Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Protésico
1 º Ano
Disciplina: SSHOT
Conceitos Básicos
Trabalho: é uma atividade que o indivíduo desempenha para satisfazer as suas necessidades
de sobrevivência e que, por meio dele, desenvolve as suas capacidades físicas e intelectuais.
Podemos dizer que o trabalho influi positivamente na saúde, pois favorece o desenvolvimento
pessoal, mas, por outro lado, tem uma influência negativa quando se desenvolve em condições
que podem afetar a integridade do indivíduo.
Saúde do Trabalho: Organização Mundial de Saúde define a saúde como um estado de bem
estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença.
Se esta ocorrência não provocar lesões ou danos além dos resultantes da perturbação
da atividade designa-se por “Incidente de Trabalho”
Doença profissional – São doenças provocadas por agentes nocivos a que os trabalhadores
estão habitualmente ou continuamente expostos no local e no tempo de trabalho, provocando
lesões que só tornam visíveis ao fim de algum tempo.
As doenças profissionais distinguem-se dos acidentes de trabalho por terem uma origem 2
discreta (embora previsível) e por poderem corresponder a uma evolução mais ou menos lenta
e progressiva, enquanto os acidentes de trabalho são identificados como eventos súbitos e
violentos.
Figura 1
Num posto de trabalho bem adaptado, não se põe este tipo de problema.
A fig. 2 mostra-nos posições de trabalho incorretas. Quando se está com as costas curvadas,
os músculos dorsais deformam-se. A respiração e o funcionamento dos órgãos digestivos
fazem-se com dificuldade.
Em contrapartida, a fig. 3 mostra-nos uma postura correta, natural, em que há pouca fadiga dos
músculos dorsais. Os discos vertebrais não ficam deformados. A respiração e o funcionamento
dos órgãos digestivos faz-se sem dificuldade.
Trabalho de pé
Ao trabalhar em pé, o corpo deve estar numa posição direita e natural; para isso, sempre que
necessário, a altura da superfície de trabalho deve ser adaptada à estatura do trabalhador, tal
como na fig. 4. 3
Figura 4
Figura 5 Figura 6
É que o trabalho efetuado numa superfície de trabalho muito elevada provoca dores nos
ombros, na nuca e nos braços.
Por outro lado, sempre que a superfície de trabalho é muito baixa, deve ser elevada tal como
na fig. 5 ou, então, deve ser posto à disposição do trabalhador um tamborete oscilante,
regulável em altura, como na fig. 6.
Um trabalho que obriga uma pessoa a trabalhar em pé durante todo o dia exige grandes
esforços, principalmente das pernas, que incham. Isto deve-se ao facto do sangue se
concentrar nas pernas. Os músculos não se movem suficientemente para enviar o sangue de
volta para o coração em quantidade necessária. O coração recebe menos sangue para
trabalhar do que normalmente e as pessoas sentem-se cansadas e indiferentes.
Os trabalhos que requerem uma grande força muscular, mobilidade e um grande alcance,
devem muitas vezes ser feitos de pé, como por exemplo quando se trabalha com certos tipos
de máquinas.
Figura 7
Devem-se evitar todas as posições de trabalho inclinadas. Ao inclinar o corpo para a frente ou
para o lado, temos que fazer esforço com os músculos das pernas, das costas e dos ombros
para manter a posição. Os músculos das costas ficam em tensão, e quando a pessoa se
endireita de novo sente-se rígida e endurecida. Para se poder estar de pé, debruçado, ao
mesmo tempo que se trabalha, é preciso adaptar a altura da posição às alavancas, aos
materiais de trabalho, e às ferramentas usadas de modo a estas estarem ao alcance. Deve
haver lugar suficiente para os pés para dar possibilidades de mudar a posição de trabalho e de
distribuir os esforços. Evitem roupa de trabalho apertada que possa tomar-se um obstáculo
ou impedir movimentos físicos necessários durante o trabalho.
Figura 8
Figura 9
Trabalhos sentados
Trabalhos ligeiros
Os trabalhos que não requerem um grande esforço muscular e que se podem executar
dentro de uma área limitada devem ser feitos sentados. A área de trabalho deve estar toda ao
alcance, sem haver necessidade de fazer esforço. 5
Para trabalhar sentado numa boa posição, deve haver possibilidade de estar sentado
direito, em frente e perto do lugar em que se realiza o trabalho. A mesa e a cadeira de trabalho
devem ser desenhadas de modo a que a superfície sobre a qual se trabalha esteja ao nível dos
cotovelos quando a pessoa está sentada e erguida com os ombros descontraídos.
Quando se faz um trabalho de precisão, deve haver um apoio ajustável para os
cotovelos, os antebraços ou as mãos.
Figura 10
Ergonomia
A coluna vertebral não é retilínea, mas é formada no seu conjunto pelas vértebras,
sacro e cóccix apresentando-se como um "estojo" ósseo que contém no interior a medula
espinal. É sem dúvida o órgão de suporte mais sensível às condições de postura do corpo
humano e ás variadíssimas solicitações e esforços a que ele está sujeito na atividade física. O
segredo fundamental para conservar uma coluna saudável é manter uma postura correta,
qualquer que seja a atividade que realizarmos. 6
Características da coluna:
A flexibilidade (determinada pela mobilidade das vértebras);
A estabilidade (dada pela estrutura ligamentar e osteomuscular);
A proteção da medula espinal;
A manutenção da posição ereta;
O suporte do peso corporal;
A ligação das 5 regiões (cervical, torácica, lombar, sacro e cóccix).
A coluna vertebral pode efetuar movimentos de flexão, extensão, flexão lateral, rotação
e circundação, dependendo da forma das apófises articulares de cada região.
Na região Cervical e Lombar, como os discos intervertebrais são mais espessos, são
permitidos movimentos amplos e como as facetas articulares não são verticais (mas postero-
supero-Iaterais), podem realizar-se movimentos de flexão, extensão e flexão lateral, não sendo
possível a rotação.
Na região Torácica, o único movimento que se realiza é o de rotação. A existência de
costelas e a orientação superior das superfícies articulares das apófises transversas
impossibilitam a realização de flexão lateral. A extensão é inviabilizada pelo facto das apófises
espinhosas estarem muito juntas.
Aplicação no laboratório
Altura do assento
Profundidade do assento
Se for muito grande a borda frontal da cadeira irá pressionar a área logo atrás dos
joelhos interrompendo a circulação sanguínea nas pernas e pés.
Assentos com pouca profundidade ocasionam uma situação incómoda em que o
utilizador tem a sensação de estar a cair para a frente da cadeira, e no caso de ser muito raso
também faz com que haja falta de suporte da parte inferior das coxas.
8
Encosto
O apoio de costas inclinado entre 110 e 1200 transfere para o indivíduo uma parte
significativa do peso do corpo e reduz a tensão e fadiga nos discos e nos músculos. Este
objetivo pode ser conseguido através da inclinação posterior das costas da cadeira e a
inclinação do assento à frente.
Outro aspeto importante é a extensão vertical de apoio proporcionada pelas costas do
assento. Na realidade, quanto maior for a extensão vertical do apoio das costas, menor será o
esforço de sustentação do peso do tronco.
A superfície de apoio deve ser fixa com um ângulo de 15° ou ajustável entre O a 30°.
A altura deve ser regulável entre 40 a 150mm para postos de trabalho sentados e de
300 a 450mm para postos de trabalho "sentado de pé".
A superfície mínima de apoio deve ter 400mm de largura e 300mm de
profundidade.
Estofos
Medidas Preventivas
Coletivas
Individuais
Muitas vezes uma postura corporal incorreta pode dar um alívio temporário da dor, mas
a sua perpetuação é nefasta. A reeducação postural é uma forma eficaz de parar o ciclo vicioso
entre postura errada e dor. Pode ser efetuada por 3 formas:
Controlo estático: Passa pela mudança frequente da postura, repouso em leito duro
com flexão dos joelhos, marcha frequente, levantar as pernas alternadamente quando em pé e
uma correta posição sentada, respeitando: assento inclinado até 5°, com "almofada" lombar,
apoio lateral e altura correta.
10
Fraturas;
Luxações;
Entorses e distensões;
Traumatismos internos;
Traumatismos superficiais;
Amputações;
Contusões e esmagamentos;
Queimaduras;
Asfixias;
Falha humana;
Acidente;
Aplicação no Laboratório
Num laboratório de prótese dentária podemos encontrar variados acidentes visto que
se trabalha com variados equipamentos, como bico de bunsan (que pode provocar
queimaduras), devido aos produtos inflamáveis e corrosivos (que podem provocar problemas
dermatológicos), e também devido a utilização de variadas máquinas que, sem uma prévia
formação, podem provocar lesões graves.
12
Uns dos grandes problemas nos laboratórios de prótese dentária são os riscos
respiratórios, podendo causar vários tipos de doenças devido a inalação de ligas metálicas,
polímeros e monómeros de acrílico e gesso, partículas de sílica, amianto, por fundição e
polimento das ligas de berílio, etc.
Medidas Preventivas
Para tentar minimizar o risco de acidentes deve-se ter em conta algumas medidas
preventivas:
Individuais:
Uso de acessórios pessoais (óculos de proteção, luvas, máscara, bata);
Boa higiene pessoal e também ao nível de instrumentos, assim como os
trabalhos;
Uso de cabelo preso, no caso de ter cabelo comprido;
Ter cuidado no manuseamento de produtos;
Armazenamento imediato dos produtos após a sua utilização;
Ter horas necessárias de descanso e uma correta alimentação, pois pode
dar origem a graves acidentes.
Coletivas:
o
laboratório deve estar sempre limpo e arrumado;
As instalações de condutas de gás e de ar devem estar sempre limpas e em
bom estado;
Existência de uma organização de defesa contra fogos (extintores,
mantas, detetores de fugas de gás, etc.); 13
Existência de armários próprios para cada tipo de produto;
A instalação elétrica deve ser de boa qualidade e segura;
O ar deve circular facilmente e rapidamente, tendo o laboratório várias
janelas;
As saídas devem ser de fácil acesso.
Vestuário
Proteção do Tronco
O tronco é protegido através de batas ou outro tipo de vestuário, que pode ser
confecionado em diferentes tecidos.
O vestuário de trabalho deve ser cingido ao corpo para se evitar a sua prisão pelos
órgãos de movimento.
Em certos casos, podem-se utilizar aventais contra a projeção de líquidos ( corrosivos
ou não) ou contra radiação.
Há uma grande variedade de tecidos cuja utilização é condicionada pelo tipo de agente
agressor. São utilizáveis as fibras naturais ( algodão e lã) ou os sintéticos ( poliéster ou
poliamidas ).
A lã resiste melhor do que o algodão a elevadas temperaturas podendo ambos ser
impregnados com substâncias incombustíveis. A sua resistência a produtos químicos é
limitada, sendo preferentemente substituídos por fibras sintéticas, embora estas, apresentem
• BATAS
Figura 12
Todo o vestuário é confecionado segundo padrões de elevado rigor de produção e
qualidade.
l33% de algodão, 67% de poliéster.
Facilidade de manuseamento na lavagem e passagem a ferro.
Todas as peças são embaladas individualmente.
BATA UNISEXO 14
Bolsos de chapa.
Bolsos no peito.
Dois modelos.
o Abertura à frente, punhos com botão e cinto traseiro- 3 cores branco, azul e
verde.
o Abertura traseira com punhos em malha- cor branca.
Figura 13
BATA DE SENHORA
Abertura à frente;
Corte cintado;
Bolsos de chapa;
Bolso no peito;
Cor- branco;
AVENTAIS DE PLÁSTICO
Dimensão: 80x125cm;
Composição: polietileno de 20 µm 15
Várias cores;
COVERALL
Figura 14
Fatos-macaco de trabalho;
Uso único;
Composição – polipropileno de 40 g/m2
Com carapuço;
Com elásticos no carapuço, punhos e tornozelo;
Com fecho éclair a toda a altura do tronco;
A proteção dos pés deve ser considerada quando há possibilidade de lesões a partir,
de efeitos mecânicos, térmicos, químicos ou elétricos.
Quando há possibilidade de queda de materiais, deverão ser usados sapatos (de
borracha ou matéria plástica) revestidos com biqueiras de aço.
A sola é um componente muito importante do calçado de proteção e é constituída
principalmente de neopreno, poliuretano ou então de elastómero de acrilonitrilo.
Existem também coberturas para sapatos, que são capas de proteção para sapatos.
SAPATOS DE PROTEÇÃO
16
Figura 15
Figura 16
De um só uso.
Em plástico: qualidade corrente.
Em não tecido:
o Qualidade superior.
o Muito resistentes.
o Sola anti-derrapante com elástico central.
o Ajustam-se a qualquer tipo e tamanho de calçado.
SOCAS ESTERILIZADAS
Forma anatómica
Modelo sem furos.
Número gravado no tacão para melhor visualização.
Anti-estáticas.
17
Laváveis.
Esterilizáveis até 140°C.
100% livre de clorofluocarbonetos.
Resistentes à água com sabão e ácidos.
Proteção de cabeça
TOUCA REDONDA
Tamanho único.
Ajustam-se à cabeça com um elástico muito suave e de uso confortável.
Em não tecido de 50 g/m2 e extensão para cabelo de 16 g/m2.
De uso único.
Figura 17
Modelo muito adequado tanto para homem como para mulher e para cabelos
compridos.
Proteção total como se pode ver na fotografia.
Os cabelos compridos podem ser totalmente recolhidos.
Esterilizáveis.
Figura 18
Os ferimentos nas mãos constituem o tipo de lesão mais frequente que ocorre na
indústria e nos laboratórios. Daí a necessidade da sua proteção.
O braço e o antebraço estão, geralmente menos expostos do que as mãos, não sendo,
contudo, de subestimar a sua proteção.
Para cada situação existem luvas de diferentes materiais.
LUVAS
VINIL
Ambidextras.
Alta sensibilidade na ponta dos dedos.
Muito confortáveis.
De um só uso
Não esterilizadas.
Apresentadas em caixas dispenser.
Figura 19
BORRACHA NATURAL- LÁTEX Figura 19
Utilizada em trabalhos húmidos e em presença de ácidos ou bases.
É contraindicada, para óleos, gorduras ou solventes
Ambidextras.
Alta sensibilidade.
Pré-empoadas
De um só uso.
Não esterilizadas.
Apresentadas em caixas dispenser.
Figura 20
Proteção das vias respiratórias
19
Existem diferentes tipos de poeiras, vapores e gases que provocam diferentes tipos de
patologias:
POEIRAS
poeiras inertes - não produzem alteraçõeS fisiológicas significativas, embora
GASES E VAPORES
narcóticos- como a acetona que produz efeitos anestésicos após terem sido
absorvidos pelo sangue.
Tóxicos- como os hidrocarbonetos halogenados que podem causar lesões em vários
órgãos ( ex: fígado e rins)
MÁSCARAS
MÁSCARAS DESCARTÁVEIS
Uso único.
Polipropileno de 200 g/m2.
Cor: branco
Com elástico para fixação à cabeça: de 30 cm.
Somente indicadas para poeiras.
Com adaptador moldável ao nariz, para um melhor ajuste ao rosto. Figura 21
Não protege contra substâncias insalubres e tóxicas como vapores de tinta.
MÁSCARA BICO-DE-PATO
Figura 22
Os olhos constituem umam das partes mais sensíveis do corpo onde os acidentes
podem atingir a maior gravidade.
As lesões nos olhos, ocasionadas por acidentes de trabalho, podem ser devidas a
diferentes causas:
ações mecânicas -através de poeiras
ações óticas - através de luz sensível
ações químicas - através de produtos corrosivos
ações térmicas - através de temperaturas extremas
Os olhos devem ser protegidos por óculos que se devem ajustar corretamente e não devem
limitar excessivamente o campo de visão.
ÓCULOS
Figura 23 21
TRANSPARENTES
ESCUROS
AMARELOS
VISEIRA DE PROTECÇÃO
Figura 24
MÉTODO DE PREVENÇÃO
Como já foi dito anteriormente, para se trabalhar num laboratório tem que se seguir
algumas regras de segurança para proteção individual ou mesmo do próprio laboratório. Estas
regras são impostas quando se encontram sinais obrigatórios de cor azul, afixados nos 22
diferentes locais de trabalho.
Para que se possam prevenir e assegurar a saúde de cada trabalhador nunca se deve
esquecer a utilização dos materiais adequados a cada situação ou Iugar. Estes materiais são:
BATA
LUVAS
ÓCULOS
SAPATOS ADEQUADOS
MÁSCARAS
Saúde
MEDICINA DO TRABALHO
Os postos de trabalho são ocupados por pessoas com determinadas características genéticas
e hábitos, que lhes conferem suscetibilidades diferentes aos fatores nocivos do trabalho.
Por outro lado, os programas de vigilância da saúde permitem fornecer dados para as
estatísticas das doenças relacionadas com o trabalho, que, por seu lado, podem contribuir para
o desenvolvimento de estratégias gerais de prevenção de riscos profissionais.
EXAMES DE SAÚDE
Exames ocasionais: sempre que haja alterações substanciais nos meios utilizados, no
ambiente e na organização do trabalho suscetíveis de repercussão nociva na saúde do
trabalhador, bem como no caso de regresso ao trabalho depois de uma ausência superior a 30
dias por motivo de acidente ou de doença.
Exames complementares: para formular uma opinião mais precisa sobre o estado de
saúde ou doença.
DOENÇA PROFISSIONAL
As Doenças Profissionais são aquelas que surgem como consequência da ação dos
fatores nocivos aos quais os trabalhadores estão expostos no local de trabalho. Por outras
palavras, são consequência direta da atividade profissional.
· Doenças cutâneas;
· Tumores;
Promoção da Saúde
No local de trabalho, as ações de promoção da saúde tem uma grande importância, pois
constituem uma oportunidade de influenciar os trabalhadores no sentido de melhorarem os
seus comportamentos em relação à sua saúde. Por outro lado esta influência chega ao
agregado familiar e, consequentemente, reflete-se num estilo de vida com mais qualidade de
toda a comunidade.
Figura 25 25
1. Meio em que somos criados; ambiente social e cultural em que vivemos (ex: os povos
nórdicos, são diferentes dos sul americanos);
2. Algo que herdamos ou adquirimos; algo genético; alguma incapacidade (ex: daltonismo);
3. Ato Inseguro é o ato levado a cabo por um trabalhador, conscientemente que viola ou não
cumpre na totalidade as normas de segurança);
Condição Perigosa é uma condição existente no local de trabalho que coloca em perigo o
trabalhador (ex: empilhador com os pneus carecas);
ACIDENTES DE TRABALHO
Por ano, no Mundo, milhões de trabalhadores sofrem acidentes de trabalho que lhes
produzem lesões de diversa gravidade e até mesmo a morte. Cada um desses acidentes deixa
um rasto de dor física e psíquica, perda de
capacidade para o trabalho, preocupação e sofrimento
da família do acidentado e custos económicos para a
empresa e a sociedade em geral.
No trajecto de ida e de regresso para o local de trabalho, quando for utilizado meio 26
e transporte fornecido pela entidade empregadora, ou quando o acidente seja consequência de
particular perigo do percurso normal ou de outras circunstâncias que tenham agravado o risco
do mesmo percurso – acidente de trajeto (acidente in itinere);
Exemplo:
O que for dolosamente (intencional) provocado pelo sinistrado ou provier do seu acto
ou omissão;
27
CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO
2- Causas materiais
- Ausência de vigilância
3- Causas fortuitas
S.O.S.
NÚMERO NACIONAL DE SOCORRO TEL. 112
POLÍCIA (GNR)
TEL.
HOSPITAL
TEL.
FARMÁCIA
TEL.
INTOXICAÇÕES
TEL. 808 250 143 28
A PREVENÇÃO é fundamental…
“… Qualquer atividade humana
representa um risco…”
“…Vivemos rodeados de riscos…”
. RAZÕES
HUMANITÁRIAS
. RAZÕES ECONÓMICAS
. RAZÕES LEGAIS
Ano Letivo - 2011/2012
ESCOLA SECUNDÁRIA DA LIXA
Curso Profissional de Técnico Auxiliar Protésico SSHOT – Módulo III
O que é um risco?
O que é um perigo?
Fonte ou situação com um potencial para o dano em termos de lesões ou ferimentos para
o corpo humano, ou de danos para a saúde, para o património, para o ambiente do local
de trabalho, ou uma combinação destes.
O que é a prevenção?
Cerca de dois terços da vida do Homem é passada no exercício de uma atividade profissional,
por isso as condições do seu posto de trabalho têm reflexos importantes no seu estado de
saúde, na sua integridade física e comprometem a sua produtividade.
Há vários fatores de risco que afetam o trabalhador no desenvolvimento das suas tarefas
diárias.
Mecânicos
Físicos
Químicos
Biológicos
Ergonómicos
Psicossociais
Elétricos
Incêndio
RISCOS FÍSICOS
São gerados pelos agentes que tem a capacidade de modificar as características físicas do
meio ambiente.
EXS:
Ruído 30
Iluminação
Temperaturas extremas
Vibrações
Radiações
Sendo que todos estes fatores interferem diretamente no desempenho de cada trabalhador e
na produtividade, de seguida, destacam-se alguns deles.
Ruído
Um em cada cinco trabalhadores europeus tem de erguer a voz para se fazer ouvir, e 7% dos
trabalhadores europeus sofrem de dificuldades auditivas relacionadas com o trabalho. A perda
de audição é a doença profissional mais comum na União Europeia. É uma doença irreversível.
A exposição ao ruído pode originar uma série de riscos para a saúde e a segurança dos
trabalhadores.
Iluminação
- Maior motivação;
Tipos de iluminação
- visão do trabalhador
Uma boa iluminação exige paredes com cores claras e tetos brancos
Temperaturas extremas
Conforto térmico satisfação com o ambiente que envolve a pessoa (nem quente nem
frio).
Por seu lado, o frio leva por vezes ao choque térmico, queimaduras e
ulcerações nas extremidades (frieiras), alteração da circulação sanguínea.
RISCO QUÍMICO 32
São as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, ou que pela natureza da atividade de exposição, possam ter contacto ou ser
absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Líquido;
Gasoso;
Sólido;
Nos nossos dias os produtos químicos têm aplicações muito diversificadas, pelo que a sua
utilização é muito vasta. São numerosos os produtos químicos usados na atualidade.
manuseamento e armazenamento, pois podem comportar riscos graves para o homem e/ou o
ambiente. Exemplos: Acetona, Álcool etílico, Tintas, Vernizes, Colas, Diluentes,
Desengordurantes, etc.
- Explosivas;
- Comburentes;
- Extremamente inflamáveis;
- Facilmente inflamáveis;
- Inflamáveis;
33
- Muito tóxicas;
- Tóxicas;
- Nocivas;
- Irritantes;
- Corrosivas;
- Dar prioridade, sempre que possível aos produtos menos perigosos e utilizá-los na
quantidade estritamente necessária;
- Vigilância médica;
- Para cuidar do ambiente elimine os recipientes dos produtos, colocando-os nos locais
apropriados;
RISCO BIOLÓGICO
Os agentes biológicos são seres vivos de dimensões microscópicas, bem como todas as
substâncias derivadas dos mesmos que, estando presentes nos locais de trabalho, podem 34
provocar efeitos negativos na saúde dos trabalhadores em situações de exposição por parte
destes.
O QUE SÃO?
Via respiratória - É a principal via de entrada dos agentes biológicos mas também
a mais dissimulada, nomeadamente, por inalação de aerossóis;
Via cutâneo-mucosa - Lesão na pele (picada, corte acidental) ou através das
mucosas;
Via digestiva - sempre que não são cumpridas as medidas de higiene individual
antes da ingestão de alimentos (ex. lavagem de mãos), ou são cometidos erros
técnicos .
35
MEDIDAS DE PREVENÇÃO GERAIS
Exemplos:
- Vigilância da saúde
- Vacinação
PREVENÇÃO MÉDICA
Vigilância da saúde
Vacinação
36
Microrganismos:
- Fungos
- Bactérias;
- Vírus
- Parasitas
Vírus:
Doenças Transmissíveis:
Hepatite B - O vírus existe no sangue, saliva, sémen, secreções vaginais e leite materno de
doentes ou portadores assintomáticos. A transmissão pode ocorrer por via sexual, percutânea
(picada de agulha; por meio de material cortante contaminado) ou perinatal. São ainda
frequentes casos de transmissão por agulhas de tatuagem, piercing ou acupunctura em
estabelecimentos não licenciados. O vírus é muito mais resistente e de transmissão mais fácil
que o HIV, e persiste mais tempo nesses instrumentos, mas é destruído pela lavagem
cuidadosa e esterilização pelo calor. Resiste por vezes ao pH baixo (ácido), calor moderado e
temperaturas baixas. É capaz de sobreviver no ambiente por pelo menos uma semana.
Riscos Ergonómicos
“Leis que regem o Trabalho”, “Ciência que estuda as condições de trabalho, quanto ao esforço
realizado pelos trabalhadores para executar as suas tarefas do dia-a-dia”
- máximo de conforto
- segurança
- desempenho eficiente
• as posturas adotadas;
• os movimentos repetitivos;
• as atividades monótonas;
que são ocasionadas ou agravadas pela exposição ocupacional a riscos ergonómicos. Como:
cervicalgias, dorsalgias, lombalgias, patologias dos membros superiores, patologias dos
membros inferiores, entre outras.
Estes problemas são ainda agravados quando os fatores de risco enumerados são conjugados
com ritmos de trabalho intenso, trabalho repetitivo e monótono, fadiga e fatores psicossociais,
como seja a pressão e o stresse no trabalho.
38
Assim:
Há provas evidentes de que certos fatores relacionados com o trabalho estão associados ao
elevado risco dos trabalhadores apresentarem lesões no seu sistema músculo-esquelético.
Como:
- a exposição a vibrações;
- o desconforto;
- o formigueiro ou a dor;
- a rigidez articular;
- a fadiga;
- a perda de força;
39
- a perda de coordenação;
- a descoloração da pele;
RISCOS ELÉTRICOS
OS RISCOS DA ELECTRICIDADE:
Como poderosa força que é, temos de a respeitar. Uma primeira regra genérica consiste em
evitar contactos físicos com ela, pois não se vê, apenas se sente e às vezes demasiado tarde.
Constatam-se, com frequência, situações que revelam falta de formação e informação acerca
dos problemas que a energia elétrica pode causar ao homem. O amadorismo impera em
muitos sectores e é com frequência que se veem situações como:
- material de má qualidade.
Um circuito elétrico é um caminho fechado percorrido por uma corrente de eletrões que
constitui a corrente elétrica.
GRANDEZAS ELÉCTRICAS
TENSÃO (U)
41
Os efeitos mais frequentes e mais graves que a corrente elétrica produz no corpo humano e
que contribuem para definir limites de perigosidade são:
- Limiar da perceção (representa o valor mínimo da corrente sentida por uma pessoa e
apenas representa a sensação de formigueiro)
- Paragem respiratória e asfixia (Se o caminho percorrido pela corrente elétrica incluir o
tronco e se a corrente tiver um valor suficiente, os músculos do tronco contraem-se de tal forma
que poderão originar uma paragem da respiração. Se esta paragem respiratória for
permanente conduz à asfixia);
Para além das queimaduras dos pontos de contacto, podem surgir outras mais profundas
(queimaduras eletrotérmicas - ligadas à libertação de calor) ao longo do trajeto da corrente
elétrica, ao nível das massas musculares, dos tendões, etc.
Intensidade da
Efeitos
corrente
fisiológicos
(em mA)
> 50 Morte
* A frequência: à medida que esta aumenta, o perigo mortal diminui, embora subsista o
perigo de queimaduras;
* O percurso: o acidente é mais grave quando a trajetória da corrente atravessa o
coração ou faz o percurso mão direita/pé esquerdo ou entre mãos;
* A capacidade de reação da pessoa que pode ser influenciada pela idade, saúde,
predisposição, fadiga, sede... Uma pessoa ébria ou que sofra de problemas cardiopulmonares
oferece menos resistência ao choque elétrico.
MEDIDAS DE SEGURANÇA:
- medidas informativas;
- medidas de proteção.
43
Medidas informativas
São aquelas que, de algum modo, avisam e fazem conhecer a existência dos riscos da
eletricidade.
Podem citar-se:
- Formação do pessoal;
Medidas de proteção
São aquelas cujo objetivo é proteger o indivíduo dos riscos da eletricidade.
Pessoais;
Nas instalações;
Outras medidas.
- Em caso de avaria ou qualquer outra anomalia que ultrapasse a sua competência, chame de
imediato um eletricista. Não utilize, e evite que outros o façam, até que estejam devidamente
reparados;
- Evite abrir material protegido e respeite qualquer sinal ou impedimento destinado a proteger o
utilizador do contacto com um fio ou uma peça sobre tensão.
equipamentos;
* Parte ativa - condutores ativos e peças condutoras de uma instalação elétrica
suscetíveis de estarem em tensão em serviço normal;
* Condutores ativos - condutores afetos à transmissão de energia elétrica (inclui os
condutores de fase e neutro, no caso da corrente alternada);
* Contacto indireto - contactos de pessoas com massas ou elementos condutores
postos acidentalmente sob tensão;
* Massa - todo o elemento metálico de um material elétrico suscetível de ser tocado e,
normalmente, isolado das partes ativas, mas podendo ser posto acidentalmente sob tensão;
Elemento condutor - elemento metálico estranho à instalação elétrica suscetível de propagar
um potencial.
Uma corrente elétrica pode ser a causa direta de ferimentos, se passar através do corpo
humano, ou seja, se uma pessoa sofrer um “choque elétrico”.
No entanto devido aos efeitos de dissipação de calor de uma corrente elétrica, de que
podem causar incêndios, explosões, queimaduras, cegueira, etc… pode, ainda afirmar-se que
a corrente elétrica é também a causa indireta de acidentes.
Choque elétrico
45
Pode definir-se risco de contacto com a corrente elétrica como a probabilidade de
circulação de uma corrente elétrica através do corpo humano.
- Tipo de corrente;
- Intensidade de corrente;
- Tempo de contacto;
- Percurso da corrente;
Incêndio e Explosão
- Defeito de isolamento: Ligação acidental, por falha do isolamento, entre dois pontos
que podem não pertencer ao mesmo circuito;
Outros fatores a ter em consideração e que podem provocar a ignição de materiais são a
inadequada ventilação ou arrefecimento de equipamento e ainda, as faíscas elétricas
provocadas quer por equipamento em funcionamento quer por eletricidade estática.
INCÊNDIO
O incêndio, sem dúvida, é um terrível e temível adversário para o ser humano, devendo ser
evitado ao máximo o seu aparecimento.
A prevenção pode definir-se como sendo um conjunto de medidas que têm como
objetivo evitar a ocorrência simultânea das condições que dão origem a um incêndio, tais
como:
– dispersão do combustível;
– abafamento (colocar uma tampa na frigideira que pegou fogo; lançar areia sobre um
material em combustão);
– arrefecimento (água);
Se falta algum destes elementos, a combustão não será possível. Cada um destes elementos
representa-se como um dos lados de um triângulo. A esta representação simplificada, chama-
se triângulo do fogo.
sólido: madeira, carvão, outros materiais orgânicos, metais, papel, cartão, etc.
48
Os fogos são classificados em 4 classes, que são definidas pela natureza do combustível. Esta
classificação é muito útil, no combate ao incêndio, para a escolha do agente extintor mais
adequado.
Classe A
Classe B
– Fogos de líquidos ou sólidos liquidificáveis (por exemplo: gasolina, éteres, álcoois, ceras,
parafina, etc.).
Classe C
Classe D
– água;
– pós químicos;
– espumas.
Objetivo é…
chamar a atenção, de forma rápida e inteligível, para objetos ou situações de risco ou que
possam estar na origem de perigos.
49
FORMAS DE SINALIZAÇÃO- Existem várias formas de sinalização universais e que se
complementam entre si:
3 - Comunicação verbal;
4 - Sinais gestuais para que, quando a comunicação de viva voz não seja possível, se
possam dar as indicações necessárias.
A forma geométrica e o significado dos sinais de segurança, bem como a combinação das
formas e das cores e seu significado nos sinais estão indicados no quadro abaixo:
Amarelo ou
Atenção, precaução
alaranjado Sinal de aviso/perigo
Verificação
(triangular)
Azul
Comportamento ou acção específica
Sinal de obrigação 50
Obrigação de usar equip. de protecção individual
(redonda)
Situação de segurança
(rectangular ou
quadrada) Regresso à normalidade
Informações adicionais
DOENÇAS PROFISSIONAIS
Define-se Doença Profissional como as doenças que surgem como consequência da ação
dos fatores nocivos aos quais os trabalhadores estão expostos no local de trabalho. Isto é,
surgem como consequência direta da atividade profissional.
Alergias
Podemos considerar várias manifestações alérgicas, que podem aparecer de forma isolada ou
combinadas. Estas manifestações são de ordem:
- alergia adquirida por “sensibilização” – desenvolvida pelo contacto com um produto, que
até aí se tolerava bem.(p. ex. uma alergia manifestada por um cliente que até ao momento
nunca se tinha manifestado.
Eczema de Contacto
Patologias Respiratórias
Asma profissional
Pode desencadear sintomas de asma pela primeira vez num trabalhador previamente
saudável, ou pode agravar um quadro de asma pré-existente pela exposição a diferentes
substâncias no local de trabalho.
A asma é uma das mais comuns doenças respiratórias de origem profissional nos países 52
industrializados, correspondendo a pelo menos 1 em cada 10 casos de asma do adulto.
Silicose
A silicose é a formação permanente de tecido cicatricial nos pulmões causada pela inalação de
pó de sílica (quartzo).
A silicose, a doença profissional mais antiga que se conhece, desenvolve-se em pessoas que
inalaram pó de sílica durante muitos anos. O pó de sílica é o elemento principal que constitui a
areia, sendo por isso frequente a exposição entre os mineiros do metal, os cortadores de
arenito e de granito, os operários das fundições e os oleiros.
Sintomas e diagnóstico
Os indivíduos com silicose nodular simples não têm dificuldade em respirar, mas têm tosse e
expetoração devido à irritação das grandes vias aéreas, no processo denominado bronquite. A
silicose conglomerada pode causar tosse, produção de expetoração e dispneia. No princípio, a
dispneia verifica-se só durante os momentos de atividade, mas por fim manifesta-se também
durante o repouso. A respiração pode piorar aos 2 a 5 anos depois de ter deixado de trabalhar
com sílica. O pulmão lesado submete o coração a um esforço excessivo e pode causar
insuficiência cardíaca, a qual, por sua vez, pode evoluir para a morte. Além disso, os indivíduos
com silicose expostos ao microrganismo causador da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis)
são três vezes mais propensos a desenvolver a tuberculose do que aqueles que não estão
afetados pela silicose.
A silicose diagnostica-se com uma radiografia ao tórax que mostra o padrão típico de cicatrizes
e nódulos. 53
Prevenção
Tratamento
54
Notícia TVI –
2007-06-19 15:57
Lesões músculo-esqueléticas
Grande parte das lesões dos ossos e dos músculos são provocadas por
muitas horas de posturas incorretas e repetitivas durante o trabalho.