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PROCESSO Nº TST-Ag-Ag-E-RR-932-45.2012.5.03.

0135

A C Ó R D Ã O
Órgão Especial
GMRLP/mm/mg

AGRAVO   INTERNO.   RECURSO


EXTRAORDINÁRIO.   PRESSUPOSTO   DE
ADMISSIBILIDADE   DE   RECURSO   DE
COMPETÊNCIA   DO   TST.   AUSÊNCIA   DE
REPERCUSSÃO GERAL. Trata­se de agravo
interno interposto em face de decisão
da Vice­Presidência do TST pela qual
fora   denegado   seguimento   ao   recurso
extraordinário com base em precedente
de   repercussão   geral.  O   Supremo
Tribunal   Federal,   ao   examinar   o
Recurso Extraordinário nº 598.365/MG,
concluiu   que   o   exame   de   questão
alusiva   aos   pressupostos   de
admissibilidade   de   recurso   de
competência   de   outro   Tribunal   se
restringe   ao   âmbito
infraconstitucional,   inexistindo
repercussão   geral  (Tema   181).  Nesse
contexto,   ficam   mantidos   os
fundamentos   adotados   pela   decisão
agravada, restando verificada, ainda,
a manifesta improcedência do presente
agravo, aplicando­se a multa prevista
no § 4º do artigo 1.021 do atual CPC.
Agravo   interno   não   provido,   com
aplicação de multa.

Vistos,   relatados   e   discutidos   estes   autos   de


Agravo em Agravo em Embargos em Recurso de Revista n°  TST­Ag­Ag­E­
RR­932­45.2012.5.03.0135, em que é Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A.
e   são   Agravados  SINDICATO   DOS   TRABALHADORES   NAS   INDUSTRIAS   DA
CONSTRUCAO   E   DO   MOBILIARIO   DE   GOVERNADOR   VALADARES   ­   SINTICOM  e
PROTOP CONSTRUÇÕES E PROJETOS LTDA..

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PROCESSO Nº TST-Ag-Ag-E-RR-932-45.2012.5.03.0135

Trata­se   de   agravo   interno   interposto   em   face   de


decisão da Vice­Presidência do Tribunal Superior do Trabalho em que
denegado   seguimento   ao   recurso   extraordinário   interposto   pela  ora
agravante.
É o relatório.

V O T O

O agravo é tempestivo e ostenta regular


representação processual, razão pela qual dele conheço.
O recurso extraordinário interposto teve seu
seguimento denegado consoante os seguintes fundamentos adotados na
decisão agravada: 
Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão deste
Tribunal que negou provimento ao agravo em recurso de embargos em
todos os seus temas e desdobramentos.
A recorrente suscita preliminar de repercussão geral, apontando
violação aos dispositivos constitucionais que especifica nas razões de
recurso.
É o relatório.
Examino.
Preenchidos os pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
recurso extraordinário.
Consta do acórdão recorrido, nas frações de interesse:
AGRAVO INTERPOSTO CONTRA DECISÃO DE
PRESIDENTE DE TURMA DENEGATÓRIA DE SEGUIMENTO DE
EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014.
LEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO SUBSTITUTO
PROCESSUAL. PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DE
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA E DE DEFERIMENTO DE ISONOMIA
SALARIAL ENTRE OS TRABALHADORES SUBSTITUÍDOS E OS
EMPREGADOS DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS.
Trata-se de ação coletiva ajuizada por sindicato profissional com
pedido de reconhecimento de ilicitude da terceirização a fim de deferir aos
substituídos isonomia salarial com os empregados da empresa tomadora de
serviços. A Turma assentou que não se pleiteiam o vínculo de emprego dos
substituídos com a tomadora de serviços nem o reenquadramento sindical
dos trabalhadores. Registrou que a pretensão é de reconhecimento da
ilicitude da terceirização para o fim de isonomia salarial. Nesse contexto,
verifica-se que o aresto colacionado desserve ao cotejo de teses, porquanto
carece da devida especificidade, exigida nos termos do item I da Súmula nº
296 desta Corte, já que não houve emissão de tese jurídica de mérito no
julgado paradigma, que se limitou a assentar os fundamentos da decisão
regional, invocando o óbice da Súmula nº 126 desta Corte para não
conhecer do recurso de revista. Por outro lado, as Súmulas n os 286 e 374
desta Corte não têm pertinência com a matéria debatida nos autos.
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PROCESSO Nº TST-Ag-Ag-E-RR-932-45.2012.5.03.0135

Agravo desprovido.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo em Embargos em
Recurso de Revista n° TST-Ag-E-RR-932-45.2012.5.03.0135, em que é
Agravante CEMIG DISTRIBUIÇÃO S.A. e são Agravados SINDICATO
DOS TRABALHADORES NAS INDUSTRIAS DA CONSTRUCAO E
DO MOBILIARIO DE GOVERNADOR VALADARES - SINTICOM e
PROTOP CONSTRUÇÕES E PROJETOS LTDA.
Trata-se de agravo interposto pela reclamada, por petição constante
de processo eletrônico (seq. 22), contra decisão da Presidente da Sexta
Turma do TST, por meio da qual se negou seguimento aos seus embargos,
porque não caracterizados os requisitos do artigo 894, inciso II, da CLT
(seq. 20).
Em razões de agravo, a parte sustenta que seu recurso de embargos
deve ser admitido. Alega, em síntese, que demonstrou no recurso de
embargos divergência jurisprudencial específica. Sustenta que a discussão a
respeito da legitimidade do sindicato para atuar como substituto processual
passa pela análise da sua representatividade.
Foi apresentada contraminuta ao agravo (seq. 26).
Os autos não foram remetidos à Procuradoria-Geral do Trabalho, ante
o disposto no artigo 95 do Regimento Interno desta Corte.
É o relatório.
VOTO

AGRAVO INTERPOSTO CONTRA DECISÃO DE PRESIDENTE


DE TURMA DENEGATÓRIA DE SEGUIMENTO DE EMBARGOS
REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014
LEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO SUBSTITUTO
PROCESSUAL. PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DE
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA E DE DEFERIMENTO DE ISONOMIA
SALARIAL ENTRE OS TRABALHADORES SUBSTITUÍDOS E OS
EMPREGADOS DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS
A Sexta Turma desta Corte conheceu do recurso de revista interposto
pelo Sindicato autor por violação do artigo 511, § 2º, da CLT e, no mérito,
deu-lhe provimento para reconhecer a legitimidade ativa do Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Governador
Valadares – SINTICOM-GV para atuar como substituto processual e
determinar o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem para
prosseguir no julgamento do feito.
Eis os fundamentos da referida decisão:
"1.2. LEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO SUBSTITUTO
PROCESSUAL. PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DE
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA E DE DEFERIMENTO DE ISONOMIA
SALARIAL ENTRE OS TRABALHADORES SUBSTITUÍDOS E OS
EMPREGADOS DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS.
CONTROVÉRSIA QUE NÃO TEM REFLEXO NO
ENQUADRAMENTO SINDICAL.
O TRT negou provimento ao recurso do reclamante, sob os seguintes
fundamentos (fls. 960/965):
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do
Mobiliário de Governador Valadares – SINTICOM-GV interpôs Recurso
Ordinário (fls. 809/822) alegando possuir legitimidade ativa para a presente
pretensão. Aduz que ‘representa, efetivamente, a categoria profissional
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PROCESSO Nº TST-Ag-Ag-E-RR-932-45.2012.5.03.0135

relativa aos empregados terceirizados das rés, compreendidos os


relacionados no 3 (terceiro) grupo do Plano da Confederação Nacional
dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário, dentre os
quais os trabalhadores em instalações elétricas, como se verifica do
Estatuto Social’. Afirma que a 1ª Reclamada, Protop, não gera, transmite ou
comercializa energia elétrica, fazendo apenas instalações e melhorias na
rede elétrica, razão pela qual está enquadrada no grupo das Indústrias da
Construção e do Mobiliário. Assevera que atividade da 1ª Reclamada
consiste na prestação de serviços de elaboração de projetos de redes
elétricas e execução dos projetos com a construção de redes elétricas,
instalações de postes, leitura de medidores, dentre outras similares.
Assegura que não tem representação dos trabalhadores concursados da
Cemig, que são representados pelo SINDIELETRO/MG. Citou decisões em
que o SINDIELETRO/MG foi considerado como parte ilegítima para
representar os trabalhadores de empresas terceirizadas em questão. Trouxe
ainda decisões deste Tribunal em que atuou como representante de
trabalhadores terceirizados da Cemig. Colacionou ainda trechos de acordo
coletivo realizado entre si e a Protop e comprovantes de recolhimento de
imposto sindical dos trabalhadores desta empresa em seu favor. Alega que
representa os trabalhadores da 1ª Reclamada (Protop), possuindo
legitimidade para propor a presente ação.
O julgador monocrático (fls. 798/806) reconheceu a ausência de
legitimidade ativa e de interesse processual do Sindicato dos Trabalhadores
nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Governador Valadares –
SINTICOM-GV, para atuar como substituto processual, declarando extinto
o processo sem resolução de mérito. O MM. Juiz José Barbosa Neto
Fonseca Suett entendeu que o Sindicato, ora recorrente, não representa os
substituídos. Afirma que estes deveriam ter sido representados pelo
SINDIELETRO-MG, aduzindo que o objeto da presente ação é a
declaração de ilicitude da terceirização perpetrada pelas reclamadas,
reconhecimento de isonomia salarial dos substituídos com os empregados
da CEMIG bem como a aplicação dos instrumentos coletivos por esta
firmados.
Examino.
O Sindicato possui legitimidade ativa para atuar na defesa dos direitos
e interesses coletivos ou individuais da categoria, nos termos do artigo 8º,
inciso III, da CF/88. O STF já reconheceu a legitimidade extraordinária do
sindicato para atuar como substituto processual dos empregados da
categoria (RE 182.543-0- SP, RE 202.063-0-PR, MI ‘ 347-5-SC), o que fez
com que o TST cancelasse a súmula 310 do TST, que limitava a atuação do
sindicato como substituto processual.
A legitimação conferida ao Sindicato pela atual ordem constitucional
permite uma maior efetivação de direitos e garantias assegurados aos
empregados representados. A substituição processual sindical é um
importante instrumento para salvaguardar os direitos laborais, pois, ao
serem reivindicados os direitos trabalhistas por intermédio dos Sindicatos,
afasta-se a possibilidade de retaliação aos empregados, sendo notória a
dificuldade de o empregado, individualmente, ajuizar uma demanda
enquanto o contrato encontra-se em vigor.
Na maioria das vezes, os trabalhadores prejudicados só pleiteiam os
direitos que lhe foram sonegados após a rescisão contratual, diante do

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receio de sofrer alguma retaliação ou a perda do emprego. Por essa razão a


Justiça do Trabalho é conhecida como a Justiça dos desempregados.
No presente caso, a discussão a respeito da legitimidade do Sindicato
para atuar como substituto processual passa pela análise sobre a existência
de representatividade do Sindicato-reclamante no que se refere aos ora
substituídos.
Os arts. 511 e 570 da CLT assim dispõem sobre o tema:
‘Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e
coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os
que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores
autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma
atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas.
§ 1º A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem
atividades idênticas, similares ou conexas, constitue o vínculo social básico
que se denomina categoria econômica.
§ 2º A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou
trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade
econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a
expressão social elementar compreendida como categoria profissional.
§ 3º Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos
empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de
estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida
singulares.
§ 4º Os limites de identidade, similaridade ou conexidade fixam as
dimensões dentro das quais a categoria econômica ou profissional é
homogênea e a associação é natural.
(...)
Art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias
econômicas ou profissionais, específicas, na conformidade da
discriminação do quadro das atividades e profissões a que se refere o art.
577 ou segundo ae subdivisões que, sob proposta da Comissão do
Enquadramento Sindical, de que trata o art. 576, forem criadas pelo
ministro do Trabalho, Indústria e Comércio.
Parágrafo único - Quando os exercentes de quaisquer atividades ou
profissões se constituírem, seja pelo número reduzido, seja pela natureza
mesma dessas atividades ou profissões, seja pelas afinidades existentes
entre elas, em condições tais que não se possam sindicalizar eficientemente
pelo critério de especificidade de categoria, é-lhes permitido sindicalizar-
se pelo critério de categorias similares ou conexas, entendendo-se como
tais as que se acham compreendidas nos limites de cada grupo constante
do Quadro de Atividades e Profissões.’
Da leitura dos dispositivos acima transcritos, verifico que a categoria
econômica é definida em razão da atividade principal da empresa. Nos
termos do §1º do art. 511 da CLT ‘a solidariedade de interesses econômicos
dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constitui o
vínculo social básico que se denomina categoria econômica’.
Já a categoria profissional é definida em razão da atividade
econômica exercida pelo empregador (§2º do art. 511 da CLT).
A exceção fica por conta dos empregados integrantes da categoria
profissional diferenciada constituída pelos ‘empregados que exerçam
profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional

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especial ou em consequência de condições de vida singulares’ (§3º do art.


511 da CLT).
O enquadramento sindical do empregado, portanto, nos termos do art.
570 da CLT, decorre da atividade preponderante da empresa empregadora a
não ser em casos de categoria profissional diferenciada. Nestes termos, se o
empregado não pertence a categoria profissional diferenciada prevista no
§3º do art. 511 da CLT, vai ser enquadrado na categoria profissional
correspondente à atividade preponderante do empregador.
No caso dos autos, conforme mencionado na inicial (fl. 02), os
substituídos são José Henrique Barbosa, Marcelo Gonçalves Vieira e
Renato Gonçalves de Magalhães, todos motoristas, contratados pela 1ª
Reclamada (Protop) para prestar serviços de manutenção da rede elétrica da
2ª Reclamada (Cemig). O objeto do contrato prevê serviços concernentes à
atividade principal da 1ª Reclamada (Protop) (fl. 649).
O objeto social da 1ª Reclamada (Protop) é ‘a prestação de serviços
de levantamento topográfico, elaboração de projetos de redes elétricas e
execução dos projetos com a construção de redes elétricas, instalações de
postes, corte de forneciemnto de energia elétrica, leitura de medidores,
entrega em domicílio de contas de consumo energético, preparação de
aceiros e limpeza em faixa de aceiros, prestação de serviços da construção
civil com a edificação predial residencial e comercial, conservação e
limpeza de imóveis’ (fl. 612v).
Já o objeto social da Cemig é ‘estudar, planejar, projetar, construir,
operar e explorar sistemas de distribuição e comercialização de energia
elétrica e serviços correlatos que lhe tenham sido ou venham a ser
concedidos, por qualquer título’ (fl. 685v).
Os empregados da 2ª reclamada (Cemig) não possuem o mesmo
enquadramento sindical daqueles da 1ª reclamada (Protop), nos termos da
própria lei, considerando-se os objetos sociais acima mencionados.
Conforme se verifica dos pedidos relacionados na inicial em questão
(fl. 32) os substituídos pretendem, em síntese, a condenação solidária ou
subsidiária das Reclamadas, a declaração da ilicitude da terceirização
engendrada, isonomia salarial dos substituídos com os empregados da
Cemig e aplicação do plano de cargos e remunerações e técnico da Cemig
com o pagamento das diferenças decorrentes.
Nestes termos, constato que a discussão cinge-se à obtenção de
isonomia de direitos entre os substituídos e os trabalhadores da Cemig, o
que não significa modificação de empregador e, consequentemente, do
enquadramento sindical decorrente da atividade preponderante da
empregadora.
Sobre o tema, transcrevo trecho do voto proferido pelo Juiz
Convocado Mauro César Silva em caso semelhante no processo nº 00703-
2012- 135-03-00-5 – AIRO, julgado em 27.11.2013:
‘Com efeito, trata-se de pedido que se refere à isonomia salarial.
Não se pretende, tampouco se discute, a mudança ou alteração da
apontada coletividade de trabalhadores e substituídos de base territorial
ou mesmo declaração de relação de emprego de tais trabalhadores
substituídos com a CEMIG, até por que o próprio Sindicato-autor, ora
recorrente, menciona tal impossibilidade, ao lembrar que se trata de
empresa pública, cujo ingresso nos quadros depende de prévia aprovação
em concurso de provas e títulos.

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Dessa forma, tais substituídos não poderiam ser representados pelo


SINDIELETRO-MG, como decidido na origem. Isso porque não são
empregados da CEMIG, mas da empresa prestadora de serviços para a
CEMIG. E é nessa condição que o Sindicato-autor se apresenta a juízo.
Vale dizer, se o pleito fosse de declaração de relação de emprego com
a CEMIG, a entidade sindical estaria formulando declaração no sentido de
que estes trabalhadores substituídos seriam empregados da CEMIG e,
portanto, pertencentes ao SINDIELETRO-MG, o que, frisa-se, não é o caso
dos autos.
Quando o SINTICOM-GV aponta questões referentes a identidades
de função e cumprimento dos objetivos sociais da CEMIG, o faz na
perspectiva da isonomia salarial e de tratamento.
Ora, tratando-se de pleito referente a isonomia, ou seja, aplicação
dos termos dos acordos e convenções coletivas, tais empregados
permanecem no âmbito da representação do Sindicato-autor, parte legítima
para substituí-los, conforme se observa dos instrumentos coletivos de fls.
727/751 Eventual posicionamento em sentido diverso, retiraria dos
substituídos o direito de representação sindical (art. 8ª, III, da CF) na
medida em que, em não sendo empregados da CEMIG, não poderiam ser
representados pelo SINDIELETRO-MG, tampouco pelo Sindicato-autor,
em pleito de aplicação das normas convencionais.
Diante disso, o Sindicato recorrente, que representa os trabalhadores
nas indústrias da construção e do mobiliário, detém representação sindical
para defender os interesses dos substituídos, que postulam tratamento
isonômico com os empregados da CEMIG. rspectiva da isonomia salarial e
de tratamento.’
Outro entendimento deixaria os substituídos sem opção uma vez que
não são empregados da Cemig e não podem ser representados pelo
sindicato da categoria profissional, o SINDIELETROMG.
Transcrevo ainda ementa referente a acórdão de relatoria do Juiz
Convocado Márcio Toledo Gonçalves, julgado em 28.06.2013, no processo
nº 00723-2012-135-03-00-6-RO, que tem as mesmas partes do presente
caso:
‘EMENTA: REPRESENTAÇÃO SINDICAL. LEGITIMIDADE
EXTRAORDINÁRIA PARA POSTULAR ISONOMIA SALARIAL DOS
EMPREGADOS TERCEIRIZADOS COM OS EMPREGADOS DA CEMIG.
Tratando-se de ação em que se postula a declaração de ilicitude de
terceirização perpetrada pela CEMIG com empresa prestadora de
serviços, a isonomia salarial dos substituídos (empregados terceirizados)
com os empregados da CEMIG, bem como a aplicação dos instrumentos
coletivos firmados por esta e o SINDIELETROMG, apenas este Sindicato
profissional que representa os empregados da tomadora dos serviços detém
legitimidade extraordinária ativa para postular esses direitos.’
Por fim, ressalto que o Sindicato pretende nestes autos defesa de
direito individual homogêneo, isto é, direito comum, que diz respeito aos
trabalhadores substituídos, embora eventual lesão sofrida pelos seus
titulares devam ser apuradas individualmente.
Ante o exposto, este Relator daria parcial provimento ao Recurso
Ordinário interposto pelo Sindicato-reclamante para reformando a sentença
de origem, declarar a sua legitimidade ativa para atuar no presente feito.
Considerando que os pedidos formulados na inicial não foram objeto de
apreciação na instância de origem e para se evitar a supressão de instância,
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este Relator determinaria o retorno dos autos à instância de origem, para,


reconhecida a legitimidade ativa do sindicato profissional, seja prolatada
nova sentença quanto aos pedidos formulados na inicial, como entender de
direito.
Todavia, os demais julgadores componentes da Eg. Turma, adotaram
entendimento diverso, qual seja:
Como se sabe, cabe aos sindicatos a defesa dos interesses e direitos
metaindividuais da categoria respectiva que representa.
Neste aspecto, não tem o SINTICOM - Sindicato dos Trabalhadores
na Construção - legitimidade ativa para a pretensão de isonomia dos
substituídos processuais com os empregados da CEMIG, sob a alegação de
que haveria ilicitude na terceirização, haja vista que o possível provimento
dos pleitos exordiais conduziria, inevitavelmente, ao enquadramento
sindical daqueles substituídos à atividade preponderante da empregadora
CEMIG, não tendo, assim, o Autor legitimidade para exigir o cumprimento
dos instrumentos negociais coletivos firmados por outro Sindicato
profissional, no caso o SINDIELETRO, porquanto esta legitimidade só é
conferida ao sindicato signatário de tais instrumentos, não a outro Sindicato
de categoria diversa e que não firmou as normas coletivas que busca sua
aplicação.
Noutro passo, não se pode olvidar que os substituídos processuais são
motoristas (exordial, f. 02), ou seja, empregados integrante de categoria
profissional diferenciada que não têm o direito de haver vantagens previstas
em instrumento coletivo no qual não foram representados por órgão de
classe de sua categoria (Súmula 374/TST).
Deste modo, quem tem interesse e legitimidade para a pretensão
exordial é o sindicato dos eletricitários - SINDIELETRO, haja vista que o
sucesso na ação alcançaria, em última análise, o correto enquadramento dos
substituídos processuais que seriam, assim, representados pelo ente de sua
verdadeira categoria profissional.
Razões pelas quais, por maioria nega-se provimento ao Recurso
Ordinário, mantendo a r. sentença recorrida no aspecto, ficando vencido o
Relator.
O sindicato reclamante sustenta a legitimidade ativa para a defesa dos
interesses e direitos coletivos ou individuais homogêneos das categorias
que representam, tais como a terceirização ilícita. Afirma que tem
legitimidade para representar a categoria dos terceirizados, pois o
enquadramento sindical se dá pela verificação da atividade preponderante
do empregador na base territorial onde atua.
Afirma que representa a categoria profissional relativa aos
empregados terceirizados das reclamadas, compreendidos os relacionados
no 3º (terceiro) grupo do Plano da Confederação Nacional dos
Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário, dentre os quais
os trabalhadores em instalações elétricas, como se verifica do Estatuto
Social.
Argumenta que a reclamada Protop é empresa que se enquadra no
terceiro grupo da Confederação Nacional da Indústria (Indústrias da
Construção e do Mobiliário), uma vez que não comercializa, distribui ou
efetivamente produz energia elétrica, mas se limita a instalar, construir ou
realizar melhorias na rede elétrica. Diz que o SINDIELETRO, por sua vez,
se enquadra no quarto grupo da Confederação Nacional da Indústria
(Indústria de Energia Elétrica). Assevera que, por essas razões, e à luz do
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princípio da especificidade, é mais adequada a filiação dos substituídos ao


Sindicato recorrente (SINTICOM).
Argumenta que o reconhecimento da ilicitude da terceirização não
altera a questão.
Alega violação dos arts. 511, §§ 2º e 3º, e 570 da CLT, 8º, III, 81, III,
do CDC. Diz que foi contrariada a OJ nº 22 da SDC. Colaciona arestos.
À análise.
O TRT reconheceu em tese a legitimidade dos sindicatos para a
defesa dos interesses e direitos individuais homogêneos da categoria que
representa. Contudo, no caso concreto, afastou a legitimidade do sindicato
dos trabalhadores da empregadora PROTOP sob o fundamento de que não
teria representatividade no que se refere aos substituídos.
A Corte regional entendeu que, havendo a pretensão de
reconhecimento da ilicitude da terceirização, a eventual procedência do
pedido implicaria o enquadramento sindical dos trabalhadores substituídos
consoante a atividade preponderante da empresa tomadora dos serviços –
CEMIG. E, nesse contexto, o sindicato dos trabalhadores da CEMIG é que
deveria ter ajuizado a ação.
Ocorre que nestes autos não se pleiteia o vínculo de emprego dos
trabalhadores substituídos com a CEMIG, até porque o próprio sindicato
autor menciona a impossibilidade de tal pedido, ante a exigência de prévia
aprovação em concurso público para ingresso nos quadros de empresa
pública. Tampouco se requer o enquadramento sindical dos trabalhadores
na atividade preponderante da CEMIG.
Cinge-se a pretensão ao reconhecimento da ilicitude da terceirização
para o fim de isonomia salarial dos trabalhadores substituídos com os
empregados da empresa tomadora de serviços CEMIG.
Diante desse contexto, a eventual procedência dos pedidos da inicial
não importa modificação do enquadramento sindical dos trabalhadores
substituídos, que permanecem vinculados ao sindicato autor.
De outra maneira, os empregados substituídos estariam à margem do
direito à representação sindical (art. 8º, III, da CF), uma vez que não
poderiam ser representados pelo SINTICOM (sindicato autor nestes autos),
tampouco pelo SINDIELETRO, por não serem empregados da CEMIG.
Assim, o SINTICOM representa os substituídos e tem legitimidade
para defender os seus interesses.
Nos termos do art. 511, § 2º, da CLT, a categoria profissional é
definida em razão da atividade econômica exercida pelo empregador; e o
enquadramento sindical do empregado, decorre da atividade preponderante
da empresa empregadora, ao teor do art. 570 do citado diploma:
Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e
coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os
que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos
ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou
profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas.
(...)
§ 2º A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou
trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade
econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a
expressão social elementar compreendida como categoria profissional.

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Art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias


econômicas ou profissionais, específicas, na conformidade da
discriminação do quadro das atividades e profissões a que se refere o art.
577 ou segundo as subdivisões que, sob proposta da Comissão do
Enquadramento Sindical, de que trata o art. 576, forem criadas pelo
ministro do Trabalho, Indústria e Comércio.

No caso dos autos não pode subsistir a má-aplicação do art. 511, § 2º,
da CLT, utilizado pela Corte regional como fundamento para manter a
sentença que afastou a legitimidade ativa do sindicato autor.
Ante o exposto, conheço por má-aplicação do art. 511, § 2º, da CLT.
MÉRITO
LEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO SUBSTITUTO
PROCESSUAL. PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DE
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA E DE DEFERIMENTO DE ISONOMIA
SALARIAL ENTRE OS TRABALHADORES SUBSTITUÍDOS E OS
EMPREGADOS DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS.
CONTROVÉRSIA QUE NÃO TEM REFLEXO NO
ENQUADRAMENTO SINDICAL.
Como consequência do conhecimento do recurso de revista, por má-
aplicação do art. 511, § 2º, da CLT, dou-lhe provimento para reconhecer a
legitimidade ativa do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da
Construção e do Mobiliário de Governador Valadares – SINTICOM-GV
para atuar como substituo processual e determinar o retorno dos autos à
Vara do Trabalho de origem para prosseguir no julgamento do feito"
(grifou-se, seq. 11).
A reclamada, então, interpôs recurso de embargos, regido pela Lei nº
13.015/2014 (seq. 14), no qual alegou haver contrariedade às Súmulas n os
286 e 374 do TST e divergência jurisprudencial sobre o tema.
A Presidente da Sexta Turma denegou seguimento aos embargos em
decisão assim fundamentada:
"LEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO SUBSTITUTO
PROCESSUAL. PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DE
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA E DE DEFERIMENTO DE ISONOMIA
SALARIAL ENTRE OS TRABALHADORES SUBSTITUÍDOS E OS
EMPREGADOS DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS.
CONTROVÉRSIA QUE NÃO TEM REFLEXO NO
ENQUADRAMENTO SINDICAL.
A c. 6ª Turma deu provimento a Recurso de Revista, conforme os
fundamentos expostos na seguinte ementa:

LEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO SUBSTITUTO


PROCESSUAL. PRETENSÃO DE RECONHECIMENTO DE
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA E DE DEFERIMENTO DE ISONOMIA
SALARIAL ENTRE OS TRABALHADORES SUBSTITUÍDOS E OS
EMPREGADOS DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS.
CONTROVÉRSIA QUE NÃO TEM REFLEXO NO
ENQUADRAMENTO SINDICAL. 1 – O TRT reconheceu em tese a
legitimidade dos sindicatos para a defesa dos interesses e direitos
individuais homogêneos da categoria que representa. Contudo, no caso
concreto, afastou a legitimidade do sindicato dos trabalhadores da
empregadora PROTOP sob o fundamento de que não teria
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representatividade no que se refere aos substituídos. 2 – A Corte regional


entendeu que, havendo a pretensão de reconhecimento da ilicitude da
terceirização, a eventual procedência do pedido implicaria o enquadramento
sindical dos trabalhadores substituídos consoante a atividade preponderante
da empresa tomadora dos serviços CEMIG. E, nesse contexto, o sindicato
dos trabalhadores da CEMIG é que deveria ter ajuizado a ação. 3 – Ocorre
que nestes autos não se pleiteia o vínculo de emprego dos trabalhadores
substituídos com a CEMIG, até porque o próprio sindicato autor menciona
a impossibilidade de tal pedido, ante a exigência de prévia aprovação em
concurso público para ingresso nos quadros de empresa pública. Tampouco
se requer o enquadramento sindical dos trabalhadores na atividade
preponderante da CEMIG. Cinge-se a pretensão ao reconhecimento da
ilicitude da terceirização para o fim de isonomia salarial dos trabalhadores
substituídos com os empregados da empresa tomadora de serviços CEMIG.
4 - Diante desse contexto, a eventual procedência dos pedidos da inicial não
importa modificação do enquadramento sindical dos trabalhadores
substituídos, que permanecem vinculados ao sindicato autor. 5 - De outra
maneira, os empregados substituídos estariam à margem do direito à
representação sindical (art. 8º, III, da CF), uma vez que não poderiam ser
representados pelo SINTICOM (sindicato autor nestes autos), tampouco
pelo SINDIELETRO, por não serem empregados da CEMIG. 6 - Assim, o
SINTICOM representa os substituídos e tem legitimidade para defender os
seus interesses. 7 – No caso dos autos não pode subsistir a má-aplicação do
art. 511, § 2º, da CLT (enquadramento sindical), utilizado pela Corte
regional como fundamento para manter a sentença que afastou a
legitimidade ativa do sindicato autor. 8 - Recurso de revista a que se dá
provimento.

Alegações recursais: A Reclamada opôs Embargos à SBDI-1,


alegando que o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e
do Mobiliário de Governador Valadares – SINTICOM/GV não possui
legitimidade ativa para promover a pretensão de isonomia salarial dos
substituídos processuais com os empregados da CEMIG, pois o pleito
formulado acarretaria a alteração do enquadramento dos trabalhadores
substituídos e consequente ausência de representatividade sindical por parte
do Sindicato presente nesse processo. Traz aresto para comprovação de
divergência jurisprudencial.
Indica ainda contrariedade à Súmula nº 286 do TST, pois entende que
se concedeu legitimidade para Sindicato pleitear o cumprimento de norma
coletivas celebradas com ente sindical diverso.
Aponta a contrariedade à Súmula nº 374 do TST, pois alega que os
trabalhadores substituídos seriam integrantes de categoria profissional
diferenciada – motoristas.
Exame dos arestos colacionados: O aresto colacionado não autoriza o
seguimento dos Embargos, pois não se verifica a adoção expressa de tese
jurídica contraposta àquela adotada no acórdão turmário. O aresto
colacionado se limita a examinada a possibilidade ou não de provimento de
Agravo de Instrumento, tratando, em essência, do exame dos pressupostos
processuais de admissibilidade do Recurso de Revista então interposto.
Nota-se, a propósito, que algumas das premissas suscitadas nos
presente Embargos não foram objeto de exame no aresto confrontado, em
vista de óbices processuais.
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O acórdão turmário, por seu turno, entende que o Sindicato autor


detém legitimidade para representar – por substituição processual – os
interesses dos trabalhadores a ele vinculados, pois não está em questão o
enquadramento sindical mas a defesa de interesses individualizáveis dos
substituídos. O exame das razões próprias do aresto cotejado não revela a
exposição de tese autônoma contraposta ao fundamento jurídico adotado no
acórdão ora embargado.
Exame da contrariedade à Súmula do TST. Não se verifica
contrariedade à Súmula nº 286 do TST, pois a questão jurídica examinada
no acórdão turmário não envolve a discussão da extensão do objeto da ação
de cumprimento.
Não se verifica contrariedade à Súmula nº 374 do TST, pois o
entendimento expresso nesse verbete trata de questão de direito material –
âmbito subjetivo de eficácia de norma coletiva - e não da questão
processual – legitimidade ativa para substituição processual – tratada no
acórdão embargado
Nego seguimento aos Embargos, nos termos do artigo 93, VIII, do
Regimento Interno do TST" (seq. 20).
A agravante, nas razões recursais, sustenta que seu recurso de
embargos é admissível, porquanto foram demonstradas divergência
jurisprudencial válida e contrariedade às Súmulas nos 286 e 374 do TST.
Sustenta que a discussão a respeito da legitimidade do sindicato para
atuar como substituto processual passa pela análise da sua
representatividade.
Sem razão.
Trata-se de ação coletiva ajuizada pelo Sindicato dos Trabalhadores
nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Governador Valadares –
SINTICOM com pedido de reconhecimento de ilicitude da terceirização
perpetrada pela CEMIG Distribuição S.A. a fim de deferir aos substituídos
isonomia salarial com os seus empregados.
A Turma assentou que não se pleiteiam o vínculo de emprego dos
substituídos com a CEMIG nem o enquadramento sindical dos
trabalhadores na atividade preponderante da tomadora de serviços.
Registrou que a pretensão é de reconhecimento da ilicitude da
terceirização para o fim de isonomia salarial dos trabalhadores substituídos
com os empregados da empresa tomadora de serviços, CEMIG.
Nesse contexto, verifica-se que o aresto colacionado desserve ao
cotejo de teses, porquanto carece da devida especificidade, exigida nos
termos do item I da Súmula nº 296 desta Corte, já que não revela teses
diversas acerca da interpretação do mesmo dispositivo legal diante do
mesmo quadro fático retratado nos autos.
Com efeito, não houve emissão de tese jurídica de mérito no julgado
paradigma, que se limitou a assentar os fundamentos da decisão regional,
invocando o óbice da Súmula nº 126 desta Corte para o conhecimento do
recurso de revista.
Assim, não havendo tese jurídica de mérito na decisão embargada, é
inviável o cotejo de teses, nos termos em que exige o item I da Súmula nº
296 desta Corte.
Por outro lado, as Súmulas nos 286 e 374 desta Corte não têm
pertinência com a matéria debatida nos autos, concernente à legitimidade
ativa de sindicato para postular, como substituto processual, o
reconhecimento de terceirização ilícita para os fins de isonomia salarial dos
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trabalhadores substituídos com os empregados da empresa tomadora de


serviços, enquanto os verbetes sumulares tratam de legitimidade do
sindicato para propor ação de cumprimento e aplicação de normas coletivas
a categoria profissional diferenciada, respectivamente.
Assim, são inespecíficos os verbetes sumulares apontados como
contrariados.
Diante desses fundamentos, não infirmadas as razões de denegação de
seguimento dos embargos, nego provimento ao agravo. (g.n.)
Constata-se, no acórdão objeto do recurso extraordinário, que a
SBDI-1 do TST negou provimento ao agravo em razão da ausência do
requisito de admissibilidade recursal referido na Súmula n.º 296, I, do TST,
e ante a impertinência das Súmulas nos 286 e 374 desta Corte com a matéria
debatida nos autos.
O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que o exame de
questão alusiva a pressupostos de admissibilidade de recursos de
competência de outro Tribunal se restringe ao âmbito infraconstitucional,
inexistindo questão constitucional com repercussão geral ("Tema 181" do
ementário temático de Repercussão Geral do STF).
Tal entendimento foi consagrado no julgamento do RE 598.365, da
relatoria do Min. Ayres Britto, conforme a ementa do referido julgado:
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA
COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
A questão alusiva ao cabimento de recursos da competência de outros
Tribunais se restringe ao âmbito infraconstitucional. Precedentes. Não
havendo, em rigor, questão constitucional a ser apreciada por esta nossa
Corte, falta ao caso "elemento de configuração da própria repercussão
geral", conforme salientou a ministra Ellen Gracie, no julgamento da
Repercussão Geral no RE 584.608. (RE 598365 RG, Relator: Min. Ayres
Britto, DJe-055 DIVULG 25-03-2010 PUBLIC 26-03-2010 EMENT VOL-
02395-06 PP-01480 RDECTRAB v. 17, n. 195, 2010, p. 213-218 )
Com efeito, os artigos 1.030, I, "a", e 1.035, § 8º, do CPC
estabelecem que a decisão do Supremo Tribunal Federal não reconhecendo
a repercussão geral estende-se a todos os recursos envolvendo a mesma
questão jurídica, pelo que evidenciada a similitude entre o presente caso e o
espelhado no aludido precedente, impõe-se o juízo negativo de
admissibilidade, não se colocando como pertinente a tese de violação aos
dispositivos constitucionais indicados pela parte recorrente.
A propósito, cumpre registrar que não tendo havido no acórdão
recorrido exame de mérito da controvérsia debatida no recurso
extraordinário, dada a imposição de óbice de natureza exclusivamente
processual, a única questão passível de discussão seria a relativa aos
pressupostos de admissibilidade do recurso de competência do TST, cuja
possibilidade de reexame já foi afastada pelo Supremo Tribunal Federal por
ausência de repercussão geral da matéria.
Do exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário e determino a
baixa dos autos à origem após o transcurso in albis do prazo para
interposição de recurso.
A agravante sustenta a existência de repercussão
geral da matéria constitucional apresentada no recurso
extraordinário, hábil a autorizar o processamento do apelo.
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Sem razão, contudo.


Inicialmente, tem­se, na esteira do julgamento do
Pleno do Supremo Tribunal Federal no AI 760.358/SE (Relator Gilmar
Mendes), que a decisão na qual se aplica precedente de repercussão
geral desafia agravo interno para a Corte de origem, recebido no TST
como agravo do artigo 1.021, § 4º, do atual CPC. Tal orientação foi
acolhida pelo CPC vigente no artigo 1.030, § 2º. Nesse contexto, não
se cogita de usurpação de competência ou contrariedade à Súmula 727
do STF.
O exame dos autos revela que a SBDI1 do Tribunal
Superior do Trabalho negou provimento ao agravo em recurso de
embargos por ausência do pressuposto de admissibilidade referido na
Súmula/TST nº 296, I e pela impertinência das Súmulas/TST nºs 286 e
374 com a matéria debatida nos autos.
O Supremo Tribunal Federal, ao examinar o Recurso
Extraordinário nº 598.365/MG, concluiu que o exame de questão
alusiva aos pressupostos de admissibilidade de recurso de
competência de outro Tribunal se restringe ao âmbito
infraconstitucional, inexistindo questão constitucional com
repercussão geral (Tema 181).
Transcrevo o teor da ementa do referido julgado:
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA
COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
A questão alusiva ao cabimento de recursos da competência de outros
Tribunais se restringe ao âmbito infraconstitucional. Precedentes. Não
havendo, em rigor, questão constitucional a ser apreciada por esta nossa
Corte, falta ao caso "elemento de configuração da própria repercussão
geral", conforme salientou a ministra Ellen Gracie, no julgamento da
Repercussão Geral no RE 584.608. (RE 598365 RG, Relator: Min. Ayres
Britto, DJe-055 DIVULG 25-03-2010 PUBLIC 26-03-2010 EMENT VOL-
02395-06 PP-01480 RDECTRAB v. 17, n. 195, 2010, p. 213-218)
Ressalte-se que a negativa de provimento do agravo
em recurso de embargos, por ausência de pressuposto de
admissibilidade, impediu o exame da matéria alegada no recurso
extraordinário, razão pela qual o caso, efetivamente, atrai o
aludido precedente de repercussão geral.

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Nesse contexto, ficam mantidos os fundamentos


adotados pela decisão agravada, restando verificada, ainda, a
manifesta improcedência do presente agravo, aplicando-se a multa
prevista no § 4º do artigo 1.021 do atual CPC.
Pelo exposto, nego provimento ao agravo,
condenando a agravante ao pagamento de multa a favor da parte
contrária, no importe de 5% do valor atualizado da causa,
equivalente a R$ 1.337,50 (mil, trezentos e trinta e sete reais e
cinquenta centavos), na forma do artigo 1.021, § 4º, do atual CPC.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros do Órgão Especial do Tribunal
Superior   do   Trabalho,   por   unanimidade,   negar   provimento   ao   agravo
interno, condenando a agravante ao pagamento de multa na forma do
artigo 1.021, § 4º, do CPC, a favor da parte contrária, no importe
de 5% do valor atualizado da causa, equivalente a R$ R$ 1.337,50
(mil, trezentos e trinta e sete reais e cinquenta centavos),
considerando a manifesta improcedência do apelo.
Brasília, 2 de setembro de 2019.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


RENATO DE LACERDA PAIVA
Ministro Vice-Presidente do TST

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