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Levantamento Epidemiológico

Básico de Saúde Bucal


MANUAL DE INSTRUÇÕES
4a Edição

Organização Mundial da Saúde


Genebra, 1997
Levantamento Epidemiológico
Básico de Saúde Bucal
MANUAL DE INSTRUÇÕES
4a Edição

Organização Mundial da Saúde


Genebra, 1997

Oral Health Surveys


Basic Methods
4th Edition
World Health Organization
Geneva, 1997

Tradução:
Angelo Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira 1
Beatriz Unfer 2
Iris do Céu Clara Costa 1
Rogério Moreira Arcieri 3

1 Professores Assistentes do Curso de Mestrado em Odontologia Social da UFRN, doutorandos


em Odontologia Social pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP
2 Professora Auxiliar de Ensino do Curso Odontologia da UFSM, doutoranda em Odontologia

Social pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP


3 Professor Titular do Curso Odontologia da UFU, doutorando em Odontologia Social pela

Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP


Sumário

Prefácio 1
Objetivos do manual 1

Agradecimentos 3

1. Planejamento de um levantamento básico de saúde bucal 4


Objetivos 4
Características especiais das doenças bucais 4
Levantamentos exploratórios 5

2. Organização do levantamento 10
Preparo de um protocolo de levantamento 10
Obtenção da aprovação das autoridades 10
Orçamento 10
Calendário 11
Atendimento de emergência e encaminhamento 11
Relatório preliminar de cortesia 11

3. Confiabilidade e validade dos dados 13


Treinamento e calibração dos examinadores 13
Exames em duplicata 14

4. Execução do levantamento 16
Considerações Gerais 16
Contato com as autoridades 16
Elaboração de um roteiro 16
Exercício preliminar 16
Análise das fontes de fluoretos 16
Pessoal e organização 17
Anotador 17
Monitor 17
Revisão diária das fichas de avaliação 17
Instrumentos e material 18
Controle de infecção 18
Área de exame 18
Posição para o exame 19
Iluminação 19
Mesa ou bancada 19
Posição do anotador 19
Suprimento de fichas para o levantamento 19
Controle da aglomeração 19
Controle do barulho excessivo 20

5. Fichas de avaliação
Considerações Gerais 21
Códigos padrões 22
Ficha de avaliação de saúde bucal 22
Identificação e informações gerais 23
Data do exame (caselas 5 a 10) 24
Número de identificação (caselas 11 a 14) 24
Examinador (casela 15) 24
Exames em duplicata e originais (casela 16) 24
Nome 25
Data do nascimento (caselas 17 a 20) 25
Idade (caselas 21 e 22) 25
Sexo (casela 23) 25
Grupo étnico (casela 24) 25
Ocupação (casela 25) 25
Localização geográfica (caselas 26 e 27) 25
Tipo de localidade (casela 28) 26
Outros dados (caselas 29 e 30) 26
Contra-indicações ao exame (casela 31) 26
Avaliação clínica 26
Exame extra-bucal (casela 32) 26
Avaliação da Articulação Têmporo-Mandibular (caselas 33 a 36) 27
Mucosa bucal (caselas 37 a 42) 28
Opacidade /hipoplasia do esmalte (caselas 43 a 52) 29
Fluorose dentária (casela 53) 31
Índice Periodontal Comunitário (CPI) (caselas 54 a 59) 32
Perda de inserção (caselas 60 a 65) 33
Cárie dentária e necessidades de tratamento (caselas 66 a 161) 35
Uso de prótese (caselas 162 e 163) 42
Necessidade de prótese (caselas 164 e 165) 42
Anormalidades dentofaciais (caselas 166 a 176) 42
Necessidade de cuidados imediatos e referência (caselas 177 a 180) 47

6. Obtendo assessoria da OMS 51


Assessoria pré-levantamento 52
Assessoria pós-levantamento 52
7. Procedimentos posteriores e preparo do relatório do levantamento 53
Remessa de fichas para análise 53
Preparo do relatório do levantamento
56
Referências Bibliográficas
57
Anexo 1. Tabelas preparadas a partir dos dados do levantamento
60
Anexo 2. Instruções para cálculos estatísticos e análise dos dados
64
Anexo 3. Sumário do levantamento baseado nas fichas de avaliação da
OMS (1997)
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Prefácio Pág 1

Prefácio
Os levantamentos básicos de saúde bucal fornecem uma base importante
para a estimação do estado atual da saúde bucal de uma população e suas
necessidades futuras de cuidados de saúde bucal. Eles produzem dados básicos
confiáveis para o desenvolvimento de programas nacionais ou regionais de saúde
bucal e para o planejamento do número e do tipo apropriado de pessoal.
Desde a primeira edição deste manual, publicada em 1971, mais de 130
organizações de saúde realizaram levantamentos em saúde bucal de acordo com os
métodos básicos recomendados. Estes levantamentos mostraram que ocorreram
mudanças significativas na saúde bucal em muitas populações, como resultado de
mudanças nas tendências das doenças e novas técnicas de tratamento, bem como
de mudanças na estrutura etária populacional.
Nesta nova edição do manual, os métodos básicos foram atualizados para
incluir desenvolvimentos recentes em cuidados bucais e técnicas epidemiológicas.
Em particular, foram incluídas novas seções sobre avaliação das condições extra-
bucais, da mucosa bucal, hipoplasia/opacidade do esmalte, perda de inserção
periodontal e anormalidades dentofaciais, com o propósito de fornecer uma
avaliação mais completa das doenças e condições bucais.

Objetivos do manual
Os objetivos deste manual são:

1. Fornecer uma abordagem sistematizada para a coleta e o registro dos


dados das doenças e condições bucais;
2. Assegurar que os dados coletados em diferentes lugares sejam
comparáveis;
3. Incentivar os administradores em saúde bucal em todos os países a
estabelecerem padrões de medidas para doenças e condições bucais como
base para o planejamento e a avaliação dos programas de saúde bucal.

Para atingir estes objetivos o manual fornece:

1. Orientação sobre um modelo prático e econômico de um desenho amostral,


adequado para avaliar as doenças bucais e as necessidades de tratamento,
para o planejamento e o controle dos serviços de saúde bucal;
2. Uma descrição dos critérios de diagnóstico que podem ser facilmente
entendidos e aplicados em todos os países;
3. Informação sobre meios de obtenção de assessoria prática para o
planejamento e execução de levantamentos, sumarização de dados e
análise dos resultados.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Prefácio Pág 2

O Capítulo 1 descreve os princípios gerais para o delineamento de


levantamentos básicos de saúde bucal, os quais podem servir de base tanto para
um monitoramento de tendências das doenças bucais como para a estimativa das
necessidades de cuidados bucais das populações; o Capítulo 2 oferece
recomendações sobre a organização e a condução de um levantamento; o Capítulo
3 descreve os métodos para assegurar que os dados coletados sejam consistentes e
fidedignos tanto quanto possível; o Capítulo 4 fornece uma orientação prática para
a execução do levantamento; o Capítulo 5 fornece instruções sobre o
preenchimento das fichas padronizados de avaliação da saúde bucal; o Capítulo 6
descreve a assessoria que pode ser fornecida pela OMS e o Capítulo 7 explica como
os relatórios dos levantamentos devem ser preparados e apresentados. Uma lista
das tabelas que podem ser preparadas na OMS a partir de dados coletados em um
levantamento básico de saúde bucal é apresentada no Anexo 1.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Agradecimentos Pág 3

Agradecimentos

Agradecemos ao Dr. C.J. Holmgren, do Departamento de Odontologia


Conservadora da Faculdade de Odontologia da Universidade de Hong Kong, por
sua valorosa assistência na preparação deste manual e às seguintes pessoas que
fizeram o teste de campo para este manual: Dr. N. al-Beruti, Diretor do Centro
Regional de Demonstração, Pesquisa e Treinamento em Saúde Bucal da OMS em
Damasco; Dr. P. Culebra, de Porto Rico; e Dr. P. Leous, Diretor do Centro
Colaborador da OMS para Demonstração Internacional, Treinamento e
Implementação de Saúde Bucal na Europa. Agradecimentos também são devidos a
todos aqueles que revisaram os manuscritos preliminares, incluindo: Dr. T.M.
Marthaler do Departamento de Odontologia Preventiva, Periodontia e Cariologia
da Faculdade de Odontologia da Universidade de Zurique, na Suíça; Dr. D.M.
O'Mullane, do Centro de Pesquisas em Serviços de Saúde Bucal, da Escola de
Odontologia e Hospital Universitário da Universidade de Cork, na Irlanda; Dr. G.
Suckling, da Nova Zelândia; e Dr. H.P. Whelton, do Centro de Pesquisas em
Serviços de Saúde Bucal, da Escola de Odontologia e Hospital Universitário da
Universidade de Cork, na Irlanda.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Planejamento de um levantamento básico Pág 4

1. Planejamento de um Levantamento Básico de


Saúde Bucal
Objetivos
Os levantamentos básicos de saúde bucal são usados para a coleta de informações
sobre o estado de saúde bucal e as necessidades de tratamento de uma população,
e posteriormente, para monitorar as mudanças nos níveis e padrões da doença.
Desta maneira, é possível avaliar a conveniência e a eficácia dos serviços que estão
sendo fornecidos, e planejar ou modificar os serviços de saúde bucal e programas
de treinamento quando necessário. Os levantamentos básicos de saúde bucal não
são destinados para a coleta de informações sobre os fatores etiológicos que afetam
a distribuição ou a severidade das doenças, ou sobre a eficácia clínica de diferentes
procedimentos preventivos ou curativos. No entanto, as informações obtidas dos
levantamentos básicos podem ser usadas para monitorar alguns aspectos da
eficácia dos serviços odontológicos.

Os métodos descritos neste manual podem ser usados para determinar:

1. A extensão da cobertura dos serviços de saúde bucal existentes de acordo


com as necessidades atuais de tratamento;
2. A natureza e a extensão dos serviços preventivos, curativos e restauradores
requeridos;
3. Os recursos necessários para estabelecer, manter, expandir ou reduzir um
programa odontológico, incluindo uma estimativa do número e do tipo de
pessoal requerido.

Levantamentos para determinar o estado de saúde bucal e as necessidades de


tratamento de comunidades e populações são parte essencial das obrigações dos
dirigentes e outros administradores responsáveis por serviços odontológicos. Onde
não há um setor odontológico nacional ou regional com a responsabilidade
específica pelas atividades de saúde bucal, os membros de uma associação
odontológica ou de instituições ligadas à formação de recursos humanos
odontológicos, devem encarregar-se dos levantamentos epidemiológicos regulares
das condições de saúde bucal.

Características especiais das doenças bucais


Em algumas situações, os investigadores deverão aconselhar-se com um
especialista em bioestatística que pode orientar no planejamento de um
levantamento. No entanto, as características particulares da epidemiologia das
doenças bucais permitiram o desenvolvimento de um processo de amostragem e
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Planejamento de um levantamento básico Pág 5

planejamento de levantamento para as doenças bucais mais comuns, diferente dos


modelos tradicionais de amostra. As considerações especiais com respeito às duas
principais doenças bucais - cárie dentária e doenças periodontais - são as seguintes:

1. As doenças são fortemente relacionadas à idade; quando aumenta a idade é


freqüente o aumento da severidade e da prevalência;
2. As doenças existem em todas as populações, variando somente na
severidade e na prevalência;
3. Uma das doenças, a cárie dentária, é irreversível (ao nível de cavitação
pelos métodos descritos aqui) e assim as informações sobre o estado atual
fornecem não somente dados da quantidade de doença presente mas
também sobre a experiência prévia;
4. Há uma extensa documentação sobre a variação dos perfis da cárie
dentária em grupos populacionais com níveis sócio-econômicos e
condições ambientais diferentes ;
5. Muitas observações são feitas com medidas padronizadas para cada
indivíduo, isto é, para cada dente no caso de cárie e para os seis sextantes
da boca na avaliação das doenças periodontais.

Outras informações importantes que necessitam ser coletadas rotineiramente


em levantamentos de saúde bucal também são incluídas na avaliação. Deve ser
destacado, contudo, que em estudos aprofundados de doenças bucais menos
comuns são requeridos delineamentos diferentes.

Levantamentos exploratórios
Os fatores especiais associados com as doenças bucais mais comuns e a ampla
experiência em epidemiologia bucal obtida nos últimos 25 anos permitiram a
definição de uma metodologia econômica e prática para a obtenção da amostra em
levantamentos, chamada de metodologia exploratória.
O método usado é uma técnica de amostragem estratificada, com a finalidade
de incluir os subgrupos populacionais mais importantes e com probabilidade de
apresentarem diferentes níveis de doença. Também propõe um número adequado
de indivíduos nos grupos de idade índice específicos em cada um dos locais. Desta
maneira, é obtida uma informação confiável e clinicamente relevante para o
planejamento a um custo mínimo. O método é adequado para a obtenção das
seguintes informações:

• A prevalência das doenças e condições bucais mais comuns que afetam a


população;
• As variações no nível e severidade da doença e necessidades de tratamento
nos subgrupos populacionais. Isso permite a identificação de grupos com
necessidades de serviços especiais;
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Planejamento de um levantamento básico Pág 6

• Os perfis das doenças bucais na população para permitir a determinação das


necessidades de tratamento para os diferentes grupos etários, fornecer
informação sobre a severidade e a progressão da doença, e para indicar se os
níveis estão aumentando ou diminuindo.

Os levantamentos exploratórios podem ser pilotos ou nacionais, dependendo


do número e do tipo de locais de amostragem e dos grupos etários incluídos.
Um levantamento piloto é aquele que inclui somente os subgrupos mais
importantes da população e somente uma ou duas idades-índice, geralmente 12
anos e um outro grupo etário. Tal levantamento fornece uma quantidade mínima
de dados necessária para o início do planejamento. Dados adicionais deverão ser
coletados para fornecer uma base confiável para a implementação e o
monitoramento dos serviços.
Um levantamento exploratório nacional reúne locais de exames suficientes para
cobrir subgrupos importantes da população que podem diferir nos níveis de
doença ou nas necessidades de tratamento, e pelo menos 3 dos grupos etários ou
idades-índice (veja a página 7). Este tipo de delineamento é adequado para a coleta
de dados para o planejamento e monitoramento dos serviços em todos os países,
independente do nível da doença, da disponibilidade de recursos ou da
complexidade dos serviços. Em um país de grande extensão, com muitas
subdivisões geográficas e populacionais e uma estrutura complexa de serviços, é
necessário um número maior de locais de amostragem. Contudo, o princípio
básico do uso de idades-índice e de amostras padronizadas em cada local dentro
de uma abordagem estratificada permanece válido.
O método descrito a seguir é recomendado como uma diretriz geral para
levantamentos básicos de saúde bucal, para o planejamento, monitoramento e
avaliação de serviços odontológicos.

Subgrupos

O número e a distribuição dos locais de amostragem dependem dos objetivos


específicos do estudo. Os locais de amostragem são escolhidos geralmente de
forma a fornecerem informação sobre os grupos populacionais com possibilidade
de apresentarem níveis diferentes de doença bucal. A amostragem geralmente é
baseada nas divisões administrativas de um país - a capital, centros urbanos
principais, e pequenas cidades e áreas rurais. Nos países onde existem áreas
geofísicas diferentes, é comum incluir pelo menos um local de amostragem em
cada tipo de área.
Se houver vários grupos étnicos distintos na população com diferenças
conhecidas ou suspeitas nos níveis das doenças bucais, pode ser necessário incluir
amostras separadas de cada um destes grupos nas subdivisões principais do
levantamento. Contudo, dever ser utilizado ao máximo o conhecimento disponível
sobre as variações entre os diferentes grupos a fim de limitar o número de
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Planejamento de um levantamento básico Pág 7

subamostras adicionais necessárias. Uma vez formados os diferentes grupos, é


desejável a aplicação de um processo de aleatorização para o sorteio dos
indivíduos dentro dos grupos.
A ajuda dos administradores locais de saúde pode ser muito útil quando é
tomada a decisão final sobre quais subgrupos populacionais são significativos para
o estudo e devem ser representados na amostra final. Para um levantamento
exploratório nacional, geralmente entre 10 a 15 locais de amostragem são
suficientes. Contudo, se houver grandes centros urbanos no país, pode ser
necessário localizar vários pontos adicionais de amostragem em pelo menos duas
cidades.

Idades-índice e grupos etários

As seguintes idades e grupos etários são recomendados: 5 anos para os


dentes decíduos e 12, 15, 35 a 44 e 65 a 74 anos para os dentes permanentes.

• 5 anos. Onde for prático e viável as crianças devem ser examinadas entre o 5º
e o 6º aniversário. Esta idade é de interesse em relação aos níveis de cárie na
dentição decídua, uma vez que podem exibir mudanças em um período de
tempo menor que a dentição permanente em outras idades-índices. Em
alguns países as crianças iniciam a escola primária na idade de 5 anos.
Nota: Nos países onde a entrada para a escola é posterior, isto é, aos 6 ou 7
anos, estas idades podem ser usadas, embora a idade média deva ser
registrada com os resultados. Nestes grupos etários mais avançados, a perda
dos incisivos decíduos não deve ser registrada como perdido devido a
dificuldade em diferenciar a perda destes dentes por exfoliação daqueles
que foram perdidos por cárie ou trauma.

• 12 anos. Esta idade é especialmente importante, pois é geralmente a idade na


qual as crianças deixam a escola primária, e, por isso, em muitos países, é a
última idade na qual pode ser obtida facilmente uma amostra confiável
através do sistema escolar. Além disso, é provável que nesta idade todos os
dentes permanentes, com exceção dos terceiros molares, já tenham
erupcionado. Por estas razões, a idade de 12 anos foi escolhida como a idade
de monitoramento global da cárie para comparações internacionais e o
acompanhamento das tendências da doença.
Em alguns países, contudo, muitas crianças em idade escolar não
freqüentam a escola. Nestas circunstâncias, deve-se fazer uma tentativa de
realizar o levantamento em dois ou três grupos de crianças, de diferentes
áreas, que não freqüentam a escola, a fim de comparar sua condição de
saúde bucal com aquelas que freqüentam a escola.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Planejamento de um levantamento básico Pág 8

• 15 anos. Nesta idade os dentes permanentes foram expostos ao ambiente


bucal por 3 a 9 anos. A avaliação da prevalência de cárie, portanto, é
freqüentemente mais significativa que na idade de 12 anos. Esta idade
também é importante para a avaliação dos indicadores de doenças
periodontais em adolescentes. Nos países onde seja difícil obter amostras
confiáveis para este grupo etário, é comum examinar jovens de 15 anos de
idade em somente duas ou três áreas, ou seja, na capital ou em outra grande
cidade, e em uma área rural.

• 35 a 44 anos (média = 40 anos). Este grupo etário é o grupo padrão para


avaliação das condições de saúde bucal em adultos. O efeito total da cárie
dentária, o nível de severidade do envolvimento periodontal e os efeitos
gerais do tratamento prestado podem ser monitorados usando-se dados
deste grupo etário. A amostragem de indivíduos adultos freqüentemente é
difícil. Contudo, as amostras podem ser retiradas de grupos organizados,
tais como trabalhadores de escritórios ou fábricas. Também pode-se fazer
uso de grupos facilmente acessíveis, isto é, em um supermercado, para se
obter uma amostra razoavelmente representativa em situações onde a
amostragem verdadeiramente representativa não seja possível. Deve-se
tomar cuidado em evitar tendenciosidades óbvias, tais como a amostragem
de pacientes de um estabelecimento de assistência médica.

• 65 a 74 anos (média = 70 anos). Este grupo etário tem se tornado mais


importante com as mudanças na distribuição etária e no aumento da
expectativa de vida que vem ocorrendo em todos os países. Os dados deste
grupo são necessários tanto para o planejamento adequado do tratamento
para os mais idosos como para o monitoramento dos efeitos gerais dos
serviços odontológicos prestados a uma população. O exame de indivíduos
representativos deste grupo etário freqüentemente é mais fácil do que do
grupo etário anterior, pois as pessoas mais velhas geralmente são
encontradas em suas residências ou nas proximidades, ou em instituições
onde podem ser examinadas durante o dia. Todavia, deve-se tomar cuidado
na determinação adequada das amostras deste grupo etário, tanto de
indivíduos confinados em casa quanto de indivíduos em atividade.

Número de indivíduos. O número de indivíduos em cada grupo etário ou


idade-índice a ser examinado varia de um mínimo de 25 a 50 para cada grupo ou
local de amostra, dependendo da prevalência esperada e da severidade da doença
bucal.
Um exemplo de desenho amostral para um levantamento exploratório
nacional de cada grupo etário ou idade-índice é mostrado a seguir:
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Planejamento de um levantamento básico Pág 9

Urbano: 4 locais na capital ou área metropolitana (4 x 25 = 100)


2 locais em cada uma de 2 grandes cidades (2 x 2 x 25 = 100)

Rural: 1 local em cada um dos 4 distritos de (4 x 25 = 100)


diferentes regiões
Total: 12 locais x 25 indivíduos = 300

Se esta distribuição for aplicada às 4 idades-índice da população em estudo, a


amostra total será, então, de 4 x 300 = 1200.
Tal desenho amostral permite a identificação de diferenças significativas
entre grupos urbanos e rurais e, em algumas situações, entre diferentes grupos
sócio-econômicos na capital ou nas grandes cidades. A partir dos resultados de tal
levantamento podem ser identificadas as áreas onde a prevalência da doença é
mais alta ou mais baixa que a média nacional.
Contudo, um total de 25 indivíduos, com um número equivalente de
mulheres e homens, é suficiente somente em populações onde estima-se que os
níveis de cárie e doença periodontal sejam baixos ou muito baixos. Em populações
onde é sabido que os níveis destas doenças são moderados ou altos - por exemplo
a percentagem de crianças de 12 anos livres de cárie é de 5 a 10% ou menor - o
tamanho padrão para cada amostra deve ser de 40 a 50 indivíduos.
Se o nível de cárie dentária na população for desconhecido, será necessário
estimar o nível da doença antes de começar o levantamento. Uma maneira rápida e
eficaz de estimar a prevalência de cárie de uma população é a classificação de um
grupo de indivíduos como livres de cárie ou não. Por exemplo, é possível examinar
duas ou três classes de crianças de 12 anos de idade de níveis sócio-econômicos
diferentes em duas ou três escolas facilmente acessíveis, onde se espera encontrar
as maiores diferenças possíveis nas doenças. Se mais de 20% das crianças na classe
estão livres de cárie, a prevalência é baixa; se de 5 a 20% estão livres de cárie, a
prevalência é moderada; e se menos de 5% estão livres de cárie, a prevalência é
alta. Esta estimativa da prevalência pode então ser usada como guia no momento
de decidir sobre o tamanho da amostra padrão e no momento de completar o
protocolo.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Organização do Levantamento Pág 10

2. Organização do Levantamento

Preparo de um protocolo de levantamento


É importante preparar um protocolo escrito para o levantamento, que deve conter
as seguintes informações:

• Objetivo principal e o propósito do levantamento.


• Uma descrição do tipo de informação a ser coletada e os métodos a serem
utilizados.
• Uma descrição da metodologia de amostragem a ser usada.
• Recursos humanos e materiais necessários.
• Métodos estatísticos a serem usados para a análise do dados.
• Previsão orçamentária.
• Cronograma das principais atividades e respectivo pessoal responsável.

Obtenção da aprovação das autoridades


A permissão para examinar grupos da população deve ser obtida de uma
autoridade local, regional ou nacional. Por exemplo, se os escolares forem
examinados, então as autoridades escolares devem ser contatadas, para explicar o
propósito do levantamento e obter sua aprovação. Em alguns casos, deve ser
obtida uma permissão por escrito dos pais, antes das crianças serem examinadas. É
de responsabilidade do organizador local do levantamento a verificação das
práticas locais relativas a autorizações e consentimentos. O organizador do
levantamento também deve notificar as autoridades de saúde, uma vez que pode
ser necessário integrar o levantamento com outras atividades de saúde correlatas.
Isto se aplica particularmente quando a população adulta vai ser pesquisada.
É importante fornecer detalhes do levantamento aos profissionais de
odontologia e aos administradores de saúde da área. Os dirigentes das entidades
odontológicas e os profissionais de saúde bucal locais freqüentemente podem
ajudar na obtenção da cooperação da comunidade para o levantamento, e de
qualquer um de seus pacientes que pode ser incluído na amostra.

Orçamento
Deve ser preparado um orçamento para o levantamento, o qual incluirá todos os
recursos requeridos, incluindo pessoal, para executar o levantamento. Os
levantamentos básicos de saúde bucal freqüentemente podem ser conduzidos
como parte das tarefas dos profissionais dos serviços de saúde pública
odontológica, o que leva a uma redução nos custos.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Organização do Levantamento Pág 11

Calendário
Um dos aspectos mais importantes no planejamento de um levantamento é a
preparação do calendário para a coleta dos dados. Se isto não for feito, os
examinadores poderão gastar muito tempo esperando pela chegada dos
indivíduos, ou, por outro lado, chegarem atrasados.
O planejador poderá estimar com base em um levantamento prévio, ou uma
experiência prévia, quanto tempo, em média, irá durar cada exame. Como
orientação, um exame básico de uma criança leva normalmente cerca de 5 a 10
minutos, enquanto que um exame completo de um adulto pode levar entre 15 e 20
minutos. Neste sentido, calendários diários e semanais podem ser preparados e
estes ficariam disponíveis tanto para o pessoal do levantamento como para a escola
e as autoridades sanitárias. O calendário deve permitir alguma flexibilidade para
que atrasos inesperados não causem maiores transtornos no cronograma do
levantamento.
Observações confiáveis e julgamentos consistentes são importantes nos
levantamentos. Uma vez que a fadiga contribui significativamente para a
imprecisão e a inconsistência, não é prudente fazer uma programação muito
intensa. Por exemplo, se forem examinadas turmas de 25 a 30 crianças em várias
escolas, por um examinador, o calendário deve incluir tempo para:

(a) apresentar a equipe de exame ao diretor da escola e aos professores das


turmas envolvidas;
(b) escolher um lugar apropriado para realizar os exames em cada escola, e
instalar o equipamento;
(c) examinar uma turma de crianças de 12 anos de idade;
(d) fornecer um relatório breve ao diretor da escola; e
(e) deslocar-se para a próxima escola.

Atendimento de emergência e encaminhamento

Se uma condição de perigo de vida ou uma condição que requer atenção imediata
for detectada durante o levantamento, é de responsabilidade do examinador ou do
líder da equipe assegurar que haja encaminhamento para o tratamento adequado
(veja as caselas 177 a 180 na ficha de avaliação). Uma lista dos locais de
encaminhamento de acesso facilitado e os endereços devem ser preparados antes
do levantamento.

Relatório preliminar de cortesia


É conveniente, e freqüentemente essencial, relatar os resultados do levantamento
às autoridades locais. O relatório deve ser um simples sumário do número de
indivíduos examinados e as observações do examinador. Geralmente isto pode ser
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Organização do Levantamento Pág 12

entregue pessoalmente, no local. Um relatório técnico e completo levará mais


tempo para ser preparado, mas deve ser enviado tão logo esteja completo.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Confiabilidade e Validade dos Dados Pág 13

3. Confiabilidade e Validade dos Dados

Treinamento e calibração dos examinadores


Embora os examinadores possam diferir nas suas avaliações do estado de saúde
bucal dos indivíduos, eles devem estar de acordo sobre a avaliação das condições
dos grupos populacionais. Quando um levantamento epidemiológico é executado
por uma equipe, é essencial que os examinadores participantes sejam treinados
para fazerem julgamentos clínicos consistentes. A assessoria no treinamento e
calibração pode ser obtida da OMS (veja o Capítulo 6). Existem duas razões
principais para a variabilidade dos diagnósticos clínicos:

• A dificuldade em diagnosticar os diferentes níveis das doenças bucais,


particularmente a cárie dentária e as doenças periodontais.
• Fatores físicos e psicológicos, tais como fadiga, flutuações de interesse no
estudo, e variações na acuidade visual e na sensibilidade táctil. Tudo isto
afeta o julgamento dos examinadores algumas vezes e em graus diferentes.

Os objetivos da padronização e da calibração são:

• Assegurar uma interpretação, compreensão e aplicação uniformes dos


códigos e critérios das várias doenças e condições a serem observadas e
registradas, por todos os examinadores.
• Assegurar que cada examinador possa examinar consistentemente.

Quando possível, um epidemiologista experiente, que foi treinado de acordo


com a metodologia recomendada para levantamentos básicos de saúde bucal, deve
ser empregado como treinador e calibrador. O treinamento nos critérios
geralmente leva 2 dias, com mais 2 a 3 dias para a calibração, embora um tempo
extra possa ser necessário, dependendo de quantos examinadores serão treinados e
do número de índices a serem usados no levantamento. É desejável haver um
intervalo de alguns dias entre o treinamento e a calibração a fim de que os
examinadores tenham tempo de assimilar o conhecimento sobre os índices e
praticar os procedimentos.
Quando apenas um examinador é envolvido e um treinador experiente não
esteja disponível, o examinador deve primeiro praticar o exame em um grupo de
10 indivíduos que apresentam uma variação ampla dos níveis das doenças. Então o
examinador deve determinar a consistência com que ele ou ela pode aplicar o
critério de diagnóstico, examinando um grupo de cerca de 20 indivíduos duas
vezes, de preferência em dias sucessivos, ou com um intervalo de pelo menos 30
minutos entre os exames. Estes indivíduos devem ser pré-selecionados de modo
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Confiabilidade e Validade dos Dados Pág 14

que possuam, coletivamente, a variação completa das condições que se espera


avaliar no levantamento principal. Pela comparação dos resultados dos 2 exames, o
examinador será capaz de obter uma estimativa da extensão e natureza da
variabilidade do diagnóstico. Se a variabilidade é grande, o examinador deve
revisar a interpretação dos critérios e realizar exames adicionais até que consiga
uma consistência aceitável. Em geral, a concordância para a maior parte das
avaliações deve variar entre 85 a 95%.
Quando o levantamento for conduzido por um grupo de examinadores, é
preciso avaliar a consistência de cada examinador (reprodutibilidade intra-
examinador) e também as variações entre os examinadores (reprodutibilidade
inter-examinadores). Quando não houver disponibilidade de um treinador
experiente, cada examinador deve primeiramente praticar o exame em um grupo
de 10 indivíduos. Em seguida, cada examinador deve examinar,
independentemente, o mesmo grupo de 20 ou mais indivíduos e comparar os
resultados. Quando os resultados apresentarem grandes discrepâncias, os
indivíduos devem ser chamados novamente para que as diferenças nos
diagnósticos sejam revistas pelos examinadores e resolvidas por uma discussão em
grupo. É essencial que um grupo de examinadores seja capaz de examinar com
consistência razoável, usando um padrão comum. Se certos examinadores
freqüentemente produzirem resultados significativamente diferentes da maioria, e
as tentativas de corrigir suas atuações falharem, eles devem ser excluídos da
equipe de levantamento. Deve ficar claro para todos os examinadores em
potencial, antes que os exames comecem, que a habilidade para padronizar os
resultados dos exames não é uma medida da sua habilidade clínica.
A menos que todos os membros da equipe do levantamento possam
examinar de modo consistente, as variações regionais ou de grupo na prevalência
ou severidade da doença podem resultar em erros ou má interpretação. Uma vez
que sempre haverá alguma variação entre examinadores, é aconselhável que, no
levantamento propriamente dito, eles examinem percentuais similares de cada
subgrupo da amostra principal.

Exames em duplicata
Os examinadores podem mudar a maneira de aplicar os critérios de diagnóstico no
decorrer de uma série de exames. Para detectar e corrigir esta tendência, é
aconselhável que cada examinador realize exames em duplicata em 5 a 10% da
amostra (não menos que 25) no levantamento propriamente dito. Os grupos mais
adequados para realizar os exames em duplicata são os de 12 e 15 anos de idade,
devido a facilidade de acesso. Tanto quanto possível, o examinador não deve ser
capaz de identificar os indivíduos que reexaminou, ou saber que o indivíduo foi
examinado previamente, uma vez que esta informação pode afetar a qualidade do
exame em duplicata. O anotador, ou talvez um professor da escola deve ser
requisitado para providenciar o reexame de 5 a 10% dos indivíduos durante o
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Confiabilidade e Validade dos Dados Pág 15

levantamento. Recomenda-se que os exames em duplicata sejam realizados no


início (isto é, imediatamente após a calibração), aproximadamente na metade, e no
fim do levantamento.
Quando o levantamento é conduzido por um grupo de examinadores, um
epidemiologista experiente pode ser indicado para atuar como examinador padrão
para a equipe. O examinador padrão deve examinar pelo menos 25 indivíduos que
já tenham sido examinados por cada membro da equipe.
Para informações sobre como calcular a reprodutibilidade dos resultados,
veja o Anexo 2.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Execução do Levantamento Pág 16

4. Execução do Levantamento

Considerações gerais

Contato com as autoridades


A organização de um levantamento deve começar bem antes da data prevista para
o início dos exames. É necessário contatar as autoridades das instituições ou
organizações onde as pessoas serão examinadas. Por exemplo, se em escolas, deve-
se procurar o diretor para obter-se informações sobre horários de funcionamento
da escola, período em que as crianças estarão disponíveis para o exame, além de
providenciar uma área ou sala adequada para a realização do mesmo. Além disso,
o diretor deverá fornecer informações gerais sobre o nível sócio-econômico e
estado nutricional das crianças, procedência da água que bebem, freqüência e/ou
evasão de alunos na escola, além de quaisquer outras atividades de promoção ou
educação em saúde desenvolvidas na escola.

Elaboração de um roteiro
O organizador do levantamento deve elaborar um roteiro no qual serão registradas
diariamente, informações sobre o local dos exames, o número de pessoas
examinadas e dados de cada local. Observações feitas nesta etapa, devem ser
discutidas e anotadas, pois poderão ser de grande valor na avaliação final dos
resultados do levantamento. Se estas não forem claramente descritas por ocasião
dos exames, serão confundidas ou esquecidas.

Exercício preliminar
Para pesquisadores que estão planejando seu primeiro levantamento de saúde
bucal, recomenda-se como exercício preliminar, examinar duas turmas de crianças
de 12 anos, em escolas locais de 1º grau. Isto certamente dará a equipe envolvida, a
oportunidade de trabalhar em conjunto, identificar e discutir quaisquer problemas
técnicos ou de organização que possam surgir. A calibração dos examinadores
(veja página 13), bem como o treinamento dos anotadores poderão ser feitas ao
mesmo tempo.

Análise das fontes de fluoretos


Uma amostra da água usada para beber deverá ser coletada em cada local de
exame e enviada para análise para verificar o conteúdo de fluoretos. Poderão ser
usadas para essa coleta garrafas plásticas limpas com capacidade para 25 a 30 ml,
as quais deverão ser enxaguadas com água destilada antes da colocação da
amostra de água que vai para análise. Após a colocação da água, as garrafas devem
ser devidamente lacradas e claramente identificadas com tinta indelével, onde
devem constar a data e local da coleta, além da procedência da água. Em muitos
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Execução do Levantamento Pág 17

países, é possível obter-se análise de fluoretos da água nos Serviços de Saúde


Pública e/ou nas Companhias de Abastecimento de Águas.
Algumas informações adicionais podem também ser coletadas:

- fontes de fluoretos disponíveis para a população em estudo, além da água


(sal, comprimidos e leite por exemplo);
- níveis de uso de fluoretos tópicos especialmente dentifrícios e/ou outros
produtos semelhantes que tenham impacto no combate à cárie.

Pessoal e organização

Anotador
Cada examinador deve ser auxiliado por um anotador, capaz de seguir as
instruções com exatidão e registrar os números e letras claramente (veja página 21).
O examinador deve dar instruções claras ao anotador, sobre os dados que serão
registrados na ficha do levantamento, além de instruí-lo sobre o significado dos
termos, bem como do sistema de códigos que serão usados, de maneira que, na
prática, o anotador possa identificar erros e/ou lapsos cometidos pelo examinador.
O anotador deve receber instruções especiais e prática adicional, caso não esteja
familiarizado com os símbolos alfabéticos ou numéricos usados na ficha do
levantamento. Para completar o seu treinamento, antes do início do levantamento,
o anotador deverá praticar, exercitando-se através de anotações de exames
anteriores. As falhas de registros cometidas pelo anotador, podem resultar em
troca de códigos que influenciará os resultados finais.
Quando sistemas computadorizados de entrada direta de dados são
utilizados, instruções específicas e treinamento adequado para o seu uso devem ser
dadas ao anotador.

Monitor
É desejável que haja um monitor em cada local de exame, para manter um fluxo
constante de pessoas para o (s) examinador (es), anotar as informações gerais nas
fichas de registro, checar se esses registros estão precisos e completos, de maneira
que o dado que esteja faltando, possa ser obtido antes que a equipe do
levantamento vá para outro local; além de ser também responsável pelo
suprimento adequado de instrumental esterilizado.

Revisão diária das fichas de avaliação


É importante que cada examinador revise no final do expediente, as fichas de
avaliação preenchidas diariamente, para checar a exatidão dos registros e
completá-los quando necessário.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Execução do Levantamento Pág 18

Instrumentos e material
A quantidade e o peso dos instrumentos e material usados no levantamento devem
ser restringidos ao mínimo. São necessários para cada examinador, os seguintes
instrumentos e material:
- espelhos bucais planos
- sondas periodontais que preencham as especificações da OMS (1);
- vários pares de pinças;
- recipientes (um para instrumentos usados e outro para instrumentos
esterilizados);
- solução esterilizante concentrada;
- bacia com água e sabão ou solução desinfetante;
- toalhas de mão, de papel ou tecido;
- gaze.

Um número suficiente de instrumentos deverá estar disponível, para evitar a


necessidade de interrupção dos exames enquanto estejam sendo esterilizados.
Geralmente, um mínimo de 30 espelhos bucais e 30 sondas periodontais por
examinador deve ser providenciado, o que permitirá a esterilização de
instrumentos enquanto outros estiverem sendo usados.
Antes da esterilização, os instrumentos usados devem ser colocados em
solução desinfetante, em seguida lavados e enxugados.

Controle de infecção
Recomendações e normas nacionais atualizadas devem ser seguidas para o
controle de infecção e destino do lixo.
Os examinadores são responsáveis pela manutenção adequada do controle de
infecção nos procedimentos do levantamento. Durante seu treinamento, deve ser
enfatizado que, com o uso correto do espelho bucal e da sonda periodontal, todas
as áreas da cavidade bucal podem ser completamente examinadas, sem a
necessidade da manipulação digital dos tecidos bucais, reduzindo,
consequentemente, o risco de infecção cruzada.
É recomendado o uso de máscaras e luvas descartáveis, assim como de óculos
de proteção.

Área de exame

A área para realização dos exames deve ser planejada e preparada para
promover o máximo de eficiência e facilidade de operação. A arrumação será
determinada pelas instalações físicas locais, mas certas condições controláveis
devem ser lembradas. A falta de uma estrutura apropriada não impede que um
levantamento seja realizado. Se necessário, os exames poderão ser executados ao ar
livre.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Execução do Levantamento Pág 19

Posição para o exame


A posição de exame dos indivíduos dependerá do equipamento disponível. A
posição mais confortável é obtida mantendo-se a pessoa deitada numa mesa ou
bancada e o examinador sentado por trás de sua cabeça. As pessoas podem
também ser examinadas sentadas em uma cadeira com encosto alto e o
examinador em pé, atrás ou na frente da cadeira. Se não há equipamento
disponível, a criança pode ser examinada deitada numa toalha sobre o solo e o
examinador sentado com as pernas cruzadas, atrás da cabeça da criança.

Iluminação
A iluminação deve ser, na medida do possível, a mesma em todos os exames do
levantamento. Se houver energia elétrica em todos os locais, um foco portátil leve
(com espectro de cor branco-azul) deve ser utilizado. Alterações estruturais e
inflamatórias dos tecidos bucais são mais difíceis de serem detectadas sob luz
artificial normal (que tem um espectro de cor amarelo-vermelho) do que sob luz
natural ou luz artificial corrigida. Caso não haja eletricidade em alguns locais de
exame, a iluminação natural deve ser, então, utilizada em todos os locais .
Se for usada uma fonte de luz artificial, a localização das tomadas elétricas
afetará a posição da mesa ou cadeira. Neste caso, o rosto da pessoa deve ficar em
posição oposta a fonte de luz natural, para evitar variação de luminosidade.
Entretanto, se apenas a luz natural está sendo usada, a pessoa deve ser posicionada
de tal maneira, que receba o máximo de iluminação, evitando-se o desconforto da
luz solar diretamente sobre a pessoa e/ou examinador. A cadeira ou mesa de
exame deve ser posicionada em direção, e o mais próximo possível, da fonte de luz
natural.

Mesa ou bancada
Uma mesa ou bancada com os instrumentos, recipientes e bacias deve ser
posicionada de forma acessível ao examinador.

Posição do anotador
O anotador deve se posicionar, com relação ao examinador, de maneira que possa
ouvir facilmente os códigos e instruções e o examinador, por sua vez, possa
enxergar se os registros estão sendo anotados corretamente, além de, nesta posição,
poder checar os dados registrados, se correspondem de fato à região ou dentes que
acabaram de ser examinados.

Suprimento de fichas para o levantamento


Uma quantidade adequada de fichas de levantamento, papel carbono, pranchetas,
clipes, lápis, borrachas e cópias das instruções de registro, lista de códigos e
critérios de exame deve estar prontamente disponível.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Execução do Levantamento Pág 20

Controle da aglomeração
Se possível, a área de exame deverá ser organizada, de forma que as pessoas
entrem por um lado e saiam pelo outro. Não deve ser permitido às pessoas se
aglomerarem ao redor do examinador e do anotador durante os exames, devendo
entrar na área de exame somente no momento adequado.

Controle do barulho excessivo


Altos níveis de barulho e conversas em voz alta na área de exame, podem impedir
que o anotador ouça claramente os escores ditados pelo examinador e podem
também distrair ambos no desenrolar dos exames.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 21

5. Fichas de Avaliação

Considerações gerais
Uma ficha adequada para anotar os resultados dos registros de saúde bucal,
descrita neste manual, está reproduzida nas páginas 49 e 50. Os pesquisadores
devem providenciar cópias em nível local.

Códigos padrões
Os códigos padrões devem ser usados em todas as seções da ficha. Se estas
exigências não forem cumpridas, a OMS não será capaz de processar os dados e
sumarizar os resultados no programa de computador disponível. Se alguns itens
da avaliação de saúde bucal não forem feitas ou que não sejam aplicáveis ao grupo
etário examinado, os espaços não usados da ficha devem ser cancelados com uma
linha diagonal, ou usando-se o código 9 na casela apropriada (=sem registro)
As fichas foram elaboradas de forma a facilitar o processamento
computadorizado dos dados. Cada casela recebe um número de identificação (o
número pequeno entre parênteses), que representa a localização no arquivo do
computador. Os códigos de registro são mostrados próximos às caselas
apropriadas. Para minimizar o número de erros, todos os registros deverão ser
anotados de forma clara e sem ambigüidades. Por questões de similaridade,
confusões ocorrem comumente quando se escreve 1 e 7, 2 e 4, 6 e 0 e B e 8. Para se
evitar confusão, bem como o perigo de se computar resultados incorretos, os
números devem ser escritos claramente da seguinte maneira:

Quando são usadas letras, como para registrar a dentição decídua e as


necessidades de tratamento, elas devem ser escritas em maiúsculo como a seguir:

É essencial que os escores ditados ao anotador sejam claramente enunciados,


para diferenciar entre si códigos com sons semelhantes (por exemplo: três e seis).
O número de dois dígitos acima ou abaixo das caselas indica os dentes
específicos, de acordo com o sistema usado pela Federação Dentária Internacional
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 22

(FDI). O primeiro dígito especifica o quadrante da boca e o segundo o próprio


dente (veja Figuras 1 e 2).
Quando se referir a um dente, o examinador deve dizer o número do
quadrante e em seguida o número do dente - por exemplo, o incisivo lateral
superior direito, 12 = “um-dois” ao invés de “doze”; o terceiro molar inferior
esquerdo, 38 = “três-oito”, ao invés de “trinta e oito”.

Ficha de avaliação de saúde bucal

A ficha padrão para registro das condições de saúde bucal (veja páginas 49 e
50), foi planejada para permitir a coleta de todas as informações necessárias para o
planejamento dos serviços de saúde bucal, além de um completo acompanhamento
para posterior readequação dos serviços existentes. A ficha inclui as seguintes
seções:

- informações sobre a identificação do levantamento;


- informações gerais;
- exame extra-bucal;
- avaliação da articulação têmporo-mandibular;
- mucosa bucal;
- opacidade/hipoplasia do esmalte;
- fluorose dentária;
- CPI (condição periodontal, antes denominado Índice Comunitário de
Necessidades de Tratamento Periodontal ou ICNTP);
- perda de inserção;
- condição dentária e necessidades de tratamento;
- uso de prótese;
- necessidades de prótese;
- anormalidades dentofaciais;
- necessidades de cuidados imediatos e encaminhamento;
- anotações.

Esta ficha é adequada para levantamentos tanto em crianças quanto em


adultos. Quando apenas crianças são examinadas, normalmente não se faz
necessário registrar a presença de lesões da mucosa bucal, cáries de raiz, ou uso e
necessidade de prótese. Da mesma maneira, se apenas adultos são examinados,
será desnecessário registrar anormalidades dentofaciais. Para determinadas
comunidades onde manchas extrínsecas ou outros depósitos dificultam a
observação da superfície dentária, pode não ser possível registrar
opacidade/hipoplasia do esmalte ou fluorose dentária.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 23

SUPERIOR

DIREITO INFERIOR ESQUERDO


WHO 96217

Fig. 1. Códigos para dentes permanentes.

SUPERIOR

DIREITO INFERIOR ESQUERDO


WHO 96218

Fig. 2. Códigos para dentes decíduos.

Identificação e informações gerais

O pesquisador deve escrever o nome do país no qual o levantamento foi realizado,


em letras maiúsculas, na ficha de avaliação original, antes de fazer cópias
adicionais. As caselas 1 a 4 da ficha são reservadas para a OMS codificar o país que
executou o levantamento e não devem ser preenchidas pelo pesquisador.
Durante o planejamento do levantamento, uma lista com locais que farão
parte do estudo deve ser feita e um código de dois dígitos definido para cada um
desses locais. O código apropriado deve ser colocado nas caselas 26 e 27 de cada
ficha durante o levantamento. De modo semelhante, deverá ser feita uma lista de
examinadores envolvidos no estudo e atribuído a cada um deles um código. Se
houver registro de grupo étnico ou ocupações, ou se há intenção de registrar outras
informações tais como, conteúdo de fluoreto na água ou uso de flúor em
comprimidos, os códigos destas informações deverão ser incluídos na lista de
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 24

codificação. Estas informações deverão ser anotadas nas caselas 24, 25, 29 e 30. A
lista de códigos deve ser distribuída para todos os examinadores e anotadores,
antes dos exames começarem; esta informação deve também ser anotada na folha-
sumário do estudo (Anexo 3).

Data do exame (caselas 5 a 10)


O dia, mês e ano devem ser escritos na ficha por ocasião do exame. Somente o mês
e ano (registrados nas caselas 5 a 8) serão digitados no arquivo de dados do
computador. Registrando o dia, é possível ao pesquisador resgatar informações
sobre os exames feitos em qualquer dia, caso seja necessário revisar anotações do
levantamento.

Número de identificação (caselas 11 a 14)


Cada indivíduo examinado deve receber um número de identificação. Este deve
ter sempre o mesmo número de dígitos do total de pessoas que serão examinadas.
Assim, se a pretensão é examinar 1200 pessoas, a primeira examinada leva o
número 0001.
Se possível, os números de identificação devem ser escritos nas fichas antes
de se iniciar os trabalhos do dia. É importante que cada número de identificação
seja usado apenas uma vez. É necessário fazer-se uma checagem cruzada quando
houver mais de um examinador participando do levantamento. Se um total de
1200 pessoas são examinadas por dois examinadores, o examinador 1 deve usar os
números 0001 a 0600 e o examinador 2, os números 0601 a 1200.

Examinador (casela 15)


Se mais de um examinador estiver participando do levantamento, cada um deles
deve ser identificado por um código específico, que deve ser registrado na casela
15. Do mesmo modo, se um examinador padrão estiver participando do
levantamento, a ele deve também ser designado um código específico.

Exames em duplicata e originais (casela 16)


Se um indivíduo está sendo reexaminado para assegurar reprodutibilidade, então
o primeiro exame (original) recebe escore “1” e quaisquer outros exames
duplicatas subsequentes são codificados como 2, 3, 4, etc. na casela 16. Para todos
os exames duplicatas que foram feitos nos indivíduos, apenas os dados do
primeiro exame devem ser incluídos na análise do levantamento.

Nome
O nome da pessoa examinada deve ser escrito em letra de forma, começando pelo
sobrenome. Em alguns países a identificação nominal dos indivíduos participantes
de levantamentos não é permitida e, nestes casos, este campo não deve ser
preenchido.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 25

Data de nascimento (caselas 17 a 20)


Quando possível, o mês e ano do nascimento devem ser anotados para possíveis
checagens cruzadas.

Idade (caselas 21 e 22)


A idade registrada deve ser a do último aniversário (ou seja, mesmo que a criança
esteja para completar 13, a idade completada é 12). Se a idade for menos de 10
anos, o “0” deve ser colocado antes do número para completar o espaço na casela
21 (ou seja, 6 anos = 06). Nas comunidades onde a idade é normalmente expressa
de outra maneira, a conversão deve ser feita. Se a idade do indivíduo não for
conhecida, é necessário se fazer uma estimativa com base, por exemplo, no estágio
de erupção dentária, ou se for em adulto, nos principais eventos da comunidade.
Onde a idade for estimada, a forma como a estimativa foi feita deve ser relatada.

Sexo (casela 23)


Esta informação deve ser anotada na época do exame, porque nem sempre é
possível saber o sexo de uma pessoa apenas pelo nome. O código apropriado (1 =
masculino, 2 = feminino) deverá ser registrado na casela 23.

Grupo étnico (casela 24)


Em diferentes países, os grupos étnicos, bem como outros grupos, são identificados
de diferentes maneiras, como por exemplo pela área ou país de origem, raça, cor,
língua, religião ou tribo. As autoridades locais de saúde e educação deverão ser
consultadas antes de qualquer decisão sobre quais grupos étnicos serão
registrados. Quando isto for decidido, os grupos escolhidos deverão ser
codificados.
Nota: Os códigos 0 a 8 devem ser usados para identificar diferentes
subgrupos. Uma vez que freqüentemente não é possível identificar a origem étnica
da pessoa apenas pelo nome, esta informação deverá ser codificada e registrada,
no momento do exame, na casela 24.

Ocupação (casela 25)


Um sistema de códigos deve ser criado de acordo com os hábitos locais para
registrar os grupos de ocupação e o código adequado, registrado na casela 25.
Nota: Os códigos 0 a 8 devem ser usados para identificar diferentes
ocupações.

Localização geográfica (caselas 26 e 27)


As caselas 26 e 27 deverão ser utilizadas para anotar o local onde o exame foi
realizado. Isto possibilita a identificação (00 a 98) de até 99 localidades geográficas
(escolas, distritos, etc.). Deve ser preparada uma lista com cada localidade e seu
respectivo número de código. Normalmente, apenas uma pequena quantidade de
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 26

códigos é necessária. O código “99” deve ser escrito se esta informação não estiver
disponível.

Tipo de localidade (casela 28)


A casela 28 é destinada ao registro da informação sobre cada local estudado. O
objetivo da inclusão deste dado é obter informações gerais sobre a disponibilidade
de serviços em cada local do levantamento. Três códigos são usados:
1- Área urbana
2- Área periurbana (periferia): aqui se inclui áreas metropolitanas das
grandes cidades, que têm características similares a áreas rurais, ou seja,
pouca ou quase nenhuma ação de saúde e normalmente pouca
oportunidade de acesso aos serviços de saúde bucal.
3- Área rural ou pequenos povoados.

Outros dados (caselas 29 e 30)


Duas caselas - 29 e 30 - são deixadas para anotar outras informações sobre os
indivíduos examinados ou local do levantamento. Um sistema de informações tais
como tabagismo ou o hábito de mascar madeira (como a que se usa na África para
higienizar os dentes), condição de refugiados, o nível de fluoreto na água,
quantidade do consumo de açúcar entre outras coisas, pode ser anotado neste
espaço, pelo pesquisador, para o qual uma nova codificação deve ser criada. A
partir daí, torna-se possível sumarizar os resultados do levantamento de acordo
com os diferentes códigos anotados nas caselas.
Nota: Os códigos 0 a 8 podem ser usados nestas caselas.

Contra-indicação para o exame (casela 31)


Práticas locais devem ser levadas em consideração, para se estabelecer as condições
que contra-indicam a realização de qualquer etapa do exame o que geralmente
ocorre quando o exame pode trazer risco ou causar desconforto às pessoas
examinadas. Os examinadores devem usar do bom senso nestes casos.
Os seguintes códigos são então usados:
0 - Quando não há contra indicação.
1 - Contra indicado.

Avaliação Clínica
De forma a assegurar que todas as condições sejam detectadas e diagnosticadas,
recomenda-se que a avaliação clínica siga a ordem da ficha de avaliação.

Exame Extra-bucal (casela 32)


O exame extra-bucal deve ser realizado na seguinte seqüência:
(a) uma visão geral das áreas externas de pele (cabeça, pescoço, membros);
(b) superfície perioral externa (nariz, bochechas, queixo);
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 27

(c) gânglios linfáticos (cabeça, pescoço);


(d) partes cutâneas dos lábios superiores e inferiores;
(e) linha cutâneo-mucosa de lábio e comissuras;
(f) articulação têmporo-mandibular (ATM) e região da glândula parótida.

Os seguintes códigos e critérios devem ser usados:


0 - Aparência extra-bucal normal.
1 - Ulceração, feridas, erosões, fissuras - cabeça, pescoço, membros.
2 - Ulceração, feridas, erosões, fissuras - nariz, bochechas, queixo.
3 - Ulceração, feridas, erosões, fissuras - comissuras.
4 - Ulceração, feridas, erosões, fissuras - linha cutâneo-mucosa.
5 - Cancro bucal.
6 - Anormalidades dos lábios superiores e inferiores (p. ex. fendas).
7 – Gânglios linfáticos enfartados - cabeça, pescoço.
8 - Outras protuberâncias ou inchaços da face e mandíbula.
9 - Sem registro.

Avaliação da Articulação Têmporo-Mandibular (caselas 33 a 36)

Sintomas (casela 33). Os seguintes códigos e critérios devem ser usados:


0 - Sem sintomas.
1 - Ocorrência de estalido, dor, ou dificuldades de abertura ou fechamento da
mandíbula uma vez ou mais por semana.
9 - Sem registro.

Sinais (caselas 34 a 36). Os seguintes códigos e critérios devem ser usados:


0 - Sem sinais.
1 - Ocorrência de estalido, sensibilidade à palpação ou reduzida mobilidade
da mandíbula (abertura menor que 30 mm).
9 - Sem registro.
Estalido (casela 34) de uma ou ambas as articulações têmporo-mandibulares. O
estalido é avaliado diretamente através de um som agudo audível ou pela
palpação das articulações têmporo-mandibulares.
Sensibilidade à palpação (casela 35) dos músculos temporal anterior e/ou masseter em
um ou em ambos os lados. A sensibilidade deve ser avaliada pela palpação unilateral
com uma pressão firme exercida com dois dedos, e por duas vezes, na parte mais
volumosa do músculo. A sensibilidade é registrada somente se a palpação
provocar, espontaneamente, um reflexo de retirada.
Mobilidade reduzida da mandíbula - abertura menor que 30 mm (casela 36),
avaliada através da medida da distância entre as bordas incisais dos incisivos
centrais maxilares e mandibulares. Como um guia geral, em uma mandíbula
adulta, a mobilidade é considerada reduzida se o indivíduo estiver impossibilitado
de abrir sua boca a uma abertura correspondente a dois dedos.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 28

Mucosa Bucal (caselas 37 a 42)


Um exame da mucosa bucal, dos tecidos moles da boca e ao redor desta, deve ser
feito em cada indivíduo de forma meticulosa e sistemática obedecendo à seguinte
seqüência:
(a) Mucosa labial e sulco vestibular (superior e inferior).
(b) Porção labial das comissuras e mucosa bucal (direita e esquerda).
(c) Língua (superfícies dorsal e ventral, bordas).
(d) Assoalho da boca.
(e) Palatos duro e mole.
(f) Crista alveolar/gengiva (superior e inferior)
Podem ser usados um ou dois espelhos bucais ou ainda o cabo da sonda
periodontal para retrair os tecidos. As caselas 37 a 39 devem ser usadas para
registrar a ausência, presença, ou presença suspeita, das condições codificadas com
os números 1 a 7, descritos a seguir. Os examinadores devem tentar diagnosticar
estas condições e estar alertas para a sua presença durante o exame. O código 8
deve ser usado para registrar uma condição não mencionada na lista de códigos,
como por exemplo, leucoplasia pilosa ou sarcoma de Kaposi. Sempre que for
possível, o diagnóstico presumível deve ser especificado no espaço indicado.
Os códigos e critérios são:
0 - Nenhuma condição anormal.
1 - Tumor maligno (câncer bucal).
2 - Leucoplasia.
3 - Líquen plano.
4 - Úlceras (aftosas, herpéticas, traumáticas).
5 - Gengivite Necrosante Aguda.
6 - Candidíase.
7 - Abscesso.
8 - Outras condições (especificar se possível).
9 - Sem registro.
A localização principal da (s) lesão (ões) da mucosa bucal deve ser registrada
nas caselas 40 a 42 como descrito a seguir:
0 - Linha cutâneo-mucosa.
1 - Comissuras.
2 - Lábios.
3 - Sulcos.
4 - Mucosa bucal.
5 - Assoalho da boca.
6 - Língua.
7 - Palato duro e/ou mole.
8 - Crista alveolar/gengiva.
9 - Sem registro.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 29

Por exemplo, se a pessoa tem leucoplasia na mucosa bucal e também nas


comissuras, a codificação deve ser feita da seguinte maneira:

(37) 2 4 (40)
(38) 2 1 (41)
(39) (42)

Do mesmo modo, quando uma pessoa tem câncer bucal nas comissuras e no
lábio inferior, e ainda candidíase na língua, a codificação deve ser feita da seguinte
maneira:

(37) 1 1 (40)
(38) 1 2 (41)
(39) 6 6 (42)

Algumas das mais importantes condições patológicas que afetam a mucosa


bucal estão ilustradas nas fotografias ao final deste manual.

Opacidades/hipoplasias do esmalte (caselas 43 a 52)


Para esta verificação, é usado o índice modificado de Defeitos de Desenvolvimento
do Esmalte (Developmental Defects of Enamel - DDE) (2, 3). As anormalidades do
esmalte são classificadas com base em sua aparência. Elas variam de acordo com a
extensão, posição na superfície do dente e distribuição na dentição.
Os códigos e critérios utilizados são:
0 - Normal
1 - Opacidade delimitada. Quando, em um esmalte de espessura normal e com
uma superfície intacta, observa-se uma alteração na translucidez, em graus
variáveis. Possui um limite claro e distinguível do esmalte normal
adjacente e pode ser de cor branca, creme, amarela ou marron.
2 - Opacidade difusa. Tipo de anormalidade que também envolve uma
alteração na translucidez do esmalte, em graus variáveis e de cor branca.
Não há um limite claro entre o esmalte normal adjacente e a opacidade, a
qual pode se apresentar de forma linear ou como manchas esparsas ou
ainda tendo uma distribuição confluente.
3 - Hipoplasia. É um tipo de defeito que está associado a uma redução
localizada da espessura do esmalte. Pode ocorrer nas seguintes formas: (a)
fóssulas - simples ou múltiplas, rasas ou profundas, dispersas ou arranjadas
em linhas horizontais que atravessam a superfície do dente; (b) ranhuras -
simples ou múltiplas, estreitas ou largas (no máximo 2 mm); ou (c)
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 30

ausência completa ou parcial de esmalte sobre uma área considerável de


dentina. O esmalte afetado pode ser translúcido ou opaco.
4 - Outros defeitos.
5 - Opacidades difusas e delimitadas.
6 - Opacidade delimitada e hipoplasia.
7 - Opacidade difusa e hipoplasia.
8 - Todas as três condições
9 - Sem registro.
Fotografias com exemplos típicos de opacidades do esmalte e hipoplasias
estão na parte final deste manual.
Exame clínico. Dez dentes-índices devem ser examinados somente nas
superfícies vestibulares e codificados nas caselas 43 a 52. Se algum dente-índice
estiver ausente, a (s) casela (s) correspondente (s) deve (m) ficar em branco.

14 13 12 11 21 22 23 24
46 36

As superfícies vestibulares, ou seja, da borda incisal ou ponta cuspídica até a


gengiva, e da borda mesial até a distal, devem ser inspecionadas visualmente para
a detecção de defeitos e, se houver alguma dúvida, no caso de fissuras
hipoplásicas, por exemplo, estas devem ser checadas com a sonda periodontal para
confirmação de diagnóstico. O dente deve estar úmido ao ser examinado e
resíduos grosseiros de placa ou restos alimentares devem ser removidos.
Algumas áreas específicas de interesse na diferenciação entre opacidades de
esmalte e outras mudanças podem ser citadas: (a) mancha branca de cárie; e (b)
cristas esbranquiçadas em cúspides e margens de molares e pré-molares e,
ocasionalmente, de incisivos laterais.
Se houver alguma dúvida com relação à presença de anormalidade, a
superfície dentária deve ser codificada como "normal" (código 0). Da mesma
forma, uma superfície dentária com uma única anormalidade com menos de 1 mm
de diâmetro, deve ser codificada como "0". Alguma anormalidade que não possa
ser classificada prontamente em um dos três tipos básicos deve ser codificada
como "outros defeitos" (código 4). Um dente deve ser considerado como presente
quando qualquer parte já irrompeu à cavidade bucal e alguma anormalidade
presente na porção erupcionada possa ser registrada. Se mais de dois terços da
superfície dentária estiver restaurada, com cárie extensa ou fraturada, o dente não
deve ser examinado (código 9).
Nota: É de fundamental importância que, quando os examinadores forem
treinados e calibrados, indivíduos com uma variedade de opacidades/hipoplasias
do esmalte sejam incluídos no grupo que será examinado na fase de
treinamento/calibração.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 31

Fluorose dentária (casela 53)


As lesões fluoróticas são, em geral, bilateralmente simétricas e tendem a mostrar
um padrão estriado horizontal que atravessa o dente de lado a lado. Os pré-
molares e segundos molares são os mais freqüentemente afetados, seguidos pelos
incisivos superiores enquanto que os incisivos inferiores são os menos afetados.
O examinador deve perceber o padrão de distribuição de alguns defeitos e
decidir se eles são típicos de fluorose. Os defeitos qualificados nas categorias
"questionável" a "leve" (o que ocorre com maior freqüência) consistem em finas
linhas brancas ou manchas brancas esparsas, usualmente próximas da borda
incisal ou pontas de cúspide. Elas têm uma aparência de papel branco ou neve, o
que dá um aspecto semelhante a picos nevados que se diluem gradualmente no
esmalte adjacente.
Recomenda-se que os critérios do Índice de Dean (3) sejam usados. O registro
é feito com base nos dois dentes mais afetados. Se os dois dentes não estão
igualmente afetados, o escore para o menos afetado dos dois deve ser registrado.
Quando da classificação dos dentes, o examinador deve começar com o grau mais
alto do índice, ou seja, "severa", e ir eliminando cada escore até que se chegue à
condição presente. Se houver alguma dúvida, o menor escore deve ser
considerado.
Os códigos e critérios são os seguintes:
0 - Normal. A superfície do esmalte está lisa, brilhante e geralmente de
coloração branca ou creme clara.
1 - Questionável. O esmalte mostra discretas aberrações na translucidez, que
pode ir desde poucas pintas brancas até manchas ocasionais.
2 - Muito leve. Áreas pequenas opacas e esbranquiçadas distribuídas
irregularmente sobre o dente porém envolvendo menos de 25% da
superfície vestibular do dente.
3 - Leve. A opacidade esbranquiçada do esmalte dentário é mais extensa que a
do código 2, mas recobre menos de 50% da superfície dentária.
4 - Moderada. Toda a superfície do esmalte dentário mostra um pronunciado
desgaste e manchas marrons presentes produzem um aspecto
desfigurante.
5 - Severa. A superfície do esmalte está bastante afetada e a hipoplasia é tão
marcante que a forma geral do dente pode estar comprometida. Há áreas
fissuradas ou desgastadas e as manchas marrons estão generalizadas; o
dente, freqüentemente tem uma aparência corroída.
8 - Excluído. (p. ex. dente com coroa artificial)
9 - Sem registro.
Exemplos de classificações de fluorose dentária de acordo com os critérios do
índice de Dean e outras anormalidades do esmalte estão também ilustradas nas
fotografias.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 32

Índice Periodontal Comunitário (CPI) (caselas 54 a 59)

Indicadores. Três indicadores do estado periodontal são usados para este tipo
de avaliação: sangramento gengival, cálculo e bolsas periodontais.
Uma sonda leve e especialmente desenhada para verificação do CPI é
utilizada. Ela possui uma esfera de 0,5 mm na ponta e anéis marcadores às
distâncias de 8,5 e 11,5 mm da ponta da sonda.

Sextantes. A boca é dividida em sextantes definidos pelos seguintes dentes: 18


a 14, 13 a 23, 24 a 28, 38 a 34, 33 a 43 e 44 a 48. Cada sextante deve ser examinado
somente se estiverem presentes dois ou mais dentes e que não estejam indicados
para extração. (Nota: Isto substitui a instrução da edição anterior de que se deve
incluir um dente remanescente que seja único em um sextante para o sextante
adjacente.)

Dentes-Índices. Para adultos com 20 anos ou mais, os dentes a serem


examinados são:

17 16 11 26 27
47 46 31 36 37

Os dois molares de cada sextante posterior são registrados em pares e, se um


deles não está presente, não é substituído. Se nenhum dente-índice estiver presente
no sextante, todos os dentes deste sextante serão examinados e o mais alto escore é
registrado como o escore do sextante. Nestes casos, a superfície distal dos terceiros
molares não deve ser classificada.
Para indivíduos com menos de 20 anos, somente seis dentes são examinados -
16, 11, 26, 36, 31 e 46. Esta modificação é feita no sentido de evitar que sulcos
profundos decorrentes do processo eruptivo sejam classificados como bolsas
periodontais. Pela mesma razão, quando indivíduos com menos de 15 anos são
examinados, as bolsas não devem ser registradas, ou seja, somente sangramento
gengival e cálculo são considerados.

Exame das bolsas gengivais e cálculos. O dente-índice deve ser sondado, usando
a sonda como um instrumento "sensor" para determinar a profundidade da bolsa e
detectar cálculo subgengival e sangramento como resposta. A força utilizada não
deve ser maior que 20 gramas. Um teste prático para estabelecer esta força é
colocar a ponta da sonda sob o leito ungueal e pressionar até que ocorra uma leve
isquemia. Para detectar cálculo gengival, deve-se movimentar, com a menor força
possível, a ponta da sonda ao redor da superfície dentária.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 33

Quando a sonda é inserida, a ponta esférica deve seguir o desenho anatômico


da superfície da raiz dentária. Se o paciente referir dor durante a sondagem, é um
sinal indicativo de que a sonda está sendo usada com muita força.
A ponta da sonda deve ser inserida com leveza dentro do sulco gengival ou
bolsa e a extensão total do sulco ou bolsa deve ser explorada. Exemplificando, a
sonda é colocada dentro do sulco, na superfície disto-vestibular do segundo molar,
o mais perto possível do ponto de contato com o terceiro molar, mantendo a sonda
paralela ao longo eixo do dente. Em seguida, deve-se mover a sonda com
delicadeza, com pequenos movimentos de subida e descida, ao longo do sulco
vestibular ou bolsa, até a superfície mesial do segundo molar e, a partir da
superfície disto-vestibular do primeiro molar, segue em direção ao ponto de
contato com o pré-molar. O mesmo procedimento deve ser realizado para a
avaliação da superfície lingual, começando pela superfície disto-lingual do
segundo molar.

Exame e registro. O dente-índice, ou todos os dentes remanescentes num


sextante onde o dente-índice não esteja presente, devem ser sondados e o mais alto
escore é registrado na casela correspondente. Os códigos são:
0 - Hígido.
1 - Sangramento observado diretamente ou através do uso do espelho bucal,
após sondagem.
2 - Cálculo detectado durante a sondagem, mas com toda a área preta da
sonda permanecendo visível.
3 - Bolsa de 4 a 5 mm (margem gengival cobrindo, mas não totalmente, a área
preta da sonda).
4 - Bolsa de 6 mm ou mais (área preta da sonda não visível).
x - Sextante excluído (menos de dois dentes presentes).
9 - Sem registro.

Estes códigos estão ilustrados nas fotografias.

Perda de Inserção (caselas 60 a 65)

Informações sobre perda de inserção periodontal podem ser coletadas a partir dos
dentes-índices, com o propósito de se obter uma estimativa da destruição
cumulativa, ao longo da vida, do ligamento periodontal. Isto permite comparações
entre grupos populacionais, mas não tem a intenção de descrever a extensão total
da perda de inserção individualmente.
A forma mais segura de fazer o exame de perda de inserção em cada sextante
é registrar esta ocorrência imediatamente após o registro do escore do CPI para
aquele sextante em particular. Os maiores escores do CPI e de perda de inserção
podem, não necessariamente, serem encontrados no mesmo sextante.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 34

A perda de inserção não deve ser registrada para indivíduos com menos de
15 anos.

0 1 2 3 4

WHO 96219
Fig. 3. Exemplos de codificação de acordo com o Índice Periodontal Comunitário (CPI),
mostrando a posição da sonda.

A própria sondagem da profundidade das bolsas já fornece algum indicativo


da extensão da perda de inserção, entretanto, esta medida não é confiável quando
da presença de recessão gengival, ou seja, quando a junção cemento-esmalte (JCE)
está visível. Quando a JCE não está visível, e o mais alto escore de CPI para o
sextante é menor que 4 (bolsa com menos de 6 mm), a perda de inserção para este
sextante é estimada em menos de 4 mm (escore "0"). A extensão da perda de
inserção é registrada usando os seguintes códigos (veja Fig. 4):

0 - Perda de inserção de 0 a 3 mm (JCE não visível e escore de CPI 0 a 3).


Se a JCE não está visível e o escore CPI é 4, ou se a JCE está visível:
1 - Perda de inserção de 4 a 5 mm (JCE visível envolvendo a área preta da
sonda).
2 - Perda de inserção de 6 a 8 mm (JCE visível entre o limite superior da área
preta da sonda e a marca de 8,5 mm).
3 - Perda de inserção de 9 a 11 mm (JCE visível entre a marca de 8,5 e a de
11,5 mm).
4 - Perda de inserção de 12 mm ou mais (JCE visível ultrapassando a marca
de 11,5 mm da sonda).
x - Sextante excluído (menos de dois dentes presentes).
9 - Sem registro (JCE não está visível nem detectável).
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 35

0 0 1 2 3 4

WHO 96220
Fig. 4. Exemplos de codificação para perda de inserção com a sonda CPI.

Cárie dentária e necessidades de tratamento (caselas 66 a 161)

O exame para cárie dentária deve ser realizado com um espelho bucal plano.
Radiografias para detecção de cáries interproximais não são recomendadas em
virtude da impraticabilidade do uso do equipamento de raio-x em todas as
situações. Pelo mesmo motivo, também não é recomendado o uso de fibra óptica.
Muito embora se reconheça que estas duas formas de diagnóstico auxiliam e
reduzem a subestimação das necessidades de tratamento, a complicação extra e as
freqüentes objeções à exposição à radiação superam os benefícios que seriam
conseguidos.
Os examinadores devem adotar uma abordagem sistemática para a avaliação
da cárie dentária e das necessidades de tratamento. O exame deve ser realizado de
forma ordenada de um dente ou espaço dentário para o dente ou espaço adjacente.
Um dente deve ser considerado presente na boca quando alguma parte de sua
estrutura estiver visível. Se um dente permanente e um decíduo estão ocupando o
mesmo espaço, somente a condição do dente permanente deve ser registrada.

Cárie dentária. São utilizados letras e números para o registro da cárie


dentária. As caselas 66 a 97 são usadas para os dentes superiores e as caselas 114 a
145 para os dentes inferiores. As mesmas caselas são utilizadas para o registro dos
dentes decíduos e seus sucessores permanentes. Um dado deve ser colocado para
cada casela relativa à condição da coroa e da raiz. No caso de levantamento
somente em crianças, a condição da raiz não é avaliada, e o código "9" (sem
registro) deve ser colocado na casela correspondente à condição da raiz.
Nota: Recomenda-se um cuidado especial na detecção de restaurações
estéticas, de cor muito aproximada do dente, as quais são extremamente difíceis de
detectar.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 36

Os códigos para a condição da dentição permanente e decídua (coroa e raiz)


estão mostrados na tabela a seguir.

Código Condição
Dentes Dentes
Decíduos Permanentes
Coroa Coroa Raiz
A 0 0 Hígido
B 1 1 Cariado
C 2 2 Restaurado com cárie
D 3 3 Restaurado sem cárie
E 4 - Perdido por cárie
- 5 - Perdido por outras razões
F 6 - Selante
G 7 7 Apoio de ponte, coroa ou
faceta/implante
- 8 8 Dente não erupcionado
(coroa)/ raiz não exposta
T T - Trauma (fratura)
- 9 9 Sem registro

Os critérios de diagnóstico e sua codificação são os seguintes (os códigos para


dentição decídua estão entre parênteses):

0 (A) - Coroa hígida. Considera-se uma coroa hígida quando não há evidência
clínica de cárie, tratada ou não. Os estágios da cárie que precedem à
cavitação, bem como outras condições similares aos estágios precoces de
cárie, são excluídos em virtude de não ser possível se obter um diagnóstico
confiável. Deste modo, uma coroa que apresente os seguintes defeitos,
desde que na ausência de outros critérios positivos, deve ser registrada
como hígida:

- manchas esbranquiçadas;
- mudanças na coloração ou manchas rugosas que não cedam à pressão
quando sondadas com a sonda periodontal;
- fóssulas pigmentadas ou fissuras em que não se tenha sinais claros de
esmalte socavado, ou que apresente fundo ou paredes moles detectáveis
quando da sondagem;
- áreas pigmentadas duras, escuras e brilhantes de um esmalte com sinais de
fluorose moderada ou severa;
- lesões que, com base em sua história e distribuição, ou a partir do exame
visual táctil, parecem ser devidas à abrasão.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 37

Raiz hígida. Uma raiz é registrada como hígida quando está exposta e não
mostra sinais evidentes de cárie clínica, tratada ou não. (Coroas não
expostas devem ser codificadas como "8".)

1 (B) - Coroa cariada. Cárie é registrada como presente, quando uma lesão de fóssula
ou fissura ou de superfície lisa tem uma cavidade evidente, esmalte
socavado, ou um amolecimento detectável do assoalho ou das paredes. Um
dente com uma restauração temporária ou com selante (código 6 (F)), mas
que esteja também cariado, dever ser incluído nesta categoria. Em casos nos
quais a coroa está totalmente destruída pela cárie, mantendo apenas a raiz, a
cárie é registrada como originalmente pertencente à coroa e, portanto, deve
ser codificada somente como cárie de coroa. A sonda periodontal deve ser
usada para confirmar a evidência visual de cárie nas superfícies oclusal,
vestibular e lingual. Em caso de dúvida, não se registra presença de cárie.

Raiz cariada. Cárie é registrada como presente na raiz quando uma lesão se
apresenta mole ou com consistência de couro, quando da sondagem com a
sonda periodontal. Se a cárie de raiz está distinta da cárie de coroa, o que
requer um tratamento separado, deve ser registrada como cárie de raiz. Para
uma lesão de cárie única afetando a coroa e também a raiz, o local mais
provável que originou a lesão deve ser registrado como cariado. Quando
este discernimento não for possível, ambas, coroa e raiz, devem ser
registradas como cariadas.

2 (C) - Coroa restaurada com cárie. Uma coroa é considerada restaurada com cárie,
quando se detecta uma ou mais restaurações permanentes e uma ou mais
áreas com lesão de cárie. Nenhuma distinção deve ser feita entre cáries
primárias e secundárias (ou seja, o mesmo código deve ser aplicado se a
cárie tem ou não uma associação física com a (s) restauração (ões)).

Raiz restaurada com cárie. Uma raiz é considerada restaurada com cárie
quando uma ou mais restaurações, junto com uma ou mais áreas cariadas
estão presentes. Nenhuma distinção é feita entre cárie primária e
secundária.
No caso de restaurações envolvendo a coroa e a raiz, a definição do
local original da lesão se torna mais difícil. Para uma restauração
envolvendo coroa e raiz mas existindo, na raiz, uma cárie secundária, o local
mais provável da lesão original deve ser registrado como cariado. Do
mesmo modo que o critério anterior, quando não for possível se determinar
o local original da lesão, ambas, coroa e raiz, devem ser registradas como
restauradas com cárie.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 38

3 (D) - Coroa restaurada sem cárie. Uma coroa é considerada como restaurada sem
cárie quando uma ou mais restaurações estiverem presentes e não houver
nenhuma cárie visível na coroa. Um dente no qual tenha sido colocada uma
coroa artificial por causa de cárie, deve ser registrado nesta categoria. Por
outro lado, um dente que possua uma coroa artificial colocada por outras
razões deve ser registrada como apoio de ponte (código 7 (G)).

Raiz restaurada sem cárie. Uma raiz é considerada restaurada sem cárie
quando uma ou mais restaurações estiverem presentes e não houver
nenhuma cárie presente na raiz.
No caso de restaurações envolvendo a coroa e a raiz, a definição do
local original da lesão se torna mais difícil. Para uma restauração
envolvendo coroa e raiz mas existindo, na raiz, uma cárie secundária, o local
mais provável da lesão original deve ser registrado como cariado. Quando
não for possível se determinar o local original da lesão, ambas, coroa e raiz,
devem ser registradas como restauradas.

4 (E) - Perdido por cárie. Este código é usado para dentes permanentes ou decíduos
que tenham sido extraídos por causa de cárie e devem ser registrados
somente como condição da coroa. No caso dos dentes decíduos, o escore
perdido só deve ser assinalado se o indivíduo apresentar uma idade na qual
a exfoliação normal não seja suficiente para explicar a ausência do dente.
Nota: A condição da raiz de um dente que foi classificado como
perdido por cárie deve ser registrada como código "7" ou "9".
Em alguns grupos etários, torna-se difícil distinguir entre dente não
erupcionado (código 8) e dente perdido (códigos 4 ou 5). Para se estabelecer
um diagnóstico diferencial entre estas duas situações, deve-se ter um
conhecimento básico sobre o padrão de erupção dentária, observar a
aparência da crista alveolar no espaço dentário em questão e o padrão de
cárie de outros dentes da boca. O código 4 não deve ser usado para dentes
diagnosticados como perdidos por outras razões que não a cárie. Por
conveniência, quando se tem arcos totalmente desdentados, um único
código "4" deve ser colocado nas caselas 66 e 81 e/ou 114 e 129, com uma
linha interligando os dois números.

5 (-) - Dente permanente perdido por outras razões. Este código é utilizado para dentes
com ausência congênita, ou extraídos por razões ortodônticas, doença
periodontal, trauma etc. Da mesma forma que o código 4, duas entradas
para o código 5 devem ser colocadas e unidas por uma linha.
Nota: A condição da raiz para um dente registrado com o código 5
deve ser "7" ou "9".
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 39

6 (F) - Selante. Usado para dentes nos quais foi colocado um selante na superfície
oclusal ou para dentes que possuam uma restauração em resina colocada
após um alargamento das fissuras com brocas em forma de chama
(restauração preventiva). Se o dente com selante apresentar uma cárie, deve
ser codificado como "1" ou "B".

7 (G) - Apoio de ponte, coroa ou faceta. Este código é usado somente para condição da
coroa e indica que o dente faz parte de uma ponte fixa, ou seja, é um apoio
de ponte. Este código também pode ser usado para coroas artificiais
colocadas por outras razões que não a cárie e para facetas laminadas que
cobrem a face vestibular em um dente no qual não exista sinal evidente de
presença cárie ou de restauração.
Nota: Os dentes perdidos que estão substituídos pela ponte são
codificados como 4 ou 5, no item condição coronária, enquanto que a
condição da raiz é codificada como 9.

Implantes: Este código é usado no registro da situação da raiz para indicar


que um implante foi colocado como apoio de ponte fixa.

8 (-) - Coroa não erupcionada. Esta classificação é restrita à dentição permanente e


usada somente para o espaço dentário em que o dente permanente ainda
não erupcionou, mas sem o dente decíduo. Os dentes codificados como não
erupcionados são excluídos de todos os cálculos relativos a cárie dentária.
Esta categoria não inclui ausência congênita, ou dentes perdidos por trauma
etc. Para o diagnóstico diferencial entre perdidos e não erupcionados, veja
descrição do código 5.

Raiz não exposta. Este código indica que a superfície radicular não está
exposta, ou seja, não existe recessão gengival além da JCE.

T (T) - Trauma (fratura). Uma coroa é codificada como fraturada quando alguma de
suas superfícies foi perdida como resultado de trauma e não existe
evidência de cárie.

9 (-) - Sem registro. Este código é usado para qualquer dente permanente que não
pode ser examinado por alguma razão (por exemplo, bandas ortodônticas,
hipoplasia severa etc.)

No caso da condição da raiz, este código é usado para indicar que o dente
foi extraído ou quando a presença de cálculo impede o exame da raiz.

Necessidades de tratamento de cada dente individualmente. Os países apresentam


uma grande variação no que diz respeito à capacidade dos profissionais da área de
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 40

saúde bucal em equacionar as demandas por cuidados de saúde bucal, como


também com relação às atitudes profissionais e técnicas de tratamento
empregadas. Existe, portanto, uma grande variação nos diagnósticos de
examinadores em diferentes áreas e até mesmo numa mesma área, com relação à
necessidade de tratamento. Os examinadores via de regra usam seus próprios
critérios de julgamento quando tomam decisões sobre qual tipo de tratamento é o
mais apropriado, baseados no que seria o tratamento mais adequado para a média
dos indivíduos da comunidade ou país. Isto pode provocar um grande número do
escore "0", mesmo com o dente sendo diagnosticado com escores diferentes.
Mesmo assim, os dados de necessidade de tratamento são de grande valor a
nível local ou nacional pelo fato de fornecerem uma base para a estimativa do
pessoal requerido e custos de um programa de saúde bucal sob condições locais,
permitindo saber que níveis de demanda para estas necessidades devem ser
levados em conta.
As necessidades de tratamento devem ser avaliadas para o dente como um
todo, incluindo as cáries de coroa e de raiz. Imediatamente após o registro da
condição dentária e antes de se prosseguir com o exame do dente subsequente, o
tipo de tratamento requerido, se existir, deve ser registrado (caselas 98 a 113 e 146 a
161). Se nenhum tratamento é necessário, o código "0" deve ser colocado na casela
correspondente. (Se isto não for feito, será impossível se determinar, mais tarde
quando os dados estiverem sendo processados, se não existia necessidade de
tratamento ou se o examinador ou anotador não preencheu a casela.)

Os códigos e critérios utilizados para as necessidades de tratamento são os


seguintes:

0 - Nenhum (sem tratamento). Este código é registrado se uma coroa e uma raiz
estiverem hígidos, ou se ficou decidido que eles não devem receber nenhum
tratamento.

P - Cuidados preventivos e uso de cariostáticos

F - Selante de fóssulas e fissuras

1 - Restauração de uma face

2 - Restauração de uma ou mais faces

Um destes códigos, P, F, 1 ou 2 deve ser utilizado para indicar o tratamento


requerido para:

- tratamento inicial, cárie primária ou secundária;


Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 41

- tratamento de mudanças na coloração do dente, ou de defeitos de


desenvolvimento;
- tratamento de lesões resultantes de trauma, abrasão, erosão ou atrição;
- recolocação de restaurações e selantes insatisfatórios.

Um selante é considerado insatisfatório se uma perda parcial é suficiente para


expor a fissura, fóssula, ou superfície de dentina a qual, na opinião do
examinador, necessita ser selada.
Uma restauração é considerada insatisfatória se uma ou mais das seguintes
condições estiver presente:

• Uma margem deficiente em uma restauração que esteja com infiltração


dentinária ou que provavelmente irá permiti-la. A decisão se a margem está
deficiente ou não deve se basear no julgamento clínico do examinador,
auxiliado pela inserção da sonda periodontal na margem, ou pela presença
de manchas muito severas na estrutura do dente.
• Uma margem com sobre-contorno de uma restauração existente que causa uma
óbvia irritação local à gengiva a qual não pode ser removida pelo simples
recontorno da restauração.
• Uma fratura em uma restauração existente que pode causar ou permitir uma
infiltração dentinária.
• Mudanças na cor da restauração.

3 - Coroa por qualquer motivo.

4 - Facetas laminadas (podem ser recomendadas para propósitos estéticos).

5 - Tratamento pulpar e restauração. Este código é utilizado para indicar que o dente
provavelmente necessita de tratamento pulpar, antes da restauração ou coroa,
em virtude da profundidade e extensão da cárie, ou em razão de algum trauma.
Nota: A sonda nunca deve ser inserida na profundidade da cavidade para
confirmação da presença de uma possível exposição pulpar.

6 - Extração. Um dente é registrado como "indicado para extração", dependendo das


possibilidades de tratamento disponíveis, quando:

- a cárie destruiu o dente de modo que este é impossível ser restaurado;


- a doença periodontal evoluiu de tal maneira que deixou o dente com
mobilidade, dolorido e com perda de função e, pelo julgamento clínico do
examinador, não pode ter sua função restabelecida pelo tratamento
periodontal.
- o dente precisa ser extraído por razões protéticas; ou
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 42

- a extração é requerida por razões estéticas ou ortodônticas, ou ainda devido à


impactação.

7/8 - Necessidade de outros cuidados. O examinador deve especificar o tipo de


cuidado para os quais os códigos 7 e 8 devem ser utilizados. O uso destes dois
códigos deve se manter no mínimo possível.

9 - Sem registro.

Uso de prótese (caselas 162 e 163)

A presença de prótese deve ser registrada para cada maxilar (casela 162 para a
maxila e 163 para a mandíbula). Os seguintes códigos devem ser utilizados:

0 - Sem prótese.
1 - Prótese fixa.
2 - Mais de uma prótese fixa.
3 - Prótese parcial removível.
4 - Prótese fixa e removível.
5 - Prótese total.
9 - Sem registro.

Necessidade de prótese (caselas 164 e 165)

Também deve ser registrado para cada maxilar a partir de uma necessidade
percebida de prótese (casela 164 para a maxila e 165 para a mandíbula), de acordo
com os seguintes códigos:
0 - Sem necessidade de prótese.
1 - Necessidade de prótese fixa unitária (substituição de um dente apenas).
2 - Necessidade de prótese fixa ou removível múltipla.
3 - Necessidade de uma combinação de unitária e/ou múltipla.
4 - Necessidade de prótese total (substituição de todos os dentes).
9 - Sem registro.

Anormalidades dentofaciais (caselas 166 a 176)

Os critérios do Índice de Estética Dental (IED) (4) são usados. Recomenda-se que
este índice seja usado para os grupos etários nos quais não existam mais dentes
decíduos, geralmente a partir dos 12 anos (veja Anexo 2). Os códigos e critérios são
os seguintes:

Ausência de incisivo, canino e pré-molar (caselas 166 e 167). O número de


incisivos, caninos e pré-molares permanentes ausentes, nos arcos superior e
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 43

inferior, deve ser verificado. Isto pode ser feito pela contagem dos dentes
presentes, começando pelo segundo pré-molar direito indo até o segundo pré-
molar esquerdo. Devem estar presentes 10 dentes em cada arco, portanto, se
houver menos de 10, a diferença é o número de ausentes. O número de dentes
ausentes nos arcos superior e inferior deve ser registrado nas caselas 166 e 167 da
ficha padrão (casela 166 para o arco superior e 167 para o arco inferior). Deve ser
verificada a história da ausência de todos os dentes anteriores com a finalidade de
saber se extrações foram realmente feitas com finalidade estética. Os dentes não
devem ser registrados como ausentes se os espaços estão fechados, se um dente
decíduo está ainda na posição de seu sucessor que ainda não erupcionou, ou se um
incisivo, canino ou pré-molar ausentes tiverem sido substituídos por próteses fixas.

Apinhamento na região de incisivos (casela 168). A região dos incisivos dos arcos
superior e inferior deve ser examinada para verificação de apinhamentos. O
apinhamento na região dos incisivos é a condição na qual o espaço disponível
entre os caninos direito e esquerdo é insuficiente para acomodar todos os quatro
incisivos em um alinhamento normal. Os dentes em geral ficam rotacionados ou
colocados fora do alinhamento do arco. O apinhamento na região dos incisivos é
registrado como se segue:

0 - Sem apinhamento.
1 - Apenas uma região com apinhamento.
2 - Ambas as regiões com apinhamento.

Se houver alguma dúvida, o menor escore deve ser assinalado. O apinhamento não
deve ser registrado se os quatro incisivos estiverem alinhados apropriadamente
porém com um ou ambos os caninos situados fora de seu local original.

Espaçamentos na região dos incisivos (casela 169). A região dos incisivos dos
arcos superior e inferior deve ser examinada também para verificação de
espaçamentos. Quando medido na região de incisivos, espaçamento é a condição
na qual o total de espaço disponível entre os caninos direito e esquerdo excede o
requerido para acomodar todos os quatro incisivos em um alinhamento normal. Se
um ou mais incisivos tem uma superfície interproximal sem nenhum contato
interdentário, a região é registrada como apresentando espaçamento. O espaço de
uma exfoliação recente de um dente decíduo não deve ser registrada se estiver
claro que a substituição pelo dente permanente se dará em breve. O espaçamento
na região de incisivos é registrado como se segue:

0 - Sem espaçamento.
1 - Uma região com espaçamento.
2 - Ambas as regiões com espaçamento.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 44

Se houver alguma dúvida, o menor escore deve ser assinalado.

Diastema (casela 170). Um diastema na linha média é definido como o espaço,


em milímetros, entre os dois incisivos permanentes maxilares em posição normal
dos pontos de contato. Esta medida pode ser feita em qualquer nível entre as
superfícies mesiais dos incisivos centrais e deve ser registrado como o milímetro
inteiro mais próximo.

Desalinhamento maxilar anterior (casela 171). Desalinhamentos são mal-


posicionamentos e rotações em relação ao alinhamento normal dos dentes e devem
ser verificados pelo exame dos quatro incisivos do arco superior (maxila). O local
dos desalinhamentos entre dentes adjacentes é medido através da sonda
periodontal (Fig. 5). A ponta da sonda é colocada em contato com superfície
vestibular do dente que está posicionado mais lingualmente ou rotacionado,
enquanto a sonda é mantida no sentido paralelo ao plano oclusal e em ângulo reto
com a linha normal do arco. O desalinhamento em milímetros pode ser estimado
pelas marcas da sonda. Deve ser registrado o milímetro inteiro mais próximo.
Os desalinhamentos podem ocorrer com ou sem apinhamento. Se existe
espaço suficiente para todos os quatro incisivos em alinhamento normal, mas
somente alguns estão rotacionados ou fora do lugar, os desalinhamentos devem
ser registrados como descrito acima e, assim, a região não deve ser registrada como
apinhamento. Desalinhamentos na superfície distal dos incisivos laterais devem
também ser considerados, quando presentes.

Desalinhamento mandibular anterior (casela 172). A medida é feita da mesma


maneira do arco superior, exceto pelo fato de que é feita na mandíbula. O
desalinhamento entre dentes adjacentes no arco inferior é localizado e medido
como descrito anteriormente.

Overjet maxilar anterior (casela 173). É a medida da relação horizontal entre os


incisivos e deve ser feita com os dentes em oclusão cêntrica. A distância entre a
borda incisal-vestibular do incisivo superior mais proeminente e a superfície
vestibular do incisivo correspondente é medida com a sonda periodontal paralela
ao plano oclusal (Fig. 6). O overjet maxilar máximo é registrado pelo milímetro
inteiro mais próximo. Esta medida não deve ser obtida se todos os incisivos
superiores estiverem perdidos ou em mordida cruzada lingual. Se os incisivos
ocluirem topo a topo, o escore é zero.

Overjet mandibular anterior (casela 174). O overjet mandibular é registrado


quando algum incisivo inferior está protruído anteriormente ou vestibularmente
em relação ao incisivo superior oposto, ou seja, quando está em mordida cruzada.
O overjet mandibular máximo (protrusão mandibular), ou mordida cruzada, é
registrado pelo milímetro inteiro mais próximo. A medida é feita da mesma forma
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 45

que a do arco superior (veja Fig. 6). O overjet mandibular não deve ser registrado
se um incisivo inferior está rotacionado a tal ponto que uma parte da borda incisal
está em mordida cruzada (ou seja está localizada vestibularmente em relação ao
incisivo superior), mas a outra parte da borda incisal não está.

Mordida aberta vertical anterior (casela 175). Se é verificada uma ausência de


sobreposição vertical entre qualquer um dos pares de incisivos opostos (mordida
aberta), a medida desta deve ser estimada com a utilização da sonda periodontal.
A mordida aberta é então registrada pelo milímetro inteiro mais próximo (Fig. 7).

WHO 96221

Fig. 5. Medição dos desalinhamentos anteriores do arco maxilar com a sonda periodontal.

Relação molar ântero-posterior (casela 176). Esta avaliação é mais freqüentemente


baseada na relação dos primeiros molares permanentes superiores e inferiores. Se a
avaliação não puder ser feita com base nos primeiros molares porque um ou
ambos não estão presentes, não totalmente erupcionados, ou destruídos por causa
de cárie ou restaurações, a relação entre caninos e pré-molares deve ser avaliada.
Os lados direito e esquerdo são avaliados com os dentes em oclusão e somente o
maior desvio da relação molar normal é registrado (Fig. 8). Os seguintes códigos
são utilizados:

0 - Normal.
1 - Meia cúspide. O primeiro molar inferior está deslocado meia cúspide para
mesial ou para distal da relação oclusal normal.
2 - Cúspide inteira. O primeiro molar inferior está deslocado uma cúspide inteira
ou mais para a mesial ou distal da relação oclusal normal.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 46

WHO 96222
Overjet maxilar anterior Overjet mandibular anterior
(protrusão mandibular)

Fig. 6. Medição do overjet anterior maxilar e mandibular com a sonda periodontal.


WHO 96220

Fig. 7. Medição da mordida aberta vertical anterior com a sonda periodontal.


Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 47

Canino

ANTERIOR POSTERIOR

Canino

Normal (Código 0)

Código 1

Molar inferior está a meia cúspide Molar inferior está a meia cúspide
mesialmente de sua relação normal distalmente de sua relação normal

Código 2

Molar inferior está a uma cúspide ou mais Molar inferior está a uma cúspide ou mais
mesialmente de sua relação normal distalmente de sua relação normal

Fig. 8. Avaliação da relação molar ântero-posterior.

Necessidade de cuidados imediatos e referência (caselas 177 a 180)

É responsabilidade do examinador ou do chefe da equipe garantir que uma


referência a um serviço de saúde apropriado deva ser feita, quando necessária.
Há necessidade de cuidados imediatos se houver dor, infecção ou doença
grave, caso não seja feito o tratamento adequando dentro de um certo período de
tempo. Este período pode variar de poucos dias a um mês, dependendo da
disponibilidade dos serviços de saúde bucal. Exemplos destas condições que
requerem atenção imediata incluem abscesso periodontal e gengivite necrosante
aguda. Cáries extensas e abscessos alveolares crônicos podem também ser
registradas na casela 178.
Existem três caselas disponíveis para o registro da presença (código 1) das
seguintes condições:

- condição de risco de vida (câncer bucal ou lesões pré-cancerosas) ou outras


condições graves com clara manifestação bucal (casela 177);
- dor ou infecção que necessite de alívio imediato (casela 178);
- outras condições a serem especificadas (casela 179).
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Fichas de Avaliação Pág 48

Se o indivíduo é referido para tratamento, o código "1" deve ser registrado na


casela 180.
Os itens codificados nas caselas 177 a 180 não são mutuamente exclusivos;
diversos registros podem ser feitos quando mais de uma condição que requer
atenção imediata estiver presente.
Um espaço está disponível no rodapé da ficha para o examinador/anotador
anotar, para sua própria referência, qualquer informação adicional que possa ser
pertinente ao indivíduo que está sendo examinado.
Pág 49
FICHA DE AVALIAÇÃO DE SAÚDE BUCAL - OMS 1997
País
Deixar em branco Ano Mês Dia N0 Identificação Examinador Original/Duplicata

(1) (4) (5) (8) (9) (10) (11) (14) (15) (16)

INFORMAÇÕES GERAIS OUTROS DADOS


(Especificar descrição e códigos)
Nome
Ano Mês (29)

Data Nascimento Ocupação (28)


(17) (20) (30)
Localização Geográfica (26) (27) CONTRA-INDICAÇÕES
Idade em anos (21) (22)
Tipo deÉtnico
localidade PARA EXAME
Sexo (M=1, F=2) Grupo (28)
(23) Motivo (29)
1 = Urbano
2 = Periurbano
Grupo Étnico (24) 3 = Rural 0=Não
1=Sim

AVALIAÇÃO CLÍNICA
AVALIAÇÃO DA ARTICULAÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR
EXAME EXTRA-ORAL
0 = Aparência extra-oral normal
1 = Ulceração, feridas, erosões, fissuras SINTOMAS SINAIS
(cabeça, pescoço, membros)
2 = Ulceração, feridas, erosões, fissuras 0 = Não 0 = Não
1 = Sim 1 = Sim Estalido (34)
(nariz, bochechas, queixo)
3 = Ulceração, feridas, erosões, fissuras 9 = Sem registro 9 = Sem registro
(32)
(comissuras) Sensibilidade à palpação (35)
4 = Ulceração, feridas, erosões, fissuras (33)
(linha cutâneo-mucosa) Mobilidade reduzida da
5 = Cancro bucal mandíbula (abertura < 30 mm (36)
6 = Anormalidades dos lábios
7 = Linfonodos entumescidos (cabeça, pescoço)
8 = Outros inchaços da face e maxilares
9 = Sem registro

MUCOSA ORAL
CONDIÇÃO LOCALIZAÇÃO
0 = Sem anormalidades 0 = Linha cutâneo-mucosa
1 = Tumor maligno (câncer) (37) (40) 1 = Comissuras
2 = Leucoplasia 2 = Lábios
3 = Líquen plano 3 = Sulco
(38) (41)
4 = Úlcera (aftosa, herpética, traumática) 4 = Mucosa oral
5 = Gengivite Necrosante Aguda 5 = Assoalho da boca
6 = Candidíase (39) (42) 6 = Língua
7 = Abscesso 7 = Palato duro e/ou mole
8 = Outras condições (especificar, se possível) 8 = Crista alveolar/gengiva
9 = Sem registro 9 = Sem registro

OPACIDADE / HIPOPLASIA DO ESMALTE FLUOROSE DENTÁRIA


Dentes permanentes 14 13 12 11 21 22 23 24
0 = Normal 0 = Normal
1 = Opacidade delimitada (43) (50) 1 = Questionável
2 = Opacidade difusa 2 = Muito Leve
3 = Hipoplasia (51) (52) 3 = Leve
(53)
4 = Outros defeitos 36 4 = Moderada
46
5 = Opacidades difusas e delimitadas 5 = Severa
6 = Opacidades delimitadas e hipoplasia 8 = Excluído
7 = Opacidades difusas e hipoplasia 9 = Sem registro
8 = Todas as três condições
9 = Sem registro

ÍNDICE PERIODONTAL COMUNITÁRIO (CPI) PERDA DE INSERÇÃO *


0 = Hígido 0 = 0-3 mm
1 = Sangramento 17/16 11 26/27 1 = 4-5 mm (junção cemento-esmalte (JCE) 17/16 11 26/27
2 = Cálculo dentro da faixa preta)
3* = Bolsa de 4-5 mm (faixa preta da sonda (54) (56) 2 = 6-8 mm (JCE entre o limite superior da (60) (62)
parcialmente visível) faixa preta e a marca de 8,5 mm)
4* = Bolsa de 6 mm ou mais (faixa preta da (57) (59) 3 = 9-11 mm (JCE entre as marcas 8,5 (63) (65)
sonda não visível) 47/46 31 36/37 e 11,5 mm) 47/46 31 36/37
x = Sextante excluído 4 = 12 mm ou mais (JCE acima da marca 11,5)
9 = Sem registro x = Sextante excluído
9 = Sem registro
* Não registrar em idades abaixo de 15 anos
* Não registrar em idades abaixo de 15 anos
Pág 50
N0 Identificação
CONDIÇÃO DENTAL E NECESSIDADE DE TRATAMENTO

55 54 53 52 51 61 62 63 64 65
Dentes Dentes
18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28 Decíduos Permanentes
Coroa Coroa Raiz CONDIÇÃO TRATAMENTO
Coroa (66) (81) A 0 0 Sadio 0 = Nenhum
B 1 1 Cariado P = Cuidado preventivo/
Raiz (82) (97) cariostático
C 2 2 Restaurado com cárie
Trat. (98) (113) D 3 3 Restaurado sem cárie F = Selante
E 4 - Perdido por cárie 1 = Restauração 1 face
- 5 - Perdido outras razões 2 = Restauração 2 ou
F 6 - Selante mais faces
85 84 83 82 81 71 72 73 74 75
G 7 7 Apoio de ponte, coroa 3 = Coroa por qualquer
48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38 motivo
ou faceta/implante
- 8 8 Dente não erupcionado 4 = Faceta laminada
Coroa (114) (129) (coroa)/raiz não exposta 5 = Tratamento pulpar
e restauração
Raiz (130) (145) T T - Trauma (fratura)
6 = Extração
- 9 9 Sem registro
7 = Outros cuidados
Trat. (146) (161)
......................................
8 = Outros cuidados
......................................
9 = Sem registro

USO DE PRÓTESE Sup Inf NECESSIDADE DE PRÓTESE Sup Inf


0 = Sem prótese (162) (163) (164) (165)
0 = Sem necessidade de prótese
1 = Prótese fixa
1 = Prótese fixa unitária
2 = Mais de uma prótese fixa
2 = Prótese fixa ou removível unitária e/ou múltipla
3 = Prótese parcial removível
3 = Combinação de prótese fixa e/ou removível unitária e/ou múltipla
4 = Prótese fixa e removível
4 = Prótese total
5 = Prótese total
9 = Sem registro
9 = Sem registro

ANORMALIDADES DENTOFACIAIS

DENTIÇÃO

(166) (167) Ausência de incisivo, canino e pré-molar - maxilar e mandibular - entre com o número de dentes

ESPAÇO

(168) (169) (170) (171) (172)


Apinhamento na Espaçamento na Diastema em Desalinhamento Desalinhamento
região de incisivos região de incisivos milímetros maxilar anterior mandibular
em mm anterior em mm
0 = Sem apinhamento 0 = Sem espaçamento
1 = Uma região com apinhamento 1 = Uma região com espaçamento
2 = Duas regiões com apinhamento 2 = Duas regiões com espaçamento

OCLUSÃO

(173) (174) (175) (176)


Overjet maxilar Overjet mandibular Mordida aberta Relação molar
anterior em mm anterior em mm vertical anterior ântero-posterior
em mm 0 = Normal
1 = Meia cúspide
2 = Cúspide inteira

NECESSIDADE DE CUIDADOS IMEDIATOS


Encaminhamento para tratamento
Condição de risco de vida (177) 0 = Ausência 0 = Não
1 = Presença 1 = Sim
Dor ou infecção (178) 9 = Sem registro 9 = Sem registro (180)

Outras condições (179)

ANOTAÇÕES
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Obtendo assessoria da OMS Pág 51

6. Obtendo assessoria da OMS


Uma vez que a OMS considera de suma importância os levantamentos
epidemiológicos básicos de saúde bucal, ela se compromete a ajudar na assessoria,
sempre que possível, quer seja diretamente ou através de seus centros
colaboradores.

Assessoria pré-levantamento.

A OMS dispõe-se a fornecer assessoria no planejamento do levantamento, em


particular na orientação do plano amostral e do emprego da ficha padronizada de
avaliação de saúde bucal. Esta assessoria objetiva incentivar a uniformização dos
métodos de levantamentos epidemiológicos e colaborar com os pesquisadores no
desenvolvimento dos objetivos e do planejamento do levantamento para
atenderem suas necessidades específicas.
Antes de solicitar a assessoria da OMS, o pesquisador deverá discutir o
levantamento e o planejamento proposto com colegas experientes nas áreas de
educação e de saúde, de modo que estas áreas de importância e interesse não sejam
negligenciadas ou esquecidas. Quando da solicitação da assessoria pré-
levantamento, frente à OMS, o pesquisador deverá requerê-la munido das
seguintes informações:

• Nome e endereço do pesquisador principal.


• Área (s) ou região (ões) do levantamento
• Estimativa da população total, número ou percentual da população em
idade escolar e número ou percentual desta que está na escola.
• Estimativa dos níveis de cárie, doença periodontal e outras condições de
saúde bucal para as idades consideradas e dados de levantamentos
anteriores, se disponíveis.
• Subgrupos importantes ou divisões dentro da população, incluindo a
proporção entre as populações urbana e rural, grupos étnicos e nível sócio-
econômico.

A assessoria no treinamento e calibração podem, a depender das


circunstâncias, serem também oferecidas pela OMS.
Um epidemiologista experiente, com treinamento na metodologia
recomendada para levantamento básico de saúde bucal, deve ser designado para
proceder ao treinamento e calibração como instrutor e examinador padrão.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Obtendo assessoria da OMS Pág 52

Assessoria pós-levantamento.

Desde que combinado com antecedência, a OMS está preparada para assessorar a
sumarização e análise dos dados relativos aos procedimentos descritos neste
manual, desde que tenham sido usadas as fichas padronizadas com os códigos
recomendados. Os dados devem ser gravados em disquete, utilizando o programa
de banco de dados fornecido pela OMS.
A análise será realizada utilizando-se um programa de computador
padronizado, que produzirá as tabelas básicas (ver Anexo 1). Os dados
sumarizados serão sistematicamente incluídos no Banco de Dados Global de Saúde
Bucal da OMS (Global Oral Data Bank - GODB).
Para os pesquisadores que não têm acesso a computadores, a OMS pode
providenciar uma assessoria a partir de seus centros colaboradores. Esta solicitação
deve ser feita antes da realização do levantamento.
Convém ressaltar que, embora a OMS contribua no planejamento e na análise
dos dados, é responsabilidade do pesquisador obter a permissão das autoridades
responsáveis para a realização do levantamento. É condição fundamental que o
pesquisador, em não sendo residente no local do levantamento, seja comunidade
ou país, obtenha permissão das autoridades locais (ver página 10).
A OMS não tem medido esforços no sentido de aperfeiçoar cada vez mais
sua metodologia para levantamentos em saúde bucal. Assim, seria interessante se
os pesquisadores dessem um retorno de suas experiências com a metodologia da
OMS, enviando correspondência para: WHO (World Health Organization), 1211,
Genebra, 27, Suíça.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Procedimentos posteriores Pág 53

7. Procedimentos Posteriores e Preparo do Relatório


do Levantamento.
Remessa das fichas para análise

É de fundamental importância que as fichas preenchidas sejam fotocopiadas e


guardadas separadamente evitando-se assim problemas com eventual extravio.
Quando não for possível a fotocopiagem das fichas, então devem ser feitas cópias
com papel carbono no ato do exame.
Ao fim de cada dia de levantamento o coordenador deve assegurar que todas
as fichas estejam organizadas em ordem numérica (pelo número de registro) para
facilitar a checagem. Não é necessário organizar as fichas por localização ou grupo
etário, pois isto será feito pelo computador.
Quando os dados precisarem ser analisados localmente, sem assessoria da
OMS o coordenador deve providenciar a remessa das fichas para um centro de
computação apropriado. Se algum meio de transporte estiver disponível as fichas
preenchidas devem ser empacotadas e despachadas pelo correio ou serem
enviadas a um centro de análise ao fim de cada dia ou de cada semana de trabalho.
Neste caso o risco de perda de todos os dados do levantamento é sensivelmente
reduzido. Estes pacotes devem ser acondicionados com segurança e etiquetados
com clareza de forma que as fichas não se percam, danifiquem ou se misturem
durante o percurso.
Se algum tipo de classificação tiver sido feito nos dados a serem analisados
pela OMS, os mesmos devem ser gravados em um disquete (ver capítulo 6). As
folhas resumo do levantamento (ver Anexo 3) devem ser preenchidas em duas
vias, sendo que uma cópia fica com o coordenador e a outra é incluída com os
disquetes a serem despachados para processamento. Desde que avisada com
antecedência a OMS pode providenciar assessoria no processamento dos dados
através dos seus centros colaboradores. Neste caso, as fichas preenchidas devem
ser enviadas à OMS junto com uma cópia das folhas resumos do levantamento.

Preparo do relatório do levantamento

O relatório do levantamento comumente deve conter as seguintes informações:

(a) Definição dos objetivos do levantamento

Deve-se incluir uma descrição clara e sucinta dos objetivos do levantamento e da


utilização dos resultados.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Procedimentos posteriores Pág 54

(b) Materiais e Métodos

Neste tópico deve-se incluir o seguinte:


Área e população estudada. É necessária uma descrição geral da região geográfica e
da população examinada.
Natureza da informação coletada e métodos empregados. É necessária uma descrição do
tipo de informação obtida e os métodos usados para as coletas de dados, por
exemplo: questionário, entrevista ou exame clínico. É também essencial indicar o
ano em que os dados foram coletados. Se for feita referência aos métodos
mencionados neste manual, não é necessário descrever o exame clínico com
detalhe.
Método de amostragem. Deve ser dado uma explicação do método de amostragem
empregado, do tamanho da amostra total e sub-amostras, e até que ponto ela é
representativa da população estudada. O número e a descrição das pessoas que
foram selecionadas para a amostra, mas que não foram examinadas, bem como
outros problemas ocorridos com a amostragem devem ser mencionados.
Organização do pessoal e área física. É desejável se ter informações da descrição do
espaço físico nos locais de exame, do equipamento usado e da organização,
treinamento e experiência do pessoal empregado na coleta, processamento e
tabulação dos dados. A forma empregada para padronização e calibração dos
examinadores, bem como a avaliação da consistência dos examinadores durante o
andamento do levantamento, devem ser descritos.
Análise estatística e procedimento de computação. Os métodos estatísticos usados na
compilação das tabelas de resumo final devem ser descritos resumidamente ou
citados na referência. Pode-se, por exemplo, fazer referências aos métodos
descritos neste manual, onde for apropriado.
Análise de custo. Informações à respeito das despesas com o levantamento são
importantes. O relatório dos custos de planejamento, calibração dos examinadores,
trabalho de campo, supervisão, análises estatísticas, salários e despesas gerais
facilitam a avaliação crítica dos métodos de pesquisa e fornecem dados econômicos
úteis.
Confiabilidade e reprodutibilidade dos resultados. É importante incluir os dados à
respeito da variabilidade ocorrida inter e intra examinadores, verificada pela
calibração dos examinadores antes do levantamento e pelos exames em duplicata
efetuados durante sua realização. Esta informação fornece, ao planejador da área e
ao leitor do relatório, uma indicação do grau de erro do examinador que se pode
aplicar a qualquer resultado.

(c) Resultados

Os resultados podem ser apresentados de várias formas, sendo que a brevidade


deve ser valorizada. O texto deve conter uma curta descrição dos resultados mais
importantes e tabelas resumo.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Procedimentos posteriores Pág 55

Algumas figuras - histogramas, gráficos em barras ou de setores podem ser


usados para ilustração de pontos obscuros na explicação do texto e de dados que
não estejam facilmente visualizados nas tabelas. Uma regra tanto para as figuras e
tabelas é que estas devem ter legendas claras e serem auto-explicativas.
As tabelas-resumo básicas fornecidas pela OMS referem-se aos programas
padrões para as duas áreas principais: condições de saúde bucal e necessidades de
tratamento da população.

(d) Discussão e Conclusões.

Os resultados do levantamento devem ser discutidos sob dois aspectos:


• A condição de saúde bucal da população deve ser comparada com os dados
dos levantamentos anteriores realizados na mesma população; caso tais
dados não estejam disponíveis, a comparação deve ser realizada com
resultados de levantamento efetuados em populações similares ou vizinhas.
• As necessidades de tratamento da população examinada devem ser relatadas
junto com uma breve discussão dos diferentes tipos de tratamento possíveis,
e suas implicações para o futuro estado de saúde bucal da população.

(e) Sumário ou Resumo

É necessário um breve sumário do relatório, em tamanho apropriado, para ser


usado como “abstract”. O resumo deve conter: objetivos do estudo, o número de
pessoas examinadas e alguns dos mais importantes resultados encontrados para
cárie e doença periodontal em dois ou três grupos etários. Por exemplo: percentual
de indivíduos afetados pela cárie e o percentual de indivíduos com sangramento
e/ou cálculo e bolsa periodontal. Alguns resultados incomuns ou inesperados
devem ser mencionados.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Referências Bibliográficas Pág 56

Referências Bibliográficas
1. WHO Expert Group on Equipment and Materials for Oral Care (EGEMOC). The
periodontal probe for use with the community periodontal index of
treatment needs (CPITN). Geneva, World Health Organization, 1990
(unpublished document WHO/ORH/EGEMOC/CPITN/1990; available on
request from Oral Health, World Health Organization, 1211 Geneva 27,
Switzerland).
2. FDI Comission on Oral Health, Research and Epidemiology. A review of the
developmental defects of enamel index (DDE index). International Dental
Journal, 1992, 42: 411-426.
3. DEAN, HT. The investigation of physiological effects by the epidemiological
method. In: MOULTON, FR, ed. Fluoride and dental health. Washington, DC,
American Association for Advancement of Science, 1942 (Publication No.
19): 23-31.
4. CONS. N.C., JENNY, J., KOHOUT, F.J. DAI: the Dental Aesthetic Index. Iowa City,
IA, Iowa College of Dentistry, University of Iowa, 1986.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Anexo 1 Pág 57

Anexo 1

Tabelas preparadas a partir dos dados do levantamento

As seguintes tabelas descritivas podem ser montadas a partir do programa padrão


da OMS a partir dos dados coletados no levantamento. Os resultados devem ser
relativos à amostra total e aos subgrupos, se for o caso. Eles serão tabulados
separadamente para cada idade até os 19 anos e a partir desta, para os grupos
etários: 20 a 24, 25 a 29, 30 a 34, 35 a 44, 45 a 54, 55 a 64 e 65 ou mais. Existe ainda a
opção de se utilizar um grupo etário de 15 a 19 anos e a análise de cada idade,
neste caso, fica somente até os 14 anos.

Informações gerais

Tabela 1: Distribuição da amostra total por idade ou grupo etário


Tabela 2: Distribuição da amostra total por grupo étnico
Tabela 3: Distribuição da amostra total por ocupação
Tabela 4: Distribuição da amostra total por área geográfica
Tabela 5: Distribuição da amostra total por tipo de localidade
Tabela 6: Outros dados - número de indivíduos por código (caselas 29 e 30).
Tabela 7: Número e percentual de indivíduos contra-indicados para exame.

Avaliação clínica

Tabela 8: Número e percentual de indivíduos com aparência extra-bucal normal;


número e percentual de indivíduos com ulceração, feridas, erosões ou
fissuras localizadas; número e percentual de indivíduos com cancro
bucal, anormalidades nos lábios superiores e inferiores, nódulos linfáticos
enfartados (cabeça e pescoço), ou outros tumores da face e maxilares.
Tabela 9: Número e percentual de indivíduos com estalido, dor, ou dificuldades na
abertura e fechamento da mandíbula uma vez ou mais por semana.
Tabela 10: Número e percentual de indivíduos com estalido, sensibilidade ‘a
palpação ou dificuldade de abertura bucal (abertura < 30 mm).
Tabela 11: Número e percentual de indivíduos com mucosa bucal normal; número
e percentual de indivíduos com tumores malignos (câncer bucal)
leucoplasia, líquen plano, úlceras (aftosas, herpéticas, traumáticas),
gengivite necrosante aguda, candidíase, abscessos, ou outras condições.
Tabela 12: Número e percentual de indivíduos com tumor maligno (câncer bucal),
leucoplasia, líquen plano, úlceras (aftosas, herpéticas e traumáticas),
gengivite necrosante aguda, candidíase, abscessos ou outras condições,
de acordo com a localização.
Tabela 13: Tabulação das condições da mucosa bucal, de acordo com localização.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Anexo 1 Pág 58

Tabela 14: Número e percentual de indivíduos com opacidades ou hipoplasia no


esmalte, de acordo com a condição e número de dentes afetados.
Tabela 15: Número e percentual de indivíduos com fluorose dentária, de acordo
com o grau de severidade.
Tabela 16: Percentual de indivíduos com saúde periodontal; percentual de
indivíduos somente com sangramento gengival, percentual de indivíduos
com cálculo; percentual de indivíduos com bolsas periodontais rasas (4 a
5 mm); percentual de indivíduos com bolsas periodontais profundas (=
6mm).
Tabela 17: Número médio de sextantes com periodonto sadio, sangramento,
cálculo, bolsas rasas, bolsas profundas e sextantes excluídos do exame.
Tabela 18: Número e percentual de indivíduos com perda de inserção, de acordo
com o pior escore.
Tabela 19: Número médio de sextantes com perda de inserção, de acordo com
escore; número médio de sextantes excluídos do exame e número médio
de sextantes não registrados.
Tabela 20: Número e percentual de indivíduos com presença e ausência de dentes
naturais.
Tabela 21: Número médio de dentes decíduos presentes por indivíduo.
Tabela 22: Número e percentual de indivíduos com cárie em dentes decíduos;
número e percentual de indivíduos com dentes decíduos com cáries não
tratadas; número e percentual de pacientes com ceo 4 igual ou maior a 4.
Tabela 23: Número médio de dentes decíduos cariados, por indivíduo; número
médio de dentes decíduos obturados com cárie, por indivíduo; número
médio de dentes decíduos obturados, por indivíduo; número médio de
dentes decíduos perdidos, por indivíduo; número médio do ceo, por
indivíduo.
Tabela 24: Número médio de dentes permanentes por indivíduo.
Tabela 25: Número e percentual de indivíduos que têm ou tiveram cárie na
dentição permanente; número e percentual de indivíduos com cárie não
tratada; número e percentual de indivíduos com CPO 5 igual ou maior a
4.
Tabela 26: Número médio de dentes permanentes cariados, por indivíduo; número
médio de dentes permanentes obturados com cárie, por indivíduo;
número médio de dentes permanentes obturados, por indivíduo; número
médio de dentes permanentes perdidos, por indivíduo; número médio do
CPO, por indivíduo.
Tabela 27: Número e percentual de indivíduos com cárie de raiz.
Tabela 28: Número médio de dentes com cárie de raiz, por indivíduo.
Tabela 29: Número e percentual de indivíduos com cárie de coroa e/ou de raiz.

4 ceo = dentes cariados, perdidos e obturados na dentição decídua


5 CPO = dentes cariados, perdidos e obturados na dentição permanente
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Anexo 1 Pág 59

Tabela 30: Número médio de dentes, por indivíduo, com cárie de coroa e/ou de
raiz.
Tabela 31: Número e percentual de indivíduos que necessitam de cuidados
preventivos, uso de cariostáticos, selantes, restaurações, coroa artificial,
faceta laminada, terapia pulpar, extração ou outros tratamentos.
Tabela 32: Número médio de dentes, por indivíduo, que necessitam de cuidados
preventivos, uso de cariostáticos, selantes, restaurações, coroa artificial,
faceta laminada, terapia pulpar, extração ou outros tratamentos.
Tabela 33: Número e percentual de indivíduos com próteses, de acordo com o tipo
e localização (maxilar).
Tabela 34: Número e percentual de indivíduos com necessidade de prótese de
acordo com o tipo e localização (maxilar).
Tabela 35: Percentual de indivíduos com ausência de incisivos, caninos e pré-
molares.
Tabela 36: Percentual de indivíduos com apinhamento, espaçamento, diastema ou
desalinhamentos anteriores maxilares ou mandibulares.
Tabela 37: Percentual de indivíduos com overjet maxilar anterior, overjet
mandibular anterior, mordida aberta vertical anterior, ou relação molar
ântero-posterior.
Tabela 38: Percentual de indivíduos com anormalidades dentofaciais, de acordo
com nível de severidade.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Anexo 2 Pág 60

Anexo 2

Instruções para cálculos estatísticos e análise dos dados

Avaliação da reprodutibilidade

A consistência intra e inter-examinador pode ser avaliada de várias formas. Pode


ser feita, simplesmente, a partir da verificação do percentual de concordância entre
escores, ou seja, o percentual de indivíduos que foram classificados sob um mesmo
escore, por dois examinadores diferentes. Entretanto, no caso da cárie dentária, se a
prevalência é baixa, este método não fornece uma medida acurada da
reprodutibilidade. Assim, uma forma mais segura de avaliar a concordância entre
examinadores é a estatística kappa (1). Esta estatística relaciona a medida de
concordância encontrada com o grau de concordância que seria devido ao acaso. O
kappa pode ser calculado a conforme a tabela a seguir:

Examinador 2 Examinador 1
Hígido Cariado Total
Hígido a c a+c
Cariado b d b+d
Total a+b c+d a + b + c + d (=1)
a = proporção de dentes em que ambos os examinadores concordaram que está
hígido.
b = proporção de dentes em que o examinador 1 considera como hígido e o
examinador 2 considera como cariado.
c = proporção de dentes em que o examinador 1 considera como cariado e o
examinador 1 considera como hígido.
d = proporção de dentes em que ambos os examinadores concordaram que está
cariado.

A fórmula é:

Po − Pe
χ=
1 − Pe

Onde:
Po = Proporção da concordância observada, ou seja (a + d);
Pe = Proporção da concordância esperada, ou seja, devida ao acaso (a + c) x (a
+ b) para dentes hígidos e (b + d) x (c + d) para dentes cariados.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Anexo 2 Pág 61

Então

(a + c) × (a + b) × (b + d) × (c + d)
Pe =
(a + b + c + d) 2

Quando existe uma concordância total, χ = 1. Quando há uma total


discordância, isto é a + d = 0, então χ = 0. Um escore maior ou igual a 0,8 indica
uma boa concordância, de 0,6 a 0,8, uma concordância substancial e 0,4 a 0,6 uma
concordância moderada (3).

Índice CPO-D (Dentes Cariados, Perdidos e Obturados)

O Índice CPO-D pode ser calculado a partir das informações constantes nas caselas
66 a 97 e 114 a 145. O componente cariado (C) é composto pelos dentes codificados
como 1 ou 2. O componente perdido (P) compreende os dentes com código 4
(perdido por cárie) em indivíduos com menos de 30 anos de idade, e dentes
codificados como 4 ou 5 (perdido por cárie e por outras razões) para indivíduos
com 30 anos ou mais. O componente obturado é composto de dentes com código 3.
A base para o cálculo do CPO-D é 32, ou seja, todos os dentes permanentes,
inclusive o terceiro molar. Os dentes com código 6 (selante) ou 7 (apoio de ponte,
coroa artificial ou faceta/implante) não são incluídos no cálculo do CPO-D.

Análise dos dados coletados de anormalidades dentofaciais

A coleta dos dados de acordo com os critérios do Índice de Estética Dental (IED)
permite que a análise seja feita para cada componente em separado ou agrupados
em anormalidades da dentição, espaçamentos e oclusão. É também possível
calcular os escores do IED usando a equação de regressão do índice, por meio do
qual os componentes do IED avaliados são multiplicados por seus respectivos
coeficientes de regressão, sendo o produto, então, adicionado à constante da
equação de regressão. A soma resultante é o escore IED (4).
A equação de regressão usada para calcular o escore IED é a seguinte 6:

(dentes ausentes visíveis x 6) + (apinhamento) + (espaçamento) + (diastema x


3) + (desalinhamento maxilar anterior) + (desalinhamento mandibular
anterior) + (overjet maxilar anterior x 4) + (overjet mandibular anterior x 4) +
(mordida aberta vertical anterior x 4) + (relação molar ântero-posterior x 3) +
13

6 Nota: Os coeficientes de regressão devem ser arredondados para o número inteiro mais próximo.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Anexo 2 Pág 62

A severidade da má-oclusão dentro da população é classificada com base no


escore IED como mostrado na tabela a seguir.

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0 20 30 40 50 60
Padrão
Escore IED Escore
Máximo Mínimo

Fig. A1. Distribuição dos escores IED (Fonte: referência 4, usada sob permissão)

Severidade da má-oclusão Indicação de tratamento 7 Escore IED


Sem anormalidade ou má- Nenhuma ou pouca necessidade < 25
oclusão leve
Má-oclusão definida Eletivo 26 a 30
Má-oclusão severa Altamente desejável 31 a 35
Má-oclusão muito severa ou Imprescindível > 36
incapacitante

7 Estas indicações de tratamento devem servir somente como um guia. Os administradores da área
de saúde devem determinar as prioridades de tratamento pelo ajuste da distribuição padrão dos
escores IED de acordo com suas respectivas percentagens cumulativas (Fig. A1). As decisões que
deverão determinar as indicações de tratamento podem ser modificadas de acordo com as
condições locais e disponibilidade de recursos.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Anexo 2 Pág 63

Referências

1. COHEN, J.A. Coefficient of agreement for nominal scales. Educational and


psychological measurement., v. 20, p. 37-46. 1960.

2. BULMAN, J.S. OSBORNE, J.F. Measuring diagnostic consistence. Britsh Dental


Journal. v. 166, p. 377-81. 1989.

3. LANDIS, J.R., KOCK, G.G. The measurement of observer agreement for categorical
data. Biometrics. v. 33, p. 159-74. 1977.

4. CONS. N.C., JENNY, J., KOHOUT, F.J. DAI: the Dental Aesthetic Index. Iowa City,
IA, Iowa College of Dentistry, University of Iowa, 1986.
Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal - Anexo 3 Pág 64

Anexo 3
Sumário do levantamento baseado nas fichas de avaliação da
OMS (1997)
País: ...................................................................................................................................................
Período do levantamento (mês (es)/ano) ......................................................................................
Coordenador: ...................................................................................................................................
Endereço: ..........................................................................................................................................
.........................................................................................................................................
..........................................................................................................................................

Números de identificação usados:

De Para
De Para
De Para

Idade (s) / Grupo (s) etário (s) examinado (s): ..............................................................................

Código do Código de Grupo Código de


Examinador (casela 15) Étnico (casela 24) Ocupação (casela 25)

1 0 0
2 1 1
3 2 2
4 3 3
5 4 4
6 5 5
7 6 6
8 7 7
9 8 8

Código da Localização Outros dados Outros dados


geográfica (casela 29) (casela 30)
(caselas 26 e 27)

00 0 0
01 1 1
02 2 2
03 3 3
04 4 4
05 5 5
06 6 6
07 7 7
08 8 8
09

Se tiver mais de 10, continuar em outra folha

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