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JURISDIÇÃO
CONCEITO: “Jurisdição é a função do Estado de DECLARAR e REALIZAR, de forma prática, a vontade da lei de uma
situação jurídica controvertida.”
Interesse processual é a posição útil adotada por determinado sujeito do processo que busca a satisfação de uma
determinada necessidade jurídica.
Direito Subjetivo é o interesse jurídico legitimamente protegido, e, quando resistido, tem-se lide (IHERING).
“Como o Estado de Direito não tolera a justiça feita pelas próprias mãos dos interessados, caberá à parte deduzir em
juízo a lide existente e requerer ao juiz que a solucione na forma da lei fazendo, de tal maneira, a composição dos
interesses conflitantes, uma vez que os respectivos titulares não encontraram um meio voluntário ou amistoso para
harmonizá-los.
Sob o viés de função jurisdicional, “o estudo do processo recairá sobremaneira em torno das técnicas de que se deve
valer a jurisdição para bem realizar a tutela dos direitos materiais
IDEIA CONCEITUAL
Processo é meio pelo qual o Estado Democrático de Direito declara/manifesta a sua vontade prática consubstanciada
numa relação jurídica de direito público. Especificamente quanto ao poder-função jurisdicional, processo é o método
ou sistema de atuação do Estado para a entrega do provimento jurisdicional, ou seja, é o sistema de solução
jurisdicional de conflitos que se consubstancia numa relação jurídica vinculativa de direito público: a relação jurídica
processual.
Processo: é a relação jurídica de direito público que contém o feixe complexo de direitos e obrigações voltadas a
atingir o provimento jurisdicional, num sistema democrático de contraditório efetivo, em que é indispensável que o
objeto do processo (ou seja, aquilo sobre o que irá incidir o pronunciamento judicial) fique desde logo definido, de
maneira precisa.
Objeto do processo: Pode-se dizer que, num sentido amplo, o objeto do processo é a relação jurídica material
litigiosa que envolve as partes. Contudo, no sentido estrito, é a situação jurídica litigiosa em que as partes se
encontram, podendo estar vinculados numa relação jurídica material ou não. O processo que contém por objeto
pretensão jurídica resistida de inexistência de união estável é um exemplo, ou seja, a procedência do pedido revelará
um processo cujo objeto não continha relação jurídica material, mas sim e apenas uma situação jurídica litigiosa que
é delimitada pelos fatos narrados pelo Autor e os fundamentos jurídicos do seu consequente pedido juntamente
com as circunstâncias dos fatos contestados pelo Réu e suas respectivas razões de direito, consideradas, aqui
também, as implicações reconvencionais.
No conjunto dos fatos e fundamentos tem-se a causa de pedir que, somados ao pedido, delimitam o objeto do
processo. A importância do Princípio da Estabilização da Lide “A formulação de pedido novo em sede de recurso
encontra óbice no art. 264 e 321 do CPC de 1973 que externam o princípio da estabilização da lide e encontra
ressonância no artigo 329, I do CPC vigente.
Espécies de processo e sincretismo processual: Em todo o processo há declaração de direito, ainda que em caráter
negativo, pois, conforme adverte Lent ‘a primeira tarefa do juiz, antes de ordenar a coação estatal, é a de verificar o
que é direito’. Primeiramente, declara-se a verdadeira situação jurídica, para depois realiza-la, ou tutelá-la.
Todo o processo tende a um provimento (ou providência) do órgão judicial, com que se realiza a satisfação do direito
à prestação jurisdicional. No processo de conhecimento, esse pronunciamento é a sentença; no processo de
execução, é a medida prática (concreta, material) com que se realiza a prestação correspondente ao direito do
credor; na atividade cautelar é qualquer medida prática com que se afasta a situação de perigo em que o processo se
vê envolvido.
Processo vs Procedimento
- O Processo é o método, isto é, o sistema de compor a lide em juízo através de uma relação jurídica vinculativa de
direito público.
- O Procedimento é a forma material com que o processo se realiza em cada caso concreto. É o procedimento que dá
exterioridade ao processo, ou à relação processual. E é o procedimento que, nos diferentes tipos de demanda, define
e ordena os diversos atos processuais necessários.
Procedimento comum
•1. Petição inicial
•2. Designação da Audiência de Conciliação, Pronunciamentos do Juiz.
•3. Citação do Réu
•4. Audiência de Conciliação e Prazo para Contestação
•5. Resposta do Réu (Revelia, Contestação, Reconvenção
•6. Pronunciamento do Juiz (Providências Preliminares e Saneamento, Fixação de Pontos Controversos e Distribuição
do Ônus das Provas.
•7. As partes especificam as suas provas
8. Pronunciamento do Juiz: Designação de Audiência de Instrução
•9. As partes apresentam Rol de Testemunhas
•10. Audiência de Instrução
•11. Alegações Finais
•12. Sentença
•13. Prazo para Recurso de Apelação
•14. Coisa Julgada
•15. Requerimento de Nova Fase do Processo
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS: São requisitos de validade da relação jurídica processual. Na inobservância de tal
requisito o processo é inválido e o mérito da causa não é julgado.
Pressupostos de existência / constituição válida do processo: são os requisitos para que a relação processual se
constitua validamente: a existência de elementos subjetivos (sujeitos) e objetivos (fato jurídico e objeto).
Objetivos: fato jurídico (ato de pedir) e o objeto. O fato jurídico é o ato inaugural de alguém entrar com a ação. O
Objeto litigioso do processo é o objeto da prestação solicitada nesse ato.
Subjetivos: são as partes (Autor e Réu) e o Estado – Juiz. Para que o processo exista, basta que um sujeito pratique o
ato inaugural em um órgão investido de jurisdição.
O oficial de justiça tem que tentar 3 x conseguir a assinatura do réu na citação. Caso não consiga, pode solicitar que o
vizinho a pegue, caso o vizinho também não consiga, ai a citação volta para o fórum e é feito a citação por edital. E a
partir daí existe a validade da citação e o réu mesmo sem assinar passa a estar apto para o processo.
É possível invalidar uma citação por edital, se o réu provar que ele estava morando em outro endereço e que o autor
do processo não procurou o endereço nos órgãos públicos, então é feita a invalidade da citação, cancelando os
bloqueios dos bens.
“O processo pode ser considerado uma espécie de caminho que deve ser percorrido pelas partes e pelo juiz para que
[...] se chegue ao fim almejado, que é a prestação jurisdicional. [...] Para que o juiz possa dar uma resposta, seja ela
de mérito ou não, é preciso que haja um processo [e nele, uma ação]. [...] Antes de examinar o mérito, o juiz deve
verificar, primeiramente, se foram obedecidos os pressupostos processuais, isto é, se o caminho percorrido até o
resultado final o foi de forma regular; em seguida, deve examinar se o autor tem ou não direito a uma resposta de
mérito [que é a ação, verificada por meio de suas condições]; e só então dar uma resposta àquilo que foi pedido.
[...] Ao proferir a sentença, o juiz examinará, portanto, em primeiro lugar, se foram preenchidos os pressupostos
processuais; depois, as condições da ação. [Só, então estará certo de poder julgar o mérito ou não].”
AÇÃO
Conceito: direito de exigir uma resposta do judiciário acerca da lide. “Ação é o direito fundamental subjetivo público
que o titular tem contra o Estado de obter a solução de mérito adequada – declarada e/ou concreta – da lide
submetida ao Judiciário.”
Autonomia:
Direito subjetivo de ação (direito de ação) ≠ Direito Subjetivo de material
“o exercício da ação não fica vinculado ao resultado do processo”.
Direito Subjetivo Material tem por objeto uma prestação do devedor, enquanto o Direito Subjetivo de ação visa
provocar uma atividade do órgão judicial.
Evolução teórica:
Teoria Imanentista: O direito de ação desdobra do próprio direito material. Essa corrente foi adotada desde a
Roma antiga até o século passado. “Não há ação sem direito” (Savigny).
Teoria da Autonomia: o direito de ação é autônomo em relação ao direito pretendido pela parte. Diante da
autonomia inquestionável, digladiaram no século passado duas correntes: a da Ação como Direito Concreto e da
Ação como Direito Abstrato.
Teoria da Autonomia como Direito Concreto: só há direito de ação quando existir direito material da parte.
Teoria da Autonomia como Direito Abstrato: há direito de ação independentemente de existir direito material da
parte.
Teoria da Ação Constitucionalizada: A ação, o direito processual, não são neutros ao direito material, mas este lhe
é o escopo, sendo a ação o direito de obter a tutela jurisdicional justa.
No âmbito da epistemologia jurídica consideram-se objetos onticos, deonticos e também teleológicos.
Curiosamente, o direito que, na sua origem cientifica, era exclusivamente deontico, em razão do atual culturismo
jurídico passa a ser também teleológico. Pensando os sobreditos pontos essenciais da filosofia do direito e
resguardando o devido “mutadis mutandis” da teoria da autonomia da ação no processo civil, assim denominada
teoria da ação constitucionalizada, a ação enquanto direito pode assim também se conceber (paradoxalmente
deontico e teleológico ao mesmo tempo). Na prática isso implica na independência do direito de ação para com o
direito material do autor. Por fim, considerando a neutralidade do processo/ação para com a lide e considerando
que esta é o seu correspondente teleológica, conclui-se que a ação é um direito estruturalmente neutro cujo
conteúdo tem uma função a cumprir.
Pergunta-se qual é a incompatibilidade epistemológica se se admitir a lide como sendo ontológica á ação?
Condição de Ação:
Exige-se que a pessoa formule a pretensão e em face de quem ela é formulada seja parte legítima e que haja
interesse de agir.
Interesse de Agir: É o interesse processual, surge da necessidade de obter por meio do processo a proteção de
interesse substancial. Exige o binômio: necessidade/ utilidade(solução forense, ultima ratio) e adequação (coerência
instrumental – mudando o que deve ser mudado).
Legitimidade de parte: também chamada de legetimatio ad causam, é a exigência de que figurem como partes os
“sujeitos da lide”, isto é, as titulares dos interesses em conflito.
Elementos da Ação:
Partes: normalmente coincidem com os sujeitos da relação jurídica substancial.
Causa de Pedir: não é a norma legal invocada pela parte, mas o fato jurídico que ampara a pretensão deduzida
em juízo. Todo direito nasce do fato, ou seja, do fato a que a ordem jurídica atribui um determinado efeito.
Pedido: como objeto da ação, equivale à lide, isto é, à matéria sobre a qual a sentença de mérito tem de atuar. É
o bem jurídico pretendido pelo autor perante o réu.
COMPETÊNCIA
Competência: é uma capacidade específica (eficácia subjetiva de) de dizer o direito (caso concreto) de forma
substitutiva e definitiva. Previsão Legal: Art.44, CPC.
Jurisdição: é uma capacidade genérica (autoridade de) de dizer o direito de forma substitutiva e definitiva.
Verifica-se se o país tem jurisdição sobre o caso avaliado, se sim, passa-se a avaliação para a competência interna.
De modo geral, inclusive o Brasil, os países decidem se querem julgar ou não determinado caso a partir de três
critérios:
a) Efetividade: se o país tem capacidade de julgar determinado caso que ele possa executar.
b) Interesse: o país julga o que ele quer julgar.
c) Submissão: os Estados costumam respeitar as vontades das partes.
Competência Interna:
1.º) Hierárquico-funcional: em razão da pessoa. Fixação da competência tendo em conta as partes envolvidas. - Tem
por fim identificar a competência de ações originárias e “foros privilegiados”. As ações de competência originária
estão previstas na CF.
2.º) Material: é determinada pela natureza da relação jurídica, em razão da matéria de direito, objeto da ação.
Justiça Eleitoral: o que define a competência eleitoral é a causa de pedir: eleição/sufrágio, plebiscito, referendo,
questões político-partidárias.
Justiça do trabalho: é definida pela causa de pedir que envolvem questões de servidor público, direito de greve,
ações de dano moral ou material decorrentes da relação de trabalho.
Justiça Federal: é definida tanto pelo elemento da ação “causa de pedir” quanto pelo elemento da ação “parte”
Ações de guarda (direito de família) em que o autor mora nos EUA. Não importa a matéria, se de um lado estiver a
União, Autarquias Federais ou empresas públicas federais forem partes ou tiverem interesse na causa, é da Justiça
Federal.
Justiça Estadual: é tudo aquilo que não for das demais. Critério Material
3.º) Valorativo: em razão valor da causa. É um critério muito pouco utilizado no Brasil, pois, em especial, é o que
define a competência para os juizados especiais.
4.º) Territorial: Já se sabe que a causa não tem hierarquia-funcional/foro privilegiado/prerrogativa de função, e nem
muito menos é de competência da justiça especializada, não há parte/interesse de entes federais, e a distribuição é
livre, falta agora identificar onde (local) fica o órgão jurisdicional competente.
RIOS GONÇALVES: sintetiza com precisão, verifica-se a competência em três passos: aferir a JUSTIÇA, o FORO e o
JUÍZO.
Critérios:
1. Objetivo: a competência em razão da matéria é absoluta e em razão do valor da causa é relativa.
2. Territorial: em razão do Foro (comarca) é relativa e em razão da matéria é absoluta.
3. Funcional: em razão do juízo é absoluto.
Existe exceções no critério territorial / funcional - valorativo absoluto em que pelo fato de protegerem o interesse
público, a competência é absoluta.
Hipóteses de Conexão e continência: Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o
pedido ou a causa de pedir. Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
SUJEITOS
PARTES
“Todas as pessoas, físicas e jurídicas, e até alguns entes despersonalizados, têm capacidade de ser parte”
Exceção (entes despersonalizados): Massa falida, espólio, Herança jacentevacante, condomínio, sociedades/
associação irregular, pessoa jurídica estrangeira, nascituro.
O processo só se estabelece plenamente com a participação de três sujeitos principais: Estado, autor e réu.
Sem a presença do órgão judicial, é impossível o estabelecimento da relação jurídico-processual. Mas, também, sem
a provocação da parte, o juiz não pode instaurar o processo.
Pode-se, portanto, distinguir dois conceitos de parte: como sujeito da lide, tem-se a parte em sentido material, e
como sujeito do processo, a parte em sentido processual. Como nem sempre o sujeito da lide se identifica com o que
promove o processo, como se dá, por exemplo, nos casos de substituição processual, pode-se definir a parte para o
direito processual como a pessoa que pede ou perante a qual se pede, em nome próprio, a tutela jurisdicional
PROCURADORES
Curador especial: possui função exclusivamente processual e a defensoria pública é que figurará como
Curador, nomeada pelo juiz ao caso concreto, atuará em defesa da parte incapaz (absoluta ou relativamente
incapaz).
Cônjuges ou conviventes: outorga uxória/autorização marital. Exceção: separação absoluta de bens.
Irregularidade da representação / incapacidade processual
Dos deveres das partes e seus procuradores e responsabilidade por dano processual
Do ônus de sucumbência
Da justiça gratuita