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Bibliografia Proposta Colônia Império e República Velha Estado Novo Governo Militar e Decreto-lei 200 Governo Militar e Decreto
Governo, Burocracia & Administração Pública
Ivan Fernandes
Tópico 06: A burocracia brasileira
Fernandes Governo, Bur. & Adm. Publ. / BBP-UFABC

Organização Tópico 06
1 Bibliografia
2 Proposta
3 Colônia
4 Império e República Velha
5 Estado Novo
6 Governo Militar e Decreto-lei 200
7 Governo Militar e Decreto-lei 200
8 Redemocratização e reforma administrativa
9 Próximo tópico

Bibliografia
Tema: Administração pública e políticas públicas
ABRUCIO, F.; PEDROTI, P.; PÓ, M. A formação da burocracia

brasileira: trajetória e significado das reformas administrativas (cap.1,
pag. 27-72.
Complementar:
Costa, Frederico Lustosa da. 2008. “Brasil: 200 anos de Estado, 200
anos anos de administração pública, 200 anos de reformas.” Revista
de Administração Pública 42 (5): 829–74.

Proposta e periodização
Proposta:
Visão da constituição da administração pública no Brasil;
Administração pública como explicação e como resultado do
contexto político.
Períodos [Não exaustivo]:

Colônia
Império e República Velha;
Reforma do Estado Novo;
Governo Militar e Decreto-lei 200;
Redemocratização e reforma administrativa.

Brasil Colonial 1500 a 1808/1822
Elementos centrais
Período colonial contraditório: centralização* e Estado fraco;

Organismo autoritário, frágio, complexo e ineficáz.
Formalismo nas capitais (excesso de procedimentos e
regulamentos) imenso vazio de autoridade e obediência no
território
Enorme distância do poder real ao poder local

Elementos centrais
Viés descentralização: Câmaras Municipais e Capitanias

hereditárias
Poder local essencialmente personalista** crítica patrimonialista
Reformas pombalinas (1750-1777): centralização* e Estado
arrecadador – emergência de nova elite na alta burocracia
(despotismo esclarecido);
Família Real (1808) : novas instituições na Colônia e impulso à
centralização

Transferência da Familia Real
Todo o acervo administrativo estava a bordo: arquivos, documentos e papéis de

governo, e de tal maneira arranjados que, ao desembarcarem no Rio de Janeiro,
nenhuma falta ou dificuldade especial se fez sentir, e a faina de dirigir a
monarquia continuou no novo continente tão normalmente como se estivera o
regente em Lisboa. Que melhor prova exigir da previsão, do longo preparo, e
da observância das ordens mais minudentes para organizar o plano de
transferência (Calógeras, 1980:59)?
As condições da chegada também são indicativas da possibilidade de
constituição do aparato administrativo, militar, protocolar e simbólico de uma
corte européia. O primeiro problema era de edificações para acolher as
residências da nobreza exilada e as novas repartições do reino. Isso se fez
desalojando os prepostos da Coroa, os poucos fidalgos e os ricos comerciantes
que cederam suas casas e palacetes. Por outro lado, acentuou-se a tendência
patrimonialista de reunir no mesmo edifício o domicílio e o local de trabalho.

Transferência da Familia Real
A instalação da corte ensejou a criação de uma série de organismos que

existiam na antiga sede do Reino, alguns deles não tão necessários quanto
outros. O governo arranjado de acordo com o Almanaque de Lisboa dava
oportunidade de criar cargos e honrarias para tantos que haviam feito o
sacrifício de acompanhar sua alteza real. Assim, criaram-se o Desembargo do
Paço, o Conselho de Fazenda e a Junta de Comércio (...). Mas cuidou também
o governo de criar instituições e organismos úteis e necessários, como a
Academia de Marinha, a de Artilharia e Fortificações, o Arquivo Militar, a
Tipografia Régia, a Fábrica de Pólvora, o Jardim Botânico, a Biblioteca
Nacional, a Academia de Belas Artes, o Banco do Brasil e os estabelecimentos
ferríferos de Ipanema. São muitas as criações e inovações institucionais,
jurídicas e administrativas que tiveram largo impacto na vida econômica,
social, política e cultural do Brasil, tanto no plano nacional, quanto na esfera
regional. São leis, cidades, indústrias, estradas, edificações, impostos, cadeias,
festas e costumes que foram introduzidos no pacato cotidiano da antiga colônia.
Império (1822-1889) e República Velha (1889-1930)
Império:
Locus da alta burocracia: Conselho de Estado [D. Pedro II];

LEI No 234, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1841;
Alta burocracia entre a meritocracia & patronagem*:
apadrinhamento político;
Função principal da burocracia: distribuir empregos em
economia pouco dinâmica
O Serviço Público era a vocação de todos (Joaquim Nabuco)

Império: Duas Interpretações Clássicas sobre a Burocracia

Oliveira Vianna: visão positiva dos homens de mil da
burocracia imperial
Raymundo Faoro: estamento burocrático de origem portuguesa
e exercício patrimonialista do poder: enfraquecimento da
autonomia da sociedade frente ao estado
Concurso público 1831[?];

Relativizar peso da burocracia diante do tamanho do Estado
[dados Império e República Velha];
Modelo centralizador baseado em pequena elite, não chegava ao
território

República Velha:
(1) Enfraquecimento* do Estado ou descentralização?

(2) Estados/ províncias ganham autonomia política;
Sistema estadualista e oligárquico com patronagem no plano
subnacional reforçada;
Coronelismo, Enxada e Voto de Victor Nunes Leal
(3) Contexto de alteração do eixo econômico;

República Velha:
(4) Duas carreiras importantes:

Militares;
Diplomatas [Itamaraty]
Perdeu-se o bonde da história: frenagem em reformas

burocráticas modernizantes
Paradoxo entre modernização e estrutura patrimonial nos
Estados/Províncias.

Números tamanho do Estado


Estado Novo (1937-1945)
Estado Novo e Administração Pública:
(1) Objetivo de amparar maior participação do Estado na

economia;
(2) Modelo profissional e universalista (meritocrático);
(3) Primeira administração pública weberiana no Brasil.
Observação: importância da ação pessoal de Getúlio Vargas

para concretização do projeto.
Expansão do papel do Estado na intervenção econômica e social

em nome de projeto de modernização nacional desenvolvimentista
Estado Novo e Administração Pública:
Valorização das instituições e dos objetivos do Estado em

detrimento dos próprios burocratas e laços sociais (rompimento
do patrimonialismo imperial);
Burocracia como motor da expansão desenvolvimentista
A primeira estrutura burocrática weberiana destinada a produzir
políticas públicas em larga escala
Fontes:
Estudo de burocracia americana
Experiências subnacionais (RS e SP)
Forças Armadas e Diplomacia

Estado voltado para industrialização, urbanização e o

desenvolvimento - state building
Necessidade de Adm Pública competente: condução e implementação
do projeto modernizante
Medidas/ações:
Comissão Permanente de Compras (1931*)
Concurso Público (CF/34*)
Comissão de Reforma Econômico-financeira (1935*)
Conselho Federal do Serviço Público Civil (1936*)
Comissão de Orçamento (1940);
Departamento Administrativo do Serviço Público
(D.A.S.P.) (1938).


D.A.S.P.:
Superministério; equivalente aos atuais MPOG, ENAP,

TCU/CGU e outros;
(...) órgão central do sistema de controle da administração

pública (...) e peça chave para construção de burocracia
profissional (...)
Administração e gestão*:
(1) realização e gestão de concursos;
(2) supervisão [promoções, incentivos diversos];
(3) treinamento.
Atividades D.A.S.P.: para além da administração e gestão; controle

político e insulamento de políticas.
Dupla Face Daspiana:
Modernização weberiana Autoritária e centralizadora
corpo clientelista mantido paralelo à profissionalização do estado
manutenção do apoio oligárquico ao varguismo

Atividades D.A.S.P.:
Controle e Padronização de procedimentos
Reorganização da Adm Pública e padronização de vencimentos
Conselho Federal do Serviço Público Civil
Lei do Reajustamento definindo normas básicas e sistema de
classificação de cargos
Comissões de Eficiência em cada Ministério
Comissão de Orçamento do Ministério da Fazenda para
estabelecer normas orçamentárias

D.A.S.P. e resultados:
(1) treinamento & qualificação: atração de bons profissionais;
(2) descentralização via agências (criação de autarquias):
descentralização e expansão da Adm Pública
(3) ethos modernizante na Adm Indireta insulada
(4) controle político: daspinhos
Supervisão das atividades do interventor
Supervisão do corpo legislativo
Integração de novas elites regionais ao modelo varguista
Ambiguidades : (1) modernização & (2) centralização do controle

político, insulamento* e manutenção do status quo
Modernização Conservadora

Governo Militar e Decreto-lei 200
Antecedentes:
Crise da República Populista: JK, Jânio & Jango
Plano de Metas: administração paralela (Estratégia Dual de reforma)
Reforma ampla da Adm Pública abandonada diante de resistência do
Congresso
Instituição de Adm. Paralela e Insulada para desenvolver e coordenar
as atividades do Plano de Metas – Grupos Executivos
Conjugação de gramáticas do clientelismo e insulamento burocrático
Apoio político
Implementar o projeto desenvolvimentista
Congestinamento da Presidência: órgãos ligados diretamente ao
Presidente
Sem institucionalização da opção administrativa
Ideologia antipolítica & Tecnoburocracia: instrumentos

[simbólicos] de legitimação.
Autoritarismo Burocrático
LOGO, (...) administração pública ganhou especial destaque no

período. e busca de de modernização* top-down e insulamento*.
Fator militares no poder explica o apreço pelo Estado e pela

burocracia.
Contradição: ideologia anti-comunista e pretensamente liberal

fundamentam enorme expansão das atividades estatais
Ideologia antipolítica & Tecnoburocracia:

Reforço nos mecanismos de planejamento econômico
Reformas econômicas (PAEG – Roberto Campos e Otávio Gouveia
de Bulhões)
Modernização Seletiva da burocracia
EMBRAPA
IPEA – planejamento de políticas públicas
Expansão e nacionalização de políticas públicas: saneamento,

habitação

Características gerais:
Descentralização (desconcentração) administrativa
maior flexibilidade gerencial e poder decisório à administração indireta
(autarquias, fundações, empresas públicas e empresas de economia
mista)
Possibilidade de contratação por regime CLT – pagamentos maiores e
flexibilidade para contratar e demitir (fora da Adm Direta estatutária)
dar agilidade à administração pública
Repetição do dualismo de Adm Direta cartorial e campo de

patronagem vs Adm Indireta flexível e eficiente
Ampliação (nacionalização?) de diversas políticas públicas –
saneamento, habitação, previdência rural; educação (massificação).

Características gerais:
meritocracia na formação de carreiras;

novos órgãos [por ex., Embrapa, BC etc.];
mecanismos de planejamento [PNDs];
geração de informação confiável [Ipea*];
ampliação de diversas políticas públicas – saneamento, habitação,
previdência rural; educação (massificação).
(...) moderno welfare state brasileiro, em termos de abrangência e

estabilidade de políticas, foi fortemente alavancado pelo regime
militar (...), pag. 48.
Administração pública e gestão – Decreto-lei n.200/1967:
continuação da expansão do Estado brasileiro [via adm. pública

indireta*];
concepção de administração paralela [assim como Estado
Novo/Vargas];
Art.6 As atividades da Administração Federal obedecerão aos

seguintes princípios fundamentais :
Planejamento,
Coordenação,
Descentralização,
Delegação de Competência,
Características específicas:
(1) descentralização administrativa e flexibilidade;
busca de maior agilidade – maior participação do Estado na economia;
(2) novas formas de coordenação e controle de unidades centralizadas;
(3) replica de estrutura administrativa nos Estados.

Problemas:
(1) Viés autoritário;
(2) Insulamento questionável – FHC e os anéis burocráticos;
(3) Coordenação falha – descontrole fiscal (e gerencial).
(4) Favorecimento de determinados setores econômicos
(5) Fracasso na criação de mecanismos de coordenação: ex: estatais
Assim como reforma administrativa do Estado Novo, incapaz de

alterar os problemas estruturais da administração pública
brasileira – relação entre política e burocracia.

Legado dos governos militares:
(1) estrutura da adm. atual / do Estado brasileiro moderno;
(2) BCs, CVM, Sistema Tributário, INPS (INSS), etc;
(3) muitas empresas estatais;
(4) Uma máquina pesada, cara e pouco eficiente.



Redemocratização e reforma administrativa
Contexto político-econômico para se repensar

administração pública:
nova ordem política;

crise econômica [inflação];
crise fiscal;
derrocada do modelo nacional-desenvolvimentista*.

Período Sarney-Collor: poucos avanços [?].
(1) economia e política geraram instabilidade e contexto não foi o

mais propício para o debate;
(2) CF/88
controles – MP;
transparência – p. publicidade, habeas data;
instrumentos de participação popular;
descentralização – Estados e municípios;
meritocracia-profissionalização/ concursos públicos universalizado.
Percepção negativa dos resultados

Fernandes da CF/88
Governo, na administração
Bur. & Adm. Publ. / BBP-UFABC
Período FHC e a Reforma Bresser-Pereira:
Ministério da Administração e Reforma do Estado (Mare);
Crise econômica-fiscal persiste;
Influência da nova gestão pública.

Ações específicas:
(1) criação de carreiras estratégicas* e regimes [servidores];

(2) princípio da eficiência;
(3) modelo gerencial vs. modelo proprietário/empreendedor
(...) uma administração voltada para resultados (...).
Agências Reguladoras & privatizações;
Avanços na área fiscal e outros [controles]:

regulação dos PPAs/ 1998 (controle fiscal);
LRF (controle fiscal);
Governos Lula e Dilma:
Alterações em policies, mas pouco avanço em relação à reforma

administrativa dos anos 1990s.
Inovações:
CGU/2003 (controle);
Pnage e Promoex*: pouco impacto/2004-2005 (gestão);
Pro-Reg/2007 (regulação);
Lei da Transparência (LC 131 /2009) e Lei de Acesso à Informação
(LAI/ Lei 12.527 de 2011) (controle).
Administração pública no Brasil no atual:
Pacheco, R. (2010). A Nova Gestão Pública (Cap.5).
COSTIN, C. Administração Pública (capítulo 2). Elsevier Brasil, Rio

de Janeiro, 2010.

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Governo, Burocracia & Administração Pública

Tópico 06: A burocracia brasileira

Fernandes Governo, Bur. & Adm. Publ. / BBP-UFABC

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Tema: Administração pública e políticas públicas

ABRUCIO, F.; PEDROTI, P.; PÓ, M. A formação da burocracia

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Períodos [Não exaustivo]:

Fernandes Governo, Bur. & Adm. Publ. / BBP-UFABC

Brasil Colonial 1500 a 1808/1822

Período colonial contraditório: centralização* e Estado fraco;

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Brasil Colonial 1500 a 1808/1822

Viés descentralização: Câmaras Municipais e Capitanias

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Brasil Colonial 1500 a 1808/1822

Transferência da Familia Real

Todo o acervo administrativo estava a bordo: arquivos, documentos e papéis de

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Brasil Colonial 1500 a 1808/1822

Transferência da Familia Real

A instalação da corte ensejou a criação de uma série de organismos que

Império (1822-1889) e República Velha (1889-1930)

Locus da alta burocracia: Conselho de Estado [D. Pedro II];

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Império (1822-1889) e República Velha (1889-1930)

Império: Duas Interpretações Clássicas sobre a Burocracia

Concurso público 1831[?];

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Império (1822-1889) e República Velha (1889-1930)

(1) Enfraquecimento* do Estado ou descentralização?

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Império (1822-1889) e República Velha (1889-1930)

(4) Duas carreiras importantes:

Perdeu-se o bonde da história: frenagem em reformas

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Números tamanho do Estado

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Números tamanho do Estado

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Estado Novo (1937-1945)

Estado Novo e Administração Pública:

(1) Objetivo de amparar maior participação do Estado na

Observação: importância da ação pessoal de Getúlio Vargas

Expansão do papel do Estado na intervenção econômica e social

Estado Novo (1937-1945)

Estado Novo e Administração Pública:

Valorização das instituições e dos objetivos do Estado em

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Estado Novo (1937-1945)

Estado voltado para industrialização, urbanização e o

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Estado Novo (1937-1945)

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Estado Novo (1937-1945)

Superministério; equivalente aos atuais MPOG, ENAP,

(...) órgão central do sistema de controle da administração

Estado Novo (1937-1945)

Atividades D.A.S.P.: para além da administração e gestão; controle

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Estado Novo (1937-1945)