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Especializado para

condutores de veículos de
transporte de produtos
perigosos

Educação presencial
ESPECIALIZADO
PARA
CONDUTORES
DE VEÍCULOS DE
TRANSPORTE
DE PRODUTOS
PERIGOSOS
Diretoria Executiva Nacional
Coordenação de Desenvolvimento Profissional
Educação Presencial
Especializado para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos

Material do aluno

Abril/2016

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www.sestsenat.org.br

Especializado para condutores de veículos de transporte de


produtos perigosos: material do aluno.
– Brasília: SEST/SENAT, 2016.
172 p. : il.

1. Legislação de trânsito.. 2. Prevenção de incêndio. 3.


Movimentação de carga. I. Serviço Social do Transporte.
II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte.

CDU 656.073.436
ESPECIALIZADO PARA CONDUTORES DE
VEÍCULOS DE TRANSPORTE DE PRODUTOS
PERIGOSOS
Módulo I - Legislação de Trânsito e de Transporte ...................................................... 13

Unidade 1 - Legislação de Trânsito ................................................................................ 15


O Código de Trânsito Brasileiro ...........................................................................................17
Atualização de Requisitos para a Matrícula no Curso Especializado ..........................17
Categorias de Habilitação e Relação com Veículos Conduzidos ..................................17
Documentação Exigida para Condutor e Veículo ...........................................................18
Sinalização Viária ...............................................................................................................19
Infrações, Crimes de Trânsito e Penalidades ..................................................................20
Responsabilidades dos Proprietários e Condutores de Veículos ..................................25
Regras Gerais de Estacionamento, Parada, Conduta e Circulação ...............................25
Resumindo...............................................................................................................................27
Consolidando conteúdos .......................................................................................................28

Unidade 2 - Legislação Específica e Normas sobre o Transporte de Produtos

Perigosos ....................................................................................................................... 31
1 Cargas de Produtos Perigosos – Conceito e Considerações ..........................................33
2 A Legislação Específica e Normas sobre o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos ...............................................................................................................................35
3 A Carga e seu Acondicionamento .....................................................................................39
4 Responsabilidades do Condutor durante o Transporte ...................................................40
5 Documentação para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos ..........................41
6 Simbologia utilizada no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos .......................42
7 Registrador Instantâneo e Inalterável de Velocidade e Tempo .......................................44
8 Infrações e Penalidades na Legislação de Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos ...............................................................................................................................45
Resumindo...............................................................................................................................46
Consolidando conteúdos .......................................................................................................46

5
Módulo II - Direção Defensiva ..................................................................................... 49

Unidade 1 - Direção Defensiva – Parte 1 ...................................................................... 51


1 Acidente Evitável ou Não Evitável .....................................................................................53
2 Entendendo as Condições Adversas ..................................................................................53
2.1 Condições Adversas de Luminosidade .........................................................................54
2.2 Condições Adversas de Tempo ou Clima ......................................................................55
2.3 Condições Adversas da Via .............................................................................................56
2.4 Condições Adversas do Tráfego ......................................................................................56
2.5 Condições Adversas do Veículo ......................................................................................56
2.6 Condições Adversas da Carga .........................................................................................57
2.7 Condições Adversas do Motorista ..................................................................................58
3 As Relações Existentes entre o Fator Humano e os Acidentes de trânsito ....................58
4 Como Ultrapassar e Ser Ultrapassado ...............................................................................59
5 O Acidente de Difícil Identificação da Causa ...................................................................59
Resumindo...............................................................................................................................60
Consolidando conteúdos .......................................................................................................60

Unidade 2 - Direção Defensiva – Parte 2 ...................................................................... 63


1 Como Evitar Acidentes com Outros Veículos ..................................................................65
1.1 Como Evitar Colisão com o Veículo de Trás .................................................................67
1.2 Como evitar colisão frontal ............................................................................................67
1.3 Como Evitar Colisão nos Cruzamentos .........................................................................68
2 Como Evitar Acidentes com Pedestres e Outros Integrantes do Trânsito ....................70
2.1 Colisões na Marcha a Ré ..................................................................................................70
2.2 Atropelamentos.................................................................................................................70
2.3 Colisões com Objetos Fixos.............................................................................................71
2.4 Colisões com Bicicletas ....................................................................................................71
2.5 Colisões com Motocicletas e Congêneres ......................................................................72
2.6 Colisões com Animais......................................................................................................72
3 A Importância de Ver e Ser Visto .......................................................................................73
Resumindo...............................................................................................................................74
Consolidando conteúdos .......................................................................................................74
6
Unidade 3 - Direção Defensiva – Parte 3 ...................................................................... 77
1 A Importância do Comportamento Seguro na Condução de Veículos
Especializados .........................................................................................................................79
1.1 Os Cinco Elementos da Direção Defensiva ...................................................................80
1.1.1 Conhecimento ...............................................................................................................80
1.1.2 Atenção ...........................................................................................................................80
1.1.3 Previsão...........................................................................................................................81
1.1.4 Decisão............................................................................................................................81
1.1.5 Habilidade ......................................................................................................................82
2 Comportamento Seguro e Comportamento de Risco – Diferença que Pode
Poupar Vidas ...........................................................................................................................82
3 Comportamento Pós-Acidente ..........................................................................................84
4 Estado Físico e Mental do Condutor .................................................................................84
4.1 Fadiga e Sono ....................................................................................................................84
4.2 Álcool ...............................................................................................................................85
4.3 Drogas e Medicamentos...................................................................................................85
4.4 Aspectos Psíquicos ...........................................................................................................85
Resumindo...............................................................................................................................86
Consolidando conteúdos .......................................................................................................86

Módulo III - Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Prevenção

de Incêndio ..................................................................................................................... 89

Unidade 1 - Noções de Primeiros Socorros .................................................................. 91


1 Os Primeiros Socorros .......................................................................................................93
2 As Primeiras Providências .................................................................................................93
3 Verificação das Condições Gerais da Vítima de Acidente de Trânsito .........................95
3.1 Vítima Inconsciente..........................................................................................................95
3.2 Verificando as Condições Gerais da Vítima ..................................................................95
4 Cuidados com a Vítima de Acidente ou Contaminação..................................................96
4.1 Procedimentos em Caso de Queimaduras em Geral ...................................................97
4.2 Procedimentos em Caso de Queimaduras Químicas ...................................................97
4.3 Procedimentos em Caso de Envenenamento e Intoxicação ........................................98
7
4.4 Procedimentos em Caso de Parada Cardiorrespiratória .............................................99
4.5 Procedimentos em Casos de Ferimento com Hemorragia .......................................102
4.6 Procedimentos em Caso de Fraturas ...........................................................................103
Resumindo.............................................................................................................................104
Consolidando conteúdos .....................................................................................................104

Unidade 2 - Respeito ao Meio Ambiente e Prevenção de Incêndio ........................... 107


1 Respeito ao Meio Ambiente .............................................................................................109
1.1 O Veículo como Agente Poluidor do Meio Ambiente ................................................109
1.2 Regulamentação do CONAMA sobre a poluição ambiental causada por veículos.110
1.3 Poluição: conceito, causas e consequências .................................................................111
1.4 Projeto Despoluir do Sistema CNT ............................................................................112
1.5 A Manutenção Preventiva do Veículo ..........................................................................112
1.6 A Responsabilidade Civil e Criminal do Condutor e o CTB .....................................114
1.7 O Indivíduo, o Grupo e a Sociedade.............................................................................114
1.8 Relacionamento Interpessoal ........................................................................................115
1.9 O Indivíduo como Cidadão ...........................................................................................116
2 Prevenção de Incêndio ......................................................................................................117
2.1 Conceito de Fogo, Tetraedro e Fontes de Ignição .......................................................117
2.2 Transmissão do Calor ....................................................................................................118
2.3 Métodos de Extinção de Incêndio ................................................................................118
2.4 Classificação de incêndios .............................................................................................119
2.5 Tipos de Extintores, seus Agentes e Manuseio ............................................................120
Resumindo.............................................................................................................................121
Consolidando conteúdos .....................................................................................................122

Módulo IV - Movimentação de Produtos Perigosos ................................................... 123

Unidade 1 - Movimentação de Produtos Perigosos – Parte 1 .................................... 125


1 Classificação dos Produtos Perigosos .............................................................................127
2 Conceitos Básicos de Físico-Química ............................................................................127
3 Estudo das Classes de Risco .............................................................................................128
3.1 Classe de Risco 1 — Explosivos ....................................................................................128
3.1.1 Segurança no Transporte Rodoviário de Explosivos ...............................................129
8
3.2 Classe de Risco 2 — Gases ............................................................................................130
3.2.1 Segurança no Transporte Rodoviário de Gases........................................................131
3.2.2 Cuidados dos condutores de veículos de transporte de produtos perigosos,
referentes a gases ...................................................................................................................132
3.3 Classe de Risco 3 — Líquidos Inflamáveis .................................................................134
3.3.1 Segurança no transporte rodoviário de líquidos inflamáveis ................................136
Resumindo.............................................................................................................................136
Consolidando conteúdos .....................................................................................................137

Unidade 2 - Movimentação de Produtos Perigosos – Parte 2 ..................................... 139


Estudo das Classes de Risco (continuação) .......................................................................141
Classe de Risco 4 — Sólidos inflamáveis; Substâncias sujeitas a combustão
espontânea; substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis .....141
Substâncias espontaneamente combustíveis ..................................................................142
Segurança no Transporte Rodoviário de Sólidos Inflamáveis ......................................142
Classe de Risco 5 — Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos ............................142
Segurança no transporte rodoviário de oxidantes e peróxidos orgânicos ..................143
Classe de Risco 6 — Substâncias Tóxicas e Substâncias Infectantes ...........................144
Segurança no transporte rodoviário de substâncias tóxicas e infectantes ..................146
Classe de Risco 7 — Substâncias Radioativas................................................................147
Segurança no transporte rodoviário de substâncias radioativas..................................148
Classe de Risco 8 — Substâncias Corrosivas .................................................................148
Segurança no transporte rodoviário de substâncias corrosivas ...................................149
Classe 9 – Substâncias e artigos perigosos diversos ......................................................149
Segurança no transporte rodoviário de substâncias e artigos perigosos diversos .....150
Resumindo.............................................................................................................................150
Consolidando conteúdos .....................................................................................................151

Unidade 3 - Movimentação de Produtos Perigosos – Parte 3 ..................................... 153


1 Riscos múltiplos .................................................................................................................155
2 Resíduos perigosos para fins de transporte.....................................................................155
2.1 Cuidados com os veículos e equipamentos de transporte .........................................156
2.2 Cuidados com as embalagens ........................................................................................157
9
3 Comportamento preventivo do motorista para todas as classes de risco ....................157
4 Procedimentos em caso de emergência...........................................................................159
4.1 Equipamentos para situação de emergência ................................................................159
4.2 Procedimentos gerais em situação de emergência ......................................................160
4.3 Procedimentos de emergência de acordo com a Classe de Risco..............................161
4.3.1 Classe de Risco 1 – Explosivos ...................................................................................161
4.3.2 Classe de Risco 2 – Gases ...........................................................................................162
4.3.3 Classe de Risco 3 — Líquidos Inflamáveis ...............................................................162
4.3.4 Classe de Risco 4 — Sólidos inflamáveis, substâncias sujeitas à combustão
espontânea e substâncias que, em contado com a água, emitem gases inflamáveis ......163
4.3.5 Classe de Risco 5 — Substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos .....................163
4.3.6 Classe de Risco 6 — Substâncias Tóxicas e Infectantes ..........................................163
4.3.7 Classe de Risco 8 – Substâncias Corrosivas ..............................................................164
4.3.8 Classe de Risco 9 – Substâncias e Artigos Perigosos Diversos ...............................165
Resumindo.............................................................................................................................165
Consolidando conteúdos .....................................................................................................165

Referências .................................................................................................................... 167

10
Comprometido com o desenvolvimento do transporte no País, o SEST SENAT oferece um
programa educacional que contribui para a valorização cidadã, o desenvolvimento profissional,
a qualidade de vida e a empregabilidade do trabalhador do transporte, por meio da oferta de
diversos cursos que são desenvolvidos nas Unidades Operacionais do SEST SENAT em todo
o Brasil.
Sempre atento às inovações e demandas por uma educação profissional de qualidade, o SEST
SENAT reestruturou todo o portfólio de materiais didáticos e de apoio aos cursos presenciais
da instituição, adequando-os às diferentes metodologias e aos tipos de cursos, alinhando-os
aos avanços tecnológicos do setor, às tendências do mercado de trabalho, às perspectivas da
sociedade e à legislação vigente.
Esperamos, assim, que este material, que foi desenvolvido com alto padrão de qualidade
pedagógica, necessário ao desenvolvimento do seu conhecimento, seja um facilitador do
processo de ensino e aprendizagem.
Bons estudos�

11
APRESENTAÇÃO
Prezado Aluno
Desejamos-lhe boas-vindas ao Especializado para condutores de veículos de transporte de
produtos perigosos�
Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências
que você já possui�
Este curso é destinado aos condutores interessados em atuar no transporte de produtos
perigosos e que já possuam a Carteira Nacional de Habilitação – nas categorias B, C, D ou E.
Outros requisitos necessários são:
• ser maior de 21 anos;
• não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, cassação da carteira
nacional de habilitação – CNH, pena decorrente de crime de trânsito, bem como não
estar impedido judicialmente de exercer seus direitos.
O objetivo geral do curso é proporcionar condições para que o condutor de transporte de
cargas conduza o veículo com segurança e responsabilidade.
O curso foi desenvolvido em quatro módulos, cujos temas e carga horária seguem
criteriosamente o estabelecido na Resolução nº 168, de 14 de dezembro de 2004, e na Resolução
nº 285, de 29 de julhode 2008, que altera seu anexo, ambas do Conselho Nacional de Trânsito
(CONTRAN).
Os módulos são: Legislação de Trânsito; Direção Defensiva; Noções de Primeiros Socorros,
Respeito ao Meio Ambiente e Prevenção de Incêndio; Movimentação de Produtos Perigosos.
Os módulos do Especializado para condutores de veículos de transporte de produtos perigosos
estão divididos em unidades para facilitar o aprendizado.
No início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo a ser abordado e os objetivos
que se pretende alcançar.
Nesse sentido, esperamos que este Curso seja muito proveitoso para você�
Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a
resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho.
Bons estudos�

12
MÓDULO I
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO E DE

TRANSPORTE
UNIDADE 01
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

O Código de Trânsito Brasileiro


UNIDADE 01 - LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Com qual categoria de habilitação se pode conduzir um veículo transportador de produtos
perigosos? Qual a documentação exigida do condutor e do veículo? A que infrações o
condutor está sujeito?

O estudo da legislação de trânsito confere, além da necessária reciclagem ao condutor,


mais confiança na execução de suas ações, de forma que o mesmo esteja atento aos seus
deveres e direitos.
Nesta primeira unidade apresentaremos, inicialmente, as disposições do Código de
Trânsito Brasileiro (CTB) relacionadas aos seguintes temas: atualização de requisitos
para a matrícula no curso especializado de transporte de produtos perigosos, categorias
de habilitação e veículos correspondentes, documentação exigida do condutor e veículo,
sinalização viária, infrações, crimes e penalidades, regras gerais de estacionamento,
parada, conduta e circulação.
O CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO

De acordo com Gomes (2015) e Pazetti (2015), o Brasil possui um conjunto de leis que regem
e disciplinam o trânsito nas vias terrestres. A principal delas é a Lei nº 9.503/1997, que institui
o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Além do CTB, existe a legislação complementar, as
Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), as Portarias do Departamento
Nacional de Trânsito (DENATRAN) e outras regulamentações estaduais e municipais.
Atualização de Requisitos para a Matrícula no Curso
Especializado

De acordo com a Resolução CONTRAN no 455/2013, que alterou dispositivos das Resoluções
CONTRAN nos 168/2004 e 285/2008, foi retirada a exigência ao candidato ao Curso Especializado
de �não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações
médias durante os últimos 12 (doze) meses�. Com isso, os requisitos atuais são os seguintes:
• ser maior de 21 anos;
• estar habilitado em uma das categorias �B�, �C�, �D� e �E�;
• não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, cassação da Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), pena decorrente de crime de trânsito, bem como não
estar impedido judicialmente de exercer seus direitos.
Categorias de Habilitação e Relação com Veículos
Conduzidos
Quanto às categorias de CNH e autorizações (CTB, Anexos I e II da Resolução CONTRAN no
168/2004), elas podem ser:

17
• autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC): habilita o condutor a conduzir
ciclomotores até 50 (cinquenta) cilindradas;
• categoria A: qualifica a conduzir veículos automotores de 2 (duas) ou 3 (três) rodas,
com ou sem carro lateral;
• categoria B: qualifica a conduzir veículos automotores com ou sem reboque, com
peso bruto total (PBT) de até 3.500 kg e lotação máxima de 8 (oito) lugares, fora o do
condutor, bem como trator de roda e os equipamentos automotores destinados a executar
trabalhos agrícolas poderão ser conduzidos em via pública;
• categoria C: permite dirigir veículo motorizado utilizado em transporte de carga,
cujo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogramas;
• categoria D: permite dirigir veículo motorizado utilizado no transporte de passagei-
ros, cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
• categoria E: qualifica conduzir todos os veículos das categorias B, C e D, trailers e
veículos que rebocam unidades com mais de 6.000 kg de PBT ou com lotação superior a
8 (oito) passageiros.

Há, ainda, as denominadas especializações dentro das categorias


de CNH, quais sejam: transporte coletivo de passageiros, de
escolares, de emergência, de produtos perigosos, de carga
LEMBRE-SE
indivisível, mototáxi e motofrete.

Documentação Exigida para Condutor e Veículo


Em relação à documentação do condutor, este deve portar, obrigatoriamente, o documento
original de habilitação, correspondente à categoria do veículo que estiver conduzindo, dentro
do prazo de validade (CTB, Art. 159). Os documentos que identificam o condutor são os
seguintes:
• permissão para Dirigir (PPD): documento válido por 1 (um) ano;
• autorização para Conduzir Ciclomotores (ACC): dentro do prazo de validade;
• carteira Nacional de Habilitação (CNH): a atual CNH contém foto e os números dos
principais documentos do condutor, prestando como documento de identificação no
território nacional.

18
O atual modelo da CNH traz o número do Registro Nacional
dos Condutores Habilitados — RENACH (CTB, Anexo I), que
é estabelecido no início do processo de habilitação e usado para
atendimento ou autuação do condutor em qualquer Unidade da
Federação.

Em relação à documentação dos veículos, o profissional deve estar atento aos seguintes
documentos:
• Certificado de Registro do Veículo — CRV (CTB, Art. 121): é o documento de
porte não obrigatório que deve ser mantido em local seguro e serve para transferir de
propriedade, alterar o endereço do proprietário ou alterar as características do veículo;

No CRV, constam as características de identificação do veículo. As mais


importantes são: o número do Registro Nacional de Veículos Automotores
DICAS

(RENAVAM), placa e número do chassi. Também, é possível observar:


número do motor, cor, marca, modelo, categoria, capacidade, nome e
endereço do proprietário.

• Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo — CRLV: documento de porte


obrigatório, em que constam, além dos dados do veículo, informações sobre o pagamento
do IPVA, do Seguro Obrigatório (DPVAT) e ano em exercício;
• Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres: é o
seguro obrigatório que deve ser pago anualmente por todos os proprietários de veículos
automotores. Serve para indenizar as vítimas de acidentes de trânsito envolvendo veículos
automotores em caso de morte (R$ 13.500,00), invalidez permanente (até R$ 13.500,00)
e reembolso de despesas médicas e hospitalares (até R$ 2.700,00).
Sinalização Viária
A sinalização viária é composta de (CTB, Art. 87):
• sinalização vertical (placas);
• sinalização horizontal (faixas, marcas, símbolos e legendas);
• dispositivos de sinalização auxiliar (cones, sonorizadores, tapumes, marcadores);
• luminosos (semáforos); 19
• sonoros (apitos);
• gestos do agente de trânsito e do condutor.

A sinalização tem a seguinte ordem de prevalência (CTB, art. 89):


• as ordens dadas pelos agentes de trânsito prevalecem
LEMBRE-SE sobre as normas de circulação e outros sinais;
• as indicações dos semáforos têm preferência sobre os
demais sinais;
• as indicações dos sinais prevalecem sobre as demais
normas de trânsito.
Infrações, Crimes de Trânsito e Penalidades

Para que você tenha uma ideia das sanções impostas aos
infratores e aplicadas pelo DETRAN, Prefeituras, Polícias
Infração de trânsito é a Rodoviárias e outros órgãos com jurisdição sobre a via,
inobservância de qualquer atente ao seguinte rol:
preceito deste Código, da
legislação complementar ou das
resoluções do CONTRAN, sendo
o infrator sujeito às penalidades
e medidas administrativas
indicadas em cada artigo,
além das punições previstas no
Capítulo XIX (art. 161, CTB).

• advertências por escrito: têm finalidade educativa — nos casos de infração leve ou
média, infratores não reincidentes e com boa conduta;
• multas: impostas à maior parte das infrações — com anotação de pontos no prontuário
do infrator, são proporcionais à gravidade da infração;
20
• suspensão do direito de dirigir: adotada em certos crimes e infrações, ou quando for
excedido o número máximo admissível de pontos no prontuário;
• apreensão do veículo: prevê o recolhimento em depósito do órgão responsável — o
infrator deve arcar com todos os ônus para retirada;
• cassação da CNH: cancelamento definitivo do documento de habilitação, obrigando
o infrator a reiniciar o processo de habilitação;
• cassação de Permissão para Dirigir (PPD): sujeita o infrator a reiniciar o processo de
habilitação;
• curso de reciclagem: é obrigatório ao infrator com direito de dirigir suspenso ou que
tenha provocado acidente grave, ou ainda, que tenha sido condenado por delito de trânsito.

Além dessas sanções descritas, há determinadas medidas


administrativas que podem ser impostas pelo agente de trânsito
no local da infração, em função da ocorrência: retenção do
veículo, remoção do veículo, recolhimento do documento de
habilitação (CNH ou PPD), recolhimento do Certificado de
Registro, recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual,
transbordo do excesso de carga, teste de alcoolemia ou perícia,
realização de exames e recolhimento de animais soltos nas vias.

No que tange às multas por infrações de trânsito, elas dependem da gravidade da ocorrência
e podem ser de acordo com a Tabela 1. Note que algumas das infrações gravíssimas têm o
valor da multa multiplicado por 3, 5 e 10, uma vez que a vida foi colocada em risco extremo,
conforme a Tabela 2 (CTB, Art. 1o):
Tabela 1: Gravidade e valores de multas. Tabela 2: Multas gravíssimas e valores.

Gravidade Pontos Valores (R$) Gravidade Pontos Valores


(R$)
Leve 3 R$88,38 Gravíssima (3x) 7 880,41
Média 4 R$130,16 Gravíssima (5x) 7 1.467,35
Grave 5 R$ 195,23 Gravíssima (10x) 7 2.934,70
Gravíssima 7 R$ 293,47
Fonte: Brasil (1997)

21
Note que algumas das infrações gravíssimas podem ser agravadas, podendo o valor da multa
ser multiplicado por 3, 5 ou 10. Isso ocorre porque a vida foi colocada em risco, em desacordo
com o Art. 1º do CTB.

A Lei no 13.154/2015 estabelece que condutores das


categorias C, D ou E que estejam exercendo atividade
remunerada em veículo, deverão fazer um curso de
reciclagem sempre que, no período de um ano, atingirem
quatorze pontos pela regulamentação do CONTRAN.
Pela aludida Lei, o empregador tem o direito de conferir a
pontuação da habilitação do motorista profissional.
Essa lei tornou infração gravíssima transitar pela faixa
exclusiva de ônibus. Além da multa pesada e do veículo sujeito
à apreensão, o motorista é penalizado com sete pontos na CNH.
As infrações que estabelecem a suspensão do direito de dirigir do condutor ou do proprietário
do veículo são as elencadas:
• dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa (CTB,
Art. 165 e Resolução CONTRAN no 432/2013 – Lei Seca);
• ameaçar a segurança de pedestres ou outros veículos (CTB, Art. 170);
• disputar corrida por espírito de competição ou rivalidade (CTB, Art. 173);
• promover ou participar de competição não autorizada, racha, exibição ou
demonstração de perícia (CTB, Art. 174);
• utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa, mediante
arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus
(CTB, Art. 175);
• no caso de acidente: deixar de sinalizar, afastar o perigo, identificar-se, prestar
informações ou acatar determinações da autoridade (CTB, Art. 176);
• deixar de prestar ou providenciar socorro à vítima ou abandonar o local (CTB, Art. 176);
• forçar passagem entre veículos que, transitando em sentidos opostos, estejam na iminência
de passar um pelo outro ou realizar a operação de ultrapassagem (CTB, Art. 191);
• transpor bloqueio policial (CTB, Art. 210);
• dirigir com velocidade superior à máxima permitida em mais de 50% em qualquer
via (CTB, Art. 218);
22
• conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor (CTB, Art. 244);
‐ sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de
acordo com as normas e especificações aprovadas pelo CONTRAN;
‐ transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma estabelecida no
inciso anterior, ou fora do assento suplementar colocado atrás do condutor ou em
carro lateral;
‐ fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda;
‐ com os faróis apagados;
‐ transportando criança menor de sete anos ou que não tenha, nas circunstâncias,
condições de cuidar de sua própria segurança.
A cassação do documento de habilitação é prevista nos seguintes casos (CTB, Art. 263);
• estando com o direito de dirigir suspenso, caso o condutor seja flagrado conduzindo
qualquer veículo que exija habilitação;
• caso o condutor reincida, no prazo de 12 (doze) meses, nas infrações previstas no
CTB: Art. 162, inc. III, e nos Arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;
• quando o condutor for condenado, judicialmente, por delito de trânsito;
• se for comprovada irregularidade na expedição da sua habilitação, a qualquer tempo.
Os crimes de trânsito estão previstos no Capítulo 19 do CTB, no Código Penal, no Código
Processual Penal e na Lei no 9.099/1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e
Criminais e dá outras providências.
São os principais crimes de trânsito previstos no CTB:

• praticar homicídio culposo, não intencional (CTB, art. 302);


• praticar lesões corporais culposas, não intencionais (CTB,
LEMBRE-SE art. 303);
• deixar de prestar socorro imediato ou abandonar o local
para fugir da responsabilidade civil ou criminal (CTB, arts.
304 e 305);
• dirigir sob influência de álcool ou de substâncias
psicoativas de efeitos similares (CTB, art. 306);
• participar de rachas ou competições não autorizadas
(CTB, art. 308);
• transitar com velocidade incompatível com a segurança e
as condições locais (CTB, art. 311).
23
Também, existem os crimes dolosos, que são mais graves e preveem penalidades e penas mais
severas.
São exemplos de crimes de trânsito dolosos:
• dirigir ou permitir que alguém dirija: sem ser
Crimes dolosos, de acordo com
habilitado; com a habilitação suspensa ou cassada;
o Código Penal, são aqueles em
embriagado ou sem condições físicas e mentais de
que o condutor tinha a intenção
dirigir com segurança (CTB, Arts. 309 e 310);
ou a ciência de que seus atos
poderiam ter consequências • prestar informações errôneas a policiais ou agentes
prejudiciais. de trânsito sobre qualquer aspecto de uma ocorrência
(CTB, Art. 312).
No que tange às penalidades e penas, levando-se em conta a gravidade, as circunstâncias e a
interpretação do ato criminoso consoante o Código Penal ou o CTB, temos:
• o infrator está sujeito à suspensão da habilitação ou permissão, ou à proibição de obter a
habilitação ou permissão por um prazo de 2 (dois) meses a 5 (cinco) anos (CTB, Art. 293);
• a violação da suspensão ou proibição imposta sujeita o infrator à reaplicação da
penalidade por igual período e multa, bem como à pena de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
de detenção (CTB, Art. 307);
• as penas de detenção podem variar de 6 (seis) meses a 10 (dez) anos;
• além das penas e penalidades, o infrator pode ser condenado a reparar danos causados
ao patrimônio público ou a terceiros, além de multa.
De acordo com o Art. 298 do CTB, são circunstâncias que sempre agravam as penalidades
dos crimes de trânsito em que o condutor do veículo tenha cometido a infração:
• com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano
patrimonial a terceiros;
• utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
• sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
• com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do
veículo;
• quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de
passageiros ou de carga;
• utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características
que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de
velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
• sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
24
Consoante o Art. 301 do CTB, ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de
que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto
e integral socorro àquela.
Responsabilidades dos Proprietários e Condutores de
Veículos
De acordo com Art. 257 do CTB, existem responsabilidades aos proprietários e condutores
dos veículos, abaixo elencadas:
• aos proprietários e condutores de veículos serão impostas concomitantemente as
penalidades de que trata o CTB toda vez que houver responsabilidade solidária em
infração dos preceitos que lhes couber observar, respondendo cada um de per si pela
falta em comum que lhes for atribuída;
• ao proprietário, caberá sempre a responsabilidade pela infração referente à prévia
regularização e preenchimento das formalidades e condições exigidas para o trânsito
do veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de suas características,
componentes, agregados, habilitação legal e compatível de seus condutores, quando esta
for exigida, e outras disposições que deva observar;
• ao condutor, caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de atos praticados
na direção do veículo;
• o embarcador é responsável pela infração relativa ao transporte de carga com excesso
de peso nos eixos ou no peso bruto total, quando simultaneamente for o único remetente
da carga e o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for inferior àquele aferido;
• o transportador é o responsável pela infração relativa ao transporte de carga com
excesso de peso nos eixos ou quando a carga proveniente de mais de um embarcador
ultrapassar o peso bruto total;
• o transportador e o embarcador são solidariamente responsáveis pela infração relativa
ao excesso de peso bruto total, se o peso declarado na nota fiscal, fatura ou manifesto for
superior ao limite legal.
Regras Gerais de Estacionamento, Parada, Conduta e
Circulação
Os princípios gerais das regras de circulação e conduta aos usuários das vias terrestres foram
assim estabelecidos (CTB, Art. 26):
• abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de
veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou
privadas;
25
• abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, depositando ou
abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo.
DICAS

Isso inclui o vazamento ou derrame de produtos perigosos que estiver


transportando.

As principais normas para circulação e conduta de veículos nas vias terrestres são as seguintes
(CTB, Arts. 29 e 48):
• a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções devidamente
sinalizadas;
• o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os
demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista;
• terá preferência de passagem:
‐ no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando
por ela;
‐ no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
‐ nos demais casos, o que vier pela direita do condutor.
• quando houver várias faixas na pista, as da direita são destinadas ao deslocamento
dos veículos mais lentos, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento
dos veículos de maior velocidade;
• o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, somente poderá
ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento;
• os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando em atendimento na
via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestação de serviço, desde que
devidamente sinalizados, devendo estar identificados;
• nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estacionamentos: o veículo deverá
ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto à
guia da calçada (meio-fio), admitidas as exceções devidamente sinalizadas.
Você sabia que existe classificação para as vias rurais e urbanas (CTB, Art. 60 e Anexo I)? As
vias rurais são classificadas em:
• rodovias: são conceituadas pelo CTB como vias rurais pavimentadas;
• estradas: em geral, são as vias rurais não pavimentadas.
26
No que tange à velocidade máxima permitida para a via, será indicada por meio de sinalização,
obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito. Onde não existir sinalização
regulamentadora, a velocidade máxima será conforme mostrada na Tabela 3.
Tabela 3: Velocidades máximas nas vias.

Vias urbanas Rodovias Estradas


30 km/h nas vias locais a) nas rodovias de pista dupla: 60 km/h
40 km/h nas vias coletoras 110 km/h para automóveis, camionetas
e motocicletas
60 km/h nas vias arteriais
90 km/h para os demais veículos
80 km/h nas vias de trânsito rápido
b) nas rodovias de pista simples:
100 km/h para automóveis,
caminhonetas e motocicletas;
90km/h para os demais veículos;
c) nas estradas:
60 km/h para todos os veículos
Fonte: (CTB, Art. 61)

Talvez você já se tenha perguntado: qual a relação entre velocidade mínima e velocidade
segura?

A velocidade mínima não pode ser inferior à metade da máxima permitida


no local (CTB, Art. 62). Para a velocidade segura, siga as orientações:
DICAS

• Em vias de grande movimento e rápido escoamento do tráfego,


é necessário acompanhar o fluxo sem obstruir os demais veículos.
• Em vias locais, é necessário que condutor dirija em baixa
velocidade, prevendo que as pessoas possam estar mais distraídas.

SAIBA Acesse, no link indicado, o CTB e leia os Arts. 67-A,


67-C e 67-E sobre as inovações trazidas pela Lei no
13.103/2015 – a Lei dos Caminhoneiros:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503.
htm 27
RESUMINDO
Acompanhar a evolução da legislação de trânsito permite ao condutor estar sempre
atualizado, sabendo quais são seus deveres e direitos e evitando muitos problemas
durante o exercício de sua atividade profissional de transporte.
Se você for motorista profissional empregado, fique atento aos pontos acumulados na
sua CNH. Isso demonstra o tipo de zelo que está tendo na condução e o seu empregador
pode ter acesso a esses dados.
Reforçando um dos princípios fundamentais das regras de condução: abster-se de todo
ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou
de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas.

1. O atual modelo da CNH não traz o número do Registro Nacional


dos Condutores Habilitados (RENACH), o qual é estabelecido no
início do processo de habilitação e usado para atendimento ou
autuação do condutor em qualquer Unidade da Federação.
( ) Certo ( ) Errado
2. Sobre a ordem de prevalência na sinalização de trânsito, assinale
a alternativa correta:
( ) As ordens dadas pelos agentes de trânsito prevalecem sobre as
normas de circulação e outros sinais.
( ) As indicações dos semáforos têm preferência sobre os demais
sinais.
( ) As indicações dos sinais prevalecem sobre as demais normas
de trânsito.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
3. A violação da suspensão ou proibição imposta do direito de
dirigir sujeita o infrator à reaplicação da penalidade por igual
período e multa, bem como à pena de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
de detenção.
( ) Certo ( ) Errado

28
4. Com relação às sanções que podem ser impostas aos infratores
da legislação de trânsito, assinale a alternativa errada:
( ) As advertências por escrito têm finalidade educativa, e são
aplicadas no caso de infração leve ou média, a infratores não
reincidentes e com boa conduta.
( ) As multas são impostas à maior parte das infrações, com
anotação de pontos no prontuário do infrator e são proporcionais
à gravidade da infração.
( ) A suspensão do direito de dirigir é adotada em certos crimes e
infrações, ou quando for excedido o número máximo admissível
de pontos no prontuário.
( ) A apreensão do veículo prevê o recolhimento em depósito do
órgão responsável, e o infrator não necessita arcar com os ônus
para retirada.

29
UNIDADE 02
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA E NORMAS SOBRE
O TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS
1 Cargas de Produtos Perigosos – Conceito e Considerações

2 A Legislação Específica e Normas sobre o

Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos

3 A Carga e seu Acondicionamento

4 Responsabilidades do Condutor durante o Transporte

5 Documentação para o Transporte Rodoviário de


Produtos Perigosos

6 Simbologia utilizada no Transporte Rodoviário de


Produtos Perigosos

7 Registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo

8 Infrações e Penalidades na Legislação de Transporte


Rodoviário de Produtos Perigosos
UNIDADE 02 - LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
E NORMAS SOBRE O TRANSPORTE DE
PRODUTOS PERIGOSOS

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Qual é a legislação de transporte específica para a movimentação rodoviária de produtos
perigosos? Quais as responsabilidades do condutor? Qual é a documentação necessária?
Qual simbologia deve ser utilizada nas embalagens e nos veículos?

Um dos diferenciais dos condutores no mercado de trabalho é o grau de conhecimento


sobre a legislação específica de sua atividade. Isso evita muitos aborrecimentos não
somente para ele, mas também para a sua empresa e todos os demais agentes do setor.
Nesta unidade, abordaremos os conceitos e considerações sobre a carga constituída de
produtos perigosos, legislação específica e normas complementares, acondicionamento
da carga, responsabilidades do condutor, documentação necessária para o transporte,
simbologia utilizada, tacógrafo, infrações e penalidades.
1 CARGAS DE PRODUTOS PERIGOSOS – CONCEITO
E CONSIDERAÇÕES

Produto perigoso, para fins de transporte,


é toda substância ou artigo encontrado
na natureza ou produzido por qualquer
processo que, por suas características
físico-químicas, represente risco para
a saúde das pessoas, para a segurança
pública ou para o meio ambiente (ANTT,
2016; LIEGGIO JÚNIOR, 2012).

Qual a diferença entre carga perigosa x produto perigoso?


A carga perigosa, ainda que o termo conste na legislação
brasileira, pode representar qualquer carregamento mal estivado
ou acondicionado (por exemplo: sacos de batata), capaz de
provocar um acidente sem colocar a população ou qualquer
compartimento de meio ambiente em risco direto de explosão,
incêndios, intoxicação ou radiação.
Já o carregamento constituído por produtos perigosos para fins
de transporte, os quais, em função de suas características físico-
químicas – tais como explosividade, inflamabilidade, toxicidade,
radioatividade – na ocorrência de um acidente, podem colocar em
risco a saúde das pessoas, o meio ambiente e a segurança pública.

33
Os produtos perigosos são transportados, constantemente, por nossas vias, pois são necessários
à fabricação de diversos produtos para uso nas indústrias, agricultura e até no nosso dia a
dia. Como são substâncias que oferecem riscos, devem ser transportadas por profissionais
instruídos e treinados, bem como por empresas comprometidas com as regras de segurança
previstas nas legislações vigentes.
No que concerne à classificação dos produtos perigosos para fins de transporte, há nove classes
de risco, identificadas por painéis de segurança e rótulos de risco específicos, a saber:
• classe 1: explosivos;
• classe 2: gases;
• classe 3: líquidos inflamáveis;
• classe 4: sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias
que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis;
• classe 5: substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos;
• classe 6: substâncias tóxicas e infectantes;
• classe 7: material radioativo;
• classe 8: substâncias corrosivas;
• classe 9: substâncias e artigos perigosos diversos.

34
Com relação ao número de risco para substâncias e artigos das Classes 2 a 9, consiste de dois
ou três algarismos que indicam a natureza e a intensidade do risco. O significado dos números
de risco constantes na coluna 5 da Relação de Produtos Perigosos da Resolução no ANTT
420/2004, é indicado no item 3.2.3.2 e, de modo geral, os algarismos e letras que o compõem
indicam os seguintes riscos:

2 Desprendimento de gás devido à pressão ou à reação química


3 Inflamabilidade de líquidos (vapores) e gases ou líquido sujeito
a autoaquecimento
4 Inflamabilidade de sólidos ou sólido sujeito a autoaquecimento
5 Efeito oxidante (intensifica o fogo)
6 Toxicidade ou risco de infecção
7 Radioatividade
8 Corrosividade
9 Risco de violenta reação espontânea
X A substância reage perigosamente com água (utilizado como
prefixo do código numérico).
Exemplos: 223 — gás liquefeito refrigerado, inflamável; 368 — líquido inflamável, tóxico,
corrosivo.

SAIBA Conheça a relação dos códigos numéricos e


respectivos significados dos riscos, lendo o item
3.2.3.2, da Resolução no ANTT 420/2004, no link:
http://www.antt.gov.br/index.php/content/
view/355/Legislacao.html

2 A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA E NORMAS SOBRE


O TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS
PERIGOSOS

Além da legislação de trânsito, o condutor deve ainda atentar para a legislação específica de
transporte. No que concerne à legislação de transporte rodoviário de produtos perigosos no
Brasil, ela é representada, sobretudo, pela Resolução ANTT no 3.665/2011, que atualiza o
Regulamento do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, e pela Resolução ANTT no
420/2004 e suas alterações, que aprovam as Instruções Complementares ao Regulamento do
Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. 35
As regras para o transporte de produtos perigosos que estão vigentes no
Brasil – nos modos rodoviário, ferroviário, aéreo e aquaviário — têm
DICAS

como principal objetivo a conjugação de dois princípios fundamentais:


o de garantia da segurança da operação e o da facilitação do transporte.
Para tanto, tais regras seguem padrões internacionais da Organização
das Nações Unidas (ONU).

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é o órgão regulador federal, criado


pela Lei no 10.233/2001 e vinculado ao Ministério dos Transportes (MT), responsável pela
regulamentação da atividade de transporte terrestre de produtos perigosos. Além das resoluções
da ANTT, o arcabouço legal referente ao transporte rodoviário de produtos perigosos engloba:
• normas técnicas complementares da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), tais como:
‐ NBR 14064:2015: Transporte rodoviário de  produtos perigosos  — Diretrizes do
atendimento à emergência;
‐ NBR 14619:2015: Transporte terrestre de produtos perigosos — Incompatibilidade
química;
‐ NBR 7503:2015: Transporte terrestre de produtos perigosos — Ficha de emergência
e envelope — Características, dimensões e preenchimento;
‐ NBR 15481:2013: Transporte rodoviário de  produtos perigosos  — Requisitos
mínimos de segurança;
‐ NBR 16173:2013: Transporte terrestre de  produtos perigosos  — Carregamento,
descarregamento e transbordo a granel e embalados — Capacitação de colaboradores;
‐ NBR 7500:2013: Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação
e armazenamento de produtos;
‐ NBR 9735:2012: Conjunto de equipamentos para emergências no transporte
terrestre de produtos perigosos;
‐ NBR 14095:2008: Transporte rodoviário de  produtos perigosos  — Área de
estacionamento para veículos — Requisitos de segurança;
‐ NBR 15480:2007: Transporte rodoviário de produtos perigosos — Plano de ação de
emergência (PAE) no atendimento a acidentes.
• portarias do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Inmetro):

36
O Inmetro estabelece, mediante portarias, Regulamentos Técnicos
de Qualidade (RTQs) e de Avaliação da Conformidade (RACs) para
embalagens e veículos e equipamentos destinados ao transporte
LEMBRE-SE
rodoviário de produtos perigosos.

• legislação ambiental: federal, estadual e municipal, destacando:


‐ Lei no 9.605/1998: dispõe sobre a Lei dos Crimes Ambientais;
‐ Lei no 9.966/2000: dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição
causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas
sob jurisdição nacional;
‐ Lei no 6.938/81: dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.

A legislação do transporte
rodoviário de produtos • instrumentos legais de outros órgãos e entidades
perigosos se interconecta com de governo, tais como: Comando do Exército, que
a ambiental, positivando as estabelece regulamentos para a fiscalização de
responsabilidades do expedidor produtos controlados; Comissão Nacional de Energia
e do transportador, em que Nuclear (CNEN), que prescreve instruções acerca de
se destacam, por exemplo, materiais radioativos; e Agência Nacional de Vigilância
o princípio do pagador/ Sanitária (ANVISA), que institui procedimentos
poluidor e o princípio da acerca de substâncias tóxicas e infectantes.
corresponsabilidade.
• no MERCOSUL: o Decreto no 1.797/1996 dispõe sobre a execução do Acordo de
Alcance Parcial para a Facilitação do Transporte de Produtos Perigosos entre Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai. Já a Resolução ANTT nº 1.474/2006 dispõe sobre as
licenças e autorizações para o transporte rodoviário de carga internacional por empresas
nacionais e estrangeiras.
Há de se mencionar que o condutor de veículo que transporta produtos perigosos também deve
estar ciente dos principais instrumentos legais referentes ao transporte de carga em geral, a saber:
• Lei no 13.103/2015: dispõe sobre o exercício da profissão de motorista. Altera a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o CTB e a Lei no 11.442/2007 (empresas e
transportadores autônomos de carga) para disciplinar a jornada de trabalho e o tempo
de direção do motorista profissional, e dá outras providências; 37
• resolução ANTT no 4.799/2015: regulamenta os procedimentos para inscrição e
manutenção no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC)
e dá outras providências.
2.1 A Lei dos Caminhoneiros e sua Repercussão na Atividade
de Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos
A Lei no 13.103/2015 – conhecida como Lei dos Caminhoneiros — foi um marco importante
na regulamentação da profissão de motorista profissional. Eis alguns de seus efeitos para o
condutor de veículos no transporte rodoviário de produtos perigosos:
• jornada de trabalho: a jornada diária de trabalho do motorista profissional será de
8 (oito) horas, admitindo-se a sua prorrogação por até 2 (duas) horas extraordinárias
ou, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo, por até 4 (quatro) horas
extraordinárias;
DICAS

Será considerado como trabalho efetivo o tempo em que o motorista


empregado estiver à disposição do empregador, excluídos os intervalos
para refeição, repouso e descanso e o tempo de espera.

• pesagem de veículos: ficou permitida, na pesagem de veículos de transporte de carga


e de passageiros, a tolerância máxima de: (a) 5% (cinco por cento) sobre os limites de
peso bruto total; e (b) 10% (dez por cento) sobre os limites de peso bruto transmitido por
eixo de veículos à superfície das vias públicas; 
• exames toxicológicos: todo motorista empregado deverá fazer exame toxicológico na
admissão e no desligamento da empresa;
• a Resolução CONTRAN no 517/2015 traz a exigência do exame toxicológico de larga
janela de detecção para consumo de substâncias psicoativas, exigido quando da adição e
renovação da habilitação nas categorias C, D e E. Já a Resolução CONTRAN no 529/2015
prorroga o prazo para o referido exame a partir de 01/01/2016;
• descanso: o motorista profissional tem direito a 11 (onze) horas de descanso dentro
do período de 24 horas. Mas, esse tempo pode ser fracionado. Assim, as 11 (onze) horas
de descanso podem abranger o tempo das paradas obrigatórias;
• tempo de espera: as horas relativas ao tempo de espera serão indenizadas na proporção
de 30% (trinta por cento) do salário-hora normal.  Quando a espera for superior a 2
(duas) horas ininterruptas e for exigida a permanência do motorista empregado junto
ao veículo, caso o local ofereça condições adequadas, o tempo será considerado como de
repouso para os fins do intervalo;
38
• locais de espera e repouso: são considerados locais de repouso e descanso os pontos
de parada e de apoio, estações rodoviárias, alojamentos, hotéis ou pousadas, refeitórios
das empresas ou de terceiros e postos de combustíveis. O poder público assumiu a
responsabilidade de divulgar os trechos das vias públicas que ofereçam pontos de parada
ou locais de descanso.

Antes de sua viagem, consulte os sítios eletrônicos do DNIT e da


ANTT e saiba quais são os locais de repouso e descanso nas rodovias
federais.
LEMBRE-SE

• prazos para carga e descarga: o prazo máximo para carga e descarga a partir do
momento em que o veículo chega ao destino é de 5 (cinco) horas. Se esse limite for
excedido, o motorista ou a empresa transportadora passam a ter direito a uma indenização
pecuniária;
• pagamento do frete: o pagamento de frete do transporte rodoviário para o
transportador autônomo de carga (TAC) deve ser feito com crédito em conta corrente,
poupança ou outra forma de pagamento regulamentada pela ANTT. Os custos dessa
operação (taxas bancárias) são do responsável pelo pagamento.

3 A CARGA E SEU ACONDICIONAMENTO

De acordo com a Resolução ANTT no 3.665/2011, as embalagens com produtos perigosos


não devem apresentar sinais de violação, deterioração ou mau estado de conservação. Cada
volume deve possuir o nome apropriado para embarque e o número ONU correspondente,
precedido das letras �UN� ou �ONU�.
Em regra, o responsável pelo acondicionamento dos produtos perigosos é o expedidor. A
carga deve ser devidamente estivada de acordo com as recomendações do expedidor (tipo de
equipamento, número de pilhas, entrelaçamento e amarração).

39
É proibido transportar produtos perigosos
juntamente com alimentos, medicamentos ou
quaisquer objetos destinados a uso ou consumo
Compatibilidade de cargas entre dois humano ou animal ou, ainda, com embalagens
ou mais produtos é entendida como a de mercadorias destinadas ao mesmo fim.
ausência de risco potencial de ocorrer
Para tanto, existem os cofres de carga, os quais
explosão, formação de gases, ou misturas
são caixas com fechos para acondicionamento
perigosas e outros, se postos em contato
de carga geral perigosa ou não, com a finalidade
entre si (por vazamento, ruptura de
de segregar durante o transporte produtos
embalagem ou outra causa qualquer).
incompatíveis durante o transporte. Tais
equipamentos, especialmente os fabricados em
plástico, têm os requisitos e métodos de ensaio
estabelecidos pela NBR 15.589:2008.

A tabela de incompatibilidade química para o transporte de produtos perigosos é tratada pela


NBR 14.619:2014 e, periodicamente, é revisada.
É vedado transportar produtos para uso humano ou animal em tanques de carga destinados
ao transporte de produtos perigosos a granel.

A descontaminação do veículo — processo que consiste na remoção


física dos contaminantes ou na alteração de sua natureza química para
substâncias inofensivas — é necessária quando do veículo e equipamentos
DICAS

do transporte de produtos perigosos para outros fins. Para conhecer o


Regulamento Técnico da Qualidade para o serviço de Descontaminação
de Equipamentos Destinados ao Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos e as empresas habilitadas a realizar a descontaminação dos
veículos e equipamentos pelo Inmetro, acesse o link indicado:
http://www.inmetro.gov.br

4 RESPONSABILIDADES DO CONDUTOR DURANTE


O TRANSPORTE

De acordo com a Resolução ANTT no 3.665/2011, o condutor deve interromper a viagem e


entrar em contato com a transportadora, autoridades ou entidades cujos telefones estejam
listados no Envelope para o Transporte, quando ocorrerem alterações, nas condições de
partida, capazes de colocar em risco a segurança de vidas, de bens ou do meio ambiente.

40
As operações de carregamento, descarregamento e transbordo de produtos perigosos devem
ser realizadas atendendo às normas e instruções de segurança e saúde do trabalho, estabelecidas
pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O pessoal que participar das operações de carregamento,


descarregamento ou transbordo de produtos perigosos a granel
deve receber treinamento específico.

Durante o transporte, o condutor do veículo e os auxiliares devem usar o traje mínimo


obrigatório, ficando desobrigados do uso dos equipamentos de proteção individuais (EPIs).
O traje mínimo não é considerado EPI e é constituído por calça comprida, camisa ou camiseta,
com mangas curtas ou compridas e calçados fechados.

5 DOCUMENTAÇÃO PARA O TRANSPORTE


RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS

Para o transporte rodoviário de produtos perigosos, são obrigatórios os seguintes documentos:


• condutor: CNH cuja categoria deve ser correspondente ao veículo dirigido com o
registro de realização de curso especializado para o transporte de produtos perigosos;
• veículo: inscrição do veículo no RNTRC, quando necessária; Certificado de Registro
e Licenciamento do Veículo válido; seguro DPVAT pago; Imposto sobre a Propriedade
de Veículos Automotores (IPVA) pago; Certificado de Inspeção para o Transporte de
Produtos Perigosos (CIPP) válido; Certificado de Inspeção Veicular (CIV) válido. Estes
dois últimos para o transporte a granel;
• carga:
‐ documento fiscal, contendo as seguintes informações:
a. o nome apropriado para embarque;
b. a Classe ou a Subclasse de Risco do produto;
c. o número ONU, precedido das letras �UN� ou �ONU� e o grupo de embalagem
da substância ou artigo;
d. a quantidade total por produto perigoso abrangido pela descrição (em volume,
massa, ou conteúdo líquido de explosivos, conforme apropriado).
41
Documento fiscal para o transporte de produtos perigosos é qualquer
documento (declaração de carga, nota fiscal, conhecimento de
transporte, manifesto de carga ou outro documento que acompanhe
LEMBRE-SE
a expedição) que contenham as informações exigidas pela legislação.

‐ declaração do expedidor: o documento fiscal de produtos perigosos, emitido pelo


expedidor, deve também conter, ou ser acompanhado de, uma declaração de que o
produto está adequadamente acondicionado para suportar os riscos normais das etapas
necessárias a uma operação de transporte e que atende a regulamentação em vigor;
‐ ficha de Emergência para o transporte de produtos perigosos: possui informações
sobre o produto a ser transportado, bem como instruções para casos de vazamentos,
fogo, poluição, envolvimento de pessoas e informações ao médico. Cada produto
transportado possui uma ficha, e o expedidor é responsável por sua entrega no ato do
carregamento;
‐ envelope para o Transporte de Produtos Perigosos: possui os telefones úteis e as
principais providências a serem tomadas em caso de emergência.

Quantidade limitada para o transporte de produtos perigosos


Certos produtos perigosos, no que diz respeito à
embalagem interna e unidade de transporte, apresentam,
em geral, riscos menores que os transportados em grandes
quantidades. Assim, é possível dispensar expedições
com quantidades limitadas de produtos perigosos, do
cumprimento de algumas exigências.
Para saber quais são as dispensas estabelecidas, leia os
itens 3.4.2 e 3.4.3 da Resolução ANTT no 420/2004.

6 SIMBOLOGIA UTILIZADA NO TRANSPORTE


RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS
A identificação dos volumes e dos veículos é realizada por meio de Painel de Segurança e
Rótulo de Risco. O Painel de Segurança é composto pelo número ONU e Número de Risco
(código numérico constituído de dois ou três algarismos que indicam a natureza e a intensidade

42
do risco), podendo apresentar o Risco Subsidiário (risco adicional que o produto perigoso
apresenta).
O Rótulo de Risco obedece a determinados padrões de dimensão, cor e forma, e apresentam,
em regra, o pictograma, o nome e o número alusivo à Classe ou Subclasse de Risco a que o
produto perigoso pertence.

SAIBA Para que você possa conhecer os vários exemplos de


utilização dos Painéis de Segurança e Rótulos de Risco,
consulte os Capítulos 5.2 (Marcação e Rotulagem)
e 5.3 (Identificação das Unidades de Transporte
e de Carga) da Resolução ANTT no 420/2004 no
sítio eletrônico: http://www.antt.gov.br/index.php/
content/view/1420/Resolucao_420.html

Há de se mencionar que o símbolo para o transporte de substâncias perigosas ao meio ambiente


foi introduzido na regulamentação aplicável ao transporte terrestre de produtos perigosos, por
meio da Resolução ANTT nº 3.632/2011.

43
Nos termos estabelecidos na aludida Resolução ANTT nº 3.632/2011, o símbolo em questão
deve ser utilizado nas embalagens e nas unidades de transporte carregadas com substâncias
perigosas para o meio ambiente e classificadas nos números ONU 3077 e ONU 3082.
Cabe salientar que tal símbolo não é um novo rótulo de risco e, também, não substitui o Painel
de Segurança nem o Rótulo de Risco indicativo da Classe de Risco associada ao produto
perigoso transportado. Corresponde, portanto, a um item adicional para a identificação dos
riscos relativos aos números ONU 3077 e ONU 3082.
Ainda, ressalta-se que, conforme o item 2.0.0 da Resolução ANTT no 420/2004, a classificação
de um produto como perigoso para o transporte deve ser feita pelo seu fabricante ou expedidor
orientado pelo fabricante. Os testes e os critérios para classificação estão descritos no Manual de
Ensaios e Critérios, publicação da Organização das Nações Unidas (ONU), que permite, após
a realização dos ensaios ali descritos, a alocação do produto ensaiado em alguma das 9 Classes
e/ou Subclasses de Risco descritas na Resolução ANTT nº 420/2004. Tal Manual encontra-se
disponível no sítio eletrônico da ONU (http://www.unece.org/trans/welcome.html).

7 REGISTRADOR INSTANTÂNEO E INALTERÁVEL


DE VELOCIDADE E TEMPO

O Registrador instantâneo Utiliza um  disco-diagrama  de  papel  carbonado para


e inalterável de velocidade registrar as informações, sendo que cada disco pode
e tempo ou tacógrafo é um registrar a informação de um dia, uma semana ou outro
dispositivo empregado em período de tempo conforme a versão do aparelho. Versões
veículos para monitorar o tempo digitais e mais recentes destes aparelhos utilizam  smart
de uso, a distância percorrida e cards (cartão com microchip) para evitar adulterações nos
a velocidade que desenvolveu. registros.

44
Quanto à fiscalização, a Resolução CONTRAN no 92/1999 e nº 406/2012
determinam que o agente fiscalizador treinado deverá verificar e
DICAS

inspecionar as condições de uso, conexões, lacres e componentes intactos,


registros do disco perfeitos e disco reserva. O agente deverá identificar-
se e assinar o verso do disco ou fita-diagrama, bem como mencionar o
local, a data e o horário em que ocorreu a fiscalização.

De acordo com o Art. 230, inc. XIV do CTB, o condutor deve atentar que dirigir o veículo
com registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo viciado ou defeituoso, quando
houver exigência desse aparelho, enseja-lhe infração grave, com penalidade de multa e, como
medida administrativa, a retenção do veículo para regularização.

8 INFRAÇÕES E PENALIDADES NA LEGISLAÇÃO


DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS
PERIGOSOS

De acordo com a Resolução ANTT no 3.665/2011, as penalidades podem ser atribuídas ao


expedidor, ao transportador e ao destinatário. As infrações classificam-se, de acordo com a
sua gravidade, em três grupos:
I - primeiro grupo: punidas com multa de valor equivalente a R$ 1.000,00;
II - segundo grupo: punidas com multa de valor equivalente a R$ 700,00;
III - terceiro grupo: punidas com multa de valor equivalente a R$ 400,00.
Veja alguns exemplos de infrações punidas com multa do primeiro grupo:
• transportador: transportar produtos perigosos cujo deslocamento rodoviário seja
proibido pela ANTT;
• expedidor: expedir produtos perigosos a granel que não constem no Certificado de
Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP).

SAIBA Conheça todas as infrações e penalidades concernen-


tes à sua atividade no transporte rodoviário de pro-
dutos perigosos. Para tanto, consulte o Capítulo VI
– Das Infrações e Penalidades, da Resolução ANTT no
3.665/2011, no sítio eletrônico:
http://www.antt.gov.br/index.php/content/
view/4665/Resolucao_3665.html
45
RESUMINDO
O conhecimento da legislação específica do transporte rodoviário de produtos perigosos,
além de permitir ao condutor o planejamento adequado de sua viagem, também pode
evitar o surgimento de muitos problemas operacionais durante o seu percurso.
Documento fiscal para o transporte de produtos perigosos é qualquer documento
(declaração de carga, nota fiscal, conhecimento de transporte, manifesto de carga ou
outro documento que acompanhe a expedição) que contenha as informações exigidas
pela legislação.
Muitos dos procedimentos emergenciais estão descritos na Ficha de Emergência e no
Envelope para o Transporte; por isso, é importante que o condutor os conheça bem
antes de iniciar a viagem.

1. O Rótulo de Risco obedece a determinados padrões de


dimensão, cor e forma, e apresentam, em regra, o pictograma, o
nome e o número alusivo à classe ou subclasse de risco a que o
produto perigoso pertence.
( ) Certo ( ) Errado
2. De acordo com a Lei no 13.103/2015, conhecida como a Lei
dos Caminhoneiros, a jornada diária de trabalho do motorista
rodoviário de produtos perigosos, sem acréscimos, é de:
( ) 5,5 (cinco e meia) horas
( ) 6 (oito) horas
( ) 7 (sete) horas
( ) 8 (oito) horas
3. No transporte rodoviário de produtos perigosos, as penalidades
somente podem ser atribuídas ao Expedidor e transportador.
( ) Certo ( ) Errado

46
4. Com relação à documentação necessária quanto à carga para o
transporte rodoviário de produtos perigosos, podem ser citados
os abaixo indicados, à exceção de:
( ) Documento fiscal
( ) Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo
( ) Declaração do Expedidor
( ) Ficha de Emergência

47
MÓDULO II
DIREÇÃO DEFENSIVA
UNIDADE 01
DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 1

1 Acidente Evitável ou Não Evitável

2 Entendendo as Condições Adversas

3 As Relações Existentes entre o Fator Humano e os

Acidentes de trânsito

4 Como Ultrapassar e Ser Ultrapassado

5 O Acidente de Difícil Identificação da Causa


UNIDADE 01 - DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 1

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Será que todo acidente é evitável? Como o condutor deve agir nas situações adversas? Existe
relação entre o fator humano e os acidentes de trânsito? Como o condutor de veículo que
transporta produtos perigosos deve ultrapassar e ser ultrapassado?

Para que o condutor de veículo que transporta produtos perigosos aja de forma segura e
correta durante o exercício profissional de sua atividade, deve estar preparado para lidar
com as mais variadas situações cotidianas, desde aquelas referentes a si mesmo, até às
condições da via.
Nesta unidade, abordaremos o acidente evitável ou não evitável, as condições adversas
de luminosidade, tempo, via, tráfego, veículo e motorista, as relações existentes entre o
fator humano e os acidentes de trânsito, como ultrapassar e ser ultrapassado e o acidente
de difícil identificação da causa.
1 ACIDENTE EVITÁVEL OU NÃO EVITÁVEL

Para Cardo (2015) e Andrade (2012), dirigir de forma segura inclui habilidade em controlar o
veículo, de maneira que não haja envolvimento em acidentes, apesar das ações incorretas dos
outros usuários da via e das dificuldades advindas das condições adversas de luminosidade,
tempo, trânsito, veículo, via, motorista, passageiros e carga.
Daí se pergunta: todo acidente é evitável? Em regra, sim, porque sempre há algo que poderia
ter sido feito por alguém que usasse a razão e o bom senso.

Um acidente é evitável por um, pelo outro, por ambos ou até por
terceiros que, de algum modo, podem estar envolvidos nas causas
do acidente.
Exemplo: um acidente foi provocado porque o mecânico teria se
esquecido de apertar devidamente os parafusos da roda, e esta se
soltou.

Existem outras pessoas e entidades que têm o dever de auxiliar na prevenção de acidentes.
Mas o principal responsável por evitar acidentes é o motorista.

2 ENTENDENDO AS CONDIÇÕES ADVERSAS

As condições adversas
são situações causadoras
de acidentes, passíveis de Tais situações podem ser geradas pelos elementos descritos
ocorrerem a qualquer momento, a seguir.
e às quais o motorista deve estar
preparado, para reconhecer e
saber superá-las.

53
2.1 Condições Adversas de Luminosidade
Para DENATRAN (2016) e Cardo (2015), a luminosidade deficiente ou em excesso afeta a
nossa capacidade de ver ou de sermos vistos, seja ela natural ou artificial. Sem que o condutor
tenha condições de ver ou de ser visto perfeitamente, há um risco muito grande de ocorrerem
acidentes.

Pode haver ofuscamento da visão causado pelo farol alto de um veículo que vem em sentido
contrário ou pela luz solar incidindo diretamente nos olhos do condutor.
Quando estiver conduzindo em rodovias, opte por deslocar-se com o farol baixo aceso, assim
você contribui para que os outros motoristas possam identificá-lo com facilidade.

Tome cuidado com o uso indevido dos faróis. A vista humana pode
levar até 7 segundos para se recuperar de um ofuscamento. Um
veículo a uma velocidade de 80 km/h percorre uma distância superior
LEMBRE-SE
ao tamanho de um campo de futebol antes que seu condutor recupere
a visão plena. Em geral, o alcance do farol alto de seu veículo é de,
aproximadamente, 120 metros.

54
No período noturno, ocorre uma redução da visibilidade e, em função disso, o motorista
deve conduzir com velocidade menor e aumentar a distância de segurança. É importante
tomar cuidados especiais ao dirigir nos períodos noturnos, pois a visibilidade humana nessas
circunstâncias fica reduzida para 1/6 em relação à capacidade visual durante o dia.
2.2 Condições Adversas de Tempo ou Clima

Para o DENATRAN (2016) e Cardo (2015), a ocorrência de chuva, granizo, vento forte e
neblina afetam a percepção e o controle do veículo e grande parte dos acidentes ocorre em
dias chuvosos. Isso acontece porque, com a chuva, a pista fica escorregadia.
Por isso, ao dirigir com pista molhada ou em dias chuvosos — independentemente da
quantidade de água na pista — diminua a velocidade, aumente a distância de outros veículos,
utilize o freio de forma suave e gradativa, e não mude de direção bruscamente.

Com a pista molhada, pode ocorrer o que se chama de aquaplanagem


ou hidroplanagem, que consiste na perda de controle do veículo em
DICAS

decorrência da diminuição do atrito e da aderência dos pneus ao solo. A


falta de contato dos pneus com a pista faz com que o veículo derrape e o
condutor perca o seu controle, podendo causar um acidente.

Além das condições de chuva, os condutores podem enfrentar situações de ventos fortes. Se
os ventos forem transversais, o condutor deverá abrir os vidros e reduzir a velocidade, e se os
ventos forem frontais, deverá reduzir a velocidade, segurando com firmeza o volante.

SAIBA Assista à reportagem que trata das condições


adversas devido ao tempo e veja quais os melhores
procedimentos indicados: https://www.youtube.
com/watch?v=8O1Gqrf6vw8

Durante o inverno, as estradas podem ser invadidas por neblina, o que exige dos condutores
mais atenção. Analise as sugestões que visam reduzir o risco de acidentes nessa condição
adversa:
• acenda os faróis (luz baixa), mesmo durante o dia, caso não disponha de faróis de
neblina;
• reduza a velocidade, mantendo ritmo constante, sem acelerações ou reduções bruscas;
55
• redobre a atenção;
• não use luz alta;
• nunca trafegue com o pisca-alerta ligado, exceto em caso de emergência ou se a via
assim o permitir;
• caso seja necessário parar no acostamento, aí sim, deve ligar o pisca-lerta;
• evite ultrapassagens.
2.3 Condições Adversas da Via

As condições adversas da via estão relacionadas com a construção e conservação das vias.
Curvas, largura da pista, condições da pista e acostamento, tipo de pavimento, buracos,
desníveis e falta de sinalização são algumas adversidades próprias da pista, muito frequentes
no país.
2.4 Condições Adversas do Tráfego

As condições adversas do tráfego associam-se às situações que levam aos congestionamentos


ou a trânsito lento, sendo provocadas, normalmente, pelo excesso de veículos circulando em
determinadas vias.
Além disso, o trânsito rápido é muito perigoso, pois a maioria dos motoristas ignora a
distância de segurança. Ocorrendo alguma adversidade, podem não parar o veículo a tempo,
provocando colisões ou mesmo engavetamentos.

Em regiões agrícolas, cuidado com a presença de máquinas agrícolas


e bicicletas circulando sobre a pista de rolamento.
LEMBRE-SE

2.5 Condições Adversas do Veículo

As condições adversas do veículo relacionam-se a pneus gastos ou mal calibrados, freios


desregulados, suspensão desalinhada, direção com folga, sinaleiras e faróis com defeitos,
espelhos mal regulados e/ou sujos, desajustados, vazamento de fluidos e falta de revisão.

56
2.6 Condições Adversas da Carga

A carga pode se tornar uma condição adversa toda vez que qualquer um dos seguintes cuidados
necessários não forem observados:
• limite máximo de peso;
• altura;
• largura.

Características que tornam a carga


uma condição adversa: distribuída
inadequadamente nos eixos do veículo;
sem amarras, traves de proteção ou
calços; sem identificação de conteúdo e
manuseio; sem a utilização de rótulos de
risco, caso necessário; inadequadamente
acondicionada; com altura excessiva.

57
2.7 Condições Adversas do Motorista

A boa condição física e mental do motorista é um fator importante para evitar que ele próprio se
transforme em causa de adversidade. O sono, o cansaço, a embriaguez e os estados emocionais
e psíquicos têm levado a muitos acidentes. Estudos comprovam que a grande maioria dos
acidentes são causados por falhas humanas.

O motorista como condição adversa é fator que pode ser alterado,


no entanto, é o mais difícil de modificar. Afinal, ninguém admite
que dirige mal, que pode estar contribuindo para a ocorrência
de acidentes. Isso se explica pelo fato de que ser motorista
defensivo é uma questão de atitude, e as necessárias mudanças
de comportamento somente ocorrem quando existe, além da
vontade, uma motivação intensa.

3 AS RELAÇÕES EXISTENTES ENTRE O FATOR


HUMANO E OS ACIDENTES DE TRÂNSITO

Você já parou para refletir no quanto seu trabalho demanda equilíbrio emocional? O nível de
exigência dessa qualidade está muito acima do que se espera de um motorista comum.
Motoristas que dirigem por longas distâncias estão sujeitos a extenuante carga de trabalho, aos
desgastes emocionais produzidos pelas adversidades nos ambientes de serviço e ao pouco ou
nenhum contato com os colegas. Somando-se a isso, os trabalhadores de transporte de cargas
são obrigados a conviver com os riscos de assaltos, roubos de cargas, além da imprudência no
trânsito – o que os leva ao estresse (GRISTEC, 2016; FUNENSEG, 2016).

Algumas dicas que o motorista pode aplicar no dia a dia,


mudando seu estilo de vida, e que podem evitar o estresse:
Estresse ou stress (em inglês) • alimente-se de maneira saudável, evitando longos
é o conjunto de reações do períodos sem se nutrir;
organismo a agressões de ordem
física, psíquica, infecciosa e • não faça uso de tranquilizantes e medicamentos
outras, capazes de perturbar o sem orientação médica;
equilíbrio do nosso corpo. • evite o fumo, café e bebidas alcoólicas;

58
• mantenha atividade física periódica, com orientação profissional;
• programe seus descansos e tire férias anuais;
• não abandone atividades de lazer e momentos com sua família;
• durma o suficiente para o seu descanso;
• procure conhecer seu organismo, não ultrapassando limites.

4 COMO ULTRAPASSAR E SER ULTRAPASSADO

As situações de ultrapassagem são sempre situações de risco, principalmente quando você é


obrigado a dirigir na contramão para realizar a ultrapassagem. Nesse caso, sempre há risco de
ocorrer colisão frontal.
Quando a situação envolver ultrapassagem, tome as seguintes atitudes:
• ultrapasse somente nos locais em que a sinalização horizontal permita essa manobra;
• se você estiver sendo ultrapassado, colabore:

A situação de risco está com o outro, mas, você também está


envolvido. Reduza a velocidade, se necessário, para facilitar a
manobra do outro motorista.

• se você for ultrapassar, calcule bem a distância e o tempo que você vai utilizar para a
manobra. Considere, ainda, a velocidade do veículo que vem no sentido contrário.

5 O ACIDENTE DE DIFÍCIL IDENTIFICAÇÃO DA


CAUSA
As principais causas desse tipo de colisão estão relacionadas
com as condições adversas, tais como: luz, tempo, via,
O acidente de difícil identificação trânsito, carga, veículo e motorista.
da causa – também denominado É preciso ter em mente que existe uma ou mais defesas
de colisão misteriosa — é o para cada condição adversa, mas, se não souber usá-las, o
acidente de trânsito que envolve motorista pode se envolver em uma colisão dessa natureza.
um único veículo.
59
A maioria dos motoristas envolvidos não sabe a causa (quando esta for, por exemplo, um
defeito mecânico), não quer dizer a causa (quando for constrangedor para o motorista como,
por exemplo, ter dormido ao volante ou estar embriagado) ou ainda, não pode dizer a causa
(porque morreram).

RESUMINDO
Existem diversas pessoas e entidades que têm o dever de auxiliar na prevenção de
acidentes. Contudo, o principal responsável pelas providências é o motorista.
A direção defensiva conjuga atitudes corretas e muito planejamento, a fim de se prever as
condições adversas que podem ocorrer durante as operações de transporte de produtos
perigosos.
Investir em cuidados consigo próprio, tais como alimentação saudável, prática de
exercícios físicos e convivência familiar, é um dos meios mais adequados para o motorista
evitar o estresse da profissão.

1. As condições adversas são as situações causadoras de acidentes


que ocorrem em momentos previamente determinados e às quais
o motorista deve estar preparado para reconhecer e saber superá-
las.
( ) Certo ( ) Errado
2. São condições adversas da via, exceto:
( ) Presença de buracos
( ) Falta de sinalização
( ) Existência de desníveis
( ) Ausência de Painéis de Segurança
3. Quando o motorista for ultrapassar, deve calcular bem a distância
e o tempo que utilizará para a manobra. Deve considerar, ainda, a
velocidade do veículo que vem no sentido contrário.
( ) Certo ( ) Errado

60
4. Assinale os fatores que tornam a carga uma condição adversa no
transporte rodoviário de produtos perigosos:
( ) Carga distribuída inadequadamente nos eixos do veículo.
( ) Carga sem amarras, traves de proteção ou calços.
( ) Carga sem a utilização de Rótulos de Segurança, caso necessário.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

61
UNIDADE 02
DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 2

1 Como Evitar Acidentes com Outros Veículos

2 Como Evitar Acidentes com Pedestres e Outros

Integrantes do Trânsito

3 A Importância de Ver e Ser Visto


UNIDADE 01 - DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 2

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Que importância têm as distâncias de frenagem e os tempos de reação para o condutor? Quais
procedimentos são os mais indicados para evitar diversos tipos de colisão? Afinal, por que o
condutor deve ver e ser visto no ambiente de trânsito?

As ações do condutor que transporta produtos perigosos devem ser sempre pensadas
previamente, e calculadas. É para isso que existem conceitos como distâncias de
frenagem e tempos de reação. Ademais, não basta manobrar corretamente — é preciso
que os outros motoristas possam identificar qual manobra vai ser executada por esse
condutor.
Nesta unidade, abordaremos como evitar acidentes com os outros veículos, com
pedestres e com os demais integrantes do trânsito, e a importância de ver e ser visto
nesse contexto.
1 COMO EVITAR ACIDENTES COM OUTROS
VEÍCULOS

De acordo com o DENATRAN (2016) e DETRAN/SP (2016), um veículo em movimento


necessita de tempo e distância para poder parar, por menor que seja a velocidade.
Assim, o condutor deve inteirar-se sobre o que é tempo de reação, de frenagem, de parada e de
distância de seguimento, entre outros conceitos.

Tempo de reação é o tempo que o motorista gasta para


reagir diante de um perigo.
Tempo de frenagem é o tempo que é gasto desde o acionamento
do mecanismo de freio até a parada total do veículo.
Tempo de parada é o tempo gasto desde que o perigo é
visto até a parada total do veículo.
Distância de reação é aquela percorrida pelo veículo desde
que o motorista vê o perigo até tomar uma atitude.

Distância de frenagem é a distância que o veículo percorre


depois que o mecanismo do freio é acionado até a parada
total do veículo.
Distância de parada é aquela percorrida pelo veículo
desde que o perigo é visto até sua parada total.
Distância de seguimento é a distância entre o veículo que
você está dirigindo e o que segue à sua frente, de forma
que você possa parar, mesmo numa emergência, sem
colidir com a traseira do outro.

65
Para que você possa ter ideia da importância de conhecer e respeitar essas distâncias, um
veículo trafegando a 50 km/h pode parar em 45 metros. No entanto, se ele estiver a 70 km/h,
ele precisará de 70 metros para parar.
Ao trafegar atrás de outro veículo, é preciso manter distância para evitar uma colisão caso ele
freie bruscamente. Uma boa distância permite que você tenha tempo de reagir e acionar os
freios diante de uma situação de emergência e haja tempo, também, para que o veículo, uma
vez freado, pare antes de colidir.
A colisão com o veículo que vai à frente, normalmente, acontece quando o motorista não
mantém a distância de segurança ou está desatento nas paradas onde existe um carro à frente.
Para que este tipo de colisão não ocorra, o motorista deve:
• concentrar sua atenção no que está ocorrendo no trânsito;
• observar os sinais do motorista da frente;
• olhar além do veículo à sua frente, a fim de perceber possíveis situações que possam
forçá-lo a agir;
• manter os vidros limpos e desimpedidos de objetos que diminuam o campo de visão;
• manter a distância de segurança;
• evitar as frenagens bruscas.

66
DICAS

Pise no freio aos poucos, de modo que o veículo não derrape ou pare
bruscamente.

1.1 Como Evitar Colisão com o Veículo de Trás


A colisão com o veículo de trás pode levar à fratura do pescoço ou mesmo um deslocamento
de coluna, dentre outros problemas. Para evitar acidentes com veículos que vêm atrás, siga
alguns princípios de direção defensiva:
• saiba exatamente o que fazer no trânsito;
• sinalize suas intenções;
• pare suave e gradativamente;
• livre-se dos veículos que estão colados na traseira de seu veículo.

Para se livrar dos veículos que estão colados na traseira de seu veículo,
facilite a ultrapassagem�
LEMBRE-SE

1.2 Como evitar colisão frontal


A colisão frontal é o mais grave dos acidentes de trânsito e, muitas vezes, os ocupantes não
conseguem sobreviver. Na sequência, são analisadas duas situações em que poderão ocorrer
casos de colisão frontal e quais são os procedimentos para evitá-los.
Nas retas:
• não ultrapasse a velocidade máxima permitida;
• mantenha-se sempre na sua mão de direção;
• somente ultrapasse outro veículo se houver visibilidade suficiente;
• fique atento:

67
Pedestres e ciclistas podem entrar, repentinamente, na pista�

LEMBRE-SE

Nas curvas:
• perceba a curva sempre com antecedência;
• verifique o tipo de curva:
DICAS

Quanto mais fechada a curva, menor deverá ser a velocidade do seu


veículo!

• freie antes de entrar na curva e não apenas quando já estiver dentro da curva.
A reunião de vários fatores — tais como velocidade, tipo de pavimento, ângulo da curva
e condições dos pneus — podem provocar a saída de um veículo da sua mão de direção,
empurrando-o para a contramão ou para o acostamento.

A força responsável por esse perigoso


deslocamento chama-se força centrífuga.
Em curvas para a direita, a força centrífuga
empurra o veículo para a esquerda, no sentido
da faixa de contramão. Ao fazer uma curva
para a esquerda, a força centrífuga o empurra
para a direita, no sentido do acostamento.

1.3 Como Evitar Colisão nos Cruzamentos


A colisão nos cruzamentos acontece, normalmente, nas mudanças de direção, para a direita
ou para a esquerda, devido à disputa pela preferência, excesso de velocidade ou até por falta
de habilidade.

68
O respeito pela preferência, a velocidade compatível e a cortesia
são os melhores mecanismos de defesa para evitar acidentes nos
cruzamentos.

Com isso, esteja atento aos seguintes pontos para evitar colisão nos cruzamentos:
• saiba exatamente para onde seguir;
• reduza a velocidade;
• respeite a preferência de quem transita por via superior, ou de quem já esteja
transitando nas rotatórias;
• sinalize suas intenções;
• siga sempre com cuidado.

Nos centros urbanos, os cruzamentos são locais de pouca


visibilidade. O motorista que pratica a direção defensiva abre mão da
sua preferência em benefício da segurança, porque sabe exatamente
o que está fazendo no trânsito e a quais riscos está exposto.

Um procedimento defensivo é entrar no cruzamento com o pé direito preparado para acionar o


pedal do freio. Assim, a reação do motorista será imediata em eventual situação de emergência.

69
2 COMO EVITAR ACIDENTES COM PEDESTRES E
OUTROS INTEGRANTES DO TRÂNSITO

Os motoristas precisam estar especialmente atentos para evitar os acidentes nos seguintes
casos:
• colisões na marcha a ré;
• atropelamentos;
• colisões com objetos fixos;
• colisões com bicicletas;
• colisões com motocicletas;
• colisões com animais.
2.1 Colisões na Marcha a Ré

Em uma manobra em marcha a ré, a visão do condutor é limitada. Por isso, deve-se prestar
muita atenção para evitar acidentes. Observe esses procedimentos:
• certifique-se de que não há nada atrás do veículo antes de iniciar a manobra;
• nas esquinas:

Não dê marcha a ré em esquinas, pois, de acordo com, o art. 194 do CTB,


tem-se:
DICAS

Art. 194. Transitar em marcha a ré, salvo na distância necessária a


pequenas manobras e de forma a não causar riscos à segurança:
Infração - grave;
Penalidade - multa.

2.2 Atropelamentos

Como não se pode prever o comportamento dos pedestres, a melhor forma de evitar
atropelamentos é ser cuidadoso ao volante e dar sempre o direito de preferência a quem está
a pé.
70
Determinadas pessoas têm comportamentos imprevisíveis, não
conhecem os perigos do trânsito, não estão em condições de superá-
los ou mesmo de avaliá-los. É o caso, por exemplo, de crianças, de
LEMBRE-SE
pessoas idosas ou de pessoas com deficiências, dentre outros.

Além disso, há locais que exigem atenção redobrada dos motoristas. Por exemplo,
estatísticas mostram que muitos atropelamentos ocorrem em pontos de parada de ônibus. Esse
fato mostra que, ao passar por esses locais, os motoristas precisam manter cuidado redobrado.
2.3 Colisões com Objetos Fixos

A colisão com objetos fixos pode ocorrer nas ruas (colisão com árvores, postes) ou mesmo nas
garagens, inclusive de empresas de transporte.

Nas ruas, principalmente, os acidentes de colisão com objetos


fixos podem ter consequências graves aos ocupantes dos veículos
e sempre trazem danos ao patrimônio. Para evitar este tipo de
acidente, vale a recomendação básica: dirija cuidadosamente, não
ultrapassando os limites de velocidade e mantendo as práticas de
direção defensiva.

2.4 Colisões com Bicicletas


A bicicleta é um veículo de propulsão humana e, dessa maneira, tem direito de trânsito como
qualquer outro veículo. No entanto, muitos motoristas parecem ignorar os ciclistas, chegando
a atrapalhar a circulação das bicicletas ou a colocá-las em situações de risco.
• algumas considerações e cuidados que devem ser tomados no trânsito em relação aos
ciclistas;
• a maioria dos ciclistas são menores, por isso nem sempre eles têm conhecimento de
regras de trânsito;
• mantenha uma distância lateral de 1,5 metros;
• cuidado ao abrir as portas do veículo, quando estiver estacionado ou parado;

71
• muitos ciclistas não usam os dispositivos refletivos previstos em lei, dificultando
visualizá-los à noite;
• a bicicleta é um veículo silencioso:

Ao fazer uma curva, principalmente à direita, veja se não vem alguma


bicicleta.
LEMBRE-SE

2.5 Colisões com Motocicletas e Congêneres


Principalmente nas cidades, os motociclistas, ciclistas, carroceiros e esqueitistas dividem o
trânsito com os demais usuários. Ao mesmo tempo em que devem ter seu espaço respeitado,
esses usuários, pelas suas características, exigem muita atenção dos condutores de veículos.
Muitas vezes, os motociclistas se utilizam de manobras arriscadas, trafegando em meio a
carros, ônibus e caminhões, sem maiores cuidados com a segurança. Por isso, sempre que vir
uma moto, em sentido contrário ou no mesmo sentido, redobre a atenção:
• mantenha uma distância segura;
• cuidado nas conversões à esquerda e à direita:
DICAS

Há motociclistas que costumam transitar nos “pontos cegos”!

• cheque constantemente os retrovisores: ao estacionar ou parar o veículo, cuidado ao


abrir as portas;
• para ultrapassar uma motocicleta, aja com o mesmo padrão de procedimentos da
ultrapassagem de veículos.
2.6 Colisões com Animais

As colisões com animais na estrada são fatores de risco para os veículos, seja pela reação
imprevisível de seus movimentos ou pela atitude dos motoristas de desviar, bruscamente, para
tentar evitar a colisão.
72
DICAS

Para evitar a colisão com animais nas estradas, respeite a velocidade


máxima e esteja atento à sinalização de presença de animais.

3 A IMPORTÂNCIA DE VER E SER VISTO

No trânsito, tudo acontece muito rapidamente e o motorista precisa estar atento às


reações e movimentos dos outros motoristas e pedestres.
Atenção especial deve ser dedicada aos pontos cegos, colunas e outras partes
da carroceria que podem ocultar veículos e pedestres.

A correta regulagem dos espelhos retrovisores é muito importante


para enxergar os veículos que se aproximam pela traseira ou laterais
de veículo.
LEMBRE-SE

Tão importante quanto ver é ser visto. Utilize adequadamente os faróis, luzes indicadoras de
direção, luzes de freio, pisca-alerta, luz de ré.

A sinalização de suas manobras no trânsito é fundamental para


que todas as pessoas que utilizam as vias possam perceber sua
presença e prever seus movimentos. E você tem um motivo a mais
para ser visto pelos outros motoristas: um veículo transportando
produto perigoso�

Embora não seja obrigatório, o uso do farol de luz baixa durante o dia é altamente recomendável.
Muitas empresas, baseadas em pesquisas que demonstram a redução dos índices de acidentes,
adotam como norma o uso de faróis acessos durante o dia.

73
RESUMINDO
Quando o veículo está em movimento, valem as leis da Física: ele necessita de tempo
e distância para poder parar, por menor que seja a velocidade. Com isso, observe com
cuidado as distâncias de segurança e os tempos de frenagem�
Para evitar colisão com objetos fixos, visto que este tipo de acidente pode ter
consequências graves aos ocupantes dos veículos e sempre traz danos ao patrimônio,
siga a recomendação básica: dirija cuidadosamente, não ultrapassando os limites de
velocidade e mantendo as práticas de direção defensiva.
Lembre-se de que, no tráfego urbano, determinadas pessoas têm comportamentos
imprevisíveis, não conhecem os perigos do trânsito, não estão em condições de superá-
los, ou mesmo de avaliá-los. É o caso, por exemplo, de crianças, de pessoas idosas ou de
pessoas com deficiência, dentre outros. Por isso, redobre sua atenção�

1. O respeito pela preferência, a velocidade compatível e a cortesia


são os melhores mecanismos de defesa para evitar acidentes nos
cruzamentos.
( ) Certo ( ) Errado
2. Acerca dos procedimentos para evitar colisão nos cruzamentos,
é correto afirmar, exceto:
( ) Saber exatamente para onde seguir.
( ) Permanecer na mesma velocidade ao entrar no cruzamento.
( ) Respeitar a preferência de quem transita por via superior.
( ) Sinalizar as intenções de manobra.
3. A correta regulagem dos espelhos retrovisores é muito
importante para enxergar apenas os veículos que se aproximam
pela traseira do veículo.
( ) Certo ( ) Errado

74
4. Assinale a alternativa correta acerca dos procedimentos para
evitar colisão com motocicletas e congêneres:
( ) Manter uma distância segura.
( ) Cuidado nas conversões à esquerda e à direita.
( ) Checar constantemente os retrovisores.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

75
UNIDADE 03
DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 3

1 A Importância do Comportamento Seguro na

Condução de Veículos Especializados

2 Comportamento Seguro e Comportamento de

Risco – Diferença que Pode Poupar Vidas

3 Comportamento Pós-Acidente

4 Estado Físico e Mental do Condutor


UNIDADE 01 - DIREÇÃO DEFENSIVA – PARTE 3

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Qual a importância do comportamento seguro na condução de veículos que transportam
produtos perigosos? Existe alguma técnica para desenvolver o comportamento seguro? Quais
são as atitudes a serem tomadas pelo condutor no momento pós-acidente?

Uma das boas notícias dos estudiosos do comportamento humano é que os


comportamentos negativos podem ser dessensibilizados e os comportamentos positivos
podem ser condicionados pelo hábito — o que pode concorrer para a adoção de
comportamentos seguros pelo condutor do veículo.
Nesta unidade, estudaremos a importância do comportamento seguro na condução de
alguns tipos especiais de veículo, o comportamento seguro e o comportamento de risco
do pós-acidente, e o estado físico e mental do condutor.
1 A IMPORTÂNCIA DO COMPORTAMENTO SEGURO
NA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS ESPECIALIZADOS

De acordo com a matéria veiculada no Jornal do Brasil em 06/11/2015 (JB, 2015), o número
de mortos em acidentes ocorridos em estradas brasileiras cresceu, na contramão da média
mundial, afirma levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Relatório 2015
sobre a Segurança nas Estradas no Mundo, o órgão levanta os custos humanos e econômicos
deste tipo de tragédia e aponta o Brasil como o emergente com mais violência no trânsito do
mundo.
Apenas para se ter uma ideia, em 2012, o Brasil registrou, aproximadamente, 47 mil mortes no
trânsito. Desse valor, apenas 42,2 mil foram efetivamente registradas. No ranking compilado
da organização, que analisa números desde 2010, o trânsito brasileiro ocupa a 33ª posição no
critério perigo. Quando a análise se destina apenas a nações latino-americanas, sobe para a
5ª colocação. Já no ranking com informações de 2013, o país é classificado como o 56º mais
mortal e o 3º das Américas, atrás apenas da República Dominicana e de Belize.
O Código de Trânsito Brasileiro estabelece que o condutor de veículos de transporte de produtos
perigosos deve ser aprovado em curso especializado, com carga horária de 50 horas/aula. Os
conteúdos do curso visam qualificar os condutores para transportar com segurança as diversas
Classes de Risco de produtos perigosos, presentes em todos os segmentos da sociedade.

Dirigir com segurança e responsabilidade é dever de todos os motoristas, sobretudo quando


se transportam produtos perigosos, a fim de minimizar os riscos envolvidos nesta atividade.

79
Portanto, o condutor de veículos de transporte de produtos
perigosos, quando realiza manobras — tais como conversões,
ultrapassagens, aproximação de cruzamentos, frenagens ou
paradas para embarque e desembarque — precisa ser mais
cuidadoso do que os demais motoristas.

Nesse sentido, o motorista deve estar atento a cinco requisitos indispensáveis, descritos em
seguida.
1.1 Os Cinco Elementos da Direção Defensiva

Para o DENATRAN (2015) e Andrade (2012), há uma metodologia pragmática que agrega
cinco elementos indispensáveis ao condutor de veículo transportador de produtos perigosos:
conhecimento, atenção, previsão, decisão e habilidade.
1.1.1 Conhecimento

Em qualquer atividade profissional, é importante dominar a teoria da prática para desenvolver


um bom trabalho. Dirigir não foge a esta regra.

Conhecer as leis e os regulamentos de trânsito e de transporte, os


procedimentos para ultrapassagens seguras, o direito de preferência
nas vias e uma série de outras informações são essenciais aos
LEMBRE-SE
condutores de veículos que transportam produtos perigosos.

1.1.2 Atenção

Você passa quantas horas por dia dirigindo seu caminhão? Já se pegou olhando alguma coisa
que acontece na estrada, um acidente, um outdoor chamativo? Está sempre alerta ou se distrai
passando mensagem no celular ou atendendo a alguma ligação?

80
Esteja sempre alerta para o que se passa à sua volta, para as
condições de tráfego, e para o limite de velocidade na via. Estar ao
volante significa prestar atenção constante no trânsito, pois alguns
segundos de desatenção podem significar acidentes.

1.1.3 Previsão

Ser preventivo significa lembrar-se, por exemplo, de verificar as condições do veículo antes de
uma viagem. Um motorista descuidado pode enfrentar sérios problemas — não há habilidade
na direção que contorne uma falha mecânica.

Se você consegue prever o que


pode acontecer em uma viagem
e se prepara para isso, você faz
uma previsão mediata. Se você
enfrenta a rotina do trânsito e
antecipa uma possível situação
de perigo, esta é uma previsão
imediata.

1.1.4 Decisão
Uma boa decisão implica o conhecimento das alternativas que se apresentam em uma
determinada situação no trânsito, bem como a capacidade de fazer uma escolha inteligente de
manobra, a tempo de evitar acidentes.

No momento da situação de risco, não pode haver hesitação — deixar


DICAS

de tomar a decisão certa pode resultar em acidentes. A ação correta, isto


é, uma combinação baseada no conhecimento, atenção e previsão, é a
principal ferramenta da direção defensiva.

81
1.1.5 Habilidade

A habilidade se desenvolve por meio do aprendizado e do desenvolvimento constante dos


automatismos corretos. Teoricamente, quanto mais um indivíduo desenvolve uma ação,
mais qualificado ele estará. Porém, esta regra não pode ser considerada para o condutor, pois
a dinâmica do trânsito na prática da direção veicular faz com que ele adquira de maneira
inconsciente gestos ou ações erradas, chamadas de automatismos incorretos.
Adquirir habilidades para conduzir um veículo significa conhecer o veículo e seus
equipamentos, ter recebido correto e cuidadoso treinamento para manusear os controles e
saber efetuar com sucesso todas as manobras necessárias em cada situação de risco.

SAIBA Assista ao vídeo, no link indicado, do Programa Brasil


Caminhoneiro sobre direção defensiva:
https://www.youtube.com/watch?v=H4xl7oJeHPU

2 COMPORTAMENTO SEGURO E COMPORTAMENTO


DE RISCO – DIFERENÇA QUE PODE POUPAR VIDAS

O comportamento de risco do condutor — que é contrário a todo procedimento que visa dar
as condições adequadas de segurança à movimentação do produto perigoso – abrange desde a
ausência de planejamento para o transporte até a falta deliberada do uso do cinto de segurança.
Por outro lado, de acordo com Cardo (2015), Günther (2015) e Pechansky et al. (2010), o
método básico de prevenção de acidentes é um guia que todo condutor de caminhão deveria
levar em sua boleia. Ele possui como acrônimo as letras PDA, que vem de P (prever o perigo),
D (descobrir o que fazer) e A (agir a tempo). Todas essas ações são interligadas:
• preveja o Perigo: a previsão de possíveis situações de risco que contribuem para que
os acidentes aconteçam deve ser efetuada com bastante antecedência, podendo ser de
horas, dias, ou até semanas, caracterizando a previsão mediata;
DICAS

Comece a prever o perigo muito antes do local de um possível acidente.

82
• descubra o que fazer: na maioria das vezes, os acidentes resultam de um erro do
motorista. O mesmo erro que provoca um acidente leve pode causar um acidente fatal,
sendo que a gravidade é determinada pela ocasião. Isso quer dizer que cada acidente,
mesmo pequeno, merece ser revisto, analisando-se o erro e afastando a possibilidade de
repetição, talvez com consequências mais sérias, e quem sabe, até mesmo fatais.

O fato de você, ao volante, ter permitido que houvesse o acidente


já indica, por si só, que não agiu a tempo ou não soube como se
defender, ou ainda, que desconhecia o perigo. Lembre-se de que
o motorista deve estar sempre preparado para enfrentar todas as
situações de risco, sabendo previamente qual a atitude a ser tomada.

Para estar preparado para iniciar uma viagem, você deve prever, mentalmente, o que pode
acontecer, tornando mais fácil descobrir o que fazer ou como se defender.
• aja a tempo: uma vez que você conhece o perigo e sabe qual é a atitude a ser tomada,
aja imediatamente� Jamais espere para ver o que vai acontecer.
Na maioria das vezes, os acidentes ocorrem justamente porque o motorista espera a atitude
dos outros, ou ainda, espera que eles conheçam e respeitem as leis.
DICAS

Não conte com a sorte, não pense que tudo vai dar certo, proceda como
se o acidente estivesse quase acontecendo. Aja enquanto é tempo!

83
3 COMPORTAMENTO PÓS-ACIDENTE

O comportamento pós-acidente do condutor de veículo que leva produtos perigosos é distinto


daquele devido ao transportador de outros tipos de carga.
Em casos de acidente, avaria ou outro fator que obrigue a imobilização do veículo que está
transportando produto perigoso, o condutor deve adotar as medidas indicadas na Ficha de
Emergência do produto transportado e no Envelope para o Transporte, colocando a autoridade
de trânsito mais próxima a par da ocorrência, do local e das Classes de Risco, e das quantidades
dos materiais transportados.
DICAS

O fabricante, a transportadora, o expedidor e o destinatário devem dar


todo o apoio necessário e prestarão os esclarecimentos que lhes forem
solicitados pelas autoridades públicas.

4 ESTADO FÍSICO E MENTAL DO CONDUTOR

Para Dualibi et al. (2012) e Cristo (2012), as condições físicas e mentais são muito importantes,
pois são elas que alteram o modo de dirigir do condutor e seu desempenho. Contam fatores
físicos como: fadiga, capacidade de atenção, audição e visão. E fatores mentais e emocionais
como: inexperiência, familiaridade com a via, excitação ou depressão. Essas características
levam o motorista a dirigir com pressa ou sem atenção, com raiva, ira, calor, frustração e
insegurança.
4.1 Fadiga e Sono

Um motorista cansado não tem condições de dirigir com segurança. O cansaço e o sono, muitas
vezes, são mais fortes do que a capacidade de permanecer acordado e o condutor adormece
sem perceber. Muitas vezes, o caminhoneiro realiza longas viagens durante o período noturno
e não descansa corretamente durante o dia.

Você será condutor de veículo utilizado no transporte rodoviário de


produtos perigosos. É importante descansar nos momentos de folga
para atuar com tranquilidade durante o tempo de direção.
LEMBRE-SE

84
4.2 Álcool
Para dirigir com segurança, o motorista precisa estar com boas condições físicas e mentais. O
álcool, ao contrário do que se imagina, é uma droga depressora do sistema nervoso.

Quando ingere bebida alcoólica, é mais fácil de o motorista se


envolver em acidentes, pois o álcool afeta o cérebro — diminui o
senso de cuidado, torna mais lentos os reflexos, prejudica a visão e a
audição, enfim, compromete toda a capacidade de dirigir.

4.3 Drogas e Medicamentos


A automedicação é uma prática prejudicial à saúde porque pode acarretar sérias consequências
ao organismo e atrapalhar o ato de dirigir. Como o caminhoneiro normalmente está nas estradas,
longe de casa, ele adia a ida ao médico, mesmo quando não se sente bem, comprometendo a
saúde. Muitas vezes, ele recorre à automedicação.

Mas, atenção� Não se deve tomar medicamentos sem prescrição


médica.
LEMBRE-SE

4.4 Aspectos Psíquicos


As pessoas diferem muito entre si quanto aos aspectos psíquicos, os quais influenciam bastante
na maneira de ser e agir das pessoas. Alguém que passou por uma emoção muito forte como,
por exemplo, o falecimento de uma pessoa querida, poderá ter o seu comportamento alterado.
Há pessoas que se irritam com mais facilidade no trânsito, outras são mais tranquilas. Há,
ainda, aquelas que não se deixam abalar, mesmo por fatos desagradáveis.
DICAS

Independentemente do tipo psíquico do indivíduo, uma coisa é certa: ao


dirigir irritado, nervoso ou sob emoções fortes, o motorista pode causar
acidentes!

85
RESUMINDO
Adquirir habilidades não significa ter automatismos. Antes, significa conhecer o veículo
e seus equipamentos, ter recebido correto e cuidadoso treinamento para manusear os
controles e efetuar com sucesso todas as manobras necessárias, em cada situação de
risco.
O método básico de prevenção de acidentes possui como acrônimo as letras PDA, que
vem de P (prever o perigo), D (descobrir o que fazer) e A (agir a tempo).
As condições físicas e mentais do condutor de veículos transportadores de produtos
perigosos são muito importantes, pois elas alteram o modo de dirigir do condutor e
o seu desempenho. Contam fatores físicos (fadiga, capacidade de atenção, audição e
visão) e fatores mentais e emocionais (inexperiência, familiaridade com a via, excitação
ou depressão).

1. Em caso de acidente, avaria ou outro fator que obrigue a


imobilização do veículo que está transportando produto perigoso,
à exceção do fabricante do produto, a transportadora, o expedidor
e o destinatário devem dar todo o apoio necessário e prestar os
esclarecimentos que lhes forem solicitados pelas autoridades
públicas.
( ) Certo ( ) Errado
2. Constituem elementos da direção defensiva no transporte
rodoviário de produtos perigosos, exceto:
( ) Conhecimento
( ) Atenção
( ) Previsão
( ) Indecisão
3. A automedicação é uma prática prejudicial à saúde, pois pode
acarretar sérias consequências ao organismo e atrapalhar o ato de
dirigir.
( ) Certo ( ) Errado

86
4. Acerca da previsão como um dos elementos da direção defensiva
no transporte rodoviário de produtos perigosos, é correto afirmar:
( ) Ser preventivo significa lembrar-se, por exemplo, de verificar
as condições do veículo antes de uma viagem.
( ) O motorista que consegue prever o que pode acontecer em
uma viagem e se prepara para isso, faz uma previsão mediata.
( ) Se o motorista enfrenta a rotina do trânsito e antecipa uma
possível situação de perigo, ele está fazendo uma previsão imediata.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

87
MÓDULO III
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS,

RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E

PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
UNIDADE 01
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS

1 Os Primeiros Socorros

2 As Primeiras Providências

3 Verificação das Condições Gerais da Vítima de

Acidente de Trânsito

4 Cuidados com a Vítima de Acidente ou Contaminação


UNIDADE 01 - NOÇÕES DE PRIMEIROS
SOCORROS

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
No que se baseiam os primeiros socorros? Quais as primeiras providências a serem tomadas
pelo condutor de veículo que transporta produtos perigosos? Como ocorre a verificação das
condições gerais da vítima de acidente? Quais são os cuidados para com vítimas de acidente
ou contaminação?

O condutor de veículo que transporta produtos perigosos precisa estar preparado para
o caso de acidentes com vítimas, pois será ele quem vai prestar os primeiros socorros e
desencadear as primeiras providências.
Nesta unidade, apresentaremos a conceituação de primeiros socorros, as primeiras
providências a serem tomadas pelo condutor, a verificação das condições gerais da
vítima de acidente de trânsito e os cuidados com a vítima de acidente ou contaminação.
1 OS PRIMEIROS SOCORROS

Primeiros socorros são o conjunto de


tratamentos imediatos e temporários,
prestados a alguém, em caso de acidente
ou mal súbito, com a finalidade de manter
as funções vitais da vítima e evitar o
agravamento da situação, até se obter
assistência médica.

Você sabe o que é prestar os primeiros socorros? Prestar os primeiros socorros é:


• avaliar a situação como um todo, no local do acidente, realizando a prevenção da
cena da ocorrência;
• chamar a ajuda da Polícia, Corpo de Bombeiros, SAMU e hospitais, alertando os fatos
da ocorrência;
• sinalizar o local do acidente, garantindo a segurança e evitando novos acidentes;
• dar o primeiro atendimento à vítima de um acidente, tendo consciência de que você
não é um profissional de saúde.

O seu objetivo ao prestar os primeiros socorros é tomar providências


rápidas para evitar que outros acidentes aconteçam e que se agrave o
estado de saúde da vítima.
LEMBRE-SE

O socorrista leigo deve atuar no atendimento dos primeiros socorros visando a uma primeira
e correta abordagem à vítima, devendo agir somente até o ponto de seu conhecimento.

2 AS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS

As primeiras providências a serem tomadas em caso de acidente de trânsito são:


• isolamento e sinalização do local do acidente: isole e sinalize o local, não permitindo
que pessoas ou veículos entrem. Para tanto, utilize os equipamentos de emergência
93
específicos para o transporte rodoviário de produtos perigosos, entre eles: os cones para
sinalização da via, placas de advertência e os dispositivos para sustentação de fita ou
corda para isolamento da área.
A sinalização do local do acidente deverá estar bem visível, principalmente se o acidente tiver
ocorrido em túnel, curva, ponte, e quando houver neblina ou chuva.

• acionamento de recursos: o condutor deve adotar os procedimentos indicados no


Envelope para Transporte, dar ciência à autoridade de trânsito com circunscrição sobre
a via e às demais autoridades locais indicadas pelo meio disponível mais rápido, inclusive
à concessionária da rodovia, detalhando a ocorrência, o local, o nome apropriado para
embarque ou o número ONU e a quantidade dos produtos transportados.

Polícia Rodoviária Federal: 191


Polícia Militar: 190
LEMBRE-SE
Corpo de Bombeiros: 193
Defesa Civil: 199
SAMU: 192
Emergência da União Européia: 112

94
3 VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DA
VÍTIMA DE ACIDENTE DE TRÂNSITO

São necessários provimentos básicos nas diversas situações de emergência,


podendo variar de acordo com o estado da vítima, descritos a seguir.
3.1 Vítima Inconsciente
1. Verifique os sinais vitais — respiração, pulsação e temperatura, sem movimentar a vítima.
2. Observe a respiração e a pulsação ao mesmo tempo. Faça da seguinte forma:
• coloque os dedos indicador e médio sobre a artéria carótida, na parte interna do pulso;
• verifique a pulsação:
DICAS

Ao sentir a artéria pulsar, você deverá contar os batimentos durante


um minuto, aproximando seu rosto da boca e do nariz da vítima para
perceber sua respiração.

• observe os movimentos do tórax e do abdômen;


• é importante acompanhar o ritmo da respiração da vítima, em função do perigo de
uma parada cardiorrespiratória.

Respiração curta e acelerada pode indicar a ocorrência de uma


convulsão, de um desmaio ou pode ser um indicativo de que a vítima
está entrando em estado de choque. As vítimas inconscientes têm
LEMBRE-SE
prioridade de atendimento�

3.2 Verificando as Condições Gerais da Vítima


A verificação consiste dos seguintes passos:
• a respiração e a pulsação;
• o estado de consciência;
• a sensibilidade corporal:

95
DICAS

Toque ou belisque partes do corpo da vítima, enquanto pergunta se ela


sente onde você está tocando ou beliscando.

• a capacidade de movimentação da vítima: peça-lhe para mexer devagar os dedos


das mãos e dos pés. Depois, os braços e as pernas. Pergunte se ela sente alguma dor no
pescoço ou na coluna. Se houver suspeita de fratura, não movimente a vítima;
• na hora de verificar os sinais vitais, converse com a vítima, procurando tranquilizá-la;
• faça perguntas e observe se as respostas são lógicas. Pergunte à vítima como aconteceu
o acidente, seu nome, telefone etc.;
• se o acidente for violento ou se a vítima tiver recebido alguma pancada forte ou
sofrido uma queda, ela deve permanecer imóvel, mesmo que não apresente qualquer
dificuldade de movimentação;
• certifique-se de que a vítima não apresenta fratura na coluna antes de movimentá-la.
Sensação de formigamento e dormência nos membros pode indicar lesão ou fratura na
coluna.

Somente em casos extremos, e apenas se a vida da vítima estiver


correndo perigo imediato, deve-se mudá-la de lugar.
LEMBRE-SE

A primeira regra para transportar uma vítima com suspeita de lesão na coluna é nunca dobrar
o pescoço ou as costas: ela deve ser movimentada como um bloco único e por mais de uma
pessoa.

4 CUIDADOS COM A VÍTIMA DE ACIDENTE OU


CONTAMINAÇÃO

Serão vistos os procedimentos principais para os casos de queimaduras em geral e químicas,


envenenamento e intoxicação, parada cardiorrespiratória, ferimentos com hemorragia e
fraturas.

96
4.1 Procedimentos em Caso de Queimaduras em Geral
As queimaduras são classificadas em graus, conforme apresentem os seguintes sintomas:
• 1o Grau: lesão das camadas superficiais da pele, vermelhidão, dor local suportável,
não há formação de bolhas;
• 2o Grau: lesões das camadas mais profundas da pele, formação de bolhas,
desprendimento de camadas da pele, dor e ardência, locais de intensidade variável;
• 3o Grau: lesão de todas as camadas da pele; comprometimento dos tecidos mais
profundos, até o osso.
Realize as seguintes ações:
• deite a vítima;
• coloque algo sob os pés da vítima, de modo a manter o resto do corpo em posição
mais baixa;
• lave com água a área queimada;
• passe vaselina líquida esterilizada sobre a área queimada;
• cubra a área queimada com gaze ou com a fralda de pano existente na caixa de
primeiros socorros;
• se a vítima estiver consciente, dê-lhe bastante líquido para beber (de preferência água,
mas nunca bebidas alcoólicas);
• coloque um pano limpo sobre a superfície queimada, enfaixando frouxamente.
• No caso de queimaduras graves:

Acionar a ambulância e o hospital, e transportar a vítima o mais


rapidamente possível.
LEMBRE-SE

4.2 Procedimentos em Caso de Queimaduras Químicas


Os ácidos ou os álcalis podem queimar qualquer área do organismo, entrando em contato com
a pele, boca e olhos. As queimaduras produzidas por álcalis são as mais graves, pois penetram
profundamente e queimam por mais tempo.
97
As substâncias químicas queimam rapidamente, não há tempo a perder, devendo ser tomadas,
imediatamente, as seguintes providências, no atendimento à vítima:
• se o produto causador da queimadura for seco, apenas movê-lo;
• lave a área atingida imediatamente;
• use o chuveiro, quando possível;
• tome cuidados especiais ao usar mangueira, pois a força do jato d�água pode causar
maior lesão;
• retire a roupa contaminada;
• não utilize soluções neutralizantes;
• depois, cubra a queimadura com curativo esterilizado e encaminhe a vítima ao serviço
de emergência.

4.3 Procedimentos em Caso de Envenenamento e Intoxicação

Um veneno pode ser definido como qualquer substância


capaz de produzir efeitos nocivos sobre os processos
orgânicos. Pode atuar modificando as funções metabólicas
normais das células ou destruindo-as diretamente. O
envenenamento pode resultar da ingestão, inalação,
injeção e contato de superfície ou absorção por meio da
pele e mucosas, de substâncias em quantidades tóxicas.
98
Os sintomas do envenenamento e intoxicação mais comuns são: náuseas, vômitos, dor
abdominal, diarreia, pupila dilatada, salivação, sudorese excessiva, respiração alterada,
inconsciência e convulsões.
Os gases e outras substâncias, algumas vezes, podem ser detectados pelo olfato.
Se a vítima vomitar, o vômito deve ser levado para o serviço de emergência, pois pode auxiliar
na identificação do veneno. Nunca ministrar nada à vítima ou induzi-la ao vômito.
• No caso de ingestão de veneno e intoxicação:
‐ Sintomas: náusea, vômito, dor abdominal, diarreia, salivação, muito suor e
extremidades frias.
‐ Procedimento: tentar descobrir o meio causador do envenenamento e pedir socorro
especializado com urgência são ações essenciais.
• No caso de ingestão de veneno e intoxicação:
‐ Para os venenos que são inalados, como gás natural ou monóxido de carbono, a
primeira medida a ser tomada para socorrer a vítima é proteger-se e colocá-la
imediatamente em um ambiente com ar fresco.
‐ Se a vítima não estiver respirando, inicie a respiração artificial imediatamente,
mantendo-a até que haja seu retorno. Pode ser necessária reanimação cardiorrespiratória.
‐ Para prestar os primeiros socorros em vítimas de envenenamento, você precisa
saber qual foi a substância tóxica, há quanto tempo a vítima a ingeriu, inalou ou teve
contato direto com ela, qual a idade da vítima e o que aconteceu depois de constatado
o envenenamento. Para tanto, é importante procurar obter o máximo de informações,
antes que a vítima fique inconsciente.
4.4 Procedimentos em Caso de Parada Cardiorrespiratória

A parada cardiorrespiratória ocorre quando a vítima deixa de respirar e o seu coração para de
bater. Os motivos que fazem uma pessoa interromper a respiração podem ser:
• obstrução das vias aéreas por algum corpo estranho como, por exemplo, dentadura e
pedaço de comida;
• intoxicação por gases;
• ingestão de venenos;
• fortes descargas elétricas;
• ferimento grave.

99
De acordo com a AHA (2015), houve mudanças nas diretrizes para a aplicação dos
procedimentos em casos de parada cardiorrespiratória. Em linhas gerais, os socorristas leigos
sem treinamento devem fornecer a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) somente com as mãos,
com ou sem orientação de um atendente, para adultos vítimas de parada cardiorrespiratória
(PCR). O socorrista deve continuar a RCP somente com compressão até a chegada de um DEA
ou de socorristas com treinamento adicional. Todos os socorristas leigos devem, no mínimo,
aplicar compressões torácicas em vítimas de PCR. Além disso, se o socorrista leigo treinado
puder realizar ventilações de resgate, as compressões e as ventilações devem ser aplicadas
na proporção de 30 (trinta) compressões para cada 2 (duas) ventilações. O socorrista deve
continuar a RCP até a chegada e a preparação de um desfibrilador externo automático (DEA)
para uso, ou até que os profissionais do serviço médico de emergência (SME) assumam o
cuidado da vítima ou até que a vítima comece a se mover.
De forma pragmática, a Tabela 1 mostra os procedimentos básicos de uma RCP.

Tabela 1: Resumo dos procedimentos básicos de uma RCP.

COMPONENTE ADULTOS E CRIANÇAS BEBÊS


ADOLESCENTES (1 ano de idade à (Menos de 1 ano
puberdade) de idade, excluindo
recém-nascidos)
Segurança do Verifique se o local é seguro para os socorristas e a vítima.
local
Reconhecimento Verifique se a vítima responde.
de PCR Ausência de respiração ou apenas gasping (sem respiração normal)
Nenhum pulso definido sentido em 10 segundos.
(A verificação da respiração e do pulso pode ser feita simultaneamen-
te, em menos de 10 segundos).

100
COMPONENTE ADULTOS E CRIANÇAS BEBÊS
ADOLESCENTES (1 ano de idade à (Menos de 1 ano
puberdade) de idade, excluindo
recém-nascidos)
Acionamento do Se estiver sozinho, sem Colapso presenciado: siga as etapas utili-
serviço médico de acesso a um celular, zadas em adultos e adolescentes.
emergência deixe a vítima e acione o
serviço médico de emer- Colapso não presenciado: execute 2 (dois)
gência e obtenha um minutos de RCP.
DEA, antes de iniciar a
RCP. Deixe a vítima para acionar o serviço mé-
dico de emergência e buscar o DEA.
Do contrário, peça que
alguém acione o serviço Retorne à criança ou ao bebê e reinicie a
e inicie a RCP imediata- RCP.
mente. Use o DEA assim
que estiver disponível. Use o DEA assim que estiver disponível.
Relação compres- 1 ou 2 socorristas 1 socorrista
são-ventilação 30:2 30:2
sem via aérea
avançada 2 ou mais socorristas
15:2

Relação compres- Compressões contínuas a uma frequência de 100 a 120/min


são-ventilação Administre 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações/min).
com via aérea
avançada
Frequência de 100 a 120/min
compressão
Profundidade da No mínimo, 2 polegadas Pelo menos um Pelo menos um terço
compressão (5 cm)� terço do diâmetro do diâmetro AP do
AP do tórax tórax

Cerca de 2 polega- Cerca de 1 1/2 pole-


das gadas (4 cm)

101
COMPONENTE ADULTOS E CRIANÇAS BEBÊS
ADOLESCENTES (1 ano de idade à (Menos de 1 ano
puberdade) de idade, excluindo
recém-nascidos)
Posicionamento 2 mãos sobre a metade 2 mãos ou 1 mão 1 socorrista
das mãos inferior do esterno (opcional para 2 dedos no centro
crianças muito do tórax, logo abai-
pequenas) sobre a xo da linha mamilar
metade inferior do
esterno 2 ou mais socorris-
tas
Usar a técnica dos
dois polegares no
centro do tórax.
Logo abaixo da linha
mamilar
Retorno do tórax Espere o retorno total do tórax após cada compressão.
Não se apoie sobre o tórax após cada compressão.
Minimizar inter- Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 se-
rupções gundos.
� A profundidade da compressão não deve exceder 2,4 polegadas (6 cm).
DEA: desfibrilador automático externo; AP: anteroposterior; RCP: ressuscitação cardiopulmonar.
Fonte: AHA (2015)

4.5 Procedimentos em Casos de Ferimento com Hemorragia


A hemorragia é a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo. Toda
hemorragia deverá ser controlada imediatamente, pois, quando é abundante e não controlada,
pode causar a morte entre 3 e 5 minutos.
• acione o hospital mais próximo imediatamente;
• coloque uma compressa limpa e seca (gaze, pano ou mesmo pano limpo) sobre o
ferimento;
• pressione com firmeza;

102
• use uma atadura, tira de pano, gravata ou outro recurso que tenha à mão para amarrar
à compressa e mantê-la firme no lugar. Caso não disponha de uma compressa, feche a
ferida com o dedo ou comprima com a mão, evitando uma hemorragia abundante;
• se o ferimento for nos braços ou nas pernas, sem fratura, a hemorragia será controlada
mais facilmente levantando-se a parte ferida. Se o ferimento for na perna, dobre o joelho;
se for ao antebraço, dobre o cotovelo, mas, sempre tendo o cuidado de colocar por dentro
da parte dobrada, bem junto à articulação, um chumaço de pano, algodão ou papel.
4.6 Procedimentos em Caso de Fraturas

As fraturas são rupturas nos ossos e cartilagens e podem ser internas ou externas:
• fraturas internas: pode ser desde uma pequena rachadura até a divisão do osso em
uma ou mais partes. Ela acontece internamente, sem o rompimento da pele;
• fraturas externas: também chamada de fratura exposta, é mais violenta, pois o osso
fraturado se desvia do seu local original, rompendo a pele. Dependendo da região
atingida, pode vir acompanhada de hemorragia.
São procedimentos a serem adotados para a imobilização:
• a posição do membro lesionado não pode ser alterada, porque isso é trabalho para os
profissionais de saúde;
• durante a imobilização, seus movimentos devem ser suaves, para não piorar a lesão e
o sofrimento da vítima;
• é importante não apertar demais as ataduras, para não prejudicar a circulação
sanguínea na região atingida;
• para imobilizar um membro, seja um braço ou uma perna, deve-se imobilizar,
também, as duas articulações vizinhas à lesão. Exemplo: se a lesão for no antebraço, são
imobilizados também o punho e o cotovelo;
• se houver ferimento e hemorragia numa fratura exposta, coloque um pedaço de gaze
ou pano limpo sobre o local e passe uma atadura em volta para diminuir o sangramento
e evitar infecções;
• após controlar a hemorragia, firme o membro atingido com uma tala;
• use pedaços de gaze, de espuma ou mesmo tecido para evitar o atrito entre a pele e o
material usado para firmar o membro atingido.

103
SAIBA Assista, no link indicado, a um vídeo que mostra
a simulação de acidente rodoviário envolvendo
produtos perigosos e múltiplas vítimas, organizado
pelo SEST SENAT:
https://www.youtube.com/watch?v=gZ3Ajo_7XMw

RESUMINDO
Assim como o condutor de veículo que transporta produtos perigosos deve conhecer
a legislação de trânsito e de transporte, é essencial que ele também esteja devidamente
capacitado a prestar os primeiros socorros em caso de acidente.
Para prestar os primeiros socorros em vítimas de envenenamento, você precisa saber
qual foi a substância tóxica, há quanto tempo a vítima ingeriu, inalou ou teve contato
direto com ela, qual a idade da vítima e o que aconteceu depois de constatado o
envenenamento.
Somente em casos extremos, onde a vida da vítima corre perigo imediato, pode-se
mudá-la de lugar.

1. Respiração curta e acelerada pode indicar a ocorrência de uma


convulsão, de um desmaio ou pode alertar para que a vítima esteja
entrando em estado de choque.
( ) Certo ( ) Errado
2. Com relação a queimaduras, pode-se afirmar, exceto:
( ) As queimaduras são classificadas em três graus.
( ) Em queimaduras de 1o Grau, ocorrem lesão das camadas
superficiais da pele, vermelhidão, dor local suportável e não há
formação de bolhas.
( ) Em queimaduras de 2o Grau, ocorrem lesões das camadas mais
profundas da pele, não há formação de bolhas, desprendimento
de camadas da pele, dor e ardência.
( ) Em queimaduras de 3o Grau, ocorrem lesão de todas as
camadas da pele, comprometimento dos tecidos mais profundos,
104 até o osso.
3. Se o ferimento for nos braços ou nas pernas da vítima, sem
fratura, a hemorragia será controlada mais facilmente abaixando-
se a parte ferida.
( ) Certo ( ) Errado
4. São sintomas no caso de ingestão de veneno e intoxicação:
( ) Náusea
( ) Vômito
( ) Dor abdominal
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

105
UNIDADE 02
RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E PREVENÇÃO
DE INCÊNDIO

1 Respeito ao Meio Ambiente

2 Prevenção de Incêndio
UNIDADE 02 -RESPEITO AO MEIO AMBIENTE
E PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Quais regulamentações de trânsito e transporte se interfaceiam com o meio ambiente? Quais
são as responsabilidades do condutor em relação ao meio ambiente? Como se classificam as
fontes de incêndio? Quais são os tipos mais comuns de extintores e sua aplicação específica?

Respeitar e zelar pelo meio ambiente constituem deveres dos condutores de veículos
que transportam produtos perigosos.
Nesta unidade, de início abordaremos o respeito ao meio ambiente, tratando do veículo
como agente poluidor, da regulamentação, dos aspectos da poluição, da manutenção
preventiva do veículo, das responsabilidades civil e criminal do condutor, do indivíduo
e da sociedade, das relações interpessoais e do indivíduo como cidadão. Em seguida,
falaremos da prevenção de incêndios, abarcando o conceito de fogo, as fontes de ignição,
classificação de incêndios e tipos de extintores, seus agentes e manuseio.
1 RESPEITO AO MEIO AMBIENTE

1.1 O Veículo como Agente Poluidor do Meio Ambiente


Segundo a Associação Brasileira de Educação de Trânsito (ABETRAN, 2015), a preservação
do meio ambiente é responsabilidade de todos e a valorização das questões ambientais tem
alterado as relações de toda a sociedade e, particularmente, as relações das organizações
empresariais com o meio ambiente.
Dentre as questões ambientais urbanas no Brasil, destaca-se a poluição atmosférica. Os
problemas ambientais gerados pela poluição do ar nas grandes cidades brasileiras são as fontes
industriais e as veiculares.

A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido


de carbono produzido pela frota de veículos, cujo crescimento
resultou do desenvolvimento da indústria automobilística.

109
1.2 Regulamentação do CONAMA sobre a poluição ambiental
causada por veículos
Para reduzir a poluição atmosférica causada pelos veículos, o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) instituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos
Automotores (PROCONVE), que engloba a conscientização da população a respeito da poluição
causada pelos veículos, o incentivo ao desenvolvimento da tecnologia no setor automobilístico
para redução de poluentes emitidos, o aprimoramento da qualidade dos combustíveis líquidos
utilizados e a fiscalização e a criação de programas de inspeção e manutenção para veículos
automotores em uso.
O CONAMA estabelece normas referentes a dispositivos destinados ao controle de emissão
de gases poluentes e de ruído, bem como prazos para sua fabricação e instalação obrigatória
nos veículos.
Por sua vez, o CTB estabelece características básicas dos veículos e a proteção ao meio ambiente:
• Art. 172: atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias;
• Art. 227: uso da buzina;
• Art. 228: uso, no veículo, de equipamentos com som ou volume de frequência que
não sejam autorizados pelo CONTRAN;
• Art. 229: uso indevido, no veículo, de aparelho de alarme que produza sons e ruídos
que perturbem o sossego público;
• Art. 231: trânsito com o veículo em más condições;
• Art. 105 (inc. V): equipamentos obrigatórios dos veículos, tais como o dispositivo
destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de ruído.

O Art. 104 do CTB estabelece que todos os veículos em circulação


terão suas condições de segurança, de controle de emissão de gases
poluentes e de ruído avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória,
LEMBRE-SE
na forma e periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN para os itens
de segurança, e pelo CONAMA para emissão de gases poluentes e
ruídos.

Os veículos reprovados nas inspeções serão retidos para regularização, tanto os considerados
inseguros quanto os considerados poluentes. Tal reprovação compromete os condutores tanto
para a obtenção do Licenciamento Anual de Veículo quanto para a obtenção de um novo
Certificado de Registro do Veículo.
110
1.3 Poluição: conceito, causas e consequências

Poluição é a deterioração das No que tange às causas, os agentes que provocam a poluição
condições ambientais, que pode são chamados poluentes. Os poluentes podem ser gasosos,
atingir o ar, a água e o solo. Em líquidos ou sólidos e concentram-se na atmosfera, na água
linhas gerais, a palavra poluição ou no solo. Entre eles, citam-se os gases tóxicos liberados
designa qualquer modificação na atmosfera, os detritos acumulados nos rios e nas praias,
desfavorável do meio natural, o ruído excessivo produzido nos centros urbanos e até
cujos efeitos possam alterar o mesmo os cartazes de publicidade, que modificam o aspecto
equilíbrio do meio ambiente visual de uma paisagem e confundem a compreensão do
e provocar uma perda na homem.
qualidade de vida.

A principal fonte de poluição atmosférica ainda é o monóxido de carbono produzido pela frota
de veículos, cujo crescimento resultou do desenvolvimento da indústria automobilística. Para
a Abetran (2015), o monóxido de carbono emitido por veículos leves é responsável por 68,4%
do total dessa fonte. Os veículos pesados contribuem com 28,6%, os processos industriais com
2,2%, e a queima de lixo com 2,6%.
Algumas das consequências causadas pela relação entre trânsito e meio ambiente são:
• poluição atmosférica, visual, sonora e de gases poluentes;
• erosão, decorrente do mau planejamento de estradas;
• agressões contra o meio ambiente, resultantes de acidentes no transporte de produtos
tóxicos poluentes;
• incêndios devastadores, pelo uso inadequado de lugares de descanso às beiras das
rodovias, ou pelo cigarro jogado pela janela do veículo;
• poluição do habitat natural pelos detritos jogados pelos motoristas nas rodovias;
• enchentes em vias urbanas, provocadas pelo acúmulo de lixo deixado pelos usuários
(motoristas e pedestres) em bueiros ou próximo aos rios e lagos;
• mortes de animais silvestres, provocadas por excesso de velocidade e descaso à
sinalização.

111
1.4 Projeto Despoluir do Sistema CNT
A CNT e o Sest Senat criaram, em 2007, o Despoluir – Programa Ambiental do Transporte,com
o objetivo de promover o engajamento de transportadores, caminhoneiros autônomos,
taxistas e sociedade em ações de conservação do meio ambiente, por meio da colaboração e
construção de um modelo sustentável de desenvolvimento.
O Despoluir incentiva a incorporação de novas ações no setor de transporte, que passou a
assumir sua parcela de responsabilidade na propagação de um mundo ambientalmente
equilibrado. Além dos benefícios diretos para o meio ambiente e a qualidade de vida da
população, as ações de conscientização dos agentes envolvidos têm como vantagens a redução
de custos, o aumento da eficiência operacional e a melhoria do relacionamento com órgãos
fiscalizadores.
O Despoluir consiste em vários projetos, implementados pelo Sistema CNT e executados
pelas federações, sindicatos e associações afiliadas à entidade, além de parcerias firmadas com
os setores público e privado, que fortalecem o Programa.
Além disso, atua na formulação e execução de políticas públicas na área ambiental, participando
ativamente dos principais fóruns de discussão do tema, especialmente no Conselho Nacional
do Meio Ambiente (CONAMA).
O Despoluir tem como uma de suas principais ações a avaliação veicular ambiental voltada a
redução da emissão de poluentes. Essa avaliação é feita por meio de aferição do veículo. Para
participar, você motorista, deverá entrar em contato com a federação de transporte de seu
estado e solicitar a visita da equipe técnica do Despoluir, ou ligar para o número 0800 728
2891, para maiores informações.
Para Saber mais acesse: www.cntdespoluir.org.br

1.5 A Manutenção Preventiva do Veículo


Para Cardo (2015), a fim de que os veículos sejam mantidos com níveis de emissão de gases,
fumaça e ruídos dentro dos parâmetros legais, é recomendável que o proprietário tome
cuidados com determinados itens associados ao sistema de alimentação do motor, tais como:
• bobina, ignição eletrônica, distribuidor e velas;
• filtro de ar;
• carburador ou sistema de injeção;
• escapamento.
112
Se os itens do sistema de alimentação do motor estiverem em mau
DICAS

estado ou desregulados, provocam queima imperfeita do combustível,


reduzindo a potência do veículo e aumentando o consumo de combustível
e a emissão de gases poluentes.

Além do motor, os proprietários e condutores de veículos devem estar atentos a cuidados


básicos para evitar prejuízos à saúde e ao meio ambiente. Dentre eles, citam-se:
• providenciar as trocas de óleo lubrificante do motor, câmbio, diferencial, fluido de
freio e direção hidráulica, em estabelecimentos especializados, os quais destinam óleos e
lubrificantes usados para a devida reciclagem;
• realizar a manutenção do veículo, conforme instruções do fabricante, de forma a tê-lo
em perfeitas condições de funcionamento;
• para os pneus, quando chegam ao final da vida útil, o destino recomendado é deixá-
los nos estabelecimentos especializados, que os encaminharão para reciclagem, em vez
de serem depositados em terrenos baldios para serem queimados ou virarem criadouros
de insetos e ratos;
• racionalize o uso, evitando deslocamentos desnecessários;
• não abuse do ar-condicionado.

Você, além de economizar combustível em seu trajeto, estará


diminuindo a liberação de gases que provocam o efeito estufa.

113
1.5 A Responsabilidade Civil e Criminal do Condutor e o CTB
O CTB prevê penalidades na forma de multa pecuniária e medidas administrativas
para quem desrespeita as leis de trânsito. Além disso, no Capítulo XIX – Dos Crimes de
Trânsito, o infrator poderá ser punido com pena de detenção nos casos previstos nos Arts.
302, 303, 304, 305, 306, 307, 308, 309, 310, 311 e 312.

Infringir o CTB, além de ser um fator de risco de acidentes, não condiz


com uma boa imagem profissional.

1.6 O Indivíduo, o Grupo e a Sociedade


Você, condutor, como a maioria das pessoas, pertence a algum grupo de indivíduos atraídos
por interesses comuns, como, por exemplo, família, amigos, clube, igreja. Esses grupos, por
sua vez, são integrantes e formadores da sociedade.
Apesar de fazer parte dos grupos, o indivíduo possui características próprias que o diferenciam
dos outros. O motorista precisa conhecer a caracterização da população com a qual irá trabalhar.

Cada pessoa tem um jeito de falar, de vestir e de viver. E para manter


uma boa convivência com as pessoas é importante conhecer e
respeitar as diferenças individuais, que são divididas em: sociais,
físicas, psicológicas, culturais e religiosas.

114
Ou seja, cada pessoa tem a sua personalidade, que é o conjunto de características que torna o
indivíduo único e diferente dos outros. A personalidade possui diferentes aspectos, tais como
a aparência física, a capacidade intelectual, a emotividade, as qualidades sociais e o sistema de
valores.
Alguns fatores podem determinar a personalidade: a herança biológica ou a natureza do
indivíduo, o ambiente e a idade.
1.7 Relacionamento Interpessoal

O relacionamento interpessoal é um conceito É imprescindível que os profissionais do


do âmbito da sociologia e psicologia que transporte rodoviário de produtos perigosos,
significa uma relação entre duas ou mais de sua parte, saibam agir corretamente frente
pessoas. Este tipo de relacionamento é às diversas situações cotidianas, identificando e
marcado pelo contexto em que o indivíduo mudando as más atitudes e posturas negativas.
está inserido, podendo ser no ambiente A fim de que isso ocorra, é necessário relembrar,
familiar, escolar, de trabalho, de comunidade resgatar e colocar em uso os valores descritos
(CARDO, 2015; MARIUZA e GARCIA, em seguida:
2010).

• educação: corresponde ao cultivo de boas maneiras no trato com todas as pessoas;


• empatia: está relacionada à habilidade de se colocar no lugar do outro;
115
• receptividade: diz respeito à facilidade de manter a mente aberta e explicitar boa
vontade no atendimento às pessoas;
• respeito: constitui a base de qualquer relacionamento entre os colegas, superiores,
subordinados e os clientes;
• bom senso: está associado à capacidade de entender uma situação e resolvê-la da
melhor forma possível;
• flexibilidade: corresponde à aptidão de lidar com pontos de vista distintos;
• paciência: está relacionada a saber não tomar decisões de forma precipitada;
• persistência: é a perseverança da utilização de todos os valores positivos no cotidiano;
• equilíbrio: corresponde a ter as rédeas do próprio comportamento;
• igualdade: está associada à percepção de que todos merecem ser tratados com cortesia,
sem diferenciação;
• humildade: constitui a aptidão de reconhecimento dos próprios equívocos;
• simplicidade: consiste na habilidade de simplificar questões a serem resolvidas, bem
como em se fazer entender por meio de linguagem de fácil compreensão.
1.8 O Indivíduo como Cidadão
Perceba que ser cidadão pressupõe fazer parte de uma sociedade organizada. Como membro
da sociedade, o indivíduo está sujeito às normas que a regem.
Além da Constituição Federal, que estabelece os direitos e deveres do cidadão, existem várias
outras leis que regulamentam diferentes aspectos relacionados ao cotidiano da sociedade.

O CTB estabelece as regras a serem respeitadas pelos usuários das


vias, com o objetivo de garantir a segurança do trânsito. Portanto,
como cidadão, o condutor tem o direito a um trânsito seguro
e o dever de respeitar o CTB para garantir esse direito a todos os
usuários, sejam motoristas, passageiros ou pedestres.

116
2 PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
2.1 Conceito de Fogo, Tetraedro e Fontes de Ignição
A conhecida figura do triângulo de fogo foi substituída pelo
tetraedro do fogo, devido à inclusão do quarto elemento:
a reação em cadeia. Elencados a seguir estão os elementos
Fogo ou combustão é o resultado do tetraedro:
de uma reação química das
mais simples e, para que • combustível: é o elemento que alimenta o fogo e
ela se efetive, é necessária a que serve como campo para sua propagação. Podem ser
presença de quatro elementos: sólidos, líquidos e gasosos. O combustível, para reagir
combustível, comburente, com o oxigênio, deve ser aquecido até o seu ponto de
ignição e reação em cadeia. fulgor (temperatura mínima em que o material libera
gases em quantidade suficiente para iniciar a combustão);

Há combustíveis que já possuem oxigênio em sua composição, como


é o caso da pólvora, nitratos, entre outros, que podem queimar em
qualquer lugar, com ou sem a presença do ar.
LEMBRE-SE

• comburente: é o elemento ativador do fogo, ou seja, concebe vida às chamas. O


comburente mais comum é o oxigênio, contido no ar atmosférico em uma porcentagem
de 21%. Se essa porcentagem for próxima de 13%, não haverá chama;
• ignição: é o agente que dá início ao processo de combustão, introduzindo na mistura
combustível/comburente, a energia mínima inicial necessária;
• reação em cadeia: é o processo de sustentabilidade da combustão, pela presença de
radicais livres que são formados durante o processo de queima do combustível.
As causas de incêndio são muito variadas. Alguns materiais, em temperatura ambiente, podem
pegar fogo com uma simples faísca. Outros, no entanto, necessitam de aquecimento prévio
para que entrem em combustão. É importante conhecer as fontes de ignição, responsáveis por
iniciar uma combustão. Citam-se, a seguir, as fontes de ignição mais comuns:
• fontes de origem térmica: fósforos, cigarros, fornos, soldadura, recipientes a gasolina,
óleo ou outros;

117
• fontes de origem elétrica: interruptores, disjuntores, aparelhos elétricos defeituosos,
eletricidade estática;
• fontes de origem mecânica: fagulhas provocadas por ferramentas, sobreaquecimento
devido à fricção mecânica;
• fontes de origem química: reação química com libertação de calor, reação de
substâncias auto-oxidantes.
2.2 Transmissão do Calor
Outro aspecto importante do fogo é a sua propagação. O calor é uma fonte de energia que
pode ser transmitida de um corpo a outro, sendo que essa transmissão pode ocorrer de três
formas, a saber:
• condução: é o processo pelo qual o calor se transmite de um corpo a outro por contato
direto;
• convecção: ocorre por meio de correntes circulatórias originadas da fonte, sendo
esta a forma particular de transmissão de calor nos líquidos e gases. Por exemplo, em
um incêndio localizado nos andares baixos de um edifício, os gases aquecidos sobem
pelas aberturas verticais (elevadores de ar, vão de escada, ou portas e janelas), atingindo
combustíveis de outros locais e provocando outros focos de incêndio. É dessa forma que
um incêndio se propaga em locais às vezes bastante afastados do lugar onde se iniciou o
fogo;
• irradiação: ocorre por meio da transmissão de ondas de energia calorífica. Um corpo
quente emite radiação em todas as direções, atingindo outros corpos (ex. o calor do sol).
2.3 Métodos de Extinção de Incêndio
Entre os métodos comumente utilizados para a extinção de incêndio, principalmente na
atividade do transporte rodoviário de produtos perigosos, deve-se ter em mente os seguintes:
• resfriamento: consiste no lançamento de água no local em chamas, provocando seu
resfriamento com o objetivo de eliminar o �calor� do tetraedro do fogo;
• abafamento: consiste em impedir que o oxigênio participe da reação, abafando o
fogo. extinguimos o incêndio se retiramos o �oxigênio� do tetraedro do fogo;
• isolamento: neste método, separamos o combustível dos demais componentes do
fogo, abrindo uma trilha para que o fogo não passe, impedindo a formação do tetraedro.

118
2.4 Classificação de incêndios
Os incêndios podem pertencer a diferentes classes, a saber:
• classe A: os materiais queimam em superfície e em profundidade que deixam
resíduos. O resfriamento é o melhor método de extinção. Exemplos: fogo em papel,
madeira, tecidos;
• classe B: fogo em líquidos inflamáveis. Os materiais queimam em superfície. Neste
caso, o abafamento é o melhor método de extinção. O agente extintor ideal é o pó químico
seco (PQS) e espuma mecânica (LGE). Exemplos: fogo em gasolina, óleo e querosene;
• classe C: fogo em equipamentos elétricos energizados. O agente extintor ideal
é o pó químico seco (PQS) e o gás carbônico (CO2). Exemplos: fogo em motores,
transformadores, geradores e computadores;
• classe D: fogo em metais combustíveis. O agente extintor ideal é o pó químico especial.
Esta classe requer agentes extintores específicos. Exemplos: fogo em zinco, alumínio,
sódio, magnésio;
• classe E: fogo em material radioativo. Esta classe requer isolamento imediato da
área. Contate imediatamente o corpo de bombeiros (telefone 193). Exemplo: fogo em
produtos perigosos radioativos;
• classe K: fogo em óleo e gorduras em cozinhas. O abafamento é o melhor método de
extinção. Agente extintor ideal pó químico seco (PQSK).
Ademais, é importante que o condutor de veículos que transportam produtos perigosos
domine algumas definições relacionadas à temperatura:

Ponto de fulgor: temperatura mínima necessária para que Ponte de ignição: aquela em
um combustível desprenda vapores ou gases inflamáveis, que os gases desprendidos
porém, não se mantém porque os gases produzidos ainda dos combustíveis entram
são insuficientes. em combustão apenas pelo
Ponto de combustão: temperatura mínima necessária contato com o oxigênio do ar,
para que um combustível desprenda vapores ou gases independentemente de qualquer
inflamáveis que, mesmo que for retirada a fonte externa fonte de calor.
de calor, o fogo não se apaga, pois esta temperatura
faz gerar gases suficientes para manter o fogo ou a
transformação em cadeia.

119
Eis, a seguir, exemplos de pontos de fulgor e temperatura de ignição para algumas substâncias:

Principais pontos e temperaturas de alguns combustíveis ou inflamáveis


Combustíveis Inflamáveis Ponto de Fulgor Temperatura de Ignição
Álcool etílico 12,6°C 371,0°C
Gasolina -42,0°C 257,0°C
Querosene 38,0°C a 73,5°C 254,0°C
Parafina 199,0°C 245,0°C

Fonte: CETESB (2016).

2.5 Tipos de Extintores, seus Agentes e Manuseio


Para cada classe de incêndio, existem extintores apropriados para combatê-los:

Tipo de Extintor Classificação Capacidade Utilização


Pó químico para A, B e C 1 kg e 2 kg Rompa o lacre, aperte a alavanca
veículos e direcione o jato para a base das
chamas.
Espuma AeB 10 litros Puxe o pino de segurança, retire
mecânica o esguicho e acione o gatilho
direcionando o jato para a base das
chamas.
Pó químico seco B e C 1, 2, 4, 6, 8, Puxe o pino de segurança, retire
10 e 12 kg o esguicho e acione o gatilho
direcionando o jato para a base das
chamas.
Água A 10 litros Puxe o pino de segurança, retire
pressurizada o esguicho e acione o gatilho
direcionando o jato para a base das
chamas.
Gás carbônico BeC 6 kg Retire o pino e acione o gatilho di-
CO2 recionando o jato para a base das
chamas. Segurar na empunhadura e
nunca no difusor.
Fonte: CIMI (2016)
120
É preciso identificar o tipo de incêndio que se vai combater, antes de escolher o agente extintor
ou equipamento adequado. Verifique sempre o rótulo dos extintores. Eles devem conter no
mínimo:
• data de validade: o extintor deve estar dentro do prazo de validade;
• lacre de segurança: certifique-se de que o lacre esteja intacto;
• conformidade Inmetro: veja se o extintor possui o selo do Inmetro.;
• condições gerais do extintor: o extintor não pode estar amassado, não pode ter
ferrugem e outros danos.

SAIBA Assista, por meio do link indicado, a uma simulação


de acidente no transporte rodoviário de produtos
perigosos. O cenário do acidente inicia-se com uma
carreta carregada de tinta, número ONU 1263, líquido
Inflamável.
https://www.youtube.com/watch?v=2AAy3jxsJWY

RESUMINDO
A atividade de transporte rodoviário de produtos perigosos é, potencialmente, poluidora
do meio ambiente. Por isso, seja cuidadoso na direção e nas demais etapas do transporte.
Para vencer os desafios do dia a dia, é imprescindível que os profissionais do transporte
rodoviário de produtos perigosos saibam valer-se do relacionamento interpessoal,
agindo corretamente frente às diversas situações, identificando e mudando as más
atitudes e as posturas negativas.
As causas de incêndio no transporte rodoviário de produtos perigosos são muito variadas.
Alguns materiais, em temperatura ambiente, podem pegar fogo com uma simples faísca.
Outros, contudo, necessitam de aquecimento prévio para que entrem em combustão.

121
1. Uma das consequências causadas pela relação entre trânsito e
meio ambiente é a poluição atmosférica, visual e sonora.
( ) Certo ( ) Errado
2. Fogo em equipamentos elétricos energizados, em que o agente
extintor ideal é o pó químico e o gás carbônico. Está se falando de
incêndio de que Classe?
( ) Classe A
( ) Classe B
( ) Classe C
( ) Classe D
3. Se os itens do sistema de alimentação do motor estiverem em
mau estado ou desregulados, provocam queima imperfeita do
combustível, reduzindo a potência do veículo, bem como do
consumo de combustível e da emissão de gases poluentes.
( ) Certo ( ) Errado
4. Fósforos e cigarros são exemplos de que fonte de ignição de
incêndios?
( ) Fonte de origem térmica
( ) Fonte de origem elétrica
( ) Fonte de origem mecânica
( ) Fonte de origem química

122
MÓDULO IV
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS

PERIGOSOS
UNIDADE 01
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS –
PARTE 1
1 Classificação dos Produtos Perigosos

2 Conceitos Básicos de Físico-Química

3 Estudo das Classes de Risco


UNIDADE 01 - MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS
PERIGOSOS – PARTE 1

EXPLOSIVO EXPLOSIVO EXPLOSIVO EXPLOSIVO EXPLOSIVO EXPLOSIVO

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Quais são os principais aspectos dos produtos perigosos das Classes de Risco 1, 2 e 3? Quais
procedimentos de segurança o condutor deve adotar para o transporte de explosivos, gases e
líquidos inflamáveis?

Cada Classe de Risco de produtos perigosos para fins de transporte apresenta suas
características peculiares, que influenciam nos procedimentos de segurança a serem
adotados pelo condutor do veículo transportador.
Nesta unidade, falaremos sobre a classificação dos produtos perigosos para fins de
transporte, os conceitos básicos de físico-química, e daremos início ao estudo das
Classes de Risco (explosivos, gases e líquidos inflamáveis).
1 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS PERIGOSOS

No que concerne à classificação dos produtos perigosos para fins de transporte, eles se
dividem em nove Classes de Risco, identificadas por Painéis de Segurança e Rótulos de Risco
específicos, a saber:
• classe 1: explosivos;
• classe 2: gases;
• classe 3: líquidos inflamáveis;
• classe 4: sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias
que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis;
• classe 5: substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos;
• classe 6: substâncias tóxicas e infectantes;
• classe 7: material radioativo;
• classe 8: substâncias corrosivas ;
• classe 9: substâncias e artigos perigosos diversos.

2 CONCEITOS BÁSICOS DE FÍSICO-QUÍMICA

As reações ou fenômenos físicos e químicos estão presentes no dia a dia. É muito importante
conhecê-los bem para saber usá-los a favor e evitar possíveis efeitos ou consequências
desastrosas.

Os fenômenos físicos não alteram a Já os fenômenos ou reações químicas são


constituição íntima da matéria, não formam combinações de uma ou mais substâncias
novas substâncias, e podem ser repetidos que se alteram formando novas substâncias
várias vezes. e não podem ser repetidas com as mesmas
substâncias. Exemplos: queima de materiais
Exemplos: a batida de um carro, rasgar uma
combustíveis, decomposição, combinação
folha de papel, mudança do estado físico da
de substâncias, veículo envolvido em um
água.
incêndio.

128
3 ESTUDO DAS CLASSES DE RISCO
Agora, você já sabe o que é fenômeno físico e químico, entendendo melhor porque alguns
produtos químicos são considerados perigosos. Nesta seção, será realizado um estudo de cada
Classe de Risco de produto perigoso para fins de transporte, identificando suas principais
características e os procedimentos de segurança no transporte rodoviário, recomendados pela
ABIQUIM (2015), CETESB (2014), entre outros.
3.1 Classe de Risco 1 — Explosivos
A Classe dos explosivos se subdivide em:
• subclasse 1.1: substâncias e artigos com
risco de explosão em massa;
Explosivos são substâncias que, submetidas a
uma transformação química extremamente • subclasse 1.2: substâncias e artigos
rápida, produzem grandes quantidades com risco de projeção, mas sem risco de
de gases e calor. Estes gases expandem- explosão em massa;
se a altíssima velocidade e temperatura,
• subclasse 1.3: substâncias e artigos
gerando aumento de pressão e provocando
com risco de fogo e com pequeno risco de
deslocamento do ar.
explosão ou projeção, ou ambos, mas sem
risco de explosão em massa;

• subclasse 1.4: substâncias e artigos que não apresentam risco significativo;


• subclasse 1.5: substâncias insensíveis, com risco de explosão em massa;
• subclasse 1.6: substâncias extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa.
Exemplos de substâncias explosivas: dinamite, pólvora, cordel acendedor, e nitroglicerina.

129
O Ministério do Exército é encarregado da fiscalização de material explosivo em geral, segundo
o Decreto no 55.649/1965 e o Regulamento para Fiscalização de Produtos Controlados (R-
105), aprovado pelo Decreto no 2.998/1999.

Atualmente, o R-105 foi alterado pelo Decreto nº 3.665/2000


(R-105) que, em seu art. 120, descreve que substâncias e artigos
explosivos devem ser acondicionados em embalagens construídas
e fechadas de tal maneira que, em condições normais de
transporte, não venham apresentar vazamentos decorrentes de
modificações na temperatura, umidade ou pressão na variação
de altitude, requisitos estes que se aplicam para recipientes novos
e usados, tomando-se neste último caso, todas as medidas para
evitar contaminação.

3.1.1 Segurança no Transporte Rodoviário de Explosivos

O condutor deve atentar aos seguintes procedimentos no transporte rodoviário de explosivos:


• os veículos devem ser do tipo baú ou envolvidos com lona impermeável;
• o carregamento, descarregamento e paradas por necessidade devem ser feitas longe
de locais de habitação ou com muito movimento de pessoas. se houver necessidade, as
autoridades devem ser imediatamente informadas;
• caso os veículos andem em comboio, deverão manter distância de 80 metros em
movimento, com velocidade compatível e a 50 metros quando estacionados, sempre
acompanhados de batedores;
• o veículo de transporte, antes do carregamento, deverá ser limpo;
DICAS

Este cuidado serve para eliminar resíduos de materiais inflamáveis e


objetos metálicos que possam produzir centelhas.

• as embalagens deverão ser arrumadas no veículo de tal forma que não sofram
deslocamentos, seguindo orientações do expedidor, protegidas contra atritos e choques
mecânicos;

130
• é proibido utilizar materiais facilmente inflamáveis para estivar as embalagens;
• os veículos transportadores da Classe 1 não devem apresentar defeitos estruturais ou
deterioração de qualquer um de seus componentes;
• deve-se obedecer às velocidades máximas permitidas para as vias;
• devem-se utilizar sinais de perigo, tais como bandeirolas vermelhas ou tabuletas de
aviso, as quais devem ser afixadas em lugares visíveis do veículo de transporte.
3.2 Classe de Risco 2 — Gases

A Classe dos gases se subdivide em:


Gás é um dos estados físicos da • subclasse 2.1: gases inflamáveis;
matéria. Os gases expandem-
• subclasse 2.2: gases não inflamáveis, não tóxicos;
se ou contraem-se facilmente,
quando sofrem alteração de • subclasse 2.3: gases tóxicos.
temperatura e pressão.

A seguir, são definidos alguns gases:


• gás inflamável: gás que, a 20 °C e à pressão de 101,3 kPa, é inflamável quando em
mistura de 13% ou menos, em volume, com o ar; ou apresenta uma faixa de inflamabilidade
com o ar de no mínimo 12 pontos percentuais, independentemente do limite inferior de
inflamabilidade;
• gás comprimido: gás que, exceto se em solução, quando acondicionado sob pressão
para transporte, é completamente gasoso à temperatura de 20 ºC;
• Gás liquefeito: gás que, quando acondicionado para transporte, é parcialmente
líquido à temperatura de 20 °C.
• gás liquefeito refrigerado: gás que, quando acondicionado para transporte, torna-se
parcialmente líquido por causa de baixa temperatura;
• gás em solução: gás comprimido que, quando acondicionado para transporte, é
dissolvido num solvente;
• gás asfixiante: gás que dilui ou substitui o oxigênio normalmente existente na
atmosfera; completamente gasoso à temperatura de 20 °C;
• gás não inflamável e não tóxico: gases transportados a uma pressão não inferior a 280
kPa, a 20 °C, ou como líquidos refrigerados e que sejam asfixiantes (gases que diluem ou
substituem o oxigênio normalmente existente na atmosfera), ou sejam oxidantes (gases
131
que, geralmente por fornecerem oxigênio, causem ou contribuam, mais do que o ar, para
a combustão de outra matéria), ou não se enquadrem em outra subclasse;
• gás tóxico: gás reconhecidamente tão tóxico ou corrosivo para pessoas, que constitui
risco à saúde; ou que é supostamente tóxico ou corrosivo para pessoas por apresentar um
valor de concentração letal (CL50) igual ou inferior a 5.000 mL/m3 (ppm).
São exemplos de gases:
• permanente: ar, oxigênio, hélio;
• liquefeito sob pressão: butano, propano;
• dissolvido sob pressão: Acetileno;
• altamente refrigerado: oxigênio líquido, nitrogênio líquido.
3.2.1 Segurança no Transporte Rodoviário de Gases
Atente aos seguintes procedimentos no transporte rodoviário de gases:

• as embalagens dos produtos não devem ser expostas ao calor ou submetidas a choques
mecânicos;
• no manuseio de cilindros, é conveniente o uso de carrinhos ou similares;
• mantenha o capacete de proteção da válvula, mesmo em cilindros vazios;
• durante o transporte de gases a granel:
132
Fazer paradas periódicas para verificar a pressão por meio do
manômetro.
LEMBRE-SE

• os motores e os canos de escapamentos dos veículos que transportam gases deverão


ser isolados para não transmitir calor;
• os equipamentos elétricos dos veículos devem ser protegidos para evitar centelhas;
• utilize máscaras apropriadas, em função do tipo de gás que está sendo transportado;
• quando se tratar de veículo tipo baú, verifique se há dispositivo de ventilação;
• o carregamento e descarregamento de gases tóxicos, e paradas do veículo
transportando este produto, devem ser feitos longe de habitações ou locais com muito
movimento de pessoas;
• para o transporte vertical dos cilindros, fazer a amarração da carga, utilizando os
cintos de segurança existentes nas cestas;
• jamais dirija com todos os vidros fechados, para neutralizar os possíveis efeitos de
gases no compartimento do motorista.
DICAS

Caso ocorra algum vazamento de gases do veículo, se os vidros estiverem


fechados, o condutor irá inalá-los, podendo sofrer intoxicação.

3.2.2 Cuidados dos condutores de veículos de transporte de


produtos perigosos, referentes a gases
Constituem ações de emergência com gases ou vapores não inflamáveis:
• tentar, se possível, fechar a válvula;

Na impossibilidade de fechar a válvula, levar o cilindro para uma área


aberta.
LEMBRE-SE

133
• afastar as pessoas caso o cilindro esteja solto, protegendo-se dos movimentos rápidos;
• evitar o contato com o jato, quando em grande vazamento;
• no caso do oxigênio e outros gases oxidantes, não permitir o contato do gás com óleo,
graxa, estopa ou qualquer material combustível;
• no caso dos gases asfixiantes (nitrogênio, argônio, hélio entre outros), em ambientes
fechados, há risco de asfixia quando em concentração maior que 82%, em mistura com
o oxigênio.
Ações específicas com gases ou vapores inflamáveis:
• afastar o cilindro de qualquer fonte de ignição e material oxidante;
• sempre que possível, fechar imediatamente a válvula;
DICAS

Se não for possível fechar a válvula, deixar o gás queimar, resfriando o


cilindro com água em um local protegido.

• se o vazamento for em conexões sob pressão, não usar ferramentas que possam causar
atrito;
• evitar o contato do gás com qualquer ponto aquecido, e não acender chama;
• tentar desviar as chamas de outros cilindros ou materiais inflamáveis.
Acidente com vazamento de gases ou vapores tóxicos:
• procurar um local seguro que possa parar o veículo e isolar a área;
• colocar a proteção respiratória;
• identificar as consequências;
• utilizar dispositivo para confinamento e contenção de vazamento (exemplo: conjunto
de emergência para cloro);
• se a válvula do cilindro não estiver danificada, fechar o fluxo de gás;
• em caso de fogo, usar extintor de pó químico para combate a incêndio.

134
Caso o fogo persista, isolar o cilindro dos demais e deixar queimar.

LEMBRE-SE

Em caso de cilindro de gases expostos ao fogo:


• avisar os funcionários para abandonar o local;
• chamar os bombeiros e fornecer as informações sobre os riscos, conteúdo, quantidades
e localização dos cilindros;
• se possível, retirar todos os cilindros que ainda não foram expostos às chamas.

SAIBA Assista, no link indicado, a um vídeo que mostra


acidente com caminhão que transportava cilindros de
gás, e identifique suas possíveis causas:
https://www.youtube.com/watch?v=Fdg0HZhp5ZQ

SAIBA Acesse, no link indicado, a Resolução ANP no 26/2015,


que regulamenta a comercialização em áreas urbanas e
rurais, e a entrega de recipientes transportáveis de GLP
em domicílios de consumidores, em estabelecimentos
comerciais e industriais, para consumo próprio, e
entre revendedores autorizados pela ANP por meio
de veículos automotores:
http://www.anp.gov.br

3.3 Classe de Risco 3 — Líquidos Inflamáveis


Esta classe compreende líquidos inflamáveis e explosivos líquidos insensibilizados.

135
Você já sabe que o fogo é re-
sultado de uma reação quími-
Líquidos inflamáveis são líquidos, misturas de líquidos ca, onde participam o oxigênio
ou líquidos que contenham sólidos em solução ou do ar, uma fonte de ignição e o
suspensão (p. ex., tintas, vernizes, lacas) que produzam combustível, gerando luz e ca-
vapor inflamável a temperaturas de até 60,5 °C em lor. Durante o transporte de
ensaio de vaso fechado, ou até 65,6 °C em ensaio de vaso produtos dessa Classe de Risco,
aberto, normalmente referido como ponto de fulgor. estão sempre presentes o oxigê-
Explosivos líquidos insensibilizados são substâncias nio e o líquido inflamável (com-
explosivas dissolvidas ou suspensas em água ou noutras bustível), bastando uma fonte
substâncias líquidas, para formar mistura líquida de ignição para que ocorra um
homogênea que suprima suas propriedades explosivas. incêndio.

Contudo, algumas fontes de ignição não são vistas a olho nu. É o caso do calor provocado por
motores e da eletricidade estática.

A eletricidade estática ocorre quando, por exemplo, há carregamento


ou descarregamento do produto, podendo, em determinadas
condições, gerar centelhas e inflamar os vapores do líquido.

Para evitar a presença da eletricidade estática, é necessário usar, durante o carregamento e


descarregamento do produto, o cabo antiestático (cabo-terra) no veículo. O cabo-terra
é conectado a um terminal apropriado e no chassi do veículo, eliminando, desta forma, a
presença desse risco.

• ponto de fulgor é a temperatura mínima em que um líquido libera


vapores inflamáveis que, em contato com uma fonte de ignição, inflama-
se, apagando-se em seguida, em razão da pouca quantidade de vapores
DICAS

formados.
• um líquido inflamável incendeia-se quando atinge o ponto de
combustão e entra em contato com uma fonte externa de calor.
• a areia ou a terra podem ser utilizadas para anular a inflamabilidade de
líquidos inflamáveis.

136
3.3.1 Segurança no transporte rodoviário de líquidos
inflamáveis
São ações de segurança no transporte rodoviário de líquidos inflamáveis:
• os tanques que tenham transportado líquidos inflamáveis devem estar fechados, para
não ter contato com fontes de ignição;
• motores e canos de escapamento devem ser isolados de forma a não transmitir calor
aos produtos;
• o manuseio de bombonas é semelhante ao de tambores, devendo ser evitados choques
mecânicos;
• armazenamento de tambores e bombonas:
DICAS

De preferência, os tambores e as bombonas devem ser empilhados na


posição vertical com o uso de paletes, no máximo em três pilhas para
tambores e duas para bombonas.

• no empilhamento horizontal de tambores, deve ser utilizada a base triangular de


madeira;
• as operações de carga ou descarga de tambores devem ser feitas com o uso de rampas
com proteção de borracha, carrinhos e empilhadeiras;
• verificar tambores e bombonas para evitar vazamentos;
• o tanque não deve apresentar vazamentos em suas válvulas ou conexões;
• não manuseie:

Não manuseie líquidos inflamáveis e nem respire seus vapores, pois


muitos destes produtos apresentam risco subsidiário de toxicidade.
LEMBRE-SE

RESUMINDO
No transporte rodoviário de produtos explosivos, as embalagens deverão ser arrumadas
no veículo de tal forma que não sofram deslocamentos, seguindo orientações do
expedidor, protegidas contra atritos e choques mecânicos.

137
O carregamento e descarregamento de gases tóxicos, e paradas do veículo transportando este
produto, devem ser feitos longe de habitações ou locais com muito movimento de pessoas.
Para operações com caminhão-tanque, deve-se evitar a presença da eletricidade estática.
Por isso, é necessário usar, durante o carregamento e descarregamento do produto, o
cabo antiestático (cabo-terra) no veículo.

1. Os veículos para o transporte de explosivos devem ser do tipo


baú ou envolvidos com lona permeável.
( ) Certo ( ) Errado
2. Para um acidente com vazamento de gases ou vapores tóxicos,
o condutor do veículo deve:
( ) Procurar um local seguro em que possa parar o veículo, e
isolar a área.
( ) Colocar a proteção respiratória.
( ) Identificar as consequências.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
3. A areia ou a terra podem ser utilizadas para anular a
inflamabilidade de líquidos inflamáveis.
( ) Certo ( ) Errado
4. Com relação às ações de segurança no transporte rodoviário de
líquidos inflamáveis, pode-se afirmar que:
( ) Os tanques que tenham transportado líquidos inflamáveis
devem estar abertos, a fim de evitar a ignição.
( ) Motores e canos de escapamento devem ser isolados de forma
a não transmitir calor aos produtos.
( ) O manuseio de bombonas é distinto ao de tambores, devendo
ser evitados choques mecânicos.
( ) No empilhamento horizontal de tambores, não é conveniente
a utilização de base de madeira.

138
UNIDADE 02
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS –
PARTE 2
Estudo das Classes de Risco (continuação)
UNIDADE 02 - MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS
PERIGOSOS – PARTE 2

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Quais os aspectos mais importantes dos produtos perigosos das Classes de Risco 4, 5, 6, 7,
8 e 9? Quais procedimentos de segurança o condutor deve adotar para o transporte desses
produtos?

Um procedimento de segurança não realizado, ou realizado de forma incorreta, no


transporte rodoviário de produtos perigosos pode provocar grandes prejuízos à saúde
das pessoas, à gestão do tráfego, ao patrimônio público e privado e ao meio ambiente.
Nesta unidade, continuaremos com o estudo das Classes de Risco, abarcando, agora,
os sólidos inflamáveis, as substâncias oxidantes, as substâncias infectantes, os materiais
radioativos, as substâncias corrosivas e os artigos diversos.
ESTUDO DAS CLASSES DE RISCO (CONTINUAÇÃO)
Classe de Risco 4 — Sólidos inflamáveis; Substâncias sujeitas
a combustão espontânea; substâncias que, em contato com
a água, emitem gases inflamáveis

Por essa razão, foram agrupados em três Subclasses:

Os produtos da Classe de Risco • subclasse 4.1: sólidos inflamáveis, tais como:


4 apresentam a propriedade de enxofre e fósforo de segurança; alumínio em pó
se inflamarem com facilidade revestido e nitrocelulose umedecida;
na presença de uma fonte de • subclasse 4.2: substâncias sujeitas à combustão
ignição, até mesmo em contato espontânea, tais como: fósforo branco, titânio em
com a água ou com o oxigênio pó seco e hidrossulfeto de sódio; carvão e algodão,
do ar. resíduos oleosos;

• subclasse 4.3: substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis, tais
como: carbureto de cálcio, sódio metálico, potássio e magnésio em pó.

Um sólido inflamável quando queima, libera gases irritantes e tóxicos.

LEMBRE-SE

142
Substâncias espontaneamente combustíveis

Algumas substâncias podem


inflamar-se em contato
com o oxigênio do ar, sem a Estes produtos são acondicionados em embalagens
necessidade de uma fonte de especiais, normalmente mergulhados em água, evitando o
ignição. Essas substâncias são contato com o oxigênio do ar.
denominadas espontaneamente
combustíveis, como é o caso do
fósforo branco.
Segurança no Transporte Rodoviário de Sólidos Inflamáveis
Os procedimentos de segurança em que você deve ficar atento são os seguintes:
• as embalagens contendo produtos dessa Classe de Risco não devem apresentar sinais
de violação;
• as embalagens contendo produtos dessa Classe de Risco devem ser arrumadas no
veículo de maneira que não sejam submetidas a atrito ou choque;
• calor e umidade:
DICAS

As embalagens devem ser protegidas da ação direta do sol e mantidas em


local frio, bem ventilado e longe de qualquer fonte de calor e umidade.

• no transporte de produtos a granel, o equipamento deve ser coberto com lona


impermeável.
Classe de Risco 5 — Substâncias oxidantes e peróxidos
orgânicos
Devido à facilidade de liberação do oxigênio, estas substâncias são relativamente instáveis

e reagem quimicamente com uma grande


Essa Classe de Risco reúne substâncias que, variedade de substâncias, podendo gerar um
na sua maioria, não são combustíveis, mas incêndio, mesmo sem a presença de fontes de
que podem liberar rapidamente o oxigênio, ignição.
aumentando ou sustentando a combustão de
outros materiais combustíveis.
143
Essa Classe de Risco está dividida em duas Subclasses:
• subclasse 5.1: substâncias oxidantes, tais como nitrato de sódio, peróxido de
hidrogênio (água oxigenada), permanganato de potássio, cloreto de potássio;
• subclasse 5.2: peróxidos orgânicos, tais como peróxido de acetilacetona e peróxido
de butilcumila.

Os peróxidos orgânicos são substâncias


termicamente instáveis que podem sofrer
decomposição exotérmica autoacelerável.
Além disso, podem apresentar uma ou
mais das seguintes propriedades: ser
sujeitos à decomposição explosiva; queimar
rapidamente; ser sensíveis a choque ou atrito;
reagir perigosamente com outras substâncias;
causar danos aos olhos.

Segurança no transporte rodoviário de oxidantes e peróxidos


orgânicos

São procedimentos de segurança no transporte rodoviário de oxidantes e peróxidos orgânicos:


• as embalagens devem ser manuseadas e arrumadas, impedidas de tombar;
• tanques a granel deverão ser lavados com água corrente após a descarga, principalmente
aqueles que tenham resíduos orgânicos;

O mesmo tratamento deve ser dado para os veículos que transportam


esses produtos embalados.
LEMBRE-SE

• evitar que os vapores dos produtos entrem na cabine;


• no transporte de algumas dessas substâncias são necessários equipamentos especiais
para controle de temperatura.
144
DICAS

Nesses casos, o equipamento de refrigeração deve ser independente do


motor de propulsão.

• os produtos devem ser armazenados e transportados protegidos do calor, de forma a


manter a temperatura dentro dos limites especificados;
• evite que as embalagens se choquem, para prevenir vazamentos;
• o material de manuseio não poderá ser inflamável;
• evite o contato do peróxido orgânico com os olhos e com a pele, pois pode provocar
sérios ferimentos.
Classe de Risco 6 — Substâncias Tóxicas e Substâncias
Infectantes
Esta Classe de Risco está dividida em
duas Subclasses:
• subclasse 6.1: substâncias tóxicas;
Substâncias tóxicas são aquelas capazes
de provocar morte, lesões graves ou
danos à saúde humana, se ingeridas ou
inaladas, ou se entrarem em contato com
a pele.

• subclasse 6.2: substâncias infectantes;


Substâncias infectantes são aquelas que
contenham patógenos ou estejam sob
suspeita razoável. Patógenos são micro-
organismos (incluindo bactérias, vírus,
rickéttsias, parasitas, fungos) ou micro-
organismos recombinantes (híbridos ou mutantes) que possam ou estejam sob suspeita
razoável de poderem provocar doenças infecciosas em seres humanos ou em animais.
No caso das substâncias tóxicas, a intoxicação pode ser:
• intoxicação por contato de pele: apesar de a pele e a gordura agirem como uma
barreira protetora do corpo humano, alguns produtos como o ácido cianídrico, mercúrio,
e certos defensivos agrícolas têm a capacidade de penetrar por meio da pele e da gordura,
145
e atingir a corrente sanguínea, atuando como um agente tóxico generalizado;
• intoxicação por inalação: a inalação de vapores ou gases tóxicos é considerada a forma
mais rápida e comum de contato com o organismo humano. Comumente, associa-se a
existência de um produto num ambiente pelo seu odor. No entanto, algumas substâncias
são inodoras, e outras têm a capacidade de inibir o sentido olfativo, podendo conduzir o
indivíduo a situações de risco;
Exemplo: o gás sulfídrico, por exemplo, apresenta um odor característico em baixas
concentrações, porém, em altas concentrações pode inibir a capacidade olfativa.
• intoxicação por ingestão: esta é considerada uma via de ingresso secundário, uma vez
que tal fato somente ocorrerá por meio de um ato voluntário.

Os efeitos gerados a partir de contato com substâncias tóxicas estão


relacionados com o grau de toxicidade destas e o tempo de exposição
ou dose.
LEMBRE-SE

As substâncias dessa Classe de Risco são muito tóxicas à vida aquática, representando alto
potencial de risco para a contaminação.
No que concerne às substâncias infectantes, estas contêm micro-organismos ou suas toxinas.
Podem provocar a morte de pessoas ou afetar a saúde. Tem-se, como exemplo, o lixo hospitalar.
Normalmente, são transportadas de hospitais para laboratórios de pesquisa em embalagens
apropriadas e por pessoal altamente treinado.

• Embora não sejam produtos químicos, foram incluídas


na Classe de Risco 6, em razão dos riscos que apresentam
às pessoas, aos animais e ao meio ambiente.
• Os produtos dessa Classe de Risco são controlados
pelo Ministério da Saúde (MS), Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), pois
são largamente utilizados para fins medicamentosos e
agrícolas.
146
Segurança no transporte rodoviário de substâncias tóxicas e
infectantes

Constituem preceitos de segurança no transporte rodoviário de substâncias tóxicas e


infectantes:
• os produtos dessa Classe de Risco deverão ser isolados de gêneros alimentícios ou
medicamentos para uso humano ou animal;
• não transportar em furgão onde vapores podem ser inalados pela tripulação;
• carga e descarga:

Substâncias tóxicas não deverão ser carregadas ou descarregadas


em locais públicos ou próximos a concentrações de pessoas, sem a
autorização de órgãos ou autoridades competentes.
LEMBRE-SE

• as embalagens não devem apresentar sinais de violação ou deterioração;


• as embalagens devem ser arrumadas no veículo de forma a evitar choques ou atritos
que possam danificá-las;
• as embalagens devem ser protegidas da ação do calor;
• é fundamental o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) ao manipular
produtos dessa Classe de Risco;
• descontaminação do veículo:
DICAS

O veículo transportador de substâncias dessa Classe de Risco, após a


descarga, deverá ser devidamente descontaminado em local previamente
licenciado pelo órgão de controle ambiental.

• a remessa de substâncias infectantes requer ação coordenada entre o expedidor,


transportador e o destinatário para garantir um transporte seguro.

147
Classe de Risco 7 — Substâncias Radioativas

Substâncias radioativas são Dá-se o nome de radioatividade justamente à propriedade


materiais fisicamente instáveis que tais elementos têm de emitir radiação. Exemplos:
que sofrem modificações, Urânio 235, Césio 137, Cobalto 60 e Tório 232. A
espontaneamente, na sua radioatividade é uma forma de energia invisível, mas que
estrutura. Essas modificações pode ser sentida por aparelhos especiais, como o contador
ocorrem quando há Geiger. É capaz de penetrar e atravessar vários tipos de
transformação nos elementos materiais e, até mesmo, o corpo humano, ocasionando
que passam a emitir energia sob doenças muito graves e podendo levar pessoas à morte.
a forma de radiação.

Não se pode aproximar de materiais radioativos que não estejam


DICAS

devidamente blindados. Por isso, tais materiais radioativos são muito


bem-acondicionados em embalagens normalmente blindadas, que
possuem paredes ou coberturas de materiais que absorvem radiação ou
atenuam ou impedem sua passagem.

Acidentes com esses materiais podem contaminar objetos de todo tipo, além do meio ambiente,
ocasionando consequências desastrosas, a exemplo do acidente em Goiânia, em setembro de
1987, cuja blindagem do Césio 137 foi destruída, ocasionando às pessoas que tiveram contato
com o material graves doenças, inclusive provocando morte.
Segurança no transporte rodoviário de substâncias radioativas

No transporte rodoviário de substâncias radioativas, siga estes procedimentos:


• qualquer embalagem que contenha material radioativo que seja danificado ou
envolvido em acidente, o veículo e o local afetado deverão ser isolados a fim de evitar
contato de pessoas com o material;
• descontaminação dos veículos:

A descontaminação dos veículos somente poderá ser feita pelos


técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
LEMBRE-SE
148
• caso haja qualquer incidente envolvendo material radioativo, o local deve ser
imediatamente isolado e o fato comunicado à CNEN;
• todo controle sobre a mineração, produção, transporte e uso de material radioativo,
está a cargo da CNEN.
Classe de Risco 8 — Substâncias Corrosivas
Mesmo em condições normais, algumas substâncias dessa
Classe de Risco podem liberar vapores ou gases corrosivos
Substâncias corrosivas são e irritantes. Costumam reagir violentamente com a água,
aquelas que, por ação química, produzindo grande quantidade de calor. Atacam materiais
causam severos danos quando de diversos tipos, entre eles os metais e produtos têxteis.
em contato com tecidos vivos
ou, em caso de vazamento, Em reação química com metais, pode ocorrer o
danificam ou mesmo destroem desprendimento de gás altamente inflamável (hidrogênio).
outras cargas ou o próprio Basicamente, existem dois principais grupos de materiais
veículo. que apresentam estas propriedades, sendo conhecidos por
ácidos e bases.
Segurança no transporte rodoviário de substâncias corrosivas

Atente-se às seguintes regras de segurança no transporte rodoviário de substâncias corrosivas:


• no caso de derramamento, pode-se isolar a poça formada com o líquido, colocando
em volta terra ou areia;
DICAS

No entanto, deve-se consultar a Ficha de Emergência para um


procedimento mais adequado.

• após descarregar produtos corrosivos, lave e seque o tanque para receber outra carga;
• durante o transporte, evite que as embalagens se atritem, para evitar vazamentos;
• as embalagens devem ser manuseadas e arrumadas de tal forma que sejam impedidas
de tombar;

149
O material de manuseio deve ser resistente ao fogo.

LEMBRE-SE

• os veículos destinados ao transporte de embalagens, contendo esses produtos e que


sejam também oxidantes, devem ser cuidadosamente limpos, em particular, de qualquer
resíduo combustível como palha e papéis;
• a diluição com água ou neutralização dos efeitos provocados por um corrosivo
somente podem ser feitas com auxílio de pessoal técnico.
Classe 9 – Substâncias e artigos perigosos diversos
São exemplos: dibromodifluormetano, formal-
deído (soluções inflamáveis), poliestireno gra-
Substâncias e artigos perigosos diversos da nulado impregnado com líquido inflamável,
Classe 9 são aqueles que apresentam, durante dióxido de carbono sólido (gelo seco), amianto
o transporte, um risco não abrangido por azul, hidrossulfeto de zinco, farinha de peixe
nenhuma das outras Classes. (pedaços de peixe) estabilizada, baterias de lítio.

Segurança no transporte rodoviário de substâncias e artigos


perigosos diversos

São procedimentos a serem observados no transporte rodoviário de substâncias e artigos


perigosos diversos:
• as embalagens não devem apresentar sinais de violação ou deterioração;
• as embalagens não devem ficar expostas ao calor ou umidade;
• para a movimentação de embalagens, deve-se utilizar carrinho ou empilhadeira;
• as embalagens devem ser arrumadas de forma a evitar choques ou atritos que possam
danificá-las;
• os veículos e contêineres destinados ao transporte destes produtos devem ser
cuidadosamente limpos e descontaminados.

150
DICAS

Devido à grande variedade de substâncias perigosas, é recomendável


que o motorista leia a Ficha de Emergência antes do transporte.

RESUMINDO
As embalagens de sólidos inflamáveis devem ser protegidas da ação direta do sol e
mantidas em local frio, bem ventilado e longe de qualquer fonte de calor e umidade.
A descontaminação dos veículos que transportaram materiais radioativos somente
poderá ser feita pelos técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
No transporte de substâncias tóxicas, o condutor do veículo deve ter cuidado com a
intoxicação por contato de pele: apesar da pele e da gordura agirem como uma barreira
protetora do corpo humano, alguns produtos têm a capacidade de penetrar por meio das
mesmas e atingir a corrente sanguínea, atuando como um agente tóxico generalizado.

151
1. O fósforo branco é uma substância que pode se inflamar em
contato com o oxigênio do ar, sem a necessidade de uma fonte de
ignição.
( ) Certo ( ) Errado
2. Constituem preceitos de segurança no transporte rodoviário de
substâncias tóxicas e infectantes, exceto:
( ) Os produtos dessa Classe de Risco deverão ser isolados de
gêneros alimentícios ou medicamentos para uso humano ou
animal.
( ) Não se devem transportar em furgão onde vapores podem ser
inalados pela tripulação.
( ) Não devem ser carregadas ou descarregadas em locais públicos
ou próximos a concentrações de pessoas, sem autorização de
órgãos ou autoridades competentes.
( ) As embalagens não necessitam ser protegidas da ação do calor.
3. Substâncias e artigos perigosos diversos da Classe 9 são aqueles
que apresentam, durante o transporte, um risco não abrangido
por nenhuma das outras Classes.
( ) Certo ( ) Errado
4. Com relação à segurança no transporte rodoviário de substâncias
corrosivas, pode-se afirmar que:
( ) No caso de derramamento, pode-se isolar a poça formada com
o líquido, colocando em volta terra ou areia.
( ) Após descarregar produtos corrosivos, deve-se lavar e secar o
tanque para receber outra carga.
( ) Durante o transporte, deve-se evitar que as embalagens se
atritem, para impedir vazamentos.
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

152
UNIDADE 03
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS –
PARTE 3
1 Riscos múltiplos

2 Resíduos perigosos para fins de transporte

3 Comportamento preventivo do motorista para

todas as classes de risco

4 Procedimentos em caso de emergência


UNIDADE 03 - MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS
PERIGOSOS – PARTE 3

O QUE VOCÊ
SABE SOBRE
O TEMA
Como fazer para enquadrar os produtos perigosos com riscos múltiplos? Quais as regras para
o transporte de resíduos perigosos? Como deve ser o comportamento preventivo do motorista
para o transporte de produtos perigosos das diversas Classes de Risco?

Os resíduos de produtos perigosos não podem ser subestimados, visto que muitos casos
de contaminação são decorrentes de negligência e imperícia em seu transporte. Por isso,
eles devem ser transportados tomando-se todos os cuidados necessários.
Nesta unidade, estudaremos os produtos com riscos múltiplos, os resíduos perigosos
para fins de transporte, o comportamento preventivo do motorista para todas as Classes
de Risco e os procedimentos em caso de emergência.
1 RISCOS MÚLTIPLOS

O Quadro de Precedência de Riscos da Resolução ANTT no 420/2004 deve ser usado para
determinar a Classe de uma substância, mistura ou solução que apresente mais de um
risco, quando não listada na Relação de Produtos Perigosos, no Capítulo 3.2, do aludido
instrumento legal. Para produtos com riscos múltiplos que não se encontrem especificamente
nominados na Relação de Produtos Perigosos, o grupo de embalagem mais restritivo, dentre os
indicados para os respectivos riscos, tem precedência sobre os demais grupos de embalagem,
independentemente da precedência dos riscos apresentada.
A precedência das características de risco das Classes a seguir não está incluída no Quadro de
Precedência de Riscos, pois essas características primárias têm sempre precedência:
• substâncias e artigos da Classe 1;
• gases da Classe 2;
• explosivos líquidos insensibilizados da Classe 3;
• substâncias autorreagentes e explosivos insensibilizados da Subclasse 4.1;
• substâncias pirofóricas da Subclasse 4.2;
• substâncias da Subclasse 5.2;
• substâncias da Subclasse 6.1, do Grupo de Embalagem I, que apresentam toxicidade
à inalação;
• substâncias da Subclasse 6.2;
• material da Classe 7.

2 RESÍDUOS PERIGOSOS PARA FINS DE TRANSPORTE

Resíduos perigosos, para fins


de transporte, são substâncias,
soluções, misturas ou Você sabia que os resíduos perigosos também necessitam
artigos que contêm ou estão de cuidados e muita segurança ao serem transportados?
contaminados por um ou mais
produtos, para os quais não seja
prevista utilização direta, mas
que são transportados para fins
de despejo, incineração ou outro
processo. 155
O transporte rodoviário de resíduos perigosos deve atender às
exigências estabelecidas para a Classe de Risco ou Subclasse apropriada,
considerando os respectivos riscos e critérios de classificação
LEMBRE-SE
constantes na legislação específica, inclusive estadual e municipal.

Um resíduo que contenha um único componente considerado produto perigoso, ou dois ou


mais componentes que se enquadrem numa mesma Classe de Risco ou Subclasse, deve ser
classificado de acordo com os critérios aplicáveis à Classe ou Subclasse correspondente ao
componente ou componentes perigosos.
2.1 Cuidados com os veículos e equipamentos de transporte

Os veículos e contêineres descarregados, não limpos, que contenham


DICAS

resíduos de seu conteúdo anterior e, por isso, possam ser considerados


como potencialmente perigosos, estão sujeitos às mesmas prescrições
que os veículos carregados.

156
Estão proibidos de circular os veículos que apresentem contaminação em seu interior, sem as
respectivas documentação e sinalização.
Após as operações de limpeza e completa descontaminação dos veículos e equipamentos, os
Rótulos de Risco e os Painéis de Segurança devem ser retirados.
2.2 Cuidados com as embalagens
A parte externa das embalagens não deve estar contaminada com qualquer resíduo de produtos
perigosos.
DICAS

As embalagens vazias que tenham contido produtos perigosos estão


sujeitas às mesmas prescrições que as embalagens cheias, até que tenham
sido expurgadas de qualquer resíduo do conteúdo anterior.

3 COMPORTAMENTO PREVENTIVO DO MOTORISTA


PARA TODAS AS CLASSES DE RISCO

O conjunto de ações descritas a seguir servem para nortear o comportamento preventivo do


condutor de veículo que transporta produtos perigosos:
• faça a pré-inspeção do veículo e equipamento, verificando:
‐ condições de segurança para circular no trânsito;
‐ se estão em condições de receber novo carregamento (limpos e descontaminados).
• verifique a documentação:
‐ porte da Ficha de Emergência e do Envelope para o Transporte dos produtos
perigosos;
‐ leia as informações contidas nesses documentos, pois são de grande importância
para o transporte seguro;
‐ confira se consta da Nota Fiscal a Declaração do Expedidor:

A Declaração do Expedidor deve atestar que os produtos encontram-


se devidamente embalados para suportar os riscos normais
de carregamento, transporte, transbordo e descarregamento,
LEMBRE-SE
discriminando o nome do produto apropriado para embarque, o nº
ONU do produto, Classe de Risco e Subclasse, se houver.

157
‐ confira se o Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP)
e o Certificado de Inspeção Veicular (CIV) para o transporte rodoviário de produtos
perigosos a granel estão válidos.
• verifique os Rótulos de Risco e os Painéis de Segurança:
‐ se conferem com o(s) produto(s) transportado(s);
‐ se estão devidamente fixados no local correto;
‐ se não apresentam sinais de deterioração;
‐ após limpeza e descontaminação:

Retirá-los do veículo após completa limpeza e descontaminação.

LEMBRE-SE

• verifique os equipamentos de apoio:


‐ confira os equipamentos de proteção individual (EPI), e se estão em local de fácil
acesso;
‐ confira os equipamentos para emergência (sinalização e pequenas contenções) e
guardá-los em local de fácil acesso;
‐ confira os extintores de incêndio (validade, pressão e lacre) e mantê-los em local
onde possam ser removidos com facilidade.
• condições gerais:
‐ tenha consciência do perigo que representa um cigarro aceso no transporte de
produtos perigosos, e não fumar;
‐ respeite o itinerário a ser percorrido e não se desviar;
‐ adote critérios seguros de parada e estacionamento:

Isso evita possíveis acidentes envolvendo pessoas, meio ambiente e


patrimônio de terceiros.

158
‐ mantenha a velocidade compatível com a carga transportada e com as condições
adversas presentes.
4 PROCEDIMENTOS EM CASO DE EMERGÊNCIA
4.1 Equipamentos para situação de emergência

Consideram-se equipamentos
para situação de emergência
o conjunto mínimo de
equipamentos que devem
acompanhar o transporte
rodoviário de produtos perigosos
para atender às situações de
emergência, acidente ou avaria.

De acordo com a NBR 9735:2012, complementar à legislação de transporte rodoviário de


produtos perigosos, os equipamentos para situação de emergência estão em função do tipo de
produto perigoso, da quantidade transportada e do tipo de veículo de carga. De forma geral,
incluem:
• calços com dimensões apropriadas ao veículo e à carga;
• jogo de ferramentas adequado para reparos em situações de emergência durante
a viagem, apropriada para o veículo, e equipamento para o transporte, contendo, no
mínimo: alicate universal, chave de fenda ou phillips (conforme necessidade), chave de
boca (fixa) apropriada para desconexão de cabo de bateria;
• dispositivos para sinalização/isolamento de área: fita ou corda, de comprimento
compatível com as dimensões do veículo e quantidade de dispositivos (podendo ser
tripé, cones ou cavaletes) para fixação da fita e/ou corda, de modo a não tocar o solo e ser
possível o isolamento do veículo e da via em distância segura;
• material para advertência composto de placas autoportantes com dimensões
adequadas, com a inscrição PERIGO AFASTE-SE;
• cones para a sinalização da via;
• lanterna comum;

159
No caso de produto perigoso a granel cujo risco principal ou subsidiário
seja inflamável ou explosivo, a lanterna deve ser para uso em locais
DICAS

sujeitos a fogo e/ou explosão em presença de gases, vapores, líquidos


e pós, passíveis de sofrerem ignição pela presença de faíscas, como,
por exemplo, lanterna a prova de explosão, ou lanterna de segurança
aumentada combinada com segurança intrínseca.

• extintores de incêndio: de acordo com a Resolução ANTT no 420/2004, qualquer


unidade de transporte, se carregada com produtos perigosos, deve portar:
‐ extintores de incêndio portáteis e com capacidade suficiente para combater princípio
de incêndio:
a. do motor ou de qualquer outra parte da unidade de transporte (conforme
previsto na legislação de trânsito).
b. do carregamento, caso o primeiro seja insuficiente ou inadequado.
Para verificar se o extintor de incêndio é o adequado para o transporte
rodoviário de produtos perigosos, deve ser consultada a NBR 9735:2012,
DICAS

Tabela 4. Nessa Tabela, constam os tipos de extintores a serem utilizados


em função da Classe de Risco dos produtos transportados, do tipo de
veículo utilizado (granel e fracionado) e da quantidade transportada
(mais de 1 tonelada ou até 1 tonelada).

4.2 Procedimentos gerais em situação de emergência


Eis os procedimentos gerais devidos ao condutor, em situação de emergência:
• em caso de vazamentos:
‐ use os equipamentos de proteção individual (EPI);
‐ realize a contenção:
DICAS

Contenha o produto derramado com auxílio dos equipamentos para


emergência (pá, mantas absorventes, batoques).

‐ cubra, com lona, sólidos expostos;


‐ circunscreva, com areia, eventuais poças formadas (líquidos).
160
• em caso de princípio de incêndio:
‐ use os extintores disponíveis no veículo.

SAIBA Assista, no link indicado, à reportagem que mostra


um acidente com caminhão que transportava produto
químico tóxico, cujo derramamento atingiu curso de
água que abastece a população:
https://www.youtube.com/watch?v=18k1wL4WDfM

4.3 Procedimentos de emergência de acordo com a Classe


de Risco
Cada Classe de Risco de produto perigoso transportado apresenta alguma peculiaridade nos
procedimentos de emergência. A seguir, são descritos os principais.
4.3.1 Classe de Risco 1 – Explosivos

Por ser a explosão um fenômeno muito rápido e incontrolável, as medidas a serem desencadeadas
durante uma emergência deste tipo devem ser de caráter preventivo. Tais medidas incluem o
controle dos fatores que podem gerar aumento de temperatura (calor), choque e fricção.
Em caso de incêndio, além do risco iminente de explosão, pode-se ter emanação de gases
tóxicos e/ou venenosos. Nesses casos, a proteção respiratória adequada é o equipamento
autônomo de respiração a ar comprimido, além de roupas especiais. Nos incêndios envolvendo
substâncias explosivas, estes equipamentos oferecem proteção limitada devido à natureza do
produto, ou seja, são eficientes apenas para a proteção contra gases gerados pelo incêndio, e
não para os efeitos decorrentes de uma eventual explosão.

Caso a explosão tenha ocorrido, deve-se ter em mente que apenas


parte da carga tenha sido consumida pela explosão, podendo existir,
no local, produtos intactos, razão pela qual a operação de remoção
dos explosivos deva ser realizada com todo o cuidado possível.

161
4.3.2 Classe de Risco 2 – Gases

Com a finalidade de reduzir a taxa de evaporação do produto, pode ser aplicada uma camada
de espuma sobre a poça formada, desde que este material seja compatível com o produto
vazado. Nos vazamentos de produtos liquefeitos, deve ser adotada a preferência ao vazamento
na fase gasosa ao invés do vazamento na fase líquida. Esta operação deve fazer com que o
vazamento ocorra sempre na parte superior do recipiente que contém o produto.
Gases mais densos que o ar tendem a se acumular ao nível do solo por serem de difícil dispersão.
Outro fator que dificulta a dispersão dos gases é a presença de grandes obstáculos como, por
exemplo, edificações nas áreas urbanas.

Em ambientes confinados, deve-se monitorar constantemente a


concentração de oxigênio. Nas situações em que a concentração de
DICAS

oxigênio esteja abaixo de 18% (em volume), devem ser adotadas medidas
de controle, como, por exemplo, o uso de ventilação natural ou forçada
do ambiente. Nestas situações, a proteção respiratória a ser utilizada tem
que ser do tipo autônoma.

Deve ser dada atenção especial quando o gás for inflamável, principalmente se este estiver
confinado. Medições constantes dos índices de inflamabilidade do ambiente, mediante a
utilização de explosímetro e a eliminação das possíveis fontes de ignição, constituem ações
prioritárias a serem adotadas.
De acordo com as características do produto e do cenário, pode ser necessária a aplicação de
água na forma de neblina para dispersar os gases ou vapores. A operação será mais eficiente
quanto maior for a solubilidade do produto em água, como é o caso da amônia e do ácido
clorídrico. A água residual deve ser contida e recolhida para não causar poluição dos recursos
hídricos.
Já para os produtos com baixa solubilidade em água, o uso de neblina d�água pode ser utilizado
para formar um bloqueio físico ao deslocamento da nuvem. A neblina d�água deve ser aplicada
somente sobre a nuvem, e não sobre as eventuais polas formadas pelo gás liquefeito, sob o
risco de provocar intensa evaporação e aumento dos vapores na atmosfera.
4.3.3 Classe de Risco 3 — Líquidos Inflamáveis

As substâncias dessa Classe de Risco são de origem orgânica como, por exemplo,
hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos e cetonas, entre outros.

162
DICAS

Os vapores inflamáveis somente queimam quando a porcentagem em


volume está entre os limites (inferior e superior) de explosividade, que é
a mistura ideal para a combustão.

4.3.4 Classe de Risco 4 — Sólidos inflamáveis, substâncias


sujeitas à combustão espontânea e substâncias que, em
contado com a água, emitem gases inflamáveis

Na ocorrência de um acidente, a perda da fase líquida propicia o contato com o ar, motivo pelo
qual a estanqueidade do vazamento deve ser adotada imediatamente.

Outra ação a ser desencadeada em caso de acidente é o lançamento


de água sobre o produto, de forma a mantê-lo constantemente úmido,
desde que seja compatível com água, evitando sua ignição espontânea.
LEMBRE-SE

4.3.5 Classe de Risco 5 — Substâncias Oxidantes e Peróxidos


Orgânicos

Quando houver necessidade de conter ou absorver produtos oxidantes, deve ser considerado
que a maioria deles pode reagir com substâncias orgânicas, por isso não pode ser utilizada
terra, serragem ou qualquer outro material incompatível. Nesses casos, recomenda-se a
utilização de materiais inertes e umedecidos, como, por exemplo, a areia.
4.3.6 Classe de Risco 6 — Substâncias Tóxicas e Infectantes

Os efeitos gerados a partir da exposição com substâncias tóxicas estão relacionados com o
grau de toxicidade e o tempo de exposição ou dose. Em função do alto risco apresentado
pelos produtos dessa Classe de Risco, durante as operações de atendimento a emergência, é
necessária a utilização de equipamentos de proteção respiratória.
Entre esses equipamentos, podem-se citar as máscaras faciais com filtros químicos e os
conjuntos autônomos de respiração a ar comprimido. Deve-se ter em mente que os filtros
químicos retêm os poluentes atmosféricos, exigindo a presença de oxigênio no ambiente.
Dependendo da concentração dos contaminantes, os filtros podem saturar-se rapidamente.

163
Quanto à escolha do filtro adequado, é indispensável que o produto presente na atmosfera seja
previamente identificado. Já os conjuntos autônomos de respiração a ar comprimido devem
ser utilizados em ambientes confinados, em situações onde o produto envolvido não está
identificado ou em atmosferas com alta concentração de poluentes.

Nas operações de emergência envolvendo substâncias tóxicas, deve


ser realizado monitoramento contínuo no local, principalmente para
evitar a contaminação dos corpos d�água.
LEMBRE-SE

4.3.7 Classe de Risco 8 – Substâncias Corrosivas

A diluição deve ser utilizada nos casos em que não existe a possibilidade de contenção e cujo
volume seja bastante reduzido. Isto porque, para se obter concentrações seguras, o volume de
água necessário deve ser sempre muito grande, ou seja, da ordem de 1.000 a 10.000 vezes o
volume do produto vazado. Se o volume de água adicionado ao produto não for suficiente para
diluí-lo a nível seguro, deve ocorrer o agravamento da situação devido ao aumento do volume
da mistura.

A absorção e o recolhimento são as técnicas mais recomendadas,


quando comparadas com a neutralização e a diluição.
LEMBRE-SE

Quando ocorre um vazamento envolvendo grandes quantidades de ácido ou base diretamente


no solo, a diluição com água não é prática, já que seria necessária uma grande quantidade de
água para reduzir a água corrosiva. Deve-se, nesses casos, construir um dique de contenção,
para que o material fique confinado em uma área relativamente pequena. Assim, o ácido
pode ser neutralizado mediante a adição de cal (hidróxido de sódio), carbonato de sódio ou
bicarbonato de sódio. Os resíduos resultantes da neutralização devem ser removidos para um
aterro industrial aprovado pelo órgão ambiental.

164
4.3.8 Classe de Risco 9 – Substâncias e Artigos Perigosos
Diversos

Para esses produtos, são aplicados todos os procedimentos básicos já descritos, além de outros
específicos (tais como barreiras de contenção e utilização de material absorvente), de acordo
com o tipo de produto perigoso e o local da ocorrência.

RESUMINDO
Resíduos perigosos, para fins de transporte, são substâncias, soluções, misturas ou artigos
que contêm ou estão contaminados por um ou mais produtos, para os quais não seja
prevista utilização direta, mas que são transportados para fins de despejo, incineração
ou qualquer outro processo.
Para as substâncias corrosivas da Classe de Risco 8, a absorção e o recolhimento são as
técnicas mais recomendadas, quando comparadas com a neutralização e a diluição.
Como são variados os tipos de produtos perigosos e os procedimentos em casos de
emergência, é imprescindível que o condutor, antes de seguir viagem, leia atentamente
a Ficha de Emergência dos produtos que está transportando, bem como as instruções
contidas no Envelope para o Transporte.

1. As embalagens vazias que contiveram produtos perigosos não


estão sujeitas às mesmas prescrições que as embalagens cheias,
tenham ou não sido expurgados os resíduos do conteúdo anterior.
( ) Certo ( ) Errado
2. São componentes básicos do conjunto de equipamentos para
situações de emergência no transporte rodoviário de produtos
perigosos:
( ) Calços com dimensões apropriadas ao veículo e à carga
( ) Jogo de ferramentas adequado
( ) Dispositivos para sinalização/isolamento de área
( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

165
3. Nas operações de emergência envolvendo substâncias tóxicas,
deve ser realizado um monitoramento contínuo no local,
principalmente para evitar a contaminação dos corpos d�água.
( ) Certo ( ) Errado
4. Com relação aos Rótulos de Risco e Painéis de Segurança do
veículo transportador de produtos perigosos, é correto afirmar,
exceto:
( ) Devem estar de acordo com os produtos transportados.
( ) Não possuem local específico para serem fixados no veículo.
( ) Não devem ser utilizados se apresentarem sinais de
deterioração.
( ) Devem ser retirados do veículo, após sua completa limpeza e
descontaminação.

166
REFERÊNCIAS
AHA. American Heart Association. Guidelines – CPR and ECC. Dallas, 2015.
ABIQUIM. Associação Brasileira da Indústria Química. Manual para Atendimento a
Emergências com Produtos Perigosos. São Paulo, 2015.
________________________________________________. Guia de Preparação e
Atendimento a Emergências: Planejamento, Implantação e Gestão. São Paulo, 2015.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14064:2015: Transporte rodoviário
de produtos perigosos — Diretrizes do atendimento à emergência. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
________________________________________. NBR 14619:2015: Transporte terrestre
de produtos perigosos — Incompatibilidade química. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
________________________________________. NBR 7503:2015: Transporte terrestre
de  produtos perigosos  — Ficha de emergência e envelope — Características, dimensões e
preenchimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
________________________________________. NBR 15481:2013: Transporte rodoviário
de produtos perigosos — Requisitos mínimos de segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
________________________________________. NBR 16173:2013: Transporte terrestre
de produtos perigosos — Carregamento, descarregamento e transbordo a granel e embalados
— Capacitação de colaboradores. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
________________________________________. NBR 7500:2013: Identificação para o
transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. Rio de Janeiro:
ABNT, 2013.
________________________________________. NBR 9735:2012: Conjunto de equipamentos
para emergências no transporte terrestre de produtos perigosos. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
________________________________________. NBR 15589:2008: Cofre de carga fabricado
em plástico — Requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.
________________________________________. NBR 14095:2008: Transporte rodoviário
de produtos perigosos — Área de estacionamento para veículos — Requisitos de segurança.
Rio de Janeiro: ABNT, 2008.
________________________________________. NBR 15480:2007: Transporte rodoviário
de produtos perigosos — Plano de ação de emergência (PAE) no atendimento a acidentes. Rio
de Janeiro: ABNT, 2007.

167
ABETRAN. Associação Brasileira de Educação de Trânsito. Disponível em: <www.abetran.
org.br>. Acesso em janeiro de 2016.
ANDRADE, C. Manual para Primeira Habilitação de Condutores. Brasília: Senado Federal,
2012.
BRASIL. Decreto n° 3.665, de 20 de novembro de 2000. Dá nova redação ao Regulamento
para a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105). Disponível em: <www.planalto.gov.br>.
Acesso em janeiro de 2016.
______. Lei n° 13.097, de 19 de janeiro de 2015. Altera a Lei n° 9.503/1997, entre outros.
Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em janeiro de 2016.
______. Lei n° 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista,
entre outros. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em janeiro de 2016.
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