Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Ludmilla Veado
ITAJAI, SC
AGOSTO DE 2008
1
Ludmilla Veado
ITAJAI, SC
AGOSTO DE 2008
2
Dedico àqueles que, mesmo entre tantas adversidades, acreditaram em mim!
3
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço ao meu orientador Charrid Resgalla Jr. por ter
proporcionado mais esta oportunidade e tantas outras para o meu crescimento
profissional e pela amizade durante todos esses anos. Obrigada!
Agradeço aos meus pais, Ricardo e Márcia e a minha irmã Natália por todo
apoio, carinho e amor. Obrigada por compreenderem minha ausência quando minha
prioridade era finalizar o mestrado. Ao meu melhor amigo, Luiz Márcio, pelas nossas
conversas, por sempre estar disposto em ajudar, por toda a sua amizade, por ser quem
você é. Obrigada por tudo, irmão!
Agradeço ao sempre querido Tiago que acompanhou o início dessa jornada e
que, mesmo distante, continuou e continua torcendo por mim.
A todos meus tios e amigos de Flops e de Belô pelo apoio fundamental. A meus
amigos saudosos que conquistei ao longo dos quatro meses em que morei no Moradas
Bom Viver no Rio Tavares em Flops. Obrigada por me divertirem tanto!
A toda a galera do mestrado (da minha turma e das turmas posteriores), do Lob,
do Letox (por me receber tão bem e pela torcida ao final dessa jornada!) e à secretária
Cris por sua disposição em sempre me ajudar. Saudade de quando eu encontrava com
mais freqüência a minha turma do mestrado Patri, Lenita, Tamily, Tati, Ana, Sangoi,
Ronnie, Dermeval, Marcelo... pelas nossas geladas após as aulas, onde a gente
realmente se divertia! Aos queridos RodrigoS (Dallag e Claudino e ao Sant’ - futuro
Oc.) pela agradável companhia no Lob, desde janeiro de 2008. Ao Dallag por quase
morrer congelado no container toda vez que eu voltava do campo com as amostras de
água da Epagri para os futuros testes de toxicidade, por nunca ter brigado comigo por
fazer barulho (a culpa era da Thais!) enquanto ele tentava se concentrar e por todas as
dicas e pelo help no abstract. Ao Claudino, pois quando chegava no Lob, já passava o
café e levava cuca de queijo com castanha (minha predileta) para o café da manhã com
direito a trilhas sonoras bizarras! Ao Topeira (Thiago) por ter me ensinado a trabalhar
no MVSP. A todos do Lob, especialmente Renateen, Martin, Mutley, Schroeder,
Richardi, Renan, Carol, Aninha entre outros por estarem sempre dispostos em me ceder
“a carroça” e por tornarem a vida no Lob mais tumultuada e divertida. À Rê por sempre
ser tão amiga e prestativa. Por me ceder seu apê durante o verão de 2008 e pelas
conversas zooplanctônicas! A Baby pelas nossas conversas, nossas broncas e nossa
amizade! Por nós duas termos trabalhado juntas e tudo ter dado tão certo no final das
4
contas!!! Á querida Thais, realmente a promoter do Lob por sempre me ajudar em tudo
e pela sua amizade! E por organizar os extintos (infelizmente!) cafés que tornavam as
tardes de quinta-feira mais agradáveis no Lob.
A amiga Fabíola e família que sempre me receberam de portas abertas em sua
casa, principalmente, na época das aulas do mestrado com direito a jantares deliciosos
preparados pelo João André.
Aos vizinhos Fernandão e chef Bruno pela amizade, pelos jantares, pelas
conversas e geladas que sempre me divertem. À amiga Suzana por me receber em casa
(desde sempre!) até eu me mudar definitivo para praia Brava em Itajaí, pela criação dos
mapas no Arcmap para o atlas e a dissertação. Obrigada por ser minha amiga, obrigada
por tudo!
A todos aqueles que por ventura não tenham sido citados aqui, mas que sempre
ajudaram com suas pequenas atitudes, me dando ânimo para finalizar a dissertação de
mestrado e fechar mais um ciclo em minha vida, obrigada!
5
SUMÁRIO
SUMÁRIO........................................................................................................................ 6
LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... 7
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... 7
RESUMO ....................................................................................................................... 10
ABSTRACT ................................................................................................................... 11
INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 12
Indicadores biológicos................................................................................................ 13
Comunidade zooplanctônica ...................................................................................... 14
Área de estudo ............................................................................................................ 17
OBJETIVOS................................................................................................................... 18
Objetivo geral ............................................................................................................. 18
Objetivos específicos.................................................................................................. 18
MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................... 19
Amostragens ............................................................................................................... 19
Triagem das amostras e identificação das espécies .................................................... 20
Análise dos dados ....................................................................................................... 20
RESULTADOS .............................................................................................................. 23
Variáveis ambientais................................................................................................... 23
Temperatura ........................................................................................................... 23
Salinidade ............................................................................................................... 24
Vazão ...................................................................................................................... 25
Turbidez e Transparência da água......................................................................... 26
Comunidade zooplanctônica ...................................................................................... 27
Densidade total....................................................................................................... 27
Riqueza ................................................................................................................... 28
Composição específica ........................................................................................... 29
Variáveis ambientais e a comunidade zooplanctônica no baixo estuário do rio
Itajaí-açu ................................................................................................................ 46
DISCUSSÃO .................................................................................................................. 48
CONCLUSÕES .............................................................................................................. 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 59
6
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
7
Figura 5: A e B - Variação da transparência (m) por campanha e por ponto de coleta no
baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C e D - Variação da
turbidez média na coluna de água na amostragem oblíqua por ponto de coleta no baixo
estuário do rio Itajaí-açu. ................................................................................................ 26
Figura 6: A - B - Variação da densidade da comunidade zooplanctônica (n°org.m-3) por
campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em
superfície. C-D - Variação da densidade da comunidade zooplanctônica (n°org.m-3) por
campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem
oblíqua. ........................................................................................................................... 27
Figura 7: A - B - Variação de riqueza de espécies (Nits) por campanha e por ponto de
coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C - D - Variação
de riqueza de espécies (Nits) por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do
rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua. ............................................................................ 28
Figura 8: Variação da abundância (%) de Acartia lilljeborgi por campanha e por ponto
de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície................... 37
Figura 9- Variação da abundância (%) de Acartia lilljeborgi por campanha e por ponto
de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua. ........................... 38
Figura 10: Variação da abundância (%) de Paracalanus quasimodo por campanha e por
ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície......... 39
Figura 11: Variação da abundância (%) de Paracalanus quasimodo por campanha e por
ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua. ................. 40
Figura 12: Variação da abundância (%) de Moina minuta por campanha e por ponto de
coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície........................ 41
Figura 13: Variação da abundância (%) de Moina minuta por campanha e por ponto de
coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua. ................................ 42
Figura 14: Variação da abundância (%) de Eucyclops serrulatus por campanha e por
ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície......... 43
Figura 15: Variação da abundância (%) de Pseudodiaptomus acutus por campanha e por
ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície......... 44
Figura 16: A - Variação da abundância (%) de Pseudodiaptomus richardi por campanha
e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. B
- Variação da abundância (%) de Pseudodiaptomus richardi por campanha e por ponto
de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua. ........................... 45
8
Figura 17: Resultado da ACP para a comunidade zooplanctônica e os parâmetros
ambientais do estuário do rio Itajaí-açu coletados na amostragem oblíqua e em
superfície. ....................................................................................................................... 47
9
RESUMO
A bacia do rio Itajaí-açu é a mais extensa do estado de Santa Catarina com 15.111 Km2 e
apresenta o principal parque industrial do estado. Próximo a desembocadura do rio Itajaí-
açu, está o Porto de Itajaí que é a principal via de comércio internacional do Estado e uma
das mais importantes do país. A região estuarina recebe a contribuição sedimentar e de
poluentes de toda a bacia, com uma área caracterizada por alta densidade demográfica e
intensa atividade industrial e pesqueira. Somadas a estas fontes de contaminação, atividades
de dragagem próximas ao porto tornam o estuário uma área crítica ao estudo de indicadores
biológicos. O objetivo do estudo foi conhecer o zooplâncton do baixo estuário do rio Itajaí-
açu e relacionar a composição específica e densidade com variáveis ambientais. Para isto,
foi analisada a comunidade zooplanctônica em 7 pontos amostrais obtidas mediante arrastos
oblíquos (dez/05–mai/07) e superficiais (jun/05-jan/07) com uma rede tipo WP-2 de 200
µm de tamanho de malha, 30 cm de diâmetro de boca equipada com fluxômetro. Em
laboratório, as análises quali-quantitativas do zooplâncton foram realizadas em câmaras do
tipo Bogorov sob microscópio estereoscópico, a partir de alíquotas que variaram de 3 a 10
% da amostra total. Dados abióticos de temperatura, salinidade, pH, turbidez e transparência
também foram obtidos. A temperatura apresentou uma correlação direta com a densidade de
organismos enquanto que a salinidade determinou a composição da comunidade
zoolanctônica. Esta foi constituída por 13 grandes grupos taxonômicos (incluindo famílias,
gêneros e espécies) e 91 taxa identificados. Foram identificadas três associações de
espécies: (a) a comunidade límnica dominada pelos Cladoceras Bosmina longirostris,
Camptocercus dadayi, Ceriodaphnia quadrangula, Ilyocryptus spinifer e Moina minuta e
pelo Copepoda Eucyclops serrulatus, (b) a comunidade do zooplâncton marinho composta
pelos Copepodas Acartia lilljeborgi, Centropages velificatus, Oithona ovalis, O. plumifera,
Paracalanus quasimodo e Temora turbinata e pelos Cladoceras Penilia avirostris e
Pseudoevadne tergestina, (c) o grupo mixohalino composto pelos Copepodas,
Pseudodiaptomus acutus e Pseudodiaptomus richardi.
10
ABSTRACT
The Basin of the Itajaí-açu River is the largest of Santa Catarina State, Southern Brazil,
extending 15,111 Km2 and encompassing the state’s main industrial zone. Next to the river
mouth lays the Itajaí Harbor, which is the principal outlet of international trading of the
state and one of the main harbors of the country. The estuarine region aggregates sediments
and pollutants originated from the entire basin, which is an area characterized by high
demographic densities and intense industrial activity, including fishing. Added to these
contamination sources, dredging activities next to the harbor characterize the whole estuary
zone as a critical area for the study of biological indicators. The objective of this study was
to describe the zooplankton of the lower Itajaí-açu River estuary and to relate its specific
composition and density with environmental variables. The zooplankton community
was analyzed in seven stations with oblique (dec/05 – may/07) and surface (jun/05 –
jan/07) plankton tows. These tows were conducted with a WP-2 net with 200 µm mesh
size, 30 cm mouth opening and a mechanical flow meter. In the laboratory, qualy-
quantitative analyses of zooplankton were made in water aliquots representing 3 to 10%
of the total sample volume, examined in Bogorov chambers under a stereomicroscope.
Abiotic data such as temperature, salinity, pH and water transparence were also
collected. Temperature and zooplankton density positively correlated whereas salinity
was found to influence the zooplankton species composition. This composition included
13 main taxonomical groups (including families, genera and species) and 91 identified
taxa. Three species associations were identified: (a) a limnic community dominated by
Cladoceran Bosmina longirostris, Camptocercus dadayi, Ceriodaphnia quadrangula,
Ilyocryptus spinifer, Moina minuta and Copepod Eucyclops serrulatus; (b) a marine
zooplankton community, composed by Copepods Acartia lilljeborgi, Centropages
velificatus, Oithona ovalis, O. Plumifera, Paracalanus quasimodo, Temora turbinata
and Cladocerans Penilia avirostris and Pseudoevadne tergestina; (c) a mixohaline
group composed by Copepods Pseudodiaptomus acutus and Pseudodiaptomus richardi.
11
INTRODUÇÃO
12
aprofundamento do canal de navegação e na bacia de evolução para facilitar o acesso
das embarcações. A dragagem foi realizada por uma draga tipo hopper com volume de
material dragado, estimado em 1.853.000 m3 (SCHETTINI, 2004; HIDROTOPO,
2006).
No entanto, não é possível avaliar o real impacto da urbanização as margens do
rio Itajaí-açu, sem estudos consistentes que avaliem a disponibilidade e qualidade dos
seus recursos hídricos. Dessa forma, a necessidade de esforços aplicados a estudos
ecológicos desses ecossistemas é nítida, vista a contínua e crescente degradação de
estuários e suas áreas adjacentes.
A comunidade zooplanctônica da desembocadura do rio Itajaí-açu começou a ser
estudada a partir de 1998, mas com maior enfoque sobre a influência de sua pluma de
baixa densidade sobre a plataforma interna (SCHETTINI et al., 1998 e 2005, RÖRIG et
al., 2003 e COUTINHO DE SOUZA, 2005). Para o zooplâncton límnico do rio, existe
um trabalho realizado na região de Blumenau apresentado por Serafim-Júnior et al.
(2006). Mesmo com estes trabalhos voltados para a região do rio Itajaí-açu, o
conhecimento sobre a fauna zooplanctônica límnica e estuarina ainda é incipiente.
Indicadores biológicos
13
Seguindo os pré-requisitos acima, um dos grupos de organismos mais
representativos na comunidade aquática continental, em biomassa e diversidade, é o
zooplâncton. Estes organismos são bons indicadores biológicos, já que apresentam
espécies esteno-halinas ou estenotérmicas, cuja presença ou ausência, descreve as
características físico-químicas do meio (DUSSART & DEFAYE, 1995).
A composição e a distribuição espacial da comunidade zooplanctônica estão
condicionadas tanto às características do ambiente, como seu tamanho, estado de trofia
e proteção, quanto às dos próprios organismos, como seu ciclo de vida, seu
comportamento e suas respostas às adversidades ambientais. Fornecem informações
importantes sobre os mecanismos de colonização e organização da comunidade, bem
como o grau de trofia do ambiente (BARBOSA & MARTINS, 2002).
O monitoramento biológico associado ao monitoramento físico-químico da água
gera informações que são essenciais para o estabelecimento de padrões de qualidade
ambiental (ABEL, 1989). Os forçantes abióticos atuam em distintos graus de
intensidade e dinâmica, gerando micro-habitats específicos que condicionam o
desenvolvimento e a dinâmica das comunidades aquáticas presentes no corpo d´água.
Visto isso, o levantamento faunístico, destacando o comportamento e as
interações da comunidade zooplanctônica a fim de se definir padrões de variação da sua
abundância e da sua composição é fundamental para o monitoramento das condições
ambientais de determinado sistema aquático.
Comunidade zooplanctônica
14
Paraná, os estudos iniciaram na década de 80 no complexo estuarino da baía de
Paranaguá (NEUMANN-LEITÃO, 1994).
Apesar de estudos realizados por Rörig et al. (1997) para praia de Navegantes,
Resgalla Jr. & Veado (2006) e Nunes (2007) para a enseada da Armação do Itapocoroy
na Penha, Schettini et al. (2002) para Baía de Babitonga e Resgalla Jr. (2001), Veado &
Resgalla Jr. (2005) e Mori & Resgalla Jr. (2007) para a baía sul (Saco dos Limões) em
Florianópolis, a costa catarinense carece de informações sobre as comunidades
planctônicas. Isto já vem sendo destacado por importantes trabalhos sobre a revisão do
tema apresentados por Valentin et al. (1994) e por Brandini et al. (1997). A partir de
1998 foram realizados estudos sobre as condições hidrológicas, químicas e do plâncton
na desembocadura do rio Itajaí-açu (SC) e a influência da pluma de água doce sobre a
região costeira por Schettini et al. (1998 e 2005), Rörig et al. (2003) e Coutinho de
Souza (2005), enquanto Serafim-Júnior et al. (2006) estudaram o zooplâncton límnico a
jusante da cidade de Blumenau. Mesmo assim, o conhecimento sobre a fauna
zooplanctônica límnica e estuarina do rio Itajaí-açu é escasso.
Um estuário pode ser considerado como um ecótono, ou seja, um ambiente de
transição entre os habitats marinho e límnico. No estuário superior há o aporte de água
doce que ainda sofre influência da maré, no médio há o encontro desta água doce com a
água salgada, proveniente do estuário inferior, onde há a conexão livre do sistema
fluvial com o mar aberto. Os limites desses setores são variáveis e sujeitos à constante
mudança pela descarga fluvial. Portanto, apresenta gradiente de variação horizontal de
suas componentes física, química e biológica, associada ao gradiente vertical na coluna
d’água, resultante da água doce menos densa, pairando sobre a água salgada mais densa.
As flutuações das condições físico-químicas de um estuário, causadas pela maior
ou menor diluição da água salgada pela doce, desencadeiam padrões de distribuição e
abundância da biota aquática. Então, esta, como o zooplâncton, está intimamente ligada
aos forçantes ambientais, podendo descrever as condições hidrológicas, como as
distintas massas d’água presentes no estuário.
Exemplos dessa integração podem ser vistos em recentes estudos de diversos
sistemas estuarinos. O zooplâncton do estuário do rio Paraíba do Sul (RJ), foi utilizado
como bioindicador de massas d’água estuarinas por Sterza et al. (2007). Outros autores
como Kaminski et al. (2007) estudaram o estuário da Lagoa dos Patos (RS), no que diz
respeito à comunidade zooplanctônica e Soares et al. (2007) estudaram o zooplâncton
do estuário de Santos (SP) ao longo de dois ciclos de maré numa estação chuvosa.
15
Os estuários estão entre os ambientes mais produtivos do mundo, comportando
altas taxas de produção primária e secundária que induzem a uma complexidade
ecológica ímpar, reflexo da diversidade de forças atuantes. Nos últimos anos, porém,
estes ecossistemas vêm perdendo seu equilíbrio natural em função do intenso e
indiscriminado uso de suas águas.
Quando o meio aquático sofre a introdução de poluentes, ocorrem alterações
ambientais e o zooplâncton reage a estas. Assim, pode haver anomalias, como a
modificação das suas funções vitais normais e/ou de sua composição química, o que
permite avaliar as condições ambientais. Nesse sentido, o zooplâncton, além de
indicador hidrológico, é considerado indicador de impacto ambiental.
Portanto, mais autores preconizam a necessidade de se conhecer a comunidade
zooplanctônica de ambientes aquáticos. Segundo Omori & Ikeda (1984), o zooplâncton
é um dos grupos de organismos mais utilizados como indicadores biológicos, devido ao
seu ciclo de vida curto, alta sensibilidade e abundância nos ecossistemas aquáticos.
Além disto, Parsons et al. (1984) afirmam que estudos que caracterizam a estrutura de
tamanho de seus constituintes assim como os hábitos alimentares das espécies
dominantes da comunidade, permitem inferir sobre a situação trófica do sistema. Os
dados de densidade desta comunidade são um reflexo direto da produção primária
(fitoplâncton) disponível, que por sua vez, é uma resposta à entrada de nutrientes no
sistema e aos processos de eutrofização. Qualitativamente, as informações sobre o
zooplâncton podem contribuir na elucidação de informações referentes ao grau de
competitividade entre constituintes planctônicos e bentônicos, períodos de reprodução
de importantes estoques pesqueiros e de organismos utilizados na maricultura, assim
como na disposição de dados pretéritos sobre a fauna em condições de pré e pós-
impacto antropogênico (OMORI & IKEDA,1984).
O estudo do zooplâncton vem fornecendo informações básicas a respeito de sua
composição e abundância, de sua interação com os demais organismos vivos e com
forçantes abióticos que condicionam todo o sistema. Esses dados podem servir como
subsídios a elaboração de planos que visem o uso sustentável dos sistemas aquáticos,
contribuindo para a solução dos problemas relacionados com o aproveitamento e
conservação da biodiversidade e a minimização dos impactos naturais e antrópicos
decorrentes do uso desses ambientes.
Nesse sentido, trabalhos vêm sendo desenvolvidos no nordeste brasileiro, como no
litoral de Pernambuco, cuja qualidade ambiental vem sendo avaliada conforme dados
16
biológicos da comunidade zooplanctônica encontrada na baía de Suape, nos estuários
dos rios Tatuoca e Massangana (ambos na baía de Suape) e no sistema estuarino de
Itamaracá (SILVA et al. 2004; PESSOA et al.2007; NEUMANN-LEITÃO et al. 2007)
e também no estado de São Paulo, onde Souza-Pereira & Camargo (2004), estudaram o
efeito do esgoto doméstico sobre a comunidade zooplanctônica com ênfase nos
Copepoda no estuário do rio Itanhaém.
Pesquisas oceanográficas integrando os dados biológicos de comunidade
zooplanctônica, como sua composição específica e estrutura trófica, com as variáveis
ambientais, principalmente na costa catarinense, merecem atenção especial. Esta
abordagem consiste em mais uma ferramenta no monitoramento ambiental de sistemas
aquáticos sob intensa urbanização, como é o caso do sistema estuarino do rio Itajaí-açu.
Área de estudo
17
OBJETIVOS
Objetivo geral
Objetivos específicos
18
MATERIAIS E MÉTODOS
Amostragens
19
dados de temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido, pH e condutividade com auxílio
de uma sonda multi-parâmetros YSI-6600, com medições a cada metro. Para as
comparações com o zooplâncton e com as amostragens de superfície, foram calculadas
as médias dos dados abióticos com o intuito de integrar a variação na coluna de água.
Em ambas amostragens, os cruzeiros para a coleta de dados foram realizados
com lancha de fibra de vidro com 5 m de comprimento, equipada por motor Johnson de
50 Hp 2T de propulsão.
Os pontos amostrais foram divididos entre pontos a montante e pontos a jusante.
Os pontos 1 (BR-101), 2 e 3 foram considerados a montante, enquanto que os pontos 4
(rio Itajaí-mirim), 5 (Porto), 6 (Cepsul) e 7 (praia de Navegantes) foram considerados
pontos a jusante no baixo estuário do rio Itajaí-açu (Figura 1).
20
Os dados obtidos nas análises qualitativa e quantitativa foram expressos pelo
número de organismos por metro cúbico (n°org.m-3) de água filtrada pela rede. Foi
calculado o índice de Riqueza de Margalef, de acordo com Omori & Ikeda (1984):
S −1
D= ,
LnN
sendo:
S = número de espécies
N = número total de organismos.
As distintas condições hidrológicas foram classificadas entre água doce, água
mixohalina e água marinha, conforme os seguintes intervalos de salinidade
(WATANABE, 1997):
21
Figura 1 – Mapa de localização do baixo estuário do rio Itajaí-açu com os pontos
amostrais.
22
RESULTADOS
Variáveis ambientais
Temperatura
30 A 25 B
25
20
Temperatura (°C)
Temperatura (°C)
20
15
15
10 10
5
5
0
0
#1 #2 #3 #4 #6
Mês/Ano Pontos am ostrais
C 30 C 25 D
25
25
Temperatura (°C)
Temperatura (°C)
20
15
24
10 24
5
23
0
23
#1 #4 #5 #6 #7
Mês/Ano Pontos am ostrais
Figura 2: A e B - Variação da temperatura (˚C) superficial da água por campanha a por ponto de coleta
no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem superficial. C e D- Variação da temperatura (˚C) média
da coluna de água por campanha a por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem
oblíqua.
23
Salinidade
30 A 30 B
25 25
Salinidade
20 20
Salinidade
15 15
10
10
5
5
0
0
#1 #2 #3 #4 #6
Mês/Ano Pontos am ostrais
30 C 30 D
25 25
Salinidade
20 20
Salinidade
15 15
10
10
5
5
0
0
#1 #4 #5 #6 #7
Mês/Ano Pontos am ostrais
Figura 3: A e B – Variação da salinidade em superfície por campanha e por ponto de coleta no baixo
estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C e D - Variação da salinidade média da coluna
de água por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua.
24
Vazão
1000 A
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
Mês/Ano
25 B
20
Salinidade média
15
10
Mês/Ano
Figura 4: A - Valores médios da vazão (m3/s) entre janeiro de 2005 e maio de 2007 no rio Itajaí-açu
(dados obtidos da Agência Nacional de Águas), B – Valores médios da salinidade superficial entre janeiro
de 2005 e maio de 2007 no rio Itajaí-açu.
25
Turbidez e Transparência da água
1,2 A 0,9 B
0,8
1
Transparência (m)
0,7
0,8
Transparência (m)
0,6
0,6 0,5
0,4
0,4
0,3
0,2 0,2
0,1
0
0
#1 #2 #3 #4 #6
Mês/Ano Pontos am ostrais
180 C 120 D
160
100
140
Turbidez (NTU)
Turbidez (NTU)
120 80
100
80 60
60 40
40
20 20
0
0
#1 #4 #5 #6 #7
Mês/Ano Pontos am ostrais
Figura 5: A e B - Variação da transparência (m) por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do
rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C e D - Variação da turbidez média na coluna de água na
amostragem oblíqua por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu.
26
Comunidade zooplanctônica
Densidade total
2500 A 1000 B
900
Densidade (n°org.m )
-3
2000 800
Densidade (n°org.m )
-3
700
1500 600
500
1000 400
300
500 200
100
0 0
#1 #2 #3 #4 #6
Mês/Ano Pontos amostrais
800 C 600 D
700
500
Densidade (n°org.m )
Densidade (n°org.m )
-3
-3
600
400
500
400 300
300
200
200
100 100
0 0
#1 #4 #5 #6 #7
Mês/Ano Pontos amostrais
27
Riqueza
Também não foi observado um padrão na distribuição espaço-temporal do
índice de riqueza de Margalef entre as amostragens. Foi observada uma tendência de
menores valores de riqueza para domínio de água doce e em condições de altas
densidades de organismos. Na amostragem em superfície, o ponto amostral 1 obteve
menor riqueza com 1,15 Nits e maior riqueza no ponto 6 com 1, 93 Nits, enquanto que
na amostragem oblíqua a riqueza foi menor no ponto amostral 6 com 1,84 Nits,
alcançando 2,26 Nits no ponto amostral 4 (Fig. 7 A-D).
3 A 2,5 B
2,5
2
Riqueza (Nits)
2
Riqueza (Nits)
1,5
1,5
1
1
0,5 0,5
0 0
#1 #2 #3 #4 #6
Mês/Ano Pontos amostrais
3,5 C 2,5 D
3
2,0
2,5
Riqueza (Nits)
Riqueza (Nits)
2 1,5
1,5 1,0
1
0,5
0,5
0 0,0
#1 #4 #5 #6 #7
Mês/Ano Pontos amostrais
Figura 7: A - B - Variação de riqueza de espécies (Nits) por campanha e por ponto de coleta no baixo
estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. C - D - Variação de riqueza de espécies (Nits) por
campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua.
28
Composição específica
29
Tabela 1 - Lista de taxa zooplanctônicos encontrados no baixo estuário do rio Itajaí-açu (Dm = densidade
média; FO = frequência de ocorrência; AR = abundância relativa) para amostragem em superfície.
-3
Taxa Dm (n°org.m ) FO (%) AR (%) límnico marinho mixohalino
Rotifera
Brachionus amphiceros 24,28 1,11 0,59 X
Euchlanis sp. 1,99 1,11 0,49
Cnidaria
Hydromedusae 59,83 3,33 0,15
Polychaeta
Larva 47,66 8,89 0,12
Mollusca
Veliger bivalva 212,91 1,00 0,53
Veliger gastropoda 95,36 21,11 2,32
Cladocera
Alona sp. 46,67 4,44 0,11
Alona rustica 2,94 1,11 0,51 X
Bosmina longirostris 167,45 11,11 0,50 X
Bosminopsis sp. 1,49 1,11 0,36
Camptocercus dadayi 242,73 12,22 0,59 X
Ceriodaphnia sp. 7,17 2,22 0,18
Ceriodaphnia quadrangula 26,42 3,33 0,65 X
Chydorus sp. 6,29 2,22 0,15
Daphnia laevis 72,46 5,56 0,18 X
Diaphanossoma birgei 5,27 1,11 0,13 X
Ilyocryptus spinifer 157,74 16,67 0,39 X
Kurzia latissima 28,33 4,44 0,69 X
Macrothrix sp. 1,54 1,11 0,38
Macrothrix triserialis 7,52 2,22 0,18 X
Moina minuta 2149,89 54,44 5,26 X
Penilia avirostris 293,68 1,00 0,72 X
Podon sp. 13,22 1,11 0,32
Pseudoevadne tergestina 1,39 1,11 0,34 X
Simocephalus vetulus 4,65 2,22 0,99 X
Copepoda
Naupliu 53,32 5,56 0,13
Copepodito 5777,21 71,11 14,13
Acanthocyclops sp. 3,57 1,11 0,87
Acartia sp. 247,78 6,67 0,66
Acartia lilljeborgi 5812,15 26,67 14,22 X
Acartia tonsa 6,54 1,11 0,16 X
Allocyclops sp. 3,82 2,22 0,93
Centropages velificatus 85,55 4,44 0,29 X
Cyclopoida 1,64 1,11 0,44
Corycaeus sp. 5,65 3,33 0,12
Diaptominae 12,48 2,22 0,34
Eucalanus sp. 178,58 7,78 0,44
Eucyclops sp. 5,71 1,11 0,14
Eucyclops serrulatus 16,27 13,33 0,26 X
Eudiaptomus vulgaris 17,99 3,33 0,44 X
Euterpina acutifrons 89,23 5,56 0,22 X
Harpacticoida 16,46 5,56 0,43
Macrocyclops albidus albidus 5,88 1,11 0,14 X
Megacyclops viridis 6,33 1,11 0,15 X
Mesocyclops sp. 63,62 8,89 0,16
Mesocyclops longisetus longisetus 12,22 2,22 0,30 X
Mesocyclops meridianus 1,39 1,11 0,34 X
30
Tabela 1 (continuação)
-3
Taxa Dm (n°org.m ) FO (%) AR (%) límnico marinho mixohalino
Metacyclops sp. 58,92 6,67 0,14
Metacyclops brauni 7,26 2,22 0,18 X
Metacyclops curtispinosus 35,54 6,67 0,87 X
Metacyclops grandis 3,83 2,22 0,94 X
Metacyclops laticornis 16,65 3,33 0,47 X
Metacyclops mendocinus 32,82 5,56 0,83 X
Metacyclops subaequalis 3,89 1,11 0,95 X
Microcyclops sp. 22,36 6,67 0,55
Microcyclops anceps anceps 14,28 3,33 0,35 X
Microsetella rosea 3,49 2,22 0,85 X
Oithona sp. 13,60 2,22 0,33
Oithona oswaldocruzii 121,62 4,44 0,30 X
Oithona ovalis 2335,37 12,22 5,71 X
Oithona plumifera 87,58 5,56 0,21 X
Oncaea sp. 45,43 3,33 0,11
Paracalanus sp. 531,39 13,33 1,30
Paracalanus crassirostris 1,45 1,11 0,35 X
Paracalanus quasimodo 7645,12 63,33 18,72 X
Pontellidae 7,65 2,22 0,17
Pseudodiaptomus sp. 2397,68 42,22 5,87
Pseudodiaptomus acutus 337,82 11,11 0,83 X
Pseudodiaptomus gracilis 12,45 3,33 0,34 X
Pseudodiaptomus richardi 1742,73 27,78 4,26 X
Temora sp. 21,86 3,33 0,53
Temora turbinata 635,43 1,00 1,55 X
Thermocyclops sp. 76,26 3,33 0,19
Thermocyclops brehmi 5,24 1,11 0,13 X
Thermocyclops crassus 9,83 2,22 0,24 X
Thermocyclops decipiens 23,83 3,33 0,58 X
Tropocyclops sp. 15,85 2,22 0,39
Cirripedia
Naupliu 2325,93 21,11 5,69
Cypri 32,74 13,33 0,75
Euphausiacea
Calyptopsis 3,49 2,22 0,85 X
Decapoda
Decapodito 26,79 2,22 0,66
Megalopa 23,82 2,22 0,58
Mysis 51,23 4,44 0,13
Protozoea 1165,97 52,22 2,85
Zoea 2575,28 55,56 6,30
Lucifer faxoni 16,22 3,33 0,40 X
Amphipoda
Gammarideae 83,64 8,89 0,25
Larvacea
Oikopleura dioica 58,49 5,56 0,14 X
Chaetognatha
Sagitta sp. 1,21 2,22 0,25
Sagitta enflata 3,84 1,11 0,94 X
Sagitta tenuis 8,95 2,22 0,20 X
Ictioplâncton
Larva 738,35 36,67 1,85
31
Tabela 2 - Lista de taxa zooplanctônicos encontrados no baixo estuário do rio Itajaí-açu (Dm = densidade
média; FO = frequência de ocorrência; AR = abundância relativa) para amostragem oblíqua.
Taxa Dm (n°org.m-3) FO (%) AR (%) límnico marinho mixohalino
Cnidaria
Hydromedusae 67,98 9,76 0,45
Liriope tetraphyla 5,89 2,44 0,39 X
Polichaeta
Larva 6,91 12,20 0,46
Mollusca
Veliger gastropoda 131,70 17,07 0,88
Veliger bivalva 6,24 4,88 0,42
Creseis sp. 6,10 2,44 0,47 X
Cladocera
Alonella sp. 3,56 2,44 0,24
Bosmina longirostris 3,32 4,88 0,22 X
Camptocercus dadayi 48,84 12,20 0,33 X
Ceriodaphnia sp. 54,83 4,88 0,37
Ceriodaphnia quadrangula 36,52 14,63 0,24 X
Chydorus sp. 99,74 9,76 0,67
Chydorus eurynotus 49,79 2,44 0,33 X
Euryalona orientalis 8,28 9,76 0,55 X
Ilyocryptus spinifer 117,70 26,83 0,79 X
Kurzia longirostris 2,52 2,44 0,17 X
Macrothrix sp. 103,61 7,32 0,69
Moina minuta 377,67 41,46 2,52 X
Oxyurella longicaudis 1,07 2,44 0,71 X
Penilia avirostris 1075,08 34,15 7,19 X
Podon sp. 16,75 4,88 0,11
Pseudoevadne tergestina 75,05 14,63 0,51 X
Simocephalus vetulus 143,41 4,88 0,96 X
Copepoda
Naupliu copepoda 3,08 4,88 0,25
Copepodito 1023,30 68,29 6,84
Acartia sp. 288,21 19,51 1,93
Acartia lilljeborgi 3816,39 73,17 25,49 X
Calanopia americana 2,54 7,32 0,17 X
Calocalanidae 12,57 2,44 0,84
Centropages velificatus 50,98 17,07 0,35 X
Corycaeus sp. 101,66 26,83 0,68
Cyclopoida 5,56 9,76 0,37
Diaptominae 3,43 7,32 0,23
Eucalanus sp. 44,87 14,63 0,30
Eucyclops sp. 1,20 2,44 0,83
Eucyclops delachauxi 1,01 2,44 0,67 X
Eucyclops serrulatus 103,28 9,76 0,69 X
Eudiaptomus vulgaris 13,26 9,76 0,89 X
Euterpina acutifrons 3,45 2,44 0,23 X
Halicyclops sp. 3,50 7,32 0,23
Labidocera sp. 6,11 2,44 0,48
Labidocera fluviatilis 6,11 2,44 0,48 X
Labidocera neeri 6,11 2,44 0,48 X
Mesocyclops sp. 2,08 4,88 0,14
Mesocyclops aspericornis 4,55 2,44 0,34 X
Mesocyclops meridianus 1,07 2,44 0,71 X
Metacyclops sp. 104,21 9,76 0,70
Metacyclops brauni 6,98 9,76 0,47 X
Metacyclops laticornis 2,25 2,44 0,15 X
Metacyclops leptopus leptopus 2,21 4,88 0,15 X
32
Tabela 2 (continuação)
Taxa Dm (n°org.m-3) FO (%) AR (%) límnico marinho mixohalino
Metacyclops subaequalis 1,03 2,44 0,69 X
Microcyclops sp. 49,79 2,44 0,33
Microcyclops ceibaensis 2,52 2,44 0,17 X
Microcyclops finitimus 1,43 2,44 0,95 X
Oithona sp. 10,75 7,32 0,72
Oithona ovalis 14,34 9,76 0,96 X
Oithona plumifera 66,10 17,07 0,44 X
Oncaea sp. 7,86 9,76 0,52
Paracalanus sp. 213,75 39,02 1,43
Paracalanus quasimodo 1545,19 26,83 10,32 X
Paracyclops sp. 2,52 2,44 0,17
Pseudodiaptomus sp. 773,32 26,83 5,17
Pseudodiaptomus acutus 5,64 2,44 0,38 X
Pseudodiaptomus richardi 938,77 31,71 6,27 X
Temora sp. 73,02 19,51 0,49
Temora stylifera 6,74 9,76 0,45 X
Temora turbinata 491,57 53,66 3,28 X
Thermocyclops sp . 2,01 7,32 0,13
Thermocyclops crassus 2,44 4,88 0,16 X
Thermocyclops decipiens 3,43 4,88 0,23 X
Tropocyclops prasinus meridionalis 1,01 2,44 0,67 X
Tropocyclops schubarti dispar 2,52 2,44 0,17 X
Cirripedia
Naupliu 50,16 26,83 0,34
Cipry 39,29 17,07 0,26
Euphausiacea
Calyptopsis 34,51 14,63 0,24 X
Decapoda
Decapodito 6,07 2,44 0,46
Protozea 893,18 80,49 5,97
Megalopa 61,72 12,20 0,41
Mysis 3,52 2,44 0,24
Zoea 701,26 78,05 4,68
Lucifer faxoni 17,09 17,07 0,11 X
Gammaridae 1,01 2,44 0,67
Doliolidae 6,86 2,44 0,46
Appendicularia
Oikopleura dioica 110,03 21,95 0,73 X
Chaetognatha
Sagitta enflata 40,67 17,07 0,27 X
Sagitta tenuis 148,31 21,95 1,00 X
Ictioplâncton
Ovos 99,65 12,20 0,67
Larvas 479,71 53,66 3,24
33
Tabela 3 - Porcentagem média de abundância (%) dos grandes grupos do zooplâncton registrados na
amostragem em superfície e na amostragem oblíqua no rio Itajaí-açu entre junho de 2005 e maio de 2007.
AMOSTRAGEM EM SUPERFÍCIE
GRUPOS ABUNDÂNCIA (%)
Chaetognatha 0,2%
Cirripedia 6%
Cladocera 8%
Copepoda 70%
Decapoda 0,3%
Outros 5%
AMOSTRAGEM OBLÍQUA
GRUPOS ABUNDÂNCIA (%)
Chaetognatha 1%
Cirripedia 1%
Cladocera 15%
Copepoda 66%
Decapoda 11%
Outros 6%
34
turbinata, P. avirostris e P. tergestina. A espécie T. turbinata foi tolerante as variações
de salinidade, enquanto que C. velificatus, O. plumifera e O. ovalis foram as menos
tolerantes. As espécies com elevada representatividade nos dois tipos de amostragens
foram A. lilljeborgi e P. quasimodo, demonstrando maior tolerância às variações de
salinidade. (Fig. 8 a 11).
As espécies que apresentaram ocorrência em águas de baixas salinidades foram
Camptocercus dadayi, Ceriodaphnia quadrangula, Eucyclops serrulatus, Ilyocryptus
spinifer, Moina minuta e Bosmina longirostris. O Cladocera M. minuta apresentou uma
maior tolerância às variações de salinidade, estando amplamente distribuído nos dois
tipos de amostragens enquanto que E. serrulatus foi menos tolerante a maiores
salinidades e não ocorreu na amostragem oblíqua (Fig. 12 a 14). Estas espécies foram
dominantes no ponto amostral 4, localizado em frente a desembocadura do rio Itajaí-
mirim.
Pseudodiaptomus acutus e P. richardi são espécies de Copepoda de origem
límnica e que apresentaram comportamento diferenciado em relação aos demais grupos.
P. acutus ocorreu somente na amostragem oblíqua, apresentando tolerância às variações
de salinidade. P.richardi foi representativo tanto nas amostragens oblíquas como de
superfície, mas com altas densidades em águas de baixas salinidades (Fig. 15 e 16).
As espécies consideradas mais freqüentes no baixo estuário do rio Itajaí-açu
constituíram as distintas comunidades aquáticas no sistema, como as comunidades
marinha, mixo-halina e límnica (Tabela 4). Os pontos localizados a montante (pontos
amostrais 1, 2 e 3) foram dominados pelas espécies consideradas límnicas, enquanto
que nos pontos a jusante (pontos amostrais 4, 5, 6 e 7), as espécies marinha e mixo-
halina foram as dominantes.
35
Tabela 4 - As comunidades zooplanctônicas com seus respectivos grupos e espécies encontrados no
baixo estuário do rio Itajaí-açu.
36
100 100
50 jun/06
50
jun/05
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
jul/05 jul/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
out/05 ago/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
nov/05 nov/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
dez/05 dez/06
0 0
-50 -50
-100
-100
100 100
50 50
jan/06 jan/07
0 0
-50 -50
-100 -100
#1 #2 #3 #4 #6
100
50
mai/06
0
-50
-100
#1 #2 #3 #4 #6
Figura 8: Variação da abundância (%) de Acartia lilljeborgi por campanha e por ponto de coleta no baixo
estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície.
37
100 100
50 50
dez/05 0 fev/07 0
-50 -50
-100
-100
100 100
50 50
mar/06
0 mar/07 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
jun/06 0 abr/07 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
out/06 0 mai/07 0
-50 -50
-100 -100
#1 #4 #5 #6 #7
100
50
dez/06 0
-50
-100
#1 #4 #5 #6 #7
Figura 9- Variação da abundância (%) de Acartia lilljeborgi por campanha e por ponto de coleta no baixo
estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua.
38
100
100
50
50
jul/05 0 jul/06
0
-50
-50
-100
#1 #2 #3 #4 #6 -100
100
100
50 50
ago/05 0
ago/06
0
-50 -50
-100 -100
#1 #3 #4 #6 #1 #2 #3 #4 #6
100 100
50 50
out/05 set/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
nov/05 0
out/06 0
-50 -50
-100 -100
100
50 50
dez/05 nov/06
0 0
-50 -50
-100 -100
#1 #2 #3 #4 #6
100
100
50
jan/06 50
0 dez/06 0
-50
-50
-100
-100
#1 #2 #3 #4 #6
100
50 100
fev/06 0 50
jan/07
-50 0
-100 -50
#1 #2 #3 #4 #6
-100
100 #1 #2 #3 #4 #6
50
mar/06
0
-50
-100
100
50
abr/06 0
-50
-100
#1 #2 #3 #4 #6
100
50
mai/06
0
-50
-100
#1 #2 #3 #4 #6
100
50
jun/06
0
-50
-100
#1 #2 #3 #4 #6
Figura 10: Variação da abundância (%) de Paracalanus quasimodo por campanha e por ponto de coleta
no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície.
39
100
100
50
50
jun/06 0
dez/05 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
mar/06 0 mai/07 0
-50 -50
-100 -100
#1 #4 #5 #6 #7 #1 #4 #5 #6 #7
Figura 11: Variação da abundância (%) de Paracalanus quasimodo por campanha e por ponto de coleta
no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua.
40
100 100
50 50
jun/05 mar/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
ago/05 0 abr/06
0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
set/05 mai/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
out/05 jul/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
nov/05 set/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
dez/05 out/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
jan/06 dez/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
fev/06 jan/07 0
0
-50 -50
-100 -100
#1 #2 #3 #4 #6
#1 #2 #3 #4 #6
Figura 12: Variação da abundância (%) de Moina minuta por campanha e por ponto de coleta no baixo
estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície.
41
100 100
50 50
dez/05 fev/07 0
0
-50 -50
-100 -100
100
100
50
50 mar/07 0
mar/06 0
-50
-50
-100
-100
100 100
50 50
out/06 mai/07 0
0
-50
-50
-100
-100
#1 #4 #5 #6 #7
100
50
dez/06 0
-50
-100
#1 #4 #5 #6 #7
Figura 13: Variação da abundância (%) de Moina minuta por campanha e por ponto de coleta no baixo
estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua.
42
100 100
50 50
jun/05 0 nov/05 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
ago/05
0 0
dez/05
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
set/05 0 jul/06 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
out/05 0 out/06 0
-50 -50
-100 -100
#1 #2 #3 #4 #6 #1 #2 #3 #4 #6
Figura 14: Variação da abundância (%) de Eucyclops serrulatus por campanha e por ponto de coleta no
baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície.
43
100 100
50 50
jun/05 0 set/05 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
jul/05 abr/06 0
0
-50
-50
-100
-100
#1 #2 #3 #4 #6
100
50
ago/05 0
-50
-100
#1 #2 #3 #4 #6
Figura 15: Variação da abundância (%) de Pseudodiaptomus acutus por campanha e por ponto de coleta
no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície.
44
A
100 100
50 50
jun/05 mai/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
out/05 jun/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
nov/05 jul/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
jan/06 ago/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
abr/06 0 out/06 0
-50 -50
-100 -100
#1 #2 #3 #4 #6 #1 #2 #3 #4 #6
100 100
50 50
dez/05 out/06
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
mar/06 fev//07
0 0
-50 -50
-100 -100
100 100
50 50
jun/06 mar/07 0
0
-50 -50
-100 -100
#1 #4 #5 #6 #7 #1 #4 #5 #6 #7
Figura 16: A - Variação da abundância (%) de Pseudodiaptomus richardi por campanha e por ponto de
coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na amostragem em superfície. B - Variação da abundância (%)
de Pseudodiaptomus richardi por campanha e por ponto de coleta no baixo estuário do rio Itajaí-açu na
amostragem oblíqua.
45
Variáveis ambientais e a comunidade zooplanctônica no baixo
estuário do rio Itajaí-açu
Tabela 5 - Porcentagem da variância dos dois primeiros eixos e peso das variáveis para ACP da
comunidade zooplanctônica e parâmetros ambientais do estuário do rio Itajaí-açu na amostragem oblíqua
e em superfície.
46
0,40 OBLIQUO 0,40 SUPERFICIE
A. lilljeborgi
P. avirostris Temperatura
Transparência
0,10 C. velificatus Turbidez 0,10 P. avirostris
P. tergestina Densidade
T. turbinata P. richardi
0,00 0,00
Eixo 2
Eixo 2
P. richardi
-0,10 Densidade -0,10 P. acutus
Temperatura
-0,20 -0,20 C. dadayi
B. longirostris
C. dadayi Riqueza
-0,30 -0,30 E. serrulatus
Riqueza I. spinifer
-0,40 I. spinifer C. quadrangula -0,40 M. minuta
M. minuta
-0,50 -0,50
-0,50 -0,30 -0,10 0,10 0,30 0,50 0,70 0,90 -0,30 -0,10 0,10 0,30 0,50 0,70
Eixo 1 Eixo 1
Figura 17: Resultado da ACP para a comunidade zooplanctônica e os parâmetros ambientais do estuário do rio Itajaí-açu coletados na amostragem oblíqua e em
superfície.
47
DISCUSSÃO
48
A comunidade marinha que dominou o baixo estuário em condições de enchente
foi representada pelas espécies Acartia lilljeborgi, Centropages velificatus, Oithona
ovalis, Oithona plumifera, Paracalanus quasimodo, Penilia avirostris, Pseudoevadne
tergestina e Temora turbinata, consideradas espécies típicas da costa brasileira
(BJORNBERG, 1981).
Acartia lilljeborgi já foi reportada como a mais abundante na desembocadura do
rio Itajaí-açu (RÖRIG et al., 2003). Sua abundância relativa alcançou 25,5% no
zooplâncton total, o que a definiu como a espécie chave do grupo no rio Itajaí-açu. Esta
espécie respondeu a maior salinidade no interior do estuário com aumento na sua
densidade no ambiente. Para o estuário do rio Itajaí-açu pode ser classificada como
eurihalina (10-35) e euritérmica (19-27°C).
Em outros ambientes A. lilljeborgi também foi freqüente, como na região norte
nos estuários da região de Bragança (PA) (COSTA et al., 2008; PERDIGÃO et al,
2008) na região nordeste no estuário do rio Anil (São Luis, MA) (MARTINS et
al.,2006) na região costeira próxima ao porto de Pecém (Fortaleza, CE) (GARCIA et
al., 2007) no sistema estuarino da região portuária de Suape (Recife, PE) (NEUMANN-
LEITÃO & TUNDISI, 1998), no estuário da bacia do Pina e no de Barra de Jangadas
(PE) (OLIVEIRA & GUSMÃO, 2008; CAVALCANTI et al., 2008) e no estuário do rio
Sergipe (SE) (MENEZES FILHO et al., 2008), na região sudeste, como no estuário da
baia de Vitória (ES) (STERZA & LOUREIRO-FERNANDES, 2006), no estuário de rio
Verde (Juréia, SP) (LOPES et al., 1986) no complexo estuarino lagunar de Cananéia
(SP) (ARA, 2004) e na região sul no estuário da baia de Paranaguá (PR), no complexo
estuarino lagunar da Lagoa dos Patos (RS) (VALENTIN et al., 1994). Na costa
catarinense foi uma espécie freqüente na enseada do Saco dos Limões (Florianópolis) e
na enseada da Armação do Itapocoroi (Penha) (VEADO, 2002; VEADO &
RESGALLA Jr, 2005; NUNES, 2007).
Paracalanus quasimodo apresentou-se no estuário como uma espécie eurihalina
(10-35) e euritérmica (15-28°C), sendo uma das espécies mais freqüentes e dominantes
com dominância relativa de 10,32%. Pode ser considerada espécie residente do estuário
do rio Itajaí-Açú, responsável pela produção secundária do ambiente e de alta
resistência às variações de salinidade (BJÖRNBERG,1981). Destaca-se que o gênero
Paracalanus apresenta alternância de dominância com Acartia lilljeborgi na
desembocadura do rio, provavelmente indicando períodos de maior ou menor influência
da pluma do rio na plataforma adjacente (COUTINHO DE SOUZA, 2005).
49
Espécie típica de águas costeiras e tropicais, P. quasimodo esteve presente na
enseada da Armação do Itapocoroy (Penha) e na enseada do Saco dos Limões
(Florianópolis) (NUNES, 2007; VEADO & RESGALLA Jr, 2005; VEADO, 2002).
Similar a A. lilljeborgi apresenta ampla distribuição em águas tropicais no oceano
Atlântico. No Brasil ocorre nas costas nordeste, central e sul, como na Lagoa dos Patos
(RS) e na baia de Paranaguá (PR) (MONTÚ, 1987; VALENTIN et al., 1994),
estendendo-se ao norte do Atlântico (33°N) (BJORNBERG,1981; BRADFORD-
GRIEVE, et al.,1999; DIAS & ARAUJO, 2006).
Centropages velificatus foi uma espécie eurihalina (20-35) e termófila (20-
28°C). Comportamento epipelágico, comum em águas costeiras e de plataforma com
alta densidade em condições de enchente. Constituinte da comunidade marinha no baixo
estuário do rio Itajaí-açu com ampla distribuição em águas tropicais e subtropicais nos
oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. No Brasil ocorre nas costas norte, nordeste, central
e sul (BJORNBERG,1981; BRADFORD-GRIEVE, et al.,1999; DIAS & ARAUJO,
2006). Foi uma espécie dominante também na enseada da Armação do Itapocoroi
(Penha, SC) (NUNES, 2007).
Oithona ovalis foi uma espécie eurihalina (10-34) e termófila (21-28°C), típica
de águas quentes de manguezais e costeiras com maior densidade em condições de
enchente. Pertence à comunidade marinha no baixo estuário do rio Itajaí-açu. Distribui-
se do norte ao sul do Brasil em áreas de manguezais (BJORNBERG,1981; MONTÚ &
GLOEDEN, 1986).
Oithona plumifera apresentou comportamento estenohalino (20-33),
estenotérmico (20-26°C) e epipelágica. Suas maiores densidades foram registradas em
condições de enchente. Constitui a comunidade marinha no baixo estuário do rio Itajaí-
açu, sendo uma das espécies mais freqüentes. Ampla distribuição em águas tropicais e
subtropicais nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico (BJORNBERG,1981; MONTÚ &
GLOEDEN, 1986; BRADFORD-GRIEVE, et al.,1999; DIAS & ARAUJO, 2006).
Temora turbinata foi uma espécie eurihalina (10-32) e termófila (22-27°C).
Comum ao longo do ano com maiores densidades nos meses de primavera e verão e em
condições de enchente. Foi uma espécie dominante e freqüente na comunidade marinha
no baixo estuário do rio Itajaí-açu. Considerada espécie invasora, não ocorria na costa
brasileira antes de 1993 (ARAUJO & MONTU, 1993; LOPES, 2004), no entanto é
considerada membro importante para a produção secundária em regiões estuarinas,
como a de Cananéia (SP) (ARA, 2002 e 2004). Apresenta ampla distribuição em águas
50
tropicais e subtropicais dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico (BJORNBERG,1981;
BRADFORD-GRIEVE, et al.,1999; DIAS & ARAUJO, 2006).
Para o grupo Cladocera, Penilia avirostris foi a espécie freqüente (34%) e
dominante com abundância relativa de 7,2%, sendo comum em ambientes costeiros
(ONBÉ, 1981). O registro de maiores densidades ocorreu conforme o aumento da
salinidade no ambiente estuarino, como em outubro de 2006, período em que houve
menor descarga fluvial, propiciando a distribuição desta espécie no interior do sistema.
Para este estuário foi caracterizada como uma espécie eurihalina (10-35) e euritérmica
(20-27°C) com alta densidade na primavera e no verão em áreas costeiras, alcançando o
interior do baixo estuário. É uma espécie cosmopolita que ocorre em condições de
enchente e indica águas quentes e eutrofizadas segundo RAMIREZ (1981) e ONBÉ
(1999). Também, segundo estes autores, esta espécie tem hábito alimentar constituído
por nano e picoplâncton, indicando um sistema trófico de cadeia longa com baixa
eficiência ecológica. Isso sugere que o estuário do rio Itajaí-açu apresenta uma baixa
produtividade primária com decompositores e uma alça microbiana bem desenvolvida.
Pseudoevadne tergestina apresentou características de uma espécie eurihalina
(10-35) e termófila (20-27°C), e com alta densidade na primavera e no verão, associada
à Penilia avirostris. Ocorre em condições de enchente e indica águas quentes costeiras e
oceânicas. Constituinte da comunidade marinha foi uma das mais dominantes e
freqüentes no baixo estuário do rio Itajaí-açu. Presente em águas temperadas e tropicais
em ambos hemisférios (RAMIREZ, 1981; ONBÉ, 1999).
O grupo límnico que dominou o ambiente em condições de vazante foi
representado por Cladocera, apesar da ocorrência de Copepoda como Eucyclops
serrulatus, Eudiaptomus vulgaris, Metacyclops sp, entre outros. As espécies Moina
minuta, Bosmina longirostris, Camptocercus dadayi, Ceriodaphnia quadrangula e
Ilyocryptus spinifer (Cladocera) constituíram esta comunidade no rio Itajaí-açu,
ocorrendo em outros ambientes límnicos no Brasil (REID, 1984; EL MOOR, 1997;
NEUMANN-LEITÃO & TUNDISI, 1998; MARINHO-FILHO, 2008; RODRIGUES,
2008; SILVA, 2008).
Eucyclops serrulatus foi o Copepoda mais freqüente na comunidade límnica.
Neste estudo mostrou-se ser oligohalina (0-14), euritérmica (16-22°C) e com maior
densidade em condições de vazante. Cosmopolita em ambientes dulcícolas na América
do Sul, encontrada no estuário do rio da Prata (REID, 1985; DUSSART & DEFAYE,
1995; SANS et al, 2003).
51
Para o grande grupo Cladocera a espécie dominante com 2,52% de abundância
relativa foi Moina minuta. Apresentou a maior freqüência de ocorrência (42%) entre as
espécies límnicas e pode ser considerada espécie chave do grupo com suas altas
densidades em condições de mixo-halização e baixas salinidades nos períodos de maior
vazão (outubro, fevereiro e março de 2007). Nessas condições, sua distribuição
alcançou os pontos mais próximos da desembocadura do rio Itajaí-açu. Moina minuta
foi uma espécie oligohalina (0-10) e termófila (20-30°C), com alta densidade na
primavera e no verão em condições de vazante. É considerada uma indicadora de
ambientes oligo-mesotróficos segundo Coelho-Botelho (2003). É uma espécie comum
em ambientes dulcícolas no Brasil, ocorrendo no estuário da baía do Guajará e em
Belém (PA) (ELMOOR-LOUREIRO, 1997; MARINHO-FILHO et al., 2008;
RODRIGUES et al., 2008; SILVA et al., 2008). Sans et al. (2003) também destaca sua
ocorrência no estuário do rio da Prata.
Bosmina longirostris mostrou-se oligohalina (0-10), estenotérmica (10-20°C) e
com alta densidade na primavera. Constitui um dos membros da comunidade límnica no
baixo estuário do rio Itajaí-açu, sendo citada como cosmopolita em ambientes dulcícolas
no Brasil. (ELMOOR-LOUREIRO, 1997; SAMPAIO et al, 2002; COELHO-
BOTELHO, 2003).
Camptocercus dadayi foi uma espécie oligohalina (0-10) e euritérmica (10-
28°C) com alta densidade na primavera e no verão. Ocorreu em condições de vazante,
pertencendo à comunidade límnica no baixo estuário do rio Itajaí-açu. Encontrada em
ambientes dulcícolas do norte ao sul do Brasil (MONTÚ & GLOEDEN, 1986;
ELMOOR-LOUREIRO, 1997).
Ceriodaphnia quadrangula apresentou comportamento oligohalino (0-10) e
termófilo (20-30°C) com alta densidade no verão. Ocorreu em condições de vazante.
Espécie pertencente à comunidade límnica no baixo estuário do rio Itajaí-açu é comum
em ambientes dulcícolas no Brasil (ELMOOR-LOUREIRO, 1997).
Ilyocryptus spinifer foi uma espécie oligohalina (0-10) e euritérmica (10-28°C)
com alta densidade na primavera e no verão. Ocorreu em condições de vazante.
Membro da comunidade límnica no baixo estuário do rio Itajaí-açu. Foi utilizada como
indicadora de poluição a partir de deformidades morfológicas de indivíduos em
populações naturais por El Moor-Loureiro (2004). Encontrada em ambientes dulcícolas
do norte ao sul do Brasil (MONTÚ & GLOEDEN, 1986; ELMOOR-LOUREIRO,
1997).
52
A despeito desses grupos importantes na comunidade zooplanctônica, a
associação constituída por espécies verdadeiramente euri-halinas no ambiente deve-se a
Pseudodiaptomus richardi e Pseudodiaptomus acutus. Estas espécies de Copepoda são
comuns em ambientes estuarinos (BJÖRNBERG,1981), apresentaram abundâncias
relativas de 6,27% e 0,38% respectivamente. A maior densidade de Pseudodiaptomus
richardi acompanhou as condições mixo-halinas no mês de junho de 2006. Apesar de
sua ocorrência descontínua esta espécie pode ser considerada também como residente e
indicadora das condições de mixo-halinização no sistema estuarino do rio Itajaí-açu.
Pseudodiaptomus richardi apresentou-se como uma espécie eurihalina (0-28) e
estenotérmica criófila (15-20°C). Segundo Björnberg (1981) é uma espécie estuarina e
epipelágica, comum na desembocadura de rios e regiões de mangue. Apresentou-se com
alta densidade nos meses de outono e inverno, indicando condições de mixo-halinização
das águas no baixo estuário do rio Itajaí-açu. É uma das espécies mais freqüentes da
comunidade, podendo ser considerada residente do ambiente. Ocorre na América do Sul
(0°-30°S), desde a desembocadura do rio Amazonas, como no porto de Santana
(Amapá, PA) (NASCIMENTO et al., 2008). Ocorre também no estuário de Barra de
Jangadas (PA) (CAVALCANTI et al., 2008), na região costeira de Fortaleza (CE)
(GARCIA et al, 2007), na baía de Vitória (ES) (STERZA & LOUREIRO-
FERNANDES, 2006) e no estuário de rio Verde (SP) (LOPES et al., 1986), alcançando
a desembocadura do rio da Prata (BJORNBERG,1981, MONTÚ & GLOEDEN, 1986;
BRADFORD-GRIEVE, et al.,1999; SANS et al, 2003).
Pseudodiaptomus acutus apresentou-se como uma espécie eurihalina (0-28) e
estenotérmica termófila (18-24°C), mas sem um padrão claro de distribuição no estuário
do rio Itajaí-açu. Estuarina e epipelágica, comum em águas de baías e mangues, ocorre
desde a desembocadura do rio Amazonas até a costa sul do Brasil (BJORNBERG,1981;
MONTÚ & GLOEDEN, 1986; BRADFORD-GRIEVE, et al.,1999). Porém é comum
em outros ambientes salobros, como nos estuários de Bragança (PA) (COSTA et al.,
2008; PERDIGÃO et al, 2008), no do rio Anil (MA) (MARTINS et al., 2006), de Barra
de Jangadas e do porto de Suape (PE) (CAVALCANTI et al., 2008; NEUMANN-
LEITÃO & TUNDISI, 1998), no do rio Cachoeira (BA) (SANTOS & MASUDA,
2008), no da baía de Vitória (ES) (STERZA & LOUREIRO-FERNANDES, 2006) e no
do complexo estuarino lagunar de Cananéia (ARA, 2004).
Os ambientes estuarinos exercem um papel de berçário para inúmeras espécies
de populações bentônicas e nectônicas, principalmente crustáceos e peixes. Isto pode ser
53
confirmado pela presença de ovos, larvas e juvenis que são organismos que compõem o
meroplâncton. No baixo estuário do rio Itajaí-açu, o meroplâncton foi expressivo
qualitativamente, destacando as larvas de Polychaeta, Mollusca e Cirripedia
(microzooplâncton), Ictioplâncton e Decapoda (macrozooplâncton).
As larvas Decapoda, ocorreram com maiores densidades nos meses de maiores
temperatura e salinidade. Este padrão também foi observado em outros ambientes
estuarinos da costa brasileira. No litoral de Pernambuco, larvas Decapoda também se
destacaram nos períodos secos, como nos sistemas estuarinos de Barra de Jangadas e na
região portuária de Suape (CAVALCANTI et al., 2008; NEUMANN-LEITÃO et al.
2008).
Trabalhos anteriores no rio Itajaí-açu já destacaram a ocorrência das larvas de
crustáceos Decapoda no Itajaí-açu (RORIG et al 2003). Este fato torna a presença destes
constituintes preocupante do ponto de vista de impacto ambiental, além do interesse
comercial, já que este é um táxon importante na cadeia trófica do sistema estuarino,
atuando em diferentes nichos ecológicos como herbívoros, predadores, necrófagos ou
presas de outros grupos (MAGALHÃES, 2000). A ocorrência destas larvas em
ambientes costeiros está relacionada com os picos reprodutivos de populações
bentônicas (BOUGIS, 1976; RAYMONT, 1983) que ocorrem nos meses mais quentes
do ano e podem indicar a produção primária do ambiente. Esse padrão foi observado na
enseada do Saco dos Limões (Florianópolis, SC) por Veado (2002), na enseada da
Armação do Itapocoroy (Penha, SC) por Nunes (2007) e no sistema estuarino do porto
de Suape (Recife, PE) por Neumann-Leitão et al (2008), corroborando o padrão
observado no baixo estuário do rio Itajaí-açu, onde Decapoda apresentou maiores
densidades nos meses mais quentes.
O baixo estuário do rio Itajaí-açu apresenta composição específica da
comunidade zooplanctônica similar a encontrada em outros estuários brasileiros nas
regiões norte, nordeste e sudeste, onde a salinidade é o fator condicionante no padrão de
distribuição das espécies, enquanto que a temperatura determina a densidade e produção
local, assemelhando-se a estuários da região sul do Brasil.
As diferentes metodologias aplicadas para a coleta do zooplâncton mostraram o
distinto padrão de distribuição da comunidade conforme a hidrologia do estuário. Nos
pontos a montante (pontos 1, 2 e 3) foi observado o domínio da comunidade límnica,
enquanto que os pontos a jusante (pontos 4, 5, 6 e 7) foram dominados pelas
comunidades marinha e mixohalina. A amostragem com arrasto em superfície
54
apresentou a distribuição de espécies límnicas na camada superficial de água doce até os
pontos a jusante, enquanto que a amostragem oblíqua apresentou a distribuição das
espécies marinhas até a montante no estuário, acompanhando a água salgada de
profundidade.
O ponto amostral 4 que se encontra em frente à desembocadura do rio Itajaí-
mirim apresentou maior abundância das espécies límnicas como Moina minuta e
Eucyclops serrulatus. Esta alta abundância pode ser resultado da concentração de
matéria orgânica proveniente deste curso d’água, servindo como fonte de alimento para
estas espécies. A baixa transparência média observada neste ponto amostral pode ser
reflexo do aporte de matéria orgânica proveniente do rio Itajaí-mirim ao rio Itajaí-açu.
Entre os meses de junho a agosto de 2006 ocorreram as atividades de dragagem
para o aprofundamento do canal e da bacia de evolução que coincidiram com o período
de baixa vazão do rio Itajaí-açu. Esse sistema fluvial apresenta uma vazão média de 270
m3/s (SCHETTINI et al., 1998), no entanto em julho de 2006, a vazão do rio foi de 34,7
m3/s (mínimo registrado para o período de estudo), o que permitiu maior intrusão da
água marinha no sistema com alta representatividade de espécies marinhas e mixo-
halinas. No entanto foi observada uma alta carga de material em suspensão, o que pode
ser justificada pela ressuspensão do sedimento de fundo decorrente das atividades de
dragagem na porção estuarina do rio neste mesmo período.
Em função das respostas observadas da comunidade zooplanctônica para este
período, que foram (a) uma alta densidade de organismos e (b) domínio de espécies
mixo-halinas, pode ser considerada maior concentração de matéria orgânica suspensa na
coluna de água e que poderia ter sido utilizada como fonte alimentar pelos organismos.
Isso permitiu o incremento dos organismos no ambiente e a seleção de espécies
mixohalinas (baixa riqueza) pode ter sido promovida pela quebra da estratificação
halina devido à turbulência. Por outro lado, esta seleção de espécies também pode ser
uma resposta a disponibilização de contaminantes presentes no sedimento dragado, mas
não explica o incremento de densidade dos organismos.
Deve-se atentar para o fato de que o período de dragagem de junho a setembro
de 2006 coincidiu com as atividades de preparo do solo para o plantio de arroz nas áreas
a montante do rio Itajaí-açu que ocorre, anualmente, de julho a setembro (comunicação
pessoal Dr. José Alberto Noldin, Epagri-Itajaí). Esta operação resulta no aumento do
material em suspensão na coluna d’água. Portanto as verdadeiras influências dos efeitos
de dragagem sobre a transparência da água, bem como sobre a comunidade
55
zooplanctônica necessitam ser melhor investigadas intensificando as coletas de dados
físico-químicos e biológicos durante as atividades de dragagem e em pontos estratégicos
onde estas acontecem, o que facilitaria o entendimento para uma análise de risco mais
aplicada ao estuário do rio Itajaí-açu.
56
CONCLUSÕES
57
6. As espécies Paracalanus quasimodo e Pseudodiaptomus richardi podem ser
consideradas indicadoras do domínio hidrológico de mistura dentro do rio.
Foram espécies freqüentes e dominantes no ambiente, sendo as espécies
chave do grupo mixo-halino.
58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABEL, P.D. Water pollution biology. New York: John Wiley. 1989.
59
BJÖRNBERG, T.K.S. Copepoda. In: BOLTOVSKOY, D. (ed.) Atlas del zooplancton
del Atlântico Sudoccidental y métodos de trabajo con el zooplancton marino. Publ. Esp.
INIDEPE, Mar del Plata. 587-679, 1981.
60
Conclusão de Curso (Graduação em Oceanografia) – Centro de Ciências Tecnológicas
da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005.
DAY JR, J. W.; HALL, C. A. J.; KEMP, W. M.; YÁNÑEZ - ARANCIBA, A. Estuarine
Ecology. New York: J. Willey. 556 p. 1989.
GARCIA, T.M.; LIMA. J.P.; & CASTRO FILHO, R.S. Mesozooplâncton da região
costeira próxima ao terminal portuário do Pecém – Estado do Ceará. Fortaleza:
Labomar, UFC Arquivos de Ciências do Mar v. 40, n.2, p. 19-25, 2007.
61
KAMINSKI, S. M. et al. Avaliação preliminar da variação sazonal e inter-anual dos
copépodas Acartia tonsa, Notodiaptomus incompositus e Pseudodiaptomus richardi no
estuário da Lagoa dos Patos (RS). In: Congresso Latino-americano de Ciências do Mar,
12°, 2007, Florianópolis. Livro de resumos. Balneário Camboriú: Aoceano, p. 127-128.
2007.
62
MENEZES FILHO, J.E.R. et al. Influência da salinidade na distribuição do zooplâcton
do estuário do rio Sergipe. In: Congresso Brasileiro de Oceanografia, 3° e Congresso
Ibero-Americano de Oceanografia, 1°, 2008, Fortaleza. CD-ROM. Balneário Camboriú:
Aoceano, 2008.
MORI, D. & RESGALLA Jr, C. Análise do zooplâncton do Saco dos Limões após 10
anos de impacto das obras da Via Expressa Sul - baia sul, Florianópolis, Brasil. In:
Congresso Latino-americano de Ciências do Mar, 12°, 2007, Florianópolis. Livro de
resumos. Balneário Camboriú: Aoceano, p.351. 2007.
63
Americano de Oceanografia, 1°, 2008, Fortaleza. CD-ROM. Balneário Camboriú:
Aoceano, 2008.
OMORI, M. & IKEDA, T. – Methods in marine zooplancton ecology, New Tork: Publ.
John Wiley & Sons, 332p. 1984.
ONBÉ, T. Cladocera. In: BOLTOVSKOY, D. (ed.) Atlas del zooplancton del Atlântico
Sudoccidental y métodos de trabajo con el zooplancton marino. Publ. Esp. INIDEPE,
Mar del Plata. 799-813. 1981.
64
e Congresso Ibero-Americano de Oceanografia, 1°, 2008, Fortaleza. CD-ROM.
Balneário Camboriú: Aoceano, 2008.
RAMIREZ, F.C. Cladocera. In: BOLTOVSKOY, D. (ed.) Atlas del zooplancton del
Atlântico Sudoccidental y métodos de trabajo con el zooplancton marino. Publ. Esp.
INIDEPE, Mar del Plata. pp. 533-542, 1981.
65
3° e Congresso Ibero-Americano de Oceanografia, 1°, 2008, Fortaleza. CD-ROM.
Balneário Camboriú: Aoceano, 2008.
______ Usos múltiplos e qualidade das águas da bacia do baixo Itajaí-açu, SC.
Elementos para um gerenciamento integrado. 2005. 295f. Tese (Doutorado) – Pós-
graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Faculdade de Ciências Biológicas e da
Saúde, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2005.
66
SCHÄFER, A. Fundamentos de ecologia e biogeografia das águas continentais. Porto
Alegre: Editora da Universidade. 532 p. 1985.
SCHETTINI, C.A.F. et al. Oceanographic and ecological aspects of the Itajaí-açu river
plume during a high discharge period. Itajaí. Anais da Academia Brasileira de Ciências,
v. 2, n.70, p.335-351, 1998.
______ Caracterização física do estuário do rio Itajaí-açu, SC. Itajaí. Rev. Bras.
Recursos Hídricos. v. 1, n.7. p. 123-142, 2005.
67
SILVA, L.R.P., et al. Composição do zooplâncton do furo do Combú, Belém – PA. In:
Congresso Brasileiro de Oceanografia, 3° e Congresso Ibero-Americano de
Oceanografia, 1°, 2008, Fortaleza. CD-ROM. Balneário Camboriú: Aoceano, 2008.
68
VALENTIN, J.L., et al. Oceanografia biológica: Plâncton. In: FUNDESPA /
PETROBRÁS. Diagnóstico ambiental oceânico e costeiro das regiões sul e sudeste do
Brasil. Rio Grande, v.4b. p.149-170. 1994.
69
71