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ESTUDOS

EVANGELÍSTICOS

Warren Jay Brown


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ÍNDICE
1 Orientações para Evangelismo .................................................................................................................... 4
2 AS MÁS NOTÍCIAS .................................................................................................................................. 6
2.1 Introdução – Mateus 7:13-14 .............................................................................................................. 7
2.2 A pessoa de DEUS .............................................................................................................................. 7
2.2.1 Eterno – Genêsis 1:1 .............................................................................................................. 7
2.2.2 Onisciente – Salmo 139 ......................................................................................................... 9
2.2.3 Onipresente – Salmo 139 ....................................................................................................... 9
2.2.4 Onipotente – Salmo 139....................................................................................................... 10
2.2.5 Imutável ............................................................................................................................... 11
2.2.6 Santo – Isaías 6 .................................................................................................................... 11
2.2.7 Justo – Genesis 6,19 Apocalipse 20 ..................................................................................... 13
2.2.8 Amor .................................................................................................................................... 14
2.3 Satanás – Isaías 14:12-15 Ezequiel 28:14 ......................................................................................... 14
2.4 O Homem – Genesis 1 - 4 ................................................................................................................. 15
2.4.1 Sua criação ........................................................................................................................... 15
2.4.2 A sua queda .......................................................................................................................... 18
2.4.3 Sintomas de morte no Éden ................................................................................................. 19
2.4.4 Sintomas de morte herdados pela descendência de Adão .................................................... 20
2.5 A raça humana condenada ................................................................................................................ 21
2.5.1 A condenação é universal – Romanos 1 - 3 ......................................................................... 21
2.5.2 O pecado de Adão transmitido a toda humanidade – Romanos 5 / Efésios 2 ...................... 25
2.6 Os dez mandamentos – Êxodo 20:1–17 ............................................................................................ 27
2.6.1 Por que estudar os dez mandamentos? ................................................................................. 27
2.6.2 Quais são os Dez Mandamentos?......................................................................................... 28
2.6.3 O Senhor Jesus e os Dez Mandamentos ............................................................................... 28
2.6.4 Considerando cada um dos Dez Mandamentos ................................................................... 29
2.7 O Inferno – Lucas 16:19-31 .............................................................................................................. 32
2.8 Arrependimento - exemplos e contrastes: ......................................................................................... 34
2.8.1 A parábola do fariseu e do publicano- Lucas 18:9-14 ......................................................... 34
2.8.2 A mulher pecadora e a parábola dos dois devedores- Lucas 7:36-50 .................................. 36
2.8.3 As parábolas de Lucas 15 .................................................................................................... 37
3 AS BOAS NOTÍCIAS .............................................................................................................................. 40
3.1 O Salvador prometido – Princípio da substituição – Genesis 3 ........................................................ 40
3.2 Idéia de Deus x Idéia dos homens ..................................................................................................... 42
3.2.1 Caim e Abel – Gênesis 4:1-10 ............................................................................................. 42
3.3 Um substituto para os primogênitos no Egito – Instituição da Páscoa – Êxodo 12 .......................... 44
3.4 O sofrimento do messias profetizado ................................................................................................ 46
3.4.1 Davi – Salmo 22:1-18 .......................................................................................................... 46
3

3.4.2 O profeta Isaias – Isaias 52:13 – 53:12 ................................................................................ 48


3.5 A última Páscoa e a primeira Ceia do Senhor – Lucas 22: 1-23 ....................................................... 49
3.6 O Abandono do Senhor – Lucas 22 .................................................................................................. 51
3.6.1 O Senhor Jesus abandonado pelos seus discípulos – Lucas 22:47-53.................................. 52
3.7 Uma farsa de julgamento – Lucas 22:54, 63-71; 23: 1-25 ................................................................ 52
3.8 A crucificação - Lucas 23 ................................................................................................................. 54
3.9 Os dois malfeitores – Lucas 23:39-43 ............................................................................................... 55
3.10 Com um único sacrifício Jesus Cristo obteve eterna redenção– Hebreus 7-10 ............................ 56
3.11 Ressurreição - João 19:31-42; Mateus 28 ..................................................................................... 60
3.12 Refletindo sobre algumas conversões. .......................................................................................... 61
3.12.1 Nicodemos - João 3.............................................................................................................. 61
3.12.2 Saulo – Atos 9 ...................................................................................................................... 64
3.13 Segunda vinda de Cristo ............................................................................................................... 66
APÊNDICE ........................................................................................................................................................ 69
PERGUNTAS DIAGNÓSTICAS – N° I - Início do estudo .......................................................................... 69
PERGUNTAS DIAGNÓSTICAS - Nº II – Final dos estudos ....................................................................... 70
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1 Orientações para Evangelismo

“...testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”.
(Atos 20:21)

Os dois ingredientes duma conversão bíblica e verdadeira:

1. Arrependimento - concordar com Deus acerca do nosso pecado e da nossa culpa (Romanos 3:9-23) (o
pecador tem de assinar a “confissão”)
2. Fé no Senhor Jesus - concordar com Deus acerca do Seu Filho Jesus Cristo (1ª. João 5:9-12) (ele tem que
crer no testemunho que o Pai dá acerca do Filho)

1. Arrependimento para com Deus – Atos 20:21

A. Nosso objetivo é levar o homem ao Arrependimento

1. O que é arrependimento?
Definição: significa mudar de ideia ou propósito.

2. É uma obra do Espírito Santo. É Ele que mostra e revela estas coisas ao pecador, é Ele quem convence o
mundo (João 16:8).

3. Antes que possa ser salvo, o pecador tem que mudar de ideia acerca de:
a. Deus – Sua Santidade, Seu sistema de justiça e autoridade, o direito que Ele tem de governar, uma
consciência da distância e da separação entre ele e Deus Santíssimo.
b. Si mesmo – de pensar que é justo, que é digno perante Deus, que tem algum mérito, que pode fazer
algo bom, para entender que ele está morto, condenado e separado de Deus.
c. Pecado – natureza, seriedade e castigo – a morte eterna, separação eterna de Deus.
d. Salvação – como ela funciona, não pode ser ganha por obras, vem somente da parte de Deus,
gratuitamente.

4. Arrependimento é o pecador ver a Deus como Ele realmente é; ver o pecado e a si mesmo como Deus o vê.

5. Arrependimento é o pecador “calar a sua boca, considerando-se culpado perante Deus” (Romanos 3.19); não
mais se escondendo atrás do fato de que “todos pecam também”, não mais minimizando, defendendo-se,
redefinindo, justificando-se, desculpando ou negando o seu pecado.

6. Arrependimento é o pecador concordar com Deus acerca do seu pecado e culpa, tomando o lado dEle contra
o seu próprio pecado e pessoa.

7. Arrependimento é o pecador admitir para si mesmo e para Deus, que ele está, com justiça, condenado,
separado, morto, e que ele é filho da ira, merecedor da punição eterna, sem a mínima capacidade de salvar-se, e
estar disposto a submeter-se ‘a justiça de Deus (quer dizer, os termos estabelecidos por Deus – Romanos 10:1-
3). Quando o pecador se arrepende, ele para de tentar negociar o preço do pecado e reconhece que o preço é fixo
e pode ser pago somente pelo Substituto que Deus tem arrumado – o Senhor Jesus.

8. Resumindo, arrependimento é o pecador estar disposto a abandonar a sua justiça própria, autossuficiência e
orgulho religioso.

CUIDADO!!! Não queremos dar a impressão de que é preciso endireitar a vida, deixar de fazer isto ou aquilo para
poder ser salvo ou para ser digno da salvação. A salvação não é o resultado duma mudança de vida (hábitos, vícios)
feita pelo pecador. O pecador precisa da salvação justamente porque ele não é digno, e não pode ser menos
digno nem mais digno através de deixar de fazer ou fazer alguma coisa. A maravilha do evangelho é que Deus
salva os não dignos (que sabem disto), não os “dignos” aos seus próprios olhos.

Não queremos confundir ou misturar as duas primeiras fases da salvação:


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1ª.) salvação da pena do pecado (morte eterna), com


2ª.) salvação do poder do pecado (santificação) na vida diária ou prática.

Esta mudança de ideia vai resultar em mudanças na vida e na prática, isto é, “frutos de arrependimento” ou “obras
dignas de arrependimento” (Atos 26:19,20).

Deus nos salva onde estamos, mas não nos deixa onde estamos. Ele já passa para a segunda fase, a “faxina da casa
que Ele comprou”, a santificação.
Vamos lembrar que, além de arrepender-se e exercer fé no Senhor, o pecador não coopera, nem participa na obra de
salvação da pena do pecado. Na segunda fase, a salvação do poder do pecado, o pecador, agora, perdoado, tem
uma parte ativa, como participante e cooperador diário. A primeira fase acontece uma só vez e nunca é repetida; é
instantânea, completa e feita somente por Deus em Cristo. A segunda parte é um processo, que começa com a salvação
e vai até a morte ou o arrebatamento. A primeira parte é posicional e legal (justificar = declarar justo aos olhos de
Deus pela satisfação ou pagamento da pena por um substituto).

DEUS SOMENTE SALVA PECADORES ARREPENDIDOS

1. Somente um pecador arrependido é qualificado para ser salvo. Somente um pecador arrependido pode (e
vai) exercer a fé que salva – a fé completamente e somente em Cristo Jesus, nada mais.
2. Somente um pecador arrependido pode apreciar ou valorizar o sangue do Senhor Jesus e entender por que a
salvação é “um dom de Deus, não de obras”...
3. Somente um pecador arrependido vai submeter-se aos termos da salvação que Deus oferece – isto é,
arrependimento para com Deus e fé no Senhor Jesus Cristo. Outros vão continuar a trabalhar, negociar,
esforçar-se em praticar a sua religião, apresentando suas “boas obras” a Deus, como Caim fez.
Lembre-se, que só arrependimento não salva! Reconhecimento da parte do pecador de ser um devedor não satisfaz
a dívida. Ele ainda precisa de um substituto! O pecador arrependido está numa posição ou condição em que Deus
pode salvá-lo. Cristo veio para “buscar e salvar o perdido” (Lucas 19:10). Ele veio para os doentes (Marcos 2:17).

Arrependimento não é:

1. Admitir que tem pecado ou é pecador (quase todos fazem isso);


2. Derramar lágrimas ou sentir remorso (uma experiência somente emocional);
3. Provocar mudanças superficiais (deixar de fumar ou beber);
4. Mudar alguns costumes (usar véu, assistir reuniões, comprar Bíblia ou ler fielmente, gostar dos hinos, etc....)

Conclusão: o pecador arrependido está preparado para dizer “O que devo fazer para ser salvo”? E para ouvir a
mensagem “Crê no Senhor Jesus e serás salvo” (Atos 16:30,31).

Exemplos de pessoas arrependidas e não arrependidas:

1. Caim e Abel (Gênesis 4:1-10)


2. Davi (Salmo 51) (mesmo já sendo salvo, note a atitude e os sentimentos)
3. Naamã (II Reis 5) (“pensava eu...” e, depois, “agora reconheço”)
4. A mulher pecadora (Lucas 7)
5. O filho pródigo (Lucas 15)
6. O fariseu e o publicano (Lucas 18)
7. O malfeitor crucificado ao lado do Senhor Jesus (Lucas 24)
8. O carcereiro em Filipos (Atos 16)

Estas passagens e personagens podem ser utilizados durante ou depois da fase de preparação, para mostrar ao pecador
a atitude que Deus requer da parte dele. Pode-se perguntar ao pecador: você é um Caim ou um Abel? Um fariseu ou
um publicano? Um que deve 50 ou um que deve 500 denários? Um malfeitor arrependido ou não arrependido?

Nesta altura, é possível perceber que o arrependimento é o primeiro passo numa conversão bíblica e verdadeira. A
pergunta é: como o pecador pode ser levado ao ponto de arrependimento? A resposta está numa...
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B. Preparação
1. A necessidade de preparação
a. “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as
pisem com os pés, e, voltando-se vos dilacerem”. (Mateus 7:6)
b. “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode
entende-las, porque elas se discernem espiritualmente”. (1ª. Coríntios 2:14)
c. “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos,
poder de Deus”. (1ª. Coríntios 1:18)

2. Princípios de preparação da lavoura em Lucas 8:4-15


a. A terra boa estava boa somente porque ela foi preparada.
b. O lavrador gastou muito mais tempo preparando a terra do que semeando.
c. O lavrador semeou somente depois de preparar a terra.
d. O lavrador tinha a intenção de semear somente na terra preparada.
e. Só as sementes que caíram na terra preparada produziram.
f. As sementes que caíram na terra que não foi preparada, se tornaram um prejuízo.

3. Lições espirituais para evangelismo, tiradas de Lucas 8:4-15


a. Precisamos preparar o pecador primeiro; somente o pecador preparado vai experimentar uma
conversão verdadeira.
b. A preparação dos corações para receberem a boa semente, que é a Palavra de Deus, vai exigir
esforço e preparo da parte do semeador, que é o evangelista.
c. O evangelista precisa de paciência, para não semear precipitadamente, isto é, antes de preparar o
coração do pecador convenientemente.
d. Normalmente, as boas novas devem ser anunciadas depois de “preparar a terra”.
e. Muitos problemas e confusões, até mesmo confissões falsas, podem ser evitados se for gasto mais
tempo e cuidado no “preparo da terra”, antes de semear as boas novas.

4. Algumas objeções que podem ser ouvidas contra o preparo


a. “Toma muito tempo e esforço”!
b. “A pessoa pode morrer durante este período”!
c. “É muito complicado, o evangelho é simples”!
d. “Eu não sou capaz”!
e. “O evangelho não é simplesmente crer no Senhor Jesus e ser salvo”?
f. Todas as objeções acima podem ser confrontadas e anuladas com disposição, vontade de fazer o
evangelismo da melhor forma possível, para obter o resultado esperado, que é a salvação dos que
“frutificam com perseverança” (Lucas 8:15)

No primeiro estudo, dê uma orientação sobre a Bíblia, divisões, capítulos e versículos. Distribua também a folha
“assinalar o que, em sua opinião, precisamos fazer para sermos salvo”, para que você tenha noção do que cada aluno
pensa a respeito da salvação.

ESTUDOS EVANGELÍSTICOS

2 AS MÁS NOTÍCIAS

Objetivo: Levar o pecador a reconhecer a diferença que há entre o Deus Criador e o homem, um pecador
perdido. Para isso, é preciso levá-lo a conhecer quem é Deus e, por meio de seus atributos, que por si só,
definem o Seu caráter. Esse real conhecimento da pessoa de Deus, levará o ser humano a descobrir a sua
situação de perdido diante dEle, levando-o a um total e real arrependimento. O pecador deve conhecer quais
são as exigências e expectativas de Deus com relação ao pecado e aos pecadores. Durante o estudo, tenha
sempre em mente: “Como esse estudo pode levar o pecador ao arrependimento”?
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2.1 Introdução – Mateus 7:13-14

Gostaria de iniciar esses estudos, lendo alguns versículos no evangelho de Mateus 7:13, 14 “Entrai pela porta
estreita...porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e poucos são os que acertam
com ela”. Baseado nesses versículos, o Senhor Jesus diz que todos vão ao céu ou não? Não, Ele está dizendo nesse
trecho que existem duas possibilidades: perdição e vida. Ele mostra que a porta estreita conduz à vida. E aqueles que
não entrarem por ela, estarão se dirigindo ao lugar de perdição. Todos os que estão presentes no nosso estudo estão
indo para um de dois destinos: a perdição ou a vida.

Ele fala de duas portas: a estreita e a espaçosa. Ele afirma que mais pessoas estão se dirigindo à porta espaçosa, porque
poucos acertam com a porta estreita. Isso nos fala que, infelizmente, muitos estão caminhando para a perdição.

Se conversássemos com mil pessoas hoje e perguntássemos a elas: “segundo o seu entendimento, estão caminhando
para o céu ou para o inferno”?; acredito que a grande maioria pensa que está caminhando para o céu. Isso nos mostra
que o homem pensa diferente do Senhor Jesus, porque os homens pensam que vão para o Céu e o Senhor Jesus diz
que a maioria está caminhando para o inferno.

Isso acontece no mundo inteiro, porque os homens pensam que está tudo bem consigo mesmos. Eles só vão descobrir
que estão errados, um segundo depois da sua morte. E lá, não tem mais possibilidade de escolha. Porta estreita ou
porta espaçosa só existe aqui, enquanto estamos vivos.

É possível saber antes de morrer se uma pessoa está na porta estreita ou na porta espaçosa? A maioria das pessoas
pensam que não é possível saber. Eles pensam que nós devemos fazer muitas boas obras e, depois, Deus dirá se
merecemos ou não. Isso é um grande erro, porque o Senhor Jesus faz um convite: “Entrai pela porta estreita”. Ele
está convidando cada ser humano. Quando me convidam para fazer alguma coisa, um churrasco, por exemplo, eu
posso aceitar ou não. Então, se eu aceitar o Seu convite saberei em que “porta” estou. Outra coisa importante para
saber é: onde será o churrasco? Como eu faço para chegar lá? É exatamente isso que queremos te mostrar por meio
desses estudos. Como entrar pela porta estreita.

Jesus nos convida e Ele mesmo nos mostra como fazer isso. A primeira coisa que tenho que saber é: onde estou? Na
porta estreita ou na espaçosa, porque, então, poderei fazer a minha escolha. Saiba, é possível saber onde você está
espiritualmente falando e, também é possível saber como posso ser salvo em vida. Lembre-se, esse é o objetivo desses
estudos. Que você pare de se enganar e faça a escolha certa.

Ninguém nasce na porta estreita. Todos nós nascemos na porta larga. Nascemos condenados, perdidos. A maioria das
pessoas não sabe desse fato. Qualquer pessoa salva, já esteve na porta larga e, depois, entrou pela porta estreita. Mas
lembre-se, essa decisão tem que ser tomada enquanto estiver em vida. Depois que morrer, já não resta mais nada a
fazer.

2.2 A pessoa de DEUS

Muitas perguntas têm sido feitas, quando se pensa na pessoa de Deus: Quem é Deus? Ele é forte, é grande? Ele tem
uma aparência física? Tem um endereço fixo, onde eu possa encontrá-lo? Qual a idade de Deus? Há quantos anos Ele
existe?

Para que essas perguntas sejam respondidas, estudaremos, a seguir, os Atributos de Deus, ou seja, as qualidades
especiais, que só o Deus Único e Verdadeiro possui.

2.2.1 Eterno – Gênesis 1:1


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Breve resumo:
Deus sempre existiu
Ele criou tudo o que existe do nada
Deus se manifesta pela Criação e pela Palavra
Deus é invisível
Três pessoas: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo

“Diz o insensato no seu coração: Não há Deus...” Salmo 53:1. É interessante notar que a Bíblia não defende a
existência de Deus, ela apenas afirma que Ele existe e que sempre existiu. Ela inicia em Gênesis 1:1 afirmando que
“No princípio, criou Deus o céu e a terra...”. E assim, a Bíblia passou a relatar como Deus foi criando tudo o que
existe hoje, isto é, o momento em que, do nada, tudo passou a existir. Isso não se aplica à pessoa de Deus, pois, ao
contrário, Ele sempre existiu.

Por isso, podemos afirmar que Deus não tem idade e não faz aniversário. Nós cremos na Sua existência porque Ele
tem se manifestado à humanidade, pelo menos de duas formas importantíssimas:

a. Pela Sua Palavra – Pela Bíblia, pois Ela afirma isso de forma detalhada. Lemos em Gênesis 1: 1:
No princípio criou Deus os céus e a terra. A Bíblia apresenta esse fato como algo certo,
indiscutível.
b. Pela Criação – Ele criou todas as coisas: as galáxias, as estrelas, as flores tão diferentes com aromas
tão diversos, os pássaros, o corpo humano – essa máquina perfeita – e, simplesmente dizer não há
Deus e atribuir toda a maravilha da criação, como sendo o resultado de uma explosão é, no mínimo,
tolice. Pela vastidão do universo e a complexidade de tudo o que existe, o homem deve glorificar a
Deus, reconhecendo que Ele é muito inteligente e superpoderoso. Lemos no Salmo 19: 1 “Os Céus
proclamam a Glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”.

Tudo que há na terra teve um início. Houve um momento em que cada coisa passou a existir, Deus não! Ele sempre
existiu. A primeira coisa que Deus fez foi criar o tempo, separando a luz das trevas. – “À luz, chamou dia e às trevas,
noite. Houve o primeiro dia.” Assim, Deus iniciou o tempo. Nós dividimos tudo em tempo: dias, semanas, meses,
anos, décadas. Deus não. Ele existe fora dos limites de tempo, pois, como vimos, Ele é o Criador do tempo.. Lemos
em Apocalipse 1: 8. “Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-
poderoso”. Alfa é a primeira letra do alfabeto grego – língua em que foi escrito originalmente o Novo Testamento -
representado pelo símbolo “A” e o Ômega é a última letra do alfabeto grego, representada pelo símbolo “Ω”. Isso
quer dizer que Ele é o início e o fim de tudo. Ele é o Autor e o Fim de todas as coisas. Ele é chamado nas Escrituras
de Deus Eterno: “Não sabes, não ouvistes que o Eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se
cansa e nem se fatiga?...”. Isaias 40:28

Talvez, alguém possa dizer, “mas eu nunca vi a Deus, então, como posso crer que Ele existe?” Deus, o Eterno Deus,
é Espírito, portanto, invisível. Lemos em João 4:24:“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem
em espírito e em verdade”. Ele não tem peso! Nem altura! Ele é invisível, portanto, não tem uma imagem que possa
ser vista. Entretanto, podemos vê-lO na natureza, na criação. Podemos também senti-lO. Você já viu o amor? Você
pode chegar a uma loja e comprar 500g de amor? Lógico que não! Mas você pode sentir o amor de seus pais, de seu
cônjuge, por exemplo. E você não duvida que exista o amor? E o que dizer da lealdade? Você compra 2 metros de
lealdade? Também não! Mas você não discute a existência dela, não é? E a energia? Se você não crê que ela existe é
muito fácil comprovar a sua existência. É só pôr o dedo na tomada e você vai sentir 127 v da sua existência no seu
dedo! Alguém discute a lei da gravidade, que diz que a terra atrai ao seu centro todas as coisas? Para verificar a sua
existência, é só jogar qualquer objeto para o alto e verificar que ele cairá ao chão. Deus ama e se entristece. Ele odeia?
Sim, Ele odeia o pecado, a corrupção. Ele tem uma memória que é infinita, divina, única e incomparável. Ele tem
vontade, projeta as coisas, direciona as vontades, mas é invisível.

Ele se manifesta em três pessoas: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Não são três deuses, mas um único
Deus, que se manifesta em três formas. Em Gênesis 1: 26, lemos “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a
nossa semelhança...” Deus estava criando todas as coisas e ao criar o homem, Ele “conversa” com alguém. O verbo
está no plural - “façamos” – O Pai conversou com o Filho e o Espírito que estavam ali no Éden também, participando
da criação.
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Ele é Eterno – sempre existiu. Por isso, podemos crer nas suas promessas. Se fosse possível a Deus morrer, então,
todas as suas promessas seriam enterradas com Ele. Mas isso é totalmente impossível de acontecer, pois Ele não
tem fim. Por isso, Ele cumpre cada promessa que faz.

2.2.2 Onisciente – Salmo 139

Breve resumo:
Deus sabe tudo
Nunca se surpreende
Conhece o homem e seus pensamentos
Conhece o futuro
Não é possível ocultar nada de Deus

Como já vimos, “Omni” significa, tudo, todo. Agora, junto com essa palavra que veio do latim, encontramos outra:
“ciente” que significa saber, conhecer, ter ciência. Então, Onisciente significa saber tudo. O nosso Deus sabe de tudo,
sabe todas as coisas desde a eternidade passada até a futura Ele sabe de tudo o que acontece. Lemos em Isaias 46:9 e
10 “Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus e não há outro
semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda
não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade.”

Ele sabe o que eu estou pensando agora e, ao mesmo tempo, o que você está pensando. Jó diz em seu livro que “Deus
perscruta até as extremidades da terra e vê tudo o que há debaixo dos céu”. Jó 28: 24. Ele nunca precisou estudar
porque Ele sabe tudo. Eu tenho que estudar porque não sei; então, vou à escola, à faculdade, porque preciso aprender.
Por exemplo, se quero aprender uma outra língua, preciso de um professor que me ensine. Mas Ele já sabe falar todas
as línguas e, por isso, entende quando o chinês, o hindu e o brasileiro falam com Ele. Conhece, também, todas as
pessoas e o que cada uma delas pensa a respeito de qualquer assunto. A Bíblia diz que Ele sabe quantos fios de cabelos
nós temos na cabeça (Mateus 10: 30).

Ele nunca se surpreende, pois conhece o futuro também. Ele não precisa ser informado de nada. Ele conhece os
desejos, as vontades e as tristezas. Ele diz em Isaias 29: 15 e 16: “Ai dos que escondem profundamente o seu
propósito do Senhor, e as suas obras fazem às escuras, e dizem: Quem nos vê? Quem nos conhece? Que
perversidade a vossa! Como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse ao seu artífice: Ele não me fez; e a
coisa feita dissesse do seu oleiro: Ele nada sabe”.

Lemos no Salmo 139: 2-4: “Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus
pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos. Ainda a palavra me
não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda.” Nenhum homem pode dizer que tem tal poder, ou seja, de
dizer o que eu pretendo falar, antes mesmo que eu fale. A Bíblia ainda diz que “não há criatura que não seja
manifesta na sua presença, pelo contrário, tudo está descoberto e patente aos Seus olhos.” Hebreus 4: 13.

2.2.3 Onipresente – Salmo 139

Breve resumo: Deus está presente em todo lugar


Ele é acessível a qualquer momento
Não é possível esconder-se de Deus

Essa é uma palavra que vem do latim, formada por duas palavras: omni que significa “tudo”, “todo”, e pela palavra
presença, e, juntando, onipresente, temos o significado “presente em todo lugar”. Nós sabemos pelas leis da Física
que um corpo não pode ocupar dois lugares no espaço ao mesmo tempo. Mas Deus pode.
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A Bíblia diz em Jeremias 23: 24“... porventura não encho eu os céus e a terra? Diz o Senhor.” Só Ele tem esse
poder. O salmista diz no Salmo 139 e versos 7 e 8: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei
da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;” Não
há lugar onde o homem possa se esconder de Deus porque Ele está presente em todo lugar. Ele é totalmente acessível,
e por isso, você pode se encontrar com Ele em qualquer lugar, a qualquer hora. Imagine se você tivesse que ir a
Tóquio ou a Londres para falar com Ele. Quem teria esse dinheiro disponível agora? Mas isso não é necessário, pois,
como já dissemos, Ele está em todo lugar, no Brasil, no Japão, na Alemanha e em qualquer lugar ao mesmo tempo,
pronto para nos ouvir quando quisermos ser salvos.

2.2.4 Onipotente – Salmo 139

Breve resumo: O Deus Todo-Poderoso fez tudo existir do nada


Ele não precisa descansar
Tem poder para julgar e destruir

Ele é também “Todo-Poderoso”, por isso, pode fazer todas as coisas. Por causa da sua essência, Ele é incapaz de
pecar, pois não pode negar-Se a Si mesmo.

Lemos em Gênesis 1: 3:“Haja luz e houve luz.” Deus fez a luz apenas por meio de Sua Palavra. O homem não pode
fazer surgir nada só com suas palavras. Não pode criar, nem as coisas que já existem, fazendo-as surgir apenas com
suas palavras. A mulher não chega à cozinha e diz “Haja café!” Isso é totalmente impossível. Mas, Deus, pelo poder
de sua Palavra, fez o Universo surgir do nada. Quando olhamos o céu por meio de um telescópio, não conseguimos
encontrar o “finalzinho” do Universo. Pelo contrário, a cada dia, surgem telescópios mais potentes e sempre o homem
vê que existe algo mais além e, assim, nunca chega ao limite do infinito.

E os microscópios? A cada dia descobrem seres cada vez menores. Ele criou esses seres, que só podem ser vistos com
poderosos microscópios, até aqueles que estão tão distantes de nós que só podemos vê-los por meios de imensos
telescópios e, tudo isso, Ele criou apenas com o poder da Sua Palavra. Tudo existe porque Ele quis. Lemos em Hebreus
11: 3 “Pela fé entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir
das coisas que não aparecem.”

Por ser Onipotente, Ele não descansa. Não precisa, pois, não se fatiga. Diz a Bíblia, que Ele descansou no sétimo dia,
depois de ter criado tudo. Isso não significa que Ele estava exausto pelo trabalho enorme que teve criando todas as
coisas. Não! Essa expressão significa que tudo estava pronto, acabado. Não havia mais nada para ser criado. Lemos
em Gênesis 1 e verso 31, “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”. Ele descansou da obra que fizera.
Tinha criado tudo o que havia sido planejado e, por isso, descansou, não havia mais nada a fazer. Um pai, depois que
seus filhos crescem, se casam, estão trabalhando e cuidando bem de sua família, pode dizer: “Minha tarefa está
completada, posso descansar.” Isso não significa que ele vai deitar e dormir, pois está exausto pelo trabalho que teve,
mas que sente que o seu dever como pai já acabou.

O Deus Todo-Poderoso não dorme – felizmente. Já pensou se, após estes estudos, você quisesse ser salvo e, para isso,
desejasse falar com Ele em oração, mas fosse impedido porque Ele estava dormindo. O salmista diz,“É certo que
não dormita e nem dorme o guarda de Israel.” Salmo 121: 4. E no Salmo 34:18, lemos: “Ele está perto e próximo.”

Sendo o Todo-Poderoso, Ele pode julgar, condenar e destruir – Ele já fez isso antes - em Gênesis capítulos 6 e 7
lemos que Ele destruiu a humanidade por meio de um dilúvio, porque não suportava mais a maldade do homem que
crescia a cada dia, salvando apenas Noé, sua mulher, seus três filhos com suas mulheres. Isso me faz pensar que o
Todo-Poderoso usará todo seu poder para me condenar se eu o rejeitar, mas também o usará em meu favor para me
salvar. Quando eu estiver diante dele, ninguém vai intervir por mim para me resgatar. Eu terei que enfrentá-lo e não
poderei fugir da Sua presença. Não há como fugir desse Deus. Certamente, eu vou encontrá-lo ou como meu Salvador
ou, então, como Juiz a quem terei que prestar contas.
11

2.2.5 Imutável

Breve resumo:
Deus não está sujeito à mudança
Desde o Éden, soluciona o pecado da mesma maneira
Não altera os seus planos e propósitos

Deus não muda. Lemos em Malaquias 3: 6: “Eu, o Senhor não mudo”. As pessoas mudam por incapacidade de
adequação, por falta de conhecimento, por mudanças de circunstâncias ou por perda de interesse. Mas isso não
acontece com Deus. Ele não altera os seus planos nunca. Tudo o que Ele faz já foi planejado lá na eternidade passada
e no devido tempo é executado. Isso significa que, desde o Éden a sua atitude em relação ao pecado é a mesma. Ele
não se acostumou nem amoleceu com o passar dos anos e, por isso, Ele salva ou soluciona o pecado da mesma forma.
Lemos em Hebreus capítulo 13 e verso 8“Jesus Cristo, ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre.”

Em Tiago 1: 17 lemos, “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não
pode existir variação, ou sombra de mudança”. O seu caráter não está sujeito à variação o que, para os que são
salvos, é segurança, pois não existe a menor possibilidade de amanhã Ele mudar de ideia quanto à salvação de alguém.

Por outro lado, isso é terrível para aquele que ainda não foi perdoado, não foi salvo. Uma vez morto, não tem mais
saída. Se alguém morrer perdido, estará sempre perdido. Certamente, Ele não vai se arrepender de ter condenado
alguém e voltar atrás. Uma vez condenado, para sempre condenado.

2.2.6 Santo – Isaías 6

Breve resumo:
Atributo mais enfatizado na Bíblia
É a Santidade de Deus que condenará o pecador
Santidade não é só ausência de pecado, mas presença de qualidades morais
O Deus Santo não pode conviver com o pecado.
Único atributo mencionado em forma tríplice

Imaginem se eu pegasse um canivete e dissesse a uma criança: veja esse lindo canivete vermelho, importado, de
inox, que tem um corte muito bom e, a seguir, o deixasse em cima da mesa da cozinha e saísse. Vocês acham que
com essas informações eu estaria protegendo aquela criança de um acidente? É evidente que não! Eu seria, no mínimo,
negligente por não ter falado o essencial a ela: esse canivete corta muito e é perigosíssimo. Não peguem, vocês podem
ficar muito feridos com ele.

Infelizmente, é o que nós temos visto acontecer em muitas igrejas chamadas “cristãs”. Ao falarem de Deus, destacam,
principalmente, os seguintes atributos: amor, misericórdia, poder, graça, longanimidade, etc.

Quem quer que seja, pastor, pregador, missionário ou bispo que, no tocante à salvação da humanidade, não falar o
“essencial”, não estará preparando às pessoas para entenderem a situação terrível em que elas se encontram; estará,
por isso, sendo negligente, cruel e incompetente na transmissão das boas novas de salvação.

As qualidades mais importantes de Deus a serem estudadas, no que diz respeito à salvação do ser humano, são a Sua
Santidade e a Sua Justiça, pois, é baseado nesses dois atributos que o homem vai para o inferno. Satanás, o inimigo
de nossas almas, não quer que o homem saiba disso. Ele quer que o homem pense apenas que Deus é misericordioso,
é amor e, dessa forma, todos vão para o céu, afinal, “Deus é pai e não padrasto”. – como diz o velho provérbio popular.
Assim, você não tem que se preocupar e pode ficar tranquilo.

O inferno está cheio de pessoas que só conheceram a Deus como Amor e, o céu está cheio de pessoas que O
conheceram como Santo e Justo. É a consciência da Sua Santidade e da Sua Justiça que alerta o pecador do seu destino
eterno, pois causam um impacto no pecador, deixando evidente a sua triste situação eterna após a sua morte.
12

A Santidade de Deus é o atributo mais enfatizado que qualquer outro na Bíblia. Para cada vez que a Bíblia fala que
Deus é amor, lemos cinco vezes sobre a sua Santidade. Deus trata o pecador com amor enquanto está vivo e, por isso,
deseja salvar o pecador perdido de forma justa, sem desprezar a sua Santidade. Após a sua morte, Deus não o tratará
mais com Amor, mas somente com a sua Santidade e Justiça.

O que significa dizer que o nosso Deus é SANTO? Pensamos logo em ausência de pecado e separação do mal. Tudo
isso é verdade, mas é insuficiente para descrever a santidade do nosso Deus. Por exemplo, um marido, querendo
agradar à sua esposa, diz: Querida, você não é feia, sabia? Tenho certeza que ela não vai gostar desse “elogio”, pois,
o fato dela não ser feia, não significa que ela seja bonita. Não é a ausência de “feiura” que faz dela uma pessoa bonita,
mas é a presença de beleza que faz dela uma pessoa bonita. O mesmo se dá com o nosso Deus quando dizemos que
Ele é Santo. Não é a ausência de pecado, que se destaca na sua Pessoa, mas a presença da beleza moral e da pureza
do seu caráter. O salmista diz: “Adorai ao Senhor na beleza da santidade”.

Lemos em Habacuque 1: 13“Tu és tão puro de olhos que não pode ver o mal...” Deus é Puro e Santo não somente
em seus atos, mas também em todo o seu ser. Ele não suporta a presença do pecado. Em 1ª. João 1: 5 lemos “...Deus
é luz, e não há nele treva nenhuma.”

No Salmo 99, versos 1 a 9, o salmista diz que o Senhor reina, está entronizado acima dos querubins e está acima de
todos os povos. Manda que os povos celebrem o grande nome do Senhor porque Ele é Santo. Diz que exultem ao
Senhor e prostrem-se ante os seus pés porque Ele é Santo. E, finalmente, no verso nove lemos “Exaltai ao SENHOR
nosso Deus, e prostrai-vos ante o seu santo monte, porque Santo é o SENHOR nosso Deus.”

O Deus Santo, não tolera a presença de pecado. É importante que se diga que o problema não é o número ou
quantidade de pecados, pois para ofendê-lo, basta apenas um único pecado.

Quando estivermos estudando a queda do homem no jardim do Éden, veremos que bastou apenas um único pecado
para que Adão fosse condenado à morte diante de Deus.

Também não é a classificação do pecado, ou seja, o tipo de pecado que faz com que o ser humano seja condenado
diante de Deus. Pecado - seja qual for ou quantos forem – será repugnante, repulsivo ao Deus Santo.

Deus, que é imutável, ou seja, não muda, exigiu a pena de morte de Adão quando pecou no Éden: “Portanto, assim
como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos
os homens porque todos pecaram”. Romanos 5:12. Hoje, continua exigindo o mesmo, pois o seu padrão não mudou.
Ele não se acostumou com o pecado, e por isso baixou as suas exigências.

Em Isaias 6: 1 a 7, lemos a respeito de um homem chamado Isaías que, no ano da morte do rei Uzias – rei que reinou
em Israel 700 a.C. – teve uma visão do Senhor que estava assentado num alto e sublime trono. Viu, também, que as
abas de suas vestes enchiam o templo. Ele pode contemplar por alguns instantes o Rei dos Reis, o Senhor dos
Senhores, o Todo-Poderoso.

Esse homem, nesse capítulo, está tentando descrever a majestade que viu e, assim, ele prossegue dizendo que serafins
– um tipo de anjo que servia a Deus – clamavam uns aos outros: SANTO, SANTO, SANTO. É interessante
notar que lá no céu, os anjos não clamavam AMOR, AMOR, AMOR. Parece-nos que a ênfase no céu é para a
Santidade de Deus e não ao seu Amor, diferente do que é enfatizado aqui na Terra.

Essa afirmação tríplice sobre a santidade de Deus é encontrada mais uma vez na Bíblia no livro de Apocalipse 4:1
a8. O apóstolo João escreve a visão que teve do céu e do trono de Deus. No verso 8 lemos o seguinte: “E os quatro
seres viventes, tendo cada um deles respectivamente seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não
têm DESCANSO NEM DE DIA NEM DE NOITE, PROCLAMANDO SANTO, SANTO, SANTO é o Senhor Deus,
Todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”.

Não encontramos na Palavra de Deus nenhum outro atributo mencionado de forma tríplice. O Deus que não tolera,
nem pode conviver com o pecado, pois o detesta, julga e exige uma pena adequada do pecador.
13

Isaías foi um homem piedoso, escolhido por Deus para escrever o maior livro de profecias do Velho Testamento. Era
um profeta amado por Deus. Na visão que teve, quando chegou à presença de Deus, diante da Sua Santidade ele disse:
Ai de mim! Estou perdido! Ele sentiu medo, terror. Enquanto estava aqui na terra, não temos nenhuma evidência de
que estivesse se sentindo mal. Parece que estava tudo bem. Mas, lá na presença de Deus, diante da sua pureza, ele
sentiu vontade de sumir, evaporar. Era um homem inteligente, pois, soube reconhecer quem ele era diante da
Majestade Divina.

Um dia, o homem que não for salvo, estará diante desse Deus e, certamente, dirá “Ai de mim!” O homem precisa
entender a Santidade de Deus e reconhecer que ele não é nada diante desse Deus. Ele apenas é digno de ser condenado
ao inferno. O pecado do homem é incompatível com a Santidade de Deus, por isso o homem não será salvo, mas
condenado ao inferno. Mas não se esqueça, há uma solução.

2.2.7 Justo – Genesis 6,19 Apocalipse 20

Breve resumo: Há um julgamento vindouro


Deus avisa e condena os que não ouvem
Justiça de Deus: um pecado, uma pena: morte eterna

Todas as religiões espalhadas pelo mundo inteiro ensinam que para o homem ser salvo, ele deve pecar o menos
possível. Nós podemos destacar pelo menos três tipos de pensamentos que são ensinados: 1) O homem que pecar
pouco vai para o céu e o que pecar muito vai para o inferno; 2) Quem comete pecados mais graves, os chamados
pecados capitais ou mortais, vai para o inferno, os que não cometerem tais pecados vão para o céu; 3) Ninguém pode
saber se será salvo ou não, somente Deus, no dia do juízo poderá avaliar se minhas obras boas foram suficientes para
contrabalancear as obras más.

Lá no Éden, em Gênesis 2:15 – 17, Deus deu uma ordem a Adão: Vocês podem comer de todas as árvores do jardim,
mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não, porque no dia em que comerem, certamente morrerão. Deus
havia dado ao homem o livre-arbítrio. Por isso pôs essa árvore como uma opção. Sem opção de escolha não há livre-
arbítrio. Mas Deus avisou, alertou que, segundo a Sua Santidade e Justiça, se Adão decidisse desobedecer, ele seria
penalizado com a morte. Deus disse “No dia em que dele comeres, certamente morrerás.” Era necessário apenas
um pecado e Adão receberia a pena de morte eterna – preço altíssimo! Mas Ele não poderia agir de outra forma, pois
senão, ofenderia seus atributos Santidade e Justiça. Deus avisou que eles iriam morrer: primeiro, experimentariam
morte espiritual – separação de Deus-, depois, morte física, e finalmente, morte eterna. Eles se tornaram devedores
da pena de morte para com Deus – pior situação possível para o homem!

Talvez, alguém pode pensar que, mudando as suas atitudes e melhorando o seu comportamento, poderá pagar com as
suas qualidades a pena exigida por Deus. Isso é impossível. A pena é a morte. O Senhor anunciou a sentença para
Adão e Eva, e assim aconteceu. Ele avisou e depois julgou, conforme havia anunciado. O homem não está condenado
por causa da quantidade de pecados que ele comete. Hitler era tão condenado ao nascer quanto depois de ter matado
mais de seis milhões de judeus. Adão se tornou condenado naquela mesma hora em que comeu do fruto que Deus
havia dito para não comer e daí por diante, todas as pessoas que nasceram depois dele nasceram condenados. As
únicas pessoas que já viveram nessa terra que se tornaram pecadores somente depois de pecar foram Adão e Eva.
Todos os seus descendentes nasceram já pecadores condenados, em dívida para com Deus.

Deus quer que você saiba de três coisas enquanto está em vida: 1) Você está condenado e perdido; 2) Como você
pode ser salvo, como poderá escapar dessa condenação, como passar da morte para a vida; 3) Você saiba que, uma
vez salvo, salvo para sempre e, assim, possa crescer e ser um bom cristão.

A Bíblia tem avisado o pecador culpado que há um julgamento vindouro, em que o reto Juiz, julgará sem parcialidade
ou distinção. Deus possui o mais alto padrão de Justiça, pois sempre faz o que é reto. No Salmo 11:07 lemos “Ele
ama a justiça e o direito.”

Em Gênesis capítulos 6 - 9, lemos a respeito do Dilúvio. Ele avisou que condenaria aquela geração, mas providenciou
um meio de escape para que pudessem ser salvos. Avisou e condenou os que não deram ouvidos. No capítulo 19, fez
o mesmo com Sodoma e Gomorra.
14

Lemos em Atos 17: 30 e 31 “Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos
homens que todos em toda parte se arrependam; porquanto estabeleceu UM DIA EM QUE HÁ DE JULGAR O
MUNDO COM JUSTIÇA...” Ele avisou e vai julgar como prometeu.

Escrevendo aos cristãos que viviam em Tessalônica, Paulo disse que o Senhor se manifestará vindo do céu “em
chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho
de nosso Senhor Jesus. Esses sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do
seu poder”. 2ª.. Tessalonicenses 1: 7 - 9. É muito sério. Um dia o homem estará diante desse Juiz e, então, se ainda
não for salvo, sofrerá a pena eterna por causa de seus pecados.

No livro de Apocalipse 20: 11 - 15 lemos a respeito do julgamento de todos os que estão espiritualmente mortos e do
Grande Trono Branco diante do qual fugiram todos os que ali se encontravam. Fugiram da presença daquele que
estava assentado no trono. Eles não acharam lugar diante desse Deus magnífico e Justo e desejaram fugir da sua
presença. Mas não haverá para onde fugir, ninguém poderá interceder por eles, não haverá arrependimento para eles
e serão julgados e lançados para dentro do lago de fogo.

A Justiça de Deus é muito simples: um pecado, uma pena: a morte eterna. Morte na Bíblia significa separação eterna,
“banidos da presença de Deus”. É uma pena muito alta porque a Santidade de Deus exige.

Aproximadamente 1.200 anos depois da criação do homem, Deus viu “que a maldade do homem se havia
multiplicado na terra, e que era continuamente mal todo desígnio do seu coração” Gênesis 6:5; Deus, então, decidiu
dar cabo do homem de sobre a terra. Ele mandou que Noé construísse uma arca e pusesse nela animais de toda a
espécie para conservar a vida. Depois de construir a arca e por nela os animais, conforme Deus havia ordenado, Noé
entrou na arca com sua esposa, seus filhos e suas noras – oito pessoas apenas – e Deus fez chover sobre a terra um
dilúvio e, assim, destruiu a humanidade. A Justiça e Santidade de Deus não puderam suportar tanta corrupção e
violência. Somente Noé foi salvo por que Deus o achou justo e íntegro entre os seus contemporâneos.

2.2.8 Amor

Breve resumo: Atributo mais enfatizado pelo homem


Amor de Deus não fere a Sua Santidade e Justiça
Deus provou o seu amor, providenciando um meio de Salvação.

Esse é o Atributo divino mais conhecido da humanidade. Diz o apóstolo João em sua 1ª. Carta no capítulo 4 e verso
8: “Deus é Amor”. Ele não só ama, mas, também, ama sem levar em conta o que Ele vê no objeto do Seu Amor, ou
seja, Ele ama o pecador, mas odeia o seu pecado e, apesar do seu amor pelo pecador, Ele tem que o punir por rejeitar
a salvação oferecida gratuitamente a Ele, porque Ele ama segundo a Sua Santidade e Justiça.

Ele é o próprio Amor. E, embora ame o pecador, não irá salvá-lo somente baseado nesse amor. Ele preparou uma
base santa e justa e, assim, o pecador poderá ser salvo sem que para isto comprometa esses atributos tão
importantes. Deus é indivisível. Ele é um só, uma pessoa, por isso não posso separar o seu Amor da Sua Santidade
e Justiça, como faço, por exemplo, com uma torta, escolhendo o pedaço que mais me agrada e separando-o para
mim.

2.3 Satanás – Isaías 14:12-15 Ezequiel 28:14

O primeiro ato criador de Deus encontra-se na esfera espiritual. Não temos muitos detalhes a esse respeito,
porque a Palavra oferece somente informações básicas. Sabemos que os seres espirituais são conhecidos por
diversos termos: querubins, serafins, anjos, arcanjos, estrelas da manhã. Pode ser que tenham nomes pessoais,
mas somente alguns são mencionados: Gabriel, Miguel, por exemplo.
15

Eles foram criados para servir a Deus e fazer a sua vontade, por isso são chamados espíritos ministradores. A
palavra anjo vem de um termo grego que significa “mensageiro”. Foram criados com intelecto e poder
extraordinários; perfeitos; sem nenhum mal. Tinham vontade própria, que lhes permitia fazer escolhas.

Dentre esses seres espirituais, Deus criou um de forma especial. Era o mais inteligente, o mais belo, talvez, até
o mais forte. Era da ordem angelical denominada “querubim” e o seu nome traduzido quer dizer Lúcifer, que
significa “brilhante ou estrela da manhã”.

Ele foi chamado de querubim ungido, isto é, separado para uma tarefa especial. Lemos: “Tu eras querubim da
guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito
eras nos teus caminhos...” Ezequiel 28: 14,15

Lúcifer permanecia na presença de Deus o tempo todo. Ele era um querubim guardião e Deus diz: “...Tu és o
sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura”. Ezequiel 28:12
Infelizmente, Lúcifer tornou-se arrogante. Sua beleza, poder e privilégios “subiram à sua cabeça”. Sabemos que
depois do orgulho, logo vem a ambição e, então, no livro do profeta Isaias 14:12, por cinco vezes o vemos dizer
“eu farei algo”: 1) Eu subirei acima das mais altas nuvens; 2) Acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu
trono; 3) No monte da congregação me assentarei; 4) subirei acima das mais altas nuvens; 5) Serei semelhante
ao Altíssimo.

Ele estava determinado a ser semelhante a Deus. Que ambição! Que olhos altivos! Que petulância! Mas o único
problema é que Lúcifer desconsiderou o fato que Deus é Onisciente e, como tal, sabia exatamente o que se
passava na sua mente. Ele conhecia o seu pecado. A Santidade de Deus não permitia a presença do pecado no
céu, então, Lúcifer e todos os anjos que o acompanharam foram expulsos de lá. A resposta de Deus foi imediata:
“...pecaste; pelo que te lançarei profanado fora do monte de Deus e te farei perecer ó querubim da guarda,
em meio do brilho das pedras. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua
sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra...” Ezequiel 28: 16, 17

Muitos outros anjos – agora chamados demônios - o seguiram: “...sua calda arrastou consigo um terço das
estrelas do céu, lançando-as na terra. Houve guerra nos céus. Miguel e seus anjos lutaram contra o dragão e
os seus anjos...” Apocalipse 12:4, 7, 8

Desde então, tornaram-se inimigos do Altíssimo, declarando guerra contra tudo o que Deus é e o que planejou
fazer. Ele luta de modo sujo e vamos encontrá-lo no Jardim do Éden, tentando vingar-se de Deus, estragando a
criação e os planos que Deus tinha para o homem e a mulher.

Quando foram expulsos do céu, o Diabo, nome que significa “falso acusador”, e seus anjos receberam apenas
parte do seu julgamento. A Bíblia diz que Deus lhes preparou um lugar de punição final: “Lago de fogo eterno,
preparado para o Diabo e os seus anjos.” Mateus 25: 41. Ele quer arrastar consigo o maior número de pessoas
possível, por isso, ele tem tentado enganá-las com falsas promessas.

Esses estudos têm como objetivo alertá-lo sobre as principais mentiras que Satanás – nome que significa
adversário - tem espalhado a respeito de Deus, do céu e do plano de salvação preparado pelo Senhor para o
homem. Ele está tentando te enganar. Que o Senhor possa abrir os seus olhos, para que esteja atento e possa fazer
as escolhas certas.

2.4 O Homem – Genesis 1 - 4

2.4.1 Sua criação

Nos primeiros capítulos da Bíblia, no livro de Gênesis, encontramos o Deus Todo Poderoso, criando os céus e a terra,
fazendo surgir do nada, tudo o que hoje existe.
16

Em resumo, podemos afirmar que Ele criou a luz e fez separação das trevas. À luz chamou Dia e às trevas, chamou
Noite. Houve, então, o primeiro dia.

Criou o Senhor, no segundo dia, o firmamento, chamando-o Céu, e, a seguir, fez separação entre as águas e o
firmamento.

No terceiro dia, o Senhor reuniu as águas, separando-as da terra seca, a qual chamou Terra e ao ajuntamento das
águas, Mares. Também ordenou que a terra produzisse vegetação, ervas e árvores que produzissem frutos de acordo
com a sua espécie.

O Senhor criou os luzeiros – Sol, Lua e as Estrelas - no firmamento dos céus, para fazer separação entre o dia e a
noite e os constituiu por sinais, para estações, dias e anos, no quarto dia.

Os peixes, os pássaros e os grandes animais marinhos foram criados no quinto dia.

No sexto dia, o Senhor criou os animais terrestres, cada um conforme a sua espécie: animais domésticos, os répteis e
os animais selváticos. E, nesse dia, criou o Senhor a sua obra-prima, a coroa da sua criação: o homem, do pó da terra
e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida e fez a mulher, a partir de uma costela do homem, pois viu que não era bom
ao homem estar só. Deus os fez conforme a sua imagem e semelhança.

Ao homem foi dado o poder de dominar sobre todos os animais que habitavam sobre a terra. Infelizmente, a ciência
nega esse fato e diz que o homem é um ser que está num processo de evolução e, nessa cadeia, é o animal mais
sofisticado. Nega, também, que somos fruto de uma criação especial, planejado e arquitetado por um ser Todo-
Poderoso que sabia exatamente o que estava fazendo.

A Bíblia, porém, diz claramente que o homem foi criado por Deus. No Éden, disse Deus: “Façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança” Gênesis 1:26, trecho em que Deus se manifesta como: Deus Pai,
Deus Filho e Deus Espírito Santo, ou seja, ao decidir que o homem seria criado de forma diferente da que os outros
animais haviam sido criados – Ele não criou nenhum animal à sua imagem e semelhança – Deus Pai, então, se dirige
às outras pessoas da trindade dizendo: “façamos” – usando a primeira pessoa do plural (nós) do verbo “fazer”.

Não são três deuses, mas três formas do mesmo Deus. Com nossa mente finita, não podemos entender isso muito
bem, mas podemos pensar, por exemplo, na água que se apresenta também em três estados: sólido, líquido e gasoso,
mas nos três estados, teremos sempre dois átomos de Hidrogênio e um átomo de Oxigênio – sempre água.

Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Mas, em que sentido podemos entender isso? Certamente, não é uma
semelhança física, por que Deus é espírito: lemos sobre isso em João 4:24: “Deus é espírito...” Ele não tem um corpo
material, então, a semelhança é imaterial. Sendo assim, significa dizer que o homem foi criado à imagem e
semelhança:

2.4.1.1 Espiritual:
O homem também é um ser espiritual. Paulo, ao escrever a sua primeira carta aos tessalonicenses – um grupo
de pessoas salvas que viviam em uma cidade na Grécia chamada Tessalônica - no capítulo 5:23 diz o seguinte:
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo, sejam conservados íntegros
e irrepreensíveis na vinda do nosso Senhor Jesus Cristo”. O homem é composto por três partes: espírito, alma
e corpo. Espírito é a parte do ser humano que o liga a Deus, que se relaciona com Deus. Alma é nossa parte
imaterial, ou seja, são os nossos vínculos emocionais e sentimentais: o amor, a lealdade e tudo o que nos
relaciona com outros seres humanos, E o Corpo é a parte material do nosso ser e, apesar da Bíblia falar muito
a respeito do nosso corpo, e sobre a vontade de Deus para com ele e como nós devemos andar em santificação
e pureza, para Deus, o nosso espírito é a parte mais importante do nosso ser, uma vez que, é por meio dele que
Ele se relaciona conosco.

É interessante notar que o homem, normalmente se descreve como sendo composto por corpo, alma e espírito,
porque, para ele, o seu corpo é o mais importante, haja vista, como gasta dinheiro com beleza, segurança, saúde,
etc., mas como já vimos, para Deus, o mais importante é o espírito e, por isso, é essa ordem que encontramos
17

na Bíblia: espírito, alma e corpo.

2.4.1.2 Consciência:
Consciência – sentido moral entre e o correto e o incorreto, presente em Adão, quando criado. Em Colossenses
1: 16 lemos“...Tudo foi feito por meio dele e para ele”. O homem foi feito para adorar e servir a Deus. Somente
seres dotados de consciência pode fazer escolhas, no que diz respeito a adoração, por exemplo. Somente o
homem pode glorificar a Deus através de suas escolhas e atitudes. Deus deu-lhe a capacidade de reconhecer a
Sua pessoa e de se maravilhar com os Seus feitos.

Só o homem pode pecar, só ele tem consciência e um futuro além-túmulo. O homem tem necessidade de se
relacionar com Deus. Em qualquer lugar desse mundo que nós formos encontraremos o homem, reconhecendo
que há um ser superior, mesmo que não tenha consciência de que, na realidade, esse ser é Deus. Por isso, nós o
encontramos fazendo sacrifícios, adorando, ou seja, numa prática religiosa, o que nos mostra que ele tem uma
necessidade espiritual. Deus se comunica com o homem, mesmo que ele não saiba e nem O conheça como o
Deus único e verdadeiro. Ele tem suas práticas religiosas, por causa da sua consciência.

2.4.1.3 Ser eterno:


O nosso corpo vai morrer, mas o nosso espírito e alma são eternos. Na eternidade, cada um de nós vai continuar
sendo a mesma pessoa. Ou seja, nós estaremos em uma de duas situações: salvos ou condenados, mas em
qualquer uma dessas situações, nossa alma e espírito é que estarão lá.

O animal nasce, morre e deixa de existir. Ele não tem significado nenhum para Deus. Ele foi criado para servir
ao homem, mas não tem ligação nenhuma com Deus, pois não tem espírito. Um erro cometido por um animal é
pago, geralmente, com a sua vida; por exemplo, se ele calcular mal a velocidade do carro e entrar na sua frente,
certamente morrerá. Ele paga com a sua vida. Com o homem não. Um erro cometido na hora de se decidir onde
quer passar a eternidade, será pago com a separação eterna de Deus.

Deus tem planos e propósitos para a sua vida. Ele deseja se comunicar com ele e o faz por meio da Sua Palavra.
Ele está se revelando hoje àqueles que estão estudando a Sua Palavra. Nela lemos a respeito de céu, inferno e o
plano de Deus para a salvação da humanidade. Lemos que Deus tem dado oportunidade aos homens e, daqui a
um bilhão de anos, cada um vai se lembrar da escolha que fez nessa vida. Não é como escolher o tipo de carro
ou cor que mais gosta, mas é decidir onde vai passar toda eternidade.

Com o animal não é assim. Ele não tem escolha, mas age por instinto: nasce, reproduz e morre. Ao homem,
Deus deu oportunidade e liberdade de escolher - o livre-arbítrio.

2.4.1.4 Livre-arbítrio:
Essa escolha deve ser feita em vida, pois, o homem não voltará a existir aqui na Terra em outra forma, em outro
corpo, como ensinam alguns, dizendo que a cada encarnação você vem como uma pessoa diferente: uma vez
Antônio, outra, José, outra, Paulo e assim por diante. A Bíblia diz em Hebreus 9:27: “... Aos homens está
determinado morrerem uma só vez e, depois disso, o juízo.” É uma única oportunidade e Deus deu ao homem
livre-arbítrio, ou seja, deu a ele liberdade de poder escolher. Isso porque Deus deseja pessoas que tenham
optado por servi-lo e não robôs programados para fazê-lo.

2.4.1.5 Inteligência:
Deus deu ao homem a capacidade de fazer a sua escolha, pois é inteligente. Imagine que ao cria–lo, Deus deu-
lhe a incumbência de dar nome a todos os animais: “Havendo Deus formado da terra todos os animais do
campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o
homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles”. Gênesis 2:19. Não podemos imaginar a
inteligência dada a Adão.
O homem pode ler, aprender, planejar e se preparar para o futuro. Todas as pessoas que nasceram até hoje estão
em um de dois lugares: Céu ou Inferno e ficarão nesses lugares eternamente, porque fizeram as suas escolhas
enquanto estavam vivos. O homem constrói coisas, se comunica de maneira sofisticada com outros seres
humanos, por isso Ele pode entender e escolher sobre a sua salvação e, certamente, Deus vai requerer dele, de
forma justa, uma decisão.
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Tudo isso significa ser criado à imagem e semelhança de Deus – um grande privilégio, mas também é uma
responsabilidade, pois, será uma bênção, se ele for salvo e puder viver eternamente no céu, mas se ele não quiser ser
salvo, será uma maldição. Essa escolha vai afetar toda a sua existência eterna. E, para que o homem pudesse fazer a
sua escolha, foi que Deus deu-lhe inteligência, livre-arbítrio, consciência de pecado e de que é um ser espiritual e
eterno. Tudo isso, como dissemos, é um privilégio, mas, ao mesmo tempo, uma responsabilidade.

2.4.2 A sua queda

Deus criou o homem e a mulher e os pôs num paraíso de delícias; um lindo jardim chamado Éden. Também os
abençoou e ordenou que fossem fecundos e se multiplicassem. Preparou para eles uma alimentação, cuidando de
todas as suas necessidades: “o Senhor fez brotar da terra toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para
alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal”. Gênesis
2:9. Eles tinham que cultivar e guardar esse lugar lindo que o Senhor fez para que eles morassem.

O Senhor deu-lhes uma ordem “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do
bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Gênesis 2:17. Essa era uma
ordem explícita, e ninguém tem dúvida quanto ao que foi ordenado por Deus. Qualquer criança poderia entendê-la e
seria capaz de cumpri-la.

No capítulo 3 de Gênesis entra em cena alguém que vem colocar dúvida quanto à ordem do Senhor ao primeiro casal:
“Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor tinha feito, disse à mulher: É assim que
Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio
do jardim, disse Deus: dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais.
Então a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes sevos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do
bem e do mal.
Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar
entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu”.
Gênesis 3: 1 – 6

Nós vimos no estudo sobre a pessoa de Deus, que Ele é Santo, Santo e Santo, e, por isso, não tolera e nem permite o
pecado. Então, Deus os advertiu a que não comessem daquela árvore. Mas Deus deu ao homem o livre-arbítrio –
liberdade de escolha. Adão e Eva escolheram desobedecer à ordem dada por Deus. E por Ele ser Justo, exigiu uma
pena pelo pecado.

Ele os advertiu que, se eles comessem da árvore certamente morreriam. Essa era a pena exigida por Deus. Eles não
precisaram cometer vários pecados e nem cometerem aqueles pecados que, aos nossos olhos, são terríveis –
assassinato, roubo, prostituição, etc. – porque, para Deus, não há diferença entre os pecados.

Apenas um pecado – transgressão da ordem dada por Deus. Eles experimentaram instantaneamente a morte
espiritual. É bom entendermos que encontramos na Bíblia a morte em três aspectos: morte física, morte espiritual
e morte eterna. O significado de morte é separação.

O ser humano é formado por: espírito, alma e corpo e, ao pecar, o seu espírito separou-se de Deus, ou seja, morreram
espiritualmente e, por entrar o pecado em suas vidas, o homem perdeu essa comunhão. Esse é o primeiro aspecto da
morte: morte espiritual.

Em Gênesis 5: 5 lemos o seguinte: “Os dias todos da vida de Adão foram novecentos e trinta anos; e morreu”. Esse
capítulo relata algo terrível que ocorreu com a humanidade depois do pecado de Adão: experimentou a morte física.
Em todo esse capítulo lemos que o homem nasceu, gerou filhos e morreu. Vemos que Adão experimentou a morte
física – o segundo aspecto da morte.

O terceiro aspecto da morte – a morte eterna – qualquer pessoa que, durante essa vida, não quer entender como Deus
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salva e como Deus resolve a questão do pecado, vier morrer sem restabelecer a comunhão com Deus como Adão
tinha antes, essa pessoa vai experimentar a morte eterna.

Nós sempre pensamos que Deus é amor e um dia tudo vai dar certo. As pessoas sempre pensam que não são tão ruins
para merecerem a condenação. Pensam que, por serem bons cidadãos e, finalmente, porque Deus é amor, não é
necessário fazer mais nada. Mas, infelizmente, pensando assim, não considerando a Santidade e Justiça de Deus, eles
estão caminhando para o sofrimento eterno.

Muitos pensam que, por pecarem pouco e por se absterem de muitas coisas pecaminosas, procurando viver uma vida
piedosa – como ensinam muitas religiões – não serão condenados. Outros, dizem que nem acreditam na existência do
inferno e que não precisam de Deus, pois vivem bem sem Ele. Há os que dizem que, depois da morte, tudo acaba.
São diversas suposições que há na mente humana, mas não são verdadeiras e são, na verdade, tentativas de Satanás
de desviar a atenção do homem do que Deus tem dito e estabelecido.

A Bíblia diz que, com a morte física, se a pessoa não tiver resolvido o problema do seu pecado, vai experimentar a
morte eterna - separação eterna de Deus. Muitos acham que são donos da sua vida, mas a verdade é que eles tiveram
um nascimento e durante toda a sua vida viveram indiferentes a Deus e é bem possível que Ele nunca interfira em
suas vidas, mas depois da sua morte, tudo muda. Na eternidade, após a morte, Deus tem o controle total do destino
do ser humano e não lhe dá mais o direito de escolher. Seu corpo foi para o túmulo, mas a sua alma e seu espírito vão
para Deus. Vemos em Mateus 7 que há duas portas, dois caminhos e dois destinos. Não poderão ficar em cima do
muro.

Antes de pecar, Adão e Eva tinham uma comunhão perfeita com Deus. Na viração do dia, Deus veio para conversar
com as suas criaturas. Ao pecar, essa comunhão gostosa interrompeu. E veremos, a seguir, as evidências do pecado
de Adão e Eva.

Satanás, um dos seres criados por Deus, encheu-se de orgulho e teve uma ambição de ser igual a Deus e rebelou-se
contra Ele. Esse foi o primeiro pecado cometido e se deu na esfera celestial. A primeira manifestação da Santidade
Deus foi manifestada: Por não tolerar o pecado, Satanás foi expulso do céu e se tornou o inimigo número um de Deus.
E, agora, depois de criar o universo, a Terra, o primeiro casal e colocá-lo no jardim, aparece Satanás, usando o corpo
da serpente para conversar com Eva, deturpando e colocando em dúvida a ordem que tinha sido dada por Deus.

Esse terrível inimigo –Satanás - continua agindo da mesma forma hoje: distorcendo a Palavra de Deus, trazendo à
mente dúvida quanto ao que Ele tem dito realmente. E Eva caiu na armadilha do inimigo, não respondendo
corretamente. Nos versos 2 e 3, ela disse “...do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: dele não
comereis nem tocareis nele, para que não morrais”. Dúvida gera insegurança. Satanás, vendo que ela tinha mordido
a isca continuou: “É certo que não morrereis” – v.4 – Mentira! O diabo é o pai da mentira. Ele acrescenta ainda:
“porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores
do bem e do mal”. Ele disse à mulher que Deus não queria que eles fossem conhecedores, causando ambição na
mulher, despertando o desejo de ser como Deus.

2.4.3 Sintomas de morte no Éden

Eva, então duvidou da bondade de Deus, achando que havia algo a mais que Deus estava escondendo deles. Ela tomou
do fruto, comeu, deu ao seu marido e, dessa forma, tornaram-se conhecedores do bem e do mal, sem condições para
praticar o bem, sem condições de evitar o mal: morreram espiritualmente. Quais foram as evidências de que morreram
espiritualmente e que perderam a comunhão com o Senhor?

2.4.3.1 Vergonha
Abriram-se os olhos, viram que estavam nus - v. 7 – perderam a inocência. Antes, eram puros, sem malícia e
depois, perderam a pureza, sentiram-se culpados, acusados por sua consciência. Sentiam que algo estava errado
consigo. O homem, então, faz a sua primeira tentativa de resolver essa situação, fazendo para si, vestimenta de
folhas de figueira, o que resolvia só entre eles e por pouco tempo. Não deu certo.
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2.4.3.2 Esconder
Esconderam-se no meio das árvores do jardim – v.8. Há algum lugar que se possa esconder do Deus Onisciente
e Onipresente? Novo esforço humano em vão para dar um jeito no pecado. Ele tenta esconder o seu pecado de
Deus e, assim, o homem continua fazendo até hoje. Quantos maridos e quantas esposas levam segredos consigo
para o túmulo, para não confessar os seus pecados. Ocultar o pecado não o resolve perante Deus. Lemos em
Hebreus 4:13 que não há criatura que não seja manifesta na presença de Deus. – Ele sabe tudo. Adão e Eva não
podiam escapar ou fugir, ou se esconder de Deus. Chegou a virada do dia e Deus os chamou: “Onde estás”?
Adão responde: “Tive medo e me escondi”.

2.4.3.3 Sentir medo


Deus havia mudado? Não! Ele é imutável. Mas o homem sim tinha mudado. Agora eles precisaram se esconder
por medo. Por quê? Adão sabia da Santidade e Justiça de Deus e o Senhor lhe pergunta: “Quem te fez saber que
estavas nu, comeste da árvore? v. 11 Qual foi a resposta de Adão? “A mulher que tu me deste” v.12. Adão
culpa a Deus e a mulher. Ele não assume o seu pecado e culpa os outros – característica do homem depois do
pecado até hoje. Como é difícil para o homem admitir o seu pecado e dizer eu pequei, mereço a morte. Pelo
contrário, não admitiu e ainda procurou solucioná-lo à sua maneira. A busca de recursos humanos é não querer
se humilhar diante de Deus. Bastou apenas um pecado, para que a justiça de Deus entrasse em cena: uma única
pena – a morte! Será que Ele vai exigir menos de nós? Não, pois Ele é o Deus Imutável, por isso continua o
mesmo.

Deus, então, começa a tratar com cada um ali no Jardim do Éden: Gênesis 3:14 e 15 – Serpente – “Maldita és entre
os animais, rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó;” v. 16 – Mulher – “Multiplicarei as dores da tua gravidez,
em meio de dores darás à luz filhos e o teu marido te governará;” v. 17 - Adão –“Maldita é a terra por tua causa
(cardos, abrolhos, espinhos e pragas), em fadigas obterás dela sustento e com o suor do teu rosto comerás o teu
pão (terás que trabalhar duro para obteres dela o sustento), até que tornes à terra” – morte física. Essas são evidências
da entrada do pecado no mundo. Adão teve que pagar um preço muito alto pela sua desobediência. Aproximadamente
900 anos depois, ele experimentou a morte física. O homem vive hoje em média 70 anos. Seu corpo começa a
envelhecer até chegar à morte e, então, alguém o espera! A vida não termina com a morte, mas é o começo da
eternidade. Por isso é preciso entender como Deus salva o pecador.

Ainda em Gênesis 3:22 e 23, encontramos nova evidência da Santidade e Justiça de Deus “Eis que o homem se
tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, para que não estenda a mão e tome também da
árvore da vida, e coma, e viva eternamente o Senhor Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden...” E Deus
pôs querubins para o guardar, para que o homem não tomasse também da árvore da vida e vivesse eternamente no
pecado. O homem foi banido da presença Santa de Deus.

Finalmente, gostaríamos de mostrar que a solução para que o homem pudesse permanecer ali na presença de Deus,
foi providenciado pelo próprio Deus. Em Gênesis 3:21 lemos “Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e
sua mulher, e os vestiu”. Os recursos humanos se esgotaram ali no Éden: roupas de folhas de figueira, tentar fugir e
se esconder entre as árvores e jogar a culpa uns nos outros. Deus fez vestimentas adequadas e estabeleceu ali um
princípio que percorre toda a Bíblia – O RECURSO PARA A SALVAÇÃO HUMANA VEM DE DEUS. Ele
estabeleceu a maneira como salva pecadores culpados: a salvação vem unicamente da parte de Deus e Ele não aceita
os esforços humanos para se salvarem. Ele estabeleceu o único meio que pode salvar totalmente os pecadores.

2.4.4 Sintomas de morte herdados pela descendência de Adão

Lemos em Romanos 5:12 “Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim
também a morte passou a todos os homens porque todos pecaram”. Herdamos de Adão essa natureza pecaminosa.
Adão pecou e, assim, todos os seus descendentes pecaram também.

Fora do Éden, diz a Palavra de Deus, que Adão e Eva tiveram dois filhos - Gênesis 4: 1-7 - Caim e Abel. Caim foi
lavrador e Abel, pastor de ovelhas. Diz a Bíblia que nos fins de uns tempos, eles resolveram apresentar diante de
Deus suas ofertas: Caim trouxe do fruto da terra, e Abel, uma ovelha de seu rebanho. Mas o Senhor não se agradou
de Caim, nem de sua oferta e agradou-se de Abel e de sua oferta. Por que o Senhor não se agradou de Caim e nem da
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sua oferta? Caim apresentou ao Senhor o fruto do seu próprio esforço. A terra produz, se o homem a preparar
adequadamente, semear a semente que ele mesmo deseja e, então, baseado no seu esforço a terra produzirá.
Novamente verificamos uma tentativa humana para agradar a Deus. Caim compareceu perante Deus tentando
negociar à sua própria maneira, por isso, foi rejeitado pelo Senhor. Os dois irmãos foram orientados da mesma
maneira, porém, Abel entendeu que não podia apresentar diante do Senhor uma oferta baseada no seu próprio esforço
e, por isso, escolheu obedecer a Deus.

Adão e Eva geraram filhos à sua espécie: pecadores. Caim representa o ser humano que tenta com seus esforços
próprios alcançar a Salvação. Isso começou lá no Éden continua até hoje. Caim não concorda com a Santidade e
Justiça de Deus e a maneira como Ele trata o pecado. Isso pode ser notado quando Deus recusou a sua oferta. Não o
vemos dialogando com Deus, querendo saber por qual razão ele e sua oferta não foram aceitos, mas ficou irado,
sentiu ódio, descaiu-lhe o semblante. Quem o ensinou a sentir-se assim? Isso é consequência da entrada do pecado
no mundo.

Deus falou com Caim, tentando alertá-lo: “Por que andas irado? Por que descaiu o teu semblante? Se procederes
bem não é certo que serás aceito”? v. 6, 7. Deus tenta convencê-lo de seu pecado. Mas Caim não lhe deu ouvidos e,
movido pela inveja – outro pecado, convidou seu irmão para irem ao campo e lá o matou – mais um pecado. Com
quem ele aprendeu a matar? O Senhor o tinha alertado: “O pecado jaz à porta, cumpre a ti dominá-lo”. v. 7.Deus
que sabia de todas as coisas pergunta-lhe por seu irmão e Caim mente e, de forma irreverente e orgulhosa, responde-
lhe que não é o responsável por Abel. A justiça de Deus, novamente entre em cena e castiga a Caim pelo seu pecado,
mas ele não aceita e ainda acusa ao Senhor de estar colocando sobre ele um castigo injusto. Ele resolveu fugir da
presença de Deus, temendo que um de seus irmãos viesse vingar a morte de Abel.

Deus, misericordioso, pôs em Caim uma marca para que ninguém o matasse poupando-lhe a vida. O Senhor ainda
está buscando em Caim um sinal de arrependimento. É isso que Deus quer do pecador até hoje: arrependimento.

2.5 A raça humana condenada

2.5.1 A condenação é universal – Romanos 1 - 3

Na carta de Paulo aos cristãos em Roma, lemos nos primeiros capítulos o pensamento de Deus sobre os homens. No
capítulo 1:18 lemos: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detém a
verdade pela injustiça”. Por causa da Sua Justiça e Santidade, Deus não tolera o pecado e, por isso, Ele derrama a
Sua Ira sobre a humanidade.

Lemos nos capítulos 1 a 3 dessa carta que Paulo fala de três classes de homens: a primeira mencionada é a dos
homens depravados. No passado, o homem não tinha a Palavra escrita, apesar disso, a humanidade podia reconhecer
a Deus por meio da sua criação que revelava o Seu Eterno Poder, podia conhecê-lo por meio de Seus Atributos
invisíveis – Eternidade, Onipotência, Onipresença, Santidade, etc. – e, também, por meio da Sua Própria Divindade.
E, apesar de terem o conhecimento de Deus, os homens não glorificaram a Deus e deram-lhe as costas. No v. 21,
vemos como o Senhor os descreve: “se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-lhes o coração
insensato, inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos”. O homem, então, rejeitando o Deus Único e Verdadeiro
criou os seus próprios deuses e passou a adorá-los e, assim, se distanciou cada vez mais de Deus, passando a adorar
a criatura em vez do Criador.

Com o pecado da idolatria, quando o homem deixou de adorar a Deus e passou a adorar seus próprios deuses, veio
todo tipo de imoralidade. Isso é possível notar nos versos 26 e 27, quando, como consequência de abandonar a Deus,
o ser humano deixou o seu contato íntimo natural e cometeu torpezas mulheres com mulheres e homens com homens.

Os homens gostam de escolher, mas não gostam de arcar com as consequências de sua escolha. Eles se afastaram de
Deus, e o Senhor, então, permitiu que vivessem do modo como queriam. Nos vv. 27 – 31, temos uma lista dos pecados
que cometiam: injustiça, malícia, avareza, maldade, inveja, homicídio, contenda, malignidade, calúnia, insolência,
soberba, presunção, desobediência aos pais, etc. E, no v. 32, lemos que eles conheciam a sentença de Deus: “são
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passíveis de morte por praticarem e aprovar os que tais coisas praticam”. Infelizmente esses pecados estão presentes
nos nossos dias também.

No capítulo 2 de Romanos, encontramos uma segunda classe de homens: os falsos moralistas, que eram aqueles
que tinham um tipo de vida moral (v.1). Eles não se achavam ruins. Mas no seu interior havia pecado - eles julgavam
as pessoas por suas práticas erradas, mas eles faziam as mesmas coisas. Eram os moralistas. Como hoje, temos pessoas
que acham que pecadores são somente os assassinos, as prostitutas, os ladrões, etc. Acham que por levarem uma vida
tranquila, honesta, pagando os seus impostos, não são dignos de irem para o inferno.

Paulo, então, mostra a esses homens que o juízo do Deus Onisciente é conforme três coisas:
1) -É segundo a verdade – não é superficial – Ele, sendo onisciente, conhece intimamente cada ser humano
e pode avaliar retamente cada um (v. 2);
2) -É totalmente Justo – Ele não deixa passar impune nenhum pecado cometido. A lei dos homens não age
assim. Muitas vezes o culpado não vai para a cadeia (v. 5);
3) -Não é parcial – Ele não faz acepção de pessoas. Não trata com o homem segundo a sua classe social ou
cor da pele. (v. 11).

Por isso, Ele podia dizer a essa classe de pessoas, que tinham aparência de justiça, mas que não podiam enganar a
Deus: “Deus irá julgar os segredos dos homens, porque Ele avalia o coração”. (v.16)

A terceira classe de homens que o apóstolo Paulo menciona é a religiosa, representada no trecho pelos judeus (v. 17
– 20). “Se, porém, tu que tens por sobrenome judeu, repousas na lei e te glorias em Deus; que conheces a sua
vontade, e aprovas as cousas excelentes, sendo instruído na lei... tendo na lei a forma da sabedoria e da verdade...”.
Infelizmente, essa classe de homens, por terem recebido a lei e serem conhecedores dela, julgavam-se melhores do
que os outros. Paulo mostra-lhes que, apesar de serem conhecedores da lei, estavam perdidos, pois também eram
transgressores da lei.

Três classes: homem depravado, que vive sem levar em conta a existência de Deus; homem moralista que pensa poder
“negociar” com Deus a sua salvação, baseando-se na sua “suposta bondade” e o homem religioso – representado pelo
judeu – que pensa que, por ser um conhecedor da lei, está agradando a Deus e, portanto, está salvo.

Após considerar o que Deus pensa do ser humano, Paulo faz a seguinte pergunta: “Porventura, será Deus injusto
por aplicar a sua ira”? E ele mesmo responde: “Certo que não... pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus
como gregos estão debaixo do pecado”. (Romanos3:5,6,9) O homem precisa se conscientizar desse fato: toda
humanidade é pecadora, culpada e condenada diante de Deus. E, por não se julgar culpado, o homem tenta mostrar a
Deus as suas “boas obras”, pensando que poderá se justificar diante dEle, em vez de admitir a sua culpa, considerando-
se digno de receber a pena de morte eterna, pois como lemos, “todos estão debaixo do pecado”.

Mesmo antes de nascermos, o Deus Onisciente já sabia que nós nasceríamos condenados e mortos. No entanto, por
não pensar seriamente no seu pecado, o homem gosta de estabelecer comparações. Nós sempre encontraremos pessoas
que pecam mais ou menos que nós, e aqueles que são mais ou menos religiosos que nós. Mas isso, não tem a menor
importância para Deus, pois, não somos condenados de acordo com a quantidade e nem de acordo com a qualidade
de nossos pecados e sim, porque já nascemos na condição de pecadores.

Não importa, também, quando começamos a pecar e nem se já atingimos um número “x” de pecados. Como dissemos,
nós já nascemos condenados, mortos espiritualmente, distantes e separados do Deus Santo, portanto, devedores da
pena de morte eterna. Foi necessário apenas um pecado cometido – e, por sinal, não era nenhum dos piores pecados,
segundo a nossa avaliação: nós diríamos uma simples desobediência – e, uma única vez para que Adão e toda a raça
humana depois dele fossem totalmente condenados.

Chegando ao v. 9, Paulo faz uma pergunta: “O que se conclui? Temos nós qualquer vantagem”? Nos capítulos 1,
2, 3 e verso 8, o apóstolo mostra que ninguém tem alguma vantagem, pelo contrário, todos, sem distinção de cor,
raça e situação social estão condenados diante de Deus.

A seguir, o apóstolo passa a agir como faz um promotor no tribunal, apresentando todas as provas e evidências da
parte de Deus contra o homem, mostrando que todos os seres humanos estão condenados diante dEle. É bom
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pensarmos que Deus está falando pessoalmente com cada um de nós.

Paulo cita versos do Velho Testamento escritos por Davi (1200 a.C.) e Isaías (700 a.C.). Ele queria mostrar que, desde
o Éden e até hoje, Deus não mudou com o passar do tempo. Ele ainda considera o homem culpado e condenado.

A primeira coisa que Deus nos diz? “Não há justo” Justo é aquele que não tem pecado. Podemos imaginar a Deus,
Onisciente, contemplando todos os seres humanos de Adão para frente, dizendo: “não vejo nenhuma pessoa que não
esteja condenada diante de mim e de quem eu não exija a pena de morte eterna”. Hoje, nesse tribunal, Deus está
dizendo que você está condenado porque você não é justo. A melhor pessoa na face da terra, que tenha o mínimo de
pecado possível, para Deus, ela será totalmente injusta. Isso não significa que tenha cometido todos os tipos de
pecados e nem os “piores” pecados – segundo a nossa avaliação - que existem, mas que até que você não seja
declarado Justo pelo Senhor, diante dEle você está condenado, porque você nasceu nessa situação.

Infelizmente, o ser humano pensa que, com seus dízimos, com sua esmola e com sua “suposta” bondade poderá
justificar-se diante de Deus. Por mais bondosos que nós sejamos, somente o Deus Onipotente tem poder para nos
justificar. Temos que “calar a nossa boca” diante desse Deus Santo e aceitarmos o que Ele nos diz: somos culpados.
E, portanto, enquanto não admitirmos esse fato e pararmos de apresentar os nossos próprios recursos, por mais
sinceros que sejam, reconhecendo que são insuficientes para nos justificar, não poderemos ser salvos.

Até esse momento, não apresentamos nesses estudos o que pode salvar o pecador, mas sim, o que não pode salvar –
obras, dinheiro, penitências, etc. – porque, infelizmente, Satanás tem colocado muitas ideias erradas na mente das
pessoas com relação a sua salvação e, se o pecador não chegar a ponto de reconhecer que está 100% perdido, ele não
poderá ser salvo, pois ele nem admite que precisa ser salvo. Lembre-se que Deus salva somente os que se acham
totalmente perdidos.

Quando um salva-vidas percebe que uma pessoa está se afogando, ele não vai se aproximar para salvá-la, se ela estiver
tentando com todas as suas forças se salvar, pois, ele sabe que a adrenalina que o corpo produz nessas condições a
faz muito mais forte do que é de fato, e isso, seria um perigo imenso para ele mesmo. Mas quando a pessoa desiste
por cansaço, o salva-vidas se aproxima e, de forma segura, tira a pessoa da água. Assim também é com o pecador
que, enquanto tenta se salvar, apegado a sua religião, as suas boas obras e ao seu dinheiro, nem adianta apresentar o
plano de salvação, porque ele não ouvirá e continuará tentando com suas próprias forças.

O promotor continua no tribunal, apresentando as provas que condenam o réu – o pecador. Lemos no v. 11: “não há
quem entenda”. O que o homem não entende? Nós sabemos que o homem entende a respeito de diversos assuntos,
pois é muito inteligente. Ele tem conhecimento em Astronomia, Medicina, Matemática e muitas outras ciências, mas
referente a assuntos espirituais, o homem não é capaz de entender nada, sem a Palavra de Deus. Sem ela, nenhum
homem chegará a entender e concluir que não há justo e nem quem faça o bem. Quando ele analisa a si mesmo,
sempre chega à conclusão de que é bondoso e justo. Somente pela Palavra de Deus o homem pode entender que é um
pecador perdido e, somente pelo poder do Espírito Santo, poderá encarar a sua triste situação: condenado.

No v. 11, lemos ainda “não há quem busque a Deus”. Como vamos entender o que o apóstolo está dizendo? Ele está
falando de todos: muçulmanos, budistas, hinduísta e outros. E, talvez, você esteja se perguntando se estes não estão
buscando a Deus. Estão buscando algo com certeza, mas não é o Deus segundo a Verdade, Santo, Santo, Santo e
Justo. O deus que eles buscam e que querem acreditar e seguir é um deus que não pune e que não exige a pena de
morte de ninguém. Um deus que não vai lançar ninguém no Lago de Fogo. É outro deus. É o deus da imaginação
deles e que não existe.

A cada dia, vemos uma nova religião surgindo e uma nova igreja sendo aberta. E essas religiões estão pregando uma
mensagem que agrada ao homem, pois ele não gosta de pensar em pecado, no inferno e, menos ainda, em condenação
eterna. Por isso, podemos dizer, com certeza, que eles não estão buscando o Deus Único e Verdadeiro, porque esse
Deus quer mudar a situação do ser humano no que diz respeito ao seu destino eterno. O que de fato eles buscam é um
deus criado por eles mesmos, que pode lhes agradar, dar bens materiais, poder, “status” e prosperidade. Esse não é o
Deus que encontramos nas Escrituras.

No v.12 Paulo diz “todos se extraviaram”. Como já vimos, ao entramos nesse mundo, já estamos longe de Deus,
perdidos, caminhando para a perdição. Tudo começou com uma pessoa - Adão. Ele saiu do caminho e, toda a raça
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humana, a partir de então, está caminhando rumo à perdição. Uma ilustração muito boa a respeito disso é a seguinte:
um grupo de irmãos e eu saímos de Franca com destino a Londrina. Viajávamos a noite e, numa determinada hora, o
motorista, já cansado, pediu-me se poderia dirigir um pouco. Peguei o volante e fui dirigindo bem feliz por mais ou
menos duas horas, quando me deparei com uma placa que, ao invés de dizer Londrina há tantos quilômetros, dizia:
Goiânia. Sabendo um pouquinho de Geografia, pude perceber que estava totalmente perdido. Enquanto seguia pela
estrada, estava feliz, assoviando, achando que estava tudo bem, mas quando soube que estava perdido, que havia
extraviado o caminho, parei imediatamente. O sentido que deveria seguir era o oposto. Que frustração! Duas horas
rodando à toa, gastando combustível e nosso tempo também.

O mesmo acontece na vida espiritual. O homem está extraviado. Desde o Éden está perdido. E, sabendo que está
perdido, extraviado, quanto antes souber desse fato melhor será, pois assim, poderá tomar o caminho certo, mais
rápido possível. E, para que isso aconteça, o primeiro passo é admitirmos que estamos extraviados.

Lemos a seguir, “a uma se fizeram inúteis”. Quando pegamos um copo de vidro, sabemos perfeitamente para que
finalidade ele foi projetado. Mas se ele cair das minhas mãos e se quebrar, os cacos espalhados pelo chão servirão
para alguma coisa? O copo perde totalmente a sua utilidade. Deverá ser jogado no lixo. O mesmo se deu com o
homem que foi criado para honrar, glorificar, servir, ministrar e adorar a Deus. Ele os criou para cumprir os seus
propósitos. Antes de pecar, Adão serviu perfeitamente aos propósitos divinos, mas, depois do pecado, perdeu
completamente a sua utilidade. Assim, todo homem, antes de ser salvo, não tem utilidade nenhuma para Deus.

Conhecemos pessoas que têm sacrificado suas vidas, abrindo mão de família, conforto e segurança, vão para
seminários, pensando que Deus vendo o seu esforço e a sua dedicação os recompensará. Temos que sentir pena de
tais homens, pois, para Deus, antes de serem salvos, eles são considerados inúteis. Somente depois de salvo, o homem
pode ser útil nas mãos de Deus. O apóstolo Paulo, antes de ser salvo, chamava-se Saulo e imaginava que tinha
entendido o plano e a vontade de Deus. Pensava que estava caminhando para o céu porque era um homem muito
religioso. Quando foi salvo, entendeu que não sabia nada, nem era justo, nem estava buscando com suas atitudes o
crescimento do reino de Deus, mas sim, o crescimento de uma religião, de uma seita. Ele mesmo escreveu estas
palavras, baseado na sua própria experiência.

Lemos no v.12: “Não há quem faça o bem, não há nenhum sequer”. Preste atenção nisso: não somos nós, nem a
Prefeitura ou qualquer outra autoridade aqui da Terra que está dando esse diagnóstico a respeito de toda a raça
humana, mas o Deus Santo, Santo, Santo. Todos nós sabemos que existem muitas pessoas caridosas, boas e generosas
para com os pobres aqui na Terra e pode ser que você até seja uma delas. Mas o que Deus está falando é que, diante
dos Seus olhos Puros e Santos, capazes de ver o mais íntimo do homem, nossas obras não têm valor e, por isso, não
temos condição de produzir ou de fazer algo que seja suficiente para nossa salvação. Por exemplo, um homem, antes
de ser salvo, faz uma doação de três bilhões de dólares para construção de orfanatos, abrigos para idosos e outras
instituições de caridade. Antes dessa doação ele é considerado por Deus injusto e depois dessa doação continua sendo
considerado por Deus injusto. É Deus e, somente Ele, o Deus Onipotente, quem pode justificar e perdoar o pecador.

A salvação funciona assim: cada pecador deve parar de tentar negociar com Deus, reconhecendo que é injusto e
incapaz de fazer o bem como Deus exige e, por isso, é incapaz de conseguir a salvação por meio das suas obras, pois
o padrão de Deus é muito alto. Lembre-se que obras não funcionam diante de Deus. Os filhos de Adão não podem
fazer nada que agrade a Deus, porque suas mãos estão contaminadas. Isaías 64: 6diz que “Todos nós somos como o
imundo, e todas as nossas justiças, como trapo de imundícias...” Isaías diz que as nossas justiças, isto é, aquilo que
aos nossos olhos, podemos chamar de “coisas boas e bonitas” não são suficientes e diante dos olhos de Deus, não
passam de trapos de imundícias.

Para entendermos o que isso significa, pensemos na seguinte ilustração: quando pegamos as sobras de comida dos
pratos dos nossos familiares, não vamos juntar tudo em um prato, e guardar para comê-lo no jantar. É nojento e
repugnante para nós, pois sabemos que está contaminado e não serve para nada, a não ser para alimentar os cães. Mas
se dermos para os cães, eles não o rejeitarão, pelo contrário, para eles será um banquete. Aos olhos dos cães, banquete,
mas aos nossos olhos, lixo. É assim que Deus vê as nossas “boas obras”. Para uma mente contaminada pelo pecado,
coisas boas, mas aos olhos Puros de Deus, lixo.

Nos versos seguintes (13-15, 18), encontramos algumas partes do corpo humano sendo destacadas, mostrando que o
homem, da cabeça aos pés, está contaminado, corrompido e atingido pelo pecado. “A garganta deles é sepulcro
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aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição
e de amargura”. – Garganta, língua, lábios, boca. – Temos o nosso sistema de comunicação.

A seguir, “são os pés velozes para derramar sangue” – pés - nosso sistema locomotor.

E no verso 18 lemos “não há temor de Deus diante de seus olhos” – olhos – nosso sistema de visão. É só assistirmos
ao jornal e veremos as consequências de toda essa corrupção. Não há exagero por parte do apóstolo, infelizmente, é
o que podemos verificar nas atitudes do homem até hoje. Tudo o que o homem faz, está contaminado pelo pecado.
Até que ele seja considerado justo diante de Deus, nada que ele fizer será considerado e aceito por Deus. Ele não está
interessado no dinheiro do pecador, nem nas suas boas obras, mas sim, que reconheça que é inaceitável e indigno
diante de Deus. Ele quer que o pecador chegue ao ponto de reconhecer o que diz o verso 19: “...que se cale toda boca
e todo mundo seja culpável perante ele”. Ele exige que o pecador pare de tentar se justificar diante dEle com sua
religião, com suas obras e com seu dinheiro e reconheça que é um pecador culpado.

Finalmente, nos versos 19 e 20, o apóstolo, depois de pintar esse quadro horrível da raça humana, diz “...tudo o que
a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda a boca e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto
que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do
pecado”. Por isso, Ele pode afirmar com toda certeza no verso 23: “todos pecaram e carecem da glória de Deus”.
Nas grandes cidades, muitas pessoas fazem um barraco debaixo da ponte e moram com suas famílias nesses lugares.
Eles não fazem isso porque querem poupar o dinheiro que têm no banco ou, então, porque gostam de morar no meio
da sujeira, mas o fazem, porque estão destituídos de dinheiro para morarem num lugar melhor. São pessoas carentes.
Essa é situação espiritual do ser humano. Deus diz que todos estão destituídos da glória e da aprovação de Deus.

Depois de apresentar todas essas acusações, argumentos e provas contra o réu, o promotor faz com que o pecador
cale a sua boca e reconheça o seu pecado, e a sua dívida. Nós agora chegamos ao verso 21 que diz, “mas agora, sem
lei (a prática das obras da lei), se manifestou a justiça de Deus”. Reconhecendo-se nessa situação, cada pecador
pode ser salvo, pois é para essas pessoas que a justiça de Deus tem se manifestado.

2.5.2 O pecado de Adão transmitido a toda humanidade – Romanos 5 / Efésios 2

Em Romanos 5:12, lemos: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a
morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. Precisamos entender que, o que
aconteceu a 6.000 anos atrás, quando Adão e Eva pecaram contra o Deus Santo, Santo, Santo e Justo, tem tudo a ver
com a maneira como Deus nos vê hoje desde o nosso nascimento. Ao nascer, nós estamos na mesma condição em
que eles se encontraram, depois de pecar uma única vez. Eles morreram, porque pecaram; só morreram depois de
pecar. Nós já nascemos mortos e, mesmo antes de pecarmos pela primeira vez, diante de Deus, estávamos mortos.
Precisamos nos conscientizar de que, se morrermos na mesma condição em que nascemos, isto é, mortos, estaremos
condenados. “A morte passou para todos os homens”, diz-nos o versículo bíblico. O Deus Onisciente e Eterno, já
sabia em que condição espiritual você nasceria: morto espiritualmente.

Como já dissemos, o homem tem a tendência de fazer comparações. Quando nos comparamos com outros, sempre
encontraremos aquele que peca mais ou menos que nós, o que é mais religioso e assim por diante, mas todas essas
comparações são ab

surdas, pois não importa a quantidade de pecados e nem quando cometeu o primeiro pecado, porque o problema já
existia antes. Nós nascemos com o problema. Antes de pecar, a situação de Adão e Eva não podia ser melhor. Eles
não podiam ser mais íntimos de Deus e nem ter uma comunhão melhor com o Criador. Mas depois de cometerem
apenas um único pecado, sua situação não podia ser pior. Eles se tornaram 100% pecadores e mortos, não podiam ter
menos comunhão, nem estar mais distantes de Deus. Eles se tornaram devedores da pena de morte. Foram desligados
e separados de Deus, foram expulsos do Éden.

E quanto a nós, segundo o verso 12, nascemos mortos para com Deus. Não podemos ser mais ou menos mortos.
Mesmo antes de pecarmos pela primeira vez, já estamos mortos espiritualmente. Não seremos mais mortos se
pecarmos um bilhão de vezes, porque não é a quantidade e nem a qualidade de pecado, mas sim a condição, o estado
em que nos encontramos diante de Deus – pecadores por natureza -, que faz com que cometamos pecados.
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No Éden, o homem declarou guerra contra Deus, quando escolheu acreditar nas palavras de Satanás, duvidando do
que Deus havia dito, duvidando da Sua bondade e das Suas intenções, Ele se tornou um inimigo de Deus, pois rejeitou
os seus planos e seus propósitos. Desde então, há um conflito espiritual entre Deus e o homem. Por isso, em Romanos
5: 10, encontramos a expressão: inimigos – Paulo está contando a sua experiência antes de ter sido salvo. Ele era
considerado inimigo por Deus. Ele não tinha paz com Deus. É assim que Ele nos classifica e nos vê. Paulo só pôde
experimentar paz quando foi declarado justo por Deus. Por isso, ele pode dizer as palavras do verso 1: “Justificados,
pois, mediante a fé temos paz com Deus”.

No verso 10, lemos “fomos reconciliados”. Como vimos, desde o Éden, a raça humana está separada de Deus, mas
depois de salvo, o homem é reconciliado com Deus. Reconciliar é estabelecer novamente a amizade, a união que
havia sido quebrada.

Milhões de pessoas nesse mundo estão utilizando a expressão “Pai nosso”. Há um problema muito sério a ser
considerado com essa frase. Pessoas que são consideradas inimigas por Deus, estão chamando-O de Pai. Todos os
privilégios de um relacionamento puro entre pais e filhos foram perdidos no Éden, quando eles pecaram. E, antes de
sermos reconciliados com Deus, não temos o direito de chamá-lo de “Pai”.

Antes de ser salvo, o homem não faz parte da família de Deus. Lemos em Lucas 11: 1: “...um dos seus discípulos lhe
pediu: Senhor, ensina-nos a orar...” É preciso notar que foi um dos discípulos de Jesus que pediu que Ele lhes
ensinasse a orar. Um discípulo podia chamá-lo “Pai”, pois já era salvo, já tinha se reconciliado com Deus e não era
mais considerado seu inimigo. Deus quer que você também tenha esse privilégio, Ele quer ser o seu Pai. Por isso,
estamos estudando com você.

Paulo escreveu uma carta a alguns cristãos que moravam numa cidade chamada Éfeso – os efésios. Paulo queria que
essa igreja crescesse, por isso, lhes escreveu. No capítulo 2 lemos o seguinte: “Ele vos deu vida estando vós mortos
nos vossos delitos e pecados”. O apóstolo está descrevendo a situação espiritual desses irmãos no passado. Ele está
dizendo que antes, aqueles cristãos estavam mortos nos seus pecados, mas agora, depois de salvos, tinham recebido
vida. Eles entraram pela porta estreita. E Paulo continua dizendo “nos quais andastes outrora, segundo o curso deste
mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, (o próprio Satanás) do espírito que agora atua nos filhos da
desobediência”. No passado, andaram de acordo com a vontade de Satanás, caminhando conforme a “correnteza”
desse mundo, fazendo a vontade do inimigo que atua nos filhos da desobediência. Antes de salvos – filhos da
desobediência, depois de salvos – filhos de Deus.

No verso 3, Paulo se inclui nesse grupo de pessoas, que caminhava de acordo com os filhos da desobediência. Ele
diz: “entre os quais também nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne”. Carne na Palavra de
Deus é a natureza pecaminosa que todos nós herdamos de Adão, isto é, uma propensão ao pecado, um interesse no
que é vulgar – “fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; éramos por natureza filhos da ira” - não é algo que
acontece num determinado dia, mas nascemos assim, não filhos de Deus, mas filhos da ira de Deus, filhos da
desobediência.

Infelizmente, as religiões têm ensinado as pessoas a orarem o “Pai nosso”, como se elas já fossem realmente filhas
de Deus. Isso tem feito com que elas não se preocupem com a sua situação espiritual, porque, na sua cabeça, já são
filhas de Deus. E, sendo assim, Deus não vai mandá-las para o inferno. O problema é que o homem antes de ser salvo
não é chamado filho de Deus, mas filho da ira de Deus e filho da desobediência e, se não forem salvos, certamente
serão lançados no inferno.

Jesus não queria que essa oração fosse usada como uma ladainha a ser repetida, mas Ele queria dar um modelo de
oração, para que, baseados nesse modelo, os seus filhos pudessem se comunicar de forma adequada com o Pai, falando
naturalmente, como nós nos comunicamos uns com os outros.

Voltando a carta aos Efésios 2:1, podemos notar quem pode dar vida ao pecador morto. “Ele vos deu vida” – Somente
Deus pode dar vida porque Ele é a fonte de vida. Não é uma igreja, nem um homem e, se alguém disser que para ser
salvo, você precisa frequentar a sua igreja, fuja, pois só Deus pode dar vida ao pecador, pois foi Ele quem, depois que
Adão pecou, tirou-lhe a vida. Dessa forma, só Ele pode dá-la novamente, a todo aquele que for salvo.
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Os efésios, antes de serem salvos, estavam mortos. Depois de salvos, receberam vida. Antes, eram filhos da
desobediência. Depois de salvos, filhos da obediência. Antes, filhos da ira. Depois, filhos que tinham paz com Deus.
Vemos que, para cada sentido positivo que Paulo apresenta aos cristãos em Éfeso, temos um sentido negativo
relacionado com o seu passado. Essa foi a experiência de todos os apóstolos e Deus deseja que seja a experiência de
todo ser humano sem nenhuma exceção.

Em Romanos 5:6, lemos “Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.”
Fracos em que sentido? Fisicamente? Não. Espiritualmente fracos, isto é, sem força, sem poder, sem condições de
nos salvar. Fraco é uma palavra relativa. Se me pedirem para levantar uma cadeira, eu não me sinto fraco, mas forte.
No entanto, se me pedirem para levantar uma mesa, então eu me sinto fraco. Espiritualmente, diante do problema do
pecado, o homem não tem força, recurso e nem condição de resolver sozinho. O apóstolo Paulo antes de receber vida
da parte de Deus, era um homem religioso, conhecedor da Palavra, trabalhador, dedicava-se inteiramente ao judaísmo.
Era muito forte. Quando foi salvo, descobriu que não tinha força nenhuma. Só o Deus Onipotente tem poder para
salvar e dar vida. O Senhor Jesus um dia disse: “Para que saibais que o filho do homem tem poder para perdoar
pecado sobre a terra eu te digo, os teus pecados estão perdoados”. (Lucas 5:24) O Senhor Jesus tem esse poder,
Deus tem esse poder, mas nós não temos. Podemos ter muita força física, emocional, intelectual, financeira, mas
diante desse Deus não temos e não somos nada. Temos que desistir de todas essas coisas e parar de tentar nos salvar
a nós mesmos.

Paulo diz que, além de fracos, somos ímpios: “Jesus (...)morreu pelos ímpios”. Deus salva somente pessoas ímpias,
porque só existem pessoas ímpias. Um ímpio é uma pessoa má, cruel e perversa. Você precisa encarar esses termos
e aplicá-los à sua própria vida. Só você pode dizer ao Senhor que não sabia que Ele o enxergava dessa forma. Muitos
pensam que esse é o problema dos outros, mas não o seu. Os outros não importam, pense que esse é o seu problema.

No verso 8 lemos: “Mas Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós
ainda pecadores”. Quem é um pecador? Não são pecadores somente aqueles que pecam muito, mas esse é o termo
usado por Deus para definir todos os homens na face da Terra, é uma classificação espiritual dada por Deus para
definir a situação de todos. O pecador não é pecador porque peca muito, mas ele peca, porque é um pecador. Pense
nisso: um cachorro não é cachorro porque late, mas ele late porque é um cachorro. Ele não se tornou um cachorro
depois de latir. Da mesma forma o pecador, antes mesmo de cometer o primeiro pecado, quando ainda era um bebê,
já era considerado por Deus um pecador.

Paulo diz no verso 9: “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”.
Depois de justificados e perdoados, somos salvos da ira de Deus. Salvar significa tirar do perigo, da situação difícil
em que uma pessoa se encontra. Os bombeiros salvam pessoas que estão em perigo e que, sozinhas, não conseguem
se livrar. É assim que Deus age. O pecador está caminhando para o inferno, não tem como solucionar esse problema.
Deus então interveio a seu favor, para solucioná-lo, pois nunca poderia ser salvo sem essa intervenção.

Precisamos assumir que estamos nessa situação. Durante anos de nossa vida, estivemos longe de Deus, separados,
como inimigos de Deus, debaixo da sua ira, vivendo impiamente, como filhos da desobediência e filhos da ira.
Somente depois de admitir que é esse exatamente o nosso retrato falado e olhar somente para nós mesmos, sem pensar
na vida de outras pessoas, poderemos ser salvos por Deus.

2.6 Os dez mandamentos – Êxodo 20:1–17

2.6.1 Por que estudar os dez mandamentos?

Talvez alguém possa estar se perguntando, por que estudaremos os dez mandamentos? Será que para sermos salvos,
nós precisamos guardar e obedecer aos dez mandamentos? Infelizmente, algumas pessoas pensam que para serem
salvas precisam obedecer aos dez mandamentos. Outras pensam que nós precisamos, pelo menos, tentar guardá-los a
fim de alcançar o céu. Por isso, muitos assinalam alguns dos mandamentos naquela folha inicial, como uma exigência
da parte de Deus, para que sejam salvas.
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Os dez mandamentos foram dados ao povo de Israel por meio de Moisés, aproximadamente 1500 anos (a.C.), assim
que a nação saiu do Egito, onde ficaram por 400 anos, servindo a Faraó como escravos. Deus os tirou daquele lugar,
libertando-os da escravidão com mão poderosa. Três meses após a sua saída, a nação de Israel estava na planície do
Monte Sinai e Deus mandou Moisés subir ao monte onde ficou durante 40 dias e 40 noites e, então, o Senhor lhe
entregou aproximadamente 600 mandamentos que orientavam o povo a respeito de moralidade, casamento,
propriedade, dietas, problemas civis, etc.

Mas antes que Moisés descesse do monte com as duas tábuas com os Dez Mandamentos gravados, o povo já tinha
quebrado a maioria desses mandamentos, idolatrando um bezerro. Moisés ao ver o pecado do povo, quebrou aquelas
tábuas e mais tarde Deus lhe deu outras. Aquela nação, castigada por Deus por causa de incredulidade, ficou no
deserto por quarenta anos e só depois pôde entrar na terra prometida.

2.6.2 Quais são os Dez Mandamentos?

1. verso 3 “Não terás outros deuses diante de mim...”


2. verso 4 “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus,
nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto...”
3. verso 7 “Não tomarás o nome do Senhor em vão...”
4. verso 8 “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar.”
5. verso 12 “Honra teu pai e tua mãe.”
6. verso 13 “Não matarás.”
7. verso 14 “Não adulterarás.”
8. verso 15 “Não furtarás.”
9. verso 16 “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.”
10. verso 17 “Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem a mulher do teu próximo...”

2.6.3 O Senhor Jesus e os Dez Mandamentos

Outro trecho que vamos ler encontra-se em Mateus 22: 34-40. Os fariseus - uma seita de homens muito religiosos -
querendo pôr o Senhor Jesus à prova, perguntaram-lhequal era o grande mandamento. O Senhor Jesus, conhecendo-
lhes a intenção, respondeu fazendo um resumo da lei: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo coração de toda a tua
alma e de todo o teu entendimento este é o primeiro e grande mandamento; e o segundo semelhante a este é:
amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei.” Se analisarmos
atentamente os mandamentos, verificaremos que os primeiros quatro relacionam o homem com Deus (sentido
vertical) e os outros seis, relacionam o homem e o seu próximo, isto é, outro homem (sentido horizontal).

O Senhor Jesus resumiu os quatro primeiros mandamentos em “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração,
de toda a tua alma, e de todo entendimento.” E os outros seis, o Senhor Jesus resumiu em “Amarás o teu próximo
como a ti mesmo”. Se o homem amar a Deus realmente, ele não vai ter outros deuses, não fará imagens para adorar,
nem vai falar o Seu Santo nome em vão e, ainda, vai separar um dia da semana para descansar e dedicá-lo ao Senhor.
E o homem que ama ao seu próximo como Deus quer, não vai desonrar o seu pai e a sua mãe, não vai matar, adulterar,
roubar, mentir e nem vai cobiçar nada que seja do seu próximo.

Quando o homem quebra os quatro primeiros mandamentos está dizendo que ama mais os seus próprios interesses
do que a Deus. Quando ele quebra um dos outros seis mandamentos - relacionados com o próximo - ele está
mostrando-lhe que a sua vontade e seu próprio pensamento são mais importantes do que o bem estar de seu próximo,
e estará dizendo com isso que não o ama da forma que o Senhor ordenou.

Quem quebra um desses mandamentos não pode mais dizer a Deus que o ama de todo coração, alma, força e
entendimento, pois, lemos em Tiago 2:10 “... qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna
culpado de todos.” A Lei de Deus é como se fosse uma corrente. Se você quebrar apenas um elo, estragará a corrente
toda. Deus não se contenta com meia obediência, porque Ele é Santo, Santo e Santo e só se contenta com a obediência
completa.
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2.6.4 Considerando cada um dos Dez Mandamentos

Voltando para o nosso trecho inicial, Êxodo 20, vemos que o Senhor vai dar aos israelitas a Sua Lei. Isso aconteceu
três meses depois que eles saíram do Egito e, infelizmente, uma viagem que podia durar onze dias, durou quarenta
anos por causa da incredulidade e desobediência do povo. Mas Deus sabia que durante esses 40 anos andando pelo
deserto, o povo passaria no meio de outras civilizações, com culturas diferentes, passariam perto de templos de outros
deuses – cada povo tem o seu deus - e, quando chegassem à Canaã, encontrariam, também, muitos povos diferentes,
cultuando o seu próprio deus. Por isso, o Senhor os alerta dizendo: “EU SOU o Senhor teu Deus que te tirei da terra
do Egito, da casa da servidão.Nós dizemos aos nossos filhos “eu sou o seu pai” e dizemos a nossas esposas “eu sou
o seu marido”. Não há outro, não tem espaço para outra pessoa. É exclusividade absoluta. E Deus diz a seu povo que
não aceita que tenham outros deuses. Não aceita que eles adorem ou venerem, nem façam pedidos a eles esperando
receber benefício. Eles não podiam esquecer que Ele era o Único, Vivo e Verdadeiro.

Por isso Ele diz“Não terás outros deuses diante de mim.” Eles não podiam adorar os planetas, o sol, a lua, nem
animais, nem fazer imagem de escultura, mas deviam adorar somente a Ele, pois só Ele era digno de ser adorado.
Talvez alguém esteja pensando que, felizmente, não está quebrando esse mandamento. É um bom começo. Mas veja
o que a Bíblia diz em Tiago. 2:19.Lemos “Crês tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e
tremem.”Até os demônios crêem que só existe um único Deus, e nem por isso eles são salvos.

Talvez você não esteja se curvando diante de uma estátua, mas será que Deus tem o primeiro lugar na sua vida, acima
de todos os valores, como o ser mais importante? Mais importante que pessoas, relacionamentos e investimentos? O
Senhor Jesus disse “Buscai, pois, em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça.”Mateus 6:33. Para entendermos o
que o Senhor está dizendo, vamos pensar num jovem que, aos dezoito anos, tira a sua Carteira de Habilitação e compra
um Chevetinho velho e caindo aos pedaços. O rapaz apaixonado e empolgado com o seu primeiro carrinho economiza
todo centavo que tem e gasta a suas madrugadas para reformá-lo e consertá-lo. No sábado, levanta cedinho e arruma
uma coisa aqui e outra ali, lava, dá uma polida e cuida dele com todo carinho. No seu serviço estaciona sempre na
sombra, não gosta de carregar ninguém para não sujá-lo. Ele gasta todo tempo de sobra em prol do Chevette, não se
lembra de ler a Bíblia, nem de orar. Então, o que nós diríamos? Será que Deus é mais importante para esse jovem do
que o seu carro? Não. Sem dúvida nenhuma o carro é o seu deus.

Deus entende muito bem de números, sabia? Ele sabe o quanto você gasta com seu próprio prazer. Ele sabe quanto
você gastou com viagens, passeios e quanto você investiu no seu relacionamento com Ele. E o que falar do nosso
tempo? Quanto tempo você gasta consigo mesmo? Vendo futebol, saindo para jogar bola, internet e tantas outras
coisas. Quanto tempo você gasta com televisão? E com a leitura da Bíblia? Estamos interessados mesmo nos planos
e propósitos de Deus? Quem tem sido o deus da nossa vida? Será que estamos mesmo guardando esse mandamento?
Nós arrumamos tempo para tudo, mas não para Ele. Temos muitos reais para os nossos interesses e alguns centavos
para os do Senhor. Se formos honestos, temos que admitir que nós temos quebrado esse mandamento.

O segundo mandamento é “Não farás para ti imagem de escultura...” A primeira proibição que encontramos é de
“não fazer imagem”. É bom dizermos que o Senhor Deus não estava pensando especificamente na Igreja Católica
quando fez essa proibição. Esse mandamento foi dado 1500 anos a.C. Nós queremos ensinar o que a Bíblia diz sobre
esse mandamento, independente de qualquer religião – budista, hinduísta, orientais, católicos e qualquer outra religião
que tenha esse costume. Esse mandamento serve para as religiões que existem no mundo todo e no Brasil também,
que cultuam imagens de esculturas.

Não se deve fazer “nenhuma imagem, nem semelhança do que há no céu, nem acima do céu, nem embaixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra.”. Ele sabia que as pessoas faziam essas imagens com a finalidade de adorá-
las, Ele diz “não as adorarás”. Adorar significa amar, ter afeição, apreciar, desenvolver um relacionamento,
reverenciar, temer, dirigir-se a elas e fazer-lhes pedidos e esperar algum benefício. Deus não admite que uma pessoa
atribua a essas imagens qualquer tipo de honra, louvor e nem petição alguma. De fato, só Ele pode receber dos homens
adoração, porque Ele é o único que existe. Infelizmente, os homens têm feito imagens para as quais dirigem sua
adoração e seus pedidos.

Lemos em 1ª. Timóteo 2:5“Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus homem.” Os
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homens estão separados de Deus pelo seu pecado. Há um grande abismo entre eles e, se o homem quiser algum tipo
de relacionamento com Deus, terá que fazê-lo por meio de Jesus Cristo, pois essa é a forma que Ele estabeleceu. Só
Jesus pode ser o nosso Mediador e ninguém mais. Por isso, qualquer religião, em qualquer lugar do mundo, onde as
pessoas queiram usar outros mediadores, entre eles e Deus, qualquer que seja a religião, o pecado é o mesmo. E são
os mesmos versos da Bíblia que devem ser lidos para que eles saibam qual é a vontade de Deus a respeito de imagens.
Não é possível. Deus não aceita isso, pois Ele é o Único Deus, Onipresente e, em qualquer lugar que o homem for,
poderá encontrá-lo.Estará sempre pronto para ouvi-lo e não admite outro intermediário, pois é Ele quem dita as regras.
É Ele quem determina quem é o Mediador.

Continuando em Êxodo 20, lemos “nem lhes dará culto.” Lembre-se que cultuar significa respeitar, amar, obedecer,
ser leal, prestar homenagem, ou atribuir a eles qualquer tipo de afeição, falar com elas e estabelecer qualquer tipo de
relacionamento. Deus está dizendo claramente que Ele não aprova isso, pois só através de Jesus Cristo o homem pode
chegar a Deus, já que Ele não reconhece outro mediador. Por mais bondosas que tenham sido essas pessoas, elas eram
pecadoras como cada um de nós.

Muitas pessoas têm um “santo” que julgam ser o seu protetor e, muitas vezes, fazem-lhe pedidos, esperam a sua
proteção e quando alcançam uma bênção, são muito gratos a ele. De fato, estão dizendo para Deus que não precisam
dEle, porque têm outro que pode lhes ajudar. Deus não admite isso. Ele quer ser o único. Nenhuma mulher aceitaria
que seu marido tivesse um relacionamento - mesmo que seja “amigável” - com outra mulher, nem que saísse com ela
só para conversar ou para tomar um cafezinho depois do expediente. Isso despertaria na esposa ciúme, porque ela
exige exclusividade e quer ser única. O mesmo se dá com Deus.Não podemos dizer que O amamos e, depois, prestar
adoração, culto e fazer pedidos para outros. Essa é uma idéia absurda. Deus quer ter o primeiro e único lugar nas
nossas vidas.

Lemos em Deuteronômio 6:4:“Ouve, pois, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.” E, também em Isaías
45:5:“Eu sou o Senhor, e não há outro; além de mim não há Deus.” Essa á vontade de Deus para as nossas vidas.
Esses mandamentos estão presentes também na Bíblia usada pela Igreja Católica, que há muitos séculos atrás, decidiu
dar mais importância às tradições do que às Escrituras. E cada pessoa tem que decidir se vai seguir o que a Bíblia diz
ou o que a tradição da Igreja diz. Hoje, Deus tem dado a você oportunidade para avaliar suas próprias atitudes.
Somente Deus é Onipotente, Onisciente e Onipresente. Esses são atributos exclusivos de Deus. Vamos pensar um
pouco sobre isso. Muitas pessoas, espalhadas pelo mundo todo, estão falando com esses “santos” ao mesmo tempo.
Como esses “santos” poderão ouvi-las ao mesmo tempo? Sabemos que eles não são Oniscientes, pois só Deus é. E,
como lhes darão respostas se não são Onipotentes? Não se pode atribuir-lhes poder que só Deus possui.

Muitos dizem que fazem pedidos aos “santos”, por não se acharem dignos de entrar na presença de Deus e pensam
que essas pessoas, por serem especiais poderão interceder por elas. Queremos que vocês saibam que Deus proibiu
que qualquer homem entrasse em contato com pessoas que já morreram. Ele deseja que cada ser humano tenha um
relacionamento com ele e, depois que se torna salvo, não precisa que ninguém entre na Sua presença por ele. Veja o
que o escritor aos Hebreus 4: 14 diz: “Tendo, pois a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que
penetrou os céu... acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos
misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.” Nunca nenhum dos apóstolos aceitou adoração
ou reverência.

No Éden, Deus disse à Serpente que o descendente da mulher lhe esmagaria a cabeça. Isso aconteceu 4.000 anos
depois, quando o Senhor Jesus nasceu por meio de uma virgem e morreu pelos pecadores. A própria Maria no seu
canto de exaltação a Deus disse: “A minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegrou em Deus meu
Salvador.” Ela mesma confessou que precisava de um salvador e quando os homens, numa festa de casamento
procuraram-na para solucionar o problema que eles estavam tendo – falta de vinho – ela nada pôde fazer, mas disse
a eles quem, de fato, poderia ajudá-los: Jesus. Suas palavras foram “Fazei tudo o que ele vos disser.” João 2:5.

O terceiro mandamento é “não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão”. Vocês já falaram ou ouviram alguém
falar essas frases, para desabafar ou até mesmo sem pensar no que estava falando:“O Meu Deus!” “Vai com Deus!”
“Deus me livre!” “Se Deus quiser!”? A Bíblia diz que não tem nome mais exaltado no universo do que o Nome de
Deus. Infelizmente, muitas vezes o Seu Santo Nome é usado no meio de piadas. É usado sem reverência e sem
consideração. Todos nós, um dia, fizemos isso e também temos quebrado esse mandamento.
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Continuando, encontramos o quarto mandamento:“Lembra-te do dia de sábado para o santificar.” Esse era um
mandamento especial para os judeus. Eles não podiam fazer nada no sábado e tinham até um limite de quilômetros
que podiam andar. No Novo Testamento, os apóstolos e os cristãos não guardavam o sábado, mas tinham o domingo
como um dia especial. Foi nesse dia que o Senhor Jesus ressuscitou e, por isso, os cristãos tinham o hábito de se
reunir nesse dia. Ele foi até chamado de o Dia do Senhor. O princípio era dedicar um dia dentre os sete da semana
para usá-lo com o Senhor. Um dia para, de forma mais intensa, ocupá-lo com o reino de Deus. Esse é outro
mandamento que nós não temos observado, não é mesmo?

Depois, temos o quinto mandamento: “Honra teu pai e tua mãe...”. Será que alguém pode dizer com toda convicção
que NUNCA em toda a sua vida, desobedeceu a seus pais? Nunca reclamou de uma ordem dada, por mais simples
que fosse, por exemplo, pôr o lixo na rua? Ou fez algo que lhes desagradou muito? Nossos filhos, às vezes, nós
mesmos, quando jovens, já reclamamos que estávamos sendo tratados como escravos! Não é? Temos que ser honestos
e admitir que esse é apenas mais um dos mandamentos que nós já quebramos.
O sexto mandamento: “Não matarás”. Isto é, tirar a vida de uma pessoa. Muitos devem estar pensando que,
pelomenos esse mandamento não quebraram. Será? Sabe o que o Senhor Jesus disse em Mateus 5:21? “Ouviste o
que foi dito aos antigos: Não matarás...eu, porém vos digo que aquele que se irar contra seu irmão estará sujeito
a julgamento; quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar:
tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.” O Senhor não se contenta com o ato em si, mas vai no cerne da questão,
onde tudo começa. Na ira, no ódio, no insulto que precedem o ato. Talvez você não tenha tirado a vida de alguém,
mas segundo essa definição de Deus, certamente, todos nós já quebramos esse mandamento, não é mesmo?

A seguir, o sétimo mandamento: “Não adulterarás”. Isto é, num sentido mais estrito infidelidade no casamento e
num sentido mais amplo, qualquer tipo de impureza nessa área. O Senhor Jesus vai, novamente, mais fundo, pois o
adultério não começa lá no motel, mas na mente, no pensamento. Só Ele pode conhecer os nossos pensamentos e diz:
“Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com
ela.”(Mateus 5: 28). Quem pode dizer honestamente que nunca quebrou esse mandamento? Quem sabe, vendo um
filme, ou alimentando fantasias sexuais, vendo algumas revistas?

O oitavo mandamento: “Não furtarás.” Isso não é válido somente para valores acima de mil reais. É válido também
para qualquer coisa que eu tomar que não me pertence. Roubar tempo de trabalho do meu patrão, por exemplo. É
roubo também quando um mecânico diz ter trocado certas peças no carro e, de fato, não fez isso ou, então, sacos de
cimento a mais que o pedreiro pede para o dono da construção e que leva para casa, etc. Quebramos, ou não?

O nono: “Não dirás falso testemunho.” Um nome bonitinho para a mentira. As mulheres se encontram e para agradar
umas as outras dizem: “Como você está magra.”. E, depois de saber a idade de alguém: “Incrível, você não aparenta
essa idade.” Enfim, coisas assim. Nunca mentiu para evitar um castigo do pai ou da mãe? Ou aquelas mentirinhas
“brancas”? Saiba que para com Deus não existe “mentirinha branca”, existe mentira e é pecado que ofende a Santidade
de Deus.

O décimo mandamento:“Não cobiçarás.” Isto é, desejar intensamente algo que não pertence a você,mas ao seu
vizinho. O grande problema é amor próprio. Eu sempre acho que eu tenho mais valor que o outro, por isso, eu merecia
ter aquele carro, eu merecia ter aquela moto. E as mulheres, nunca cobiçaram aquele “corpinho lindo”, tão valorizado
pelo mundo hoje, que a sua vizinha tem, nem as suas jóias e todas as suas “mordomias”? É para pensarmos
honestamente. Deus não quer que cobicemos nada, nem a casa, nem o carro, nem as jóias, nem o marido e nem a
esposa do meu próximo!

Que notadaríamos a nós mesmos? Tem chegado à conclusão que tem quebrado todos os mandamentos?

Temos que agradecer a Deus, porque Ele não salva ninguém por cumprir os Dez Mandamentos! Não poderíamos ser
salvos NUNCA, pois somos incapazes de cumpri-los. Felizmente, não é assim que Deus não salva. Se a salvação
dependesse de mim mesmo ou de qualquer boa obra que eu fizesse, seria terrível, porque não tenho procurado a Sua
vontade e nem tenho agradado a Deus.

Olhe no espelho dos Dez Mandamentos e veja quem você é. Paulo diz que “visto que ninguém será justificado diante
dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.” Romanos 3:20.E, no verso
anterior, o apóstolo diz “Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz, para que se cale toda
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boca e todo mundo seja culpável perante Deus.”Deus quer que você entenda que ninguém poderá se salvar por meio
de suas próprias obras.

Diz o salmista que Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó. E, por saber que não poderíamos salvar a nós
mesmos, Ele mesmo providenciou o único meio para sermos salvos.

2.7 O Inferno – Lucas 16:19-31

Muito do que sabemos a respeito do inferno - essa situação de punição -, sabemos, porque o Senhor Jesus falou. Por
se preocupar muito conosco e não desejar que ninguém vá a esse lugar terrível de muito sofrimento e tormento foi
que o Senhor Jesus falou muito sobre o inferno.

Lemos em Lucas 16: 19-31, uma história contada pelo Senhor Jesus a respeito de dois homens: Lázaro e certo homem
rico, cujo nome nós não sabemos. Lázaro era um mendigo, que não tinha o que comer; muito doente, pois a Bíblia
diz que o seu corpo estava coberto de chagas e que ficava à porta do rico, desejando comer as migalhas que caíam da
sua mesa. A situação desse homem não podia ser pior: fisicamente, emocionalmente, financeiramente e ainda para
completar com a saúde muito precária. O texto bíblico diz que os cães vinham lamber-lhe as feridas.

Já ao rico não faltava nada. Sua situação financeira era muito boa, vivia cercado de lucros, de segurança, de conforto
e de amigos. Vestia-se de púrpura e de linho finíssimo e se “regalava esplendidamente todos os dias”.

Os dois homens morreram. Lázaro, dizem as Escrituras, foi levado pelos anjos ao “seio de Abraão” e o rico foi
sepultado e imediatamente achou-se no inferno, em tormentos. De lá, o rico viu a Lázaro que estava no “seio de
Abraão”. Aquele homem clamou por misericórdia e desejou que o mendigo viesse confortá-lo, com uma gota de água
na ponta de seu dedo a fim de aliviar sua dor, pois estava atormentado nas chamas. Mas Abraão mostrou-lhe que isso
não era possível e que em vida, ele tinha tido todo tipo de benefício e facilidades, e nem assim lembrou-se de Deus,
e que Lázaro recebeu igualmente os males, mas, apesar disso, não se esqueceu de Deus.

Abraão disse que o que ele pedia era impossível de se realizar, porque havia entre eles um grande abismo, de modo
que, ninguém podia passar de um lado para o outro. O rico, então, faz um segundo pedido: que Lázaro fosse à sua
casa paterna a fim de avisar aos seus irmãos que se arrependessem para que não viessem também para aquele lugar
terrível. Pai Abraão diz que seus irmãos tinham “Moisés e os profetas” – seus escritos - e que eles podiam ouvi-los e,
caso não os ouvissem, não se deixariam persuadir, nem por um homem que ressurgisse dentre os mortos.

É importante deixarmos bem claro que o Senhor não está ensinando aqui que os pobres vão para o céu e os ricos para
o inferno. Abraão, o terceiro personagem que aparece na história, foi um dos homens mais ricos de sua época. De
fato, o Senhor Jesus disse que é muito difícil um rico ser salvo, porque eles confiam muito na sua riqueza e vivem as
suas vidas, completamente alienados das coisas espirituais.

A realidade é que haverá poucos ricos no céu e muitos, no inferno. Não porque Deus não os ama, mas porque eles
não se interessam e nem se preocupam com seu destino eterno, confiando em suas riquezas. Além disso, existem
muito mais pobres do que ricos no mundo. Isso também não significa que os pobres têm seu lugar garantido no céu.
Nós sabemos apenas que vai haver muito mais pobres lá, porque os pobres são muito mais numerosos do que os ricos.

Quando estamos em frente a um caixão, ouvimos muita coisa errada. Ouvimos que a pessoa que morreu – não sendo
um filho de Deus - estava sofrendo tanto aqui na terra e agora foi para um lugar melhor, descansou. Isso, de acordo
com as Escrituras, é um absurdo, pois se não solucionaram o problema de seu pecado, foram para um lugar de muito
tormento, onde o rico está, sem nunca mais poder sair dali. Sofrimento aqui no mundo não soluciona a pena de morte
que os homens têm para com Deus.

Encontramos nos versos 22 e 23 duas realidades. Primeira, quem morre estando salvo vai instantaneamente para o
céu, a segunda, quem morre sem ser salvo, vai também imediatamente para o inferno. Lázaro, antes de morrer, ficou
sabendo da sua condição espiritual e soube que estava devendo a pena de morte para com Deus e solucionou o
problema do seu pecado. Ele entendeu a Santidade e Justiça de Deus e fez a sua escolha. Ele entrou pela “porta
estreita” e, por isso, depois da morte, estava no céu.
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Não sabemos quanto tempo depois, morreu também o rico e foi sepultado. Provavelmente foi pranteado, elogiado,
recebeu flores, seus amigos e parentes sentiram a sua falta, o que não aconteceu com Lázaro, pois os pobres nem
eram sepultados, mas queimados com o lixo fora da cidade. O seu corpo ficou lá na sepultura e a sua alma foi levada
imediatamente ao inferno. Lá estava em tormentos – talvez muitos tipos de sofrimentos. Por exemplo, ele estava
lúcido, lembrava de tudo e de todos, sabia que não podia sair dali, que seu sofrimento era eterno. Sabia que tinha sido
negligente e, por isso, era tarde demais para ele; agora, já não podia mais ser salvo.

Para aquele homem, apenas a ponta do dedo de Lázaro molhado em água, seria um refresco enorme. Ele não pediu
um garrafão de água - nós quando estamos com sede, não pedimos que nos tragam uma gota de água, porque isso não
vai matar a nossa sede – esse seu pedido nos mostra que ele sabe que, agora, ele é o mendigo. Em vida, Lázaro
desejava as migalhas do rico, agora, ele deseja uma gota de água de Lázaro. Ele não pede mais, porque não se sente
digno, nem tem direito de pedir nada. Abraão explica que agora a sua situação havia mudado e não havia mais o que
fazer por ele.

Os homens têm inventado um lugar intermediário entre o inferno e o céu – o purgatório. A Bíblia não fala nada a
respeito desse lugar e a Igreja Católica criou esse lugar com a intenção de obter lucros, pois dizia que podia tirar as
pessoas que foram levadas para lá, por meio de missas encomendadas por seus parentes. Isso foi uma grande fonte
de lucro, que serviu para enriquecer a Igreja.

Mas observe que Abraão disse ao rico que ninguém pode passar de um lado para o outro. Não há essa possibilidade,
não se engane. A “porta estreita” só existe enquanto estamos aqui nesse mundo. Após a morte, não há mais nenhuma
porta para que o homem saia do inferno e vá para o céu, não há uma nova chance. Ninguém, estando morto nos seus
delitos e pecados e que, tendo saído desse mundo sem ter recebido “vida” da parte de Deus, vai entrar no céu. O amor
de Deus termina com a sua morte. Depois, Deus fará um acerto de contas com todas as pessoas que faleceram sem
ser salvas e, também, com aquelas que não experimentarão a morte, mas que o rejeitaram da mesma forma. Não há
como fugir dessa situação.

Diante do Trono Branco de Deus, as pessoas serão julgadas de acordo com os tipos de pecados que cometeram, e de
acordo com as possibilidades e facilidades que tiveram em vida e, mesmo assim, rejeitaram ao Senhor. Só os não
salvos serão julgados de acordo com as suas obras. Aqueles que estiverem diante do Senhor nesse dia já estão
condenados e estarão ali apenas para receber a punição eterna dada pelo Deus Santo e Justo.

Essa é a triste realidade de todos os que morrem sem Cristo, já estão condenados e não há nada que possamos fazer
por eles, pois já fizeram a sua decisão. Nada pode ser feito, nem rezas e nem missas. Lembre-se de que para você
ainda há possibilidade.

Que tristeza saber que as pessoas que estão no inferno sabem o que tinham que ter feito para não estar nesse lugar.
As pessoas no mundo têm a Bíblia, liberdade para lê-la, têm o privilégio de conhecer a Verdade, mas não querem
saber de nada. É um tormento para os perdidos saberem e verem que outros estão no céu, felizes, alegres, consolados
e eles, condenados eternamente.

Pedir que Lázaro voltasse para alertar a seus irmãos foi uma última tentativa do rico, porque agora ele sabia o que
seus irmãos deveriam fazer. Ele queria que seus irmãos se arrependessem. Abraão diz que nem ele e nem Lázaro
podiam fazer alguma coisa por eles. Eles tinham que ouvir a Palavra de Deus: Moisés e os Profetas. Hoje, nós temos
muito mais do que esses Escritos. Nós temos a Bíblia toda e isso nos torna mais responsáveis diante de Deus.

Finalmente, queremos ler Hebreus 9:27 “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo
depois disso o juízo”. Observem que não existe uma nova chance de vir a esse mundo e acertar na segunda vez. Não
existe essa possibilidade, não se deixe enganar. Independentemente de quantos pecados foram cometidos e do tipo de
pecado que cometeram, os pecadores estarão perdidos. Sabemos que haverá diferença de sofrimento no Lago de Fogo.
Semelhantemente, todos os que foram salvos vão para o céu e lá, também, haverá diferença, mas de recompensas, de
acordo com o trabalho que fizeram para o Senhor. Para os perdidos, grau de condenação; para os salvos, grau de
recompensa. Podemos ler a esse respeito em Mateus 11:22,24.
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2.8 Arrependimento - exemplos e contrastes:

2.8.1 A parábola do fariseu e do publicano- Lucas 18:9-14

Parábola é uma comparação que se faz por meio de uma historia contada, com a finalidade de ensinar uma verdade
espiritual. O Senhor Jesus usou muitas vezes esse tipo de comparação, falando de sementes, de terra, de ovelhas.
Nesse trecho, encontramos o Senhor contando uma parábola “a alguns por se considerarem justos, e desprezavam
os outros”. Temos dois personagens: um fariseu e um publicano. O Senhor Jesus não quis contar essa parábola ao
publicano, porque, pelas suas palavras, podemos perceber que ele entendia quem ele era e quem era Deus. Ele não
está iludido sobre si mesmo e sabe que é um pecador perdido, mas o fariseu não sabia desse fato. Ele não tinha
entendido ainda;achava-se bonzinho e,para ele, estava tudo certo com a sua vida.Hoje, isso também acontece aqui
entre os pecadores. Alguns acham que são salvos e que estão caminhando para o céu, acham que são filhos de Deus
e, infelizmente, nós sabemos que não são e, de fato,eles vão para o inferno, para a condenação eterna.

O que mais encontramos nesse mundo são “fariseus”. A maioria das pessoas no mundo inteiropensacomo esse
fariseu. A partir de agora, nós vamos utilizar essa expressão“fariseu”, para descrever essa classe de pessoas, que pensa
estar tudo bem entre elas e Deus.

Dois homens tiveram o desejo de se comunicar com Deus: um fariseu – homem que seguia uma seita religiosa muito
rigorosa na obediência à lei de Moisés e a outros ritos e costumes. Conheciam profundamente a lei, eram muito
esforçados e viviam para a religião judaica. Eram, também, muito respeitados por todo o povo. Gostavam de orar nas
praças, onde podiam ser vistos e admirados pelas pessoas. O outro homem era um publicano – judeu que trabalhava
para o governo romano, povo que tinha invadido e conquistado aquela região e cobrava-lhes impostos. Os publicanos
eram os que cobravam os impostos do seu próprio povo. Por trabalharem para os inimigos, foram considerados
traidores e impuros até para fazerem parte da religião judaica. Em outras palavras, os fariseus condenaram esses
homens ao inferno, pois não podiam fazer sacrifícios, nem freqüentar o templo – o que naquela época Deus exigia
dos judeus.

Outra razão porque eram detestados pelos judeus é que eles se enriqueceram, cobrando imposto maior, extorquindo
o seu próprio povo. Entre os judeus, não tinha ninguém melhor que os fariseus e nem pior que os publicanos. Qualquer
um podia dizer coisas boas dos fariseus e coisas terríveis dos publicanos. A justiça de um e o pecado do outro
eramvisíveis aos olhos de todos. Se lhes perguntassem, qual dos dois iria ao Céu, todos diriam que eram os fariseus,
por causa das suas obras: jejuavam muito, oravam, viviam no templo, davam dízimo de tudo, não eram adúlteros,
nem roubavam e, por tudo isso, eles poderiam ir ao Céu. Já a respeito dos publicanos,todos unânimes diriam que eles
nunca teriam condição de chegar ao Céu, pois eram ladrões, traidores e injustos.

O Senhor Jesus, inteligentíssimo, Deus e Onisciente que é, usa o melhor e o pior homem aos olhos dos judeus para
derrubar o falso pensamento de que é por meio de esforços que se chega ao Céu. Por meio desta parábolaquer
mostrar que não é como eles pensavam: o melhor será salvo e o pior, condenado.

Ninguém que ainda hoje pensa dessa forma poderá ser salvo. Não é por meio de esforços. Apesar de terem decorado
uma grande parte da sua Bíblia, os fariseus não tinham entendido que só o conhecimento da Palavra não é suficiente
para agradar a Deus. Por isso, quando chegou ao templo para orar,“orava de si para si mesmo”.Deus não estava
interessado na sua oração, pois ele queria mais se endeusar do que, de fato, falar com Deus. Ele conhecia tanto as
Escrituras e devia saber o que o Senhor diz no Salmo 14: 2 e 3:“Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens,
para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus. Todos se extraviaram e ...não há quem faça o bem, não
há nenhum sequer.”,e se, por acaso, lembrou-se desse trecho das Escrituras, certamente pensou que não se aplicava
a ele, mas ao publicano. Ele diz “Não sou como este publicano.” (v.11). Ele se considerou uma exceção. Não foi
ouvido. Ele se põe em pé e diz a Deus como é bonzinho e se compara com os outros. Orgulho e arrogância estão
presentes nas suas palavras. Hoje em dia, não falamos assim abertamente, mas no nosso íntimo, estamos nos
comparando com outras pessoas mesquinhas, assassinos e marginais.

Pensando assim, o homem não pode ser salvo da condenação eterna. As religiões fabricam fariseus hoje em dia,
afirmando que podemos ser salvos por meio de esforços. Eles ensinam pecadores a chamarem à Deus de “Pai nosso”.
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Muitos estão caminhando para o inferno, completamente enganados. Você,hoje, entende que todos os que não são
salvos, são como o fariseu. É melhor saber desse fato agora e mudar essa situação, do que só ficar sabendo lá no
inferno, como aconteceu com o rico.

O fariseu disse para Deus, que os jejuns exigidos pela Lei em um ano, ele fazia em uma semana. Ele está dizendo
para Deus: “olha para mim, veja como eu sou bom”. Ele confiava em si mesmo e nas suas “boas obras”. Todas as
pessoas que seguem uma religião têm fé, porém, depositada em coisas e pessoas erradas. O que salva não é a fé
propriamente, mas o objeto da fé. Podemos concluir que, para o fariseu, ele mesmo era o seu salvador. Ele pensava
que podia comprar a salvação da mesma forma que se chega a uma loja, pede-se o que se deseja, tira-se do bolso uma
nota e paga-se pela mercadoria adquirida.

Por isso, ele ora a Deus, apresentando o custo da sua salvação: jejuns, orações, dízimos, etc. Ele não está ali se
humilhando, arrependido, desejando misericórdia da parte de Deus, pelo contrário, ele não tem dúvida nenhuma, da
sua salvação, pois pensa que está salvo por causa dos seus esforços, sem se dar conta de que isso é SUBORNO.

O publicano estava longe – eles não podiam nem entrar no Templo, porque tinham sido excluídos pelos fariseus, pois
eram considerados piores que um gentio. O publicano não podia pagar dízimo, nem oferecer sacrifícios, por isso não
tinha nada em que depositar a sua confiança. Isolados, sem apoio, sem obras, sem nada em que pudessem confiar,
pois eram considerados piores que as prostitutas, aceitaram o seu pecado, pois sabiam que não eram justos; assim,
creram nas palavras de Jesus com muito mais facilidade do que os fariseus.

Quando ouviam os ensinos de Jesus, os abraçavam, sentindo que a mensagem do Senhor se aplicava às suas vidas,
reconheciam-se pecadores, se identificavam com os pecadores e, por isso, buscavam a salvação, não por meio de
esforço, nem mérito próprio. Nos evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João, apenas um fariseu foi salvo, durante
os trinta anos do ministério do Senhor Jesus na Terra. No livro dos Atos dos apóstolos outros foram salvos, inclusive,
o apóstolo Paulo.

O publicano caiu em si, se arrependeu. Muitas vezes, algumas pessoas ao descobrirem que tem câncer, depois de
muitos exames, rejeitam o diagnóstico, não aceitam, negam, procuram outros médicos, dizendo que seus exames
foram trocados. Os psicólogos chamam essa fase de “negação”. Depois de algum tempo, a pessoa cai em si, aceita e
começa o tratamento o mais rápido possível. Para que ela tenha chance de se curar, não basta saber que tem o
problema, nem se arrepender de não ter aceitado o fato no início, ela precisa iniciar o tratamento. Arrepender-se
significa voltar atrás no que eu pensava que era o certo, e mudar de pensamento. Só conhecer a verdade, não faz de
mim uma pessoa salva.

Aquele publicano, em pé, longe, nem ousava levantar os olhos ao céu – não tinha coragem de encarar Deus -, batia
no peito, um sinal de lamentação. É como se ele dissesse como Isaías disse: “ai de mim, estou perdido.” Reconhecia
que não tinha como sair dessa situação, que era o pior de todos os homens e, finalmente diz: “Sê propício a mim,
pecador.” Propiciar é um verbo que significa satisfazer uma dívida por meio de pagamento. Ele está dizendo que
sabia o quanto era devedor ao Deus Santo, Santo e Santo, mas não tinha como pagar, por isso merecia a condenação.

Esse homem mostrou confiança total em Deus para a sua salvação. Nada de esforços humanos, nenhuma tentativa de
suborno ou de negociação, nem se comparando com os outros, pelo contrário, na língua grega – língua em que foi
escrito originalmente o Novo Testamento – o publicano diz “tem misericórdia de mim o pecador.” Ele dá ênfase ao
fato de que ele é o pecador, não qualquer um, nem todos os pecadores do mundo todo, mas o pior, o principal, o
único.

Que contraste entre esses dois homens. O fariseu diz que não é como os demais homens, mas melhor que todos. O
publicano diz que se acha o pior dos pecadores e pede por misericórdia. Enquanto o fariseu diz: “Senhor dá-me o que
eu mereço, porque eu faço isso e aquilo, etc”, o publicano diz: “Senhor não me dá o que eu mereço”, porque ele sabia
que merecia a condenação eterna. Isso é misericórdia: não dar o que eu de fato mereço.

Ao terminar, Jesus diz que o publicano desceu para a sua casa justificado, perdoado, um filho de Deus. Do Céu, o
Grande Juiz bateu o martelo perdoando a dívida daquele homem.

Com quem você se identifica? Com o fariseu cheio de obras para apresentar-se diante de Deus, tentando por meio
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delas, alcançar o perdão de seus pecados, ou com o publicano, que se reconhece um pecador, condenado e sem
condição de ser salvo por si mesmo?

2.8.2 A mulher pecadora e a parábola dos dois devedores- Lucas 7:36-50

A história dessa mulheré muito interessante porque vai nos mostrar a quem o Senhor Jesus salva e como Ele salva.

Os fariseus nunca creram que o Senhor Jesus era o Messias. Em várias ocasiões eles tiveram desejo de matar ao
Senhor, por inveja, ciúmes, pois a sua posição e autoridade enfraqueceram diante dos judeus, enquanto o Senhor se
fortaleceu. Eles achavam que Jesus era uma fraude.

Na história, um fariseu chamado Simão, convidou a Jesus para jantar em sua casa. Não o fez porque queria aprender
com o Senhor, mas para buscar algum motivo contra o Senhor. Tanto Simão, quanto os outros convidados, só queriam
zombar do Senhor. Por isso, não lhe deram o devido valor e não fizeram para Ele nada do que era costume fazer
quando se recebia um convidado em casa, o que mostra que Jesus, apesar de ter sido convidado não foi bem tratado:
não recebeu água para os pés – gesto de cortesia e consideração; nem ósculo – beijo no rosto; não teve a sua cabeça
ungida com óleo. Simão não fez nada disso para o Senhor, pelo contrário o tratou com desdém.

Sendo Onisciente, Jesus sabia que seria maltratado ali, mas mesmo assim, ele aceitou o convite para jantar com
Simão. Talvez, para dar ao fariseu e aos seus convidados uma nova oportunidade de arrependimento, embora ele
soubesse que ele não tinha nenhuma intenção de ser salvo. De fato, Jesus foi àquela casa, porque sabia que uma
mulher pecadora viria até aquela casa com um enorme desejo de ser salva. Ele foi com um único propósito – não era
o de comer, nem de conversar, nem de passar um tempinho agradável com esses religiosos – mas levar a salvação.
Dizem as Escrituras: “O filho do homem veio buscar e salvar o perdido.” Lucas 19:10.

Nessa história, encontramos novamente um fariseu - humanamente falando, o que tinha de melhor entre os homens:
religioso, cumpridor da lei, mas que não tinha nada de que se arrepender– e,outra pessoa: uma mulher pecadora -
indigna, uma pecadora e desprezada - mas arrependida diante de Jesus.

Aquela mulher correu o risco de ser enxotada daquela casa, de não ser aceita, porque era uma prostituta. Todos a
conheciam e sabiam o tipo de vida que levava. É importante observar que mesmo sabendo de tudo isso, ela não
hesitou e entrou na casa, não pronunciou nenhuma única palavra, mas conseguiu se comunicar com o Senhor, por
meio de seus gestos, de suas atitudes e de sua disposição em adorar.

O que você pensa de si mesmo? O Senhor Jesus é Onisciente e sabe se você continua pensando a seu respeito o
mesmo que pensava no iníciodesses estudos.

Entrar naquela casa não foi algo fácil para ela, mas o seu desejo de ser salva foi muito maior e fez com que ela
estivesse disposta a enfrentar tudo, sem pensar nas dificuldades que teria que passar, pelo contrário, ela nem quis
correr o risco de se encontrar com o Senhor numa outra oportunidade, num outro dia. É necessário que você saiba
que se quiser ser salvo, terá que superar muitas resistências, quem sabe, medo do que os outros vão dizer,
vergonha,alguém tentando convencê-lo de que isso é loucura e você não deve fazer isso. É bom que você saiba que
pode perder muito, socialmente falando: convites para festas dos “amigos” que não chegarão mais, desprezo por parte
até de familiares e pode significar até perda financeira.

Ela entendeu que era uma devedora, merecia a morte eterna e, por isso, quis ser perdoada. O que você quer? Quer ser
popular? Não está disposto a superar qualquer gracinha e desprezo ou quer ser salvo, ser perdoado, quer ter vida?
Você tem que decidir. O desejo de ser salva era tão grande, que a mulher pegou um vaso de alabastro com um
ungüento perfumado, levou-o e derramou todo perfume sobre o Senhor, para demonstrar-lhe a sua gratidão, a sua
apreciação e o seu amor pelo seu Salvador, em adoração.É importante notar que não foi a sua ofertaque a salvou, mas
sim, a sua fé.

Simão confiava em si mesmo, nas suas justiças próprias. Nunca pense que não poderá ser salvo porque não consegue
deixar sua cervejinha ou o vício de fumar. Não faça isso. Nós não podemos melhorar a nossa natureza a ponto de nos
tornarmos justos. Não podemos endireitá-la. Saiba que, parando de fumar ou de beber você não estará salvo e nem te
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fará merecedor do céu.

Imaginem a seguinte situação: um homem morreu há mil anos,outro, há um ano e outro, há cinco minutos. Qual deles
está mais morto? Espiritualmente falando é a mesma coisa. Todos nós estamos mortos nos nossos delitos e pecados.
Adão, com um único pecado e Hitler, depois de matar mais de seis milhões de judeus, estavam igualmente mortos
em seus pecados. Não tem meio termo, não é possível estar “um pouco perdido”.

A mulher entrou na casa morta em seus pecados e saiu com vida, salva. Chegou e abaixou-se até os pés de Jesus e,
chorando de tristeza e com anseio na alma de ser salva, e saiu dali de cabeça erguida, salva e perdoada. Em contraste,
temos o fariseu que não se arrependeu, não se humilhou, nem achou que precisava ser salvo e perdoado. Para Simão,
aquela mulher pecadora não poderia nem tocá-lo, para que não o contaminasse com os seus “muitos” pecados.

O Senhor não pensava assim e, por conhecer os pensamentos errôneos, a sua falsidade, a sua hipocrisia – fé em si
mesmo -, conta-lhe uma parábola: Um credor tinha dois devedores. Um devia 50 denários e o outro, 500. Ambos não
tinham como pagar, então, o credor os perdoou. O Senhor pergunta a Simão quem amará mais aquele credor. Simão
responde bem, dizendo que aquele que foi mais perdoado.

Esses dois personagens estão presentes naquele jantar: a mulher e o próprio Simão. Ela, certamente era a que devia
500 e Simão, o que devia 50 – se bem que para Simão, ele não devia nada, pelo contrário, pensava até ter crédito com
Deus, obtido por meio das suas boas obras, sua dedicação e sinceridade. O Senhor contou essa pequena parábola para
o fariseu, para que entendesse que era um pecador perdido.

Para o Senhor Jesus, os dois devem a mesma coisa: pena de morte eterna. Ele desejava despertar Simão. Hoje, Ele
deseja fazer o mesmo com você. Ele quer que você saiba que é um devedor, mas que pode ser perdoado. Ele ainda
salva pecadores hoje. Mas só salva homens e mulheres que não tentam comprar a sua salvação.

Simão sabia que aquele que for mais perdoado, mais amará, e o Senhor o elogia por ter julgado bem e ter acertado a
resposta. Aquele orgulhoso fariseu nem imaginava que o Senhor estava falando dele mesmo e o Senhor bondosamente
passou a explicar-lhe a parábola, mostrando o contraste entre as duas atitudes: “Entrei em tua casa e não me deste
água para os meus pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me
deste ósculo; ela entretanto, desde que entrei não cessa de beijar os meus pés. Não me ungiste a cabeça com óleo,
mas esta com bálsamo ungiu os meus pés.”(Vv.44-46) O Senhor amoroso perdoa os “muitos” pecados daquela
mulher e diz em seguida que a sua fé a tinha salvado – fé no poder da palavra de Jesus.

Quanto custou ao credor perdoar aquelas dívidas? 550 denários, sem contar juros. E para o Senhor Jesus quitar a
nossa pena de morte eterna? Custou a sua própria vida. Para nós, nada, mas para Ele, um valor altíssimo e inestimável.
O Senhor Jesus tomou a nossa dívida para si e sobre si, pois sabia que não tínhamos como quitá-la.

Simão entendeu o que o Senhor estava querendo dizer. Ele sabia qual personagemo representava na parábola e sabia,
também, qual representava aquela mulher, mas mesmo assim, não vemos nenhum sinal de arrependimento em suas
atitudes.

2.8.3 As parábolas de Lucas 15

Aproximaram-se de Jesus os publicanos e pecadores para ouvir-lhes os ensinamentos. Os fariseus e os escribas não
gostaram, acusando a Jesus porrecebê-los e ainda comer com eles. Não entendiam porque o Senhor não os rejeitava
e nem os humilhava. Para ensinar-lhes mais uma lição, o Senhor contou-lhes três parábolas.

2.8.3.1 A ovelha perdida - v. 3-7

Certo pastor tinha cem ovelhas e tendo perdido uma, deixou as 99 no aprisco e saiu atrás da que tinha se extraviado.
Ele a procurou “até” encontrá-la. Quando a encontrou, ele a pôs em seus ombros e a trouxe de volta para casa. Chamou
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seus amigos que se alegraram com ele por ter encontrado sua ovelha.

As 99 ovelhas que “não se perderam” representam os fariseus e a perdida, os publicanos e pecadores. Os fariseus
sempre arrogantes e orgulhosos, não sentem que precisam se arrepender; Estão sempre de caras feias, porque o Senhor
se importa com os pecadores. Quando um pecador se arrepende, há júbilo no céu.

2.8.3.2 A dracma perdida – v. 8-10

Uma mulher possuía dez dracmas. Um dia, percebendo que tinha perdido uma, começou a procurá-la e não descansou
enquanto não a achou. Ela usou tudo o que tinha em sua casa a fim de encontrar aquilo que lhe era precioso. Acendeu
uma candeia, varreu a sua casa e procurou com diligência “até” encontrá-la. O Senhor queria mostrar aos fariseus e
escribas que Ele está agindo da mesma forma em relação aos seres humanos perdidos. Se nos sentimos alegres ao
encontrar um objeto de valor, Ele sente mais ainda, quando cada pecador se arrepende e é salvo.

2.8.3.3 O filho pródigo – v. 11-32

Um homem tinha dois filhos. O mais moço, mais imaturo, pediu a sua parte da herança. Ele não quis esperar pelo
jeito normal de se receber uma herança – o falecimento do pai, mas quis receber enquanto seu pai estava vivo. Que
decepção para esse pai. Deve ter se sentido apunhalado pelas costas.

Antes que comecemos a julgar esse rapaz, vamos lembrar daquele casal lindo em todos os sentidos – espiritual,
físico e emocional – que tinha tudo o que precisava para viver feliz e em paz no Jardim do Éden, mas que resolveu
ouvir a Serpente - ser astuto, que chegou fazendo promessas, dizendo mentiras. Eles deram as costas a Deus, decidindo
acreditar naquele ser astuto, desprezando o Seu Criador. Vocês se lembram de quem estou falando? Isso mesmo:
Adão e Eva. Vocês se lembram de como foram ingratos para com Deus? O rapaz dessa parábola faz-nos pensar em
toda raça humana que nasceu depois de Adão e que também, virou as costas para o Seu criador.

O pai, mesmo ofendido, nada pode fazer, porque ele sabia que o seu filho tinha o livre arbítrio e não adiantava fazer
nada. Era necessário deixá-lo ir ele tinha que “quebrar a cara”. O pai não o queria ali em casa forçado, obrigado, sem
amor.

O filho fez isso mesmo. Pegou tudo, não deixou nada, pois não tinha a intenção de voltar. Foi para uma terra distante,
onde não tivesse nenhum contato com o pai. Lá gastou todo seu dinheiro sem fazer economia, sem pensar, sem
planejar, sem investir. Só gastou e, um dia, tudo acabou e, para piorar a situação, sobreveio àquele país uma grande
fome.

O rapaz não sabia fazer nada. O único serviço que conseguiu foi cuidar de porcos – a pior coisa para um judeu. Mas
agora, longe de casa e sem dinheiro, ele não tinha mais escolha, estava passando fome, tinha acabado com o seu
dinheiro, com a sua saúde e com o seu futuro. Tinha magoado muito a seu pai e já não tinha mais o relacionamento
mais precioso: o familiar. Que situação!

Ele “desejava comer a comida dos porcos”, mas nem isso tinha. Para o dono dos porcos, ele valia menos dos que os
seus animais. Que diferença! Quando saiu de casa estava bonito, sadio e gordo. Arrumou muitos amigos para curtir
as festas e a farra, mas agora, estava ali sozinho, desejando a comida dos porcos. Ele estava sujo, barbudo, feio e
cheirando mal.
Lemos:“Então, caindo em si”. Depois de passar por toda essa calamidade, há uma mudança enorme na sua maneira
de pensar. Antes, ele estava fora de si, agora, cai em si, isto é, entendeu, abriu os olhos. Pela primeira vez reconhece,
aceita, admite que tinha agido como um tolo. Dizemos “caiu na realidade”. Até então, não tinha encarado suas
decisões, suas escolhas, o quanto tinha sido rebelde e ingrato, porque estava cego.

Deus conhece a nossa rebeldia. Ele sabe tudo sobre nós. E qualquer pessoa, antes ser salva, tem que cair em si. Tem
que concordar com Deus acerca da sua situação, da sua condenação. Às vezes, Deus permite tragédias, dificuldades
para que a pessoa caia em si e acorde. É um ato de misericórdia. Ele permite, não porque seja mau, mas porque sabe
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que lá no fundo do poço, a pessoa vai acordar. Ninguém precisa chegar ao fundo do poço para se arrepender. Precisa
apenas pensar que o desejo de Deus é que: “se cale toda boca e todo o mundo seja culpável...” Romanos 3:19

Aquele rapaz mudou de idéia e, como o seu pai esperava por esse dia, Deus também espera ansioso pelo dia em que
você pensará diferente, que você deixará de tentar comprar a sua salvação. O rapaz da parábola reconhece que na
casa de seu pai é tudo diferente. Lá, o mais humilde é mil vezes mais bem tratado do que ele era ali. Agora, ele
reconhece quem era o seu pai. Consegue ver a sua bondade, como se importa com as pessoas e cuida bem delas.

Ele se acha indigno de ser chamado filho, depois de tudo o que fez e deseja ser um dos trabalhadores da fazenda do
seu pai. Quando um pecador admite o seu pecado e como é indigno diante de Deus, ele reconhece que Deus é Santo,
Santo, Santo e o seu pecado ofende a Santidade divina. Por isso, ele não faz nenhuma exigência, porque sabia que
não estava na posição de poder exigir nada. Não tinha mais direito e nem queria fazer isso.

O pai estava esperando pelo filho. Ele o viu, quando ainda estava longe. Todos os dias anteriores, o pai estava ali,
esperandopor seu filho. Seus olhos se cansaram, mas o seu amor não diminuiu. O Senhor Deus faz o mesmo ainda
hoje. Ele espera com amor eterno por cada pessoa arrependida. Mesmo que esteja “cheirando mal”, como
provavelmente estava aquele rapaz.

O coração compadecido do pai correu, abraçou e beijou. Ele fez tudo. O filho não sabia se seria bem recebido. Vinha
cabisbaixo, envergonhado. Que cena linda. O Deus Santo, Santo, Santo está disposto a receber como filho: ladrões,
assassinos, prostitutas, mentirosos, etc.

O filho disse: “Pai, pequei...” Nem precisava dizer mais nada. Ele já tinha ouvido tudo o que queria ouvir. O filho
estava arrependido, nem queria voltar como seu filho, mas como seu servo. Deus quer salvar os homens e Ele
determina como. Ele salva, de acordo com o Seu plano de salvação; não como o homem quer determinar, através de
uma igreja, de uma obra ou de uma religião.

O pai chamou seus servos e pediu que trouxessem a melhor roupa, que pusessem um anel no seu dedo e sandálias
nos seus pés. Não lhe deu uma enxada e o mandou para o campo. Até podia fazer isso, mas não fez. Ele quis restaurá-
lo à sua posição de filho. É dessa forma que Deus salva o pecador. Ele o veste com a sua justiça, cobrindo tudo o que
ele é com o mérito da pessoa de Jesus Cristo. Deus o vê, a partir daquele momento, na pessoa de Cristo, por isso, não
vê quem o pecador é, mas em quem ele crê.

Pôs-lhe, também, um anel no dedo. Esse anel tinha um desenho especial com as iniciais do nome da família e servia
para imprimir essa marca em cera ou parafina derretida. O pai estava concedendo aquele rapaz autoridade e privilégio
que ele tinha perdido quando saiu de casa.

Para os seus pés mandou que lhe trouxessem sandálias. Nenhum escravo usava sandálias. Quando Deus salva um
pecador, ele restaura a condição que Adão e Eva gozavam no Éden. A única coisa que o filho precisou fazer foi
reconhecer a sua rebeldia, desobediência e ingratidão, voltando para a casa do pai arrependido. Quem pagou por
aquele anel? O filho? Não, nenhum centavo. E pela roupa? Foi o pai quem pagou por tudo. Foi ele que correu ao
encontro do filho e o abraçoue o beijoue o vestiu.

O pecador para ser salvo tem que aceitar as condições estipuladas por Deus. Ele salva pecadores que param de tentar
comprar a sua salvação, param de mostrar a sua própria justiça, seu suor, seu trabalho e seus méritos. Tem que tomar
o lugar de perdido, sem força, ímpio, fraco, extraviado. Esse, Ele salva totalmente.

“-Vamos celebrar!” Gritou o pai. Mandou que trouxessem o novilho cevado. Esse novilho era reservado para um
momento muito especial. Era um animal caríssimo. O pai queria regozijar-se porque havia recuperado o seu filho que
estava morto. O rapaz estava vivo. O que o pai amoroso quis dizer foi: “esse meu filho estava separado de mim, sem
relacionamento, sem direito, sem nada.” Exatamente como nós nascemos: mortos em nossos delitos e pecados. Então,
“começaram a regozijar-se.” v. 24

E o filho mais velho? Quando soube que seu irmão havia voltado e que o pai tinha matado o novilho cevado para
celebrar o regresso de seu irmão, ele saiu correndo, como o pai fez e foi beijar o irmão? Não, ele se indignou e nem
queria entrar. Mesmo com o pai tentando reconciliá-lo. Ele passou a enumerar todas as suas qualidades e tudo o que
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ele tinha feito de bom para o pai. Disse até que nunca tinha transgredido uma só ordem do pai. E, quando fala do seu
irmão mais novo, diz “esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes” e, cheio de ciúmes, reclama que
seu pai nunca tinha lhe dado um único animal para se divertir com seus amigos. Quem esse irmão mais velho
representa? O fariseu. Lembra-se? Graças eu te dou porque não sou como os demais pecadores. E continua dizendo
que ele fazia isso, aquilo e que era bonzinho e diferente dos outros.

Mesmo diante de todas as tentativas do pai, aquele irmão permaneceu irredutível. E, assim, o Senhor Jesus manda
recado para os fariseus, escribas, religiosos e sacerdotes. “O Filho do homem veio buscar e salvar o perdido.” Lucas
19:10.

Pense agora na sua situação. Onde você está nesse quadro? Você é uma das 99 ovelhas que se consideravam justas
ou entre a que se perdeu? Entre as nove moedas que estavam a salvo ou entre a perdida. Você é aquele filho perdido
ou o bonzinho que sempre fez o que era certo e nunca, jamais fez algo errado que ofendesse o seu pai?

Você se considera o devedor de cinquenta denários ou o que devia quinhentos? Com quem você se identifica, com o
fariseu ou com o publicano? Essas parábolas foram escritas para que você se examinasse. O Senhor Jesus deseja te
encontrar, por isso tem te procurado diligentemente. Lá no céu, o pai e seus anjos se regozijam quando um pecador
se arrepende.

3 AS BOAS NOTÍCIAS

3.1 O Salvador prometido – Princípio da substituição – Genesis 3

Quando o Senhor criou o primeiro casal e os colocou no jardim do Éden, Deus deu-lhes tudo o que precisavam; deu-
lhes, também, uma ordem: que não comessem do fruto do conhecimento do bem e do mal. Infelizmente, eles
decidiram não crer no que Deus tinha dito e preferiram acreditar nas falsas promessas da Serpente - Satanás.

O resultado dessa desobediência foi que se tornaram mortos espiritualmente para com o seu criador e,
consequentemente, experimentaram doenças, trabalho exaustivo, degeneração até culminar com a morte física. Mas,
o pior de todas as consequências não melhoraria com a morte, viria depois. Estariam condenados a viver eternamente
separados de Deus.

Você conhece alguém que está nessa situação hoje? (Evangelista, espere as respostas para que você avalie se eles
entenderam que esta é a situação de cada um deles para com Deus). Essa é a situação de cada pessoa que nasce
hoje. É a nossa situação. Desde o pecado de Adão e Eva há um enorme problema com o ser humano – pecado – e
paira sobre ele uma sentença – condenação. Deus disse: “A alma que pecar, essa morrerá”. Ezequiel 18:14; “O
salário do pecado é a morte.” Romanos 6:23.

Deus sabia, desde o Éden, que se ele não interviesse, os homens nasceriam e morreriam condenados. Não havia nada
que Adão pudesse fazer para mudar essa situação. Ele estava morto. Ao pecar, Adão perdeu a sua vida espiritual.
Deus lhe tirou, por isso, só Ele a pode restituir.

O problema causado pelo pecado do homem - o nosso problema - nenhuma igreja pode resolver, nem os nossos
próprios recursos. O quadro do ser humano não podia ser pior: ímpios, inimigos, filhos da ira de Deus, filhos da
desobediência. É assim que Deus nos vê, pois Ele é Santo, Santo, Santo e Justo.

Cada pessoa que está hoje no inferno foi amada infinitamente por Deus. Infelizmente, elas rejeitaram o Seu amor. É
importante ressaltar que Ele as amou enquanto estavam vivas. Após a sua morte, Deus não as tratará com base no seu
atributo “Amor” e sim, com os atributos “Santidade e Justiça”. Ele amou a Adão e Eva mesmo depois que pecaram,
porque Ele é Amor. Se Ele não fosse Amor, mas fosse só Santo e Justo, não haveria nenhuma possibilidade de
reconciliação. Não haveria nenhuma pessoa no céu hoje, porque ninguém poderia ser salvo. Foi por essa razão que o
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Senhor proferiu as maravilhosas palavras que encontramos em Gênesis 3:9 “E chamou Deus ao homem e lhe
perguntou: onde estás?”O Senhor saiu imediatamente à procura do homem. A reconciliação partiu dEle.

Encontramos esse casal morto em seus delitos e pecados, sem condição de adorar e louvar ao Deus Vivo e Verdadeiro
e vemos, também, a intervenção do Senhor Deus, procurando e chamando o homem. Partiu dele a iniciativa. O que
Deus foi fazer ali naquele jardim? Veio condenar o homem? Não, pois o homem já estava condenado naquele
momento. Ele veio para julgá-lo? Não. Ele veio para salvar, apoiar aqueles que não podiam resolver os problemas
causados pelo seu pecado. Ele veio trazer uma solução. A Sua vinda foi um ato de misericórdia.

Deus sabia que tinha que providenciar um meio para solucionar o problema, que não ofendesse a Sua Justiça e
Santidade. Não podia dar um “jeitinho”, jogando o “lixo para debaixo do tapete”, simplesmente. Como pagar o preço
e, ao mesmo tempo, poupar o culpado? Como ser justo e justificador do homem ao mesmo tempo? A pena do pecado
tinha que ser exigida.

O Senhor diz ali no Éden à serpente – Satanás “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o
seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.”(Gênesis 3:15) Deus está falando de algo que
aconteceria no futuro. Ele falou que o descendente da mulher – um homem que nasceria de uma virgem e que, apesar
de ser um homem perfeito, seria, ao mesmo tempo, Deus - iria esmagar a cabeça da Serpente: Vitória perfeita e
permanente. O descendente da mulher seria ferido no calcanhar - ferida não fatal, mas a ferida que Ele aplicaria no
inimigo do Senhor, essa sim, seria fatal. O descendente da mulher é Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Essa foi a primeira vez que Deus prometeu a vinda do seu Filho amado. Era uma promessa de que Ele viria consertar
a situação provocada pela Serpente. Quatro mil anos depois da criação, o Senhor Jesus que fora prometido nasceu. O
Emanuel – Deus conosco. O próprio Deus se fez carne e habitou entre nós. Na cruz triunfou, esmagou a cabeça da
serpente. Ele não ficou morto, mas ressuscitou.

A seguir, Deus estabeleceu um princípio: a substituição. Lemos no verso 16 que Ele pegou alguns animais, os
sacrificou, derramando sangue inocente. Tirou-lhes a pele e fez-lhes roupas adequadas, uma vez que o casal já tinha
tentado com seus próprios recursos, sem obter resultados, pegando e costurando folhas de figueira – talvez a maior
que tinham ali. Tentativas inúteis, pois as folhas secavam. A sua “nudez” incomodava, deixavam-nos envergonhados,
queriam se esconder entre as árvores. O Senhor, então, deu-lhes roupa mais durável.

Depois disso, aquele casal sempre tinha que sacrificar vítimas inocentes para fazer suas roupas e depois as roupas de
seus filhinhos e, dessa forma, muitos animais foram sacrificados por causa do seu pecado.

Cada vez que um animal morria, o Senhor estava ensinando que o Seu Filho, o Senhor Jesus iria pagar a dívida dos
seres humanos. A culpa era nossa, mas Ele iria ser o substituto. E hoje, Deus continua salvando da mesma maneira.
Alguém Santo, inocente, pagou a dívida do homem: o Senhor Jesus, o substituto perfeito.

Cinco bilhões de pessoas pagarão o preço da sua dívida no Lago de Fogo – pena eterna; não concordam com o que
Deus diz, não aceitam o fato de que estão condenados e são réus diante do Juiz. Também não concordam que o
pagamento foi efetuado na cruz, que Jesus sofreu e que a sua morte foi suficiente. Não querem crer que Ele pode
salvar totalmente aquele que nEle crer. Não concordam com Deus acerca do problema e nem acerca da solução
providenciada por Deus.

Deus cumpriu a promessa feita no Éden. Pelo menos cinco por cento da população mundial aceitou o fato que não
tem recurso que seja suficiente – tem apenas “folhas de figueira” que não podem resolver o seu problema – e decidiu
confiar exclusivamente no Senhor Jesus, no Seu sacrifício, deixando de tentar comprar a salvação.

Nos Estados Unidos, mais precisamente no Texas existe a pena de morte. Lá, quando um homem comete homicídio,
depois de julgado e considerado culpado, terá que pagar com a sua própria vida. O culpado tem que morrer, ou seja,
crime cometido, penalidade exigida. Alguns homens já receberam essa sentença e estão apenas esperando para que
ela seja executada. Dizemos que essas pessoas estão aguardando o dia da execução no “corredor da morte”.

Imaginem se uma determinada pessoa procurasse o juiz e lhe fizesse a seguinte proposta: o Sr. Fulano de tal é um réu
culpado e, por isso, deve morrer para pagar a sua dívida. Mas eu gostaria de pagar a sua pena, morrendo em seu lugar.
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O criminoso culpado e condenado sairia livre e a pessoa que fez a proposta morreria. Foi exatamente isso que o
Senhor Jesus fez por nós. Ele nos substituiu e morreu satisfazendo a justiça de Deus, livrando-nos da condenação
eterna. Essa é a única forma que Deus Salva.

Querido amigo, você está nessa situação. Nasceu culpado e tem que pagar a pena de morte. Mas nós temos boas
notícias para você. Alguém já pagou: O Senhor Jesus. Você tem apenas que crer nesse fato. Esse substituto foi
prometido lá no Éden e desde então, cada homem teve que sacrificar um animal inocente e, assim, Deus via duas
coisas importantes nessa atitude do homem: arrependimento pelo reconhecimento do pecado e Fé no substituto
representado pelo animal inocente.

Desde então, milhões de animais morreram simbolizando aquele que viria para ser o substituto do homem. O Senhor
Jesus pagou tudo e, por isso, não precisamos mais de tais sacrifícios. Ele fez de uma única vez por todas e temos que
confiar somente nele e em mais absolutamente nada. A Bíblia fala de capa a capa desse substituto perfeito e todo
aquele que nele crer será salvo.

3.2 Ideia de Deus x Ideia dos homens

3.2.1 Caim e Abel – Gênesis 4:1-10

Depois de saírem do Jardim do Éden, Adão e Eva tiveram dois filhos: Caim e Abel. Nesse trecho das Escrituras lemos
que “no fim de uns tempos Caim e Abel trouxeram uma oferta ao Senhor”. (v.3) Porque será que esses dois homens
resolveram trazer uma oferta ao Senhor? Eu creio que eles sabiam qual era a sua condição espiritual. Caim o primeiro
ser que nasceu, nasceu na mesma condição espiritual que se encontraram Adão e Eva depois que pecaram.

Provavelmente, eles já eram adultos, maduros e até tinham estabelecido suas famílias. Já eram responsáveis perante
Deus. Adão e Eva sabiam que estavam perdidos, condenados e desde que Deus, no Éden, matou aquele animal
inocente para lhes preparar roupas adequadas, eles, de tempos em tempos, tinham que sacrificar outros animais.

Esses homens cresceram vendo os seus pais fazerem isso. Animais tinham que ser mortos todas as vezes que eles
cresciam e precisavam de uma nova roupa. E isso os fazia lembrar de seu pecado e da situação espiritual que se
encontravam agora.

Caim e Abel tinham profissões diferentes: Caim era um lavrador e trabalhava com a terra plantando e colhendo frutos,
cereais, verduras e legumes. Abel era um pastor de ovelhas.

Ao tratar de sua dívida eterna para com Deus, os dois trouxeram ofertas ao Senhor. Caim trouxe dos frutos da terra,
mas Deus não se agradou nem dele e nem da sua oferta. Por qual motivo Deus não aceitou a oferta de Caim? Qual o
problema com essa oferta? (Evangelista é uma boa ideia deixar os alunos responderem a essas perguntas para
que você possa avaliar se eles percebem que a oferta de Caim não era adequada porque era uma oferta
diferente da que Deus tinha estabelecido: aquela oferta simbolizava a oferta de Jesus Cristo, por isso, tinha
que ter sangue inocente derramado.)

Quando Deus falou com a Serpente – Satanás - no Éden, Ele lhe disse que um dia, um descendente da mulher iria
nascer e esmagar a cabeça da serpente e resolveria definitivamente o problema causado pelo pecado da raça humana.
Deus estava falando de um homem que iria nascer e, providenciaria uma maneira justa para perdoá-los. Ele estava
falando de Jesus, seu filho amado que iria nascer de uma virgem e iria sofrer a morte de cruz, pagando a dívida do
pecador para com Deus.

A seguir, Deus pegou animais e os matou para fazer-lhes roupas adequadas. Eles viram e entenderam. O Senhor
estava estabelecendo um princípio: a substituição – uma vítima inocente morreria derramando sangue inocente no
lugar do pecador. Qualquer pecador que quisesse chegar à presença de Deus tinha que trazer um animal, matá-lo e
queimá-lo sobre o altar e, quando a fumaça subia perante Deus, Ele via, ao lado do altar, um pecador ajoelhado
arrependido. Deus saberia que aquele pecador não tinha confiado em si mesmo e nos seus esforços, mas sim no
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descendente da mulher, representado por aquela vítima inocente. Aquele animal era um substituto para a raça humana.

Será que Caim não sabia? Será que Adão e Eva só falaram para Abel? Será que Caim levou aquela oferta na
ignorância? Não, certamente ele sabia, mas não se importava com Deus, nem com os Seus pensamentos. Caim achava
que tinha um jeito melhore não concordou com Deus. Tomates, cenouras, e verduras não podiam simbolizar o Senhor
Jesus e o Seu sacrifício na cruz. Legumes não têm sangue e diz as escrituras “sem derramamento de sangue não há
remissão.” Hebreus 9:22. Sangue era a base da salvação.

Alguém pode pensar que a oferta de Caim não foi aceita porque ele deu os piores frutos, mas não é essa a razão.
Infelizmente, esse rapaz não se sentiu um criminoso, se achou melhor que Abel e, de forma arrogante e orgulhosa,
quis determinar como deveria ser salvo. Tinha que ser à sua maneira, do seu jeito. Para Caim, um altar cheio de
legumes, verduras, frutas e cereais muito bem arrumados e ajeitados, era uma forma muito mais bonita e atraente do
que um animal morto, sujeira de sangue espalhada. Caim pensava que tinha uma maneira melhor de se aproximar de
Deus. Ele foi o primeiro “fariseu” que pisou nessa terra.

Muitos hoje em dia têm feito como Caim. Não gostam desse tipo de mensagem que fala de pecados e sangue.
Certamente, não faltam lugares nas cidades onde se prega uma mensagem bonita e atraente que diz que você é um
filho de Deus e que você está indo ao Céu. Enquanto você estiver em vida, aparentemente, qualquer religião serve,
mas o problema é depois da morte. Diante do Deus Justo, Santo, Santo, Santo, não vai existir perfumes, roupas
bonitas, mármores ou ouro. Nada disso vai ter valor, a não ser que você aceite a forma como Deus salva e concorde
com ele sobre a sua situação espiritual.

Do Céu, olhando para Caim, Deus viu um homem arrogante e orgulhoso, mostrando o fruto do seu próprio trabalho,
os calos em suas mãos, seu rosto queimado pelo sol, seu suor. Foi isso que Deus viu – um fariseu, apresentando as
suas boas obras e não um homem arrependido. Deus viu um homem confiando naquilo que ele mesmo tinha
produzido; os frutos de suas mãos, do seu trabalho, de seus próprios esforços, ao preparar a terra. Que presunção!
Caim trouxe o fruto de uma terra maldita. O profeta Isaias diz: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as
nossas justiças, como trapo da imundícia”; Isaias 64:6 e “os que estão na carne não podem agradar a Deus.”
Romanos 8:8

Não cometa o mesmo erro que Caim. Pare de confiar nas suas obras, reconheça que é um pecador perdido e que, para
não precisar pagar a pena de morte eterna, a sua única esperança é confiar no sacrifício de Jesus, como seu substituto
perfeito. O escritor da carta aos Hebreus diz: “Ele pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus”. (7:
25)

Certamente, vocês foram instruídos de outra forma, mas ainda há tempo de mudar de pensamento. Não fique
preocupado em agradar homens, mas somente a Deus. Tenha coragem de abandonar todos os seus esforços, pois eles
não valem nada perante Deus.

(Evangelista distribua as folhas preenchidas no início dos estudos para que cada um examine a sua própria
folha e veja se, ao preenchê-la, agiu como um fariseu ou um publicano, como Caim ou como Abel. Se estava
confiando unicamente no sacrifício de Jesus ou se confiava nas suas obras, crenças e tradições. Qualquer coisa
que o aluno tenha marcado além de confiar em Jesus como salvador mostra que estão agindo como Caim.)

A Bíblia diz que Caim irou-se sobremaneira. Ele fez birra como criança mimada, ficou “bicudo”. Muitos, hoje, fazem
o mesmo quando falamos que a sua religião e a sua sinceridade não puderam salvá-los. Que suas obras não têm valor,
que sua religião não poderá ajudá-lo. Os homens ficam irados da mesma forma e não abandonam suas práticas.

Apesar da misericórdia de Deus, Caim não se arrependeu e, pelo contrário, matou a seu irmão. Ele podia escolher
fazer o que Deus tinha determinado, mas não foi isso que ele fez e rejeitou a forma como Deus salva. Qual será a sua
atitude diante do que você tem aprendido?

O sacrifício de Abel, “mesmo depois de morto ainda fala hoje”, lemos em Hebreus 11:4. É pela fé que podemos ser
salvos, e, infelizmente, muitos pensam que precisam confiar em Jesus e em mais alguma coisa. Isso não serve para
Deus. Na folha preenchida no início desses estudos, a maioria das pessoas assinala “confiar em Jesus” e em algo
mais. Estes estão perdidos e enganados.
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Caim não está no inferno hoje porque matou Abel, mas porque nasceu morto espiritualmente e não resolveu o
problema do seu pecado perante Deus. Que triste! Nossa oração é para que isso não aconteça com você. Você
entendeu o que Abel fez? É para que você entenda essa verdade que a sua oferta fala ainda hoje.

3.3 Um substituto para os primogênitos no Egito – Instituição da Páscoa – Êxodo 12

Nós notamos no estudo anterior que, lá no Jardim do Éden, Deus dirigiu-se a Serpente dizendo-lhe que o descendente
da mulher lhe esmagaria a cabeça e, a seguir, matou animais inocentes, derramando o seu sangue, para fazer
vestimentas para Adão e Eva. Nós vimos, também, que ali, o Senhor estabeleceu o princípio da substituição – única
maneira que Deus usa para perdoar a culpa de uma pessoa, ou seja, uma vítima inocente morre pelo seu pecado,
exatamente como o Senhor Jesus fez, depois de muitos anos, morrendo pelos pecados dos homens.

Para ilustrar esse princípio estabelecido por Deus, vamos estudar o trecho em que Deus determinou que um substituto
deveria morrer em lugar dos primogênitos dos Israelitas, trecho maravilhoso que ilustra perfeitamente o sacrifício do
Senhor Jesus. Para entendermos o que aconteceu nessa noite, quando os judeus celebraram a primeira páscoa, vamos
retroceder um pouco na história desse povo.

Quatrocentos anos antes dos acontecimentos desse dia, um homem chamado Jacó ou Israel, desceu com sua família
para o Egito em aproximadamente 70 pessoas, porque um dos filhos desse homem - José, já morava lá, onde ocupava
um cargo muito importante. Toda sua família, então, veio para o Egito, pois havia uma fome muito grande em toda
terra. Lá, eles habitaram numa região muito fértil chamada Gósen e foram tratados com muita honra pelo Faraó.

Os anos foram passando e aquele Faraó, que tinha sido bom para a família de José, morreu. José também faleceu, o
povo se multiplicou muito, um novo Faraó, que nem tinha conhecido José, temendo que os israelitas se juntas sema
seus inimigos e lutassem contra eles, usou de esperteza e os escravizou. Essa nação se tornou uma ameaça para o seu
país. Eles sofreram muito, foram oprimidos e humilhados durante muitos anos. Então, eles clamaram a Deus e o
Senhor levantou um homem chamado Moisés para que fosse o líder desse povo e os libertasse do domínio dos
Egípcios.

No capítulo 5 encontramos Moisés e seu irmão Arão na presença de Faraó, pedindo-lhe que deixasse o povo de Israel
ir embora para sacrificar ao Senhor. Faraó não só não permitiu que o povo fosse embora, mas aumentou o seu serviço
obrigando-os a trabalhar mais do que já trabalhavam. O Senhor mandou que Moisés voltasse à presença de Faraó e
anunciasse que O Senhor iria tirá-los do Egito com mão poderosa.

A partir do capítulo 7 de Êxodo, encontramos Deus enviando diversas pragas sobre o Egito. Quando Faraó sentia-se
apertado pelo problema, mandava chamar Moisés, pedindo-lhe que orasse a fim de que o Senhor os livrasse da praga,
pois estava disposto a deixá-los ir. Depois que Deus os livrava, Faraó mudava de idéia e não os deixava sair.

A primeira praga que Deus enviou foi a transformação das águas em sangue; a segunda, rãs; a terceira, piolhos;
a quarta moscas; a quinta, peste nos animais; a sexta, úlceras; a sétima chuva de pedras; a oitava gafanhotos
e a nona trevas. Todas as vezes, acontecia o mesmo. Faraó não os deixava sair.

Finalmente, Deus anunciou a décima praga, dizendo-lhes que dessa vez, Faraó os mandaria embora do Egito.

Encontramos no capítulo 12, Deus dando as ordens sobre uma cerimônia que eles deveriam celebrar na noite anterior
à sua saída do Egito. No v. 1 O Senhor começou instalandoum outro calendário para os Judeus. Era um calendário
religioso. Aquele seria o seu primeiro mês: Nisã. Eles deveriam no décimo dia desse mês tomar um cordeiro que
fosse sem defeito, macho e de um ano. Esse cordeiro deveria ficar em observação até o décimo quarto dia do mês,
quando seria imolado, no crepúsculo da tarde; o seu sangue deveria ser passado nas ombreiras e nas vergas das portas
com hissopo – um arbusto. Depois, ninguém poderia sair da casa até o outro dia, quando iriam embora. O cordeiro
seria assado e depois comido com pães asmos, ervas amargas.

À meia noite, o anjo do Senhor passaria sobre o Egito e todo primogênito de cada família morreria. Quando o Senhor
passasse sobre a casa, cujas vergas e ombreiras tivessem marcadas com sangue,Ele saberia que um cordeiro havia
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sido morto no lugar do primogênito. Assim, passaria adiante e o primogênito seria poupado.

Assim, a partir daquela data, eles deveriam celebrar todos os anos essa cerimônia, para que selembrassem que naquela
noite, Deus tinha providenciado um substituto para cada primogênito dos Israelitas. Depois da meia noite, não teve
uma casa egípcia em que não houvesse luto, porque não houve substituto para eles. Essa era a décima praga: a morte
dos primogênitos. Por isso, no dia seguinte, Faraó, irado, mandou que o povo deixasse sua terra e fosse embora.
Assim, de forma maravilhosa, o Senhor os libertou da escravidão do Egito.

Deus deu-lhes muitos detalhes: cordeiro separado no décimo dia, macho, sem defeito, seria imolado – cortado na
garganta para derramar o seu sangue – no dia catorze, no crepúsculo da tarde, sangue passado nas vergas e ombreiras
e ninguém poderia ficas fora da casa. Muitos detalhes e muitos cuidados que deveriam ser observados
meticulosamente. Isso é uma grande lição para nós. Foi Deus quem determinou como tudo deveria ser feito, pois era
Ele quem iria salvar os primogênitos.

Imaginem se um pai dissesse, “Ah, mas no dia catorze eu não posso, porque tenho um compromisso”, ou dissesse:
“Por que tem que ser macho, eu tenho uma fêmea, não pode ser?”, ou então, “Imolar? Ai que feio, vou destroncar o
pescoço, porque é mais bonito.”, ou, “Passar sangue na porta, que nojo. Vou deixar a bacia aqui na porta, porque é a
mesma coisa.” Ou ainda, “Dentro de casa, mas está muito quente pra ficar dentro de casa. Lá fora é mais fresquinho.”
Isso seria um absurdo, pois o seu filho amado estava correndo um sério risco de vida. Estou certo que um pai amoroso
faria tudo com muito cuidado, observando cada detalhe que Deus tinha mandado.

Hoje em dia 95% das pessoas estão fazendo o mesmo. Deus tem dito que, por causa do seu pecado, Ele exige a pena
de morte do homem, para que a sua justiça seja satisfeita. Ele deseja salvar o homem através da morte substitutiva do
Seu filho na cruz do calvário, e, todo pecador arrependido, que desiste de tentar comprar essa salvação, confiando
somente no Senhor será salvo, será considerado filho de Deus para sempre.
O homem, infelizmente, fecha a Bíblia – única mensagem de Deus para ele – dizendo que o que vale é a sinceridade
das pessoas e não importa de que religião elas sejam: metodistas, luteranos, budistas, católicos, afinal todos os
caminhos têm coisas boas conduzem ao Céu. Quão enganados estão.

Será que Deus tem um cardápio e deixa o homem escolher como ele deseja ser salvo? Não, Deus tem uma única
maneira de salvar e não consulta a minha ou a sua opinião. Ele é quem determina e não pede nossa opinião. Lemos
em Mateus 7 sobre dois caminhos e duas portas: uma estreita e a outra larga. A porta estreitaconduz à vida. O Senhor
Jesus disse que Ele é a porta. Não tem outra, é única. Ele não admite alteração. Há só uma forma do pagamento da
nossa dívida: Jesus Cristo e sua obra na cruz do calvário. Tudo o mais não passa de trapos de imundícia e suborno
para com Deus.

Ao celebrar a Páscoa, cada um dos detalhes, correspondia ao que o Senhor Jesus sofreria, aproximadamente mil,
duzentos e cinqüenta anos depois do dia em que essa festa foi comemorada pela primeira vez no Egito. Na mesma
noite em que foi traído e entregue nas mãos dos que iriam tirar-lhe a vida, o Senhor Jesus sentou-se com seus
discípulos para celebrá-la pela última vez. Aquele não foi um final de semana qualquer, porque era necessário que o
cordeiro pascal,enviado por Deus fosse sacrificado na Páscoa.Tudo aconteceu no dia certo, no mês certo e não foi
coincidência.

O cordeiro é um animal manso, submisso e puro. João Batista no capítulo 2 do evangelho de João, afirmoupor duas
vezes que Jesus era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. João Batista não estava vendo um animal coberto
de lã, mas sim o próprio Senhor Jesus. O livro de Apocalipse, mais de vinte vezes, o chama de o Cordeiro. João disse
“...Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo.” Apocalipse 13:8; Paulo diz:“Cristo nosso cordeiro pascal
já foi imolado.”1ª. Cor. 5:7

Cada vez que um cordeiro era imolado na celebração da Páscoa, ele apontava para frente dizendo: Ele virá. Lemos
em 1ª. Pedro 1:18 “sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis como prato ou ouro que fostes resgatados do
vosso fútil procedimento (...) mas pelo precioso sangue, como de cordeiro, sem defeito e sem mácula, o sangue de
Cristo.” Por que Deus foi tão exigente, com relação a esse cordeiro, dando tantos detalhes? Porque ele simbolizava o
Seu precioso Filho. Por isso,ao separarem o cordeiro, aqueles homens escolheram o melhor e, depois, o deixou
separado para ser observado por quatro dias para ver se era aprovado, se não mancava, se não adoecia. Assim também
foi com o Senhor Jesus. Ele foi observado durante 30 anos pelos homens, por Satanás e pelos anjos. Todos puderam
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verificar a sua Santidade e Perfeição. Herodes e Pilatosdisseram que não viam nele crime algum. Até o centurião após
a crucificação disse que “verdadeiramente esse homem era justo.”

Ao terceiro dia, Deus ressuscitou a Jesus, carimbando a sua aprovação e depois de quarenta dias Ele foi glorificado.
O Espírito Santo falou que Ele era o Filho amado. Jesus disse que sempre fazia o que agradava ao pai e perguntou
quem o convenceria de pecado. No Senhor Jesus não havia pecado e, por isso, foi perfeitamente qualificado para ser
o nosso substituto. Isaias disse 700 anos a.C a respeito nascimento Senhor e que Ele seria chamado Maravilhoso
Conselheiro, Deus Forte e Pai da Eternidade.

O pecador que quer ser salvo tem que basear a sua salvação no sangue do Senhor Jesus que foi derramado em seu
lugar. Ele foi moído, suas costas foram chicoteadas, abrindo sulcos como de um arado, sua barba foi arrancada, Ele
morreu no fim da tarde, mesmo horário em que o cordeiro deveria ser imolado. Nenhum osso do cordeiro podia ser
quebrado. E, no dia da crucificação, os judeus pediram que a morte dos três homens fosse acelerada, para que ninguém
ficasse na cruz no sábado. Para isso, eles quebravam as pernas do condenado. Os soldados fizeram isso com os dois
ladrões, mas quando chegaram à cruz de Jesus, não foi necessário, porque ele já tinha morrido e,dessa forma, os seus
ossos também não foram quebrados.

Não houve nenhuma coincidência, mas sim, cumprimento das profecias que foram feitas mil e duzentos anos antes.
Quem quiser ser salvo, poderásaber como, apenas lendo esse livro maravilhoso – a Bíblia. Hoje, o homem tem o
Novo Testamento e o Velho Testamento. Tudo completo e, mesmo assim, não quer crer.

O pai deve ter explicado para o filho que aquele cordeiro estava morrendo em seu lugar. Que era necessário observar
cada detalhe dado por Deus para que ele fosse poupado. Em algumas casas havia uma celebração à vida, em outras,
luto. Deus prometeu e providenciou o cordeiro substituto e, o sangue era o sinal. Vendo o sangue nas portas, Deus
soube que aquele homem tinha levado a sério o perigo que o seu filho estava correndo. Ele soube que tinham crido
nas Suas palavras.

Havia morte em todas as casas, tanto para os Egípcios, como para os Israelitas. Para os Judeus, o cordeiro que tinha
sido separado e nas outras casas, o primogênito. Que bom! Houve um substituto para aquele que creu e confiou na
Palavra de Deus.

A palavra de Deus diz mais de 150 vezes que aquele que crer no sacrifício do Senhor Jesus será salvo. Hoje Ele ainda
vê pecadores, mas alguns, com o sangue do Senhor Jesus e outros, com suas obras tentando comprar e negociar com
Ele a sua salvação. Quando Ele olha para você o que Ele vê? Um Caim ou um Abel? Ele vê um fariseu ou um
publicano? Um pecador arrependido, que confia no cordeiro substituto? Há ainda boas novas para você: a pena de
morte vai ser exigida, mas não precisa ser exigida de você, porque o Senhor já providenciou um substituto.

3.4 O sofrimento do messias profetizado

3.4.1 Davi – Salmo 22:1-18

Esse é um Salmo chamado de messiânico porque fala sobre o messias prometido lá no Jardim do Éden, que viria para
ser o substituto perfeito para o pecador. Foi escrito aproximadamente mil e cem anos antes do Senhor Jesus nascer.
E, apesar da distância entre os dois acontecimentos, ficamos impressionados com os detalhes que são mencionados
por Davi e cumpridos na morte do Senhor. Parece até que foi escrito por um repórter que estava presente no dia da
crucificação, anotando tudo o que estava sendo dito e feito. É, portanto, um Salmo profético.

Lemos “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste” – (v.1) Vamos comparar com o que aconteceu em Mateus
27: 45 – 46, quando o evangelista fala sobre a crucificação do Senhor Jesus. Desde o meio dia até três horas da tarde
houve trevas sobre a terra. Do ponto de vista divino, o que havia sido prometido quatro mil anos atrás, estava
acontecendo. O próprio Senhor Jesus disse, depois da sua ressurreição, a dois discípulos no caminho de Emaús, que
o Cristo tinha que padecer. O Filho de Deus, Santo, Santo, Santo precisava morrer em nosso lugar. Não era uma
tragédia. Não era um erro, mas plano de Deus. Ele veio precisamente para morrer uma única vez.
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Deus o Santo Juiz, não no papel de Pai, mas de Juiz, fez cair propositadamente sobre Ele, a pena de todos os pecadores.
Ele estava efetuando o pagamento da nossa dívida. Estava dando a sua alma como oferta, carregando sobre si mesmo
o fardo dos nossos pecados. Era a nossa dívida sendo transferida voluntariamente para Ele. Durante essas horas
terríveis, Deus o cobriu com escuridão – houve trevas sobre a terra - para que o mundo não visse o que estava
acontecendo ali no Gólgota.

O apóstolo Paulo disse “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus”. (2ª. Coríntios 5:21) Jesus não conheceu pecado, mas Deus o fez pecado para que nós pudéssemos
ser justificados. Ele foi totalmente Santo aqui na terra. Lemos em 1ª. Pedro 2:24 “carregando Ele mesmo em seu
corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas
chagas, fostes sarados”. Deus estava fazendo cair sobre Ele a sua Ira Santa e Justa. Ele entrou nas trevas, para que
nós pudéssemos entrar na luz. Ele foi ferido para que pudéssemos ser sarados.

Por volta das três horas da tarde, o Senhor Jesus disse “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”?
Desamparar é abandonar, deixar sozinho, virar o rosto. Esse foi o sentimento experimentado pelo Senhor na cruz. Ele
usou as mesmas palavras que Davi disse mil e cem anos antes. Ele não era pecador, mas sofreu como se fosse. Ele
fez isso para que você fosse libertado da penalidade da morte. Ele não falou: Pai, por que me desamparaste? Porque
o relacionamento entre Pai e Filho não estava em evidência, porque na cruz estava havendo uma transação. Em toda
eternidade Ele nunca tinha experimentado ficar separado do Pai. Mas era necessário deixar a relação Pai-Filho, para
estabelecer a relação Juiz-réu.

Voltando para o Salmo 22, lemos “Tu és Santo” (v.3) Essa é a causa da morte do Messias: a Santidade de Deus. Para
restaurar a comunhão perdida, o homem tinha que ser justificado, senão não poderia permanecer na presença de Deus.

Lemos nos versos 7 e 8 “todos os que me veem zombam de mim; afrouxam os lábios e meneiam a cabeça; confiou
no Senhor! Livre-o ele; salve-o, pois nele tem prazer”. Vamos novamente para Mateus 27:39-43 “Os que iam
passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo...salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus...De igual
modo os principais sacerdotes com os escribas escarnecendo, diziam ... Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora
se, de fato lhe quer bem.” As palavras de Davi se cumpriram totalmente no dia da crucificação.

No verso 11, lemos “Não te distancies de mim” O Senhor experimentou esse abandono da parte do pai na
crucificação. Separado do Pai, desamparado para que nós pudéssemos ser amparados e reconciliados com o Pai. O
escritor aos Hebreus 2:3 diz: “Como escaparemos nós se negligenciarmos tão grande salvação”?

No verso 12 “Muitos touros me cercam, fortes touros de Basã”. Ele estavam falando dos soldados romanos, fortes,
imbatíveis, temidos e que, na cruz, estavam ao redor do Senhor Jesus.

Davi disse inspirado pelo Espírito Santo no verso 14 “todos os meus ossos se desconjuntaram” Isso também
aconteceu com o Senhor Jesus, quando foi elevado, com os pés a as mãos travados pelos cravos, causando esse tipo
de desarticulação dos ossos. Todo o seu peso sustentado por aqueles cravos.

Continuando, Davi diz que “secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca”
(v.15). Ali na cruz, depois de experimentar tanto sofrimento, durante toda a noite - as chibatadas, os socos, o desprezo
e seu sangue vertido - Ele sentiu sede (João 19:28, 29). Os soldados romanos deram-lhe vinagre. Que crueldade! Que
humilhação!

No verso 16 lemos:“Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram minhas mãos e os pés.”
Qual outro tipo de morte conhecido,em que as mãos e pés são traspassados? Coincidência? Não, realmente este verso
fala-nos da forma como o Senhor morreria. Crucificado. Os soldados cravavam no pulso, para que os tendões fortes
sustentassem o corpo da pessoa condenada.

“Posso contar todos os meus ossos” – (v.17) Seus ossos não foram quebrados. “Repartem entre si as minhas vestes
e sobre a minha túnica deitaram sortes”. (18) Em João 19:23 “Os soldados...tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro
partes, para cada soldado uma parte; e a túnica...sem costura, tecida de alto a baixo. Disseram...não a rasguemos
mas lancemos sorte para ver a quem ela caberá”. É impressionante verificar como cada detalhe foi cumprido na sua
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crucificação. A possibilidade de que estes acontecimentos se cumprissem, humanamente falando, é remotíssimo, mas
tudo se cumpriu minuciosamente. São evidências de que a Palavra está falando a verdade.

3.4.2 O profeta Isaias – Isaias 52:13 – 53:12

Depois da morte e ressurreição do Senhor Jesus, dois discípulos estavam voltando muito tristes de Jerusalém, porque
esperavam que Jesus fosse libertá-los do Império Romano. Estavam desolados e o Senhor se aproximou deles
enquanto viajavam de volta para Emaús, cidade que ficava uns onze quilômetros de Jerusalém; Ele lhes perguntou
porque razão estavam tão tristes e abatidos. Por meio de sua resposta, aqueles discípulos revelaram que tinham criado
uma falsa expectativa, pois esperavam que o Senhor Jesus fosse quem havia de redimir a Israel.

O Senhor falou-lhes palavras duras: “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram”.
Lucas 24:21-25 Nós já vimos algumas dessas passagens: O Cordeiro Pascal, o Salmo 22, Isaias 53 e muitas outras
passagens. O Senhor era o Messias que eles esperavam, mas não reconheceram esse fato, porque queriam um Messias
que viesse para reinar e não uma pessoa derrotada, humilde, morta. O Senhor não desistiu deles e, pacientemente,
explicou-lhes que era necessário que o Cristo padecesse. A seguir, o Senhor, “começando por Moisés, discorrendo
por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras”.

O Senhor ainda virá para reinar, logo depois da tribulação. Mas os sacerdotes, escribas e religiosos da época
esperavam um Rei. O Senhor mostrou que antes da coroa, ele precisava passar pela cruz. É na cruz que Ele efetuaria
a nossa redenção, sendo o nosso substituto.

Vamos ler agora o que o profeta Isaias escreveu 700 a.C., a respeito do Messias. Isaias começa dizendo que “Eis que
o meu Servo procederá com prudência”. Todos que tiveram contato com o Senhor Jesus desde pequeno, puderam
atestar esse fato. Quando tinha doze anos, seus pais o encontraram no Templo discutindo com os doutores da lei. O
evangelista diz que Ele crescia em estatura e graça diante de Deus e dos homens. Todos viram como ensinava nas
Sinagogas.

O profeta Isaias disse em 50:6 “Ofereci as costas aos que me feriram as faces aos que me arrancaram os cabelos;
não escondi o meu rosto dos que me afrontavam e me cuspiam”. Não foi coincidência o cumprimento dessas
palavras E o que Davi escreveu 1.100 anos antes no Salmo 129:3 “Sobre o meu dorso lavraram os aradores; nele
abriram longos sulcos”. Os soldados romanos sabiam fazer isso muito bem com os seus chicotes, divididos em várias
tiras, com ossos amarrados em suas pontas. Quando batiam nas costas de alguém, rasgavam-lhe fazendo sulcos
parecidos com arado. Não é coincidência não, tudo o que foi escrito a respeito dele nas escrituras se cumpriu.

No capítulo 53:2 o profeta diz que alguém foi subindo como renovo, isto é, uma criança, numa terra seca. Ele falava
do Senhor que nasceu, cresceu, num lugar onde nunca se esperava que um renovo germinasse. Apesar desse mundo,
o Senhor subiu perante Deus como renovo cheio de graça para o Pai.

Isaias diz que não tinha nem formosura, nem aparência que agradasse. Mas o que agradava eram a sua beleza
espiritual e os seus ensinamentos. O profeta tem tanta certeza do cumprimento dessas palavras que ele usa verbos no
passado.

Era um “homem desprezado e o mais rejeitado entre os homens”. Ele tomou toda espécie de problemas que nós
sofremos. Ele experimentou fome, dores, cansaço. Ele conheceu todas as tristezas de tão perto. Era um “homem de
dores e que sabe o que é padecer...era desprezado”. (v.3) Os seus próprios irmãos o desprezaram, criticaram. Outros
disseram “não é este o filho do carpinteiro”? Religiosos disseram: “Pode sair alguma coisa boa de Nazaré”? Para
aqueles homens, o Senhor Jesus tinha dito muita coisa errada e blasfêmia. Tinha dito que Ele era Filho de Deus, a
Ressurreição e a Vida; que ninguém ia ao Pai senão por Ele; Antes que Abraão existisse, Eu Sou, por isso, estava
sendo castigado por Deus.

De fato, eles estavam certos em dizer que Deus o estava castigando, mas estavam errados em pensar que a causa do
seu sofrimento era o seu próprio pecado, porque, de fato, éramos meus pecados e as minhas iniquidades a verdadeira
causa.
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O profeta diz que Ele deliberadamente tomaria para si e sobre si as nossas iniquidades e as nossas dores. É bom
enfatizarmos que o profeta não estava falando sobre dores físicas, mas sim espirituais, pois, muitos pastores têm
ensinado que o salvo que tem fé, não ficará doente, não sentirá dores e não terá dificuldades. E, caso estejam passando
por essas dificuldades, é porque têm pecado e não têm fé. Isso não é verdade. Ele sofreu a morte mais trágica e
violenta. Todos os apóstolos e muitos discípulos foram torturados, degolados, queimados. O Senhor disse que no
mundo teríamos sofrimentos. Ele nunca prometeu um “mar de rosas”. Hoje, muitos cristãos estão morrendo nas mãos
de mulçumanos, comunistas, simplesmente por testemunharem da sua fé no Senhor.

Continuando, lemos “Ele foi traspassado pelas nossas transgressões.” (v.5) É bom pensarmos que é uma questão
pessoal. Não devo pensar que Ele estava ali sofrendo tanto por “nossas” iniquidades, mas devemos pensar que eram
as minhas necessidades. É preciso que cada um de nós sinta o peso de seus próprios pecados individualmente. Eu
preciso entender que se quero ser salvo e entendi que não é possível por meio de minhas obras, preciso pensar que a
salvação é uma decisão pessoal. Cada um de nós tem que acertar a sua situação diante de Deus. Ainda no mesmo
verso lemos que Ele foi moído, castigado pelas nossas iniquidades. Fomos sarados pelas suas pisaduras.

Se você entendeu que não tem como pagar a sua dívida, entendeu, como um publicano, perdido, separado e morto
espiritualmente, mas quer ser salvo, expresse esse fato a Deus. Se você entende que Ele é o Cordeiro providenciado
por Deus para que fosse o seu substituto, fale com o Senhor, expresse a Ele a sua fé.

No verso 7 lemos “foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a
sua boca.” Exatamente como o Senhor Jesus fez, não abriu a sua boca, diante de Pilatos, que chegou a perguntar se
ele não ouvia as acusações que eram feitas e porque não se defendia. Embora Ele soubesse o nome daqueles que o
esbofeteavam e pudesse pedir a Seu Pai que enviasse duas legiões de anjos para defendê-lo, Ele nada fez. Permaneceu
mudo, porque pensava em você e em mim.

Deus planejou tudo. Lemos no verso 9“Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na
sua morte.” O Senhor Jesus precisava ressuscitar. Para isso, era necessário que Ele tivesse um túmulo, que fosse
lacrado e selado. Se Ele estivesse sido enterrado como os pobres eram, numa vala comunitária, onde ninguém sabia
quem tinha sido enterrado, não haveria como provar a sua ressurreição. Mas o nosso Deus Onisciente preparou um
homem rico, possuidor de um túmulo que ainda não tinha sido usado, para que o Senhor fosse sepultado: José de
Arimatéia. Esse homem rico e Nicodemos o tiraram da cruz e prepararam o seu corpo carinhosamente para enterrá-
lo.

“Ao Senhor agradou moê-lo” (v.10) Não significa que Deus sentiu prazer em ver o seu sofrimento, mas o Senhor
permitiu que o Seu filho fosse sacrificado como o Cordeiro Pascal, no altar da cruz. Mas Ele foi o vencedor, pois
lemos: “Verá a sua posteridade” (v10) Nós sabemos que Ele não teve descendente, mas sabemos que todos os que
se tornam filhos de Deus são a sua posteridade. “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará
satisfeito”(v.11) Cada alma que é salva da condenação eterna é um fruto do seu trabalho. Nós ensinamos o evangelho,
mas cada pessoa que crê, é fruto do trabalho penoso do Senhor Jesus.

“Eu darei muitos como a sua parte e com os poderosos repartirá ele o despojo.”(v.12) Quando um povo invadia
um país e o vencia, ele tinha direito de levar daquela terra o que ele quisesse, pois a havia conquistado. Podiam levar
ouro, prata, filhos, mulheres. Ele tendo sofrido, tendo sido traspassado por nós alcançou o direito e controle sobre
tudo e todos. Na cruz Ele esmagou a cabeça de Satanás - o seu maior inimigo - tirou-lhe o poder sobre o destino das
pessoas. Nós podemos ser despojos – tesouros – que o Senhor Jesus quer levar consigo para o Céu. “Foi contado
com os transgressores”. (v.12) Naquele dia os líderes religiosos, os escribas e os fariseus contaram três transgressores
mortos na cruz. Ele não era um transgressor. Havia somente dois homens maus. Mas Ele não se importou com esse
fato e assumiu o lugar que era nosso, levando sobre si os pecados de muitos e ainda pediu ao Pai que perdoasse
aqueles que o maltratavam, intercedendo por eles. Salvador Maravilhoso!

3.5 A última Páscoa e a primeira Ceia do Senhor – Lucas 22: 1-23

Logo no início desse capítulo, lemos que “Estava próxima a Festa dos Pães Asmos, chamada Páscoa.” Pães
Asmos são pães sem fermento. A Páscoa era aquela festa que foi instituída por Deus, quando o povo de Israel
estava saindo do Egito. Lá, eles celebraram esta festa pela primeira vez, quando um cordeiro foi morto,
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substituindo o primogênito de cada família, aproximadamente 1.500 anos antes. O cordeiro foi morto e o seu
sangue foi passado nas vergas e ombreiras das portas.

Depois disso, os Israelitas a cada ano celebravam essa festa. E, justamente nesse fim de semana, eles o fariam
mais uma vez. O Senhor Jesus iria celebrá-la pela última vez. Enquanto faziam os preparativos, os religiosos da
época, os principais sacerdotes e escribas, estavam pensando em como tirariam a vida do Senhor - homem que
nunca pecou, puro, justo. Como estavam cegos espiritualmente. Lemos, então, que Satanás entrou em Judas –
um dos doze apóstolos, homem que, de fato, nunca foi salvo – para induzi-lo a trair e entregar o Senhor. Quatro
mil anos atrás, o Senhor disse a Satanás que o descendente da mulher esmagaria a sua cabeça. Judas, então, pelo
preço de um escravo, trinta moedas de prata, o entregou nas mãos desses religiosos. Satanás pensou que podia
destruir o Senhor Jesus matando-o na cruz.

Lemos nesse trecho “... chegada a hora...” isso nos fala de um momento estipulado por Deus, em que tudo que tinha
sido profetizado a respeito do sacrifício do Cordeiro de Deus começaria a se cumprir. Vamos ler Lucas 9:51 “E
aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu, manifestou no semblante, a
intrépida resolução de ir para Jerusalém.” Observamos que, antes de sua ascensão ao Céu, Ele tinha que ir à
Jerusalém, porque ali Ele faria o papel do nosso substituto, ali, Ele seria morto na cruz do calvário. Apesar de saber
tudo o que passaria - toda dor, todo sofrimento - Ele não fugiu, pois estava disposto e, então, corajosamente, dirigiu-
se para Jerusalém.

Lucas, no capítulo 22 diz que o Senhor Jesus se pôs à mesa com seus apóstolos porque desejava “ansiosamente
comer com eles aquela Páscoa”. Aquela seria a última vez que celebrariam essa festa. Por que seria a última? Porque
não fazia mais sentido continuar sacrificando animais, depois que o Senhor morresse. Cada Páscoa que foi celebrada
dizia: “Ele virá. O Salvador virá”. Essa era a expectativa que tinham. Em Hebreus 10: 14 “Porque, com uma única
oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo justificados”. Aqueles sacrifícios de animais funcionaram
como sombra do sacrifício real que Deus tinha preparado. Como lemos em 1ª. Cor. 5:7b “Pois Cristo o nosso
Cordeiro Pascal foi imolado.” Ele era a imagem real. Aquele cordeiro que Ele comeria aquela noite falava dEle
mesmo.

Enquanto participavam daquela festa, Ele institui uma nova festa que deveria ser celebrada, não pelos Israelitas, mas
por todo aquele que foi salvo, que foi liberto da escravidão do pecado. Uma festa para os salvos não para olharem
para frente, à espera do Salvador e sim, para trás, pensando que o Salvador já veio. Lembre-se sempre que o salvador
merece ser louvado e honrado.

Então, Ele toma um pão, dizendo “isto é o seu corpo”. Ele está falando simbolicamente e, dando graças, ordena que
os discípulos façam isso “em memória de mim”. Note que Ele não disse para fazermos isso em prol dos nossos
pecados. Era um memorial. A Páscoa fazia com que os ofertantes olhassem para frente, pensando “Ele virá”, a Ceia
fazia com que eles olhassem para trás, louvando e engrandecendo a Deus porque “Ele já veio”.

Paulo, em 1ª. Cor. 11 faz uma exposição sobre esse rito estabelecido pelo Senhor Jesus, dizendo nos v 23 - 26 “...
fazei isso em memória de mim (...) fazei isto (...) em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este
pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor Jesus até que Ele venha.” Não seria para sempre, mas por
um tempo determinado. Era só até que Ele viesse.

Voltando em Lucas 22:19 lemos que o Senhor usa o pão como figura da sua carne. Não significa que aquele pão se
transformaria no corpo de Jesus, como algumas religiões têm ensinado através de uma doutrina chamada de
transubstanciação. Essa doutrina diz que para ser salvo, o homem deve a cada semana comer um pedaço da carne e
um pouco do sangue de Cristo. Na verdade, os salvos devem participar dessa festa e, não como ensinam, dizendo que
quem quiser ser salvo deve participar. É uma doutrina diabólica. Não podemos ir além do que as escrituras dizem,
não temos liberdade para fazer isso e a Palavra diz que ninguém será salvo se não for pelo sacrifício de Cristo na cruz.
São novamente tentativas humanas de resolução de pecados. É o trabalho de um fariseu.

Não tinha nada de sobrenatural no pão. Apenas que, como figura, o pão passa por um processo que lembra o grande
sofrimento do Senhor Jesus. O mesmo se dá com o cálice de vinho. A uva era levada ao lagar para ser pisada,
espremida. No calvário, foi exatamente o que aconteceu com nosso Senhor. Seu sangue foi vertido ali na cruz. Aquela
simples reunião era uma lembrança para os salvos de que Ele tinha sido o seu substituto; que ele tinha morrido pelos
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seus pecados, pelas suas iniquidades. No primeiro dia da semana os salvos olhavam para trás por meio daquele rito,
lembrando que o seu Salvador já veio.

Lemos que o Senhor disse que “Ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem será traído.”(Mt. 26: 24)
Ele, como Deus, sabia que o traidor estava com Ele à mesa e Judas teve o descaramento de perguntar ao Senhor se,
por acaso, era Ele, conforme nos informa o evangelista Mateus. Ele realmente não tinha entendido quem Jesus era.
Ele era descrente, porque o Senhor Jesus já tinha dado tantas demonstrações de que conhecia os corações humanos e
suas intenções. Será que ele pensou que podia enganar o Senhor? Judas já tinha feito um trato com os principais
sacerdotes e escribas e até o preço pelo qual iria trair o Senhor já estava combinado.

A Ceia era uma festa para que os salvos se lembrassem que Ele era o Cordeiro Santo que, uma vez por todas, tirou o
pecado do mundo. Eles não deveriam se esquecer, mas infelizmente, nem tinham saído daquele cenáculo e já tinham
se esquecido. Enquanto o Senhor estabelecia essa festa tão importante, usando palavras tão solenes, parece que os
discípulos não estavam dando muita importância, pois diz-nos Lucas que “Levantaram entre si uma discussão sobre
quem dentre eles seria o maior.” Que falta de sintonia e quanta insensibilidade. Quem é o mais influente? Quem
prega melhor? Estavam preocupados consigo mesmos e com os seus próprios interesses. Que tragédia!

Por essa razão, o Senhor precisava tratar desse problema. Ele, então, diz que “os reis dos povos dominam sobre eles,
e os que exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas entre vós não sois assim; pelo contrário, o maior
entre vós seja como o menor e aquele que dirige seja como o que serve.” (vv 25, 26) Não deviam se preocupar com
a sua própria reputação. Há coisa mais importante para vocês ocuparem suas mentes.

Ele dá uma preciosa lição aos discípulos, dizendo que Ele era como o que serve. O evangelista João diz que Ele tomou
uma bacia com água e uma toalha e foi lavar os pés dos discípulos. Ele fez uma encenação. Imagino que ninguém
queria lavar os pés uns dos outros, pois estavam ali discutindo quem seria o melhor, o maior. Que vergonha!

O Senhor faz uma advertência a Pedro, dizendo que Satanás queria peneirá-lo, queria destruí-lo. Mas Pedro, tão
autoconfiante, diz que estava pronto até para morrer pelo Senhor. Coitado. Pedro precisava aprender que, sozinho,
não poderia conduzir a sua vida de forma vitoriosa. O Senhor o advertiu de que o negaria por três vezes, antes que o
galo cantasse.

3.6 O Abandono do Senhor – Lucas 22: 39-46

Saiu daquele lugar e foi para um jardim chamado Getsêmani. Convidou Pedro, Tiago e João a irem com ele para orar.
Ele tinha uma comunhão perfeita com o Pai e aquele seria o último momento em que estaria desfrutando dessa
comunhão perfeita. Ele sabia que lhe restava poucos minutos para receber do Pai o cálice de sofrimento, ou seja, Ele
iria receber sobre si o peso dos nossos pecados; sofreria nas mãos dos homens e nas mãos de Deus, por isso, Lucas
diz que “em agonia orava mais intensamente.” (v.44)

Enquanto orava, seu suor se tornou como gotas de sangue. Será que Ele estava com medo da cruz, do chicote romano,
da coroa, dos cravos? Não, Ele sentia o peso da ira de Deus, porque Ele era totalmente puro, perfeito, sem pecados,
santo e justo; Era o próprio Deus infinito que teve que ir a uma cruz para morrer por pessoas pecadoras, perversas e
inimigas. Ali na cruz, exatamente como o profeta diz, levaria sobre si as nossas iniquidades, os nossos pecados. Era
um peso enorme e teria que carregar sozinho, pois sabia que seria abandonado por todos e, na cruz, negociaria com
Deus, o preço da nossa redenção. O seu cálice de sofrimento transbordaria até a última gota. Ele, então, começou a
suar gotas de sangue. Ele estava antevendo aquele período de separação de Deus. Nunca entenderemos o que ele
passou naquele jardim antevendo o abandono do Pai.

Que valor você tem dado para o Senhor Jesus? Ele já é o seu substituto? O Cordeiro de Deus que tirara o pecado do
mundo. Ele estava disposto a fazer a vontade do Pai. Só há uma forma de ter seus pecados perdoados: CRER NO
SENHOR JESUS. Agora, já não são mais necessários sacrifícios, porque tudo já foi pago.
52

3.6.1 O Senhor Jesus abandonado pelos seus discípulos – Lucas 22:47-53

Uma grande multidão chegou ao Getsêmani e Judas se aproximou do Senhor Jesus, com um beijo, o traiu por trinta
moedas de prata. Um beijo – seria um gesto de lealdade, de amizade para com aquele que ele tinha seguido por três
anos e meio? Não, não era um beijo sincero e o Senhor Jesus sabia o que aquele homem estava fazendo. Mesmo ali,
o Senhor ainda tentou dizer algo que penetrasse na consciência de Judas, fazendo-o se arrepender. Quanta
misericórdia para com o seu traidor.

Infelizmente, aquele homem esteve tão perto da porta dos céus, compreendeu tão bem, mas disse, não! O Senhor
Jesus disse “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo.” Judas deve ficar atormentado no inferno,
lembrando-se de cada oportunidade que teve ao Seu lado, cada gesto do Senhor, cada palavra dita por Ele. O traidor
sabe porque razão está no inferno e jamais vai esquecer que traiu o Filho de Deus. Podemos nos lembrar do rico em
tormentos, pedindo que Lázaro o consolasse. Mas Pai Abraão disse: “Lembra-te...” Memórias, lembranças de
oportunidades perdidas.

Os discípulos reagiram, tentando impedir que o prendessem. Pedro lança mão da espada e, sendo um pescador, não
sabia manejá-la bem e, por isso, acertou a sua orelha. De fato, ele queria acertar o crânio daquele homem. A
misericórdia do Senhor é tão grande que, quando Pedro lança mão da espada e corta a orelha do servo do sumo
sacerdote, Ele faz um milagre, curando-a – quem sabe creriam nEle, mas, ainda assim, eles não creram.

Vieram prendê-lo com “espadas, porretes como para deter um salteador.” (v.52) João diz que quando o Senhor
Jesus perguntou-lhes a quem buscavam, eles responderam que buscavam a Jesus o Nazareno. Ao ouvirem isso, todos
caíram por terra.

Jesus não foi reconhecido como o próprio Deus. O Senhor lhes disse que, todos os dias, ele estava com eles no templo
e eles não o prenderam. Como Filho de Deus, podia pedir ao Pai e Ele enviaria mais de doze legiões de anjos para
defendê-lo. Uma legião romana correspondia a seis mil soldados. Mas Ele não fez isso, porque era necessário que Ele
morresse.

Ele ainda disse “esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas.”(v.53) É importante sabermos que Ele tinha poder
para destruí-los ou apenas não permitir que o prendessem, como tinha feito em outras ocasiões. Vejamos Lucas 4:28,
quando ouviram os seus ensinos no templo, ficaram irados e levaram-no para o alto de um monte para o lançarem
abaixo. Mas o verso diz que “Jesus, porém, passando por entre eles, retirou-se.”Ele não fugiu, não desapareceu,
mas passou entre eles. Ninguém lançou mão dele porque não era hora e nem a maneira como deveria morrer. Sua
morte estava profetizada: crucificação. Era necessário verter o seu sangue, dar a sua vida para ser o substituto do
homem.

3.7 Uma farsa de julgamento – Lucas 22:54, 63-71; 23: 1-25

Infelizmente, todos os discípulos abandonaram o Senhor e Ele ficou sozinho. Lucas diz que “Pedro seguia de
longe.”(v. 54) Algumas pessoas se aproximaram de Pedro e disseram que ele era um seguidor de Jesus. Pedro negava,
mesmo diante das evidências – sotaque da galileia, por exemplo.

Mas, quando negou pela terceira vez, os olhos do Senhor o encontraram. Que olhar penetrante e acusador. Pedro era
salvo e não perdeu a sua salvação por tê-lo negado, mas a sua comunhão foi momentaneamente interrompida.
Algumas religiões têm ensinado que Pedro é o alicerce da igreja. Se isso fosse verdade, a igreja teria um alicerce
muito instável. Um dia, disposto a morrer pelo Senhor, no outro, negando até que era seu seguidor. O alicerce da
igreja é o Senhor Jesus Cristo. O apóstolo saiu dali e chorou amargamente. Ele sabia que tinha desapontado
profundamente o seu Senhor. Sabia que tinha pecado e sentiu-se arrependido por ter feito isso.

O Senhor na casa do Sumo Sacerdotesofreu nas mãos dos guardas que o detinham “zombavam dele, davam-lhe
pancadas e, vendando-lhe os olhos diziam: Profetiza-nos; quem é que te bateu?”(vv 63, 64) Ele jamais poderia
estar passando por essas humilhações, pois não tinha sido julgado. Era abuso de poder. Apesar disso, Jesus não abriu
a sua boca, não requereu os seus direitos. Mesmo sabendo o nome de cada um dos homens que lhe batiam permaneceu
53

calado. Isaias disse que “Como ovelha muda, não abriu a sua boca.” (Isaias 53:7)

No verso 66, Ele foi conduzido ao Sinédrio – conselho composto por setentahomens,que eram representantes do povo
judeu. Eles conheciam as leis, os costumes e julgavam questões religiosas. A fim de condenar o Senhor, esses homens
queriam encontrar qualquer pecado que fizesse dEle um réu culpado, nem que para isso tivessem que encontrar
testemunhas falsas.

Perguntaram-lhe se era o Cristo. De fato, não queriam saber de nada, por isso, o Senhor não lhes deu nenhuma
resposta, apenas disse:“Se vo-lo disser, não o acreditareis. Desde agora estará sentado o Filho do Homem à direita
do Todo-Poderoso.”(v.67)

Somente esta declaração foi suficiente para que o Sinédrio o considerasse culpado, acusando-o de blasfêmia contra
Deus, fazendo-se passar por Filho de Deus. Por esse motivo, julgaram que Ele deveria morrer. Mas os judeus não
tinham poder para matá-lo. Então, decidiram levá-lo até Pilatos – Governador da Judéia- e acusá-lo por motivos
políticos. Acusaram-no de sedição e de rebelião contra o Imperador César. Eles disseram que Jesus se negava a pagar
os impostos e ainda queria tomar o trono, dizendo-se rei dos judeus.

Da forma como esses homens colocaram, o Senhor era um perigo ao Império.Falsas acusações, uma vez que Ele
nunca tinha causado nenhum tumulto,pelo contrário, ele mesmo afirmou que deveriam dar a César o que era de César.
Se os judeus usavam a moeda do imperador, eles deveriam pagar-lhe tributo.

Depois de interrogá-lo, Pilatos diz não via em Jesus nenhum crime. Resolveu, então, enviá-lo a Herodes, governador
da Galiléia, já que Jesus era um galileu, para que ele o julgasse. Herodes,homem perverso e imoral, que tinha tomado
como sua, a mulher de seu irmão, o interrogou de muitas maneiras, mas não conseguiu tirar-lhe nenhuma palavra,
para que se cumprisse o que disse Isaias: “como ovelha muda foi levado ao matadouro, mas não abriu a sua boca.”
(53:7) e, irritado com o seu silêncio, Herodes o tratou com muito desprezo e, zombando do Senhor, o vestiu com um
manto aparatoso – veste de rei – e o devolveu a Pilatos.

Dos versos 13-25 encontramos novamente o Senhor diante de Pilatos, depois de ter sido humilhado de todas as formas
possíveis - apanhando, sendo cuspido, passando por falsas acusações diante do governador, levado diante de Herodes,
novamente foi humilhado, vestido com um manto real, apenas como motivo de zombaria e escárnio. Pilatos o
apresentou àquela multidão dizendo: “Eis o homem”.(João 19:5) Já não se parecia com aquele homem que eles
entregaram a Pilatos para ser julgado. Mais uma vez,o que o profeta Isaias disse se cumpriu: “...o seu aspecto estava
mui desfigurado, mais do que a de outro homem, e a sua aparência, mais do que a dos outros homens.” Isaias
52:13.

Pilatos, pela terceira vez afirmouque não vianEle crime algum, no entanto, decide castigá-lo e, em seguida, soltá-lo.
Se ele não era culpado dos crimes de que o acusavam, porque, então, seria castigado? Isso nos mostra que absurdo
de julgamento ele estava tendo.

Por ocasião da Páscoa, Pilatos soltava um criminoso. Ele lhes propôs soltar a Jesus, mas os judeus gritavam que não
queriam que Ele fosse solto, preferindo que Barrabás - preso por sedição e homicídio fosse solto. Soltou um culpado
e condenou um inocente – que grande contraste.

Para aliviar a sua consciência, Pilatos mandou que lhe trouxessem água para que, num gesto simbólico, lavasse suas
mãos, dizendo: “Sou inocente do sangue deste justo” Mateus 27:26 Como ele, sendo autoridade máxima naquele
lugar, com poder para libertar aquele homem, podia achar-se inocente ao condenar um Justo? Certamente, no inferno,
Pilatos lamenta essa sua atitude inconseqüente.

Não existiu nenhuma pessoa mais nobre na face da terra, mas os judeus, Pilatos e Herodes, não conseguiram ver isso,
porque, apesar das palavras de Pilatos, o Senhor foi levado à cruz como um bandido terrível. Ele não se defendeu,
não teve um advogado de defesa, não buscou seus direitos, não fez ameaças, apenas se calou, porque Ele sabia que
tinha morrer. Foi para esse fim que nasceu. Seu silêncio foi movido pelo amor que sentiu por mim e por você. E nós
teremos que arcar com as conseqüências de nossas escolhas. Os judeus aquele dia fizeram a sua escolha: “Caia sobre
nós o seu sangue e sobre os nossos filhos!” Mateus 27:25. Pilatos fez a sua escolha também: crucificar um inocente.
No ano 70 d.C. Jerusalém foi queimada e destruída.
54

Quais foram os motivos que levaram os judeus a desejar a morte do Senhor? Conforme Pilatos, era inveja;já para o
governador os motivos eram puramente políticos, porque ele não queria ficar mal com o povo e, também, por temer
o Imperador, pois os judeus diziam “...Se soltas a este, não és amigo de César. Todo o que se faz rei, não é amigo
de César!” (João 19:12) Como se eles estivessem muito preocupados com César. Nós sabemos que a verdadeira
razão da sua morte foi o Seu desejo de ser o nosso substituto perfeito.

Que absurdo! Pilatos diz que Jesus era inocentee que ele mesmo, também era inocente, mesmo condenando à morte,
alguém que não era digno dessa sentença. Que espécie de julgamento foi esse a que o nosso salvador foi submetido?

Pilatos O entregou a uma coorte (600 soldados) que, tiraram as suas vestes e cobriram-no com um manto escarlate –
roupas de reis, quando se assentavam no trono – zombaria, escárnio. Teceram um coroa de espinhos e a puseram em
sua cabeça, deram-lhe um caniço como cetro e, zombando, apresentavam as suas saudações reais, cuspindo no Seu
rosto, batendo em sua cabeça. Essa foia segunda vez que cuspiram no Senhor.

3.8 A crucificação - Lucas 23

Após tirarem-lhe as “vestes reais”, o vestiram com as suas próprias roupas e o levaram para ser crucificado. Imaginem
a cena lastimável, quando foi posto na frente do povo, muito ferido, machucado, ensangüentado. Isaias disse “Como
pasmaram muitos à vista dele (...) assim causará admiração às nações.” (Isaias 52:14,15), estavam ali para
celebrarem a Páscoa judeus vindos de muitas nações e, quando Pilatos entregou o Senhor para ser crucificado, esses
homens e mulheres presenciaram a situação em que ficou o Senhor depois de tudo a que foi submetido. Causou
espanto a todos.

Nunca esqueça, tudo isso que o Senhor passou, foi porque Ele queria ser o nosso substituto. Ele queria dar-nos a
oportunidade de nos reconciliarmos com Deus, de sermos feitos seus filhos.

Lemos em João 19:17 que “Ele próprio carregando a SUA CRUZ, saiu para o lugar chamado Calvário, onde o
crucificaram.” Aquela não era Sua cruz. Era minha, dos ladrões condenados com Ele, de Barrabás. Ele estava ali
para nos substituir. Nunca se esqueça desse fato. Hoje Ele pode salvar totalmente todos os que põem nEle a sua
fé.Isaias disse “Tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si.”Isaias 53:4

Jesus foi conduzido ao monte chamado calvário, onde seria crucificado. Uma grande multidão estava acompanhando
esse cortejo: religiosos, pessoas que tinham vindo de diversos lugares para celebrar a páscoa, os soldados romanos e
pessoas que estavam ali apenas para assistir tudo. Isaias diz-nos que “como cordeiro foi levado ao matadouro, e
como ovelha muda não abriu a sua boca.” 53:7

Apesar de ter sido conduzido ao calvário, precisamos ter em mente que o Senhor não foi forçado, como Ele mesmo
disse ao ser preso, poderia pedir ao Pai e Ele enviaria duas legiões de anjos para O defenderem. Ele estava indo
espontaneamente.

No caminho, os soldados obrigaram um camponês chamado Simão Cirineu a ajudar o Senhor a carregar a cruz,
conforme relata o evangelista Marcos. Não foi porque o Senhor estava se recusando a levar, mas Deus tinha um
propósito nisso também. Ele era pai de Alexandre e Rufo, que mais tarde foram conhecidos na comunidade Cristã.

No monte da caveira, os soldados quiseram dar ao Senhor uma substância anestésica para que ele bebesse, mas Ele
não quis. Bebendo esta bebida, não estaria tomando todo o cálice de sofrimento. Ele queria que fosse uma morte
consciente.

Apesar de tudo o que tinham feito, o Senhor pede ao Pai que os perdoasse. Ele não estava pedindo perdão ao Pai
pelos seus pecados, mas que Deus não manifestasse a sua ira sobre aqueles homens, por estarem pondo suas mãos
sujas sobre o Santo de Deus.
55

No monte da transfiguração, Pedro sugeriu que deveriam fazer ali três tendas, uma para Moisés, outra para Elias e
outra para o Senhor Jesus. Imediatamente, uma nuvem os envolveu e ouviu-se uma voz que disse:“Este é o meu
Filho amado.” Pedro jamais podia ter colocado o Senhor Jesus no mesmo pé de igualdade que Moisés e Elias. Ele é
incomparável, o único Filho que só dava prazer ao Seu Pai. Não esqueça, era necessário que Ele morresse.
Finalmente, lemos em Lucas 23:34 que repartiram entre si as suas vestes, cumprindo o que tinha sido profetizado.
Davi disse no Salmo 22:18 “Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitaram sortes.”

O povo observava, as autoridades zombavam dele exatamente como o salmista disse “muitos touros me cercam,
fortes touros de Basã me rodeiam. Contra mim abrem a boca, como faz o leão que despedaça e ruge.Salmo
22:12,13Lemos em Lucas que também os soldados estavam escarnecendo dele. O Senhor foi crucificado as nove
horas da manhã – hora terceira dos judeus – e permaneceu na cruz até a hora nona. Calor intenso, dor e cansaço
imensos; Ele sentiu sede. Os soldados trouxeram-lhe vinagre para que bebesse. Lemos no Salmo 22:15 “ Secou-se o
meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca.”

Lemos que os soldados romanos pregaram-no na cruz. O Salmista também diz: “Cães me cercam; uma súcia de
malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés.”(Salmo 22:16) Para os judeus, toda pessoa que não fosse
da nação de Israel, por desprezo, era considerada como um cão. Os soldados romanos eram considerados cães. Eles
traspassaram as mãos e os pés do Senhor, para se cumprir as escrituras.

Os judeus, quando condenavam alguém à morte, matavam por apedrejamento. Os romanos matavam degolando, mas
se o condenado fosse um escravo, então seria crucificado. O Senhor foi morto como um escravo, crucificado. Ao vir
a esse mundo, diz as escrituras, que Ele assumiu a forma de servo.

Pilatos mandou que escrevesse uma epígrafe sobre a cruz que dizia: esse é o rei dos judeus o nazareno. Mais um
motivo de escárnio, pois para os judeus não podia sair nada de bom de Nazaré. Cada detalhe tinha uma só finalidade:
humilhar o Senhor. Escrito em três línguas: hebraico, latim, e grego. Pilatos queria que todas as nações ali
representadassoubessem o que ele tinha feito. Mas o objetivo de Deus não era esse, Ele queria que todos soubessem
que cada pessoa era culpada pela morte do Filho de Deus. Paulo diz em Romanos 3:23 “Todos pecaram e carecem
da glória de Deus.” Todos nós somos culpados pela morte de Cristo na cruz do calvário, pois Ele morreu por causa
das nossas dívidas.

Ninguém poderá dizer diante de Deus que não houve um substituto para si mesmo. Ali, Ele morreu por todos. Não
para que nós sentíssemos pena dele, por causa do grande sofrimento quepassou, mas para que nós pudéssemos ser
salvos, pois sangue inocente derramado é a única possibilidade de reconciliação com Deus. A cruz é o ponto mais
alto e sublime na história da humanidade.

Os cravos não seguraram o Senhor na cruz, pois Ele podia sair a qualquer momento, ele tinha poder para salvar-se a
si mesmo. O que Ele não podia era salvar a si mesmo e a nós ao mesmo tempo. Ele teve que escolher. Ou salvaria a
si mesmo ou a nós. Ele permaneceu na cruz e deu-nos a oportunidade de sermos salvos.

3.9 Os dois malfeitores – Lucas 23:39-43

No Gólgota, três homens foram crucificados. Havia três cruzes. Era uma cruz central – ocupada pelo Senhor – e
outras duas ocupadas por um ladrão crucificado à sua direita e outro à sua esquerda. Outra profecia que se cumpriu
Isaias 53:12 “foi contado com os transgressores...”Quem olhava aquela cena dizia: todos os três estão pagando pelos
crimes que fizeram.

O evangelista Mateus diz em 27: 38, 42 – 44, que os dois ladrões blasfemavam contra o Senhor. Já Lucas diz que
apenas um dos malfeitores blasfemou contra o Senhor. Podemos entender que inicialmente os dois estavam
blasfemando contra o Senhor, mas felizmente, um deles, depois de um tempo mudou de idéia, isto é, se arrependeu.Ele
percebeu como estava sendo tolo, pois, de fato, eles estavam sendo punidos pelos seus próprios erros, mas O Senhor
Jesus não tinha feito nada. “Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam;”
(v.41) Ele reconheceu que era um pecador. Ninguém será salvo se não se arrepender e mudar de idéia sobre o que
pensa de si mesmo.
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Então, dirigiu-se ao outro ladrão e o repreendeu por não temer a Deus, mesmo estando sob igual sentença. A seguir,
pediu a Jesus, que o salvasse. Aquele homem foi inteligente, pois parou de discutir com Deus e reconheceu que era
um devedor. Ele entendeu a sua culpa diante do governo Romano e diante de Deus. Percebeu que não poderia
solucionar esse problema e, por isso, pediu perdão ao Senhor. Desde que nascemos somos malfeitores diante de Deus.
Temos que concordar com Ele, quando diz que não há quem entenda, nem quem busque a Deus; concordar que sou
um ímpio e filho da ira. Só saber essas coisas não faz de mim um salvo, mas leva-me ao arrependimento.
Arrependimento é o reconhecimento por parte do pecador que é um devedor e não tem como pagar. É estar triste pela
situação sem ter condição de consertá-la.

Uma vez que o pecador assume ser um réu da pena de morte, ele entende que o Senhor pode pagar sua dívida. No
início da crucificação, esse ladrão agia como um fariseu, mas durante a crucificação passou a agir como um publicano.
Mas se ele não tivesse crido que o Senhor Jesus estava ali, pagando a sua pena, o seu arrependimento não teria valido
de nada e estaria no inferno, mas esse malfeitor entendeu e assumiu o seu pecado. E, sem dúvida nenhuma, o Espírito
Santo o ajudou a entender que o Senhor Jesus era o único que podia salvá-lo, pois era o seu substituto. Talvez, ele
tenha se lembrado de algum versículo do Velho Testamento, não sabemos, mas uma coisa é certa, ele entendeu que
Jesus não era pecador e estava morrendo pelos pecados que ele não tinha cometido.

O malfeitor depositou a sua fé na pessoa certa, no Senhor Jesus. Não é a fé que salva, mas a fé no Senhor Jesus. Foi
isso que ele fez e, por isso, sabemos que foi salvo, porque o Senhor Jesus prometeu-lhe isso, dizendo: “hoje estarás
comigo no paraíso” (v.43).

Não deu tempo de ser batizado; nem de fazer parte de uma igreja; também não pode confessar os seus pecados, nem
tomar a “comunhão”; já não tinha tempo para fazer boas obras, enfim, ele não tinha nada em que pudesse se apoiar;
nada do que as religiões dizem que o pecador tem que fazer para ser salvo, mas ele foi salvo. Ele tinha apenas o que
Deus quer do pecador: arrependimento e fé - absoluta, total e exclusiva - na obra do Senhor Jesus.

É bom considerarmos algumas coisas importantes que as religiões dizem a respeito de salvação:

1. As religiões dizem que salvação é uma recompensa que Deus dá para quem Ele acha que é digno e merece.
A salvação desse homem é um exemplo de que Deus não age assim, Pelo contrário, o malfeitor não tinha
nada de bom para oferecer. Não amava ao seu próximo, não fez o bem, mas arrependeu-se e pôs a sua fé em
Jesus.
2. Também dizem que a salvação é um processo cumulativo, ou seja, você é batizado, faz o bem, obedece aos
mandamentos e Deus no final de tudo vai dizer se você merece ou não. Esse ladrão deve ter levado umas
duas horas até entender que era um pecador. Salvação é instantânea. No momento em que o pecador entende
e crê. É um ato de misericórdia da parte de Deus, isto é, Deus não vai lhe dar o que, de fato, merece.

Seria arrogância da parte do malfeitor considerar-se salvo depois das palavras do Senhor? Não, não seria, porque ele
deixou de confiar em si mesmo, tomou o seu lugar de pecador e creu. Ele não tinha nada de bom para apresentar
diante do Senhor. Não é presunção, mas apenas confiança no objeto da salvação, confiança na Palavra do Senhor
Jesus. Esse malfeitor é um modelo de salvação. Por meio do seu exemplo, podemos saber a quem Deus salva: aqueles
que se consideram malfeitores; como Ele salva: através de arrependimento e fé no Senhor Jesus.

3.10 Com um único sacrifício Jesus Cristo obteve eterna redenção– Hebreus 7-10

Lucas (23.44 – 46) nos diz que era quase a hora sexta e houve trevas sobre a terra até a hora nona, quando o sol
já estava se pondo. Nesse momento, o véu do santuário rasgou-se ao meio – isso não aconteceu ali no Gólgota, mas
na cidade, dentro do templo. Os outros evangelistas dizem que o véu rasgou-se de alto a baixo. Então, Jesus clamou
em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. Depois que tudo estava consumado, quando Ele mesmo
quis, entregou o Seu espírito. Ninguém tinha poder para tirar a sua vida, porque, como Ele disse antes, “Eu tenho
poder para dar e reaver a minha vida.” João 10:17, 18. Ele podia ter evitado a sua própria morte, mas não o fez
porque não quis.

No evangelho de João, lemos que o Senhor disse “Está consumado” (19: 30) São duas palavras importantíssimas. O
que significa a palavra “consumado”? No original, esta palavra é um termo que vem da área contábil. É a mesma
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palavra que se usa em contabilidade para dizer que algo foi pago, quitado. Ninguém pode cobrar uma mesma dívida
duas vezes. Ao pagar uma conta, você guarda o recibo. O que Jesus está dizendo que está pago? Ele estava pagando
uma dívida que ele mesmo tinha contraído? Não, ele estava pagando um valor inestimável, pela dívida de toda a
humanidade. Era a dívida que Deus, o Santo Juiz exigiu de cada pecador.

Tudo o que Deus exigia a respeito da oferta e do ofertante, foi cumprido pelo Senhor. Isso não significa que o pecador
está automaticamente perdoado? Não, o Senhor quer que cada pecador tome para si mesmo, de forma pessoal e se
aproprie individualmente da salvação que Ele tem preparado. Deus aceitou o pagamento feito por Jesus, mas para
ser salvo, o pecador precisa parar de tentar pagar essa dívida com seus próprios esforços, porque, na cruz, o
Senhor disse: “Está consumado” e, cada vez que você tenta por si mesmo pagar essa dívida, é o mesmo que dizer
para o Senhor: “Não, não está consumado. Eu ainda preciso fazer algo. O que o Senhor fez não foi suficiente, por
isso, eu preciso complementar.” Isso é desvalorizar a obra do Senhor. É um insulto, uma ofensa para Deus. Deposite
a sua fé e a sua confiança nEle e descanse. Você está satisfeito com o que o Senhor fez? Saiba que Deus ficou.

Talvez, por desconhecer a verdade, você tenha tentado com seus próprios esforços alcançar a salvação, mas agora,
conhecendo a verdade, você precisa mudar de ideia – isso é arrependimento – e confiar no que o Senhor Jesus disse:
Está consumado – isto é fé, confiança, convicção, certeza. Você acredita no Pai quando diz “Aquele que tem o filho
tem a vida”? Ele tem prometido mais ou menos 150 vezes que, o pecador que baseia a sua salvação no sacrifício de
Jesus, será salvo, terá a vida eterna, será adotado por Ele. Pare de tentar comprar a sua salvação e concorde com o
que Deus diz: Está consumado – cumprido, realizado, quitado.

Por que aquele véu se rasgou dentro do templo? Por que rasgou de alto a baixo? O que isso significa? Foi uma
coincidência ter rasgado naquela mesma hora? Aquele véu separava dois cômodos dentro do templo: o Santo Lugar
do Santo dos Santos, onde ficava a Arca e o Propiciatório e, somente o Sumo sacerdote podia entrar com sangue, uma
única vez por ano para fazer expiação pelo pecado do povo. Os judeus não tinham liberdade de acesso àquele
lugar. Mas quando o Senhor Jesus pagou o preço da nossa redenção, os sacrifícios não eram mais necessários, o
Sumo Sacerdote não precisava mais entrar com sangue. Não foi coincidência. Deus o rasgou de alto a baixo, dizendo
que agora eles podiam entrar livremente. Mas os judeus não entenderam o recado. Eles consertaram o véu!

Quando Deus mandou que Moisés construísse o tabernáculo, um templo móvel, que seria usado para os sacrifícios
feitos durante os quarenta anos que passariam no deserto. Somente uma nação no mundo inteiro teve esse
conhecimento – Israel. Somente uma tribo entrava no tabernáculo para fazer os serviços no Santo Lugar – a de Levi
e, dentro dessa tribo, apenas uma família – a de Arão podia ser sumo sacerdotes e entrar nos Santo dos Santos, uma
única vez no ano.

Nunca ninguém tinha visto a Arca do Senhor, mas quando o véu se rasgou, todos os sacerdotes puderam ver e, com
isso, Deus estava dizendo que todos podiam entrar, pois com a morte do Senhor Jesus, o caminho para a sua presença
foi aberto. Não havia mais necessidade dos sacerdotes humanos, representando o homem diante de Deus, sacrificando
animais. Cada pessoa salva seria um sacerdote e poderia entrar com liberdade na presença de Deus. Não precisavam
mais de um intermediário. Não precisava mais ir a Jerusalém para adorar, porque em qualquer lugar no mundo inteiro
poderiam orar e falar com Deus.

Antes, Israel era o povo escolhido de Deus. Hoje, a salvação não é mais para uma nação especial, porque para o
Senhor rasgou o véu e, assim, qualquer nação, qualquer pessoa, que se arrepender e crer no Senhor Jesus pode ser
salva. Por isso, logo depois de ressuscitar, Jesus falou aos discípulos que deveriam ir para todas as nações e pregar a
toda criatura. Os judeus não entenderam esse fato.

O Senhor Jesus Cristo, Ele é o caminho que nos leva a Deus. Antes, por mil e quinhentos anos o relacionamento
com Deus era muito restrito – apenas para o Seu povo aqui na terra - Israel, mas depois da morte do Senhor Jesus,
Deus, o Pai, rasgou o véu, dizendo: agora vocês podem entrar livremente na minha presença. Ele dizia antes: Não se
aproximem, fiquem longe. Depois, venham todos, porque o preço foi pago, o Cordeiro foi sacrificado.

Quando uma pessoa crê no Senhor Jesus, ela se torna um sacerdote e o seu corpo, o templo do Espírito Santo, por
isso, pode apresentar-se a Deus, levando ele mesmo os seus louvores, a sua adoração, suas petições, seus
agradecimentos, sem a necessidade de um intermediário. Pedro ao escrever a sua carta diz àqueles que são salvos
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus...” 1ª.Pedro 2:9
58

No livro de Hebreus, o escritor compara o serviço prestado pelos sacerdotes levíticos, estabelecidos por Deus e que
foram realizados durante milhares de anos, com o sacrifício perfeito, realizado uma única vez pelo Senhor Jesus
Cristo. No capítulo 7:22, 23, lemos “Por isso mesmo Jesus se tem tornado fiador de SUPERIOR aliança. Ora
aqueles são feitos sacerdotes em maior número, porque são impedidos pela morte de continuar. Este, no entanto,
porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável”. Aqueles sacerdotes trabalhavam durante um período
de tempo. Começavam quando jovens e, ao morrer, ou quando envelheciam eram trocados, por isso a necessidade de
que houvesse muitos sacerdotes. Mas o escritor está dizendo que o Senhor Jesus, nosso Sumo Sacerdote, nunca
será substituído e continua para sempre, porque o seu sacerdócio é imutável.

O escritor continua dizendo “Por isso, também, pode salvar TOTALMENTE os que por ele se chegam a Deus,
vivendo sempre para interceder por eles.”(v.25) Ele não só salvada pena do pecado no momento em que o pecador
crê, mas salva também, num processo de santificação durante toda a sua vida aqui na terra, do poder do pecado. E,
finalmente, quando o salvo for arrebatado, será salvo da presença do pecado.

Há uns vinte anos atrás, um senhor contou-me que ele perdeu suas duas filhas no mesmo dia. Elas estavam voltando
da escola num dia muito quente e uma delas tirou o sapato e foi refrescar os pés num lago que ficava no caminho de
casa. Infelizmente, ela se escorregou e começou a se afogar. A irmã, então, pulou na água para tentar salvá-la, mas
não conseguiu e acabou morrendo junto. Ela quis salvar sua irmã, mas não pode. Triste, não? Saibam que o Senhor
Jesus tem o poder de te salvar. Ele não vai “tentar”, mas, sim, salvar totalmente. Ele está esperando que cada um de
nós reconheça que é um pecador, que se cale diante de dEle, para que possa salvá-lo. Mas atenção! Ele vai salvar
somente aqueles que verdadeira e exclusivamente se chegarem a Ele. Ele não muda e, por isso, continua salvando
pessoas da mesma forma ainda hoje.

Ele salva os pecadores perdidos que se aproximam dEle por meio de Jesus. Ele não salva aqueles que querem vir
através de igrejas, organizações, boas obras, nem algo que queira fazer, fruto dos seus próprios esforços. O que tinha
que ser feito, já foi feito por Ele na cruz. Então, não é nada que você faça, mas o que Cristo fez. O pecador precisa
dizer diante de Deus que reconhece que até agora os seus esforços foram vãos e que, de hoje em diante, coloca a sua
fé e confiança totalmente no Senhor Jesus Cristo. Isso é concordar com o que Jesus disse “Está consumado”. E Deus,
então, vai salvar totalmente esse pecador.

Voltando ao trecho de Hebreus 7: 26, lemos que “nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável,
sem mácula, separado de pecadores e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade de oferecer todos os
dias sacrifícios, primeiro pelos seus próprios pecados, depois, pelos do povo. Porque fez isto uma vez por todas,
quando a si mesmo se oferece”. (v.26, 27) Você está satisfeito em saber que uma vez por todas, Ele pagou o preço
dos nossos pecados? Ou você ainda continua sacrificando sobre o altar da sua fidelidade, sinceridade e honestidade.
É preciso acabar com esse altar e reconhecer que o único altar que Deus reconhece é a cruz de Cristo e o único
sacrifício, o Senhor Jesus. Se você não reconhece esse fato, é porque está colocando os seus próprios sacrifícios no
mesmo patamar de valor que o sacrifício do Senhor Jesus na cruz.

O verso 28 diz: “a lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que
foi posterior à lei, constitui o Filho perfeito para sempre”.

No capítulo 8:12 o escritor diz para o pecador, que se aproxima do Senhor Jesus sem nem um outro sacrifício, que
“para com as suas iniqüidades usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei.” Por quanto tempo
temos perdão da parte do Senhor? Para sempre, pois Ele diz: “jamais”. Qual a diferença entre esquecer e não lembrar.
Esquecer é sinal de fraqueza e Deus não esquece, mas Ele decidiu, deliberadamente, não se lembrar. É uma
escolha e não uma falha. Nunca mais o salvo será visto por Ele da mesma forma. Mas aquele que O rejeita, um dia,
diante dEle, terá que pagar pelos seus próprios pecados.

Deus está te oferecendo graça e misericórdia, porque você está no caminho largo e sabendo desse fato, Ele está
oferecendo o perdão de seus pecados, prometendo nunca mais se lembrar deles. A opção é sua, a porta estreita está
aberta e, enquanto você estiver nessa vida, poderá entrar por ela, mas depois da sua morte – o que não sabemos
quando será – não haverá mais opção. Só resta o Grande Trono Branco de Deus, onde você receberá a sua sentença.

O verso 13 fala-nos: “Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e
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envelhecido está prestes a desaparecer.” A primeira Aliança é a lei de Moisés, com sacrifícios e sacerdócio levítico;
a Nova Aliança foi estabelecida com o Senhor Jesus. A primeira foi um acordo que Deus fez com Israel. O segundo
acordo começou com a ressurreição do Senhor Jesus e é para toda pessoa que quiser ser salva.

No capítulo 9: 1-10 de Hebreus lemos que Deus mandou que os israelitas construíssem um tabernáculo, como já
vimos, era uma tenda, com duas partes, separadas por um véu. Na primeira parte encontrava-se o candeeiro, a mesa
da proposição com doze pães sobre ela e o altar de incenso. Diariamente, os sacerdotes entravam nesse cômodo para
ministrar o serviço do Senhor.
Na segunda parte, tinha uma arca de ouro contendo três coisas: o maná, o bordão de Arão que floresceu e as tábuas
da aliança. Sobre ela tinha uma tampa, chamada de propiciatório e sobre essa tampa dois querubins de glória que,
com a sua sombra, cobriam o propiciatório. Nesse cômodo, somente o sumo sacerdote tinha autorização para entrar
apenas uma vez por ano, trazendo sangue que seria oferecido por si mesmo e pelos pecados de ignorância do povo.
Dessa forma, o Espírito Santo mostrava que o caminho para a presença de Deus ainda não tinha sido aberto, enquanto
esse tabernáculo continuasse erguido.

Chegando, porém, no verso 11 lemos: “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados,
mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de
sangue de bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, UMA VEZ POR TODAS,
tendo obtido ETERNA REDENÇÃO. Dos versos 13 a 22 lemos sobre a primeira Aliança, quando Moisés inaugurou
o tabernáculo, aspergindo sangue sobre todos os utensílios, sobre o próprio livro da lei e também sobre todo o povo,
consagrando-os diante do Senhor, por isso lemos no verso 22: “Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei se
purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue não há remissão”.

No Jardim do Éden, quando os dois filhos de Adão – Caim e Abel - ofereceram suas ofertas, Abel foi aceito e Caim
não. Por que? Simplesmente porque uma oferta tinha sangue e a outra não, portanto, sem nenhuma condição de figurar
o sacrifício de Cristo. Em que está baseada a sua salvação? É o sangue do Senhor Jesus? Essa é a única forma possível
de alguém ser salvo.
Dos versos 23 a 28 lemos que todos esses sacrifícios eram necessários para que as figuras das coisas que se acham
no céu pudessem ser purificadas, quando o Senhor Jesus Cristo entrou, não em santuário feito por mãos humanas,
mas no verdadeiro, isto é, no céu; não com sangue alheio de bodes e carneiros, mas com o Seu próprio sangue;não
repetidas vezes, mas uma única vez para sempre,“para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.”(v.26) Com
um único sacrifício, foi capaz de acabar totalmente com o pecado. Essa foi a sua primeira vinda, mas o trecho termina
dizendo-nos que “aparecerá uma segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.” (v.28) Ele virá
para levar consigo os salvos.Você irá com Ele? Já tomou a sua decisão?

Chegando ao capítulo 10, lemos que esse sistema firmado com Moisés tem sombra dos bens vindouros, não a
imagem real das coisas. Qualquer objeto que eu interpuser entre uma parede e a iluminaçãoterá a sua imagem
projetada na parede, por exemplo, a minha mão, um livro, uma bola. A imagem projetada será apenas a sombra do
objeto, da imagem real. Os sacrifícios feitos antes de Cristo eram sombras do sacrifício verdadeiro que seria realizado,
uma única vez, pelo Senhor Jesus. Ainda hoje, os homens estão à procura de “sombras” que não podem remover seus
pecados.

Esses sacrifícios tinham que ser repetidos ano após ano, porque eram ineficazes. Deus, então, não quis sacrifício e
oferta, dando ao Senhor Jesus um corpo, para que, de uma vez por todas, fazendo a vontade do Pai. Por isso, Ele diz
ao Pai: “Remove o primeiro para estabelecer o segundo.”(v.9) O primeiro era o sacrifício de animais que “nunca
jamais podem remover pecados.” (v.11) O segundo, o sacrifício do Senhor Jesus, é capaz de santificar todo
arrependido que se chega a eleuma vez por todas.

A seguir, lemos que, depois de pagar o preço da salvação com um único sacrifício, o Senhor “assentou-se à destra
de Deus.” Não tinha mais nada a fazer. Ele terminou o seu propósito e depois disso, podia assentar-se tranquilamente.
Estava consumado. Enquanto Ele descansa do seu árduo trabalho, o pecador que confia no Senhor Jesus pode
descansar também.

No verso 17 Deus diz: “de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e iniqüidades, para sempre.”Dos nossos
pecados do passado, do presente e do futuro. Não é presunção, é confiança no que Deus diz. Não há como entender
isso de modo diferente. É fé! É isso que Deus quer fazer com todos os que se chegam a Ele: perdoar os seus pecados.
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Essa é uma promessa feita pelo Deus que não pode mentir.

Não está baseado nas nossas próprias obras, mas naquilo que Ele fez na cruz. Isso é confirmado no verso 18, em que
o escritor diz que “onde há remissão destes, já não há oferta pelo pecado.” Deus o Pai ficou satisfeito, Jesus ficou
satisfeito e, apenas os pecadores aqui na terra não estão satisfeitos e querem complementar. É um absurdo!

Chegando ao verso 19, lemos: “Tendo, pois, irmãos – quando escritor fala com pessoas salvas, ele usa a expressão
“irmãos” -, intrepidez para entrar no Santo dos Santos– aquele cômodo do tabernáculo, onde apenas um descendente
de Arão, o sumo sacerdote, podia entrar uma vez por ano – “pelo sangue de Jesus” – essa é a base da minha salvação:
o sangue do Senhor Jesus; não minha religião ou minhas próprias obras, mas pelo sangue. Depois de ser salvo, ser
justificado, ser perdoado posso estar em paz com Deus.

Ele continua: “pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne” – é um novo
caminho, não é pelo velho caminho, isto é, sacrifícios, religião, cumprir ritos e ordenanças. Deus está nos convidando
para, com liberdade, entrarmos na sua presença e desfrutarmos da comunhão com Ele, pelo caminho que Jesus nos
proporcionou. Ele está comparando o véu que foi rasgado quando Jesus morreu, com a sua carne que também foi
dilacerada e rasgada, abrindo-nos esse novo caminho.

E, já que nós temos um grande sacerdote sobre a casa de Deus, isto é, Jesus, o escritor nos convida a aproximarmo-
nos, “com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo
com água pura”. Se antes, o homem tinha que se afastar da presença de Deus, agora, Ele o convida a se aproximar
dEle.
A seguir, dá uma advertência a todos os salvos, sobre a importância de guardar firme a confissão feita, considerando
uns aos outros e não deixando de congregar. Ele exorta todo salvo a se reunir numa igreja, para que uns ajudem aos
outros.

Em Hebreus 4: 14 a 16 lemos que temos o Filho de Deus como grande Sumo Sacerdote, que entrou, penetrou o céu
e se compadece de nossas fraquezas, porque Ele foi também tentado, sem, contudo, pecar. Por isso, o salvo pode
entrar com liberdade, pois tem acesso junto ao trono da graça de Deus, onde poderá receber misericórdia e graça da
parte de Deus. Só o salvo tem esse conforto, esse recurso. Ele nos socorre quando precisamos. Por isso, os cristãos
daquela época, que estavam acostumados a procurar um sacerdote que intercedia por eles junto a Deus, tinham que
saber que, agora, cada salvo é um sacerdote diante de Deus e pode falar diretamente com Ele. Liberdade!

3.11 Ressurreição - João 19:31-42; Mateus 28

Para provarmos que alguém ressuscitou é necessário, primeiro, provarmos que ele morreu. É necessário, também,
que ele tenha sido colocado num tumulo, onde nunca ninguém tenha sido enterrado. Quando o Senhor Jesus foi
crucificado junto com os dois ladrões, os judeus quiseram acelerar a morte dos três, quebrando as suas pernas, para
que morressem asfixiados. Ao chegarem à cruz de Jesus isto não foi necessário e as escrituras explicam: “visto que
já estava morto, não lhe quebraram as pernas. Mas um soldado lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue
e água”. Nós sabemos que aquela lança penetrou o coração do Senhor Jesus, porque o nosso coração fica dentro de
uma bolsa de água que serve para amortecê-lo, chamada “pericárdio”. Ao enfiar a lança, aquele soldado nos ajudou
a comprovar clinicamente que o Senhor estava, de fato, morto, por isso, não quebraram as suas pernas,
cumprindo-se as escrituras.

José de Arimatéia, um discípulo de Jesus, rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o seu corpo cruz e sepultá-lo em
um túmulo novo – não podia ter outra pessoa enterrada ali, para que ninguém pusesse em dúvida a sua ressurreição.
Junto com Nicodemos, que levou aromas, prepararam o corpo de Jesus e o sepultaram.

O evangelista Mateus nos diz que José de Arimatéia o colocou no seu túmulo que fizera abrir numa rocha, rolando
uma grande pedra para a entrada do sepulcro. Várias mulheres estavam ali presentes, como testemunhas de que
Ele foi sepultado.

Os principais sacerdotes, lembrando-se de que o Senhor tinha dito que ressuscitaria ao terceiro dia, pediram a Pilatos
que pusesse guardas no túmulo, para evitar que os seus discípulos roubassem o seu corpo e depois saíssem pregando
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que tinha ressuscitado. Eles achavam que Jesus era um embusteiro e sabiam do poder e da importância da ressurreição
do Senhor. Assim fez Pilatos, enviando uma escolta romana para que fizessem guarda no túmulo.

Temos que agradecer a várias pessoas que, mesmo sem saber contribuíram para provar a ressurreição do Senhor: ao
soldado que feriu o lado do Senhor, provando a sua morte; a José de Arimatéia que deu o seu túmulo novo, que
não tinha recebido nenhum corpo ainda; às mulheres que presenciaram o seu enterro; aos fariseus por terem
colocado uma escolta no seu túmulo, pois tudo isso comprova e fortalece a ressurreição do Senhor.

Em Mateus 28 lemos que “Ao findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra
Maria foram ver o sepulcro”. Elas foram lá para embalsamar o corpo do Senhor Jesus, o que nos mostra que aquelas
mulheres não tinham nenhuma esperança de que ele ressuscitaria – elas se esqueceram das suas palavras. Mas não
se pode embalsamar um corpo vivo. Ele não estava lá, tinha ressuscitado. Os soldados, subornados pelos principais
sacerdotes, mentiram dizendo que o seu corpo foi roubado pelos seus discípulos.

O evangelista diz que “houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu
a pedra e assentou-se sobre ela”. Lucas diz que os anjos lhes perguntaram por que procuravam entre os mortos
aquele que vive. Os anjos estavam repreendendo as mulheres, mostrando-lhes que Jesus tinha dito que ressuscitaria:
“então, se lembraram das suas palavras”. Lucas 24.8.

Elas contaram tudo aos apóstolos, mas eles não acreditaram nelas. Pedro foi correndo ao sepulcro e não o encontrou
no túmulo. Ele voltou para casa, maravilhado. O triste é que o Senhor havia avisado desde o início de seu ministério,
dando-lhes detalhes: Mateus 16:21“começou Jesus a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para
Jerusalém e sofrer muitas coisas...ser morto e ressuscitado no terceiro dia.” Mateus 17:22 “...o Filho do Homem
está para ser entregue nas mãos dos homens, e estes o matarão, mas, ao terceiro dia, ressuscitará”. Mateus 20.17
“Estando Jesus para subir a Jerusalém chamou à parte os doze...e disse-lhes o Filho do homem será entregue aos
principais sacerdotes e aos escribas. Eles os condenarão à morte..., mas ao terceiro dia ressurgirá”. Pelo menos
três vezes o Senhor lhes disse, mas, infelizmente, eles se esqueceram.

Podemos dizer que a ressurreição do Senhor Jesus Cristo é a evidência de que Deus aprovou e aceitou o seu
trabalho realizado na cruz e, a seguir, o recebeu no Céu. A ressurreição é também o pivô de que Ele cumprirá tudo
o que afirmou e prometeu que faria.

Sem a ressurreição, Jesus Cristo não passaria de um homem qualquer sem palavra. Ele afirmou que daria perdão aos
que confiassem nEle; disse que Ele voltaria para a casa do Pai, e lhes prepararia lugar e quando tudo estivesse pronto,
voltaria e os receberia para junto de si. Ele disse: “Eu sou a ressurreição e a vida”, por isso pode dar vida a todos os
“mortos espiritualmente” e, um dia, há de ressuscitar a todos os que morrerem crendo em Cristo como seu salvador.

Se o Senhor Jesus não tivesse ressuscitado, nada do que Ele disse e fez teria valor, porque sem a ressurreição, Ele não
seria nem um homem bom, mas um mentiroso. Se Ele não tem poder para ressuscitar, como terá poder para cumprir
o que prometeu? Todas as religiões têm o túmulo de seu líder, seu profeta. Nós não! O nosso Salvador vive! Ele está
exaltado, entronizado e lá do Céu, ainda hoje, salva pecadores. O seu túmulo está vazio. Jesus Cristo vive! Por isso,
Pedro pode afirmar que “Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome
dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”. Atos 4:12.

3.12 Refletindo sobre algumas conversões.

3.12.1 Nicodemos - João 3

Vamos voltar agora bem no início do ministério do Senhor Jesus, para refletirmos um pouco, e observar como o
Senhor evangelizou esse homem. O que ele precisava saber sobre si mesmo, seu pecado e sua culpa diante de Deus.
Diz o trecho: “Havia entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais judeus.” (v.1) Quem
eram os fariseus? Religiosos arrogantes, que se achavam melhores que os outros, confiavam em si mesmos e nas suas
obras como garantia de que estavam salvos.
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Se religião salvasse, esse homem estaria tranqüilo. Ele era um fariseu, cumpridor da lei, um mestre em Israel-
palavras do Senhor Jesus. Em questão de religião, qualquer pessoa em Israel teria alguma coisa boa para falar a
respeito de um fariseu e João ainda acrescenta que ele era “um dos principais dos judeus.” (v.1) Certamente, era um
homem especial.

Lemos que ele foi se encontrar com o Senhor Jesus “de noite”. Ele não queria ser visto, talvez por vergonha de estar
ao lado daquele que era considerado um impostor pelos seus companheiros de religião.

Será que ele queria ser salvo? Não, ele já se achava salvo; pensava que era um filho de Deus. De fato, Nicodemos
estava muito curioso, tinha muitas dúvidas e, por isso, resolveu procurá-lo para que pudesse esclarecê-las. Por outro
lado, o Senhor Jesus não vai amolecer com esse homem, não porque ele seja ruim, mas porque Ele quer que
Nicodemos conheça a verdade.

Nicodemos começa sua fala com muito respeito e educação: “Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus;
porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.” Apesar de toda a sua formalidade,
Jesus lhe deu uma resposta direta, tocando no cerne do problema de Nicodemos: “Em verdade, em verdade te digo
que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” A resposta do Senhor não tem nenhuma relação
com a afirmação inicial do fariseu.

Ele começa dizendo “em verdade, em verdade”, expressão que dá ênfase na mensagem que vem a seguir. É como se
dissesse: “Preste atenção”, Nicodemos, você está preocupado em saber se eu venho da parte Deus, mas você precisa
entender que “eu sou Deus”. E o Senhor, ignorando o que ele tinha dito, afirma que quem não nascer de novo, não de
um nascimento terreno, mas espiritual não verá a Deus.

Não é possível ver o reino de Deus, por meio da vida física e biológica. É necessário ter vida espiritual para com
Deus, nascer de novo é receber vida espiritual da parte de Deus. Ao pecar, o homem se tornou morto espiritualmente
falando. Nicodemos parece não entender esse fato.

Nicodemos tem que entender que está morto. Mas ele, pelo contrário, pensa que está tudo bem consigo mesmo, que
ele já faz parte do reino de Deus, porque, afinal de contas, como bom fariseu, tem uma enorme lista de coisas boas
para apresentar perante Deus.

Jesus sabe aquele homem tem que mudar de pensamento sobre si mesmo. Ele precisa de arrependimento e, por ser
algo essencial, Jesus começa falando da sua situação espiritual. Ele diz que Nicodemos está morto e precisa nascer
de novo.

Essa mensagem não é agradável e muitos homens temem dizê-la. Mas Jesus, que amava a Nicodemos foi direto ao
assunto. E o fariseu, sem entender, pergunta ao Senhor “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode,
porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?”(v.4) Ele está tendo dificuldade e não está conseguindo
ver no plano espiritual. E, foi exatamente por isso, que Jesus foi direto ao assunto, sem rodeios. O Senhor deseja fazê-
lo enxergar.

Novamente usa a expressão enfática “em verdade, em verdade” acrescentando uma nova informação “quem não
nascer da água e do Espírito, não pode ver o reino de Deus” (v.5) Será que essa água fala de batismo? Não, ele não
está falando de batismo, mas de salvação. Lemos em Efésios 5:25, 26 o apóstolo Paulo, falando com os maridos diz:
“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a
santificasse, tendo a purificado por meio da lavagem de água pela palavra.” A água pode significar o Espírito Santo
e pode ser um símbolo da Palavra de Deus. O Senhor Jesus disse “E conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará.” (João 8: 32) A palavra pode te libertar do engano, ela abre os seus olhos quanto a forma como o Senhor
deseja te salvar. Em qualquer novo nascimento, a Palavra está envolvida. É ela que leva um pecador perdido a se
arrepender e confiar no Senhor Jesus.

O Senhor disse “nascer da água e do Espírito”. É o Espírito Santo quem convence o pecador do pecado, da justiça
e do juízo. Ele faz com que o pecador, por meio da palavra, tenha noção exata de quem ele mesmo é e de quem é o
Senhor Jesus Cristo.
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O Senhor continua falando com Nicodemos “Quem é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é
espírito.”(v.6) Nicodemos teve um nascimento nobre segundo a carne. Era um homem importante. Mas ele era
nascido do Espírito? Não, até esse momento ainda não. Quantas vezes você nasceu? Apenas o nascimento segundo a
carne? O Senhor Jesus diz no verso 7“Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.” Esse é o principal
nascimento e o Senhor fala diretamente com Nicodemos: “importa-vos”. É como se Ele dissesse: atenção, Eu estou
falando com você. Infelizmente, o ser humano tem o habito de achar que os outros precisam dessas verdades. Ele
não está dizendo esta verdade apenas para esse religioso, mas para também para você aqui, hoje.

Ele continua “o vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é
todo o que é nascido do Espírito.” Ninguém vê o vento, apenas sentimos o seu efeito, balançando as folhas das
árvores, o seu cabelo, refrescando o ambiente. Da mesma forma, o Espírito é invisível e não podemos vê-lo, mas
quando Ele convence o pecador de seu pecado, fazendo-o calar-se diante de Deus, deixando de tentar subornar ao
Senhor, o pecador arrependido e convencido pelo Espírito, não resiste e crê no Senhor Jesus. Nesse mesmo instante
o Espírito entra dentro desse pecador, regenerando-o, isto é, gerando novamente, fazendo do pecador uma nova
criatura. Ele recebe vida espiritual da parte de Deus.

Quando isso acontece, verdadeiramente, nós podemos observar mudança de pensamento, de comportamento, novos
desejos, novos hábitos. A pessoa deseja conhece-lo melhor, para poder servi-lo melhor, ser-lhe útil. Perde o interesse
em outras coisas, que antes, eram tão importantes. Até o seu semblante muda. Ele muda gradativamente em algumas
áreas e instantaneamente em outras.
Nicodemos não estava entendendo e por isso disse: “Como pode suceder isto? Acudiu Jesus: Tu és mestre em Israel
e não compreende estas coisas?” (v.9) Uma coisa tão óbvia, mas ele não sabia. Jesus estava colocando o orgulho de
Nicodemos no lugar certo, com firmeza e amor. Ele precisa perder a sua autoconfiança. Precisa perder a sua justiça
própria, descer do pedestal, senão nunca poderá ser salvo. Por isso, o Senhor está sendo firme com ele, mostrando-
lhe que apesar de ser um mestre, sobre salvação, não sabe nada.

O Senhor lhe diz que tem testificado, contudo eles não têm aceitado o seu testemunho. O Senhor Onisciente pode
avaliar os pensamentos de Nicodemos. Ele sabia que aquele orgulhoso fariseu não estava dando crédito às suas
palavras. Ele toca na ferida, dizendo “Se tratando de coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos falar das
celestiais?” (v.12)Eram coisas elementares e ele não entendia o que Senhor falava, imagine se Ele falasse de coisas
profundas, o que seria daquele homem?

Nicodemos tinha conhecimento, mas não entendimento. Por isso, gradativamente o Senhor está revelando as verdades
espirituais com respeito à salvação, dizendo-lhe “Ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o
Filho do Homem que está no céu. E do modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o
Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna..”(v.v.13-15) Quando o Senhor
citou esse trecho de Números, ele sabia que Nicodemos entenderia, ele porque conhecia bem essa passagem.

No livro de Números, no capítulo 21: 4-9, encontramos essa história que o Senhor citou. Enquanto viajavam,
caminhando pelo deserto, depois de saírem do Egito, apesar de todo cuidado que Deus tinha para com os Israelitas,
suprindo suas necessidades, esse povo se tornou impaciente e, não sendo grato, começou a falar contra Deus e contra
Moisés, proferindo blasfêmias, acusando-os de os terem tirado do Egito para deixá-los morrer no deserto.
Reclamavam de tudo, até do Maná, chamando-o de “pão vil”.

Deus, então, mandou como castigo, serpentes venenosas para que os mordessem. Depois de muitos terem sido mortos,
o povo procurou a Moisés e arrependidos disseram “Havemos pecado, porque temos falado contra o Senhor e contra
ti; ora ao Senhor para que tire de nós as serpentes; Então Moisés orou pelo povo.” (v.7)

O Senhor ordenou que Moisés fizesse uma serpente de bronze, e a levantasse numa haste no meio do acampamento
e “será que todo mordido que a mirar viverá.”(v.8) Cada pessoa mordida tinha que, numa atitude de fé nas palavras
de Deus, mirá-la e, então, seria curada. Mirar significa focalizar, alinhar, direcionar, observando minuciosamente o
alvo a ser atingido. Não era para ninguém olhar para outro ser humano; nem para as suas próprias obras,mas deveria
ser um olhar deliberado e especifico: para a serpente.

Essa serpente simbolizava a pessoa do Senhor Jesus. Hoje, quem quer ser salvo não deve olhar para ninguém, nem
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para as suas obras ou para uma igreja, um pastor ou um padre, mas somente para a pessoa do Senhor Jesus Cristo. É
um olhar de fé.

Isso tinha acontecido mil e quinhentos anos antes e Nicodemos conhecia muito bem essa história. O Senhor, então,
está fazendo uma comparação para que ele entendesse que era preciso que o Senhor Jesus também fosse levantado,
sofrendo sobre si a condenação de toda raça humana para que todo aquele que nEle Crê, tenha vida da parte de Deus,e
seja perdoado, justificado, reconciliado, se tornando um Filho de Deus.

Ele tem dado a receita. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo
o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.” (v.16) Perecer ou não perecer. Sem o Senhor Jesus todo
homem vai perecer eternamente. Para que isso não aconteça com você, tem que seguir a receita dada por Deus: crer
no Senhor Jesus.

O verso seguinte diz que o Senhor Jesus não veio para julgar o mundo, porque isso já aconteceu lá no Éden. Ele veio
“para que o mundo fosse salvo por meio dele.” Ele diz que o que não crer já está julgado, porque não crê no unigênito
Filho de Deus. Depositar a sua fé e confiança unicamente na obra de Cristo na cruz é nascer de novo.

Ele termina esse capítulo dizendo “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna, o que, todavia, se mantém rebelde
contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.”(v.36) Não podemos nos rebelar contra
Deus, achando que nós temos um jeito melhor de sermos salvos, confiando em uma religião, uma tradição ou qualquer
outra coisa qualquer. Isso é rebelião contra Deus e, portanto, essa pessoa não verá a vida e vai morrer. Hoje, bilhões
de pessoas vão ao inferno, porque não querem seguir o que Deus diz. Dizem que não podem confiar só em Jesus, mas
precisam acrescentar algo mais.

Jesus disse para o fariseu em Lucas 18:14 que aquele que se exalta será humilhado, mas o que se humilha será
exaltado. Não se mantenha rebelde, tendo a ira de Deus sobre si permanentemente. Nicodemos, não sabemos quando
caiu em si, se nesta noite ou depois, mas sabemos que foi salvo. Que essa seja a sua experiência com o Senhor hoje.

3.12.2 Saulo – Atos 9

Quando falamos de Saulo, estamos falando do apóstolo Paulo que, antes de crer no Senhor Jesus era chamado por
Saulo. Era “fariseu dos fariseus”, isto é, dos mais ativos, esforçados, dedicados e bravos. Só para lembrarmos, os
fariseus confiavam em si mesmos, nas suas próprias justiças, se consideravam retos e merecedores do céu, por causa
daquilo que eram e faziam. Ele não se achava perdido e se destacou entre os próprios fariseus.

A primeira vez que lemos a respeito desse jovem acha-se em Atos7:54-60, no final da pregação de Estevão, quando
lemos: “Os judeus ficaram enfurecidos e rilharam os dentes contra ele. Mas Estevão, cheio do Espírito Santo,
fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita, e disse: Eis que vejo os céus abertos
e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus.” Eles, então, levaram esse jovem para fora da cidade e o mataram
apedrejado. Lemos a seguir, “E Saulo consentia na sua morte.”(Atos 8:1)

Depois da ressurreição do Senhor Jesus e da sua ascensão, os apóstolos e os discípulos do Senhor começaram a pregar
o evangelho e cada pessoa que se convertia saia do judaísmo. Isso começou a preocupar as autoridades religiosas da
época que iniciou uma enorme perseguição contra os cristãos. Isso não aconteceu só naquela época não. Muitos
países, hoje dia, perseguem, prendem e até matam cristãos. Isso acontece na Índia, na China, nos países muçulmanos.

Saulo, então, “respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e
lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim
homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém.” (Atos 9:1, 2) Para Saulo, perder os seguidores do
judaísmo era terrível, por isso, ele desejou acabar com os cristãos, pois os considerava heréticos, uma verdadeira
praga.

Ele pensava que, com isto, estava fazendo um favor para Deus. Saulo conseguiu essa autorização e dirigiu-se para
Damasco. No caminho, quando se aproximava de Damasco, “subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor”
Para entender o que está acontecendo aqui, precisamos pensar quem era o Senhor Jesus para Saulo? Para ele, o Senhor
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Jesus nada mais era do que uma fraude, um enganador, um mentiroso, um falso profeta e que mereceu morreu na
cruz. Sua única tristeza é que os seus seguidores estavam espalhando essa mentira. Ele acreditava na história que foi
contada de que os discípulos do Senhor roubaram o seu corpo e tudo o que eles pregavam era mentira. Ele tinha um
alvo, um objetivo na vida: acabar com essa mentira.

Continuando, lemos: “ e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, porque me persegues?” De
onde veio essa voz? Quem o conhecia? Quem sabia por qual razão estava indo para Damasco e quais eram os seus
planos?Quem conhecia o seu coração cheio de ira? Essa voz do céu lhe disse: por que ME persegues? Ele entendeu.
Tudo passou rapidamente na sua mente: essa pessoa me conhece, sabe dos meus planos. Jesus estava lhe dizendo que
quando alguém mexe com os Seus seguidores é como se estivesse mexendo com Ele mesmo.

Saulo responde: “Quem és tu, Senhor?” Ele não sabe que é Jesus, mas sabe que não é uma pessoa qualquer, mas
alguém que conhece os seus pensamentos, suas vontades. Ele reconhece a superioridade dessa pessoa, mas o que ele
não esperava é que fosse o próprio Senhor Jesus. A voz lhe respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues;”(v.5)
Talvez, a ultima pessoa no universo que ele poderia imaginar.

Nesse instante, o que ele pensou a respeito do Senhor Jesus? O que ele pensou a respeito de si mesmo, de todo o seu
esforço, da sua cultura, de seus estudos do Velho Testamento, aos pés de Gamaliel? O judaísmo era tudo para ele.
Mas quando ele ouviu o que Jesus lhe disse, no mesmo instante entendeu tudo. Ele sabia que o Senhor era tudo o que
ele tinha afirmado ser. Ele era o Cristo, o Filho de Deus. O próprio DeusSanto, Santo, Santo e Justo. Majestoso e
coroado. Ele entendeu que Jesus é tudo e ele, nada. Ele, Saulo, era uma fraude. Não estava trabalhando a favor de
Deus, mas contra Ele.

Num único instante, ele perdeu toda confiança que tinha si mesmo, calou a sua boca, se arrependeu. Caiu em si; foi
muito humilhante para ele, mas extremamente necessário. O próprio Senhor precisou evangelizá-lo. Ele não teria
ouvido outra pessoa. Era um homem muito inteligente e o Senhor Jesus, num único segundo fechou a sua boca. Você
já caiu em si? Entendeu que não é o que imaginava ser. Entendeu que está morto espiritualmente?

O Senhor mandou: “levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer.”(v.6) Antes de prosseguirmos,
vamos ao capítulo 22: 3-10, quando Paulo apresenta sua defesa diante de um tribunal ao ser julgado. Gostaria de
destacar algumas coisas que ele diz a respeito de si mesmo. Diz que foi instruído aos pés de Gamaliel; era zeloso para
com Deus; Perseguiu o Caminho – nome pelo qual os cristãos eram chamados – prendia e colocava homens e
mulheres no cárcere para serem punidos; indo a Damasco para os prender, quase ao meio dia, uma grande luz brilhou
ao redor dele que, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe perguntou por que o perseguia. Imediatamente, Saulo o
chamou de Senhor, reconhecendo que não era uma voz qualquer, mas de alguém com autoridade.

No capítulo 26, novamente o apóstolo está apresentando a sua defesa diante de um tribunal e, nesse trecho, diz que
desde a sua mocidade, todos os judeus o conheciam, pois era um fariseu e acrescentou: seita mais severa da nossa
religião. Ele diz que achava que devia praticar muitos males contra o nome de Jesus, o nazareno, e, dessa forma,
procedeu prendendo os seus seguidores, até apoiando quando os matavam, castigava-os, obrigando-os a blasfemar,
perseguindo-os enfurecidamente até que teve o seu encontro com Jesus na estrada de Damasco. Naquele dia, Saulo
morreu, porque compreendeu quão errado estava e como estava lutando contra o próprio Senhor Deus.

Voltando a Atos 9, o Senhor Jesus disse-lhe que entrasse na cidade onde lhe diriam o que deveria fazer e, guiado pela
mão dos que estavam com ele, porque estava cego, entrou na cidade e foi para a casa de um homem chamado Judas.

Deus enviou Ananiaspara que lhe dissesse o que Deus queria que ele fizesse. Quando voltou a ver era um outro
homem. O Senhor disse a Ananias: “eu lhe mostrarei quanto importa sofrer pelo meu nome.”Saulo levantou-se, foi
batizado, se juntou aos discípulos, precisava de comunhão e, logo, se pôs a trabalhar para o Senhor. A partir do
capítulo 13 de Atos, ele passou a ser chamado Paulo e foi o apóstolo enviado aos gentios. Dizia que era o principal
dos pecadores, mas salvo porque mudou de idéia sobre si mesmo e sobre o Senhor Jesus. Foi de perseguidor a
perseguido.

Durante a sua vida, sofreu muito pelo nome do Senhor, perseguido, preso, chicoteado. Ele disse: “eu trago no meu
corpo as marcas de Jesus.” Gálatas 6:17 Pense nisso, Quem é Jesus para você? Um bom ensinador, um homem bom?
Isso não é suficiente para ser salvo. Ele quer ser o seu salvador; Ele foi o seu substituto na cruz do calvário. Saulo foi
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salvo num instante. É assim que Deus salva até hoje.

3.13 Segunda vinda de Cristo

Até agora, temos estudado a respeito da primeira vinda do Senhor Jesus Cristo, quando veio para morrer, pagando o
preço da salvação dos seres humanos perdidos. Ao morrer na cruz, Ele disse “Está consumado”, e depois de
ressuscitar, foi para o céu, onde está assentado à destra de Deus. Agora, no céu, Ele deseja salvar toda pessoa que
verdadeiramente se arrepende e que para de tentar comprar a sua salvação com as suas próprias justiças, depositando
sua fé unicamente no Senhor Jesus.

O Senhor Jesus vem outra vez. A partir do capítulo 13 de João, nós encontramos o último dia do Senhor antes de ser
preso. Ele está dando as ultimas instruções para os seus discípulos. São as suas últimas palavras, o último ensino antes
de ser crucificado. Esse ensino era para os salvos. O Senhor, então, diz no capítulo 14 e verso 1“Não se turbe o vosso
coração”– Os discípulos estavam temerosos, sem entender o que iria acontecer, o Senhor Jesus traz, com essas
palavras, consolo a eles –“credes em Deus, e crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se
assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e
vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.” Jesus Cristo lhes mostra que essa
situação de separação era temporária. Um dia, no momento certo, Ele haveria de voltar, para levar consigo, todos os
salvos, para que estivessem para sempre com Ele.

O Senhor lhes diz que eles sabem qual é o caminho para onde Ele vai. Tomé, então, fala ao Senhor que eles não
sabem qual é o caminho e Ele declara-lhes: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por
mim.”(v.6) O caminho para Deus não é uma estrada ou outra coisa qualquer, mas é uma pessoa: O Senhor Jesus.
Você já está nesse caminho? Ele não diz que é um dentre muitos caminhos, mas Ele é O caminho.

Ele disse “voltarei e vos receberei para mim mesmo...” o verbo está no futuro. Até hoje, ainda não se cumpriu. Ele
virá. Essa é nossa esperança. Não é um desejo que temos, mas uma certeza, porque Ele prometeu. Esperança é
expectativa, é esperar por algo que temos certeza que irá acontecer. Não dizemos “se ele voltar”, porque sabemos que
Ele vai voltar. A questão é quando isso vai acontecer.

Lemos em Atos 1: 7, ocasião em que fazia quarenta dias que o Senhor havia ressuscitado: “Não nos compete conhecer
tempos ou épocas que o pai reservou para sua exclusiva autoridade. Mas recebereis poder ao descer sobre vós o
Espírito Santo e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria e até os confins
da terra. Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos.
E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram
ao lado deles e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse mesmo Jesus que
dentre vós foi assunto ao céu, virá do modo como o vistes subir.”

Essa é uma promessa: Ele voltará. De qual vinda eles estão falando? Eles estão falando da vinda do Senhor para a
sua igreja. Não para a igreja Luterana ou Católica, porque igreja não é uma denominação, mas sim de todos os salvos,
independentemente de qualquer denominação ou de onde eles se reúnem. São todos os salvos, os que foram remidos
pelo sangue do Senhor Jesus Cristo, chamados e apresentados na Palavra como a “Noiva de Cristo”.

Faz parte da igreja todo homem que entendeu que é um pecador perdido e que, arrependido de seus pecados, creu
unicamente no sacrifício do Senhor Jesus na cruz como meio de sua salvação. Esses que são chamados de “a Noiva
de Cristo” ansiosamente essa segunda vinda do Senhor, porque, nesse dia, serão arrebatados, isto é, levado ao Céu,
onde estarão para sempre com Jesus, “o Noivo”.

Será que Ele vem mesmo? Ou será que é uma promessa vazia? Vamos pensar na sua primeira vinda. Ela foi
prometida? Sim, inúmeras vezes. Lemos sobre onde ele nasceria, o que faria durante a sua vida, como morreria e
ressuscitaria. Tudo foi prometido e se cumpriu, então, prepare-se porque certamente Ele virá. Não sabemos quando
será, mas pode ser muito em breve. Pelos acontecimentos que temos presenciado no Oriente Médio; a guerra entre os
palestinos e os judeus; a respeito do Irã e do Iraque, sabemos que sua vinda está muito próxima. Há alguns anos atrás,
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ainda tinha muita coisa para acontecer, por exemplo, Israel precisava voltar para sua terra, ser reconhecido como uma
nação. Tudo isso já aconteceu há uns 60 anos atrás. Isso nos mostra como a sua vinda está muito próxima.

Muitos não acreditavam na sua primeira vinda e isso se cumpriu. Ele não depende de nós acreditarmos ou não nesse
fato, Ele virá.

Em Apocalipse 22: 16, lemos: “Eu, Jesus, enviei o meu anjo para testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a raiz e
a geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã. O Espírito e a Noiva dize: Vem! Aquele que ouve, diga:
Vem!Aquele que tem sede venha, e quem recebe de graça a água da vida.” Até aqui, no final da Bíblia, o nosso
Deus convida o pecador o a se arrepender.

Paulo escreveu uma carta aos salvos que moravam em Tessalônica – uma cidade da Macedônia -, para esclarecer
algumas dúvidas que eles tinham em relação à Vinda do Senhor Jesus. Essas dúvidas eram sobre a Sua Segunda
Vinda, quando virá buscar os salvos.

Esses cristãos achavam que a vinda do Senhor estava tão próxima que resolveram vender as suas propriedades,
pararem de trabalhar o que se tornou um grande problema, pois eles tinham suas responsabilidades para cumprir.
Outra coisa que estava preocupando os cristãos era que alguns membros tinham morrido, antes que Jesus voltasse. E
agora, morrendo essas pessoas não tinham mais esperança? Isso começou a causar muita tristeza entre eles.

O apóstolo, então, escreveu dando orientações a respeito da vinda do Senhor. Ele diz: “Não queremos, pois, irmãos
(ele está falando com outras pessoas salvas, por isso as chama de “irmãos”) que sejais ignorantes quanto aos que
dormem para não vos entristecerdes como os demais que não têm esperança”. Paulo divide toda a raça humana em
dois grupos: os que têm esperança e os que não a têm. Aqueles irmãos estavam preocupados com os que tinham
falecido. O que aconteceria com eles? Paulo lhes ensina que os que morreram em Cristo, os salvos não seriam
esquecidos na Vinda do Senhor. Faziam parte do grupo que podia ter esperança, pois eles tinham depositado a sua fé
e confiança no Senhor Jesus Cristo, antes de sua morte.

Nosso desejo é que todos os que estão ouvindo o evangelho cheguem ao arrependimento e creiam no Senhor Jesus.
Queremos que entrem pela porta estreita. Mas aqueles que não querem crer estão sem esperança. Se morrerem sem
crer no Senhor Jesus, nunca mais os encontraremos. Que triste! Por outro lado, quando uma pessoa salva morre, há
esperança porque sabemos que é uma separação temporal. Aquela pessoa foi para a presença de Deus e nós a veremos
novamente.

Nos velórios de uma pessoa salva e de uma não salva, vemos esta diferença. Os não salvos não têm nenhuma
esperança quanto ao futuro. Os salvos, evidentemente, choram, mas não se desesperam, porque eles sabem que é uma
separação passageira.

Lemos no livro de Apocalipse, diante do Trono Branco de Deus, lemos sobre os mortos diante de Deus. João escreveu
que viu mortos grandes e pequenos; mortos sendo julgados; mortos vindos do mar. “Mortos” –uma palavra
definitiva e muito triste -, mas Paulo, ao se referir aos salvos de Tessalônica, que tinham morrido em Cristo, diz “os
que dormem”, porque acordarão para viverem com o Senhor para sempre. Agora, estão consolados e confortados
diante do Senhor. Foram promovidos antes de nós. Que consolo para nós, os salvos, sabermos que encontraremos
nossos queridos que foram antes de nós, confiando no Senhor Jesus como seu salvador.

No verso 14, Paulo diz: “Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus,
trará em sua companhia os que dormem.” Quem são esses que virão na companhia de Jesus? Ele trará na sua
companhia os espíritos e almas dos salvos que já tiverem morrido. Ele ressuscitará os seus corpos para que se unam
aos seus respectivos espíritos e almas, para que esses irmãos estejam integralmente com o Senhor.

Se esse acontecimento se desse hoje à noite qual seria a sua situação? Sem ter sido salvo, tudo indica que não haverá
mais esperança para você. Satanás proferirá uma grande mentira e a maior parte das pessoas acreditará nela. Tiveram
oportunidade e a rejeitaram, por isso, não terão outra oportunidade.

Paulo continua dizendo que “...nós os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos
os que dormem. (v.15) Só depois da ressurreição dos que dormem é que os salvos que estiverem vivos – esses não
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experimentarão a morte física - terão os seus corpos transformados, para que juntos subam para estar para sempre
com o Senhor. O apóstolo afirma: “Portanto, o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem – Em Atos 1:7 lemos
que “esse mesmo Jesus descerá do modo como o vimos subir.” – essa missão não será confiada a um anjo ou um
arcanjo, será Ele mesmo.

Lemos: “depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados, juntamente com eles, entre nuvens, para o
encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos uns aos outros com
esta palavra.”(v.17) Arrebatar significa elevar instantaneamente. Todos os salvos serão elevados repentinamente,
deixando esta terra para trás. Estas palavras, segundo Paulo, servem como consolo; essa é nossa esperança. Não
seremos arrebatados porque somos melhores do que os outros, mas porque cremos no pagamento efetuado em nosso
lugar na cruz do calvário pelo Senhor Jesus. Será uma experiência maravilhosa. Que consolo nós temos no Senhor.

E os que não foram salvos? O que acontecerá com eles? Haverá um período de sete anos, chamado na Palavra de
Deus: Tribulação. Esse período está dividido em duas partes de três anos e meio cada. Os primeiros três anos e meio
serão difíceis, mas os últimos, serão terríveis. Uma grande parte da população vai sofrer muito e vai morrer. Todos
os que não foram salvos antes do arrebatamento passarão por esse período.

No final desses sete anos, o Senhor Jesus voltará. Essa será a Sua terceira vinda e, então, Ele estabelecerá o seu reino
milenar, período de mil anos de paz sobre a terra. Depois que os mil anos se passarem, haverá o Grande Trono Branco
de Deus, onde serão julgados todos os que, em todas as épocas, não confiaram no Senhor Jesus como salvador de
suas vidas.

Paulo, na carta que escreveu aos Filipenses no capítulo 3:20 e 21, diz: “Pois a nossa pátria está no céu de onde
também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação para
ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de subordinar a si todas as coisas.” A
primeira vinda do Senhor é um fato histórico, não tem como negar. Nesse trecho, Paulo se refere à Sua Segunda
Vinda, motivo que deve servir para que “...permaneçamos firmes no Senhor.” Aguardando esse momento glorioso.

Em 2ª. Cor. 5: 1-8 lemos: “Se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um
edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, nesse tabernáculo, gememos, aspirando por sermos
revestidos da nossa habitação celestial; se todavia, fomos encontrados vestidos e não nus. Pois, na verdade, os que
estamos nesse tabernáculo gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o
mortal seja absorvido pela vida. Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no corpo, estamos
ausentes do Senhor; visto que andamos por fé e não pelo que vemos . Entretanto, estamos em plena confiança,
preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor.” Nesse corpo estamos vestidos de um corpo mortal, corruptível,
mas, depois seremos vestidos novamente, pelo Senhor.

Na 1ª. Carta aos Coríntios 15:50-58, capítulo em Paulo defende e explica o conceito e a verdade da ressurreição,
lemos: “...carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. Eis que vos
digo um mistério, nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar
de olhos, ao ressoar a última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo
mortal se revista de imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é
mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.
Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão ?... Graças a Deus, que nos dá a vitória por
intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e inabaláveis e sempre
abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.” Isso é muito bom, mas para
quem? Esse não é um clube fechado; a qualquer hora ,as pessoas podem ter essa mesma esperança que Paulo tinha,
mas somente antes da sua morte. A porta está aberta e ainda hoje o Salvador está convidando. Não sabemos quando
o Senhor Jesus virá. Para os salvos, não há acontecimento mais glorioso, mas para os descrentes, não há coisa pior.

Analise todas essas questões, com liberdade, levando em consideração o seu livre arbítrio e tome a sua decisão. Talvez
você esteja pensando que não pode viver sem as festas, sem a cerveja, nem sem o baralho, enfim, sem todas essas
coisas que o mundo oferece, mas saiba que, um dia, você vai ficar sem todas elas, porque no inferno, não tem nada
disso. Nenhum prazer que esse mundo tem para oferecer se compara com as bênçãos grandiosas que o Senhor tem
para aqueles que querem ser salvos.
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Que Deus te dê sabedoria, maior que Adão e Eva tiveram no Jardim do Éden, para tomar decisões certas, crendo no
Senhor Jesus como Seu Salvador.

APÊNDICE

PERGUNTAS DIAGNÓSTICAS – N° I - Início do estudo


1. Se você tivesse morrido ontem, onde estaria hoje?
_________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

2. Segundo seu entendimento, o que temos de fazer para sermos salvos?


_________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

3. Segundo o seu entendimento, o que o homem precisa fazer para ir ao inferno?


_________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
70

4. Se você morresse hoje e, ao comparecer diante de Deus, Ele lhe perguntasse porque você tem direito de
entrar no Céu, o que lhe diria?
_________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

5. Quais são os passos que uma pessoa precisa dar para ser salvo?
_________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

6. Por que Deus não vai exigir a pena de morte eterna de você?
_________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

7. Quem é Cristo para você?


_________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

PERGUNTAS DIAGNÓSTICAS - Nº II – Final dos estudos

1. Nós podemos saber qual o nosso destino após a morte?


_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
____________________________________________

2. Você já fez algo pelo qual possa ser condenado ao inferno por Deus?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
____________________________________________

3. Se você tivesse morrido ontem, onde estaria hoje?


_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
____________________________________________

4. Segundo o seu entendimento, o que temos que fazer para sermos salvos?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
____________________________________________

5. O que Deus espera que o pecador faça por causa do seu pecado? Qual a pena que Ele exige do pecador?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
____________________________________________

6. Se você morresse hoje e, ao comparecer diante de Deus, Ele lhe perguntasse porque você tem direito de entrar no
Céu, o que lhe diria?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
____________________________________________
71

Marque com um (x)o que você acha que o homem tem que fazer para ser salvo
72

MORRER SEM
PECADO NÃO
CONFESSADO

IR A IGREJA

AMAR SEU
PRÓXIMO

RECEBER OS SER BATIZADO


SACRAMENTOS

CONFIAR EM
JESUS COMO
SALVADOR

PRATICAR
BOAS OBRAS
CRER
EM DEUS

NOME

OUTRA COISA
QUALQUER

DEVOÇÃO À
MARIA

DATA___/___/___

GUARDAR OS
MANDAMENTOS

ORAR

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