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Porém, em 1935, durante o governo constitucional, Vargas reuniu diversos não simpatizantes
ao grupo de pessoas que o admirava pelo primeiro mandato. Entre suas sanções no período
constitucional, destaca-se: criação do decreto que caracterizou a Aliança Nacional Libertadora –
ANL (movimento de caráter libertador que se opunha a Vargas) como ilegal; instituição da Lei
de Segurança Nacional; criação da legislação que subordinou as polícias militares ao exército
nacional.
Alguns historiadores tratam o fim da ANL como traição por parte do Governo Vargas, já que
Getúlio se sustentou em alguns ideais de cunho liberal para alcançar o poder constituinte no ano
de 1934. Assim, com o a repressão por parte do governo constitucional sob os comunistas,
alguns estudiosos julgam tratar do caso como traição de Vargas para que não tivesse seu poder
ameaçado.
A repressão e desorganização provocada por Vargas sob os comunistas, fizeram com que o
presidente declarasse estado de sítio e com que todas as atividades da esquerda fossem
reprimidas pelo estado. Mesmo com o cenário político beirando o fim do regime democrático,
aguardava-se ansiosamente o que ocorreria nas eleições presidenciáveis de 1938.
Radicalização política-ideológica
Temendo uma deposição da oposição, Vargas radicalizou os demais poderes que se opunham a
ele na época. No período em questão duas vertentes surgiam com força se opondo às ideias de
Getúlio no período constitucional. A Ação Integralista Brasileira (AIB) era uma vertente de
extrema direita com caráter fascista. Representava a oposição conservadora e defendia uma
maior intervenção do estado na política econômica brasileira.
Já a Aliança Nacional Libertadora (ANL) era uma vertente de extrema esquerda comunista pró-
soviético. Tinha como base o socialismo e a ideologia comunista disseminada pela Revolução de
1917 na União Soviética. Defendia uma reforma agrária, uma revolução marxista e a queda do
regime totalitarista imperialista.
Getúlio Vargas, que havia se sustentado nos ideais esquerdistas da ANL para tomar o poder de
Júlio Prestes, rompe com as correntes que o mantinham lado a lado com a ideologia de esquerda
e radicaliza toda e qualquer forma de manifestação comunista durante seu governo
constitucional. O ato fez com que diversos movimentos de esquerda se tornassem mais
evidentes provocando, então, a declaração de estado de sítio por Vargas, quebrando a
constituição. Assim, em 1937, o presidente instaura o Regime de Estado Novo.
O Estado Novo foi o último período de governo por Getúlio Vargas. Foi o que mais se estendeu
e, tendo como característica, um regime. Foi um período de repressão rigorosa ao comunismo,
por ser a ideologia contrária ao governo de Vargas que se identificava muito mais com as ideias
da direita conservadora. Amparada pela Leia de Segurança Nacional, nenhuma manifestação
comunista fora registrada durante todo o período do Estado Novo, instaurando, então, uma
política em que só uma vertente era ouvida.
Durante o Estado Novo foi instaurada uma política totalitarista em que apenas uma ideologia
comandava. Durante esse período, diversas decisões foram tomadas, tais como: fechamento do
Congresso Nacional e extinção dos partidos políticos, a campanha presidencial e a constituição
brasileira; criação de uma nova constituição que desse poderes maiores ao executivo;
perseguição, tortura e prisão de opositores ao governo.
O breve período constitucional serviu para disseminar forças e engrandecer o governo ditatorial
de Getúlio Vargas. Pode-se, assim, dividir a Era Vargas em três fases rápidas: 1) Conquista da
confiança popular (governo provisório); 2) Sanção das vontades (Governo Constitucional); 3)
Colocação em prática das vontades do executivo (Estado Novo). Assim, podemos definir o
governo constitucional como a ponte do provisório para o início do regime político conservador
de 1937.