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Manuel Mendes

Título: Paisagens da internet

Dimensão: 42x59,4 cm (2x)

Técnica: aparo sobre papel

Sinopse:

O trabalho apresentado pretende refletir acerca da natureza da linha enquanto sistema


gráfico interpretativo de superfícies, da sua capacidade sinestésica e da importância que
tem na perceção visual.

Abordando a representação gráfica tendo por influência o desenho a tinta de Eugéne


Delacroix (“Leão e tigre a lutar”. Graphische Sammlung, Museu Albertina, Viena), assim
como os mais variados estudos de Leonardo da Vinci do movimento e fluidez da água,
propus-me a entender a capacidade da linha em produzir imagens que refletissem
acerca da noção de desconforto visual, e da dimensão tectónica que a imagem plana
pode adquirir. Esta noção é consequentemente pertinente na atitude crítica para com a
ideia da imagem digital e do tipo de fruição que temos delas. Neste sentido, no exercício
proposto de interpretação de imagens oriundas da internet, procurou-se suprimir a
escala de tons e de valores da imagem, da qual inferimos informação que nos auxilia à
interpretação do que estamos a observar e substitui-la por informação volumétrica
produzida segundo o sistema gráfico que denominamos por “trama”1.

Esta é produzida pela utilização de linhas de relevo, as quais foram designadas de “linhas
geodésicas” por salvador Dali2, e que Graham Collier definiu como volumes espaciais3,
propondo-se assim uma representação quase escultórica da imagem, segundo um
regime gráfico que foi amplamente explorado por Henry Moore na sua obra gráfica.

1
No desenho de representação a trama caracteriza-se por ser um dos procedimentos gráficos na criação
da sombra, da perceção do volume e do espaço assim como um meio de sugerir texturas. Define-se pela
aplicação de linhas paralelas entre si com diferentes espessuras e distâncias criando desta forma a
perceção de luz, sombra e superfície.
2
Cabezas, Lino, “El manual contemporáneo” in, Molina, Cabezas, Bordes. (2001). El Manual de Dibujo,
Estrategias de su Enseñanza en el siglo XX. Cátedra. p.150.
3
Collier, Graham. (1985). Form, space and vision. An introduction to drawing and design. Prentice-Hall.
Os desenhos foram realizados da forma mais homogénea possível de maneira a não
produzir nem contornos nem informação de claro-escuro, tentando assim conceber
uma imagem que pelo seu condicionamento visual traduzisse apenas uma sensação de
superfície e de textura.

Desta forma, a origem e significado das imagens transfiguram-se num outro estado, em
que se produz uma ambiguidade e contaminação acerca do que é representado, onde o
desenho produz uma sensação diferenciada da sua referência. A não identificação de
um motivo ou significado pretendem também romper com a lógica de observação e de
fruição das imagens instantânea de que Al Foster nos fala já no seu texto de 19964, onde
refere os seus receios relativamente ao carácter “dis/conecto” que a tecnologia digital
propicia do real. A dificuldade em produzir sentido e a necessidade em “perder tempo”
a descodificar o objeto gráfico, procuram desta forma quebrar o sistema de fruição e de
reprodução que se tem vindo a impor sobre nós pelos dispositivos que utilizamos para
nos relacionar com o mundo. Tal como Frederic Jameson no início dos anos 90 do século
passado referiu, os dispositivos tecnológicos de que estamos tão dependentes são
máquinas de reprodução ao invés de produção5 podendo desta forma a produção
artística refletir acerca do estado de conforto em que nos colocamos para com o mundo
das imagens.

4
Foster, Hal (1996) The Return of The Real, London: MIT Press.
5
Jameson, Frederic (1991) Postmodernism, Or the Cultural Logic of Late Capitalism, Duke University
Press. P.36.

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