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5 de Setembro de 2019
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05/09/2019 Legislação comentada - artigos 304/310 do CPP - prisão em flagrante
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05/09/2019 Legislação comentada - artigos 304/310 do CPP - prisão em flagrante
pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a
quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a
autoridade que houver presidido o auto.
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois
de lavrado o auto de prisão em flagrante.
Não lavratura do APF: “O auto somente não será lavrado se o fato for
manifestamente atípico, insignificante ou se estiver presente, com
clarividência, uma das hipóteses de causa de exclusão da antijuridicidade,
devendo-se atentar que, nessa fase, vigora o princípio do in dubio pro
societate, não podendo o delegado de polícia embrenhar-se em questões
doutrinárias de alta indagação, sob pena de antecipar indevidamente a fase
judicial de apreciação de provas; permanecendo a dúvida ou diante de fatos
aparentemente criminosos, deverá ser formalizada a prisão em flagrante.”
(CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal, p. 323).
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05/09/2019
Prisão em flagranteLegislação
ilegal:comentada
caso a- artigos 304/310 do CPP - prisão em flagrante
autoridade competente para a
lavratura do auto de prisão em flagrante constate que a prisão foi ilegal,
deixará de lavrar o auto. Isso não impede, no entanto, que aquele que teve a
prisão “relaxada” não venha a responder pelo crime ou contravenção
praticada, tampouco impede a decretação de sua prisão cautelar. Vejamos o
seguinte exemplo: semanas após um homicídio, policiais efetuam a prisão,
supostamente em flagrante, do acusado pelo crime, não estando a situação
prevista em qualquer das hipóteses do art. 302 do CPP. Evidentemente, a
prisão em flagrante foi ilegal, e o auto não poderá ser lavrado. Isso não
impede, contudo, que o juiz decrete a prisão preventiva ou temporária do
acusado, tampouco que o Ministério Público ofereça denúncia em seu
desfavor, pela prática do homicídio.
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05/09/2019 Legislação comentada - artigos 304/310 do CPP - prisão em flagrante
Inexistência de autoridade competente no lugar da prisão:
"demonstrando, mais uma vez, que a prisão pode ocorrer em lugar distante,
não somente do local do crime, mas também em área onde não há
autoridade competente para lavrar o auto, permite-se a ocorrência da
detenção, devendo o condutor encaminhar, imediatamente à cidade mais
próxima, onde há a autoridade, para que a prisão seja formalizada e
expedida, no prazo de 24 horas, a nota de culpa (art. 306, parágrafo 2o,
CPP)." (NUCCI, Guilherme de Souza. CPP Comentado, p. 646).
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05/09/2019 Legislação comentada - artigos 304/310 do CPP - prisão em flagrante
as testemunhas que confirmam a autenticidade de um ato realizado.
Depõem, portanto, sobre a regularidade de atos que presenciaram, não
sobre os fatos que constituem o objeto principal do julgamento.
Testemunha que não pode ou não sabe assinar: aplica-se o art. 216
do CPP, por analogia: “O depoimento da testemunha será reduzido a termo,
assinado por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha não souber
assinar, ou não puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, depois de
lido na presença de ambos.”.
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Comunicação à família: segundo a CF, em seu art. 5o, LXII, “a prisão de
qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada”. A redação é repetida no art. 306 do CPP. O não atendimento à
determinação pode ensejar o relaxamento da prisão em flagrante.
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05/09/2019
Remessa do APF aoLegislação
juiz: de comentada - artigos 304/310 do CPP - prisão em flagrante
acordo com o art. 310, ao receber o APF,
dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, o juiz deverá: a) analisar a
legalidade da prisão: com base no art. 302 do CPP, é possível identificar
se a prisão em flagrante foi ou não legal. Reconhecida a ilegalidade, a prisão
é relaxada e expede-se alvará de soltura em favor do preso; b) conceder a
liberdade provisória: reconhecida a legalidade da prisão, deve o juiz
analisar se os requisitos da prisão preventiva (arts. 312 e 313) estão
presentes. Caso a constatação seja negativa, o preso deverá ser colocado
imediatamente em liberdade – também é necessária a expedição de alvará
de soltura. Caso o crime seja afiançável (vide arts. 323 e 324), o juiz deverá
conceder a liberdade provisória mediante fiança; c) determinar a
manutenção da prisão: dentro do prazo de vinte e quatro horas, a
autoridade competente deverá realizar todos os atos que compõem a
lavratura do APF, que tem como termo final a remessa dos autos ao juiz.
Somente durante esse prazo alguém poderá permanecer preso em razão de
prisão em flagrante. Após o seu término, a prisão só poderá ser mantida se
decretada a prisão preventiva, caso contrário, o preso deverá ser colocado
imediatamente em liberdade. Os requisitos da prisão preventiva estão nos
arts. 312/313 do CPP. Quando ausentes, impõe-se a concessão de liberdade
provisória (vide item b). Quando presentes, o juiz, evidentemente, deve
decretá-la. No relaxamento e na concessão de liberdade provisória, expede-
se alvará de soltura em favor do preso – geralmente, o alvará é cumprido
por oficial de justiça, mas nada impede que seja remetido diretamente à
autoridade que detém a custódia do preso. Por outro lado, caso o juiz
decrete a prisão preventiva, expedir-se-á mandado de prisão contra quem
foi preso em flagrante. Mas, se a pessoa já está presa, em virtude do
flagrante, é possível cumprir mandado de prisão em seu desfavor? Sim. Por
mais que a pessoa já esteja presa, ser-lhe-á dada voz de prisão,
oportunidade em que será comunicada a respeito da decisão que manteve a
sua prisão.
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05/09/2019 Legislação comentada - artigos 304/310 do CPP - prisão em flagrante
Pública deve ocorrer, impreterivelmente, em 24 horas, contadas a partir do
momento da prisão - e não do término da lavratura do auto de prisão em
flagrante" (NUCCI, Guilherme de Souza. CPP Comentado, p. 644).
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05/09/2019 Legislação comentada - artigos 304/310 do CPP - prisão em flagrante
Liberdade provisória, relaxamento da prisão em flagrante e o
Exame de Ordem: não faz muito tempo, a FGV pediu, na segunda fase, a
elaboração de um pedido de relaxamento da prisão em flagrante. Por isso,
pensando em quem está se preparando para a prova, decidi incluir este
tópico ao nosso material. Em primeiro lugar, é preciso ter em mente: se o
problema trouxer um caso em que o cliente foi preso em flagrante, o seu
objetivo será apenas um: conseguir com que ele seja solto. Qualquer outra
questão deverá ser deixada de lado. Por ora, empreenda todos os esforços
para que o acusado seja solto. E como isso é possível? Inicialmente, procure
“ganchos” no enunciado que apontem a ilegalidade da prisão (ex.: a família
não foi comunicada). Leia o enunciado uma, duas, três ou mais vezes, até
que todos os “ganchos” sejam detectados. Caso encontre alguma
ilegalidade, faça o pedido de relaxamento da prisão em flagrante,
endereçado ao juiz (veja o modelo em nosso “manual de prática”). Portanto,
o pedido de relaxamento é a peça cabível quando a prisão em flagrante for
ilegal. E se não houver ilegalidade alguma? Se a prisão for legal, então a
peça cabível será o pedido de concessão de liberdade provisória, com ou
sem fiança (modelo também disponível no “manual”), com a alegação de
que os requisitos da prisão preventiva não estão presentes (provavelmente,
o enunciado dirá que o preso possui residência fixa, trabalha etc.). Logo,
podemos concluir o seguinte: a) se a prisão for ilegal, o pedido será o de
relaxamento da prisão, endereçado ao juiz, com a tese de prisão ilegal; b) se
a prisão for legal, o pedido será o de concessão de liberdade provisória,
endereçado ao juiz, com a tese de ausência dos requisitos da prisão
preventiva (veja arts. 312/313). Em ambos os casos, o pedido será o mesmo:
a expedição de alvará de soltura. Por fim, uma questão: é possível cumular
os pedidos de relaxamento e de liberdade provisória? Sim! Principalmente,
em casos reais, em que o advogado usa tudo ao seu alcance para conseguir a
liberdade do acusado. Pede-se o relaxamento em preliminar, pois a
alegação é de ilegalidade da prisão, e, subsidiariamente, a concessão de
liberdade provisória, caso o juiz entenda pela legalidade da prisão.
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