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O art. 3º da Constituição de 1988 e o direito à diversidade: Avanços, retrocessos e vigília.

As constituições liberais são o resultado do acúmulo das forças políticas em disputa na arena
da democracia burguesa. Refletem, bem assim, a correlação da disputa entre setores que estão, por
ora, em pacto para a manutenção do tecido institucional do estado, das vidas que dele fazem parte e
de uma ordem que garanta a paz e, sobretudo, que mantenha essa arena democrática em
funcionamento; a arena da negociação política.
Ao longo dos séculos, o escopo das constituições liberais foi se alargando, passando, em
princípio, de carta que regula o funcionamento do Estado para se constituir, ela mesma, síntese que
produz a noção de Estado. Com o avanço do liberalismo político no século XX, sobretudo após as
grandes guerras e o ascenso das lutas por direitos dos segmentos de cidadãos não contemplados, o
fortalecimento da noção de Estado avança para a consolidação da ideia de Estado Democrático de
Direito.
Desde o advento da independência formal do Brasil, contamos com sete constituições, em
que observamos, do império à República, o caminhar em direção à consolidação do Estado
Democrático de Direito amparado em consensos políticos e na entrega da cidadania efetiva para o
conjunto da população brasileira. Nesse sentido, a Constituição da República Federativa do Brasil,
de 1988, em que pese suas limitações, se ampara no direito à vida, à liberdade e no reconhecimento
da diversidade do povo brasileiro como princípios.
Reconhecida como Constituição Cidadão, o Título I desta constituição, que se ocupa de seus
princípios, resguarda, em seu artigo 3º, que trata de seus objetivos, em seus incisos I e II,
respectivamente: a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e; a promoção do o bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
Importante porque, na história do Brasil, é a primeira vez que se arrola, no texto
constitucional, matéria tocante à diversidade como princípio e objetivo.
Crucial pela enorme disparidade que se observa na promoção de cidadania e direitos ao
conjunto diverso que conforma o nosso povo. Aponta a necessidade de enfrentarmos preconceitos e
explorações que marcam a nossa história.
Efetivo, ao longo desses trinta anos, pois deu origem a diversas emendas e leis que cuidam
especificamente de grupos que foram historicamente marginalizados e oprimidos em seus direitos e,
sem observação detida, não teriam como gozar dessa prerrogativa. Fonte de decisões judiciais
importantes que garantiram a liberdade se ser e existir: A Lei Maria da Penha, a Lei de Reserva de
Vagas, a Jurisprudência sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo e a requalificação civil de
pessoas transexuais, entre outros, se pautam nesses objetivos.
Os dois primeiros incisos do Art. 3º são instrumento caro a serviço dos poderes da União e
da Sociedade Civil organizada comprometidos com a integralidade dos direitos humanos, a reversão
da desigualdade e o combate às opressões. Ferramenta no combate à misoginia, ao machismo, ao
racismo e à lgbtifobia que insistem em manifestar-se.
Nesse sentido, em um Brasil que há trinta anos conta com o esforço de atores
comprometidos com a democracia para consolidar a república cidadã que a sua carta constituinte
preconiza, não podemos deixar que o consenso em torno de tais princípios se frature e que o espírito
que anima a arena democrática se esvaia. Em tempos de ataque à democracia, os princípios e
objetivos da Constituição da República são uma arma que levaremos na luta plenitude de direitos,
reconhecendo a diversidade como característica basilar do nosso povo.

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