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DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 16. Ed.
rev. e ampl. – São Paulo: LTR, 2017. p. 1529-1531
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não impeça a revogação dos preceitos legais que participam das categorias econômicas ou
instituidores da verba. profissionais ou das profissões liberais
A contribuição confederativa surgiu por representadas, está claro que o recolhimento tem de
previsão do próprio Texto Constitucional de 1988, em ser aprovado na respectiva assembleia geral de
seu art. 8º, IV: a assembleia geral fixará a trabalhadores.
contribuição que, em se tratando de categoria A jurisprudência do TST, contudo, tem
profissional, será descontada em folha, para custeio considerado inválida tal contribuição quando
do sistema confederativo da representação sindical dirigida a trabalhadores não sindicalizados, na
respectiva, independentemente da contribuição esteira do que também compreende com relação à
prevista em lei. contribuição confederativa (PN 119, SDC/TST; OJ n.
É bastante óbvia a contradição da Lei Maior, 17, SDC/TST). O argumento é de que fere a liberdade
sob o ângulo democrático: não só manteve, como visto, sindical constitucionalmente assegurada a cobrança
a velha contribuição sindical de origem celetista; encetada contra trabalhadores não sindicalizados,
foi além, permitindo a fixação de nova contribuição, mesmo sendo efetivos integrantes da respectiva base
voltada ao financiamento da cúpula do sistema. sindical.(21)
A jurisprudência dos Tribunais Superiores tem A diretriz dessa jurisprudência trabalhista
compreendido que a contribuição confederativa dominante, entretanto — ao reverso do que sustenta —
somente é devida, entretanto, pelos trabalhadores não prestigia os princípios da liberdades sindical e
sindicalizados, não sendo válida sua cobrança aos da autonomia dos sindicatos. Ao contrário, aponta
demais obreiros (Precedente Normativo n. 119, restrição incomum no contexto do sindicalismo dos
SDC/TST; Súmula n. 666, STF). países ocidentais com experiência democrática mais
No tocante à contribuição assistencial, diz consolidada, não sendo também harmônica à
respeito, em regra, a recolhimento aprovado por compreensão jurídica da OIT acerca do financiamento
convenção ou acordo coletivo, normalmente para autonômico das entidades sindicais por suas próprias
desconto em folha de pagamento em uma ou poucas mais bases representadas. Além disso, não se ajusta à
parcelas ao longo do ano. Recebe também outras lógica do sistema constitucional trabalhista
denominações, na prática trabalhista, como taxa de brasileiro e à melhor interpretação dos princípios
reforço sindical, contribuição de fortalecimento da liberdade e autonomia sindicais na estrutura da
sindical, cota de solidariedade, etc. Constituição da República.
Tem previsão genérica na CLT (art. 513, “e”). É que, pelo sistema constitucional
Embora o diploma celetista estipule ser prerrogativa trabalhista do Brasil, a negociação coletiva
dos sindicatos impor contribuições a todos aqueles sindical favorece a todos os trabalhadores
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integrantes da correspondente base sindical, empregados que autorizaram prévia e expressamente o
independentemente de serem (ou não) filiados ao seu recolhimento aos respectivos sindicatos.
respectivo sindicato profissional. Dessa maneira, Dessa forma o pagamento e desconto só deve
torna-se proporcional, equânime e justo (além de ser realizado para os empregados que “expressamente”
manifestamente legal: texto expresso do art. 513, autorizarem os descontos.
“e”, da CLT) que esses trabalhadores também
contribuam para a dinâmica da negociação coletiva II – CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL
trabalhista, mediante a cota de solidariedade Destacamos que diante da lei 13.467/2017
estabelecida no instrumento coletivo negociado. alterou o artigo 578, que assim dispõem:
Naturalmente que sendo abusivo o montante Art. 578. As contribuições devidas aos
fixado, pode ser judicialmente corrigido quanto ao sindicatos pelos participantes das
excesso, uma vez que a ordem jurídica não autoriza, categorias econômicas ou profissionais ou
em qualquer situação, o abuso do direito. das profissões liberais representadas pelas
Por fim, como última das quatro contribuições referidas entidades serão, sob a denominação
dos trabalhadores, há que se citar as mensalidades de contribuição sindical, pagas, recolhidas
dos associados do sindicato. Consistem em parcelas e aplicadas na forma estabelecida neste
mensais pagas estritamente pelos trabalhadores Capítulo, desde que prévia e expressamente
sindicalizados. São modalidades voluntárias de autorizadas.
contribuições, comuns a qualquer tipo de associação,
de qualquer natureza, e não somente sindicatos. O artigo 587 da CLT, que também foi reformado,
reforça a não obrigatoriedade do pagamento, vejamos:
Assim entendemos que a única contribuição que
era obrigatória para os não sindicalizados era a Art. 587. Os empregadores que optarem pelo
contribuição sindical obrigatória que estava contida recolhimento da contribuição sindical
nos artigos 578 à 610, sendo que era no valor de 1 deverão fazê-lo no mês de janeiro de cada
(um) dia de trabalho descontado de cada trabalhador ano, ou, para os que venham a se estabelecer
no mês de março. após o referido mês, na ocasião em que
A nova redação do artigo 582 da CLT, assim requererem às repartições o registro ou a
dispõem: licença para o exercício da respectiva
Art. 582. Os empregadores são obrigados a descontar atividade.
da folha de pagamento de seus empregados relativa ao
mês de março de cada ano a contribuição sindical dos
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Desse modo podemos concluir que a
contribuição patronal também é facultativa.
CONCLUSÃO
Portanto hoje qualquer contribuição ao
sindicado, tanto patronal como dos empregados são
facultativas e só devem ser realizadas por meio de
autorização destes ou por decisão judicial.