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T E A / 2007
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INSTRUÇÕES:
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TEA
5) O caderno de questões possui 50 (cinquenta) questões agrupadas segundo dois tipos: 39 do tipo S
(simples) e 11 do tipo M (escolha múltipla), cada qual precedido de instruções detalhadas. Leia as
orientações sobre cada tipo de questão antes de respondê-las. Todas admitem apenas uma opção
correta (A, B, C, D ou E).
6) Assinale no cartão de respostas apenas uma opção para cada resposta. Questões com mais de uma
resposta assinalada, marcadas incorretamente ou com rasuras, não serão consideradas.
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8) O candidato poderá usar o caderno de questões como rascunho podendo levá-lo consigo ao final da
prova, após a devolução do cartão de respostas.
9) Somente serão permitidas perguntas referentes a possíveis erros gráficos e essas dúvidas deverão ser
dirigidas aos supervisores da prova. Evite perguntas sobre o conteúdo das questões.
10) A prova terá duração de duas horas.
BOA SORTE!
Sociedade Brasileira de Anestesiologia 1
PROVA TEA / 2007 CET
1- Na realização de uma anestesia peridural torácica, a linha imaginária que une os ângulos
inferiores das escápulas corresponde à vértebra:
A) T2
B) T4
C) T7
D) T12
E) L2
Resposta: C
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
As referências de superfície servem como um guia para se localizar os níveis das diferentes vértebras. A
linha imaginária que une os ângulos inferiores das escápulas corresponde ao corpo da vértebra T7.
Referência:
Drasner K, Larson M – Spinal and Epidural Anesthesia, in: Stoelting RK, Miller RD – Basics of Anethesia.
Philadelphia, Churchill Livingstone, 5th Ed, 2007;245.
2- Quando se realiza uma anestesia peridural, no paciente idoso, usa-se menos anestésico que no
adulto jovem, para se atingir o mesmo número de metâmeros. Isto se deve à(ao):
Resposta: C
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
Com o envelhecimento há diminuição do número de fibras nervosas e deterioração da membrana de
mielina. O espaço peridural pela transformação do tecido elástico, tem uma mudança na sua anatomia,
havendo alteração em sua forma, menor vazamento de líquido pelos forames intervertebrais e em menor
complacência do espaço peridural. Consequentemente o anestésico injetado tende a se estender mais para
os metâmeros vizinhos.
Referência:
Bernards CM – Epidural and Spinal Anesthesia, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical
Anesthesia, Philadelphia, Lippincott Williams &Wilkins, 5th Ed, 2006; 706.
3- A maior parte do anestésico local injetado no espaço peridural se difunde para o(a):
A) terceiro espaço
B) corrente sangüínea
C) bainha dos nervos espinhais
D) medula espinhal
E) espaço subaracnóideo
Resposta: B
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
Após administração do anestésico no espaço peridural, este pode ser encontrado nos nervos espinhais
dentro do espaço peridural, nas raízes dentro do espaço subaracnóideo e na medula espinhal, sendo estes
os principais locais de ação do anestésico local. Contudo, a maior parte do anestésico injetado é transferida
para a circulação sangüínea, donde a necessidade de se respeitar as doses tóxicas destes fármacos.
Referência:
Bernards CM – Epidural and Spinal Anesthesia, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical
Anesthesia, Philadelphia, Lippincott Williams &Wilkins, 5th Ed, 2006; 704-707.
A) 9
B) 8
C) 7
D) 6
E) 10
Resposta: A
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
A escala de Aldrete e Kroulik é um dos critérios de alta da SRPA mais utilizado. Ela avalia cinco critérios
que são Atividade motora, Respiração, Circulação, Consciência e Saturação de Oxigênio. Cada critério
recebe notas de 0 a 2. O paciente recebe um escore 10 quando todos os parâmetros estão otimizados. No
paciente em questão nota-se que a Respiração recebe um escore 1, enquanto os outros parâmetros tem
escore 2, logo a nota final é 9.
Referência:
Abrão J – Recuperação pós-anestésica em: Manica J – Anestesiologia: princípios e técnicas. Porto Alegre,
Artmed Editora, 2004; p. 1143.
5- Paciente jovem, obeso, ASA II, que se submeteu à anestesia geral para colecistectomia é levado
para a Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA). Encontra-se dispnéico e à ausculta pulmonar
apresenta roncos e sibilos e SaO2<90. Não se constata febre, mas a radiografia mostra infiltrados
discretos. Não há história de asma e ou alergia. A capnografia está dentro dos limites da
normalidade. Sua primeira suspeita é:
A) pneumonia
B) bronco-espasmo
C) paralisia das cordas vocais
D) hipoventilação significativa
E) aspiração de conteúdo gástrico
Resposta: E
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
A pneumonia normalmente vem acompanhada de febre e não é comum no pós-operatório imediato. O
bronco-espasmo é observado em pacientes com história pregressa de asma ou DPOC e geralmente há
relato de uso de broncodilatadores. A paralisia de cordas vocais é mais comum após cirurgias de cabeça e
pescoço. A hipoventilação na SRPA geralmente se deve à curarização residual ou depressão do sistema
nervoso central e vem acompanhada de aumento da PCO2. Deve-se sempre suspeitar de aspiração do
conteúdo gástrico ao se fazer o diagnóstico diferencial de hipoxemia no período pós-operatório imediato. O
diagnóstico da aspiração deve ser considerado quando há hipóxia, ausculta de roncos e sibilos pulmonares
e quando radiograficamente aparece um infiltrado discreto devido a edema reativo ao material ácido.
Referência:
Abrão J – Recuperação pós-anestésica em: Manica J – Anestesiologia: princípios e técnicas. Porto Alegre,
Artmed Editora, 2004; p. 1144-5.
Resposta: E
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
As cânulas venosas centrais são importantes vias para o acesso intravascular e para a avaliação das
perdas volumétricas. As cânulas centrais permitem a rápida administração de líquidos, inserção de marca-
passos, inserção transvenosa de eletrodos, monitorização da pressão venosa central e é um local de
observação e tratamento da embolia gasosa. O débito cardíaco só se mede, atualmente com a inserção de
um cateter de Swan-Ganz. Este não faz parte da rotina de monitorização e tem indicações precisas.
Referência:
Murphy GS, Vender JS – Monitoring the anesthetized patient, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK –
Clinical Anesthesia, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 5th Ed, 2006; 676.
7- Quando se faz a medida da pressão arterial pelo método auscultatório (estetoscópio), usando-se
os sinais de Korotkoff, pode-se afirmar que o(a):
A) ausculta dos sons de korotkoff permite avaliação da pressão arterial sistólica e da diastólica
B) os sons de korotkoff são produzidos quando o fluxo é laminar, dentro das artérias
C) detecção dos sons é objetiva e independe da sensibilidade individual
D) velocidade de deflação do cuff não tem influência na acurácia da medida
E) manguito muito largo registra pressões falsamente maiores
Resposta: A
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
Os sons de korotkoff são produzidos pelo fluxo turbulento dentro da artéria, criado pela deformação
produzida pela pressão do cuff. A ausculta dos sons permite a avaliação da pressão arterial sistólica e da
diastólica. A detecção das mudanças de sons é subjetiva e tende a ter erros baseados nas deficiências de
transmissão do som e na audição de cada um. O cuff deve ser esvaziado lentamente para permitir uma
ausculta melhor da variação de sons. A American Heart Association recomenda que o cuff tenha uma
largura de aproximadamente 40% da circunferência da extremidade e seja suficiente para cobrir 60% desta.
Desta forma, resultados muito altos podem advir que um cuff muito estreito. Resultados muito baixos podem
resultar quando o cuff é muito grande para o paciente em questão.
Referência:
Murphy GS, Vender JS – Monitoring the anesthetized patient, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK –
Clinical Anesthesia, Philadelphia, Lippincott Williams &Wilkins, 5th Ed, 2006; 673.
8- Criança de 4 anos, sem acidentes anestésicos prévios, é submetida à indução de anestesia geral
para amigdalectomia. Trinta segundos após a administração de 0,2 mg.kg-1 de succinilcolina para
intubação orotraqueal, ao se tentar a laringoscopia, nota-se que o relaxamento dos masseteres é
inadequado. A temperatura da paciente é normal e não há história prévia de acidentes anestésicos.
A conduta mais apropriada neste momento é:
Resposta: A
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
A hipertermia maligna é um estado hipermetabólico devido ao aumento do cálcio intracelular, levando à
depleção de ATP, acidose e morte celular. Existe evidência de um componente genético basal. Tem
indicação de biópsia muscular os pacientes com história de hipertermia e trisma, os parentes de primeiro
grau de pacientes que tiveram hipertermia maligna, os pacientes com câimbras musculares e história
familiar de hipertermia maligna e os pacientes com elevação inexplicável de CPK. Os agentes
desencadeantes são agentes inalatórios, succinilcolina e decametônio. O quadro clínico se desenvolve
alguns minutos ou várias horas após a administração do agente desencadeante. No caso em questão, a
rigidez dos masseteres foi notada durante a laringoscopia, alguns segundos após a administração de
succinilcolina, caracterizando apenas uma curarização insuficiente, portanto, a melhor conduta é repetir a
dose de succinilcolina.
Referência:
Rosemberg H, Brandom BW, Sambuughin N, Fletcher JE – Malignant Hyperthermia and Other
Pharmacogenetic Disorders, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, Philadelphia,
Lippincott Williams &Wilkins, 5th Ed, 2006; 531.
Resposta: A
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
O uso de líquido de irrigação para possibilitar a ressecção por via endoscópica da próstata e as lesões
causadas na parede da bexiga são fatores suficientes para permitir que haja entrada de líquido hipotônico
para o intravascular. A absorção do líquido de irrigação tem os seguintes efeitos: sobrecarga de volume
(bradicardia, insuficiência cardíaca congestiva e edema pulmonar), hiposmolaridade plasmática (hemólise,
edema pulmonar e edema cerebral) e hiponatremia dilucional (sintomas quando o sódio < 120 mEq.L-1).
Uma crise epiléptica seria acompanhada de mais sinais, ausentes neste quadro.
Referência:
O’Hara Jr JF, Cywinski JB, Monk TG – The Renal System and Anestehsia for Urologic Surgery, in: Barash
PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, Philadelphia, Lippincott Williams &Wilkins, 5th Ed, 2006;
1028-1029.
A) falha da raquianestesia
B) perfuração de bexiga
C) intoxicação por anestésico local
D) úlcera perfurada
E) hipoperfusão mesentérica
Resposta: B
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
A duração do efeito da bupivacaína ultrapassa 30 minutos. A perfuração da bexiga, quando extraperitoneal
(mais comum), se acompanha de dor inguinal, suprapúbica e peri-umbilical, dependendo do local da
perfuração. Quando intraperitoneal, a perfuração é acompanhada de dor no abdome superior e ombro. A
perfuração da bexiga pode também ser seguida de comprometimento hemodinâmico. A hipoperfusão
mesentérica seria expressa por uma dor generalizada no abdômen.
Referência:
O’Hara Jr JF, Cywinski JB, Monk TG – The Renal System and Anesthesia for Urologic Surgery, in: Barash
PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, Philadelphia, Lippincott Williams &Wilkins, 5th Ed, 2006;
1028-1029.
A) enflurano
B) desflurano
C) isoflurano
D) halotano
E) óxido nitroso
Resposta: C
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
O suprimento de sangue para o fígado é feito pela artéria hepática (25%) e pela via porta (75%), contudo o
maior aporte de oxigênio se dá pela veia porta (50 a 55%) Entre os agentes inalatórios, o halotano é o que
causa a maior queda do fluxo sangüíneo hepático. O isoflurano, ao contrário dos outros inalatórios, aumenta
o fluxo sangüíneo hepático.
Referência:
Ebert TJ – Inhalation Anesthesia, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, Philadelphia,
Lippincott Williams &Wilkins, 5th Ed, 2006; 409-410.
A) metoxiflurano
B) halotano
C) enflurano
D) isoflurano
E) desflurano
Resposta: E
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
A biotransformação dos anestésicos halogenados para fluoretos inorgânicos livres, resultando em
nefrotoxicidade, é hoje aceita como fato para o metoxiflurano. O metabolismo do metoxiflurano e do
enflurano, em menor grau, tem resultado numa injúria dos tubos coletores. Pesquisa mostrando a
concentração de íons fluoretos inorgânicos antes e após o uso dos anestésicos halogenados, mostrou que
esta concentração varia de maneira decrescente do metoxiflurano até o desflurano.
Referência:
Ebert TJ – Inhalation Anesthesia, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, Philadelphia,
Lippincott Williams &Wilkins, 5th Ed, 2006; 413-414.
13- Paciente de 65 anos, portador de glaucoma, medicado no pré-operatório apenas com colírio
cicloplégico e ecotiofato, é submetido à trabeculectomia com bloqueio retrobulbar e apresenta,
durante tração da musculatura extra-ocular, queda súbita da freqüência cardíaca de 70 bpm para 40
bpm. A causa mais provável é:
Resposta: D
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
A trabeculectomia é uma cirurgia normalmente indicada no glaucoma. O beta-bloqueador (timolol) tem sido
usado no tratamento clínico, mas o pacientes em questão não fazia uso do mesmo. Os agentes usados
anticolinesterásicos usados em oftalmologia, como o ecotiofato, têm longa duração e permitem diminuição
da pressão intra-ocular. O efeito da succinilcolina pode estar prolongado após o uso destes fármacos,
contudo, não há qualquer chance deles promoverem uma crise colinérgica aguda. Os cicloplégicos como o
ciclopentolato, são midriáticos e podem ter efeito sobre o sistema nervoso central, causando disartria,
desorientação e até surtos psicóticos, não há relato de bradicardia com o seu uso. A causa mais comum de
bradicardia abrupta em anestesia oftálmica é o reflexo óculo-cardíaco, resultante da tração de musculatura
extra-ocular ou mesmo pressão sobre o globo ocular. A via aferente é trigeminal e a eferente é vagal.
Referência:
McGoldrick KE, Gayer SI – Anesthesia and the Eye, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting – Clinical
Anesthesia. Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 980-982.
14- Um paciente de 24 anos, 65 kg, masculino, chega ao pronto-socorro com ferimento por arma de
fogo no abdômen. É indicada laparotomia exploradora. Ao se fazer o exame de sangue, verifica-se
positividade para uso recente de cocaína. Os sinais vitais incluem pressão arterial 150/86 mmHg e
pulso de 122 bpm. Agente de indução que deve ser evitado:
A) tiopental
B) etomidato
C) propofol
D) midazolam
E) cetamina
Resposta: E
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
A cocaína é um anestésico local tipo éster. Sua ação no organismo promove agudamente liberação e
inibição do reuptake de norepinefrina, epinefrina e dopamina. O uso crônico provoca depleção destas
catecolaminas. Doses tóxicas causam no SNC: edema cerebral, vascular cerebral e convulsões.; no sistema
cardiovascular: hipertensão, constrição coronária e sistêmica, taquicardia e aumento do risco de isquemia
miocárdica e disritmia. No pulmão pode ocorrer edema agudo; no sistema hematológico disfunção
Referência:
Strichartz GR, Berde CB – Local Anesthetics, in: Miller RD – Miller’s Anesthesia, Philadelphia, Elsevier, 6th
Ed, 2v, 2005;592-594.
15- Para que a parturiente não sinta dor durante o segundo estágio do trabalho de parto, o bloqueio
nervoso deve se estender entre:
A) T2 – T6
B) T6 – T11
C) T6 – T12
D) T10 – S4
E) T10 – L1
Resposta: D
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
No primeiro estágio do trabalho de parto a dor se deve às contrações uterinas e à dilatação cervical. As vias
envolvidas são aferentes viscerais e correm com as fibras simpáticas ao nível de T10 – L1. No segundo
estágio, contudo, a dor se deve às contrações uterinas e principalmente ao estiramento perineal (passagem
da cabeça fetal), envolvendo inverfações de S2 – S4. Para que a paciente fique totalmente sem dor é
necessário que o bloqueio se estenda desde T10 até S4, durante o segundo estágio do trabalho de parto.
Referência:
Santos AC, Braveman FR, Finster M – Obstetric Anesthesia in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting – Clinical
Anesthesia. Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;1159.
Resposta: A
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
A raquianestesia na parturiente tem uma tendência a atingir níveis mais altos com iguais volumes de
anestésico, quando se compara com a paciente não grávida. Portanto, a dose de lidocaína é adequada, as
condutas para evitar a compressão aorto-cava são pertinentes. Como a paciente permanece hipotensa a
conduta mais adequada seria repor a volemia rapidamente, corrigindo assim o retorno venoso dificultado
que acontece na raquianestesia.
Referência:
Bernards CM – Epidural and spinal anesthesia in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting – Clinical Anesthesia.
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;708 e 710.
Resposta: C
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
O uso de opióides no espaço peridural é acompanhado de algumas complicações, a mais temida é a
depressão respiratória. Esta é bifásica, a depressão respiratória precoce é devido à absorção vascular e
redistribuição do opióide e é mais comum nos lipofílicos, como o fentanil e o sufentanil. A depressão
respiratória tardia se deve à distribuição rostral dos opióides, dentro do líqüor céfalo-raquidiano até os
centros respiratórios. Um aumento da incidência da depressão respiratória é vista com altas doses de
opióides, pacientes mais velhos, administração concomitante de opióides sistêmicos e doenças pulmonares
coexistentes.
Referência:
Lubenow TR, Ivancovich AD, Barkin R – Management of acute postoperative pain, in: Barash PG, Cullen
BF, Stoelting – Clinical Anesthesia. Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;1426-1427.
18- Um homem de trinta anos, vítima de acidente de carro, dá entrada na sala de emergência
inconsciente e durante o exame, abre os olhos ao estímulo doloroso e puxa o pé quando se aperta a
raiz da sua unha do hálux. Sua fala é incompreensível, apenas emite sons. A classificação na Escala
de Coma de Glasgow é:
A) 5
B) 6
C) 7
D) 8
E) 9
Resposta: D
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
O traumatismo crânio-encefálico é uma causa comum de aumento da pressão intracraniana, muitas vezes
acompanhada de lesão neurológica, a severidade desta lesão é acompanhada pela Escala de Coma de
Glasgow. Esta avalia três tipos de resposta, tendo um escore que vai de 3 a 15. A abertura dos olhos,
quando feita apenas sob o estímulo doloroso recebe 2 pontos; a melhor resposta motora, quando é
caracterizada por retirada do membro (flexão) recebe 4 pontos e por fim a resposta verbal, quando o
paciente emite sons incompreensíveis recebe 2 pontos. Este paciente é Glasgow 8.
Referência:
Bendo AA, Kass IS, Hartung J, Cottrell JE- Anesthesia for Neurosurgery in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting
– Clinical Anesthesia. Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;782.
19- Fármaco que normalmente é usado no Brasil, quando se faz anestesia geral para
eletroconvulsoterapia e que não interfere na duração das convulsões:
A) halotano
B) etomidato
C) isoflurano
D) cetamina
E) metoxiflurano
Resposta: B
Comentário:
O anestésico ideal para eletroconvulsoterapia é aquele que não altera a resposta convulsiva do
eletrochoque. O padrão ouro em anestesia para eletroconvulsoterapia é o metohexital sódico, mas como
não dispomos no Brasil deste fármaco a nossa melhor opção é o etomidato. O mesmo é válido para as
anestesias onde se mede o potencial evocado.
Referência:
Souter KJ – Anesthesia Provided at Alternate Sites, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting – Clinical
Anesthesia. Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;1341.
20- Criança de 20 kg, sem antecedentes de doença cardiopulmonar, é submetida à anestesia geral
com sevoflurano, óxido nitroso e oxigênio. É mantida em respiração espontânea no circuito de Bain,
com fluxo de O2 de 2 L.min -1 . A gasometria revela PaCO2 de 60 mmHg e PaO2 de 50 mmHg. A causa
mais provável deste quadro é:
A) fluxo de O2 insuficiente
B) shunt esquerda-direita
C) outra causa que não o fluxo
D) fluxo usado muito alto
E) hipertermia maligna
Resposta: A
Grau de Dificuldade: DIFÍCIL
Comentário:
Pela classificação de Mapleson pode-se considerar que o Bain é o sistema D modificado. Neste tipo de
sistema, para se evitar a reinalação, que é diagnosticada pelo aumento da PaCO2, deve-se usar um fluxo
que seja duas vezes o volume minuto. Em crianças usa-se normalmente 300 mL.kg-1.min-1. Em adultos, este
fluxo deve ser maior que 70 mL.kg-1.min-1. A respiração controlada ajuda a evitar a reinalação. O shunt
direito-esquerda é uma situação constante, existente no pré-operatório. Os sinais precoces de hipertermia
maligna seriam taquicardia e taquipnéia devido ao estímulo simpático.
Referências:
Rosenberg H, Brandom BW, Sambuughin N et al – Malignant Hyperthermia and Other Pharmacogenetic
Disorders in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting – Clinical Anesthesia. Philadelphia, Lippincott Williams &
Wilkins, 2006;530.
Brockwell RC, Andrews JJ – Delivery Systems for Inhaled Anesthetics, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting –
Clinical Anesthesia. Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;578-579
21- Fármaco que, usado na indução, aumenta transitoriamente a pressão intra-ocular (PIO):
A) succinilcolina
B) diazepam
C) fentanil
D) tiopental
E) rocurônio
Resposta: A
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
A maioria dos anestésicos reduz a PIO. Em geral, eles relaxam o tônus da musculatura extraocular,
deprimem o SNC, melhoram o fluxo do humor aquoso e diminuem as pressões sangüíneas venosa e
arterial. Apenas a succinilcolina e a cetamina aumentam a PIO. Laringoscopia e intubação traqueal também
elevam a PIO.
Referência:
Lobo E, Pelegrini F, Chiu T – Ophtalmology and Otolaryngology in: Stoelting RK, Miller RD, Basics of
Anesthesia. Philadelphia, Churchill Livingstone, 5th Ed, 2007; 465
A) halotano
B) isoflurano
C) sevoflurano
D) desflurano
E) óxido nitroso
Resposta: E
Grau de Dificuldade: DIFÍCIL
Comentário:
O óxido nitroso influencia as pressões e volumes das cavidades orgânicas cheias de gás. Por se 30 vezes
mais solúvel no sangue do que o nitrogênio, suas moléculas ocupam espaços aéreos mais rapidamente que
as do nitrogênio podem deixá-lo. Por isso, seu uso pode provocar grande aumento da pressão na cavidade
do ouvido médio, principalmente quando há qualquer interferência na função normal da Trompa de
Eustáquio.
23- A parada respiratória que pode ocorrer durante os bloqueios altos no neuro-eixo é devida ao
bloqueio:
Resposta: E
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
O nervo frênico raramente é bloqueado durante bloqueio subaracnóideo lombar. A parada respiratória que
ocorre durante bloqueios altos geralmente é devida à hipotensão acentuada, suficiente para provocar
isquemia bulbar. Geralmente durante bloqueio subaracnóideo ou peridural, a concentração do anestésico
no líqüor é insuficiente para causar bloqueio direto dos centros respiratórios.
A) nadolol
B) labetalol
C) atenolol
D) esmolol
E) propranolol
Resposta: D
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
O esmolol, por suas características farmacocinéticas e pequena duração de ação, é o beta-bloqueador mais
apropriado para uso venoso sob forma de infusão contínua. A curta duração dos efeitos do esmolol é devida
ao rápido metabolismo por hidrólise através de esterases plasmáticas. Sua meia-vida de eliminação é de 9
minutos, a do nadolol, 10 a 20 horas, a do labetalol, 4 a 6 horas, a do atenolol, 6 a 8 horas, e a do
propranolol, 3 a 5 horas.
Referência:
Bosco FAP, Braz JRC Beta-Bloqueadores em Anestesiologia: Aspectos Farmacológicos e Clínicos. Rev
Bras Anestesiol, 2001; 51(5):431-447.
Resposta: A
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do SNC, enquanto o GABA é o principal
neurotransmissor inibitório. Acetilcolina é um neurotransmissor excitatório que interage com receptores
muscarínicos e nicotínicos no SNC. A substância P é um neurotransmissor excitatório provavelmente
liberado nas terminações das fibras da dor que fazem sinapse com a substância gelatinosa da medula
espinhal. As endorfinas são secretadas por terminais nervosos no tálamo, hipotálamo, tronco cerebral e
medula espinhal, onde provavelmente agem como neurotransmissores excitatórios das vias descendentes
que inibem a transmissão da dor.
Referência:
Stoelting RK Pharmacology & Physiology in Anesthetic Practice. 3rd Ed, Philadelphia, Lippincott-Raven,
1999; 591-618.
A) posição do paciente
B) local de injeção
C) anestésico utilizado
D) peso do paciente
E) altura do paciente
Resposta: B
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
Diferente da raquianestesia, a anestesia peridural produz um bloqueio segmentar, que se estende caudal e
cranialmente a partir do sítio de injeção. O local de injeção é o mais importante determinante da altura do
bloqueio peridural. Dentro dos limites utilizados normalmente para anestesia cirúrgica, a concentração do
anestésico é relativamente pouco importante na determinação da extensão do bloqueio. A posição do
paciente durante e após injeção peridural de anestésico local não parece ter importância clínica no efeito e
extensão do bloqueio. A correlação entre o peso e a altura do paciente e a extensão do bloqueio peridural é
pequena.
Referência:
Bernards CM Epidural and Spinal Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK Clinical Anesthesia,
5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 705.
A) peridural
B) caudal
C) interescalênico
D) femoral
E) intercostal
Resposta: E
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
A taxa de absorção do anestésico local nos vários tipos de bloqueio diminui na seguinte ordem: intercostal >
caudal > epidural > plexo braquial > ciático/femoral.
Referência:
Liu SS, Joseph Jr RS - Local Anesthetics, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK Clinical Anesthesia, 5th
Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 461.
A) bloqueio simpático
B) bloqueio parassimpático
C) liberação de histamina
D) elevação da resistência sistêmica
E) lesão endotelial
Resposta: A
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
O choque neurogênico pode ser secundário a lesão craniana ou raquimedular. No primeiro caso a
fisiopatologia subjacente não é bem esclarecida, enquanto na lesão raquimedular o bloqueio simpático e as
alterações autonômicas são o princípio gerador do processo.
Referência:
Amarante GAJ Choque, em: Yamashita AM, Takaoka F, Auler Jr JOC, Iwata NM Anestesiologia SAESP, 5ª
Ed, São Paulo, Atheneu, 2001; 1073-1094.
A) TSH
B) ACTH
C) vasopressina
D) hormônio do crescimento
E) prolactina
Resposta: C
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
A hipófise é dividida em dois componentes. A hipófise anterior secreta prolactina, hormônio do crescimento,
gonadotrofinas, TSH, e ACTH. A hipófise posterior secreta vasopressina e ocitocina.
Referência:
Schwartz JJ, Rosenbaum SH, Graf GJ Anesthesia and the Endocrine System, em: Barash PG, Cullen BF,
Stoelting RK Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 1148-1149.
A) dexametasona
B) propranolol
C) propiltiouracil
D) vecurônio
E) cetamina
Resposta: E
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
O objetivo da conduta intra-operatória no paciente hipertireoideo é obter profundidade anestésica que
previna resposta simpática exagerada à estimulação cirúrgica, e evitar a administração de medicamentos
que estimulem o sistema nervoso simpático. No paciente portador de hipertireoidismo que será submetido a
cirurgia de emergência, os bloqueadores beta-adrenérgicos devem ser utilizados para manutenção da
freqüência cardíaca abaixo de 90 bpm. Glicocorticóides como a dexametasona são usados no tratamento
da tireotoxicose severa para reduzir a secreção do hormônio tireoidiano e reduzir a conversão periférica de
T4 a T3. Propiltiouracil é uma droga utilizada no tratamento do hipertireoidismo, também por inibir a síntese
do hormônio tireoidiano e a conversão periférica de T4 a T3. Bloqueadores neuro-musculares que
promovem maior estabilidade cardiovascular, como o vecurônio, podem ser usados nestes pacientes.
Cetamina deve ser evitada mesmo em pacientes clinicamente compensados.
Referência:
Schwartz JJ, Rosenbaum SH, Graf GJ Anesthesia and the Endocrine System, em: Barash PG, Cullen BF,
Stoelting RK Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 1132.
Resposta: A
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
Durante a gestação, o diafragma se eleva devido ao aumento do tamanho uterino, e ocorre ainda um
aumento nos diâmetros anteroposterior e transverso da caixa torácica. A partir do 5º mês, o volume de
reserva expiratório, o volume residual e a capacidade residual funcional diminuem, esta última em torno de
20% dos valores pré-gestacionais. Concomitantemente, ocorre um aumento no volume de reserva
inspiratório, de maneira que a capacidade pulmonar total permanece inalterada.
Referência:
Santos AC, Braveman FR, Finster M - Obstetric Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK
Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 1140.
32- O rocurônio:
Resposta: D
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
O rocurônio é um bloqueador neuromuscular com ED95 de 0,3 mg.kg-1, com início de ação em 1 a 2
minutos e duração do bloqueio neuromuscular de 20 a 35 minutos. A menor potência do rocurônio
comparado ao vecurônio é considerada importante fator determinante para o rápido início do bloqueio
neuromuscular produzido por esta droga. Não ocorrem efeitos cardiovasculares após administração rápida
de rocurônio.
Referência:
Stoelting RK Pharmacology & Physiology in Anesthetic Practice. 3rd Ed, Philadelphia, Lippincott-Raven,
1999; 182-224.
33- Paciente de três anos deverá ser submetido à anestesia geral para realização de
adenoamigdalectomia. O fármaco de escolha para a indução inalatória sob máscara, é:
A) óxido nitroso
B) enflurano
C) desflurano
D) sevoflurano
E) isoflurano
Resposta: D
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentários:
Crianças, comparadas a adolescentes e adultos, têm ventilação alveolar minuto mais elevada e menor
capacidade residual funcional. Estas características, somadas ao maior fluxo sangüíneo para órgãos
ricamente vascularizados e aos fatores relacionados às propriedades farmacocinéticas dos anestésicos
inalatórios, contribuem para um rápido aumento na concentração alveolar. Agentes insolúveis e com baixos
coeficiente de partição sangue-gás (), promovem indução mais rápida. Os modernos anestésicos
inalatórios, sevoflurano ( = 0,65) e desflurano ( = 0,42) induzem à perda de consciência em crianças em
poucos minutos. A indução com sevoflurano é rápida e mais agradável do que a obtida com o desflurano,
isoflurano ( = 1,4) e enflurano ( = 1,9), que possuem odor pungente e estão associados com tosse, apnéia
e laringospasmo. O óxido nitroso, embora possua baixo coeficiente de partição ( = 0,47), isoladamente não
possui potência anestésica para induzir anestesia. Comumente combina-se óxido nitroso, oxigênio e
sevoflurano, para a obtenção de uma mistura gasosa sem odor e eficaz para promover indução em poucos
minutos.
Referência:
Morgan, Jr GE, Mikhail MS, Murray, MJ Pediatric Anesthesia, em: Clinical Anesthesiology. 3rd ed, New
York, Lange Medical Books/McGraw-Hill, 2002; 849-874.
34- O propofol:
Resposta: C
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
O propofol é um alcalifenol com propriedade hipnótica. Devido às suas características farmacocinéticas,
promove rápida indução e recuperação da psicomotricidade, quando comparado ao tiopental. O propofol é o
agente venoso que tem o perfil farmacológico mais adequado à administração por infusão contínua. Reduz
a pressão intra-ocular e previne sua elevação pela administração de uma segunda dose imediatamente
antes das manobras de intubação traqueal e da administração de succinilcolina. O propofol é um potente
depressor do sistema cardiovascular, sendo esta a principal desvantagem para utilização clínica. Ele diminui
o débito cardíaco, a resistência vascular sistêmica, a pressão arterial sistêmica (sístole e diástole) e o
volume sistólico de ejeção. Concomitantemente, deprime a contratilidade miocárdica de maneira dose-
dependente. Comparativamente aos demais agentes venosos, o propofol diminui a incidência de náusea e
vômitos, favorecendo seu uso em procedimentos que aumentam estes sintomas no pós-operatório.
Referência:
Neto GDN. Anestésicos Venosos, em: Manica J – Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3ª ed, Porto Alegre,
Artes Médicas, 2004; 560- 597.
35- Recurso adicionado à prática clínica para a realização de bloqueio do plexo braquial, que diminui
a incidência de neuropraxia:
A) bloqueio de campo
B) referências anatômicas
C) pesquisa de presença de parestesia
D) estimulador de nervo periférico
E) injeção de anestésico local próximo ao nervo
Resposta: D
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
O estimulador de nervo periférico (ENP) é um recurso utilizado para verificar a proximidade da agulha em
relação ao nervo que se deseja bloquear, através de um estímulo elétrico e a observação da resposta
motora. Isto possibilita localização precisa de um determinado tronco, fascículo ou nervo. O ENP é
imprescindível na realização do bloqueio do plexo braquial para aumentar a segurança do procedimento e
evitar injeções intraneurais e neuropraxias. A ocorrência de neuropraxia é um risco presente quando se
utiliza a pesquisa de parestesia. As referências anatômicas são pré-requisitos básicos na realização de
qualquer bloqueio periférico.
Referência:
Hamaji A, Carneiro AF, Ganen EM - Padronização de Condutas para o Bloqueio Regional, em: Yamashita
AM, Abrão J, Cunha LBP et al – Curso de Educação à Distância em Anestesiologia CET/SBA, Vol. 3, Rio de
Janeiro, Office Editora e Publicidade Ltda., 2003; 99-125.
36- O diâmetro interno em milímetros (mm) de tubo endotraqueal para uma criança de 2 anos é:
A) 2,5
B) 3,0
C) 4,5
D) 5,5
E) 6,0
Resposta: C
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
A seleção do tamanho adequado dos tubos endotraqueais depende de vários fatores. Embora a utilização
de fórmulas ou tabelas que utilizem apenas um parâmetro de referência, como peso e a idade, apresentem
baixo valor preditivo, elas são práticas e oferecem um ponto de partida para a seleção adequada do tubo
endotraqueal. A fórmula simples que permite o cálculo do diâmetro interno do tubo relaciona-se com a
idade: idade/4 + 4. Neste caso, o diâmetro interno do tubo endotraqueal calculado é 4,5 mm. Na prática, o
anestesiologista deve ter à disposição tubos com um diâmetro abaixo e um acima (4,0 e 5,0).
Referência:
Vanzillotta PP - Anestesia em Pediatria, em: Manica J – Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3ª ed, Porto
Alegre, Artes Médicas, 2004; 883-909.
37- Paciente adulto jovem, com cirurgia ambulatorial programada sob anestesia geral, informa que
há pouco mais de quatro horas ingeriu um copo de água. O anestesiologista deve:
A) suspender a cirurgia
B) administrar metoclopramida e induzir a anestesia nos 30 minutos seguintes
C) induzir a anestesia
D) adiar o início da anestesia por três horas
E) utilizar a manobra de Sellick durante a indução da anestesia
Resposta: C
Comentário:
Para cirurgias eletivas em adultos é proposto o seguinte tempo de jejum: sólidos - seis a oito horas, líquidos
sem resíduos e com pouco açúcar - duas horas. Medicação oral pode ser administrada uma/duas horas
antes com até 150 ml de água e deve-se considerar administração de antagonista H2 nos pacientes com
risco aumentado.
Referência:
Ortenzi AV – Avaliação e Medicação Pré-Anestésicas, em: Yamashita AM, Takaoka F, Auler Jr, JOC et al –
Anestesiologia- SAESP, 5ª.ed, São Paulo, Atheneu, 2001;467-497.
38- Paciente de 60 anos, com história de abdômen obstrutivo há dez horas, dá entrada na sala de
cirurgia, com quadro clínico de agitação, pressão arterial média de 40 mmHg, freqüência cardíaca de
130 bpm, oligúria, pele fria e úmida. A primeira conduta a ser instituída é:
Resposta: B
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
O quadro clínico apresentado é sugestivo de hipovolemia grave e idealmente, todos os déficits de fluídos
devem ser repostos no pré-operatório para restaurar o volume intravascular antes do uso de qualquer
anestésico.
Referência:
Morgan, Jr GE, Mikhail MS, Murray, MJ - Fluid management &Transfusion, em: Clinical Anesthesiology. 3rd
ed, New York, Langue Medical Books/McGraw-Hill, 2002; 629-643.
39- A cetamina, nas doses preconizadas para uso por via venosa, produz:
Resposta: D
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
A cetamina causa elevação da pressão arterial e da freqüência cardíaca, vasoconstrição e aumento das
pressões intracraniana e intra-ocular. Não causa broncoconstrição e não suprime os reflexos da tosse e
deglutição.
Referência:
Nociti JR – Anestesia Venosa: Farmacologia, em: Yamashita AM, Takaoka F, Auler Jr, JOC et al -
Anestesiologia- SAESP, 5ª ed, São Paulo, Atheneu, 2001; 523-538.
D) administração de bicarbonato
E) uso de vasodilatadores
Resposta: B
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
Em anestesia regional para cesárea, a dose do anestésico local não deve ser aumentada. Habitualmente, a
hidratação é realizada com cristalóide, não há necessidade de administração de bicarbonato e, quase
sempre, utiliza-se vasoconstritores para correção da hipotensão arterial. Deve-se deslocar o útero para a
esquerda para evitar a compressão aorto-cava.
Referência: Mathias RS, Torres MLA – Analgesia e Anestesia em Obstetrícia, em: Yamashita AM, Takaoka
F, Auler Jr, JOC et al – Anestesiologia- SAESP, 5ª.ed, São Paulo, Atheneu, 2001; 2001; 679 – 730.
A) zinco
B) fósforo
C) cálcio
D) magnésio
E) cloro
Resposta: C
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
Para que ocorra a transmissão neuromuscular no terminal nervoso, é necessário além do sinal elétrico, a
liberação de acetilcolina na fenda sináptica. Quando o potencial de ação atinge o terminal nervoso, provoca
alterações na forma dos canais protéicos da membrana pré-sináptica, permitindo que o cálcio ligue-se à
membrana e entre nas células através desses canais. A presença de cálcio intracelular é fundamental para
liberação de acetilcolina. O sódio e o potássio estão envolvidos no processo de despolarização da
membrana muscular. A propagação do potencial de ação é desencadeada pelo fluxo iônico, entrada de
sódio e cálcio e saída de potássio.
Referência:
Tardelli MA– Transmissão Neuromuscular - Anatomia, Fisiologia e Bloqueio, em: Tardelli MA, Cavalcanti IL,
Jorge JC et al – Curso de Educação à Distância em Anestesiologia CET/SBA, 1ª ed, Rio de Janeiro,
Sociedade Brasileira de Anestesiologia, 2001; 13-28.
Resposta: A
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
O remifentanil é um opióide com efeito de curta duração devido à sua rápida metabolização por esterases
plasmáticas e teciduais. Isto o distingue dos demais opióides. O principal metabólito do remifentanil é o
G90291A que é 800 –2000 vezes menos potente que o fármaco original. O remifentanil possui potência
similar à do fentanil e seus efeitos colaterais são os mesmos dos demais agonistas puros. Como os demais
opióides, os efeitos do remifentanil podem ser revertidos por fármacos antagonistas como a naloxona.
Referência:
Caetano AMM, Nora FS, Neto GFD et al – Anestesia Intravenosa – Técnica e Indicações, em: Tardelli MA,
Cavalcanti IL, Jorge JC et al – Curso de Educação à Distância em Anestesiologia CET/SBA, 1ª ed, Rio de
Janeiro, Sociedade Brasileira de Anestesiologia, 2001; 29-42.0
1- hipotermia
2- interferência do isoflurano
3- hipoperfusão
4- interferência da luz ambiente
Resposta: B
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
A diferença entre as duas medidas nos leva a dar crédito à gasometria, que tem menor incidência de erro.
Logo algo está provocando uma medida errada na oximetria de pulso. Num paciente submetido a uma
cirurgia de grande porte, com perda volêmica significativa (Hb=8,6) e temperatura corporal de 34,7º C, os
fatores que impedem a leitura correta da saturação da hemoglobina provavelmente são a hipotermia e a
hipoperfusão.
Referência:
Murphy GS, Vender JS – Monitoring the Anesthetized Patient, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting – Clinical
Anesthesia. Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 672
1- Hipercalemia
2- Anemia
3- Disfunção plaquetária
4- Neuropatia
Resposta: E
Grau de Dificuldade: Média
Comentário:
A hipercalemia, a anemia, a disfunção plaquetária e a neuropatia são manifestações sistêmicas da
insuficiência renal crônica de importância para a anestesia.
Referência:
Yost GS, Niemann CU – Renal, Liver and Biliary tract disease, in: Stoelting RK, Miller RD – Basics of
Anesthesia, Philadelphia, Churchill Livingstone, 5thEd, 2007;429-430.
1- recorrente laríngeo
2- alveolar inferior
3- laríngeo superior, ramo externo
4- glossofaríngeo
Resposta: B
Grau de Dificuldade: MÉDIA
Comentário:
A laringe é inervada bilateralmente pelos dois ramos do nervo vago: o laríngeo superior e o recorrente
laríngeo. O nervo recorrente laríngeo supre todos os músculos intrínsecos da laringe, com exceção do
cricotiroideo. O nervo glossofaríngeo inerva a porção posterior da língua. O nervo alveolar inferior não tem
nada a ver com a inervação das cordas vocais.
Referência:
Rosenblatt WH – Airway Management, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting – Clinical Anesthesia.
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 596.
Mecca RS – Postoperative Recovery, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting – Clinical Anesthesia.
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 1395.
Resposta: A
Grau de Dificuldade: FÁCIL
Comentário:
O torniquete promove uma hipóxia celular, que é seguida de metabolismo anaeróbico. Quanto maior a
pressão de insuflação maior este efeito. O cuff esvaziado periodicamente pode diminuir a incidência de
lesão neural, assim como se evitar que o torniquete permaneça inflado por mais de duas horas. A anestesia
regional não tem influência sobre o risco de lesão neural.
Referência:
Horlocker TT, Wedel DJ – Anesthesia for Orthopaedic Surgery, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting – Clinical
Anesthesia. Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;1123-1124.
1- hipóxia
2- hipertermia
3- taquicardia
4- petéquias conjuntivais
Resposta: E
Grau de Dificuldade: DIFÍCIL
Comentário:
A embolia gordurosa acontece mais comumente após fratura de ossos longos. Pode acontecer também
após terapia crônica com esteróides, queimaduras graves e pancreatite. Os sintomas normalmente
aparecem após 12 a 40 horas da embolia: respiratórios: desde hipóxia até SARA, com aumento da
diferença alvéolo-arterial; cardiovasculares: taquicardia, depressão do segmento ST; neurológicos: desde
desorientação até convulsões e coma; hematológicos: petéquias na axila e conjuntiva; trombocitopenia;
elevação do tempo de protrombina; elevação da lípase plasmática; metabólicos: febre. A terapia inclui
suporte respiratório e estabilização da fratura. Gurd classificou os sinais em maiores e menores. O
diagnóstico deve sempre incluir pelo menos um sinal maior e quatro menores. Os sinais maiores incluem a
presença de petéquias axilares ou subconjuntivais, hipoxemia significante, depressão do sistema nervoso
central e edema pulmonar. São classificados como sinais menores a taquicardia, hipertermia, embolia
gordurosa na retina, glóbulos de gordura urinários e diminuição inexplicada do hematócrito ou plaquetas,
aumento da sedimentação dos eritrócitos e glóbulos gordurosos no escarro.
Referência:
Horlocker TT, Wedel DJ – Anesthesia for Orthopaedic Surgery, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting – Clinical
Anesthesia. Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;1124.
48- Complicação(ões) possíveis na realização do bloqueio do plexo braquial pela via interescalênica:
Resposta: E
Grau de Dificuldade: Fácil
Comentário:
A proximidade do gânglio estrelado, nervo frênico e nervo recorrente laríngeo nesta via de acesso, explica a
alta incidência de bloqueios acidentais. Logo o paciente pode apresentar S. de Horner (miose, ptose e
enoftalmia), dispnéia e rouquidão, respectivamente. A proximidade da artéria vertebral ao local de injeção
aumenta o risco de injeção intrarterial. Mesmo uma pequena dose de anestésico injetado na artéria
vertebral pode provocar convulsões.
Referência:
Morgan GE, Mikhail MS, Murray MJ – Peripheral Nerve Blocks in: Clinical Anesthesiology, New York, Lange
Medical Books/McGraw Hill, 3ª. Ed, 2002, pg 288-289
1- trombocitopenia
2- retardo do esvaziamento gástrico
3- anemia
4- hipotensão ortostática
Resposta: C
Grau de Dificuldade: Média
Comentário:
A neuropatia autonômica do paciente urêmico causa retardo do esvaziamento gástrico e hipotensão
ortostática. Trombocitopenia e anemia fazem parte da síndrome urêmica, no entanto, não estão
relacionadas com a neuropatia autonômica.
50- Estrutura(s) que determina(m) o tamanho do tubo endotraqueal na via aérea do neonato:
1- glote
2- narinas
3- cordas vocais
4- cartilagem cricóide
Resposta: D
Comentário:
No neonato maduro a via aérea desde as cordas vocais até a traquéia tem a mesma dimensão. A porção
mais estreita das vias aéreas do neonato é o anel cricóide. As narinas são dicas práticas para o
paramédico, mas não tem cunho científico.
Referência:
Berry FA, Castro BA – Neonatal Anesthesia, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting – Clinical Anesthesia.
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;1186.
TEA / 2007
AT ENÇÃO: