Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
(http://propmark.com.br/anunciantes/avon-empodera-a-mulher-e-apoia-a-diversidade-
em-nova-campanha)
(http://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2015/03/1606897-risque-e-criticada-por-machismo-
apos-campanha-homens-que-amamos.shtml)
(http://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,escola-de-princesas-ensina-etiqueta-
culinaria-e-organizacao-de-casa-a-meninas-de-4-a-15-anos,10000081544)
5 Considerações finais
O processo de leitura e interpretação de textos de qualquer esfera social
é um efeito da própria construção de quem interpreta. Conforma alertou Certeau,
“Um sistema de signos verbais ou icônicos é uma reserva de formas que
esperam do leitor o seu sentido” (CERTEAU, 1980: 264), uma vez que a
atividade leitora destaca os textos de sua origem, re-organiza seus fragmentos,
permitindo a pluralidade de significações. Em consequência, são as práticas
cotidianas dos sujeitos, com suas diversas maneiras de fazer, seus variados
modos de proceder que, organizando microssubversões, alteram o rumo
seguido. As resistências e mudanças, inclusive as transformações do senso
comum, passam pelas experiências vivenciadas no cotidiano por mulheres e
homens comuns.
Todavia, é inegável constatar que, apesar dos avanços, a sociedade
ainda se encontra aquém da igualdade de gênero. Representações
estigmatizadas e estereotipadas ainda enquadram as mulheres (e os homens)
em molduras culturalmente bem definidas, bem como em características ou
papéis socialmente sedimentados.
Construir novas identidades de gênero implica um processo social, cujo
fundamento deve ser a interação dos indivíduos, e que envolva o
reconhecimento de diferenças em relação a alguns e de particularidades em
relação a outros. Um processo, sem dúvida, tenso, ativo e dialógico, uma vez
que implica relações interpessoais. Temos, entretanto, convicção que mulheres
e homens vêm tecendo, dialeticamente, em conjunto, as dimensões sócio
culturais de suas identidades e diferenças.
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes,
1997.
CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. A era da informação: economia,
sociedade e cultura. V. 2. 3ª Ed. São Paulo, Paz e Terra, 1999. Trad. Klauss B.
Gerhardt.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis, RJ.:
Vozes, 1994.
GREGOLIN, Maria do Rosário. Análise do discurso e mídia: a (re)produção de
identidades. Comunicação, Mídia e Consumo. São Paulo, v. 4, n. 11. P. 11-25,
2007.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 9ª Ed. Rio de Janeiro:
DP&A, 2004. p. 7-46.
HALL, Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções do nosso
tempo. Educação & Realidade. Porto Alegre: UFRGS/FACED, v. 22, n. 2,
jul/dez, 1997.
HENNINGEN, Inês. Modos de ser homem e ser pai na mídia. In: STREY,
Marlene N.; CABEDA, Sonia T. L.; PREHN, Denise R. (orgs.) Gênero e cultura:
questões contemporâneas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
KNOLL, Graziela F.; PIRES, Vera Lúcia. Propaganda, identidade e
subjetividade. Nonada Letras em Revista. Porto Alegre, ano 13, n. 15, p. 243-
255, jul/dez, 2010.
LIPOVETSKY, Gilles. A terceira mulher: permanência e revolução do feminino.
São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva
pós- estruturalista. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
MIRANDA, Cássio Eduardo S. Mídia e identidade: a construção do discurso
amoroso em revistas femininas. Letras & Letras, Uberlândia, v. 22, n. 2: p. 65-
84, 2006.
OLIVEIRA, Maria de Fátima Barroso de Oliveira. A mídia e as mulheres :
feminismo representação e discursos, 2005. .Disponível
em:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-05042006-092423/>
Acesso em 20 de junho de 2009.
PERROT, Michelle. Minha História das Mulheres. São Paulo: Contexto, 2007.
p. 13-36.
PIRES, Vera Lúcia. Identidades de gênero nas práticas discursivas da mídia
publicitária. In: NASCIMENTO, Elvira Lopes do; ROJO, Roxane Helena
Robrigues (Orgs.). Gêneros do texto/discurso e os desafios da
contemporaneidade. São Paulo: Pontes, 2014. p. 343-360.
RUBIN, Gail. The traffic in women: Notes on the Political Economy of Sex. In:
REITER, R. R. (ed.) Toward an Anthopology of Women. New York: Monthly
Review Press, 1975. p. 157-210.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Revista Educação
e Realidade, v.15, n.2, jul/dez, 1995. pp.71-99.
THOMPSON, John B. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era
dos meios de comunicação de massa. 7ª. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
WELZER-LANG, Daniel. Os homens e o masculino numa perspectiva de
relações sociais de sexo. In: SCHPUN, M.R. (org.) Masculinidades. São Paulo:
Boitempo Editorial; Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2004.