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AVA - Resenha do filme ''Na Natureza Selvagem''

O filme Na Natureza Selvagem (2007) é um drama dirigido por Sean Penn e


que conta a história de Christopher McCandless, um jovem americano de 22 anos que
decide abandonar a sociedade para viver uma vida simples no deserto do Alasca.
Baseado numa história real, o filme retrata todo o percurso de Chris até sua morte,
intercalando com lembranças de sua família narradas pela irmã e os motivos que o
levaram a tomar a decisão de abandoná-los. O enredo leva ao questionamento
fundamental de todo ser humano: o da existência.
Em sua obra, Jean Paul Sartre se debruçou sobre a liberdade humana e suas
implicações. Para ele, a experiência é tudo o que o indivíduo pode ter da realidade.
Isso significa dizer que o fenômeno ao qual denominamos como ''realidade'' nada mais
é do que o resultado daquilo que cada ser humano vivencia - seja por meio de suas
escolhas ou não. Tendo em vista que parte daquilo que é vivenciado não depende
das escolhas humanas, Sartre vê nesse fato o peso de nossas escolhas. ''O homem
é condenado a ser livre'', jamais podendo realmente privar-se de fazer decisões. No
filme, é possível entender que Chris passou por um longo processo de
questionamentos em sua vida: alguns relacionados ao contexto familiar em que vivia;
a convenções sociais das quais ele não compartilhava, como busca por sucesso,
dinheiro e bens materiais; e, sobretudo, sobre aqueles relacionados à existência
humana. Chris parece ter buscado em sua aventura ter um reencontro com seu eu
verdadeiro, um eu que não encontrava brechas para se manifestar. Em sua solidão,
buscou se reinventar, conhecer pessoas novas e lugares diferentes; buscou seguir a
vida como ele achava que ela devia ser.
Depois de assisti-lo, é possível que as opiniões sobre o filme sejam as mais
diversas - teria sido tudo um exagero? Chris teria sido radical demais? Ou teria sido
ele um jovem corajoso por buscar seu verdadeiro caminho? Seja como for, é
impossível conhecer sua história e ser indiferente a ela. Porem, podemos nos
questionar também se o ser humano consegue ou pode viver sem os leques de
contradições do cotidiano?
A trajetória de vida de Cris remete a vida tal como ela é, com todas as
modulações de crescimento e desenvolvimento pelo qual o mesmo passou e
vivenciou, mas sobretudo reflete a maturidade com que encarou sua vida e as
escolhas feitas por ele, principalmente a coragem de assumir a verdade que ele
pregava e que era a sua verdade, e a renúncia a segurança da impropriedade do
mundo. O comprometimento que ele tinha com ele próprio era a certeza da coragem,
visto que pouquíssimas certezas tinha pela frente, mas precisava fazê-las, concretizá-
las ,vivencia-las e só então saber o peso do que assumiu.
Contudo, com o sentimento que carregava consigo, frente as adversidades que
encontrou, se deparou com o imprevisível, com a facticidade de que as escolhas que
se faz na vida não garantem certezas. E com o questionamento, compreende-se que
é possível viver sem as amarras do mundo e suas intercorrelações, mas sem a
pressão do laço vem a liberdade que cobra o preço do comprometimento com o
cuidado da existência e a coragem de atravessar a fronteira onde poucos habitam.
Christopher começa a mostrar hesitação em relação a todos estes valores que
o levaram onde está e, ao decidir voltar e não conseguir, toma nota pela primeira vez
do sentimento que, provavelmente até então, estava tentando ignorar: a solidão que
sente frequentemente.
O homem para Sartre é pura liberdade, tendo que escolher, a cada instante, o
que será instante seguinte. Ao final, o até então Alexander Supertramp, faz-se essa
escolha, passa a chamar as coisas pelos nomes que de fato tem: reassume seu nome
de Christopher Mcandless, agora mais experiente e com uma identidade definida, é
nesse momento em que ele se torna verdadeiramente sábio, acaba sendo o mais
doloroso: descobre que a felicidade só é real quando compartilhada.

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