa abordará a necessidade do
gerenciamento ambiental, de forma a permitir ao empreendedor, órgãos setoriais,
instituições científicas e à sociedade em geral, o acompanhamento e supervisão da
instalação e operação do empreendimento, baseado em requisitos da Norma ISO
14001.

10.1.2 OBJETIVO

A proposição de um sistema de gerenciamento ambiental, por parte e sob


responsabilidade do empreendedor, visa:

 Acompanhar e supervisionar a implantação do empreendimento e dos


programas ambientais propostos no presente estudo, no que concerne à
elaboração e cumprimento do plano de ação, cronograma de implantação das
diferentes ações, organização do corpo técnico de acompanhamento;
 Acompanhar e analisar os dados e resultados parciais dos programas,
principalmente quanto aos impactos detectados e a seus desdobramentos; e
 Verificar as alterações e as modificações locais decorrentes do processo de
implantação da Ferrovia Paraense S.A. e de sua operação.

10.1.3 ESCOPO

Atividades a serem desenvolvidas:

 Definição correta e consensual, entre o empreendedor, possíveis parceiros e


SEMAS-PA, dos programas e dos principais itens a serem monitorados, com a
definição do Plano de Controle Ambiental - PCA, a ser elaborado com vistas à
obtenção da Licença de Instalação (LI);
 Constituição, pelo empreendedor, desde o início da implantação do
empreendimento, de uma equipe básica multidisciplinar, responsável pelo
acompanhamento técnico da implantação das obras e dos programas
ambientais, pela avaliação dos resultados parciais e finais, e ainda pela
proposição de novas medidas e ações emergenciais, se necessário;
 Estabelecimento de mecanismos formais de relacionamento entre a equipe de
monitoramento ambiental, os técnicos responsáveis pela implantação dos
programas, a equipe de obras e os técnicos da SEMAS/PA;

214
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Estabelecimento de um cronograma de atividades, com definição da


periodicidade das ações de monitoramento, definição das ações necessárias e
da dotação orçamentária para a manutenção da equipe, ao longo de todo o
desenvolvimento do monitoramento ambiental;
 Apresentação periódica de relatórios da evolução dos programas e elaboração
de notas técnicas contendo a avaliação dos impactos e a eficácia (ou não) dos
respectivos programas ambientais;
 Estabelecimento de um sistema eficaz de comunicação, tomada de decisões e
execução de medidas e ações entre as equipes responsáveis pelos programas
e a equipe de gerenciamento ambiental, no sentido de viabilizar, em qualquer
momento do processo, o intercâmbio e a transmissão de informações relevantes
que conduzam a correta implantação das obras e a aplicação de soluções
técnicas e ambientais em curto prazo; e
 Estabelecimento de um processo de avaliação para observar e analisar até que
ponto e/ou em que condição foi atendida a demanda, e se os programas
preconizados obtiveram o nível de eficácia requerida.
 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos
Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.1.4 PÚBLICO ALVO

O público alvo do Programa de Gestão Ambiental compreende o conjunto de


empresas contratadas para a implantação do empreendimento, os trabalhadores
envolvidos nas obras e as populações do entorno do empreendimento, assim como as
instituições e órgãos municipais e estaduais.

10.1.5 ABRANGÊNCIA

O Programa abrange todas as áreas de influência do Projeto.

10.1.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

A responsabilidade pela implantação do Programa de Gestão Ambiental é do


empreendedor, incluindo sua concepção, detalhamento, montagem e manutenção da
equipe técnica. Poderá haver parcerias com instituições públicas ou privadas e com
organizações não governamentais.

10.1.7 •CRONOGRAMA

A programação e o planejamento das ações de monitoramento, incluindo a montagem


da equipe técnica, deverão ser realizados antes do início das obras.

215
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ........ ANO 10
ANO 1
1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t
Programação e planejamento das
ações
Montagem de equipe básica
multidisciplinar
Acompanhamento da implantação
dos programas ambientais e
demais ações
Avaliação dos resultados
Elaboração de Relatórios Anuais
Consolidados de Desempenho

10.2 PLANO AMBIENTAL DA CONSTRUÇÃO (PAC)

10.2.1 JUStIFICATIVA

Em termos físicos, a fase de implantação do empreendimento envolve uma série de


ações que vão desde a mobilização de equipamentos e insumos, desmatamento e
terraplenagem, implantação da via férrea, construção de viadutos e obras de arte, até
a instalação e remoção de alojamentos e demais estruturas temporárias. Em termos
sociais, a referida fase, envolve também a mobilização de um grande contingente
populacional. Essas ações pressupõem impactos em diferentes fatores ambientais e
com diferentes escalas de abrangência. Os impactos decorrentes dessas ações
devem ser devidamente equacionados, sobretudo considerando sua interface com a
sociedade local e as condições ambientais pré-existentes no sítio das obras.

Alguns dos impactos a serem causados pela execução das obras de instalação são
contemplados em programas específicos. Entretanto, um programa que contemple, de
forma integrada, as medidas diretamente relacionadas à fase de instalação, pode
propiciar resultados ambientais mais adequados, tendo em vista que medidas,
diretrizes e técnicas recomendadas, quando adotadas preventivamente, podem
minimizar e mesmo neutralizar os possíveis impactos ambientais das obras.

10.2.2 OBJETIVO

A implantação de um programa voltado ao controle do sítio das obras é um


instrumento gerencial fundamental para o monitoramento de todas as atividades
relacionadas às obras na fase de instalação, com diretrizes e recomendações a serem
detalhadas no Plano de Controle Ambiental - PCA. Estas diretrizes deverão ser
empregadas desde o início da mobilização das obras até seu término, incluindo as
ações de restauro dos locais degradados (áreas de empréstimo, entre outros).

O objetivo do programa é, portanto, o de incorporar, nas atividades construtivas, o


fator ambiental, minimizando os impactos detectados nos estudos ambientais,

216
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

orientando a adoção de medidas cabíveis se surgirem situações de novos impactos


não previstos. O programa visa, portanto:

 Atender as demandas ambientais decorrentes da execução das obras, durante a


fase de instalação do empreendimento;
 Fornecer elementos técnicos e legais para viabilizar as obras com o menor dano
ambiental possível; e
 Fornecer às empreiteiras os critérios ambientais a serem respeitados durante a
construção e, de modo geral, aos trabalhadores envolvidos nos trabalhos,
normas para uma conduta ambiental correta.

10.2.3 ESCOPO

As atividades a serem realizadas se refletem de forma diferenciada nas ações das


obras, onde se destaca: a implantação do canteiro de serviços e alojamento
temporários de operários e sua operação; o desmatamento, a realização de
escavação e movimentação de terra com diferentes escalas de abrangência,
implantação de pontes e viadutos, linha férrea, o arranjo dos locais a serem ocupados
pelos canteiros e alojamentos, a exploração de jazidas e a seleção de locais para
bota-foras.

 Mobilização e serviços preliminares

Inicialmente haverá a mobilização para a execução dos trabalhos preliminares que


darão suporte ao desenvolvimento dos serviços principais. Essas tarefas consistirão
na preparação da logística, na instalação das áreas dos canteiros de obras e
estocagem de estruturas metálicas, na contratação de mão de obra e nas demais
providências necessárias.

 Canteiro de obras e alojamentos temporários

Nos documentos de licitação para a elaboração das obras, o empreendedor deverá


definir os locais, justificando-os caso sejam diferentes dos indicados no projeto atual,
e incluir os projetos básicos das instalações.

O alojamento deverá ter dimensões compatíveis com a quantidade de trabalhadores


necessários às obras e com a legislação vigente (código de obras), contemplando
áreas mínimas por pessoa, pé direito mínimo e outros parâmetros de projeto.

As instalações sanitárias deverão obedecer aos requisitos mínimos de conforto e de


recursos para todos os fins de higiene, devendo ser dimensionadas de acordo com a
previsão de trabalhadores na obra.

Devem ser condições básicas para instalação do alojamento e canteiro, além da


conservação e limpeza:

217
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Disponibilidade de água potável em quantidade adequada;


 Disposição de esgotos sanitários em fossas sépticas ou outro sistema de
tratamento, que devem estar à distância segura de poços de abastecimento
d’água e de talvegues naturais;
 Localização das instalações afastadas de áreas insalubres naturais, onde
proliferam mosquitos e outros vetores, ou com adequações implantadas (telas
nos alojamentos, entre outros) em caso de não haver alternativas;
 Limpeza das áreas utilizadas, com retirada de solo vegetal;
 Estocagem do material oriundo desta limpeza, em áreas não sujeitas à erosão,
devendo ser reincorporado à área após a desmobilização, visando à
recuperação do local e da vegetação eliminada quando da instalação do
canteiro, tudo de acordo com as especificações ambientais;
 Drenagem adequada das áreas utilizadas, evitando-se a formação de
alagadiços, bem como de processos erosivos;
 Instalação de filtro de pó e/ou de outros dispositivos de absorção de ruídos em
britadores e outros equipamentos, para proteção aos trabalhadores e/ou a
terceiros. Água deverá ser aspergida, com frequência, nas imediações dos
britadores, acessos e habitações limítrofes ao local das obras, como medida de
higiene e de proteção contra o pó;
 Além da correta implantação dos equipamentos, o programa deve contemplar
ações de educação ambiental, normas de higiene e de segurança para todos os
trabalhadores envolvidos nas obras; e
 A desmobilização do canteiro de obras será executada pela empreiteira, que
deverá recuperar o local.

 Serviços gerais do canteiro de obras

Os efluentes ali gerados oriundos das lavagens e lubrificação de equipamentos e


veículos (águas oleosas) devem ser controlados através de dispositivos de filtragem e
contenção, como caixas separadoras de água-óleo. A empreiteira deverá manter seu
canteiro em boas condições de limpeza durante o desenvolvimento da obra e quando
de sua conclusão.

Os resíduos gerados nas frentes de obras deverão ter uma triagem, estocagem,
transporte e destinação final adequada. Caso necessário poderá ser implantado um
aterro industrial e uma central de compostagem para separação e aproveitamento do
lixo orgânico produzido nos refeitórios.

Será realizada a separação do lixo hospitalar e dos resíduos perigosos, classificados


conforme a NBR 10.004/2004, visando à sua estocagem, transporte e destinação final
adequadas, sem riscos de contaminação, conforme as legislações vigentes.

218
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

As áreas utilizadas para estoque de agregados ou usinas devem ser totalmente


limpas, inclusive do material derramado durante as operações. Tambores e outros
materiais tornados inservíveis devem ser recolhidos e dispostos em locais pré-
selecionados e preparados para esta finalidade.

 Desmatamento, destocamento e limpeza

Material proveniente de desmatamento e limpeza (ver Programa de Supressão da


Vegetação) deverá ser removido ou estocado, obedecendo aos critérios estabelecidos
no projeto ou a critérios da fiscalização (monitoramento), não devendo ser permitida a
permanência de resíduos nas adjacências dos locais da obra, que possam provocar a
obstrução de sistemas de drenagem natural, ou possibilitar outros problemas
ambientais.

O desmatamento deve-se limitar ao estritamente necessário para o desenvolvimento


das atividades previstas em cada frente de obras.

 Terraplenagem, áreas de empréstimo e depósitos de materiais

As obras de terraplenagem e corte necessárias à preparação do local de implantação


da ferrovia e estruturas auxiliares serão objeto de projetos específicos, obedecendo a
critérios geotécnicos rigorosos, cujo monitoramento é contemplado no gerenciamento
das obras.

As terraplenagens realizadas deverão também seguir normas geotécnicas


adequadas, com reconhecimento das condições da área, condução adequada da
drenagem e sucessiva proteção superficial, visando a prevenção de processos
erosivos.

Todos os empréstimos e depósitos de materiais que deverão ser executados de


acordo com as indicações do projeto. Após sua desmobilização, é indispensável a
implantação imediata da cobertura vegetal e recomposição das condições de
drenagem para evitar surgimento de processos erosivos e o assoreamento de cursos
d’água.

 Sistema de transporte e vias de serviço

Para as vias de serviço a serem abertas por necessidades operacionais das obras,
além de contarem com as recomendações de limpeza do terreno, quanto a
desmatamentos, a realização de movimentos de terra e implantação de dispositivos
de drenagem, deverão ser observados critérios de controle e segurança do tráfego.

Após a conclusão das obras, a área ocupada pelos caminhos de serviço deverá ser
recuperada, a menos que sua implantação melhore as condições de acessibilidade
local e possa ser utilizada pela população após as obras.

219
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.2.4 PÚBLICO ALVO

O público alvo deste plano são as empresas contratadas e seus respectivos


trabalhadores.

10.2.5 ABRANGÊNCIA

Canteiro de obras.

10.2.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

Este Programa é de responsabilidade do empreendedor. Cabe ressaltar que as


empresas contratadas para executar a obra serão obrigadas a seguir o que está
estabelecido no EIA e nas especificações técnicas, diretrizes e procedimentos
obrigatórios para execução das obras, com a supervisão do empreendedor.

10.2.7 CRONOGRAMA

A programação e o planejamento das ações de monitoramento, incluindo a montagem


da equipe técnica, deverão ser realizados antes do início das obras.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0
ANO 1 ......... ANO 10
ANO 1
1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t
Levantamento de especificações
técnicas, diretrizes e procedimentos
construtivos, características das
obras, planejamento das ações de
monitoramento ambiental.
Inclusão nos editais de licitação
Acompanhamento, monitoramento
Avaliação dos resultados.
Elaboração de Relatórios Anuais
Consolidados de Desempenho

220
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.3 PLANO DE MONITORAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS

A região amazônica concentra uma das maiores reservas de água doce do mundo
que, aliada à sua biodiversidade e à beleza cênica dos seus recursos hídricos,
representa um importante patrimônio natural do Brasil. Por isso, a importância em se
atentar ao processo de uso e ocupação do solo, principalmente quando ocorre por
atividades potencialmente poluidoras/degradadoras, que podem comprometer a
qualidade e quantidade desses recursos.

O Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas compreende o


monitoramento dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos e será composto dos
seguintes Projetos:

 Projeto de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais


 Projeto de Monitoramento da Qualidade das Águas Subterrâneas
 Programa de Gerenciamento e Monitoramento dos Efluentes Líquidos

10.3.1 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS

10.3.1.1 Justificativa

A instalação do empreendimento, assim como a maioria das intervenções antrópicas,


pode provocar alterações na qualidade das águas superficiais de drenagens
localizadas na área de influência direta (AID) do empreendimento. Portanto, torna-se
necessário um sistema de controle ambiental, de forma a monitorar periodicamente,
durante a fase de implantação e operação, a evolução da qualidade das águas nas
bacias hidrográficas que fazem parte da AID, comparando esses resultados com o
padrão de referência (background) obtido durante o diagnóstico ambiental da região
de estudo. Os resultados obtidos servirão de subsídio para a tomada de decisão e
execução de ações estratégicas preventivas e corretivas no decorrer das atividades
de implantação e operação do empreendimento.

10.3.1.2 Objetivo

O Projeto de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais tem como principais


objetivos:

 O monitoramento da evolução da qualidade da água dos principais cursos


d'água situados na Área de Influência Direta da Ferrovia Paraense S.A., nas
fases de implantação e operação do empreendimento, tendo como padrão de
referência as duas campanhas de amostragem realizadas durante o diagnóstico
ambiental do presente EIA/RIMA.
 A ampliação do conhecimento do comportamento hidrológico e de sua interação
com os processos relacionados à qualidade das águas dos cursos d'água
situados na área de influência do empreendimento.

221
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Detectar eventuais alterações resultantes das atividades previstas na fase de


implantação e de operação do empreendimento.
 Apontar a necessidade de tomada de medidas preventivas e corretivas visando
à preservação dos recursos hídricos e, em particular, do ecossistema aquático.

10.3.1.3 Escopo

Os locais de monitoramento devem ser determinados com base no arranjo das


diversas estruturas do empreendimento, o que inclui a pontos monitorados durante o
EIA/RIMA, localização dos canteiros de obras, as principais pontes e obras de arte
distribuídas ao longo do traçado, pontos de captação de água nova, locais de
disposição dos rejeitos alojamentos e estruturas de apoio (ETEs Compactas, locais de
armazenamento de combustível, oficinas, central de concreto etc).

O monitoramento dos parâmetros de qualidade da água superficial deverá ser


realizado de forma periódica com o desenvolvimento de quatro campanhas trimestrais
de amostragens por ano, durante a fase de implantação do empreendimento,
acompanhando o comportamento sazonal das precipitações e vazões. Para fase de
operação será feita uma reavaliação da malha de amostragem, da periodicidade das
campanhas e dos parâmetros físico-químicos e bacteriológicos a serem analisados.

As atividades de monitoramento da qualidade das águas superficiais devem seguir as


seguintes recomendações:

 Definição, junto ao laboratório, dos métodos de análise que apresente limite de


detecção inferior aos limites legais, para ser possível uma análise comparativa
dos resultados. Além disso, os resultados devem ser emitidos pelo laboratório
nas unidades em que se encontram os limites estabelecidos pela Resolução
CONAMA Nº 357/2005;
 Armazenamento dos resultados obtidos pelas análises laboratoriais na forma de
banco de dados, sendo comparados aos limites estabelecidos pela Resolução
CONAMA Nº 357/2005, de acordo com a classificação e o enquadramento;
 Elaboração de gráficos que permitam uma avaliação temporal e a realização de
análises estatísticas dos resultados;
 Descrição das condições de ocupação e do estágio das obras nas áreas de
drenagem a montante de cada ponto de monitoramento. Estas informações
contribuirão para a interpretação dos resultados físico-químicos e
bacteriológicos obtidos pelas análises; e
 Compilação e análise dos resultados obtidos e elaboração de relatórios
trimestrais e anuais consolidados a serem encaminhados à SEMAS/PA.
 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos
Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

222
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.3.1.4 Público Alvo

O público alvo são as empresas contratadas e a população do entorno do


empreendimento.

10.3.1.5 Abrangência

O Programa abrange a AID do Projeto.

10.3.1.6 Agente executor com definição de responsabilidades

O Projeto de Monitoramento da Qualidade de Águas Superficiais será de


responsabilidade do empreendedor, que deverá contratar empresa consultora para
constituir a equipe responsável para execução das campanhas de amostragem e
monitoramento.

10.3.1.7 Cronograma

O Projeto de Monitoramento da Qualidade da Água Superficial deverá ser conduzido


durante toda a fase de implantação do empreendimento, conforme cronograma
apresentado a seguir.

No cronograma é especificada uma frequência trimestral de amostragem e


monitoramento da qualidade das águas superficiais para a fase de implantação do
empreendimento. Ressalta-se que as campanhas de qualidade das águas deverão
ser conduzidas juntamente com as coletas de comunidades planctônicas e
bentônicas, de forma a otimizar os trabalhos de campo e permitir uma inter-relação
entre os resultados.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Planejamento das ações
Execução de campanhas
trimestrais de
monitoramento e
amostragem da
qualidade da água
superficial
Elaboração de relatórios
consolidados anuais

Para a fase de operação deverá ser efetuada uma avaliação dos resultados
acumulados de modo a, eventualmente, fazer um ajuste na frequência das
campanhas, nos parâmetros analisados, e mesmo, na rede de monitoramento
proposta.

223
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.3.2 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DE NASCENTE

10.3.2.1 Justificativa

A implantação de medidas para atenuação de eventuais impactos sobre as nascentes


ao longo do trajeto projetado para implantação da linha férrea é também o
compromisso do empreendedor em manter as condições naturais na ADA da Ferrovia
Paraense S.A. dentro dos padrões ambientais inerentes à região Amazônica. E ainda,
as medidas de proteção dos afluentes das cabeceiras das drenganes identificadas
nas áreas de influência do empreendimento serão de fundamental importancia para
manutenção do ecossistema.

10.3.2.2 Objetivo

Este programa tem como objetivos principais:

 Identificação e cadastramento de todas as nascentes ao longo da faixa de


servidão (ADA) da ferrovia, através de atividades de campo em cada trecho de
implantação (cronograma fase de LI);
 O monitoramento da evolução da qualidade da água das nascentes
identificadas;
 Em caso de necessidade de transposição, utilizar drenos de rocha com manta
de geotêxtil no contato deste como aterro da ferrovia, de modo a permitir o livre
transito da água de infiltração sem o carreamento de sólidos; e
 Propor a implantação de medidas mitigadoras ou corretivas a serem aplicadas
pelo empreendedor em caso de identificação de alteração da qualidade da
água.

10.3.2.3 Escopo

As ações a serem desenvolvidas são:

 Sempre priorizar uma solução de traçado que não necessite a transposição das
nascentes identificadas (priorizar desvio);
 Monitoramento qualitativo e quantitativo das nascentes cadastradas, tendo
como referência os parâmetros da resolução CONAMA 357/2005; e
 Execução de solução de transposição no período de menor precipitação para
minimizar ações de assoreamento.

Nos casos de transposição por drenos de rocha com manta de geotêxtil no contato
deste como aterro da ferrovia, os seguintes procedimentos principais deverão ser
considerados:

224
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Limpeza na largura total da plataforma de terraplenagem, ao longo do


talvegue desde a nascente até o final da plataforma (off set), local este
no qual o talvegue abandona a plataforma;
 Execução de colchão de areia com 1,00 metro de altura, na largura da
plataforma e na extensão do talvegue sob a plataforma, menos 1,30
metros para cada lado, obedecendo a inclinação do talude de aterro
definido pelo projeto;
 Aplicação de manta geotêxtil RT-16, nas laterais do colchão drenante;
 Construção de dreno de brita nas laterais do colchão de areia, na altura
do dreno e na largura de 0,30 metros;
 Construção de muro de pedra arrumada, na largura e altura de 1,00
metro, após o dreno de brita.

Antes do início das obras deverá ser efetuada uma campanha de amostragem nas
nascentes identificadas na ADA do empreendimento para se determinar as
características físico-químicas e bacteriológicas das nascentes, que servirão como
padrões de referência para as análises periódicas futuras.

As campanhas de amostragem da qualidade da água serão efetuadas a cada


trimestre durante a fase de implantação da Ferrovia Paraense S.A. As atividades de
monitoramento da qualidade das águas das nascentes devem seguir as seguintes
recomendações:

 O laboratório analítico deve ser de reconhecida capacidade técnica para a


análise dos parâmetros físico-químicos e bacteriológicos especificados pela
legislação pertinente.
 Definição, junto ao laboratório, dos métodos de análise que apresente limite de
detecção inferior aos limites legais, para ser possível uma análise comparativa
dos resultados. Além disso, os resultados devem ser emitidos pelo laboratório
nas unidades em que se encontram os limites estabelecidos pela Resolução
CONAMA Nº 357/2005;
 Armazenamento dos resultados obtidos pelas análises laboratoriais na forma de
banco de dados, sendo comparados aos limites estabelecidos pela Resolução
CONAMA Nº 357/2005;
 Elaboração de gráficos que permitam uma avaliação temporal e a realização de
análises estatísticas dos resultados;
 Compilação e análise dos resultados obtidos e elaboração de relatórios
trimestrais e anuais consolidados a serem encaminhados à SEMAS/PA.

225
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.3.2.4 Público Alvo

O público alvo é constituído pelas empresas contratadas e a população do entorno do


empreendimento.

10.3.2.5 Agente executor com definição de responsabilidades

O Projeto de Proteção das Nascentes será de responsabilidade do empreendedor,


que deverá contratar empresa consultora para constituir a equipe responsável para
execução das campanhas de amostragem e monitoramento, a partir da fase de
Planejamento.

10.3.2.6 Cronograma

No cronograma é especificada uma frequência trimestral de amostragem e


monitoramento das nascenes para a fase de implantação do empreendimento. Para a
fase de operação deverá ser efetuada uma avaliação dos resultados acumulados de
modo a, eventualmente, haver uma adequação ou ajustes na frequência das
campanhas nos parâmetros analisados, e mesmo, na rede de monitoramento
proposta.

Relatórios anuais consolidados contendo os boletins analíticos e as avaliações dos


resultados serão encaminhados à SEMAS/PA.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ....... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Identificação e
cadastramento de todas as
nascentes ao longo da faixa
de servidão (ADA)
Campanha de amostragem e
análise laboratorial (padrões
de referência)
Execução de campanhas
trimestrais de monitoramento
e amostragem da qualidade
da água
Execução de de
transposição, utilizando
drenos de rocha com manta
de geotêxtil
Relatórios trimestrais
Relatórios consolidados
anuais

226
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.3.3 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS


SUBTERRÂNEAS

10.3.3.1 Justificativa

A implantação de medidas para atenuação de eventuais impactos sobre o aquífero e


o projeto de monitoramento da qualidade das águas subterrâneas é necessária, tendo
em vista não só as exigências e requisitos legais, como também o compromisso do
empreendedor em manter as condições naturais na ADA da Ferrovia Paraense S.A.
dentro dos padrões ambientais inerentes à região Amazônica.

10.3.3.2 Objetivo

Este programa tem como objetivos principais:

 O monitoramento da evolução da qualidade da água subterrânea dos principais


aquíferos na Área Diretamente Afetada pela Ferrovia Paraense S.A., nas fases
de implantação e operação do empreendimento, através da implantação de uma
rede de piezômetros associados ao depósitos de armazenamento de
combustível;
 Detectar eventuais alterações na qualidade das águas subterrâneas resultantes
das atividades do empreendimento; e
 Propor a implantação de medidas mitigadoras ou corretivas a serem aplicadas
pelo empreendedor.

10.3.3.3 Escopo

O primeiro passo para impedir ou minimizar a ocorrência de contaminações nas


águas de subsuperfície é a adoção de ações preventivas atuantes que tenham
capacidade de bloquear o desenvolvimento de processos de alteração das condições
naturais físico-químicas e biológicas dos aquíferos. As ações preventivas a serem
desenvolvidas pelo empreendedor são:

 retirada do mínimo necessário da cobertura vegetal para se evitar exposição


desnecessária do substrato inferior;
 desenvolvimento de programas, técnicas e dispositivos para controle de óleos,
graxas e combustíveis nas áreas de manuseio e operação, bem como na
adoção de procedimentos construtivos adequados às unidades de
armazenamento de combustíveis; e
 adequado tratamento das águas servidas ou quaisquer outros efluentes líquidos
através de fossas sépticas/ETE ou equipamentos que garantam o retorno da
água dentro de padrões mínimos de qualidade.

Para o monitoramento do(s) aquífero(s) livres na ADA da Ferrovia Paraense S.A. será
instalada uma rede de piezômetros no entorno das oficinas, áreas de armazenagem,

227
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

ETE’s compactas e unidades de armazenamento de combustíveis) com o objetivo de


monitorar as variações do nível d’água e retirar amostras da água subterrânea para
acompanhar a evolução temporal dos parâmetros físico-químicos e bacteriológicos.

A seleção dos locais e os trabalhos para instalação da rede de piezômetros serão


efetuados antes do início da fase de implantação do empreendimento, quando o
projeto executivo de engenharia já tiver definitivamente a locação e especificações
das instalações.

Antes do início das obras deverá ser efetuada uma campanha de amostragem de
água subterrânea a partir dos piezômetros instalados na ADA do empreendimento
para se determinar as características físico-químicas e bacteriológicas dos aquíferos
locais, que servirão como padrões de referência para as análises periódicas futuras.

As campanhas de amostragem da água subterrânea, a partir de piezômetros


instalados na ADA, serão efetuadas a cada trimestre durante a fase de implantação
da Ferrovia Paraense S.A. O método de baixa vazão deve ser empregado para a
amostragem da água subterrânea, de forma a se evitar perturbações e modificações
de parâmetros na água coletada, como cor, turbidez, sólidos dissolvidos totais e
coliformes totais, entre outros. Se possível deve ser usado um módulo para registro
on line de parâmetros físico-químicos, o que possibilita o controle e permite o início da
amostragem após a sua estabilização, eliminando as interferências advindas do
método de bombeamento.

As atividades de monitoramento da qualidade das águas subterrâneas devem seguir


as seguintes recomendações:

 O laboratório analítico deve ser certificado e de reconhecida capacidade técnica


para a análise dos parâmetros físico-químicos e bacteriológicos especificados
pela legislação pertinente.
 Definição, junto ao laboratório, dos métodos de análise que apresente limite de
detecção inferior aos limites legais, para ser possível uma análise comparativa
dos resultados. Além disso, os resultados devem ser emitidos pelo laboratório
nas unidades em que se encontram os limites estabelecidos pela Resolução
CONAMA Nº 396/2008;
 Armazenamento dos resultados obtidos pelas análises laboratoriais na forma de
banco de dados, sendo comparados aos limites estabelecidos pela Resolução
CONAMA Nº 396/2008;
 Elaboração de gráficos que permitam uma avaliação temporal e a realização de
análises estatísticas dos resultados;
 Compilação e análise dos resultados obtidos e elaboração de relatórios
trimestrais e anuais consolidados a serem encaminhados à SEMAS/PA.

228
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.3.3.4 Público Alvo

O público alvo é constituído pelas empresas contratadas e a população do entorno do


empreendimento.

10.3.3.5 Abrangência

O programa abrange a ADA do Projeto.

10.3.3.6 Agente executor com definição de responsabilidades

O Projeto de Monitoramento da Qualidade de Águas Subterrâneas será de


responsabilidade do empreendedor, que deverá contratar empresa consultora para
constituir a equipe responsável para execução das campanhas de amostragem e
monitoramento, a partir da fase de Planejamento.

10.3.3.7 Cronograma

A seleção dos locais e a implantação dos piezômetros, assim como a primeira


campanha de amostragem de qualidade da água subterrânea, deverão ser efetuadas
na fase de planejamento do empreendimento, conforme indicado no cronograma a
seguir.

No cronograma é especificada uma frequência trimestral de amostragem e


monitoramento da qualidade das águas subterrâneas para a fase de implantação do
empreendimento. Para a fase de operação deverá ser efetuada uma avaliação dos
resultados acumulados de modo a, eventualmente, haver uma adequação ou ajustes
na frequência das campanhas nos parâmetros analisados, e mesmo, na rede de
monitoramento proposta.

Relatórios anuais consolidados contendo os boletins analíticos e as avaliações dos


resultados serão encaminhados à SEMAS/PA.

229
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ....... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Estudo de locação e
implantação da rede de
piezômetros
Campanha de
amostragem e análise
laboratorial (padrões de
referência)
Execução de campanhas
trimestrais de
monitoramento e
amostragem da qualidade
da água subterrânea
Análise dos dados e
elaboração de relatórios
trimestrais
Compilação dos dados e
elaboração de relatórios
consolidados anuais

230
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.3.4 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E MONITORAMENTO DOS EFLUENTES


LÍQUIDOS

10.3.4.1 Justificativa

No empreendimento serão gerados efluentes que podem provocar impactos


ambientais, tanto na fase de implantação quanto na fase de operação do
empreendimento. Os impactos podem ser minimizados ou eliminados através da
escolha de sistemas de tratamento, conforme o tipo de efluente gerado. Dessa forma,
se faz necessária a elaboração do programa de monitoramento das características
dos efluentes líquidos visando reduzir e até impedir alterações significativas nos
corpos receptores destes efluentes, atender a legislação pertinente e otimizar as
condições operacionais dos sistemas de controle e tratamento.

O Programa de Monitoramento dos Efluentes Líquidos está relacionado à gestão dos


efluentes líquidos gerados e ao monitoramento dos sistemas ou dispositivos de
controle ou tratamento (sistema de drenagem e da bacia de sedimentação, separador
de água e óleo, estação de tratamento de esgoto, água de lavanderia etc.) que
deverão ser instalados na área do empreendimento.

10.3.4.2 Objetivo

O objetivo deste programa é o de formular diretrizes para uma estratégia de


gerenciamento dos efluentes líquidos dos sistemas de controle localizados na ADA da
Ferrovia Paraense S.A.. Pretende-se controlar os aspectos ambientais relacionados à
geração de efluentes líquidos industriais e domésticos e monitorar os respectivos
dispositivos ou sistemas de tratamento de efluentes líquidos, como forma de verificar
a eficácia dos sistemas de controle intrínsecos e os procedimentos operacionais. A
partir do monitoramento periódico será possível propor planos de ações corretivas, em
caso de eventuais não conformidades.

São metas deste programa:

 Realizar medições e verificações dos parâmetros de qualidade, atendendo às


recomendações estabelecidas nas legislações ou normas técnicas brasileiras.
 Avaliar os resultados das análises laboratoriais de amostras dos efluentes, os
quais servirão para: caracterizar o efluente bruto e tratado; quantificar a carga
poluidora e verificar a sua variabilidade; monitorar os sistemas de tratamento; e
verificar a sua eficácia e eficiência.

10.3.4.3 Público Alvo

O público alvo é constituído pelas empresas contratadas e a população do entorno do


empreendimento.

231
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.3.4.4 Escopo

Para a execução deste programa são recomendados os seguintes procedimentos:

 Realização de inventário sobre as fontes geradoras de efluentes brutos, os


sistemas de tratamento e os locais de lançamentos dos efluentes tratados;
 Determinação dos locais de amostragem de efluentes brutos e tratados e dos
pontos de lançamento dos efluentes tratados, sejam bacias de infiltração, ETEs
compactas ou corpos d’água receptores.
 Definição, junto ao laboratório, dos métodos de análise de tal sorte que sejam
adotados limites de detecção inferiores aos limites legais, para ser possível uma
análise comparativa dos resultados. Além disso, os resultados devem ser
emitidos pelo laboratório nas unidades em que se encontram os limites
estabelecidos pela Resolução CONAMA Nº 340/2011, consistidos em boletins
de análise devidamente assinados pelo técnico responsável;
 Armazenamento dos resultados obtidos pelas análises laboratoriais na forma de
banco de dados, sendo os valores obtidos para efluentes comparados aos
limites estabelecidos no Artigo 34 da Resolução CONAMA Nº 340/2011;
 Elaboração de gráficos que permitam uma avaliação temporal e comparativa
entre a entrada e a saída de cada sistema de tratamento, além da realização de
análises estatísticas dos resultados;
 Descrição das condições em que se encontram os sistemas de controle e a
eficiência destes com relação aos parâmetros pertinentes;
 Identificação de condições que justifiquem as não conformidades com relação à
Resolução CONAMA Nº 340/2011; e
 Proposição de melhoria da eficiência dos sistemas de controle para redução e
eliminação das não conformidades.

A definição dos pontos de amostragem de efluentes líquidos brutos e tratado será


avaliada posteriormente, na fase implantação do empreendimento, e por meio de
inspeções de campo às fontes geradoras e aos sistemas de tratamento dos efluentes
gerados. Deverão ser considerados efluentes sanitários (provenientes de alojamentos
e escritórios), oleosos (oficinas de manutenção e refeitórios), pluviais, industriais
(central de concreto etc), entre outros, gerados pelas atividades do empreendimento.

O monitoramento de efluentes líquidos deverá ser realizado de forma periódica com


execução de campanhas trimestrais de amostragens, acompanhando a eficiência dos
sistemas de tratamento e a qualidade da água a montante e jusante do ponto de
lançamento nos eventuais corpos d’água receptores dos efluentes tratados. Relatório
Consolidados Anuais, onde deverá ser abordado o desempenho ambiental da
empresa quanto à gestão dos efluentes líquidos

232
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

As atividades de monitoramento dos efluentes líquidos: coleta, preservação e análise


laboratorial, além da avaliação dos resultados, devem seguir a NBR 9897 -
Planejamento de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores (ABNT,
1987).

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.3.4.5 Agente executor com definição de responsabilidades

O Projeto de Monitoramento dos Efluentes Líquidos será de responsabilidade do


empreendedor, que deverá contratar empresa consultora para constituir a equipe
responsável para execução das campanhas de amostragem e monitoramento, a partir
da fase de implantação.

10.3.4.6 Cronograma

O desenvolvimento deste Programa deverá iniciar juntamente com a operação dos


sistemas de controle ou tratamento de efluentes, que serão monitorados ao longo de
toda fase de implantação, e se estender pela fase de operação do empreendimento.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Inventário das fontes
geradoras e sistemas de
tratamento de efluentes
líquidos/pontos de
lançamento
Campanhas trimestrais de
monitoramento e
amostragem de efluentes
líquidos
Análise dos dados e
elaboração de relatórios
trimestrais
Compilação dos dados e
elaboração de relatórios
consolidados anuais

233
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.4 PROGRAMA DE CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS E


MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR.

Existem atividades, como é o caso da Ferrovia Paraense S.A, que são geradoras de
emissões atmosféricas capazes de interferir no meio, podendo causar poluição e
incômodo à população do entorno do empreendimento. Por isso, se faz necessária a
adoção de medidas de forma a garantir a eficácia da prevenção e mitigação dessas
emissões, preservando a qualidade do ar das áreas de influência do empreendimento,
em conformidade com os padrões legais vigentes.

O Plano de Gestão da Qualidade do Ar proposto para a Ferrovia Paraense S.A. será


desenvolvido com base nas Resoluções CONAMA nº. 05, de 15 de junho de 1989, N.º
3, de 28 de junho de 1990, nº 08 de 28 de dezembro de 1990 e nº 382 de 26 de
dezembro de 2006, que dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição
do Ar – PRONAR, estabelecem diretrizes ao monitoramento, os métodos de
amostragem e análise dos poluentes atmosféricos definidos nas Instruções
Normativas. Neste sentido, é previsto o monitoramento e o controle dos poluentes,
incluindo os respectivos procedimentos.

O Plano de Gestão da Qualidade do Ar da Ferrovia Paraense S.A. é composto pelo


Programa de Controle de Emissões atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do
Ar.

10.4.1 JUSTIFICATIVA

As ações de monitoramento da qualidade do ar e de prevenção e controle de


emissões atmosféricas são fundamentais para a diminuição dos seus efeitos nocivos.
Porém, por mais que as medidas de controle e prevenção sejam previamente
planejadas, a eficácia dos resultados destas ações só pode ser comprovada a partir
de um monitoramento periódico da qualidade do ar em campo.

10.4.2 OBJETIVO

O Programa de Controle de Emissões atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do


Ar visa acompanhar as concentrações de material particulado em suspensão e gases
ao longo da implantação e da vida útil do empreendimento, comparando os resultados
com os níveis de referência observados na etapa de diagnóstico ambiental.

Com a aplicação de medidas preventivas e a implantação do Programa de


Monitoramento da Qualidade do Ar espera-se que as concentrações de poluentes na
atmosfera da ADA/AID sejam mantidas dentro dos limites de qualidade ambiental
preconizados pela Resolução CONAMA 03/1990.

234
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.4.3 ESCOPO

Algumas medidas preventivas são preconizadas no próprio projeto de engenharia,


visando o adequado gerenciamento ambiental do empreendimento, e outras são
oriundas do estudo de impacto ambiental, que leva em conta a fragilidade dos
componentes da natureza e os fatores geradores de impactos do projeto. Em
conjunto, tais medidas objetivam criar ações para atenuar o impacto, ou seja,
amenizar a quantidade de poluentes na atmosfera ou evitar que eles atinjam fontes
sensíveis. O conjunto de medidas preventivas diz respeito à observação e aplicação
das seguintes ações:

 Aspersão de água em vias de terra associadas a locais com grande


movimentação de solo e rocha;
 Estabelecimento de limite de velocidade dos veículos; e
 Manutenção preventiva e corretiva de veículos, máquinas e demais
equipamentos e controle periódico de emissão de fumaça preta em fontes fixas
e móveis (escala Ringelmann ou opacímetro).

Para o monitoramento do material particulado em suspensão e dos gases serão


utilizados, respectivamente, um Amostrador de Grande Volume para Partículas Totais
em Suspensão (AGV-PTS ou Hi-Vol) e um Amostrador de Pequenos Volumes para a
coleta simultânea de até três gases - APV TRIGÁS, Medidor de CO e Medidor de O3.

As campanhas para monitoramento de material particulado em suspensão ocorrerão


anualmente em todas as fases da vida útil do empreendimento, em frequência
trimestral.

A rede de pontos de amostragem da qualidade do ar será redefinida durante a fase de


planejamento do empreendimento, as quais serão acrescidos os pontos medidos
durante o diagnóstico ambiental do EIA/RIMA.

Os métodos de ensaio seguirão as Normas ABNT NBR 9547, NBR 12979 e NBR
11050 MB e os resultados serão comparados com os padrões primários de qualidade
do ar determinados pela Resolução CONAMA 03/90. Também será calculado o Índice
de Qualidade do Ar (IQA), desenvolvido com base no "PSI – Pollutant Standards
Index" da Environmental Protection Agency – EPA (1998).

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.4.4 PUBLICO ALVO

O público alvo é constituído pelas empresas contratadas e a população do entorno do


empreendimento.

235
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.4.5 ABRANGÊNCIA

Na ADA e AID do Projeto.

10.4.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

O Programa de Controle de Emissões atmosféricas e Monitoramento da Qualidade do


Ar será de responsabilidade do empreendedor, que deverá contratar empresa
consultora para constituir a equipe responsável para execução das campanhas de
amostragem e monitoramento, a partir da fase de planejamento.

10.4.7 CRONOGRAMA

As ações definidas para o Programa de Controle de Emissões atmosféricas e


Monitoramento da Qualidade do Ar deverão ser iniciadas juntamente com as tarefas
que possam desencadear os aspectos ambientais a serem controlados. Assim, as
ações de controle de prevenções de emissão de poluentes serão realizadas de forma
continua durante toda a fase de implantação.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 .... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Aspersão de água em vias
de acesso de terra
Manutenção preventiva de
veículos, máquinas e
equipamentos e controle de
fumaça preta. Limite de
velocidade dos veículos
Campanhas trimestrais de
monitoramento de material
particulado em suspensão
Campanhas trimestrais de
monitoramento de gases
Análise dos dados e
elaboração de relatórios
trimestrais
Compilação dos dados e
elaboração de relatórios
consolidados anuais

Relatórios anuais consolidados contendo os dados amostrados por poluente, seu


respectivo IQA e as avaliações dos resultados serão encaminhados à SEMAS/PA.

236
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.5 PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE RUÍDO

10.5.1 JUSTIFICATIVA

As atividades/tarefas desenvolvidas na implantação e operação da Ferrovia Paraense


S.A. apresentam potencial de alteração do nível de ruídos da ADA/AID do
empreendimento. A necessidade de manutenção dos níveis de ruídos em limites
adequados, de acordo com os valores obtidos nas campanhas background para a
região, é de fundamental importância não só para os trabalhadores, como para as
comunidades localizadas próximas ao empreendimento.

Os limites máximos permissíveis de ruídos (decibéis), produzidos por equipamentos e


processos de construção devem atender à legislação correspondente e as normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Os aparelhos de boa procedência atendem os padrões da IEC (International


Electrotechnical Commission) e do ANSI (American Standards Institute). Portanto ao
utilizar um equipamento de medida de som, é necessário verificar se ele atende a
uma dessas normas:

 IEC 651 (1979) - Sound Level Meters;


 IEC 804 (1985) - Integrating-Averaging Sound Level Meters;
 ANSI S1.4 - (1983) - Specification for Sound Level Meters;
 ANSI S1.25 - (1991) - Specification for Personal Noise Dosimeters;
 ANSI S1.11 - (1986) - Specification for Oitave Filters.

10.5.2 OBJETIVO

O objetivo do programa de monitoramento é acompanhar as oscilações nos níveis de


ruídos gerados pelo empreendimento durante sua vida útil, tendo como parâmetro
inicial de comparação, as medições de referência realizadas no diagnóstico ambiental,
as quais procuraram retratar as condições atuais de níveis dos ruídos pré-
empreendimento.

10.5.3 PÚBLICO ALVO

O público alvo é constituído pelas empresas contratadas e a população do entorno do


empreendimento.

10.5.4 ESCOPO

Os sistemas de controle do nível de ruído atuam na minimização dos efeitos de ruído


na fonte e em campo próximo. Trata-se de controle efetuado dentro das normas de
segurança e medicina ocupacional, quando dentro da área física de instalação do
empreendimento, e das normas de meio ambiente, quando nas vizinhanças.

237
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Geralmente, o controle feito com vistas à segurança e medicina ocupacional acaba


por atender também ao ambiental. Quando necessário, dentro da área operacional,
será indicado o uso de EPI’s com valores de atenuação adequados para cada
situação.

As medidas preventivas objetivam criar ações para atenuar o impacto, ou seja,


amenizar o incremento nos níveis de ruídos gerados pelo empreendimento ou evitar
que os ruídos atinjam fontes sensíveis. Entre as medidas preventivas citam-se:

 Manutenção preventiva e corretiva de veículos e máquinas;


 Instalação de barreiras sólidas ao redor de determinados equipamentos fixos e
no trajeto de propagação do ruído causado por fontes móveis, próximo de
receptores sensíveis; e
 Aquisição de equipamentos com nível de ruídos compatível com a legislação
trabalhista vigente.

As recomendações de procedimentos para o controle de ruídos levam em


consideração a escolha dos períodos de emissão e da gravidade do incômodo em
certos locais, e as condições de exposição com as de aceitação dos ruídos, tais
como:

 Identificar e relacionar ferramentas, equipamentos, máquinas e veículos que


produzam ruído ou vibração, caracterizar em que fases da obra são utilizados e
estimar os valores das emissões sonoras causadas (dar preferência de uso para
aqueles cujos fabricantes forneçam tais informações); comparar os níveis
sonoros que serão atingidos com os limites; analisar a possibilidade de emprego
de ferramentas, equipamentos, máquinas e veículos menos ruidosas;
 Planejar a realização de atividades ruidosas; considerar a possibilidade de se
dobrar o número de equipamentos que produzam ruídos, de tal forma que
trabalhem em paralelo, diminuindo o tempo de exposição; respeitar estritamente
os horários de trabalho;
 Informar a vizinhança, ao longo do desenrolar da obra, quanto às fases de
elevada produção de ruídos assegurando um bom relacionamento com a
comunidade; e
 Dar preferência para equipamentos novos (guindastes, tratores, escavadeiras,
etc), que produzem menos ruídos; zelar pelo estado de manutenção dos
mesmos; mantê-los desligados quando não em uso.

O acompanhamento das alterações causadas pela fase de implantação do


empreendimento nos níveis de ruído será feito por meio de medições trimestrais nos
mesmos pontos estabelecidos no diagnóstico ambiental. Pontos adicionais poderão
ser incluídos após a conclusão do projeto executivo de engenharia e anteriormente ao
início da fase de implantação do empreendimento, de forma a se fazer medições de
referência (background). No início da fase de operação também serão realizadas

238
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

medições trimestrais. Em cada ponto de monitoramento serão realizadas medições


diurnas e noturnas.

Quanto ao monitoramento dos níveis de ruídos, as medições deverão ser realizadas,


e registradas conforme um formulário específico para registro de ruídos, com um
medidor de nível sonoro portátil (decibelímetro) em conformidades com a norma IEC-
651 Classe II e ANSI S1.4 Classe II, devidamente calibrado e certificado. Para as
medições do nível de pressão sonora equivalente (LAeq) deverá ser utilizada a curva
de ponderação “A” com circuito de resposta lenta (“Slow”, indicado para medir a
média do nível sonoro ), escala de nível sonoro 30~130dB e o tempo de duração de
cada medição deverá ser de 20 minutos, com intervalos de registro de 05 segundos,
com marcação de máximos e mínimos.

Os trabalhos serão realizados levando em consideração as determinações


estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), utilizando-se
as normas NBR 10.151 - Acústica - Avaliação de Ruído em Áreas Habitadas Visando
o Conforto da Comunidade (procedimento) e NBR 10.152 - Níveis de Ruído para
Conforto Acústico, e os resultados comparados com os limites e critérios
estabelecidos na Resolução CONAMA 01/90.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.5.5 ABRANGÊNCIA

Na ADA e AID do Projeto.

10.5.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

O Programa de Monitoramento e Controle de Ruído será de responsabilidade do


empreendedor, que deverá contratar empresa consultora para constituir a equipe
responsável para execução das campanhas de amostragem e monitoramento, a partir
da fase de planejamento.

10.5.7 CRONOGRAMA

Na fase de implantação do projeto, o monitoramento da pressão sonora deverá ser


feito com medições trimestrais, durante os dez anos de implantação, selecionando
áreas próximas às ocupações existentes na AID/ADA do projeto.

239
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ....... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Definição dos pontos de
medição de ruídos e
realização de campanha
background
Campanhas trimestrais de
monitoramento dos níveis
de ruído
Análise dos dados e
elaboração de relatórios
trimestrais
Compilação dos dados e
elaboração de relatórios
consolidados anuais

240
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.6 PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE


VIBRAÇÃO

10.6.1 JUSTIFICATIVA

As atividades/tarefas desenvolvidas na implantação e operação da Ferrovia Paraense


S.A. apresentam potencial de alteração do nível de vibração da ADA/AID do
empreendimento. A necessidade de manutenção dos níveis de vibração em limites
adequados, de acordo com os valores obtidos nas campanhas background para a
região, é de fundamental importância não só para os trabalhadores, como para as
comunidades localizadas próximas ao empreendimento.

A principal fonte de vibração do empreendimento está associada ao desmonte de


rochas que para corte para implantação do greide da ferrovia, quer como material de
empréstimo para lastro.

O objeto da avaliação da vibração ambiental é o estudo de impacto das vibrações


mecânicas e a probabilidade de danos à saúde, ao bem-estar e às estruturais das
edificações, ocasionados pela energia vibratória.

Reil (1998) menciona que os três principais fatores relacionados à vibração no solo
determinantes para as estruturas construídas vibrarem, são:

 velocidade de vibração máxima de partícula e vibração resultante (VR);


 duração da vibração;
 frequência de vibração.

Porém o desmonte de rocha com uso de explosivo, quando executado sem a


condução de um planejamento adequado da atividade, causa desconforto humano,
uma vez que coloca em risco não apenas a saúde dos trabalhadores expostos a esta
atividade como também a saúde da população do entorno e suas estruturas, além de
ter potencial para causar danos ao meio ambiente. Dentre os principais impactos
relacionados com o desmonte de rochas realizado com explosivos, o ruído e a
vibração são os que mais estão sujeitos às reclamações da vizinhança no entorno das
áreas de mineração. O ultralançamento, a poeira, além de modificações das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio são outros impactos gerados por
esta etapa de fragmentação das rochas com o uso de explosivos (DE PONTES et al.,
2013)

Existe a possibilidade da propagação de vibrações no terreno provocarem trincas em


construções, porém seu desconforto ambiental à população, geralmente, se reduz ao
incômodo causado pela sensação de vibração ou tremor das edificações,
provenientes da oscilação ou queda de objetos (DALLORA NETO, 2004).

241
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

No Brasil, a ABNT, através da NBR 9653:2005, estabelece os seguintes limites para


prevenção de danos superficiais em edificações causados por detonações de rocha
(evento impulsivo) com o uso de explosivos, conforme descrito na Tabela 10.6-1.

Tabela 10.6-1 Limites segundo a NBR 9653:2005.

FAIXA DE LIMITE DE VIBRAÇÃO DE PARTÍCULA DE


PRESSÃO ACÚSTICA
FREQUÊNCIA PICO
4 a 15 Hz 15 a 20 mm/s
15 a 40 Hz 20 a 50 mm/s 134 dBL
Acima de 40 Hz 50 mm/s
Nota: Para valores de frequência abaixo de 4 Hz deve ser utilizado como limite o critério de deslocamento de partícula
de pico de no máximo 0,6mm (de zero a pico).

10.6.1.1 Desconforto

No que se refere aos efeitos provocados sobre as pessoas que ocupam os imóveis
que sofrem o impacto de vibrações, alguns trabalhos publicados, como o de Wiss e
Parmelee, 1974, indicam faixas de vibração que podem ser classificadas como:

 Levemente perceptíveis, a partir de 0,3 mm/s até 1,5 mm/s,


 Bastante perceptíveis (desconforto), variando de 1,5 mm/s até 8 mm/s
 Fortemente perceptíveis (incômodo) entre 8 mm/s e 25 mm/s.

Acima deste nível de vibração, a sensação passa a ser considerada como intolerável.

10.6.1.2 Incomodidade

Os efeitos da vibração também podem ser abordados pelo critério de incomodidade.


Com uma velocidade da partícula peak (PVP) de 0,14 mm/s a vibração já pode ser
perceptível. A partir de 0,3 mm/s a vibração já é perceptível no ambiente residencial,
em 1 mm/s pode motivar reclamações, mas pode ser tolerada se a causa da mesma
for previamente avisada e em 10 mm/s a vibração é intolerável mesmo que seja por
breve exposição (BRITISH..., 2009).

A norma ISO 2631-2:2003 afirma que a vibração pode ser intolerável para os
ocupantes de uma edificação devido à sensação física de movimento que interfere em
algumas atividades como o sono e conversação. O efeito da incomodidade também é
causado pelo ruído gerado pela vibração de janelas e movimentação de objetos. Os
limites de incomodidade para os ocupantes de uma edificação não são dados na
versão de 2003 da referida norma, sendo, portanto, considerado o da versão de 1997
como ilustra a Tabela 10.6-2.

Nesse caso, a variável utilizada para quantificação da vibração em uma superfície é a


velocidade da partícula peak (PVP), pois tem conotação de tensão, sendo esta
relacionada com os principais danos estruturais. A aceleração está relacionada com a

242
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

deformação sendo adotada por sismologistas em análises de terremotos (ATTEWELL;


SELBY; UROMEIHY, 1989). Avelocidade da partícula peak (PVP) indica o máximo
valor do movimento de uma partícula em um ponto da superfície ou de uma estrutura.
A PVP deve ser analisada pelo vetor resultante das medidas nos três eixos ortogonais
(X, Y, Z) em função do tempo, mas haverá situações em análises estruturais em que
velocidades em eixos específicos devem ser monitoradas. (ATTEWELL;
SELBY;O’DONNELL, 1992).

Tabela 10.6-2 Limites da PVP em mm/s da norma ISO 2631-2 (1997).

TIPOS DE
DIURNO PVP (MM/S) NOTURNO (MM/S)
EDIFICAÇÃO
Hospitais 0,10 0,010
Residências 0,40 0,14
Escritórios 0,40 0,40
Oficinas 0,80 0,80

10.6.2 OBJETIVO

O objetivo do programa de monitoramento é acompanhar as oscilações nos níveis de


vibração gerados pelo empreendimento durante sua vida útil, tendo como parâmetro
inicial de comparação, as medições de referência realizadas no diagnóstico ambiental,
as quais procuraram retratar as condições atuais de níveis dos ruídos pré-
empreendimento.

10.6.3 ESCOPO

Os sistemas de controle do nível de vibração atuam na minimização dos efeitos da


vibração na fonte e em campo próximo. Trata-se de controle efetuado dentro das
normas de meio ambiente, quando nas vizinhanças. Quando necessário, dentro da
área operacional, será indicado o uso de EPI’s com valores de atenuação adequados
para cada situação.

As medidas preventivas objetivam criar ações para atenuar o impacto, ou seja,


amenizar o incremento nos níveis de vibração gerados pelo empreendimento.
Ressalta-se que as detonações ocorrerão em ambiente subterrâneo o que minimizará
seus efeitos sobre a saúde da população da área de entorno, bem como seus efeitos
sobre suas construções.

O acompanhamento das alterações causadas pela fase de implantação e operação


do empreendimento nos níveis de vibração será feito por meio de medições
trimestrais na fase de implantação e mensais na fase de operação nos mesmos
pontos estabelecidos no diagnóstico ambiental. Pontos adicionais poderão ser
incluídos após a conclusão do projeto executivo de engenharia e anteriormente ao

243
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

início da fase de implantação do empreendimento, de forma a se fazer medições de


referência (background).

A medição será efetuada utilizando-se um sismógrafo igual ou similar ao da marca


GEOSONICS®, modelo SSU 3000 EZ+ (o qual atende plenamente a NBR 9653:2005)
com Geofone composto de três transdutores posicionados tri-ortogonalmente (L, T e
V) e um microfone, com faixas de captação de velocidade de vibração de partícula e
pressão acústica, conforme descrito no Quadro 10.6-1, devidamente calibrado, com
sua calibração válida.

Quadro 10.6-1 Informações da calibração do equipamento

FAIXA DE CAPTAÇÃO
CÓDIGO Vibração Frequência Acústica
(mm/s) (Hz) (dBL)
2 a 250
SN 28024 Atpe 250 78 a 142
(3dB)

O sismógrafo deve ser programado para operar no modo contínuo (histograma), por
ser este o usualmente utilizado para esse tipo de monitoramento (fontes geradoras de
vibrações contínuas), registrando os valores de pico de velocidade de partícula, e
respectiva frequência, em cada componente ortogonal: vertical (V(1)), longitudinal
(L(2)) e transversal (T(3)) Figura 10.6-1, a cada 30 segundos, durante 30 minutos.

Figura 10.6-1 – Diagrama de captação do equipamento.

1 – Componente vertical, 2 – Componente longitudinal, 3 - Componente transversal

Os dados das medições deverão ser baixados e então gerados os relatórios de


análise sismográfica, apresentando os valores de pico de velocidade de vibração de

244
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

partícula obtidos a cada 30 segundos, onde as componentes ortogonais longitudinal,


transversal e vertical são representadas respectivamente por L, T e V.

A direção longitudinal deverá ser definida pelos pontos de origem da vibração e de


captação enquanto que a direção transversal é definida como a direção no plano
horizontal perpendicular à direção longitudinal. A direção vertical deverá ser definida
pelo plano perpendicular às demais.

10.6.3.1 Pontos de Medição

O levantamento da vibração ambiente deverá ser realizado de forma a possibilitar a


continuidade do levantamento realizado durante o diagnóstico ambiental do
EIA/RIMA.

Os pontos escolhidos são coincidentes aos pontos de medição de níveis de ruído,


uma vez que ambos os componentes são voltados aos impactos em áreas habitadas
por populações humanas.

A instalação do equipamento para a medição deve considerar as instruções


especificadas na NBR 9653:2005 a respeito do posicionamento de transdutores e
equipamentos. Desse modo, o Geofone deve ser cravado em solo firme.

 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.6.4 PÚBLICO ALVO

O público alvo é constituído pelas empresas contratadas e a população do entorno do


empreendimento .

10.6.5 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

O Programa de Monitoramento e Controle de Vibração será de responsabilidade do


empreendedor, que deverá contratar empresa consultora para constituir a equipe
responsável para execução das campanhas de amostragem e monitoramento, a partir
da fase de pré-implantação.

10.6.6 CRONOGRAMA

Na fase de implantação do projeto, o monitoramento da vibração deverá ser feito com


medições trimestrais na fase de implantação e mensais na fase de operação,
selecionando áreas próximas às ocupações existentes na AID/ADA do projeto.

245
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ....... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Definição dos pontos de
medição de vibração e
realização de campanha
background
Campanhas trimestrais
(implantação) e mensais
(operação) monitoramento dos
níveis de vibração
Análise dos dados e elaboração
de relatórios trimestrais
Compilação dos dados e
elaboração de relatórios
consolidados anuais

Relatórios trimestrais e anuais consolidados contendo os níveis de vibração e as


avaliações dos resultados serão encaminhados à SEMAS/PA.

246
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.7 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA INSTALAÇÃO DE


PROCESSOS EROSIVOS E INSTABILIZAÇÃO DE TALUDES

10.7.1 JUSTIFICATIVA

As atividades do empreendimento podem causar interferências na dinâmica


superficial em função da supressão da cobertura vegetal, escavação, cortes e
terraplenagem. A presença de áreas expostas, somada às características geotécnicas
desses materiais (solo, sedimentos arenosos), à declividade do terreno e dos taludes
de corte e aterro e à intensidade elevada das precipitações pluviométricas locais,
pode provocar o desenvolvimento ou a intensificação de processos erosivos laminares
e concentrados, assim como eventos de movimentação de massa.

O Programa de Monitoramento da Instalação de Processos Erosivos e de


Instabilização de Taludes estabelece os procedimentos que devem ser adotados no
sentido de prevenir ou mitigar a ocorrência de processos erosivos e de
desestabilização de encostas e de taludes de corte e aterro em perfil de
solo/sedimento, bem como propõe ações de monitoramento nos pontos suscetíveis a
tais impactos encostas íngremes ou escarpadas ou no relevo dissecado em área de
solos e sedimentos arenosos friáveis).

10.7.2 OBJETIVO

Os objetivos deste programa são:

 Propor medidas preventivas a serem aplicadas na contenção de taludes e


encostas e na proteção contra o desencadeamento de processos erosivos
intensos;
 Realizar monitoramento das condições de estabilidade e de suscetibilidade a
erosão em pontos críticos; e
 Estabelecer ações corretivas com base nos programas de monitoramento.

10.7.3 PÚBLICO ALVO

O público alvo é constituído pelas empresas contratadas e a população do entorno do


empreendimento .

10.7.4 ESCOPO

Durante a fase de implantação do empreendimento, as obras de corte e


terraplenagem e disposição de bota-foras devem obedecer aos seguintes critérios:

 Seguir as especificações e procedimentos apresentados pelo projeto de


engenharia, como a inclinação dos taludes de corte, que deve ser adequada à
natureza dos materiais (solos, sedimentos) presentes nos locais das obras e às
condições climáticas amazônicas; a locação e as características dos aterros e

247
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

bota-foras levando-se em conta o espalhamento de camadas com espessuras


definidas e uniformes, homogeneização, compactação e inclinação final;
 Realizar as obras preferencialmente no período da seca (verão amazônico) e
implantar sistema de proteção de taludes e sistema de drenagem e de
contenção de sedimentos já a partir de sua execução para evitar ou minimizar o
efeito erosivo das águas;
 Dispor materiais de construção ou resultantes da movimentação de terra, assim
como a locação de bota-foras, longe das cabeceiras de cursos d’água, de forma
a evitar carreamento de quantidades significativas de sólidos em suspensão.
 Promover revegetação dos taludes de corte e aterro em perfis de
solo/sedimento para garantir maior estabilidade.

Durante a fase de implantação do empreendimento, o Programa de Monitoramento da


Instalação de Processos Erosivos de Instabilização de Taludes deve ser
desenvolvido, contemplando as seguintes atividades:

 Designação e contratação de equipe técnica para detalhamento do programa,


acompanhamento da sua execução e desenvolvimento e análise e interpretação
dos seus resultados;
 Execução de monitoramento visual e, quando pertinente, foto-interpretação e
mapeamento geológico-geotécnico, acompanhamento das investigações de
campo e interpretação dos resultados; e
 Estudo e proposição de medidas de proteção ou correção contra a erosão
laminar e erosão concentrada e instabilidade de taludes.

Quando pertinente, o empreendedor deverá contratar equipe técnica específica para a


caracterização geológico-geotécnica nas áreas mais susceptíveis ou críticas em
relação à desestabilização e erosão, onde poderão ser executadas as seguintes
atividades:

 Foto-interpretação geológica;
 Mapeamento geológico-geotécnico de campo e execução, conforme o caso
específico, de sondagens a trado manual, poços de inspeção e sondagens a
percussão, de modo a se obter a caracterização dos tipos de materiais, suas
espessuras, amostragens, depósitos de materiais transportados, indicação de
escorregamentos, trincas, erosões, rupturas, movimentações de massa e outras
feições;
 Realização, caso necessário, de ensaios de laboratório para determinação das
características geotécnicas e dos parâmetros de resistência dos materiais
representativos dos diferentes tipos de solo e rochas envolvidos, análises
mineralógicas para identificação de minerais expansivos e ensaios de
adensamento para medidas de colapsividade e expansividade;

248
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Instalação, quando houver necessidade, de instrumentação complementar,


incluindo marcos topográficos para controle das movimentações dos materiais
sujeitos a instabilidade;
 Determinação de áreas críticas e sua ordenação segundo uma escala de
prioridades, com base na origem e natureza dos solos, parâmetros de
deformabilidade, expansividade, resistência e declividade das encostas, com
avaliação da extensão das encostas potencialmente sujeitas a desestabilizações
e erosões intensas.

Caso sejam instalados instrumentos de monitoramento da movimentação de taludes e


encostas, deverá ser procedida a leitura periódica dos mesmos, bem como dos
marcos topográficos e poços de monitoramento.

Durante as inspeções visuais deverão ser observadas as condições de estabilidade e


aspectos relacionados à instalação de processos erosivos, principalmente após
períodos de chuvas intensas e, periodicamente, a cada mês. Essas inspeções
deverão ser dirigidas para a identificação e caracterização/evolução dos seguintes
elementos:

 Voçorocas, ravinamentos e sulcos de erosão;


 Erosão laminar e carreamento de sedimentos em direção a cursos d’água;
 Assoreamento de cursos d’água;
 Rupturas, incluindo cicatrizes novas e pré-existentes;
 Trincas;
 Deslizamentos e tombamentos;
 Surgências d’água;
 Desempenho e estado de conservação dos sistemas de drenagem; e
 Tipos de solos afetados e características dos deslizamentos.

No caso de formação de voçorocas, erosões e ravinamentos deverão ser feitos


reaterros, retaludamentos, correção de drenagens superficiais, reordenamento de
saídas de águas pluviais e implantação e manutenção de bacias de sedimentação e
caixas de dissipação.

 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.7.5 ABRANGÊNCIA

Na ADA do Projeto

249
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.7.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

Este programa estará sob a responsabilidade do empreendedor e deve ser


implantado desde o início da fase de implantação.

10.7.7 CRONOGRAMA

As ações definidas para o Programa de Monitoramento de Instalação de Processos


Erosivos de Instabilização de Taludes deverão ser iniciadas juntamente com a fase de
implantação do empreendimento.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ..... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Acompanhamento da
execução de medidas
preventivas durante as
obras de engenharia
Inspeções dos sítios das
obras
Execução de ações
corretivas
Elaboração de relatório
semestrais e consolidados
anuais

Relatórios semestrais e anuais consolidados abordando os problemas identificados


nas inspeções periódicas e as ações corretivas efetuadas pelo empreendedor ou
empreiteiras serão encaminhados à SEMAS/PA.

250
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.8 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS – PGRS

10.8.1 JUSTIFICATIVA

A Ferrovia Paraense S.A. prevê o gerenciamento dos resíduos em todo o seu ciclo,
desde o momento em que são originados até a destinação final adequada durante as
diversas fases do empreendimento. Esta visão de gerenciamento de resíduos enfatiza
a redução na fonte geradora através da busca da otimização da metodologia
construtiva a ser adotada e da capacitação dos colaboradores.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos deve ser conduzido em


conformidade com os requisitos da legislação e das normas técnicas aplicáveis, bem
como em observância às diretrizes e instruções corporativas da empresa. Pois, a sua
não implantação pode acarretar no comprometimento da qualidade ambiental da área.

Nos sistemas de disposição dos resíduos que serão propostos deverão ser atendidas
as leis e normas vigentes que dispõem sobre as atividades de seleção, manuseio e
coleta, transporte, tratamento, processamento, acondicionamento e destinação final
de resíduos sólidos.

Os princípios de Reduzir, Reutilizar e Reciclar deverão ser utilizados com ênfase nas
fases do PGRS da Ferrovia Paraense S.A., de modo a introduzir no âmbito da
empresa experiências que busquem contribuir para transformar o comportamento da
sociedade em relação aos resíduos sólidos por ele gerados.

A organização estrutural do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos deverá contemplar


três subprogramas:

 Subprograma de caracterização qualitativa e quantitativa dos resíduos gerados;


o qual realizará o inventário e a classificação dos resíduos (Classe I - Perigosos,
Classe II - não-inertes e Classe III - inertes).
 Subprograma de segregação e estocagem temporária dos resíduos; que terá
como objetivo a minimização na geração e estocagem temporária do mesmo até
que este seja encaminhado ao seu destino final, a ser definido através de
estudos para locação dos futuros depósitos.
 Subprograma de destinação final dos resíduos sólidos apresentará as várias
opções de destino final dos resíduos sólidos gerados pela Ferrovia Paraense
S.A..

A Ferrovia Paraense S.A. propiciará a correta gestão dos resíduos gerados durante as
obras de construção e operação para o bom desenvolvimento das atividades do
empreendimento, de forma a atender toda a legislação ambiental em vigor e,
consequentemente, a diminuir os riscos de degradação ambiental ou de formação de
passivos ambientais.

251
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Nesse aspecto, dá-se ênfase à Lei nº. 12.305, de 08/08/2010 que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá
outras providências. A qual estabelece, de acordo com o Art. 20 , que os geradores de
resíduos industriais, de saúde e de mineração estão sujeitos à elaboração de plano de
gerenciamento de resíduos sólidos.

Da mesma forma, cita-se a Resolução CONAMA nº. 275, de 25/04/2001 que


estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na
identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas
para a coleta seletiva.

Quanto às normas, vale mencionar:

 NBR 11.174/1990: dispõe sobre o armazenamento de resíduos classe II - não


inertes e classe III – inertes.
 NBR 13.896/1997: dispõe sobre aterros de resíduos não perigosos – critérios
para projeto, implantação e operação.
 NBR 10.004/2004: dispõe sobre a classificação dos resíduos sólidos.
 NBR 13.221:2010: especifica os requisitos para o transporte terrestre de
resíduos, de modo a minimizar danos ao meio ambiente e a proteger a saúde
pública.

10.8.2 OBJETIVO

A elaboração do Plano de Gestão de Resíduos Sólidos - PGRS terá por objetivo


propiciar a minimização dos riscos e custos associados ao processo, atendendo a
legislação vigente e normas técnicas aplicáveis, em todas as fases do gerenciamento
de resíduos: geração, segregação, estocagem temporária e destinação final, nas
fases de instalação e de operação das atividades desenvolvidas pelo empreendedor
de forma a cumprir os requisitos legais e normativos aplicáveis contribuindo para a
minimização dos impactos ambientais relacionados e conservação dos recursos
naturais.

O PGRS deverá apresentar uma estimativa dos resíduos sólidos a serem gerados.
Para a fase de instalação deverão ser apresentadas as características principais dos
resíduos a serem gerados e dispostos, com identificação das respectivas fontes de
origem. Para a fase de operação, além destas informações, serão apresentadas as
quantidades esperadas.

As principais metas do plano são:

 Atender aos requisitos legais e normas técnicas aplicáveis;


 Reduzir a geração de resíduos;

252
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Minimizar a disposição final dos resíduos através da busca de novas tecnologias


e procedimentos disponíveis e economicamente viáveis, inclusive reciclagem.

10.8.3 PÚBLICO ALVO

O público alvo é constituído pelas empresas contratadas e a população do entorno do


empreendimento.

10.8.4 ESCOPO

Para uma gestão adequada dos resíduos será necessária adoção de um conjunto de
procedimentos que visem identificar os resíduos gerados, caracterizarem aqueles que
são inerentes às diversas fases da Ferrovia Paraense S.A., acondicioná-los e destiná-
los em conformidade com a legislação ambiental.

Além da boa gestão ambiental, essas práticas caracterizam a minimização de custos


de implantação e operacionais pela adoção de uma gestão eficiente de resíduos,
resultando em proteção ambiental e conservação dos recursos naturais.

O plano deve assegurar que os procedimentos adotados em todas as unidades


operacionais resultem em práticas ambientalmente adequadas e seguras, de forma a
não caracterizar danos ao meio ambiente, à comunidade, à saúde ocupacional e à
segurança dos empregados e contratados da empresa.

Serão gerados resíduos nas diferentes fases de planejamento, instalação e operação


do empreendimento.

Procedimentos a serem tomados:

 A adoção de medidas de controle e organização;


 O acondicionamento dos resíduos de acordo com a sua classificação, devendo
ser considerado: volume; facilidade para coleta; segurança dos trabalhadores e
da vizinhança; e preservação da qualidade dos resíduos nas condições
necessárias para sua destinação ou reutilização;
 A preparação de locais para o devido acondicionamento de resíduos, de acordo
com o tipo de resíduo;
 A frequência da coleta será determinada pela quantidade de resíduos, de forma
a impedir o seu acúmulo e o comprometimento da sua segregação e posterior
destinação;
 Para a desativação do canteiro, antes da demolição e/ou desmontagem das
estruturas físicas instaladas deverá ser desligada a rede de água e de energia.
A contratada também deverá segregar e acondicionar os resíduos gerados no
processo de desativação, de forma a garantir a correta destinação;

253
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Definição da destinação temporária e final dos resíduos gerados na Ferrovia


Paraense S.A.;
 Apresentação do Relatório semestral com os resultados da aplicação do Plano
de Gestão de Resíduo Sólidos à SEMAS/PA.
 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos
Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.8.5 ABRANGÊNCIA

Na ADA do Projeto.

10.8.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

O empreendedor será responsável pela execução do PGRS.

10.8.7 CRONOGRAMA

As ações definidas para o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos deverão ser iniciadas
juntamente com as tarefas que possam desencadear os aspectos ambientais a serem
controlados.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ....... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Controle dos resíduos
gerados
Elaboração do Relatório
de Desempenho
Ambiental

254
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.9 PROGRAMA DE AFUGENTAMENTO E RESGATE DE FAUNA

10.9.1 JUSTIFICATIVA

O Programa de Afugentamento e Resgate de Fauna se trata de um conjunto de ações


de acompanhamento das espécies que resultam em estratégias de manejo efetivas.

O Empreendimento necessitará de supressão vegetal e grande fluxo de maquinário e


equipamentos causando a elevação dos níveis de ruído e material particulado em
suspensão. Assim o fluxo intenso de veículos pelas vias de acesso e a atividade de
supressão da vegetação tenderão a afugentar, principalmente mamíferos e aves
territorialistas.

O afugentamento de fauna é um procedimento necessário como medida mitigadora


em empreendimentos que necessitam da atividade de supressão vegetal. A fauna que
habita a área a ser suprimida tende a afugentar ou se esconder. De forma geral,
espécies como mamíferos de médio e grande porte e aves tendem a fugir, entretanto
espécies com menor capacidade de deslocamento tendem a procurar abrigo ou se
afugentarem em sentido contrário sofrendo algum tipo de lesão ou chegando ao óbito.

O Programa de Afugentamento da fauna deve ser executado em conjunto com o


Programa de Supressão da Vegetação evitando acidentes com espécies e
possibilitando o deslocamento dos indivíduos, promovendo o resgate dos animais com
dificuldade de locomoção e filhotes. Também é de suma importância que se programe
ações de educação ambiental no intuito de diminuir a interferência das populações
locais nas atividades de deslocamento dessa fauna afugentada.

A execução do programa tem como bases legais:

 Instrução Normativa 03/2003, do Ministério do Meio Ambiente - Lista oficial de


espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
 Portaria nº 444/2014 do Ministério do Meio Ambiente - Lista Nacional das
Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção
 Lei 5.197/67 – Lei de Proteção à Fauna, alterada pela Lei 7.653/88.
 Instrução Normativa do IBAMA IN146/2007 - Estabelece critérios para
procedimentos relativos ao manejo de fauna silvestre (levantamento,
monitoramento, salvamento, resgate e destinação) em áreas de influência de
empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente
causadoras de impactos à fauna sujeitas ao licenciamento ambiental.

10.9.2 OBJETIVO

O Programa tem por objetivo minimizar os impactos causados pela atividade de


supressão da vegetação e limpeza de área para a preparação da faixa de domínio e

255
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

canteiros de obra do Projeto Ferrovia Paraense S.A. da ADA e consequente perda de


habitat da comunidade faunística.

10.9.3 ESCOPO

10.9.3.1 Treinamentos específicos

Para o correto desenvolvimento das atividades a equipe de encarregados e


salvadores de fauna deverá passar por treinamento de identificação, contenção e
soltura de fauna, metodologias para marcação de fauna e uso adequado dos
apetrechos de contenção. Nesses treinamentos serão disponibilizados guias de
orientação das atividades a serem realizadas.

10.9.3.2 Equipamentos para realização da atividade

A equipe terá a sua disposição além dos equipamentos de segurança individual


apetrechos de contenção de fauna de melhor qualidade que proverão segurança
durante a execução do serviço. Tais apetrechos são: gancho, puçá, cambão e pinças
de captura.

Além desses, também serão disponibilizadas gaiolas de contenção e material


necessário para marcação da fauna.

10.9.3.3 Afugentamento de Fauna

Durante as atividades de supressão a equipe de salvadores de fauna permanecerá a


uma distância mínima de 100m do trator que realiza a atividade de derrubada e a uma
distância mínima de 10m dos motosserras que estarão traçando o material florestal.
Distâncias maiores serão assumidas caso haja solicitação da segurança do trabalho
responsável pela área.

O ruído provocado pelas máquinas já causa o afugentamento indireto da fauna,


entretanto, se durante esse processo eventualmente algum indivíduo da fauna for
afugentado na direção contrária ao local definido para afugentamento, a equipe estará
de prontidão para proceder o serviço de afugentamento direto da fauna.

Em áreas já suprimidas em que os indivíduos florestais estejam sendo traçados com


motosserra a equipe de afugentamento de fauna, utilizando os apetrechos
adequados, irão vasculhar galhadas, cavidades em troncos caídos, folhagem no solo,
etc., em busca de exemplares de difícil locomoção.

10.9.3.4 Resgate, Translocação e Soltura de Fauna

A fauna que por ventura for capturada, principalmente grupos de difícil locomoção,
nas áreas de supressão serão primeiramente inspecionadas para verificação de
possíveis danos (ferimentos, etc.). Caso sejam observados ferimentos a alguns dos

256
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

indivíduos manipulados, o(s) mesmo(s) será encaminhado para o atendimento


veterinário. Caso não haja danos será identificado, marcado conforme o grupo e
fotografado. Após este procedimento, o animal será solto em área definida a partir de
planejamento prévio (Figura 10.9-1).

Figura 10.9-1 - Fluxograma das ações de resgate e translocação de fauna.

CAPTURA DE FAUNA

INSPEÇÃO

Animais Avariados

Animais Íntegros

Veterinário

IDENTIFICAÇÃO

Marcação

Registro Fotográfico

SOLTURA

10.9.3.5 Registro de Óbitos de Fauna

Durante os serviços de resgate, afugentamento e translocação de fauna todos os


óbitos serão registrados em planilha e farão parte das estatísticas do relatório técnico
mensal e final.

10.9.3.6 Acompanhamento da Fauna Atropelada

Os profissionais responsáveis pelo resgate de fauna também farão o


acompanhamento da fauna atropelada.

257
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

O acompanhamento será feito com o apoio das terceirizadas que atuam na área do
projeto. Para buscar este apoio, os profissionais da empresa contratada, tratarão do
assunto em DSS ou DDS das terceirizadas no sentido de informar a estes
profissionais que quando avistem um animal atropelado, tal fato seja comunicado ou
indicado à existência do mesmo, nas vias de acesso durante os dias de trabalho à
equipe responsável pelo resgate de fauna.

Os indivíduos em bom estado de conservação para aproveitamento científico serão


repassados às instituições científicas credenciadas e conveniadas com o projeto para
receber o material. Já os indivíduos impróprios para aproveitamento científico serão
enterrados em área florestada.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.9.4 PÚBLICO ALVO

O público-alvo do Programa de Afugentamento e Resgate da Fauna é o órgão


licenciador, o empreendedor com especial direcionamento aos funcionários
responsáveis pelas atividades na área de implantação da linha férrea e canteiro de
obras e também as comunidades locais interessadas.

10.9.5 ABRANGÊNCIA

O afugentamento e resgate de fauna poderá ocorrer ao longo de toda a extensão da


ferrovia e sua área diretamente afetada, na faixa de domínio, canteiro de obras onde
houver supressão vegetal ou aparecimento esporádico de animais silvestres.

10.9.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

O programa será de responsabilidade do empreendedor e poderá ter como parceiros


instituições de pesquisas interessadas nos estudos assim como parcerias
governamentais a fim de se conhecer a fauna local. Além dos responsáveis técnicos
pelas atividades como biólogos e técnicos ambientais técnicos ambientais
responsáveis por garantir o treinamento, acompanhamento e coordenação dos
profissionais que irão executar em campo as atividades propiciando um efetivo
Afugentamento e resgate de fauna.

258
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.9.7 CRONOGRAMA

O desenvolvimento deste Programa deverá ter início concomitantemente a


necessidade de supressão da vegetação desde a fase de planejamento (instalação
dos canteiros de obra), implantação e operação do empreendimento.

Após as primeiras etapas de programa, deverá ser efetuada uma avaliação dos
resultados acumulados de modo a, eventualmente, haver uma adequação ou ajustes
na metodologia aplicada.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t
Treinamento da equipe de
afugentamento
Coleta de Dados do
Monitoramento*
Analise dos Dados de
Monitoramento
Elaboração de Relatórios
Parciais
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

259
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.10 PROGRAMA DE VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA

10.10.1 JUSTIFICATIVA

Vigilância Entomológica pode ser entendida como a contínua observação e avaliação


de informações originadas das características biológicas e ecológicas dos vetores,
nos níveis das interações com hospedeiros humanos e animais reservatórios, sob a
influência de fatores ambientais, que proporcionem o conhecimento para detecção de
qualquer mudança no perfil de transmissão das doenças.

A Vigilância Entomológica há muito vem sendo usada como instrumento que tem base
técnica e ajuda administrar e operacionalizar os indicadores nos programas e controle
de vetores

A vigilância baseada nos fatores relacionados aos artrópodes provê bases para
predição à ocorrência da doença, permitindo intervenções adequadas para evitá-la ou
abortá-la.

Entre as principais linhas de investigação está a ecologia dos vetores, pilar central da
vigilância entomológica

10.10.2 OBJETIVO

Tem a finalidade de recomendar medidas de prevenção e controle dos riscos


biológicos, mediante a coleta sistematizada de dados e consolidação no Sistema de
Informação da Vigilância Ambiental em Saúde. Através da identificação de espécies
de vetores por meio de caracteres morfológicos e biológicos com vista à definição de
hábitos e comportamento implicados na transmissão de doenças; detectar indicadores
entomológicos compatíveis com níveis de transmissão da doença; detectar
precocemente espécies exóticas e, nas autóctones, o nível de domiciliação ou o grau
de contato homem-inseto necessário à medida da capacidade vetorial; identificar
situações ambientais e climáticas que favoreçam a reprodução e as estações mais
sujeitas à disseminação de patógenos.

10.10.3 ESCOPO

Tem atribuição de quantificar e estratificar níveis de relacionamentos entre os


componentes das cadeias de transmissão da Vigilância Entomológica doença,
espacial e temporalmente, para o acompanhamento de suas flutuações e
subseqüente definição ou correção do perfil epidemiológico de cada uma
individualmente.

Indicadores oriundos dos estágios de desenvolvimento do vetor. Neste parâmetro, os


indicadores referem-se aos índices de infestação para culicídeos, podendo ser
calculado em qualquer um dos estágios de ovo, larva, pupa e adulto.

260
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Para medida de infestação domiciliar por triatomíneo, são considerados as ninfas e os


adultos com o mesmo significado. Na infestação por espécies flebotomíneas, apenas
se consideram os indivíduos adultos, visto que pouco se conhece sobre o
desenvolvimento de suas formas imaturas sob condições naturais.

Culicídeos: os culicídeos constituem grupo de vetores de grande importância em


saúde pública. São insetos holometábolos; portanto, apresentam metamorfose
completa, ou seja, ovo, larva, pupa e adulto.

Flebotomíneos: os criadouros de flebotomíneos são pouco conhecidos para


possibilitar índices de larva ou pupa. Somente os estágios adultos geram indicadores
para a Vigilância Entomológica. Assim sendo, a taxa de infestação de um local tem
sido determinada pelo cálculo do Índice de Infestação Domiciliar. Este emprega a
captura manual para fêmeas que buscam alimentação sangüínea dentro das casas.

Triatomíneos: nos casos das formas imaturas, a ninfa é empregada como o indicador
da infestação domiciliar ou anexos domiciliares, pela simples presença desta.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.10.4 PÚBLICO ALVO

O público-alvo do programa é o órgão licenciador, o empreendedor com especial


direcionamento aos funcionários, canteiros de obra e frentes de serviços do
empreendimento e comunidades do entorno.

10.10.5 ABRANGÊNCIA

A área de abrangência se estende ao longo de toda a AII onde estarão as frentes de


serviço.

10.10.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

O programa será de responsabilidade do empreendedor e poderá ter como parceiros


instituições de pesquisas interessadas nos estudos assim como parcerias
governamentais a fim de se conhecer as espécies de insetos vetores.

10.10.7 CRONOGRAMA

O desenvolvimento deste Programa deverá ter início concomitantemente as


atividades de construção dos canteiros de obras, alojamentos, refeitórios se
estendeendo nas demais etapas de implantação e operação do empreendimento.

261
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Após as primeiras etapas do programa, deverá ser efetuada uma avaliação dos
resultados acumulados de modo a, eventualmente, haver uma adequação ou ajustes
na metodologia aplicada.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t
Treinamento da equipe
Coleta de Dados do
Monitoramento*
Analise dos Dados do controle
Elaboração de Relatórios
Parciais
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

262
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.11 PROGRAMA DE CONTROLE DE PRAGAS E VETORES

10.11.1 JUSTIFICATIVA

O Controle de Pragas e Vetores é fundamental para a saúde tanto dos funcionários,


quanto da qualidade ambiental, pois atende às exigências de um ambiente limpo e
saudável que estão na base de qualquer expectativa de desenvolvimento e bem estar,
na medida em que previnem tanto as doenças transmitidas diretamente pelos vetores,
quanto aos danos por eles causados.

Além de atuarem como vetores dos agentes causadores de enfermidades, os


roedores e insetos também são reportados como vetores mecânicos (transportadores)
de diversos outros agentes sejam eles bacterianos, fúngicos, virais, protozoários ou
helmintos.

10.11.2 OBJETIVO

O Controle de Pragas e Vetores (roedores, insetos rasteiros e voadores e caramujos)


tem como objetivo assegurar um controle integrado de pragas, eficiente, prevenindo a
contaminação de alimentos, materiais e a transmissão de doenças a populações
humanas nas instalações do empreendimento.

10.11.3 ESCOPO

O program visa implantar um sistema de gestão que incorpora ações preventivas e


corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou proliferação de
vetores e pragas que comprometam a segurança alimentar e das instalações do
empreendimento. Como os animais capazes de contaminar direta ou indiretamente os
alimentos ou causar dersequilíbrio am,bientais e risco s á saúde humana tais como:
insetos, roedores, gatos e cães, quando doentes ou não. Através da transmissão de
doeças ao homem.

A atividade de controle e desinfecção de pragas será realizada por empresa


autorizada pelo poder público para efetuar serviços com a utilização de produtos
devidamente registrados no Ministério da Saúde, observadas as restrições de uso e
segurança, durante a sua aplicação.

As pagas e vetores serão controlados e eliminados pela aplicação de um produto nos


locais de trânsito de pragas, com formulações cujos ingredientes permaneçam ativos
por período prolongado de tempo (semanas ou meses) ou retirada de animais das
áreas, controle de zoonoses, prevenção d edoenças e castração d eanimais
domésticos.

Será realizada a avaliação de risco, estudo qualitativo e qualitativo onde são


considerados os dados toxicológicos, o tipo de dano causado, as doses utilizadas e os

263
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

efeitos correspondentes, bem como os dados de exposição e de eficácia para inferir o


grau de segurança do produto.

Também é importante o monitoramento das especies com potencial para se tornarem


veores d edoenças ou prgas durtante a etapa do EIA.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.11.4 PÚBLICO ALVO

O público-alvo do Controle de Pragas e Vetores é o órgão licenciador, o


empreendedor com especial direcionamento aos funcionários, canteiros de obra e
frentes de serviços do empreendimento e comunidades do entorno.

10.11.5 ABRANGÊNCIA

Focos de vetores identificados nos canteiros e nas frentes de obra, identificados por
empresa especializada ao longo de toda extensão do empreendimento em pontos
específicos mapeados conforme identificação de ocorrencia ou como medida
preventiva.

10.11.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

O programa será de responsabilidade do empreendedor e poderá ter como parceiros


instituições de pesquisas interessadas nos estudos assim como parcerias
governamentais a fim de se conhecer a espécies vetoras de doenças. Além dos
responsáveis técnicos pelas atividades de controle de pragas e vetores.

10.11.7 CRONOGRAMA

O desenvolvimento deste Programa deverá ter início concomitantemente as


atividades de construção dos canteiros de obras, alojamentos, refeitórios se
estendeendo nas demais estapas de implantação e operação do empreendimento

Após as primeiras etapas do programa, deverá ser efetuada uma avaliação dos
resultados acumulados de modo a, eventualmente, haver uma adequação ou ajustes
na metodologia aplicada.

264
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t
Treinamento da equipe
Coleta de Dados do Controle
Monitorado
Analise dos Dados do controle
Elaboração de Relatórios
Parciais
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

265
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.12 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


(PASSIVOS AMBIENTAIS)

10.12.1 JUSTIFICATIVA

Considerando a existência de passivos ambientais, aponta-se a necessidade de um


programa de recuperação das áreas degradadas, voltado para as áreas atingidas
diretamente pelas atividades de construção da ferrovia, além daquelas que
atualmente encontram-se em franco processo de evolução.

Áreas de empréstimo e áreas de drenagem, ou seja, todas as áreas de intervenção


antrópica mais intensiva, deverão ser revegetadas por meio de técnicas catalisadoras
da sucessão ecológica natural. O material genético resgatado em etapa anterior
subsidiará as atividades de plantio e semeadura direta, produção de mudas em viveiro
e o plantio de mudas de espécies pioneiras, secundárias e clímax.

Merecerão atenção especial nos trabalhos de revegetação, as relações


fitossociológicas e ecológicas originais, as práticas conservacionistas de solo e os
tratos culturais de plantio e pós-plantio.

10.12.2 OBJETIVO

O Programa tem por objetivo principal recuperar as áreas degradadas pelas obras de
implantação do projeto e a recomposição da paisagem original tanto quanto possível,
considerando as características fitofisonômicas da da áreas afetadas pela atividade
de supressão da vegetação e limpeza de área para a preparação dos canteiros de
obra, áreas de empréstimo, taludes do Projeto Ferrovia Paraense S.A. através da
criação de mecanismos efetivos para a recuperação de todas as áreas degradadas, em
processo de degradação e passivos ambientais associados ao empreendimento.

10.12.3 ESCOPO

Para a recuperação de áreas de preservação permanente localizadas em áreas


marginais dos cursos d’água, topos de morros será realizado um tratamento e
revegetação para cobertura rápida do solo, evitando o surgimento de processos
erosivos. Para tal, será utilizada uma diversidade de espécies vegetais de gramíneas
e leguminosas de rápido crescimento.

Nas Áreas Alagadiças (brejos) os trabalhos d erevegetação revegetação os de


revegetação quando não sujeitas à sucessão natural. As áreas alagadiças, margens
de cursos d’água e brejos, deverão ser revegetadas utilizando-se somente espécies
adaptadas às condições de deficiência de oxigênio e salinidade.

As áreas de taludes de corte e aterros, poderão ser revegetados utilizando plantio por
hidrossemeadura, aplicação de biomanta vegetal ou cova, com profundidade que não

266
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

permita o carreamento das sementes, corretivos e fertilizantes por ocorrência de uma


chuva intensa, poderão ainda ser utilizadas outras técnicas de contensão de solo.

Todas as atividade de recuperação de áreas degradadas e passivos ambientais serão


realizadas obedecendo o disposto na legislação pertenente, as saber

Os serviços de proteção vegetal, recomposição, revegetação e restauração, de áreas


impactadas, drenages superficiais, acessos, áreas de bota fora e de empréstimo,
serão regidos pelo Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD de acordo
com o termo de referência emitido pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado do
Pará e instrução Normativa IBAMA Nº 004/2011.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.12.4 PÚBLICO ALVO

O público-alvo do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas e Passivos


Ambientais é o órgão licenciador, o empreendedor e também as comunidades locais
interessadas.

10.12.5 ABRANGÊNCIA

O Programa de Recuperação de Áreas Degradadas e Passivos Ambientais do Projeto


Ferrovia Paraense S.A. está relacionado primariamente ás atividades de supressão
vegetal e limpeza de áreas para instalação dos canteiros de obras e na área de
domínio da ferrovia, e áreas de empréstimo, ou seja, na Área Diretamente Afetada.
Nesse sentido, o programa tem sua abrangência diretamente relacionada a qualquer
atividade que ocasione alterações nas camadas dos solos, e outras atividades que
gerem passivos ambientais com possibilidade de recuperação.

10.12.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

O programa será de responsabilidade do empreendedor e poderá ter como parceiros


instituições de pesquisas interessadas nos estudos acerca da restauração florestal e
recuperação de áreas degradadas. Além dos responsáveis técnicos pelas atividades
como engenheiros florestais, engenheiros ambientais, biólogos e técnicos ambientais
técnicos ambientais responsáveis por garantir o treinamento, acompanhamento e
coordenação dos profissionais que irão executar em campo as atividades propiciando
uma efetiva aplicação do programa.

267
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.12.7 CRONOGRAMA

O desenvolvimento deste Programa deverá ter início concomitantemente a


necessidade de supressão da vegetação desde a fase de planejamento (instalação
dos canteiros de obra), implantação e operação do empreendimento.

Após as primeiras etapas de programa, deverá ser efetuada uma avaliação dos
resultados acumulados de modo a, eventualmente, haver uma adequação ou ajustes
na metodologia aplicada.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t
Implementação do programa
Coleta de dados
Analise dos Dados de
Monitoramento
Elaboração de Relatórios Parciais
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

268
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.13 PROGRAMA DE REVITALIZAÇÃO DE ÁREAS


ECOLOGICAMENTE RELEVANTES E FORMAÇÃO DE
CORREDORES ECOLÓGICOS

10.13.1 JUSTIFICATIVA

Áreas ecologicamente relevantes são aquelas que desempenham a função de


oferecer serviços ambientais importantes na manutenção de biodiversidade de um
ecossistema ou região.

Corredores Ecológicos são áreas que unem os remanescentes florestais,


possibilitando o livre trânsito de animais e a dispersão de sementes das espécies
vegetais. Isso permite o fluxo gênico entre as espécies da fauna e flora e a
conservação da biodiversidade entre as unidades de conservação, terras indígenas e
outras espaços com diferentes usos do solo, que possuem ecossistemas florestais
biologicamente prioritários e viáveis para a conservação da biodiversidade (MMA,
2016).

Nesse sentido, com a implantação de empreendimetos causadores de imapopctos


ambientais como alterações na dinamica florestal através da fragmentação de
florestadas é importante a garantia do fluxo de animais e palantas entre os
remanescentes florestais. Como forma de garantir a conservação do biodiversidade e
o equilíbrio dos ecossitemas naturais.

10.13.2 OBJETIVO

Este programa tem como principal objetivo a redução da fragmentação florestal


através da manutenção ou da restauração da conectividade dos ambientes
florestados, facilitando a fluxo gênico entre as populações biológicas. Através da
integração e da conecção entre as unidades de conservação, e outras unidades da
paisagem natural através da formação, manutenção e garantia da viabilidade dos
corredores ecológicos como uma ferramenta efetiva para a conservação da
biodiversidade.

10.13.3 ESCOPO

O projeto adotará como diretrizes principais para o programa de revitalização de àreas


ecologicamente relavantes e formação de corredores ecológicos as iniciativas
adotadas pelo programa de criação de corredores ecológicos do Ministério do Meio
Ambiente (MMMA, 2015) com a implemetação e incentivo de ações de recuperação
florestal, adoção de modelos agroflorestais que permitam a conexão entre áreas de
reserva legal, áreas de preservação permanente e unidades de conservação, Terras
indígenas, terras indígenas e áreas de interstício (áreas particulares, seja de grandes
empresas ou de pequenos proprietários, comunidades, cidades ou assentamentos),
para as quais se busca uma estratégia de gestão integrada.

269
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Fomentar o incentivo à redução de pressão sobre os recursos naturais através do


apio a publicações sobre Cadeias de valor da sociobiodiversidade, pastagem
ecológica, diagnóstico de expperiencias agroflorestais.

A assegurar a proteção dos remanescentes florestais significativos e incrementar,


gradativamente, a ligação entre porções nucleares da paisagem por meio do controle,
proteção e recuperação da cobertura florestal.

Apoiar a criação de câmaras de compensação ambientais e núcleios de regularização


fundiária, Uma vez que a atuação nas áreas de interstício tem, obrigatoriamente, que
envolver as instituições de assistência técnica e extensão rural;

Incentivar a melhoria na vigilância, fiscalização e no fortalecimento de unidades de


conservação ao longo do traçado da ferrovia através da integração de órgãos
federais, estaduais, municipais e organizações da sociedade civil.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.13.4 PÚBLICO ALVO

O público-alvo do Programa é o órgão licenciador, o empreendedor e também as


comunidades locais interessadas.

10.13.5 ABRANGÊNCIA

O de Programa de Revitalização de Áreas Ecologicamente Relevantes e Formação de


Corredores Ecológicos está relacionado primariamente ás atividades de supressão
vegetal e limpeza de áreas para instalação dos canteiros de obras e na área de
domínio da ferrovia, e áreas de empréstimo, ou seja, na Área Diretamente Afetada.
Nesse sentido, o programa tem sua abrangência diretamente relacionada a qualquer
atividade que ocasione alterações nas camadas dos solos e alterações na vegetação.

10.13.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

O programa será de responsabilidade do empreendedor e poderá ter como parceiros


instituições de pesquisas interessadas nos estudos acerca da restauração florestal e
recuperação de áreas degradadas. Além dos responsáveis técnicos pelas atividades
como engenheiros florestais, engenheiros ambientais, biólogos e técnicos ambientais
técnicos ambientais responsáveis por garantir o treinamento, acompanhamento e
coordenação dos profissionais que irão executar em campo as atividades propiciando
uma efetiva aplicação do programa.

270
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.13.7 CRONOGRAMA

O desenvolvimento deste Programa deverá ter início concomitantemente as


atividades de implantação do empreendimento até a fase de operação.

Após as primeiras etapas de programa, deverá ser efetuada uma avaliação dos
resultados acumulados de modo a, eventualmente, haver uma adequação ou ajustes
na metodologia aplicada.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t
Levantamento de áreas
Implementação do programa
Realização de parcerias e
Fomento as ações
institucionais
Elaboração de Relatórios
Parciais
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

271
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.14 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FLORA

10.14.1 JUSTIFICATIVAS

As atividades ferroviárias a serem desenvolvidas pela Ferrovia Paraense S.A. ao


longo do seu traçado que se estende pela porção oriental do estado do Pará, desde o
município de Santana do Araguaia, Santa Maria das Barreiras, Redenção, Pau D'arco,
Rio Maria, Xinguara, Sapucaia, Eldorado dos Carajás, Marabá, Nova Ipixuna, Rondon
do Pará, Bom Jesus do Tocantins, Abel Figueiredo, Dom Eliseu, Paragominas,
Ipixuna do Pará, Tomé-Açu, Tailândia, Acará, Moju, Abaetetuba e Barcarena. Apesar
da grande extensão territorial que a ferrovia ocupará e de muitos empreendimentos já
instalados ao longo dessas áreas. Ainda há muitas lacunas sobre o conhecimento
científico no que se refere a vegetação. Não havendo, portanto, coletas botânicas
sistemáticas ou outros estudos sobre as matas da região. Vale ressaltar que a ferrovia
se instalará em umas das áreas com as maiores pressões sobre as florestas,
conhecida como o arco do desmatamento (DOMINGUES & BERMANN, 2012).

10.14.2 OBJETIVO

O Programa tem por objetivo de ampliar os conhecimentos científicos sobre a flora


local, stabilização da dinâmica florestal e possíveis alterações na estrutura das
comunidades vegetais naturais remanescentes nas áreas adjacentes ao
empreendimento, através do estudo de fragmentação de remanescentes florestais,
redução de hábitats, comportamento regeneração naturais em relação a espécies
invasoras, efeitos de borda nos fragmentos florestais formados pela implantação do
empreendimento. E a necessidade de identificar espécies ameaçadas de extinção e
propor ações mitigadoras dos impactos sobre a flora.

10.14.3 ESCOPO

O presente programa tem como escopo detectar possíveis alterações que possam
ocorrer nas comunidades e populações locais, em decorrencia das construções civis,
e comparar às condições atuais.

Para o Programa de Monitoramento da Flora, serão monitoradas as principais


fitofisionomias nativas remanescentes na área do empreendimento. Em especial
aqueles remanescentes fragmentados pela implantação da ferrovia ao longo da
extensão do empreendimento.

10.14.3.1 Métodos de coleta e análises das amostras

As alterações na dinâmica florestal no entorno do Projeto Ferrovia Paraense S.A


serão identificadas através do monitoramento periódico da estrutura e composição da
comunidade vegetal, a ser realizado por meio de busca ativa no entorno do
empreendimento e de levantamentos periódicos em unidades amostrais fixas

272
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

(parcelas permanentes). Nas áreas onde forem detectadas modificações na estrutura


da vegetação. Como o aumento da mortalidade de árvores será realizado o
monitoramento da estrutura e da dinâmica florestal da área alterada. Para cada área
de amostragem florística será instalado um módulo de 1000 de comprimento onde
serão instaladas um conjunto de dez parcelas permanentes perpendiculares ao eixo
da ferrovia, cada parcela terá 50m de comprimento por 40m de largura.

Para caracterização da regeneração natural, serão instaladas subparcelas dentro das


parcelas.

A avaliação de alterações na estrutura, na dinâmica florestal e na composição


florística do componente arbóreo da comunidade vegetal será realizada por meio do
levantamento (diagnóstico) e subsequente monitoramento da estrutura
fitossociológica e da composição florística, da análise das taxas de mortalidade e das
taxas de recrutamento de espécies pioneiras indicadoras, bem como da correlação
dessas taxas com características microclimáticas na comunidade vegetal e as
diferentes distâncias em relação ao eixo da ferrovia.

10.14.3.1.1 Análise estatística

Análise do processo de amostragem, identificando e descrevendo o método ou


processo (delineamento) de amostragem, as estimativas da população e a
intensidade e o erro amostral para altura, volume e área basal encontrados.

10.14.3.1.2 Análise fitossociológica e florística da comunidade

A análise fitossociológica será realizada por meio da estimativa dos seguintes


parâmetros fitossociológicos: densidade, frequência e dominância relativas e
absolutas, e valores compostos, como valor de importância e o valor de cobertura.

Assim como os parâmetros da estrutura horizontal, serão analisados os principais


indicadores (posição sociológica absoluta e relativa) da estrutura vertical,
caracterizando as espécies dominantes, intermediárias e dominadas da AID. Também
serão avaliados o volume por hectare e a área basal por hectare.

Para as comunidades amostradas serão estimadas medidas de diversidade,


similaridade.

O monitoramento da comunidade vegetal será realizado por meio do levantamento


fitossociológico anual nas parcelas permanentes, quando os dados obtidos deverão
ser comparados com os dados das campanhas anteriores. Os procedimentos
metodológicos em campo seguirão aqueles adotados durante o primeiro
levantamento. A partir da segunda campanha de campo também deverão ser
avaliadas as taxas de mortalidade e de recrutamento (inclusão de novos indivíduos na
amostragem) e além de outros os indicadores de dinâmica da comunidade que

273
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

permitam diagnosticar sobre comunidade presente e prognosticar transformações


futuras na comunidade.

10.14.3.2 Periodicidade das amostragens para cada parâmetro segundo


diversos fatores ambientais

As amostragens serão realizadas trimestralmente afim de identificar variações


sazonais.

10.14.3.3 Procedimentos Metodológicos e Atividades Previstas

Para garantir esses objetivos as seguintes atividades devem ser efetivadas:

 Levantamentos complementares da vegetação das áreas afetadas que


compreendem a realização de novos estudos florísticos e fitossociológicos das
áreas afetadas pelo empreendimento, de modo a ampliar o conhecimento sobre
as interações específicas em cada tipologia vegetal afetada em
complementação ao Inventário Florestal do Programa de Supressão da
Vegetação;
 Coleta de propágulos e formação de viveiros de mudas paralelamente ao
Inventário Florestal do Programa de Supressão da Vegetação. Profissionais
especializados em coleta e conservação de material botânico deverão
acompanhar a realização deste trabalho nas áreas de interesse, com o objetivo
de selecionar espécies e exemplares, coletar propágulos, fazer testes de
germinação, tratamentos específicos, produção de mudas e/ou cultura de
tecidos;
 Coleta de material botânico nas áreas indicadas a supressão vegetal,
paralelamente ao Inventário Florestal do Programa de Supressão da Vegetação.
Profissionais especializados em coleta e conservação de material botânico
deverão acompanhar a realização deste trabalho nas áreas de interesse;
 Estudos de germinação visando a produção de mudas destinadas aos plantios
de recuperação das áreas degradadas ou para projetos de educação ambiental;
e
 Acompanhamento dos resultados.

10.14.3.3.1 Levantamentos complementares da vegetação das áreas afetadas

Compreende a realização de novos estudos florísticos e fitossociológicos das áreas


afetadas pelo empreendimento, de modo a ampliar o conhecimento sobre as
interações específicas em cada tipologia vegetal afetada.

O desenvolvimento dos levantamentos florísticos se dará pelo levantamento da


Composição Florística da Área de Influência e da elaboração de um “check list” da
flora da região do empreendimento, que sirvam de base para planejamento de ações
conservacionistas.

274
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Considerando a extensão de terras que serão afetadas pelas atividades do


empreendimento, foi traçado um programa de ação que obedeceu aos seguintes
critérios:

 Esforços de coleta nas áreas a serem suprimidas e onde se instalarão os


canteiros de obra, as estruturas de apoio, ao longo do traçado da ferrovia e
acessos a serem implantados; e
 Coletas nas diferentes fitofisionomias presentes nestas áreas;

Com isso, é possível localizar populações das espécies alvo e definir as necessidades
demandadas para a operação de resgate de germoplasma.

O levantamento realizado para o EIA deverá ser avaliado e servirá como referencial
inicial para a lista das espécies vegetais de ocorrência comprovada. Os locais
amostrados no EIA deverão ser reavaliados através de caminhadas aleatórias por
áreas representativas de cada fisionomia estudada. Nestas áreas serão realizadas
coletas de espécies dos estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo, além de epífitas.

Em cada segmento serão coletados os espécimes observados com material botânico


fértil (flores e/ou frutos), mesmo que já tiverem sido coletados em outros segmentos,
percorrendo-se cada um em pelo menos duas épocas do ano (estações seca e
chuvosa). Em cada expedição, as equipes de campo serão divididas de modo que os
diferentes estratos da vegetação sejam pesquisados.

Os espécimes coletados serão analisados e depositados em herbário a ser definido, e


as identificações serão feitas tanto por consulta a literatura especializada, como por
comparação. Adicionalmente, duplicatas dos materiais serão enviadas a especialistas
dos diferentes grupos taxonômicos, como também para intercâmbio com outros
herbários.

Serão coletados números significativos de herbário por expedição, na expectativa de


alcançar o mínimo desejado de espécimes. Para cada espécime serão coletadas
quatro duplicatas em média.

Paralelamente ao levantamento florístico serão ampliadas as informações


fitossociológicas, principalmente em locais não amostrados no EIA, utilizando-se
metodologia similar (tamanho e forma das unidades amostrais), de modo a permitir
sua comparação.

A análise fitossociológica dos dados será realizada utilizando programas específicos


para esta finalidade. Deverão ser traçadas curvas espécies-áreas em cada local para
demonstrar se houve suficiência na amostragem. Também devem ser calculados
índices de diversidade (Shannon e Pielou) e índices de similaridade qualitativa
(Sorensen) e quantitativa (Morisita) entre as áreas.

275
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

É recomendável que o empreendedor desenvolva este programa em conjunto com


instituições cujo corpo técnico-científico seja especializado e com reconhecida
experiência, ou com grupo de especialistas com reconhecida experiência, para a
realização de levantamentos sistemáticos de flora e de fitossociologia e,
principalmente, de coleta de propágulos, visando sua documentação e organização
em coleções científicas de referência. Tais coleções deverão ser depositadas em
Herbários oficiais, ou mantidas em bancos de germoplasma, estufas e arboretos.

Estes levantamentos deverão ser realizados nas fases de planejamento e implantação


do empreendimento, em campanhas trimestrais ao longo do período de Planejamento,
implantação e operação.

10.14.3.3.2 Coleta de propágulos e formação de viveiros de mudas

Esta fase do programa contempla as seguintes etapas: seleção de espécies e dos


exemplares, coleta de propágulos, testes de germinação, tratamentos específicos,
produção de mudas e/ou cultura de tecidos. As mudas produzidas poderão ser
utilizadas em projetos de recuperação da cobertura vegetal, não apenas nas áreas
alteradas pelo empreendimento, mas também em outros locais da região alterados
por outras atividades antrópicas, inclusive para enriquecimento de florestas
degradadas pelo fogo ou extração madeireira.

Os critérios para definição das espécies a serem resgatadas deverão seguir o


proposto por Walter (1997), observando-se que este resgate seja realizado para as
espécies e em quantidades que de fato tenham sua conservação garantida, conforme
assinala o referido autor. Deverão ser priorizadas as essências de interesse
econômico e/ou de interesse para pesquisa, que possuam sistema organizado de
Bancos Ativos de Germoplasma e cujas populações concentrem-se na área do
empreendimento (que, neste caso, correspondem às espécies florestais das Florestas
Densas Aluviais, Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, Floresta Ombrófila
Densa Submontana Dossel emergente, Floresta Ombrófila Densa Submontana,
Floresta Ombrófila Aberta Submontana, Floresta Ombrófila Aberta Submontana com
palmeiras, Savana Florestada e Floresta Ombrófila Aberta Submontana com cipós).
Parâmetros complementares para a definição de espécies prioritárias propostos pelo
autor incluem: espécies a serem utilizadas em plantios, espécies endêmicas ou
ameaçadas como, por exemplo, Castanheira do Pará (Bertholletia excelsa Humb &
Bonpl.); Cedro (Cedrela odorata L.), Itauba (Mezislauro itauba (Meiss.) Taub.); Acapu
(Voucapoua americana Aubl), e Maçaranduba (Manilkara huberi (Ducke) já
identificado na região pelo presente estudo (Quadro 10.14-1), além das espécies de
mata e aquelas que apresentem mais de uma aptidão. Podem ser incluídas neste
programa de resgate não apenas espécies arbóreas, mas também herbáceas
terrestres, palustres e epífitas, além de espécies de interesse fitoterápico, desde que
se enquadrem nos parâmetros estabelecidos.

276
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Quadro 10.14-1 - Espécies Paraenses da Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira
Ameaçadas de Extinção de 2008 IN-6 de 23 de setembro de 2008 e lista homologada das
espécies de fauna e flora ameaçadas do Pará (Resolução SEMA 057/2007)

CATEGORIA DE
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME POPULAR
AMEAÇA
Apocynaceae Aspidosperma album Araracanga preta Vulnerável (SEMA-PA)
Apocynaceae Aspidosperma desmanthum Araracanga Vulnerável (SEMA-PA)
Apocynaceae Aspidosperma sandwithianum Araracanga Vulnerável (SEMA-PA)
Araceae Heteropsis flexuosa Cipó-titica Vulnerável (SEMA-PA)
Araceae Heteropsis spruceana Cipó-titica Vulnerável (SEMA-PA)
Asteraceae Aspilia paraensis (Huber) J.U.Santos Ameaçada (CONAMA)
Vulnerável (SEMA-PA)
Monogereion carajensis R.M.King & Criticamente em
Asteraceae G.M.Barroso Perigo (SEMA-PA)
Bignoniaceae Jacaranda carajasensis A.H.Gentry Ameaçada (CONAMA)
Em Perigo (SEMA-PA)
Bignoniaceae Jacaranda egleri Vulnerável (SEMA-PA)
Bignoniaceae Jacaranda morii Vulnerável (SEMA-PA)
Bignoniaceae Pleonotoma bracteata A.H.Gentry Em Perigo (SEMA-PA)
Bignoniaceae Tabebuia impetiginosa Ipê roxo Vulnerável (SEMA-PA)
Bromeliaceae Aechmea eurycorymbus Harms Ameaçada (CONAMA)
Criticamente em
Perigo (SEMA-PA)
Protium giganteum var. crassifolium
Burseraceae (Engl.) Daly Vulnerável (SEMA-PA)
Protium heptaphyllum ssp. cordatum
Burseraceae (Huber) Daly Vulnerável (SEMA-PA)
Chrysobalanace
ae Licania anneae Prance Vulnerável (SEMA-PA)
Convolvulaceae Ipomoea carajasensis D.Austin Ameaçada (CONAMA)
Em Perigo (SEMA-PA)
Convolvulaceae Ipomoea cavalcantei D.Austin Ameaçada (CONAMA)
Em Perigo (SEMA-PA)
Costaceae Costus fragilis Maas Ameaçada (CONAMA)
Costaceae Costus fusiformis Maas Ameaçada (CONAMA)
Hypolytrum paraense M.Alves &
Cyperaceae W.W.Thomas Vulnerável (SEMA-PA)
Erythroxylaceae Erythroxylum nelson-rosae Plowman Em Perigo (SEMA-PA)
Fabaceae Centrolobium paraensis Tul. Pau Rainha Em Perigo (SEMA-PA)
Fabaceae Centrosema carajasense Cavalcante Vulnerável (SEMA-PA)
Fabaceae Hymenolobium excelsum Angelim pedra Vulnerável (SEMA-PA)
Fabaceae Mimosa acutistipula Bth var. ferrea Vulnerável (SEMA-PA)
Fabaceae Mimosa skinneri Benth. var. carajarum Vulnerável (SEMA-PA)
Fabaceae Peltogyne maranhensis Huber ex Pau-roxo Ameaçada (CONAMA)
Ducke Vulnerável (SEMA-PA)
Hymenophyllac
eae Trichomanes macilentum Bosch Vulnerável (SEMA-PA)
Isoetaceae Isoetes luetzelburgii U.Weber Ameaçada (CONAMA)
Lauraceae Aniba rosaeodora Ducke Pau-rosa, pau-rosa, Ameaçada (CONAMA)
itaúba Em Perigo (SEMA-PA)
Lauraceae Dicypellium caryophyllaceum (Mart.) Cravo-do-maranhão,
Nee pau-cravo, casca- Ameaçada (CONAMA)
reciosa Vulnerável (SEMA-PA)
Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex
Lauraceae Mez Itaúba Vulnerável (SEMA-PA)
Lauraceae Ocotea catharinensis Mez Canela-preta Ameaçada (CONAMA)
Lecythidaceae Bertholletia excelsa Kunth Castanheira,
castanheira-do-pará, Ameaçada (CONAMA)
castanheira-do-brasil Vulnerável (SEMA-PA)

277
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CATEGORIA DE
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME POPULAR
AMEAÇA
Lecythidaceae Ameaçada (CONAMA)
Eschweilera piresii ssp. piresii S.A.Mori Mata-matá Vulnerável (SEMA-PA)
Lecythidaceae Eschweilera subcordata Mata-matá Vulnerável (SEMA-PA)
Lecythidaceae Gustavia erythrocarpa Vulnerável (SEMA-PA)
Lythraceae Physocalymma scaberrimum Pohl Vulnerável (SEMA-PA)
Malpighiaceae Banisteriopsis cachimbensis Em Perigo (SEMA-PA)
Meliaceae Cedrela odorata Cedro Vulnerável (SEMA-PA)
Meliaceae Swietenia macrophylla King Mogno, águano, Ameaçada (CONAMA)
caóba Vulnerável (SEMA-PA)
Olacaceae Ptychopetalum olacoides Benth. Muirapuama Vulnerável (SEMA-PA)
Orchidaceae Galeandra curvifolia Barb.Rodr. Ameaçada (CONAMA)
Vulnerável (SEMA-PA)
Orchidaceae Selenipedium isabelianum Barb.Rod. Vulnerável (SEMA-PA)
Selenipedium palmifolium (Lindl.)
Orchidaceae Rchb.f. & Warsz. Vulnerável (SEMA-PA)
Poaceae Axonopus carajasensis M.N.C.Bastos Ameaçada (CONAMA)
Vulnerável (SEMA-PA)
Rutaceae Euxylophora paraensis Huber Pau-amarelo,
paucetin, amarelão, Ameaçada (CONAMA)
espinheiro Vulnerável (SEMA-PA)
Rutaceae Pilocarpus alatus C. J. Joseph ex Ameaçada (CONAMA)
Skorupa Em Perigo (SEMA-PA)
Rutaceae Pilocarpus microphyllus Stapf ex Jaborandi-legitimo,
Wardleworth jaborandi-do- Ameaçada (CONAMA)
maranhão Em Perigo (SEMA-PA)
Maçaranduba do
Sapotaceae Manilkara excelsa (Ducke) Standl. Tapajós Vulnerável (SEMA-PA)
Sapotaceae Manilkara huberi Maçaranduba Vulnerável (SEMA-PA)
Sapotaceae Pouteria brevensis Pires Vulnerável (SEMA-PA)
Sapotaceae Pouteria decussata (Ducke) Baehni Vulnerável (SEMA-PA)
Smilacaceae Smilax longifolia Rich. Salsa-do-Pará Vulnerável (SEMA-PA)
Vitaceae Cissus apendiculata Lombardi Vulnerável (SEMA-PA)
Vochysiaceae Qualea coerulea Aubl. Vulnerável (SEMA-PA)
Fonte: CONAMA, Instrução Normativa -6 de 23 de setembro de 2008 e SEMA-PA Resolução 054/2007.

10.14.3.3.3 Coleta de material botânico nas áreas indicadas a supressão


vegetal

Nesta etapa do empreendimento deve-se proceder a organização de equipes para


coleta de propágulos e demais materiais botânicos previamente aos desmatamentos,
em locais pré-determinados paralelamente ao Inventário Florestal do Programa de
Supressão da Vegetação. Profissionais especializados em coleta e conservação de
material botânico deverão acompanhar a realização deste trabalho nas áreas de
interesse.

10.14.3.3.4 Estudos de germinação

Esta atividade compreende os estudos de germinação e reprodução dos espécimes


coletados, visando a produção de mudas destinadas aos plantios de recuperação das
áreas degradadas ou para projetos de educação ambiental.

278
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.14.3.3.5 Acompanhamento dos resultados

Deverá ser feito um acompanhamento de todas as atividades deste programa, através


de relatórios periódicos, e divulgação dos resultados por meio de apresentação em
Congressos e Seminários Científicos e de publicação em revistas especializadas.

Os principais indicadores a serem monitorados ao longo do processo de avaliação


dos resultados almejados do Programa de Conservação da Flora são:

 Qualidade e eficiência da produção das mudas para replantio e;


 Emissão dos relatórios científicos e publicações.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.14.4 PÚBLICO ALVO

O público-alvo do Programa de Monitoramento de Flora são os órgãos licenciadores


estadual e federal, o empreendedor e as entidades e instituições científicas envolvidas
nos estudos empreiteiras contratadas para a implantação do empreendimento, as
comunidades locais interessadas, os proprietários das terras atravessadas pelas vias
de acesso, áreas de implantação do empreendimento e a sociedade em geral.

10.14.5 ABRANGÊNCIA

O presente programa está relacionado primariamente às atividades de supressão


vegetal, limpeza ou qualquer atividade que possa causar alterações na flora local nas
áreas para instalação dos canteiros de obras e na área de domínio da ferrovia, ou
seja, na Área Diretamente Afetada.

10.14.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

Este programa será de responsabilidade do empreendedor e por ele coordenado.

Conforme já comentado é necessária a participação de instituições científicas locais


para garantir o sucesso do Programa e o atendimento a todos os seus objetivos.

É conveniente que haja, no momento oportuno, uma instância de articulação entre o


empreendedor e os órgãos estaduais competentes para que se obtenham com
facilidade e sem entraves burocráticos, as autorizações para que se efetue a coleta do
material botânico, conforme regulamentado pela Secretaria de Meio Ambiente e
Sustentabilidade do Estado do Pará através de suas normatizações específicas.

279
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Será necessária a atuação de Engenheiros Florestais, Biólogos, e técnicos florestais e


demais especialistas e pesquisadores responsáveis por garantir que o Plano de
Conservação da Flora se efetive.

10.14.7 CRONOGRAMA

O desenvolvimento deste Programa deverá ter início concomitantemente a


necessidade de supressão da vegetação desde a fase de Planejamento do
empreendimento e se estender durante toda a fase de implantação, estando
diretamente ligada a atividades de supressão vegetal.

Após as primeiras supressões vegetais, deverá ser efetuada uma avaliação dos
resultados acumulados de modo a, eventualmente, haver uma adequação ou ajustes
na metodologia aplicada.

A programação e o planejamento das ações de monitoramento, incluindo a montagem


da equipe técnica, deverão ser realizados antes do início das obras a partir da
obtenção da licença prévia, se assim o órgão ambiental decidir.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t
Montagem de equipe básica
Coleta de Dados do
Monitoramento*
Analise dos Dados de
Monitoramento
Elaboração de Relatórios
Parciais
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

280
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.15 PROGRAMA DE SALVAMENTO DE GERMOPLASMA

10.15.1 JUSTIFICATIVA

Conceitualmente, o termo germoplasma refere-se a uma amostra de material


genético, de um indivíduo ou de um clone que pode representar uma espécie, uma
população ou uma cultura e que tem a propriedade de ser mantida viva em um
repositório, podendo ser representado pelas sementes, mudas, estacas, grãos de
pólen ou ainda por uma cultura de tecidos (WALTER et al., 2005; IBPGR, 1991;
BALICK, 1989). A coleta e preservação de material botânico tem sido alvo de muitos
trabalhos científicos cuja preocupação tem sido a preservação e manutenção da
diversidade genética de uma área ou região que sofre risco iminente de perdas do seu
recurso genético (MARQUES et al., 2014).

As coletas de germoplasma são importantes para a ampliação do conhecimento sobre


diversidade, conservação taxonômica, conservação ex situ de espécies silvestres,
espécies cultivadas (sejam elas espécies de importância agrícola, silvicultura ou
biotecnológica). E, além disso, para o resgate de espécies ou variedades que se
encontram sob pressão por impactos antrópicos ou naturais.

Empreendimentos submetidos ao licenciamento ambiental que tenham previsão de


supressão vegetal e quando há presença de espécies que estão nas listas de
ameaçadas, na área do empreendimento - a exemplo da Bertholletia excelsa
(Castanha do Pará) - estão disciplinados pela Instrução Normativa do IBAMA nº 06 de
07/04/2009 e devem apresentar, previamente à supressão, um Programa de
Salvamento de Germoplasma Vegetal. Nesse sentido, o presente documento
apresenta o Programa de Salvamento de Germoplasma da Ferrovia Paraense S.A.,
com vista de assegurar a maior representatividade do material genético presente na
vegetação da área do projeto.

10.15.2 OBJETIVO GERAL

10.15.2.1 Objetivo Geral

O presente documento tem como objetivo estabelecer critérios e procedimentos


relativos ao salvamento, recuperação e resgate de germoplasma vegetal na área de
implantação da ferrovia, antes do seu desaparecimento, recuperando uma quantidade
significativa do germoplasma da maior quantidade de espécies possível pertencentes
a cada ecossistema a ser atravessado pela ferrovia.

10.15.2.2 Objetivos Específicos

 Estabelecer espécies-alvo do resgate;


 Selecionar espécies-alvo, seguindo o estabelecido no inventário florestal;

281
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Estabelecer a coleção de germoplasma conservada ex situ do Projeto Ferrovia


Paraense;
 Resgatar recursos genéticos atuais e potenciais que poderão ser perdidos com
a supressão vegetal;
 Resgatar germoplasma de forma a amostrar a variabilidade genética das
populações das espécies-alvo;
 Minimizar impactos negativos na flora gerados pelo empreendimento;
 Realizar a coleta de sementes e de estruturas vegetativas, incluindo estruturas
inteiras de espécies férteis e/ou definidas como alvo, de mudas de árvores,
arbustos, ervas terrestres, epífitas e hemiepífitas;
 Produção de mudas de árvores a partir de sementes e o cultivo de estruturas
vegetativas ou de indivíduos inteiros de arbustos, ervas terrestres, epífitas e
hemiepífitas, etc;
 Reintrodução de espécies na natureza via os planos de recuperação de áreas
impactadas ou degradadas;
 Monitorar e acompanhar o desenvolvimento das espécies transplantadas;
 Conscientizar as equipes da construtora, da supressão e demais empresas
responsáveis pela implantação do empreendimento sobre a importância da
conservação do material genético das espécies vegetais.

10.15.3 ESCOPO

O escopo estabelecido para neste programa é resgatar e propagar, durante o período


de obras, o máximo de espécies vegetais encontradas ao longo de todas as
formações vegetais (na ADA), durante o período de coleta (sementes, frutos, estaca e
epífitas). Essas espécies deverão formar vegetação que reproduzam de forma mais
fiel possível o ambiente que foi e será alterado e/ou degradado.

Vale ressaltar que o número de espécies a serem resgatadas procura respeitar em


valores relativos um esforço de coleta proporcional à priorização estabelecida de
ambientes a serem preservados.

Por mais eficiente e criteriosa seja a execução de um programa de resgate de


germoplasma, a taxa de sucesso não alcançará a totalidade dos indivíduos e espécies
presentes na área de influencia diretamente afetada do eixo da ferrovia. Dessa forma,
torna-se necessário que as coletas sejam intensivas a fim de garantir a maior
representatividade genética, de organismos e espécies. Uma vez que muitas espécies
têm período de florescimento e frutificação distintos e somente compondo com uma
amostragem distribuída ao longo do ano poderá obter maior sucesso de coleta.

Espera-se que, ao longo deste programa de salvamento de germoplasma do Projeto


da Ferrovia Paraense S.A., pelo menos 30% das espécies presentes na ADA sejam

282
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

recuperadas para o banco de espécies resgatadas. Assim como, a consolidação das


metodologias facilmente aplicáveis para a manutenção, recuperação e repovoamente
das espécies vegetais.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.15.4 PÚBLICO ALVO

O público-alvo do Programa de Salvamento de Germoplasma são os órgãos


licenciadores estadual e federal, o empreendedor e as entidades e instituições
científicas envolvidas nos estudos empreiteiras contratadas para a implantação do
empreendimento, as comunidades locais interessadas, os proprietários das terras
atravessadas pelas vias de acesso, áreas de implantação do empreendimento e a
sociedade em geral.

10.15.5 ABRANGÊNCIA

O presente programa está relacionado primariamente ás atividades de supressão


vegetal, limpeza ou qualquer atividade que possa causar alterações e imapactos
negativos na flora local nas áreas para instalação dos canteiros de obras e na área de
domínio da ferrovia, ou seja, na Área Diretamente Afetada.

10.15.6 MATERIAL E MÉTODOS

10.15.6.1 Espécies de Interesse

Serão consideradas como espécies de especial interesse para a coleta de


germoplasma aquelas constantes no inventário florestal como de interesse, pelo uso
madeireiro, de uso alimentício para a fauna, artesanato, medicinal, ornamental,
reflorestamento, de extrativismo e ameaçadas de extinção (ver Tabela 10.15-1).
Foram selecionadas 63 espécies, com base em informações do inventário florestal
realizado na área do empreendimento e os respectivos tipos de uso foram baseados
na Lista das Espécies Florestais e Arbustivas de Interesse Econômico na Amazônia
Ocidental (CALVI & FERRAZ, 2014).

Tabela 10.15-1. Lista de espécies alvo do salvamento e resgate de Germoplasma da área


da Ferrovia Paraense S.A.

NOME
FAMÍLIA NOME CIENTIFICO TIPO DE USO*
VULGAR
Jatobá Caesalpinioideae Hymenaea courbaril Linn. M, AF, ML
Muiracatiara Anacardiaceae Astronium le-cointei Ducke 1, ML
Abiu Sapotaceae Micropholis venulosa Pierre 2, MB, AF
Açaí Arecaceae Euterpe oleraceae Mart. 3, AH, OE, PC

283
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

NOME
FAMÍLIA NOME CIENTIFICO TIPO DE USO*
VULGAR
Acapú Caesalpinioideae Vouacapoua americana Aubl. 2, AF, ML, ME
Amarelão Caesalpinioideae Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. 1, ML
Ananin Clusiaceae Symphonia globulifera L.f. 3, AF
Andiroba Meliaceae Carapa guianensis Aubl. 1, ME, CE
Angelim pedra Mimosoideae Dinizia excelsa Ducke 1, ML, AF, PC
Angelim rajado Mimosoideae Marmaroxylom racemosum Ducke Rec. 1, ML, AF, PC
Axixá Sterculiaceae Sterculia pruriens (Aubl.) K. Schum. 2, AF, AH, CE
Bacaba Arecaceae Oenocarpus bacaba Mart. AF, AH, FI
Barrote Buseraceae Tetragastris panamensis O. Kuntze 3, RE
Breu sucuruba Buseraceae Trattinnickia rhoifolia Willd. 1, AF, RE
Cajuí, Anacardiaceae Anacardium giganteum Hanck ex Engl. 3, AH, AF
Cedro Meliaceae Cedrela odorata L. 1, AE, AF, ME
Cipó de fogo Dilleniaceae Davilla kunthii A.St.-Hil. 3, FI
Cupiuba Celastraceae Goupia glabra Aubl. 2, MB
Theobroma subincanum (Willd. ex Spreng.)
Cupuí Malvaceae 2, MB, AF, AH
K. Schum.
Envira cana Annonaceae Xylopia nitida Dunal. 3, AF, FI
Envira preta
Annonaceae Guatteria poeppigiana Mart. 3, AF, FI
cheirosa
Escada de
Caesalpinioideae Bauhinia cf. coronata Benth. 3, AF, ME, FI
jabuti
Fava tamboril Mimosoideae Enterolobium maximum Ducke 2, AF
Freijó-branco Boraginaceae Cordia exaltata Lam. 2, FI
Freijó-cinza Boraginaceae Cordia goeldiana Huber. 1, AF, FI
Goiaba de anta Melastomataceae Bellucia brasiliensis Naud. 3, AF, CO
Inajá Arecaceae Attalea maripa (Aubl.) Mart. 3, AF, AH, FI
Ingá Mimosoideae Inga nitida Willd. 3, AF, AH
Ingá peluda Mimosoideae Inga cayennensis Sagot 3, AF, AH
Ingá pereba Mimosoideae Inga alba (Sw) Willd. 3, AF, PC
Ingá roceiro Mimosoideae Inga stipularis DC. 3, AF, PC
Ingá xixica Mimosoideae Inga brachyrachris Harms 2 AF, AH
Ipê amarelo Bignoniaceae Tabebuia serratifolia (Vahl) G. Nicholson. 1, OR
Itaúba Lauraceae Mezilaurus iatuba (Meiss.) Taub. 2, AF, PC
Louro preto Lauraceae Nectandra cuspidata Nees. 2, AF, OE
Maçaranduba Sapotaceae Manilkara huberi (Ducke) Standl. 1, ML, LA
Matamatá, Lecythidaceae Eschweilera coriacea Martius 2, AF, OE
Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire,
Morototó Araliaceae 2, PC, AT
Steyerm. & Frodin.
Murici-da mata Malpigiaceae Byrsonima amazonica Griseb. 3, AF, AH, PC
Parapará Bignoniaceae Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don 2, MB
Pente de
Tiliaceae Apeiba echinata Gaesth. 3, AF, PF
macaco
Quaruba Vochysiaceae Vochysia maxima Ducke 1, CE

284
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

NOME
FAMÍLIA NOME CIENTIFICO TIPO DE USO*
VULGAR
Sapucaia Lecythidaceae Lecythis pisonis Cambess. 2, AH, AF, AT
Seringa Euphorbiaceae Hevea brasiliensis Müell Arg. 3, LA, PC
Sorva grande Apocynaceae Couma macrocarpa Barb. Rodr. 2, AL,PL
Sucupira papilonadeae Bowdichia racemosa Hoehne 1, ML
Sucuuba Apocynaceae Himatanthus sucuuba (Spruce) Woods 3, ME
Sumaúma Bombacaceae Ceiba pentandra Gaertn. 2, MB, OE
Tachi preto Caesalpinioideae Tachigalia myrmecophila Ducke 2, MB, PC
Tanibuca
Combretaceae Buchenavia congesta Ducke 2, PC
amarela
Tanimbuca Combretaceae Buchenavia suaveolens Eichl. 2, PC
Tatajuba Moraceae Bagassa guianensis Aubl. 2, MB
Tauari Lecythidaceae Couratari guianensis Aubl. 2 MB
Timborana Mimosoideae Newtonia suaveolens (Miq.) Brenan 2, AF, EA
Umari Icacinaceae Paraqueiba sericea Tul. 3, AF, AH
Uxí Humiriaceae Endopleura uchi (Huber) Cuatr. 1, AF, AH,
Uxirana Humiriaceae Saccoglotis guianensis Benth. 2, AF
Castanha do 1, ML, AF, AH, AE,
Lecythidaceae Bertholletia excelsa Humb & Bonpl.
Pará ME, OE
Acapú Fabaceae Vouacapoua americana Aubl. 2, MB, AF, ML, ME
Amapá Apocynaceae Parahancornia amapa Ducke 2, ML, LA
Cacauí Malvaceae Theobroma speciosum Will. ex Spreng. 3, AH, AF, MB
Copaiba Fabaceae Copaifera reticulata Ducke 1, ML, ME, OE
*Nota: 1) Espécies de alto valor de mercado, (2) Espécies de baixo valor de mercado, (3) Espécies consideradas não
comerciais. AF - Alimento para a fauna; AH - alimento para o homem; ML - madeira de lei com valor comercial; ME -
medicina; AT – artesanato, OE - produção de óleos essenciais; P/E/C - Presença de Epífitas e Cipós, PE - Presença
de Epífitas, PC - Presença de Cipós, PCE - Presença de Cipós e Epífitas, AU - Ausência de Cipós e Epífitas.

O grau de priorização poderá sofrer alterações segundo o Cronograma da abra. O


resgate de flora nas formações vegetais com menor prioridade poderá ser feito
anteriormente a outras formações, se porventura a execução do desmatamento
anteceder áreas com maior prioridade de resgate.

10.15.6.2 Coleta de Material

O resgate de flora será realizado na área diretamente afetada (ADA), onde a


vegetação será suprimida, através da coleta do material de propagação reprodutivo,
como por exemplo: sementes, frutos, parte vegetativo ou coleta e transplante de
plantas inteiras (principalmente epífitas). As estratégias de coleta de germoplasma
seguirá as recomendações apresentadas por Chapman (1989) a partir da definição de
espécies selecionadas, onde serão priorizadas espécies que tenham importância
ecológica, econômica reconhecida e ameaçadas de extinção, buscando representar o
maior número de sítios de amostragem e fitofisionomia.

285
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

As coletas devem ser realizadas no maior número possível de indivíduos da mesma


espécie, com o objetivo de garantir a maior variabilidade genética do germoplasma
entre as espécies resgatadas.

Todo material coletado terá seu registro botânico completo para a formação de uma
coleção testemunha da flora local. Onde serão coletadas partes aéreas (ramos, flores
e/ou frutos) que possam representar as espécies para identificação e montagem de
exsicatas, onde serão encaminhados e depositados em herbário de instituições de
pesquisa. Em campo, as informações de cada coleta serão anotadas em fichas,
contendo a localização, coordenada geográfica com uso de GPS, identificação do
coletor, informações taxonômicas (família, gênero e espécie) a mais específica
possível, nome comum, data de coleta, cor, odor, tipo de habitat e registro fotográfico.

Previamente a supressão, a equipe de salvamento de germoplasma deverá percorrer


a área a ser suprimida com o intuito de identificar as espécies-alvo no local,
principalmente aquelas protegidas por legislação específica ou ameaçadas de
extinção. Após esse processo inicial, as coletas ocorrerão simultaneamente às
atividades de implantação do empreendimento e da abertura de áreas com supressão
vegetal e perdurará durante todo o período de supressão vegetal até a finalização do
empreendimento e recuperação das áreas degradadas.

Todo material coletado terá um pré-beneficiamento previamente ainda em campo ou


canteiro de obras e será encaminhado para um viveiro de produção de mudas. Os
lotes serão enumerados, limpos e depois enviados para propagação, armazenagem,
manutenção ou despacho. Em casos excepcionais, algumas espécies herbáceas,
arbustivas ou lianescentes poderão ser coletadas para fins medicinais, ornamentais
ou como espécies pioneiras a serem utilizadas como forração ou no preparo do solo
para as espécies mais exigentes.

10.15.6.3 Preparação do Material Reprodutivo

A preparação do material consiste na separação das sementes do fruto de acordo


com as características das espécies, seja ele carnoso ou seco. Muitas espécies
apresentam o material quase prontos a serem plantadas ou armazenadas,
necessitando apenas de limpeza para separação de terra, folha, galhos e de
sementes avariadas, malformada e imaturas. Também é necessária a adoção de
medidas profiláticas para combater doenças, pragas a partir da aplicação de
inseticidas e fungicidas, principalmente no material que será estocado para plantios
futuros. Além disso, adotar medidas básicas de armazenamento de sementes (de
acordo com a necessidade de cada espécie) como temperatura, umidade, ventilação
e evitar o contato dos recipientes de armazenamento com o piso, são medidas
essenciais para a preservação do material.

286
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.15.6.4 Preparação do Material Vegetativo

O material vegetativo como bulbos, rizomas e raízes deverão ser limpos e em caso de
não serem plantadas imediatamente deverão ser armazenas em recipientes
adequados no menor prazo possível, até sua destinação final, que pode ser o viveiro
de mudas do empreendimento, um viveiro parceiro ou instituição de pesquisa
depositária.

Embora essa seja uma das metodologias adotadas na coleta de germoplasma, ela
deve ser evitada, considerando-se o alto custo de manutenção devido a exigência de
câmaras frias e outros equipamentos.

10.15.6.5 Coleta de Plantas Inteiras

A coleta de plantas vivas e inteiras será utilizada apenas para as epífitas. Com o
intuito de reduzir o trauma sobre o sistema radicular da planta. As epífitas serão
coletadas, preferencialmente, com o seu suporte todo ou em parte, para reduzir o
estresse causado pela coleta, aumentado assim a chance de sobrevivência da
espécie. Além disso, elas devem receber tratos de cultivos o mais próximo possível do
meio em que estavam inseridas, como por exemplo, umidade, temperatura e tipo de
substrato.

10.15.6.6 Implantação do Viveiro de Mudas

Para o processamento do germoplasma serão implantados viveiros de mudas em


pontos estratégicos na área de servidão com infraestrutura e capacidade para receber
todo o material procedente do resgate e salvamento para posterior produção de
mudas.

10.15.6.7 Área de Abrangência

O Programa de Salvamento de Germoplasma Vegetal abrange a Área Diretamente


Afetada (ADA) do Projeto Ferrovia Paraense, sendo inclusas as áreas de instalação
de apoio, canteiros de obra, alojamento, acessos, áreas de empréstimo e bota fora.

10.15.6.8 Equipamentos

Para a realização das atividades de resgate serão necessários:

 Veículo tração 4x4 tipo caminhonete com caçamba coberta para transporte do
material;
 Equipamento para rapel de árvores, como cintos, cordas, esporas, talabarte,
podão e tesoura de poda com haste;
 Aparelho GPS para identificação e localização geográfica, máquina fotográfica
 Material de uso geral, como lonas, caixas de madeira para transporte, peneiras,
facão, luvas, irrigadores manuais, sisal, ferramentas de jardinagem, entre outros.

287
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.15.6.9 Mão de Obra

A mão de obra necessária para a realização da atividade será composta por uma
equipe de três pessoas. Onde, uma delas deve ser um técnico especializado e
treinado especificamente para a atividade.

10.15.6.10 Programa de Compensação para Espécies em Risco de Extinção

Ao longo do estudo da área diretamente afetada (ADA), foram identificadas espécies


que constam na lista oficial das espécies ameaçadas de extinção e/ou proibidas de
corte em áreas de ocorrência natural, de acordo com o CONSELHO ESTADUAL DE
MEIO AMBIENTE/COEMA (Resolução Estadual 054/2007, Lista de Espécies da Flora
e da Fauna Ameaçadas do Estado do Pará); DECRETO 802/2008 (Programa
Estadual de Espécies Ameaçadas de Extinção); MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE/MMA (Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014) e IUCN (The IUCN
Red List of Threatened Species 2016.2). Sendo elas: Castanheira-do-Pará,
(Bertholletia excelsa Humb & Bonpl), Acapu (Voucapoua americana Aubl.), Cedro
(Cedrela odorata L.), Maçaranduba (Manilkara huberi (Duck) Chevalier.), Itaúba
(Mezislaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez.), Ucuuba (Virola surinamensis (Rol. ex
Rottb.) Warb.) e Seringueira (Hevea spp.).

Considerando a identificação destas espécies na área requerida para supressão


vegetal, o presente item trata sobre a compensação ambiental através do plantio
compensatório, conforme estabelecido no Art. 2º da Lei nº 6.895, de 1 de agosto de
2006, onde é determinado que a supressão de espécies ameaçadas só será admitida
mediante prévia e expressa autorização do órgão ambiental competente e do
proprietário ou possuidor do imóvel, quando necessária à execução de obras, planos,
atividades ou projetos de utilidade pública ou de relevante interesse social, bem como
em caso de iminente perigo público ou comum ou outro motivo de interesse público.

Em consonância com o § 1º da supracitada lei, o projeto Ferrovia Paraense S.A.,


propõe o plantio compensatório de 3 indivíduos de cada exemplar suprimida, em área
prioritariamente localizada na mesma região hidrográfica, tendo a autorização para o
plantio compensatório a ser emitido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Sustentabilidade - SEMAS-PA, conforme determinado no § 2º da Lei 6.895/2006, o
empreendedor executará o plantio e posteriormente apresentará os relatórios de
execução da ação compensatória para análise desta secretaria.

A Resolução CONAMA 369/2006, também trata das compensações pela ocupação de


matas ripárias (Áreas de Preservação Permanente - APP) e áreas compreendidas e
registradas como reservas legais (RL) de propriedades rurais. Nesse caso, a
compensação seguirá as seguintes prioridades: corredores de fauna propostos no
EIA; unidades de conservação (incluindo reservas particulares e de patrimônio
natural); áreas protegidas ou especiais em nível estadual e municipal; APP de curso
d’água e RL averbada dentro das propriedades rurais em áreas privadas e da área

288
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

diretamente afetada. Essas áreas poderão receber um plantio misto com o máximo de
diversidade de espécies nativas ou locais, com uma combinação no sentido de
implementar a dinâmica de sucessão vegetal que compõe a mata ciliar. Abaixo estão
descritos alguns estágios de sucessão vegetal:

 Pioneiras: Caracterizam-se por apresentarem um crescimento muito rápido,


não tolerantes a sombra, idade de reprodução prematura (1 a 5 anos) baixa
dependência de polinizadores e tempo de vida muito curto.
 Secundárias Iniciais: possuem um crescimento rápido, intolerantes a sombra,
se reproduzem a partir dos 5 anos, têm alta dependência de polinizadores.
 Secundárias tardias: crescem mais lentamente preferindo sombreamento
quando bem jovens e clarões entre as copas das árvores já adultas, atingindo
as porções mais altas da floresta (o dossel).
 Clímax: aparecem no estágio avançado da sucessão, são tolerantes ao
sombreamento intenso e se desenvolvem bem nessa condição. Podem ser
árvores de grande porte ou arvoretas do interior da floresta, que se crescem
devagar e geralmente produzem frutos carnosos, muito dispersados pelos
animais.

10.15.7 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

Este programa será de responsabilidade do empreendedor e por ele coordenado, com


a participação de instituições científicas locais para garantir o sucesso do Programa e
o atendimento a todos os seus objetivos.

10.15.8 CRONOGRAMA

O Programa de Germoplasma será realizado no início da implantação do Projeto


Ferrovia Paraense S.A. até o final do mesmo, sendo que, todas as etapas descritas
nesse programa serão executadas conforme a supressão vegetal for sendo
autorizado pelo órgão ambiental para a implementação da ferrovia nas Áreas
Diretamente Afetadas.

As medidas mitigadoras da atividade de supressão vegetal como o salvamento e


resgate de germoplasma, o plantio e o desenvolvimento de mudas de espécies
ameaçadas, deverão apresentar relatórios parciais e finais visando o
acompanhamento das atividades pelo órgão ambiental competente.

289
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t
Planejamento das ações
Coleta de material
Análise dos Dados de
Monitoramento
Elaboração de Relatórios
Parciais
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

290
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.16 PROGRAMA DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO

10.16.1 JUSTIFICATIVA

A supressão vegetal consiste na eliminação total ou parcial da vegetação de uma ou


várias áreas, com intuito de possibilitar seu uso posterior para outras finalidades,
como reflorestamento, pastagens, culturas agrícolas, áreas de recreação, estradas,
hidrelétricas, etc (LEITE et al., 2004).

A elaboração de um plano adequado deve ser feita de forma criteriosa e racional, a


fim de que suas operações sejam executadas o mais próximo possível do programado
(LEITE, 1995 citado por LEITE et al., 2004).

Em virtude da remoção da vegetação, da Área Diretamente Afetada (ADA) da


Ferrovia Paraense S.A., são necessárias orientações acerca dos procedimentos
operacionais para realização das atividades de supressão vegetal, minimizando os
efeitos negativos associados a referida atividade, com monitoramento e controle para
minimizar os riscos de acidentes com trabalhadores, visando atender a legislação
ambiental,

É importante salientar que este Programa de Supressão da Vegetação,


principalmente no que se refere às soluções técnicas para o desmatamento, tem
caráter orientativo, podendo sofrer alterações em função de peculiaridades
observadas no momento de sua execução ou mesmo em técnicas alternativas a
serem utilizadas pelas empresas contratadas para a execução do desmatamento.

A supressão vegetal embora possa ser considerada uma ação danosa ao meio
ambiente, é essencial para a instalação posterior da ferrovia, devendo ocorrer em
torno 36% da Área Diretamente Afetada (ADA) com vegetação de porte arbóreo. O
programa de controle de supressão da vegetação visa estabelecer critérios para
execução da supressão da cobertura vegetal (ou desmatamento) a fim de evitar
desmatamento desnecessário, propondo ações de gestão para os impactos
relacionados a redução da cobertura vegetal, da disponibilidade de habitats, e da
perda da diversidade genética das populações existentes ao longo da Área
Diretamente Afetada.

10.16.2 OBJETIVO

10.16.2.1 Objetivo

O objetivo principal desse programa é reduzir os impactos gerados pela perda de


habitats decorrentes do desmatamento da Área Diretamente Afetada (ADA) da
Ferrovia Paraense S.A., assim como planejar a retirada da vegetação existente de
maneira a reduzi-la ao mínimo necessário, com a necessidade de desbaste da
vegetação planejada e acompanhada em campo.

291
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.16.3 ESCOPO

A metodologia adotada para a supressão da vegetação segue os moldes básicos


regionais para o desmatamento, com a particularidade da não realização da queima
da matéria orgânica (atividade usualmente praticada). Procurou-se também, sempre
que possível, seguir as orientações contidas na literatura sobre técnicas viáveis
economicamente, práticas e equipamentos adequados à realidade ambiental,
econômica e social da região. Desse modo, espera-se de maneira racional, diminuir
os impactos ambientais causados pela supressão.

A Figura 10.16-1 estabelece, em geral, as etapas de supressão vegetal a serem


compridas neste programa.

Figura 10.16-1 - Etapas das atividades do Programa de Controle de Supressão Vegetal.

10.16.3.1 Etapas de Supressão

10.16.3.1.1 Atividades Pré-Exploratórias


Treinamento da Equipe

As equipes de campo responsáveis pelas atividades deverão receber treinamento de


forma adequadas, através de reuniões, palestras e orientados ao longo de todo o
processo de supressão. O treinamento deverá focar em aspectos como
procedimentos de segurança do trabalho, proteção da fauna e da flora e orientações
pertinentes que diz respeito à etapas de desmatamento. Essas atividades só serão
realizadas após a emissão da autorização de supressão da vegetação pelo órgão
competente e dentro de critérios técnicos estabelecidos pelo mesmo.

292
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Demarcação Topográfica

Esta atividade consiste em definir com precisão a faixa de servidão a ser suprimida,
de forma a garantir que apenas a área autorizada pala ASV (Autorização de
Supressão Vegetal) seja suprimida. Inicialmente são repassados os vértices do
polígono da área alvo a equipe de topografia, que realiza a demarcação da área, por
meio de estacas pintadas e/ou bandeirolas, delimitando seu perímetro e prioridade de
corte. Esses sinalizadores devem estar a uma distância compatível com a
visualização por parte das equipes de campo.

Marcação de Árvores de Interesse Madeireiro (Econômico)

A marcação de árvores de interesse madeireiro será realizada por meio da pintura do


número correspondente àquele indivíduo, de maneira que facilite a localização destas
árvores quando deitadas no solo após o abate. Para a conservação das espécies
protegidas será feita a identificação prévia das espécies, mantendo sempre suas
integridades.

10.16.3.1.2 Atividades Exploratórias


Broque ou limpeza de sub-bosque

Depois de realizada a marcação de árvores de interesse madeireiro, deve-se fazer o


corte de toda a vegetação de menor porte, incluindo a regeneração natural, espécies
herbáceas, palmeiras e indivíduos arbustivos ou de sub-bosque (indivíduos vegetais
com DAP até 30 cm). Esta atividade poderá ser feita com auxílio de trator de esteira,
com a lamina alta, que facilite a limpeza da área do sub-bosque. A vegetação será
deixada no local de corte e retirada posteriormente com tratores de esteira junto com
a madeira não aproveitável. Esta operação tem como principais objetivos a promoção
da abertura da floresta, a liberação dos indivíduos arbóreos de maior porte para
abate, a diminuição dos danos aos indivíduos citado e consequentemente, maior
aproveitamento da madeira, além de proporcionar maior segurança às operações de
abate.

Derrubada seletiva

O abate dos indivíduos arbóreos de maior porte ocorrerá após o abate dos indivíduos
vegetais de DAP até 30 cm, de maneira que garanta a preservação das espécies
vegetais vitalizadas e protegidas pela legislação em vigor ameaçadas de extinção,
que poderão ser encontradas na área a ser suprimida. O abate de todos os indivíduos
arbóreos deverá ser realizado de forma direcional, influenciando de maneira positiva
tanto no rendimento do arraste, como na intensidade de danos. Dessa forma, evitam-
se danos aos indivíduos vegetais localizados adjacentes aos limites demarcados.

293
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Procedimentos específicos

O coordenador do desmatamento (responsável), deverá seguir os procedimentos


específicos apresentados a seguir. É importante sinalizar as áreas de intervenção;
isolar as áreas necessárias; adotar medidas de segurança e controle; avaliar a
necessidade de corte seletivo com motosserra ou de poda de árvores que estejam
fora da área autorizada; observar atentamente se a árvore é oca ou maciça, e se
existem galhos quebrados ou podres pendentes da copa das árvores, cipós presos às
árvores em pé (ou abatidas) que possam causar riscos de acidentes; conferir se
existem animais silvestres presentes nas áreas; analisar a verticalidade da árvore ou
se sua inclinação é pequena, média ou muito inclinada.

Para corte com motosserras (operação semi-mecanizada)

Checar previamente o terreno junto à base do tronco e planejar rota de fuga; analisar
a verticalidade da árvore ou se sua inclinação é pequena, média ou muito acentuada.
Realizar dois cortes (conforme ilustrado na Figura 10.16-2), um oblíquo (inclinado) e
outro horizontal e observar a presença de outros trabalhadores no local e emitir para
eles os necessários alertas de perigo. Relatar e registrar toda e qualquer anomalia
positiva ou negativa ocorrida durante a execução do desmate, de modo a propiciar
correção de desvios e melhoria contínua nos procedimentos operacionais de
desmate. Para garantir o direcionamento da queda, de modo que não ocorram
acidentes como obstrução da ferrovia e queda sobre árvores não cotadas para
remoção.

Não serão permitidas outras formas para a remoção da vegetação, ficando


terminantemente proibido o uso do fogo (conforme Decreto 2.661/1998) e produtos
químicos (herbicidas) para tal finalidade. O ajudante localiza a árvore a ser derrubada,
limpa o local e prepara o caminho de fuga e, em seguida, o motosserrista finalizar o
corte da árvore.

294
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 10.16-2 - Corte padrão (Fonte: AMARAL et al., 1998).

As árvores devem ser preparadas para o corte, observando os seguintes casos:

 Verificar se a direção de queda recomendada é adequada e se existe riscos de


acidentes como, por exemplo, a existência de galhos quebrados pendurados na
copa;
 Verificar a presença de animais arborícolas e ninhos na árvore a ser abatida. Em
casos positivos, direcionar a queda de forma a minimizar os danos ao ninho ou
animal;
 Limpar o tronco a ser cortado. Cortar cipós e arvoretas e remover eventuais
casas de cupins, galhos quebrados ou outros obstáculos situados próximos à
árvore;
 Fazer o teste do oco. Para certificar se a árvore está oca, o operador do
motosserra introduz o sabre do motosserra no tronco, na direção vertical.
Conforme a resistência de entrada pode-se avaliar a presença e o tamanho do
oco; e
 Preparar os caminhos de fuga, por onde a equipe deve se afastar no momento
da queda da árvore. Os caminhos devem ser construídos no sentido contrário à
tendência de queda da árvore (Figura 10.16-3).

295
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 10.16-3 - Caminho de fuga.

Na Figura 10.16-4 encontram-se exemplificado os procedimentos padrões de derruba


e direcionamento de queda das árvores. É importante salientar também, a largura da
dobradiça, possibilitando que haja um estreitamento na lateral, tal ação possibilitará
maior controle da direção que se deseja da queda das árvores (Figura 10.16-5).

Figura 10.16-4 - Uso da cunha no direcionamento de queda da árvore (Fonte: AMARAL et


al., 1998).

296
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 10.16-5 - Largura da dobradiça.

Algumas espécies possuem tendência à rachadura, sendo necessário o corte das


bordas das dobradiças, conforme ilustrado na Figura 10.16-6.

Figura 10.16-6 - Árvores com rachaduras (Fonte: AMARAL et al., 1998).

Em outros casos, árvores com oco apresentam perigo de queda iminente, devendo
ser cortadas (Figura 10.16-7). Na determinação da presença de ocos, além do teste
de audição, poderá ser inserido no tronco da árvore o sabre do motosserra, para aferir
a dimensão da deformidade.

297
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 10.16-7 - Árvores com oco (Fonte: AMARAL et al., 1998).

Árvores grandes necessitam de alguns procedimentos anteriores ao corte, a fim de


facilitar o manuseio do motosserra e evitar danos ao sabre (Figura 10.16-8).

Figura 10.16-8 - Procedimentos de corte para árvores grandes (Fonte: AMARAL et al.,
1998).

Devido à sua inclinação natural que muitas árvores possuem, podem oferecer maiores
riscos de acidentes no momento do corte, dado a rapidez de tombamento. Para
minimizar esse risco, os procedimentos mostrados na Figura 10.16-9 devem ser
seguidos.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 10.16-9 - Árvores inclinadas (Fonte: AMARAL et al., 1998).

Derrubada mecanizada e arraste com guincho

Para esse método, deve-se sinalizar previamente as áreas de intervenção com placas
grandes e visíveis de medidas operacionais e de segurança, bem como providenciar o
adequado isolamento da área. Definir e isolar, se necessário, os acessos e assegurar
condições de segurança para as equipes de trabalhos; avaliando previamente a
intensidade do tráfego nas vias de acesso entre as áreas a serem desmatadas e
adotar medidas de segurança e de controle durante a derrubada das árvores de
médio e grande porte.

Ápos tomados as primeiras medidas descritas acima, inicia-se a etapa de derrubada


mecanizada, forçando o tombamento das árvores com auxílio de um trator
escavadeira. O operador deve apoiar com a lâmina do trator (Figura 10.16-10a) no
centro da árvore e força sua queda na direção desejada; ao início o tombamento do
vegetal, o operador deve afastar o maquinário (Figura 10.16-10b) com a finalidade de
evitar possíveis acidentes; por fim, feito a derrubada da árvore, promove-se o
destocamento com (Figura 10.16-10c) da faixa de servidão já desmatada. Para a
retirada de arvoretas, arbustos ou outros espécimes do mesmo porte, ou menor,
deve-se utilizar o trator de esteira (Figura 10.16-10d), onde lâmina deste não deve
alcançar o solo, tomando-se o cuidado para somente realizar o destocamento de
restos vegetais e espalhar os resíduos pela área. Lembrando-se que toda a
vegetação deve ser derrubada dentro da Área Diretamente Afetada (ADA) e evitando,
sempre, que ocorra invasão e tombamentos para as áreas adjacentes.

299
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 10.16-10 - Derrubada com equipamento mecanizado (Fonte: Terra Meio


Ambiente). (a) tombamento da árvore forçado com a lâmina do trator; afastamento do
equipamento no início do tombamento; (c) destocamento; (d) uso de trator de esteira.

(a) (b)

(c) (d)

Para garantir a segurança dos operadores de motosserra, resgatadores de fauna,


identificadores botânicos e todo o resto da equipe que estiver em campo, recomenda-
se que estejam a uma distância de 100 m dos maquinários. Além disso, o chefe da
exploração deve usar as árvores marcadas para corte para indicar onde as equipes
devem estar posicionadas na floresta. Também é importe avaliar o uso destes
maquinários conforme o tipo de solo e declividade do terreno. Em condições
desfavoráveis, a atividade deverá ser efetuada de forma manual, com uso de facão,
foice, machado, motosserra, etc.

As espécies arbóreas (com diâmetro de corte comercial) deverão ser identificadas


previamente, por possuírem aspectos inerentes às suas características, que
aumentam a precisão no auxílio à identificação (flores e frutos), a fim de evitar a
possibilidade de equívocos posteriores, colaborando para a atividade de romaneio e
emissão de laudo de cubagem. Assim também, a identificação prévia auxilia no
reconhecimento de espécies imunes de corte e protegidas por lei.

300
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Arraste das toras, enleiramento do material de menor porte, transporte


primário da madeira e pátios de estocagem

A extração das toras abatidas será realizada por meio de arraste com guincho.
Poderá ser realizada com guinchos estacionários ou móveis e trator florestal
arrastador (“skidder”) (Figura 10.16-11) de pneu (declividades abaixo de 35°) ou trator
de esteira (declividades acima de 35°), assim como tratores agrícolas. À medida que o
material lenhoso for sendo acumulado, deve ser realizado o transporte primário
através de carregamento por caminhões (Figura 10.16-11). Dessa forma, evitam-se
danos aos indivíduos vegetais localizados adjacentes aos limites demarcados. Feito o
transporte primário, todo o material lenhoso deverá ser estocado em áreas
apropriadas ou adjacente áreas de servidão, chamados de pátios de estocagem.

Figura 10.16-11 - Trator florestal arrastador (Skidder) e transporte primário (Fonte: Terra
Meio Ambiente).

10.16.3.1.3 Atividade Pós-Exploratória


Tipos situações em que as toras estão propensas e desgalhamento

Esta operação consiste no desgalhamento e traçamento das toras em desmembrar os


fustes e as copas (incluindo os galhos), assim como dividir o fuste em secções de
tamanhos pré-determinados. Deve ser executado de maneira que facilite o arraste. Ao
final desta etapa será retirada toda a lenha, que poderá e deverá ser usada com as
categorias de uso previstos na IN 152. Se por ventura parte do material lenhoso vier a
ser usada para a contenção de processo erosivos, o traçamento da madeira será livre,

301
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

de acordo com as necessidades. Os galhos entre 10 a 30 cm de diâmetro devem ser


traçados, retirados em empilhados como lenha.

Segundo Nogueira et al, 2011, existem três situações em que as toras estão
propensas ao traçamento, estas encontram-se descritas abaixo:

a) Troncos ou toras apoiadas/ deitados no solo (Figura 10.16-12a)

Quando o tronco se encontra firme no solo, sem tensão e compressão. Visando a


realização do traçamento o motosserrista deve levar em consideração alguns fatores
como o diâmetro da tora e o comprimento do sabre (comprimento da lamina do
motosserra) para evitar que a tora, durante a operação aprisione o sabre.

b) Troncos ou toras apoiadas nas duas extremidades (Figura 10.16-12b)

Esta situação é comum em derrubada de árvores, por apresentar seu ponto de apoio
natural pelas extremidades, ocorrendo no centro do tronco uma força para baixo
(compressão).

c) Troncos suspensos em uma das extremidades (Figura 10.16-12c)

Esta situação ocorre em áreas com topografia irregular ou quando há um cruzamento


de árvore derrubada. Nesse caso, a operação do traçamento deve ser bem executado
para evitar acidentes com o operador e desperdício de madeira com rachaduras, além
da quebra da motosserra e conjunto de corte.

Figura 10.16-12 - Demonstração dos três tipos de tratamento (Nogueira et al, 2011). (a)
Troncos ou toras apoiadas no solo; (b) Troncos ou toras apoiadas nas duas
extremidades; (c) Troncos suspensos em uma das extremidades.

(a)

302
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

(b)

(c)

Traçamento das toras

Segundo Nogueira et al, 2011, o traçamento deve sempre começar pelo lado de cima
da tora. No entanto, tal modalidade de traçamento, leva em consideração o tamanho
do sabre do motosserra e o diâmetro do tronco.

Caso o diâmetro da árvore seja menor ou igual ao comprimento do sabre, o moto


serrista deve iniciar o corte em um ângulo de 45 graus ou começar o corte nas
extremidades da tora, para não aprisionar o sabre durante o traçamento. É
fundamental que o operador esteja atento para o relevo do local, observando qualquer
tendência de rolagem da tora durante o traçamento (NOGUEIRA et al, 2011.), como
demonstra a Figura 10.16-13a.

Por sua vez quando o diâmetro do tronco é superior ao comprimento do sabre, a


recomendação para o traçamento muda principalmente na posição do operador e
cuidados para não aprisionar o sabre, conforme pode ser visto em detalhes na Figura
10.16-13b.

303
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 10.16-13 - Passo a passo do traçamento em troncos deitados: (a) quando o


diâmetro do tronco é menor ou igual ao comprimento do sabre; (b) quando o diâmetro
do tronco é maior que o sabre.

(a)

(b)

Traçamento com toras apoiadas nas duas extremidades (Tipo Ponte)

Visando a segurança do operador e melhor aproveitamento da tora, Nogueira et al.,


2011, sugere o seguinte:

304
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

a) O operador deve remover as galhadas e cipós do local do traçamento para


facilitar a operação e evitar os riscos durante a finalização do traçamento;

b) O operador deve começar o traçamento de cima para baixo num ângulo de 45


graus, cortando ¼ do diâmetro da tora, evitando que ocorra o rachamento no
local do traçamento (Figura 10.16-14);

c) Após o corte na parte superior, o operador deve cortar a lateral da tora até sua
parte inferior para aliviar a compressão e evitar o rachamento e o
aprisionamento do sabre (Figura 10.16-14);

d) Para finalizar, o operador deve passar para o outro lado da tora, e iniciar o
corte de baixo para cima introduzindo somente a ponta do sabre para garantir
a sua segurança e evitar a quebra do equipamento. Este procedimento pode
evitar que o tronco caia sobre o operador (Figura 10.16-14).

Figura 10.16-14 - Passo a passo do traçamento com toras apoiadas nas duas
extremidades – Tipo Ponte.

Traçamento com a tora apoiada em uma extremidade (tipo suspenso)

Com base em Nogueira et al, 2011, são recomendados os seguintes procedimentos:

a) O operador deve iniciar o corte furando o meio ou abaixo do meio da árvore


para tirar sua tensão e evitar o aprisionamento do sabre (Figura 10.16-15). Se
o sabre for maior que o diâmetro da tora é recomendado atravessar a tora
para facilitar a operação;

305
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

b) Em seguida, o operador deve seguir cortando a tora para baixo deixando um


pequeno filete para garantir uma operação segura (Figura 10.16-15);

c) O operador então retira a motosserra da tora e finaliza o corte do filete no


sentido contrário (i.e., de baixo para cima), utilizando somente a ponta do
sabre;

d) O operador deve reiniciar o corte na parte de cima da tora com o sabre


inclinado de forma a utilizar todo o comprimento do sabre, deixando também
um filete para não aprisionar o sabre;

e) O corte do filete deve ser feito com a ponta do sabre, e o operador deve se
distanciar quando o tronco for separado.

Figura 10.16-15 - Passo a passo do traçamento com toras apoiadas nas duas
extremidades – Tipo Ponte.

Riscos durante o traçamento

O supervisor da atividade ou gerenciador do manejo florestal deve instruir a equipe de


corte sobre os riscos durante o traçamento, com as seguintes orientações
(NOGUEIRAet al, 2011):

a) Não andar por cima da tora com a motosserra funcionando, mesmo que o freio
da corrente esteja acionado;

b) Avaliar a área na qual será feito o traçamento para identificar galhadas


penduradas e árvores que estão quebrando lentamente;

306
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

c) Retirar o excesso de galhadas, cipós e arvoretas do local do traçamento;

d) Analisar a situação da tora a ser traçada para verificar se existem rachaduras


ou outros defeitos naturais.

10.16.3.2 Romaneio

O romaneio nada mais é que um processo rudimentar de cubagem rigorosa, sendo


uma medição dendrométrica efetuada em cada tora obtida de um indivíduo arbóreo
com DAP > 30 cm com a finalidade de se obter o volume comercial do referido
indivíduo. As toras deverão ter suas espécies identificadas.

O romaneio será realizado através da coleta de dados de todos os indivíduos


suprimidos, com diâmetro superior a 30 cm numa das extremidades da tora. Serão
coletados, com auxílio de fita métrica, as circunferências das duas extremidades da
tora e do oco (quando houver), o comprimento, além da identificação do nome vulgar
do indivíduo (realizado por um botânico prático da região).

Os volumes dos indivíduos catalogados nas respectivas áreas serão determinados


através do método de Smalian:

V= (A1 + A2)/2 * C

Onde A1 e A2 correspondem às áreas das seções transversais das extremidades da


tora e C ao comprimento da tora.

O empilhamento das toras será realizado no pátio de estocagem localizado em uma


área próxima á área de supressão. O beneficiamento do material lenhoso deve
ocorrer concomitantemente com as atividades de desmatamento e será fraccionado
no formato de lenha e montadas em leiras uniformes para ter sua volumetria
registrada. O restante do material (pequenos galhos, arvoretas, folhas) deve ser
quebrado e espelhado nas áreas adjacentes, juntamente com o solo orgânico.

10.16.3.3 Resgate e Translocação de Epífitas

O resgate de epífitas deverá ser realizado em duas fases: a primeira antes da


supressão de vegetação, onde serão coletadas todas as epífitas em baixa altura. A
segunda fase deverá ocorrer durante a supressão vegetal, momento em que as copas
das árvores abatidas terão suas epífitas resgatadas.

As plantas deverão ser coletadas mantendo ao máximo sua integridade física,


principalmente no sistema radicular. Quando as epífitas estiverem em galhos com
diâmetro apropriado, deverá ser cortado o toco com a epífita, aproveitando assim o
substrato natural.

307
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Deverá ser feita uma análise da paisagem local para avaliar locais potenciais para
reintrodução, levando em conta o tamanho e a qualidade da área destinada à
supressão e reintrodução.

Também deverão ser avaliadas as possibilidades de doação do material para jardins


botânicos ou criação de uma estufa de manutenção e replicação para futuras
operações de enriquecimento ambiental com essas espécies. Outros procedimentos
sobre resgate de epífitas e outros vegetais que necessitam de translocação estão
descritos no item Programa de Salvamento de Germoplasma.

10.16.3.4 Destino Final da Madeira

Sugere-se, prioritariamente, utilização do material lenhoso na própria obra, caso


necessário, como em situações de construção de passagens para veículos,
aproveitamento para formação de concreto, caixas placas e postes durante a fase de
implantação do projeto.

O material lenhoso com menos de 30 cm de diâmetro, que tiver possibilidade de uso,


poder ser empregado como material de construção ou uso ainda mais nobre. Devem
ser desgalhadas e mantidas com o maior comprimento possível, devendo ser
estocadas com segurança a margem da área desmatada para posteriormente serem
destinadas aos usuários finais. O material lenhoso com menos de 10 cm de diâmetro
que não tiverem uso mais nobres serão cortados em pedaços de aproximadamente
1,0 m de comprimento e destinadas ao uso como lenha ou para a produção de carvão
vegetal. Depois de desgalhadas e cortadas as toras serão empilhadas com segurança
a margem da área desmatada em condições de serem coletadas e transportadas por
caminhões.

As demais toras sujeitas a aproveitamento após serem romaneadas, traçadas e


cortadas em pranchas e tábuas poderá ser doada para a comunidade dos bairros do
entorno da obra, na seguinte ordem de preferência:

 Centros Comunitários;
 Instituições de Caridade;
 Igrejas;
 Escolas;
 Famílias da comunidade enquadradas no perfil de linha de pobreza utilizada
pelo Banco Mundial, a saber:
 a) pobreza extrema: vive com renda menor de $1,00 (um dólar) por dia;
 b) pobreza moderada: vive com renda entre $1,00 (um dólar) e $2,00
(dois dólares) por dia.

308
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.16.4 PÚBLICO ALVO

O público-alvo do Programa de Supressão Vegetal são os órgãos licenciadores


estadual e federal, o empreendedor e as entidades e instituições científicas envolvidas
nos estudos empreiteiras contratadas para a implantação do empreendimento, as
comunidades locais interessadas, os proprietários das terras atravessadas pelas vias
de acesso, áreas de implantação do empreendimento e a sociedade em geral.

10.16.5 ABRANGÊNCIA

O presente programa está relacionado será executada ao lonogo de toda a ADA que
estão previstos ou que seja necessário a retirada da cobertura vegetalpara
implantação dos canteiros de obras e na área de domínio da ferrovia.

10.16.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

Este programa será de responsabilidade do empreendedor e por ele coordenado, com


a participação de instituições científicas locais para garantir o sucesso do Programa e
o atendimento a todos os seus objetivos.

10.16.7 CRONOGRAMA

O Programa de Supressão de Vegetação será realizado no início da implantação do


Projeto Ferrovia Paraense S.A. até o final do mesmo, sendo que, todas as etapas
descritas nesse programa serão executadas conforme forem sendo autorizados
liberados as áreas pelos órgãos ambientais para a supressão vegetal e
implementação da ferrovia nas Áreas Diretamente Afetadas.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t
Planejamento das ações
Acompanhamento da
supressão
Elaboração de Relatórios
Parciais
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

309
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.17 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE E


SEMI-AQUÁTICA

10.17.1 JUSTIFICATIVA

O programa de monitoramento da biota terrestre possibilitará o acompanhamento das


espécies da fauna associadas às áreas de influência do Projeto Ferrovia Paraense
S.A. o estudo da densidade e dinâmica dessas populações, mudanças sazonais na
estrutura das comunidades e as possíveis inferências sobre causas de tais mudanças.
O acompanhamento subsidiará se necessário a tomada de medidas preventivas,
corretivas ou compensatórias.

O programa é instruído pela Instrução Normativa 52/2011 da SEMA/PA que trata do


plano de conservação do manejo da fauna silvestre, estando embasado na IN
146/2009 do IBAMA.

10.17.2 OBJETIVO

O Programa de Monitoramento da Fauna tem como objetivo principal identificar e


avaliar impactos decorrentes das atividades do empreendimento sobre a comunidade
faunística terrestre.

10.17.3 ESCOPO

O presente programa tem como escopo detectar possíveis alterações que possam
ocorrer nas comunidades e populações locais, em decorrencia das construções civis,
e comparar às condições atuais.

10.17.3.1 Rede de amostragens incluindo dimensionamento e distribuição


espacial

Para o monitoramento de fauna as amostragens serão realizadas nos transectos


implantados para o diagnóstico de Biota terrestre do EIA. Estes transectos estão
distribuídos ao longo do traçado da ferrovia e são representativos das principais
fitofisonomias identificadas ao longo da área do empreendimento. Cada transecto
mede 1000m de comprimento onde estão instaladas três estações de armadilhas de
interceptação e queda, utilizadas para amostragem de pequenos mamíferos e
espécimes de herpetofauna. Nos transectos também serão instaladas outros tipos de
armadilhas utilizadas para a amostragem dos demais grupos faunísticos alvo do
monitoramento.

310
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.17.3.2 Métodos de coleta e análises das amostras

As áreas de diagnóstico da fauna terrestre (mastofauna, ornitofauna, herpetofauna e


insetos antropofílicos) serão avaliadas através de transectos de fauna que serão pré-
determinados a partir das áreas de influência do empreendimento.

Para cada grupo serão indicados: registros georreferenciados, esforço de captura, a


eficiência amostral e os parâmetros populacionais referentes à riqueza, abundância,
densidade e diversidade de espécie.

A seguir é apresentada a metodologia de amostragem por Táxon:

10.17.3.2.1 Ornitofauna

O monitoramento da ornitofauna será realizado utilizando-se a metodologia de sendos


audiovisuais, captura com rede de neblina e soltura após identificação, sexagem,
tomadas de medidas biométricas e marcação com anilha. Os espécimes capturados
serão fotografados, pesados, medidos, sexados, marcados, identificados e soltos no
mesmo local. O esforço amostral de captura será calculado da seguinte forma:
número de horas que rede ficará aberta pelo número de redes em cada ponto de
amostragem.

Em geral os exemplares serão marcados por anilhamento e soltos para


monitoramento populacional, contudo a captura deverá será feita quando houver
dúvidas quanto à espécie do indivíduo capturado, com o objetivo único de garantir a
mais acurada identificação da espécie ocorrente, com base em análises comparadas
nas coleções de referência de instituições de apoio, atividade essa executada por
especialistas.

10.17.3.2.2 Herpetofauna

As coletas e/ou observações durante as campanhas visam amostrar espécimes de


quatro grupos da herpetofauna: anfíbios, lagartos, quelônios e serpentes.

A Amostragem destes grupos será realizada através da procura ativa e armadilha de


interceptação e queda - pitfall-traps, sendo considerado ainda o encontro ocasional de
anfíbios e répteis vivos ou mortos durante outras atividades que não a amostragem
pelos métodos informados.

As buscas contemplarão os diferentes ambientes presentes nas áreas, sendo que os


potenciais sítios reprodutivos, principalmente de anfíbios (lagos, poças, riachos) serão
amostrados de forma mais intensiva.

Todos os animais registrados por meio de captura ou observação visual serão


fotografados e identificados. Igualmente, a presença de ninhos e/ou girinos (larvas),
terrestres ou aquáticos, podem complementar o diagnóstico qualitativo, bem como

311
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

informar sobre a fertilidade e fecundidade das espécies na área, sendo também um


parâmetro de interesse como indicador da situação ambiental.

Em geral os exemplares serão marcados por anilhamento ou elastômero e soltos para


monitoramento populacional, contudo a captura deverá será feita quando houver
dúvidas quanto à espécie do indivíduo capturado, com o objetivo único de garantir a
mais acurada identificação da espécie ocorrente, com base em análises comparadas
nas coleções de referência de instituições de apoio, atividade essa executada por
especialistas.

10.17.3.2.3 Mastofauna

Devido à alta diversidade morfológica e comportamental dentre as classes de


mamíferos, os métodos utilizados para o diagnóstico são específicos, visto que cada
um é adequado para captura ou observação de uma fração da fauna deste grupo
(VOSS & EMMONS, 1996). Neste contexto, os grupos selecionados para o
diagnóstico foram: os pequenos mamíferos não voadores, os quirópteros (voadores) e
os mamíferos de médio e grande porte.

Pequenos Mamíferos Não Voadores

Para o diagnóstico de pequenos mamíferos não voadores serão utilizados dois


métodos de amostragem: captura com armadilhas tipo live-traps (Sherman e
Tomahawk) e armadilhas de interceptação e queda do tipo pitfall-traps.

Para cada espécime capturado será, além de fotografado, registrado: táxon (menor
nível possível), faixa etária, sexo, condição reprodutiva, morfometria padrão
(comprimentos cabeça-corpo, cauda, orelha e pé [com e sem unha]) e massa. Deverá
também ser registrada a data, local e área de amostragem.

Em geral os exemplares serão marcados e soltos para monitoramento populacional,


contudo a captura deverá será feita quando houver dúvidas quanto à espécie do
indivíduo capturado, com o objetivo único de garantir a mais acurada identificação da
espécie ocorrente, com base em análises comparadas nas coleções de referência de
instituições de apoio, atividade essa executada por especialistas.

Concomitantemente à amostragem por armadilhas live-traps, serão utilizadas


armadilhas de interceptação e queda (pitfalls). As armadilhas de interceptação e
queda serão as mesmas utilizadas para o diagnóstico da herpetofauna e
permanecerão abertas em campo para coleta de anfíbios, répteis e mamíferos
durante as estações amostrais.

312
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Quirópteros

Os quirópteros serão amostrados utilizando-se redes de neblina com 12m de


comprimento e malha 25 mm.

Para cada espécime capturado será registrado, em ficha padronizada, a sua


identificação taxonômica, os dados biológicos (sexo, condição reprodutiva) e
morfométricos (morfometria padrão).

Mamíferos de Médio e Grande Porte

Os mamíferos de médio e grande porte serão amostrados através de censos noturnos


e diurnos, por registro visual, por registro fotográfico em câmeras “armadilha” e por
vestígios (pegadas, fezes, abrigos, vocalizações, ossadas, entre outras formas de
registro). Sempre que possível, os registros serão georreferenciados e o ambiente
caracterizado. Para tal, serão percorridas trilhas nas áreas de monitoramento do
empreendimento.

10.17.3.3 Periodicidade das amostragens para cada parâmetro segundo


diversos fatores ambientais

O monitoramento contemplará a sazonalidade, sendo realizado anualmente em


campanhas trimestrais de forma integrada com o monitoramento da biota aquática
durante as diversas fases do empreendimento. Com esses dados é possível
identificar padrões de flutuação populacional ou possíveis alterações ambientais e na
estrutura das comunidades faunísticas ao longo do período de planejamento,
implantação e operação do empreendimento.

O principal indicador a ser monitorado para todos os táxons levantados ao longo do


processo de avaliação dos resultados almejados do Programa é a variação nos
resultados obtidos nos levantamentos faunísticos sazonais no decorrer do tempo do
empreendimento com base na emissão dos relatórios anuais sobre os grupos
faunísticos considerando os diagnósticos realizados e as atividades do
empreendimento.

Os indicadores de desempenho se darão a partir de índices comparativos das


campanhas, utilizando também como base o diagnóstico realizado para o EIA.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.17.4 PÚBLICO ALVO

O público-alvo do Programa de Monitoramento da Fauna são os órgãos licenciadores


estadual e federal, o empreendedor e as entidades e instituições científicas envolvidas

313
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

nos estudos e as empreiteiras contratadas para a implantação do empreendimento, as


comunidades locais interessadas.

10.17.5 ABRANGÊNCIA

Este programa está relacionado ás áreas que serão suprimidos e/ou áreas que
venham a ser alteradas e perturbem a fauna local, ou seja, na Área Diretamente
Afetada da Ferrovia Paraense S.A.

10.17.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

O Programa será de responsabilidade do empreendedor e poderá ter como parceiros


instituições de pesquisas interessadas nos estudos assim como parcerias
governamentais a fim de monitorar e conhecer a fauna local. Será necessária a
atuação de Biólogos, e técnicos ambientais responsáveis por garantir que o Plano de
Monitoramento da Fauna se efetive.

10.17.7 CRONOGRAMA

O desenvolvimento deste Programa deverá ter início concomitantemente a fase de


Planejamento (instalação dos canteiros de obras), implantação e operação do
empreendimento.

Sugere-se que a realização das campanhas de monitoramento, em campanhas


trimestrais de forma a contemplar a sazonalidade.

Após os primeiros anos de operação do monitoramento, deverá ser efetuada uma


avaliação dos resultados acumulados de modo a, eventualmente, haver uma
adequação ou ajustes na frequência das campanhas, e mesmo, na rede de
monitoramento proposta.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ..... ANO 10
ANO 1
1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t
Montagem de equipe básica
Coleta de Dados do
Monitoramento*
Analise dos Dados de
Monitoramento
Elaboração de Relatórios
Parciais
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

314
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.18 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA BIOTA AQUÁTICA

10.18.1 JUSTIFICATIVA

Os projetos possibilitarão o acompanhamento das espécies da fauna e flora aquática,


a densidade e dinâmica dessas populações, as mudanças sazonais na estrutura das
comunidades e possíveis inferências sobre as causas de tais mudanças. O
acompanhamento possibilitará também a tomada de medidas preventivas, corretivas
e compensatórias.

Os organismos refletem os diferentes graus de conservação do ambiente. As


modificações na estrutura das suas comunidades e populações e na sua densidade
podem refletir a perda de qualidade química da água principalmente para bentos e
plâncton.

Em certas condições determinadas espécies de macrófitas aquáticas podem se tornar


daninhas, prejudicando os usos múltiplos dos ecossistemas aquáticos. Normalmente,
o crescimento excessivo desses vegetais é resultante das atividades humanas que
aumentam a disponibilidade de nutrientes nos corpos d’água, propiciando condições
favoráveis ao seu desenvolvimento.

Em relação ao programa de monitoramento a biota aquática é que apresenta maior


vulnerabilidade durante esta fase de implantação do empreendimento sendo
considerada com uma das medidas de controle mais importantes em relação à fauna.

Várias características dos organismos bentônicos são citadas como vantagens para
utilização destes em estudos de monitoramento ambiental, podendo-se destacar: a)
mobilidade restrita, o que não permite a fuga de condições adversas; b) a maioria das
espécies é holobentônica; c) facilidade de coletas quantitativas; d) variados tipos de
respostas ao estresse ambiental; e) extensa literatura sobre os efeitos de poluição,
facilitando comparações.

Na cadeia trófica aquática os organismos planctônicos, em ambientes aquáticos


amazônicos geralmente são dinâmicos possuindo espécies que estão bem adaptadas
às flutuações periódicas do nível da água, que confere certa ciclicidade a tais
ambientes. Há uma heterogeneidade destes organismos tanto em escala temporal e
espacial que deve ser verificada, pois tais mudanças acabam alterando a
produtividade, a ciclagem dos nutrientes e toda a cadeia trófica. Assim, através da
relação funcional entre o fitoplâncton e o zooplâncton, ocorre fluxo de energia
fotossintética de vários ecossistemas continentais.

Além disso, os efeitos dos poluentes sobre as assembleias de peixes (ictiofauna) são
vários, dentre eles destacam-se: aumento da taxa de mortalidade, modificações do
comportamento, da distribuição territorial e da bioquímica dos tecidos (BYRNE &
O´HALLORAN, 1999), redução do desenvolvimento gonadal e da produção de ovos

315
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

(VALIELA, 1995), aparição de doenças mortais e modificação das atividades


enzimáticas e moleculares (JEDAMSKI-GRYMLAS et al., 1993). É notado que os
indivíduos jovens, larvas e juvenis, são os mais vulneráveis as modificações
ambientais devido à precariedade de suas funções biológicas, assim apresentando as
maiores taxas de mortalidade, menores taxas de crescimento e modificações no
processo de ontogenia (LUCKENBACH et al., 2003).

Esses processos podem vir a causar perturbações e reduções na diversidade


populacional e nas relações tróficas da ictiofauna e das comunidades aquáticas
residentes, devendo-se acompanhar e monitorar possíveis alterações.

São poucas as informações provenientes de estudos para a região onde o


empreendimento pretende se instalar, sendo de grande importância mais estudos a
fim de se conhecer a dinâmica da ictiofauna local, levantando informações para se
mitigar possíveis interferências oriundas das atividades minerárias.

10.18.2 OBJETIVOS

O Programa de monitoramento da biota aquática visa minimizar os eventuais efeitos


negativos das ações oriundas do Projeto Ferrovia Paraense S.A., monitorando a
estrutura de comunidades de peixes, plânctons, bentos e macrófitas, correlacionando
sua ocorrência com a presença ou ausência de impacto direto ou indireto do
empreendimento.

10.18.3 ESCOPO

O presente programa tem como escopo detectar possíveis alterações que possam
ocorrer nas comunidades e populações locais, em decorrência das construções civis,
e comparar às condições atuais.

10.18.3.1 Rede de amostragens incluindo dimensionamento e distribuição


espacial

Os grupos alvo de estudo serão registrados por meio de procedimentos


metodológicos amplamente utilizados em projetos de pesquisa institucionais e em
diversos estudos ambientais.

As amostragens para avaliação da diversidade e estrutura de assembleias da biota


aquática serão realizadas em sete pontos de coleta amostrados para o EIA,
localizados nas principais drenagens presentes nos seguintes municípios: P1 - Moju,
P2 - Paragominas, P3 - Rondon do Pará, P4 - Marabá, P5 - Marabá, P6 - Xinguara e
P7 - Santana do Araguaia.

316
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.18.3.2 Periodicidade das amostragens para cada parâmetro segundo


diversos fatores ambientais

As amostragens serão realizadas em quatro campanhas anuais, contemplando os


períodos sazonais da região do empreendimento. Esse tipo de amostragem permite
inferência sobre o padrão de distribuição e ocorrência das espécies, relacionados a
fatores ambientais coletados in loco, paralelamente as amostragens da biota aquática,
como os parâmetros físico-químicos da água: temperatura, pH, condutividade elétrica,
oxigênio dissolvido, sólidos totais dissolvidos e turbidez. Com relação às estruturas
das assembleias, serão analisados parâmetros de diversidade como riqueza,
abundância e composição de espécies.

10.18.3.3 Comunidade Planctônica (Fito e Zooplâncton)

10.18.3.3.1 Procedimentos Metodológicos

As campanhas de coleta deverão considerar a sazonalidade, período chuvoso e


menos chuvoso. Serão analisadas a estimativa de densidade da comunidade
planctônica (fitoplâncton e zooplâncton) ocorridas nos pontos de monitoramento, as
possíveis alterações nas comunidades planctônicas; possibilitando o processo de
avaliação da qualidade ambiental nas áreas de influência do Projeto Ferrovia
Paraense S.A. Nos pontos de coleta serão realizadas coletas de água para
determinação dos fatores bióticos (zooplâncton, fitoplâncton quali-quantitativo).

10.18.3.3.2 Medidas Abióticas

Os dados de temperatura e pH serão medidos in situ por meio de um termômetro de


laboratório (-10 a 100ºC) e pHmetro, assim como valores de oxigênio dissolvido e
alcalinidade também serão medidos em campo.

10.18.3.3.3 Medidas Bióticas

As amostras biológicas destinadas ao estudo quali-quantitativo do zooplâncton e


quantitativo do fitoplâncton, serão coletadas na superfície da água utilizando-se rede
de plâncton, através de arrastos horizontais na superfície da água. Para o estudo
quantitativo do fitoplâncton, as coletas de água serão realizadas na superfície.

10.18.3.4 Comunidade bentônica

10.18.3.4.1 Procedimentos Metodológicos

Para a coleta das amostras serão selecionadas zonas de água rasa com sedimentos
arenosos e lamosos, de forma a cobrir o maior número possível de ambientes nos
corpos d’água monitorados. No local de amostragem serão coletadas quatro amostras
de sedimento, sendo três para análises biológicas e uma para análises abióticas.

317
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.18.3.5 Ictiofauna

10.18.3.5.1 Procedimentos Metodológicos

Os grupos alvo de programa serão registrados por meio de procedimentos


metodológicos amplamente utilizados em projetos de pesquisa institucionais e em
diversos estudos ambientais. Os peixes serão amostrados utilizando-se diferentes
tipos de artefatos de pesca de natureza passiva e ativa como: redes de emalhe
(malhadeiras) e redes de arrasto e de mão (peneiras).

10.18.4 PÚBLICO ALVO

O público-alvo do Programa de Monitoramento de Biota Aquática são os órgãos


licenciadores estadual e federal, o empreendedor, as comunidades locais ligadas à
atividade pesqueira e as entidades e instituições científicas envolvidas nos estudos,
além das empreiteiras contratadas para a implantação do empreendimento.

10.18.5 ABRANGÊNCIA

O Programa será realizado dentro dos limites da AID do empreendimento, com


especial atenção aos corpos hídricos onde haverá construção de pontes e entre
construções de infraestrutura que possam perturbar a biota aquática local.

10.18.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

O programa será de responsabilidade do empreendedor e poderá ter como parceiros


instituições de pesquisas interessadas nos estudos assim como parcerias
governamentais a fim de se monitorar as mudanças nas drenagens locais,
principalmente o pescado, que é uma das principais fontes de alimentação da
população local. Será necessária a atuação de Biólogos e técnicos ambientais
especializados na coleta dos dados da biota aquática e em sua interpretação.

10.18.7 CRONOGRAMA

O desenvolvimento deste Programa de Monitoramento da Biota Aquática deverá ter


início concomitantemente à fase de Planejamento (instalação dos canteiros de obras),
implantação e operação do empreendimento.

Recomenda-se que as campanhas de monitoramento sejam realizadas pelo menos


trimestralmente de forma a contemplar variações sazonais ao longo do ano.

Após os primeiros anos de operação do monitoramento, deverá ser efetuada uma


avaliação dos resultados acumulados de modo a, eventualmente, haver uma
adequação ou ajustes na frequência das campanhas, e mesmo, na rede de
monitoramento proposta.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

PLANEJAMENTO IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO


ATIVIDADES ANO 1 ..... ANO 10
ANO 0 ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T

Montagem da equipe
Coleta de Dados do
Monitoramento*
Analise dos Dados de
Monitoramento
Elaboração de
Relatórios Parciais
Elaboração do Relatório
de Desempenho
Ambiental

319
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.19 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

10.19.1 JUSTIFICATIVA

O Programa de Comunicação Social – PCS do Projeto Ferrovia Paraense S.A, visa à


estruturação do diálogo entre o empreendedor e os diferentes públicos que estão
presentes na região do projeto, a fim de administrar a possível ocorrência de conflitos,
dar transparência às fases do empreendimento, procurando estabelecer um
relacionamento harmonioso com os segmentos sociais presentes na região do
empreendimento, mesmo que ainda que, por trás das centenas de eventos
condicionantes das fases do empreendimento estejam presentes múltiplos grupos
sociais e institucionais, com causas e interesses diversos.

É através de um programa de comunicação social de caráter sistemático e


permanente que o empreendedor poderá reafirmar seu compromisso com o
estabelecimento e amadurecimento de canais de relacionamento com seus
stakeholders no empreendimento em questão

Uma das principais características da sociedade moderna é a crescente demanda por


informações e por essa razão, os empreendedores são compelidos a desenvolver
estratégias para uma adequada interação com a comunidade diretamente afetada
pelos empreendimentos, assim como promover a comunicação social à sociedade
como um todo, voltada ao aprimoramento das relações comunitárias, no
desenvolvimento de todas as atividades sob sua responsabilidade.

Assim, esse PCA torna-se um instrumento para aproximação do empreendimento, em


relação a difusão de informações, orientações e articulações das demandas
socioambientais, e apreensões da população local.

Além do exposto acima, a Comunicação Social desempenha outro papel que é uma
das ferramentas básicas para o exercício da responsabilidade social do
empreendedor de informar à sociedade em geral através de um sistema permanente
de informações sobre a intervenção que ocorrerá em seu sistema de vida, por
conseguinte, também que medidas serão adotadas pelo empreendedor para o
tratamento das mesmas.

10.19.2 OBJETIVOS

 Dentro desse contexto, é objetivo fundamental do presente programa definir e


assegurar que sejam implementadas ações necessárias quando da implantação
do empreendimento, pelo seu comprometimento com a melhoria da qualidade
de vida da população, a preservação do meio ambiente, e pela excelência de
seu desempenho durante a vida útil do empreendimento;

320
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Manter os públicos informados sobre as atividades do Projeto Ferrovia Paraense


S.A, reforçando o diálogo junto às comunidades locais, de forma participativa e
transparente;
 Criar um canal de comunicação contínua entre o empreendedor e as
comunidades afetadas pelo empreendimento;
 Contribuir para enriquecer os canais de comunicação existentes com as
instituições de pesquisas, fundações, institutos, associações e demais públicos
de interesse;
 Dar suporte à implementação dos programas previstos no Plano de Controle
Ambiental, de forma a garantir a participação da comunidade na construção dos
mesmos;
 Divulgar as etapas mais significativas de implantação do empreendimento;
 Facilitar o processo de integração da população às novas condições criadas
pelo empreendimento, bem como o seu envolvimento na mitigação dos
impactos.

10.19.3 ESCOPO

O programa em questão deverá vigorar durante todas as fases do empreendimento.


As ações de comunicação deverão levar em conta o público alvo e a fase do
empreendimento.

 Instalação de Escritório de Comunicação Social;


 Imagem Institucional: publicidade institucional em veículos de âmbito regional;
patrocínios culturais ou apoio a projetos cujo escopo privilegie o resgate de
valores históricos e socioculturais principalmente na região de influência das AII,
AID e ADA, uma maior participação da empresa em eventos, feiras e
exposições nas áreas técnicas e de meio ambiente; acompanhamento de
imagem através de pesquisas de opinião pública e avaliação de imagem na
mídia;
 Comunicação externa: criação de site na Internet sobre o Projeto Ferrovia
Paraense, criação de folheteria, folhetos destinados às escolas com enfoque em
educação ambiental;
 Comunicação interna: organização de seminários, reuniões técnicas, eventos
comemorativos, convênios mantidos pela Empresa e outros;
 Anúncios institucionais em datas especiais (como aniversário da cidade de
Rondon do Pará e Dom Eliseu) nos jornais das áreas de inserção regional;
 Campanhas de esclarecimento sobre as atividades desenvolvidas no Projeto
Ferrovia Paraense;
 Confecção de material de cunho publicitário, educativo e de utilidade pública
apoiando as ações de cunho social nas áreas de inserção regional da empresa,

321
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

como por exemplo, material escolar para instituições de ensino das


comunidades carentes e apoio a eventos nas áreas de meio ambiente e turismo;
 Manter um boletim com periodicidade quadrimestral e tiragem de 1.000
exemplares, que circulará para os grupos interessados da AII, AID e ADA;
 Produção de um informe de rádio bimestral, com duração de 01 minuto, até o
início da operação comercial do Projeto Ferrovia Paraense S.A;
 Campanhas específicas: mobilização de mão de obra, utilizando-se de meios
como rádio e folhetos.
 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos
Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.19.4 PÚBLICO ALVO

Cada fase do ciclo do empreendimento ferroviário deverá privilegiar diferentes


públicos-alvo e para cada um, a utilização dos instrumentos específicos de interação e
comunicação:

 População afetada pelas obras de implantação/operação do empreendimento:


ênfase aos aspectos relativos à necessidade das intervenções; ênfase aos
procedimentos temporários durante a execução de obras e ao convívio
permanente com a operação do empreendimento visando à segurança e ao
adequado desenvolvimento do entorno, tanto em áreas rurais como em áreas
urbanas;
 População das sedes municipais que abrigam os canteiros de obras
 Funcionários e prestadores de serviço das empreiteiras e supervisoras de obras
contratadas: treinamento do pessoal operacional no que diz respeito às práticas
de obra e à necessidade e obrigação da comunicação social;
 Órgãos governamentais e não governamentais dos municípios atravessados
pela ferrovia;
 Veículos de imprensa dos municípios atravessados pela ferrovia;

10.19.5 ABRANGÊNCIA

Todas as áreas de influência do Projeto Ferrovia Paraense S/A.

10.19.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

A responsabilidade pela implementação deste programa é do empreendedor podendo


realizar parcerias com ONGs e Universidades. Vale ressaltar a importância da
formação de uma equipe composta por profissionais das áreas de jornalismo,
designer gráfico, social.

322
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.19.7 CRONOGRAMA

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 1 ....... ANO 10
ANO 0 ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Programação e
planejamento das ações
Montagem de equipe básica
multidisciplinar
Implantação das ações
Avaliação dos resultados
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

323
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.20 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO, FORMAÇÃO E


APROVEITAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO LOCAL

10.20.1 JUSTIFICATIVA

Este programa visa à criação de ações estruturadas para o atendimento às demandas


de qualificação e capacitação profissional, oriundas do empreendimento em suas
fases de implantação e operação e atividades advindas de outros setores como o
comércio, serviços, dentre outros, observando as especificidades do negócio, o
contexto local e a garantia de sinergia entre as demais iniciativas em desenvolvimento
nas regiões atravessadas pela ferrovia.

Empreendimentos de grande porte desencadeiam relevante necessidade de mão de


obra qualificada em seguimentos diversos de especificidades e complexidades
diferenciadas. Entretanto, apenas uma minoria da população detém a qualificação
profissional e os conhecimentos requeridos. Levando em considerando esse cenário a
capacitação profissional necessita de uma estratégia capaz de atenuar diversos
impactos, evitando a migração e contribuindo para o desenvolvimento social e
econômico da região, minimizando os impactos possibilitando a utilização da mão-de-
obra local.

10.20.2 OBJETIVOS

Capacitar, a mão de obra local especialmente e mais aquela que será atraída para a
região, criando assim condições para absorção dessa demanda nas oportunidades de
emprego e renda geradas direta e/ou indiretamente, pelo empreendimento através da
oferta de cursos de capacitação profissional gratuitos com disponibilização de
informações ao mercado de trabalho.

10.20.3 ESCOPO

 Estabelecimento do conjunto de cursos mais apropriados e mais prioritários com


capacidade para atendimento local e imediato;
 Oferta de cursos de curta duração (até 160hs) com foco na qualificação
profissional em terraplenagem, construção civil, montagem metal mecânica e
serviços;
 Foco na realização de cursos com maior potencial de aproveitamento de seus
concluintes nas obras e serviços relacionados;
 Prioridade na utilização de parceiros locais, preferencialmente com comprovada
competência em educação profissional;
 Transparência na divulgação de critérios de acesso;
 Construção de um banco de dados com os concluintes não aproveitados
disponível para consulta das demais empresas da região;

324
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Utilização de conteúdos transversais em todos os cursos, especialmente


segurança e saúde, ética e conduta profissional e Meio ambiente.
 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos
Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.20.4 PÚBLICO ALVO

O público alvo é formado pela população local com ou sem experiência profissional,
com média de escolaridade no Ensino Fundamental nos municípios que são
atravessados pela ferrovia e também por parte da população que chega atraída pelas
oportunidades de trabalho.

10.20.5 ABRANGÊNCIA

Municípios que são atravessados pela ferrovia.

10.20.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSALIDADES

A responsabilidade da implementação deste programa é do empreendedor realizando


parcerias com SENAI, SENAC, SEBRAE, SINE e outras instituições correlatas da
região. Se faz necessário a formação de uma equipe formada por 3 profissionais com
experiência na área de capacitação para planejar, articular e acompanhar e avaliar as
ações de capacitação.

10.20.7 CRONOGRAMA

As ações voltadas a capacitação e qualificação de mão de obra deverão iniciar no ano


zero, ou fase da pré-implantação.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Programação e
planejamento das ações
Montagem de equipe
básica multidisciplinar
Estabelecimento de
parcerias
Implantação das ações
Avaliação dos resultados
Elaboração do Relatório
de Desempenho
Ambiental

325
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.21 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

10.21.1 JUSTIFICATIVA

A lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999 instituiu a Política de Educação Ambiental e vem


constituindo um caminho importante para a construção de sociedades
ambientalmente sustentáveis, baseadas no respeito a todas as formas de vida através
do envolvimento, da participação e do comprometimento das comunidades nas
soluções das questões ambientais. A lei acima referida preconiza:

 O enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;


 A concepção de meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o
enfoque da sustentabilidade;
 O pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi
e transdisciplinariedade;
 A vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
 A garantia da continuidade e permanência do processo educativo;
 A permanente avaliação crítica do processo educativo;
 A abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e
globais;
 O reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.

A implantação deste programa tem por base a criação de condições propícias à


disseminação de conceitos estimulando e reforçando a iniciativa, a cooperação e o
senso de responsabilidade com relação à qualidade ambiental do meio em que vive.

Este programa, através de ações de natureza educativas, visa a orientar a população


da região, bem como, os trabalhadores da obra sobre a importância dos cuidados
com o meio ambiente e tudo o que o envolve. Daí a importância de se adotar este
programa, pois ,o espaço onde vai se instalar o empreendimento, hoje já bastante
alterado, sofrerá ainda mais mudanças e este é o momento de se trabalhar estas
questões.

10.21.2 OBJETIVOS

 Sensibilizar a comunidade da região e os trabalhadores da obra sobre questões


ambientais que estão diretamente relacionadas à qualidade do cotidiano e seu
entorno.
 Buscar apoio e participação da comunidade da região e dos trabalhadores da
obra para implantar ações para melhorar o modo de vida e preservar o meio
ambiente.

326
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Proporcionar, através de diferentes meios, à comunidade conhecimentos,


valores, habilidades, experiências que provoquem mudança de atitude frente a
essas questões, possibilitando agir na busca de soluções de problemas locais.

10.21.3 ESCOPO

 Desenvolver ações voltadas para a importância do: acondicionamento e destino


do resíduo sólido, da qualidade da água para consumo, das condições de
higiene das moradias e pessoal, da importância dos animais que vivem na mata,
dos riscos com animais peçonhentos, da manutenção da vegetação evitando
corte e fogo, do bom convívio social com os vizinhos, entre outros a definir
quando do planejamento das atividades junto com a comunidade.
 Trabalhar por meio de palestras e cartilhas os temas nas escolas, junto às
crianças, nas associações de bairros, nas associações dos assentados, nos
clubes de mães, entre outros.
 Organizar oficinas junto às comunidades e trabalhadores da obra
desenvolvendo ações na prática sobre um tema previamente escolhido.
 Trabalhar hortas junto à comunidade.
 Capacitar professores da rede de ensino formal pública, técnicos municipais e
da sociedade civil organizada da área de influência do empreendimento para
serem multiplicadores de Educação Ambiental.
 Desenvolver o processo de inserção da Educação Ambiental no contexto
escolar das unidades sob o enfoque interdisciplinar.
 Avaliar periodicamente os resultados das ações e formas para ajustes, caso
necessário.
 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos
Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.21.4 PÚBLICO ALVO

Este programa envolve as comunidades dos municípios atravessados pela Ferrovia


Paraense S.A e trabalhadores do empreendimento.

10.21.5 ABRANGÊNCIA

Comunidades e propriedades que estão na área diretamente afetada e trabalhadores


na fase de construção da ferrovia.

10.21.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

A responsabilidade de implantação do programa é do empreendedor podendo haver


parcerias com instituições públicas ou privadas que trabalham esta temática, assim

327
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

como, uma equipe constituída de técnicos capacitados e com experiência na área


educacional.

10.21.7 CRONOGRAMA

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ....... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Programação e
planejamento das ações
Montagem de equipe
básica multidisciplinar
Implantação das ações
Avaliação dos resultados
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

328
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.22 PROGRAMA DE ADEQUAÇÃO DA MALHA VIÁRIA

10.22.1 JUSTIFICATIVA

A construção e a operação de um empreendimento do porte do Projeto Ferrovia


Paraense S/A implica um acréscimo de tráfego local, com impactos no sistema viário
utilizado e na comunidade. Assim, torna-se necessária a adoção de ações para
minimizar essas interferências geradas pelo tráfego associado à fase de implantação
do empreendimento.

Dessa forma, serão analisadas as condições da malha viária local para o


estabelecimento de medidas de controle e mitigadoras como: escolha dos locais de
acesso e das rotas de tráfego com menor impacto; uso de redutores de velocidade;
gestão junto aos órgãos competentes. Toda a circulação de pessoas e cargas
envolvidas com a área do empreendimento gerará operações de transporte. Além
disso, quando da operação do empreendimento e sua infraestrutura, sinalizações
específicas serão necessárias em atendimento a legislação pertinente.

10.22.2 OBJETIVOS

As medidas propostas têm o objetivo de eliminar ou minimizar os transtornos


causados com as atividades de implantação do empreendimento, buscando uma
melhoria das condições de conforto e segurança dos usuários da via terrestre.
Durante as obras os incômodos gerados são relacionados à poeira, ruídos e aumento
do fluxo de transporte.

10.22.3 ESCOPO

Realizar um diagnóstico das vias terrestres que possibilita uma melhor caracterização
do sistema viário de interesse, o qual terá por base a execução de contagens de
veículos nos locais mais importantes, coleta de dados referentes à geração de
tráfego, apresentação de uma estimativa de geração de tráfego do empreendimento
nas principais vias de interesse, características físicas e funcionais considerando que,
nas proximidades do empreendimento, as rodovias também são utilizadas por
veículos diferenciados como bicicletas, veículos de tração animal, e ainda por
pedestres.

Nesse processo deverá ainda ocorrer controle de registros periódicos de informações


nos municípios (sedes) que serão atravessados pela ferrovia:

 Condições de Circulação de Veículos de Carga;


 Acompanhamento na Evolução do Tráfego;
 Monitoramento de Acidentes de Trânsito.

329
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Os dados registrados nestas atividades serão analisados e servirão para balizar a


necessidade de ações de ajustes e correção e até mesmo de educação no trânsito.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.22.4 PÚBLICO ALVO

O público alvo é formado por empregados, empreiteiras, subcontratadas,


fornecedores, prestadores de serviços, e a população residente na região.

10.22.5 ABRANGÊNCIA

Municípios que são atravessados pela ferrovia.

10.22.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

O programa é de responsabilidade do empreendedor em parceria com instituições


competentes como o órgão responsável pelo trânsito em cada município. É importante
a formação de uma equipe técnica, que poderá ser formada por quatro profissionais
sendo 1 engenheiro, 1 engenheiro de tráfego, 2 técnicos especialistas e 4
trabalhadores acompanhando o movimento nas vias terrestres.

10.22.7 CRONOGRAMA

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3
ANO 4
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Programação e
planejamento das
ações
Montagem de
equipe básica
multidisciplinar
Implantação das
ações
Elaboração do
Relatório de
Desempenho
Ambiental

330
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.23 PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO A ECONOMIA LOCAL

10.23.1 JUSTIFICATIVA

Os núcleos urbanos dos municípios que fazem parte da AID do Projeto, com exceção
dos municípios de Marabá, Paragominas e Barcarena, caracterizam-se por suas
funções locais de apoio à produção agropecuária, constituindo-se, em sua maioria,
pontos terminais de pequenos fluxos comerciais de varejo, sendo praticamente
inexistentes atividades industriais e de serviços mais sofisticados.

No entanto, a área de influência do projeto insere-se numa região com outros projetos
co-localizados e empreendimentos cujo conjunto de investimento tende a modificar,
ao menos parcialmente e no médio e longo prazo, a estrutura de produção regional
trazendo maiores possibilidades de investimentos e oportunidades até mesmo locais.

O empreendimento proposto trará novas oportunidades de investimentos e aumento


da demanda de mão de obra relacionada a serviços e produtos associados direta e
indiretamente à implantação e operação do empreendimento. Vale lembrar que é
durante estas fases que se prevê a ocorrência de impulsos maiores na dinamização
da economia local, visto que ocorre a contratação de trabalhadores que contribuirão
para a formação e aumento da renda local. O efeito mais positivo e de longa duração
é para os municípios que fazem parte da AID do Projeto que terão incremento de suas
receitas públicas, com o aumento de sua participação na geração do ICMS e ISS.

É nesse contexto que a implantação de um Programa de Desenvolvimento a


Economia Local se torna importante fazendo com que esta mudança tenha reflexos
positivos na população residente do local e que tal situação permita que a população
possa vislumbrar novas oportunidades para investir.

10.23.2 OBJETIVOS

 Disponibilizar informação para micro e pequenas empresas a fim de viabilizar o


acesso ao microcrédito junto aos bancos;
 Elaborar o Plano de Investimentos identificando as oportunidades de novos
negócios e divulgar junto à população.

10.23.3 ESCOPO

 Identificar em conjunto com o público alvo o potencial de atividades que poderão


fazer parte do Plano de Investimentos como representativas dos novos
negócios;
 Estruturar cursos de capacitação para novos negócios em parceria com
instituições como SEBRAE, SESI, SENAC, entre outras;
 Estruturar uma forma de apresentar aos empresários e novos empresários a
carteira de microcrédito junto aos bancos;

331
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Identificação e criação de uma carteira de projetos de investimentos em


atividades comerciais e de prestação de serviços vinculada ao esperado
incremento do afluxo de trabalhadores para o empreendimento.
 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos
Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.23.4 PÚBLICO ALVO

O público alvo é constituído por micro e pequenos empresários locais (municípios que
fazem parte da AID do Projeto), incluindo aqueles cujas atividades são informais, mas
que queiram se formalizar e a população que queira iniciar um negócio.

10.23.5 ABRANGÊNCIA

O programa será desenvolvido nas sedes dos municípios em que a ferrovia passará
próximo as sedes municipais (Marabá e Sapucaia) e os municípios que sediarão as
estações (peras) da ferrovia (Barcarena, Paragominas e Santana do Araguaia).

10.23.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

A responsabilidade é do empreendedor, com estabelecimento de parcerias com


SEBRAE, SENAC, SESI, Sindicatos de Trabalhadores, Associações, Prefeituras
Municipais. Assim como, a formação de uma equipe com profissionais com formação
e experiência nas áreas econômica e social.

10.23.7 CRONOGRAMA

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ..... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Programação e
planejamento das ações
Montagem de equipe básica
multidisciplinar
Estabelecimento de
parcerias
Elaboração do Plano de
Investimento
Realização de cursos de
capacitação
Divulgação do Plano
Acompanhamento
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

332
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.24 PROGRAMA DE MINIMIZAÇÃO DE IMPACTOS A SAÚDE


PÚBLICA

10.24.1 JUSTIFICATIVA

A situação da saúde pública da área de influência direta do Projeto Ferrovia Paraense


S.A., em geral, reflete as condições socioeconômicas da população e se agrava com
o baixo padrão de atendimento dos serviços públicos em geral. Embora se
identifiquem equipamentos de saúde na sede urbana, seu funcionamento é
insatisfatório com carência de profissionais da área, remédios e equipamentos
somente de atendimento básico, sendo os casos mais graves encaminhados para
hospitais de referência situados, principalmente, em Marabá, Paragominas e Belém.

Ressalte-se que já existe uma situação de carência de atendimento de saúde nos


municípios que estão situados na área de influência direta do projeto Ferrovia
Paraense S/A, situação semelhante à encontrada na maioria dos municípios
brasileiros, especialmente dos localizados nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Tal
situação poderá se agravar com a implantação do empreendimento, em decorrência
da chegada de pessoas para trabalhar no empreendimento. Nesse sentido, admitindo-
se que os serviços de saúde do município poderão ser impactados com a instalação
do empreendimento, é que se justifica a apresentação deste programa de
compensação.

De acordo com os dados oficiais, apresentados no Estudo de Impacto Ambiental do


Projeto (Item 4.3 do Diagnóstico Socioeconômico,) as condições, a estrutura e os
serviços de saúde existentes na área de influência do Projeto revelam um quadro
comum nos municípios da Região Norte do Brasil, com predominância de doenças
infectocontagiosas – doenças diarreicas agudas, hepatite A, hanseníase, tuberculose
–, em grande parte associadas aos problemas de tratamento de água, saneamento
básico, moradias inadequadas, subnutrição e condições gerais de higiene. Ademais,
verificou-se que os dois municípios possuem fatores determinantes e condicionantes
para a ocorrência de malária, dengue e as leishmanioses, isto é, possuem o vetor
transmissor e mobilidade de populações rurais, que viabilizam a exposição das
pessoas aos parasitas causadores dessas doenças. Deve-se ressaltar que esses
agravos têm sido controlados, embora relativamente.

Conforme indicadores apresentados no EIA/RIMA, com a instalação do Projeto


Ferrovia Paraense S/A ocorrerá um aumento da população local, em função dos
canteiros de obra. Dessa forma, deverão ser desencadeadas ações de natureza
preventiva e, também, de intervenção visando, minimizar e monitorar os efeitos junto
à população, especialmente, aquela residente na área de influência direta do
empreendimento. Assim como a exigência do Programa de Segurança e Saúde da
mão de obra, junto aos empreiteiros, quando estiver na fase de implantação da
ferrovia.

333
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.24.2 OBJETIVOS

Em linhas gerais, o Programa de Minimização de Impactos à Saúde Pública tem como


objetivo reforçar ações de natureza preventiva, no campo da saúde, no sentido de
minimizar ou mesmo evitar um agravamento da situação-problema identificada, bem
como criar condições para melhorias qualitativas no sistema de atendimento médico.

10.24.3 ESCOPO

Baseando-se nos dados referentes às condições de vida da população, mais


especificamente nos dados de saúde e condições sanitárias, apresentados no EIA,
bem como em fontes complementares, foi possível estabelecer as diretrizes gerais
que irão conduzir ao futuro desejável, ou seja, ao fortalecimento do sistema de saúde
dos municípios da AII. Fornecer serviços básicos necessários aos trabalhadores no
próprio canteiro de obras, evitando a sobrecarga da infraestrutura dos municípios da
AII.

Tais ações estão de acordo com o cronograma de implantação do projeto e


consideram a expectativa de crescimento tanto da população quanto dos outros
setores econômicos do município.

10.24.3.1 Ações Estratégicas

As ações propostas para melhoria do sistema de saúde dos municípios foram


desmembradas em três focos de atuação:

 Ações e natureza preventiva;


 Ações voltadas para o treinamento e a capacitação dos profissionais de saúde;
 Programa de Segurança e Saúde da Mão de Obra

10.24.3.2 Ações de Natureza Preventiva

Tais ações visam reforçar os projetos de vigilância epidemiológica (dengue, febre


amarela, AIDS, DSTs, dentre outras), bem como controlar as doenças de veiculação
hídrica, em especial, hepatite A, cólera e parasitárias e outras. Essas atribuições
cabem às esferas públicas, tanto municipal, quanto estadual e federal. Para tanto,
será necessário reforçar as áreas-meio do sistema de saúde no intuito de realizar
campanhas de prevenção, diagnóstico e tratamento. O empreendedor participará
como importante parceiro no sentido de oferecer parte do suporte necessário para
esse fim. Os indicadores deverão ser monitorados pelo SUS e divulgados ao
empreendedor.

334
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.24.3.3 Ações voltadas para o treinamento e capacitação dos profissionais


em saúde

Tais ações serão estruturadas para promover e fortalecer os programas de Agente


Comunitário de Saúde (PACS) bem como o Programa Saúde da Mulher, ambos
atrelado ao PSF1, além da capacitação dos recursos humanos que atuam no hospital
e nos Postos de Saúde. Sabe-se que a garantia de treinamento e qualificação de
recursos humanos para a área da saúde é um problema nacional, sendo que nos
municípios do Norte e Nordeste do Brasil, esse problema se agrava, sobremaneira.
De acordo com Relatório Mundial da Saúde, de 2013, o programa brasileiro Bolsa
Família contribuiu para reduzir o número de mortes de crianças menores de 5 anos. O
grande desafio aos gestores é assegurar a atuação de profissionais qualificados /
treinados para desenvolverem as ações do Programa, pautados em um novo
paradigma de saúde. Quanto à importância do treinamento desses profissionais, o
documento da OMS aponta que médicos, enfermeiros e outros funcionários treinados
conseguiram mais êxito na identificação das doenças, em geral, sendo que o índice
de acerto, no caso brasileiro, variou entre 58 e 84%, dependendo do tipo de
treinamento, longo ou curto2. A implementação das ações de treinamento e
capacitação requer, primeiramente, a escolha da organização que deverá ministrar os
cursos e os treinamentos e, em seguida, a celebração de convênio entre os parceiros.
O número de profissionais capacitados e treinados e o resultado dessa ação,
expresso em termos de quantidade e qualidade no atendimento à população, são os
principais indicadores que deverão ser monitorados. As ações deste Programa devem
estar em consonância com o que está previsto no Plano Diretor Municipal
Participativo, de cada município pertencente a AII. Outra referência para as ações
deste Programa pode ser buscada na Política Nacional de Humanização do SUS, que
busca a efetivação dos princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e
gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas solidárias entre
gestores, trabalhadores e usuários. A participação do empreendedor na execução das
ações de treinamento e capacitação dos profissionais da saúde deverá ser apoiando o
poder público na realização de cursos e oficinas destinadas a esse fim.

10.24.3.4 Subprograma de Saúde e Segurança da mão de obra

O elevado número de trabalhadores alocados nos canteiros na fase de implantação e


a possível pressão sobre os serviços de saúde dos municípios, assim como a
importância e obrigatoriedade da segurança no/do trabalho reforçam a necessidade

1 O Programa Saúde da Família - PSF está inserido em um contexto de decisão política e institucional de
fortalecimento da Atenção Básica no âmbito do Sistema Único de Saúde, cujos princípios posicionam o Brasil ao lado
de países que pautam seus sistemas em valores de solidariedade e de cidadania, como a universalização e a adoção
do conceito de saúde como direito de todos e dever do Estado.

2 Informações disponíveis em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-


economia/33,65,33,12/2013/08/16/interna_brasil,382981/bolsa-familia-reduziu-numero-de-mortes-de-criancas-
menores-de-5-anos.shtml#.Ug_X3P6rRgc.facebook.> Acesso em agosto de 2016.

335
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

do Sub-Programa de Segurança e Saúde da Mão de Obra, que deverá ser


apresentado pelos empreiteiros responsáveis pela construção da ferrovia.

Especificamente com relação à questão da educação sexual, nota-se recentemente


um aumento sistemático no número de casos de infecção por HIV, com predomínio
entre os grupos etários de 20 a 40 anos. Além disso, o elevado percentual de
mulheres de 15 a 17 anos com filhos, bem como a ocorrência de muitos casos de
gravidez em crianças e adolescentes, na faixa etária de 10 a 14 anos, aumenta a
preocupação em relação à presença de um elevado contingente de trabalhadores,
particularmente na fase de instalação.

Considerando que os canteiros previstos estão situados longe dos núcleos urbanos, é
necessário levar em conta as peculiaridades da interação desses canteiros com as
populações dos municípios, tanto nas sedes urbanas quanto nos assentamentos
rurais mais próximos, e as maneiras pelas quais a mão de obra encontra lazer e
diversão nas horas livres, bem como os vínculos estabelecidos com o lugar – eventual
chegada de parentes, estabelecimento em moradia permanente, etc., se faz
necessário o fornecimento de serviços básicos aos trabalhadores no próprio canteiro
de obras, evitando assim a sobrecarga da infraestrutura de saúde dos municípios.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.24.4 PÚBLICO ALVO

Toda a população dos municípios da AII, além das pessoas que a eles irão se
direcionar no período da implantação das atividades que serão desenvolvidas pelo
empreendedor.

10.24.5 ABRANGÊNCIA

O Programa abrange os municípios da AII, porém o Programa de Segurança e Saúde


do Trabalhador tem como foco os trabalhadores da implantação da Ferrovia Paraense
S/A, empreiteiros e prestadores de serviços em geral, que participarão diretamente na
execução das obras de implantação da ferrovia.

10.24.6 COMPONENTE AMBIENTAL AFETADO

População e qualidade de vida, saúde publica.

10.24.7 PLANTA DE LOCALIZAÇÃO

Municípios pertencentes à AII.

336
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.24.8 CARÁTER PREVENTIVO OU CORRETIVO E SUA PREVISÃO DE EFICÁCIA

Implantação do programa, e avaliação junto as Secretarias de Saúde dos municípios


participantes do programa, quanto à eficiência das ações realizadas. Para isso se faz
necessário a verificação de alguns indicadores:

 Quantidade de profissionais capacitados;


 Quantidade de palestras realizadas;
 Frequência dos participantes das ações propostas no programa

10.24.9 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

A implementação das ações desse Programa é de responsabilidade do empreendedor


com a efetiva parceria do poder público.

10.24.10 CRONOGRAMA

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t 1t 2t 3t 4t
Programação e
planejamento das ações
Implantação das ações
Avaliação dos resultados
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

337
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.25 PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES


LOCAIS

10.25.1 JUSTIFICATIVA

O empreendimento proposto trará novas oportunidades de investimentos e aumento


da demanda relacionada a serviços e produtos associados direta e indiretamente à
implantação do empreendimento. Vale lembrar que é durante esta fase que se prevê
a ocorrência de impulsos maiores na dinamização da economia local. É neste
contexto que a implantação de um Programa de Desenvolvimento de Fornecedores
Locais se torna importante fazendo com que esta mudança tenha reflexos positivos no
comércio local e que tal situação permita novas oportunidades para investir. Busca-se
como resultados deste programa o fortalecimento das empresas locais, a geração de
oportunidades e novos negócios e a dinamização da economia, transformações que
deverão ser potencializadas pelo programa.

10.25.2 OBJETIVO

Aumentar a participação de empresas locais no fornecimento de bens e serviços,


aumentando a competitividade das mesmas, contribuindo para a dinamização da
economia na área de influência, adequando e capacitando o empresariado,
fortalecendo assim os grupos empresariais para que eles possibilitem a geração de
empregos diretos e indiretos e a consequente melhoria dos níveis de consumo da
população.

10.25.3 ESCOPO

Para a operacionalização desse programa o empreendedor procurará realizar


parcerias com órgãos de capacitação profissional, entidades de classe, sindicatos de
empresas, cooperativas de produtores e a FIEPA - Federação das Indústrias do
Estado do Pará como um dos principais parceiros e agente empreendedor na ação de
desenvolvimento de fornecedores, através da Rede de Desenvolvimento de
Fornecedores do Pará- REDES - que tem por objetivo principal realizar a ponte entre
as empresas mantenedoras do programa, Rede S (SESI, SENAI, SEBRAE e IEL -
Instituto Euvaldo Lodi) e fornecedores cadastrados, visando a sua qualificação para
fornecer insumos e serviços à Ferrovia Paraense S/A.

O programa terá seu marco inicial pautado em um diagnóstico da situação atual das
competências da região de abrangência.

Com base no diagnóstico, será traçado um plano de capacitação e qualificação que


dentre os diversos assuntos abordados, especial atenção será dada aos itens de
segurança do trabalho, saúde do trabalhador e atendimento aos padrões de qualidade
nacional e internacional que norteiam as atividades das empresas.

338
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Esse processo garantirá por meio de uniformização de conceitos e metodologia


aplicada, a certificação e a promoção dos fornecedores. Entre as ações de
capacitação de fornecedores e empresários, está incluída a realização de seminários,
palestras, workshops, cursos gerenciais, reuniões e rodas de negócios com
compradores, fornecedores e entidades do Estado do Pará.

As empresas cadastradas têm seus nomes divulgados no site do REDES, distribuído


gratuitamente. Assim, tanto o Projeto Ferrovia Paraense S/A quanto outros
interessados em contratação de serviços e aquisição de produtos têm acesso a
informações sobre as empresas e oportunidade de realizar negócios.

Para a elaboração do diagnóstico, serão seguidas as etapas abaixo descritas:

 Levantamentos no Projeto Ferrovia Paraense S/A, das principais demandas


previstas no projeto, nas fases de implantação e operação, incluindo as
necessidades de insumos, matérias-primas, bens e serviços;
 Levantamento de informações complementares em projetos similares realizados
ou em andamento na região, em caso de indisponibilidade de informações;
 Levantamento através de pesquisa direta, da demanda de capacitação em
empreendedorismo das empresas fornecedoras de bens e serviços
estabelecidas nos municípios de Rondon do Pará, Marabá, Paragominas,
Barcarena, Sapucaia e Santana do Araguaia, incluindo os setores de:-
Construção civil, terraplenagem, drenagem, edificações industriais, fundações
de equipamentos e obras industriais; - Fabricação de Estruturas Metálicas,
caldeira, montagens industriais, processos de condicionamento do ar, pintura
industrial e automoção; - Serviços e indústria em geral, incluindo limpeza
industrial, transporte, segurança, uniforme, alimentação inserindo a produção de
alimentos na zona rural, e hospedagem; - Comércio Atacadista, distribuidoras e
lojas de matérias de construção, incluindo as oportunidades para os produtores
rurais de alimentos.
 Realização de trabalho, visando estimular o empreendedorismo ou
associativismo, constituição ou operacionalização, em casos de municípios que
não tenham uma entidade articulada e em funcionamento;
 Elaboração do Plano de Estratégias para o desenvolvimento de oportunidades
de negócios e emprego, subsidiado pelo diagnóstico;
 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos
Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.25.3.1.1 Elaboração do Plano de trabalho.

As ações do Programa têm o objetivo de fortalecer o relacionamento com entidades


de classe para promover o desenvolvimento dos fornecedores regionais, em especial
pequenas e médias empresas por meio de capacitação, disponibilização de linhas de

339
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

crédito e incentivo à realização de negócios, tornando-os mais competitivos para


atender os níveis de exigência do mercado.

As ações do programa visam à formação de competências para a gestão eficaz das


empresas, promovendo a geração de negócios e o consequente desenvolvimento
local, com foco em:

 Qualificação
 Profissionalização da Gestão
 Qualidade
 Competitividade
 Geração de Negócios
 Desenvolvimento Local

A fim de garantir a efetividade das ações de forma abrangente, será necessário que
as atividades implantadas contem com a participação dos seguintes
programas/entidades:

 Rede de Desenvolvimento de Fornecedores do Pará- REDES, coordenado pela


Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), que atua com ações de
capacitação, promoção e assessorias de negócios as empresas;
 O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), com programas
direcionados a melhoria da gestão e capacitação;
 Os programas da capacitação de mão de obra realizados pela Secretaria de
Trabalho Emprego e Renda (SETER), que usa recursos do Fundo de Amparo
ao Trabalhador (FAT) e da Bolsa Trabalho.
 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos
Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da
equipe do órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.25.4 PÚBLICO ALVO

Empresas dos setores da indústria, comércio e serviços, Associações comerciais e


entidades de classe dos municípios de Rondon do Pará, Marabá, Paragominas,
Barcarena, Sapucaia e Santana do Araguaia, incluindo aqueles cujas atividades são
informais, mas que queiram se formalizar e a população que queira iniciar um
negócio.

10.25.5 ABRANGÊNCIA

Todos os municípios que fazem parte da AID (Rondon do Pará, Marabá,


Paragominas, Barcarena, Sapucaia e Santana do Araguaia).

340
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.25.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

A implementação das ações desse Programa é de responsabilidade do empreendedor


com a efetiva parceria do comércio local.

10.25.7 CRONOGRAMA

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 1 ........ ANO 10
ANO 0 1T 2T 3 T 4 T 1T 2T 3 T 4 T 1T 2T 3 T 4 T ANO 1
Elaboração do
diagnóstico
Elaboração de Relatório
definindo as Estratégias
para o desenvolvimento
de novas oportunidades
Elaboração do Plano de
Trabalho
Apresentação do
Relatório e Plano ao
público-alvo
Execução do Plano de
trabalho
Capacitação de gestores
Certificação dos gestores
capacitados
Realização de
seminários, palestras e
encontros de negócios
Diagnóstico dos
fornecedores ao final da
implantação
Seminário para
apresentação dos
resultados ao público-
alvo
Monitoramento e
avaliação/Elaboração de
relatório
Elaboração do Relatório
de Desempenho
Ambiental

341
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.26 PROGRAMA DE INCENTIVO A CULTURA E LAZER

10.26.1 JUSTIFICATIVA

O Programa de Incentivo à Cultura e Lazer, constitui em suas diretrizes, a criação de


condições propícias à disseminação de conceitos estimulando e reforçando a
iniciativa, a cooperação e o senso de responsabilidade com relação ao ambiente do
meio em que vive. Permitindo, assim, que se ampliem as práticas vitais ao ser
humano que vive em sociedade, como a cultura e o lazer.

No Brasil, existem legislações que incentivam principalmente a cultura, como no caso


da Lei Nº 8.313, de 23 de Dezembro de 1991, conhecida como “Lei Roaunet”, que
institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) e dá outras providências,
entre eles estão:

I - contribuir para facilitar, a todos, os meios para o livre acesso às


fontes da cultura e o pleno exercício dos direitos culturais;

II - promover e estimular a regionalização da produção cultural e


artística brasileira, com valorização de recursos humanos e
conteúdos locais;

III - apoiar, valorizar e difundir o conjunto das manifestações culturais


e seus respectivos criadores;

IV - proteger as expressões culturais dos grupos formadores da


sociedade brasileira e responsáveis pelo pluralismo da cultura
nacional;

V - salvaguardar a sobrevivência e o florescimento dos modos de


criar, fazer e viver da sociedade brasileira;

VI - preservar os bens materiais e imateriais do patrimônio cultural e


histórico brasileiro;

VII - desenvolver a consciência internacional e o respeito aos valores


culturais de outros povos ou nações;

VIII - estimular a produção e difusão de bens culturais de valor


universal, formadores e informadores de conhecimento, cultura e
memória;

IX - priorizar o produto cultural originário do País.

De forma geral a “Lei Rouanet” possibilita que pessoas físicas e jurídicas – cidadãos e
empresas – revertam parte do Imposto de Renda que devem em ações culturais. Em
relação ao lazer, podemos compreender em Gomes (2011), que:

[...] compreende-se o lazer como uma necessidade humana e


dimensão da cultura que constitui um campo de práticas sociais
vivenciadas ludicamente pelos sujeitos, estando presente na vida

342
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

cotidiana em todos os tempos, lugares e contextos (GOMES, 2011


apud GOMES, 2014, p.9).

A Lei Estadual do Estado do Pará Nº 5.885, de 9 de Fevereiro de 1995, dispõe sobre


o incentivo fiscal para a realização de projetos culturais, onde destacam-se dois
artigos:

Art. 1º. Fica concedido abatimento do Imposto sobre Operações


Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação – ICMS à empresa com estabelecimento situado no
Estado do Pará, que apoiar, financeiramente, projetos culturais
aprovados pela Secretaria de Estado de Cultura.

Art. 2º. Os benefícios desta Lei visam alcançar os seguintes


objetivos: I – promover o incentivo à pesquisa, ao estudo, à edição
de obras e à produção das atividades artístico-culturais nas
seguintes áreas: a) artes cênicas, plásticas, gráficas e filatelia; b)
cinema e vídeo; c) fotografia; d) literatura; e) música e dança; f)
artesanato, folclore e tradições populares; g) museus; h) bibliotecas e
arquivos; II – promover a aquisição, manutenção, conservação,
restauração, produção e construção de bens móveis e imóveis de
relevante interesse artístico, histórico e cultural; III – promover
campanhas de conscientização, difusão, preservação e utilização de
bens culturais; IV – instituir prêmios em diversas categorias.

No âmbito municipal, também existem legislações específicas que tratam sobre


incentivo à cultura e lazer, especificamente implementada pela Secretaria de Cultura,
Esporte e Lazer de cada município. Podemos então considerar que, em relação a
legislação é possível perceber que existem formas de incentivo a práticas de cultura e
lazer, nas esferas federal, estadual e municipal.

Deste modo, este programa, através de ações de natureza educativas, visa incentivar
a população da região, bem como, os trabalhadores da obra sobre a importância da
cultura e lazer para o bem-estar, assim como orientar sobre a busca desses
incentivos, através de parcerias com instituições governamentais. Daí a importância
de se adotar este programa, pois o espaço onde vai se instalar o empreendimento,
poderá sofrer mudanças na maneira como são concebidos os espaços de lazer e as
práticas culturais, principalmente dos municípios que fazem parte da Área de
Influência Direta (AID).

10.26.2 OBJETIVOS

 Sensibilizar as comunidades existentes na área de influência direta sobre a


importância de se preservar a cultura local e o lazer.
 Buscar apoio e participação da comunidade e de instituições governamentais da
região, para financiar e/ou apoiar projetos culturais e que permitam a
manutenção dos espaços de lazer.

343
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Proporcionar, através de diferentes meios à comunidade conhecimentos,


valores, habilidades, experiências que provoquem mudança de atitude frente a
essas questões, possibilitando agir na busca de preservar e ampliar os espaços
de lazer, assim como preservar os valores culturais regionais.

10.26.3 ESCOPO

Desenvolver ações voltadas para a conscientizar sobre a importância da preservação


dos espaços de lazer dos municípios, voltados para o contexto escolar das unidades
sob o enfoque interdisciplinar.

Trabalhar por meio de palestras e cartilhas os temas nas escolas, junto às crianças,
nas associações de bairros, nas associações dos assentados, nos clubes de mães,
entre outros.

Buscar apoios de instituições locais para realização de oficinas junto às comunidades


e trabalhadores para elaboração de projetos culturais que promova a valorização das
práticas locais.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.26.4 PÚBLICO ALVO

Este programa envolve as comunidades dos municípios da Área de Influência Direta -


AID (Barcarena, Marabá, Paragominas, Rondon do Pará, Santana do Araguaia e
Sapucaia).

10.26.5 ABRANGÊNCIA

A abrangência deste programa envolve as comunidades dos municípios que fazem


parte da Área de Influência Direta (AID) da Ferrovia Paraense S.A., que sofrerão os
impactos diretos, conforme descrição da justificativa abaixo:

 Barcarena: Pera ferroviária, utilizada para descarregamento e manobra;


 Marabá: Linha ferroviária que atravessa sua sede urbana;
 Paragominas: Pera ferroviária, utilizada para descarregamento e manobra;
 Rondon do Pará: Pera ferroviária, utilizada para descarregamento e manobra;
 Santana do Araguaia: Pera ferroviária, utilizada para descarregamento e
manobra;
 Sapucaia: Linha ferroviária que atravessa sua sede urbana.

344
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.26.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE

A responsabilidade de implantação do programa é do empreendedor podendo haver


parcerias com instituições públicas ou privadas que trabalham esta temática. Assim
como a formação de uma equipe constituída de técnicos capacitados e com
experiência na área educacional.

10.26.7 CRONOGRAMA

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ANO.... ANO 10
ANO1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Programação e
planejamento das ações
Montagem de equipe
básica multidisciplinar
Implantação das ações
Avaliação dos resultados

345
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.27PROGRAMA DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DA


OCUPAÇÃO DA FAIXA DE DOMÍNIO

10.27.1 JUSTIFICATIVA

Uma vez que já existe a ocupação em parte da área do Projeto, é possível que estas
se tornem lindeiras em alguns pontos da via a ser construída, tornando-se necessário
um programa capaz de garantir que a implantação e operação da Ferrovia Paraense
se mantenha em conformidade legal às questões sócio ambientais. Uma vez
executado, possibilitará inserir adequadamente o empreendimento evitando situações
de interferência com a segurança e com o tráfego. É possível ainda a ocupação
lindeira através da ocupação desordenada de pontos comerciais improvisados,
visando como clientes os trabalhadores do Projeto.

Este programa deverá estar de acordo com o código de postura dos municípios
integrantes da ADA.

10.27.2 OBJETIVOS

 Ordenamento sistemático do uso e ocupação do solo, nas áreas lindeiras à faixa


de domínio da via a ser construída, em conformidade com a Legislação
Ambiental, Urbanística dos municípios e as normas regulatórias dessas
atividades.
 Acompanhamento, juntamente com o Programa de Comunicação Social, com
relação às famílias residentes no entorno imediato da via, quando da
desapropriação total ou parcial. A faixa de domínio da via está
consideravelmente preservada, mas pelas observações de campo, foram
identificadas edificações ali localizadas. Evitar que ocorram áreas de depósito
de lixo nas faixas lindeiras;
 Remoção de vestígios de canteiros de obras;
 Efetuar as desapropriações e auxiliar, se necessário, nas relocações das
famílias diretamente afetadas de modo que não sofram perdas patrimoniais e/ou
de qualidade de vida;
 Praticar preços justos nas avaliações, aquisições e/ou indenizações.

10.27.3 ESCOPO

Para o desenvolvimento do programa deverão ser confeccionados documentos


normativos específicos para as situações citadas nos objetivos específicos, os quais
serão distribuídos às comunidades locais, visando assim prévia orientação a tais
comunidades.

O Programa requer ainda atividades de fiscalização da ocupação da faixa de domínio,


de modo a impedir a instalação de ocupações desordenadas. Deverão ser

346
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

confeccionados ainda relatórios de verificação de andamento e conclusão de


atividades.

Visando o ordenamento da ocupação da faixa de domínio cabe aqui aclarar as


diretrizes básicas a serem consideradas em decorrência das interferências previstas.

10.27.3.1 Tratamento Paisagístico

Arborização e o Projeto paisagístico têm muito a contribuir tanto na recuperação de


paisagens degradadas, servindo de medida compensatória à supressão de
vegetação, quanto na preservação de um patrimônio paisagístico da Faixa de
Domínio e das áreas lindeiras.

Portanto, esta atividade visa à adequação paisagística e ambiental das faixas de


domínio e lindeiras da Ferrovia Paraense S/A, por meio de implantação de
arborização adequada, peculiares à região, evitando impactos adversos e
transmitindo harmoniza, conforto e segurança aos usuários.

10.27.3.2 Depósito de lixo nas faixas lindeiras

Os depósitos irregulares existentes em áreas lindeiras e na própria faixa de domínio


da via devem ser removidos e coibidos, evitando-se impactos ambientais negativos,
tanto quanto à segurança do tráfego, como aos referentes à poluições do ar,
invocativos de odores desagradáveis, e proliferação de vetores indesejáveis, como
ratos e mosquitos. Esta atividade atuará em conjunto com os Programas: PCS e com
o PEA.

10.27.3.3 Reassentamento de ocupantes irregulares

A oferta de emprego durante as obras previstas pode ocasionar a ocupação


desordenada das faixas de domínio e/ou lindeiras, principalmente em locais próximos
aos canteiros de obras.

Para impedir a ocupação desordenada da faixa lindeira é importante à atuação da


construtora nesta fase, minimizando os impactos adversos através da exigência de
alojamento adequado para a mão-de-obra e, juntamente com o apoio das autoridades
municipais.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.27.4 PÚBLICO ALVO

Comunidades e propriedades existentes na ADA.

347
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.27.5 ABRANGÊNCIA

O programa destina-se basicamente ao atendimento da população afetada localizada


sob a ADA da Ferrovia Paraense S/A.

10.27.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Empreendedor em parceria com o poder público.

10.27.7 CRONOGRAMA

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ...... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Informativo ás
comunidades e
propriedades que estão
na ADA do projeto
Ações voltadas para a
fiscalização da faixa de
domínio
Elaboração do Relatório
de Desempenho
Ambiental

348
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.28 PROGRAMA DE APOIO À POPULAÇÃO MIGRANTE

10.28.1 JUSTIFICATIVA

A implantação da Ferrovia Paraense S/A provocará mudanças no espaço territorial e


social, sendo uma delas, o afluxo populacional em busca de oportunidades de
trabalho, principalmente, para os municípios de Barcarena e Marabá, em função da
localização dos canteiros de obra. O empreendimento atrairá trabalhadores de
diferentes locais e costumes que poderá acarretar problemas de diversas naturezas
para os municípios e sua população residente, o que requer a implantação de um
programa de apoio voltado particularmente para esclarecimentos e informações sobre
os serviços sociais disponíveis, contratação de mão de obra, entre outros, visando
minimizar os transtornos que poderão advir desta situação.

Para minimizar o impacto do incremento do fluxo migratório e demais alterações


relacionadas (pressão sobre a infraestrutura básica, equipamentos e serviços sociais;
aumento das vulnerabilidades sociais; aumento da ocupação irregular; propagação de
doenças infectocontagiosas; entre outros), propõe-se o Programa de Apoio à
População Migrante.

Este programa será executado através de parceria entre a Prefeitura Municipal dos
municípios de Barcarena e Marabá e o Empreendedor e prevê a aplicação de
medidas que visam desestimular a migração e a permanência de migrantes
desempregados, ou que tenham poucas oportunidades de trabalho no município,
divulgando e orientando sobre as reais oportunidades de emprego e geração de
renda, moradias, atendimento de saúde e educação, entre outros.

10.28.2 OBJETIVO

O programa objetiva estabelecer mecanismos de monitoramento dos migrantes


atraídos pelo empreendimento a partir do engajamento sócio institucional, envolvendo
instituições público-privadas e organizações da sociedade civil.

Promoverá a orientação da população migrante, no sentido de uma melhor inserção


desse segmento no contexto regional do projeto, informando sobre a disponibilidade
de emprego nas obras e região, sobre possibilidade de capacitação profissional e
serviços sociais disponíveis nos municípios nas áreas de saúde, educação, habitação
e segurança.

10.28.3 ESCOPO

A execução do Programa de Apoio à População Migrante necessita do cumprimento


das seguintes etapas preliminares: contratação de consultoria técnica especializada
para a elaboração de um Diagnóstico de Vulnerabilidade Social dos municípios de

349
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Marabá e Barcarena e formação/capacitação, também por consultoria técnica


especializada, da equipe de gerenciamento do programa.

10.28.3.1 Estabelecimento de Parceria/Convênio entre as Prefeituras


Municipal de Barcarena e Marabá e Empreendedor

O estabelecimento de parceria ou convênio é o primeiro passo para a implantação e


execução do referido programa, tendo em vista que é neste documento que se
estabelecem as responsabilidades de cada ator integrante do convênio. Propõe-se
aqui que a execução das atividades do programa seja realizada pelas Prefeituras
Municipal de Barcarena e Marabá, na figura da Secretaria Municipal de Assistência
Social com apoio financeiro, a ser determinado, do empreendedor.

Cabe ainda à executora das atividades encaminhar mensalmente relatórios de


avanços ao empreendedor, e a cada 06 (seis) meses um relatório de avaliação.

10.28.3.2 Diagnóstico de Vulnerabilidade Social

A população migrante em busca de oportunidades de emprego tende a aumentar o


contingente populacional de áreas já vulneráveis no município. Em função desta
dinâmica, o programa deverá pautar suas ações em um Diagnóstico de
Vulnerabilidade Social em Barcarena e Marabá, com a finalidade de mapear e
compreender as áreas que serão foco de migração, estabelecendo indicadores
sociais que mensurem o grau de atendimento dos serviços públicos a estas
populações.

10.28.3.3 Equipe de Gerenciamento do Programa

A implantação e execução do Programa de Apoio à População Migrante requer uma


estrutura específica das Secretarias Municipais de Assistência Social dos municípios
de Barcarena e Marabá, voltada para gerenciar e executar as atividades pertinentes a
esse programa.

Para tanto, a equipe sediada na Secretaria Municipal receberá treinamento para


gerenciar e realizar o acompanhamento e ações do programa de apoio ao fluxo
migratório para o município, realizando um monitoramento socioeconômico das áreas
vulneráveis previamente diagnosticadas.

A equipe de gerenciamento e execução do programa deverá ser composta por


profissionais da área social (entre sociólogos, psicólogos e assistentes sociais) e
auxiliares administrativos e serão constituídos de grupos volantes, que ficarão nos
pontos de grande circulação da cidade e um grupo fixo, baseado no CAM - Centro de
Atenção ao Migrante, para gerenciamento das ações.

350
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.28.3.4 Centro de Atenção ao Migrante (CAM)

Os pontos de chegada da população migrante serão detectados pela equipe e, nestes


locais, será instalado o CAM, um espaço destinado à atuação do programa para a
abordagem primária junto às pessoas que chegam à cidade de Barcarena e Marabá à
procura de emprego.

10.28.3.5 Ações de Apoio ao Migrante e Triagem

O trabalho de apoio ao migrante obedecerá a seguinte sequência de ações:

 Abordagem inicial com o migrante: As equipes volantes,


situadas nos pontos estratégicos mencionados, abordarão os
migrantes obedecendo a princípios de respeito e atenção,
convidando-os ao diálogo sobre sua condição de chegada no
município e suas perspectivas. Neste momento, o migrante será
convidado a realizar uma entrevista.
 Entrevista e Triagem: Serão coletadas informações sobre o
motivo de atração para o município, a localidade de origem,
situação da família, data de chegada, meio de transporte utilizado,
escolaridade, perspectiva, local de residência em Barcarena e
Marabá e qualificação profissional.
 Orientação: Os critérios para inserção em novos postos de
trabalho serão apresentados, de modo a ajudar o migrante a
decidir pela opção mais viável para as suas possibilidades. Será
possível optar tanto pelo apoio ao encaminhamento para o Sistema
Nacional de Emprego (SINE) quanto para retornar para seu local
de origem, caso o migrante necessite destes apoios.
 Encaminhamento ao SINE: O SINE avaliará sua possibilidade de
absorção no mercado de trabalho local.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

10.28.4 PÚBLICO-ALVO

Este programa tem como público-alvo das ações indicadas, os migrantes que se
mobilizam, em direção a Barcarena e Marabá, em busca de acesso a melhores
oportunidades econômicas.

10.28.5 ABRANGÊNCIA

A área de abrangência deste programa corresponde aos municípios de Barcarena e


Marabá.

351
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.28.6 AGENTE EXECUTOR COM DEFINIÇÃO DE RESPONSALIDADES

Este Programa será de responsabilidade do empreendedor em parceria com as


Prefeituras Municipais dos municípios de Barcarena e Marabá, podendo estabelecer
convênios ou parcerias com outras instituições públicas ou privadas para sua
implantação.

10.28.7 CRONOGRAMA

O Programa de Apoio ao Migrante será desenvolvido imediatamente após a emissão


da LI (Licença de Instalação).

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ....... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Elaboração do Diagnóstico
de Vulnerabilidade Social e
mapeamento dos fluxos
migratórios
Formação/Capacitação da
equipe
Implantação dos centros de
apoio ao Migrante
Atuação das equipes do
programa
Atualização do diagnóstico
Avaliação dos resultados

Considerando que os canteiros previstos estão situados longe dos núcleos urbanos, é
necessário levar em conta as peculiaridades da interação desses canteiros com as
populações dos municípios, tanto nas sedes urbanas quanto nos assentamentos
rurais mais próximos, e as maneiras pelas quais a mão de obra encontra lazer e
diversão nas horas livres, bem como os vínculos estabelecidos com o lugar – eventual
chegada de parentes, estabelecimento em moradia permanente, etc., se faz
necessário o fornecimento de serviços básicos aos trabalhadores no próprio canteiro
de obras, evitando assim a sobrecarga da infraestrutura de saúde dos municípios.

352
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.29 PROGRAMA DE ATENDIMENTO MÉDICO-SANITÁRIO

10.29.1 JUSTIFICATIVA

A situação da saúde pública da área de influência direta da Ferrovia Paraense S/A


reflete as condições socioeconômicas da população e se agrava com o baixo padrão
de atendimento dos serviços públicos em geral. Embora se identifiquem
equipamentos de saúde na sede urbana, seu funcionamento é insatisfatório com
carência de profissionais da área, remédios e equipamentos somente de atendimento
básico, sendo os casos mais graves encaminhados para hospitais de referência
situados, principalmente, em Marabá, Paragominas e Belém.

Ressalte-se que existe uma situação de carência de atendimento de saúde


encontrada na maioria dos municípios brasileiros, especialmente dos localizados nas
regiões Norte e Nordeste do Brasil. Tal situação poderá se agravar com a implantação
do empreendimento, em decorrência da chegada de pessoas para trabalhar nas
etapas de implantação e operação da Ferrovia Paraense S/A .

De acordo com os dados oficiais, apresentados no Estudo de Impacto Ambiental da


Ferrovia Paraense S/A ( Vol. VII- Item 6.3.1.7.3 - Saúde), as condições, a estrutura e
os serviços de saúde existentes na área de influência do empreendimento revelam um
quadro comum nos municípios da Região Norte do Brasil, com predominância de
doenças infectocontagiosas – doenças diarreicas agudas, hepatite A, hanseníase,
tuberculose –, em grande parte associadas aos problemas de tratamento de água,
saneamento básico, moradias inadequadas, subnutrição e condições gerais de
higiene.

Dessa forma, deverão ser desencadeadas ações de natureza preventiva, e também


de intervenção, visando, minimizar e monitorar os efeitos junto à população,
especialmente àquela residente na área de influência direta do empreendimento.

Diante da situação-problema identificada, de acordo com o EIA, destacam-se alguns


dos principais pontos a serem objetos de intervenção do poder público municipal,
considerados para um funcionamento mais efetivo do sistema de saúde dos
municípios da AID:

 Melhoraria da cobertura dos Sistemas de informações - Sistema


Nacional de Atendimento Médicos (SINAN), Sistema de Informações
sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informações de Nascidos Vivos
(SINASC), Sistema de Informações do Programa Nacional de
Imunização (SI-API);
 Fortalecimento da rede de Atenção Primária, por meio das estratégias
de Saúde da Família com relação ao pré-natal, assim como na atenção
ao parto e na assistência ao recém-nascido visando a melhoria do
coeficiente de mortalidade infantil;

353
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Elevação das coberturas vacinais envolvendo todas as etapas do


processo de Atenção Primária, desde os Agentes Comunitários,
auxiliando no monitoramento, passando pelas equipes Saúde da Família
e Unidades Básicas na execução e na gestão da Vigilância em Saúde,
acompanhando as coberturas em todas as localidades e indicando as
áreas descobertas;
 Melhoraria da cobertura e o desempenho da rede de Atenção Primária
(principalmente na área rural e nas localidades na área de influência do
empreendimento), vislumbrando-se um desenvolvimento mais efetivo
dos programas de promoção e prevenção à saúde, sobretudo os
exercidos pelas estratégias Saúde da Família;
 Garantia de uma rede assistencial de média e alta complexidade via
expansão e/ou pactuação com polos mais desenvolvidos (Marabá ou
Belém), que seja suficiente para atender as demandas conforme o perfil
epidemiológico descrito: elevada incidência de agravos cardiovasculares
e ocorrência de agressões por arma de fogo e objetos perfurocortantes.
Além de garantir o suporte necessário para uma boa atenção aos partos,
de um modo geral, e assistência ao recém-nascido;
 Desenvolvimento de políticas preventivas articuladas com as áreas de
Educação e de Segurança Pública, no sentido de minimizar a elevada
ocorrência de agressões por arma de fogo e objetos perfurocortantes; e
 Adoção de medidas preventivas com as áreas de infraestrutura,
esgotamento sanitário e tratamento e distribuição de água, visando
minimizar a incidência de doenças infectocontagiosas.

10.29.2 OBJETIVO

Em linhas gerais, o Programa de Atendimento Médico-Sanitário tem como objetivo


reforçar ações de natureza preventiva, no campo da saúde, no sentido de minimizar
ou mesmo evitar um agravamento da situação-problema identificada, bem como criar
condições para melhorias quantitativa e qualitativa no sistema de atendimento médico
sanitário dos municípios da AID.

10.29.2.1 Escopo

Baseando-se nos dados referentes às condições de vida da população, mais


especificamente nos dados de saúde e condições sanitárias, apresentados no EIA,
bem como em fontes complementares, foi possível estabelecer as diretrizes gerais
que irão conduzir ao futuro desejável, ou seja, ao fortalecimento do sistema de saúde
dos municípios que compõem a AID. Tais ações estão de acordo com o cronograma
de implantação do empreendimento e consideram a expectativa de crescimento tanto
da população quanto dos outros setores econômicos do município.

354
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.29.2.2 Potencialidades e Desafios para Reforçar o Sistema Médico-


Sanitário dos municípios da AID

Entende-se que, para o alcance do cenário futuro desejável, o município precisa


mobilizar ações que potencializem seus pontos favoráveis, ao mesmo tempo em que
deverá adotar medidas para solucionar suas limitações, que se manifestam,
fundamentalmente, pela inadequação da atual infraestrutura (equipamentos e
instalações) e número de profissionais que atuam na área.

Paralelamente, as ações adotadas devem estar ajustadas ao cenário externo, no


sentido de aproveitar as oportunidades e anular e/ou minimizar as ameaças
representadas pelo aumento da demanda por serviços de saúde como decorrência do
afluxo populacional que se direcionará aos municípios em função da implantação das
peras e canteiros de obra.

10.29.2.3 Ações Estratégicas

As ações propostas para melhoria do sistema de saúde foram desmembradas em


dois focos de atuação:

 Ações de natureza preventiva;


 Ações voltadas para o treinamento e a capacitação dos
profissionais de saúde;
 Ações de Natureza Preventiva

Tais ações visam reforçar os projetos de vigilância epidemiológica (dengue, febre


amarela, AIDS, DSTs, dentre outras), bem como controlar as doenças de veiculação
hídrica, em especial, hepatite A, cólera e parasitárias e outras. Essas atribuições
cabem às três esferas públicas de governo, municipal, estadual e federal. Para tanto,
será necessário reforçar as áreas-meio do sistema de saúde no intuito de realizar
campanhas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Os indicadores deverão ser
monitorados pelo SUS e divulgados ao empreendedor. Isso requer o estabelecimento
de convênio entre os parceiros para a definição das atribuições.

Ações Voltadas para o Treinamento e Capacitação dos Profissionais em Saúde

Tais ações serão estruturadas para promover e fortalecer os programas de Agente


Comunitário de Saúde (PACS), bem como o Programa Saúde da Mulher, ambos
atrelado ao PSF3, além da capacitação dos recursos humanos que atuam no hospital
e nos Postos de Saúde. Sabe-se que a garantia de treinamento e qualificação de

3
O Programa Saúde da Família - PSF está inserido em um contexto de decisão política e institucional de
fortalecimento da Atenção Básica no âmbito do Sistema Único de Saúde, cujos princípios posicionam o Brasil ao lado
de países que pautam seus sistemas em valores de solidariedade e de cidadania, como a universalização e a adoção
do conceito de saúde como direito de todos e dever do Estado.

355
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

recursos humanos para a área da saúde é um problema nacional, sendo que nos
municípios do Norte e Nordeste do Brasil, esse problema se agrava, sobremaneira.

De acordo com Relatório Mundial da Saúde, de 2013, o programa brasileiro Bolsa


Família contribuiu para reduzir o número de mortes de crianças menores de 5 anos. O
grande desafio aos gestores é assegurar a atuação de profissionais qualificados /
treinados para desenvolverem as ações do Programa, pautados em um novo
paradigma de saúde. Quanto à importância do treinamento desses profissionais, o
documento da OMS aponta que médicos, enfermeiros e outros funcionários treinados
conseguiram mais êxito na identificação das doenças, em geral, sendo que o índice
de acerto, no caso brasileiro, variou entre 58 e 84%, dependendo do tipo de
treinamento, longo ou curto4.

A implementação das ações de treinamento e capacitação requer, primeiramente, a


escolha da organização que deverá ministrar os cursos e os treinamentos e, em
seguida, a celebração de convênio entre os parceiros. O número de profissionais
capacitados e treinados e o resultado dessa ação, expresso em termos de quantidade
e qualidade no atendimento à população, são os principais indicadores que deverão
ser monitorados.

As ações deste Programa devem estar em consonância com o que está previsto no
Plano Diretor Municipal Participativo, de cada município participante da AID, no artigo
45, destinado à saúde, que diz ser prioridade qualificar equipe técnica para ações
educativas de saúde, especialmente as voltadas para atenção ao adolescente e ao
idoso e de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis, bem como realizar
capacitação para os profissionais da saúde, voltados para os portadores de
necessidades especiais e atendimento ao público.

Outra referência para as ações deste Programa podem ser buscadas na Política
Nacional de Humanização do SUS, que busca a efetivação dos princípios do SUS no
cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e
incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários.

A participação do empreendedor na execução das ações de treinamento e


capacitação dos profissionais da saúde deverá ser através de convênio e apoio ao
poder público na realização de cursos e oficinas destinadas a esse fim.

As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão incluídos nos


Relatórios anuais a serem apresentados para considerações e avaliação da equipe do
órgão ambiental do estado-SEMAS/PA.

4
Informações disponíveis em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-
economia/33,65,33,12/2013/08/16/interna_brasil,382981/bolsa-familia-reduziu-numero-de-mortes-de-criancas-
menores-de-5-anos.shtml#.Ug_X3P6rRgc.facebook.> Acesso em agosto de 2013.

356
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.29.3 PÚBLICO ALVO

Toda a população do município, além das pessoas que a ele irão se direcionar no
período da implantação e operação da Ferrovia Paraense S/A.

10.29.4 ABRANGÊNCIA

Todos os municípios que fazem parte da AID (Rondon do Pará, Marabá,


Paragominas, Barcarena, Sapucaia e Santana do Araguaia).

10.29.5 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

A implantação das ações desse Programa é de responsabilidade das Secretarias


Estadual e Municipal de Saúde, do Ministério da Saúde, através dos Programas de
Agentes Comunitários de Saúde e Saúde Familiar, e Secretaria Municipal de
Educação, com a efetiva parceria do empreendedor.

10.29.6 CRONOGRAMA

O Programa de Atendimento Médico-Sanitário será desenvolvido após a emissão da


LI (Licença de Instalação) de acordo com o cronograma apresentado.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ....... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Ações de Natureza
Preventiva
Ações voltadas para o
treinamento e capacitação
dos profissionais em saúde
Ações destinadas à
ampliação e melhoria das
instalações e dos
equipamentos utilizados
pelo sistema de saúde do
município
Ações de
acompanhamento dos
projetos implantados
Elaboração do Relatório de
Desempenho Ambiental

357
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.30 PROGRAMA DE FORTALECIMENTO DA EDUCAÇÃO

10.30.1 JUSTIFICATIVA

Este programa visa contribuir com a melhoria da qualidade da educação por meio da
formação do quadro gestor da Secretaria de Educação, de Gestores Escolares da
rede municipal e atuando com a comunidade pela frente de mobilização social em prol
da educação de qualidade.

Sabe-se que os diversos desafios enfrentados nas Secretarias de Educação são


agravados pelo fato de que os profissionais muitas vezes possuem pouca prática de
gestão, levando-os a executar ações sem planejamento e visão de longo prazo,
perdendo de vista o principal resultado de seu trabalho: a aprendizagem dos alunos.
Deste modo, a formação em gestão proposta pelo empreendedor visa a ajudar o
município a realizar a gestão administrativa e pedagógica da sua rede de Educação.

Tão importante quanto ter uma Secretaria de Educação estruturada e com ações
efetivas, é ter o corpo de Gestão Escolar da rede municipal consciente da
sustentabilidade de suas ações e focado na qualificação de seus profissionais. A
frente de formação de diretores tem como objetivo otimizar os recursos existentes nas
escolas, resignificar os ambientes escolares como palcos de aprendizagem e
identificar oportunidades de captação em programas oficiais. A partir da formação
recebida, os diretores tornam-se multiplicadores estendendo seus aprendizados ao
restante de sua equipe nas escolas.

A frente de mobilização busca compartilhar a responsabilidade de uma educação de


qualidade entre todos da comunidade. Proporciona espaços para um maior
entrosamento e diálogo entre diversos atores como, associações de pais e alunos,
lideranças comunitárias, associações de bairro, gestores públicos e escolares, entre
outros.

Uma rede articulada com diversos atores em torno da Educação pode impulsionar o
desenvolvimento local. Neste sentido, estimulamos a participação da comunidade na
vida escolar de suas crianças e adolescentes, seja com o acompanhamento da
dinâmica escolar, com a presença em reuniões de pais e encontros de mobilização,
com a participação ativa no conselho escolar, entre outras ações de mobilização em
prol de uma educação pública de qualidade.

10.30.2 OBJETIVO

O principal objetivo deste Programa é a melhoria da qualidade da educação nos


municípios da AID.

Os objetivos específicos são os seguintes:

358
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Diversos setores da sociedade local tendo a educação como uma prioridade e


mobilizando ações e iniciativas de promoção, garantia e defesa da educação pública.

Políticas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) implementadas de forma


qualificada e efetiva pela equipe da Secretaria de Educação.

10.30.3 ESCOPO

As diretrizes para este Programa são especificadas a seguir:

 Articulação com o poder público local, representado pela Secretaria


de Educação, para adesão ao projeto.
 Apoiar a equipe técnica da Secretaria Municipal de Educação, na
condução dos processos do projeto em busca da melhoria na
gestão pública e escolar educacional;
 Engajar e envolver diversos atores locais para realização de ações
de mobilização em prol de uma educação pública de qualidade;
 Atuar em conjunto na formação da equipe técnica da secretaria e
gestores escolares da rede municipal de ensino superior;
 Atuar em conjunto para acesso a recursos extras do Governo
Federal e Estadual; e
 Respeitar os valores culturais locais, propondo estratégias e ações
que garantam a preservação da identidade e das peculiaridades
locais.
 As ações de caráter preventivo ou corretivo e sua eficácia serão
incluídos nos Relatórios anuais a serem apresentados para
considerações e avaliação da equipe do órgão ambiental do
estado-SEMAS/PA.

10.30.4 PÚBLICO ALVO

O público alvo direto refere-se aos segmentos relacionados a seguir:

 Gestor e Equipe Técnica da Secretaria de Educação;


 Gestores Escolares; e
 Comunidade.

10.30.5 ABRANGÊNCIA

Municípios da AID.

359
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.30.6 AGENTE EXECUTOR, COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

A implantação do programa é de responsabilidade das Secretarias Estadual e


Municipal de Educação com o apoio do empreendedor.

10.30.7 CRONOGRAMA

O Programa de Fortalecimento da Educação será desenvolvido imediatamente após a


emissão da LI (Licença de Instalação), de acordo com o cronograma a seguir.

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ....... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Programação e
planejamento das ações
Montagem da equipe
básica multidisciplinar
Assinatura de
convênio/parceria
Implantação das ações
programa
Seminários de Avaliação
Avaliação dos resultados e
entrga anual de relatório
ambiental para SEMAS/PA

360
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.31 PROGRAMA DE PROSPECÇÃO E RESGATE ARQUEOLÓGICO

10.31.1 JUSTIFICATIVA

A importância do diagnóstico arqueológico explica-se pela necessidade de verificar o


potencial arqueológico de determinada região, pois o desenvolvimento de sociedades
humanas do passado se deu em várias regiões amazônicas. Esse desenvolvimento
relaciona-se também, à capacidade de suporte da região em relação às comunidades
que nela habitaram, tendo em vista a disponibilidade e acessibilidade de ambientes e
terras para uso, bem como, a disponibilidade dos recursos naturais locais, entre
outros.

Por outro lado, a região visitada poderia no passado, ser um reservatório natural de
produtos para a subsistência, já que atualmente apresenta, mesmo com mudanças
acentuadas, uma significativa diversidade ambiental.

Os procedimentos adotados para a elaboração dessa vistoria arqueológica foi o de


não intervir no solo, apenas fotografando e observando a sua superfície, além de
registrar os pontos GPS. Como os impactos sobre os bens arqueológicos são sempre
localizados, é importante localizar efetivamente os bens em risco, antes da
implementação de qualquer tipo de ação que possa interferir com esses bens
arqueológicos. Para isso, é fundamental um levantamento sistemático, que busque
identificar os bens arqueológicos que se encontram inseridos nas áreas que vão ser
fisicamente afetadas pelas atividades diretas e indiretas do empreendimento.

O Programa de Prospecções Arqueológicas Intensivas é uma exigência da Instrução


Normativa do IPHAN 01/2015 para a concessão de LI aos empreendimentos
potencialmente causadores de impactos aos bens arqueológicos. Sua correta
execução é uma forma de obtenção de parâmetros quantitativos e qualitativos
seguros para o detalhamento do futuro programa de salvamento arqueológico a ser
implantado.

A elaboração de projeto de pesquisa científica a ser apresentado ao IPHAN, para


obtenção da permissão de pesquisa mencionada, nos termos das portarias IPHAN
07/1988 e 01/2015 deverá obedecer aos requisitos legais:

 Levantamento de campo sistemático e intensivo, com sondagens no subsolo


(como exige a Portaria IPHAN 01/2015), de preferência buscando a cobertura
total de todas as áreas de intervenção do empreendimento;
 CR 1988, art. 20, inciso X;
 Lei nº. 3.924, de 26/07/1961.

361
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.31.2 OBJETIVO

 Levantar a quantidade e diversidade de sítios arqueológicos existentes na ADA


e AID do empreendimento, tanto aflorados em superfície quanto enterrados no
subsolo.
 Obter informações relativamente aos sítios arqueológicos, que permitam
estimar, com razoável grau de confiabilidade, os seguintes aspectos: limites
espaciais de cada sítio; densidade e diversidade da cultura material presente em
cada sítio; profundidade e espessura da camada arqueológica de cada sítio;
estado de conservação de cada sítio; implantação dos sítios na paisagem.
 Estas informações permitirão desenvolver o programa de resgate arqueológico.

10.31.3 ESCOPO

 Contratação de um arqueólogo responsável, que terá a seu cargo solicitar a


permissão de pesquisa arqueológica ao IPHAN (conforme exige a Lei 3924/61)
e montar a equipe técnica que participará da execução do programa;
 Elaboração de projeto de pesquisa científica a ser apresentado ao IPHAN, para
obtenção da permissão de pesquisa acima mencionada, nos termos das
portarias IPHAN 07/1988 e 01/2015;
 Levantamento de campo sistemático e intensivo, com sondagens no subsolo
(como exige a Portaria IPHAN 01/2015), de preferência buscando a cobertura
total de todas as áreas de intervenção do empreendimento;
 Coleta sumária de material arqueológico nos sítios, devidamente controlada e
registrada, de caráter comprobatório e com a finalidade de permitir inferências
preliminares sobre o conteúdo cultural dos sítios existentes na área de estudo;
 Coleta de algumas amostras para datação por C14, de modo a obter dados que
permitam verificar a cronologia de ocupação da área de estudo e levantar as
primeiras hipóteses sobre quais sítios, nas diversas etapas de ocupação, seriam
contemporâneos entre si;
 Curadoria e análise, em laboratório, do material arqueológico coletado em
campo;
 Envio das amostras coletadas para datação aos laboratórios especializados;
 A partir dos resultados das atividades acima, detalhamento do programa de
resgate arqueológico, de preferência já definindo as principais problemáticas
arqueológicas que podem ser respondidas pelas pesquisas na área.

10.31.4 PÚBLICO ALVO

O público-alvo do Programa de Prospecção e Resgate do Patrimônio Arqueológico


são os órgãos licenciadores estadual e federal, e as empreiteiras contratadas para a
implantação do empreendimento, as comunidades locais interessadas, os
proprietários das terras atravessadas pela ferrovia e a sociedade em geral.

362
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

10.31.5 ABRANGÊNCIA

ADA e AID do empreendimento.

10.31.6 AGENTE EXECUTOR , COM DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

A implantação e desenvolvimento do programa serão de responsabilidade do


empreendedor, mas deverá contar com a aprovação do IPHAN e a participação de
uma instituição responsável pela guarda do material arqueológico coletado em campo,
a qual será indicada pelo arqueólogo responsável pelo programa, contratado pelo
empreendedor.

10.31.7 CRONOGRAMA

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
ATIVIDADES ANO 0 ANO 1 ....... ANO 10
ANO 1
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Programação e
planejamento das
ações
Montagem da equipe
básica multidisciplinar
Implantação das ações
programa
Avaliação dos
resultados

363
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11 ANÁLISE DE RISCOS

11.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Comumente as atividades de uma organização envolvem riscos que devem ser


gerenciados. O processo de avaliação de riscos é a parte da gestão que fornece um
processo estruturado para identificar como os objetivos podem ser afetados e analisa
os riscos em termos de consequências e suas probabilidades antes de decidir se um
tratamento adicional é requerido.

A análise de riscos decorrentes da Ferrovia Paraense S.A. tem como finalidade


identificar, analisar e avaliar os eventuais riscos impostos ao meio ambiente e à
comunidade circunvizinhos às instalações do projeto, quando da ocorrência de
acidentes relacionados às atividades inerentes às fases de instalação e operação.

Segundo a ABNT NBR ISO/IEC 31012:2012, análise de riscos diz respeito ao


entendimento do risco. Ela fornece uma entrada para o processo de avaliação de
riscos e às decisões sobre se os riscos necesssitam ser tratados e sobre as
estratégias e métodos de tratamento mais apropriados.

Consideramos neste estudo a definição de risco como um efeito da incerteza nos


objetivos, além das notas apresentadas na ABNT ISO GUIA 73:2009:

NOTA1 - Um efeito é um desvio em relação ao esperado – positivo


e/ou negativo

NOTA2 - Os objetivos podem ter diferentes aspectos e podem


aplicar-se em diferentes níveis (tais como estratégico, em toda a
organização, de projeto, de produto e de processo).

NOTA3 - O risco é muitas vezes caracterizado pela referência aos


eventos potenciais e às consequências, ou uma combinação deles.

NOTA 4 - O risco é muitas vezes expresso em termos de uma


combinação de consequências de um evento (incluindo mudanças no
nas circunstancias) e a probabilidade de ocorrência associada.

NOTA5 - A incerteza é o estado, mesmo que parcial, da deficiência


das informações relacionadas a um evento, sua compreensão, seu
conhecimento, sua consequência ou sua probabilidade.

A análise de riscos envolve a consideração das causas e fontes de riscos, suas


consequências e a probabilidade de que essas consequências possam ocorrer.
Convém que os fatores que afetam as consequências e a probabilidade sejam
identificados. Um evento pode ter múltiplas consequências e pode afetar múltiplos
objetivos. Convém que controles de riscos existentes e sua eficácia sejam levados em
consideração.

364
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.2 METODOLOGIA

O processo de identificação de riscos inclui a detecção das causas, fontes, eventos,


situações ou circunstâncias que poderiam ter um impacto material sobre os objetivos
da atividade, bem como a natureza desse impacto.

De acordo com a ABNT NBR 31000:2019, a identificação de riscos pode envolver


dados históricos, análises teóricas, opiniões de pessoas informadas e especialistas, e
as necessidades das partes interessadas. Nesse sentido, foi estruturada neste etudo
uma Análise Histórica à obtenção de maiores informações sobre acidentes
envolvendo o modal ferroviário.

Várias técnicas de apoio podem ser utilizadas para melhorar os resultados requeridos
em uma identificação de riscos. A seleção dos critérios a serem utilizados varia em
função do tipo, estágio e informações a respeito de determinada atividade, tendo sido
estes os fatores avaliados à seleção das técnicas aplicadas neste estudo.

A ABNT NBR ISO/IEC 31012:2012 apresenta diferentes métodos para avaliação de


riscos descritos em seu Anexo B. Nesta Análise de Riscos foram aplicadas três destas
ferramentas: 1)Análise Preliminar de Riscos – APP, 2)Matriz de Probabilidade e
Consequência e 3)Análise de Árvore de Falhas (FTA).

As ferramentas escolhidas ao processo de análise de riscos atendem aos objetivos


propostos pelo presente estudo em todas as suas etapas, conforme apresentado no
Quadro 11.2-1. A metodologia específica de cada uma será descrita ao longo do
estudo, em seus respectivos subitens.

Quadro 11.2-1 - Aplicabilidade das ferramentas utilizadas ao processo de avaliação de


riscos.

PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE RISCOS


FERRAMENTAS E
TÉCNICAS Identificação Análise de riscos Avaliação
de riscos Consequência Probabilidade Nível de risco de riscos
Análise Preliminar
FA NA NA NA NA
de Perigos
Matriz de
probabilidade/ FA FA FA FA A
consequência
Análise de árvore de
A FA FA A A
falhas
FA – Fortemente aplicável; NA – Não Aplicável; A – Aplicável.

FONTE: modificado de ABNT NBR ISO/IEC 31012:2012

Inicialmente foram identificadas as estatísticas de acidentes envolvendo o modal


ferroviáriro por meio da análise histórica, através de pesquisas em bancos de dados
pertinentes, considerando relatórios de instituições nacionais.

365
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

A Análise Preliminar de Perigos (APP) foi aplicada à identificação de eventos


perigosos que possam ter origem nas instalações Ferrovia Paraense S.A.,
englobando tanto as falhas de componentes e sistema, como eventuais erros
operacionais ou de manutenção (falhas humanas).

Na APP são levantadas as causas que podem promover a ocorrência de cada um dos
eventos e as suas respectivas conseqüências, sendo, então, feita uma avaliação
qualitativa da freqüência de ocorrência do cenário de acidentes, da severidade das
conseqüências e do risco associado. O grau de risco foi então analisado através da
Matriz de Probabilidade e Consequência.

11.2.1 ESTRUTURA DA ANÁLISE

No Brasil, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São


Paulo – CETESB desenvolveu a norma técnica “Risco de Acidente de Origem
Tecnológica - Método para decisão e termos de referência” (CETESB P4.261/11),
publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 04/04/2014, que visa nortear
engenheiros e profissionais especializados no atendimento às demandas relacionadas
ao assunto.

A referida norma é composta por quatro partes, a primeira prescreve o método de


tomada de decisão quanto à necessidade de apresentação de Estudo de Análise de
Risco e de Programa de Gerenciamento de Risco para empreendimentos
potencialmente geradores de acidentes. As partes II e III apresentam os termos de
referência para a elaboração de Estudos de Análise de Risco para empreendimentos
pontuais e dutos, respectivamente, além dos critérios de tolerabilidade com os quais o
risco estimado será comparado. A parte IV traz o termo de referência para a
elaboração de Programa de Gerenciamento de Risco

Para a realização desta Análise de Riscos foram adotados os critérios estabelecidos


pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMAS, pela ABNT
NBR ISO/IEC 31010:2012 e pela Norma CETESB P4.261:2011, com algumas
adaptações para atendimento ao empreendimento Ferrovia Paraense S.A.

Com base na sequência de etapas adotadas, segundo a recomendação da CETESB


e da NBR, pode ser observada na Figura 11.2-1 a sequência considerada para a
presente análise de riscos. As etapas do trabalho podem ser resumidas conforme
segue:

a. Descrição das partes pertinentes do sistema e suas funções;


b. Identificação dos perigos, definição das hipóteses e cenários acidentais que
eventualmente possam vir a ocorrer nas instalações;
c. Estimativa e avaliação das consequências e seus respectivos efeitos físicos,
decorrentes de eventos anormais.

366
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 11.2-1 –Etapas da análise de risco.

Fonte: modificado de CETESB, 2011.

367
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.3 DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO E DA REGIÃO

11.3.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

O Quadro 8.3-1 apresenta a identificação da empresa responsável pela Ferrovia


Paraense S.A..

Quadro 11.3-1 – Identificação do empreendedor.


Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia –
Razão Social
SEDEME
CNPJ 14.772.025/0001-18
Endereço Av. Senador Lemos, nº 290. Umarizal – Belém – PA. 66050-000
Representante
Dyjane Chaves Amaral
Legal
CPF 332.987.182-20
Endereço Av. Senador Lemos, nº 290. Umarizal – Belém – PA. 66050-000
Fone (91) 3110-2550
e-mail gabinetesedeme@gmail.com

11.3.2 A MALHA FERROVIÁRIA

O traçado ferroviário interliga o município de Santana do Araguaia ao município de


Barcarena, passando, dentre outros, por Paragominas, Rondon do Pará, Nova
Ipixuna, Xinguara, Marabá, Redenção. O projeto está inserido na grande bacia
hidrográfica Araguaia-Tocantins.

No trecho Santana do Araguaia – Nova Ipixuna- Alumina Rondon o traçado proposto


segue em paralelo à BR 155 e BR-158, ou seja, em área já interferida por
empreendimento linear com vias citadas e a Estrada de Ferro Carajás – EFC (Vale).

O projeto ferroviário, com 1319 Km, deverá integrar o Complexo Logístico Industrial e
Portuário de Vila do Conde que contempla um Porto Multicarga no município e o
maior distrito Industrial portuário do Estado do Pará.

Extensão da ferrovia:

 Linha tronco = 1.145,00 km;


 Extensão de ramais = 174,00 km;
 Extensão total da ferrovia e ramais = 1.319 km;
 Raio modal = 859,456m;
 Maior rampa no sentido exportação = 0,600%;
 Maior rampa no sentido importação = 0,700%;
 Maior obra - ponte sobre o rio Tocantins, extensão = 1980 m;

368
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Movimentação de terraplenagem trecho Santana do Araguaia –


Marabá = 94.000m³/km; e
 Movimentação de terraplenagem trecho Marabá - Barcarena = 193.000
m³/km.

11.3.3 CARACTERIZAÇÃO DA VIA PERMANENTE

O traçado ferroviário Linha Tronco inicia a aproximadamente 25 km ao sul da cidade


de Santana do Araguaia, em Plataforma Logística e Industrial prevista. Segue no
sentido norte, paralelo à rodovia PA-150, passando pelas cidades de Redenção,
Xinguara, Eldorado dos Carajás, até alcançar a cidade de Marabá, onde está prevista
uma ponte de aproximadamente 1.980 metros. Neste segmento o traçado transpõe
uma região com topografia plano-ondulada, não apresentando grandes obras de
transposição (com exceção da ponte do rio Tocantins, em Marabá), e movimentação
de terraplenagem mediana e equilibrada.

Em sequência, ainda no sentido norte e paralelo à rodovia PA-150, segue até a


cidade de Nova Ipixuna para, a seguir, tomar o sentido leste, próximo da BR-222 até
Rondon do Pará, retornando ao sentido norte passando pelo Projeto Alumina Rondon,
pelo Ramal de Paragominas (Vila Nova), Moju e Barcarena.

Na primeira etapa serão construídos a Linha Tronco de Marabá a Barcarena com um


total de 585 km e os ramais Marabá, Rondon do Pará, Alumina e Paragominas.

Na segunda etapa serão construídos os trechos Santana do Araguaia a Marabá, com


uma linha tronco de 560,6 km de extensão.

11.3.3.1 Dimensões da infraestrutura e superestrutura

Para a ferrovia a ser implantada foram adotadas as seguintes características técnicas


principais:

 Raio mínimo de curvatura horizontal = 500,00 m.


 Rampa máxima sentido exportação e importação = 0,6 %.
 Velocidade diretriz de projeto = 80 km/h.
 Plataforma de terraplenagem para corte e aterro = 8,80 m.
 Bitola da linha férrea (bitola larga) = 1,60m.
 Demais critérios técnicos = Conforme AREMA.

11.3.3.2 Sistema de operação

A ferrovia será dotada de uma linha tronco singela que possibilita a circulação de um
trem por vez em cada trecho, sendo dotado de pátios de cruzamento que visam
viabilizar o cruzamento entre os diversos comboios.

369
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.3.3.3 Velocidades

As velocidades serão definidas em modelos operacionais ponto a ponto conforme


simulações de tráfego a serem realizadas para os diversos trechos da ferrovia. No
entanto a velocidade diretriz média de projeto da via adotada como referência é de 80
Km/h.

11.3.3.4 Trem-tipo

Foram definidos dois trens-tipo a operarem na Ferrovia Paraense S.A. Um para o


transporte de minérios, trem do tipo Heavy Haul, formado por 4 locomotivas e 184
vagões e outro do tipo carga geral formado por 2 locomotivas que tracionam 88
vagões.

11.3.3.5 Frota e suas dimensões

A frota de vagões e locomotivas será incrementada ao longo do tempo, conforme as


fases de implantação da ferrovia. No Tabela 11.3-1 está apresentada a evolução da
frota de vagões e locomotivas à diesel.

Tabela 11.3-1 - Evolução da Frota, Modelo Diesel da Ferrovia Paraense S.A. entre 2022 a
2029.

ECOLUÇÃO DA FROTA DE VAGÕES E LOCOMOTIVAS - MODELO DIESEL

ANO
FROTA DE VAGÕES
2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029

HAT 473 1.186 1.186 1.186 2.128 2.128 2.128 2.128

HFT 767 864 960 1.056 1.351 939 1.583 1.678


GFT 387 446 505 564 363 567 567 567
GDT 0 0 0 0 2.783 4.069 4.712 5.355
TOTAL 1.627 2.495 2.650 2.806 6.625 7.703 8.991 9.729
Locomotiva Diesel
18 31 31 33 126 149 164 179
Moderna
Fonte: Estudos Técnicos Ferrovia Paraense S.A., Pavan Engenharia.

11.3.3.6 Unidades de apoio

Para suportar as operações ferroviárias a Ferrovia Paraense S.A. contará com


extensa infraestrutura de apoio, composta de oficinas, posto de abastecimento,
terminais de carga com possibilidade de expansão para actividades de transporte de
passageiros e linhas de pátio diversas para formação, classificação, cruzamento de
trens e pêras ou triângulos de inversão.

370
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.3.3.6.1 Estações

As estruturas necessárias para as operações de carga e descarga nos terminais


poderão ser adaptadas para o embarque e desembarque de passageiros conforme
necessidade de se implementar trens com este fim.

Assim como, podem ser implantadas estações de passageiros independentes dos


terminais de carga, visando ampliar a oferta de transporte de passageiros.

11.3.3.6.2 Oficinas

Serão implantados dois tipos de oficinas, as oficinas de máquinas de via, necessárias


para a manutenção da via férrea. E as oficinas de vagões e de locomotivas
necessárias para a manutenção do material rodante que opera na ferrovia.

Tais instalações serão dotadas de sistemas de controle ambiental conforme descrito a


seguir:

Efluentes Líquidos Sanitários

Os efluentes sanitários gerados nas instalações industriais serão originados em


banheiros e refeitórios que servem às áreas administrativas e operacionais.

Para seu tratamento, serão instalados sistemas compostos de tanque séptico, filtro
anaeróbio e sumidouro, sem lançamento em corpo d’água, sempre que possível.
Havendo a necessidade de lançamento superficial, um monitoramento hídrico deverá
ser desenvolvido, além de demais atendimentos legais cabíveis, como Resolução
CONAMA 357/05.

Os volumes a serem gerados serão quantificados para elaboração dos projetos,


respeitando padrões legais vigentes e normas técnicas com especificações. Para o
dimensionamento e construção serão utilizadas como referências as NBR’s 7.229/93,
13.969/97 e 8.160/99.

Efluentes Líquidos Industriais

Na fase de operação do empreendimento, em grande parte das instalações de apoio


são gerados efluentes líquidos oleosos, como nas oficinas de material rodante e
postos de locomotivas geram efluentes líquidos industriais. Destacam-se como as
principais: a lavagem de peças, equipamentos e pisos em oficinas; e, a lavagem de
locomotivas em postos de lavagem.

A principal característica destes efluentes é a presença de óleo, entre outros


elementos, como solventes utilizados na limpeza de peças.

371
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Os efluentes gerados nestes pontos serão direcionados por meio de canaletas para
Separadores de Água e Óleo (SAOs), onde passarão por tratamento. O SAO tem
como princípio de funcionamento a separação óleo-água pela diferença de densidade,
retirando-se o óleo livre do efluente final, de forma a adequá-lo ao padrão de
lançamento de óleos e graxas da Resolução CONAMA nº 357/2005 ou legislação
estadual mais restritiva.

O reaproveitamento de parte do efluente tratado também será avaliado no projeto das


instalações, principalmente aquele gerado na lavagem de locomotivas, em volume
mais significativo.

O lançamento deste efluente tratado será avaliado no desenvolvimento do projeto e


será autorizado pelo órgão estadual competente. É necessário o monitoramento dos
efluentes tratados para verificação do atendimento aos padrões legais de lançamento,
tanto do efluente, como do corpo receptor.

O óleo retirado dos SAOs deverá ser acondicionado em tambores e destinado


segundo o Programa de Gestão de Resíduos Sólidos.

Bacias de Contenção

As bacias de contenção são diques de concreto a serem implantados como medidas


preventivas nos tanques de armazenamento de combustível e óleo lubrificantes. Os
efluentes das bacias de contenção serão também destinados aos SAOs.

11.3.3.7 Postos de abastecimento

Serão instalados 2 postos de abastecimento ao longo da ferrovia com capacidade de


15 m³ cada um, sendo abastecidos por caminhões e que servirão para o
abastecimento de máquinas de via, equipamentos de manutenção e veículos da
ferrovia.

É prevista uma área de cobertura metálica com dimensões de aproximadamente 31 x


14 m e dotados dos mesmos sistemas de controle ambientais já descritos para as
oficinas.

11.3.3.8 Terminais de cargas

Os terminais de carga serão definidos em contratos específicos com cada um dos


clientes da ferrovia.

Cada terminal de carga será projetado visando a otimização do sistema de


carregamento face a adequação ao tipo de produto que será carregado e
transportado.

372
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Dessa forma, serão projetos e construídos sistemas de carregamento apropriados


para os diversos produtos, sejam siderúrgicos, agrícolas e etc. E as modalidades de
operação serão definidas posteriormente em contrato, se tais terminais serão de
operação dos clientes ou da própria ferrovia. Sendo seu licenciamento ambiental
executado em separado.

11.3.3.9 Alças

As alças ferroviárias, também designadas de ramais, serão construídas visando a


captação de carga para a linha tronco, sendo elas: O ramal Paragominas - Vila Nova
e o ramal Alumina Rondon – Rondon, conforme já descritas.

11.3.3.10 Pátios de formação e recomposição de trens

Ao pátio de recomposição e formação de trens, já se prevê a existência de desvio


para acesso a terminais de carga de clientes. A configuração do pátio prevê uma
haste de manobras e travessões de ligação entre as linhas de formação de trens, para
dar maior flexibilidade às operações e possibilitar que as manobras internas não
envolvam as linhas de circulação (Linhas L1 e L2), respeitando-se nestas os
comprimentos mínimos de 2.200 m livres.

Na primeira fase é considerado um pátio para formação e recomposição de trens na


região de Barcarena.

11.3.3.11 Pátios de cruzamento

Os pátios de cruzamento serão formados pela linha principal (linha tronco) e por um
desvio de cruzamento sendo o mesmo desviado por AMVs assentados em cada
extremidade.

Quanto ao desvio morto será formado a partir do desvio, através de um AMV tendo o
desvio um comprimento total de 300 m. No final do desvio será previsto um batente.

Os sistemas componentes da superestrutura da via dos pátios serão similares aos da


via principal.

Inicialmente (num primeiro cenário) foram previstos para os pátios:

 Um desvio ativo com extensões conforme quadro abaixo medido de


ponta de agulha a ponta de agulha;
 Um desvio morto com uma extensão total (ponta da agulha até o
batente no final do desvio) de 300 m;
 Entrevia de 5,00 metros (de eixo a eixo) entre a linha principal e o
desvio de cruzamento e o desvio de cruzamento com o desvio morto;
 AMV tipo TR-68, abertura 1:20 assentados na linha principal;

373
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 AMV tipo TR-68, abertura 1:14 assentados na linha secundária;


 AMV tipo TR-68, abertura 1:20 nas alças de ligação dos ramais com os
pátios da linha tronco;
 Na pera no final dos ramais Rondon do Pará e Alumina AMV tipo TR-
68, abertura 1:14;
 Tipo de dormentes dos AMVs: dormentes especiais, seguir o padrão
recomendado pelo fabricante no plano geral de assentamento de AMV.
Estão sendo previstos dormentes de concreto.

Para estudo e locação dos AMVs foram consideradas as seguintes restrições:

 Não locar o AMV (ponta da agulha ao final do jacaré) em uma curva;


 Que a distância da ponta da agulha (PA) estivesse posterior ao ponto
de tangência em no mínimo 20 m de distância;
 Que a locação do AMV esteja numa tangente com extensão mínima de
80m.

O comprimento útil é materializado, nos pátios, colocando-se pedaços de trilhos


cravados no solo ou em marcos de concreto, chamados “marcos de segurança do
desvio ou marco de entrevia” e caracterizam a posição de início do paralelismo entre
duas linhas à distância de segurança, denominada de entrelinha. Este marco define
onde poderão ser estacionados os veículos ferroviários sem perigo de abalroamento
com os trens que circulam na linha mais próxima.

Por medida de segurança, no topo do marco de entrevia deve ser confeccionado, em


concreto, uma semiesfera de raio igual a 15 cm e um cilindro com mesmo raio e altura
igual a 10 cm, ambos constituindo uma só peça e pintada na cor amarela (tinta
reflexiva). Com isto evitá acidente com as equipes de manutenção, ou mesmo um
maquinista ou operados de máquinas de via permanente.

No caso de entrevias em oficinas, principalmente de locomotivas, devido a


necessidade de passarela a mesma será superios aos 5 metros.

Abaixo as localizações dos pátios estamos prevendo, sempre que possível, a linha de
cruzamento (desvio) para o mesmo lado a fim de futuramente, caso necessário a
duplicação da ferrovia, facilite a ligação entre os mesmos.

Nesta etapa de projeto não foi estudado pátio de intercambio por ainda não existir um
estudo para futuras ligações com outras ferrovias existentes na região.

Estão previstos no projeto a implantação de 35 pátios de cruzamento, para viabilizar o


fluxo na malha singela.

374
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.3.3.12 Pátios de manutenção

As manutenções serão realizadas nas linhas pré-definidas destinadas às estruturas


das oficinas. Nenhuma manutenção se dará em linhas de circulação ao longo da via
férrea.

Está prevista a construção de uma oficina mecanizada da via permanente


centralizando a manutenção dos equipamentos pesados como Socadoras de linha e
Reguladoras de Lastro, e a locação das sedes de turma de manutenção de via
separadas por 400 Km, os trens de serviço são previstos com 4 vagões, dentre
plataformas gôndolas e fechados.

11.3.3.13 Pêras

As pêras, destinadas a inversão do sentido dos trens serão instaladas nos terminais
de carga e na área portuária, conforme estudos e contratos a serem estabelecidos
com os diversos clientes e em função de cada produto a ser carregado e
transportado.

As informações complementares à descrição aoresetntada neste capítulo podem ser


consultadas no Capítulo 1 deste EIA, constante no VOLUME I.

11.3.4 CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO

11.3.4.1 Municípios interceptados pela ferrovia

O projeto da Ferrovia Paraense S.A. intercepta 23 municípios do estado do Pará, os


quais são identificados por região de integração e quanto ao crescimento médio anual
da população na Tabela 11.3-2.

Tabela 11.3-2 - População total e taxa de crescimento médio anual da população,


segundo o Estado, região de integração e os municípios da AII (1991, 2000 e 2010).

TAXA DE CRESCIMENTO
MUNICÍPIOS/REG. POPULAÇÃO
GEOMÉTRICO
INTEGRAÇÃO
1991 2000 2010 1991/2000 2000/2010
Região Araguaia 153.679 169.062 218.265 1,07 2,59
Santana do Araguaia 15.923 31.218 56.153 7,77 6,05
Santa Maria das Barreiras 7.228 10.955 17.206 4,73 4,62
Redenção 55.968 63.251 75.556 1,37 1,79
Pau D'arco SI 7.124 6.033 - -1,65
Rio Maria 26.536 17.498 17.697 -4,52 0,11
Xinguara 48.024 35.220 40.573 -3,39 1,42
Sapucaia SI 3.796 5.047 - 2,89
Região Carajás 139.620 223.405 293.450 5,36 2,76
Eldorado dos Carajás SI 29.608 31.786 - 0,71

375
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

TAXA DE CRESCIMENTO
MUNICÍPIOS/REG. POPULAÇÃO
GEOMÉTRICO
INTEGRAÇÃO
1991 2000 2010 1991/2000 2000/2010
Marabá 123.668 168.020 233.669 3,46 3,35
Bom Jesus do Tocantins 15.952 13.106 15.298 -2,16 1,56
Piçarra SI 12.671 12.697 - 0,02
Região Lago Tucuruí SI 11886 14645 - 2,11
Nova Ipixuna SI 11.886 14.645 - 2,11
Região Rio Capim 173.719 234.217 310.709 3,38 2,87
Rondon do Pará 40.879 39.870 46.964 -0,28 1,65
Abel Figueiredo SI 5.957 6.780 - 1,30
Dom Eliseu 24.362 39.529 51.319 5,53 2,64
Paragominas 67.075 76.450 97.819 1,46 2,50
Ipixuna do Pará SI 25.138 51.309 - 7,40
Tomé-Açu 41.403 47.273 56.518 1,48 1,80
Região Tocantins 245.250 325.922 443.843 3,21 3,14
Tailândia 17.707 38.435 79.297 8,99 7,51
Acará 37.184 52.126 53.569 3,82 0,27
Moju 44.424 52.941 70.018 1,97 2,84
Abaetetuba 99.989 119.152 141.100 1,97 1,71
Barcarena 45.946 63.268 99.859 3,62 4,67
AII 712.268 964.492 1.280.912 3,43 2,88
Fonte: IBGE (1991), (2000) e (2010). *A população das regiões de integração corresponde a soma da população de
todos os municípios classificados nesta região.

De acordo com a Tabela 11.3-3, nos três períodos limitados pelos anos de 1991, 2000
e 2010, a região Carajás se destaca pelo crescimento constante da população urbana
através do município de Marabá.

Tabela 11.3-3 - População Total, Urbana e Rural, dos municípios pertencentes a AII,
1991, 2000 e 2010.

POPULAÇÃO URBANA POPULAÇÃO RURAL


MUNICÍPIOS/REG. INTEGRAÇÃO
1991 2000 2010 1991 2000 2010
Região Araguaia 96.162 123.590 158.055 57.517 46.371 60.210
Santana do Araguaia 8.521 18.211 29.663 7.402 14.602 26.490
Santa Maria das Barreiras 812 1.457 6.357 6.416 9.498 10.849
Redenção 44.944 59.531 70.065 11.024 3.666 5.491
Pau D'arco SI* 3.212 3.641 SI 3.913 2.392
Rio Maria 14.507 12.438 13.512 12.029 4.653 4.185
Xinguara 27.378 26.068 31.492 20.646 8.923 9.081
Sapucaia SI 2.673 3.325 SI 1.116 1.722
Região Carajás 107252 157393 214587 32368 65222 78863
Eldorado dos Carajás SI 14.112 16.578 SI 15.496 15.208

376
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

POPULAÇÃO URBANA POPULAÇÃO RURAL


MUNICÍPIOS/REG. INTEGRAÇÃO
1991 2000 2010 1991 2000 2010
Marabá 102.435 134.373 186.270 21.233 33.647 47.399
Bom Jesus do Tocantins 4.817 6.180 8.158 11.135 6.180 7.140
Piçarra SI 2.728 3.581 SI 9.899 9.116
Região Lago Tucuruí SI 5.207 7.726 SI 6.659 6.919
Nova Ipixuna SI 5.207 7.726 SI 6.659 6.919
Região Rio Capim 94.466 149.304 193.547 79.253 84.913 117.162
Rondon do Pará 26.400 30.061 34.696 14.479 9.809 12.268
Abel Figueiredo SI 4.897 6.034 SI 1.060 746
Dom Eliseu 11.806 23.801 32.516 12.556 15.728 18.803
Paragominas 40.054 58.240 76.511 27.021 18.210 21.308
Ipixuna do Pará SI 4.991 12.227 SI 20.147 39.082
Tomé-Açu 16.206 27.314 31.563 25.197 19.959 24.955
Região Tocantins 103.142 154.109 215.791 142.108 171.813 228.052
Tailândia 9.657 28.128 58.713 8.050 10.307 20.584
Acará 5.719 9.745 12.621 31.465 42.381 40.948
Moju 9.748 17.626 25.162 34.676 35.315 44.856
Abaetetuba 56.389 70.843 82.998 43.600 48.309 58.102
Barcarena 21.629 27.767 36.297 24.317 35.501 63.562
AII 401.022 589.603 789.706 311.246 374.978 491.206
* SI: Sem Informação.

Fonte: IBGE (1991), (2000) e (2010).

Sendo o empreendimento objeto deste estudo de natureza linear, transpondo 23


municípios do território paraense e, portanto, necessário um grande volume de
informações para caracterizar de forma satisfatória toda a região envolvida, esta
análise de riscos considera o Diagnóstico dos meios físico, biótico e socioeconômico
detalhado no Capítulo 4 (VOLUME II ao VOLUME IX) do presente EIA.

No Mapa 11.3-1 é apresentada a localização do empreendimento e suas unidades de


apoio e a distribuição da população circunvizinha, considerando a AID do meio
socioeconômico e as propriedades cadastradas em campo à elaboração do
diagnóstico ambiental deste EIA.

377
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Mapa 11.3-1 Localização do empreendimento e população circunvizinha.

CADERNO DE MAPAS

378
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.4 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS PRODUTOS

Para continuidade do estudo é necessária a classificação dos produtos envolvidos nas


fases de implantação e operação da Ferrovia Paraense S.A., de forma a nortear o
levantamento das hipóteses acidentais consideradas nesta análise.

Para isto foram utilizados os critérios estabelecidos pela CETESB para a classificação
de substâncias químicas quanto a periculosidade, constantes da Norma P4.261/2011
– “Risco de Acidente de Origem Tecnológica - Método para decisão e termos de
referência”.

As instalações avaliadas, sob o ponto de vista de riscos do modal ferroviário, são as


que utilizam, consomem ou geram substâncias químicas perigosas (tóxicas,
inflamáveis ou explosivas), além de outros riscos capazes de atingir as instalações, os
trabalhadores, a comunidade circunvizinha e o meio ambiente. As seções a seguir
apresentam os critérios para classificação das substâncias em inflamáveis ou tóxicas.

11.4.1 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO

11.4.1.1 Substâncias Inflamáveis

Os critérios para classificação da substância quanto sua inflamabilidade, de acordo


com a Norma CETESB P4.261, estão apresentado no Quadro 11.4-1.

Quadro 11.4-1– Critérios para classificação de substâncias inflamáveis.


NÍVEL DE INFLAMABILIDADE PONTO DE FULGOR E/OU EBULIÇÃO (ºC)

1 – Líquido pouco inflamável PF > 60


2 – Líquido inflamável 37,8 < PF ≤ 60
3 – Líquido facilmente inflamável PF ≤ 37,8 e PE ≥37,8
4 – Gás ou líquido altamente inflamável PF ≤ 37,8 e PE ≤ 37,8
PF = Ponto de Fulgor
PE = Ponto de Ebulição

11.4.1.2 Substâncias Tóxicas

Os critérios para a classificação das principais substâncias tóxicas de acordo com a


norma CETESB P4.261 são apresentados no Quadro 11.4-2 e Quadro 11.4-3.

Foram definidos níveis de toxicidade, de acordo com a CL50, via respiratório para rato
ou camundongo, para substâncias que possuam pressão de vapor igual ou superior a
10 mmHg a 25ºC, conforme apresentado no Quadro 11.4-2.

379
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Quadro 11.4-2– Critérios para classificação de substâncias tóxicas.


NÍVEL DE INFLAMABILIDADE C (ppm.h)
1 – Praticamente não tóxica 50000 < C ≤ 150000
2 – Pouco tóxica 5000 < C ≤ 50000
3 – Tóxica 500 < C ≤ 5000
4 – Muito tóxica C ≤ 500
C = Concentração Letal 50% (CL50) em ppm x tempo de exposição em horas.

Para as substâncias cujos valores de CL50 não estavam disponíveis, foram utilizados
os valores, via oral para rato ou camundongo, considerando-se os mesmos valores de
pressão de vapor, conforme apresentado no Quadro 11.4-3

Quadro 11.4-3– Critérios para classificação de substâncias tóxicas pela DL50.


NÍVEL DE INFLAMABILIDADE DL (mg/Kg)
1 – Praticamente não tóxica 5000 < DL50 ≤ 150000
2 – Pouco tóxica 500 < DL50 ≤ 5000
3 – Tóxica 50 < DL50 ≤ 500
4 – Muito tóxica DL50 ≤ 50
C = Concentração Letal 50% (CL50) em ppm x tempo de exposição em horas.

11.4.2 CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS SUBSTÂNCIAS MANIPULADAS

Os produtos a serem transportados pela Ferrrovia Paraense foram classificados de


acordo com suas características comerciais: Agrícola/Alimentícios, Siderúrgico,
Minérios e Derivados, Diversos e Produtos Perigosos. A Tabela 11.4-1 apresenta a
relação dos produtos perigosos transportados, o estado físico da substância e a
respectiva classe de risco, de acordo com a Resolução nº420 de 12/02/2004 da
Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT.

Tabela 11.4-1 Relação dos Produtos Perigosos Manipulados

ESTADO FÍSICO
PRODUTO (SÓLIDO, LÍQUIDO OU CLASSE DE RISCOS
GASOSO)
Álcool Líquido 3 – Inflamáveis
Álcool Hidratado Líquido 3 – Inflamáveis
Gasolina Líquido 3 – Inflamáveis
Óleo Diesel Líquido 3 – Inflamáveis
Óleo Combustível Líquido 3 – Inflamáveis

A partir da caracterização inicial dos produtos, para a continuidade do Estudo de


Análies de Riscos, foram selecionadas as substâncias químicas com maior potencial,
em termos de inflamabilidade. Para tanto, foram utilizados os critérios estabelecidos
pela CETESB para a classificação de substâncias químicas quanto à periculosidade,
constantes na Norma CETESB P4.

380
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.4.2.1 Classificação Segundo Critério CETESB

A partir do critério estabelecido na Norma CETESB, os produtos transportados pela


Ferrovia Paraense S.A., foram classificados em níveis de inflamabilidade e toxicidade.
A Tabela 11.4-2 apresenta a relação dos produtos movimentados com a respectiva
classificação.

O índice INF indica que a substância foi classificada segundo os critérios de


inflamabilidade e TOX segundo os critérios de toxicidade.

Tabela 11.4-2 Classificação dos produtos

ESTADO
FÍSICO CL50 NÍVEL DE
PONTO DE
(PPM.H) INFLAMABILIDADE
(SÓLIDO, CLASSE DE FULGOR/PONTO
DESCRIÇÃO OU TOXICIDADE
LÍQUIDO RISCOS DE EBULIÇÃO DL50 SEGUNDO
OU (ºC) (MG/KG) CETESB
GASOSO)

3– PF:13
Álcool Líquido CL50 20000 2(INF)1(TOX)
Inflamáveis PE:78,3
Álcool 3– PF:15
Líquido CL50 20000 3(INF)1(TOX)
Hidratado Inflamáveis PE:78,3
3–
Gasolina Líquido PF:- 43 --- 3(INF)
Inflamáveis
3–
Óleo Diesel Líquido PF:30 --- 3(INF)
Inflamáveis
Óleo 3– PF:66
Líquido --- 1(INF)
Combustível Inflamáveis

Para efeito deste trabalho, todas as substâncias classificadas nos níveis de


Toxicidade e Inflamabilidade 3 e 4, tanto para gases como líquidos, são classificadas
como de interesse para a estimativa da vulnerabilidade.

A seguir são apresentadas as principais características das substâncias perigosas a


serem movimentadas pela Ferrovia Paraense.

381
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.4.3 ÁLCOOL ANIDRO E HIDRATADO

As composições do álcool anidro e hidrato se diferem basicamente pelas


porcentagens de água e uma pequena adição de gasolina no caso do álcool hidrato,
asaber:

Álcool Anidro – porcentagem mínima de 99,3% (p/p) de etanol e máxima de 0,7%


(p/p) de água;

Álcool Hidratado – porcentagens de etanol varinado entre 92,6 e 93,8% (p/p),


águaentre 6,2 e 7,4% (p/p) e adição máxima de 30ml/L (p/p) de gasolina.

11.4.3.1 Principais Características

As principais características e propriedades físico-químicas do álcool anidro e hidrato


são apresentadas na Tabela 11.4-3 e na Tabela 11.4-4.

Tabela 11.4-3 Principais Características e Propriedades de Álcool Anidro

IDENTIFICAÇÃO
Nome Álcool Etílico Anidro
Sinônimos Etanol, Álcool Etílico, Álcool Anidro, AEAC
CAS Etanol (CAS 64-17-5): MÍN. 99,3%(P/P)
N° ONU 1170
Classe de risco 3
Natureza Química Solvente Orgânico
Propriedades Físico-Químicas
Densidade 0,7915
Peso Molecular ---
Pressão de vapor 5,9 Pa (44mmHg) a 20ºC
Solubilidade Solúvel
Temperatura de auto - ignição 423ºC
Viscosidade 1,22 cP a 20ºC
Inflamabilidade
Ponto de fulgor 13ºC (vaso fechado)
Toxicidade
DL50 (Rato – ingestão) 7.060 mg/kg
CL50 (Rato – inalação) 20.000 ppm
DL50 (Coelho – contato com a pele) 20 g/kg
TLV/TWA ---
Reatividade
Ácido Nítrico, ácido perclórico, ácido permangânico, anidro crômico, cloreto de acetila, hipoclorito de
cálcio, nitrato de prata, nitrato de mercúrio, peróxido de hidrogênio, pentafluoreto de bromo, percloratos e
oxidantes em geral

382
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Tabela 11.4-4 Principais Características e propriedades do álcool hidratado

IDENTIFICAÇÃO
Nome Álcool Etílico Hidrato Combustível
Sinônimos Etanol, Álcool Hidratado, AEHC
CAS Etanol (CAS 64-17-5): 92,6 - 93,8%(P/P)
N° ONU 1170
Classe de risco 3
Natureza Química Solvente Orgânico
Propriedades Físico-Químicas
Densidade 0,80093
Peso Molecular ---
Pressão de vapor 0,13 kgf/cm ² a 37,8 ºC
Solubilidade Solúvel
Temperatura de auto - ignição >400ºC
Viscosidade 1,20 cP a 20ºC
Inflamabilidade
Ponto de fulgor 15ºC
Toxicidade
DL50 (Rato – ingestão) 7.060 mg/kg
CL50 (Rato – inalação) 20.000 ppm
TLV/TWA ---
Reatividade
Ácido Nítrico, ácido perclórico, ácido permangânico, anidro crômico, cloreto de acetila, hipoclorito de
cálcio, nitrato de prata, nitrato de mercúrio, peróxido de hidrogênio, pentafluoreto de bromo, percloratos e
oxidantes em geral

11.4.3.2 Propriedades Toxicológicas

Os perigos dos álcoois, anidro e hidratado, estão associados às suas características


de inflamabilidade, sendo o principal efeito adverso à saúde humana, a alteração de
comportamento, podendo causar dores de cabeça, sonolência e lassidão. Em casos
de absorção em altas doses, pode provocar torpor, alucinações visuais e embriaguez.

11.4.3.3 Riscos ao Fogo

Em caso de incêndio, o fogo deve ser combatido com espuma para álcool, neblina
d’água, pó químico e dióxido de carbono (CO2).

Os perigos específicaos referem-se ao fato de que os vapores podem deslocar-se até


uma fonte de ignição e provocar retrocesso de chamas, além de explosão dos
ercipientes presentes na área de fogo e explosão do vapor em ambientes fechados ou
rede de esgotos.

383
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.4.4 GASOLINA

A gasolina é um hidrocarboneto que possui baixo ponto de fulgor, o que indica que
pode inflamar-se em todas as condições de temperatura ambiente. Os vapores de
gasolina são mais pesados que os do ar, podendo deslocar-se a uma distância
considerável até atingir um ponto de ignição.

A gasolina é uma substância não corrosiva e incompatível com materiais oxidantes


que podem causar sua ignição. A toxicidade do produto depende da via de exposição.

11.4.4.1 Principais características

As principais características e propriedades físico-químicas da gasolina são


apresentadas na Tabela 11.4-5.

Tabela 11.4-5 Principais Características e propriedades da gasolina

IDENTIFICAÇÃO
Nome Gasolina Padrão
Sinônimos Gasolina
CAS ---
N° ONU 1203
Classe de risco 3
Natureza Química Hidrocarboneto
Propriedades Físico-Químicas
Densidade 0,75
Peso Molecular ---
Pressão de vapor 0,6 kgf/cm ² a 37,8 ºC
Solubilidade Insolúvel em água, solúvel em solventes orgânicos
Temperatura de auto - ignição >257ºC
Inflamabilidade
Ponto de fulgor <-43ºC (vaso fechado)
Toxicidade
DL50 (Névoa de óleo) ----
TLV/TWA 300ppm
Reatividade
Pode reagir com materiais oxidantes fortes e oxigênio

384
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.4.5 ÓLEO DIESEL

O óleo diesel é obtido através da destilação fracionada do petróleo. É utilizado em


máquinas/motores que requerem um combustível com baixa viscosidade e moderada
volatilidade.

11.4.5.1 Propriedades Físico-químicas

O óleo diesel é um líquido moderadamente volátil, límpido, combustível. Inflamável,


insolúvel em água, mas solúvel em solventes orgânicos. Suas principais propriedades
físico-químicas são:

 Densidade: 0,82 – 0,88 a 20ºC (método NBR 7148);


 Ponto de fulgor: 38 ºC Mín (método NBR 7974);
 Viscosidade: 2,5 – 5,5 Cst a 40 °C ( método NBR 10441);
 Temperatura de decomposição: 400ºC.

11.4.5.2 Propriedades toxicológicas

Se inalado, pode causar irritação das vias aéreas superiores, dor de cabeça, náusea e
tonteiras.

Em casos de contato com a pele, pode causar lesões. Em contato com os olhos pode
causar irritação com vermelhidão das conjuntivas.

11.4.5.3 Riscos ao fogo

Em caso de incêndio, o fogo deve ser extinto por meio de espuma para
hidrocarbonetos, pó químico e dióxido de carbono (CO2). Quando do combate ao fogo
a brigada de emergência, deverá utilizar equipamentos de proteção individual.

11.4.5.4 Principais características

As principais características e propriedades físico-químicas do óleo diesel são


apresentadas na Tabela 11.4-6.

385
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Tabela 11.4-6 Principais características e propriedades do óleo diesel

IDENTIFICAÇÃO
Nome Óleo diesel
Sinônimos Óleo diesel tipo B
CAS 68334-30-5
N° ONU 1203
Classe de risco 3
Natureza Química Hidrocarboneto
Propriedades Físico-Químicas
Densidade 0,82 – 0,88 a 20ºC (método NBR 7148)
Peso Molecular ---
Pressão de vapor ---
Solubilidade Insolúvel em água, solúvel em solventes orgânicos
Temperatura de Decomposição 400ºC
Viscosidade 2,5 – 5,5 Cst a 40ºC (método NBR 10441)
Inflamabilidade
Ponto de fulgor 38ºC Mín (método NBR 7974)
Toxicidade
DL50 (Névoa de óleo inalação/ingestão) 5g/kg
TLV/TWA 5 mg/m³
Reatividade
Pode reagir com hidrocarbonetos de menor e maior peso molecular e coque

386
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.4.6 ÓLEO COMBUSTÍVEL

O óleo combustível é uma mistura líquida de hidrocarbonetos. Suas propriedades


físico-químicas, toxicológicas e risco ao fogo estão apresentados abaixo.

11.4.6.1 Propriedades Físico-Químicas

O óleo combustível é um líquido inflamável, combustível, insolúvel em água, ma


bastante solúvel em solventes orgânicos. Suas principais propriedades físico-químicas
são:

 Densidade (relativa): 1,024;

A Tabela 11.4-7 abaixo mostra as principais características do óleo combustível.

11.4.6.2 Propriedades toxicológicas

Por inalação pode provar irritação das vias superiores, dor de cabeça, náuseas e
tonteiras podendo em altas concentrações chegar à confusão mental e depressão até
perda de consciência.

Contatos ocasionais com a pele podem causas irritações leve. Em contato com os
olhos pode causar irritação leve. Pode causar pneumonia química.

11.4.6.3 Risco ao Fogo

Em caso de incêndio, o fogo deve ser extinto por meio de espuma de


hidrocarbonetos, neblina d’água, pó químico e dióxido de carbono (CO2).

387
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Tabela 11.4-7 Principais características e propriedades do Óleo Combustível

IDENTIFICAÇÃO
Nome Óleo Combustível
Sinônimos Óleo Combustível tipo 1A
CAS ---
N° ONU 3082
Classe de risco 9
Natureza Química Mistura de Hidrocarbonetos
Propriedades Físico-Químicas
Densidade 1,024
Peso Molecular ---
Pressão de vapor ---
Solubilidade Solúvel em solventes orgânicos
Temperatura de Auto-ignição ---
Viscosidade 620 Cst a 60ºC
Inflamabilidade
Ponto de fulgor 66ºC (vaso fechado)
Toxicidade
DL50 (Névoa de óleo inalação/ingestão) ----

TLV/TWA 0,2 mg/m³ (EUA, ACGIH)


Reatividade
Incompatível com agentes oxidantes

388
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.5 IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS

11.5.1 ANÁLISE HISTÓRICA

A análise histórica consiste no levantamento de acidentes ocorridos em instalações


similares a partir de fontes de consulta a bancos de dados ou referências
bibliográficas específicas.

Para o presente estudo, foram consultados bancos de dados oficiais com publicação
mais recende, de acordo com o modal ferroviário, sendo eles:

 Relatório de emergências químicas atendidas pela CETESB em 2010.


(CETESB, 2011).
 Relatório de acidentes ambientais registrados pelo IBAMA – 2014. (IBAMA,
2015)

Segundo o IBAMA (IBAMA, 2014), no período entre 2006 e 2014 foi registrado um
total de 4.713 (quatro mil, setecentos e treze) eventos caracterizados como acidentes
ambientais. Os modais rodoviário e ferroviário foram os que registraram maior
ocorrência de acidentes ambientais envolvendo produtos perigosos no ano de 2014.

Segundo o mesmo relatório, a ocorrência de registro envolvendo acidentes


ferroviários no ano de 2012 foi de 82 (oitenta e dois) acidentes ambientais, saltando
para 101 (cento e um) no ano de 2013. Já em 2014 esse número diminuiu para 85
(oitenta e cinco).

As regiões Sudeste e Sul foram as principais em termos quantitativos de acidentes,


representando 44,7% e 36,4% respectivamente. Segundo dados do Ministério dos
Transportes, grande parte da malha ferroviária do Brasil está concentrada nas regiões
Sul e Sudeste, predominando o transporte de cargas.

A região Centro-Oeste aparece em terceiro lugar com 9,4%, sendo que de 09 (nove)
acidentes ocorridos em toda a região, 07 (sete) ocorreram no Mato Grosso do Sul.

O quantitativo de acidentes registrados por Unidade da Federação nos anos de 2013


e 2014 foi alto no Estado do Paraná, São Paulo e Minas Gerais e menores na
Paraíba, Rio Grande do Sul e Santa Catarina Figura 11.5-1.

Quando se analisaram acidentes com produtos derramados, observou-se que a


maioria foi classificada como “Não se Aplica”. Normalmente esses dados se referem
às cargas de grãos derramados em acidentes ferroviários. Seguido pelos “produtos
não classificados” e “corrosivos” (Figura 11.5-2).

No estado de São Paulo, entre 15 e 20% das emergências ocorreram em atividades


licenciadas pelo Sistema de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. É o caso dos

389
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

acidentes ocorridos em postos e sistemas retalhistas de combustíveis, dutos,


indústrias, terminais, locais de armazenamento de produtos químicos, em ferrovias ou
outras fontes licenciadas.

Na análise da Tabela 11.5-1, observa-se que o transporte rodoviário é a principal


atividade geradora de emergências químicas, seguida pelo descarte de resíduos
químicos e indústrias. A atividade de transporte ferroviário representou 0,9% do total
registrado no ano de 2010. Na Tabela 11.5-1 são apresentadas as substâncias
relacionadas aos atendimentos emergenciais no estado de São Paulo no ano de
análise.

Tabela 11.5-1 Atendimentos emergenciais realizados pela CETESB por atividade e os


respectivos percentuais relativos ao período de 1978 a 2008 e os anos de 2009 e 2010.
1978 a 2008 2009 2010
Atividades
Total % Total % Total %
Armazenamento 200 2,6 9 2,2 16 3,5
Descarte de resíduos químicos 285 3,8 45 11,0 39 8,5
Indústria 534 7,0 28 6,8 29 6,3
Mancha órfã 75 1,0 9 2,2 4 0,9
Nada constado 420 5,5 30 7,3 23 5,0
Não identificada 779 10,3 25 6,1 23 5,0
Outras 866 11,4 21 5,1 31 6,1
Postos e sistemas retalhistas de combustíveis 686 9,0 19 4,6 14 3,0
Transporte ferroviário 84 1,1 11 2,7 4 0,9
Transporte marítimo 365 4,8 8 2,0 8 1,7
Transporte por duto 205 2,7 10 2,4 44 0,9
Transporte rodoviário 3098 40,8 195 47,6 266 57,7
TOTAL 7597 100 410 100 461 100
Fonte: CETESB, 2011.

Tabela 11.5-2 Detalhamento das emergências químicas relacionadas à atividade


ferroviária atendidas pela CETESB no ano de 2010.
Contaminação
Data Minicípio Atividade ONU Produto Classe Vítimas
ambiental
Água
Transporte Óleo
06/01/10 Sorocaba 1202 3 Ar 0
Ferroviario diesel
Solo
1203 Gasolina 3
Transporte
12/02/10 Quatá Não Não Ar
Ferroviario Cimento 0
classificado classificado Solo
Asfalto,
Transporte Alcatrões
12/07/10 Itirapina 1999 3 solo 3
Ferroviario Líquidos,
Betumes
1203 Gasolina 3
Transporte
06/08/10 Brotas Óleo solo 0
Ferroviario 1202 3
diesel
Transporte Ar
10/08/10 São Manuel 1170 Etanol 3 1
Ferroviario Solo
Transporte
24/09/10 Sao Vicente 1350 Enxofre 4.1 solo 0
Ferroviario
Fonte: CETESB, 2011.

390
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 11.5-1 Comparativo do quantitativo de acidentes ambientais ocorridos em ferrovias por UF no ano de 2013 e 2014.

Fonte: IBAMA, 2014.

391
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 11.5-2 Quntitativo de produtos, em toneladas, envolvidos nos acidentes ambientais ocorridos no ano de 2014, por classe de risco.

Fonte: IBAMA, 2014.

392
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.5.2 ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS E MATRIZ DE PROBABILIDADE/CONSEQUÊNCIA

A Análise Preliminar de Perigos – APP (Prelimunary Hazard Analisys - PHA) é uma


técnica desenvolvida pelo programa de segurança militar do Departamento de Defesa
dos Estados Unidos (MIL-STD-882B).

A APP é um método de análise simples e indutivo cujo objetivo é identificar os perigos,


situações e eventos perigosos que podem causar danos a uma determinada atividade,
instalação ou sistema. A utilização desta ferramenta é feita a partir das informações sobre
o sistema a ser avaliado e detalhes do projeto do sistema que estão disponíveis e são
pertinentes (NBR 31010:2012).

Além da identificação, os perigos serão também avaliados com relação à frequência de


ocorrência e grau de severidade de suas consequências, através da matriz de
probabilidade/consequência.

11.5.2.1 Categorias utilizadas

Os cenários de acidentes são classificados em categorias de Severidade, as quais


fornecem uma indicação qualitativa da Severidade esperada de ocorrência para cada um
dos cenários identificados. O Quadro 11.5-1 mostra as categorias utilizadas.

Quadro 11.5-1– Categorias de Severidade.

CATEGORIA DENOMINAÇÃO DESCRIÇÃO/CARACTERÍSTICAS


 Nenhum dano ou dAno 1ão mensurável;
 Sem danos ou danos insignificantes aos equipamentos, à
propriedade e/ou ao meio ambiente;
I Desprezível  Não ocorrem lesões/mortes de funcionários, de terceiros (Não
funcionários) e/ou pessoas (indústrias e comunidade); o máximo
que pode ocorrer são casos de primeiros socorros ou tratamento
médico menor.
 Danos irrelevantes ao meio ambiente e à comunidade externa;
 Danos leves aos equipamentos, à propriedade e/ou ao meio
II Marginal ambiente (os danos materiais são controláveis e/ou de baixo
custo de reparo);
 Lesões leves em funcionários, terceiros e/ou em pessoas.
 Possíveis danos ao meio ambiente devido a liberações de
substâncias químicas, tóxicas ou inflamáveis, alcançando áreas
externas ao empreendimento ou instalação;
 Pode provocar lesões de gravidade moderada na população
externa ou impactos ambientais com reduzido tempo de
recuperação;
III Crítica
 Danos severos aos equipamentos, à propriedade e/ou meio
ambiente;
 Lesões de gravidade moderada em funcionários, em terceiros
e/ou em pessoas (probabilidade remota de morte de
funcionários e/ou terceiros);
 Exige ações corretivas imediatas para evitar seu desdobramento

393
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

CATEGORIA DENOMINAÇÃO DESCRIÇÃO/CARACTERÍSTICAS


em catástrofe.

 Impactos ambientais devido a liberações de substâncias


químicas, tóxicas ou inflamáveis, atingindo áreas externas ao
empreendimento ou instalação. Provoca mortes ou lesões
graves na população externa ou impactos ao meio ambiente
IV Catastrófica com tempo de recuperação elevado;
 Danos irreparáveis aos equipamentos, à propriedade e/ou ao
meio ambiente (reparação lenta ou impossível);
 Provoca mortes ou lesões graves em várias pessoas (em
funcionários, em terceiros e/ou pessoas).

Quanto à freqüência dos cenários de perigos, o Quadro 11.5-2 apresenta a classificação


utilizada.

Quadro 11.5-2– Categorias de frequências.

CATEGORIA DENOMINAÇÃO DESCRIÇÃO

 Conceitualmente Não Impossível, mas extremamente


Extremamente
A improvável de ocorrer durante toda a vida útil do
Remota
empreendimento

 Não esperado ocorrer durante a vida útil do


B Remota
empreendimento ou instalação.

 Pouco provável de ocorrer durante a vida útil do


C Improvável
empreendimento ou instalação
 Esperado que ocorra até uma vez durante a vida útil do
D Provável
empreendimento ou instalação
 Esperado de ocorrer várias vezes durante a vida útil do
E Freqüente
empreendimento ou instalação

Para estabelecer o Nível de Risco, utiliza-se uma matriz, indicando a Frequência e a


Severidade dos eventos indesejáveis, conforme mostrado na Figura 11.5-3. Esta
sistemática permite o estabelecimento do Nível de Risco, conforme apresentado no
Quadro 11.5-3.

394
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Figura 11.5-3 – Nível de Risco estabelecido com base na Frequência e na Severidade dos
cenários de acidente.
FREQUÊNCIA
A B C D E

IV 2 3 4 5 5
SEVERIDADE
III 1 2 3 4 5

II 1 1 2 3 4

I 1 1 1 2 3
Quadro 11.5-3– Nível de risco.
IDENTIFICAÇÃO DO RISCO CATEGORIAS DE RISCO RECOMENDAÇÃO

1 Risco Desprezível Risco aceitável

Risco aceitável
2 Risco Baixo
Sujeito melhoria

Aceitável
3 Risco Moderado
Requer atenção

4 Risco Crítico Não aceitável

5 Risco Catastrófico Absolutamente não aceitável

Independentemente do nível de risco, todo e qualquer perigo classificado em categorias


de Severidade III e IV, independente da frequência, são considerados relevantes nesse
cenário.

É importante observar que para cada classe de severidade e frequência deve ser
adequada ao tipo do sistema e empreendimento analisado, para tomar a análise do risco
mais preciso e menos subjetivo.

Com base na metodologia acima, foi elaborado para a Ferrrovia Paraense o resumo
contendo as causas, efeitos, severidade, frequência, categoria e legislação pertinentes
aos riscos ambientais identificados para as etapas de implantação do empreendimento
(Quadro 11.5-5).

395
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.5.2.2 Registro de Resultados

Os resultados das APPs serão registrados de uma forma que facilite sua leitura e
entendimento. Desta forma, os resultados serão apresentados na forma de quadros,
onde cada coluna representa um fator e as linhas os riscos, conforme exemplificado no
Quadro 11.5-4.

Quadro 11.5-4 - Exemplificação de tabela para o registro de resultados da APP

Nº CENÁRIO PERIGO POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS EFEITOS CAT SEV OBSERVAÇÕES /


RECOMENDAÇÕES

11.5.2.3 Resultados

Para a elaboração da análise de perigos foram aplicadas diretrizes adotando-se como


premissas o tipo de atividade exercida, os principais impactos preliminarmente e as
características peculiares da região. Tal procedimento teve como objetivo identificar as
características dos diversos componentes dos meios físico, biótico e antrópico, visando
avaliar os possíveis riscos a fim de poder gerenciá-los.

Através da observação das dinâmicas de funcionamento da atividade de transporte


ferrroviário, foram identificados perigos/eventos conforme o Quadro 11.5-5.

396
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Quadro 11.5-5–Análise Preliminar de Pperigos da Ferrovia Paraense S.A..

Nº CENÁRIO PERIGO POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS EFEITOS CAT SEV OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES

Liberação de - Colisão/Abalroamento entre Perda de produto com O1) As locomotivas contam com aviso sonoro via
líquido inflamável composições possibilidade de GPS em rota de colisão e são monitoradas pela
(Óleo Diesel) - Descarrilamento e Tombamento ignição, gerando: central.
por falha dos equipamentos da via - Incêndio; O2) A via permanente é inspecionada diariamente
permanente (trilhos, dormentes, - Explosão; por "rondeiro" para identificação de avarias, além
juntas, AMV's, etc.) de ocorrer a inspeção semanal pelo supervisor do
- Danos pessoais; trecho.
- Descarrilamento e tombamento
por outros motivos (intempéries, - Danos ao patrimônio. O3) Em condições climáticas desfavoráveis a
vandalismo, falha humana, etc.) velocidade é restringida, gerando uma inspeção
III de emergência.
- Avarias no material rodante (roda,
eixo, truque, freios, engates, vagão O4) Trecho com passagem em nível.
tanque, etc.) O5) Todos os equipamentos de bordo e de campo
são do tipo Fail-Safe (Falha Segura) significando
que qualquer falha conduz sempre a condição
1 segura (parada da composição).
O6) Todas as composições circulam com o
dispositivo EOT (End of Train) - dispositivo que
identifica se a composição está completa.
Meio Ambiente: O7) Trecho com passagem em área úmida.
- Contaminação do solo; R1) Instalar Detector de Descarrilamento e placas
- Contaminação dos corpos de alerta para visualizar o comportamento do trem
hídricos; em aproximação da passagem em nível inferior.
- Poluição atmosférica; R2) Instalar contra-trilhos na passagem em nível
IV inferior e sobre pontes.
- Queima da vegetação.

397
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Nº CENÁRIO PERIGO POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS EFEITOS CAT SEV OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES

Liberação de - Colisão/Abalroamento entre Perda de produto com O1) As locomotivas contam com aviso sonoro via
líquido inflamável composições possibilidade de ignição, GPS em rota de colisão e são monitoradas pela
(Gasolina) - Descarrilamento e Tombamento gerando: central.
por falha dos equipamentos da via - Incêndio; O2) A via permanente é inspecionada diariamente
permanente (trilhos, dormentes, - Explosão; por rondeiro" para identificação de avarias, além
juntas, AMV's, etc.) - Danos pessoais; de ocorrer a inspeção semanal pelo supervisor do
- Descarrilamento e tombamento trecho.
- Danos ao patrimônio.
por outros motivos (intempéries, O3) Em condições climáticas desfavoráveis a
vandalismo, falha humana, etc.) velocidade é restringida, gerando uma inspeção
III de emergência.
- Avarias no material rodante (roda,
eixo, truque, freios, vagão tanque, O4) Trecho com passagem em nível inferior.
etc.) O5) Todos os equipamentos de bordo e de campo
são do tipo Fail-Safe (Falha Segura) significando
que qualquer falha conduz sempre a condição
2 segura (parada da composição).
O6) Todas as composições circulam com o
dispositivo EOT (End of Train) - dispositivo que
identifica se a composição está completa.
Meio Ambiente: O7) Trecho com passagem em área úmida.
- Contaminação do solo; R1) Instalar Detector de Descarrilamento e placas
- Contaminação dos corpos de alerta para visualizar o comportamento do trem
hídricos; em aproximação da passagem em nível inferior.
- Poluição atmosférica; R2) Instalar contra-trilhos na passagem em nível
IV inferior e sobre pontes.
- Queima da vegetação.

398
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Nº CENÁRIO PERIGO POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS EFEITOS CAT SEV OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES

Liberação de - Colisão/Abalroamento entre Perda de produto com O1) As locomotivas contam com aviso sonoro via
líquido inflamável composições possibilidade de ignição, GPS em rota de colisão e são monitoradas pela
(Álcool - Descarrilamento e Tombamento gerando: central.
Hidratado/Anidro) por falha dos equipamentos da via - Incêndio; O2) A via permanente é inspecionada diariamente
permanente (trilhos, dormentes, - Explosão; por "rondeiro" para identificação de avarias, além
juntas, AMV's, etc.) - Danos pessoais; de ocorrer a inspeção semanal pelo supervisor do
- Descarrilamento e tombamento trecho.
- Danos ao patrimônio.
por outros motivos (intempéries, O3) Em condições climáticas desfavoráveis a
vandalismo, falha humana, etc.) velocidade é restringida, gerando uma inspeção
III de emergência.
- Avarias no material rodante (roda,
eixo, truque, freios, vagão tanque, O4) Trecho com passagem em nível inferior.
etc.) O5) Todos os equipamentos de bordo e de campo
são do tipo Fail-Safe (Falha Segura) significando
que qualquer falha conduz sempre a condição
3 segura (parada da composição).
O6) Todas as composições circulam com o
dispositivo EOT (End of Train) - dispositivo que
identifica se a composição está completa.
Meio Ambiente: O7) Trecho com passagem em área úmida.
- Contaminação do solo; R1) Instalar Detector de Descarrilamento e placas
- Contaminação dos corpos de alerta para visualizar o comportamento do trem
hídricos; em aproximação da passagem em nível inferior e
- Poluição atmosférica; sobre pontes.
IV R2) Instalar contra-trilhos na passagem em nível
- Queima da vegetação.
inferior e sobre pontes.

399
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Nº CENÁRIO PERIGO POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS EFEITOS CAT SEV OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES

Liberação de - Colisão/Abalroamento entre Perda de produto com danos O1) As locomotivas contam com aviso sonoro via
Material sólido composições mínimos ou insignificantes á GPS em rota de colisão e são monitoradas pela
perigoso - Descarrilamento e Tombamento segurança pessoal. central.
(fertilizantes) por falha dos equipamentos da via O2) A via permanente é inspecionada diariamente
permanente (trilhos, dormentes, por "rondeiro" para identificação de avarias, além
juntas, AMV's, etc.) de ocorrer a inspeção semanal pelo supervisor do
- Descarrilamento e tombamento trecho.
por outros motivos (intempéries, O3) Em condições climáticas desfavoráveis a
vandalismo, falha humana, etc.) velocidade é restringida, gerando uma inspeção
I de emergência.
- Avarias no material rodante (roda,
eixo, truque, freios, vagão tanque, O4) Trecho com passagem em nível inferior.
etc.) O5) Todos os equipamentos de bordo e de campo
são do tipo Fail-Safe (Falha Segura) significando
que qualquer falha conduz sempre a condição
4 segura (parada da composição).
O6) Todas as composições circulam com o
dispositivo EOT (End of Train) - dispositivo que
identifica se a composição está completa.
Meio Ambiente: O7) Trecho com passagem em área úmida.
- Contaminação do solo; R1) Instalar Detector de Descarrilamento e placas
- Contaminação dos corpos de alerta para visualizar o comportamento do trem
hídricos. em aproximação da passagem em nível inferior e
sobre pontes.
IV R2) Instalar contra-trilhos na passagem em nível
inferior e sobre pontes.

400
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Nº CENÁRIO PERIGO POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS EFEITOS CAT SEV OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES

Liberação de - Colisão/Abalroamento entre Perda de produto com danos O1) As locomotivas contam com aviso sonoro via
Material sólido composições mínimos ou insignificantes á GPS em rota de colisão e são monitoradas pela
(grãos em geral) - Descarrilamento e Tombamento segurança pessoal. central.
por falha dos equipamentos da via O2) A via permanente é inspecionada diariamente
permanente (trilhos, dormentes, por "rondeiro" para identificação de avarias, além
juntas, AMV's, etc.) de ocorrer a inspeção semanal pelo supervisor do
- Descarrilamento e tombamento trecho.
por outros motivos (intempéries, O3) Em condições climáticas desfavoráveis a
vandalismo, falha humana, etc.) velocidade é restringida, gerando uma inspeção
- Avarias no material rodante (roda, I de emergência.
eixo, truque, freios, engates, vagão O4) Trecho com passagem em nível inferior sobre
tanque, etc.) a BR-163.
O5) Todos os equipamentos de bordo e de campo
são do tipo Fail-Safe (Falha Segura) significando
que qualquer falha conduz sempre a condição
5
segura (parada da composição).
O6) Todas as composições circulam com o
dispositivo EOT (End of Train) - dispositivo que
identifica se a composição está completa.
Meio Ambiente: O7) Trecho com passagem em área úmida.
- Contaminação dos corpos R1) Instalar Detector de Descarrilamento e placas
hidrícos de alerta para visualizar o comportamento do trem
em aproximação da passagem em nível inferior e
sobre pontes.
IV R2) Instalar contra-trilhos na passagem em nível
inferior e sobre pontes.

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Nº CENÁRIO PERIGO POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS EFEITOS CAT SEV OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES

Liberação de - Colisão/Abalroamento entre Perda de produto com O1) As locomotivas contam com aviso sonoro via
líquido inflamável composições possibilidade de ignição, GPS em rota de colisão e são monitoradas pela
(Óleo Diesel) - Descarrilamento e Tombamento gerando: central.
por falha dos equipamentos da via - Incêndio; O2) A via permanente é inspecionada diariamente
permanente (trilhos, dormentes, - Explosão; por "rondeiro" para identificação de avarias, além
juntas, AMV's, etc.) - Danos pessoais; de ocorrer a inspeção semanal pelo supervisor do
- Descarrilamento e tombamento trecho.
- Danos ao patrimônio.
por outros motivos (intempéries, O3) Em condições climáticas desfavoráveis a
vandalismo, falha humana, etc.) velocidade é restringida, gerando uma inspeção
- Avarias no material rodante (roda, II de emergência.
eixo, truque, freios, engates, vagão O8) Trecho contando apenas com passagens de
tanque, etc.) níveis rurais.
O5) Todos os equipamentos de bordo e de campo
são do tipo Fail-Safe (Falha Segura) significando
que qualquer falha conduz sempre a condição
6
segura (parada da composição).
O6) Todas as composições circulam com o
dispositivo EOT (End of Train) - dispositivo que
identifica se a composição está completa.
Meio Ambiente: O9) Trecho com presença de vegetação densa.
- Contaminação do solo; O10) Trecho com passagem em área úmida).
- Contaminação dos corpos R3) instalar Detector de Descarrilamento e placas
hídricos; de alerta para visualizar o comportamento do trem
- Poluição atmosférica; em aproximação de pontes e corpos hídricos
IV principais.
- Queima da vegetação.
R4) Instalar contra-trilhos em aproximações de
pontes e corpos hídricos principais.

402
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Nº CENÁRIO PERIGO POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS EFEITOS CAT SEV OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES

Liberação de - Colisão/Abalroamento entre Perda de produto com O1) As locomotivas contam com aviso sonoro via
líquido inflamável composições possibilidade de ignição, GPS em rota de colisão e são monitoradas pela
(Gasolina) - Descarrilamento e Tombamento gerando: central.
por falha dos equipamentos da via - Incêndio; O2) A via permanente é inspecionada diariamente
permanente (trilhos, dormentes, - Explosão; por "rondeiro" para identificação de avarias, além
juntas, AMV's, etc.) - Danos pessoais; de ocorrer a inspeção semanal pelo supervisor do
- Descarrilamento e tombamento trecho.
- Danos ao patrimônio.
por outros motivos (intempéries, O3) Em condições climáticas desfavoráveis a
vandalismo, falha humana, etc.) velocidade é restringida, gerando uma inspeção
- Avarias no material rodante (roda, II de emergência.
eixo, truque, freios, vagão tanque, O8) Trecho contando apenas com passagens de
etc.) níveis rurais.
O5) Todos os equipamentos de bordo e de campo
são do tipo Fail-Safe (Falha Segura) significando
que qualquer falha conduz sempre a condição
7
segura (parada da composição).
O6) Todas as composições circulam com o
dispositivo EOT (End of Train) - dispositivo que
identifica se a composição está completa.
Meio Ambiente: O9) Trecho com presença de vegetação densa.
- Contaminação do solo; O10) Trecho com passagem em área úmida.
- Contaminação dos corpos R3) instalar Detector de Descarrilamento e placas
hídricos; de alerta para visualizar o comportamento do trem
- Poluição atmosférica; em aproximação de pontes e corpos hídricos
IV principais.
- Queima da vegetação.
R4) Instalar contra-trilhos em aproximações de
pontes e corpos hídricos principais.

403
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Nº CENÁRIO PERIGO POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS EFEITOS CAT SEV OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES

Liberação de - Colisão/Abalroamento entre Perda de produto com O1) As locomotivas contam com aviso sonoro via
líquido inflamável composições possibilidade de ignição, GPS m rota de colisão e são monitoradas pela
(Álcool - Descarrilamento e Tombamento gerando: central.
Hidratado/Anidro) por falha dos equipamentos da via - Incêndio; O2) A via permanente é inspecionada diariamente
permanente (trilhos, dormentes, - Explosão; por "rondeiro" para identificação de avarias, além
juntas, AMV's, etc.) - Danos pessoais; de ocorrer a inspeção semanal pelo supervisor do
- Descarrilamento e tombamento trecho.
- Danos ao patrimônio.
por outros motivos (intempéries, O3) Em condições climáticas desfavoráveis a
vandalismo, falha humana, etc.) velocidade é restringida, gerando uma inspeção
- Avarias no material rodante (roda, II de emergência.
eixo, truque, freios, vagão tanque, O8) Trecho contando apenas com passagens de
etc.) níveis rurais.
O5) Todos os equipamentos de bordo e de campo
são do tipo Fail-Safe (Falha Segura) significando
que qualquer falha conduz sempre a condição
8
segura (parada da composição).
O6) Todas as composições circulam com o
dispositivo EOT (End of Train) - dispositivo que
identifica se a composição está completa.
Meio Ambiente: O9) Trecho com presença de vegetação densa.
- Contaminação do solo; O10) Trecho com passagem em área.
- Contaminação dos corpos R3) Instalar o Detector de Descarrilamento e
hídricos; placas de alerta para visualizar o comportamento
- Poluição atmosférica; do trem em aproximação de pontes e corpos
IV hídricos principais.
- Queima da vegetação.
R4) Instalar contra-trilhos em aproximações de
pontes e corpos hídricos principais.

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Nº CENÁRIO PERIGO POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS EFEITOS CAT SEV OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES

Liberação de - Colisão/Abalroamento entre Perda de produto com danos O1) As locomotivas contam com aviso sonoro via
Material sólido composições mínimos ou insignificantes á GPS em rota de colisão e são monitoradas pela
perigoso - Descarrilamento e Tombamento segurança pessoal. central.
(fertilizantes) por falha dos equipamentos da via O2) A via permanente é inspecionada diariamente
permanente (trilhos, dormentes, por "rondeiro" para identificação de avarias, além
juntas, AMV's, etc.) de ocorrer a inspeção semanal pelo supervisor do
- Descarrilamento e tombamento trecho.
por outros motivos (intempéries, O3) Em condições climáticas desfavoráveis a
vandalismo, falha humana, etc.) velocidade é restringida, gerando uma inspeção
9 - Avarias no material rodante (roda, I de emergência.
eixo, truque, freios, vagão tanque, O8) Trecho contando apenas com passagens de
etc.) níveis rurais.
O5) Todos os equipamentos de bordo e de campo
são do tipo Fail-Safe (Falha Segura) significando
que qualquer falha conduz sempre a condição
segura (parada da composição).
O6) Todas as composições circulam com o
dispositivo EOT (End of Train) - dispositivo que
identifica se a composição está completa.

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Nº CENÁRIO PERIGO POSSÍVEIS CAUSAS POSSÍVEIS EFEITOS CAT SEV OBSERVAÇÕES / RECOMENDAÇÕES

Liberação de - Colisão/Abalroamento entre Perda de produto com danos O1) As locomotivas contam com aviso sonoro via
Material sólido composições mínimos ou insignificantes á GPS em rota de colisão e são monitoradas pela
(grãos em geral) - Descarrilamento e Tombamento segurança pessoal. central.
por falha dos equipamentos da via O2) A via permanente é inspecionada diariamente
permanente (trilhos, dormentes, por "rondeiro" para identificação de avarias, além
juntas, AMV's, etc.) de ocorrer a inspeção semanal pelo supervisor do
- Descarrilamento e tombamento trecho.
por outros motivos (intempéries, O3) Em condições climáticas desfavoráveis a
vandalismo, falha humana, etc.) velocidade é restringida, gerando uma inspeção
- Avarias no material rodante (roda, I de emergência.
eixo, truque, freios, vagão tanque, O8) Trecho contando apenas com passagens de
etc.) níveis rurais.
O5) Todos os equipamentos de bordo e de campo
são do tipo Fail-Safe (Falha Segura) significando
que qualquer falha conduz sempre a condição
10
segura (parada da composição).
O6) Todas as composições circulam com o
dispositivo EOT (End of Train) - dispositivo que
identifica se a composição está completa.
Meio Ambiente: O9) Trecho com presença de vegetação densa.
- Contaminação dos corpos O10) Trecho com passagem em área úmida.
hídricos. R3) Instalar o Detector de Descarrilamento e
placas de alerta para visualizar o comportamento
do trem em aproximação de pontes e corpos
IV hídricos principais.
R4) Instalar contra-trilhos em aproximações de
pontes e corpos hídricos principais.

406
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

11.5.3 LISTA DE RECOMENDAÇÕES

As recomendações levantadas e propostas durante a realização da Análise Preliminar


de Perigos (APP), para o segmento III do ramal de Rondonópolis, são apresentadas
na Tabela 4.1 a seguir:

Quadro 11.5-6– Categorias de frequências.


NÚMERO DO
RECOMENDAÇÃO
CENÁRIO
Instalar Detector de Descarrilamento e placas de alerta para
R1 visualizar o comportamento do trem em aproximação da 1, 2, 3, 4, 5
passagem em nível inferior e sobre pontes.

Instalar contra-trilhos na passagem em nível inferior e sobre


R2 1, 2, 3, 4, 5
pontes.

Instalar Detector de Descarrilamento e placas de alerta para


R3 visualizar o comportamento do trem em aproximação de 6, 7, 8, 9, 10
pontes e corpos hídricos principais.
Instalar contra-trilhos em aproximações de pontes e corpos
R4 6, 7, 8, 9, 10
hídricos principais.

11.6 CONCLUSÕES

Foram identificados 10 cenários acidentais para a operação no trecho de via


permanente, considerando as causas relacionadas à operação na via (colisões,
abalroamento, descarrilamento e tombamento), falhas da via permanente e falha do
material rodante.

Ressalta-se que durante a análise, o principal enfoque foi direcionado aos perigos
relacionados à segurança pessoal, apresentando os possíveis impactos à população
externa ao empreendimento.

Adicionalmente, as recomendações propostas, uma vez implementadas, certamente


contribuirão para a redução da freqüência de ocorrência de acidentes nas regiões
identificadas.

Entretanto, toda e qualquer alteração na via permanente deverá ser analisada


previamente pela Ferrovia Paraense S.A. e pelo órgão ambiental competente,
avaliando a viabilidade e efetividade de implementação das mesmas.

407
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

12 PLANO DE AÇÃO E EMERGÊNCIA

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o Plano de Ação de Emergência


(PAE) do segmento III do ramal ferroviário de Rondonópolis. O plano será concebido
de forma a propiciar respostas rápidas e eficazes, visando proteger a integridade
física das pessoas, o patrimônio e o meio ambiente, quando da ocorrência de
eventuais situações anormais durante a operação no trecho de via permanente.

12.1 OBJETIVOS

Os procedimentos aqui apresentados estão fundamentados nos cenários acidentais


identificados, considerando os perigos intrínsecos associados às diferentes classes de
risco das substâncias manipuladas, além das características das instalações e
procedimentos operacionais e de segurança adotados.

Assim, o presente PAE tem como principais objetivos:

 Definição das atribuições e responsabilidades;


 Identificação dos perigos que possam resultar em acidentes (hipóteses
acidentais);
 Preservação do patrimônio da empresa, da continuidade operacional e da
integridade física de pessoas;
 Treinamento de pessoal habilitado para operar os equipamentos necessários ao
controle das emergências;
 Minimização das conseqüências e impactos associados;
 Estabelecimento das diretrizes básicas necessárias para atuações
emergenciais;
 Disponibilização de recursos para o controle das emergências.

12.2 ABRANGÊNCIA DO PAE

Este Plano de Ação de Emergência (PAE) a malha ferroviária da Ferrovia Paraense


S.A..

12.3 HIPÓTESES ACIDENTAIS

A identificação dos perigos foi realizada através da técnica Análise Preliminar de


Perigos (APP), constante no subitem 11.5 deste VOLUME X. A APP foi realizada
respeitando a divisão entre municípios, além de considerar as interferências na via
permanente, como passagens de níveis, pontes, viadutos, presença de população
próxima à via, presença de corpos hídricos e vegetação permanente no trecho
analisado.

408
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Através da análise dos perigos identificados, foi possível verificar que os principais
perigos à segurança pessoal, classificados nas categorias de Severidade III (Crítica)
ou IV (Catastrófica), estão relacionados à liberação de líquidos inflamáveis (álcool
hidratado, álcool anidro, gasolina e óleo diesel) na via permanente.

Os principais perigos identificados na APP foram então consolidados e a seguir é


apresentada a relação dos cenários acidentais decorrentes destes e de interesse para
o PAE.

 Liberação de líquidos inflamáveis na via permanente;


 Liberação de líquidos inflamáveis por avarias no material rodante.

12.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

O organograma apresentado na Figura 12.4-1 mostra a estrutura organizacional do


PAE para o atendimento a emergência.

Figura 12.4-1 Organograma do PAE.

A seguir, estão definidas as atribuições e responsabilidades de cada uma das áreas


supra referidas, ressaltando-se que todo o corpo funcional da ALL, com participação

409
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

prevista na resposta a acidentes com produtos perigosos, atuará sempre em conjunto


e sob a orientação dos órgãos públicos competentes.

12.4.1 PRESIDÊNCIA

A Presidência é a autoridade máxima da estrutura organizacional da Ferrovia


Paraense S.A. em caso de emergência. É responsável por exercer o comando geral
das operações em caso de emergências maiores que afetem seriamente o meio
ambiente, a comunidade, o patrimônio e a imagem da empresa.

12.4.2 DIRETORIA DE OPERAÇÕES

A Diretoria de Operações tem por atribuição a interlocução das informações entre a


Presidência e a Gerência Geral de Operações, além de dar suporte e assumir as
atribuições da Presidência na sua ausência.

Da mesma forma, são responsabilidades da Diretoria de Operações as seguintes


ações:

 Gerir a comunicação interinstitucional com os níveis hierárquicos superiores dos


demais órgãos públicos envolvidos;
 Manter a alta administração da ALL atualizada;
 Gerir a divulgação de informações para a comunidade e órgãos de imprensa;
 Gerir a obtenção dos recursos materiais e humanos quando extrapolado o nível
de decisão da Gerência Geral de Operações;
 Decidir, de acordo com informações obtidas junto a Gerência Geral de
Operações e demais autoridades envolvidas, sobre a paralisação das operações
da via permanente ou instalações de apoio;
 Definir comissão de apuração das causas do acidente;
 Definir estrutura de custos da emergência;
 Definir estratégias de retorno à normalidade operacional.

12.4.3 SUPERINTENDÊNCIA DE OPERAÇÕES DO SISTEMA DE BITOLA MÉTRICA

A Superintendência de Operações do Sistema de Bitola Métrica responde pelo


Comando Geral das Operações de Emergência.

Dessa forma, cabe à mesma gerenciar as ações de todos os participantes, bem como
a mobilização e utilização dos recursos, de forma a propiciar as condições
necessárias para a minimização dos eventuais danos aos seus colaboradores, ao
público externo, a propriedade e ao meio ambiente.

As principais atribuições da Superintendência de Operações do Sistema de Bitola


Métrica são:

410
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Planejar e determinar medidas a serem adotadas, durante e após uma


emergência;
 Fornecer informações internas para Diretoria da empresa;
 Tomar decisões quanto à eventual evacuação das instalações de apoio e áreas
adjacentes;
 Avaliar a situação, com base na análise técnica do Coordenador das Ações de
Combate, e tomar as decisões cabíveis com vista ao desencadeamento das
ações necessárias para o controle da situação emergencial;
 Promover internamente a divulgação do Plano de Emergência;
 Coordenar a reunião de avaliação da emergência, participando da elaboração
do relatório da emergência; na impossibilidade da sua presença, indicar
representante.

12.4.4 COORDENAÇÃO DAS AÇÕES DE COMBATE

O Coordenador das Ações de Combate será indicado pelo Gerente Regional de


Transportes dentre os responsáveis pelas Gerências de Via Permanente e Mecânica
presentes no local.

O Coordenador das Ações de Combate é responsável pela coordenação local e


centralização das informações e das comunicações com o CCO. Será de
responsabilidade do Coordenador das Ações de Combate:

 Coordenar as ações de combate no local do acidente;


 Manter as comunicações com o CCO;
 Definir o zoneamento de áreas (quente, morna e fria), bem como o Posto de
Comando das ações de combate em consonância com os órgãos públicos
presentes no local;
 Coordenar as atividades de investigação da Causa no local, na ausência de
membro da Comissão de Acidentes;
 Zelar pelo cumprimento das premissas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde;
 Permanecer no local até a conclusão dos serviços e liberação ao tráfego;
 Transmitir ao CCO a liberação da via e de veículos e as eventuais restrições.

12.4.5 GERÊNCIA GERAL DE VIA PERMANENTE

Em caso de emergência o responsável pela Via Permanente (Engenheiro ou


Supervisor) é acionado pelo CCO, e deverá realizar as seguintes ações:

 Solicitar o deslocamento imediato dos recursos adequados, de acordo com as


informações obtidas;

411
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Contatar o responsável pela Mecânica e combinar deslocamentos, recursos,


atuação e outras ações e/ou equipamentos e materiais necessários;
 Dirigir-se para o local da emergência o mais rápido possível e realizar uma
breve vistoria e, caso necessário, solicitar os recursos adicionais ao CCO;
 Avaliar as ações necessárias, discutindo com o Coordenador das Ações de
Combate e com o responsável pela Mecânica;
 Investigar as possíveis causas;
 Auxiliar o representante da Mecânica na elaboração do croqui, sugerindo a
anotação de pontos notáveis;
 Efetuar a recuperação das instalações da via permanente danificadas em
virtude do acidente ferroviário;
 Solicitar ao CCO o deslocamento de vagões com materiais necessários para
recuperação das instalações da via permanente, bem como a ordem de
preferência em que tais materiais devem ser posicionados no trem;
 Auxiliar com máquinas e pessoal, a contenção do vazamento de produto;
 Acompanhar o andamento dos serviços e reavaliar as previsões, acionar novos
recursos e zelar pela segurança das equipes envolvidas;
 Liberar a via impondo as restrições necessárias, após a conclusão das ações
emergenciais;
 Informar as condições ao Coordenador das Ações de Combate o qual comunica
ao CCO.

12.4.6 GERÊNCIA GERAL DE MECÂNICA

Em caso de emergência o responsável pela Mecânica (Engenheiro ou Supervisor) é


acionado pelo CCO, e deverá realizar as seguintes ações:

 Solicitar o deslocamento imediato dos recursos adequados, de acordo com as


informações recebidas;
 Contatar o responsável pela Via Permanente e combina deslocamentos,
recursos, atuação, e outras ações e/ou equipamentos e materiais necessários;
 Dirigir-se para o local da emergência o mais rápido possível e realizar uma
breve vistoria e, caso necessário, solicitar os recursos adicionais ao CCO;
 Avaliar os trabalhos necessários, discutindo com o Coordenador das Ações de
Combate e com o responsável da Via Permanente;
 Investigar as possíveis causas;
 Efetuar o resgate dos veículos acidentados, encarrilhando-os ou posicionando-
os ao lado da via de modo a permitir a passagem dos trens com segurança;
 Efetuar o baldeio (transbordo) da mercadoria no caso de líquidos inflamáveis;

412
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Solicitar ao CCO o deslocamento de vagões, guindaste de socorro e materiais


necessários para retirada dos vagões acidentados, bem como a ordem de
preferência em que tais materiais devem ser posicionados no trem.
 Elaborar croqui do acidente, detalhando o posicionamento dos veículos, bem
como os pontos notáveis, discutindo com o representante da Via Permanente;
 Acompanhar o andamento dos serviços e reavaliar as previsões, acionar novos
recursos e zelar pela segurança das equipes envolvidas;
 Verificar, após a conclusão das ações emergenciais, as condições de avaria dos
veículos envolvidos e informar as condições ao Coordenador das Ações de
Combate para comunicação ao CCO.

12.4.7 GERÊNCIA GERAL DE OPERAÇÕES

A Gerência Geral de Operações tem como principais atribuições:

 Coordenar a execução do baldeio de mercadoria, exceto no caso de líquidos


inflamáveis;
 Providenciar os vagões necessários para a realização do baldeio de
mercadorias;
 Providenciar o deslocamento de vagões com os materiais solicitados pela
Gerência Geral de Via Permanente e pela Gerência Geral de Manutenção;
 Coordenar a circulação dos trens de modo a deixá-los posicionados de tal forma
a não atrapalhar o atendimento do acidente, mas também o mais próximo do
local do acidente de modo a minimizar os atrasos a partir da liberação da via;
 Coordenar as operações de manobra necessárias para a movimentação do
guindaste e vagões de materiais, atendendo as necessidades da Gerência Geral
de Manutenção;
 Coordenar as operações de manobra necessárias para posicionar os vagões
que receberão as mercadorias e/ou produtos perigosos a serem baldeadas, bem
como acomodar nos pátios próximos ao local do acidente os vagões
acidentados após terem sido encarrilhados;
 Providenciar, junto aos Órgãos Públicos ou empresas particulares, as medidas
que se fizerem necessárias para o bom atendimento do acidente;
 Providenciar vigilância para o local do acidente.

A Gerência Geral de Operações possui duas equipes que atuam no atendimento a


emergência, representadas pela Equipe do Trem, composta pelo maquinista,
manobrador e o Centro de Controle Operacional. Suas respectivas atribuições estão
descritas a seguir:

12.4.7.1 Equipe do Trem

São atribuições da Equipe do Trem:

413
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Comunicar via GPS ao CCO a emergência, informando a posição exata e


existência de feridos;
 Isolar e sinalizar a área, no caso do acidente ocorrer dentro de área urbana;
 Fazer uma verificação detalhada no trem, percorrer desde a locomotiva até a
cauda, anotar todas as irregularidades observadas e a existência de
vazamentos de produtos;
 Caso seja detectado vazamento de produto, deve-se:
 Identificar os vagões e os produtos liberados;
 Verificar a extensão do vazamento;
 Verificar a possibilidade de conter o vazamento com os recursos
disponíveis no local;
 Avaliar os riscos para o meio ambiente, terceiros e para a ferrovia,
informando imediatamente via GPS ao CCO;
 Verificar se há incêndio e, caso exista, comunicar via GPS ao CCO,
retirar imediatamente a maior porção possível do trem para uma área
segura e verificar se é possível apagar o incêndio com os recursos
disponíveis. Caso negativo, procurar tomar as medidas de segurança
necessárias.
 Sinalizar a cauda do trem, prevenindo a chegada do socorro;
 Esperar as determinações do CCO.

12.4.7.2 Centro de Controle Operacional – CCO

 Receber a comunicação da Equipe do Trem via GPS e comunicar ao Gerente


do CCO e ao Gerente Regional de Transportes, para indicação do Coordenador
das Ações de Combate;
 Providenciar o acionamento das áreas internas e externas necessárias ao
atendimento da emergência;
 Acionar a Segurança Patrimonial caso o acidente envolva terceiros
(atropelamento, Passagem de Nível, queda de trem, etc.);
 Acionar o Resgate, Serviço Social e Medicina Ocupacional caso haja feridos ou
mortos;
 Acionar as Equipes de Socorro da Via Permanente e da Mecânica;
 Acionar as equipes ou recursos abaixo, caso a Equipe de Trem em sua vistoria
constate as seguintes condições:
 Receber a comunicação da Equipe do Trem via GPS e comunicar ao
Gerente do CCO e ao Gerente Regional de Transportes, para indicação
do Coordenador das Ações de Combate;
 Providenciar o acionamento das áreas internas e externas necessárias
ao atendimento da emergência;

414
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Acionar a Segurança Patrimonial caso o acidente envolva terceiros


(atropelamento, Passagem de Nível, queda de trem, etc.);
 Acionar o Resgate, Serviço Social e Medicina Ocupacional caso haja
feridos ou mortos;
 Acionar as Equipes de Socorro da Via Permanente e da Mecânica;
 Acionar as equipes ou recursos abaixo, caso a Equipe de Trem em sua
vistoria constate as seguintes condições:
 Conforme a gravidade e extensão dos danos, a critério do Gerente do CCO,
comunicar ao Diretor, à Assessoria de Imprensa, à área Comercial e ao
Proprietário dos veículos envolvidos;
 Acompanhar passo a passo o andamento dos serviços e atender às solicitações
do Coordenador das Ações de Combate;
 Quando da conclusão dos serviços e liberação do trecho, implantar as restrições
eventualmente impostas.

12.4.8 GERÊNCIA REGIONAL DE TRANSPORTE

O Gerente Regional de Transporte é responsável pela coordenação das atividades de


atendimento e tem como atribuições:

 Avaliar as providências já tomadas pelo CCO e orientar novas ações;


 Acompanhar e orientar o atendimento.
 Dentro da estrutura da Gerência Regional de Transporte, cabe ao Supervisor de
Condução:
 Retirar e analisar o registro velocimétrico e entrevistar a equipe do trem;
 Vistoriar as locomotivas e os vagões e investigar as causas da emergência;
 Vistoriar as condições da carga, avaliar e quantificar as eventuais perdas;
 Fotografar deslocamentos e irregularidades;
 Acionar a área comercial caso constate perdas ou necessidade de baldeio;
 Prestar apoio às atividades de socorro.

12.4.9 GERÊNCIA DE LOGÍSTICA

São atribuições da Gerência de Logística:

 Comunicar os proprietários dos vagões envolvidos no acidente;


 Comunicar os proprietários das mercadorias contidas nos vagões acidentados.

415
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

12.4.10 GERÊNCIA DE MEIO AMBIENTE

É responsabilidade da Gerência de Meio Ambiente participar da recuperação de


eventuais danos ambientais por meio de operações de preservação ambiental e do
monitoramento adotando procedimentos necessários.

A Gerência de Meio Ambiente é responsável pela implantação, implementação,


manutenção do PAE, bem como pelo gerenciamento do programa de treinamentos. O
Coordenador de Meio Ambiente após acionado pelo CCO, deve:

 Enviar Técnico de Meio Ambiente ao local;


 Apoiar o atendimento;
 Receber o relatório do CCO;
 Avaliar o impacto ambiental e orientar as ações mitigadoras e de proteção;
 Solicitar, se necessário, recursos específicos adicionais;
 Atender aos órgãos ambientais;
 Estabelecer programa de monitoramento, se necessário;
 Elaborar relatórios para a Comissão de Acidentes e para órgãos ambientais;
 Gerenciar a disposição provisória e definitiva dos resíduos gerados;
 Avaliar a necessidade e providenciar, se necessário, a investigação e
remediação de áreas atingidas pelos produtos vazados.

12.4.11 GERÊNCIA DE SAÚDE E SEGURANÇA

A Gerência de Saúde e Segurança tem, entre outras, as seguintes responsabilidades:

 Coordenar a atuação das Brigadas de Emergência, adotando as medidas


necessárias evitar ou minimizar impactos ambientais, riscos de incêndio,
proteção das comunidades vizinhas, etc.;
 Participar das operações de baldeio de líquidos inflamáveis dando as instruções
relativas à segurança da operação, em conjunto com a Guarnição do Corpo de
Bombeiros e Órgão Ambiental presente ao local, para prevenir acidentes do
trabalho e princípios de incêndios.

Após acionado pelo CCO o Gerente de Saúde e Segurança deve:

 Enviar Técnico de Segurança ao local;


 Apoiar ao atendimento;
 Receber o relatório do CCO, Calcular o Lucro Cessante e encaminhar à
Comissão de Acidentes;

416
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Atualizar preços unitários de materiais, equipamentos e mão de obra,


fornecendo periodicamente às Comissões de Acidentes e às áreas de
Transportes, Mecânica e Via Permanente, ou disponibilizando “on line”;
 Receber Relatório Final das Comissões de Acidentes;
 Elaborar acompanhamento estatístico;
 Elaborar relatórios mensais para a Diretoria.

12.4.11.1 Serviço Social e Medicina Ocupacional

A área de Serviço Social e Medicina Ocupacional, pertencente à estrutura


organizacional da Gerência de Saúde e Segurança, após receber o aviso do Gerente
de Segurança Patrimonial de que há vítimas, deve:

 Efetuar o acompanhamento do atendimento médico e de sua evolução;


 Efetuar o acompanhamento, a orientação e assistência às vítimas e familiares
no que se referem aos funerais, documentos, internações, etc.;
 Retirar no CCO os relatórios dos acidentes.

12.4.12 GERÊNCIA DE SISTEMAS

São atribuições da Gerência de Sistemas:

 Providenciar a iluminação no local do acidente para eventuais atividades


noturnas;
 Providenciar estrutura de comunicação no local do acidente para garantir o
contato permanente com o CCO e demais entidades externas.

12.4.13 GERÊNCIA GERAL DE SUPRIMENTOS

A Gerência Geral de Suprimentos deverá participar da contratação de empresas de


apoio à emergência, aquisição dos materiais e equipamentos solicitados para
complementar os recursos necessários no atendimento à emergência.

12.4.14 GERÊNCIA DE SEGURANÇA PATRIMONIAL

Após acionado pelo CCO, o responsável local pela Segurança Patrimonial deve
providenciar a vigilância para o local do acidente, além disso, deverá:

 Comparecer ao local utilizando os meios mais rápidos possíveis;


 Avaliar a situação;
 Solicitar os recursos adicionais que julgar necessário;
 Fornecer cobertura de segurança ao patrimônio e aos funcionários da ALL;

417
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Manter contato com os órgãos de Segurança Pública, acompanhando e


providenciando a elaboração de Boletins de Ocorrência;
 Identificar e qualificar vítimas e testemunhas;
 Providenciar fotografias do local, elaborar croqui e preencher o impresso
Relatório de Acidente – Terceiros;
 Encaminhar relatório para a Comissão de Acidentes.

12.4.15 GERÊNCIA COMERCIAL

A Gerência Comercial é acionada pela Gerência Geral de Transporte e em caso de


possibilidade de perda de produto deverá comparecer ao local da emergência, sendo
responsável pela adoção das seguintes ações:

 Acompanhar as operações de manuseio, baldeio e resgate de carga;


 Orientar a separação dos produtos limpos dos “contaminados”;
 Avaliar e quantificar as perdas;
 Manter o proprietário da carga informado;
 Elaborar relatório e encaminhar para a Comissão de Acidentes e para a área
 Comercial central;
 Efetuar as ações de pós-venda;
 Elaborar relatórios para a Diretoria e para o proprietário da carga.

12.4.16 BRIGADA DE EMERGÊNCIA

A Brigada de Emergência está estruturada de acordo com as atribuições de cada


membro na Brigada e cada componente saberá exatamente o que fazer em cada
situação.

A Brigada de Emergência tem as seguintes funções:

 Líder;
 Vice-líder;
 Auxiliares.

O Líder e o Vice-líder são escolhidos entre os membros da Brigada de modo


democrático e com a participação de todos seus membros, devendo ser levado em
conta o fator liderança natural do escolhido.

A Brigada de Emergência é autônoma dentro do seu local de trabalho, e como está


treinada para atender as emergências, tomará a frente de comando naquelas
situações, para orientar os demais colegas de trabalho.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

A Brigada de Emergência deverá ser reciclada toda vez que algum de seus
componentes for transferido de local de trabalho ou que por outros motivos não mais
puder participar de sua composição.

O Técnico de Segurança do Trabalho é o Líder natural da Brigada de Emergência,


tendo em vista a sua especialização no atendimento emergencial que é inerente à sua
formação profissional e as suas atividades na empresa.

Entretanto, caso exista consenso, entre os demais membros da Brigada de


Emergência, outro de seus componentes poderá ser escolhido como Líder e nesse
caso o Técnico de Segurança do Trabalho ocupará a função de Vice-Líder.

12.4.16.1 Líder da Brigada de Emergência

Ao chegar ao local da emergência o Líder da Brigada executará as seguintes ações:

 Inspecionar os vagões acidentados, para verificar:


 A ocorrência de vazamento de produto;
 A possibilidade de serem afetadas áreas ambientalmente críticas (rios,
lagoas, reservas florestais);
 A possibilidade de serem afetadas áreas habitadas (residências),
equipamentos comunitários (bocas de lobo de coleta de águas pluviais,
ruas, praças, etc.).
 Avaliar a necessidade do acionamento de entidades externas para auxiliar no
atendimento à emergência (ex.: Corpo de Bombeiros, Empresas de Emergência
Ambiental, Polícia Militar, Defesa Civil, Prefeitura Municipal, etc.);
 Comunicar ao CCO, à Gerência de Meio Ambiente e Gerência de Segurança
Industrial o relatório dessas avaliações;
 Estar devidamente familiarizado com todas as atribuições das equipes que
compõem a sua brigada;
 Conhecer perfeitamente as características e funcionamento dos recursos que
estão a disposição de sua Brigada de Emergência;
 Vistoriar regularmente, dentro de um cronograma pré-estabelecido, os recursos
que deverão ser usados nas emergências (materiais de absorção, massa de
vedação, materiais de isolamento, lista telefônica dos recursos internos e
externos, extintores de incêndio, equipamentos para primeiros socorros, etc);
 Estar devidamente preparado para substituir o líder de qualquer uma das
equipes de sua brigada;
 Assumir o comando das situações de emergência, determinando aos líderes das
equipes, as providências a serem executadas, auxiliando-os na tomada de
decisões;

419
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Caso ocorra incêndio em vagões tanques carregados com inflamáveis, lembrar-


se do efeito BLEVE (Boiling Liquid Expanding Volume Explosion) e adotar as
medidas para garantir a segurança das pessoas que estejam próximas;
 Manter permanente contato com os seus superiores (Gerentes e Supervisores)
e com o Técnico de Segurança do Trabalho de sua área, bem como com
Engenheiro de Segurança do Trabalho e Médico do Trabalho com o objetivo de
propor medidas que melhorem as condições preventivas e de atuações nas
emergências.

12.4.16.2 Vice-líder da Brigada de Emergência

O Vice-líder terá as seguintes atribuições:

 Substituir o Líder da Brigada quando este estiver ausente;


 Auxiliar o Líder da Brigada nas suas verificações preventivas;
 Auxiliar o Líder da Brigada na tomada de decisões e dividir o comando com o
Líder se a ação emergencial exigir mais de uma frente de atuação.

12.4.16.3 Auxiliares

Os auxiliares terão as seguintes atribuições:

 Executar as instruções do Líder e Vice-líder da Brigada de Emergência,


auxiliando nas ações a serem executadas;
 Propor medidas para solucionar os problemas em andamento.

12.4.16.4 Equipe de Comunicação

A equipe de comunicação será constituída por dois empregados que terão as


seguintes atribuições:

 Repassar as informações da evolução dos fatos ao CCO de modo ágil, objetivo


e preciso, por meio dos recursos de comunicação disponíveis - rádio transceptor
portátil, celular, rádio da locomotiva ou rádios/GPS instalados em viaturas
presentes no local, conforme determinação do Líder da Brigada de Emergência;

12.4.16.5 Equipe de Combate a Vazamentos

Essa equipe será comandada pelo Líder da Brigada de Emergência e tem como
atribuição:

 Estancar ou reduzir os vazamentos que estejam ocorrendo, usando para isso os


recursos existentes (massa de vedação epóxi e batoques) e outros recursos
disponíveis no local;
 Priorizar ações que visem à proteção das áreas externas á faixa de servidão ou
instalações fixas da ferrovia, sobretudo os recursos hídricos superficiais e áreas
urbanizadas.

420
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

12.4.16.6 Equipe de Contenção

Essa equipe será comandada pelo Vice-líder da Brigada de Emergência e será


composta pelo número de empregados necessários e que estejam disponíveis no
local, cujas atribuições são:

 Conter os produtos vazados com os recursos existentes (barreiras de


contenção) e/ou
 construção de barramentos ou valas de contenção por meio de trabalho manual,
tratores, caminhões, etc.;
 Priorizar ações que visem à proteção das áreas externas á faixa de servidão ou
instalações fixas da ferrovia, sobretudo os recursos hídricos superficiais e áreas
urbanizadas.

12.4.16.7 Equipe de Isolamento de Área

O Líder designará quais empregados serão utilizados para o isolamento da área, que
terão as seguintes atribuições:

 Isolar e delimitar as áreas afetadas pelo acidente (zonas quente, morna e fria)
conforme orientação do Líder da Brigada e Coordenador das Ações de
Combate;
 Solicitar ao CCO o reforço da Polícia Militar, Defesa Civil e empresas de
vigilância particular contratadas pela ALL, principalmente quando da ocorrência
de acidentes em áreas urbanizadas, nas proximidades de rodovias, entre outras;
 Solicitar vigilância particular para manter possíveis curiosos longe das áreas de
risco e prevenir furtos, sobretudo em locais remotos.

12.4.16.8 Equipe de Prevenção a Incêndio

Essa equipe será liderada pelo Técnico de Segurança do Trabalho, até a chegada da
guarnição do Corpo de Bombeiros (quando for necessário), quando então os
comandos das atividades serão divididos. Suas atribuições consistem em:

 Prevenir incêndios e adotar medidas de proteção que permitam a liberação das


linhas férreas;
 Autorizar e acompanhar a execução de tarefas na área de risco;
 Requisitar auxílio entre os demais membros da Brigada de Emergência de
acordo com as necessidades;
 Adotar ações iniciais de combate ou prevenção a incêndios;
 Efetuar o resfriamento de vagões-tanques;
 Atentar para a possibilidade do efeito BLEVE e informar ao Líder da Brigada e
Coordenador das Ações de Combate.

421
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

12.4.16.9 Equipe de Primeiros Socorros

O Líder da Brigada designará o técnico para chefiar essa equipe, cabendo destacar
que todos os membros da Brigada de Emergência estarão treinados para prestarem
primeiros socorros. Compete à Equipe de Primeiros Socorros:

 Adotar as ações iniciais de suporte básico à vida dos acidentados;


 Preparar e solicitar ao CCO o transporte do acidentado até local adequado
(pronto socorro, hospital) para receber o tratamento adequado a cada caso;
 Avisar imediatamente o CCO para antecipar as medidas necessárias para
facilitar o tratamento do acidentado.

422
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

12.5 ACIONAMENTO DO PLANO

A Figura 12.5-1 contempla o fluxo de tomada de decisões, ou seja, as ações adotadas


pela Brigada de Emergência em caso de acidentes envolvendo produtos perigosos.

Figura 12.5-1 Fluxograma de acionamento.

12.5.1 COMUNICAÇÃO DE EMERGÊNCIA

A comunicação de uma emergência deverá ser realizada pela Equipe do trem. Cabe a
ela informar a ocorrência de vazamento de produto, identificar os vagões e os
produtos, verificar sua extensão, possibilidade de contenção e avaliar os potenciais
riscos às comunidades ou ao meio ambiente.

Entretanto, diversos problemas, como dificuldades de acesso aos vagões


acidentados, falta de luminosidade, ferimentos no maquinista e no agente de

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

transporte, entre outros entraves, podem impossibilitar que as informações sejam


enviadas com o grau de detalhamento necessário.

A velocidade de resposta a uma emergência envolvendo produtos perigosos é um dos


fatores mais importantes num atendimento. Por isso, a qualidade da informação
enviada pela Equipe do trem é objeto de constante preocupação da Ferrrovia
Paraense S.A.

De uma forma geral, as seguintes premissas deverão ser seguidas no fluxo das
comunicações:

 Objetividade: Transmitir, de forma resumida, somente as informações


necessárias, para que o CCO acione os recursos necessários para o
atendimento do socorro;
 Agilidade: Possuir em locais estratégicos, os telefones necessários, tais como:
Corpo de Bombeiros; Órgãos Ambientais, Hospitais, Polícia Militar, Polícia
Rodoviária, Empresas de Locação de: tratores, caminhões tanques, caminhões
graneleiros, caminhões pipa, etc;
 Precisão: Ter anotado em locais estratégicos os pontos de referência que
servirão para orientar a chegada dos recursos solicitados até o local da
emergência.

A circulação de trens será acompanhada em tempo real pelo CCO. Além de saber
onde cada trem se encontra, será possível ao CCO saber que tipos de carga serão
transportadas.

Quando ocorre uma emergência, caso seja impossível a comunicação por parte da
Equipe do trem, o CCO poderá identificar o produto vazado.

Quando a Brigada de Emergência é acionada, quanto maior o nível de informações


confiáveis que ela puder dispor, melhor será sua resposta ao atendimento. O
conhecimento dos produtos envolvidos no vazamento, da proximidade de cursos
d’água, da existência de residências ao redor, entre outras informações importantes,
possibilitará à Brigada de Emergência levar para o local os recursos necessários ou
acionar recursos adicionais.

Chegando ao local, os brigadistas devem confirmar as informações recebidas. A


identificação dos tipos de produtos envolvidos na emergência e a caracterização do
local são as duas primeiras ações a serem tomadas. A partir destas ações, os
procedimentos necessários devem ser definidos e executados.

O acionamento dos órgãos pertinentes está previsto no procedimento de atendimento


a acidentes estabelecido pela Ferrovia Paraense S.A. Caso exista risco de incêndio,
caberá ao CCO o acionamento do Corpo de Bombeiros e caso exista risco ao meio

424
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

ambiente, cabe ao Gerente de Segurança e Meio Ambiente o acionamento do órgão


ambiental competente.

Durante a etapa de detalhamento dos programas ambientais (obtenção de LI) será


apresentado no Plano de Ação de Emergência uma lista dos órgãos públicos e
prestadores de serviço da região que poderão ser acionados durante as emergências.
Quando houver a ocorrência deverá ser preenchido o Boletim Inicial de Comunicação
de Acidente Ferroviário.

12.6 PROCEDIMENTOS DE RESPOSTA À EMERGÊNCIA

Em qualquer situação emergencial devem ser considerados alguns aspectos básicos


relativos ao atendimento emergencial. Assim, as primeiras pessoas que atenderem à
ocorrência devem seguir os seguintes procedimentos:

 Detectar a anormalidade;
 Aproximar-se cuidadosamente, portando equipamentos de proteção individual;
 Iniciar o combate com os recursos disponíveis no local;
 No caso de vazamento de produtos, evitar manter qualquer contato com o
produto (tocar, pisar ou inalar);
 Identificar o material envolvido e o tipo de perigo;
 Comunicar o Líder da Brigada ou CCO;
 Informar com exatidão o local da emergência e se possível o equipamento
envolvido e o nome do informante;
 Não transmitir informações às pessoas externas;
 Isolar o local e desobstruir passagens para facilitar o acesso das equipes de
atendimento;
 Afastar pessoas não envolvidas com o atendimento;
 Interromper todas as comunicações rotineiras, dando prioridade total ao
atendimento desta emergência;
 Não permitir a aproximação de outros veículos na área afetada (somente
aqueles envolvidos na emergência);
 Interromper todos os serviços de operação, manutenção e inspeção que
estiverem sendo realizados na área sinistrada deverão ser interrompidos,
respeitando os procedimentos de segurança para tal.

Na seqüência estão apresentados os procedimentos de combate a serem


desencadeados em situações emergenciais envolvendo vazamentos de produtos
perigosos nas instalações de apoio e ao longo da via permanente.

425
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

12.6.1 PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO

Este procedimento visa avaliar a situação do acidente de forma a melhor direcionar as


ações de combate. Desta forma as ações foram divididas em duas etapas:

12.6.1.1 Aproximação

Após ser acionada e dirigir-se ao local do acidente, a Brigada de Emergência, deverá:

 Estacionar viatura ou trem a uma distância segura;


 Posicionar-se com o vento pelas costas;
 Confirmar junto à Equipe de Trem e ao CCO qual o produto transportado, ou na
impossibilidade de contato/aproximação manter-se em distância segura;
 Sinalizar e isolar a área.

12.6.1.2 Avaliação Inicial

Depois de aproximar-se de forma segura do local do acidente a Brigada de


Emergência, deverá:

 Verificar visualmente a partir de uma distância segura, buscando evidências de


vazamentos ou derrames;
 Solicitar socorro médico a possíveis vítimas;
 Identificar a vulnerabilidade das áreas do entorno atingidas diretamente pelo
acidente ou que podem ser afetadas em função dos efeitos do acidente, tais
como áreas urbanizadas ou habitadas, utilidades subterrâneas, áreas
industriais, criadouros de animais, corpos d’água, captações, áreas de proteção
ambiental, entre outras;
 Verificar a quantidades de vagões envolvidos no acidente, quantos sofreram
avarias e apresentam liberação de produto;
 Informar ao CCO as dimensões do acidente.

O CCO, de acordo com as informações recebidas ou conforme a detecção de


anomalia no sistema através do rastreamento via GPS, deve acionar as gerências que
atuarão no atendimento à emergência e, dependendo do porte da emergência, os
órgãos externos. Prioritariamente, devem ser acionados os seguintes órgãos públicos:
Corpo de Bombeiros, Órgão Ambiental, Defesa Civil,

Órgão municipal ou estadual responsável pela captação de água para abastecimento


público.

426
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

12.6.2 PROCEDIMENTOS PRELIMINARES

São procedimentos aplicáveis a todas as hipóteses acidentais que devem ser


adotados após a realização da aproximação e avaliação inicial e consistem em:

 Estabelecer o zoneamento preliminar de áreas (zona quente, morna e fria) e


restringir acesso às mesmas;
 Evacuar a área sinistrada;
 Resgatar vítimas quando possível;
 Prestar primeiros socorros;
 Eliminar possíveis fontes de ignição, atentando ainda para a restrição de uso de
rádios, celulares, equipamentos de sapa que produzam faíscas, veículos,
locomotivas, auto de linha, bombas de transferência, equipamentos elétricos ou
a base de combustão, lanternas, sistemas de iluminação, entre outros nas áreas
de risco;
 Iniciar as ações de prevenção e combate a incêndio até que o Corpo de
Bombeiros chegue ao local;
 Comunicar os órgãos públicos competentes via CCO, bem como as
comunidades que possam ser afetadas pelo acidente;
 Proteger as áreas vulneráveis identificadas na avaliação inicial;
 Estabelecer o Posto de Comando preliminar, que poderá ser readequado com o
transcorrer das ações de resposta.

No decorrer das ações de resposta, outras ações logísticas de cunho genérico podem
ser adotas, pois dependem do porte do evento e desenvolvimento dos trabalhos de
campo, tais como:

 Instalar sistemas de comunicação alternativos;


 Prover recursos sanitários (banheiros químicos);
 Prover local adequado para alimentação e hidratação;
 Prover alimentação e água;
 Definir e dispor adequadamente os resíduos comuns gerados;
 Prover acomodações temporárias para descanso da equipes;
 Prover hospedagem local;
 Prover transporte para equipes nas frentes de trabalho e para deslocamento aos
locais de hospedagem;
 Prever turnos de trabalhos e descanso para garantir a continuidade das
operações e a segurança das equipes de atuação.

427
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

12.6.3 PROCEDIMENTO DE COMBATE

Os procedimentos de combate à emergência foram estabelecidos com base nas


hipóteses acidentais identificadas na Análise Preliminar de Perigos. Desta forma, as
ações de respostas previstas nos procedimentos de combates foram agrupadas da
seguinte forma:

 Liberação de líquido inflamável na via permanente;


 Liberação de líquido inflamável no Material Rodante;
 As ações básicas de segurança, comunicação e avaliação já descritas, aplicam-
se a todos os procedimentos específicos descritos a seguir, de acordo com o
porte do vazamento e local onde ocorreu o acidente.

12.6.3.1 Procedimento de Combate para Liberação de Líquido Inflamável na Via


Permanente

 Combate a vazamentos:
 Estancar o vazamento se isto puder ser feito com segurança;
 Aterrar todos os equipamentos utilizados no manuseio do produto;
 Procurar conter o vazamento evitando que o produto se espalhe, atingindo
redes de drenagem ou áreas confinadas (bueiros). Para tanto, poderão ser
improvisados diques ou utilizadas barreiras de contenção;
 Monitorar permanentemente a concentração dos vapores inflamáveis com o
objetivo de reavaliar a área isolada e ampliar a evacuação do local, caso
necessário;
 Aplicar camada de espuma para minimizar a emanação de vapores inflamáveis,
principalmente em locais confinados (galerias, bueiros, drenagens, vagões-
tanques sinistrados);
 Realizar, para os cenários de pequenos derramamentos no solo, a absorção do
produto com areia ou materiais absorventes compatíveis para posterior
recolhimento e disposição adequada dos resíduos;
 Realizar, para os cenários de grandes derramamentos no solo, a contenção do
produto por meio de diques ou valas improvisadas, ou mesmo através de
materiais absorventes ou barreiras de contenção, para posterior recolhimento;
 Efetuar a transferência dos produtos remanescentes em vagões-tanques
sinistrados;
 Recolher por meio de materiais absorventes, bombas de transferência,
equipamentos recolhedores e caminhões-vácuos os produtos vazados retidos
em diques, barramentos ou contidos por barreiras instaladas em corpos d’água;
 Promover a remoção superficial do solo contaminado, sob orientação do órgão
ambiental;

428
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Promover a poda seletiva de vegetação impregnada pelos produtos vazados,


sob orientação do órgão ambiental;
 Realizar o destombamento dos vagões-tanques por meio da utilização de
guindastes,
 atentando para evitar a geração de atrito;
 Gerenciar os resíduos adequadamente - locais de armazenamento provisórios,
classificação e identificação, transporte, destinação final, sempre em
consonância com as orientações do órgão ambiental;
 Restabelecer a linha afetada e o fluxo de trens quando as condições de
segurança permitirem e houver a concordância dos órgãos públicos
competentes.

No caso de produtos miscíveis em água (álcool), providenciar o permanente


onitoramento ambiental por meio de análises da água, sempre informando
autoridades, imprensa e comunidade.

Nos derramamentos de substâncias imiscíveis ou insolúveis em água (gasolina e óleo


diesel), é importante saber de imediato a sua densidade, uma vez que no caso de
substâncias mais densas que a água faz-se necessário avaliar a biodegradabilidade
do produto para orientar as ações de monitoramento das águas afetadas. As
propriedades físico-químicas dos principais produtos transportados podem ser
visualizadas nas FISPQ’s.

Nos casos em que a substância vazada seja imiscível ou insolúvel em água e possua
densidade inferior à da água deve-se avaliar as condições para o pronto
desencadeamento de ações visando a sua contenção para posterior remoção.

Independentemente do tipo de produto que atinja um corpo d’água, sempre deverá


ser realizado o permanente monitoramento do deslocamento das manchas de produto
e a avaliação da qualidade das águas afetadas, o que muitas vezes requer a
realização de análises químicas em laboratório. Será priorizada a proteção de áreas
com uso nobre, tais como dessedentação de animais, áreas de recreação,
pisciculturas, captações para uso urbano, industrial ou rural, entre outras.

Os procedimentos para combate de derramamentos de produtos inflamáveis são


aplicáveis a todos os corpos d’água ao longo da ferrovia, podendo ser adaptados em
função das peculiaridades da localidade onde ocorrer o acidente, tais como largura,
volume, corrente, feições marginais, áreas vulneráveis, entre outras.

 Combate a incêndios:
 Combater o fogo em distância segura utilizando mangueiras com suporte ou
canhão monitor, quando envolver vagões-tanques;
 Manter-se sempre longe das extremidades dos vagões;

429
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Resfriar os tanques lateralmente mesmo após o fogo ter sido extinto;


 Utilizar jato neblina de água ou espuma para álcool. Não utilizar o jato de forma
direta;
 Utilizar mangueiras com suporte ou canhão monitor em caso de fogo intenso, ou
abandonar a área caso seja impossível tal ação.

Caso o incêndio atinja a vegetação devem ser adotadas as seguintes medidas:

 Inspecionar a área sinistrada visando avaliar as condições do incêndio


(velocidade de propagação, riscos oferecidos e recursos disponíveis);
 Nortear as ações considerando prioritariamente os aspectos de segurança;
 Combater os incêndios prioritariamente nos locais de maior risco de
propagação;
 Aplicar os métodos de extinção compatíveis com os tipos de incêndio conforme
segue:
 Direto: aplicado em superfícies com vegetação baixa, com reduzida
intensidade de chama e que permita aproximação para utilização de
bombas costais, abafadores e ferramentaria de sapa;
 Indireto: utilizado em incêndios de média intensidade ou de grande
velocidade de propagação, que impedem a aproximação das equipes de
combate. Nestes casos deverão ser montadas linhas de combate
paralelas ao incêndio, com corta-fogo e aceiros;
 Contra-fogo: utilizada em incêndios de grande magnitude e intensidade,
onde as ações de resposta somente podem ser aplicadas por técnicos
experientes, haja vista a possibilidade de perda de controle, formação de
novos focos e agravamento da situação. Nestes casos a técnica
recomendada é o contra-fogo, sempre com aceiros e linhas de defesa.
 Desencadear ações de rescaldo, concluído o combate, de modo a evitar
o ressurgimento de chamas.

12.6.3.2 Procedimento de Combate para Liberação de Líquido Inflamável no


Material Rodante

 Combate a vazamentos:
 Estancar o vazamento se isto puder ser feito com segurança;
 Aterrar todos os equipamentos utilizados no manuseio do produto;
 Procurar conter o vazamento evitando que o produto se espalhe, atingindo
redes de drenagem ou áreas confinadas (bueiros). Para tanto, poderão ser
improvisados diques ou utilizadas barreiras de contenção;
 Monitorar permanentemente a concentração dos vapores inflamáveis com o
objetivo de reavaliar a área isolada e ampliar a evacuação do local, caso
necessário;

430
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Aplicar camada de espuma para minimizar a emanação de vapores inflamáveis,


principalmente em locais confinados (galerias, bueiros, drenagens e vagões-
tanques sinistrados);
 Realizar, em pequenos derramamentos no solo, a absorção do produto com
areia ou materiais absorventes compatíveis para posterior recolhimento e
disposição adequada dos resíduos;
 Realizar, em grandes derramamentos no solo, a contenção do produto por meio
de diques ou valas improvisadas, ou mesmo através de materiais absorventes
ou barreiras de contenção, para posterior recolhimento;
 Efetuar a transferência dos produtos remanescentes em vagões-tanques
sinistrados;
 Recolher por meio de materiais absorventes, bombas de transferência,
equipamentos recolhedores e caminhões-vácuos os produtos vazados retidos
em diques, barramentos ou contidos por barreiras instaladas em corpos d’água;
 Promover a remoção superficial do solo contaminado, sob orientação do órgão
ambiental;
 Promover a poda seletiva de vegetação impregnada pelos produtos vazados,
sob orientação do órgão ambiental;
 Realizar o destombamento dos vagões-tanques por meio da utilização de
guindastes, atentando para evitar a geração de atrito;
 Gerenciar os resíduos adequadamente - locais de armazenamento provisórios,
classificação e identificação, transporte, destinação final, sempre em
consonância com as orientações do órgão ambiental;
 Restabelecer a linha afetada e o fluxo de trens, bem como as operações em
instalações fixas, quando as condições de segurança permitirem e houver a
concordância dos órgãos públicos competentes.

Os derramamentos decorrentes desta hipótese acidental podem ocorrer nos pátios ou


demais instalações de apoio da Ferrovia Paraense S.A., ou mesmo em qualquer
ponto da via permanente, portanto, aplicam-se as mesmas ações previstas para
corpos d’água constantes do item 12.6.3.1.

 Combate a incêndios:
 Combater o fogo em distância segura utilizando mangueiras com suporte ou
canhão monitor, quando envolver vagões-tanques;
 Manter-se sempre longe das extremidades dos vagões;
 Resfriar os tanques lateralmente mesmo após o fogo ter sido extinto;
 Utilizar jato neblina de água ou espuma para álcool. Não utilizar o jato de forma
direta;

431
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Utilizar mangueiras com suporte ou canhão monitor em caso de fogo intenso, ou


abandonar a área caso seja impossível tal ação.

Caso o incêndio ocorra na área da via permanente e atinja a vegetação, devem ser
adotadas as seguintes medidas:

 Inspecionar a área sinistrada visando avaliar as condições do incêndio


(velocidade de propagação, riscos oferecidos e recursos disponíveis);
 Nortear as ações considerando prioritariamente os aspectos de segurança;
 Combater os incêndios prioritariamente nos locais de maior risco de
propagação;
 Aplicar os métodos de extinção compatíveis com os tipos de incêndio conforme
segue:
 Direto: aplicado em superfícies com vegetação baixa, com reduzida
intensidade de chama e que permita aproximação para utilização de
bombas costais, abafadores e ferramentaria de sapa;
 Indireto: utilizado em incêndios de média intensidade ou de grande
velocidade de propagação, que impedem a aproximação das equipes de
combate. Nestes casos deverão ser montadas linhas de combate
paralelas ao incêndio, com corta-fogo e aceiros;
 Contra-fogo: utilizada em incêndios de grande magnitude e intensidade,
onde as ações de resposta somente podem ser aplicadas por técnicos
expedientes, haja vista a possibilidade de perda de controle, formação
de novos focos e agravamento da situação. Nestes casos a técnica
recomendada é o contra-fogo, sempre com aceiros e linhas de defesa;
 Desencadear ações de rescaldo, concluído o combate, de modo a evitar
o ressurgimento de chamas.

Quando o acidente com os vagões-tanque ocorrerem nas dependências das


instalações fixas, deve-se:

 Efetuar a retirada dos vagões-tanques que estejam estacionados nas áreas dos
pátios que possam ser afetadas pelas chamas, irradiação térmica ou
sobrepressão;
 Combater eventuais incêndios nas instalações fixas afetadas.

432
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

12.7 TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO

A Ferrovia Paraense S.A. possui, em nível corporativo, dois programas de


treinamento, um para os integrantes da estrutura organizacional de resposta à
emergência e outro específico para a brigada de emergência, ambos são
apresentados nos itens a seguir.

Além dos treinamentos práticos e teóricos previstos nos programas, no momento da


operação do trecho deverão ser realizados simulados de emergências anuais
abordando os cenários acidentais previstos neste PAE. Estes simulados têm por
finalidade preparar e avaliar os integrantes do Plano para ações de resposta a
emergência.

12.7.1 PROGRAMA DE TREINAMENTO DOS INTEGRANTES DA ESTRUTURA


ORGANIZACIONAL DE RESPOSTA

Os membros integrantes da estrutura organizacional de resposta à emergência


recebem treinamentos anuais para aprimoramento dos procedimentos e tempo de
resposta no atendimento a emergências. Estes treinamentos são realizados conforme
programa apresentado na Quadro 12.7-1.

Quadro 12.7-1– Programa de treinamento para os integrantes da estrutura


organizacional de resposta.

MATÉRIA CARGA HORÁRIA

1 – Atribuições da Estrutura Organizacional de Resposta 4

2 – Riscos Químicos dos Produtos Transportados 4

3 – Legislação Aplicável 4

4 – Hipóteses Acidentais 4

5 – Fluxo de Comunicação 2

6 – Recursos Materiais 2

7 – Procedimentos de Combate 16

8 – Ações Pós-emergenciais 8

TOTAL 44

12.7.2 PROGRAMA DE TREINAMENTO DAS BRIGADAS DE EMERGÊNCIA

A Brigada de Emergência será composta por empregados treinados e que passarão


por uma reciclagem anual para atender todas as situações emergenciais que
envolvam acidentes com vagões tanques carregados com líquidos inflamáveis.

433
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Na Ferrovia Paraense S.A., as Brigadas de Emergências são geralmente compostas


por representantes das seguintes áreas: Mecânica, Via Permanente, Transporte,
Segurança Industrial e Meio Ambiente.

Esses empregados são aqueles que por força de sua atividade normal, são os
primeiros a chegarem ao local do acidente e que, portanto, podem adotar as medidas
que irão minimizar as conseqüências do acidente, preservando o meio ambiente e a
população vizinha à ferrovia.

As relações dos componentes das Brigadas de Emergência são atualizadas sempre


que necessário, cabendo aos Gerentes responsáveis por cada área, informar o nome
dos empregados que não mais puderem compor a equipe, para as devidas
alterações.

O líder da brigada é o responsável por identificar e solicitar a necessidade de


treinamentos para os membros das brigadas. Em geral, são previstos treinamentos
anuais, compostos por aulas teóricas e práticas, os quais são controlados e
acompanhados pelas Gerências de Saúde e Segurança do Trabalho e pela Gerência
de Meio Ambiente. O cronograma dos treinamentos será definido de acordo com
disponibilidade dos recursos e dos participantes.

12.7.3 SIMULADOS

Visando a capacitação e reciclagem dos funcionários para situações emergenciais em


todas as áreas de interesse deste plano, está previsto a realização de treinamentos
práticos através de exercícios de simulados de emergência envolvendo todas as
áreas que direta ou indiretamente possam vir a atuar no combate as situações de
emergência.

A necessidade de realização de simulados deve ser avaliada pelo Técnico de


Segurança da unidade. A realização dos simulados poderá contar com a participação
de recursos da própria Ferrovia Paraense S.A., através de recursos solicitados via
Gerência de Meio Ambiente, ou através da participação do Corpo de Bombeiros local.
Os exercícios simulados devem envolver 3 etapas distintas:

 Planejamento;
 Realização;
 Avaliação.

12.7.3.1 Planejamento

Para o planejamento dos exercícios de resposta são considerados:

 Grau de complexidade do exercício simulado;

434
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

 Programação de simulados: nesta etapa são discutidos os cenários acidentais


envolvidos e os conseqüentes impactos ambientais associados ao exercício. Os
cenários acidentais, sempre que possível, devem ser alternados a cada
exercício.

Nesta etapa são definidos os locais de atuação, os cenários acidentais e as ações a


serem tomadas durante e após o exercício. Os cenários acidentais, sempre que
possível, devem ser alternados a cada exercício. O planejamento é divulgado a todos
os participantes.

12.7.3.2 Realização

A realização do exercício deve estar baseada no planejamento executado. Todo


resíduo gerado nesta etapa deve ser recolhido e destinado adequadamente.

12.7.3.3 Avaliação

Após a realização dos simulados está prevista uma reunião de análise crítica entre os
participantes com o objetivo de avaliar os pontos fortes e oportunidades de melhoria
do PAE e das atividades relacionadas ao planejamento e execução do exercício em
si. Os itens analisados nesta reunião são:

 Cenário: cenário proposto está adequado às hipóteses acidentais;


 Planejamento: dimensionamento de recursos materiais e humanos, registros do
simulado e apoio logístico.
 Execução: avaliação do tempo de resposta, procedimentos e táticas para
resposta, eficácia e eficiência das ações tomadas, funcionamento do fluxograma
de comunicação, análise das ações tomadas, etc.

A análise crítica realizada é registrada e as ações corretivas propostas pela equipe


servem de subsídio para revisão do PAE.

435
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

12.8 RECURSOS MATERIAIS DE RESPOSTA

12.8.1 RECURSOS MATERIAIS DAS BRIGADAS DE EMERGÊNCIA

Os recursos materiais que serão utilizados para o atendimento das emergências


dividemse em dois tipos: os que são transportados por rodovia e os que são
transportados pela ferrovia.

Os recursos materiais transportados por rodovia ficam sob a responsabilidade da


Gerência de Meio Ambiente e serão localizados na sede da Brigada de Emergência
do trecho, a ser definida.

Já os recursos materiais transportados por ferrovia são, em sua maioria, destinados


ao combate e transbordo de produtos líquidos perigosos. Ficam sob a
responsabilidade da Gerência Geral de Mecânica e estarão localizados em uma
instalação fixa do trecho, a ser definida. Devese esclarecer que, caso necessário, os
recursos armazenados nas sedes das Brigadas de Emergência, também poderão ser
transportados pela via férrea.

Além desses recursos, a Ferrovia Paraense S.A. mantém contato comercial


permanente com várias empresas de fornecimento de material e de atendimento
emergencial, o que lhe permite o fornecimento imediato de recursos adicionais para o
adequado atendimento a emergência.

12.8.2 MATERIAIS DAS BRIGADAS DE EMERGÊNCIA TRANSPORTADOS POR RODOVIA

Os materiais e equipamentos utilizados no atendimento de emergências serão


localizados na Sede da Brigada de Emergência, em local a ser definido, e
permanecerão em constante rotatividade devido a sua utilização e posterior
reposição. Dentre os principais recursos materiais previstos estão: mantas de
absorção, pó absorvente, cordão flutuante, massa de secagem ultra rápida
(estancagem de vazamentos em superfícies), faixas de isolamento, extintores,
ferramentas diversas e equipamentos de proteção individual.

12.8.3 MATERIAIS DAS BRIGADAS DE EMERGÊNCIA TRANSPORTADOS POR FERROVIA

Os equipamentos destinados ao atendimento de emergências envolvendo produtos


líquidos perigosos na via permanente são:

 Bomba de Baldeio e Mangotes, utilizados no baldeio de derivados de petróleo;


 Equipamento para Aterramento da bomba de baldeio;
 Ferramentas antifagulhas utilizadas para o baldeio;
 Equipamentos Pneumáticos (furadeira pneumática, etc.).

436
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

12.9 AÇÕES PÓS-EMERGENCIAIS

As ações pós-emergenciais que deverão ser tomadas irão depender da magnitude do


dano ambiental provocado pela emergência e do tipo de área afetada. Quanto mais
rápido forem acionados os serviços para a avaliação dos danos ambientais,
proposição de tratamento e implantação de sistemas de remediação, menores serão
estes danos. Estas ações devem sempre ser discutidas com os órgãos ambientais
responsáveis.

Toda a coleta, remoção e disposição dos resíduos gerados por uma emergência
deverão ser autorizadas pelo órgão ambiental competente. Entretanto, de acordo com
a magnitude da emergência, poderá ocorrer a necessidade de ações rápidas de
remoção e encaminhamento dos resíduos, sem a prévia comunicação ao órgão
ambiental. Todavia, a comunicação sobre o destino do resíduo e os comprovantes
pela entidade que o recebeu devem ser enviadas ao órgão ambiental o mais breve
possível.

Caso seja necessária a implantação de sistemas de remediação, o órgão ambiental


deverá ser periodicamente informado sobre a evolução dos trabalhos. Esta
periodicidade será sempre acertada entre a Ferrovia Paraense S.A., seus consultores
contratados e o órgão ambiental.

Além dos procedimentos pós-emergenciais mencionados a Ferrovia Paraense S.A.


deverá:

 Repor todos os materiais utilizados na emergência;


 Realizar aquisição em caráter de emergência para reposição de estoque
mínimo;
 Providenciar a manutenção e descontaminação de materiais e equipamentos
sob sua responsabilidade, inclusive EPI’s;
 Agendar reunião com todos os envolvidos para discutir sobre pontos positivos e
negativos do atendimento emergencial, com objetivo de avaliar a eficácia do
PAE propondo melhorias;
 Elaborar relatório técnico sobre o atendimento à emergência, contendo
avaliação da causa, avaliação crítica de atuação e proposta de melhoria;
 Realizar a recomposição paisagística quando necessária;
 Prestar assistência social à comunidade afetada pela Emergência.

437
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

12.10 DIVULGAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PLANO

Todos os documentos e anexos do PAE serão revisados anualmente ou sempre que


houver alterações necessárias, no mínimo, nas seguintes situações:

 Sempre que uma análise de risco assim o indicar;


 Sempre que as instalações sofrerem modificações físicas, operacionais ou
organizacionais capazes de afetar os seus procedimentos ou a sua capacidade
de resposta;
 Quando o desempenho do PAE, decorrente do seu acionamento por
acidente/incidente ou exercício simulado, recomendar;
 Em outras situações, a critério de órgão oficial competente.

Qualquer alteração ou atualização do Plano deverá ser previamente aprovada pelo


Coordenador do PAE. Após a aprovação, todas as modificações deverão ser
divulgadas internamente entre os envolvidos e com os órgãos públicos competentes.

A manutenção do Plano contempla o registro dos atendimentos realizados, reposição


e renovação de recursos e reavaliação dos procedimentos. São de responsabilidade
do coordenador do PAE a manutenção e a divulgação do plano entre os membros e
demais partes relacionadas.

438
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

13 CONCLUSÕES

O presente Estudo de Impacto Ambiental conclui pela viabilidade técnica e econômica


do empreendimento, conforme projeto apresentado no capítulo inicial, justificando-o
sob estes dois aspectos. A concepção técnica do projeto considera tecnologias já
dominadas pelo setor ferroviário no país, operações similares, inclusive na própria
região amazônica.

Quanto à viabilidade ambiental, diversos fatores foram devidamente avaliados e


inclusive considerados no desenvolvimento da Ferrovia Paraense S.A., nos estudos
de alternativas.

Conclui-se que os impactos ambientais negativos do empreendimento não são


impeditivos ao seu desenvolvimento e que devem ser devidamente monitorados e
acompanhados, inclusive ao longo do desenvolvimento do empreendimento e podem
ser ambientalmente compensados do ponto de vista técnico-ambiental, por outras
medidas e ações. Os impactos socioambientais positivos do empreendimento trarão
benefícios tanto local (comunidades locais), como regional (crescimento da atividade
econômica, melhora do nível de emprego etc.) e nacional (balança comercial etc).

À luz destas avaliações, considera-se a Ferrovia Paraense S.A. um empreendimento


técnica, econômica e ambientalmente viável. A implantação do Plano de Ação
Ambiental é parte integrante e obrigatória.

439
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

14 GLOSSÁRIO

Abastecimento de Água - Abastecimento com canalização interna para pelo menos


um cômodo do domicílio particular permanente, decorrente de rede geral de
distribuição, ou outra proveniência (poço, nascente, reservatório abastecido por carro-
pipa, chuva etc.); ou sem canalização interna para pelo menos um cômodo do
domicílio particular permanente, decorrente de rede geral de distribuição canalizada
para o terreno ou propriedade em que se localiza o domicílio, ou outra proveniência.
Ver também formas de abastecimento de água.

Abiótico - É o componente não vivo do meio ambiente. Inclui as condições físicas e


químicas do meio.

Abundância de espécies - Qualquer medida da densidade ou número de indivíduos


de um táxon ou outra categoria classificatória.

Acidez da água - Quantidade de ácido, expressa em miliequivalentes de uma base


forte por litro de água, necessária para titular uma mostra a um determinado valor do
pH.

Aeróbico - Ser ou organismo que vive, cresce ou metaboliza apenas em presença do


oxigênio.

Afluente - Curso d´água cujo volume ou descarga contribui para aumentar outro, no
qual desemboca. Chama-se ainda de afluente o curso d´água que desemboca num
lago ou numa lagoa.

Aglomerado Rural - É um agrupamento de população considerado a partir de um


conjunto de edificações adjacentes (50 m ou menos de distância entre si), e com
características de permanência, situado em área legalmente definida como rural que
pode formar ou uma área continuamente construída com arruamentos reconhecíveis
ou disposta ao longo de uma via de comunicação, ou um agrupamento de edificações
com mais de 50 unidades domiciliares, número que estaria relacionado a um
montante de população superior a 250 habitantes.

Agricultura familiar - É o cultivo da terra realizado por pequenos proprietários rurais,


tendo como mão-de-obra essencialmente o núcleo familiar.

Agroflorestal - (1) Sistema de cultivo que integra culturas de espécies herbáceas e


arbóreas. (2) Métodos de cultivo que integra culturas herbáceas e arbóreas.

Agronegócio - É toda relação comercial e industrial envolvendo a cadeia produtiva


agrícola ou pecuária. No Brasil o termo agropecuária é usado para definir o uso
econômico do solo para o cultivo da terra associado com a criação de animais.

440
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Agropecuária - Atividade que se caracteriza por apresentar em um mesmo


estabelecimento agricultura e pecuária em suas relações mútuas.

Alcalinidade - Capacidade da água em aceitar prótons (isto é, hidrogênio). É


geralmente expressa em miliequivalência por litro.

Alimentador de sapatas - Equipamento que permite gerar um fluxo uniforme de


fragmento de rochas de minerais e minérios secos ou úmidos. Geralmente utilizado
para transportar material de um lugar a outro.

Alóctone - Que veio de fora, o que não é originado da região.

Aluvião - Pertinente a depósitos de material detríticos de qualquer natureza


carregados por água.

Amazônia Legal - Área que engloba nove estados brasileiros pertencentes à bacia
amazônica e, conseqüentemente, possui em seu território trechos da floresta
amazônica. Com base em análises estruturais e conjunturais, o governo brasileiro,
reunindo regiões de idênticos problemas econômicos, políticos e sociais, com o intuito
de melhor planejar o desenvolvimento social e econômico da região amazônica,
instituiu o conceito de Amazônia Legal. A atual área de abrangência corresponde à
totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins e parte do estado do Maranhão (a Oeste do meridiano de 44º de
longitude oeste), perfazendo uma superfície de aproximadamente 5.217.423 km²
correspondente a cerca de 61% do território brasileiro.

ANA - Agência Nacional de Águas. Busca implementar e coordenar a gestão


compartilhada e integrada dos recursos hídricos e regular o acesso a água,
promovendo o seu uso sustentável em benefício da atual e das futuras gerações.

Analfabeto funcional - Termo que se refere ao tipo de instrução em que a pessoa


sabe ler e escrever, mas é incapaz de interpretar o que lê e de usar a leitura e a
escrita em atividades cotidianas. Ou seja, o analfabeto funcional não consegue extrair
sentido das palavras nem colocar idéias no papel por meio do sistema de escrita,
como acontece com quem realmente foi alfabetizado. No Brasil, o analfabetismo
funcional é atribuído às pessoas com mais de 20 anos que não completaram quatro
anos de estudo formal.

Antrópico - Resultado das atividades humanas no meio ambiente.

ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres. Criada em 2001, atua na


regulação e fiscalização de transportes nos ramos rodoviário, ferroviário e dutoviário
do Brasil.

441
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Anurofauna – Grupo da fauna representado pelas espécies de sapos, rãs e


pererecas.

Aposentadoria - ato de aposentar; estado do empregado ou funcionário (civil ou


militar) que, tendo atingido certa idade, certo tempo de serviço ou por motivo de
saúde, é posto em inatividade e passa a receber uma pensão; reforma (para
militares).

Aptidão agrícola - Adaptabilidade das terras para um tipo específico de utilização


agrícola.

Aquífero - Estrato ou formação geológica que permite a circulação da água através


dos seus poros ou fraturas, de modo a ser aproveitado em quantidades
economicamente viáveis tendo em conta um determinado uso. O mesmo que
reservatório de água subterrânea.

Aquífero confinado - Quando o teto e muro da unidade aqüífera são constituídos por
rochas impermeáveis ou aquitardos. A superfície piezométrica situa-se acima do
respectivo teto e a pressão da água é sempre superior à pressão atmosférica.

Aquífero livre - Quando o aqüífero que não é limitado superiormente por uma
camada impermeável. O limite superior é constituído por uma superfície de saturação
onde a água está à pressão atmosférica.

Arbóreo - Parte vertical de uma fitofisionomia ou hábitat formado por árvores.

Arbustivo - Parte vertical de uma fitofisionomia ou hábitat formado por arbustos.

Área de endemismo - Região geográfica contendo várias espécies endêmicas.

Área de Proteção Ambiental (APA) - Categoria de unidade de conservação cujo


objetivo é conservar a diversidade de ambientes, de espécies, de processos naturais
e do patrimônio natural, visando a melhoria da qualidade de vida, através da
manutenção das atividades socioeconômicas da região. Esta proposta deve envolver,
necessariamente, um trabalho de gestão integrada com participação do Poder Público
e dos diversos setores da comunidade. Pública ou privada é determinada por decreto
federal, estadual ou municipal, para que nela seja discriminado o uso do solo e
evitada a degradação dos ecossistemas sob interferência humana.

Área degradada - (1) Uma área que por ação própria da natureza ou por uma ação
antrópica perdeu sua capacidade natural de geração de benefícios. (2) Área onde há
a ocorrência de alterações negativas das suas propriedades físicas e químicas,
devido a processos como a salinização, lixiviação, deposição ácida e a introdução de
poluentes.

442
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Áreas de Ocupação Recente - Áreas já reordenadas pelo que foram os projetos


integrados de colonização - PIC; hoje atualizados para projetos de assentamento –
PA e Projetos de Desenvolvimento Sustentável - PDS – sob jurisdição do INCRA pelo
Instituto de Terras do Pará – INTERP.

Áreas de Ocupação Tradicional - Áreas remanescentes dos primeiros


momentos/períodos de formação de uma determinada região.

Arqueano - Eon da escala de tempo geológico com registros na Terra que se estende
de mais de 3.950 milhões de anos até 2.500 milhões de anos, com a seguinte
subdivisão, da era mais antiga para a mais nova: Eo, Paleo, Meso e NeoArqueano
com limites propostos de 3.950, 3.600, 3.200, 2.800 e 2.500 milhões de anos,
respectivamente (International Chart da IUGS de 2002) em substituição a antiga
subdivisão em Inferior, médio e superior.

Arrasto - Atividade de pesca em que a rede é lançada e o barco permanece em


movimento. É uma prática considerada predatória quando a malha das redes é
pequena, fora dos padrões fixados pelo IBAMA, pois nestes casos há captura de
peixes e outros organismos aquáticos jovens. Outro prejuízo causado pelo arrasto é o
revolvimento do fundo do mar, o que prejudica sensivelmente o ambiente e a fauna
bentônica (que vive no fundo).

Associativismo - Formas de organização da sociedade civil de caráter público não-


estatal e sem fins lucrativos.

Assoreamento - Processo em que lagos, rios, baías e estuários vão sendo aterrados
pelos solos e outros sedimentos neles depositados pelas águas das enxurradas, ou
por outros processos.

Aterro controlado - Aterro para lixo residencial urbano, onde os resíduos são
depositados recebendo depois uma camada de terra por cima. Na impossibilidade de
se proceder a reciclagem do lixo, pela compostagem acelerada ou pela compostagem
a céu aberto, as normas sanitárias e ambientais recomendam a adoção de aterro
sanitário e não do controlado.

Aterro sanitário - Aterro para lixo residencial urbano com pré-requisitos de ordem
sanitária e ambiental. Deve ser construído de acordo com técnicas definidas, como:
impermeabilização do solo para que o chorume não atinja os lençóis freáticos,
contaminando as águas; sistema de drenagem para chorume, que deve ser retirado
do aterro sanitário e depositado em lagoa próxima que tenha essa finalidade
específica, vedada ao público; sistema de drenagem de tubos para os gases,
principalmente o gás carbônico, o gás metano e o gás sulfídrico, pois, se isso não for
feito, o terreno fica sujeito a explosões e deslizamentos.

Aviamento - Estabelecendo o circuito de mediação das trocas mercantis.

443
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Avifauna - Conjunto de espécies de aves que vivem em uma determinada área.

Azimute - Medida angular de um rumo ou de uma direção com relação ao N


verdadeiro, contado em 360 graus no sentido horário.

Bacia hidrográfica - Conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus


afluentes. A noção de bacias hidrográfica inclui naturalmente a existência de
cabeceiras ou nascentes, divisores d'água, cursos d'água principais, afluentes,
subafluentes, etc. Em todas as bacias hidrográficas deve existir uma hierarquização
na rede hídrica e a água se escoa normalmente dos pontos mais altos para os mais
baixos. O conceito de bacia hidrográfica deve incluir também noção de dinamismo,
por causa das modificações que ocorrem nas linhas divisórias de água sob o efeito
dos agentes erosivos, alargando ou diminuindo a área da bacia.

Bacia sedimentar - grande depressão do terreno, preenchida por detritos


provenientes das terras altas que o circundam. A estrutura dessas áreas é geralmente
composta por camadas de rochas que mergulham da periferia para o centro.

Balança Comercial - A Balança Comercial é uma dos componentes da Balança de


Pagamentos de determinado País, onde são registradas as importações e as
exportações de mercadorias. Quando o montante das exportações é superior ao
montante das importações diz se que se verifica um superávit comercial. Na situação
inversa diz-se que se verifica um déficit comercial.

Banco de germoplasma - O mesmo que banco genético. Expressão genética para


designar uma área de preservação biológica com grande variabilidade genética. Por
extensão, qualquer área reservada para a multiplicação de plantas a partir de um
banco de sementes ou de mudas, ou laboratório onde se conserva, por vários anos,
sementes ou genes diferentes.

Barranco - Exposição geralmente vertical de cortes de estradas, voçorocas, ou


margens de rios.

Base Monetária - Denominação dada ao conjunto de moeda em circulação no país,


mais os depósitos à vista junto às autoridades monetárias. A atuação sobre a base
monetária, no sentido de estimular sua expansão ou provocar sua contração,
desempenha um papel de grande importância em qualquer política de combate à
inflação.

Beneficiamento ou tratamento - Operações aplicadas aos bens minerais visando


modificar a granulometria, a concentração relativa ou forma das espécies minerais
presentes, sem, contudo modificar a identidade química ou física dos minerais. Há
autores que defendem um conceito mais amplo para o tratamento, como sendo um
processamento no qual os minerais podem sofrer até alterações de ordem química
(ex.: na aglomeração de minérios finos, em ustulação, na calcinação etc).

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Bens de Consumo - Bens utilizados diretamente pelos consumidores finais, isto é,


que não se destinam a serem utilizados na produção de outros bens, seja como bens
de capital, seja como bens intermediários. Conforme a maior ou menor duração do
período de sua utilização, eles são classificados como bens duráveis (por exemplo, os
veículos), não duráveis ou semi duráveis.

Bens Intermediários - Bens utilizados como insumos para a produção de outros


bens. Distinguem-se dos bens de capital pelo fato de serem completamente
absorvidos no processo de produção, de uma única vez, enquanto aqueles são
utilizados por um tempo mais longo de extensão variável.

Bênton - Conjunto de organismos associados com o fundo de um corpo d’água.

Biodiversidade - Total de genes, espécies e ecossistemas de uma região. A


biodiversidade genética refere‐se à variação dos genes dentro das espécies, cobrindo
diferentes populações da mesma espécie ou a variação genética dentro de uma
população. A diversidade de espécies refere‐se à variedade de espécies existentes
dentro de uma região. A diversidade de ecossistemas refere‐se à variedade de
ecossistemas de uma dada região. A diversidade cultural humana também pode ser
considerada parte da biodiversidade, pois alguns atributos das culturas humanas
representam soluções aos problemas de sobrevivência em determinados ambientes.
A diversidade cultural manifesta‐se pela diversidade de linguagem, crenças religiosas,
práticas de manejo da terra, arte, música, estrutura social e seleção de cultivos
agrícolas, dentre outros.

Biogeografia - Estudo multidisciplinar, centrado numa perspectiva ecológica, que


analisa a distribuição espacial, atual e passada, de plantas e animais, levando em
consideração fatores históricos-causais.

Bioindicador - Animal ou vegetal cuja presença em um determinado ambiente indica


a existência de modificações de natureza biológica, física ou química. Alguns
bioindicadores são bioacumuladores, pois denunciam a presença de substâncias
tóxicas, acumulando-as.

Bioma - Amplo conjunto de ecossistemas terrestres caracterizados por tipos


fisionômicos semelhantes de vegetação, com diferentes tipos climáticos. É o conjunto
de condições ecológicas de ordem climática e características de vegetação: o grande
ecossistema com fauna, flora e clima próprios. Os principais biomas mundiais são:
tundra, taiga, floresta temperada caducifólia, floresta tropical chuvosa, savana, oceano
e água doce.

Biomassa - Quantidade de matéria orgânica presente num dado momento numa


determinada área, e que pode ser expressa em peso, volume, área ou número.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Biosfera - Sistema único formado pela atmosfera (troposfera), crosta terrestre


(litosfera), água (hidrosfera) e mais todas as formas de vida. É o conjunto de todos os
ecossistemas do planeta.

Biota - Conjunto de seres vivos que habitam um determinado ambiente ecológico.

Biótico - É o componente vivo do meio ambiente. Inclui a fauna, flora, vírus,


bactérias, etc.

Biótopo - Área ocupada por uma comunidade de flora e fauna.

Blendagem - Mistura de minérios de diferentes teores ou concentrações de óxidos de


interesse.

Bolsa Família - Programa de transferência direta de renda com condicionalidades,


que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza. O Programa
integra o Fome Zero que tem como objetivo assegurar o direito humano à alimentação
adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a
conquista da cidadania pela população mais vulnerável à fome. As famílias que
podem participar do Bolsa Família são: as famílias em situação de extrema pobreza,
com renda mensal de até R$ 60,00 (sessenta reais) por pessoa; as famílias pobres,
entendidas como aquelas com renda mensal de até R$ 120,00 (cento e vinte reais)
por pessoa, e que tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças entre 0
(zero) e 12 (doze) anos ou adolescentes até 15 (quinze) anos.

Britagem - Trituração do minério, redução de sua granulometria.

Cadeia alimentar - É a transferência da energia alimentar que existe no ambiente


natural, numa seqüência na qual alguns organismos consomem e outros são
consumidores. Essas cadeias são responsáveis pelo equilíbrio natural das
comunidades e o seu rompimento pode trazíbrio natural das comunidades e o seu
rompimento pode trazer conseqüências drásticas, como é o caso quando da
eliminação de predadores de insetos. Estes podem proliferar rapidamente e
transformar-se em pragas nocivas à economia humana. A cadeia alimentar é formada
por diferentes níveis tróficos (trophe = nutrição). A energia necessária ao
funcionamento dos ecossistemas é proveniente do sol e é captada pelos organismos
clorofilados (autótrofos), que por produzirem alimento são chamados produtores (1º
nível trófico). Estes servem de alimento aos consumidores primários (2º nível trófico
ou herbívoros), que servem de alimento aos consumidores secundários (3º nível
trófico) que servem de alimento aos consumidores terciários (4º nível trófico) e assim
sucessivamente. Todos os organismos ao morrerem, sofrem a ação dos saprófagos
(sapros = morto, em decomposição; phagos = devorador), que constituem o nível
trófico dos decompositores.

446
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Capoeira - Estágio arbustivo alto ou florestal baixo na sucessão secundária para


floresta depois de corte, fogo e outros processo predatórios, localmente também
conhecida por juquira.

Carcinofauna - Grupo de fauna aquática composto por caranguejos, camarões.

CCU - Contrato de Concessão de Uso. Documento obrigatório estabelecido pelo Art.


189 da Constituição Federal, que transfere o imóvel rural ao beneficiário da reforma
agrária em caráter provisório e assegura aos assentados o acesso a terra, aos
créditos disponibilizados pelo Incra e a outros programas do governo federal.

CELPA - Centrais Elétricas do Pará S.A. Criada em 1962, é responsável por distribui
energia elétrica para uma área de concessão de 1.247.690 km², abrangendo todos os
143 municípios atendidos do Estado do Pará.

Cenozoico - Era geológica atual e que teve início há 65 milhões de anos atrás,
quando começou o período Terciário.

Censo Agropecuário - É o levantamento de informações sobre estabelecimentos


agropecuários, florestais e/ou aquícolas de todos os municípios de um país. O
objetivo da pesquisa é atualizar dados de censos anteriores, fornecer informações
sobre aspectos econômicos, sociais e ambientais da atividade agropecuária.

Censo Demográfico - É o conjunto de dados estatísticos sobre a população de um


país. No Brasil, os censos demográficos são realizado de 10 em 10 anos e o IBGE é,
por lei, o órgão responsável pela sua realização. As informações que compõem os
questionários dos censos variam a cada 10 anos. Isto porque as informações que
refletem a realidade de um decênio podem não refletir a realidade dos dez anos
seguintes, pois certos dados podem perder importância.

Centro de massa da jazida - O centro de massa de um objeto qualquer é na verdade


uma posição definida matematicamente. O centro de massa da jazida é dado pelo
produto do volume (ou peso) do minério transportado e distância média do volume
distribuído.

Chorume - Resíduo líquido proveniente de resíduos sólidos (lixo), particularmente


quando dispostos no solo, como por exemplo, nos aterros sanitários. Resulta
principalmente de água de chuva que se infiltra e da decomposição biológica da parte
orgânica dos resíduos sólidos. É altamente poluidor.

Cidadania - É o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em


relação à sociedade em que vive.

Cisterna - É um reservatório de águas pluviais, podendo ser também o reservatório


de outro líquido ou água, potável ou não. Seu dimensionamento considera quatro

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

fatores principais: precipitação local; área da cobertura, ou outra área de captação de


água de chuva, que não deve ter trânsito de pessoas, animais ou veículos; eficiência
do telhado e do filtro de água de chuva e o consumo (demanda) de água não potável.
Deve ser protegida de luz e calor para garantir a qualidade da água armazenada.

Clímax - Última comunidade biológica com que termina uma sucessão ecológica, isto
é, a comunidade estável que não sofre mais mudanças direcionais. No estágio clímax
há um equilíbrio dinâmico, enquanto nas condições ambientais permanecem
relativamente estáveis.

Clorofila - Pigmento existente nos vegetais, de estrutura química semelhante à


hemoglobina do sangue dos mamíferos, solúvel em solventes orgânicos. Capta a
energia solar para realização da fotossíntese.

Código Florestal - Código instituído pela Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 em


cujo artigo 1º está previsto que as florestas existentes no território nacional e as
demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são
bens de interesse comum a todos os habitantes do país.

Coluna estratigráfica - Representação em diagrama colunar que mostra a relação


cronológica das diferentes rochas numa determinada região. As unidades mais
antigas são representadas na base e as mais recentes no topo, sem faltar todos os
aspectos que caracterizam a sua história geológica.

Comarca - Circunscrição judiciária sob a alçada de um juiz de direito.

Comissionamento - Processo que consiste na aplicação integrada de um conjunto


de técnicas e procedimentos de engenharia para verificar, inspecionar e testar cada
componente físico do empreendimento, desde os individuais, como peças,
instrumentos e equipamentos, até os mais complexos, como módulos, subsistemas e
sistemas. As atividades de comissionamento, no seu sentido mais amplo, são
aplicáveis a todas as fases do empreendimento, desde o projeto básico e detalhado, o
suprimento e o diligenciamento, a construção e a montagem, até a entrega da
unidade ao cliente final, passando, muitas vezes, por uma fase de operação assistida.

Compartimentos ambientais do empreendimento - Espaços qualificados com


características físico-bióticas e socioeconômicas homogêneas, utilizados na análise
integrada das áreas de influencia de um empreendimento.

Compostagem - Técnica de elaborar mistura fermentada de restos de seres vivos,


muita rica em húmus e microorganismos, que serva para, uma vez aplicada ao solo,
melhorar a sua fertilidade.

Conceito Antropológico Contemporâneo - Diz-se das comunidades que se


localizam no entorno das sociedades étnicas, raciais e comunidades tradicionais em

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

oposição às etnias: as sociedades indígenas passaram a ser reconhecidas como


realidades culturais diferenciadas, capazes de reproduzir estilos próprios de
organização e desenvolvimento.

Condutividade - Valor da corrente elétrica do meio. A medida da condutividade da


água fornece a concentração de seus íons.

Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) - Órgão superior do Sistema


Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) com função de assessorar o Presidente da
República na formulação de diretrizes da política nacional de meio ambiente (Lei no
6938/81).

Conservação ambiental - Uso ecológico dos recursos naturais, com o fim de


assegurar uma produção contínua dos recursos renováveis e impedir o esbanjamento
dos recursos não renováveis, para manter o volume e a qualidade em níveis
adequados, de modo a atender às necessidades de toda a população e das gerações
futuras.

Conservação da natureza - Manutenção de áreas naturais preservadas, através de


um conjunto de normas e critérios científicos e legais, visando sua utilização para
estudos científicos.

Conservação do solo - Conjunto de métodos de manejo do solo que, em função de


sua capacidade de uso, estabelece a utilização adequada do solo, a recuperação de
suas áreas degradadas e mesmo a sua preservação.

Contaminação - Introdução, no meio, de elementos em concentrações nocivas à


saúde humana, tais como organismos patogênicos, substâncias tóxicas ou
radioativas.

Corredor Ecológico - São porções de ecossistemas naturais ou seminaturais,


ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e
movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas
degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam, para sua
sobrevivência, áreas com extensão maior do que aquelas das unidades individuais.

COSANPA - Companhia de Saneamento do Pará. Tem como missão desenvolver e


aplicar soluções em saneamento básico, contribuindo para a qualidade de vida da
população.

CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Empresa pública, vinculada ao Ministério de


Minas e Energia, que tem as atribuições de Serviço Geológico do Brasil, tem como
missão “Gerar e difundir o conhecimento geológico e hidrológico básico necessário
para o desenvolvimento sustentável do Brasil”.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Cráton - Porção da litosfera continental estável, praticamente atectônica, por mais de


200 milhões de anos, caracterizada por grande espessura litosférica, tectônica
essencialmente epirogênica e uma crosta em grande parte composta por rochas
granitóides.

Crescimento vegetativo da população - Diferença entre os nascimentos e as mortes,


ou seja, entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade, geralmente ele é expresso
em percentagem. O Crescimento vegetativo pode ser: positivo: quando o número de
nascimentos é maior que o de mortes; negativo: quando o número de nascimentos é
menor que o de mortes; nulo: quando o número de nascimentos é igual ao de mortes.

Cultura (lavoura) permanente - Área plantada ou em preparo para o plantio de


culturas de longa duração, que após a colheita não necessitassem de novo plantio,
produzindo por vários anos sucessivos. Duram mais de um ano e proporcionam mais
de uma colheita

Cultura (lavoura) temporária - Áreas plantada ou em preparo para o plantio de


culturas de curta duração (via de regra, menor que um ano), e que necessitam de
novo plantio após cada colheita.

Dano ambiental - Qualquer alteração provocada por intervenção antrópica.

Decantador - Equipamento de separação de fases de um fluído com sólidos em


suspensão.

Decapeamento - Retirada do material estéril sobreposto à camada de minério

Decompositores - Organismos que transformam a matéria orgânica morta em


matéria inorgânica simples, passível de ser reutilizada pelo mundo vivo.
Compreendem a maioria dos fungos e das bactérias. O mesmo que saprófitas.

Degradação - Mudança de um solo a uma condição mais lixiviada e intemperizada


que a atual.

Demografia - Refere-se ao estudo das populações humanas e sua evolução temporal


no tocante a seu tamanho, sua distribuição espacial, sua composição e suas
características gerais.

Densidade demográfica - Razão entre o número de habitantes e a área da unidade


espacial ou político-administrativa em que vivem, expressa em habitantes por hectare
ou por quilômetro quadrado.

Denudação - Erosão progressiva de uma região montanhosa que acaba mostrando


as raízes de seu embasamento cristalino em uma topografia progressivamente mais

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

baixa com carreamento de material sedimentar desta erosão para as bacias


geológicas sedimentares.

Depósito mineral - Concentração natural de minerais que poderá ou não se


transformar em jazida, a depender dos resultados de pesquisa mineral. Detalhe: em
função das mudanças na conjuntura político-econômica, um depósito pode passar a
ser considerado uma jazida ou vice-versa.

Descomissionamento - Fase de desativação de um empreendimento envolvendo a


retirada das estruturas e recuperação da ADA.

Desenvolvimento Sustentável - Modelo de desenvolvimento que leva em


consideração, além dos fatores econômicos, aqueles de caráter social e ecológico,
assim como as disponibilidades dos recursos vivos e inanimados, e as vantagens e os
inconvenientes, a curto e a longos prazos, de outros tipos de ação. Este
desenvolvimento deve satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades.

Desmatamento - Ato ou efeito de desmatar, de tirar a mata; desflorestamento, ou


seja, é a operação que objetiva a supressão total da vegetação nativa de determinada
área para o uso alternativo do solo. Considera-se nativa toda vegetação original,
remanescente ou regenerada, caracterizada pelas florestas, capoeiras, cerradões,
cerrados, campos, campos limpos, vegetações rasteiras.

Despesa Pública - Realizada pelos órgãos da administração governamental. Em


geral, nela se incluem o pagamento do corpo de funcionários dos diversos órgãos
públicos, a compra de material e equipamento para os diversos setores dos
ministérios e demais órgãos da administração pública, os investimentos públicos, as
subvenções, os subsídios, entre outros. A despesa e a receita são controladas pelo
orçamento nacional.

Despesas Correntes - As realizadas com a manutenção dos equipamentos e com o


funcionamento dos órgãos.

Despesas de Capital - As realizadas com o propósito de formar e/ou adquirir ativos


reais, abrangendo, entre outras ações, o planejamento e a execução de obras, a
compra de instalações, equipamentos, material permanente, títulos representativos do
capital de empresas ou entidades de qualquer natureza, bem como as amortizações
de dívida e concessões de empréstimos.

Detritívoros - Indivíduos que se alimentam de detritos ou matéria orgânica em


deposição.

Dispersão/dispersor - Ato de espalhar diásporos (sementes, esporos, fragmentos


vegetativos) de um organismo individual ou de uma espécie.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Dissecada - Área cuja superfície freática foi rebaixada.

Distrofismo - 1) Característica do solo pouco fértil, de baixa saturação por bases,


inferior a 50% (sempre medido a um pH=7). 2) Fenômenos de enriquecimento de um
corpo d’água por matéria orgânica, principalmente na forma de colóides vegetais em
suspensão e fragmentos de plantas, mas com baixo conteúdo de nutrientes.

Diversidade Beta - Medida da velocidade de mudanças na composição específica ao


longo de um gradiente (diversidade espacial).

Diversidade de espécies - Medida que considera tanto a riqueza em espécies como


o grau de igualdade em sua representação quantitativa.

DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. É um órgão federal


brasileiro vinculado ao Ministério dos Transportes.

Doença Infecciosa - Doença causada por um agente infeccioso específico, ou pela


toxina por ele produzida, por meio da transmissão desse agente, ou de seu produto,
tóxico a partir de uma pessoa ou animal infectado, ou ainda de um reservatório para
um hospedeiro suscetível, seja direta ou indiretamente intermediado por vetor ou
ambiente.

Doenças transmissíveis - Doença causada por um agente infeccioso ou suas


toxinas através da transmissão deste agente ou seus produtos, do reservatório ou de
uma pessoa infectada ao hospedeiro suscetível, quer diretamente através de uma
pessoa ou animal infectado quer indiretamente através de um hospedeiro
intermediário vegetal ou animal, por meio de um vetor, ou através do meio ambiente
inanimado.

Dominância de espécie - Grau em que uma dada espécie predomina em uma


comunidade devido ao tamanho, abundância ou cobertura.

Domínio - Grande área do espaço geográfico, no interior de uma área continental,


onde predominam feições morfológicas e condições ecológicas integradas. Os
domínios morfoclimáticos, que possuem áreas de milhões até centenas de milhares
de quilômetros de extensão, incluem diversas regiões naturais e compartimentos
topográficos, conservando, porém, condições geoecológicas extensivas, feições
geomorfológicas aparentedas, associações regionais de solo específicos, coberturas
vegetais naturais características e condições hidrológicas regionais diferenciadas em
relação aos domínios morfoclimáticos e biogeográficos adjacentes.

Dossel - Na estrutura da vegetação, é o estrato superior da formação vegetal da


região, em uma visão coletiva. Camada de folhagem contínua de uma floresta
arvoredo ou cerradão, composta pelo conjunto das copas da plantas lenhosas mais
altas. Aplicável sobretudo à vegetação mais fechada.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Drenagem - Remoção do excesso de água do solo.

Ecodesenvolvimento - Visão moderna do desenvolvimento consorciado com o


manejo dos ecossistemas, procurando utilizar os conhecimentos já existentes na
região, no âmbito cultural, biológico, ambiental, social e político, evitando-se assim a
agressão ao meio ambiente.

Ecologia - Ciência que estuda a relação dos seres vivos entre si e com o ambiente
físico. Palavra originada do grego: oikos = casa, moradia + logos = estudo.

Ecorregião - Conjunto de comunidades naturais, geograficamente distintas, que


compartilham a maioria das suas espécies, dinâmicas e processos ecológicos, e
condições ambientais similares, que são fatores críticos para a manutenção de sua
viabilidade a longo prazo (Dinnerstein,1995).

Ecossistema - Conjunto integrado de fatores físicos, químicos e bióticos, que


caracterizam um determinado lugar, estendendo-se por um determinado espaço de
dimensões variáveis. Também pode ser uma unidade ecológica constituída pela
reunião do meio abiótico (componentes não-vivos) com a comunidade, no qual ocorre
intercâmbio de matéria e energia. Os ecossistemas são as pequenas unidades
funcionais da vida.

Ecótono - Zona de Transição entre Comunidades ecológicas ou biomas adjacentes


podendo ser gradual, abrupta (ruptura), em mosaico ou apresentar estrutura própria.
O mesmo que ecótone.

Ecoturismo - Também conhecido como turismo ecológico é a atividade de lazer em


que o homem busca, por necessidade e por direito, a revitalização da capacidade
interativa e do prazer lúdico nas relações com a natureza. É o segmento da atividade
turística que desenvolve o turismo de lazer, esportivo e educacional em áreas naturais
utilizando, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentivando sua
conservação, promovendo a formação de uma consciência ambientalista através da
interpretação do ambiente e garantindo o bem-estar das populações envolvidas.

Educação à Distância - Processo de ensino-aprendizagem que pode ter ou não


momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos
separados fisicamente no espaço e/ou no tempo, podendo estar juntos através de
tecnologias de comunicação.

Educação ambiental - Conjunto de ações educativas voltadas para a compreensão


da dinâmica dos ecossistemas, considerando efeitos da relação do homem com o
meio, a determinação social e a variação/evolução histórica dessa relação. Visa
preparar o indivíduo para integrar-se criticamente ao meio, questionando a sociedade
junto à sua tecnologia, seus valores e até o seu cotidiano de consumo, de maneira a

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

ampliar a sua visão de mundo numa perspectiva de integração do homem com a


natureza.

Efeito cumulativo - Fenômeno que ocorre com inseticidas e compostos radioativos


que se concentram nos organismos terminais da cadeia alimentar, como o homem.

Efeito de borda - Modificações provocadas pela ação de fatores externos na borda


de uma determinada área, relacionada a maior exposição à alguns fatores como
insolação e ventos.

Efluente - Produtos líquidos produzidos por indústrias ou resultante dos esgotos


domésticos urbanos, que são lançados no meio ambiente após o devido tratamento.

EJA - Educação para Jovens e Adultos. É a modalidade de ensino nas etapas dos
ensinos fundamental e médio da rede escolar pública brasileira e adotada por
algumas redes particulares que recebe os jovens e adultos que não completaram os
anos da educação básica em idade apropriada por qualquer motivo (entre os quais é
freqüente a menção da necessidade de trabalho e participação na renda familiar
desde a infância).

Empolamento - Expansão volumétrica. Denominada percentagem ou taxa de


empolamento. Nos dá a taxa, em porcentagem, do volume solto em relação ao
volume natural.

Endemias - É a presença contínua de uma enfermidade ou de um agente infeccioso


em uma zona geográfica determinada; pode também expressar a prevalência usual
de uma doença particular numa zona geográfica. O termo hiperendemia significa a
transmissão intensa e persistente atingindo todas as faixas etárias e, holoendemia,
um nível elevado de infecção, que começa a partir de uma idade precoce e afeta a
maior parte da população jovem como, por exemplo, a malária em algumas regiões do
globo.

Endêmico - Táxon nativo e restrito a uma determinada área geográfica.

Entomofauna - Fauna relativa aos insetos.

Epidemia - É a manifestação, em uma coletividade ou região, de um grupo de casos


de alguma enfermidade que excede claramente a incidência prevista.

Epidemiologia - Ciência que estuda o processo saúde-doença, analisando a


distribuição e os fatores determinantes das enfermidades e dos agravos à saúde
coletiva, sugerindo medidas específicas de prevenção, de controle ou de erradicação.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Equidade - Propriedade de uma comunidade que diz respeito à uniformidade de


distribuição de espécies ou suas abundâncias relativas. Equibilidade máxima significa
uniformidade máxima e equalidade mínima é quando há uma espécie hiperdominante.

Erodibilidade - Susceptibilidade ou fragilidade de um solo diante dos agentes da


erosão.

Erosão - Processo pelo qual a camada superficial do solo ou partes do solo são
retiradas pelo impacto de gotas de chuva, ventos e ondas e são transportadas e
depositadas em outro lugar. Inicia-se como erosão laminar e pode até atingir o grau
de voçoroca.

Esbulho possessório - 1) Ato violento, em virtude do qual uma pessoa é despojada


ou desapossada de um bem legítimo, caracterizando crime de usurpação. 2) Crime
contra o patrimônio consistente em invadir terreno ou edifício alheio, com o intuito de
adquirir a posse.

Escarificação - Desmonte mecânico do minério. Desagregação do minério

Escorregamento - Consiste no movimento rápido de massas de solo ou rocha,


geralmente bem definidas quanto ao seu volume, cujo centro de gravidade se desloca
para baixo e para fora de um talude natural ou de escavação (corte ou aterro), ao
longo de uma ou mais superfícies.

Esgotamento sanitário - Escoadouro do banheiro ou sanitário de uso dos moradores


do domicílio particular permanente classificado, quanto ao tipo, em: rede coletora -
quando a canalização das águas servidas ou dos dejetos é ligada a um sistema de
coleta que os conduz para o desaguadouro geral da área, região ou município,
mesmo que o sistema não tenha estação de tratamento da matéria esgotada; outro –
quando as águas servidas e os dejetos são esgotados para uma fossa, séptica ou
rudimentar, ou diretamente para uma vala, lago ou mar ou outro escoadouro que não
se enquadre nos tipos descritos anteriormente.

Espaço Vazio - Refere-se à não apropriação do espaço pelas relações sociais e de


produção capitalistas dominantes.

Espécie (Biologia) - Unidade básica de classificação dos seres vivos. Designa


populações de seres com características genéticas comuns, que em condições
naturais reproduzem‐se gerando descendentes férteis e viáveis. Embora possa haver
grande variação morfológica entre os indivíduos de uma mesma espécie, em geral, as
características externas de uma espécie são razoavelmente constantes, permitindo
que as espécies possam ser reconhecidas e diferenciadas uma das outras por sua
morfologia.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Espécie ameaçada - Espécie animal ou vegetal que se encontra em perigo de


extinção, sendo sua sobrevivência incerta, caso os fatores que causam essa ameaça
continuem atuando.

Espécie nativa - Espécie vegetal ou animal que, suposta ou comprovadamente, é


originária da área geográfica em que atualmente ocorre.

Espécie oportunista - Aquela que apresenta estratégia adaptativa caracterizada por


grande flexibilidade, sem especialização acentuada para nenhuma situação ambiental
permanente ou particular, porém, capaz de aproveitar eficientemente qualquer
recurso.

Espécie pioneira - Espécie vegetal que inicia a ocupação de áreas desabitadas de


plantas em razão da ação do homem ou de forças naturais.

Espécie rara - Espécie vegetal ou animal que não está ameaçada e nem é
vulnerável, porém corre um certo risco, pelo fato de apresentar distribuição geográfica
restrita, ou habitat pequeno, ou ainda baixa densidade na natureza.

Espécie vulnerável - Espécie vegetal ou animal que poderá ser considerada em


perigo de extinção caso os fatores causais da ameaça continuem a operar. Incluem‐
se aqui as populações que sofrem grande pressão de explotação.

Esperança de vida ao nascer - Número médio de anos que um recém-nascido


esperaria viver se estivesse sujeito a uma lei de mortalidade observada em dada
população durante um dado período.

Estabelecimento agropecuário - É toda unidade de produção dedicada, total ou


parcialmente, a atividades agropecuárias, florestas e aquícolas, subordinada a uma
única administração: a do produtor ou a do administrador. Independente de sue
tamanho, de sua forma jurídica ou de sua localização em área urbana ou rural, tendo
como objetivo a produção PA subsistência e/ou para venda, constituindo-se assim
uma unidade recenseável.

Estéril - Material sem valor econômico, presente na mina, como capeamento, porções
da rocha encaixante, eventuais corpos de rocha intrusiva etc. que são descartados
durante o desenvolvimento e a lavra. Portanto, são rochas ou minerais que não são
minérios.

Estrada Vicinal - É o caminho ou estrada que liga povoações próximas.

Estrutura fundiária - A organização e distribuição das propriedades rurais no


território apresentando a quantidade e tamanho das mesmas recebe o nome de
estrutura fundiária. No Brasil, existe uma grande disparidade quanto à distribuição de
terras, uma vez que uma restrita parcela da população brasileira detém um enorme

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percentual das áreas rurais do país, enquanto uma significativa porção da população
tem pouca ou nenhuma propriedade. A concentração fundiária é um reflexo histórico
do período colonial, período no qual foram concedidas gigantescas glebas de terras,
os latifúndios. A expressão estrutura agrária corresponde apenas ao estudo das
formas de acesso à propriedade da terra e à maneira como esta é explorada, tendo
assim grande importância as relações existentes entre proprietários e trabalhadores
agrícolas não proprietários. A estrutura fundiária é apenas a forma de acesso à
propriedade da terra e a explicação da distribuição da propriedade, sendo seu estudo
de grande importância, porque dela vai depender a melhor compreensão da estrutura
agrária e dos fatores que presidem a formação da morfologia agrária e do habitat
rural.

ETA - Sigla para Estação de Tratamento de Água.

ETE - Sigla para Estação de Tratamento de Esgoto.

Eutrófico - Referente a um corpo de água com abundância de nutrientes e alta


produtividade.

Eutrofização - Fenômeno pelo qual a água é acrescida, principalmente, por


compostos nitrogenados e fosforados. Ocorre pelo depósito de fertilizantes utilizados
na agricultura ou de lixo e esgotos domésticos, além de resíduos industriais como o
vinhoto, oriundo da indústria açucareira, na água. Isso promove o desenvolvimento de
uma superpopulação de microorganismos decompositores, que consomem o
oxigênio, acarretando a morte das espécies aeróbicas, por asfixia. A água passa a ter
presença predominante de seres anaeróbicos que produzem o ácido sulfídrico (H2S),
com odor parecido ao de ovos podres.

Evapotranspiração potencial - Considerada como a perda de água por evaporação


do solo e transpiração das plantas.

Evasão Escolar - É o abandono da escola pelo aluno. Ao lado da repetência, é


considerada um dos principais problemas da educação brasileira. Considera-se,
inclusive, que um dos fatores que causam a evasão é o desânimo dos alunos pelas
sucessivas repetências. Dessa forma, os dois problemas podem estar relacionados.

Exportação - Venda para o exterior de bens e serviços produzidos em um país,


contabilizada em US$ milhões.

Extrativismo - Termo que designa todas as atividades de extração, do meio


ambiente, de produtos de origem vegetal, animal ou mineral, porém está
freqüentemente associado a produtos vegetais. Os produtos oriundos de extrativismo
provêm de sistemas de exploração de produtos florestais destinados ao comércio
regional, nacional ou internacional. O extrativismo caracteriza-se por baixos

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investimentos de capital e uso de tecnologias simplificadas onde a mão-de-obra é o


principal instrumento de extração, transporte e transformação do produto.

Fácies metamórfica - Conjunto de associações de minerais metamórficos, cada uma


característica de determinado protólito, que se repetem lateralmente indicando
intervalos de condições termodinâmicas análogas de cristalização metamórfica. As
fácies metamórficas receberam nomes de rochas típicas (f. xisto verde, f. anfibolito, f.
xisto azul, f. eclogito etc).

Família - Categoria dentro da hierarquia de classificação taxonômica entre ordem e


tribo (ou gênero).

Fanerozoico - Eon da escala de tempo geológico que engloba as eras Paleozoico,


Mesozoico e Cenozoico, estendendo se de 570 milhões de anos atrás até os dias de
hoje.

Fator ecológico - Refere-se aos fatores que determinam as condições ecológicas no


ecossistema.

Fauna - Conjunto de animais que habitam determinada região.

Fecundidade - Capacidade física potencial de fêmeas produzirem prole, numa


população; medida da capacidade reprodutiva dos indivíduos expressa pelo número
de gametas ou propágulos. Estimativa do número médio de filhos que uma mulher
teria ao final de sua idade reprodutiva.

Ferrovia - (chamada também via férrea, caminho de ferro (português europeu) ou


estrada-de-ferro (português brasileiro)) é um sistema de transporte baseado em trens
ou comboio correndo sobre carris ou trilhos previamente dispostos. O transporte
ferroviário é predominante em regiões altamente industrializadas, como a Europa, o
extremo leste da Ásia e ainda em locais altamente populosos como a Índia. As
ferrovias são o meio de transporte terrestre com maior capacidade de transporte de
carga e de passageiros. Em muitos países em desenvolvimento da África e da
América Latina, as ferrovias foram preteridas pelas rodovias como tipo de transporte
predominante.

Finanças Públicas - Massa de dinheiro e de crédito que o governo federal e os


órgãos a ele subordinados movimentam em um país, compreende a receita e a
despesa públicas.

Fitofisionomia - Aparência geral de uma determinada vegetação.

Fitogeografia - Estudo da distribuição geográfica dos tipos vegetacionais no planeta.

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Fitoplâncton - Comunidade vegetal microscópica, que flutua livremente nas diversas


camadas de água, estando sua distribuição vertical restrita a zona eufótica, onde
graças a presença de energia luminosa, realiza o processo fotossintético; um dos
responsáveis pela base da cadeia alimentar do meio aquático.

Fitossociologia - Estudo de comunidades vegetais, incluindo composição em


espécies, organização, interdependências, desenvolvimento, distribuição geográfica e
classificação.

Floculante - Produto químico utilizado para aglutinar material coloidal em meio


aquoso acelerando a sua decantação.

Flora - Totalidade das espécies vegetais que compreende a vegetação de uma


determinada região, sem qualquer expressão de importância individual.

Floresta Nacional, Estadual ou Municipal - Área extensa, geralmente bem


florestada e que contém consideráveis superfícies de madeira comercializável em
combinação com o recurso água, condições para sobrevivência de animais silvestres
e onde haja oportunidade para recreação ao ar livre e educação ambiental. Os
objetivos de manejo são os de reproduzir, sob o conceito de uso múltiplo, um
rendimento de madeira e água, proteger os valores de recreação e estéticos,
proporcionar oportunidades para educação ambiental e recreação ao ar livre e,
sempre que possível, o manejo da fauna. Partes desta categoria de unidades de
conservação podem ter sofrido alterações pelo homem, mas geralmente as florestas
nacionais não possuem qualquer característica única ou excepcional, nem tampouco
se destinam somente para um fim.

Fluxo Migratório - Referência genérica ao movimento de entrada (imigração) e saída


de pessoas (emigração). Migrante é todo aquele que deslocou o seu lugar de moradia
por um período mais ou menos longo de tempo. Para o lugar de onde ele saiu o
migrante é um emigrante. No lugar para onde ele vai, ele será um imigrante. E isso
vale para os fluxos entre países ou entre os estados e regiões de um país.

Folhelhos - Rocha sedimentar finamente laminada que se quebra facilmente.

Foliação - Estrutura laminada que resulta da segregação de diferentes minerais


prismáticos e/ou placóides e/ou de agregados minerais lenticulares. A foliação pode
ser primária (fissibilidade nas rochas sedimentares, estrutura fluidal nas rochas
ígneas) e secundária (xistosidade, clivagem ardosiana).

Formações pioneiras - Vegetações arbustivo-herbáceas em solos de areia e


arbustivas em afloramentos rochosos.

Forrageamento - Atividade locomotora que é prontamente interrompida pelo encontro


do recurso alimentar. O mesmo que forrageio.

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Fossa rudimentar - Quando a instalação sanitária, havendo ou não aparelho, estiver


ligada à fossa rústica (fossa negra, poço, buraco etc.).

Fossa séptica - São unidades de tratamento primário de esgoto doméstico nas quais
são feitas a separação e a transformação físico-química da matéria sólida contida no
esgoto. É uma maneira simples e barata de disposição dos esgotos indicada,
sobretudo, para a zona rural ou residências isoladas. Todavia, o tratamento não é
completo como numa Estação de Tratamento de Esgotos. As fossas sépticas são
uma estrutura complementar e necessária às moradias, sendo fundamentais no
combate a doenças, vermisoses e endemias (como a cólera), pois diminuem o
lançamentos dos dejetos humanos diretamente em rios, lagos, nascente ou mesmo
na superfície do solo. O seu uso é essencial para a melhoria das condições de higiene
das populações rurais e de localidades não servidas por redes de coleta pública de
esgotos.

Fóssil - Resto(s), geralmente de partes duras e resistentes como ossos e dentes, ou


qualquer outro vestígio de antigo organismo vivo, animal ou vegetal, como moldes,
rastros, marcas preservadas, troncos de árvores silicificados, etc. e que indicam a
existência deste ser vivo na época de deposição dos sedimentos que deram origem à
rocha.

Fossorial - Animal que constrói covas, buracos ou cavidades no solo.

Fotossíntese - Processo bioquímico que permite aos vegetais sintetizar substâncias


orgânicas complexas e de alto conteúdo energético, a partir de substâncias minerais
simples e de baixo conteúdo energético. Para isso, se utilizam de energia solar que
captam nas moléculas de clorofila. Neste processo, a planta consome gás carbônico
(CO2) e água, liberando oxigênio (O2) para a atmosfera. É o processo pelo qual as
plantas utilizam a luz solar como fonte de energia para formar substâncias nutritivas.

FPM - Fundo de Participação de Municípios. É a transferência constitucional da União


para os Estados e o Distrito Federal, composta de 22,5% da arrecadação do Imposto
de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados. A distribuição dos recursos
aos municípios é feita de acordo o número de habitantes. São fixadas faixas
populacionais, cabendo a cada uma delas um coeficiente individual.

Friável - Termo de consistência do solo quando úmido. Facilidade de dissolução dos


torrões de solo.

FUNAI - Fundação Nacional do Índio. Criada em 1967, é vinculada ao Ministério da


Justiça, entidade com patrimônio próprio e personalidade jurídica de direito privado, é
o órgão federal responsável pelo estabelecimento e execução da política indigenista
brasileira em cumprimento ao que determina a Constituição Federal Brasileira de
1988.

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FUNDEB - Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e da Valorização dos


Profissionais da Educação. Atende toda a educação básica, da creche ao ensino
médio. Substituto do FUNDEF está em vigor desde janeiro de 2007 e se estenderá
até 2020. Os Fundos destinam-se à manutenção e ao desenvolvimento da educação
básica pública e à valorização dos trabalhadores em educação, incluindo sua
condigna remuneração.

FUNDEF - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de


Valorização do Magistério. É um fundo instituído em cada Estado da Federação e no
Distrito Federal, cujos recursos devem ser aplicados exclusivamente na manutenção e
desenvolvimento do ensino fundamental público e na valorização de seu magistério.
Vigorou de 1997 a 2006.

Geomorfologia - Estudo das formas de relevo (montanhas, vales, planícies) e das


drenagens associadas com a definição de padrões morfológicos, buscando-se a
interpretação da origem e evolução desses padrões principalmente face a controles
lito-estruturais e climáticos.

Geoprocessamento - É um conjunto de conceitos, métodos e técnicas erigido em


torno do processamento eletrônico de dados, que opera sobre registros de ocorrência
georreferenciados, analisando suas características e relações geotopológicas para
produzir informação ambiental.

Gestão Ambiental - Aplicação, criteriosa ou não, de medidas de intervenção nas


condições encontradas em um sistema com sua adjetivação de ambiental;
normalmente a gestão refere-se à aplicação de medidas anteriormente sistematizadas
em um planejamento (que pode ser apenas embrionário e voltado para interesses
menores) do uso dos recursos ambientais disponíveis.

Gestão do Território - Política territorial, ainda que nem sempre explícita, mas
embasada em coordenadas de direção. As diferentes formas de gestão estão
associadas a diferentes modelos políticos e econômicos e apoiadas em determinadas
bases tecnológicas. No caso de um país, a gestão constitui parte integrante do
sistema vigente, exercendo-se sobre o espaço delimitado, o território nacional, e
rebatendo em diferentes escalas espaciais.

Gleissolo - Classe de solo minerais que apresentam drenagem imperfeita


(hidromórfico).

Globalização - Processo acentuado nas últimas décadas do século pela aceleração e


padronização dos meios técnicos, a instantaneidade da informação e da comunicação
e a mundialização da economia, e que promove a reorganização e reestruturação dos
espaços nacionais e regionais, em escala mundial, a partir do controle e
regulamentação dos centros hegemônicos.

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Granívoro - Indivíduos que se alimentam de sementes.

Granulometria - Dimensões das partículas unitárias de materiais sólidos, geralmente


classificados como cascalho, areia, silte e argila.

Grão - é a semente que o cereal produz. Fácil assim. Os cereais são um tipo de
gramínea, uma família de plantas que reúne mais de 6 mil espécies em todo o
planeta, como o trigo, a aveia e a cevada. Todos eles podem ser moídos e virar
farinha, dando origem a outros alimentos, como o pão e a cerveja.

Grilagem - ato de apossar-se de terras mediante falsos títulos de propriedade.

Grileiro - 1) Indivíduo que procura apossar-se de terras alheias mediante falsas


escrituras de propriedade do terreno cujo título de propriedade é falso. 2) É o
advogado ou agente que legaliza a propriedade de terras mediante documentos
falsos. Vide grilo.

Habitat - Ambiente que oferece um conjunto de condições favoráveis para o


desenvolvimento, a sobrevivência e a reprodução de determinados organismos. Os
ecossistemas, ou parte deles, nos quais vive um determinado organismo são seu
habitat. O habitat constitui a totalidade do ambiente do organismo. Cada espécie
necessita de determinado tipo de habitat porque tem um determinado nicho ecológico.

Herbívoro - Indivíduos que se alimentam de plantas.

Herpetofauna - Conjunto das espécies de répteis e anfíbios que vivem em uma


determinada região.

Hidrogeologia - Ramo da Geologia que estuda o armazenamento, circulação e


distribuição da água na zona saturada das formações geológicas, tendo em conta as
suas propriedades físicas e químicas, interação com o meio físico e biológico e
socioeconômico.

Hidrometalúrgico - Óxido-Redução de minérios por meio de reagentes líquidos

Hidromórfico - Solo que se forma em presença de água.

Higrófila - Planta que só vegeta em lugares úmidos, e que se caracteriza por grandes
folhas delgadas, moles e terminadas em ponta afilada. Mesmo que higrófilo.

Hospedeiro - É o indivíduo, pessoa ou animal, ou a espécie humana ou outra, que


em condições naturais, penetrada por bio-agentes patogênicos, concedem
subsistência a estes, permitindo-lhes seu desenvolvimento ou multiplicação.

Húmus - Fração orgânica coloidal (de natureza gelatinosa), estável, existente no solo,
que resulta da decomposição de restos vegetais e animais.

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IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. É uma instituição da


administração pública federal, subordinado ao Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão. O IBGE oferece uma visão completa e atual do País, através do
desempenho de suas principais funções: produção e análise de informações
estatísticas; coordenação e consolidação das informações estatísticas; produção e
análise de informações geográficas; coordenação e consolidação das informações
geográficas; estruturação e implantação de um sistema de informações ambientais;
documentação e disseminação de informações; coordenação dos sistemas estatístico
e cartográfico nacionais.

ICMS - Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre


Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação. É um imposto que cada um dos Estados e o Distrito Federal podem
instituir, como determina a Constituição Federal de 1988. O ICMS é um imposto não
cumulativo, compensando-se o valor devido em cada operação ou prestação com o
montante cobrado anteriormente. Em cada etapa da circulação de mercadorias e em
toda prestação de serviço sujeita ao ICMS deve haver emissão da nota fiscal ou
cupom fiscal.

Ictiofauna - É a fauna de peixes de uma região.

Ictioplâncton - Conjunto dos ovos e larvas de peixes que apresentam um


comportamento planctônico.

IDESP - Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará.

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. O índice varia de zero (nenhum


desenvolvimento humano) a um (desenvolvimento humano total). Países com IDH até
0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo, os países com índices entre
0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano e países com
IDH superior a 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto. O Índice de
Desenvolvimento Humano também é utilizado para aferir o nível de desenvolvimento
humano em municípios, denominando-se IDH-Municipal ou IDH-M.

IDH Educação - Cálculo do IDH municipal considera dois indicadores com pesos
diferentes. A taxa de alfabetização de pessoas acima de 15 anos de idade tem peso
dois, e a taxa bruta de freqüência à escola peso um. O primeiro indicador é o
percentual de pessoas com mais de 15 anos capaz de ler e escrever um bilhete
simples, considerados adultos alfabetizados. O calendário do Ministério da Educação
indica que, se a criança não se atrasar na escola, ela completará esse ciclo aos 14
anos de idade, daí a medição do analfabetismo se dar a partir dos 15 anos. O
segundo indicador é resultado de uma conta simples: o somatório de pessoas,
independentemente da idade, que freqüentam os cursos fundamentais, secundário e
superior é dividido pela população na faixa etária de 7 a 22 anos da localidade. Estão

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também incluídos na conta os alunos de cursos supletivos de primeiro e de segundo


graus, de classes de aceleração e de pós-graduação universitária. Apenas classes
especiais de alfabetização são descartadas para efeito do cálculo.

IDH Longevidade - IDH municipal considera o mesmo indicador do IDH de países: a


esperança de vida ao nascer. Esse indicador mostra o número médio de anos que
uma pessoa nascida naquela localidade no ano de referência deve viver. O indicador
de longevidade sintetiza as condições de saúde e salubridade do local, uma vez que
quanto mais mortes houver nas faixas etárias mais precoces, menor será a
expectativa de vida.

IDH Renda - O critério usado é a renda municipal per capita, ou seja, a renda média
de cada residente no município. Para se chegar a esse valor soma-se a renda de
todos os residentes e divide-se o resultado pelo número de pessoas que moram no
município (inclusive crianças ou pessoas com renda igual a zero). No caso brasileiro,
o cálculo da renda municipal per capita é feito a partir das respostas ao questionário
expandido do Censo - um questionário mais detalhado do que o universal e que é
aplicado a uma amostra dos domicílios visitados pelos recenseadores. Os dados
colhidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são expandidos
para o total da população municipal e então usados para o cálculo da dimensão renda
do IDH-M.

Impacto ambiental - Qualquer alteração das propriedades físico-químicas e


biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a
segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota,
as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, enfim, a qualidade dos recursos
ambientais.

Importação - Compra de bens e serviços produzidos no exterior, contabilizada em


US$ fob. No banco de dados a série está expressa em US$ milhões.

INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Tem como missão


implementar a política de reforma agrária e realizar o ordenamento fundiário nacional,
contribuindo para o desenvolvimento rural sustentável.

Indicadores Demográficos - Podem ser expressos pelos seguintes parâmetros:


população total, razão de sexos, taxa de crescimento da população, grau de
urbanização, taxa de fecundidade total, taxa específica de fecundidade, taxa bruta de
natalidade, mortalidade proporcional por idade, taxa bruxa de mortalidade, esperança
de vida ao nascer, esperança de vida aos 60 anos de idade, proporção de menores
de 5 anos de idade na população, proporção de idosos na população, razão de
dependência.

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Indicadores ecológicos - Referem-se a certas espécies que, devido a suas


exigências ambientais bem definidas e à sua presença em determinada área ou lugar,
podem se tornar indício ou sinal de que existem as condições ecológicas para elas
necessárias.

Índice Pluviométrico - Resultado do somatório (mm) da quantidade da precipitação


de água (chuva, neve, granizo) num determinado local durante um dado período de
tempo.

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. É


uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), cuja missão é
promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o Sistema Educacional Brasileiro
com o objetivo de subsidiar a formulação e implementação de políticas públicas para
a área educacional a partir de parâmetros de qualidade e eqüidade, bem como
produzir informações claras e confiáveis aos gestores, pesquisadores, educadores e
público em geral.

INFRAERO - Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária. Criada em 1972, é


responsável pela administração dos principais aeroportos do país.

Insetívoros - Indivíduos que se alimentam de insetos.

Insolação - Número de horas em que a luz do Sol chega até à superfície da Terra
sem interferência de nuvens.

Intemperismo - Conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que atuam


sobre as rochas e minerais expostos, propiciando a formação do material de origem
dos solos.

Interflúvio - Zona de cumeada que separa as nascentes de duas bacias de


drenagem.

IPAM - Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia. Organização científica, não-


governamental e sem fins lucrativos, fundada em 1995. Tem como missão combater
os três males que ameaçam a sobrevivência da floresta e de sua população:
paisagem degradada, economias não-sustentáveis e injustiça social.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Fundação pública federal vinculada


à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Suas atividades
de pesquisa fornecem suporte técnico e institucional às ações governamentais para a
formulação e reformulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento
brasileiros.

IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados. Incide sobre produtos industrializados,


nacionais e estrangeiros.

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IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano. É cobrado pelos municípios de acordo


com o valor e a localização do imóvel. Esse imposto é calculado de acordo com o
valor de venda do imóvel.

IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. É um imposto


estadual, ou seja, somente os Estados e o Distrito Federal têm competência para
instituí-lo. Do total arrecadado por cada veículo, 50% é destinado ao governo
estadual, enquanto que os outros 50% são destinados ao município onde o veículo foi
registrado. O IPVA tem como fato gerador a propriedade do veículo automotor
(automóveis, motocicletas etc). Os contribuintes do imposto são os proprietários de
veículos automotores e a função do IPVA é fiscal.

ISSQN - Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza. É de competência dos


Municípios e do Distrito Federal, cujo contribuinte é o prestador do serviço, ou seja, as
empresas ou profissionais autônomos que prestam o serviço tributável, mas os
municípios e o Distrito Federal podem atribuir às empresas ou indivíduos que tomam
os serviços a responsabilidade pelo recolhimento do imposto.

ITBI - Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis. É cobrado pelo município nos
casos de transferência - transmissão ou cessão - de propriedade de imóveis como
casas, apartamentos, salas, lojas e galpões. O pagamento do tributo é condição para
o registro em cartório da transferência do imóvel. O ITBI deve ser pago quando há
envolvimento de gastos pecuniários, ou seja, envolve recursos financeiros. O
responsável pelo recolhimento é o comprador, nas negociações envolvendo venda.
No caso de permuta do imóvel, os dois lados envolvidos dividem o pagamento do
tributo, de forma solidária.

ITERPA - Instituto de Terras do Pará. Criado em 1975 tem como missão ser executor
da política agrária do Estado em tudo quanto se referir às suas devolutas.

Jazimento Mineral - Concentração de uma substância mineral que pode ser


classificada como indício mineral, ocorrência mineral, depósito mineral, jazida mineral,
mina, ou Garimpo classificado de acordo com critérios usados pelo Serviço Geológico
do Brasil (CPRM).

Jurássico - Período da era Mesozóica situado entre o Triássico e o Cretáceo. Teve


início há aproximadamente 195 milhões de anos e fim há 137 m.a..

Jusante (a) - No sentido de rio ou talvegue abaixo para onde correm as águas.

Juta - Fibra têxtil vegetal que provém da família Tilioideae. Trata-se de uma erva
lenhosa (Corchorus capsularis) alcança uma altura de 3 a 4 metros e o seu talo tem
uma grossura de aproximadamente 20 mm, crescendo em climas úmidos e tropicais.

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Laterita - Solo fortemente lixiviado por intemperismo químico que se desenvolve em


climas tropicais a temperados úmidos, pobre em nutrientes e com alta concentração
residual de hidróxidos de Fe e Al.

Latifúndio - extensas propriedades rurais onde existe uma grande proporção de


terras cultivadas ou não e são exploradas com tecnologia obsoleta e de baixa
produtividade com mão-de-obra de baixo custo, ou seja, é caracterizado pela
concentração desequilibrada de terras pertencentes a poucos proprietários com ou
sem aproveitamento físico destas.

Latossólico - Horizonte mineral do solo que apresenta elevado grau de


intemperização.

Lavra = extração = explotação - Conjunto de operações coordenadas objetivando o


aproveitamento industrial da jazida, desde a extração de substâncias minerais úteis
que contiver, até o beneficiamento das mesmas (art. 36 do Código de Mineração).

Lençol freático - Superfície que delimita a zona de saturação da zona de aeração,


abaixo da qual a água subterrânea preenche todos os espaços porosos e permeáveis
das rochas e/ou solos. O lençol freático tende a acompanhar o modelado topográfico
e oscila, ao longo do ano, sendo rebaixado com o escoamento para nascentes ou
elevado com a incorporação de água infiltrada da chuva.

Lêntico - Ambiente aquático continental em que a massa de água é estacionária,


como em lagos ou tanques.

Liana - Vegetação fixa ao solo, sem sustentação própria, apoiando-se em outros


vegetais para alcançar grande altura através de contorções e enrolamentos. Pode
alcançar comprimento superior a 200 m.

Litótipo - Quando se caracteriza um fácies litológico como uma rocha ou uma


associação de rochas, para distinguir de outras rochas ou associações litológicas em
estudo, considerado qualquer aspecto genético, composicional, químico ou
mineralógico, morfológico, estrutural ou textural distintivo para fins de referência em
um estudo geológico.

Lixívia - Efluente resultante da percolação de água da chuva sobre o reservatório de


rejeiutos.

Lixiviação - Dissolução e remoção dos constituintes de solos e de rochas.

Lixo tóxico - É composto por resíduos venenosos, como solventes, tintas, baterias de
carros, baterias de celular, pesticidas, pilhas, produtos para desentupir pias e vasos
sanitários, dentre outros.

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Locomotiva - é um veículo ferroviário que fornece a energia necessária para a


colocação de um comboio ou trem em movimento; as locomotivas não têm
capacidade de transporte própria, quer de passageiros, quer de carga. No entanto,
alguns comboios, possuem unidades (carruagens) mistas auto-alimentadas que
também servem principalmente, para o transporte de pessoas; a esses veículos, no
entanto, não se dá normalmente o nome de locomotiva, mas trem unidade.

Lótico - Ambiente aquático continental em que a massa de água flui como em rios,
arroios e corredeiras.

Macrófita aquática - Planta aquática visível a olho nu.

Malhadeira - Redes de pesca.

Manancial - Todo corpo d’água utilizado para o abastecimento público de água para
consumo.

Manejo - Aplicação de programas de utilização dos ecossistemas, naturais ou


artificiais, baseada em teorias ecológicas sólidas, de modo a manter, de melhor forma
possível, nas comunidades, fontes úteis de produtos biológicos para o homem, e
também como fonte de conhecimento científico e de lazer.

Manejo florestal - É a administração da floresta para a obtenção de benefícios


econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do
ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a
utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos
não-madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços de natureza
florestal.

Mastofauna - Conjunto das espécies de mamíferos que vivem numa determinada


região.

Mata ciliar - Vegetação predominantemente arbórea que acompanha a margem dos


rios.

Material de empréstimo – Material de uso imediato, "in natura", em obra civil:


barragem, aterro, manutenção de leito de estrada vicinal, encontro de viaduto e
pontes, etc. Geralmente são: areia, cascalho, canga laterítica, saibro, terra, argila.

Material particulado - Não constituem uma espécie química definida, mas um


conjunto de partículas no estado sólido ou líquido com diâmetro aerodinâmico menor
que 100 micra. Ficam suspensos no ar na forma de poeira, neblina, fumaça, aerossol.

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Medida compensatória - Destinada a compensar impactos ambientais negativos,


notadamente alguns custos sociais que não podem ser evitados ou uso de recursos
ambientais não renováveis.

Medida corretiva - Ação para a recuperação de impactos ambientais causados por


qualquer empreendimento ou causa natural.

Medida mitigatória - Destinada a mitigar impactos negativos ou reduzir sua


magnitude.

Medida preventiva - Destinada para prevenir impactos negativos.

Meio ambiente - Tudo o que cerca o ser vivo, que o influencia e que é indispensável
à sua sustentação. Estas condições incluem solo, clima, recursos hídricos, ar,
nutrientes e os outros organismos. O meio ambiente não é constituído apenas do
meio físico e biológico, mas também do meio sócio-cultural e sua relação com os
modelos de desenvolvimento adotados pelo homem.

Mesorregião - É uma subdivisão dos estados brasileiros que congrega diversos


municípios de uma área geográfica com similaridades econômicas e sociais. Foi
criada pelo IBGE e é utilizada para fins estatísticos e não constitui, portanto, uma
entidade política ou administrativa.

Mesozoico - Era geológica do eon Fanerozoico e que se estendeu do fim do


Paleozoico, há aproximadamente, 245 milhões de anos até o início do Cenozoico, há
cerca de 65 milhões de anos.

Metais pesados - Metais como o cobre, zinco, cádmio, níquel e chumbo, os quais são
comumente utilizados na indústria e podem, se presentes em elevadas
concentrações, retardar ou inibir o processo biológico aeróbico ou anaeróbico e serem
tóxicos aos organismos vivos.

Microclima - Conjunto das condições atmosféricas de um lugar limitado em relação


às do clima geral.

Microrregião - Agrupamento de municípios limítrofes. Sua finalidade é integrar a


organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum,
definidas por lei complementar estadual.

Migração - Deslocamento de indivíduos ou grupo de indivíduos de uma região para


outra. Pode ser regular ou periódica, podendo ainda coincidir com mudanças de
estação.

Milho - (Zea mays), também chamado abati, auati e avati] é um conhecido cereal,
cultivado em grande parte do mundo. O milho é extensivamente utilizado como

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

alimento humano ou para ração animal, devido às suas qualidades nutricionais. Todas
as evidências científicas levam a crer que seja uma planta de origem mexicana, já que
a sua domesticação começou há cerca de 7500 a 12000 anos na área central do
México. É um dos alimentos mais nutritivos que existem, contendo quase todos os
aminoácidos conhecidos, sendo exceções a lisina e o triptofano. Tem um alto
potencial produtivo e é bastante responsivo à tecnologia. O seu cultivo geralmente é
mecanizado, se beneficiando muito de técnicas modernas de plantio e colheita.
Produção mundial foi 817 milhões de toneladas em 2009-mais que arroz (678 milhões
de toneladas) e trigo (682 milhões de toneladas), com 332 milhões de toneladas
produzidas anualmente somente nos Estados Unidos. O milho é cultivado em diversas
regiões do mundo. O maior produtor mundial são os Estados Unidos. No Brasil, que
também é um grande produtor e exportador, o Paraná é o maior estado produtor, com
cerca de 27 por cento da produção nacional, seguido de Mato Grosso e Minas Gerais.
Atualmente, somente cerca de cinco por cento da produção brasileira se destina ao
consumo humano e, mesmo assim, de maneira indireta na composição de outros
produtos. Isto se deve principalmente à falta de informação sobre o milho e à
ausência de uma maior divulgação de suas qualidades nutricionais, bem como aos
hábitos alimentares da população brasileira, que privilegia outros grãos.

Mimetismo - Propriedade de alguns seres vivos de imitar o meio ambiente em que


vivem, de modo a passarem despercebidos.

Mina - Local de extração de bens minerais. Pode ser a céu aberto, subterrânea, em
leito de rios ou por processos especiais de extração.

Mina em atividade - Aquela que teve produção no ano base, ainda que os trabalhos
de lavra tenham sido interrompidos por mais de 6 meses consecutivos (definição do
Código de Mineração).

Mina paralisada - Aquela que não teve produção no ano base, ainda que tenham
sido realizados trabalhos de manutenção nas frentes de lavra (definição do Código de
Mineração).

Mineração - Atividade de extração de minerais e minérios como ouro, cobre, ferro.

Mineral - Minerais, do latim minera, são compostos químicos naturais (raramente


elementos nativos), formados a partir de diversos processos físico-químicos que
operaram na crosta terrestre. Os minerais são os constituintes básicos das rochas.
Um mineral que pode ser explorado economicamente passa a ser denominado de
minério e, à atividade referente à sua extração, chamamos mineração. Os minerais
possuem uma grande variedades de propriedades (cor, dureza, brilho, índice de
refração, transparência, clivagem, peso específico, etc), das quais ao menos uma
delas serve para distingui-lo de todos os demais.

470
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Minério - Minério é um mineral ou uma associação de minerais (rocha) que pode ser
explorado economicamente. Assim, um mineral pode, durante uma certa época e em
função de circunstâncias econômicas e culturais, tornar-se um minério, podendo em
seguida, desde que substituído por outros produtos naturais ou sintéticos, perder a
sua importância econômica e voltar a ser um simples mineral.

Minério Esterilizado - Minério não extraído em função da necessidade de uso do


terreno para instalações de beneficiamento e estruturas de apoio.

Mioceno - Período geológico, uma das divisões da era terciária, que durou cerca de
19 milhões de anos e terminou há cerca de 7 milhões de anos, tendo-se seguido ao
Oligoceno e precedido o Plioceno.

Mirmecófago - Indivíduos que se alimentam de formigas.

Mirmecofauna - Fauna de formigas.

Moagem - Processo de redução mecânica do tamanho dos fragmentos de minério


após a Britagem.

Monitoramento ambiental - Medição repetitiva, descrita ou contínua, ou observação


sistemática da qualidade ambiental.

Monocultura - Sistema de exploração do solo com especialização em um só produto.


Pode estar associado ao latifúndio.

Mortalidade - Número de óbitos em relação ao número de habitantes.

Movimento de massa - Processo de movimentação de uma massa de solo ou de


rocha, de modo rápido, onde a sua forma de deslocamento lembra a de um líquido
viscoso, com deformações internas e inúmeros planos de cisalhamento.

Nebulosidade - Refere-se à fração do céu coberta pelas nuvens quando observado


de uma localização em particular.

Neotectônica - Estudo de eventos ou episódios tectônicos que tenham ocorrido após


o Terciário Superior, sendo importante na compreensão e interpretação da evolução
das formas geomorfológicas mais recentes.

Nicho ecológico - Espaço ocupado por um organismo no ecossistema, incluindo


também o seu papel na comunidade e a sua posição em gradientes ambientais de
temperatura, umidade, pH, solo e outras condições de existência.

Nidificar - É a ação de alguma espécie de animal construir seu ninho.

471
Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Nível base de erosão - Nível ou cota de um sistema geológico erosivo abaixo da qual
o sistema tem menos energia e ocorre deposição ou não erosão de sedimentos.

Nível piezométrico - É o nível a que a água de um aqüífero se encontra à pressão


atmosférica. Coincide com a superfície freática de um aqüífero livre.

Nível Trófico - Posição de um organismo na cadeia alimentar: produtor primário,


consumidor primário, decompositor, entre outros.

Núcleo - É o aglomerado rural isolado vinculado a um único proprietário do solo –


empresa agrícola, indústria, usina etc. – dispondo ou não dos serviços ou
equipamentos definidores dos povoados. É considerado, pois, como característica
definidora deste tipo de aglomerado rural isolado seu caráter privado ou empresarial.
Os espaços que congregam serviços ou equipamentos sociais (estabelecimento de
ensino fundamental de 1ª a 4ª série, posto de saúde e templo religioso),
estabelecimentos comerciais de bens de consumo freqüente e pontos notáveis foram
classificados como Núcleos de Referência Rural.

ONG - Sigla de organizações não governamentais. São movimentos da sociedade


civil, independentes, que atuam nas áreas de ecologia, social, cultural, dentre outras.

Onívoro - Indivíduos que se alimentam de fontes variadas.

Ordenamento Territorial - Compatibilização das necessidades do homem, relativas à


ocupação e ao uso do solo, com a capacidade de suporte do território que pretende
ocupar. As propostas de ocupação e uso do solo emergem do homem, da sua política
e da economia dela derivada.

Ornitofauna - Relativo a aves.

Ortstein - Camada de solo endurecida no horizonte Bhir dos solos Espodossolos.

Pacotes psamíticos - Formados por partículas de 2 a 0,05mm de diâmetro. Essa


faixa de tamanho engloba todas as partículas componentes da faixa de areia.

Padrões de drenagem - Variações de forma, organização e densidade da rede de


drenagem.

Paleógeno - De origem paleontológica; paleogêneo – relativo às três primeiras


épocas do período terciário.

Paleozoico - Era do tempo geológico compreendida entre o final do Pré-Cambriano


(600 milhões de anos atrás) até o início da Era Mesozóica (225 milhões de anos
atrás).

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Parasita - Organismo, geralmente microrganismo, cuja existência se dá à expensa de


um hospedeiro. O parasita não é obrigatoriamente nocivo ao seu hospedeiro. Existem
parasitas obrigatórios e facultativos, os primeiros sobrevivem somente na forma
parasitária e os últimos podem ter uma existência independente.

Parques Nacionais, Estaduais ou Municipais - Áreas relativamente extensas, que


representam um ou mais ecossistemas, pouco ou não alterados pela ocupação
humana, onde as espécies animais, vegetais, os sítios geomorfológicos e os hábitats
ofereçam interesses especiais do ponto de vista científico, educativo, recreativo e
conservacionista. São superfícies consideráveis que contém características naturais
únicas ou espetaculares, de importância nacional, estadual ou municipal.

Passeriformes - Grupo taxonômico (ordem) dentro da classe aves, contendo


principalmente espécies pequenas, aproximadamente aquelas referidas como
"pássaros".

Patrimônio ambiental - Conjunto de bens naturais da humanidade.

PEA - População Economicamente Ativa. Pessoa que exerceu trabalho remunerado,


em dinheiro e/ou produtos e mercadorias, durante os 12 meses, ou parte deles,
anteriores à data da pesquisa. São incluídas ainda nesta condição as pessoas
licenciadas com remuneração (doença, bolsas de estudo, etc.) e as sem remuneração
que trabalham, regularmente, 15 horas ou mais por semana numa atividade
econômica, ajudando membro da unidade domiciliar ou instituições de caridade,
beneficentes ou de cooperativismo, ou como aprendizes, estagiários, etc. e as
pessoas de 10 anos ou mais de idade que tenham tomado alguma providência para
encontrar trabalho, nos dois meses anteriores à data de referência da pesquisa. As
pessoas economicamente ativas classificam-se em pessoa ocupada e pessoa
desocupada.

Pecuária extensiva - É desenvolvida em grandes extensões de terras, com gado


solto, geralmente sem grandes aplicação de recursos tecnológicos, investimentos
financeiros nem recursos veterinários importantes.

Pedogênese - Maneira pela qual o solo se origina, através dos fatores e processos
responsáveis pelo seu desenvolvimento.

Pedologia - Parte da ciência do solo que trata da origem, morfologia, classificação e


mapeamento dos solos.

Pelíticos - Formados por partículas menores do que 0,05mm de diâmetro que se


consolidam apenas por compressão.

Perfil - Seção vertical do solo através de todos seus horizontes até o material de
origem.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Pesquisa Mineral - Compreende, entre outros, os seguintes trabalhos de campo e de


laboratório: levantamentos geológicos pormenorizados da área a pesquisar, em
escala conveniente, estudos dos afloramentos e suas correlações, levantamentos
geofísicos e geoquímicos; aberturas de escavações visitáveis e execução de
sondagens no corpo mineral; amostragens sistemáticas; análises físicas e químicas
das amostras e dos testemunhos de sondagens; e ensaios de beneficiamento dos
minérios ou das substâncias minerais úteis, para obtenção de concentrados de acordo
com as especificações do mercado ou aproveitamento industrial.

Pessoal Ocupado - Abrange todas as pessoas, com ou sem remuneração,


executando serviços ligados às atividades do estabelecimento, exceto as que
desempenham trabalhos por conta de empreiteiros.

Petrologia - É a parte da geologia que tem por objetivo estudar as rochas em geral
(ígneas, sedimentares ou metamórficas) com vistas a definir a sua caracterização,
constituição, gênese e evolução.

Petroplíntico - Horizonte constituído de 50% ou mais, por volume, de petroplintita.

Petroplintita - Material do solo endurecido irreversivelmente pela ação de


umedecimento e secagem (laterítico). Como exemplo, podemos citar concreções
lateríticas, cangas, "ironstone" etc.

PIA - População em Idade Ativa. Compreende as pessoas economicamente ativas e


as inativas. Segundo a definição utilizada pelo DIEESE (PED) corresponde à
população com 10 anos ou mais de idade. Já, segundo o IBGE (PME), limita-se às
pessoas com 15 e mais anos de idade.

PIB - Produto Interno Bruto. Valor do total de bens e serviços finais produzidos em um
país durante um determinado período de tempo. Bens e serviços finais são aqueles
que não são utilizados como insumos na produção de outros bens e serviços, pelo
menos no período a que se refere o cálculo do PIB. Série calculada pelo IBGE.

PIB per capita - Divisão do produto interno bruto pelo número de habitantes do país.
Indica a contribuição média de cada habitante para a sua formação ou,
reciprocamente, a participação média na sua absorção. Também calculada pelo
IBGE.

Piezômetro – Instrumento que mede o nível d’água, a poro-pressão e a condutividade


hidráulica do solo.

Pilha - Estrutura de estocagem em montes do minério lavrado dispostos em pátios.

Pirâmide Etária - Forma gráfica de representar a estrutura da população por idade e


sexo. O eixo horizontal de uma pirâmide etária representa o número absoluto ou a

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

proporção da população, enquanto o eixo vertical representa os grupos etários. O lado


direito do eixo horizontal é destinado a representação do contingente ou proporção de
mulheres e o esquerdo, dos homens. O mesmo que pirâmide populacional.

Piscívoros - Indivíduos que se alimentam de peixes.

Planície - Terra da margem de um curso d’água sujeitas a inundação.

Plano de manejo - Plano de uso racional do meio ambiente, visando à preservação


do ecossistema em associação com sua utilização para outros fins (sociais,
econômicos, etc.).

Plano Diretor - Está definido no Estatuto das Cidades como instrumento básico para
orientar a política de desenvolvimento e de ordenamento da expansão urbana do
município. É uma lei municipal elaborada pela prefeitura com a participação da
Câmara Municipal e da sociedade civil que visa estabelecer e organizar o
crescimento, o funcionamento, o planejamento territorial da cidade e orientar as
prioridades de investimentos. O Plano Diretor tem como objetivo orientar as ações do
poder público visando compatibilizar os interesses coletivos e garantir de forma mais
justa os benefícios da urbanização, garantir os princípios da reforma urbana, direito à
cidade e à cidadania, gestão democrática da cidade.

Plantas vasculares - Plantas com tecidos especializados em condução de


substâncias (xilema e floema). São as Pteridófitas e as Espermatófitas
(Gimnospermas e Angiospermas).

Pleistoceno - Período geológico com aproximadamente 1,5 milhões de anos, que


terminou há cerca de 10 000 anos e durante o qual se detectaram os primeiros
vestígios da existência do homem e se considerou o início da Pré-História.

Plintita - Formação constituída de mistura de argila, pobre em humos e rica em ferro


e alumínio, com quartzo e outros minerais.

Plintossolo - Classe que compreende solos hidromórficos ou que pelo menos


apresenta restrição temporária à percolação Ed água, moderadamente
imperfeitamente ou mal drenada, que se caracteriza fundamentalmente por
apresentar horizonte plíntico. Apresenta predominantemente horizonte B textural
sobre ou coincidente com horizonte plíntico, ocorrente também solos com horizontes
B insipiente, B latossólico, horizonte glei e solos sem horizonte B.

Poço artesiano - Poço tubular profundo cuja pressão da água é suficiente para a sua
subida à superfície, sem a necessidade de bombeamento. Geralmente a sua
profundidade é maior que a de um poço convencional.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Poluição - Efeito que um poluente produz no ecossistema. Qualquer alteração do


meio ambiente prejudicial aos seres vivos, particularmente ao homem. Ocorre quando
os resíduos produzidos pelos seres vivos aumentam e não podem ser reaproveitados.

Pool gênico - Totalidade dos genes presentes em uma determinada população de


um organismo de reprodução sexuada, em um determinado momento.

População - Conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que ocupa uma


determinada área. Uma população tem como atributos: taxas de natalidade e
mortalidade, proporção de sexos e distribuição de idades, imigração e emigração.

População Residente - Pessoas que têm a unidade domiciliar (domicílio particular ou


unidade de habitação em domicílio coletivo) como local de residência habitual e estão
presentes na data da entrevista, ou ausentes, temporariamente, por período não
superior a 12 meses em relação àquela data.

População tradicional - População que apresenta seu modo de vida em grande


parte, associado ao uso e manejo dos recursos naturais exercidos ao longo de sua
permanência histórica num determinado ecossistema.

Posseiro - Primeiro ocupante, de terras particulares ou devolutas: aquele que


adquire, ou ocupa terras, com a intenção de dono, sem título legítimo de propriedade.

Potencial metalogenético - Fatores geológicos favoráveis à formação de jazidas


minerais.

Povoado - É o aglomerado rural isolado que corresponde a aglomerados sem caráter


privado ou empresarial, ou seja, não vinculados a um único proprietário do solo
(empresa agrícola, indústrias, usinas etc.), cujos moradores exercem atividades
econômicas, quer primárias (extrativismo vegetal, animal e mineral; e atividades
agropecuárias), terciárias (equipamentos e serviços) ou, mesmo, secundárias
(industriais em geral), no próprio aglomerado ou fora dele. Caracteriza-se, ainda, pela
existência de serviços para atender aos moradores do próprio aglomerado ou de
áreas rurais próximas. É, considerado, assim, como critério definidor deste tipo de
aglomerado, a existência de um número mínimo de serviços ou equipamentos, sendo
01 estabelecimento comercial de bens de consumo freqüente e 02 dos seguintes
serviços ou equipamentos sociais: 1 estabelecimento de ensino fundamental (de 1ª a
4ª série), 1 posto de saúde ou 1 templo religioso.

Precipitação - Qualquer tipo de fenômeno relacionado à queda de água do céu. A


precipitação é uma parte importante do ciclo hidrológico, sendo responsável por
retornar a maior parte da água doce ao planeta.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Preservação ambiental - Ações que garantem a manutenção das características


próprias de um ambiente e as interações entre os seus componentes, ou seja, não é
permitida a utilização dos recursos desse ambiente.

Produtividade primária - Quantidade de matéria orgânica produzida por organismos


autotróficos, a partir de substâncias inorgânicas, durante um certo intervalo de tempo
em uma determinada área ou volume. É denominada bruta quando incluir os gastos
com a respiração e líquida, quando excluir estes gastos.

PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. Destina-se


ao apoio financeiro das atividades agropecuárias e não agropecuárias exploradas
mediante emprego direto da força de trabalho do produtor rural e de sua família.
Entende-se por atividades não agropecuárias os serviços relacionados com turismo
rural, produção artesanal, agronegócio familiar e outras prestações de serviços no
meio rural, que sejam compatíveis com a natureza da exploração rural e com o melhor
emprego da mão de obra familiar.

Proterozoico - Segundo eon da escala de tempo geológico que sucede o eon


Arqueano e antecede o eon Fanerozóico, compreendendo o intervalo de tempo entre
2.500 e 540 milhões de anos atrás e subdividido nas eras Paleoproterozóico,
Mesoproterozóico e Neoproterozóico.

Protólito - É a rocha da qual, por processos geológicos variados, houve a formação


de uma nova rocha.

Quartzo – Mineral de fórmula química SiO2.

Quaternário - Período geológico da era Cenozoica e que se estende de 1,75 Ma


atrás até os dias atuais.

Quelônios - São répteis da ordem Testudinata (o grupo abrange espécies de


tartarugas, cágados e jabutis).

Quilombola - são grupos étnicos, predominantemente constituídos pela população


negra rural ou urbana –, que se autodefinem a partir das relações com a terra, o
parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias. É a
própria comunidade que se autoreconhece “remanescente de quilombo”, possuindo
uma história própria, mantendo fortes relações com o território que ocupam e com a
ancestralidade negra, relacionada à resistência à opressão da escravidão. Os
quilombolas são considerados populações tradicionais, tendo direito, portanto, a
políticas públicas específicas. Atualmente, não são apenas as comunidades formadas
por escravizados fugidos que são consideradas quilombos, mas todas aquelas em
que vivem descendentes dos ex-escravizados, cujas terras foram obtidas de
diferentes maneiras pelos seus ancestrais.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Quirópteros - Ordem de mamíferos que compreende os morcegos, caracterizados


pela adaptação ao vôo, por transformação dos membros anteriores em asas.

RAIS - Relação Anual de Informações Sociais. Tem como objetivo o suprimento às


necessidades de controle da atividade trabalhista no País, o provimento de dados
para a elaboração de estatísticas do trabalho, a disponibilização de informações do
mercado de trabalho às entidades governamentais.

Rastejo - Movimentação lenta de coberturas de solos ou sedimentos inconsolidados


em encostas de morros.

Ravina - Sulcos produzidos nos terrenos devido à erosão das águas e escoamento
(das chuvas).

Receitas Próprias - As arrecadações pelas entidades públicas em razão de sua


atuação econômica no mercado. Estas receitas são aplicadas pelas próprias unidades
geradoras.

Recuperação ambiental - Restabelecimento das condições ambientais de áreas


degradadas.

Recursos hídricos - São as águas superficiais ou subterrâneas disponíveis para


qualquer tipo de uso de região ou bacia.

Recursos naturais - Denominação aplicada a todas as matérias-primas, tanto


aquelas renováveis como as não renováveis, obtidas diretamente da natureza, e
aproveitáveis pelo homem.

Reflorestamento - Processo que consiste no replantio de árvores em áreas que


anteriormente eram ocupadas por florestas.

Reforma agrária - Conjunto de medidas para promover a melhor distribuição da terra,


mediante modificações no regime de posse e uso, a fim de atender aos princípios de
justiça social, desenvolvimento rural sustentável e aumento de produção.

Região Funcional - Constitui uma área definida a partir dos fluxos de pessoas, de
mercadorias, de comunicação, entre outros também definidos estatisticamente.
Geralmente, dão margem ao reconhecimento de áreas de influência de cidades sobre
o espaço vizinho. Daí esta região ter recebido também o nome de Região Polarizada,
ou seja, região de influência de uma cidade sobre um espaço em redor,
compreendendo zonas rurais e outras cidades.

Regionalização - A regionalização é o processo de formação e transformação de


regiões. Um dos objetivos que se aplicam ao presente trabalho é mostrar que a
análise teórico metodológica do desenvolvimento de regiões é de fundamental

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

importância para o aparecimento de políticas que venham proporcionar o bem estar


social e melhor condição econômica da região. Sendo assim, o estabelecimento de
critérios e a estabilidade dos mesmos na análise regional são importantes para a
melhor gestão de planejamento regional.

Regularização fundiária - É um programa do Governo do Estado que tem como


objetivo eliminar a indefinição dominial, ou seja, estabelecer com precisão de quem é
a posse da terra para depois legitimá-la ou regularizá-la, garantindo segurança social
e jurídica para pequenos agricultores e moradores de áreas urbanas, e auxiliar os
municípios no dimensionamento da arrecadação de impostos e elaboração de planos
diretores.

Rejeito - Material oriundo do beneficiamento do minério de ouro.

Relação Estéril/Minério - Relação que representa um dos fatores determinantes da


economicidade da lavra de um depósito mineral, em geral expressa em termos de
volume de estéril por tonelagem de minério.

Reofílica - Espécie que habita ambientes lótico, com correnteza.

Reologia da polpa - Características físicas da dinâmica de sedimentação ou


decantação das partículas em suspensão em um fluido.

Reserva biológica - Unidade de conservação visando a proteção dos recursos


naturais para fins científicos e educacionais. Possui ecossistemas ou espécies da
flora e fauna de importância científica. Em geral não comportam acesso ao público,
não possuindo normalmente belezas cênicas significativas ou valores recreativos. Seu
tamanho é determinado pela área requerida para os objetivos científicos a que se
propõe, garantindo sua proteção.

Reserva da biosfera - Estas reservas devem incluir: amostras de biomas naturais;


comunidades únicas ou áreas naturais de excepcional interesse; exemplos de uso
harmonioso da terra; exemplos de ecossistemas modificados ou degradados, onde
seja possível uma restauração a condições mais naturais. Uma reserva da biosfera
pode incluir unidades de conservação como parques nacionais ou reservas biológicas.

Reserva ecológica - Unidade de conservação que tem por finalidade a preservação


de ecossistemas naturais de importância fundamental para o equilíbrio ecológico.

Reserva extrativista - Espaços destinados à exploração auto-sustentável e


conservação dos recursos naturais renováveis por uma população com tradição
extrativista.

Reserva Legal - Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,


excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da


biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas.

Resíduo - Materiais ou restos de materiais cujo proprietário ou produtor não mais


considera com valor suficiente para conservá-los. Alguns tipos de resíduos são
considerados altamente perigosos e requerem cuidados especiais quanto à coleta,
transporte e destinação final, pois apresentam substancial periculosidade, ou
potencial, à saúde humana e aos organismos vivos.

Resíduo inerte – Quaisquer resíduos que submetidos a um contato estático ou


dinâmico com água, não tenham nenhum de seus componentes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água definidos pela Norma
NBR 10.004. De acordo com a NBR 10004 é classificado como resíduo de Classe 3.

Resíduo não inerte - Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos
classe I ou classe III segunda NBR 10004. Apresentam propriedades tais como:
combustibilidade, biodegrabilidade ou solubilidade em água. De acordo com a NBR
10004 é classificado como resíduo de Classe 2.

Resíduo sólido - Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de


atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe
proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem
como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável
o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para
isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia
disponível.

Resíduos perigosos - Resíduos que, em função de suas propriedades físico-


químicas e infecto-contagiosas, podem apresentar risco à saúde pública e ao meio
ambiente. Devem apresentar ao menos uma das seguintes características:
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. De acordo
com a NBR 10004 é classificado como resíduo de Classe 1.

RIMA - Sigla do Relatório de Impacto do Meio Ambiente. É feito com base nas
informações do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e é obrigatório para o
licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como construção de
estradas, metrôs, ferrovias, aeroportos, portos, assentamentos urbanos, mineração,
construção de usinas de geração de eletricidade e suas linhas de transmissão, aterros
sanitários, complexos industriais e agrícolas, exploração econômica de madeira etc.

Riqueza de espécies - Indicador da abundância relativa de espécies numa


comunidade. Qualquer medida de riqueza tem dependência inerente ao tamanho da
amostra.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Run of mine (ROM) - [Minério] corrido da mina. Material bruto lavrado, já transportado
da frente de lavra para o beneficiamento ou depósito.

Ruralidade - Termo introduzido a partir dos anos 90 por especialistas sinalizando


para o fato de que para a compreensão da dinâmica de algumas regiões é necessário
considerar a presença de pequenas aglomerações urbanas que dependem de seu
entorno disperso (rural) para estabelecer contatos com a economia nacional e global,
seja por meio da agricultura, seja por outras atividades.

Rutilo – Mineral de composição de óxido de titânio - TiO2.

SAAE - Serviço Autônomo de Água e Esgoto.

Saco Vitelínico - Anexo embrionário presente em todos os vertebrados, sendo mais


desenvolvido em peixes, répteis e aves, cuja função é o armazenamento de reservas
nutritivas.

Saneamento Básico - é o controle de todos os fatores do meio físico do homem que


exercem efeito deletério sobre seu bem estar físico, mental ou social. O saneamento
básico se restringe ao abastecimento de água às populações, com a qualidade
compatível com a proteção de sua saúde e em quantidade suficiente para a garantia
de condições básicas de conforto; coleta, tratamento e disposição ambientalmente
adequada e sanitariamente segura de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos
líquidos industriais e agrícola; acondicionamento, coleta, transporte e/ou destino final
dos resíduos sólidos (incluindo os rejeitos provenientes das atividades doméstica,
comercial e de serviços, industrial e pública); e coleta de águas pluviais e controle de
empoçamentos e inundações.

Savanização - Processo de transformação em savana; diz-se que com o


desmatamento a Amazônia pode sofrer savanização, transformando a floresta em
vegetação aberta de savana.

Sazonalidade - Qualidade ou estado do ser estacional, isto é, que sofre


transformações de aspecto ou comportamento conforme as estações do ano.

Sedimentação - Processo de acumulação de sedimentos numa bacia ou zona


depressionada. Os sedimentos tendem a acumular-se em camadas horizontais,
passando a rochas depois de sofrer litificação.

Sedimento - Material originado por intemperismo e erosão de rochas e solos que é


transportado por agentes geológicos (rio, vento, gelo, correntes) e que se acumula em
locais baixos, desde os sopés de encostas e as planícies aluvionares até as grandes
bacias geológicas ou sedimentares.

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Estudo de Impacto Ambiental - EIA Ferrovia Paraense S.A

Seleção natural - Processo de eliminação natural dos indivíduos menos adaptados


ao ambiente, os quais, por terem menos probabilidade de êxito dos que os melhor
adaptados, deixam uma descendência mais reduzida.

Serapilheira - Camada sob cobertura vegetal, consistindo de folhas caídas, ramos,


caules, cascas e frutos, depositados sobre o solo. Equivalente ao horizonte O dos
solos minerais.

Setor Primário - O setor primário está relacionado à produção através da exploração


de recursos da natureza. Podemos citar como exemplos de atividades econômicas do
setor primário: agricultura, mineração, pesca, pecuária, extrativismo vegetal e caça. É
o setor primário que fornece a matéria-prima para a indústria de transformação. É
muito vulnerável, pois depende muito dos fenômenos da natureza como, por exemplo,
do clima. A produção e exportação de matérias-primas não geram muita riqueza para
os países com economias baseadas neste setor econômico, pois estes produtos não
possuem valor agregado como ocorre, por exemplo, com os produtos industrializados.

Setor Secundário - É o setor da economia que transforma as matérias-primas


(produzidas pelo setor primário) em produtos industrializados (roupas, máquinas,
automóveis, alimentos industrializados, eletrônicos, casas, etc). Como há
conhecimentos tecnológicos agregados aos produtos do setor secundário, o lucro
obtido na comercialização é significativo. Países com bom grau de desenvolvimento
possuem uma significativa base econômica concentrada no setor secundário. A
exportação destes produtos também gera riquezas para as indústrias destes países.

Setor Terciário - É o setor econômico relacionado aos serviços. Os serviços são


produtos não materiais em que pessoas ou empresas prestam a terceiros para
satisfazer determinadas necessidades. Como atividades econômicas deste setor
econômico, podemos citar: comércio, educação, saúde, telecomunicações, serviços
de informática, seguros, transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação,
turismo, serviços bancários e administrativos, transportes, etc. Este setor é marcante
nos países de alto grau de desenvolvimento econômico. Quanto mais rica é uma
região, maior é a presença de atividades do setor terciário. Com o processo de
globalização, iniciado no século XX, o terciário foi o setor da economia que mais se
desenvolveu no mundo.

Sinantropia - Capacidade dos animais utilizarem condições ecológicas favoráveis


criadas pelo homem.

Sindicalização - Ato ou efeito de sindicalizar. É a associação de trabalhadores


assalariados para a proteção dos seus interesses. Ao mesmo tempo, é também uma
doutrina política segundo a qual os trabalhadores agrupados em sindicatos devem ter
um papel ativo na condução da sociedade.

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Sinergético - Associação simultânea de dois ou mais fatores que contribuem para


uma ação resultante superior àquela obtida por cada fator individualmente.

Sítio arqueológico - Local ou grupo de locais (cujas áreas e delimitações nem


sempre se podem definir com precisão), onde ficaram preservados testemunhos e
evidências de atividades do passado histórico (pré-histórico ou não).

Sobrepesca - Ocorre quando os exemplares de uma população são capturados em


número maior do que o que vai nascer para ocupar o seu lugar. Ocorre também
quando os estoques das principais espécies encontram-se sob exploração por um
número de embarcações que ultrapassa o esforço máximo tecnicamente
recomendado para uma pesca sustentável.

Sociabilidade - Característica de uma espécie que indica se a mesma vive isolada ou


em grupo.

Soja - (Glycine max), também conhecida como feijão-soja e feijão-chinês, é uma


planta pertence à família Fabaceae, família esta que compreende também plantas
como o feijão, a lentilha e a ervilha. É empregada na alimentação humana (sob a
forma de óleo de soja, tofu, molho de soja, leite de soja, proteína de soja, soja em
grão etc.) e animal (no preparo de rações). A palavra "soja" vem do japonês shoyu. A
planta é originária da China e do Japão. É um grão rico em proteínas. Dentre os sais
minerais, os mais presentes são: potássio, cálcio, magnésio, fósforo, cobre e zinco. É
fonte de algumas vitaminas do complexo B, como a riboflavina e a niacina, e também
em vitamina C (ácido ascórbico). Porém é pobre em vitamina A e não contém vitamina
D e B12. Além destes nutrientes, a soja contém a isoflavona, também chamada de
fitoestrógeno, que atua na prevenção de doenças crônico-degenerativas como o
câncer de mama, de cólon de útero e de próstata. Sua estrutura química é
semelhante ao estrógeno (hormônio feminino) e, por isso, é uma substância capaz de
aliviar os efeitos da menopausa e da tensão pré-menstrual. As propriedades
estrógenas também ajudam a reduzir um outro problema causado pela deficiência
hormonal: a osteoporose. Na maioria dos alimentos à base de soja, o teor de
isoflavonas varia de 100 a 300 miligramas. As fibras dietéticas solúveis e insolúveis
presentes na soja contribuem para a manutenção do nível glicêmico e para a melhora
da sensibilidade à insulina, e por apresentar baixo índice glicêmico é relevante na
prevenção e tratamento de diabetes e obesidade. O grão ainda possui ácido fítico,
também chamado de Fitato. Os fitatos são considerados fatores antinutricionais, pois
reduzem a biodisponibilidade no organismo de alguns minerais como cálcio, ferro,
magnésio, manganês, cobre e zinco, principalmente. Porém, na última década,
estudos demonstraram que os fitatos também atuam como potentes agentes
antioxidantes (prevenindo a oxidação ou envelhecimento das células), cumprindo
assim uma função importante na redução dos riscos de inúmeras doenças crônicas e
degenerativas, como alguns tipos de câncer e artrites. O teor de fitatos na soja varia
de 1,5% da composição do grão, no feijão de 2,5% e nos farelos como o de trigo e o

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arroz esta entre 4,5%. Entretanto, ele é neutralizado por aquecimento, tanto
cozinhando em casa, como por meio dos processos industriais (processo UHT),
resultando em preparações adequadas para o consumo humano. Portanto, bebidas à
base de soja, não possuem fatores antinutricionais, podendo ser consumidos com
segurança. O óleo de soja é o mais utilizado pela população mundial no preparo de
alimentos. Outros produtos derivados da soja incluem bebidas a base de soja, óleos,
farinha, sabão, cosméticos, resinas, tintas, solventes e biodiesel.

Solo aluvionar - Solo presente nas planícies de inundação e terraços geralmente


saturados em água, permanente ou sazonalmente.

Solo orgânico - Camada superficial do solo rica em matéria orgânica.

Sondagens geotécnicas - Furos de sonda rotativa, a percussão ou à trado


destinadas a caracterização físico química dos materiais (Solos, Sedimento sou
Rochas).

Sub-bosque - Estratos inferiores de uma floresta.

Subespécie - Categoria taxonômica intraespecífica.

Sucessão ecológica - Seqüência de comunidades que se substituem, de forma


gradativa, num determinado ambiente, até o surgimento de uma comunidade final,
estável denominada comunidade-clímax.

Supressão vegetal - Retirada total da cobertura vegetal de uma área definida.

Sustentabilidade - Conceito associado ao Desenvolvimento Sustentável, envolve a


idéia de perspectiva de longo prazo, ou seja, o uso dos recursos naturais para a
satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das
necessidades das gerações futuras. É a capacidade de um processo ou forma de
apropriação dos recursos continuarem a existir por um longo período.
Sustentabilidade ambiental é caracterizada pela manutenção da capacidade do
ambiente de prover os serviços ambientais e os recursos necessários ao
desenvolvimento das sociedades humanas de forma permanente.

Talude - Inclinação (rampa, declive, morros, escarpa) na superfície lateral de um


terreno, que podem ser construídas pelo homem ou não. Um talude é o plano
inclinado que limita um aterro.

Talvegue - Linha mais baixa de um vale por onde escorre a água da chuva e das
nascentes ou o canal mais fundo de um rio.

Taxa Bruta de Mortalidade - Número total de óbitos, por mil habitantes, na


população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado.

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Taxa de Crescimento - Variação de um determinado indicador durante um período


de tempo. Um dos indicadores mais usados é o PIB. A taxa de crescimento do PIB
significa a taxa de crescimento da economia de um país.

Taxa de Crescimento da População - Percentual de incremento médio anual da


população residente, em determinado espaço geográfico, no ano considerado. O valor
da taxa refere-se à media anual obtida para um período de anos entre dois censos
demográficos, ou entre o censo demográfico mais recente e a projeção populacional
para um determinado ano calendário.

Taxa de Desocupação (ou desemprego aberto) - Porcentagem das pessoas


desocupadas, em relação às pessoas economicamente ativas.

Taxa de Fecundidade - Número médio de filhos que teria uma mulher, de uma coorte
hipotética, ao fim do período reprodutivo, estando sujeita a uma determinada lei de
fecundidade, em ausência de mortalidade desde o nascimento até o fi nal do período
fértil.

Taxa de Mortalidade Infantil - Número de óbitos de menores de um ano de idade,


por mil nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no
ano considerado. Altas taxas de mortalidade infantil refletem, de maneira geral, baixos
níveis de saúde e de desenvolvimento socioeconômico. As taxas reduzidas também
podem encobrir más condições de vida em segmentos sociais específicos. São
consideradas altas as taxas acima de 50 óbitos por mil nascidos vivos, médias entre
20 e 40 óbitos por mil nascidos vivos e baixas abaixo de 20 óbitos por mil nascidos
vivos.

Taxa de Natalidade - Número de nascidos vivos por 1 000 habitantes em


determinado ano.

Taxa de Urbanização - Porcentagem da população da área urbana em relação à


população total.

Taxidermia - É uma técnica de conservação de animais com a preservação da forma


da pele, planos e tamanho dos animais.

Táxon - Conjunto de organismos que apresenta uma ou mais características comuns


e, portanto, unificadoras, cujas características os distinguem de outros grupos
relacionados, e que se repetem entre as populações, ao longo de sua distribuição.
Plural: Taxa.

Taxonomia - Teoria e prática da descrição, nomenclatura e classificação dos


organismos e solos.

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Termorregulação - Conjunto de sistemas para regulação da temperatura no corpo de


um organismo.

Terra - Meio ambiente total dentro do qual a produção tem lugar. Termo mais amplo
que solo.

Terra arrendada - É um contrato de cessão de um fator de produção, pelo qual seu


proprietário o entrega a outrem para ser explorado, mediante determinada
remuneração (em dinheiro ou em produtos).

Terra Indígena - Terra tradicionalmente ocupada pelos índios, definida como sendo:
aquela "por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades
produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a
seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus
usos, costumes e tradições. São bens da União e inalienáveis e indisponíveis e os
direitos sobre elas imprescritíveis".

Terras devolutas - São terras públicas, que em nenhum momento integraram o


patrimônio particular, ainda que estejam irregularmente em posse de particulares. O
termo "devoluta" relaciona-se ao conceito de terra devolvida ou a ser devolvida ao
Estado. Para estabelecer o real domínio da terra, ou seja, se é particular ou devoluta,
o Estado propõe ações judiciais chamadas ações discriminatórias.

Território - Extensão considerável do espaço terrestre. E sua conotação ecológica


entende-se por território o espaço de atuação de uma determinada espécie ou
organismo, em função da área de tolerância ou do espaço para alimentação e
sobrevivência.

Teste de Bombeamento - Ensaio realizado no âmbito da investigação


hidrogeológica, que consiste basicamente em submeter um sistema aquífero a
determinadas condições de forma controlada e monitorizar a sua resposta.

Textura - Representa as proporções das frações argila, areia e silte do solo.

Textural - Horizonte de solo mineral subsuperficial onde houve aumento de argila.

Trabalho assalariado - Relação de trabalho caracterizada pela troca da força de


trabalho por salário. Difere-se das demais relações de trabalho por prescindir de
relações de dependência extra-econômicas.

Trabalho autônomo - Todo aquele que exerce sua atividade profissional sem vínculo
empregatício, por conta própria e com assunção de seus próprios riscos. A prestação
de serviços é de forma eventual e não habitual. O trabalhador caracteriza-se pela
autonomia da prestação de serviços a uma ou mais empresas, sem relação de

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emprego, ou seja, por conta própria, mediante remuneração, com fins lucrativos ou
não.

Trado - Instrumento destinado à coleta de amostras de solo.

Transecto - Linha ou faixa estreita que serve como unidade amostral da população
ou comunidade que está sob censo.

Tratamento de água - Conjunto de ações destinado a alterar as características


físicas e/ou químicas e/ou biológicas da água, de modo a satisfazer o padrão de
potabilidade adotado pela autoridade competente.

Triássico - Primeiro período da era Mesozoica. Estende-se desde aproximadamente


230 milhões de anos atrás a 195 milhões de anos.

Turbidez - é a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar certa quantidade


de água, conferindo uma aparência turva à mesma.

Unidade litoestratigráfica - Conjunto de rochas distinguido e delimitado com base


em seus caracteres litológicos, independentemente da história geológica ou de
conceitos de tempo.

Unidades de Conservação - Áreas criadas com o objetivo de harmonizar, proteger


recursos naturais e melhorar a qualidade de vida da população, incluindo seus
recursos ambientais, com características naturais relevantes, que tem a função de
assegurar a representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis
das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas
jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente. Essas áreas estão
sujeitas a normas e regras especiais. São legalmente criadas pelos governos federal,
estaduais e municipais, após a realização de estudos técnicos dos espaços propostos
e, quando necessário, consulta à população.

Urbanização - Processo de afastamento das características rurais de uma localidade


ou região para características urbanas. Usualmente, esse fenômeno está associado
ao desenvolvimento da civilização e da tecnologia. Demograficamente, o termo
denota a redistribuição das populações das zonas rurais para assentamentos
urbanos. O termo também pode designar a ação de dotar uma área com infra-
estrutura e equipamentos urbanos. Pode ser também o crescimento da cidade.

Uso da Terra - Entende-se por levantamento o conjunto de operações necessárias à


elaboração de uma pesquisa temática que pode ser sintetizada através de mapas. O
Levantamento do Uso e da Cobertura da Terra indica a distribuição geográfica da
tipologia de uso, identificada através de padrões homogêneos da cobertura terrestre.
Envolve pesquisas de escritório e de campo, voltadas para a interpretação, análise e

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registro de observações da paisagem, concernentes aos tipos de uso e cobertura da


terra, visando a sua classificação e espacialização através de cartas.

Usos do Solo - Diferentes formas de uso do território, resultante de processos de


ocupação expontânea ou de processos de planejamento geridos pelo Poder Público.
Os usos do solo podem se classificar de distintas maneiras e graus de detalhamento,
de acordo com as exigências técnicas dos estudos que se estejam realizando, ou dos
objetivos do processo de planejamento. A partir das classes de uso rural e urbano,
estas podem ser subdivididas de modo a abranger as demais formas de ocupação
(por exemplo, uso institucional, industrial, residencial, agrícola, pecuário, de
preservação permanente).

Vagão - é um veículo de uma estrada de ferro ou ferrovia construído de propósito


para o transporte de mercadorias, animais ou passageiros. Um vagão pequeno é um
vagonete. Há vários tipos de vagões, consoante os tipos de carga, sendo os
principais: fechado, gôndola, tanque, plataforma (prancha) e gaiola (atualmente fora
de uso). Há também o vagão Double Stack.

Vale de dissecação - Vales resultantes da ação de processos erosivos fluviais ou


pluviais.

Várzea - Terreno baixo e mais ou menos plano que se encontram junto às margens
dos rios. Termo mais agrário, similar a planície de inundação. Os solos dessas áreas,
submersos quase a metade do ano, possuem alto teor de nutrientes e são
constantemente renovados, Há grande diversidade de espécies de vegetação, com
alta biomassa. As várzeas possuem árvores grandes e de crescimento rápido.

VBP - Valor Bruto da Produção Agropecuária.

Vetor - São seres vivos que veiculam o agente desde o reservatório até o hospedeiro
potencial.

Vigilância Epidemiológica - Conjunto de atividades que proporcionam a informação


indispensável para conhecer, detectar ou prever qualquer mudança que possa ocorrer
nos fatores condicionantes do processo saúde-doença, com a finalidade de
recomendar, oportunamente, as medidas que levem à prevenção e ao controle das
doenças.

Vila - aglomerado populacional de tamanho intermédiário entre a aldeia e a cidade,


dotado de uma economia, quase auto suficiente, sendo o que caracteriza a sua
passagem, de aldeia para vila, em que o setor terciário (comércio e serviços) tem uma
importância relevante e lhe proporciona alguma auto suficiência econômica.

Virulência - Grau de patogenicidade de um agente infeccioso.

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Vivíparo - Animal cujos embriões crescem no organismo materno, alimentando-se


através da placenta, a qual está em contato estreito com os tecidos maternos, o que é
o caso da maioria dos vertebrados mamíferos.

Voçoroca - Ravina geralmente muito funda, desenvolvida por rápida e acentuada


erosão que atinge o lençol freático, podendo ter mais de 10 m de profundidade.

Vulnerabilidade Natural das Águas Subterrâneas - É o conjunto de características


intrínsecas que determinam a sensibilidade de várias partes de um aquífero a ser
adversamente afetado por uma carga contaminante.

Zoneamento - Instrumento legal que regula o uso do solo no interesse do bem-estar


coletivo, protegendo o investimento de cada indivíduo no desenvolvimento da
comunidade urbana.

Zoneamento agroecológico - É o ordenamento, sob forma de mapas, informações


relativas ao tipo de vegetação, geologia, solo, clima, recursos hídricos, climáticos e
áreas de preservação, de uma determinada região.

Zoonoses - Infecção ou doença infecciosa transmissível, sob condições naturais, de


homens a animais e vice-versa.

Zooplâncton - Conjunto de animais, geralmente microscópicos, que flutuam nos


ecossistemas aquáticos e que, embora tenham movimentos próprios, não são
capazes de vencer as correntezas.

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