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Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.
São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.
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erros, velocidade que significa fazer rápido e indica fluxo rápido, confiabilidade que significa
fazer pontualmente e indica operação confiável, flexibilidade que significa mudar o que está
sendo feito e indica habilidade de mudar e finalmente o custo que significa fazer barato e ter
alta produtividade total.
Dessa maneira, esse trabalho tem como objetivo a minimização de refugos de uma linha de
produção de cremalheiras de sistemas de direção hidráulico, a fim de colaborar para o
aumento da capacidade produtiva e para o atingimento das metas de qualidade.
2. Metodologia
O projeto de redução de refugo foi realizado durante dois meses na empresa TRW
Automotive Ltda localizada em Lavras - MG, que atua com destaque no ramo de mecanismos
de direção. Para a execução do projeto foi selecionada uma das áreas de usinagem de
cremalheiras do mecanismo de direção hidráulico que apresenta o maior volume de produção
e a performance de qualidade comprometida com o alto índice do refugo.
Para tratar do problema do refugo em questão foi adotada a metodologia Seis Sigma, trilhado
pelo caminho DMAIC, que se tornou propício pelo enfoque de seu roteiro (Definir – D, Medir
– M, Analisar – A, Melhorar – I, Controlar - C) e de suas ferramentas no entendimento e
análise do problema do refugo.
O trabalho consistiu de duas etapas nas quais foram aplicadas várias ferramentas do caminho
DMAIC. Nas etapas Definir, Medir e Analisar foram estudados os requisitos e necessidades
do projeto para a determinação dos processos críticos, o estado atual do processo para a
definição de metas de aprimoramento e determinar a causa raiz dos problemas de processo da
usinagem. Já nas etapas Melhorar e Controlar iniciou-se o aperfeiçoamento do processo,
eliminando os erros através do desenvolvimento de novas soluções, sendo estabelecidos
novos padrões de controle.
Como meta para o projeto foi determinado um índice de 0,7% de refugo em relação ao
volume produzido. Para este trabalho estruturou-se um time funcional com participação de
representantes das áreas de Engenharia, Produção, Qualidade e Manutenção.
3. Etapas Definir, Analisar e Medir
Nestas fases o foco do time foi mapear cada etapa de fabricação, buscando uma base histórica
de 7 de meses das falhas de fabricação, estratificando-as por equipamento e defeito.
3.1. A voz do cliente
A redução do refugo causa impacto direto na redução do número de não conformidades e,
consequentemente, na redução da quantidade de reclamações do cliente.
3.2. Fluxograma do processo
Esta ferramenta permitiu obter uma visão macro do processo no qual os detalhes foram
agregados, através de uma representação gráfica ilustrativa das etapas seguidas pela
cremalheira dentro do processo de usinagem (Figura 1).
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Figura 1 – Fluxograma da célula de usinagem de cremalheiras.
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Figura 3 – Mapeamento do processo.
As variáveis registradas nas fichas de registro de controle (FRC) são controladas pelos
operadores através dos calibradores existentes na própria linha de usinagem; já o autocontrole
(AC) não possui nenhuma forma de registro e é feito também pelos operadores no momento
da execução de determinada operação, tratando-se geralmente de uma inspeção visual da
cremalheira. Ao lado disso, as variáveis mensuradas em laboratório (LAB) são registradas
também na FRC. Cabe ressaltar que cada variável do processo apresenta a sua freqüência de
controle para que seja efetuado o registro.
3.6. Brainstorming
Realizamod brainstorming com todos os operadores envolvidos na linha de usinagem em
questão, a fim de identificar as possíveis causas geradoras de refugo, como mostrado na
Tabela 2 a seguir.
O brainstorming é uma ferramenta para a geração idéias, conceito e soluções relacionadas a
um tópico específico num ambiente livre e sem restrições. É útil quando se deseja gerar em
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curto prazo uma grande quantidade de idéias sobre um assunto a ser resolvido, possíveis
causas de um problema, abordagens a serem usadas ou ações a serem tomadas.
OPERAÇÃO MÁQUINA DEFEITO MOTIVO
Ausência de dispositivo para alinhar os
Retífica de
Retificar região dos dentes Facetamento rolos de apoio ao mesmo tempo,
mergulho danificando o paralelo da retifica
Posicionamento incorreto da
Cremalheira brochada fora da região cremalheira
Brochar os dentes Brochadeira Modificar limpeza por óleo da
Marcas de cavaco fora do especificado ferramenta para jato de ar
Falha do bi-manual O rebarbador avança junto com a broca
Abrir furos de respiro Furadeira Chanfro fora do especificado Falta de Pré-set nas brocas
Quebra prematura das brocas --------
A peça não posiciona a 90º em relação Ausência de sistema de fixação que
Fresar rasgos nas ao plano proporcione fixação angular de 90º
Fresadora
extremidades Travamento da mola --------
Rebarbas --------
Ausência de bico de ar para limpeza
Sujeira nos indutores dos indutores
Temperar e revenir haste e Têmpera de
Alarme de vazão --------
dentes por indução indução Cremalheiras acumuladas na bandeja
Oxidação das cremalheiras de contenção
Polir costa dos dentes Politriz Erro de forma na cremalheira (buraco) Travamento do rebolo
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3.8. Histórico do refugo
Todo o refugo da empresa é controlado atualmente por meio de um sistema de planilhas
eletrônicas (Figura 5), para identificar as principais causas e equipamentos geradores de
refugo.
Verifica-se na Figura 6 que um mesmo defeito está identificado para diferentes equipamentos
e também que existe uma classificação “Defeito não Codificado”, dificultando a estratificação
do refugo. Com o início do trabalho a forma de registro do refugo foi modificada, sendo
criados códigos para cada defeito por equipamento e a classificação “Defeito não Codificado”
deixou de ser utilizada.
Em seguida, foram identificadas as quantidades totais de refugo por falha e equipamento
(Figura 6) por meio de sua estratificação, sendo aplicada a técnica de Pareto, para estabelecer
uma ordenação nas causas de perdas que devem ser sanadas. O diagrama contribuiu com a
priorização da ação.
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Analisando os 4 maiores geradores de refugo no Pareto da Figura 6A (Diâmetro Externo
Maior/Menor, PC. Def./Queimada, Dureza Fora do Especificado e Mancha de Usinagem),
desconsiderando o ajuste de máquina pois esta classificação tem relação com todos os
equipamentos da linha, e relacionando estes com o gráfico da Figura 6B, em um primeiro
momento do trabalho foi dado foco nos equipamentos Têmpera de Indução e Retífica de
Passagem, pois ambos eram os responsáveis pelas quatro falhas que mais geravam refugo na
linha de usinagem de cremalheiras.
4. Etapas Melhorar e Controlar
Realizou-se estudo histórico de refugo, instituímos reuniões diárias na célula de usinagem
para a análise pelo time multifuncional, implementou-se uma planilha para o controle da
produção e do refugo (Figura 7) com seus respectivos planos de ações baseado na ferramenta
5W2H (Tabela 3).
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Tabela 3 – Plano de ação.
Por fim, comparando o plano de ação (Tabela 3) com o brainstorming (Tabela 2), verifica-se
que a maior parte das falhas citadas no brainstorming foi encontrada com o decorrer do
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projeto, contudo, podemos comprovar a eficácia da utilização do brainstorming através da
relação de coerência obtida com as duas ferramentas e uma forte interação entre os operadores
e o processo de usinagem.
5. Análise e Discussão dos Resultados
A partir da coleta e estudo dos dados do refugo e da implantação de um controle diário na
linha de usinagem de cremalheiras observou-se uma tendência de redução do índice do refugo
nos dois meses de realização do projeto (8º e 9º mês), como mostrado na Figura 9, além disso,
este índice ficou abaixo do objetivo de 0,7% para ambos os meses, indicando um bom
desempenho do trabalho.
A tendência de redução do índice de refugo é verificada também nos gráficos da Figura 10,
em que é mostrada a quantificação do refugo por defeito.
Figura 10 – Quantidade de refugo por defeito: A) Primeiro mês do trabalho (8º mês); B) Segundo mês do
trabalho (9º mês).
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Figura 11 – Quantidade de refugo por equipamento: A) Primeiro mês do trabalho (8º mês); B) Segundo mês do
trabalho (9º mês).
Apesar do elevado valor da quantidade de refugo destes dois equipamentos o mesmo pode ser
justificado, pois ambos representam os dois processos mais complexos da célula de usinagem,
o que nos mostra que é necessário uma freqüência de controle maior a fim de garantir sua
estabilidade técnica e o melhor desempenho em termos de qualidade.
Durante a realização do projeto, em vários dias de produção a meta de zero defeito foi
alcançada em toda a linha de usinagem. Portanto, apesar do equipamento de tratamento
térmico por indução apresentar um elevado valor de cremalheiras refugadas, aliado ao refugo
gerado pelos outros equipamentos da linha, as quantidade de não conformidades representam
situações isoladas em que foi gerado um grande número de peças refugadas.
6. Conclusão
Redução significativa no indicador de refugo da célula de cremalheiras, saindo de
1,3% para 0,55% do volume produzido;
Eficácia da aplicação da metodologia Seis Sigma;
Aumento de produtividade, visto que os produtos que anteriormente eram refugados
passaram a ser fabricados em conformidade com as especificações;
Redução do custo de refugo da célula;
Redução da área reservada para alocação de produtos refugados;
Maior confiabilidade nos processos de transformação metal mecânica instalados para
fabricação das cremalheiras de direção;
Estabilidade dos indicadores de qualidade após a implementação das ferramentas
inseridas no contexto DMAIC;
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